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FOLHA DO NORTE 105 anos Difícil não é começar. Difícil é permanecer. Email: [email protected] Email: [email protected] Fundado em 17 de setembro de 1909 FOLHA DO NORTE Anos 105 O JORNAL MAIS ANTIGO DA BAHIA Feira de Santana-Bahia, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 R$ 1,00 Nº 6.076

FOLHA DO NORTE Email: [email protected] Feira ...folhadonortejornal.com.br/ESW/Files/completo_caderno_principal.pdf · fiança no ex-senador Aé-cio Neves, ... em caso

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE

105 anos

Difícil não é começar. Difícil é permanecer.

Email: [email protected] Email: [email protected] Fundado em 17 de setembro de 1909

FOLHA DO NORTEAnos105 O JORNAL

MAIS ANTIGO

DA BAHIA

Feira de Santana-Bahia, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 R$ 1,00Nº 6.076

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE02- ESPECIAL

Tito Ruy Bacelar ...1909 / 1910 /Arnold Ferreira da Silva ... 1910 / 1923Raul Ferreira da Silva ... 1923 / 1968 /Oyama Pinto da Silva ... 1968/1971Dálvaro Ferreira da Silva ...1971/1973/ José Luiz Navarro da Silva ... 1973/2003

FOLHA DO NORTEFUNDADO EM 17 DE SETEMBRO DE 1909

E-mail: [email protected] Telefax: (75) 3221-1120 Rua Visconde do Rio Branco, 550- Feira de Santana-Ba.

EDITOR: Zadir Marques PortoADMINISTRAÇÃO: Gilberto Navarro LopesCOLUNISTAS: Lícia Silva, Mário Leal, Reginaldo Pereira DIAgRAMAÇÃO: Suzana Lima

DIRETORES: Hugo Navarro Silva, Antonio Navarro Silva

FOTOLITO: Adilson CavalcanteEditoração gráfica e impressão: Editora Princesa Ltda.

Reiterando sua con-fiança no ex-senador Aé-cio Neves, candidato à Presidência da Republica,

Batista promete caminhada para Zé Chicoem homenagem ao qual promete, em caso de vitó-ria, percorrer o Caminho de Santiago, na Espanha,

o escritor feirense José Batista Feitas, autor do livro biográfico ACM o Mito, sem perder o foco na campanha presidencial, faz agora outra promessa desta feita em apoio ao empresá-rio feirense José Francisco Pinto - Zé Chico, suplente de senador e candidato a deputado federal pelo De-mocratas. Apostando nas qualidades administrativas, respeito e ética do demo-crata, José Batista disse que em caso de vitória de Zé Chico, 30 dias após a elei-ção fará uma caminhada em agradecimento, entre Feira/Salvador.

O projeto é sair da igreja Senhor dos Passos, nesta cidade e caminhar até a Igreja de Senhor do Bomfim, em Salvador - 130 km -, mesmo percurso que ele fez em 1999, pagando promessa pela saúde do senador Antônio Carlos Magalhães e em novem-

bro de 2012 em razão da vitória de ACM Neto para a prefeitura de Salvador. Além dessas, José Batista Matos, já fez outras duas caminhadas - a primeira entre Salvador e Brasília, e a segunda de São Paulo (capital) a Aparecida do Norte, interior paulista -, ambas em favor de ACM.

Batista acredita que Zé Chico alcançará a meta de figurar na Câmara Federal para representar Feira de Santana e a Bahia. “Quem conhece Zé Chico e eu acre-dito que a Feira de Santana o conhece muito bem, sabe da sua idoneidade, da sua ética e respeito, que alias, são traços característicos de sua família. Por isso mesmo tomei a decisão de apoia-lo agora e ainda fazer uma caminhada Feira/Salvador como forma de agradeci-mento pela sua vitória o que creio que acontecerá”, diz José Batista Freitas Matos.

Feira de Santana viveu domingo, apesar da chuva e do vento frio, um dos melhores desfiles comemorati-vos da Independência do país dos últimos tempos. A parada cí-vico-militar de 7 de setembro que vinha so-frendo grande desgas-te ultimamente, com visível esvaziamento popular, renasceu com milhares de pessoas tomando literalmen-te a área da avenida Presidente Dutra re-servada para o cortejo. A chuva intermitente que caiu no decorrer do desfile não afastou os milhares de feiren-ses que foram assistir ao desfile que teve a participação inicial do Exército Brasileiro. Na abertura um pele jeep do Exército conduziu os ex-pracinhas Se-rafim de Brito e José Francisco da Silva que integraram a Força Expedicionária Brasi-leira (FEB) durante a II Guerra Mundial. A seguir veio a fanfarra

Dia da Patria foi marcante

Municipal Amor por Bonfim, do distrito de Bonfim de Feira.

O desfile foi acom-panhado pelo prefeito Ronaldo de Carvalho, ao lado de secretários municipais e varias outras autoridade civis e militares. O prefeito observou que o da In-

dependência do Brasil deve ser comemorado por todos os brasilei-ros, onde eles estive-ram. “É o dia da Pátria e todos nós devemos lembrar que há 190 anos o Brasil decla-rou independência de Portugal. Devemos ali-mentar este amor pela pátria com desfiles e outras manifestações” assinalou.

O palanque oficial foi montado em um dos lados do cruza-mento entre as aveni-das Presidente Dutra e Castro Alves. Ambos os lados da pista onde aconteceram os desfi-les foram tomados pela multidão – o outro lado foi fechado ao trânsito, bem como ruas trans-

versais - o controle foi feito por agentes da Superintendência Municipal de Trânsito A dona de casa Jani-ce de Jesus disse que nos últimos seis anos assistiu a todos os des-files acompanhada pela filha Caroline de Jesus, 7 anos. “Continuei uma tradição de família. Ainda criança meus pais traziam eu e meus irmãos para assistir a parada”. Argumentou também que é um dia memorável, pela que representa e ate de la-zer para as crianças, que acontece apenas uma vez por ano e por isso mesmo “ Temos o dever de prestigiar. Afi-nal somos brasileiros, graças a Deus” disse

A MAGIA DAS PALAVRASA palavra encobre mistérios e poder desconhecidos

da maioria das pessoas. Tribos africanas acreditam na existência da palavra seca e da úmida. Uma seria da di-vindade antes de se manifestar na criação. A outra teria nascido com o homem. É a que entra pelas orelhas como luz e fecunda na criação. Verdadeira manifestação divina, está na crença e lendas da maioria dos povos. Na tradição cristã há o verbo divino e o verbo encarnado. Segundo alguns analistas, de acordo com as Escrituras, existem a palavra divina, preexistente à criação, e a palavra divina que nos é transmitida pelo Novo Testamento. Na Bíblia a palavra pronunciada é tratada como ser real, semelhante ao hálito, que sai da boca, sem possiblidade de volta, de acordo como a enxergou Horácio. Continua a existir, mesmo depois de pronunciada, pelo que pode provocar de bem ou de mal. Daí, provavelmente, o ditado: “a palavras loucas, orelhas moucas”, encontrado em diversas línguas com algumas variantes.

É conhecida e proclamada a influência da palavra em todas as atividades humanas, tão forte que levou Ruy Barbosa a escrever que “Embora as maiores instituições humanas se alienem, ou enxovalhem, resta-nos sempre uma, tão nova nos lábios de Gladstone como nos de Péricles: a instituição divina da palavra, capaz só por só de reconquistar todas as outras, quando associada à misteriosa onipotência da verdade”.

Na política e na propaganda partidária a palavra, presente em todas as oportunidades, tem exercido enorme poder sobre o povo em todas as partes do mundo.

No Brasil o discurso político sempre gozou de ad-miração e prestígio a partir dos grandes tribunos que brilharam no Senado do Império e serviram de modelo e inspiração para a classe política brasileira, que provavel-mente encontrou seu ponto mais alto, no campo do domí-nio da palavra, na República de 1946, com oradores como Carlos Lacerda, Otávio Mangabeira, Antônio Balbino de Carvalho, Tarcílio Vieira de Melo, Afonso Arinos de Melo Franco, Aliomar Baleeiro e a famosa “orquestra da UDN”, quando atuavam na Câmara dos Deputados.

Atribui-se à Revolução de 64 culpa pela ausência de autênticas lideranças no país de hoje, a que poderíamos acrescentar também a quase inexistência de políticos capa-zes de empolgar pela palavra e pela clareza de suas ideias. São, normalmente, grosseiras versões dos grandes líderes e oradores do passado, que enobreciam a vocação para a luta partidária, substituídos por nova classe de políticos, a daqueles de linguagem e ideias limitadas e obscuras.

A novidade não pode ser debitada somente ao Brasil, porque geralmente se instalou em países de tênues tradi-ções democráticas, baixa escolaridade e pouco entendi-mento do que é a coisa pública.

Frente aos novos tempos, em que política partidária significa, sobretudo, interesses de ordem personalíssima, o discurso perdeu majestade. Figuras e arabescos de linguagem, demonstrações de cultura e de verdadeiro conhecimento dos problemas da nação deram lugar à demagogia pura e simples, sem rebuços e sem másca-ras, usando, em muitos casos, de fatos verdadeiros para desenvolver gigantescas redes de enganação e mentiras, que durante anos servem de base para campanhas parti-dárias e reeleições. São notícias repetidas e ampliadas de grandezas quase miraculosas que vão fazer a felicidade e a riqueza do povo, em torno das quais se desenvolve intensa publicidade. Só que os resultados não aparecem, o que não impede que muitos continuem a acreditar em pré-muita coisa neste país.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTEESPECIAL - 03FOLHA DO NORTE

Aniversariantes: Hoje – Mauro de Oliveira Mo-raes, Klaus Arapiraca Gomes e Gabriel Carvalho Lima, dia 18 – Heitor Reis, Djalma Ferreira, Fernanda Botto Silveira, Helder Malheiro Marques, Luciana Flores e Jussara Ribeiro, dia 19 – Kátia Teixeira de Almeida e Karine Freitas, dia 20 – Hélvia Silva Simões, Lineia Fernandes, Cláudio Portugal e Venício de Oliveira Moraes Filho, dia 21 – Godofredo Souza (Godi), dia 22 – Ivanette Rios de Carvalho, Elíbia Portela, Rejane Macedo e João Borges Filho, dia 23 – Ana Margarida Leal, Camila Cely Torres, Manoela Rios da Mota, Eliana Carvalho Oliveira, Cássia Cedraz e Cynthia Pinheiro, dia 24 – Antonio Carlos Peixoto de Magalhães Júnior, Valcy Ribeiro, Maria Silvana Carvalho Mascarenhas, Ricardo Bittencourt, Thais Bullos, e dia 25 – Lindaura Freitas Silva da Cunha, Angela Chaves, Tinne Cavalcante e Adriano Martins.

O PGV representante do Parque Getúlio Vargas, uma das mais novas equi-pes do futebol amador de Feira de Santana, que no dia 17 de agosto comemo-rou 12 anos de existência, destaca-se como uma das mais fortes equipes do Campeonato da Estação Nova ao lado de outro fato marcante: o visível cresci-mento da sua apaixonada torcida. No certame da Estação Nova deste ano o PGV fez a melhor cam-panha da fase inicial com nove jogos, um empate, seis vitorias e duas derro-tas, motivo de satisfação

PGV comemora 12 anos

para o presidente Josean, que agradece o apoio dos colaboradores, da torcida e dos atletas pelo empenho em campo.

Josean destaca tam-bém a qualidade do elenco do PGV que conta em sua equipe com jogadores d e destaque do futebol feirense como: Josa, Di-nho, Maradona, Nilson, Ninho, Coringa, Anderson, Alex, Roby, Marcinho, Geu, Bujão, Fabio, Celso e Sandro. Em foto especial de Juarez Passos ai está a equipe do PGV com, uma faixa agradecendo aos seus colaboradores.

Casamento Lúcia Maria Bastos Contreiras e Antônio de Cas-

tro Contreiras Filho (falecido) e Kátia Cristina Rocha Zanovello e José Fortunato Zanovello, convidam para a cerimônia religiosa do casamento dos seus filhos Lu-dmilla e Bruno, dia 27 de setembro, às 16 horas, no Ce-rimonial Maison Berton, no bairro Piatã, em Salvador/Bahia, onde os noivos recepcionarão os convidados.

FFW Mag Fashion TourA primeira edição na Bahia do FFW Mag Fashion

Tour, conta com dois grandes nomes da Bahia, conhecidos internacionalmente no mundo da moda, os baianos Vitorino Campos e Irá Salles. Vitorino Campos foi o representante do estado no talk-show, que aconteceu na quarta-feira (10), no Boulevard Shopping em Feira de Santana. Amanhã Irá Sales estará no Shopping Iguatemi, em Salvador.

Em Feira Vitorino participarou do bate-papo com a temática do Jeans e seus diálogos com a criatividade, liberdade, permanência e a indissociável relação com a moda de rua, intermediado pelo renomado empresário e produtor paulista, Paulo Borges.

O estilista Vitorino Campos participou do evento, no Boulevard Shopping de Feira, junto com a consultora de moda paulista, Glória Kalil. Já a designer de bolsas, sapatos e acessórios, Irá Salles, estará ao lado do estilista Alexandre Herchcovitch e da blogueira Martinha Fonseca, do Armário de Madame, no Shopping Iguatemi de Salvador.

SolidáriosMoradores de rua frequentemente passam por um

status de invisibilidade. Eles são, muitas vezes, ignorados e ficam a mercê de uma situação de miséria e descaso. Por este motivo, um grupo de pessoas se reuniu e criou o grupo “Solidários”.

Com o intuito de ajudar e tentar levar um pouco de dignidade a esses seres que habitam as vias públicas das cidades, os voluntários do grupo irão se reunir, no dia 26, a partir das 22 horas, na praça da Matriz, para o 1º “Ô Sopão”. A ação contará com a presença da TV Subaé, equipes de fotografias e vídeos do próprio grupo Solidários além de ter apoio da Folha do Norte, Rádio Nordeste FM, Rádio Transamérica, Rádio Sociedade AM e do programa Acorda Cidade.

O objetivo do grupo é atender a população carente de Feira de Santana de forma planejada, continuada e totalmente gratuita. Durante o evento também estão progra-mados atendimentos com médicos, enfermeiros, nutricio-nistas, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais.

Exposição Foi um sucesso a exposição intitulada “Sentar”, dos

trabalhos do artista plástico e arquiteto Luiz Humberto de Carvalho, na loja Design Acabamento da Av. Getúlio Vargas, n.º 3.412. Os convidados foram recepcionados com um delicioso brunch e puderam apreciar os mais recentes e belos quadros do renomado artista plástico, que continuam expostos na loja.

Lindaura e Jayme Cerqueira da Cunha Júnior. Ela é a aniversariante da quinta-feira (25).

Daniela e ErnestoCom as bênçãos dos seus pais Ana Emília Ferreira Fal-

cão e Francisco Ricardo Dias Falcão, e Yara Maria Cunha Pires e Raimundo Alves Pires, os radiantes noivos Daniela e Ernesto trocaram alianças para a mão esquerda e disseram sim, no sábado (13), diante de familiares e amigos no Ville Gourmet Espaço e Eventos, em bela e animada festa que durou até a madrugada do domingo.

Equipe de vendedoras da recém inaugurada Carmen Steffens Maison do Boulevard Shopping Feira de Santana.

A pediatra Kátia Teixeira de Almeida, que troca de idade no dia 19.

O professor e poeta Antônio Ramos da Silva- Ramos Feirense, foi lau-reado dia 11 na Câmara de Vereadores, com a comen-da Maria Quitéria mediante iniciativa do vereador José Carneiro, aprovada por una-nimidade. Ramos Feirense contribui bastante para o desenvolvimento da Prin-cesa do Sertão ao longo dos seus bem vividos 85 anos. Em 1966, o poeta fundou o Centro Cultural Recroedu-cativo Monsenhor Amilcar Marques, que até hoje fun-ciona na capela Santa Rita de Cássia, também fundada por Ramos, na rua Senador Quintino, nº 1917, no bairro Eucalipto.

O Centro, que tem biblioteca e oferece aulas de cidadania e civismo não apenas em Feira de Santana, mas também em diversos municípios baianos, realiza encontros anuais de poetas com artistas de diversos estados brasileiros como Nilton Vieira, da Cidade de Curvelo, em Minas Gerais, onde Ramos já proferiu palestra através do Centro Cultural. Há 22 anos, Ramos organizou o bicen-tenário de nascimento da heroína que denomina a comenda que recebeu. Na época -1992 - o poeta con-seguiu congregar caravanas de Lajes, em Santa Catarina, cidade onde tem uma escola com o nome da heroína fei-rense. Também contou com caravana de Santo Amaro

Antônio Ramos recebe comenda Maria Quitéria

da Purificação, Carro Ale-górico de Cachoeira, Porto Seguro e de diversas outras cidades baianas. Além das caravanas, o desfile cívico do bicentenário de Maria Quitéria também contou com a participação das Forças Armadas e da Polícia Militar da Bahia.

“Tudo isto foi por amor”, disse o poeta que escreveu e musicou um hino especificamente para ho-menagear Maria Quitéria. “Eu sempre a admirei por sua história de vida, pelo seu destemor e por sua luta em defesa da emancipação. Tenho uma forte ligação com seus principais ideais tanto é que a nossa Fun-dação se preocupa até os dias atuais em desenvolver aulas de civismo e cida-dania ativa”, disse Ramos Feirense, que também é membro-fundador da Aca-demia Feirense de Letras e aluno-fundador do Colégio General Osório.

Quanto à conces-são da honraria, Ramos agradece aos vereadores da Câmara por reconhecerem seu valor e sua contribui-ção para manter acesa a chama da tradição cultural de Feira de Santana. “Estou lisonjeado com a forma que estão me tratando. A entrega desta comenda é um zelo pela memória viva da nossa cidade”, disse o poeta octogenário ( Texto -professor Reginaldo da Silva Santos).

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE04- ESPECIAL

Senador João Durval Carneiro

Desta terra “Formosa e Bendita” tenho orgulho de ser filho, e ainda mais por estar ao seu lado como defensor dos seus anseios, contribuindo para o seu desenvolvimento. PARABÉNS FEIRA DE

SANTANA E PARABÉNS AO JORNAL FOLHA DO NORTE!

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Surgimos em épocas diferentes, mas o tempo nos uniu.

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Considerado um dos melhores volantes de todos os tempos do Fluminense - equipe que teve na posição jogadores do talento de Nil-sinho, Chinesinho, Paraíba, Reginaldo Tabica e Merrinho -, Zelito( Joselito Conceição Pereira) até hoje é reconhecido nas ruas e reverenciado por muitos torcedores que, saudo-sos, lembram do tricolor dos anos 80/90. Feirense da Rua Nova, filho de Elias Pereira - Liúba que jogou no Ypiranga e Riachuelo dentre outras equi-pes locais e de dona Tereza Conceição Pereira, Joselito tem uma história interessante a começar pelo nome.

“Minha mãe era afilhada do professor e ex-prefeito de Feira de Santana, Joselito Fal-cão de Amorim, e o admirava demais pela sua ética e digni-dade, assim como eu admiro. Então quando meus pais foram fazer o meu registar estava decidido o nome: Joselito, o que me orgulha muito” relata o ex-camisa 5 do tricolor e também o quinto na ordem de nascimento dos 10 filhos do casal, oito homens e duas mulheres.

Os rapazes foram todos jogadores profissionais, alguns tiveram maior sucesso, mas talento não faltou a nenhum deles: Edinho, Nilson, Nildo, Escurinho, Zelito, Joelson, Zean e Evaldo. Há ainda Iara, Jocelma e Cesar. Com menos de 10 anos Zelito já era titular do Fluminense de Mizinho, no Jardim Cruzeiro. O ga-roto alto, magro e espigado começava a chamar atenção. Marcava bem, era habilidoso e dava ritmo ao jogo no seu se-

Joselito - o volante que o torcedor não esquece

tor. Foi levado para o SESI em 1975 e entrou no time B. Foi bi-campeão de Dentes de Leite em 76/77. No ano seguinte era titular do Mecânico no cam-peonato feirense de amadores e da seleção Feirense campeã do Intermunicipal de 1978. Continuou no Mecânico e na seleção. Em 1980, servindo ao Exército no 35º Batalhão de Infantaria foi campeão da 6º Região em certame realizado no 19º BC em Salvador.

No mesmo ano foi contratado pelo Fluminense, clube do seu coração, onde fi-cou até 1993, com duas saídas por empréstimo para o Vitoria em 1987 e Catuense pelo qual

disputou o campeonato brasi-leiro da segunda divisão em 1990. Em 1993 o volante foi para o Ferroviário do Ceará, em 1994 contratado pelo ABC de Natal foi campeão potiguar. Em 1995 o Náutico de Recife precisava de um vo-lante de qualidade. Zelito foi vice-campeão pernambucano pelo alvi-rubro Timbu. No ano seguinte o Internacional de Limeira, foi busca-lo em Recife.

O Internacional foi campeão do interior de São Paulo e com ele o jogador feirense disputou a primeira divisão do futebol paulista nas temporadas de 97/98. De

São Paulo Zelito foi para o Linhares no Espirito Santo, disputando o campeonato capixaba da primeira divisão. Em 2000 resolveu voltar para a Bahia e jogou pelo Conquista. Já havia decido parar quando foi convidado pelo Astro dis-putando o certame baiano da segunda divisão em 2007, “ai parei mesmo” relata.

FRUSTRAÇÃO

Foram 27 anos jogando

futebol profissional, 13 deles no Fluminense de Feira e nenhum titulo pelo tricolor, a sua grande frustração. Lembra o titulo do campeonato de 1990 que foi tira-do pelo Vitoria no grito. “Faltou energia o juiz Edmundo Filho deu o jogo por encerrado, depois que deixamos o campo e um diretor do Vitoria, todos sabem, bem quem foi, ameaçou o juiz e ele reiniciou o jogo, só que nós já não estávamos lá e perdemos o título” lamenta. No juniors em 1982 outra decepção. O Flu ganhou o primeiro tempo no Joia para o Alagoinhas, por 3 x 0 o que lhe garantiria o titulo independente do resultado de Vitória e Bahia.

Mas nos segundo tempo o Alagoinhas empatou em 3 x 3 e o Vitoria venceu o Bahia ficando com o titulo baiano. Jogador aplicado que sempre levou a serio a pro-fissão, Zelito trabalhou com muitos técnicos, mas destaca alguns como os melhores: Ve-raldo Santos, Orlando Peçanha e Merrinho (Fluminense), José Macias, o Pepe (Internacional de Limeira). O gol mais bonito ele diz que foi contra o Galícia em 1990, “um sem-pulo de fora

da área de primeira, Flu 2 x 1 Ga-lícia, marquei o gol da vitória”.

Não esquece também a vitória sobre o Bahia por 3 x 1 quando foi apontado com o craque do jogo. Em 1995 no jogo Nautico x São Paulo pela Copa Brasil, Zelito foi eleito o melhor jogador em campo por Juarez Soares e toda a equipe do SBT que transmitiu o jogo. O melhor time foi o Fluminense de 1988/1992 que tinha dentre outros no elenco: Jorge, Tarantini, Tanta, Care-ca, Rivaldo, Idalmir, Ademir Lobo, Quirino, Baiano, Tra-buco, Celso Mendes, Itamar, Hugo Aparecido e Jorginho. Casado com a senhora Ma-ria Crispina, Zelito tem três filhos - Milena ,Vanessa e Jean Marcel, que pode ser o

seu sucessor no futebol. Com 1.85m de altura, 19 anos, Jean atua como zagueiro e segundo ele “conhece o jogo”. Tem um netinho Miguel Alisson, filho de Milena.

Zelito continua jogando futebol nos babas entre amigos e sua maior preocupação agora é desenvolver trabalhos sociais para evitar que garotos sejam atraídos pelas drogas. No ano passado ele fundou a Associa-ção Desportiva Metropolitana de Feira de Santana (ADMFS) que vem realizando atividades no bairro. Ele se empenha para conseguir o titulo de utilidade publica municipal e em futuras etapas os títulos estadual e fe-deral para que a ADMFS possa cumprir extensos programas sócio-culturais e esportivos.

Joselito do Fluminense e o ex-prefeito Joselito Amorim.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTEESPECIAL -05 FOLHA DO NORTE

Dr. Rubens Carvalho. Ozeny José de Moraes

Secretário de Agricultura, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Rural.

Saudamos Feira de Santa-na, a Princesa do Sertão, pelos 181 anos amanhã, e a Folha do Norte pelos 105 anos hoje. A nossa felicidade é imensa.

Parabens !

A arte de comunicar exige

fidelidade e respeito aos

fatos e aos leitores. Nesses

105 anos o Jornal Folha do

Norte tem exercitado essa

arte com

maestria.

Felicitações!

Embora com a pecha de violento, Regi ( Reginaldo Cerqueira Costa) foi um dos melhores zagueiros do fute-bol feirense, nos anos 60 /70 chegado a atuar profissional-mente, mas não foi adiante devido a sua responsabilida-de com a família. Natural de Barandão, distrito de Jaíba, começou em 1961, aos 14 anos, no segundo quadro do Botafogo, time presidi-do por Manuel Fausto dos Santos - Manoel de Emília, que tinha excelente elenco: Piteu, Russo, Fivo, Chimbi-nha, Lindu, Roque, Vando,

Regi - o zagueiro que impunha respeitoBululu, Louro Capagato, Dudão, Dolores, Amado, Jorge Surdo, Fiinho, João Doido, Zé de Fessô, dentre outros.

Decidido, só ia na bola para ganhar, logo desper-tou a simpatia do técnico Zu e permaneceu no time alvi-negro ate 1965 quando se transferiu para o Bahia de Feira, presidido pelo ra-dialista Ivanito Rocha. O técnico era Tote e no elenco bons jogadores com Guachi-ni, Geraldo Gatinha, Wison, Pio, Mitota, Bangu e Chi-quinho. A partir de 1967 foi

varias vezes convocado para a seleção de Feira de Santa-na, mas só foi vice-campeão do Intermunicipal em 1982 trabalhando na comissão técnica. “O presidente da LFD era Dilson Barbosa” lembra.

Em 1969 teve a pri-meira experiência no futebol profissional. O Vasco de Feira de Santana disputou o cam-peonato baiano da segunda divisão de profissionais e Regi assinou contrato com o time cruzmaltino. Também atuou como profissional no Bahia de Feira. Depois fez reversão de categoria para poder jogar no campeonato feirense de amadores pelo Riachuelo das Baraunas. O zagueiro vivia então grande fase no futebol local parando em 1979.

ZAgUEIRO VIOLENTO

Regi sabia jogar, mas se

destacava mais pelo futebol duro, violento, que amedron-tava muitos atacantes. Ele sorri levemente e explica. “Cada um tem a sua per-sonalidade eu era assim”. Para um pouco e volta a explicar: “Meu pai Zelinho, era delegado das Baraúnas. Fui criado entre magarefes e

ali imperava masculinidade. Homem tinha que ser homem mesmo, tinha que ser macho. Não podia recuar, tinha que sair na mão e decidir. Fui criado assim” relata. Essa mesma filosofia ele passou para os irmãos mais novos Joca (zagueiro do Vitoria e de vários clubes brasileiros) hoje pastor evangélico e Eraldo, talentoso atacante que jogou no Bahia.

Regi teve duas boas propostas para sair de Feira de Santana, mas não aprovei-tou. O Botafogo de Ribeirão Preto. São Paulo tentou leva-lo, depois o Galícia. “Um diretor do Galícia esteve em minha residência e propôs de me dar um casa em Salvador,

em um bairro que eu escolhe-ria, como luvas, e um bom salário mensal. Mas ai meu tio Deraldo disse não, não vá. Na verdade desde que meu pai faleceu, quando eu tinha 14 anos, passei a dividir com minha mãe a responsabili-dade da família. Como mais velho dos homens prometi a meu pai tomar conta da família e assim o fiz”.

Atualmente aos 68 anos de idade, aposentado e re-sidindo em seu sitio, em Mantiba, Regi não se afasta do futebol. É técnico de uma escolinha que mantém com seus próprios recur-sos, procurando formar no-vos valores para o futebol e, sobretudo, incentiva-los

como cidadãos. “As drogas são uma terrível mal que todos nós precisamos com-bater e o esporte pode ser o grande aliado nessa luta” diz. Rebuscando nas suas lembranças destaca com os melhores técnicos de sua carreira: o argentino Juan Celly, no Bahia de Feira “excelente orientador e um paizão” e Geraldo Pereira no Fluminense “competência e amizade”. O melhor time que jogou? “O Richuelo em 74. Tinha Gonçalo, Arnaldo, Guaxinin, Almeida (ex- Flu), Tuta, Hugo, Mundinho (ex- Flu como zagueiro), Nou, Niltinho, Lindu, Pio, Nego Jorge, Teco, Zelito, um ti-mão!” conclui.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE06- ESPECIAL

O mais antigo jornal em circulação na Bahia, o Folha do Norte, completa hoje 105 anos. Desde a sua fundação até os dias atuais, este conceituado meio de comunicação de Feira de Santana, através de profissionais gabaritados, tem desempenhado satisfatoriamente suas funções básicas: informar, educar, opinar, fiscalizar e divertir.

É com muita satisfação que neste momento nos juntamos ao povo feirense e de todo o estado da Bahia para celebrar mais um ano de existência des-se veículo de grande importância cultural, social e histórica. Que a sua responsabilidade com a infor-mação se mantenha por muitos anos.

Vereador Justiniano Oliveira França Presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana.

A importância da informação só não é mais

importante do que a verdade nela expressa.

Folha do Norte, 105 anos de verdade!

181 anos

105 anos

Parabenizamos o Jornal Folha do Norte pelos 105 anos de existência e Feira de Santana pelos 181 anos

de desenvolvimento.

FEIRA-BA

Pedro Mascarenhas Júnior Presidente

A ética e a justiça devem caminhar juntas em um Estado democratico e a

imprensa deve ser a maior fomentadora da verdade.

Folha do Norte 105 anos de coerência. Parabéns!

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE

“Nada melhor que um dia após o outro”. É verdade. Pensando as-sim a Folha o Norte co-memora hoje, 105 anos

de existência e nós aplaudimos. Parabens!

ESPECIAL -07 FOLHA DO NORTE

Professor Gerinaldo

Costa

Liomar FerreiraSindicato dos Condutores

Autonomos de Veículos Rodoviários

A cada 365 dias uma vitória. E assim são 105 anos informando com

credibilidade. Parabéns!

Atual presidente do Paysandu, clube de Belém do Pará, Vandick Lima, natural de Conceição do Coité, na região sisaleira da Bahia, coroa a sua trajetória de ex-jogador de futebol, chegando ao posto máxi-mo de um time de futebol profissional, fato bastante raro e a priori só encon-trando paralelo no futebol brasileiro no ex-atacante Roberto Dinamite, ídolo do Vasco da Gama.

Vandick esteve em Conceição do Coité, a “Rainha do Sisal”, para rever familiares, amigos e participar das comemora-ções dos 81 anos de eman-cipação político-adminis-trativa do município. O antigo artilheiro lembrou os tempos de guri em Coite, as peladas com contemporâ-neos e falou sobre sua car-reira no futebol profissional destacando que o seu me-lhor momento foi na Copa dos Campeões, jogando pelo Paysandu, na partida contra o Cruzeiro, dia 4 de fevereiro de 2002, no está-dio do Mineirão, em Belo Horizonte . “Vencemos por 4 x 3 e tive a felicidade de marcar três gols nesse jogo memorável para o futebol do Pará e para mim”.

A vitória do alvi-anil de Belém sobre o alvi-anil

Vandick - a historia do artilheiro presidente

de Belo Horizonte, levou o Paysandu a disputar a Taça Libertadores da América, fato inédito para o futebol da terra do sucupi. “ Foi o maior momento da minha carreira profissional e do Paysandu. Graças a esse jogo e a conquista do tí-tulo, até hoje sou visto e lembrado pela torcida do Curuzu” ressalta. Vandick começou no futebol ama-dor de sua terra e aos 17 anos foi para a Catuense, onde apareceu marcando gols e decidindo jogos para “ o time de Antônio

Pena” como a agremiação era chamada pela crônica esportiva baiana.

Durante mais de duas décadas, atuou profissio-nalmente passando por mais de 10 equipes de di-ferentes estados, muitas conquistas e parou aos 39 anos de idade no Paysandu. “Foram 22 anos jogando bola, atuei em 15 times e conquistei vários títulos: Copa União, em 1987 pelo Flamengo, que tinha como principal jogador Zico, do qual sou fã até hoje e tive a felicidade de jogar ao

seu lado. Fui campeão per-nambucano pelo Náutico, catarinense pelo Joinvile, ganhei alguns títulos es-taduais pelo Paysandu, a Taça Norte, o Brasileiro da Série B e a Copa dos Campeões. Marquei 337 gols, dos quais 37 pelo Paysandu no final de minha carreira” diz.

Sobre sua marca de quase 400 gols ele consi-dera um tanto modesta, mas observando que sempre jogou de forma solidaria dentro da área e fora dela, ajudando na construção de jogadas ofensivas. “Sei que não foi uma marca ex-pressiva, em termos numé-ricos, mas sim pela impor-tância que os gols tiveram para os clubes, pelos quais passei. Foram gols feitos no decorrer e principalmente em finais de campeonatos, que contribuíram para a conquista de títulos. Acre-dito que tenham sido gols importantes tanto para mi-nha carreira como para a história dos clubes que pelo quais passei” relata.

CARREIRA POLITICA Wandick, que parou

de jogar futebol em 2003, continuou trabalhando no Paysandu como coorde-nador de futebol. “O pre-

sidente do Paysandu era deputado, eu trabalhava com ele como coordenador de futebol e quando ia para os jogos, a torcida ficava me incentivando a sair can-didato a vereador. Nunca tinha pensado de entrar na política, mas a insistência foi tal que acabei aceitando. Não gastei nada, apenas entrei com o nome me fi-liei ao PMDB e conseguir naquela oportunidade, ser o 10º vereador mais votado em Belém entre os 35. Fui eleito com 8.600 votos, depois disso já tive duas reeleições em 2008, fui o terceiro mais votado com 9.600 e em 2012 novamen-te fui o terceiro mais votado com 9.800 votos.

Este ano meu parti-do, o PP me pressionou muito para que eu saísse candidato a deputado, mas eu decidi não concorrer porque esse é meu ulti-mo ano como presidente do Paysandu e quero me dedicar muito nesse final de mandato a colocar o Paysandu de volta a Série B do Brasileirão já que foi nessa divisão que o encon-trei” ressalta o ex-craque coiteense.

Quanto a continuar na direção do clube “ o Papão do Curuzu” como o time é aclamado pela

fanática torcida, ele relata que está decidido a não concorrer a reeleição. “Eu me candidatei a presidente porque a torcida me pedia insistentemente, mandava recado pelas redes sociais e com o rebaixamento do time no ano passado, senti que decepcionei aqueles torcedores que acredita-vam em mim. Tenho que me empenhar o máximo para colocar o Paysandu de volta à Serie B. Sou o primeiro ex-jogador eleito presidente do clube – biê-nio 2013/2014.

Essa foi a primeira vez que uma oposição chegou a presidência do Paysandu. Fui eleito com 479 votos contra 278 do candidato da situação, uma diferença de 201 sufrágios e acabei decepcionando a torcida e os sócios que acreditaram em nossa gestão. É nosso plano construir um Cen-tro de Treinamento antes de findar nosso mandato. No momento o foco de nossa administração está voltado para drenagem do campo, com a troca da grama, construção de novos campos de futebol e alambrado de acrílico” diz o baiano Vandick Lima que, apesar de tudo, con-tinua ídolo da torcida azul e branca.

Presidente do Fluminense

de Feira

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE08- ESPECIAL

Nascido em Salvador, mem-bro da tradicional família “Fiscina” tendo como pais: Pedro Gomes e Valdete Pereira e irmãos Jorge, Vilma, Tania , Vilma e Telma, o zagueiro Fiscina( Pedro Gomes Fiscina Filho) iniciou sua brilhante carreira na época do ginásio, no Colégio Salesiano em Salvador, aos 14 anos, quando foi chamado para participar do Infanto-Juvenil do Esporte Clube Bahia, que tinha como treinador Hélio Tapioca e participavam do grupo: Beijoca e Alberto Legelé. Aos 18 anos dis-putou em São Paulo a IV Copa São Paulo, onde se destacou e foi con-vocado para a Seleção Brasileira sub 18, para participar do torneiro de Cannes/França em 1972. Foi bicampeão do torneio, sendo capi-tão da seleção com jogadores que depois fizeram nome internacio-nalmente, como: Cantarelli ( Fla), Levi Cupi ( Botafogo), Bolivar ( Grêmio), Pintinho (Flu), Falcão ( Internacional) e o treinador Anto-ninho, que o selecionou entre os 23 jogadores para as olimpíadas de Munique em 1974.

Em 1973 sagrou-se campeão baiano pelo Bahia, dirigido pelo treinador Evaristo Macêdo. Em 1974, foi emprestado ao Flumi-nense de Feira de Santana, que era treinado por Alencar. O time era formado por: Brasília (falecido) ou Luiz Antônio, Bira (falecido), Fiscina, Newton e João Augusto, Merrinho, Luciano, Pinheirinho (falecido), Anselmo, Paulo Ro-berto e Neves. Em 74 Fiscina foi escolhido pela crônica esportiva da Bahia, como o melhor jogador da posição. Após seu retorno ao Bahia, em 1976, foi emprestado para o Confiança de Sergipe, com uma grande responsabilidade, quebrar a hegemonia do Sergipe, pois o Confiança tinha seis anos sem ganhar títulos. Fiscina, capitão da equipe, por ser universitário (coisa rara no futebol brasileiro), formou um grupo família muito forte e criou uma “Democracia

Fiscina o grande capitão: exemplo dentro e fora de campo

Nei, Luisinho, Fernandes, Fiscina, Fanta, Clodivaldo, Ribeiro (técnico) e Buja (massagista). Elson, Joãozinho Carioca, Adilson Pelé, Marcos Costa e Albertino.

Confiança - Campeão Sergipano de 1983.

Fiscina.

Proletária”, onde todos os assuntos passavam pelo grupo comandado por ele.

Ele lembra que foi um perío-do muito difícil, pois o “clube tinha uma diretoria altamente autoritária que não aceitava essa situação e a nossa liderança”. Muitas vezes foi afastado de jogos por algumas decisões tomadas pelo grupo em re-lação a salários e bichos atrasados, como também falta de estrutura para trabalhar. Conseguiu vencer esses atritos jogando muito fute-bol e trazendo a torcida de volta. E com isso vieram os títulos de bicampeão de 1976 e 1977, 1983 e 1986, o de 1976 invicto e com uma consagração perante os des-portistas e imprensa dando o rótulo inesquecível de academia do bairro Industrial de Aracaju.

MAIOR ALEgRIA

Após a conquista do seu segundo título sergipano pelo Confiança em 1977, o clube foi escolhido para disputar o cam-peonato brasileiro de 1977. “O Confiança foi espetacular jogando dentro e fora de casa, com resul-tados excelentes contra clubes considerados grandes como São

Paulo, Coritiba, Cruzeiro, Vasco, Fluminense, Bahia, entre outros. No fim das contas, viajamos para o Rio de Janeiro, para disputar dois jogos pela classificação da chave. O primeiro foi numa quarta-feira em Volta Redonda, contra o time de mesmo nome, vitória nossa por 3x1, e com aplausos de pé da torci-da adversária pelo “chocolate” que a “academia do Bairro Industrial” deu. Esse resultado nos credenciou a disputar o que seria o cabeça de chave com o Flamengo no Maraca-nã” relata o ex-zagueiro Fiscina.

Essa foi uma partida históri-ca, pois o Flamengo viria se tornar campeão mundial interclubes com jogadores como: Cantarelli, Mozer, Junior, Andrade, Zico, Adílio, Claudio Adão, Nunes, dentre outros.” Perdemos por 3x1, mas honramos as cores do dragão com um futebol de alta categoria. Porém foi no retorno para Aracaju que aconteceu a maior alegria, foi decretado pelos governantes ponto facultativo na cidade, para que os torcedores pudessem recepcionar os jogadores pelo fato inédito de passar para a segunda fase do Cam-peonato Brasileiro. Desfilamos no caminhão do corpo de bombeiros por Aracajú, que simplesmente,

parou pra nos ver!” recorda. Fiscina faz uma rápida retros-

pectiva de sua vitoriosa carreira no futebol, lembrando que atuou no Bahia (clube do seu coração), Fluminense de Feira, Confiança e Sergipe e conquistou importantes títulos de campeão pela Seleção Brasileira juvenil em 1972, Bahia em 1973, Confiança 1976 ,1977, 1983 e 1986 quando encerrou a carreira. Trabalhou com vários téc-nicos e aponta como os melhores: Helio Tapioca, Evaristo Macêdo, José Teixeira e Ailton Rocha. Jogador técnico e vigoroso Fis-cina cita como os jogadores mais difíceis de marcar que enfrentou Dé (Vasco), Palhinha (Cruzeiro), Eneias ( Portuguesa) e como o melhor na sua posição, Roberto Rebouças (Bahia).

Lourival (Confiança) foi o seu melhor companheiro de zaga, mas Fiscina cita ainda três com-panheiros craques de bola: João-zinho da Mangueira, Luiz Bossa Nova e o excelente goleiro José Luiz, conhecido como Requeijão. “Ele era simplesmente fantástico,

tinha uma colocação e uma visão de jogo extraordinárias. Com ele não tinha rebote de bola”. Para o ex zagueiro do Fluminense de Fei-ra o jogo Confiança 1x0 Fluminen-se do Rio chamado de “Máquina Tricolor” com Rivelino, Marinho Chagas, Paulo César Caju, Cafu-ringa, e Mário Sérgio em 1977 foi sua partida inesquecível.

FELICIDADE O ex-zagueiro considera sua

grande felicidade ter-se transfe-rido para Aracaju, “A primeira cidade do Brasil projetada para o futuro, depois surgiu Brasília. Aracajú é qualificada como uma grande metrópole, praias muito bonitas e limpas, bons shoppin-gs, um trânsito bem organizado e pessoas muito bem educadas. Nesta cidade construí uma lin-da família com minha querida esposa, senhora Roselí Goulart Fiscina, que me deu dois filhos maravilhosos, o Pedro Henrique Goulart Fiscina (cirurgião den-tista) e Luiz Felipe Goulart Fis-

cina (estudando na Austrália pelo Ciência sem Fronteiras)” relata. Fiscina mora em Aracajú, onde concluiu o curso universitário e trabalha no Sebrae, como gerente da unidade de Desenvolvimento Territorial UDT.

Esta matéria foi produzida por Willy Mendes, ex-jogador e atual presidente do São Paulo de Feira de Santana e amigo há 40 anos de Fiscina que segundo Willy, depois de Onça, foi o melhor zagueiro a jogar com a camisa 3 do Fluminense. ”Jogava sério, leal, ótimo senso de coloca-ção, apesar da estatura, era muito bom com bolas altas, bom caráter dentro e fora de campo, querido por todos e um exemplo de vida. Por isso é um vencedor e não é à toa que jogou na seleção brasileira como capitão e ao lado de muitos craques que se consagraram no futebol brasileiro e mundial como Paulo Roberto Falcão. Seu fute-bol, para quem nunca o viu atuar, podia ser comparado ao de Tiago Silva, zagueiro da Seleção Brasi-leira”. (Texto Willy Mendes).

O Corretor de Imóveis tem que conhecer a história da cidade.

O Jornal Folha do Norte caminha junto com a nossa categoria!

Uma fonte de pesquisa para o conhecimento da Princesa do Sertão!

FOLHA DO NORTE: A MAIOR REFERÊNCIA

NA HISTÓRIA DE FEIRA DE SANTANA!

“ Então eles não teriam consciência do que eles são e do que foram, eles não compreenderiam a dimensão da própria história...” Raymond Aron

O CRECI 9ª REGIÃO BAHIA PARABENIZA A FOLHA DO NORTE

PELOS 105 ANOS!

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE

Ainda jogava bola de gude nos canteiros da praça da Matriz, futebol no cam-po do horto, brincava de guerrô no Tanque da Nação e empinava arraia, quando foi visitar o pai Decadela (Manoel Luis de Santana) ex-zagueiro do Fluminense de Feira em Osasco, São Paulo. Moleque, no sentido literal da palavra, tinha só 14 anos e não levava nada a sério, logo fez amizade com Osni, um ano e pouco mais velho do que ele. Gilmar Luís de Santana - Biribinha ao lado de Osni “acabava” os babas e começou a chamar atenção dos mais velhos.

A amizade era grande. “O pai de Osni seu Lopes, tinha uma adega e nos dois íamos para lá, por puro divertimento e tomá-

vamos canecas de vinho até ficar tontos, mas era coisa de menino traquina mesmo” diz sorrindo. Em 1968 Osni foi levado para atuar no juvenil do Santos FC e foi buscar o amigo de baba que foi aprovado de primeira. Lá fez amizade com Rildo, Picolé, Dou-glas, Negreiros, Clodoaldo, Edu, Manoel Maria, Lele e outros do time profissional.

Tinha excelente ambiente, mas aprontava sempre com a sua irreverência.

O técnico da base Ernesto, gostava de Baiano, como Birbinha era trata-do e pensando no futuro do garoto indicou-o ao Fluminense carioca, que tinha uma estrutura muito superior ao time peixeiro. No tricolor foi bem recebi-do por Píndaro, do famoso trio final das Laranjeiras

FOLHA DO NORTE ESPECIAL -09

Biribinha – as loucuras de um craque de bola

(Castilho, Píndaro e Pi-nheiro) e por lá ficou três anos ainda no juvenil ( não existia a categoria junior)

fazendo amizade com Car-los Alberto Pintinho, Didi, Cafuringa, Carlos Alberto Torres, Abel Braga, Rubens Galaxie, Marco Antônio,

Ananias, Wilton e outros do time profissional.

Tudo bem no trico-lor, mas Baiano não deixava de aprontar. “O técnico era Pinheiro que jogava duro com a garotada. Não passa-va a mão pela cabeça. Havia um grupo que todos os sábados, depois dos jogos do campeonato carioca de juvenis, que eram à tarde, ia pro samba e só chegava tarde. Pinheiro não admitia que alguém chegasse à sede depois de 23 horas. Num sábado passamos da meia-noite e quando chegamos, ficou certo que eu subiria ao primeiro andar e pegaria a chave da porta do térreo para a molecada entrar. Fi-

zeram a escadinha de mão, eu subi empurrei a janela e caí em cima da barriga de Pinheiro que desconfiado resolveram dormir no aloja-mento”, conta entre risos.

Resultado, apesar das amizades e do futuro que se abria para ele, foi expulso do pó de arroz. O Vasco tinha interesses no veloz e driblador extrema esquerda e foi lá que ele desembarcou com toda a chance do mundo. Gaúcho, Pastoril, Mazaropi, Brasília (que jogou no Flu de Feira) Marcelo, Paulinho, Guina, logo eram todos amigos de Biribinha que foi tri-campeão carioca juvenil (1971/1974) ao lado de Roberto Dinamite, Pastoril,

Paulinho, Gaúcho, Luiz Fumanchu, Jorginho Car-voeiro, Marcelo, Neném, Brasília, dentre outros. No Vasco aprontou de novo “quebrei uma porção de camas no alojamento, coisa de doido. Fui afastado”. Bi-ribinha foi proibido de en-

trar em São Januário “eu ia com Paulo Roberto e Marco Antônio e fica no carro de

um deles ouvido musica, quando terminava o treino íamos para a praia de Ipa-nema tomar chopp e comer passarinha no Barril 1800, em frente à praia vendo mu-lheres maravilhosas. Como pensarem em jogar bola?” No mesmo ano, 1974, Bi-ribinha resolveu passar alguns dias em Feira para participar da “levagem da lenha “ e da lavagem da Igreja” da festa de Santana e por aqui ficou assinando com o Fluminense.

Houve um amis-toso com o Flamengo do Rio de Janeiro e Biribinha desancou o lateral Alcione de tal maneira que Aristó-bulo Mesquita diretor do Flamengo ficou extasiado

“o que esse rapaz faz aqui” e levou-o para a Gávea. Mais problemas, “Baiano” já tinha contrato com o Vasco e com o Fluminense de Feira. O jogador Zico que já conhecia a fama do ponta-esquerda ponderou “seu Aristóbulo como é que o Vasco não ficou com um jogador desses?” e o centro-avante Rui Rei que também já o conhecia opinou “o Baiano é meio complica-do!”. Foram realizadas três reuniões entre diretores do Vasco e Flamengo e nada resolvido. Walter Miraglia indicou-o para o Marilia “Tudo certo eu pedi um Karma Gia zero de luvas, o time ofereceu outro carro eu não aceitei” lembra.

Ai começa outra etapa na vida do jogador, na

época com cerca de 20 anos: O Novos Baianos F.C. Co-meçou a andar com a turma

do grupo musical: Morais Moreira, Galvão, Pepeu Gomes, Baby Consuelo, Gato Felix (de Feira) e ou-tros. Tinha um time que jo-gava em Jacarepaguá onde os artistas moravam em um sitio. Foram dois anos fora do futebol profissional. O local era frequentado por artistas e jogadores de bola como João Nogueira, Brito, Cazuza, Afonsinho, Marinho Chagas. O joga-dor feirense ganhou uma musica de Pepeu Gomes o chorinho “Biribinha nos States” que foi regrava-da em Montreal, Canadá, durante um show Walter

Davis em ritmo de jazz em homenagem a Biribinha, o que demonstra o carinho dos Novos Baianos e can-tor norte-americano com jogador. Em 1976 estava no Fluminense de Feira novamente quando Renato Costa (Renato Mexicano), veio dos Estados Unidos para buscar um jogador do Flu indicado por Barbosa (Loja Elegante). O nome era Paulo Roberto, mas no amistoso contra o Fla-mengo quem arrebentou foi Biribinha.

No final do jogo Barbosa se dirige a Renato: “e ai gostou do Paulo?”. “Muito bom jogador, mas que é aquele ponta?” per-guntou Renato. “É o malu-co do Biribinha” respondeu Barbosa. “Eu vou levar

ele!” Biribinha foi para o Thunder San Antônio do Texas onde ficou três

anos ganhou bom dinheiro e jogou fora com a mes-ma rapidez. Jogou uma temporada no México, outra no XV de Jau de São Paulo, mais dois anos no Chile, onde resolveu parar em 1979, e foi técnico do San Luiz. “Na verdade eu gostava de jogar bola para me divertir, nunca levei à serio, com responsabi-lidade de profissional. Se fosse hoje, com os salários milionários, talvez fosse diferente. Na verdade nem sei, continuo sendo o mes-mo Biribinha dos amigos e das pessoas que gostam de futebol arte”.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE10- ESPECIAL

Uma das mais belas vozes do radio brasileiro é feirense: Antônio Car-los Cerqueira, populari-zado como “o professor do amor”, devido às be-las mensagens românticas emitidas nos programas de radio e fora deles, encan-tando as pessoas pela forma inteligente e educada com que as trata, é um desses profissionais que se incor-poram de tal maneira à vida da comunidade que mesmo fora dos microfones, quer como comunicador, quer como cantor - hoje à frente das três bandas musicais que possui -, continua pas-seando no topo da memória dos que tiveram o privilegio de ouvi-lo na apresenta-ção de programas como Musical Dentro da Noite, Isto Foi Sucesso e Bom Dia Brasil, todos na Radio Sociedade.

Uma historia simples de um comunicador nato que começou na Radio Cultura de Feira de Santana em 1968, de onde foi em 1971 para a Rádio Cario-ca - atual Povo-, na época pertencente à Organização N. Fonseca, do empresário carioca Alceu Nunes Fon-seca. Em 1988 foi para a Radio Sociedade de Feira e em 1998, transferiu-se

O inesquecível professor do amor

Em 2010 recebendo o Troféu Imprensa em nome da Capim Molhado - “A Melhor Banda do Ano”.

para a Radio Subaé. Esteve posteriormente na Radio Carioca, mas deixou o microfone em função da atividade empresarial já que são suas as bandas Ca-pim Molhado (forró), Santa Fé (bailes) e Nível Superior (especializada em festas de formatura e bailes afins).

Voz marcante - com

impressionante capacidade interpretativa e criativa -, Antônio Carlos desde muito cedo gostava de compor e cantar e na época da Jovem Guarda era solicitado por amigos, mas não levava a sério a possibilidade de atu-ar profissionalmente. Em 1968 começou na Radio Cultura juntamente com o

irmão Henrique Cerqueira, ambos com muito sucesso. Todavia foi na Sociedade de Feira, onde apresentou Bom dia Brasil, Isto foi Sucesso e Musical Dentro da Noite, além de ocupar o cargo de programador que Antônio Carlos ganhou status de ídolo, com verda-deira legião de fãs entre os ouvintes. Suas mensagens e conselhos, não apenas emocionavam como modi-ficavam situações. Houve episódios de casais prestes à separação que se recon-ciliaram e até um ouvinte desesperado, a caminho do suicídio, que ouvindo “o professor do amor” desistiu do ato tresloucado, reco-brou a vontade de viver.

Na Sociedade Antônio Carlos Cerqueira, como coordenador da discoteca ampliou significativamen-te esse importante setor da emissora, conseguindo centenas de discos junto às gravadoras e graças à sua diplomacia trouxe grandes artistas a esta cidade. Nessa época devido à bela voz e boas composições foi convidado pela RGE para participar do LP “ Comuni-cadores do Sucesso”, sendo o único de uma emissora do interior do Brasil incluído nessa relação de escol.

Foi contratado pela RGE, depois gravou pela Copaca-bana e Brasidisc, todas em São Paulo. “De repente va-leu”, “Resto de Lembran-ça” e “Amar sozinho dói” musicas de sua autoria, foram os maiores suces-sos. Todavia o “professor do amor” não se limitou a ser disck-jockey, atuando como a mesma desenvol-tura no radio-jornalismo, no esporte, como repórter de pista e comentarista de luta livre e em transmis-sões externas a exemplo da cobertura da Micareta. Graças à sua capacidade foi diretor da Radio Subaé AM e da Nordeste FM, im-primindo sempre melhorias significativas.

Texto pronto, como

se diz na linguagem das redações, Antônio Carlos que é formado em Direi-to, atuou na FOLHA DO NORTE e no Jornal da Bahia e outros jornais do interior baiano. Sensível, lembra cada momento de sua carreira, colegas e pessoas como Cid Miran-da (diretor da Carioca) e frei Ambrósio Lobo (di-retor da Sociedade) que tiveram grande influência em sua vida e conclui di-zendo que “Tudo isso só foi possível graças a um amigo especial, que me chama de irmão, Zadir Marques Porto. Ele me levou a trabalhar nesses órgãos de imprensa. Por ele tenho um carinho especial” conclui.

Antônio Carlos e o amigo Agnaldo Timóteo.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTEESPECIAL -11FOLHA DO NORTE

Herivaldo Morais “Vadinho da Carne do Sol”

C o m e m o r a r 105 anos de uma i n s t i t u i ç ã o como a Folha do Norte é, sobretudo, um preito merecido ao mais a n t i g o Jornal da Bahia. Saudações!

Denise MascarenhasSecretária de Saúde do Município

Imagino a Feira de Santana de 105 anos atras. Tenho saudade do que

não vi, mas fico feliz porque você viu e registrou esse

passado. Viva a Folha do Norte!

Nos tempos dos babas, Fei-ra de Santana era uma verdadeira “fabrica” de bons jogadores. Havia campos em todas as partes da cidade. Campo dos casa-dos, Usina de Algodão, (eram dois), Estação Nova, espinho, Palmeiras, Bangu, Kalilandia, Horto, Tanque da Nação, Gastão Guimaraes, Colégio Estadual, da palmeira, do São Paulo -,esses no centro e de dimensões compatí-veis com campos oficiais, não se falando ai nos de pequenas dimensões e nos campos de quintais. Nessa época sugiram grandes jogadores e dentre eles um dos melhores laterais pela esquerda do futebol feirense: Val-mir Ferreira Mendes, que viria a se popularizar como Esquerdinha e para alguns amigos Baby.

Zé Augusto, Edmilson, Carlinhos, Tufu, Maica e Esquerdinha. Flori, Dilermando, Tanajura, Chinesinho, Marcos e o massagista Foca .

Esquerdinha – um canhoto bom de bolaNatural de Coração de Ma-

ria e de uma família de ótimos jogadores: Wilson da Decoram, Antônio-Canhoteiro, Valdézio, Valdoberto-Yoio, Valfrido, Vival-do e Willy, este excelente lateral direito e atual presidente do São Paulo), Esquerdinha começou com os irmãos no campo da serraria (campo da serraria de Godofredo Carvalho, que existia onde hoje é a subestação da Co-elba) na avenida Maria Quitéria, e logo chamou atenção :chute violento com o pé esquerdo, ótima impulsão, velocidade , bom drible e passe preciso. Era um lateral moderno para a época já que avançava muito no apoio e saia bem pelo meio de campo como meia-armador.

Bahia de Genésio, Liber- dade do Tenente Aranha, Vasco, Flamengo e Seleção Feirense que conquistou o Intermunicipal foi a rápida Trajetória de Esquerdinha no futebol amador. Entre 1967 e 1969 ele atou no Vasco de Feira que disputou o campeonato baia-no da segunda divisão de profis-sionais em 1970 foi contratado pelo Jequié, onde viveu grande fase. Essa performance atraiu as atenções de alguns clubes dentre eles o América do Rio de Janeiro, que era dirigido por Evaristo de Macedo, mas o receio de ficar longe da família - os pais Lauro e Catarina Mendes e os 12 irmãos -, fez com que Esquerdinha não aceitasse o convite. Voltou para esta cidade onde atuou, por pou-

co tempo, no Bahia de Feira e esteve na iminência de ir para o futebol sergipano, mas preferiu, mais uma vez ficar com a família e deixar o futebol.

Do Jequié são as melho-res recordações da época de profissional, principalmente da memorável vitória sobre o Bahia por 2 x 1, quando além de anular totalmente o meia Baiaco, que era a estrela e o termómetro do time da capital, Esquerdinha foi escolhido pela crônica esporti-va como o melhor jogador em campo. Nesse jogo, em 1970, Dilermando (hoje medico em Feira) e Marcos fizeram os gols do time da morada do sol e Sanfelipo para o Bahia. Ele não

esquece a formação do azulino nessa memorável vitória: Ed-milson, Tufú, Carlinhos, Zé Augusto e Esquerdinha, Maíca e Chinesinho, Flori, Dilermando, Tanajura e Marcos. O técnico era Geraldo Pereira.

O Bahia derrotado pelo Jequié tinha excelente equipe: Jurandy , Nelson Cazumbá, Ze Oto, Adevaldo e País, Amorim, Elizeu e Baiaco, Carlinhos Gon-çalves, Sanfelipo e Artur. Fleitas Solich era o técnico. Esquerdinha era um jogador veloz que além de marcar muito, era difícil o atacante passar por ele, saia com facilidade da defesa para o ataque e finalizava bem, com chute muito forte. Contra o Re-

denção na Fonte Nova marcou um “golaço”. Pegou a bola no meio de campo passou por três adversários em mandou para as redes. Contra o SMTC, também na Fonte Nova outro bonito gol cobrando falta de forma inde-fensável.

Um fato que ele não esque-ce no futebol. “ O nosso prefeito Jose Ronaldo de Carvalho estava em Salvador participando de uma convenção politica, e em dado momento ligou para mim e anunciou que iria passar o telefone celular para um pessoa que eu conhecia muito. Para a minha surpresa era o senhor Gileno Fonseca ,na época dire-tor do Jequié e atual prefeito de Itajubá, que muito emocionado lembrou os bons tempos que vivi naquela cidade, defendendo o Jequié” destaca o antigo lateral esquerdo. Ele também recorda do Vasco, que disputou o campeo-nato baiano de profissionais na década de 60 e aponta a melhor formação: Vando, Gilson, Carlão, Eli e Esquerdinha, Geraldo, Fer-nando Macaco, Juarez, Nem, Ze Plinio e Pontinha. O técnico era Setenta e Quatro (José Francisco dos Santos). Funcionário público municipal há 22 anos, Valmir Ferreira Mendes – Esquerdinha, é casado com dona Djanira e tem quatro filhos. No serviço publico, dedica-se ao trabalho como a mesma determinação e respeito que marcou sua vida no futebol.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE 12 -ESPECIAL

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE ESPECIAL -13

Uma atacante que se encaixaria perfeitamente no futebol atual: rápido, habi-lidoso, insinuante. Jurinha (Juarez Candido Souza), sergipano de Propriá teve uma passagem marcante no futebol da Bahia, começan-do no Fluminense de Feira em 1969, depois esteve no Bahia de Feira, Vitória e Bahia da capital, Alagoi-nhas, além de vários outros clubes brasileiros, sempre aplaudido pelo torcida e temido pelos adversários. Jurinha começou nas pe-ladas em Propriá e deu os primeiros passos no Améri-ca, onde se profissionalizou em 1963, aos 16 anos, ainda juvenil, tanto que seu pai teve que assinar o contrato. Interessante é que toda a família do atleta torcia pelo Propriá.

O futebol do garoto chamava atenção e logo ele foi parar no Rio de Janeiro, na Gávea, emprestado ao Flamengo, onde estava se dando bem, mas houve di-vergência do time sergipano com Aristóbulo Mesquita, que havia sido jogador do rubro-negro e era quem decidia na hora as contra-ções do Mengo. Em 1967 Jurinha retornou a Sergipe e foi defender o Cento Es-portivo Alagoano (CSA) de Maceió. Foi campeão estadual em 1968 defen-dendo o Sergipe e esteve no Palmeiras, por empréstimo. O Bahia mostrou interesse em contratá-lo, mas os en-tendimentos não foram con-cluídos, já que a lei do passe preso, na época, dificultava muito uma negociação.

Jurinha - jogou e torce pelo FluminenseO Fluminense tinha não apenas forte equipe, mas um

elenco de qualidade. Foi a década do touro, campeão de 1963 e 1969. No time de 69 o sergipano Jurinha, com a sua velocidade, o drible fácil e os cruzamentos precisos contribuiu decisivamente para o título estadual. Hoje em Propriá, onde nasceu e vive com a família, ele não esquece o tricolor. Curiosamente o antigo atacante até hoje lembrado pela torcida local, torce por dois times:

Flamengo e Fluminense de Feira.

Em 1969 Jurinha teve o passe comprado pelo Fluminense e fez parte do elenco campeão baiano de 1969 atuando ao lado de Ubirajara, Ubaldo, Sapatão, Mario Braga, Nico, Freitas, Joao Daniel, Quincas, Ro-bertinho, Merrinho, Delor-me, Marcos Chinês, Noroel, Luiz Alberto, Renato, Hélio Abacate, dentre outros. Em 71 o atacante foi para o Bahia de Feira. Jurinha era titular do Fluminense, mas o técnico Walter Miraglia, que o conhecia desde os ju-venis do Flamengo, queria que o veloz ponteiro fizesse uma função diferenciada no tricolor, voltando para mar-car o extrema adversário, dando assim condições para que o lateral Ubaldo atuasse como atacante.

“Eu sempre joguei na frente, em velocidade, como poderia voltar para marcar sem ter a menor ca-racterística de marcador?”. Diante do dilema ele prefe-riu ir para o Bahia de Feira em 1971. No ano seguinte esteve no Alagoinhas Atlé-tico Clube, passou alguns meses no Vitoria e foi para o Bahia em 1972, quan-do o tricolor tinha no seu

elenco o goleiro argentino Buttice, Zé Oto, Roberto Rebouças, Eliseu, Baiaco e outros craques. A chegada de Natal, excelente ponteiro do Cruzeiro, que estava no Corinthians, deixou Jurinha insatisfeito e ele pediu para ir embora já que o CSA, de Maceió insistia em leva-lo.

Parou de jogar em 1989 no América em Propriá depois de uma fratura na perna direta. Em1990 Juri-nha dirigiu tecnicamente o Propriá, que subiu para a primeira divisão do futebol de Sergipe, mas não deu sequencia à carreira de téc-nico. Aos 66 anos de idade, residindo em sua terra, Pro-priá, Jurinha é casado e pai de sete filhos dois dos quais jogavam bem, mas não de-monstraram interesse em seguir os passos do pai. Da época de profissional Juri-nha tem boas recordações e de Feira de Santana, ele tem um carinho especial “vivi momentos importantes em Feira, fiz grandes amigos como Ubaldo, Freitas (am-bos falecidos), Merrinho, Nico, Ubirajara, Maromba e Robertinho, este uma ser humano fora de série e com o qual até hoje estou sempre

em contato”.Muitos jogos difíceis

e importantes, muitos gols bonitos, marcadores impla-cáveis, aplausos, algumas criticas, tudo natural na vida de um jogador de fu-tebol profissional. Por isso mesmo a natural saudade quando a conversa tende e falar do passado. E um gol que você não esquece Jurinha? “Fiz alguns boni-tos e importantes, mas não esqueço um na época do Fluminense. O goleiro do Conquista lançou a bola para o ataque, eu interceptei colando a bola no chão e devolvi mandando para as redes dele, que nada pode fazer. Um gol rápido, frio, desconcertante!”. Em Ser-gipe outros dois gols seme-lhantes, um deles na saída de bola no meio de campo “aquele que Pelé tentou e não conseguiu”. O fato é que o atacante sergipano além de muito rápido tinha um reflexo incomum.

Jurinha trabalhou com muitos técnicos e cita den-tre os melhores: Lauro (no juvenil do América de Pro-priá), Djalma Santos ( Vi-toria), Silvio Pirílo (Bahia), Walter Miraglia( Fluminen-

se) com uma ressalva “no primeiro ano de trabalho com ele foi excelente, mas no segundo ele queria que eu fosse um jogador de marcação. Foi por isso que eu deixei o tricolor. Ele estava inventando ”. Muitos jogos ficaram na memó-r i a d e J u -r i -n h a , mas ele não esque-ce as duas vitó-rias sobre o Bahia em 69, ambas por 1 x 0. A segunda na Fonte Nova gol de Freitas, numa jogada sua pela direita.

“Quando chegamos em Feira de Santana a cidade estava vivendo uma Micareta, éramos campeões da Bahia com três ou quatro rodadas de antecedência “lembra. Jurinha fez boas amizades com alguns diri-gentes e gosta de citar Alber-to Oliveira, do Fluminense. “Quando eu pedi para sair do clube devido a implicação de Miraglia que era quem mandava no time de futebol, seu Alberto fez tudo para que eu ficasse e chegou a chorar, mas eu não podia”. Lembra também do gerente do Flu, Mario Porto “outro homem de bem” e do advogado Re-nato Sá, na época presidente do Bahia de Feira.

Jurinha aponta o lateral-esquerdo Marinho Chagas, jogador rio-grandense do norte, que atuou no Botafo-

go e na seleção brasileira como o marcador mais difícil que encontrou. “Ele era extremamente rápido e técnico. Sabia antecipar de tal maneira, que sempre chegava antes do atacante. Joguei contra o Marinho quando eu estava no Ala-goinhas e ele no Náutico de Recife. Foi o marcador que mais me deu trabalho”. Jurinha passou por muitos clubes, mas o Flamengo e o Fluminense de Feira, são os seus times preferidos. “Sempre respeitei e admirei a todos os clubes que passei, mas sou torcedor do Fla-mengo e do Fluminense de Feira, pelo qual fui campeão baiano de 1969” conclui.

Feliz por ter nascido nesta terra que se agiganta nos seus 181 anos e por

nela existir o mais antigo jornal da Bahia, agradeço a Deus e a Senhora

Santana as benções recebidas. Obrigado!

Frei Cal

Na esteira do tempo Feira de Santana tem perdido muito do seu patrimonio historico-cultural, mas felizmente, temos a Folha do Norte garantindo nos seus 105 anos de circulação grande parte da vida da Princesa do Sertão. Parabéns!

Magno FelzemburgAos sábados das 15

às 17 horas na Rádio Sociedade com o

programaSociedade e Você.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE14 -ESPECIAL

Feira de Santana já perdeu muito do seu patrimônio sócio-cultural, como recentemente o Cajueiro e o Feira Tênis Clube, todavia talvez nada tenha atin-gindo tanto o sentimento do feirense como o desaparecimento do Cine Teatro Iris, pelo que ele representou para tantas gerações, de uma forma democrática sem a necessidade da mesma seleção de níveis sociais observada no caso dos clubes. Se bem que logo no inicio ir ao cinema exigia quase um ritual, coisa própria da época, em pouco tempo esse era um entretenimento acessível e ao al-cance de todos, o que não ocorria

Cine Iris - uma casa de sonhos e amorescom os clubes socais. Menores e adultos tinham no Iris um casa de sonhos e fantasias. O glamour dos atores de Hollywood, a co-ragem dos caubóis, os romances que provocam lagrimas, o fogo das guerras, o riso das comedias. Só mesmo o cinema!

A segunda guerra mundial ainda era o centro das atenções quando o Cine Teatro Iris foi inaugurado em 9 de maio de 1944. Existia até então o Cine Santana, na rua Conselheiro Franco(Rua Direita) que já não atendia os anseios dos frequen-tadores. Um grupo constituído pelos senhores Iderval Alves,

Teodomiro Alves, Felinto Mar-ques de Cerqueira, Hermínio Francisco dos Santos, Adalberto Constâncio Pereira, Cicero Freitas de Carvalho, Arnold Ferreira da Silva, Eduardo Froes da Mota, Carlos Rubinho Bahia e Mercedes Freitas de Carvalho, formou uma sociedade com o objetivo de dotar a cidade de uma moderna casa cinematográfica e

de forma vitoriosa promoveu a inauguração.

Quatro anos depois o Iris foi vendido por R$400 mil ao empresário Afonso Cavalcante de Carvalho que foi proprietário da maior rede de cinemas da Bahia. Em 1962 o cinema foi adquirido pelos irmãos Nor-mando e Nilton Barreto por 1.250 mil pagos em 12 parcelas

mensais. De 1970 a 1981 a casa foi arrendada a Distribuidora de Filmes Calumbí, retornando aos proprietários em 1981. O Iris oferecia 1.200 assentos. Em 1970 foi iniciada a modernização técnica com a substituição da aparelhagem de projeção de 35 milímetros por outra de 70 milí-metros, mas essa bitola não durou muito tempo devido problemas de ordem técnica. Na década de 80 os projetores da marca Torlay sofreram modernização. O sis-tema de carvão foi substituído por lâmpadas Xenon X -2000. Em 2012 o Iris, já funcionando precariamente fechava as portas, cerrando, também, um período de sonhos vivido pelos amantes da sétima arte.

Normando Barreto, em uma das suas entrevistas concedidas à Folha do Norte destacou a importância do Iris nas décadas de 40 e 50 quando a sociedade feirense ali ia para se distrair e os frequentadores faziam questão de trajar suas melhores roupas. Eram sessões noturnas às quartas-feiras, sábados e domingos e matines aos domingos quando menores de ida-de iam assistir os famosos filmes de farwest. No inicio as famílias tinham seus lugares reservados de uma forma tácita e ninguém ocu-pava a cadeira de outro e quando o “titular” não comparecia o local ficava vago.

Grandes filmes marcaram a existência do Iris e dos que ali foram assisti-los como: Olhai o Lírio nos Campos, Casa de Bonecas, Assim Caminha a Humanidade, E o Vento Levou, Os Canhões de Navarone, e centenas de outros em períodos mais recentes. Doris Day, Doroty Lamour, Ernest Borgnine, Susan Hayward, Elizabeth Taylor, Gay Cooper, Ingrid Bergman, Rocky Hudson, Clark Gable, Humphrey Bogard, Brigitte Bardot, Robert Mitchum, Sofia Loren e muitos outros atores também ate hoje são lembrados graças às telas do Cine Iris. Aos domingos as matinês que reunia a gurizada tinha os filmes de caubói com Tom Mix, Glenn Ford, Jack Pa-lace, Gary Cooper, John Wayne, Paul Newman, Burt Lancaster, James Stewart, Kirk Douglas, Hopalong Cassidy, Rocky Lane, Monte Hale, Billy Boyd, heróis que povoavam a cabeça da me-ninada.

O Iris chegou a reunir 3.000 pessoas em sessões noturnas. A partir do advento da televisão e a sua popularização nos lares brasileiros começou o esvazia-mento dos cinemas e no caso do Iris, o fechamento em 2012 e a demolição do prédio que ficava na avenida Senhor dos Passos, esquina com a rua Carlos Gomes em 2013.

c o n f e c ç õ e s

RUA SALES BARBOSA,325 CENTRO (75) 3602-5612PRAÇA JOÃO PEDREIRA, 36, CENTRO (75) 3602-5617RU MARECHAL DEODORO, 48, CENTRO (75) 3602-5616RUA MARECHAL DEODORO, 37, CENTRO (75) 3602-5615

Fazer 105 anos é algo fascinante, tão fascinante como

ir à lua. Melhor ainda é ter registrado esse momento

máximo da capacidade humana e tantos outros fatos

importantes em mais de um século de circulação. Sinceros

parabéns da direção e funcionarios da J.R. Confec-ções que também escreve sua historia em Feira de Santana!

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE ESPECIAL -15

Wilson Pereira

O Mais antigo jornal do estado da Bahia, a Folha do Norte é

um registro da história de Feira de Santana que não se pode prescindir. Por isso mesmo, nesta data, não poderiamos

deixar de saudar nosso amigo Hugo Navarro e a competente equipe que garante essa rara

longevidade.

Saudações da COOPEFEIRA / FRIFEIERA.

Nada se faz sozinho. E com prazer estamos juntos nessa caminha-da de informar com qualidade. Saudamos a Folha do Norte pelos 105 anos. A sua felicida-de é a nossa também. Parabéns!

Técnico da seleção sub 17 de Irará, onde trabalha com jovens a partir de 4 até 17 anos, visando a formação de novos talentos, Cesinha (Amado Cesar Martins Campos), foi um desta-cado meiocampista na década de 80 e inicio dos anos 90, com im-portantes passagens pelo Fluminense de Feira em 1982 e 1988. Natural de Irará, Cesinha come-çou no time juvenil do Vitória em 1978 e logo chamou atenção pela habilidade com a bola, passe apurado e domínio do seu espaço dentro de campo. Como volante ou meia a atuação tinha a mesma eficiência.

Em 1980 Nilton Santos a “enciclopédia do futebol” que teve rápida passagem no co-mando técnico do Vito-ria, viu o garoto ainda no time da base e não teve duvida colocou-o na equipe profissional em quatro jogos seguidos pelo campeonato baiano e não se decepcionou, pelo contrário, deu tudo certo! Jovem e querendo atuar, Cesinha foi em-prestado ao Fluminense

Cesinha renova o futebol de Irará

de Feira na tempora-da 81/82 formando no jovem time que tinha Carlos, Bodi, Miran-dinha, Joselito, Galego, Helinho, Fal, Rui dentre outros.

Em 1983 Cesinha voltou ao Vitoria, mas sofreu forte contusão na região pubiana e de-pois de recuperado foi emprestado ao Serrano de Vitoria da Conquista que armou uma equipe respeitável chegando a ganhar um dos turnos do campeonato esta-dual. Jogavam no Ser-rano Claudir, Nilson Paulista, Lima, Cava-linho, Polosi, Edelvan, os irmãos Kel e Zó, Tidão, Lulinha e outras estrelas. Como técni-cos passaram pelo time conquistense Bismarck, Elias Borges e César Maluco (que jogou no Palmeiras). Ótimas tem-poradas valorizaram o futebol de Cesinha que foi recontratado pelo tricolor em 1988 com ele vieram do Serrano o atacante Tidão e o meia esquerda Lulinha.

O Fluminense for-mou um grande time que tinha ainda Rivaldo, Ro-

berto Mendes, Ubiracy, Carlos, Hugo, Ademir Lobo, Celso Mendes, Quirino, Baiano e Ca-reca. Depois do tricolor o volante iraraense foi atuar no futebol pernam-bucano passando pelo América e o Paulistano, equipes que embora não figurem no momento na primeira divisão atra-vessavam ótima fase na época e têm boa estru-tura, inclusive estádios próprios. Em 1993 no Camaçary, um lesão no joelho esquerdo fez com que Cesinha, então com 32 anos parasse de jo-gar.

Em 1994 o presi-dente do Camaçary, Fer-nando Lopes colocou Cesinha como técnico do “time do polo” que foi campeão do primeiro turno do estadual. Com as qualidades de traba-lhador, responsável e serio ele permaneceu na comissão técnica do al-vi-anil durante 12 anos. Trabalhou também no Cruzeiro, de Cruz das Almas, e São Francisco do Conde, voltando para sua terra onde rea-liza destacado trabalho na formação de valores

para o futebol. Muitas amizades

ao longo da carreira e boas lembranças tam-bém. Trabalhou com téc-nicos renomados, dentre

outros: Alencar, Eliseu Godoy, Cesar Malu-co, Bismarck, Nilton Santos, Sapatão, todos merecedores de elogios, além de Barbosinha, que

ele destaca como muito bom no trabalho de base, mas o pernambucano Gi-vanildo, na opinião dele, foi o melhor de todos, pela metodologia e pela maneira de transmiti-la aos atletas nos treina-mentos. “Competente e com capacidade de se fazer entender, de forma simples, por todos”.

Jogando como vo-lante e meia Cesinha fez vários gols ,mas destaca como os mais importan-tes, um marcado contra o Bahia, de cabeça aos 43 minutos do segundo tempo quando atuava nos juniors do Vitória e garantiu o empate para o rubro-negro que foi bi-campeão estadual. Como profissional no Serrano outra vez mar-cou contra o Bahia. O goleiro era Ronaldo Passos. Em 1982 num Ba x Vi Cesinha foi o melhor jogador em campo pelo Vitoria e Emo pelo Bahia. Hoje recuperado da lesão no joelho esquerdo joga re-gularmente com amigos em Irará e ainda mostra a habilidade que mar-cou sua passagem pelo futebol.

Sindicato dos Radialistas de Feira de Santana.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE16 -ESPECIAL

enalteço

pujante

“Meu time é o Fluminense de Feira, mas sou torcedor também do Fluminense do Rio e do Santa Cruz. Três tricolores”. A declaração do per-nambucano Chumbinho (Odenilton Vitor Gomes), é uma importante revelação de amor do ex-ponta di-reita, aquele mesmo que marcou época no time campeão baiano de 1969, e que vivenciou uma história de fé e coragem, ao se recuperar de uma série de cirurgias no joelho di-reito estourado, devido um pontapé criminoso do ex-jogador do Bahia, Roberto Rebouças. Chumbinho perdoou a agressão, pagou promessa - caminhando de Feira de Santana a Salvador -, e voltou a jogar futebol, o que ninguém mais esperava.

Pernambucano de Olinda, Chumbinho - apelido que ganhou quando garotinho por ser muito forte e pesado -, começou no futebol de forma interessante. Em 1965 ele trabalhava em uma empresa de trans-porte urbano em Recife e durante um torneio da categoria foi observado pelo técnico Raul Bitencourt, do Sport de Recife que no final do jogo foi procura-lo: ”Garoto quanto você ganha nessa empresa?” e diante da reposta, o bigodudo Bitencourt sen-tenciou. “Se você quer ganhar 1.500 para jogar no Sport já está contrata-do!”. Claro que Chumbinho queria. De 960 mil, seu salario na empresa de ônibus, para 1.500 a diferença era grande, além disso, o que ele queria mesmo e era jogar futebol!

Com 17 anos assinou com o “Leão da Ilha” e fez vários jogos no time principal, mas houve atraso sa-larial e o pai do jogador levou-o para o Centro Sportivo Alagoano(CSA) de Maceió “atuei no CSA durante

Chumbinho - uma história de fé e coragem

O River de 1973: Burunga, Dé, Gerson, Osíris, Nelson e Luizinho; Batata, Derivaldo, Chumbinho, Paulo Choco e Batistinha. (Foto acervo Severino Filho).

três anos - 66/67/68 e fui tricam-peão alagoano”. Em 1969 veio para o Fluminense na transação mais importante que o tricolor fez na época. Foram seis milhões de luvas e seis milhões do passe (valores da época). ”Com 12 milhões fui a uma concessionária adquiri um automó-vel por 814 mil, paguei 30 mil do emplacamento e ainda fique com mais de 11 milhões” lembra.

No tricolor uma fase admi-rável. Os dribles “entortavam” os adversários e muitos torcedores di-ziam “No Brasil só tem Garrincha e Chumbinho”, mas veio o jogo com o Bahia pelo certame de 1969 na Fonte Nova que deu o titulo de campeão estadual ao Fluminense. Chumbinho fez o primeiro gol na vitória de 2 x 1 sobre o time da capital, Adilson que entrou em seu lugar fez o segundo. Era festa do veloz atacante pernam-

bucano em cima da defesa do Bahia até que Roberto Rebouças, famoso pela violência e deslealdade, pegou Chumbinho por trás. O joelho direito inchou no mesmo instante. Muito gelo, muita dor, o caminho do COT, clinica de ortopedia em Salvador, e uma série de três inevitáveis ci-rurgias com os melhores médicos da época: Moisés Schipper, Moises Wolfowick e Fernando Filgueiras.

Meses de fisioterapia, trata-mento intensivo, e um só comentário “ele não voltará a jogar futebol”. Mas depois de um ano e nove me-ses de sofrimento o veloz ponteiro voltava a vestir a camisa tricolor em um jogo com o Itabuna no mês de julho de 1971. Devoto de Senhor do Bonfim, Chumbinho pagou promes-sa caminhando de Feira de Santana a Salvador. Um grande número de torcedores acompanhou o atacante

até a Igreja de Santo Antônio, no bairro Capuchinhos, e dali ele em-preendeu a caminhada ao lado da esposa. Foram três dias andando na BR-324 e se fortalecendo, espiritual e fisicamente. Muitos torcedores oravam pelo atleta e os meios de comunicação acompanhavam a vitoriosa trajetória.

Recuperado voltou a Maceió e foi atuar no Centro Social Esportivo (CSE), de Palmeiras dos Índios. De-pois através de um amigo foi para o Tiradentes de Piauí, mas terminou assinando com o rival River, após uma serie de exigências do clube piauiense. “Eles me queriam ver atuando. Enfrentei o Parnaíba e fiz ótimo jogo, mas alegaram que era um time pequeno e propuseram que eu jogasse contra o Tiradentes. Eu pedi que fosse feito um seguro. Deixei a diretoria e os torcedores en-

tusiasmados. Acabei o jogo, assinei, e fui campeão de 1973 pelo River”, conta. Titular do time piauiense Chumbinho foi contratado pelo Nacional de Manaus, para disputar o Campeonato Nacional e em um jogo contra o Atlético do Paraná, sete anos depois, voltou a sentir o joelho. “O doutor Décio Castelo Branco examinou e disse: é hora de parar”.

Casado com a alagoana Josete Santos Gomes, pai de dois filhos, Chumbinho reside na cidade per-nambucana de Paulista e acompanha o futebol pelo radio e televisão, mas não esquece os bons tempos de joga-dor. Começou aos 17 anos, no Sport Clube de Recife com Raul Bitencourt como meia, mas foi logo depois no CSA que ganhou a camisa sete definitivamente. “Devo a mudança ao técnico alemão Ludiberk. Foi só ele me ver jogar e disse: Com esses dribles, você é ponta garoto!”. Se o

técnico alemão traz boas lembranças o mineiro Barbatana do Nacional de Manaus não. “Foi o pior técnico da minha vida. Era chato, exigente demais!” diz. Do Fluminense de Feira as melhores recordações de sua carreira, mesmo tendo sofrido grave contusão. Ele não esquece a força da torcida e o apoio de dirigentes como Tuta (Arivaldo de Carvalho), Alberto Oliveira, Adauto Pitiá, Mario Porto e o médico Alberico Novais. O tricolor pagava tudo em dia e lhe garantiu a melhor assistência possível durante o período em que ele esteve inativo, devido à contusão. Chumbinho lembra todo o time campeão de 69 especialmente dos companheiros de ataque, que também eram pontas, Adilson e Pinheirinho, fica triste em saber do falecimento de Pinheiro e não esconde a vontade de voltar a Feira de Santana, mas entristece. “O Fluminense na segunda divisão? Olha, eu não quero nem pensar!”.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE ESPECIAL -17

IRARÁ INSPIRA O POETA NELSON PINHO Qual a dis-

tância do sonho para a realidade? Difícil precisar. Não há medida que definia a dis-tancia entre esses dois pontos ima-ginários e às vezes reais, pois eles po-dem estar a anos luz de distancia ou separados por um tênue sopro, tão imperceptível, mas capaz de apa-gar uma vela ou o fogo que crepi-ta, sem que quem perto está perce-ba. Pode também aviva-lo! O sonho não é apenas um privilegio de que

dorme, há quem viva a sonhar com amores, romances, uma humanidade feliz, vivendo em paz, com cordia-lidade e respeito, com solidariedade e amor.

Quem são es-sas pessoas, elas e x i s t e m ? S e m duvida, conheço algumas que po-dem ser relaciona-das e, dentre elas, há uma especial, que armazena em seu coração tanta bondade que nela se esconde ate dos amigos que mais lhe querem bem, talvez com receio

de magoa-los, algo tão improvável como o sol nascer à meia-noite. Esse preambulo des-cortina um abraço monumental para um ser especial Nelson Pinho. Po-eta, escritor, can-tor, pensador, que vivencia a cidade de Irará, de forma amorosa, terna, sentimental, com paciência sem vi-rar o calendário do tempo para melhor poder sa-borear a sua exis-tência com abso-luta fidelidade.

Parece longe do mundo, mas

não está. Poeta é assim mesmo! Nada de disciplina rígida de quartel. Do tempo nascem levas de poemas em forma de can-ções. Tem sido as-sim. Nelson Pi-nho refugia-se no reino encantado dos seus sonhos ao lada de sua mãe, dona Noélia Paes Coelho Pinho e, sem anseios fe-bris, produz be-los trabalhos. A s s i m s ã o vários cds gravados. Desta fei-ta Nelson P i n h o

dentre as novas obras compos-tas ele criou re c e n t e -m e n t e o Hino Apolo-gia em h o m e -nagem a Irará.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE18 -ESPECIAL

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE ESPECIAL -19

Polo dos Cosméticos – Feira na liderança!

Graças ao pionei-rismo de Leo Ribeiro, que aqui chegou há seis anos e implantou a PhytoNordeste, hoje a metropolitana Feira de Santana conta com um dinâmico Polo dos Cosméticos - em per-manente expansão -, que é uma referencia no segmento para toda a Bahia. Tratando-se de Essências para perfu-mes, cosméticos, sane-antes em geral e outros, não é preciso ir longe porque a Princesa tem tudo!

PhytoNordeste Es-sências , R. Ribeiro, Ge-ral Tec, Geral Tec II, Dis-tenol, Dunga Essências, Nordeste Essências, Cicero Nery Essências , Plástico Jacuípe, Natus

Surgido há seis anos, graças a determinação de Leo Ribeiro, hoje o Polo dos Cosméticos,

é um conglomerado de empresas em fase de expansão, propiciando cerca de 250

empregos diretos e centenas de empregos indiretos.

Life Cosméticos, M.S.B Cosméticos e A.C.O Du-arte Cosméticos, empre-sas que formam o Polo dos Cosméticos agra-decem às autoridades municipais, estaduais e federais, bem como aos empresários, clientes e amigos pelo apoio rece-bido. Polo dos Cosmé-ticos - Um lugar espe-cial para você!Avenida Deputado Luiz Eduardo Magalhães 9998 (Rua dos Cosméticos) Estra-da do Limoeiro – Feira de Santana.

Saudações de Leo Ribeiro, Duarte, Silvé-rio, Sávio, Dunga, Beto, Cicero Nery, Marcos e Onildo. Com trabalho e responsabilidade nós fazemos o Polo dos Cos-méticos!

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE20 -ESPECIAL

105 anos da historia de Feira de Santana estão na

Folha do Norte. Nosso reconhecimento.

Abraço amigos.

MARIO COSTA BORGESCHEFE DE GABINETE DO PREFEITO

Parabéns Princesa pelos seus 181 anos de progresso que transcorrem amanhã. Parabéns FOLHA DO NORTE pelos 105 anos, hoje. Feliz somos nósque podemos comemorar essas datas magnas!Saudações ....

Nivaldo Vieira

Cinegrafistas Marcos, Roque e João, ex-cinegrafistas da TV

Subaé, hoje vivem em outras atividades, cada um de-les com merecido sucesso mas fora da televisão. João Mascarenhas é editor de jornal e revista, Roque dono de uma produtora de vídeoe Marcos é agente de trânsito. Embora não sendo os pioneiros, os três atuaram por bom tempo na Subaé, e contribuíram bastante para o crescimento da emissora no cenário regional. Merecem todo sucesso.

Folha do Norte A coluna Foto&Grafia associa-se àqueles

verdadeiros feirenses que conhecem a Folha do Norte e reconhecem este semanário como “patrimônio da humanidade” e se orgulha de estar dento do seu ventre há 17 anos trazendo alegria para os que são alegres e tristeza para os que são amargos. Viva a Folha do Norte e que ela alcance o seu bicentenário ainda com Foto&Grafia no seu ventre!

Horário de Verão Um grupo de empresários e outro de trabalhadores

reuniram- se por uma causa comum:a volta do horá-rio de verão. Eles pretendem ir ao governado Jaques Wagner pedir para que a Bahia seja incluída na rota do desenvolvimento. Se isso não ocorrer a Bahia continuará na contramão do progresso. Se não muda o horário dos bancos, se não mudam os horários das novelas da Globo, como a Bahia pode continuar com o horário de Deus? Na verdade o horário de verão só não é bom para que é descansado e gosta de dormir até tarde. Exemplo? Claro, vamos começar com comuni-cadores, Edson Borges, Jailton Batista, o professor do Jardim Cruzeiro, Nivaldo Vieira, o historiador Carlos Mello, Dadá Maravilha e outros menos notáveis. Na Educação a professora Marlede, entre os empresários o mohamed Getúlio Andrade, bem assessorado pelo escritor Alberto Peixoto. Mas isso tudo porque esses senhores contam com muitos mordomos e seguidores e nada fazem. Se trabalhassem duro, como a maioria dos brasileiros, eles não iriam reivindicar o horário de verão para acordar às 3 horas da manhã para trabalhar!

AssessorasNo final da semana

passada ocorreu a inau-guração do comitê do deputado estadual Carlos Geilson em Feira de San-tana, com a presença de três das suas assessoras na Assembleia Legislati-va, as jornalistas Nubia Passos e Anna Sena, e a chefe de gabinete Lucia Pimentel , três competen-tes profissionais que além do trabalho na assessoria também estão atuando na campanha ao lado do parlamentar e radialista de Feira de Santana.

Carlos Mello A Câmara Municipal de Feira de Santana realizara

sessão solene no dia 18 deste mês alusiva às comemora-ções dos 181 anos de emancipação politico-administra-tiva do município com uma palestra do nosso colega de redação da Folha o Norte, Carlos Alberto Almeida Mello, Betinho para os íntimos, que é primo da poetisa Georgina de Melo Erismann e como ela tem o dom da poética, tanto assim que dentro de mais algum tempo lançará um livro de poesias que já está sendo preparado.

LeitoresDois leitores assíduos da Folha do Norte o motorista

José Silva Oliveira, atualmente nesta cidade e Jorge Tengo, que é propietário da escola Pré-infantil Reino da Alegria , no Jardim Cruzeiro não passam o final de semana sem ler a coluna Foto&Grafia e este jornal de um modo geral. Divertem-se com algumas notícias e assim nos dão o prazer dessa qualificada preferência. Gratos Oliveira e Tengo e continuem provando que têm juízo!

Roque, Marcos e João.

Lúcia Pimentel, Núbia Passos e Anna Sena.

RENASCER Nasci com o solCresci com as estrelasVivi com a luaDormi com o mar.Sonhei com as ondas da esperançaEnvolvendo o meus corpo.Acordei.Renasci.Vivo com amor e paz.

Celêne Ivo Junqueira Bacelar Set, 2013

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE ESPECIAL -21

depois da copa do mundo

Os jogos do Bahia

e Vitória no

e Drogaria.

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e no Centro Médico de Feira, 741 - Fone: 3623-7544/ 3623-0426.

Mel puro, própolis, pólen, méis compostos etc. Só do Apiário Favo de Ouro.

Aquele do rótulo verde e amarelo. 70 Anos de tradição

Telefone: Salvador 71-3354 6617

Comando: ROgERIO SANTANA

“o comentarista da palavra fácil!”

Sem cirurgias, sem maquiagem, porque rugas

são sinais de vida, a Folha do Norte chega os 105 anos de funcionamento. Quem sabe,

um dia chegaremos lá. Abraço fraterno.

Porque as abelhas são tão importantes para o planeta?

As abelhas estão no planeta a mais de cinquenta milhões de anos, e essa presença só foi possível devido a grande diversidade de plantas existentes. As plantas precisam muito das abelhas, sem elas não pode haver polinização (fecundação). As abelhas levam o gameta mas-culino de uma flor a outra e os frutos só nascem após este gameta, (o pólen), atingir o ovário da planta, (dentro da flor). Este fenômeno ocorre cento e quarenta e cinco mil vezes para as abelhas conseguirem um quilo de mel. Assim ao sugar o néctar para fazer o mel, as abelhas sujam seus pêlos com pólen, isso é inevitável, trata-se de uma troca, as plantas fornecem o mel e o pólen, alimentos para o desenvolvimen-to das abelhas, e recebem a sua fecundação, onde vão produzir seus frutos, (mangas, maçãs, melões, etc.), numa quantidade maior e com mais qualidade.

“É um fenômeno maravilhoso.”

Nossas homenagens ao jornal Folha do Norte, o único que tem mais

tradição do que o Apiário Favo de Ouro.

BrasileirãoRoberto Tourinho

Secretário de Meio Ambiente

Poucos conseguem uma vida tão longa mantendo o ideário de informar e servir à comunidade com a mesma fidelidade. É preciso dizer muito mais do que parabéns para quem tanto faz por Feira de Santana.

Um grande abraço, amigos da FOLHA DO NORTE!

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE

Secretario Municipal de Desenvolvimento Social.

ORCONGOMES ASSESSORIA CONTÁBIL

Avenida Getúlio Vargas 639 Salas 21/23Telefones: 3614 -2680 / 3614 -2682/ 9198 -2313

e-mail: [email protected]

Responsável técnico João Marinho Gomes Junior

CRC 8086- Ba

22 -ESPECIAL

Ildes Ferreira

Não há presente sem passado e enquanto construimos o

presente a Folha do Norte se incumbe de guarda-lo para o

futuro quando seremos passado. Tem sido assim desde

1909. Abraços!

Números, números!

São eles que comandam a nossa vida.

17/ 7/ 2014 - 105 Anos da Folha do Norte.

Para vocês 1.000.000 de abraços!

COLOCAR LOGO MORADA

Moradda Empreendimentos sauda a Folha do Norte

pelos 105 anos.

Ao longo dos anos sempre caminhamos juntos em direção ao progresso, de tal

maneira que seria impossivel não estarmos abraçados, mais uma vez, no

transcurso de datas tão significativas: 17 de setembro, 105 anos de fundação do Jornal Folha do Norte, 18 de setembro

181 anos de Feira de Santana.O Sindicato dos Produtores Rurais de Feira de

Santana está feliz em poder viver este momento tão importante.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE ESPECIAL -23

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE24 -ESPECIAL

Jailton Batista

O passado não retorna, mas é possível conhecer

muito do que passou através das páginas da

FOLHA DO NORTE. Uma história de 105 anos.

Saudações!

Uma escola de jornalismo fundamentada na ética e res-ponsabilidade. Uma historia de 105 anos preservando

fatos do cotidia-no feirense. É assim que

se traduz a caminhada da FOLHA DO NOR-

TE para ostentar a marca de o mais antigo jornal da Bahia. De nossa parte que conhe-cemos de perto essa instituição só podemos exultar e

dizer PARABENS!

105anos

Dois dias de festa na Princesa do Sertão - 105 anos da Folha do Norte, 181 anos

de Feira de Santana. As coisas boas sempre vêm

juntas. Parabéns!

Antonio Carlos Borges JuniorSecretário de Desenvolvimento

Econômico do Município

A Folha do Norte é tão importante para Feira de Santana que hoje ele completa

105 anos de fundação e amanhã a princesa faz 181 anos.

Não há como separa-las!

José CarneiroVereador

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE ESPECIAL -25

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE26 -ESPECIAL

Merca- Tudo - SupermercadoOnde tudo é mais barato.

Rua Recife, 125 - descida do Centro de Abastecimento.

Preservemos a Folha do Norte assim como ela faz com a história da nossa

cidade. Salve 17/09/2014.

Associamo-nos a esta comemoração com alegria porque ela é

merecida!Continuem com essa

bandeira de luta!

A trajetória de Feira de Santana nesses 181 anos de progresso está intimamente ligada ao comércio,

e grande parte da sua historia está nas páginas da FOLHA DO NORTE.

Portanto parabéns duplo do SINDICATO DOS EMPREGADOS

NO COMERCIO DE FEIRA DE SANTANA. Vamos em frente Companheiros! Delcio Mendes Barbosa

Presidente

105

A esperança é cheia de confiança. É algo maravilhoso e

belo, uma lâmpada iluminada em nosso coração. É o motor da vida. É uma luz na direção do futuro. A historia de Feira de Santana se

confunde com a história do Jornal Folha do Norte. Parabéns a Feira de Santana Princesa do Sertão e

ao Jornal Folha do Norte que durante os seus 105 anos todo final de semana é esperado

por todos.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE ESPECIAL -27

105 anos com corpinho de 20. Parabéns

Jornal Folha do Norte. Só quem tem tanto tempo de história pode contá-la

tão bem.

E-mail: [email protected]

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE28 -ESPECIAL

Av. getúlio Vargas, 219, sala 301 - Ed. Brasil Centro Feira de Santana -Ba

Fones: 3211-7615E-mail: [email protected]

“Aqui você está seguro”

José Carlos Barreto Reitor da UEFS

Feliz por ser filho desta terra.

Mesmo na era cibernética a segurança é fator fundamental.

Seguro de automóvel, vida, saúde, previdência privada, seguro contra

incêndio e transporte.

Erisvalter Dantas vai lhe ouvir e resolver!

São quase 25 anos de experiência.Seguro só com corretor de seguros.

Com o passar do tempo tudo muda e isso é natural,

mas a Folha do Norte continua na sua linha de

imparcialidade e respeito. Admiramos e

parabenizamos vocês!NORTE não é apenas um ponto cardial, é referência para quem procura um ca-minho, basta consultar a bússola! Feira de Santana, antes fazia parte da Região Norte, assim surgiu em 1909 o semanário FOLHA DO

NORTE que até hoje é um referencia como o mais antigo jornal da Bahia.

Parabéns Folha do Nor-te pelos 105, saudamos também a metropoli-tana Feira de San-tana, pelos 181

anos!

Nas datas mais significativas costumamos nos emocionar e,

naturalmente, comemorar. Então temos razões de sobra para isso hoje e amanhã, com os 105 anos da FOLHA DO NORTE e 181 anos

de FEIRA DE SANTANA. Portanto desculpem a emoção!

ANTONIO ALCIONE CEDRAZ.Diretor-Presidente do Instituto de Previdência

de Feira de Santana

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE ESPECIAL -29

Se pudéssemos a cada dia registrar os desafios que encontramos em nos-sas salas de aulas, com certeza, nós professores, seríamos escritores de um livro com história de nossas histórias.

A experiência de uma sala de aula é inédita e surpreendente a cada dia de trabalho. Estar diariamente com pessoas de personali-dades, culturas, educação e objetivos diferentes é re-almente algo que não pode ser seguido como um script, ou em nossa linguagem educacional, assim como planejamos.

De forma geral, todo objetivo das nossas aulas, se constitui em contribuir para melhoria da vida de nossos alunos. O grande problema é fazer com que os mesmos percebam que os ensinamentos da sala de aula devem ser agrega-dos as suas vidas, as suas realidades. Algo parado-xal quando um aluno que

Diário de uma professoranão percebe o sentindo em aprender fórmulas para equacionar alguns proble-mas na disciplina de física ou matemática ou quando tem que aprender as regras gramaticais para a escrita formal na disciplina de Língua Portuguesa. E surge aquela velha pergunta: Para que eu quero aprender isso professora?

Entre as missões que nos professores temos, uma é contribuir na formação do cidadão. Sendo assim levei para a sala de aula algumas situações para conversar com meus alunos sobre atitudes de cidadania e preconceito. A palavra cidadania pareceu-lhes algo bem distante de suas reali-dades e para outros, ainda algo que parece está sendo tirado grosseiramente de suas famílias. Enquanto que a palavra preconceito teve uma discrição bastante significativa e familiar para a maioria deles.

Como cidadãos eles

parecem estar desmotiva-dos e acomodados com uma situação que não lhes pare-ce confortável e o conceito de “exercício de cidadania” soa como algo que faz voos rasantes sobre suas cabeças e que não pode ser alcança-do e nem mudado. Algo dis-tante e sem influência...

Trazer para sala prin-cípios básicos como res-peitar a fila, cumprimentar as pessoas, ser solidário com quem está precisando atravessar a rua, respeitar o sinal de trânsito pareceu que nada tinha a ver com atitude cidadã. Mas as se-mentes foram lançadas.

A ideia era buscar dos mesmos uma reflexão, dei-xando assim que o tempo se encarregue de brotar bons frutos e estes momentos de reflexão possam ser usados na educação dos seus futuros filhos. Quan-do eles amadurecerem e perceberem que o que iam fazer na escola todos os dias, ultrapassava as velhas fórmulas e regras, mas que contribuiu para a formação de sua essência como ser humano.

Para concretizar esta reflexão, durante as aulas da disciplina Língua Portu-guesa e com a turma da 8ª série B da Escola Municipal do Colégio Dr. Edvaldo Boaventura- Santo Estevão Bahia, mediei a construção de um texto coletivo no qual podemos perceber as vozes que gritam por respeito, valorização e cidadania. Com a palavra a turma do 8ª série B.

Renata de Souza SantosLicenciada em Letras /

Inglês- FTCEspecialista em Desenho

da Criança- UEFSEspecialista em Metodolo-gia de Língua Portuguesa

e Inglesa- Prominas

A prática do pre-conceito pode ofender bastante e mexer com a vida do ser humano. Muitos procuram cri-ticar os negros. Somos alvos constantemente! Ter preconceito é um motivo de vergonha para quem tem.

Talvez estas pes-soas ignorem o fato de que os negros aju-daram a fazer a his-tória deste país. Cer-tamente não ouviram falar em Zumbi dos Palmares um grande líder que lutou pela liberdade de seus ir-mãos...

Ser preconceitu-oso é uma prática equivocada! Quere-mos apenas que você olhe para nós negros com mais naturalida-de, pois para quem já vive uma rotina difícil o preconceito é um obstáculo a mais e isso infelizmente

Preconceito atitude anti-cidadãexiste em uma parte grande da socieda-de. Mas pode mudar, porque todos nós so-mos iguais. Todos so-mos seres humanos. Não importa a cor da pele... o nosso sangue é vermelho!

Muitos fatos de racismo acontecem todos os dias. Até jo-gadores ricos e famo-sos, por serem negros, são comparados com macacos. Recente-mente o Jogador Da-niel Alves foi vítima em campo, quando jogaram em sua di-reção uma banana. Com o propósito de provocar, o autor fez pensando que ele sai-ria de campo, hu-milhado e de cabeça baixa. Infelizmente, muitos se sentem a vontade para fazer e falar o que querem.

No Brasi l , até hoje, existem várias

vítimas de preconcei-to por causa da cor de pele, do estilo ou da classe social a que pertence. Quem faz isso é ignorante, sem cultura, sem educa-ção. Não podemos deixar de ver, o negro deixou suas marcas no mundo!

Preconceito com a cor da pele é burrice! Sou de uma geração negra e não vejo ne-nhum mal nisso. Não sou Macaca, sou Ne-gra! Não quero bana-na, quero respeito!

Quem sofre com preconceito não deve baixar a cabeça. Acei-tem ser o que são, pois mesmo com todas as leis, o preconceito não acaba o que tem que acabar é a vergonha de ser negro!

Todos têm que en-tender que é cada um com seu estilo e sua cor e ponto final.

Autores: Alex Conceição, Ariele Conceição, Carla Souza, Genilza Gomes,Raquel Daniele,Thainara de Almeida e

Thainá Santana, Samily Máximo e Vanessa Silva.Fotografia da turma da 8ª série da Escola Edvaldo

Boaventura – Santo Estevão/Ba.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE30 -ESPECIAL

105 anos...em síntese: vocês detém o recorde de jornal mais antigo da Bahia! Será que é preciso dizer algo mais? Estamos - como sempre estivemos - ao seu lado amigos! PARABÉNS!

José PinheiroSecretário de Desenvolvimento Urbano

Enquanto se vive in-tensamente uma experiên-cia, a avaliação sobre ela é sempre superficial, pas-sional, perfunctória, nunca se aprofundam as analises. Quando somos crianças, não chegamos, sequer, a avaliar as experiências pelas quais passamos. Só paramos e pensamos seriamente na nossa infância e juventude quando se inicia o proces-so de envelhecimento, e costumamos afirmar: “bons tempos aqueles!”. Minha geração teve uma infância invejável, em geral vivíamos em bairros cheios de espa-ços, sem nenhuma área de lazer específica, como as de hoje em dia, pois, na verda-de, a cidade inteira era nossa área de lazer, andávamos de bicicleta para todos os lados, fabricávamos patinetes e descíamos ladeiras em dispa-rada apostando piculas, des-preocupadamente, tínhamos campos de várzeas por toda cidade onde batíamos “ba-bas” quando bem queríamos e entendíamos, em resumo, vivíamos no paraíso e não sabíamos. Quanto a adoles-cência, nada se compara a li-berdade que experimentamos naquela época. Em geral co-meçávamos a trabalhar cedo, alguns como aprendizes em oficinas das mais variadas, e outros no comércio, o certo é que a ideologia de que “homem tinha que começar a trabalhar cedo” prevalecia, e logo começávamos a ganhar nosso próprio dinheiro, o que fazia com que a maioria da garotada tivesse uma vida adulta antes do tempo, tor-nando comum sairmos à noi-te e frequentarmos os bares e até às casas de tolerância da cidade. Desde que não

E-mail: [email protected]: (75) 3603-7400/ 3603-7413.Avenida Miguel Pinto de Santana s/nº Bairro

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Vai longe o tempo em que o

jornal era o unico meio de

informação disponibilizado pela

população. Hoje são muitas as

opções, mas a FOLHA DO NORTE,

com seriedade e respeito

mantém o seu lugar!

Capelão - um terror nas noites feirensesfizemos nada que chamasse a atenção para sermos recri-minados pela família, éramos completamente livres e não há como não afirmar: “bons tempos aqueles!”.

Com a vida adulta chegando prematuramente, e gozando de uma liberdade incomum, frequentávamos a noite feirense a vontade até que surgiu em Feira a figura do “Capelão”, quando nossa liberdade foi gravemente ameaçada. É certo que o trânsito de menores nas ruas, desacompanhados, durante a madrugada, nunca foi admi-tido legalmente, mas como trabalhávamos, e tínhamos nosso próprio dinheiro, não éramos muito questionados sobre isso. Se por acaso éramos abordados na rua, na madrugada, e muitas vezes até no baixo meretrício, o máximo que acontecia era o policial perguntar: “Você é filho de quem?”, dizíamos e algum colega confirmava, e o máximo que acontecia era a reprimenda: “Vá prá casa, que aqui não é lugar nem hora para um rapaz de família estar não.” Era um tempo que ninguém portava documento algum, o nome da família era suficiente referência para qualquer pessoa, até mesmo para utilizar crédito no co-mércio, quando necessário.

Com a chegada do novo personagem, devido o clima que se estabeleceu no pós golpe de 1964, e em face da efervescência dos movimentos estudantis em todas as partes do mundo, que em Feira também já mostrava a formação de organizações dos estudantes daqui, a aplicação da lei se tornou mais severa, e a ne-cessidade de algumas repres-

sões se fizeram presentes ao dia-a-dia, com a imposição de regras que poderiam não estar necessariamente na lei, mas que o Estado repressor precisava impor. Diante da nova realidade e se sentindo rei e com todo poder, sem oposição alguma, o Capelão achou por bem que, recolhen-do os menores aos seus lares evitaria que se organizassem, mas é claro que a justificativa era de defender e proteger a integridade dos menores e cumprir a lei.

O Capelão era um militar do exército, de linha dura, que por razões de segu-rança, em um momento pós golpe 64 foi designado para participar do policiamento das ruas de Feira, exatamente no período em que o Bata-lhão do 35º BI se instalava na cidade, e quando a legislação transformou a polícia Militar em força auxiliar do Exercito brasileiro. Ninguém questio-nava a origem ou a autori-dade do Capelão, ninguém ouvia o barulho de um jipe e ficava sossegado. Naquela época a polícia da cidade rea-lizava poucas rondas, quando realizava, com jipes, e o jipe do Capelão era diferente, parecia mais robusto. Acho que era o nosso pavor que estabelecia esta diferença.

Quando pegos pelo Capelão, não poderíamos dizer presos, pois na verdade ele sempre levava os menores para casa das famílias, e que por ser de origem estrangeira (alemão ou polonês, haviam muitas lendas sobre ele), falava um português com sotaque europeu, confundin-do os gêneros, de modo que “entra no jipe” era “entra na jipa”, e lá iam os pobres coitados ouvindo sermão até

a porta de casa, e lá chegan-do, não importava a hora, a família era acordada, o pai e a mãe do rapaz ouviam poucas e boas, sobre a res-ponsabilidade de deixarem os filhos na rua em uma hora daquelas, e as ameaças vela-das sobre a possibilidade de responderem processos pelos atos dos filhos, e mais um número de responsabilidades que sempre impressionavam os pais, que aliás, quanto menos esclarecidos, maior e mais severa era a atitude do Capelão.

Não precisava ser pego pelo Capelão para fi-car apavorado. Em pouco tempo ele se tornou uma lenda de pavor na noite de Feira. Alguns jovens espon-taneamente largaram a vida noturna, mas a maioria que não conseguia ficar em casa, vivia se esgueirando por ruas vicinais para evitar o encon-tro que causaria um inferno em suas vidas. O Capelão era um Padre de caserna, mas os jovens de Feira relacionavam ele, mais ao diabo do que a Deus. Corríamos e nos es-condíamos em qualquer bu-raco, valia tudo, só não valia ser pego pelo Capelão.

O bar RN passou a ser um dos locais que mais frequentávamos, tinha muitas portas e em duas direções, algumas para Rua Visconde do Rio Branco outras para Carlos Gomes, o que faci-litava a fuga, e como nos bares ele sempre realizava uma verificação mais detida, sempre dava tempo de ir para bem longe. No Minadouro (região que concentrava a maior parte do baixo meretrí-cio da época) as “sete casas” se tornaram muito populares entre os meninos, pois possi-

bilitava a fuga pelos fundos, já que todas as casas tinham fundos para o mato. Os pró-prios empregados avisavam para fugirmos, pois senão sobrava para os donos das casas, também.

Qualquer barulho de jipe era um desespero, alguns já conheciam o baru-lho do jipe do Capelão. Uma vez identificado, o sábio era correr. Correr muito e se es-conder em lugar seguro, que poderia ser em qualquer bu-raco, qualquer terreno baldio, contanto que não fôssemos pego pelo homem da “jipa”, com seu olhar severo, e seus dedos sem unhas (contam que as havia perdido por ter sido vítima de tortura quando ainda vivia na Europa).

Certa feita estávamos em quatro voltando para casa na direção do sobradinho, quando passávamos pela pra-ça Fróes da Mota e ouvimos o barulho de um jipe na Rua Direita, nos entreolhamos e não contamos conversa, não precisou ninguém falar nada, disparamos na direção da ladeira do Nagé, caindo e levantando, com todo fôlego que nos era possível, para não sermos vistos. Logo após o pontilhão que dava vazão ao riacho que se tornou o atual canal, extenuados e desesperados, nos atiramos na pequena ribanceira que ladeava a Rua Voluntários da Pátria, e tentávamos re-cuperar o fôlego, enquanto ouvíamos o barulho do jipe se aproximando. Demorou um pouco para passar, aí tivemos certeza que não tí-nhamos sido vistos. Um dos meninos falava baixinho que tinha que sair, pois tinha pisa-do em algo estranho. Passado o jipe, que por sinal não era

do Capelão, mas sim de seu Coriolando Carvalho, que morava no sobradinho, cons-tatamos que nosso amigo ao se esconder havia enfiado o pé em algumas urtigas exis-tente na ribanceira, e o coita-do teve que urinar no próprio pé para chegar em casa, pois já não suportava a coceira provocada pela planta.

De outra feita, meus amigos passaram pelo mes-mo vexame, se esconderam na mesma pequena riban-ceira, com o devido cuidado para não enfiarem os pés em urtigas. Desta vez foi realmente o jipe do Capelão, que parou, desceu, enquanto os soldados que o acompa-nhavam permaneceram no veículo, não viu os meninos, mas resolveu urinar, devia estar bem apertado. É certo que estava a uns dois metros dos meninos, mas neste dia, o vento é que não foi muito solidário aos fujões. De qual-quer modo, a vitória era não ouvir: “entra na jipa”.

Texto:Emanoel Freitas.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE ESPECIAL -31

Construir com qualidade e ecônomia é o objetivo de quem almeja um patrimônio duradouro.

Modernize a sua construção dando-lhe o design desejado.

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Dizem que “em terra de cego que tem um olho é rei”, mas onde todos enxergam, e enxergam bem, esse privilegio não existe e cada um tem que apurar bem a vista. Irará, cidade próxima a Feira de Santana, é uma terra que tem revelado muitos valores notadamente no futebol, na musica e na li-teratura. Para não ir muito longe basta lembrar o nos-so amigo Nelson Pinho, sempre presente nas edi-ções da Folha do Norte, com seus poemas e letras de musica. Gerson Assun-ção, é outro amigo deste Jornal que embora não seja natural de Irará, ali chegou há alguns anos e concretiza a cada dia a sua cidadania iraraense com o seu labor e com poemas que sempre enaltecem essa bela e progressista terra. Nesta edição fes-tiva Gerson está presente com o trabalho intitulado “Exaltação a Irará” que mostra a plenitude do amor que ele sente pela terra onde mora.

Irará cidade santa que brilha na luz divina

Cidade flor orvalhada

Gerson Assunção revela seu amor a Irará em poema

de água doce e cristalinaOnde o tempo passa e

ela sempre menina

Irará seu labor ao obs-táculo venceu

Criou civilização o pro-gresso se estendeu

Outra vila mais antiga hoje é jardim de urtigaE o nome o vento levou.

Irará terra opulenta, abrigo do mundo inteiroCoração em movimento, relógio sempre certeiro!

P & A tecnologia avançada em embalagens parabeniza a Folha do Norte, hoje marcando 105 anos

de circulação e a Feira de Santana, amanhã comemorando 181 anos. Estamos fazendo a nossa parte,

com muita fé!

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE32 -ESPECIAL

O feirense ALBERTO PEIXOTO (Antônio Alberto de Oliveira Peixoto), funcioná-rio da Secretaria da Fazenda do estado é profundamente ligado à literatura. É articulista e contista, dono de uma linguagem direta e agradável. Com doses de humor ele fala do cotidiano dando ares de ficção ao real, caminha pela estrada da imaginação e retrata fa-tos da juventude, deixando no leitor um ponto de nostalgia, mas feliz pela forma como os aborda. É autor de vários livros como O Enterro da Sogra, Único Espermatozoide, Estórias que Deus duvida e Das Dores - a difícil vida fácil. Desse poeta flamenguista, altamente criativo, publicamos - Estrela do meu Universo:

Se tu fosse o SolNão me aparecerias,Me assustaria. O calor do teu corpoA minh’alma incendiaria!

Se fosses a Lua,Sempre inconstante,Não me iluminaria, mas Me seduziria.

Se fosses o mar,Pouco mudaria Os mistérios dos teus lindos olhos,Claros e serenos,Confundem o meu ser.

Se fosses a chuva,Me umedeceria Os teus beijos calientesDoces e ardentesO meu corpo enxugaria

Se fosses uma rosa,Cor de rosa,Com espinhos afiados,Me espetaria.Mas, eu seria o seu beija florA inalar o teu perfume.

Tu és uma estrela!!!Eu...seu universo!!!Onde repousas sorridente,Em um eterno enlace...Para sempre...eternamente!!!

SUZANA CARDOSO LIMA natural de Salvador, mas radicada em Feira de Santana desde a infância, sempre observou o mundo pelo prisma dos sonhos e fantasias, embora sólida em suas convicções de mulher jovem e capacitada a enfrentar a vida. Professora, é formada em Letras pela UEFS, mas atualmente atua com esmero profissional na arte-finalização do jornal FOLHÁ DO NORTE, que já pode ser considerado um pedaço da sua existência. Não gosta de se dizer poetisa, mas o é, e para prova-lo, embora isso não fosse necessário, gastou talvez cinco minutos para externar o seu íntimo nesses versos que farão parte do futuro livro homônimo: “EXTINTOS SENTIMENTOS”.

Há momento da vida em que sentimos muitoa falta de alguém que não é mais o que erae que morreu em vidao que mais queroé tirar esta pessoa das minhas lembrançase abraça-la.

Talvez ela nunca foi o que penseiTalvez idealizei demaisFrustração é fruto da expectativaTalvez esperei demais.

SOLANgE DURÃES - Nascida em Irecê, onde fundou a Academia de Letras, Solange Durães é uma poetisa que tem um caráter de pioneirismo, tanto assim que nesta cidade faz parte do grupo de fundadores do Movimento Literário e Artístico Feirense, além de ser membro da Academia de Letras e Artes. É formada em Magistério, Publi-cidade Propaganda e Marketing. Tem trabalhos inseridos na II Antologia da Academia de Letras de Irecê e do Memorial Poético de Feira de Santana. Do livro À Flor da Pele que ela lançou em 2002, escolhemos o poema VINHO:

Quero beberdeste vinho derramadosobre teu corpo nue sugar todas as gotasmisturadas com o suordos nossos corposacendendo o fogo que nasceudesta paixão avassaladoraque rasga meu peitoe me faz delirar.

Os nossos poetas e suas poesias

JOELMA DE OLIVEIRA MORBECK, natural de Rui Barbosa, mora em Feira de Santana desde os nove anos de idade. É compositora, cantora, artista plástica, membro da academia de Letras e Artes de Feira de Santana, onde ocupa a cadeira 7, bem como da Academia de Cultura da Bahia. Formada em Serviço Social ela publicou em 2012, o livro INQUIETUDES - Poesias e Reflexões, do qual extraímos:

BEM QUERER.

Ah! Como é difícil entender esse homem.Que critica que fascina que consome,Mas é uma grande missão Fazer dele os versos de minha canção.Canção triste, canção querida,Que na vida fez de mim mulher entendida Pra saber que o amor tem que ser incondicional Mesmo com sacrifício, às vezes lacrimejanteEle não é superficial.

ARLINDO ROSA, natural de Conceição do Coité, veio para Feira de Santana ainda garoto com a família e já tem cinco livros de poemas publicados. Do livro Fi-losofia de Poeta publicado em 1998, retiramos este poema por ele produzido em 20 de janeiro de 1985 :

A BAILARINA.

Trazendo nos pés o teclado de um pianoCanta a bailarina em passos a ritmarQual a gaivota pairando sobe o oceano...Vive a bailarina pelo palco a bailar.

Onde encanta qual a doirada borboleta Pois que vive bailando ornada de esplendor,Em um ritmo estonteante de piruetaMarca a bailarina um bailado encantador.

Deixando todos, na plateia a delirar,Pelo sublime estilo do seu ritmarE pela sutileza lépida de ser.

E assim, vive a bailarina a encantar,- Tal qual a doirada borboleta pelo ar,Ao surgir, na manhã, a luz do alvorecer.

CARLOS MELLO (Carlos Alberto Almeida Mello) feirense é historiador e pes-quisador. Membro da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana. Organizou o I Seminário Feirense da Classe Trabalhadora em 1981. Participou do I Seminário: “A Importância do Patrimônio Documental” como Conferencista sobre o tema “Arquivos Públicos e Privados” em 1992 na UEFS. Teve participação do I Seminário de Proteção de Áreas Verdes de Feira de Santana como debatedor. Em 2005, ganhador do 1º prêmio no concurso literário “A Vida de Arnold Ferreira da Silva”. Em novembro de 2007, publicou o livro sobre a vida e a obra de “Georgina Erismann”. Participante do CD, Poetas Feirenses, volume II, em novembro de 2008, com duas poesias de sua autoria. Em 2010 foi organizador do livro de Memórias: Periódicos Feirenses.É arquivista do jornal “Folha do Norte”.

PRESENÇA

Silêncio...Estão dormindo.Deixa-os adormecerEm corpos entrelaçados,E nos prazeres insólitos.O tempo ínfimo - aproveitam.A breve partida é remota,Registra saudade precoce,Do cheiro do corpo que ficou.Silêncio...Ela adormece.

Natos ou adotados eles são filhos da terra de Senhora Santana e aqui, dedicam-se com muito comprometimen-

to e responsabilidade a praticar a bela arte da poesia, que acompanha o homem desde que ele, praticamente, começou a se comunicar. Não vamos falar da poesia na

concepção histórica, dos grandes mestres, dos inovadores, das diferentes correntes, dos gêneros, nada disso. A abor-dagem é atual. Vamos, falar de poetas e poetisas contem-porâneos de Feira de Santana, mostrando a importante

contribuição que eles oferecem para elevação do proces-so cultural da cidade.

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE ESPECIAL -33

O convite dos pre-zados amigos, Alyrio e Marta, conduziu-me ao Espaço Rajahmu onde ocorreria a primeira au-dição pública de uma palestra de Trigueirinho, gravada ao vivo. De fato, a programação concreti-zou-se no dia 9 de abril de 2008, e o tema ‘Ler o Livro da Vida’ confirmou, mais uma vez, o verdadei-ro sentido do existir.

Transcorrida a quen-te manhã de sábado, o instante vespertino che-gou agradável e com le-ves toques de chuva que favorece o acolhimento, solitário ou grupal. E foi o que sucedeu no salão do primeiro andar do Ra-jahmu.

O evento coordena-do por Augusto César proporcionou momentos de silêncio, de paz e de atenção à fala cativante do criador de Figueira, espraiando sementes com sua comunicação em torno da vida. Mostrou, então, meios/circunstâncias – circundados, é óbvio, pela verdade - importantes ao desenvolvimento de uma consciência sempre atenta durante o transcorrer da existência terrena com vistas ao transcendental.

Na abertura, tranqui-la e meiga, Eli entoou um pequeno canto de caráter minimalista acompanhada pelas vozes da plateia. A repetição, algumas vezes, de “Tornar-se um cura-dor do próprio ser”, com variação no ornamento melódico, algo bastante simples, produziu um

As cidades são di-nâmicas, organismos vivos que nascem, cres-cem e morrem. Elas são construídas e recons-truídas, continuamente. Elas representam em suas ruas, casas, pré-dios, praças a miscige-nação das culturas, das crenças, das ideologias, sejam elas hegemônicas ou não. E um espaço geográfico que reflete o lado poético e concreto de nossa espécie.

Seus sons, seus tons, seus habitantes e suas memórias com-põem suas histórias. Em Feira de Santana não é diferente. Aqui temos diariamente os prazeres e incômodos da vida urbana contem-

Lembro do dia em que Raimundo morreu.

Foram vários Rai-mundos que morreram em mim.

Lembro que durante dias, as tardes tinham um cheiro de caju da ultima ceia e o sol se punha em uma cor de amarelo que fazia muito barulho dentro de mim: era Rai-mundo brigando com Van Gogh a propriedade daquela cor. Menino ain-da não compreendia essas variações cromáticas, só sabia de ausentamentos

Uma certa tarde de abril bem-estar no ambiente.

Assim, estava prepara-do o tempo para a entrada do filósofo que se apro-ximou de todos nós por meio de uma gravação em fita cassete e que, diante da tecnologia dos CDs e DVDs, tinha um jeito quase que artesanal e, por que não dizer, nostálgico.

Aquela não era uma tarde de abril em Paris, mas, em Feira de Santa-na, no recanto do Mar da Tranquilidade, distante do alvoroço das levadas elétri-cas e da multidão de certas passarelas da paz (?) e, ao que parece, anunciantes da Micareta.

À margem, também, do falatório inútil, tão comum em casas pretensiosamente religiosas, nas praças e re-cintos públicos, por meio de palestras e pregações nas quais o EGO dos palradores é colocado acima e muito mais forte do que o conte-údo que se pretende passar. Distanciam-se da essência, muitas das vezes, à procu-ra de benesses políticas e em torno da “teologia do capital”.

Trigueirinho está certo ao insistir na busca de si mesmo, de mergulhar-se no âmago, e daí construir pontes para o outro, em movimentos de amor, de tolerância, de compaixão, de respeito. Esses e outros valores imprescindíveis a uma sociedade que almeje, de fato e de direito, o bem-estar dos seus membros.

Cantamos por uns ins-tantes. Em seguida, quietos, calados, ouvimos men-sagens de profundo teor

espiritual.No final, depois de

um breve papo, de uma afetuosa saudação, saímos de mansinho, agraciados, também, pelas gotas de chuva de outono.

Foi bom estar no Rajahmu, rever amigos, participar da amorosa vivência, daquela tarde, absorver a alegria salti-tante e ingênua da menina Jéssica, que resgatou certa criança.

E como disse Triguei-rinho: Quando a consciên-cia do coração se abre, ela começa a nos esclarecer. E mais: Na simplicidade de nos alegrarmos com tudo o que nos é dado está uma chave de libertação.

Finalizando, citamos o mestre Divaldo Franco, através de Joanna de An-gelis: Uma atitude sensata é um abrir de janelas na alma, a fim de bem obser-var os sucessos da vilegia-tura humana. De acordo com a dimensão e o tipo de abertura, será possível observar a vida e vivê-la de forma agradável, mes-mo nos momentos mais difíceis.

Raymundo Luiz.

Lembranças de Raimundoe saudades de um pintor quem nem cheguei a ver de perto.

Lembro de uma noite quando inesperadamen-te meu pai nos levou ao Museu de Arte Contempo-rânea e extasiado vi pela primeira vez um quadro de Raimundo... e era um auto retrato! Nunca mais fui o mesmo depois daquela visão! Aquele rosto resga-tei anos mais tarde quando vi uma foto de Raimundo rindo com aqueles dentes alvíssimos que ninguém no mundo jamais teve.

Raimundo era um riso pra existência.

Mais tarde, quando me debrucei sobre a his-tória de Raimundo, rea-prendi o segredo sagrado do mistério de existir. Hoje, sempre que falta luz, vou ate a porta da minha casa e fico olhando para o céu procurando Raimundo, porque tenho certeza que ele virou um anjo que brinca de pintar Feira de Santana com suas cores de sertão.

Ave Raimundo!Texto: Alfredo Oliveira

porânea... Nos debatemos em suas ruas sem espaço para pedestres e ciclistas, suas avenidas lotadas de carros outrora até mais velozes e de uma rotina de sons ensurdecedores e de gazes que desfazem a antiga crença de cidade de ares saudáveis.

Nada escapa a nova Feira que surge, os bair-ros centrais, as árvores nas avenidas, tudo vira memória e se possível história. Pobre Feira de Santana! Para aonde irá!? Suas antigas ruas que eram fontes de prazer e de brincadeiras para as crianças, hoje são locais de perigos incalculá-veis... Não há mais as bolas de futebol batendo sorrateiras nos portões

das casas, não há mais árvores para servir de sombra aos ilustres jo-gadores.

Na minha antiga rua, não há mais seu Bute, e nem seu Dário para ficar a contemplar a então pacata Leonil-do Rocha. Quase há mais nada. Onde está a casa de Evandro? O que foi feito de nos-so campo de futebol? Do alto, contemplando as mudanças, o velho Marques Porto deve esta a nos olhar e per-guntar? Onde está a nossa Feira, onde está a cidade que despertava o orgulho de morar?

Adaury Marques Porto.

Não é preciso ser nenhum especialista do mundo político, ou mesmo estrategista eleitoral, para enxergar uma espécie de ruptura em relação aos mé-todos de conquista de votos para se atingir os objetivos da vitória no próximo dia 05 de outubro. Nas últimas eleições logo após as con-venções as ruas já estavam cheias de materiais de cam-panha, bem como diversas pessoas padronizadas com marcas de partidos políticos distribuindo materiais de candidatos.

Nessas eleições faltan-do menos de dois meses a campanha de rua continua morna, como se fosse elei-ção de associação ou sin-dicato, menos eleições dos futuros deputados estaduais e federais, Governador e Presidente da República. Por isso que não precisa ser especialista no assunto para compreender que nessa eleição o poder econômico, que trabalha nos bastidores, é quem está dando as cartas no jogo.

Assessores de can-

Instantes depois de descer quase vo-ando a ladeira ín-greme revestida de pedras coloniais, correndo o risco de esquartejar-se pelo chão, entrou na pri-meira bodega que encontrou pela fren-te, ainda botando o coração pela boca. O dono do bar cochi-lava atrás do balcão e acordou assusta-do com a inespera-da presença de um freguês. Pediu uma dose de cachaça e retornou para a por-ta, de onde ficou a contemplar a ladeira que havia acabado de vencer, na fuga enlouquecida que empreendera após ter consumido vá-rias doses de uísque na boate que ficava lá no alto e da qual evadiu-se repenti-namente para não pagar a conta que incluía a despesa

A fuga pela companhia de uma bela, sorridente e silenciosa morena que era contratada pelo dono da boate justa-mente para sentar-se à mesa de panacas que não tinham cacife para chegar no estabe-lecimento já acompa-nhado por uma bela morena como aquela mas que não cobra-va nada para fazer companhia a alguém desde que este alguém também fizesse com-panhia a ela e não fosse, este alguém, um panaca como ele. Vi-rou o copo de cachaça e pediu outra dose ao dono do bar e en-quanto esperava que ele o servisse reparou que na parede do bar havia pendurado um enorme calendário com a fotografia de uma bela morena em tamanho natural, que além de bela e sorri-dente, estava comple-tamente nua, do jeito

que ele com certeza jamais poderia ver a morena lá de cima por lhe faltar cacife que a fizesse ir além da simples compa-nhia silenciosa para efeito de consumo e ostentação. Sentou-se então ao lado do cartaz, de onde podia vislumbrar as luzes vermelhas e inter-mitentes da boate no alto da ladeira, e pediu ao dono do bar que colocasse um disco de Paulo Diniz. Aí deu uma banana para a boate, virou-se para a more-na pelada do cartaz, fez de conta que lhe oferecia um brinde com a cachaça, es-tirou as pernas para descansar da fuga alucinada, acendeu um cigarro e fez uma expressão de que, agora sim, estava muito satisfeito.

Marcondes Araujo

O Jornalismo da Obediência demonizou a políticadidatos sem dinheiro para gastar reclamam que as elei-ções estão sendo definidas em mesas de bares com as chamadas lideranças eleito-rais que animam política e eleitoralmente seus redutos em suas comunidades. Nes-sas eleições estamos vivendo eleitoralmente uma nova espécie de coronelismo “mi-niatura” distorcido. Como o povo não enxerga isso, em suas comunidades somente duas ou três dessas chamadas lideranças eleitorais apre-sentam seus nomes como os salvadores da pátria.

Como houve nos úl-timos anos uma iniciativa através do Jornalismo da Obediência para descarac-terizar a política como coisa do demônio, ou seja, coisa de homens e mulheres que en-tram na política apenas para roubar, muitas das pessoas sérias que votavam em proje-tos e não em nomes, ou seja, os militantes políticos que acreditam na política como coisa necessária, estão esva-ziando a participação popular nas eleições. E olhem, todos os partidos políticos caíram

nesse encanto da sereia!Quando se vai conver-

sar com qualquer pessoa apresentando um nome sé-rio para votar, o discurso pa-rece unânime, com exceção de quem tem compromisso, querendo saber quanto vai receber em dinheiro por isso, porque o político está roubando para isso. A de-monização da política está funcionando em grande parte, o que é extremamente perigoso para uma nação que está vivendo em plena democracia.

O medo de quem sabe da necessidade da política para o bom funcionamento da sociedade é que nessas eleições possa acontecer pela primeira vez na histó-ria a compra, literalmente falando, dos Parlamentos Estaduais e Federal por grupos políticos de chan-tagistas e sem escrúpulos. Isso pode ser pior do que a Ditadura Militar para o povo!

Por genaldo de MeloFonte: http://genaldo40.blogspot.com

O dinamismo das cidades

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTE34 -ESPECIAL

Rua Sales Barbosa, 181 - Centro Feira de Santana - Ba

Telefax: 3221-0657

Padaria da Fé, pão com o mesmo sabor e qualidade.

105 AnosImaginemos como tudo

começou. Que gigantesco

passo. Nossa saudação a

vocês que mantém esse

referencial da princesa.

Homem simples, Cosme de Farias ga-nhou os títulos de “ma-jor” e “advogado dos pobres” graças ao seu trabalho em defesa das pessoas mais humildes. Foi uma figura impar que viveu em Salvador e ganhou imortalidade pala importância do que fez espontaneamente. Um homem raro que não encontra similar nos dias atuais. O “ma-jor” nasceu no dia 2 de abril de 1875, filho do comerciante de madeira Paulino Manuel e da vendedora ambulante Júlia Cândida de Farias, na região de São Tomé de Paripe, subúrbio fer-roviário de Salvador.

Casou-se com Se-míramis de Andrade Farias e com ela viveu durante 65 anos até o seu falecimento em 5 de dezembro de 1963, não deixando descendentes. De família humilde, o menino pobre cursou apenas o ensino primá-rio na Escola Benvindo Barbosa na freguesia da Conceição da Praia, mas isso não impediu que ele se destacasse

Major Cosme de Farias - advogado dos pobresem variadas áreas do conhecimento.

Sua vida profissio-nal teve início na ado-lescência ajudando o pai na venda de madeira. Aos 19 anos, trabalhou no Jornal de Notícias na função de repórter. Ao longo do tempo em que exerceu essa função, adquiriu o direito de desenvolver atividades como rábula. Cosme de Farias atuou com

bastante relevo como assistencialista, poeta, militante das causas so-ciais e políticas, verea-dor e deputado federal.

Aposentou-se como funcionário público. Em 1909, ganhou o título de “Major”, do 224º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional. Morreu no dia 15 de março de 1972 em Sal-vador aos 96 anos. De jeito simples, andava

sempre com chapéu de palhinha e gola alta, alheio a qualquer tipo de formalismo. Conhe-cido como “Advogado dos pobres” e “Anjo da guarda dos excluídos de Salvador”, sua con-tribuição e luta, ainda hoje, estão presentes na memória popular

Em 1894, deu ini-cio à atividade de jor-nalista, atuando como repórter no Jornal de Notícias. Também foi funcionário e colabo-rador dos periódicos: Diário de Notícias, Di-ário da Bahia, Gazeta do Povo, A Bahia, Diário da Tarde, A Hora, O Jornal, A Noite, O Democrata e o Imparcial, passando por variadas funções, chegando a ser diretor de redação. Ao longo da sua carreira, como jornalista, participou da fundação e integrou a diretoria da Associa-ção Baiana de Imprensa (ABI). Também foi o fundador dos periódicos O Colibri (1898-1899), O Cysne (1899-1900) e A Bala (1900).

Aos 19 anos, após assegurar absolvição

de um réu acusado de roubo, ganhou a autori-zação para atuar como rábula exercendo a ati-vidade por 70 anos, atu-ando em mais de 30 mil processos. Cobrava ho-norário apenas daqueles com condição de pagar. A sua atuação tem início antes da instituciona-lização da Defensoria Pública na Bahia, criada em 1966. Defendia na maioria das vezes, réus acusados de infrações penais e cíveis, sobretu-do em favor de menores com pais desconheci-dos. Militante atuante participou de atividades da sociedade quer assis-tencialistas, religiosas ou reivindicativas.

Participou da fun-dação da Liga Baiana contra o Analfabetismo (LBA), onde a “campa-nha do ABC pela erra-dicação da ignorância”. Integrou o Comitê Po-pular contra Carestia de Vida sendo eleito pre-sidente e a Liga Popu-lar contra a Carestia. É reconhecida sua atuação nas Obras Assistências de Irmã Dulce e dos Órfãos de São Joaquim.

Sua militância em movi-mentos populares contra aumento dos preços: dos transportes, dos alimen-tos, dos alugueis, dentre outros, são exemplos da inserção do Major na luta pela melhoria das condições da população da cidade.

Aos 32 anos Cos-me de Farias, passou a disputar os cargos públicos. Indicado por operários grevistas de uma fábrica de cigarros candidatou-se pela pri-meira vez em 1907 para uma das vagas no Con-selho Municipal. Apesar do número expressivo de votos, não foi elei-to. Passou por diversos partidos ao longo de sua carreira política, contu-do, manteve-se fiel aos ideais do grupo liderado Joaquim José Seabra*. Ocupando cargos so-mente no poder legisla-tivo, foi eleito deputado estadual por cinco vezes (1915, 1917, 1919, 1921, 1970), como também os pleitos para conselheiro municipal e vereador em quatro oportunida-des (1947, 1950, 1958, 1962).

Feira de Santana constrói o futuro no dia-a-dia do seu povo trabalhador e assim

chega aos 181 anos como uma das maiores cidades do Brasil. Nesse contexto

está a FOLHA DO NORTE hoje comemorando 105 anos.

Como filho desta dadivosa terra, sinto-me feliz!

Antônio Carlos Daltro CoelhoDiretor-presidente da Fundação Cultural Egberto Costa

Saudações FOLHA DO

NORTE, saudações FEIRA DE

SANTANA!

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014FOLHA DO NORTE

Vereador Correia Zezito.

Terra de Santana, de Maria Quiteria, das boiadas e de um povo trabalhador que a faz cada dia maior e mais próspera. Salve oh terra

formosa e bendita nos seus 181 anos!

VEREADOR CARLITO DO PEIXE

A vida consiste em viver cada dia de forma

positiva construindo o amanhã. Desse modo a

Folha do Norte chega aos 105 anos, e que continue assim!

Parabéns!

Um dia uma poetisa encantada com sua terra

chamou-a de “paraiso com o nome de Feira”.

Continuamos a chama-la assim! Dia 18 de setembro

– 181 anos de Feira de Santana, o nosso paraíso!

Vereador Tonhe Branco

A velocidade do desenvolvimen-to de Feira de Santana é algo extraordinário. Parabéns cida-de princesa pelos 181 anos e continue com o pé no acelera-dor do progresso!

Vereador Roque Pereira

ESPECIAL -35

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Feira de Santana-Ba, quarta-feira, 17 de setembro de 2014 FOLHA DO NORTEmúsica de Ruy Maurity - a Xepa, do ano de 1977: “Final de feira, legumes baratos / Os restos do prato que o dia-a-dia

deixou pelo chão /Epa! mais vale uma xepa na boca da gente / Que o corpo doído, faminto, doente /E o amor esquecido de

um coração.”Segundo o dicionário Aurélio, a xepa seria “mercadorias

que sobram da venda diária nas feiras livres, e que, quando perecíveis, são dadas ou oferecidas a baixo preço.”. É, vamos festejar a Feira! E experimentar as feiras do mundo: seja quando o sol nascer ou na xepa do fim do dia.

Aqui, bebemos dessa fonte: 17.09.2013- Jornal Folha do Norte. Caminhamos pelas feirinhas, ruas, praças e becos de Feira de Santana: fuçamos, ouvimos a voz do povo e fazemos dela a nossa voz, e por fim agradecemos a Deus por todas as bênçãos derramadas como orvalho em cada folha do Jornal Folha do Norte. “No meio das Folhas

Rolando também.”(Chuá, Chuá).

Chitãozinho e XororóCompositor: Pedro de Sá Pereira e Ary Machado

Modelo : Rhaisa BatistaFotografo:Eduardo RezendeFonte Vogue Brasil e Pestaneando

36 -ESPECIAL

já encostando na antiga Rua do Meio, hoje Sales Barbosa, o meio popular do Mercado de Arte de Feira de Santana. No meio do calçadão esburacado, barracas e mais barracas contendo de tudo um pouco: bolsa, cinto, bijoux, roupas esvoaçantes, bem variadas - manequins que ora posam nas lojas, ora exibem - se nas barracas da fonte que canta – no meio das

folhas rolando também. O que fazer com essas feiras, como circular por elas, apre-

ciar a Feira, sem esbarrar nas sacolas, nos guarda-chuvas, sem escorregar no tomate, sem nos enrolar nos cintos, espartilhos, sem o toque das ervas? Imaginou?

Podemos até tocar e sermos tocados, isso se quisermos, no entanto, as barracas precisam nos atrair primeiro. A localização, a organização e a arrumação da feira livre são itens neces-sários para o seu sucesso.

A Feira é um mimo de Sant’Anna, logo, é abenço-ada por uma avó: apreciar,

caminhar, vender, comprar, tricotar, com o vento soprando e nos assanhando é uma dádi-va- no meio das folhas rolando também.

O que esperamos do “para-íso com nome de Feira” (trecho do hino à Feira de Santana de Georgina Erisman). Rolando nas Folhas, hoje: torna-se, então, urgente dar dignidade aos feirantes que resistem e sustentam o nome de Feira.

É necessário cutucar, compartilhar e comemorar essa grande Feira. O mundo já festeja as suas. Os pari-sienses adoram essa herança antiga da cidade. Nas Folhas do Norte, um pedaço desta feira: Rue Mouffetard

- Todos os dias, das

08:00 às 23:00 horas - mer-cados na Place Maubert, Place Monge e Rue Daubenton trazem várias guloseimas dispostas em bancadas na rua, uma das mais visitadas e antigas de Paris - antigo caminho para Roma. 5ème, Metrô: Place Monge:

Em Milão, na Itália: mais um sabor de/da feira – tão sim-ples, tão familiar, tão nossa! Experimentar esse canto nos deixa à vontade em qualquer lugar do mundo.

Tantos lugares para cantarolarmos- talvez com a Xepa,

E A FONTE A CANTAR CHUÁ CHUÀ E A FOLHA A CORRER

O Jornal Folha do Norte

costura lembranças sobre o passado-presente feirense, e nos apresenta nestas páginas um passeio pelas minhas lem-branças de Feira: bebendo desta fonte pude apreciar a colorida feirinha livre da Avenida Getú-lio Vargas - hoje, uma foto preta e branca, um passado tão pre-sente que passando pelo mesmo lugar, quem sabe, podemos até sentir seu perfume.

No meio da Avenida gran-des cestos de cipó, lona, cai-

xotes de madeira com frutas, verduras, hortaliças sobre um tapete colorido de flamboyant- um retrato iluminado, colorido, vivo na memória. Gosto quan-do o professor Adeítalo Pinho sopra, em Perfeitas Memórias: literatura, experiência e inven-ção (PINHO,2011), “que a

memória, então teria o poder de ludibriar a morte, fazendo com que o indivíduo, transformado em coletivo, pudesse sobreviver ao arbítrio do tempo.” Assim, aqui me multiplico amarrando minha história à outras, conhecidas, ou desconhecidas, tocando nas folhas amareladas do Jornal Folha do Norte.

Caminhando hoje pela feirinha saboreando minhas lembranças doces, cheirosas, estas não arrastam o “lixo” tão comentado ultimamente, pois, nesse tempo, não me importava com as frutas pocadas, amassadas, pisadas – creio que o chão de acácia- rubra disfarçava.

Nos arredores da Praça Bernar-dino Bahia, uma feirinha, no início, tímida, agora avança e tenta alcançar a boca do feirante, a lona da barraca, onde abraça as pedras irregulares do calçamento – aqui, escorrego nos res-tos de hortifruti no chão sem glamour, espalhados – espelhados nas Folhas de minha lembrança.

Tocando, bebendo “a água da fonte que canta: que se levanta no meio do chão” - atravesso a Praça,

CAMINHANDO PELA CIDADE

Cintia Portugal