Folha Tucurui(SA.22 Z C)NotaExplicativa (1)

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  • 8/16/2019 Folha Tucurui(SA.22 Z C)NotaExplicativa (1)

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    Programa Geologia do Brasil

    Escala: 1:250.000

    2015

    Escala: 1:250.000

    FOLHA TUCURUÍ - SA.22-Z-C

    DEZEMBRO DE 2014

    www.cprm.gov.br

    72 66 60 54 48

    0442 36

    00

    04

    12

    08

    16

    20

    24

    28

    32

        G    E    O    L    O    G    I    A    E    R    E    C    U    R    S    O    S    M    I    N    E    R    A    I    S    D    A    F    O    L    H    A    T    U    C    U    R    U    Í

        S    A .    2

        2  -    Z  -    C

    O Projeto Geologia e Recursos Minerais da Folha Tucuruí -

    SA.22-Z-C, escala 1:250.000, resulta de uma ação do Serviço

    Geológico do Brasil - CPRM, empresa pública vinculada à

    Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral,

    do Ministério de Minas e Energia. Esse empreendimento,

    inserido no "Projeto Cartografia da Amazônia", é coordenado

    pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da

    Amazônia - CENSIPAM, e executado pelas Forças Armadas

    Brasileiras (Exército, Marinha e Aeronáutica) e pela CPRM. O

    objetivo do projeto é o de registrar novas informações no

    chamado vazio cartográfico da Amazônia, com ênfase nas

    cartografias terrestre, náutica e geológica, insumos

    estratégicos e de suporte ao planejamento de polít icas

    públicas, defesa nacional e execução de projetos de

    infraestrutura a serem desenvolvidos na região.

    O projeto foi executado pela Superintendência Regional de

    Belém, no âmbito do Programa Geologia do Brasil.

    Os produtos finais envolveram compilação e integração detodas as informações geológicas, geoquímicas, geofísicas e

    de recursos minerais disponíveis na região e geração de base

    de dados complementada com a interpretação de produtos de

    sensores remotos e aquisição sistemática de novos dados de

    campo e laboratoriais.

    Esse projeto deverá auxiliar os órgãos de planejamento das

    esferas de governo federal, estadual e municipal, em

    especial ao governo do estado do Pará e seus respectivos

    municípios, no estabelecimento de políticas públicas de

    desenvolvimento regional, na medida em que serve de base

    para novos estudos mais detalhados de prospecção e

    exploração mineral.

    O conhecimento geológico e a divulgação de áreas

    potencialmente favoráveis para a presença de substâncias

    minerais de valor econômico deverão atrair investimentos

    por parte de empresas de prospecção e pesquisa mineral,

    com vistas a contribuir e alavancar a atividade de mineração

    e para o melhor entendimento da evolução geológica da

    região, além de contribuir para os estudos de zoneamento

    ecológico-econômico e de gestão ambiental do território

    nacional.

    Toda informação contida neste produto também encontra-se

    disponível para consultas e download de arquivos vetoriais

    no GEOBANK - banco de dados geológicos da CPRM em

    http://geobank.cprm.gov.br

    FORÇAAÉREABRASILEIRA

    SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO USUÁRIO - SEUSTel: 21 2295-5997 - Fax: 21 2295-5897E-mail: [email protected] 

    OUVIDORIATel: 21 2295-4697 - Fax: 21 2295-0495E-mail: [email protected] 

    GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS DAGEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS DA

    FOLHA TUCURUÍ - SA.22-Z-CFOLHA TUCURUÍ - SA.22-Z-C

    GEOLOGIA E RECURSOS MINERAISGEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS

    DA FOLHA TUCURUÍ - SA.22-Z-CDA FOLHA TUCURUÍ - SA.22-Z-C

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    MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIASECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL

    CPRM – SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

    SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE BELÉM

    GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS DAFOLHA TUCURUÍ – SA.22-Z-C

    ESTADO DO PARÁESCALA: 1:250.000

    AUTORES

    Edesio Maria Buenano MacambiraPaulo dos Santos Freire Ricci

    BELÉM, 2014

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    GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS DA

    FOLHA TUCURUÍ – SA.22-Z-C

    ESTADO DO PARÁ

    ESCALA: 1:250.000

    Programa Geologia do Brasil (PGB)Integração, Atualização e Difusão de Dados da Geologia do Brasil

    Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)CPRM-Serviço Geológico do Brasil

    Biblioteca Regional de Belém 

    M114g Macambira, Edesio Maria Buenano.

    Geologia e recursos minerais da Folha Tucuruí – SA.22-Z-C, Estado do Pará, Escala1:250.00 / Edesio Maria Buenano Macambira, Paulo dos Santos Freire Ricci. – Be-lém: CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2013.

    122p.: il. Color.

    Programa Geologia do Brasil - PGB. Integração, Atualização e Difusão de Dados daGeologia do Brasil.

    ISBN: 978-85-7499-209-9

    1. Geologia Regional - Pará. 2. Recursos Minerais - Pará. I. Ricci, Paulo dos SantosFreire. II. Título.

      CDD 558.115

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    MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

    EDISON LOBÃO

    Ministro

    SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO ETRANSFORMAÇÃO MINERAL

    CARLOS NOGUEIRA DA COSTA JUNIOR

    Secretário

    SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

    MANOEL BARRETTO DA ROCHA NETO

    Diretor Presidente

    ROBERTO VENTURA DOS SANTOS

    Diretor de Geologia e Recursos Minerais

    THALES DE QUEIROZ SAMPAIO

    Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial 

    ANTONIO CARLOS BACELAR NUNES

    Diretor de Relações Instucionais e Desenvolvimento

    EDUARDO SANTA HELENA DA SILVA

    Diretor de Administração e Finanças

    REGINALDO ALVES DOS SANTOS

    Chefe do Departamento de Geologia

    FRANCISCO VALDIR DA SILVEIRA

    Chefe do Departamento de Recursos Minerais

    EDILTON JOSÉ DOS SANTOS

    Chefe da Divisão de Geologia Básica

    SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE BELÉM

    MANFREDO XIMENES PONTE

    Superintendente

    LÚCIA TRAVASSOS DA ROSA-COSTA

    Gerente de Geologia e Recursos Minerais

    CÉSAR LISBOA CHAVES

    CINTIA MARIA GAIA DA SILVA

    Supervisores de Geologia e Recursos Minerais

    TOMAZ DE AQUINO MASSOUD LOBATO

    Gerente de Relações Instucionais e Desenvolvimento

    CRISTIANE SILVA DE SOUSA

    MARCELO LACERDA VASQUEZ

    Supervisores de Relações Instucionais eDesenvolvimento

    JOÃO BATISTA MARCELO DE LIMA

    Gerente de Hidrologia e Gestão Territorial 

    CÍCERO VIERA DE MENEZES

    Gerente de Administração e Finanças

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    CRÉDITOS DE AUTORIA

    NOTA EXPLICATIVA

    Organizadores

    Edesio Maria Buenano MacambiraPaulo Freire dos Santos Ricci

    AUTORIA POR CAPÍTULO

    1 – IINTRODUÇÃO

    Edesio Maria Buenano Macambira

    Paulo Santos Freire Ricci

    2 – CONTEXTO GEOTECTÔNICO REGIONALEdesio Maria Buenano Macambira

    Paulo Santos Freire Ricci

    3 – UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS

    Paulo Santos Freire Ricci

    Edesio Maria Buenano Macambira

    4 – LITOGEOQUÍMICA

    Edesio Maria Buenano Macambira

    Paulo Santos Freire Ricci

    5 – GEOLOGIA ESTRUTURAL

    Paulo Santos Freire Ricci

    Edesio Maria Buenano Macambira

    6 – PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA

    Paulo Santos Freire Ricci

    Edesio Maria Buenano Macambira

    7 – RECURSOS MINERAIS

    Edesio Maria Buenano MacambiraPaulo Santos Freire Ricci

    8 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

    Edesio Maria Buenano Macambira

    Paulo Santos Freire Ricci

    CONSULTORES

    Afonso César Rodrigues Nogueira – UFPA

    Carlos Alberto Lins – CPRM

    Leo RodriguesTeixeira – CPRMReginaldo Alves dos Santos – CPRM

    MAPAS E SIG

    MAPA GEOLÓGICO

    Edesio Maria Buenano Macambira

    Paulo Santos Freire Ricci

    SIG GEOLÓGICOEdesio Maria Buenano Macambira

    Paulo Santos Freire Ricci

    APOIO TÉCNICO

    TRABALHOS DE CAMPO

    Alderan Antonio Souza

    José Paulo Santos de Melo

    Manoel Rodrigues Soares

    Paulo Sérgio Ferreira dos SantosValdenor Souza da Silva

    TRABALHOS DE ESCRITÓRIO

    Alexandre Dias Carvalho

    Hugo de Souza Ferreira

    ESTAGIÁRIOS DE GEOLOGIA

    João Paulo Abreu Almeida

    Rodrigo Fabiano S. Santos

    Valmir de Jesus S. Silva Júnior

    LABORATÓRIODenise Correa Lobato

    REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

    Nelma Fabrícia da P. Ribeiro

    ESTAGIÁRIO DE BIBLIOTECONOMIA

    Raildo de Sousa Machado

    REVISÃO FINAL

    Cina Maia Gaia da Sia

    Jaime Estevão Scandolara

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      Com o obeo de eanta infomações no chamado “azio catogco” da Amaznia, o Goeno Fede-

    a impanto em 2008 o Poeto Catogaa da Amaznia, coodenado peo CENSIPAM – Cento Gesto e Opea-

    ciona do Sistema de Poteço da Amaznia, exectado peas Foças Amadas Basieias (Exécito, Foça Aéea

    e Marinha) e pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM. O projeto é composto de três grandes subprojetos, queenoem as catogaas teeste, nca e geoógica (geoogia e aeogeosica), e qe isam a geaço de in-

    fomações qe dao spote ao paneamento e execço de poetos de infaestta a seem impantados na

    egio. So geadas também infomações estatégicas paa o monitoamento egiona, segança e defesa egio-

    na, aém de infomações geoógicas, de ecsos mineais e geoambientais. Estes dados deem contibi paa

    o desenoimento e poteço da egio amaznica, axiia na poposiço de ações atenaas de expoaço

    sstente de ses ecsos e, dessa foma, gaan a peseaço de se patimnio paa as geações ftas.

      É impotante essata qe o conhecimento geoógico/geosico do teitóio basieio é instmento

    indispense paa o paneamento e paa a impementaço de pocas púbicas otadas paa a infaestta e

    paa o desenoimento sstente dos ecsos mineais, enegécos e hdicos do pas. Paaeamente, essa-

    ta-se também a importância do conhecimento geológico, na condição de fonte primordial de conhecimento do

    meio sico, paa a execço de estdos de zoneamento ecoógico-econmico e de gesto ambienta do teitóio

    nacional.

      É neste contexto qe temos a gata sasfaço de disponibiiza à sociedade em gea o Poeto Geoogia

    e Recursos Minerais da Folha Tucuruí - SA.22-Z-C, que é parte integrante do Programa Geologia do Brasil – PGB,

    incado ao Ministéio das Minas e Enegia e à Secetaia de Geoogia, Mineaço e Tansfomaço Minea,

    desenvolvido pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM, através da Superintendência Regional de Belém.

      O desenoimento deste podto enoe compiaço e integaço de todas as infomações geoógicas,

    geoqmicas, geosicas e de ecsos mineais disponeis na egio. Esta base de dados foi compementada com

    a intepetaço de podtos de sensoes emotos, aqisiço sistemca de noos dados de campo e aboato -

    iais. Toda a infomaço eantada est hospedada neste podto e no GEOBANK, banco de dados copoao da

    CPRM, que pode ser acessado através do site www.cprm.gov.br.

    MANOEL BARRETTO DA ROCHA NETO

    Diretor-Presidente da CPRM –

    Serviço Geológico do Brasil

    ROBERTO VENTURA SANTOS

    Diretor de Geologia e Recursos Minerais

    APRESENTAÇÃO

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    SUMÁRIO

    APRESENTAÇÃO......................................................................................................................................................... 5

    RESUMO ................................................................................................................................................................... 11

    ABSTRACT ................................................................................................................................................................ 131. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 15

    1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO ..................................................................................................................................... 15

    1.2 METODOLOGIA DE TRABALHO ............................................................................................................................ 15

    1.3 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS .................................................................................................................................. 17

    1.3.1 Relevo .............................................................................................................................................................. 17

    1.3.2 Hidrograa ....................................................................................................................................................... 18

    1.3.3 Geomorfologia ................................................................................................................................................. 18

    1.3.4 Clima ................................................................................................................................................................ 18

    1.3.5 Solos ................................................................................................................................................................. 19

    1.3.6 Vegetação ......................................................................................................................................................... 19

    1.4 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS .......................................................................................................................... 19

    1.5 TRABALHOS ANTERIORES .................................................................................................................................... 20

    2.CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL ................................................................................................................... 21

    3.UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS .................................................................................................................... 25

    3.1 DOMÍNIO BACAJÁ ................................................................................................................................................ 253.1.1 Complexo Aruanã ............................................................................................................................................ 25

    3.1.2 Granulito Tuerê ................................................................................................................................................ 26

    3.1.3 Grupo Três Palmeiras – Formação Itatá .......................................................................................................... 31

    3.1.4 Sequência Igarapé Vinte e Quatro................................................................................................................... 32

    3.1.5 Complexo Bacajaí  ............................................................................................................................................. 33

    3.1.6 Suíte Intrusiva Arapari ..................................................................................................................................... 35

    3.1.7 Suíte Intrusiva João Jorge ................................................................................................................................ 39

    3.1.8 Ultramato Manduacari .................................................................................................................................. 40

    3.1.9 Diabásio Rio Pajeú ........................................................................................................................................... 41

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    3.2 CINTURÃO ARAGUAIA ......................................................................................................................................... 42

    3.2.1 Grupo Baixo Araguaia ...................................................................................................................................... 42

    3.2.1.1 Formação Pequizeiro .................................................................................................................................... 42

    3.2.1.2 Formação Couto Magalhães ......................................................................................................................... 44

    3.2.2 Formação Tucuruí  ............................................................................................................................................ 45

    3.2.3 Diabásio Igarapé Santos ................................................................................................................................. 47

    3.3 BACIA DO AMAZONAS ......................................................................................................................................... 49

    3.3.1 Formação Alter do Chão .................................................................................................................................. 49

    3.4 BACIA DO MARAJÓ .............................................................................................................................................. 49

    3.4.1 Grupo Itapecuru..............................................................................................................................................  49

    3.5 BACIA DO GRAJAÚ ............................................................................................................................................... 50

    3.5.1 Formação Ipixuna ............................................................................................................................................ 50

    3.6 FORMAÇÃO SUPERFICIAL INTEMPÉRICA ............................................................................................................. 51

    3.6.1 Cobertura Lateríca Matura ............................................................................................................................ 51

    3.6.2 Cobertura Lateríca Imatura ........................................................................................................................... 52

    3.7 FORMAÇÕES SUPERFICIAIS HOLOCÊNICAS .......................................................................................................... 52

    3.7.1 Depósitos de Terraços Fluviais ........................................................................................................................ 53

    3.7.2 Depósitos Aluvionares ..................................................................................................................................... 53

    4. LITOGEOQUÍMICA ............................................................................................................................................... 55

    4.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................... 55

    4.2 ROCHAS FÉLSICAS ................................................................................................................................................ 55

    4.2.1 Complexo Aruanã ........................................................................................................................................... 55

    4.2.2 Granulito Tuerê ................................................................................................................................................ 61

    4.2.3 Complexo Bacajaí ............................................................................................................................................ 62

    4.2.4 Suíte Intrusiva Arapari ..................................................................................................................................... 67

    4.2.5 Suíte Intrusiva João Jorge ................................................................................................................................ 72

    4.3 ROCHAS BÁSICAS ................................................................................................................................................ 76

    4.3.1 Diabásio Rio Pajeú ..........................................................................................................................................  764.3.2 Diabásio Igarapé Santos ................................................................................................................................. 83

    5.GEOLOGIA ESTRUTURAL .................................................................................................................................... 85

    5.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................... 85

    5.2 DOMíNIO CrATôNICO TrANSCOrrENTE BACAjá ............................................................................................. 85

    5.3 CINTurãO DE CAvAlGAMENTO ArAGuAIA ..................................................................................................... 88

    5.3.1 Cinturão Externo ou de Antepaís .................................................................................................................... 88

    5.3.1.1 Faixa Autóctone ou Preservada ................................................................................................................... 88

    5.3.1.2 Zona de Arculação (Duplex Compressivo de Tucuruí) ..............................................................................  88

    5.3.1.3 Cinturão de Antepaís Avo (Faixa de Ardósias) ........................................................................................... 89

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    5.3.2 Cinturão Interno de Xistos ............................................................................................................................... 90

    5.4 COBERTURAS FANEROZOICAS ............................................................................................................................. 91

    6.PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA ............................................................................................................................... 93

    6.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................... 93

    6.2 METODOLOGIA DE TRABALHO ............................................................................................................................ 93

    6.2.1 Amostragem..................................................................................................................................................... 93

    6.2.2 Análises ............................................................................................................................................................ 93

    6.2.3 Tratamento dos Resultados Geoquímicos e Mineralógicos ............................................................................ 94

    6.3 RESULTADOS OBTIDOS ......................................................................................................................................... 94

    6.3.1 Sedimentos de Corrente .................................................................................................................................. 94

    6.3.2 Concentrados de Bateia ................................................................................................................................. 102

    6.3.3 Áreas Anômalas ............................................................................................................................................. 102

    7.RECURSOS MINERAIS ........................................................................................................................................ 107

    7.1 MINERAIS NÃO METÁLICOS ............................................................................................................................... 107

    7.1.1 Quartzo .......................................................................................................................................................... 107

    7.1.2 Gemas: Amesta, Cristal de Rocha e Diamante ............................................................................................ 107

    7.1.3 Caulim ............................................................................................................................................................ 108

    7.1.4 Rochas Ornamentais ...................................................................................................................................... 108

    7.1.5 Argila, Areia, Cascalho e Brita ....................................................................................................................... 108

    7.2 MINERAIS METÁLICOS ....................................................................................................................................... 109

    7.2.1 Ouro................................................................................................................................................................ 109

    7.2.2 Sulfetos de Cobre e Níquel ............................................................................................................................. 110

    7.2.3 Elementos de Terras Raras – ETR .................................................................................................................... 110

    7.2.4 Ferro ............................................................................................................................................................... 110

    7.2.5 Alumínio ......................................................................................................................................................... 110

    8.CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................................................................................. 113

    8.1 CONCLUSÕES ..................................................................................................................................................... 113

    8.1.1 Estragraa .................................................................................................................................................... 1138.1.2 Litoquímica .................................................................................................................................................... 113

    8.1.3 Geologia Estrutural ........................................................................................................................................ 114

    8.1.4 Prospecção Geoquímica ................................................................................................................................ 114

    8.1.5 Recursos Minerais .......................................................................................................................................... 115

    8.2 RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................................................. 115

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................................... 117

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    Geologia e recursos minerais da Folha Tucuruí 

    RESUMO

    A Folha Tucuruí (SA.22-Z-C) está localizada naporção centro-oriental do Estado do Pará, com áreade 18.200km², limitada pelas coordenadas geográ-

    ficas 3º00’ a 4º00’ S e 49º30’ a 51º00’ WGr. Ocupaparte dos municípios de Bagre, Baião, Breu Branco,Moju, Novo Repartimento, Pacajá, Portel, e Tucuruí,e da Reserva Indígena de Trucará. Tucuruí, a cidademais impotante da egio, est inteigada à ede o-doviária e aeroviária nacional, porém também podeser alcançada por via fluvial, a partir de Belém.

    Em m contexto geotectnico, abange a bodaoienta do Domnio Baca (Cton Amaznico), a ex-temidade note do Cinto Aagaia, e poções dasbordas sul da Bacia do Amazonas, ocidental da Baciado Grajaú e setentrional da Bacia do Marajó. Durante

    o mapeamento geológico foram individualizadas 21unidades estratigráficas, das quais 5 foram propostasneste projeto.

    A maior parte da área de trabalho está repre-sentada por unidades de rochas ígneas e metamór-ficas de idades arqueano-proterozoicas pertencentesao Domínio Bacajá. Estas unidades apresentam-secomo faixas alongadas, subparalelas, dispostas se-gundo NW-SE, como consequência do cisalhamentotanscoente qe atingi esta poço catnica.

    O embasamento arqueano está representadopeo Compexo Aan (otognaisses, endebcos achanoendebcos, com copos de ganitos mcos)

    e peo Ganito Teê (otognaisses chanockcos a-tenados com otoganitos mcos). Segem-se osconjuntos supracrustais paleoproterozoicos denomi-nados de Grupo Três Palmeiras (quartzitos e xistos) eSeqência Igaapé vinte e Qato (xistos, sepenni-tos e esteatos). Ota assembeia de embasamento,mais noa, é constda po tonaitos, chanoendebi-tos, chanockitos e mesopeta ganitos denominadade Compexo Bacaa. O magmasmo oogênico tadia pós-coisiona do Cico Tansamaznico (riaciano) érepresentado pela Suíte Intrusiva Arapari (charnocki-tos, mesopeta ganitos, chanoendebitos e meso-

    peta ganitos) e pea Ste Intsia joo joge (e-co-microclina sieno e monzogranitos). A unidade maisnoa do Domnio Baca é o utamato Mandacai,de idade neopoteozoica, constdo de sepennitos

    siicicados com psedomofos de pioxênio e oiina.O Cinturão Araguaia (Neoproterozoico-Cambriano)apresenta-se como uma faixa de direção submeridia-

    na, estagacamente composto peas fomações Pe-quizeiro (xistos quartzosos, clorita xistos e quartzitosfedspcos) e Coto Magahes (meta-agiitos, me-tassitos, adósias e itos), ambas petencentes aoGrupo Baixo Araguaia. A Formação Tucuruí (arenitossbacoseanos, intecaados com peitos scos e a-mitos) consti o topo do Cinto Aagaia. O mag-masmo mco est epesentado peo enxame dediques situados na porção ocidental da área de traba-lho, denominados de Diabásio Rio Pajeú (Neotriássico-Mesojurássico) e por soleiras e lacólitos que ocorremna zona de contato do Cinturão Araguaia com o Do-

    mínio Bacajá, nomeados de Diabásio Igarapé Santos(Cambriano). Na borda norte da Folha Tucuruí ocorrea Formação Alter do Chão (arenitos de cores variega-das), no extremo nordeste o Grupo Itapecuru (arenitosamaonzados e amaeados de ganaço na a mé-dia) e na borda leste a Formação Ipixuna (argilitos comintecaações de aenitos). As cobetas atecasfoam diididas em Cobetas latecas Matas eImatas. As aiões qatenias do io Tocanns, fo-ram divididas em Depósitos de Terraços Fluviais e De-pósitos Aluvionares. Nos demais rios (Pacajá, Aruanã,Teê, etc.) as aiões qatenias foam engobadascomo Depósitos Aluvionares.

    Dentre os recursos minerais o quartzo é o maisimportante (utilizado para a fabricação de silício me-tico), pesente pincipamente nas aiões qa-ternárias do rio Araguaia. Ocorrem ainda veios deametista e cristal de rocha encaixados nas rochas doDomínio Bacajá, que constituem o Distrito Gemológi-co de Paca, diamantes associados também às ai-ões do io Tocantins, caim em neis da FomaçoIpixuna, rochas ornamentais, particularmente, nodomínio da Suíte Intrusiva Arapari e do ComplexoAruanã, depósitos de ferro e alumínio na FormaçãoTucuruí, argila (cerâmica vermelha), areia e cascalho

    nos aiões qatenios. A pospecço geoqmicarevelou a potencialidade para depósitos de ouro e deníquel-cobre associados ao Grupo Três Palmeiras epaa ETr eacionados à Ste Intsia Aapai.

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    ABSTRACT

    The Tucuruí sheet is located in the central-e-astern of Pará State, Brazil, cover an area of about18.200 Km² and it is limited by the geographic coor-

    dinates 3º00’- 4º00’S and 49º30’-51º00’WGr. Occupypart of the municipalities of Bagre, Baião, Breu Bran-co, Moju, Novo Repartimento, Pacajá, Portel and Tu-curuí, and the Trucará Indian Reserve. Tucurui is themost important city, and it is connected to road, riverand air lines Brazilian net.

    The tectonic analysis shows that the Tucuruísheet includes part of the Pre-Cambrian BacajáDomain (Amazon Craton) and Araguaia Belt, and thePhanerozoic sedimentary basis, Amazon, Grajaú andMarajó. In this project 21 stratigraphic units werestudied, in which 5 represent new proposals.

    Archaean-Proterozoic igneous and metamorphicunits of the Bacajá Domain dominate in the study area.These units form NW-SE elongated bodies, as resultof transcurrent shear zones action. The Archaeanbasement is represented by the Aruanã Complex(orthogneisses, enderbites to charnockites andmafic granulites) and Tuerê Granulite (orthogneisses,charnockites and mafic granulites). The Três PalmeirasGroup (quartzites and schists) and Igarapé Vinte eQuatro Sequence (schists, serpentinits and steatites)represent the Paleoproterozoic metavulcano-sedimentary sequences. The Proterozoic basementis composed by charnoenderbites, charnockites and

    mesopertite granites of the Bacajaí Complex. TheRhyacian tardi-post collisional orogenic magmatism isrepresented by Arapari Intrusive Suite (charnockites,mesopertite granites and charnoenderbites) andJorge João Intrusive Suite (leuco-microcline sienoe monzogranites). The Manduacari Ultramaphite(Neoproterozoic) is the youngest unit of the Bacajá

    Domain, and is constituted mainly by serpentinites. Theunits from Araguaia Belt (Neoproterozoic-Cambrian)are the Pequizeiro Formation (schists and quartzites)

    and Couto Magalhães Formation (meta-argilites,ardosias and filites), included in the Tocantins Group.The Tucuruí Formation (subarcosean sandstone andpelites) represent the youngest unit of the AraguaiaBelt. The mafic magmatism is represented by theIgarapé Santos Diabase (Cambrian), which occursalong the Bacajá Domain/Araguaia Belt contactzone, and by a dyke swarm named Rio Pajeú Diabase(Neotriassic-Mesojurassic). The Alter do ChãoFormation (multicolored sandstone), the ItapecuruGroup (brown, yellow and grey color, median tofine grains sandstone) and the Ipixuna Formation

    (argilites and sandstone intercalations) representthe sedimentary Phanerozoic units of the Tucuruísheet. The lateritic cover was divided in Mature andImmature. The Quaternary fluvial deposits associatedwith the Rio Tocantins are named Alluvial Depositsand Fluvial Terraces.

    Quartz (use to made metallic silicon) is the mostimportant mineral resource of the area, related toRio Tocantins alluvial deposits. Other resources areamethyst and rock crystal veins hosted in units of theBacajá Domain (that constitute the Pacajá GemologicDistrict), diamonds related to Rio Tocantins alluvialdeposits, kaolin associated to Ipixuna Formation,

    dimension stones (Arapari Intrusive Suite and AruanãComplex), iron and aluminum (Tucurui Formation),clay (bricks), sands and gravels related to Quaternarydeposits. Geochemical prospecting show potential forgold and nickel-copper in the Três Palmeiras Groupand REE on the Arapari Intrusive Suite.

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    1. INTRODUÇÃO

    1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO

    A Folha Tucuruí (SA.22-Z-C), com área de 18.200

    km² localizada na porção centro-oriental do Estado doPa (Fig. 1.1A), é imitada peas coodenadas geogcas3°00’ a 4º00’N e 49°30’ a 51°00’WGr. Abrange parte dosmunicípios de Bagre, Baião, Breu Branco, Moju, Novo Re-pamento, Paca, Pote, Tc e a resea Indgenade Trucará (Fig.1.1B). Tucuruí é a cidade mais importantee em segundo plano destacam-se Pacajá e Breu Branco,além das vilas de Joana Peres, Km 50, Vila do Irmão, Novajta, etc. O acesso a Tc, a pa de Beém, pode sefeito po ia aéea (inha ega), ia ia (inha eg-lar) e via rodoviária (PA-150, Belém-Goianésia e PA-263,Goianésia-Tucuruí). Na região do projeto o acesso é feito

    pincipamente peas odoias Tansamaznica (Br-230),Tanscamet (PA-156) e Tc-Noo repamento (Br-422), e através das estradas vicinais implantadas peloPoeto de Coonizaço do Instto Naciona de Cooni-zação e Reforma Agrária – INCRA, por madeireiros e porfazendeiros, como a Vicinal Transladário, a Estrada BomJesus, a Vicinal das Pedras e outras.

    1.2 METODOLOGIA DE TRABALHO

    Os trabalhos da Folha Tucuruí iniciaram em outu-

    bro/2006 com conclusão em dezembro/2012. A siste-mca de tabaho segi a padonizaço estabeecidapelo Guia de Procedimentos Técnicos do Programa deLevantamento Geológico Básico do Brasil – PLGB, adota-do pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil. Nesse perí-odo foam exectadas as segintes aidades:

    Etapa Preparatória

    Iniciamente foi eaizada pesqisa bibiogcacom cadastramento e análise do material de interesse

    para os trabalhos na Folha Tucuruí. Em seguida proce-de-se à intepetaço fotogeoógica com izaço deimagens de radar e dos satélites CBERS e GEOCOVER,

    na escaa 1:250.000, fotogaas aéeas conencionais(1:40.000) das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. e cartaspaniaméticas do Instto Basieio de Geogaa e

    Estasca – IBGE.Posteriormente, foi realizada a interpretação aero-

    geosica dos mapas gamaespectométicos dos canaisde potássio, urânio e tório, contagem total e magneto-méticos do campo magnéco tota, da ampitde dosina anaco e da pimeia deiada eca a pa dedados dos poetos aeogeosicos Anap-Teê (CPrM,2004) e Tc (CPrM, 2010) obdos com espaçamen-to entre as linhas de voo de 500 m.

    Em seguida foram confeccionados mapas de servi-ço (infaestta ogsca, geomofoógico, denagem,intepetaço aeogeosica, estta e geoógica),

    georreferenciados, nas escalas 1:100.000 e 1:250.000.Este material serviu para a elaboração do mapa geoló-gico-estrutural preliminar, para subsidiar a programaçãodos trabalhos de campo.

    Atividades de Campo

    O mapeamento geoógico sistemco, na escaa1:250.000, consis na execço de pes ao ongo deestadas, amais e ios, pefeenciamente tansesais àesttaço egiona, eicaço das pincipais anoma-ias aeogeosicas, dos aos esttais, das anomaiasde denagem e eeo e das feições fotointepetadas.

    Neste tabaho foam descitos 445 aoamentos, comcoleta de 589 amostras de rocha. Destas, foram selecio-nadas 582 paa anises petogcas, 58 paa anisesquímicas e 6 para análises geocronológicas. Foram, tam-bém, cadastradas 21 ocorrências minerais.

    Paralelamente aos trabalhos de mapeamento ge-ológico foi executada amostragem geoquímica regionalcom a coleta de 71 amostras de sedimentos de correntee 61 concentrados de bateia. Ainda, durante a realiza-ço dos pes geoógicos, foi eaizada ma pospecçoadiomética teeste izando-se m cinmetopot (Saphymo Sat/SPP-2-NF). É impotante desta-

    car que na Reserva Indígena de Trucará, por impedimen-tos legais, não foram realizados trabalhos de campo.

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    Procedimentos Analíticos

    Esta etapa obedeceu a seguinte sequência:1 – Anises Petogcas – Das amostas coetadas

    foam seecionadas as mais epesentaas paa o est-do petogco, cas âminas degadas, foam confec-cionadas na Seção de Laboratório da Superintendênciaregiona de Beém. As sas descições foam eaizadas

    pelo petrógrafo Paulo dos Santos Freire Ricci, integranteda equipe da Folha Tucuruí.

    2 – Análises Litoquímicas – Baseado no estudo pe-togco e na catogaa geoógica foam seecionados

    os exempaes mais signicaos paa a eaizaço dosestudos petroquímicos. As amostras foram preparadas(britadas, pulverizadas, homogeneizadas e quarteadas)na Seção de Laboratório da CPRM-Belém e analisadas,

    Figura 1.1 – Mapa de localização (A) e infraestrutura e logísca (B).

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    no SGS GEOSOL Laboratórios Ltda., para os seguintes óxi-dos maiores: SiO2, TiO2, Al2O3, Fe2O3, MgO, CaO, MnO,Na2O, K2O e P2O5 (Perda ao Fogo), por fusão com me-taboato de o e deteminaço po Indced CopedPlasma – Emission Spectrometry (ICP-ES). Para a análisedos elementos menores e traços (Ba, Be, Co, Cs, Ga, Hf,Nb, Rb, Sn, Sr, Ta, Th, U, V, W, Zr e Y), assim como, dosElementos de Terras Raras (La, Ce, Pr, Nd, Sm, Eu, Gd, Tb,Dy, Ho, E, Tm, Yb e l) também foi izada a abetapo fso com metaboato de o e deteminaço poInduced Coupled Plasma, com leitura pelo Mass Spec-trometry (ICP-MS). Por este mesmo instrumental foramanalisados o Mo, Cu, Pb, Zn, Ni, As, Cd, Sb, Bi, Ag, Au, Hg,T e Se, poém izo-se a abeta qmica po garégia. Pelo exposto constata-se que o estudo litogeo-químico das rochas da Folha Tucuruí foi baseado em 54deteminações, sendo 10 compostos e de 44 eementosquímicos. Baseados nestes resultados foram confeccio-nados especcos gcos intepetaos, os qais cons-

    tam do capitulo de Petroquímica.3 – Análises Geocronológicas – Para um melhor

    posicionamento estagco/eoo das nidadesestagcas foam seecionadas 7 amostas paa est-do geocronológico. Seis amostras foram analisadas pelométodo de evaporação de Pb em zircão no LaboratórioPará-Iso da Universidade Federal do Pará e uma pelo mé-todo U-Pb em zircão por LA-ICP-MS, no Laboratório deGeocronologia da Universidade de Brasília.

    4 – Foam eaizadas ainda datações peo métododa Termoluminescência no Laboratório de Vidros e Data-ção, da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP),

    em amostras de sedimentos aluvionares quaternários.5 – As amostras de solo e sedimentos de correnteforam analisadas no Laboratório da SGS GEOSOL, para osseguintes elementos: Ag, Au, Al, As, B, Ba, Be, Bi, Ca, Cd,Ce, Co, Cr, Cs, Cu, Fe, Ga, Ge, Hf, Hg, In, K, La, Li, Mg, Mn,Mo, Na, Nb, Ni, P, Pb, Rb, Re, S, Sb, Sc, Se, Sn, Sr, Ta, Te,Th, Ti, U, V, W, Y, Zn e Zr.

    6 – Para o estudo dos concentrados de bateia fo-am eaizadas anaises mineaógicas semiqantaasna Seção de Laboratório da Superintendência Regionalde Porto Alegre.

    Montagem do SIG Geológico

    O inicio desta etapa consis na istagem, ogani-zaço e consoidaço de todos os dados e infomaçõesgeradas durante o desenvolvimento dos trabalhos daFolha Tucuruí. Em seguida procedeu-se a alimentaçãodo GEOBANK, que é o banco de dados da CPRM - Servi-ço Geológico do Brasil, e das seguintes bases: AFLORA,PETRO, GEOCRON e GEOQ e a digitalização dos dadosatualizados. Finalmente, confeccionou-se o mapa geo-lógico, na escala 1:250.000, em ambiente SIG.

    Elaboração da Nota ExplicativaEste texto consti sntese do mapeamento geo-

    lógico e representa o atual nível de conhecimento da

    Folha Tucuruí. Foi elaborado com base em pesquisa bi-biogca e nos estados acançados nos tabahos decampo e está estruturado em 8 capítulos. O PrimeiroCapítulo apresenta uma descrição da área enfocando aocaizaço, os aspectos siogcos e socioeconmicos,as pesquisas anteriores e a metodologia de trabalho. OSegundo Capítulo aborda o panorama geológico regio-na. Os demais captos desceem as caactescasgeoógicas: unidades Estagcas (Capto 3), Peto-química (Capítulo 4), Geologia Estrutural (Capítulo 5),Prospecção Geoquímica (Capítulo 6), Recursos Minerais(Capto 7) e, namente, as Concsões e recomenda-ções (Capto 8). Apesentam-se ainda as refeênciasBibiogcas e, como anexo, o Mapa Geoógico.

    1.3 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS

     1.3.1 Relevo

    As diversas formas de relevo presentes na FolhaTucuruí podem ser, em amplos termos, reunidas em 4gpos (Fig. 1.2): reeo Coinoso, Specie Pedipana-da, Relevo de Serras e Planície Fluvial.

    O Relevo Colinoso abrange a maior porção da áreade tabaho. Est constdo po coinas, cas cotasvariam de 220m a 140m, com amplas formas, toposabaulados, encostas com média a baixa declividade epe das etentes em fomas cncaas o eneas.Na porção sudoeste da Folha Tucuruí as colinas exibem

    as maioes atdes (às ezes speio a 300m) e comuma tendência a apresentarem topos em forma de cris-tas orientadas segundo NW-SE. O Relevo Colinoso de-senoe-se pacamente sobe as ochas gneas emetamócas pé-cambiana.

    Em temos de abangência teitoia a SpeciePediplanada ocupa a segunda posição. Ocorre princi-palmente na borda norte e leste da Folha Tucuruí, nosdomnios das fomações Ate do Cho e Ipixna e doGpo Itapec. Tata-se de ma specie de apaina-mento, com ma atde média de 100m a 130m, qeagmas ezes assemeha-se a pats. A ede de dena-gem é espaçada, bem encaixada e com os vales em for-

    ma de “u”.O Relevo de Serras está restrito a Serra do Truca-

    rá. Trata-se de uma faixa de direção submeridiana, comcerca de 60 km de comprimento e largura máxima de10 km, localizada na porção sudeste da Folha Tucuruí.Consti ma sea, desconna, com atdes aian-do de 170m a 270m, topo em foma de pat, encostasde ata deciidade e pe eneo a cncao, pac-larmente observado na borda oeste da Serra do Trucará.Este sistema consti m diiso de gas, com a edede drenagem, espaçada, bem encaixada e com os vales emfoma de “u” o de “v”. O reeo de Seas est dieta-

    mente eacionado à Fomaço Tc, sendo qe o topodas seas est constdo po ma Cobeta lateca.As Planícies Aluvionares estão bem representa-

    das ao ongo do io Tocanns, constindo ma faixa

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    com cerca de 90 km de comprimento por uma larguramxima de 30 km. Tata-se de ma specie de ac-maço, constda po sedimentos inconsoidados de

    idade qatenia, po ezes constindo ihas e, oca-mente, apresentam lagoas. São áreas com cotas geral-mente infeioes a 50 m e seitas a inndações iais.

    Figura 1.2 – Imagem SRTM com formas de relevo e drenagem: Rc - Relevo colinoso; Rt Relevo tabular (Supercie Pediplana-da); Rs – Relevo de serra; Pf –Planície uvial.

    1.3.2 Hidrografa

    Os pincipais csos d’ga qe compõem a edehidogca da Foha Tc tem posicionamentosbmeidiano, denando paa note, no sendo do ioAmazonas. O io Tocanns, ocaizado na boda este da

    área de trabalho, é o principal curso d’água, entretan-to, o io Paca com ses aentes (Pc, Aapai,Aratau, Aruanã, etc.) drena a maior porção territorialda Folha Tucuruí, enquanto no extremo noroeste des-taca-se a bacia do rio Tuerê. A navegação nestes rios sóé posse paa embacações de peqeno pote (10t),na época da “cheia”, poqe na esagem os ios to-nam-se encachoeiados. O io Tocanns e o baixo c-so do rio Pacajá são os mais navegáveis. O padrão dedenagem obseado na Foha Tc é o dendcoarborescente. Localmente, a rede de drenagem é con-trolada por falhas e sistemas de juntas, especialmente

    nas dieções sbmeidianas.

    1.3.3 Geomorfologia

    De acordo com os estudos geomorfológicos deBarbosa, Rennó e Franco (1974) a Folha Tucuruí loca-iza-se no Domnio Mofocimco dos Panatos Ama-znicos rebaixados o Dissecados das áeas Coinosas

    e Pancies reesdas po Foesta Densa, sendo qe aporção setentrional pertence ao Planalto Rebaixado daAmaznia e a poço meidiona à Depesso Peiféicado Sul do Pará.

    1.3.4 Clima

    De acodo com o Atas Cimatoógico da Amaz-nia (SUDAM, 1984) predomina na Folha Tucuruí regimepluviométrico com precipitação anual de 2.000mm a2.500mm/ano; a temperatura média anual situa-se en-te 25ºC a 26ºC e a média ana da midade eaa do

    ar oscila entre 80% a 85%. Estes parâmetros permitem

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    cassica o cima na egio de tabaho como do po“Am” na poço meidiona e do po “Af”, na setentio-na, de acodo com o método de “Koopen”. O po “Am”caracteriza-se por ser um clima tropical úmido de mon-ção, com precipitação pluviométrica excessiva duranteagns meses (aneio a abi) e po “Af” coespondeao cima topica de oesta, constantemente úmido,onde a pluviosidade no mês mais seco alcança no míni-mo 60mm.

    1.3.5 Solos

    Os grandes grupos de solos tropicais estão pre-sentes na Folha Tucuruí. Correa, Peres e Vieira (1974)idencaam os segintes gpos: Podzóico veme-ho- Amaeo, latossoo vemeho-Amaeo Distó-co, latossoo Amaeo Distóco, Soos HidomócosGleyzados, Solos Aluviais, Terra Roxa Estruturada e So-os Concecionios latecos.

    Os soos do po Podzóico vemeho-Amaeo ca-racterizam-se por serem ácidos, possuem o Horizonte“A” faco e Hoizonte “B” agico esttado. Estessolos ocorrem principalmente na porção meridionalda área de trabalho, no domínio das rochas ígneas emetamócas.

    Os latossoos vemeho-Amaeo Distócos ape-sentam o Hoizonte “A” ócico e o Hoizonte “B” óxico,grande espessura, com relação textural em torno de 1.São solos friáveis, bastante porosos, permeáveis e comestta poco desenoida. Este po de soo oco-re como uma faixa (E-W) na porção mediana da Folha

    Tucuruí e está associado ao contato das rochas arquea-no-poteozoicas com as faneozoicas, mais paca-mente, no domínio da Formação Tucuruí.

    O grupo de solos denominado de Latossolos Ama-eo Distócos apesenta o Hoizonte “A” ócico e o“B” óxico. So soos enehecidos, cidos a fotementeácidos, boa drenagem e permeáveis. Estão associadosàs ochas da Fomaço Ate do Cho e do Gpo Ita-pecuru.

    Ao ongo das magens do io Tocanns desen-oem-se os Soos Hidomócos Geyzados sobe ossedimentos de idade Quaternária. Em geral, são solosfortemente ácidos, entretanto, podem apresentar-se

    netos e acainos. Os fatoes hidomócos, a qe es-tão sujeitos, condicionam a variedade textural e com-posiciona do pe pedoógico.

    Os Solos Aluviais estão restritos as planícies alu-vionares dos rios menores (Pacajá, Pucuruí, Arapari,Aata, Aan, etc.). Possem Hoizonte “A” faca-mente desenvolvido, seguido por camadas geralmenteestacadas. A composiço e a ganometia ape-sentam-se bastante aiadas e o pe pedoógico de-pendente da natureza do sedimento depositado.

    A Terra Roxa Estruturada apresenta estrutura su-banga bastante desenoida, pacamente, no

    Horizonte B, o qual apresenta uma cerosidade desen-oida; possi ata feidade e est dietamente as-sociada aos corpos das unidades Rio Pajeú e IgarapéSantos. Os Soos Concecionios latecos so me-

    dianamente bem desenvolvidos, formados por umamista de agias, pacas mineais nas e conce-ções atecas. So cidos, com baixa sataço debases, desenvolvem-se sobre diversas litologias. Estesdois úmos pos de soos ocoem de maneia estitae localizada.

    1.3.6 Vegetação

    Japiassu e Góes Filho (1974) demonstraram que,originalmente, na Folha Tucuruí predominava vegeta-ço do po Foesta Densa. Tata-se de ma oestadesenoida em egiões de cimas qentes, úmidose superúmidos, caracterizada por grandes árvores,frequentemente com mais de 50m de altura, que so-bressaem de um estrato arbóreo uniforme, entre 25me 35m de altura. Apresenta grande variedade de espé-cies dispostas em alta densidade. A Floresta Densa, deacodo com as aiações espaciais, sbdiidem-se em

    ios sbpos, ente os qais se destacam: a) Foes-ta Ombóa Sbmontana, qe ocoe pacamentenas poções s e oeste da Foha Tc, apoximada-mente no terreno das rochas arqueano-proterozoicase caracteriza-se por apresentar variação na estruturade acodo com o desne topogco; b) Foesta Om-bóa dos Pats apesenta estta bastante nifo-me, composta de árvores grossas e bem altas (muitasvezes superior a 50m), sem palmeiras e com raras lia-nas, e pode se diida em Baixos Pats, qe se desen-oem na boda note da egio de tabaho e Pats,que ocorrem como uma faixa E-W na porção mediana

    da citada egio. Associada às aiões Qateniasocoe a Foesta Ombóa Aia, caacteizada poestta compexa, ica em pameias, biana e o-tras plantas rosuladas.

    Atualmente, existem poucos núcleos represen-taos da oesta oigina, a qa foi antopizada emdifeentes intensidades. A oesta mais peseadaencontra-se na porção norte da Folha Tucuruí, entre-tanto, foam eadas inúmeas oes de ao co-mercial. A grande extensão territorial da Folha Tucuruí,pacamente ao ongo das odoias e amais, estocpada po fazendas, pantações e “capoeias” (es-tantes da deastaço da oesta oigina).

    1.4 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS

    Os mais angos habitantes da egio so os ndios,que ainda hoje habitam a Reserva Indígena de Trucará. Acoonizaço inicio-se peo io Tocanns em 1625, qandofei Cistóo de lisboa chego à egio paa faze contatocom os índios. Nos séculos seguintes a colonização inten-sico-se, ios gaeos foam impantados e, em 1947,foi criado o município de Tucuruí. No século passado oprocesso de colonização foi acelerado com a construção

    de odoias, pacamente a Tansamaznica, com aconstrução da Hidroelétrica de Tucuruí e com a abrangen-te aidade dos madeieios e fazendeios e impantaçode indústrias, como as serrarias, cerâmicas e a de silício.

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    Geologia e recursos minerais da Folha Tucuruí 

    Esma-se em 200.000 habitantes a popaço daFolha Tucuruí, distribuída principalmente nas zonas ur-banas das cidades de Tucuruí, Pacajá, Breu Branco e emvilarejos (Joana Peres, Km 50, Vila do Irmão, Nova Jutaí,Nazaré dos Patos, Bom Jardim) localizados ao longo dasodoias e do io Tocanns. As densidades demog-cas (IBGE, 2010) dos municípios de Tucuruí, Breu Bran-co e Pacajá são de 46,50, 13,32 e 3,38 habitantes/km²,especamente. Saienta-se qe a boda note da eade trabalho é quase despovoada. Apenas o trecho (30km) entre o limite leste da Folha Tucuruí e a cidade ho-mnima é asfatado e os demais componentes da edeodoiia so constdos po “estadas de tea”, depecias condições e mitas ezes intansiteis d-rante o período das chuvas. A rede de saúde pública, aeducação e o saneamento básico, também são precá-rios (mesmo nas sedes municipais) e muitas vezes ine-xistentes. A maia, a diaeia, a hepate, a denge ehanseníase são frequentes ou endêmicas.

    O pincipa poo econmico da egio é a Hido-eética de Tc (Fig. 1.3), no io Tocanns, com macapacidade instalada de 8.370 MW, sendo a maior ge-nuinamente brasileira e a 4ª do Mundo, e está conec-tada à ede eética naciona.

    A pecia é a mais abangente aidade econ-mica concentrada na criação de gado para corte, abas-tecendo o mercado paraense, e mesmo, o nacional.recentemente, esta aidade foi dinamizada com a ex-potaço de “gado em pé” paa o lbano e a venezea.

    A aidade madeieia, incindo o cote das -vores e a transformação rudimentar nas serrarias, além

    de ser abrangente, é precursora e emprega o maior nú-mero de mão de obra.Na mineaço, a mais anga aidade foi à ga-

    impagem de diamantes nos aiões do io Tocanns.Atamente a mais impotante aidade mineo-meta-lúrgica é a lavra de quartzo (aluvionar e/ou ígneo) e aconsequente produção de silício (químico, metalúrgicoe eetnico) pea Dow Coning Metais do Pa Indústiae Comercio Ltda., localizada na cidade de Breu Branco.Destaca-se, ainda, a produção de cerâmica vermelha,areia e cascalho nas proximidades das sedes municipaise a gaimpagem de amesta atamente est paaisada.

    Compementando o qado econmico da Foha

    Tucuruí salienta-se a presença de pequenos e rudimen-taes acnios, incipiente tismo ecoógico, ma agi-cultura de subsidência e uma pesca semiartesanal.

    Considerando os 3 municípios cujas sedes muni-cipais (Tucuruí, Breu Branco e Pacajá) se localizam naFolha Tucuruí, o Índice de Desenvolvimento Humano

     – IDH varia de 0,641 a 0,576 (PNUD, 2003). Conside-rando o Produto Interno Bruto – PIB, Tucuruí apresen-ta o maior valor (R$ 1.830.060.000,00) seguido de BreuBranco (R$ 223.930.000,00) e Pacajá (R$ 86.621.000,00)segundo IBGE (2005).

    1.5 TRABALHOS ANTERIORES

    Poaemente a mais anga efeência sobe osaspectos geológicos da Folha Tucuruí atribui-se a Mo-raes Rego (1933), quando realizou uma expedição noio Tocanns. Em 1970 a CPrM, inicio o mapeamentogeoógico da rodoia Tansamaznica (reis; Sia; lo-bato, 1974), qe esto em m pe geoógico naporção sudoeste da região de trabalho. O Projeto RA-DAMBRASIL (Issler et al., 1974) publicou o mapeamen-to geológico (1:1.000.000) da Folha SA.22 – Belém, naqual está inclusa a Folha Tucuruí, o que proporcionouuma visão regional desta folha. Com a construção daHidroelétrica de Tucuruí inúmeros trabalhos geoló-gicos foram realizados na área da barragem, entre osqais destacamos Conho (1975), ElETrONOrTE(1976), Habelehrner (1975), Hasui 1975) e Trow et al.(1976). Em 1977, a CPRM, retomou os trabalhos naFolha Tucuruí com o Projeto Materiais de Construção

    Tc – Caas (Ameida; Mans; Ameida, 1977),isando atende à demanda destes mateiais face aocescimento econmico desta egio. Tabahos decnho cienco-acadêmico foam desenoidos peaUniversidade Federal do Pará (UFPA) na região de Tu-c e aedoes, como Maa (1982), Baos et a.(2007), Souza (2008), Hieronymus, Kotschoubey e Tru-ckenbrodt (1986), Hieronymus et al. (1999) e Macam-bira et al. (2001).

    Posteriormente a CPRM (Bahia et al., 2004) atua-lizou o mapeamento geológico ao milionésimo da Fo-lha Belém, no âmbito do Programa Geologia do Brasil.

    Outros trabalhos de mapeamento regional da CPRM,também contribuíram para o conhecimento desta re-gião, como Ricci et al. (2003), Ricci e Costa (2004), Fa-raco et al. (2004, 2005), Ricci (2006, a e b) Vasquez eRosa-Costa (2008).

    Fonte: hp://www.jornaldaenergia.com.br Figura 1.3 – Vista panorâmica da Hidroelétrica de Tucuruí, noRio Tocanns.

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    2. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

    A Foha Tc abange ma insitada acaçode nidades geotectnicas: ma egio catnica, mcinto metamóco e tês bacias sedimentaes fane-

    rozoicas.  A egio catnica ocpa ceca de 60% da Fo-

    ha Tc abangendo as sas poções meidiona eocidenta. locaiza-se no Cton Amaznico, na bodanordeste do Escudo Brasil Central (Fig. 2.1), na Provín-cia Tectnica Tansamazonas (SANTOS, 2003) e, maispacamente, como pate integante da poçooienta do Domnio Tectnico Baca (SANTOS, 2003;VASQUEZ; ROSA-COSTA, 2008. Fig. 2.2). Estudos geo-cronológicos efetuados neste domínio revelaram ida-des mesoarqueanas a paleoproterozoicas, de 3009±27Ma (MACAMBIRA; PINHEIRO; ARMSTRONG, 2007),

    2671±3 Ma (MACAMBIRA et al., 2003), 2503±10 Mae 2086±5 Ma (SANTOS, 2003), 2487±13 Ma e 2102±3Ma (VASQUEZ; MACAMBIRA; ARMSTRONG, 2008), quecompoaam tata-se de ma egio constda posegmentos arqueanos, retrabalhados durante o CicloTansamaznico e, associados com a geaço de o-chas. Estas são representadas por granitoides de arcomagmco, ganitoides e chanockitos eacionadosao cmax e estgios posteioes da coiso connentariaciana. Parte dos charnockitos e granulitos foi ree-qiibada (“deschanockizada” e etometamosa-da) e, provavelmente, a proporção de rochas infracrus-tais é bem maior (RICCI, 2006a e b). Ricci et al. (2003)

    comparando o Domínio Carajás (adjacente a sul) como Domnio Baca, eicaam qe este se destacapeo pedomnio de ochas de ato ga metamóco,menor proporção de rochas supracrustais e por umaintensa tectnica tanscoente macada po extensaszonas de cisalhamento, segundo NW-SE e WNW-ESE,qe impimiam ma defomaço dúc nas ochas.

    No Domínio Bacajá, os litotipos que ocorremna Foha Tc petencem às casses gneas e me-tamórficas de médio a alto grau, dispostos em faixassbpaaeas qe obedecem às dieções menciona-das. Assim representando o embasamento granulítico

    mais antigo e refletindo um evento de migmatizaçãopaleoproterozoica foram cartografados ortogranulitosenderbíticos a charnockíticos do Complexo Aruanã.(2606±4 Ma; VASQUEZ; ROSA-COSTA, 2008).

    Sobre este embasamento foi implantado uma se-quência metavulcanossedimentar, do tipo greenstonebelt, denominada de Grupo Três Palmeiras (2359±3

    Ma; MACAMBIRA et al., 2004), representada na regiãode trabalho pela Formação Itatá, cujas rochas básicasmetamorfisadas no facies anfibolito apresentam umquimismo transicional entre toleiítos de arco de ilha ede fundo oceano (JORGE JOÃO; VALE; LOBATO, 1987).Charnockitoides diversificados do Complexo Bacajaí(2114±3 Ma; MONTEIRO, 2006) são representantesde ma fase ptnica sin a tadi-coisiona, eaciona -dos ao clímax da colisão continental do Ciclo Transa-maznico. Chanockitoides icos em potssio da SteIntrusiva Arapari (2086±5 Ma; SANTOS, 2003) e mon-zogranitos da Suíte Intrusiva João Jorge (2077±2 Ma;

    VASQUEZ; MACAMBIRA; GALARZA, 2005) são teste-munhos dos estágios finais (magmatismo tardi a pós-colisional) da colisão continental riaciana.

    Na Folha Tucuruí está presente o extremo nortedo Cinturão Araguaia. Trata-se de uma unidade inte-grante da Província Estrutural do Tocantins (ALMEIDAet al., 1977), formada por um sistema de orógenos,cuja evolução ocorreu durante o Ciclo Transbrasilia-no. É considerado como produto da colisão do CrátonAmaznico com o Cton do So Fancisco na Oo-gênese Brasiliana. Na borda leste da Folha Tucuruí oCinturão Araguaia contorna a extremidade orientaldo Domínio Bacajá; é limitado a leste pela Bacia do

    Grajaú, ao norte pela bacia sedimentar do Amazonase a porção central é encoberta por sedimentos qua-ternários.

    Na região em estudo o Cinturão Araguaia estárepresentado pelo Grupo Baixo Araguaia, constitu-do peas fomações Peqizeio e Coto Magahes.Consiste de um conjunto de rochas metassedimen-tares, dominantemente terrígenas, cujos sedimentossão típicos de um ambiente marinho raso com praia eplataforma restrita (SOUZA; MORETON, 1995), carac-terizando um ambiente de margem passiva. O meta-morfismo destas rochas é do tipo regional barroviano,

    cuja intensidade varia de anquimetamórfico na bordaoeste para xisto verde, na borda leste.

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    Figura 2.1 – Mapa das Províncias Tectônicas do norte do Brasil. Modicado de Almeida et al. (1977, 1981), Santos (2003) eVasquez e Rosa Costa (2008).

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    Figura 2.2 – Mapa dos Domínios Tectônicos do Estado do Pará (VASQUEZ; ROSA-COSTA, 2008).

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    Durante o mapeamento da Folha Tucuruí a realiza-ção de estudos detalhados de natureza sedimentológi-ca e estta, compementados po m enamentopetogco pemiam modica a categoia do GpoTucuruí para Formação e de enquadrá-lo, de contro-eda posiço tectnica (MATTA, 1982; TrOuW et a.,1976), como constindo o topo do Cinto Aagaia.Estudos geocronológicos realizados por Teixeira (1978),pelo método K-Ar em rocha total, determinaram umaidade de 510±15 Ma para os metabasaltos da então con-siderada Formação Caraipé. Admite-se tal idade para aFormação Tucuruí, o que reforça a suposição de enqua-drá-la no Cinturão Araguaia e indica um posicionamentono Neoproterozoico, com sua evolução relacionada aosestgios nais do Cico Basiiano.

    vios copos mcos esto pesentes na Foha T-curuí, os quais estão sendo divididos em duas unidades.A unidade Diabásio Rio Pajeú é a mais proeminente, deidade mesozoica, consti m enxame de diqes, oien-

    tado preferencialmente na direção NNE-SSW e bem re-presentado na porção ocidental da região de trabalho,no Domnio Baca. O oto gpo de copos mcosdenominado de Diabsio Igaapé Santos é mais ango,de idade cambriana, apresentando-se na forma de solei-ras e lacólitos, e ocorre na região de contato do DomínioBacajá com o Cinturão Araguaia.

      Na região da Folha Tucuruí ocorrem três baciassedimentares de idades fanerozoicas, parcialmente re-presentadas. A Bacia do Amazonas é a de maior exten-são territorial, ocupa a porção setentrional da referidafolha e está representada pela Formação Alter do Chão,

    de idade neocretácea a paleocênica. Sua origem está re-acionada à consoidaço da Patafoma S-Ameicana,após a evolução do Ciclo Brasiliano, no período de 725 a500 Ma, na transição do Proterozoico para o Paleozoico.Após ma seie de tansgessões e egessões mainhas,ao na de se peenchimento, o eaxamento dos esfo-ços compessionais popicio a sbsidência exa dabacia, a eaaço das zonas de chaneias e a deposi-ço da seqência connenta Ate do Cho (WANDEr-LEI FILHO, 1991).

      A Bacia do Amazonas, e consequentemente aFormação Alter do Chão, é limitada a leste pelo Arcode Gurupá, cuja borda norte adentra a Folha Tucuruí. A

    leste deste marco estrutural desenvolve-se uma regiãocaacteizada po bacias mesozoicas, po i abotados,eacionadas à abeta do oceano Atânco Eqatoia.Tata-se de ma egio ainda ma denida estta-mente e sedimentologicamente, cujos estudos desen-

    volvidos não são inteiramente concordantes (VILLEGAS1994; GÓES, 1995; ROSSETI; GÓES; ARAI, 2001; COSTAet al., 2002, etc.). Baseado nas pesquisas anteriores eno presente mapeamento geológico-sedimentológicopde-se idenca qe a egio caacteiza-se po madeposição costeira de idade Cretácea. Imediatamente aleste do Arco de Gurupá, compondo a porção nordesteda Foha Tc, idenco-se a Bacia do Maaó, Sb-Bacia Mocajuba (COSTA et al., 2002), representada peloGpo Itapec, depositado em ambiente connentaia, sob condições semiida (GÓES, 1981).

    A sudeste da Bacia do Marajó e compondo a bordaoriental da Folha Tucuruí, ocorre a Bacia do Grajaú, re-presentada pela Formação Ipixuna, produto de uma se-dimentaço em zona itoânea, em m ambiente iae estuarino (SANTOS JÚNIOR; ROSSETTI, 2003).

      Após estes eventos, a região de Tucuruí, assimcomo toda a egio Amaznica, foi paco de m inten-so aplainamento, do Cretáceo Superior ao Terciário In-

    feio, o qa esto na Specie de ApainamentoSul-Americana (KING, 1956). Esta é caracterizada porrelevo tabular, fortemente dissecado ao qual geralmen-te coespondem as maioes atdes. Esta fase estepesentada peas cobetas atecas, sbdiididaspo Costa (1991) em Cobeta lateca Mata e Co-beta lateca Imata. O pimeio po é caacteiza-do como ateitas mais eodas, apesentam m pecompeto, têm gande impotância metaogenéca esão posicionadas no Paleógeno (COSTA et al., 2005). ACobeta lateca Imata é mais noa (Neógeno) ecaacteiza-se po m pe composto peos hoizontes

    pálido, argiloso e ferruginoso, e, inclui as Lateritas Alóc-tones (linhas de pedras e paleopavimentos). Diferem daCobeta lateca Mata, pincipamente, pea a-sência do hoizonte baxco e/o fosfco.

      Registra-se ainda a presença de uma sedimen-tação quaternária, representada pelos depósitos deTerraços Fluviais e Aluvionares ao longo do rio Tocan-ns. Nos demais csos d’gas foam mapeados ape-nas os Depósitos Aluvionares. Os Depósitos de TerraçosFiais so constdos po agias, aeias e cascahos,inconsolidados a semiconsolidados, que ocorrem nasmagens do io Tocanns; so mais angos e posicio-nam-se nas mais eeadas cotas topogcas. Os De-

    pósitos Aionaes so constdos po sedimentosarenosos, argilosos e níveis de cascalho e matéria orgâ-nica, inconsolidados a semiconsolidados, relacionadosàs pancies aionaes dos pincipais csos d’ga ecorrespondem aos terrenos periodicamente inundáveis. 

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    A Folha Tucuruí apresenta uma geologiadiesicada, indiidaizada em inte nidadesitoestagcas, sendo 12 pé-cambianas e 8

    fanerozoicas. Cinco novas unidades são propostasno pesente tabaho. A estagaa poposta foibaseada na integração de dados de campo na escalade 1:250.000, interpretação de imagens de satélites,mapas aeogeosicos, anises petogcas, qmicase geoconoógicas. Na ga 3.1 é apesentado o mapageoógico da Foha Tc e na ga 3.2 a conaitoestagca.

    3.1 DOMÍNIO BACAJÁ

    3.1.1 Complexo Aruanã

    Ricci (2008) reconheceu a existência de diferentesnidades gancas, no Domnio Baca, incindoassociações gnissicas fotemente e-hidatadas econfndidas com embasamento de fcies anboito.Assim, denomino de Compexo Aan (seço-po no iohomnimo) a m connto de otognaisses endebcosa chanockcos, com padões tectonoesttais egeoconoógicos caactescos.

    Na Folha Tucuruí o complexo Aruanã é oembasamento mais amplamente distribuído, na forma

    de larga faixa WNW-ESE, imediatamente a sul da Baciado Amazonas (Fig. 3.1). Fortes processos de denudaçãoe aplainamento poligênico regional favoreceram aimpantaço de extensos pedipanos atecos (pedoitotabuliforme) capeando esses ortognaisses. Suas poucasexposições na poço note da foha se deem à imposiçode espessos hoizontes esidais atecos, pincipamentecaapaças feginosas (maciças e/o pisocas) ecoúios fomados po conceções e nódos pncos(piçarras). Para sul, o complexo mapeado restringe-se adegadas faixas encaes, sempe bem expostas, combaixos valores aerorradiométricos nos canais do tório e

    de contagem total, as quais se alternam com faixas maislargas de charnockitoides deformados da Suíte IntrusivaArapari, balizadas por grandes lineamentos transcorrentes,muito bem assinalados no canal aeromagnetométrico da

    pimeia deiada eca do campo magnéco anmao.O Compexo Aan é constdo, dominantemente,

    po otognaisses chanoendebcos a endebcos,

    incluindo frequentes bandas e/ou corpos de granulitosmcos concodantes (Fig. 3.3), com espessa mxima deaté um metro, as quais preservam melhor as paragênesesde alto grau. Leucossomas sódicos e bandas quartzo-fedspcas so otas esttas concodantes mitocomns, aém de sbodinados mobiizados e pegmatosgancos, concodantes a discodantes.

    O bandamento mais comm é do po composiciona,conno, ega (Fig. 3.4) e bem denido, dado peaatenância de bandas cenméticas a méticas, comampo pedomnio de faixas mcas, deciméticas, cinzase pretas, além de bandas félsicas menos espessas, cinza-

    claro e/ou rosadas. Onde a deformação transcorrente foiconcentada o bandamento ega é sbstdo po faixascom eictos mcos, esados o iegaes (Fig. 3.5) opor complexas alternâncias e anastomoses entre faixaspoocscas, omicas e mioncas, estas úmasescuras e mais estreitas.

    O trend da foliação varia entre N40°W e N60°E, commeghos ecaizados (Fig. 3.6), associados aos sistemasdiecionais com cinemca dexta. Os meghos, qandosbecais, so, na maioia, paa SW. Empões de baixoângo, mais angos e ocamente peseados, ocoemcom atde de N56°W/24°SE.

    As paragêneses de fácies granulito encontram-

    se etometamozadas paa fcies de mais baixas T,especialmente nas zonas de cisalhamento. Clinopiroxênio(cpx) e ortopiroxênio (opx) ocorrem, em geral, como cristaisreliquiares ou muito transformados e, por isso, raramentecoexistem nessas assembleias minerais. Em muitos casos,a presença desses cristais só é reconhecida pelos hábitosde ses psedomofos, sbstdos, po competo, pomineais secndios de baixo ga metamóco (taco,basta, coita e/o acnoita). O diopsdio é econhecidoem menos de 35% das seções degadas, enqanto ohiperstênio, em apenas 20% delas.

    A maioia dos mineais mcos-chae da catazona,

    é constda, potanto, po mineais hidatados, taiscomo honbenda castanho-esedeada e biotavermelha. Nos gnaisses mais retrabalhados e/ouetometamosados, até estes úmos podem esta

    3. UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS

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    eeqiibados paa (o coexisndo com) honbendaede (2ª geaço) e/o azada (3ª geaço) e biotamaom (2ª geaço), com intensa ibeaço de tanitasecundária, minerais opacos, clorita, epídoto e calcita.Em tais casos, o esgate do potóito ganco éobdo ataés da anise das feições textais de atograu, que sobrevivem ao processo de re-hidrataçãodos mcos e/o de descacicaço do pagiocsio(mitas ezes, sassizado). Assim, textas dopo poigonizada, ganobsca inteobada e asecaacteizam com segança o ga metamócooriginal, além dos comuns intercrescimentosmesopecos e anpecos, ente os fedspatos.

    Nos mionitos de ata T e eeada dcbiidade,uma notável linearidade é desenhada por quartzotado (ibbons), paaeizados, esponse po feiçõesdo po stiped gneiss, no sendo de Passchie & Tow(1996). Hornblendas sigmoidais, feldspatos muitoaedondados e/o coodos (“oceos”), com compexas

    esteias de sbgos otacionados e esados, sotambém feições comns de ecistaizaço dinâmica dealta T nos milonitos de alto grau desta unidade. Pelaspaagêneses dos ganitos mcos, com opx + cpx ±ganada, admite-se qe o po bico, paa o CompexoAruanã, seja de média pressão.

    Em um gnaisse charnoenderbítico, Ricci (2008)obteve idade média de 2606 ± 4 Ma, pelo métodoPb-Pb em zircão, a partir de três cristais, a qual foiinterpretada como a idade mínima de cristalização doprotólito ígneo. A idade do metamorfismo granulíticofoi deteminada indietamente, baseada em datações

    de monazitas (U-Pb SHRIMP), em paragnaisseskinzigíticos do Granulito Novolândia, ao sul da FolhaTucuruí, que forneceram idade de 2064 ± 4 Ma paraesse evento (MACAMBIRA; PINHEIRO; ARMSTRONG,2007). Neste projeto, mobilizados graníticos de umortognaisse charnoenderbítico, foram datados pelométodo U-Pb por abrasão a laser (LA/ICP-MS). Cincogrãos de zircão forneceram idade de 2122 ± 18 Ma(Fig. 3.7), com baixa razão Th/U (< 0,17; Tab. 3.1), quepode ser relacionada a um evento metamórfico dealto grau ainda mais antigo do que o já registrado de2,06 Ga para o Domínio Bacajá.

    3.1.2 Granulito Tuerê

    uma noa nidade ganca é econhecida nopresente mapeamento baseada em notáveis contrastescom as demais já conhecidas, do Domínio Bacajá. Trata-se de dois pequenos corpos com formato irregular, deotognaisses chanockcos, qe se disngem dosdemais, principalmente, pelas elevadas assinaturasaerorradiométricas de tório, potássio e contagem total.E, ainda, por um megabandamento métrico-decamétrico,pico de fcies ganco, atenando bandas fésicas e

    mcas, com note espaçamento ente eas, na odemde dezenas a centenas de metros.O Granulito Tuerê ocorre no extremo centro-

    ocidenta da Foha Tc, com seço-po no io Teê e

    aoamento-chae na conência desse io com a estadaicina do Po Doce, ao note da rodoia Tansamaznica.

    Os ortognaisses em questão são de coloração cinzae, em escala mesoscópica, exibem apenas uma segregaçãomineaógica ente fésicos e mcos, bem denida ede espessa miimética a cenmética (Fig. 3.8). Osepeos e possantes copos concodantes, de ganitosmcos, qe impõem ma megaintedigitaço itoógica àunidade em questão, estão registrados, de forma direta,nas extensas cachoeiras do rio Tuerê. De forma indireta,também podem se dedzidos nas seções geoógicasdesconnas peas sas constantes atenâncias enteitopos petos e caos.

    Nas rochas félsicas, a foliação gnáissica encontra-seafetada por dobramentos diversos, em pequena escala(Fig. 3.9) e/o ineções de ecossomas osados (Fig.3.10), geralmente controlados por zonas de cisalhamentodúcteis, em escaa de aoamento. As foiações medidasapresentam trend entre N80°E e N40°W e mergulhos

    geralmente maior que 65°, predominando aquelesecaizados.

    O metamosmo ganco da nidade em qestoé mais bem assinaado nas bandas mcas, efatiasàs migmazações úmidas spepostas, de mais baixasT (fcies anboito), qe modicaam as assembeiasmineais das poções fésicas. A denominaço de GanitoTuerê se deve, principalmente, a essas paragênesesmeho peseadas, dos copos mcos e com textaspoligonizadas (Fig. 3.11). Eles variam, em composição,desde ganitos mcos com dois pioxênios (diopsdio> hipestênio > honbenda) e asência de ganada (po

    bico de mais baixa P), até honbenda-ganitos mcosaltamente re-hidratados (hornblenda > cpx > opx), amboscom textas poigonizadas. Paagêneses com biota +codieita + K-fedspato + ganada ± cpx ± opx, encontadaspor Ricci (2008), em paragnaisses do Granulito Novolândia,ao s da Foha Tc, pemi qe fossem esmadastemperaturas da ordem de 850°C (Johildo Barbosa,comnicaço oa), paa o metamosmo de ato ga qeangi o Domnio Baca.

    Os otognaisses chanockcos o, sbodinadamente,chanoendebcos, associam-se e/o tansicionampaa copos migmacos, no potadoes de mineaiscatazonais (somente biota maom), mas com textas

    ganobscas inteobadas.Tanto os ganitos fésicos, como os mcos, exibem

    constantes feições de etogesso metamóca, taiscomo o predomínio de hornblenda castanho-esverdeada(tanfea) sobe pioxênio, abndância de cpx emrelação ao opx, bem como a generalizada presença demineais de mais baixa T, de 2ª e 3ª geações, tais comohonbenda ede-azada, honbenda ede-oia, biotamaom, tanita, coita, acnoita, epdoto, cabonatos,mineais opacos secndios e pagiocsio descacicado(sassizado).

    Na asência de datações adiométicas, o Ganito

    Teê é aqi tentaamente posicionado no Neoaqeano,por cronocorrelação com os granulitos do ComplexoAruanã com idade mínima de 2606 ± 4 Ma (RICCI, 2008).

  • 8/16/2019 Folha Tucurui(SA.22 Z C)NotaExplicativa (1)

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    Geologia e recursos minerais da Folha Tucuruí 

       T   a    b   e    l   a   3 .   1  –   R   e   s   u    l   t   a    d   o   s   i   s   o   t    ó   p   i   c   o   s   U  -   P    b   p   o   r   L   A  -   I   C   P  -   M   S    d   e   m   o    b   i    l   i   z   a    d   o   g   r   a   n    í      c   o    d   o   C   o   m

       p    l   e   x   o   A   r   u   a   n   ã    (   P   R  -   2   1   A    ) .

        A  m  o  s   t  r  a   P   R  -   2   1   A

       I   d  a   d  e  s   A  p  a  r  e  n   t  e  s   M  a

       Z   i  r  c   ã  o

       f   2   0   6

       T   h

       2   0   6   P   b

       2   0   7   P   b

       1     σ

       2   0   7   P   b

       1     σ

       2   0   6   P   b

       1     σ

       R   h  o

       2   0   7   P   b

       1     σ 

       2   0   7   P   b

       1     σ

       2   0   6   P   b

       1     σ

       C  o  n  c .

     

       (   %   )

       U

       2   0   4   P   b

       2   0   6   P   b

        (   %   )

       2   3   5   U

        (   %   )

       2   3   8   U

        (   %   )

     

       2   0   6   P   b

     

       2   3   5   U

     

       2   3   8   U

     

       (   %   )

      z  r   /   0   1

       0 .   0   7

       0 .   1   4

       2   2   4   3   8

       0 .   1   3   3   6   3

       0

       0 .   7   2

       6 .   4   4   5

       1 .   5   2

       0 .   3   4

       9   8   2   3

       1 .   3   4

       0 .   8   8

       2   1   4   6

       1

       2

       2   0   3   8

       1   3

       1   9   3   4

       2   2

       9   0 .   1

      z  r   /   0   5

       0 .   0   5

       0 .   1   3

       3   0   3   5   3

       0 .   1   3   1   5   6

       6

       0 .   9   1

       7 .   9   4   0

       1 .   3   1

       0 .   4   3

       7   6   8   0

       0 .   9   4

       0 .   7   0

       2   1   1   9

       1

       6

       2   2   2   4

       1   2

       2   3   4   0

       1   8

       1   1   0 .   4

      z  r   /   0   6

       2 .   3   0

       0 .   0   4

       7   2   2

       0 .   1   3   1   8   2

       2

       1 .   1   1

       3 .   9   5   0

       3 .   2   9

       0 .   2   1

       7   3   2   6

       3 .   0   9

       0 .   9   4

       2   1   2   2

       1

       9

       1   6   2   4

       2   7

       1   2   6   8

       3   6

       5   9 .   7

      z  r   /   1   2

       0 .   1   4

       0 .   1   7

       1   1   1   4   6

       0 .   1   3   0   0   6

       5

       0 .   7   4

       4 .   9   9   7

       1 .   3   7

       0 .   2   7

       8   6   3   0

       1 .   1   5

       0 .   8   3

       2   0   9   9

       1

       3

       1   8   1   9

       1   2

       1   5   8   4

       1   6

       7   5 .   5

      z  r   /   1   3

       0 .   0   2

       0 .   1   6

       9   9   0   7   8

       0 .   1   3   0   0   1

       0

       1 .   3   4

       6 .   8   4   7

       1 .   7   0

       0 .   3   8

       1   9   3   9

       1 .   0   3

       0 .   7   8

       2   0   9   8

       2

       4

       2   0   9   2

       1   5

       2   0   8   5

       1   8

       9   9 .   4

       A  n   á   l   i  s  e  s   d  e  s  c  a  r   t  a   d  a  s  p  e   l  o  a   l   t  o  c  o  n   t  e   ú

       d  o   d  e   P   b  c  o  m  u  m ,  o  u  a   l   t  o  g  r  a  u   d  e   d   i

      s  c  o  r   d   â  n  c   i  a  :

      z  r   /   0   2

       0 .   0   9

       0 .   0   3

       3   1   6   9   2

       0 .   1   3   3   8   8

       9

       0 .   4   7

       1   1 .   1   2   7

       0 .   9   5

       0 .   6   0

       2   7   5   4

       0 .   8   3

       0 .   8   5

       2   1   5   0

       8

       2   5   3   4

       9

       3   0   4   1

       2   0

       1   4   1 .   5

      z  r   /   0   3

       0 .   1   5

       0 .   2   4

       1   0   9   3   5

       0 .   1   1   1   4   7

       7

       0 .   6   9

       2 .   9   7   8

       1 .   4   1

       0 .   1   9

       3   7   4   2

       1 .   2   3

       0 .   8   7

       1   8   2   4

       1

       2

       1   4   0   2

       1   1

       1   1   4   2

       1   3

       6   2 .   6

      z  r   /   0   4

       9 .   2   9

       0 .   0   2

       1   8   2

       0 .   1   6   6   0   3

       6

       2 .   1   2

       4 .   1   5   2

       2 .   8   4

       0 .   1   8

       1   3   7   7

       1 .   9   0

       0 .   6   6

       2   5   1   8

       3

       6

       1   6   6   5

       2   3

       1   0   7   4

       1   9

       4   2 .   7

      z  r   /   0   7

       5 .   8   5

       0 .   0   3

       3   0   0

       0 .   1   1   0   5   4

       3

       0 .   9   4

       1 .   7   8   2

       1 .   6   0

       0 .   1   1

       6   9   0   1

       1 .   3   0

       0 .   9   0

       1   8   0   8

       1

       7

       1   0   3   9

       1   0

       7   1   3

       9

       3   9 .   4

      z  r   /   1   1

       5 .   6   3

       0 .   0   4

       7   5

       0 .   1   2   6   9   4

       4

       0 .   9   2

       2 .   3   5   8

       1 .   5   8

       0 .   1   3

       4   6   9   7

       1 .   2   8

       0 .   8   0

       2   0   5   6

       1

       6

       1   2   3   0

       1   1

       8   1   5

       1   0

       3   9 .   6

      z  r   /   1   4

       0 .   4   2

       0 .   0   1

       8   6   3

       0 .   1   2   9   9   6

       6

       0 .   5   6

       1   1 .   9   1   2

       1 .   9   0

       0 .   6   6

       4   7   5   5

       1 .   8   1

       0 .   9   5

       2   0   9   8

       1

       0

       2   5   9   8

       1   8

       3   2   8   6

       4   7

       1   5   6 .   6

      z  r   /   1   5

       0 .   2   2