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1 FOLHAS AO VENTO.

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FOLHAS AO

VENTO.

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POEMAS.

MENORES.

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AGRADECIMENTOS.

Primeiramente agradeço a Deus por mais essa

realização, por mais este triunfo, agradeço também a

minha querida esposa que está sempre ao meu lado

em todos os momentos, sem a ajuda dela nada disso

seria possível, agradeço a todos aqueles que sempre

creram em mim, o meu muito obrigado, que Deus

abençoe a todos.

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Caminhos da vida.

A noite sempre chega, ela nunca se atrasa, Assim como o dia,

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que sempre nasce. A tristeza também aparece, ela nunca desiste, assim como a alegria, que sempre surpreende. Os dias não são iguais, Nós é que somos acomodados, Não compreendendo as engrenagens da vida. Produzimos os nossos medos, criamos os nossos obstáculos, e simplesmente deixamos de caminhar.

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Brisa suave.

Uma brisa suave Soprou no meu rosto, Naquela tranquila tarde de outono. O sol lentamente escondia-se Por detrás das montanhas, E o fim de tarde Dava lugar a noite, Que com braços fortes abraçou o dia. Sentado em um canto qualquer, Despreocupado com o tempo, Despreocupado com a vida,

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Apenas observava a natureza em minha volta Em seu exuberante balé da vida, Naquela tranquila tarde de outono.

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Inesperado.

Surgiu de repente é inesperado, Rapidamente ganhou espaço, Este combatente já cansado, Viu-se preso em um laço. Não percebi, mas estava no meu encalço, No começo fiquei ate desesperado, Me sentido um tolo um palhaço, No fim fui dominado já alquebrado. Às vezes nos sentimos como um trator, Dominadores fortes inatingíveis, Situações de ser dominado parece improvável, Mas nossas ações foram previsíveis, E nos acorrentaram a este tirano senhor, Conhecido maravilhosamente como amor.

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Dia difícil.

Hoje é um daqueles dias estranhos, Onde tudo parece errado, Talvez seja impressão minha, Ou realmente não é um bom dia. Hoje é um daqueles dias preguiçosos, Em que a vontade é ficar na cama, Talvez seja impressão minha, Ou realmente não desejo sair da cama. Hoje é apenas mais um dia comum,

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Como todos os outros dias comuns, Desde o nascer do sol até ele se por no horizonte. Hoje é um daqueles dias assombrosos, Em que acordamos revoltados e confusos, Culpamos tudo e a todos, E nos esquecemos de culparmos a nós mesmos. Hoje é um daqueles dias, Em que o silêncio é o que mais importa, Falar é simplesmente desnecessário, Quando só as palavras não ditas importam.

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Anjo ledo.

Enquanto dormias anjo ledo, arranquei da alma estes versos, e os destinei ao curso de minha pena, e os fiz andar por altas horas. Enquanto dormia anjo ledo, este poeta trabalhava no silêncio, buscando no recôndito do coração, a doce inspiração dessas palavras. Mas talvez ainda estejas acordada, ouvi dizer de ti querida amiga, que todas as noites transforma-te em anjo ledo. Se por ventura verdade fores, leves contigo para o céu este poema, esconda-o na mais branca nuvem.

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Olhos de fogo.

Os teus olhos de fogo Estão sempre buscando os meus, Na envolvente dança De olhares perdidos e encontrados. Os teus negros olhos de fogo, Faz meu corpo todo ficar em chamas, Naquele pequeno instante, Despretensioso instante. Em que teu olhar fita o meu.

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Os teus enigmáticos negros olhos de fogo, Garimpa no mais profundo de mim, A pepita reluzente de cada verso, E a cada áureo poema que nasce, É um presente ao anjo ledo do céu.

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Soneto suicida.

Diga-me quem ouvirá, Os gemidos da minha alma, No momento que a mesma, Adormecer na terra sombria. Sinceramente Diga-me, Se ela será ao menos lembrada, Quando o funesto barqueiro, Vier arrebata-la eternamente. Não diga, ele foi fraco, Não diga, ele não tento, Não digam, até mais. Apenas escreva em sua lápide, Em letras de língua morta, Viveu amou e foi poeta.

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Beijos.

Como eu quero os teus lábios,

E os teus ardentes beijos molhados

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A entrelaçar nos meus.

Assim como em doces sonhos,

Em que os teus lábios de mel se entregam aos meus,

Espero um dia realizar

O que aos sonhos está restrito.

Mas se possível fosse realizar tais desejos,

Se possível fosse só por um momento,

Ah! Só por um momento apenas,

Como seria bom.

Como eu quero os teus lábios,

Anjo ledo do céu.

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Sou sem você.

Sou o guia cego de seu coração, Sou o caminho entre as pedras, Um aventureiro destemido, Vagando no deserto da desilusão. Sou aquele Beijo desejado, Embriagado da madrugada fria, Esperando em teus Abraços, Um amor fugitivo e desesperado. Sem você ao meu lado, Sou como uma nuvem solitária, Dissipada por ventos errantes. Sem o teu olhar reluzente,

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E sem o teu amor abrasador, Sou apenas versos neste poema.

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Amor e morte.

Doce menina de meigo olhar, Tu que me roubastes o coração, Me tornando um prisioneiro, Deste teu sorriso cativante. Olha o quanto eu te amei, Amor grandioso e secreto, Amor desmedido e insano, Amor para uma vida inteira. Doce menina te peço perdão, Eu não havia percebido, que os sentimentos meus, Fizeram dos teus confusão. Doce menina te digo adeus, Por fazer neste dia nesta hora, uma triste anunciação, de que te sepultei em meu coração.

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Insano amor.

Noite chuvosa e fria, um constante som de ventania, uma tempestade de lembranças, palavras, magoas, dores e lembranças. Com mãos firmes a conduzir, veloz nas curvas a reluzir, sinto uma incomoda dor no peito, constante e cortante é o efeito.

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E o teu sorriso rasgando o pensamento, como um raio em noite escura, que surge brilha e some. silencioso fico a pensar, nas muitas coisas loucas deste mundo, e vejo que a mais insana é amar.

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Esperado fim.

Talvez hoje seja meu último dia, Não terei mais sua presença, Nem sua doce luz sombria, Nesta minha inútil esperança. Estes são meus derradeiros momentos, Nesta vida que se faz fugas, Cheia de temores de tormentos, Deste que não foi audaz. Vivi sem ter bonança, Perdido sem um norte, Atolado em desesperanças, Sugado aos urros da morte. Me perdi neste mundo ilusão, Nesta tumba feita para mim, Dando a este viver então, O seu tão esperado fim.

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Desejos 2.

O meu desejo é ser o seu espelho, para ver-te despir-se em minha frente, seria um desvario aos olhos, tuas vestes ao chão, tua nudez refletindo meu delírio. O meu desejo é ser seu travesseiro,

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onde adormece a tua perfumada face, o cabelo solto por sobre os olhos, em fortes abraços me comprimindo contra teu seio. O meu desejo é de ser tuas vestes, podendo assim desbravar belas curvas, e roçar docemente sua pele macia. O meu desejo é que sejamos puros tal como as flores ao renderem-se aos encantos do beija flor, nos renderemos no êxtase de nossos amores.

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No silêncio.

Quando todas as vozes se calam, Quando a luz se torna em escuridão, Não há mais estrelas no céu, e a vida aos poucos perde a razão. Quando tudo enfim é silêncio, Quando nada tem explicação, Tua alma chorando em desespero, A angústia tomando o teu coração. Teus olhos parecem estar presos ao chão, Parece até não haver mais solução, Sem ver um horizonte te sentes sem saída, Preso nas correntes da desilusão.

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Não temas Deus é quem rompe o silêncio, Ele desfaz tua angústia aniquila a maldição, Enxugam de teus olhos todas as lágrimas, E levanta o desvalido do chão.

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Desejos3.

Desejo a doçura de seus lábios, em cada beijo ardente, Desejo a macies de sua pele, a aquecer meu corpo inteiro. Desejo o calor de seu puro amor, desejo como nunca antes desejei, sou a lágrima a rolar de seus olhos, morrendo entre os teus seios. Desejo com total desespero, descontroladamente te desejo, e em todos os momentos te quero. Desejo algum dia poder sussurrar, essas sinceras palavras, bem perto de seus mágicos ouvidos.

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Promessa.

Prometi um dia desses, Que não mais escreveria, E os meus dizeres, Os versos não mais conheceria. Foi uma promessa descumprida, Não sobrevivo sem escrever, Minha alma Vagando ferida, Ainda não conseguiu te esquecer.

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Queria não ter coração, Não ter neste meu peito, Razão e emoção, Sentimentos complexos e sem jeito. No mar da agonia imerso, Afogando no oceano rejeição, Da alma nasce este verso, Caminhando sem direção.

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Majestade augusta.

Os cabelos longos docemente perfumados, O brilho intenso no olhar, Junto a delicada curva dos lábios, Dão ao teu sorrir algo diferente. A voz é de um som angelical, No toque a suavidade de algodão, A alegria espontaneidade, Confunde qualquer um. Que poema poderá descrevê-la, Quais palavras dará a dimensão da sua formosura, Sou um poeta limitado e pequeno. Mas diga rainha do encanto, Diga qual é o seu segredo, Onde ocultas essa majestade augusta?

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Tempestades.

Aquele azul intenso e brilhante, Sumiu em um instante, Densas nuvens de desamor, Tomou as extensões celestes. Os pombos predizem a tempestade,

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Carregada de descontentamento, Nuvens enegrecidas de rancor, Logo pequenas gotas vazias Molhara as nossas pervertidas mentes. A natureza fragilizada não dará chuva, Apenas derramara suas lágrimas, Infinitas lágrimas que teimam em chorar.

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Anjo de vidro. Que anjo é esse ao meu lado. com vestes tão resplandecentes, que anjo é esse ao meu lado, de imensurável beleza. Que olhar é esse encantador, de um lume que não há igual, que olhar é esse magnifico, que hipnotiza quem olha. És a uma deusa descida do Olimpo, viestes arrebatar com sua formosura, nós pequenos homens mortais. Afinal, que anjo é esse ao meu lado, que tem o perfume de todas as flores, de uma coisa eu sei, não é o anjo ledo.

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A flor mais bela.

Lembro-me quando aquele pequeno botão, Não eras ainda uma flor, Mas o tempo passou depressa, Não notei que aquele pequeno botão, Começava a crescer.

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Agora é a fase mais bela da flor, A de maior valor, É o seu desabrochar perante todos, Aquilo que estava oculto, Lentamente é revelado, E também desejado. Agora já uma flor formada, Encantando em beleza, A derreter corações com o seu perfume, Esperando apenas algum jardineiro, Para plantá-la no jardim do seu amor.

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Capitalismo selvagem.

Somos escravos do capitalismo, Acorrentados a cartões magnéticos, Onde o desenfreado consumismo, Nos leva a beira de penhascos. No prendemos a um bestial formalismo, Dele fazemos um senhor carrasco, Com o nosso falso patriotismo, Naufragando em barco de plástico. Vidas engolidas em maquinas caça niqueis, Que prometem trazer fortunas, Na verdade levam todos a ruinas. Somos impacientes e inoportunos,

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Insistentes de raciocínio pequeno, De onças ferozes somos assassinos.

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FOLHAS AO VENTO.

Quando todas as vozes se calam

Dentro da alma humana,

O coração em agonia fala

Em suas batidas descompassadas,

Fala do silêncio no silêncio.

Mas o coração amedrontado,

Esconde-se atrás dos olhos,

Mostra-se nos sorrisos.

Quando as vozes do poeta

Calam-se nas altas horas da noite,

Tudo então perde o sentido,

E só as palavras é que importam,

Ainda que estejam

Em folhas ao vento.

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Doce Presença

Basta a sua doce presença, e vejo aumentar meu sofrimento, o coração sem esperança, chora a cada vão momento. Es minha religião e minha crença, devoção que move o sentimento, suplica de excelsa confiança, transpassando todo entendimento. Es quem visita meus sonhos, de gloria e imensurável beleza, trazendo no olhar divina pureza. Mas agora meus olhos tristonhos, tremem ao ver partir lábios tão risonhos, a passos largos na rua chamada incerteza.

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ROSAS E ARMAS.

Rosas e armas caídas ao chão,

Amor e ódio no mesmo coração,

O mundo perdido no próprio mundo,

Pessoas perdidas e vazias de si mesmas,

Caminhando a esmo em terra escura.

Rosas e armas caídas ao chão,

Paciência e intolerância dividem a mesma alma,

Não há lugar seguro no mundo,

E o homem não é seguro o suficiente,

Não existe um porto e nem um cais.

Rosas e armas caídas ao chão,

Vida e morte no mesmo campo de batalha,

Palavras vazias jogadas ao vento,

Vidas inteiras jogadas ao vento.

Rosas e armas caídas ao vento,

Lágrimas e sorrisos na mesma face,

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E mesmo de olhos fechados,

É possível ver estrelas e luar,

Ainda é possível sonhar.

Rosas e armas caídas ao chão,

Pesadelos e sonhos dividem a mesma cama,

E na terra dos gigantes adormecidos,

Ainda tremula a bandeira verde e amarela,

Ainda existem guerreiros.

Soneto da morte.

Aqui está o infame, o insano desventurado, aedo alquebrado,

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que niquem o ame. Que seja ele desfigurado, depois amordaçado ao arame, o escarlate liquido derrame, e em cova rasa jogado. E nela escrita em letras mortas, seu epitáfio em pedra grafado, o vil poeta das linhas tortas. Aqui está eternamente calado, o andarilho sem rotas, descanse sem ser importunado.

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UM CANTO QUALQUER.

Nas asas do vento, Voa o pensamento, A um lugar ermo e distante. Despreocupado estou dos pormenores da vida, Sentado a beira do rio das pedras, Contemplo suas corredeiras frias. Vago encontra-se o pensamento, Despido se si mesmo, Totalmente puramente desleixado. E voa novamente nas asas do vento, Migrando sem destino, Procurando em algum canto, Um canto qualquer.

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Sarah.

Sarah linda, Cheirosa gostosa, Princesa querida, Florzinha majestosa. Sarah cinderela, Sapequinha e bela, Filha chorona, Florzinha risonha. Sarah espertinha, Pequena gordinha, Falante e quietinha. Sarah amorzão, Filha amada, De meu coração.

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A ENORME SALA.

Diferentes sons ecoam, De um lado a outro na sala, Nuvens de poeira se avolumam, Deixando turva a visão em meio aos gases, Tal qual a desertos áridos, Assim me encontro perdido na enorme sala. Maquinas monstruosas vejo a todo o instante, Com braços gigantescos fortificados, De um ruidoso estridente e infernal, Passando e passando, E olhares ficando e ficando. Solitário estou em um deserto de pó, Em meio a seres maquiavélicos e algozes, Trajados de uma vestimenta azul.

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Amor que não amei.

Quando estou em plena solidão, Com os olhos umedecidos de chorar, Lágrimas teimosas de emoção, Lágrimas que teimam em teimar. Este sentimento autodestrutivo, Inconsciente maluco é improvável, Como esconder algo tão ostensivo, Surgindo latente de forma incrível. Fugitivo me tornei desse amor, Gritando dentro de meu peito, Sua agonizante prece e clamor. Poeta sem destino me tornei, Acorrentado a palavras suicidas, De um doce amor que não amei.

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AMANHECER AO NORTE.

O sol com sua face multicolorida, Espalhando no céu seus tons avermelhados, Esconde-se aos poucos na linha horizontal, E no firmamento poucas nuvens acinzentadas. Tranquilos na contemplação de um fim de tarde, A orquestra divinamente ensaiada. Perco-me facilmente em tantos pensamentos, Que vacilam errantes no coração, Então reflito nas horas que se passam, No tempo precioso que se foi, Apenas a noite ira dizer, Quanto tempo ainda nos resta.

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A face.

O sol ao ver o brilho de teus olhos, Envergonhado se esconde, As rosas ao contemplarem tua beleza, Acanhadas perdem a cor. Os diamantes já não luzem como antes, Em contraste ao quilate do teu ser, Todas as estrelas do céu, Invejam sua indescritível formosura. Pássaros cantam a sua beleza, E no ouvir dessa melodia, Versos voaram ao sabor do vento. Na perfeição de teus lábios, Há um néctar tão adocicado, Quanto o mais puro mel.

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OUTRO FIM DE TARDE.

O sol brilhou novamente em tons áureos, No horizonte de uma tarde fria e calma, Nuvens dissipam-se no imenso azul celeste, Enquanto a brisa aninha-se na copa das árvores. A monotonia de sempre seque o seu curso, Faces pálidas, errantes em seus caminhos, Meninos alegres com suas pipas coloridas, Voando livres em um céu de incertezas. Pássaros cantando no telhado ao lado, Quem sabe expressando tristeza ou dor, Quem sabe como eu, pensando no amor, E o poeta novamente observa, Sempre pensativo no balanço de sua cadeira, Contemplando a amada, Na tela do pensamento.

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Doce Novembro.

Em silêncio apenas observava, o que os teus meigos olhos, em silêncio dizia aos meus, na tarde daquele doce novembro. A luz do sol emoldurando o teu rosto, o vento brincando com teus cabelos, dançando ao sabor da brisa, e os nossos olhos em silêncio conversavam. Os teus olhos dizendo aos meus, o medo que tem em me amar, os meus suplicando o teu amor. Enquanto lágrimas de uma profunda tristeza, nascem solitárias escondendo-se na alma, tudo enquanto nossos olhos conversavam.

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LÁBIOS.

Que os teus meigos lábios Busquem nos meus, A doçura de cada beijo. Que em cada beijo Dos meus lábios nos teus, O amor se engrandeça. Sou apenas um poeta apaixonado, Apaixonado pelos seus cabelos, Apaixonado pelos teus olhos negros, Apaixonado perdidamente apaixonado, É o que sou e nada mais.

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Momentos.

Quando fecho os meus olhos, Na tentativa de te esquecer, Vejo nas lembranças nossos momentos, Tentando me enlouquecer. Na solidão do meu coração, No alto refugio secreto, Lá também encontro você, È loucura minha tentar te esquecer. Quando estamos juntos, Tento disfarçar meus sentimentos, Escondo-me no brilho de teus olhos, Quando a distancia nos separa, Meu ser busca cada fração de segundo, Dos momentos em que ficamos juntos.

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ROSAS E LÁGRIMAS.

As rosas agora choram, Esquecidas no jardim da beleza, As rosas feridas e machucadas, Por amores que não aconteceram. As rosas perderam seu rubro, Perderam o seu brilho, Perderam as esperanças, Esperanças que nunca tiveram. As rosas foram arrancadas do jardim, Quem as levou não tem amor, As rosas agora agonizam, Nos últimos suspiros de vida. As rosas postas em um vaso, Sem vida e sem lume, Enfeitam com sua morte,

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A morta vida de alguém.

Noites em claro.

O meu coração te deseja, batendo sempre descompassado, e quando tu te aproximas de mim, desejo os teus lábios a entrelaçar nos meus. Minhas lágrimas que digam, quantas foram as noites em claro, o desespero ao ouvir tua voz, o amor explodindo dentro do peito. que estranho sentimento é esse, que aprisiona minha alma, me enlouquecendo aos poucos. Sonho contigo de olhos abertos, te desejando incessantemente, nesta louca ânsia de te amar.

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DOR MAIOR.

A dor parece maior agora, Intensificou depois da sua partida, Depois que você foi para longe de mim. Agora caminho solitário, Entre espinhos e folhas secas, Folhas no chão levadas ao vento. Vejo no horizonte pássaros tristes, Ouso uma canção de dor, Um desespero de amor. Agora caminho em meio a chuva que cai, Gota a gota a molhar meu rosto, Escondendo as lágrimas que rolam. Não se surpreenda meu amor, Quando me vir partir, Chorarei os versos deste poema, Folhas ao vento.

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Falando do amor.

Quero apenas falar do amor, do amor que a você devoto, devoto com todo fervor, fervor grandioso e secreto. Meu coração navegante enamorado, em seu pequeno barco sentimento, no oceano das lembranças é levado, ao soprar doce do contentamento. Que seja eterno por um segundo, a duração deste meu pensamento, que seja infinito enquanto dure. Esconda-o em teu seio amado, todo meu amor apaixonado, que seja eterno enquanto dure.

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VOZES.

Quando todas as vozes se calam, Dentro da alma humana, O coração então fala, Fala de amor, Respira amor, Anseia pelo amor, Deseja desesperado o amor, O coração só pensa em amor e em amar. Quando todas as vozes se calam, E tudo perde o sentido, A tristeza corrói, Tudo dói, A alma inteira dói, Somente quando todas as vozes se calam,

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E só o silêncio importa.

A sombra.

Sou escravo de mim mesmo, Cerrado nas correntes que formei, Encarcerado em meu deserto, Destinado à solidão e ao desespero. Sou a sombra que me persegue, A espreitar cada passo, A macular no silêncio noturno, O propício momento de morrer. Sou a lembrança esquecida, Chovendo na relva verde, Gotas de palavras nunca ditas. Sou tudo o que não quero ser,

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Odeio tudo o que tentei fazer, Choro o fracasso de não tentar.

SOM DO CORAÇÃO.

Quero ouvir o som do coração, Quando ele cantar, Quero ouvi-lo chorar, Por amor e por amar. Mesmo que estejas distante, A milhas e milhas de mim, Meu coração ainda te sente, Meu coração ainda te quer. Quero ouvir o som do coração, Mas sem você por perto, Simplesmente não dá.

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Ainda que estejas distante, Horas e horas de mim, Desejo ouvir sua voz, Dizendo baixinho, Que ainda me ama.

Inveja.

A beleza invejou você, o seu talhe magnifico, teus lábios de mel, teus sorrisos inocentes. A beleza desejou ser você, desejou o seu esplendor, desejou a sua opulência, desejou seu jeito cativante. A beleza se inspirou em você, em cada curva de seu corpo, em cada fio de seu cabelo. A beleza não será mais a mesma,

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comparada ao reluzente quilate, resplandecendo em torno de você.

UM SIMPLES OLHAR.

Começou em um dia qualquer, Com um inocente olhar, Começou naquela bela praça, Em uma tarde qualquer, Eu não percebi Quanto amor existia ali. A cada sorriso E a cada pequeno gesto, Meu olhar se encantava, E o amor acontecia sem eu perceber. Quando me dei conta que era amor,

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Com medo tentei me esconder, Eu tentei até fugir, Eu tentei amor, Não deu. É inútil lutar contra o amor, É sábio se render a ele, O amor me venceu, Com a força do teu sorriso, Com o brilho do teu olhar.

A feira.

Hoje é um daqueles fins de tarde, em que o sol vagarosamente oculta sua face, são as primeiras horas de uma manhã fria, tímido o sol escorrega por entre as nuvens. E o olhar atento deste pacato poeta, observa da janela o frenético movimento da feira, pessoas vendendo e comprando perdendo e ganhando, continuando o ritualístico sistema de todas as

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sextas. O aposentado calmamente escolhe tomates verdes, enquanto seus netos correm e escondem-se, misturando-se por inúmeros transeuntes. Todos analisam e discutem a todos os assuntos, seja futebol novelas ou os vizinhos em crise conjugal, afinal em dia de feira fuxico é sempre novidade.

TODOS OS DIAS.

Todos os dias eu penso em você, Em todas as horas do dia, Em todos os dias da semana, Em todas as semanas do ano, Em todos esses anos da minha vida. Todos os dias eu quero o seu amor, Eu o quero a todas as horas do dia, Eu o quero em todos os dias da semana,

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Eu o quero em todas as semanas do ano, Eu o quero em todos os anos da minha vida. Simplesmente assim, Simplesmente te amo.

Em meus pensamentos.

Inutilmente tentei te esquecer, te arrancar de meus pensamentos apagar as lembranças de bons momentos, fazer com que tudo viesse a perecer. Mas ainda ficou alguns fragmentos, que num instante tornaram a crescer, velhos fantasmas tentando permanecer, e novamente me afogar em lamentos. Foi tolice pensar que te esqueceria, o coração teimava em te amar, tanto mais quanto ele podia.

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talvez exista no mundo um lugar, onde lembranças suas eu não teria, e lágrimas eu não volte a derramar.

O descobrimento.

Mares nunca antes navegados, O capitão aceitou tal desafio, Rumores em corações fracos, Riquezas à esperar os ambiciosos. Ergueram todos a mesma vela, Unidos no mesmo proposito aventureiro, O sol escondia-se no meio do mar, Mergulharam rumo ao desconhecido. Arrevesaram turbulentos oceanos, Na expectativa de alcançar o seu destino, Dragões ferozes nos sete mares.

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Eis que então avistarão grande praia, Matas verdejantes, e pássaros coloridos, Um paraíso maravilhoso chamado Brasil.

RAZÃO E EMOÇÃO.

Minha alma todos os dias Divide-se em duas, Entre razão e emoção, Entre o querer e o desistir. Meu coração navegante, Aventura-se em tempestuoso mar, Mar sem porto e nem cais. Meu coração apenas te deseja, Deseja com todas as forças, Mas a minha razão, Prudentemente se afasta. Vivo dias de conflito, Constante conflito,

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Entre o querer lutar, Mesmo sabendo dos riscos, Ou simplesmente, Desistir de tudo, Mas desistir assim, É morrer um pouco mais.

AMOR DE PERDIÇÃO.

Talvez direis que enlouqueço, Quando vejo tua majestosa face, Surgir de repente em toda a parte. Os teus negros olhos reflete meu céu, Meu céu de incertezas. Mas o meu coração aventureiro, Clama a ti em desespero, Indiferente tu não o percebes. Perdido está em tanto amor, Perdido está meu ser em te amar.

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AMOR DE SALVAÇÃO.

Meus sonhos mais nobres, Outrora esquecidos, Remaram solitários, Pensativos e inquietos. Este audaz marinheiro, Livre aos sete mares, A navegar e navegar, Estendido ao infinito. Quando você me viu, Triste naquelas águas, Uma estrela sem brilho. Amedrontado me escondi, Mas o seu amor de salvação, Achou-me e amou-me.

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VERDADEIRO AMOR.

O sol ao beijar sua pele, Encantado perde o rubro, Brinca com teus cabelos, Esconde-se em teu negro olhar. Então algo novo surge em mim, Algo grandioso e dominador. Pouco a pouco me entrego aos teus encantos, Ao som harmonioso de sua voz. O amor não é uma vela na chuva, Tempestade nenhuma poderá apaga-lo, A chama do amor nunca apaga.

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MELODIA POÉTICA.

O sol retornou em tons áureos, No horizonte de uma tarde calma, Nuvens dissipam no imenso azul celeste, E a brisa fresca, Aninhou-se na copa das árvores. A monotonia seque o seu curso, Faces pálidas e errantes, Caminham em seus caminhos tristes, Meninos alegres com suas pipas, A voarem livres neste céu de almas presas. Pássaros cantam no telhado ao lado, Melodiando ao prazer do vento, Poetizando a sonoridade do amor. E o poeta a tudo observa, Contemplativo de sua velha cadeira, Admirando na tela do pensamento, A imagem sacrossanta da sua amada.

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Sumário Caminhos da vida. ................................................................................ 4

Brisa suave. ........................................................................................... 6

Inesperado. ........................................................................................... 8

Dia difícil. .............................................................................................. 9

Anjo ledo. ........................................................................................... 11

Olhos de fogo. .................................................................................... 12

Soneto suicida. ................................................................................... 14

Beijos. ................................................................................................. 15

Sou sem você. ..................................................................................... 17

Amor e morte. .................................................................................... 19

Insano amor. ....................................................................................... 20

Esperado fim. ...................................................................................... 22

Desejos 2. ........................................................................................... 23

No silêncio. ......................................................................................... 25

Desejos3. ............................................................................................ 27

Promessa. ........................................................................................... 28

Majestade augusta. ............................................................................ 30

Tempestades. ..................................................................................... 31

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Anjo de vidro. ..................................................................................... 33

A flor mais bela. .................................................................................. 34

Capitalismo selvagem. ........................................................................ 36

FOLHAS AO VENTO. ............................................................................ 38

Doce Presença .................................................................................... 39

ROSAS E ARMAS. ................................................................................ 40

Soneto da morte. ................................................................................ 41

UM CANTO QUALQUER. ..................................................................... 43

Sarah. .................................................................................................. 44

A ENORME SALA. ................................................................................ 45

Amor que não amei. ........................................................................... 46

AMANHECER AO NORTE. .................................................................... 47

A face. ................................................................................................. 48

OUTRO FIM DE TARDE. ....................................................................... 49

Doce Novembro. ................................................................................. 50

LÁBIOS. ............................................................................................... 51

Momentos. ......................................................................................... 52

ROSAS E LÁGRIMAS. ........................................................................... 53

Noites em claro. ................................................................................. 54

DOR MAIOR. ....................................................................................... 55

Falando do amor. ............................................................................... 56

VOZES. ................................................................................................ 57

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A sombra. ........................................................................................... 58

SOM DO CORAÇÃO. ............................................................................ 59

Inveja. ................................................................................................. 60

UM SIMPLES OLHAR. .......................................................................... 61

A feira. ................................................................................................ 62

TODOS OS DIAS................................................................................... 63

Em meus pensamentos. ..................................................................... 64

O descobrimento. ............................................................................... 65

RAZÃO E EMOÇÃO. ............................................................................. 66

AMOR DE PERDIÇÃO. ......................................................................... 67

AMOR DE SALVAÇÃO. ......................................................................... 68

VERDADEIRO AMOR. .......................................................................... 69

MELODIA POÉTICA. ............................................................................. 70