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1 PORTUGAL ATLAS DO AMBIENTE NOTÍCIA EXPLICATIVA CARTA DE NASCENTES MINERAIS MINISTÉRIO DO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS DIRECÇÃO-GERAL DO AMBIENTE LISBOA - 1995

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PORTUGAL

ATLAS DO AMBIENTE

NOTÍCIA EXPLICATIVA

CARTA DE NASCENTES MINERAIS

MINISTÉRIO DO AMBIENTE E RECURSOS NATURAISDIRECÇÃO-GERAL DO AMBIENTE

LISBOA - 1995

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PORTUGAL

ATLAS DO AMBIENTE

NOTÍCIA EXPLICATIVA

I.20

CARTA DE NASCENTES MINERAIS

Elaborada por Carlos M. Ascenção CaladoGeólogo

MINISTÉRIO DO AMBIENTE E RECURSOS NATURAISDIRECÇÃO-GERAL DO AMBIENTE

LISBOA - 1995

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ÍNDICE

Resumo...............................................................................

Summary.............................................................................

Résumé...............................................................................

Introdução

Nota prévia....................................................................

Conceitos de água mineral e regime jurídico .................

Nota histórica e económica............................................

Antecedentes cartográficos.............................................

Informação utilizada.................................................................

Método de representação

Critério geral...................................................................

Mineralização total..........................................................

Temperatura.....................................................................

Tipos hidrogeoquímicos...................................................

Factores geológicos..........................................................

Descrição da Carta....................................................................

Interesse da Carta......................................................................

Referências bibliográficas..........................................................

Apêndice

Glossário.........................................................................

Lista das nascentes............................................................

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Resumo

A presente Carta das Nascentes Minerais foi concebida numa perspectiva hidrogeológicaorientada para o ensino, em especial virada para os problemas do ambiente e do ordenamento doterritório. Por isso tem simplificações do ponto de vista científico em favor de maior facilidade deleitura. Pretende, sobretudo, evidenciar relações entre características físico-químicas essenciais de cadatipo de água e o correspondente ambiente litológico e geo-estrutural.

Figuram todas as águas actualmente classificadas como minerais pela legislaçãoportuguesa, assim como muitas outras que se consideram minerais de um ponto de vistahidrogeoquímico, independentemente do interesse económico.

Podem-se definir duas grandes províncias hidrominerais em Portugal continental: numapredominam águas cuja composição química resulta da simples dissolução das rochas em presença,província cujos contornos envolvem a «Bacia Terciária dos rios Tejo e Sado», as «Orlas Meso-Cenozóicas» e a parte sul do Maciço Hespérico; noutra província (coincidente com a Zona Centro-Ibérica) ressalta um grande número de nascentes de água cuja mineralização estará controlada porfluidos gerados em profundidade, em processos metamórficos e/ou magmáticos.

Nos afloramentos pós-paleozóicos da primeira província brotam águas commineralizações elevadas, por vezes superiores a 10 000 mg/l, principalmente cloretadas sódicas esulfatadas cálcicas, associadas a evaporitos, algumas delas com temperaturas entre os 20o e os 40o C.Já nas zonas de Ossa-Morena e Sul Portuguesa, as águas cloretadas e sulfatadas distinguem-se dasanteriores, designadamente pelos altos teores de iões metálicos. As ocorrências estão relacionadas coma presença de formações metalíferas importantes.

Na segunda grande província destacam-se as águas «sulfúreas sódicas» (ou «sulfúreasalcalinas») e as «gasocarbónicas» (com CO

2 livre geralmente superior a 1000 mg/l), estas

circunscritas à Sub-Zona da Galiza Média/Trás-os-Montes. Ocorrem em maciços granitóides de idadehercínica ou, mais raramente, nas formações metassedimentares encaixantes. A mineralização éanómala para tais ambientes geoquímicos, nomeadamente as concentrações em carbono inorgânicototal, flúor, boro, bromo, tungsténio e amónio, e muitas delas têm temperaturas elevadas, com ummáximo nas Caldas de Chaves (75o C). As nascentes estão condicionadas por falhas activas.

Não é conhecido nenhum caso de água mineral relacionada com o vulcanismo terciário.

Summary

This Map of Mineral Waters was designed taking into account in a hydrogeologicalpoint of view for scholar use, environmental purposes and land use planning; so, it is simplified forreading facility. Mainly it intends emphasise relationships between some essencial chemical andphysical features of the waters and its geological frames.

All springs classified as mineral waters under the Portuguese law are plotted as well asmany others considered as mineral by only a geological concept.

There are two large hydromineral provinces in Portugal: the domain of mineral watersresulting from rock dissolution (Tertiary Bassin of the Tagus and Sado rivers, Meso-CenozoicMargins and the south part of the Hesperian Massif); and the other one (Centre Iberian Zone of theHesperian Massif) with predominance of waters controlled by deep fluids, generated in metamorphicand/or magmatic processes.

Inside the first province one distinguishes very mineralized waters issuing in the pos-Paleozoic terraines, in association with evaporites, some of them with TDS >10 000 mg/l, mainly ofsodium chloride and calcic sulphate types, some ones with temperatures between 20o and 40o C. In

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the Ossa-Morena Zone and South Portuguese Zone the presence of ore bodies in the metasedimentaryformations justify that occurrence of waters of chloride and sulphate types with high metallic ionscontents.

The second province is the province of the sulphide alkaline springs and the CO2-rich

waters (these ones in the Middle Galicia/Trás-os-Montes Sub-zone) normaly issuing in graniticoutcrops of hercynian age. Some chemical components such as the total Inorganic Carbon, fluorine,boron, bromine, wolfram and ammonium exist in anormal levels. These springs are controlled by

active faults, and some of them are very hot (maximum 75oC at Caldas de Chaves).There are no known springs related to Tertiary vulcanism.

Résumé

Cette Carte des Eaux Minérales a eté conçue sous une perspective hydrogéologique maisorientée vers l'enseignement des sciences de l'environnement physique et de l'aménagement duterritoire. Pour cette raison elle est un petit peu simplifiée du point de vue scientifique. Elle a le butprincipal de rendre evidentes les relations entre les caractéristiques physico-chimiques des eaux et lesconditions géologiques. Toutes les eaux classifiées comme minérales par la loi portugaise y figurentet beacoup d'autres qui le sont d'un point de vue hydrogéologique seulement.

Nous pouvons définir deux grandes provinces hydrominérales: l'une où la compositionchimique des eaux devient, surtout, de la dissolution des roches (cas des eaux du Bassin Tertiaire duBas-Tage et du Sado, des Bordures Meso-Cénozoiques et des zones Ossa-Morena et Sud-Portugaise duMassif Hespérique); et une autre province (la Zone Centro-Ibérique du Massif Hespérique) avec deseaux où la composition est conditionnée par des fluides dont l'origine est en profondeur, parmétamorphisme et/ou par magmatisme.

Dans les terrains post-Paleozoiques de la première province il y a des eaux trèsminéralisées, parfois >10 000 mg/l, surtout chlorurées sodiques et sulfatées calciques, associées à desévaporites, quelques unes avec des températures entre 20o et 40o C. Dans les zones Ossa-Morena etSud-Portugaise il y a aussi des eaux chlorurées et sulfatées mais différentes des autres par sesconcentrations élevées en ions métalliques, liées à des gisements metallifères importants.

Dans la seconde province se détachent les «sulfurées sodiques» et les «carbogaseuses»(CO

2 libre généralement >1000 mg/l), celles-ci circonscrites à la Sous-Zone de Galice Moyenne/Trás-

os-Montes. Presque toutes les sources se situent dans des massifs de roches granitoides tardi-hercyniennes. Sa minéralisation n'est pas normal pour l'environnement géochimique (concentrationsélevées de carbone inorganique total, fluor, bore, brome, tungstène et ammonium, par exemple) etbeaucoup d'eux sont très chaudes, avec un maximum à Caldas de Chaves (75o C). Les sources sontcontrôlées par des failles actives.

On ne connait pas d'eaux minérales liées au volcanisme tertiaire.

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Introdução

Nota prévia

A problemática das águas minerais não pode ser abordada fora do contextogeral do ciclo hidrológico, embora constitua uma especialidade dentro daHidrogeologia, em particular da Hidrogeoquímica.

No estudo das águas minerais importa ter presente a distinção entre "água"no sentido químico (H2O) e "água" no sentido vulgar, pois neste último deve entender-se por H2O + substâncias dissolvidas (mineralização). A questão pode parecer

académica pois, na natureza, qualquer água é sempre mais ou menos mineralizada,mesmo a própria água da chuva. A molécula de H2O, devido à sua estrutura bipolar,

tem uma grande capacidade para reagir com as outras substâncias. O reparo é feitopara que não se julgue que, em certos tipos de águas com componentesmineralizadores de origem profunda, as moléculas de H2O têm, forçosamente, igual

origem profunda.No que respeita à origem das moléculas de H2O da água subterrânea, ela

pode ser meteórica ou juvenil. São situações particulares de água de origem meteóricaa água conata e a regenerada.

As proporções relativas em que água de cada uma destas origens entranuma determinada água subterrânea é variável: exclusivamente de origem meteórica naesmagadora maioria dos casos; noutros, parte pode ser de origem juvenil. Esta últimasituação tem sido admitida em águas muito quentes, por exemplo em zonas devulcanismo activo, mas após os trabalhos de investigação de Goguel (1953) e de Craig(1963) pensa-se que a fracção juvenil não ultrapassará os 10% (Panichi & Gonfiantini,1981).

No que respeita à mineralização, ela provém de um conjunto de fenómenosmais ou menos complexos de interacção «H2O-gases-rocha», fundamentalmente

reacções de equilíbrio químico entre a água circulante e os minerais que constituem asrochas lixiviadas durante o percurso subterrâneo (cf. Schoeller, 1962; Hem, 1970;Appelo & Postma, 1993; Nordstrom & Munoz, 1994). Em certas águas, porém,determinados componentes só se explicam admitindo uma origem em fenómenosgeológicos que ocorrem a grandes profundidades: metamorfismo, magmatismo,

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desgaseificações por levantamento crustal ("uplift"), etc. Serão, portanto, componentesde origem juvenil (Franko et al., 1975).

São factores importantes no processo de interacção água-rocha: o tempode residência da água no subsolo e o gradiente geotérmico.

De acordo com a classificação genética de Valery Ivanov, há umaregularidade universal na distribuição dos diferentes tipos de água mineral,observando-se características semelhantes quando são semelhantes as condiçõesgeoquímicas e geo-estruturais. Para este autor, há três situações fundamentais quejustificam as mineralizações das águas (Ivanov, 1979):

(A) Vulcanismo activo recente: ocorrem águas muito quentesmineralizadas por influência de gases vulcânicos e termometamórficos. As águasminerais destes ambientes caracterizam-se pela presença de gases tais comoCO2+H2S, ou CO2+N2.

(B) Processos magmáticos e termometamórficos profundos: neles égerado CO2 que se introduz na água subterrânea de origem e composição

química primária diferentes. Aqui a composição gasosa da água é representada,sobretudo, por CO2.

(C) Ausência de magmatismo e de processos termometamórficos: aqui amineralização da água resulta, principalmente, da dissolução dos minerais queformam a rocha e de reacções bioquímicas. Nestes casos os gases dominantessão os mesmos da atmosfera, ou os devidos às reacções bioquímicas (e,eventualmente, termoquímicas), tais como CH4, H2S, CO2 e N2.

Vemos assim que a composição química de uma água subterrânea é aassinatura de um longo processo hidrogeoquímico, ou seja: é a marca da sua vidageológica.

Em apêndice à presente Notícia Explicativa vai um glossário dos termosdestacados em itálico no texto, tendo em vista ajudar os menos familiarizados com aterminologia hidrogeológica e geológica.

Conceitos de água mineral e regime jurídico

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Não há uma definição universal de «água mineral»; as várias definições emuso assentam, basicamente, num de dois critérios, ou perspectivas: num critérioestritamente geológico/hidrogeoquímico, ou num critério que poderemos chamar deutilitarista, porque enfatiza uma utilidade.

De um ponto de vista estritamente geológico só deve designar-se por águamineral uma água cuja mineralização total, ou alguns dos seus componentes, excede oque se pode considerar normal para águas subterrâneas por exemplo: mineralizaçãototal >1000 mg/l; total de CO2 livre >1000 mg/l (nalguns países bastam 500 mg/l, ou

mesmo só 250 mg/l); sulfuração total >1 mg/l; flúor >2 mg/l; lítio >1 mg/l; estrôncio>10 mg/l; bromo >5 mg; iodo >1 mg/l; ferro II >10 mg/l; manganês >10 mg/l; bário >5mg/l; sílica >50 mg/l, etc.

É corrente designar por “termal” toda a água cuja temperatura deemergência excede 20o C; no entanto, muitos geólogos preferem indexar o limite àtemperatura média anual do ar da região da nascente, considerando termal quando aultrapassa. Para White (1957), por exemplo, são termais as que excedem a temperaturamédia do ar em 5o C ou mais; e para Henry Schoeller as que excedem em mais de 4o C(Schoeller, 1962).

Nos casos em que uma água seja, simultaneamente, termal e mineral (nosentido geológico) chamar-se-á “termomineral”; e “acratotermal” se for «termal»mas com um total de substâncias dissolvidas insignificante.

Quando se designa por «mineral» devido à utilidade, o uso pode ser:«medicinal», com fins terapêuticos, ou «industrial», se serve como matéria prima paraextracção de substâncias úteis contidas na água (sais, certos elementos raros, gases,etc.). No entanto, também é aceite como água mineral a que, simplesmente, possuigrande qualidade para consumir como bebida, pelos seus efeitos benéficos para asaúde humana, sem, contudo, necessitar de ser uma água medicinal. É sobretudo combase neste valor de uso (e por isso valor económico) que a maior parte dos países fixa adefinição de água mineral para efeitos jurídico-administrativos.

Em Portugal, na primeira lei sobre águas minerais (Decreto de 1892,publicado no Diário do Governo nº 225, de 5 de Outubro), o termo «água mineral» erasinónimo de «água minero-medicinal», isto é, a água deveria ter propriedadesterapêuticas. Por essa razão só eram ministradas em balneários, embora tambémpudessem ser vendidas engarrafadas (em farmácias), ou ser objecto de extracção desais, também estes para uso medicinal.

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O mesmo critério foi mantido no Decreto nº 5787-F (10 de Maio de 1919)e, posteriormente, no Decreto-lei nº 15 401, de 1928 (Diário do Governo de 20 deAbril), se bem que a partir de então também se admitisse o engarrafamento paraconsumo corrente.

Sobre a evolução da legislação portuguesa relativa às águas minerais, noperíodo 1892-1960, veja-se o trabalho de Manuel Marques da Mata (Mata, 1960).

A actual legislação portuguesa relativa a “recursos geológicos” (Decreto-lei n.º 90/90, de 16 de Março) designa por “recursos hidrominerais” (art.º 3º) aságuas que têm interesse económico devido às suas características físico-químicas edivide-as em dois grupos: Águas minerais naturais e Águas minero-industriais.Para ser classificada no primeiro grupo a água tem que ser "...bacteriologicamenteprópria, de circulação profunda, com particularidades físico-químicas estáveis naorigem dentro da gama de flutuações naturais, de que resultam propriedadesterapêuticas ou simplesmente efeitos favoráveis à saúde". Ao segundo grupo pertencemas "... águas naturais subterrâneas que permitem a extracção económica de substânciasnelas contidas".

Os recursos hidrominerais são do «domínio público do Estado» (Dec.-lein.º 90/90, art.º 1º), regime jurídico que vigora desde o Decreto de 1892 citado; e osdireitos para a respectiva prospecção, pesquisa e exploração adquirem-se por contratosadministrativos (id., art. 9º). As zonas onde ocorrem estão sujeitas a (ou passíveis de)servidões administrativas, mormente para proporcionar trabalhos de pesquisa (id., art.ºs.15º e 32º), para satisfazer as necessidades da exploração (id., art.º 23º), para a defesa esalvaguarda dos aquíferos e captações (id., art.ºs 12º, 42º, 43º e 44º), ou para acautelarexplorações futuras (id., art.º 36º).

As condições e regras para a prospecção, pesquisa e exploração das«águas minerais naturais» e das «minero-industriais» estão regulamentadas,respectivamente, pelos Decretos-lei nº 86/90 e 85/90. A tutela, no continente, competeao Instituto Geológico e Mineiro, organismo do Ministério da Indústria e Energia; enas regiões autónomas dos Açores e da Madeira aos organismos regionais.

Nota histórica e económica

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Portugal tem longa tradição no uso de águas minerais para fins medicinais(termalismo); disso são testemunhos históricos as ruínas de balneários romanos, nosmesmos sítios onde ainda hoje se encontram algumas estâncias termais importantes:Caldas de Chaves, Caldas do Gerês, Termas de S. Vicente, Termas de S. Pedro do Sul(antigas Caldas de Lafões), Caldas das Taipas, Caldas de Vizela, etc. (Torres et al.,1930, vol. I; Acciaiuoli, 1952, vol. I).

A esta tradição junta-se a da extracção de «sal de cozinha» de certas águassubterrâneas muito salgadas, de que são exemplo as salinas de Rio Maior (Fonte daPipa), exploração que remonta a tempos anteriores ao século XII e prossegue aindahoje. Outras explorações semelhantes houve perto da Batalha (as Salgadas, ouBrancas) e perto de Leiria (as de Porto Moniz).

À tradição de uso há a acrescentar uma longa lista de estudos científicosque as águas minerais motivaram em Portugal desde o século XVIII, quer estudosmédico-hidrológicos, quer estudos de química analítica (Acciaiuoli, 1952, vol. 1). HenrySchoeller, grande vulto da Hidrogeologia deste século, sublinhava o facto dizendo que"poucos países se interessaram tanto pelas águas termominerais como Portugal, comoo testemunham as belas publicações que tenho na minha biblioteca" (Schoeller, 1982).

A exploração de águas minerais, quer no termalismo, quer na indústria deengarrafamento, reveste-se hoje de considerável importância sócio-económica,sobretudo, o termalismo, porquanto as estâncias termais constituem pólos de animaçãoeconómica local, graças aos fluxos turísticos que originam.

Quer o consumo de água engarrafada quer a frequência das termas, temevoluído de modo crescente nas últimas décadas (Calado, 1987). Enquanto que em1970, por exemplo, a produção de água mineral engarrafada foi de pouco mais de 50milhões de litros e o número de inscrições nas termas não alcançou os 60 000 curistas,em 1992 os números registados foram, respectivamente, 285,6 milhões de litros e 102399 curistas (Fernandes & Cruz, 1993).

A maior parte da frequência termal é por pessoas com «doenças reumáticase músculo-esqueléticas» e do foro da otorrinolaringologia (sinusites, rinites, faringites,etc.).

Sobre as vocações terapêuticas das estâncias termais e algumas estatísticasmédicas há extensa bibliografia; das publicações mais recentes recomenda-se:ANIAMM, 1984; DGGM-DGT, 1990; Sousa, 1993; Valentim, 1993.

Em Portugal continental há, actualmente, 51 concessões de água mineralem actividade: 35 exclusivamente em termalismo; 8 exclusivamente paraengarrafamento; e 8 em termalismo e engarrafamento, simultaneamente.

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Antecedentes cartográficos

A primeira carta portuguesa sobre águas minerais (das desenhadas comuma perspectiva hidrogeológica) deve-se a Luis Acciaiuoli e integra a obra “LePortugal Hydromineral” (Acciaiuoli, 1952); a segunda, já mais elaborada, na escala 1:1000 000, é da autoria de Fernando Moitinho de Almeida, com a colaboração de J.Costa Moura (Almeida & Moura, 1970).

Informação utilizada

Quase todas as nascentes representadas estão referidas na bibliografiacitada, outras são do conhecimento pessoal do Autor.

No que respeita à caracterização química usaram-se todas as fontes deinformação disponíveis, principalmente: “Le Portugal Hydrologique et Climatique”(Torres et al., 1930-1934); “Le Portugal Hydromineral” (Acciaiuoli, 1952); e“Inventário Hidrológico de Portugal” (Almeida & Almeida, 1966-1988). A consultade obras mais antigas, embora sem dados analíticos, foi também de extrema utilidade.Merecem destaque o “Aquilégio Medicinal” (Fonseca Henriques, 1726), os livros deFrancisco Tavares (1810) e Alfredo Luiz Lopes (1892), assim como algumas das obrasreferidas na bibliografia organizada por Luis Acciaiuoli (1944).

Estando a presente Carta já impressa foi publicado um catálogo (DGGM,1992) de todas as águas em exploração à data, em Portugal continental, quer notermalismo, quer no engarrafamento, contendo informação interessante, nomeadamenteresultados de análises químicas recentes.

No que respeita ao fundo geológico, a base de trabalho utilizada foi a CartaGeológica do Atlas do Ambiente (Real, 1982). As principais fontes de dados einformação foram: a Carta Geológica de Portugal, dos Serviços Geológicos dePortugal, na escala 1:500 000 (Teixeira, 1968); a Carta Geomorfológica de Portugal(Ferreira, 1981); o Mapa Tectónico de la Península Ibérica y Baleares (Julivert et al.,1972 e 1974); e a Carta Neotectónica de Portugal (Cabral & Ribeiro, 1989).

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Método de representação

Critério geral

Cada "nascente" da Carta deve ser entendida como representação do localde descarga natural de um aquífero cuja água tem as características físico-químicasassinaladas, e não como uma "raridade" isolada, pois, na maioria dos casos, há váriospontos de água com quimismo semelhante na mesma zona. Não sendo possívelassinalá-los a todos, por limitações de escala, escolheu-se a nascente que se consideroumais representativa.

Caracterizar de forma sintética uma água mineral (que é uma soluçãonatural complexa) implica recorrer ao artifício que é sempre qualquer classificação. Nocaso particular das águas «medicinais» o problema complica-se ainda mais, na medidaem que, do ponto de vista médico, há classificações que enfatizam certos componentesquímicos com importância fisiológica (cf. Moret, 1946), mesmo que eles estejam emquantidades vestigiárias na solução.

A Carta do Atlas, porém, tem uma perspectiva hidrogeológica e por issocada "nascente" é caracterizada pelos seguintes parâmetros que se julgam maisadequados a uma leitura fácil: Mineralização total (em mg/l), através do tamanho docírculo; Temperatura (valor máximo registado na nascente); e uma cor a sublinhar oessencial da composição química.

Os nomes das águas (ou das nascentes) são os referidos pela bibliografia,ou os consagrados por documentos oficiais, mas muitas destas águas são conhecidaslocalmente por Fonte Santa, Água Santa, Fonte das Virtudes, etc. Já no Alto Alentejo ena região vizinha da Beira Baixa, as sulfúreas são conhecidas pelo nome de Fadagosa,corruptela de Fedegosa, i.e. que fede, fétida.

O termo "caldas" corresponde, tradicionalmente, a uma água quente (cf.Fonseca Henriques, 1726).

A "nascente" Alfama, em Lisboa, representa um grupo de nascentes quebrotavam na parte baixa deste bairro lisboeta, algumas delas exploradas em balneáriosdesactivados já no presente século (Alcaçarias do Duque, Banhos de D. Clara, Banhosdo Doutor, etc.). A palavra “Alfama” deriva do árabe, significando "nascente quente".

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Mineralização total

Agruparam-se as diferentes águas de acordo com as classes habituais emhidrogeoquímica:

< 1000 mg/l (água doce)1000 -10 000 mg/l (água salobra)10 000 -100 000 mg/l (água salgada)> 100 000 mg/l (salmoura)

Subdividiu-se a primeira das classes em: < 200 mg/l; 200-600 mg/l e 600-1000 mg/l.

Esta subdivisão permite realçar a maior disponibilidade de certas litologiaspara a dissolução, comparativamente a outras, bem como destacar a relativa anomalia daágua sulfúrea sódica em rochas graníticas, onde as águas subterrâneas típicas têm umtotal de substâncias dissolvidas abaixo da centena de mg/l.

Não se conhece no território nenhum caso de água com mineralizaçãoigual ou superior a 100 000 mg/l.

Temperatura

Seguiu-se a convenção adoptada no “Atlas dos Recursos Geotérmicos daEuropa” (CEC, 1988), tomando-se os 20o C como limite mínimo a partir do qual sepode considerar uma água como termal, mas subdividiu-se o intervalo 20-100o C emduas classes correntemente usadas em classificações geotérmicas: 20o-50o C (muitobaixa entalpia); e 50o-100o C (baixa entalpia).

Todas as temperaturas de emergência conhecidas em Portugal continental(e mesmo em sondagens profundas) são inferiores a 100o C.

Tipos hidrogeoquímicos

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Na definição dos grupos hidrogeoquímicos (e escolha das respectivascores) a preocupação principal foi facilitar ao leitor a visualização imediata quanto aoessencial da composição química de cada água e, ao mesmo tempo, dar uma imagem deconjunto da relação entre essas características e as condições geológicas regionais.Este princípio levou a não usar representações gráficas correntemente adoptadas nacartografia da especialidade e antes se preferiu uma forma que - embora inspirada naclassificação do Prof. Herculano de Carvalho (Carvalho, 1961) - pareceu maisadequada aos propósitos enunciados.

Considera-se que há em Portugal nove tipos hidrogeoquímicos bemdefinidos e a cada um atribuiu-se uma cor própria: Sulfúrea sódica; Gasocarbónica;Bicarbonatada sódica; Bicarbonatada cálcica e/ou magnesiana; Cloretadasódica; Cloretada sódica em ambiente metalífero; Sulfatada cálcica emambiente evaporítico; Sulfatada cálcica em ambiente metalífero e Oxidrilada.

O grupo “Sulfidricada” não corresponde exactamente a um tipo químicoindependente mas, apenas, a uma "sobrecarga" de algumas águas cloretadas sódicas esulfatadas cálcicas de zonas sedimentares e metassedimentares que, apesar de terem emcomum com as sulfúreas sódicas (das zonas graníticas) o cheiro a gás sulfídrico, sedistinguem claramente destas por um conjunto de outras características físico-químicas.Dado o significado hidrogeoquímico do facto entendeu-se dar-lhe o merecido relevo.

As águas «sulfúreas sódicas» (que talvez seja preferível chamarsulfúreas alcalinas) caracterizam-se não apenas pelo conhecido cheiro a "ovospodres" mas por um conjunto de parâmetros físico-químicos que as distinguem deoutras águas com cheiro idêntico:

- cheiro fétido (a gás sulfídrico), mais ou menos intenso, na emergência;- pH francamente alcalino, na maioria dos casos entre 8 e 9,5;- mineralização total moderada, geralmente entre 200 e 500 mg/l;- presença de enxofre na solução no estado reduzido, maioritariamente

sob a forma de HS-, mas com SO42- diminuto;

- teores elevados de flúor, quase sempre entre 10 e 25 mg/l;- teores discretos de NH4

+ (em geral entre 0,1 e 0,6 mg/l), mas sem

acompanhamento dos iões nitrato e nitrito;- presença de alumínio, boro, bromo e tungsténio em concentrações

anormais;

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- teores relativamente elevados de sílica, em geral entre 10 e 15% damineralização total;

- o ião bicarbonato é, em geral, o dominante no grupo aniónico ( >50%do total de meq/l do grupo); em menos casos é o cloreto que domina, eo fluoreto é o segundo, ou o terceiro, anião em abundância;

- no grupo catiónico predomina sempre o ião sódio, com mais de 75%dos meq/l do grupo;

- grande parte tem temperaturas de emergência superior à da média anualdo ar da região e muitas delas são quentes;

- o azoto é o gás dominante na solução.

Dentre as águas com estas características é possível distinguir alguns sub-grupos (Machado, 1988).

Uma outra característica importante é o carbono inorgânico total serfrancamente superior ao da água subterrânea vulgar dos terrenos graníticos (Carvalhoet al., 1990). Na verdade, a composição química das águas sulfúreas alcalinas épeculiar, sem semelhança com as sulfidricadas das Orlas Meso-Cenozóicas e do BaixoAlentejo. Estudos recentes sugerem que a mineralização típica tem origem emprocessos hidrogeoquímicos iniciados em zonas profundas da crusta terrestre,geradores de produtos tais como CO2, H2S, NH3, NaCl, HCl, HF, B (Almeida &

Calado, 1993).A utilização de geotermómetros químicos aponta para temperaturas em

profundidade por vezes superiores a 100o C (Aires-Barros, 1979; Almeida, 1979,1982; Almeida & Calado, 1993).

Na vizinha Espanha, águas com quimismo idêntico encontram-se na Galiza,Castela-Leão, parte norte da Estremadura e nos Pirinéus, igualmente em zonasgraníticas.

As águas «gasocarbónicas» (grupo em que o CO2 livre, i.e. não

combinado, excede 500 mg/l) distinguem-se, fundamentalmente, por :

- expressiva libertação de gás (CO2) na nascente;

- pH ligeiramente ácido, na gama 6-7;- teores de CO2 livre superiores a 1 000 mg/l, salvo nas Caldas de

Chaves, em que pouco excede 500 mg/l;

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- mineralizações totais elevadas, muito superiores a 1 g/l;- teores de flúor >1 mg/l (excepto Melgaço), mas sem ultrapassar 8 mg/l,

assim como teores anómalos de boro (chegam a 0,77 mg/l) e bromo;- são todas bicarbonatadas sódicas, com excepção da água de Melgaço,

que é bicarbonatada cálcica;- são todas frias, com excepção das Caldas de Chaves (75o C).

No caso destas águas pode dizer-se que as suas características físico-químicas não se explicam apenas por dissolução das rochas graníticas em quecirculam. Também aqui é forçoso recorrer a fenómenos geoquímicos gerados emzonas profundas da crosta terreste, ou mesmo em zonas superiores do manto, paraexplicar quantidades tão elevadas de CO2 e as concentrações de certos componentes

como o flúor, o boro e o bromo. Cálculos feitos com os geotermómetros químicosclássicos conduzem a temperaturas de circulação em profundidade superiores a 100o C(Machado, 1992).

Facto comum a estes últimos dois tipos de água é o teor anómalo de flúor,que não resulta da dissolução de fluorite, como era suposto, mas antes terá uma géneseprofunda, relacionada com fenómenos de levantamento crustal (Calado & Almeida,1993), fenómenos que afectam, sobretudo, o norte e o centro do País (Ribeiro &Almeida, 1982).

Águas gasocarbónicas semelhantes às portuguesas podem ver-se emEspanha, na região galega (Verin e Mondariz, por exemplo).

As águas classificadas como Bicarbonatada, Cloretada e Sulfatada sãoáguas onde predomina (mais de 50% do total dos meq/l, no respectivo grupo aniónico),o ião bicarbonato, o ião cloreto e o ião sulfato, respectivamente. Quando nenhum dosaniões excede os 50% dos meq/l assinalam-se os dois mais abundantes (cloro-sulfatada, por exemplo).

O mesmo significado tem a classificação de Sódica e de Cálcica.

Os dois tipos referidos a "ambiente metalífero" foram criados pararealçar algumas nascentes que ocorrem em terrenos fortemente mineralizados doMaciço Hespérico, em geral sob a forma de sulfuretos metálicos. Estas águas têmperfis químicos muito diferentes das cloretadas e das sulfatadas das Orlas Meso-Cenozóicas; por exemplo, contêm concentrações elevadas de elementos metálicos (tais

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como cobre, chumbo, zinco), o que não acontece com as águas das orlas sedimentares.As águas sulfatadas são extremamente ácidas.

O tipo “Oxidrilada” foi criado para representar a água mineral deCabeço de Vide (Alto Alentejo), um caso ímpar no panorama hidrológico português,até pelo pH excepcional em redor dos 11,5. Embora referida tradicionalmente comouma água sulfúrea (na verdade exala o cheiro característico) apresenta outrascaracterísticas que a distinguem substancialmente das sulfúreas alcalinas do centro enorte do País: não tem formas de carbono combinado, o que constitui uma raridadehidrogeoquímica. Os iões oxidrilo (OH-) e cloreto predominam no grupo aniónico; eno catiónico predomina o sódio, embora em proporção menos elevada do que nassulfúreas alcalinas típicas. Também não tem elevados teores de flúor característicos daságuas sulfúreas das regiões graníticas.

Factores geológicos

O fundo geológico da Carta é uma simplificação da cartografia geológicaque serviu de base de trabalho. Fundiram-se na mesma mancha formações vizinhascom afinidades do ponto de vista hidrogeoquímico, e desenharam-se, de formaesquemática, as zonas diapíricas, a faixa piritosa alentejana, etc., que determinam oquimismo de certas águas. Igualmente se assinalam alguns acidentes tectónicos,designadamente algumas das falhas activas do território, mas só aqueles quepresumimos controlarem circuitos hidrominerais, nomeadamente funcionando comocondutas para a ascensão de fluidos quentes e mineralizados de origem profunda. Poressa razão não figura a grande "falha da Messejana", por exemplo, uma vez que não hánenhuma água cuja mineralização, ou temperatura, esteja condicionada por ela.

Envolvendo determinados conjuntos de unidades litológicas marcaram-seos limites das unidades paleogeográficas e tectónicas do País (designadas na Carta por"Grandes Unidades Geológicas"), porque elas correspondem a grandes provínciasgeoquímicas: I - Maciço Hespérico, com as zonas Centro-Ibérica (esta com a Sub-zonaGaliza Média/Trás-os-Montes), Ossa-Morena e Sul Portuguesa; II - Orlas Meso-Cenozóicas ocidental e algarvia; e III - Bacia Terciária do Tejo e Sado (cf. Ribeiro etal., 1979).

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Descrição da Carta

Esta Carta não deve ser considerada um inventário exaustivo das águasminerais do nosso território, mas pode dizer-se que a cobertura feita é bastanterepresentativa de todos os tipos hidrogeoquímicos existentes e dos diferentesambientes e unidades geológicas; não figura nela uma dezena de nascentes alentejanasinteressantes sobre as quais não há dados analíticos suficientes para caracterizaçãohidrogeoquímica.

Assim, estão representadas:

a) Todas as nascentes, ou grupos de nascentes de águas reconhecidasoficialmente como minerais; e

b) um grande número de ocorrências que, pela sua composição química,podem ser consideradas como minerais segundo um critérioestritamente hidrogeológico, algumas das quais já estiveramclassificadas oficialmente como minerais.

Não figuram na Carta as "águas de nascente" (veja-se o Decreto-lei nº90/90, art.º 6º), chamadas "águas de mesa" pela anterior legislação, tanto mais que sãoáguas de composição química vulgar, que não se distinguem das águas comuns darespectiva região. Também não figuram muitas águas a que o povo atribui propriedadescurativas (por exemplo, em doenças de pele), ou simplesmente digestivas, tanto maisque a composição química aparenta não ter nada de extraordinário. O “InventárioHidrológico de Portugal” (Almeida & Almeida, 1966-1988) descreve muitas destaságuas.

As águas representadas na Carta emergem, ou emergiam, espontaneamenteà superfície do terreno. Muitas estão agora captadas por meio de poços tubulares(furos).

Pode ver-se que há uma certa regionalização na distribuição dos tiposhidrogeoquímicos, explicável pela semelhança das condições geoquímicas e geo-estruturais. Quanto às temperaturas de emergência, vê-se que as águas mais quentes selocalizam na Zona Centro Ibérica, a maioria em estreita relação de vizinhança comfalhas activas, pelo que se admite que fluidos quentes, de origem profunda, estãoascendendo em circulação forçada a favor das zonas de maior permeabilidade

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(fracturas abertas) associadas a estas falhas, por um mecanismo de bombagem sísmica(Ribeiro & Almeida, 1981). Porém, nem sobre todas as falhas activas há nascentesquentes, assim como se nota que não há nascentes quentes no Nordeste trasmontano,nem a sul do rio Tejo, excepção feita às da serra de Monchique e à anomalia (relativa)da Fontinha da Atalaia, em Tavira.

De um ponto de vista hidrogeoquímico, podemos dizer que em Portugalcontinental há dois grandes domínios:

a) dos terrenos pós-Paleozóico (Bacia Terciária dos rios Tejo e Sado, eOrlas Meso-Cenozóicas); e

b) dos terrenos paleozóicos e pré-câmbricos, isto é, todo o afloramento doMaciço Hespérico.

No primeiro grande domínio prevalecem as rochas sedimentares, de fáciesmarinha e continental, essencialmente rochas carbonatadas: calcários, dolomias, margas,arenitos, areias de duna, etc. No Maciço Hespérico dominam dois ambientesgeológicos: o das rochas xistentas e o das rochas graníticas.

Nas «orlas Meso-Cenozóicas», sobressaem águas muito mineralizadas,sobretudo cloretadas sódicas e sulfatadas cálcicas, a denunciar a presença deformações ricas em evaporitos, quer de margas salgadas, quer com gesso finamentedisseminado na rocha, quer mesmo de jazigos de sal gema e de gesso. Sãoespecialmente importantes as zonas diapíricas da Orla Ocidental: região de Óbidos-Caldas da Rainha, Soure, etc. (cf. Choffat, 1893).

Em algumas águas - como as das Caldas da Rainha, de Monte Real e doCabo Mondego - nota-se o cheiro a gás sulfídrico, formado a partir do sulfato (dogesso), através de um processo bioquímico desenvolvido por sulfobactérias.

Certas águas como as das Caldas da Rainha, as do grupo Amieira/Azenha(perto de Soure), as da Fonte Quente (Leiria), as do Vimeiro, as dos Cucos (perto deTorres Vedras), as do Estoril, as de Alfama (Lisboa), manifestam temperaturas deemergência entre 25o e 35o C, bastante acima da temperatura média anual do ar nasrespectivas regiões. Este calor pode provir das reacções bioquímicas referidas(exotérmicas), ou mesmo de fluxos de calor provenientes do Maciço Hespérico,

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subjacente às formações Meso-Cenozóicas, em resultado de reactivação tectónicasofrida pelo soco antigo no final do Terciário (cf. Ribeiro & Almeida, 1981).

Já na Bacia do Tejo e Sado, em particular nos terrenos a sul do rio Tejo,são relativamente raras as águas especialmente mineralizadas, devido a predominaremafloramentos constituídos, essencialmente, por areias siliciosas, material muito poucomobilizável quimicamente. As poucas ocorrências de água significativamentemineralizada localizam-se em aluviões quaternárias de fácies salobra (vasa do Tejo),como é o caso do Mouchão da Póvoa; noutras, como a da Charneca do Fairro, perto deSantarém, a mineralização resulta de formações de fácies lacustre com intercalaçõesargilosas muito salgadas. As águas sulfatadas devem-se à presença de margasgessíferas; e as águas bicarbonatadas, cálcicas e/ou magnesianas, à preponderância decalcários, mais ou menos dolomíticos, ou mesmo de dolomias.

Também nesta Bacia se notam algumas nascentes com temperaturasanómalas em estreita relação com falhas importantes (cf. Andrade, 1933).

No outro grande domínio hidrogeoquímico que é o Maciço Hespéricoconsideramos a existência de duas unidades distintas: uma que coincide com a ZonaCentro-Ibérica; e a outra que compreende as zonas de Ossa-Morena e Sul Portuguesa.A primeira tem o exclusivo da ocorrência de águas sulfúreas sódicas alcalinas e daságuas gasocarbónicas, estas últimas confinadas à Sub-zona Galiza Média/Trás-os-Montes.

Ambos os tipos ocorrem associados a rochas granitóides hercínicas(intrabatólitos, ou na sua bordadura), preferencialmente a granitos sin- a tardi-tectónicos relativamente à terceira fase de deformação da orogenia (Calado, 1993a) eestreitamente ligados a falhas activas. São dois tipos de água subterrâneacompletamente anómalos relativamente ao seu contexto geológico, como se podeverificar comparando esta Carta com as “Cartas de Qualidade Química das ÁguasSubterrâneas” do Atlas do Ambiente (Paradela, 1987).

Grande número das águas sulfúreas são quentes (a mais quente atingecerca de 69o C, em S. Pedro do Sul), ou mesmo que frias, têm temperaturas superioresà média anual do ar na maior parte dos casos. Das águas gasocarbónicas só a dasCaldas de Chaves é quente: 73,5o C nas nascentes e 75o C à boca de um furo decaptação com cerca de centena e meia de metros. É a água mais quente do territóriocontinental.

Quer as águas sulfúreas alcalinas quer as gasocarbónicas, aparecemassociadas a falhas hercínicas reactivadas nos últimos dois milhões de anos. Elas serão

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responsáveis pela ascensão de fluidos de origem mantélica (cf. Choffat, 1917; Almeida,1982; Baptista et al., 1993).

Nas zonas de Ossa-Morena e Sul Portuguesa não se encontram águas dosdois tipos anteriormente referidos. Aqui predominam, sobretudo na zona SulPortuguesa, águas sulfatadas (geralmente muito ácidas) e águas cloretadas, em ambosos casos com teores elevados de elementos metálicos (ferro, cobre, zinco, prata, porexemplo), a denunciar a presença de terrenos excepcionalmente mineralizados, algunsdos quais são alvo de exploração mineira (Aljustrel, Neves-Corvo, S. Domingos, etc.).

Nos casos das nascentes sul alentejanas da ribeira de Oeiras (p. ex. a ÁguaSanta da Morena) e do rio Vascão, a presença de H2S e de HS- resultará de

fenómenos de oxi-redução envolvendo a barita que ocorre em abundância naqueleslocais.

Adoptando a classificação de Ivanov (ob. cit.), concluímos que em PortugalContinental há duas províncias hidrominerais (ver Fig. 1): uma onde predominamáguas cuja mineralização deriva, sobretudo, de dissolução dos minerais das rochas e dereacções bioquímicas, província esta formada pela Bacia Terciária do Tejo e Sado +Orlas Meso-Cenozóicas + a parte sul do Maciço Hespérico (o conjunto Zona deOssa/Morena e Zona Sul Portuguesa); e a outra província limitada à parte central enorte do Maciço Hespérico (a Zona Centro Ibérica, com a sua Sub-Zona GalizaMédia/Trás-os-Montes), onde predominam águas minerais relacionadas comprocessos termometamórficos profundos e/ou magmáticos.

Na Fig. 2, diagrama de Piper, confrontam-se algumas águas-tipo referidas.

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Interesse da Carta

A Carta de Nascentes Minerais (Carta I.20 do Atlas do Ambiente),impressa em 1992, faz a síntese da informação disponível, mas dispersa, quanto aocorrências de águas minerais no território continental; por isso será útil para os váriosgraus do ensino, em particular no domínio das geociências. Deseja-se também que sejamotivadora de reflexão e estimuladora de investigação científica, quer fundamental queraplicada. Tais estudos são indispensáveis em qualquer projecto de exploração e, alémdisso, contribuem para o melhor conhecimento geológico do nosso território, podendotambém dar boas pistas para pesquisa de substâncias minerais úteis, tais como salgema, gesso, petróleo, elementos metálicos, gases, etc.

As águas minerais fazem parte de ecossistemas regionais e têm umreconhecido valor económico; por isso, devem ser devidamente consideradas noplaneamento regional e, por força, no ordenamento do território, exigindo medidascautelares que garantam a sustentabilidade e o crescimento das explorações existentese viabilizem a exploração futura das águas hoje subaproveitadas. A definição deperímetros de protecção é uma das medidas necessárias (cf. Silar, 1974; Nunes, 1974;Calado, 1993). Também para este fim a Carta pode ser útil.

Neste sentido, anexa-se uma lista de todas as águas assinaladas na Carta ealgumas outras nascentes vizinhas, de natureza química semelhante (ver Apêndice). Vaiordenada por distritos e respectivos concelhos, indicando-se o número de folha daCarta Militar de Portugal, escala 1:25 000 (dos antigos Serviços Cartográficos doExército) e as coordenadas rectangulares (aproximadas) referidas ao PontoFictício. Na coluna Uso dá-se informação sobre o tipo de aproveitamento que a águatem, ou teve no passado, ou quanto à sua vocação de aproveitamento. Das assinaladascom M (de medicinal) só 43 correspondem a balneários oficialmente reconhecidos. Asreferidas com E (de engarrafamento) significa que são aproveitadas na oficina deengarrafamento mais próxima, 16 à data da redacção desta Notícia. Contudo, a lista temapenas um valor indicativo, pelo que não dispensa, para inventários regionais depormenor, da adequada completagem com levantamentos de campo, nomeadamente no

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que respeita à inventariação dos pontos de água e à determinação mais precisa das

respectivas coordenadas cartográficas (1).

A presente Notícia Explicativa contém um grande número de referênciasbibliográficas, pretendendo dar pistas a quem quiser aprofundar os assuntos sóaflorados.

Para uma maximização da informação contida na Carta recomenda-se oseu cruzamento com outras cartas do Atlas relativas ao Ambiente Físico,particularmente com a Carta Hipsométrica, Carta Geológica, Carta Litológica, Carta deIntensidade Sísmica e com as cartas sobre Qualidade das Águas Subterrâneas.Recomenda-se igualmente a consulta da cartografia geológica e geomorfológica queserviu à preparação da Carta, bem como outra documentação geológica publicada peloInstituto Geológico e Mineiro, designadamente as folhas da “Carta Geológica dePortugal”, na escala 1:50 000.

(1). Verifica-se que algumas nascentes estão algo afastadaas da posição geográfica devida, pelo que estalista de coordenadas ajudará às necessárias correcções. Os casos mais graves são os das Caldas daCavaca, Touca, Ganhoteira, Telheiro, Fonte Santa de Benémola e Fonte Santa da Quarteira, que devemser deslocadas, respectivamente: 3mm para SE, 4mm para SSE, 5mm para ESE, 4mm para NE, 5mm para SSW e 3mm para ESE.

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Apêndice

1. GLOSSÁRIO

Aquífero (u-í): Em sentido geral, o que contém água (do latim aqua=água + fero=quetem). Em sentido hidrogeológico: formação geológica, ou estrato, saturada deágua e donde é possível extraí-la em quantidade apreciável para satisfazernecessidades humanas.

Classificação genética: Classificação hidroquímica que se baseia na origem, na génese,da composição química da água.

Conata (água): O mesmo que congénita, ou singenética. Diz-se de uma água que écontemporânea dos sedimentos de cuja evolução resultou a actual rochahospedeira (aquífero). Tal é o caso de águas que ficaram aprisionadas emsedimentos do fundo de pequenos mares, ou de lagos estuarinos. Sãoverdadeiras águas fósseis, verdadeiras relíquias da água original, embora jásubstancialmente modificadas por reacções entretanto ocorridas, dado o longotempo de permanência no aquífero. Em geral são fortemente mineralizadas.

Exotérmica (reacção): Diz-se da reacção química que liberta calor.

Falha activa: Falha que rejogou, ou que se formou, em tempos geológicos recentes.Nos estudos de neotectónica feitos em Portugal têm-se considerado os doisúltimos milhões de anos.

Gradiente geotérmico: Taxa de variação da temperatura do subsolo em função daprofundidade, devido ao fluxo de calor vindo do interior da Terra. A partir dos50-100 metros de profundidade o gradiente é, em média, da ordem dos 30o Cpor km. Este valor difere de região para região consoante as condiçõesgeológicas presentes.

Hidrogeologia: Em sentido original, antigo, era o estudo das águas naturais enquantofactor geodinâmico. Em sentido moderno, mais restrito, é o estudo dos factoresque regem a formação, acumulação, circulação e propriedades físicas e químicasdas águas subterrâneas.

Hidrogeoquímica: O mesmo que geoquímica da água subterrânea. Parte daHidrogeologia que se dedica ao estudo das relações entre a composição químicadas águas e as condições (mineralógicas, tectónicas, estruturais, etc.) que regulamos processos de interacção água-rocha.

Juvenil (água): É a água que nunca esteve no ciclo hidrológico. Pode provir doarrefecimento de um magma de que fazia parte (água magmática residual), ouresultar da síntese de hidrogénio do interior da Terra com oxigénio atmosférico,em condições de altas pressões e temperaturas.

Lixiviação (de uma rocha): Dissolução e mobilização (transporte) das substânciassolúveis contidas na rocha, por acção da água meteórica.

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Meteórica (água): Constitui o ramo aéreo do ciclo hidrológico e toma a forma dechuva, granizo, neve, etc.

Mineralização total (de uma água): Somatório das concentrações dos sólidosdissolvidos - quer na forma iónica, quer não dissociados -, determinadosindividualmente por análise química. Geralmente expressa em miligramas porlitro de água (mg/l). O mesmo que “Total de Sólidos Dissolvidos” (TSD).

Regenerada (água): Água, de origem meteórica, que depois de ter andado no ciclohidrológico esteve longamente aprisionada numa rocha sedimentar, ou hidratavaalguns minerais, e que volta a circular por ter sido expulsa por compressão dessarocha, ou por efeito de termometamorfismo.

Sulfuração total: Quantidade de enxofre reduzido (S com valência 2-) presente naágua, onde pode encontrar-se sob várias formas, principalmente H2S, HS-,

S2O32-.

Tempo de residência (da água no subsolo): Período de tempo em que uma águapermaneceu no subsolo, isto é, que mediou entre a infiltração (da água meteórica)e a sua emergência numa nascente ou numa captação. Em geral, num mesmoaquífero, a um maior tempo de residência corresponde uma maior quantidade desubstâncias dissolvidas.

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2. Nascentes Minerais representadas na Carta I.20

Carta Militar Coord.*

Nome Concelho Folha (SCE) M P Uso*

Distrito de AveiroCURIA Anadia 208 171,90 384,28 MVALE DA MÓ Anadia 208 177,74 386,10 MCALDAS DE S. JORGE Sta Maria da Feira 144 169,10 444,45 MCALDAS DE S. JORGE/VILAR Sta Maria da Feira 144 168,04 446,64 MLUSO Mealhada 219 179,24 379,50 M+E

Distrito de BejaALJUSTREL Aljustrel 529 195,78 101,90 --VITÓRIA Beja 520 212,18 110,70 MFONTE DE SANTANA Moura 502 274,50 138,12 MMOURA Moura 501 259,92 130,96 MPIZÕES Moura 512 258,24 129,12 EÁGUA SANTA Mértola 557 226,62 71,79 MÁGUA SANTA DA MORENA Mértola 558 234,03 75,05 MÁGUAS SANTAS DO VASCÃO Mértola 566 240,36 60,00 MMÉRTOLA/BARRANCO DAS VINHAS Mértola 558 242,18 76,60 MS. DOMINGOS (Água Forte) Mértola 559 256,26 78,24 --FERRADURA (Banhos da) Serpa 524 271,50 113,26 M

Distrito de BragaCALDELAS Amares 042 179,32 522,08 MEIROGO/MOSQUEIRO Barcelos 055 161,28 511,52 MEIROGO/CASTANHEIRINHOS Barcelos 055 161,94 511,12 MEIROGO/QUINTA DO EIROGO Barcelos 055 161,71 510,88 MBARCELOS/PENEDO DO ENXOFRE Barcelos 069 158,60 506,50 MCRESPOS Braga 056 181,40 516,22 MCAVEZ (Ponte de) Cabec. de Basto 073 220,14 504,94 MPEDRAÇA (F.te Santa) Cabec. de Basto 072 214,58 503,84 MCALDAS DE VARZIELAS Guimarães 057 194,22 510,64 MCALDAS DAS TAIPAS Guimarães 070 182,56 501,90 MCALDAS DE VIZELA/LAMEIRAS Guimarães 099 185,34 489,76 MCALDAS DE VIZELA/MOURISCO Guimarães 099 185,48 489,32 MAJUDE/VERIM Povoa de Lanhoso 057 184,90 519,50 MÁGUA DO GRADOURO/FASTIO Terras de Bouro 043 190,78 529,94 ECALDAS DO GERÊS Terras de Bouro 043 197,66 528,92 MSOTO Terras de Bouro 043 185,74 528,02 MDOSSÃOS Vila Verde 042 172,14 523,08 MGESTAL/AZENHA VELHA Vila Verde 056 176,48 516,46 M

Distrito de BragançaALFAIÃO Bragança 038 316,82 532,46 MCASTRO DE AVELÃS Bragança 037 309,16 538,46 MCALDAS DE S. LOURENÇO Carraz. de Ansiäes 103 263,64 480,54 MSEIXO (F.te Santa) Carraz. de Ansiäes 129 272,62 464,20 MLAGOAÇA (F.te Santa) Freixo Esp. à Cinta 120 315,70 474,88 MZAMBULHAL Freixo Esp. à Cinta 142-A 313,07 455,62 --ESCARLEDO Mac. de Cavaleiros 078 306,42 503,78 MABELHEIRA (Banhos da) Mac. de Cavaleiros 078 306,42 501,52 MBEM SAûDE/BARREIROS Moncorvo 118 287,46 478,10 MSAMPAIO Vila Flor 105 287,10 481,24 M+E

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SAMPAIO/RIBEIRA DE FELGAR Vila Flor 105 287,16 481,90 MBEM SAûDE Vila Flor 118 286,74 479,16 MBEM SAûDE/CURRAIS DO LEITÃO Vila Flor 118 285,92 478,50 MBEM SAûDE/MURO DO REGATO Vila Flor 118 287,00 478,00 MANGUEIRA (F.te Santa) Vimioso 066 342,98 518,02 MTERRONHA Vimioso 066 336,68 511,46 MMOIMENTA DA RAIA Vinhais 011 296,48 553,32 MSANTA CRUZ (Banho de) Vinhais 024 299,24 548,46 MSEGIREI/SANDIM Vinhais 022 277,44 543,40 M

Distrito de Castelo BrancoFONTE FADAGOSA Castelo Branco 315-A 265,10 298,38 MS. LUÍS (F.te Santa) Castelo Branco 280 262,12 320,48 MUNHAIS DA SERRA Covilhã 234 243,30 366,34 MALARDO Fundão 256 253,96 345,58 EALPREADE (F.te Santa) Fundão 269 264,02 336,16 MTOUCA Fundão 256 259,78 346,80 MFONTE SANTA Idanha-a-Nova 315-B 284,44 298,93 MMONFORTINHO (F.te Santa) Idanha-a-Nova 271 307,38 337,68 MÁGUAS (F.te Santa) Penamacor 257 279,12 348,84 MFONTE FADAGOSA Proença-a-Nova 313 224,08 295,21 MFADAGOSA DE PRACANA Proença-a-Nova 313 216,06 299,30 MFOZ DA SERTÃ* Sertã 288 191,78 310,62 M+IFONTE DAS VIRTUDES V. Velha de Ródão 314 237,76 297,36 M

Distrito de CoimbraMONTOURO Cantanhede 207 156,38 388,06 MARRIFANA Condeixa 250 167,48 347,36 MCABO MONDEGO* Figueira da Foz 238 134,24 357,26 --VERRIDE/TANQUE DO BRULHO Montemor-o-Velho 239 149,82 351,66 MAÇUDE DA REGADA Oliveira do Hospital 211 218,12 382,48 MCALDAS DE S. PAULO Oliveira do Hospital 222 224,66 373,16 MCALDAS DE S. PAULO/RAPADA Oliveira do Hospital 222 224,16 372,86 MREGADA/QUINTA DAS ROSADAS Oliveira do Hospital 211 219,28 382,28 MAMIEIRA Soure 249 147,66 347,59 MAZENHA Soure 249 148,30 346,96 MS. GERALDO Tábua 221 215,22 378,04 MVÁRZEA NEGRA Tábua 210 210,88 380,24 M

Distrito de ÉvoraBARROSAS Montemor-o-Novo 422 186,88 207,52 --GANHOTEIRA Évora 480 219,22 156,52 --

Distrito de FaroFERRAGUDO/SEIXOSAS Lagoa 603 167,06 17,30 --MEIA PRAIA Lagos 603 154,10 17,22 --VALVERDE Lagos 602 148,18 15,10 MBENÉMOLA (F.te Santa) Loulé 597 211,10 26,94 MQUARTEIRA (F.te Santa) Loulé 606 204,64 11,98 MALFERCE (F.te Santa)) Monchique 585 167,96 36,96 MCALDAS DE MONCHIQUE) Monchique 585 162,60 35,80 M+EMALHADA QUENTE (F.te Santa) Monchique 577 165,42 40,94 MOLHEIROS DA FUSETA Olhäo 608 233,88 10,64 MFONTE SALGADA Tavira 599 244,42 20,94 MFONTINHA DA ATALAIA Tavira 608 242,95 17,44 MTELHEIRO Tavira 581 227,72 42,28 MSALEMA Vila do Bispo 602 138,60 11,25 MSINCEIRA Vila do Bispo 601 134,90 15,92 M

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Distrito de GuardaCALDAS DA CAVACA Aguiar da Beira 168 246,58 422,88 MALMEIDA (F.te Santa) Almeida 183 299,66 419,98 MSANTO AMARO Celorico da Beira 202 256,36 399,16 MSANTO ANTÓNIO (Banhos de) Celorico da Beira 180 263,68 412,50 MCHINCHELA//ABELHÃO Figª. de Cast. Rodrigo 171 291,42 428,34 MCALDAS DE MANTEIGAS Manteigas 224 249,88 379,68 MCALDAS DE MANTEIGAS/F.TE SANTA Manteigas 224 250,06 379,54 MAREOLA/ÁGUA DO POIO Meda 150 269,44 445,38 MLONGROIVA (Banhos de) Meda 150 277,82 444,54 MPURGATIVA Meda 150 278,14 444,38 --CHINCHELA Pinhel 171 291,22 428,70 MRIBAPINHEL Pinhel 171 290,86 424,58 MCALDAS DO CRÓ Sabugal 215 292,58 386,78 MCHÃO DA PENA Sabugal 225 274,58 372,68 MVILA DO TOURO/PEGA Sabugal 215 287,18 385,06 MCÓTIMOS Trancoso 170 275,92 428,22 MPISÃO/ALDEIA NOVA Trancoso 180 259,20 417,08 MVILARES (F.te do Banho) Trancoso 181 270,78 416,22 MLAGARTEIRA (F.te Santa) V. Nova de Foz Côa 129 269,94 461,18 M

Distrito de LeiriaPIEDADE Alcobaça 317 125,34 289,38 MSALIR/PONTA DA BARRA Alcobaça 316 113,15 282,94 MSALGADAS Batalha 308 141,30 296,90 MÁGUAS SANTAS Caldas da Rainha 326 111,78 271,44 MCALDAS DA RAINHA Caldas da Rainha 326 113,90 271,06 MSALIR/ALFÂNDEGA VELHA Caldas da Rainha 316 112,82 282,60 MSERRA DO BOURO Caldas da Rainha 326 109,94 275,36 MFONTE QUENTE Leiria 297 142,70 308,96 MMONTE REAL Leiria 273 136,92 321,08 MPORTO MONIZ Leiria 297 141,30 308,36 IÓBIDOS/CALDAS DAS GAEIRAS Óbidos 338 113,52 267,62 M

Distrito de LisboaCONVENTO DA VISITAÇÃO Alenquer 362 115,46 244,76 MESTORIL Cascais 430 90,18 193,90 MESTORIL (Banho da Poça) Cascais 430 90,44 193,48 MALFAMA/ALCAÇARIAS DO DUQUE Lisboa 431 113,40 194,18 MSANTA MARTA Mafra 388 88,54 222,32 MS. MARÇAL Oeiras 431 105,04 195,92 ECASAIS DE CÂMARA Sintra 417 104,08 204,28 MPEDRÓGÃOS Sobral de Mte Agraço 389 111,64 229,64 ECHARNIXE Torres Vedras 374 95,68 232,72 MCUCOS Torres Vedras 375 104,10 236,44 MVIMEIRO Torres Vedras 361 97,00 246,68 M+EMOUCHÃO DA PÓVOA V. Franca de Xira 403 119,92 210,08 M

Distrito de PortalegreOUGUELA (Fonte da Graça) Campo Maior 386 295,34 235,20 --FONTE DA MEALHADA Castelo de Vide 335 258,72 271,74 EFONTE DA VILA Castelo de Vide 335 258,32 272,36 MRIBEIRINHO/VITALIS Castelo de Vide 335 258,06 271,54 EFADAGOSA DO MONTE DA PEDRA Crato 345 231,66 267,50 MCABEÇO DE VIDE Fronteira 370 247,90 240,90 MFADAGOSA DA COMENDA Gavião 345 229,88 267,30 MFADAGOSA DA COMENDA/BRAÇAL Gavião 333 227,66 270,36 MFADAGOSA DO TEJO Gavião 332 212,26 279,18 MFADAGOSAS DA RIBEIRA DE SOR Gavião 345 225,50 265,12 MFADAGOSA DO PEREIRO Marvão 336 264,50 279,76 M

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FADAGOSA DE NISA Nisa 334 237,72 275,74 M

Distrito de PortoVARÕES Amarante 100 207,02 480,66 MCALDAS DAS MURTAS Amarante 113 205,35 477,78 MCALDAS DAS MURTAS/S. GONÇALO Amarante 113 204,76 478,04 MCALDAS DAS MURTAS/PATARATAS Amarante 113 204,18 477,96 MMIGUAS/PONTE DE FRENDE* Baião 126 216,92 462,02 MVALBOM* Gondomar 122 163,86 462,30 ICALDAS DE CANAVESES Marco de Canaveses 124 198,19 469,92 MC. DE CANAVESES/FTE DE ANDRÃES Marco de Canaveses 112 198,05 471,55 MC. DE CANAVESES/PONTINHA Marco de Canaveses 124 199,80 469,74 MS. VICENTE Penafiel 124 186,48 461,04 MENTRE-OS-RIOS/CURVEIRA Penafiel 135 186,26 459,64 MENTRE-OS-RIOS/QUINTA DA TORRE Penafiel 135 186,42 458,82 MCALDAS DA SAUDE Santo Tirso 098 170,00 488,98 MS. MIGUEL D´AVES/AMIEIRO GALEGO Santo Tirso 098 176,52 489,38 M

Distrito de SantarémLADEIRA DE ENVENDOS Mação 313 223,40 293,50 M+EFADAGOSA DE MAÇÃO Mação 322 214,88 289,34 MFADAGOSA DE MAÇÃO/CARATÃO Mação 322 214,64 289,66 MFADAGOSA DE MAÇÃO/EIRAS Mação 322 215,44 289,34 MFONTE DA PIPA Rio Maior 339 130,26 266,46 ICHARNECA DO FAIRRO Santarém 341 153,98 260,22 MAGROAL V. Nova de Ourém 299 173,95 301,22 M

Distrito de SetúbalPARAÍSO Almada 442 104,50 189,78 --

Distrito de Viana do CasteloPASSADOURO Arcos de Valdevez 016 180,60 541,96 MPADREIRO (F.te das Virtudes) Arcos de Valdevez 029 171,48 536,60 MPADREIRO/FOZ DO VEZ * Arcos de Valdevez 029 175,22 537,54 MMELGAÇO Melgaço 001 187,58 570,68 M+EPENSO (F.te Santa) * Melgaço 004 184,26 567,92 MCALDAS DE MONÇÃO Monçäo 003 171,78 567,83 MVALINHA (F.te Santa) Monçäo 003 178,92 566,39 MCORGA DO VERGUEIRAL/AGUIEIRO Monçäo 003 181,20 568,50 MCORGA DO VERGUEIRAL/BEMPOSTA Monçäo 003 181,84 568,44 MCORGA DO VERGUEIRAL/CACHADA Monçäo 003 180,94 568,20 MCORGA DO VERGUEIRAL/VALADARES Monçäo 003 180,86 568,34 MGRICHÕES Paredes de Coura 007 161,24 551,23 EPADREIRO/BRAVÃES (F.te Santa) Ponte da Barca 029 173,82 537,32 MS. PEDRO DA TORRE Valença 007 155,58 557,86 M

Distrito de Vila RealCALDAS DE CHAVES Chaves 047 254,90 530,00 MCARVALHELHOS Boticas 046 233,63 525,21 M+ESEGIREI/PONTINHA Chaves 022 277,70 544,70 MVIDAGO (Hotel Palace) Chaves 060 246,42 518,32 M+EVIDAGO/AREAL Chaves 061 248,40 517,26 M+EVIDAGO/CAMPILHO Chaves 060 246,18 519,10 M+EVIDAGO/FONTE MARIA Chaves 060 246,44 516,42 M+EVIDAGO/FONTE REIGAZ Chaves 060 246,30 515,28 M+EVIDAGO/LAMA DE VALOURA Chaves 060 247,22 515,58 M+EVIDAGO/OURA Chaves 060 246,54 517,06 M+EVIDAGO/SALUS Chaves 060 246,58 517,46 M+EVIDAGO/VILA VERDE Chaves 061 248,60 517,12 M+EVILARELHO DA RAIA Chaves 021 255,40 542,42 MCALDAS DO RIO * Montalegre 032 220,30 535,78 M

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CALDAS DO CARLÃO Murça 103 263,74 484,86 MCALDAS DE MOLEDO Peso da Régua 126 225,08 465,12 MPEDRAS SALGADAS/SABROSO V. Pouca de Aguiar 060 245,14 511,18 M+EP. SALGADAS/FONTE ROMANA V. Pouca de Aguiar 060 243,94 510,58 M+EP. SALGADAS/GRANDE ALCALINA V. Pouca de Aguiar 074 243,98 508,70 M+E

Distrito de ViseuTÊDO Armamar 138 242,92 457,44 MCARVALHAL Castro Daire 157 216,82 431,62 MCAMBRES Lamego 126 226,84 462,08 M+EABRUNHOSA Mangualde 190 241,36 401,28 MNAGOSA (F.te Santa) Moimenta da Beira 138 244,60 451,59 MCALDAS DA FELGUEIRA Nelas 200 222,78 391,14 MURGEIRIÇA Nelas 200 220,64 393,76 --SEZURES Penalva do Castelo 179 243,86 412,43 MPIAR* Resende 126 218,70 461,00 MCALDAS DE AREGOS Resende 136 210,34 459,10 MS. PEDRO DO SUL S. Pedro do Sul 177 203,42 418,90 MS. PEDRO DO SUL/VAU S. Pedro do Sul 177 202,72 417,94 MGRANJAL Santa Comba Dão 210 202,90 382,56 MPOCINHOS SANTOS/PONTE DO FUMO Tabuaço 139 252,12 457,92 MCALDAS DE SANGEMIL Tondela 199 213,94 395,18 MALCAFACHE (Banhos de) Viseu 189 222,32 404,16 M

Observ .Nome*: Localização provável. Coord.*: Coordenadas rectangulares (em km) referidas ao Ponto Fictício

(M: distância ao eixo dos yy; P: distância ao eixo dos xx). Uso*: Utilização actual ou no passado, ou utilização potencial

(M, Medicinal; E, Engarrafamento e I, Indústria).