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Formação - bvsms.saude.gov.brbvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/profae/Revista2001.pdf · atendentes de enfermagem, que cresceria ... todos os níveis de qualificação, o contingente

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Formação

Janeiro de 2001

Qualificação profissional e

saúde com qualidade

01

Ministério da SaúdeSecretaria de Gestão de Investimentos em SaúdeProjeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem- PROFAE

Apresentação

O setor de enfermagem tem papel fundamental no que se refereà realização de ações que visem à qualidade dos serviços ofertadospelos estabelecimentos hospitalares, ambulatórios e demais unidadesque atendem à Saúde Pública do país. Com o objetivo de promoveruma significativa melhoria nessas atividades, o Ministério da Saúde,por meio de sua Secretaria de Gestão de Investimentos em Saúde,e s t á implementando o Pro je to de Prof i s s iona l i zação dosTrabalhadores da Área de Enfermagem - PROFAE, cujo objetivoprincipal é a qualificação desses trabalhadores de graduação média.Em quatro anos, o PROFAE deverá capacitar um contingente deaproximadamente 225 mil trabalhadores, presentes no mercado detrabalho, que ainda não possuem qualificação específica para atuarcomo auxiliares de enfermagem. Também serão oferecidos cursosde complementação do ensino fundamental – pré-requisito para ainscrição na qualificação técnica, aos trabalhadores que não têmesta formação.

O PROFAE, mediante um processo de qualificação profissional,busca atingir a raiz da questão permanente do aprimoramento daqualidade na área da Saúde. Graças a essa iniciativa do Ministérioda Saúde, os profissionais habilitados, com um maior conhecimentodo seu verdadeiro papel, terão a oportunidade de contribuir com oseu trabalho para a melhor qualidade de todo o sistema de saúde.

A revista Formação faz parte desse processo. O seu leitor teráacesso a informações sobre a implementação do PROFAE nasdiferentes unidades da Federação, além de dados atualizados sobreo mercado de trabalho nas áreas da assistência à saúde, a educaçãoem enfermagem e a regulação institucional. Essas informações, maisos resultados de estudos e pesquisas, servirão de subsídio para osgestores do PROFAE nos diferentes níveis, e também para osges tores na área de Recursos Humanos , auxi l iando-os noplanejamento e monitoramento de estratégias e metas de trabalho.

O Sistema Único de Saúde, a partir desta edição inaugural deFormação, passa a contar com mais um instrumento para enfrentaros desafios da implementação de uma política de Recursos Humanosvoltada para a qualidade e humanização do atendimento. Umapolítica que contribua para a consolidação do SUS como o grandeprojeto de modernização da saúde no Brasil.

Geraldo Biasoto JúniorSecretário de Gestão de Investimentos em Saúde do Ministério da Saúde

Sumário

7Oferta de qualificação é necessária para melhorar a atenção à saúde

13Cadastramento prévio permitiu conhecer melhor a clientela do PROFAE

27Mobilização de agentes solidários do PROFAE

37Grupo focal ampliado com gestores hospitalares e coordenadores de enfermagem

47Sinais de mercado de trabalho do pessoal de enfermagem no Brasil

73Conselho Nacional de Educação reconhece o nível técnico para a qualificação profissional

de auxiliar de enfermagem

83Avaliação do impacto da profissionalização dos trabalhadores da área de enfermagem na

qualidade dos serviços de saúde

5Mobilizando idéias e criando alternativas de divulgação

Artigos

Editorial

7○

Mobilizando idéias e criando

alternativas de divulgação

Nesta primeira edição da revista Formação, como o leitor poderáobservar, há uma predominância de artigos de caráter maisinformativo, de registro das diversas experiências e iniciativas quetornaram possível a instalação do PROFAE. O nosso propósito foio de reunir um conjunto de relatos de pesquisas e ações, com ampladivulgação de dados, que permitisse reconstituir os passos que secomplementaram na formatação da proposta e da gerência que oProjeto passou a assumir, ao longo de seu período de implantação.

Esta predominância vai ao encontro de um dos objetivos editoriaisdesta publicação, que é o de criar um registro histórico da implan-tação e evolução do PROFAE, que sirva de referência segura e confiávelpara utilização como subsídio a ações ligadas à gestão ou à produçãoacadêmica, no âmbito da formação e da educação profissionais. Esteobjetivo editorial visa a cumprir um papel informativo que não ésubstituível por outros meios de disseminação (de caráter maisinconstante ou publicitário, mas não menos importantes) das idéiasdo Projeto entre os pares, para os gestores e a sociedade. Cumpretambém um papel importante na estrutura de governo, cujas equipes,em muitos ciclos da história da administração pública, construíramexperiências fantásticas que se perderam nas gavetas ou mesmo nascabeças que foram sendo substituídas por outras que as sucederam.

No entanto, não queremos com recorte temático deste númerodiminuir a importância de outro objetivo editorial da revistaFormação, qual seja, o de publicar artigos analíticos, assegurandoum caminho de divulgação de idéias, projetos, polêmicas, iniciativas,avaliações, dentre outros, em um campo (o da educação profissional)com baixa produção científico-acadêmica e, também, com poucasalternativas de difusão em periódicos que divulguem e/ou recolhamuma provável produção existente.

Nosso desejo é fazer desta revista um instrumento de mobilizaçãode idéias no campo da educação profissional, em especial na área desaúde, acessível a membros dos estabelecimentos de saúde, agênciasregionais, operadoras, conselhos profissionais, associações, escolase outros atores envolvidos com a temática, que desde já estão convi-dados a registrar suas idéias e ações e a divulgar esses registros.

Dessa forma, a revista Formação também cumprirá um papelpedagógico de estímulo à produção escrita, que está perfeitamenteadequado à proposta do PROFAE de não ser um projeto de objetivosimediatistas, mas sim um projeto que quer contribuir para aconstrução de uma política pública duradoura.

Rita SórioGerente Geral do PROFAE

Editorial

9○

A regulamentação da atividade deauxiliar de enfermagem teve início, emtermos concretos, em 1949, com a ediçãoda Lei nº 775, que criou os cursos deformação para esta categoria profissional.Continuava inexistido, porém, umalegislação específica sobre o exercícioprofissional na área. Este fato, somado auma demanda sempre crescente porpessoal auxiliar, contribuiu para que seconsolidasse a prática de contratação depessoal formalmente não qualificado, queviria a ser preparado para o atendimentode enfermagem no próprio serviço.Surgiu, assim, um contingente detrabalhadores, em geral denominados deatendentes de enfermagem, que cresceriaaceleradamente.

A Lei do Exercício Profissional deEnfermagem (nº2 .605/55) e oDecreto-Lei nº 50.387/61 não reco-nheceram os atendentes de enferma-gem como profissionais desta área,limitando o exercício profissionalreconhecido apenas aos enfermeiros,obstetrizes, auxiliares de enferma-gem, enfermeiros práticos e práticosde enfermagem.

Ainda que colocado à margem dalegislação, o contingente de atendentescontinuou a se expandir por dois motivosprincipais: a existência de um númeropequeno de centros formadores deauxiliares de enfermagem, em geralsituados nos centros urbanos de maior

Projeto PROFAE

Oferta de qualificação é

necessária para melhorar a

atenção à saúde

Com o PROFAE, o Ministério da Saúde pretende atacar distorções no mercado detrabalho e de formação. Por um lado vai qualificar um enorme contingente de atendentesque exercem sua profissão de forma irregular, oferecendo riscos à população atendida.Por ou t ro , fo r ta lecerá as esco las técn icas de saúde do SUS, p romovendo odesenvolvimento institucional da área de formação de nível médio para a saúde eimpedindo que novas distorções venham a acontecer no futuro.

porte, e a falta, para parte dessecontingente, da escolaridade mínimanecessária para matricular-se nos cursosde formação profissional oferecidos então.

Os trabalhadores que formam ocontingente de atendentes e auxiliaresde enfermagem são em sua maioriaoriundos das camadas de baixa renda,e predominantemente do sexofeminino. É especialmente relevante ofato de, na organização dos serviçospúblicos de saúde, sempre constituí-rem o contingente mais numerosoentre os trabalhadores da área deenfermagem e de toda a área de saúde.Além disso, são responsáveis por açõese cuidados de enfermagem emunidades de atenção básica de saúdedistribuídas por todo o territórionacional, inclusive em áreas onde apresença de médicos e enfermeirossempre se mostrou pequena.

A primeira intervenção governa-mental para tentar resolver o pro-blema da qualificação profissionaldestes trabalhadores foi um grandeprojeto de formação de auxiliares deenfe rmagem desenvo lv ido pe loMinistério da Saúde, em convêniocom o Ministério da Educação, aOrgan ização Pan-Amer i cana daSaúde (OPAS) , a Organ izaçãoMundial da Saúde (OMS) e o Fundodas Nações Unidas para a Infância(Unicef), no período 1963 a 1973,

10 Formação○

○ sem que fosse alcançado um resulta-do significativo, capaz de modificaro perfil da força de trabalho na áreade enfermagem.

Em para l e lo , permaneceu atendência de ampliação da demandade aux i l i a re s de enfermagem,particularmente por conta da uni-versalização da previdência ocorridana década de 70, com extensão dosbenefícios da seguridade social e,portanto, dos cuidados de saúde e doatendimento médico. Outro fator deampliação da demanda foi o cres-cente movimento de descentra -l ização da prestação de serviçosmédicos e de saúde.

A força de trabalho em enferma-gem foi definida por volta dos anos80 como um conjunto constituído dequatro categorias: a) o enfermeiro,com formação universitária; b) otécnico de enfermagem, com forma-ção de nível médio; c) o auxiliar deenfermagem, para o qual se exigiauma formação mínima de 1º grau; ed) o atendente de enfermagem, semexigência de escolaridade mínima.

Segundo o censo de trabalhadoresde enfermagem realizado em 1982 e1983 pelo Conselho Federa l deEnfermagem (Cofen) e AssociaçãoBrasileira de Enfermagem (ABEn),existiam 304.287 trabalhadores naárea de enfermagem nos estabele-cimentos de saúde do país, distri-buídos da seguinte forma: 25.889enfermeiros, 19.935 técnicos deenfermagem, 64.289 auxiliares e194.174 atendentes.

Em 1986, o mercado de trabalhodo setor saúde absorvia cerca de 8%do total de empregos existentes naeconomia formal do país. Emboraeste mercado, em expansão, requi-sitasse profissionais de saúde detodos os níveis de qualificação, ocontingente de profissionais de nívelmédio foi o mais requisitado, exata-mente pela variedade de funções quedesempenhavam no suporte aos di-versos profissionais de nível superior.Naquele mesmo ano, foi aprovada anova Lei do Exercício Profissional de

Enfermagem, definindo apenas trêscategorias: enfermeiros, técnicos deenfermagem e auxiliares de enferma-gem.

Essa Lei atribuiu ao enfermeiro aresponsabilidade técnica por todas asações de enfermagem, cabendo aostécnicos e auxiliares de enfermagem odesenvolvimento de atividadesproporcionalmente menos complexas,de acordo com seu grau de escolaridadeformal. Para os atendentes deenfermagem, então regularmenteempregados, foi dado um prazo de 10anos para que viessem a se qualificarformalmente como auxiliares deenfermagem.

Findo o prazo estipulado em Lei,o Cofen, no uso de suas atribuiçõeslegais, passou a fiscalizar os trabalha-dores que não estavam devidamentehabi l i tados , enquadrando-os noexercício ilegal da profissão. Parae s capar de s sa f i s ca l i z ação , a sinstituições usaram – e continuamusando até hoje – o subterfúgio denão registrar adequadamente esses"atendentes de enfermagem" nãoqua l i f i cados , optando por umarelação informal de emprego, ouentão os reg i s t rando em outrasfunções, tais como auxiliares deserviços gerais ou braçais.

Nesse período, Estados e municí-pios, nos desdobramentos da crise domodelo médico assistencial privatistaentão vigente, passaram a assumirgradativamente a prestação dos servi-ços de saúde , desencadeando oprocesso que culminaria na criaçãodo Sistema Único de Saúde (SUS),definido na Constituição Brasileirade 1988. Institucionalizava-se, assim,um sistema estruturado com base nadescentralização, no atendimentointegral e na participação comunitá-ria, organizado em cada nível degoverno sob comando único, aomesmo tempo em que se admitia apar t i c ipação suple t iva do se torprivado.

A partir deste momento ampliou-se a oferta de serviços de saúde porpar te dos munic íp ios , uma vez

11Nº 01 JANEIRO DE 2001○

○institucionalizada sua exclusividadena gestão local da saúde e, portanto,em última instância, sua responsa-bilidade política de prover saúde àpopulação nos limites de seu territó-rio. Por outro lado, ao garantir aparticipação do setor privado, deu-se impul so ao c re sc imento demodalidades de prestação de serviçosmédicos e hospitalares vinculados aplanos de saúde comercializados porempresas pr ivadas , cooperat ivasmédicas, empresas de seguro-saúde,e ao desenvolvimento de sistemas deautogestão de planos de saúde emempresa s de g rande por te . Emsíntese, a oferta de empregos no setorsaúde teve que se ampl iar paragarantir a expansão de cobertura.

Apesar dessa conjuntura, o aparatoformador não acompanhou o cresci-zzmento da demanda por pessoal dosetor, e o contingente de pessoal nãoqualificado aumentou no período.Persistem até hoje tanto a dificuldadede alcançar a educação fundamentalnecessária para a admissão em cursosprofissionalizantes de nível médio,quanto a insuficiência na oferta decursos nesta área (insuficiência quan-titativa associada a uma distribuiçãoirregular no território nacional).

No período inicial de estruturaçãodo SUS, a carência de formação depessoal de nível médio foi suprida pormeio de desenvolvimento de proces-sos de formação intramuros, patroci-nados pelas próprias instituições eserviços de saúde, públicas e privadas,sem uma normalização rígida e homo-gênea. Nesse aspecto, cabe ressaltarque, a partir de 1981, o setor públicofoi mais bem sucedido, com o desen-volvimento de cursos de formação deauxiliares utilizando a metodologia deeducação em serviço (Projeto LargaEscala).

Mesmo com todos os esforçosrealizados para profissionalizaçãodos trabalhadores de enfermagem, aprática de contratação de pessoal nãoqualificado ainda persiste, acarre-tando em riscos crescentes tanto paraa população atendida nas diversasinstituições de saúde, quanto para os

próprios trabalhadores do setor saúde.

Segundo informações da RelaçãoAnual de Informações Sociais (Rais)e do Cadastro Geral de Empregadose Desempregados (Caged) , doMinistério do Trabalho e Emprego(MTE), em 1997 os atendentes deenfermagem constituíam um contin-gente de 115.530 trabalhadoresformais.

Todo esse contexto mostrava anecessidade de se promover uma açãodirigida para a obtenção, no menorespaço de tempo possível , dacapacitação desse contigente detrabalhadores que hoje estãoempregados nos serviços. Como nãofoi alcançada, até a presente data, amultiplicação dos processos neces-sários para esta qualificação, e, dada avelocidade com que se verifica aincorporação de recursos humanos aomercado de trabalho, tanto no setorpúblico quanto no privado, estima-seser necessário qualificar cerca de 225mil trabalhadores, prevendo-se queaproximadamente 25% destes aindanão concluíram o ensino fundamental.

A criação do Projeto de Profissio-nalização dos Trabalhadores da Áreade Enfermagem - PROFAE peloMinistério da Saúde tem o objetivo dequalificar esses trabalhadores queexercem sua profissão de formairregular, diminuindo os riscos àpopulação atendida e melhorando aqualidade da atenção hospitalar eambulatorial, particularmente nosestabelecimentos integrantes do SUS.Ao mesmo tempo, criará condições decontinuidade e sustentabilidade paraos programas de formação de nívelmédio para a saúde, para impedir queum novo contingente de trabalha-dores em situação irregular possasurgir no futuro.

Como funcionará o PROFAE

O PROFAE é uma iniciativa doMinistério da Saúde, executado pelaSecretaria de Gestão de Investimentosem Saúde (SIS), e será desenvolvidoem todo o território nacional noperíodo de 2000 a 2003. O totalde recursos investidos no Projeto

12 Formação○

○ será de US$ 370 milhões, sendo US$185 milhões oriundos de um acordo-empréstimo com o Banco Interame-ricano de Desenvolvimento (BID), eUS$ 185 milhões financiados comrecursos do Tesouro Nacional e doFundo de Amparo ao Trabalhador(FAT). O Projeto está estruturado emdois componentes, que expressamduas linhas de atuação: redução dodéficit de pessoal auxiliar de enfer-magem qualificado para atuar nosetor, e reforço do quadro normativoe de regulação na área da saúde, coma cr iação de condições técnico-financeiras para a continuidade dosprocessos de formação técnica emsaúde, em especial de pessoal auxiliarde enfermagem.

Profissionalização dos Trabalhadores

Os cursos de qual i f icação oucomplementação do PROFAE desti-nam-se a trabalhadores da área deenfermagem empregados na redepública ou privada de saúde, e queestão exercendo suas funções sem adevida qualificação profissional. Oapoio à formação de turmas para ostrabalhadores da área de enfermagemque ainda não concluíram o ensinofundamental, pré-requisito para aqual i f i cação prof i s s ional serárealizado por meio de cursos ofereci-dos na modal idade de educaçãofundamental, com duração máxima de18 meses. O PROFAE dará prioridadeà formação de turmas nos próprioslocais de trabalho com o objetivo defacilitar a freqüência do trabalhadoràs aulas, evitando a evasão.

Os cursos de qual i f icação deauxiliar de enfermagem propostospelo PROFAE terão carga horária de1.110 horas, distribuídas em 12meses de aulas práticas e teóricas, eserão oferecidos por escolas quetenham experiência na formaçãodesta categoria. Ao final do curso, osalunos receberão um certificado dequalificação técnica de auxiliar deenfermagem.

A organização dos cursos dequa l i f i cação prof i s s iona l e decomplementação do ensino fundame-

ntal do PROFAE será descentralizada,com as ins t i tu ições habi l i tadasescolhidas em processo licitatóriopromovido pelo Ministério da Saúde.As Agências Regionais serão institui-ções que executarão a supervisão, aavaliação e o monitoramento doscursos. A oferta dos cursos de qualifi-cação técnica profissional de auxiliarde enfermagem e de complementaçãodo ensino fundamental para trabalha-dores da área de enfermagem seráfeita por instituições denominadasOperadoras. Estas podem ser sindica-tos, associações profissionais, funda-ções universitárias, escolas públicasou privadas, dentre outras institui-ções, e podem oferecer diretamente oscursos, se forem credenciadas nosistema educacional, ou se associar aaté cinco instituições Executoras, quetambém deverão ser ent idadescredenciadas pelo sistema educacio-nal (Ministér io da Educação ouSecretarias Estaduais de Educação).

Formação Pedagógica para Docentesde Educação Profissional de NívelTécnico na Área de Enfermagem

Para atender às mudanças polí-ticas, conceituais, legais e práticasadvindas da Reforma Educacionalpara a educação profissional, desen-cadeada pela Lei de Diretrizes eBases da Educação Nacional (LDB)e seus instrumentos reguladores, oPROFAE promoverá um processo deformação de enfermeiros docentes,viabilizando o ensino nas disciplinasda educação profissional em níveltécnico.

A meta do PROFAE é formar 12mil enfermeiros docentes paraeducação prof i s s ional de n íve ltécnico, com uma formação pedagó-gica contextualizada em práticassociais de saúde e enfermagem pauta-das na reflexão crítica, e voltada paraa construção de competências pro-f i s s ionai s re ferenc iadas nes taspráticas.

O Curso de Formação Pedagógicafoi desenvolvido em parceria com aFundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) eadota uma metodologia de educação

13Nº 01 JANEIRO DE 2001○

○a distância, na modalidade semi-presencia l , ar t iculando teor ia eprática ao longo do seu desenvolvi-mento. A opção pela educação adistância se justifica pela sua flexibi-lidade frente às alternativas tra-dicionais de ensino, permitindo aoaluno, pelo estudo individualizado,dispor do seu tempo como melhor lheconvier, no seu próprio ritmo e semse afastar de sua rotina de trabalho.

Além da melhoria esperada nosprocessos de formação, a presença de12 mil enfermeiros devidamente for-mados como docentes também vaiinfluir na qualidade da assistência,pois estes profissionais certamentevão mudar a forma de lidar com suasequipes de trabalho.

Sistema de Certificação deCompetências

A organização do Sis tema deCertificação de Competências voltadopara os egres sos dos cursos dequalificação profissional técnica emauxiliar de enfermagem do PROFAE

é uma das estratégias propostas paraassegurar a sustentabi l idade daspolíticas e estruturas de educaçãoprofissional na área de saúde, emdiversos níveis.

A principal finalidade do sistemaé reconhecer formalmente as compe-tências demonstradas pelos egressosdos cursos na realização de suas ativi-dades profissionais. Esse sistemadeverá avaliar e validar não apenas oconhecimento adquirido nos cursos,mas, fundamentalmente, reconhecer osaber em ação, constituindo-se eminstrumento para tornar as aprendiza-gens socialmente visíveis. A certifi-cação das competências dos alunos-trabalhadores egressos dos cursos doPROFAE será emitida com base emavaliação de desempenho, realizadapor docentes das instituições creden-ciadas e capacitadas para tal fim.

Modernização das Escolas Técnicasdo SUS

O PROFAE pretende, por estalinha de ação, promover o fortaleci-mento institucional e a capacitação

técnico-gerencial das Escolas Téc-nicas e Centro Formadores de Re-cursos Humanos do SUS, tornando-os centros de referência para forma-ção em saúde nos níveis básico,técnico e pós-técnico da educaçãoprofissional.

Também é objetivo do PROFAE odesenvolvimento e consolidação deuma rede de instituições com capa-cidade técnico-pedagógica suficientepara atender às necessidades do setorsaúde, adaptando-se continuamente àstransformações do mercado e à im-plementação de políticas de saúde noBrasil, especialmente aquelas voltadaspara a mudança do modelo assis-tencial.

Acompanhamento de Sinais doMercado de Trabalho em Enfermagem

Outro objetivo do PROFAE é aelaboração e implantação de umsis tema de informações sobre omercado de trabalho e a formação derecursos humanos para o setor. Opropósito do Sistema de Acompanha-mento de Sinais de Mercado deTrabalho do PROFAE (Samets) seráreunir informações sobre os mercadosde trabalho e os mercados educativosde pessoal auxiliar de enfermagem(bem como de ocupações correlatas daárea de saúde) de maneira a produzirsubsídios para orientar decisões dagerência geral e demais instânciasgerenciais do PROFAE.

As informações reunidas peloSamets também estarão disponíveispara agentes educadores, escolas,empregadores e outros organismospúblicos ou privados, para orientarsuas decisões de treinamento, empre-go e utilização de pessoal qualificadona área.

Com o acompanhamento dos sinaisdos mercados de trabalho e daformação profiss ional, o Sametstambém permitirá ao Ministério daSaúde e demais agentes governamen-tais e não governamentais interessadosno tema, monitorarem os impactos doPROFAE sobre esses mercados, bemcomo aval iar a nece s s idade da

14 Formação○

○ adequação das estruturas e processosde regulação da formação e exercícioprofissional na área.

O Samets também terá entre suasfunções básicas a de apoiar as EscolasTécnicas de Saúde do setor público,aprimorando seu processo de tomadade decisão com o uso de informaçõessobre o compor tamento de s se smercados.

Projeto Piloto

O Estado do Espírito Santo foi oescolhido para sediar o projeto pilotodo PROFAE. Neste Estado tivemos3.013 trabalhadores cadastrados, sendo28% destes (845) sem o primeiro graude escolaridade, devendo cursar acomplementação do ensino funda-mental e o curso de qualificaçãoprofissional. O cadastramento dessesalunos foi realizado no período de 15 a30 de julho de 1999 e alcançou 68%do número de trabalhadores estimadocomo clientela do PROFAE. Foramcadastrados alunos em 75 municípiosdo Estado, 97% do total de municípios.

Estão atuando no PROFAE/Espí-rito Santo uma agência regional, umainstituição operadora e duas execu-toras , sendo uma para o ensinofundamental e outra para os cursosde qualificação profissional.

Ao todo, matricularam-se 933alunos para os cursos de qualificaçãoprofissional, o que representa 43%dos trabalhadores cadastrados paraessa modalidade, distribuídos em 27turmas. Para o ensino fundamentalforam matriculados 617 alunos, 73%dos cadastrados, distribuídos em 26turmas. No total são 53 turmas emfuncionamento no Estado. As turmasestão sediadas em 19 municípios paraa complementação do ensino funda-mental e em 16 municípios para oscursos de formação de auxiliares deenfermagem. As aulas tiveram inícioem 17 de julho de 2000.

Abaixo apresentamos tabelas coma distribuição das turmas segundoexecutora e modalidade de ensino.

Fonte:PROFAE/MS

Tabela 1Distribuição dos alunos matriculados no PROFAE no Estado do Espírito Santo segundo municípiosede da turma, instituição executora e modalidade de ensino. Brasil, 2000.

Operadora: ESESP - Escola Estadual do Servidor PúblicoExecutora: IESP - Instituto Estadual de Saúde PúblicaTurmas de qualificação profissional

Operadora: ESESP - Escola Estadual do Servidor PúblicoExecutora: Secretaria Estadual de SaúdeTurmas de ensino fundamental

22133269552749174524222243148281

617

AracruzBarra de São FranciscoCachoeiro do ItapemirimCariacicaColatinaGuacuíGuarapariItaranaLinharesMimoso do SulMontanhaSão Gabriel da PalhaSão MateusVenda Nova do ImigranteVila VelhaVitóriaTotal de Alunos

Nº de alunosMunicípio

363630363131623736363536293336366936

252933

Afonso CláudioAlegreAracruzBaixo GuanduBarra de São FranciscoBoa EsperançaCachoeiro do ItapemirimColatinaEcoporangaGuarapariItapemirimLinharesMimoso do SulNova VeneciaSanta Maria de JetibáSão José do CalçadoSão MateusSerraVitóriaTotal de Alunos

Nº de alunosMunicípio

15○

Com o objetivo de conhecer ademanda existente para os cursos doPROFAE e construir um banco dedados com informações sobre essademanda, foi estabelecido um proces-so de cadastramento de trabalhadoresna área de saúde.

A clientela do PROFAE, segundoestimativas, estaria presente em todoo território nacional, e, por essemotivo, optou-se por se realizar ocadastramento por meio de umainstituição que tivesse abrangência einfra-estrutura nacionais. A insti-tuição escolhida foi o Banco doBrasi l , que poderia realizar estecadastramento em suas agências.

Em conjunto com a equipe doBanco do Brasil, foi desenvolvido umquestionário para coleta de informa-ções sobre as pessoas inscritas. Osdados solicitados aos inscritos foram:nome; endereço residencial completo;data de nascimento; renda mensal;número do documento de identidade;número da carteira profissional;número do CPF; número do PIS/Pa s ep; grau de escolar idade; einformação sobre se o profissional jáhavia realizado algum curso profissio-nalizante de auxiliar de enfermagemsem o haver concluído. Estas variáveissão o objeto de análise deste relatório,que tenta traçar o perfil da clientelado PROFAE . Na e laboração doreferido questionário não foramincluídas as informações sobre o sexo

Relato PROFAE

Cadastramento prévio permitiu

conhecer melhor a clientela do

PROFAE

No primeiro cadastramento, inscreveram-se 128.993 trabalhadores da área deenfermagem, abrangendo todos os Estados e 86% dos municípios do Brasil. O númerocorresponde a mais da metade da clientela estimada para os cursos de formação oferecidospelo PROFAE.

dos inscritos nem sobre seu últimoempregador. Durante a análise dosdados co le tados , percebemos anecessidade de tais informações,devendo o questionário ser revistopara o próximo cadastramento, comobjetivo de aperfeiçoá-lo.

O cadastramento foi realizadoprimeiramente para o projeto pilotono Estado do Espírito Santo, no perío-do de 15 a 30 de julho de 1999. Apósa fase piloto, o cadastramento foirealizado em todo território nacional,no período de 15 de setembro de 1999a 28 de fevereiro de 2000.

Alguns critérios foram estabele-cidos pela equipe da Secretaria deGestão de Investimentos em Saúde doMinistério da Saúde (SIS/MS) paradefinir o perfil do trabalhador quepoderia se inscrever no PROFAE. Oobjetivo foi o de restringir o alcancedo PROFAE neste primeiro momentoa pessoas que estivessem ativas nomercado de trabalho, mas ainda semqualificação.

Os critérios exigidos foram osseguintes:

1- Possuir registro no PIS/Pasep eregistro em carteira de trabalho oudeclaração do empregador compro-vando que o trabalhador atuava naárea de enfermagem, e

2- Estar empregado, tendo sidocontratado anteriormente a 1999,mas não ter realizado ou concluído o

16 Formação○

○ curso de auxiliar de enfermagem; ou

3- Estar desempregado no mo-mento, mas já ter trabalhado na áreade enfermagem por no mínimo 18meses, entre 1º de janeiro de 1996 e31 de dezembro de 1998.

Estratégias de Divulgação

Durante a realização do cadastra-mento, foi estabelecida uma estratégiade divulgação que foi revisada ealterada algumas vezes ao longo doseu período de duração.

Parte da divulgação foi feita peloBanco do Brasil. Um folheto acom-panhando a ficha de cadastramentofoi distribuído aos interessados. Estefolheto continha informações sobreo PROFAE, sobre a oferta dos cursosprofissionalizantes, bem como orien-tações para a inscrição. Além dofolheto com a ficha anexa, foram afi-xados cartazes nas agências do banco.Foram realizadas reuniões internascom gerentes e funcionários paradivulgar o novo trabalho. Os telefonesgratuitos de informações do BB-Responde, do Banco do Brasil, e doDisque-Saúde, do Ministér io daSaúde, foram colocados à disposiçãodos funcionários do banco e dosinteressados no cadastramento.

Em uma segunda etapa, a divulga-ção do cadastramento utilizou-se demeios de comunicação de massa, taiscomo estações de rádio, em um pro-cesso coordenado pela Assessoria deComunicação do Ministério da Saúde(Ascom/MS). Foram enviadas notaspara diversos jornais, e, nos últimos15 dias de cadastramento, foi feitadivulgação pela televisão.

Para auxil iar a cobertura nosmunicípios menores, foi realizadauma pesquisa por meio de entrevistastelefônicas assistidas por computador(Etac) com profissionais enfermeirossobre o PROFAE. Os objetivos eramaval iar o grau de conhecimentodestes profissionais sobre a propostado Projeto e convidá-los para comporuma rede de Agentes Solidários doPROFAE. Estes agentes atuaram aindadurante o período do cadastramento,

percorrendo estabelecimentos desaúde em todo o país em busca detrabalhadores que compunham aclientela do PROFAE, mas que desco-nheciam o Pojeto e ainda não haviamse cadastrado para os cursos. OsAgentes Solidários forneciam infor-mações e auxiliavam no cadastra-mento. Todos os agentes receberammaterial de divulgação e uma ajudade custo para a realização do trabalho.

O trabalho do Agente Solidário doPROFAE teve uma grande contri-buição para o êxito do cadastramento.A divulgação na mídia, principal-mente na televisão, também contri-buiu muito para aumentar o númerode cadastrados.

É importante res sa l tar que apopulação de trabalhadores benefi-ciada pelo PROFAE é uma populaçãocom nível sócio-econômico relativa-mente baixo, que tem, em média,renda mensal de dois salários míni-mos, e, na sua maioria, escolaridadeinferior ou até o 1º grau. Estudossobre o mercado de trabalho nessaárea indicam que a escolaridade e aprofissionalização têm sido fatoresfundamenta i s para manter o sempregos desses trabalhadores e paraelevar o nível de remuneração dosmesmos. Além disso, estes fatorescontribuem de forma evidente paraa melhoria da qualidade da atençãoà saúde prestada à população

Estimativa da Clientela eCadastramento

Anteriormente ao cadastramento,foi realizado um estudo para se chegaràs estimativas do número trabalha-dores a serem formados pelo PROFAE

nas modalidades de qualif icaçãoprofissional e de ensino fundamental.Estas estimativas foram realizadascom dados coletados da RelaçãoAnual de Informações Sociais (Rais)e do Cadastro Geral de Empregadose Desempregados (Caged) doMinistério do Trabalho e Emprego(MTE), com dados de uma pesquisate l e fôn ica rea l i zada em 3 .404estabelecimentos hospitalares nosanos de 1998 e 1999, bem como de

17NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○relatórios de grupos focais compessoal de enfermagem.

Das informações do sistema Rais/Caged, todos os v ínculos deatendentes de enfermagem, outropessoal de enfermagem e percentualdos trabalhadores braçais em ativida-des de enfermagem foram considera-dos. Na estimativa de pessoal paracursar ens ino fundamenta l , fo iinc luído o tota l de pessoal deenfermagem sem 1º grau completo,excluindo-se os trabalhadores braçais.Os dados do sistema Rais/Cagedforam estudados por microrregiões,totalizando para o Brasil uma estima-tiva de 225 mil trabalhadores a seremprofissionalizados.

Neste primeiro cadastramentoforam inscritos para os cursos doPROFAE um total de 128.993 tra-balhadores da área de enfermagem,distribuídos pelas 27 unidades daFederação. O percentual de cadastra-dos sobre o estimado foi de 57,3%.

Distribuição Geográfica

Com relação à distribuição geográ-fica, o número de municípios compessoas cadastradas no PROFAE é de4.717, alcançando uma cobertura de86% do total de municípios do país(Tabela 1). Em todas as Regiões foramcadastradas pessoas em mais de 80%dos munic ípios exis tentes . NosEstados de Rondônia, Amazonas,Sergipe, Espír i to Santo, Rio deJaneiro e Mato Grosso do Sul, acobertura de municípios foi próximaa 100%. As outras unidades daFederação têm cobertura acima de70%, com exceção do Piauí, que temum percentual de 66%.

Podemos analisar os dados dadistribuição geográfica dos cadastra-dos segundo o tamanho do município(Tabela 2). Para o total Brasil, 44,2%dos inscritos residem em municípioscom menos de 50 mil habitantes,12,2% em municípios com populaçãoentre 51 e 200 mil habitantes, 17,2%estão nos municípios que têm maisde 1 milhão de habitantes, e orestante nos municípios de médioporte, ou seja, de 200 mil a 1 milhão

de habitantes.

Para o Estado do Amazonas, 51%dos in sc r i to s encont ram-se emmunicípios com mais de 1 milhão dehabitantes. Este percentual tambémé alto para o Rio de Janeiro: 37,5%.Configura-se para esses Estados umaconcentração maior de alunos nascapitais e nos municípios de grandeporte. As capitais concentram umgrande número de inscritos em todosos Estados. Em certos Estados, aexemplo de São Paulo, no entanto,apesar de haver uma concentração deinscritos de 28,4% na capital, osmunicípios do interior com popula-ção de até 500 mil habitantes repre-sentam 60% dos inscritos.

A cl ientela para os cursos deensino fundamental (23% do total deinscritos) está distribuída em todas asunidades da Federação e em 1.167municípios.

Gênero e Grupo Etário

Idade e sexo são variáveis impor-tantes quando estamos caracterizandouma população. No entanto , avariável sexo não foi coletada nocadastramento do PROFAE. Sabe-seque na categoria profissional deenfermagem a razão entre mulheres ehomens é grande, o que não deve sermuito diferente para nossa populaçãode cadastrados. Segundo dados de1996 do sistema Rais/Caged, estarazão era de seis trabalhadoras emenfermagem do sexo feminino paracada trabalhador em enfermagem dosexo masculino, em todo o país. Apart ic ipação feminina entre ostrabalhadores de enfermagem é de86,6% para o Brasil. Em todos osEstados este percentual está acima dos80%, chegando a 96 % no Estado doAcre, onde a razão mulheres/homensé de 30 para 1 (Tabela 3).

O grupo etário predominanteentre os inscritos é o de 31 a 40 anos(37%). O grupo de 41 a 50 anos(30%) também é bastante numeroso.O grupo de 21 a 30 anos representa22% dos inscritos. Os Estados deRoraima, Mato Grosso, Tocantins,

18 Formação○

○ Rondônia e Paraná têm um percentualde pessoas jovens maior que o dasoutras unidades da Federação. Essepercentual está em torno de 29%. Aspessoas acima de 50 anos são apro-ximadamente 10% do tota l deinscritos (Tabela 4).

Escolaridade

A informação sobre a escolaridadedos inscritos é importante para adeterminação da clientela dos cursosde ensino fundamental. O percentualsem o 1º grau completo entre oscadastrados é de 23,3% (30.019) parao total do país. Deste total, 42,8%residem nos Estados de São Paulo eMinas Gerais (Tabela 5a).

Os Estados do Espírito Santo,Goiás, Mato Grosso do Sul, MinasGerais, Santa Catarina e São Paulotêm percentuais entre 28% e 30%nesta categoria. O Distrito Federalobteve o menor percentual de cadas-trados sem o primeiro grau, cerca de92 (5,9%) pessoas (Tabela 5b).

Cerca de 47,2% dos inscritos nesteprimeiro cadastramento do PROFAE

têm nível de escolaridade entre 1ºgrau incompleto e/ou completo.Chama a atenção, no entanto, que34,3% desta clientela possui o 2º graucompleto. Também se cadastraram1.817 pessoas que possuem o nívelsuperior completo, e, mesmo assim,candidataram-se aos cursos dequalificação profissional do PROFAE.Deste total, 615 (33,8%) pessoasresidem no Estado de São Paulo(Tabelas 5a e 5b).

Dentre as pessoas de todas asescolaridades que se inscreveram noPROFAE no primeiro cadastramento,20% já haviam freqüentado algumcurso profissionalizante de enfer-magem sem concluí-lo. Dois Estadosdestacam-se nesse percentual: Acre,com 70% dos inscritos que têm cursoincompleto, e Pará com 40%. NosEstados que contêm o maior númerode inscritos, esse percentual ficaabaixo da média nacional, próximo a15% (Tabela 6).

Informações sobre Renda Mensal

Antes de iniciarmos a análise sobrea renda desses trabalhadores cadastra-dos, é importante realizar algumasconsiderações metodológicas. Avariável a ser analisada é renda mensalem reais, assim como foi solicitada noformulário do cadastramento. Essavariável foi preenchida por 102.209(79,2%) dos inscritos. Quanto aosinscritos que não forneceram in-formação sobre renda, é provável queestivessem desempregados, mas aindadentro do critério de cadastramento.Ou então se recusaram a fornecer ainformação, tendo em vista que ocampo não era de preenchimentoobrigatório.

O va lor do sa l á r io mín imoutilizado foi de R$ 136,00, vigenteno período do cadastramento. Alémdas pe s soa s que não pos suemrendimentos mensais, foram excluí-dos da aná l i se os inscr i tos quetiveram sua renda abaixo do percentil5 ou acima do percentil 95. Foramestabe lec idos , a s s im, os l imi tesmínimo de R$ 136,00 e máximo deR$ 680,00. Esses parâmetros foramutilizados em toda a análise, realizadapara o nível nacional, estadual oumunicipal. Para o total do Brasil esten foi de 92.073 cadastrados.

O total da massa salarial movi-mentada mensalmente por essestrabalhadores para o Brasil é daordem de R$ 25.101.022,00. ARegião Sudeste é responsável por46,2% do total da massa salarial, ouse j a , R$ 11 .588.289,00 . Nes taRegião, o Estado de São Paulo ficacom o maior percentual (60%), R$6.963.276,00, o que corresponde a27.7% da massa salarial total do país.O segundo estado da Região é MinasGerais, com R$ 2.808.191,00.

A Região Nordeste tem uma massasalarial mensal de R$ 4.668.057,00,18,6% do total do país. O Estado daBahia destaca-se nessa Região, comuma massa salarial mensal de R$1.360.130,00, ou 5,4% do total.

A Região Sul movimenta mensal-mente por meio desses trabalhadores

19Nº 01 JANEIRO DE 2001○

○R$ 4.576.697,00, ou seja, 18,2% dototal. As Regiões Norte e Centro-Oeste movimentam, cada uma, umamassa salarial em torno de 8,5% dototal do Brasil.

A renda média nacional dessest raba lhadores é de R$ 272,62 .Quando comparamos Regiões, nãonos deparamos com grandes discre-pâncias. Mas, em termos de Estados,temos uma variação de 123% damenor renda média – R$ 182,00 noestado do Maranhão – para a maior,R$ 406,00 no estado de Roraima,que, juntamente com o Estado doAmapá, tem a maior renda média daRegião Norte. Somente na RegiãoNordeste encontramos renda mensalinferior a R$ 200,00. Essa realidadeé encontrada em cinco Estados:Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grandedo Norte e Paraíba. O Estado de SãoPaulo tem uma renda mensal médiade R$ 364,00 (Tabela 7).

A análise da renda mensal médiapor nível de escolaridade indica quehá um acréscimo de renda quandoocorre aumento da escolaridade parao nível superior (Tabela 8).

Os dados encontrados (Tabela 7)sobre o nível salarial são semelhantesaos informados para os atendentes deenfermagem no sistema Rais/Caged.

A moda dos salários mensais foi osa lá r io mín imo de R$136,00 ,percebido por 12.759 trabalhadores(14%). A mediana do salário mensalfoi R$ 250,00, ou seja, 50% dost raba lhadore s cada s t rados noPROFAE recebem um salário de atéesse valor. Os menores valores demediana são encontrados nos Estadosdo Piauí e Maranhão, onde 50%dostrabalhadores têm uma renda mensalde R$ 141,00 e R$ 148,00respectivamente. No Estado de SãoPau lo , que t em a ma ior mas sasalarial, encontramos um valor de R$350,00 para a mediana.

Nes sa pr imei ra e tapa , foramcadastrados 128.993 trabalhadores,que i rão se r qua l i f i cados pe loPROFAE , e que, conforme di toanter iormente , corre spondem a

57,3% da clientela estimada.

Considerando ser este o primeirocadastramento e o desconhecimentodo Pro je to que a inda hav ia emestabelecimentos de saúde por partede empregadores e trabalhadores,avaliamos esta primeira etapa muitopositivamente. Uma segunda etapa,com um novo cadastramento, deveráser realizada buscando atingir orestante da clientela. Estratégiasnovas para alcançar este públicoestão sendo estudadas e em brevedeverão ser implementadas.

20 Formação○

○ Tabela 1Distribuição do número de municípios que têm trabalhadores cadastrados no PROFAE segundo aunidade da Federação. Brasil, 2000.

Fonte: PROFAE/MS

nº total demunicípiosda UF

nº de municípioscom inscritos noPROFAE

Unidade daFederação

relaçãopercentual

BrasilNorteRondôniaAcreAmazonasRoraimaParáAmapáTocantinsNordesteMaranhãoPiauíCearáRio Grande do NorteParaíbaPernambucoAlagoasSergipeBahiaSudesteMinas GeraisEspírito SantoRio de JaneiroSão PauloSulParanáSanta CatarinaRio Grande do SulCentro OesteMato Grosso do SulMato GrossoGoiásDistrito Federal

4.71736251185811

10313

1081.480

1651461641411711769073

3541.507

7617590

58196737424135240177

108215

1

85,6580,6298,0881,8293,5573,3372,0381,2577,7082,8276,0466,0689,1384,9476,6895,1489,1197,3385,3090,4689,2197,4098,9090,0883,4393,7382,2575,3789,91

100,0085,7188,84

100,00

5.50744952226215

14316

1391.787

21722118416622318510175

4151.666

8537791

6451.159

39929346744677

126242

1

21Nº 01 JANEIRO DE 2001○

○Tabela 2Distribuição do número de inscritos no PROFAE segundo número de habitantes do município deinscrição, por unidade da Federação. Brasil, 2000.

até50 mil %

51mila

200 mil % total

201 mila

500 mil %

501 mila

1 milhão % %

4021.3851.424

693.9272.014

01.3262.7721.9959.3181.9051.697

8781.1922.5631.0345.6551.2011.4121.548

812.6181.9411.3316.382

93057.000

30,5560,5337,3622,1948,9048,360,00

43,9269,0454,1759,0954,9164,2838,1488,5643,4661,1855,7420,8461,6365,0724,7735,8853,6560,5622,3782,9644,19

84000

195818190

0973261128929

0539256

90819

01.334

826228445

01.611

481456

4.3330

15.752

63,830,000,00

62,7010,194,560,00

32,236,503,485,890,00

20,4211,126,69

13,890,00

13,1514,349,95

18,710,00

22,0813,2920,7515,190,00

12,21

7441847947

1.936800

0720602870

3.74858640468151

1.270163

1.928981138386246

2.0341.196

4116.955

19127.315

5,6218,2712,5715,1124,1119,210,00

23,8514,9923,6223,7716,8915,3029,583,79

21,549,64

19,0017,036,02

16,2375,2327,8833,0618,7024,3817,0421,18

0485

0000000

690519978

00

13282493

0592513

00000

2.1280

6.693

0,0021,200,000,000,000,000,000,000,00

18,733,29

28,190,000,000,974,78

29,170,00

10,2722,390,000,000,000,000,007,460,005,19

00

1.9090

1.3501.1611.570

0380

01.255

00

4870

9630

1.2292.162

000

1.03300

8.7340

22.233

0,000,00

50,080,00

16,8127,88

100,000,009,460,007,960,000,00

21,160,00

16,330,00

12,1137,520,000,000,00

14,160,000,00

30,610,00

17,24

1.3162.2883.812

3118.0314.1651.5703.0194.0153.683

15.7693.4692.6402.3021.3465.8971.690

10.1465.7622.2912.379

3277.2963.6182.198

28.5321.121

128.993

mais de1 milhãoU F

ACALAMAPBACEDFESGOMAMGMSMTPAPBPEP IPRRJRNRORRRSSCSESPTOTotal

Fonte: PROFAE/MS

22 Formação○

○ Tabela 3Distribuição dos empregos de atendentes de enfermagem segundo gênero, por unidade federada.Brasil, 1996.

Fonte: Rais/Caged/MTE

RondôniaAcreAmazonasRoraimaParáAmapáTocantinsMaranhãoPiauíCearáRio Grande do NorteParaíbaPernambucoAlagoasSergipeBahiaMinas GeraisEspírito SantoRio de JaneiroSão PauloParanáSanta CatarinaRio Grande do SulMato Grosso do SulMato GrossoGoiásDistrito FederalIgnoradoTotal

281

2451

11518119456

33061

13624622790

5122.058

149626

8.252690315664188143103913

15.453

14831

1.6898

78876

121824596

3.792809

1.3382.9072.220

6643.665

14.4911.5723.773

56.1806.5203.5465.5941.3851.1211.293

50530

115.686

12030

1.4447

67358

110730540

3.462748

1.2022.6611.993

5743.153

12.4331.4233.147

47.9285.8303.2314.9301.197

9781.190

41427

100.233

81,0896,7785,4987,5085,4176,3290,9188,5990,6091,3092,4689,8491,5489,7786,4586,0385,8090,5283,4185,3189,4291,1288,1386,4387,2492,0381,9890,0086,64

FemininoMasculinoUnidade daFederação

Participaçãofeminina (%)

Total

23Nº 01 JANEIRO DE 2001○

○Tabela 4Distribuição dos trabalhadores cadastrados no PROFAE segundo a faixa etária em anos, por unidadeda Federação e Região. Brasil, 2000.

Fonte: PROFAE/MS

menosde20anos

Unidade daFederação/Região

1.566892311192

171

16216248

45168

34191745

14344483813

6702811558

31644827710368

BrasilNorteROACAMRRPAAPTONordesteMAP ICERNPBP EALSEBACentro OesteMSMTGODFSudesteMGESRJSPSulPRSCRS

31 a40anos

%21 a30anos

51 a60anos

%41 a50anos

% %

maisde60anos

% Total%

1,20,81,00,80,50,60,70,31,40,70,70,51,10,70,60,60,80,80,61,21,31,80,90,81,31,80,51,01,12,12,72,80,9

28.3072.935

66533991096

55567

3036.569

810263939462300

1.194491394

1.7163.097

857744977519

10.3024.010

4461.0404.8065.4043.011

8861.507

21,925,428,025,823,929,424,121,527,020,822,015,622,520,222,320,221,517,921,426,524,728,224,333,119,425,414,818,016,825,729,724,520,7

36,841,041,640,041,340,440,838,341,140,839,642,037,944,739,839,139,644,242,439,937,040,042,738,833,736,635,433,331,934,936,435,732,4

38.1622.965

559331

1.00079

61599

2829.1961.040

5501.212

643375

1.751679650

2.2963.047

976636

1.086349

17.0324379

1.0871.9069.6605.9222.4191.0462.457

29,625,623,525,226,224,226,731,825,229,128,232,529,128,127,929,729,729,628,626,128,124,127,022,232,127,836,033,133,928,123,828,933,7

12.00873212388

27816

1522253

2.47231414835313112155417115452668328614318470

6.3341.179

363721

4.0711.787

693271823

9,36,35,26,77,34,96,67,14,77,88,58,88,55,79,09,47,57,06,55,88,25,44,64,5

11,97,5

12,012,514,38,56,87,5

11,3

1.4331031921292

2336

245361139156

592112466122131610

87314738

117571151571975

1,10,90,81,60,80,61,01,00,50,81,00,70,90,70,41,00,90,50,60,50,60,50,40,61,60,91,32,02,00,70,60,51,0

128.99311.5682.3791.3163.812

3272.302

3111.121

31.5893.6831.6904.1652.2911.3465.8972.2882.1988.031

11.6943.4692.6404.0151.570

53.08215.7693.0195.762

28.53221.06010.1463.6187.296

47.5174.744

990526

1.576132940119461

12.8911.459

7101.5771.024

5362.305

907971

3.4024.6631.2841.0561.714

60917.871

5.7731.0701.9209.1087.3483.6891.2932.366

24 Formação○

○ Tabela 5aDistribuição percentual do grau de escolaridade dos inscritos no PROFAE em relação ao totalnacional para cada grau de escolaridade, por unidade federada. Brasil, 2000.

13854825

4081.5301.036

92845

1.147593536983

4.633223325

1.3671.134

3311.093

4091.995

54448

1.0828.216

599139

30.019

0,51,80,11,45,13,50,32,83,82,01,83,3

15,40,71,14,63,81,13,61,46,61,80,23,6

27,42,00,5

100,0

97362283

6551.391

789191838930766525734

3.675584286

2.1201.058

3701.662

4481.765

65562

9078.048

474263

30.874

3,22,00,32,14,52,60,62,73,02,51,72,4

11,91,90,96,93,41,25,41,55,72,10,22,9

26,11,50,9

100,0

7833453

4661.153

628305431623492526540

2.277436203

1.711943271

1.012298

1.25737074

5793.760

366212

19.398

0,41,70,32,45,93,21,62,23,22,52,72,8

11,72,21,08,84,91,45,21,56,51,90,43,0

19,41,91,1

100,0

116739149

2.2263.8411.552

930854

1.1911.786

9601.0394.8491.019

4554.5112.371

6621.7631.0301.997

778128905

7.213723486

44.273

0,31,70,35,08,73,52,11,92,74,02,22,3

11,02,31,0

10,25,41,54,02,34,51,80,32,0

16,31,61,1

100,0

9261

4776

1022527753170

1091692434

25918845

16152

2142214

1096802419

2.612

0,31,00,01,82,93,91,01,02,91,22,74,26,50,91,39,97,21,76,22,08,20,80,54,2

26,00,90,7

100,0

219

0104058272449152364

1661643

178203

1171546810

136

61512

21.817

ACALAMAPBACEDFESGOMAMTMSMGPAPBPRP EPIRJRNRSRORRSCSPSETOTotal

Fonte: PROFAE/MS

0,11,00,00,62,23,21,51,32,70,81,33,59,10,92,49,8

11,20,63,93,03,70,60,12,0

33,80,70,1

100,0

1º g

rau

inco

mpl

eto

sup

erio

rin

com

plet

o

% % % % %U F 1º g

rau

com

ple

to

2º g

rau

inco

mpl

eto

2º g

rau

com

ple

to

sup

erio

rco

mpl

eto

%

25Nº 01 JANEIRO DE 2001○

○Tabela 5bDistribuição percentual do grau de escolaridade dos inscritos no PROFAE em relação ao total dealunos inscritos em cada unidade federada, por unidade federada. Brasil, 2000.

138548

25408

1.5301.036

92845

1.147593536983

4.633223325

1.3671.134

3311.093

4091.995

54448

1.0828.216

599139

30.019

10,524,0

8,010,719,124,9

5,928,028,616,120,328,329,4

9,724,113,519,219,619,017,927,322,914,729,928,827,312,423,3

973622

83655

1.391789191838930766525734

3.675584286

2.1201.058

3701.662

4481.765

65562

9078.048

474263

30.874

73,927,226,717,217,318,912,227,823,220,819,921,223,325,421,220,917,921,928,819,624,227,519,025,128,221,623,523,9

78334

53466

1.153628305431623492526540

2.277436203

1.711943271

1.012298

1.257370

74579

3.760366212

19.398

5,914,617,012,214,415,119,414,315,513,419,915,614,418,915,116,916,016,017,613,017,215,622,616,013,216,718,915,0

116739149

2.2263.8411.552

930854

1.1911.786

9601.0394.8491.019

4554.5112.371

6621.7631.0301.997

778128905

7.213723486

44.273

8,832,347,958,447,837,359,228,329,748,536,430,030,844,333,844,540,239,230,645,027,432,739,125,025,332,943,434,3

926

14776

1022527753170

109169

2434

259188

45161

52214

2214

109680

2419

2.612

0,71,10,31,20,92,41,60,91,90,82,73,11,11,02,52,63,22,72,82,32,90,94,33,02,41,11,72,0

219

0104058272449152364

1661643

178203

1171546810

136

61512

21.817

ACALAMAPBACEDFESGOMAMTMSMGPAPBPRP IPRRJRNRSRORRSCSPSETOBrasil

Fonte: PROFAE/MS

0,20,80,00,30,51,41,70,81,20,40,91,81,10,73,21,83,40,71,22,40,90,40,31,02,20,50,21,4

1º g

rau

inco

mpl

eto

sup

erio

rin

com

plet

o

% % % % %U F 1º g

rau

com

ple

to

2º g

rau

inco

mpl

eto

2º g

rau

com

ple

to

sup

erio

rco

mpl

eto

%

1.3162.288

3113.8128.0314.1651.5703.0194.0153.6832.6403.469

15.7692.3021.346

10.1465.8971.6905.7622.2917.2962.379

3273.618

28.5322.1981.121

128.993

Tota

l d

eal

un

os

26 Formação○

○ Tabela 6Distribuição do número de inscritos no PROFAE que já freqüentaram um curso profissionalizante deauxiliar de enfermagem sem tê-lo concluído, por unidade da Federação. Brasil, 2000.

Fonte: PROFAE/MS

nãofreqüentou % freqüentou %

3921.7132.588

2196.0763.3841.0592.4313.2662.795

13.3572.9732.0451.379

9954.4611.3468.7744.1631.8031.960

2606.1403.0421.859

24.085741

103.306

29,874,967,970,475,781,267,580,581,375,984,785,777,559,973,975,679,686,572,278,782,479,584,284,184,684,466,180,1

924575

1.22492

1.955781511588749888

2.412496595923351

1.436344

1.3721.599

48841967

1.156576339

4.447380

25.687

70,225,132,129,624,318,832,519,518,724,115,314,322,540,126,124,420,413,527,821,317,620,515,815,915,415,633,919,9

Unidade daFederação

AcreAlagoasAmazonasAmapáBahiaCearáDistrtito FederalEspírito SantoGoiásMaranhãoMinas GeraisMato Grosso do SulMato GrossoParáParaíbaPernambucoPiauíParanáRio de JaneiroRio Grande do NorteRondôniaRoraimaRio Grande do SulSanta CatarinaSergipeSão PauloTocantinsTotal

27Nº 01 JANEIRO DE 2001○

○Tabela 7Distribuição de aspectos diversos da renda mensal dos trabalhadores cadastrados no PROFAE,por unidade da Federação e Região. Brasil, 2000.

mer

o d

e ca

das

trad

os

com

ren

da

men

sal(*)

Mas

sa s

alar

ial

men

sal

emR

eais

Ren

da

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sal

méd

ia e

mR

eais

Ren

da

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méd

ia e

msa

lári

os

mín

imo

s

Per

cen

tual

em

rel

ação

àm

assa

sal

aria

l to

tal

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ero

de

cad

astr

ado

os

com

ren

da

Un

idad

e d

a F

eder

ação

/R

egiã

o

Fonte: PROFAE/MS

* não foram incluídos 36.920 inscritos que não tem rendimentos mensais, não forneceram informações ou estavam abaixo do percentil 5ou acima do percentil 95.

92.0737.5991.814

3042.559

2151.639

213855

22.7472.7671.1222.9601.778

8504.1421.3401.7566.0328.5712.6002.0143.357

60037.37811.8562.4433.991

19.08815.7787.5972.7175.464

25.101.022,002.116.189,00

498.911,0086.400,00

787.217,0087.315,00

392.193,0070.635,00

193.518,004.668.057,00

505.765,00212.563,00581.701,00337.165,00161.377,00863.246,00300.704,00345.406,00

1.360.130,002.151.790,00

662.465,00529.733,00744.607,00214.985,00

11.588.289,002.808.191,00

709.865,001.106.957,006.963.276,004.576.697,002.030.854,00850.152,001

1.695.691,00

2,00 2,17 2,02 2,09 2,26 2,99 1,76 2,44 1,66 1,47 1,34 1,39 1,45 1,39 1,40 1,53 1,65 1,45 1,66 2,02 1,87 1,93 1,63 2,63 2,15 1,74 2,14 2,04 2,68 2,18 1,97 2,30 2,28

100,00 8,43 1,99 0,34 3,14 0,35 1,56 0,28 0,77

18,60 2,01 0,85 2,32 1,34 0,64 3,44 1,20 1,38 5,42 8,57 2,64 2,11 2,97 0,86

46,17 11,19 2,83 4,41

27,74 18,23 8,09 3,39 6,76

100,00 8,25 1,97 0,33 2,78 0,23 1,78 0,23 0,93

24,71 3,01 1,22 3,21 1,93 0,92 4,50 1,46 1,91 6,55 9,31 2,82 2,19 3,65 0,65

40,60 12,88 2,65 4,33

20,73 17,14 8,25 2,95 5,93

272,62295,74275,03284,21307,62406,11239,28331,61226,33200,36182,78189,45196,52189,63189,85208,41224,40196,70225,48274,48254,79263,02221,80358,30292,20236,85290,57277,36364,00296,85267,32312,90310,33

BrasilNorteRondôniaAcreAmazonasRoraimaParáAmapáTocantinsNordesteMaranhãoPiauíCearáRio Grande do NorteParaíbaPernambucoAlagoasSergipeBahiaCentro OesteMato Grosso do SulMato GrossoGoiásDistrito FederalSudesteMinas GeraisEspírito SantoRio de JaneiroSão PauloSulParanáSanta CatarinaRio Grande do Sul

28 Formação○

○ Tabela 8Distribuição da renda mensal média dos inscritos no PROFAE segundo grau de escolaridade. Brasil,2000.

276,25277,86266,11265,69305,21320,04

1º Grau incompleto1º Grau completo2º Grau incompleto2º Grau completosuperior incompletosuperior completo

2,032,041,961,952,242,35

Renda nensalmédia emReais

Escolaridade Renda nensalmédia emsalários mínimos

Fonte: PROFAE/MS

Figura 2Distribuição do número de inscritos no PROFAE segundo o grau de escolaridade. Brasil, 2000.

Figura 1Distribuição do número de inscritos no PROFAE segundo a faixa etária em anos. Brasil, 2000.

50.000

45.000

40.000

35.000

30.000

25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

0mais de

60menosde 20

entre20 e 30

entre31 e 40

entre41 e 50

entre51 e 60

Faixa etária em anos

me

ro d

e i

ns

cri

tos

50.000

45.000

40.000

35.000

30.000

25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

0

Escolaridade

me

ro d

e i

ns

cri

tos

1º Grauincompleto

1º Graucompleto

2º Grauincompleto

2º Graucompleto

Superiorincompleto

Superiorcompleto

29○

Introdução:

Esta pesquisa, um survey realizadopor meio de entrevistas telefônicasassistidas por computador (Etac), foisolicitada pela equipe do PROFAE

como parte das estratégias de divul-gação do processo de cadastramento,e rea l izada entre os d ias 20 dedezembro de 1999 e 21 de janeiro de2000. Cobriu 1.969 estabelecimentoshospitalares em 1.394 municípiosbrasileiros, número correspondente àtotalidade dos municípios brasileirosque possuem entre um e cinco hos-pitais com mais de 20 empregadosregistrados no Cadastro de Estabele-cimentos Empregadores (CEE) daRelação Anual de Informações Sociais(Rais) e do Cadastro Geral de Empre-gados e Desempregados (Caged), doMinistério do Trabalho e Emprego(MTE). Tomando por base esse de-senho, o universo pesquisado cor-respondeu a 75% dos municípios dopaís com estabelecimentos com maisde 20 empregados registrados.

Objetivos

1- divulgar o PROFAE, convocan-do profissionais responsáveis pelosserviços de atendimento de enferma-gem (enfermeiros-chefes ou pessoalcom responsabil idade similar noestabelecimento) para uma coopera-ção voluntária com o processo demobilização de clientela para oscursos de prof i s s iona l i zação deauxiliares de enfermagem e escolari-zação em níve l fundamenta l de

Pesquisa PROFAE

Mobilização de agentes

solidários do PROFAE

Pesquisa fez parte da estratégia de divulgação do PROFAE na fase de cadastramento,e obteve informações sobre a quantidade de pessoal desqualificado trabalhando ematividades de enfermagem, a demanda dos estabelecimentos com relação aos cursos deescolarização e qualificação, e o número de trabalhadores dispostos a fazer o curso.

pessoal da área (cadastramento deagentes voluntários).

2- Ampliar o leque de informaçõesexistentes sobre o PROFAE, pesqui-sando os índices de divulgação doprograma, levantando informaçõessobre o processo de cadastramento,número de pessoas desqualificadastrabalhando em atividades de enfer-magem, necessidades quantitativasrea i s dos e s tabe lec imentos comrelação aos cursos, número de traba-lhadores dispostos a fazer o curso e,finalmente, quantificando opiniõesdos entrevistados sobre fatores de mo-tivação e desmotivação para que aspessoas se inscrevessem no PROFAE

(pesquisa propriamente dita).

Descrição do Problema daInvestigação-Mobilização

O PROFAE tem como meta aprofissionalização de cerca de 225 miltrabalhadores que atualmente exer-cem atividades de enfermagem no paíssem a qualificação necessária nem ascredenciais educativas e profissionaisestipuladas pela Lei de Exercício daEnfermagem.

Através do estímulo à estruturaçãode uma rede de organizações opera-doras e executoras de cursos de esco-larização e da modernização institu-cional das escolas técnicas de saúdedos governos, o projeto oferece opor-tunidade de profissionalização e esco-larização gratuita a todo esse contin-gente de trabalhadores.

O cadastramento, procedimento

30 Formação○

○ que foi realizado pelo PROFAE paraconhecer e obter o cadastro de suaclientela por meio de inscrição gra-tuita no Banco do Brasil dos trabalha-dores interessados, na medida em querepresenta uma ação efetiva de dispo-sição para participação, configura-secomo aspecto crucial para que oprojeto tenha bom êxito. Por um lado,porque permite uma programaçãomais realista das atividades da gerên-cia geral do projeto no Ministério daSaúde. Por outro lado, porque contri-bui para reduzir a incerteza das agên-cias regionais, responsáveis pela regu-lação do processo no âmbito dos Esta-dos e Regiões, e dos agentes operado-res e executores, responsáveis peloplanejamento e execução dos cursos.

Em dezembro de 1999, quandodemos início à pesquisa, cerca de 40mil trabalhadores haviam se cadas-trado nas agências do Banco do Brasil,performance essa bem aquém da dese-jável, em função da meta de profis-sionalização de 225 mil trabalha-dores. Na raiz dessa baixa perfor-mance do processo de cadastramentofoi identificada uma série de dificul-dades: problemas de informação –falta de informação sobre o PROFAE,informações truncadas e parciais,desinformação, etc.; relativa inobser-vância de peculiaridades regionais erigidez relativa na definição dos pré-requisitos para cadastramento; difi-culdades do próprio processo deoperação do cadastramento peloBanco do Brasil; problemas relaciona-dos à fiscalização dos Corens; falta demotivação de parte da c l ientelapotencial do projeto; além, natural-mente, da possibilidade de erro daestimativa do número de atendentese t raba lhadores desqual i f i cadosatuando na área, com sobreestimaçãoda clientela potencial; e outras. Cadaum destes tipos de dificuldades mere-ceu estratégias específicas para seuenfrentamento, como a flexibilizaçãoe adequação de pré-requisitos decadastramento, a realização de esfor-ços no sentido de melhorar a ope-ração do cadastramento e o desenhode campanhas de divulgação deinformações.

Com relação ao problema dainformação, as ações em implemen-tação incluíram desde o reforço dacomunicação junto à mídia, até a for-mação de agentes mobilizadores.

A pesquisa-mobilização de agentessolidários do PROFAE se inseriu entreos esforços de melhorar a informaçãosobre o PROFAE e o cadastramento decandidatos, e teve como alvo decobertura os municípios e regiões demenor porte, as quais, por hipótese,seriam menos atingidos pelas demaisestratégias. Este era o objetivo principal.

De acordo com os dados do CEE,atualizados para agosto de 1999, exis-tem no Brasil aproximadamente 10mil estabelecimentos hospitalares(classe da Classificação Nacional deAtividades Empregatícias - CNAE:atividade de atendimento hospitalar)dos quais, 3.487 informavam determais de 20 vínculos empregatícios. Deacordo com os dados do sistema Rais/Caged, estes estabelecimentos (commais de 20 empregados) empregammais de 80% do contingente deatendentes e trabalhadores desqualifi-cados na área de enfermagem lotadosnos estabelecimentos de serviços desaúde do subsetor de atividade deserviços médicos e odontológicos (queinclui, além dos hospitais, os serviçosde atendimento domiciliar e terapêu-tico, ambulatórios e consultórios deprofissionais de saúde, etc.) e 95% dosempregados em hospitais. Por outrolado, estima-se que nestes estabeleci-mentos estejam lotados aproximada-mente 50% do total da clientela doPROFAE (é preciso notar que cercade 40% dos a tendentes es tãoempregados na administração pública– os hospi ta i s com mais de milempregados detêm, neste caso, maisde 80% dos atendentes). Quase 1,5mil municípios contam com hospitaiscom mais de 20 empregados, sendoque, conforme se pode ver na Tabela1 (pág. 33), 70% dos municípios con-tam com apenas um hospital nestacategoria, e 25% dos municípiospossuem entre dois e cinco hospitais.Estima-se que 25% da demanda deformação do PROFAE se situe nestes

31NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○municípios. Estes 1.394 municípiosdetêm aproximadamente 60% dosestabelecimentos com mais de 20empregados.

Metodologia

1- Amostragem

Para a construção do plano deamostragem, utilizamos o CEE doSistema Rais/Caged do MTE. Do uni-verso de 10 mil estabelecimentosconstantes do CEE, 3.487 informavamdeter mais de 20 vínculos formais deemprego. Dentre esses, foi retirada pormotivos mencionados na justificativa,uma amostra de 1.969 hospitaislocalizados em 1.394 municípios bra-sileiros que possuíam menos de seisestabelecimentos hospitalares com maisde 20 vínculos (a amostra cor-respondeu à totalidade dos estabele-cimentos enquadrada nessas caracte-rísticas). A partir daí foi construído ummailing com todas as informaçõesnecessárias (razão social do estabele-cimento, endereço completo, porte deempregados, etc.).

2 - Variáveis Pesquisadas

Para a realização da pesquisa, foidesenvolvido um questionário divi-dido em três partes. O primeiro blo-co de perguntas era antecedido pelad i vu l g a ç ão do P R O FAE , quecons i s t i a no e s c l a rec imento dointerlocutor sobre o projeto, sobreos problemas existentes em relaçãoao cadas t ramento, e sobre suasnecessidades e objetivos. Os que-s i tos desse b loco objet ivavam a

obtenção de informações sobre:a) os índices de conhecimento doPROFAE;b) o meio de conhecimento doprojeto;c) o processo de cadastramentonos municípios;d) quantificação de pessoal des-qua l i f i cado t raba lhando ematividades de enfermagem;e) demanda dos estabelecimentoscom relação aos cursos de escola-rização e qualificação;f) número de trabalhadores dispos-tos a fazer o curso.

O segundo bloco tratava docadastramento dos agentes, objeti-vando a criação do cadastro de agentessolidários (com nome e endereçocompleto do agente) para envio dematerial de divulgação.

O último bloco da pesquisa conti-nha perguntas opinativas sobre os fato-res que motivariam ou desmotivariama clientela potencial a fazer os cursosdo PROFAE.

3 - Aspectos Operacionais

O survey foi realizado através deentrevista telefônica assistida porcomputador (Etac). As perguntasforam dirigidas aos enfermeiros-chefes dos estabelecimentos (naausênc ia des tes eram ac ionadosadministradores, enfermeiros semcargo de chefia, ou auxiliares deenfermagem). Foi desenvolvido umprograma operacional "máscara"contendo o mailing com todas as

Tabela 1Distribuição do número de estabelecimentos, de municípios e de atendentes de enfermagemsegundo a faixa de número de estabelecimentos com mais de 20 empregados por município(*).Brasil, 1999.

1.030364521220

1.478

69,6924,633,520,811,35100

29,5427,7015,0610,5217,18

100

1322181829

100

1.030966525367599

3.487

12 a 5

6 a 2021 a 50

Mais de 50Total

% Número demunicípios

%Atendentes

Número deestabelecimentos

Faixa do número deestabelecimentos

Fonte: Rais/Caged/MTE

%

*A pesquisa cobriu os grupos de municípios que possuem apenas um estabelecimento e os que possuem de dois a cincoestabelecimentos.

32 Formação○

○ informações sobre o estabelecimento,e os três blocos do questionário.

Uti l izamos na operação cincoPontos de Atendimento (PA), cada umdeles operado em dois turnos dequatro horas, ocupando um contin-gente de dez operadores. Ao super-visor coube a função de revisão evalidação dos questionários, além daconfecção e do envio diário da lista-gem contendo o nome e endereçocompleto dos agentes cadastradospara os coordenadores do programa.O processo de entrevista e mobili-zação teve, em média, uma duraçãode 20 minutos, e na grande maioriados casos conseguimos contatar osrespondentes na primeira ligação.

4 - Orientação para Leitura dosResultados.

A categoria "Não Respondeu"corresponde aos amostrados queapós a quinta tentativa de contato

não foram encontrados ou não sedispuseram a responder a pesquisa.

A categoria "Não Existe" corres-ponde aos estabelecimentos amostra-dos que encerraram as atividades,as s im como àqueles que não seenquadravam nas caracter í s t icasestipuladas pelo desenho amostral.

As freqüências relativas ao totalde respondentes (n) das tabelas quese seguem variam em função davariação do número de entrevistadosque responderam a cada quesito doquestionário.

Resultados

A seguir apresentamos algumastabulações com os resultados dapesquisa.

Tabela 2Distribuição do número de estabelecimentos pesquisados, segundo situação perante a pesquisa.Brasil, janeiro de 2000.

não respondeu / não existe

% n %

11033215

111224434

12321

1142

210

103

20,06,70,02,65,64,02,0

12,23,02,76,75,4

12,16,2

23,13,1

11,815,022,233,3

4,63,1

15,45,20,05,2

4142

11351485036

352362835296110

125901772

227126

1138012

1.866

80,093,3

100,097,494,496,098,087,897,097,393,394,687,993,876,996,988,285,077,866,795,496,984,694,8

100,094,8

Unidade daFederação

AcreAlagoasAmapáBahiaCearáEspírito SantoGoiásMaranhãoMinas GeraisMato Grosso do SulMato GrossoParáParaíbaPernambucoPiauíParanáRio de JaneiroRio Grande do NorteRondôniaRoraimaRio Grande do SulSanta CatarinaSergipeSão PauloTocantinsBrasil

n

Total respondeu

5152

11654505141

363373037336513

1291022093

23813013

40112

1.969

33NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○Tabela 3Distribuição do número de entrevistados, segundo a resposta ao quesito “você já tinhaconhecimento do PROFAE?”. Brasil, janeiro de 2000.

conheciam

% n %

481

8240444023

30034192017398

92581160

164104

11272

81.405

100,057,150,072,678,491,780,063,985,294,467,957,158,663,980,073,664,464,785,70,0

72,282,5

100,071,666,775,3

061

31114

10135229

1512222

3332612

63220

1084

461

0,042,950,027,421,68,3

20,036,114,85,6

32,142,941,436,120,026,435,635,314,3

100,027,817,50,0

28,433,324,7

Unidade daFederação

AcreAlagoasAmapáBahiaCearáEspírito SantoGoiásMaranhãoMinas GeraisMato Grosso do SulMato GrossoParáParaíbaPernambucoPiauíParanáRio de JaneiroRio Grande do NorteRondôniaRoraimaRio Grande do SulSanta CatarinaSergipeSão PauloTocantinsBrasil

n

Responderamao quesito

não conheciam

4142

11351485036

352362835296110

125901772

227126

1138012

1.866

Tabela 4Número de agentes solidários cadastrados, por unidade da Federação.Brasil, janeiro de 2000.

agentes cadastrados

%

162

7841363229

22120202418488

82581162

146727

2199

1.196

25,042,9

100,069,080,475,064,080,662,855,671,468,662,178,780,065,664,464,785,7

100,064,357,163,657,675,064,1

Unidade daFederação

AcreAlagoasAmapáBahiaCearáEspírito SantoGoiásMaranhãoMinas GeraisMato Grosso do SulMato GrossoParáParaíbaPernambucoPiauíParanáRio de JaneiroRio Grande do NorteRondôniaRoraimaRio Grande do SulSanta CatarinaSergipeSão PauloTocantinsBrasil

n

totalpesquisado

4142

11351485036

352362835296110

125901772

227126

1138012

1.866

34 Formação○

Tabela 6Número de entrevistados, segundo a resposta ao quesito "você sabia que o cadastramento doscandidatos pode ser feito em qualquer agência do Banco do Brasil?". Brasil, janeiro de 2000.

Tabela 5Distribuição do número de entrevistados, segundo a resposta ao quesito "por que meio vocêconheceu o PROFAE?". Brasil, janeiro de 2000.

10011800

18120303276000731

150

88

25,00,00,01,43,0

22,20,00,07,0

37,50,0

15,80,08,8

25,08,6

11,80,00,00,04,93,4

11,16,40,07,2

010

2257

125

65334571

1416220

33223

613

296

25,062,5

100,047,945,525,038,947,636,625,064,736,842,938,225,054,333,322,250,00,0

40,834,533,340,312,539,6

ACALAPBACEESGOMAMGMSMTPAPBPEP IPRRJRNRORRRSSCSESPTOBrasil

481

7333363621

25732171914348

8151960

142879

2368

1.222

22011021

1670011142000430

181

67

0,012,50,0

30,115,219,433,323,825,39,4

17,621,135,720,612,517,331,422,233,30,0

23,225,333,325,837,524,2

50,025,00,01,43,00,05,64,86,2

21,90,00,07,12,9

12,54,93,90,00,00,02,83,40,07,6

12,55,5

000

14111285

642352

102

1210510

40292

473

287

0,00,00,0

19,233,333,322,223,824,96,3

17,626,314,329,425,014,819,655,616,70,0

28,233,322,219,937,523,5

00086632

42311350

126200

19152

310

167

151

35159

1410948

1176

132

4417230

58303

951

484

0,00,00,0

11,018,216,78,39,5

16,39,45,95,3

21,414,70,0

14,811,822,20,00,0

13,417,222,213,10,0

13,7

TV, rádio,jornal

% n %

UF

n

Responderamao quesito

Agentesmobilizadores

n %

Informaçãono trabalho

1ª pesquisaPROFAE

Banco doBrasil Outro meio

% n %n n %

sabiam

% n %

481

7737383720

27934171917356

90541060

14810110

2567

1.311

100,057,150,068,174,080,977,157,182,394,460,754,358,658,360,072,660,766,785,70,0

65,880,890,967,558,371,3

061

36139

1115602

111612254

3435512

77241

1235

528

0,042,950,031,926,019,122,942,917,75,6

39,345,741,441,740,027,439,333,314,3

100,034,219,29,1

32,541,728,7

Unidade daFederação

AcreAlagoasAmapáBahiaCearáEspírito SantoGoiásMaranhãoMinas GeraisMato Grosso do SulMato GrossoParáParaíbaPernambucoPiauíParanáRio de JaneiroRio Grande do NorteRondôniaRoraimaRio Grande do SulSanta CatarinaSergipeSão PauloTocantinsBrasil

n

Responderamao quesito

não sabiam

4142

11350474835

339362835296010

124891572

225125

1137912

1.839

35Nº 01 JANEIRO DE 2001○

○Tabela 7Número de entrevistados, segundo a resposta ao quesito "você sabe qual a data limite docadastramento?". Brasil, janeiro de 2000.

sabiam

% n %

461

482222179

18629117

11233

5831550

97798

1805

867

100,042,950,042,944,046,835,427,354,580,639,320,037,937,730,046,834,833,371,40,0

43,162,772,747,541,747,1

081

6428253124

1557

172818387

66581022

128473

1997

973

0,057,150,057,156,053,264,672,745,519,460,780,062,162,370,053,265,266,728,6

100,056,937,327,352,558,352,9

Unidade daFederação

AcreAlagoasAmapáBahiaCearáEspírito SantoGoiásMaranhãoMinas GeraisMato Grosso do SulMato GrossoParáParaíbaPernambucoPiauíParanáRio de JaneiroRio Grande do NorteRondôniaRoraimaRio Grande do SulSanta CatarinaSergipeSão PauloTocantinsBrasil

n

Responderamao quesito

não sabiam

414

211250474833

341362835296110

1248915

72

225126

1137912

1.840

Tabela 8Número de entrevistados, segundo a resposta ao quesito "alguém no seu estabelecimento temnecessidade de fazer o curso do PROFAE?". Brasil, janeiro de 2000.

Tem

% n %

4101

7536373527

24330231715437

96531152

1358011

2436

1.245

100,071,450,068,873,580,470,077,169,483,382,150,051,770,570,076,858,964,771,4

100,059,763,5

100,063,950,067,2

041

3413

915

8107

65

171418

32937

620

9146

0137

6608

0,028,650,031,226,519,630,022,930,616,717,950,048,329,530,023,241,135,328,60,0

40,336,50,0

36,150,032,8

Unidade daFederação

AcreAlagoasAmapáBahiaCearáEspírito SantoGoiásMaranhãoMinas GeraisMato Grosso do SulMato GrossoParáParaíbaPernambucoPiauíParanáRio de JaneiroRio Grande do NorteRondôniaRoraimaRio Grande do SulSanta CatarinaSergipeSão PauloTocantinsBrasil

n

Responderamao quesito

Não tem

4142

10949465035

350362834296110

125901772

226126

1138012

1.853

36 Formação○

Tabela 10Número de entrevistados, segundo a resposta ao quesito "você sabe quantos se cadastraram?".Brasil, janeiro de 2000.

Tabela 9Número de entrevistados, segundo a resposta ao quesito "todos se cadastraram?". Brasil, janeiro de2000.

Sabiam

% n %

340

3915241813

13621955

162

5313430

54447

1041

593

100,050,00,0

60,957,775,060,052,070,880,847,445,531,350,066,763,133,336,475,00,0

48,264,787,548,410,057,0

041

25118

1212565

106

11161

3126711

58241

1119

447

0,050,0

100,039,142,325,040,048,029,219,252,654,568,850,033,336,966,763,625,0

100,051,835,312,551,690,043,0

Unidade daFederação

AcreAlagoasAmapáBahiaCearáEspírito SantoGoiásMaranhãoMinas GeraisMato Grosso do SulMato GrossoParáParaíbaPernambucoPiauíParanáRio de JaneiroRio Grande do NorteRondôniaRoraimaRio Grande do SulSanta CatarinaSergipeSão PauloTocantinsBrasil

n

Responderamao quesito

Não sabiam

381

6426323025

1922619111632

384391141

11268

821510

1.040

Sim

% n %

4101

7536373527

24330231715437

96531152

1358011

2436

1.245

100,071,450,068,873,580,470,077,169,483,382,150,051,770,570,076,858,964,771,4

100,059,763,5

100,063,950,067,2

041

34139

158

10765

1714183

2937620

91460

1376

608

0,028,650,031,226,519,630,022,930,616,717,950,048,329,530,023,241,135,328,60,0

40,336,50,0

36,150,032,8

Unidade daFederação

AcreAlagoasAmapáBahiaCearáEspírito SantoGoiásMaranhãoMinas GeraisMato Grosso do SulMato GrossoParáParaíbaPernambucoPiauíParanáRio de JaneiroRio Grande do NorteRondôniaRoraimaRio Grande do SulSanta CatarinaSergipeSão PauloTocantinsBrasil

n

Responderamao quesito

Não

4142

10949465035

350362834296110

125901772

226126

1138012

1.853

n %

Não sei

041

3413

915

8107

65

171418

32937

620

9146

0137

6608

0,028,650,031,226,519,630,022,930,616,717,950,048,329,530,023,241,135,328,60,0

40,336,50,0

36,150,032,8

37Nº 01 JANEIRO DE 2001○

○Tabela 11Número de entrevistados, segundo a resposta ao quesito "você tem necessidade de recebermaterial de divulgação do PROFAE?". Brasil, janeiro de 2000.

Sim

% n %

172

7940353230

22019192519499

82571162

145737

2259

1.203

25,050,0

100,073,881,674,568,183,364,954,373,175,873,180,390,066,164,864,785,7

100,064,757,963,659,475,065,9

370

289

12156

11916787

121

4231610

79534

1543

623

75,050,00,0

26,218,425,531,916,735,145,726,924,226,919,710,033,935,235,314,30,0

35,342,136,440,625,034,1

Unidade daFederação

AcreAlagoasAmapáBahiaCearáEspírito SantoGoiásMaranhãoMinas GeraisMato Grosso do SulMato GrossoParáParaíbaPernambucoPiauíParanáRio de JaneiroRio Grande do NorteRondôniaRoraimaRio Grande do SulSanta CatarinaSergipeSão PauloTocantinsBrasil

n

Responderamao quesito

Não

414

210749474736

339352633266110

1248817

72

224126

1137912

1.826

Tabela 12Distribuição do número de entrevistados, segundo a resposta ao quesito "o que você acha doPROFAE?". Brasil, janeiro de 2000.

4112

10647444935

32534282624539

113811672

1879911

34610

1.669

100,084,6

100,096,495,993,698,097,294,894,4

100,076,582,886,990,090,492,094,1

100,0100,083,179,2

100,092,083,390,7

02031101720405044100

13110

160

75

ACALAPBACEESGOMAMGMSMTPAPBPEP IPRRJRNRORRRSSCSESPTOBrasil

4132

11049475036

343362834296110

125881772

225125

1137612

1.840

00001100400311032000

147032

42

0,015,40,02,72,02,10,02,82,05,60,0

11,80,08,20,03,24,55,90,00,05,88,80,04,30,04,1

0,00,00,00,02,02,10,00,01,20,00,08,83,41,60,02,42,30,00,00,06,25,60,00,8

16,72,3

00010110500101020000

116050

34

0,00,00,00,90,02,12,00,01,50,00,02,90,01,60,01,60,00,00,00,04,94,80,01,30,01,8

Muitonecessário

% n %

UF

n

Responderamao quesito

Pouconecessário

n %

Razoavelmentenecessário

Não énecessário

%n

0,00,00,00,00,00,00,00,00,60,00,00,0

13,81,6

10,02,41,10,00,00,00,01,60,01,60,01,1

0000000020004113100002060

20

Não temopinião

n %

38 Formação○

○ Tabela 13Percentual de respostas ao quesito "cite um fator que na sua opinião motiva a clientela potencial afazer os cursos do PROFAE"(*). Brasil, 2000.

* Respostas em aberto, posteriormente classificadas

Tabela 14Percentual de respostas ao quesito "cite um fator que na sua opinião desmotiva a clientelapotencial a fazer os cursos do PROFAE"(*). Brasil, 2000.

* Respostas em aberto, posteriormente classificadas

27,714,39,77,97,76,66,25,65,23,71,24,3

100,0

Regularização da situação / manutenção do empregoPressão dos CorensMelhorar a qualidade dos serviçosGosto pela profissãoPossibilidade de novos empregosGratuidade do cursoMelhoria dos saláriosQualificaçãoValorização profissionalEstímulo à continuidade dos estudosPromoção pessoalOutrosTotal

%Fatores de motivação

Não existe nenhum fator de desmotivaçãoIdade avançadaOs salários são baixosDistância dos locais de realização do cursoDesmotivação pessoalDificuldade com horários dos cursosDespesas com os cursosCarga horária grandeFalta de cursosDificuldade de locomoçãoFalta de vocaçãoAcha desnecessárioDescrença no governoPouca diferença entre saláriosCampo de trabalho pequenoFamíliaHospital não liberaOutrosTotal

%Fatores de desmotivação

31,512,011,87,46,44,34,13,12,71,91,71,51,50,80,60,60,27,7

100,0

39○

Pesquisa PROFAE

Grupo focal ampliado com

gestores hospitalares e

coordenadores de enfermagem

Durante a fase de elaboração do PROFAE, representantes de três regiões do paísdiscutiram temas relativos ao mercado de trabalho, perfil profissional e processos dequalificação dos auxiliares de enfermagem.

1. Apresentação

As Ofic inas de Trabalho deGerentes de Serviços de Saúde (ouGrupo Focal Ampliado) constituíramo componente qualitativo da "Pesquisasobre Demanda de Trabalho e Neces-sidades de Formação e Profissiona-lização de Trabalhadores na Área deEnfermagem", realizada pelo Minis-tério da Saúde (MS) com vistas à ela-boração do PROFAE.

O componente quantitativo dainvestigação se constituiu da pesquisate l e fôn ica rea l i zada a t ravé s doDisque-Saúde/MS, entre setembro de1998 e fevereiro de 1999, cobrindocerca de 3,5 mil estabelecimentoshospitalares em todo o país, com taxade resposta completa de 52% (cercade 1,8 mil estabelecimentos com pes-quisa completa).

2. Participantes

Os participantes da 1ª Oficina deTrabalho de Gerentes de Serviços deSaúde das Regiões Sul, Centro-Oestee Sudeste foram selecionados de for-ma aleatória entre os estabeleci-mentos com mais de 300 funcionáriosque responderam à pesquisatelefônica.

A idéia que presidiu a realizaçãodos grupos foca i s fo i o te s te esondagem de hipóteses sobre astendências do emprego na área deenfermagem e correlatas, os perfisprof i s s iona i s dos t raba lhadores

aux i l i a re s , a s moda l idades derecrutamento e contratação, e osesquemas de formação e educaçãopermanente praticados nos estabele-cimentos de saúde.

O primeiro grupo focal ampliadorealizado reuniu 30 participantes dasRegiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste,selecionados dentre os hospitais demaior porte (acima de 300 emprega-dos) pesquisados na primeira rodadada enquete telefônica (que cobriu 830estabelecimentos em todo o país).

3. Temas Investigados

a) Demanda vs. oferta de pessoalauxiliar e divisão de trabalho na áreade enfermagem;

b) Perfil funcional e profissionaldo auxiliar de enfermagem e formasregulação e controle do trabalho;

c) Recru tamento , formas decontratação, inserção do auxiliar deenfermagem no processo de trabalhoe estratégias de qualificação no localde trabalho.

4. Metodologia de Trabalho

a) Exposição Preliminar sobre otema "Si tuação e Tendências doMercado de Trabalho em Enferma-gem" e leitura de documentos;

b) Discussão em pequenos grupos;

c) Sessões plenárias para consoli-dação das informações dos trabalhosdos grupos;

40 Formação○

○ 5. Detalhamento dos informes porsessão

Foram organizados três gruposfocais, montados aleatoriamente,cada um com dez participantes. Asd i s cus sões dos g rupos foramorganizadas em três sessões de quatrohoras de duração cada, explorandotemas específ icos relacionados àpercepção geral dos gerentes dehospitais e coordenadores da áreas deenfermagem sobre a situação atual etendências da demanda de trabalhona área de enfermagem.

Sessão 1

A primeira sessão teve por temaos aspectos da evolução recente etendências com relação à demanda depessoal de enfermagem, vis-à-vis ademanda por qualificações adminis-trativas e de serviços gerais nosestabelecimentos de saúde.

Buscou-se averiguar a veracidade,explorar as causas e especular asconexões entre as evidências de fortequeda na demanda e fe t i va dequa l i f i cações de aux i l i a re s deenfermagem, similar aumento dascontratações de pessoal adminis-trativo e de serviços, e crescimentodas contratações de pessoal commaiores níveis de escolaridade nosestabelecimentos de saúde, apontadaspelos estudos de mercado de trabalhono setor.

Com re l ação à d inâmica da scontratações de pessoal administra-tivo e de serviços gerais nos hospitais,o s t r ê s g rupos cons ta ta ram umacentuado aumento da demanda,corroborando as tendências apontadaspelos dados da Relação Anual deInformações Sociais (Rais) e doCadastro Geral de Empregados eDesempregados (Caged), e pelapesquisa telefônica.

Verificou-se a convergência entreos grupos quanto às razões básicasatribuíveis a este fenômeno. Segundoa opinião dos part ic ipantes , ta lprocesso esteve vinculado, pelo ladoda oferta dos serviços, a fatorestecnológico-organizativos e finan-

ceiros, e, pelo lado da demanda deserviços, a mudanças na estrutura depreferências e hábitos de consumodos usuários e clientes de serviços desaúde.

Entre as explicações aventadaspara o aumento do pessoal adminis-trativo, um dos grupos aponta parao fato de que:

"existe hoje uma mudança navisão dos administradores hospita-lare s sobre a nece s s idade deprofissionalizar o trabalho no hos-pital, especialmente quando setrata de obter informações maisprecisas sobre os custos e gastos dohospital..."

Um dos participantes deste grupoexpressa que:

"... o hospital é hoje visto comouma empresa, e um dos sinais queate s tam es sa t endênc ia é oaumento da oferta de cursos deadministração hospitalar. Há umanecessidade de racionalização daorganização da empresa hospital".

Nas palavras de um membro deoutro grupo:

"ocorreu uma maior profissio-nalização do trabalho no setor,com estruturação da administra-ção e diversificação das gerências,determinadas pela abertura aosmercados de financia mento: osconvênios".

No relatório de um dos gruposforam apontados dentre os deter-minantes do aumento da demanda depessoal administrativo:

•a necessidade de efetivação dosistema de controle contábil parafaturamento e controle de custos, queacarretou maiores necessidades decontratação de pessoal administrativo;

•a racionalização nas áreas decompra de materiais e equipamentos;

•a necessidade de profissionalizaro pessoal de recepção, part icu-larmente em questões de aparênciae tratamento pessoal, para atrairclientela;

41NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○•a necessidade de efetivação dosistema de controle contábil parafaturamento e controle de custos;

• concomitantemente a esta voltados hospi ta i s aos mercados deconvênios, ocorre, segundo relatosdos grupos , uma mudança naclientela, que se torna mais exigentee mais informada, o que coincide coma mudança nas crenças gerenciais queem gera l possuem cl ientes maisexigentes e mais informados.

Em relação à tendência à diminui-ção re l a t i va da cont ra tação depessoal que exerce cuidados desaúde, especialmente do pessoal deenfermagem, exceto o enfermeiro:

1. Um dos g rupos rea l ça ad iminu ição na cont ra tação doatendente de enfermagem. Comrelação ao auxiliar de enfermagem,houve um aumento relativo compen-sado pelo uso mais "racional" ou"econômico" deste profissional. Areferência ao aumento da demandade auxiliares de enfermagem não étão categórica quanto a referência àqueda na demanda de atendentes. Naverdade, quando se tratou de explicaresse fato, muitas questões foramlevantadas, mas uma se destacouentre os presentes: a de que hoje,com as necessidades de redução depessoal (a tendência generalizada dedown-sizing), os hospitais trabalhamcom um quadro mínimo de pessoalde enfermagem, muito aquém donecessário, sendo que esse quadro deenfermagem, diferentemente do queocorria no passado recente, dedica-se quase que in tegra lmente à satividades assistenciais. A exceçãofica para o turno da noite e os finsde semana, quando o auxiliar deenfermagem acumula as funçõesadministrativas que foram repassadaspara o pessoal administrativo duranteo dia. Outra explicação apontada foique a Lei de Enfermagem forçou odeslocamento do pessoal de enferma-gem para a assistência direta. Noentanto, em lugares menores, espe-c ia lmente no inter ior, onde osConselhos Regionais de Enfermagem(Corens) não atuam tão efetivamente,

pode estar havendo um mascaramento,ou seja um uso de atendentesdisfarçados por outras denominaçõesocupacionais.

2. Houve uma forte polêmica emtorno da questão de que se houve, defato, um aumento do quadro deenfermagem (em termos positivos) ouse o que existe é uma necessidade deaumento desse quadro (em termosdesejáveis). As opiniões variaram emrelação a esse ponto. Alguns argumen-taram (na sua maioria gestores degrandes hospitais das capitais) queexis te uma mão-de-obra maisqualificada no mercado, fato quepermite, inclusive, trabalhar commaior número de leitos sem aumentaros efetivos de pessoal de enfermagem.Para estes gestores, constitui-se pontopacífico que a maior qualificação dopessoal de enfermagem funcionacomo fator de aumento da produtivi-dade. Para outros gestores, especial-mente de estabelecimentos de locali-dades do interior, essa mão-de-obraqualificada não está disponível nomercado, havendo neces s idade ,inclusive, de contratações do aten-dente de enfermagem sobre outrasdenominações, a exemplo da contra-tação de "braçais", uma vez que suacontratação não é permitida por lei,como sugere o discurso abaixo:

" para cada enfermaria contrata-se um atendente (ou outra pessoaque conhece sobre enfermagem)como escriturário, para fazer opapel administrativo da equipe deenfermagem. Mas quando alguémda equipe necessita se ausentar (eisso acontece com muita fre-qüência) por motivos variados –atestado, férias, licença, licençamaternidade, etc. – esse escriturá-rio cobre o trabalho do funcionárioausente".

3. Uma afirmação que foi con-senso em todo o grupo foi a de que,mesmo tendo aumentado o número deleitos, o quadro de enfermagemcontinuou o mesmo, ou até mesmoreduziu-se, havendo um aumento detrabalho, mas, especialmente, haven-do uma divisão maior e especialização

42 Formação○

○ das funções, isto é, o quadro deenfermagem se especia l izou nasatividades assistenciais, delegandofunções administrativas e de serviçosgerais para pessoal específico dessasáreas. Além disso, outras funçõesassistenciais foram também divididasentre outros profissionais, tais comofisioterapeuta, nutricionista, assis-tente social, etc.

Em re l ação ao aumento dapreferência dos empregadores pelacontratação de pessoal com maioresníveis de escolaridade e diminuiçãoda contratação de pessoal de menorescolaridade:

1. Os grupos conf irmam essefato para pessoal administrativo,e x i s t i n d o u m a t e n d ê n c i a acontratar pessoal mais qualificado,uma vez que o mercado (em funçãodo desemprego) permite encontrarum pessoal mais qualificado quetrabalha em qualquer serviço porsalários baixos. Esse fato resolveum problema no hospital que é ode comunicação com o cliente, quequer se r bem t ra tado. Por e s s arazão busca-se uma melhor qualifi-cação do pessoal administrativo.

2. Em relação aos atendentes, elesnão consideram que estejamaumentando o nível de escolaridade. Ofato é que nas capitais pode-seencontrar no mercado, com facilidade,auxiliar de enfermagem com 2º grau,embora sejam muito desqualificados –os cursos lançam no mercado umpessoal muito despreparado, que nãoconsegue passar nos exames de seleçãodos hospitais. Quando contratados,esses não permanecem no serviço, oscontratantes têm que ir tentando atéencontrar um "melhorzinho" para sertreinado no serviço. Conclui-se que épossível encontrar, pelo menos nascapitais, o auxiliar de enfermagemdevidamente habilitado – com 2º graucompleto e com habilitação de auxiliarde enfermagem – mas sem qualificaçãopara o trabalho.

3. No inter ior, a rea l idade édiferente, pois não existe esse pessoaldevidamente habilitado no mercado

e, muitas vezes, o pessoal contratadonão tem nem 1º grau, mesmo quetenha cert i f icado de auxil iar deenfermagem, como é o caso relatadopor um dos participantes do grupo:

"Uma turma formada recente-mente em Montes Claros (MG),transformou 80 atendentes emauxiliares de enfermagem, mas aescolaridade da maioria dessepessoal é de 4ª e 5ª séries, nenhumpossuindo o 1º grau completo".

4. Esse caso é confirmado poroutros participantes do interior quetêm que contratar atendentes sobreoutra denominação, que não possuemnem a escolaridade necessária, nem ocertificado de formação profissional.Es tes são contratados sob a"promessa" de que i rão poste-riormente fazer o curso de auxiliar deenfermagem, bem como adquirirescolaridade no ensino fundamental.Além disso, os atendentes e auxiliaresque já estavam no serviço, muitasvezes , mesmo nas capi ta i s , nãoatendem a esse requisito de escola-ridade e habilitação profissional, fatoque não tem justificado sua demissão.

"... são pessoas experientes,sérias, e que não 'dão conta' deentrar num curso e se escolarizar,ou pela idade, ou por que já estãopróximos de se aposentar, ouporque possuem outros empregose família, etc."

5. Fora da área de enfermagem,mas ainda no campo do cuidado, ospart ic ipantes apontam para umprocesso de crescente inclusão denovas especialidades. Os participantescitam a fonoterapia, a fisioterapia, afarmácia, a psicologia e a terapiaocupacional, entre outras especiali-dades.

Sobre a necessidade de contrataçãode pessoal segundo categorias deenfermagem e administrativas

1. A necessidade de enfermeiros(manifestada especialmente entre ospresentes ) é t ida como grande ,principalmente para o trabalho desupervisão, administração e gerência

43NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○sobre o pessoal de enfermagem.Segundo o grupo, o administradornão quer que a enfermeira "ponha amão" no trabalho assistencial.

2. Todos concordam que, emsituação ideal, o técnico de enfe-rmagem é necessário, principalmentepara ocupar a função de líder daequipe e de substituto do enfermeiroquando esse não está presente, comoforma de aumentar a qualidade doserviço. Mas é fato, também, que esseprofissional praticamente inexiste nomercado e no serviço, e que o substi-tuto do enfermeiro, na prática, é oauxil iar de enfermagem. Muitosinformantes do grupo dizem atémesmo não saber como seria o serviçocom o técnico de enfermagem, poisnão o conhecem na prática. Nessesentido, ele não é necessário, e, paraeles, o investimento deve ser feito noauxiliar de enfermagem (na melhoriada sua qualificação).

3. A necessidade do auxiliar deenfermagem é média, já que todos elestêm que trabalhar com um quadromínimo de profissionais (idealmente,seria diferente). Esses desempenhamhoje, na maioria das vezes, apenas osserviços assistenciais ou aquelesrelacionados com a esterilização. Não hádiferenciação entre o atendente e oauxiliar de enfermagem na divisão detarefas dentro da equipe de enfermagem.Ambos trabalham com as mesmas fun-ções, não havendo diferença quanto àhabilitação, mas sim quanto ao saberprático e experiência. Por fim,concordam que mais do que aumentar acontratação de auxiliares de enfer-magem, é necessário melhorar a quali-dade do seu trabalho.

4. Não há necessidade nenhumado atendente de enfermagem, já queesse é um profissional que não secontrata mais, a menos que seja porforça da necessidade (quando nãoexiste oferta do auxiliar de enferma-gem no mercado e, assim mesmo, istose parece que se processa sob outradenominação) . Uma vez que a sfunções são as mesmas, indiferenteda denominação e da formação. Anecessidade real do serviço é de um

profissional que cumpra as funçõesdo Auxiliar de Enfermagem. A neces-sidade de contratação fica por contada demanda por subst ituição deauxiliares de enfermagem dentro deum quadro mínimo de trabalho.

5. Em relação às seguintescategorias apresentadas para o grupona tentativa de analisar necessidade efunção, temos que o instrumentador decirurgia é, em geral, um auxiliar/atendente de enfermagem treinadopara essa função; a parteira não écontratada, e quem cumpre a funçãode auxiliar no parto é o auxiliar/atendente de enfermagem, além domédico; na verdade, quem estiverpresente na hora do parto. É possívelque em alguns lugares do interior aindahaja necessidade de parteira. O auxiliarde banco de sangue e o auxiliar etécnico de laboratório de análisescl ínicas foram definidos comoterceirizados; a função relacionada aesses profissionais, como por exemploa coleta de sangue no hospital, égeralmente executada por auxiliares/atendentes de enfermagem. É possívelque atendentes sejam contratados sobessa denominação, conclui o grupo. Osoperadores de equipamento médico ede raios X são de grande necessidadenos estabelecimentos, mas não sãoencontradas pessoas especificamentequalificadas e devidamente habilitadasno mercado. O grupo constitui-se, namaioria das vezes, de pessoas treina-das no serviço para esse fim ou,dependendo do equipamento, treina-das pelo próprio médico. Em algunslugares estas são também funçõesacumuladas pelo auxiliar/atendente deenfermagem (fazer tomografia e operaralguns equipamentos).

6. Quanto à questão da gerênciae das categorias utilizadas para otrabalho administrativo, o que semani fe s t a no grupo são vár io smodelos de gerência e administraçãohospitalares, que vão variar segundotamanho do estabelecimento, suanatureza in s t i tuc iona l , e t c . Dequalquer forma, a necessidade é, emgeral, grande, porque existe hoje umanecessidade de especializar esses

44 Formação○

○ serviços e "não vale a pena" terceirizá-los. Todas as tentativas de tercei-rização – os grupos são unânimesquanto ao ponto – foram mal sucedi-das do ponto de vista econômico.

7. Da mesma forma , e pe lo smesmos motivos, não estão sendoterceirizados os serviços gerais e dehotelaria. Hoje, os hospitais tendema contratar diretamente, inclusivepedreiros, carpinteiros, marceneiros,bombeiros, vigias, pintores, etc.

Sessão 2

A segunda sessão teve por tema apercepção dos grupos de gerentes ecoordenadores de enfermagem acercada complexidade das tarefas e dopotencial de r isco de danos aospacientes derivados do exercício dosd iver sos t ipos de a t iv idades deenfermagem relacionados com ocuidado, bem como ava l ia r suaopinião com relação ao t ipo desupervisão e regulação necessáriaspara o desempenho adequado dessasatividades.

Para isso, foi desenhada umamatr i z par t indo- se do t ipo deprocedimento existente, divididosentre cuidado do paciente, adminis-tração, serviços gerais (hotelaria,limpeza, etc.) e outras.

1. Para os procedimentos inva-sivos, de alta complexidade, como assondagens e ca te ter i smos - queenvolvem riscos de danos físicos,como perfurações - foi pontuado queacontecem poucos acidentes (!!!).Os grupos opinam que estas sãoatividades realizadas quase semprepela enfermeira quando esta estápresente. Mas esta também é umafunção designada ao auxil iar deenfermagem, sem supervisão direta.

2. Para os procedimentos denutrição parenteral, que envolvemgrande risco de contaminação, oauxiliar de enfermagem é designadoem todos os casos, normalmente semsupervisão. Entretanto, se a enfer-meira tiver que optar pela supervisãoentre esse procedimento e o desondagem, ela escolheria esse, pelas

conseqüências de contaminação quepodem dele advir.

3. A administração de medica-mentos envolve um risco menor doque as atividades acima. O risco dessaatividade está relacionado à dificul-dade do profissional interpretar areceita, implicando na administraçãoinadequada de medicamentos. Emgeral, essas são atividades executadaspelo auxiliar e pelo atendente deenfermagem, sem nenhumasupervisão.

4. Os procedimentos relacionadosao banho, e spec ia lmente pós -operatório, foram considerados pora lguns par t i c ipante s como debaixíssimo risco, com exceção dobanho nas un idades de t e rap iaintensiva, onde o procedimento podeser um pouco mais complicado. Emgeral, os banhos são realizados pelosatendentes de enfermagem, e no casode grandes hospitais foi apontadoque os banhos de CTI são feitos pelosauxiliares de enfermagem. O pessoalde hospitais do interior confirmouque, mesmo no CTI, os banhos sãorea l i zados pe lo s a tendente s deenfermagem. Em todos os casos, estass ão a t i v idades r ea l i zada s s emsupervisão. Nesse caso, a necessidadeé de conhecimento prático, mais doque teórico, conforme opinam osparticipantes.

5. O transporte de macas temr i s co cons iderado ba ixo e éexecutado por pessoal específico (omaqueiro) ou pelo atendente. Dentrode centro cirúrgico o transporte éexecutado pe lo aux i l i a r deenfermagem.

6. Em re lação às a t iv idadesadministrativas, em geral de baixo ounenhum risco, apontam a escrituraçãodos prontuários que é executada peloauxiliar de enfermagem. O grupo fazressalva para o interior, onde todosos representantes afirmaram ser oprontuário preenchido também peloatendente de enfermagem. Todosconfirmam que essas atividades sãofeitas sem supervisão. Quando há apresença de enfermeiro na ala, este

45NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○faz o prontuário ou faz a checagemdos prontuários por amostragem.

7. As atividades de requisições,comunicações em geral sobre alta,defeito no material e outros pro-blemas do dia-a-dia são feitas deforma variada. Onde existe informa-tização, o auxiliar de enfermagem asrealiza diretamente no terminal. Docont rá r io , s ão rea l i zadas pe lo s"escriturários", profissionais comfunções específicas de proceder aoreg i s t ro dos prontuár ios dospacientes, para permitir ao auxiliarde enfermagem dedicar-se ao cuidadodo paciente. A exceção, conforme jácomentado, consiste na execução dotrabalho nas noites e fins de semana,onde não ex i s t e a pre sença do"escriturário". Nestes casos, o auxi-liar de enfermagem assume tambémessas funções. Tudo isso sem supervi-são . Conforme um par t i c ipanteafirmou, esta é uma atividade que:

"Não envolve risco nenhumpara o paciente."

8. O auxiliar de enfermagem étambém "uma espécie de relaçõespúblicas da hotelaria". É ele queverifica o leito do paciente, relacionaos prob lemas decor ren te s dahotelaria e informa ao pessoal dehotelaria sobre as necessidades demanutenção e fornecimento dosartigos que faltam nos quartos, etc.

9. É importante ressaltar quetodas essas atividades executadas peloauxiliar de enfermagem (a maior partedelas sem supervisão do enfermeiro)são também executadas pe losatendentes de enfermagem, quandoesse existe no estabelecimento. Nãohá como diferenciar entre um e outroe eles são encarregados dos trabalhose procedimentos da mesma forma.

Sessão 3

A terceira sessão visou a esclareceraspectos relacionados com a ofertaregu la r de pes soa l e modos derecrutamento de pessoal auxiliar deenfe rmagem pra t i cados pe lo sestabelecimentos de saúde, levan-tando a opinião dos gerentes acerca

dos problemas e soluções que estãosendo ensaiadas de forma mais oumenos espontânea.

1. Sobre a oferta de auxiliares eatendentes no mercado ficou bastanteexplícito que no interior e nas cidadesde menor porte esta é escassa, quandonão inexistente. Nas capitais emunicípios de maior porte a oferta ésuficiente, mas como todos ressaltam:

" em geral é de baixa qualidade.Isto porque na capital tem umaescola em cada esquina".

2. Em gera l , não é prec i soanunc ia r pub l i camente para s eproceder ao recrutamento do auxiliarde enfermagem, já que esses deixamfichas preenchidas nos hospitais. Oprocesso de seleção é variado. Osparticipantes referem a realização deprovas, entrevistas e provas práticas,e mesmo uma combinação dos trêsprocedimentos. De uma maneirageral, os atendentes (que não sãomais contratados, principalmentepelos grandes hospitais) passaram aprocurar t r aba lho na s ca sa s defamília, em empregos que vão desdeo cuidado de pessoas enfermas eincapacitadas até o trabalho rotineirode faxina. Os atendentes e auxiliaresde enfermagem mal capaci tadostambém se empregam em hospitais eclínicas de menor porte. Conformesugerem os relatos dos participantes,os domicílios e hospitais e clínicasperiféricas têm se constituído numaespécie de segmento primário domercado de trabalho de pessoal deenfermagem (absorvendo mão deobra com ba ixa qua l i f i cação ee sco la r idade , ba ixos s a l á r io s ,inespecif ic idade de competêncialaboral e alta rotatividade). Opinamque deve ter havido desemprego deatendentes. Mas realçam que existemainda os hospitais que permanecemcontratando o atendente com outrosnomes. Alguns participantes citaramo mecanismo do Fundo de Garantiapor Tempo de Serviço (FGTS) comoest ímulo à al ta rotat ividade e àsegmentação dos mercados depessoal de enfermagem.

46 Formação○

○ 3. Em re lação aos re su l tadosdecorrentes da aplicação da Lei deexercício da enfermagem, os parti-cipantes consideram que houve umaumento do custo de contratação doauxiliar de enfermagem e um aumen-to grande do custo da folha depagamento (alguns citaram cifras daordem de 30 e 40%). Por outro lado,a qualidade do atendimento prestadotambém melhorou, porque a lei deuum amparo legal para não contrataro a tendente . A lém di s so , comoresul tado agregado, houve umarac ional ização do trabalho commaior divisão e especialização dot raba lho de pes soa l aux i l i a rqualificado. Do ponto de vista doprofissional, o nível de empregomelhorou para o auxiliar em todosos sentidos, mas não melhorou emnada para o enfermeiro, relatam osenfermeiros do grupo.

4. Sobre a formação e a oferta decursos, esses são, em geral, de baixaqualidade. A ausência de campos deestágio adequados – hospitais compoucos funcionários abrem suasportas para o estágio, sem condiçõesde t raba lho adequado e s emsupervisão – é apontada como fatorque favorece a baixa qualidade.Muitos não têm enfermeiros para daraula e os residentes é que ensinam.Um outro aspecto é a falsificação dehistórico escolar, que não é pouca.

5. Em relação à competência/necess idade de tre inamento dosauxiliares, todos foram categóricosem dizer que sua qualif icação épéssima ou nenhuma.

6. Sobre os salários praticados,foi relatado no grupo a presença des ind ica tos " for te s " , ex ig indo- senegociação entre as partes.

7. A rotatividade desses profis-sionais é outro aspecto importante, poisé considerada muito grande, permane-cendo o profissional no serviço numamédia de dois a dois anos e meio(segundo os dados da Rais, a rotativi-dade do pessoal auxiliar de enfermagematinge cifras superiores a 30% ao ano).Nas grandes cidades acontecem coisas

como o profissional forçar sua saídaao final de dois anos para retirada doFGTS (conforme citado) ou parabeneficiar-se do seguro-desemprego.Tanto o enfermeiro quanto o auxiliarparecem usar esse tipo de artifício.

8. Uma das soluções encontradaspelos hospitais foi a criação de cursospara formação desses profissionais ea aplicação de incentivos para a per-manência dos mesmos no serviço.Alguns participantes referem-se aofenômeno como binômio hospital-escola1.

9. As soluções propostas estãorelac ionadas bas icamente com amelhoria da formação:

• Fiscalização dos cursos, que sãohoje de péssima qualidade; os hospitaistêm que ser supervisionados para saberse podem ou têm condições deservirem como campo de estágio;

• Privilegiar escolas que ofere-cem o supletivo;

• Qualificar o estoque, mas nãoficar só por aí, pois:

"quando se a tende só aoatendente não se re so lve oproblema da qualidade, porqueisso já aconteceu (o atendentevirou auxiliar de enfermagem) enão resolveu".

• Qualificar o bom funcionáriode serviços gerais (faxineiro, etc.)para se tornarem auxiliares;

• C a p a c i t a ç ã o / e d u c a ç ã ocontinuada do auxiliar de enferma-gem que só conseguir o diploma, masnão teve uma boa formação (espe-cialmente aquele que se formou viasuplência);

• Ter critérios para selecionar osque vão se formar (excluir os que es-tão próximos de se aposentar, os quetêm muitos anos de casa que não con-seguem/podem/sabem estudar, etc.)

• Distribuir bolsas de incentivo

1. A pesquisa em estabelecimentos revelou cercade 50 hospitais (em 1.755 que informaram oquesito) que oferecem cursos de auxiliares deenfermagem pela própria instituição.

47NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○para aqueles que querem se formar,mas que necessitam de trabalhar aomesmo tempo.

Em síntese, todos os participantesreferem a baixa qualidade, em geral,dos cursos espalhados pelo país e,conseqüentemente, a baixa qualidadedo processo de conversão dos esto-ques. A forma de regulação e controleexercida pelos Corens, que prioriza osaspectos formais da verificação daposse de certificados e normalizaçãodos reg i s t ros prof i s s ionai s naent idade, em detr imento de umcontrole de qualidade do exercícioprofissional baseado em indicadoresde desempenho ou impacto, éapontado como raiz do problema.Esse tipo de ação possibilita a proli-feração de processos de formação de máqualidade. Basta o registro no Coren e acomprovação do curso. Com isto acumu-la-se uma "geração" de pessoas formal-mente "habilitadas" para o exercício, mascom graves defeitos de formação.

6. Discussão de HipótesesSelecionadas

As hipóteses (i) da tendência aocrescimento da participação dasocupações administrativas e de serviçosvis-à-vis a diminuição da demandaefetiva de pessoal em atividadesauxiliares da área de enfermagem; (ii)da preferência dos empregadores pormão de obra mais escolarizada; (iii) do"encobrimento" do trabalho de aten-dentes de enfermagem e da contrataçãode pessoal sobre outras denominaçõespara exercício de atividades deenfermagem foram testadas no grupofocal ampliado com trinta gestores dehospitais das Regiões Sul, Centro-Oestee Sudeste, realizado em Brasília naprimeira semana de dezembro de 1998.

Para os gestores de todos os trêsgrupos, a tendência ao crescimento dautilização de pessoal nas áreas deadministração e de serviços é um dadoda realidade, estando o processovinculado, pelo lado da oferta dosserviços, a fatores tecnológico-organizativos, financeiros e culturais,e pelo lado da demanda de serviços, amudanças na estrutura de preferências

e hábitos de consumo dos usuários/clientes de serviços de saúde.

Os participantes apontam para ummovimento concomitante de especia-l ização do trabalho na área deenfermagem – que tenderiam a seconcentrar em atividades típicas deenfermagem (especialmente na área decuidados) – e para uma especializaçãodos serviços:

a) de transporte externo e internode pacientes

b) de hote lar ia ( cama, copa ,arrumação de quartos, etc.)

c) de escrituração dos prontuários

d) de escrituração, comerciali-zação e controle de contas

e)de recepção de pacientes

f)de administração de medica-mentos e dietas

g)de apoio propedêutico

h)de lavanderia

O aumento dos custos do trabalho deenfermagem2, decorrente da proibição dacontratação de profissionais não regula-mentados para o exercício de atividadesde enfermagem e da exigência de quali-ficação profissional dos estoques deatendentes, processos que tiveram efetivafiscalização dos Corens, teve entre seusefeitos:

(i.)concentrar, na medida daspossibilidades de cada serviço, otrabalho dos auxiliares e técnicos deenfermagem nas atividades de cuidadoao paciente e outras atividades maiscomplexas da divisão do trabalho naárea, liberando-os relativamente dostrabalhos adminis t ra t ivos e deserviços mais simples (hotelaria,escrituração, limpeza, etc.);

( i i . ) deslocar os atendentes edemais categorias que exerc iamconcomitantemente atividades decuidados de enfermagem e atividadesde apoio administrativo e de serviçospara estas últimas;

2. Os gestores são unânimes em apontar o aumentodos custos da folha de pagamento entre os re-sultados da aplicação da Lei. Um gestor informaum incremento de 39% na folha.

48 Formação○

○ (iii.) a especialização dos serviços(conforme o rol acima)

Conforme os re l a tos , o satendentes não "convertidos" emauxiliares de enfermagem acabarampor assumir postos tais como o de"escriturário" (escrita e transcrição deprontuários de evolução médica e deenfermagem) e "auxiliar de registros",entre outros.

Assim, tanto o crescimento dademanda de empregos administrativose de serviços se justifica, quanto umadiminuição relativa da demanda depessoal auxiliar de enfermagem (agoramai s concent rado em sua satividades).

A extensão da diminuição dademanda de pessoal de enfermagem,entretanto, fo i quest ionada. Aproporção da redução, na realidade,seria bastante menor. Na verdade,admite-se a "conversão" profissionala auxi l iar de enfermagem viaqualificação profissional interna (porcursos próprios ou contratados aterceiros) e registro nos Corens tantode pessoas empregadas como atenden-tes (correspondentes aos estoquesres iduai s ) quanto de pessoas

recentemente admitidas em cargosadministrativos e de serviços (recep-cionistas de consultório, auxiliares deescritório, copeiros etc.). Na verdade,muitos gestores expressaram suapreferência por esta última via derecrutamento de pessoal auxiliar deenfermagem. Ela seria preferível, porexemplo, à contratação de auxiliaresde enfermagem formados semexperiência de emprego. Os primeirosteriam a vantagem do conhecimentodo "funcionamento" do serviço, nãopossuído pelos últimos.

Bibliografia

FISHKIN, J. The Voice of the People:Public Opinion and Democracy.New Haven: Yale University Press,1995.

––––––. Deliberative Democracy. NewHaven: Yale University Press, 1991.

BRADBURN, N. M.; SUDMAN, S.;SCHWARZ, N. Thinking AboutAnswers: The Application ofCognitive Processes to SurveyMethodology. San Francisco: Jossey-Bass, 1996.

49○

Estudo PROFAE

Sinais de mercado de trabalho do

pessoal de enfermagem no Brasil

A extensão do desaceleramento da demanda por pessoal auxiliar de enfermagem sugerealgo de artificial, especialmente quando se leva em conta os "incentivos" para o sub-registrode atendentes a partir da proibição de sua contratação, determinada pela Lei do Exercíciode Enfermagem, em vigor desde 1986.

1-Introdução

A análise da estrutura e dinâmicados mercados de trabalho do pessoalde enfermagem e do setor saúde foifeita a partir de dois recortes básicos:a) o recorte de setor de atividade eb) o recorte dos grupos ocupacionaisou dos mercados de profissionais.

No primeiro caso, falamos emanálise do mercado setorial e limita-mos o escopo da análise ao emprego eaos salários dentro do setor. O quepode variar aí é o nível de agregaçãoou desagregação emprestado àdefinição do setor saúde (do macrosse-tor saúde ao estabelecimento hospita-lar, passando pelo segmento de ativi-dades hospitalares e pelo setor deprestação de serviços de saúde àspessoas).

No segundo caso, falamos emanálise dos mercados profissionais.Extrapolando os limites setoriais, essetipo de análise depara as questões deemprego e salários das ocupações eprofissões – mais especificamente, emnosso caso, do grupo da enfermagem– não só no setor de serviços de saúde,como também nos demais setores daeconomia e no agregado das ati-vidades econômicas (no conjunto dasatividades econômicas). Mostrando-sefuncionalmente inter l igados , osfenômenos que se observam nomercado de trabalho setorial influen-ciam os mercados profissionais e vice-versa.

Buscaremos , conforme d i to ,caracterizar os mercados de trabalhoda enfermagem fora e dentro do setorde serviços de saúde. Em ambos osca sos , p rocuraremos reve la r o sprincipais elementos da dinâmicaempregatícia (movimentos de admis-sões e desligamentos e flutuaçõessalariais) dos mercados destas ocupa-ções, além de aspectos de sua compo-sição demográfica (sexo, idade), qua-lificação e perfil de escolaridade, in-serção institucional e condições deemprego e salários.

2-Mercado de Trabalho do Setor Saúdee Mercado de Trabalho da Enfermagem:Elementos Gerais

Segundo nossas es t imat ivas ,baseadas nas informações da RelaçãoAnual de Informações Sociais (Rais)e do Cadastro Geral de Empregadose Desempregados (Caged) do Minis-tério do Trabalho e Emprego (MTE),o mercado de trabalho formal do setorsaúde absorve aproximadamente 2,15milhões de empregos, o que repre-senta cerca de 8,7% do total de em-pregos existentes na economia formaldo país (dados de agosto de 1998).

Os empregados em profissões eocupações de saúde (pessoal desaúde) somam 875.337 vínculos e osempregados na área de enfermagemaproximadamente 500 mil traba-lhadores.

Da perspectiva da análise setorial,dois setores da atividade econômica

50 Formação○

○ empregam maior volume de pessoalda saúde:

·os serviços médicos, odontoló-gicos e veterinários (majoritariamenteprivados), compostos por hospitais,clínicas, policlínicas e demais estabe-lecimentos de prestação de assistênciamédica e odontológica;

·a administração pública, direta eindireta.

O setor dos serviços médicos,odontológicos e veterinários é com-posto por cerca de 91 mil estabeleci-mentos, detendo um estoque deaproximadamente um milhão deempregos. Dentro deste setor, osegmento de atividades de atendimentohospitalar de urgência e emergênciasomava, em julho de 1998, aproxima-damente 10 mil estabelecimentos,detendo cerca de 650 mil empregos.Cerca de 80% dos empregos deenfermeiros, 90% dos de auxiliaresde en fe rmagem e 87% dos deatendentes de enfermagem do setorde serviços médicos e hospitalares selocalizavam neste segmento do setor.

O número de empregos vinculadosà administração pública, isto é, lota-dos nos órgãos centrais, departamen-tos e secretarias da administraçãofederal, dos estados ou municípios,era de 711.240.

Distribuição do Emprego por SetorInstitucional

Tomando em consideração o total daforça de trabalho empregada em saúde,ou seja, os cerca de 2 milhões de trabalh-adores empregados no setor, pode-se

dizer que 42,53% dos empregados têmvínculos no setor público, enquanto que55,16% têm vínculos de emprego eminstituições privadas.

A Tabela 1 informa os númerosda distribuição da força de trabalhoempregada em atividades de saúde ena área de enfermagem por setorinstitucional.

Com relação ao pessoal de enfe-rmagem, observa-se que a maioriaes tá empregada em ins t i tu içõesprivadas . Em torno de 60% dosempregos de atendentes e auxiliaresde enfermagem estão em organizaçõesdo setor privado. O visitador sanitá-rio é a única categoria da enfermagempredominante no setor públ ico(57,92%). Os enfermeiros possuemdistribuição praticamente equivalenteentre os setores público (49,76%) eprivado (50,24%).

Os órgãos do poder executivomunicipal correspondem à formajurídico-institucional pública demaior peso com relação à demanda deempregos na área de enfermagem,seguidos de perto pelos órgãos dopoder executivo estadual. Com efeito,o poder executivo municipal detém17,5% dos enfermeiros, 16,2% dosauxiliares de enfermagem, 10,1% dosatendentes de enfermagem e cerca de13% das outras categorias de traba-lhadores correlatas à enfermagem. Porseu turno, o poder executivo estadualdetém 8,5% dos enfermeiros; 3,2%dos auxiliares de enfermagem; 18,4%dos atendentes e cerca de 10% dasoutras categorias de enfermagem.

Tabela 1Distribuição percentual de empregos em atividades de saúde e na área de enfermagem por setorinstitucional. Brasil, 1996.

Fonte: Rais/MTE* existiam 47.914 empregos em estabelecimentos de natureza não identificada.

Setor institucionalCategoria

Setor públicoTotal

42,53% (879.802)41,10%49,76%39,90%40,11%57,92%36,68%

55,16% (1.141.127)58,90%50,24%60,10%59,89%42,08%63,32%

Total de empregos em atividades de saúdePessoal de enfermagemEnfermeiroAuxiliar de enfermagemAtendenteVisitador sanitárioOutros de enfermagem

97,69% (2.068.843(*))100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%100,00%

Setor privado

51NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○Dentre as formas institucionaisprivadas, destacam-se como formaisolada: a) as sociedades por quotasde responsabilidade limitada, quedetêm 15,4% do emprego de pessoalde enfermagem e 14% dos de atenden-tes; b) as organizações filantrópicas eafins, com 18,8% do emprego depessoal de enfermagem de uma ma-neira geral e 21% dos de atendentes; ec) as fundações mantidas com recursosprivados, com 6% do emprego depessoal de enfermagem em geral e6,7% do emprego de atendentes.

A Tabela 2 apresenta um quadroresumido do peso dos diversos setoresins t i tuc ionai s nos mercados detrabalho de enfermagem, agrupandoas diversas formas institucionaisconforme sua natureza.

Distribuição institucional doemprego nos serviços médico-hospitalares

Conforme já dissemos, o setor deserviços médico-hospitalares (naverdade, serviços hospitalares eambulatoriais médicos, odontológicose veterinários) é composto majori-tariamente por estabelecimentos denatureza privada, cerca de 98% dototal de estabelecimentos, que, por suavez, são responsáveis por 82,5% doestoque de 967.785 vínculos deempregos informados em junho de1998 ao Caged.

As soc iedades por quotas deresponsabilidade limitada correspon-

dem à forma institucional privada queconcentra maior volume de empregos,com 28% dos empregos privados ecerca de 1/5 do total de empregos dosegmento de serviços médico-hospi-talares. Deste total de empregos dosegmento, as diversas formas deempreendimentos privados com finslucrativos (incluídas as sociedades porquotas, as sociedades de capitalaberto, as cooperativas, etc.) detêm38,4%, e as formas de empreendimen-to privado sem finalidades lucrativas(fundações privadas, instituiçõesfilantrópicas e beneficentes, associa-ções da sociedade civil sem fins delucro, etc.) detêm 39,2%.

Dentro do setor público, as funda-ções públicas e autarquias estaduaiscorrespondem às formas jurídico-institucionais que mais concentramempregos , com 22% e 9,5% doemprego público no segmento, res-pectivamente. Com relação ao totalgeral de empregos no segmento (so-mando públicos e privados), a parti-cipação das fundações estaduais é de3,8%, e a das autarquias estaduais,2,0% do total. Os órgãos vinculadosao poder executivo estadual detêm16,7% do emprego público e 2,9%do tota l do segmento. O poderexecutivo federal mantém 5,6% doemprego público e cerca de 1% dototal do emprego no segmento, aopasso que fundações públicas federaisdetêm aproximadamente 10% doemprego público e 1,6% do emprego

Tabela 2Distribuição percentual do emprego na área de enfermagem por natureza do setor institucional.Brasil, 1996.

1,1117,3016,356,34

41,1027,1330,321,45

58,90

1,7819,2620,118,61

49,7623,1426,500,59

50,24

1,3811,9018,847,78

39,9026,5732,970,55

60,10

0,7523,1511,794,42

40,1123,9434,281,67

59,89

Unidade daFederação

Público federalPúblico estadualPúblico municipalOutro público(*)Total públicoEmpresa privadaPrivado sem fins lucrativosOutros privados(**)Total privado

Pessoal deenfermagem Atendente

6,139,03

30,5812,1857,923,74

38,200,15

42,08

EnfermeiroAuxiliar de

enfermagemVisitadorsanitário

*inclui órgão autônomo de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista com controle estatal e outras formasde organização da administração pública.** inclui autônomo ou equiparado com empregado, profissional liberal com empregado, etc.

Fonte: Rais/MTE e PROFAE/MS

52 Formação○

○ no segmento dos serviços médico-hospitalares. O setor público munici-pal tem participação mais reduzidaneste segmento de serviços médico-hospitalares. As fundações municipaisdetêm 6,4%, as autarquias, 4,4%, e osórgãos do poder executivo municipal,2,3% do emprego neste segmento.

Distribuição do Emprego por ÁreasFuncionais

A Tabela 3 mostra que o setor deserviços médicos, odontológicos eveterinários respondem por aproxi-madamente 59% do pessoal de enfer-magem existente e cerca de 46% dototal do emprego setorial. A adminis-

tração pública, por seu turno, respon-de por 33% do total de empregos dosetor e aproximadamente 28% dosempregos de pessoal de enfermagem.

Do ponto de vista da composiçãodo emprego por e spec ia l idadefuncional, observa-se que as cate-gorias de pessoal de saúde (profis-sionais e técnicos da área da saúde,como médicos, enfermeiros, auxilia-res de enfermagem, dentistas, etc.)representam perto de 42% do totaldos empregos dos serviços de saúde,

enquanto que o pessoal administra-tivo e de serviços gerais detém 58%do emprego. O emprego de pessoal deenfermagem soma aproximadamente30% do tota l do setor 1. Osenfermeiros representam perto de3,6%; os auxiliares de enfermagemperto de 15% e os atendentes e demaiscategorias de pessoal auxiliar na áreade enfermagem perto de 13% da forçade trabalho dos serviços médicos.

É de extrema relevância atentarpara o fato de que a atual composiçãofuncional do emprego setorial repre-senta um quadro muito dist intodaquele vigente nas décadas de 70 e80. O censo de 1980 apontava para

uma situação de paridade entre oemprego em funções administrativas eo emprego de pessoal de saúde2. Nosanos 80, conforme os dados daPesquisa de Assistência Médico-Sanitária (AMS), do Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IBGE) osempregos em administração e serviços

Tabela 3Estoque de empregos no mercado setorial da saúde por especialidade de atividade econômica,segundo tipo de emprego. Brasil, agosto de 1998.

405.457

292.982

35.333141.570

69.728913

45.622

12.848

562.328

967.785

46

59

5064601761

31

44

45

288.059

139.229

24.41058.58438.048

2.48715.700

25.012

423.181

711.2 4 0

33

28

3426334721

61

33

33

Categoria

Pessoal de saúde(*)

Pessoal de enfermagem

EnfermeiroAuxiliar de enfermagemAtendenteVisitador sanitárioOutros correlatos(**)

Agente de Saúde Pública

Pessoal administrativo e de serviços gerais (***)

Total

Todos osSetores

875.337

493.207

70.933222.794115.686

5.29475.206

40.870

1.279.106

2.154.443

ServiçosMédicos

AdministraçãoPublica

100

100

100100100100100

100

100

100

%%%

Fonte: Rais/Caged/MTE

* empregos de categorias profissionais e técnicas de saúde (médicos, dentistas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem,psicólogos, operadores de equipamentos médicos, etc).** outros auxiliares correlatos da enfermagem: inclui auxiliar de banco de sangue, instrumentador de cirurgia, parteira prática,auxiliares de laboratórios e outros que exercem atividades de enfermagem.*** empregos de pessoal administrativo e de serviços gerais.

1. No segmento dos serviços hospitalares, deurgência e emergência, os empregos de pessoalde enfermagem detêm um peso um pouco maior:são 239.382 postos na área de enfermagem numestoque de 601.470 empregados, ou seja, 39,8%do estoque.

53NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○gerais somavam, em média, cerca de36%, e os empregos em atendimentodireto e serviços de apoio diagnósticoe terapêutico, 64% dos postos detrabalho em estabelecimentos desaúde2. Assim, o fato das denominaçõesocupacionais administrativas e deserviços representarem hoje cerca de60% das ocupações do setor constituiuma verdadeira inversão de perfil e nãodeixa de surpreender.

Os hospitais e serviços de saúdeestariam utilizando proporcionalmentemais pessoal em atividades de adminis-tração e serviços do que em atividadesde cuidados de saúde (especialmentecuidados de enfermagem).

De fato, comparando-se o volumede admissões anuais de trabalhadores

nos anos de 1986 e 1996, respectiva-mente, nas diversas áreas funcionaisdo setor de serviços médicos, observa-se um maior dinamismo das admis-sões nas áreas administrativas e deserviços nos dias atuais, ao lado deuma queda nas admissões anuais depessoal de saúde, bastante acentuadano caso dos trabalhadores auxiliaresde enfermagem.

Na verdade, estes indícios decrescimento acima da proporção dascategor ias de ocupações nãovinculadas "tecnicamente" ao cuidadoda saúde exigem uma análise maiscautelosa. Existe algo de real nisto,

sem dúvida. Mas a extensão dodesaceleramento da demanda porpessoal auxiliar de enfermagem sugerealgo de art if ic ial , especialmentequando se levam em conta os"incentivos" para o sub-registro deatendentes a partir da proibição legalde sua contratação, determinada pelaLei do Exercício de Enfermagem, emvigor desde 1986.

De fato, a complexidade dosesquemas de financiamento setorial e aexpansão das formas institucionais demercados administrados e planos desaúde tenderiam a explicar e a exigirquantidades crescentes de pessoalespecializado em escrituração econtabilidade, bem como no fatura-mento e gerenciamento comercial e

financeiro dos estabelecimentos. Alémdisso, este fenômeno seria compatívelcom uma observação mais recente deuma mudança de sentido no movimentoda terceirização do trabalho noshospitais. Ao contrário do ocorrido nadécada de 80 e início dos anos 90, nosdias de hoje, os hospitais estariamterceirizando o trabalho de profissionais

Fonte: Rais/Caged/MTE

Tabela 4Índice de admitidos por área funcional no mercado de trabalho do setor de serviços de saúde,tomando 1986 como base 100. Brasil, 1986-1996.

Categorias

82,8149,523,7

79,7179,7192,0173,7154,0153,5139,799,3996,8

Por categorias profissionaisMédicosEnfermeirosPessoal de enfermagem

Por áreas funcionaisPessoal saúdeGerência / DireçãoAdministraçãoComercio / VendaServiços de HotelariaServiços de GuardaConservaçãoTransportesDesqualificado (Braçais Diversos/Não

31-12-1996

2. A título de exemplo, era a seguinte a distribuiçãodos postos de trabalho por área de denominaçãodo posto nos serviços de saúde: administração(13,67%); atendimento direto (57,07%); sadt(7,02%) e serviços gerais (22,24%); cf. GIRARDIS. O Perfil do Emprego em Saúde no Brasil, inCadernos de Saúde Pública, vol.2, no.4., out/dez1986, pp. 423-39.

54 Formação○

○ de saúde, ou seja, obtendo de fonte externao trabalho de médicos e outros profis-sionais de saúde (por cooperativas e gruposmédicos, agências de mão de obra, etc.),ao mesmo tempo em que voltaram acontratar diretamente o pessoal degerência e controle administrativo efinanceiro3.

Por outro lado, um grande contin-gente desse pessoal classificado comoadministrativo ou de serviços poderiarepresentar apenas um artifício declassificação ocupacional utilizadopelos serviços de saúde para contornaras proibições legais de contratação depessoal de enfermagem fora dascategorias da profissão regulamenta-das na Lei de Exercício da Enferma-gem e sem registro nos conselhosregionai s de enfermagem. Na"contramão" da lei, principalmente apartir dos anos 90, os estabeleci-mentos de saúde estariam contratandopessoas sob denominações ocupacio-nais administrativas, de serviços eoutras não vinculadas ao cuidado àsaúde para o desempenho de ativida-des de cuidado de enfermagem. Háinúmeros indíc ios a favor destahipótese , conforme buscaremosdemonstrar. Na prática, observa-seque os motivos que levam as gerênciasdos estabelecimentos de saúde a"burlarem" a lei da enfermagem va-riam da necessidade de contornarproblemas de escassez efetiva destetipo de profissional em alguns merca-dos, à disposição proposital da con-tratação alternativa de mão de obramais barata.

Estas hipóteses foram testadas nogrupo focal ampliado com 30 gestores dehospitais das Regiões Sul, Centro-Oestee Sudeste, realizado em Brasília naprimeira semana de dezembro de 1998.

Para os gestores de todos os trêsgrupos, a tendência de crescimento dautilização de pessoal nas áreas deadministração e de serviços é um dadoda realidade, estando o processovinculado, pelo lado da oferta dosserviços, a fatores tecnológico-organi-zativos, financeiros e culturais, e, pelolado da demanda de serviços, amudanças na estrutura de preferências

e hábitos de consumo dos usuários eclientes de serviços de saúde.

Os participantes apontaram ummovimento concomitante de especia-lização do trabalho na área de enfermagem– que tenderiam a se concentrar em ativi-dades típicas de enfermagem (especial-mente na área de cuidados) – e para umaespecialização dos serviços:

a) de transporte externo e internode pacientes;

b) de hotelaria (cama, copa, ar-rumação de quartos, etc.);

c) de escrituração dos prontuários;

d) de escrituração, comercializa-ção e controle de contas;

e) de recepção de pacientes;

f) de administração de medica-mentos e dieta;

g) de apoio propedêutico;

h) de lavanderia.

O aumento dos custos do trabalhode enfermagem4 decorrente da proibi-ção da contratação de profissionais nãoregulamentados para o exercício deatividades de enfermagem e da exi-gência de qualificação profissional dosestoques de atendentes, processos quetiveram efetiva fiscalização dos Conse-lhos Regionais de Enfermagem (Co-rens), teve, dentre seus efeitos, os de:

a) concentrar, na medida daspossibilidades de cada serviço, otrabalho dos auxiliares e técnicos deenfermagem nas atividades de cuidadoao paciente e outras atividades maiscomplexas da divisão do trabalho naárea, liberando-os relativamente dostrabalhos adminis t ra t ivos e deserviços mais simples (hotelaria,escrituração, limpeza, etc.);

b) deslocar os atendentes e demaiscategorias que exerciam concomitan-temente atividades de cuidados de

3. A hipótese subjacente a esse processo é a de queestaria havendo a transformação funcional dosestabelecimentos hospitalares em unidades denegócio.

4. Os gestores são unânimes em apontar o aumentodos custos da folha de pagamento entre osresultados da aplicação da Lei. Um gestor informaum incremento de 39% na folha.

55NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○enfermagem e atividades de apoioadministrativo e de serviços para estasúltimas;

c) a especialização dos serviços(conforme o rol acima).

Conforme os relatos, os atendentesnão "convertidos" em auxiliares deenfermagem acabaram por assumirpostos tais como os de "escriturário"(escrita e transcrição de prontuáriosde evolução médica e de enfermagem)e "auxiliar de registros", entre outros.

Assim, se justificam tanto o cres-cimento da demanda de empregosadministrativos e de serviços, quantouma diminuição relativa da demanda depessoal auxiliar de enfermagem (agoramais concentrado em suas atividades).

A extensão da diminuição dademanda de pessoal de enfermagem,entretanto, foi questionada. A pro-porção da redução, na realidade, seriabastante menor. Na verdade, admite-se a "conversão" profissional a auxiliarde enfermagem via qual i f icaçãoprofiss ional interna (por cursospróprios ou contratados a terceiros)e registro nos Corens tanto de pessoasempregadas como atendentes (corres-pondentes aos estoques residuais),quanto de pessoas recentementeadmitidas em cargos administrativose de serviços (recepcionistas deconsultório, auxiliares de escritório,copeiros, etc.). Na verdade, muitosgestores expressaram sua preferênciapor esta última via de recrutamentode pessoal auxiliar de enfermagem.Ela seria preferível, por exemplo, àcontratação de auxiliares de enfer-magem formados sem experiência deemprego. Os primeiros teriam avan t agem do conhec imen to do"funcionamento" do serviço, nãopossuído pelos últimos.

Não há a intenção de explorar maisa fundo estas hipóteses a essa altura dotexto, mesmo porque grande parte doconteúdo das próximas seções irá girarem torno tais questões. O argumentonesse ponto é de que não há como seaproximar de forma adequada daquestão das dimensões atuais da forçade trabalho em enfermagem e nem

compreender a sua dinâmica recente, semque a conexão entre pessoal de enfermageme outro pessoal administrativo e de serviçosgerais seja feita.

Noutros termos, para compreendero que passa com a força de trabalho ecom o emprego na área de enfermagemnão basta que examinemos os dados dasespecialidades ocupacionais daenfermagem: técnicos de enfermagem,auxiliares de enfermagem, atendentes deenfermagem, etc. Além disto, é precisoque penetremos nas classificaçõesocupacionais administrativas, de serviçosgerais e outras e examinemos, de acordocom os parâmetros conhecidos doprocesso de trabalho e do paradigmatecnológico em saúde, a plausibilidadedos números da evolução e da dinâmicado emprego das especialidades ocu-pacionais constitutivas de cada umadestas famílias.

A Tabela 5 (pág. 54) apresenta osnúmeros relativos aos estoques atuais esaldos de admitidos e desligados nascategorias de pessoal de enfermagem,administrativas e de serviços, às quaisnos referimos acima. A razão da escolhados grupos de base dos recepcionistas,escriturários e das categorias sele-cionadas dos trabalhadores braçaisdeve-se ao fato de eles deterem osmaiores contingentes dentre osempregos em funções administrativas ede serviços gerais. O exame da tabelapode aclarar melhor o significado dotipo de conexão analítica para a qualvenho me referindo.

Observa-se que as categorias depessoal de saúde representam 41,9% dosempregos existentes no setor ao passoque representaram 7,6% do saldo totaldas admissões e desligamentos realizadosno setor entre janeiro de 1997 e agostode 1998. Por seu turno, o pessoaladministrativo e de serviços, com 58,1%do estoque, deteve 80,48% do saldo dasadmissões no período. O dado sinalizapara o aprofundamento da tendênciaapontada de crescimento do peso dasatividades administrativas e de serviçosna demanda setorial de empregos.

Conforme se pode ver, os recep-c ion i s t a s r epre sentam 10% do

56 Formação○

estoque de empregos e do saldo entreadmitidos e desligados no período.Por seu turno, os enfermeiros somam3,6% do estoque e 3,7% do saldo deadmitidos e desligados.

Enquanto isto, os trabalhadoresbraçais, com 10,38% do estoque deempregos se responsabilizaram por24,03% do saldo de admitidos.

Por outro lado, as categorias depessoal "auxiliares" de enfermagem, queainda detêm cerca de 27% do total deempregos do setor, representam poucomais de 1% do saldo de admissões edesligamentos.

Se pudessem ser interpretadosliteralmente, o que estes dados estariamsinalizando?

a) o movimento de novas contrata-ções de enfermeiros e recepcionistas édinâmico e compatível com os res-pectivos estoques, o que indica umasituação de demanda sustentada;

b) a demanda do setor por traba-lhadores braçais é atualmente muitogrande, aumentou espetacularmente nosúltimos anos e é fenômeno recente; amaior proporção das novas contrataçõessobre os estoques do emprego funcio-

nam como evidência nesse sentido;

c) o mercado de t raba lho depessoal de enfermagem em atividadesauxiliares está estagnado.

Com relação a enfermeiros erecepcionistas, a leitura parece plausível.O mesmo não ocorre, entretanto, comrelação aos dados de estagnação dopessoal de enfermagem e de explosão dademanda por trabalhadores braçais.Nenhuma inovação tecnológica oumudança organizacional no setor deserviços de saúde, por um lado, enenhuma crise de geração de empregos,por outro, explicaria a conjuminânciadesses fenômenos. A conexão parece deoutra ordem.

Parece, de fato, algo inusitado que ostrabalhadores braçais tenham esta posiçãono estoque de empregados e nasadmissões do setor saúde, ainda maisquando consideramos que o estoque dosdemais trabalhadores em atividadesadministrativas correspondeu a 212.460empregos e dos trabalhadores ematividades de serviços gerais a 121.083empregos.

Uma hipótese muito plausível,portanto, é que parte consideráveldos empregos classificados sob essa

405.457292.982

35.333141.570

69.72845.66212.848

562.32896.68840.52336.51763.870

100.41830.60444.73316.232

6.790967.785

41,9030,27

3,6514,63

7,204,721,33

58,109,994,193,776,60

10,383,164,621,680,70

100,00

4.2242.7932.083

2200

487170

44.7215.6233.7691.1383.153

13.3541.6033.5838.989

91255.569

7,605,033,750,400,000,880,31

80,4810,12

6,782,055,67

24,032,886,45

16,181,64

100,00

Categoria

Pessoal SaúdePessoal EnfermagemEnfermeirosAuxiliares de EnfermagemAtendentesOutroAgente de Saúde PúblicaPessoal Adm/Serv.RecepcionistaRecepcionista em geralRecepcionista de consultório médicoEscriturário/auxiliar de escritórioTrabalhadores Braçais(*)FaxineiroServiços de conservação e limpezaNão classificados sobre outras epígrafesOcupações não identificadasTotal

Estoque deempregos agostode 1998

Saldo de admissões edesligamentos entrejaneiro de 1997 e agostode 1998

%saldo

%estoque

Fonte: Rais/Caged/MTE

*inclui trabalhadores em conservação de edifícios, braçais não classificados e ignorados;

Tabela 5Estoque de empregos nos serviços médicos e odontológicos segundo tipo de emprego. Brasil,agosto de 1998.

57NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○denominação seja, de fato, empregosde pessoal que do ponto de vistafuncional são contratados para oexercício de atividades de enferma-gem. O fato de aproximadamente 55%dos trabalhadores braçais admitidos entrejaneiro de 1997 e agosto de 1998 pos-suírem o segundo grau completo de esco-laridade e apenas 13% destes deterem atéa 8a série do primeiro grau incompletadá apoio para esta interpretação.

A Tabela 6 apresenta os dados dasadmissões por tipo de movimento(primeiro emprego, reemprego,transferências de entrada emestabelecimentos) de uma seleção destascategorias.

3- A Conexão entre Escolaridade eEmprego no Setor Saúde e asTendências da Admissão de Pessoalde Enfermagem no Decênio 1986-96

Pode-se d izer que t rês s ina i sindicam uma inflexão na dinâmicaempregatícia do setor saúde no Brasilnos anos 90 em relação às configu-rações que prevaleceram na décadade 70 até meados dos anos 80. Doisdeles já foram brevemente comenta-dos: o destacado dinamismo dasadmissões das categorias de pessoaladministrativo e de serviços e a crise(ou a estagnação) dos mercados depessoal de enfermagem. O terceirosinal, altamente imbricado com osdois anteriores, foi a nítida preferên-cia que os empregadores da saúde,especialmente do setor privado,demonstraram pela contratação de

pes soa l de ma ior e s co la r idade ,especialmente com segundo graucompleto. As evidências de conexãoentre esses três fenômenos começampela observação de que a crise nasadmissões de pessoal de enfermagemfoi bastante mais acentuada entre ostrabalhadores de menor escolaridade.

Esta seção terá como objetivo adiscussão destas tendências.

A tabela 7 (pág.56) antec ipaalguns indicadores selecionados quesumarizam os três movimentos quesinalizamos acima.

Na seqüência cada uma destasquestões será apresentada com deta-lhe. Iniciaremos pela questão datendência à contratação de pessoalcom maior escolaridade pelos estabe-lecimentos do setor.

O Perfil de escolaridade do empregono setor de serviços de saúde

A Tabela 8 (pág. 57) compara aestrutura de escolaridade do empregonos dois principais setores de atividadeeconômica que empregam força detrabalho em saúde: os serviços de saúdee a administração pública. Os dadosapresentados representam o número deempregos existentes nesses setores emdezembro de 1986 e em dezembro de1996, respectivamente. Observa-se queforam bastante significativas asmudanças no perfil instrucional doemprego nesses setores ao longo doúltimo decênio.

Fonte: Rais/Caged/MTE

Tabela 6Admissões por tipo de movimento no setor de serviços de saúde em categorias selecionadas.Brasil, janeiro de 1997 a julho de 1998.

2.1402.093

10636192

4.9385.6102.4753.0304.648

14.996

12.19711.207

563.280

32316.84919.7337.1149.469

12.49677.813

391296

07932

1.7311.289

231204398

2.721

35.333141.570

69.72845.66212.84863.87040.52336.51730.60444.733

102.320

Categoria

EnfermeiroAuxiliar de enfermagemVisitador sanitárioOutro enfermagemAgente de saúde publicaEscriturário/ Auxiliar de escritórioRecepcionista em geralRecepcionista de consultórioFaxineiroServ. de conservação e limpezaBraçais não classificados sob outras epígrafes

14.72813.596

663.995

54723.51826.6329.82012.70317.54295.530

Primeiroemprego

Transferênciade entrada

Reemprego Total deadmissões

EstoqueAgosto de1998

58 Formação○

○ Não resta qualquer dúvida sobre assignificativas mudanças no perfil deescolaridade do emprego nos doissetores, fato relativamente independentedas alterações quanto à forma declassificação dos estabelecimentos ecobertura das fontes. É expressiva amelhoria do perfil de escolaridade doemprego na Administração Pública e nosServiços de Saúde. De fato, observa-se:

a) uma forte diminuição do pesodos empregos de menor nível deescolaridade (até 4ª série);

b) um aumento significativo daparticipação dos empregos com segundograu completo;

c) um ligeiro aumento da participa-ção dos empregos de escolaridade superior.

É interessante cotejar os dados daestrutura de escolaridade do empregocom os do crescimento do emprego,medido através das admissões realizadasanualmente no conjunto da atividadeeconômica e nos mercados de trabalhodo setor e das ocupações de enfermageme trabalhadores braçais da saúde.

As tabelas 9a e 9b (pág. 57)apresentam o movimento geral dasadmissões realizadas anualmente noconjunto da atividade econômica, de1986 a 1996 no segmento celetista domercado de trabalho formal no Brasil.

A par da crise mais ou menos geral doemprego celetista, conforme se podeobservar considerando o conjunto daatividade econômica, as admissões nasfaixas de escolaridade mais altasapresentaram índices de crescimentopositivo no período, enquanto que aquelasnas faixas de escolaridade inferioresapresentaram índices de variaçãonegativos, tomando o ano de 1986 comobase de comparação. Maiores oportunida-des de emprego no segmento celetista domercado de trabalho parecem assim estarreservadas aos trabalhadores com maiorescolaridade, ao passo que se tornam maisescassas as oportunidades de emprego paratrabalhadores menos escolarizados. Essatendência, ao que parece, se acentua nodecorrer dos anos 90.

As tabelas 10a e 10b (pág. 58)apresentam os dados de admissõesanuais para o setor de serviços de

Fonte: Rais/Caged/MTE

Tabela 7Indicadores selecionados do mercado de trabalho no setor de serviços de saúde. Brasil, 1986-1997.

31-12-1986

23,919,911,417,4

100,0100,0100,0100,0100,0

100,0100,0100,0

100,0100,0100,0100,0100,0100,0100,0100,0100,0

15,430,8

5,933,8

77,189,7

147,8289,6188,0

82,8149,5

23,7

79,7179,7192,0173,7154,0153,5139,7

99,3996,8

Índices gerais% empregos até 4ª série% empregos 2º grau completo% admissões até 4ª série% admissões 2º grau completoÍndices de incremento das admissões (1986 = base 100)por escolaridade

até 4ª série4ª a 8ª série1º grau completo2º grau completo3º grau completo

por categorias profissionaisMédicosEnfermeirosPessoal de enfermagem

por áreas funcionaisPessoal de SaúdeGerência/DireçãoAdministraçãoComércio/VendaServiços de HotelariaServiços de GuardaConservaçãoTransportesDesqualificado (Braçais Diversos)

31-12-1996

59NO. 01 JANEIRO DE 2001○

saúde. Podemos observar que oafirmado para o conjunto da economiavale com mais razão para o setor deserviços de saúde.

Com efeito, no setor de serviços desaúde, ao mesmo tempo em que se observauma redução, em termos absolutos, do

volume das admissões anuais detrabalhadores com escolaridade até a 4ªsérie e de 4ª a 8ª série, verifica-se umimportante crescimento do volume dasadmissões anuais de trabalhadores maisescolarizados. O setor de serviços desaúde em geral apresentou uma boa

Tabela 9aMovimento de admissões em todos os setores de atividade econômica. Brasil, 1986-1996.Número de admitidos por ano, segundo nível de escolaridade.

2.575.2212.461.2192.442.1472.225.8471.988.8781.709.9251.405.9181.435.0971.473.5791.610.8761.506.205

Ano

19861987198819891990199119921993199419951996

Total4ª a8ª série

1º graucompleto

2º graucompleto

Superiorcompleto

Até a4ª série Ignorado

4.987.7264.738.2264.730.9844.797.9704.287.5693.765.1743.022.3873.381.9713.666.2754.110.8743.597.240

2.130.0081.993.8732.105.2432.248.5972.051.3921.869.3491.612.7321.986.8942.214.4242.621.7032.429.340

1.209.4471.115.8451.187.4011.236.5261.122.0471.067.900

983.2821.171.7801.270.3211.501.3941.500.728

347.793340.151351.294343.648323.179302.648308.464341.236330.524374.371381.437

89.63086.002

101.420120.387115.378109.431

87.337103.841106.333112.76395.103

11.339.82510.735.31610.918.48910.972.9759.888.4438.824.4277.420.1208.420.8199.061.456

10.331.9819.510.053

Tabela 9bMovimento de admissões em todos os setores de atividade econômica. Brasil, 1986-1996.Índice de admitidos por ano, segundo nível de escolaridade. Base 1986 = 100

100,0095,5794,8386,4377,2366,4054,5955,7357,2262,5558,49

19861987198819891990199119921993199419951996

100,0095,0094,8596,2085,9675,4960,6067,8173,5182,4272,12

100,0093,6198,84

105,5796,3187,7675,7193,28

103,96123,08114,05

100,0092,2698,18

102,2492,7788,3081,3096,89

105,03124,14124,08

100,0097,80

101,0198,8192,9287,0288,6998,1195,03

107,64109,67

100,0095,95

113,15134,32128,73122,0997,44

115,86118,64125,81106,11

100,0094,6796,2896,7687,2077,8265,4374,2679,9191,1183,86

Fonte: Rais/Caged/MTE

Ano Total4ª a8ª série

1º graucompleto

2º graucompleto

Superiorcompleto

Até a4ª série Ignorado

Fonte: Rais/Caged/MTE

Fonte: Rais/Caged/MTE

Tabela 8Perfil de escolaridade dos empregos existentes (todos os vínculos formais) em setores de atividadeselecionados. Brasil, 1986-1996.

Até a 4ª Série4ª a 8ª Série1º Grau completo2o Grau completoSuperior completoIgnoradoTotal

Administração pública

1986 1996

Serviços de Saúde

1986 Junho de 1998

19,51%8,39%

17,91%32,08%21,75%

0,36%100,00%

(5.398.245)

23,88%13,69%28,47%19,92%11,32%2,72%

100,00%(287.479)

15,40%11,73%27,95%30,76%14,11%0,05%

100,00%(967.785)

27,75%8,53%

17,41%28,17%16,12%

2,02%100,00%

(5.278.386)

60 Formação○

○ Tabela 10aMovimento de admissões no setor de serviços de saúde(*). Brasil, 1986-1996.Número de admitidos por ano, segundo nível de escolaridade.

19.16022.08219.53018.16517.22912.20310.88414.95116.21716.26314.774

Ano

19861987198819891990199119921993199419951996

Total4ª a8ª série

1º graucompleto

2º graucompleto

Superiorcompleto

Até a4ª série Ignorado

54.99861.31755.06950.86253.31844.64837.46045.22947.54353.68049.347

48.57349.87750.09348.42749.21844.77540.16751.51152.92766.96971.797

29.29029.73732.06231.51632.17232.35433.18543.24446.16962.31484.809

14.79015.39816.40713.76914.22613.94713.79217.79216.43820.51927.817

1.7471.9042.2952.3972.3752.3291.8812.4341.8792.7092.607

168.558180.315175.456165.136168.538150.256137.369175.161181.173222.454251.151

*setor de atividade IBGE serviços médicos e odontológicosFonte: Rais/Caged/MTE

Tabela 10bMovimento de admissões no setor de serviços de saúde(*). Brasil, 1986-1996.Índice de admitidos por ano, segundo nível de escolaridade. Base 1986 = 100

100,00115,25101,9394,8189,9263,6956,8178,0384,6484,8877,11

Ano

19861987198819891990199119921993199419951996

Total4ª a8ª série

1º graucompleto

2º graucompleto

Superiorcompleto

Até a4ª série Ignorado

100,00111,49100,1392,4896,9581,1868,1182,2486,4497,6089,73

100,00102,68103,1399,70

101,3392,1882,69

106,05108,96137,87147,81

100,00101,53109,46107,60109,84110,46113,30147,64157,63212,75289,55

100,00104,11110,9393,1096,1994,3093,25

120,30111,14138,74188,08

100,00108,99131,37137,21135,95133,31107,67139,32107,56155,07149,23

100,00106,98104,0997,9799,9989,1481,50

103,92107,48131,97149,00

*setor de atividade IBGE serviços médicos e odontológicosFonte: Rais/Caged/MTE

performance, mas o que mais chama aatenção é o fato de que as admissõesanuais de pessoal com 2º grau completotenham praticamente triplicado,comparando-se o ano de 1996 com o anode 1986.

Esse dado, considerado isoladamente,indica uma maior preferência dosempregadores do setor para contrataçãode pessoal mais qualificado. Poderia estarse processando algum esforço deprofissionalização do setor, particular-mente nas áreas administrativas e deserviços de apoio contábil e financeiro,uma vez que, conforme veremos adiante,com relação ao pessoal de escolaridadeintermediária empregado em cuidados deenfermagem ocorre uma brusca queda nasadmissões.

De qualquer forma, como resultadodessa dinâmica, em 1996 menos de 6%

do total de admissões realizadas no setorde serviços de saúde foi de pessoal comaté a 4ª série, enquanto que aproxi-madamente 33% dos admitidos tinham2º grau completo. Esse quadro, confor-me podemos observar na Tabela 10a,contrasta fortemente com o quadrovigente dez anos antes e parece bastantesintonizado com o movimento mais geralde escolarização que vem ocorrendo emtodos os mercados de trabalho.

Admissões de Profissionais de Saúdeentre 1986 e 1997

A Tabela 11 (pág. 59) apresentaos dados da evolução dos índices deadmissão anuais de médicos, enfer-meiros e pessoal de enfermagem denível técnico e auxiliar em todos ossetores de atividade econômica entre1986 e 1997.

De uma maneira geral os dados

61NO. 01 JANEIRO DE 2001○

apontam para uma estagnação dosmercados de profissionais de saúde,com exceção do emprego deenfermeiro, que tem crescido.Conforme se pode observar, há umaforte crise no mercado de trabalho deenfermagem. Com efeito, as admissõesde pessoal de enfermagem realizadas em1997 representam em torno de 1/5, emmédia, dos índices praticados na últimametade da década de 80. O mercadode trabalho médico também vemreduzindo o ritmo de admissões.

Conforme já vimos (Tabela 5), osaldo de admitidos e desligados nosegmento celetista do mercado entrejaneiro de 1997 e junho de 1998 foi de476 vínculos em categorias de pessoalauxiliar de enfermagem. Com relaçãoaos médicos, o saldo no mesmo períodofoi de apenas 61 vínculos. No caso dosmédicos, a hipótese da terceirização éuma pista de investigação forçosa. Comrelação ao pessoal de enfermagem,entretanto, ademais da terceirização, énecessário que busquemos outrasexplicações. Segundo pesquisas realiza-das, constatou-se que a prática deterceirização deste segmento da forçade trabalho ainda é muito pequena noBrasil, ao que parece.

As admissões de pessoal de enfermagemno setor saúde e na administraçãopública entre 1986 e 1996

As tabelas 12a e 12b (pág. 60)apresentam os indicadores de cresci-mento das admissões relativas ao

Tabela 11Mercado ocupacional da saúde, todos os setores de atividade econômica:evolução das admissões CLT ano a ano para categorias de profissionais de saúde selecionadas eíndice de incremento de admissões, base 1986=100. Brasil, 1986-1997.

Fonte: Rais/Caged/MTE

19.60620.32822.15421.23020.07817.17215.77118.51818.02518.89016.05515.766

Ano

198619871988198919901991199219931994199519961997

índice Enfermeiro índicePessoal deEnfermagemMédico índice

10010411310810288809492968280

9.6089.724

10.1519.689

10.2318.7229.538

12.97313.10413.82812.14511.933

1001011061011069199

135136144126124

76.85678.34981.64675.24077.53968.35245.44137.39825.69722.61218.40917.228

10010210698

10189594933292422

pessoal técnico e auxiliar de enferma-gem ao longo do período. Apresen-tamos os dados da evolução anual deadmitidos considerando setores selecio-nados de atividade do emprego e grau deescolaridade dos admitidos no ano.

Tomados literalmente, os dadosindicam uma forte crise com relaçãoao emprego de pessoal de enfermagem.No conjunto, conforme já dissemosanteriormente, o volume anual deadmissões de pessoal de enfermagemreduziu-se drasticamente em quais-quer setores que se queira analisar.Considerando todos os setores, ovolume de pessoal de enfermagemadmitido em 1997 situou-se em 1/5 doadmitido em 1986.

As admissões de pessoal de enfermageme trabalhadores braçais no setor saúdeentre 1991 e 1997

As tabelas 13a e 13b (pág. 61) mostrama evolução do número de admissões e osíndices de admitidos em categorias depessoal de enfermagem e categorias detrabalhadores braçais no setor de serviçosde saúde na década de 90.

A análise do comportamento dosnúmeros da s t abe la s r e força ahipótese – desenvolvida em seçãoanter ior des te t raba lho – dacontratação de pessoal de enfer-magem sob denominações ocupacio-nais diversas na área de serviços (oraconservação de edifícios, ora outrosbraçais , ora ignorados, ora nãoidentificados, etc.)

62 Formação○

4 - Emprego e Salários dasEspecialidades Ocupacionais daEnfermagem e Ocupações Correlatas

Neste capítulo, buscamos dimen-sionar a força de trabalho em ativida-des de enfermagem no conjunto daeconomia e não apenas no setor e nasatividades de serviços de saúde.Tomamos os aspectos estruturais desua composição demográfica (sexo,

idade) , qual i f icação e perf i l deescolaridade, condições de empregoe salários. A Rais 1996, com dadossobre empregos existentes em 31 dedezembro de 1996, apurada entre osmeses de abril e junho de 1997 eproce s sada em junho de 1998,consistiu na fonte utilizada.

Conforme vimos argumentando,uma aproximação adequada dos

Fonte: Rais/Caged/MTE

Tabela 12aEvolução das admissões anuais de pessoal de enfermagem, segundo nível de escolaridade. Brasil,1986-1996.

Até a 4ª sérieServiço de SaúdeAdm. Pública

4ª à 8ª sérieServiço de SaúdeAdm. Pública

1º grau completoServiço de SaúdeAdm. Pública

2º grau completoServiço de SaúdeAdm. Pública

IgnoradoServiço de SaúdeAdm. Pública

TotalServiço de SaúdeAdm. Pública

1.18586

12.7891.275

16.0931.892

8.5211.769

33728

41.2445.774

1.364114

12.9021.091

15.9091.752

8.9111.668

3219

41.7935.282

1.097139

12.0141.077

16.5611.969

10.2272.557

320106

42.9446.791

21211

1.412226

4.554993

7.848931

1082

19.9382.666

81067

8.061637

14.3371.818

9.8081.700

29113

35.8725.010

90984

9.4031.180

14.7182.423

9.7221.892

28836

37.3886.559

71758

7.569560

14.2181.467

10.3231.383

27935

35.8174.074

35129

3.831420

8.9101.382

8.2471.494

2369

24.2253.917

34428

2.954549

8.175993

8.088808

23716

23.4072.934

18020

1.363216

4.582710

5.915739

1184

16.4652.170

17316

1.954295

5.466813

5.949623

1526

17.2542.275

1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

Até a 4ª sérieServiço de SaúdeAdm. Pública

4ª à 8ª sérieServiço de SaúdeAdm. Pública

1º grau completoServiço de SaúdeAdm. Pública

2º grau completoServiço de SaúdeAdm. Pública

IgnoradoServiço de SaúdeAdm. Pública

TotalServiço de SaúdeAdm. Pública

100,00100,00

100,00100,00

100,00100,00

100,00100,00

100,00100,00

100,00100,00

115,11132,56

100,8885,57

98,8692,60

104,5894,29

95,2532,14

101,3391,48

92,57161,63

93,9484,47

102,91104,07

120,02144,54

94,96378,57

104,12117,61

17,8912,79

11,0417,73

28,3052,48

92,1052,63

32,057,14

48,3446,17

68,3577,91

63,0349,96

89,0996,09

115,1096,10

86,3546,43

86,9886,77

76,7197,67

73,5292,55

91,46128,07

114,09106,95

85,46128,57

90,65113,60

60,5167,44

59,1843,92

88,3577,54

121,1578,18

82,79125,00

86,8470,56

29,6233,72

29,9632,94

55,3773,04

96,7884,45

70,0332,14

58,7467,84

29,0332,56

23,1043,06

50,8052,48

94,9245,68

70,3357,14

56,7550,81

15,1923,26

10,6616,94

28,4737,53

69,4241,78

35,0114,29

39,9237,58

14,6018,60

15,2823,14

33,9742,97

69,8235,22

45,1021,43

41,8339,40

1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

Fonte: Rais/Caged/MTE

Tabela 12bEvolução do índice das admissões anuais de pessoal de enfermagem, segundo nível de escolaridade(exceto para a categoria de enfermeiros, que inclui enfermeiros sem nível superior), tomando 1986como base 100. Brasil, 1986-1996.

Escolaridade

Escolaridade

63NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○Tabela 13aEvolução do número de admissões em categorias de pessoal de enfermagem e categorias detrabalhadores braçais no setor de serviços de saúde na década de 90.

Fonte: Rais/Caged/MTE

32.491

9.948

5.361

2.044

12.234

Pessoal de Enfermagem

Trabalhadores daconstrução e edificação

Trabalhadores braçaisoutros

Não identificado

Ignorado

19971992 1993 1994 19951991 1996

20.473

7.688

4.345

2.108

16.042

17.572

9.158

4.244

2.849

32.426

11.587

9.175

3.607

2.984

39.759

10.145

12.981

19.827

2.954

40.956

11.682

14.835

70.458

2.661

6.439

10.544

17.992

62.634

3.416

-

Tabela 13aEvolução dos índices de admitidos em categorias de pessoal de enfermagem e categorias detrabalhadores braçais no setor de serviços de saúde na década de 90, sendo 1991=100.

Fonte: Rais/Caged/MTE

100

100

100

100

100

Pessoal de Enfermagem

Trabalhadores daconstrução e edificação

Trabalhadores braçaisoutros

Não identificado

Ignorado

19971992 1993 1994 19951991 1996

63

77

81

103

131

54

92

79

139

265

36

92

67

146

325

31

130

370

145

335

36

149

1.314

130

53

32

181

1.168

167

-

elementos estruturais da ocupação emenfermagem e da dinâmica de seusmercados de trabalho reclama queestejamos sempre conectando os dadosdas especialidades ocupacionais daenfermagem (técnicos de enfermagem,auxiliares de enfermagem, atendentesde enfermagem, etc.) com os dadosrelativos às classificações ocupacio-nais administrativas, de serviços geraise outras, especialmente das categoriasde "trabalhadores braçais". Avançarnesta linha, entretanto, implica em terque superar um problema de soluçãomais ou menos complexa. Enquanto aanálise dos mercados profissionais dogrupo de base pessoal de enfermagempode ser feita para todos os setores daeconomia (saúde, indústria, comércio,administração pública, etc.) sem perdada especificidade e identidade ocupa-cional do grupo a que estamos anali-

sando, o mesmo não pode ser assumidocom relação aos trabalhadores braçais.Com efeito, os grupos da enfermagemdetêm aquilo que em outro lugarchamamos de distribuição vertical comrelação às especialidades da divisãosocial do trabalho. São ocupações comforte concentração setorial: se con-centram, praticamente, nos serviços desaúde. Esta característica pode sergeneralizada para o conjunto dasprofissões de saúde, a exemplo demédicos, dentistas, etc. Entretanto, nãoé este o caso das ocupações administra-tivas e menos ainda com relação aos"trabalhadores braçais" que detêmdistribuição horizontalizada na eco-nomia. A solução metodológica vis-lumbrada para esse problema consistiuem trabalhar com as categorias depessoal de enfermagem para toda aeconomia, para o setor de serviços de

64 Formação○

○ saúde e administração pública, e tomaros dados de trabalhadores braçaisapenas para o setor de serviços médico-odontológicos.

Distribuição Regional dasOcupações de Enfermagem

As tabelas 14a e 14b apresentamos dados de estoques de empregadosdas especialidades ocupacionais daenfermagem, em todos os setores deatividade econômica, e dos "trabalha-dores braçais" no setor de serviçosmédicos, distribuídos pelas diversasregiões do país.

Observa-se que a Região Sudesteconcentra 51,2% dos enfermeiros,54,2% do pessoal de enfermagem nãouniversitário, 65% dos atendentes e53,0% dos "braçais" da saúde. ARegião Norte é a que detém osmenores índices de concentração

Tabela 14aMercado de trabalho de ocupações de enfermagem:Empregos de categorias da enfermagem por Região (todos os setores de atividade econômica).Brasil, 31 de dezembro de 1996.

* 76 empregos não informam região.** inclui 2.661 auxiliares de enfermagem do trabalho.*** inclui denominações assinadas em carteiras de trabalho como parteira prática, instrumentador de cirurgia, auxiliar debanco de sangue, outros trabalhadores de enfermagem e assemelhados não especificados. Estes últimos constituem amaioria, somando 55.279 dos. 72.962 postos classificados neste trabalho como outros.

EnfermeirosAuxiliar de enfermagem(**)Atendente de enfermagemVisitador sanitárioOutro pessoal de enfermagem(***)Agente de saúdeTrabalhadores braçais do setor saúde

Total(*)Norte Nordeste Sudeste SulCentro-Oeste

2.5137.2862.861

1102.8456.0114.500

16.72542.19216.8153.239

13.62214.26417.736

34.497120.25276.0161.760

35.7439.965

46.703

9.83037.30315.660

20812.8044.360

13.368

3.76114.5834.304

1187.9482.9755.774

67.326221.616115.656

5.43572.96237.57588.081

Fonte: Rais/MTE

Tabela 14bÍndices de participação percentual das Regiões nos empregos de pessoal da área de enfermagem,segundo categoria (todos os setores de atividade econômica). Brasil, 31 de dezembro de 1996.

* 0,02% não informam região.** inclui 2.661 auxiliares de enfermagem do trabalho.*** inclui denominações assinadas em carteiras de trabalho como parteira prática, instrumentador de cirurgia, auxiliar debanco de sangue, outros trabalhadores de enfermagem e assemelhados não especificados. Estes últimos constituem amaioria, somando 55.279 dos. 72.962 postos classificados neste trabalho como outros.

EnfermeirosAuxiliar de enfermagem(**)Atendente de enfermagemVisitador sanitárioOutro pessoal de enfermagem(***)Agente de saúdeTrabalhadores braçais do setor saúde

Total(*)Norte Nordeste Sudeste SulCentro-Oeste

3,733,292,482,023,91

16,005,11

51,2354,2665,7232,3848,9826,5253,01

24,8519,0414,5459,6018,6837,9620,14

14,6016,8313,543,83

17,5411,6015,18

5,596,583,722,17

10,897,926,56

100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00

Fonte: Rais/MTE

destas categorias. O Nordeste detémo segundo lugar em termos de índicesde emprego de pessoal de enfermageme "braçais" da saúde.

Ademais desses aspectos genéricoschama a atenção:

a) a maior concentração relativade atendentes de enfermagem naRegião Sudeste;

b) a maior concentração relativavisitadores sanitários, agentes desaúde públ ica e enfermeiros naRegião Nordeste;

c) a sobreconcentração de outrascategorias de pessoal de enfermagemno Centro-Oeste.

Conforme a Rais, os atendentes deenfermagem somavam 115.686vínculos de empregos no país em 31 dedezembro de 1996. Este dado é menor

Categoria

Categoria

65NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○que o do Conselho Federal de Enferma-gem (Cofen), que acusava 144.665profissionais registrados como atendentesde enfermagem no país no final doexercício de 1997. Ademais da naturezadistinta das duas informações – num caso,o da Rais, estamos falando de empregos;no outro, o do Cofen, de profissionaisregistrados – haveria que se investigar,para o caso da informação do Cofen, apossibilidade de registros não atualizados,baixas não registradas, etc.

De qualquer forma, apesar desubestimados, os números da Rais sãocompatíveis com as projeções a partirdos dados da AMS. Conforme estaúltima fonte, os postos de trabalho deatendentes baixaram de 194.174 em1982 para 144.356 em 1992 (variaçãonegativa de 25%). Nos dias de hoje,em se continuando a tendência devariação negativa do emprego deatendentes, estes não somariam maisque 120 mil postos de trabalho.

Distribuição por unidade daFederação

As tabelas 15a e 15b (págs. 63 e 64)apresentam os dados da distribuiçãodas especialidades ocupacionais daenfermagem por Estados. Vale a penaregistrar a altíssima concentração deatendentes em São Paulo, que detémpraticamente a metade dos empregosdessa categoria. Cerca de 33% dosenfermeiros e 32% dos auxiliares deenfermagem se concentram em SãoPaulo. O Estado de Minas Gerais sedestaca pela maior proporção deagentes de saúde pública.

Escolaridade Formal dasEspecialidades Ocupacionais daEnfermagem

A Tabela 16 (pág. 59) apresenta operfil de escolaridade das especialidadesocupacionais de maior freqüência deemprego nos serviços médicos.

Os trabalhadores de especialidades

Tabela 15aDistribuição de empregos de especialidades ocupacionais da enfermagem e correlatas porcategoria profissional, segundo unidade da Federação. Brasil, 1996.

269242709

71.088

11286

5131.9312.367

393906

2.761633837

6.3845.540

8836.005

22.0692.9672.2004.663

424596

1.3301.411

667.332

1.152169

2.56558

2.715160467

2.9371.2896.0831.5612.649

11.2721.7141.761

12.92620.6123.847

27.07068.72311.9154.769

20.6191.5971.9054.3256.756

22221.638

14831

1.6898

78876

121824596

3.792809

1.3382.9072.220

6643.665

14.4911.5723.773

56.1806.5203.5465.5941.3851.1211.293

50530

115.686

600

110

3504

1079

1.1747810

4912425

1.3216263391

1.010118325816514830

5.435

UF

R OA CA MRRPAA PTOM AP IC ERNP BP EA LS EB AM GE SR JS PP RS CR SMSMTGODFIgnoradoTotal

26934127922

1.77249

113447694

2.913629515

1.5443.095

4683.3178.0191.1638.265

18.2933.7202.0757.008

475571

3.6993.203

1872.976

1.218680430101

2.966141475

1.7451.9003.069

800415966622

1.7942.9536.140

2491.1032.4732.649

6331.078

587698

1.298392

137.576

EnfermeiroAuxiliar

deenfermagem

Outro pessoalde

enfermagem

Agentede saúdepública

Atendentede

enfermagem

Visitadorsanitário

Fonte: Rais/MTE

66 Formação○

administrativas detêm, em geral,melhor perfil de escolaridade, aopasso que são as ocupações emprega-das em atividades de conservação elimpeza que apresentam os pioresníveis de escolaridade (70% destesnão completaram o primeiro grau).Com relação ao pessoal de enferma-gem observa-se que 24% destes nãocompletaram o 1º grau.

A Tabela 17 (pág. 65) mostraaspectos da distribuição de escolari-dade do pessoal de enfermagem e dostrabalhadores braçais nas diversasRegiões do país.

As Regiões Norte e Nordesteapresentam os melhores índices depessoal de enfermagem com escolari-dade de 2o grau completo (58% e59% do pessoal, respectivamente). OSudeste e o Sul são as Regiões nasquais é menor o peso do pessoal com2º grau completo (36% e 35%).

Os trabalhadores braçais do setorsaúde apresentam níveis de escola-ridade significativamente menoresque o pessoal de enfermagem. Emtermos de média nacional, apenas14,81% dos braçais possuem segundograu completo (contra 40,62% dopessoal de enfermagem).

Distribuição por Gênero e Idade

A tabela 18 apresenta dados dadistribuição de gênero do pessoal deenfermagem e trabalhadores braçaisda saúde nas diversas faixas etárias.

O contingente de empregos depessoal de enfermagem, conforme sesabe, se caracteriza pela predomi-nância feminina. A tendência aoaumento da participação dos homensna força de trabalho em enfermagemidentificada nos anos 70 e 80 é refor-çada pela observação de que aparticipação masculina cresce nadireção das faixas mais tenras de idade.

Tabela 15bDistribuição percentual de empregos de especialidades ocupacionais da enfermagem e correlataspor categoria profissional segundo unidade da federação. Brasil, 1996.

0,400,361,050,011,620,170,130,762,873,520,581,354,100,941,249,488,231,318,92

32,784,413,276,930,630,891,982,100,01

100,00

0,520,081,160,031,220,070,211,330,582,740,701,205,090,770,795,839,301,74

12,2131,015,382,159,300,720,861,953,050,01

100,00

0,130,031,460,010,680,070,100,710,523,280,701,162,511,920,573,17

12,531,363,26

48,565,643,074,841,200,971,120,440,03

100,00

1,100,000,200,000,640,000,071,970,17

21,601,440,189,030,440,46

24,3111,520,611,67

18,582,170,591,070,290,940,880,060,00

100,00

UF

R OA CA MRRPAA PT OM AP IC ERNP BP EA LS EB AM GE SR JS PP RS CR SMSMTGODFIgnoradoTotal

0,370,470,380,032,430,070,150,610,953,990,860,712,124,240,644,55

10,991,59

11,3325,075,102,849,600,650,785,074,390,02

100,00

3,241,811,140,277,890,381,264,645,068,172,131,102,571,664,777,86

16,340,662,946,587,051,682,871,561,863,451,040,00

100,00

EnfermeiroAuxiliar

deenfermagem

Outro pessoalde

enfermagem

Agentede saúdepública

Atendentede

enfermagem

Visitadorsanitário

Fonte: Rais/MTE

67NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○Tabela 16Especialidades ocupacionais de maior freqüência de emprego nos serviços médicos, segundo graude escolaridade. Brasil, 1996.

Fonte: Rais/MTE

62.9427.651

15.7943.442

49.2774.4894.065

147.660

Pessoal EnfermagemAuxiliar de escritórioRecepcionistaTrabalhadores em serventiaTrabalhadores em construção e edificaçõestrabalhadores braçais outrosNão identificadoTotal(*)

até 8ªsérieincompleta

25%15%17%64%70%59%44%30%

88.32714.89830.9021.373

16.4122.4062.790

157.108

34%29%34%25%23%32%31%32%

256.93751.64891.8955.395

70.3827.5639.120

492.940

105.66829.09945.199

5804.693

6682.265

188.172

41%56%49%11%7%9%25%38%

%2º Grauincompleto

2º Graucompleto total% % %

100100100100100100100100

* total das categorias discriminadas. O número total de empregados que não têm o primeiro grau completo nos serviçosmédicos e hospitalares é de 264.442 pessoas.

Tabela 17Pessoal de enfermagem empregado em todos os setores da economia e trabalhadores braçais dosetor saúde: composição de escolaridade por região geográfica. Brasil, 1996.

Pessoal de EnfermagemAnalfabeto4ª série incompleta4ª série completa8ª série incompleta8ª série completa2º grau incompleto2º grau completoTotalTrabalhadores braçais do setor saúdeAnalfabeto4ª série incompleta4ª série completa8ª série incompleta8ª série completa2º grau incompleto2º grau completoTotal

TotalNorte Nordeste Sudeste SulCentro-Oeste

0,952,44

10,5214,3224,5111,8835,08

100,00

3,1916,7229,0921,5318,00

4,506,43

100,00

Fonte: Rais/MTE

A tabela 19 mostra a distribuiçãoetária do pessoal de enfermagem nasdiversas faixas de escolaridade. Trata-se,em geral, de uma estrutura ocupacionaljovem, conforme se pode ver.

A moda de fa ixa e tár ia para

ambos, pessoal de enfermagem etrabalhadores braçais, situa-se entre30 e 39 anos de idade (37,01% dopessoal de enfermagem e 34,68% dosbraça i s nos serv iços de saúde e34,88% do pessoal de enfermagem na

Pessoal de EnfermagemFaixa etária Trabalhadores braçais

Masculino Feminino Masculino Feminino

Fonte: Rais/MTE

Tabela 18Distribuição por gênero dos vínculos de pessoal de enfermagem empregado em todos os setores daeconomia e trabalhadores braçais do setor saúde, segundo faixa de idade. Brasil, 1996.

21,1619,9714,529,369,15

18,4914,74

78,8480,0385,4890,6490,8581,5185,26

42,7928,2215,8310,9919,1252,6719,54

57,2171,7884,1789,0180,8847,3380,46

18 a 2425 a 2930 a 3940 a 4950 a 6465 ou maisTodas

0,511,533,016,34

18,1311,5758,13

100,00

1,6924,0211,4715,5624,806,04

15,40100,00

1,401,793,608,15

14,439,92

59,22100,00

4,3616,5014,4120,5121,766,65

14,25100,00

0,982,098,23

13,1721,8312,5140,62

100,00

0,0011,1111,1114,8114,817,41

14,81100,00

0,701,505,51

15,2715,1114,9946,52

100,00

3,6713,8226,1526,2616,646,416,58

100,00

0,911,647,50

14,2924,2315,8935,01

100,00

2,6913,7321,4528,8420,166,645,90

100,00

68 Formação○

administração pública).

É bastante expressivo o contingentede trabalhadores menores de 40 anos(67,46% do pessoal de enfermagemempregado em serviços de saúde, 57,24%dos braçais do setor e 51,07% do pessoale enfermagem na administração pública).

A Tabela 20 sintetiza o panoramados mercados de trabalho de pessoalde enfermagem e t raba lhadoresbraçais na área da saúde.

Um primeiro enunciado bastantegenérico que se pode fazer é que osempregados como pessoal de enferma-gem são mais jovens (idade média de 36contra 38 anos), são melhor remune-rados (percebem em média o dobro emsalários), trabalham em média 2 (duas)horas semanais a menos e possuemempregos com maior duração média emanos (5,4 contra 4,8) do que ostrabalhadores braçais em saúde.

Explorando a conexão escolaridadecom os indicadores é interessante notar:

a) escolaridade e idade média têmrelação inversa em ambas ascategorias: os empregados menosescolarizados costumam ser maisidosos enquanto os mais escolarizadossão mais jovens.

b) salários e escolaridade caminhamno mesmo sentido em ambas as categorias:os trabalhadores mais escolarizadospercebem maiores salários e vice-versa.

c) a carga horária de trabalho nãose modifica com a escolaridade.

d) escolaridade e tempo médio deemprego guardam relação inversa: osmais escolarizados detêm empregosde menor duração em anos.

A Tabela 21 (pág.68) apresenta osdados de remuneração média dostrabalhadores da área de enfermagem

Fonte: Rais/MTE

Tabela 20Mercado de trabalho de pessoal de enfermagem trabalhadores braçais do setor saúde: indicadoresselecionados. Brasil, 1996.

Analfabeto4ª série incompleta4ª série completa8ª série incompleta8ª série completa2º grau incompleto2º grau completoTotal

3743413737343336

4342393637333338

2,082,392,272,282,232,192,232,27

3939394039393939

4141414140414141

sd9,488,206,345,855,054,265,48

PessoalEnferm.

Trab.braçais

PessoalEnferm.

Trab.braçais

PessoalEnferm.

Trab.braçais

PessoalEnferm.

Trab.braçais

Salário médio(em salários mínimos)Idade média

Horascontratadas

Tempo médiono emprego

(em anos)

3,753,904,134,034,494,204,544,36

sd6,375,044,104,763,163,864,87

Escolaridade

Fonte: Rais/MTE

Tabela 19Distribuição percentual do pessoal de enfermagem empregado e dos trabalhadores braçais do setorsaúde por faixa etária, segundo nível de escolaridade formal. Brasil, 1996.

13,1917,2637,0123,858,240,350,10

100,00

5,5410,6534,8832,3115,650,850,19

100,00

9,9112,6634,6828,2513,570,770,17

100,00

Faixa etária

18 a 2425 a 2930 a 3940 a 4950 a 6465 ou maisIgnoradoTodas

Pessoal deenfermagem nos

serviços de saúde

pessoal deenfermagem na

administração pública

trabalhadoresbraçais nos

serviços de saúde

69NO. 01 JANEIRO DE 2001○

e braçais no setor de serviços desaúde e na administração públicapara o Brasil e os salários praticadosno setor da saúde em São Paulo.

Em média, os salários praticadosno setor de serviços de saúde parapessoal de enfermagem foram 92%mais altos que os praticados para ostrabalhadores braçais. Os salários depessoal de enfermagem do setor saúdeforam, em média, 28% superiores aoda administração pública. O setor deserviços de saúde do Estado de SãoPaulo praticou salários superiores àmedia do país, tanto para pessoal deenfermagem (32% mais altos em SãoPaulo, na média) quanto para ostrabalhadores braçais (35% maisaltos, na média; e 60% mais altos paraos com segundo grau completo).

A Conexão Escolaridade - Rendanos Mercados de Trabalho deEnfermagem

O grau de instrução tem sidoapontado, em diversos estudos sobrea economia do trabalho, como o fatorque i so ladamente de tém maiorimportância na previsibilidade derenda do trabalhador individual5.Pode-se chamar de prêmio salarialpor in s t rução ao montante davariação salarial correspondente auma mudança de grau educacional.Em outro lugar, observamos umacorrelação positiva entre níveis deinstrução e salários, em ambos ossexos, para os mercados de trabalhosetorial da saúde e para a economia

Tabela 21Salários médios de pessoal de enfermagem e trabalhadores braçais (em salários mínimos) segundoclassificação selecionada. Brasil, 1996.

Fonte: Rais/MTE

Analfabeto4ª série incompleta4ª série completa8ª série incompleta8ª série completa2º grau incompleto2º grau completoTotal

3,753,904,134,034,494,204,544,36

2,082,392,272,282,232,192,232,27

--------

5,364,935,135,425,795,796,265,76

2,843,183,033,003,053,033,593,07

PessoalEnferm.

Trab.braçais

PessoalEnferm.

Trab.braçais

PessoalEnferm.

Trab.braçais

Salário médioadminist. pública

Brasil

2,802,503,253,343,543,393,503,40

Escolaridade

Salário médioserviços de saúde

Brasil

Salário médioserviços de saúde

São Paulo

brasileira em geral6. Observamos,então, com re lação ao tota l deadmissões realizadas na saúde duranteo ano de 1996, que o prêmio salarialda passagem da 4a série do primeirograu para o primeiro grau completocorrespondeu a cerca de 11%; doprimeiro grau para o segundo graucompleto, a cerca de 25%; e dosegundo grau completo para o nívelunivers i tár io, a cerca de 161%.Maiores prêmios salariais estavamassociados à passagem pela Universi-dade e pareciam comparativamentepequenos os estímulos (em termos decusto/oportunidade) para a "profissio-nalização" em segundo grau.

Nos mercados ocupacionais depessoal de enfermagem e trabalha-dores braçais da saúde a situação nãoé melhor. Com relação ao estoque deadmitidos a situação é até mesmopior, como se pode ver à análise dosdados da tabela 17.

Nos seis primeiros meses de 1998,os salários dos admitidos no setor deserviços de saúde como pessoal deenfermagem com 8ª série completaforam 20,6% superiores aos dos quenão possuíam qualquer escolaridade,e 14,7% superiores para os quetinham segundo grau completo emrelação aos que detinham apenas o

5. Ver Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial1995: O trabalhador e o processo de integraçãomundial. Washington DC: Banco Mundial, 1995.

6. Ver Boletim de Análise do Mercado de Trabalhoem Saúde, Ano 2, No.3, Abril/97, Ministério daSaúde do Brasil.

70 Formação○

primeiro grau. Os prêmios paratrabalhadores braçais foram aindamenores: 8,2% a mais para os quedetinham 8ª serie completada sobreos que não detinham escolaridade e5,8% a mais para os que detinhamsegundo grau completo sobre os quedetinham 8ª série completa.

Remuneração Média dasEspecialidades Ocupacionais daEnfermagem

A Tabela 22 apresenta dados daremuneração média das especialida-des ocupacionais da enfermagem porEstado. O Distrito Federal, São Pauloe o Rio Grande do Sul exibem osmelhores salários para auxiliares deenfermagem, o mesmo podendo serdito em relação aos atendentes.

Na média nacional, os salários deauxiliares de enfermagem mostraram-se 40% superiores aos dos atendentes

(54% a mais em São Paulo e 121%no Distrito Federal). Essa diferençasalarial de aproximadamente 40 a50% entre os salários de auxiliares deenfermagem e atendentes mantém-seindependentemente dos níveis deescolarização destas ocupações, o queindica uma determinação de níveissalariais vinculada à especialidadeocupacional (cf. Tabela 23, pág. 69).

A Tabela 23 apresenta também osdados de remuneração média decategorias da enfermagem ao lado deca tegor ia s admin i s t ra t iva s e deserviços, de acordo com a escolari-dade do empregado. A tendência deprogre s são dos s a l á r io s com oaumento da escolaridade se mantémna maioria absoluta dos casos.

5- O Mercado dos Atendentes deEnfermagem

Apesar da proibição legal da

Tabela 22Remuneração média em salários mínimos de especialidades ocupacionais da enfermagem porcategoria, segundo unidade da Federação. Brasil, 1996.

8,0625,3910,6613,416,786,223,167,756,266,764,652,855,286,867,109,177,727,148,30

12,288,958,71

12,946,317,104,97

21,723,259,91

2,884,513,643,752,932,762,171,862,072,421,921,702,342,442,003,413,614,163,406,124,414,355,633,443,252,46

11,181,854,62

1,541,443,062,961,992,121,792,081,091,761,491,362,031,721,642,343,162,782,313,953,153,273,562,832,651,935,050,943,32

1,590,003,72

nc2,77

nc1,472,25

nc1,201,29

nc6,140,991,940,703,364,763,193,703,066,403,692,312,652,272,76

Nc2,46

UF

R OA CA MRRPAA PTOM AP IC ERNP BP EA LS EB AM GE SR JS PP RS CR SMSMTGODFIgnoradoTotal

1,484,833,481,212,123,921,971,761,981,472,321,352,022,033,493,022,723,383,815,183,083,513,523,082,422,308,421,323,78

6,234,386,557,493,868,207,276,232,572,794,836,814,464,052,626,134,426,745,115,504,084,763,658,384,965,30

14,470,374,73

EnfermeiroAuxiliar

deenfermagem

Outro pessoalde

enfermagem

Agentede saúdepública

Atendentede

enfermagem

Visitadorsanitário

Fontes: Rais/MTE - PROFAE/MS

71NO. 01 JANEIRO DE 2001○

contratação de atendentes deenfermagem e da diretriz da conver-são dos estoques ainda existentes nosestabelecimentos de prestação deserviços de saúde, seus estoquesconstituem ainda um considerávelcontigente da força de trabalho na áreade enfermagem. De fato, informa-se aexistência de 115.686 pessoasempregadas na ocupação de atendentesna economia brasileira. O estado deSão Paulo detém praticamente ametade dos atendentes, com 56.180empregados na categoria. MinasGerais, bem atrás, aparece em segundolugar, com 14.491 atendentes.

A Tabela 24 (pág. 70) apresentaalguns indicadores gerais que revelamos aspectos mai s re levantes daestrutura desse mercado ocupacional.

Observa-se que 86,6% das atendentessão mulheres com idade média de 39 anos.A idade média dos atendentes homens éinferior a das mulheres (36 anos). Os

Tabela 23Remuneração média em salários mínimos de especialidades ocupacionais da saúde selecionadaspor categoria, segundo grau de escolaridade. Brasil, 1996.

Técnico de laboratório de análises clínicasLaboratorista (análises clínicas)Operador de raios-XOperadores de equipamentos médicos e odontológicos(outros)Agente administrativoAgente de saúde publicaAuxiliar de escritório em geralRecepcionista de consultório médico ou dentárioCopeiro (hospital)Trab. de servicos gerais (serv. de conservaçãomanutenção e limpeza).FaxineiroOut trab serv de conserv,limpeza de edificios,logradourospublicosAuxiliar de enfermagem, em geralAtendente de enfermagemVisitador sanitarioAuxiliar de banco de sangueInstrumentador de cirurgiaParteira práticaAuxiliar de laboratorio de analises clinicasAuxiliar de laboratorio de analises fisico-quimicasOutro pessoal de enfermagem, parteiras e trab. assem.(exceto enfermeiro)Total

8ª sériecompleta

2º GraucompletoAnalfabeto

4ª sériecompleta

Fontes: Rais/MTE - PROFAE/MS

4,294,805,873,72

3,023,353,262,192,141,47

2,041,94

3,982,892,174,814,961,402,833,822,60

2,15

5,405,136,574,73

6,103,983,782,222,581,95

2,402,29

4,633,072,645,004,462,773,124,334,20

4,30

6,744,776,374,66

4,944,113,382,292,591,77

2,152,17

4,633,321,146,015,313,043,154,823,73

3,18

4,424,716,444,23

3,215,363,152,392,531,76

2,072,07

4,383,524,345,735,083,033,325,853,38

2,37

Categoria

atendentes de São Paulo têm idade médiamaior que a média nacional, 41 anos paraas mulheres e 37 anos para os homens. Osestados de Roraima e Tocantins e o DistritoFederal destacam-se por deterematendentes relativamente mais jovens.

Apesar de serem minoria, os homensapresentaram, em média, saláriosligeiramente maiores que as mulheresmesmo quando estes eram ajustados pelascargas horárias trabalhadas ou níveis deescolaridade. O Distrito Federal destaca-se pelos melhores níveis salariais deatendentes para ambos os sexos, mas étambém esta a unidade da Federação queapresenta a maior disparidade salarial degênero em favor dos homens (6,13 saláriosmínimos, em média, para os homens e4,82 para as mulheres).

A média de horas semanaiscontratadas dos atendentes deenfermagem situou-se em 39 horas parao Brasil como um todo (40 horas nosEstados do Sudeste; mais de 40 horas

72 Formação○

○ no Centro-Oeste; de 30 a 40 horas noNorte; de 35 a 40 horas no Nordeste).

O tempo médio de emprego dosatendentes, contado em meses, situou-se em 87,4 meses para o Brasil comoum todo. O Estado de Roraima (34,5meses) e o Distrito Federal (38,6 meses)

Tabela 24Indicadores do mercado de trabalho de atendentes por unidade da Federação. Brasil, 1996.

Fontes: Rais/MTE

Estudo elaborado pelo consultor Sábado NicolauGirardi.

apresentam os empregos de menorduração, ao passo que o Amazonas(149,4 meses) e o Acre (125,6 meses)situam-se no pólo oposto.

81,0896,7785,4987,5085,4176,3290,9188,5990,6091,3092,4689,8491,5489,7786,4586,0385,8090,5283,4185,3189,4291,1288,1386,4387,2492,0381,9890,0086,64

3438402730352330343633363536353134343637343238343032283636

3442422936343235363935383939373738384041383642393635313939

1,581,903,073,791,952,261,682,871,311,901,491,712,151,841,793,243,172,922,544,013,403,383,823,102,592,286,131,223,52

UF

R OA CA MRRPAA PTOM AP IC ERNP BP EA LS EB AM GE SR JS PP RS CR SMSMTGODFIgnoradoTotal

47,0125,6149,434,565,477,342,358,783,1

115,990,6

112,1114,7122,496,386,476,785,097,386,271,069,8

107,976,953,862,038,6

107,087,4

4032303438374241373640353933403941404139394239413942434039

ÍndiceParticipação

Feminina

IdadeMédia

Homens

SalárioMédio

Mulheres

HorasSemanais

Contratadas

IdadeMédia

Mulheres

SalárioMédio

Homens

Tempo médiode Empregoem meses

1,531,433,062,852,002,081,801,971,071,751,491,322,021,701,622,203,152,772,273,943,123,263,522,782,661,904,820,913,29

73NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○Tabela 25Distribuição dos empregos de atendentes de enfermagem segundo faixa de escolaridade, porunidade da Federação. Brasil, 1996.

UF

R OA CA MRRPAA PTOM AP IC ERNP BP EA LS EB AM GE SR JS PP RS CR SMSMTGODFIgnoradoTotal

Fontes: Rais/MTE - PROFAE/MS

4,113,232,610,001,400,000,831,462,021,351,36

12,041,271,221,511,700,732,160,980,900,420,451,500,430,452,171,006,671,13

16,4445,161,780,003,057,890,002,07

10,443,413,72

10,775,99

18,923,024,053,053,373,223,263,773,854,445,137,412,941,803,333,91

32,8819,354,740,008,265,263,315,719,265,288,05

11,3716,5915,597,108,81

15,4912,6015,0013,5212,5716,3815,988,59

14,2910,995,610,00

13,20

21,929,687,93

12,5015,6310,5318,1810,0911,4510,4022,5515,4820,0317,1214,6516,1623,8615,9815,9014,1121,1919,3025,9329,3920,1817,6533,6726,6717,03

12,339,68

24,930,00

21,2223,6810,7418,8319,3627,2215,9912,0423,5716,5324,1721,7722,1124,5124,6034,0729,1128,7124,9229,5315,7122,2120,246,67

28,69

4,793,23

22,200,00

14,2332,8915,7012,889,76

10,0615,4911,599,228,92

20,3910,1210,8410,257,535,93

15,3012,5012,5812,6414,1116,499,62

16,679,02

6,853,23

34,6487,5031,1319,7449,5946,4234,1837,3927,8823,3420,5118,2024,7733,3317,2430,3029,4123,9415,3015,9312,5813,0021,5225,7026,6530,0022,95

100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00100,00

Analfabeto 4ª sérieincompleta

8ª sériecompleta

2º Grauincompleto

4ª sériecompleta

8ª sérieincompleta

2º Graucompleto

total

74 Formação○

○ Tabela 26Atendentes por porte de empregados do estabelecimento: distribuição percentual segundo unidadeda Federação. Brasil

Fontes: Rais/MTE - PROFAE/MS

UF de 1 a 4 de 5 a 9 de 50 a 99 de 100 a249

de 10 a 19 de 20 a 49 de 250 a499

de 500 a999

1.000 oumais

R OA CA MRRPAA PTOM AP IC ERNP BP EA LS EB AM GE SR JS PP RS CR SMSMTGODFIgnoradoTotal

1,356,450,41

25,005,462,630,836,19

13,426,625,934,485,712,844,525,381,176,49

11,901,133,544,002,411,951,692,17

19,4156,672,64

4,733,230,360,004,190,00

21,494,49

13,092,113,092,245,401,260,602,730,893,184,980,922,993,212,703,904,019,741,780,001,89

18,920,000,53

12,508,502,63

23,1414,819,063,774,083,364,200,774,375,243,131,974,081,649,378,716,155,13

12,4016,478,320,003,62

18,2464,520,830,00

29,701,32

23,1438,9615,7711,0017,3112,0314,048,207,23

17,1113,5411,967,373,84

13,9012,8014,7816,6122,2117,798,32

43,338,87

0,000,002,840,00

12,440,00

20,660,61

13,9310,8613,105,01

12,8310,2315,9615,5316,0219,9112,464,89

11,6016,0713,1210,1811,8614,150,200,009,07

13,5116,131,12

62,5014,3411,849,92

12,5012,9216,3236,9624,4422,5712,3421,6915,9326,6414,8215,6412,2624,7523,6617,8931,7721,1421,961,980,00

16,65

33,119,683,080,009,26

40,790,83

15,7813,7610,5512,8618,9112,2520,0013,7016,7814,6111,0711,7912,3112,9318,3620,546,06

19,0010,984,360,00

13,35

10,140,005,860,007,991,320,001,466,045,851,986,738,81

10,097,23

11,908,05

22,2013,8911,438,579,48

10,392,097,584,100,000,00

10,05

0,000,00

84,960,008,12

39,470,005,222,01

32,914,70

22,8014,2134,2824,709,41

15,948,40

17,8951,5812,353,69

12,0122,310,092,63

55,640,00

33,87

75○

Com a nova Lei de Diretrizes eBases da Educação (LDB) e o Decretonº 2.208/98, surgiu em meio àsociedade uma interpretação de queo curso de auxiliar de enfermagempertencer ia ao níve l bás ico daeducação profissional (segundo otexto legal, são três os níveis: básico,técnico e tecnológico). Se isso fosseverdade, o curso ser ia l ivre dequalquer exigência de regulamentaçãodo setor educacional, ficando a cargahorária e os conteúdos programá-ticos, por exemplo, a inteiro critériode quem se dispusesse a oferecê-lo.

O Ministério da Saúde, preo-cupado com a qualidade dos cursosque poderiam ser oferecidos e comas impl i cações que a f a l t a dequalidade poderia ter no desenvol-vimento do PROFAE, fez uma con-su l ta formal ao Mini s té r io daEducação (MEC).

Em sua resposta, o MEC conside-rou o fato de a profissão de auxiliarde enfermagem ser regulamentada eformalmente reconhecida, e de seruma ocupação que lida diretamentecom a população em situações derisco, e indicou que o curso de auxiliarde enfermagem deveria ser umaqualificação profissional de níveltécnico, com regras a serem seguidas,

Legislação PROFAE

Conselho Nacional de Educação

reconhece o nível técnico para a

qualificação profissional de

auxiliar de enfermagem

Segundo o parecer da Câmara de Educação Básica, o requisito para ingresso naQualificação Profissional de Nível Técnico para o Auxiliar de Enfermagem é a conclusãodo ensino fundamental. A qualificação profissional oferecida pelo PROFAE integrará oitinerário de profissionalização do Técnico de Enfermagem.

nos termos do Parecer CNE/CEB n.º16/99 e da Resolução CNE/CEB n.º/04/99. Enfatizou, ainda, que nãopoderia ser um curso de nível básico,por natureza, essencialmente "nãoformal" e não regulamentado.

O parecer nº 10/2000 da Câmarade Educação Básica do ConselhoNacional de Educação estipula que orequisito para entrada nos cursos deauxiliar de enfermagem é a conclusãodo ensino fundamental. Diz o parecerque: "(...) o curso de QualificaçãoProfissional de Auxiliar de Enferma-gem integra itinerário de profis-sionalização do Técnico de Enferma-gem. Como tal, pode ser oferecidotanto como módulo do curso deTécnico de Enfermagem, quantocomo curso e spec í f i co de n íve ltécnico para Qualificação Profis-sional de Auxiliar de Enfermagem,como proposto pelo PROFAE (...)".

A decisão do Conselho Nacionalde Educação foi muito importantepara o desenvolvimento do PROFAE

e para o alcance de seus objetivos demelhorar a qualidade da atenção àsaúde da população. Com a decisão,ganharam também os trabalhadores,que poderão continuar sua formaçãoapós a conclusão do ensino médio eobter o d ip loma de técn ico de

76 Formação○

○ enfermagem, sem precisar repetir acarga horária cumprida no curso dequalificação profissional.

A seguir, a transcrição integral doparecer 10 /2000 da Câmara deEducação Bás i ca do Conse lhoNacional de Educação.

I - Relatório:

Em 31 de janeiro do corrente,através do ofício CGEP/SEMTEC/MEC nº 123, o Prof. Ruy Leite BergerFilho, Secretário de Educação Médiae Tecnológica do MEC, solicitouprovidências deste colegiado nosentido de orientar os órgãos norma-tivos estaduais quanto aos procedi-mentos para análise e aprovação decursos de qualificação profissional denível técnico, particularmente, docurso de Qualificação Profissional deAuxiliar de Enfermagem.

2- Esta solicitação faz sentido emrazão das preocupações manifestadaspelo Ministério da Saúde sobre aimplantação do PROFAE - Projeto deProfissionalização de Trabalhadoresda área de Enfermagem, que objetivaqualificar cerca de 250.000 (duzentose cincoenta mil) trabalhadores da áreada Saúde Hospitalar que ainda nãopossuem a devida formação profis-sional.

3- O aviso ministerial nº 723/GM, de 19/11/99 ( DOC. 026.693/99-84), encaminhado pelo SenhorMinistro de Estado da Saúde para oSenhor Min i s t ro de Es tado daEducação, informa que esse volumede t raba lhadore s s em a dev idaformação profissional, empregadostodos em serviços públicos, privadose filantrópicos de saúde encontra-seem situação de exercício ilegal daprofissão; além do mais, os coloca na"posição de agente de risco para oatendimento à saúde da população".

4- O Senhor Ministro da Saúdeinforma que esses trabalhadorescorrem o "risco iminente de perda deemprego pelo exercício ilegal daprofissão", por conta, inclusive, danece s s idade de " a ju s t a r- s e à sdemandas do mercado de trabalho

em saúde". O aviso ministerial nº 723/99 explica ainda que boa parte dessestrabalhadores sequer possuem oensino fundamental completo. Estefato orientou o PROFAE a escolherdois eixos centrais de atuação: ofertade cursos de Qualificação Profis-sional de Auxiliar de Enfermagem eoferta de cursos de Complementaçãodo Ensino Fundamental, pela via do"Ensino Supletivo", na modalidade de"Educação de Jovens e Adultos" (EJA).

5- De acordo com o aviso minis-terial nº 723/99, o desenho curriculardo curso de Auxiliar de Enfermagemproposto para o PROFAE segue asorientações da nova LDB e, na faltadas novas Diretrizes CurricularesNacionais para a Educação Profis-sional de Nível Técnico à época daelaboração do projeto, isto é, nosanos de 1998 e 1999, seguem asResoluções de nº 07/77 e 08/77, doant igo Conse lho Federa l daEducação. Em termos de escolaridademínima para a matrícula no curso deAuxiliar de Enfermagem é exigida aconclusão do Ensino Fundamental(antigo Ensino de 1º Grau).

6- O Ministério da Saúde entendeque "o PROFAE está completamenterespaldado pela nova legis laçãoeducacional, como curso de Qualifi-cação Profissional, parte do itineráriode formação do Técnico de Enferma-gem".

7- O Ministério da Saúde teme queo PROFAE possa "vir a serinviabilizado por pressões corpora-tivas", que podem "conduzir à extinçãode uma ocupação tradicionalmentereconhecida como útil e necessária naárea da Saúde, qual seja a do Auxiliarde Enfermagem". Essas pressõescorporativas partem "de uma visãoidealizada de que seria possíveltransformar o mundo real do trabalha-dor por meio de legislação, o queinviabiliza a formação profissional doAuxiliar de Enfermagem".

8- O Senhor Ministro da Saúdeinforma, ainda, que tem recebidonaquele ministério insistentes relatosno sentido de que:

77NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○8.1- Os cursos de Auxiliar deEnfermagem, no entendimento deque esses cursos são de "QualificaçãoProfissional de Nível Básico", nãoes tão sendo autor i zados pe losConselhos Estaduais de Educação;

8.2- Os Conselhos Profissionais,em especial os Conselhos Regionaisde Enfermagem, "vêm insistindo paraque os órgãos educacionais exijam oEnsino Médio (antigo 2º Grau) comopré-requis i to para a entrada doeducando no curso de Auxiliar deEnfermagem".

9- O Senhor Ministro do Estadoda Educação, em resposta ao SenhorMinistro do Estado da Saúde, funda-mentado no bem lançado parecertécnico CGEP/SEMTEC/MEC nº 01/2000, através do aviso ministerial nº051/2000, de 15/02/2000, esclareceque:

9.1- "O curso de Auxil iar deEnfermagem se enquadra na categoriade qualificação profissional de níveltécnico, cujo requisito de entrada,conforme Parecer nº 016/99 do CNE-CEB, é a existência de condições paraa matrícula no ensino médio", para osefe i tos do PROFAE ou se ja , aconclusão do ensino fundamental;

9.2- "O curso de Auxil iar deEnfermagem confere Certificação deQualificação Técnica, cuja validadenac ional e s tá condic ionada aocadastramento do curso e respectivoplano no Sistema Nacional de Cursosde Educação Profissional, mantidopor es te Minis tér io , conformeestabelecido na Resolução CNE/CEBnº 04/99";

9.3- "Os cursos de qualificaçãoprofiss ional de nível técnico deAuxiliar de Enfermagem, financiadospelo PROFAE, para devida validação,deverão ser autorizados pelo ÓrgãoNormativo do Sistema no qual seinsere a Instituição formadora".

9.4- "Estão sendo tomadas provi-dências para que o Egrégio ConselhoNacional de Educação oriente os ÓrgãosNormativos dos Sistemas Estaduais deEnsino, quanto à matéria em pauta".

10- Em 15 de março do corrente,o protocolado foi encaminhado a esseConselheiro para análise e parecerorientador dos Conselhos Estaduais deEducação sobre o assunto.

II - APRECIAÇÃO

1- O PROFAE - Projeto de Profis-sionalização dos Trabalhadores daÁrea de Enfermagem é uma iniciativado Ministério da Saúde, para serdesenvolvido em todo o territórionacional, no período de 2000 a 2003,com o apoio financeiro do BID -Banco Interamericano de Desenvolvi-mento e do Ministério do Trabalho eEmprego, através do FAT - Fundo deAmparo ao Trabalhador. No que serefere à qualificação profissional dostrabalhadores de Enfermagem, oPROFAE pretende qualificar cerca de250.000 (duzentos e cincoenta mil)Auxil iares de Enfermagem, hojeempregados sem a exigida qualifica-ção profissional, em estabelecimentosde saúde públ icos , pr ivados efilantrópicos. O PROFAE objetiva"melhorar a qualidade da atençãoambulatorial e hospitalar", tanto pelaoferta de cursos de qualif icaçãoprofissional de Auxiliar de Enferma-gem para esses prof i s s ionais , jáempregados mas ainda não devida-mente qualif icados, quanto pelaoferta de escolarização em nível deconclusão do Ensino Fundamental,para que os profissionais que nãopossuam essa escolaridade mínimaexigida para freqüentar cursos dequalificação profissional de nívelTécnico possam completar seusestudos de ensino fundamental, namodalidade Educação de Jovens eAdultos (EJA), para depois regulariza-rem sua qualificação e conseqüentesituação profissional.

2- No processo de qualificaçãoprofissional de Auxiliar de Enferma-gem o PROFAE matriculará apenast raba lhadore s que j á pos suamcertificado de conclusão do ensinofundamental (antigo ensino de 1ºGrau) e " s e j am empregados eexercendo ações de enfermagem", ouque "estejam desempregados no mo-

78 Formação○

○ mento, mas tenham trabalhado, nomínimo, 18 meses consecutivos entre01/01/96 e 31 /12/98" . Aque le s"trabalhadores de enfermagem quea inda não conc lu í ram o ens inofundamental exigido para a qualifica-ção profiss ional" de Auxil iar deEnfermagem deverão, antes, concluiro exigido ensino fundamental. OPROFAE apoiará a formação de tur-mas em cursos na modalidade Educa-ção de Jovens e Adultos.

3- Tem razão o Ministério daSaúde em seus receios de inviabili-zação de tão importante iniciativadaquele Ministério, de um lado pelaspressões corporativistas e de outropelos eventuais desencontros deinformações dos órgãos normativosdos sistemas estaduais de ensino. Oassunto é bastante polêmico e foiobjeto de acalorados debates nasvárias audiências públicas que antece-deram a definição das DiretrizesCurriculares Nacionais para a Educa-ção Profissional de Nível Técnico peloParecer CNE/CEB nº 16/99, de 05/10/99, homologado pelo Senhor Ministrodo Estado da Educação em 26/11/99,e pela Resolução CNE/CEB nº 04/99,de 08/12/99, publicada no D.O.U. de22/12/99.

4- Mesmo após a publicação doParecer CNE/CEB nº 16/99 e daResolução CNE/CEB nº 04/99, oassunto ainda voltou ao debate nestacâmara, trazido por uma escola doEspírito Santo, que mereceu clara elúcida resposta do Conselheiro FábioLuiz Marinho Aidar, através doParecer CNE/CEB nº 01/2000, o qualesclarece, "in fine" que, "o plano decurso de Auxiliar de Enfermagem devepautar-se pelo Parecer CNE/CEB nº16/99 e Resolução CNE/CEB nº 04/99, bem como pelo que dispõe sobrea matéria a legislação específica doexercício profiss ional, buscandogarantir a aquisição das competênciasrequeridas para o exercício legal dareferida ocupação".

5- Para me lhor or i en ta r o ssistemas estaduais de ensino sobre amatéria, é conveniente relembrar oque reza sobre o assunto o Parecer

CNE/CEB nº 16/99, especialmenteem seu item 07 - "Organização daEducação Prof i s s iona l de Níve lTécnico":

a) cursos técnicos poderão serorganizados em módulos (artigo 8.º)e, "no caso de o currículo estarorgan izado em módulos , e s t e spoderão ter caráter de terminalidadepara efeito de qualificação profis-sional, dando direito, neste caso, acertificado de qualificação profis-sional" (§ 1.º do artigo 8.º). E mais:"os módulos poderão ser cursados emdiferentes instituições credenciadas"(§ 3.º do artigo 8.º) com uma únicaexigência: que "o prazo entre a con-clusão do primeiro e do últ imomódu-lo não exceda cinco anos" (§3ºdo artigo 8º).

b) De acordo com esses disposi-tivos, a educação profissional denível técnico contempla a habilitaçãoprofissional propriamente dita detécnico de nível médio, (artigo 3º,Inciso I I e 5º) , as qual i f icaçõesiniciais e intermediárias (artigo 8.º eseus parágrafos); e os módulos oucursos posteriormente desenvolvidos,complementarmente, de especializa-ção, aperfeiçoamento e atualização(inciso III do artigo 1.º).

c) O diploma de uma habilitaçãoprofissional de técnico de nível médio,portanto, pode ser obtido por umaluno que conclua o ensino médio e,concomitante ou posteriormente,tenha concluído um curso técnico,com ou sem aprovei tamento deestudos. Esse curso pode ter sido feitode uma vez, por inteiro, ou a integra-lização da carga horária mínima, comas competências mínimas exigidaspara a área profissional objeto dehabil itação, poderá ocorrer pelasomatória de etapas ou módulos cur-sados na mesma escola ou em cursosde qualificação profissional ou etapasou módulos oferecidos por outrosestabelecimentos de ensino, desde quedentro do prazo limite de cinco anos.

d) Os cursos feitos há mais dec inco anos , ou cursos l ivres deeducação profissional de nível básico,cursados em escolas técnicas, institui-

79NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○ções especial izadas em educaçãoprof i s s iona l , ONGs, ent idadessindicais e empresas, e os conheci-mentos adqui r idos no t raba lhotambém poderão ser aproveitados,mediante avaliação da escola queoferece a r e fe r ida hab i l i t a çãoprof i s s iona l , à qua l compete a"avaliação, reconhecimento e certifi-cação , para pros segu imento ouconclusão de estudos" (artigo 41). Aresponsabilidade, neste caso, é daescola que avalia, reconhece e certi-fica o conhecimento adquirido alhu-res, considerando-o equivalente acomponentes do curso por ela ofere-cido, respeitadas as diretr izes enormas dos respectivos sistemas deensino.

e) Isto significa que os alunos,devidamente orientados pelas escolase pelas entidades especializadas emeducação profissional, que oferecemens ino técn ico de n íve l médio ,poderão organizar seus própriositinerários de educação profissional.Podem fazer vá r io s cur sos deeducação profissional, de nível básicoou de nível técnico. Os cursos de nívelbásico, para terem aproveitamento deestudos no nível técnico, deverão terseus conhec imentos ava l iados ,reconhecidos e cert if icados pelaescola recipiendária. Os cursos ,etapas ou módulos de nível técnico,de escolas devidamente autorizadasindependem de exames de avaliaçãoobrigatória para que seus conheci-mentos sejam aproveitados, cabendoà escola decidir sobre a necessidadede avaliação em função do currículoadotado.

f) A aquisição das competênciasprofissionais exigidas pela habilitaçãoprofissional definida pela escola eautorizada pelo respectivo sistema deensino, com a correspondente cargahorária mínima por área profissional,acresc ida da comprovação deconclusão do ensino médio, possibi-lita a obtenção do diploma de técnicode nível médio

g) Aquele que concluir um oumais cursos de qualificação profis-sional, de forma independente ou

como módulo de curso técnico, farájus apenas aos respectivos certificadosde qualificação profissional, para finsde exerc íc io prof i s s ional e decontinuidade de estudos. Os certifica-dos desses cursos deverão explicitar,em histórico escolar, quais são ascompetências profissionais objeto dequal i f i cação que es tão sendocertificadas, explicitando também, otítulo da ocupação. No caso dasprofissões legalmente regulamentadasserá necessário explicitar o título daocupação prevista em lei, bem comogarantir a aquisição das competênciasrequeridas para o exercício legal dareferida ocupação.

h) A área é a referência curricularbásica para se organizar e se orientara ofer ta de cursos de educaçãoprofissional de nível técnico. Oscertificados e diplomas, entretanto,deverão explicitar títulos ocupacio-nais identificáveis pelo mercado detrabalho, tanto na qualificação e nahabilitação profissional, quanto naespecialização. Por exemplo: Diplomade Técnico de Enfermagem - Área deSaúde; Certificado de QualificaçãoProfissional de Auxiliar de Enferma-gem - Área de Saúde; Certificado deEspec ia l i zação Prof i s s ional emEnfermagem do Trabalho - Área deSaúde; Diploma de Técnico emAgroindústria - Áreas de Agropecuáriae de Indústria; Diploma de Técnicoem Gestão Hoteleira - Áreas de Ges-tão e de Turismo e Hospitalidade;Certificado de Qualificação Profis-sional de Prograsmador de Micro-computador - Área de Informática;Diploma de Técnico em Informática- Área de Informática; Certificado deEspecialização em Organização deSistemas - Áreas de Informática e deGestão.

i) Os cursos referentes a ocupa-ções que integrem itinerários profis-sionais de nível técnico poderão seroferecidos a candidatos que tenhamcondições de matrícula no ensinomédio. Esses alunos receberão orespectivo certificado de conclusãoda qualificação profissional de níveltécnico. Para a obtenção de diploma

80 Formação○

○ de técnico, na cont inuidade deestudos, será necessário concluir oensino médio. Os alunos deverão serdevidamente orientados quanto a essaexigência e estimulados à continui-dade de estudos.

j) A não exis tênc ia daquela"habilitação parcial" prevista peloParecer CFE n.º 45/72 como "habili-tação diferente da do técnico", noâmbito da Lei Federal n.º 5.692/71,associada à figura do auxiliar técnico,não é impeditiva, no entanto, de queuma escola possa oferecer, comomódulo ou etapa de um curso técnicode nível médio ou como curso dequalificação profissional nesse nível,um curso ou módulo de auxiliar téc-nico, desde que essa ocupação efetiva-mente exista no mercado de trabalho.A legislação atual não desconsideroua figura do auxiliar técnico que existeno mercado de t raba lho, comoocupação reconhecida e necessária. Oque não subs i s te mais , f rente àlegislação educacional atual, é ahabilitação profissional parcial deauxiliar técnico sem correspondênciano mercado de trabalho, o que,efetivamente, não é o caso do Auxiliarde Enfermagem, "ocupação tradicio-nalmente reconhecida como útil enecessária na área da saúde".

k) Os cursos de educação profissionalde nível técnico, quaisquer que sejam, dequalificação, habilitação ou especializaçãoprofissional, em sua organização, deverãoter como referência básica, noplanejamento curricular, o perfil doprofissional que se deseja formar,considerando-se o contexto da estruturaocupacional da área ou áreas profissionais,a observância das Diretrizes CurricularesNacionais e os referenciais curriculares porárea profissional, definidos e difundidospelo Ministério da Educação. Essareferência básica deverá ser consideradatanto para o planejamento curricular doscursos, quanto para a emissão doscertificados e diplomas, bem como doscorrespondentes históricos escolares, osquais deverão explicitar as competênciasprofissionais obtidas.

l) Um outro importante aspecto

que deve ser des tacado para oplanejamento curricular é o da práticaprofissional. Na educação profis-s ional , embora óbvio, deve serrepetido que não há dissociação entre"teoria" e "prática". O ensino devecontextualizar competências, visandosignificativamente a ação profissional.Daí, que a "prática" se configura nãocomo situação ou momento distintodo curso, mas como uma metodologiade ensino que contextualiza e põe emação o aprendizado dos alunos.

m) A prática profissional constitui eorganiza o currículo, devendo ser a eleincorporada no plano de curso. Inclui, quandonecessário, o estágio profissional supervisi-onado, realizado em empresas e instituiçõesprofissionais. Assim, as situações e o tempo deprática profissional deverão ser previstos eincluídos pela escola na organização curriculare, exceto no caso do estágio supervisionado,em função da natureza da habilitação ouqualificação profissional, na carga horáriamínima do curso. A duração do estágioprofissional supervisionado deverá seracrescida ao mínimo estabelecido para o curso.Na área de Saúde, o estágio supervisionado setorna imprescindível, especialmente quandoo curso não é desenvolvido já emestabelecimento próprio, seja hospital, clínica,centro de saúde ou similares.

6. Mesmo correndo o risco de serdemasiadamente acaciano, apresenta-mos a seguir alguns destaques daResolução CNE/CEB nº 04/99:

a) São princípios norteadores daeducação profissional de nível técnicoos enunciados no artigo 3.º da LDB,mais os seguintes:

I-independência e articulaçãocom o ensino médio;

II- respeito aos valores estéticos,políticos e éticos;

III- desenvolvimento de compe-tências para a laborabilidade;

IV- flexibilidade, interdisciplinari-dade e contextualização;

V- identidade dos perfis profis-sionais de conclusão de curso;

VI- atualização permanente dos

81NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○cursos e currículos;

VII- autonomia da escola em seuprojeto pedagógico.

b) São critérios para a organizaçãoe o planejamento de cursos:

I - atendimento às demandas doscidadãos, do mercado e da sociedade;

I I - conc i l i a ção da s demandasidentif icadas com a vocação e acapacidade institucional da escola ouda rede de ensino.

c) A educação profissional de níveltécnico será organizada por áreasprofissionais, constantes dos quadrosanexos, que incluem as respectivascaracterizações, competências profis-s ionai s gera i s e cargas horár iasmínimas de cada habilitação.

d) Entende-se por competênciaprofissional a capacidade de mobi-lizar, articular e colocar em açãovalores, conhecimentos e habilidadesneces sár ios para o desempenhoeficiente e eficaz de atividades reque-ridas pela natureza do trabalho.

e) As competências requeridas pelaeducação profissional, considerada anatureza do trabalho, são as:

I - competências básicas, consti-tuídas no ensino fundamental e médio;

II-competências profissionais gerais,comuns aos técnicos de cada área;

III-competências profissionaisespecíficas de cada qualificação ouhabilitação.

f) Para subsidiar as escolas naelaboração dos perfis profissionais deconc lusão e na organ ização eplanejamento dos cursos, o MECdivulgará referenciais curricularespor área profissional.

g) Poderão ser organizados cursosde especialização de nível técnico,vinculados a determinada qualifi-caçãoou habilitação profissional, para oatendimento de demandas específicas.

h ) A organ ização curr i cu la r,consubstanciada no plano de curso,é prerrogativa e responsabilidade decada escola.

i) O perfil profissional de conclu-são define a identidade do curso.

j) Os cursos poderão ser estrutu-rados em etapas ou módulos:

I-com terminalidade correspon-dente a qualificações profissionais den íve l t écn ico ident i f i cadas nomercado de trabalho;

II-sem terminalidade, objetivandoestudos subseqüentes.

k) A prática constitui e organiza aeducação profissional e inclui, quandonecessário, o estágio supervisionadorealizado em empresas e outras instituições.

l ) A prát ica prof iss ional seráincluída nas cargas horárias mínimasde cada habilitação.

m) A carga horária destinada aoestágio supervisionado deverá seracrescida ao mínimo estabelecido parao respectivo curso.

n) A carga horária e o plano derealização do estágio supervisionado,necessário em função da natureza daqualificação ou habilitação profis-sional, deverão ser explicitados naorganização curricular constante doplano de curso.

o) Os planos de curso, coerentescom os respectivos projetos pedagó-gicos, serão submetidos à aprovaçãodos órgãos competentes dos sistemas deensino, contendo:

I-justificativa e objetivos;

II-requisitos de acesso;

III-perfil profissional de conclusão;

IV-organização curricular;

V-critérios de aproveitamento deconhecimentos e experiências anteriores;

VI-critérios de avaliação;

VII-instalações e equipamentos;

VIII-pessoal docente e técnico;

IX-certificados e diplomas.

p) A escola poderá aproveitarconhecimentos e experiências ante-r iore s , de sde que d i re tamenterelacionados com o perfil profissional

82 Formação○

○ de conclusão da respectiva qualifi-cação ou habilitação profissional,adquiridos:

I- no ensino médio;

II- em qualificações profissionaise etapas ou módulos de nível técnicoconcluídos em outros cursos;

III-em cursos de educação profis-sional de nível básico, medianteavaliação do aluno;

IV- no trabalho ou por outrosmeios informais, mediante avaliaçãodo aluno;

V- e reconhecidos em processosformais de certificação profissional.

q) O MEC organizará cadastronacional de cursos de educaçãoprofissional de nível técnico pararegistro e divulgação em âmbitonacional.

r) Os planos de curso aprovadospe los órgãos competente s dosrespectivos sistemas de ensino serãopor es tes inser idos no cadas tronacional de cursos de educaçãoprofissional de nível técnico.

s) A escola responsável pela últimacertificação de determinado itineráriode formação técnica expedirá ocorrespondente diploma, observado orequisito de conclusão do ensinomédio.

t) Os diplomas de técnico deverãoexplicitar o correspondente título detécnico na respectiva habilitaçãoprofissional, mencionando a área àqual a mesma se vincula.

u) Os certificados de qualificaçãoprof i s s ional e de especia l izaçãoprofissional deverão explicitar o títu-lo da ocupação certificada.

v) Os históricos escolares queacompanham os certificados e diplo-mas deverão explicitar, também, ascompetências definidas no perfilprofissional de conclusão do curso.

x) O MEC, em regime de colabo-ração com os sistemas de ensino,promoverá processo nacional deavaliação da educação profissional denível técnico, garantida a divulgaçãodos resultados.

y) A observância destas diretrizesserá obrigatória a partir de 2001,sendo facultativa no período detransição, compreendido entre apublicação desta Resolução e o finaldo ano 2000.

z) Fica ressalvado o direito deconclusão de cursos organizados combase no Parecer CFE n.º 45, de 12 dejaneiro de 1972, e regulamentaçõessubseqüentes, aos alunos matricu-lados no período de transição.

III - Voto do Relator

Em atenção ao solicitado pelosenhor Ministro de Estado da Educa-ção quanto a orientações da Câmarade Educação Básica do ConselhoNacional de Educação aos ConselhosEstaduais de Educação em relação aoscursos de Qualificação Profissional deAuxiliar de Enfermagem, objeto doPROFAE - Projeto de Profissionali-zação dos Trabalhadores da Área deEnfermagem, do Ministério da Saúde,sou de parecer que:

1. O cur so de Qua l i f i caçãoProfissional de Auxiliar de Enferma-gem integra itinerário de profissiona-lização do Técnico de Enfermagem.Como tal, pode ser oferecido tantocomo módulo do curso de Técnicode Enfermagem, quanto como cursoespecífico de nível técnico para Qua-lificação Profissional de Auxiliar deEnfermagem, como proposto peloPROFAE.

2. O curso de Qualificação Profis-sional de Auxiliar de Enfermagem, quequalifica profissionais para o exercíciolegal de profissão regulamentada pelaLei Federal nº 7.498/86, de 25/06/86 eDecreto Federal nº 94.406/87, de 08/06/87, não é curso de qualificaçãoprofissional de nível básico, o qual, deacordo com o Decreto Federal nº 2.208/97, de 17/04/97, "é modalidade deeducação não formal" e não está sujeito"à regulamentação curricular".

3. O requi s i to mín imo paramatricular-se no curso de Qualifi-cação Profissional de Auxiliar deEnfermagem é o da existência de"condições de matrícula, no ensino

83NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○médio", isto é, para os efeitos desteparecer de conclusão do EnsinoFundamental.

4. Os alunos matriculados emcursos de Auxiliar de Enfermagem eque apresentem como escolaridadeapenas a conclusão do ensino funda-mental deverão ser estimulados acursar, concomitante ou posterior-mente, o ensino médio, e devida-mente orientados no sentido de que,no caso de continuidade dos estudosaté a conclusão do curso de Técnicode Enfermagem, ser-lhes-á exigida acomprovação da conclusão do ensinomédio como condição necessária paraa obtenção do diploma de Técnico.

5. Os candidatos aos programasdo PROFAE que não comprovarem aconclusão do Ensino Fundamentaldeverão previamente concluir seusestudos do Ensino Fundamental. Aconclusão do Ensino Fundamental é" condi t io s ine qua non" para amatrícula no curso de QualificaçãoProfissional de Auxiliar de Enferma-gem, pois trata-se de curso de níveltécnico, que integra itinerário deprofissionalização do Técnico deEnfermagem.

6. O curso de qual i f i caçãoprofissional de Auxiliar de Enferma-gem confere certificado de qualifica-ção profissional de nível técnico, comvalidade nacional, desde que seuplano de curso seja devidamenteaprovado pelo órgão próprio dorespectivo sistema de ensino e por estedevidamente inserido no CadastroNacional de Cursos de Nível Técnico,organizado pelo MEC para divulgaçãoem âmbito nacional, bem como tenhaseu competente certificado devida-mente registrado na própria escola,sob sua responsabilidade.

7. Os Históricos Escolares queacompanham os cer t i f i cados dequalificação profissional de Auxiliarde Enfermagem deverão explicitar ascompetências definidas no perfilprofissional de conclusão do curso,conforme plano de curso devidamenteaprovado pelo orgão próprio dorespectivo sistema de ensino e por este

inserido no Cadastro Nacional deCursos de Educação Profissional deNível Técnico. O plano de curso emquestão deverá incluir plano de reali-zação do exigível estágio profissionalsupervisionado, no item "organizaçãocurricular".

8. Como se t ra ta de umaprofissão regulamentada, a escoladeverá garantir, como mínimo, ascompetências exigidas pelo artigo 6ºda Resolução CNE/CEB nº 04/99 etambém, "a aquisição das competên-cias requeridas para o exercício legalda referida ocupação", as quais seencontram descritas na Lei Federal nº7.498/86 e no Decreto regulamenta-dor nº 94.406/87. Esta providênciaobjetiva garantir o registro profissio-nal no órgão próprio de fiscalizaçãodo exercício profissional, isto é, norespectivo Conselho Regional deEnfermagem.

9. No curso de Auxiliar de Enfer-magem é essencial tanto a práticaprofissional em situação de apren-dizagem, quanto o estágio profissionalsupervisionado, em situação real detrabalho, adequadamente orientado eacompanhado por profissional devida-mente qualificado e habilitado para tal.Os planos de curso propostos pela escola,coerentemente com os respectivosprojetos pedagógicos, deverão serexplícitos quanto à carga horária e aoplano de realização do exigido estágioprofissional, supervisionado porprofissional devidamente habilitadocomo enfermeiro.

10. As Competências profissionaisdecorrentes de conhecimentos eexper iênc ia anter iores , a seremeventualmente aproveitadas para finsde continuidade de estudos, emtermos de qualificação profissional deAuxiliar de Enfermagem ou habilita-ção prof i s s ional de Técnico deEnfermagem, deverão ser adequada-mente aval iadas e reconhecidas,individualmente, aluno por aluno, porprofissionais devidamente habilitadose sob Responsabilidade Técnica daEscola que oferece o curso.

11. Considera-se, para todos os

84 Formação○

○ fins e direito, o PROFAE - Projeto deProfissionalização de Trabalhadores daÁrea de Enfermagem, planejado peloMinistério da Saúde para atendimentoa cerca de 250.000 (duzentos ecincoenta mil) trabalhadores da áreada saúde, que necess i tam daqualificação profissional de Auxiliar deEnfermagem, no período de 2000 a2003, como um projeto desenvolvidono período de transição, isto é,orientados pelas Resoluções de nº 07/77 e 08/77, do extinto ConselhoFederal de Educação, por se tratar deprojeto emergencial, coordenado peloMinistério da Saúde, planejado em1998/1999 e iniciado no corrente ano.

12. Fica ressalvado aos alunos doPROFAE - Projeto de Profissionaliza-ção de Trabalhadores da Área deEnfermagem, matriculados em cursosdevidamente autorizados pelosrespectivos sistemas de Ensino, noâmbito do projeto em andamento noMinistério da Saúde, o direito deconclusão dos respectivos estudos emcursos organizados com base nasnormas e diretrizes anteriores, umavez que o projeto foi planejado antesda definição das Diretrizes Curri-

culares Nacionais para a EducaçãoProfissional de Nível Técnico e estáiniciando sua implementação no anode transição previsto pela ResoluçãoCNE/CEB nº 04/99.

13.As Escolas que tenham condições,devidamente orientadas pela coorde-nação do PROFAE e previamenteautorizadas pelo respectivo Sistema deEnsino, podem oferecer aos seus alunos,com as devidas adaptações, a opção porcursos de qualificação profissional deAuxiliar de Enfermagem ou de habili-tação profissional de Técnico deEnfermagem, organizados nos termos daResolução CNE/CEB nº 04/99 e parecerCNE/CEB 16/99.

Brasília-DF, 04 de Abril de 2000.Conselheiro Francisco AparecidoCordão - Relator

IV - Decisão da Câmara

A Câmara de Educação Básicaacompanha o voto do Relator.

Sala das Sessões, 05 de Abril de2000. Conse lhe i ros U ly s se s deOl ive i ra Pan i s se t - Pre s idente ,Francisco Aparecido Cordão - Vice-Presidente.

85○

Pesquisa PROFAE

Avaliação do impacto da

profissionalização dos

trabalhadores da área de

enfermagem na qualidade dos

serviços de saúdePesquisa analisará o dimensionamento de pessoal e o modelo assistencial para deli-

mitar o contexto da asstência de enfermagem. A meteodologia também inclui análise deaspectos de articulação e comunicação no processo de trabalho do auxiliar de enferma-gem e de padrões de qualidade com base em indicadores de iatrogenia.

A necessidade da profissiona-lização dos trabalhadores da área deenfermagem, bem como de investi-gação sobre as repercussões desseprocesso na qualidade dos serviços,pode ser dimensionada ao conside-rarmos o montante de trabalhadoresde enfermagem, sobretudo de traba-lhadores de nível elementar, na for-ça de trabalho em saúde. Machadoet al. (1992) referem que 50% dosempregos em saúde são ocupadospelo pessoal de enfermagem (sendo29,89% atendentes de enfermagem,16,18% auxiliares de enfermagem e3% enfermeiros). Estudo recente de-senvolvido pelo Ministério da Saúde(Brasil, 1998) corrobora esta infor-mação. Embora esse estudo aponteum contingente menor dos empregosem saúde ocupados pelo pessoal deenfermagem – 30% (sendo 13%atendentes de enfermagem, 15% au-xiliares de enfermagem e 3,6% en-fermeiros), mostra que este contin-gente está subestimado, uma vez que,nos anos 90, ocorre um expressivoaumento de postos de trabalho naárea administrativa e de serviços ge-rais, concomitante à diminuição deadmissões de pessoal da saúde, par-ticularmente auxiliares de enferma-gem. Esse mesmo estudo estima aexistência de 225 mil atendentes deenfermagem no país. Trabalhadores

da área de enfermagem, portanto,atuando nos serviços de saúde semregular qualificação técnica para otrabalho em saúde. Esta expressivapresença de trabalhadores de enfer-magem no cotidiano dos serviços des-taca a contribuição das intervençõesde enfermagem no resultado da pres-tação de serviços e a repercussão dacapacitação técnica para a execuçãodeste trabalho especializado.

Os estudos sobre a força de traba-lho em saúde e na enfermagem mos-tram que nas duas últimas décadashouve um incremento na escolariza-ção e na profissionalização, particu-larmente com o aumento da incorpo-ração de auxiliares de enfermagem.Em 1983, a categoria de atendentesrepresentava 63,8% do total de tra-balhadores de enfermagem (Brasil,1985). Dados da Relação Anual deInformações Sociais (Rais) e do Ca-dastro Geral de Empregados e Desem-pregados (Caged) do Ministério daTrabalho e Emprego (MTE) apontamque, em 1998, 35% dos trabalhado-res da área de enfermagem não dis-punham de qualificação técnica espe-cífica (Brasil, 1998). Em 1999, o ca-dastro do Conselho Federal de Enfer-magem (Cofen) utilizado para a Clas-sificação das Práticas de Enfermagemem Saúde Coletiva (ABEn, 1997) evi-

86 Formação○

○ dencia que 16% ainda são atendentes.Entendemos que a diferença numéricaentre os dados de 1998 e 1999 deve-seàs distintas fontes utilizadas por cadauma das instituições, pois o estudo daforça de trabalho de enfermagem de-senvolvido pelo Ministério da Saúdetem como base o conjunto de empre-gos da área de enfermagem, Rais/Caged, e os dados do Cofen tomamcomo base o número de trabalhadorescadastrados na entidade.

Embora haja divergências nas in-formações disponíveis, todas as esti-mativas mostram a persistência deum expressivo contingente de traba-lhadores sem formação profissionalatuando em estabelecimentos de saú-de, particularmente na área de enfer-magem, o que acarreta em riscos paraa população e na desvalorização, sejado trabalho executado, seja do pró-prio trabalhador, que não encontrano exercício cotidiano de trabalhouma oportunidade de desenvolvi-mento técnico e emancipação.

Diante desse diagnóstico, o Minis-tério da Saúde está implementandoo Projeto de Profissionalização dosTrabalhadores da Área de Enferma-gem (PROFAE), com o objetivo deelevar o padrão de qualidade e efici-ência do atendimento prestado à po-pulação no âmbito do SUS, por meioda capacitação dos trabalhadores deenfermagem e do fortalecimento dasEscolas Técnicas de Saúde. Partindoda hipótese de que a formação pro-fissional melhora o desempenho e aqualidade dos serviços, o Ministérioda Saúde e o Banco Interamericanode Desenvolvimento pretendem ava-liar o impacto desse processo decapacitação na qualidade dos servi-ços por meio de uma investigação ci-entífica que acompanhará a implan-tação do PROFAE no país.

Assim, foi elaborado o projeto depesquisa intitulado "Avaliação doimpacto da profissionalização dostrabalhadores da área de enfermagemna qualidade dos serviços de saúde",com o objetivo geral de avaliar asmudanças decorrentes da profissio-nalização em enfermagem na melhoria

da qualidade dos serviços. Os objetivosespecíficos desta investigação são: a)analisar o contexto da assistência deenfermagem com base no dimensio-namento de pessoal e no modeloassistencial; b) analisar o processo detrabalho do auxiliar de enfermagem, comdestaque para as dimensões de articulaçãodas ações e de comunicação; e c) avaliar opadrão de qualidade da assistência deenfermagem com base em três indicadores– incidência de úlcera de pressão,incidência de erro de medicação e índicede desempenho de técnicas de enfermagem.

A primeira questão a destacar, noque se refere à pesquisa, é que o seuobjeto de estudo configura uma ques-tão atinente à interface entre a for-mação e a utilização de recursos hu-manos em saúde, pois não se trata deavaliar o processo pedagógico em si,nem a qualidade dos serviços de saú-de, mas sim as mudanças acarretadasnos serviços de saúde pela formaçãode pessoal de nível médio em enfer-magem. Entendemos que esta articu-lação – entre práticas educacionais ede exercício profissional – pode serapreendida e analisada da perspecti-va do processo de trabalho, ou seja,com base no contexto institucional,no projeto ético-político e no mode-lo de organização do trabalho, tantona dimensão técnica, quanto nainterativa.

Com base nos estudos do proces-so de trabalho em saúde, partimos dopressuposto de que ambas as dimen-sões – formação e trabalho em saúde– cons t i tuem prá t i ca s soc ia i s(Donnangelo e Pereira, 1976). Por-tanto, os agentes, particularmente osauxiliares de enfermagem, são apre-endidos como elementos constituin-tes do processo de trabalho (Mendes-Gonçalves, 1979 e 1994; Peduzzi,1998). O agente do trabalho, pelaexecução de atividades próprias desua área profissional, opera a trans-formação de um objeto de trabalhoem um produto que cumpre a finali-dade colocada, desde o início, comointencionalidade daquele específicotrabalho. Ou seja, os auxiliares deenfermagem executam atividades de

87NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○cuidados de enfermagem, de manu-tenção da organização do trabalho ede articulação das ações no âmbitoda enfermagem, com supervisão doenfermeiro, atendendo à finalidadede oferecer assistência de enferma-gem às necessidades de saúde dosusuários do serviço.

O estudo do processo de trabalhopressupõe a apreensão da sua relaçãodialética com o contexto institucionalem que o trabalho é operado pelosagentes. Nesta pesquisa o contextoserá apreendido com base em dois re-cortes principais, quais sejam: o mo-delo ass i s tenc ia l e o dimens io-namento de pessoal de enfermagem.

Entendemos por modelo assistencialo conjunto de ações desempenhadaspara atenção às necessidades de saúdeda população da área de abrangênciado serviço, de modo que o modelo ex-pressa a apreensão do perfil da cliente-la, o elenco de atividades implemen-tadas e os resultados previstos, ou seja,a concepção de processo saúde-doençae a finalidade ou intencionalidade dosprocessos de trabalho executados pelosdiversos profissionais da equipe de saú-de (Mendes-Gonçalves, 1979, 1992 e1994; Merhy, 1997; Peduzzi, 1998).

A literatura mostra que no Brasil,na maioria dos serviços de saúde, odimensionamento é empírico, combase na experiência cotidiana e nãoem um estudo sistemático pautadoem parâmetros definidos em termosoperacionais. Estes mesmos estudosanalisam que a inadequação numéri-ca e qualitativa dos recursos huma-nos em enfermagem lesa a clientelano seu direito de assistência à saúdelivre de riscos (Gaidzinski, 1994 e1998).

A ava l i ação do impac to daprofissionalização do pessoal de en-fermagem nos serviços de saúde tam-bém faz interface com os estudos dequalidade dos serviços. Donabedian(1990) refere que a qualidade do cui-dado é um conceito que tem várioscomponentes e que estes devem seravaliados com base em parâmetrosque derivam de três fontes: as ciên-

cias da saúde, os valores individuaisdos usuários dos serviços e os valo-res sociais. Portanto, não cabe ape-nas uma avaliação em termos técni-cos e da prática profissional isolada-mente, mas sim a inclusão de dife-rentes dimensões da prática que seobjetiva analisar, articulando as ques-tões referentes ao desempenho datécnica e aos valores éticos do traba-lho em saúde (Schraiber e Nemes,1996).

Desta forma, a questão nuclearcolocada para investigação refere-seao impacto ou efeitos que a qualifi-cação técnica, na categoria de auxi-liar de enfermagem, acarreta nos se-guintes aspectos da prática: a) assis-tência de enfermagem; b) articulaçãodas ações de enfermagem com as de-mais ações de saúde; e c) interaçãoentre a equipe de enfermagem e aequipe de saúde. O impacto doPROFAE na qualidade dos serviçosserá considerado por referência aosaspectos de qualidade da intervençãotécnica executada pelo atendente deenfermagem e – após a profissiona-lização – pelo auxiliar de enferma-gem, de complementaridade e articu-lação das ações e de interação dossujeitos envolvidos na prestação deserviços nos dois planos – usuário-agente e agente-agente.

No que se refere à assistência deenfermagem, serão estudados algunsindicadores, considerados como re-presentações quantitativas ou não, deresultados, ocorrências ou eventos deum sistema (Burmester et al., 1993).

Alguns dos indicadores de quali-dade adotados com maior freqüênciapara a avaliação dos resultados daassistência no âmbito hospitalar são:incidência de úlcera de pressão; in-cidência de erros relacionados à ad-ministração de medicamentos e infu-são venosa; taxas de acidentes compacientes (quedas, por exemplo) e asatisfação do paciente com cuidadorecebido (Stanley e Foer, 1996). Nopresente estudo, foram selecionadosdois desses indicadores referidos naliteratura: incidência de úlceras de

88 Formação○

○ pressão e incidência de erros relaci-onados à administração de medica-mentos.

Para cada um desses indicadoresé possível pressupor uma correlaçãoentre a ocorrência do evento e umaumento no tempo de permanênciado paciente no hospital, assim comouma elevação no consumo de recur-sos, uma vez que, face a essas com-plicações, o paciente passará a exi-gir um outro conjunto de ações ne-cessárias à sua reabilitação não pre-visto anteriormente , os quais seri-am traduzidos em valores monetári-os (custos). Nesse caso, poder-se-iafalar em análise da eficiência, umavez que quanto mais se otimiza a es-trutura dos custos a paridade de re-sultados, mais se aumenta o nível deprodutividade do serviço.

Alguns estudos apontam que a úl-cera de pressão constitui-se em pro-blema crítico e bastante freqüente naassistência de enfermagem. A litera-tura internacional evidencia que aprevalência de úlcera de pressão empacientes internados em hospitais easilos varia de 5 a 32% (Allcock etal., 1994; Hanson et al., 1996). NoBrasil, pesquisa desenvolvida porCaliri et al. (1997) com pacientes in-ternados em um hospital de ensinoencontrou uma taxa de prevalênciade 28%. Quanto à incidência, exis-tem poucos estudos: Richardson etal. (1998) apontam taxas de 13% emhospitais de longa permanência (pa-cientes crônicos); Richardson (1990)verificou taxas de 5% a 10% em uni-dades de pacientes agudos e idosos;Maklebust (1987), citando alguns es-tudos, refere que de 3% a 10% dospacientes hospitalizados desenvol-vem úlcera de pressão durante o pe-ríodo de internação.

A administração de medicamentose a infusão venosa são atividades re-levantes no processo de trabalho daenfermagem, além de constituírem-se em indicadores tradicionais daqualidade da assistência. No Brasil,tais atividades são consideradas cen-trais no trabalho desenvolvido pelo

auxiliar de enfermagem em qualquercampo de sua atuação (hospital e am-bulatório). A administração de me-dicamentos e a infusão venosa devemresultar em benefícios potenciais aospacientes que os recebem. No entan-to, erros nesses tipos de procedimen-tos podem resultar em efeitos dele-térios - e muitas vezes irreversíveis,no paciente.

Segundo a literatura, os erros de-correntes da medicação ocupam o se-gundo lugar dentre os eventos adver-sos mais experienciados pelos paci-entes, estando as quedas em primei-ro lugar (Wolf, 1989). No Brasil,Padilha (1994), estudando a ocorrên-cia de iatrogenias em Unidades deTerapia Intensiva na cidade de SãoPaulo durante um mês, identificouque, dos 284 pacientes internados noperíodo, 37 (13,1%) sofreram algumtipo de iatrogenia . Do tota l deiatrogenias identif icadas, 33,3%eram relativas a erros com medica-ção, sendo os mais freqüentes os atra-sos e adiantamentos na infusão ve-nosa e medicação.

Na bibliografia consultada obser-vamos que, para a identificação eanálise dos erros na administração demedicamentos, os instrumentos decoleta de dados utilizados têm sido aconsulta a relatórios e outros docu-mentos existentes nas instituiçõesonde o s eventos adver sos s ãoregistrados. Além disso, alguns estu-dos utilizam entrevistas com os pro-fissionais de enfermagem que execu-tam o procedimento (auxiliares e téc-nicos) e com aqueles que supervisio-nam e orientam o trabalho dessesprofissionais (enfermeiros). Entre-tanto, face ao níve l e levado desubnotificação dos erros, bem comode outras dificuldades em se obteracesso a tais informações junto aosserviços de saúde, em especial noBrasil, estes estudos não têm eviden-ciado, em termos quantitativos ouqualitativos, a efetiva ocorrência deerros de medicação.

Na pesquisa, será avaliado, ainda,um terceiro indicador, obtido por

89NO. 01 JANEIRO DE 2001○

○meio da mensuração do índice dequalidade no desempenho de técni-cas de enfermagem. A análise seráefetuada com a aplicação de check-list, o qual consiste na descrição por-menorizada, passo a passo, da ativi-dade selecionada, considerando opadrão ouro ou de excelência para aexecução da mesma. Optamos pelocheck-list por se tratar de ferramen-ta utilizada na avaliação de desem-penho da á rea de en fe rmagem(Peduzzi et al., 1996). Estudo reali-zado por Almeida et al. (1980) con-cluiu que o check-list constitui uminstrumento de conhecimento do de-sempenho geral dos serviços de saú-de estudados no que se refere às téc-nicas observadas. Os autores tambémreferem que se trata de um recursode preparo e montagem trabalhosos,porém, de fácil aplicação, sendo, as-sim, indicado para o estudo de téc-nicas de enfermagem.

O Desenho da Pesquisa

O quadro teórico da investigação –que articula a análise do processo detrabalho do auxiliar de enfermagem,o dimensionamento de pessoal e aavaliação de indicadores de qualidadeda assistência de enfermagem – requerque o contexto de trabalho em queestão inseridos os trabalhadores deenfermagem seja caracterizado, pois oimpacto da profissionalização naqualidade dos serviços não decorreisoladamente da formação, mas sim deum conjunto complexo de fatoresinter-relacionados. Dessa forma,propomos uma pesquisa que, partindoda delimitação do contexto de trabalhoem cada serviço, procede à análise detrês planos sucessivos de aproximaçãodo objeto: a) a análise do própriocontexto; b) a análise do processo detrabalho do auxiliar de enfermagem;e c) a avaliação da assistência deenfermagem por meio da análise dostrês indicadores de qualidade.

A pesquisa será realizada por meiode metodologia quantitativa e quali-tativa, aplicada em duas etapas, antese após o processo de profissionalização,visto que, para avaliarmos o im-

pacto do PROFAE, será necessáriocotejar um mesmo conjunto de in-formações em ambos os momentos.O impacto da profissionalizaçãoserá aval iado quant i tat ivamentepor meio da mensuração de dois in-dicadores de qu rocesso de traba-lho do auxiliar de enfermagem, re-lacionando-o com o contexto det r aba lho , e spec i a lmente com odimens ionamento de pes soa l , ecom os indicadores de qualidade daassistência de enfermagem.

Um primeiro recorte diz respeitoà unidade de análise na pesquisa. Vis-to que objetivamos avaliar o impac-to produz ido pe lo proces so deprofissionalização dos auxiliares deenfermagem nos serviços de saúde enão o desempenho individual de cadatrabalhador, tomaremos como unida-de de análise o serviço de saúde noqual estão inseridos os trabalhadores.

Um segundo recorte metodológicorefere-se à opção por estudarmos ape-nas uma parcela ou amostra da tota-lidade dos serviços de saúde na qualestarão trabalhadores de enfermagempart ic ipantes do processo deprofissionalização ao longo dos qua-tro anos previstos para o desenvolvi-mento do PROFAE pelo Ministério daSaúde. A complexidade do desenho dainvestigação inviabiliza sua aplicaçãoao universo total do estudo.

A seleção dos serviços que serãopesquisados atenderá aos seguintescritérios: a) presença de atendentesde enfermagem no cuidado direto apacientes no momento da coleta dedados anterior à profissionalização;b) contingente de trabalhadores quepar t i c iparão in i c i a lmente doPROFAE igual ou superior a 50% dosatendentes de enfermagem do servi-ço; c) garantia, por parte do serviço,de acesso às informações necessáriaspara o desenvolvimento da pesquisa;e d) diversidade de serviços por mo-dalidade assistencial (hospitalar eambulatorial).

O PROFAE será implantado natotalidade dos Estados brasileiros notranscorrer do segundo semestre de

90 Formação○

○ 2000. Porém, a pesquisa será realiza-da em dez Estados, dado o critério defactibilidade da investigação. Para aseleção dos Estados, além da factibi-lidade, foram considerados os seguin-tes critérios: a) execução da pesquisaem todas as cinco regiões do país e b)em cada região, seleção dos Estadoscom maior e menor número, respecti-vamente, de cadastrados para oPROFAE.

Quanto à seleção dos serviços queirão compor a amostra em cada Esta-do, também é fundamental assegurar,dentro de determinados limites, que ostrabalhadores que passaram pelo pro-cesso de qualificação permaneçam nainstituição. Um dos indicadores possí-veis de serem utilizados nessa avalia-ção é a mensuração e análise darotatividade da sua força de trabalho.A rotatividade exprime um movimen-to que se verifica no mercado de tra-balho, caracterizado pelas entradas esaídas dos indivíduos de uma determi-nada instituição que compõe esse mer-cado. Nesse processo, o acesso (entra-da), a saída (desligamento) e o tempode permanência do indivíduo no em-prego são elementos passíveis demensuração, permitindo dimensionare analisar quantitativamente o grau deestabilidade ou instabilidade de um de-terminado grupo de trabalhadores(rotatividade). Uma força de trabalhoestável e qualificada, além de susten-tar o processo de cuidar, cria, também,possibilidades efetivas de garantia daqualidade dos serviços ofertados(Anselmi, 1993 e 1998). A literaturaacerca da temática aponta que taxasde rotatividade entre 25% e 30% po-dem ser consideradas elevadas e com-prometedoras do serviço. Por isso, es-tabeleceu-se como um dos critériospara seleção dos serviços que partici-parão do estudo a mensuração da taxade rotatividade da sua força de traba-lho, especificamente a de enfermagem.Os serviços que apresentarem taxasde rotatividade iguais ou inferiores a30% serão incluídos na pesquisa.

Considerações Finais

Por meio desta pesquisa busca-mos, em primeira instância, atingir

os objetivos propostos que se refe-rem à medida do impac to doPROFAE na qualidade dos serviçosde saúde. Avaliação esta que buscamensurar, qualificar e compreenderparticularmente a qualidade do cui-dado de enfermagem na sua articu-lação com as demais ações de saúde.Esta perspectiva de estudo permitiráconhecer o cenário organizacional,tecnológico e comunicacional em queos trabalhadores de enfermagemexercem sua prática, relacionandotais condições objetivas de trabalhocom o desempenho profissional e oprocesso de profissionalização que oPROFAE proporcionará.

Também queremos destacar que amotivação de todas as instâncias e detodos os sujeitos envolvidos no de-senvolvimento desta investigação temem vista um alcance ainda maisabrangente que a própria pesquisa,ao buscar assegurar o direito à qua-lidade de atenção integral à saúdepara a totalidade da população bra-sileira e, em especial, dado o recortedo projeto, o direito à assistência deenfermagem de qualidade.

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Projeto elaborado sob a coordenação da consultoraMarina Peduzzi.

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