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Formação de palavras
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FORMAÇÃO DE PALAVRAS
LÉXICO
“O léxico é uma espécie de banco de dados previamente
classificados...” (Basílio, 2004)
O léxico fornece unidades de designação para novos
objetos, mecanismos ou condições:
computador, xerox, global.
A partir dessas, surgem novas unidades de construção de
enunciados: computação, computacional, xerocar,
globalizar, globalização...
Léxico externo – conjunto de palavras que pode ser
verificado nos enunciados de uma língua ou
representado nos dicionários.
Léxico interno – corresponde não só às palavras, mas
também ao conhecimento de padrões gerais de
estruturação que permitem a interpretação ou produção
de novas formas.
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COMPETÊNCIA LEXICAL DO FALANTE
Como o falante/escrevente:
- forma unidades lexicais novas consideradas boas ou
aceitáveis;
Dispensado > despedido > desligado > descontinuado >
desprosseguido???
treinabilidade??? sheikabilidade??
- evita a formação de unidades inaceitáveis;
- entende-as e as julga boas ou inaceitáveis enquanto
ouvinte/leitor.
POR QUE SE FORMAM NOVAS PALAVRAS?
A função que a nova palavra composta ou derivada
apresenta é a razão de sua criação.
1. Função semântica
Dar nome às coisas ou seres, a novos objetos, a fatos
culturais novos, a fenômenos da natureza que nos cerca ou
da nossa realidade interior.
Ex: de passeata (palavra datada de 1881), temos hoje
carreata, bicicleata, tratorata, barcata etc.
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Ficante ---- set/2008
Outro indício de que esse “ficante” pode ser seu futuro
namorado acontece quando ele te apresenta para outras
pessoas. Não basta apenas ser carinhoso na intimidade, e
se afastar quando está em público. É preciso ser único nas
duas situações.
portabilidade
2. Função sintática
A função de adequação sintática opera quando há mudança
de classe na formação de nova palavra.
A nominalização de verbos é um bom exemplo disso.
Ex: Clonaram o macaco.
Todos ficaram preocupados com a clonagem do macaco.
Advérbios de modo também são formados assim
– adjetivo + -mente
Contudo, nem sempre a mudança é satisfatória:
Ex: O presidente declarou (*inacreditavelmente) que não
sabia do esquema de corrupção.
A inacreditável declaração do presidente de que não sabia
do esquema de corrupção.
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3. Função expressiva
Expressar aspectos subjetivos do emissor.
Faz-se geralmente por meio de sufixos, destacando-se os de
cunho pejorativo.
-ento --- pão borrachento; carne gordurenta, pessoa
grudenta
-arada ---- gentarada; homarada
-ice ---- pentelhice, canastrice
-ção ---- falação, encheção, lavação de roupa
Usam-se também alguns prefixos:
-des ---- desgoverno, desprefeito
QUANDO SE FORMAM NOVAS PALAVRAS?
FE - formação esporádica
Pai, a formiga desmorreu!
Palavras cunhadas uma vez e usadas aparentemente apenas
uma vez.
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FI – formação institucionalizada
Um plano de governo imexível.
O item se torna familiar, conhecido de uma comunidade
linguística, ainda que restrito a alguma localidade.
fefelechento
taxeiro em Salvador
Por que algumas FE’s se institucionalizam e outras não?
1. Prestígio do criador – políticos, escritores,
apresentadores de televisão, esportistas, músicos,
economistas etc.
2. Poder da mídia – a televisão é a mídia mais poderosa
ainda.
3. Certos processos são mais chamativos do que outros ---
fumódromo ao invés de sala de fumantes. Em desuso...
4. Necessidade --- aidético, celetista etc.
SINCRONIA X DIACRONIA
Na depreensão das palavras compostas ou derivadas
“sincronia e diacronia podem contrapor-se quanto a
métodos e resultados” (Kehdi, 1990)
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Podemos depreender o elemento “pôr” em antepor, apor,
compor, depor, dispor, impor, pospor e repor. Mas e seus
prefixos?
E em aduzir, conduzir, deduzir, induzir, produzir, reduzir e
seduzir? Não existe um verbo ‘duzir’.
Mas de ‘duz’ podemos formar nomes com -ão: adução,
condução, dedução, indução, produção, redução e sedução.
Fatos análogos temos em:
‘mit’ --- admitir, demitir, emitir, permitir, transmitir
/ admissão, demissão, emissão, permissão, transmissão
‘prim’ --- comprimir, deprimir, exprimir, imprimir, reprimir
/ compressão, depressão, expressão, impressão, repressão
‘preend’ ---- apreender, compreender, repreender,
empreender / apreensão, compreensão, repreensão, mas
empreendimento.
‘gred’ ---- agredir, progredir, regredir
/ agressão, progressão, regressão
LEXICALIZAÇÃO
Às irregularidades ou idiossincrasias denominamos de
lexicalização.
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Lexicalização categorial
Irregularidade na categoria da base --- vender > vendedor,
pesquisar > pesquisador, lenhar > lenhador. portável >
portabilidade
Lexicalização prosódica
Irregularidade na tonicidade --- nomes deverbais
Estimular > estímulo
Criticar > crítica
Analisar > análise
Abandonar > abandono
Conversar > conversa
Controlar > controle
Lexicalização estrutural
Irregularidade na estrutura do vocábulo
Adotar > adoção e não adotação
Anotar > anotação
Milho > milharal e não milhal
Banana > bananal
Sangue > sangrento e não sanguento
Medo > medroso e não medoso
Ler > leitor e não ledor
Correr > corredor
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Lexicalização rizomórfica
Irregularidade quanto à raiz
Cabelo/capilar (cabeleireiro)
Chuva/pluvial (chuvoso)
Dedo/digital (dedilhar)
Orelha/auricular (orelhão)
Mão/manusear (mãozada)
Lexicalização semântica
Desmatar > desmatamento
Cancelar > cancelamento
Acabar > acabamento
Participar > participante
Militar > militante
Protestar > protestante
Tratar > tratante
É uma extensão de sentido. As palavras, institucionalizadas,
são congeladas e, depois de um tempo, são reativadas com
um novo sentido.
Tal processo é distinto dos casos de POLISSEMIA DE
FORMAS COMPLEXAS, em que se dá a convivência de duas
formas:
Camisinha (camisa pequena) x camisinha (preservativo)
Vassourinha (vassoura pequena) x vassourinha (planta)