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23/11/2012 1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CAMPUS DE JABOTICABAL Formação de Pastagens Prof. Dra. Ana Cláudia Ruggieri Jaboticabal Agosto de 2011 Introdução Criação animal no Brasil => exploração de pastagens como fonte principal na alimentação Tipos de pastagens Pastagem natural Pastagem nativa Pastagens artificiais ou cultivadas Permanentes Temporárias Fonte: Beefpoint Preparo do solo Avaliação da fertilidade do solo Finalidade: Grau de suficiência ou de deficiência de nutrientes no solo Condições adversas Acidez ou salinidade Amostragem de solo Dividir a propriedade em áreas uniformes Máximo 20 ha (± 8 alqueires) Os critérios: Topografia ou declividade Drenagem Cobertura vegetal ou cultura Cor do solo Tipo do solo ou textura e de adubação Produção em anos anteriores Sintomas em plantas na última cultura Divisão da propriedade em áreas uniformes Caminhamento em zigue-zague Mínimo 20 locais diferentes Amostra composta Caixinha ou saquinho de plástico identificado Procedimento da amostragem

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23/11/2012

1

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CAMPUS DE JABOTICABAL

Formação de Pastagens

Prof. Dra. Ana Cláudia Ruggieri

Jaboticabal – Agosto de 2011

Introdução

Criação animal no Brasil => exploração de

pastagens como fonte principal na alimentação

Tipos de pastagens

Pastagem natural

Pastagem nativa

Pastagens artificiais ou cultivadas

Permanentes

Temporárias

Fonte: Beefpoint

Preparo do solo

Avaliação da fertilidade do solo

Finalidade:

Grau de suficiência ou de deficiência de nutrientes

no solo

Condições adversas

Acidez ou salinidade

Amostragem de solo

Dividir a propriedade em áreas uniformes

Máximo 20 ha (± 8 alqueires)

Os critérios:

Topografia ou declividade

Drenagem

Cobertura vegetal ou cultura

Cor do solo

Tipo do solo ou textura e de adubação

Produção em anos anteriores

Sintomas em plantas na última cultura

Divisão da propriedade em áreas

uniformes

Caminhamento em zigue-zague

Mínimo 20 locais diferentes

Amostra composta

Caixinha ou saquinho de plástico identificado

Procedimento da amostragem

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Retirada de uma amostra simples

Profundidade: 0 - 20 cm

Época e freqüência da amostragem:

Qualquer época do ano

Dois a três anos

Utensílios para amostragem

A- Trado de Rosca, B-Trado Holandês, C- Enxadão e D- Pá

Balde de plástico (10 a 20 litros)

Caixinha de papelão ou saquinhos de plástico

especiais para envio da amostra composta ao

laboratório

Correção da acidez do solo Aplicação:

Dois a três meses antes do plantio

No início das chuvas

Incorporação

20 a 30 cm

aração

uma gradagem de nivelamento (antes do

plantio)

Tipo de Corretivo

Calcário

Cal virgem agrícola

Cal hidratada agrícola ou cal extinta

Calcário calcinado

Escória básica de siderurgia

Carbonato de cálcio

PRNT

Adubação de correção

Macronutrientes

Fósforo:

Em função da exigência da planta

A aplicação de correção + formação são

feitas simultaneamente, na implantação da

pastagem, somando os requerimentos

Aplicação próxima à semente

Potássio:

Em cobertura

Forrageira: cobrir 60 a 70% do solo

Soma-se os requerimentos da correção e de

formação

Nitrogênio:

Aplicado parceladamente e anualmente

Sempre aplicar a lanço e em cobertura

Preferência: sulfato de amônio, para evitar

perdas de nitrogênio

Uréia: em condições de umidade no solo,

sem sol pleno, e dias não muito quentes

Adubação de correção

Macronutrientes

Cálcio e magnésio:

Formas disponíveis em pH acima de cinco

Correção da acidez fornece, normalmente,

as quantidades exigidas

Enxofre:

Normalmente o uso de superfosfatos e

sulfatos podem ser o suficiente para pastagem

O gesso

Eliminar o Al+3 trocável

Fornece Cálcio

Fornece quantidade apreciável de S ao

solo

Adubação de correção

Micronutrientes

Leguminosas

Forrageiras mais produtivas recomenda-se:

80Kg/ha de FTE – BR.12 (9% -Zn, 1,8% - B, 0,8%

- Cu, 3% - Fe, 2% - Mn, 0,1% - Mo, 0% - Cu)

Aplicação: à época da correção do solo

Muito pouco se sabe sobre as exigências das

plantas nestes elementos.

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Adubação de manutenção

Anual, devido ao ciclo vegetativo das espécies

forrageiras

Análise de solo de amostras coletadas nos 10 cm

superficiais

Pastagens já formadas

Fósforo: fosfatos naturais reativos e em

cobertura

Nitrogênio: de 60 a 240 Kg de N por ano,

independente da análise do solo.

Economicidade

Limpeza da área

Áreas de agricultura ou pastagem

roçada geral e/ou aplicação de herbicida para

posterior semeadura

Áreas com vegetação natural

Correntão: para áreas maiores e planas e com

vegetação composta de arvoretas pouco densas

Lâminas frontais: áreas com vegetação mais

densa

Limpeza manual: recomendado para áreas

pequenas e/ou locais de difícil mecanização

Queima: menos recomendável

Uso de correntão Uso de

Lâminas

frontais

A escolha da espécie forrageira

Critérios:

Assistência técnica

Levantamento de um histórico detalhado da região:

índice pluvial médio anual e mensal

temperatura média anual e mensal

fotoperíodo

ocorrência de geadas

ocorrência de pragas importantes

Levantamento da área em que será implantada a

pastagem:

profundidade

fertilidade

estrutura

textura do solo

topografia

susceptibilidade à erosão

culturas de cobertura anteriores

possibilidade e duração de encharcamento

Escolha da espécie forrageira

Alguns detalhes...

Topografia

topografia mais acidentada

Preferência para espécies estoloníferas:

B. decumbens cv. Basilisk; B. humidicola cv.

Humidicola; B. humidicola cv. Llanero

(Dictyoneura)

Textura do solo

solos arenosos ou de textura mista: todas as

espécies podem ser utilizadas

Para solos com textura mais argilosa,

espécies com sistema radicular mais vigorosos:

B. brizantha cv. Marandú; B. brizantha cv.

Xaraés (MG-5); Panicum maximum cv.

Mombaça

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Escolha da espécie forrageira

Alguns detalhes...

Fertilidade do solo

Baixa Exigência

Média Exigência

Alta Exigência

Drenagem do solo

Deficiência de drenagem: espécies

tolerantes ao encharcamento, como B.

humidicola cv. Humidicola

Drenagem lenta: a B brizantha cv. BRS

Piatã e Xaraés podem ser empregadas

Tabela 1. Exigências de adaptação e tolerância das plantas forrageiras a

alguns componentes ambientais abióticos

A escolha da espécie forrageira

Critérios:

Tipo de manejo que será adotado

utilização ou não de fertilizantes na formação e

manutenção

Forma de estabelecimento

Sistema de pastejo – lotação rotacionada ou lotação

contínua

Espécie e raça animal

Expectativa de produção

Os tipos de semeadura mais empregados são:

Semeadura Manual

áreas com alto declive e de difícil acesso para

máquinas

A lanço

Com matraca

Semeadura Mecanizada

A lanço

mesmo equipamento para distribuição de

calcário

Em sulcos

distribui e cobre as sementes em uma só

operação

Plantio de mudas

Semeadura Aérea

Semeadura

Semeadura manual

Matraca

Lanço

Semeadura mecanizada

Lanço

Sulcos de plantio

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Semeadura aérea

Incorporação

Profundidade de incorporação das sementes por espécie (cm)

Implementos para a incorporação das

sementes, quando a semeadura for feita a

lanço:

Grade niveladora fechada

logo após a semeadura

germinação e emergência das

plântulas.

Rolo compactador

sempre ser empregado em solos

arenosos

Incorporação

Grade

niveladora

Uso de rolo compactador Valor cultural (VC)

Exprimi a qualidade físico-fisiológica das

sementes de gramíneas forrageiras

Esse valor representa a proporção de sementes

puras que são viáveis em um lote ou amostra

O preço das sementes é geralmente baseado no

valor cultural

Esse índice também é utilizado para regular a

taxa de semeadura

O VC é expresso em porcentagem e é obtido

pela seguinte fórmula:

% VC = (% pureza x % germinação ou % sementes viáveis)

100

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Taxa de semeadura

É a quantidade mínima em quilogramas do lote de

sementes disponível a ser plantado por hectare

A taxa de semeadura recomendada para cada

espécie deve ser respeitada.

A recomendação pode ser calculada pela seguinte

fórmula:

Q = SPV x 100

VC

onde:

Q = quantidade de sementes comerciais (kg) a serem

semeadas.

SPV = Sementes puras viáveis (kg/ha).

VC = Valor cultural

Controle de plantas invasoras

A partir de duas semanas da semeadura: processo de

competição e redução da produção da forrageira

O controle

duas semanas da semeadura

a área livre de invasoras até 45 dias do crescimento

Tipos de controle: Controle preventivo

Limpeza cuidadosa dos tratores e dos implementos

Fermentação de esterco e de materiais orgânicos

Uso de sementes de espécies de plantas forrageiras não

contaminadas

Isolamento de áreas e quarentena de animais oriundos de

zonas infestadas

Evitar a introdução de plantas ornamentais que podem

mais tarde migrar para a área de pastagem

Adubação

Controle de plantas invasoras

Controle mecânico

Deve ser adotado com freqüência e empregado

desde o momento de implantação da pastagem

Evitar que as plantas invasoras entrem em fase de

reprodução

A intervenção deve ser sempre antes que as plantas

invasoras atinjam a fase reprodutiva

Esse método pode ser realizado:

Roçagem manual

Arranquio

Roçagem mecanizada

Gradagem e aração

Controle de plantas invasoras

Controle cultural

Conjunto de procedimentos que direta ou

indiretamente contribuem para aumentar a

competitividade da planta forrageira e reduzir a das

plantas invasoras

Alguns deles:

A adubação correta de pastagem NPK

Utilização de espécies de plantas forrageiras

bem adaptadas ao ambiente

Tipo de manejo empregado pelos produtores.

Espécies forrageiras com maior

agressividade

Controle de plantas invasoras

Controle químico

Consiste no uso de produtos químicos: herbicidas

Inibem o crescimento normal ou matam as plantas sem

interesse agronômico

Vantagens:

Alto rendimento na aplicação

Eficiência elevada e uniforme

Controle das plantas indesejáveis sem comprometer as plantas

de pastagens

Efeito rápido

Redução do potencial do banco de sementes

Viabilidade econômica

Desvantagens:

Risco aos recursos naturais, vida silvestre e humana

Contaminação dos alimentos dos humanos e dos animais

Cuidados específicos durante sua aplicação

Cuidados especiais no armazenamento das embalagens

Tipos de preparo do solo

A escolha da forma de preparo do solo para

semeadura ou plantio depende de vários fatores:

O nível tecnológico adotado na propriedade

Participação em associações e cooperativas

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Sistema convencional

Limpeza da área

Em áreas de vegetação de porte baixo com pequeno grau

de declividade: primeira medida é usar uma grade pesada.

Esta fará a incorporação da:

Matéria orgânica

Sementes de ervas daninhas

Descompactação deste solo

Se necessário

Aração com arado tipo aiveca

Após a aração promover uma gradagem de nivelamento:

antes do plantio

Esta operação deverá ser realizada durante o período

seco, se possível

Solos arenosos: compactação do solo com rolo

compactador, após o seu preparo, antes e após o plantio da

forrageira. principalmente, das gramíneas

Arar

Gradear

Preparo convencional

Preparo convencional Cultivo mínimo

O cultivo mínimo: forma não convencional de preparo do

solo para receber mudas ou sementes de uma determinada

cultura

Consiste do preparo do solo e plantio ao mesmo tempo,

em um menor número de operações possível

Apenas as linhas em que haverá o plantio terão o solo

revolvido

Há o revolvimento mínimo do solo

Benefícios:

Menor revolvimento do solo

Conserva a estrutura a estrutura do solo

Mantém o solo coberto pelos resíduos da cultura

Economia de combustível.

Diminui a ação de processos erosivos

Cultivo mínimo Sistema plantio direto (SPD)

Plantio direto: processo de semeadura em solo não

revolvido, no qual a semente é colocada em sulcos ou

covas, com largura e profundidade suficientes para a

adequada cobertura e contato das sementes com a terra

Técnica de cultivo conservacionista

Considera-se uma técnica de cultivo mínimo

Objetivo: manter o solo sempre coberto por plantas em

desenvolvimento e por resíduos vegetais

Essa cobertura tem por finalidade:

Proteger o solo do impacto das gotas de chuva

Escoamento superficial

Erosões hídrica e eólica

O preparo do solo limita-se ao sulco de semeadura,

procedendo-se a semeadura, a adubação e, eventualmente,

a aplicação de herbicidas em uma única operação

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Sistema plantio direto (SPD)

Fundamentos

Eliminação/redução das operações de preparo do solo

Uso de herbicidas para o controle de plantas daninhas

Formação e manutenção da cobertura morta

Rotação de culturas

Uso de semeadoras específicas

Sistema plantio direto (SPD)

Sistema plantio direto (SPD) Sistema plantio direto (SPD)

Principais métodos de estabelecimento de pastagens e implicações de

manejo

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Pastejo inicial

O pastejo inicial: estimula o crescimento lateral e

perfilhamento

Deve ser realizada quando as plantas

apresentarem um desenvolvimento compatível com o

porte da espécie

Alta lotação

Curta duração

Atenuar os efeitos danosos da desfolha e

pisoteio sobre a forrageira

O uso de animais mais leves

Em condições ótimas: 60-90 dias após a

semeadura

Renovação, recuperação e reforma de

pastagens degradadas

Entende-se por:

Recuperação: a aplicação de práticas culturais

e/ou agronômicas, visando o restabelecimento da

cobertura do solo e do vigor das plantas forrageiras

na pastagem.

Reforma: entende-se a realização de um novo

estabelecimento da pastagem, com a mesma

espécie e, geralmente, com a entrada de máquinas.

Renovação: consiste na utilização da área

degradada para a formação de uma nova pastagem

com outra espécie forrageira, geralmente mais

produtiva.

Principais causas e sinais de degradação de pastagens com suas interrelações

Recuperação sem preparo de solo

Características:

A degradação ocorreu devido a erros de manejo

Há grande ocorrência de plantas invasoras

Baixa produção de forragem

A forrageira está adaptada às condições

edafoclimáticas locais e, eventualmente, o estande

possui uma boa densidade de plantas desejadas

Neste caso

O controle químico das plantas invasoras

Adubação

sem a necessidade da utilização de máquinas

para o preparo do solo

Tratamentos físico-mecânicos do solo

A densidade de plantas estando muito abaixo da

necessária para boa produção de forragem

Ocorrendo áreas sem cobertura e com acentuada

compactação do solo

Conjunto com a ressemeadura e novo

estabelecimento, seja da mesma, ou outra, espécie

forrageira

Uso de leguminosas forrageiras

Necessita nível tecnológico médio da

propriedade

Podem ser:

Plantadas em consórcio com as gramíneas

Exclusivas para uso na época seca como

banco de proteína

depois de certo tempo a área é plantada

com gramíneas e o banco é usado para

recuperar uma nova pastagem degradada

Cultivo

Posterior incorporação (como adubo verde)

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Formação e utilização de banco de

proteína

Escolha da leguminosa forrageira

A leguminosa deve ser:

Adaptada às condições edafoclimáticas locais

Tolerante à seca

Elevado teor protéico

Produzir forragem satisfatoriamente

Boa recuperação pós-pastejo

Ser bem consumida pelos animais

Tamanho da área

O tamanho da área pode ser de 10% a 15% do

total da área de pastagem

Preparo da área

Final do período seco

Formação e utilização de banco de

proteína

Plantio

No início do período chuvoso.

Sementes que devem ser escarificadas

Água quente à temperatura de 80° C, por 2 a 4

minutos

Água natural: sementes emergidas por +/- 4 horas,

quando serão tiradas da água

Secar na sombra.

Essa operação deve ser feita de preferência à tarde,

na véspera do plantio

Outra forma de escarificação é danificar o

tegumento da semente com lixa, areia grossa ou seixo

Adubação

A adubação deve ser feita em razão da análise de solos

e das exigências da leguminosa escolhida para a formação

do banco de proteína

Utilização do banco de proteína

Pastejo

O animal deve ter acesso à área de leguminosa, de

acordo com o manejo a ser adotado

Deve-se proporcionar uma maior freqüência possível do

animal ao banco de proteína

Alternativas de manejo

Acesso diário dos animais ao banco de proteína, por

aproximadamente 1 a 2 horas

Acesso dos animais ao banco de proteína apenas a

cada 2 ou 3 dias, por aproximadamente 1 a 2 horas

O banco de proteína pode apresentar duas ou mais

subdivisões, permitindo-se fazer um sistema de rodízio

entre elas, visando auxiliar a recuperação da leguminosa,

que é normalmente lento, variando de 40 a 60 dias.

Esquema de um sistema integrando

uma pastagem de gramínea e um

banco de proteína

Ilustração: Guilherme Azevedo

Banco de proteína de puerária (Pueraria

phaseoloides) pastejada por bovinos

Fonte: Embrapa

Integração lavoura – pecuária (ILP)

Sistema importante em áreas com declividades

moderadas

O sistema Barreirão (CNPAF/EMBRAPA)

Recuperação de pastagens degradadas

Sistema Santa Fé (CNPAF/EMBRAPA)

Mais moderno e com várias alternativas

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Sistema Barreirão

O sistema Barreirão é uma tecnologia de

recuperação/renovação de pastagens em consórcio

com culturas anuais

Vantagens:

Ocupação da área para recuperação/renovação

por curto período de tempo (setembro/outubro a

março/abril), coincidindo com o período de possível

sobra de pastagens

Menor necessidade de máquinas e implementos,

em relação ao sistema de rotação

Correção de acidez do solo de acordo com as

exigências das espécies a serem consorciadas

Vantagens:

Redução apreciável dos cupinzeiros de monte

e das plantas daninhas perenes

Redução dos riscos de perdas por deficiência

hídrica, devidos aos veranicos, graças ao manejo

diferenciado do solo

Desenvolvimento vegetativo das forrageiras por

mais tempo, no período seco

Retorno parcial ou total do capital aplicado em

curto prazo, pela venda dos grãos produzidos no

consórcio

Facilidade de aplicação, bastando haver

disponibilidade de máquinas e implementos e de

orientação técnica

Sistema Barreirão

No sistema Barreirão, a escolha da cultura e da

forrageira a serem consorciadas depende do

interesse do produtor e das condições do solo.

Normalmente, consorcia-se milho, sorgo, milheto

com forrageiras, principalmente braquiárias,

Andropogon gayanus e Panicum sp. e/ou

leguminosas forrageiras, como Stylosanthes sp.,

Calopogonio mucunoides e Arachis pintoe.

Sistema Barreirão Implantação

Correção da acidez do solo

Preparo do solo

Segunda etapa

Objetiva-se:

Descompactação

Controle de plantas daninhas anuais e

perenes

Incorporação de resíduos orgânicos e

corretivos

Adubação

Análise de solo

Implantação do Consórcio

A terceira etapa

Uso de sementes de qualidade, tanto das

culturas anuais como das forrageiras

Sistema Barreirão

Semeadura

Deve-se dar preferência às cultivares

recomendadas para a região

Espaçamento e densidade de semeadura das

culturas anuais

No Sistema Barreirão, a consorciação de

culturas anuais, como o milho, o sorgo e o

milheto, com forrageiras obedece às

recomendações convencionais

Sistema Barreirão

Mistura das sementes das forrageiras com o adubo

As sementes das forrageiras do gênero Brachiaria são

misturadas ao adubo para posterior incorporação ao solo

Mistura: imediatamente antes de sua incorporação ao solo,

não devendo permanecer estocada por mais de 24 horas

Profundidade de adubação e de semeadura da forrageira

As forrageiras dos gêneros Panicum e Andropogon:

recomendações convencionais

As do gênero Brachiaria, principalmente B. brizantha e B.

decumbens: de 8 a 10 cm da superfície em solos de textura franca

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Sistema Barreirão

Condução

A quarta etapa diz respeito à condução da lavoura

A quinta etapa é a colheita

O processo e a velocidade da colheita são

idênticos aos recomendados para os cultivos

solteiros

A sexta e última etapa é a vedação da área, por um

período mínimo de 30 dias, após a colheita

Melhor formação da pastagem e/ou produção de

novas sementes da forrageira

Inicia-se o pastejo

Sistema Santa Fé

Embrapa Arroz em 1993

Fundamenta-se: na produção consorciada de culturas

de grãos (milho, sorgo, milheto e soja) com forrageiras

tropicais

Sistema de plantio direto como no convencional, em

áreas de lavoura, com solo devidamente corrigido

Vantagem:

Não altera o cronograma de atividades do

produtor

Não exige equipamentos especiais para sua

implantação

Sistema Santa Fé

Estabelecimento do Sistema Santa Fé

Semeadura simultânea

Misturada do adubo com as sementes da

forrageira

Alguns cuidados devem tomados para a

implantação do consórcio, tais como:

Dessecação da área ou preparo do solo

Semente da forrageira

5 a 10 kg de semente de braquiária por

hectare com valor cultural (VC) igual ou

superior a 30%

Adubação

Misturar as sementes da forrageira ao

adubo correspondente a um hectare

Sistema Santa Fé

Semeadura

Velocidade entre 4 e 6 km/h

A mistura de adubo e semente da forrageira

deve ser colocada mais profundamente que as

sementes da cultura anual

Nos solos com teor de argila entre 30% e

50%: de 4 a 6 cm abaixo das sementes da

cultura

Nos solos com mais de 60% de argila ou

mais de 70% de areia: em torno de 2 a 3 cm

abaixo das sementes da cultura

Sistema Santa Fé

Semeadura da forrageira em pós emergência da cultura

anual

Recomendada para áreas muito infestadas por plantas

daninhas

Permite controlá-las em pós-emergência precoce

Em seguida semeia-se a cultura forrageira

Utilizar o espaçamento idêntico ao da cultura anual

Os sulcos de semeadura: mais próximo possível das

fileiras da cultura anual

No caso de espaçamento da cultura anual ser superior

a 80 cm, devem-se semear duas fileiras da forrageira

entre duas fileiras da cultura anual

Sistema Santa Fé

A adubação nitrogenada

Solos com mais de 30% de argila: dez dias após a emergência

das plântulas

Solos com mais de 70% de areia aplicar: 50% aos dez dias da

emergência e 50% quando o milho, o sorgo ou o milheto

apresentarem seis a sete folhas totalmente expandidas e o arroz

estiver no estádio de primórdio floral

Manejo de herbicidas

Semeadura imediatamente após a dessecação

A área não apresente grande quantidade de cobertura viva,

em número de plantas ou volume de massa vegetal

Caso contrário:

Dessecar com herbicida sistêmico

Aguardar o secamento das plantas e a emergência de

novas plantas daninhas,

Realizar a semeadura

Antes da emergência das espécies consorciadas, dessecar

com herbicida de contato

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Sistema Santa Fé

Colheita da cultura

Para os consórcios entre sorgo, arroz ou milho

com forrageira, o procedimento de colheita é o

convencional

Evitar atrasos

Utilização da forrageira

Pastejo, silagem, silagem seguida de pastejo,

fenação e cobertura morta.

Pastejo

Vedar a área, após a colheita da cultura anual

30 a 60 dias

Sistema Santa Fé

Sistema Santa Fé

Sistema Santa Fé Sistemas silvipastoris

Integração de árvores ou arbustos, pastagens e

animais, com a finalidade de obter produtos ou

serviços destes três componentes.

Caracterização

Sistemas silvipastoris

Solo

• captação de nutrientes de camadas profundas pelas

raízes das árvores e devolução de parte destes

nutrientes nas camadas superficiais com

decomposição de raízes e folhas

• melhora na atividade microbiológica pela mudança

no microclima sob a copa das árvores

• plantadas em locais estratégicos as árvores ajudam

a controlar o processo de erosão

BENEFÍCIOS

Sistemas silvipastoris

Produção de forragens:

• crescimento das forrageiras => prejudicado ou

favorecido, dependerá da tolerância da espécie à

sombra, ao grau de sombreamento e a competição

entre as plantas por água e nutrientes

Benefícios

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Sistemas silvipastoris

Valor nutritivo da forragem:

Brachiaria decumbens sombreadas, teores de

proteína bruta influenciados pela luminosidade,

sendo 29% maiores na sombra do que no sol

Tendência de redução dos teores de FDN e

aumento da digestibilidade (variável conforme a

espécie, o grau de sombreamento e as

condições climáticas – temperatura e umidade

Benefícios

Sistemas silvipastoris

Consumo da forragem:

Embrapa Gado de Leite => não há diferença

significativa entre o sistema agrosilvipastoril e o

sistema tradicional

pesquisas em outros países demonstraram

haver diferença entre os sistemas

Benefícios

Sistemas silvipastoris

Conforto animal:

Procura dos animais por ambientes

sombreados, durante o verão

No inverno, vacas mestiças, em lactação, em

um experimento da Embrapa, permaneceram

43% do tempo de pastejo sob a sombra das

árvores. No verão este percentual subiu para

69%

Benefícios

Sistemas silvipastoris

Gramíneas: sombreamento

Uso de arbustos ou árvores que perdem folhas

facilmente

Dependendo do tipo de sombra e pelo trânsito dos

animais, a espécie forrageira pode ficar rareada ou

deixar de cobrir estas áreas, ficando o solo

susceptível à compactação e também à erosão

Desvantagens

Sistemas silvipastoris

Implantação onerosa e o retorno financeiro demora

Falta de conhecimento por parte dos produtores dos

benefícios deste sistema

Dificuldade de implantar árvores em pastagens já

estabelecidas

Aumento na mão de obra

Barreiras para adoção do sistema

silvipastoril

Escolha das espécies

As espécies arbóreas e as gramíneas devem ser

tolerantes ao sombreamento

Forrageiras: ter boa produtividade, alto valor

nutritivo, serem adaptadas ao manejo e condições

edafoclimáticas da região onde será implantado o

sistema

Árvores: crescimento rápido, copa reduzida e

pouco densa, fuste longo, para diminuir

sombreamento no pasto e regeneração rápida quando

sofrer alguma injúria, não causar efeito tóxico aos

animais e nem efeito alelopático sobre a espécie

forrageira

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23/11/2012

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Arranjo espacial

Plantio de linhas simples: o espaçamento entre

árvores é com base na espécie, altura da árvore e tipo

de copa. Recomendados: 3x10; 5x10; 10x10; 5x20;

Sentido leste-oeste.

Arranjo espacial

Plantio de linhas duplas: espaçamentos de no

mínimo 10 m entre linhas duplas. Sentido leste-

oestemodelo; para evitar plantas daninhas entre as

linhas, recomenda-se o plantio de uma leguminosa

tolerante ao sombreamento, como o Arachis pintoi

Arranjo espacial

Pequenos bosques: espaçamentos 3x2; 3x3; 3x5

m. Há problemas com pisoteio do gado nas raízes

superficiais das árvores, compactação do solo, devido

ao não crescimento de gramíneas por excesso de

sombra, provocando a exposição do solo

Arranjo espacial

Plantio aleatório: não há espaçamento indicado,

pois é muito utilizado quando se deseja aumentar a

biodiversidade, ou a regeneração de espécies naturais

existentes na pastagem

Arranjo espacial

O plantio ao longo da cerca também é uma opção;

pode ser feito nas divisórias das cercas, funcionando

como uma cerca viva

Fonte: Embrapa

Manejo

O principal é evitar o uso de fogo e herbicidas, e se

usados fazê-lo com maior controle para evitar danos

às árvores

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Fonte: Beefpoint

Consórcio de eucalipto com Brachiária

Obrigada

Prof. Dra. Ana Cláudia Ruggieri

[email protected]

(16) 3209-2682