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1- FORMAÇÃO HISTÓRICA Na antiguidade, a escravidão é a primeira forma de trabalho registrada nos manuais. O escravo não era sujeito de direitos, era considerado coisa, uma propriedade pertencente ao dono. Na idade média, reinava o feudalismo e as corporações de ofício. Mestres eram proprietários das oficinas, que já tinham passado pela prova da obra-mestra. Companheiros eram trabalhadores que percebiam salários dos mestres, os aprendizes eram os menores que recebiam o ensino do ofício ou da profissão. Havia nessa fase da historia um pouco mais de liberdade ao trabalhador. Ficavam os aprendizes sob a responsabilidade do mestre que, inclusive, poderia impor-lhes castigos corporais. Os senhores feudais davam proteção militar e politica aos servos que não eram livres, mas , ao contrario, deveriam prestar serviços na terra do senhor feudal. Os servos tinham de entregar parte da produção rural aos senhores feudais em troca da proteção que recebiam e do uso da terra. Nessa época o trabalho era considerado castigo. Os nobres não trabalhavam. Características das corporações de ofício 1- Estabelecer uma estrutura hierárquica 2- Regular a capacidade produtiva 3- Regulamentar a técnica de produção Os pais pagavam para seus filhos serem ensinados. Os aprendizes passavam a ser companheiros, após aprenderem o ofício, e somente se tornariam mestres após a realização do exame de: obra-mestra, mediante pagamento de taxa. Quem era filho de mestre não precisava fazer exame. O companheiro que se casasse com a filha do mestre passava a ser mestre sem fazer o exame. As corporações de oficio foram suprimidas com a revolução francesa, em 1789, pois foram consideradas incompatíveis com o ideal de liberdade do homem. Outras causas de extinção foram a liberdade de comercio e o encarecimento dos produtos das corporações.

FORMAÇÃO HISTÓRICA

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Resumo de Direito do Trabalho

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1- FORMAÇÃO HISTÓRICA

Na antiguidade, a escravidão é a primeira forma de trabalho registrada nos manuais. O escravo não era sujeito de direitos, era considerado coisa, uma propriedade pertencente ao dono.

Na idade média, reinava o feudalismo e as corporações de ofício. Mestres eram proprietários das oficinas, que já tinham passado pela prova da obra-mestra. Companheiros eram trabalhadores que percebiam salários dos mestres, os aprendizes eram os menores que recebiam o ensino do ofício ou da profissão. Havia nessa fase da historia um pouco mais de liberdade ao trabalhador. Ficavam os aprendizes sob a responsabilidade do mestre que, inclusive, poderia impor-lhes castigos corporais.

Os senhores feudais davam proteção militar e politica aos servos que não eram livres, mas , ao contrario, deveriam prestar serviços na terra do senhor feudal. Os servos tinham de entregar parte da produção rural aos senhores feudais em troca da proteção que recebiam e do uso da terra. Nessa época o trabalho era considerado castigo. Os nobres não trabalhavam.

Características das corporações de ofício1- Estabelecer uma estrutura hierárquica2- Regular a capacidade produtiva3- Regulamentar a técnica de produção

Os pais pagavam para seus filhos serem ensinados. Os aprendizes passavam a ser companheiros, após aprenderem o ofício, e somente se tornariam mestres após a realização do exame de: obra-mestra, mediante pagamento de taxa. Quem era filho de mestre não precisava fazer exame. O companheiro que se casasse com a filha do mestre passava a ser mestre sem fazer o exame.

As corporações de oficio foram suprimidas com a revolução francesa, em 1789, pois foram consideradas incompatíveis com o ideal de liberdade do homem. Outras causas de extinção foram a liberdade de comercio e o encarecimento dos produtos das corporações.

Na idade moderna reinava o absolutismo monárquico; foi a época da expansão marítima, período das grandes navegações.

Idade Contemporânea (REVOLUÇÃO FRANCESA – 1789 ) ... ideias de liberdade, igualdade e fraternidade.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – 1783 a 1802 na INGLATERRAConcentrou os trabalhadores nas fábricas. Aspecto mais importante que trouxe radical transformação no caráter do trabalho:SEPARAÇÃO De um lado, capital e meios de produção ( instalações, maquinas e matéria prima);De outro lado, mão de obra, nesta época os operários passaram a ser assalariados dos capitalistas.

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Essa relação de alienação dos meios e modos de produção foi desenvolvida pelo pensamento Marxista. A sociedade passou por uma fase de desenvolvimento urbano, marcado pelas inovações tecnológicas, tais como a invenção da maquina a vapor, do tear etc.

Houve a expansão da Indústria e do Comercio, ocasionando a substituição da mão de obra escrava e corporativa pelo TRABALHO ASSALARIADO. A revolução industrial transformou o trabalho em emprego, os trabalhadores passaram a trabalhar por salários. Com a mudança, houve uma nova cultura a ser apreendida.

A principal causa econômica do surgimento da revolução industrial foi o aparecimento da maquina a vapor como fonte energética.

O Estado nessa época, é intervencionista, interferia nas relações de trabalho, principalmente porque haviam abusos dos empregadores, que exigiam serviços em jornadas excessivas para menores e mulheres, de mais de 16 horas por dia ou ate o por do sol, pagando metade ou menos dos salários que eram pagos aos homens.

2- FORMACÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL

O marco inicial histórico do direito do trabalho foi a Revolução Industrial, por ter ocorrido após ela o surgimento da indústria como nova modalidade de organização do processo evolutivo, deixando para trás o artesanato e a manufatura, abandonando o campo como local da prestação de trabalho e passando a ser a indústria o novo ambiente de trabalho.Com a consequência da industrialização houve a concentração proletária, com grande oferta de mão de obra.

A constituição do México de 1917 é a primeira constituição do mundo a dispor sobre direito do trabalho.

A Carta Del Lavoro 1927 na Itália, instituiu o sistema corporativo-fascista na italia e inspirou o sistema politico brasileiro. O Estado deveria interferir, organizando a economia, cuidando do interesse de todos e promovendo o interesse nacional, como poder moderador e organizador da sociedade. Diretrizes básicas do corporativismo:A) NacionalismoB) Necessidade de organizaçãoC) Pacificação socialD) Harmonia entre capital e trabalho

OIT – ORGANIZACAO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Criação – 1919 como parte do Tratado de Versalhes, que pôs fim a primeira guerra

mundial. Formação – Fundou-se sob a convicção primordial de que a paz universal e

permanente somente pode estar baseada na justiça social.

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Finalidade – É responsável pela formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho (convenções e recomendações). As convenções, uma vez ratificadas por decisão soberana de um país, passam a fazer parte de seu ordenamento jurídico.

Princípios e valores básicos da OIT: trabalho como fonte de dignidade; trabalho não é fonte de mercadoria; pobreza, em qualquer lugar, é ameaça a prosperidade de todos e que todos os seres humanos tem o direito de perseguir o seu bem material em condições de liberdade e dignidade, segurança econômica e igualdade de oportunidades.

O Brasil esta entre os membros fundadores da OIT.Na primeira conferencia internacional do trabalho, em 1919, a OIT adotou seis convenções.

Tem estrutura tripartite, composta de representantes de governos e de organizações de empregadores e de trabalhadores.

EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO BRASIL1- CF 1934

É a primeira a tratar sobre direitos trabalhistas no Brasil.É fruto da politica de Getulio VargasGarantia a liberdade sindical, salario mínimo, jornada de 8hrs, proteção a mulher e a criança, férias anuais remuneradas, repouso semanal.Foi instituído sob sua vigência o Salário Mínimo , e criada a Justiça do Trabalho.

2- CF 1937Tem inspiração corporativo-fascista (Carta del Lavoro) e Constituição Polonesa. O liberalismo econômico era incapaz de preservar a ordem nacional.Instituiu o sindicato único, imposto por lei, vinculado ao Estado como forma de submissão das entidades de classe ao Estado, na medida em que o Estado participava do produto de sua arrecadação. A greve e o Lockout foram considerados recursos antissociais, nocivos ao trabalho.

3- CF 1946É considerada democrática, rompeu com o corporativismo da CF de 1937.Não há previsão de participação nos lucros, estabilidade e direito de greve, além daqueles que já foram previstos na anterior.

4- CF 1988Confere pela primeira vez, importância a pessoa do trabalhador, como destinatário da proteção constitucional. É chamada de constituição cidadã.

3-CONCEITO E OBJETO DO DIREITO DO TRABALHO

Conceito em sentido amplo: Complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de trabalho e outras relações normativamente especificadas, englobando, também, institutos, regras e princípios concernentes às relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviços, em especial através de associações coletivas.

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Aspecto Subjetivo do DT: Alguns autores entendem que seriam todos os trabalhadores, e outros apenas os trabalhadores subordinados.

Aspecto Objetivo: É considerada a matéria do DT e não os sujeitos envolvidos.

Contém o direito do trabalho princípios que são proposições genéricas das quais derivam as demais normas.

No direito do trabalho não existem apenas conjuntos de princípios e regras, mas também de instituições, de entidades, que criam e aplicam o referido ramo do Direito. O Estado é o maior criador de normas de Direito do Trabalho. O Ministério do trabalho edita portarias, resoluções, instruções normativas etc. A justiça do trabalho julga as questões trabalhistas.

O OBJETO DO DIREITO DO TRABALHO É O ESTUDO DO TRABALHO SUBORDINADO.

A TEORIA SUBJETIVA TOMA POR BASE TIPOS DE TRABALHADORES A QUE SE APRICA O DT. NÃO SE PODE CONCEBER, PORÉM, QUE QUALQUER TRABALHADOR SERA AMPARADO PELO DT, O DT ESTUDA O EMPREGADO, QUE É O TRABALHADOR SUBORDINADO AO EMPREGADOR, QUE NÃO TEM AUTONOMIA.

O DT ESTUDA SITUACOES ANÁLOGAS, QUE TEM SEMELHANCA COM O TRABALHO SUBORDINADO. EX: TRABALHADOR TEMPORARIO, EMPREGADO DOMESTICO, TRAABALHADOR AVULSO.

Direito Individual do Trabalho: Que regulam as pessoas envolvidas na relação empregatícia de trabalho, além de outras normativamente especificadas.

Direito coletivo do Trabalho: Que regulam as relações entre empregados e empregadores, entre os sujeitos coletivos do Direito Coletivo do Trabalho: Os sindicatos dos trabalhadores, os sindicatos patronais e a empresa representada individualmente ( a empresa, por sua estrutura, já é caracterizada como ente coletivo, por essa razão se admite sua representação, sem a presença do sindicato, no âmbito do direito coletivo do trabalho).

5- NATUREZA JURIDICA DO DIREITO DO TRABALHO O Direito do Trabalho pertence ao Direito Público ou Privado???

*Público: Noção geral: Regulamenta as relações do Estado com outro Estado ou do Estado com a sociedade.*Privado: Regulamenta a relação entre particulares, entre pessoas singulares.

Quem defende que o DT pertence ao direito publico argumentam que o papel interventivo do Estado nos procedimentos de negociação coletiva é compreendido como de fundamental importância.

Corrente Majoritária: O DT pertence ao ramo do direito privado, pois a categoria nuclear do DT é essencialmente uma relação entre particulares na relação empregatícia, esse ramo jurídico, por sua essência, situa-se no grupo dos ramos de direito privados, em que preponderam relações próprias da sociedade civil, pactuadas entre particulares.

6- RELAÇÃO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO.

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Direito Constitucional: A constitucionalização juslaborativa como a carta do México, da Alemanha e no Brasil iniciou com a CF de 1934. Atualmente, a relação do DT com a CF/88 é muito estreita, pois estabelece uma serie de direitos aos trabalhadores de modo geral, principalmente nos art. 7 a 11. Dispoe o inciso I do art.22 da CF que compete a União legislar privativamente sobre o direito do trabalho.

Direito Civil: A origem do Direito do Trabalho esta no direito civil, direito das obrigações. De acordo com o art.8 da CLT: O direito civil é fonte subsidiaria, havendo lacunas no direito do trabalho. O contrato de trabalho tem origem no direito civil. No direito civil as partes são iguais no contrato. No direito do trabalho, o empregado é tratado com superioridade jurídica.

Direito Previdenciário: Ambos nasceram a partir da intervenção do Estado no mercado de trabalho, há vínculos estreitos porque a folha de pagamento das empresas tem como base de calculo as verbas de natureza salarial.

Direitos Humanos: O direito do Trabalho corresponde a dimensão social, liberdade, saúde física e psíquica do trabalhador. Direitos proclamados pela ONU na declaração universal dos direitos humanos.

7-FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

Fontes Formais: São as formas de exteriorização do direito. Exemplo: Leis, costumes etc.

Fontes Materiais: São o complexo de fatores que ocasionam o surgimento de normas, compreendendo fatos e valores. São analisados fatores sociais, psicológicos, econômicos, históricos etc., ou seja, os fatores reais que irão influenciar na criação da norma jurídica, valores que o direito procura realizar.

Fontes formais podem ser:

*Heterônomas: são as impostas por agente externo. Exemplo: constituição, decretos, leis, sentença normativa, regulamento de empresa, quando unilateral.

- Constituição: A primeira Constituição a tratar de normas de Direito do Trabalho foi a de 1934. As demais Constituições continuaram a versar sobre o tema, tanto que os arts. 7 a 11 da CF/88 especificam vários direitos dos trabalhadores. Há que se lembrar que é de competência privativa da união legislar sobre direito do trabalho, o que impede os estados-membros e os municípios de o fazerem.

-Leis: Há diversas leis que tratam de DT. A principal delas é a CLT, na qual houve a reunião de normas esparsas que culminaram nela. A CLT organiza e sistematiza a legislação esparsa, já existente, tratando do direito individual , tutelar e coletivo e ate normas de processo do trabalho. Há também a legislação não consolidada que outorga outros direitos aos trabalhadores, como a lei de repouso semanal remunerado, empregado domestico trabalhador temporário, trabalhador rural, FGTS, greve.

-Sentença Normativa: Chama-se sentença normativa a decisão dos tribunais regionais do trabalho ou do TST no julgamento de dissídios coletivos. O art.114, caput , e seu §2°, da CF , dão competência a Justiça do Trabalho para estabelecer normas e condições de trabalho. É, portanto, por meio da sentença normativa em dissídio coletivo que serão criadas, modificadas, ou extintas as normas e condições aplicáveis ao trabalho, gerando direitos e obrigações a empregados e empregadores. A sentença normativa terá efeito ERGA OMNES, valendo para todas as pessoas integrantes da categoria econômica e profissional envolvidas no dissídio coletivo.

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-Regulamento de empresa: O empregador esta fixando condições de trabalho no regulamento, disciplinando as relações entre os sujeitos do contrato de trabalho. O regulamento da empresa vai vincular não só os empregados atuais da empresa, como também aqueles que forem sendo admitidos nos seus quadros. É, por conseguinte, uma fonte formal de elaboração de normas trabalhistas, uma forma como se manifestam as normas jurídicas, de origem extraestatal, autônoma, visto que não são impostas por agente externo, mas são organizadas pelos próprios interessados. Geralmente, o regulamento de empresa é preparado unilateralmente pelo empregador, mas é possível a participação do empregado na sua elaboração. Evaristo de Moraes Filho ensina que, pelo fato de serem estabelecidas condições de trabalho no regulamento, este vem a ser uma fonte normativa do Direito do Trabalho, pois as suas clausulas aderem ao contrato de trabalho.

-Convenções e acordos coletivos: As convenções coletivas são os pactos firmados entre dois ou mais sindicatos – estando de um lado o sindicato patronal e do outro o sindicato profissional – a respeito de condições de trabalho para a categoria. Os acordos coletivos são os pactos celebrados entre uma ou mais de uma empresa e o sindicato da categoria profissional a respeito de condições de trabalho.

*Autônomas: São as elaboradas pelos próprios interessados. Exemplo: Costume, convenção e acordo coletivo, regulamento de empresa, quando bilateral, contrato de trabalho.

-Disposições Contratuais: As disposições contratuais são as determinações inseridas no contrato de trabalho, ou seja, no acordo bilateral firmado entre os convenentes a respeito de condições de trabalho, que irão dar origem a direito e deveres do empregado e do empregador. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha as disposições de proteção ao trabalho, às convenções e aos acordos coletivos e as decisões das autoridades competentes.

-Atos do Pode Executivo: Edita o poder executivo medidas provisórias, que tem forca de lei no período de 60 dias, prorrogável uma vez por igual período.

8- AUTONOMIA DO DIREITO DO TRABALHO

Haverá autonomia da matéria dentro da ciência do direito se seus princípios e regras tiverem identidade e diferença em relação aos demais ramos do direito.Com a CLT e a legislação esparsa, já existe autonomia do DT.

Há plena autonomia do direito do trabalho em relação às demais disciplinas da ciência do direito. Há princípios próprios, copiosa legislação sobre o tema, que importa uma vasta matéria, com institutos distintos de outros ramos do Direito, tendo por inspiração normas que irão proteger a hipossuficiência do trabalhador, visando à modificação e melhoria de suas condições de trabalho e sociais.Existem conceitos próprios do DT que empregam um método para estudar seu sistema, justificando, dessa forma, sua autonomia.

9-PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

Princípio da Proteção: Como regra, deve-se proporcionar uma forma de compensar a superioridade econômica do empregador em relação ao empregado, dando a este ultimo superioridade jurídica. O principio protetor pode ser uma forma de justificar desigualdades , de pessoas que estão em situações diferentes.

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O principio protetor protege o empregado e não qualquer trabalhador.

O princípio da proteção é dividido em três: *In dúbio pro operário: na duvida, deve-se aplicar a regra mais favorável ao trabalhador ao se analisar um preceito que encerra regra trabalhista.

*Aplicação da norma mais favorável: o objetivo é melhorar as condições de trabalho. Essa norma pode ser dividida de três maneiras: A ) a elaboração da norma mais favorável, em que as novas leis devem dispor de maneira mais benéfica ao trabalhador. Com isso quer dizer que as novas leis devem tratar de criar regras visando a melhoria da condição social do trabalhador.B) A hierarquia das normas jurídicas: havendo varias normas a serem aplicadas numa escala hierárquica, deve-se observar a que for mais favorável ao trabalhador. Assim, se o adicional de horas extras previsto em norma coletiva for superior ao previsto na lei ou na constituição, deve-se aplicar o adicional da primeira. A exceção a regra diz respeito a normas de caráter proibitivo.C) A interpretação da norma mais favorável: da mesma forma, havendo varias normas a observar, deve-se aplicar a regra mais benéfica ao trabalhador. O art. 620 da CLT prescreve que ‘’ as condições estabelecidas em convenção, quando mais favoráveis , prevalecerão sobre as estipuladas em acordo’’.

*Aplicação da condição mais benéfica: Deve ser entendida como o fato de que vantagens já conquistadas, que são mais benéficas ao trabalhador, não podem ser modificadas para pior. É a aplicação da regra do direito adquirido. Uma clausula menos favorável aos trabalhadores só tem validade em relação aos novos obreiros admitidos na empresa e não quanto aos antigos, aos quais, essa clausula não se aplica.

Principio da Irrenunciabilidade de Direitos: Os direitos trabalhistas são irrenunciáveis pelo trabalhador. Não se admite , por exemplo, que o trabalhador renuncie suas férias. Se tal fato ocorrer, não terá qualquer validade. Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos trabalhistas.Poderá, entretanto, o trabalhador renunciar seus direitos se estiver em juízo.

Princípio da continuidade da relação de emprego: Presume-se que o contrato de trabalho terá validade por tempo indeterminado, ou seja, haverá continuidade da relação de emprego. A ideia geral é a de que se deve preservar o contrato de trabalho do trabalhador com a empresa, proibindo-se por exemplo, uma sucessão de contratos de trabalho por prazo determinado.

Principio da Primazia da Realidade: Os fatos prevalecem sobre a forma. No DT os fatos são muito mais importantes do que os documentos. Por exemplo, se um empregado é rotulado de autônomo pelo empregador, possuindo contrato escrito de representação comercial com o ultimo, o que deve ser observado realmente são as condições fáticas que demonstrem a existência do contrato de trabalho. Muitas vezes o empregado assina documentos sem saber oque está assinando. Em sua admissão, pode assinar todos os pepeis possíveis, desde o

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contrato de trabalho ate seu pedido de demissão, dai a possibilidade de serem feitas provas para contrariar os documentos apresentados, que irão evidenciar realmente os fatos ocorridos na relação entre as partes.

10-Relação de emprego x Relação de Trabalho.

Relação de trabalho é o gênero, que compreende o trabalho autônomo, eventual, avulso etc.

Relação de emprego trata do trabalho subordinado do empregado em relação ao empregador. É relação especifica.

A CLT disciplina a relação de empregados. A justiça do trabalho, de modo geral, julga questões de empregados.

Estabelece o art.442 da CLT que o contrato individual de trabalho é o acordo, tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.

Características da relação de emprego ( requisitos):

*PESSOA FÍSICA: Não pode ser prestado por pessoa jurídica.

*PESSOALIDADE DO TRABALHADOR: O prestador de serviços não pode se fazer substituir intermitentemente por outro trabalhador ao longo da concretização dos serviços pactuados. Verificando-se a pratica de substituição intermitente – circunstancia que torna impessoal e fungível a figura especifica do trabalhador enfocado- descaracteriza-se a relação de emprego. Se a substituição for eventual com o consentimento do empregador, não atingem a pessoalidade. A pessoalidade é elemento que incide apenas sobre a figura do empregado, não abrange o empregador.

*NÃO-EVENTUALIDADE: Traduz a ideia de permanência, continuidade. O trabalho prestado deve ter caráter de permanência, não sendo qualificado como esporádico.

Teorias:

- Teoria da descontinuidade: O trabalho eventual é aquele realizado de forma descontínua, ininterrupta, fracionada no tempo.

-Teoria do Evento: O trabalho eventual é admitido para determinado e específico fato, acontecimento ou evento, para certa obra ou serviço. O evento é caracterizado por ser um acontecimento incerto, casual, fortuito.

- Teoria dos fins do empreendimento ou Fins da empresa: Eventual será o trabalhador que realize tarefas não inseridas nos fins normais da empresa, ou seja, são as atividades esporádicas e de curta duração. ( teoria mais aplicada).

*ONEROSIDADE: A relação empregatícia é uma relação essencial de fundo econômico. O empregado recebe salario pelos serviços prestados ao empregador. O empregado tem o dever de prestar serviços e o empregador, em contrapartida, tem o dever de pagar salários

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pelos serviços prestados. O serviço voluntario não gera vinculo empregatício, nem de obrigação trabalhista, previdenciária ou afim. O contrato de trabalho é oneroso, se não há remuneração, não existe vinculo de emprego.

*SUBORDINACAO: Sua natureza expressa o poder de direção por parte do empregador e não deve ser confundida com submissão, uma vez que esta se configura abuso por parte do empregador. Adota-se como critério distintivo principal entre: relação de emprego e relação de trabalho a existência de subordinação , haja vista a dependência na qual se encontra o empregado, com relação ao empregador, face ao pagamento do salario, sendo este visto como fonte de subsistência do trabalhador.

3 dimensões da subordinação:

Econômica: a subordinação é compreendida a partida da relação de dependência econômica na qual se encontra o empregado face ao percebimento de salario.

Técnica: pode ser definida como conjunto de diretrizes técnicas de produção que orientam o funcionamento da empresa

Hierárquico: se caracteriza a partir da organização da empresa, também denominado ornanograma da empresa, no qual s estabelece a estrutura hierárquica de mando de funções próprias da estrutura empresarial.