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FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SERVIÇO SOCIAL: estudantes trabalhadores em cena Daniele da Silva de Lima 1 RESUMO O Artigo discute sobre a trajetória acadêmica de 05 (cinco) estudantes matriculados no curso de Serviço Social de uma IES privada, apresentando as dificuldades que enfrentaram para conciliar estudo e trabalho. No estudo utilizamos a revisão bibliográfica, pesquisa documental e de campo. Para coleta de dados realizamos entrevistas com aplicação de questionário semiestruturado. Evidenciamos que a inserção do estudante trabalhador no ensino superior tem relação com o processo de expansão do ensino privado. As diretrizes Curriculares da Abepss tem sido importante instrumento de defesa da qualidade da formação profissional frente à expansão da mercantilização do ensino. Os estudantes entrevistados elencaram que para conciliar trabalho e estudo, sentiram dificuldades na participação em visitas institucionais, realização das leituras e trabalhos acadêmicos. Palavras-chave: Ensino Superior. Formação profissional em Serviço Social. Estudante Trabalhador. Diretrizes Curriculares da Abepss. ABSTRACT The article discusses the academic trajectory of 05 (five) students enrolled in the Social Work course of a private IES, presenting the difficulties they faced in reconciling study and work. In the study we used the bibliographic review, documentary and field research. For data collection we conducted interviews with a semi-structured questionnaire. We show that the insertion of the working student in higher education is related to the process of expansion of private education. The Abepss Curricular guidelines have been an important instrument for defending the quality of vocational training in the face of the expansion of the commodification of teaching. The students interviewed indicated that in order to reconcile work and study, they experienced difficulties in participating in institutional visits, reading and academic work. Keywords: Higher education. Professional training in Social Work. Student Worker. Abepss Curricular Guidelines. 1 Discente do mestrado Acadêmico em Serviço Social, Trabalho e Questão Social MASS, da Universidade Estadual do Ceará UECE. E-mail: [email protected].

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SERVIÇO SOCIAL: estudantes trabalhadores em cena

Daniele da Silva de Lima1

RESUMO O Artigo discute sobre a trajetória acadêmica de 05 (cinco) estudantes matriculados no curso de Serviço Social de uma IES privada, apresentando as dificuldades que enfrentaram para conciliar estudo e trabalho. No estudo utilizamos a revisão bibliográfica, pesquisa documental e de campo. Para coleta de dados realizamos entrevistas com aplicação de questionário semiestruturado. Evidenciamos que a inserção do estudante trabalhador no ensino superior tem relação com o processo de expansão do ensino privado. As diretrizes Curriculares da Abepss tem sido importante instrumento de defesa da qualidade da formação profissional frente à expansão da mercantilização do ensino. Os estudantes entrevistados elencaram que para conciliar trabalho e estudo, sentiram dificuldades na participação em visitas institucionais, realização das leituras e trabalhos acadêmicos. Palavras-chave: Ensino Superior. Formação profissional em Serviço Social. Estudante Trabalhador. Diretrizes Curriculares da Abepss. ABSTRACT The article discusses the academic trajectory of 05 (five) students enrolled in the Social Work course of a private IES, presenting the difficulties they faced in reconciling study and work. In the study we used the bibliographic review, documentary and field research. For data collection we conducted interviews with a semi-structured questionnaire. We show that the insertion of the working student in higher education is related to the process of expansion of private education. The Abepss Curricular guidelines have been an important instrument for defending the quality of vocational training in the face of the expansion of the commodification of teaching. The students interviewed indicated that in order to reconcile work and study, they experienced difficulties in participating in institutional visits, reading and academic work.

Keywords: Higher education. Professional training in Social Work. Student Worker. Abepss Curricular Guidelines.

1 Discente do mestrado Acadêmico em Serviço Social, Trabalho e Questão Social – MASS, da

Universidade Estadual do Ceará – UECE. E-mail: [email protected].

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1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo discutir sobre a trajetória acadêmica do

estudante trabalhador do Curso de Serviço Social, com ênfase nas dificuldades que enfrenta

para realizar as atividades do curso, haja vista a sua condição de trabalhador.

Apresentamos o processo de inserção do estudante trabalhador via setor privado e seus

rebatimentos nos cursos de Serviço Social. O estudo é de natureza quali-quantitativa com

uso de revisão bibliográfica, pesquisa documental e de campo. Os dados sistematizados e

analisados foram colhidos durante a aplicação de questionário semiestruturado, na ocasião

das entrevistas realizada com 05 (cinco) estudantes trabalhadores matriculados na disciplina

de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), turma 2016.2, do curso de Serviço Social de

uma instituição de ensino privado na cidade de Fortaleza. Para fundamentar esse estudo

nos reportamos à literatura especializada na temática, de autores que apresentam uma

perspectiva marxista.

Segundo Spósito (1989, p. 18-19) o ingresso de estudantes trabalhadores no

ensino superior tem uma relação direta com a expansão dessa modalidade de ensino no

âmbito privado. Essa expansão teve início no final da década de 1960, na ocasião do

governo militar no Brasil, objetivando “adestrar mão-de-obra para a empresa capitalista”.

Ainda segundo o autor, à época, os cursos noturnos nas instituições de ensino superior

privadas eram frequentados por trabalhadores, especificamente:

Aquele localizado, em relação a seu vínculo produtivo, no setor terciário, trabalhando principalmente como auxiliar de escritório, secretário, bancário, professor, vendedor, etc. em empresas multinacionais, estatais ou ainda, em menor número, no serviço público. (SPÓSITO, 1989, p. 19).

Todavia, o processo de Reforma do Estado na década de 1990 inaugurou mais

um estágio de expansão da educação superior no âmbito privado. Esse processo é fruto da

crise econômica mundial, vivenciada desde a década de 1970 e de 1980. Em nome da

retomada do crescimento da economia, os grandes organismos multinacionais (Banco

Mundial, Fundo Monetário Internacional - FMI e o Banco Internacional de Desenvolvimento -

BID), orientaram para que os Estados reduzissem seu “tamanho” e criassem condições à

livre iniciativa privada. (SILVA, 2003).

No caso brasileiro, essas orientações foram acolhidas e a reforma do aparelho

do Estado teve seu início no primeiro mandato do governo do Fernando Henrique Cardoso

(FHC), em 1995, atingindo especificamente os serviços sociais. (SILVA, 2003). Assim, se

deu continuidade ao processo de mercantilização da educação superior, tornando-se um

setor altamente lucrativo para o mercado. Cabe destacar, que durante o governo FHC, com

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realização em 1996 - da reforma da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)

e a criação em 2001 do - Fundo de Financiamento Estudantil (FIES)2, o segmento privado

se fortaleceu ainda mais.

Com a eleição presidencial em 2002, de Luiz Inácio Lula da Silva, sua forma de

“governar para gregos e troianos”, criou condições do crescimento explosivo do mercado

educacional, ao mesmo tempo, em que ampliou significativamente o acesso ao ensino

superior. Após dois mandatos de Lula (2003-2011), Dilma Rousseff (em exercício 2011-

2016) ao assumir a presidência, deu continuidade à dinâmica da política educacional

iniciada no governo anterior. Durante 13 anos os governos petistas, reformularam e

ampliaram o FIES; e criaram o Programa Universidade Para Todos (PROUNI) 3 , cujos

mecanismos viabilizam a inserção de estudantes no ensino superior privado. A política de

financiamento para acesso ao ensino superior privado, especialmente o FIES, tem atraído

um contingente de estudantes trabalhadores.

Segundo o censo da educação superior 2013 (BRASIL, 2015), 73% dos alunos

da rede privada estudam à noite. Outro dado importante para reflexão, apresentado 4pelo

Sindicato das mantenedoras de ensino superior (SEMESP), em 2013, o percentual de

estudantes oriundos do ensino médio público, matriculados no ensino superior privado,

chegou a 69,7%. No topo do ranking dos 10 cursos com maior número de ingressantes

procedentes do ensino público está o curso de Serviço Social – 86,5% das matrículas.

(SEMESP, 2015, p. 12).

É importante salientar que o processo de ampliação da inserção da classe

trabalhadora no sistema superior de ensino não é apenas uma demanda do mercado para

qualificação de mão de obra do exercito industrial de reserva, mas traduz o constante

tensionamento da organização da classe trabalhadora.

2 O Fundo de Financiamento Estudantil – FIES, é um programa Ministério da Educação, instituído

pela Lei 10.260/2001 a fim de financiar a graduação de estudantes matriculados em cursos superior privados. Podem recorrer ao financiamento os estudantes matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação. Em 2010 o FIES passou a funcionar em um novo formato. http://sisfiesportal.mec.gov.br/?pagina=fies. Acesso em: 19 mar. 2017. 3 PROUNI - foi criado em 2004, pela Lei nº 11.096/2005, e tem como finalidade a concessão de

bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de cursos de graduação e de cursos sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior. As instituições que aderem ao programa recebem isenção de tributos. (BRASIL, 2014). 4 Mapa do Ensino Superior no Brasil 2015. Disponível em: <https://goo.gl/odFDqJ>. Acesso em: 31

jan. 2017.

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2 FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SERVIÇO SOCIAL EM TEMPOS DE

MERCANTILIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

Nas duas últimas décadas a categoria dos Assistentes Sociais tem debatido e

ampliado a produção de conhecimento sobre o processo de mercantilização da educação

superior e seus rebatimentos na formação profissional em Serviço Social. Desde a década

de 1990 tem sido crescente o número de matrícula em cursos de instituições privadas e a

partir dos anos 2000 a expansão do ensino a distância.

No Brasil, segundo levantamento5 realizado no site do Ministério da Educação

(MEC), o ano de 2017 iniciou somando aproximadamente 497 cursos de Serviço Social na

modalidade presencial. Dos quais, 432 cursos são privados e apenas 65 em Instituições de

ensino superior (IES) públicas. No Ceará existem vinte (20) cursos presenciais, e desses

apenas dois (02) são públicos (UECE e IFCE-Iguatu). Somente em Fortaleza, 09 IES

privadas ofertam o curso de Serviço Social. O Estado cearense conta com treze (13)

instituições de ensino à distância.

O fenômeno da proliferação da abertura de cursos de Serviço Social se

intensificou no período dos governos petistas (2003-2016) com a criação do PROUNI e

ampliação do FIES. Os referidos programas trouxeram em seu reverso a transferência de

recursos públicos para a iniciativa privada, de modo a reduzir os investimentos nas

universidades públicas e a pouca ampliação de vagas do ensino superior público gratuito.

Faz-se necessário, portanto, entender que o PROUNI e o FIES são mecanismos permeados

por contradições - por um lado tem propiciado a ampliação do acesso da classe

trabalhadora ao ensino superior, mas, por outro, incentivado o empresariamento da

educação.

Em consequência, a formação profissional em Serviço Social tem sido ofertada

majoritariamente pelas Instituições de Ensino Superior - IES privadas. Nesse contexto de

crescente mercantilização do ensino superior, as Diretrizes Curriculares da ABEPSS/1996

vem se projetando como instrumento de defesa da formação profissional em Serviço Social,

enquanto proposta de orientação dos projetos pedagógicos dos cursos de Serviço Social no

Brasil, pois ela propõe e estabelece “padrões de qualificação do ensino e de sua

universalização”.

É importante destacar que a formação profissional na contemporaneidade está

marcada por uma constante disputa e convergentes exigências legais pela promulgação das

Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Serviço Social do MEC

5 Pesquisa realizada pela autora. 31/01/2017.

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X Diretrizes Curriculares da ABEPSS/1996. Conforme ressalta Iamamoto (2011, p. 444) “as

Diretrizes Curriculares legalmente vigente, não exprimem integralmente o projeto de

formação profissional da ABEPSS”.

Para a ABEPSS (1996) a formação profissional deve “constitui-se de uma

totalidade de conhecimento que estão expressos nos três núcleos”: 1. Núcleo de

fundamentos téorico-metodológico da vida social; 2. Núcleo de fundamentos da

particularidade da formação sócio-histórica da sociedade brasileira; 3. Núcleo de

fundamentos do trabalho profissional. Os núcleos devem ser contextualizados

historicamente e manifestos em suas particularidades, implicando na capacitação teórico-

metodológica, ético-política e técnico-operativa. Propondo o rompimento com a visão

formalista do currículo reduzido a matérias e disciplinas, devendo o ensino ser articulado

com a pesquisa e a extensão, integrando-se a outros componentes curriculares, dentre os

quais se destacam: o estágio supervisionado, o trabalho de conclusão de Curso e as

atividades complementares (que inclui monitoria, iniciação científica, pesquisa, extensão,

seminários).

Portanto, a proposta das Diretrizes Curriculares da ABEPSS (1996) demanda

exigências de um perfil de estudante que se debruce em construir um sólido suporte teórico-

metodológico. Para além dessa dimensão, o processo formativo deve contribuir no

amadurecimento ético-político, cultivando no estudante sua integração no movimento

estudantil e participação nos encontros da categoria. O processo de formação do Assistente

Social perpassa a sala de aula, e isso demanda tempo e investimento financeiro.

Diante dessas exigências, situamos os estudantes trabalhadores inseridos no

processo de formação profissional em Serviço Social, e que vivem em seu cotidiano

diversos papéis, do qual se destaca neste estudo a sua condição de trabalhador. Para

Furlani (1998, p. 13), esses estudantes são como a cara e a coroa de uma moeda que se

desdobram em duas faces: uma é do aluno e a outra de trabalhador. Deste modo, percebe-

se que é através de sua inserção na dinâmica do trabalho que eles retiram seu sustento,

inclusive o custeio de sua permanência na faculdade.

O ensino superior na contemporaneidade, sob a lógica capitalista, representa a

capacitação de mão-de-obra qualificada para o emprego. Lógica essa que contrapõe os

valores expressos e necessários à formação profissional do Assistente Social. Para

Iamamoto (2011), a preparação para a profissão não pode ser confundida com a preparação

para o emprego, portanto deve ser dotada de posicionamento e distanciamento crítico em

relação à própria lógica do mercado de trabalho e o jogo de forças da sociedade atual.

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3 TRAJETÓRIA DOS ESTUDANTES TRABALHADORES DURANTE A FORMAÇÃO

PROFISSIONAL EM SERVIÇO SOCIAL

Nessa seção apresentamos a análise referente ao perfil socioeconômico e a

trajetória acadêmica dos estudantes trabalhadores durante a graduação em Serviço Social.

Assim, elencando: os motivos que os levaram a escolha do curso; a inserção dos

estudantes nas atividades de ensino, pesquisa, extensão, monitoria e eventos da categoria;

bem como as dificuldades e estratégias que vivenciaram durante a formação para conciliar

trabalho e estudo.

O ingresso dos estudantes trabalhadores no curso de Serviço Social na

instituição pesquisada ocorreu nos anos: 2012 – 01 (um), 2013 – 03 (três) e 2015 - 01 (um)

por meio de transferência. Majoritariamente justificaram a escolha pelo curso de Serviço

Social por terem afinidade com área social. Apenas 01 (um) escolheu por indicação e no

decorrer da graduação foi se identificando com o curso.

QUADRO 1 – PERFIL SOCIOECONÔMICO E COMPOSIÇÃO SOCIOFAMILIAR DOS ESTUDANTES

TRABALHADORES

E1 E2 E3 E4 E5

SEXO Feminino Feminino Feminino Feminino Masculino

IDADE 23 anos 40 anos 49 anos 23 anos 43 anos

ESTADO CIVIL Solteira Casada Casada Casada Casado

COR/ETNIA Parda Negra Negra Parda Negro

RELIGIÃO Cristã-protestante

Agnóstica Cristã – católica

Cristã – protestante

Cristão sem denominação

TIPO DE VÍNCULO

EMPREGATÍCIO

Emprego fixo particular

Emprego autônomo

Concursada Emprego fixo

particular Emprego fixo

particular

ÁREA EM QUE TRABALHA Assistente de

atendimento Comércio de

Bazar

Saúde – Prefeitura

Municipal de Fortaleza

Administração (RH) de

supermercado

Prestador de serviço

(socioeducador)

SUA FAIXA SALARIAL

>1 s.m. até 2 s.m.

Até 1 s.m >1 s.m. até

2 s.m. Até 1s.m

>1 s.m. até 2 s.m.

HORAS SEMANAIS DE

TRABALHO

De 31 a 40 horas semanais

De 11 a 20 horas

semanais

Mais de 40 horas

semanais

De 21 a 30 horas semanais

Mais de 40 horas semanais

IDADE QUE COMEÇOU A TRABALHAR

Após 18 anos Entre 14 e 16

anos Entre 14 e 16

anos Entre 17 e 18

anos Entre 14 e 16

anos

N. DE FILHOS Nenhum 3 filhos 2 filhos Nenhum 3 filhos

MORA COM QUANTAS PESSOAS

Uma a três Quatro a sete Quatro a sete Quatro a sete Uma a três

COM QUEM MORA

Pai, mãe e irmão

Companheiro e filhos

Companheiro e filhos

Pai, mãe e companheiro

Companheira e filhos

RENDA FAMILIAR

1.900,00 2.200,00 1.600,00 3.000,00 2.300,00

PARTICIPAÇÃO NA VIDA

ECONÔMICA FAMILIAR

Trabalha, mas não é

independente financeiramente

Trabalha, mas não é

independente financeiramente

Trabalha e é responsável

pelo sustento da família

Trabalha, mas não é

independente financeiramente

Trabalha e é responsável pelo

sustento da família

Fonte: Pesquisa direta, 2016.

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De acordo com os dados coletados na pesquisa e sistematizados no quadro 1,

assim se constitui o perfil dos 05 (cinco) estudantes trabalhadores: a maioria é do sexo

feminino 04 (quatro), sendo 03 (três) casadas e 01 (uma) solteira; e apenas 01 (um) do sexo

masculino e casado. A maioria dos entrevistados se autodeclaram de cor negra - 03 (três).

Em relação à faixa etária, 03 (três) se encontram na idade entre 40 a 49 anos e os demais

têm 23 anos. A religião predominante entre os estudantes é o cristianismo – 04 (quatro).

Ainda de acordo com o quadro acima, podemos averiguar que esses estudantes

trabalham em distintas áreas profissionais. A maior parte começou a trabalhar entre 14 e 16

anos de idade - 03 (três). Em relação ao vínculo empregatício e a carga horária semanal de

trabalho constata-se que: 03 (três) trabalham em regime CLT, 02 (dois) com carga horária

menor que 40 h/s e 01 (um) com mais de 40h/s. Apenas 01 (uma) estudante trabalhadora é

concursada e trabalha mais de 40h por semana. E outro exerce trabalho autônomo, cuja

carga horária varia entre 11 a 20h/s. A faixa salarial predominante é em média de 1s.m. até

2s.m. - 03 (três); os outros 02 (dois) estudante recebem apenas 1 s.m.

Os resultados mostram que a maioria dos entrevistados apesar de trabalhar, não

é independente financeiramente - 03 (três); 02 (dois) trabalham e são responsáveis pelo

sustento da família. Majoritariamente moram com filhos e companheiros - 03 (três) e têm

entre 2 a 3 filhos; 01 (uma) mora com os pais e irmão; e outra com o companheiro e os pais.

As famílias são compostas predominantemente de 04 a 08 membros, com renda familiar

média de até 2,5 s.m.

De acordo com as respostas extraídas dos questionários, nenhum dos

estudantes cursou o ensino fundamental integralmente no ensino público. Em relação ao

ensino médio, os estudantes são predominantemente oriundos de escola pública. Tendo

apenas 01 (um) dos entrevistados estudado os dois níveis de ensino em escolar particular

sem bolsa.

A maior parte dos estudantes trabalhadores prestou vestibular em universidades

públicas de Fortaleza. 02 (dois) estudantes se inscreveram pelo menos duas vezes no

vestibular da UECE na tentativa de ingressarem no curso de Serviço Social. Somente 01

estudante possuía graduação antes do ingressar no curso de Serviço Social.

Quanto ao financiamento estudantil, apenas 01 (um) estudante trabalhador não

possui bolsa de estudo ou financiamento. Os demais, assim são contemplados: bolsistas do

Prouni - 02 (dois); desconto de 40% na mensalidade por meio de convênio da Instituição de

ensino com a Prefeitura Municipal de Fortaleza - 01 (um); financiamento estudantil pelo Fies

- 01 (um).

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Vale ressaltar, que até meados dos anos de 1960 a 1970, o perfil de estudantes

do Serviço Social era constituído majoritariamente de mulheres da classe média. Desde

então, o perfil dos estudantes se constituiu predominantemente de mulheres oriundas da

classe média baixa e com um possível empobrecimento cultural. (MONTAÑO, 2009, p. 102-

103; NETTO, 1996, p. 110).

QUADRO 2 – CARGA HORÁRIA DE ESTUDO E DE TRABALHO

HORAS SEMANAIS DE ESTUDO HORAS SEMANAIS DE TRABALHO

E1 10 horas semanais De 31 a 40 horas semanais

E2 14 horas semanais De 11 a 20 horas semanais

E3 20 horas semanais Mais de 40 horas semanais

E4 2 horas semanais De 21 a 30 horas semanais

E5 20 horas semanais Mais de 40 horas semanais

Fonte: Pesquisa direta, 2016.

A partir dos dados sistematizados no quadro 2, ao cruzarmos a carga horária de

estudo com a de trabalho, podemos observar que os estudantes E3 e E5 afirmam trabalhar

mais de 40h/s e dedicam aproximadamente de 20h/s para os estudos domiciliares. Assim,

observa-se que apesar de trabalharem com maior carga horária que os demais, reservam

mais tempo aos estudos. É importante destacar que 01 (um) dos estudantes só dedica 2h/s

aos estudos domiciliares.

Com relação à reprovação durante a graduação em Serviço Social, apenas 01

(um) estudante reprovou alguma disciplina. Mas, todos já ficaram pelo menos uma vez para

avaliação final (A.F.), das quais foram citadas as disciplina: Psicologia Social, Estatística

aplicada ao Serviço Social, Gerontologia (ministrada no Seminário Temático II – 2016.1).

A maioria dos estudantes trabalhadores 03 (três) nunca comprou livros durante a

graduação em Serviço Social. Apenas 02 (dois) compraram, dos quais somente 01 (um) leu

os títulos que adquiriu. As justificativas pela não aquisição de livros, embora as respostas

sejam relativas, se justifica devido à falta de condições financeiras: “por falta de dinheiro”

(E2); e “são caros” (E4). A estudante E1, diz ser falta de prioridade: “acredito que seja

também por falta mesmo de prioridade, de certa forma. Você acaba mesmo optando pelas

cópias. Mas agora que estou começando a me interessar por comprar os livros originais

devido ao TCC”. Portanto, os estudantes recorrem às cópias e empréstimos na biblioteca

para realizarem a leitura dos conteúdos das disciplinas. Outra estratégia para os estudos

tem sido a leitura em PDF.

Das diversas atividades internas ofertas pela instituição aos estudantes,

podemos destacar a participação massiva dos estudantes trabalhadores apenas na Semana

de Serviço Social, promovida anualmente pelo Centro acadêmico em alusão ao dia do/a

assistente social; nas palestras semestrais de aula inaugural; e na Semana Acadêmica.

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Somente os estudantes E2 e E3, registraram terem sido membros da gestão do Centro

Acadêmico e participam de grupos de estudos. O estudante E1 relata ter sido representante

discente no conselho do Curso de Serviço Social da instituição e ter participado de projeto

de extensão. O estudante E5 foi monitor voluntário da disciplina de Sociologia Clássica. Os

demais estudantes justificaram que não participam das atividades de pesquisa, monitoria e

extensão, por questão do horário de trabalho, como relatam: “Não costumo participar dessas

outras atividades internas como monitoria e iniciação científica. Eu acho que é por conta

mesmo dessa questão do horário do trabalho. Eu acho que não deixa com que eu participe.”

(E3, 2016). Semelhantemente relata outro estudante:

[...] entrei na faculdade, com uns dias já comecei a trabalhar. E assim, claro que de alguma forma daria certo, mas eu sempre encontrava dificuldades em conciliar. Não que seja impossível, porque eu vejo colegas minhas que fazem isso. Mas é realmente essa questão de conciliação mesmo. Porque eu tinha minhas disciplinas e ficou um pouco complicado, mas basicamente foi por isso, mas essa questão não justifica tudo. (E1, 2016).

Contudo, podemos observar que todos os estudantes estão na mesma condição

de estudante-trabalhador, mas cada um dentro de suas particularidades tem suas

dificuldades para ingressarem ou não nos espaços formativos extraclasse. Também

verificamos que a maior parte dos estudantes nunca participarem dos eventos organizados

pela ENESSO, ABEPSS ou conjunto CFESS/CRESS. Os estudantes trabalhadores

novamente justificam a ausência nesses espaços por motivos do trabalho e também por

condições financeiras, visto que na maioria das vezes os eventos são realizados em outros

estados, com isso exigindo tempo e recurso financeiro. Somente o estudante trabalhador

autônomo - E2, que é membro da gestão do Centro Acadêmico desde 2015, vem

participando dos eventos organizados pela Enesso, a exemplo: ERESS, ENESS,

SRFPMESS e CORESS. A pesquisa também demonstra que a maioria dos estudantes

trabalhadores durante a graduação não participaram da produção de artigo científico.

QUADRO 3 – DIFICULDADES E ESTRATÉGIAS PARA CONCILIAR TRABALHO E ESTUDO

DIFICULDADES ESTRATÉGIAS PARA SUPERAR ESSAS DIFICULDADES

E1

Dificuldades para realizar os trabalhos acadêmicos.

Autodisciplina. Tenta não acumular as atividades.

E2 Dificuldades para realização de trabalhos em grupo e das leituras.

Estudar no período da madrugada.

E3 Dificuldade para realização das leituras e ir às visitas institucionais.

Leituras pelo celular. Troca das folgas trabalhadas aos sábados por folga na semana quando necessitava ir às visitas institucionais.

E4 Dificuldades para ir às visitas institucionais.

A minha estratégia era financeira, porque eu tava trabalhando e tinha que estudar.

E5 Dificuldades para ir às atividades acadêmicas externas.

Troca das folgas trabalhadas aos sábados por folga na semana quando necessita realizar atividades acadêmicas externas.

Fonte: Pesquisa direta, 2016.

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Como podemos verificar no quadro 4, todos os estudantes afirmam que tiveram

dificuldades para conciliar trabalho e estudo, entre as quais se destacam: dificuldades para

irem às visitas institucionais, realização das leituras e trabalhos acadêmicos. Vejamos os

relatos dos estudantes entrevistados: “Eu deixei de ir para várias viagens e para a visita

técnica a Aldeia dos Pitaguarys e ao Lar Torres de Melo. Fora que você chega cansada na

sala de aula, sem vontade às vezes.” (E4, 2016).

Eu já deixei de entregar atividades, mas foram poucas. Eu consegui manter esses prazos. Mas, foram muitas dificuldades mesmo. Atualmente eu só trabalho 6h por dia, mas eu tô conciliando com o estágio. Tem vez que 5h da manhã eu saio de casa e volto 22h50min. Tá muito dificuldade conciliar as três coisas. Não da pra deixar o trabalho. É muito complicado deixar o trabalho pelo estudo. Tem pessoas que dá pra fazer isso e tem pessoa que não. (E1, 2016). No início da minha formação eu trabalhava de 8h às 18h. Do trabalho eu ia direto pra faculdade e da faculdade pra casa. Então, eu saia de casa 7h da manhã e chegava em casa mais ou menos 11h da noite. Então, assim era muito ruim. Eu só conseguia estudar mesmo nos finais de semana quando dava (porque eu trabalhava no sábado também) ou a noite nas madrugadas o que me deixava muito cansada. E sinceramente eu passei em muitas disciplinas sem nunca ter estudado em casa, porque não tinha condição. Eu prestava muita atenção na aula. Eu sempre fui uma pessoa que aprendi muito mais escutando do que lendo. Eu nunca entregava um trabalho que desse uma pontuação a mais nas provas, nunca. Sempre minhas notas foram exclusivas de provas, nunca eram pelos trabalhos. (E2, 2016). Com relação as leituras, eu acho que é principal e necessário. Eu acho que dificultou em relação a ter tempo pra poder eu pegar um livro e estar lendo. Me dedicar realmente. O trabalho não deixa. E um outro momento também é em relação de quando você precisa se ausentar como universitária pra se descolar a alguma instituição para fazer uma entrevista, ou uma visita de campo, ou alguma coisa assim e o local de trabalho não autoriza que você saia. (E3, 2016).

Demais. Até porque devido ao horário do trabalho você não consegue uma saída naquele horário, no dia que tem o evento. Tinha um período “X” que eu tinha uma demanda muito grande de trabalho e nesse período era muito difícil eu pedir uma saída ou uma atividade que fosse dentro dessa atividade de trabalho. Mesmo sendo em finais de semana, porque às vezes você trabalha no sábado. (E5, 2016).

Diante dessas dificuldades para conciliar trabalho e estudo os estudantes

utilizaram as seguintes estratégias: 1) autodisciplina; 2) não acumular atividades; 3) estudar

nas madrugadas; 4) e trocar os dias de folgas para realização de atividades externas. Assim

relatam:

Uma das estratégias que eu desenvolvi e que estou desenvolvendo até hoje no último semestre é minha autodisciplina. Uma coisa muito complicada de desenvolver com a gente mesmo: é a disciplina. Eu tento manter um foco pra todo dia fazer as atividades da faculdade. Tentando fazer todo dia alguma coisa, mesmo que naquele dia não dê pra fazer muita coisa. Tentar fazer alguma coisa que colabore pra realmente manter esse compromisso que a gente marca com a gente mesmo. Realmente é uma dificuldade. Cabe que você tem um desejo. Você gosta do que faz, do que estuda, mas há essa dificuldade mesmo. (E1, 2016) Estudar nas poucas horas que me restavam na madrugada. Eu sempre fui aquele que escrevia e enviava para o grupo. Dificilmente conseguia ir pras reuniões do

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grupo. E assim, agora com esse trabalho em casa eu tenho até mais condições de ir para as reuniões de grupos. Na maioria das vezes se um grupo for de oito pessoas e quatro trabalham, esses quatros nunca vão comparece. O trabalho de grupo eu acho que nunca combina com o estudante trabalhador. Com o estudante da noite principalmente que na maioria é trabalhador. (E2, 2016). Eu peguei um grande aliado que é o celular e baixei vários textos e artigos pra poder eu ler no momento que dá. Ou na frente do birô, ou no banheiro, ou no horário do almoço é o celular do lado. Eu fico lendo pra poder conseguir, entendeu? É dessa forma. Como eu trabalho às vezes aos sábados em campanha de vacina, eu tenho folgas. O sábado não tá dentro da nossa carga horária. Então essas folgas, eu tenho muitas. Ai foram o que me ajudaram a levar pra semana para eu poder fazer o meu estágio. E assim estou concluindo o meu estágio. (E3, 2016). Eu digo que é muito difícil. Mas tem que ter jogo de cintura. Se caso tivesse um evento num sábado por exemplo. Se fosse no sábado que eu tivesse trabalhando (porque eu trabalhava um sábado intercalado) eu tentava substituir, trocava por o outro sábado e assim tentando me manter. Mas não é fácil. Inclusive eu participei agora até de um seminário e foi no dia da minha folga, ai deu beleza. Mas, faltei o estágio pra poder ir. Como era algo bem relacionado com o estágio, então não deixava de ser uma extensão do estágio. (E5, 2016).

Assim podemos perceber que as estratégias que os estudantes traçam para

tentar ultrapassar as barreiras que encontram no caminho dessa dupla jornada diária para

trabalhar e estudar são diferenciadas. A condição de estudante trabalhador tem

impossibilitado sua participação nos projetos de monitoria, iniciação científica e extensão.

Percebe-se que a maior parte dos estudantes trabalhadores tem concluído seu curso de

graduação em Serviço Social sem nunca terem participado do Encontro Regional dos

Estudantes de Serviço Social (ERESS). Em muitos casos há dificuldades para inserção no

campo de estágio devido à oferta das vagas coincidir com o horário de trabalho.

4 INSTIGANDO NOVOS ESTUDOS

A partir das reflexões aqui apresentadas podemos evidenciar que as

transformações ocorridas no plano da economia mundial, com a crise do grande capital nos

meados de 1970, vem provocado retrocesso no campo dos direitos sociais, entre eles o

direito à educação. O processo de Reforma do Estado impulsionou a ampliação do ensino

superior privado, de modo a provocar grandes impactos na formação e no exercício

profissional do Assistente Social, gerando um amplo debate sobre a necessária qualidade

da formação profissional, sendo indispensável à defesa da universidade pública, gratuita e

de qualidade. Diante das novas demandas de qualificação profissional e das novas

configurações da questão social e as exigentes respostas à essas novas demandas, a

ABEPSS organizou e coordenou a elaboração da Nova Proposta de Diretrizes Gerais da

ABEPSS (1996).

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O mundo do trabalho tem estimulado a qualificação profissional superior com

uma falsa ideia de garantia de emprego e de melhoria de trabalho e de salários. Na verdade,

a qualificação profissional apenas tem representado uma forma de estimular a competição

entre os trabalhadores qualificados que formam o exército industrial de reserva.

Na condição de trabalhador, o estudante, como os demais trabalhadores tem

sido subjugado à lógica perversa do grande capital, sendo submetido a uma exaustiva e

longa jornada de trabalho. Esse prolongamento da jornada de trabalho tem escamoteado o

tempo que o trabalhador poderia destinar a outras atividades, entre elas o tempo para

dedica-se aos estudos.

REFERÊNCIAS ABESS/CEDEPSS. Diretrizes gerais para o curso de Serviço Social/1996. Disponível em: < http://goo.gl/A4IPOI >. Acesso em: 30 set. 2013. FURLANI, Lúcia M. Teixeira. A claridade da noite: os alunos do ensino superior noturno. São Paulo: Cortez, 1998. IAMAMOTO, Marilda Villela. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e questão social. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

MONTAÑO, Carlos. A natureza do Serviço Social: um ensaio sobre sua gênese, a “especificidade” e sua reprodução. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2009. NETTO, José Paulo. Transformações societárias e Serviço Social: notas para uma análise prospectiva da profissão no Brasil. Revista Serviço Social & Sociedade. São Paulo, n. 50, p. 87-132, abr. 1996. SILVA, Ilse Gomes. Democracia e participação na “reforma” do Estado. São Paulo: Cortez, 2003. SPÓSITO, Marília Pontes. O trabalhador-estudante: um perfil do aluno do curso superior noturno. São Paulo: Edições Loyola, 1989.