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GABRIELA NERY FARIA GUEDES Formulação, aplicação e avaliação de programa de educação em saúde em escola de Visconde de Mauá, distrito de Resende, Rio de Janeiro, RJ São Paulo 2011

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GABRIELA NERY FARIA GUEDES

Formulação, aplicação e avaliação de programa de

educação em saúde em escola de Visconde de Mauá,

distrito de Resende, Rio de Janeiro, RJ

São Paulo 2011

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GABRIELA NERY FARIA GUEDES

Formulação, aplicação e avaliação de programa de ed ucação em

saúde em escola de Visconde de Mauá, distrito de Re sende, Rio de

Janeiro, RJ

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências Departamento: Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal Área de concentração: Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses Orientador: Prof. Dr. Fernando Ferreira

São Paulo 2011

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Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins acadêmicos, desde que citada a fonte.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO

(Biblioteca Virginie Buff D’Ápice da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo)

T.2461 Guedes, Gabriela Nery Faria FMVZ Formulação, aplicação e avaliação de programa de educação em saúde

em escola de Visconde de Mauá, distrito de Resende, Rio de Janeiro, RJ / Gabriela Nery Faria Guedes. -- 2011.

123 f. : il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, 2011.

Programa de Pós-Graduação: Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses.

Área de concentração: Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses.

Orientador: Prof. Dr. Fernando Ferreira.

1. Cães. 2. Gatos. 3. Guarda responsável. 4. Educação em saúde. 5. Bem-Estar animal. I. Título.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome: Guedes, Gabriela Nery Faria

Título: Formulação, aplicação e avaliação de programa de educação em saúde em

escola de Visconde de Mauá, distrito de Resende, Rio de Janeiro, RJ.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências

Data: ____/____/____

Banca Examinadora

Prof. Dr. ___________________________ Instituição: ______________ Assinatura: ___________________________ Julgamento: _____________ Prof. Dr. ___________________________ Instituição: ______________ Assinatura: ___________________________ Julgamento: _____________ Prof. Dr. ___________________________ Instituição: ______________ Assinatura: ___________________________ Julgamento: _____________

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a todos os animais que sofreram e/ou sofrem sem amparo,

carinho ou proteção.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus por estar sempre comigo.

À minha família, pelo amor incondicional, educação e paciência com todos os

meus dramas.

Obrigada vózinha, por ter sido e ainda ser o meu exemplo e por cuidar de

mim mesmo do outro lado da vida.

Mãe e Dinda por me apoiar e “ensinar” desde pequena o amor pelos animais

e, assim, darem sentido à minha vida.

Obrigada ao meu marido, Sergio, pela compreensão, apoio, carinho,

paciência e dedicação.

À minha filha, ainda dentro de mim, que já deu outro sentido à minha vida.

A todas minhas amigas, sem elas eu não seria nada! Em especial a Bruna

Palmeira, por ter feito a palestra na Escola Municipal Visconde de Mauá.

Ao amigo João Henrique Virgens, meu anjinho da guarda. Sem ele esse

trabalho não teria existido. Obrigada pela paciência, apoio e confiança.

À Rita Garcia, amiga e exemplo. Obrigada pela inspiração para esse projeto e

por todas as oportunidades que me deu.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Fernando Ferreira, pela paciência com minhas

crises e pela confiança.

Aos docentes do LEB Prof. Dr. Ricardo Augusto Dias, Prof. Dr. José Soares

Ferreira Neto e Prof. Dr. Marcos Amaku, pela disposição em ajudar e por todo o

aprendizado.

À Vanessa Feijó, meu muito obrigada pela generosidade em dividir sua bolsa

comigo!

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À Bianca Santos, sempre muito fofa, pela incrível paciência em me ajudar em

tudo que sempre precisei!

A todos do LEB pelo apoio e paciência em especial a Aline Gil, Carol Zetun e

Zé Grisi.

A todos os funcionários e pós graduandos do VPS.

À Elza, da biblioteca, por ser sempre tão gentil e pela paciência em corrigir

minha dissertação.

À Claudia, da secretaria de pós graduação, por ser sempre tão solícita.

À diretora, funcionárias e professoras da Escola Municipal Visconde de Mauá,

Dumara, Vivia, Creusa, Monica, Patricia, Edilaine, pela confiança, carinho e apoio de

sempre. Sem a dedicação de vocês o projeto não seria possível.

A todos os alunos da Escola Municipal Visconde de Mauá e seus

responsáveis pelo interesse, participação no projeto, receptividade e carinho com

que sempre me trataram.

À Mariinha, por me ajudar nas entrevistas.

À Profª. Drª. Isabel Bicudo Pereira, da Faculdade de Saúde Pública, pelo

apoio e inspiração.

À Profª. Drª. Stella Barrouin, da UFBA, pela confiança e por ter disponibilizado

o curso na plataforma moodle da UFBA para a capacitação das professoras e

funcionárias da escola.

Obrigada a todos os tutores do curso de capacitação: Analu Silva, Ianei

Carneiro, João Henrique Virgens, Priscila Yaegashi e Rogério Alvarenga.

A todos os muitos cachorros e gatos que passaram pela minha casa e na

minha vida, principalmente minha Pituquinha (que deixou uma saudade sem fim) e

minha Biga.

Ao Instituto Nina Rosa e WSPA pela doação de DVDs e cartilhas.

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Obrigada a todos que encontrei pelo caminho e não concordavam com meu

jeito e minha filosofia de vida, isso me deu ainda mais força para seguir adiante!

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RESUMO

GUEDES, G. N. F. Formulação, aplicação e avaliação de programa de ed ucação em saúde em escola de Visconde de Mauá, distrito de Resende, Rio de Janeiro, RJ. [Formulation, implementation and evaluation of health education program in school of Visconde de Maua, district of Resende, Rio de Janeiro, RJ]. 2011. 124 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

Os cães já fazem parte do cotidiano do homem há milhares de anos. Atualmente, os

cães assumem o papel de membros da família, apresentando um forte vínculo com

os familiares, incluindo crianças. No entanto, as crianças, assim como a maioria dos

adultos, pouco sabem ou aprendem sobre como cuidar de um animal, como prevenir

zoonoses ou exercer a Guarda Responsável, propagando uma visão

antropocêntrica. O presente trabalho visou mostrar de que maneira a Educação em

Saúde pode trazer benefícios na formação ética e psicológica, por melhorar a

relação criança-animal, ao mesmo tempo em que reduz a os riscos inerentes às

doenças zoonóticas e o abandono de animais. As avaliações foram feitas com a

utilização de questionários com questões abertas e fechadas em duas etapas, antes

e após o projeto educativo. Para a comparação dos dados quantitativos obtidos nas

duas fases, utilizou-se os testes de McNemar e de Homogeneidade Marginal, para

análise qualitativa foram realizados grupos focais com crianças e professoras. O

projeto educativo proporcionou a aquisição de conhecimento sobre os temas

abordados e algumas mudanças de atitudes das crianças com seus animais de

companhia, o que pode ser percebido pelo grupo focal e por algumas mudanças

estatisticamente significantes entre as fases 1 e 2.

Palavras-chave: Cães. Gatos. Guarda Responsável. Educação em saúde. Bem-

Estar Animal.

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ABSTRACT

GUEDES, G. N. F. Formulation, implementation and evaluation of healt h education program in school of Visconde de Mauá, di strict of Resende, Rio de Janeiro, RJ [Formulação, aplicação e avaliação de programa de educação em saúde em escola de Visconde de Mauá, distrito de Resende, Rio de Janeiro, RJ]. 2011. 124 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

Dogs are already part of everyday life of man for thousands of years. Currently, the

dogs take on the role of family members, showing a strong bond with them, including

children. However, children as well as most adults know and learn little about caring

for an animal, how to prevent zoonoses or promote Responsible Ownership,

propagating an anthropocentric view. This study aims to show how health education

can bring benefits in the ethical and psychological, by improving the child-animal

relationship, while reducing the risks inherent in zoonotic diseases and the

abandonment of animals. The evaluations were done with the use of questionnaires

with open and closed questions in two stages, before and after the educational

project. For comparison of quantitative data obtained in the two phases, we used the

McNemar and Marginal Homogeneity tests, for the qualitative analysis was

conducted focus groups with children and teachers. The educative project provided

knowledge on the topics covered and some changes in attitudes of children with their

pets, which could be perceived by the focus group and some statistically significant

changes between phases 1 and 2.

Keywords: Dogs. Cats. Responsible Ownership. Health education. Animal Welfare.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Número de alunos divididos por série e sexo que participaram do grupo focal, Visconde de Mauá - 2009.....................................................63

Tabela 2 - Número de alunos por turma, número de alunos que têm animal de companhia em casa (cão e/ou gato), número de questionários aplicados, suas respectivas porcentagens e o número de professores que participaram do curso de capacitação. EMVV- 2009 .........................................................................................................68

Tabela 3 - Turmas cujo professor participou do curso de capacitação, número de alunos, número de alunos que têm animal de companhia em casa (cão e/ou gato), número de questionários respondidos e suas respectivas porcentagens. EMVM - 2009.................................................68

Tabela 4 - Responsável que respondeu ao questionário 1, Visconde de Mauá - 2009 .......................................................................................................69

Tabela 5 - Número de cães e gatos e seus respectivos sexos, nas residências visitadas de acordo com as respostas dadas ao questionário 1, Visconde de Mauá - 2009.........................................................................69

Tabela 6- Destino dos animais que as famílias entrevistadas tiveram anteriormente de acordo com as respostas dadas ao questionário 1, Visconde de Mauá - 2009.....................................................................70

Tabela 7 - Motivo da doação dos animais anteriores de acordo com as respostas dadas ao questionário 1, Visconde de Mauá - 2009 ................70

Tabela 8 - Motivo para aquisição do animal de companhia, de acordo com respostas dadas ao questionário 1 nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .................71

Tabela 9 - Atitudes com seus animais das crianças que participaram do projeto educativo, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases 1 e 2, Visconde de Mauá - 2009 .......................72

Tabela 10 - Atitudes com seus animais das crianças que não participaram do projeto, de acordo com respostas dadas ao questionário 1 nas fases 1 e 2, Visconde de Mauá - 2009 .....................................................73

Tabela 11 - Semelhança entre a atitude da criança e do responsável, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com

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relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009. ........................................................................................................74

Tabela 12 - Motivo da diferença de atitude com os animais dos responsáveis e crianças, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009.........................................................................74

Tabela 13 - O que acham que poderia ser feito para melhorar a ralação da família com o animal, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 ..........................................75

Tabela 14 - Local onde os animais passam a maior parte do dia, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 ..............76

Tabela 15 - Presença de abrigo para os animais onde passam a maior parte do dia, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009.........................................................................76

Tabela 16 - Local onde os animais dormem, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 ..........................................76

Tabela 17 - Frequência que a alimentação e a água eram fornecidas ao animal ao longo do dia, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 ..........................................77

Tabela 18 - Tipo de alimentação fornecida ao animal, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .................78

Tabela 19 - Opinião sobre qualidade e quantidade da alimentação do animal, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .............................................................................................78

Tabela 20 - O que acham que poderia mudar na alimentação de seus animais, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009.........................................................................78

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Tabela 21 - Importância do animal para a pessoa, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .....................................79

Tabela 22 - Tempo que a família passa com o animal durante o dia, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 ..............79

Tabela 23 - O que acham com relação à saúde do animal, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .................80

Tabela 24 - O que fazem quando o animal está doente, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .................80

Tabela 25 - Motivo para não levarem animais ao MV quando necessário, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .........................................................................................................81

Tabela 26 - Opiniões dos responsáveis, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 ..........................................82

Tabela 27 - Responsável por cuidar do animal de companhia, de acordo com respostas dadas ao questionário 2 nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .................85

Tabela 28 - Atitudes que as crianças costumam ter com relação a seu animal, de acordo com respostas dadas ao questionário 2 nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .............................................................................................86

Tabela 29 - Tempo/dia que a criança passa com seu animal de acordo com respostas dadas ao questionário 2 nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .................86

Tabela 30 - Respostas dadas ao questionário 2, nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, quando criança foi questionada quanto a ter medo de cãe e/ou gatos, Visconde de Mauá - 2009 .............................................................................................87

Tabela 31 - Qual tipo de animal e porque a criança tem medo de acordo com respostas dadas ao questionário 2 nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .................87

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Tabela 32 - Respostas afirmativas dadas ao questionário 2 nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .............................................................................................88

Tabela 33 - Resposta dada ao questionário 2, quando criança foi questionada quanto sua relação com o seu cão e/ou gato, nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 .........................................................................................................88

Tabela 34 - Resposta dada ao questionário 2, quando criança foi questionada quanto a relação de sua família com o seu cão e/ou gato, nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009 ........................................................................................89

Tabela 35 - Respostas afirmativas dadas ao questionário 2, quando criança foi questionada quanto a sua expectativa sobre seu animal de companhia, nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009.......................................................90

Tabela 36 - Respostas dadas ao questionário 2, quando criança foi questionada se sua expectativa sobre seu animal é correspondida, nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009.........................................................................90

Tabela 37 - Respostas afirmativas dadas ao questionário 2, quando criança foi questionada quanto a relação com seu animal de companhia, nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009.........................................................................92

Tabela 38 - Raças dos animais avaliados clinicamente nas residências segundo a espécie, Visconde de Mauá - 2009.........................................95

Tabela 39 - Porte dos cães avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009 ........................................................................................95

Tabela 40 - Sexo dos animais avaliados clinicamente nas residências segundo a espécie, Visconde de Mauá - 2009.........................................95

Tabela 41- Idade dos animais avaliados clinicamente nas residências segundo a espécie, Visconde de Mauá - 2009.........................................96

Tabela 42 - Condição de esterilizado dos animais avaliados clinicamente nas residências segundo a espécie, Visconde de Mauá - 2009......................96

Tabela 43 - Condições de saúde, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009 .........................97

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Tabela 44 - Condições físicas, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009 .........................97

Tabela 45 - Condições corpóreas, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009 .........................97

Tabela 46 - Condição das mucosas, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009.........97

Tabela 47 - Comportamento, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009 .........................98

Tabela 48 - Atividade, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009..............................................98

Tabela 49 - Desidratação, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009 .........................98

Tabela 50 - Sistemas com alteração, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009.........99

Tabela 51 - Alterações observadas, segundo a espécie, nos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009.........99

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Vista do Lote 10 da região de Visconde de Mauá - 2009..........................34

Figura 2 - Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009. ............................................41

Figura 3 - Tuma pré II com o livro “As aventuras de Batman” concluído, Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009.........................................................50

Figura 4 - Contato inicial do Pré I e Pré II com o alfabeto com figuras de animais, Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009...............................50

Figura 5 - Apresentação de música do Pré II na “Ação Social”, Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009.........................................................51

Figura 6 - Desenho de aluno do 1º ano, Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009 .........................................................................................................52

Figura 7 - Professora com o texto coletivo feito pela turma do 2º ano. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009.........................................................53

Figura 8 - Discussão com o 1º ano sobre o filme “Fulaninho: o cão que ninguém queria”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009 .................53

Figura 9 - Apresentação para turma do trabalho feito em grupo da turma do 1º ano. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009.....................................54

Figura 10 - Apresentação da peça de teatro na “Ação Social”, os defensores da natureza. 2º ano. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009............54

Figura 11 - Apresentação da música sobre fauna e flora na “Ação Social”, 1º ano. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009.....................................55

Figura 12 - Diretora e professora mostrando o trabalho feito pela turma do 5º ano. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009.....................................55

Figura 13 - Trabalho feito pela turma do 5º ano. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009 .............................................................................................56

Figura 14 - Trabalho do 5º ano sobre abandono de animais apresentado na “Ação Social”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009......................57

Figura 15 - Trabalho do 5º ano sobre proteção animal apresentado na “Ação Social”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009................................58

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Figura 16 - Apresentação da peça de teatro “Uso e destino do lixo produzido” na “Ação Social”. Escola Visconde de Mauá - 2009.................................59

Figura 17 - Trabalho sobre os animais abandonados feito sob orientação da diretora, merendeira e auxiliar de biblioteca. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009.........................................................................59

Figura 18 - Palestra sobre Educação Ambiental do MV João Virgens “Ação Social”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009................................60

Figura 19 - Palestra sobre Parasitoses da MV Bruna Palmeira na “Ação Social”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009................................61

Figura 20 - Oficina de Papel reciclado na “Ação Social”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009.........................................................................61

Figura 21 - Oficina de fabricação de brincados com sucata na “Ação Social”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009.............................................62

Figura 22 - Grupo focal com as crianças, Visconde de Mauá - 2009 ........................63

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

% Por cento

BEA Bem-Estar Animal

EAD Ensino a distância

EMVM Escola Municipal Visconde de Mauá

MV Médico veterinário

SRD Sem raça definida

UFBA Universidade Federal da Bahia

USP Universidade de São Paulo

VM Visconde de Mauá

WHO World Health Organization (Organização Mundial da Saúde)

WSPA Sociedade Mundial de Proteção animal

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................22

1.1 FAMÍLIA MULTIESPÉCIE ...................................................................................22

1.2 GUARDA RESPONSÁVEL .................................................................................25

1.3 EDUCAÇÃO EM SAÚDE ....................................................................................27

1.4 A PESQUISA QUALI-QUANTITATIVA E A TÉCNICA DO GRUPO FOCAL.......30

1.5 A REGIÃO...........................................................................................................33

2 JUSTIFICATIVA .....................................................................................................36

3 OBJETIVOS ...........................................................................................................38

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................38

4 MATERIAIS E MÉTODOS .....................................................................................41

4.1 LOCAL.................................................................................................................41

4.2 PERÍODO............................................................................................................41

4.3 PÚBLICO ALVO ..................................................................................................42

4.4 SENSIBILIZAÇÃO...............................................................................................42

4.5 CURSO DE CAPACITAÇÃO A DISTÂNCIA .......................................................44

4.6 PESQUISA QUANTITATIVA- QUESTIONÁRIOS ...............................................46

4.6.1 Fase 1 ..............................................................................................................46

4.6.2 Fase 2 ..............................................................................................................47

4.7 AMOSTRAGEM ..................................................................................................48

4.8 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS........................................................................48

4.8.1 Pré I e Pré II .....................................................................................................49

4.8.2 1º e 2º ano .......................................................................................................51

4.8.3 5º ano ...............................................................................................................55

4.8.4 Todas as turmas, pais e comunidade ...........................................................58

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4.9 PESQUISA QUALITATIVA- GRUPO FOCAL......................................................62

4.10 ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS NOS QUESTIONÁRIOS ............................64

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................66

5.1 DADOS QUANTITATIVOS..................................................................................67

5.2 DADOS QUALITATIVOS...................................................................................100

5.2.1 Grupo Focal Crianças ..................................................................................100

5.2.2 Grupo Focal Professoras/ Diretora/ Funcionári as .....................................104

6 CONCLUSÃO ......................................................................................................111

7 REFERÊNCIAS ....................................................................................................114

APÊNDICES ...........................................................................................................118

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21

INTRODUÇÃO

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22

1 INTRODUÇÃO

1.1 FAMÍLIA MULTIESPÉCIE

Os animais de companhia, cães e gatos, foram domesticados pelo Homem há

milhares de anos atrás e hoje exercem papel fundamental como membros da

família. O vínculo se estreitou a ponto das pessoas acostumarem ver a sua relação

com animais de companhia como similares às que têm com as crianças (ARCHER,

1997).

Porém, há não muito tempo, a idéia de estudar as relações sociais entre

humanos e outros animais e a parceria entre ambos, seria considerada uma heresia.

Até a modernidade, no ocidente, os animais eram considerados parte do mundo

somente para benefício econômico da humanidade (FARACO, 2008).

O racionalismo do francês René Descartes (1596-1650) tem forte influência

até hoje, visto que a teoria mecanicista da natureza do animal dá sustentação à

crença de que os animais não têm consciência da dor por serem destituídos de

linguagem e pensamento. Para Descartes, essas duas habilidades são

fundamentais para que um ser sensível possa ter experiência consciente da dor e,

consequentemente, possa sofrer (FELIPE, 2007). A teoria cartesiana foi, e ainda é, a

principal justificativa para muitas atrocidades cometidas contra animais.

Atualmente, os animais de companhia costumam estar próximos de seus

guardiões nos momentos de maior necessidade e, por isso, são considerados

minimizadores ou curadores do stress e ansiedade (ARCHER, 1997). Há inúmeras

pesquisas que demonstram que existe uma necessidade psicológica do animal

humano em relação aos animais não humanos, evidenciando uma associação

positiva entre o convívio homem-animal-saúde. Esta companhia faz com que o

indivíduo se torne mais sociável, melhore sua auto-estima, diminua o nível de

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23

estresse, passe a se alimentar melhor e até mesmo aumente o nível de atividade

física em alguns casos, já que o animal também precisa de atividades (ALLEN;

BLASCOVICH; TOMAKA,1991; FRIEDMANN, 1995).

Embora a companhia dos animais traga muitos benefícios para a qualidade

de vida humana, há o risco da transmissão de doenças, quando algumas

precauções não são tomadas. A exposição às zoonoses aumentou devido ao

incremento na população humana e consequente aumento da população de animais

de companhia, além da proximidade nas suas interações (DVORAK; SPICKLER;

ROTH, 2008).

A despeito do significado etimológico da palavra zoonose ser “doença animal”

a definição estabelecida pelo comitê da Organização Mundial de Saúde é muito mais

abrangente sendo “doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais

vertebrados e seres humanos”. Admite-se que as zoonoses ocorram desde os

tempos pré-históricos da humanidade, no entanto é no período neolítico, a partir de

oito mil anos antes de Cristo, que as condições favoráveis para transmissão de

agentes de doenças entre animais vertebrados e seres humanos ampliaram-se.

Afinal, foi nesta ocasião que a estruturação da agricultura, a domesticação dos

animais e o início da vida urbana organizada em aldeias se iniciaram (WHO, 2010).

Algumas zoonoses, ainda nos tempos atuais, constituem uma porcentagem

significativa de enfermidades descritas em numerosos países (GIL; SAMARTINO,

2000). Muita atenção é dada às zoonoses, principalmente quando acometem

crianças. Poucas zoonoses têm sinais clínicos patognomônicos e muitas têm sinais

que imitam outras doenças mais comuns (WARNER, 1984).

A crescente aquisição de cães e gatos como animais de companhia tem

aumentado o número de pessoas expostas ao risco de contrair zoonoses. Neste

quadro a população infantil corresponde ao grupo mais exposto devido ao hábito de

brincar em contato com o solo, aos hábitos de geofagia, de andar descalço e de se

deixar abraçar, lamber e morder por seus animais de companhia (LIMA, 2010).

A falta de supervisão adequada e o abandono dos cães, pelos seus

guardiões, os levam a ter mobilidade errática, eventual ou definitiva constituindo

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risco à saúde da sociedade, já que podem integrar o grupo de reservatórios de

doenças zoonóticas (SÃO PAULO, 2006).

Os cães e gatos são elementos que interferem na promoção da saúde,

positiva ou negativamente, dependendo da guarda responsável e das políticas

públicas implantadas, seja para a estabilização dessas populações e prevenção das

zoonoses e demais agravos que esses animais possam produzir ao individuo e

coletividade, seja para o bem-estar dos próprios animais (GARCIA, 2006).

A aquisição de cães e gatos, muitas vezes, é feita sem planejamento e por

impulso sem levar em consideração às responsabilidades que advém após o

momento de euforia, como as despesas com alimentação e tratamento de saúde, a

adequação do espaço físico disponível para a criação e disponibilidade de tempo

para passear e/ou interagir com o animal. A falta de esclarecimentos como saber o

tempo de vida do animal, o tamanho que este ficará quando adulto, resulta muitas

vezes em transtornos futuros para o guardião e seus familiares e pode culminar com

o abandono dos animais. Além das dificuldades decorrentes da falta de informações

ao adquirir um animal, outro fator que é responsável pelo grande número de animais

abandonados nas grandes cidades são os cruzamentos indesejáveis (ZETUN,

2009).

É importante lembrar também que para a relação homem-animal ser

harmônica deve-se tomar algumas medidas básicas de manejo adequado desses

animais e exercer a guarda responsável. Caso o proprietário não tenha noções de

uma guarda responsável e não realize medidas de manejo adequado, essa relação

pode tornar-se muito perigosa devido à possibilidade de causar acidentes de trânsito

e ataques a pessoas, além do risco de zoonoses (PINHEIRO JR et al., 2006).

Apesar de pesquisas mostrarem que uma quantia substancial de dinheiro é

gasta em comida e acessórios para cães, isso não está correlacionado com a

provisão dos cuidados básicos do animal ou com a manutenção do bem-estar

desses animais na sociedade atual (HENS, 2009).

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25

1.2 GUARDA RESPONSÁVEL

O conceito de guarda responsável, segundo a I Reunião Latino Americana de

Especialistas em Posse responsável de Animais de Companhia e Controle de

Populações Caninas, é (SOUZA, 2003):

[...] condição na qual o guardião de um animal de companhia aceita e se

compromete a assumir uma série de deveres centrados no atendimento das

necessidades físicas, psicológicas e ambientais de seu animal, assim como

prevenir os riscos (potencial de agressão, transmissão de doenças ou

danos a terceiros) que seu animal possa causar à comunidade ou ao

ambiente, como interpretado pela legislação vigente.

Para que se efetive uma guarda responsável de animais, deve-se observar

atentamente determinadas condições, pois é importante saber que apenas água e

comida não são suficientes para atender as necessidades básicas de um animal. É

necessário, ao adquirir um animal doméstico, fornecer-lhe boa condição de vida

como espaço adequado e higiene; vacinação regular contra a raiva e outras

doenças; proporcionar ao animal atividades físicas e momentos de interação com as

pessoas e frequentar regularmente o médico veterinário. Ao ser levado para passear

em vias públicas, o animal deve estar devidamente contido, utilizando coleira e guia,

além do condutor responsabilizar-se pela limpeza dos dejetos de seu animal. A

guarda responsável implica, ainda, em manter o animal dentro do espaço doméstico,

a fim de evitar transtornos relacionados com animais errantes e evitar a procriação

inconsequente, isolando o animal nas fases de cio ou realizando a esterilização.

Deixar um gato ou um cão solto nas ruas pode culminar na transmissão de doenças

graves como a raiva, além de aumentar a possibilidade de o animal provocar um

acidente de trânsito, atacar outros animais ou pessoas, sujar as vias públicas,

deteriorar o meio ambiente (com a destruição de sacos de lixo) e acarretar ainda

com a procriação descontrolada (ZETUN, 2009).

Guarda responsável de animais de companhia se configura como uma das

práticas para promoção do bem-estar animal, sendo de fundamental importância e

diretamente relacionada ao papel do médico veterinário na sociedade. Este

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profissional fornece subsídios para sensibilização quanto às necessidades básicas

para uma relação saudável tanto para os animais, quanto para seus guardiões,

independente do senso comum, muitas vezes equivocado. O aconselhamento

acerca de guarda responsável se faz necessário para que o abandono deixe de ser

um fato comum na sociedade, uma vez que grande parte das eutanásias realizadas

é por razões comportamentais e por animais abandonos em abrigos públicos

(SILVANO et al., 2010).

Determinadas condutas que alguns guardiões têm com os seus animais de

companhia, podem causar riscos para a saúde de sua família e dos moradores

vizinhos bem como sofrimento, doenças e perda da dignidade do animal. O manejo

inadequado de cães e/ou gatos, gera risco de agressão à população humana e a

outros animais domésticos, propicia a contaminação do ambiente com fezes e urina

e favorece a transmissão de doenças. Considera-se aqui como manejo inadequado,

os animais sem domicílio e/ou com risco de agressão, a falta de higiene no local

onde eles permanecem, o número elevado de animais em residências particulares e

os maus tratos em decorrência de um manejo errado (SCHOENDORFER, 2001;

SÃO PAULO, 2004).

Outro aspecto relevante da relação entre o homem e o animal, que vem se

tornando cada vez mais próxima, é o importante papel na estrutura familiar e social.

Porém, esse convívio próximo entre o homem e seus animais de companhia não fica

limitado apenas a uma situação de coabitação familiar. Esses animais frequentam

áreas públicas e, com frequência, acabam depositando seus dejetos nesses locais.

Consequentemente, dejetos de animais parasitados no ambiente acabam

provocando doenças em seres humanos (LIMA et al., 2010).

Estudos demonstram que as crianças são consideradas de alto risco para

ataque de cães. A mordedura é influenciada por diversos fatores, como raça dos

animais e comportamento dos guardiões, por exemplo. Portanto, a estratégia de

prevenção deve ser focada na educação da população e no treino dos cães e de

seus guardiões (FORTES et al., 2007).

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Tanto crianças como adultos aprendem muito com seus animais de

companhia, como valorizar a vida, a aceitar regras de comportamento e, também, a

assumir responsabilidade por outro ser vivo. Os animais são como agentes

promotores de saúde e bem-estar e contribuem para o desenvolvimento do potencial

humano, da generosidade, sociabilidade e compaixão (BRODIE; BILEY, 1999). No

entanto, muitas pessoas que possuem animais de companhia não sabem ou não

têm condições e recursos mínimos para tratá-los corretamente. Dentro deste

contexto, a promoção da saúde e do bem estar animal dependem de ações voltadas

para a educação em saúde (SOTO, 2006).

1.3 EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Segundo a Carta de Ottawa, Promoção de Saúde é a capacidade da

comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida, sendo mais

participativa para atingir um estado completo de bem estar físico, mental e social de

forma que o individuo possa identificar aspirações, satisfazer necessidades e

modificar favoravelmente o meio ambiente (BRASIL, 2001). O empoderamento e a

participação ativa da população, preconizada pelo paradigma da Promoção da

Saúde, serão viabilizados por meio da educação em saúde (PELICIONI;

PELICIONE, 2007). Dessa forma, a Educação em Saúde pretende colaborar na

formação de uma consciência crítica, resultando na aquisição de práticas que visem

à promoção, manutenção e recuperação da própria saúde e da saúde da

comunidade da qual faz parte (FOCESI, 1992; LEONELLO; L’ABBATE, 2006;

OLIVEIRA et al., 2009).

O desenvolvimento de educação em saúde na escola vai muito além da

mera (mas importante e indispensável) aquisição de conhecimentos, passando a ser

um momento de reflexão e questionamento das condições de vida, suas causas e

consequências, e se tornando um instrumento para a construção e consolidação da

cidadania (MOHR; SCHALL, 1992).

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28

Do ponto de vista acadêmico, Educação em Saúde é uma área de

conhecimento dentro da Saúde Pública marcadamente instrumental. Envolve a

compreensão de distintas concepções de saúde-doença-cuidado e dos métodos

para lidar com os problemas surgidos na prática social da saúde. A educação vai

além do processo de informação e comunicação (SANTOS, 2003).

O Ministério da Saúde considera a escola um ambiente educacional e social

propício para se trabalhar conhecimentos e mudanças de comportamento, onde

crianças e adolescentes assumem o papel de agentes multiplicadores e

sensibilizadores (LIMA et al., 2010).

A educação em saúde na escola é uma forma de proteger e promover a

saúde, hábitos e comportamento, possibilitando o combate dos riscos provenientes

do contato com animais domésticos de companhia. A reflexão ética vem ganhando

importância na discussão pública sobre valores fundamentais para se viver com

dignidade, numa sociedade justa e solidária, em que a saúde - compreendida como

a expressão do maior grau de bem-estar que o indivíduo e a coletividade são

capazes de alcançar através de um equilíbrio existencial dinâmico - pode e deve ser

desfrutada como direito no exercício pleno da cidadania (GARCIA; MALDONADO;

LOMBARDI, 2008).

É importante iniciar o processo de sensibilização no ambiente escolar, pois o

estudante transforma-se em um agente sensibilizador e multiplicador ao levar a

informação para seus lares, podendo auxiliar na criação de uma rede básica de

atenção primária e comunitária. Desta forma, a criança poderá sair da letargia que

caracteriza as comunidades desassistidas, tornando-se mais capaz de exercer sua

cidadania. Logo, crianças e professores informados podem funcionar como difusores

do assunto em sua residência e comunidade (UCHÔA et al., 2004).

Para desenvolvimento adequado das atividades de educação em saúde no

espaço escolar e, também, fora dele, deve-se considerar cada situação em

particular. As peculiaridades cultural e ambiental de cada comunidade exigem que

todas as ações partam de tal especificidade e que a levem em consideração estrita.

Atividades desenvolvidas na escola, que têm por ponto de partida situações alheias

à realidade vivida pelos seus alunos estão fadadas ao insucesso. O mesmo ocorre

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quando se ignora o conhecimento popular acerca de determinada situação,

desvalorizando-o e inferiorizando-o, ao invés de trabalhar junto e a partir dele

(MOHR; SCHALL, 1992).

Os hábitos da população são dificilmente mudados, mesmo quando se

trabalha intensamente com educação em saúde. Entretanto, parte dessas

dificuldades pode ser contornada pelo envolvimento de crianças em atividades que

têm como fim mudanças comportamentais, por serem elas mais receptivas, podendo

funcionar como agentes sensibilizadores dentro da própria família. O envolvimento

de professores garante a possibilidade de repetição do assunto em trabalhos na sala

de aula (SOTO et al., 2006).

É importante considerar que são as medidas educacionais as que têm maior

eficiência, visto que vão promover a conscientização da população. Outras medidas,

como vacinar ou tratar os cães que potencialmente representem risco, são eficientes

apenas em relação aos que receberam tais cuidados, principalmente quando se leva

em consideração a grande mobilidade desses animais nas ruas, mesmo os semi-

domiciliados (BICUDO PEREIRA, 1991).

Nos países em desenvolvimento a canalização de recursos está dirigida para

a assistência médica, resultando em inversões mínimas para a medicina preventiva.

O baixo poder aquisitivo da população conduz a padrões deficientes de alimentação,

moradia inadequada e a um nível escolar insatisfatório. Este ciclo vicioso, chamado

de "ciclo econômico da doença", fecha-se com a ocorrência de mais doença,

diminuindo ainda mais o potencial de trabalho da população humana (MIGUEL,

2009).

A deficiência dos programas públicos de educação em saúde dificulta a

percepção e entendimento, em especial das crianças, sobre os riscos potenciais que

as pessoas e animais estão expostos devido sua estreita relação.

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30

1.4 A PESQUISA QUALI-QUANTITATIVA E A TÉCNICA DO GRUPO FOCAL

A discussão sobre as vantagens e desvantagens dos diversos métodos de

pesquisa desenvolvidos na área da saúde requer um exame muito atento acerca de

alguns problemas relacionados à integração entre as perspectivas qualitativa e

quantitativa. O debate e a contraposição frequentemente registrada entre as duas

abordagens não são novos, nem exclusivos do campo das ciências sociais aplicadas

à saúde. Ambas as metodologias são de natureza diferente. A investigação

quantitativa atua em níveis de realidade e tem como objetivo trazer à luz dados,

indicadores e tendências observáveis. Já a investigação qualitativa trabalha com

valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões. As experiências das

pesquisas de campo, baseadas em uma perspectiva mais pragmática, sugerem que

da combinação das duas abordagens - cada uma no seu uso apropriado- é possível

obter ótimos resultados (SERAPIONI, 2000).

De fato, os métodos quantitativos são débeis em termos de validade interna -

nem sempre sabemos se medem o que pretendem medir-, entretanto são fortes em

termos de validade externa, podendo os resultados adquiridos ser generalizáveis

para o conjunto da comunidade. Ao contrário, os métodos qualitativos têm muita

validade interna - focalizam as particularidades e as especificidades dos grupos

sociais estudados-, mas são débeis em termos de sua possibilidade de generalizar

os resultados para toda a comunidade. Por isso, é muito importante poder contar

com achados obtidos com métodos qualitativos e quantitativos, que permitem

garantir um razoável grau de validez externa e interna. Dessa forma, é possível

também formular políticas e programas de intervenção concretos e adequados às

particularidades de todos os setores sociais que se pretende atingir (SERAPIONI,

2000).

Segundo Liebscher (1998), para aprender métodos qualitativos é preciso

aprender a observar, registrar e analisar interações reais entre pessoas, e entre

pessoas e sistemas. Os procedimentos qualitativos têm sido utilizados quando o

objetivo do investigador é verificar como as pessoas avaliam uma experiência, idéia

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ou evento; como definem um problema e quais opiniões, sentimentos e significados

encontram-se associados a determinados fenômenos. O grupo focal obtêm dados a

partir de reuniões em grupo com pessoas que representam o objeto de estudo

(IERVOLINO; PELICIONI, 2001).

Segundo Vaughn (1996), a entrevista de grupo focal é uma técnica qualitativa

que pode ser usada sozinha ou com outras técnicas qualitativas ou quantitativas

para aprofundar o conhecimento das necessidades de usuários e clientes.

O grupo focal, em geral, não é considerado adequado para estudar a

frequência com que determinados comportamentos ou opiniões ocorrem. Pode ser

considerado uma espécie de entrevista de grupo, embora não no sentido de ser um

processo onde se alternam perguntas do pesquisador e respostas dos participantes.

A essência do grupo focal consiste justamente na interação entre os participantes e

o moderador - normalmente é o próprio pesquisador-, que objetiva colher dados a

partir da discussão focada em tópicos específicos e diretivos -por isso é chamado

grupo focal-. Em síntese, desenvolver uma pesquisa utilizando o grupo focal é

desenvolver um processo, que contém procedimentos que visam a compreensão

das experiências do grupo participante, do seu próprio ponto de vista (IERVOLINO;

PELICIONI, 2001).

Tomemos, então, o grupo focal como um procedimento de coleta de dados no

qual o pesquisador tem a possibilidade de ouvir vários sujeitos ao mesmo tempo,

além de observar as interações características do processo grupal. Tem como

objetivo obter uma variedade de informações, sentimentos, experiências,

representações de pequenos grupos acerca de um tema determinado (KIND, 2004).

A definição dos membros que farão parte do grupo é considerada tarefa

relevante uma vez que implica na capacidade de contribuição com os objetivos da

pesquisa. A amostra é intencional e os critérios (sexo, idade, escolaridade,

diferenças culturais, estado civil e outros) podem variar, devendo, todavia, ter pelo

menos um traço comum importante para o estudo proposto (WESTPHAL; BOGUS;

FARIA,1996).

É importante ter um temário ou guia de temas, é neste que a ligação entre os

objetivos de pesquisa e o grupo focal fica mais evidente. Objetivos bem definidos

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levam a um bom temário, que, por sua vez, leva a uma investigação mais produtiva.

O temário é, na verdade, uma orientação, um auxílio para a memorização de

questões importantes a ser tratadas. Deverá ser flexível o suficiente para que a

discussão transcorra de forma espontânea e ainda assegurar que novas questões

possam ser introduzidas (KIND, 2004).

O moderador tem a tarefa de manter o grupo em interação por um tempo de

60 a 90 minutos, com a finalidade de obter dados acerca do tema da pesquisa. O

moderador deve fazer breve introdução, com o objetivo de tranquilizar e estabelecer

o enquadre para o grupo; ele se apresenta e explica os objetivos do grupo, e, em

seguida, assegura para os participantes que não existem opiniões corretas, que

opiniões contrárias serão bem vindas e que não há interesse em nenhuma opinião

em particular. O moderador pede aos participantes que falem um de cada vez e

explica que é permitido intervir na fala do outro, mas que devem ser evitadas

interrupções desnecessárias. Pede-se permissão para gravação - em áudio ou

vídeo- quando essas formas de registro estão previstas na pesquisa. Além do

moderador, é importante ter um observador. O observador deve ter posição menos

ativa, restringindo-se ao registro de comunicações não verbais, linguagem, atitudes

preocupações e ordem de respostas que seja considerada importante (KIND, 2004).

A coleta de dados através do grupo focal tem como uma de suas maiores

riquezas basear-se na tendência humana de formar opiniões e atitudes na interação

com outros indivíduos. Ele contrasta, nesse sentido, com dados colhidos em

questionários fechados ou entrevistas individuais, onde o indivíduo é convocado a

emitir opiniões sobre assuntos que talvez nunca tenha pensado anteriormente. As

pessoas, em geral, precisam ouvir as opiniões dos outros antes de formar as suas

próprias, e constantemente mudam de posição - ou fundamentam melhor sua

posição inicial- quando expostas à discussão em grupo. É exatamente este processo

que o grupo focal tenta captar. Cabe ao moderador do grupo - geralmente o

pesquisador- criar um ambiente propício para que diferentes percepções e pontos de

vista venham à tona, sem que haja nenhuma pressão para que seus participantes

votem, cheguem a um consenso ou estabeleçam algum plano conclusivo

(IERVOLINO; PELICIONI, 2001).

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É importante ter em mente que a pesquisa qualitativa não trabalha com

amostras probabilísticas e nem visa estudar a frequência com que determinado

comportamento ou opinião ocorre. Trata-se sim, como já foi dito anteriormente, de

utilizar o grupo focal no entendimento de como se formam e se diferem as

percepções, opiniões e atitudes acerca de um fato, produto ou serviço (IERVOLINO;

PELICIONI, 2001).

Como os dados colhidos através da utilização desta metodologia são de

natureza qualitativa, há a necessidade de analisar os dados também de forma

qualitativa, ou seja, não há tratamento estatístico envolvido, mas um conjunto de

procedimentos que visam organizar os dados de modo que eles revelem, com a

máxima objetividade e isenção possível, como os grupos em questão percebem e se

relacionam com o foco do estudo em pauta (IERVOLINO; PELICIONI, 2001). Caso o

tema não tenha sido suficientemente debatido, pode-se marcar novo encontro para

complementar os dados necessários (KIND, 2004).

Comparado ao questionário, ferramenta usual de coleta de dados, o grupo

focal, por dar oportunidade aos participantes de exporem aberta e detalhadamente

seus pontos de vista, é capaz de trazer à tona respostas mais completas, permitindo

ao pesquisador conhecer melhor e mais profundamente o grupo pesquisado.

1.5 A REGIÃO

Com latitude de 22º19`52.25``S, longitude 44º33`01.02``O e altitude variando

entre 1400 a 2200 m, a região de Visconde de Mauá está localizada numa área de

proteção ambiental (Figura 1), no alto da Serra da Mantiqueira, na divisa com o

Parque Nacional de Itatiaia. O clima é classificado como tropical de altitude e

vegetação de Mata Atlântica. A região é dividida por 3 municípios e 2 estados,

Resende e Itatiaia - Rio de Janeiro (RJ)- e Bocaina de Minas - Minas Gerais- e situa-

se à aproximadamente 230 km da capital do Rio de Janeiro e à 330 km da capital

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paulista. A estimativa da população que habita a região é de cerca de seis mil

habitantes (PORTAL VISCONDE DE MAUÁ, 2009).

Figura 1- Vista do Lote 10 da região de Visconde de Mauá - 2009

Visconde de Mauá convive com problemas de infra-estrutura. As casas são

construídas, na sua maioria, por invasão e as crianças, nesse ambiente, encontram-

se em uma situação de semi-abandono, situação essa que se reflete, também, na

população de cães e gatos. A situação, para boa parte da população, é bastante

precária. A cidade possui acesso remoto e a sua principal estrada de acesso, uma

manutenção precária.

Atualmente a região está passando por um processo de transformação. As

obras de saneamento básico já foram iniciadas e o projeto para asfaltar a estrada

deve ser concretizado ainda no ano de 2011. Com isso, espera-se um aumento

significativo do número de turistas que visitam a região, trazendo, assim, além do

progresso, uma série de problemas inerentes a essa prática, e que podem piorar

ainda mais a situação dos animais da região.

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JUSTIFICATIVA

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2 JUSTIFICATIVA

A região de Visconde de Mauá foi escolhida para a realização de um projeto

de Educação em Saúde, uma vez que a população - em especial as crianças- não

está preparada para as mudanças que estão por vir através do crescimento da

região e, também, por considerar que a educação é a melhor maneira de modificar

atitudes. A conscientização da guarda responsável pode, também, ser um caminho

para ensinar às crianças o respeito pelos animais, pela natureza e pelas pessoas,

desenvolvendo, assim, o sentido de responsabilidade em relação a todos os seres

vivos. As crianças exercem uma influência sobre seus pais, além delas serem mais

abertas a mudanças de hábitos e grande parte possuir um animal doméstico.

Não há um Centro de Controle e Zoonoses na região, o que poderia auxiliar

no controle de doenças transmissíveis entre homens e animais. O abandono e os

maus tratos com animais são um grave problema de saúde pública, sendo

fundamental o controle das populações de cães e gatos para promoção da saúde

humana e ambiental, para a vigilância epidemiológica e controle das zoonoses e

demais agravos envolvendo esses animais.

Pelo fato de Visconde de Mauá ter uma população de cerca de seis mil

habitantes, a avaliação da eficácia do projeto torna-se mais fácil no curto prazo.

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OBJETIVOS

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3 OBJETIVOS

O principal objetivo deste trabalho foi realizar diagnóstico dos principais

problemas relacionados ao vínculo ser humano-animal, com posterior

desenvolvimento de um projeto de educação em saúde em parceria com os

professores da escola local, no sentido de reduzir o abandono dos animais e,

também, para facilitar ações visando à promoção da saúde, melhoria da relação ser

humano-animal e promoção do bem estar destes.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Diagnosticar a situação atual na região, no que se refere ao vínculo ser

humano- animal e bem-estar animal;

2. Desenvolver um projeto educativo junto à escola de primeiro grau da

comunidade;

3. Ensinar aos escolares os conceitos básicos de guarda responsável dos

animais;

4. Dar subsídios às crianças para saberem como garantir as necessidades

básicas dos animais;

5. Promover a melhoria da saúde e qualidade de vida da comunidade, por meio

do desenvolvimento da saúde dos cães e gatos;

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6. Promover o conhecimento das necessidades e comportamento dos cães e

gatos, ressaltando a importância da domiciliação, manutenção da saúde e bem-estar

desses, além do respeito a todas as formas de vida, para uma melhor relação entre

homens e animais;

7. Incentivar a organização da comunidade para a melhoria da convivência com

os cães e gatos.

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MATERIAIS E MÉTODOS

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 LOCAL

A “Escola Municipal Visconde de Mauá” (EMVM) (Figura 2) se localiza na

Avenida Wenceslau Brás s/nº em Visconde de Mauá, Resende, RJ. Esta escola foi

escolhida por ser o local que ocorre a formação escolar do ensino fundamental de

grande parte das crianças da região e, também, pela aceitação do projeto pela

diretoria.

Figura 2- Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

4.2 PERÍODO

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O presente projeto ocorreu no ano letivo de 2009, entre os meses de abril,

quando começaram as visitas para conscientização e sensibilização dos professores

e funcionários quanto à importância de se desenvolver este trabalho, e dezembro,

quando foi feito o fechamento do projeto, junto às professoras e funcionárias

envolvidas, e a realização dos questionários e grupos focais.

4.3 PÚBLICO ALVO

Alunos da “Escola Municipal Visconde de Mauá” das turmas do período

matutino e vespertino do jardim, pré I, pré II, 1º ano, 2º ano, 3º ano, 4º ano e 5º ano,

totalizando 212 alunos com idade entre 3 e 13 anos.

4.4 SENSIBILIZAÇÃO

O contato inicial com a Escola Municipal Visconde de Mauá, ocorreu através

de visitas à escola. Estas visitas ocorreram a cada duas semanas no primeiro

semestre - a partir de abril- onde foram feitas apresentações e palestras sobre

guarda responsável, bem-estar animal, comportamento animal, zoonoses, maus

tratos e sobre a importância da educação em saúde e ambiental no ambiente

escolar. Quando possível, foram passados vídeos - fulaninho, o cão que ninguém

queria do Instituto Nina Rosa, olhar e ver do Instituto Nina Rosa e aprendendo a

cuidar WSPA- afim de sensibilizar professores e funcionários sobre a importância de

realizar o projeto na escola e na região.

Muitas visitas não foram seguidas de reunião visto que era muito difícil e, por

vezes, impossível reunir todos os professores e funcionários, ou mesmo, arrumar 30

minutos na agenda de cada um deles.

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43

A maioria dos professores não mora em Visconde de Mauá, mas em

Resende, que fica a 1 hora da escola e só há um ônibus que traz e leva os

professores no início e no final da aula, não havendo tempo para reuniões fora do

horário de funcionamento da escola. Além disso, cada professor trabalha nos dois

turnos, sendo a hora de almoço fundamental para que se organizem para a próxima

turma.

Houve muita dificuldade nos primeiros encontros e reuniões, pois no início

nunca se conseguia reunir todos os interessados no projeto em um mesmo horário -

eram feitas duas ou três apresentações para grupos pequenos, o que prejudicava a

construção coletiva do conhecimento, que era um dos objetivos através de troca de

experiências.

No total, dos 8 professores e dos 10 funcionários da escola apenas 1 e 3,

respectivamente, não participaram de nenhuma reunião ou encontro. Todos os

demais se demonstram sensíveis a causa animal e concordaram com a necessidade

de realizar o projeto na região. Já neste momento, foi iniciado o debate da melhor

maneira de intervir na escola/comunidade e também foram levantados por eles os

principais problemas da região com relação ao abandono, zoonoses e perda do

vínculo homem-animal:

- Falta de núcleo familiar;

- Falta de educação das crianças;

- Violência doméstica;

- Desemprego dos pais;

- Falta de amor próprio e ao próximo;

- Falta de informação.

No entanto, apesar do interesse, nem todos conseguiram se organizar para

participar do curso a distância que foi oferecido com objetivo de capacitá-los para,

então, estarem aptos a passarem seus conhecimentos aos alunos.

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44

4.5 CURSO DE CAPACITAÇÃO A DISTÂNCIA

O “Curso de capacitação e formação de multiplicadores em educação

ambiental e saúde pública” foi oferecido através de uma parceria com a

Universidade Federal da Bahia – UFBA, que ofereceu um curso EAD através da

plataforma moodle exclusivamente para a capacitação dos professores e

funcionários envolvidos no presente projeto. O curso teve como ênfase o combate à

agressão contra animais e em doenças transmissíveis entre animais e o homem,

segurança e práticas coordenadas para a melhoria das condições de saúde pública

e convivência harmoniosa entre pessoas, animais e meio ambiente, mediante

atividades a distância.

O público alvo foram os professores e funcionários da Escola Municipal

Visconde de Mauá. Foram abertas 40 vagas para que, além dos professores e

funcionários, também participassem como alunos especialistas nas diversas áreas

que fizeram parte do curso a fim de enriquecer as discussões nos fóruns. A carga

horária do curso foi de 80 horas e todos os alunos que concluíram todos os módulos

e o trabalho final, receberam um certificado. O programa do curso abordou os

seguintes eixos temáticos:

1. Meio ambiente:

Discutir as questões ambientais, proporcionando debates sobre toda a cadeia

que envolve a produção dos bens de consumo. A cadeia produtiva exige um grande

gasto energético ambiental dentro de um sistema que não explora racionalmente a

matéria prima, incentiva o consumo excessivo e não proporciona soluções

adequadas para os resíduos produzidos. As consequências refletem-se no

estabelecimento de ambientes propícios para a disseminação de doenças de fácil

prevenção.

2. Saúde pública:

Page 46: Formulação, aplicação e avaliação de programa de educação ... · GABRIELA NERY FARIA GUEDES Formulação, aplicação e avaliação de programa de educação em saúde em

45

Demonstrar a influência de fatores sociais e ambientais na manutenção do

ciclo de desenvolvimento e transmissão de algumas zoonoses, apresentando, de

forma sucinta, informações indispensáveis para os professores estarem capacitados

a orientar sobre as ações adequadas para a prevenção de tais doenças.

3. Direito animal:

Abordar alguns aspectos da legislação ambiental relacionados com o direito

dos animais. Através disto, objetiva-se fornecer informações para que os

professores saibam como agir nos casos de violência humana contra animais.

4. Guarda responsável:

A forma como o homem tem se relacionado com os demais animais

demonstra uma postura excessivamente antropocêntrica. Os animais são tratados

como meros objetos de consumo e esta postura tem, como uma de suas

consequências, a grande quantidade de animais abandonados nas ruas. Ampliar os

debates sobre a importância dos cuidados necessários em relação aos animais é

fundamental para a sociedade passar a tratá-los com mais ética.

Estes eixos temáticos, em conjunto, objetivaram fornecer subsídio teórico

para os professores realizarem atividades escolares e não escolares, sendo,

portanto, multiplicadores das idéias construídas ao longo do curso e participando

ativamente desta mudança de relação com o meio ambiente e com as outras

espécies animais. O educador, com o seu saber e papel fundamental na sociedade,

tem a responsabilidade de contribuir com esta quebra de paradigma e, por

consequência, levar consigo os alicerces da transformação necessária para um

mundo mais ético e sustentável.

O trabalho final para conclusão do curso foi o desenvolvimento de um evento

aberto para os pais e comunidade, que eles nomearam de “Ação Social”,

desenvolvido em parceria entre estudantes, professores e funcionários, a fim de

levar o conhecimento adquirido e os trabalhos desenvolvidos ao longo do ano a esse

público.

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46

Os professores foram capacitados e sensibilizados e foram eles que

executaram o projeto educativo desenvolvido junto às turmas da Escola Municipal

Visconde de Mauá.

4.6 PESQUISA QUANTITATIVA- QUESTIONÁRIOS

O sistema de monitoramento foi feito em forma de questionários e

observações na ocasião da entrevista com as famílias antes do início do projeto

educativo e depois do mesmo de modo a avaliar o bem-estar dos animais e o

vínculo da família estabelecido com eles.

Antes de sua execução, o questionário passou por um período de pré-teste ou

piloto, sendo aplicado em um grupo de 10 famílias da região, mas que não fizeram

parte do projeto.

4.6.1 Fase 1

A fase 1 ocorreu antes o projeto educativo. Houve dois questionários para

cada família visitada, um modelo que se direcionou ao adulto responsável -

Apêndice A -, para avaliar as atitudes deles e, também, sua percepção com relação

às atitudes das crianças com o animal, e outro que foi aplicado às crianças que

estudavam na Escola Municipal de Visconde de Mauá, também para avaliar seus

vínculos com seu animal de companhia - Apêndice B -. Como forma de avaliar os

animais de companhia - cão ou gato- foi utilizado uma ficha de avaliação clínica -

Apêndice C -, mesmo que houvesse mais de um animal de companhia na

residência, apenas um era escolhido por sorteio para ser avaliado clinicamente, por

meio de inspeção e palpação. Os resultados obtidos foram utilizados para avaliação

individual, assim como para avaliação comparativa e do perfil desta população. Os

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47

questionários foram baseados no livro “Assessing the Human-Animal Bond”

(ANDERSON, 2006).

Os questionários e os exames clínicos visavam identificar alguns elementos

referentes aos animais de estimação e do vínculo estabelecido entre esses e a

família em questão, são eles:

• Meio ambiente: abrigo, qualidade e quantidade da alimentação, fornecimento

de água.

• Tratador: empatia, conhecimento sobre as necessidades básicas do animal e

transmissão de doenças e vínculo com o animal.

• Fisiologia do animal: presença de doenças ou lesões e condição corporal

geral.

• Comportamento do animal: depressão, agressividade e medo.

Todos os questionários e exames clínicos foram realizados por uma única

pessoa. Antes de aplicar o questionário, era explicado que não havia respostas

certas ou erradas e que o questionário era apenas para avaliação do

comportamento da família com o animal.

Antes de dar início às entrevistas, todos os responsáveis pelas crianças

receberam um termo de consentimento livre e esclarecido - Apêndice 4 -, só após a

aceitação e a assinatura voluntária, a entrevista era realizada.

4.6.2 Fase 2

Revisitação às residências amostrais de modo a avaliar os mesmos tópicos

verificados na fase 1. Os mesmos questionários, exceto a ficha clínica do animal que

foi utilizada apenas para diagnóstico da situação na primeira fase, foram aplicados

nas mesmas residências visitadas para comparar se houve mudança de atitude da

criança e de sua família com relação a seu (s) animal (is) de companhia.

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48

Na segunda fase, também foi acrescentado, no final do questionário 1 e 2 o

que a criança achava que tinha aprendido e o que tinha mudado com relação ao seu

animal de companhia após o projeto educativo e, também, o que seu responsável

achava sobre essa mesma questão.

4.7 AMOSTRAGEM

Todos os alunos, de todas as turmas foram questionados se tinham em suas

residências cão e/ou gato. Dos 217 alunos da escola, 112 alegaram que tinham

animais em suas residências. Apenas as residências destes 112 alunos foram

visitadas, sendo que 27 residências estavam incompletas, ou seja, não estavam

presentes o responsável ou a criança na casa no momento da visita. Na fase 1, 85

residências tiveram seus questionários completamente preenchidos. No entanto, na

fase 2, apenas 68 questionários foram concluídos, os 17 não foram feitos devido 15

residências fechadas e 2 por recusa. Portanto, apenas as 68 residências concluídas

nas fases 1 e 2 fizeram parte da estatística.

4.8 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O projeto foi todo desenvolvido em parceria com os professores da escola. O

plano de trabalho a ser executado foi criado pelas professoras de modo que fossem

abordados os principais pontos referentes à região. A participação dos professores

na elaboração do projeto também visou que estes se envolvessem com o mesmo e

participassem ativamente do processo de educação dos alunos no que se trata de

promoção da saúde e guarda responsável dos animais de estimação para que o

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projeto tivesse caráter permanente. Todas as professoras envolvidas abordaram os

assuntos de forma interdisciplinar e da maneira mais conveniente para elas.

Foi disponibilizado os seguintes DVDs para a escola:

• A carne é fraca, Instituto Nina Rosa;

• Fulaninho: o cão que ninguém queria, Instituto Nina Rosa;

• Vida de cavalo, Instituto Nina Rosa;

• Animais seres sencientes, WSPA;

• O gato como ele é, Instituto Nina Rosa;

• Aprendendo a cuidar, WSPA;

• Não matarás, Instituto Nina Rosa;

• Criando um amigo, WSPA.

Dentro das atividades foi realizado o que se descreve a seguir.

4.8.1 Pré I e Pré II

- “As aventuras de Batman”: a professora levou um cachorro de pelúcia para a turma

que o batizou de Batman. A cada dia, um aluno era responsável por levar para casa

e cuidar do Batman. No dia seguinte, a criança levava um desenho sobre o dia com

o Batman e narrava para a professora escrever tudo que foi feito - alimentação,

passeio, carinho, etc - para que, no final, fosse confeccionado um livro de

recordação para cada aluno. Os outros alunos contribuíam sempre que algum

colega esquecia de fazer algo que fosse muito importante, como alimentar o animal

ou passear com ele, por exemplo. O objetivo era mostrar às crianças como cuidar de

um animal corretamente e estreitar o vínculo dos alunos com os animais (Figura 3).

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50

Figura 3 - Tuma pré II com o livro “As aventuras de Batman” concluído, Escola Municipal

Visconde de Mauá - 2009

- Leitura de histórias sobre os animais;

- Confecção de desenhos sobre os animais;

- Contato inicial com o alfabeto relacionado às iniciais dos animais (Figura 4).

Figura 4 - Contato inicial do Pré I e Pré II com o alfabeto com figuras de animais, Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

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51

- Realização de trabalhos de recorte e colagem sobre os animais;

- Vídeo assistido: Fulaninho: o cão que ninguém queria. Instituto Nina Rosa;

- Realização de roda de discussão após assistir o vídeo;

- Apresentação de músicas sobre preservação da fauna e da flora aos pais e

comunidade na “Ação social” (Figura 5).

Figura 5 - Apresentação de música do Pré II na “Ação Social”, Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

4.8.2 1º e 2º ano

- Confecção de desenho sobre os animais em risco ou em extinção (Figura 6);

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Figura 6 - Desenho de aluno do 1º ano, Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

- Trabalhos de recorte e colagem sobre os animais;

- Apresentação de peça teatral: “Os defensores da natureza”;

- Apresentação de música: “A Natureza”;

- Leitura de poemas sobre os animais;

- Entrevista com veterinários sobre cuidados com os animais e doenças;

- Produção de textos coletivos sobre os vídeos assistidos e sobre os animais (Figura

7);

- Vídeos assistidos:

• Vida de cavalo, Instituto Nina Rosa;

• O gato como ele é, Instituto Nina Rosa;

• Criando um amigo, WSPA;

• Fulaninho, o cão que ninguém queria, Instituto Nina Rosa;

• Aprendendo a cuidar, WSPA.

• Compartilhando o mundo, todos os animais são importantes, WSPA.

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53

Figura 7 - Professora com o texto coletivo feito pela turma do 2º ano. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

- Roda de discussão após assistir os vídeos (Figura 8);

Figura 8 - Discussão com o 1º ano sobre o filme “Fulaninho: o cão que ninguém queria”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

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- Leitura de textos e reportagens sobre proteção animal, ilustração e apresentação

para a turma (Figura 9).

Figura 9 - Apresentação para turma do trabalho feito em grupo da turma do 1º ano. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

- Apresentação de todos os trabalhos desenvolvidos aos pais e comunidade na

“Ação social” (Figura 10;Figura 11).

Figura 10 - Apresentação da peça de teatro na “Ação Social”, os defensores da natureza. 2º ano.

Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

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Figura 11 - Apresentação da música sobre fauna e flora na “Ação Social”, 1º ano. Escola Municipal

Visconde de Mauá - 2009

4.8.3 5º ano

- Realização de redações sobre os animais (Figura 12).

Figura 12 - Diretora e professora mostrando o trabalho feito pela turma do 5º ano. Escola Municipal

Visconde de Mauá - 2009

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- Trabalhos de recorte e colagem sobre os animais (Figura 13).

Figura 13 - Trabalho feito pela turma do 5º ano. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

- Caminhada pela Área de Proteção Ambiental da Mantiqueira (foco nos animais em

extinção e preservação do meio ambiente);

- Realização de roda de discussão: uso e destino do lixo-produzido;

- Entrevista com biólogo e veterinários sobre cuidados com os animais e doenças;

- Vídeos assistidos:

• A carne é fraca, Instituto Nina Rosa;

• Vida de cavalo, Instituto Nina Rosa;

• Animais seres sencientes, WSPA;

• O gato como ele é, Instituto Nina Rosa;

• Aprendendo a cuidar, WSPA;

• Não matarás, Instituto Nina Rosa;

• Criando um amigo, WSPA;

• Fulaninho, o cão que ninguém queria, Instituto Nina Rosa;

• Compartilhando o mundo, todos os animais são importantes, WSPA.

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• Olhar e ver, Instituto Nina Rosa.

- Produção de texto e pesquisas sobre os vídeos assistidos (Figura 14).

Figura 14 - Trabalho do 5º ano sobre abandono de animais apresentado na “Ação Social”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

- Realização de roda de discussão após assistir os vídeos;

- Leitura de textos e reportagens sobre proteção animal, ilustração e apresentação

para a turma;

- Apresentação de todos os trabalhos desenvolvidos aos pais e comunidade na

“Ação social” (Figura 15).

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Figura 15 - Trabalho do 5º ano sobre proteção animal apresentado na “Ação Social”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

4.8.4 Todas as turmas, pais e comunidade

A merendeira, diretora e auxiliar de biblioteca ajudaram a montar uma peça

de teatro, com os alunos de diferentes turmas que se interessaram, sobre destino

adequado do lixo (Figura 16).

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Figura 16 - Apresentação da peça de teatro “Uso e destino do lixo produzido” na “Ação Social”. Escola Visconde de Mauá - 2009

Elas, também, orientaram os alunos quanto à confecção dos cartazes sobre

guarda responsável que foram expostos na “Ação social” da escola (Figura 17).

Figura 17 - Trabalho sobre os animais abandonados feito sob orientação da diretora, merendeira e auxiliar de biblioteca. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

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- Participação na “Ação social” como ouvinte:

- Palestras:

• Educação Ambiental: MV João Henrique Virgens- Instituto Anísio Teixeira-

Salvador, Bahia (Figura 18).

Figura 18 - Palestra sobre Educação Ambiental do MV João Virgens “Ação Social”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

• Parasitoses: MV Bruna Palmeira- Mestranda da Universidade Federal

Fluminense. Os temas discutidos foram as principais parasitoses que acometem

homens e animais e modos de transmissão e prevenção (Figura 19).

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Figura 19 - Palestra sobre Parasitoses da MV Bruna Palmeira na “Ação Social”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

- Oficinas:

• Papel reciclado (Figura 20).

Figura 20 - Oficina de Papel reciclado na “Ação Social”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

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• Fabricação de brinquedos com sucata (Figura 21).

Figura 21 - Oficina de fabricação de brincados com sucata na “Ação Social”. Escola Municipal Visconde de Mauá - 2009

• Oficina de decopagem.

4.9 PESQUISA QUALITATIVA- GRUPO FOCAL

O grupo focal, tanto com alunos quanto com professores, foi feito após a

aplicação dos questionários da fase 2. O objetivo inicial era realizar um grupo de

pais também, mas não foi possível visto que as crianças já estavam em período de

férias e os pais não quiseram se comprometer em comparecer a escola.

Ambos os grupos focais que foram realizados, foram mediados pela mesma

pessoa que organizou o roteiro para discussão, o ambiente, os convites e horário

para a realização do grupo focal. As conversas foram gravadas, com a autorização

dos presentes, para posterior transcrição do que foi discutido. Não foi possível ter

um observador, como a metodologia sugere, mas sempre que possível, eram feitas

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63

anotações a respeito de tons de voz e expressões dos participantes dos grupos.

Tudo foi feito para que se aproximasse o máximo possível, do que a metodologia do

grupo focal sugere.

Como as crianças já estavam no período de férias, foi muito difícil conseguir

reunir o número necessário de alunos na escola. Apesar da dificuldade 10 crianças

compareceram na escola, onde foi realizado o grupo focal, na hora e dia marcados

(Tabela 1). Os convites foram feitos no mesmo momento da realização do

questionário da fase 2. Uma das salas da escola foi gentilmente cedida para a

realização desta atividade.

Tabela 1 - Número de alunos divididos por série e sexo que participaram do grupo focal, Visconde de Mauá - 2009

Série Sexo

1º ano 2º ano 5º ano Masculino 0 4 2 Feminino 2 0 2

Por ser tratar de um grupo de crianças, as respostas, muitas vezes, não eram

muito precisas ou completas. Além disso, as crianças estavam muito dispersas e

riam muito dos comentários dos colegas. No entanto, o assunto gerou muita

discussão e as crianças emitiam bastante opinião (Figura 22).

Figura 22 - Grupo focal com as crianças, Visconde de Mauá - 2009

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O grupo teve a duração de 35 minutos, como as crianças estavam de férias e

muito agitadas, não tinha como prendê-las para uma conversa mais longa.

O encontro para realização do grupo focal com as professoras, também

aconteceu no período de férias, logo após a realização do último conselho de classe.

O grupo focal ocorreu em uma das salas da própria escola e todas as envolvidas no

projeto educativo participaram. As professoras, como em todos os encontros,

discutiram muito as questões levantadas e o resultado foi bastante satisfatório.

O grupo focal teve duração de 1:05 h.

4.9 ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS NOS QUESTIONÁRIOS

Com os dados obtidos no questionário, foi montado um banco de dados no

Access®, com os dados do entrevistado e as respostas do questionário. Os dados

da frequência antes e depois coletados através dos questionários na fase 1 e 2

foram comparados de acordo com a prova de Mcnemar (SIEGEL, 1975) e Teste de

Homogeneidade Marginal para avaliar se, após o projeto educativo, houve alguma

mudança no comportamento e atitude das crianças e da família em relação ao

animal de companhia. Considerou-se que as frequências analisadas tinham

diferenças estaticamente significantes quando p fosse menor ou igual a 0,05.

Para o processamento das análises foi utilizado o software SPSS, versão 9.0,

desenvolvido pela SPSS Inc.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em Visconde de Mauá, as ruas não são pavimentadas e não têm nome e nem

número nas casas, o que torna a localização das residências difícil. Algumas

pessoas moram afastadas das vilas principais, sendo ainda mais complicado

encontrá-las, pois não há pontos de referência.

Muitas famílias vivem em uma mesma casa ou, então, em um mesmo terreno,

mas em casas diferentes. No entanto, os animais são quase sempre considerados

de todos e a responsabilidade pelo mesmo é, muitas vezes, dividida. Porém, por

não terem um único dono, alguns animais não são muito bem cuidados, pois um

guardião acaba deixando a responsabilidade para o outro achando que o mesmo irá

fazer.

A maioria dos animais, tanto caninos quanto felinos, tem acesso livre às ruas,

não são levados ao veterinário quando necessitam - há uma única clínica veterinária

na região, que foi aberta há pouco mais de 3 anos, e esta não abre todos os dias-,

normalmente os próprios guardiões do animal tentam medicá-lo antes de acharem

que os animais necessitam de um tratamento mais especializado.

Alguns animais da região são esterilizados o que, a princípio, parecia um sinal

positivo. No entanto, em conversas realizadas em paralelo ao questionário, pôde-se

observar que muitos eram castrados por um morador antigo, não veterinário, da

região. Ele cobra preços mais populares, mas, segundo informado, ele não realiza

analgesia, materiais ou assepsia corretamente, fazendo uso de faca quente na

cirurgia e linha e agulha, não esterilizados, para a sutura.

Grande parte dos guardiões demonstrou apego a seu animal. Porém, muitos

consideram que suas obrigações para com este se resumem a dar comida e abrigo,

se importando pouco ou nada com o bem-estar do animal.

Em nenhuma das residências visitadas, observou-se animais vítimas de maus

tratos.

Em termos de observação, de modo geral, não foi notado nenhuma mudança

no ambiente com relação à higiene na fase 2 comparando-se à fase 1. O que foi

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observado foi que, tanto pais quanto alunos, foram muito mais receptivos na

segunda fase do questionário e faziam muitos comentários do que foi ensinado na

escola sobre os animais.

Apesar de nem todos os professores terem participado das atividades, todas

as crianças da escola estavam envolvidas pelo fato de funcionárias e a diretora da

escola terem se mobilizado, pelos outros colegas da escola estarem envolvidos

diretamente e, também, pela “Ação Social” que foi desenvolvida para toda a

comunidade. Isso pode ter tido influência na relação destas crianças na forma como

lidam com os animais.

Para trabalhar com os temas de guarda responsável e zoonoses, é preciso

despertar o emocional da criança, porque trabalha-se com seres vivos, promovendo

a saúde pública preventiva. Há pouco conhecimento e responsabilidade das

pessoas com este tema. Em um trabalho desenvolvido, no Município de Botucatu,

mostrou a grande necessidade de campanhas educativas em relação à guarda

responsável de animais domésticos. Em outro estudo no Município de São Paulo,

concluíram também a necessidade de projetos de educação continuada da

população visando ao controle, à domiciliação e à posse responsável dos animais.

Estes estudos também observaram que há uma boa receptividade da população a

projetos deste tipo (SOTO et al., 2006).

5.1 DADOS QUANTITATIVOS

Das 13 turmas, com 217 alunos, 51,61% (n=112) alunos tinham cão e/ou gato

em suas residências, sendo estes o alvo da pesquisa, dos quais 60,71% (n=68)

responderam aos questionários nas duas fases (Tabela 2). Esses dados coincidem

com os de Amorim e Vasconcelos (2008) onde eles observaram que 58,1% dos

alunos de uma escola pública tinham animal de companhia em suas residências.

Uma pesquisa feita com crianças na Inglaterra e nos EUA mostrou que animais de

companhia são mais comuns em casas onde há crianças do que nas que não tem.

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Os pais acreditam que a criança pode ser beneficiada pela relação com seus

animais de companhia (PODBERSCEK, 2006).

Tabela 2 - Número de alunos por turma, número de alunos que têm animal de companhia em casa (cão e/ou gato), número de questionários aplicados, suas respectivas porcentagens e o número de professores que participaram do curso de capacitação. EMVV - 2009

Turma Nº

alunos Têm

animal % Pesquisa % Fez o curso

Jardim 15 8 53,33 4 50,00 Não

Pré I 16 10 62,50 6 60,00 Sim

Pré I 16 5 31,25 5 100,00 Não

Pré II 20 9 45,00 6 66,67 Sim

101 16 5 31,25 4 80,00 Sim

201 25 15 60,00 10 66,67 Sim

301 13 9 69,23 5 55,56 Não

302 15 10 66,67 6 60,00 Não

401 14 7 50,00 4 57,14 Não

402 15 9 60,00 5 55,56 Não

501 20 12 60,00 6 50,00 Sim

502 22 8 36,36 5 62,50 Sim

503 10 5 50,00 2 40,00 Não

Total 217 112 51,61 68 60,71

Entre as 13 turmas da escola, apenas 6 tiveram professores que participaram

do curso de capacitação a distância, totalizando 59% dos alunos (n=119) dos quais

49,58% (n=59) tinham animal de companhia. No total das crianças que tinham

animal de companhia, 62,71% (n=37) responderam ao questionário nas duas fases

(Tabela 3).

Tabela 3 - Turmas cujo professor participou do curso de capacitação, número de alunos, número de alunos que têm animal de companhia em casa (cão e/ou gato), número de questionários respondidos e suas respectivas porcentagens. EMVM - 2009

Turma N°

alunos Têm

animal % Pesquisa %

Pré I 16 10 62,50 6 60,00 Pré II 20 9 45,00 6 66,67 101 16 5 31,25 4 80,00 201 25 15 60,00 10 66,67 501 20 12 60,00 6 50,00 502 22 8 36,36 5 62,50

Total 119 59 49,58 37 62,71

No questionário 1, o adulto responsável pela criança, era entrevistado, para

avaliação da relação da criança e da família com o animal de companhia da

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69

residência. Crianças e professores informados podem funcionar como difusores de

temas como zoonoses e bem-estar animal em suas residências e comunidade,

sendo capazes de atuar de forma relevante (SOTO et al., 2006). Podendo, inclusive

os adultos que não participaram do projeto educativo, apresentarem mudança de

atitude.

Dos 68 questionários, 73,53% (n=50) foram respondidos pela mãe da criança

e 4,41% (n=3) foram respondidos pelo pai (Tabela 4).

Tabela 4 - Responsável que respondeu ao questionário 1, Visconde de Mauá - 2009

Responsável n %

Mãe 50 73,53

Avó 13 19,13

Pai 3 4,41

Babá 2 2,94

Total 68 100,00

As famílias entrevistadas tinham 103 (70,07%) caninos em suas residências,

sendo 59,22% (n=61) machos e 40,78% (n=42) fêmeas, e 44 felinos (29,93%),

sendo 54,55% (n=24) machos e 45,45% (n=20) fêmeas (Tabela 5).

O comportamento característico e frequente dos cães em dar afeto e contato

corporal pode também ser um dos aspectos que justifiquem a preferência da maior

parte das pessoas por cães, além da confiança e proteção incondicional que os cães

manifestam por seus proprietários (SILVANO et al., 2010).

Tabela 5 - Número de cães e gatos e seus respectivos sexos, nas residências visitadas de acordo com as respostas dadas ao questionário 1, Visconde de Mauá - 2009

Espécie

Canina (70,07%) Felina (29,93%)

n % n %

Macho 61 59,22 24 54,55

Fêmea 42 40,78 20 45,45

Total 103 100,00 44 100,00

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70

Das famílias entrevistadas, 75,00% (n=51) alegaram já ter tido algum animal

(cão ou gato) no passado, sendo o principal destino a morte natural em 54,67%

(n=41) dos casos. Uma grande preocupação da população, principalmente daqueles

que deixavam seus animais presos ao longo do dia, era com relação ao

envenenamento, que acometeu 18,67% (n=14) dos animais anteriores das famílias

entrevistadas (Tabela 6).

Tabela 6 - Destino dos animais que as famílias entrevistadas tiveram anteriormente de acordo com as respostas dadas ao questionário 1, Visconde de Mauá - 2009

Destino n %

Dados 8 10,67

Sacrificados por membro da família 4 5,33

Morte natural 41 54,67

Atropelamento 4 5,33

Envenenamento 14 18,67

Sumiço 3 4,00

Roubo 1 1,33

Total 75 100,00

Quando os entrevistados que responderam que já deram um animal que

tiveram no passado para outra pessoa foram questionados sobre o motivo, 4

entrevistados não responderam, sendo que 50,00% (n=2) associaram o fato ao tipo

de comportamento dos animais (Tabela 7).

Tabela 7 - Motivo da doação dos animais anteriores de acordo com as respostas dadas ao questionário 1, Visconde de Mauá - 2009

Motivo n %

Animal agitado 2 50,00

Falta de espaço 1 25,00

Por ser fêmea 1 25,00

Total 4 100,00

Para facilitar a análise, os dados dos questionários serão apresentados

divididos em 2 grupos (das crianças, e seus responsáveis, que participaram do

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71

projeto educativo e dos que não participaram do projeto educativo) e de acordo com

a fase (1 e 2).

Quanto às razões para terem um animal de companhia (cão ou gato) em

casa, 54,05% (n=20) dos responsáveis de crianças que participaram do projeto

educativo e 64,52% (n=20) dos que não participaram, responderam na fase 1 que

têm animal porque família toda gosta. Não houve diferença estatisticamente

significante entre ambas as fases em nenhum dos dois grupos (Tabela 8).

Tabela 8 - Motivo para aquisição do animal de companhia, de acordo com respostas dadas ao questionário 1 nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do proje to

Fase Fase

1 % 2 % 1 % 2 %

Porque todos gostam 20 54,05 26 70,27 20 64,52 23 74,19

Porque criança gosta 8 21,62 3 8,11 7 22,58 3 9,68

Pega da rua 4 10,81 3 8,11 1 3,23 3 9,68

Era de um familiar 3 8,11 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Cão para vigia 1 2,70 1 2,70 3 9,68 1 3,23

Gato para caçar 1 2,70 1 2,70 0 0,00 0 0,00

Companhia e carinho 0 0,00 1 2,70 0 0,00 1 3,23

Estimação 0 0,00 1 2,70 0 0,00 0 0,00

Porque são amigos 0 0,00 1 2,70 0 0,00 0 0,00

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

Quando os responsáveis das crianças que participaram do projeto educativo

foram questionados quanto às atitudes das crianças com relação a seus animais de

companhia, 56,75% (n=21) responderam na fase 1 que a criança nem sempre

(nunca ou às vezes) faz companhia para o animal. Enquanto que na fase 2, 70,27%

(n=27) passaram a fazer companhia sempre, apresentando uma diferença

estaticamente significante entre as 2 fases (p=0,02, teste de Homogeneidade

Marginal). Neste mesmo grupo de crianças, outras atitudes que demonstraram

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72

diferenças estatisticamente significantes entre as duas fases no Teste de

Homogeneidade Marginal foi com relação à criança ter um bom relacionamento

(p=0,008), ser carinhosa (p=0,046) e brincar (p=0,018) com o animal (Tabela 9). Tais

respostas demonstram que a relação da criança com seu animal de companhia se

estreitou após o projeto educativo.

Tabela 9 - Atitudes com seus animais das crianças que participaram do projeto educativo, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases 1 e 2, Visconde de Mauá - 2009

Atitude Frequência (participaram)

Nunca Às vezes Sempre Não sabe

Fase n % n % n % n % Total A criança trata o (s) outro (s) animal (s) da mesma forma que trata o (s) meu (s) animal (s) 1 6 16,22 6 16,22 23 62,16 2 5,41 37

2 1 2,70 14 37,84 22 59,46 0 0,00 37

A criança faz companhia para o animal 1 5 13,51 16 43,24 16 43,24 0 0,00 37

2 0 0,00 11 29,73 26 70,27 0 0,00 37

A criança tem um bom relacionamento com seu animal 1 2 5,41 11 29,73 24 64,86 0 0,00 37

2 0 0,00 5 13,51 32 86,49 0 0,00 37

A criança age de forma carinhosa com seu animal 1 2 5,41 7 18,92 28 75,68 0 0,00 37

2 0 0,00 3 8,11 34 91,89 0 0,00 37

A criança demonstra responsabilidade com seu animal 1 16 43,24 8 21,62 12 32,43 1 2,70 37

2 17 45,95 6 16,22 14 37,84 0 0,00 37

A criança brinca com seu animal 1 3 8,11 12 32,43 22 59,46 0 0,00 37

2 0 0,00 7 18,92 30 81,08 0 0,00 37

A criança tem medo de animais 1 12 32,43 16 43,24 7 18,92 2 5,41 37

2 11 29,73 18 48,65 7 18,92 1 2,70 37

A criança é rude com os animais 1 32 86,49 3 8,11 0 0,00 2 5,41 37

2 34 91,89 2 5,41 0 0,00 1 2,70 37 A criança machuca os animais quando está na companh ia de outra pessoa ou em grupo 1 34 91,89 3 8,11 0 0,00 0 0,00 37

2 35 94,59 1 2,70 0 0,00 1 2,70 37

A criança machuca os animais quando está sozinha 1 35 94,59 2 5,41 0 0,00 0 0,00 37

2 35 94,59 1 2,70 0 0,00 1 2,70 37

A criança demonstra prazer quando machuca os animai s 1 35 94,59 1 2,70 0 0,00 1 2,70 37

2 35 94,59 1 2,70 0 0,00 1 2,70 37 A criança se incomoda quando vê alguém maltratando os animais 1 2 5,41 6 16,22 25 67,57 4 10,81 37

2 2 5,41 1 2,70 28 75,68 6 16,22 37 Você acredita que a criança já pode ter maltratado um animal secretamente 1 31 83,78 4 10,81 1 2,70 1 2,70 37

2 35 94,59 1 2,70 0 0,00 1 2,70 37 A criança demonstra preocupação sobre sofrimento animal 1 4 10,81 3 8,11 25 67,57 5 13,51 37

2 0 0,00 3 8,11 29 78,38 5 13,51 37

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73

Quando os responsáveis das crianças que não participaram do projeto

educativo foram questionados quanto às atitudes das crianças com relação a seus

animais de companhia, 38,7% (n=12) responderam na fase 1 que a criança nem

sempre (nunca, às vezes ou não sabe) a criança se incomoda quando vê alguém

maltratando os animais. Enquanto que na fase 2, 87,10% (n=27) passaram a se

incomodar sempre, apresentando diferença estaticamente significante entre as 2

fases (p=0,012, teste de Homogeneidade Marginal). As demais atitudes não

demonstraram diferença estatística nas duas fases (Tabela 10).

Tabela 10 - Atitudes com seus animais das crianças que não participaram do projeto, de acordo com respostas dadas ao questionário 1 nas fases 1 e 2, Visconde de Mauá - 2009

Atitude Frequência (não participaram)

Nunca As vezes Sempre Não sabe

Fase n % n % n % n % Total A criança trata o (s) outro (s) animal (s) da mesma forma que trata o (s) meu (s) animal (s) 1 2 6,45 9 29,03 19 61,29 1 3,23 31

2 1 3,23 9 29,03 21 67,74 0 0,00 31

A criança faz companhia para o animal 1 3 9,68 9 29,03 19 61,29 0 0,00 31

2 1 3,23 10 32,26 20 64,52 0 0,00 31

A criança tem um bom relacionamento com seu animal 1 2 6,45 5 16,13 23 74,19 1 3,23 31

2 1 3,23 4 12,90 26 83,87 0 0,00 31

A criança age de forma carinhosa com seu animal 1 2 6,45 5 16,13 23 74,19 1 3,23 31

2 3 9,68 5 16,13 23 74,19 0 0,00 31

A criança demonstra responsabilidade com seu animal 1 13 41,94 5 16,13 13 41,94 0 0,00 31

2 7 22,58 12 38,71 12 38,71 0 0,00 31

A criança brinca com seu animal 1 3 9,68 11 35,48 17 54,84 0 0,00 31

2 4 12,90 5 16,13 22 70,97 0 0,00 31

A criança tem medo de animais 1 16 51,61 10 32,26 3 9,68 2 6,45 31

2 13 41,94 13 41,94 5 16,13 0 0,00 31

A criança é rude com os animais 1 24 77,42 6 19,35 1 3,23 0 0,00 31

2 29 93,55 2 6,45 0 0,00 0 0,00 31 A criança machuca os animais quando está na companhia de outra pessoa ou em grupo 1 28 90,32 3 9,68 0 0,00 0 0,00 31

2 31 100,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 31

A criança machuca os animais quando está sozinha 1 28 90,32 2 6,45 1 3,23 0 0,00 31

2 29 93,55 1 3,23 0 0,00 1 3,23 31 A criança demonstra prazer quando machuca os animais 1 29 93,55 2 6,45 0 0,00 0 0,00 31

2 30 96,77 0 0,00 0 0,00 1 3,23 31 A criança se incomoda quando vê alguém maltratando os animais 1 4 12,90 4 12,90 19 61,29 4 12,90 31

2 1 3,23 0 0,00 27 87,10 3 9,68 31 Você acredita que a criança já pode ter maltratado um animal secretamente 1 27 87,10 4 12,90 0 0,00 0 0,00 31

2 27 87,10 2 6,45 0 0,00 2 6,45 31 A criança demonstra preocupação sobre sofrimento animal 1 2 6,45 4 12,90 24 77,42 1 3,23 31

2 1 3,23 0 0,00 27 87,10 3 9,68 31

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74

Quanto à semelhança das atitudes das crianças, na fase 1, 72,97% (n=27) dos

responsáveis pelas crianças que participaram do projeto educativo e 58,06% (n=18)

dos que não participaram, concordam que suas atitudes possam ter influenciado à

das crianças (Tabela 11). Não houve diferença estatisticamente significante entre as

duas fases.

Tabela 11 - Semelhança entre a atitude da criança e do responsável, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

Atitude semelhante 1 % 2 % 1 % 2 %

Sim 27 72,97 24 64,86 18 58,06 17 54,84

Não 10 27,03 13 35,14 13 41,94 14 45,16

Total 37 100 37 100 31 100 31 100

Os 13 responsáveis pelas crianças que participaram do projeto e 14 dos que

não participaram que informaram na fase 2 que não apresentam atitude semelhante

a da criança com relação aos animais, foram questionados por que, sendo que

61,54% (n=8) do primeiro grupo (participaram do projeto educativo) e 64,29% (n=9)

do segundo grupo (não participaram do projeto educativo), alegaram que a criança é

mais apegada aos animais do que eles (Tabela 12). As fases 1 e 2 não

apresentaram diferenças estatisticamente significante.

Tabela 12 - Motivo da diferença de atitude com os animais dos responsáveis e crianças, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

Motivo 1 % 2 % 1 % 2 % Criança gosta mais de animais 5 50,00 8 61,54 7 53,85 9 64,29 Responsável gosta mais de animais 3 30,00 4 30,77 4 30,77 5 35,71 Algumas vezes atitudes são parecidas 1 10,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 Criança não gosta de animais 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 Família não gosta de animais 1 10,00 0 0,00 2 15,38 0 0,00 Não é igual em tudo 0 0,00 1 7,69 0 0,00 0 0,00

Total 10 100,00 13 100,00 13 100,00 14 100,00

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75

Quando questionados sobre o que achavam o que poderia ser feito para

melhorar a relação da família com o animal, 81,08% (n=30) do primeiro grupo e

58,06% (n=18) do segundo grupo disseram que nada, pois a relação já era boa

(Tabela 13). Não houve diferença estatística entre as duas fases em nenhum dos

grupos.

Tabela 13 - O que acham que poderia ser feito para melhorar a ralação da família com o animal, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do

projeto Não participaram do

projeto

Fase Fase

Opção de melhoria 1 % 2 % 1 % 2 %

Nada 30 81,08 25 67,57 18 58,06 22 70,97

Ter mais carinho com seu (s) animal (is) 4 10,81 3 8,11 0 0,00 2 6,45

Castrar seu (s) animal (is) 0 0,00 0 0,00 1 3,23 0 0,00

Criança crescer 0 0,00 0 0,00 1 3,23 0 0,00

Criança gostar de todos os animais 0 0,00 1 2,70 1 3,23 1 3,23 Criança ser mais delicada com seu (s) animal (i)s 0 0,00 0 0,00 1 3,23 0 0,00 Criança ser mais carinhosa com seu (s) animal (is) 0 0,00 1 2,70 2 6,45 0 0,00 Cuidar mais/melhor do (s) seu (s) animal (is) 1 2,70 1 2,70 2 6,45 2 6,45

Ficar mais tempo com o (s) animal (is) 0 0,00 0 0,00 1 3,23 0 0,00

Deixar animal (is) solto (s) 1 2,70 1 2,70 0 0,00 1 3,23

Ter mais espaço para o (s) animal (is) 0 0,00 2 5,41 1 3,23 0 0,00

Ter mais paciência com o (s) animal (is) 0 0,00 0 0,00 1 3,23 2 6,45

Não sabe 1 2,70 1 2,70 2 6,45 1 3,23

Não respondeu 0 0,00 2 5,41 0 0,00 0 0,00

Total 37 100 37 100 31 100 31 100

Em relação ao local onde os animais do primeiro grupo passam a maior parte

do dia, 45,95% (n=17) alegaram na fase 1 e 72,97% (n=27) na fase 2, que os

animais ficam soltos no quintal (Tabela 14). Não houve diferença significativa entre

as fases. No entanto, observa-se que houve um aumento do número de animais que

passaram a ficar soltos no quintal, o que pode sugerir que as pessoas tenham ficado

mais conscientes da necessidade de expressão do comportamento natural do

animal, dando preferência de deixá-los soltos no quintal ao invés de dentro de casa

ou preso. Dos 68 entrevistados nos dois grupos nas duas fases, a maioria

disponibiliza algum tipo de abrigo para seu animal (Tabela 15).

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Tabela 14 - Local onde os animais passam a maior parte do dia, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto Fase Fase Local 1 % 2 % 1 % 2 % Dentro de casa 6 16,22 2 5,41 6 19,35 6 19,35 Solto no quintal 17 45,95 27 72,97 12 38,71 17 54,84 Solto na rua 5 13,51 2 5,41 6 19,35 3 9,68 Preso (canil/corrente) 9 24,32 6 16,22 7 22,58 5 16,13 Total 37 100 37 100 31 100 31 100

Tabela 15 - Presença de abrigo para os animais onde passam a maior parte do dia, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

Abrigo disponível 1 % 2 % 1 % 2 %

Sim 34 91,89 33 89,19 30 96,77 30 96,77

Não 3 8,11 4 10,81 1 3,23 1 3,23

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

Com relação onde o animal dorme 56,76% (n=22) do primeiro grupo e 51,61%

(n=17) do segundo grupo, responderam na fase 1, que o animais dormem na

varanda da casa, não havendo diferença estatística em nenhum dos grupos nas

duas fases (Tabela 16).

Tabela 16 - Local onde os animais dormem, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

Local 1 % 2 % 1 % 2 %

Casinha 8 21,62 9 24,32 7 22,58 7 22,58

Canil 2 5,41 2 5,41 1 3,23 1 3,23

Dentro de casa 3 8,11 3 8,11 6 19,35 6 19,35

Rua 2 5,41 1 2,70 1 3,23 0 0,00

Varanda 21 56,76 22 59,46 16 51,61 17 54,84

Forro 1 2,70 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

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77

A água é fica disponível para 89,19% (n=33) e 100% (n=31) dos animais do

primeiro e do segundo grupo, respectivamente, na fase 1, não havendo diferença

estatística com a fase 2. Com relação à comida, a mesma também era fornecida em

uma frequência satisfatória para a maioria dos animais dos dois grupos e nas duas

fases, também não demonstrou diferença estatística entre as fases (Tabela 17).

Tabela 17 - Frequência que a alimentação e a água eram fornecidas ao animal ao longo do dia, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto

Não participaram do projeto

Fase Fase

1 2 1 2

Comida Água Comida Água Comida Água Comida Água

Frequência n % n % n % n % N % n % n % n %

0 0 0,00 2 5,41 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00

1 3 8,11 0 0,00 2 5,41 0 0,00 3 9,68 0 0,00 0 0,00 0 0,00

2 21 56,76 1 2,70 20 54,05 0 0,00 8 25,81 0 0,00 9 29,03 0 0,00

3 11 29,73 0 0,00 9 24,32 0 0,00 8 25,81 0 0,00 12 38,71 2 6,45

5 0 0,00 1 2,70 0 0,00 0 0,00 1 3,23 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Dia todo 2 5,41 33 89,19 6 16,22 37 100,00 11 35,48 31 100,00 10 32,26 29 93,55

Total 37 100,00 37 100,00 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00 31 100,00 31 100,00

Quando questionados quanto ao tipo de alimentação que fornecem aos seus

animais, 56,76% (n=21) do primeiro grupo relatou fornecer resto de comida com

ração na fase 1 (Tabela 18). Apesar disso, 86,49% (=32) afirmaram considerar a

quantidade e qualidade da comida, satisfatória para seus animais (Tabela 19). Na

fase 2, apesar de não haver diferença estatística, 48,65% (n=21) disseram fornecer

apenas ração, sugerindo que ficaram mais conscientes quanto às necessidades de

alimentação dos animais após o projeto educativo (Tabela 18), já que ainda na fase

1, 86,49% (n=32) disseram que não achavam que era preciso alterar nada na

alimentação de seus animais de companhia (Tabela 20).

Muitos guardiões vêm adotando a ração comercial como fonte segura de

alimentação dos animais domésticos, dado confirmado pelo crescimento do mercado

de alimentos comerciais para pets. No entanto, neste estudo, na fase 2, os dados

foram semelhantes ao observado por Lima et al. (2010) onde apenas 50,75% têm

sua dieta à base de alimento comercial.

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78

Tabela 18 - Tipo de alimentação fornecida ao animal, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

Tipo 1 % 2 % 1 % 2 %

Ração 12 32,43 18 48,65 17 54,84 14 45,16

Resto de comida 4 10,81 3 8,12 3 9,68 4 12,90

Comida e ração 21 56,76 16 43,24 11 35,48 13 41,94

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

Tabela 19 - Opinião sobre qualidade e quantidade da alimentação do animal, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Considera a quantidade e Fase Fase

qualidade da comida boa? 1 % 2 % 1 % 2 %

Sim 32 86,49 34 91,89 28 90,32 29 93,55

Não 5 13,51 3 8,11 3 9,68 2 6,45

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

Tabela 20 - O que acham que poderia mudar na alimentação de seus animais, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

O que Fase Fase

poderia mudar? 1 % 2 % 1 % 2 %

Dar ração 2 5,41 2 5,41 2 6,45 4 12,90

Dar mais comida 1 2,70 4 10,81 0 0,00 1 3,23

Dar ração de melhor 2 5,41 0 0,00 1 3,23 1 3,23

Nada 32 86,49 31 83,78 28 90,32 25 80,65

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

Quando os entrevistados foram questionados quanto à importância dos seus

animais de companhia, 54,05% (n=20) dos entrevistados do primeiro grupo

responderam na fase 1 que os animais são importantes e 29,73% (n=11) disseram

que os animais são muito importantes. Porém, na fase 2 , esses valores se

inverteram, demonstrando que o vínculo da família com o animal de companhia ficou

mais forte após o projeto educativo apresentando diferença estatística (p= 0,023,

Teste de Homogeneidade Marginal) (Tabela 21).

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79

Tabela 21 - Importância do animal para a pessoa, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

Importância do animal 1 % 2 % 1 % 2 %

Extremamente importante 4 10,81 5 13,51 1 3,23 1 3,23

Muito importante 11 29,73 20 54,05 19 61,29 15 48,39

Importante 20 54,05 11 29,73 11 35,48 14 45,16

Não muito importante 0 0,00 1 2,70 0 0,00 1 3,23

Nada importante 2 5,41 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

De acordo com a Tabela 22, apesar de não haver diferença estatisticamente

significante em nenhum dos 2 grupos entre as duas fases, podemos observar que

após o projeto educativo, o tempo que a família das crianças que participaram do

projeto passa com o animal de companhia aumentou.

Tabela 22 - Tempo que a família passa com o animal durante o dia, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Tempo que passam Fase Fase

com animal 1 % 2 % 1 % 2 %

0 minutos 7 18,92 3 8,11 4 12,90 6 19,35

Até 1 hora 17 45,95 15 40,54 17 54,84 11 35,48

2 horas 2 5,41 2 5,41 2 6,45 2 6,45 Sempre que estamos em casa 3 8,11 6 16,22 2 6,45 6 19,35

Metade do dia 5 13,51 7 18,92 6 19,35 4 12,90

Dia inteiro 3 8,11 4 10,81 0 0,00 2 6,45

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

Dentre os entrevistados 0,00% de ambos os grupos e nas duas fases

consideram a saúde de seus animais ruins (Tabela 23). Não houve diferença

estatística entre as fases nos 2 grupos.

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Tabela 23 - O que acham com relação à saúde do animal, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

Saúde do animal 1 % 2 % 1 % 2 %

Excelente 12 32,43 11 29,73 6 19,35 6 19,35

Boa 22 59,46 23 62,16 23 74,19 22 70,97

Regular 3 8,11 3 8,11 2 6,45 3 9,68

Ruim 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

Quando seus animais ficam doentes, a maior parte dos entrevistados na fase

1, 45,95% (n=17) do primeiro grupo e 48,39% (n=15) do segundo grupo, disseram

nunca levar seus animais ao médico veterinário. Estes dados contrastam com os de

Lima et al. (2010), onde 65,8% dos entrevistados afirmaram levar seus animais de

companhia ao médico veterinário em casos de necessidade. No entanto, na fase 2,

apesar de não haver diferença estatisticamente significante, podemos observar que

houve um aumento do número de pessoas que levam seus animais doentes

imediatamente ao MV e diminuiu o número dos que não levam nunca. Sugerindo

que a presença da médica veterinária no ambiente escolar aliado ao projeto

educativo tornou as pessoas mais conscientes quanto a necessidade de levar seus

animais para serem tratados por um profissional especializado (Tabela 24).

Tabela 24 - O que fazem quando o animal está doente, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Quando animal está doente Fase Fase

o que é feito? 1 % 2 % 1 % 2 % Levado ao MV imediatamente 11 29,73 16 43,24 11 35,48 15 48,39

Às vezes é levado ao MV 9 24,32 9 24,32 5 16,13 3 9,68

Ele nunca é levado ao MV 17 45,95 12 32,43 15 48,39 13 41,94

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

Dentre os responsáveis que responderam que não levam o animal

imediatamente ao médico veterinário quando ele está doente, a maior parte na fase

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81

1, 53,85% (n=14) do primeiro grupo e 50% (n=10) do segundo grupo, alegaram que

nunca levaram pois seus animais nunca precisaram (Tabela 25). Não houve

diferença estatística entre as fases em nenhum dos 2 grupos.

Visitas ao veterinário juntamente com castração, restrição da mobilidade e

adestramento são alguns dos indicadores de guarda responsável (LAGES, 2009).

Tabela 25 - Motivo para não levarem animais ao MV quando necessário, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

Por quê? 1 % 2 % 1 % 2 %

Tratam em casa 7 26,92 5 23,81 6 30,00 1 6,25

É caro levar ao MV 2 7,69 0 0,00 0 0,00 0,00

Nunca precisou/ficou doente 14 53,85 11 52,38 10 50,00 13 81,25

Só levam se estiver muito mal 3 11,54 5 23,81 2 10,00 2 12,50

Não sabe 0 0,00 0 0,00 2 10,00 0 0,00

Total 26 100,00 21 100,00 20 100,00 16 100,00

Na Tabela 26 estão listadas uma série de perguntas relacionadas ao

tratamento e relação da pessoa com o animal de companhia. No primeiro grupo, na

fase 1, 56,76% (n=21) dos entrevistados achavam importante castrar os animais e

56,76% (n=21) achavam que os animais poderiam passar doenças para os homens.

Já na fase 2, esse número subiu para 81,08% (n=30) e 89,19% (n=33)

respectivamente, apresentando mudança estatisticamente significante (p=0,022 e

p=0,002 respectivamente, no teste de McNemar). Nas demais perguntas, não houve

diferença estatística em nenhum dos 2 grupos em nenhuma das fases. Vale lembrar

que a castração é apenas uma ferramenta utilizada no controle populacional, não

devendo ser o único meio de controle.

Apesar da alta percentagem de animais vacinados contra raiva, destaca-se a

baixa porcentagem de cães vacinados contra outras doenças infecto-contagiosas

que acometem principalmente os cães, como: parvovirose, cinomose, adenovirose,

coronavirose, parainfluenza, hepatite, além de zoonoses como a leptospirose. Essas

vacinações são de fundamental importância, pois não só previnem os cães de

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doenças que debilitam o sistema imune, como melhoraram o bem-estar do animal

(LAGES, 2009).

Tabela 26 - Opiniões dos responsáveis, de acordo com respostas dadas ao questionário1, nas fases1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do

projeto

Opinião Fase Fase

1 % 2 % 1 % 2 %

Vacina animal no MV (espécie- específica)? Sim 6 16,22 8 21,62 12 38,71 12 38,71

Não 31 83,78 29 78,38 19 61,29 19 61,29

Vacina animal nas campanhas contra raiva? Sim 33 89,19 36 97,30 24 77,42 28 90,32

Não 4 10,81 1 2,70 6 19,35 3 9,68

Acha importante castrar animais? Sim 21 56,76 30 81,08 25 80,65 19 61,29

Não 16 43,24 7 18,92 6 19,35 12 38,71

Animais transmitem doença aos homens? Sim 21 56,76 33 89,19 25 80,65 22 70,97

Não 16 43,24 4 10,81 6 19,35 9 29,03 Se melhorar saúde do animal, também melhora da família? Sim 36 97,30 36 97,30 31 100,00 30 96,77

Não 1 2,70 1 2,70 0 0,00 1 3,23

É importante bater no animal para educá-lo? Sim 6 16,22 4 10,81 5 16,13 4 12,90

Não 31 83,78 33 89,19 26 83,87 27 87,10

Animais sentem dor/sofrem? Sim 37 100,00 36 97,30 31 100,00 31 100,00

Não 0 0,00 1 2,70 0 0,00 0 0,00 Criança que maltrata animal pode ficar agressiva com outras pessoas? Sim 35 94,59 36 97,30 29 93,55 30 96,77

Não 2 5,41 1 2,70 2 6,45 1 3,23 Família que convive bem com animal também convive bem entre sim? Sim 34 91,89 35 94,59 29 93,55 28 90,32

Não 3 8,11 2 5,41 2 6,45 3 9,68 Criança que convive com animais é mais sensível com outras pessoas? Sim 33 89,19 34 91,89 31 100,00 29 93,55

Não 4 10,81 3 8,11 0 0,00 2 6,45

Seu animal te faz mais feliz? Sim 33 89,19 35 94,59 30 96,77 31 100,00

Não 4 10,81 2 5,41 1 3,23 0 0,00

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Foi pedido que os entrevistados de ambos os grupos dissessem em uma

palavra, o que seu animal de companhia significa para eles. As respostas foram

organizadas no Quadro 1.

Alegria

Alegria da família

Amigo (a)

Companheiro (a)

Amor

Carinho

Felicidade

Importante

Legal

Membro da família

Carinhoso (a)

Significa muito

Como filho (a)

Tudo

Fiel

Gosto muito dele (a)

Muito especial

Fofinho (a)

Segurança

Arteiro (a)

Amoroso (a)

Atencioso (a)

Minha vida

Mal necessário

Dengo da família Quadro 1 - Respostas dadas ao questionário 1, quando responsável foi questionado quanto o que o

seu animal de companhia significa para elo, Visconde de Mauá – 2009

No final do questionário na fase 2, foi perguntado aos responsáveis pelas

crianças que participaram do projeto educativo se eles haviam notado alguma

diferença no comportamento da criança com relação ao animal de companhia deles.

Suas respostas foram organizadas no Quadro 2.

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Criança sempre foi apegada aos animais, não notou mudança

Criança ficou mais apegada ao animal de casa Criança ficou mais atenta aos problemas dos animais e ficou mais carinhosa com eles também

Acha que a criança mudou com os animais

Criança aprendeu muito, ficou mais atenda a problemas e necessidades do animal deles

Criança está mais amável com os animais

Criança está mais carinhosa com animais e fica querendo pegar os animais abandonados

Criança ficou mais carinhosa com todos os animais, em especial com os dela

Criança ficou mais carinhosa com seus animais; chegava em casa comentando o que aprendeu

Criança ficou mais carinhosa depois que trouxe o "B atman" para casa

Criança mudou, passou a dar mais atenção ao animal deles

Criança mudou, cuida e se preocupa mais com o anima l dela e com os dos outros

Criança continua não gostando muito de animais

Melhorou muito a relação da família com o animal de pois do projeto

Criança ficou mais consciente, inclusive com relação aos produtos testados em animais

Criança sempre foi apegada, mas ficou ainda mais, q uer até parar de comer carne por respeito a eles

Mudou, ficou mais carinhoso

Não notou diferença

Não notou muita mudança, mas acha que criança está menos agressiva com animais e mais preocupado

O filho e os amigos melhoram a forma de tratar os a nimais; sempre comentava em casa o que aprendia Quadro 2 - Opinião dos responsáveis com relação ao aprendizado sobre o projeto educativo o qual a

criança que ele é responsável fez parte, Visconde de Mauá - 2009

No questionário 2, destinado a pesquisa com as crianças estudantes da

Escola Municipal Visconde de Mauá, foi perguntado quem, na casa delas, era (m) o

(s) responsável (is) por cuidar do animal. Na fase 1, “a mãe” foi a resposta mais

comum, 37,84% (n= 14) no grupo de crianças que participaram do projeto educativo

e 38,71% (n=12) entre as crianças que não participaram. Uma análise que chamou

bastante atenção foi que na fase 1 o grupo que participou do projeto, 28 crianças

responderam que seus animais recebiam cuidados de apenas uma pessoa em casa

(criança, mãe, pai, avó ou etc) e 8 crianças responderam que os animais recebiam

cuidados coletivos (família toda ou mãe e criança). Já na fase 2, em apenas 15

residências os animais recebiam cuidados só de uma pessoa mas em 20

residências, os animais passaram a ter cuidados coletivos, (p=0.000 teste de

MacNemar) o que demonstra que as discussões do projeto educativo foram levadas

para casa e modificaram as relações da família com o animal (Tabela 27).

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Tabela 27 - Responsável por cuidar do animal de companhia, de acordo com respostas dadas ao questionário 2 nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Receberam o curso Não receberam curso

Fase Fase

1 % 2 % 1 % 2 %

Mãe 14 37,84 6 16,22 12 38,71 10 32,26

Avó 3 8,11 2 5,41 4 12,90 4 12,90

Pai 5 13,51 2 5,41 1 3,23 1 3,23

Pais 0 0,00 1 2,70 1 3,23 1 3,23

Avo e pais 1 2,70 0 0,00 1 3,23 0 0,00 Criança e avo 0 0,00 1 2,70 0 0,00 1 3,23

A criança 4 10,81 4 10,81 4 12,90 1 3,23 Criança e mãe 1 2,70 6 16,22 1 3,23 3 9,68

Criança e pai 0 0,00 1 2,70 0 0,00 0 0,00

Irma e mãe 2 5,41 1 2,70 1 3,23 1 3,23

Irmão 1 2,70 0 0,00 1 3,23 1 3,23

Família toda 2 5,41 9 24,32 4 12,90 6 19,35

Outro 3 8,11 2 5,41 0 0,00 0 0,00

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

Entre as crianças que participaram do projeto educativo houve um aumento

estatisticamente significante (p=0,002, teste de MacNemar) do número de crianças

que davam banho em seu animal e das que levavam seu animal ao veterinário

(p=0,039, teste de MacNemar) (Tabela 28). O restante das atitudes, apesar de não

apresentarem diferença estatisticamente significante, também apresentou aumento,

o que sugere que as crianças ficaram mais responsáveis com os cuidados com seus

animais. Já entre as crianças que não participaram do projeto educativo, houve

variação estatisticamente significante nas atitudes de levar o animal ao veterinário

(p=0,016, teste de MacNemar) e, também, em levar o animal para passear (p=0,039,

teste de MacNemar) (Tabela 28), o que pode ter ocorrido devido a constante

presença de veterinária no ambiente escolar, onde as crianças, mesmo sem

participarem do projeto, podem ter sido despertadas para a importância dessa

especialidade ou ainda podem ter recebido algum tipo de informação dos colegas

que participaram do projeto.

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Tabela 28 - Atitudes que as crianças costumam ter com relação a seu animal, de acordo com respostas dadas ao questionário 2 nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

1 % 2 % 1 % 2 % Dou banho* 8 21,62 18 48,65 10 32,26 10 32,26 Alimento 23 62,16 29 78,38 17 54,84 22 70,97 Levo no veterinário* 6 16,22 14 37,84 4

12,90 11 35,48 Faço carinho e brinco 29 78,38 32 86,49 23

74,19 27 87,10 Levo para passear* 16 43,24 19 51,35 16 51,61 23 74,19 Limpo fezes e urina 6 16,22 10 27,03 7 22,58 7 22,58

Com relação ao tempo que as crianças passam por dia com seus animais,

houve diferença entre as duas fases para o grupo que participou ou não do projeto

(Tabela 29) (p=0,012 e p=0,038, respectivamente, teste de homegeneidade

marginal). Tal dado está de acordo com o que foi informado pelo responsável pelas

crianças, onde observou-se que aumentou o tempo que a família passa com o

animal de companhia (Tabela 22).

Tabela 29 - Tempo/dia que a criança passa com seu animal de acordo com respostas dadas ao questionário 2 nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto Fase Fase 1 % 2 % 1 % 2 % Nenhum 3 8,11 1 2,70 3 9,68 1 3,23 Até 1 hora 19 51,35 12 32,43 14 45,16 11 35,48 2 horas 3 8,11 6 16,22 3 9,68 2 6,45 4 horas 4 10,81 1 2,70 1 3,23 2 6,45 Metade do dia 7 18,92 13 35,14 9 29,03 11 35,48 Dia todo 1 2,70 4 10,81 1 3,23 4 12,90

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

Das crianças que participaram do projeto educativo, 43,24% (n=16) disseram

na fase 1 sentir medo de alguns cães e/ou gatos, sendo que destas, 33,33% (n=8) e

37,04 (n=10) na fase 1 e 2 respectivamente (Tabela 30), alegaram que o principal

medo é de ser mordida (Tabela 31). Não houve diferença estatisticamente

significante entre ambas as fases em nenhum dos dois grupos de crianças.

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Tabela 30 - Respostas dadas ao questionário 2, nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, quando criança foi questionada quanto a ter medo de cães e/ou gatos, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do pro jeto

Fase Fase

1 % 2 % 1 % 2 % Têm medo de

outros Não 12 32,43 10 27,03 14 45,16 15 48,39

cães e/ou gatos Sim 9 24,32 10 27,03 6 19,35 8 25,81

Alguns 16 43,24 17 45,95 11 35,48 8 25,81

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

Tabela 31- Qual tipo de animal e porque a criança tem medo de acordo com respostas dadas ao questionário 2 nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do proje to Fase Fase 1 % 2 % 1 % 2 %

Medo de cães 0 0,00 0 0,00 1 0,00 0 0,00 Medo de cães bravos 4 16,67 7 25,93 3 17,65 4 26,67 Medo dos cães que latem 1 4,17 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Já foi mordida 1 4,17 1 3,70 0 0,00 0 0,00 Medo que a mordam 8 33,33 10 37,04 5 29,41 4 26,67 Pit Bull 6 25,00 6 22,22 4 23,53 4 26,67 Dos que não conhece 2 8,33 3 11,11 0 0,00 1 6,67 Medo de cão de rua 1 4,17 0 0,00 3 17,65 1 6,67 Medo de gato preto 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 6,67 Medo de gato que arranha 1 4,17 0 0,00 1 5,88 0 0,00

Total 24 100,00 27 100,00 17 100,00 15 100,00

Com relação ao tratamento que a criança dispensa a outros animais que não

os seus, 78,38% (n=29) das crianças que participaram do projeto educativo e

67,74% (n=21) das crianças que não participaram, alegaram tratar os outros cães

e/ou gatos com mesmo carinho e respeito que tratam os delas. Dentre as crianças

que participaram do projeto educativo, 94,59% (n=35) acreditam que seus animais

de companhia são felizes e acham que os mesmos as fazem felizes. Não houve

diferença estatisticamente significante entre as duas fases em nenhum dos dois

grupos de crianças nas questões expostas na Tabela 32.

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Tabela 32 - Respostas afirmativas dadas ao questionário 2 nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto

Não participaram do projeto

Fase Fase

1 % 2 % 1 % 2 % Trata os outros cães e/ou gatos com mesmo carinho e respeito que trata o dela 29 78,38 29 78,38 21 67,74 26 83,87

Acha que o seu cão e ou gato é feliz 35 94,59 34 91,89 26 83,87 28 90,32

Acha que o seu cão e /ou gato a faz feliz 35 94,59 34 91,89 24 77,42 27 87,10

Quanto à relação que as crianças têm com seus animais de companhia,

78,38% (n=29) e 77,42 (21) dos grupos de crianças que participaram e não

participaram do projeto educativo, respectivamente, consideram suas relações boas

com seus animais (Tabela 33). Não houve diferença estatisticamente significante no

Teste de Homogeneidade Marginal entre as duas fases em nenhum dos dois grupos

e nem quanto ao que as crianças achavam sobre a relação de seus familiares com

seus animais de companhia (Tabela 34).

Algumas pesquisas têm demonstrado que ter um animal de companhia pode

ter um impacto positivo na saúde física e mental, levando a sensação de felicidade,

incluindo aumento da taxa de sobrevivência de pessoas que tenham sofrido um

infarto, reduzindo os fatores de risco associados à doenças do coração, melhorando

a saúde geral de seus guardiões, reduzindo sentimentos de depressão e solidão e

aumentando a auto estima de seu guardião (PODBERSCEK, 2006).

Tabela 33 - Resposta dada ao questionário 2, quando criança foi questionada quanto sua relação com o seu cão e/ou gato, nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

1 % 2 % 1 % 2 % Relação Criança-animal

Muito Boa 7 18,92 6 16,22 4 12,90 5 16,13

Boa 29 78,38 30 81,08 24 77,42 25 80,65

Ruim 1 2,70 1 2,70 3 9,68 1 3,23

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

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Tabela 34 - Resposta dada ao questionário 2, quando criança foi questionada quanto a relação de sua família com o seu cão e/ou gato, nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

1 % 2 % 1 % 2 %

Relação família-animal

Muito Boa 10 27,03 7 18,92 6 19,35 6 19,35

Boa 26 70,27 29 78,38 22 70,97 23 74,19

Ruim 1 2,70 1 2,70 3 9,68 2 6,45

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

Quando as crianças, tanto as que participaram do projeto educativo quanto as

que não participaram, foram questionadas sobre o que acham que poderia ser feito

para melhorar a relação da sua família com o seu animal de companhia 51,47%

(n=35) responderam que nada precisava ser feito. As demais respostas podem ser

conferidas no Quadro 3.

Brigar menos com o animal

Brincar com o animal

Brincar, fazer carinho e alimentar o animal

Deixar o animal dormir dentro de casa

Cuidar melhor do animal

Deixar animal solto

Animal poderia ser mais dócil

Família ser mais carinhosa com o animal

Fazer uma casinha (abrigo) pro animal

Levar o animal para passear

Animal ser mais obediente

O pai gostar mais do animal

Irmã (ão) gostar mais do animal

Pais não baterem no animal

Ser mais paciente com o animal

Ter mais espaço para o animal

Nada

Não sabe Quadro 3 - O que criança acha que poderia ser feito para melhorar a relação da família com seu

animal de companhia, Visconde de Mauá - 2009

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90

Não houve diferença entre os grupos de crianças e nem entre as fases quanto

às expectativas das crianças com relação aos seus animais de companhia (Tabela

35). A maioria das crianças dos dois grupos, 81,08% (n=30) das crianças que

participaram do projeto e 70,97% (n=22) das crianças que não participaram, afirmam

que suas expectativas, com relação aos seus animais, são correspondidas (Tabela

36).

Tabela 35 - Respostas afirmativas dadas ao questionário 2, quando criança foi questionada quanto a sua expectativa sobre seu animal de companhia, nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

1 % 2 % 1 % 2 %

Espera que o animal faça companhia 35 94,59 33 89,19 25 80,65 28 90,32

Espera que o animal esteja sempre ao seu lado 36 97,30 34 91,89 24 77,42 28 90,32

Espera que o animal faça se sentir melhor quando está triste

36 97,30 33 89,19 26 83,87 29 93,55

Espera poder conversar com o animal 31 83,78 32 86,49 23 74,19 25 80,65

Espera que o animal a ame 33 89,19 34 91,89 25 80,65 29 93,55

Espera acariciar e abraçar o animal 32 86,49 29 78,38 25 80,65 31 100,00

Espera que o animal a faça rir e divertir 34 91,89 35 94,59 25 80,65 31 100,00

Espera que o animal seja um assunto interessante 34 91,89 33 89,19 24 77,42 29 93,55

Espera brincar com o animal 36 97,30 35 94,59 26 83,87 31 100,00

Espera que o animal a proteja 35 94,59 33 89,19 25 80,65 31 100,00

Tabela 36 - Respostas dadas ao questionário 2, quando criança foi questionada se sua expectativa sobre seu animal é correspondida, nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do proje to

Fase Fase

1 % 2 % 1 % 2 % Todas expectativas são correspondidas Não 7 18,92 4 10,81 9 29,03 7 22,58

Sim 30 81,08 33 89,19 22 70,97 24 77,42

Total 37 100,00 37 100,00 31 100,00 31 100,00

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Após questionar a criança quanto ao que ela espera do seu animal de

companhia, foi perguntado o que ela acha que ele espera dela. As respostas foram

organizadas no Quadro 4, sendo que 63,24% (n=43) acham que correspondem a

expectativa de seus animais.

Carinho

Abraço

Amizade

Amor

Brincadeira

Comida

Cuidado

Bom tratamento

Estar junto

Fique mais feliz

Ser bonzinho

Ser amigo

Proteção

Que não bata

Nada Quadro 4 - Respostas dadas ao questionário 2, quando criança foi questionada quanto ao que acha

que o animal de companhia espera dela, Visconde de Mauá - 2009

Na penúltima parte do questionário, foi pedido que as crianças respondessem

se concordam ou não com as afirmações. Na Tabela 37 foram expostas apenas as

respostas de concordância. Entre as atitudes que apresentaram diferença estatística

(p=0,39, teste de MacNemar) está a “Animais deveriam ter os mesmo direitos que

minha família”. No estudo feito por Amorim e Vasconcelos (2008) foi observado que

53,2% dos estudantes de escola pública consideram que os animais deveriam ser

tratados como os seres humanos. Dentre as crianças que não participaram do

projeto educativo, observou-se diferença estatisticamente significativa na afirmação

“Eu gostaria de dormir com meu animal” (p=0,004, teste de MacNemar).

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Tabela 37 - Respostas afirmativas dadas ao questionário 2, quando criança foi questionada quanto a relação com seu animal de companhia, nas fases 1 e 2 com relação a participação da criança no projeto, Visconde de Mauá - 2009

Participaram do projeto Não participaram do projeto

Fase Fase

1 % 2 % 1 % 2 %

Meu animal é como se fosse da família 34 91,89 33 89,19 25 80,65 28 90,32

Animais deveriam ter os mesmo direitos que minha família 26 70,27 32 86,49 22 70,97 25 80,65

Divido minha comida com meu animal 26 70,27 18 48,65 13 41,94 13 41,94

Meu animal sabe quando estou triste 22 59,46 25 67,57 17 54,84 19 61,29

Meu animal é meu melhor amigo 36 97,30 32 86,49 22 70,97 26 83,87

Se não fosse pelo meu animal, as vezes me sentiria sozinho 27 72,97 31 83,78 22 70,97 23 74,19

Meu animal assiste TV comigo 6 16,22 5 13,51 6 19,35 4 12,90

Meu animal dorme comigo 2 5,41 3 8,11 6 19,35 3 9,68

Eu gostaria de dormir com meu animal 22 59,46 20 54,05 10 32,26 18 58,06

Gosto do meu animal porque ele nunca me julga 33 89,19 30 81,08 23 74,19 27 87,10

Eu aviso quando meu animal precisa ir ao veterinário 29 78,38 32 86,49 20 64,52 26 83,87

Eu sinto saudade do meu animal 32 86,49 34 91,89 22 70,97 25 80,65

Eu acho necessário bater nos animais 3 8,11 5 13,51 3 9,68 3 9,68

Eu acho que os animais devem ficar presos 4 10,81 1 2,70 3 9,68 3 9,68

Eu não gosto de animais 1 2,70 1 2,70 3 9,68 1 3,23

Eu gosto de ver maldades com animais 1 2,70 1 2,70 1 3,23 0 0,00

Eu brigo com quem maltrata os animais 25 67,57 25 67,57 18 58,06 23 74,19

Eu gosto de brincar machucando animais 1 2,70 0 0,00 3 9,68 1 3,23

Eu acho que os animais não sentem dor 3 8,11 2 5,41 5 16,13 2 6,45

Eu acho que os animais não transmitem doenças para humanos 14 37,84 14 37,84 8 25,81 10 32,26

Todos da família tratam meu animal como eu 29 78,38 28 75,68 17 54,84 24 77,42

Foi pedido que as crianças dissessem em uma palavra, o que seu animal de

companhia significa para ela. As respostas foram organizadas no Quadro 5.

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Amigo

Companheiro

Irmão

Bichinho de estimação

Bonito

Carinho

Brincadeira

Amigo

Muita coisa boa

Tudo

Alegria

Lealdade

Felicidade

Gosto dele

Me segue

Melhor amigo

Membro da família

Primo

Nada Quadro 5 - Respostas dadas ao questionário 2, quando criança foi questionada quanto o que o seu

animal de companhia significa para ela, Visconde de Mauá – 2009

Na fase 2, ainda foi pedido que as crianças fizessem algum comentário sobre

o que acharam e/ou aprenderam no projeto educativo proposto. Suas respostas

foram organizadas no Quadro 6.

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94

Acha que mudou depois do projeto, ficou mais carinhosa com todos os animais. Antes maltratava os animais, hoje não maltrata. Apr endeu que eles sentem as mesmas

coisas que a gente. Aprendeu que não devemos maltratar os animais. Antes, brigava muito com seu cão.

Agora vê os animais de forma diferente, ficou mais amigo do seu cão. Acha que os colegas também mudaram, pois pararam de maltratar os animai s da rua.

Aprendeu que temos que alimentar direito e brincar com nossos animais.

Acha que aprendeu pouco, queria continuar estudando sobre os animais. Acha que mudou porque antes pensava que os animais não sentiam dor e não precisavam ser

bem tratados. Aprendeu a fazer bem aos animais.

Aprendeu que não devemos abandonar e nem deixar ninguém abandonar ou maltratar. Passou a tratar seu animal de companhia melhor.

Aprendeu a tratar os animais direito e ser mais car inhosa.

Aprendeu a tratar bem os animais, até para que não seja mordido. Aprendeu como alimentar e tratar corretamente dos a nimais. Acha que os animais bravos

devem ficar presos. Aprendeu a tratar melhor dos animais e do lixo/ambiente.

Aprendeu que as pessoas devem se preocupar mais com o sofrimento dos animais. Se maltratar, o animal pode ficar agressivo.

Aprendeu que não devemos maltratar os animais, bater nos cavalos e nem abater os animais da maneira que é feito.

Aprendeu que não pode bater e nem maltratar os anim ais. Gostou de estudar sobre animais e meio ambiente.

Aprendeu que não pode bater nos animais, que tem que tratá-los com carinho.

Aprendeu que não pode bater e nem maltratar os anim ais.

Aprendeu que não podemos deixar os animais com fome e que não devemos caçar e maltratar.

Aprendeu que não podemos maltratar os animais. Gost ou de estudar sobre isso.

Aprendeu que tem que tem que cuidar dos animais que estão na rua e não pode bater.

Ficou mais consciente, se importa mais com os anima is e dá mais carinho. Gostou de estudar sobre os animais e aprendeu que não pode maltratar os animais e que não

deveríamos usar cobaias em pesquisa. Gostou de estudar sobre os animais e aprendeu que n ão podemos maltratar os animais,

antes batia neles. Gostou muito de estudar sobre animais, aprende muitas coisas sobre como tratá-los.

Mudou e aprendeu muitas coisas sobre os animais, de vemos respeitá-los mais, não abandoná-los e não maltratar.

Mudou pois aprendeu mais coisas sobre os animais, ficou mais carinhoso. Ficou mais carinhosa e viu, na prática, que como o animal está sendo mais bem tratado

está mais carinhoso. Deve ser porque animal e famíl ia se gostam. Não quis responder.

Quadro 6 - Opinião das crianças com relação ao aprendizado sobre o projeto educativo do qual fizeram parte, Visconde de Mauá - 2009.

No questionário 3, avaliou-se clinicamente um animal (cão ou gato) de cada

residência. Dos 63 cães, 65,08% (n=41) eram sem raça definida (SRD) (Tabela 38),

60,32% (n=38) eram macho (Tabela 40) e 46,77% (n=29) eram de porte médio

(Tabela 39). Entre os 5 gatos avaliados, 80% (n=4) também eram SRD (Tabela 38)

e 60,00% (n=3) eram fêmeas (Tabela 40).

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Os resultados demonstraram predominância de animais SRD, o que pode ser

justificado devido o baixo poder aquisitivo da população local, dificultando o acesso

e até mesmo o interesse por raças puras (SILVANO et al., 2010).

Tabela 38 - Raças dos animais avaliados clinicamente nas residências segundo a espécie, Visconde de Mauá - 2009

Canino Felino

Raça n % n %

SRD 41 65,08 4 80,00

Dachshund 3 4,76 0 0,00

Poodle 7 11,11 0 0,00

Beagle 2 3,17 0 0,00

Labrador 3 4,76 0 0,00

Pinscher 6 9,52 0 0,00

Rottweiler 1 1,59 0 0,00

Siamês 0 0,00 1 20,00

Total 63 100,00 5 100,00

Tabela 39 - Porte dos cães avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009

Porte

n %

Pequeno 22 35,48

Médio 29 46,77

Grande 11 17,74

Total 62 100,00

Tabela 40 - Sexo dos animais avaliados clinicamente nas residências segundo a espécie, Visconde de Mauá - 2009

Canino Felino

n % n %

Macho 38 60,32 2 40,00

Fêmea 25 39,68 3 60,00

Total 63 100,00 5 100,00

Com relação à idade dos animais 74,60% (n=47) dos cães têm até 5 anos,

sendo que a maioria dos cães (20,63%) tem apenas 1 ano. Entre os gatos, 80,00%

(n= 4) não tinham mais que 2 anos (Tabela 41).

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Tabela 41 - Idade dos animais avaliados clinicamente nas residências segundo a espécie, Visconde de Mauá - 2009

Canino Felino Idade em

anos n % n %

< 1 7 11,11 1 20,00

1 13 20,63 3 60,00

2 9 14,29 0 0,00

3 11 17,46 0 0,00

4 3 4,76 0 0,00

5 4 6,35 0 0,00

6 2 3,17 0 0,00

7 3 4,76 1 20,00

8 4 6,35 0 0,00

10 3 4,76 0 0,00

12 2 3,17 0 0,00

14 1 1,59 0 0,00

15 1 1,59 0 0,00

Total 63 100,00 5 100,00

Pela Tabela 42 notamos que 80,95% (n=51) dos cães e 60,00% (n=3) dos

gatos não eram esterilizados. E, como mencionado anteriormente, alguns foram

castrados por um morador da região, que não é veterinário.

Tabela 42 - Condição de esterilizado dos animais avaliados clinicamente nas residências segundo a espécie, Visconde de Mauá - 2009

Canina Felina

n % n %

Sim 12 19,05 2 40,00

Não 51 80,95 3 60,00

Total 63 100,00 5 100,00

Quanto à condição de saúde desses animais, 96,83% (n=61) dos cães e

100,00% (n=5) dos gatos tinham saúde normal (Tabela 43). De modo geral não

houve nenhuma alteração digna de nota nas condições de saúde e nem física

(Tabela 44) ou corpórea (Tabela 45). Com relação as mucosas, hidratação,

comportamento e atividade do animal, também não foi observado nada para ser

destacado (Tabela 46 a Tabela 49).

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Tabela 43 - Condições de saúde, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas

residências, Visconde de Mauá - 2009

Condições de saúde Canina Felina

n % n % Normal 61 96,83 5 100 Alterado 2 3,17 0 0 Total 63 100,00 5 100

Tabela 44 - Condições físicas, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009

Condições físicas Canina Felina

n % n % Saúde Normal 59 93,65 5 100,00 Doença branda 4 6,35 0 0,00 Doença severa 0 0,00 0 0,00 Doença crônica 0 0,00 0 0,00 Total 63 100,00 0 100,00

Tabela 45 - Condições corpóreas, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009

Condições corpóreas Canina Felina

n % n % Normal 60 95,24 5 100,00 Magro 2 3,17 0 0,00 caquético 0 0,00 0 0,00 Obeso 1 1,59 0 0,00 Total 63 100,00 0 100,00

Tabela 46 - Condição das mucosas, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009

Mucosas

Canina Felina

n % n %

Normocoradas 63 100,00 5 100,00 Hipocoradas 0 0,00 0 0,00 Hipercoradas 0 0,00 0 0,00 Congestas 0 0,00 0 0,00

Total 63 100,00 0 100,00

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Tabela 47 - Comportamento, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009

Comportamento

Canina Felina

n % n %

Alerta 59 93,65 5 100,00

Depressão 2 3,17 0 0,00

Agressividade 1 1,59 0 0,00

Medo 1 1,59 0 0,00

Total 63 100,00 0 100,00

Tabela 48 - Atividade, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009

Atividade

Canina Felina

n % n %

Sanguíneo 10 15,87 0 0,00

Linfático 53 84,13 5 100,00

Total 63 100,00 5 100,00

Tabela 49 - Desidratação, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009

Desidratação

Canina Felina

n % n %

Sim 0 0,00 0 0,00

Não 63 100,00 5 100,00

Total 63 100,00 5 100,00

De modo geral, os animais estavam saudáveis sendo que entre os gatos, não

se observou nenhuma alteração digna de nota. Já entre os cães, dentre os poucos

(n=10) que apresentaram alguma alteração, 11,11% (n=7) tinham alterações

músculo esqueléticas (Tabela 50). Todas as alterações observadas foram no

Quadro 7.

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99

Tabela 50 - Sistemas com alteração, segundo a espécie, dos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009

Sistemas com alteração

Canina Felina

n % n %

Músculo esquelético 7 11,11 0 0,00

Urinário 0 0,00 0 0,00

Digestório 2 3,17 0 0,00

Reprodutivo 1 1,59 0 0,00

Nervoso 0 0,00 0 0,00

Respiratório 0 0,00 0 0,00

Atropelamento: fez cirurgia e ficou claudicando

Membro amputado

Briga: membro anterior claudicando

Membro posterior claudicando

Atropelamento

Muita verminose

Tumor venéreo transmissível

Quadro 7 - Principais alterações observadas nos sistemas dos animais avaliados clinicamente, Visconde de Mauá - 2009

Ectoparasitas estavam presentes em 25,40% (n=16) dos cães e 60,00% (n=3)

dos gatos (Tabela 51) as principais alterações observadas estão disponíveis no

Quadro 8.

Tabela 51 - Alterações observadas, segundo a espécie, nos animais avaliados clinicamente nas residências, Visconde de Mauá - 2009

Animal com alteração Canina Felina

n % n % Nariz/olhos/orelhas 1 1,59 0 0,00 Boca 0 0,00 0 0,00 Pele/pêlos 5 7,94 0 0,00 Feridas 4 6,35 0 0,00 Cicatrizes 4 6,35 0 0,00 Ectoparasitas 16 25,40 3 60,00

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100

Otite

Pêlos emaranhados

Pelos muito sujos

Dermatite

Ferida devido otite

Ferida devido berne

Ferida devido briga

Cicatriz devido atropelamento

Cicatriz no membro posterior devido briga Quadro 8 - Principais alterações observadas nos animais avaliados clinicamente, Visconde de Mauá

- 2009

5.2 DADOS QUALITATIVOS

Dois grupos focais foram realizados, um com o grupo de crianças e outro com

as professoras, funcionárias e diretora. O resultado encontra-se a seguir.

5.2.1 Grupo Focal Crianças

Os seguintes questionamentos foram levantados:

1- O que vocês acharam do projeto educativo?

“Gostamos e aprendemos muito.”

A resposta positiva foi unanime. Todos os presentes no grupo focal estavam

muito animados com o projeto.

2- Vocês acharam importante estudar temas relacionados aos animais e ao meio

ambiente?

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Todos responderam em tom de concordância.

“Aprendemos a não maltratar os animais e a não prejudicar o meio ambiente.”

“Aprendemos muitas coisas como: não maltratar os animais, não poluir o meio

ambiente (não jogar lixo nas ruas e nem no rio)”

Demonstrando o que a mestranda pôde observar em todos os encontros com

as crianças, o grande interesse e preocupação pelos animais.

3- O que vocês acham que mudaram com o projeto educativo (o que faziam

antes e que não fazem mais)?

“Não maltratamos mais os animais.”

“Meu irmão jogava gatos dentro do córrego antes, mas hoje não joga mais.”

“Meu pai batia no nosso cachorro quando ele fazia coco dentro de casa, mas

conversei com ele sobre educar o animal e hoje e ele não bate mais.”

“Hoje, nós recriminamos nossos pais e irmãos quando eles batem nos

animais”.

No entanto, nem todas concordam em parar de bater, algumas (minoria)

acham importante bater às vezes.

Uma criança acha que não mudou o carinho que tinha antes, continua igual.

Uma outra criança disse que sempre tratou bem os animais.

O amigo de uma criança tem o hábito de chamar os cachorros e quando este

chega perto dá um chute. “Eu tento dizer para ele não fazer isso, mas ele não me

ouve.”

De modo geral: “aprendemos a não maltratar e nem bater nos animais.

Aprendemos, também, o porquê de não jogar lixo fora do lixo, já que isso que

provoca as enchentes. O lixo fora do lixo também atrai ratos, que transmitem

leptospirose. Lixo e entulho também acumulam água e atraem o mosquito da

dengue.”

Apesar da análise dos dados quantitativos não apresentar muitas diferenças

estatisticamente significantes, pelo grupo focal podemos observar que as crianças

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102

apresentaram muitas mudanças positivas com relação à suas atitudes com os

animais de companhia e com o meio ambiente.

4- O que vocês queriam ter aprendido mais?

“Já aprendemos muito, quando começamos o ano, não sabíamos nada sobre

como cuidar dos animais. Queríamos continuar tendo aulas sobre os animais.”

Sugerindo o interesse dos alunos na continuidade do projeto na escola, após

ter sido despertado o interesse pelo estudo com relação aos animais e ao meio

ambiente.

5- Vocês levaram as informações adquiridas através do projeto educativo aos

pais e familiares em suas residências?

“Ensinamos nossos pais o que aprendemos na escola, pois eles podiam não

saber como tratar corretamente os animais hoje em dia, da mesma forma que eles

não sabem como os avós tratavam os animais antigamente, que podia ser do modo

errado”

“Antigamente, achávamos que devia chutar o animal para ele aprender, hoje

não achamos que isso deve ser feito. Então, nossos pais ainda podem pensar que

algumas atitudes com os animais são corretas quando, na verdade, não são.”

“Meu irmão pegou um cão atropelado para cuidar depois de participar do

projeto educativo.”

Uma criança acusou a outra de não cuidar bem do cachorro dela, deixando

ele sujo e solto na rua.

Demonstrando que um outro objetivo do projeto foi atingido, as crianças

estavam sendo multiplicadoras do conhecimento adquirido no projeto e estavam

sensibilizando seus pais e parentes.

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103

6- E vocês acham que os pais de vocês tiveram alguma mudança com relação

aos animais?

“Minha mãe não melhorou.”

“Meu pai jogou um filhote de gato no córrego alagado dizendo que ele era um

filhote de gambá, porque tinha mau cheiro. Eu conversei com ele e ele o pegou de

volta, deu banho e ficamos com o gatinho.”

Alguns dos pais, não batem mais em seus animais de companhia.

Um dos pais “jogou fora” um filhote de gato na chuva, a criança pediu para ele

pegar de volta senão o animal iria morrer e o pai concordou em pegar o animal de

volta.

As crianças passaram a “fiscalizar” às atitudes dos pais com os animais e as

recriminá-las quando considerassem maus tratos.

7- Como vocês acham que devemos educar os animais de companhia?

“Dar carinho. Nunca bater.”

Sugerindo que, ao menos, o sentimento de compaixão para com os animais,

foi despertado.

8- O que podemos fazer para que não tenha mais animais abandonados?

“Cuidar deles e castrar.”

9- Como devemos cuidar dos filhotes de cães e gatos?

“Dar remédio de verme, 3 doses de vacina e 1 de raiva por ano. Temos,

também, que arranjar dono para o filhote pois não podemos abandoná-lo na rua.”

10- Como fazer não pegarmos doenças dos cães e gatos?

“Cuidando bem deles.”

Como muitas doenças são passíveis de transmissão do animal para o homem

e vice versa, esse não foi abordado muito profundamente no projeto, principalmente

devido à idade das crianças. No entanto, podemos observar por esse comentário

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104

deles, que eles entenderam que através da guarda responsável, ou seja, cuidado

bem e corretamente de nossos animais, evitaremos o risco de zoonoses.

5.2.2 Grupo Focal Professoras/ Diretora/ Funcionári as

As perguntas e discussões foram as seguintes:

1- O que vocês acharam de trabalhar com temas relacionados aos animais e

meio ambiente? O que mudou em vocês?

“Achamos ótimo e interessante, algumas de nós já até trabalhávamos com

esta temática. Achamos que o mais importante é disseminar entre as pessoas o

amor, o respeito, o cuidado com os animais e com o ser humano. Consideramos que

muitas pessoas ainda não se deram conta da importância dos cuidados com os

animais e quando se começa a desenvolver o trabalho elas passam a olhar com

outros olhos, desenvolve nas pessoas algo que elas nem sabiam que eram capazes

de sentir e de fazer.”

“Observamos muitas mudanças em nós, professoras, e nos alunos.”

“A gente acha que o projeto foi desenvolvido na escola certa já que a diretora

(que tem um abrigo de cães) gosta muito de animais, não seria qualquer escola que

abriria espaço para discussão de temas relacionados aos animais. Achamos que

mudar o cronograma das aulas para inserir outros temas, dá trabalho e acaba

atrapalhando, mas achamos muito importante abordar assuntos sobre a relação com

os animais e o homem.”

“Acho que nosso “pensar” foi ampliado, o modo que víamos o meio ambiente:

eu achava que eram só as plantas. Não inseria homens e animais no meio ambiente

e passei isso para as crianças que ficaram mais conscientes. Ensinei para meus

alunos que, para preservar o meio ambiente, não é apenas não cortar as plantas/

árvores/ florestas mas, também, garantir o cuidado com os animais.”

Uma outra professora gostou de ter trabalhado com os temas animais e meio

ambiente e fez, inclusive, outros cursos para aprofundar mais seu conhecimento.

“Acho que trouxe um novo olhar, não só para as crianças, mas para nós também.

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105

Acho que não adianta querer ensinar o que a gente não sabe. Por isso, quis

aprender muito sobre guarda responsável para poder ensinar para meus alunos.

Trabalhei muito com meus alunos sobre humanização. Considero que não adianta

ser muito qualificado mas não ter caráter, acho que começa do pequeno para o

grande: se a criança respeita um ratinho, vai respeitar o cão, o cavalo, seu

semelhante, a sociedade, o mundo e etc. Trabalhei muito o “o mundo não é meu, eu

faço parte” em forma de leituras, redações, conversas, debates, entrevistas... O que

eu acha que mais chocou meus alunos foi o vídeo “Não matarás” do Instituto Nina

Rosa. Os alunos ficaram perplexos. Depois de cada vídeo assistido, eu debatia com

eles, acho que eles ficaram mais conscientes e humanos.”

Uma professora também relatou que, um de seus alunos de

aproximadamente 4 anos, desabrochou uma paixão tão grande por animais que

adotou um da rua. Ao levar para casa, seu tio chutou o animal. A criança ficou muito

sentida, passou o dia nervoso, emburrado, até pegarem o cão de volta.

Outra professora acha que tudo que foi passado foi de extrema relevância

para a turma e para ela. “Passei a ter um novo olhar, despertou o que eu achava

que não tinha dentro de mim com relação aos animais e ao meio ambiente. Eu

nunca tive animais de companhia em casa e não tinha muito contato com os de

outras pessoas. Ao assistir os vídeos e acompanhar os trabalhos feitos pelos alunos

sobre os vídeos, minha consciência também foi despertada com relação aos

sentimentos dos animais e, também, por seus comportamentos. Os alunos nunca

tinham ouvido falar em cuidados com as ninhadas, relação de amor entre homens e

animais, entre outros temas discutidos. Eles e eu, nunca tínhamos atentado para os

sentimentos dos animais. Os alunos, mesmo sendo muito bagunceiros, me

surpreenderam com a motivação e participação nas discussões sobre os animais.

Levantaram situações do dia a dia sobre como os pais tratam seus animais e

disseram que iam falar com os pais para não terem determinadas atitudes com seus

animais de companhia porque eles aprenderam que tais atitudes eram erradas, que

os animais também têm sentimento. O projeto ampliou a visão crítica dos alunos e

minha também, não só como profissional, mas como ser humano.”

Na opinião de uma funcionária da escola, o projeto foi muito bom, sempre

gostou de animais. “Fiquei muito satisfeita de poder estudar sobre os animais e

ainda passar isso para as crianças.”

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Uma outra funcionária disse que quando começou a trabalhar na escola

começou a gostar dos animais por influência da diretora. “Antes, eu via um cão, por

exemplo, como um simples cão, hoje já tem outra visão sobre os animais.” Ela

arranjou um cão para melhorar a saúde e responsabilidade de sua filha de 4 anos. A

filha aprendeu a cuidar do seu cão e ficou mais responsável. “Gostei muito de ter

feito o curso de capacitação, antes até batia nos cães. Hoje, ampliei a visão sobre os

cuidados com os animais e espero que nos próximos anos possa fazer um trabalho

melhor e com mais alunos. Sei que tem muitas crianças que ainda precisam ter suas

consciências despertadas.”

De modo geral, com os alunos das professoras, elas acham que: “o objetivo

de despertar a consciência para os cuidados com os animais foi atingido com raras

exceções.”

2- O que vocês acharam da participação dos alunos nos projetos? Sentiam que

eles estavam envolvidos e interessados?

“Consideramos uma pena que não foram todos os alunos (de outros

professores) que participaram. Muitos alunos pediam para acompanhar as aulas do

projeto. Alguns desses alunos assistiram a alguns vídeos e fizeram algumas tarefas

e prepararam peças de teatro com as funcionárias.”

“Nós (professoras) não sentimos resistência por parte dos alunos com relação

aos temas abordados. Mas, algumas poucas crianças, pareciam apáticas,

parecendo que o que estava sendo discutido não fazia parte de suas realidades.”

“Acreditamos que cerca de 90% dos alunos aderiram bem a idéia. Pôde-se

observar que começaram a se preocupar com o destino do lixo e chamar a atenção

dos colegas que não jogavam seus lixos no lixo. Entre os alunos menores a questão

do lixo foi muito forte.”

“Por Visconde de Mauá ser muito próxima da natureza e a maioria das

crianças ter animal de companhia, os temas abordados são parte do cotidiano

deles.”

“Consideramos que a participação e interesse dos alunos no projeto educativo

foi muito boa.”

Comprovando o interesse observado através do grupo focal com as crianças.

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3- Vocês notaram alguma diferença no comportamento das crianças?

“Achamos que foi pouco tempo para notarmos alguma mudança. Mas

achamos que eles ficaram mais receptivos e críticos com o que acontece ao seu

redor: alguns alunos pararam de usar marcas de shampoo que fazem teste com

animais; pessoas que maltratam os animais não são mais queridas por eles; querem

adotar e ajudar cães abandonados, etc.”

“Na roda de conversas, um aluno de 7 anos, contou que seu cão se feriu

porque pisou no caco de vidro e reclamou que isso só aconteceu porque as pessoas

ainda jogam lixo na rua, demonstrando que já pensa no meio ambiente de forma

integrada.”

4- Vocês acham que darão continuidade ao trabalho desenvolvido?

“Nós já estamos pensando como vamos fazer, apesar de que algumas de nós

terá que começar do zero com turmas de outros professores que não participaram

do projeto. Com as turmas que participaram será mais fácil, pois teremos apenas

que dar continuidade.”

“Por exemplo, a turma do pré II trabalhou sobre os animais, então a

professora do 1º ano vai começar trabalhando com os nomes dos animais, vai

passar músicas, vídeos, livros e fazer teatro, tudo voltado para os animais.”

“Queremos desenvolver um projeto com a escola toda, fazer parcerias com outros

órgãos e escolas.”

“Queremos, também, trabalhar com reciclagem, alimentação saudável,

destino adequado do lixo e meio ambiente.”

Sugerindo que o interesse pelos animais também está maior entre

professoras e funcionárias, além das crianças, como foi observado anteriormente.

5- Qual a principal lição que vocês vão levar para a vida de vocês?

“Que temos que nos envolver mais, deixar de ser omisso. Temos que mudar

nossa visão como educador, pensar em um projeto social na escola. Temos que

fazer nossa existência nesse mundo valer a pena, fazer alguma diferença. Se cada

um fizer um pouco teremos um grande resultado.”

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108

Uma professora disse que reparou como é importante a integração, a

interdisciplinaridade.

“Não devemos desvalorizar o trabalho formiguinha, de pouco em pouco,

muitas pessoas serão conscientizadas.”

Uma professora disse ter aprendido a cuidar direito dos animais: “não é só alimentar,

ter que exercer a guarda responsável, não podemos só pensar por nós, temos que

pensar por todos, nós fazemos parte do todo. Temos que mudar as nossas atitudes.

Como educadores, temos um monte de sementes nas mãos e temos que saber

como plantar essas semente. No curso de capacitação, recebemos um monte de

sementes, mas o que vamos fazer com essas sementes? Transformar em um

jardim? Ou vamos guardar e esquecer? Temos que fazer da nossa sala de aula um

canteiro e saber que essas sementes vão crescer e gerar flores que vão gerar

outras sementes e vão continuar o processo.”

“Minha maneira de ensinar mudou”. Ela vai inserir os animais (suas

necessidades e importância) no meio ambiente.

“Não vejo mais as crianças brincando com estilingue.”

“As crianças não gostam mais de passarinho em gaiola, preso, gostam de

admirá-los soltos.

“Incrível que as crianças aprendem na escola, levam para casa o que

aprenderam e depois me dizem que notaram mudança da família com seus animais

de companhia”.

6- Críticas/ dificuldades/ sugestões?

“A maior dificuldade foi com relação ao tempo, é difícil não passar o conteúdo

programático para inserir diferentes assuntos, por mais importante que eles sejam.

Tentamos fazer com que o assunto fosse interdisciplinar, mas acaba que para

chegar aos animais tem que abrir um leque maior na discussão, o que acaba

demandando mais tempo, sobrecarregando o final do ano. O ideal seria começar a

trabalhar no inicinho do ano”.

“Outra dificuldade foi com relação à internet. O acesso na região é precário e

nem todas nós temos computador em suas casas. O ideal seria que o material do

curso de capacitação fosse impresso.”

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“Achamos que deveríamos ter feito um planejamento em conjunto antes de

começarmos a intervenção, acabou ficando trabalhos isolados e individuais de cada

turma. Seria melhor que os trabalhos com as turmas fossem linkados e programados

com a sua visita (da mestranda). Nós não nos organizamos direito e, se tivéssemos

nos organizado melhor, não comprometeria o cronograma.”

“Também queríamos mais encontros e que esses fossem mais extensos com

você (a mestranda), apesar de sabermos que tivemos e temos pouco tempo para

isso.”

Elas demonstraram grande receio por conta da “Ação Social”, consideravam

que não tinham agradado, devido à desorganização do evento. No entanto, o

resultado do evento foi super positivo com uma grande participação dos alunos e

das próprias professoras e funcionárias, inclusive das professoras que não fizeram o

curso de capacitação, demonstrando que houve um aumento do interesse de toda a

escola quanto aos animais.

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CONCLUSÃO

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111

6 CONCLUSÃO

- A mobilização de professores foi um ponto fundamental para o desenvolvimento do

projeto educativo. A participação das professoras foi importante já que adquirindo

um conhecimento prévio e ficando familiarizadas com os temas, elas estariam mais

preparadas para trabalharem com seus alunos. Desenvolver a aprendizagem dos

alunos em relação aos temas propostos foi o aspecto mais relevante na etapa que

coube aos professores;

- Houve uma grande receptividade e participação ativa de alunos e professores

frente ao trabalho desenvolvido o que foi fundamental para o resultado positivo do

projeto;

- A não adesão dos outros professores e funcionários poderia ser contornada caso

houvesse uma melhor conexão de internet na região e, também, maior flexibilidade

no horário da mestranda (para poder acompanhá-los em horários alternativos ao

grupo) e dos próprios professores;

- É possível desenvolver trabalhos educativos com qualidade sem onerar o

município;

- A educação continuada nas escolas com estes temas torna-se necessária com a

inclusão destes temas abordados no projeto no currículo escolar dos alunos do

ensino fundamental;

- É fundamental facilitar o acesso aos serviços de atenção veterinária para toda a

população do município para aumentar os índices de esterilização, vacinação

espécie-específica e os níveis de BEA;

- Um único semestre de intervenção, foi pouco para provocar muitas mudança

estatisticamente significante no comportamento da maioria das crianças que

participaram do projeto educativo, reforçando a idéia de que o projeto deve ter

caráter contínuo, principalmente por objetivar mudanças de atitude;

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- Apesar de não ter muitas mudanças estatisticamente observáveis, pode-se notar

pelos comentários das crianças tanto no questionário, quando foram questionadas

sobre o que aprenderam no projeto educativo, quanto no grupo focal, que elas

ficaram mais conscientes acerca da guarda responsável e estreitaram seus laços

com os animais de companhia. Essa observação foi endossada pelo grupo focal

com as professoras e funcionárias;

- A percepção da mudança de atitudes das crianças pelos seus respectivos

responsáveis (observado através das respostas dados por estes aos questionários)

reforça que realmente as crianças se tornaram mais conscientes sobre os cuidados

com animais;

- As mudanças de atitudes dos responsáveis na fase 2, sugere que os assuntos

discutidos com os alunos na escola durante o projeto educativo foram, também,

discutidos em suas residências, atingindo um dos objetivos do projeto, que as

crianças fossem multiplicadoras e sensibilizadoras;

- Pelo grupo focal realizado com as professoras, notamos que o curso de

capacitação foi eficaz no treinamento e na sensibilização das mesmas para o

desenvolvimento do projeto. E, de acordo com o ponto de vista delas, muitas

mudanças nas atitudes das crianças para com os animais foi alcançada;

- O projeto foi fundamental para dar início à discussão da guarda responsável na

escola, tornou os alunos mais críticos e conscientes;

- Mesmo os alunos e professores que não fizeram parte do projeto educativo,

estavam envolvidos com os temas e demonstraram um crescente interesse pelos

animais, o que pode ser observado tanto através dos questionários quanto pela

participação deles na Ação Social”;

- Para alcançar resultados mais consistentes, é necessário o desenvolvimento de

um maior número de atividades voltadas para a área de interesse e focar em

atividades específicas para obtenção de resultados específicos.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A

Entrevista com adulto Data: ____/_____/________ Número da visita________ Etapa_____ Nome do entrevistado:_______________________________________ Sexo:_______ Endereço:_______________________________________________________Telefone:_____________ Parte A 1Qual o nome da criança?_____________________________________________________ 2 Qual a série e escola da criança? _____________________________________________ 3 Qual o seu parentesco com a criança?___________________________________________ 4.Quantos animais de cada espécie e sexo você possui?Canino macho ( ); Canino fêmea ( ); Felino macho ( ); Felino fêmea ( ) 5. Sua família já teve outros animais no passado? ( ) Sim ( ) Não 6 Com relação aos seus animais anteriores, eles foram: ( ) Dados para outra pessoa ou abrigo cuidar; ( ) Abandonados; ( ) Sacrificados por um membro da família; ( ) Todos tiveram morte natural ou foram eutanasiados por um MV ( ) outros (qual) 7 Porquê? ___________________________________________________________________________ 8 Porque você tem animal em casa?_________________________________ ____________________________________________________________________________________ Parte B Marcar as respostas de acordo com a numeração a seguir: 1- Nunca 2- Algumas vezes 3- Sempre 4- Não sabe 9 A criança trata o (s) outro (s) animal (s) da mesma forma que trata o (s) meu (s) animal (s)?____ 10 A criança faz companhia para o animal?____ 11 A criança tem um bom relacionamento com seu animal?___ 12 A criança age de forma carinhosa com seu animal?____ 13 A criança demonstra responsabilidade com seu animal?___ 14 A criança brinca com seu animal?____ 15 A criança tem medo de animais?_____ 16 A criança é rude com os animais?____ 17 A criança machuca os animais quando está na companhia de outra pessoa ou em grupo?_____ 18 A criança machuca os animais quando está sozinha?_____ 19 A criança demonstra prazer quando machuca os animais?______ 20 A criança se incomoda quando vê alguém maltratando os animais?_______ 21 Você acredita que a criança já pode ter maltratado um animal secretamente?_____ 22 A criança demonstra preocupação sobre sofrimento animal?______ 23 Você concorda e apresenta atitudes semelhantes à criança? ( ) Sim ( ) Não 24 Porquê?__________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ 25 O que você acha que poderia ser feito para melhorar a relação da sua família com seu (do vizinho ou de familiares) animal?______________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Parte C 26 Seu animal passa a maior parte do tempo: ( ) dentro de casa ( ) solto no quintal ( ) solto na rua ( ) preso (corrente/ canil) 27 Caso o animal fique no quintal: há algum abrigo (casinha) disponível para ele? ( ) Sim ( ) Não 28 Onde seu animal dorme?__________________________________________________ 29 O que o seu animal come?_________________________________________________ 30 Quantas vezes ao dia o seu animal come?_____________________________________

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31 Você considera a quantidade e a qualidade da alimentação do seu animal satisfatória? ( )Sim ( )Não 32 O que você acha que poderia mudar?____________________________________________________ 33 Com que frequência é fornecida água para o seu animal?_________________________ 34 Você diria que seu animal é para você: ( ) Extremamente importante ( )Muito importante ( )Importante ( ) Não muito importante ( ) Nada importante 35 Quanto tempo por dia, você e sua família passam com o animal? (brincando, acariciando) __________________ 36 Como você julga o estado geral de saúde do seu animal? ( ) Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim 37 Quando o seu animal está doente, o que é feito? ( ) Ele é levado para o veterinário imediatamente ( ) As vezes ele é levado ao veterinário ( ) Ele nunca é levado ao veterinário 38 Porquê?__________________________________________________________________________ Parte D 39 Você leva seu animal ao veterinário para vaciná-lo? ( ) Sim; ( ) Não; ( )Raramente 40 Você o vacina nas campanhas contra raiva? ( ) Sim; ( ) Não; ( )Raramente; ( ) Vacinado no MV 41 Seu animal é castrado? ( ) Sim; ( ) Nâo 42 Você acha importante castrar os animais? ( ) Sim ( ) Não 43 Você acha que os animais podem transmitir doenças para os homens? ( ) Sim ( ) Não 44 Você acha que se melhorar a saúde dos animais é possível melhorar também a saúde da sua família/ comunidade? ( ) Sim ( ) Não 45 Você acha necessário bater no animal para educá-lo? ( ) Sim ( ) Não 46 Você acha que os animais sofrem/ sentem dor? ( ) Sim ( ) Não 47 Você acha que maltratando um animal, uma criança ou um adulto podem desenvolver agressividade com outras pessoas? ( ) Sim ( ) Não ( ) Geralmente 48 Você acha que se a convivência de uma família com o animal é boa a convivência entre os membros desta mesma família também é? ( ) Sim ( ) Não 49Você acha que um animal ajuda a criança a aprender a ser mais sensível com outras pessoas? ( ) Sim ( ) Não 50 O seu animal te faz mais feliz? ( ) Sim ( ) Não 51 Descreva, em uma frase, a relação do seu animal com a sua família: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Parte E Comentários sobre a entrevista e observações gerais:_______________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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APÊNDICE B

Entrevista com criança Data: ____/_____/________ Número da visita________ Etapa_____ Nome do entrevistado:_________________________________________Sexo:_____ Idade:________ Série ______________Nome do professor:_________________________________________________ Endereço:____________________________________________________________________________ Parte A 1 Quantos animais você tem?_________________________________________________ 1 Você teve outro (s) animal (is) no passado? ( ) Sim ( ) Não 3 Quem, na sua casa é responsável pelo animal? (alimentar, limpar, levar no veterinário) ____________________________________________________________________________________ 4 Marque quando for verdadeiro: ( ) Eu dou banho no meu animal; ( ) Eu alimento meu animal; ( ) Eu levo meu animal ao veterinário; ( ) Eu faço carinho e brinco com meu animal; ( ) Eu levo meu animal para passear; ( ) Eu limpo as fezes e urina do meu animal. 5 Quanto tempo, por dia, você passa brincando com seu animal? _________ (pouco, muito) 6 Você tem medo do seu ou de outros animais? ( ) Sim ( ) Não ( ) Alguns 7 Qual (is) e por quê?__________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ 8 Você trata o seu animal e o de outras pessoas com respeito e carinho? ( ) Sim ( ) Não ( ) Geralmente 9 Seu animal te faz mais feliz? ( ) Sim ( ) Não 10 Você acha que seu animal é feliz? ( ) Sim ( ) Não 11Como você considera a sua relação com o seu animal: ( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Muito ruim 12 Como você considera a relação da sua família com o seu animal: ( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Muito ruim 13 O que você acha que poderia ser feito para melhorar a sua relação e da sua família com o seu animal?_____________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Parte B • Marcar as respostas como “Concordo” (C) ou “Discordo” (D):

o 14 O que você espera do seu animal? A- Eu espero que meu animal me faça companhia:_______ B- Eu espero que meu animal esteja sempre ao meu lado:________ C- Eu espero que meu animal me faça me sentir melhor quando estou triste:______ D- Eu espero poder conversar com meu animal:________ E- Eu espero que meu animal me ame:________ F- Eu espero acariciar e abraçar meu animal:_______ G- Eu espero que meu animal me faça rir e me divertir:______ H- Eu espero que meu animal seja um assunto interessante quando converso com meus amigos:________ I- Eu espero brincar com meu animal:_______ J- Eu espero que meu animal me proteja:______ o 15 Todas as suas expectativas são correspondidas? ( ) Sim ( ) Não o 16 O que você acha que seu animal espera de você?_______________

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________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ o 17 Você corresponde às expectativas do seu animal? ( ) Sim ( ) Não o 18 Você concorda ou discorda das afirmações a seguir? A- Meu animal é como se fosse da família:______ B- Eu acho que os animais deveriam ter os mesmos direitos que os demais membros da família:_______ C- Eu divido minha comida com meu animal:_____ D- Meu animal sabe quando estou triste e tenta me confortar:______ E- Em muitas situações, meu animal é o melhor amigo que eu tenho:_____ F- Tem momentos que, se não fosse pelo meu animal, eu me sentiria sozinho:_____ G- Eu e meu animal assistimos televisão juntos:_____ H- Eu e meu animal dormimos juntos:_____ I- Eu gostaria que meu animal dormisse junto comigo:_____ J- Eu gosto do meu animal por que ele nunca me julga/ fala mal de mim:_______ K- Eu aviso aos meus pais quando acho que meu animal precisa ir ao veterinário:______ L- Eu sinto saudade do meu animal quando viajo ou não estou em casa:______ M- Eu acho necessário bater no animal para educá-lo:_____ N- Eu acho que os animais devem ficar sempre presos em uma corrente:______ O- Eu não gosto de animais:_____ P- Eu acho engraçado quando vejo alguém maltratando um animal:_____ Q- Eu recrimino quando vejo alguém maltratando um animal:______ R- Eu gosto de fazer brincadeiras que machuquem animais:_______ S- Eu acho que os animais não sentem dor ou sofrem:____

T- Eu acho que os animais não podem transmitir doenças para mim ou minha família:______ U- Eu trato o meu animal da mesma forma que todos os membros da minha família:______ Parte C 19 O que seu animal significa para você?___________________________________________________ ____________________________________________________________________________________

Parte D Comentários sobre a entrevista e observações gerais:_______________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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APÊNDICE C

Ficha Clínica Data: ____/_____/________ Número da visita________ Nome do entrevistado:_________________________________________________ Endereço:____________________________________________________________________________ Nome do animal __________________ Raça :___________ Porte ( ) P ( ) M ( ) G Sexo: _______ Espécie: _______ Idade:_________ Esterilizado: ( ) Sim ( ) Não

Exame Clínico - Condições de saúde: - Condições físicas: - Condições corpóreas: 1.( ) Normal 1.( ) Saúde normal 1.( ) Normal 2.( ) Anormal 2.( ) Doença branda 2.( ) Magro 3.( ) Doença severa 3.( ) Caquético 4.( ) Doença severa crônica 4.( ) Obeso - Mucosas: - Desidratação: - Comportamento - Atividade 1.( ) Normocoradas 1.( ) Sim: %______ 1.( ) Depressão 1.( ) Sanguíneo 2.( ) Hipocoradas 2.( ) Não 2.( ) Alerta 2.( ) Linfático 3.( ) Hiperêmicas 3.( ) Agressividade 4.( ) Congestas 4.( ) Medo 1.Palpação: Sistema Músculo esquelético: ( ) Sem alteração ( ) Alterado_____________________________________ Sistema urinário: ( ) Sem alteração ( ) Alterado____________________________________________ Sistema digestório: ( ) Sem alteração ( ) Alterado______________________________________________ Sistema Reprodutivo: ( ) Sem alteração ( ) Alterado____________________________________________ Sistema Respiratório: ( ) Sem alteração ( ) Alterado____________________________________________ 2. Nariz/olhos/orelhas( ) Normais ( ) Alterados_______________________________________________ 3. Boca: ( ) Normal ( ) Alterada____________________________________________________________ 4. Pele/pêlos: ( ) Normais ( ) Lesões________________________________________________________ 5. Feridas: ( ) Não ( )Sim_________________________________________________________________ 6. Cicatrizes: ( )Não ( )Sim Local:___________________________________________________________ 7. Ectoparasitas: ( ) Sim ( ) Não _________________________________________________ Outras observações: ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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APÊNDICE D

Este projeto tem como objetivo divulgar conceitos de guarda responsável, bem-estar animal, controle de zoonoses e sanidade ambiental. Ao responder a esse questionário você estará contribuindo para a coleta de dados sobre os temas citados.

Caso participe, você poderá ter acesso a todas as informações e dados que resultarem desta pesquisa. Informamos que seu nome será mantido em sigilo para evitar qualquer preocupação em relação às respostas que serão dadas.

Eu,______________________________________, li o esclarecimento acima e compreendi para que serve o procedimento a que serei submetido. A explicação que recebi esclarece os benefícios do estudo.

Data:__/__/____