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Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial 1 Formulário para Proposta PET/UNESP-2011 Programa de Educação Tutorial UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” 1. Introdução 1.1. Identificação da Proposta Edital: PET 2011 – Edital nº 01 Campus Experimental de Ourinhos Tutor: Nelson Rodrigo Pedon Formação: Graduado e Doutor em Geografia E-mail: [email protected] Telefones: (14) 9710-3600 (pessoal) - (14) 3302-5715 (institucional) 2. Justificativa para a formação do grupo O Programa Especial de Treinamento (PET) constitui uma modalidade de investimento no Ensino Superior que visa incentivar alunos de forma diferenciada, propiciando-lhes condições para a realização de atividades extra-curriculares que favorecem a sua formação acadêmica, viabilize uma melhor integração ao mercado profissional e estimule o desenvolvimento de estudos em programas de pós-graduação. Sua organização se dá por meio da formação de grupos tutoriais de aprendizagem e busca propiciar aos alunos, sob a orientação de um professor tutor, o desenvolvimento de conhecimentos por meio de um conjunto programado

Formulário para Proposta PET/UNESP-2011 · preenchida na primeira chamada e na lista de espera. No que se refere à situação das matrículas no segundo semestre de 2010, das 315

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Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

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Formulário para Proposta PET/UNESP-2011

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Programa de Educação Tutorial

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

1. Introdução

1.1. Identificação da Proposta

Edital: PET 2011 – Edital nº 01

Campus Experimental de Ourinhos

Tutor: Nelson Rodrigo Pedon

Formação: Graduado e Doutor em Geografia

E-mail: [email protected]

Telefones: (14) 9710-3600 (pessoal) - (14) 3302-5715 (institucional)

2. Justificativa para a formação do grupo

O Programa Especial de Treinamento (PET) constitui uma modalidade de

investimento no Ensino Superior que visa incentivar alunos de forma diferenciada,

propiciando-lhes condições para a realização de atividades extra-curriculares que

favorecem a sua formação acadêmica, viabilize uma melhor integração ao

mercado profissional e estimule o desenvolvimento de estudos em programas de

pós-graduação. Sua organização se dá por meio da formação de grupos tutoriais

de aprendizagem e busca propiciar aos alunos, sob a orientação de um professor

tutor, o desenvolvimento de conhecimentos por meio de um conjunto programado

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de atividades baseadas no princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa

e extensão.

Segundo Cassiani, (et al., 1988), o PET foi idealizado no final da década

de 1970, pelo Prof. Cláudio de Moura Castro, ex-diretor geral da Coordenadoria

de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPEs, e teve como modelo

as experiências na Faculdade de Ciências Econômicas – FACE, da Universidade

Federal de Minas Gerais, e os Honors Programs, programa presente em algumas

universidades norte-americanas que têm como objetivo auxiliar os estudantes a

desenvolverem métodos de pensamento e conhecimento intelectual por meio da

pesquisa, servindo como um início de investigação em nível de pós-graduação, e

promovendo um “ambiente estimulante e desafiador para a aprendizagem geral e

participação em colóquios e cursos multidisciplinares” (CASSIANI et. al., 1998:

64).

Ao longo de três décadas de existência, o PET manteve o objetivo de

formar profissionais de alto nível para todos os segmentos do mercado de

trabalho, com destaque para a carreira universitária e a pós-graduação. De

acordo com a normatização do MEC/Sesu, o PET tem como objetivo:

• Desenvolver atividades acadêmicas em padrões de qualidade e de

excelência, mediante grupos de aprendizagem tutorial de natureza coletiva

e interdisciplinar;

• Contribuir para a elevação da qualidade da formação dos estudantes de

graduação, da diminuição da evasão e promoção do sucesso acadêmico,

valorizando a articulação das atividades de ensino, pesquisa e extensão;

• Promover a formação de profissionais e docentes de elevada qualificação

acadêmica, científica, tecnológica e cultural;

• Formular novas estratégias de desenvolvimento e modernização do ensino

superior no país;

• Estimular o espírito crítico, bem como a atuação profissional pautada pela

ética, pela cidadania ativa e pela função social da educação superior;

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• Estimular a vinculação dos grupos a áreas prioritárias e a políticas públicas

e de desenvolvimento, assim como a correção de desigualdades sociais,

regionais e a interiorização do programa.

Com base nesses objetivos, busca-se formular um proposta para a

implementação de um grupo PET no curso de Geografia da UNESP – Campus

Experimental de Ourinhos, seguindo os seguintes princípios: formação acadêmica

integral, interdisciplinaridade, atuação coletiva, interação contínua junto à

comunidade, respeito à diversidade e valorização da ética profissional.

Os objetivos propostos estão articulados com a proposta do PET, uma vez

que este não busca somente a formação de pesquisadores a partir do

envolvimento de alunos de graduação em projetos de pesquisa, tal como é

característica de programas de bolsas de iniciação científica, mas visa fomentar o

desenvolvimento de trabalhos científicos, do crescimento pessoal e intelectual do

aluno, propiciar o exercício de atividades planejadas em grupos e a integração

com docentes e discentes, caracterizando-se, deste modo, um grupo tutorial.

De acordo com o MEC/Sesu e a PROGRAD/UNESP, há cerca de 430 grupos

PETs distribuídos em mais de 75 Instituições Ensino Superior no território

nacional. Desses, aproximadamente, 153 estão implantados em IES da região

Sudeste. Na UNESP há 30 grupos PETs distribuídos em 08 áreas do

conhecimento, tal como ilustra a figura 01.

No Brasil, há um total de 19 grupos PETs em cursos de graduação em

Geografia, desse total, 05 estão na região Sudeste, contudo, 03 deles no estado

do Rio de Janeiro. Na região sudeste, as IES que possuem grupos PETs em

Geografia são: Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Federal do de

Janeiro, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Pontifícia Universidade

Católica – Rio de Janeiro Universidade Estadual Paulista. Há somente um grupo

PET inserido em um curso de graduação em Geografia no estado de São Paulo,

o PET-Geografia da UNESP – Campus de Rio Claro (vide figura 02).

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Figura 01:

Fonte: MEC/Sesu, 2011 e PROGRAD/UNESP, 2011. Org.: Nelson Rodrigo Pedon

Mesmo considerando que o curso de graduação em Geografia seja aquele

que possui um dos maiores números de grupos PETs implementados em cursos

de graduação, esta breve descrição demonstra a irregularidade na distribuição

destes, sobretudo, na região Sudeste.

Figura 02:

Fonte: MEC/Sesu, 2011 e PROGRAD/UNESP, 2011. Org.: Nelson Rodrigo Pedon

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A presente proposta de implantação de um grupo PET/UNESP no curso de

Geografia do Campus Experimental de Ourinhos encontra-se em conformidade

com as normas legais instituídas pela lei 11.180/2005, reunidas na publicação

“Programa de Educação Tutorial - Manual de orientações básicas – 2006”, de

autoria do Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Superior –

SESu/Departamento de Modernização e Programas da Educação

Superior/Coordenação Geral de Relações Acadêmicas de Graduação, e pelas

portarias MEC/SESu que definem as bases do Programa, em especial, a de

número 976 de 27 de julho de 2010. Ao mesmo tempo, busca-se alinhar esta

proposta com o Plano de Desenvolvimento Institucional da UNESP e ao Projeto

Pedagógico do curso de graduação em Geografia da UNESP – Campus

Experimental de Ourinhos.

Todos os componentes que constituem essa proposta resultam de um

processo de consulta aos docentes do curso e aos documentos oficiais que

balizam sua estrutura e funcionamento. Buscou-se reunir um conjunto de

informações essenciais que, em conjunto, corrobore com o objetivo de melhor

qualificar a presente proposta no que se refere às suas ações, com especificação

dos objetivos e das ações.

De forma objetiva, esta proposta busca propiciar aos alunos as condições

que viabilizem a realização de atividades extracurriculares complementares à sua

formação acadêmica sob a orientação de um professor que cumpre a função de

tutor. Esse processo visa atender às necessidades já existentes do curso de

graduação em Geografia, ao mesmo tempo em que amplia e aprofunda os

objetivos e os conteúdos programáticos que integram sua grade curricular,

assentado no princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

As atividades propostas têm como objetivo garantir aos alunos bolsistas e

não bolsistas oportunidades de vivenciar experiências que vão além da estrutura

curricular convencional, tendo em vista uma completa formação acadêmica, tanto

para a integração ao mercado profissional do geógrafo quanto do professor de

Geografia, assim como, para a continuidade de seus estudos no nível de pós-

graduação. Esse compromisso de formar integralmente o aluno, abarcando todas

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as dimensões que envolvem o processo de formação para o mundo do trabalho e

da pesquisa, busca qualificá-lo como pessoa autônoma, consciente de seus

direitos e deveres, reconhecendo-se como membro da sociedade e valorizando

seu patrimônio cultural.

O curso de Geografia da Unidade de Ourinhos conta, atualmente, com 7

turmas, sendo 2 no período diurno e 5 no período noturno. Com a abertura de 45

(quarenta e cinco) vagas para o período diurno, a relação candidato/vaga

diminuiu, contudo, a quase totalidade das vagas oferecidas no vestibular é

preenchida na primeira chamada e na lista de espera.

No que se refere à situação das matrículas no segundo semestre de 2010,

das 315 matrículas, 24,44% estavam ociosas, percentual que corresponde às

transferências expedidas e matrículas canceladas, conformando um quadro

relativamente sério de evasão. Com relação ao aproveitamento das turmas, a

média para 2010 foi de 86,97%. Esse percentual comparado aos anos de 2007 e

2008 vem representando uma queda no aproveitamento dos alunos, o que

configura, também, um quadro indesejável de repetência dos alunos.

Tem-se observado que o perfil dos alunos também vem se alterando, com

uma perceptível queda no rendimento das salas, principalmente as do período

diurno. Tal fato tem suscitado grande preocupação e discussão entre os

docentes, com o intuito de conseguirmos reverter ou dirimir esse novo quadro.

Há, entre as propostas para reverter este quadro, a possibilidade da viabilização

de cursos de extensão na área de leitura e interpretação de texto e em

matemática básica.

Dessa forma, a implantação do PET – Geografia atuaria no sentido de

reverter o quadro exposto. Ao desenvolver ações de ensino, pesquisa e extensão,

de maneira articulada, permite-se uma formação global, tanto do aluno bolsista

quanto dos demais alunos do curso, proporcionando uma compreensão mais

integradora, ao mesmo tempo a multiplicidade de experiências contribui para

reduzir os riscos de uma especialização precoce. No que tange à área específica

da Geografia, esta proposta visa contemplar um conjunto de experiências que

deverá destacar, frente aos conhecimentos prévios dos alunos, um amplo campo

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de aplicabilidade da ciência geográfica, mostrando o seu desenvolvimento sócio-

histórico e o seu processo de construção como ciência, buscando, uma concreta

compreensão dos conceitos correntes nos estudos geográficos. Tal como prevê o

Projeto Político Pedagógico do curso, um dos elementos estruturantes do curso

de graduação em Geografia é a concepção de conhecimento científico que o

egresso do curso deve ter, concebendo-o como patrimônio da humanidade,

devendo ser aplicado em seu benefício, sobretudo na preservação do patrimônio

natural e cultural da sociedade.

3. Envolvimento institucional com o desenvolvimento da proposta

3.1 Diagnóstico institucional.

O curso de graduação em Geografia do Campus Experimental de Ourinhos

foi implantado em agosto de 2003 e resulta do programa de expansão de vagas

das universidades públicas, por meio do convênio entre o Governo do Estado de

São Paulo, a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP e

as Prefeituras Municipais. Estabelecida essa parceria, a cidade de Ourinhos foi

um dos municípios paulistas escolhidos para sediar uma das oito Unidades

Diferenciadas, atualmente, denominadas Campus Experimentais.

Uma nova estrutura curricular foi aprovada pela Câmara Central de

Graduação da UNESP, através da Resolução UNESP Nº. 76, de 16 de dezembro

de 2004, e seus efeitos foram implantados para todas as turmas, já que não

haviam sido feitas alterações muito profundas nos dois primeiros semestres do

curso. A implantação do Projeto Político-Pedagógico vem sendo conduzida pelo

Conselho de Curso, que se reúne ao menos uma vez por mês para análise das

atividades realizadas, para o levantamento das necessidades e a discussão das

questões específicas relacionadas ao curso. Atualmente, o responsável pela

Coordenação Executiva da Unidade é o Prof. Dr. Paulo Fernando Cirino (2009-

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2013) e a Coordenação do Curso Profª. Drª. Fabiana Lopes da Cunha (2009-

2011).

A construção do campus atual foi finalizada em agosto de 2005.

Construído em três blocos, o prédios oferecem estrutura para o setor técnico-

administrativo, salas para Coordenação Executiva e docentes, Auditório com

capacidade para 110 pessoas, Biblioteca, 4 salas de aula, 7 laboratórios

(Geografia Humana- 1 sala; Geologia, Geomorfologia e Pedologia - 1 sala;

Climatologia - 1 sala; Hidrologia - 1 sala; Geoprocessamento – 1 sala; Cartografia

- 1 sala e Informática - 1 sala, além de 1 sala para grupo de pesquisa

(CEDOM/MEMPHIS), duas salas para grupos de estudos e centros de pesquisa

(CARTGEO e CENPEA), uma sala para o Núcleo de Ensino, uma sala para o

Centro Acadêmico e uma sala para o Cursinho Pré-Vestibular. Recentemente, no

ano 2009, foi construída a Área de Convivência, que possui área de 50 m² e

abriga a Cantina do Campus e a sede da Associação Atlética. O prédio também é

utilizado também pelo CREF (Centro de Referência do Ensino Fundamental),

órgão da Prefeitura Municipal de Ourinhos.

Atualmente, o Campus Experimental de Ourinhos conta com 14

professores assistentes doutores em Regime de Dedicação Integral à Docência e

à Pesquisa (RDIDP), que ministraram, em média, carga horária de 8 a 12

horas/aula semanais nos dois semestres letivos. Além destes docentes, a

Unidade conta com 03 professores substitutos, contratados a partir de concurso

público por um semestre letivo, com carga horária semanal de 24 horas. Para

completar o quadro de docentes efetivos, o curso de Geografia irá realizar 03

concursos públicos até o final de 2011, aumentando para 17 o número de

professores assistentes doutores em RDIDP.

O corpo técnico e administrativo que dá suporte às atividades de ensino,

pesquisa e extensão universitária é composto por 21 servidores, unções vagas (a

contratar): 02 Assistentes Administrativos II; 01 Assistente Operacional II; 02

Assistentes de Informática II; 01 Analista de Informática II e; 01 Motorista.

De acordo com seu Projeto Político Pedagógico, o curso de Geografia do

Campus Experimental de Ourinhos tem como objetivo fundamental oferecer uma

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formação condizente com a atuação do geógrafo, de modo a lhe proporcionar um

desempenho profissional bem sucedido e eficiente, fundamentado no espírito

crítico, seja na área de ensino, como professor no ensino básico e superior, seja

na área técnica, na qual poderá exercer, como geógrafo, diversas atividades no

planejamento territorial e na gestão ambiental. Além disso, poderão exercer a

função de pesquisador em empresas e órgãos públicos e privados. Tanto o

bacharel como o licenciado deverão estar aptos a analisar as relações entre a

natureza e a sociedade na produção do espaço geográfico.

Os profissionais a serem formados deverão estar preparados para

contribuir com a solução de problemas emergentes do modelo de

desenvolvimento em vigor no país e voltados ao bem estar econômico e social da

comunidade, principalmente no âmbito regional, que deverá ser sua principal área

de atuação. Tal propósito conta com a vasta experiência da UNESP adquirida no

ensino de graduação e de pós-graduação e nas pesquisas realizadas nos cursos

de Geografia em funcionamento nas cidades de Rio Claro e Presidente Prudente.

Os objetivos do curso estão em consonância com os desejos de uma

sociedade ansiosa por um modelo de desenvolvimento que seja ambientalmente

sustentável e socialmente justo.

Para dotar o corpo discente de embasamento intelectual e de

instrumentalização compatíveis com as exigências do atual mercado, o curso

busca a formação de profissionais que:

a) Compreendam o processo histórico da produção do conhecimento

científico e suas relações com os aspectos de ordem política, cultural, social,

ética e econômica;

b) Conheçam as principais correntes teóricas do pensamento científico e

filosófico que influenciaram e marcaram a evolução da ciência geográfica;

c) Percebam e reflitam sobre a peculiaridade da ciência geográfica ser

dotada de métodos e procedimentos provenientes tanto das ciências humanas

quanto das ciências naturais e que sejam capazes de estabelecer relações

entre a sociedade e a natureza a partir de uma compreensão integrada e

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multidisciplinar dos fenômenos e processos com os quais a Geografia se

envolve;

d) Reconheçam e compreendam as distintas categorias de análise do

processo de construção da ciência geográfica, particularmente daquelas que

envolvem a organização do espaço em todas as suas dimensões e

perspectivas;

e) Demonstrem capacidade de apreensão e domínio instrumental técnico

necessário à execução de métodos geográficos para intervenção no espaço

real;

f) Conheçam as principais metodologias e técnicas de ensino da geografia

no ensino médio e fundamental, capacitando-se para descobrir formas

eficientes de transmitir aos alunos os conteúdos adquiridos durante o curso de

graduação.

3.2. Circunstâncias que favorecem a execução das ações/atividades propostas

No processo de formação profissional do discente, a articulação entre

ensino, pesquisa e extensão é de grande importância, pois permite transcender o

modelo convencional de ensino centrado na sala de aula e na pesquisa que, na

maioria dos casos, se dá desarticulada das demais dimensões de sua formação.

Essa necessidade se manifesta nos anseios dos discentes e é sentida,

informalmente, nos debates que ocorrem nas salas de aula, nas conversas de

corredores e nos bate-papos entre orientadores e orientandos. Nos debates

realizados em ocasiões planejadas para se discutir a qualificação dos discentes,

busca-se firmar compromisso com uma formação completa, não só no sentido

técnico, mas humanístico, capaz de apresentar um retorno à sociedade.

Deste modo, desde 2004, vêm sendo desenvolvendo um conjunto de

iniciativas próprias atividades de ensino, pesquisa e extensão. Essa preocupação

se reflete na própria estrutura curricular manifesta no Projeto Pedagógica do

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Curso, na qual, várias disciplinas incorporam em seus conteúdos atividades de

pesquisa e de extensão, além das atividades didáticas.

Pesquisa e extensão universitária são partes integrantes do processo

ensino-aprendizagem desenvolvidas na Unidade, assim, foram instituídas

Comissões Locais de Pesquisa, Ensino e Extensão, cada uma com atribuições

específicas, porém, seguindo as orientações do Conselho de Curso de forma

integrada.

Para apoiar e estimular essas atividades, foram planejados e implantados

um conjunto de Laboratórios Didáticos, em instalações amplas e adequadas com

os equipamentos necessários para cumprir seus objetivos. Destacamos os

Laboratórios de Geografia Humana, de Geoprocessamento, de Informática, de

Cartografia, de Geologia, Geomorfologia e Pedologia, de Hidrologia e o de

Climatologia. Para as reuniões e para as aulas, os professores dispõem de

projetores multimídias, aparelhos de DVD, aparelhos de som e vídeo-cassete e

retroprojetores em todas as salas de aula.

As atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária também são

realizadas dentro dos Grupos de Pesquisa (GP), Grupos de Estudos (GE),

Núcleos ou Centros. Até o presente momento a Unidade possui 4 Grupos de

Pesquisa registrados no CNPQ e certificados pela UNESP; 2 Grupos de Estudos

que através das linhas temáticas encontram-se vinculados ao Grupo de Pesquisa

em Planejamento e Gestão de Bacias Hidrográficas; 1 Núcleo de Ensino e 1

Centro de Documentação. Esses Grupos possuem salas próprias dentro do

campus, e estão equipados com computadores, impressoras, scanners,

máquinas fotográficas digitais, além de outros equipamentos.

O curso de Ourinhos também enfatiza a realização de trabalhos de campo

multidisciplinares, em que o aluno pode integrar, na prática, os conhecimentos

teóricos das várias disciplinas constantes na grade curricular do curso. O curso

possui uma disciplina optativa para o bacharelado e para a licenciatura específica

para o “Trabalho de Campo”, porém, eles também são promovidos por outras

disciplinas em que o aluno pode integrar, na prática, os conhecimentos teóricos

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das várias disciplinas constantes na grade curricular do curso. Em 2009, foi

realizado um total de 25 trabalhos de campo, em 2010 esse número foi de 19.

Para a realização do trabalho de campo o professor responsável elabora

um projeto, propõe leituras e discussões sobre os temas envolvidos e orienta os

alunos sobre as regras, trajeto e objetivos das atividades de campo. Ao final, o

discente deve elaborar um relatório das atividades desenvolvidas ou outra

atividade proposta pelo docente.

No que se refere às atividades de pesquisa dos alunos, destaca-se o

relevante número de trabalhos na modalidade Iniciação Científica (IC). No total, o

campus conta com 08 alunos que recebem bolsa Pibic/CNPQ e 10 da FAPESP.

Para que o aluno possa integralizar seus créditos e obter o título de Bacharel em

Geografia há necessidade da realização do Estágio Supervisionado ou Trabalho

de Conclusão de Curso (TCC), conforme previsto no Projeto Político Pedagógico

do curso. Assim, desde 2008, o curso de Geografia do Campus Experimental de

Ourinhos vem obtendo importantes resultados de pesquisa nos Trabalhos de

Conclusão de Curso defendidos pelos alunos, cumprindo o objetivo de valorizar e

incentivar a pesquisa de iniciação científica no decorrer da graduação e o

desenvolvimento de trabalhos aptos a serem divulgados. No ano de 2009 foram

finalizados e defendidos 23 (vinte e três) TCCs.

Outras atividades importantes para a integração entre o ensino, pesquisa e

extensão no processo ensino-aprendizagem são as semanas científicas, os ciclos

de estudo e os cursos extracurriculares realizados na Unidade de Ourinhos. Já se

tornou tradição as Semanas de Geografia (anuais) e os Encontros de Ensino de

Geografia (anuais), que envolvem conferências, palestras, apresentação de

trabalhos e mini-cursos. O público participante tem crescido a cada ano,

envolvendo alunos da Unidade, de outras Unidades de UNESP, de outras

instituições de ensino e professores de ensino médio e fundamental das redes

municipais e estaduais.

A inserção da Unidade na comunidade local se dá pela produção científica,

pelas atividades culturais e principalmente pelas atividades de extensão

universitária e prestação de serviços. Um conjunto importante de projetos

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encontra-se em andamento, impactando em diferentes setores da sociedade,

como a elaboração do Atlas Municipal de Ourinhos, a formação da Cooperativa

dos Catadores de Material Reciclável de Ourinhos, o Cursinho Comunitário, o

Centro de Documentação Histórica, o Projeto Colóide, os projetos do CENPEA

(Centro de Educação Ambiental), os cursos destinados à formação contínua dos

professores da Educação Básica, viabilizados pelo Núcleo de Ensino, a avaliação

de políticas públicas na área da Educação e do Desenvolvimento Agrário, os

trabalhos de intervenção nas escolas públicas por meio dos estágios

supervisionados, entre outros. Vários desses projetos recebem auxílio financeiro

da PROEX/UNESP, da FINEP, CNPQ (edital 020/2010), FAPESP e da

FEHIDRO.

O Núcleo de Ensino de Ourinhos, coordenado pela Profª. Drª Márcia

Cristina de Oliveira Mello, foi oficialmente criado em 02/07/2008 e é resultado de

um esforço coletivo dos docentes da Unidade, especialmente aqueles que se

preocupam com a educação e seus problemas. Em Ourinhos, a necessidade de

aproximação da UNESP com as escolas de Educação Básica da cidade e região,

se deu desde o contato inicial dos alunos do curso de licenciatura em Geografia

com a realidade da escola pública em 2005, quando, naquele momento a

primeira turma do curso de formação de professores de Geografia começou as

atividades de Estágio Supervisionado, portanto, bem antes da criação oficial do

Núcleo de Ensino. Atualmente o Núcleo de Ensino tem o objetivo de promover a

articulação entre a Universidade e a escola pública de Educação Básica,

favorecendo a instauração de um espaço de diálogo, que contribua para o

aprimoramento da formação docente (inicial e continuada), contando com 04

projetos que articulam pesquisa, ensino e extensão que agremiam 14 bolsistas.

Para o ano de 2011, foram aprovados 07 projetos, 04 de renovação e 03

originais, somando 24 bolsistas e um valor total financiado de R$ 78.638,00.

A revista “Geografia e Pesquisa” é um periódico semestral científico do

Campus Experimental de Ourinhos, lançado oficialmente em 28 de maio de 2008,

na ocasião da realização da IV Semana de Geografia da Unidade, em duas

versões: eletrônica (ISSN 1806-8553) e impressa (ISSN 1982-9760). Tem como

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objetivos possibilitar um meio de divulgação de trabalhos acadêmicos de cunho

geográfico e incentivar a pesquisa. A escolha pelo formato eletrônico tem como

objetivo proporcionar um acesso rápido, de ampla divulgação e baixo custo. Já a

versão impressa objetiva o acesso imediato à versão completa da edição da

revista, uma vez que a versão on-line disponibilizará os trabalhos na íntegra a

partir da edição seguinte.

Participando do “Congresso de Extensão da UNESP” desde 2005, convém

destacar o excelente desempenho da unidade pelo fato de, em pouco tempo de

existência, já obter colocações como a de primeiro lugar em 2005, com o projeto

“Cooperativas populares: a (re) qualificação do trabalho dos catadores de

materiais recicláveis de Ourinhos” e, segundo lugar em 2007, com o projeto “Nos

trilhos da memória e a memória dos trilhos: expansão e revitalização do museu

histórico de Ourinhos”.

No “5o Congresso de Extensão Universitária da UNESP”, realizado em

novembro de 2009 na cidade de Águas de Lindóia, 19 trabalhos desenvolvidos no

campus de Ourinhos foram apresentados. Atualmente, no que se refere às

Bolsas de Apoio Acadêmico e Extensão I o campus conta com 19 alunos e mais

09 com Bolsas de Apoio Acadêmico e Extensão II, ambos envolvidos em

atividades de extensão. Outro destaque na atividade de extensão é o Projeto

Cursinhos Pré-Vestibular voltado à população de baixa renda e,

preferencialmente aos alunos da rede pública. Para seu funcionamento são

utilizadas as dependências da unidade para ministrar os cursos ou salas de aula

disponibilizadas pelas prefeituras. As equipes de trabalho são compostas por

alunos de graduação, bolsistas ou voluntários, sob a coordenação de docentes

que desenvolvem toda a programação de conteúdo didático e de organização dos

cursinhos.

Atualmente o CACUO tem como responsável a Profª. Drª Andréa

Aparecida Zacharias (Vice-Coordenadora Executiva), a qual conta com o apoio

de 5 alunos/coordenadores e 27 professores para seu pleno funcionamento. O

CACU-O possui 45 vagas na turma de semana (vespertino) e 45 vagas na turma

de fim de semana (matutino). Também possui disponibilidade de plantonistas,

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além de toda infra-estrutura cedida pela PROEX, tais como: material didático

individual, data show, notebook, foto cópia, internet entre outras.

O InfOurinhos é jornal informativo lançado no mês de dezembro de 2009,

com o objetivo de divulgar as atividades de ensino, a pesquisa e extensão

universitária realizadas no Campus Experimental de Ourinhos. O jornal tem

periodicidade quadrimestral, com lançamentos previstos sempre para os meses

de abril, agosto e dezembro. Por se tratar de um informativo, encontra-se inserido

nas atividades de extensão universitária, dada sua prerrogativa de levar

informação à comunidade e sociedade sobre o curso de Geografia de Ourinhos,

ele veicula informações acerca dos fatos ocorridos tais como a realização do

“Movimento Saúde”, a comemoração da “Semana do Livro e da Biblioteca”, o

desempenho obtido pelo curso de Geografia de Ourinhos, as premiações dos

trabalhos dos alunos, a realização da Semana de Geografia e do Ensigeo.

Por último, destaca-se o apoio que Coordenadoria Executiva e a

Coordenação de Curso estão dando a esta proposta de implantação do PET-

Geografia no Campus Experimental de Ourinhos. A Coordenação de Curso

apoiará e garantirá a integração do PET – Geografia junto ao Programa

Pedagógico do curso como elemento estratégico complementar a uma formação

acadêmica e profissional de excelência e de responsabilidade. A Administração

Executiva garantirá a infra-estrutura inicial (recursos computacionais, móveis,

material de consumo, etc.) necessária para viabilizar as atividades do grupo e a

interface com os laboratórios didáticos e de pesquisa existentes e disponibilizará

a carga horária do docente-tutor necessária para a realização das atividades.

Será garantido um espaço físico exclusivo para sediar as atividades do PET.

Todas as instâncias diretamente envolvidas no curso de graduação em Geografia

do Campus Experimental de Ourinhos assumiram um firme compromisso para a

implantação, o desenvolvimento e o sucesso do grupo PET enquanto um agente

acadêmico integrador e dinamizador, buscando afinar seus propósitos com

aqueles objetivos apregoados no Plano de Desenvolvimento Institucional da

UNESP, a saber:

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-“Consolidar e assegurar a excelência em todas as áreas do ensino de

graduação” (PDI/UNESP, 2009:25);

-“Proporcionar condições para a reflexão crítica e autônoma sobre os

conhecimentos gerados pela Universidade face aos desafios mundiais

contemporâneos” (PDI/UNESP, 2009:25);

-“Produzir conhecimentos científico, humanístico e de inovação tecnológica”

(PDI/UNESP, 2009:29) e;

-“Sedimentar a excelência da extensão universitária como processo

educativo, cultural e científico articulador do ensino e da pesquisa”

(PDI/UNESP, 2009:31).

A título de síntese, pode-se garantir que o grupo PET – Geografia terá o

suporte administrativo necessário ao bom andamento das suas atividades; a

Unidade se compromete em desenvolver o processo de avaliação institucional

com o objetivo de melhor o qualificar o procedimento de avaliação do grupo,

assim como contribuirá para o aumento do significado acadêmico-pedagógico das

atividades propostas, garantindo a autonomia dos grupos.

5. Utilização intensiva de tecnologias e metodologias de apoio a aprendizagem

Com o objetivo de consolidar e assegurar a excelência do ensino de

graduação em Geografia, a implantação do PET no curso de Geografia do

Campus Experimental de Ourinhos vai ampliar e diversificar o acesso do aluno

bolsista aos recursos disponibilizados pela Universidade. Para tanto, buscar-se-á:

a) viabilizar o acesso a materiais didáticos e pedagógicos variados; b) incentivar a

presença de professores visitantes no curso de graduação, principalmente,

especialistas de outras áreas ampliando o diálogo de natureza interdisciplinar; c)

aprimorar os mecanismos de acompanhamento e de avaliação do curso; d)

ampliar e valorizar oportunidades de iniciação científica, com o fortalecimento de

projetos e programas de ensino, pesquisa e extensão universitária; e) estimular o

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17

aprimoramento das técnicas de redação e conhecimento da língua portuguesa do

discente, assim como de línguas estrangeiras.

Um aspecto relevante, e que, nesta proposta, configura como um fator

primordial é o uso das diversas linguagens artísticas no processo de ensino-

aprendizagem. Linguagens como a música, a literatura, o cinema e as artes

plásticas, atuam no sentido da formação do gosto e do estímulo das estruturas

cognitivas na formação do indivíduo. Isso ocorre porque há a ativação de sua

capacidade criadora, aperfeiçoando processos que desenvolvem a percepção, a

imaginação, a observação e o raciocínio. No que concerne a formação

profissional, é importante que os discentes concebam que as diversas

manifestações artísticas constituem formas pelas quais os sujeitos expressam

sua visão de mundo, suas concepções, princípios, espaços, tempos e vivências.

O contato com manifestações artísticas de diversos períodos históricos e de

outras regiões amplia a visão de mundo, enriquece o repertório estético, favorece

a criação de vínculos com realidades diversas e assim propicia uma cultura de

valorização da diversidade.

Adotar as artes como apoio complementar ao processo de ensino de

Geografia, amplia as possibilidades de compreensão do mundo e colabora para

um melhor entendimento dos conteúdos relacionados a outras áreas do

conhecimento. Um exemplo é a compreensão da história, de seus determinantes

e desdobramentos por meio do conhecimento da história da arte e das ideias

sobre as quais os movimentos artísticos se desenvolveram. Esse procedimento é

essencial para o entendimento de que os limites entre arte e ciência, entre pensar

e sentir, entre criar e sistematizar, são tênues.

Do ponto de vista epistemológico, essa estratégica busca lançar um olhar

histórico e crítico sobre o desenvolvimento da ciência, contextualizando esse

processo. Como resultado dessa abordagem tem-se, por parte do aluno,

principalmente o licenciando, a concepção de que moderna fragmentação do

conhecimento, que é uma constante na educação, deve ser mais bem

compreendida e, na medida do possível, superada, pois o ser humano é uma

totalidade.

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18

Com relação às formas atuais de apoio à aprendizagem, destaca-se o

papel que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) vêm exercendo

complementando os tradicionais modelos educacionais. Esses novos

procedimentos têm como suporte o computador e potencializam o

desenvolvimento cognitivo do indivíduo e possibilita uma maior interatividade e

conectividade, permitindo estabelecer parcerias na pesquisa, no ensino, na

extensão e no desenvolvimento de experiências de aprendizagem. Nesse

contexto, enfatiza-se a possibilidade do uso da “Sala de aula presencial virtual”,

desenvolvida pelo Centro Virtual de Aprendizagem – CEVAP, que constitui uma

proposta de ambiente virtual de webconferência para apoiar aulas e palestras on

line. Esse mecanismo possibilita o professor fazer sua exposição em uma janela

de vídeo com auxílio de uma webcam e projetar seus slides em uma área de

exposição didática.

O grupo PET – Geografia poderá lançar mão da “Sala de aula presencial

virtual” como recurso que possibilita um modo de fácil comunicação e

colaboração via Internet com baixo custo. Dessa forma, viabilizam-se workshops

e cursos rápidos à distância, buscando, por exemplo, uma capacitação no uso de

determinadas técnicas, como o uso de determinados softwares, ou de

consultorias com especialistas em áreas específicas, como por exemplo, em

acompanhamentos de estudos de língua estrangeira ou técnicas redacionais.

Por último, destaca-se a experiência que o Campus Experimental de

Ourinhos vem acumulando em atividades dessa natureza, sobretudo, por meio do

convênio com a Universidade Virtual de São Paulo - Univesp na implementação

do curso de Pedagogia, destinado à formação de professores em exercício no

Estado de São Paulo para a educação infantil; esse curso é ministrado no

formato semi-presencial, onde 60% das aulas são realizadas à distância.

A utilização de recursos de uso mais comum como a utilização de

computadores, projetores multimídias, softwares que possibilitam e organização e

exposição de informações, com o PowerPoint, de tratamento gráfico, como o

CorelDraw, de edição de vídeo, como o MovieMaker, serão incentivados.

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

19

O bolsista petiano fará parte da concepção e implantação do Núcleo de

Estudos e Produção Áudio-Visual em Geografia do Campus Experimental de

Ourinhos, projeto de pesquisa e extensão que se encontra em fase inicial de

constituição e conta apoio financeiro do CNPQ, por meio de projeto de pesquisa e

extensão já aprovado (edital MCT/CNPq/SPM-PR/MDA Nº 020/2010, publicado

no Diário Oficial da União – Seção 03 - Nº 239, quarta-feira, 15 de dezembro de

2010) sob coordenação do proponente deste projeto, o Prof. Dr. Nelson Rodrigo

Pedon. Seu objetivo será o de oferecer à comunidade acadêmica e professores

do ensino básico um conjunto de estudos e materiais produzidos no campo da

Geografia de cunho visual e auditivo que possam ser empregados em processos

de ensino e/ou divulgação de trabalhos de pesquisa na forma de vídeo-

documentários.

Em geral, esses recursos tecnológicos, além de diminuírem as dificuldades

criadas pela distância entre alunos e professores, contribuindo para o

aprendizado colaborativo, possibilitam o armazenamento, distribuição e acesso

às informações independentemente do local onde estejam situados professor e

alunos.

6. Impacto das atividades de extensão a comunidade

Segundo o Plano de Desenvolvimento Institucional da UNESP, a atividade

de extensão tem como objetivos (PDI, 2009:31):

I. Sedimentar a excelência da extensão universitária como processo educativo,

cultural e científico articulador do ensino e da pesquisa.

II. Promover a democratização da cultura científica, artística e humanística para

viabilizar uma relação transformadora entre a Universidade e a sociedade.

III. Contribuir para a permanência e o fortalecimento da memória social por meio

da preservação, criação e divulgação de acervos de valor histórico e cultural.

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

20

IV. Implementar as ações de Extensão Universitária que contemplem as grandes

questões político-sociais, tais como: meio ambiente, violência, direitos humanos e

cultura material e imaterial (popular e erudita).

A extensão é concebida como prática acadêmica que tem em vista

interligar as atividades de pesquisa e ensino desenvolvidas na universidade com

as demandas da comunidade, a relação entre a pesquisa e extensão só é

possível na medida em que o corpo discente e docente seja capaz de criar e

recriar conhecimentos contribuindo assim para a intervenção na realidade.

No que se refere às ações encetadas pelo PET – Geografia, do Campus

Experimental de Ourinhos, buscar-se-á: a) articular os projetos e atividades de

extensão universitária com a estrutura curricular ampliando o potencial das

atividades já existentes (mencionadas no item 3.2); b) fortalecer a cooperação

com outras instituições sociais e entidades, sobretudo aquelas relacionadas à

Educação; c) aprimorar os meios de divulgação das atividades de extensão

unespiana no âmbito da comunidade acadêmica e em geral, utilizado para isso a

gama variada de veículos de comunicação disponíveis hoje; d) apoiar o

desenvolvimento de programas e projetos sociais, fortalecendo, assim, a

prestação de serviços à comunidade e assegurando espaços de sociabilidade

para a comunidade interna e externa; e) incentivar práticas de convivência

universitária; f) realizar estudos e estimular o uso das metodologias de educação

a distância como ferramenta de interação entre a universidade e a comunidade;

g) estimular a geração de conhecimentos que possam ser veiculados em

diferentes mídias, tendo como meta conscientizar o público para a preservação e

valorização do patrimônio histórico-cultural e do meio ambiente.

A idéia básica que norteará as ações extensionistas do PET – Geografia é

a de que a Universidade não está isolada da sociedade, pelo contrário, ela

constitui uma Instituição que absorve e reproduz suas contradições. Adotando um

sentido mais amplo, a extensão será concebida como prática acadêmica que visa

interligar a Universidade em suas atividades de ensino e pesquisa com as

demandas da sociedade, buscando efetivar o compromisso social da academia e

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

21

trazer elementos para a formulação de um projeto comprometido com

desenvolvimento do país, sobretudo, no que concerne à superação dos

problemas sociais.

7. Formação pedagógica dos bolsistas PET

Esta proposta está comprometida e alinhada com o Projeto Político

Pedagógico do Curso de graduação em Geografia, uma vez que os objetivos e

metas do PET estão em consonância com o objetivo geral de formar um

profissional em Geografia qualificado para o ingresso num campo variado de

atuação. Para dotar o corpo discente de embasamento intelectual e de

instrumentalização compatíveis com as exigências do atual mercado, o curso

busca a formação de profissionais que (Projeto Político Pedagógico do Curso de

graduação em Geografia da UNESP Campus de Ourinhos, 2004: 24):

g) Compreendam o processo histórico da produção do conhecimento

científico e suas relações com os aspectos de ordem política, cultural, social,

ética e econômica;

h) Conheçam as principais correntes teóricas do pensamento científico e

filosófico que influenciaram e marcaram a evolução da ciência geográfica;

i) Percebam e reflitam sobre a peculiaridade da ciência geográfica ser

dotada de métodos e procedimentos provenientes tanto das ciências humanas

quanto das ciências naturais e que sejam capazes de estabelecer relações

entre a sociedade e a natureza a partir de uma compreensão integrada e

multidisciplinar dos fenômenos e processos com os quais a Geografia se

envolve;

j) Reconheçam e compreendam as distintas categorias de análise do

processo de construção da ciência geográfica, particularmente daquelas que

envolvem a organização do espaço em todas as suas dimensões e

perspectivas;

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

22

k) Demonstrem capacidade de apreensão e domínio instrumental técnico

necessário à execução de métodos geográficos para intervenção no espaço

real;

l) Conheçam as principais metodologias e técnicas de ensino da geografia

no ensino médio e fundamental, capacitando-se para descobrir formas

eficientes de transmitir aos alunos os conteúdos adquiridos durante o curso de

graduação.

O grupo PET – Geografia será motivado a realizar ações integradas com

estudantes e docentes do curso de Geografia para a dinamização e

enriquecimento de atividades de pesquisa, ensino e extensão. Pretende-se

consolidar as ações integradas entre estudantes do grupo PET e os professores

especialistas em diversas áreas do conhecimento e que pertencem ao quadro

docente: agrônomo, historiador, pedagogo, assim como convidados de outras

áreas.

Numa perspectiva mais ampla, o Projeto Político Pedagógico do Curso de

Geografia tem como meta: implementar atividades acadêmicas buscando a

coletiva e interdisciplinaridade; fomentar a formação de geógrafos e futuros

docentes com qualificação científica, acadêmica e humanística; propor novas

estratégias para o curso de Geografia e; incentivar o espírito crítico do estudante

pautado pela ética, respeito à diversidade e cidadania. Essas metas estão de

acordo com as propostas apregoadas no “Programa de Educação Tutorial -

Manual de orientações básicas (2006:06):

A ação em grupo e a dedicação ao curso permitem desenvolver a capacidade de trabalho em equipe, facilitar a compreensão das características e dinâmicas individuais, em como a percepção da responsabilidade coletiva e do compromisso social. A inserção do grupo dentro do curso permite que estas capacidades se disseminem para os alunos do curso em geral, modificando e ampliando a perspectiva educacional de toda a comunidade. Este desenvolvimento terá uma interação dinâmica com o projeto pedagógico do curso, em processo de mútuo aperfeiçoamento.

Concebido como um programa de longo prazo, o PET, orientado pelo

princípio da indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, oferece as

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

23

condições necessárias para a melhoria do curso de graduação em Geografia.

Mediado por esses recursos, buscar-se-á estimular a criação de um modelo

pedagógico que esteja em consonância com os princípios estabelecidos nas

normas mais amplas do sistema de educacional brasileiro, a exemplo da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação (LDB/1996) e portarias MEC/Sesu, assim como

as diretrizes mais específicas formuladas no âmbito da UNESP, a exemplo do

PDI, e, por último, com o Projeto Político Pedagógico do Curso de Geografia do

Campus Experimental de Ourinhos.

8. Avanços na área de ensino, pesquisa e extensão para os estudantes e docentes envolvidos

A implantação de um grupo PET - Geografia no Campus Experimental de

Ourinhos contribuirá para o desenvolvimento das pesquisas geográficas e, ao

mesmo tempo, para um melhor resultado do processo de ensino, uma vez que

possibilita aos discentes: a) a revisão bibliográfica e a realização de debates

teórico-metodológicos sobre os temas e teorias relevantes da Geografia, assim

como, sobre as questões que envolvem o seu ensino; b) a coleta de informações

com base em trabalhos de campo e em atividades junto às escolas; c) ações

conjuntas e troca de experiências entre tutor e bolsistas; d) na organização

coletiva de eventos do calendário da unidade; e) a execução de projetos de

extensão universitária que promovam uma aproximação do conhecimento

acadêmico com outras formas de saber e que incentivem a aplicação prática das

reflexões teóricas da pesquisa coletiva e; f) a promoção de colóquios, mini-cursos

e outras atividades de ensino que colaborem para a formação de bolsistas e não-

bolsistas, por meio da atuação coletiva orientada pelo tutor e de professores

colaboradores no processo de formação de outros estudantes de graduação da

unidade.

A cooperação e o apoio de professores do curso no desenvolvimento de

atividades do PET que visem à integração da Geografia em suas diferentes áreas

são vitais para que o estudante de Geografia se prepare para a execução de

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

24

pesquisas de caráter interdisciplinar e para a proposição de soluções resultantes

da relação entre teoria e prática, tendo como base a articulação entre os

elementos sócio-econômicos, culturais, políticos e ambientais da produção do

espaço. Algumas temáticas poderão ser aprofundadas, subsidiando o

desenvolvimento das pesquisas individuais dos alunos, contribuindo para uma

melhor qualificação e engajamento destes junto aos projetos de seus

orientadores.

É de grande relevância o comprometimento dos alunos bolsistas na

viabilização de projetos e atividades que envolvam a comunidade acadêmica,

exercendo a função de assessoria na organização dos eventos do calendário da

unidade, como a Jornada de Geografia, o Ensigeo (Encontro de Ensino em

Geografia), o Seminário de Estágio, na organização de trabalhos de campo e na

disseminação de informações relevantes para um andamento mais articulado das

atividades da unidade, a exemplo do InfOurinhos e a produção de fanzines.

Esses dois últimos são importantes à medida que reúnem e faz circular

informações acerca do conjunto de acontecimentos que ocorrem na comunidade

científica e também na comunidade local, a exemplo de editais abertos,

ocorrência de eventos temáticos e atualidades do mundo contemporâneo e do

município. A atuação dos bolsistas como agentes multiplicadores possibilita para

a disseminação de novas ideias e práticas no conjunto dos alunos do curso

Em suma, a implantação do PET no curso de Geografia pretende contribuir

para o desenvolvimento das atividades acadêmicas de qualidade e se

compromete com a busca da excelência no campo da pesquisa e da extensão.

9. Alternativas metodológicas de ensino para a área de formação

O processo educativo é um fenômeno complexo, para ele, converge um

conjunto inesgotável de demandas e objetivos, por isso, a sociedade deposita

grande expectativa sobre o seu potencial transformador.

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

25

O ensino de Geografia deve estar comprometido com a educação científica

do discente, sendo de grande importância a adoção de estratégias que não se

limitem somente a transmitir conteúdos, muitas vezes, estes são concebidos

como prontos e acabados. Tal como propõe o Projeto Político Pedagógico do

curso de Graduação em Geografia do Campus Experimental de Ourinhos, para

realizar com sucesso o seu trabalho, o discente, depois de formado, deverá estar

bem fundamentado nos conhecimentos filosóficos, teóricos e metodológicos,

compreender os processos envolvidos na relação homem/natureza e dominar as

abordagens científicas relativas à produção e, principalmente, à aplicação do

conhecimento geográfico (PPP do curso de Graduação em Geografia, 2009:26).

Somando esforços para alcançar esse objetivo, o PET – Geografia,

sobretudo na figura de seu tutor, incentivará formas de ensino que busquem

superar o caráter meramente transmissor do ensino de Geografia, almejando

encetar novos rumos focando mudanças e inovações nesse processo

pedagógico, visando minimizar os problemas de aprendizagem. Esse processo

deve estar em consonância com as necessidades da formação tanto do bacharel

como do licenciando. Nesse sentido, a pesquisa articulada com a extensão

torna-se um trunfo, capaz de proporcionar ao discente uma formação mais

completa e integral. Essa concepção considera que a formação de um

profissional bacharel ou docente é um processo longo, que não acaba com a

obtenção de um título de licenciado. O profissional bem formado deve entender

que a atualização de seus conhecimentos é uma constante e só é possível se ele

for capaz de concretizar sua autonomia.

As situações que permitem experiências práticas, diálogos mais

concentrados, enfocando alguns temas basilares, e a diversificação de materiais

e situações didáticas, constituem estratégias essenciais no processo de ensino-

aprendizagem em Geografia, visto que, além de ilustrar as diversas formas

interpretativas de um conceito estruturante, faz com que o formando desenvolva o

pensamento crítico-científico.

Além das estratégias mencionadas no item 5 (“Utilização intensiva de

tecnologias e metodologias de apoio a aprendizagem”), buscar-se-á planejar e

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

26

implementar na rotina dos acadêmicos um conjunto de situações que potencialize

a troca de informações e o “pensar junto”, como encontros informais, atividades

culturais coletivas e a realização de exposições da produção dos formandos. Uma

alternativa interessante, já mencionada no item 5, é o da adoção de uma maior

aproximação com as linguagens artísticas, como por exemplo a literatura, com o

objetivo de formar leitores capacitados à promover a interação entre literatura e

Geografia. Essa estratégia poderá ser efetivada junto à música, ao cinema e

outras modalidades de arte.

No caso específico da Geografia, essa aproximação com o campo das

artes torna-se mais interessante à medida que a cartografia, técnica intrínseca ao

conhecimento geográfico, possui uma acentuada dimensão artística, sendo

compreendida deste o seu desenvolvimento histórico às suas técnicas de

elaboração. Ampliar os espaços de acesso e debate à produção artística é de

suma importância para a formação de profissionais comprometidos com o

patrimônio cultural de nossa sociedade.

Outro campo relevante de implementação de estratégias de ensino, é

aquele relacionado ao aprimoramento da escrita do formando. Problema corrente

em muitos cursos de graduação, dada a defasagem dos graduandos oriunda do

Ensino Básico, os problemas de caráter ortográfico e gramatical refletem um

problema a ser combatido e superado no âmbito do PET – Geografia.

Relacionado a esta questão anterior, esta o aprendizado de língua estrangeira.

Este também será uma meta do PET – Geografia.

A leitura de textos em língua inglesa será uma estratégia didática

importante que poderá atuar no sentido da superação dos problemas apontados,

assim como reuniões e aulas com especialistas dessas áreas.

Outro problema que deve constituir uma meta do PET – Geografia é a

fragilidade encontrada em muitos alunos acerca dos conhecimentos dos

fundamentos da ciência geográfica. Ter como meta um aprofundamento das

questões epistemológicas que envolvem a Geografia, e, de maneira mais geral, a

Teoria do Conhecimento, é uma prerrogativa desta proposta. Da mesma forma,

buscar-se-á capacitar o formando para a elaboração de bons projetos de

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

27

pesquisa e de extensão. Nesse caso, será fundamental o contado com o material

bibliográfico que normatiza a prática da pesquisa no país, assim como as

novidades concernentes aos procedimentos de pesquisa.

Os princípios que regem a busca por alternativas no processo de ensino

de Geografia é o da flexibilização do currículo do curso e o da valorização das

atividades extra-curriculares. Dessa maneira, tem-se em vista beneficiar os

acadêmicos tanto individualmente quanto nas atividades em grupo, além da

pertinência das atividades dos petianos junto à comunidade universitária,

estendendo os benefícios tidos com a formação integral dos participantes.

10. Contribuição da proposta com a preparação dos alunos para atuar no seu futuro campo profissional.

Adotando as metas e objetivos do Projeto Político Pedagógico do curso de

Graduação Geografia do Campus Experimental de Ourinhos em consonância

com os princípios apregoados no Plano de Desenvolvimento Institucional da

UNESP como referência, o PET – Geografia tem como propósito contribuir para a

consolidação de um ensino superior público gratuito, laico e de qualidade que

visa formar indivíduos:

a) críticos e capacitados para o exercício da pesquisa e da docência;

b) com levado senso de respeito ao pluralismo das ideias, defendendo e

promovendo a cidadania, os direitos humanos e a justiça social;

c) compromissados com a qualidade de vida, a inovação tecnológica, a sociedade

sustentável, a equidade social, os direitos humanos e a participação democrática;

d) capazes de gerar, difundir e fomentar o conhecimento, contribuindo para a

superação de desigualdades e para o exercício pleno da cidadania.

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

28

11- Descoberta de novas vertentes de investigação nas áreas cientificas, cultural, artística e tecnológica do campo de formação ou atuação profissional

Os objetivos do PET - Geografia arrolados até o momento estão ancorados

no princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Considerando o exposto, buscar-se-á traçar estratégias para a aproximação do

acadêmico com o mercado de trabalho, nos diversos campos de intervenção

profissional, uma vez que, sob os aspectos científico, cultural, artístico e

tecnológico, o profissional de educação e o bacharel em Geografia possuem um

vasto campo de atuação com grandes possibilidades de ocupar posições capazes

de influenciar pessoas e formar opiniões. Nesse sentido, será importante a

realização espaços que possibilitem diálogos com profissionais que atuam em

diversos setores, tais como escolas, Universidade, órgãos públicos, organizações,

movimentos sociais, entre outros, aproximando os formando de seus possíveis

campos de atuação. A amplitude do campo de ação do formado em Geografia

está diretamente relacionada com a própria natureza dessa ciência.

A ação no formato de grupo tutorial e a dedicação ao curso acabam por

possibilitar o desenvolvimento da capacidade de trabalho em equipe, facilitando a

compreensão das características e dinâmicas individuais, bem como a percepção

da responsabilidade coletiva e do compromisso social. A atuação coletiva,

envolvendo, obrigatoriamente, a realização de atividades conjuntas pelos

bolsistas que cursam diferentes níveis de graduação, será planejada de forma a

manter um equilíbrio entre a participação individual e coletiva dos seus membros.

Essa estratégia é bastante pertinente para o profissional em Geografia,

dada a natureza interdisciplinar dessa ciência.

O sociólogo português, Boaventura de Souza Santos, ao realizar um dos

mais completos diagnósticos do atual contexto científico e de seu impacto sobre a

sociedade contemporânea, afirma que a Geografia possui um papel essencial

rumo a uma reorganização do saber científico. Para o autor:

O conhecimento do paradigma emergente tende assim a ser um conhecimento não dualista, um conhecimento que se funda na superação das distinções tão

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

29

familiares e óbvias que até há pouco considerávamos insubstituíveis, tais como natureza/cultura, natural/artificial, vivo/inanimado, mente/matéria, observador/observado, subjectivo/objectivo, colectivo/individual, animal/pessoa. Este relativo colapso das distinções dicotômicas repercute-se nas disciplinas científicas que sobre elas se fundaram. Aliás, sempre houve ciências que se reconheceram mal nestas distinções e tanto que se tiveram de fracturar internamente para se lhes adequarem minimamente. Refiro-me à Antropologia, à Geografia e também à Psicologia. Condensaram-se nelas privilegiadamente as contradições da separação ciências naturais/ciências sociais. Daí que, num período de transição entre paradigmas, seja particularmente importante, do ponto de vista epistemológico, observar o que se passa nessas ciências (SANTOS, 2006:64).

Outro importante autor que reafirma a importância e originalidade da

Geografia no contexto do saber científico atual, considerando a necessidade de

uma reorganização desse saber à luz do princípio da interdisciplinaridade, é o

filósofo francês Edgar Morin, que aponta a Geografia como uma ciência

privilegiada; assim, para ele:

[...] o desenvolvimento das ciências da Terra e da Ecologia revitalizam a Geografia, ciência complexa por princípio, uma vez que abrange a física terrestre, a biosfera e as implantações humanas (Morin, 2003:28).

De acordo com o exposto, pode-se afirmar com certo grau de certeza, que

a constituição do grupo PET, no formato proposto neste projeto, está em acordo

com a busca por uma formação profissional que capacite o egresso à atuar em

temáticas e campos interdisciplinares, tal como apregoa do Projeto Político

Pedagógico do curso de graduação em Geografia, e em conformidade com a

verdadeira natureza da ciência geográfica.

O enfoque dado à utilização de linguagens alternativas àquelas voltadas

exclusivamente para o discurso científico, assim como o investimento em

atividades extra-curriculares, garantindo uma maior participação dos alunos na

rotina acadêmica, buscam oferecer ao formando a capacidade de desenvolver

sua autonomia, sendo ele mesmo, um importante agente responsável por

potencializar novas vertentes no seu campo de formação e criar, individualmente

ou de forma coletiva, novas vertentes de investigação em sua área de atuação.

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

30

12. Exame Nacional de Desempenho de Estudante ENADE

De acordo com a divulgação realizada sobre o desempenho dos cursos de

310 (trezentos e dez) cursos de graduação avaliados em 2008 pelo Exame

Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade/2008), o Curso de Geografia da

UNESP Ourinhos obteve um grande destaque no cenário nacional, figurando-se

em segundo lugar, com 389 pontos no Conceito Preliminar do Curso, ficando

apenas 05 pontos atrás da primeira colocada, a Universidade Federal do Paraná

(UFPR).

O Enade é um exame realizado pelo Ministério da Educação - MEC, para

avaliar o desempenho e qualidade dos cursos de graduação de todo país. Sua

avaliação é feita apenas com uma amostragem de alunos iniciantes e concluintes

de determinados cursos, que são escolhidos. Para obter o resultado final, o MEC

analisa os cursos sob três critérios: a) índice de desempenho que mostra o

quanto de conhecimento a instituição agregou ao aluno (IDD); b) nota na prova do

Enade e; c) o conceito preliminar do curso (CPC), onde soma a nota do IDD com

a avaliação dos professores e da infra-estrutura da instituição.

Na Unidade de Ourinhos o exame foi feito por 73 alunos, sendo 33

ingressantes e 40 concluintes. A média dos ingressantes foi de 52,2, enquanto

dos concluintes foi de 50,8. O IDD ficou com média 05, a mais alta entre as

instituições de Ourinhos. Já a média do CPC foi 04.

Acreditamos que esta conquista sem dúvida alguma, é algo para ser

comemorado, por toda comunidade Unespiana. Não só pelo resultado. E sim,

pelo fato de um Campus Experimental que, com apenas 06 anos de existência,

em sua primeira avaliação conquistar tal resultado. Isto é gratificante para um

projeto muito recente da UNESP, pois podemos dizer que somos um embrião

perto dos demais cursos e campus da Universidade Estadual Paulista.

Também, o curso de Ourinhos se destacou no Guia do Estudante (GE) da

Editora Abril e constará da publicação GE Melhores Universidades 2010, com

quatro estrelas, repetindo o mesmo resultado dos anos de 2008 e 2009.

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31

Tais conquistas mostram o quanto é importante os investimentos

acadêmicos tanto em pesquisa, quanto em ensino e extensão universitária, que

vem sendo aplicados, na Unidade de Ourinhos, desde sua fundação em 2003.

13. Estratégias de ação para o 1º ano de atuação do grupo

As estratégias de ação para o primeiro ano de atuação do grupo PET -

Geografia estão agrupadas em 03 conjuntos de atividades: a constituição do

grupo, as atividades periódicas e as eventuais e a avaliação das ações.

A constituição do grupo se dará após a ampla divulgação da implantação

do PET da Unidade e de seus critérios de seleção. A banca de seleção será

composta pelo tutor e por mais dois professores do curso, e será responsável

pela preparação do edital de abertura das inscrições para o processo seletivo,

pela avaliação da prova escrita e pela entrevista com cada um dos candidatos, na

entrevista será considerado o histórico acadêmico do candidato apresentado e

comprovado.

As atividades periódicas contemplam basicamente as atividades de

pesquisa, individual e coletiva, de ensino e extensão, as reuniões de

acompanhamento e as reuniões de avaliações internas. As atividades eventuais

são aquelas desenvolvidas em períodos curtos ou em momentos específicos,

diretamente relacionados às atividades do calendário da Unidade e trabalhos de

intervenção que devem respeitar o calendário e planejamento de instituições

parceiras, por isso, impossibilitadas de se estenderem ao longo do ano.

Na avaliação das ações será realizada uma sistemática geral de

acompanhamento coletivo das ações/atividades propostas. As reuniões semanais

administrativas serão realizadas com os integrantes do grupo com o tutor e

professores colaboradores para planejamento e acompanhamento das atividades

e discussão acerca da divulgação dos resultados e relatórios. As reuniões

semanais também serão realizadas num formato mais informal, para tratar de das

dificuldades, escolhas, atitudes, postura e expectativas dos bolsistas, ou seja,

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

32

assuntos de natureza mais pessoal. Essas ocasiões serão importantes no

estabelecimento de uma relação de confiança e comprometimento entre tutor e

bolsista.

No decurso do ano, as atividades tanto as atividades periódicas quanto as

atividades eventuais ocorrerão de forma articulada, uma vez que as reuniões

servirão para a concepção e planejamento das atividades eventuais. Essa

articulação também abarca a natureza das atividades, já que ensino, pesquisa e

extensão se pautam no princípio da indissociabilidade, todavia, a título de

organização e exposição das atividades programadas, serão descritas

separadamente.

Ação 01: Atividades de Ensino

a) Ciclo permanente de debates teórico-metodológicos e atividades de Campo

Descrição (atividade periódica): as reuniões semanais para debates teórico-

metodológicos e realização de atividades de Campo em Geografia constituem a

base da criação de um espaço favorável à construção coletiva do conhecimento,

à cooperação e à troca de idéias. A proposta deste ciclo permanente de debates

realizados pelos bolsistas e não-bolsistas participantes do PET-Geografia é

aprofundar os conhecimentos, possibilitando aos estudantes uma articulação da

competência acadêmica com o compromisso ético e social juntamente com um

aprofundamento do conhecimento das bases epistemológicas da Geografia.

Trata-se de uma atividade flexível que complementará a formação acadêmico-

científica e a qualificação profissional propostas pelo curso de graduação e que

se agrupa a outras atividades de campo, visitas técnicas e atividades culturais

realizadas sempre que a pesquisa e as atividades de extensão evidenciarem sua

necessidade e/ou de modo articulado aos trabalhos de campo oferecidos pelas

disciplinas regulares do curso de graduação.

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33

b) Prática de língua inglesa

Descrição (atividade periódica): os alunos serão incentivados a ler e a escrever

resumos em língua inglesa. Todos os petianos que não possuírem nível médio de

leitura serão motivados e receberão suporte para procurar aperfeiçoar seus

estudos na língua inglesa, uma vez que esta língua é de grande importância na

divulgação do conhecimento científico. Espera-se, por meio dessas atividades,

que os petianos sejam aptos a ler e escrever em inglês e contribuam facilitando o

entendimento e acesso dos demais alunos a textos no idioma e na elaboração de

resumo (abstracts) destinados à publicação.

c) Oficina de Leitura e Escrita

Descrição (atividade periódica): essa atividade terá como função dinamizar

atividades de leitura e redação técnica e científica, além de propiciar

oportunidades de enriquecimento cultural pela prática da leitura literária e da

análise crítica de matérias jornalísticas. Nessas oficinas também serão

trabalhados textos e técnicas de fichamentos e resenhas.

d) Geoarte

Descrição (atividade periódica): é uma atividade que tem em vista ampliar os

espaços de acesso e debate à produção artística. As diversas manifestações

artísticas serão concebidas como uma modalidade de linguagem que pode ser

incorporada ao conhecimento geográfico com o objetivo de formar profissionais

comprometidos com o patrimônio cultural de nossa sociedade. As atividades irão

ocorrer na forma de encontros, debates e palestras com convidados. Serão de

grande relevância as sessões de audição musical orientadas, sessões de cinema

e a consulta a material gráfico visual e literário, precedidos e sucedidos de

debates. Esta atividade de ensino está articulada com a atividade de extensão

“Território da Cultura”, destinado a agrupar interessados em expor produções

artísticas individuais e os resultados dos debates realizados no âmbito do

Geoarte.

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

34

e) Pós-Graduação em Geografia e áreas afins

Descrição (atividade esporádica): os alunos farão pesquisas a respeito de

programas de pós-graduação stricto sensu consolidados em diversas

Universidades brasileiras, podendo ser enfocados os programas de Geografia e

de áreas afins. Será viabilizado o contato dos alunos com pós-graduandos de

outras instituições e visitas a campus universitários que possuem programas em

Geografia. O objetivo é o de criar nos alunos o desejo de prosseguir nos estudos

e pesquisas e deixá-los mais seguros quanto às formas de investir nessa

continuação.

f) Monitoria

Descrição (atividade periódica): atividade que propõe realizar um atendimento

sistemático aos alunos do curso de graduação em Geografia. O objetivo é

diminuir a taxa de evasão envolvendo os graduandos em atividades que os

auxiliem e melhore sua base de conhecimentos teóricos-práticos. Esta atividade

está diretamente articulada com a atividade de extensão “Acompanhamento ao

calouro”, que visa criar uma sistemática de assistência e assessoria aos recém

ingressados, que, em muitos casos, possuem parcos conhecimentos acerca da

rotina universitária e do próprio curso. Outro importante campo de ação monitora

se dará no acompanhamento dos estágios realizados, sobretudo os Estágios

Supervisionados da Licenciatura, no qual os bolsistas poderão articular atividades

específicas de intervenção nas unidades escolares com a realização das

atividades dos estagiários, articulando os trabalhos de ensino com ações de

extensão. O auxílio em disciplina da graduação também constitui uma atividade

de monitoria articulada com a atividade de extensão voltada para a comunidade

acadêmica interna, e ocorrerá da seguinte forma: as pesquisas individuais

servirão de meio de contato entre o grupo PET e os demais alunos da graduação

por meio da intervenção na disciplina de Metodologia em Geografia, que tem

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

35

caráter obrigatório para alunos do 2º termo. Esta disciplina constitui o primeiro

contato dos graduandos com o universo da prática da pesquisa, assim, o bolsista

PET apresentará seu desempenho mostrando de forma mais didática como se dá

o processo de aprimoramento de técnicas e métodos de pesquisa na Geografia.

Ação 02: Atividades de Pesquisa

a) Pesquisas individuais

Descrição (atividade periódica): o bolsista PET deverá desenvolver um projeto

de pesquisa de seu interesse vinculado à linha de pesquisa já consolidada de um

professor colaborador, buscando o desenvolvimento de uma atividade similar a

uma Iniciação Científica.

As pesquisas individuais fomentam nos alunos petianos a autonomia na

escolha da área para desenvolverem projetos de pesquisa. Essa ação é

importante, pois permite a circulação do aluno por diversos projetos e grupos de

pesquisa oferecendo uma visão ampla das oportunidades de trabalho num campo

científico tão vasto quanto a Geografia. Possibilita, também, a interação com

outros graduandos e com diferentes professores/orientadores. Os resultados

finais e parciais das pesquisas individuais desenvolvidas por integrantes do grupo

PET- Geografia serão apresentados em eventos na forma de resumos ou

trabalhos completos, ou ainda, na forma de artigos publicados em revistas

científicas, conforme consta no Manual de Orientações Básicas do PET. Os

bolsistas do terceiro e quarto anos apresentarão uma palestra ou minicurso sobre

seu projeto de pesquisa aos demais alunos do curso. Os relatórios científicos das

pesquisas realizadas serviram para futuras consultas a alunos que estudam

assuntos nas áreas relacionadas.

b) Pesquisa coletiva

Descrição (atividade periódica): a atividade de pesquisa coletiva dará ao grupo

PET – Geografia um caráter mais acentuado de equipe, baseado no

planejamento coletivo das atividades de revisão bibliográfica, proposição de

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

36

metodologias de pesquisa, divisão das atribuições, execução e divulgação dos

resultados. A pesquisa coletiva será realizada tendo como temática a “Produção

do Espaço Urbano de Ourinhos”, com o propósito de articular trabalhos de

pesquisa e extensão que já são realizados pelo corpo docente do curso de

Geografia no âmbito do DITER - Grupo de Pesquisa sobre Processos e

Dinâmicas Territoriais, que tem como suporte o Laboratório de Geografia

Humana.

A pesquisa coletiva na temática “Produção do Espaço Urbano de

Ourinhos” se justifica na medida em que buscará compreender os processos e

dinâmicas envolvidos na a) expansão do limite urbano da cidade, b) quais

agentes são mais atuantes no processo de produção do espaço urbano da

cidade, c) como se configura o mercado imobiliário da cidade e, d) como esse

processo está articulado com processos de segregação socioespacial.

A pesquisa coletiva contará com a participação direta dos professores Dr.

Luciano Antonio Furini, responsável pelas disciplinas de “Planejamento Urbano e

Territorial” e “Geografia Urbana” e pela Profª. Drª. Andrea Aparecida Zacharias,

responsável pelas disciplinas “Cartografia” e “Cartografia Temática”.

A pesquisa coletiva realizará uma importante associação entre pesquisa e

extensão uma vez que servirá como eixo articulador entre a produção de material

destinado à orientação das ações de planejamento urbano disponibilizado aos

agentes institucionais responsáveis e ao ensino de Geografia Urbana por meio do

estudo da realidade de Ourinhos, da mesma forma, articulará ensino e extensão,

na medida em que os bolsistas realização cursos de extensão em produção

cartográfica, utilizando softwares exclusivos para esta atividade, como o Philcarto,

e outros de uso mais corrente, como o Microsoft Excel e CorelDRAW. Os alunos

bolsistas serão incentivados a repassarem para os demais alunos da graduação

os conhecimentos adquiridos nessas atividades na forma de cursos destinados à

comunidade acadêmica.

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

37

Ação 03: Atividades de Extensão

A extensão está dividida em duas linhas de ações, aquelas destinadas à

comunidade acadêmica da Unidade e aquelas que estão destinadas à

comunidade externa. Esta última é constituída pelo conjunto geral dos cidadãos e

também aqueles mobilizados em torno de objetivos específicos, a exemplo do

público escolar (alunos, educadores e dirigentes) e os responsáveis pela

implementação de políticas públicas (secretários e demais funcionários da

municipalidade).

a) Acompanhamento ao calouro

Descrição (atividade periódica): No início das aulas será feita uma

apresentação do grupo PET - Geografia aos novos alunos, na qual serão

apresentados os bolsistas, suas atribuições e as atividades que o grupo

desenvolve. Pretende-se com esta atividade integrar os novos acadêmicos com o

grupo, bem como incentivar a participação nas atividades promovidas, ao mesmo

tempo, serve como uma divulgação do grupo, permitindo a inclusão mais rápida

dos calouros nos assuntos do curso. Essa atividade também visa criar uma

sistemática de assistência e assessoria aos recém ingressados, que, em muitos

casos, possuem escassos conhecimentos acerca da rotina universitária e do

próprio curso. Também ocorrerá a intervenção na disciplina de Metodologia em

Geografia, que tem caráter obrigatório para alunos do 2º termo. Essa disciplina

constitui o primeiro contato dos graduandos com o universo da prática da

pesquisa, assim, o bolsista PET apresentará seu desempenho mostrando de

forma mais didática como se dá o processo de aprimoramento de técnicas e

métodos de pesquisa na Geografia.

Uma das etapas da essa atividade de acompanhamento ao calouro diz respeito

/ás oficinas de elaboração do Currículo Lattes. Essa atividade tem como objetivo

possibilitar aos participantes a possibilidade de criação e atualização seus

currículos, de maneira a adquirirem os conhecimentos básicos do funcionamento

da Plataforma Lattes. Sob posse de um microcomputador, os participantes serão

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

38

orientados pelos bolsistas. Será dada ênfase aos elementos da plataforma Lattes

como publicações, participação e/ou organização de eventos, atividades de

extensão, entre outros.

b) Observatório geral do curso de Geografia

Descrição (atividade periódica): essa atividade consiste em criar uma

sistemática de acompanhamento permanente do processo de evasão que ocorre

no curso de Geografia. O foco será dado à compreensão das motivações do

índice de evasão do curso. Outra parte dessa atividade diz respeito à pesquisa

dos egressos, com o objetivo de diagnosticar a diversas formas de engajamento

profissional dos formados e quais as deficiências e virtudes do curso a partir de

suas experiências. O levantamento dos dados poderá apoiar a Coordenação do

curso de Geografia e possibilitar uma reflexão sobre os assuntos acadêmicos e

profissionais visando a permanente atualização do Projeto Político Pedagógico.

c) Assessoria na promoção dos eventos oficiais e na criação de canais de interlocução e comunicação com alunos, professores e funcionários

Descrição (atividade periódica): os alunos bolsistas darão suporte na

organização dos eventos do calendário oficial da unidade, como a Jornada de

Geografia, o Ensigeo (Encontro de Ensino em Geografia), o Seminário de

Estágio, na organização de trabalhos de campo e na disseminação de

informações relevantes para um andamento mais articulado das atividades da

unidade, a exemplo do InfOurinhos e a produção de fanzines. Esses dois últimos

são importantes à medida que reúnem e faz circular informações acerca do

conjunto de acontecimentos que ocorrem na comunidade científica e também na

comunidade local, a exemplo de editais abertos, ocorrência de eventos temáticos

e atualidades do mundo contemporâneo e do município. A atuação dos bolsistas

como agentes multiplicadores contribui para a disseminação de novas ideias e

práticas entre o conjunto dos alunos do curso.

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39

d) Endereço eletrônico

Descrição (atividade periódica): os bolsistas serão responsáveis pelo

agrupamento e sistematização dos dados relativos às atividades e posterior

divulgação no site do PET – Geografia, cujo link de acesso estará no site do

Campus Experimental de Ourinhos. Essa atividade, além de proporcionar a

divulgação das atividades e resultados do grupo, aproximará os alunos das

técnicas de montagem de páginas virtuais, essa atividade envolverá o corpo

técnico da Unidade vinculado à produção e manutenção dos serviços de

informática.

e) PET – Escola:

Cotidiano e sustentabilidade

Descrição (atividade esporádica): Essa atividade será desenvolvida pelos

petianos, e estará voltada para estudantes do Ensino Fundamental e Médio. O

objetivo desta atividade é apresentar a esses estudantes o conjunto de

problemas relacionados à utilização de recursos naturais do planeta e despertar

nos mesmos o interesse por essas questões e, ao mesmo tempo, reconhecer sua

importância em seu cotidiano. Essa atividade está articulada com a atividade de

ensino de monitoria, que poderá ocorrer via acompanhamento dos estágios

realizados, sobretudo os Estágios Supervisionados da Licenciatura, no qual os

bolsistas poderão articular atividades específicas de intervenção nas unidades

escolares com a realização das atividades dos estagiários, articulando os

trabalhos de ensino com ações de extensão.

O Enem

Descrição (atividade esporádica): Essa atividade será desenvolvida pelos

petianos e estará voltada para estudantes do Ensino Médio na escola pública.

Seu objetivo é criar um espaço no qual os alunos possam compreender a

natureza e propósito do Exame Nacional do Ensino Médio, para que eles se

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

40

sintam capazes de realizar o exame e ampliar as possibilidades de obterem um

melhor desempenho. Essa atividade se justifica na medida em que o Enem

constitui um sistema de avaliação bastante complexo, cujo formato vem mudando

ao longo dos anos de sua efetivação, outro fator justificativo é a amplitude desse

exame e sua inserção no universo educacional brasileiro.

f) Território da cultura

Descrição (atividade esporádica): o grupo PET- Geografia realizará um ciclo de

seminários de cunho cultural para todos os alunos. No primeiro buscar-se-á

privilegiar a música. O objetivo desse projeto é pesquisar sobre a história da

música, gêneros musicais, a música no cotidiano e também sobre a relação da

música e a Geografia. Seu objetivo é proporcionar uma complementação no

processo de formação global dos integrantes do grupo, ao mesmo tempo, visa

ampliar os espaços de acesso e debate sobre as diversas manifestações

artísticas que são concebidas como uma modalidade de linguagem que pode ser

incorporada ao conhecimento geográfico com o objetivo de formar profissionais

comprometidos com o patrimônio cultural de nossa sociedade. As atividades irão

ocorrer na forma de encontros, debates e palestras com convidados, nesse

primeiro momento, será de grande relevância as sessões de audição musical

orientadas. Esta atividade de extensão está articulada com a atividade de ensino

Geoarte.

g) Núcleo de Estudos e Produção Áudio-Visual em Geografia

O bolsista petiano fará parte da concepção e implantação do Núcleo de

Estudos e Produção Áudio-Visual em Geografia do Campus Experimental de

Ourinhos. Seu objetivo será o de oferecer à comunidade acadêmica e

professores do ensino básico um conjunto de estudos e materiais produzidos no

campo da Geografia de cunho visual e auditivo que possam ser empregados em

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

41

processos de ensino e/ou divulgação de trabalhos de pesquisa na forma de

vídeo-documentários.

Cronograma de atividades do PET – Geografia para o primeiro ano

Ações Bimestres

01 02 03 04 05 06

Implantação do Grupo X Ação 01: Atividades de Ensino Ciclo permanente de debates teórico-metodológicos e atividades de Campo

X X X X X X

Prática de língua inglesa X X X X X X Oficina de Leitura e Escrita X X X X X X Geoarte X X X X X X Pós-Graduação em Geografia e áreas afins X X Monitoria X X X X X X Ação 02: Atividades de Pesquisa Pesquisas individuais X X X X X X Pesquisa coletiva X X X X X X Ação 03: Atividades de Extensão Acompanhamento ao calouro X X X X Observatório geral do curso de Geografia X X X X X Assessoria na promoção dos eventos oficiais e na criação de canais de interlocução e comunicação com alunos, professores e funcionários

X X X X X X

Endereço eletrônico X X PET – Escola X X Território da cultura X X X Núcleo de Estudos e Produção Áudio-Visual em Geografia

X X X X

Reuniões semanais administrativas X X X X X X

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42

14. Resultados esperados

A sistemática a ser empregada para a avaliação contínua das ações

propostas consistirá no acompanhamento da evolução dos indicadores

quantitativos e qualitativos, auferidos a partir de sua implantação e reavaliados

periodicamente e ao final do primeiro ano de funcionamento do grupo. Buscar-se-

á, com a sistemática adotada verificar se os resultados desejados estão sendo

alcançados de forma satisfatória. Os resultados parciais servirão como referência

para a elaboração das etapas posteriores. Para tanto, as reuniões semanais

serão de grande relevância. A sistemática de avaliação se pautará nos

instrumentos de avaliação institucionais do PET previstos na normatização

específica instituída pelo Ministério da Educação, tais como avaliação de

freqüência.

Como resultados esperados têm-se:

a) Atividades de Ensino: no que se refere aos avanços no ensino,

espera-se que os bolsistas e docentes desenvolvam um maior

interesse pela docência e compartilhe novas estratégias para o ensino

de Geografia no nível básico e superior.

b) Atividades de Pesquisa: espera-se que os bolsistas e docentes

publiquem suas atividades de pesquisa em eventos nacionais, locais e

regionais. Espera-se que as atividades de pesquisa desenvolvam ou

amplie o interesse em pesquisas futuras em nível de mestrado e

doutorado, e, numa perspectiva mais ampla, proporcione a

compreensão dos fundamentos do conhecimento científico e de sua

importância no cotidiano e na atuação profissional do especialista em

Geografia.

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

43

c) Atividades de Extensão: espera-se que os bolsistas e docentes

insiram-se em atividades de equipe e de natureza interdisciplinar,

fomentando a formação de profissionais de elevada qualificação

técnica e cultural, capaz de promover a aplicação prática dos

conteúdos abordados nas disciplinas da graduação bem como dos

resultados obtidos nas pesquisas científicas, além proporcionar ao

bolsista o contato com as necessidades diárias da comunidade.

15. Impactos e benefícios esperados para o curso de graduação

Levando em consideração a atual situação da Educação Básica no Brasil,

especialmente o ensino médio, é comum o aluno de graduação apresentar uma

série de deficiências em habilidades que não foram bem desenvolvidas nas

etapas precedentes. Este fato contribui para que o discente tenha muitas

dificuldades no inicio do curso, pois as disciplinas são lecionadas, na maioria dos

casos, de forma descontextualizada e num grau de aprofundamento mais intenso

do que aqueles trabalhados até então, podendo levar o aluno a se desinteressar

do restante do curso. Outro fato a ser considerado é que muitos estudantes ainda

não têm o grau de amadurecimento intelectual suficiente para acompanhar o

curso, acarretando, assim, um alto grau de retenção nessas disciplinas iniciais do

curso de Geografia.

Nesse aspecto, a implantação do PET-Geografia no Campus Experimental

de Ourinhos terá um importante papel na melhoria do curso à medida que permite

planejar e implementar um conjunto de atividades, relacionadas entre si, com o

objetivo de levar o aluno a reconhecer a Geografia como um construto humano, a

partir de necessidades históricas e culturais específicas de incentivar a

construções de competências ligadas à prática científica, tais como o de

questionar, levantar hipóteses, verificar a validade de certo procedimento, praticar

o raciocínio indutivo e dedutivo; de estimular no aluno o gosto pela Geografia,

tanto pelo seu caráter intrínseco de ciência estruturada em técnicas e formas de

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44

argumentação específicas, quanto pelo seu aspecto de ferramenta para outras

ciências e como saber escolar; de desenvolver no futuro egresso o hábito da

pesquisa, de busca de alternativas para o seu desempenho profissional, por fim,

estimular o gosto pelo trabalho em equipe. Este último de suma importância tanto

para o geógrafo quanto para o professor, já que o mercado de trabalho de ambos

envolve a prática coletiva.

A implantação do PET-Geografia permite uma maior aproximação do

currículo do curso de graduação com o desenvolvimento científico, cultural,

artístico e tecnológico, fruto da grande capacidade humana de criação e

produção. Por outro lado, o compromisso de articular competência acadêmica

com compromisso social envolve a aproximação com grupos de pesquisa e

outras instituições e entidades comunitárias que tenham objetivos e experiências

afins para consolidar um conveniente processo de cooperação e interlocução

sobre a apropriação e o uso dos espaços, além de sua afirmação como campo

propulsor de exercício da cidadania. Tais trocas científico-culturais são

significativas do ponto de vista da formação acadêmica e sociopolítica, não só

dos bolsistas do programa, como também dos outros alunos do curso de

graduação ao qual o programa se associa. Trata-se de estimular nos graduandos

a prática da leitura crítica da realidade, com base numa formação ética e

compromissada, do ponto de vista social e ambiental. A pesquisa é parte da

formação pedagógica dos bolsistas, mas esta precisa considerar a vivência no

território e a experiência comunitária que o aluno traz como elementos de sua

prática acadêmica.

Em suma, buscar-se-á dinamizar o cotidiano acadêmico dos discentes de

forma a desenvolver seu aprendizado como um processo sintetizador das

múltiplas dimensões da vida em sociedade e na sua relação com a natureza.

Para tanto, a incorporação de novas práticas e experiências pedagógicas no

âmbito do curso, proporcionadas pelo PET, terá impactos positivos de grande

importância na vida dos acadêmicos.

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

45

16. Referências bibliográficas

BRASIL: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Manual de orientações básicas do

PET. Brasília: MEC, 2006.

CASSIANI, Silvia Helena de Bortoli et. al. Experiência do programa especial de

treinamento na educação de estudantes de graduação em enfermagem. In: Rev.

Latino Americana de Enfermagem - Ribeirão Preto - v. 6 - n. 1 - janeiro 1998,

pp. 63-69.

MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita. São Paulo, Editora Cortez, 2003.

SANTOS, Boaventura. Um discurso sobre as ciências. 4ª ed. São Paulo:

Cortez, 2006.

UNESP/Campus Experimental de Ourinhos. Projeto Político-Pedagógico do

Curso de Graduação em Geografia, 2009.

UNESP/Reitoria. Plano de Desenvolvimento Institucional, 2009.

17. Breve Currículo do tutor

Nelson Rodrigo Pedon

Possui graduação (2002), mestrado (2005) e doutorado (2009) em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Campus de Presidente Prudente/SP). Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Humana. Foi professor Adjunto I da Universidade Federal de Goiás (UFG) - Campus de Jataí, ocupado a funnção de coordenador de curso no período de 2009-2010. Atualmente é professor Assistente (RDIDP) da Universidade Estadual Paulista -Campus Experimental de Ourinhos-SP

Atuação Profissional

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Brasil.

Campus Experimental de Ourinhos

Agosto/2010 – Atual Vínculo: Servidor Público, Enquadramento Funcional: Professor Assistente,

Carga horária: 40, Regime: Dedicação exclusiva.

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

46

Ministra das disciplinas “Políticas Educacionais: funcionamento e organização

da escola”; “Metodologia em Geografia” e “Estágio Supervisionado em

Licenciatura”.

Atualmente desenvolve os projetos de pesquisa e extensão:

“Protagonismo feminino e políticas públicas nos assentamentos do Pontal do Paranapanema: pesquisa e

extensão para o desenvolvimento da abordagem territorial”, financiado pelo CNPQ (edital020/2010)

“Elementos para a formulação de uma abordagem territorial para políticas públicas em educação”,

financiamento pleiteado junto à Prograd/Unesp, via Núcleo de Ensino.

Faculdade de Ciências e Tecnologia – Pres. Prudente

Fevereiro/2007 –

Julho/2007

Junho/2007 –

Dezembro/2007

Junho/2006 –

Dezembro/2006

2007 – 2009 Participou do Projeto de Extensão DataLuta, coordenado pelo Prof. Dr. Bernardo

Mançano Fernandes – projeto que consiste na constituição de um banco de

dados referente à luta pela terra no Brasil, desenvolvido pelo Núcleo de

Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (Nera), do Departamento

de Geografia da Universidade Estadual Paulista.

Universidade Federal de Goiás, UFG, Brasil

Maio/2009 –

Agosto/2010

Vínculo: Servidor Público, Enquadramento Funcional: Professor Adjunto I, Carga

horária: 40, Regime: Dedicação exclusiva.

2009-2010 - Coordenou o projeto de extensão “O filme na sala de aula: manual de aplicação

para o professor de Geografia do Ensino Médio”, com financiamento do Prolicen

(Programa de Fomento à Licenciatura da UFG).

Vínculo: Professor Bolsista, Enquadramento Funcional: Professor, Carga horária: 4 – (Docência realizada na disciplina “Espaços

Vínculo: Estágio Docente, Enquadramento Funcional: Professor, Carga horária: 4

Vínculo: Estágio Docente, Enquadramento Funcional: Professor, Carga horária: 4

Pró-Reitoria de Graduação PET - Programa de Educação Tutorial

47

Centro Universitário Toledo, UNITOLEDO, Brasil.

2008 - 2008

Principais publicações

• PEDON, N. R. A pesquisa geográfica sobre os movimentos sociais: balanço e perspectivas. Terra

Livre, v. vol 02, p. 67-84, 2009.

• SOUZA, Edevaldo Ap.; PEDON, N. R. Território e identidade. Revista Eletrônica da Associação dos

Geógrafos Brasileiros, Seção Três Lagoas, v. 1, p. 126-148, 2007.

• PEDON, N. R. Dialética territorial e globalização. Formação (Presidente Prudente), v. 12, p. 67,

2006.

• PEDON, N. R. Prolegómenos A Uma Geografia Dos Movimentos Sociais. Formação (Presidente

Prudente), v. 10, p. 34, 2004.

• PEDON, N. R. O papel das comunidades científicas: A AGB local de Presidente Prudente SP. Terra

Livre, v. 21, p. 24, 2004.

Textos em jornais de notícias/revistas

• Possui 08 textos de opinião publicados em Jornais;

• A Soberania Alimentar: O problema da fome discutido nas escolas. Discutindo Geografia, Brasil, p.

6 2 - 63, 10 jul. 2007.

• Resenha do livro “Escritos Urbanos” de Lúcio Kowalick. Revista Formação n.10, Presidente

Prudente/SP, 25 jun. 2003.

• “Resenha do livro Mudar a Cidade” de Marcelo J. Lopes de Souza. Revista Atos, Presidente

Prudente/SP, 10 set. 2002

Participou de 25 eventos, dos quais 08 como organizador;

Possui 22 trabalhos publicados em eventos;

Possui 23 trabalhos de produção técnica e artístico/cultural

Possui 05 trabalhos de orientação concluída e 02 em andamento.

Vínculo: Professor Contratado, Enquadramento Funcional: Professor, Carga horária: 2 (Professor do curso de graduação em História).