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O ELO Edição Nº 286 • Mai / Jun de 2011

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O ELO EditorialUNINDO PELA INFORMAÇÃO

Informativo do SINPAITPublicação Mensal – Distribuição Gratuita

DIRETOR RESPONSÁVELJesus José Bales

AssistenteLuci Helena Lipel

ReportagensJornalista Responsável

Dalísio Domingues dos Santos - MTB. 7.765

DIRETORIA EXECUTIVAPRESIDENTE

Jesus José BalesVice de Política de Classe

Luci Helena Lipel - José Vieira Rocha Junior1º Vice de Administração

Solange Aparecida de Andrade - Hilda Engler Raggio Bergamasco2º Vice de Administração

Erasmo Torres Ramos - Maria Luiza F. de Almeida Vilar Feitosa3º Vice de Administração

Vera Galvão Moraes - Maria Nilza Bueno da Silveira1º Vice de Planejamento

Mário Kaminski - Nilsa Maria Leis Di Ciero2º Vice de Planejamento

Armando Barizan - Yllen Fábio Blanes de Araújo3º Vice de Planejamento

Renato Miranda de Moraes Carvalho - Antonio Fojo da CostaVice de Normatização

Regina Candellero Castilho Nami HaddadSandra Morais de Brito Costa

Vice de ComunicaçãoDalísio Domingues dos Santos - Ivete Cassiani Furegatti

Vice de CulturaMarco Antonio Melchior - José Maria Coutinho

Vice Parlamentares Edir José Vernaschi

Vice Relações Públicas Suzana Lacerda Abreu de S. Lage

Maria Aparecida Almeida Dias de SouzaVice Inspeção

Ruy Antonio de Arruda Pereira - Rubens Chiapeta AlvaresVice Medicina

Geraldo da Silva Pereira - Ettore Paulo PinottiVice Segurança

José Antonio Mesquita de Oliveira - Newton Carlos PerisVice Aposentados

Adriano Salles Toledo de CarvalhoMaria Marly do Nascimento Jungers

Vice Sindicais Cyro Fessel Fazzio - Erlon Martinho Pontes

Vice Sociais Darcy Rizzo Hungueria - Jane Claudete da Cunha Duarte

Vice Interior Eduardo Caldas Rebouças - Décio Francisco Gonçalves da Rocha

Vice Internacional Nelson Alves Gomes - Luiz Carlos do Prado

CONSELHO FISCALTITULARES

Bruno Clemente Domingos, Emilia de Castro Paiva, Felix Suriano Domingues Neto,

Rubens de Souza Brittes, Wilson Antonio BernardiSUPLENTES

Ana Maria Fornos Rodriguez, Antonio Picinini, Enio Celso Salgado, Rivaldo Ribeiro da Costa, Tadashi Abe

SINPAITSindicato Paulista dos Auditores Fiscais do Trabalho

Fundado em 19/05/1953R. Avanhandava, 133 – 4º andar – cjs. 41/42

Centro – São Paulo/SP – CEP: 01306-001Tels: (11) 3214-0750 / 3255-9516 / 3257-5267

Fax: (11) 3258-5868www.sinpait.com.br / e-mail: [email protected]

Reprodução: As matérias publicadas só poderãoser reproduzidas com autorização expressa do SINPAIT,

sujeitando, os infratores, às penalidades legais.Responsabilidades: As matérias assinadas são de

inteira responsabilidade de seus autores, não refletindo,necessariamente, a opinião do SINPAIT.

Editoração, Criação e Impressão:Graphcollor Gráfica e Editora Ltda

(11) 3159-1485 / [email protected]

Tiragem: 3.600

ISSN 1983-263X

29º ENAFIT e o momento da Inspeção

O 29º Encontro Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, que neste ano comemora os 120 anos da Inspeção do Trabalho no Bra-sil, vai ser realizado no período de 11 a 16 de setembro próximo, em Maceió, Estado de Alagoas.

O ENAFIT deste ano reveste-se de algumas características di-ferentes, a começar pela troca de comando, na SIT, após oito anos da mesma gestão. É muito vasto o elenco de temas importantes que tocam a Auditoria Fiscal do Trabalho, em nosso país, a come-çar pelo esvaziamento constante do quadro ativo dos AFTs.

No encontro do ano passado, em Fortaleza, a direção do SINAIT colocou, como posicionamento central, “qual a Inspeção do Tra-balho que queremos?”. Ocorre-ram alguns debates, mas defini-ções objetivas não se concretiza-ram. Excluindo posicionamentos idealistas, mesmo humanitários, incertezas, dúvidas, indefinições cruciais perduram, algumas tra-vando o próprio debate sobre os rumos de nossa atividade. Ainda está viva a dicotomia: Auditor Fiscal do Trabalho generalista, ou especialista? Operacionalmente a questão está decidida há tem-pos, tanto que os concursos mais recentes são para admissão de auditores fiscais, sem qualquer distinção funcional. E os requisi-tos para inscrição de candidatos também são únicos. Mas na prá-tica a questão continua em aber-to. E sem uma solução racional encaminhada. Alguns defendem a volta da Secretaria de Saúde e Segurança do Trabalho, conviven-do em pé de igualdade com a SIT, o que, tecnicamente, é impossível e acaba de ser descartado pela

Secretária Vera Lúcia Ribeiro de Albuquerque, em recente repor-tagem à revista CIPA.

Por outro lado, a redução do quadro de AFTs acentua-se a olhos vistos. Os recentes concursos não estão repondo o número de au-ditores fiscais que se aposentam, ou, por outros motivos, deixam a atividade. O quadro mostra um es-vaziamento preocupante. Em re-sumo, é a instituição – INSPEÇÃO DO TRABALHO – que está ficando menor, está se encolhendo, per-dendo expressão.

No ENAFIT passado, o Presi-dente do SINPAIT, Jesus, levantou o problema sobre o esvaziamento da Inspeção do Trabalho. Sua fala não encontrou ressonância.

Talvez possa estar passando da hora a realização de uma aná-lise séria, profunda, que esclareça as razões dessa perda de espa-ço. Mas sente-se que a categoria ainda não despertou para esse debate. Ações pontuais de cole-gas auditores às vezes ganham repercussão na midia, mas não influem, ou não resultam numa visão de maior prestígio da Inspe-ção do Trabalho, mesmo dentro do próprio Governo.

A produção fiscal dos AFTs precisa ganhar força, em todos os sentidos, para que alcance resso-nância na Administração e, des-se modo, nossa instituição seja tratada com a importância que merece. Afinal de contas, cabe à Auditoria Fiscal do Trabalho fis-calizar e proteger, por exemplo, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, que dentro de uma pers-pectiva arrecadatória pode ser considerado a terceira maior fon-te de arrecadação do país, ainda que seja de patrimônio privado.

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O ELO

P Domingo, 11 de setembro de 2011 10 às 18h - Credenciamento e Entrega de Material Hotel Ritz Lagoa da Anta 20h – Solenidade de Abertura 29º ENAFIT Teatro Gustavo Leite – Centro de Convenções Ruth Cardoso 22h – Jantar de Boas Vindas Centro de Convenções Ruth Cardoso

P Segunda, 12 de setembro de 2011Hotel Ritz Lagoa da Anta 08:30 as 12h - Mini Cursos 12 às 14h – Almoço 14 as 18h – Palestras Técnicas ENOITE

P Terça, 13 de setembro de 2011Hotel Ritz Lagoa da Anta

08:30 as 12h - Mini Cursos 12 às 14h – Almoço 14 as 18h – Palestras Técnicas ENOITE

P Quarta, 14 de setembro de 2011Hotel Ritz Lagoa da Anta 08:30 as 12h - Mini Cursos 12 às 14h – Almoço 14 as 18h – Palestras Técnicas ENOITE

P Quinta, 15 de setembro de 2011Hotel Ritz Lagoa da Anta 08:30 as 12h - Mini Cursos 12 às 14h – Almoço 14 as 18h – Palestras Técnicas ENOITE P Sexta, 16 de setembro de 2011Hotel Ritz Lagoa da Anta 08:30 as 12h - Mini Cursos 12 às 14h – Almoço Comemorativo

Depois de treze anos o

Encontro Nacional dos

Auditores Fiscais do Tra-

balho volta a ser feito em Maceió, a

bonita e turística capital de Alagoas.

O 29º Enafit vai ser de 11 a 16 de

setembro próximo, no Hotel Ritz La-

goa da Anta, que fica na av. Briga-

deiro Eduardo Gomes, 546, à beira

mar da Praia Lagoa, Jatiúca e Ponta

Verde. O encontro comemora os

“120 ANOS DE INSPEÇÃO DO TRA-

BALHO NO BRASIL. A Associação

dos Auditores Fiscais do Trabalho

do estado de Alagoas, o SINAIT e

a comissão organizadora do even-

to estão ultimando providências e

informações, que já estão sendo

disponibilizadas no site e que tam-

bém serão enviadas em mala direta

a todos os colegas AFTs.

Como ocorreu no ano passado,

no encontro de Fortaleza, espera-

se que os colegas dos concursos

mais recentes tenham compareci-

mento maciço. Não só a presença

de grande número de AFTs, mas,

principalmente, a participação de

todos, é fundamental para o êxito

do encontro.

A categoria vive momentos de

apreensão, pois o quadro de audi-

tores está cada vez mais esvaziado,

os últimos concursos não tem per-

mitido repor os cargos vagos com

aposentadorias e desligamentos

de AFTs, tornando esse enxuga-

mento do quadro de auditores ati-

vos um risco real para a eficiência

e respeito da Inspeção do Trabalho

brasileira.

O encontro nacional é sempre

muito aguardado pela categoria,

pois tem por finalidade, também,

o congraçamento entre os colegas,

sobretudo com a programação do

“enoite”.

Maceió é uma das mais belas

cidades brasileiras, com praias

que encantam os visitantes, sua

culinária típica, sobretudo com

produtos do mar, uma rede hote-

leira de excelente padrão, e rotei-

ros turísticos imperdíveis, como

ao Praia do Francês. A comissão

organizadora trabalha com dedi-

cação para oferecer o melhor, aos

enafitianos e fazer com que o 29º

ENAFIT alcance seu principal obje-

tivo, que é a projeção da Auditoria

Fiscal do Trabalho em nosso país.

A delegação de São Paulo, que

não perdeu um só dos ENAFITS,

estará presente, capitaneada pelo

colega Jesus Bales, presidente do

SINPAIT.

Maceió recebe pela segunda vez o ENAFIT

Programação Básica do 29º ENAFIT

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Sob o título “Cerco às senzalas da moda”, a Revista Época, edição de 02/04/2011, pu-blicou reportagem-denúncia sobre conhe-

cida rede varejista de artigos de confecção, em São Paulo, por ter fornecedores que estariam empregan-do bolivianos em condições similares à escravidão. Houve comando fiscal numa das fornecedoras e na empresa tomadora, que é uma das mais tradicio-nais no país, formado pelo Comitê Interestadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, ligado à Secretaria Estadual de Justiça de São Pau-lo, pela Comissão Municipal de Direitos Humanos, MTE, PF e MPT. As autuações lavradas chegaram a R$ 2,2 milhões. Em nota oficial a direção da empre-sa rejeitou a acusação, afirmando que nada produz, pois apenas compra produtos no mercado e os re-vende no varejo.

Os fornecedores, na verdade pequenas empre-sas, geralmente de periferia, eram investigados desde agosto de 2010 pelo grupo de auditores do Programa de Erradicação do Trabalho Escravo Urba-no, da SRTE/SP. Ainda no ano passado os auditores flagraram o mesmo delito em oficinas que produ-ziam para outras duas redes nacionais.

Cadeia produtiva encobriria a fraude

Os auditores fiscais estão analisando todos os elos da cadeia produtiva para chegar ao responsável principal que, no mais das vezes, é a grande rede va-rejista. Ela se tornaria a beneficiária final do produto obtido pela exploração de trabalhadores.

Para os auditores fiscais da SRTE/SP, que atuam nessa investigação, quando cons-tatada a existência de explo-ração, de trabalho ultrajante, de fraudes trabalhistas, a responsabilidade é do to-mador final. Para o colega AFT Luis Alexandre Faria, que coordenou a operação na grande empresa varejis-ta, ela não pode alegar que apenas vende, e não produz

peças de vestuário, pois os atos diretivos e empre-sariais são sempre dela. “É a empresa que determi-na a tendência, faz o controle de qualidade de cada peça, estipula o preço e o prazo que as peças devem ser entregues”, disse ele.

Esse papel determinante é que identifica a subor-dinação, formando os elos da cadeia produtiva, sob o comando do financiador principal. Não é terceri-zação, nem quarterização de mão de obra, pois to-dos os envolvidos trabalham para um só objetivo de produção e para um único tomador, o que, compro-vado, embasa o posicionamento legal do comando de fiscalização.

O principal objetivo dessa ação é obrigar os gran-des tomadores a impedir que seus fornecedores pratiquem fraudes e violência contra seus trabalha-dores. No caso da ação que envolve grandes empre-sas, sobretudo com característica de presença do trabalho ultrajante, o grupo de fiscalização forma-se de modo múltiplo, integrado por representantes das áreas federal, estadual e municipal mas, no caso mais recente, com as diligências ainda em anda-mento, o Ministério Público do Trabalho e a Polícia Federal abandonaram as investigações, admitindo que somente após sua conclusão é que, talvez, po-derão se manifestar a respeito.

Preocupação sindical

Dirigentes sindicais da área de confecção não escondem a contrariedade com a presença de trabalhadores bolivianos em São Paulo. “Eles são usados pelos empregadores para rebaixar nossos salários e bagunçar o mercado de mão de obra”, disse Carmelita Aparecida de Souza, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Con-fecção de São Paulo e Osasco, mais conhecido como Sindicato das Costureiras. Para Carmelita, se a situação já estava ruim, com essa concorrência fica pior. Ela estima que só em São Paulo existam cerca de 60.000 bolivianos trabalhando na clandes-tinidade e entende que cabe ao governo da Bolívia arranjar emprego para seu povo e não mandar sua gente para cá. “Mas se eles nos procurarem, para denunciar maldade do patrão, vamos fazer de tudo

Fiscalização ataca terceirização ilegal em SP

da SRTE/SP, que atuam nessa investigação, quando cons-tatada a existência de explo-ração, de trabalho ultrajante, de fraudes trabalhistas, a responsabilidade é do to-mador final. Para o colega AFT Luis Alexandre Faria, que coordenou a operação na grande empresa varejis-ta, ela não pode alegar que apenas vende, e não produz

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para defendê-los. O mau patrão é quem deve ser combatido”.

Contudo, a preocupação maior da sindicalista é contra a invasão dos produtos importados. Ela diz que há redes de lojas de confecção que só tra-balham com importados. “Essas não tem qualquer preocupação com a questão da mão de obra in-dustrial, porque não produzem nada aqui, não em-pregam ninguém”. Uma dessas redes, bastante co-nhecida, vez por outra publica anúncios oferecen-do, por exemplo, terno de fibra mista, importado da China, até de boa qualidade, por R$100, quando um terno do mesmo tipo, fabricado no Brasil, de-vido ao custo de produção, não pode ser vendido por menos de R$ 300, mesmo no comércio mais popular. “Então quem resiste a isso? Nossos em-pregos vão para o espaço, aqui, enquanto, com essa importação escancarada, o Brasil está criando empregos para os outros, lá fora”.

Tráfico de pessoas

Dentre outras irregularidades trabalhistas, o co-mando fiscal que atuou na grande rede varejista, na cidade de São Paulo, constatou a presença do trabalho ultrajante, até mesmo cárcere privado, envolvendo trabalhadores bolivianos. Eles são ar-rebanhados nas regiões mais pobres de seu país, configurando o tráfico de pessoas.

Pressionados pela difícil situação social e eco-nômica na Bolívia, sobretudo pelo desemprego e miséria na região do altiplano, principalmente no entorno de La Paz, como El Alto, trabalhadores humildes acabam aceitando proposta, feita por intermediários, que são seus patrícios, para viajar ao Brasil, com promessa de vida melhor. Hoje o Brasil, na verdade quase só São Paulo, está para bolivianos e paraguaios, como os Estados Unidos estão para os mexicanos e demais latino-america-nos. Essa corrente imigratória de bolivianos, para o Brasil, perdura há mais de trinta anos.

Quando deixam seu país, começa um verda-deiro pesadelo para muitos desses trabalhadores e trabalhadoras. A vigilância, na nossa fronteira, é quase inexistente. Chegam aos centros maiores, como São Paulo, onde são encaminhados ao mer-cado negro de mão de obra, trabalhando muito e ganhando quase nada.

Porém muitos viajam com toda a família, incluin-do crianças, com o objetivo de chegar para ficar. São de origem indígena, na maioria, das etnias ai-mará ou quetchua. Geralmente são bons tecelões,

costureiros, bordadeiras, arrematadeiras, artífices. São quietos, obedientes e com excelente capacida-de de trabalho. Na verdade, nem sempre são ilu-didos. Muitos, quando saem da Bolívia, já sabem a vida dura que terão nas fabriquetas de confec-ção, em São Paulo. Mas, diante da vida tão difícil que levam, sempre acham que a viagem ainda é uma saída melhor. E a maioria não vai para fábricas grandes, ou de médio porte, como as que fornecem para grandes grifes. Acabam trabalhando em fabri-quetas de porão, de galpões, instaladas por corea-nos, ou chineses, como no Bom Retiro, Pari, Cam-pos Elíseos, Barra Funda, Jabaquara, Casa Verde, Brás, produzindo camisas, calças, casacos, roupa branca, lingerie, que escoam, em boa parte, para o interior paulista, ou para outros estados, levados por sacoleiros, principalmente os que frequentam a região da rua Vinte e Cinco de Março.

Evidentemente há uma parcela ruim, que não corresponde a essa boa imagem, pois tão logo se vêem soltos, na cidade grande, logo se entregam a alguma forma de vida criminosa, o que desperta a repressão policial contra a comunidade.

Como a presença boliviana é cada vez maior, na indústria da confecção, em São Paulo, o que faz crescer, também, o trabalho ultrajante, clandestino, a auditoria fiscal do Trabalho, da SRTE/SP, está de-senvolvendo esse projeto de fiscalização direciona-da para essas grandes empresas, objetivando obri-gá-las a exigir, de seus fornecedores, que ponham fim à exploração sobre seus trabalhadores.

A colega auditora fiscal Giuliana Cassiano, tam-bém coordenadora do programa, estima que exis-tam, em São Paulo, cerca de 8.000 pequenas em-presas, geralmente operando só com mão de obra boliviana, ou paraguaia, atendendo a produção de grandes grifes. “Só as empresas que alimentam a cadeia produtiva podem mudar essa lógica”, disse Giuliana, referindo-se à necessidade de se por fim à exploração desses trabalhadores.

Os AFTs que participam desse programa de fisca-lização entendem que não é necessário que as gran-des empresas contratem os costureiros, nem que cortem algum fornecedor. Apenas exigem que as grandes empresas criem formas de controle, para que suas peças saiam das oficinas, de empresas sa-télites, absolutamente regularizadas, sem a nódoa feia, do trabalho ultrajante, manchando, moralmen-te, a beleza das peças, feitas por mãos amorosas.

O SINPAIT cumprimenta os colegas auditores que estão engajados nessa difícil e trabalhosa missão, valorizando ainda mais a Inspeção do Trabalho.

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O ELO

Aproveitamos o título do romance do escri-

tor colombiano Gabriel Garcia Marquez,

para falar dos constantes acidentes do tra-

balho na construção civil, que chegaram recentemen-

te ao nosso conhecimento e que vêm sendo anuncia-

dos com freqüência nos órgãos da imprensa.

E é dos mais altos, belos e suntuosos edifícios

que estão sendo construídos e, até mesmo de sim-

ples edificações e de tantos outros tipos de obras,

que se anuncia que mais um operário caiu, foi ele-

trocutado ou sequelado por uma máquina. Mais um

brasileiro que, saindo de casa para a labuta do dia-

a-dia, não voltou ou que vai voltar incapacitado, so-

frido pelas dores, pelo tratamento que se estende,

para um novo tempo de dedicação e dependências

e cuidados de familiares, em especial, no silêncio de

suas casas.

Mais um a fazer parte dos inúmeros benefícios

pagos pela Previdência Social, quando estão com o

contrato de trabalho regularizado ou mais um indi-

gente a depender da caridade das pessoas, se tiver

a sorte de recebê-la.

É a força de trabalho que não mais será computa-

da nas estatísticas dos ativos.

Foi vítima da dureza do trabalho, que nem sem-

pre engrandece, dignifica: foi vítima de acidente.

Ao analisar os acidentes do trabalho que ocorreram

na cidade de Campina Grande, lembrados por serem

mais recentes, fiquei a pensar na violência do que ana-

lisei, nas causas que levaram a tamanha calamidade.

É o corpo frágil de um homem que voa da 25º

laje para ser amparado apenas pela mãe terra. O

corpo bate, ao cair, nas plataformas da obra, que,

tantas vezes, parecem só enfeitar os prédios. Esse

acidente me fez lembrar o trecho da música de

Chico Buarque, Construção, que diz: “E tropeçou no

céu como se fosse um bêbado. E flutuou no ar como

“Crônica de uma morte anunciada”Ana Mércia Vieira Fernandes

AFT/Coordenadora do Projeto de Análises de Acidentes da SRTE/PB

se fosse um pássaro. E se acabou no chão feito um

pacote flácido.”

E outro trabalhador que é atingido pela dureza da

ferragem sem proteção que espera a próxima vítima

e que penetra na sua cabeça como um punhal, tras-

passando seu crânio.

Impossível não dizer que isso é um terror. Mas

o terror vem como algo sem controle e, às vezes

abstrato, do medo. Mas essas realidades não. Elas

vêm dos riscos existentes nos ambientes e nas con-

dições de trabalho sem controle, vem do ritmo ace-

lerado do desenvolvimento desordenado, vem do

descaso com a vida, com a saúde e segurança da

força de trabalho. É como uma morte que é anun-

ciada todos os dias.

Estamos próximos de mais um dia em que dedi-

camos à memória das vítimas de acidentes do tra-

balho, dia 28 de abril. E é a estes que dedico o meu

relato.

E é por eles também que devemos seguir em

frente, pois o tempo urge e o trabalho na busca de

mais prevenção, de ações pelo cumprimento da lei,

de informações tão necessárias aos trabalhadores,

de lutas por maiores cuidados com a sua saúde, sua

integridade física e mental, precisa continuar, pois

não podemos esperar, de braços cruzados, as pró-

ximas vítimas.

E sejam elas poucas ou muitas, são homens e

mulheres e até crianças e adolescentes, que, mais

do que nunca, precisam de mais atenção das autori-

dades, dos serviços públicos, das organizações em-

presariais, das suas representações e de uma gran-

de mobilização social, para fazer valer o seu clamor

e dar voz ao seu silêncio, por melhores condições

e ambientes de trabalho, para que não cheguem a

viver a dolorosa experiência do infortúnio que é o

acidente do trabalho.

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A Secretária da SIT, colega AFT Vera Lúcia Ribeiro de Albuquerque, concedeu entrevista à revista CIPA, publicada na edição de abril passado. Como se trata de uma publicação técnica, as perguntas foram to-das voltadas para os temas de saúde e segurança do trabalho, em especial à área do DSST. A Secretaria descartou qualquer possibilidade de retorno de uma Secretaria de Saúde e Segurança do Trabalho, no MTE, lembrando que a própria OIT não aceita uma divisão de áreas de atuação da inspeção do trabalho, pois a Convenção 81 fala em “autoridade central”, no comando da fiscalização.

Vera destacou que o principal desafio de sua gestão, no momento, é obter um novo concurso, vez que o quadro de auditores fiscais do Ministério do Trabalho está totalmente defasado. Rejeitando qualquer distinção entre as áreas de atuação do AFT, destacou: “Todas as áreas e segmentos nos quais os auditores fiscais do trabalho atuam são importantes para os trabalhadores e, todas, terão prioridade conforme o contexto encontrado em cada ação fiscal”. (D.S.)

As metas

A seguir o ELO reproduz alguns trechos da entrevista:

Quais são as metas de trabalho da senhora à frente da Secretaria?- Eu recebi a orientação do ministro de dar continui-dade à gestão da Ruth Vilela, que pretendia investir na capacitação e troca de boas práticas de inspeção do trabalho, na Escola Nacional da Inspeção do Trabalho; conseguir novos concursos, além de outras metas em prol do fortalecimento da categoria, com vistas a uma melhor prestação de serviço aos trabalhadores do Bra-sil. Essas também são minhas metas, complementadas por um desejo de trabalharmos, todos os auditores fiscais do trabalho, unidos e de forma complementar, conforme as diferentes capacitações e vocações pes-soais, com diferenças apenas no fato de trabalharmos em contextos e regionais diferentes, mas com o mes-mo objetivo: lutar para que todos os trabalhadores no Brasil possam ter um trabalho decente.

“Maior desafi o é conseguir novo concurso”

No governo passado grande parte do setor preven-cionista brasileiro não ficou satisfeita com a aten-ção dispensada pela SIT às questões relacionadas à segurança e saúde no trabalho. De que forma será possível reverter esse quadro?- Agradar a todos é uma tarefa difícil. As ações da SIT são direcionadas a um público alvo especifico, os trabalhadores, mas reivindicações de outros seg-mentos serão sempre ouvidas e consideradas.

A senhora pretende ter uma proximidade maior com o setor prevencionista? Qual será sua estratégia?- As portas da SIT estarão abertas ao setor preven-cionista. As contribuições recebidas serão sempre avaliadas e, quando possível, acatadas.

Qual o destaque que a senhora pretende dar ao DSST, uma vez que ele já foi uma secretaria e no governo FHC perdeu esse status?- A SIT foi criada por uma fusão da antiga Secreta-ria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) com a Secretaria de Fiscalização do Trabalho (SEFIT), ocorrida em 1999, a pedido dos próprios integran-tes da SSST. Na verdade a Convenção 81, da OIT, que foi a base para a criação da inspeção do traba-lho, fala em uma “autoridade central”, que no Brasil é o Secretário de Inspeção do Trabalho e, na es-trutura do MTE, responsável pelas atribuições re-lacionadas à fiscalização do trabalho e à segurança e saúde, atendendo à citada convenção. Pretendo dar o mesmo espaço aos projetos prioritários das duas áreas.

Há possibilidade do DSST voltar a ser uma secreta-ria, como no passado, algo reivindicado pelo setor? Como a senhora avalia esta questão?- A criação de uma secretaria enseja o remanejamen-to de estrutura, orçamento, espaço físico, cargos e servidores. Não possuimos nenhum destes elemen-tos em quantidade suficiente para atender duas se-cretarias. Por este motivo não temos intenção de propor o desmembramento da SIT. O modelo atual atende ao disposto na Convenção 81, da OIT, que prevê a existência de uma autoridade central para a inspeção do trabalho, como citamos acima.

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No dia 14 de abril passado, a TV Futura, integrante da Rede Globo, apresentou um excelente programa, mostrando a

cruel exploração que patrões e patroas fazem con-tra empregadas domésticas. “Da porta para dentro eu era tratada como escrava. Não me deixava sair. E tive de resistir utilizando uma cadeira para não ser abusada sexualmente por meu patrão, dentro da la-vanderia”, disse uma doméstica que trabalhava num apartamento residencial, em prédio de alto luxo, em Curitiba.

A reportagem apresentou vários depoimentos de trabalhadoras, de diversas regiões do país, mos-trando que a violência contra elas ocorre de modo generalizado, porém com mais frequência, e com mais crueldade, quando os empregadores são ri-cos e poderosos. Quase sempre são atraídas pela promessa de pagamento de bons salários e boas condições de trabalho. Mas quando estão dentro da residência, passam a ser exploradas de todas as formas e, com relação ao “homem da casa”, são vítimas de assédio sexual quando a patroa não está por perto.

Proibidas de sair, fica evidente que se caracteri-za, também, uma forma urbana de trabalho escravo. Boa parte dos depoimentos das domésticas foi colhi-da nas delegacias de polícia de proteção à mulher.

Levantou-se, também, a questão da exploração contra mulheres imigrantes, dos países vizinhos do sul, sobretudo do Paraguai. Chegam sem dominar o idioma e são entregues nos lares quase como mercadoria. Há casos em que sequer dispõem de documentos pessoais de identificação e não sabem se locomover no bairro. Indefesas, são abusadas de todas as formas.

A ampla reportagem da TV Futura, que opera a melhor forma de televisão educativa, no Brasil, é um alerta, convocando todas as autoridades, que cuidam da questão social, em nosso país, a criar

Tv mostra violência contra domésticas

programas de proteção e amparo às mulheres que trabalham como empregadas domésticas, principal-mente as menores de idade.

Em São Paulo

Em São Paulo, a Auditoria Fiscal do Trabalho man-tém um Núcleo Especial de Atendimento aos traba-lhadores e trabalhadoras vítimas de assédio moral e trabalho ultrajante. Na sede da Superintêndencia, o núcleo funciona no prédio da rua Martins Fontes, 109, 10°, com plantão diário, em horário comercial.

No caso específico das empregadas domésticas a confirmação das denúncias torna-se difícil porque o auditor, ou auditora fiscal do Trabalho, não tem au-torização legal para adentrar a residência. Quando depoimentos são colhidos no plantão fiscal, o AFT procura, por meio do telefone, contatar a patroa, co-locá-la a par do denunciado e convidá-la a compare-cer à repartição para uma solução amigável. Mas se a empregadora se recusar a qualquer entendimen-to, o AFT nada pode fazer a não ser encaminhar a doméstica à Justiça do Trabalho, ou à Delegacia de Polícia de Proteção à Mulher.

Mesmo com essa dificuldade intransponível, Auditoras e Auditores Fiscais do Trabalho, em São Paulo, tem conseguido sucesso na defesa dos di-reitos trabalhistas das domésticas e na sua prote-ção contra os abusos, dentro do lar. Na maioria dos casos, a patroa compreende que é mehor atender ao convite, buscar um acordo amigável, que enfren-tar o Poder Judiciário. Pena que esse trabalho tão importante fique no anonimato, pois a Superintên-dencia Regional do Trabalho, em São Paulo, não tem um serviço de imprensa para divulgar tudo que é feito pela repartição, principalmente pela Inspeção do Trabalho. Até o Serviço Funerário Municipal de São Paulo tem serviço de Imprensa, mas a SRTE/SP, infelizmente, não tem. (D.S.)

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O ELO

Ainda que pouco divulgada, a Portaria 659, de 17/12/2009, do Contran, explicita que todos os veículos motorizados podem ser

adaptados e seus condutores, portadores de algu-ma deficiência física, tem a possibilidade de exercer a profissão de motorista profissional, nas categorias “C”, “D” e “E”. Antes, a Resolução 80/98, do Con-tran, proibia atividade remunerada para o deficiente físico que quisesse trabalhar como motorista profissional. Em 2007 essa resolução foi derrubada por uma delibera-ção do juiz da 10ª. Vara Civel de São Paulo. A importante decisão judicial se comple-mentou com a portaria 659, do Contran, que permitiu as alterações necessárias em veículos de carga, tração e coletivos de passageiros, para que pudessem ser conduzidos por PcD.

Esse acontecimento foi divulgado numa reportagem do Anuário 2010/2011, da revista Reação, nº 78, quan-do foram levantados outros pontos, ainda sem solução, para a devida inclusão das PcDs nesse importante ramo da atividade profissional.

Quem trabalha no veículo adaptado?

Mesmo em vigor desde dezembro de 2009, essa legalização, na prática, não está alcançando os por-tadores de deficiência. Sequer há uma estatística a respeito. O Registro Nacional de Carteira de Habilita-ção não faz distinção entre os condutores com algum tipo de deficiência e os demais e, assim, não há, ofi-cialmente, como contar quantos desses condutores exercem atividade remunerada. Os sindicatos, tanto patronais, como de empregados, também não tem qualquer cadastro a respeito. O Sindicato das Em-presas de Transportes de Carga de São Paulo e Re-gião, por exemplo, informou que não há registros de transportadoras que tenham contratado pessoas que necessitam de adaptações nos veículos. Também no

Deficiente físico pode ser motorista profissional

Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autôno-mos de Bens do Estado de São Paulo não há nenhum caso de adaptação de veículo comercial.

“Desconheço qualquer auto-escola no estado de São Paulo que tenha veículo adaptado para catego-ria “C”, “D”, ou “E”, disse José Guedes Pereira, pre-sidente do Sindicato das Auto Moto Escolas e Cen-tro de Formação de Condutores no Estado de São

Paulo. Destaca, a revista Rea-ção, que “mesmo para moto-rista de táxi, que é categoria “B”, um dos principais locais que ministram o curso obri-gatório, em São Paulo, o Cen-tro de Educação de Transito, diz que até agora não recebeu alunos com deficiência.”

Por que continuam marginalizados?

A adaptação dos veículos apresenta-se como prin-cipal obstáculo à profissionalização do motorista porta-dor de deficiência. O dr. Pedro Antonio de Oliveira Ma-chado, procurador da República em Bauru/SP e vice-procurador substituto dos Direitos do Cidadão, expõe seu ponto de vista, naquela publicação: “Essa questão das dificuldades que as empresas alegam eu concordo, isso é um custo, mas nós não podemos, principalmen-te as empresas que tem responsabilidade social, deixar essas pessoas à margem da sociedade.”

Segundo o Dr. Oliveira Machado, a falta de pro-cura pela profissão se dá, até agora, porque a pes-soa com deficiência física fica com receio de investir e não ter uma empresa que o contrate. “Esse de-sinteresse decorre de uma situação de discrimina-ção em relação às pessoas com deficiência”. Para o procurador os sindicatos podem ser um elemento facilitador, incluindo cláusulas nos acordos coletivos de trabalho para a contratação desses motoristas. “Há pessoas que ainda subestimam a capacidade do portador de deficiência, mas ao longo do tempo isso deve diminuir”, admite ele.

Desconheço qualquer auto-escola no estado de São Paulo

que tenha veículo adaptado para categoria “C”, “D”, ou “E”,

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Vulcabras vai para a Índia

Numa decisão difícil, mas esperada, a Vulcabrás, maior fa-bricante de calçados do Brasil, anunciou que está transferindo para a Índia toda sua linha de produção de tênis, que é a maior geradora de empregos no seu grupo. Segundo a direção da empresa, que é propriedade de Pedro Grendene, a decisão foi tomada porque tornou-se irreversível sua perda de competitivi-dade, em nosso país, devido ao real forte e a concorrência avas-saladora dos importados.

A Vulcabras comprou uma fábrica de calçados em Chennai, uma das cinco maiores cidades da Índia. A assinatura fi nal da compra ocorrerá em junho próximo. A empresa brasileira preten-de aplicar, inicialmente, US$50 milhões nessa unidade indiana. Atualmente a fábrica de Chinnai emprega mil pessoas e a meta da Vulcabras é aumentar para 5 mil, em um ano e meio. Na verda-de, como vai operar, basicamente, com mão de obra terceirizada, a Vulcabras vai gerar ocupação para cerca de 8 mil trabalhadores. Farão os cabedais do tênis, aquela parte superior feita de tecido, couro e sintético, cuja confecção exige o maior contingente de mão de obra. Depois os cabedais serão embarcados para o Brasil e Argentina, onde será feita apenas a colagem da sola. Nas suas unidades fabris, no Brasil, a Vulcabrás conta com 40 mil empre-gados e na fábrica da Argentina com mais 4 mil. Milton Cardoso, presidente da Vulcabras, justifi cou a preferência pela Índia, afi r-mando: “ Na Índia não é preciso recorrer à interferência do govêr-no para garantir o investimento, como ocorre em outros países.”

Em 1968, no governo do general Costa e Silva, o então ministro da Indústria e Comércio, Fabio Yassuda, ao discursar na inauguração da fábrica da Vulcabras, em Jundiaí, foi pro-fético, ao pedir proteção à indústria nacional. Destacou que aquele ato solene servia como marco na expansão industrial brasileira. “É mais uma grande unidade produtora que entra em operação, consolidando a certeza de que até o fi m deste século o Brasil estará entre as primeiras nações desenvolvidas do mundo. É preciso todo esforço para garantir que nada obs-trua o desenvolvimento industrial de nosso país.”

Também a indústria Schmidt Irmãos, que há 70 anos é fabricante de calçados femininos e que tem sede em Campo Bom, no Rio Grande do Sul, anunciou sua mudança para a Ni-carágua. Com toda sua produção exportada para os Estados Unidos e Europa, a Schmidt decidiu levar toda sua linha de

A DANÇA DAS EMPRESAS NA ECONOMIA GLOBALprodução para a zona franca industrial de Zaratoga, em Ma-nágua, onde já estava operando desde setembro passado. Ela chegou a ter 21 unidades de produção no Rio Grande do Sul, empregando 3 mil pessoas. Na Nicarágua vai exportar para os EUA e Europa sem pagar impostos, além de dispor de mão de obra farta e barata, e sem o real forte. O presidente do Sindi-cato dos Calçadistas de Campo Bom, Vicente Selistre, afi rmou: “As informações que nos chegam são de que a Schmidt vai criar cerca de 2 mil postos de trabalho na Nicarágua dentro de dois meses.” Também a Vicunha Têxtil, líder na produção de índigos e brins na América Latina e uma das três maiores fabri-cantes do mundo, prepara sua transferência para a Argentina, onde fi rmou acordo com o grupo argentino Ullum, para iniciar sua produção textil no país platino.

Suzuki no Brasil

Pedro Alves de Oliveira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, anunciou que a Suzuki, uma das principais fa-bricantes de carro do Japão, vai construir sua primeira fábrica, no Brasil, em Itumbiara, Goiás. Será a primeira unidade industrial da Suzuki fora do Japão. Alexandre Baldy, secretário da Indústria e Co-mércio de Goiás, disse que o protocolo de intenção já foi fi rmado com os japoneses.

O primeiro carro a ser fabricado, em nosso país, pela Suzuki será o jipe Jimny, com capacidade para quatro passageiros e que, atualmente, custa R$54.790 nas lojas importadoras. A produção, em Itumbiara, deverá começar em 2013, com a perspectiva de ge-ração de, pelo menos, 2.000 empregos diretos.

Goiás já tem uma fábrica da Mitsubishi, em Catalão e da Hyun-dai Caoa, em Anápolis. Paralelamente, a Toyota inicia uma nova fábrica em Sorocaba/SP, num investimento de US$600 milhões e a Hyundai, num investimento do mesmo valor, constrói nova planta em Piracicaba. A Chery, empresa automobilística chinesa, faz sua primeira fábrica brasileira em Jacarei, cidade paulista do vale do Paraíba, num investimento de US$400 milhões. Os chineses estão entrando com voracidade no setor automobilístico, inclusive parti-cipando do círculo da Fórmula Um, tendo sido muito concorrido o GP da China, realizado há um mês. Essas novas fábricas, no estado de São Paulo, deverão entregar suas primeiras fornadas de carros entre 2012/2013. Elas visam, sobretudo, o mercado interno brasi-leiro que, segundo especialistas, já está saturado. (D.S.)

A Prefeitura de São Paulo está introduzindo uma novidade no seu sistema de fi scalização das posturas municipais: quem for fl agrado em alguma irregularidade, como colocar propa-ganda fora dos padrões da lei Cidade Limpa, jogando lixo nas ruas, nos terrenos baldios, ou fazendo barulho após as 22 ho-ras, vai receber a multa impressa na hora, das mãos do fi scal municipal.

A novidade entrará em vigor em novembro próximo. Para isso os 700 agentes das subprefeituras deverão carregar um

Multa entregue na hora em SPminicomputador para ter acesso ao banco de dados da Prefei-turas e poder imprimir as autuações na hora. Além de agilizar todo o processo de fi scalização, a Municipalidade paulistana estima que terá uma economia acentuada, pois não mais terá o gasto com o envio das multas pelo correio. “Com esse avan-ço na informatização haverá maior rendimento dos fi scais e, também, diminuirá a sensação de impunidade, pois no siste-ma atual é muito lenta a execução das multas”, disse um diri-gente do serviço municipal de arrecadação.

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O ELO

O que nem em sonho alguém poderia imaginar há trinta anos atrás, na China comunista de Maó Tsé Tung, agora torna-se uma rotina, testando o neo-sistema ca-pitalista chinês: a explosão de greves trabalhistas, so-bretudo nos grande bolsões industriais, como Xangai.

As greves estão dando certo. Os trabalhadores es-tão arrancando excelentes aumentos salariais. No setor industrial os aumentos foram, em média, de 9%, em 2010. Em algumas cidades os reajustes ultrapassaram 20%. Há negociação, dentro da própria fábrica, pois o sistema sindical não é forte, e atua mais como braço do Partido Comunista Chinês, que é o controlador do Go-verno, mas quando o entendimento fracassa os traba-lhadores entram em greve e os empregadores acabam cedendo. A melhoria salarial não tem incentivado os trabalhadores ao consumo. Previdentes, o que se vê é o crescimento da poupança familiar.

Contudo essa melhoria não quer dizer que os traba-lhadores chineses passaram a viver no paraíso. Longe disso. Basta citar que no Brasil o salário médio, na in-dústria, é sete vezes maior que o pago aos chineses.

Sem previdência

O que em nosso país passou a ser definido como “custo Brasil” – os salários, mais benefícios, mais im-postos, taxas, contribuições etc., que dobram o valor do salário pago – na China não existe.

Ao contrário daqui, lá não existe, por exemplo, pre-vidência social para todos. Somente alguns setores de trabalhadores, mais especializados, dispõem do direito previdenciário. As jornadas são longas, quase sempre superando dez horas diárias, e nem sempre se paga o excesso trabalhado. Na verdade, o próprio controle da

Trabalhadores testam capitalismo chinêsjornada quase não existe, ficando, na prática, a critério da empresa estabelecer a extensão da jornada de tra-balho. As férias, na China, não passam de dez dias ao ano, podendo ser menos. 13º salário, FGTS, não exis-tem. Então, no final do mês, o recibo de pagamento configura o pagamento dos dias trabalhados Em con-trapartida, o governo subsidia o transporte coletivo, a alimentação e até a vestimenta e calçados básicos, onde sobressai a famosa túnica cinza de algodão, que o próprio Mao usava em público.

Educação de ponta

Porém, o diferencial, em relação ao Brasil e demais países emergentes, é que o governo chinês passou a oferecer, à toda a população, educação básica de ex-celente qualidade, seguida de eficiente rede pública de ensino profissional. Hoje a China lidera, em todo o mundo, no quesito de educação básica: excelente, a custo zero para a população, o que torna sua massa de trabalhadores pronta a vencer qualquer desafio, ao entrar numa linha de produção.

A China conta 1 bilhão e 360 milhões de habitantes. Daí sua fantástica produção industrial, cujos produtos inundam o mundo todo, seja nas lojas populares de fonteira, como entre Brasil e Paraguai, na rua 25 de Março, em São Paulo, seja no turístico mercado da Palha, em Florença, nas lojas elegantes da calle Flori-da, em Buenos Aires, ou nos shoppings de Miami. Foi essa preocupante realidade chinesa, sobretudo para nós, brasileiros, que estamos vendo a destruição de nosso parque industrial, que a presidente Dilma Rous-seff viu de perto, na recente viagem à China, no mês passado.

Recorde de PLR na VolvoOs metalúrgicos do Paraná saíram na frente na con-

quista de expressivos valores para o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados-PLR. Depois de detonar uma greve geral, os 3,2 mil trabalhadores da Volvo do Brasil, fabricante de ônibus e caminhões, no distrito industrial de Curitiba, conseguiram receber R$ 15 mil de PLR, neste ano, com antecipação de R$ 7 mil, paga em 13 de maio corrente.

A audiência de conciliação, no TRT de Curitiba, du-rou quase duas horas. Para o Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka, “os trabalhadores fizeram um bom acordo. Esse acordo significa um avanço neste momento econômico que vive o Brasil, mostrando que as empresas estão po-dendo conceder mais PLR, estão tendo mais lucrativi-dade e fará, com certeza, que novos acordos evoluam

na mesma proporcionalidade que este”. Mas a direção da Volvo não escondeu sua decepção. “O sentimento é de frustração, um gosto amargo. Nós concedemos algo bem acima daquilo que nós tinhamos condições, acima daquilo que é razoável”, disse Carlos Morassutti, diretor de Recursos Humanos e Assuntos Corporativos da empresa.

Segundo ele foi o preço pago para acabar o impas-se, pois a fábrica estava parada e isso tem um impacto muito grande, com sérios prejuízos para todos. De ou-tra parte, o meio sindical está agitado com a nova safra de acordos salariais, 2011/2011, que se aproxima, eis que a estimativa da inflação pode alcançar 7% e, com esse índice garantido, as categorias profissionais, ob-viamente, vão querer algo a mais, pelo menos 1%, ou 2% acima do índice inflacionário. (D.S.)

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Os servidores públicos da União, dos Estados e dos Municí-pios, por meio de suas entidades de classe, estão trabalhando no sentido da discussão e aprova-ção de três Propostas de Emenda Constitucional que reparam injus-tiças que estão sendo praticadas contra o funcionalismo público brasileiro. As três já foram apro-vadas em todas as comissões técnicas da Câmara e aguardam, tão somente, serem colocadas em votação, no Plenário, o que, infeliz-mente, vem sendo procrastinado.

As três propostas são estas: PEC 555/2006 – altera o artigo 4º da Emenda Constitucional 41/2003, extinguindo, gradativamente, a injusta cobrança de contribuição previdenciária de aposentdos e

Justiça com os servidores públicospensionistas, uma das mais cruéis medidas já tomadas contra os ser-vidores públicos de nosso país; PEC 210/2007 - altera os artigos 95 e 128 da Constituição para res-tabelecer o adicional por tempo de serviço como componente da remuneração das carreiras típicas de Estado; PEC 270/2008 – acres-centa o parágrafo 22 do art. 40 da Constituição Federal para res-gatar, para os servidores aposen-tados por invalidez, o direito aos proventos integrais, com paridade plena.

Neste momento difícil, em que os servidores públicos são expos-tos de forma constante à execra-ção pública, servindo como bode expiatório de tudo de ruim que tem ocorrido no país, a imensa

família brasileira dos servidores confia na isenção, no sentimento de justiça e no patriotismo dos re-presentantes do povo brasileiro, no Parlamento, para que votem com urgência, e de modo favorá-vel, essas três PECs, que, tão so-mente, recolocam no patamar de justiça esses pleitos dos emprega-dos públicos.

O SINDICATO PAULISTA DOS AUDITORES FISCAIS DO TRA-BALHO - SINPAIT, junta-se ao co-mando de mobilização estadual e nacional dos servidores públicos, subscrevendo o apelo, aos senho-res Deputados e Senadores para que votem, de modo favorável, e com a urgência necessária, es-sas três importantes propostas de emenda constitucional.

A OAB/SP abriu guerra contra cerca de cem defensores públi-cos paulistas (advogados do Es-tado, concursados), porque eles pediram o desligamento da enti-dade. Para a Ordem essa foi uma atitude ilegal, pois o defensor pú-blico não pode postular em juízo, ou seja, defender os necessita-dos, sem ter seu registro ativo na OAB. Sem a inscrição, estariam no exercício ilegal da profissão de advogado.

Evidentemente, os defensores públicos pensam exatamente di-ferente. Entendem que, aprova-dos em concurso, e na condição de funcionários públicos, portanto estatutários, estão fora do alcance da legislação regulamentadora e

OAB X Defensores Públicoscorporativa, voltada estritamente para a atividade privada, que ca-racteriza a profissão do advogado. O defensor público é o próprio Es-tado na proteção do cidadão ne-cessitado.

Segundo o Jornal do Advo-gado, edição de abril passado, o presidente da OAB/SP, Luiz Flávio D’Urso, encaminhou ofício à De-fensora Pública-Geral do Estado de São Paulo, Daniela Sollberger Cembranelli, ao Presidente e ao Corregedor-Geral do Tribunal de Justiça de São Paulo e ao Procu-rador-Geral de Justiça, informan-do que mais de 90 defensores públicos do Estado solicitaram baixa de suas inscrições nos qua-dros da OAB/SP, salientando que,

com tal comportamento, poderão responder por exercício ilegal da profissão, uma vez que um dos re-quisitos para tomar posse, como defensor, é estar devidamente ins-crito na Ordem dos Advogados do Brasil. Para D’Urso, o cargo de de-fensor público é privativo de ad-vogado. O Conselho Seccional da OAB/SP, na reunião de 28 de março último, entendeu que, ao pedirem baixa da inscrição, os defensores voltaram à condição de simples bacharéis em Direito, o que lhes retira a capacidade postulatória inerente ao exercício da advoca-cia, não podendo, assim, realizar atos privativos de advogado. A anuidade da OAB, em São Paulo, está em torno de R$ 800,00.

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O ELO

AFTs de São Paulo decidem manter SINPAITFo

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Diretoria SINPAIT

“O Sindicato Paulista dos Auditores Fiscais do Trabalho – SINPAIT - vai se manter como entidade sindical representativa dos Auditores Fiscais do Tra-balho que atuam no Estado de São Paulo. Diante do movimento do Sindicato Nacional, visando se tornar sindicato único dos AFTs, com adoção de um novo estatuto, a diretoria do SINPAIT, contrária a essa pretensão, consultou seus associados e obteve ple-no apoio para a manutenção do Sindicato Paulista, como entidade viva, representativa dos colegas AFTs de nosso Estado. O projeto do novo estatuto deixa opcional a manutenção, ou não, da entidade regional. Quanto ao delegado sindical, previsto no novo diplo-ma, é questão a ser colocada quando o novo estatuto estiver aprovado”.

Esse foi o posicionamento do SINPAIT, exposto pelo presidente Jesus José Bales, durante reunião na sede sindical, na tarde do dia 01 de junho passado, seguida da festa dos aniversariantes dos meses de abril e maio. Os AFTs presentes externaram a vonta-de de que o Sindicato Paulista continue a existir.

SINPAIT vivo

O colega AFT Adriano Salles, sempre estudioso da organização sindical brasileira, analisou o projeto do novo estatuto do SINAIT - Sindicato Nacional, e concluiu que ele não veda a existência dos sindicatos e associações regionais, admitindo, dessa forma, a convivência normal com eles.

“O artigo 129, explica Adriano, diz que o SINAIT criará uma delegacia sindical em cada unidade da Fe-deração, podendo as atuais associações e sindicatos se transformar em delegacias sindicais até o I Conait.

Então, o novo estatuto dá liberdade de opção às enti-dades regionais, ora existentes, de continuar sua vida normal. A palavra “podendo” é absolutamente defi-nidora dessa situação. O Estado é quem decide. A representação pode ser transformada em Delegacia Sindical ou permanecer como está. E como nossos colegas de São Paulo querem que o SINPAIT con-tinue existindo, então essa é decisão soberana, que deve ser respeitada. Nossos colegas não querem a conversão do Sindicato Paulista em delegacia sindi-cal. Aquí nosso sindicato tem sede própria e situação economico-financeira estável e, conforme o artigo 92 do futuro estatuto do Sindicato Nacional, se aceitar-mos nossa auto-dissolução, nosso patrimônio auto-maticamente passará para a entidade nacional.”

Demanda é grande em São Paulo

O presidente Jesus Bales ressaltou, ainda, que a manutenção do SINPAIT não vai alterar, em nada, seu bom relacionamento com a direção do Sindicato Nacional, e só depois de eleito o delegado sindical é que se esclarecerá a questão da representativida-de, ou de seus limites, perante a entidade nacional. “O Sindicato Paulista tem muitas ações judiciais em andamento, envolvendo interesses de considerável número de AFTs. Aquí temos expediente diário, com atendimento ininterrupto, o dia todo, aos colegas que nos procuram, mesmo os não associados, inclusive com questões pessoais, de internamento hospitalar, por exemplo. Toda essa estrutura, todo esse fluxo de trabalho aos colegas AFTs, não pode ser interrompi-do, não pode se acabar. Entendemos que um delega-do sindical, enquanto apenas figura física, dificilmente

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terá condições de atendimento normal de toda essa demanda diária que estamos mencionando. No ENA-FIT de Fortaleza, no ano passado, defendemos a cria-ção de uma federação nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, para preservar as entidades regionais. Ainda que tivessemos o apoio apenas do Sindicato do Rio Grande do Sul, presidido pelo valoroso co-lega Renato Futuro, muitos colegas presentes, que conversaram conosco, concordaram que essa seria a melhor solução. Mas o plenário, de modo quase ab-soluto, apoiou a transformação do Sindicato Nacional em entidade única dos Auditores Fiscais do Trabalho. Democraticamente nos curvamos diante da vonta-de da maioria, mas continuaremos trabalhando pela existência do Sindicato Paulista e pela convivência harmônica com a entidade nacional que, não resta dúvida, faz bom trabalho em defesa da categoria”.

Homenagens Durante a reunião festiva dos aniversariantes de

abril/maio, do corrente ano, a direção do SINPAIT prestou carinhosa homenagem a dois colegas AFTs, aposentados mais recentes. São eles, Roque Gabriel Sergi e Zacheu Morais Ribeiro, ambos do quadro de AFTs da Subdelegacia Regional do Trabalho de Gua-rulhos, agora Gerencia Regional.

Zacheu Moraes Ribeiro

Roque Gabriel Sergi

Eles foram saudados pela colega Luci Helena Lipel, vice-prepsidente do SINPAIT. Luci detacou “a vida in-teira de trabalho que Zacheu e Roque dedicaram à Ins-peção do Trabalho brasileira, atuando, sempre, com competência, dignidade, responsabilidade e, principal-mente, com nobreza perante os trabalhadores, duran-te suas diligências. Porque a ação fiscal, desenvolvida pelos colegas auditores e auditoras, tem sempre um desfecho altamente positivo para o trabalhador, mas, de modo frequente, fica no anonimato, e a frieza dos autos leva para o arquivo um fato social, e trabalhista, que serviria de exemplo magnífico para todos aqueles que lutam por uma sociedade melhor, mais humana e igualitária”.

Zacheu e Roque

O colega Zacheu Morais Ribeiro é da turma do concurso de 1975 e se aposentou em janeiro de 2010. “Ao sair a nomeação fui designado para a Subdelega-cia de Jundiaí e, depois, para Guarulhos. Sempre fui auditor de atividade externa. Perdi a conta de quantas empresas fiscalizei. Quando dava plantão no posto de Atibaia pratiquei, com muita intensidade, a chamada conciliação prévia, que hoje é uma rotina na maioria dos sindicatos, tirando boa parte da volumosa trami-tação processual da Justiça do Trabalho. Ainda nos anos 1980 essa prática era novidade. Se não fui pio-neiro, fui dos primeiros a resolver, quase que diaria-mente, as pendências entre patrões e empregados, por meio da negociação, do entendimento harmôni-co, durante o plantão fiscal. Essa é uma atividade de grande relevância nas atribuições do auditor. Vez por outra aparece alguém, no alto escalão do Ministério, querendo retirar do auditor essa atribuição. Ora, ela é reconhecida e incentivada pela própria OIT. Não há argumento sensato que justifique o fim da mediação, da conciliação, exercida pelos auditores. Essa práti-ca é nobre, agiliza as soluções, atende a necessidade do empregado, dignifica a Inspeção do Trabalho e projeta, de modo positivo, a imagem de nossa insti-tuição perante os trabalhadores e a sociedade. Se o problema é porque hoje somos poucos auditores e auditoras, então que se convença o Governo a fazer novos concursos é nomear um número bem maior de auditores. Aliás, tenho feito palestras frequentes em sindicatos, clubes de serviços, associações civis, para divulgar a Inspeção do Trabalho e todo o elenco de atividades atribuidas ao auditor e à auditora do Trabalho”.

O colega Roque Gabriel Sergi, também do concur-so de 1975, foi nomeado na turma de 1976. Aposen-tou-se em março de 2008.

“Sempre fui vinculado à Subdelegacia de Guaru-lhos. Trabalhei nos postos de Mogi das Cruzes, Su-zano, Itaquaquecetuba e na própria subdelegacia de Guarulhos. Também sempre fui do serviço externo,

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O ELO

Aniversariantes de Abril e Maio

Convidados

das diligencias diárias. Nos plantões fazíamos atendi-mento geral, mesmo porque nos postos de cidades menores, como Itaquaquecetuba, o atendimento ao público, no plantão, era para tudo, até para orientar o pai trabalhador como registrar o filho recém nascido. Certamente o que mais me motivava, na rotina do trabalho, era a convivência com os colegas, o senti-mento de solidariedade, de amizade. Com o tempo formamos um grupo muito unido de auditores, sem-pre se auto-ajudando, trocando idéias e informações, o que muito ajudava na atualização da legislação, das decisões administrativas. De modo frequente fazía-mos reuniões de lazer, em fins de semana. Nosso gru-po nunca perdeu um ENAFIT. Vivenciamos todos os momentos mais felizes e, também, os mais dificeis, da Inspeção do Trabalho, nestes últimos 30 anos. De certa forma a aposentadoria corta essa rotina de vida. Deixa um vázio dentro da gente. Mas levo sempre, comigo, a lembrança desses momentos felizes, da vivência excelente com os colegas. Ser Auditor Fis-cal do Trabalho foi uma experiência sem preceden-tes para mim. O relacionamento diário com a classe trabalhadora nos ensina muito, nos amadurece, nos torna mais solidários e com uma compreensão mais profunda da alma humana. Só me preocupa, agora, o esvaziamento, cada vez maior, do quadro ativo de auditores fiscais do Ministério do Trabalho. Só na Gerência Regional de Guarulhos quase metade do contingente de AFTs se aposentou, nestes últimos anos, e a entrada de novos cobriu menos da metade das vagas abertas. A continuarmos assim a Inspeção do Trabalho não estará segura, quanto ao seu futuro próximo, no Brasil”

Presenças Após as homenagens aos aniversariantes de abril/

maio, com entrega de presentes, houve o corte do bolo e todos cantaram o “Parabéns a você”. O colega Adriano Salles estava contente, relatando que no dia anterior seu filho, o jornalista Herbert, havia lançado um livro sobre a biografia do senador Cesar Campos Vergueiro. O acontecimento ocorreu na sede da As-sociação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direi-to da USP. O senador paulista Campos Vergueiro foi personalidade marcante na vida política e econômica de São Paulo a partir da década de 1930, com atua-ção destacada na liderança empresarial do comercio. Já idoso teve morte trágica, ao ser assassinado por um sobrinho. Também estava presente a colega Nil-de Vernuncio, que depois de se aposentar, mudou-se com o esposo para Florianópolis.

Nessa reunião festiva do SINPAIT, destacam-se os aniversariantes e aposentados homenageados, a sa-ber: Darcy Rizzo Hungueria, Lícia Moraes de Almei-da (funcionária), Ronald Israel Cerqueira Xavier Leal e Luiz Fernando de Barros Onofre.

Prestigiaram o evento os convidados Adriano Sal-les Toledo de Carvalho; Ivete Cassiani Furegati, João Saochuk e Maria Cecília Bertato Cardoso de Castro (Campinas); Nilde Vernúncio Pontes da Silva (Flori-ánopolis); Claudete Moreira Barbosa acompanhada de seu filho Élio Rubens Barboza, Eliane Montrezol Rejane Medina e Maria de Lourdes Rocha Ferrari (GRTE/Sul/SP); Rosali Xavier Leal (esposa do Ronald); Rubens de Souza Brittes, Vera Galvão Moraes; Nacira Araújo e Rodolpho Simonek; Edir José Vernaschi, Luci Helena Lipel, Solange Aparecida de Andrade e Jesus José Bales.

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O ELO Edição Nº 286 • Mai / Jun de 2011

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Designações em São Paulo

EDUARDO HALIM JOSÉ DO NASCIMENTO - Gerente Regional do Trabalho e Emprego na GRTE/Guarulhos/SP – Portaria GM/MTE nº 771, de 26.04.11 (DOU. 27.04.11);

MARIA LUIZA FERREIRA - Chefe da Agência Regional em Cruzeiro, da GRTE/São José dos Campos – Portaria GM/MTE nº 892, de 10.05.11 (DOU. 11.05.11);

FÁBIO RICARDO CIGAGNA - Chefe da Agên-cia Regional em Rio Claro, da GRTE/São Car-los – Portaria GM/MTE nº 893, de 10.05.11 (DOU. 11.05.11);

FERNANDO DA SILVA VICENTE - Chefe do Setor de Relações do Trabalho, da Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Guaru-lhos – Portaria GM/MTE nº 1.117, de 31.05.11 (DOU. 01.06.11);

ANDREIA APARECIDA PEREIRA VASCONCELOS RAMOS - Chefe do Setor de Relações do Traba-lho, da Gerência Regional do Trabalho e Em-prego em Itapeva – Portaria GM/MTE nº 1.118, de 31.05.11 (DOU. 01.06.11);

THIAGO SANTOS MONTEIRO - Chefe do Setor de Inspeção do Trabalho, da Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Itapeva – Portaria GM/MTE nº 1.119, de 31.05.11 (DOU. 01.06.11);

SANDRA BALDUÍNO - Chefe do Setor de Aten-dimento na Área de Trabalho, Emprego e Ren-da, da Gerência Regional do Trabalho e Empre-go em Itapeva – Portaria GM/MTE nº 1.120, de 31.05.11 (DOU. 01.06.11);

ISRAELANDIA CONCEIÇÃO SOUZA DE MIRANDA - Chefe do Setor de Atendimen-to na Área de Trabalho, Emprego e Renda, da GRTE/Sul/São Paulo - Portaria GM/MTE nº 1.122, de 31.05.11 (DOU. 01.06.11).

Nova Diretoria

Nossos cumprimentos aos novos dirigentes, desejando-lhes felicidades e sucesso na gestão da entidade:

AGITRA/AM – Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho do Amazonas

(Biênio 2011/2013)

Presidente: Francimary Oliveira MichilesSecretário Geral: Maria Leonor Siqueira de Farias - Diretora Eventos Comunicação e Divulgação: Glaucia Reis Credie - Diretora de Patrimônio e Execução Financeira - Maria Ieda Barroncas Ramos - Adjunto: Ary Cordeiro de Souza. Conselho Fiscal - Titulares: Bolivar do Nascimento Cunha Filho, Maria Graça Silva Barbosa e Raimundo Viera da Silva - Suplentes: Aldemir Batista Gomes, Creuza Ferreira Barbosa e Ester Barbosa Anijar.

Nomeações em Brasília

JEFFERSON PRAIA BEZERRA – Assessor Especial do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego/MTE – Portaria PR/CC/MTE nº 905, de 19.04.11 (DOU. 20.04.11);

MANOEL EUGÊNIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA – Assessor do Ministro/MTE – Portaria GM/MTE nº 747, de 20.04.11 (DOU. 25.04.11);

QUENIO CERQUEIRA DE FRANÇA – Coordenador-Geral do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, da Secretaria-Executiva/MTE – Portaria GM/MTE nº 820, de 28.04.11 (DOU. 29.04.11);

PAULO EDUARDO CABRAL FURTADO – Asses-sor do Ministro/MTE – Portaria GM/MTE nº 822, de 28.04.11 (DOU. 29.04.11);

FLÁVIO PÉRCIO ZACHER – Assessor do Minis-tro/MTE – Portaria GM/MTE nº 835, de 03.05.11 (DOU. 04.05.11);

JULIÃO AMIM CASTRO – Assessor Especial do Ministro/MTE – Portaria PR/CC/MTE nº 1.067, de 26.05.11 (DOU. 27.05.11).

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O ELO

Aposentadorias

Nossos cumprimentos pelos serviços prestados à classe e à Inspeção do Trabalho aos contempla-

dos com as aposentadorias:

ROSANGELA DOS SANTOS BARROS FERREI-RA DA ROSA - Auditora Fiscal do Trabalho, lo-tada na GRTE/Campinas/SP - Portaria SRTE/SP/MTE nº 58, de 04.03.11 (DOU. 12.04.11);

ROBERIO CAFFAGNI - Auditor Fiscal do Tra-balho, lotado na GRTE/São José do Rio Preto/SP - Portaria SRTE/SP/MTE nº 108, de 20.04.11 (DOU. 26.04.11);

AURORA MARIA DIAS DA CUNHA DE MORAES FERNANDES- Auditora Fiscal do Trabalho, lotada na GRTE/Presidente Prudente - Portaria SRTE/SP/MTE nº 100, de 18.04.11 (DOU. 29.04.11);

MARCELO PEREIRA DA SILVA – Auditor Fiscal do Trabalho, lotado na SRTE/DF - Portaria SRTE/DF/MTE nº 41, de 28.04.11 (DOU. 02.05.11);

ESTANISLAU PEREIRA RAMOS - Auditor Fis-cal do Trabalho, lotado na GRTE/Zona Leste/SP - Portaria SRTE/SP/MTE nº 97, de 12.04.11 (DOU. 05.05.11).

Novos Superintendentes O DOU de 04.05.11 publicou as Portarias nºs 832/833, de 03.05.11, que nomearam, respec-tivamente:

ANÍZIO PEREIRA TIAGO - Superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Estado de Mato Grosso do Sul.

NEIVO ANTONIO BERALDIN - Superinten-dente Regional do Trabalho e Emprego no Estado de Paraná.

O DOU de 02.06.11 publicou as Portarias nºs 1.148/1.150/1.151, de 01.06.11, que nomea-ram, respectivamente:

JÚLIO BRIZZI NETO - Superintendente Re-gional do Trabalho e Emprego no Estado do Ceará.

HEBERSON ALCÂNTARA - Superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Estado de Goiás.

ANTONIO HENRIQUE DE ALBUQUERQUE FILHO - Superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Estado do Rio de Janeiro.

Nota de Falecimento

VICENTE ATHAYDE

Faleceu na cidade de Santos, em 02 de maio de 2011, Vicente Athayde, marido de nossa

colega e colaboradora, AFT- aposentada Osmarina da Silveira Athayde.

Na ocasião, o SINPAIT apresentou condolências aos familiares, manifestando sua soli-

dariedade à colega, neste momento tão doloroso da partida de um ente querido.

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Beatriz Carrasco Zanello Guerisoli nasceu em 23

de janeiro de 2011, na cidade de Campo Grande, ca-

pital do Mato Grosso do Sul, filha do casal Laise Car-

rasco Guerisoli e Danilo Mathias Zanello Guerisoli.

Beatriz é a primeira neta de nossa colega AFT/

GRTE/SP/Oeste Gizelda Zanello.

Parabéns aos papais, avós e familiares pela che-

gada ao mundo da garota Beatriz, desejando a nova

princesinha um futuro feliz e abençoado.

NascimentoBEATRIZ

Talita & Alexandre

No dia 07 de maio de 2011, ás 20,30 horas, na Capela da PUC, em São Paulo, uniram-se pe-

los laços sagrados do matrimônio os jovens Talita e Alexandre.

Talita é filha de Divino Oliveira e Sandra Borges. Alexandre é filho de nossa ex-colega, atualmente, Desembargadora do TRT/2ª Região, Odette Silvei-ra Moraes e de nosso inesquecível colega Tércio Galvão Moraes.

Na oportunidade, renovamos nossos cumpri-mentos aos familiares, desejando aos recém-casa-dos muita paz, amor e felicidades.

Enlace Matrimonial

o dia 07 de maio de 2011, ás 20,30 horas, na

Enlace Matrimonial

Em fi ns de abril representantes das seis centrais sindicais reuníram-se, em Brasília, com o Presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia (PT/RS), para pedir que seja colocada em votação, o quanto antes, a emenda constitucional que reduz de 44 para 40 horas a jornada semanal de trabalho.

O deputado Marco Maia, que é sindicalista no sul, disse que a aprovação dessa emenda depende de uma forte mobilização das centrais sindicais e do êxito na negociação com os empresá-rios. Enfatizou, aos sindicalistas, que a estratégia para aprovação passa pela desoneração da folha salarial, um dos projetos da re-forma tributária que a presidente Dilma Rousseff encaminhará logo ao Congresso, e que tem o apoio do meio empresarial.

O Presidente da Câmara avalia que a redução da jornada é

Redução da jornada de trabalhoassunto complexo. “Explicitei a eles a difi culdade que há de colo-car em votação. Não é matéria simples. Precisa ser dialogado com o setor empresarial e é preciso que sejam feitos ajustes, estabele-cer consensos e acordos necessários”, disse Maia. Esperava-se que a redução da jornada semanal fosse o principal tema nas comemo-rações do Primeiro de Maio, convocadas pelas centrais sindicais, inclusive com a participação de movimentos políticos e entidades da militância, como MST e UNE, mas isso não aconteceu.

Os sindicalistas apresentaram, ainda, ao Presidente da Câ-mara, outros três temas que consideram fundamentais para a classe trabalhadora: o fi m do fator previdenciário, o fi m da ter-ceirização no setor público e a ratifi cação da Convenção 158 da OIT, que difi culta a demissão sem justa causa.

Beatriz Cardoso Montanhana – AFT GRTE/Leste/

SP – “Só gostaria de fazer uma observação: não

se trata de uma “reunião muito simples”, trata-se

de um evento bem organizado e agradável. Gostei

muito de (re)comemorar meu aniversário (25/03)

no SINPAIT! Meu namorado (Francisco Rita - AFT/

MA) e eu sentimo-nos muito acolhidos. Agradeço

mais uma vez!”

Maria Dione Viviani – AFT aposentada/SP – “So-

licito ao Elo, a publicação do falecimento do Au-

ditor Fiscal de Pouso Alegre/MG, Dr. Luiz Anto-

nio Marques de Oliveira em 10/02/2011, pois sou

oriunda da DRT de Minas Gerais, e gostaria imen-

samente de transmitir à família muito amiga, as

condolências pela enorme perda, pela lealdade

com que este Amigo trabalhou em prol da ca-

mada Empregado e Empregador, como servidor

enérgico e cumpridor acima de tudo dos seus de-

veres. Esta è a Homenagem por mim prestada à

este colega e amigo, pela sua jornada como pai,

avô e esposo. Deixo minha mensagem na certeza

de que Luiz Antonio se encontra agora nos braços

de Jesus.”

Associação Brasileira de Imprensa – A redação

do Elo recebeu mensagem do jornalista Mauri-

cio Azêdo, Presidente da Associação Brasileira

de Imprensa, na qual informa receber, de modo

assíduo, as edições de O ELO, e faz elogio à boa

qualidade da publicação. “Felicito o SINPAIT pela

qualidade de sua publicação.”

Célia Regina Bellia Monteiro – AFT aposentada/

Sorocaba/SP – “Leio com muito interesse as edi-

ções do ELO, especialmente agora que me encon-

tro aposentada. É uma oportunidade de nos man-

termos atualizados com os assuntos pertinentes à

categoria. Na leitura da edição 285 gostei muito

do conteúdo do EDITORIAL, enaltecendo, mereci-

damente, a figura dos auditores fiscais do Brasil.

A matéria contendo o resumo da reunião com a

atual Secretária Nacional, Dra. Vera Lúcia Albu-

querque, mostra que nossa instituição está sendo

dirigida por profissional competente, atualizada e

muito coerente. Interessante nessa matéria a colo-

cação da colega Luci Helena Lipel, sempre atenta,

trazendo a preocupação do sindicato paulista, com

o assédio de outros órgãos, em relação às com-

petências constitucionais e legais, da inspeção do

trabalho. Com relação à matéria “O juiz e o moto-

rista de ônibus”, não podemos deixar de registrar

nossa reprovação quanto à opinião emitida pelo

Presidente da Associação dos Juízes Federais,

na frase extremamente infeliz, publicada à pág.

08. Realmente, como bem lançado na conclusão

dessa matéria, pelo ELO, quando as pessoas in-

fluentes apequenam o embate das idéias, são as

instituições, as liberdades públicas, as primeiras

atingidas. Finalmente, quero parabenizar o cole-

ga Joaquim Gomes Pereira, que tantos benefícios

trouxe à Instituição do Ministério do Trabalho.

Agora, na condição de aposentado, nos brindou

com o formidável texto de “DESPEDIDA”, que en-

cerrou a edição 285. Desejando ao colega muitas

alegrias nessa nova fase de sua vida, porém, que

jamais deixe de nos honrar com sua presença, nos

eventos do MTE.”

Aniversariantes

CORREIO A ELO

Homenagem

Publicação

Em 11 de maio último o Governo entregou às centrais sin-dicais, em Brasília, sua proposta para desonerar a folha de pagamento salarial das empresas. Basicamente ela

cria uma alíquota sobre o faturamento das empresas, que vai substituir o percentual de 20% descontados, hoje, sobre a fo-lha de pagamento e destinados à Previdência Social.

Ainda não há consenso sobre o valor dessa alíquota, mas, na sua proposta, o governo defende que ela seja baixa e der-rube a incidência atual, de 20%, para o nível de 14%, em for-ma escalonada, no período de 2012 a 2014, numa redução de dois pontos percentuais ao ano.

O Governo também cogita acabar com a contribuição de 0,2% recolhida para financiar o INCRA. Esse valor é alto,

Desoneração da folha de pagamento salarial

e, se extinto, vai derrubar em R$ 24 bilhões os impostos pa-gos sobre a folha, quantia que seria compensada, em parte, com a alíquota sobre o faturamento da folha. A parte res-tante, segundo o deputado Paulo Pereira da Silva, presiden-te da Força Sindical, seria coberta pelo Tesouro Nacional, ou seja, pelos contribuintes em geral.

As empresas que aderiram ao Super Simples ficariam de fora, pois já tem a sua desoneração. Agora a proposta do Pla-nalto está sendo encaminhada aos empresários, para análise e manifestação. Novas rodadas de negociações ainda vão ser feitas, mas o governo quer incluir essa proposta no projeto da mini-reforma tributária, a fim de que possa ser votada ain-da neste ano e entre em vigor em 2012.

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O ELO

Em fi ns de abril representantes das seis centrais sindicais reuníram-se, em Brasília, com o Presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia (PT/RS), para pedir que seja colocada em votação, o quanto antes, a emenda constitucional que reduz de 44 para 40 horas a jornada semanal de trabalho.

O deputado Marco Maia, que é sindicalista no sul, disse que a aprovação dessa emenda depende de uma forte mobilização das centrais sindicais e do êxito na negociação com os empresá-rios. Enfatizou, aos sindicalistas, que a estratégia para aprovação passa pela desoneração da folha salarial, um dos projetos da re-forma tributária que a presidente Dilma Rousseff encaminhará logo ao Congresso, e que tem o apoio do meio empresarial.

O Presidente da Câmara avalia que a redução da jornada é

Redução da jornada de trabalhoassunto complexo. “Explicitei a eles a difi culdade que há de colo-car em votação. Não é matéria simples. Precisa ser dialogado com o setor empresarial e é preciso que sejam feitos ajustes, estabele-cer consensos e acordos necessários”, disse Maia. Esperava-se que a redução da jornada semanal fosse o principal tema nas comemo-rações do Primeiro de Maio, convocadas pelas centrais sindicais, inclusive com a participação de movimentos políticos e entidades da militância, como MST e UNE, mas isso não aconteceu.

Os sindicalistas apresentaram, ainda, ao Presidente da Câ-mara, outros três temas que consideram fundamentais para a classe trabalhadora: o fi m do fator previdenciário, o fi m da ter-ceirização no setor público e a ratifi cação da Convenção 158 da OIT, que difi culta a demissão sem justa causa.

Beatriz Cardoso Montanhana – AFT GRTE/Leste/

SP – “Só gostaria de fazer uma observação: não

se trata de uma “reunião muito simples”, trata-se

de um evento bem organizado e agradável. Gostei

muito de (re)comemorar meu aniversário (25/03)

no SINPAIT! Meu namorado (Francisco Rita - AFT/

MA) e eu sentimo-nos muito acolhidos. Agradeço

mais uma vez!”

Maria Dione Viviani – AFT aposentada/SP – “So-

licito ao Elo, a publicação do falecimento do Au-

ditor Fiscal de Pouso Alegre/MG, Dr. Luiz Anto-

nio Marques de Oliveira em 10/02/2011, pois sou

oriunda da DRT de Minas Gerais, e gostaria imen-

samente de transmitir à família muito amiga, as

condolências pela enorme perda, pela lealdade

com que este Amigo trabalhou em prol da ca-

mada Empregado e Empregador, como servidor

enérgico e cumpridor acima de tudo dos seus de-

veres. Esta è a Homenagem por mim prestada à

este colega e amigo, pela sua jornada como pai,

avô e esposo. Deixo minha mensagem na certeza

de que Luiz Antonio se encontra agora nos braços

de Jesus.”

Associação Brasileira de Imprensa – A redação

do Elo recebeu mensagem do jornalista Mauri-

cio Azêdo, Presidente da Associação Brasileira

de Imprensa, na qual informa receber, de modo

assíduo, as edições de O ELO, e faz elogio à boa

qualidade da publicação. “Felicito o SINPAIT pela

qualidade de sua publicação.”

Célia Regina Bellia Monteiro – AFT aposentada/

Sorocaba/SP – “Leio com muito interesse as edi-

ções do ELO, especialmente agora que me encon-

tro aposentada. É uma oportunidade de nos man-

termos atualizados com os assuntos pertinentes à

categoria. Na leitura da edição 285 gostei muito

do conteúdo do EDITORIAL, enaltecendo, mereci-

damente, a figura dos auditores fiscais do Brasil.

A matéria contendo o resumo da reunião com a

atual Secretária Nacional, Dra. Vera Lúcia Albu-

querque, mostra que nossa instituição está sendo

dirigida por profissional competente, atualizada e

muito coerente. Interessante nessa matéria a colo-

cação da colega Luci Helena Lipel, sempre atenta,

trazendo a preocupação do sindicato paulista, com

o assédio de outros órgãos, em relação às com-

petências constitucionais e legais, da inspeção do

trabalho. Com relação à matéria “O juiz e o moto-

rista de ônibus”, não podemos deixar de registrar

nossa reprovação quanto à opinião emitida pelo

Presidente da Associação dos Juízes Federais,

na frase extremamente infeliz, publicada à pág.

08. Realmente, como bem lançado na conclusão

dessa matéria, pelo ELO, quando as pessoas in-

fluentes apequenam o embate das idéias, são as

instituições, as liberdades públicas, as primeiras

atingidas. Finalmente, quero parabenizar o cole-

ga Joaquim Gomes Pereira, que tantos benefícios

trouxe à Instituição do Ministério do Trabalho.

Agora, na condição de aposentado, nos brindou

com o formidável texto de “DESPEDIDA”, que en-

cerrou a edição 285. Desejando ao colega muitas

alegrias nessa nova fase de sua vida, porém, que

jamais deixe de nos honrar com sua presença, nos

eventos do MTE.”

Aniversariantes

CORREIO A ELO

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MãeMinha mãe minha heroína

Eu já não posso dar o meu gritoDaquele jeito da minha infância

Hoje sou grande, mas tão pequenoSei que a senhora está tão distante

Distante ao longe, mas tão pertoSe dou um grito, grito mais gritoMais este grito está no desertoReze por mim depois e agoraEu também rezo pela senhora

Estas palavras são de um viajanteQue neste mundo ainda dá seu passoSei que ao meu lado a senhora voltaMe acompanhando como compassoSei que este mundo está mais vazio

Mais do que quando a senhora parti uPara a senhora que está com DeusEu tracei agora estas poucas linhas

Sei que são poucos estes versos meusMas são sinceras as palavras minhas.

Darci MarcondesAFT/SP aposentado

(Texto extraído do livro – Pensamento positi vo para uma vida melhor)

EM VERSOS