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INTERNET Através de balões, projetos querem levar internet a áreas remotas REA Revista PA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará Agosto 2015 – Ano IV – nº 16 DENDÊ TRABALHO Pag. 25 Setor mineral enfrenta retração A difícil realidade da água e esgoto na capital paraense 400 ANOS Pag. 22 Derrocamento das pedras em trecho do rio Tocantins tornaria hidrovia navegável em todos os meses do ano, atraindo empreendimentos, favorecendo a verticalização da produção agropecuária e mineral. Apesar das vantagens econômicas e de geração de renda, o Pará continua à espera de uma solução para o entrave natural. Pag. 10 Pag 19 Pará é o maior produtor nacional da palma, fonte de biodiesel Foto Google Brasil do Lourenço Foto Reprodução Google Foto Ascom Embrapa Pag. 16

Foto Reprodução Google do Lourenço

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INTERNET

Através de balões, projetos querem levar internet a áreas remotas

REARevista

PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

Agosto 2015 – Ano IV – nº 16

DENDÊ TRABALHO

Pag. 25

Setor mineral enfrenta retração

A difícil realidade da água e esgoto na capital paraense

400 ANOS

Pag. 22

Derrocamento das pedras em trecho do rio Tocantins tornaria hidrovia navegável em todos os meses do ano, atraindo empreendimentos, favorecendo a verticalização da produção agropecuária e mineral. Apesar das vantagens econômicas e de geração de renda, o Pará continua à espera de uma solução para o entrave natural.

Pag. 10

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Pará é o maior produtor nacional da palma, fonte de biodiesel

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DERROCAMENTO

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BIODIESEL19

ÁGUA E SANEAMENTO

PALAVRA DO PRESIDENTE

Prezado profissional,

No início do mês de agosto o Pará foi destaque absoluto no Congresso Brasi-leiro de Agronomia, o CBA, realizado

em Foz do Iguaçu. Foi um momento de satis-fação para toda a classe agronômica paraense, e para nós enquanto Presidente do CREA-PA, pelo fato do Pará apresentar a maior delegação no CBA 2015, reunindo profissionais, repre-sentantes de instituições, órgãos de governo ligados à agricultura e de grande número de estudantes de agronomia dos mais diversos municípios do Estado. Sem sombra de dúvida, a delegação do Pará brilhou e deu ao evento o seu melhor toque de harmonia e competência valorizando a agronomia desse País. O tema principal do CBA foi “Desafios e Oportunida-

ENGENHEIRO AGRÔNOMO ELIAS LIMAPRESIDENTE DO CREA-PA

des Profissionais” e dentre os eixos apresenta-dos o destaque foi também para o engenheiro agrônomo paraense Moacir Bernardino Dias Filho, pesquisador da Embrapa CPATU, que proferiu palestra-pesquisa sobre a importân-cia do agrônomo no emprego das tecnologias para a recuperação de pastagens degradadas. Dias Filho, especialista no assunto, defendeu a “recuperação de pastagens – principal alter-nativa para conciliar o crescimento da pecu-ária na Amazônia (preservando a segurança alimentar da população) com a preservação ambiental”.

Com base nessa experiência o CREA/PA está aberto para ações de incentivo às demais classes tecnológicas para participação nos eventos de cada categoria, mostrando a força do profissional paraense. O primeiro desafio será ainda em setembro, na SOEA 2015, em Fortaleza. Conclamo todos a se fazer presen-tes na Semana Oficial de Engenharia e Agro-nomia, integrando parte do processo de va-lorização das profissões inseridas no Sistema Confea/Crea/Mútua. Outra ação que estamos à frente no CREA-PA é a realização da 3ª Reu-nião Ordinária da Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Agronomia (CCEAGRO),

entre os dias 30 de setembro e 02 de outubro, no Hotel Belém Soft. É uma ação conjunta com o CONFEA, onde são esperados cerca de 40 participantes das outras 26 regionais brasileiras, além dos conselheiros paraenses. Na pauta estão assuntos como a aprovação da súmula da 2ª reunião ordinária, o GT sobre Receituário Agronômico e novas propostas de projetos de lei elaboradas pela CCEAGRO a serem apresentados no Congresso Nacional a partir dos debates realizados e deliberados aqui. Sendo assim, convoco todos os agrô-nomos paraenses a fazerem suas sugestões em nossa Câmara Especializada, afim de que problemas vividos pela classe aqui possam ser solucionados.

E mais. Paralela ao CCEAGRO o CREA--PA recebe em sua sede a Reunião do Crea Norte. Dias 1º e 02 de outubro estarei junto com os presidentes dos regionais Amazonas, Amapá, Acre, Roraima, Rondônia e Tocantins elaborando as demandas da Região Norte que serão apresentadas na pauta da próxima Reu-nião do Colégio de Presidentes. Além dos sete estados amazônicos, também teremos alguns presidentes convidados de outros CREAs do País. Conto com a participação de vocês para ampliarmos cada vez mais nossa importância na sociedade.

Tenham todos uma excelente leitura.

NOSSAS SEÇÕESEm Curso Expressas Mercado de TrabalhoPor Dentro do CreaLivros

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SEDE: Tv. Doutor Moraes, 194 • Nazaré • Belém-PA • CEP 66.035-080 FONE/FAX: (91) 3219-3402 / 3219-3403 / 3219-3404 / 3219-3408

FUNCIONAMENTO: 2ª feira a 6ª feira das 8h às 15hE-MAIL: [email protected]

OUVIDORIA: (91) 3219-1132 / 3219-1136 ou [email protected] / www.creapa.com.br

DIRETORIA 2015Presidente

Eng. Agrônomo Elias Lima da Silva1º Vice-Presidente

Engª. Civil Maria do Carmo Pereira de Melo2º Vice-Presidente

Eng. Civil Luiz Sérgio Campos Lisboa1º Secretário

Eng. Agrônomo Roberto das Chagas Silva2º Secretário

Eng. Mecânico Fábio Lins Castro Marinho1º Tesoureiro

----2º Tesoureiro

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CÂMARAS ESPECIALIZADASCâmara Especializada de Agronomia e Florestal

Coordenador: Eng. Agrônomo Raimundo Cosme de Oliveira Jr.Adjunto: Eng. Agrônomo Pedro Paulo da Costa Mota

Câmara Especializada de Engenharia Civil e Geologia e MinasCoordenador: Eng. Civil José da Silva Neves

Adjunto: Eng. Sanitarista Augusto Alves OrdonezCâmara Especializada de Engenharia Elétrica

Coordenador: Eng. Eletricista José Emmanuel de Carvalho Mesquita Jr.Adjunto: Eng. Eletricista Ricardo Guedes Accioly Ramos

Câmara Especializada de Engenharia Mecânica, Metalurgia e Química

Coordenador: Eng. Naval Juarez Botelho da Costa Jr.

COMISSÃO EDITORIALCoordenador

Geólogo José Waterloo Lopes LealCoordenador Adjunto

Eng. Agrônomo Dilson Augusto Capucho FrazãoCoordenador do Núcleo de Relações Institucionais - NRI

Relações Públicas Marcelo Rodrigo da Silva PantojaAscom CREA-PA: Ercília Wanzeler

Esta é uma publicação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA)

executada pela Holy Comunicação e Editora(Rua Manoel Barata, 1569. Reduto. CEP 66053-320. Fone 91 3218-4698)

Diretores: Alexandre e Olinda MendesEdição: Mara Góes DRT/PA 1.430 / Produção: Luciana Cavalcante

Reportagens e textos: Elielton Amador, Marta Cardosoe Suely Nascimento / Fotos: Ascom CREA-PA,

Lais Teixeira, Agência Pará, Embrapa Amazônia Oriental, Google Brasil e banco de imagens

Diagramação e arte: Holy Comunicação Tratamento de imagens: Elias Portilho

Comercialização: Olinda Rodrigues e Rodrigo PinhoImpressão: Gráfica Halley

Revista

PAREA

CREA-PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

CONFEAConselho Federal de Engenharia e Agronomia

PACOTEO Governo do Estado apresentou um pa-

cote de medidas para conter o desemprego e criar oportunidades de trabalho neste período de crise econômica. A principal bandeira é a desoneração do ICMS para todos os insumos da cadeia da piscicultura, para a produção do frango, para a industrialização do açaí e cupu-açu e para máquinas e implementos agrícolas que compõem o ativo imobilizado de alguns empreendimentos rurais. Também foi anun-ciada simplificações de licenças ambientais a fim de dar respostas rápidas e transparentes aos empreendedores.

MINERADORAS X CRESCIMENTOO ciclo de alta das commodities pode retor-

nar em 2016, segundo Daniel Peixoto, diretor de auditoria do Centro de Energia e Recursos Naturais da consultoria EY, antiga Ernst Young. Para ele, alguns metais, como o cobre e o zinco, dão sinais de que os preços iniciam uma inver-são de tendência. Um estudo global realizado pela EY mostra que a necessidade de crescer é o principal fator que ronda as operações de mi-neradoras no momento. Mas a recuperação será gradual. No caso do minério de ferro, porém o caminho pode ser mais complicado.

REJEITO DO OUROA Mineração Yamato do Brasil (Miya-

bras), com sede em Brasília, deve ser a res-ponsável pela exploração dos rejeitos de Serra Pelada, distrito do município de Curionópolis, sudeste do Pará. A mesma empresa seria res-ponsável pela implantação do chamado Banco Ambiental na área. Os trabalhos devem iniciar até o final de 2015, mas ainda depende do re-sultado da assembleia dos garimpeiros.

CIÊNCIA E TECNOLOGIAA instalação do Observatório de Torre

Alta da Amazônia (ATTO, em inglês) amplia-rá o campo de pesquisa e o entendimento da interação entre a biosfera e a atmosfera. Com uma estrutura de 325 metros, permitirá o monitoramento dos efeitos das mudanças cli-máticas na floresta. A torre foi instalada pelo Governo Federal na Reserva de Desenvolvi-mento Sustentável do Uatumã, entre os mu-nicípios de São Sebastião do Uatamã (AM) e Itapiranga (AM), a cerca de 150 quilômetros, em linha reta, de Manaus (AM), numa parce-ria científica entre Brasil e Alemanha, através do Instituto Nacional da Amazônia (Inpa/MCTI), da Universidade Estadual do Amazo-nas (UEA) e dos institutos alemães Max Plan-ck de Química e de Biogeoquímica.

PROPRIEDADES RURAISA Comissão de Constituição e Justiça e de

Cidadania (CCJ) aprovou em julho proposta que busca coibir a invasão de imóveis rurais. O texto equipara a falsificação do cadastro de áreas desapropriadas e de beneficiários do programa de reforma agrária ao crime de falsificação de documento público. A pena prevista é reclusão de dois a seis anos e multa. A proposta altera o Código Penal (Decreto--lei 2.848/40) e a Lei da Reforma Agrária (8.629/93). O projeto ainda será analisado pelo Plenário da Câmara dos Deputados.

PROTEÇÃO AO EMPREGOA MP 680/2015, da Presidência da Re-

pública, através do Decreto nº 8.479/2015, instituiu o Programa de Proteção ao Emprego com o objetivo de preservar os empregos nes-te momento de retração econômica, além de favorecer a recuperação econômico-financei-ra das empresas e estimular a produtividade do trabalho. Mas para fazer valer, a negocia-ção deve ser coletiva (entre trabalhadores e patrões), com acordo reconhecido pelo Mi-nistério do Trabalho.

AGROPECUÁRIATramita na Câmara dos Deputados o Pro-

jeto de Lei 8212/14, que propõe indenizar as pessoas, cuja terra desapropriada, por interesse social, possua áreas de florestas naturais, matas nativas e vegetação natural, sem que haja limi-tes de avaliação pelo preço de mercado. Pela Lei 8.629/93, essas áreas já integram o preço da terra, desde que o valor apurado não supere, em qualquer hipótese, o preço de mercado do imó-vel. Hoje, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), sob o argumento de que as áreas de preservação ambiental não po-dem ser utilizadas para fins econômicos, susten-ta que não cabe indenização pelas Áreas de Pre-servação Permanente (APPs) e de reserva legal. Segundo o PL, os serviços ambientais prestados pela cobertura vegetal nas áreas de servidão flo-restal, de preservação permanente e de reserva legal também passam a ser considerados na hora de pagar a indenização.

EFEITO ESTUFAAs emissões brutas de gases do efeito es-

tufa no Brasil, entre 1990 e 2013, diminuíram de 1,83 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e) para 1,59 bilhão de to-neladas, o que representa uma queda de 15%. No mesmo período, as emissões globais cres-ceram mais de 35%, segundo dados do Ob-servatório do Clima.

EM CURSO

Revista

5PAREARevista

PA 5Revista

5PA

EXPRESSAS

Agendaq Fenormac - Feira Norte de Materiais de Construção 2015, de 9 a 12 de setem-bro, no Hangar.

q Congresso Mundial de Agronomia, de 14 a 18 de Setembro, em Milão – Itália.

q 3º Festival Internacional do Chocolate & Cacau da Amazônia e Flor Pará 2015, de 17 a 20 de setembro, no Hangar.

q 3º Congresso Internacional de Direito Minerário, de 3 a 5 de dezembro, em Brasília.

GPS para cegos ganha prêmio da ONU

Um grupo de pesquisadores pernam-bucanos criou uma tecnologia capaz de dar maior autonomia aos cegos. O PAW (Project Annuit Walk) é um óculos inteligente que ajuda pessoas com deficiência visual a lo-calizar possíveis obstáculos através de raios ultrassônicos em um ângulo de 120°. Ainda um protótipo, a ideia foi desenvolvida pelo grupo de pesquisa WearIT, que ganhou o prêmio global da ONU no World Summit Youth Awards (WSYA), evento voltado para inovadores digitais e sociais.

Utilizando uma tecnologia vestível, o ob-jeto funciona como um óculos que, através de um sensor, identifica obstáculos a frente para que o deficiente visual possa desviar. Funcionando de maneira próxima a um sen-sor de ré, instalados em automóveis, o ócu-

O desmatamento na Amazônia vai ganhar um novo vigia a partir de outu-bro deste ano. O governo vai contratar um radar orbital, batizado de Amazô-nia SAR (sigla em inglês para Radar de Abertura Sintética), que produzirá, dia-riamente, imagens da região. Os dados poderão servir também para o combate a outros atos ilícitos, como o garimpo ilegal, o tráfico e a ação de grileiros. A vigilância será mais intensa porque o ra-dar conseguirá “ver” através das nuvens, o que não é possível atualmente.

O radar orbital permitirá que a vi-gilância seja feita com maior frequência, em 950 mil km² monitorados diariamen-te. Os dados, depois de interpretados e auditados, serão entregues ao governo brasileiro com uma defasagem de três dias após a coleta. O radar orbital tam-bém permitirá detectar pontos de desma-tamento seletivo, no qual os madeireiros se concentram na retirada de espécies específicas, como o mogno, por exemplo.

los vibra quando algum objeto se aproxima. Além disso, uma pulseira pode ser usada para que o sensor vibre em outra parte do corpo, como braço ou pulso.

Um dos principais fatores de inovação do projeto é um aplicativo que auxilia identi-ficando rotas e funciona de forma integrada ao óculos. O objetivo do grupo agora é tor-nar o protótipo uma realidade para as pes-soas que precisam, provocando mudança no cenário e ambiente para o deficiente visual.

qVI Corrida e Caminhada do Engenheiro, dia 20 de setembro, na Av. João Paulo II. Largada e chegada no Parque do Utin-ga. Inscrições pelo site ou até 17 de se-tembro no quiosque da corrida no shopping Boulevard, em Belém. Novo radar

para combater o desmatamentoFotos R

eprodução Google

Revista

6 PA

Meio Ambiente aprova suspensão da exploração do gás de xisto por cinco anos

A Comissão de Meio Ambiente e De-senvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou no final do mês de ju-lho projeto, do deputado Sarney Filho (PV--MA), que suspende a exploração do gás de xisto pelo período de cinco anos. O texto prevê que, no período de cinco anos, cabe-rá ao Poder Público elaborar termo de re-ferência dos estudos necessários ao respec-

tivo licenciamento ambiental da atividade, além de prever os critérios vigentes para a concessão de exploração do gás de xisto, como já estabelecidos no texto original.

A proposta aprovada acrescenta ainda ao projeto a previsão de o Poder Público promover estudos comparativos de alterna-tivas para suprimento de energia em lugar da exploração do gás de folhelho (de xisto).

Mútua tem nova Diretoria ExecutivaSeguindo os normativos referentes

ao processo eleitoral da Mútua, foi re-alizada no dia 18 de agosto, a segunda etapa da votação para escolha dos três diretores que faltavam para completar a Diretoria Executiva da Mútua na gestão 2015-2018. Na primeira etapa, o Colé-gio de Presidentes do Sistema elegeu o eng. civ. Gerson Taguatinga e o eng. civ. Jorge Silveira para ocupar dois dos cin-co cargos da Direx.

Em Sessão Plenária Extraordinária do Confea, os conselheiros federais elegeram o eng. civ. Paulo Roberto de Queiroz Gui-marães, o eng. mec., civil e de seg. trab. Jú-

lio Fialkoski e o eng. civ. Marcelo Morais.Conforme a resolução do Confea

sobre a eleição, a escolha do diretor--presidente é feita entre os diretores já eleitos que desejam concorrer. Dis-putaram o cargo Júlio wwFialkoski e Paulo Guimarães. Com 10 votos, Paulo Guimarães foi escolhido para ocupar o cargo máximo da Caixa de Assistência pelos próximos três anos.

As demais diretorias (Benefícios, Fi-nanceira, Administrativa e Tecnologia) deverão ter seus titulares definidos, entre os outros quatro diretores eleitos, na pri-meira reunião da nova Direx da Mútua.

Confea lidera área tecnológica em favor do desenvolvimento nacional

Benefício fiscal para venda de ovinos e caprinos

A Comissão de Agricultura, Pecuá-ria, Abastecimento e Desenvolvimento Rural aprovou proposta que suspende ou reduz a zero as alíquotas de contribuição do PIS/Pasep e da Cofins para a venda de ovinos e caprinos. A medida incidirá so-bre a receita bruta da venda no mercado interno, por empresas e cooperativas, de animais vivos a empresas que produzam carnes e derivados. Vale também para as empresas que produzem para exportação. A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

15 anos da carreira de Fiscal Federal Agropecuário

Os Fiscais Federais Agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA comemoraram com grande sucesso, os 15 anos de cria-ção da carreira. Em junho, vários eventos marcaram a passagem da data, como pa-lestras e homenagens, almoço de confra-ternização e ação expositiva, com distri-buição de material técnico/informativo em dois supermercados de Belém.

Foto Ascom

Mútua

A defesa dos profissionais e da própria engenharia nacional integrou as princi-pais lideranças da área durante o ato “Pela Engenharia, a Favor do Brasil”, promovi-do pelo Clube de Engenharia do Rio de Janeiro no dia 17 de agosto, na capital fluminense. O objetivo do ato é apoiar o movimento de combate à corrupção em curso no País e resgatar a confiança e a

credibilidade da Engenharia, e a recupe-ração da eficiência e do prestígio da Pe-trobrás, principalmente.

Além do presidente do Confea, enge-nheiro civil José Tadeu da Silva, participa-ram do evento representantes de CREAs, do Colégio de Entidades Nacionais do Sistema Confea/Crea e Mútua (Cden) e ainda outras como Febrae, CBIC, Sinicon,

Sinaenco, AEERJ, ABEE, Abemi, AEPET, Abifer, Abimaq, Sindistal, Fenainfo, Fi-senge e FNE.

O Confea vem participando atenta-mente das discussões do fórum perma-nente criado pela Câmara dos Deputados e que conta com a participação dos mi-nistérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Minas e Energia e outros. Para ter acesso ao manifesto basta acessar http://portalclubedeengenharia.org.br/arquivo/1439912675.pdf/docu-mentos.

Revista

7PA

IME oferta vagas para engenheiros

O Instituto Militar de Engenharia (IME) está com inscrições abertas para o Curso de Formação de Ofi-ciais da Ativa do Comando do Exército para o quadro de engenheiros militares.

São 98 vagas nas especia-lidades de: engenharia civil; elétrica; eletrônica; comuni-cações; mecânica e de arma-mento; mecânica e de auto-móveis; materiais; química; cartografia; e computação. O Quadro da Ativa conta com

70 ofertas para aqueles que desejam seguir a carreira mili-tar. Já o Quadro da Reserva oferece 28 vagas para aqueles que não desejam seguir a carreira militar. Os interessados confirmar participação entre os dias 13 de julho e 1º de se-tembro, no site do órgão (http://inscricoes.ime.eb.br/vesti-bular/cfg/#inscricao).

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NOTA 4 PELO MEC

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Revista

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ARTIGO TÉCNICO

Apesar do avanço tecnológico em busca da eficiência energética, a socieda-de moderna ainda é intensiva em

consumo de petróleo, embora seja desejável a diversificação da matriz energética para aumentar a participação de outras fontes, inclusive renováveis. Contudo, a contribuição dos combustíveis fósseis ainda é predominan-te, seja pelo amplo domínio tecnológico da extração, produção e transformação, quanto pela diversidade das aplicações em outros setores industriais. Portanto, embora haja previsões otimistas que apontam a lenta e gradual substituição das fontes fósseis por outras como as renováveis, ainda não se pode prescindir das primeiras sem deprimir a atividade industrial e, por conseguinte, a eco-nômica. Sob essa ótica, possuir o gerencia-mento da matriz energética nacional passa a ser entendido como a manutenção da própria atividade econômica, em termos de extração de matérias-primas (petróleo, carvão, urânio, etc) para a produção de insumos (eletricida-de, calor, frio, etc).

Sendo assim, a atividade econômica pode ser vista como decorrente da seguran-ça energética proporcionada pelo acesso aos minerais energéticos e fontes diversas de energia. O Brasil, ao exemplo das outras

nações, que não são autossuficientes em energia, tem buscado a ampliação da oferta através da diversificação das fontes compo-nentes da matriz energética. Contudo, até o presente, ainda não se atingiu o equilíbrio entre oferta e demanda, o que dificulta tanto a expansão produtiva quanto a geração de receitas na balança comercial. No caso da ati-vidade mineral que, em boa parte, ainda está no estágio de produção e exportação de ma-térias primas, em especial, minerais metálicos, a pretendida verticalização é dependente do aumento da oferta de energia. Um conjunto situacional que reflete diretamente sobre o Pará, o segundo maior produtor e exportador mineral do Brasil.

O presente modelo baseado na geração hidrelétrica se encontra sob críticas das mais diversas: a longa maturação dos projetos, a alegada perda de biodiversidade, a possibili-dade de deslocamentos populacionais, a con-testação dos ciclos hidrológicos, as diferenças entre energia potencial e energia firme, as dificuldades quanto às linhas de crédito e a própria eficiência energética da aplicação de hidroeletricidade para gerar calor ou frio, dentre outras.

O aparente esgotamento desse modelo energético nacionalmente e, em especial na

Região Norte, já não atende aos planos de expansão da atividade mineral, deprimem a balança comercial em nível nacional e restringem a atividade econômica em nível estadual, pois a oferta de energia é condição fundamental à expansão das novas frentes de mineração, vindo a lançar, futuramente, as bases da verticalização que modifica o atual modelo exportador de matéria prima para outro, sustentado na produção de bens de valor agregado. Portanto, quais insumos energéticos podem vir a servir para a vertica-lização? De um ponto de vista termodinâmi-co, os processos térmicos necessários podem ser produzidos de forma mais eficiente que a própria hidroeletricidade por: derivados de petróleo, gás natural, carvão mineral e urânio.

Devido à vocação do litoral brasileiro e também ao estado-da-arte atingido pela PE-TROBRAS na produção de hidrocarbonetos em águas profundas é natural a inclinação à ofer-ta de energia, em todos os setores da nação, a partir do aumento da produção de petróleo e gás natural, o que justifica a flexibilização do monopólio e os leilões para oferta de novas áreas com potencial petrolífero.

Contudo, o prazo de declaração de co-mercialidade de uma nova área, assim como as incertezas quanto à condução da política

PAINEL SITUACIONAL DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL NO ESTADO DO PARÁ

Estanislau LuczynskiInstituto de Geociências (IG-UFPA) / Associação Profissional dos Geólogos da Amazônia (APGAM)

Rod. PA 150 (Alça Viária), Km 2,5 s/nº - Marituba-PA Fone (91) 3184-8559 - E-mail: [email protected]

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Revista

9PA

petroleira nacional terminaram por colocar o país em uma situação paradoxal: a de do-minar o estado-da-arte quanto à exploração em águas profundas e, ao mesmo tempo, não ter capacidade de autoinvestimento para a condução dessa mesma exploração em um cenário de novas descobertas e de preço elevado do barril.

Como resultado, nos últimos seis anos não houve a entrada de novas áreas produ-toras e as que já estavam em produção se aproximam da maturidade. As potenciais no-vas províncias, como a do Pré-Sal, tampouco responderam em volume produtivo. Isso se configura em um hiato econômico-técnico, pois sem capacidade de investimento apesar da tecnologia existente, o provável é que os estoques ou volume produzido diminuam em médio prazo vindo a limitar o potencial de autofinanciamento que uma petroleira possui, em geral decorrente da venda de petróleo bruto ou derivados. Alie-se a isso, o fato de as outras empresas não comparti-lharem o mesmo cenário de incertezas que o Brasil. Consequentemente, o risco concorren-cial é maior, pois a ausência de novas áreas de produções representa, na prática, a perda dos espaços de mercado.

Até o momento, a centralização dos esforços de desenvolvimento sobre o Pré Sal ainda não produziu os resultados esperados e, em face à dinâmica da indústria, é provável que a produção esperada seja reprimida e en-frente forte concorrência tanto da produção de Gana (Jubille), na África, quanto a dos EUA. No caso de Gana, o petróleo extraído se apro-xime em qualidade ao do Pré-Sal, porém é extraído a custos menores devido a profundi-dade, i.e., 5.000m contra os 7.000m no Brasil.

Todavia, o mais preocupante é a posição assumida pelos EUA. Durante cerca de vinte anos, empresários americanos investiram

dezenas de milhões de dólares em técnicas de extração de petróleo e gás em reservató-rios, até então, considerados como antieco-nômicos. Essa frente tecnológica resultou na crescente produção em reservatórios de baixa permeabilidade, em especial, gás em folhelho. Porém, o mais importante é que os EUA caminham para se tornar exportador de petróleo e gás com base em suas saídas para o Atlântico e Pacífico e sustentado por baixos preços do barril. Atualmente, o preço do barril de petróleo, em nível mundial, está na faixa de US$ 31/bbl a US$ 38/bbl enquanto o preço referência para o Brasil oscila entre US$ 38/bbl e US$ 41/bbl. Preços como esses dificultam o desenvolvimento do Pré-Sal projetado para preços de barril acima de US$ 100/bbl, em suas zonas de maior volume. Esses valores já refletem a retomada da ex-portação iraniana.

Mundo afora, o preço do barril médio se aproxima do custo de extração em algumas zonas do Pré-Sal, i.e., em torno dos US$ 60/bbl. Segundo a PETROBRAS, essas zonas são viáveis até US$ 45/bbl, porém o Canadá, que produz um dos petróleos de mais difícil extração do mundo, já tem o seu barril a uma média de US$60/bbl enquanto os EUA em algumas bacias são produzidos barris a 40/bbl, com os impostos já incluídos. Na prática, uma demonstração da queda vertiginosa dos custos de extração, o que (provavelmente) inviabiliza províncias de custos de extração elevados como a do Pré-Sal.

Em face a isso, o Brasil deve tentar ado-tar alguma racionalidade econômica. Uma vez que, a tendência dos recursos pré-salinos é de aumento de custos devido à perda de merca-do e consolidação tecnológica dos concorren-tes. Essa última, nacionalmente, comprometi-da pelas dificuldades de investimento. Resta ao Brasil, portanto, se voltar para outras áreas

potenciais, investir no aumento da recupe-ração ou a importação. Passando ao lado do Pré Sal, o potencial reside em duas frentes: o desenvolvimento das bacias paleozoicas para recursos de petróleo e gás em folhelhos ou reservatórios de baixa permeabilidade. Ou ainda, o desenvolvimento da Província Equatorial (região que vai do Ceará até a Ilha de Marajó). Contudo, para o desenvolvimento dos recursos do Paleozoico antes é necessário o domínio do estado-da-arte e a adaptação à geologia nacional em um processo que deve se estender por, pelo menos, dez anos, apesar das restrições da Câmara Federal. Já para a Província Equatorial o quadro é mais promis-sor já que as bacias possuem indícios ou já são produtoras de petróleo e/ou gás e estão próximas de um mercado energo-intensivo, i.e., o setor mineral paraense. A possibilidade de o aumento da produção de hidrocarbo-netos nas cercanias ou mesmo em território paraensepode ser uma oportunidade ímpar de alavancar o desenvolvimento regional baseado no aumento na oferta de energia. O que pode ser configurado como um vetor de atração para novos investimentos ou insta-lação de novos projetos ou mesmo expan-são daqueles já existentes, Não obstante as vantagens competitivas que o Pará apresenta em termos de energia (potencial petrolífe-ro), mineral e logístico, tais vantagens estão intimamente ligadas à criação ou existência de uma rede de transporte e suporte logístico capaz de receber os insumos necessários à nova base industrial, mas também capaz de sustentar a expansão da produção. As petro-leiras, mineradoras e produtoras e exportado-ras de grãos e, futuramente, as siderúrgicas necessitam de estradas, ferrovias, hidrovias e terminais portuários com calado adequado de modo a usufruir da posição da costa paraense em relação ao Canal do Panamá.

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No meio do caminho havia um

pedral

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CAPA

Derrocamento que permitirá a navegabilidade da hidrovia Araguaia-Tocantins se arrasta em meio à insistência do DNIT em

executar uma obra que foge à lógica da engenharia

O Canal do Panamá, uma das obras de engenharia mais im-portantes do mundo moderno

para o comércio entre as nações, foi inaugurado em 1914 e tem operado com o transporte de navios carguei-ros entre os oceanos Atlântico e Pa-cífico desde então e até hoje, com as mesmas dimensões. Aqui no Pará, apenas em 2006 começaram as obras de expansão das eclusas de Tucuruí (que hoje têm largura de pouco mais de 33 metros), o que permitiu que navios maiores circulem pelo canal de mais de 77 quilômetros, conheci-do por hidrovia Araguaia-Tocantins,

aumentado o volume de mercadorias em trânsito por essa extensão de terra que separa as duas grandes massas de água do globo terrestre.

Guardadas as devidas proporções, a dinâmica de construção e operação do Canal do Panamá poderia ser seguida para uma obra de menor porte, mas de importância quase tão grande quanto para a economia da Amazônia e do Bra-sil. Porém, aparentemente, uma briga de vaidades (ou de interesses obscuros), ofusca a lógica da construção civil apli-cada à navegabilidade, no caso da hidro-via Araguaia-Tocantins, onde o famige-rado Pedral do Lourenço tem se tornado

objeto de divergências e intrigas.Desde que foram inauguradas as

eclusas da represa da Hidrelétrica de Tucuruí, em 2010, apenas esse trecho pedregoso do rio Tocantins, à jusante da barragem, impende a navegabilida-de na hidrovia nos doze meses do ano. Ela liga o sudeste paraense, onde está a produção de ferro e a expansão da pro-dução agrícola (e onde se pretendia ins-talar siderúrgicas para o tão sonhado processo de industrialização mineral da região) ao porto de Vila do Conde. De lá a produção paraense pode seguir para o Canal do Panamá, para a Ásia e outros mercados.

ELIELTON AMADOR

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A intriga começou em 2010, com o lançamento do primeiro edital de li-citação para a obra de derrocamento das pedras que se encontram no meio do caminho do rio e a efetivação de um canal de largura mínima de 70 metros para a navegabilidade da hidrovia. A obra já tinha o mais importante: a li-cença ambiental expedida para um criterioso estudo/projeto coordenado pelo professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), doutor em engenharia naval, Hito Braga de Moraes.

Trabalhando desde 2008 na área, Hito Braga e sua equipe traçaram um percurso que viabilizaria a obra com re-lativo baixo custo operacional e baixo im-pacto ambiental. A obra foi licitada pelo Departamento Nacional de Infraestrutu-

Imbróglio evidencia divergências de interesses ra de Transportes (DNIT) e, logo depois do certame, a licitação foi cancelada sob a alegação de que a empresa vencedora não tinha condições de executá-la.

Outro edital foi aberto, dessa vez para a execução de obra cuja largura mí-nima do canal passou para 140 metros, portanto, o dobro da largura do projeto original. A medida foi obtida a partir de outro estudo bancado pela companhia Vale. Desde esse novo edital, porém, seguiram-se mais três editais sem que houvesse interessados. No último, re-alizado em novembro do ano passado, também não houve concorrente. O en-genheiro e presidente da Estacon, Lutfa-la Bitar escreveu um artigo (em 2014 e publicado no jornal O Liberal) anteci-pando que não haveria. Simplesmente

porque a empresa que ganhasse a licita-ção teria que executar um trabalho sem licença ambiental e demoraria anos para executar a obra a um custo superior a R$ 1 bilhão, de acordo com as estimativas de Hito Braga. A licitação previa inicial-mente um valor de R$ 450 milhões.

A empreitada virou bandeira de políticos e empresários em defesa da economia do Pará. O senador tucano Fernando Flexa Ribeiro disse que dada a importância da obra para a economia do Estado, “a bancada paraense no Con-gresso buscou somar forças na expecta-tiva de garantir que o derrocamento do Pedral do Lourenço não seja mais uma das muitas promessas que o Governo Dilma propaga, mas que se esquece de fazê-las cumprir.”

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Foto Reprodução G

oogle

Por outro lado, tudo indica que os interesses por trás das demandas da obra envolvem outras dimensões políticas e econômicas. O senador Jader Barbalho, cujo partido faz parte da base aliada do governo federal, também tem propagado sua defesa à obra. Foi ele quem convidou, por exemplo, o professor Hito Braga a participar da reunião que houve em Bra-sília no final de julho passado para discu-tir o assunto com o governo. Como não fosse um convite oficial da presidência ou do DNIT, Braga, que chegou a fazer uma verdadeira cruzada durante anos para defender o seu projeto, declinou ao convite. “Pedi desculpas ao senador, mas acho isso um desrespeito. Uma picuinha, uma quebra de braços que não faz senti-do”, disse ele.

A Revista CREA-PA também ouviu o vice-presidente da Federação das Indús-trias do Pará (Fiepa), o engenheiro José Maria Mendonça. Ele estava presente na

reunião em Brasília. Mendonça, assim como Hito, defende a licitação da obra com o projeto de 70 metros. “Depois da obra executada, a ampliação dela poderá ser feita no futuro. Se a medida de 70 me-tros não atende aos interesses da Vale no Pará no momento, poderá atender aos in-teresses de outras empresas e do próprio Estado, que tem nessa hidrovia um dos seus atrativos para os negócios e para o seu desenvolvimento”, disse ele.

Mendonça concorda com a visão de Hito de que, assim como o canal do Pa-namá, o canal de Suez (no Egito) e o ca-nal de Kiel (na Alemanha), entre outros, a obra deve começar pequena, como quem um dia abriu uma trilha no meio da mata que hoje se tornou a BR-316. “Se formou uma queda de braço, porque depois que o DNIT abriu a licitação de 140 metros parece que não quer voltar atrás e licitar o projeto de 70 metros”, concluiu Mendonça.

Por outro lado, a pressão da Vale, que explora entre muitos outros ne-gócios a extração de ferro em Carajás, parece também ter peso sobre a ques-tão. O projeto fornecido ao DNIT pela companhia, que contratou uma empresa Americana para desenvolvê-lo, indica que o canal deve ter no mínimo 140m de largura para um comboio de barcaças de 150m de comprimento para transportar os produtos gerados pela siderúrgica que viria a se instalar em Marabá, a Aços Laminados do Pará (ALPA).

A Revista CREA-PA entrou em con-tato com o DNIT três vezes, sendo que a primeira delas foi 12 dias antes do fecha-mento desta edição, cobrando posiciona-mento do órgão sobre a questão. Não ti-

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O Pedral do Lourenço está localizado entre as localidades de Santa Terezinha do Taurí e Ilha do Bogéa, em Itupiranga, no Pará. São 43km de extensão de rochas que impedem a navegação nos períodos de seca. O derrocamento pretende garantir um calado míni-mo de 3m em qualquer dia do ano, propiciando melhor escoamento pela hidrovia Araguaia--Tocantins de toda a produção mineral, agrí-cola e pecuária sob sua área de influência, com destino ao porto e ter-minais localizados em Vila do Conde e no baixo Amazonas, chegando a uma capacidade de transportes calculada em até 20 milhões de toneladas por ano.

vemos retorno da assessoria de comunicação do órgão. Por sua vez, a assessoria de comunicação da Vale foi consultada

sobre a possibilidade da empresa pressionar o governo para não viabilizar a obra com 70m de largura, o que poderia lhe desimpedir da obrigação de instalar a Alpa em Marabá, ale-gando falta de estrutura para o escoamento da produção. A assessoria de comunicação da empresa apenas informou, por telefone, que mandou elaborar o projeto solicitado pelo DNIT e que é o órgão que deveria se manifestar a respeito.

Diante de todo esse cenário é possível perceber que o que está em jogo é o interesse do desenvolvimento econô-mico e produtivo do Estado, em meio a tantos outros inte-resses menores. “Aprendi que o capital vai aonde existem condições de crescer. Se a Vale não investir, outras empre-sas investirão com a hidrovia menor, a princípio”, destaca o vice-presidente da Fiepa.

NOVO EDITALO DNIT acenou na reunião em Brasília que deve abrir

novamente o edital de licitação no final de agosto. Tudo in-dica que a obra a ser licitada novamente é a de 140 metros. Enquanto isso, o Pará segue à margem dos interesses que se formam sobre seu território.

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SEIS NOVOS BENEFÍCIOS PARA VOCÊ. CONHEÇA E USUFRUA!

Propriedade IntelectualCustear despesas com registros e proteção de marcas, patentes, direitos autorais, softwares, desenhos industriais, transferências de tecnolo-gia, domínios de internet, pesquisas, contratos de assistência técnica e de consultoria, licenças e demais áreas da propriedade industrial e intelectual.

Energia RenovávelIncentivar o uso de energia renovável (solar, eólica, biomassa, biodigestor, gás natural e outras) pelos associados por meio de auxílio financeiro para aquisição de tecnologias, equipamentos e serviços dessa natureza, seja em suas residências, empresas ou propriedades rurais.

InovaçãoPara apoio no desenvolvimento e criação de novos produtos e serviços ou de processos desenvolvidos pelos associados ou mesmo por suas empresas.

ImobiliárioAquisição ou quitação de imóveis, terrenos, lotes e para pagamento de despesas cartorárias.

Aporte PrevRecursos para aporte financeiro em plano de previdência instituído ou administrado pela Mútua.

Express (Assistencial)Atender aos associados que não foram contemplados pelos benefícios reembolsáveis e sociais e que se encontram em situações de vulnerabilidade social e financeira, como perda de renda e bens, aquisição de medicamentos e tratamentos em geral.

Nova Diretoria Executiva da Mútua 2015/2018O novo presidente da Mútua Paulo Guimarães explica que são inúmeras as expectativas para a nova gestão e destaca a importância de dar continuidade ao processo de descentralização das atividades da Caixa de Assistência. “Nas duas gestões em que fui diretor de Benefícios da Mútua, iniciamos a descentralização, com a instalação de todas as Caixas nos Estados. Mas ainda há desafios na descentralização e temos de ampliar essa autonomia”, disse ele. Como a Mútua é braço assistencial do Sistema Confea/Crea e Mútua, Paulo Guimarães ainda reforça a necessidade de a Caixa de Assistência atender ainda mais os associados em evidente necessidade. “Temos de oferecer mais benefícios sociais para os profissionais que estão em estado de carência”, afirma.

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SEIS NOVOS BENEFÍCIOS PARA VOCÊ. CONHEÇA E USUFRUA!

Propriedade IntelectualCustear despesas com registros e proteção de marcas, patentes, direitos autorais, softwares, desenhos industriais, transferências de tecnolo-gia, domínios de internet, pesquisas, contratos de assistência técnica e de consultoria, licenças e demais áreas da propriedade industrial e intelectual.

Energia RenovávelIncentivar o uso de energia renovável (solar, eólica, biomassa, biodigestor, gás natural e outras) pelos associados por meio de auxílio financeiro para aquisição de tecnologias, equipamentos e serviços dessa natureza, seja em suas residências, empresas ou propriedades rurais.

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Nova Diretoria Executiva da Mútua 2015/2018O novo presidente da Mútua Paulo Guimarães explica que são inúmeras as expectativas para a nova gestão e destaca a importância de dar continuidade ao processo de descentralização das atividades da Caixa de Assistência. “Nas duas gestões em que fui diretor de Benefícios da Mútua, iniciamos a descentralização, com a instalação de todas as Caixas nos Estados. Mas ainda há desafios na descentralização e temos de ampliar essa autonomia”, disse ele. Como a Mútua é braço assistencial do Sistema Confea/Crea e Mútua, Paulo Guimarães ainda reforça a necessidade de a Caixa de Assistência atender ainda mais os associados em evidente necessidade. “Temos de oferecer mais benefícios sociais para os profissionais que estão em estado de carência”, afirma.

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TECNOLOGIA

chega através de Internetbalões

Foto Google B

rasil

No Projeto Loon, do Google, os balões viajam na estratosfera

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Dar uma ‘googlada’ é uma das so-luções mais simples para qual-quer tipo de necessidade. Bastam

alguns cliques, ou uns toques na tela do celular, para achar o que se precisa. Mas esse neologismo que surgiu da familiari-dade que temos com o principal motor de busca no mundo virtual não faz sen-tido em várias localidades da Amazônia, onde a Internet ainda não chegou ou é bem precária, principalmente pelas ca-racterísticas da região, em meio a flores-tas e rios. Para conectar áreas remotas ou mesmo cidades onde a oferta do serviço é fraca, a alternativa pode vir da tecno-logia dos balões. Já estão em andamento projetos para que eles se desloquem pela estratosfera levando o sinal com veloci-dade superior à do 3G.

Audaciosa, a ideia ganhou visibi-lidade após o lançamento do Projeto Loon, do Google. Desde 2013 a empresa desenvolve pesquisas que tem como alvo os dois terços da população mundial que ainda não tem acesso à Internet. E tam-bém temos tecnologia nacional sendo testada, através do projeto Conectar.

O objetivo dos projetos, basicamen-te, é criar uma rede de balões para co-nectar pessoas em áreas rurais e remotas, ajudar a preencher falhas de cobertura e a recuperar a conexão com a Internet em áreas que passaram por desastres.

O teste-piloto do projeto do Google foi na Ilha Sul da Nova Zelândia, quando trinta balões levaram sinal de Internet a um pequeno grupo de pessoas designadas para o teste. Cada balão tem capacidade para fornecer conexão a uma área de cerca de 40 km de diâmetro no solo, através de

comunicação sem fio. A tecnologia usada é a LTE (Long Term Evolution ou Evolução a Longo Prazo), também conhecida como 4G, que permite banda larga móvel com velocidade de conexão de até 100 Mbps. Os balões retransmitem o tráfego sem fio dos telefones celulares e outros dispositi-vos de volta para a Internet Global usando links de alta velocidade.

No Brasil, o primeiro estado a rece-ber o teste do Loon foi o Piauí. À época o Google tomou como base para a escolha o relatório TIC Domicílios 2012 do Co-mitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que apontou que a região Nordeste tem o segundo pior nível de acesso do País. Naquele ano a pesquisa mostrou que só 27% dos domicílios tinham aces-so à Internet, à frente da região Norte, com apenas 21%. No relatório mais re-cente, de 2013, o comitê ainda conside-rou enorme a diferença na proporção de domicílios com acesso entre as dife-rentes regiões geográficas. Em contras-te com o Sudeste (51%) permanecem o Nordeste (30%) e Norte (26%).

CLIMAOutro fator relevante para as expe-

riências do Google no Brasil é a possibi-lidade de lançar os balões em áreas pró-ximas à linha do Equador. Isso porque o clima é mais quente do que na Nova Zelândia e Norte da Califórnia, por onde o Loon já havia passado. Essa diferença é relevante já que o calor aquece o gás dentro do envelope do balão, aumentan-do a pressão no seu interior. Fator esse que pode tornar mais difícil de navega--lo. Talvez seja em função disso que, se-gundo o escritório do Google no Brasil, por enquanto ainda não há previsão de teste do Loon na Amazônia.

MARTA CARDOSO COMO FUNCIONA O LOONOs balões do projeto viajam na es-

tratosfera, cerca de 20 km acima da superfície da Terra - altura duas vezes maior que a de aeronaves e fenômenos meteorológicos. O controle do destino de cada balão é feito por um software, formando uma grande rede de comuni-cação. Assim, eles podem subir ou des-cer por uma camada de vento que sopre na direção desejada.

Para que as pessoas possam se co-nectar usando smartphones e outros dis-positivos com suporte à LTE o Google tem firmado parceria com operadoras móveis. Assim, através de uma antena especial será possível levar a internet para casas, escolas e empresas.

É justamente a altitude que torna a experiência com balões desafiadora. Através dos testes os engenheiros pre-cisam encontrar as melhores formas de manter os balões na estratosfera, onde a pressão do ar é apenas 1% da que temos no nível do mar. Além disso, essa fina at-mosfera oferece menos proteção contra radiação UV e variações de temperatura drásticas, que podem chegar a -80⁰C.

Por isso, os envelopes dos balões são feitos de folhas de plástico de polietileno, que devem resistir a essas condições por cerca de cem dias. Os balões aproveitam ainda os ventos constantes da estratosfe-ra para permanecer bem acima de fenô-menos climáticos, animais e aeronaves. Como medida de segurança, caso um balão caia rápido demais, foi bolado um paraquedas ligado à parte superior do en-velope para ser aberto durante a queda.

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Os testes do Projeto Loon no Bra-sil foram acompanhados de perto pelo Ministério das Comunicações já que a iniciativa vai ao encontro dos objetivos do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). Ao mesmo tempo, pesquisa-dores nacionais vêm desenvolvendo o próprio projeto brasileiro com balões, denominado Conectar.

O teste inicial foi realizado em no-vembro de 2013, ano que começou a pesquisa, com o balão lançado a partir da base do Instituto Nacional de Pesqui-sas Espaciais (Inpe), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em Cachoeira Paulista (SP), levando a bordo o aparelho Aeróstato Brasileiro de Banda Larga (ABBL). Equipado com transceptores, o balão foi içado a 240 metros de altura, conectando-se por rá-dio a um ponto fixo no município e a um veículo. A conexão gerada pelo balão

permitiu a realização de duas teleconfe-rências via Skype, uma a 2,5km e outra a aproximadamente 30km do Inpe.

O projeto foi proposto pelo Inpe e conta com apoio da Telebrás. Também fazem parte o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunica-ções do MCTI. Em nota, o Ministério das Comunicações informou que tem acompanhado testes realizados por en-tidades do Brasil e do exterior. Afirma ainda que, entre 2010 e 2014, a banda larga móvel cresceu 784% na região Norte, onde o serviço passou de 1,3 milhões de acessos em dezembro de 2010 para 11,2 milhões em dezembro de 2014. “É um crescimento em ban-da larga móvel que”, segundo o minis-tério, “está acima da média nacional por regiões”. Os dados fazem parte do levantamento da Agência Nacional de Telecomunicações. À época do primei-

ro teste o então ministro das comunica-ções Paulo Bernardo disse se tratar de uma tecnologia totalmente limpa. “Cer-tamente esta opção é muito mais barata e versátil para atender regiões afastadas e até mesmo inóspitas”, comentou.

Recentemente o gerente de projetos do ministério, Pedro Lucas Araújo, des-tacou que o crescimento da banda lar-ga móvel em todas as regiões do Brasil comprova que o serviço é um importan-te instrumento de inclusão digital. “Com um crescimento tão expressivo, fica evi-dente que o serviço está chegando a to-das as camadas sociais e não apenas às classes A e B”, afirmou.

Os estudos em torno do Conectar focam no prolongamento do período de suspensão do balão, que na época dos testes de apresentação só conseguia ar-mazenar um volume de gases suficiente para aproximadamente uma semana.

TECNOLOGIA NACIONAL VEM SENDO TESTADA COM SUCESSO

O Conectar iça o balão a partir de um ponto fixo , através de rádio

Fotos INP

E/MCTI

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terça-feira, 18 de junho de 2013 14:50:56

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Dendê: O cultivo de palma na Amazônia tem produzido

ganho econômico a agricultores locais e se mostra como possibilidade de produção de energia

ELIELTON AMADOR

ECONOMIA

a salvação da lavoura?

Foto Embrapa A

mazônia O

riental

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Considerado uma das grandes fontes com potencial para a produção de biodiesel, além de

abastecer as indústrias de alimentos e de cosméticos, o dendê, em tão pouco tempo, colocou o Pará em posição de destaque no cenário nacional como o maior produtor da palma no Brasil. De acordo com a Embrapa Amazônia Oriental, enquanto um hectare plantado de soja gera em torno de 500 quilos de óleo, o mesmo terreno com dendê pode gerar até dez vezes mais, ou seja, 5 mil quilos de óleo.

O dendê tem transformado paisa-gens na Amazônia, principalmente no Pará. Por aqui existem cerca de 170 mil hectares de plantações, sobretudo entre os municípios de Moju, Tailândia, Mo-cajuba e Tomé-Açú, onde o clima é per-feito para o plantio e a produção.

A mudança da paisagem é tanto natural quanto cultural. Parte das áre-as degradadas na Amazônia (são mais de 76 milhões de hectares) hoje são ocupadas pelas copas das palmeiras que podem chegar, em seu ambiente natural na África a até 30 metros de altura. No meio cultural, os agricul-tores que antes viviam exclusivamente da roça tradicional, da caça e da pesca, agora vivem como microempresários do setor agrícola, com uma renda mé-dia mensal de R$ 2.600,00 por cada 10 hectares de dendê plantado.

Porém, geógrafos, antropólogos e outros pesquisadores sociais alertam so-bre o impacto da mudança dos costumes entre os agricultores, visto que a maioria

já se adaptou ao processo de integração às empresas que compram a sua produ-ção, e celebram os ganhos econômicos da atividade. Atualmente, com a difi-culdade de fixar o homem no campo – uma dificuldade em todo o País e até no mundo, graças aos atrativos sociais das cidades –, uma atividade agroindustrial como a cultura de dendê parece se tor-nar uma tendência bem-sucedida.

Na dissertação de mestrado do geógrafo Cleison dos Santos, defen-dida recentemente na Universidade Federal do Pará (UFPA), não faltam camponeses que se alegram com a ati-vidade do dendê. O trabalho, “Dendei-cultura e Comunidades Camponesas na Amazônia Paraense: Uma Análise do Município de Moju”, alerta para as mudanças culturais e recomenda ainda maior proteção da atividade produtiva e trabalhista dos pequenos produtores de dendê consorciados. Rigor com di-reitos trabalhistas e normas ambientais não faltam à cadeia produtiva do den-dê. Para alguns, até demais.

Na Malásia e na Indonésia, onde existe a maior produção de óleo de den-dê do mundo, a monocultura cresceu indiscriminadamente, afetando o meio ambiente e quase dizimando espécies. No Brasil, onde a visibilidade mundial é grande, as leis são rígidas. Não se pode plantar dendê sem manter a flo-resta nativa ao redor, e o trabalho dos produtores e empregados é fiscalizado por uma ONG internacional, a Roun-dtableon Sustainable Palm Oil (RSPO), criada pela própria cadeia produtiva da

palmeira. No Pará, a Agropalma, uma das nove empresas que explora a pro-dução e beneficiamento do produto, foi a primeira a conseguir a certificação.

Atualmente, mesmo com toda a força do dendê, a retração dos merca-dos internacionais e a crise política no Brasil podem adiar o que os defensores da cultura mais querem: que ela aumen-te. Afinal, o País ainda importa mais da metade do óleo de dendê que consome. E o dendê, utilizado principalmente na indústria de alimentos é matéria-prima também na fabricação de cosméticos, tintas e entra na composição do diesel, cujo percentual de biodiesel é obrigató-rio na proporção de 5%.

Alfredo Homma, economista e pesquisador da Embrapa, é um dos defensores da cultura do dendê. Com toda a complexidade que a cultura en-volve e as críticas, seja da destruição das culturas tradicionais nas regiões onde ele pode ser plantado, seja do impacto ambiental, ele acredita que há muito que crescer com a produção. “Hoje nós temos 0,5% da produção de óleo do mundo. O Equador, que é nos-so vizinho, produz o dobro que nós, e a Colômbia três vezes mais. A legisla-ção ambiental ainda é muito dura. En-quanto no resto do Brasil precisamos preservar 20% da área original, na Amazônia esse percentual chega até a 80%. Mas é bom saber que o dendê trabalha em área antropizada e preser-va o carbono”, explica.

Mas a questão ambiental não está sozinha. A Petrobras celebrou sob o

Fotos Embrapa A

mazônia O

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governo do então presidente Lula, a criação de uma parceria com a Galp Energia, empresa portuguesa que pre-tende comprar óleo de palma do Bra-sil para produzir biodiesel na Europa. Entretanto a produção ainda não foi à frente. Um dos problemas ainda é a adaptação de novos agricultores à cul-tura do dendê. O cultivo exige normas rigorosas. Mas, a crise política e a es-tagnação da economia financeira tam-bém ameaçam o projeto, que inclui a implantação de uma usina de proces-samento do dendê em Tailândia.

Segundo o diretor presidente da Belém Bioenergia Brasil, empresa cria-da pela Petrobras para implantar o projeto de produção energética a par-tir do dendê no Pará, Danúbio Saraiva de Souza, a previsão de instalação da usina é entre o final de 2017 e início de 2018. E outra deve ser implantada em Tomé-Açu até 2019.

Os planos para o dendê são maio-res. A Petrobras já fechou acordo que garantiu o plantio de 60 mil hectares da palma em terras de agricultores fa-miliares, pequenos empresários e so-los arrendados. Mas, diante das atuais circunstâncias, a empresa está revendo todos os seus projetos. “A ideia é que ela priorize os projetos que são economi-camente viáveis. Nós acreditamos que o projeto do dendê é viável”, diz Danúbio, com inquestionável otimismo.

O pesquisador Alfredo Homma, por sua vez, não é tão otimista. “Com a situação atual, não acredito que a Pe-trobras vá construir processadoras de dendê no Pará tão cedo. Pelo menos não agora. Até a Galp deve estar reven-do seus projetos”, analisa.

Um dos desafios é que o dendê enfrenta, apesar da grande produ-ção e aproveitamento na indústria de cosméticos e de alimentos, é o pouco aproveitamento na composi-ção do biodiesel, que hoje é formado em sua maior parte por óleo de soja e por sebo bovino. O problema está na acidez do óleo da palma, que exi-gi uma etapa a mais no processo de produção. Para tentar encontrar uma solução, a Embrapa Agroenergia, de Brasília, vem desenvolvendo uma grande e complexa pesquisa em rede chamada DendePalm, para mapear o genoma do dendê e de espécie seme-lhante, que ajuda a controlar pragas na lavoura da palmeia, o caiaué.

Entre tantas outras atividades, a pesquisa quer desenvolver um cata-lisador que produza óleo próprio ao uso energético na primeira “prensa”, uma vez que hoje o óleo precisa ser refinado após a produção para poder compor o biodiesel.

Pesquisas científicas e dinâmicas econômicas, portanto, ainda estão longe de viabilizar a produção do den-dê como óleo combustível, mas é pos-sível que cheguemos lá. Em quanto tempo, ainda não se sabe. Enquanto isso, a cadeia produtiva vai agregando

valor, com o aproveitamento da pro-dução e de seus resíduos.

A Biopalma, empresa da Vale, tem investido pesado no dendê, e ao con-trário da Petrobras, não se deixa afetar pela crise política. A empresa aposta na produtividade do fruto para superar a soja na geração de biodiesel e prevê que vai aumentar sua produção nos próximos anos atingindo 340 mil tone-ladas de óleo a partir de 2019 quando sua plantação atingir a maturidade. “A usina instalada de Moju tem dois gran-des diferenciais: é a primeira planta de extração de óleo concebida com nível inédito de automação em seus proces-sos e, também, o maior complexo de geração de energia limpa já instalado em uma usina deste tipo no Brasil. Além disso, quase todos os resíduos formados ao longo da cadeira produti-va serão reaproveitados pela indústria na geração de energia renovável”, ga-rante o release da empresa.

O que os dilemas da cadeia pro-dutiva do dendê têm mostrado é que a saída para a crise de sustentabilidade da economia mundial não é simples. E que juntar conhecimentos sociais com informação científica da nature-za é o caminho para superar a com-plexidade dos fatores envolvidos.

Pesquisas pretendem resolver dificuldades na produção do biodiesel

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400 ANOS

Água Belém fica a desejar nos serviços

esgoto

SUELY NASCIMENTO

e

Fotos Laís Teixeira

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Belém, conhecida como a Metrópole da Amazônia, com mais de 1 milhão e 400

mil moradores, que necessitam de serviços de água e de esgoto de qualidade, para usufruir uma vida mais saudável. Seu território, de 1.059,46 km², é repleto de rios e seus afluentes, onde se capta água e, em situações diversas, deságua esgoto.

A empregada doméstica Francis-ca de Deus do Espírito Santo, 60 anos, nasceu em Jubim, na ilha do Marajó, e veio morar há cerca de 15 anos, no bair-ro Pratinha. Com uma casa, atualmente em alvenaria, na passagem Santo Afon-so, que inicia na rodovia Artur Bernar-des e termina às margens da Baía do Guajará, ela consegue água apenas na torneira do pátio, a mais próxima ao chão, quando falta água, o que acontece quase todos os dias. “Chega bem fina e amarelada, por isso tomamos banho de cuia. E, para beber, só mineral, e temos comprado um garrafão a R$ 5, a cada quatro dias”, conta.

Sua moradia tem uma fossa no quintal, construída há cerca de três anos. E em mais dois vizinhos da pas-sagem, também. O restante das casas dessa via tem apenas um cano para escoar os dejetos humanos direto na vala. “Por isso, em alguns dias da se-mana, os moradores pegam enxadas, retiram as fezes das valas, colocam em grandes sacos plásticos, e vão jogá-las na baía. Isso acontece, geralmente, à noite, quando o fedor está insupor-tável”, acrescenta Francisca. Segundo ela, essa situação existe mesmo antes de mudar-se para o bairro.

A amazonense Temis Amoedo Barbosa, 56 anos, mora, aproximada-mente, há 13 anos na vila Lima, com acesso pela Av. José Bonifácio, no bair-ro Guamá. Segundo a cuidadora de idosos, de suas torneiras sai água limpa e forte. Todo mês, paga um valor em torno de R$ 18 e, normalmente, não falta. Mas, para beber, costuma com-prar água mineral, só que ao preço de R$ 6 o garrafão, utilizando dois por se-mana. “Faço esse gasto a mais, pois não confio na água que chega em casa”, afir-ma a moradora.

Com relação ao esgoto, Temis con-ta que, há cerca de cinco anos, os mo-radores da vila reivindicaram, junto à administração pública municipal, o es-goto; e foram atendidos. “Os canos das casas da vila, a partir de então, não en-topem mais. Mas tenho conhecidas que moram há alguns quarteirões daqui, ainda no Guamá, que não têm água e nem esgoto”, acrescenta.

No bairro Cremação há cinco dé-cadas, a cuidadora de idosos Fátima Silva, 53 anos, tem água e esgoto em sua casa. “A água está limpa, às vezes. E, em outras, amarelada. Uso para lavar roupas e limpar a casa. E para beber, tenho que coar a água, colocando um pano amarrado à torneira”, explica a moradora da rua dos Pariquis.

Na casa de D. Temis a água é limpa, mas ela compra água mineral para beber

Na Pratinha, D. Francisca enfrenta o abastecimento precário e água amarelada

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Belém ocupa a posição 93, no novo ranking do saneamento nas cem maiores cidades brasileiras, elaborado pelo Insti-tuto Trata Brasil. A pesquisa teve como base os números do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, de 2013, e apresenta a situação do acesso da população aos serviços de água tratada, coleta e tratamento de esgotos, realiza-dos pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) e Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (Saaeb). Con-forme o documento, disponível na pági-na eletrônica www.tratabrasil.org.br/, os avanços continuam tímidos para atingir a universalização dos serviços em 20 anos, prazo do Plano Nacional de Sane-amento Básico – 2014 a 2033.

O geólogo e professor Milton Matta, coordenador do Laboratório de Recur-sos Hídricos e Meio Ambiente, da Uni-versidade Federal do Pará, mostra que nessa pesquisa, o indicador de atendi-

ENCANAÇÃO SECULAR

RANKING DE SANEAMENTO

mento total de esgoto tratado em Belém é de 7,1%. “O que significa que 92,9% do esgoto não tratado da capital paraense vão para os rios. Então, se tem todas as praias, os igarapés e os recursos hídricos superficiais contaminados”, afirma.

Para Milton Matta, isso acontece porque saneamento não dá prestígio ao político. “Se a obra for feita, o povo não vai ver, pois será subterrânea. Então, o po-lítico não faz”, acrescenta. Mas o professor observa que se houver um bom sanea-mento, evita-se a poluição dos rios, das praias e de todos os cursos d’água; assim

como doenças de veiculação hídrica.Matta explica, ainda, que Belém é

abastecida com a água de recursos su-perficiais, como lagos Água Preta e Bolo-nha, e rio Guamá. “No entanto, deveria ser dos recursos hídricos subterrâneos, pois é de melhor qualidade, mais pro-tegidos, mais duradouros e com valor menor para repassar à população”, acres-centa. Segundo ele, há várias pesquisas de poços profundos, feitas por alunos da UFPA, para bairros como Nazaré, Val--de-Cans, Umarizal e Pedreira-Marco, que podem ser utilizadas.

À época de 1800, no século XIX, havia chafariz nas ruas da cidade. Com água cristalina, supria a necessidade da população de então. A informação é da obra “Macrodrenagem e água potável em Belém do Pará”, de autoria de Dantas de Feitosa, publicada em 1994. Segundo diretores da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), boa parte da tubula-ção de água da capital paraense tem ori-gem naquele século, como as que estão localizadas no centro da cidade.

Segundo o engenheiro eletrônico Fernando José da Costa Martins, diretor de expansão e tecnologia; e o engenhei-ro mecânico Antônio Carlos Crisósto-mo Fernandes, diretor de operações da Companhia de Saneamento, ainda há um percentual significativo dessa tubu-lação construída em ferro na cidade que, ao longo do tempo, foi se deteriorando. Eles explicam que, atualmente, quase 50% da água tratada originada dos lagos Água Preta e Bolonha, e do rio Guamá, são desperdiçados até chegar à casa dos moradores. Um dos motivos é que há muitos furos nos antigos canos de ferro.

Uma das grandes dificuldades em substituir essas tubulações, segundo os diretores, é que raramente há fontes de renda que podem ser utilizadas para

manutenções, incluindo a substituição dessa antiga rede; e seria por esse motivo que tais obras vão sendo feitas ao longo do tempo, sem um grande investimen-to. “Normalmente, há verba para novas obras, como é o caso do Plano Diretor do Sistema de Abastecimento de Água para Belém, que prevê a necessidade de inves-timento em R$ 1 bilhão, em 20 anos, para melhorias significativas nos serviços pres-tados”, ressalta Fernando José.

Atualmente, conforme informa-ções do engenheiro Antônio Carlos, há 1.640km de rede de distribuição de água em Belém. “Quase a extensão da rodovia federal Belém-Brasília. Ela abastece cerca de 80% da população da capital paraense”, exemplifica. E acrescenta, que os quase 20% restantes usufruem da água por meio de poços, perfurados às proximidades de suas residências.

Antônio Carlos diz ainda que a água distribuída sai da Estação de Tratamen-to do Utinga com força. No percurso pela rede de distribuição, ela pode che-gar às residências de maneira abundan-te e até ir perdendo força ao longo do caminho. Por esse motivo que, segundo ele, a força da água varia de casa para casa, em um mesmo bairro. Para suprir essa questão a Cosanpa vem construin-

do poços profundos, com 270 metros, em bairros mais afastados do centro da cidade, como Entroncamento.

Com relação ao esgoto, hoje, Belém atende 8% da população, conforme os en-genheiros. De acordo com Antônio Car-los, o que há de rede de esgoto, na grande maioria, é o que os ingleses fizeram, no passado. E explica que a ampliação vem sendo feita. “No entanto, são obras mui-to caras”, justifica. A Lei de Saneamento Básico do Brasil, nº 11.445, foi aprovada há apenas cerca de oito anos, em janeiro 2007, o que ordena toda uma caminhada nesse importante setor da população e obriga a realização dessas obras.

Os diretores confirmam que nos próximos meses, o Saaeb, hoje sob res-ponsabilidade da Prefeitura Municipal de Belém, passará a ser parte do setor operacional da Cosanpa que, possivel-mente, realizará ampliações no que se refere ao tratamento de esgoto. Confor-me Antônio Carlos, hoje, 80% do sane-amento da capital paraense tem como responsável a Cosanpa; 10% é do Saaeb (Icoaraci, Outeiro, Mosqueiro e Cutiju-ba); e 10% está descoberto, onde a comu-nidade cava poços e onde o saneamento não existe. “Em breve, a única operadora desse sistema será a Cosanpa”, ressalta.

Revista

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MERCADO DE TRABALHO

Crise já afeta setor mineralSUELY NASCIMENTO

O poderoso ramo de atividade dos bens minerais está em um mo-mento crítico, em âmbito mun-

dial. O início desta década veio apresen-tando graves situações econômicas nessa área, lideradas pela continental China. E a previsão é de que esta conjuntura se mantenha por mais algum tempo. A ava-liação é do experiente geólogo José Wa-terloo Lopes Leal, 70 anos, com quase 50 anos de atividade profissional.

Como presidente da Associação Pro-fissional dos Geólogos da Amazônia, entidade de classe que ajudou a fundar, explica que este setor mineral é respon-

Crescimento à vista Demissões constantes Regidos pela Consolidação das Leis

do Trabalho (CLT), os trabalhadores demitidos de empresas mineradoras paraenses, da área da engenharia, têm se dirigido ao Sindicato dos Engenhei-ros no Estado do Pará (Senge-Pa), com sede em Belém. Eugenia Von Paum-gartten, formada há 37 anos e presiden-te da entidade, conta que do último mês de junho, até o momento, realizou cerca de 25 homologações. E, entre estes tra-

balhadores, havia, aproximadamente, oito executivos da mineração paraense.

Na opinião de Eugenia Von Paum-gartten, engenheira de transmissão da Celpa, há 30 anos, a elevação do núme-ro de demissões no Pará vem ocorren-do desde setembro de 2014.

O Senge-Pa ajuda a divulgar vagas disponíveis nesse mercado de traba-lho, em sites da internet, na home page http://www.sengepa.com.br/.

- administrador Comos – PDMS- analista de desenvolvimento de produto;veículos- analista de qualidade e meio ambiente- coordenador de projetos de construção civil- engenheiro civil- engenheiro civil de obras- engenheiro de alimentos- engenheiro de automação- engenheiro de infraestrutura

- engenheiro de vendas- engenheiro eletricista- engenheiro mecânico eletricista- engenheiro pleno- gerente de qualidade- orçamentista- professor de geotécnica- professor de sistemas de potência- supervisor de manutenção mecânica

Foto Vale

Vagas disponíveis publicadas pelo Senge:

sável por mais de 70% das exportações paraenses. E, em decorrência dessa ques-tão globalizada, o número de postos de trabalho vem diminuindo ao longo des-sa crise. Principalmente, em municípios onde esses bens minerais são explorados.

Parauapebas, Canaã dos Carajás, Ma-rabá e Curionópolis são algumas localida-des do Pará que sentem essa conjuntura internacional. Devido à queda nas expor-tações, têm explorado menos minérios e, consequentemente, têm utilizado menos mão-de-obra. Na região do rio Tapajós, oeste paraense, conhecida por reservas de ouro, mais de 20 empresas Júnior, de pesquisa mineral, foram prejudicadas e, consequentemente, seus envolvidos.

Segundo José Leal, com essa situa-

ção mundial, não é só o geólogo o maior prejudicado, mas profissionais de áreas diversas, pois um projeto mineral em-prega trabalhadores de inúmeros setores do conhecimento humano. Sentindo as consequências do desemprego estão os engenheiros civil, de fundação, elétrico e segurança do trabalho, por exemplo.

“O Pará é um estado que vive em cima da mineração. Seus bens minerais são di-versos como alumínio, calcário, cobre, ferro e ouro, exportados em seu estado primário. E, para se ter uma ideia da crise; há cerca de três anos, a tonelada do ferro tinha o custo de US$ 190. Atualmente, o valor está em torno de US$ 45”, contextualiza José Leal. E acrescenta, que estão sendo estudadas pos-sibilidades de contornar esse momento.

Considerada a maior produtora de minério de ferro do mundo e instala-da no Pará há cerca de três décadas, a Vale, nos últimos seis meses, foi uma das empresas que sugeriram cortes na produção existente, redução das ven-das e/ou retomada menos acelerada do crescimento, conforme informações de analistas da área. Em abril passado, essa empresa estava considerando reduzir a meta de produção de minério de ferro, em até 30 milhões de toneladas, nos próximos dois anos.

E, neste agosto, a Vale confirmou previsões de que deve fechar o ano com investimentos aproximados em US$ 8 bilhões. No mercado, há, no en-tanto, novas estimativas de que o nú-mero deve ser ainda menor, na faixa de US$ 7 bilhões. Números diferencia-dos da previsão inicial, que era cerca de US$ 10 bilhões. Em meio à crise do setor, no entanto, a Vale recebeu auto-rização do Ministério dos Transportes para o projeto de expansão da Estrada de Ferro de Carajás, no Pará.

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POR DENTRO DO CREA

INSPETORIA: competências e atribuições

CONHEÇA AS INSPETORIAS PARAENSES

Uma extensão técnico-administrativa da sede, a unidade regional auxilia engenheiros, agrônomos e a comunidade local nos assuntos relacionados às profissões tecnológicas

Órgão executivo que representa o CREA-PA no município ou na região onde está instalado, a Ins-

petoria tem por finalidade principal fis-calizar o exercício das profissões abran-gidas pelo Sistema Confea/Crea e ofertar serviços de apoio aos profissionais.

Atualmente, o CREA-PA conta com 21 Inspetorias no interior paraense.

ALTAMIRAAv Brigadeiro Eduardo Gomes, nº 2610. Sala 105 - 2º Cartório Civil. Esplanada do Xingu. Fone: Atendimento (93) 3515-9677 / Fiscalização 3515-9679. E-mail [email protected].

ANANINDEUACidade Nova II, WE 21, nº 52 – Coqueiro. Fone: Registro Profissional (91) 3263-1457 / Aten-dimento 3263-1472 / 3295-4361. E-mail: [email protected].

BARCARENAAv. Dom Romualdo Coelho, nº 13, Quadra 375 - Vila dos Cabanos. Fone: (91) 3754-3282 / 3185. E-mail: [email protected].

BRAGANÇAAv. Polidório Coelho, S/N – Sala 03 – Alegre. Fone: (91) 3425-4490 / 4491. E-mail: [email protected].

CAMETÁTrav. Monsenhor Miguel Inácio, nº 229 – Centro. Fone: (91) 3781-1421 / 2912. E-mail: [email protected].

Cada unidade é composta por dois ins-petores, sendo um deles o inspetor-che-fe. Por ser uma função honorífica, cada inspetor deve estar legalmente habilita-do em uma profissão do Sistema, em dia com suas obrigações e ser indicado pelo presidente do Conselho Regional.

Sendo assim, a Inspetoria é a repre-sentante do CREA-PA na sua localida-

de: fiscaliza, divulga a legislação, instrui documentos protocolados a serem enca-minhados ao CREA para análise; recebe anuidades, taxas de serviços e multas; cumpre e faz cumprir a legislação federal, as resoluções, as decisões normativas, as decisões plenárias baixadas pelo Confea, os atos normativos e os atos administrati-vos baixados pelo CREA-PA.

CANAÃ DOS CARAJÁSAv. Weyner Cavalcante, nº 606, Sala 3 – Cen-tro. Fone: (94) 3358-1230 / 1267. E-mail: [email protected].

CAPANEMARua João Pessoa, nº 126 – Centro. Fone: (91) (91) 3462-4801. E-mail: [email protected].

CASTANHALRua Romão Martins, nº16 – Caiçara. Fone: Atendimento (91) 3721-5836 / Fiscalização 3721-5860. E-mail: [email protected].

CONCEIÇÃO DO ARAGUAIARua Diogo Mourão, nº 679, Sala 02 – Centro. Fone: (94) 3421-0283 / 0160. E-mail: [email protected].

ITAITUBAAv. Dr. Hugo de Mendonça, S/N. Itaituba. Fone: (93) 3518-3861 / 3860 (fone/fax). E-mail: [email protected].

JURUTIRua Joaquim Gomes do Amaral, nº 15, Box 02. Fone: (93) 3536-1621. E-mail: [email protected].

MARABÁFolha 32, Quadra 19, Lote 30 - Nova Marabá. Fone:(94) 3322-2678 / 2825 / 2009. E-mail: [email protected].

MONTE ALEGRERua Dr. João Coelho, nº 440. Cidade Alta. Fone: (93) 3533-2277 / 2282. E-mail: [email protected].

NOVO PROGRESSORua Monte Castelo, nº 593. Jardim Planalto. Fone: (93) 3528-1413. E-mail: [email protected].

ORIXIMINÁTv. Antônio Bentes, nº 471 - Box 02. Fátima. Fone: (93) 3544-1191 / 1647. E-mail: [email protected].

PARAGOMINASRua Rio Finex, nº 189. Centro. Fone: (91) 3729-6093 / 6103. E-mail: [email protected].

PARAUAPEBASRua 9, nº 254, esquina da Rua J. União. Fone/Fax: (94) 3346-3413 / 3532 / 7023. E-mail: [email protected].

REDENÇÃORua José Júlio da Silva, nº 12. Centro. Fone: (94) 3424-4250 / 4251. E-mail: [email protected].

SANTARÉMTv. Moraes Sarmento, nº 659. Santa Clara. Fone: Atendimento (93) 3523-2859 / Fiscalização 3522-1691 / Inspetor 3522-1716. E-mail: [email protected].

TUCURUÍBloco “O”, Sala 04. Centro Comercial da Vila Permanente (próximo à Receita Federal). Fone: (94) 3778-4052 / 3778-4325 (Fax). E-mail: [email protected];

XINGUARARua Cecília Meirelles, nº 459. Centro. Fone/Fax: (94) 3426-1404 / 1409. E-mail: [email protected].

Fotos Ascom

CREA

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INDEMARCABILIDADE DA LPM, INEXISTÊNCIA DO TERRENO DE MARINHA, MARÉ, ZERO HIDROGRÁFICO, PRAIA, ILHA, VÁRZEA, MANGUEZAL, TERRAS CAÍDAS, LINHA DE JUNDU, MAR TERRITORIAL, LEGISLAÇÃOA Lei do Terreno de Marinha fixou como marco topográfico para medição da faixa de 33 metros o ponto onde a Linha do PREAMAR MÉDIO de 1831 tocou o solo, marca improvável de identificar, tanto pelas alterações no litoral (erosões, aterros) como pela elevação do nível dos oceanos que, segundo a ONU, é de 30 cm por século, gerado pelo efeito estufa. 184 anos depois está 54 cm mais elevado. Ou seja: a LPM não existe onde tocou o solo em 1831, ou está submersa pelo atual nível oceânico e por isso é indemarcável. Esta complexa matéria é tratada do ponto de vista técnico e jurídico no livro do professor Paraguassú Éleres. Adquira-o. Deposite R$70,00 na CC 97700-4 da Ag. 1396 do Bradesco e envie comprovante, com nome, endereço e CEP para o e-mail [email protected].

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Edição do autor

2014

Revista

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