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A festa do Festival de Fotografia  de Tiradentes Lição de casa: retratos no estilo claro-escuro Ano 18 | N O  212 | Maio 2014 As fotos vencedoras do concurso que distribui US$ 400 mil em prêmios Ponto de vista Fotojornalismo Df German Lorca Prestes a completar 92 anos e com 66 de fotografia, o mestre rasga o verbo numa entrevista exclusiva Nikon T este comparativo do melhor conjunto de câmera, processador e recursos Apple iPhone 5S  Nokia Lumia 1020  Samsung Galaxy S4  Sony Xperia Z1 Confira se vale a pena invest ir na DSLR vintage: ela tem controles tradicionais, sensor full frame e não filma Veja como a escolha do ângulo e da lente pode mudar tudo em uma foto A incrível hist ória do porteiro carioca que é repórter freelancer SMARTPHONES P AR A FO TOG R AFAR  M A  I  S Veja qual é o melhor celular MP COM UMA F ONT E  DE  LUZ Apr enda  e s quema s simp l es  e  e f i c i entes que f unc i onam em q ualquer  cas o  par a  r e t r atar  pess o as 4

Fotografe Melhor - Maio 2014

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Fotografe Melhor - Maio 2014

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  • A festa do Festival de Fotografia de Tiradentes

    Lio de casa: retratos no estilo claro-escuro

    Ano 18 | NO 212 | Maio 2014

    As fotos vencedoras do concurso que distribui US$ 400 mil em prmios

    Ponto de vistaFotojornalismo

    DfGerman LorcaPrestes a completar 92 anos e com 66 de fotografia, o mestre rasga o verbo numa entrevista exclusiva

    NikonTeste comparativo do melhor conjunto de cmera, processador e recursos

    vApple iPhone 5S vNokia Lumia 1020 vSamsung Galaxy S4 vSony Xperia Z1

    Confira se vale a pena investir na DSLR vintage: ela tem controles tradicionais, sensor full frame e no filma

    Veja como a escolha do ngulo e da lente pode mudar tudo em uma foto

    A incrvel histria do porteiro carioca que reprter freelancer

    SMARTPHONES

    PARA FOTOGRAFAR

    MAIS

    Veja qual o melhor celular

    MP

    COM UMA FONTE DE LUZAprenda esquemas

    simples e eficientes que funcionam em qualquer

    caso para retratar pessoas

    4

  • C hegar aos 92 anos com vitalidade, lucidez e bom-humor para poucos. Entre esses seres humanos privilegiadosest um baixinho de sangue quente espanhol, agitado esorridente, nico sobrevivente do grupo de fotgrafos que seconvencionou chamar de modernistas: German Lorca.

    Conheci Lorca pessoalmente h 11 anos (at ento,s pela fama que o precedia). Ele foi convidado a compora comisso julgadora do 10 Concurso Leica-Fotografe e,lembro-me perfeitamente, chegou brincalho, parecendoum garoto e nessa poca j tinha 81 anos. Dono de opi-nies fortes, bateu boca com os demais jurados, amea-ou deixar o julgamento caso determinada foto no esti-vesse entre as melhores e, depois, mais calmo, acaboucedendo a bons argumentos. Voltou a sorrir e a brincarcom todos. Esse o jeito dele.

    Luiz Marinho, representante da Leica no Brasil, e eu,organizadores do concurso, adoramos a energia e a se-riedade de Lorca. A partir dali, o mestre seria convidadoa ser jurado vitalcio.

    E assim foi: do primeiro ao dcimo concurso, ou seja, portoda a histria do Leica-Fotografe, Lorca foi presena constantee, claro, no perdeu o hbito de defender arduamente seuspontos de vistas. Um bate boca entre ele e Maureen Bisilliatentrou para a histria do concurso e,no final, acabou em sonoras garga-lhadas. E Lorca s vezes dizia: no seise estarei aqui no prximo concurso...Bem, o concurso acabou e o mestreest a, esbanjando sade.

    Leia nesta edio a entrevista queele deu a mim e a Juan Esteves. Foimuito prazeroso conversar com elee publicar essa matria.

    Editor e Diretor Responsvel: Aydano RorizDiretor Executivo: Luiz SiqueiraDiretor Editorial e Jornalista Responsvel:Roberto Arajo - MTb.10.766- [email protected]

    REDAODiretor de Redao: Srgio Branco ([email protected])

    Editora-assistente: Karina Srgio GomesReprteres: Livia Capeli e Gabrielle Winandy (estagiria)Chefe de arte: Welby DantasEditora de arte: Izabel DonaireReviso de texto: Denise R. CamargoColaborador especial: Diego MeneghettiColaboraram nesta edio: Alexandre Urch, Daniel Bordini (arte), Juan Esteves,Laurent Guerinaud, Guilherme Mota e Mrio Bock

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    So [email protected]: Rodrigo SacomaniEquipe de Publicidade: Angela Taddeo, Alessandro Donadio, Adriana Gomes,Elisangela Xavier, Ligia Caetano, Renato Pern e Roberta Barricelli

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  • Maio 2014 5

    Sumrio

    Fuyang Zhou

    Manoel G

    uimares

    Alex Ribeiro

    FotojornalismoPorteiro carioca que reprterfotogrfico nas horas vagas

    Retratos com uma fonte de luzConfira as dicas de ManoelGuimares para vrios casos

    Olhar GlobalOs vencedores do concursocom o maior prmio do mundo

    Fotos de capa:Alexandre Urch,

    Diego Meneghetti,Manoel Guimares

    e divulgao MetadadosAs informaes de uma grande foto 6Portflio do leitorOs autorretratos Anna Cludia Speck 28Papo com o mestre German LorcaHistrias de 66 anos de fotografia 50Comparativo de smartphonesQuatro modelos top de linha em teste 74

    E ainda

    8

    20

    102

    110

    120

    130

    132

    Teste Nikon DfSaiba tudo sobre a DLSR vintage 86Foto em Pauta TiradentesO que rolou no festival de fotografia 94

    GRANDE ANGULARNotcias e novidades

    REVELE-SEAs fotos selecionadas dos leitores

    FUNDAMENTOSPonto de vista e perspectiva

    RAIO XAs fotos dos leitores comentadas

    LIO DE CASARetratos no estilo claro-escuro

    CORREIOMensagens e dvidas dos leitores

    FIQUE POR DENTROExposies, concursos e cursos

    ANO 18 EDIO 212 MAIO DE 2014

  • METADADOS

    Fotografe Melhor no 2126

  • Maio 2014 7

    EQUIPAMENTOO fotgrafo malaio usou

    uma Nikon D800E com a lenteNikkor 24-700 mm f/2.8. A

    exposio foi de f/4.5, 1/2500se ISO 800. A distncia focalestava ajustada em 27 mm.

    ALTA VELOCIDADEHarun usou a velocidade

    altssima de 1/2500s com luznatural para congelar o

    movimento da gua no ar.Alm da cena cmica, a

    posio dos trs meninos noenquadramento valoriza ainda

    mais a imagem. O nicodetalhe que ele trabalhoumais tarde no Photoshop foi um ajuste de nitidez.

    Omalaio Hairul Azizi Harunteve a perspiccia, intuioe sorte para clicar no ins-tante certo. Depois, inscreveu afoto no concurso certo: ela foi apremiada na categoria Split Second(algo como momento decisivo)do concurso internacional SonyWorld Photography Awards de2014. Feita na terra natal do fot-grafo, em um vilarejo chamadoKuantan, na provncia de Pahang,a foto mostra um flagrante raro:um fotgrafo prestes a tomar umbelo banho acidental.

    Momento maisque decisivo

  • Fotografe Melhor no 2128

    GRANDE ANGULARNOTICIAS E NOVIDADES DO MUNDO DA FOTOGRAFIANOTCIAS E NOVIDADES DO MUNDO DA FOTOGRAFIA

    prmio Conrado WesselQuestes ambientais e sociais marcamTrabalho do pernambucano Gilvan Barreto sobre a relao entre o homem e a gua no serto levou o maior prmio

    O Livro do Sol, deGilvan Barreto, ogrande vencedor.Trabalhos deLalo de Almeida eRoberta P. Santanatambm sopremiados

    F oram anunciados no fim demaro de 2014 os vencedoresdo Prmio Fundao Conra-do Wessel (FCW) de Arte, umdos maiores do Brasil em distribuiode dinheiro. Gilvan Barreto, pernam-bucano radicado no Rio de Janeiro, fi-cou em primeiro lugar com o trabalhoO Livro do Sol, que tem como temticaa relao entre o homem, a gua e o

    serto. Ele ganhou no apenas o pres-tgio do concurso, como tambm umprmio em dinheiro de R$ 114,3 mil.

    O paulistano Lalo de Almeida con-quistou a segunda colocao com apublicao Belo Monte Os Impactosde uma Megaobra, focado, como o no-me sugere, na construo da UsinaHidreltrica Belo Monte (PA), cons-truda em trecho do Rio Xingu. O sexo

    Gilvan Barreto

  • feminino foi representado pelagacha Roberta Pereira Santana,que ficou em terceiro lugar com aproduo Parque Aqutico, emque registrou diversas pessoas sedivertindo em um parque do g-nero. Lalo e Roberta receberamR$ 42,8 mil cada um.

    O prmio Fundao ConradoWessel foi criado em 1994, quandoo fotgrafo Ubaldo Conrado Wes-sel morreu, deixando em seu tes-tamento o desejo explcito de queo seu dinheiro fosse usado paracriar uma fundao voltada paraa filantropia e o incentivo s ati-vidades culturais, artsticas e cien-tficas no Brasil. Hoje, a fundaopromove, entre outras coisas, oPrmio FCW, que distribui R$ 1,2milho para as reas de Arte,Cincia, Cultura e Medicina.

    Lalo de Almeida

    Roberta Pereira

    Ensaio sobre a construo da usina de Belo Monte, de Lalo de Almeira (acima),e Parque Aqutico, de Roberta P. Santana (abaixo), dividiram o segundo prmio

  • GRANDE ANGULAR

    Fotografe Melhor no 21210

    Para aproveitar as festividades da 33aedio do Kalachakra(de 3 a 14 de julho de 2014), um dos principais eventosdo calendrio budista, a agncia de viagens Venturas or-ganizou uma expedio fotogrfica ndia no mesmo perodo.

    A viagem est prevista para o perodo de 7 a 22 de julhoe inclui as cidades de Delhi, Leh (local do festival onde oDalai Lama estar presente), Diskit, Jaipur e Agra, ondefica o Taj Mahal. O pacote, estimado em US$ 3.320, incluio transporte terrestre, incluindo hospedagem e passeios,alm de seguro viagem e guias. Para mais informaesligue: (11) 3872-0362 ou acesse www.venturas.com.br.

    Intercmbio em NY Programado para ocorrer de 2 a 9de julho de 2014, o intercmbio cul-

    tural promovido pela Panamericana Es-cola de Arte e Design promete uma imer-so na fotografia internacional. No itine-rrio esto planejadas visitas a impor-tantes museus, como o International Cen-ter of Photography (ICP) e o MoMA, almde estarem previstas duas sadas foto-grficas. A viagem tem o acompanha-mento do professor e fotgrafo DanielSalum. O pacote, sem areo e em quartoduplo, custa US$ 2.770. Inclui hospeda-gem, entrada das atraes, tquete demetr, seguro viagem e traslados. Maisinformaes em http://migre.me/ip6iu.

    Taj Mahal, em Agra, um dos destinos a ser visitado

    Deserto de Gobi, uma dasatraes a ser visitada

    Expedio fotogrfica ndia

    Fotografia na Monglia

    ShuterStock

    Divulga

    o

    Divulga

    o

    A Viajologia Expedies temuma nova viagem fotogrficaprogramada: de 13 a 26 de agostode 2014, deve acontecer uma ex-pedio para a Monglia, pas lo-

    calizado entre a Rssia e a China.Acompanhados do fotgrafo Ha-roldo Castro, os viajantes teroa oportunidade de pernoitar emuma ger (habitao tpica mon-gol), visitar mosteiros, reservasnaturais, parques nacionais e acapital, Ulan-Bator.

    No pacote esto inclusos hos-pedagem, guias locais, transporteterrestre, entradas nas atraese um lbum de fotografia comimagens feitas pelo participantedurante a viagem, mais informa-es: www.viajologia.com.br.

    ATrilhas & Trilhas tem duas novas expedies: Fotografias da Na-tureza, programado para o perodo de 5 a 12 de julho de 2014,em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, e Grande Crculo dosParques Nacionais do Oeste Estadunidense, com data predefinidade 28 de agosto a 11 de setembro. No primeiro, a inteno visitara Serra Geral, regio montanhosa que envolve os dois Estados bra-sileiros. No segundo, o destino so os parques nacionais dos EstadosUnidos, como Zion, Bryce, Capital Reef, Arches, Canyonlands e GrandCanyon. Para mais informaes, acesse www.trilhasetrilhas.com.br.

    Fotos em montanhas e parques

    O Grand Canyon, nos EUA, far parte da expedio

  • GRANDE ANGULAR

    Eder Chiodetto o curador danova exposio do Museu deArte Moderna de So Paulo(MAM-SP), Poder Provisrio. So86 fotografias do acervo do mu-seu, voltadas para o poder nas diferentes esferassociais. H, por exemplo, registros da queda dasTorres Gmeas, ocorrido em 2001 em Nova York,feitos por Alcir da Silva, e fotografias que OrlandoBrito fez entre 1970 a 1990 de eventos como a guer-rilha de Araguaia e do movimentos das Diretas-J.

    Poder Provisriofica em cartaz at 15 de junhode 2014, com ingressos no valor de R$ 6.

    OMuseu da Imagem e doSom de So Paulo (MIS-SP) programou o evento Maioda Fotografia no MIS 2014,programado entre 10de maioa 22 de junho. A inteno expor o trabalho de vrios fo-tgrafos nacionais, como Ro-brio Braga e Valdir Cruz, einternacionais, como GregoryCrewdson e Josef Koudelka.Haver ainda a exposio de80 imagens do acervo do MIS,produzidas entre 1865 e 1930.

    Outro destaque da pro-gramao o 30 EncontroPensamento e Reflexo naFotografia, previsto paraacontecer entre 22 e 24 demaio. O ingresso para as ex-posies custa R$ 6. Paramais informaes, acesse osite ao lado.

    Foto de moradorda Rocinha,

    no Rio, integra a exposio

    Maio da Fotografia no MIS

    morta no Afeganisto

    Luz Negra, de RobrioBraga, uma das fotosda mostra do MIS

    Rob

    rio Braga

    Andre Cyprian

    o

    Novo concurso de fotografia de paisagem

    Trs amigos, Peter Eastway, David Evans (res-ponsvel pelo Epson International Pano

    Awards) e Nathan Oxley (idealizador do InternationalLoupe Awards), resolveram se juntar para criar umnovo concurso internacional, o International Lands-cape Photographer of the Year, focado unicamenteem paisagens.

    Para concorrer basta fazer a inscrio pelo siteoficial, www.internationallandscapephotographer.com,e pagar a taxa de US$ 25. Sero distribudos US$ 10mil entre todos os premiados. O prazo de inscriestermina no dia 30 de maio de 2014.

    Servio: Museu de Arte Moderna de So Paulo Av. Pedrolvares Cabral, s/n, porto 3, Parque do Ibirapuera Moema (11) 5085-1300 www.mam.org.br

    Servio: Museu da Imagem edo Som Av. Europa,158 Jardim Europa (11) 2117-4777 www.mis-sp.org.br

    No dia 4 de abril o mundo perdeu mais uma foto-jornalista de guerra: Anja Niedringhaus. A alemde 48 anos estava com a reprter canadense KathyGannon, de 60, dentro de um carro, em frente de-legacia do distrito de Tanai, na provncia de Khost(leste do Afeganisto), quando um homem vestido

    de policial se aproximou e dis-parou vrios tiros, aps gritarAllahu Akbar, que significa al-go como Deus grande.

    Anja morreu na hora; Kathyteve ferimentos graves, mas estbem. As duas trabalhavam paraa agncia de notcias norte-ame-ricana Associated Press. Em2005, Anja ganhou um prmioPulitzer por causa da coberturaque fez da guerra do Iraque.

    Fotojornalista

    Divulgao

    Imagens do Poder

  • GRANDE ANGULAR

    O fotgrafo mineiro Pedro Da-vid, de 37 anos, venceu a pri-meira edio do prmio iberoa-mericano NexoFoto, com o tra-balho 360 Metros Quadrados.Como prmio, Pedro ir exprna Galera Astart, com sede emMadrid, e receber 2 mil euros.Para realizar a srie, Pedro usouuma cmera de grande formato(chapas de 4 x 5 polegadas) e fil-me preto e branco instantneo

    (Polaroid 55). Deacordo com o fot-grafo, a ideia eratrabalhar com oconceito de tempo uma foto recen-te, mas um aspec-to de antigo ecom a plasticidade dos elemen-tos encontrados em uma reade apenas 360 m2, que d o nomeao ensaio.

    Srie de imagens dePedro Davi vence aprimeira edio doconcurso NexoFoto

    CURTASWhere is my mind

    O prmio internacional de fotografia Whereis my Mind est com as inscries abertas at

    10 de setembro de 2014. Para participar s fazerimagens com o tema F e Esperana e post-lasno Instagram com a hashtag #eimymind. As me-lhores fotos sero exibidas diariamente no siteoficial, www.eimymind.com, e o vencedor deve seranunciado em 5 de setembro de 2014.

    Fullframe promove o terceiroWorkshop de Fotografia de Rua

    Como comemorao de aniversrio, a Full-frame Escola de Fotografia Unidade Tatuap

    promove o 30 Workshop de Fotografia de Rua. Oevento gratuito e conta com trs fases: a primeira uma palestra com o professor Rodrigo Zugaib, aser realizada no dia 23 de maio, s 19h30, nas de-pendncias da escola (Rua Dr. ngelo Vita, 380 Tatuap So Paulo). A segunda uma sada foto-grfica prevista para o dia 25 de maio, s 9h. E a ter-ceira um concurso de fotografia. Cada participanteda sada poder enviar at trs fotos produzidas nodia. Sero selecionadas 20 imagens para entrar nolivro e na exposio, que a Fullframe promoverem julho. A abertura da mostra e lanamento dofotolivro ser 19 de julho s 16h. Para se inscrever, s enviar um e-mail para [email protected]. As vagas para a palestra so limitadas.Mais informaes em (11) 2093-6751.

    O fotgrafo Z Paiva, vencedor do Prmio Marc Ferrezem 2013 com o trabalho Iluminados personagensda Ilha de Santa Catarina, ministrar um workshop no Riode Janeiro (RJ) sobre a tcnica com que realizou a srie,o light painting. A aula ser dividida em duas partes: terica,em que o fotgrafo ir mostrar um histrico do uso da tc-nica e contar como foi feito seu ensaio premiado; e prtica,

    em que os alunos pode-ro fotografar e ser foto-grafados usando o lightpainting. Todos os parti-cipantes devero levar c-mera reflex, trip, fontediversas de luz, como lan-ternas e velas. O eventoser no dia 17 de maio,das 9h s 17h, no espaocarioca Mutatiz, no bairroda Tijuca, e custa R$ 380.Mais informaes em (21)3547-7937 ouwww.espa-comutatiz.com.

    concurso internacionalZ

    Paiva

    Ao lado, imagem dasrie Iluminados Personagens da Ilha de Santa Catarina

    Pedro David

    Brasileiro vence

    Workshop de light paintingcom Z Paiva

  • GRANDE ANGULAR

    Fotografe Melhor no 21216

    Abaixo, duasnovidades entre os

    captulos do segundovolume do guia

    Novo guia para voc dominarsua EOS digitalD epois do sucesso do Guia Definitivo para DSLRCanon, lanamento indito no Brasil, a coleoBiblioteca Fotografeapresenta aos usurios dessalinha de cmeras o segundo volume da publicao,com mais aulas, tcnicas e tutoriais.

    O novo guia repassa uma srie de conceitos etcnicas mostrados no primeiro volume e agregamais informao e tutoriais, como o captulo Apren-da a usar sua Canon DSLR em 12 horas.

    Dividido em trs partes, o segundo volume do guiacomea apresentando os recursos da cmera, em li-es como Retratos perfeitos sem mistrio. Na se-gunda parte, o leitor faz um curso de DSLR queabrange todos os parmetros tcnicos da linha EOS(modos de medio de luz, modos de exposio, usode flash, funes customizadas, entre outros). E, naterceira parte, o usurio aprende a tirar o mximo doprograma Canon EOS Utility tutoriais didticos, nahora de ajustar a fotos em via computador.

    O guia custa R$ 29,90. Voc pode encomend-lo pelos tels.: (11) 3038-5050 (So Paulo) ou 0800-8888-508 (outras localidades) ou pelo site www.eu-ropanet.com.br.

  • GRANDE ANGULAR

    Fotografe Melhor no 21218

    agora, a ideia era homenagear oo centenrio de Luiz Gonzaga co-memorado em 2012. Cerca de 55imagens, mescladas a textos dojornalista Audlio Dantas e com-posies do sanfoneiro, revelamao leitor cenrios da caatinga, avida dos vaqueiros, o drama da se-ca e o cu de Gonzago.

    Essa a segunda parceria entreTiago e Audlio; a primeira foi o li-vro O Cho de Graciliano, lanadoem 2006, vencedor dos prmiosAPCA e Conrado Wessel, em 2007.O Cu de Luizpode ser encontradonas grandes livrarias pelo preosugerido de R$ 90.

    L uiz Gonzaga viveu de 1912 a1989 e se tornou, nesse meio-tempo, uma das figuras mais im-portantes na msica popular bra-sileira e da cultura nordestina. Foi

    atrs da representaodesse universo cantadopor Gonzago, como nosucesso Asa Branca,que o fotgrafo TiagoSantana viajou peloserto nordestino, co-meando por Exu (PE),cidade onde o Rei doBaio nasceu.

    Embora o livro stenha ficado pronto

    Com o nome Sem medo do flash, o livrode Jos Antonio Fernndez tem a pro-posta de ser um guia completo de ilumi-nao, especialmente voltado para o flashdedicado. A publicao de 260 pginas dividida em duas partes. Na primeira, hconhecimentos tericos, como estruturado flash, conceitos relacionados ao dis-paro, luz e ao modo manual da cmera.Na segunda, o texto se volta para situa-es prticas e aborda como fazer ensaios

    em estdios e locaes externas.Os oito captulos do livro esto

    cheios de tutoriais e, no ltimo, hesquemas de luz com uso de flash esugestes de ensaios temticos, comoAo cair da noite, Bem-vindos aocabar e As luzes da mo-da. A publicao pode sercomprada pelo site da edi-tora: www.iphotostore.com.br, por R$ 109,90.

    Flash sem segredo

    Outro destaque

    A nna Fox e Natasha Caruana lanaramrecentemente o livro Por trs da ima-gem Pequisa e prtica em fotografia.As 176 pginas esto divididas em seiscaptulos que abordam tpicos como pla-

    nejamento, desenvolvimento de ideias,compilao de dados, a pesquisa foto-grfica na prtica e o impacto do seu tra-balho. O livro pode ser encontrado emgrandes livrarias por cerca de R$ 90.

    Por trs da imagem

    Fotos:Livia Cap

    eli

    Cu de LuizO descobrimento do

    NOVIDADES NAS LIVRARIAS

  • REVELE-SE

    Fotografe Melhor no 21220

    Durante uma viagem pelointerior de So Paulo, o fo-tgrafo Adriano Kiriharaprecisou pegar um desvio emuma estrada vicinal perto do mu-nicpio de Brana, a 500 km dacapital paulista.

    Era fim de tarde quando, nomeio do percurso, ele se deparoucom o cu de um vermelho intenso,carregado de nuvens anunciando

    uma tempestade. Adriano parouo carro no acostamento, prximoa um pasto, sacou a cmera doporta-malas e, com ela montadaem um trip, enquadrou a cenacom o cata-vento.

    Como estava em contraluz, eleusou sabiamente uma potente lan-terna de led para iluminar as psdo cata-vento em movimento, ob-tendo uma bela imagem.

    Desvio providencial

    Autor: Adriano KiriharaCidade: Presidente Prudente (SP) Cmera: Canon EOS 7DObjetiva: Canon 24-70 mmExposio: abertura f/6.3 evelocidade de 0.6sRegistro: captura digital, ISO 100

    Ficha Tcnica

  • Maio 2014 21

    A os fins de semana, a praiada Brisa, localizada no bair-ro de Sapetiba, na zonaoeste do Rio de Janeiro, recebediversos frequentadores que voao local para admirar o pr do sol.

    O fotgrafo Luiz Martins uma dessas pessoas que gostadessa programao vespertina.Ele vai praia geralmente paracaminhar e tambm buscar ima-

    gens atraentes com sua cmeracompacta com superzoom.

    Em uma dessas caminhadas,ele foi surpreendido com um ex-travagante pr do sol e no tevedvida de fazer o clique. Luizaproveitou a calmaria das gaivo-tas na praia, comps a cena como barquinho de pescadores emprimeiro plano e o ardente crculodourado do sol ao fundo.

    A luz do fim do dia

    Autor: Luiz Gonalves MartinsCidade: Rio de Janeiro (RJ)Cmera: Canon PowerShot SX50 HSObjetiva: 241200 mm(equivalente)Exposio: abertura f/5.6e velocidade de 1/650sRegistro: captura digital, IS0 80

    Ficha Tcnica

  • REVELE-SE

    Fotografe Melhor no 21222

    Ces e gatos so bichinhosque rendem imagens me-morveis. Com pedigreeouvira-lata, a carinha estampada emuma foto benfeita pode apostar sempre arranca uma expressoalegre de quem v a foto. Apaixo-nado por animais e entusiasta dafotografia, o baiano Gilberto Telesno perde tempo quando o assunto fotografar cachorrinhos.

    Ao visitar um amigo em Braslia(DF), que dono de dois simpticosces, ele levou ambos para passears margens do Lago Parano e re-solveu fazer alguns registros dospets por ali mesmo. Bob, umshnauzer sapeca, fez pose dianteda Ponte JK, um dos mais novoscartes-postais da capital federal.O truque para ele ficar quietinhofoi lhe agradar com petiscos.

    Um cozinho federal

    Autor: Gilberto Teles Cidade: Porto Seguro (BA) Cmera: Nikon D3100Objetiva: Nikkor 18-35 mm Exposio: abertura f/7.1evelocidade de 1/500sRegistro: captura digital, IS0 100

    Ficha Tcnica

  • Maio 2014 23

    Ogavio-peneira (Elanus leu-curus) assim chamadodevido ao hbito de caarpairando no ar por longos pero-dos, de onde examina o cho (dao nome peneira, resultante dohbito de "peneirar" o solo) embusca de camundongos, peque-nas aves e insetos.

    Depois que localiza a presa, aave de rapina mergulha em di-

    reo ao cho, d uma batida deasas para frear e apanhar a presa.

    Comum em campos com rvo-res ou reas florestadas, permea-das de vegetao aberta, o gavio -peneira tambm encon-trado eventualmente em cidades.Foi assim que o fotgrafo MarceloCalazans, apontando a cmera pa-ra o cu, fez o registro dessa espcieem pleno momento de caa.

    Olhar de caador

    Autor:Marcelo CalazansCidade: Campo Grande (MS)Cmera: Nikon D90Objetiva: Nikkor 55-300 mmExposio: abertura f/6.3 evelocidade de 1/640sRegistro: captura digital, ISO 200

    Ficha Tcnica

  • REVELE-SE

    Fotografe Melhor no 21224

    Autor: Pablo AlmeidaCidade: Braslia (DF)Cmera: Canon EOS 60DObjetiva: Canon 18-135 mmExposio: abertura f/5.6 e velocidade 1/250s Registro: captura digital, ISO 200

    Ficha TcnicaOsegundo semestre de 2013,a partir de junho, foi mar-cado por grandes manifes-taes que proliferaram na maio-ria das cidades brasileiras.

    Protestos contra aumento detarifas no transporte pblico, a Co-pa no Brasil, a corrupo no go-verno, a qualidade do atendimentona sade pblica, entre outros mo-tivos, mobilizaram a populao.

    Do ponto de vista fotogrfico,surgiram timos registros da in-dignao popular. De olho nisso,o fotgrafo Pablo Almeida se lan-ou um desafio: fazer uma fotocriativa do assunto.

    Durante uma manifestao emBraslia (DF), ele registrou umafamlia unida, refletida em um es-pelho dgua, preparada para ini-ciar sua caminhada de protesto.

    Reflexo das manifestaes

  • Enquanto esperava na filapara entrar de carro na bal-sa que liga Santos ao Gua-ruj, no litoral paulista, o fot-grafo Reginaldo Vieira ficou den-tro do seu veculo observandoquem passava pela rua.

    Para quebrar a rotina, o fot-grafo resolveu, certa vez, levar acmera e tentar explorar alguns

    ngulos de dentro do carro. Eraum dia chuvoso, e as gotas queescorriam no para-brisas for-mavam imagens abstratas.

    O foco nas gotas de gua ge-rou o desfoque em uma pessoaque passava na rua com umguarda-chuva, formando uma si-lhueta que deu o toque final parao registro potico.

    Visibilidade distorcida

    Os autores das fotos selecionadas parapublicao na revista recebero umabolsa modelo Fancier, da Greika, paraequipamento fotogrfico. Para participardo Revele-se, envie at trs fotos, nomximo, em arquivo digital (formatoJPEG), para: Reda o de FotografeMelhor, Rua MMDC, 121 Butant So

    Paulo (SP), CEP: 05510-900, ou para o e-mail [email protected] no e-mail: nome, endereo,telefone, ficha da foto (equipamento,dados tcnicos...) e um breve relato(local, data...). Os arquivos devem ter, nomnimo, 13 x 18 cm com resoluo de 200a 300 ppi. Evite arquivos muito pesados.

    Mande fotos e ganhe uma bolsa para equipamento fotogrfico

    Autor: Reginaldo Vieira Cidade: Guaruj (SP)Cmera: Canon EOS Rebel T3iObjetiva: Canon 18-55 mmExposio: abertura f/5.6e velocidade 1/250s Registro: captura digital, ISO 1600

    Ficha Tcnica

  • PORTFLIO DO LEITOR

    Fotografe Melhor no 21228

    Catarinense faz autorretratos e trabalha as imagens em programas de ediopara criar um mundo virtual no qual ela a principal personagem. Saiba mais

    ps-produoAnna Cludia no pas da

  • Maio 2014 29

    Q uando era adolescente, a fun-cionria pblica da Cmara Mu-nicipal de Imbituba (SC) e es-tudante de Direito Anna CludiaSpeck, de 31 anos, gostava muito de de-senhar. Assim que comeou a usar o com-putador, percebeu quesoftwaresde edi-o, como o Corel Photo Paint, permitiamque os desenhos que fazia ficassem maisbem acabados. Nos programas de edi-o, eu podia desenhar uma imagem edeix-la ainda mais bonita ou modific-la de acordo com a minha vontade. Unias funcionalidades da tecnologia com a

    vontade de criar cenrios distintos e aindame inserir neles, conta. E essa habili-dade, que comeou a desenvolver aos 12anos, Anna Cludia levou para os autor-retratos que faz h 11 anos.

    Aos 20 anos, ela ganhou uma SonyCyber-Shot T30 de presente e comeoua fazer autorretratos, que depois tratavano Photoshop. Sou um pouco tmida eno tinha coragem de pedir para outrosposarem para mim, diz. Outra facilidadede produzir retratos de si mesma, se-gundo a catarinense, estar disposiopara fazer o que ela quiser e para aplicar

    Na pgina ao lado, a fotofoi clicada por uma

    amiga, e Anna Cludiaaplicou o fundo e a

    maquiagem depois noPhotoshop; acima, um

    autorretrato com cenrioe make tambm criados

    na ps-produo

    Fotos:An

    na Clud

    ia Spe

    ck

  • Fotografe Melhor no 21230

    PORTFLIO DO LEITOR

    as imagens a seu gosto. Ao testar e re-gistrar vrias verses das imagens, AnnaCludia aprimorou os conhecimentosdo programa de edio sozinha. Em cadamontagem conseguia fazer tratamentosmais rebuscados.

    A PS-PRODUOUma maquiagem bsica (base, corre-

    tivo, rmel e, s vezes, batom) e um rabode cavalo com um aplique de cabelo soo suficientes para que Anna Cludia faauma megaproduo depois no computador.Vestidos de gala, cenrios suntuosos, pelede pssego, sombras e batons marcantesso resultados de algumas horas s ve-zes, um dia inteiro de trabalho de ediono Photoshop CS2.

    Em frente ao espelho, posiciona suaatual Nikon D90 com a lente 18-105 mmvoltada para ela e faz caras e bocas paraa cmera at acertar um clique que lheagrade. s vezes, quando quero umafoto de corpo inteiro, vou para um espaobem iluminado da casa e peo para minhame ou uma amiga fazer vrias fotos atencontrar uma que me agrade, explica.

    Para compor os cenrios, Anna Clu-dia usa objetos que fotografa e imagensque podem ser baixadas gratuitamentena internet. Em alguns momentos, tra-balho com uma ideia predefinida. Emoutros, parto de um objeto interessanteque fotografei e vou adicionando cenriosque me ajudem a contar uma histria,diz. O hobby com a fotografia ajuda afuncionria pblica a exercitar a criati-vidade. Gosto muito de usar a imagi-nao. Penso em um cenrio em minhamente e tento transport-lo para a ima-gem a ser editada. Exporto para elasmuitos sentimentos do momento emque estou vivendo, conta.

    Ao lado, os cenrios das fotos sofeitos de imagens encontradas parabaixar gratuitamente na internet;abaixo, Anna Cludia buscou um fundocom tom rosa claro para combinarcom a maquiagem e a roupa

    Fotos:An

    na Clud

    ia Spe

    ck

    Para participar desta seo, envie nomximo dez fotos do seu portflio,

    em baixa resoluo, para o e-mail:[email protected]. Sero publicadossomente os que forem selecionados pelaredao, um a cada edio.

  • DICAS PROFISSIONAIS

    Retratos comuma fontede luz

    O expert Manoel Guimares mostra que possvel produzir fotos criativas de pessoasusando apenas um flash e alguns acessrios

    POR LIVIA CAPELI

    Um hazy foi colocado esquerda, cerca de50 cm de distncia,

    para iluminar a modelo,seu pet e o fundo

    Fotografe Melhor no 21232

  • Maio 2014 33

    EFEITO DEGRADCom a ajuda de um assistente, o fotgrafo usou,em frente ao refletor base com colmeia, umpedao de papelo com um crculo recortado aocentro. Isso imprimiu um efeito degrad. O refletorficou frente e levemente esquerda da modelo,a uma distncia de 1,5 m dela.

    Dados tcnicos:Canon EOS 7D com Canon EF 24-105 mm f/4 LUSM; o ISO foi de 100, com abertura f/8 evelocidade de 1/200s.

    P ara fotografar pessoas demaneira profissional no preciso contar com umestdio bem equipado euma parafernlia de acessrios so-fisticados, ensina o especialistaemretratos Manoel Guimares.

    O curitibano, que j realizou cercade 40 mil ensaios, diz que sessesfotogrficas podem ser feitas na pr-pria casa do fotgrafo ou do cliente.

    Basta ter uma tocha de flash, algunsacessrios curingas (como octosofte hazies) e uma parede branca oufundo de tecido de 1,5 x 2 m para con-seguir um trabalho impecvel.

    Trabalho com diafragmas maisabertos, como f/5.6, f/8 e f/ 11, o queno exige flashes com muita potn-cia. H bons flashes a partir de 250watts. O essencial mesmo o tipode acessrio usado e a distncia entre

    ele e o modelo. Geralmente uso umadistncia de 50 centmetros a ummetro entre flash e modelo, diz ele.

    Explore o zoom da lente e apro-veite cada pose para fazer ao menosseis cliques (com ngulos abertosat o close). E lembre-se de que fazerbons enquadramentos e dirigir bemos modelos to importante quantosaber iluminar. Confira as outras di-cas que o profissional preparou.

    A foto abaixomostra o efeitoprovocado pelo

    papelo recortadocolocado em

    frente ao refletor

    Fotos: M

    anoe

    l Guimare

    s

  • Fotografe Melhor no 21234

    200 1/160s f/9 60 mm

    PARA QUEM VAI CASAR

    A tualmente existe uma tendn-cia de fotografar noivas em lo-caes externas para ensaios prou ps-casamento. No entanto, op-tar por retrat-las em estdio podeser uma maneira (controlada e semdepender das condies climticas)de fazer registros muito elegantese delicados.

    A luz Rembrandt, usada na fotoao lado por Manoel Guimares,acrescentou ao trabalho um efeitomuito atraente. A iluminao re-sultado de apenas uma fonte de luz striplight grande (de tamanho 1,40x 30 cm) , colocada na lateral es-querda da cena, bem prxima noiva.Dessa forma, ele obteve um tringulode luz na altura dos olhos dela, dei-xando um dos lados menos ilumi-nado, o que criou um contraste entrezonas claras e escuras na cena.

    O cenrio feito com paredes pin-tadas de maneira rstica em tomacinzentado deixou o resultado aindamais elegante.

    Canon 5DMark III

    Atek (1,40 x 35 cm): R$ 603

    Mako (1,40 x 30 cm): R$ 624,45

    STRIPLIGHT Gera uma iluminao concentrada,intensa e uniforme, com sombrasbem acentuadas.

    Atek (90 x 25 cm): R$ 438

    Mako (20 x 90 cm): R$ 386,40

    Striplightgrande, esquerda,distante50 cmda noiva

    Fotos: M

    anoel G

    uimares

  • Canon 5DMark III

    200 1/200s f/8 100 mm

    Maio 2014 35

    RETRATO DE FAMLIA

    Em fotos de famlia no podem faltarcenas com beijos, abraos, sorri-sos e das crianas fazendo graa paraa cmera. A expectativa geralmente sempre por imagens que mostrema felicidade da turma reunida.

    preciso encorajar os familiaresa realizar demonstraes de carinho.Faa brincadeiras para obter expres-ses espontneas. Objetos de apoio(mesas ou cadeiras) ajudam os mo-delos a criar poses diferentes inte-ragindo com o mobilirio. O figurinopede roupas de cores neutras. Osfamiliares podem ainda combinaros mesmos tons de roupa.

    No retrato ao lado, a iluminaofoi feita com um striplight pequeno (tamanho 20 x 90 cm), colocado na la-teral esquerda em ngulo de 45 graus,a uma distncia de 60 cm da famlia.A luz abrangeu toda a famlia ilumi-nando bem as expresses de cadaum. Para realizar o clique, o fot-grafo se posicionou do lado opostoda iluminao.

    Ilustra

    es: F

    elipe Riske

    vich

    Servio

    Atek 350 LLCPotncia: NG 58(equivalente a 300 W)Modelagem: lmpadahalgena de 75 WBivolt automtico: simBip sonoro para cargacompleta: sim Preo: R$ 1.209

    Mako 3003+Potncia: NG 45(equivalente a 300 W)Modelagem: lmpadahalgena de 150 WBivolt automtico: simBip sonoro para cargacompleta: sim Preo: R$ 1.450

    Digiflash StartPlus 6000Potncia: 250 WModelagem: lmpadahalgena de 150 WBivolt automtico: simBip sonoro para cargacompleta: sim Preo: R$ 1.082,46

    Striplightpequeno esquerdae distante60 cm dafamlia

  • Fotografe Melhor no 21236

    Canon 7D 100 1/160s f/10 40 mm

    BOOK DE GESTANTE

    Seguir pelo caminho da simpli-cidade a melhor pedida parafugir daquelas fotos de grvidascom gosto duvidoso. Procure usarpoucos elementos na cena. A ma-quiagem deve ser suave, sem mar-car demais bocas e olhos. Valorizesempre na maquiagem o que a ges-tante tem de mais expressivo.

    O figurino deve evidenciar a bar-riga (que tambm no precisa ficaro tempo todo mostra). E no h co-mo errar em looks compostos porcores neutras.

    Alterne as cores dos fundos entrebranco, preto e cinza (porm, d paraser mais criativo investindo em ma-teriais de aparncia discreta, comotecidos com estampas neutras, ma-deira ou ao escovado). Aqui, o fot-grafo usou uma parede de madeirade demolio disposta em L, o queconferiu elegncia ao ensaio.

    A luz de um nico octosoft pe-queno (60 cm) colocado bem na la-teral, esquerda da cena (em n-gulo de 90 graus, distante aproxi-madamente 70 cm da modelo), aju-dou a valorizar as formas do corpoda gestante.

    OCTOSOFT PEQUENOOferece um ngulo de luz queenvolve toda a cena com umailuminao suave. Em relao aoocto grande, o acessrio pequenogera sombras mais contrastadas.

    Atek (60 cm): R$ 416

    Mako (60 cm): R$ 373,75

    Octosoftpequeno, esquerda,distante70 cm dagestante

    Fotos: M

    anoe

    l Guimare

    s

  • Maio 2014 37

    FOTOGRAFIA DE CRIANA

    L idarcom crianas no estdio exi-ge pacincia e muitas tcnicaspara arrancar dos pimpolhos cenasmemorveis. Os truques que maisfuncionam so usar brinquedos queemitam sons para atrair a atenodos bebs e bater um papo descon-trado com os mais crescidinhos.

    Normalmente, cada fase dacriana requer um tipo diferente deregistro e tcnica. Outra dica im-portante : abaixe-se para fotogra-far o pequeno.

    Mesmo em fotografia de crian-as, fundos brancos e pretos so cu-ringas. Entretanto, pode-se quebrara monotonia monocromtica arris-cando usar paredes com desenhosou pintadas com cores fortes.

    Para no perder nenhum mo-mento, o esquema de iluminaoprecisa ser prtico, verstil e comequipamentos de recarga rpida. Noexemplo ao lado, Manoel Guimaresusou apenas um hazy grande (tama-nho 1,20 x 90 cm) prximo da garo-tinha (cerca de 50 cm), com a potnciabaixa. O acessrio foi colocado fren-te e levemente para a esquerda dacena, criando sombras suaves.

    Canon 5DMark III

    200 1/160s f/10 265 mmHAZY GRANDEO acessrio proporciona umailuminao suave e difusa. Ohazy grande projeta sombrassuaves e pouco definidas.

    Atek (1,00 x 1,00 m): R$ 468

    Mako (1,20 x 90 cm): R$ 548,55

    Hazy grandeposicionado frente e

    levemente para aesquerda, distante50 cm da criana

    Ilustra

    es: F

    elipe Riske

    vich

  • Fotografe Melhor no 21238

    Canon 50D 100 1/160s f/13 100 mm

    ENSAIO MASCULINO

    Fotografar homens exige certaateno. necessrio cuidadocom a direo fotogrfica, pois umapose mal planejada poder passaruma ideia errada do rapaz.

    Explore aspectos como a virili-dade e, se for preciso, mostre a posedesejada.Enquanto o preparo dasmulheres exige uma infinidade deacessrios e maquiagem, a produ-o masculina requer peas bsi-cas, com roupas de cores neutras.

    Uma luz lateral poder ajudara evidenciar as expresses do mo-delo. No retrato ao lado, ManoelGuimares usou um hazy pequeno(tamanho 30 x 40 cm) na lateralesquerda, a uma distncia de 60cm do modelo. Na altura do colodo homem, o especialista usou umespelho voltado para o rosto delepara preencher as sombras.

    HAZY PEQUENONa verso pequena, esteacessrio proporciona luz suave e difusa, entretanto, projetasombras mais contrastadas emrelao ao hazy grande.

    Atek (50 x 50 cm): R$ 229

    Mako (30 x 40 cm): R$ 116,15

    Hazypequeno, esquerda e

    distante 60 cm domodelo

    Espelho parapreencher

    as sombras

    Felip

    e Riskevich

    Man

    oel G

    uimare

    s

    4

  • Fotografe Melhor no 21240

    DICAS PROFISSIONAIS

    Canon 7D 100 1/160s f/10 110 mm

    FOTOS DA MELHOR IDADE

    R etratos de pessoas maduras de-vem ser feitos em um ritmotranquilo. A maioria das pessoas nes-sa fase tem uma dinmica diferentede um jovem, por isso tudo deve serfeito com muita calma.

    Poses sentadas ou aquelas emque usam algum tipo de apoio soas mais recomendadas para essetipo de retrato, pois proporcionamum melhor equilbrio e seguranaao modelo.

    Durante a direo, procure con-versar bastante enquanto fotografa.Pessoas da terceira idade adoramcontar histrias, e isso pode trazeras emoes tona.

    A iluminao deve ser suave e di-fusa para criar uma pele mais lisapossvel. Na foto ao lado, as modelosforam clicadas pelo fotgrafo comapenas um octosoft grande (tamanho1,20 m). O acessrio foi colocado nalateral esquerda da cena, bem pr-ximo a elas, a uma distncia de apro-ximadamente 50 cm.

    OCTOSOFT GRANDEOferece um ngulo de luzbastante abrangente, envolvendotoda a cena com uma iluminaoatraente e muito suave, alm desombras amenas.

    Atek (1,40 m): R$ 781

    Mako (1,50 m): R$ 1.162,65

    Octosoft grande esquerda e

    distante 50 cm das modelos

    Felip

    e Riskevich

    Man

    oel G

    uimare

    s

  • Fotografe Melhor no 21242

    O maior prmiode fotografia do mundo A Fotografe esteve em Dubai para cobrir a entrega do HIPA, que

    distribui US$ 400 mil em dinheiro aos premiados. Os asiticos foram osgrandes vencedores, e sete brasileiros figuraram entre os finalistas

    Foto do chins FuyangZhou, o grande vencedordo HIPA que levouUS$ 120 mil de prmio

  • Maio 2014 43

    POR GABRIELLE WINANDY,ENVIADA ESPECIAL A DUBAI

    C onhecida por querer serdestaque mundial em v-rias coisas, Dubai, nosEmirados rabes, tam-bm distribui o maior prmio de fo-tografia do mundo: US$ 400 mil pa-ra quatro categorias. A convite dosorganizadores do evento, Fotografefoi o nico veculo impresso brasi-leiro a cobrir a luxuosa entrega daspremiaes da terceira edio doconcurso, que tem um nome tam-bm monumental: Hamdan bin Mo-

    Acima, foto de Muhammad Rauf, da Indonsia, que ficou em 2o lugar em Geral; abaixo,o registro da alem Hannelore Schneider conquistou a 3a posio em Criando o Futuro

    Fuyang

    Zho

    uHan

    nelore Schne

    ider

    Muh

    ammad

    Rau

    f

  • Fotografe Melhor no 21244

    hammed bin Rashid al MaktoumInternational Photography Award,ou simplesmente HIPA, para quemno tem pacincia de ler tudo.

    Durante a festa, 17 profissionaisde destaque foram premiados, ehouve duas homenagens. O norte-americano Steve McCurry foi lem-brado por seu trabalho importantecomo fotgrafo e pelas icnicasimagens que fez, e o malaio Ren

    Ng, pelos avanos tecnolgicos quea Lytro, empresa que fundou, vemtrazendo ao mercado de imagens.

    O concurso megalomanacocombina muito com Dubai, a cidadeque quer ser a maior do mundoem tudo, pois j tem o maior shop-ping, o prdio mais alto e o hotelcom mais quartos. E nos intervalosentre as premiaes, ainda haviaapresentaes do Cirque du Soleil.

    O PRMIO O HIPA foi criado em 2011 pelo

    prncipe herdeiro de Dubai, o xequeHamdan bin Mohammed bin Rashidal Maktoum, um apaixonado por fo-tografia que batizou o concurso como prprio nome. O xeque esteve pre-sente na cerimnia de premiao efez questo de entregar em mos otrofu ao vencedor principal, o chinsFuyang Zhou, que ainda recebeu abolada de US$ 120 mil.

    Os outros 16 mais bem colocadostambm subiram ao palco para re-ceber seus respectivos trofus que,dependendo da posio, poderia serdourado, prata ou bronze dentrodas quatro categorias do concurso:Preto&Branco, Vida Urbana, Gerale Criando o Futuro. Nessas duas l-timas, havia subdivises para ga-nhadores internacionais e locais,dos Emirados rabes. O curioso da

    Acima, imagemde MuhamadSaleh Bin Dollah,da Malsia, queconquistou o 3olugar em Geral;ao lado, o chinsJianhua Linfaturou a2a posio com o registro deum barbeiro

    Muh

    amad Saleh

    Bin Dollah

    Vladim

    ir Proshin

    Jian

    hua Lin

  • Maio 2014 45

    Acima, o russo Vladimir Proshin foi o grande vencedor em Geral, com o belo registro que fez na China; abaixo,Santiago Daniel Baon Irujo, da Espanha, conquistou a terceira posio em Vida Urbana com o flagrante cheio de cor

    Santiago

    Dan

    iel B

    aon

    Irujo

  • Fotografe Melhor no 21246

    premiao foi o fato de que em uma ca-tegoria e em duas subcategorias no houvedefinio do primeiro lugar.

    Isso aconteceu por causa das regrasda avaliao dos concorrentes. Os novejurados foram divididos em grupos de trse colocados em salas diferentes. Paracada uma das cerca de 38 mil fotos en-viadas no perodo de inscrio, os jurados

    tinham que avaliar as imagens com notasde 1 a 100. As mais bem avaliadas pas-sariam por mais uma fase de seleo. Nofinal, a definio seria a mdia das notasapresentadas pelos jurados. O objetivoera que o primeiro lugar tivesse 90 pontosou mais; o segundo, entre 80 e 89, e o ter-ceiro, entre 70 e 79.

    Na categoria Vida Urbana e na subca-tegoria Geral/Local, nenhuma imagematingiu 90 pontos, portanto no houve pri-meiro lugar. No subgrupo Criando o Futuropara nativos do pas, foram concedidosapenas dois prmios para o terceiro lugar,sem primeiro e segundo colocados.

    DESTAQUE ASITICOO grande destaque do HIPA foram os

    fotgrafos asiticos: 10 dos 19 mais bemclassificados no concurso, inclusive ovencedor principal, eram de pases dogrande continente. Em Criando o Futuro Internacional, o primeiro lugar ficoucom Ali Al Zaidi, nascido no Kuwait, e emPreto&Branco o vencedor foi o chinsYanan Li. Em Geral Internacional, o rus-so Vladimir Proshin conquistou o ouro.

    Houve sete brasileiros entre os fina-listas, mas nenhum premiado. So eles:Tadeu Vilani, Jean Lopes, Carlos Aliperti,Jean da Rosa Nunes, Luis Fernando Mo-

    Primeiros lugares:acima, em Criando oFuturo, de Ali Al Zaidi,do Kuwait; abaixo, emPreto&Branco, dochins Yanan Li

    Ali A

    l Zaidi

    Yana

    n Li

  • Maio 2014 47

    Na categoria Preto & Branco, o registro de Wong Ngai Bum, de Hong Kong, acima, conquistou o terceiro posto e, abaixo dir., foto do italiano Edmondo Senatore que ficou em 2o; esq., flagrante do chins Jianhui Liao, 2o em Vida Urbana

    Wong Ngai B

    um

    Jianhui Liao

    Edmondo Senatore

  • Fotografe Melhor no 21248

    A festa de entregade prmios do HIPAem Dubai foi emaltssimo estilo

    O segundo lugar, da categoria Criando o Futuro, ficou com o registro de crianas feito por Gao Lianhui, da China

    raes Novaes, Marcelo Zacarias Viei-ra e Moises Leal Schinis. Ainda hpouca participao local no con-curso, pois h pouca divulgao nopas. Apenas 3,28% dos 26.006 par-ticipantes eram brasileiros.

    PRXIMA EDIOA quarta edio, 2014-2015, j

    est com as inscries abertas. Otema, dessa vez, Vida em Cores

    e, com isso, a comisso julgadoraquer saber o que significa para osfotgrafos: qual a cor da alegria?Da esperana? Da tristeza? E pora vai. Fora a categoria Geral, quepermite qualquer assunto, as ou-tras duas categorias temticas soRostos e Fotografia Noturna.

    Outra inovao desta edio que no h mais a diviso para fo-tgrafos internacionais e residentes

    dos Emirados rabes, que concor-rero em carter igualitrio comos demais inscritos.

    Cada participante pode enviaruma foto por categoria, sem custoalgum (inscries e informaesno site www.hipa.ae), at o dia 31de dezembro de 2014 meia-noitede Dubai 18h de Braslia. O pr-mio principal de US$ 120 mil, eo restante varia entre US$ 25 mile US$ 6 mil. No total, sero distri-budos US$ 400 mil.

    No se esquea que o concurso promovido por um pas de culturarabe. Imagens com nus ou que se-jam ofensivas religio islmica ou cultura local so terminantemen-te proibidas e desclassificaro ocandidato para essa e qualquer fu-tura competio do HIPA que possavir a ser feita. Aproveite os prximossete meses para fazer o seu melhortrabalho. Um prmio de US$ 120mil uma boa motivao.

    Gao Lianh

    ui

    Juliana

    Bruder

  • Fotografe Melhor no 21250

    Fotos:

    German

    Lorca

    Um papo espontneo com

    Prestes a completar 92 anos, ele deu uma entrevista exclusiva em que falousobre os 66 anos de carreira e contou histrias de suas imagens famosas

    German Lorca

    Foto de Lorca de 1960para a propaganda do

    carro de luxo Aero Willys

  • Maio 2014 51

    Ensaio cor de Nova York (acima) um trabalho indito de Lorca; abaixo,com uma das imagens de seu acervo

    Srgio Branco

    POR JUAN ESTEVES

    P erto de completar 92 anose com 66 anos dedicados fotografia, o mestre Ger-man Lorca publicou re-centemente dois grandes livros quemostram sua antologia essenciale resumem uma carreira que o con-sagra em vrias reas da fotografia:documental, fotojornalismo, fineart e publicitria. Pequeno em ta-manho, mas grande em talento,Lorca deixou sua marca em tudoque fotografou. Do incio moder-nista no Foto Cine Clube Bandei-rante, em 1948, s galerias e aosmuseus, como Masp ou Pinacotecado Estado de So Paulo, teste-munha ocular, no mais amplo sen-

    tido, de grandes transformaesna fotografia mundial.

    Nascido em 22 de maio de 1922na capital paulista, era o terceirofilho entre oito de um casal de imi-grantes espanhis. Cresceu nobairro do Brs e em 1940 formou-se como contador no Liceu Acad-mico de So Paulo. Casou-se em1945 com Maria Elisa Ferreira e,trs anos mais tarde, sem saberque a fotografia nunca mais deixariasua vida, torna-se membro do CineFoto Clube Bandeirante. Hoje, vivo,ainda mantm um amplo estdio,de cerca de mil metros quadrados,no bairro da Vila Mariana, zona sulpaulistana. Com ele trabalham os

  • Fotografe Melhor no 21252

    MESTRES DA FOTOGRAFIA

    t quase todo digitalizado. Tenhoseis ou sete temas diferentes aindainditos. Um deles um trabalhosobre o Central Park, em Nova York.Preciso fazer livros com esse ma-terial. Alm disso, tenho umas duasmil cpias prontas. Estou escanean-do tudo e depois ampliando para 60x 40 cm. D umas 40 caixas de fo-tografia. Tudo supervisionado pelomeu filho Jos Henrique.

    Em maio de 2014 voc faz 92anos e passou por muitas transfor-maes na fotografia. Como analisaa evoluo do setor diante do fatode que hoje um simples celular capaz de captar boas imagens?

    A fotografia digital fez uma trans-formao violenta. Passei muitosanos revelando filmes, ampliando,fazendo a cpia, dando corte... Hojeno. Bate, bota no computador, olha,faz o corte, coloca no DVD e est pron-to para imprimir. Voc amplia no di-gital, modifica o contraste e mantma qualidade. Antigamente, tinha defazer isso no revelador, usar qumicose papis diferentes. No computador muito mais rpido que no amplia-dor. D para melhorar a qualidadede fotos antigas. Escurece aqui, cla-reia ali e pronto. Est feito.

    Quanto tempo voc levava reto-cando uma foto?

    Dava uma mdia de 10 minutosfazer testes, revelar. Para ampliaruma foto, voc levava de um modogeral de10 a 15 minutos, mas notinha certeza da qualidade. S de-pois de seca que ia saber, pois opapel muda de tom quando seca...ele escurece...

    Voc demorou a aceitar a c-mera digital ou rendeu-se a ela?

    Aceitei logo de cara, lgico. A fo-tografia digital sempre levou van-tagem sobre o analgico, era umaquesto de tempo ela se aperfeioar.Agora vai evoluir cada vez mais. Pos-so colocar duas imagens, analgicae digital para voc ver a diferena.Por exemplo: a foto do menino cor-

    a carreira deste cone da fotografianacional, uma pessoa alegre, en-cantadora e dono de uma vitalidadede dar inveja aos cinquentes queo acompanhavam. E, de maneiraindita, longe do saudosismo dosfilmes, Lorca usou o aplicativoHipstamatic em um iPhone pelaprimeira vez na vida, retratandoos dois entrevistadores.

    Acompanhe o bate-papo como mestre e, se quiser conhecermais sobre o trabalho dele, nodeixe de conferir os dois livros lan-ados no final de 2013, que preen-chem uma lacuna, j que at entoLorca no tinha livros autorais:German Lorca, de Eder Chiodetto(Cosac Naify, 2013) e A So Paulode German Lorca, com textos deJos de Souza Martins (ImprensaOficial do Estado de So Paulo/Ca-sa da Imagem, 2013).

    Fotografe Como voc organizasuas fotografias?

    German Lorca Meu arquivo es-

    filhos Jos Henrique Lorca, fot-grafo publicitrio e professor de fo-tografia, e Fred Lorca, executivo pu-blicitrio, graduado pela FundaoGetulio Vargas.

    com os dois filhos que o vete-rano fotgrafo arquiteta o futuro deseu fabuloso acervo: pensa pelo me-nos em sete novas publicaes parao futuro, fruto da garimpagem denegativos e cromos que esto sendoescaneados (ele estima ter cercade 2 mil imagens, acondicionadasem pelo menos 40 caixas). Para ele, uma herana para a famlia Lor-ca. Modesto, no reconhece que um legado ainda maior: para a his-tria da fotografia brasileira.

    Fotografe foi at o estdio deLorca e o convidou para um almooseguido de um longo bate-papo. Eu,Lorca e Srgio Branco (diretor deredao da revista) degustamos umexcelente peixe no tradicional bare restaurante Jabuti, tambm naVila Mariana, e ouvimos muitas his-trias, devidamente gravadas, sobre

    Fotos:German

    Lorca

  • Maio 2014 53

    rendo, um em cima do outro... Tenhoo negativo original e a cpia original.Mas no digital deu para melhorar aqualidade da foto. Quando o negativotem informao, voc pode puxar...

    E como voc v a qualidade daproduo atual dos jovens fotgra-fos do mundo digital?

    Depende... Se tiver um olho bome saber fotografar, no importa sej comeou no digital ou veio do ana-lgico. Precisa ter talento.

    Que grande fotgrafo voc to-mou como referncia? Quem erao grande nome no Brasil quandovoc comeou?

    A um problema... Quando en-trei no fotoclube (o Foto Cine ClubeBandeirante), era um rapaz, traba-lhava de contador e ganhava pouco.Comprei a mquina para fotografarmeus filhos. Era um alem Welticom lente Zeiss Tessar 35 mm f/2.8.Ainda a tenho. Com ela fiz a foto do

    fogo no bonde em 1952, na Praada S. Tinha um escritrio de con-tabilidade e andava com a mquinano bolso. Meio amador, mas faziacenas de rua melhor que a turmade l do fotoclube.

    Como foi essa histria do fogono bonde?

    Os bondes tinham aumentadode 200 ris para 500 ris. E a turma,revoltada, queimou o bonde. E es-tava na Praa Clvis(Bevilaqua, cen-tro de So Paulo) quando ouvi o tu-multo e vi a fumaa. Na poca, tinhaaquele esprito de fotgrafo de re-

    portagem. Era um dia de inverno eo fogo j estava apagando. Chegueiem casa, revelei o filme e guardei.Um dia comecei a olhar a foto... Per-cebi que aquilo era histria. Fui verna garagem dos bondes, onde haviao museu do bonde. Eles no tinhamessa foto.

    O que levou voc a procurar ofotoclube?

    Um tio da minha mulher era en-genheiro e gostava de fotografia.Um dia o convidei para uma festinhaem casa. Ele me disse por que vocno aprende fotografia?. A, co-

    Acima, Lorca mostra ascaixas onde guarda fotos

    em seu estdio; ao lado, outraimagem indita de Nova York

    Srgio Branco

  • Fotografe Melhor no 21254

    MESTRES DA FOTOGRAFIA

    mecei a pensar a respeito. Tinhaaquela Escola Universal, que ensi-nava a parte do laboratrio... Masningum ensinava composio. En-to, fui para o fotoclube, que ficavana rua So Bento, em cima da Fo-toptica. Era a loja que melhor aten-dia aos amadores. L, tinha enge-nheiros, dentistas, farmacuticos,industriais... gente de dinheiro. A,pensei: vou acompanhar essa gentede que jeito? A, o Geraldo de Barrosentrou no fotoclube. Ele veio da pin-tura, fazia parte dos pintores do Gru-po XV(formado em 1948 por Athaydede Barros, Takaoka e Antonio Carelli,entre outros) e j tinha feito expo-sies. Ele comeou a fazer fotosdiferentes e promovia discussesviolentas porque modificou o esp-rito da coisa, aquela coisa acad-mica. Ele fazia foto remontada, tre-mida, sem foco, e l no podia terfoto tremida. Dei meus primeirospassos no fotoclube. Com o Geral-do, o (Ademar) Manarini, o PauloPinto, o (Eduardo) Salvatore, queera o presidente perptuo...

    E quem era o grande fotgrafoda sua poca?

    Eu queria trabalhar em repor-tagem. Mas no conhecia os gran-des fotgrafos. No fotoclube no sefalava nada de grandes reprteresdo mundo...No se falava quem erao Bresson. L de quem se falavamais era do (Thomaz) Farkas, quefotografava muito porque ele tinhauma loja (a Fotoptica) e um labora-trio. Ento, ele saa na rua comuma Leica, fazia a foto, revelava efazia muitas cpias, sempre. Masno fazia com o esprito de, talvez,vender. Fazia para comentar depoiscom os colegas. Ele era engenheiro.Agora, o clube era uma escola, mas,na verdade, eu no tinha muita re-lao com o Farkas.

    O Geraldo de Barros fazia fotosdiferentes desde o incio?

    No, ele comeou fazendo umasfotos em campo de futebol de vr-zea. Lembro de uma cena hilariante:ele e o Athayde (de Barros) fotogra-favam os jogadores e depois iamvender as fotos para ganhar um di-nheiro. Ele fez uma foto do time todoajoelhado. E naquele tempo nousavam sunga. Eram aqueles cal-es largos. Quando ele ampliou,no reparou que alguns estavamcom a genitlia para fora. A, um jo-gador reclamou: Poxa, assim nod para mostrar para a famlia. OGeraldo falou: Ns consertamos.Pegou o negativo, uma ponta secae raspou a genitlia, o que deixouo lugar preto na cpia e ainda maisdestacado. O jogador: P! Ficoupior. A o Geraldo, que era muitointeligente, formado em Economiae que trabalhava no Banco do Bra-sil, viu que riscar o negativo davaum resultado diferente. Ele come-ou com essa do futebol.

    Voc sempre fala com carinhodo Geraldo e da camaradagem entrevocs. Comenta-se que com o Far-kas era um pouco diferente. Haviauma rivalidade com ele?

    O Geraldo sempre me entusias-mou muito. Ele usava meu amplia-dor no comeo. Com o Farkas noera a mesma coisa. Ele disse que euno sabia nada de fotografia. De fato,ele sabia. Era engenheiro, tinha es-tudado etc. e tal. Eu era um prticolicenciado, como se dizia na poca.Fazia fotos por gostar. A o Geraldome ensinou alguma coisa. Me en-sinou a regra dos teros, a fazer re-trato, o ponto de ouro... Eu queriatrabalhar na imprensa. Mas, quandofui ver o salrio, era pouco. J tinhaum filho, no dava. Eu vou falar umacoisa que no sei se devo: o Farkasera um companheiro, mas no eraum fotgrafo. Iniciei uma carreirade fotgrafo profissional. Ele fez mui-ta coisa, mas era do clube dos ama-dores. Vejam as imagens de Braslia,no fez nada. Perto do (Marcel) Gaut-

    Retrato do artistaGeraldo de Barros feitopor Lorca: eles foram

    grandes amigos no FotoCine Clube Bandeirante

    Fotos:German

    Lorca

  • Maio 2014 55

    herot ou do Srgio Jorge, ele tinhauma ou duas fotos boas. Mas dizemque ele era um grande fotgrafo.No sei, no sou eu que vou julg-lo. Fiz coisas que ele no fez.

    E as referncias da poca, almdo pessoal do fotoclube?

    Referncia? Nenhuma. No co-nhecia Cartier-Bresson. Quando fiza foto da menina na chuva j existiao Bresson. A turma disse que copieio Cartier-Bresson. Fiz porque o clu-be tinha umas coisas temticas, umms era textura, no outro era chu-va... Tem uma foto minha que umo guarda-chuva na porta e outrapessoa de guarda-chuva no fundo.Constru essa foto: no fundo da foto o meu irmo. Na foto da meninapulando era minha sobrinha. A gen-te tinha que construir. Isso fortaleceuo meu profissionalismo.

    E o fotgrafo que voc admira?Voc deu voltas e no respondeu...

    Admiro os americanos, como oGordon Parks, que admiro pelo estilo.O trabalho dele sincero. J o nossoamigo, o (Richard) Avedon, constritudo. Mas um baita fotgrafo. Temo Irving Penn, que tem qualidade.Ele viajou o mundo, fez grandes coi-sas.Lembro tambm do Bert Stern.Gosto muito do sistema americano,mas do europeu nem tanto. J noBrasil h muitos bons fotgrafos. OSebastio Salgado um tremendofotgrafo. Vi esse trabalho mais re-cente dele, que ele saiu no mundofotografando. Ele pode fazer qualquertema. O Salgado faz arte. Um docu-mental com arte.

    Como foi o comeo como pro-fissional de fotografia?

    Em 1952 eu j tinha comeadoa me afastar do fotoclube. Mas nun-ca deixei de participar de eventos.Comecei fazendo reportagem social,fiz muitos casamentos e fiquei comnome na praa. Era um cara joveme rpido. Fazia as coisas com rapi-dez, o pessoal gostava. Nem posavaa turma em certas fotos. s vezes,

    Acima, sobrinha do fotgrafo pula uma poa dgua em registro de 1950; abaixo,irmo de Lorca caminha com guarda-chuva ao fundo para compor a imagem

  • Fotografe Melhor no 21256

    MESTRES DA FOTOGRAFIA

    saa meio torto, voc no podia evi-tar, mas o pessoal gostava, pois ascoisas eram muito espontneas,no tinha aquela coisa de preparar.Comecei a desenvolver uma rapi-dez. S tinha um cara que fotogra-fava casamento mais rpido do queeu, o Peter Scheier. Muitos no que-riam o Scheier porque ele era ju-deu. Recentemente, vi no jornalque morreu a Maria Helena Mata-razzo (dama da alta sociedade pau-listana). Fiz dois ou trs casamen-tos na casa dela.

    Quando voc documentou oQuarto Centenrio de So Paulo oua visita do banqueiro Nelson Rocke-feller ao Brasil, tinha ideia de queestava fazendo histria?

    No. No pensava nisso. Faziaesses trabalhos para manter umcerto nvel financeiro. Minha famliaestava crescendo. Fazia as coisasporque gostava tambm. Saa foto-grafando. No quarto centenrio, em1954, teve uma reunio entre o Cicc-cillo Matarazzo (famoso industrial

    talo-brasileiro e mecenas das artes,foi criador do MAM e da Bienal deSo Paulo) e o Geraldo de Barros.Algum precisava documentar aqui-lo e a me disseram para procuraro Victor Civita, dono da Editora Abril.Fui ao escritrio dele, na rua JooAdolfo, no centro da cidade. O Civitame perguntou se eu fotografaria oevento. Disse que sim e ele encheuuma caixa de lmpadas de bulbopara o flash e me deu. Depois, umamigo me alertou: para fotografaro presidente precisa ter uma telana frente do flash. Se estourar oflash na cara do Getlio (Vargas),vai preso. Mas no era bem assim.Fotografei as solenidades sem pro-blemas, corri muito, fiz uma sriede fotos que ficaram para a memriada cidade. Tudo em preto e branco.Deu tudo certo.

    E como comeou a sua carreirade fotgrafo publicitrio?

    Comecei com a Alcntara Ma-chado. Fui pedir servio nas agnciase o Alex Periscinoto, um dos sciosda Alcntara Machado (Almap), meajudou. Deu uns trabalhinhos aquie ali. No tinha muita gente na po-ca. Um dos poucos era o Almir Cam-pos, muito bom fotgrafo, filho deum ilustrador. Tinha nascido dentrodo negcio, o pai fotografava e ilus-trava. Minhas primeiras fotos foramnum estudiozinho pequeno. Depois,cresci, fazia muito coisa para a in-dstria automobilstica. Precisavade estdio grande e a fiz o meu es-tdio atual (referindo-se ao seu es-tdio, ainda em uso, no bairro da VilaMariana). Fui um dos primeiros ater um estdio grande. A, comeceia pegar mais servio e trabalhava

    Acima, Nelson Rockefellerdurante sua estada em

    Mato (SP), em 1958; aolado, registro do QuartoCentenrio de So Paulo

    Fotos:German

    Lorca

  • Maio 2014 57

    bastante. Tinha tudo: revelao decor, de preto e branco... Alugava oespao tambm e o oramento cres-cia. Gostava de fazer tudo e fazia ser-vio externo. Fotografei caminhesno Chile, na Argentina, no Rio Grandedo Sul, em Santa Catarina... Fiz atcalendrio para a Scania.

    Havia uma interao entre voce os diretores de arte, como naquelafamosa foto do Aero Willys?

    No. Eles j traziam aquela coisapronta. Mas nem sempre era assim.s vezes a gente mudava algo. A fotodo Aero Willys com uma famlia napraia foi feita no Parque do Ibirapuera(veja na pg. 50). Antigamente haviabarraces no Ibirapuera. Sabia queas feiras de exposies eram no Ibi-rapuera? Era l que aconteciam asfeiras da Alcntara Machado. Um-

    barraco estava vazio e eu fui l. Tinhaum japons que trabalhava para mime foi ele que pintou aquele fundo. Seismetros de altura por quatro de lar-gura. Na foto est o meu filho JosHenrique, pequeninho. Levei o carro,havia luz do dia e fiz tudo l. Era meiomaluco, metia a cara. No impor-tava o que acontecesse. Nunca davaerrado e eu era muito rpido.

    Na publicidade voc trabalhoumais com equipamento de estdio.Como foi o aprendizado?

    Foi na raa, experimentando. Oolho tambm voc vai se educando...Hoje h os flashes eletrnicos quenos do mais segurana. Antiga-

    mente era luz contnua. Voc tinhaque dar tempos longos, fechar o dia-fragma, no podia tremer... Compreimeu primeiro flash igual ao do ChicoAlbuquerque (criador do primeiroestdio de fotografia da Editora Abril)e ele me ensinou a usar. Fui para osEstados Unidos para comprar o flash.O Chico era um cara legal, mostravaas coisas e me ensinou muito. Eleera um purista. Nunca me esqueodo que ele dizia para nunca se curvarpara fazer um retrato. Ele ensinavatudo que sabia.

    Acima, Lorca prepara o estdiopara fotos de uma revista de

    decorao, em 1968, e, abaixo,campanha publicitria em 1970

  • Fotografe Melhor no 21258

    O cearense Chico Albuquerquefoi importante para a carreira demuitos fotgrafos hoje renomadosque aprenderam muito com ele noEstdio da Abril. Voc tambm um deles?

    De certa forma sim. O Chico eraum profissional de primeira gran-deza, qualitativamente falando. Eleno podia fazer coisas, assim... mui-

    to criativas, no se arriscava. Faziacom qualidade. Quando tinha tra-balho que via que ia dar problema,passava para outro fotgrafo. Nisso,sobrava alguma coisa para mim. Eeu s vezes aceitava fazer. Via eletrabalhando, era estupendo. O equi-pamento dele era tudo de primeira.O Chico usava a lente Ektar, faziatudo com essa lente. Tambm com-

    prei, claro. Antigamente, tinha a len-te da Goerz/Schneider e a a Kodakfez a Ektar com o mesmo corte, eramuito boa.Uma lente formidvel.(Nota da redao: em 1950, a KodakEktar f/7.7, 203 mm para formatogrande era muito popular entre osfotgrafos de publicidade. Ao con-trrio das demais marcas, os nomesdas lentes Kodak no tinham rela-o com as aberturas e mais comqualidade ptica).

    Muitas fotos autorais nasceramde campanhas publicitrias quevocs fez. Como foi isso?

    Ah, surgiram vrias. Eu estavasempre olhando ao redor, atento seaparecia alguma coisa. Aquela dohomem de guarda-chuva, de fundobranco. Me perguntavam: onde es-sa praia? Aquilo no era praia ne-nhuma, era uma parede branca. Fuifotografar a Festa da Uva em Jundia.Havia um pavilho e fiquei olhandopor trs. L vinha um homem deguarda-chuva. Eu... p! Fiz a foto. Eume dedicava sempre fotografia,pensava na composio, uma coisamuito importante.

    E a foto das pernas e a mesa?A foto das pernas tambm foi

    feita para a publicidade. No umamesa, so apenas pernas presaspor fios. Era uma foto para annciodas meias Pgasus. Fiz vrias fotosnesse dia. Um dia comeou a fazersucesso. Mrcia Mello, que casadacom Joaquim Maral, da BibliotecaNacional, viu a foto durante umapesquisa. Fotografou o anncio pu-blicado na revista Manchetede 1960e me deu uma cpia. Outras tam-bm aproveitei de propagandas.Aquela dos pratos caindo, por exem-plo. Um ajudante empurrava rpidoa pilha de pratos para eu bater afoto. Fiz umas sete chapas somente.

    Ao lado, um muro branco parecepraia em foto de 1960; abaixo,pratos para uma propaganda,de 1970; dir., a foto feita para oanncio de meias que virou autoral

  • Maio 2014 59

    E deu certo. No entanto, a genteno faz duas vezes essas fotos. Foiuma oportunidade.

    Quando voc comeou efetiva-mente a produzir imagens com in-tenes autorais?

    De uns 20 anos para c. Porexemplo, quando vou a Nova York,no vou para passear. Vou pra foto-grafar. Meu filho foi comigo, mas nofez as fotos que eu fiz. Ele um bomfotgrafo. Fiz boas fotos em NovaYork que vocs nunca viram. Tambmcriei um painel com algumas fotos.

    Isso de criar alguma coisa depois defeito mais difcil. Voc tem de avaliarbem uma srie de coisas.

    Quantas fotos voc tem em seuacervo? Tem ideia?

    Muito difcil. Nunca parei paraver isso. So milhares de fotos. Masteve uma enchente que enlameouo meu estdio e perdi muita coisa.Um amigo me emprestou o meu pri-meiro lbum profissional. Estou re-tocando. Eram fotos para a GasparGasparian Industrial, de 1955. Napoca era difcil, havia aqueles fo-

    tgrafos da escola alem, como oHans Gunter Flieg. Era muito bom.

    Voc, como Jos Yalenti e MarcelGir, foram chamados de moder-nos e esto em evidncia junto comum pessoal jovem do fine art. O quevoc acha disso?

    Eles nunca foram modernos.Hoje isso moderno? O Yalenti eraclssico, fazia de tudo. J o Gir eraum pouco mais experimental, de-senhava. Mas as grandes obras fo-togrficas surgem depois de umcerto julgamento da opinio pblica

    Fotos:German

    Lorca

  • Fotografe Melhor no 21260

    MESTRES DA FOTOGRAFIA

    e dos grandes conhecedores da fo-tografia. Voc no pode dizer fizuma obra de arte em fotografia.Ela precisa ser julgada historica-mente. muito difcil avalizar se umjovem fotgrafo bom. Ele at podefazer uma foto, uma obra de arte.Mas e a continuidade do trabalhodele? O que ele est produzindo? preciso ter cuidado.

    Nunca teve tanta escola, tantoworkshop, tanta gente dando aula,de coisas muito ruins a outras muito

    boas. O grande fotgrafo passa poruma escola?

    Eu acho importante. Ele precisaaprender os processos, os princ-pios. No meu tempo no tinha isso.O que eu fazia? A gente compravarevistas, acompanhava e gastavabastante material. Mas me desen-volvi profissionalmente porque fo-tografava praticamente todo dia.Ampliei meu horizonte, no sentidoprtico da coisa. Agora, se voc novive disso, faz uma foto aqui, outral, no a mesma coisa.

    A sua maior escola, ento, foi fo-tografar sempre que podia?

    Sim. A prtica ajuda muito. Porexemplo: aquela foto da janela, quechamo de Mondrian. uma fotosimples. Como que eu fiz aquilo?Minha me ia viajar para o interiorpara visitar minha irm. Eu estavacom ela na estao de trem. Vi aofundo a janela quebrada. Com umaLeica III C, enxerguei aquela com-posio: preto, branco, cinza...Fiztic, tic, tic e guardei. Nem sabia queexistia Mondrian (Piet, artista ho-

    As cmeras de German Lorca

    Deardorff4 x 5 - 1950

    Leica M535 mm - 1971

    Leica R435 mm - 1980

    Zeiss Ikon Super Ikonta120 - 1930

    Leicaflex SL35 mm - 1968

    Sinar Norma4 x 5 - 1951

    Rolleiflex 6 x 6 cm - 1954

    Hasselblad 500 C/M6 x 6 cm - 1970

    Leica M9Digital - 2009

    Welta Welti I35 mm - 1953

    Leica IIIc35 mm - 1940

    Kodak Bullet4 x 6.5 cm - 1946

  • Maio 2014 61

    lands). A, tempos depois vendo otrabalho de Mondrian em revistas,percebi que havia uma semelhana.Mas deixei de lado. Um dia, mexendono arquivo, encontrei a foto e dei onome de Mondrian.

    Qual a cmera que voc levariapara uma ilha deserta?

    Levaria uma Rolleiflex, pois pro-duzia uma qualidade extraordinria.Trabalhei muito em reportagem coma Rollei. Depois vem a Hasselblad.

    Voc, que celebrado por vriasgeraes, se v inspirando os jovens

    fotgrafos? At mesmo por pessoasque nunca pegaram uma cmerasabem quem voc . No entanto, vocdemorou para publicar os dois livrosrecentes, que so os mais completos.Como isso para voc?

    No me vejo muito como inspi-rador. Se o cara copiar o que fao efor melhor, ele tem direito... Passeipor todos os degraus da fotografiae estou a h muitos anos nisso. Achoque assim voc se torna conhecido.Livro? difcil de fazer. No h co-laborao em prol de um cultura jdesenvolvida. Somos principiantesnesse negcio no Brasil. Acham que

    a fotografia no um mrito, que coisa de privilegiados. O que falta o respeito a essa cultura. Tem muitagente que ainda no tem um bomlivro. O (Jos) Oiticica ainda no temum grande livro.

    Durante a entrevista, postamosum retrato seu no Instagram e emmenos de 5 minutos havia umas 30pessoas que gostaram. Voc muitoconhecido...

    Sabe por qu? Por causa da es-pontaneidade das minhas fotos. No uma coisa marcada, uma coisapretensiosa... Sou o que sou.

    Lorca, no final dos anos de 1940, com uma Leica... ... no final da dcada de 1950 com uma Rolleiflex

    Retrato do fotgrafo aos 84 anos... ... e prximo dos 92 anos em seu estdioS

    rgio Branco

    Juan

    Esteves

    F otos:Arqu

    ivo Pe

    ssoal

  • Fotografe Melhor no 21264

    VIDA DE FOTGRAFO

    Forte nevoeiro encobriucompletamente o Po de Acar,no Rio de Janeiro, na manh de 24 de setembro de 2013

    Alex Ribeiro

  • de AlexA vida duplaPorteiro e fotojornalista

    Conhea o trabalhode Alex Ribeiro, quedivide o dia entrea portaria de umprdio na Urca e abusca por flagrantesno Rio de Janeiro

    POR KARINA SRGIO GOMES

    T odas as tardes, a partir das14h30, o carioca Alex Ribei-ro, 34 anos, senta na porta-ria do prdio de cinco anda-res um apartamento por pavimen-to , na Urca, zona sul do Rio de Ja-neiro, para cumprir seu expedientecomo porteiro at as 19h30. O quepoucos que passam por ali imaginam

    que, pelas manhs, Alex se dedicaa outra profisso: a de fotgrafo.

    De segunda a sexta, o porteiroacorda s 6h30 da manh, leva a fi-lha de sete anos para a escola e de-pois comea o expediente como fo-tgrafo. Faz uma ronda nos jornais,sites de notcias e perfis de comu-nidades no Twitter para se informar

  • Fotografe Melhor no 21266

    Acima e abaixo,flagrantes da operaode policiais nacomunidade doJacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro

    de alguma boa pauta para fotografar. As-sim que fica sabendo de uma ocorrnciaque pode render boas imagens comoum acidente de trnsito ou uma ao dapolcia em alguma comunidade prxima,por exemplo , sai com ocarro, em quecolou um adesivo com a palavra repor-

    tagem, em direo ao local. Com o carroadesivado, consigo estacionar mais pertode onde a pauta est acontecendo, explicao reprter freelancer.

    Quando o dia est fraco, faz pelo me-nos uma foto sobre as condies clim-ticas. O sol nascendo na Praia do Leblon.Ou pessoas andando com guarda-chuvano centro. Ningum me pauta. Sou euque corro atrs das notcias. O segredo ser rpido: chegar primeiro aos lugarese transmitir logo as imagens para os jor-nais e agncias, resume.

    AJUDA DOS VIZINHOSPontualmente s 14h30, Alex j est

    a postos na portaria onde trabalha h12 anos. Alguns moradores nem des-confiam da segunda profisso do por-teiro. Outros sabem e apoiam. Certa vez,em um dia tranquilo na recepo do edi-fcio, Alex aproveitou para tratar algumasimagens no seu computador. Uma mo-radora viu as fotografias e perguntou:Por que voc no faz um curso?. Alexrespondeu que eram caros e no tinhacomo pagar. Ento, ela se props a aju-d-lo pagando alguns cursos.

    Alm dos estudos patrocinados pelaFotos:Alex Ribeiro

  • Maio 2014 67

    vizinha, o porteiro fez vrios outroscursos por conta prpria, como fo-tografia bsica I e II, de estdio, demoda, de casamento, iluminao,Photoshop, Raw, Still, e assistiu amuitas palestras de fotgrafos re-nomados, como as do italianoFrancesco Zizola, do norte-ame-ricano Steve McCurry e do francsJean-Franois Chevrier. Essesconhecimentos tericos derammais qualidade ao meu trabalhoprtico, afirma.

    Para realizar uma fotografia dequalidade, porm, Alex precisavade bons equipamentos. E a ajudade outro morador foi fundamental.Um antigo condmino que j nomora mais no prdio, mas aindatraz encomendas para o fotgrafo viajava frequentemente para aChina. Sempre que possvel, traziaequipamentos para Alex por umpreo mais acessvel. Eu pegavauma foto do acessrio que queriae descrevia as especificaes paraele, diz. Dessa forma, o profissionalconseguiu montar seu kit com a c-mera Canon EOS 1Dx e as lentes 70-200 mm f/2.8 IS, 16-35 mm f/2.8, 24-105 mm f/4, 50 mm f/1.2, 24 mm f/1.4e 600 mm f/4 IS, dois flashes Canon580 EXII e transmissor Canon TTL ecartes de memria.

    O FOTGRAFO DA FAMLIADesde criana, Alex gosta de

    apertar o boto das cmeras pa-ra fazer fotos da famlia. Sempregostei de fotografar, mas via aquilocomo hobby. Porm, as pessoasque viam minhas fotos costuma-vam elogiar e comecei a pensarque aquilo talvez fosse o caminho,lembra. A primeira cmera quecomprou foi uma Minolta ainda no

    tempo do filme, e com ela comeoua fazer seus primeiros cliques ain-da voltados rotina domstica dafamlia. Assim que decidiu investirseriamente na fotografia, juntoutodo o dinheiro que tinha guardado mais os trocos de bicos que fazialavando carros para conseguircomprar sua primeira cmera di-gital, uma Nikon D200.

    Certa vez, folheando a edio130 de Fotografe, de julho de 2007,Alex leu a reportagem Cmerasno fronte de uma guerra urbana,sobre os fotojornalistas Carlos Mo-raes, Wania Corredo e DomingosPeixoto, que arriscavam a vida paracobrir a violncia na cidade do Rio

    de Janeiro. A histria daqueles fo-tgrafos chamou a ateno do por-teiro, que se questionou: Por queno se arriscar no fotojornalismo?.

    SALVE SEVERINOA fim de montar um portflio de

    fotojornalismo, Alex resolveu sujaros sapatos subindo at as favelasatrs de pautas. Um dia, ficou sa-bendo que estava acontecendo umtiroteio no Morro do Querosene. Pe-gou a cmera e a nica lente quetinha, uma 18-135 mm f/3.5, e partiupara o local. Chegando l, mesmosem conhecer ningum, comeoua fotografar. E um fotgrafo baixinhode bon puxou papo. O profissional

    Alex costuma fazer pelo menosuma foto por dia que ilustre

    as condies climticas no Riopara jornais e agncias; ao lado,um exemplo, na praia do Leblon;e abaixo, lutadores de MMA no

    10o Bitetti Combat em 2011

  • Fotografe Melhor no 21268

    VIDA DE FOTGRAFO

    era Severino Silva, que trabalha nojornal O Dia e um dos mais con-ceituados em cobertura policial.Severino pediu para olhar as fotosque Alex tinha feito. Gostou do tra-balho dele e sugeriu que falassecom Henrique Esteves, editor dojornal O Povo, se quisesse publicaralguma delas e qui conseguir umemprego na rea. Assim fez Alex.

    Para o jornal no havia vagas,mas Esteves tinha comeado a for-mar uma equipe de colaboradorespara a agncia Futura Press e cha-mou Alex para colaborar. Cavandouma pauta sobre um acidente aqui,um outro tiroteio ali, o trabalho doporteiro comeou a ganhar desta-que. E ele passou a contribuir paraoutras veculos de comunicao,como a Agncia Estado e O Globo.

    Alm de ajud-lo a conseguirtrabalho, Severino ensinou liesque ele segue at hoje. Entre os en-sinamentos esto nunca perder ahumildade, aprender a lidar comas pessoas evitando confrontos etentar trazer uma viso imparcialem suas fotos.

    Alex no se esquece do favor queSeverino lhe fez, quando comeoua fotografar para os jornais, ao em-prestar uma lente 70-200 mm parafazer fotos melhores. Quando vocconseguir comprar a sua, voc medevolve, disse ao porteiro, que ficouseis meses com a objetiva do colega.Ele um cara superbacana. Agra-deo sempre pela confiana, diz.

    Outra referncia de Alex o fo-tgrafo norte-americano JamesNachtwey, famoso pela sua cober-Ar

    quivo Pe

    ssoal

    Acima, nibus incendiado por BlackBlocs durante as manifestaes de2013 no Rio de Janeiro; e abaixo, ofotgrafo e porteiro Alex Ribeiro

    4

    Alex Ribeiro

  • Fotografe Melhor no 21270

    VIDA DE FOTGRAFO

    tura da Guerra do Vietn. Gostodos retratos que ele faz de pessoashumildes e vtimas de guerra. um trabalho que inspira muito. Es-tou sempre pesquisando trabalhosde outros fotgrafos na internet.Ver outros conceitos de imagensdentro do fotojornalismo impor-tante para melhorar minhas com-posies, avalia.

    RENDA COMPLEMENTARO que ganha como fotgrafo re-

    presenta 50% de seu oramento.Se for um acontecimento muitochocante, d para faturar cerca deuns R$ 45 com uma foto. Mas isso raro. Muitas vezes, o valor pagopela imagem de R$ 6, conta. Pelamanh, procura cavar pautas como

    acidentes de trnsito ou algumaao nas comunidades que fica sa-bendo por perfis que segue no Twit-ter. noite, depois do expedientecomo porteiro, que termina s19h30, ele costuma cobrir treinose jogos de futebol. Alex no escolhepauta. O que aparecer, ele corre pa-ra fotografar e ainda chama al-guns amigos fotgrafos para ir juntoe ajud-lo com a gasolina.

    Sem contar a comodidade de vi-ver em uma zona central. Traba-lhando como zelador, Alex tem di-reito a morar em um apartamentoconfortvel de quatro cmodos, semprecisar pagar aluguel, luz, gs,gua e condomnio. Despesas quepesariam no oramento familiar.

    A localizao de Alex, na Urca,facilita o percurso para diferentespontos da cidade. Em quinze mi-nutos estou em qualquer lugar doRio. Alm da minha Canon 1 Dx eas lentes 70-200 mm f/2.8 IS, 16-

    35 mm f/2.8, 50 mm f/1.2, 24-105mm f/4, 24 mm f/1.4 e um flash, euj levo o computador com 3G co-nectado para, assim que terminaras fotos, transmitir com File Infocompletinho e conseguir logo a ven-da da foto, afirma.

    Para complementar a renda,Alex tambm faz casamentos,eventos e agora est se dedicandoa books de animais de estimao.Fao a foto no ambiente naturaldeles, na praia ou em algum lugarcom um gramado bacana. Tenhotambm um estdio mvel que levopara a casa dos donos para fazeralguma foto de fundo neutro. umtrabalho tranquilo e que rende umagrana boa no fim do ms, conta.

    Alex tem investido nessa rea,mas no pensa em abandonar areportagem: Sou um viciado nofotojornalismo, no consigo parar.E me sinto muito til sociedadecom isso, explica.

    Detalhe do sapato deum sambista da escolade samba EstaoPrimeira de Mangueira

    Alex Ribeiro

  • 5(QJHQKHLUR)UDQFLVFR$]HYHGR9LOD0DGDOHQD63

    especializaes

    fundamentais

    PhoTOSHOPSbados

    GHPDLRDGHMXQKR17

    ensaio sensual com fernanda preto

    iluminao de estdio

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    fotografando melhor

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    newborn: sombra e luz com cristiano borges

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    intensivo de casamento com anderson miranda

    DGHMXOKR28

    iluminao de estdioHGHMXOKR

    19

    maio

    maio

    junho

    junho

    julho

    julho

    2FXUVR$YDQDGRGH,OXPLQDRIRFDGRHPWFQLFDVGHLOXPLQDRSDUDIRWRJUDDGHSHVVRDVFRPQIDVHHPIDPOLDVJHVWDQWHVFDVDLVFULDQDVERRNIHPLQLQRVHQVXDOUHWUDWRHPRGD6XDIRUPDWDRSUHYDOHQWHPHQWHSUWLFDFRPGDFDUJDKRUULDRFXSDGDQDUHDOL]DRGHHVTXHPDVGHLOXPLQDRSDUDIRWRJUDDGHSHVVRDVRTXHSURSRUFLRQDXPJUDQGHDSUHQGL]DJHPDRDOXQR$OPGLVVRRVDOXQRVDFRPSDQKDPDPRQWDJHPGHYULRVVHWVHDUHDOL]DRGHGLYHUVRVHQVDLRVIRWRJUDIDGRVSRU'DQLOR5XVVRDRQGHSRGHURDFRPSDQKDUVLPXOWDQHDPHQWHRVHIHLWRVGHFDGDLOXPLQDRDWUDYVGDUHSURGXRGDVIRWRVQRGDWDVKRZ

    ZZZLLIFRPEU

    avanado de iluminao

    com danilo russo

    retrato de famlia com simone di domenico

    HGHMXQKR21

    Tratamento de imagens para newbornGHMXQKRDGHMXOKR

    25

    fotografia de arquitetura e interiores

    HGHMXQKR20

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    5 7 HGHMXQKRHGHMXQKR

  • Fotografe Melhor no 2127474

    Cada vez mais aptospara fotografar, esses

    aparelhos esto tomandoo lugar das cmerascompactas. Veja qual o melhor entrequatro top de linha

    POR GUILHERME MOTA COMCOLABORAO DE ALEXANDRE URCH

    Fotos: Divulga

    o

    Uma batalha desmartphones

    XX

    XiPhone 5SSamsung Galaxy S4

    O AppleiPhone 5S,com sensor

    de 8 MP

    O Galaxy S4 vem comsensor de 13 MP

    O Nokia Lumia 1020tem sensor de 41 MP

    e o Sony Xperia Z1(abaixo), de 21 MP

  • Maio 2014 75

    N o h como fugir destarealidade: os smart -phones esto tomandoo lugar das cmerascompactas e at rivalizando commodelosmirrorlesse DSLR. Diantedisso, Fotografe decidiu fazer umtira-teima com os quatro modelostop de linha disponveis no mercadobrasileiro no comeo de abril de2014: Apple iPhone 5S, Nokia Lumia1020, Samsung Galaxy S4 e SonyXperia Z1. E, para essa tarefa, a re-dao convidou o premiado fot-grafo profissional Alexandre Urch,um conhecido usurio de smart-phoneno seu dia a dia (ele venceua categoria Ensaio do ConcursoLeica-Fotografe de 2011 com fotosfeitas com um desses aparelhos).

    O fato que, seja como opode emergncia para profissionais,ponto de partida para amadores ouapenas uma utilidade a mais paraquem deseja exercitar o hobby fo-togrfico, usar o telefone celularpara a captura de imagens com umbom nvel de qualidade hoje umaopo real e presente.

    A evoluo das lentes embar-cadas nesses aparelhos notvel,os processadores esto cada vezmelhores e a capacidade de arma-zenamento aumenta a cada dia.Alm disso, muitos j tm nosmartphone sua nica cmera fo-togrfica. No entanto, se a intenofor realmente apostar na capaci-dade fotogrfica dos celulares, co-mo fazer a melhor escolha?

    Entre as dezenas de modelosdisponveis no mercado, os top delinha so os que mais evoluem, emtodos os quesitos. Porm, mais doque apresentar boas lentes e sen-sores, os smartphones precisamde um conjunto que inclua aindacapacidade de processamento, ar-mazenamento, ergonomia e, claro,uma interface de uso inteligente.Cada um traz recursos e funcio-nalidades especficos, com pontosaltos, limitaes e particularidadesinerentes a cada modelo, explicaAlexandre Urch.

    Imagem captada norecente SP FashionWeek com o efeitode espelhamento

    Alexan

    dre Urch

    iPhone 5S

  • TESTE

    O JEITO DE CADA UMEm relao ao design, duas ver-

    tentes se apresentam claramente:a primeira a linha adotada isola-damente pela Apple, com um apa-relho de pequenas dimenses oiPhone pesa apenas 112 gramas,com 7,6 mm de espessura e 123

    mm de comprimento. Com ele, aempresa garante um nicho de mer-cado prprio, tendo em mos o pro-duto ideal para quem procura umaparelho fcil de segurar e mani-pular, que cabe facilmente no bolsoe pode facilmente ser operado comapenas uma mo. Ele passa des-

    percebido na hora de fotografar,no faz volume no bolso, avaliaUrch, que testou todos os modelos.

    Na outra ponta da escala fica oSony Xperia Z1, o maior entre osconcorrentes, que para mos me-nores pode ser difcil de manipular.Tanto pelo corpo de 14,4 cm em vi-

    Fotografe Melhor no 21276

    112g

    123,8 x 58,6 x 7,6 mm

    IOS 7

    30 mm f/2,2

    8 MP

    4 pol (1136x640 px)

    A7-64 Bits

    16/32/64 Gb

    Dual Tone Flash

    R$ 2.800 a R$ 3.600

    170g

    144 x 74 x 8.5 mm

    Android 4.2.2

    27 mm f/2.0

    21 MP

    5 pol, Full HD (1920x1080 px)

    Snapdragon 800 quad-core 2.2 GHz

    16 Gb + carto SD

    resistente a gua e poeira

    R$ 1.500 a R$ 2.200

    130g

    136,6 x 69,8 x 7,9 mm

    Android 4.2.2

    31 mm f/ 2.2

    13 MP

    --------

    Snapdragon 600 1,9 Ghz

    16 Gb + carto SD

    --------

    R$ 1.600 a R$ 2.250

    158g

    130,4 x 71,4 x 10,4 mm

    Windows Phone 8

    26 mm f/2.4

    41 MP

    4,5pol (1280x768 px)

    1.5GHz Snapdragon dual core

    32/64 Gb

    zoom ptico de 3x

    R$ 1.700 a R$ 2.400

    Peso

    Apple iPhone 5S

    Dimenses

    Sistema Operacional

    Lente

    Resoluo

    Display

    Processador

    Extras

    Preo

    Sony Xperia Z1Samsung Galaxy S4Nokia Lumia 1020

    ESPECIFICAES

    Armazenamento

    A grande resoluo doLumia 1020 uma aliadaem fotos de cotidiano

    Alexan

    dre Urch

    Nokia Lumia 1020

  • Maio 2014 77

    dro quanto pela posio da cmera,muito prxima borda do aparelho,no raro um usurio mais desa-visado ter a imagem bloqueada pe-las prprias mos.

    Nokia 1020 e Samsung GalaxyS4, um pouco menores e mais le-ves, ganham pontos por terem c-meras mais afastadas das bordase um design levemente arredon-dado, sendo bem mais fceis desegurar e operar. No caso do Lumia1020, o volume adicional da le