83
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO – BACHARELADO FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVO RUDIMAR IMHOF BLUMENAU 2012 2012/1-17

FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO – BACHARELADO

FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO

EXECUTIVO

RUDIMAR IMHOF

BLUMENAU 2012

2012/1-17

Page 2: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

RUDIMAR IMHOF

FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO

EXECUTIVO

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Regional de Blumenau para a obtenção dos créditos na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II do curso de Sistemas de Informação— Bacharelado.

Prof. Marcel Hugo, Mestre - Orientador

BLUMENAU 2012

2012/1-17

Page 3: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO

EXECUTIVO

Por

RUDIMAR IMHOF

Trabalho aprovado para obtenção dos créditos na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, pela banca examinadora formada por:

______________________________________________________ Presidente: Prof. Marcel Hugo, Mestre – Orientador, FURB

______________________________________________________ Membro: Prof. Roberto Heinzle, Doutor – FURB

______________________________________________________ Membro: Prof. Mauro Marcelo Mattos, Doutor – FURB

Blumenau, 06 de julho de 2012.

Page 4: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

Dedico este trabalho a todos aqueles que depositaram confiança e que de uma forma ou de outra contribuíram para sua realização.

Page 5: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho é resultado do esforço das pessoas que em mim depositaram

conhecimento e confiança e com sua colaboração aperfeiçoaram seu resultado final, dentre as

quais, apesar de extensa lista, não posso esquecer, nem deixar de mencionar:

Minha família, por terem sempre me auxiliado em todos os momentos que necessitei.

Ao professor Adilson Vahldick, meu orientador no curso de Ciência da Computação,

por ter em mim depositado confiança e agregado conhecimentos valiosos em relação à

programação de sistemas bem como indicado, no caso deste trabalho, bibliografia relacionada

à arquitetura de frameworks.

Ao meu orientador, MSc. Marcel Hugo, por sua orientação, crítica e sugestão dos

caminhos e alternativas, sem os quais por certo a conclusão deste trabalho não seria possível.

À professora Janaina Poffo Possamai, por seus conhecimentos em estatística e

otimização e seus esforços na busca de soluções relativas a esta área, motivo, muitas vezes, de

dúvidas minhas com relação à modelagem matemática dos problemas propostos.

Ao colaborador da empresa participante do estudo de caso e aqui não mencionado

nome como opção do autor em consideração ao regime de capital não aberto adotado pela

empresa, mas que ainda assim tem suas informações apresentadas em folha de assinatura a

parte e que consta apenas na versão impressa do trabalho.

A minha namorada e também revisora, Taira Franciele Skerke, pelo seu apoio e

também auxílio na revisão ortográfica e gramatical.

Aos membros da banca por suas possíveis críticas e sugestões, as quais certamente

originaram melhorias a serem incorporadas ao resultado final deste trabalho.

A todos, meu agradecimento.

Page 6: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

Mathematical reasoning may be regarded rather schematically as the exercise of a combination of two facilities, which we may call intuition and ingenuity.

Alan Turing

Page 7: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

RESUMO

O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças de mercado e as decisões corporativas para investigar conceitos científicos e tecnologias envolvidas na criação de uma ferramenta de apoio ao executivo. Dentre as etapas, iniciou-se a busca por informações relativas ao ambiente empresarial, como análise de custos, indicadores e Balanced Scorecard, como forma de situar os objetivos para a ferramenta desenvolvida, e então se seguiu à busca por informações estatísticas e algoritmos relacionados à inteligência artificial que contribuíssem para o modelo de desenvolvimento da ferramenta almejada. A ferramenta apresentada foi concebida sob a forma de um framework devido à característica que esses normalmente apresentam em relação ao reuso e baixo acoplamento. Assim, menciona-se também no decorrer do trabalho conceitos relativos à injeção de dependência e herança por abstração das características, conceitos estes relacionados à implementação de frameworks. Como resultados, obteve-se um framework utilizando de forma branda os conceitos anteriormente mencionados para que fossem abrangidos em sua totalidade através das escolhas de implementação, sem prejuízo aos demais conceitos levantados no decorrer do trabalho.

Palavras-chave: Indicadores. Estatística. Framework.

Page 8: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

ABSTRACT

This work study relationship between market changes and corporate decisions to investigate the scientific concepts and technologies involved in creating a toolkit to support the executive. Among the measures were sought information about the business environment, such as cost analysis, indicators and balanced scorecard as a way to locate targets for the developed tool, then the search was made of statistical information and algorithms related to artificial intelligence, which promote both the development model of the toolkit. The kit of tools have been constructed in the form of a framework, due to the characteristic that they generally have about the re-down and coupling. Therefore, in this work are also mentioned concepts of dependency injection by abstraction and inheritance of characteristics, concepts related to the implementation of these structures. As a result, we obtained a table with the concepts mentioned trying to play through the implementation of the application of the concept as a whole, without prejudice to other concepts related to this work.

Key-words: Indicators. Statistics. Framework.

Page 9: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Indicadores de desempenho .................................................................................... 21

Figura 2 – Classificação de sistemas ........................................................................................ 28

Figura 3 – Relacionamento dos sistemas pelos níveis .............................................................. 30

Figura 4 – Arquitetura comum à concepção de um framework ............................................... 34

Figura 5 – Arquitetura do framework ....................................................................................... 39

Figura 6 – Diagrama de casos de uso para o framework .......................................................... 41

Figura 7 – Descritivo das fases ................................................................................................. 42

Figura 8 – Diagrama de sequência do framework .................................................................... 43

Figura 9 – Grafo de precedência de cálculos ............................................................................ 49

Figura 10 – Diagrama de atividades para fase projeções ......................................................... 52

Figura 11 – Diagrama de atividades para fase reajustes ........................................................... 54

Figura 12 – Diagrama de atividades para fase otimizações...................................................... 55

Page 10: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Ponto de equilíbrio operacional ............................................................................. 20

Quadro 2 – Métodos de cálculo e atratividade dos indicadores ............................................... 23

Quadro 3 – Modelo de regressão linear simples....................................................................... 25

Quadro 4 – Modelo para problema de programação linear ...................................................... 26

Quadro 5 – Diferença entre os tipos de raciocínio ................................................................... 27

Quadro 6 - Requisitos funcionais ............................................................................................. 38

Quadro 7 - Requisitos não funcionais ...................................................................................... 38

Quadro 8 - Trecho de código para regressão linear .................................................................. 46

Quadro 9 - Trecho de código para obtenção do coeficiente de correlação ............................... 47

Quadro 10 - Exemplo de operacionalidade do framework ....................................................... 61

Page 11: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

LISTA DE SIGLAS

BSC – Balanced Scorecard

DI – Dependency Injection

DM – Data Mining

DSS – Decision Support System

ERP – Enterprise Resource Planning

ESS - Executive Support System

IBC – Índice Benefício Custo

IoC – Inversion of Control

MIS – Management Information System

MPE – Micro Pequena Empresa

PB – Pay Back

PF – Ponto Fischer

PPL – Problema de Programação Linear

ROIA – Retorno do Investimento Adicionado

SAD – Sistema de Apoio a Decisão

SAE – Sistema de Apoio ao Executivo

SIE – Sistema de Informação Executiva

SIG – Sistema de Informação Gerencial

SPT – Sistema de Processamento de Transações

TIR – Taxa Interna de Retorno

VPL – Valor Presente Líquido

VPLa – Valor Presente Líquido Anualizado

Page 12: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12

1.1 PROBLEMA ..................................................................................................................... 13

1.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 13

1.3 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 15

2.1 FUNÇÕES DA EMPRESA ............................................................................................... 15

2.1.1 Funções financeiras ......................................................................................................... 16

2.1.2 Funções administrativas .................................................................................................. 16

2.1.3 Funções comerciais ......................................................................................................... 17

2.1.4 Funções técnicas.............................................................................................................. 18

2.1.5 Funções contábeis ........................................................................................................... 18

2.2 GERÊNCIA DE CUSTOS ................................................................................................ 19

2.3 ELEMENTOS PARA TOMADA DE DECISÃO EXECUTIVA – OS INDICADORES 20

2.3.1 Indicadores de desempenho ............................................................................................ 20

2.3.2 Indicadores financeiros ................................................................................................... 22

2.3.3 Balanced Scorecard ........................................................................................................ 23

2.4 ESTATÍSTICA À TOMADA DE DECISÃO ................................................................... 24

2.4.1 Regressão linear .............................................................................................................. 24

2.4.2 Programação linear.......................................................................................................... 26

2.5 RACIOCÍNIOS E SEUS TIPOS – ELEMENTOS CONCEITUAIS À TOMADA DE

DECISÃO .......................................................................................................................... 27

2.6 CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS ................................................................................. 28

2.7 SUPORTE A DECISÕES ................................................................................................. 31

2.7.1 Paradigma construtivista – Metodologias multicritério .................................................. 32

2.7.2 Paradigma racionalista – Pesquisa operacional............................................................... 33

2.8 FRAMEWORK ................................................................................................................... 33

2.9 TRABALHOS CORRELATOS ........................................................................................ 35

3 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................... 37

3.1 SISTEMA ATUAL ........................................................................................................... 37

3.2 ESPECIFICAÇÃO DOS REQUISITOS ........................................................................... 37

3.3 ARQUITETURA DO FRAMEWORK .............................................................................. 38

Page 13: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

3.4 MODELO DE NEGÓCIOS .............................................................................................. 40

3.4.1 Diagrama de casos de uso ............................................................................................... 40

3.4.2 Fases do framework – Diagrama de sequência ............................................................... 41

3.5 UTILIZAÇÃO DOS RACIOCÍNIOS À TOMADA DE DECISÃO ................................ 43

3.6 PRODUÇÃO DO BSC ...................................................................................................... 44

3.7 IMPLEMENTAÇÃO ........................................................................................................ 44

3.7.1 Técnicas e ferramentas utilizadas.................................................................................... 44

3.7.1.1 Apache POI ................................................................................................................... 45

3.7.1.2 Waikato Environment for Knowledge Analysis - WEKA ........................................... 46

3.7.1.3 Apache Commons Math ............................................................................................... 47

3.7.2 Estrutura de funcionamento das fases ............................................................................. 48

3.7.2.1 Fase Metas .................................................................................................................... 48

3.7.2.2 Fase Projeções .............................................................................................................. 50

3.7.2.3 Fase Reajustes ............................................................................................................... 53

3.7.2.4 Fase Otimizações .......................................................................................................... 54

3.7.3 Operacionalidade da implementação .............................................................................. 56

3.8 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 61

4 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 63

4.1 EXTENSÕES .................................................................................................................... 64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 65

Page 14: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

12

1 INTRODUÇÃO

“ [...] o Brasil era o destino perfeito para sua primeira fábrica de automóveis fora da

Alemanha” (CORREA; MANO, 2011). Em meados de 1990, houve uma previsão de

crescimento demasiado da indústria automobilística brasileira quando a DaimlerChrysler,

fusão da alemã Daimler-Benz e a americana Chrysler, decidiu erguer uma fábrica no Brasil.

Com o mercado em crescimento e expectativas acima da média, havia perspectivas de sucesso

do empreendimento, o que não veio a se concretizar pois, a produção necessária, estimada em

70.000 unidades, atingiu somente 61.000 veículos modelo Classe A, o que gerou à Mercedez-

Benz perdas acumuladas em $ 500.000.000. Nesse caso, é possível concluir que ocorreu

algum erro no processo de tomada de decisão por parte da Mercedez-Benz, o que poderia ser

evitado se utilizadas ferramentas que permitissem ao executivo vislumbrar dados numéricos e

indicadores que apoiassem sua decisão para que esta fosse a mais realista e objetiva possível.

O apoio à decisão executiva encontra relações as mais diversas no ambiente

empresarial. Segundo Stair e Reynolds (2011, p. 401) “um dos papéis-chave dos executivos é

fornecer uma ampla visão para toda a organização. Essa visão inclui as mais importantes

linhas de produtos e serviços da organização, os tipos de negócios que ela apoia hoje e no

futuro e seus objetivos principais”. Através das funções empresarias que se constituem como

as grandes áreas relativas à empresa, é possível avaliar a relação entre dados referentes à

organização e os indicadores necessários ao seu gerenciamento.

Os indicadores mais adequados para a organização são normalmente aqueles que

melhor incrementarem o resultado de uma maneira geral. Para tanto, imprescindível também é

a análise dos custos envolvidos relacionados aos indicadores determinados, pois os cálculos

referentes aos indicadores apresentam precedentes, dentre os quais, muitos inerentes à área de

custos. Uma excelente forma de visualizar os indicadores é agrupá-los sob perspectivas ou

segmentos. Para tanto, tem-se o Balanced Scorecard, que conforme Campos (1998, p. 59)

“permite aos executivos traduzir os objetivos estratégicos de uma empresa em um conjunto

coerente de medidores de desempenho inseridos em quatro perspectivas diferentes.

Alguns elementos, que podem ser utilizados para incrementar funções relacionadas à

implementação dos indicadores, dizem respeito à estimativa de valores. A estatística, uma

grande área de estudo relacionada ao tema, tem a possibilidade de predizer valores, inclusive

com coeficiente designador da acurácia de tal estimativa. Área relacionada também à

aprendizagem dos parâmetros de máxima probabilidade em valores contínuos, assunto este,

Page 15: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

13

inerente ao ramo da inteligência artificial e que utiliza de modelo gaussiano linear para

descrever o modelo de probabilidade que segundo Russel e Norvig (2004, p. 698) é

“minimizado pelo procedimento padrão de regressão linear”, explorado neste trabalho pela

utilização do WEKA, uma biblioteca composta por algoritmos de aprendizagem de máquina.

Uma forma de conceber tal solução é através da implementação de um framework, o

qual, diferentemente de um sistema, tem propósito mais genérico. Esta característica é

especialmente válida devido à reutilização das mesmas rotinas para diferentes situações. “Um

framework é uma coleção de artefatos de software que é utilizável por várias aplicações

diferentes. Esses artefatos são, em geral, classes, juntamente com o software exigido para

utilizá-las” (BRAUDE, 2005, p. 567). Em geral, frameworks têm também alta relação com a

camada de negócios, camada esta na qual normalmente atuam.

O presente trabalho, a partir disso, desenvolveu pacotes de classes e interfaces que

constituem um framework responsável pelas operações relacionadas a decisões de nível

estratégico empresarial. Para isso, são analisados dados recebidos pelo framework, advindos

de um ou mais sistemas. Após análise de tais dados, são retornados pelo framework

indicadores que permitam melhor compreender fatores relacionados ao universo desta

empresa, desde o momento do seu projeto de criação até sua constituição legal e operação no

mercado.

11..11 PPRROOBBLLEEMMAA

Os problemas envolvidos na construção deste trabalho relacionam-se à tomada de

decisões executivas em ambientes multicorporativos. Restringe-se a construção do trabalho às

decisões que sejam comuns a um universo distinto de empresas.

11..22 JJUUSSTTIIFFIICCAATTIIVVAA

Dentre as razões que justificam a confecção deste trabalho, estão:

a) a falta de informações para tomada de decisão no momento de concepção de

empreendimentos;

b) a falta de critério decisório para elaboração do planejamento de uma empresa;

Page 16: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

14

c) a falta de critério decisório para adaptação do planejamento à realidade vivenciada.

11..33 OOBBJJEETTIIVVOOSS

O objetivo geral do trabalho é desenvolver um framework como sistema de apoio ao

executivo (SAE) responsável pelas operações relacionadas a decisões de nível

estratégico, fornecendo informações referentes a metas, projeções, reajustes e otimizações

para empresas de qualquer tipo.

Os objetivos específicos do trabalho a partir do desenvolvimento do referido

framework, consistem em:

a) análise do processo de tomada de decisão em diferentes empresas;

b) definição do conjunto de indicadores a ser trabalhado;

c) elaboração do modelo de projeções, reajustes e otimizações.

Page 17: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo aborda temas a serem apresentados nas seções a seguir, tais como

funções da empresa, gerência de custo, indicadores, estatística, raciocínios e seus tipos,

classificação de sistemas, suporte a decisões, frameworks e trabalhos correlatos.

22..11 FFUUNNÇÇÕÕEESS DDAA EEMMPPRREESSAA

O estudo das funções da empresa é uma etapa importante para evidenciar-se sua

estrutura e desta forma fazer com que as estimativas e indicadores sejam condizentes com a

estrutura definida. “Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções: a saber: (i)

funções financeiras; (ii) funções administrativas; (iii) funções comerciais; (iv) funções

técnicas; (v) funções contábeis; (vi) funções de segurança” (CHIAVENATO, 2000, p. 83).

[...] a visão de Fayol sobre as funções está ultrapassada. Hoje, as funções recebem o nome de áreas da administração: as funções administrativas recebem o nome de área de administração geral; as funções técnicas recebem o nome de área de produção, manufatura ou operações, as funções comerciais, de área de vendas/marketing. As funções de segurança passaram para um nível mais baixo. E, finalmente, surgiu a área de recursos humanos ou gestão de pessoas. (CHIAVENATO, 2000, p. 83).

Uma maneira de organizar a divisão funcional é em relação a seus departamentos. A

opção mais comum para divisão de departamentos é a departamentalização por funções.

Ainda segundo Chiavenato (2000, p. 284), “a divisão do trabalho faz com que a organização

se departamentalize de acordo com o critério de semelhança de funções, em atividades

agrupadas e identificadas pela mesma classificação funcional, como produção, vendas e

finanças”.

Para o alcance dos objetivos estabelecidos, optou-se por utilizar a departamentalização

por funções, visto ser esta a opção escolhida pela maior parte das empresas, utilizando as

funções básicas de Fayol como referência para as funções primárias e incorporando as

funções de segurança às funções administrativas. Desta forma, alcançou-se a seguinte

proposta de divisão funcional:

a) funções financeiras;

b) funções administrativas;

Page 18: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

16

c) funções comerciais;

d) funções técnicas;

e) funções contábeis.

Cabe aqui aprofundar um pouco cada uma das funções, para vivenciar seus recursos e

sua real necessidade a estimativa dos valores e indicadores posteriormente evidenciados.

2.1.1 Funções financeiras

As finanças constituem uma importante etapa dentro do planejamento da empresa,

visto que uma decisão bem ou mal tomada nesta etapa pode significar o crescimento ou queda

da empresa em relação ao seu mercado. Há que se considerar, então, os indicadores para

análise de investimentos e, desta forma, decidir a viabilidade financeira do negócio.

De acordo com Souza (2003, p. 73), “os critérios de rentabilidade tradicionais são

baseados nos fluxos de caixa descontados”.

Os indicadores de análise de projetos de investimentos podem ser subdivididos em dois grandes grupos: indicadores associados à rentabilidade (ganho ou criação de riqueza) do projeto e indicadores associados ao risco do projeto. Na primeira categoria estão o Valor Presente Líquido (VPL); o Valor Presente Líquido Anualizado (VPLa); a Taxa Interna de Retorno; o Índice Benefício/Custo (IBC); e o Retorno sobre Investimento Adicionado (ROIA). Na segunda categoria estão a Taxa Interna de Retorno (TIR); o Período de Recuperação do Investimento (PayBack); e o ponto de Fischer. (SOUZA; CLEMENTE, 2004, p. 70).

2.1.2 Funções administrativas

Tal como afirma Chiavenato (2000, p. 84), “as funções administrativas envolvem os

elementos da administração, isto é, as funções do administrador”, a saber:

a) prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação;

b) organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa;

c) comandar: dirigir e orientar o pessoal;

d) coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforços coletivos;

e) controlar: verificar se tudo ocorre de acordo com as regras estabelecidas e as

Page 19: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

17

ordens dadas.

Assim, para a tomada de decisão nesta etapa, há que se considerar as previsões de

maneira a constituir um arranjo de informações que sirva de modelo para as direções a serem

tomadas, além da necessidade de controlar os resultados de modo a melhorar cada vez mais o

rumo do empreendimento e de comandar e coordenar as tarefas vinculadas aos recursos

humanos da empresa.

Tarefa, para Chiavenato (2000, p. 60), “é toda atividade executada por uma pessoa no

seu trabalho dentro da organização. A tarefa constitui a menor unidade possível dentro da

divisão do trabalho em uma organização”.

Cargo é o conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica ou repetitiva. Desenhar um cargo é especificar seu conteúdo (tarefas), os métodos de executar as tarefas e as relações com os demais cargos existentes. O desenho de cargos é a maneira pela qual um cargo é criado, projetado e combinado com outros cargos para execução das tarefas. (CHIAVENATO, 2000, p. 60).

2.1.3 Funções comerciais

A área comercial relaciona-se à compra e venda de mercadorias e, desta maneira, tem

forte conexão com a gestão dos estoques da empresa. Cabe ao responsável pela área manter

um volume adequado de produtos para ofertar ao mercado, assim como estabelecer quotas de

vendas realistas para que o giro dos estoques se mantenha de forma satisfatória.

“Uma quota de vendas é uma meta de desempenho atribuída aos vendedores ou à

empresa” (SEBRAE, 2007). As quotas auxiliam o responsável pelas vendas no alcance da

meta da empresa. Diferentes tipos de quotas são utilizados no dia a dia das empresas. A maior

parte, no entanto, utiliza-se da quota baseada no volume de vendas, segundo a qual o

vendedor atinge sua cota ou não. Outras, ainda, podem utilizar a quota por lucratividade, na

qual produtos de maior lucratividade rendem maior pontuação; quotas por atividades, na qual

as atividades que implicam vendas é que somam a pontuação; e quotas mistas com a

combinação de mais de uma das estratégias citadas.

Além disso, é necessário também estabelecer a estratégia de marketing a ser adotada

pela empresa. Kotler (1998, p. 97), define o composto de Marketing como “o conjunto de

ferramentas que a empresa usa para atingir seus objetivos de marketing no mercado alvo”. O

Page 20: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

18

composto de marketing a que se refere o autor é comumente chamado de 4Ps do marketing,

nomenclatura essa utilizada para definir os elementos fundamentais do marketing que são

praça, produto, preço e promoção.

2.1.4 Funções técnicas

As funções técnicas estão relacionadas, de maneira geral, ao setor de produção da

empresa. O setor de produção abrange toda a oferta de serviços necessários, internos ou

externos, recursos e mão de obra necessária para executá-lo. O processo de produção pode

diferenciar-se muito, a depender da estrutura de cada empresa. Em determinada empresa, o

processo de produção pode compreender a confecção de um produto, já em outra, a prestação

de serviços. Ainda assim, para ambas as situações, quanto mais a empresa produzir, maior

será seu lucro.

O estímulo adicional para que os operários ultrapassem o tempo padrão é o prêmio de produção. O tempo padrão – isto é, o tempo necessário para o operário realizar a tarefa racionalizada – constitui o nível de eficiência equivalente a 100%. A produção individual até o nível de 100% de eficiência é remunerada pelo número de peças produzidas. Acima de 100% de eficiência, a remuneração por peça é acrescida de um prêmio de produção ou incentivo salarial adicional que aumenta à medida que se eleva a eficiência do operário. (CHIAVENATO, 2000, p. 61).

2.1.5 Funções contábeis

A divisão contábil pode estabelecer os dados numéricos para avaliação do estado atual

e previsão futura do empreendimento. “O balanço patrimonial reflete a posição financeira em

determinado momento de uma empresa” (MARION; LUDÍCIBUS, 2009, p. 15). De tal modo,

representa o balanço patrimonial uma excelente ferramenta de auxilio à tomada de decisão.

Page 21: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

19

22..22 GGEERRÊÊNNCCIIAA DDEE CCUUSSTTOOSS

“Podemos definir genericamente custos como sendo a mensuração econômica dos

recursos (produtos, serviços e direitos) adquiridos para a obtenção e a venda dos produtos e

serviços da empresa.” (PADAVEZE, 2003, p. 4). A esta mensuração atribui-se critérios de

classificação do comportamento dos custos envolvidos.

As possíveis classificações para os custos estão dispostas em duas vertentes:

a) custos diretos e indiretos;

b) custos fixos e variáveis.

Segundo Padaveze (2003, p. 53) “custos diretos e indiretos podem ser classificados em

fixos e variáveis, quando tomamos como referencial o seu comportamento em relação ao

volume de produção (ou venda)”. É importante essa classificação para que se possa adicionar

aos custos uma variável independente, para estudos prospectivos, ou seja, propósito de

previsões, e o processo de tomada de decisão para possíveis novas alternativas de execução.

Conforme mencionado por Padaveze (2003), “a abordagem de custos fixos e variáveis

tem maior relação com análise preditiva de comportamento relacionado a corporação”. De

uma forma geral, custos fixos são aqueles que não se alteram em função do volume

produzido, opondo-se aos variáveis que tem exatamente esta função. Portanto, a metodologia

de custos fixos e variáveis tem maior relação com a formação do mark-up, utilizado para

formação do preço de venda, pois o custeio utilizado pelo mark-up é do tipo por absorção e

referenciado por este método de custo.

“Calcula-se um mark-up tal que, aplicado sobre o custo unitário obtido sob um

método, obtenha-se o preço de venda desejado, que deverá cobrir todos os custos e despesas e

oferecer uma margem desejada” (PADAVEZE, 2003, p. 161). De forma sumarizada, pode-se

dizer que se obtendo todos os custos e o lucro a ser cobrado, o mark-up será a divisão do

percentual restante após subtração das despesas pelo percentual total representante do

produto. O percentual restante representa o custo industrial, ou custo da mercadoria para os

segmentos de comércio. Ou seja, o custo que a mercadoria representa ante o total do seu preço

final.

Com similar propósito está a margem de contribuição, a qual representa o lucro

variável, sendo o lucro um dos aspectos relacionados ao mark-up. Tem-se então que, em cada

unidade vendida, a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido,

teremos a margem de contribuição total do produto para a empresa.

Page 22: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

20

Diante da margem de contribuição é possível calcular-se o ponto de equilíbrio

operacional, ou a quantidade de vendas necessária para obter-se o lucro desejado que pode ser

calculado conforme Quadro 1.

unitáriaãocontribuiçgemMartotaisfixosCustosquantidadePE __.___ ÷≡ Fonte: Padaveze (2003, p. 286).

Quadro 1 – Ponto de equilíbrio operacional

Assim, obtêm-se a quantidade necessária de produção, ao passo que multiplicando-se

os dois valores de forma percentual é possível obter-se o valor necessário de vendas.

Além destes, outros custos podem ser controlados, como os gastos gerais, referentes à

soma de todos os gastos; os gastos de fabricação, resultado da subtração da mão de obra dos

gastos gerais; o faturamento líquido, resultante do faturamento total subtraindo-se os

impostos; o lucro líquido operacional, obtido pela subtração dos impostos do lucro bruto,

entre outros, conforme melhor visualizado em Sebrae (2004).

22..33 EELLEEMMEENNTTOOSS PPAARRAA TTOOMMAADDAA DDEE DDEECCIISSÃÃOO EEXXEECCUUTTIIVVAA –– OOSS IINNDDIICCAADDOORREESS

“Resumidamente, pode-se afirmar que a gestão empresarial de uma micro e pequena

empresa é a soma da atividade “escolha dos indicadores de desempenho” mais a “reunião de

análise e melhorias desses indicadores”” (DIAS, 2007, p. 7). E sob essa perspectiva é possível

avaliar o desempenho desta empresa no mercado e implementar melhorias caso se façam

necessárias.

2.3.1 Indicadores de desempenho

“O indicador de desempenho não é como qualquer outro indicador. Ele precisa estar

orientado para a saúde operacional da empresa, ou seja, só se pode afirmar que um indicador é

de desempenho quando ele melhorar e o resultado operacional da empresa também melhorar”

(DIAS, 2007, p. 9). E, desta forma, têm os indicadores relação direta com os resultados, pelo

simples fato de advir destes.

A escolha dos indicadores é uma etapa importante ao empresário, pois ao escolher

poucos indicadores pode haver dificuldades pela falta de informações para decisão ao passo

Page 23: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

21

que escolhê-los em demasia pode dificultar sua implementação pela grande quantidade de

informações excedentes, que não afetam o resultado e nem melhoram seu comportamento no

mercado. Por isso, conforme Dias (2007, 13), “para uma micro ou pequena empresa ter

resultado, a escolha de três a cinco indicadores de desempenho a ajudaria a atingir o seu

resultado operacional”.

Alguns dos principais indicadores de desempenho, relacionados a micro ou pequena

empresa (MPE), conforme ilustrado na Figura 1, segundo Dias (2007, 16), são:

a) grau de dependência - dividir o total de faturamento com produtos e serviços de

um determinado cliente pelo total de faturamento da mpe;

b) novos clientes - número de novos clientes que a micro ou pequena empresa

conquistou no mês;

c) gasto geral de fabricação da mpe - dividir o gasto geral de fabricação pelo

faturamento total da mpe;

d) aumento do faturamento da mpe - dividir o faturamento geral do mês atual pelo

faturamento geral do mês anterior;

e) qualidade - dividir o total de produtos ou serviços produzidos com defeitos pelo

total de produtos ou serviços produzidos pela micro e pequena empresa;

f) lucro líquido operacional da mpe - diminuir o faturamento total líquido pelos

gastos gerais da micro e pequena empresa;

g) resultado operacional da mpe - dividir o lucro líquido operacional da micro e

pequena empresa (faturamento total menos gastos gerais) pelo ativo total da mpe;

h) eficiência comercial da mpe - dividir o total de orçamentos aprovados pelos

clientes pelo total de orçamentos elaborados e enviados para os clientes da micro e

pequena empresa.

Fonte: Dias (2007, p. 22).

Figura 1 – Indicadores de desempenho

Page 24: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

22

Nota-se entre os indicadores citados, que estes normalmente expressam a relação entre

dois ou mais totais. De forma distinta estão os indicadores financeiros, os quais são

normalmente encontrados por meio de métodos baseados nos fluxos de caixa estimados para

os investimentos.

2.3.2 Indicadores financeiros

Os indicadores para análise de investimentos classificam-se em indicadores de

rentabilidade, em que se destacam o valor presente líquido (VPL), o valor presente líquido

anualizado (VPLa), a taxa interna de retorno (TIR), o índice benefício custo (IBC), o retorno

sobre investimento adicionado (ROIA) e indicadores associados ao risco, podendo ser citados

a taxa interna de retorno (TIR), o período de recuperação do investimento (PB) e o ponto de

Fischer (PF).

A decisão de se fazer investimentos de capital é parte de um processo que envolve a geração e a avaliação das diversas alternativas que atendam às especificações técnicas dos investimentos. Após relacionadas as alternativas viáveis tecnicamente é que se analisam quais delas são atrativas financeiramente. É nessa última parte que os indicadores gerados auxiliarão o processo decisório. (SOUZA; CLEMENTE, 2004, p. 69).

O Quadro 2, fundamentado em conceitos de Souza e Clemente (2004) descreve as

formas de cálculo e a análise da atratividade do resultado obtido.

Método de cálculo do indicador Atratividade do resultado

t

n

t i

FCtVPL

)1(1 +=

=∑ VPL > 0

1)1(

)1(**

−++=n

n

i

ilVPLVPLa VPLa > 0

tosinvestimenfluxopresenteValor

beneficiosfluxopresenteValorIBC

___

___= IBC > 1

)1(100 −= n IBCROIA Ganho além da TMA em relação ao risco

Page 25: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

23

iTIR = , quando, Zeroi

CFjVPL

j

n

j

=+

==∑

)1(

][

0

TIR > TMA

00

ICFPB t

T

t

===∑ PB < vida do investimento

TIRPF = , quando

projetososambosVPL __= Comparação das alternativas

Onde:

i = taxa

n = períodos

CFj = fluxo de investimentos

Demais representações = elementos frequentes como ∑ como representação de um

somatório e também as resultantes dos demais cálculos referenciados pelo cálculo atual.

Fonte: Adaptado de Souza e Clemente (2004).

Quadro 2 – Métodos de cálculo e atratividade dos indicadores

A composição dos indicadores citados tanto no aspecto geral como financeiro podem

servir de parâmetro para guiar o planejamento da empresa e, desta forma, aperfeiçoar o que

for passível de melhoria, impedir resultados insatisfatórios antes que aconteçam e repará-los

caso acontecerem.

2.3.3 Balanced Scorecard

Dentre as metodologias de medição normalmente adotadas, destaca-se o Balanced

Scorecard que tem como propósito a medição e controle de vários dos indicadores já

mencionados. Esta metodologia efetua a medição e a classifica sob 4 perspectivas que guiam

a visão e estratégia do negócio. São elas:

a) financeiro;

b) clientes;

c) processos internos;

d) aprendizado e crescimento.

Page 26: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

24

O desempenho financeiro, indicador de resultado (lag indicator), é o critério definitivo do sucesso da organização. A estratégia descreve como a organização pretende promover o crescimento de valor sustentável para os acionistas; O sucesso com os clientes-alvo é o principal componente da melhora do desempenho financeiro. Além de medir através de indicadores de resultado como satisfação, retenção e crescimento o sucesso com os clientes, a perspectiva de clientes define a proposta de valor para segmentos de cliente-alvo. A escolha da proposição de valor para os clientes é o elemento central da estratégia; Os processos internos criam e cumprem a proposição para os clientes. O desempenho dos processos internos é um indicador de tendência de melhorias que terão impacto junto aos clientes e nos resultados financeiros; Ativos intangíveis são a fonte definitiva de criação de valor sustentável. Os objetivos de aprendizado e crescimento descrevem como pessoas, tecnologia e clima organizacional se conjugam para sustentar a estratégia. As melhorias nos resultados de aprendizado e crescimento são os indicadores de tendência para os processos internos, clientes e desempenho financeiro. (KAPLAN; NORTON, 2004, p. 7).

Estas perspectivas agrupam os indicadores que fundamentarão o último estágio do

processo decisório, a tomada de decisão.

22..44 EESSTTAATTÍÍSSTTIICCAA ÀÀ TTOOMMAADDAA DDEE DDEECCIISSÃÃOO

Dentre os aspectos estatísticos que podem ser utilizados para tomada de decisão,

encontram-se a regressão linear e a programação linear.

2.4.1 Regressão linear

Conforme Azevedo (1997, p. 10) um modelo de regressão linear se caracteriza por

apresentar formalmente as duas seguintes propriedades de uma relação estatística:

a) da população de onde retiram-se as observações, tem-se uma distribuição de

probabilidade de Y, para cada nível de X;

b) as médias dessas distribuições de probabilidade variam de alguma forma

sistemática com X.

Os modelos de regressão linear mais difundidos são a regressão linear simples e

regressão linear múltipla. Considerando o aspecto da estimativa com orientação à

implementação da rotina, pode-se afirmar de uma forma geral que tanto a regressão simples

como as demais produzirão a estimativa apenas para uma das propriedades do conjunto de

propriedades do elemento. A diferença está que a regressão linear simples considera apenas

Page 27: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

25

uma propriedade para estimar o resultado, normalmente expressa através do par ordenado,

período + propriedade1, estimando-se um modelo que representará os próximos valores da

propriedade1, ao passo que os demais modelos de regressão consideram um par de elementos,

expresso, como, por exemplo, período + propriedade1 + propriedade2 + propriedadeN,

estimando-se um modelo que representará os próximos valores apenas da propriedade1. Ou

seja, apesar de considerar mais elementos, o resultado será para apenas um valor em ambos os

casos, mas a análise levará em consideração também as demais propriedades no caso da

regressão linear múltipla.

O modelo de regressão linear simples é expresso conforme o Quadro 3.

iii XY εββ ++= 10

Onde:

iY : variável resposta (dependente);

iX : uma constante conhecida (não é variável aleatória);

10 __ ββ e : são parâmetros;

iε : é um erro aleatório

Fonte: Azevedo (1997, p. 13).

Quadro 3 – Modelo de regressão linear simples

Um dos métodos mais comuns para otimização de problemas envolvendo regressão

linear é o método dos mínimos quadrados, o qual, conforme Azevedo (1997, p. 13) “considera

a soma dos quadrados dos desvios de Y com relação ao seu valor esperado”, ou seja, procura

minimizar o erro através de sua distribuição pelo conjunto de elementos.

Um importante aspecto a se considerar para o modelo é atestar-se a sua acurácia. Uma

forma comum de atestar é através do emprego do coeficiente de correlação de Pearson que

tem, de uma forma geral, como propriedade mensurar em uma escala de -1 a 1 a relação

entres as variáveis do modelo. Caso o coeficiente obtido se enquadre abaixo de 0, diz-se que

as variáveis são inversamente proporcionais, caso se enquadre em valores próximos de 0, a

relação é fraca, para valores mais próximos de 1, diz-se que ocorre uma relação de moderada

a forte.

Page 28: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

26

2.4.2 Programação linear

“É um problema de otimização que consiste em achar os valores das variáveis x1, x2,

...xn que minimizam (ou maximizam) a função objetivo” (LINS, 2006, p. 8). Os modelos de

programação linear têm por objetivo sua maximização, minimização ou a busca das variáveis

que atendam a um objetivo específico. Alguns elementos são necessários aos problemas de

programação linear (PPL).

Variáveis de decisão: são as variáveis consideradas relevantes ao problema, passíveis de quantificação e disponíveis; Função objetivo: é uma função, produto de coeficientes pelas variáveis de decisão, que se deseja otimizar no problema, como a maximização do lucro ou minimização dos custos; Restrições: correspondem aos elementos restritivos que todo problema possui, como limitações de recursos produtivos ou capital para investimento. (LINS, 2006, p. 7).

Os elementos citados têm relevância maior na formulação do problema normalmente

advindo de alguma situação em particular como, por exemplo, a maximização de lucro de

determinado negócio. Um modelo de PPL, pode ser visualizado no Quadro 4.

Restrições:

11111 ... bxaxa nn ≥++

bmxaxa nmnm ≥++ ...11

Sujeito à: jxa j ∀≥ 0:

Função objetivo:

Min nnxcxcxc +++ ...2211

Fonte: Lins (2006, p. 11).

Quadro 4 – Modelo para problema de programação linear

Primeiro o conjunto de restrições limita o problema ao vetor de restrições apresentado,

após, a função objetivo apresenta o modelo de função para minimização da solução.

A solução do problema pode ser encontrada pela resolução do tableau simplex.

Conforme Lins (2006, p. 91) “o tableau simplex é uma forma de esquematizar os PPL’s. O

quadro apresenta os coeficientes das variáveis em colunas e as restrições e função objetivo em

linhas”. A solução é encontrada pela iteração do algoritmo simplex sob um poliedro que

representa o tableau e que se refina incorporando variáveis de folga ao problema até

encontrar-se a solução na qual todos os elementos de Z são maiores que zero e que representa

a solução ótima do problema.

Page 29: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

27

22..55 RRAACCIIOOCCÍÍNNIIOOSS EE SSEEUUSS TTIIPPOOSS –– EELLEEMMEENNTTOOSS CCOONNCCEEIITTUUAAIISS ÀÀ TTOOMMAADDAA DDEE DDEECCIISSÃÃOO

Conforme Russel e Norvig (2004, p. 567) “o príncipio básico da teoria da decisão é a

maximização da utilidade esperada”. Para tanto, há que se considerar os tipos de raciocínio,

elementos imprescindíveis a tomada de decisão. Os tipos de inferências mais comuns para os

raciocínios são a dedução e a indução. Além desses, tem-se estudado mais recentemente um

novo tipo de inferência, descrita como abdução.

De forma geral, a dedução concebe suas inferências em uma expressão do tipo, a parte

está para o todo, então as propriedades destas partes também. Já na inferência por indução, o

todo está para as partes, então as propriedades deste todo também. Esses dois tipos mais

comuns de raciocínio procuram suas razões a partir do relacionamento prévio dos elementos

evidenciados. Já a abdução, de forma geral, procura a relação dos objetos a partir de suas

propriedades. Segundo Heinzle (2011, p. 138) “essa forma de raciocinar é caracterizada por

estudar fatos de interesse e então buscar a invenção de uma teoria capaz de explicá-los”.

Assim, descrevendo de maneira sucinta, a abdução parece ser a única forma de

raciocínio a criar novo conhecimento, pois estuda as relações a partir das propriedades e não

as propriedades a partir das relações.

Destaca-se, no Quadro 5, um exemplo de Pierce, criador da abdução em sua teoria do

raciocínio, a qual demonstra de maneira coerente a diferença entre os tipos de raciocínio

citados.

Dedução Regra: Todos os feijões deste pacote são brancos Caso: Estes feijões provêm deste pacote Resultado: Estes feijões são brancos Indução Caso: Estes feijões provêm deste pacote Resultado: Estes feijões são brancos Regra: Todos os feijões deste pacote são brancos Abdução Regra: Todos os feijões deste pacote são brancos Resultado: Estes feijões são brancos Caso: Estes feijões provêm deste pacote

Fonte: Pierce (1972 apud HEINZLE, 2011, p.140).

Quadro 5 – Diferença entre os tipos de raciocínio

Page 30: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

28

22..66 CCLLAASSSSIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDEE SSIISSTTEEMMAASS

“Os tipos de sistemas de informação mais comuns nas organizações de negócios são

aqueles projetados para o comércio eletrônico e móvel, processamento de transações,

informações gerenciais e apoio a decisão” (STAIR; REYNOLDS, 2011, p.14). A distribuição

da maior parte destes sistemas situa-se em torno da estrutura organizacional e é a maneira

como normalmente são classificados também. Assim, de forma geral, temos sistemas de

informações relacionados à operação, sistemas para o nível tático - alimentados por dados do

nível operacional, e também sistemas para o nível estratégico - alimentados por dados do

nível tático, cada nível com uma ou mais classificações de sistemas e cada classificação com

uma ou mais nomenclaturas envolvidas.

Na Figura 2, pode-se observar algumas classificações de sistemas conforme seu nível.

Fonte: Adaptado de Stair e Reynolds (2011).

Figura 2 – Classificação de sistemas

Nível Estratégico

Nível Tático

Nível Operacional

Sistemas de apoio ao executivo

Sistemas de apoio à decisão

Sistemas de informação gerencial

Sistema de processamento de transações

Page 31: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

29

Tal como se observa na Figura 2, no nível operacional, situam-se os sistemas de

processamento de transações (SPT), dentre esses, os mais diversos.

As atividade de processamento incluem coletar dados, editá-los, corrigi-los, manipulá-los, armazená-los e produzir documentos. O resultado de processar transações de negócio é que os registros da organização são atualizados para refletir o estado da operação na época da última transação processada. (STAIR; REYNOLDS, 2011, p.331).

Como exemplo, pode-se mencionar os Enterprise Resource Planning (ERP), os quais

incorporam a maior parte dos sistemas elementares deste nível e alimentam os sistemas de

nível tático.

No nível tático estão os sistemas de informação gerencial (SIG), também conhecidos

como Management Information System (MIS), além dos Sistemas de Apoio à Decisão (SAD),

também chamados de Decision Support System (DSS). “O propósito principal do MIS é

auxiliar uma organização a alcançar seus objetivos, fornecendo aos gerentes uma perspectiva

detalhada das operações regulares da organização para que eles possam controlar, organizar e

planejar de forma mais eficaz” (STAIR; REYNOLDS, 2011, p.371). Em um DSS conforme

Stair e Reynolds (2011, p.388) “o foco é a eficácia da tomada de decisão, quando enfrentado

com problemas de negócios não estruturados ou semiestruturados”. A diferença principal

entre um SIG e um SAD ou um MIS e um DSS diz respeito a suas formas de interação.

Enquanto um SIG fornece as informações baseadas em dados pré-dispostos dos níveis

operacionais e pós-processados pelo sistema, um SAD as fornece baseadas em inferências

resultantes da aquisição de conhecimento prévio informado pelo usuário, interpretados junto

ao nível operacional e igualmente processadas pelo sistema.

Já no nível estratégico, situam-se os sistemas de informação executiva (SIE), os quais

têm propósito similar aos SIG, representadas por indicadores, mas neste caso relacionadas ao

nível estratégico e normalmente alimentadas pelo nível tático. Alguns autores utilizam a

nomenclatura sistemas de apoio ao executivo ou executive support system (ESS) para referir-

se ao mesmo tipo de sistema. O termo parece um pouco equivocado, pois baseando-se

também na definição de nível tático, como SIG e SAD, que são sistemas distintos, não devem

dizer respeito a mesma classificação e também porque as decisões deste nível normalmente

não são baseadas em inferências, as quais seriam o caso de apoio à decisão, pois os dados

advindos ou foram processados pelo SIG ou já foram inferidos de um SAD, ambos do nível

tático e portanto não havendo razoabilidade em inferir-se uma informação já predisposta.

Além disso, um SIG trabalha com atributos contínuos ao passo que um SAD trabalha com

Page 32: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

30

atributos discretos. Isto porque conforme Stair e Reynolds (2011, p. 392) “um DSS enfatiza

decisões reais e estilos de tomada de decisão”, ao passo que um “MIS geralmente enfatiza

somente as informações”.

Apesar dos conceitos imprecisos, uma comparação entre sistemas de apoio à decisão,

SAD ou DSS, e sistemas de apoio ao executivo, SAE ou ESS, torna a dúvida esclarecida por

Stair e Reynolds (2011).

Um ESS é um tipo especial de DSS e, como um DSS, é projetado para dar suporte às tomadas de decisões de alto nível na organização. Os dois sistemas são, no entanto, diferentes de forma importante. Os DSS fornecem uma variedade de ferramentas de modelagem e análise para capacitar os usuários a analisar completamente os problemas, isto é, eles permitem aos usuários responder as questões. Os ESS apresentam informações estruturadas sobre aspectos da organização que os executivos consideram importantes. (STAIR; REYNOLDS, 2011, p. 400).

O raciocínio é ilustrado pela Figura 3.

Fonte: Adaptado de Stair e Reynolds (2011).

Figura 3 – Relacionamento dos sistemas pelos níveis

A Figura 3 relaciona alguns dos argumentos anteriormente levantados. Como pode ser

visto no relacionamento em destaque na figura, apesar de não razoável argumento para

sustentar um SAE como SIE, por um SIE normalmente não tratar de inferências, também não

Page 33: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

31

é razoável tratá-lo como apoio, pois os únicos caminhos possíveis para premissas seriam

advirem do SAD, com decisões já inferidas, e assim gerando incoerente reprocesso, ou da

base, gerando contratempos desnecessários ao executivo, por necessidade de indicar as

premissas. Assim, os dois termos podem ser usados para designar a mesma classificação, pois,

as inferências normalmente adotadas no apoio não se fazem presentes e também não seria

sensato à divisão por classificação de sistemas com mesma função, que neste caso relacionado

ao apoio executivo. Assim convenciona-se com qualquer uma das duas formas, seja sistema

de apoio ao executivo, seja sistema de informações executivas, pois ainda que não

relacionadas às inferências, tratam da mesma função.

22..77 SSUUPPOORRTTEE AA DDEECCIISSÕÕEESS

O suporte a decisões estuda maneiras de verificar a viabilidade de determinada escolha

dado um contexto previamente estabelecido. Compreender, também, técnicas que permitam

mensurar dados de maneira a constituir regras que comportem decidir, entre as escolhas

elencadas, qual delas atende de maneira mais satisfatória à proposta instituída.

Alguns autores decompõem estas técnicas em paradigmas científicos. “As

metodologias voltadas ao apoio à decisão adotam o construtivismo como paradigma

científico, ao contrário das metodologias voltadas a tomada de decisão, que seguem o

paradigma racionalista” (ENSSLIN; MONTIBELLER NETO; NORONHA, 2001, p. 35).

Esses mesmos autores ainda atribuem as metodologias multicritério como implementações do

apoio à decisão e pesquisa operacional como implementações à tomada de decisão.

É possível afirmar, por fim, que o paradigma racionalista ou metodologias muticritério

é de grande validade para a fase de definição de metas, visto seu processamento basear-se

essencialmente nos critérios e seus valores. Isto é, não se utiliza de resultados anteriores,

indisponíveis nessa fase, já que as metas representam valores a serem alcançados

independente de resultados passados, ao passo que o paradigma construtivista ou baseado na

pesquisa operacional pode utilizar-se de resultados anteriores, sendo assim recomendável para

efetuarem-se projeções de resultados.

Page 34: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

32

2.7.1 Paradigma construtivista – Metodologias multicritério

Segundo Ensslin, Montibeller Neto e Noronha (2001, p. 35), “o paradigma

construtivista é o mais apropriado em fornecer apoio aos processos decisórios que envolvem

situações complexas”. Conforme mencionado anteriormente, existe uma diferença entre o

processo de apoio à decisão e o processo de tomada de decisão.

Os métodos para tomada de decisão multicritério, em geral, fazem uso de um conjunto

de soluções possíveis e então são definidos os critérios necessários para obtenção de soluções

do problema. Dessa forma, é possível avaliar o grau de satisfação em relação a cada

alternativa. A decisão multicritério engloba metodologias que podem ser aplicados à análise

de situações complexas.

Situações complexas são aquelas que envolvem múltiplos atores, cada um deles com seu sistema de valores, múltiplos objetivos com conflitos de interesses, diferentes níveis de poder entre os atores e necessidade de negociação entre eles, além de uma enorme quantidade de informações qualitativas e quantitativas. (ENSSLIN; MONTIBELLER NETO; NORONHA, 2001, p. 35).

Conforme Gomes, Araya e Carignano (2004, p. 5), dentre os métodos mais divulgados

para tomada de decisão multicritério em cenários complexos, têm-se: “(i) métodos da escola

americana e (ii) métodos da escola francesa ou européia”.

Os métodos da escola americana descendem de deu método mais difundido, no qual

são baseados os demais, sendo denominado Analytical Hierarchy Process (AHP).

Basicamente, o AHP, principal método da escola americana, fundamenta sua decisão

atribuindo-se pelo usuário graus de importância para os atributos, além de preferência do

valor para a lista de valores de cada atributo. Desta forma, os responsáveis indicam o que é

importante e por meio disso o método se refina para atendê-lo ao indicar quais dentre as

seleções têm maior aproximação em relação aos aspectos requeridos.

Os métodos da escola francesa descendem igualmente do seu método mais difundindo

e que leva o nome de Electre - ELimination Et Choix Traduisant la REalité. “Os métodos

Electre fazem parte dos denominados Métodos de Superação, pois eles têm, como conceitos

teórico central, as relações de superação” (GOMES; ARAYA; CARIGNANO, 2004, p. 97). O

funcionamento diferencia-se por não estabelecer fila total de prioridades e sim relações de

importância. Assim, é possível indicar que A é prioritário a B, que A é prioritário a C e que C

Page 35: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

33

é também prioritário a B. Ou seja, a ordem de importância é constituída de relações

independentes, dando maior flexibilidade ao resultado.

2.7.2 Paradigma racionalista – Pesquisa operacional

A pesquisa operacional trata de problemas de otimização em geral. Boa parte de suas

soluções provém de soluções baseadas no algoritmo simplex, muito utilizado para solucionar

problemas de programação linear, como são conhecidos a maior parte dos problemas de

pesquisa operacional.

Estes problemas relacionados à programação linear tratam de questões em que exista

uma função objetivo e restrições a essa função. Assim, o problema pode ser expresso com a

variável numérica a ser atingida em função de uma série de recursos e uma série de limitações

que impedem ou de alguma maneira restringem determinados recursos conforme visto nas

seções anteriores.

22..88 FFRRAAMMEEWWOORRKK

“Um framework pode comportar-se como uma aplicação genérica que personalizamos

inserindo nossas próprias partes. Os artefatos do framework estão em geral na forma pronta

para usar e são códigos nativos” (BRAUDE, 2005, p. 567). Um framework deve ser

desenvolvido utilizando-se a arquitetura mais abstrata possível, permitindo, assim, a

flexibilidade necessária à estrutura da aplicação. A camada de negócios de um framework de

suporte a decisões está vinculada ao controle que será elencado. Segundo Braude (2005, p.

569), uma “possível utilização de um framework se dá por ele conter o controle”. Controle

este relativo às regras de negócio mencionadas.

“Ao construir frameworks, buscamos generalizações (abstrações) das classes que

selecionamos até o momento” (BRAUDE, 2005, p. 570). Normalmente um framework é

concebido partindo-se de uma lista de softwares previamente construídos. Assim,

generalizando-se algumas de suas partes, é possível chegar a um framework que provenha

funcionalidades para uma diversidade de aplicações.

Page 36: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

34

Muitas são as definições sobre as características necessárias a concepção de um

framework. Algumas delas dizem respeito a sua forma de composição ser constituída de

Frozen Spots e Hot Spots que seriam respectivamente partes fixas e partes flexíveis. Outras

dizem respeito à presença da inversão de controle (IoC), característica esta bastante comum

em frameworks, dentre estes destacam-se os containers leves, bastante difundidos e aceitos.

Segundo Fowler (2004) “dizer que containers leves são especiais porque usam inversão de

controle é como dizer que meu carro é especial porque tem rodas.” O framework inverte o

controle de algum aspecto sob guarda de aquisição de informação pela aplicação. Ou seja,

dependência de injeção dos dados relativos ao controle. Assim, outra característica presente

em frameworks diz respeito à injeção de dependência ou dependency injection (DI). “Ao

aplicarmos IoC, objetos são dados as suas dependências em tempo de criação por alguma

entidade externa que coordena cada objeto do sistema. Quer dizer dependências são injetadas

nos objetos” (WALLS; BREIDENBACH, 2006, p.16).

Portanto, resumidamente, um framework deve trabalhar com abstrações das partes

fixas e normalmente prover interfaces para implementação pela aplicação das características

relativas à injeção das dependências necessárias a inversão de controle do framework e

concebidas pela aplicação por meio de herança das características do framework.

A Figura 4 ilustra uma arquitetura genérica com características de um framework.

Fonte: Adaptado de Walls e Breidenbach (2006).

Figura 4 – Arquitetura comum à concepção de um framework

Page 37: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

35

A aplicação implementa a interface do framework em questão em uma classe de

objeto, o qual foi criado pela aplicação e injetado no núcleo do framework. Este núcleo é

representado por uma classe abstrata da qual a aplicação realiza herança das características e

recebe resultados dos processamentos advindos por referência dos objetos injetados.

22..99 TTRRAABBAALLHHOOSS CCOORRRREELLAATTOOSS

Dentre os trabalhos correlatos encontrados, pode-se listar Heckler (2009), com sua

ferramenta de apoio a gerência de configuração, Silva (2010), com seu arcabouço para tomada

de decisão colaborativa, e Casotti (1993), descrevendo aspectos relativos à programação

multiobjetivo.

Heckler (2009) procura implementar em seu trabalho de graduação um software para

gerência baseado em qualidade seguindo características relativas aos padrões de qualidade

para desenvolvimento de software mencionados em modelos como CMMI e MPS.BR.

Heckler (2009) o nomeia como Redmine GCO, uma ferramenta de apoio para a Gerência de

Configuração. Como resultados, Heckler (2009) cita um ganho de qualidade vinculado à

otimização dos processos de desenvolvimento resultante do software implementado.

Silva (2010), por sua vez, desenvolveu um arcabouço de tomada de decisão

colaborativa para o gerenciamento da evolução de empresas virtuais. Em seu arcabouço, Silva

(2010) descreve a criação de um protocolo de tomada de decisão. Segundo Silva (2010), é

este o responsável pelo processamento relativo às decisões e é baseado em um modelo

adaptado a sua implementação que é nomeado como Engineering Change Management

(ECM). Seu arcabouço ainda avalia o grau de confiança entre os parceiros, justamente por se

tratar de um software colaborativo. Como resultados, Silva (2010) constata que a utilização de

ferramentas de apoio colaborativo como a sua são capazes de melhorar a qualidade de

decisões tomadas por coordenar melhor o processo e permitir um melhor embasamento para a

tomada de decisão.

Casotti (1993) apresenta modelagem de problemas da vida real resolvidos por meio de

técnicas as mais variadas combinadas em um software de apoio a decisão. Uma abordagem

utilizada por Casotti (1993) é a metodologia multicritério por meio de modelagem

matemática.

Page 38: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

36

Nos trabalhos pesquisados, foram encontradas informações relevantes tanto a respeito

da construção de sistema de suporte à decisão como em Heckler (2009) e Silva (2010), quanto

informações a respeito das técnicas relacionadas ao apoio à decisão, como em Casotti (1993),

que servirão também de embasamento para construção da ferramenta a que se propõe esse

trabalho.

Page 39: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

37

3 DESENVOLVIMENTO

Neste capítulo, serão abordados temas relativos ao desenvolvimento do framework. Na

seção 3.1, será apresentado o sistema que fará uso do framework; na seção 3.2, podem ser

visualizados os requisitos do framework; posteriormente, na seção 3.3, será apresentado o

modelo de arquitetura do framework; na seção 3.4, pode ser visto o modelo de negócios

utilizado pela ferramenta; na seção 3.5, a utilização dos raciocínios à concepção do

framework, na seção 3.6, tem-se a produção do modelo para o balanced scorecard (BSC) e na

seção seguinte, 3.7, será demonstrada a implementação do framework através da sua

constituição por fases. Por fim, na seção 3.8, serão mencionados os resultados da ferramenta

produzida.

33..11 SSIISSTTEEMMAA AATTUUAALL

O framework deve ser multicorporativo e, desta forma, necessita ser construído de

forma a suportar diferentes aplicações. Por essa razão, qualquer sistema pode fazer uso do

framework desde que implementadas suas interfaces de referência. Os estudos de caso são

procedidos junto à implementação.

33..22 EESSPPEECCIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDOOSS RREEQQUUIISSIITTOOSS

O Quadro 6 lista os requisitos funcionais (RF) previstos para o framework e sua

rastreabilidade, ou seja, vinculação com o(s) caso(s) de uso associado(s).

Requisitos Funcionais Caso de Uso

RF01: O framework deverá fornecer interfaces com implementações de

referência para entrada de dados UC01

RF02: O framework deverá retornar ao sistema lista de metas baseadas

nas margens UC02

RF03: O framework deverá retornar ao sistema lista de projeções

baseadas nos totalizadores informados; UC03

Page 40: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

38

RF04: O framework deverá retornar ao sistema reajustes baseados nos

totais apresentados UC04

RF05: O framework deverá retornar ao sistema otimizações baseadas nas

informações do processo de aquisição/produção UC05

Quadro 6 - Requisitos funcionais

O Quadro 7 lista os requisitos não funcionais (RNF) previstos para o sistema.

Requisitos Não Funcionais

RNF01: O framework deverá utilizar UML como linguagem de modelagem

RNF02: O framework deverá utilizar Java como linguagem de programação

RNF03: O framework deverá utilizar Eclipse como IDE para desenvolvimento em Java

RNF04: O framework deverá utilizar bibliotecas como Weka, Apache POI e Apache

Commons Math para implementação das rotinas relacionadas às projeções, cálculos

financeiros e otimizações.

Quadro 7 - Requisitos não funcionais

33..33 AARRQQUUIITTEETTUURRAA DDOO FFRRAAMMEEWWOORRKK

Na Figura 5, pode ser visualizado o modelo de arquitetura. Nele, pode-se observar

como será procedido o fluxo de informações relativo ao funcionamento do framework.

Page 41: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

39

Figura 5 – Arquitetura do framework

Page 42: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

40

Como se pode constatar na Figura 5, os artefatos abstratos referentes à implementação

do framework são destacadas pela boundary box frozen spots, ao passo que a implementação

destes arfetatos, suas dependências e heranças são procedidas pela aplicação na boundary box

hot spots. A injeção das dependências é demonstrada pela utilização de um único injetor,

apenas para visualização, mas na implementação encontra-se um injetor para cada

dependência. O mesmo ocorre com as instâncias pelo framework de objetos da aplicação, em

que existe um construtor de objetos filho para cada pai injetado pela aplicação. O framework

não tem capacidade para criar um objeto, pois desconhece a característica do objeto injetado,

mas conhece sua interface, por isso, pode solicitar a aplicação por um método de interface a

criação de um novo objeto filho, a partir da referência do objeto pai já injetado. É assim que o

framework constrói novos objetos mesmo desconhecendo suas características.

33..44 MMOODDEELLOO DDEE NNEEGGÓÓCCIIOOSS

Esta seção apresenta o diagrama de casos de uso como auxílio ao processo inicial de

modelagem do framework.

3.4.1 Diagrama de casos de uso

Nesta subseção, apresenta-se a modelagem do diagrama de casos de uso, o qual cria a

perspectiva inicial ao desenvolvimento do framework. O detalhamento dos casos de uso, bem

como a descrição de seus cenários, são apresentados a partir do Apêndice A. A Figura 6

apresenta o diagrama de casos de uso para o framework.

Page 43: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

41

Figura 6 – Diagrama de casos de uso para o framework

3.4.2 Fases do framework – Diagrama de sequência

Convencionou-se utilizar para a implementação do framework um modelo de fases

onde cada uma das fases descrevesse o processamento de rotinas necessárias à conclusão dos

casos de uso anteriormente relacionados. Para modelagem inicial, um simples descritivo das

fases foi concebido como demonstrado na Figura 7.

Page 44: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

42

Figura 7 – Descritivo das fases

A Figura 7 descreve as entradas e saídas referentes a cada uma das fases. Após

visualização da descrição dos dados, foi possível a concepção do diagrama de sequência do

framework, como apresentado na Figura 8.

Page 45: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

43

Figura 8 – Diagrama de sequência do framework

No diagrama de sequências apresentado na Figura 8, o fluxo de execução consiste de

injeção das dependências, destacado em azul, chamadas aos métodos relativos às estimativas

e solução de cada retorno por meio de objetos filhos a partir da referência do objeto pai

injetado.

33..55 UUTTIILLIIZZAAÇÇÃÃOO DDOOSS RRAACCIIOOCCÍÍNNIIOOSS ÀÀ TTOOMMAADDAA DDEE DDEECCIISSÃÃOO

Dos raciocínios estudados à tomada de decisão, destaca-se para a implementação dos

conceitos neste framework a dedução e a indução, as quais tiveram seus conceitos utilizados

pelo grafo de precedência de cálculos. Isto porque, como os elementos finais caracterizam

suas heranças em relação à raiz, deduz-se que as mudanças na raiz serão em igual proporção

nestes elementos, caso das metas. E no processo inverso, caso dos reajustes, tem-se elementos

Page 46: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

44

finais já especializados caracterizando a generalização na raiz, ou seja, se os elementos finais,

neste caso, os totais, apresentam tais valores, induz-se que as margens devem ser corrigidas na

mesma proporção.

33..66 PPRROODDUUÇÇÃÃOO DDOO BBSSCC

A produção de um balanced scorecard está relacionada à concepção dos valores a cada

uma das perspectivas evidenciadas pela metodologia dentre os quais estão, como já citados na

fundamentação, a perspectiva financeira, de clientes, processos internos, aprendizado e

crescimento. O framework implementa a produção dos indicadores, deixando para aplicação a

opção por exibi-los da maneira que melhor lhe convier.

33..77 IIMMPPLLEEMMEENNTTAAÇÇÃÃOO

Com os conceitos estudados, técnicas levantadas e modelagens procedidas, dá-se a

construção do framework que forneça as listas mencionadas conforme requisições do sistema.

3.7.1 Técnicas e ferramentas utilizadas

As seguintes tecnologias foram utilizadas para a construção do framework:

a) linguagem Java: linguagem de alto nível, alta portabilidade e que permite

integração com weka, apache commons math e apache POI, ambas de extrema

importância para construção do trabalho;

b) reflection: capacidade inerente à linguagem de instrospeccionar os seus elementos,

no caso, as classes de objeto;

c) dependency injection: construção da injeção de dependência pela própria estrutura

do framework

d) IDE eclipse: IDE bastante utilizada e com vários recursos além de uma gama de

linguagens suportadas;

Page 47: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

45

e) biblioteca WEKA: biblioteca com vários recursos para área de inteligência

artificial;

f) biblioteca apache commons math: biblioteca com vários recursos para área

estatística, otimização, álgebra linear, números complexos, algoritmos de

inteligência artificial, dentre outros;

g) biblioteca apache POI: biblioteca para manipulação de formatos com funções

adicionais aos cálculos financeiros;

h) estilo arquitetural em camadas: estilo bastante conhecido e difundido devido à

flexibilidade na construção e baixo acoplamento fornecido.

As seções seguintes detalham algumas das tecnologias indispensáveis à constituição do

framework.

3.7.1.1 Apache POI

A apache POI é uma biblioteca para manipulação de formatos de documentos o qual

inclui também rotinas para cálculos financeiros. A maior parte das rotinas relacionadas a

finanças encontra-se nos pacotes, org.apache.poi.ss.formula.functions.FinanceLib e

org.apache.poi.ss.formula.functions.Irr .

Nos pacotes citados, podem ser encontradas a maior parte das rotinas comuns em

cálculos financeiros, especialmente no que tange às rotinas também encontradas em

calculadoras financeiras.

Dentre os métodos mais comuns encontrados nos pacotes FinanceLib e Irr, vale

destacar:

a) npv(double r, double[] cfs) – para calcular o valor presente;

b) pmt(double r, double n, double p, double f, boolean t) – para

pagamento periódicos;

c) irr(double[] income) – para taxa interna.

Page 48: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

46

3.7.1.2 Waikato Environment for Knowledge Analysis - WEKA

Weka é uma biblioteca de uso para utilização de implementações relacionadas a

rotinas de inteligência artificial, e mais especificamente na área de Data Mining (DM), é

distribuída sob licença pública e tem seus fontes abertos para colaborações.

Esta biblioteca tem, entre suas rotinas, implementações para classificação de dados,

clusterização e regras de associação. Entre estes grupos está a regressão linear classificada no

pacote weka.classifiers.functions.LinearRegression do Weka.

Para uso da implementação da LinearRegression, faz-se necessário uso do arquivo

ARFF do Weka. O arquivo ARFF é um simples arquivo que descreve uma relação, seus

atributos e valores separados por vírgula.

Os elementos necessários ao arquivo ARFF são os seguintes, sucedidos pelos seus

dados:

a) @RELATION – descreve a relação, como uma tabela em BD uma relação fornece

uma descrição para a estrutura;

b) @ATTRIBUTE – descreve os atributos sucedidos por seu tipo, no caso da

regressão linear sempre do tipo REAL, pois a regressão linear não comporta

atributos discretos;

c) @DATA – descreve os dados sucedidos pelos seus valores separados por vírgula,

uma linha representa de forma geral uma tupla, para fator comparação.

Pode-se mencionar o principal método para regressão linear no Weka como sendo

buildClassifier(instances) chamado pela instanciação de um objeto do tipo

LinearRegression . O uso do buildClassifier consiste em receber o conjunto de dados

através do arquivo carregado no Loader do weka.

Instances instances = arffLoader.getDataSet();

LinearRegression linearRegression = new LinearRegre ssion();

linearRegression.buildClassifier(instances);

Quadro 8 - Trecho de código para regressão linear

Com relação ao coeficiente de Pearson, o valor da correlação pode ser obtido através

do método evaluation.correlationCoefficient() , o qual é advindo de um objeto de

classe Evaluation , como demonstrado no Quadro 9.

Page 49: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

47

Evaluation evaluation = new Evaluation(instances);

evaluation.evaluateModel(linearRegression, instance s);

Double coeficienteCorrelacao = evaluation.correlati onCoefficient();

Quadro 9 - Trecho de código para obtenção do coeficiente de correlação

3.7.1.3 Apache Commons Math

Apache commons math é uma biblioteca para utilização de rotinas relacionadas à

matemática e inteligência artificial. Apresenta rotinas vinculadas à análise numérica, números

complexos, algoritmos genéticos, otimização, caso em particular do simplex, entre outros.

A utilização da biblioteca dá-se de maneira similar à modelagem do problema PL, pois

a biblioteca utiliza os mesmos termos e elementos para definição do problema.

As rotinas da classe de objetos simplex ficam no pacote

org.apache.commons.math3.optimization distribuídas em outros sub-pacotes conforme a

função requerida. Algumas rotinas comuns ao uso da biblioteca são:

a) LinearConstraint(coefficients, relationship, value) – são as restrições,

as quais tem em sua instanciação a composição de uma lista de coeficientes;

valores para a restrição, um atributo operador relacional e um valor limitante para

a restrição;

b) LinearObjectiveFunction(coefficients, constantTerm) – representa a

função objetivo expressa também com uma lista de coeficientes e uma constante;

c) PointValuePair pointValuePair =

simplexSolver.optimize(linearObjectiveFunction, con straints,

goalType, restrictToNonNegative) – através do PointValuePair a

solução é obtida passando como parâmetros para o objeto da classe

SimplexSolver os elementos necessários ao cálculo, como a função objetivo, a

lista de restrições, o tipo do objetivo (maximizar ou minimizar) e a restrição de não

negatividade.

Page 50: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

48

3.7.2 Estrutura de funcionamento das fases

Foi adotada para implementação do framework uma estrutura de funcionamento

própria para cada uma das fases, visto terem elas objetivos diferentes entre si, utilizando-se,

portanto, tecnologias e rotinas distintas.

3.7.2.1 Fase Metas

Para construção da fase metas, tomou-se como entrada as margens fornecidas pela

aplicação e, como objetivos, fornecer o maior número de atributos contínuos que apoiem as

rotinas do executivo, sejam estas indicadores ou mesmo valores relacionados ao negócio.

Assim, na busca por indicadores em função das margens e tomando como referência os

estudos junto à fundamentação teórica, procedeu-se a um grafo para descrever quais cálculos

seriam necessários para atingir-se o indicador mencionado e então, quais cálculos seriam

necessários para atingir-se o cálculo anterior, e assim sucessivamente, até atingir-se o nó raiz,

que seria representado pelas margens fornecidas. O grafo construído com base na composição

dos cálculos fornecidos junto à fundamentação teórica pode ser visualizado na Figura 9.

Page 51: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

49

Figura 9 – Grafo de precedência de cálculos

Indi

cado

res

Tot

aliz

ador

es

Con

trol

es

Page 52: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

50

Ao vislumbrar o grafo, nota-se a entrada representada pelas margens e a partir daí a

decomposição de cálculos necessários para atingir os indicadores sempre referenciados pelo

seu precedente obrigatório. Por essa mesma razão, é possível concluir a impossibilidade de

cálculos referentes às metas para alguns dos indicadores levantados na fundamentação pela

simples razão de não apresentarem alguns dos precedentes obrigatórios ao seu cálculo.

3.7.2.2 Fase Projeções

As rotinas necessárias à projeção incluem a regressão linear procedida junto à

aplicação da biblioteca de uso WEKA. Apesar de já serem conhecidos os dados a serem

estimados pelo modelo de regressão, construiu-se as rotinas de forma a comportar qualquer

circunstância em que se desejar trabalhar com estimativas. Dessa forma, diminui-se o

acoplamento do código e facilita possível reutilização das estimativas para outras ocasiões. O

local onde a estimativa é acoplada ao problema em questão, no caso estimativas de negócios,

é na camada de controle.

Abstraindo-se então a camada de controle, com funcionamento já descrito no diagrama

de sequência, a implementação da regressão é dada por meio do uso de reflexão com

regressão linear simples.

O método público setLinearRegression(List<T> ts) recebe uma lista genérica de

elementos. Com esta lista, então, o método setLinearRegression povoa um arquivo ARFF

com uma relação padrão através da iteração das fields, onde por meio do name da field os

atributos referentes ao WEKA são inseridos e, por meio de seus valores no índice da field lida

pelo índice do Array de elementos genéricos, recebe seu valor. Assim, o ARFF é povoado.

Então a camada de controle invoca o método público List<T>

estimarRegressaoLinear(List<T> ts) onde agora a lista é reconstruída por reflexão de

forma idêntica à lista recebida e seus valores são resultado da aplicação do modelo de

regressão retornado pelo WEKA após invocar o método buildClassifier(instances) do

WEKA, como já demonstrado na fundamentação. Além disso, ocorre também o povoamento

do coeficiente de correlação de Pearson relativo a cada um dos fields, por aplicação do

modelo de regressão sucessivamente a cada um dos pares de elementos compostos por

período e field estimado. Foi convencionado que a lista retornada deve ter tamanho idêntico à

Page 53: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

51

lista fornecida para estimativa, ou seja, o número de estimativas retornadas é igual ao número

de elementos fornecidos.

Após a estimativa referente aos totalizadores invocada pela camada de controle, os

indicadores são também estimados a partir do simples cálculo em função do resultado da

estimativa dos totalizadores. Além dos indicadores, são também estimados um caso especial

de indicador, os indicadores financeiros. Os indicadores financeiros são estimados pela

aplicação da classe FinancaPOI , a qual implementa os cálculos relativos às finanças com

auxílio da biblioteca ApachePOI. Para isso, utiliza-se o resultado da estimativa dos

totalizadores. Os cálculos financeiros normalmente compõe-se de valores que possivelmente

serão realizados e tem como serventia verificar a viabilidade ou não em se proceder a estas

realizações. De igual forma, apresenta-se o cálculo no framework; os valores são primeiro

estimados e então, baseado nestes valores, efetuam-se os cálculos necessários e verifica-se a

viabilidade ou não das estimativas. Para isto, a classe FinancaPOI foi concebida de forma a

comportar um método para cada indicador financeiro. Esta mesma classe apresenta também

os métodos booleanos referentes a cada indicador, os quais verificam a viabilidade para cada

um deles.

O diagrama de atividades da Figura 10 ilustra o fluxo de execução desta fase.

Page 54: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

52

Figura 10 – Diagrama de atividades para fase projeções

Page 55: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

53

3.7.2.3 Fase Reajustes

Em um primeiro momento, optou-se por utilizar a programação linear como forma de

mensurar as estimativas relativas a esta fase, onde a modelagem do Problema de Programação

Linear (PPL) seria composta de tal forma a ter como objetivo as margens e como restrições a

estrutura de controles ou totalizadores, o que mostra-se mais adequado. Sucedeu-se então a

busca por orientação relacionada à estatística por tratar-se de área distinta ao segmento da

computação e apresentar-se como um problema sem semelhança, no tange a pesquisa

operacional, aos demais já observados pelo autor. Assim, esta situação foi conduzida a MS.

Janaina Poffo Possamai que após reflexão sobre o tema e confirmação na figura de seu

orientador do doutorado em decurso, concluíram em conjunto a seguinte avaliação, conforme

Possamai (2012).

Conversamos sobre o assunto e o seu caso é bem complexo, pois teríamos restrições sem coeficientes constantes (números), mas sim variáveis. Assim não é um problema de programação linear, o que torna sua modelagem bastante complexa e sua resolução ainda mais.

Assim, a programação linear foi concebida na fase otimizações e para esta fase

reajustes utilizou-se raciocínio semelhante à fase metas, só que de maneira oposta e desta

forma percorre-se o grafo de precedência de cálculos pelo caminhamento nó final, que neste

caso são os totalizadores, para raiz e não raiz para o nó final, como no caso da fase metas.

No entanto, são necessários antes os valores evindenciados para o reajuste, então como

os reajustes serão relativos ao próximo período optou-se então por primeiro estimar os

totalizadores do próximo período e então a partir destas estimativas, estimar os reajustes

necessários. Para a estimativa das próximas totalizações, realiza-se uma rotina idêntica à fase

projeções.

Assim, após a estimativa e o caminhamento contrário do grafo, calcula-se os custos

fixos totais, os custos variáveis totais e o lucro total. Assim, pela descoberta destes valores em

relação ao faturamento é possível encontrar o percentual adequado para cada uma destas

margens e assim tornar o valor cobrado adequado ao mercado vivenciado.

O diagrama de atividades da Figura 11 ilustra o procedimento de cálculo do reajuste.

Page 56: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

54

Figura 11 – Diagrama de atividades para fase reajustes

3.7.2.4 Fase Otimizações

Para a fase otimização é invocado o método otimizarObjetivo(List<Restricao>

restricoes, List<Objetivo> funcaoObjetivo) da classe SimplexSolverCM . Esta é a

classe responsável por tratar as rotinas relativas ao solver com apoio da biblioteca

CommonsMath.

Como já demonstrado na fundamentação o uso do solver consiste em invocar o método

simplexSolver.optimize(linearObjectiveFunction,cons traints,goalType,restric

tToNonNegative,) o qual tem como parâmetros a função objetivo, as restrições, o objetivo

da função(maximizar ou minimizar) e a restrição de não negatividade.

Page 57: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

55

Como resultados o solver retorna as variáveis de decisão e a solução obtida. O

framework retorna esses valores para aplicação na própria lista de elementos recebida. Ou

seja, a lista recebida que tinha todos os valores, menos os valores de X, será retornada com

todos os valores, inclusive os de X.

O diagrama de atividades da Figura 12 ilustra o processamento das rotinas de

otimização.

Figura 12 – Diagrama de atividades para fase otimizações

Page 58: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

56

3.7.3 Operacionalidade da implementação

A operacionalidade do framework se dá por herança de suas características;

implementação das interfaces disponibilizadas, injeção das dependências relacionadas a estas

interfaces e então invocar-se o método desejado para cálculo necessário relacionado a

qualquer uma das fases.

Mais especificamente, herda-se a classe abstrata Core do framework; implementam-se

as interfaces InterfaceMargens , IntenfaceControles , InterfaceTotalizadores ,

InterfaceIndicadores , InterfaceIndicadoresFinanceiros , InterfaceProduto e

InterfaceProdutoCaracteristica ; injetam-se os valores pelos seus respectivos métodos

assessores e invoca-se um dos métodos disponíveis para a estimativa desejada.

A implementação das interfaces está relacionada a suas fases. Serão todas

implementadas pela aplicação somente para o caso de desejar-se utilizar todas as fases.

Um exemplo de operacionalidade do framework é demonstrado no Quadro 10, sendo

este referente ao estudo de caso aplicado com dados demonstrados por meio do Apêndice B.

Vale ressaltar que estes dados foram injetados manualmente através de uma classe, a qual

representa uma aplicação implementando o framework. As rotinas descritas nesta classe

seriam as mesmas utilizadas por uma aplicação real que viesse a fazer uso das funcionalidades

do framework.

1 public class Principal extends Core {

2 public static void main(String[] args) throws Exception {

3 // Heranca das caracteristicas do framework

4 Core core = new Principal();

5

6 // Injeção de depêndencia das entradas

7

8 // Cria uma nova instancia das margens pela refer encia da interface

9 InterfaceMargens interfaceMargens = new Margens();

10 interfaceMargens.setCustosFixos(54000.0);

11 interfaceMargens.setCustosFixosPercentual(64);

12 interfaceMargens.setCustosVariaveisPercentual(32) ;

13 interfaceMargens.setLucroPercentual(4);

14

15 // Injeta as margens pela interface

16 core.setInterfaceMargens(interfaceMargens);

17

18 // Injeta referência de novos controles para saíd a de dados

19 InterfaceControles interfaceControles = new Controles();

Page 59: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

57

20 int numeroMesesPagamento = 12;

21 interfaceControles.setNumeroMesesPagamento(numeroM esesPagamento);

22 int taxaDesconto = 5;

23 interfaceControles.setTaxaDesconto(taxaDesconto);

24 core.setInterfaceControles(interfaceControles);

25

26 // Cria um arraylist pela referencia da interface

27 ArrayList<InterfaceTotalizadores> interfaceTotalizadoresPeriodos = new ArrayList<>();

28 InterfaceTotalizadores interfaceTotalizadores = n ull;

29

30 // Cria uma nova instancia dos indicadores pela r eferencia da interface

31 interfaceTotalizadores = new Totalizadores();

32 interfaceTotalizadores.setPeriodo(3.0);

33 Double ativoTotal3 = 0.0;

34 interfaceTotalizadores.setAtivoTotal(ativoTotal3) ;

35 Double custosFixos3 = 54000.0;

36 interfaceTotalizadores.setCustosFixos(custosFixos 3);

37 Double faturamentoCliente3 = 110.0;

38 interfaceTotalizadores.setFaturamentoCliente(fatur amentoCliente3);

39 Double faturamentoTotal3 = 98000.0;

40 interfaceTotalizadores.setFaturamentoTotal(faturam entoTotal3);

41 Double saldoFluxoCaixa3 = 7000.0;

42 interfaceTotalizadores.setSaldoFluxoCaixa(saldoFlu xoCaixa3);

43 Double faturamentoTotalAnterior3 = 82000.0;

44 interfaceTotalizadores.setFaturamentoTotalAnterior (faturamentoTotalAnterior3);

45 Double faturamentoTotalLiquido3 = 93000.0;

46 interfaceTotalizadores.setFaturamentoTotalLiquido( faturamentoTotalLiquido3);

47 Double gastosFabricacao3 = 0.0;

48 interfaceTotalizadores.setGastosFabricacao(gastosF abricacao3);

49 Double gastosGerais3 = 0.0;

50 interfaceTotalizadores.setGastosGerais(gastosGera is3);

51 Double lucroLiquidoOperacionalTotal3 = 7840.0;

52 interfaceTotalizadores.setLucroLiquidoOperacionalT otal(lucroLiquidoOperacionalTotal3);

53 Double orcamentosAprovados3 = 700.0;

54 interfaceTotalizadores.setOrcamentosAprovados(orca mentosAprovados3);

55 Double orcamentosElaborados3 = 115.0;

56 interfaceTotalizadores.setOrcamentosElaborados(orc amentosElaborados3);

57 // Adiciona os indicadores a lista de periodos pe la referencia da interface

58 interfaceTotalizadoresPeriodos.add(interfaceTotali zadores);

59

60 // Cria uma nova instancia dos indicadores pela r eferencia da interface

61 interfaceTotalizadores = new Totalizadores();

62 interfaceTotalizadores.setPeriodo(4.0);

63 Double ativoTotal4 = 0.0;

Page 60: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

58

64 interfaceTotalizadores.setAtivoTotal(ativoTotal4) ;

65 Double custosFixos4 = 54000.0;

66 interfaceTotalizadores.setCustosFixos(custosFixos 4);

67 // Continua populando métodos assessores dos arra ys relativos a cada período mensal

68

69 // Injeta as lista de indicadores pela interface

70 core.setInterfaceTotalizadoresPeriodos(interfaceTo talizadoresPeriodos);

71

72 // Injeta referência de novos indicadores para sa ída de dados

73 InterfaceIndicadores interfaceIndicadores = new Indicadores();

74 core.setInterfaceIndicadores(interfaceIndicadores );

75

76 // Injeta referência de novos indicadores para sa ída de dados

77 InterfaceIndicadoresFinanceiros interfaceIndicadoresFinanceiros = new IndicadoresFinanceiros();

78 core.setInterfaceIndicadoresFinanceiros(interfaceI ndicadoresFinanceiros);

79

80 // Injeta a lista de produtos e suas caracteristi cas

81 ArrayList<InterfaceProduto> interfaceProdutos = new ArrayList<>();

82

83 for ( int j = 0; j < 1; j++) {

84 InterfaceProduto interfaceProduto = new Produto();

85

86 List<InterfaceProdutoCaracteristica> interfaceProdutoCaracteristicas = new ArrayList<>();

87 for ( int k = 0; k < 0; k++) {

88 InterfaceProdutoCaracteristica interfaceProdutoCaracteristica = new ProdutoCaracteristica();

89 String nome = "nome" + k;

90 interfaceProdutoCaracteristica.setNome(nome);

91 Double valor = (double) k;

92 interfaceProdutoCaracteristica.setValor(valor);

93 interfaceProdutoCaracteristicas.add(interfaceProdu toCaracteristica);

94 }

95 interfaceProduto.setInterfaceProdutoCaracteristica s(interfaceProdutoCaracteristicas);

96

97 Double lucro = 100.00 * j;

98 interfaceProduto.setLucro(lucro);

99 interfaceProdutos.add(interfaceProduto);

100 }

101

102 // Construir estimativas

103

104 // Metas

105 Controles metasControles = (Controles) core.estimarMetasControles();

Page 61: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

59

106 System.out.println("Metas controles");

107 System.out.println(metasControles.getCustoPercentu alMercadoriaVendida());

108 System.out.println(metasControles.getMargemPercent ualContribuicao());

109 System.out.println(metasControles.getMargensPercen tualTotal());

110 System.out.println(metasControles.getMarkupPercent ual());

111

112 Totalizadores metasTotalizadores = (Totalizadores) core.estimarMetasTotalizadores();

113 System.out.println("Metas totalizadores");

114 System.out.println(metasTotalizadores.getFaturamen toTotal());

115 System.out.println(metasTotalizadores.getGastosGer ais());

116 System.out.println(metasTotalizadores.getGastosFab ricacao());

117 System.out.println(metasTotalizadores.getFaturamen toTotalLiquido());

118 System.out.println(metasTotalizadores.getLucroLiqu idoOperacionalTotal());

119

120 Indicadores metasIndicadores = (Indicadores) core.estimarMetasIndicadores();

121 System.out.println("Metas indicadores");

122 System.out.println(metasIndicadores.getGastoUnitar ioFabricacao());

123 System.out.println(metasIndicadores.getLucroLiquid oOperacional());

124

125 // Projeções

126 ArrayList<Totalizadores> projecoesTotalizadores = (ArrayList) core.estimarProjecoesTotalizadores();

127 System.out.println("Projecoes totalizadores");

128 for (Totalizadores totalizadores : projecoesTotalizador es) {

129 System.out.println("Projecao");

130 System.out.println(totalizadores.getPeriodo());

131 System.out.println(totalizadores.getAtivoTotal());

132 System.out.println(totalizadores.getCustosFixos()) ;

133 System.out.println(totalizadores.getFaturamentoCli ente());

134 System.out.println(totalizadores.getFaturamentoTot al());

135 System.out.println(totalizadores.getFaturamentoTot alAnterior());

136 System.out.println(totalizadores.getFaturamentoTot alLiquido());

137 System.out.println(totalizadores.getGastosFabricac ao());

138 System.out.println(totalizadores.getGastosGerais() );

139 System.out.println(totalizadores.getLucroLiquidoOp eracionalTotal());

140 System.out.println(totalizadores.getOrcamentosApro vados());

141 System.out.println(totalizadores.getOrcamentosElab orados());

142 System.out.println(totalizadores.getProdutosDefeit o());

143 System.out.println(totalizadores.getProdutosTotal( ));

144 System.out.println(totalizadores.getSaldoFluxoCaix a());

145 }

146

147 System.out.println("Projecoes indicadores");

148 ArrayList<Indicadores> projecoesIndicadores = (Arr ayList) core.estimarProjecoesIndicadores();

Page 62: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

60

149

150 for (Indicadores indicadores : projecoesIndicadores) {

151 System.out.println("Indicadores");

152 System.out.println(indicadores.getAumentoFaturamen to());

153 System.out.println(indicadores.getEficienciaComerc ial());

154 System.out.println(indicadores.getGastoUnitarioFab ricacao());

155 System.out.println(indicadores.getGrauDependencia( ));

156 System.out.println(indicadores.getLucroLiquidoOper acional());

157 System.out.println(indicadores.getQualidade());

158 System.out.println(indicadores.getResultadoOperaci onal());

159 }

160 IndicadoresFinanceiros projecoesIndicadoresFinance iros = (IndicadoresFinanceiros) core.estimarProjecoesIndicadoresFinanceiros();

161

162 System.out.println("Projecoes indicadores financei ros");

163 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .getPontoFischer());

164 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .getRetornoInvestimentoAdicionado());

165 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .isRetornoInvestimentoAdicionadoViavel());

166 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .getTaxaInternaRetorno());

167 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .isTaxaInternaRetornoViavel());

168 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .getValorPresenteLiquido());

169 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .isValorPresenteLiquidoViavel());

170 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .getValorPresenteLiquidoAnualizado());

171 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .isValorPresenteLiquidoAnualizadoViavel());

172 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .getIndiceBeneficioCusto());

173 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .isIndiceBeneficioCustoViavel());

174 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .getPeriodoRecuperacaoInvestimento());

175 System.out.println(projecoesIndicadoresFinanceiros .isPeriodoRecuperacaoInvestimentoViavel());

176

177 // Reajustes

178 Margens reajustes = (Margens) core.estimarReajuste s();

179 System.out.println("Margens");

180 System.out.println(reajustes.getCustosFixos());

181 System.out.println(reajustes.getCustosFixosPercent ual());

182 System.out.println(reajustes.getCustosVariaveisPer centual());

183 System.out.println(reajustes.getLucroPercentual()) ;

184

185 // Otimizações

186 ArrayList<InterfaceProduto> interfaceProdutosOtimi zacoes = (ArrayList<InterfaceProduto>) core.estimarOtimizaco es();

187

188 for (InterfaceProduto interfaceProdutoOtimizacoes : interfaceProdutosOtimizacoes) {

Page 63: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

61

189 System.out.println("Quantidade");

190 System.out.println(interfaceProdutoOtimizacoes.get Quantidade());

191 }

Quadro 10 - Exemplo de operacionalidade do framework

Na linha 1, a classe Principal herda as características da classe abstrata Core a qual

representa a estrutura central do framework, onde são injetadas as dependências, de onde são

obtidas referências para novos objetos e de onde são obtidas também as estimativas de cada

fase. Das linhas 8 a 100 são demonstradas as injeções de cada uma das dependências de

objetos. Como exemplo, na linha 9, é obtida a referência de um objeto pela sua interface, em

seguida, das linhas 10 a 13, são populados os métodos assessores do objeto e então é efetuada

a injeção desta dependência no núcleo do framework na linha 16. Vale lembrar que a

implementação do Quadro 10 é relativa ao estudo de caso, o qual não fez uso de todas as fases

do framework e, portanto da linha 68 a 100 os valores são fictícios e somente de carácter

demonstrativo. Das linhas 102 a 191, são obtidas as estimativas. Como exemplo, na linha 105

a aplicação cria uma referência de objeto de classe Controles com o nome metasControles

o qual obtêm do framework a estimativa referente as metas por meio de um Cast para o objeto

de classe (Controles) do método de núcleo do framework estimarMetasControles(). O

novo objeto calculado pelo framework é criado a partir da referência do objeto injetado, ou

seja, o objeto relativo à aplicação é criado pelo framework na própria aplicação.

33..88 RREESSUULLTTAADDOOSS EE DDIISSCCUUSSSSÃÃOO

A ferramenta foi concebida na forma de um framework e, portanto, não se trata de um

software final para utilização. O uso deste framework será mais relacionado ao desenvolvedor

do software que fará uso das suas funcionalidades que ao usuário final que utilizará o software

concebido pelo desenvolvedor.

Ainda assim, com o objetivo de verificar as funcionalidades, foi procedido o estudo de

um caso real, relacionado a uma empresa na área de serviços. Os dados que seriam advindos

de um software foram diretamente fornecidos pelo responsável da empresa1 e podem ser

visualizados no formulário de requisição de dados descrito no Apêndice B.

1 Foi optado por divulgar o nome da empresa em folha de assinatura a parte e que consta apenas na versão impressa. A empresa não coibiu a publicação dos dados em versão não impressa. Esta foi uma opção feita pelo autor do trabalho, em consideração ao regime de capital não aberto adotado pela empresa.

Page 64: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

62

Como mencionado na operacionalidade, pode-se utilizar o conjunto de todas as fases

ou apenas aquela que mais condizer à circunstância evidenciada. A fase utilizada para o

estudo de caso foi aquela relativa às projeções. Isto porque trata-se de uma empresa

relacionada a serviços impossibilitando o uso da fase otimizações, vinculada ou ao processo

produtivo (indústria), ou as vendas (comércio) e porque a empresa opta por incorporar o

custos dos serviços a composição dos custos fixos, uma estratégia comum a área de serviços o

que acaba nesse caso por impossibilitar mensurar o custo do serviço prestado, elemento

necessário ao grafo de precedência de cálculos, utilizado pelo framework e das quais fazem

uso a fase metas e reajustes e desta forma impossibilitando o uso destas fases.

A aplicabilidade foi verificada através da análise de critérios de avaliação pelo

responsável onde o mesmo indicou a importância do indicador mensurado e sua opinião

baseada na sua experiência com relação à precisão da estimativa mencionada. Os dados

informados pelo responsável da empresa podem ser visualizados no relatório de entrega das

estimativas no Apêndice B.

Assim, após análise do relatório de entrega das estimativas, no que tange as projeções

é possível determinar que os indicadores apresentam relevância mas ainda passíveis de

melhorias com relação a precisão das estimativas.

Page 65: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

63

4 CONCLUSÕES

O conjunto de fundamentos levantados foi suficiente para atender aos propósitos a

concepção do presente trabalho. Dentre os quais, pode-se mencionar a análise de obras e

materiais inerentes às funções empresariais, custos, indicadores e balanced scorecard como

forma de compreender melhor a perspectiva empresarial, até então desconhecida pelo autor

por não se tratar de assunto diretamente relacionado à área de atuação da pesquisa, mas, ainda

assim, vinculada à sua implementação final. Outro aspecto importante diz respeito às

pesquisas relacionadas as áreas de estatística e inteligência artificial, as quais, em conjunto,

permitiram a implementação das estimativas propostas no decorrer do trabalho. No que diz

respeito a frameworks, está o conjunto de características inerentes à sua implementação, que

contribuíram para a construção da arquitetura de forma objetiva.

Vale citar também que o resultado final obtido trata-se de escolhas de implementação

para a ferramenta. Para muitas situações, várias linhas de pensamento poderiam conduzir a

implementação. Procurou-se optar sempre por aquela que estivesse em conformidade com os

conceitos elencados e foram, na verdade, os conceitos os causadores de maior empecilho. Isto

porque, por muitas vezes, dava-se a tal situação em que escolher a alternativa X implicaria

incorrer num erro de arquitetura quebrando de certa forma a injeção de dependência, ou

escolher a alternativa Y e deixar de calcular o coeficiente de correlação ferindo um aspecto

estatístico. Pode-se dizer, então, que a maior dificuldade encontrada foi tentar atender a todos

os aspectos conceituais de forma amena e não incorrer em quebra de paradigma de nenhum

dos conceitos levantados.

Por fim, chega-se ao framework proposto o qual procura atender aos objetivos

mencionados através da concepção de suas fases de processamento. Para a fase metas, os

indicadores são gerados a partir das margens fornecidas pela aplicação e decompostos por

todos os cálculos intermediários necessários para se atingir os indicadores. São retornados a

aplicação o conjunto de todos os cálculos intermediários e indicadores gerados como forma de

situar as metas necessárias aos próximos períodos. Para a fase projeções aplica-se a regressão

linear aos totalizadores e indicadores injetados pela aplicação, forma esta de situar as

próximas estimativas dos valores injetados. Para a fase reajustes, inicialmente é estimado o

próximo período a partir dos dados injetados relativos aos períodos anteriores, então a partir

do período estimado calcula-se em ordem inversa por meio do grafo de precedência de

cálculos as margens necessárias aos valores vivenciados, como forma de adequar a empresa a

Page 66: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

64

realidade estimada para o próximo período. Para a fase otimizações, são injetados pela

aplicação dados relativos ao processo produtivo ou de venda de produtos da empresa, e com

tais dados são calculados então as quantidades necessárias de cada produto para atingir-se o

máximo de lucro possível, como forma de otimizar a linha de produção ou o processo de

compra de estoque da empresa. Para as fases utilizadoras de modelo de regressão linear,

existe sempre um atributo adicional em relação ao seu original, relativo ao coeficiente de

correlação, o qual indica a precisão da estimativa do atributo referenciado.

Assim, avalia-se o resultado final do framework desenvolvido em uma escala de ruim a

ótimo como moderado, pois apesar dos objetivos estarem inicialmente abrangidos, fazem-se

necessários ainda alguns importantes elementos, fruto talvez de contribuições futuras através

de extensões à implementação proposta.

44..11 EEXXTTEENNSSÕÕEESS

Dentre as propostas para contribuição, está o crescimento do grafo de precedência de

cálculos incluindo-se possivelmente mais indicadores, os quais implicariam mais pesquisas

relativas à análise de custos e incrementariam ainda mais os nós precedentes secundários,

fornecendo, assim, uma maior quantidade de informações relacionadas ao negócio.

Outra proposta está relacionada ao modelo de estimativas, o qual pode ser

implementado não apenas com regressão linear simples, mas também com a regressão linear

múltipla, dentre outros métodos para estimativas de valor.

Page 67: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, Paulo Roberto Medeiros de. Modelos de regressão linear. 1. ed. Natal: Editora da UFRN, 1997. 211 p.

BRAUDE, Eric. Projeto de software: Da programação à arquitetura: uma abordagem baseada em Java. Porto Alegre: Bookman, 2005. 619 p.

CAMPOS, José Antonio. Cenário Balanceado: painel de indicadores para a gestão estratégica dos negócios. 1. ed. São Paulo: Aquariana, 1998. 181 p.

CASOTTI, Fábio Alexandre Gaion. Um sistema de suporte a decisão baseado em programação multiobjetivo. 1993. 174 f. Tese (Mestrado) - Curso de Engenharia Elétrica, Departamento de Telemática, Unicamp, Campinas, 1993.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 700 p.

CORREA, Cristiane; MANO, Cristiane. O preço de uma decisão errada. São Paulo, 2005. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/negocios/gestao/noticias/o-preco-de-uma-decisao-errada-m0039779>. Acesso em: 07 set. 2011.

DIAS, Sérgio Luiz Vaz. Indicadores de desempenho e gestão empresarial. Porto Alegre: Sebrae, 2007. Disponível em: <http://www.sebrae-rs.com.br/produtos-servicos/publicacoes/indicadores-desempenho-gestao-empresarial/429.aspx>. Acesso em: 28 maio 2012.

ENSSLIN, Leonardo; MONTIBELLER NETO, Gilberto; NORONHA, Sandro Macdonald. Apoio a decisão: Metodologia para estruturação de problemas e avaliação multicritério de alternativas. Florianópolis: Insular, 2001. 296 p.

FOWLER, Martin. Inversion of Control Containers and the Dependency Injection pattern. Chicago, 2004. Disponível em: <http://martinfowler.com/articles/injection.html>. Acesso em: 02 jun. 2012.

GOMES, Luiz Flavio Autran Monteiro; ARAYA, Marcela Cecilia González; CARIGNANO, Claudia. Tomada de decisão em cenários complexos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. 168 p.

HECKLER, Luiz Fernando. Redmine GCO: uma ferramenta de apoio para a Gerência de Configuração. 2009. 56 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Ciências da Computação, Departamento de Instituto de Informática, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2009.

Page 68: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

66

HEINZLE, Roberto. Um modelo de engenharia do conhecimento para sistemas de apoio a decisão com recursos para raciocínio abdutivo. 2011. 251 f. Tese (Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento) - Curso de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

KAPLAN, Robert; NORTON, David. Mapas estratégicos: Convertendo ativos intangíveis em resultados tangíveis. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 469 p.

KOTLER, Philip. Administracao de marketing: analise, planejamento, implantacao e controle. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. 725 p.

LINS, Marcos Pereira Estellita. Programação linear: com aplicações em teoria dos jogos e avaliação de desempenho. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2006. 292 p.

MARION, José Carlos; LUDÍCIBUS, Sergio de. Curso de contabilidade para não-contadores: Para as Áreas de Administração, Economia, Direito e Engenharia. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 274 p.

PADAVEZE, Clóvis Luís. Curso básico gerencial de custos. 1. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. 377 p.

POSSAMAI, Janaina Poffo. Estatística. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por: <[email protected]>. Acesso em: 16 maio 2012.

RUSSELL, Stuart Jonathan; NORVIG, Peter. Inteligência Artificial . 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 1021 p.

SEBRAE. Como elaborar um plano de vendas. Belo Horizonte, 2007. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/A15B930602D0F967832573D900489A03/$File/NT00037492.pdf>. Acesso em: 07 set. 2011.

SEBRAE. Procedimentos e controles. São Paulo, 2004. Disponível em: <http://antigo.sp.sebrae.com.br/principal/melhorando%20seu%20neg%C3%B3cio/orienta%C3%A7%C3%B5es/finan%C3%A7as/procctrl/default.aspx>. Acesso em: 27 mai. 2012.

SILVA, Marcus Vinicius Drissen. Um arcabouço de suporte à tomada de decisão colaborativa para o gerenciamento da evolução de empresas virtuais. 2010. 272 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Elétrica, Departamento de Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.

SOUZA, Acilon Batista de. Projetos de investimento de capital: Elaboração, Análise e Tomada de Decisão. São Paulo: Atlas, 2003. 216 p.

SOUZA, Alceu; CLEMENTE, Ademir. Decisões financeiras e análise de investimentos: Fundamentos, técnicas e aplicações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 178 p.

Page 69: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

67

STAIR, Ralph M; REYNOLDS, George W. Princípios de sistemas de informação. 9. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. 590 p.

WALLS, Craig; BREIDENBACH, Ryan. Spring em ação. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2006. 445 p.

Page 70: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

68

APÊNDICE A – Detalhamento dos casos de uso

Este Apêndice apresenta a descrição dos principais casos de uso descritos na seção de especificação deste trabalho.

UC01 - Fornece interface de referência public UseCase: Fornecer interface padrão para entrada de dados

Scenarios

Fornecer interface {Principal}. 1- Sistema implementa interface fornecida pelo framework 2- Sistema solicita requisições através dos métodos públicos

UC02 - Retorna lista de metas public UseCase: Retorna lista contendo as metas necessárias para a empresa baseadas nas informações fornecidas pelo sistema por meio da implementação da interface.

Constraints

� Approved Pre-condition . As informações necessárias foram fornecidas pelo sistema através da implemantação da interface.

� Approved Post-condition . O sistema dispõe da lista de metas fornecida pelo framework.

Scenarios

Retornar metas {Principal}. 1- Sistema requisita metas 2- Framework percorre grafo de precedência de cálculos, caminhamento raiz nó 3- Framework efetua cálculos relacionados a construção da lista de metas 4- Framework retorna lista de metas Instanciar elementos {Alternativo}. 2.1 - Até finalizar lista de cálculos 2.1.1 - Instanciar cálculo 2.1.2 - Instanciar seus elementos 2.1.3 - Retornar ao passo 2.1 Tratar erro {Exceção}. 1- Na ocorrência de um erro 2- Framework empilha erro na lista de logs 3- Framework retorna ao passo 1 do cenário "Retornar metas"

UC03 - Retorna lista de projeções public UseCase: Retorna lista contendo as projeções para a empresa baseadas nos totalizadores informados.

Constraints

Page 71: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

69

� Approved Pre-condition . Lista de totalizadores. � Approved Post-condition . O sistema dispõe da lista de projeções fornecida pelo

framework. Scenarios

Retornar projeções {Principal}. 1- Sistema requisita projeções 2- Framework instancia classe de regressão linear 3- Framework efetua projeções com uso da classe 4- Framework retorna lista de projeções Instanciar elementos {Alternativo}. 2.1 - Até finalizar lista de funções 2.1.1 - Instanciar função 2.1.2 - Instanciar seus elementos 2.1.3 - Retornar ao passo 2.1 Tratar erro {Exceção}. 1- Na ocorrência de um erro 2- Framework empilha erro na lista de logs 3- Framework retorna ao passo 1 do cenário "Retornar projeções "

UC04 - Retorna lista de reajustes public UseCase: Retorna lista contendo reajustes para a empresa baseadas nos valores praticados.

Constraints

� Approved Pre-condition . Valores praticados atualmente. � Approved Post-condition . O sistema dispõe da lista de correções fornecida pelo

framework. Scenarios

Retornar reajustes {Principal}. 1- Sistema requisita reajustes 2- Framework efetua projeção do próximo período com base nos valores anteriores 3- Framework percorrer grafo de precedência de cálculos, caminhamento nó raiz 4- Framework efetua cálculos necessários aos reajustes com base na projeção 5- Framework retorna lista de reajustes Instanciar elementos {Alternativo}. 3.1 - Até finalizar lista de cálculos 3.1.1 - Instanciar cálculo 3.1.2 - Instanciar seus elementos 3.1.3 - Retornar ao passo 2.1 Tratar erro {Exceção}. 1- Na ocorrência de um erro 2- Framework empilha erro na lista de logs 3- Framework retorna ao passo 1 do cenário "Retornar reajustes"

Page 72: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

70

UC05 - Retorna lista de otimizações public UseCase: Retorna lista contendo as otimizações para a empresa baseadas na lista de produtos atualmente vivenciada pelo processo produtivo ou de venda.

Constraints

� Approved Pre-condition . Lista de produtos. � Approved Post-condition . O sistema dispões da lista de otimizações referentes as

quantidades produzidas/vendidas de produtos. Scenarios

Retornar otimizações {Principal}. 1- Sistema requisita otimizações 2- Framework compõe modelo matemático referente a lista informada 3- Framework efetua cálculos referentes ao tableau 4- Framework retorna lista de otimizações contendo as quantidades necessárias Tratar erro {Exceção}. 1- Na ocorrência de um erro 2- Framework empilha erro na lista de logs 3- Framework retorna ao passo 1 do cenário "Retornar otimizações"

Page 73: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

71

APÊNDICE B - Formulário de requisição de dados

Solicito respeitosamente o preenchimento das questões a seguir a fim de testar a funcionalidade da ferramenta desenvolvida pela construção do modelo de estimativas a ser entregue para apreciação e feedback quando da sua conclusão. Informações relacionadas à estimativa necessária de vendas:

1- Qual a total de custos fixos mensais dos últimos três períodos da sua empresa? R: Março Abril Maio R$ 54.000,00 R$ 54.000,00 R$ 54.000,00 ( ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

2- Qual o percentual médio mensal que estes custos representam em relação ao faturamento? R: 64,00% ( ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

3- Qual o percentual médio mensal de custos variáveis?

R: 32,00% ( ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

4- Qual a margem percentual de lucro mensal normalmente desejada? R: 4,00% ( ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

Informações relacionados a estimativa futura dos valores já evidenciados:

5- Qual o ativo total da sua empresa? R: ( X ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

6- Qual o faturamento médio por cliente dos últimos três períodos? R: Março Abril Maio R$ 110,00 R$ 105,00 R$ 120,00 ( ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

7- Qual o faturamento total mensal dos últimos três períodos? R: Março Abril Maio R$ 98,00 R$ 82,00 R$ 97,00 ( ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

8- Qual o faturamento total liquido dos últimos três períodos? R: Março Abril Maio R$ 53.000,00 77.000,00 92.000,00

Page 74: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

72

( ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido 9- Qual o saldo final do fluxo de caixa dos últimos três períodos?

R: Março Abril Maio R$ 7.000,00 (R$ 7.000,00) R$ 11.000,00 ( ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

10- Quais os gastos com a fabricação do produto dos últimos três períodos? R: Março Abril Maio ( X ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

11- Quais os gastos gerais dos últimos três períodos? R: Março Abril Maio ( X ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

12- Qual o lucro liquido operacional apresentado nos últimos três períodos? R: Março Abril Maio 8,00% -9,00% 12,50% ( ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

13- Qual o total de orçamentos aprovados dos últimos três períodos? R: Março Abril Maio 700 710 690 ( ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

14- Qual o total média de orçamentos elaborados dos últimos três períodos? R: Março Abril Maio 115 118 118 ( ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

15- Qual a média de produtos com defeito nos últimos três períodos? R: Março Abril Maio ( X ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

16- Qual a média total de produtos vendidos nos últimos três períodos? R: Março Abril Maio ( X ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

Page 75: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

73

Informações relacionadas a otimização do processo de vendas:

17- Qual os 5 principais produtos da empresa, sua quantidade média de vendas e o lucro obtido com cada um deles no último período? R: Produto Quantidade Lucro ( X ) Relativo a outro segmento, não controlado ou desconhecido

Page 76: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

74

Relatório de entrega das estimativas / Formulário de satisfação O relatório é dividido em quatro grupos, as metas que são os valores que a empresa

necessita atingir para obter as margens previamente informadas, as projeções que são os

valores previstos para os próximos períodos em função dos valores informados já ocorridos,

os reajustes que representam o rearranjo das margens do produto em função do mercado

vivenciado, e as otimizações que representam a quantidade necessária estimada de produtos a

serem vendidos/produzidos em função do conjunto de produtos vendidos/produzidos

atualmente.

Para cada um dos valores/indicadores existem dois campos com escalas de 1 a 5

relativos à importância atribuída para o indicador e a expectativa sobre a precisão da

estimativa baseada na sua experiência com estes valores.

Importância

Muito

importante Importante Regular Irrelevante

Muito

irrelevante

1 2 3 4 5

Expectativa

Muito preciso Preciso Regular Impreciso Muito impreciso

1 2 3 4 5

Page 77: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

75

Metas estimadas

Controles Estimativa Importância Expectativa

Percentual total

de margens

Markup

percentual

Custo

percentual da

mercadoria

vendida

Margem

percentual de

contribuição

Totalizadores Estimativa Importância Expectativa

Faturamento

total

Saldo fluxo

caixa

Custos fixos

Gastos

fabricação

Faturamento

total liquido

Gastos gerais

Lucro liquido

operacional

total

Faturamento por

cliente

Faturamento

total mês

anterior

Produtos com

Page 78: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

76

defeito

Total de

produtos

Ativo total

Orçamentos

aprovados

Orçamentos

elaborados

Indicadores Estimativa Importância Expectativa

Grau de

dependência

Gasto unitário

fabricação

Aumento

faturamento

Qualidade

Lucro liquido

operacional

Resultado

operacional

Eficiência

comercial

Page 79: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

77

Projeções estimadas

Totalizadores Estimativa Importância Expectativa

Junho Julho Agosto

Faturamento

total

R$ 63.333 R$ 55.333 R$ 47.333 1 2

Saldo fluxo

caixa

(R$ 23.766) (R$ 30.866) (R$ 37.966) 1 2

Custos fixos R$ 54.000 R$ 54.000 R$ 54.000 2 3

Faturamento

total liquido

R$ 58.333 R$ 50.333 R$ 42.333 1 2

Lucro liquido

operacional total

(R$ 25.136) (R$ 32.746) (40.356) 1 3

Faturamento por

cliente

R$ 99 R$ 96 R$ 94 2 3

Orçamentos

aprovados

721 726 731 2 3

Orçamentos

elaborados

121 123 124 1 2

Indicadores Estimativa Importância Expectativa

Junho Julho Agosto

Grau de

dependência

Gasto unitário

fabricação

Aumento

faturamento

Qualidade

Lucro liquido

operacional

Resultado

operacional

Eficiência

comercial

Page 80: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

78

Indicadores

financeiros

Estimativa Importância Expectativa

Valor presente

liquido

Valor presente

liquido

anualizado

Índice beneficio

custo

Retorno

investimento

adicionado

Taxa interna

retorno

Período

recuperação

investimento

Ponto Fischer

Page 81: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

79

Reajustes estimados

Reajustes Estimativa Importância Expectativa

Custos fixos percentual

Custos variáveis percentual

Lucro percentual

Page 82: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

80

Otimizações estimadas

Produto Quantidade necessária estimada Lucro final obtido:

Page 83: FRAMEWORK MULTICORPORATIVO DE APOIO AO EXECUTIVOcampeche.inf.furb.br/tccs/2012-I/TCC2012-1-17-VF-RudimarImhof.pdf · O presente trabalho utilizou-se da relação entre as mudanças

81

ANEXO A

Autorização para utilização da pesquisa na concepção da monografia

Eu, ______________________________, RG_______________,

CPF_______________ autorizo a utilização e atesto a veracidade dos dados por mim

informados na pesquisa relacionada à concepção da monografia do acadêmico Rudimar

Imhof.

_____________________________________