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GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Edition nº 251 | Série II, du 10 février 2016 Hebdomadaire Franco-Portugais DR Joana Ribeiro é atriz em “A uma hora incerta” Filme de Carlos Saboga nos cinemas franceses 20 O ciclista Adérito da Cruz que sofreu uma queda em novembro, saiu do hospital e foi homenageado no Vélo- drôme de St Quentin-en-Yvelines. 13 Ensino. Estão abertas as inscrições para a nova Secção Internacional de Por- tuguês no Liceu Alexandre Dumas, em Saint Cloud. 08 Livros. O livro “O dia em que o sol se apagou” de Nuno Gomes Garcia vai ser apresentado em público, pela primeira vez, em França. 11 Consulado. O Consulado Geral de Portugal em Bordeaux vai fazer a sua primeira Permanência Consular em Fumel, na Mairie daquela cidade. 07 Arte. Paris expõe a artista portuguesa He- lena Almeida, na Galerie du Jeu de Paume, “para lhe dar a atenção há muito mere- cida”. 13 O Consulado Geral de Portugal em Lyon está em obras O serviço vai estar perturbado durante dois meses PUB PUB 07

FRANCE O Consulado Geral de Portugal em Lyon está em obras · Democracia digna desse nome pode exigir dos que emigram - e na grande maioria dos casos dos que foram constrangidos

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G R A T U I T

FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Edition nº 251 | Série II, du 10 février 2016 Hebdomadaire Franco-Portugais

DR

Joana Ribeiro é atriz em “A uma hora incerta”

Filme de Carlos Saboganos cinemas franceses

20O ciclista Adérito da Cruz que sofreuuma queda em novembro, saiu dohospital e foi homenageado no Vélo-drôme de St Quentin-en-Yvelines.

13

Ensino. Estão abertas as inscriçõespara a nova Secção Internacional de Por-tuguês no Liceu Alexandre Dumas, emSaint Cloud.

08

Livros. O livro “O dia em que o sol seapagou” de Nuno Gomes Garcia vai serapresentado em público, pela primeiravez, em França.

11

Consulado. O Consulado Geral dePortugal em Bordeaux vai fazer a suaprimeira Permanência Consular emFumel, na Mairie daquela cidade.

07

Arte. Paris expõe a artista portuguesa He-lena Almeida, na Galerie du Jeu de Paume,“para lhe dar a atenção há muito mere-cida”.

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O Consulado Geral de Portugalem Lyon está em obrasO serviço vai estar perturbado durante dois meses

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02 Opinião

Palavra ao leitor

Portugal e a sua cultura

Enquanto se fala da cultura portu-guesa em quase todo o mundo, elaé como uma luz que se vai apagandopouco a pouco. Os responsáveis pelacultura do nosso país, cada vez reco-nhecem menos o seu valor. Uns vão,outros vêm. Mas ao contrário do queé o dever, não a dignificam e aindamenos os nossos bons artistas. En-quanto alguns destes procuram es-conder as muitas deceções queencontram no dia-a-dia das suas car-reiras… Muitos há que desaparecemda nossa vista. E nós perguntamos:por onde andam eles? De que vivem?Como? Será que sofrem? E porquê? Aarte seja ela qual for, é por vezes umapaixão que merece o nosso respeito.E cada vez é menos respeitada.Caros leitores, eu sou por vezes con-siderado um modesto poeta popular,amante de fado, por isso escrevi namúsica do fado-tango, um poema emque me identifico com aqueles quelonge da Pátria choram com pena dosofrimento das suas mães.

A Alma de um Português

Após um dia emigrarFiquei mais sentimentalLevo os dias a sonharChoro de saudade ao lembrarAs coisas de Portugal.

Às vezes sinto doerO coração no meu peitoEnvolto no seu baterAnda um rosto de mulherQue o traz quase desfeito.

Rosto triste amarguradoDuma tristeza sem fimRosto que chora o meu fadoE que espera ser beijadoAinda um dia por mim.

Meu orgulho e altivezQuanta amargura contémA alma dum PortuguêsNão esquece uma só vezO rosto da sua mãe.

Todas as semanas, estamos ao seu lado

Os emigrantes e as eleições presidenciais:uma história de exclusão

Cristina SemblanoEconomista, BE França edirigente nacional do BE

[email protected]

Crónica de opinião

Com as eleições presidenciais de-parámo-nos mais uma vez comesta confrangedora realidade: o di-reito de voto dos emigrantes existe,mas não existem as condições deexercício desse direito, pelo que,na prática, estamos perante um di-reito formal, vazio, oco de sentido,um direito sem direitos.Pergunto: para quê manter esse di-reito se ele não corresponde anada? Para dar boa impressão? Éque este país de emigração por ex-celência, que tanto tardou a recon-hecer aos seus cidadãosemigrantes, o direito de participa-rem na eleição do primeiro magis-trado da Nação, semeou o caminhoque leva à consagração desse di-reito de obstáculos tirando-lhe,assim, todo o alcance.O facto é que, passados mais dequarenta anos após a restauraçãoda democracia em Portugal (equase vinte anos após o reconheci-mento do direito de voto dos emi-grantes nas presidenciais) e, aindamais, depois da passagem da Di-reita radical no poder, o direito devoto dos emigrantes nestas elei-ções - às quais limitamos o pre-sente artigo - ou antes, o exercíciodaquele direito, tornou-se cadamais impraticável.Com efeito, sendo presencial, ovoto exige a deslocação aos Postosconsulares que, de Governo em Go-verno, de reforma em reforma (lerde cortes orçamentais em cortesorçamentais), se têm reduzido aum ritmo sustentado, obrigando osEmigrantes a percorrer distânciascada vez mais importantes parapoder votar.A título de exemplo, nas instala-ções do Consulado Geral de Portu-gal em Paris, funcionaram, nospassados dias 23 e 24 de janeirocinco mesas de voto onde, para

além dos nossos concidadãos resi-dentes em Paris e na região pari-siense, puderam exercer o direitode voto os Portugueses das regiõesde Lille, Rouen, Reims e Le Havre,três das quais eram antigas ci-dades consulares onde agora fun-cionam meras Presençasconsulares.Essas cidades ficam distantes deParis de, respetivamente, 225,135, 144 e 410 quilómetros, porestrada, e um percurso de ida evolta em comboio de alta veloci-dade (TGV) consome 2 horas tra-tando-se de Lille (4h30 de carro) e1h30 tratando-se de Reims (3h00de carro). Quanto às cidade deRouen e Le Havre, que não dis-põem de acesso em comboio dealta velocidade, o percurso (ida evolta) oscila entre 2h20 e 3h00(3h30 de carro), para a primeira e4h20 a 5h20 (5 horas de carro)para a segunda. E estes cálculosapenas contemplam os que vivemnas cidades intramuros - o que nãoé o caso da esmagadora maioria -e os trajetos do centro ao centrodas cidades e, não, os do centro aoConsulado e inversamente.Não sei qual o grau de espírito cí-vico necessário a um cidadão e,por conseguinte, a um cidadão-emigrante, para que ele aceitefazer tamanhos percursos para par-ticipar na escolha do Presidente daRepública. E isto tanto maisquanto estes percursos tiveram deser multiplicados por dois paraaqueles que se recensearam apósa supressão das estruturas consu-lares naquelas cidades, atendendoa que o recenseamento tem de serpara os emigrantes - que perderama sua capacidade eleitoral,aquando da mudança de residên-cia para o estrangeiro - um ato vo-luntário e presencial.

Mas, admitindo que um invulgarespírito de sacrifício dos emi-grantes conjugado com um invul-gar conceito de cidadaniapermitissem ultrapassar estas bar-reiras, uma outra se lhes atravessa-ria pelo caminho: o custo asuportar para ir votar. Com efeito,é necessário pagar as deslocações,o que representa para os Emi-grantes residentes em Lille, Rouen,Le Havre e Reims intramuros, umcusto de respetivamente 80 a 100euros, 30 a 50 euros, 60 euros, e52 a 90 euros. Assim sendo, paraum casal de emigrantes que venhavotar de Lille a Paris em TGV ocusto é de 160 a 200 euros (semcontar com o recenseamento queacarreta, além do mais, a perda dedias de trabalho).O exemplo que demos e os contor-nos a que o circunscrevemos estãolonge de esgotar o percurso decombatente e o preço a pagar pelodireito de voto. Na própria França,onde existe a maior Comunidadeportuguesa da Europa, há casosmais difíceis, e situações similaresverificam-se em países como a Ale-manha, o Reino Unido, a Suíça. Eo que dizer do Brasil, onde podemser precisas viagens de duas horasde avião para aceder ao Consu-lado?Os Partidos políticos (como os can-didatos presidenciais) não sepodem limitar a convocar os Emi-grantes nos atos eleitorais e a ape-lar ao espírito de cidadania: fazê-loé prosseguir uma estratégia pura-mente oportunista já que, sem al-teração da lei eleitoral, estaremossempre confrontados com a ma-greza assustadora dos cadernoseleitorais face às populações reaisemigradas, e a taxas de abstençãoassustadoras.Urge, pois, alterar a lei, por forma

a que ela contemple a real possibi-lidade de desdobramento dasmesas de voto por um lado e, poroutro, a introdução de novas moda-lidades de voto e de recensea-mento. Na era da internet, o votoeletrónico deve poder constituiruma opção para estes cidadãosdispersos em vastos territórios,onde as instalações do Estado por-tuguês são cada vez mais raras. Damesma forma, o recenseamentoautomático (para os que partem),ou por via eletrónica ou postal(para os que, já emigrados, foraminjustamente privados da sua capa-cidade eleitoral) devem ser a regra.De outra forma, continuamos aestar perante um simulacro de De-mocracia. Com efeito, nenhumaDemocracia digna desse nomepode exigir dos que emigram - e nagrande maioria dos casos dos queforam constrangidos a emigrar de-vido às políticas de desemprego,empobrecimento e exclusão come-tidas no país (o que é o caso davaga de emigração da década desessenta, mas também da atualque a chega a superar, em algunsanos) - um preço tão elevado paraparticipar na escolha do Presidenteda República.Ora, essa escolha é fundamentalpara os emigrantes. Com efeito,um Presidente que defenda aigualdade de tratamento dos cida-dãos, consagrada na Constituiçãoda República, não pode tolerar adiscriminação crescente de quetêm vindo a ser vítimas os que emi-gram. Tal discriminação, patenteno facto de o desinvestimento ve-rificado nas áreas da emigração tercoincidido com o maior êxodo depopulação portuguesa desde a dé-cada de sessenta, é indigna dequalquer democracia e, a fortiori, ado Portugal migrante.

Por Mário de AndradeGonçalvesNantes

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret: 52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, AntónioMarrucho, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, InêsVaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon), José Manuel dos Santos, José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manueldo Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Nathalie de Oliveira, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Patricia Valette Bas, Ricardo Vieira,Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos: AntónioBorga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves,75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: février 2016 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

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le 10 février 2016

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03Política

lusojornal.com

emsíntese

Portugal é o quarto país onde o francês é a segunda línguamais estudada

Em Portugal, 85,4% dos estudantesdo primeiro ciclo do ensino secundá-rio aprenderam duas ou mais línguasestrangeiras, um valor acima damédia da União Europeia (UE59,9%), segundo dados de 2014,agora divulgados pelo Eurostat.A esmagadora maioria dos alunos dosecundário em Portugal (97,1%)aprende línguas estrangeiras (UE98,6%), sendo o inglês a escolha de95,4% dos estudantes (UE 97,3%),seguindo-se o francês: 64,7%, acimada média europeia de 33,7%.Segundo o gabinete oficial de estatís-ticas da UE, Portugal é o quarto paísonde o francês é a segunda línguamais estudada, depois de Chipre(88,1%), Roménia (84,6%) e Itália(67,7%).

Mestrado emvinho e turismo:Portugal, Espanhae França

O ‘Win Tour’ (Erasmus Mundus JointMaster Degrees on Wine Tourism In-novation) é o novo Mestrado interna-cional em Enologia e Turismo em quea Universidade do Porto é parceira,em conjunto com a Universidade Ro-vira e Virgili, na zona da Catalunha deTarragona (Espanha), e com a Uni-versidade de Bordeaux (em França),e vai abrir em setembro deste ano.A parceria entre as três universidadesque associa dois conceitos - Enologiae Turismo - explica-se pelo facto da-quelas instituições de Ensino Superiorestarem inseridas em zonas classifi-cadas pela Unesco como PatrimónioMundial da Humanidade, e tambémporque todas têm tradição em produ-ção de vinhos de alta qualidade.O programa do mestrado tem a du-ração de dois anos e os estudantestêm que seguir uma estrutura prede-finida, que implica que frequentem o1º semestre na Universidade Rovira eVirgili (Espanha), o 2º semestre naUniversidade de Bordeaux e o 3º se-mestre na Universidade do Porto. O4º semestre, que corresponde ao es-tágio final, pode ser realizado emqualquer uma das universidades.A turma abre com um mínimo de 25estudantes e no máximo até 35 alu-nos. As candidaturas estão abertasatualmente para os interessados nabolsa Erasmus+ e o prazo termina a15 de março. Para os alunos interes-sados em fazer o Mestrado sembolsa, num regime de autofinancia-mento, as candidaturas são entre 15de abril e 30 de maio.

Governo admite “injustiça” mas mantém as Propinas no ensino de português no estrangeiroO Secretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas reconheceu na se-mana passada que o pagamento dePropinas no ensino de português noestrangeiro causa um sentimento de“relativa injustiça”, mas lembrou queo Governo não contemplou esta ma-téria no seu Programa. “Quero reco-nhecer e salvaguardar o esforço quetem sido feito, por vários Deputados,sobre a necessidade de se encontra-rem alternativas que atenuem o sen-timento de relativa injustiça que hánas Comunidades por cobrarmos umataxa em sete dessas Comunidades enão nas outras. Não podemos negaresse sentimento de injustiça. Temosde encontrar uma fórmula” para so-lucionar esta questão, disse José LuísCarneiro, durante uma audição naComissão parlamentar de NegóciosEstrangeiros e Comunidades Portu-guesas, onde se deslocou paraacompanhar o Ministro dos negóciosEstrangeiros, Augusto Santos Silva.O pagamento de Propinas por sete Co-munidades emigrantes pelo ensino deportuguês no estrangeiro - que é ofere-cido em 13 Comunidades - foi intro-duzido em 2013 e é criticado porDeputados do PS, PCP e Bloco de Es-querda.O Governo quer “encontrar condições,num quadro temporal que corres-ponda às condições do Estado portu-guês para procurar atenuar essesentimento de injustiça”, afirmou

José Luís Carneiro, mas lembrou que“a Propina não integrou o Programado Governo e está primeiramente vin-culada ao programa do Governo”.A introdução desta taxa permitiu umareceita de 1,4 milhões de euros, que“proporcionou a introdução de umconjunto de respostas, nomeada-mente o financiamento das ativida-

des de coordenação do ensino de por-tuguês no estrangeiro (800 mil euros),a oferta de manuais escolares (maisde 300 mil euros), a certificação dascompetências, formação de professo-res e criação de bibliotecas escolaresem muitos dos espaços onde essaoferta é garantida”, salientou o Secre-tário de Estado.

José Luís Carneiro lembrou que oGoverno fez agora “um esforço de3,6 milhões de euros para garantirum mecanismo de correção extraor-dinário das condições remunerató-rias dos professores de português noestrangeiro” e não consegue, “deimediato, tentar dar uma resposta”a esta matéria.

Propina está vínculada ao Programa do Governo

Depois de um período de esvazia-mento da política externa portuguesanas suas várias dimensões, no bilate-ralismo e no multilateralismo, na di-mensão europeia, na cooperação parao desenvolvimento e nas Comunida-des portuguesas, a ambição está devolta, como ficou patente na apresen-tação das linhas de orientação para oMinistério dos Negócios Estrangeirosque o Ministro Augusto Santos Silvafez na abertura do Seminário diplomá-tico, que no início de cada ano traçaas perspetivas para a ação externa dopaís.Se Paulo Portas afunilou a política ex-terna na diplomacia económica e RuiMachete se destacou pelo apaga-mento, ambos prosseguiram uma po-lítica de depauperamento dosrecursos materiais e humanos dasEmbaixadas e Consulados, com con-sequências negativas na nossa capa-cidade de representação externa e deatendimento aos Portugueses residen-tes no estrangeiro. Pelo contrário, onovo Ministro dos Negócios Estrangei-ros evidencia-se pela ambição à alturada nossa presença no mundo e do le-gado humano e cultural que os Portu-gueses foram deixando pelos cincocontinentes ao longo de séculos.Com efeito, é a primeira vez que umMinistro dos Negócios Estrangeirosfaz uma abordagem integrada, sólida

e coerente das várias vertentes da po-lítica externa em que as Comunidadesportuguesas têm o lugar que verdadei-ramente merecem, através de umapresença transversal marcada por umreconhecimento sério do seu imensopotencial económico, cultural, hu-mano e linguístico, envolvendo-as noesforço de desenvolvimento e afirma-ção do país, tanto interna como exter-namente e, claro, também com oimprescindível empenho dos nossosdiplomatas, como sempre tem acon-tecido.A emigração portuguesa é um traçosingular da nossa história, uma marcadistintiva que transportamos no nossoADN, que não deve ser encarada combase no preconceito sobre aquelesque tiveram de abandonar o país porrazões económicas em circunstânciasde precariedade, mas sim como umativo fundamental com capacidadepara valorizar Portugal enquantonação com uma indiscutível projeçãoglobal. Este facto justifica por si sóque se implementem políticas públi-cas que vão ao encontro das suas ne-cessidades e expetativas, o que, coma desculpa da austeridade, não se ve-rificou nos últimos quatro anos.Ao potencial de projeção global estánaturalmente associada a língua por-tuguesa e, com ela, uma identidade,uma cultura e um modo de viver que

passa por uma propensão para umafácil integração e miscigenação quenos carateriza, o que foi um grandecontributo para que os Portuguesesestivessem entre os pioneiros da glo-balização, moldando o universalismoque tanto gostamos de afirmar comouma das marcas da nossa identidadecoletiva.E este universalismo é de facto umtrunfo se o quisermos e soubermosutilizar e faz parte estrutural do huma-nismo português, que ao longo de sé-culos, no passado como no presente,afirmámos e afirmamos no mundo eé um rosto da nossa singularidade,para utilizar a expressão do MinistroSantos Silva. E é esta singularidadeque devemos assumir sem comple-xos, mas também sem sobranceria,como um dos instrumentos centraispara a projeção da nossa política ex-terna.Como o demonstra a nossa história ea forma como nos fomos relacionandocom os diferentes povos nos cincocontinentes, os Portugueses sempredemonstraram uma capacidademuito particular para agirem como,citando Eduardo Lourenço, “intérpre-tes de culturas”, em África como nasAméricas, na Ásia como na Oceânia.E é neste contexto que podemos en-contrar o humanismo português, istoé, numa atitude cosmopolita que

sempre tivemos no mundo e nos per-mitiu ir para além daquilo que à par-tida seria imaginável para um povonativo de uma pequeno país semgrandes recursos, mas com grandeengenho e espírito de aventura.Tendo, paradoxalmente, assomos deprovincianismo interno, temos tam-bém provas dadas sobre a capacidadepara sairmos do nosso etnocentrismo,criar empatias com outros povos eculturas, e assim construir as pontesnecessárias para termos aliados emtodas as regiões, em diferentes con-textos culturais e nas organizações in-ternacionais. E estes são tambémaspetos fundamentais para garantireficácia na promoção da língua e dasculturas que unem povos irmãos emtodos os continentes e tão úteis sãopara potenciarmos e afirmarmos o ri-quíssimo universo contido na CPLP,ainda muito longe de estar plena-mente aproveitado. Este é o cerne daação diplomática anunciada pelonovo Governo liderado por AntónioCosta.Com efeito, uma das melhores formasde ultrapassarmos um certo fatalismonacional e um pessimismo militanteauto-flagelador é injetar ambição nanossa política externa e levar para ou-tras paragens tudo aquilo que de bomsomos e fazemos, com a humildadee simplicidade que nos caracteriza.

le 10 février 2016

Uma política externa ambiciosaPaulo PiscoDeputado (PS) pelo círculoeleitoral da Europa

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Crónica de opinião

José Luís Carneiro com Augusto Santos SilvaLusa / António Cotrim

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04 Comunidade

lusojornal.com

Maria Manuela Durão: Consule du Portugalà Lille de 2001 à 2004

Nos ancêtres ont construit, nousconstruisons, nos descendants conti-nueront l’œuvre. L’œuvre ne sera ja-mais achevée, comme achevé n’a pasété notre Dossier publié par LusoJor-nal n°250-II du 3 février dernier, surla présence consulaire portugaise àLille.Ajoutons Maria Manuela Quintelo Ba-tista Durão, comme Consule du Por-tugal à Lille, entre 2001 et 2004,après avoir exercé le même poste auConsulat du Portugal de Rouen.C’est sous son impulsion, qu’une fêteorganisée à la salle Wattremez deRoubaix, rassemblera différentes as-sociations portugaises de la région deLille. De cet évènement est née l’idéede réunir régulièrement les associa-tions représentatives de la Commu-nauté portugaise du Nord de laFrance. A ce groupement on donnerale nom de Comissão Inter-AssociaçõesPortuguesas da Região Nord-Pas deCalais.Du 4 juin au 15 juin 2003, Maria Ma-nuela Durão fera découvrir une expo-

sition l’Art des Azulejos. Amoureusede l’art en général, elle réalisa en2002 une exposition avec la présencedu sculpteur António Razão et duphotographe Manuel Xavier. En plan-

tant un arbre, elle sera présente lorsde la création du Parc de la Gar-gouille, à Parcq, celui-ci se voulantune reproduction des jardins des Ducsde Bourgogne. Ce parc étant intégré

au Centre Culturel Européen PhilippeLebon, ce dernier ayant été marié àIsabelle du Portugal.Une date qui restera marquée pour lesPortugais du Nord, sera le 1 mai2004. Date à laquelle, le Présidentportugais de l’époque, Jorge Sampaio,fera une visite privée au Cimetièreportugais de Richebourg et au monu-ment au soldat portugais de La Cou-ture. L’organisation de cette venueétant à la charge de Maria ManuelaDurão.Après être partie de Lille, et avoir faitune pause dans la vie de diplomate,Maria Manuel Durão sera nommée le15 juin 2010, Consule du Portugal àDüsseldorf, tâche qu’elle cessera enseptembre 2015, suite à son affecta-tion à l’Ambassade du Portugal au-près du Saint Siège.Etre diplomate et avoir son mari avecle même type de charges, n’est pastoujours simples - mari et femmeétant souvent séparés, au grès des no-minations, à l’exemple de Maria Ma-nuel Durão. Pendant qu’elle exerçaità Düsseldorf, son mari était Ambassa-deur à Bruxelles.

Pour compléter le Dossier spécial publié la semaine dernière

Par António Marrucho

Na próxima semana: Fórum para o emprego da Cap MagellanA associação Cap Magellan organizamais um Fórum do Emprego, nos dias16 e 17 de fevereiro. Os dois momen-tos são distintos, mas complementa-res.Na terça-feira, dia 16 de fevereiro,está programada uma presença daCap Magellan no “Paris métropolepour l’emploi des jeunes”, que decor-rerá na Grande Halle de la Villette, emParis. Este é, segundo a associaçãofranco-portuguesa, o “primeiro fórumde recrutamento da área metropoli-tana de Paris”. Pretende ser umevento “colocando em contacto oscandidatos de todos os níveis de qua-lificação e experiência, com os depar-tamentos de recursos humanos dasempresas e das coletividades territo-riais da região de Paris”.Segundo um comunicado da associa-ção, “este dia será organizado emcinco partes, indo do recrutamento àformação e à orientação, para atingir

o maior número de jovens que nãopossuam necessariamente um di-

ploma de estudos superiores. A CapMagellan convidou a AIESEC a estar

presente no seu stand para uma divul-gação das ofertas de estágios nos paí-ses lusófonos.No dia seguinte, quarta-feira 17 de fe-vereiro, está prevista uma permanên-cia da Cap Magellan e do Instituto deEmprego e Formação Profissional(IEFP), no Consulado Geral de Portu-gal em Paris para um serviço de infor-mação sobre o emprego junto dosutentes do Consulado Geral.A Cap Magellan estará presente parauma apresentação das atividades doDepartamento de Stages et Emplois(DSE).Com esta ação, a Cap Magellan pre-tende “reunir os lusófonos e lusófilosde França” e fazer com que “a línguae a cultura portuguesas sejam reco-nhecidas e adquiram uma maior visi-bilidade em França. Informar emdiversos setores (cultura, emprego, es-tudos, etc.)” diz a nota da Cap Magel-lan enviada às redações.

Trabalho realizado em Coimbra sobre cirurgia ambulatória premiado em FrançaO trabalho de um grupo de médicosinternos do Centro Hospitalar e Uni-versitário de Coimbra (CHUC) foi pre-miado em França, no CongressoEuropeu de Cirurgia de Ambulatório,segundo anunciou a Associação Por-tuguesa de Cirurgia Ambulatória.Em declarações à Lusa, a porta-vozInês Mesquita disse que o estudo pre-tendeu conhecer a taxa e compreen-der as razões do adiamento e daexclusão dos doentes para cirurgia deambulatório na Unidade de CirurgiaAmbulatória (UCA) do CHUC para es-

tabelecer estratégias para a sua dimi-nuição. “Ainda existe algum caminhopara andar relativamente ao cumpri-mento dos protocolos e nos critériosde inclusão”, sublinhou a médica.O estudo, orientado por Maria LurdesBela, responsável pela UCA, analisouo registo das consultas de anestesiaentre julho de 2012 a junho de 2013.O grupo analisou os processos de3.129 doentes submetidos a cirurgia,dos quais 2.129 foram avaliados emconsulta de anestesia, e concluiu queé possível melhorar a performance da-

quela unidade.De acordo com Inês Mesquita, “é pos-sível diminuir” o número de casos dedoentes excluídos de cirurgia ambu-latória por ausência de exames com-plementares de diagnóstico epatologias cardiovasculares e excessode peso ou obesidade. “A aplicaçãodos protocolos (nem sempre cumpri-dos) e o estudo direcionado de pato-logias na consulta pré-operatóriacirúrgica reduzirão os números”, dissea investigadora.De acordo com a médica, a “comuni-

cação entre serviços de anestesiologiae cirurgia deve ser otimizada e todosdevem ser rigorosos na aplicação doscritérios de elegibilidade”.O estudo foi premiado em janeiro, emFrança, com o prémio de melhor co-municação livre do Congresso Euro-peu de Cirurgia de Ambulatório.A comunicação foi proferida por InêsMesquita, de 30 anos, médica internade formação específica, com mes-trado integrado em Medicina, e alunadoutoranda em Ciências da Saúde naUniversidade de Coimbra.

O que é o Contrato de Comodato?

Resposta:

O Comodato encontra-se definidono Código Civil como sendo umcontrato pelo qual uma das partes(comodante) proporciona a outra(comodatário), o gozo temporáriode uma coisa móvel ou imóvel,mediante entrega, com a obriga-ção de a restituir.O comodatário pode usar a coisapara qualquer fim lícito, dentro dafunção normal das coisas damesma natureza, exceto se docontrato ou das circunstâncias re-sultar o fim a que a coisa empres-tada se destina.O comodato distingue-se docontrato de arrendamento, entreoutros aspetos, pelo facto de sergratuito e o comodatário não ter aseu cargo prestações que consti-tuam o equivalente ou o correspe-tivo da atribuição efetuada pelocomodante.Embora este contrato seja emregra celebrado no interesse docomodatário, a sua gratuitidadenão impede o comodante deimpor certos encargos (cláusulasmodais).A duração do comodato é estabe-lecida livremente pelas partes.O comodante só responde pelosvícios de direito ou da coisa ex-pressamente se tiver responsabili-dade ou tiver procedido com dolo.Neste contrato, o comodatário tema obrigação de guardar e conser-var a coisa que lhe foi empres-tada, facultar o seu exame aocomodante, não a aplicar a fim di-verso daquele a que se destina,não fazer dela uma utilização im-prudente, tolerar as benfeitoriasque o comodante pretenda fazer,não proporcionar a terceiro, semautorização do comodante, o usoda coisa, avisar imediatamente ocomodante, sempre que tenhaconhecimento de vícios na coisaou saiba que a ameaça algum pe-rigo ou que terceiro se arroga di-reitos em relação a ela, desde queo facto seja ignorado do como-dante, e restituir a coisa findo ocontrato.

Rita RibeiroJuristaRua Principal, nº 150Granja2425-013 Monte RealInfos: +351.926.300.365Infos: +33 (0)6.12.601.427

Rubrica jurídica

le 10 février 2016

Cap Magellan (archives)

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06 Comunidade

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France-Brésil itinéraire d’un prêtre diocésain

Après le 2ème Guerre mondiale plu-sieurs vagues d’immigrations sont ar-rivées en France. C’est ainsi qu’on avu arriver des Polonais. Ceux-ci ve-naient légalement, parfois par villagesentiers, ramenant avec eux leur prêtre.Les Portugais s’assemblaient eux-aussi par village ou famille, ils arri-vaient toutefois, pour la majorité,clandestinement et à quelques excep-tions près, le prêtre du village ne lessuivait pas. Dans la région roubai-sienne la Communauté portugaise apu tout de même compter sur l’AbbéAntónio Pires qui dans les années1970-1980 réalisa la plupart desbaptêmes et mariages des Portugaisde la région. Il dépendait, au début,d’une paroisse de Roubaix. Dans lesannées 1980 il a été nommé à NotreDame des Sources de Pérenchies.Il a fallu attendre le milieu des années1990 pour retrouver un prêtre dispo-nible pour faire des cérémonies enlangue portugaise, en la personne deBernard Willem.Une exposition sera inaugurée le mer-credi 10 février dont le thème serajustement: «Bernard Willem: France-Brésil itinéraire d’un prêtre diocé-sain».Nous avons souhaité donner la paroleà Bernard Willem sur son prélat auBrésil et sa liaison avec la Commu-nauté portugaise dans la région rou-baisienne.

Vous êtes le plus Portugais des prêtresdu Nord de la France. Pourquoi cetamour pour notre langue et notre cul-ture?A mon retour du Brésil, à cause de mapratique de la langue portugaise, onm’a demandé d’accompagner les Por-tugais surtout dans les célébrations:messes, baptêmes, funérailles, ma-riages. Je me suis lié d’amitié avec les

Portugais mais ce sont surtout eux quim’ont adopté parce que je parlais leurlangue.

Pourquoi avoir émigré au Brésil pourprêcher la foi? Etiez-vous à un mo-ment de votre sacerdoce ou des choixdevaient se faire?Pas du tout. J’ai passé 3 semaines auBrésil avec un ami prêtre, rentré enFrance après 12 ans là-bas. Puis j’aidécidé d’apprendre le portugais pourpouvoir correspondre avec les Brési-liens que j’avais rencontrés. Deux ansaprès cela, j’ai demandé à l’évêques’il m’autorisait à passer quelques an-nées dans la paroisse où j’étais passé,la diocèse de Salvador da Bahia, pouraider le prêtre français, seul pour50.000 habitants. C’est ainsi que jesuis allé pendant 4 ans dans cette pa-

roisse, à Dias d’Avila, à 50 kms deSalvador.

Quels enseignements avez-vous retiréde cette expérience au Brésil?L’importance d’être proche des gens,d’aller les voir chez eux. Parler le plussimplement possible pour être com-pris par tous. Respecter la culture desBrésiliens et ne pas imposer une ‘pas-torale française’. La séparation del’Eglise et de l’Etat n’existant pas auBrésil, il était difficile pour nous degarder notre indépendance vis-à-visdes pouvoirs publics.

Au vu de votre expérience, diriez-vousqu’il y a un catholicisme ou des ca-tholicismes au Brésil?Les Brésiliens de milieu populairesont encore nombreux dans les

églises, mais ils sont attirés par lesnombreuses églises évangéliques,souvent très riches, qui rassemblentdes milliers de personnes, leur faisantdes promesses invraisemblables.L’Eglise universelle du règne de Dieua 3 chaînes de télévision et a aussi ungroupe de Députés au Congrès natio-nal.

Vous avez été catalogué par cer-tains, de prête de Gauche? Celavous blesse?Je n’ai jamais été du côté de la Mairiede Droite et j’étais en lien avec desmilitants du Parti des Travailleurs, lePT, le Parti de Lula. J’ai accompagnédes mouvements comme l’ACO (Ac-tion catholique ouvrière), la JOC (Jeu-nesse ouvrière chrétienne), l’ACE(Action catholique des enfants), qui

soutenaient tous ceux qui prenaientdes responsabilités dans le syndicat,les associations d’habitants ou dansleur quartier. Tout en étant en contactavec tous, ce sont presque toujours lesplus pauvres que je rencontrais dansles quartiers.

On peut être Prêtre et pratiquer desactivités autres que celles en liaisonavec la foi, par exemple l’athlétisme?Etant au lycée, je suis entré dans unclub d’athlétisme à Roubaix. J’ai prisgoût à l’athlétisme en gagnant descourses. Au Séminaire, j’ai entraînédes copains à courir avec moi, notreéquipe de cross était souvent pre-mière au classement. J’ai réussi à êtreChampion de France de cross, avecles Facultés et les Séminaires, en1956. Puis, de 40 ans à 60 ans, j’airejoint une équipe de vétérans, à Mar-quette, ma dernière course étant lesemi-marathon de la Braderie de Lille,avant mon départ pour le Brésil, et jefus alors le premier des 60 ans!C’était important pour moi d’être uncoureur avec une équipe de copains.

Que voit-on dans l’exposition quivous est consacrée «Bernard Wil-lem, France-Brésil: itinéraire d’unprêtre diocésain»?Trente photos y seront exposées, dedifférents formats. Elles vont soulignerles temps forts de mon itinéraire: Lecoureur devient prêtre, il découvre laJOC: «Un jeune travailleur vaut plusque tout l’or du monde», et il y a toutun cheminement avec le monde ou-vrier. Avec le Brésil et la misère debeaucoup, c’est le cheminement avecles plus pauvres. En France, c’est au-jourd’hui l’attention aux migrants: lessans-papiers, les Roms, les commu-nautés de personnes qui viennentd’ailleurs… sans oublier les personnesdes quartiers de milieu populaire,comme nous disons aujourd’hui.

Bernard Willem

Par António Marrucho

Jules Daveau: botaniste et jardinier en chef à Lisboa

Sur invitation du Comte de Ficalho,il y a 140 ans, Jules Alexandre Da-veau fut nommé Jardinier en chef auJardin Botanique de Lisboa. Il y sé-journa de 1876 à 1893.D’un milieu ‘saloio’, troisième filsd’une famille de 9 enfants, Jules Da-veau entre à 16 ans comme élève-jardinier au Jardin des Pantes deParis. À 20 ans, nommé Chef de cul-ture, il assume la responsabilité desessais pratiqués à partir des se-mences ramenées de tous les coinsdu globe par les explorateurs del’époque.En été 1876, le Comte de Ficalhocherche un remplaçant à EdmundGoeze, botaniste allemand qui l’avaitaidé à créer le Jardin Botanique del’Ecole Polytechnique de Lisboa. Leprofesseur Decaisne lui recommandeJules Daveau.Tout jeune marié, Jules Daveau s’ins-talle avec son épouse à Lisboa. Ils yvécurent 16 années. 4 de leurs en-fants naîtront au Portugal.Recruté comme Jardinier en chef dèsson arrivée dans la capitale, il est très

vite apprécié. 3 années plus tard,son salaire augmente sensiblement,et ses prérogatives s’élargissent. Ilaménage, entretient le jardin, ac-compagne les étudiants dans la re-cherche et élabore en profondeurl’herbier de l’Ecole Polytechnique.Il fait construire la grande serre, etplante la fameuse allée de palmiersde Californie et du Mexique de l’an-cienne entrée du jardin.Il recueille une quantité énorme deplantes ramenées des territoires sousdomination portugaise, prouvantl’ampleur de la puissance colonialedu Portugal au 19ème siècle.Chargé d’explorations, il parcourt toutle Portugal en long, en large et en tra-vers.Il analyse, prend des notes et ramènede nombreux spécimens botaniques,et ce pendant un quart de siècle. Sarigueur et sa curiosité à touteépreuve, ont influé la connaissancescientifique en matière botanique auPortugal. Il tient compte de la chimiedes sols, des bouleversements sur laconfiguration des paysages apportéspar les déplacements de populationdes milieux ruraux vers le littoral at-

lantique. Ceux-ci annoncent déjà lespréoccupations environnementalesprovoquées à l’ère de la révolution in-dustrielle par l’arrivée des cheminsde fer et l’aménagement des routes.Quelques 16-17 ans après son arri-vée à Lisboa, Jules Daveau quitte lePortugal, peut être pour des raisonsliées au contexte politique del’époque, et rentre à l’université deMontpellier. Tout en conservant desliens privilégiés avec plusieurs Bota-nistes portugais avec lesquels il avaittravaillé, il propose un autre nouveauJardinier en chef pour Lisboa: HenriCayeux. Jusqu’à la fin de sa vie, ilgarde des liens étroits et profession-nels avec les Botanistes portugais lesinvitant à plusieurs reprises enFrance, à Montpellier.100 Ans après son arrivée dans la ca-pitale portugaise, le Professeur A.R.Pinto Lopes fit ériger en 1976, uneplaque commémorative de son travaildans le Jardin Botanique de Lisboa.Visites guidées régulières du jardin.En français certains dimanches, de10h00 à 13h00. Visites assuréespar André Laurins, Technicien agro-nome.

Par Gracianne Bancon

Bernard Willem avec des jeunes Roms à RoubaixDR

le 10 février 2016

Page 7: FRANCE O Consulado Geral de Portugal em Lyon está em obras · Democracia digna desse nome pode exigir dos que emigram - e na grande maioria dos casos dos que foram constrangidos

07Comunidade

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Primeira Permanência consular em FumelNo próximo dia 26 de fevereiro,sexta-feira, terá lugar a primeira Per-manência consular em Fumel (47),que se realizará na Mairie de Fumel,Place du Château.“Dada a distância entre Fumel e Bor-deaux, sede da área consular quecobre o departamento de Lot et Ga-ronne, traduzida em mais de 4 horasde trajeto (ida e volta), há muito quea Comunidade portuguesa desta re-gião manifesta a necessidade de umaPermanência consular”, salientouAntónio Capela, Conselheiro das Co-munidades portuguesas eleito nasáreas consulares de Bordeaux e Tou-louse, na reunião que teve com aCônsul Geral de Portugal em Bor-deaux, Ana Filomena Rocha, em se-tembro de 2015.“Assim, e após decisão do ConselhoConsultivo da área consular de Bor-deaux, a Comunidade portuguesa dodepartamento 47 vai poder usufruir apartir deste mês dos serviços consu-lares com maior proximidade” explicaO Conselheiro das Comunidades.Além da Permanência de dia 26 defevereiro, segundo António Capela,está também calendarizada uma

outra para o dia 15 de abril, sendoque a sua continuidade “dependeráda adesão dos cidadãos”.O horário de atendimento é das

9h30 às 13h00 e das 14h00 às17h30, estando o atendimento su-jeito a marcação para evitar temposde espera e assim ser mais cómodo

para os utentes.O número de telefone para marca-ções é o 05.56.00.68.26 e aconse-lha-se a, no momento da marcação,

explicitar de forma clara os documen-tos ou assuntos que pretendem tra-tar. “Desta forma, por exemplo, sese pretender levantar um Cartão decidadão ou um Passaporte que játenha sido feito no Consulado,basta mencionar isso para que osfuncionários possam levar o docu-mento em causa, ou se se tratar deuma Procuração, é conveniente quea minuta seja enviada para o Con-sulado previamente para ser redi-gida e o cidadão pode assimlevantar aquela na Permanência.Assim, além de estarem mais próxi-mos da população, os Serviços con-sulares são também mais efici-entes” afirma António Capela.Mostrando “muita satisfação” comesta iniciativa, depois do seu“apelo” à Cônsul Geral em Bor-deaux, António Capela realça ao Lu-soJornal que “depois de tantos anosem que os Portugueses da região deFumel optavam por se nacionalizarpara evitar horas de caminho paratratar de um papel, têm agora maiscondições para se sentirem maispróximos do nosso país e para onosso país os servir melhor”.

Uma sugestão do Conselheiro das Comunidades

le 10 février 2016

Obras no Consulado Geral de Portugal em Lyon

Os locais do Consulado Geral de Por-tugal em Lyon entraram em obras deremodelação que serão realizadas emtrês fases. O Consulado situa-se narua Crillon, no sexto bairro de Lyon,e acolhe cerca de uma centena depessoas por dia. As obras terão umaduração de dois meses e durante asua realização haverá sempre atendi-mento ao público, mesmo se os fun-cionários Consulares pedem aosutentes para evitarem, se for possí-vel, este período.“O Consulado existe desde os anossetenta, e sofreu um incêndio muitoimportante em 1976 que destruiuparte dos arquivos e do espaço deacolhimento” explicou ao LusoJornal

a Cônsul de Portugal Maria de Fá-tima Mendes. “Desde daí, pontual-mente, os meus antecessores faziamobras quando necessário. Mas estasobras de hoje são muito dispendiosase de grande vulto e importância. Porisso tivemos que esperar pelo parecere pelo orçamento de Lisboa”.A Cônsul Geral de Portugal explicouao LusoJornal que as obras implicamvárias fases de intervenção, no sis-tema elétrico, no de isolamento, noprimeiro andar e no rés-do-chão, mastambém no aquecimento e no ar con-dicionado. “As pessoas já se queixa-vam das más condições”.Para Maria de Fátima Mendes “ha-verá também uma remodelação eatualização das normas para acessopara deficientes, nomeadamente na

disposição dos sanitários”.Uma das fases importantes vai ser o“abate dos arquivos, que tem de cor-responder a regras próprias. No fimdas obras haverá também uma mu-dança de mobiliário, a chegada decomputadores mais modernos, commais rapidez e mais possibilidadesde trabalho. Teremos uma nova portade entrada, com uma antecâmara decontrole, como nos bancos, por ques-tões de segurança, que são importan-tes nos tempos em que vivemos”.Maria de Fátima Mendes explicou aoLusoJornal que “está ainda em es-tudo a criação, no rés-do-chão, deuma parte de atendimento, especial-mente para os deficientes, a fim delhes facilitarmos o acesso ao Consu-lado”.

Dentro de dois meses o Consuladopassará a ter também uma nova cen-tral telefónica e a Cônsul Geral des-taca sobretudo “mais espaço deatendimento, onde vamos privilegiarum pouco mais a privacidade e a per-sonalização do atendimento do pú-blico”.Outra novidade é a chegada, dentrode um mês, de mais um funcionáriopara o Posto consular de Bordeaux.“E um outro até ao fim do ano, seLisboa o permitir. Este é meu pedido,pois as Permanências consulares vãoaumentar em várias cidades”. Atual-mente o Consulado Geral de Portugalem Lyon faz Permanências em Dijon,Anemasse, Châlon-sur-Saône e Gre-noble. Proximamente vão juntar-seDôle e Chambery. “Dois funcionários

deslocam-se a estas cidades com umequipamento móvel e até poderão vi-sitar pessoas nos hospitais e casas derepouso, se for pedido esse atendi-mento previamente”. Maria de Fá-tima Mendes explica ainda queantecipadamente haverá pessoas nasMairies ou nas associações dessascidades, que vão preparar e enviarpor correio ou telefone os assuntoscom mais exigências a serem tra-tados nessas Permanências. OsPassaportes e os Cartões de Cida-dão serão tratados no próprio diapelos funcionários.O Consulado está aberto ao públicode segunda a sexta-feira, das 8h00às 14h00, salvo às segundas, quar-tas e sextas-feiras, em que fecha às15h00.

Por Jorge Campos

Portuguesas e Portugueses, o ano de2016 mal começou e os Portugue-ses residentes no estrangeiro, no-meadamente em França, foramnovamente vítimas de uma forma detratamento desigual, injusta e in-compreensível.Enquanto Conselheiro das Comuni-dades Portuguesas lamento as de-clarações proferidas nas últimassemanas, tanto pelo atual Embaixa-dor de Portugal em França como asdeclarações do Ministro dos Negó-cios Estrangeiros, Augusto SantosSilva. Considero que o meu dever éagir em prol dos Portugueses que re-presento. Neste caso, posso afirmar

que a posição que tomo, assim comoas ações que iniciei, acompanham osentir da Comunidade portuguesa re-sidente em França. A Comunidadeportuguesa praticamente não co-nhece o atual Embaixador, ao con-trário dos seus antecessores. Umcidadão português que tenha a honrade receber o Grau de Cavaleiro daOrdem das Artes e das Letras nãopode estar na origem de nenhumequívoco. Deveria, antes pelo contrá-rio, ser motivo de orgulho e de reco-nhecimento de todo povo português,nomeadamente dos Portugueses queresidem em França e logo também odeveria ser para o Senhor Embaixa-

dor Moraes Cabral, para o SenhorDeputado Paulo Pisco, para o Se-nhor Ministro Augusto Santos Silva,ou seja, para toda a Nação.Gostaria de poder acreditar e afirmarlivremente, que somos todos Portu-gueses onde quer que nos encontre-mos. Que temos todos o direito deexigir igualdade de tratamento, res-peito e consideração, independente-mente do local de residência, domeio de origem, ou do estrato social.O artigo primeiro da ConstituiçãoPortuguesa é muito claro nesta ma-téria: “Portugal é uma República so-berana, baseada na dignidade dapessoa humana e na vontade popu-

lar e empenhada na construção deuma sociedade livre, justa e solidá-ria”. Assim sendo, parece-me legí-timo que nós Portugueses residentesno estrangeiro tenhamos todo o di-reito de ser representados, defendi-dos e tratados de uma forma igual,justa e digna onde quer que esteja-mos.Relembro que a França é o país domundo que concentra a maior Co-munidade portuguesa residente forade Portugal. Cerca de 1,3 milhões dePortugueses residem em terras gau-lesas. Estamos a falar de uma popu-lação praticamente equivalente aonúmero de habitantes da cidade do

Porto e da sua área metropolitana.Por estes motivos acima anunciados,pelo facto da grande maioria da Co-munidade portuguesa residente emFrança desconhecer o atual Embai-xador, consideramos que temos o di-reito de exigir uma representaçãomais ativa, menos desigual e maispróxima para com e de todos os Por-tugueses presentes em solo francês,continuamos a exigir através umabaixo-assinado que se encontra nainternet, a substituição do atual Em-baixador de Portugal em França.

http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT79751

Por uma representação diplomática mais ativa

Crónica de opiniãoRui Ribeiro BarataConselheiro das ComunidadesPortuguesas em Strasbourg

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08 Comunidade

lusojornal.com

emsíntese

100 anos Cruzada das Mulheres Portuguesas

Na sala de referência da BibliotecaNacional de Portugal (BNP), em Lis-boa, está patente uma mostra que as-sinala o centenário da criação daCruzada das Mulheres Portuguesas(CMP), associação criada em 1916,com o objetivo de prestar assistênciaaos necessitados devido à GrandeGuerra.A associação portuguesa “foi inspi-rada na sua congénere francesa LaCroisade des Femmes Françaises,surgida em 1915” e, em março de1916, existia já um grupo de 80 mu-lheres, entre as quais Elzira DantasMachado, mulher do Presidente daRepública Bernardino Machado, quea fundou.“A CMP desenvolveu a sua ação atra-vés de comissões (Propaganda, En-fermagem e Assistência aos MilitaresMobilizados), promoveu a organiza-ção de cursos destinados a prepararenfermeiras e a criação de um hospi-tal”, explica em comunicado a BNP.Esta mostra, adianta a Biblioteca,“apresenta essencialmente o materialenviado, em 27 de julho de 1917,pela Comissão Feminina ‘Pela Pátria’,para o projetado Museu de Guerra, eque se encontra hoje no acervo daBNP”.

Organista deParis no centenáriodas aparições de Fátima

Cento e cinquenta iniciativas até2017 e ainda uma exposição no Va-ticano, em 2018, assinalam o Cente-nário das Aparições em Fátima,anunciou na semana passada o San-tuário. O organista da Catedral deNotre Dame de Paris foi convidadopara o concerto de inauguração doórgão da Basílica de Nossa Senhorado Rosário, no próximo dia 20 demarço, domingo de Ramos.Exposições, ciclos de conferências,concursos, música e simpósios teoló-gico-pastorais estão entre as propos-tas do Santuário até 2017, no âmbitodas comemorações do Centenáriodas Aparições. “O programa, comcerca de uma centena e meia de pro-jetos, visa chegar a diferentes públi-cos: adultos, jovens, crianças,aqueles com maior ou menor ligaçãoeclesial a Fátima e também a todosos visitantes que, pelas mais diversasrazões, se sentem atraídos por estelugar, na esteira do que tem sido ditopelo papa Francisco”.Nos dias 12 e 13 de maio de 2017,data em que o Papa Francisco estaráem Fátima.

Abertas as inscrições para a nova SecçãoInternacional de Português de Saint Cloud

Desde setembro do ano passado foicriada uma nova Secção Internacionalde Português no Liceu AlexandreDumas, em Saint Cloud (92). As can-didaturas para integrar neste estabe-lecimento deverão ser entregues atéao próximo 12 de março.Dirigida pelo professor Miguel Guerra,a nova Seccão Internacional portu-guesa acolhe desde setembro apenas8 alunos na turma de ‘Seconde’. “ASecção Internacional vem no segui-mento da Secção de Chaville queabrange o Primário e o Colégio. Muitosdos alunos eram constrangidos após oBrevet de optarem por Balzac ouMontaigne, em Paris, ou terminaremos estudos de português por falta deproximidade, daí a necessidade dehaver um prolongamento do ensinoportuguês no Liceu, no departamentode Hauts de Seine”, começou por ex-plicar o Diretor. Antes de Saint Cloud,Sèvres era a cidade proposta para aco-

lher a nova Secção Internacional, «fi-nalmente foi Saint Cloud».As Secções internacionais portugue-sas oferecem, para além do currículodo sistema educativo francês, um en-sino aprofundado e específico em lín-gua portuguesa (Língua, Literatura,História e Geografia) assegurado pelosprofessores Miguel Guerra e CarlaLourenço, ambos dão também aulasna Secção Internacional de Saint Ger-main-en-Laye, com perfil adequado eformados nas universidades portugue-sas. O percurso escolar dos alunos éfinalizado pelo Diplôme National duBrevet, option internationale, no anoletivo de ‘troisième’, e pelo OIB, Op-tion Internationale du Baccalauréat,no ano letivo de ‘Terminale’.“Atualmente as Secções Internacio-nais de Chaville e de Saint Cloud aco-lhem alunos de diversas origensgeográficas (Hauts-de-Seine, Yvelinesou ainda Essonne)”. São propostostrês níveis de ensino: o ensino primá-rio na École Primaire Paul Bert (Cha-

ville), enquanto alunos internos (paraas famílias que inscrevem os seus fi-lhos neste estabelecimento) ou alunosexternos (para os que continuam a fre-quentar a escola primária do seu setore se deslocam à Escola Paul Bert paraas aulas de português); o colégio noCollège Jean Moulin (Chaville); e oliceu no Lycée Alexandre Dumas(Saint-Cloud).“O ensino de português pressupõe 7horas a mais por semana no liceu. Daíser necessário que o aluno tenha operfil adequado para a Secção, isto é,se não tiver bases sólidas em línguaportuguesa torna-se complicado”,aponta ao LusoJornal.A admissão na Secção InternacionalPortuguesa é da competência da Ins-peção académica, dependendo dosseguintes pré-requisitos: a apreciaçãodo dossier individual do aluno (per-curso escolar); a avaliação da provaescrita e da prova oral em língua por-tuguesa e, para os alunos de colégio eliceu, a avaliação da prova escrita em

língua francesa.“O exame de admissão (primário, co-légio e liceu) decorre no próximo dia19 de março. Em função das vagasdisponíveis, terá lugar uma segundachamada à qual se podem candidataraté ao dia 28 de maio”, recorda Mi-guel Guerra.Todos os alunos lusófonos ou que te-nham um bom nível de português,podem matricular-se na turma de ‘Se-conde’. “Vamos ter duas turmas emsetembro, os que estão atualmenteem ‘Seconde’ estarão em princípio em‘Première’ e uma nova turma de ‘Se-conde’». Os formulários de candida-tura devem ser requeridos junto dosresponsáveis das Secções. É de refe-rir, também, que este tipo de ensino,assim como o processo de candida-tura, são totalmente gratuitos.Liceu Alexandre DumasSecção Internacional Portuguesa112 bd de la République92210 St CloudInfos: 06.37.68.10.46

No Liceu Alexandre Dumas

Por Clara Teixeira

Ao entrarmos na Quaresma, os cris-tãos (e porque não também “os ho-mens e mulheres de boa vontade”?)entram num período especial de com-bate espiritual. Reconhecemos todosa existência do mal, mais facilmenteo que existe no mundo e na sociedadee, talvez com mais dificuldade, o queexiste em nós mesmos. Por vezes essemal é consentido, procurado e até le-galizado. Outra vez ele toca-nos deforma brutal. Mal é mal, não importacomo. Mas será o combate contra omal uma luta entre iguais de sinalcontrário?“O poder do mal no coração humanoe na História da humanidade é umfacto indesmentível. Mantém-se aquestão: como explicar este mal? A fédiz-nos que existem dois mistérios deluz e um mistério de noite que, no en-tanto, está rodeado pelos mistérios deluz. O primeiro mistério de luz é o se-guinte: a fé diz-nos que não há doisprincípios, um bom e um mau, mas

um único princípio, o Deus criador, eque este princípio é bom, somentebom, sem sombra de mal. É por issoque o ser também não é um misto debem e de mal: o ser como tal é bom,e portanto é bom ser, é bom viver. Talé o anúncio feliz da fé: só existe umaorigem, que é boa, o Criador.Em seguida vem um mistério de obs-curidade, de noite. O mal não provémda origem do próprio ser, não é igual-mente original. O mal provém de umaliberdade criada, de uma liberdademal utilizada. Como foi isso possível?Como se produziu isso? As coisas per-manecem obscuras. O mal não é ló-gico. Apenas Deus e o bem sãológicos, são luz. O mal permanecemisterioso... Podemos adivinhá-lo,mas não explicá-lo; não podemos falardele como de um facto que se seguea outro, uma vez que se trata de umarealidade mais profunda. Continua aser um mistério de obscuridade, denoite.

Mas surge de imediato outro mistériode luz. O mal provém de uma origemsubordinada. Deus, a sua luz, é maisforte. É por isso que o mal pode serultrapassado e que a criatura, ohomem, pode ser curado. Tanto assimé que, em última análise, vemos queo homem não só pode ser curado masefetivamente o é. Deus introduziu acura. Ele entrou pessoalmente na his-tória. À origem permanente do mal,Ele opôs a origem do bem puro. Cristocrucificado e ressuscitado, novo Adão,contrapõe ao rio poluído do mal umrio de luz. E este rio está presente naHistória: lembremo-nos dos santos,dos grandes santos mas também dossantos humildes, dos simples fiéis, eperceberemos que o rio de luz queprovém de Cristo está presente e é po-deroso” (Papa Bento XVI, AudiênciaGeral de 3/12/2008).Este “rio de luz”, como lhe chama oPapa Emérito, passa por nós e capa-cita-nos para sermos (ao menos)

“gotas de luz”. Como se vence o mal?Facilmente: com gestos de amor e mi-sericórdia. Como ensina o Papa Fran-cisco: “A misericórdia de Deustransforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tor-nando-o assim, por sua vez, capaz demisericórdia. É um milagre semprenovo que a misericórdia divina possairradiar-se na vida de cada um de nós,estimulando-nos ao amor do próximoe animando aquilo que a tradição daIgreja chama as obras de misericórdiacorporal e espiritual. Estas recordam-nos que a nossa fé se traduz em atosconcretos e quotidianos, destinados aajudar o nosso próximo no corpo e noespírito e sobre os quais havemos deser julgados: alimentá-lo, visitá-lo,confortá-lo, educá-lo” (Mensagemquaresmal 2016).Na luta do Bem contra o mal, a vitó-ria é certa: basta amar sem medidacom gestos concretos, pequenos ougrandes.

le 10 février 2016

O Bem contra o Mal: quem ganha?Padre Nuno AurélioReitor do Santuário de NossaSenhora de Fátima de Paris

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Crónica de opinião

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09Empresas

Empresa francesa constrói fábrica em ÉvoraO Primeiro-Ministro, António Costa,participou na quarta-feira da semanapassada na cerimónia de assinatura,entre a Mecachrome Aeronáutica e oEstado, do contrato de investimentopara uma fábrica que está a ser cons-truída em Évora, visitando ainda aEmbraer Portugal.A Mecachrome Aeronáutica, empresaportuguesa da multinacional francesaMecachrome, e o Estado, represen-tado pela Agência para o Investi-mento e Comércio Externo dePortugal (AICEP) assinaram o con-trato de investimento relativo à fábricade componentes metálicos para a in-dústria aeronáutica.António Costa e os Ministros da Eco-nomia e do Planeamento e das Infra-estruturas, Manuel Caldeira Cabral ePedro Marques, respetivamente, sãoalguns dos membros do Governo queestiveram presentes na cerimónia, noPalácio de D. Manuel, em Évora.Em comunicado, a AICEP revelou tra-tar-se de “um importante projeto deinvestimento”. O projeto vai ter “umforte contributo para o desenvolvi-mento do ‘cluster’ aeronáutico portu-guês, bem como para a projeção dacompetitividade” do país “como lo-calização para acolher investimentoestrangeiro desta dimensão e com-plexidade, em setores de alta tecno-logia”.Fernando Arteiro, da MecachromeAeronáutica, realçou à Lusa que a as-sinatura do contrato com o Estado é

“um passo importante” para a viabi-lização da unidade industrial emÉvora, cujas obras arrancaram “nofinal do ano passado”, mas escusou-se a revelar o montante dos incentivosfinanceiros. A fábrica está a “nascer”no Parque de Indústria Aeronáuticade Évora, num investimento de cercade 30 milhões de euros, e vai ter umaárea de quase 22 mil metros quadra-

dos, dividindo-se a construção emduas fases, a primeira com 13.500metros quadrados e a segunda comos restantes 9.300.“As obras estão a decorrer e os prazosdefinidos são para cumprir”, acres-centou Fernando Arteiro, lembrandoque o início de produção está previstopara final deste ano.Contactada pela Lusa, fonte da Se-

cretaria de Estado da Internacionali-zação, integrada no Ministério dosNegócios Estrangeiros, que tutela aAICEP, escusou-se a divulgar o valordos incentivos, mas afirmou envolve-rem verbas comunitárias e “benefíciosfiscais”, no âmbito do “enquadra-mento do Portugal 2020 e do CódigoFiscal do Investimento”.Um despacho dos Ministros dos Ne-

gócios Estrangeiros e da Economia,publicado em Diário da República, nasegunda-feira da semana passada, re-fere que o projeto vai ter “impactossignificativos, não só no desenvolvi-mento e dinamização de um ‘cluster’aeronáutico na região de Évora, mastambém nos efeitos de arrastamentosobre outras empresas” da região.Segundo o despacho, a empresapretende adotar, na fábrica alente-jana, “um processo produtivo crio-génico, único a nível mundial”, e“um novo tratamento de superfíciedos materiais rígidos, até agora ine-xistente” no país.Já com outra unidade industrial a fun-cionar em Setúbal, a Mecachromeprevê, com o investimento em Évora,exportar 95% da sua produção e criar,até final de 2019, cerca de 300 pos-tos de trabalho diretos. A empresa portuguesa é detida a100% pela Mecachrome France, im-portante Grupo no mercado francês einternacional, especializado na produ-ção de peças de alta precisão para asindústrias aeronáutica, espacial, au-tomóvel e energia.Com 75 anos de existência, o grupoconta com 14 fábricas em cinco paí-ses (França, Canadá, Tunísia, Marro-cos e Portugal), mais de 2.400 postosde trabalho com um Volume de Ne-gócios anual superior a 300 Milhõesde Euros, em tem como principaisclientes Airbus, Boeing, Embraer, Sa-fran, Porsche, entre outros.

Mecachrome Aeronáutica assina acordo com o Estado

le 10 février 2016

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10 Empresas

Elsa Lopes vende artigos portugueses na Boutique Ephémère

A boutique Ephémère em Sucy-en-Brie(94), vai acolher até domingo 14 de fe-vereiro a marca ‘Le Cœur d’Elsa’ criadapor Elsa Lopes. Artigos de roupa paracasa, quarto, sala, casa de banho, mó-veis diversos, jóias em prata dourada,ou ainda bordados típicos, eis o que alipoderá encontrar. Tudo ‘Made in Por-tugal’, inspirado na tradição e saberportugueses.Durante uma semana Elsa Lopes vaipoder divulgar a sua marca e dar a co-nhecer vários produtos portugueses.Natural de Viana do Castelo a jovemempreendedora aposta na qualidade ena estética dos seus artigos para atrairo cliente. “Surgiu esta oportunidade deocupar durante um curto período aboutique efémera que me vai permitirnuma primeira fase mostrar os meusartigos e conquistar os primeiros clien-tes”, começa por explicar. “E como éna altura do Dia dos Namorados, entãopenso que os célebres lencinhos dosnamorados e outros bordados tradicio-nais podem agradar a alguns”.A boutique efémera tem por objetivomudar todas as semanas de comer-

ciante para divulgar o trabalho e cria-ções de jovens empresários ou cria-dores. Foi apenas no ano passado quea jovem portuguesa decidiu tomaroutro rumo profissionalmente. Ante-

riormente era agente comercial na áreados vinhos, mas o gosto pela decoraçãopersuadiu a Vianense. “O meu projetobaseia-se no mercado da saudade,como estou longe da minha terra natal

é para mim uma maneira de me sentirpróxima de Portugal, das minhas ori-gens e assim poder partilhar com Por-tugueses e Franceses o que temos debom em Portugal”. Para simbolizar a

marca, Elsa Lopes escolheu o famosocoração de Viana, “um ícone conhe-cido por todo o lado e que por conse-guinte ao representar a minha regiãotambém representa bem a minhamarca”, confessa.Foi em 2007 que veio morar paraChambéry e recentemente mudou-secom a família para a região parisiense.Regularmente vai a Portugal negociarcom os fornecedores e aumentar a suarede de contactos. “Estou aberta atodas as regiões de Portugal e nãoquero apenas vender produtos tradicio-nais de Viana do Castelo. Sei que emtodas as regiões há produtos de quali-dade e que merecem ser conhecidos”.Após a passagem pela boutique, vaioptar por showrooms e vendas privadaspara atrair os seus clientes. “Esperoque este conceito da boutique efémerafuncione, mas se não der certo, acre-dito que haverá outras maneiras de ca-tivar as pessoas. Uma coisa é certa nãodesistirei, sei que não é fácil mas souotimista”, diz confiante.

Boutique Ephémère9 rue de la Porte94370 Sucy-en-Brie

Em Sucy-en-Brie

Por Clara Teixeira

le 10 février 2016

CCIFP PACA junta empresários em Sainte Maxime

Decorreu no passado dia 29 de janeiro,em Sainte Maxime, no sul da França,um encontro de membros organizadopela Delegação regional da Câmara deComércio e Indústria Franco-Portu-guesa (CCIFP).Ao longo de 2016, a CCIFP prometerealizar diversos encontros com o obje-tivo de apresentar e discutir diversostemas de interesse para os seus mem-bros.Este primeiro encontro contou com apresença do Cônsul Geral de Portugalem Marseille, Pedro Marinho Costa,que apresentou um estudo compara-tivo de Portugal face à Europa nos úl-timos 30 anos.

O segundo encontro está já agendadopara o dia 18 de março, onde serãoabordados os temas da fiscalidade e dopatrimónio pelo contabilista Sérgio An-drade da empresa Ficadex, de Grasses.Outro dos temas, muito requisitado portodos os empresários que recorrem atrabalhadores portugueses através dedestacamento, será apresentado peloadvogado Jorge Mendes Antunes dogabinete MCL Avocats de Marseille.“Mais do que uma aproximação entremembros, estes encontros pretendemtrazer conteudo e atrair pelo interesseque possam suscitar, levando a que as-suntos sensiveis sejam discutidos ob-jetivamente entre todos” explica aoLusoJornal Joaquim Pires, o Delegadoregional da CCIFP.

Por Cristina Silva

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Cultura 11

lusojornal.com

Livro de Nuno Gomes Garcia vai ser apresentado esta semana em França

Nuno Gomes Garcia apresenta esta se-mana, dia 13 de fevereiro, às 17h00,no Lusofolie’s o seu segundo romance.«O Dia em que o Sol se Apagou» foium dos cinco finalistas do prestigiadoprémio Leya, saindo incólume de umalonga lista de 361 obras oriundas de14 países. O romance é marcado pelapremissa que o alicerça: corre o ano de1487 quando, no dia 26 de março, oSol se apaga do Reino de Portugal.

Este próximo sábado vais falar-nos doteu último romance em Paris. O pú-blico português em França poderá serespecialmente sensível à temática daviagem e do encontro com o estran-geiro, com o Outro. A tua própria expe-riência de viver fora de Portugal tevealguma influência na escrita da tuahistória?Existem enormes diferenças entre oOutro, como dizes, com quem os meuspersonagens se cruzam e o Outro comquem eu próprio entro em contactotodos os dias. No fim do século XV,época por onde os meus personagenscirculam, as diferenças entre o Nós,neste caso, o europeu branco, e oOutro, o africano, o ameríndio ou oasiático, estavam, ao nível do modo devida e da cultura, a uma distânciaenorme. O desconhecimento mútuoera, muitas vezes, um fosso intranspo-nível, um verdadeiro choque civiliza-cional. Ora, foi precisamente no séculoXV que os Portugueses deram começoao que hoje chamamos de globaliza-ção. A mundialização, como dizem osFranceses. Esse longo processo de qui-nhentos anos moldou o mundo no qualvivemos hoje. A velocidade a que o co-nhecimento circula nos nossos diaspermitiu-nos construir as sociedadesmulticulturais que vigoram hoje na Eu-ropa, onde os meus vizinhos tailande-ses, argelinos ou togoleses já não são oOutro, os estrangeiros, mas, sim, ummembro da minha comunidade. A di-versidade, hoje, enriquece-nos. No sé-culo XV, as diferenças dividiam-nos.Apesar de, aparentemente, estarmos,hoje, a viver um retrocesso, com os fo-mentos de fenómenos racistas e xenó-fobos potenciados pela crise dosrefugiados e do terrorismo. Portanto,

não creio que a minha vivência no es-trangeiro tenha influenciado a constru-ção da minha história. Influenciou,certamente, a mensagem que quispassar.

E que mensagem é essa?Desejo alertar para o facto de que Por-tugal, sem nunca esquecer que é umpaís europeu, obviamente, deveria, porforça da universalidade da sua culturae da sua língua, característica forjadapela sua própria História, diversificar oscaminhos que percorre no atual con-texto histórico.

Podes ser mais específico?É simples. A obsessão cega com quenos enfiamos na construção destaUnião Europeia - deixa-me enfatizar o“desta” - fez com que descurássemosas relações com a África lusófona, aAmérica Latina ou a Ásia. E essa ati-tude de seguidismo europeu contrariaa nossa própria História, de país char-neira entre continentes e culturas. Éessa a nossa mais-valia como povo epaís. Portugal, se insistir em ser umpaís meramente europeu, e não umpaís universal, tal como está no seu có-digo genético, morrerá. Nesse sentido,a Diáspora tem uma enorme importân-cia, pois representa cerca de um terçodos Portugueses que existem nomundo.Portugal deve abrir-se ao mundo, ab-solutamente, e não concentrar-se ape-nas na sua pertença a esta UniãoEuropeia que definha um pouco mais

todos os dias, enterrada nas suas pró-prias contradições entre o que defendena teoria e o que executa na prática.Um bom exemplo dessas contradiçõesé a suposta defesa dos direitos huma-nos, como se só os europeus fossembondosos e altruístas, ao mesmotempo que os nossos governantes pa-trocinam as guerras que geram milhõesde refugiados, os mesmos que obriga-mos a ficarem do outro lado das veda-ções de arame farpado que protegemas nossas fronteiras. Na verdade, istoestá tudo cada vez mais parecido comum remake da queda do Império Ro-mano.

Mudando de assunto. “O Dia Em Queo Sol Se Apagou” foi finalista do pres-tigioso Prémio Leya. Esse reconheci-mento do teu trabalho funciona comoum incentivo ou como uma pressãoacrescida?Nem um incentivo, nem uma pressão.Escrevo porque tenho de escrever, éuma necessidade, uma forma de estru-turar para mim mesmo a forma comovejo o mundo. Já houve uma fase daminha vida em que usava o que liapara compreender o mundo. Agora,sinto que, além de ler, tenho de escre-ver, também ficção, para me ajudarnessa compreensão. Pessoalmente,não é o reconhecimento de críticos oude júris que procuro. O que procuro éter leitores, muitos ou poucos, que sesintam agitados depois de ler o que es-crevo. Seja um manifesto contra aguerra, como o “Sabino”, o meu pri-

meiro romance, uma reflexão sobre olugar de Portugal no mundo, como o“O Dia Em Que o Sol se Apagou”, ouuma sátira sobre a condição femininanos nossos dias, como o meu terceirolivro que deverá sair este ano.

Sim, sem dúvida, os teus livros têmclaramente uma base de reflexão sobrea sociedade complexa em que vive-mos. Tu interrogas o mundo e obrigas-nos a interrogá-lo contigo. Considerasque a arte deve ter este papel de in-quietar as consciências?Sim, não tenho dúvidas sobre isso. Aarte pela arte, o puro esteticismo, temo seu lugar no mundo, claro. Mas, paramim, a literatura tem o dever de aliar aestética ao questionamento. Uma obraliterária, um romance, que não leva oleitor ao questionamento é uma obrade arte manca.

Fazes parte de uma nova geração deautores, que poderíamos chamar degeração pós-Saramago...Não sei se se poderá chamar isso àminha geração (risos). Que o Lobo An-tunes não te ouça. O que sei, até porexercer uma atividade como consultoreditorial, é que há cada vez mais gentea escrever, mas cuja esmagadora maio-ria escreve mal e, por isso, ou guardana gaveta ou, então, publica pagandoa editoras que praticam, como dizemos Franceses, a édition à compte d’au-teur. Essas obras, quase sempre de máqualidade, criam uma grande confusãona cabeça dos leitores, misturando,mais na internet do que nas livrarias oubibliotecas, o muito bom com o muitomau sem grande critério.Mas dentro do grupo da boa literatura,publicada por editoras que assumem orisco e que fazem um controlo de qua-lidade prévio, existem, ao contrário doque por aí se diz, enormíssimos escri-tores na minha geração. Daqui aquinze ou vinte anos, talvez venhamosa falar de uma geração de ouro, talcomo se fez para o futebol.

Mas reconheces-te nessa nova gera-ção?Pela idade e pela vivência, sim.Quanto ao resto, não sei. É algo aindaem construção, o que torna difícil res-ponder-te.

“Uma obra que não leve o leitor ao questionamento é uma obra de arte manca”.

Por Luísa Semedo

“Cantos de exílio”,de Fernando Ilharco Morgado

No prefá-cio destes“Cantosde exílio”(LivrariaSão José,1 9 7 5 ) ,FernandoI l h a r c oMorgadoinforma:“Os poe-mas in-

cluídos neste volume foram escritosno duro ofício do exílio, a maioria emParis, outros no Rio de Janeiro e ou-tros ainda no exílio da própria pátria”.Fernando Morgado (1929-2014),efetuou estudos secundários em An-gola, formou-se em Engenharia Civilno Porto e colaborou em revistas cul-turais como “Vértice” ou “SearaNova”. Em 1964, perseguido pelaPIDE, optou pelo salto. Em Paris, di-rigiu a Liga para o Ensino, que teveum papel importante de apoio aostrabalhadores emigrados. Num artigoda revista “Latitudes” (maio 2001), opoeta afirma: “A influência da culturafrancesa foi dominante para as gera-ções portuguesas do meu tempo,tendo ainda ganho importância acen-tuada no perído do após-guerra, pelovalor e qualidade atrativa da sua lite-ratura e filosofia, das artes plásticas,do cinema e da canção musical.Nessa época, o Quartier Latin era oponto de encontro principal da emi-gração política portuguesa e em al-guns dos seus cafés se encontravamhabitualmente os inúmeros intelec-tuais, trabalhadores, militantes parti-dários da guerra colonial que haviamabandonado o país”. Fernando Mor-gado é autor de uma quinzena de li-vros de poesia, alguns dos seuspoemas fazem parte do disco do can-tor Luís Cília, “La poésie portugaise denos jours et de toujours”, editado emParis, en 1971, num contexto pré-re-volucionário. Em “Cantos de exílio”, os sentimen-tos que dominam, exprimidos emversos puros e de um autêntico li-rismo são quase sempre a solidão, oabando, o esquecimento, como nopoema “O estrangeiro”: “A ausênciaonde / moramos enche o nosso / des-terro de um prazer / triste. E tudo setorna / de repente estrangeiro, /mesmo a nossa língua / e a maneiracomo / os nossos olhos vêem.” Mas,realista, o poeta também canta a vida,“o espanto de viver / de vcr de ouvirde cantar / de tocar nas coisas deamar / sentir o coração bater”.Um livrinho de 100 páginas, incon-tornável para quem se interessa pelapoesia do exílio, ou pela poesia sim-plesmente.

Um livro por semana

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

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12 Cultura

lusojornal.com

emsíntese

La Chute(e) deLídia Martinez à laGulbenkian

Une rencontre-performance «Chut(e)...l’on lit la danse» à partir d’une idée dena Chorégraphe Lídia Martinez aura lieuà la Fondation Calouste Gulbenkian, àParis, le 18 février, à 18h30.«La chute du silence se fait parfoisbruyante...» Une rencontre informelleet dansante où la Chute(e) est à la foisune syncope, un rire, une danse, unpassage, un arrachement, une renais-sance.Chorégraphes, chercheurs, philosop-hes, musiciens, rentrent dans ladanse… des propositions d’infinieslectures du lieu où l’absence s’obligeaux corps...Avec Eliane Béranger, Isabelle Dufau,José Costa Esteves, Patricia Godal,Paulo Henrique, Carlo Locatelli, JoãoCosta Lourenço et Lídia Martinez,Fondation Calouste Gulbenkian39 boulevard de la Tour Maubourg75007 Paris

Casting Cinema:Recherche acteurs non-professionnels

Pour le prochain long-métrage de Lau-rence Ferreira Barbosa, intitulé «Tousles rêves etc», produit par AlfamaFilms, les producteurs recherchentdes hommes et des femmes pour in-carner:- Le père et la mère de l’héroïne, ilssont âgés de 45 à 55 ans, ils sont nésau Portugal et parlent le français avecun accent.- La grande sœur de l’héroïne, elle aentre 24 et 28 ans.C’est l’histoire de Pamela, une jeuneportugaise de la deuxième génération,née en France. Empêtrée dans sescontradictions, ses échecs et l’amourabsolu pour sa famille, elle se sent per-due et paraît incapable d’imaginercomment elle pourrait vivre sa vie…Elle parviendra pourtant à trouver sonpropre chemin entre France et Portu-gal. Si vous êtes intéressés, envoyez,avant le 15 février, deux photos (sim-ples et naturelles, prises dans la viequotidienne, si possible un portrait etune photo debout) ainsi que vos coor-données complètes et votre â[email protected]éatrice Saorin: 06.09.87.61.16

Lionel Cecilio a joué Aladin à Douai

Etre artiste, c’est accepter d’être unsaltimbanque, de provoquer et devivre des expériences bien différentes.Lionel Cecilio, si jeune… et pourtantdéjà plus de 10 ans de carrière avecdes rôles au cinéma, télévision, théâ-tre, publicité. On écrit pour lui, il écritpour lui-même. La vie d’artiste, se faitet se construit souvent à Paris. Lionel,dès qu’il peut, sort de la capital, pourprésenter avec ses copains de profes-sion, des pièces de théâtre dans les-quelles il joue. Et de toute évidence leNord le sollicite. C’est ainsi qu’aumois d’avril il nous est venu jouer lapièce «Un air de famille» au ThéâtreSébastopol de Lille. Avec la mêmepièce, il a fait salle comble le 9 janvierà la salle Gérard Philippe de Wasque-hal. En ce début février avec la pièce«Aladin» il nous est revenu le 6, auThéâtre de Douai, avant de présentercette même pièce très prochainementà Cambrai.Venir dans le Nord laisse, souvent, desbons souvenirs. Dans la pièce «Un airde famille», qui a déjà été vue par unnombre record de spectateurs, Yoyoest une femme soumise, qui lors de laréunion de la familiale Ménard, duvendredi, fête son anniversaire. Dans

cette famille, qui a «un air de nos pro-pres familles», Yoyo sera malmenée,sa fête d’anniversaire tournant au vi-naigre. A la fin de la pièce un belhommage a été rendu à Yoyo, mêmesi l’anniversaire n’était que le tempsde la pièce. Les spectateurs de laSalle Gérard Philippe, ont chanté encœur un «bon anniversaire». Uneautre forme d’applaudir et de remer-cier les artistes pour le bon moment

passé. On a vu quelques larmes surdes visages radieux des comédiens.Dans le Nord… on est comme cela…c’est bien connu.Dans la pièce «Aladin», Lionel Cecilio,y tient le rôle principal. Lionel Cecilio,alias Aladin, cherche l’amour. Pour letrouver... il lui faudra du courage et dela volonté. L’amour est-il difficile àtrouver Lionel? Ou est-ce par besoindu public, que la pièce «Aladin» joue

les prolongations et cela déjà depuisplusieurs saisons? C’est ainsi qu’onpourra aller, voir jusqu’au 26 avril, auThéâtre du Palais Royal, cette piècequi marquera la carrière de Lionel.Celui qui, pour quels uns d’entrenous, aide à rendre les nuits pluscourtes, en écoutant ses lectures,dans l’émission «Voyages au but de lanuit» sur la chaîne D8, vient de tour-ner dans un film réalisé par JacquesMalaterre, en compagnie de PatrickSébastien, Jean Marie Winling et Mai-tre Eric Dupont Moretti.Lionel prête aussi actuellement savoix au rôle de Keith dans le dessinanimé Voltron.De la voix, il en faut à Lionel, lui quisera sur scène, seul, dans une piècequ’il a lui-même écrit «Voyage dansles mémoires d’un fou». Il sera aveccette pièce au Théâtre des Déchar-geurs, à Paris, du 12 au 30 avril,avant d’aller la présenter dans diffé-rents festivals: le 4 juin au Festivall’Ile au Théâtre de Volvestre, à Mon-tesquieu, du 7 au 30 juillet au Théâ-tre Pixel, dans le cadre du Festivald’Avignon 2016 et les 13 et 14 aoûtà la 5ème édition du Festival du SoloTout Seul Devant Tout le Monde, àBlangy-le-Chateau-Lisieux.Un bon programme, n’est-ce pas?

Lionel Cecilio aime le Nord, le Nord aime Lionel Cecilio

Par António Marrucho

Les Amérindiens au Brésil

Le vendredi 12 février, l’équipe de re-cherches «Mémoires, Identités, Terri-toires», de l’Université de Rennes 2,organise un Séminaire internationalsur «Les Amérindiens au Brésil: repré-sentations littéraires, textualités, dis-cours sociaux», sous la coordinationconjointe des professeurs Rita Olivieri-Godet, Luciana Rassier et Mireille Gar-cia.Le thème de ce séminaire s’inscritdans le prolongement de la probléma-tique exposée par Rita Olivieri-Godetdons son récent ouvrage intitulé «L’al-térité amérindienne dans la fictioncontemporaine des Amériques». Sonanalyse s’attachait notamment à exa-miner les aspects particuliers mis enœuvre dans les récits littéraires pourrécupérer la mémoire historique desAmérindiens («habituellement ignorés

dans les diverses tentatives d’interpré-tation des nations») et à contribuer àla réflexion sur l’origine des préjugésqui «continuent à marginaliser les cul-tures des Amérindiens et à alimenterles conflits actuels».Les travaux commenceront à 9h30,avec deux communications: «Une lec-ture du récit de voyage. Dans la zonetorride du Brésil, de Benjamin Péret»(par Leonor Lourenço, de l’Universitéde Louvain) et «Archives, mémoire etidentités dans Meu querido canibal,de Antônio Torres» (par Luciana WregeRassier, de l’Université Fédérale deSanta Catarina). Toutes les communi-cations seront suivies d’un débat. Aucours de la même matinée, Lúcia Sá,professeur invitée de l’Université deManchester, prononcera une confé-rence en portugais sur «Histórias semfim: perspectivismo e forma narra-tiva».

Le programme de l’après-midi se dé-roulera en deux temps, à partir de14h30. Tout d’abord seront proposéesdeux communications intitulées «Amulher ameríndia como instrumento

de interpretação do mito, da identi-dade e da memória da Amazônia naobra de Milton Hatoum» (par MireilleGarcia, de l’Université de Rennes 2) et«Um índio na cidade: dos tempos an-tigos aos dias de hoje, memória, mitoe modernidade» (par Brigitte Thiérion,de l’Université Sorbonne-Paris 3);puis, en deuxième partie de l’après-midi, auront lieu deux autres exposés:«O Projeto Vidas Paralelas Indígena(PVPI)»: relações entre a imagem, aestética e a política» (par Maria daGraça Luderitz Hoefel, de l’Universitéde Brasília) et «Ameríndios e dinâmicaespacial no romance brasileirocontemporâneo» (par Rita Olivieri-Godet, de l’Université Rennes 2).

Séminaire InternationalLe vendredi 12 févrierUniversité de Rennes 2Salle Jacques Léonard, Bât. A

Séminaire International à l’Université de Rennes 2

Par Dominique Stoenesco

“Dialogue des Carmélites”, segundo Luís MiguelCintra, no Teatro de S. Carlos de LisboaA ópera “Dialogue des Carmélites”,de Francis Poulenc, numa encena-ção de Luís Miguel Cintra, estreou-se na semana passada, no TeatroNacional de S. Carlos (TNSC), emLisboa.“Dialogue des Carmelites”, uma co-produção entre o TNSC e o Teatro daCornucópia, dirigida por João PauloSantos, com cenografia e figurinosde Cristina Reis, e encenação deLuís Miguel Cintra, contou com a so-prano Dora Rodrigues a liderar umvasto elenco quase exclusivamente

português.Daquele elenco fazem parte os can-tores líricos Luís Rodrigues, MárioJoão Alves, Ana Ester Neves, AnaPaula Russo, Maria Luísa de Freitas,Eduarda Melo e Carlos Guilherme,Teresa Netta, Carolina Figueiredo,João Terleira, Ricardo Panela, Chris-tian Lujan, Helena Vieira, HelenaAfonso, Mariana Castelo Branco,Ariana Russo, Sara Afonso, Rita Mar-ques, Rita Crespo, Inês Madeira, Ca-tarina Rodrigues, Nélia Gonçalves eRita Tavares.

A ópera, em três atos e 12 quadros,decorre durante o chamado “períodode terror” que se seguiu à RevoluçãoFrancesa, em 1789, e parte de umfacto verídico - a morte na guilhotina,na Place du Trône (atual Place de laNation), em Paris, de 16 freiras car-melitas, que, em 1906, foram bea-tificadas pelo papa Pio X.“Dialogues des carmélites” subiu àcena, no São Carlos, em Lisboa, pelaprimeira vez, em 1958 e, posterior-mente, em 1970.Sobre o compositor francês, afirma o

TNSC, que Francis Poulenc (1899-1963) é “uma personalidade bemrepresentativa de uma sensibilidademusical tipicamente francesa”.“Há na sua obra duas facetas con-trastantes, que, por vezes, se inter-penetram: uma ligeira, sorridente,irónica; outra séria, por vezes mesmoaustera, e também com uma deri-vante religiosa. Em ambas essas fa-cetas, sempre existe uma extremaelegância e um melodismo requin-tado”, remata o TNSC, no mesmocomunicado.

le 10 février 2016

“Un air de famille” à Waquehal, le 9 janvierLusoJornal / Luís Gonçalves

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13Cultura

Filme de Carlos Saboga sai hoje nas salas francesas

O último filme de Carlos Saboga, “Auma hora incerta”, que em francês sechama “A une heure incertaine”, sainas salas francesas esta quarta-feira,dia 10 de fevereiro. Esta é a segundalonga-metragem que Carlos Sabogarealiza, depois de “Photo” (2012).Em “A une heure incertaine” - talcomo em “Photo” - Carlos Sabogavolta a situar a história do filme emPortugal e a cruzar destinos diferentesde Portugueses e de Franceses. Destavez estamos em 1942, durante a di-tadura de Salazar e com a II GuerraMundial em trama de fundo. Dois re-fugiados Franceses, Boris e Laura, sãoapanhados pela PIDE e acabam porser surpreendentemente escondidospelo Inspetor Vargas no anexo do hotelonde mora. Um hotel fechado desdeque a mulher adoeceu gravemente.Ilda, a filha de Vargas, descobre a pre-sença dos dois irmãos Franceses e de-cide fazê-los partir, com ciúmes dopai.No hotel fechado, vive o casal com afilha, mas também vive uma criada,Deolinda (representada por FilipaAreosa). O espaço pode representar opaís, empoeirado, isolado do mundo,triste até. Não fosse a luz que tantoIlda como a criada trazem ao filme.Joana Ribeiro, a atriz que faz de Ilda,está magnífica. Chegou aos ecrãs datelevisão portuguesa em 2012, coma telenovela “Dancing Days” e desdeentão não parou de fazer telenovelas.Passou por “Sol de Inverno” e “Po-derosas”, mas no cinema brilhaainda mais. Pena que não haja maiscinema em Portugal.

Aliás o casting do filme é de grandequalidade. Vargas é interpretado porum Paulo Pires no seu melhor. O atorque chegou ao cinema pelas mãos deJosé Álvaro Morais, em “Zéfiro”, em1994, mas que “renasceu” em 1996em “Cinco dias, cinco noites” de JoséFonseca e Costa confirma que fez bemem deixar de lado uma carreira de mo-delo para se dedicar completamente àarte de representar.Não deixa de ser curioso que CarlosSaboga tivesse dado um ar “humano”a um Inspetor da PIDE. Ele que fugiudo país e das opressões da Polícia Po-lítica... fez com que fosse Vargas a es-conder os dois refugiados franceses.Certamente para mostrar que ocharme de uma mulher tem maisforça do que uma ditadura - Vargas

caiu no charme da Francesa (a atrizJudith Davis) - mas também para lhefazer dizer que combateu na I Guerramundial, em França, na Flandres, eque, no fundo “não há duas Guerras,há uma Guerra contínua”.Mas para repor a situação no seu con-texto, lá estava Jasmim, um agente daPIDE, tal como os imaginamos hoje,besta, insensível, capaz de passar ras-teiras ao seu próprio subalterno. Jas-mim tem “um caso” com a criadaDeolinda mas acaba por ser morto porIlda.Ilda faz tudo no filme! É viva, desfaz-se em atenções para com a mãe queestá acamada, e está apaixonada peloseu próprio pai. Numa das cenas, lê àcriada o episódio das filhas de Lot, noVelho Testamento, em que as duas fi-

lhas se deitam com o pai para preser-var a descendência. A leitura parecenão agradar a Deolinda, mas Ilda...Ilda acaba precisamente o filme sozi-nha, com o pai!Carlos Saboga diz que não tem comPortugal questões identitárias ou acer-tos de contas e assume que tanto “Aune heure incertaine” como “Photo”“questionam mais a época do que opaís”. Quanto ao país “após todosestes anos de separação, Portugal é,para mim, sobretudo uma língua euma memória”.Carlos Saboga nasceu em 1936, emPortugal e fugiu clandestinamentepara França. Ainda viveu algum tempona Itália, antes de se naturalizar fran-cês. Foi jornalista, tradutor e assistentede realização, mas foi sobretudo umreputado argumentista com mais de16 filmes, alguns deles tendo sido se-lecionados nos mais reputados festi-vais de cinema e até premiados emSan Sébastian ou em Cannes.“O Lugar do Morto” de António-PedroVasconcelos (1984) foi escrito porCarlos Saboga, assim como “Aqui D'ElRei!” (1992) e “Jaime” (1999) domesmo realizador.“Les Mystères de Lisbonne” (2010)de Raúl Ruiz também tem assinaturade Carlos Saboga, assim como “LesLignes de Wellington” (2012), ini-ciado por Raúl Ruiz, e depois realizadopela mulher deste, Valeria Sarmiento.Aliás “Mystères de Lisbonne” de RaúlRuiz, escrito por Carlos Saboga a partirde uma adaptação livre do romance deCamilo Castelo Branco, deu a volta aomundo e foi alvo das criticas mais po-sitivas, apesar de durar quatro horas emeia. Participou nos festivais de To-

ronto, Nova Iorque, San Sebastian,São Paulo, Hong-Kong, BuenosAires,…Mário Raposo, o Diretor de fotografiados dois filmes que Carlos Saboga rea-lizou - uma velha cumplicidade quedura há mais de 40 anos, também eleradicado em Paris - também realizoudois filmes com argumento de CarlosSaboga: “Un Amour de Perdition”(2007) e “Le Miracle Selon Salomé”(2004).Finalmente, Carlos Saboga escreveu,evidentemente, os argumentos dosseus dois filmes.O filme que sai hoje nas salas france-sas foi produzido por Paulo Branco daLeopardo Filmes.

“A uma hora incerta”

Por Carlos Pereira

le 10 février 2016

Salas francesasNa hora de fecho desta edição do Lu-soJornal, eis as salas que já progra-maram o filme. Outras estãoatualmente em negociação.Paris: Cinéma Saint André des Artset MK2 ParnasseMarly-le-Roi: Le FontenelleLe Mans: Les cinéastesBrest: Les StudiosCherbourg: L’OdéonJaux: Le MajesticLa Rochelle: L’OlympiaGrenoble: Le ClubLyon: L’OpéraMarseille: Le CésarNice: Le Mercury

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Paris expõe Helena Almeida para lhe dar “a atençãohá muito tempo merecida”

O Museu Jeu de Paume, em Paris,apresenta a primeira retrospetiva emFrança da artista portuguesa HelenaAlmeida, para “dar a atenção há muitotempo merecida a uma obra que pa-rece cada vez mais relevante”, disse ocurador à Lusa.A exposição, que abriu ao públicoontem, terça-feira, foi montada peloMuseu de Arte Contemporânea deSerralves, no Porto, que a exibiu de 16de outubro a 10 de janeiro, sendo co-missariada pelo Diretor-adjunto doMuseu de Serralves, João Ribas, e pelacuradora Marta Moreira de Almeida.“Diria que é para dar a atenção hámuito tempo merecida a uma obraque parece cada vez mais relevante,mais contemporânea e que já juntavatendências que agora são de grandeinteresse no contexto da arte contem-porânea”, descreveu à Lusa JoãoRibas, na visita à imprensa, realizadana segunda-feira, em Paris. “Ela sem-pre foi uma artista internacional e estaretrospetiva existe porque há umgrande interesse em saber mais e co-nhecer mais”, acrescentou.João Ribas destacou que Helena Al-meida “certamente não é conhecidaem França como em Portugal”,

mesmo que o público francês possaconhecer, “talvez, as pinturas habita-das, que são obras de grande referên-cia na arte contemporânea portuguesae internacional”.O Diretor de Serralves arrisca dizer que“é impossível escrever uma história dafotografia, uma história da perfor-mance, seja no contexto português ouno contexto internacional, sem incluiro trabalho de Helena Almeida (...)Também queríamos destacar que éuma artista que continua a trabalharhoje em dia, que trabalha todos osdias”, afirmou.

O Diretor-adjunto de Serralves acres-centou que a mostra em Paris surgiudo “grande interesse de museus inter-nacionais”, lembrando que a exposi-ção também vai estar no Centro deArte Contemporânea Wiels, em Bruxe-las, de 10 de setembro a 11 de de-zembro.Em Serralves, a exposição chamou-se“Helena Almeida: A minha obra é omeu corpo, o meu corpo é a minhaobra”, mas, para a itinerância, foi es-colhido o título “Corpus”, para cruzar“a ideia de um corpo de trabalho”, en-quanto retrospetiva, com “a referência

ao corpo como um elemento principalno trabalho da Helena Almeida”, eporque é “uma palavra que funcionaem quase todas as línguas, por causada relação com o latim”.A mostra, “concebida como umagrande performance”, reúne obras defotografia, pintura, vídeo e desenho, dadécada de 1960 a 2012, acompa-nhando a evolução da artista portu-guesa que “habitou” as suas pinturas,ao trabalhá-las a partir da fotografia, eque “sempre testou os limites” dos di-ferentes meios de expressão plástica.A curadora Marta Moreira de Almeidadeclarou à Lusa que acha que “aexposição vai ser um sucesso”,tendo em conta as visitas prelimi-nares à imprensa e a convidados‘vip’, sublinhando que “é comgrande satisfação” que vê “estaadesão do público”, face “a umaobra fresca, leve, radical”. “As pes-soas gostam e entendem a obradela com uma certa facilidade,sentem-se próximas”, acrescentou.Durante a visita à imprensa, estevepresente a escritora belga Amélie Not-homb, uma das figuras mais mediá-ticas da cena literária francesa, quedesconhecia o trabalho de HelenaAlmeida que classificou como “lar-gamente mais contemporânea que

Louise Bourgeois”.“Ela é incrivelmente contemporâ-nea. Quando olhamos para as datasdas obras - a maior parte dos anos70 - parece que foram feitas anteon-tem. Está mesmo na vanguarda e eunão conhecia a vanguarda portu-guesa e parece-me que é muito maisavançada que as outras vanguardaseuropeias”, disse a escritora à Lusa.As obras de Helena Almeida tam-bém inspiraram os artistas GéraldineAlexeline e Olivier Couto que, du-rante a visita, quiseram “habitar” asimagens da artista ao criar perfor-mances fotografadas em frente àsobras. “Ela provoca algo, é umagrande artista e nós gostamos departicipar nas exposições de formaativa. Nós apropriamo-nos da obradela e, de certa forma, copiamo-la”,descreveu à Lusa Géraldine Alexe-line.A exposição, patente até 22 demaio, está integrada na iniciativa“Printemps Culturel Portugais”que vai reunir em Paris, ao longodos próximos meses, a obra de ar-tistas portugueses como Julião Sar-mento, Amadeo de Souza-Cardoso,vários nomes da arquitetura dos úl-timos 50 anos, e a produção doTeatro Praga.

Por Carina Branco, Lusa

Carina Branco

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14 Cultura

emsíntese

Clermont-Ferrand:Presença portuguesa nomaior festival decurtas da Europa

“A Glória de Fazer Cinema em Por-tugal” de Manuel Mozos e “OGuardador” de Rodrigo Areias sãoos filmes que vão representar Por-tugal na 38ª edição do maior emais importante festival de curtas-metragens europeu, o Festival deClermont-Ferrand que arrancouna sexta-feira da semana passada,dia 5 de fevereiro.Os dois filmes, os únicos portu-gueses a concurso, foram selecio-nados entre as 7.778 obras detodo o mundo inscritas e integrama competição internacional do fes-tival francês, o segundo maior dopaís a seguir ao Festival de Can-nes.“A Glória de Fazer Cinema emPortugal” estreou em julho no 23ºCurtas Vila do Conde - Festival In-ternacional de Cinema e resultoude uma encomenda da CurtasMetragens CRL ao realizador Ma-nuel Mozos. O filme tem comoponto de partida uma carta escritapor José Régio, em 1929, a Al-berto Serpa onde o escritor mani-festou a vontade de fundar umaprodutora para começar a fazer ci-nema. Durante quase noventaanos, nada se soube sobre o des-fecho deste pedido: nunca se en-controu qualquer resposta deSerpa à carta e Régio não terá vol-tado a mencionar o assunto. “AGlória de Fazer Cinema em Portu-gal” tenta desvendar o desfechodesta história.“O Guardador”, de Rodrigo Areias,surgiu a partir de um convite feitopela Universidade da Beira Interiorao realizador para lecionar umworkshop, integrando os alunos naconstrução da narrativa do filme.A curta inspira-se em quatro livros- “Constantino Guardador deVacas e de Sonhos” de AlvesRedol; “O Guardador de Reba-nhos” do heterónimo de FernandoPessoa, Alberto Caeiro; “O Capitalde Karl Marx” e a “Lã e a Neve” deFerreira de Castro.Para além das obras nacionais,também os sabores portugueses ea música estão representados emClermont-Ferrand: a tradicionalhappy hour no stand da Agênciade Curtas Metragens proporcionouum momento de convívio entreprodutores, realizadores, progra-madores e outros profissionais daindústria; e a festa portuguesa, noBaraka Club, teve como convidadoThe Legendary Tigerman, DJ set eoutros Djs portugueses.

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Duarte esgotou o Théâtre des Abesses em 24 horas

O fadista Duarte vai editar o seu novodisco “Sem dor nem piedade” emFrança através da editora AztecMusic, um ano após a sua saída emPortugal. O álbum vai estar nas lojasa 20 de fevereiro, exatamente nomesmo dia em que o fadista Duarteatua no Théâtre des Abesses/Théâtrede la Ville, em Paris, cuja a lotação es-gotou em 24 horas.Sobre o disco em si Duarte escolheuo tema “o fim”, “o acabar duma rela-ção em quatro atos, ou o perder algode importante”. Assumidamente umdisco cinzento. Uma fuga ao “mains-tream” que se vive no fado atual. Aimportância de viver e sentir o ladomais escuro dos dias, não fugindo aeste mesmo lado. Um trabalho decontra corrente. “Uma possibilidadede fazer sentir criticamente e não so-mente consumir o que nos dão. Cor-rente alternativa de fado (ao nível dosconteúdos, da conceção, da produçãoe de edição)”, começa por declarar aoLusoJornal.A importância dos fados sobrepõe-seà importância dos fadistas. A procurade um objeto artístico único e não arepetição de outros objetos já criadosno passado. “O respeito pelo legadoque foi deixado, acrescentando depoise de forma harmoniosa a marca dosnossos dias”. Duarte diz ainda ter“uma visão arquitetónica sobre o fado,tento sempre contribuir com qualquercoisa quer a nível das letra quer anível da música”.

Se o último trabalho de Duarte “Àque-las coisas da gente” já foi editado em2009, o cantor explica que não tinhapressa. “É um trabalho que fica parasempre, não faz sentido precipitar-meem lançar um novo projeto rapida-

mente um atrás do outro. Só quandosenti que tinha algo de interessante epara mostrar às pessoas é que eu de-cidi propor este novo trabalho”, ex-plica ao LusoJornal.Duarte admite que este último traba-

lho é mais pensado, “mais trabalhadoe mais maturo, que vai refletindo o ca-minho que vou fazendo”. Um trabalhoartístico contemporâneo. Quando asprincipais editoras queriam um traba-lho popular, fácil de digerir e de rápidoconsumo, apresenta pois um trabalhotemático/conceptual sério, pensadono tempo e marcante para a históriado Fado. “É bom sentir que o nossopresente para as pessoas é desembru-lhado de forma carinhosa”, diz ao Lu-soJornal.Em França diz conhecer bem o pú-blico. “O meu primeiro encontro foi há2 anos, no Théâtre de la Ville ondesenti no público algo formidável”, daícontinuou com uma série de concer-tos em França muito positivos. Defineo público francês de “aberto a pensare a elaborar, gosta desta carga dramá-tica, da poesia, e ao mesmo tempotambém de qualquer coisa que tam-bém fomos buscar a França, e entre-gar isso tudo de forma genuína aosFranceses é extraordinário”, aponta.Assim, como quem se não cantar en-louquece, ‘Sem Dor nem Piedade’carrega pulsões e instintos, que sepretendem sublimados, numa tãoacutilante “partilha de um ego e doseu alter-ego”. Num tempo em quequase não nos é permitido sentir, estedisco é esse tempo que merecemos eprecisamos para nos reparar”.O cantor estará no sul de França logono dia seguinte, em Entraigues-sur-la-Sorgue (84) e novamente na regiãoparisiense, em Versailles, no dia 30de março.

Fadista português tem uma série de concertos em França

Por Clara Teixeira

Ana Moura sera bientôt à l’Olympia

Après Amália Rodrigues et Carlos doCarmo, voici bien des années, aprèsCristina Branco puis Katia Guerreirovoici quatre ans, Ana Moura est doncla cinquième fadiste à se produiredans cette salle qu’on dit parfois my-thique de l’Olympia le 19 février pro-chain. Nous avions vu Ana Moura enjuin au Rex, dans une mini-prestation(huit fados) aux côtés de Carlos doCarmo qui fêtait là son demi-siècle decarrière avec elle, Camané et Car-minho. Elle revient à Paris pour unesoirée à elle toute seule (bon, avec sesmusiciens, quand même).Dans le cercle restreint des chan-teuses de fado ayant accès auxgrandes salles de concert internatio-nales, il y a Mariza «the voice», KatiaGuerreiro «l’amalienne», et AnaMoura la «pop glamour». Ce qui, etd’une, est évidemment réducteur:Mariza, ce n’est pas seulement un re-gistre vocal exceptionnel, Katia nesaurait se réduire à son penchant pourAmália, et Ana, nous le verrons, c’estbien d’autres choses que ses tenuesde scènes sexy bon genre et ses pres-tations occasionnelles avec Prince, lesRolling Stones ou Pedro Abrunhosa).Ce qui, et de deux, ne retire rien auxtalents d’autres chanteuses de fadodont les choix, ou leurs types de ré-pertoire, sont mieux adaptés à dessalles plus intimistes.

Enfant, Ana Moura chante des fadosen famille («Cavalo ruço est le premierfado que j’ai appris, j’avais six ans»).Ado, elle chante du rock et du popavec ses copains de collège et delycée, tout en incluant un ou deuxfados dans le répertoire du groupe.Puis elle est repérée par le guitaristeAntónio Parreira qui la présente àMaria da Fé, la patronne de SenhorVinho, la meilleure maison de fado de

Lisboa. Elle y trouve l’auteur-compo-siteur-interprète-guitariste- producteurJorge Fernando, qui va produire sespremiers enregistrements, puis lesconcerts qui s’enchaînent, dans toutle Portugal, l’Europe, le monde. Lagloire, quoi.Il est probable que son concert àl’Olympia sera centré sur les thèmesde son dernier CD, sorti en novembreau Portugal et depuis en tête des

ventes, intitulé en toute simplicité«Moura», bientôt, comme on dit, dansles bacs, ici. On y trouve deux fadostraditionnels et des compositions ettextes de sources très diverses, citonsle folk de Edu Mundo, teinté denuances brésiliennes, l’écrivain etchanteur Pedro Abrunhosa, ex-jazz-man passé au pop-rock, comme Mi-guel Araujo, l’écrivain et poète JoséEduardo Agualusa, l’auteur de mu-sique populaire Jorge Cruz, des musi-ciens angolais comme le rappeurKalaf et Toty Sa’Med, proche de labossa nova. Le tout «fadisé», plus oumoins selon les thèmes, pour donnerun agréable et parfois excitant cock-tail. On retrouvera probablement surscène ses accompagnateurs fidèles,déjà présents voici trois anslorsqu’Ana Moura se produisit au Tria-non, le très virtuose et vitaminé Ân-gelo Freire à la guitarra et le solidePedro Soares à la viola do fado. Plusd’autres compères sans doute (per-cussions, claviers, basse)Si le CD, qui bénéficie d’une produc-tion très soignée (trop?) du très cali-fornien Larry Klein ne donneévidemment pas toute la charge émo-tionnelle que peut apporter un spec-tacle ao vivo, nul doute que la voix trèscaractéristique, doucement voilée ettrès volontaire à la fois, d’Ana devraitséduire et enflammer le public del’Olympia. Une grande artiste (et defameux guitaristes) à ne pas manquer.

Par Jean-Luc Gonneau

le 10 février 2016

Isabel Zuzarte

O LusoJornal, de mãos dadas com a cultura

Page 15: FRANCE O Consulado Geral de Portugal em Lyon está em obras · Democracia digna desse nome pode exigir dos que emigram - e na grande maioria dos casos dos que foram constrangidos

Cultura 15

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Noite de “Só Fado” na Sala Vasco da Gama

A 5ª edição da Noite de Fado da rádioAlfa, “Só Fado”, que decorreu nasexta-feira passada na sala Vasco deGama, em Valenton, contou com ummais um elenco atraente este ano: Ma-nuel Miranda, Eugénia Maria, CarlosNeto, Lizzie, Adriano Dias e ConceiçãoSarmento, acompanhados por ManuelMiranda, José Rodrigues, FlavianoRamos e Tony Correia. A apresenta-dora, Odete Fernandes, começou porexplicar que o projeto havia sido ini-ciado quando Manuel Miranda ingres-sou a Rádio Alfa com o objetivo de darmais destaque aos fadistas que estãocá na Comunidade portuguesa. “É im-portante porque as salas de restauran-tes e de associações enchem graças aesses artistas e foi assim que se quismostrar que em Paris também existefado, que temos bons artistas cá e quehá bom fado também”.Responsável pela organização doevento, Manuel Miranda “gere a esco-

lha dos artistas que temos cá, euocupo-me mais dos fadistas e dos con-tactos em Lisboa”, explica Odete Fer-nandes. “Neste evento não me ocupodisso”, acrescentou.O programa é elaborado por ManuelMiranda, “contudo a Lizzie que é umaapaixonada pelo fado e pela língua por-tuguesa e que tive a oportunidade deconvidar no meu programa de fado na

Rádio Alfa e fiquei tão encantada coma sua voz doce que propus que ela in-tegrasse o elenco”. Dar a conhecer osfadistas mas também os artistas con-siderados como “diamantes”, como éo caso de Lizzie que mexeu muito como público, “para mim ela não é uma fa-dista no sentido mais puro da palavra,é uma artista extraordinária, não é umafadista bairrista mas canta um fado à

sua maneira e é isso que nós tambémqueremos divulgar”, admitiu a jovemapresentadora.Quanto a Manuel Miranda, declarouque “são noites carismáticas, são noi-tes que a Rádio Alfa abre as portaspara dar a voz aos fadistas. Incumbiu-me a mim com esta missão e penso terfeito pelo melhor e quando aparecemvozes novas assim é fantástico e é umasurpresa para o público”. O responsá-vel pelo evento referiu ainda que aaderência das pessoas “dá-nos defacto muito prazer, mas dá trabalho.Dei alegria à minha alma, o fado éisto e gosto imenso da Odete porquetem uma garra particular, e apesar devários eventos em Paris tínhamosmuita gente e isso prova que estasnoites são boas e vão certamenteficar para a história”. No final danoite disse estar tranquilo por vertantos sorrisos e por ver as pessoas areclamarem por mais, “e a próximaedição será só para o ano”.Fazer uma ponte entre a Rádio Alfa e

o fado, “é essa a parte que mais me in-teressa, os de Lisboa, têm muitos me-dias e casas para defender os que láestão, quanto ao fado há tanto lá comocá”, acrescentou ao Lusojornal. “EmPortugal vêm o fado de cá como ofado emigrante, mas não, tambémtemos cá bom fado, eu não vi umúnico rosto cá a abrir a boca desono”, observou.Finalmente o Cônsul de Portugal emParis que também ali esteve presentecongratulou esta iniciativa para pro-mover o fado. “Este evento feito comartistas locais, impressionou-me e re-parei que havia também muitosFranceses e isso é positivo, promovero fado como património da humani-dade”. António Moniz confessou quejá tinha consciência do dinamismoda Comunidade portuguesa deFrança e concluiu estar muito con-tente por poder acompanhar os “Por-tugueses muito ativos” em eventosdiferentes. Foi recebido por FernandoLopes, Diretor Geral da Rádio Alfa.

Organizado pela Rádio Alfa

Por Mário Cantarinha

le 10 février 2016

Noite de Fado em Sèvres

A sala Brimborion em Sèvres acolheuno sábado 6 de fevereiro, a 13ª noitede fados organizada pela AssociationSèvrienne des Portugais (ASP) e que éjá uma referência no calendário fadistada Comunidade portuguesa da regiãode Paris.Com uma terna de fadistas compostapelo consagrado Joaquim Campos,Mónica Cunha e Jenyfer Rainho,acompanhados à guitarra portuguesapelo não menos consagrado ManuelMiranda e à viola por Nuno Estevens,a soirée iniciou precisamente comuma “guitarrada” que abriu o apetitepara os fados que se seguiam.Mónica Cunha iniciou com “Baila-rico saloio” e “Zanguei-me com meuamor”, ambos popularizados porAmália Rodrigues e que Mónica in-terpretou com talento e graça.Joaquim Campos, fadista de Alfama

que, com 55 anos de carreira continuaa evidenciar grandes dotes vocais emuita fadistice, cantou “Oh tempovolta pra trás”, popularizado por Antó-nio Mourão e com o fado “Poliglota”,tendo ambos chegado rapidamente aopúblico.Jenyfer Rainho, francesa de nasci-mento mas com ADN beirão e fadista,iniciou com a marcha popular “Oh aioh linda” e “Porque é que adeus medisseste”.A noite seguia em tom agradável ecom o público a fazer silêncio du-rante as atuações, facto a que nãoforam alheios o alto nível das inter-pretações e o repertório escolhido.Após o jantar, regressou, e bem,Mónica Cunha com “Velha tendi-nha” da saudosa Hermínia Silva,“Água louca da ribeira”, “Casa daMariquinhas” e “Lágrima”, a duocom Joaquim Campos.Este prosseguiu com “Maria da Con-

ceição”, “Quanto mais prima mais selhe arrima”, regressando a boa dispo-sição e “Fado das Horas”, celebrizadopela fadista Teresa de Noronha, mãeda estrela do fado Carminho.Fechou a segunda parte Jenyfer Rai-nho com “Montanha azul”, momento

alto na noite, depois com "Quero tantoaos olhos teus”, dois fados sérios, ali-viando com o “Senhor Vinho” e “Lálonge”, a duo com Joaquim Campos.Na terceira parte cantou “Julguei en-doidecer”, “Os loucos” e a marcha“Alfama” em que imitou Joaquim

Campos prescindindo do microfonealardeando grande poder vocal. Joa-quim Campos voltou com “Canoa doTejo”, popularizado por Carlos doCarmo, animando de novo a salacom o “Joaquim e o João”.Para terminar Mónica trouxe “Lis-boa antiga”, “Fado loucura” e“Cheira bem cheira a Lisboa” lan-çando o final em grande apoteosecom “Uma casa portuguesa” bri-lhantemente interpretada pelostrês.No final a satisfação era bem pa-tente, quer do público, quer da ASP.A Presidente Céline Marcos reforçouo grande retorno que é proporcionaruma noite agradável promovendo oconvívio e a cultura portuguesa. O Te-soureiro José Ferreira aproveitou parainformar que o próximo evento serána mesma sala a 3 de abril em quecomemorará o 34º aniversário daASP com almoço e tarde dançante.

Por Luís Rocha

Les Affiches: entre fado clássico e fado contemporâneo

Apesar das obras, a Place Saint Mi-chel, em Paris, estava cheia de gentena sexta-feira da semana passada ànoite. Logo em frente, o café do ci-nema começou a encher pouco antesdas 20h00 e às 21h00 (digamos às21 e tal!) a cave Les Affiches, um es-paço magnífico, decorado com carta-zes de filmes dos anos 50,transformou-se numa casa de fados.“Estamos bem em termos de público.A casa está cheia” dizia Jean-Luc Gon-neau, o organizador das 8 noites defado que ali organiza por ano.É um público essencialmente francêsque encheu todas as cadeiras e os de-graus das duas escadas. “Eu não vouconvencer os Portugueses para vir aofado. Não é a minha missão. Masquero motivar cada vez mais France-ses” explica Jean-Luc Gonneau.Jean-Luc Gonneau “caiu” no fado por

mero acaso. Foi a Portugal fazer um es-tágio na Companhia das águas, desco-briu as casas de fado e veio de láapaixonado pela voz e pelo “estilo” deAlfredo Marceneiro. Hoje fala portu-guês e canta ele próprio alguns dostemas.“Os Franceses vão a Portugal, assistem

às noites de Fado, dizem que é muitobonito, mas não compreenderam nada.Aqui explica-se cada fado para que sai-bam do que se trata”. E foi assim todaa noite, ao som da guitarra de Filipe deSousa, da viola de Nuno Estevens, docontrabaixo de Philippe Leiba e até dapercussionista Nella Selvagia, filha do

próprio Jean Luc Gonneau.Mas esta não é a primeira surpresa danoite. Depois de Conceição Guada-lupe, a “profissional” de serviço queabriu o espetáculo num dueto comJean-Luc Gonneau, desfilaram pelopalco muitos dos mais jovens fadis-tas da praça de Paris. Uns portugue-ses de Portugal, outrosLusodescendentes, uns Francesesoutros Japoneses (como foi o caso deRieko Sakurai), uns sabem falar por-tuguês, outros aprenderam fonetica-mente as canções, uns com aresmais clássicos, outros com variaçõesmais contemporâneas do fado,... foiuma noite cheia de surpresas, comoaliás já é habitual nestas noites.“Eu considero que não há apenas oFado de Lisboa. Aqui também há umFado, diferente, com outra sonori-dade, provavelmente porque temossotaques diferentes, mas não deixade ser fado” disse ao LusoJornal a

jovem Anna Martins, Presidente daassociação Cap Magellan e que des-cobriu o fado há pouco tempo.“Os Franceses gostam muito defado. Fazem silêncio. É um públicomuito bom” disse Conceição Guada-lupe. Mesmo se a fadista, maisidentificada com a ala tradicional dofado, torce o nariz às variações maisousadas, diz que estas são “noitesmagníficas de partilha”.Jean-Luc Gonneau lá ia explicandoos fados, comentando a escolha,dando complementos de informaçãosobre os fadistas, os autores e osmúsicos. Colaborador habitual paraa área do fado no LusoJornal, Jean-Luc Gonneau é uma autêntica enci-clopédia viva do fado português.“Adoro Marceneiro, mas tenho umafascinação particular por AntónioZambujo e Ana Moura” confessou.A noite acabou já muito tarde...como tem de ser! Mas foi bonito.

Por Carlos Pereira

LusoJornal / Mário Cantarinha

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16 Associações

emsíntese

Projection de«Madame Satã»de Karim Aïnouzà Alter’Brasilis

La semaine dernière a eu lieu uneséance du ciné-club Alter’Brasilis, or-ganisée par l’association Alter’Brasilis,institut culturel, le vendredi 5 février,à partir de 19h00.Ce mois-ci, Alberto da Silva, Maître deConférences d’Histoire et cinéma bré-siliens à l’Université Paris-Sorbonne -Paris IV, a présenté le film «MadameSatã» de Karim Aïnouz, 2002 (105minutes).«Madame Satã» s’inspire librementdu personnage de João Franciscodos Santos (1900-1976), plus connusous le nom de «Madame Satã», unhomme noir de 1m78 de taille et 88kilos de muscles. Tour à tour malan-drin, travesti, bagarreur, cuisinier,héros, taulard, père adoptif de septenfants, Satã a passé la plupart de savie dans les rues chaudes de Lapa, leMontmartre des Tropiques, le Rio bo-hémien.«Madame Satã» est le portrait de cepersonnage explosif et complexe, à lafois maître généreux, traître cruel etamant dévoué. Ce film retrace égale-ment l’émergence de la culture afro-brésilienne urbaine et vibrante du Riode Janeiro des années qui suivirentl’abolition de l’esclavage au Brésil(1888).

Institut Culturel Alter’Brasilis2 rue de Turenne75004 ParisInfos: 09.84.25.56.06www.alterbrasilis.com

Après-midi dansant à Maisons-Alfort

L’Association Musicale Franco-Portu-gaise d’Ile de France organise unAprès-midi dansant, le 21 février, àpartir de 14h00, au Centre Cultureldes Planètes, 149 rue Marc Sangnier,à Maisons-Alfort (94).L’après-midi sera animée par Lau-rence de Oliveira et son orgue.L’entrée est gratuite et il y a possibilitéde restauration sur place le midi sivous réservez votre table jusqu’au 19février.Infos: 06.85.55.49.39

Encontro de folclore em Montreuil

A Associação Convergence de Mon-treuil organizou mais um encontrode folclore no domingo passado, naEscola Diderot II de Montreuil(93). Os grupos convidados e queresponderam presentes foram Al-deias de Portugal de Fontenay-sous-Bois e o Grupo de ConcertinasConvergência de Montreuil, umgrupo “da casa”. Os dois anima-ram a tarde, mas dois outros gru-

pos folclóricos que também esta-vam previstos no programa não pu-deram estar presentes.Lurdes Loureiro, uma das respon-sáveis da associação começou pordeclarar a sua satisfação pelaforma como decorreu a tarde. “Asala está cheia, tivemos muitagente para o almoço e a tarde estábem animada. Estamos aqui emfamília como sempre, é um bommomento de convívio que partilha-mos aqui, não obstante termos dois

grupos que falharam, mas mesmoassim tivemos muitas pessoas pre-sentes”.Lurdes Loureiro evocou ainda omedo que as pessoas têm após osatentados e que desfavoreceu algunseventos anteriores, “mas entretantoo medo atenuou-se, continuamossempre em estado de alerta mashoje aproveitámos o momento paranos divertirmos e deixarmos os pro-blemas atrás. Hoje é dia de festa equeremos pensar em coisas felizes”.

A associação diz estar com as portasabertas para todos os que gostaremdo meio associativo e do folclore oudas concertinas. “Se quiserem inte-grar o grupo de folclore que repre-senta o Baixo Minho, é aos sábadose se for o grupo de concertinas é àssextas-feiras à noite. Têm que estardisponíveis não só para os ensaios,como para os festivais, evidente-mente”, aponta ao LusoJornal.O próximo encontro de folclore terálugar em meados de março.

Organizado pela associação Convergência

Por Joaquim Pereira

Toulouse: A Cabana organizou uma tarde de Loto

Associação “A Cabana” de Toulouseorganizou no passado dia 31 de ja-neiro um dos seus Lotos anuais.Numa sala cheia, foram muitos osprémios em disputa durante a tardede Loto. A grande maioria dos pré-mios foram doados por empresascujos proprietários são portugueses.Esta é uma associação composta pormuitos elementos provenientes dazona de Braga.Foram oferecidos entre outras coi-sas, bicicletas, presuntos e eletro-domésticos.Firmino Moreira, Presidente da asso-ciação mostrava-se “satisfeito e rea-lizado com o evento, tanto pelaparticipação de todos como pelo nú-mero de empresas que apoiaram aorganização”.

A associação encontra-se abertatodos os fins de semana durante atarde, promovendo diversos torneiosde jogos tradicionais portugueses,mas sendo “acima de tudo um localde todos os Portugueses e em quetodos se podem encontrar e reunir acada fim de semana”, afirma o Pre-sidente.A Direção encontra-se e preparar al-guns eventos para apresentar a Co-munidade portuguesa até ao verão,sobretudo a festa conjunta que estáa organizar com o grupo folclóricoVila Rosa e a Associação Nossa Se-nhora de Fátima de Toulouse, no pró-ximo dia 24 de abril, e que servecomo evento para angariação de fun-dos e apresentação da Feira Gastro-nómica e Cultural que as trêsassociações estão a organizar para opróximo mês de junho.

Por Vítor Oliveira

Festa na Associação Cantinho da Saudadeem TrebonsNo passado dia 30 de janeiro, a As-sociação Cantinho da Saudade deTrebons (65), organizou mais umafesta para a Comunidade portu-guesa.Conhecida pela qualidade e diversi-dade dos eventos que organiza, estaassociação contou com a presençade cerca de 400 convivas que sereuniram para um serão de boa mesae boa música. Depois de um deli-cioso jantar onde não faltou o Cozido

à Portuguesa, os presentes puderamdançar ao ritmo das músicas tocadaspelo artista Pedro Fernandes. A noitetambém contou com a presença dacantora Patrícia Mendes que trouxealguns dos seus mais recentes traba-lhos ajudando a diversão.Foi, tal como nos tem habituado aexcelente equipa que forma esta as-sociação, uma noite bem passada,com muita alegria e animação queatraiu miúdos e graúdos.Na festa esteve presente o colabora-dor do Banco BPI para a região.

Por João Guedes

le 10 février 2016

LusoJornal / Joaquim Pereira

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Associações

emsíntese

Concert privé deDavid Dany auBar RestaurantSt Jean

Le nouveau propriétaire du Bar Res-taurant Le Saint Jean, à l’Union, prèsde Toulouse, repris par José Ferreira,frère du chanteur, organise le toutpremier concert privé de l’artiste, levendredi 19 février, à partir de 20h00.Après le repas et le spectacle, la soi-rée continue avec une animationpiano bar par Jean-Claude Dubarry,et se termine avec Dj YS Francois,pour les années 80.«J’ai repris cette affaire il y a très peude temps et je souhaite organiser desconcerts ainsi que des soirées Ka-raoké. Comme c’est très à la mode,vu que certains artistes font de plusen plus de concerts privés, j’ai sug-géré a David un concert dans monrestaurant afin de privilégier et de di-versifier une future clientèle» expliqueJosé Ferreira au LusoJornal.David Dany explique que lui-même«était emballé par l’idée», car il n’avaitjamais fait de soirée privée. Depuisquelques années le chanteur a gagnéune certaine notoriété médiatique auvu de ses passages à la télévision etde ses spectacles de plus en plusnombreux. «Ça va donner un peuplus de renouveau a ce restaurantqui, j’espère, par la suite donnera cer-tainement plus d’ampleur à tout ceque je ferais. La Communauté portu-gaise est une des plus importantes enHaute-Garonne et dans la région.C’est très rare que quelqu’un neconnaisse pas David Dany, la preuveest que nous sommes déjà presquecomplets pour cette soirée là».David Dany a un répertoire très variéet touche un public aussi bien fran-çais que portugais. Ses fans ont desuite réservé en nombre, dès la paru-tion de la date de ce concert.«C’est un peu normal, étant monfrère, je ne peux que l’appuyer et cerestaurant avait besoin d’un renou-veau» affirme David Dany. «Je penseque cette soirée ne peut qu’amélioreret attirer des gens qui ont envie depasser une bonne soirée».

Bar Saint Jean76 route d’Albià Saint Jean (31)Infos: 05.61.74.32.16

Par Maria Teixeira

“Fête des Peuples” com participação portuguesa

Decorreu no passado dia 31 de janeiro,domingo, a “Fête des Peuples” emToulouse. O evento decorreu junto aorio Garonne, num dos Parques de ex-posições de Toulouse, o Hall 8.Numa sala repleta e com uma missapara mais de 1.200 pessoas de cercade 60 nacionalidades. Esta foi umaedição muito participada.Participaram no evento comunidadesoriundas de diversas proveniênciasgeográficas. Todas tiveram oportuni-dade de participar na missa e na festaque decorreu posteriormente. Durantea missa o grupo coral cantou diversoscânticos em língua portuguesa.O almoço teve lugar no mesmo local damissa e foi partilhado entre todos osparticipantes. Cada comunidade parti-lhou o que de mais característico tema sua geografia.Portugal foi mais uma vez representadopela Comunidade católica de Toulouse,

pelo Grupo Coral e pela AssociaçãoNossa Senhora de Fátima. Os pratos tí-picos portugueses foram os mais con-corridos entre todos os apresentados,sendo que a “Feijoada à Transmon-tana” foi o primeiro prato a esgotar.No evento estiveram diversas comuni-dades lusófonas e que também tiveramoportunidade de trocar impressõescom a comunidade portuguesa.Já durante a tarde houve oportunidadepara assistir a algumas mostras cultu-rais dos diversos intervenientes que li-deravam as várias comitivas.Esteve presente no evento FrançoisAndré, Padre amplamente reconhecidona Comunidade portuguesa.José Rodrigues, Presidente da Associa-ção Nossa Senhora de Fátima, referiuque “esta é uma manifestação públicade forte importância para a Comuni-dade católica portuguesa dada a rele-vância e exposição pública, quer paracom outras Comunidades quer paracom as entidades públicas francesas”.

Toulouse

Por Vítor Oliveira

Festa anual da API Ste Geneviève-des-BoisDecorreu no dia 31 de janeiro agrande Festa anual da associação API- Associação Portuguesa Intercommu-nale, em Sainte Geneviève-des-Bois(91).Trata se de uma associação com cercade 40 anos de existência e que pornorma promove vários eventos, mas ode maior dimensão segue a tradiçãode ocorrer em janeiro.A Mairie de Sainte Geneviève-des-Bois cedeu as instalações da sua Salade festas. O Maire da cidade, OlivierLeonard, marcou presença, pois sem-pre apoiou as iniciativas das associa-ções locais e em particular da API.A afluência por parte da Comunidadeportuguesa foi significativa. O cantorJosé Malhoa voltou a brilhar em palcopara grande satisfação dos seus fãs. Ogrupo Energya também esteve empalco e na máxima forma.O Presidente da API, Francisco Mar-ques, e sua equipa, já têm grande ex-periência na organização de eventos

desta dimensão. Têm previsto paraeste ano a organização de Torneios desueca, uma Noite de fados e algumassaídas com o grupo folclórico Sauda-des de Portugal.Atualmente com cerca de 150 sócios,catequese, rancho, sala de convívio e

uma equipa experiente, e perto de 40anos de existência, esta associaçãopresta um serviço de excelência na di-fusão da cultura e das tradições por-tuguesas.Os próximos eventos são a 21 de fe-vereiro, com o Torneio de Sueca, e na

segunda-feira de Páscoa, outra grandefesta de convívio e de confraterniza-ção.

Associação APIPlace George Dimitrov91700 Sainte Geneviève-des-Bois

Por Miguel Santos

Tradicionalismo português em Saint-Genis-LavalA Associação Cultural Portuguesade Saint-Genis-Laval, nos arredoresde Lyon, realizou no passado dia 24de janeiro um almoço associativo ti-picamente português.Este almoço contou com a presençade 50 pessoas, que num ambientede festa degustaram a típica Fei-joada à moda do Porto.Saint-Genis-Laval tem um Pacto deAmizade com a vila portuguesa deTortosendo, no concelho da Covilhã.Este Pacto tem permitido que a cul-tura e a gastronomia portuguesasejam divulgadas de diversas for-mas.David Fernando, Presidente da as-sociação há cerca de duas décadas,explicou ao LusoJornal que ogrande objetivo desta coletividade é

“promover a cultura portuguesa”,organizando para o efeito “encon-tros gastronómicos, a Semana Euro-Franco-Portuguesa e exposições”,frisou ainda que todos estes eventos“têm contribuído de forma signifi-cativa para o desenvolvimento docomércio de produtos portugueses”.Na organização destes eventos,David Fernando conta com a ajudado Vice-Presidente Secundino Mar-ques e dos restantes elementos daDireção, que voluntariamente dedi-cam os tempos livres ao associati-vismo.A agenda cultural para 2016 estáelaborada e promete momentos demuita alegria. No dia 16 de abrilserá organizado jantar com músicaao vivo, em maio a Semana Euro-Franco-Portuguesa e as Festas emhonra de Nossa Senhora de Fátima.

Por Paula Martins

le 10 février 2016

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18 Desporto

emsíntese

Jogo vídeo: Justiça francesapronuncia-se sobreimagem de Savimbi no “Call of Duty”

A justiça francesa deve pronunciar-sea 24 de março sobre o uso da ima-gem de Jonas Savimbi no jogo “Callof Duty”, explicou à Lusa Cheya Sa-vimbi, filho do fundador da UNITA.A família de Jonas Savimbi exigiu,num tribunal da região de Paris, “areabilitação do nome” do líder histó-rico da União Nacional para a Inde-pendência Total de Angola (UNITA),que considera ter sido mal utilizadano jogo de vídeo.“O que nós exigimos é a reabilitaçãodo nosso nome porque o jogo utilizatextualmente o nome de Jonas Sa-vimbi e os dados biográficos. De umacerta maneira, todos nós nos senti-mos tocados, filhos e netos de Sa-vimbi”, descreveu Cheya Savimbi,residente em Paris, depois de sair dasala de audiências.A família defendeu que o jogo trans-mite uma imagem de “selvagem” deJonas Savimbi, ignorando o seu papelpolítico. Cheya Savimbi declarou,ainda, que a família está “confiante”que a justiça penalize a filial francesada empresa norte-americana Activi-sion Blizzard, que edita o jogo, atéporque herdou “o otimismo” do pai.O jogo utiliza a imagem de Savimbinuma missão no Cuando Cubango,em 1986, no auge da guerra civil an-golana, ajudando o herói Alex Masona resgatar um agente da CIA, numaalusão à aliança da UNITA com osEstados Unidos, durante a GuerraFria.Jonas Savimbi foi morto em 2002 porforças governamentais, levando aofim da guerra civil em Angola, ao fimde quase três décadas.

Por Carina Branco

Judo: Forte presença portuguesa em Paris

Nos dias 6 e 7 de Fevereiro, o Accor-Hotels Arena, em Paris, acolheu oGrand Slam de Judo que teve umaforte presença portuguesa.No sábado, cinco atletas portuguesese duas lusas estavam em prova.Nas femininas, Joana Ramos (-52kg)e Ana Cachola (-63kg) tiveram sortesdiferentes.Joana Ramos derrotou a espanholaLaura Gomez na primeira ronda, de-pois derrotou a Francesa PenelopeBonna na segunda ronda e acabou porperder nos quartos-de-final frente àRomena Andreea Chitu. Na fase derepescagem, Joana Ramos defrontoua Sul-coreana Mi-Ri Kim e perdeu ocombate. Joana Ramos ficou assimno sétimo lugar.

Joana RamosEm entrevista ao LusoJornal, JoanaRamos fez um balanço da prova eabordou os Jogos Olímpicos.“O torneio faz parte de uma prepara-ção com vista os Jogos Olímpicos por-que estou praticamente apurada, sefizermos as contas, e essa é a provaque tenho em mente. Tudo o queestou a fazer agora, além dos pontosme manterem como cabeça-de-sérienum possível sorteio nos Jogos Olím-picos, é treino. Claro que até nos trei-nos, uma pessoa quer ganhar todos oscombates, ou melhor, quer fazer bonscombates, projetar muito e não come-ter erros” disse ao LusoJornal. “Nosdois primeiros combates, eu tive ad-versárias com quem já perdi outrasvezes como a Espanhola e a Francesa,aliás com a Francesa foi a minha der-rota mais rápida e aconteceu na finaldo último Europeu. Hoje consegui ga-nhar as duas. Nos quartos-de-finalfrente à Romena, Chitu, atleta Cam-peã dos Jogos Europeus e a quem eujá ganhei, o combate estava a correrbem mas ela depois fez-me um‘ippon’ e ai não há nada a fazer. Con-tinuar em prova depois de uma der-rota é sempre uma oportunidade e euagarrei a oportunidade. Frente à Sul-coreana já tinha perdido por dois ‘shi-dos’ a um, e hoje não consegui dar avolta por cima e perdi novamente pordois ‘shidos’ a um. É um judo muitoesquisito, com muitas pegas, eu pro-curo projetar e não sinto isso da partedela. Não fui forte o suficiente paraultrapassá-la. Ela foi mais forte”.Joana Ramos diz que “neste torneiofiz óptimos combates, tive um sorteioem que não tive as top-5 apesar de terdefrontado nos quartos-de-final a nú-mero um do ranking, mas todas sãoatletas muito fortes, que já ganharammuitas provas. Tive duas Campeãs daEuropa, uma Medalhada no Europeu,são atletas mesmo muitos fortes.Acho que foi um grande treino. Estou

um bocadinho triste porque uma pes-soa gosta de sair com uma medalhaou com mais vitórias do Torneio deParis. Trabalhei muito bem eu acho”,analisou Joana Ramos.“O próximo torneio é aquele de Düs-seldorf na Alemanha. Entretanto vouficar em Paris para o estágio e depoisda prova germânica, também ficareipor lá para o estágio. Agora é treinar,treinar mais, com vista os Jogos Olím-picos. Quanto ao apuramento e con-seguir ser cabeça de série, acho queestou mais ou menos tranquila. Noprecedente Torneio de Paris, aindaestava na ressaca dos Mundiais, de-pois de uma grande preparação e deum período de férias. Não era entãoo meu pico de forma e o precedenteTorneio que decorreu no fim do anode 2015 não era o mais importante.Posso dizer que o precedente Torneiode Paris foi o início da minha prepa-ração para esta temporada durante aqual tenho que ter o pico de formaem… Agosto!”, concluiu JoanaRamos.Quanto a Ana Cachola, venceu frenteà cubana Maricet Espinosa, mas per-deu o segundo combate frente àatleta da Mongólia, Munkhzava Tse-devsuren.

Nos masculinos, Nuno Carvalho,Diogo César, Sergiu Oleinic, NunoSaraiva e André Alves tiveram pres-tações bem distintas.Na categoria de -60kg, Nuno Carva-lho passou a primeira ronda após der-rota do Chadiano Brahim Issa Sani.Na segunda ronda, frente ao ChecoPavel Petrikov, o atleta portuguêsacabou por perder o combate.Na categoria de -66kg, Diogo Césarfoi eliminado na primeira ronda peloCazaque Azamat Mukanov, enquantoSergiu Oleinic, isento da primeira eda segunda ronda, foi derrotado peloSul-coreano Baul An.E finalmente na categoria de -73kg,Nuno Saraiva passou a primeiraronda frente ao Saudita MohammedAlharbi. Na segunda ronda defrontouo Ucraniano Serhiy Drebot e acaboupor perder. Enquanto André Alvesvenceu na primeira ronda o ChadianoAbakar Mbairo Mazou, depois derro-tou o Ganês Emmanuel Nartey, eacabou por ser derrotado na terceiraronda pelo Russo Denis Iartcev.No domingo, quatro atletas portugue-ses e uma lusa estiveram em prova.Nas femininas, Yahima Ramirez (-78kg) perdeu na primeira rondafrente à britânica Gemma Gibbons.

Nos masculinos, Anri Egutidze,Diogo Lima, Jorge Fonseca e TiagoRodrigues tiveram destinos bem di-ferentes.Na categoria de -81kg, Anri Egutidzevenceu o atleta Luxemburguês BilgeeBayanaa na primeira ronda, e perdeuna segunda ronda frente ao atleta daLetónia, Konstantins Ovchinnikovs.Mesmo destino teve Diogo Lima, queultrapassou a primeira ronda ven-cendo o cubano Ivan Felipe Silva Mo-rales, e que perdeu na segunda rondafrente ao Iraniano Saeid Mollaei.Na categoria de -90kg, Tiago Rodri-gues perdeu logo na primeira rondafrente ao Israelita Li Kochman.Na categoria de -100kg, Jorge Fon-seca venceu os três primeiros com-bates frente ao Senegalês BaboukarMane, ao Germânico Dimitri Peters eao Ucraniano Artem Bloshenko res-petivamente. No entanto nos quar-tos-de-final, perdeu frente ao FrancêsCyrille Maret. Na repescagem, JorgeFonseca perdeu novamente frente aoHolandês Michael Korrel, terminandono sétimo lugar como Joana Ramos.

Jorge FonsecaEm entrevista ao LusoJornal, JorgeFonseca fez um balanço da sua par-ticipação no Torneio de Paris. “O tor-neio é um Torneio importante, umaboa competição, é um Grand Slam.Queria fazer o melhor resultado pos-sível porque regresso após oito mesesde paragem. Eu queria sair de Pariscom uma Medalha, mas não conse-gui, espero ter um melhor resultadona próxima prova. O último combatefoi equilibrado mas ele conseguiucontrolar-me e vencer por castigos”disse ao LusoJornal. “Para mim estesétimo lugar não foi grande coisa por-que queria chegar às Medalhas. Noentanto este sétimo lugar é um bominício para a pré-época porque paramim, estou na pré-temporada, foi aminha primeira prova. Não estou feliznem triste com este resultado. Estouconfiante para os Jogos apesar deainda não estar preparado. Estouconfiante que vou fazer um granderesultado nos Jogos, não um sétimolugar, mas sim um primeiro ou umsegundo lugar porque não. A próximaprova é Düsseldorf, espero fazer omelhor resultado possível mas nãoum sétimo lugar, não gosto de termi-nar nesse lugar, quero mais. Admitoque estou um pouco triste com esteTorneio de Paris porque, apesar dacurta preparação de um mês, queriamais que este sétimo lugar”, con-cluiu Jorge Fonseca.Recordamos que na precedente edi-ção, em outubro de 2015, TelmaMonteiro (-57kg) arrecadou a Meda-lha de ouro, enquanto Célio Dias (-90kg) tinha alcançado a Medalha debronze.

Grand Slam de Judo

Por Marco Martins

le 10 février 2016

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Joana RamosDR

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20 Desporto

emsíntese

Ciclismo: Adéritoda Cruz homenageado em Saint Quentin-en-Yvelines

O ciclista francês veterano Adérito daCruz foi homenageado no sábadopassado, no Vélodrome de Saint Que-tin-en-Yvelines, um dos maiores com-plexos ciclísticos da Europa, depoisde ter estado afastado das pistas noseguimeto de uma queda espetacu-lar.Adérito da Cruz caiu há cerca de 3meses, no dia 9 de novembro, preci-samente no Vélodrome de Saint Que-tin-en-Yvelines. “Não me lembro denada do que se passou. Estávamosnos treinos, numa curva caiu um ci-clista à minha frente e depois caí eue vim de rastos até aqui” diz ao Luso-Jornal. Fou imediatamente hospitali-zado no Hospital Beaujon comtraumatismo craniano e esteve quaseum mês em coma induzido.Irmão do ciclista Carlos da Cruz, quefoi profissional na Française des Jeuxe correu no Tour de France, Adéritoda Cruz é do Algarve, mas j’a nasceuem França. Com uma longa carreirade ciclista, correu nos clubes de Vil-leneuve-la-Garenne, St Denis, Auber-villiers, Epinay-sur-Seine e agora estánovamente no Villeneuve-la-Garenne,onde aliás é Vice-Presidente.“Se tudo correr bem, vou correr no-vamente” disse ao LusoJornal.No seguimento da queda do ciclistahouve uma polémica que considerouirresponsável o ciclista que lhe caiu àfrente, mas aqueles que lhe pretaramhomenagem agora, preferem nãoabordar esse assunto. Em lágrimas,Adérito da Silva estava emocionado.Ao seu lado estava outro português,Mikael d’Almeida, Campeão domundo.“Esta homenagem é importante e sig-nifica muito para mim. Faz-me faltaandar de bicicleta, voltar às competi-ções” confessa Adérito da Cruz. “Omeu objetivo é participar no próximoCampeonato do mundo de Vetera-nos. Para este ano já não é possível,claro, mas no próximo ano será nosEstados Unidos e vamos ver se con-sigo atingir um bom nível”.

António Borga

Por Carlos Pereira

lusojornal.com

Bituruna: «Je veux aider l’équipe à gagner»

Blessé pendant plus de 6 mois, le dé-fenseur brésilien est de retour sur lesterrains pour aider les Lusitanos deSaint Maur à continuer à surprendreen CFA 2 cette saison. Pour LusoJor-nal, il évoque ces derniers mois de ré-éducation et ses retrouvailles avec lesterrains.

Après plusieurs mois loin de vos co-équipiers, comment s’est passé votreretour aux Lusitanos?C’est tout nouveau pour moi. Je suiscontent de revenir dans une équipequi a réussi une bonne première par-tie de saison. Le nouvel entraîneur[ndlr: Carlos Secretário] réalise un bontravail. Il faut continuer comme celadans les prochains mois. L’équipe aun peu changé depuis que je l’avaisquitté l’été dernier. C’est un recom-mencent pour moi. Je la redécouvrepetit à petit. Je cherche à retrouver maplace. Je n’ai surtout la prétentiond’arriver et de réclamer ma place surle terrain. J’avance petit à petit. Cer-tains joueurs ont déjà réussi de belleschoses durant mon absence. C’est àmoi de montrer que je peux égale-ment aider l’équipe.

Est-ce une motivation supplémentairede devoir regagner sa place?C’est une bonne chose. C’est comme

si j’arrivais dans un nouveau club. J’aipu récupérer de ma blessure sans meprendre la tête. Je suis un joueur toutneuf. Je vais seulement chercher àdonner le meilleur de moi. Ça passerapar beaucoup de travail à l’entraîne-ment. Physiquement, tout va bien.Techniquement, je n’ai pas trop perdu(sourire). C’est à moi de m’adapter àl’évolution du club et de l’équipemaintenant. Si je comptais vivre demes acquis, ce n’était pas la meilleuredes façons pour revenir au top.

Comment avez-vous vécu votre réédu-cation du côté du Brésil, loin de Saint-Maur et des Lusitanos?Quand j’étais en train de faire messéances de rééducation, j’avais tou-jours les Lusitanos dans un coin dema tête. Je sais que j’étais là-bas avecl’objectif d’y revenir plus tard. Cela faitmaintenant un mois que je suis re-venu, je me sens bien. Le groupe estde qualité. J’ai bien été accueilli et çam’a fait plaisir de renouer avec le tra-vail de mon équipe. J’espère mainte-nant continuer à faire en sorte de

continuer à être heureux avec les ré-sultats à venir des Lusitanos.

Au sortir d’une année exceptionnelleavec les Lusitanos, Champion de DHet un bon parcours en Coupe deFrance, vous auriez pu connaître unautre destin sans cette blessure. Ce-pendant, les Lusitanos ont tout desuite été présents pour vous soutenir.Etait-ce important à vos yeux?C’est le football qui veut cela. Un jourvous pouvez être en haut et l’autretout en bas. Mais le club a tout desuite été derrière mois durant cetteépreuve. Il m’a soutenu tout au longde ces mois difficiles de travail. J’aiégalement eu le soutien de nom-breuses personnes du club et de sup-porters qui prenaient de mesnouvelles. Ça m’a fait chaud au cœur.Je les remercie aujourd’hui. Mainte-nant, je me dois de rester fort et decontinuer à avancer.

Comment s’est passé votre retour surles terrains de CFA 2 face à la réservede Valenciennes (3-1)?Tout s’est bien passé. J'ai pu me testeret voir que tout allait bien. Je n’ai plusde douleur et l’opération a porté sesfruits. Ce n’était pas forcément de re-venir après une longue blessure deplusieurs mois. Aujourd’hui, je peuxenfin rejouer au football. Ça fait vrai-ment du bien (sourire).

CFA2 / US Lusitanos de Saint Maur

Par Eric Mendes

O Português Éder já joga com o Rennes

No passado fim de semana decorreua 25ª jornada da primeira divisãofrancesa, na qual o Lille empatou emcasa a uma bola com o Rennes. Noentanto, de destacar que o único golodo Lille foi apontado pelo avançado einternacional português Éder, quechegou como reforço emprestado peloSwansea (Inglaterra) na passada se-mana. O LusoJornal falou com Éderno fim do encontro.

Como podemos analisar este jogofrente ao Rennes?Fizemos um bom jogo, a equipa es-teve bem, estou feliz por ter marcadoo golo, claro, por ter ajudado a minhaequipa, e é sempre um orgulho mar-car com a camisola do Lille. Foi penatermos sofrido um golo nos minutosfinais mas temos de continuar a tra-balhar.

A adaptação foi rápida…Exato, porque aliás eu ainda não trei-nei praticamente com a equipa. Real-mente só fiz dois treinos mas pronto,estou cheio de vontade, quero alcan-çar os meus objetivos, ajudar a equipaa atingir também os objetivos, e comesta atitude tudo se vai concretizar.

Qual é o potencial desta equipa doLille?Acho que é uma equipa que temgrande potencial, tem qualidade eacho que só nos falta vitórias. Comessas vitórias, vamos conseguir pro-gredir.

Dois jogos, um golo, o Lille foi umaboa escolha…Claro! A partir do momento em queoptei pelo Lille, foi uma boa esco-lha, é assim que tenho de pensar eé para isso que vou trabalhar. O Lilletem-me proporcionado todas as con-dições e eu quero retribuir.

É necessário esquecer a passagempela Inglaterra?Não é necessário esquecer, até por-que senti-me bem lá e estou con-tente por ter estado lá. Ainda tenhocontrato com o Swansea, só queagora tenho que me focar total-

mente no Lille porque é aqui quevou fazer o meu trabalho e é aquique o meu trabalho vai ser reconhe-cido.

Quando marcou com o Lille, tinhauma luva branca, é uma celebraçãopouco habitual?Eu tinha feito essa celebração nafinal da Taça em Portugal.

Mas como pode explicar o regressodessa luva? Porque vai ser o concre-tizar dos meus objetivos. É apenasuma celebração, para já é uma ce-lebração.

Quais são os seus objetivos pessoaiscom, em pano de fundo, o Europeu?Jogar com regularidade, ajudar oLille a alcançar os seus objetivos,tenho a certeza que o Lille tambémme vai ajudar a alcançar os meus,que é marcar golos e estar no meumelhor, para depois pensar em maisqualquer coisa.

Quais são os objetivos do Lille?O objetivo da equipa é ganhar, quan-tas mais vezes ganharmos melhor, epensar jogo a jogo. Primeiro alcan-çar a manutenção, depois dissovamos pensar jogo a jogo e com cer-teza iremos pensar em mais objeti-vos.

Quanto ao Campeonato português,este ano, a luta entre os três grandestem sido intensa?Espero que o Campeonato continueassim com uma luta intensa para otítulo.

De referir que o Lille ocupa atual-mente o 15° lugar com 30 pontos,apenas quatro de vantagem sobre oprimeiro clube abaixo da linha deágua, o Montpellier. Na liderança doCampeonato continua a estar o PSG,que venceu o ‘Clássico’ com o Mar-seille por 2-1, com 69 pontos, 24de vantagem sobre o Monaco doTreinador português Leonardo Jar-dim, que ocupa o segundo lugar.De notar por último que no sábado13 de fevereiro, o PSG recebe noParque dos Príncipes o Lille, numjogo a contar para a 26ª jornada.

Ligue 1

Por Marco Martins

le 10 février 2016

losc.fr

Lusitanos de Saint Maur / EM

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lusojornal.com

21Desporto

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equipamento de futebol oferecidopelo Banque BCP e enalteceu ofair-play de todas as equipas parti-cipantes no Torneio.O clube foi fundado em agosto de1989, no seio da Comissão Des-portiva da Associação Cultural Por-tuguesa de Strasbourg.Face aos excelentes resultados al-cançados ao longo dos anos, ao tra-balho desenvolvido, ao carisma, àgarra dos seus dirigentes e daequipa técnica, o Clube tornou-senuma referência na região deStrasbourg, é considerado o quartomaior clube desta região, militandoa equipa principal na divisão “Ex-cellence” de futebol.Na hora da despedida, o BanqueBCP e a Associação d’Elsau mos-traram-se disponíveis para partici-parem nos próximos Torneios queas duas entidades venham a orga-nizar.

emsíntese

Ténis: JoãoSousa afastadona primeira rondado torneio deMontpellier

O tenista português João Sousa, sextocabeça de série, foi eliminado na se-mana passada na primeira ronda doTorneio de Montpellier, ao perder como belga Ruben Bemelmans.Após ter chegado à terceira ronda doOpen da Austrália, primeiro torneio do‘Grand Slam’ da temporada, o vima-ranense, 33º do mundo, foi batidopelo belga, 107º, por 6-4, 3-6 e 6-4,em uma hora e 54 minutos.Depois de perder o primeiro parcial,João Sousa recuperou e venceu o se-gundo, obrigando a uma ‘negra’, naqual chegou a salvar dois pontos deencontro, quebrando o serviço ao ad-versário para fazer o 5-4.Contudo, o Português cedeu tambémo seu serviço no jogo seguinte, aca-bando por ser eliminado pelo Belga,que defrontou o alemão Jan-LennardStruff na segunda ronda.Em três torneios esta temporada,João Sousa foi eliminado pela se-gunda vez na ronda inaugural, depoisde já ter caído na estreia em Auck-land, na Nova Zelândia, só tendo pas-sado a primeira eliminatória no Openda Austrália.

Sporting: Sackovai jogar no Sochaux

O Sporting Clube de Portugal anun-ciou o empréstimo do avançado HadiSacko aos franceses do Sochaux atéjunho de 2016.“A Sporting Clube de Portugal, Fute-bol SAD informa que chegou aacordo com o FC Sochaux para oempréstimo de Hadi Sacko com du-ração até junho de 2016. A SportingSAD deseja a Sacko as maiores feli-cidade pessoais e profissionais”, dizo clube num comunicado.Sacko, de 21 anos, chegou ao Spor-ting em 2014, mas nunca se assumiucomo opção para a equipa principaldo clube, sendo utilizado ao serviçoda equipa B. O avançado francêsapenas fez quatro jogos na equipaprincipal, todos em partidas da Taçada Liga.

Le Sporting Club de Paris a l’expérience

Le Sporting Club de Paris est revenuvictorieux de son déplacement alpind’Echirolles, mais que la mise enroute aura été longue! Les hommesde Rodolphe Lopes qui retrouvaientà cette occasion Kamel Hamdoudont été cueillis à froid par une en-trée en matière tonitruante des Isé-rois. Habitués au parquet glissantde leur gymnase, les locaux pren-nent rapidement le large en menant3-0. Passée cette période d’adapta-tion, les Parisiens modifient leur ha-bituelle façon de jouer et s’adaptentà la spécificité du parquet.Très vite un homme se démarque deses partenaires et lance l’après-midiparisienne: Kamel Hamdoud, quiretrouvait les joies de la compétitionaprès cinq matchs de suspension,confirma son statut de meilleur bu-teur du Championnat. En s’adaptantplus rapidement que l’ensemble deses partenaires aux conditions de

jeu, l’international français se trouvedans toutes les bonnes situations,les occasions, les tentatives, lesopportunités et les buts. Cinq desneuf réalisations sont inscrites parHamdoud qui apporta une boufféed’oxygène et une profondeur debanc au collectif parisien. Teixeira,absent des sessions d’entraîne-ment collectives de la semaine

aura malgré tout apporté sa pierreà l’édifice en pesant sur la rencon-tre.Bien que mené à la pause, le Spor-ting sent que la partie est bien en-gagée. Malgré la qualité de jeuproposé et le festival offensif desIsérois, le Sporting Club de Parisfait la différence à l’expérience etnotamment grâce à une bonne

maîtrise du ‘power play’.Néanmoins tout n’a pas été parfaitet la rigueur défensive n’a pas étéau rendez vous. Ce secteur devraêtre corrigé afin de, hasard du ca-lendrier, sortir victorieux du pro-chain match face à Echirolles lasemaine prochaine pour l’entrée enCoupe nationale, compétition dontle club est détenteur.

Futsal: Victoire du Sporting à Echirolles

Par Julien Milhavet

Torneio de Futsal em StrasbourgDecorreu no passado dia 31 de ja-neiro, domingo, o Torneio de futsalda secção de veteranos da Associa-tion Sportive Elsau Portugais deStrasbourg (ASSEP), com a parti-cipação de 10 equipas constituí-das pelos colaboradores de em-presas locais e de grupos de ami-gos. É de salientar a participaçãode duas equipas do Banque BCPcujos jogadores se deslocaram ex-pressamente de Paris, o que muitoorgulhou a ASSEP, o seu Presi-dente Alfredo da Fonseca assimcomo Carlos Lopes, o responsáveldo Futsal da secção de Veteranos.A vencedora do Torneio foi aequipa de Vila Chã (Portugueses

oriundos de Esposende) seguida daJND, da Speedex 1, ECM, Speedex2, SDEA, BCP 1, BCP 2, Los Chi-cos e a Heineken.A Comunidade portuguesa respon-deu presente ao convite com umaassistência de cerca de 400 pes-soas.No final do Torneio, houve uma ter-ceira parte de confraternizaçãomuito animada onde não faltaramos pratos típicos da gastronomiaportuguesa, a feijoada, a entre-meada, o franguinho do churrasco,os vinhos e a cerveja portuguesa(consumidos com moderação).Durante o convívio, o PresidenteAlfredo da Fonseca agradeceu o

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Echirolles Picasso 7-9 Sporting Club de Paris

Buteurs Parisiens: Hamdoud x5,Chaulet, Teixeira, Gasmi et Pupa.

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22 Tempo Livre

Ter. Comandar.Ostentar.

O Evangelho do próximo domingo,dia 14, é uma catequese construídacom inteligência em torno de trêstentações, sugeridas pelo Diabo, du-rante os 40 dias em que Jesus jejuae reza no deserto.Na primeira tentação, o demónio ins-tiga-o a utilizar a sua divindade pararesolver qualquer necessidade ma-terial e obter riquezas e luxos. A res-posta de Jesus - «nem só de pão viveo homem» - sugere-nos que o seu“alimento” (a sua prioridade) é a Pa-lavra de Deus e que o caminho dasalvação não passa pela acumulaçãoegoísta de bens.A segunda tentação corresponde aum messianismo de poder, de domí-nio, de tirania. A resposta de Jesus -«ao Senhor teu Deus adorarás, só aEle prestarás culto» - recorda-nosque o poder corrompe, escraviza etorna-se facilmente um ídolo a ado-rar.A terceira tentação sugere-nos queJesus poderia ter construído um ca-minho de êxito fácil, de triunfalismo,mostrando o seu poder através degestos espetaculares e sendo admi-rado e aclamado pelas multidões.Jesus responde: «Não tentarás o Se-nhor teu Deus»! Neste contexto,“tentar” significa manipular os donsde Deus com um fim egoísta e inte-resseiro.Ter. Comandar. Ostentar. Estas (e ou-tras) tentações fazem parte da nossavida quotidiana. No início desta Qua-resma, somos convidados a repen-sar as nossas opções de vida e atomar consciência dos vários “demó-nios” que nos impedem de renascerpara a vida nova, para a vida deDeus. A salvação não passa peloegoísmo, mas pela partilha; nãopassa pelo autoritarismo, mas peloserviço; não passa por manifestaçõesespetaculares que impressionam asmassas, mas sim, por uma propostade vida plena, apresentada com sim-plicidade e amor.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Eglise Notre Dame du Réveil Matin1 bis rue de Buzenval78420 Carrieres-sur-SeineDomingo às 9h30

boanotícia

le 10 février 2016

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lusojornal.com

Jusqu’au 27 février Exposition “Toiles sculptées figuratives”du lusodescendant Rodolphe Bouquil-lard. Galerie de Thorigny, 1 place de Tho-rigny, à Paris 3. Infos: 01.42.76.95.61.

Du 17 au 28 février «Carnets ex-situ», exposition de pein-tures, dessins et collages de Susana Ma-chado. Galerie Le Génie de la Bastille,126 rue Charonne, à Paris 11. Tous-les-jours, de 10h00 à 20h00. Infos: 06.84.31.40.38.

Jusqu’au 17 avril Exposition “Le Plan Flexible”, de LeonorAntunes, en collaboration avec l’Ambas-sade du Portugal en France, Centre cul-turel Camões à Paris. Dans la NefCentrale du CAPC - Musée d’art contem-porain de Bordeaux, 7 rue Ferrère, à Bor-deaux (33).

Jusqu’au 17 avril «La chose, même - the real thing». Expo-sition de l’œuvre de Julião Sarmento, fi-gure de proue de l’art contemporainportugais. Fondation Calouste Gulben-kian - Délégation en France, 39 boule-vard de la Tour Maubourg, à Paris 7.

Jusqu’au 22 mai Exposition “Corpus” de Helena Almeida,l’une des plus grandes artistes contem-poraines portugaises. Jeu de Paume, 1place de la Concorde, à Paris 8.

Le vendredi 12 février, 14h00 Présentation du livre «Imperial Migra-tions, colonial communities and diasporain the portuguese world» de MichelCahen et Eric Morier-Genoud. Université

Paris Diderot, Salle 670, BâtimentOlympe de Gouges, 8 place Paul Ricoeur,à Paris 13.

Le samedi 13 février, 17h00 Présentation du livre «O dia em que o solse apagou» de Nuno Gomes Garcia, parDominique Stoenesco et Luísa Semedo.Au Lusofolie’s, 53 avenue Daumesnil, àParis 12.

Du 9 au 13 février Ballet “Révolution(s)” de l’Opéra deLyon, avec «Sunshine» de la chorégrapheportugaise Tânia Carvalho. Au Toboggan,à Décines (69). Infos: 04.72.00.45.00.

Le jeudi 18 février, 18h30 Rencontre-performance «Chut(e)... l’onlit la danse» à partir d’une idée de la cho-régraphe Lídia Martinez, entourée d’amis:Eliane Béranger, Isabelle Dufau, JoséCosta Esteves, Patricia Godal, Paulo Hen-rique, Carlo Locatelli, João Costa Lou-renço et Lídia Martinez. A la FondationCalouste Gulbenkian, 39 boulevard de laTour Maubourg, à Paris 07. Infos: 01.53.85.93.93.

Le samedi 13 février “Olá”, one man show de José Cruz (ver-sion française), dans le cadre du FestivalHumour. Salle des Fêtes, 10 rue des Jar-dins, à Pierrelaye (95). Infos: 01.34.32.31.30.

Le samedi 20 février “Aladin” avec Lionel Cecílio dans le rôleprincipal, mise en scène de JP Daguerre.A Propriano, Corse (20).

Du 17 au 20 février, 20h30 “Nothing Hurts” de Falk Richter, mise en

scène par Carlos Vieira au Théâtre del’Uchronie, 19 rue de Marseille, à Lyon7. Infos: 04.37.65.81.61.

Le samedi 5 mars, 20h30 “Olá”, one man show de José Cruz (ver-sion française). Théâtre 9, 1 et 5 placede La Libération, à Le Blanc Mesnil (93).Infos: 01.45.91.93.93.

Le vendredi 12 février, 20h30 Noite de Fado avec Pedro Viola et Te-resa Viola, accompagnés par AntónioCorreia et Ricardo Martins, organiséepar l’Association Culturelle Portugaise,Salle Jacques Brel, Terrenoire, à SaintEtienne (42). Infos: 07.83.31.77.41.

Le samedi 13 février, 20h00 Noite de Fado avec Pedro Viola et Te-resa Viola, accompagnés par AntónioCorreia et Ricardo Martins, organiséepar l’Institut de langue et de cultureportugaise (ILCP) au Lycée AssomptionBellevue, 39 quai Jean-Jacques Rous-seau, à La Mulatière (69). Infos: 04.78.93.38.88.

Le vendredi 19 février, 20h30 Concert d’Anna Moura à l’Olympia deParis. Infos: 08.92.68.33.68.

Le samedi 20 février, 17h00 Fado avec Duarte, pour présentation deson dernier album «Sem dor nem pie-dade». Théâtre des Abesses / Théâtrede la Ville, à Paris 18 (complet).

Le dimanche 21 février, 20h15 Le lundi 22 février, 20h15Fado avec Duarte, pour présentation deson dernier album «Sem dor nem pie-dade». Théâtre La Couroie, 120 chemindu Barrage, à Entraigues-sur-la-Sorgue(84). Infos: 04.90.32.11.41.

Le samedi 27 février, 19h30 Soirée fado avec dîner, avec Sousa Santos,Isa de Castro et Arminda Baixo, accompa-gnés par Vítor do Carmo et Lino Ribeiro. Or-ganisée par l’Amicale des Travailleurs sansFrontières. Salle Gavroche, 35 rue des Ba-rentins, à Bezons (95). Infos: 01.39.81.80.33.

Le vendredi 12 février, 19h30 Concert de Fado, Bossa Nova et musiquecapverdienne donné par «Minha Lua» (Vic-toria Cruz et Gabriel Pancarbo) suivi de laprojection du Documentaire/film «Terra àvolta», organisé par l’association Lusopho-nie. Cinéma le Méliès, à Pau (64). Infos: 06.58.64.21.65.

Le samedi 13 février, 20h30 Concert de Mariana Ramos au New Mor-ning, 7-9 rue des Petites Ecuries, à Paris10. Infos: 01.45.23.51.41.

Le dimanche 14 février «Stabat Mater» de Pergolesi, par la sopranoJacinta Almeida et aussi Salma Sadak(mezzo-soprano) et Quatuor à cordes «LesAmies de Cuivres», à Chennevières (94).

Le samedi 20 février, 20h30 Concert des Contre-ténors Luís Peças etJoão Paulo Ferreira (Xavier - Charles Catta -Piano) à l’Eglise de Saint Avertin, 1 rue desPhalenes, à Saint-Avertin (37). Infos: 06.83.27.31.15.

Le samedi 5 mars Concert du duo Aurélie et Vérioca (musiquebrésilienne). A la Fabuleuz, D900, Le Fan-gas, à Saignon (84). Infos: 09.83.06.20.44.

Le dimanche 13 mars Concert du duo Aurélie et Vérioca (musiquebrésilienne). A la Péniche Anako, à Paris.

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23Tempo livrele 10 février 2016

Le samedi 13 février, 20h30 Bal déguisé de Carnaval, sur le thème dela Saint Valentin, avec le chanteur Ma-nuel Campos et Dj Nini, organisé parl’Association Portugal du Nord au Sud.Salle des Fêtes Le Palladium, 37 rue dePiscop, à Saint-Brice-sous-Forêt (95).

Le samedi 13 février, 19h30 Dîner dansant - soirée de solidarité auprofit des Pompiers de Mogadouro,pour l’achat d’une nouvelle voiture-am-bulance, animé par Tereza Carvalho,Laura Mendes, Carlos Pires, Chris-tophe, Bat2pé et Jeremy, organisé par

l’association Mogadouro no Coração.Salle Roger Donnet, rue Ferdinand Ber-thoud, à Groslay (95). Infos: 06.50.11.32.01.

Le samedi 13 février, 19h30 Dîner-dansant animé par Laurence deOliveira, organisé par l’association Por-tugal em Festa. Parc des Sports, bou-levard Ducher, à St. Ouen l’Aumône (95).Infos: 01.34.21.85.59.

Le samedi 13 février, 19h00 Repas de la Saint Valentin, organisé parl’association Cantares, avec animationmusicale par EPA Évènement. Au 12boulevard du Mont d’Est, à Noisy-le-Grand (93).

Le samedi 13 février Bal avec dîner animé par Hugo Manuel etses danseuses. Salle du Fort Carré, à An-tibes (06). Infos: 06.19.89.70.94.

Le dimanche 14 février, 12h00 Repas dansant de la Saint Valentin,animé par Carlos Pires, organisé par l’as-sociation Tradições do Alto e Baixo Minhode Montlhery. Salle des Fêtes, boulevardMouchy, à Montlhery (91). Infos: 06.13.72.34.25.

Le dimanche 14 février Repas dansant avec Tony et Sonia, duomusical, organisé par l’Association portu-gaise. Salle Laurent Grillet, à Dompierre-sur-Besbre (03). Infos: 06.67.29.01.19.

Le samedi 20 février, 21h00 «Sons do Minho», Concertinas et Des-garradas, pour la première fois enFrance, organisé par l’Amicale Franco-Portugaise de Clamart. Salle des Fêtes,place Jules Hunebelle, à Clamart (92).Infos: 06.22.41.19.23.

Le samedi 20 février, 21h00 Soirée portugaise Carnival, repas dan-sant, avec Gérard Addat et ses dan-seuses brésiliennes. Le Beach Village,20 rue des Acilloux, à Cournon-d’Au-vergne (63). Infos: 09.50.17.25.35.

Le dimanche 28 février, 14h00 Spectacle de Paula Soares, animé par DjLusitano à l’Eden Club, 17A boulevard

sergent Triaire, à Nîmes (30). Infos: 07.81.82.68.58.

Le samedi 5 mars, 21h00 Spectacle de Johnny (et ses musiciens)et bal avec le groupe Nova Imagem, or-ganisé par l’Association franco-portu-gaise de Wissous. Salle Saint Exupéry,11 place Lometti, face à la Poste, àWissous (91). Infos: 06.30.12.88.13.

Le samedi 12 mars, 19h30 13ème Anniversaire de l’émission deradio Bom Dia Portugal, avec Céline,Luís Manuel, David Garcia, Julião,Christophe et Kris Kitinho. Bal avec legroupe Os Nova Onda et présentationde Carlos Tavares. Dîner. Salle Georges Brassens, à Vil-leneuve-Saint-Germain (02). Infos: 06.84.78.28.53.

Le vendredi 19 février, 20h00 Concert privé de David Dany suivi d’uneanimation piano-bar par Jean ClaudeDubarry, et Dj YS Francois. Au bar LeSaint Jean, 76 route d’Albi, à Saint Jean(31). Infos: 05.61.74.32.16.

Le dimanche 21 février Festival avec 5 groupes de folklore, or-ganisé par l’Amicale Franco-Portugaisede Clamart. Salle des Fêtes, place JulesHunebelle, à Clamart (92). Infos: 06.22.41.19.23.

Le dimanche 21 février, 14h30 Festival Folklorique avec les groupesPortugal Novo de Colombes, Roda doAlto Paiva d’Orsay, Borda d’Água deChaville, Danças e Cantares do Minhode Paris/Stains, Estrelas do Mar de No-gent-sur-Marne et Juventude Portu-guesa de Paris 7, organisé parl’Association Folklorique Jeunesse Por-tugaise de Paris 7 à la Salle des Fêtesde la Mairie du 15ème arrondissement,31 rue Péclet, à Paris 15. Entrée gratuite. Infos: 06.08.68.52.32.

Le mardi 16 février Présence de Cap Magellan au Forum“Paris métropole pour l’emploi desjeunes 2016”, à la Grande Halle de LaVillette, à Paris.

Le mercredi 17 février Forum pour l’emploi Cap Magellan,avec une permanence de Cap Magellanet de l’Instituto de Emprego e Forma-ção Profissional (IEFP) au Consulat Gé-néral du Portugal, 6 rue GeorgesBerger, à Paris 17.

Les 20 et 21 février Festival des jumelages organisé parl’ACPUO. Foire artisanale et artistiquedes quatre villes jumelées: Orsay-VilaNova de Paiva et Les Ulis-Sátão. AuGymnase Blondin, avenue Guy Moquet,à Orsay (91). Le samedi: fête populaire,stands, tournoi de Sueca, dîner, balavec Marcos Frias et Júlia, de Ferreirad’Aves (Sátão). Le dimanche: possibi-lité de déjeuner (réserver), groupe fol-klorique Esperança de Les Ulis-Orsay,autres animations et bal avec MarcosFrias et Júlia. Entrée libre. Infos: 06.09.81.25.19.

Du 22 au 26 février Stage d’initiation à la langue portugaisepour enfants de 4 à 11 ans, de 10h00à 11h30, à Taverny (95).

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