FRAS-LE - dicadehoje7.com · utilização de mais sais nas rodovias, estes sais são corrosivos e afetam as peças de freios dos veículos, necessitando uma troca de peças mais frequente

01 de Outubro de 2017

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FRAS-LE

Código BOVESPA: FRAS3 Data: 21 a 24/setembro/2017

- SOBRE A EMPRESA: A Fras-Le S.A., fundada em 22 de fevereiro de 1954 (“63 anos”), está sediada em Caxias do

Sul, no Estado do Rio Grande Sul, Brasil, instalada numa área total de 310 mil m² com 75 mil

m² de área construída. Atua na produção de materiais de fricção no segmento de

Segurança no Controle de Movimentos. Possui ações listadas na Bolsa desde 1977.

Possui fábricas no Rio Grande do Sul (Brasil), nos Estados Unidos (Alabama) e na China

(Pinghu), centros de distribuição na Argentina, na Europa e Estados Unidos e operações

comerciais nos Estados Unidos, Chile, Alemanha, México, Emirados Árabes Unidos e África

do Sul, a empresa mantém uma estruturada equipe para atender os clientes nos mais de 100

países dos cinco continentes onde atua.

A Fras-Le possui um moderno campo de provas, o qual conta com 18 pistas de testes, que

totalizam aproximadamente 15 km. No local também está construído um prédio com garagem

para preparação dos veículos e laboratório.

Veja na foto abaixo a linha de produtos que a Fras-Le produz e vende:



Em 1996 a Fras-Le teve alteração no seu controle acionário, quando foi adquirida pela Randon S.A. Implementos e Participações. A Randon é uma holding composta por 9 empresas operacionais focadas em cinco ramos de atuação (segmento de Veículos e Implementos (Randon Implementos & Randon Veículos), Autopeças (Fras-le, Master, JOST, Suspensys e Castertech) e Serviços (Randon Consórcios e Banco Randon)).

- MERCADO DE ATUAÇÃO:

-MONTADORAS:

A Fras-Le faz um trabalho simultâneo com empresas do setor automotivo para

desenvolvimento de seus novos produtos. Os materiais de fricção Fras-Le são produtos sem

amianto, originais em 95 % das montadoras brasileiras de veículos pesados e semipesados.

Projetos são desenvolvidos em conjunto com as montadoras.

-REPOSIÇÃO:

A Fras-Le coloca ao alcance do consumidor produtos com a qualidade do equipamento

original. Possui uma rede de distribuidores responsável pelo atendimento aos mais de 200 mil

pontos-de-venda de autopeças (oficinas mecânicas, lojas, frotistas, autocenters e

concessionárias).

-EXPORTAÇÃO:

Há mais de 40 anos (desde 1969), a Fras-Le leva seus produtos ao mercado internacional.

São mais de 80 países, nos cinco continentes. As exportações representam, atualmente, em

torno de 50% do faturamento da Fras-Le.



- POR QUE A FRAS-LE ?

Fonte: retirado do Site de RI da Fras-Le

ATUAÇÃO EM MERCADO RESILIENTE Mercado de reposição representa mais de 80% da Receita Líquida; Diversificação geográfica: Aproximadamente 50% da Receita Líquida é oriunda do

mercado externo e 50% do mercado doméstico. ESCALA-CAPACIDADE PRODUTIVA Capacidade para produzir mais de 130 milhões de peças/ano através de fábricas no

Brasil, EUA e China.

- Segundo a empresa, suas principais VANTAGENS COMPETITIVAS são:

Tecnologia adequada às necessidades dos clientes; Qualidade dos produtos e marcas reconhecidos no mercado; Serviço diferenciado (Suporte técnico, relacionamento e resposta rápida); Preço competitivo; Presença relevante em mercados estratégicos; Capacidade produtiva; Potencial humano para manutenção do negócio; Centro de Pesquisa e desenvolvimento; Campo de Provas para testes e simulações de uso real; Linha de produtos diversificados; Portfólio de produtos composto por mais de 12 mil itens; (SPF) Sistema de Produção Fras-Le;



- ESTRUTURA OPERACIONAL:

- ESTRUTURA SOCIETÁRIA:



- ANÁLISE DOS RESULTADOS 2T17 e 1S17:

A Fras-Le mantém ao longo de sua história um perfil exportador, com presenças no mercado

internacional com operações produtivas nos Estados Unidos e China.

OBS: Se olharmos abaixo os dados do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de

Componentes para Veículos Automotores) e a Abipeças (Associação Brasileira da Indústria

de Autopeças), o país que mais produz e vende autoveículos no mundo hoje é a China,

seguido dos EUA, e o país com a maior frota circulante de autoveículos são os EUA, seguido

da China. Isto explica o porquê a Fras-Le atua fortemente nestes dois países! Inclusive com

fábricas localizadas em ambos.

Fonte: Sindipeças / Abipeças



A liderança no Brasil, com forte atuação no mercado de reposição, para onde é

direcionada a maior parte de suas vendas, reflete em resiliência e robustez aos resultados,

inclusive nos momentos de crise.



A composição das receitas, embora tenha apresentado melhor desempenho neste 2T17, em comparação ao primeiro trimestre do ano, ainda mostra uma defasagem no período acumulado no primeiro semestre de 2017, pois sofre influência do resultado de operações de hedge accounting no 1T17, e agrega a este impacto, a redução nas taxas do câmbio entre os períodos comparativos com 2016. Por outro lado, a combinação dos recursos aplicados com a baixa alavancagem contribui para a Companhia blindar-se de eventuais efeitos da variação cambial.

Percebe-se que a empresa teve queda das margens brutas, operacionais e Ebitda quando comparado ao ano anterior, mas a margem líquida aumentou. O resultado financeiro foi responsável por esse resultado líquido mais forte. Mas com as quedas das taxas de juros ficará cada vez mais difícil manter o lucro tão alto. Importante ressaltar que um dólar mais alto ajudaria a empresa a melhorar suas margens de operação também. - CONJUNTURA MACROECONÔMICA: - BRASIL - Indústria Automobilística: De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a indústria automobilística nacional se manteve na rota do crescimento neste segundo trimestre de 2017, atingindo evolução de 22,4% na produção de novos veículos, comparado a igual período do ano passado. No período acumulado durante o primeiro semestre de 2017



este número chegou à quantidade de 1.263.231 (hum milhão e duzentos e sessenta e três mil e duzentos e trinta e um) veículos, representando um aumento de 23,3% sobre o total de veículos produzidos no mesmo período de 2016. A categoria “Automóveis” representou o maior percentual de evolução, equivalente a 25,4%.

A Anfavea revisou as suas projeções devido aos melhores resultados apresentados até junho, em especial as exportações. Com isso a expectativa da entidade é que a produção de veículos cresça aproximadamente 21,5% em 2017. - Exportações de veículos:



Com destaque para as exportações, a Anfavea informou que até junho as exportações de novos veículos produzidos no Brasil somaram US$ 7,4 milhões, correspondendo a uma evolução de 53,0% comparada ao mesmo período de 2016, quando estas exportações somaram apenas US$ 4,8 milhões. Este desempenho corresponde à quantidade de 372.563 (trezentos e setenta e duas mil e quinhentos e sessenta e três) unidades exportadas em 2017 até junho, que representam uma evolução 57,2% na comparação com o primeiro semestre de 2016. AMÉRICA DO NORTE - Indústria Automobilística: Com base em relatório preliminar divulgado por ACT Research, J.P. Morgan Truck Data e Trucking Info, sobre o desempenho da indústria automobilística na América do Norte, é importante destacar os seguintes pontos: A produção de caminhões da classe 8 apresentou uma queda de 4% no segundo trimestre de 2017, em relação à mesma base de 2016, enquanto as vendas apresentaram queda de 11% comparado com igual período do ano passado. A carteira de novos pedidos, ao final deste trimestre, foi 39% superior, comparado a igual período do ano anterior. Cabe destacar que a classe 8 de caminhões é a mais representativa para os negócios da Fras-Le. Nos EUA, a Fras-Le ainda trabalha com uma incerteza quanto à taxação de produtos importados indicado pelo governo Trump, para isso vem desenvolvendo planos contingenciais.

ARGENTINA - Indústria Automobilística: Com base em informações divulgadas pela Adefa(Associação de Fabricantes de Automóveis), a produção de veículos na Argentina apresentou retração no primeiro

semestre de 2017, porém, através da categoria de veículos utilitários, conseguiu esboçar

uma reação no segundo trimestre, onde totalizou 128.499 (cento e vinte e oito mil e quatrocentos e noventa e nove) veículos produzidos no trimestre, representando um crescimento de 2,1% comparado ao segundo trimestre de 2016.



- DESEMPENHO DAS VENDAS: - VOLUMES FÍSICOS DE VENDAS No trimestre, os volumes de vendas da Companhia apresentaram evolução na maioria das linhas de produtos, contribuindo positivamente no desempenho acumulado do semestre. Foram comercializadas 22,5 milhões de unidades de materiais de fricção no 2T17, que representou um crescimento de 10,8% comparado ao 2T16. Os volumes do 1S17 somaram 42,7 milhões de unidades vendidas, atingindo uma evolução de 4,4% comparada ao 1S16. Na tabela abaixo pode ser observado que em pastilhas de freio o crescimento foi mais consistente, seguido por lonas de freio para veículos pesados com boa evolução também, o que mostra uma tendência de melhora dos negócios nas indústrias de autopeças e automobilística no mercado nacional. O grupo de produtos relacionados ao freio permanece destacando-se, com evolução superior a 50%. O portfólio de produtos deste grupo é composto de cilindros mestre, de roda e de embreagem; servo freio; atuadores concêntricos; líquidos de freio e de arrefecimento; filtros de ar; kits de reparo e reservatórios.



OBS: o volume de vendas dos produtos da Fras-Le teve um aumento considerado porém sua receita líquida foi afetada pela variação negativa do câmbio do período!

- RECEITA LÍQUIDA CONSOLIDADA:

No 2T17, a receita líquida consolidada atingiu R$ 215,0 milhões e, apesar do seu desempenho levemente inferior ao mesmo período de 2016, apresentou uma boa recuperação em relação à receita registrada no 1T17, o que se deve, em grande parte, pelo maior volume de vendas. O descompasso entre o maior volume de vendas, combinado com um nível de receita líquida ligeiramente inferior, é explicado pela diferença cambial entre os períodos comparativos, onde o dólar médio do 2T17 de R$ 3,21 apresentou-se 8,4% inferior aos R$ 3,51 do 2T16, fato que refletiu sobre o montante faturado em dólares. No período acumulado nestes seis meses de 2017 a taxa média do dólar de R$ 3,18 foi 14,3% menor que os R$ 3,71 do primeiro semestre de 2016.



OBS: o total de receita líquida de reposição da FRAS-LE é muito maior que receita líquida de montadoras! Cerca de 88% a 89% do total da receita. E no 1S17, a porcentagem da receita do mercado interno em relação ao total de receita líquida aumentou de 42% para 48,1% em relação ao 1S16, indicando um aquecimento do mercado interno.



OBS: o Mercado de montadoras dos EUA (Mercado OEM “Original Equipment Manufacturer”, em português fabricante do equipamento original, fábricas que produzem para outras grandes fábricas) está trabalhando com muito estoque, a demanda prevista para 2016 não se confirmou, mas até o final de 2017 a previsão é de normalização. E o mercado de reposição dos EUA foi afetado, pois tiveram um inverno mais ameno este ano, o que impactou na venda de peças de reposição(“Brake Season”). Quando o inverno é mais forte, é necessário utilização de mais sais nas rodovias, estes sais são corrosivos e afetam as peças de freios dos veículos, necessitando uma troca de peças mais frequente. Quando o inverno é mais agressivo a FRAS-LE vende mais, quando é mais ameno vende menos! - LUCRO BRUTO CONSOLIDADO: O lucro bruto consolidado do 2T17 de R$ 57,0 milhões, influenciado pelo melhor nível de receitas, apresentou um bom desempenho, com evolução de 46,5% comparado aos R$ 38,9 milhões do 1T17. Na mesma linha de evolução em relação ao trimestre anterior a margem bruta do 2T17 foi de 26,5%. OBS: É oportuno citar que na comparação com o mesmo período do ano anterior, o lucro bruto de R$ 70,8 milhões no 2T16, está mais apreciado pelo efeito de uma maior variação do dólar sobre as receitas, bem como, pelo maior nível de exportações.



- EBITDA (Geração Bruta de Caixa): O EBITDA consolidado do 2T17, equivalente a R$ 33,8 milhões, embora também sofra a influência do menor nível de receitas e lucro bruto, apresentou um bom desempenho neste 2T17, somando no período R$ 33,8 milhões, o qual é 134,7% superior ao EBITDA do 1T17, mas 24,0% inferior ao do 2T16. A margem EBITDA ficou em 15,7% no trimestre, que

corresponde a uma evolução de 7,6 pontos percentuais comparado ao 1T17, apesar do menor nível em comparação ao 2T16. Quanto ao desempenho do EBITDA acumulado no 1S17 de R$ 48,2 milhões, o indicador apresentou uma queda de 43,9% em relação aos R$ 85,9 milhões de EBITDA do 1S16. A margem EBITDA do 1S17 foi de 12,3%.

OBS: Com o péssimo resultado apresentado no 1T17, a empresa acionou um plano de recuperação que abrange várias frentes de atuações que vão de ações de âmbitos comerciais, até ações internas de redução de custos operacionais, de despesas



administrativas e comerciais. Com isto somado a adesão da Companhia ao Programa de Regularização Tributária (PRT) e REFAZ, a empresa conseguiu um excelente resultado em 2T17.

- RESULTADO FINANCEIRO:

No 2T17 o resultado financeiro líquido atingiu superávit de R$ 4,2 milhões, invertendo o resultado financeiro líquido de R$ 6,6 milhões negativo do 2T16, o que representa uma melhora de 164,4%. O mesmo aconteceu com o período acumulado nestes seis primeiros meses de 2017, onde o resultado financeiro líquido resultou em superávit de R$ 14,0 milhões, invertendo o resultado financeiro líquido de R$ 20,9 milhões negativos do 1S16, o qual é equivalente a uma melhora de 167,0%. OBS: A empresa se beneficiou dos rendimentos das aplicações do capital que foi integralizado em abril de 2016 através da oferta de ações que totalizou R$ 300 milhões. Ainda não foi utilizado este capital para aquisições para crescimento da empresa.



- LUCRO LÍQUIDO:

O lucro líquido do 2T17 somou R$ 27,9 milhões, que na comparação com o 2T16 equivale a uma evolução de 45,7%. A margem líquida encerrou o trimestre em 13,0%. Um fator que contribuiu significativamente para a sua boa performance foi o benefício fiscal de R$ 9,0 milhões, pelo pagamento de juros sobre capital próprio.



- ENDIVIDAMENTO FINANCEIRO: No 1S17 a Fras-Le Brasil amortizou R$ 50,3 milhões da dívida financeira, enquanto as unidades controladas somaram R$ 7,6 milhões em amortizações. Foram tomados pela Fras-Le Brasil, novos financiamentos no montante de R$ 48,2 milhões, basicamente para capital de giro. A dívida financeira bruta consolidada encerrou o trimestre com saldo de R$ 251,9 milhões, deste montante R$ 143,4 milhões ou 57% correspondem ao curto prazo e R$ 108,6 milhões ou 43% no longo prazo, sendo que R$ 194,9 milhões ou 77,4% estão atrelados ao dólar, porém, o volume de exportações da Fras-Le permite um hedge natural para minimizar os efeitos de possíveis impactos da variação cambial na dívida financeira.

A Fras-Le possui uma situação confortável atualmente, com um superávit financeiro. Possui mais caixa(Disponibilidades) que dívidas bruta (R$ 251,9 milhões) no 2T17.

- FLUXO DE CAIXA LIVRE:

O fluxo de caixa livre da Companhia no 1S17 foi de R$ 34,0 milhões positivos, cabendo destacar como fator que contribuiu para este desempenho o resultado financeiro positivo, o qual teve a variação cambial favorecendo sobre a composição de pagáveis e recebíveis



atrelados ao dólar, um menor nível de endividamento e maior volume de aplicações financeiras.

- INVESTIMENTOS:

O capex somou R$ 6,9 milhões no primeiro semestre de 2017, os quais são equivalentes a máquinas, equipamentos, ferramentas e moldes. Também fazem parte destes investimentos as adequações de máquinas à norma de segurança NR 12.

É importante observamos que o Capex do 1S17 (R$ 6,9 milhões) é menor que o total de Depreciação e amortização (R$18,483 milhões), como mostra o DFC abaixo. Isto significa que a empresa investiu menos que a sua depreciação. O índice CAPEX/Depreciação do 1S17 ficou em 0,37.



Olhando abaixo os dados de anos anteriores vimos que a empresa apenas realizou investimentos maiores que sua depreciação no ano de 2013. Aparentemente a estratégia da empresa para crescer deve ser através fusões ou aquisições não por investimentos em bens de capital.

-RESUMO DOS PRINCIPAIS RESULTADOS DO 1S17 COMPARADO COM 1S16:

- Receita Bruta Total, sem eliminações: R$ 592,2 milhões ou 4,8% inferior ao 1S16;

- Receita líquida: R$ 392,4 milhões ou 6,9% menor que o 1S16;

- Faturamento Mercado Externo (Exportações + operações no exterior): US$ 60,2 milhões ou 9,3% inferior ao 1S16;

- Lucro bruto: R$ 96,0 milhões ou 27,6% menor que o 1S16;

- EBITDA: R$ 48,2 milhões ou 43,9% inferior que o 1S16;

- Lucro líquido: R$ 37,8 milhões ou 22,7% superior ao 1S16.

-EXPECTATIVA DOS GESTORES DA EMPRESA:

- Melhoria do desempenho apesar de condições de mercado desfavoráveis



- No curto prazo, a equipe esta focada em: - Execução do plano de recuperação do primeiro trimestre - Contenção de pressões inflacionárias de matéria prima e mão de obra, que

normalmente se manifestam no segundo semestre - Aumento de suporte e foco nos mercados externos em particular nos EUA, China e Argentina - Otimismo com cautela na melhoria gradual na economia e mercado doméstico

- Os gestores demostraram que estão em busca de possíveis Fusões e Aquisições



- Comparação dos gráficos de Produção Total de Autoveículos e o gráfico de Histórico de Lucros – 12 meses da Fras-Le:

Fonte: Gráfico criado pelo autor utilizando dados do GuiaInvest Pro

OBS: é possível ver que os lucros da empresa seguem a tendência da produção de autoveículos no Brasil, com exceção do ano de 2012 e 2013 que a produção teve uma tendência de alta mas, os lucros da empresa não acompanharam esta tendência devido há alguns fatores que vamos explicar abaixo.




Ao analisarmos o gráfico de Lucro Líquido, podemos observar que durante os anos de 2012 e 2013 a empresa teve uma redução nos seus lucros devidos há alguns fatores relacionados abaixo: - Volume de venda menor na exportação, principalmente em consequência da recessão do

bloco econômico da zona do Euro, estabilização do mercado norte-americano e barreiras comerciais adotadas pela Argentina; - Consolidação dos resultados da nova controlada Freios Controil, a qual sofre um forte processo de turnaround ao longo do trimestre, o que afetou negativamente o desempenho consolidado da Fras-Le no período; - Custos operacionais maiores na unidade industrial dos Estados Unidos devido à fase pré-operacional de instalação das máquinas para a nova linha de lonas de freio para veículos comerciais; - Gastos com fretes aéreos relacionados a adequações ao novo ERP da empresa. OBS: Esta redução nos lucros afetou diretamente os valores de P/L dos anos de 2012 e 2013, conforme indicados no gráfico de P/L abaixo.




Considerando o preço atual da ação FRAS3 (R$ 5,95 – 28/setembro/2017) o seu P/L calculado atualmente vale 17,89. Comparando com a sua média histórica de P/L (14,65), podemos concluir que a empresa está sendo negociada hoje com um valor de P/L 22,37% maior em relação a sua média.




- Comparação dos Lucros Líquidos e ROE entre as empresas do setor de fabricação de autopeças (Mahle-Metal Leve S.A.(LEVE3), Iochpe Maxion S.A. (MYPK3), Tupy S.A.(TUPY3) e Marcopolo S.A.(POMO4) e Randon S.A.(RAPT4)):







Recomendação Final

A companhia já demonstrou no segundo trimestre que está conseguindo resultados melhores. O mercado também está se mostrando mais comprador, com isso a produção e as receitas devem crescer. No entanto, a companhia tem três problemas principais que me impedem de recomendar nesse momento. O primeiro é a grande dependência do dólar para suas receitas (e sabemos que o dólar do terceiro trimestre foi uns 4% - 5% menor que o dólar do segundo trimestre por causa do circuit-breaker). O dólar também é importante para manter margens brutas e operacionais mais altas. O meu cenário menos provável é este, de forte alta, portanto, acredito que as margens da empresa irão se reduzir um pouco agora no terceiro trimestre. O segundo ponto que eu gostaria de ressaltar é que a empresa captou R$ 300 milhões no mercado e está em busca de uma fusão ou uma aquisição ao redor do mundo. À medida que o tempo passa, o management começa a se sentir mais pressionado a fazer alguma aquisição ou fusão, e por isso, eu prefiro esperar o negócio acontecer para calcularmos o valuation. Dependendo do negócio podemos ter difíceis sinergias, ou ainda um investimento extra que possa ser custoso ao acionista, principalmente em reduções de futuros dividendos. Enquanto esse investimento não é feito, o dinheiro rende cada vez menos nas aplicações financeiras devido a queda dos juros, o que também pressiona mais a equipe e os resultados. O terceiro ponto é referente ao ágio que a empresa está operando tanto em relação à média de Preço / Lucro dela, quanto ao Valor Patrimonial. Ao preço atual de R$ 6,00 a empresa negocia a 18x Preço / Lucro. Para voltar à média de 14,65, a empresa teria que crescer seu lucro em 22,8% para R$ 87 milhões anualizado no 3T2017. Isso significaria um lucro no 3T2017 de quase 40 milhões de reais. Sabendo que o dólar ficou menor, acredito que seja excessiva essa projeção atual. Com relação ao Valor Patrimonial a empresa opera com ágio de 60% com P/VPA de 1,6, mas é de certa forma normal para empresas lucrativas como ela. Imaginando que o lucro atual se repita no 3T2017, principalmente por causa do aumento das vendas, e que a empresa passe a operar um pouco acima de sua média de Preço / Lucro, o que é plausível frente a atual queda de juros, acredito que um bom ponto de compra para a empresa seria em torno de R$ 5,30 a R$ 5,45. Até lá, minha recomendação é neutra na ação. O valor atual de R$ 6,00 passa a ser justo se houver:

1. Aumento de receitas, produção e lucro acima do esperado para R$ 87 milhões anualizado no mínimo.

2. Aumento do dólar para a casa dos R$ 3,30 – R$ 3,40.



Queria agradecer ao colega Leonardo Bittencourt que participou da confecção desse relatório levantando todos esses dados e me ajudando bastante com dados macro econômicos da indústria de automóveis pelo mundo também.

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Abraços e Bons Investimentos

Daniel Nigri analista CNPI

Com a ajuda de Leonardo Bittencourt

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Disclosure

Elaborado pelo analista independente Daniel Isaac Nigri CNPI 1810, este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário. Este estudo é baseado em informações disponíveis ao público nos próprios sites de RI das empresas analisadas ou comparadas, consideradas confiáveis na data de publicação. As opiniões, aqui expressas, estão sujeitas a mudanças, por se tratarem de estimativas baseadas em fundamentos e projeções de futuro que podem ou não ocorrer. Este relatório não representa oferta de negociação de valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. As análises, informações e estratégias de investimento têm como único propósito fomentar o debate entre o analista responsável e os destinatários. Os destinatários devem, portanto, desenvolver as próprias análises e estratégias. (Caminhar com as próprias pernas e ter bom senso) Informações adicionais sobre quaisquer sociedades, valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros aqui abordados podem ser obtidas mediante solicitação, e serão arquivadas por 5 anos conforme determinação da CVM. O analista responsável pela elaboração deste relatório declara, nos termos do artigo 17º da Instrução CVM nº 483/10, que as recomendações do relatório de análise refletem única e exclusivamente a sua opinião pessoal e foram elaboradas de forma independente. O analista Daniel Isaac Nigri CNPI é o responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo cumprimento do disposto no Art. 16, parágrafo único da Instrução ICVM 483/10.



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