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03/05/2016 Fronteira grega se torna limbo de refugiados que buscam a Europa r Opinião Política Mundo Economia Cotidiano Esporte Cultura F5 Classificados AO VIVO Comissão do Senado ouve especialistas contrários ao impeachment de Dilma; assista Últimas notícias Buscar... eleições nos eua terror na europa 40 anos do golpe na argentin Fronteira grega se torna limbo de refugiados que buscam a Europa rica Amel Emric/Associated Press Migrantes em campo de refugiados em Idomeni, na fronteira grega com a Macedônia, em abril JULIANO MACHADO ENVIADO ESPECIAL A IDOMENI (GRÉCIA) 01/05/2016 02h00 Três crianças se aproximam de um soldado macedônio: "Hello, my friend!" O militar sorri e as fotografa com o celular. A interação morre aí, pois há uma barreira física entre eles: a cerca erguida pela Macedônia para impedir a passagem dos que estão do outro lado, no campo de Idomeni, no norte da Grécia. O bloqueio criou o maior acampamento de refugiados da Europa, um símbolo da crise migratória no continente. Ali vivem cerca de 10 mil pessoas, segundo o governo grego —segundo ONGs, são 12 mil. Apesar da precariedade, a maioria diz que vai esperar o quanto for preciso para seguir rumo à Europa Central. O número de acampados é quase 70 vezes maior que o de habitantes do vilarejo rural de Idomeni, cuja população, hoje de 150 pessoas, vem diminuindo. Assim, criouse uma cidade à parte, gerida por ONGs, já que autoridades gregas não reconhecem o local como campo oficial. Enquanto a fronteira estava aberta, Idomeni era um ponto de parada por causa da estação por onde passavam os trens rumo aos países balcânicos, rota de 1 milhão de refugiados em 2015, que deixaram sobretudo a Síria, em guerra civil, para chegar à Alemanha e a outros países europeus ricos. Eleições nos EUA As Fitas de Bin Laden 40 anos do golpe argentino Panda Bei Bei, aos 4 meses, nascido no zoológico em Washington em agosto de 2015 ÁSIA China estende sua 'diplomacia dos pandas' à Coreia do Sul SONHO EUROPEU Fronteira grega se torna limbo de refugiados em direção à Europa Ministro israelense enfrenta o McDonald's Letônia quer proibir niqab, usado só por 3 mulheres Fotos Vídeos Relatos A Lei: Por Que A Esquerda Não Funciona Uma reflexão prática sobre ideias de filósofos acerca do pensamento liberal. De R$ 29,90 Por R$ 25,90 Comprar Login | Logout Assine a Folha Atendimento Versão Impressa mundo páginas especiais especiais orientalíssimo envie sua notícia Mais opções

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Fronteira grega se torna limbo derefugiados que buscam a Europa rica

Amel Emric/Associated Press

Migrantes em campo de refugiados em Idomeni, na fronteira grega com a Macedônia, em abril

JULIANO MACHADO ENVIADO ESPECIAL A IDOMENI (GRÉCIA)

01/05/2016 02h00

Três crianças se aproximam de um soldado macedônio: "Hello, my friend!" O militarsorri e as fotografa com o celular. A interação morre aí, pois há uma barreira físicaentre eles: a cerca erguida pela Macedônia para impedir a passagem dos que estão dooutro lado, no campo de Idomeni, no norte da Grécia.

O bloqueio criou o maior acampamento de refugiados da Europa, um símbolo dacrise migratória no continente.

Ali vivem cerca de 10 mil pessoas, segundo o governo grego —segundo ONGs, são12 mil. Apesar da precariedade, a maioria diz que vai esperar o quanto for precisopara seguir rumo à Europa Central.

O número de acampados é quase 70 vezes maior que o de habitantes do vilarejo ruralde Idomeni, cuja população, hoje de 150 pessoas, vem diminuindo. Assim, criouseuma cidade à parte, gerida por ONGs, já que autoridades gregas não reconhecem olocal como campo oficial.

Enquanto a fronteira estava aberta, Idomeni era um ponto de parada por causa daestação por onde passavam os trens rumo aos países balcânicos, rota de 1 milhão derefugiados em 2015, que deixaram sobretudo a Síria, em guerra civil, para chegar àAlemanha e a outros países europeus ricos.

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03/05/2016 Fronteira grega se torna limbo de refugiados que buscam a Europa rica - 01/05/2016 - Mundo - Folha de S.PauloO cenário mudou em 9 de março último, quando o governo macedônio bloqueou apassagem após Sérvia, Croácia e Eslovênia anunciarem que não deixariam maisrefugiados cruzarem suas terras.

"Cheguei em agosto, quando alguns refugiados paravam para comer e seguiam. Haviauma só tenda de auxílio. Hoje é isso", diz a grega Katerina Goulas, 25, apontandocentenas de barracas espalhadas em torno da estação, inclusive sobre os trilhos.Goulas é coordenadora local da ONG Praksis, responsável pela principal ação dedistribuição de comida no campo, onde mais cinco entidades oferecem alimentos.

Diariamente, a Praksis distribui cerca de 6.000 pacotes com sanduíche e uma frutapela manhã e início da tarde e depois 5.000 marmitas (geralmente carne, batata e umlegume ou verdura) entre o meio da tarde e o início da noite. A intenção ao fazer sóduas distribuições é evitar aglomeração durante o dia em frente aos contêineres daONG.

Na fila organizada, centenas se apertam em um estreito caminho cercado. Quandoalguém fura, os demais batem na cobertura de zinco. Brigas são constantes, epoliciais gregos observam para interceder, se necessário.

PRECARIEDADE

O acampamento cresceu ao redor da estação, onde estão os espaços mais procuradospelos refugiados para se proteger do frio e da chuva.

O iraquiano Mohammed Raad, 25, vive ali. Em um vagãodormitório abandonado,espreme seu 1,90 metro no cubículo de 5 m² dividido com um amigo palestino.

Há dois meses em Idomeni, queria ir para a Alemanha, mas agora aceita qualquerpaís: "Vou para Suécia, Portugal, Áustria, onde der".

Ele conta que seu dinheiro praticamente acabou e gasta o que resta com cigarros,vendidos em banquinhas abertas pelos refugiados. Como a maioria dos homens alifuma, o maço, a € 2 (R$ 8), é um dos artigos mais procurados.

Onde há cobertura, alguém ocupa. Até o estábulo de uma antiga sede de fazenda aolado da estação foi tomado.

Manter condições mínimas de higiene é um desafio. Há 200 banheiros químicos, cujalimpeza cabe aos Médicos Sem Fronteiras, ONG que tem 200 pessoas no campo.

O coordenador da MSF em Idomeni, Emmanuel Massart, admite que os banheirossão insuficientes: "Queremos instalar mais, mas dependemos dos donos das terras".

Muitos se aliviam ao ar livre. A situação se agrava quando chove. Num dos dias emque a reportagem visitou Idomeni, uma tempestade de granizo criou grandes poças,onde crianças se divertiam.

O ambiente é propício para doenças transmitidas por água contaminada; agentes desaúde gregos registraram um caso de hepatite A, despertando temor de um surto.

Nas últimas semanas, ao menos 300 refugiados desistiram da espera e foram paracampos do governo, mas grande parte não quer sair.

O sírio Hasan Fathullah, 25, está em Idomeni há quase dois meses com a mulher,

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03/05/2016 Fronteira grega se torna limbo de refugiados que buscam a Europa rica - 01/05/2016 - Mundo - Folha de S.Paulo

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Shakria, 20. Sonha com a Alemanha, mas "Holanda e Suécia seriam bons também".Para o casal, o acampamento representou o começo da família: Ziena, de 40 dias,nasceu lá. Fathullah fez amizade com outro sírio, Abdu alRahman, 21, e os doispretendem seguir juntos se a passagem abrir.

No último dia 10, rumores de que a fronteira seria reaberta fizeram centenas avançarsobre a cerca. Cerca de 300 pessoas ficaram feridas após a polícia macedôniaresponder com bombas de gás e balas de borracha. As marcas desse confronto aindasão visíveis: restos de roupas dos refugiados presos ao arame.

Em nota enviada à Folha, o Centro para a Crise dos Refugiados criado pela Gréciainformou que pretende retirar de Idomeni cerca de 4.500 pessoas nas próximas duassemanas. "Irão para instalações com melhores condições e apoio adequado dogoverno grego", diz o texto.

As autoridades, porém, terão de vencer a resistência de quem quer ficar. Sírio deRaqqa, Hlail Mohammad, 45, diz não se importar em esperar.

Sua barraca está ao lado da cerca, que usa como varal. Apontando para o aramefarpado, com um gesto de tesoura, ele se vira para a reportagem e pergunta:"Quando?".

ARREDORES

Depois de uma curva na estrada grega que leva à Macedônia, uma placa indica umposto de gasolina, mas dezenas de barracas escondem a entrada. É um dosacampamentos "préIdomeni", como dizem voluntários de ONGs.

São habitados por quem saiu do campo de refugiados da fronteira ou não quer ir paralá, mas pretende ficar nos arredores caso o governo macedônio reabra o caminho.

O posto, a 25 km de Idomeni, continua a funcionar, mesmo com a presença de cercade 500 refugiados. Crianças pulam corda entre as bombas de combustível, e homensfumam não muito longe. A voluntária sueca Jessica Filipson, 25, da ONG BoatRefugee Foundation, chegou há duas semanas, após passar um período em Idomeni.

Ela distribui pão e frutas. "Aqui é mais tranquilo que na fronteira. Eles ouvemhistórias de brigas por lá e preferem esperar à distância."

O sírio Ali, 32, veio sozinho de Aleppo e chegou ao posto em 9 de março, dia em quea Macedônia fechou a fronteira. Por falar inglês, virou intérprete dos voluntários. Elediz que só sairá dali quando o caminho rumo à Europa central for reaberto. "ParaIdomeni, não vou nunca."

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