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Frutos do Cerrado O Cerrado destaca-se pela riqueza de sua biodiversidade, que pode ser interpretada pela vasta extensão territorial, pela posição geográfica privilegiada, pela heterogeneidade vegetal, e por ser cortado pelas três maiores bacias hidrográficas da América do Sul. Os frutos das espécies nativas do cerrado oferecem um elevado valor nutricional, além de atrativos sensoriais como, cor, sabor e aroma peculiares e intensos, ainda pouco explorados comercialmente. O consumo das frutas nativas dos cerrados, há milênios consagrado pelos índios, foi de suma importância para a sobrevivência dos primeiros desbravadores e colonizadores da região. Através da adaptação e do desenvolvimento de técnicas de beneficiamento dessas frutas, o homem elaborou verdadeiros tesouros culinários regionais, tais como licores, doces, geléias, mingaus, bolos, sucos, sorvetes e aperitivos. Algumas frutas nativas do Cerrado como araticum, buriti, cagaita e pequi apresentam teores de vitaminas do complexo B tais como as vitaminas B1, B2 e PP, equivalentes ou superiores aos encontrados em frutas como abacate, banana e goiaba, tradicionalmente consideradas como boas fontes dessas vitaminas. Entretanto, grande parte das frutas nativas em regiões típicas de clima tropical é, especialmente, rica em carotenóides. O uso sustentado destas fruteiras nativas pode ser uma excelente opção para melhorar a saúde da população brasileira e para agregar valor aos recursos naturais disponíveis no cerrado, melhorando a renda das pequenas comunidades rurais e favorecendo a preservação das espécies nativas

Frutos do Cerrado Cartilha

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Frutos do Cerrado

O Cerrado destaca-se pela riqueza de sua biodiversidade, que pode ser interpretada pela vasta extensão territorial, pela posição geográfica privilegiada, pela heterogeneidade vegetal, e por ser cortado pelas três maiores bacias hidrográficas da América do Sul. Os frutos das espécies nativas do cerrado oferecem um elevado valor nutricional, além de atrativos sensoriais como, cor, sabor e aroma peculiares e intensos, ainda pouco explorados comercialmente.

O consumo das frutas nativas dos cerrados, há milênios consagrado pelos índios, foi de suma importância para a sobrevivência dos primeiros desbravadores e colonizadores da região. Através da adaptação e do desenvolvimento de técnicas de beneficiamento dessas frutas, o homem elaborou verdadeiros tesouros culinários regionais, tais como licores, doces, geléias, mingaus, bolos, sucos, sorvetes e aperitivos.

Algumas frutas nativas do Cerrado como araticum, buriti, cagaita e pequi apresentam teores de vitaminas do complexo B tais como as vitaminas B1, B2 e PP, equivalentes ou superiores aos encontrados em frutas como abacate, banana e goiaba, tradicionalmente consideradas como boas fontes dessas vitaminas. Entretanto, grande parte das frutas nativas em regiões típicas de clima tropical é, especialmente, rica em carotenóides.

O uso sustentado destas fruteiras nativas pode ser uma excelente opção para melhorar a saúde da população brasileira e para agregar valor aos recursos naturais disponíveis no cerrado, melhorando a renda das pequenas comunidades rurais e favorecendo a preservação das espécies nativas

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Araticum

Nome Científico: annona crassiflora Mart.Família: annonaceaeNome Comum: araticum

Árvore comum no cerrado podendo chegar até 8 metros de altura, os frutos podem chegar a pesar em média 2kg, tem um forte aroma e a polpa amarelada, branca ou rosácea pode ser consumida em natura ou em forma de doces, sorvetes, sucos, geléias, licores e recheios de bolos e bombons de chocolate.

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Babaçu

Nome Científico: orbygniacf. Phalerata Mart.Família: palmaeNome Comum: babaçu

Palmeira com até 8 metros de altura, ornamental, os frutos podem pesar de 90 a 240 gramas e são de cor amarronzada, a polpa alaranjada pode ser utilizada para farinhas, bolos e mingaus. A amêndoa e consumida in natura, e em forma de doces, paçoquinhas e farinhas.

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Buriti

Nome Científico: mauritia vinifera MartFamília: palmaeNome Comum: buriti

Palmeira ornamental podendo chegar até 15 metros de altura. Os frutos são castanhos-avermelhados, cobertos por escamas, com polpa marcadamente amarela e rica em cálcio, podem pesar de 40 a 50 gramas. Além do consumo in natura, a gabiroba pode ser aproveitada na forma de sucos, doces e sorvetes, bem como servir de matéria-prima para um saboroso licor

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Cajuzinho-do-Cerrado

Nome Científico: anacardium humile St. Hil.Família: anacardiaceaeNome Comum: cajuzinho-do-cerrado

Abusto medindo entre 0,60 a 0,80 cm de altura. O seu fruto é um pseudofruto de casca amarela, alaranjada ou avermelhada, a polpa é de cor branco amarelada, o pseudofruto pode pesar de 4 a 10 gramas. A polpa pode ser consumida in natura, ou na forma de suco, licor e doces, a castanha torrada é consumida com sal.

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Gabíroba

Nome Científico: compomanésia cambessedeana BergFamília: myrtaceaeNome Comum: gabíroba

Arbusto podendo medir de 60 a 80 cm de altura, normalmente ocorre em moitas. Os frutos são arredondados de coloração verde amarelada, a polpa amarelada é suculenta e envolve numerosas sementes. Além do consumo in natura, a gabiroba pode ser aproveitada na forma de sucos, doces e sorvetes, bem como servir de matéria-prima para um saboroso licor.

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Jatobá-do-Cerrado

Nome Científico: Hymenaea stigonocarpa Mart.Família: LeguminoseaeNome Comum: jatobá-do-cerrado, jataí

Árvore com até 10 metros de altura. Fruto de casca preta ou amarronzada com polpa branca e amarelada, o peso do fruto pode variar entre 20 a 60 gramas. A polpa é consumida in natura e na forma de geléia, licor e farinhas para bolos, pães e mingaus.

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Jenipapo

Nome Científico: genipa americana L.Família: rubiaceaeNome Comum: jenipapo

Árvore de até 8 metros de altura. O seu fruto tem peso de aproximadamente 90 a 120 gramas é de coloração amarronzada e de casca da mesma cor quando madura. A polpa do fruto pode ser consumida in natura ou em forma de doces e licores.

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Macaúba

Nome Científico: Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd.Família: palmaeNome Comum: macaúba

Palmeira com caule densamente espinhoso de até 10 metros de altura. O óleo extraído dos frutos dessa planta foi bastante estudado durante os anos da crise do petróleo, como fonte alternativa para a substituição do óleo diesel, e mostrou grande viabilidade técnica. Esse mesmo óleo pode ser usado para a fabricação de sabões. O fruto é amarelo-castanho com polpa branca e amarelada, a semente é redonda e comestível. A polpa dos frutos pode ser consumida in natura, ou na forma de doces e geléias. A amêndoa pode ser consumida in natura ou na forma de paçocas.

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Mangaba

Nome Científico: hancornia spectosa GomezFamília: apocynaceaeNome Comum: mangaba

Árvore de até 7 metros de altura, ornamental, melífera e laticífera. O nome popular vem do tupi-guarani e significa coisa boa de comer, os frutos apresentam peso entre 30 a 260 gramas. São consumidas maduras a polpa e a casca fina in natura e em forma de sorvete, geléias, doces e licores.

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Pequí

Nome Científico: caryorca brasillenseFamília: caryocaraceaeNome Comum: pequí

Árvore de até 7 metros melíferas e ornamentais. O fruto com casca pesa em média 120 gramas, quase 7% é o peso da polpa aderida aos caroços, que é amarelada e gordura, contendo grande quantidade de caroteno, é utilizada na culinária regional em pratos típicos como arroz com pequí , frango com pequí e guariroba com pequí. Da polpa extrai-se o óleo também amarelo cujos componentes são saturados, sendo muito utilizado na culinária regional em frituras e como condimento. A amêndoa que também produz óleo e teor maior de insaturados, pode ser consumida torrada. Como medicinal, misturada ao mel de abelha, é usada como expectorante em casos de bronquite, já na industria cosmética fabricam-se cremes para a pele, tendo o óleo de pequí como componente.