Funcoes Metro Porto

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    FUNES

    DO

    METRO DO PORTO

    Baptista da Costa

    Ordem do Engenheiros

    Porto, Abril 96

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    Introduo

    A convite do Colgio de Engenharia Electrotcnica da Ordem dos Engenheiros,

    preparmos esta comunicao que pretende, no s dar uma perspectiva global do

    processo com vista implementao de um sistema de transporte de alta

    capacidade na AMP, mas tambm apontar alguns aspectos da segunda fase do

    concurso agora a decorrer.

    Apresenta-se, em primeiro lugar o processo e a metodologia adoptada pelo Metro

    do Porto, S.A., para fazer face actual falta de know-how especfico nesta

    tecnologia de transporte, j que o metro ligeiro da AMP ser o primeiro sistema

    deste tipo a ser construdo em Portugal.

    Em segundo lugar, evidenciam-se algumas questes tcnicas s quais os

    concorrentes tero de responder e que se encontram integradas num caderno de

    encargos funcional que deve ser respondido, pelos concorrentes, na base de uma

    anlise de valor e integrar algumas das tcnicas utilizadas pelos sectores mais

    performantesda actividade industrial.

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    I - O PROCESSO; O MTODO

    O chave-na-mo; o caderno de encargos funcional.

    1 - CONSTATAO DA NECESSIDADE

    Os estudos de mercado determinam as necessidades dos clientes.

    Porque h diferentes forma de descobrir estas necessidades, h que desenvolver

    uma concepo particular que no Metro do Porto compreendeu vrios estudos de

    diferentes entidades, tais como a rea Metropolitana, com o Estudo Estratgico de

    Transportes, a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, com um Estudo da

    Mobilidade, para alm de estudos especficos desenvolvidos pelo Metro do Porto e

    seus consultores, como o Estudo da Procura, entre outros.

    Com eles constatou-se a necessidade da construo de um modo de transportes de

    alta capacidade, em articulao com os outros modos.

    Houve, depois, que tomar a deciso poltica quanto satisfao daquelas

    necessidades.

    2 - A OPO POLTICA

    A constatao de que existem necessidades no satisfeitas, ou no completamente

    satisfeitas, nas deslocao de pessoas na rea Metropolitana do Porto levou

    deciso poltica de construir um sistema de transportes de grande capacidade.

    Assim, foi decidido criar uma empresa cujo objectivo oferecer um sistema de

    metro ligeiro com qualidade: a Metro do Porto, S.A..

    A criao da Metro do Porto S.A. e consequente lanamento do concurso para a

    execuo do Sistema de Metro Ligeiro na rea Metropolitana do Porto tem por base

    a necessidade de dar resposta crescente necessidade de mobilidade na A.M.P. e

    s expectativas dos seus futuros utilizadores.

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    3 - A EMPRESA

    Para realizar este investimento estratgico na A.M.P., a empresa foi organizada

    tendo por base a participao maioritria da rea Metropolitana e de dois parceiros,

    com know-how no transporte ferrovirio de passageiros: a C.P. e o Metro de Lisboa.

    Com apenas 5 elementos nos seus quadros tcnicos, foi criada de modo a mobiliz-

    los, adoptando mtodos de resoluo de problemas que envolvem sistematicamente

    grupos pluridisciplinares, com recurso a consultores externos, sempre que tal se

    justifique.

    A falta de know-how e at a falta de conhecimento dos potenciais fornecedores

    levou a elaborar uma metodologia e um processo de concurso que diminusse o

    risco de erros de concepo.

    4 - O PROCESSO DE CONCURSO

    Para a realizao deste empreendimento foi adoptada uma metodologia tipo chave-

    na-mo, atravs do lanamento de um concurso pblico internacional, no mbito da

    Unio Europeia.

    Pretende-se com este concurso que o concorrente vencedor realize o projecto, a

    construo e fornea os equipamento para o total da rede posta a concurso.

    Foi decidido incluir, tambm, no mesmo concurso o eventual financiamento parcial e

    a operao do sistema por um perodo de 5 anos, por forma a que o adjudicatrio

    traga, desde a fase de projecto, a sensibilidade do Operador.

    A introduo da experincia mnima de operao, neste concurso, reala o esprito

    do Metro do Porto quanto finalidade do empreendimento.

    Trata-se de um sistema para ser operado, ou seja, para satisfazer necessidades dos

    clientes finais. No se pretende uma obra em que os especialistas destas

    tecnologias tenham a palavra final, mas sim uma obra em que a adequao ao seu

    uso determinante.

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    A concepo de um produto como um sistema de metro ligeiro sempre uma tarefa

    muito difcil. As dificuldades so significativas, no s pela complexidade do produto

    mas tambm porque muito grande o nmero de organizaes envolvidas.

    A qualidade do projecto do Metro do Porto tem de ser determinvel e determinada

    antes de ser executado.

    4.1 - 1 Fase; pr-qualificao

    A primeira fase, concluda em Dezembro de 95, consistiu em admitir e avaliar os

    curricula dos Agrupamentos de empresas que possuam a vontade e a capacidade

    para realizar o empreendimento.

    A este concurso apresentaram-se sete consrcios que incluam os mais importantes

    construtores de material circulante, tais como ABB, Siemens, Ansaldo, Gec-

    Alsthom, Bombardier, Matra, AEG e Breda.

    4.2 - 2 Fase; seleco

    Nesta segunda fase, agora em curso, pretende-se escolher as duas melhores

    propostas, na ptica dos clientes, e consiste na apresentao, por parte dos

    Agrupamentos concorrentes, de sistemas que respondam s condies tcnicas

    (funcionais) do caderno de encargos, fixando tecnologias e preos mximos.

    Intencionalmente a 1 fase - Pr-qualificao - no foi o lugar escolhido para a

    seleco de tecnologias, j que no existia, no Metro do Porto, S.A., know-how

    suficiente para se tomar um opo a esse nvel; assim, o caderno de encargos da 2

    Fase - Seleco - foi adaptado a este circunstancialismo, por forma a admitir uma

    enorme variedade de diferentes solues tecnolgicas.

    Assim, optmos por definir as funes que pretendemos ver realizadas e o modo

    da sua avaliaocomparativa.

    Aps a identificao das necessidades dos clientes desenvolvemos uma

    metodologia que permitisse aos Agrupamentos concorrentes a realizao de um

    projecto conceptual alicerado na expresso funcional das necessidades.

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    O projecto conceptual da responsabilidade dos Agrupamentos Concorrentes,

    tendo o Metro do Porto elaborado o Caderno de Encargos Funcional ao qual tero

    de responder.

    Esta metodologia permitiu, por um lado, dar resposta ao problema da falta de know-

    how por parte do Metro do Porto, S.A. e, por outro, tirar partido dos conhecimentos e

    da experincia dos concorrentes.

    Esta segunda fase permitir seleccionar, de entre os candidatos pr-qualificados, os

    dois com quem o Metro do Porto vai realizar a ltima fase (de negociao), com

    vista a adjudicar a um deles a execuo da obra e a colocao do sistema em

    funcionamento.

    4.3 - 3 Fase; Negociao

    A terceira fase de "negociao" culminar num contrato onde o Agrupamento

    seleccionado se compromete a realizar o empreendimento com a qualidade

    projectada, dentro dos prazos e preos constantes da proposta seleccionada na

    segunda fase do concurso.

    5 - CADERNO DE ENCARGOS FUNCIONAL

    A qualidade do servio a prestar pelo sistema suporta-se na identificao das

    necessidades dos clientes relativamente s caractersticas funcionais do servio e

    nas respectivas exigncias qualitativas.

    Este caderno de encargos funcional: o quer dizer que um documento atravs do

    qual o Metro do Porto S.A. exprime e descreve os requisitos a que o Sistema tem de

    obedecer, tendo em vista as necessidades de utilizao (funes), realando

    tambm exigncias e constrangimentos. Quer dizer, resulta da interpretao das

    necessidades dos clientes e da sua traduo em funes que devero ser

    cumpridas pelas propostas.

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    5.1 - A OPO DE CIDADE

    Para a elaborao desse caderno de encargos funcional o Metro do Porto

    comeou por identificar os princpios bsicos que deveriam ser considerados na

    concepo do Sistema de Metro Ligeiro na A.M.P..

    P1 - Melhoria das condies de mobilidade e acessibilidade

    P2 - Fomento da complementaridade com outros meios de transporte

    P3 - Melhoria da qualidade de transporte

    P4 - Melhoria da segurana do transporte

    P5 - Melhoria das condies urbansticas

    P6 - Melhoria das condies ambientais

    P7 - Melhoria das condies economico-sociais

    P8 - Optimizao dos investimentos

    P9 - Minimizao dos custos de explorao e manuteno da estrutura de

    transportes

    P10- Utilizao de solues de fcil adaptao a condies futuras

    P11- Utilizao de solues adequadas e de fcil concretizao

    Estes princpios serviram de base ao caderno de encargos funcional onde se

    descreve, sem qualquer formalizao, a rede a implementar.

    O caderno de encargos funcional , assim, uma descrio da opo de Cidade

    quanto mobilidade dos seus habitantes.

    a esta opo de Cidade que os concorrentes devem "adicionar" o seu know-how,

    por forma a encontrar uma opo final que formalize os interesses daquela.

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    5.2 - PROBLEMAS E SOLUES TECNOLGICAS

    Intencionalmente a estratgia tecnolgica no envolve aces de I&D, pelo que

    dada preferncia a solues j testadas.

    O Sistema de Metro Ligeiro na A.M.P. pretende dar resposta principalmente

    mobilidade.

    Logo aqui se pode constatar a existncia de dois tipos de servio completamente

    diferentes e de difcil compatibilizao: por um lado, um servio urbano nos centros

    da cidades, em especial do Porto, de Matosinhos e de Gaia; e, por outro, um servio

    suburbano como consequncia da integrao das Linhas da Pvoa e da Trofa na

    rede de Metro Ligeiro.

    Aqui surge o primeiro grande desafio aos projectistas; pois um servio suburbano

    tem, comparativamente com o servio urbano, diferentes exigncias de espao,

    deve atingir maiores velocidades, ter mais lugares sentados e transporta clientes

    que ocupam o veculo mais tempo por viagem.

    A regularidade um factor determinante na atractividade do transporte ferrovirio

    suburbano; enquanto que no transporte urbano a frequncia deve ser o factor a

    privilegiar.

    Por outro lado, sob o ponto de vista das tecnologias a utilizar as exigncias do

    servio urbano so diferentes das do suburbano: utilizar 25 KV AC ou 750 Volts DC,

    no que respeita tenso de alimentao, implica opes fundamentais tambm em

    termos de custos de investimento e custo de posse (utilizao), para alm de ter

    diferentes implicaes nas performances do material circulante.

    A eventual escolha de diferentes tecnologias para estes dois tipos de servios ter a

    desvantagem das possveis quebras de servio e consequente desconforto do

    inevitvel transbordo durante a deslocao.

    Aos projectista colocado o desafio de conciliar os mltiplos interesses em jogo,

    num projecto "orientado para o cliente"; interesses esses, por vezes, muito

    divergentes.

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    5.3 - A SELECO

    A seleco das propostas levar em considerao esta capacidade dos projectistas

    de integrar e conciliar as diferentes expectativas de Cidade face a este importante

    investimento pblico, que representa uma oportunidade para reforar a imagem da

    regio como um plo de crescimento.

    Para alm dos aspectos de prazos e custos, na seleco das propostas, a qualidade

    global do sistema e do servio a prestar ter um peso determinante.

    As tecnologias propostas devem procurar desempenhar eficazmente a funo

    transporte. No entanto, este factor no ser o nico a levar em considerao na

    avaliao das propostas, uma vez que outros factores no podem ser esquecidos,

    como por exemplo, a insero no tecido urbano, o impacto na vida das cidades

    durante a construo, e o impacte sobre a economia regional.

    Por outro lado, o aumento crescente da concorrncia e da inovao exerce uma

    presso constante no ciclo de vida dos produtos, diminuindo drasticamente, quer o

    tempo de concepo e desenvolvimento, quer o tempo de aparecimento de novos

    produtos concorrentes com caractersticas adicionais.

    Este ambiente competitivo vem tornar a concepo numa actividade crtica para o

    sucesso da rede a implementar.

    medida que o projecto avana da concepo para o desenho e especificaes,

    menor a possibilidade de modificaes, aumentando significativamente o seu

    custo.

    Quanto mais cedo forem detectados os erros e deficincias, menores

    constrangimentos existem, mais fcil a sua resoluo. O potencial de economia

    est associado s decises mais adequadas nas fases iniciais do projecto.

    A experincia de outros permite concluir que as decises tomadas na fase de

    projecto afectam significativamente o custo global de um empreendimento

    (desenvolvimento, construo e explorao de um sistema durante o seu ciclo de

    vida).

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    II - QUESTES TCNICAS DO MTODO

    Ao longo do caderno de encargos solicitado aos concorrentes que evidenciem e

    demonstrem a sua soluo atravs do uso de tcnicas e de metodologias utilizadas

    em mltiplos sectores de actividades e dos quais damos alguns exemplos:

    ANLISE DE VALOR

    A Anlise de Valor uma metodologia para a melhoria de competitividade da

    empresa, optimizando a relao qualidade/custo pela melhoria da qualidade e

    reduo de custos inteis ou suprfluos

    Segundo a Norma AFNOR X 50-150, a Anlise de Valor "um mtodo de

    competitividade organizada e criativa que visa a satisfao das necessidades do

    utilizador atravs de esforos especficos na concepo do produto (ou servio) pela

    via funcional, econmica e pluridisciplinar".

    M E T R O

    M E T R O D O P O R T O , S . A .

    A N L I S E D E V A L O R

    . . . o s is tema deve ser concebido de forma a assegurar , aom enor custo , todas as funes co nstantes des te Cadernode Encargos .

    R E N D I M E N T O O P E R A C I O N A L

    Os Concorrentes devem apresentar so lues que tenhamalto rendimento operacional .

    RENDIMENTO OPERACIONAL

    Os concorrentes tero de calcular um Indicador da performance dos meios de

    produo (Rendimento Operacional = IDO X IV X IQ), o Rendimento Operacional,

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    que evidenciar a capacidade prtica prevista pelo operador, pois h sempre

    diferena entra a capacidade terica e prtica do sistema.

    IDO - ndice de Disponibilidade Operacional (Tempo de Marcha/Tempo de equipa x

    100), exprime o peso da perturbao do funcionamento do centro de trabalho,

    introduzido por paragens provocadas por todo o tipo de causa, quer as directamente

    ligadas aos seus meios (paragens prprias) quer as ligadas a factores exteriores

    aos seus meios (paragens induzidas).

    IV - ndice de Velocidade exprime no s os baixos regimes de cadncias

    relativamente ao regime desejvel e programado, como ainda o peso da micro

    paragens.

    IQ - Os ndices de Qualidade exprimem o peso de perturbao no rendimento do

    centro de trabalho, quando se presta o servio inadequadamente s necessidades.

    M E T R O

    M E TR O D O P O R TO, S . A .

    G A R A N T I A D A Q U A L I D A D E

    . ..devero os Co ncorrentes . .. dem onstrar a sua c apac idadepara rea l izar o empreend imento , empregando tcn icas degesto de qua l idade baseadas nos requ is i tos da norma NPEN ISO 9 001. . .

    GARANTIA DA QUALIDADE

    A Internacional Organization for Standardization, ISO, um organismo das Naes

    Unidas que tem como objectivo fixar normas tcnicas essenciais, de mbito

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    internacional, para evitar abusos econmicos ou tecnolgicos dos pases mais

    desenvolvidos.

    Para cada grande actividade, a ISO srie 9000 fixa vrios requisitos ou exigncias,

    que assegurem boas regras de gesto. Tais requisitos so frutos de muita

    experincia de vrios pases, considerando que as condicionantes de boa gesto

    das empresas so universais.

    O Metro do Porto desenvolver o seu sistema da qualidade visando:

    1. Realizar e manter a qualidade dos servios a fim de satisfazer continuamente a

    necessidade expressa ou implcita do cliente;

    2. Proporcionar confiana sua prpria direco de que a qualidade desejada

    atingida e mantida ;

    3. Proporcionar confiana ao cliente de que a qualidade desejada ou ser

    atingida pelo servio prestado.

    Aos dois consrcios que passaro fase de negociao (terceira fase do concurso)

    ser exigido um documento descrevendo detalhadamente o Sistema de Gesto da

    Qualidade, quer do consrcio, quer do empreendimento.

    Apresentaro ainda uma Memria Descritiva do Sistema de Gesto da Qualidade do

    empreendimento, que incluir a estrutura do plano de qualidade e dos planos de

    inspeco e ensaios, e bem assim os registos de qualidade a constituir e manter.

    Estes aspectos devero ser documentados atravs do Manual de Qualidade da

    empresa. Ser ainda exigida uma descrio detalhada do Sistema de Gesto da

    Segurana que planeiam implementar no empreendimento e, bem assim, como

    mtodo de acompanhamento desse sistema.

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    LIFE CYCLE COST

    " O objectivo fornecer um Sistema cujo nvel de falhas seja o mais baixo

    possvel e com custos controlados, pelo que deve ser feita uma simulao do

    custo de posse, baseado na tcnica do Life Cycle Cost".

    Nas compras de grandes equipamentos, a noo de "Custo do Ciclo de Vida" (Life

    Cycle Cost), est a ser banalizada.

    A acelerao do ciclo de desenvolvimento dos produtos, que a inovao tecnolgica

    e a concorrncia acarretam, tem uma consequncia muito importante para o

    ambiente em que o Metro do Porto tem de gerir a sua actividade: os produtos tm

    ciclos de vida cada vez mais curtos, nos quais tm de operar de uma forma mais

    eficaz e fivel.

    H que saber antecipadamente a durabilidade do equipamento:

    - Em que momento fornece um ganho de explorao mximo?

    - Em que momento devem cessar as aces de manuteno?

    - Em que momento esse equipamento deve ser desqualificado?

    - Deve-se renova-lo ou reconstrui-lo?

    - Ele tem valor de revenda?

    O LCC, a soma algbrica das despesas relativas propriedade de um

    equipamento, e das receitas que ele propicia.

    O LCC um meio de apoio deciso, aparecendo com destaque no quadro de

    ocorrncias da gesto econmica. Ele visualiza e acumula todos os dados

    econmicos obtidos ao longo do ciclo de vida de um equipamento.

    O LCC constitui um ponto de equilbrio entre o presente e o futuro (pelo menos,

    necessitamos de adicionar custos presentes e futuros); a disponibilidade de

    informao sobre as fases do ciclo de vida do produto aumentar a exactido da

    estimativa.

    As experincias recentes no projecto de transportes ferrovirios urbanos num

    conceito de DTLCC (Design To Life Cycle Cost) comeam a dar os primeiros

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    resultados positivos, como o caso da GVM de Amesterdam, onde so obtidos

    custos de 10 a 20% mais baixos, por km, do que em outras redes equivalentes na

    Holanda.

    M E T R O

    M E TR O D O P OR TO, S . A .

    A M E D E C

    Uma par te impor tante dos defe i tos dos produtos provmde fa lhas de concepo , pe lo que a mantenab i l idade e af iab i l idade devem comear no pro jec to , sendo a AMEDECum a m etodo log ia de poss ve l ap licao .

    L IF E C Y C L E C O S T

    O ob jec t ivo fo rnecer um s is tema cu jo n ve l de fa lhasse ja o ma is ba ixo pos s ve l e com custos contro lados , pe loque deve ser fe i ta uma s imulao de custos de posse ,b a s e a d a n a t cn ic a d o L IF E C Y C L E C O S T

    AMEDEC

    AMEDEC: anlise dos modos de falhas, seus efeitos e sua criticidade. Permite

    melhorar a qualidade do produto, antes mesmo de ser fornecido ao utilizador.

    O objectivo duma AMEDEC fornecer um produto cujo nvel de falhas seja inferior a

    um valor pr-determinado. A AMEDEC um mtodo de anlise, seja das falhas do

    prprio produto (AMEDEC - produto) seja das falhas do processo de elaborao

    desse produto (AMEDEC - processo)

    A AMEDEC um mtodo indutivo e qualitativo que permite passar em revista o

    conjunto de orgos que constituem uma instalao ou um sistema.

    A sua finalidade identificar as causas iniciais e encontrar aquelas que ainda no

    se verificaram avaliando a respectiva criticidade, isto , tendo em conta a frequncia

    do aparecimento das falhas e a gravidade destas ltimas.

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    O diagrama de criticidade, levando em conta a frequncia e a gravidade, permite

    orientar as aces de manuteno em funo do aparecimento das falhas.

    construdo cruzando dois critrios, a frequncia e a gravidade, o que ajuda a

    construir a criticidade. Para maior cuidado, seria til acrescentar um parmetro

    representando a probabilidade de detectar a falha.

    O critrio de frequncia da ocorrncia da falha determinado por estimativa, com

    base na experincia, na comparao com materiais idnticos, tendo o cuidado de

    especificar as condies particulares de explorao.

    M E T R O

    M E TR O D O P OR TO, S . A .

    IN D IC A D O R E S D E M A N U T E N O

    A funo manuteno . . . consist ir em fazer funcionar osistema com um custo global opt imizado e ser apreciadopelos resultados, ou seja , pela capacidade de produo,def in ida em funo das var iveis e condies deexplorao:

    - disponibil idade intrnseca;- d isponibi l idade operacional;

    - MT B F e MT T R .

    INDICADORES DE MANUTENO

    Aumentar a disponibilidade de um equipamento consiste em reduzir o seu numero

    de paragens (confiabilidade) e o tempo gasto para resolver o problema

    (manutenbilidade).

    Os concorrentes tero de fornecer indicadores sobre a manuteno do sistema.

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    Pode-se obter um tempo de disponibilidade do equipamento com muitas pequenas

    paragens rapidamente reparadas ou com poucas avarias de reparao mais

    morosa.

    - MTBF - Mdia de tempo de bom funcionamento

    - MTTR - Mdia de tempo tcnico de reparao

    Por outro lado, h que conhecer a quantidade de material necessrio para dar

    resposta s necessidades da procura e s necessidades de manuteno.

    - Disponibilidade intrnseca - (MTBF/MTBF + MTTR)

    - Disponibilidade operacional - Tempo de funcionamento / Tempo requerido

    M E T R O

    M E TR O D O P OR TO, S . A .

    E ST R U T U R A D A M A N U T E N O

    Do quest ionrio anexo ao Cad erno de Encargos sero dadoselementos complementares, que permit iro anal isar aestrutura e os custos da manuteno que devem ainda serreferidos em relao a:

    - Efect ivos de M anuteno/Efect ivos tota is;

    - Custos de Man uteno/Valor Acrescentado Bruto;

    - Repart io percentual dos custos por:

    pessoal , sobressalentes e subcontratao.

    ESTRUTURA DA MANUTENO

    Do questionrio anexo ao Caderno de Encargos sero dados elementos

    complementares que permitiro analisar a estrutura e custos da manuteno que

    devem ainda ser referidos em relao a: Efectivos de Manuteno/Efectivos Totais;

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    Custos de manuteno/Valor Acrescentado Bruto; Repartio percentual dos Custos

    por pessoal, sobresselentes e subcontratao.

    H que conhecer a organizao da manuteno, no s quanto a efectivos e custos,

    mas tambm quanto filosofia e nvel de organizao a implementar,

    nomeadamente, quanto ao recurso aos prestadores de servios da regio e

    organizao dos sobresselentes para atingir as disponibilidades propostas pelos

    concorrentes.

    M E T R O

    METRO DO PORTO, S.A.

    FORMA O

    A qualificao da mo de obra, a sua potencialidade deaquisio de conhecimentos e a sua formao so critriosfundamentais da eficcia global. Os planos de formao devempartir da identificao da diferena entre o grau deconhecimento da indivduo e a competncia necessria paraassegurar o po sto de trabalho definido.

    FORMAO

    O Metro do Porto deve dar uma especial ateno ao pessoal e na gesto deste

    deve incluir os factores: organizao, qualificao, especializao e formao.

    A estratgia dos Recursos Humanos no Metro do Porto ter de ser geradora deemprego qualificado, adaptado s novas exigncias do mercado que um sistema de

    metro ligeiro impe.

    Com estes exemplos de algumas questes tcnicas especficas do mtodo de

    execuo de um sistema de metro ligeiro na rea Metropolitana do Porto,

    finalizamos a nossa apresentao com a convico de que este um caminho para

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    a criao de competncias especficas nesta rea e integrador das diferentes

    variveis que um sistema destes exige.