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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS MAGDA LUIZA GIACOMELLI ESTRUTURAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Santa Rosa 2016

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS … · que buscam aprimorar ou criar novos produtos que atendem as exigências do mercado, permitiu o espaço para o questionamento deste estudo

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MAGDA LUIZA GIACOMELLI

ESTRUTURAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Santa Rosa 2016

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MAGDA LUIZA GIACOMELLI

ESTRUTURAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Relatório de Estágio Supervisionado apresentado às Faculdades Integradas Machado de Assis, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel no Curso de Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Me. Anderson Pinceta

Santa Rosa 2016

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DEDICATÓRIA

Dedico este estudo a minha família, em especial aos meus pais Anair Boness Giacomelli e Neri Giacomelli, e aos meus irmãos Jader Luis Giacomelli e Esther Regina Giacomelli, por todo apoio nesta fase de minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelas oportunidades concedidas, alegrias e frustrações percorridas no caminho, mas que foram fundamentais para esta evolução.

Agradeço a minha família, em especial aos meus pais que não mediram esforços para me apoiarem nesta etapa. Ao meu irmão Jader Luis Giacomelli, que contribui muito no crescimento de minha pessoa.

Ainda agradeço a todos os professores, e demais que de uma forma ou outra, contribuíram para que eu realizasse determinada escolhas em minha vida.

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Quando temos um grande sonho, nenhum obstáculo é grande demais para ser superado.

Augusto Cury

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RESUMO

A temática abordada por este estudo consiste na estruturação dos procedimentos para a exportação, observando os aspectos procedimentais e tributários para pequenas e médias empresas. A necessidade do ser humano, e suas carências sempre existiram, e encontram se em evolução constante. A existência desta demanda permitiu que o mercado fosse além das fronteiras em busca de melhores produtos, que proporcionassem atingir e sanar estas necessidades. Entretanto, considerando o crescimento e surgimento de empresas que buscam aprimorar ou criar novos produtos que atendem as exigências do mercado, permitiu o espaço para o questionamento deste estudo. Considerando o problema deste estudo, a pesquisa tem como objetivo geral conhecer os procedimentos utilizados no processo de exportação das PME. A partir deste, direciona se aos objetivos específicos para tal, que visa descrever as etapas do processo de exportação para PME; analisar os benefícios fiscais na exportação; elaborar um manual do processo de exportação. Para atingir os objetivos propostos fez-se necessário a elaboração do referencial teórico, onde destacam-se como seus principais autores Maia, Castro e Garcia, os quais contribuíram fortemente para a formação do embasamento teórico, uma vez que esta define a estrutura dos procedimentos necessários para a exportação. Para a formação do referencial teórico, adotou se quanto à metodologia a pesquisa bibliográfica, a qual dá o enriquecimento em relação ao levantamento de dados, e respectivas análises. Por meio desta pesquisa, foi possível constatar as etapas e procedimentos necessários para que a empresa possa ingressar no mercado exterior, e exportar sua mercadoria, além dos benefícios que a atividade exportadora lhe proporciona perante o mercado interno.

Palavras- chave: Procedimentos - Exportação – Mercado.

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ABSTRACT

The theme addressed by this study is the structuring of the procedures for export, observing the procedural and tax aspects for small and medium companies. The need of the human being, and yours deficiencies, it has always existed and it is in a constant evolution. The existence of this demand it allowed the market to go beyond the borders seeking for improvements better products, which would achieve and attain these needs. However, considering the growth and emergence of companies that seek to improve or create new products that meet the requirements of the market, it allowed the space to question this study. Considering the problem of this study, the research has as general objective to know the procedures used in the export process of PME. From this, it addresses the specific objectives for this, which aims to describe the stages of the export process for PME; to analyze tax benefits on exports; to prepare an export process manual. In order to reach the proposed objectives, it was necessary to elaborate the theoretical reference, where it stands out as its main authors Maia, Castro and Garcia, which contributed strongly to the formation of the theoretical foundation, since it defines the structure of the necessary procedures for to export. For the theoretical reference formation, the bibliographical research was adopted regarding the methodology, which gives the enrichment in relation to the data collection and respective analyzes. For the formation of the theoretical reference, the bibliographical research was adopted regarding the methodology, which gives the enrichment in relation to the data collection, and respective analyzes. With this research, it was possible to verify the steps and procedures necessary for the company to enter the foreign market, and to export its merchandise, in addition to the benefits that the export activity provides to the domestic market.

Keywords: Procedures - Export - Market.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1: Exportação Direta ................................................................................ 31

Ilustração 2: Exportação Indireta .............................................................................. 32

Ilustração 3: Espécies de Empresas Comerciais Exportadoras previstas na

Legislação Brasileira ................................................................................................. 33

Ilustração 4: Regras para qualquer modo de transporte. .......................................... 42

Ilustração 5: Regras para transporte marítimo ou hidroviário. ................................... 42

Ilustração 6: Comparativo entre Mercado Interno e Externo. .................................... 57

Ilustração 7: Mercadoria com preço de mercado interno. ......................................... 77

Ilustração 8: Mercadoria com preço para exportação. .............................................. 78

Ilustração 9: Roteiro Processo de Exportação. ......................................................... 79

Ilustração 10: Cobrança do Processo de Exportação. .............................................. 81

Ilustração 11: Roteiro Processo de Exportação via Correios. ................................... 82

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LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SÍMBOLOS

ACC - Adiantamento sobre Contrato de Câmbio

ACE - Adiantamento sobre Cambiais de Exportação

ALADI – Associação Latino-Americana de Integração

ALALC – Associação Latino-Americana de Livre Comércio

APEC – Associação de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico

AWB – Airway Bill

BACEN – Banco Central do Brasil

BB – Banco do Brasil

BENELUX – Bélgica, Holanda e Luxemburgo

BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social

CAMEX – Câmara de Comércio Exterior

CCI – Câmara de Comércio Internacional

CECA – Comunidade do Carvão e Aço

CEE – Comunidade Econômica Europeia

CFR – Cost and Freight

CIF – Cost, Insurance and Freight

CIP – Carriege and Insurance Paid To

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

COFINS - Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social

CPT – Carriage Paid To

CTN – Código Tributário Nacional

DAP – Delivered at Place

DAT – Delivered at Terminal

DDE – Declaração para Despacho de Exportação

DDP – Delivered Duty Paid

DECEX – Departamento de Operações de Comércio Exterior

DECOM - Departamento de Defesa Comercial

DEINT – Departamento de Negociações Internacionais

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DENOC - Departamento de Normas e Competitividade

DEPLA – Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior

DSE – Declaração Simplificada de Exportação

ECE – Empresa Comercial Exportadora

EMS – Mercadoria Expressa

EXW – Ex Works

FAS – Free Alongside Ship

FCA – Free Carrier

FEMA – Fundação Educacional Machado de Assis

FOB – Free On Bord

ICMS – Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre

prestação de Serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação

IE – Imposto de Exportação

IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas

II – Imposto sobre a Importação

INCOTERMS - International Commercial Terms

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

IOF – Impostos sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro ou relativas a Títulos

ou Valores Mobiliários

IPI – Imposto sobre Produto Industrializado

IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

IR – Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza

ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

ITBI – Imposto sobre Transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de

Bens Imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre Imóveis,

exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição

ITCMD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação, de quaisquer bens ou

direitos

ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural

LTDA – Limitada

MCE – Mercado Comum Europeu

MD – Ministério da Defesa

MDIC – Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços

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MERCOSUL - Mercado Comum do Sul

MF – Ministério da Fazenda

MPE – Micro e Pequenas Empresas

MRE – Ministério das Relações Exteriores

NAFTA - North American Free Trade Agreement

NBM – Nomenclatura Brasileira de Mercadorias

NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul

NF – Nota Fiscal

OMC – Organização Mundial do Comércio

PIS - Programa de Integração Social

PME – Pequena e Média Empresa

PROEX- Programa de Financiamento às Exportações

R$ - Reais

Radar – Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros

RE – Registro de Exportador

REI – Registro de Exportadores e Importadores

RES – Registro de Exportação Simplificado

RFB – Receita Federal do Brasil

RS – Rio Grande do Sul

RUD - Relatório Unificado de Drawback

S. A – Sociedade por Ações

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas

SECEX – Secretária de Comércio Exterior

SEDEX – Serviço de Encomenda Expressa Nacional

SGP - Sistema Geral de Preferências

SGPC - Sistema Global de Preferências Comerciais

SH – Sistema Harmonizado

SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior

SRF – Secretária da Receita Federal

TEC – Tarifa Externa Comum

UE – União Europeia

USD – United States Dollar

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO................................................................16 1.1 TEMA .................................................................................................................. 16 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................... 16 1.3 PROBLEMA ........................................................................................................ 16

1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 17 1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 17 1.4.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 17 1.5 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 177

1.6 METODOLOGIA ................................................................................................ 188 1.6.1 Categorização da Pesquisa ........................................................................... 19

1.6.2 Geração de Dados .......................................................................................... 21 1.6.3 Análise e de Interpretação de Dados .......................................................... 222 1.6.4 Apresentação da Organização ...................................................................... 22

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 233 2.1 COMÉRCIO EXTERIOR ................................................................................... 233 2.2 BLOCOS ECONÔMICOS .................................................................................. 266

2.3 EXPORTAÇÃO DIRETA E INDIRETA .............................................................. 300 2.3.1 Empresa Comercial Exportadora ................................................................ 322

2.3.2 Exportação Fácil ............................................................................................. 34 2.4 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA ....................................................................... 36

2.5 INCOTERMS ....................................................................................................... 38 2.6 TRIBUTOS .......................................................................................................... 43 2.6.1 Tributação na Exportação ........................................................................... 444

2.6.1.1 Imposto de Exportação .................................................................................. 44

2.6.1.2 Imposto sobre Produtos Industriaizados ..................................................... 455 2.6.1.3 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços................................. 466 2.6.1.4 Programa de Integração Social e Contribuição para Financiamento de Seguridade Social ................................................................................................... 477 2.7 INCENTIVOS ...................................................................................................... 48 2.8 DRAWBACK ........................................................................................................ 50 2.9 CLASSIFICAÇÃO DAS MERCADORIAS ............................................................ 52 2.10 COMO EXPORTAR ........................................................................................ 544

2.10.1 Documentos e Registros Exigidos ........................................................... 566 2.11 DESPACHO ADUANEIRO .............................................................................. 611 2.12 CONDIÇÕES DE PAGAMENTO ....................................................................... 62 2.12.1 Pagamento Antecipado ................................................................................ 62

2.12.2 Cobrança ..................................................................................................... 633 2.12.3 Carta de Crédito ......................................................................................... 644 2.13 CÂMBIO ............................................................................................................ 65

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2.13.1 Contratação .................................................................................................. 65 2.13.2 Entrega ou Negociação ................................................................................ 66 2.13.3 Liquidação .................................................................................................... 66 3 DIAGNOSTICO E ANÁLISE .................................................................................. 68 3.1 ASPECTOS INTRODUTORIOS...........................................................................68 3.2 ETAPAS DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO ................................................. 700 3.2.1 Exportação Direta ......................................................................................... 700 3.2.1 Exportação Indireta ........................................................................................ 72 3.2.2 Exportação Via Correios .............................................................................. 744

3.3 TRIBUTAÇÃO ..................................................................................................... 75

3.4 MANUAL ............................................................................................................. 78

3.4.1 Correios ......................................................................................................... 811 3.4.2 Diferenciações na Exportação Direta e Indireta .......................................... 83 4 RECOMENDAÇÕES .............................................................................................. 85 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 90

REFERENCIAS ......................................................................................................... 93 ANEXOS ................................................................................................................... 97 ANEXO A – CERTIFICADO DE ORIGEM ................................................................. 98

ANEXO B – REGISTRO DE EXPORTAÇÃO ............................................................ 99 ANEXO C – FATURA COMERCIAL ........................................................................ 100 ANEXO D – PACKING LIST OU ROMANEIO ......................................................... 101 ANEXO E – FORMULÁRIO AWB - CORREIOS ..................................................... 102

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INTRODUÇÃO

A necessidade do ser humano, assim como suas carências, sempre existiram

e encontram-se em evolução constante. Tais necessidades são sanadas por meio

da troca de mercadorias e serviços, e a evolução destas, fez com que o comércio

rompesse fronteiras, proporcionando o surgimento de novos mercados.

Entretanto, verifica-se que muitas empresas possuem demasiadas dúvidas,

ou até mesmo desconhecem os procedimentos utilizados e necessários para se

realizar uma exportação, assim como os obstáculos e adversidades que o ingresso

neste mercado pode vir a oferecer. Ressalva-se que o conhecimento dos

procedimentos e do mercado exterior, assim como o ciente das adversidades se

torna de grande relevância para as empresas interessadas em adentrar-se no

mercado exterior.

Desta forma, antes de ingressar neste mercado, a empresa deve buscar tal

conhecimento e auxílio de empresas fornecedoras de consultorias, as quais realizam

o acompanhamento necessário para negociações na atividade exportadora, ou a

possibilidade de realização da exportação por intermédio de empresas

especializadas e atuantes no comércio exterior.

Considerando o cenário do comércio exterior, aborda se como temática deste

estudo a estruturação dos procedimentos para exportação, delimitado a estruturação

dos procedimentos para a exportação observando os aspectos procedimentais e

tributários para PMEs.

Objetivou-se para este estudo, conhecer os procedimentos utilizados no

processo de exportação das PME, com ênfase nas etapas do processo de

exportação, análise dos benefícios fiscais, e elaboração de um manual do processo

de exportação.

O resultado obtido na concretização deste estudo proporcionará às empresas

interessadas em ingressar neste mercado, a obtenção de maiores conhecimentos

sobre os procedimentos realizados para a exportação, assim como será um

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fomentador quanto à demanda dos clientes da empresa estudada, uma vez que esta

presta consultoria.

Para atingir os objetivos indicados, se fez necessário a elaboração do

referencial teórico, onde adotou-se para sua formação a metodologia de pesquisa

bibliográfica, a qual dá o enriquecimento em relação ao levantamento de dados e

respectivas análises. Ainda quanto à elaboração do referencial teórico, destacam-se

como principais autores Maia, Castro e Garcia, os quais contribuíram fortemente

para a formação do embasamento teórico, uma vez que esta define a estrutura dos

procedimentos necessários para a exportação.

O estudo encontra-se estruturado em tema, delimitação, problema,

justificativa, metodologia, referencial teórico composto por conceitos e definições

quanto ao Comércio Externo, Blocos Econômicos, Exportação Direta e Indireta,

Estrutura Administrativa, Incoterms, Tributos, Incentivos Fiscais e Financeiros,

Drawback, Classificação das Mercadorias, Documentos e Registros exigidos,

Condições de Pagamento, Câmbio, sendo finalizado com diagnóstico e análise onde

constam as etapas do processo de exportação, análise dos benefícios fiscais, assim

como o manual de exportação, recomendações e por fim a conclusão.

Pretende-se atingir por meio deste estudo, a concretização dos objetivos

propostos, ou seja, constatar as etapas do processo de exportação, análise dos

benefícios fiscais, assim como os procedimentos utilizados no processo de

exportação, os quais permitiram direcionar as empresas para ingressar na atividade

exportadora.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO

O presente estudo encontra-se estruturado com a apresentação do tema,

delimitação do tema, problema, objetivo geral e objetivos específicos, justificativa, e

metodologia, a qual é formada pela categorização de pesquisa, plano de geração de

dados, plano e análise e de interpretação de dados, e apresentação da organização

estudada. Tais etapas são essenciais para a realização do estudo, e consequente

concretização dos objetivos propostos.

1.1 TEMA

Estruturação dos procedimentos para exportação.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Estruturação dos procedimentos para exportação observando os aspectos

procedimentais e tributários para pequenas e médias empresas - PME.

1.3 PROBLEMA

O ser humano sempre possuiu determinadas necessidades, as quais estão

em constante evolução, e buscam serem sanadas. Neste contexto, o comércio

responde a esta solicitação por meio das trocas de mercadorias e serviços, onde

esta interação fez com que este comércio rompesse fronteiras, caminhando a partir

desta e, transformando se em um comércio abrangente, onde não há limites,

deixando de relacionar-se somente com seus países vizinhos.

O mercado exterior encontra-se em uma constante expansão, a qual vem

gerando a abertura de novos mercados, provenientes pela busca de proporcionar o

produto requerido, com máxima qualidade, e mantendo custos menores. Para que

tal expansão ocorra, os incentivos tornam-se essenciais, para assim acompanhar o

crescimento da economia. Entretanto, verifica-se que existem demasiadas dúvidas,

dificuldades e obstáculos desconhecidos, os quais precisam ser percorridos pelas

empresas.

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As empresas para que ingressem neste mercado, precisam conhecer as

etapas do processo de exportação, e considerar possíveis adversidades que podem

vir a enfrentar, tais como idiomas diferentes, hábitos e leis. O processo inclui

documentações fundamentais, e muitas vezes específicas, respeitando prazos e

demais condições.

Considerando que as empresas possuam interesse em iniciar ou expandir sua

caminhada na atividade exportadora, o baixo incentivo, e a falta de conhecimento

necessário para realizar o processo de exportação, faz com que as empresas,

principalmente as PMEs, busquem por empresas intermediárias para lhes

auxiliarem, assim como para lhe fornecer acompanhamento, proporcionando

maiores facilidades, atendendo desta maneira suas expectativas para concluírem

futuras negociações.

A partir dos aspectos levantados, os quais se consideram relevantes, assim

como se fazem necessários serem enfrentados no processo de exportação, se

permite o seguinte questionamento: quais são os procedimentos que as PME devem

seguir para exportar?

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Conhecer os procedimentos utilizados no processo de exportação das PME.

1.4.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são:

a) Descrever as etapas do processo de exportação para PME;

b) Analisar os benefícios fiscais na exportação;

c) Elaborar um manual do processo de exportação.

1.5 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho tenciona analisar a estruturação dos procedimentos que

são realizados em um processo de exportação para os demais mercados. O estudo

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se realizou por meio de uma empresa de consultoria localizada na cidade de Três de

Maio - RS, que visa principalmente sanar dúvidas que geram incertezas para tal

processo, assim como demonstrar os benefícios que a atividade exportadora

oportuniza para as PMEs.

Para a empresa, o resultado obtido por meio deste estudo, será um

fomentador para o atendimento de uma demanda de seus clientes de consultoria,

além de incentivar demais empreendedores neste mercado, pois criará um

direcionador no modelo de exportação.

Para a sociedade, a partir dos resultados obtidos, esta trará uma nova

perspectiva sobre a atividade exportadora, como a clareza mercado externo em

potencial, assim como sua expansão e crescimento.

Este trabalho é relevante para a acadêmica, pois é um desafio que possibilita

o crescimento pessoal e profissional, ao mesmo tempo em que proporciona adquirir

maiores conhecimentos sobre comércio externo brasileiro e a estruturação dos

procedimentos necessários para a realização da exportação. Além de obter

conhecimentos por meio da pesquisa, que no futuro poderá auxiliar como base para

um possível empreendimento.

O estudo permanecerá disponível como fonte de pesquisa nas Faculdades

Integradas Machado de Assis – FEMA, que ao longo do curso proporciona aos

acadêmicos por meio de docentes, palestras e demais atividades, o conhecimento

necessário de diversas áreas que se considera de suma importância tanto na

escolha do tema deste estudo, como para o desempenho no crescimento do

profissional contábil.

Aos acadêmicos que buscam por maiores referências sobre o assunto de

comércio externo, este estudo contemplará informações significativas que servirá

como base incentivadora e fonte de pesquisa aos interessados, possibilitando o

surgimento de novos estudos com enfoque na relação de mercado externo,

legislação e seus procedimentos.

1.6 METODOLOGIA

A fim de atingir os objetivos que foram propostos, a metodologia classificou-se

e abrangeu-se por meio da categorização da pesquisa, dados gerados, análise e de

interpretação de dados, e para conclusão a apresentação da organização.

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1.6.1 Categorização da Pesquisa

Uma das formas mais habituais de classificar as pesquisas, segundo Gil, é

por meio da organização de 2 grandes categorias, denominadas pesquisa básica e

pesquisa aplicada (GIL, 2010). Com relação à pesquisa aplicada Gil “Pesquisas

voltadas à aquisição de conhecimentos com vistas à aplicação numa situação

específica.” (GIL, 2010, p.27). A partir disto, verifica-se que a presente pesquisa

enquadra-se na categoria de pesquisa aplicada, pois se propõe por meio deste

estudo agregar o conhecimento adquirido na resolução de problemas concretos da

organização.

Quanto aos métodos de abordagem do problema da pesquisa, Marconi e

Lakatos destacam que além dos métodos usuais, existem os métodos de pesquisa

quantitativa e qualitativa (LAKATOS; MARCONI, 2011). No que diz respeito à

pesquisa qualitativa Vianna expõe,

[...] analisará cada situação a partir de dados descritivos, buscando identificar relações, causas, efeitos, consequências, opiniões, significados, categorias e outros aspectos considerados necessários à compreensão da realidade estudada e que, geralmente, envolve múltiplos aspectos. (VIANNA, 2001, p. 122).

Em relação aos métodos de pesquisa quantitativa e qualitativa, este estudo se

baseia na pesquisa qualitativa, a qual se torna relevante para este estudo em razão

de suas características citadas em sua conceituação, com destaque para análises e

interpretações de dados descritivos que devem ser realizados junto à organização

pesquisada, por meio principalmente da identificação de relações existentes no

processo de exportação, e demais procedimentos correlacionados que são

considerados importantes para a abordagem no decorrer do desenvolvimento da

pesquisa.

Segundo Gil “[...] em relação aos objetivos mais gerais, ou propósitos, as

pesquisas podem ser classificadas em exploratórias, descritivas e explicativas.” (GIL,

2010, p. 27). No que diz respeito à pesquisa exploratória Gil enfatiza, “As pesquisas

exploratórias têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema,

com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.” (GIL, 2010, p.27).

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Referente às pesquisas descritivas Gil define que “[...] têm como objetivo a

descrição das características de determinada população. Podem ser elaboradas

também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis.” (GIL,

2010, p.27). Acerca dos objetivos apresentados, a presente pesquisa se categoriza

por meio da pesquisa exploratória e pesquisa descritiva, onde a pesquisa

exploratória visa principalmente compreender sobre o assunto que está sendo

estudado, sendo neste caso a atividade exportadora, em um âmbito geral. Assim

como conhecê-lo, para que por meio deste, possam surgir novas ideias, a partir de

possíveis descobertas.

Quanto à pesquisa descritiva, esta tenciona identificar, analisar os

acontecimentos sem os a necessidade de modificá-los. Desta forma, a pesquisa

descritiva se aplica neste estudo, uma vez que buscará identificar os

acontecimentos, ou seja, os procedimentos utilizados na atividade exportadora,

assim como a analisar tais acontecimentos, considerando os aspectos

procedimentais e tributários.

Objetivando a resolução do problema envolvido, é necessário classificá-lo de

acordo com seu delineamento, que vem a ser o planejamento da pesquisa de uma

forma geral. Tais delineamentos são representados pela pesquisa bibliográfica,

pesquisa documental, pesquisa experimental, levantamento, e estudo de caso (GIL,

2010). De acordo com Cervo, Bervian e da Silva, “A pesquisa bibliográfica procura

explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros,

dissertações e teses.” (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007, p.61).

No que se refere à pesquisa documental, sob o ponto de vista de Vianna

enfatiza, “Para efetivar este tipo de pesquisa você deve partir da análise de

documentos oriundos de diversas fontes e selecionados em função do problema a

estudar, das questões a responder e dos objetivos a alcançar com a sua

investigação.” (VIANNA, 2001, p.136).

Neste estudo aplica-se a pesquisa bibliográfica, a qual se faz necessária,

devido à necessidade da realização do levantamento de informações, o qual se dá

principalmente por meio de legislações vigentes, assim como de informações

relevantes quanto aos procedimentos correlacionados ao processo de exportação. A

pesquisa bibliográfica auxilia no esclarecimento do problema por meio de referências

teóricas disponibilizadas em livros, documentos ou demais materiais julgados

relevantes para o enriquecimento a respeito do assunto.

21

Ainda faz se necessário a aplicação da pesquisa documental, a qual

correlaciona se com a pesquisa bibliográfica, onde que por meio desta extrai se

informações, e se tenha conhecimento dos documentos utilizados, os quais

agregaram valor ao tema estudado.

Sendo assim a categorização do estudo apresenta-se com pesquisa aplicada,

qualitativa, exploratória, descritiva, com delineamento na pesquisa bibliográfica,

documental.

1.6.2 Geração de Dados

O pesquisador por meio da etapa de geração de dados traça de que modo

será realizada a coleta de dados dentro da organização pesquisada, objetivando

contribuir para a simplificação de sua interpretação e posterior análise. Sob a ótica

de Vianna a coleta de dados deve ser fundamentada com toda precisão possível a

fim de facilitar a interpretação e análise das informações que foram coletadas

(VIANNA, 2001).

A geração de dados do presente estudo se procederá por meio da pesquisa

documental, ou fontes primárias, sendo que se considera possível tomar como base

modelos de documentos disponibilizados pelos órgãos competentes e atuantes do

comércio exterior, assim como apoiadores do desenvolvimento do mercado exterior.

Ainda, além da pesquisa documental, o estudo se procederá por intermédio da

pesquisa bibliográfica, ou chamada fontes secundárias, onde será realizado o

levantamento de dados com base em publicações de autores que explanam sobre o

assunto correlacionado ao mercado exterior, assim como da legislação que rege os

procedimentos na atividade exportadora.

A pesquisa documental se subdivide em pesquisa documental indireta e

direta, onde a direta ainda é classificada por observação direta intensiva e extensiva.

Na pesquisa documental indireta, se destaca a pesquisa de campo, que realiza a

coleta de informações com antecedência na área do campo de pesquisa em que

estará sendo desenvolvido o estudo, a fim de conhecê-lo melhor.

Portanto, elaboraram-se a coletas de dados por meio deste levantamento de

informações referentes aos procedimentos que devem ser adotados no processo de

exportação, bem como a legislação que a rege, e demais informações consideradas

relevantes no processo de exportação.

22

1.6.3 Análise e de Interpretação de Dados

Após concluir a coleta dos dados, é essencial que o pesquisador analise e

interprete os dados ora coletados, para que assim possa dar continuidade na

pesquisa, objetivando alcançar as respostas para o problema.

Posteriormente a conceituação dos métodos de investigação que contribuem

para a análise e interpretação dos dados, define-se que se utilizará o método

dedutivo, empírico ou experimental e comparativo, devido que nesta investigação,

estes métodos devem ser apresentados na sua forma ampla e também específica.

Desta forma, no método dedutivo se sucederá através de um conhecimento

geral sobre a área do comércio exterior, partindo assim para suas especificações

correlacionadas aos acordos comerciais, tributação na exportação, e procedimentos

na exportação e documentação necessários, considerando as modalidades

existentes na atividade exportadora.

Por fim, com auxílio do método comparativo, se procederá à comparação dos

benefícios fiscais entre a comercialização do produto para o mercado externo, e o

mesmo produto sendo comercializado no mercado interno.

1.6.4 Apresentação da Organização

A empresa em que se realiza o presente estudo denomina-se Pinceta &

Abreu Consultoria LTDA, 2PA Consultoria de Negócios, e localiza- se na Rua

Osvaldo Cruz, número 479, sala 503, na cidade de Três de Maio - Rio Grande do

Sul.

A empresa foi fundada em 11/08/2010, e presta serviços contábeis, assim

como consultoria nas áreas gerencial, financeira, gestão de pessoas, fiscal, contábil,

planejamento estratégico, em TI, representação comercial, sendo credenciada junto

ao SEBRAE/RS. Atualmente a empresa conta com 02 colaboradores, que prestam

além de serviços contábeis e de consultoria, também trabalham com representação

comercial em todo o estado do Rio Grande do Sul.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Por meio do referencial teórico apresentam-se os conceitos e teorias de

profissionais especializados nas áreas de abordagem dos assuntos propostos, que

serão desenvolvidos por meio deste estudo. Desta forma, aborda-se no presente

estudo: Comércio Externo, Blocos Econômicos, Exportação Direta e Indireta,

Estrutura Administrativa, Incoterms, Tributos, Incentivos Fiscais e Financeiros,

Drawback, Classificação das Mercadorias, Documentos e Registros exigidos,

Condições de Pagamento, Câmbio.

2.1 COMÉRCIO EXTERIOR

A relação de comércio é caracterizada de forma geral, pela troca, sendo esta

de mercadorias ou até mesmo de serviços entre duas ou mais pessoas. A sociedade

desde os primórdios possui determinadas necessidades, onde, a partir disto, tais

relações de comércio surgiram a fim de satisfazê-las, e vêem desde então se

adequando, com objetivo de sanar as já existentes e em evolução, além do

surgimento de novas necessidades.

Segundo Maia estas trocas cruzaram as divisas e transformando-se no

Comércio Internacional que possuímos hoje. Este comércio é representado por

nossas vendas, chamadas de exportações, e através de compras, pelas

importações. Algumas circunstâncias tiveram destaque para tornar o comércio

internacional uma necessidade, onde podemos citar como exemplo o clima, recursos

naturais, e até mesmo pelo desenvolvimento econômico dos países. Por estes

fatores, e por demais motivos, originou-se um crescimento na integração entre os

países e consequentemente o aumento e fortalecimento do comércio exterior (MAIA,

2013).

O comércio exterior é possuidor de vários conceitos e definições devido a sua

grandeza de mercado. Cada definição ou conceito se relacionará de acordo com a

área em que esta sendo extraído tal ponto de vista. O comércio exterior contempla

conhecimentos na área do direito, da economia, e administração. Mas de uma forma

ampla, o comércio exterior se define pelo entendimento geral das operações que

estão sendo realizadas, e a antecipação de acontecimentos neste mundo dos

negócios (SOARES, 2004).

24

A exportação desempenha um papel incentivador no desenvolvimento de

novos produtos, frisando aprimoramentos em sua qualidade, além do aumento de

produtividade, com foco direcionado a concorrência existente no mercado externo.

Além disto, a exportação também proporciona o desenvolvimento econômico e

social de um país. No ponto de vista de Maia, “A exportação é a atividade que

proporciona a abertura do país para o mundo.” (MAIA, 2007, p.177).

A atividade exportadora para Segalis, França e Atsumi significa o artifício que

um país possui para alavancar através da venda de bens e serviços sua economia.

Entretanto, para que isso ocorra é necessário que as empresas realizem estratégias,

para assim apresentar seu produto da forma correta, concretizando o objetivo

(SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012). Em relação ao Brasil, Maia traz que “Há no

Brasil um número elevado de empresas exportadoras. Entretanto, o grande volume

de nossas exportações está concentrado em poucas empresas.” (MAIA, 2014, p.43).

Conforme informações do Portal Brasil,

São quase 12 mil micro e pequenas empresas que exportam no Brasil. Em 2010, o valor ultrapassou os 2 bilhões de dólares. No entanto, ainda tem muito espaço para ser explorado. A exportação diversifica o mercado e aumenta a competitividade das MPEs brasileiras. (PORTAL BRASIL, 2014).

A atuação do Brasil no mercado externo poderia ser bem mais significativa, se

mais empresas buscassem integrar-se, e competir neste mercado. Entretanto faz

necessário ser conhecedor das dificuldades a serem enfrentadas na exportação,

antes deste passo. Minervini destaca que “Antes de iniciar seu vôo, é oportuno

considerar quais serão as barreiras ou as dificuldades que você deverá enfrentar.”

(MINERVINI, 2005, p.9). Vieira complementa por meio de sua afirmação,

[...] observa-se que é de fundamental importância que antes de ingressar nesse mercado, a empresa deve efetuar um planejamento minucioso e adequado objetivando atingir os resultados esperados. Isto requer, em regra, investimentos em modernização do parque industrial, capacitação recursos humanos, bem como o conhecimento do mercado que se deseja atingir, como maneira de acompanhar a concorrência internacional com competitividade e qualidade. (VIEIRA, 2008, p. 58).

Ao enfrentar tais dificuldades, a sua participação neste comércio traz também

vantagens, principalmente em relação a empresas do mercado interno. Em

conformidade com Vieira, “A empresa, ao ingressar no mercado exportador,

desenvolve uma nova cultura, aprimorando seus métodos administrativos e

25

organizacionais, adquirindo assim uma importante vantagem sobre os concorrentes

internos.” (VIEIRA, 2008, p.62).

O ingresso na atividade exportadora gera questionamentos sobre os motivos

de exportar. Além das razões apontadas por Viera, neste contexto, Castro considera

que a principal razão é o aumento operacional das receitas. Assim como melhorias

financeiras devido às opções de pagamentos em que proporcionam recebimento

antecipado, auxiliando no capital de giro, redução de custos financeiros e

melhoramento no fluxo de caixa. No quesito marketing e status, em virtude da

comercialização a consumidores exigentes quanto o controle de qualidade de seus

produtos, transmitindo assim a imagem da qualidade e preços competitivos no

mercado interno. Quanto à redução da instabilidade e diluição de riscos, se refere

aos riscos comerciais e econômicos sujeitos a alterações e impactos a qualquer

momento no mercado interno, o que no mercado externo possibilita maior segurança

quanto a decisões, destacando principalmente investimentos em longo prazo

(CASTRO, 2013).

Referente à qualidade e operacionalidade, a exigência de produtos mais

desenvolvidos e controle de qualidade severa, será automaticamente agregado aos

produtos do mercado interno, o qual gerará acréscimo na competitividade,

produtividade e lucratividade. A ampliação de mercado e economia de escala

abrange a redução de custos indiretos utilizados na fabricação, diminuição de custos

unitários e fixos de matéria prima devido à quantidade adquirida ser em maior

escala, assim como proporciona aumento no poder aquisitivo para conquista de

novos mercados. A importação de tecnologia oculta, esta ligada diretamente com a

tecnologia destinada à qualidade do produto, onde sua exigência faz com que a

tecnologia seja implantada além dos produtos, atingindo toda sua cadeia (CASTRO,

2013).

Logo, com o planejamento devido, e com a busca em sanar as necessidades

do mercado exterior, a participação das pequenas e médias empresas - PMEs no

comércio exterior agrega em seu desenvolvimento tanto no mercado interno,

aumentando sua qualidade e competitividade quanta à concorrência, como

principalmente no mercado externo, colaborando para o crescimento e

desenvolvimento do país.

26

2.2 BLOCOS ECONÔMICOS

Os blocos econômicos vistos de uma perspectiva geral são países que se

unem, por meio de objetivos comerciais comuns, onde a partir destes realizam um

acordo, dando prosseguimento e realizando o desenvolvimento dos países

interessados.

Os blocos econômicos de acordo com Maia têm como objetivo principal

ajudar e proporcionar o desenvolvimento dos negócios de uma determinada região.

Tal desenvolvimento possibilita as empresas um aumento em seu poder, gerando

assim um crescimento na concorrência devido a estas disputas, resultando desta

forma uma melhoria de qualidades dos produtos comercializados, assim como a

redução de seus custos (MAIA, 2013).

Relacionado à conquista de novos mercados no comércio exterior Costa

explana que, “A abertura dos mercados é uma tendência inevitável. Os benefícios da

liberação comercial são claros. E é nessa perspectiva que os acordos de integração

econômica regional devem ser entendidos.” (COSTA, 2005, p.49).

Segundo Maia, os blocos econômicos são constituídos em forma de estágios.

Tem se como primeiro estágio desta constituição as Zonas de Livre Comércio, o qual

busca pela redução ou eliminação das barreiras alfandegárias existentes em

mercadorias destinadas para a importação. Em segundo estágio encontra-se a

União Aduaneira que tenciona além da eliminação das barreiras alfandegárias, a

adesão de uma tarifa comum para a importação de produtos produzidos dentro de

sua própria área. Em terceiro estágio se apresenta como Mercado Comum, onde

como o próprio nome explana, possibilita uma livre circulação de bens, serviços,

mão de obras, tanto quanto capitais, porém dentro de seu perímetro. No quarto

estágio desta evolução sucessiva, tem se a União Européia, que em primeiro lugar

respeita os fatores estabelecidos no Mercado Comum, como busca contribuir para

um ambiente equilibrado em relação às políticas econômicas nacionais. Em quinto e

último estágio, temos a União de integração total. Neste estágio os países adotam

padrões e concordam com as condições do estágio anterior, entretanto para isso,

tais países devem possuir determinadas proporcionalidades entre si, ou seja,

permanecer niveladas, para manter uma relação quanto suas taxas de juros, níveis

de inflação, dívidas, entre outros, possibilitando a realização do comércio dentro

deste bloco de maneira harmoniosa (MAIA, 2013).

27

Em relação aos blocos econômicos existentes, de acordo com Maia, o OMC

(Organização Mundial do Comércio), possui em seus registros um total de 511

acordos comerciais. Entre estes, destaca-se o MERCOSUL, a UNIÃO EUROPEIA,

ALADI, NAFTA, APEC, ALCA (MAIA, 2013). A OMC trata-se de uma organização

responsável pela aplicação, administração e funcionamento de tais acordos

comerciais. Sua vigência é datada a partir de 01/01/1995, e possui sua sede em

Genebra, Suíça, a qual é foro das negociações ocorridas entre Países – Membros

(RATTI, 2006).

Junior complementa, em relação à OMC e suas negociações, que deve ser

seguido o single undertaking ou compromisso único, onde todos seus integrantes

devem consentir com as decisões que foram negociadas, impedindo a escolha de

acordos somente por interesse de alguns países (VIBRIO JUNIOR, 2012).

De acordo com Costa, identificou-se desde a década de 1950 na América

Latina, a carência de uma integração econômica regional que estimulasse

negociações entre os países latino-americanos. A partir de tal carência, surgiram

movimentos de integração regional, levando desta forma à criação do Mercosul, por

meio da assinatura do Tratado de Assunção (COSTA, 2005).

Segundo Vasquez, o Mercosul, ou Mercado Comum do Sul, “[...] visa a

unificação dos mercados da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, ou seja, a

constituição de um território econômico comum no cone sul latino-americano.”

(VASQUEZ, 2007, p.315). A Portaria Secex nº 23/11, traz o Decreto referente ao

Mercosul em seu Art. 231: “O Mercosul, constituído pelo Tratado de Assunção –

Decreto nº 350, de 21 de novembro de 1991-, tem como objetivo a integração

econômica e comercial do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.” (SECEX, 2011).

Segundo o sítio Mercosul, disponibiliza a seguinte informação referente a

caracterização:

O MERCOSUL caracteriza-se, ademais, pelo regionalismo aberto, ou seja, tem por objetivo não só o aumento do comércio intrazona, mas também o estímulo ao intercâmbio com outros parceiros comerciais. São Estados Associados do MERCOSUL a Bolívia (em processo de adesão ao MERCOSUL), o Chile (desde 1996), o Peru (desde 2003), a Colômbia e o Equador (desde 2004). Guiana e Suriname tornaram-se Estados Associados em 2013. Com isso, todos os países da América do Sul fazem parte do MERCOSUL, seja como Estados Parte, seja como Associado. (MERCOSUL, 2016).

28

Este tratado tem como objetivo obter o livre comércio de bens, e serviços

entre estes países integrantes (VASQUEZ, 2007). Sendo este, considerado o 3º

estágio da constituição. Porém somente depois de extensas negociações, segundo

Ratti,

[...] os Países-Membros acordaram em eliminar direitos aduaneiros e outras restrições sobre produtos transacionados entre eles, bem como estabelecer uma tarifa externa comum (TEC), a partir de 01/01/95. Com isso, o Mercosul estaria sendo transformado em uma união aduaneira. (RATTI, 2008, p. 445).

Conforme Costa, “O MERCOSUL é hoje uma União Aduaneira – embora não

completa. Isso significa que os países membros do MERCOSUL têm tarifas

aduaneiras idênticas para mercadorias originárias de outros países.” (COSTA, 2005,

p. 53).

No que diz a respeito à Tarifa Externa Comum, para que fosse possível

aplicá-la Ratti destaca que “[...] tornou-se necessária a unificação da nomenclatura

de mercadorias dos Países-Membros.” (RATTI, 2008, p. 446). Complementa-se tal

afirmação por meio da menção citada pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior

e Serviços de acordo com o Tratado de Assunção, “[...] a partir de 01/01/95, os

quatro Estados Partes do MERCOSUL adotaram a Tarifa Externa Comum (TEC),

com base na Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM), com os direitos de

importação incidentes sobre cada um desses itens.” (MDIC, 2016). Em relação à sua

implementação no Brasil, conforme este Ministério, “A TEC foi implantada no Brasil

pelo Decreto 1.343, de 23/12/94.” (MDIC, 2016).

Sobre a União Europeia, segundo Maia até se tornar União Europeia, foram

necessárias passar por diversas estruturações, iniciando-se pela CECA

(Comunidade do Carvão e Aço) a qual foi criada pela formação aduaneira BENELUX

composta pela Bélgica, Holanda e Luxemburgo, juntamente com os demais países,

Alemanha Ocidental, França e Itália. Posteriormente passou-se a se chamar de

MCE (Mercado Comum Europeu), e CEE (Comunidade Econômica Europeia), e por

fim UE (União Europeia) (MAIA, 2013).

A partir do firmamento do Tratado de Maastricht pelos países do MCE, surgiu

então em 07/02/1992 a União Europeia. Este bloco visa um mercado sem fronteiras

e integrado, porém uma integração somente econômica, onde cada país-membro

possui sua independência política. Para a integração ocorrer de forma gradual foi

29

estipulado prazo até o ano de 2000, onde deveria encontrar-se completa. Ainda

entre os pontos firmados no tratado, tem se a criação de um Banco Central do

Bloco, o qual foi criado em 1998. Criação de uma moeda única, denominada euro,

onde que para sua realização muitos dos países-membros passaram por

dificuldades em cumprir suas metas, tais como em relação ao déficit orçamentário,

inflação entre outros, porém o euro passou a circular em 2002, após reavaliação da

união monetária (MAIA, 2013).

Segundo Víbrio Junior, ao todo 16 países utilizam o euro como sua moeda,

entre estes se encontra a Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia,

Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países

Baixos e Portugal (VIBRIO JUNIOR, 2012).

De acordo com Maia, em 1995 foi firmado o Acordo de Schengen, que

concebeu o fim das fronteiras entre os países-membros, permitindo assim a livre

locomoção das pessoas entre os países da União Europeia, e a possibilidade de

qualquer cidadão europeu de trabalhar em qualquer país da UE (MAIA, 2013).

Já o bloco econômico Alalc (Associação Latino-Americana de Livre Comércio)

segundo Maia, foi criada em 18/02/1960 através do Tratado de Montevidéu, e é

formada por 11 países integrantes, sendo Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia,

Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. A Alalc tinha como objetivo

ampliar os mercados nacionais, tendo como sua referência o Mercado Comum

Europeu (MCE). Entretanto a Alalc não conseguiu atingir seus objetivos dentro do

prazo estipulado de 12 anos, surgindo assim em 1980 a Aladi, que lhe substitui

(MAIA, 2013).

Segundo Ratti, a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) foi

criada em 12 de agosto de 1980 por meio do Tratado de Montevidéu, porém passou

a vigorar somente a partir de 18/03/1981. A Aladi continuou constituída pelos

mesmos países integrantes da Alalc, contando com a integração de Cuba a partir de

26/08/1999, e com sua sede na cidade de Montevidéu (RATTI, 2006). De acordo

com Maia, os objetivos da Aladi e da Alalc são semelhantes, porém a Aladi é

somente uma Zona de Livre Comércio, entretanto é considerada como o maior bloco

econômico da America Latina (MAIA, 2013).

Outro bloco econômico em destaque é a Nafta (North American Free Trade

Agreement), ou Acordo de Livre Comércio da América do Norte. Segundo o manual

do MRE, este bloco é formado pelo Canadá, Estados Unidos e México, data em

30

dezembro de 1992. Possui como objetivo reduzir as tarifas aduaneiras entre si, de

forma gradativa. Porém passou a vigorar somente a partir de 01 de janeiro de 1994

(BRASIL, 2011).

Ainda destaca-se o APEC (Associação de Cooperação Econômica Ásia-

Pacífico) que segundo Maia é uma associação que visa promover o seu comércio

assim como seus investimentos. Nesta associação participam os seguintes países:

Japão, China, Cingapura, Brunei, Malásia, Tailândia, Indonésia, Hong Kong, Taiwan,

Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Coréia do Sul, Estados Unidos, Canadá, México,

Chile, Papua-Nova Guiné, Peru, Rússia e Vietnã (MAIA, 2013).

Tem se ainda como destaque a Alca (Área de Livre Comércio das Américas),

onde de acordo com o manual do MRE foi uma proposta que teve como sua

principal finalidade alavancar a livre circulação de mercadorias nas Américas,

tencionando a diminuição das tarifas de importação para os países membros

(BRASIL, 2011). Entretanto, conforme Maia devido a conflitos entre os países

integrantes, a Alca não se realizou efetivamente (MAIA, 2013).

Sendo assim, pode se dizer que o sucesso de uma integração de blocos

econômicos, é benéfica ao desenvolvimento e crescimento do mercado de

exportação, considerando este de um modo geral aos países, além dos países

membros de forma independente e conjunta a estes países membros.

2.3 EXPORTAÇÃO DIRETA E INDIRETA

A atividade exportadora é dividida em Exportação Direta e Indireta. Sob esta

ótica da atividade exportadora, Garcia explana em relação à exportação direta, “É

entendida por direta a operação de saída de produtos efetuada pelo fabricante ou

produtor para o importador, no exterior.” (GARCIA, 2015, p.123). No que diz respeito

à exportação direta o manual do Ministério das Relações Exteriores traz a seguinte

informação,

Esse tipo de operação exige da empresa conhecimento do processo de exportação em toda a sua extensão (pesquisa de mercado, contato com o Importador, documentação de exportação, acordos comerciais internacionais, embalagem, transações bancárias específicas da exportação, transporte etc.). (BRASIL, 2011, p. 15).

31

Com a finalidade de compreensão desta modalidade, Castro traz por meio da

Ilustração 1, a representação do processo modalidade de exportação direta, sendo

esta praticada da indústria ou produtor ao importador,

Ilustração 1 Adaptado: Exportação Direta.

Fonte: Castro (2013, p. 73).

Quanto à exportação indireta para Garcia, “[...] entende-se aquela operação

comercial de venda de um produto feita com o fim específico de exportação, a um

interveniente ou intermediário comercial localizado no Brasil.” (GARCIA, 2015,

p.125). Já o manual afirma que “A exportação indireta é realizada por meio de

empresas estabelecidas no Brasil que adquirem produtos para exportá-los.”

(BRASIL, 2011, p.15). Segundo Castro as intermediações na exportação indireta

para empresas industriais e produtoras podem ser realizadas por meio de:

a) Trading Company;

b) Empresa Comercial Exportadora;

c) Consórcio de produtos ou exportadores;

d) Cooperativas;

e) Indústrias desempenhando atividades comerciais exportadoras.

(CASTRO, 2013, p.75).

De acordo com a Ilustração 2, Castro explana as intermediações que podem

vir a ser realizadas nesta modalidade de exportação indireta, pela indústria ou

produtor,

32

Ilustração 2 Adaptado: Exportação Indireta.

Fonte: Castro (2013, p. 74).

Ainda, verifica-se que por meio da exportação indireta, assim como na

exportação direta, é possível que as empresas modifiquem e melhorarem seus

produtos no mercado interno de forma qualificada, mas que ainda obtenham

negociações por intermédio de uma empresa, a qual manterá seus produtos e

serviços no mercado exterior.

2.3.1 Empresa Comercial Exportadora

A empresa comercial exportadora traz para empresas, sendo elas de

pequena, média e até grande porte, a simplificação no processo de exportar,

levando em consideração seu conhecimento na área de atuação.

Segundo o Guia de Comércio Exterior e Investimento, as empresas

comerciais exportadoras por meio de seu conhecimento e especialização sobre

temas relacionados ao comércio exterior, auxiliam as empresas produtoras na

conquista de novos mercados internacionais, e proporcionam oportunidades de

negócios (GUIA DE COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO, 2016).

Castro explana que, “Apesar de muito difundida e assim popularmente

conhecida, juridicamente, no Brasil não existe a expressão Trading Company como

denominação de companhia de comércio exterior, a qual legalmente é denominada

Empresa Comercial Exportadora.” (CASTRO, 2013, p.64). De acordo com a Portaria

SECEX nº 49, de 2013:

Art. 247: Considera-se empresa comercial exportadora, para os efeitos de que trata o Decreto-Lei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972, as empresas que obtiverem o Certificado de Registro Especial, concedido pelo

33

Departamento de Competitividade no Comércio Exterior em conjunto com a Receita Federal do Brasil. (SECEX, 2013).

Garcia sob a mesma ótica e com fundamentação no Decreto-Lei nº 1.248/72,

ressalva, “Com base nessa norma, é considerada empresa comercial exportadora

aquela que obtiver Certificado de Registro Especial concedido pelo Decex em

conjunto com a SRF – Secretaria da Receita Federal.” (GARCIA, 2015, p. 15). Para

que a Empresa Comercial Exportadora (ECE) disponha do Certificado de Registro

Especial de acordo com a Portaria SECEX nº 23/2011, destacam-se alguns

requisitos que a própria deve possuir,

[...] ser constituída na forma de sociedade por ações (S.A.) e possuir capital social mínimo, etc. Já a ECE que não se enquadra nas exigências do Decreto Lei nº 1.248, de 1972, pode ser constituída sob qualquer forma e não precisa ter capital mínimo. Rege-se, pois, pelo Código Civil Brasileiro. Porém, para ser caracterizada como ECE, dever ter o fim comercial em seu objeto social, realizar operações de comércio exterior, estar habilitada na Receita Federal (RFB) para operar no SISCOMEX (Instrução Normativa RFB nº 1.288, de 31 de agosto de 2012) e estar inscrita no Registro de Importadores e Exportadores da SECEX/MDIC. (MDIC, 2016).

A Ilustração 3 apresenta as principais diferenças de natureza que as

Empresas Comerciais Exportadoras possuem atualmente previstas na Legislação

Brasileira.

Categorias Legislação Regulamentadora

Básica Forma de Constituição Societária

Trading Company Decreto-Lei nº 1.248, de 1972 Sociedade por Ações (S.A.)

Empresa Comercial Exportadora (ECE)

Código Civil Brasileiro Pode ser constituída sob qualquer

forma e não precisa ter capital mínimo

Ilustração 3: Espécies de Empresas Comerciais Exportadoras previstas na Legislação Brasileira.

Fonte: Portal Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (2016).

As distinções apresentadas referente à natureza, nos da uma concepção

mais concreta da forma em que são constituídas tais empresas neste ramo em

consonância com as leis brasileiras que regem.

34

2.3.2 Exportação Fácil

Segundo o sítio dos Correios, a exportação fácil é uma solução criada para

atender a demanda de determinadas empresas, e até mesmo de pessoas físicas

que desejam exportar (CORREIOS, 2016). Quanto às pessoas físicas interessadas

em exportar seus produtos, o sítio do Guia de Comércio Exterior e Investimento traz

como exemplo artesões, agricultores, e demais que buscam alternativas

descomplicadas (GUIA DE COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO, 2016).

Ainda referente às pessoas físicas interessadas na exportação, o site dos

correios traz que estas podem exportar desde que suas quantidades não

caracterizem prática de comércio, e habitualidade. Com exceção aos artesões com

registro no órgão profissional competente, agricultores e pecuaristas, devidamente

cadastrados junto ao INCRA (CORREIOS, 2016).

Araujo salienta que não se faz necessário que o exportador seja habilitado no

Siscomex para realizar esta operação por este meio, em virtude do próprio correio

realizar todos os procedimentos necessários para o envio da mercadoria. Entretanto,

a operação sendo realizada por intermédio dos Correios, possui um limite de

remessa, sendo este no valor até US$ 50.000.00 (cinquenta mil dólares) (ARAUJO,

2013).

Para se utilizar deste serviço, o Guia de Comércio Exterior e Investimento traz

que é indispensável realizar o preenchimento do formulário de postagem (AWB)

(GUIA DE COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO, 2016). De acordo com os

Correios também deve acompanhar a mercadoria, a Nota Fiscal e Fatura Comercial,

as quais devem estar em envelope plástico fixado no pacote, além do conhecimento

de embarque. Ainda, dependendo do país, é possível que seja solicitado o

certificado de origem ou Licença de exportação (CORREIOS, 2016).

Conforme informação contida no sítio dos correios torna-se possível enviar

mercadorias para venda, documentos, amostras, e até mesmo presentes.

Entretanto, os correios possuem uma lista de proibições, pois não é transportado

mercadorias com substâncias perigosas. Ainda, há um limite de peso de no máximo

30 kg que pode vir a variar de acordo com modalidades de remessa que mais se

enquadram com a característica e interesse do exportador, e país de destino da

mercadoria (CORREIOS, 2016).

35

As modalidades presentes nos correios se denominam SEDEX Mundi, EMS –

Mercadoria Expressa, Leve internacional, e Mercadoria econômica. A remessa

Sedex Mundi é destinada segundo os Correios, para aquele exportador que tem

prioridade máxima em sua entrega, e quer a garantia de entrega assim como seu

prazo, contém rastreamento completo, embalagem gratuita e especifica do serviço,

registro automático, assim como devolução gratuita ao remetente. Podem usufruir

desta modalidade tanto pessoas jurídicas, quanto físicas, e diferenciando-se

somente em relação às formas de pagamento, a vista ou faturado, sendo possível

realizar de forma faturada, somente a pessoa jurídica (CORREIOS, 2016).

A modalidade EMS – Mercadoria Expressa possui prioridade na entrega,

podendo esta ser em domicílio ou unidade postal, variando de acordo com o país de

destino, seguro gratuito automático, assim como a alternativa de rastreamento.

Assim como o Sedex Mundi, pessoa jurídica e física, podem se utilizar deste serviço.

No caso de venda de mercadoria, o exportador tem ainda a possibilidade de receber

do importador por intermédio dos correios, com o vale postal internacional, pela rede

bancária, por contrato de câmbio ou boleto de câmbio, ou ainda via cartão de crédito

internacional. Nesta modalidade há dimensões específicas quanto a suas

embalagens (CORREIOS, 2016).

Na leve internacional, enquadra-se para aquele exportador que está em

busca de preço e prazo, voltado mais para amostras e presentes em virtude do limite

de peso de 2 kg, e dimensões de embalagens especificas. Esta modalidade não

possui rastreamento garantido, e sua entrega pode ocorrer em domicilio, assim

como unidade postal, a qual também varia de acordo com cada país (CORREIOS,

2016).

Já a mercadoria econômica, é para aquele exportador que busca o menor

preço, e não possui grande prioridade relacionada à entrega. Possui limite de peso

de 20 kg, e dimensões de embalagens específicas. Sua entrega também pode

ocorrer em domicílio ou unidade postal. Entretanto, nesta modalidade se faz

necessário o preenchimento do DSE, no caso do valor da remessar ultrapassar USD

1.000, e quando a remessa caracterizar venda, independentemente de seu valor

(CORREIOS, 2016).

36

2.4 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

Para se manter e permanecer uma ordem no processo de exportação é

necessário haver uma estrutura no comércio exterior, que controle e supervisione tal

processo. De acordo com Segalis, França e Atsumi o comércio exterior brasileiro

possui uma estrutura administrativa que descreve os órgãos públicos, e seus

ministérios envolvidos nas normatizações, e os departamentos que dão suporte mais

diretamente (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012). Sob a mesma ótica Maluf

enfatiza, “São os órgãos que irão efetuar os controles e garantir a operatividade do

comércio exterior com base nas definições normativas.” (MALUF, 2003, p.41).

Em relação à estrutura administrativa existente no comércio exterior brasileiro,

Segalis, França e Atsumi, o descrevem de uma forma geral e de fácil compreensão,

sendo assim,

A estrutura em relação ao governo federal de forma sucinta é distribuída em responsabilidades econômico-financeiras desempenhadas pelo Ministério da Fazenda (MF), a parte estratégica e operacional sob responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), responsabilidades diplomáticas a cargo do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e responsabilidades de segurança cumpridas pelo Ministério da Defesa (MD). (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012, p. 41).

Sendo assim, para Segalis, França e Atsumi, o Ministério da Fazenda é

incumbido da estratégia financeira, e pelo trânsito de recursos oriundos do comércio

externo. Os órgãos pelos quais está vinculado estão diretamente ligados ao sucesso

da economia brasileira, onde se pode destacar a política cambial que exerce

influência de modo direto na competitividade do país em relação ao mercado

externo, como no controle da inflação da economia interna e na capacidade do

Brasil em atrair investimentos. Destaca-se então a partir desta definição que os

órgãos dos quais estão diretamente ligados com o Ministério da Fazenda, se

definem sendo o Banco Central (Bacen), a Receita Federal do Brasil (RFB), e o

Banco do Brasil (BB) (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012).

Ao que diz respeito aos principais órgãos diretamente vinculados ao Ministério

da Fazenda, Maluf frisa que a Secretária da Receita Federal do Brasil “[...]

responsável pelo controle de entrada e saída de mercadorias do país. É responsável

pelo desembaraço aduaneiro das mercadorias, bem como pelo estabelecimento da

sistemática das operações do comércio internacional.” (MALUF, 2003, p.41).

37

Por meio de sua afirmação em relação à Secretária da Receita Federal,

Vasquez acrescenta que “Presente nas exportações e importações, é responsável

pelo desembaraço aduaneiro das mercadorias, operações que são efetivadas, a

cada dia, com mais rapidez e menos burocracia.” (VASQUEZ, 2007, p.21).

Ainda em relação aos órgãos do Ministério da Fazenda, Maluf enfatiza quanto

ao Banco Central do Brasil, “[...] responsável pelo controle cambial brasileiro. Cabe-

lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o

funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo Conselho Monetário

Nacional.” (MALUF, 2003, p.41).

Quanto ao Banco do Brasil, de acordo com o Manual das Relações

Exteriores, “Trata-se de programa instituído pelo Governo Federal que visa a

garantir às exportações brasileiras condições de financiamento equivalentes às do

mercado internacional, nas modalidades PROEX Financiamento e PROEX

Equalização.” (BRASIL, 2011, p.104).

Com relação ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

(MDIC) Segalis, França e Atsumi ressalvam que tem como eixo o trânsito físico de

mercadorias que entram e saem do Brasil, a partir de seu planejamento estratégico,

direcionamento de métodos táticos a questões operacionais. Está incorporada a este

Ministério, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) que atua a frente de políticas e

atividades relacionadas ao comércio exterior de bens e serviços, além do turismo.

Ainda, este ministério possui em sua estrutura a Secretária de Comércio Exterior

(Secex), que é composto por cinco departamentos: Departamento de Planejamento

e Desenvolvimento do Comércio Exterior (Depla); Departamento de Operações de

Comércio Exterior (Decex); Departamento de Negociações Internacionais (Deint);

Departamento de Defesa Comercial (Decom); Departamento de Normas e

Competitividade (Denoc). Entre todos os departamentos que compõem a Secex,

destaca-se o Decex, que executa as definições do Depla de pode ser definido de

forma simples como o departamento que esboça o futuro do comércio exterior

brasileiro em relação a estratégias e parcerias. O Decex também esclarece por meio

de portarias e comunicados quais são os devidos procedimentos que devem ser

seguidos no dia a dia do comércio exterior. Também busca padronizar e facilitar os

mecanismos do comércio externo brasileiro (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012).

Acerca do Secex e de seu principal departamento, Decex, Maluf afirma que,

38

[...] conduz atividades inerentes ao Comércio Exterior, pronuncia-se sobre a conveniência da participação do Brasil em Acordos ou Convênios Internacionais, emite licenças de exportação e importação e controla as operações de comercio exterior. (MALUF, 2003, p. 42).

O Ministério das Relações Exteriores (MRE), “[...] define e negocia as linhas

gerais da política externa brasileira em acordos bilaterais e blocos econômicos para

o comércio de todo tipo de produtos e serviços.” (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI,

2012, p.56). De acordo com Maluf,

O Ministério das Relações Exteriores tem um papel fundamental no desenvolvimento do comércio exterior do Brasil, uma vez que ele atua no campo da política internacional, das relações diplomáticas e consulares, dos Programas de Cooperação Internacional, participa nas negociações bilaterais, comerciais, financeiras, técnicas e outras em países e entidades estrangeiras. (MALUF, 2003, p.47).

Porém, ainda assim existe um grande número de empresas que

desconhecem as práticas que devem ser realizadas para se ingressar no mercado

exportador, e são possuidores de demasiadas dúvidas, e podem ainda não contar

com uma pessoa que possui o conhecimento desejável para tal realização. Diante

deste contexto, a empresa pode optar em buscar auxílio por meio de uma empresa

comercial exportadora, que tem como sua finalidade o comércio externo.

2.5 INCOTERMS

Com o intuito de praticidade e padronização dos termos utilizados nas

transações internacionais de mercadorias, além de evitar possíveis erros de

interpretações das responsabilidades dos exportadores e importadores, a CCI

(Câmara de Comércio Internacional) órgão responsável por determinar as normas

operacionais vigentes nas transações comerciais internacionais entre empresas,

criou-se em 1936 os Incoterms que significa International Commercial Terms ou

Termos Internacionais de Comércio (CASTRO, 2013).

Maia traz que os Incoterms definem o início e o encerramento da

responsabilidade existente entre o vendedor e o comprador, auxiliando desta forma

na redução e até mesmo o término de conflitos provenientes destas

responsabilidades, que mesmo não sendo intencionais, podem vir a prejudicar tais

negociações (MAIA, 2013).

39

Complementando a explanação de Castro, Queiroz e Aprígio trazem que os

Incoterms padronizam e definem as regras, “[...] onde o exportador deve entregar a

mercadoria, quem paga o frete, quem é o responsável pela contratação do seguro.”

(QUEIROZ, APRIGIO, 2013, p.12).

Maia ainda destaca que os Incoterms, desde sua criação até sua versão

atual, sendo esta a versão 2010, mas também conhecida como versão 2011, obteve

diversas atualizações em suas versões, buscando condizer-se de acordo com as

mudanças ocorridas no comércio exterior, onde pode se citar como exemplo o

aumento da tecnologia nos meios de comunicação (MAIA, 2013).

Sobre a utilização dos Incoterms Castro explana, “[...] é feita por meio de 11

siglas, também denominadas Condições de Venda, cuja linguagem conhecida e

reconhecida mundialmente por empresas exportadoras e importadoras [...]”. Ainda,

“Salienta-se que, embora os Incoterms sejam utilizados na quase totalidade das

operações de comércio internacional, sua aplicação não é obrigatória, e sim

facultativa.” (CASTRO, 2013, p. 120).

Segundo Maia, as siglas dos Incoterms são as seguintes: EXW, FCA, FAS,

FOB, CFR, CIF, CPT, CIP, DAT, DAP, DPP. Tais siglas estão divididas em 4 grupos

(E, F, C, D) sendo estes de acordo com suas responsabilidades. No Brasil dentre as

11 siglas, as mais comuns utilizadas são: FOB, CFR e CIF (MAIA, 2013).

No que diz respeito ao Grupo E (Ex), tem-se como Incoterms, a sigla EXW –

(Ex Works - local de produção) - local designado. Segundo Castro nesta modalidade

a responsabilidade da retirada da mercadoria disposta pelo exportador, podendo

esta ser disposta no local de origem, ou qualquer outro local ao qual foi combinado

para a retirada, fica a cargo do importador, salvo acordos realizados entre as partes

(CASTRO, 2013).

Quanto ao Grupo F (Free), tem-se o FCA – (Free Carrier – Transportador

Livre) - local designado, que de acordo com Ratti traz que responsabilidade da

entrega da mercadoria, estas já desembaraçadas, pertence ao vendedor, onde junto

com o comprador determina-se o local da entrega (RATTI, 2008). Castro

complementa ainda, as responsabilidades do exportador limitam-se a entrega da

mercadoria no local, já seu descarregamento e demais despesas, fica a cargo do

importador (CASTRO, 2013).

Pertence também a este grupo, o FAS – (Free Alongside Ship – Livre no

Costado do Navio) - porto de embarque designado, onde de acordo com Castro, a

40

execução desta modalidade é exclusivamente por transporte marítimo, sendo que o

exportador possui a responsabilidade de entregar a mercadoria, no costado do

navio, no porto de embarque no qual foi combinado com o importador, onde a

mercadoria já deve estar livre e desembaraçada par seu embarque. As despesas

são a cargo do importador, mas é passível ajuda do exportador para aquisição de

documentos necessários (CASTRO, 2013).

Ainda, enquadra-se neste grupo, o Incoterm FOB – (Free On Bord – Livre a

Bordo) – porto de embarque designado. Lunardi traz que este termo é um dos mais

utilizados no mercado, em razão aos seus custos estarem incluídos no preço do

bem. Este termo garante que o vendedor, ou seja, o exportador, entregue a

mercadoria no porto de embarque designado, entretanto, os custos, assim como os

riscos de perda são a cargo do comprador, ou seja, o importador. Ainda, para este

termo pode ser utilizado tanto no transporte marítimo como no transporte hidroviário

interior (LUNARDI, 2001).

Quanto ao Grupo C (Cost e Carriage), destaca-se o CIF – (Cost, Insurance

and Freight – Custo, Seguro e Frete) – porto de destino designado, o qual segundo

Maia fica o exportador comprometido com a colocação da mercadoria no porto

designado, assim como os pagamentos das despesas tais como seguros e fretes, e

a dispor dos documentos necessários para o embarque. Após a entrega da

mercadoria no porto destinado, a responsabilidade de forma geral passa a ser do

importador. Ainda a utilização deste termo é realizável no transporte aquaviário,

sendo ele marítimo ou fluvial (MAIA, 2013).

Enquadra-se neste grupo, o CPT – (Carriage Paid To – Transporte Pago

Até) – local de destino designado, onde a entrega por meio desta modalidade pode

ser realizada por todos os meios de transportes, conforme Lunardi. O exportador

neste caso possui todos os custos incorridos com transporte até que a mercadoria

seja entregue no local estipulado, independentemente do meio de transporte

utilizado. Após entrega, os custos a vir serem incorridos deslocam-se ao comprador

(LUNARDI, 2001).

Ainda tem-se como integrante deste, o CIP – (Carriege and Insurance Paid

To – Transporte e Seguro Pagos Até) – local de destino designado. Assim como o

CPT, a entrega pode ser realizada por todos os meios. O que os difere, é que nesta

modalidade faz se necessário por parte do exportador a contratação do seguro

(LUNARDI, 2001).

41

Além das siglas CIF, CPT e CIP, também destaca- se neste grupo, o CFR –

(Cost and Freight – Custo e Frete) – porto de destino designado, o qual de acordo

com Castro, o exportador há de providenciar o desembaraço da mercadoria no

embarque, além de ser o responsável por contratar o frete internacional, sendo

desta forma o responsável pelas respectivas despesas, sanando- as somente após

a entrega no porto designado. O desembaraço no desembarque fica sob

responsabilidade do importador (CASTRO, 2013).

Quanto ao Grupo D (Deliver), o DDP – (Delivered Duty Paid – Entregue

Direitos Pagos) – local de destino designado, Castro salienta que esta modalidade é

contrária a EXW, pois o exportador assume todas as responsabilidades, desde

custos com fretes, desembaraços aduaneiros, pagamento dos tributos alfandegários,

e demais, até a entrega final da mercadoria, podendo esta ser realizada na fábrica,

armazém ou depósito do importador, e até mesmo terceiros. Devido aos altos

custos, que dificultam negociações com os importadores, esta modalidade não é

muito utilizada nas exportações brasileiras, mesmo havendo crescimento no

mercado geral (CASTRO, 2013).

Faz-se abrangente também o DAP – (Delivered at Place – Entregue no

Local) – local de destino designado. Esta modalidade aplica-se a todos os meios de

transporte. O exportador possui todos os riscos e responsabilidades, exceto aos

trâmites aduaneiros e tributos referentes à importação, cujos são de

responsabilidade do importador (CASTRO, 2013).

Por fim no grupo D, enquadra-se o DAT – (Delivered at Terminal – Entregue

no Terminal) – terminal no porto ou local de destino designado, onde de acordo com

Maia, o desembaraço da mercadoria fica a cargo do importador. E tendo o

exportador a responsabilidade de dispor a mercadoria no local ou porto designado,

com sua descarga (MAIA, 2013).

A fim de complementar as informações entre as condições de vendas e seus

os modos de transporte, o manual do Ministério das Relações Exteriores traz as

seguintes regras conforme Ilustração 4:

42

Ilustração 4: Regras para qualquer modo de transporte.

Fonte: Ministério das Relações Exteriores (2011).

Ainda o manual do Ministério das Relações Exteriores apresenta as

definições sobre as regras no transporte marítimo e hidroviário conforme mostra a

Ilustração 5, onde tem- se de acordo com Maia, os Incoterms mais comuns no Brasil,

o FOB, CFR e CIF :

Ilustração 5: Regras para transporte marítimo ou hidroviário

Fonte: Ministério das Relações Exteriores (2011).

Para um bom funcionamento das negociações acordadas entre o importador

e o exportador, valendo se dos direitos e deveres a serem cumpridas entre as

partes, tais regras foram criadas, onde os meios de transporte e condições de

pagamento trabalham correlacionados, a fim de proporcionarem o sucesso da

negociação.

43

2.6 TRIBUTOS

O Código Tributário Nacional - CTN traz em seu Artigo 3º, “Tributo é toda

prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,

que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante

atividade administrativa plenamente vinculada.” (PINTO; WINDT; CÉSPEDES,

2009). De acordo com a Constituição Federal:

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. (BRASIL, 1988).

Os tributos no Brasil são divididos em 3 grandes esferas: Federal, Estadual e

Municipal. A cargo do Governo Federal está a responsabilidade dos seguintes

impostos: Imposto sobre a Importação (II), Imposto sobre a Exportação (IE), Imposto

sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR), Imposto sobre Produtos

Industrializados (IPI), Impostos sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro ou

relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF), Imposto sobre a Propriedade

Territorial Rural (ITR), Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) (PAULSEN; MELO

2015).

Permanece aos estados a responsabilidade dos seguintes impostos: Imposto

sobre Transmissão Causa Mortis e Doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD),

Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre prestação

de Serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS),

Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) (PAULSEN; MELO

2015).

E para os municípios, Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial

Urbana (IPTU), Imposto sobre Transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato

oneroso, de Bens Imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre

Imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI),

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) (PAULSEN; MELO 2015).

Ainda se tem as contribuições sociais, as quais segundo Machado podem ser

constituídas pela União Federal com base nos arts. 149 e 195 da Constituição

44

Federal. Estas estão divididas em 3 subespécies, onde tem se as contribuições de

intervenção no domínio econômico, contribuições de interesse de categorias

profissionais ou econômicas e contribuições de seguridade social (MACHADO,

2014). Neste contexto de contribuições, enquadra-se o PIS e Cofins.

2.6.1 Tributação na Exportação

Em relação ao tratamento tributário adotado no processo de exportação, o

Ministério das Relações Exteriores destaca que “Em geral, os governos evitam

onerar com encargos tributários os produtos exportados, para manter sua

competitividade nos mercados externos.” (BRASIL, 2011, p.165).

No que diz respeito aos produtos a serem comercializados de forma geral,

assim como em relação ao seu andamento quanto tributação, tendo como fim de

contribuir e facilitar, Vasquez afirma que todo e qualquer produto possui um código

numérico que classificam as mercadorias e as enquadram de acordo com

características, ou até mesmo detalhes específicos que o tornam único (VASQUEZ,

2007).

Quanto a estes detalhes específicos cabe destacar algumas particularidades.

Sobre a não incidência Castro salienta “[...] é fato não abrangido pelo campo

tributário de um imposto.” Em relação à imunidade “[...] é a retirada, temporária ou

definitiva, do ônus de determinado tributo.” Já a Isenção, “[...] é a dispensa do

pagamento de tributo sobre determinado produto.” (CASTRO, 2013, p. 153).

No Brasil os impostos não incidentes no processo de exportação que se

destacam são o ICMS e o IPI, juntamente com o PIS, e Cofins. Para que ocorra a

compreensão dos estímulos referentes às operações de exportação, faz-se

necessário entender sua fundamentação. Ainda pode se destacar o IE, o qual possui

algumas distinções em relações aos demais impostos incidentes.

2.6.1.1 Imposto de Exportação (IE)

De acordo com a Receita Federal do Brasil, “O imposto sobre a exportação

tem como fato gerador a saída da mercadoria do território aduaneiro.” (RFB, 2015).

Castro complementa as informações declaradas pela Receita Federal do Brasil, “O

Imposto de Exportação foi criado pelo Decreto-Lei nº 1.578, de 11/10/77.” (CASTRO,

45

2013, p.52). Ainda sobre o Imposto de Exportação, a Receita Federal do Brasil

salienta quanto ao seu cálculo,

É calculado utilizando-se como base o preço normal que a mercadoria alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional. A alíquota do IE atualmente encontra-se em 30%, podendo ser reduzida ou aumentada pela Câmara de Comércio Exterior, não podendo ser superior a 150%. (RFB, 2015).

Correlacionado ao Imposto de Exportação, Segalis, França e Atsumi

manifestam-se, “Raros são os produtos que estão sujeitos ao Imposto de

Exportação (IE). Sua incidência está relacionada à tentativa de restringir a

exportação, muitas vezes para incentivar as vendas no mercado interno.” (SEGALIS;

FRANÇA; ATSUMI, 2012, p.149).

Relacionado aos raros produtos que estão sujeitos ao Imposto de Exportação,

Castro evidencia que, “Por razões distintas, as exportações de armas e munições

destinadas à América do Sul, com exclusão de Argentina, Chile e Equador, à

América Central e ao Caribe, estão sujeitas ao pagamento do imposto de exportação

de 150%.” (CASTRO, 2013, p.52).

De maneira resumida Castro apresenta os estímulos às operações de

exportação realizadas por intermédio de empresa comercial exportadora, tendo

como fim específico a exportação, onde tem – se, isenção de pagamento do IPI, não

incidência do ICMS nas saídas para o exterior, e acesso aos benefícios do drawback

(CASTRO, 2013).

2.6.1.2 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

Referente ao Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, o manual do MRE

respalda que “O Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) é um tributo federal

incidente sobre o valor adicionado.” (BRASIL, 2011, p.166). Garcia o define como

sendo

[...] um tributo federal, indireto, seletivo e não-cumulativo [...]. Sua classificação como imposto indireto se dá pelo fato de incidir sobre o produto comercializado e ser pago pelo adquirente da mercadoria enquanto seu recolhimento à União é feito pelo fornecedor do bem. (GARCIA, 2015, p.130).

46

Em relação à modalidade de exportação direta, os produtos industrializados,

de acordo com Queiroz e Aprígio, não sofrem incidência deste imposto (QUEIROZ;

APRÍGIO, 2013). Segundo o manual do MRE, o IPI também sofre isenção na

exportação indireta, entretanto, somente quando esta for realizada por meio de uma

empresa comercial exportadora e consórcios de exportação, nivelando- se a uma

exportação direta (BRASIL, 2011).

Segundo Queiroz e Aprígio, o IPI pode vir a ser suspenso, quando em uma

operação realizada na exportação indireta. Esta suspensão é prevista no Decreto nº

7.212/2010 no art. 43, V. Entretanto, para valer-se desta suspensão, a mercadoria

deve ter seu fim específico de exportação, com saída direto da indústria para o

embarque, segundo recomendação da empresa comercial exportadora (QUEIROZ;

APRÍGIO, 2013).

2.6.1.3 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

Com o intuito de compreender tais estímulos, ainda faz – se necessário o

entendimento referente ao ICMS, que segundo Vasquez “Incide sobre operações de

circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se

iniciem no exterior.” (VASQUEZ, 2007, p. 212). Ainda referente ao ICMS Garcia

explana,

É um imposto indireto, de competência estadual, conforme preceitua o artigo 155, em seu inciso II, da Constituição Federal, não-cumulativo, e sua alíquota pode ser denominada seletiva, permitindo aos Estados e ao Distrito Federal tributar de forma diferenciada os produtos supérfluos. (GARCIA, 2015, p.132).

Porém, mesmo que a fundamentação do ICMS seja compreendida, Segalis,

França e Atsumi complementam que, “[...] os envolvidos nas operações

internacionais para evitar problemas devem consultar o regulamento do ICMS do

estado no qual mantêm sua escrita fiscal.” (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012, p.

149). Diante deste contexto Castro salienta que,

[...] eventualmente, a legislação tributária do ICMS do Estado da empresa comercial exportadora poderá exigir dela a obtenção de regime especial na Secretaria da Fazenda, autorizando-a a adquirir no mercado interno,

47

dispensado de tributação pelo ICMS, produtos destinados à exportação. (CASTRO, 2013, p. 148).

O manual do MRE salienta que “O produto exportado [...] não ocorre a

incidência do ICMS. No caso do ICMS, é recomendável consultar as autoridades

fazendárias estaduais, quando houver créditos a receber ou insumos adquiridos em

outros Estados.” (BRASIL, 2011, p. 165).

A exportação quando na forma direta, segundo Queiroz e Aprígio, não sofre

incidência de ICMS, tanto para mercadorias como serviços destinados para o

exterior (QUEIROZ; APRIGIO, 2013). Garcia destaca ainda que além da não

incidência, o ICMS tem “[...] garantia de manutenção dos créditos fiscais relativos

aos insumos contidos nos produtos exportados.” (GARCIA, 2015, p. 135).

Na exportação indireta, de acordo com Queiroz e Aprígio, quando a

mercadoria tem sua operação com o fim específico de exportação, esta é

equiparada à exportação, ou seja, é tratada como exportação direta. A não

incidência do ICMS está prevista na Lei Complementar nº 87/1996, em seu art. 3º,

parágrafo único (GARCIA, 2015).

2.6.1.4 Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento de

Seguridade Social (COFINS)

Sobre o Programa de Integração Social - PIS, o manual do MRE traz a

isenção de pagamento a empresas fabricantes, e também a trading companies,

aplicadas para as exportações de produtos manufaturadas, com alíquota de 1,65%

para operações internas, aplicadas sobre a receita bruta. Entretanto, esta isenção

não se aplica para vendas realizadas por meio de comerciais exportadoras (BRASIL,

2011). Garcia expõe referente ao PIS “Atualmente é o 5º da Lei nº 10.637, de

30/12/2002 que estabelece que esta contribuição não incidirá sobre as receitas

provenientes da exportação de bens e serviços para o exterior.” (GARCIA, 2015,

p.140).

Castro acrescenta a respeito das alíquotas aplicadas em operações internas,

onde a alíquota de 1,65% corresponde às empresas que são tributadas com base no

lucro real, e alíquota de 0,65% para aquelas tributadas no lucro presumido e

arbitrado (CASTRO, 2013).

48

Em relação à exportação indireta e o PIS e Cofins, o manual traz que via de

regra quando é realizada por comercial exportadora, esta equivale-se a exportação

direta no que diz respeito as isenções do IPI e ICMS, valendo-se também para a

Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social (COFINS) (BRASIL, 2011).

2.7 INCENTIVOS

Garcia se pronúncia em relação ao incentivo na exportação, que para que

ocorra o melhor desenvolvimento do processo de exportação, é necessário que haja

uma excelente compreensão dos incentivos que lhe são concebidos, por completo.

Tal conhecimento sobre os incentivos permite ao fabricante ou produtor julgar e

optar pela melhor oportunidade de comercializar com o mercado exterior. Os

incentivos deferidos às exportações são integrados em duas categorias, fiscais e

financeiros (GARCIA, 2015).

No que diz respeito aos incentivos fiscais, Garcia entende por incentivos

fiscais “Todos aqueles benefícios destinados a eliminar os tributos incidentes sobre

os produtos nas operações normais de mercado interno [...]” (GARCIA, 2015, p.129).

Queiroz e Aprígio destacam “Quando se trata de uma exportação, é importante que

o produto possa alcançar o mercado internacional em condições de competir com

preço e, por isso, ela pode compensar o recolhimento dos impostos internos [...]”.

(QUEIROZ; APRÍGIO, 2013).

Garcia ainda ressalta que para o exportador ter uma boa atuação no mercado

internacional, e poder competir, é relevante ter conhecimento das particularidades

relacionadas aos tratamentos deferidos dos tributos que são denominados

incentivos, sendo o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ICMS (Imposto

sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), Cofins, e PIS. Ainda é importante

que o exportador tenha conhecimento sobre o Drawback (GARCIA, 2015).

Referente ao tratamento tributário disposto pelo Decreto-Lei nº 1.248, de

1972, de acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços o, diz

respeito às mercadorias adquiridas no mercado interno, mas que possuem como fim

específico a exportação, onde tal norma proporciona ao produtor vendedor e

também as Empresas Comerciais Exportadoras com Certificado de Registro

Especial, a asseguração dos benefícios fiscais, instituídos por lei para incentivo à

exportação. Embora tal afirmação beneficiária apenas para as empresas comerciais

49

exportadoras possuidoras do Certificado de Registro Especial. Entretanto a

legislação vigente não se usa de tal diferença (MDIC, 2016). Sendo assim, toma-se

como base a legislação tributária atual onde,

[...] existem duas espécies de Empresas Comerciais Exportadoras (ECE): i) as que possuem o Certificado de Registro Especial e ii) as que não o possuem. Entretanto, os benefícios fiscais quanto ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), às Contribuições Sociais (PIS/PASEP e COFINS) e ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aplicam-se, atualmente, às duas espécies, sem distinção alguma. (MDIC, 2016).

Castro frisa sobre os beneficiários dos incentivos à exportação, onde geram

se incentivos fiscais nas operações que envolvem mercadorias contraídas tanto por

Trading Company ou diretamente do fabricante, com o fim específico de exportação

(CASTRO, 2013).

Quanto aos incentivos financeiros Garcia entende, “São representados pelas

linhas de financiamento que visam conceder às empresas exportadoras os recursos

necessários ao desenvolvimento da produção e comercialização de produtos

destinados ao exterior.” (GARCIA, 2015, p.147). Este incentivo, segundo o manual

do MRE também objetiva que o produto que será exportado, tenha maiores

condições para poder competir com o exterior (BRASIL, 2011).

Com relação ao financiamento à produção Garcia traz que o Banco Nacional

do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, criou uma linha de

financiamento chamada Programa BNDES – Exim, que visa financiar a produção de

máquinas e equipamentos, tendo a finalidade de exportação (GARCIA, 2015).

Ainda quanto ao financiamento da produção, tem se o Adiantamento do

Contrato de Câmbio – ACC, o qual de acordo com o manual do MRE, “[...] é uma

antecipação de recursos em moeda nacional (reais), ao exportador, por conta de

uma exportação a ser realizada no futuro.” (BRASIL, 2011, p.172).

No que diz respeito ao financiamento à comercialização, Garcia evidencia que

existem 3 linhas de financiamento, sendo o Adiantamento sobre Cambiais de

Exportação – ACE, Programa de Financiamento às Exportações – Proex, e BNDES

– Exim pós-embarque (GARCIA, 2015).

Segundo o manual do MRE o Adiantamento sobre Cambiais de Exportação -

ACE, “[...] antecipação de recursos em moeda nacional (reais) ao exportador, após o

50

embarque da mercadoria para o exterior, mediante a transferência ao banco dos

direitos sobre a venda a prazo.” (BRASIL, 2011, p.172).

De acordo com Garcia, o Proex - Programa de Financiamento às Exportações

foi criado pela Lei n°8.187, de 01/06/1991, a qual foi revogada pela Lei n°10.184de

12/02/2001, substituindo-a (GARCIA, 2015). O manual do MRE acrescenta que este

programa foi criado com o intuito de fornecer às exportações, condições

proporcionais ao do mercado externo (BRASIL, 2011).

Já no que diz respeito ao BNDES – Exim pós-embarque, Garcia ressalva que

para esta modalidade “[...] o BNDES financia a comercialização de bens e serviços

no exterior, refinanciando o exportador à semelhança do financiamento Proex [...]”

(GARCIA, 2015, p. 150). De acordo com o manual do MRE, são beneficiárias deste

financiamento empresas exportadoras de bens, como de serviços (BRASIL, 2011).

2.8 DRAWBACK

O Drawback de acordo com Garcia tem como fundamento básico a

desoneração dos tributos incidentes sobre as matérias primas importadas

empregadas na produção dos bens determinados a exportação (GARCIA, 2015).

Com o objetivo de diminuir tais tributos, Castro salienta que as empresas

beneficiárias do Drawback, podem adquirir suas matérias primas de forma livre,

tanto no mercado interno como no mercado externo (CASTRO, 2013).

No que se diz respeito a estas empresas beneficiárias do Drawback Castro

destaca que, “[...] quem pode pleiteá-lo, são as empresas industriais, produtoras e

comerciais exportadoras, inclusive trading companies, constituídas ao amparo do

Decreto-Lei nº 1.248/72.” (CASTRO, 2013, p. 211).

Segundo Queiroz e Aprígio, “O Regime Aduaneiro Especial de DRAWBACK é

considerado incentivo as exportações, permitindo às empresas concorrência no

mercado externo com grau de qualidade a custos menores de fabricação.

(QUEIROZ; APRÍGIO, 2013, p. 135). Quanto a sua base legal Garcia salienta,

A base legal desse incentivo está contida no Regulamento Aduaneiro, porém a Portaria nº 35, de 24/11/06, da Secex – Secretaria de Comércio Exterior, apresenta a sistemática administrativo-operacional do benefício, intitulando-o, de Regime Aduaneiro Especial de Drawback. (GARCIA, 2015, p.141).

51

No que diz respeito ao Regime Aduaneiro Especial Vasquez traz, “Os

Regimes Aduaneiros Especiais são assim chamados porque existe uma série de

procedimentos fiscais, caracterizando-os conforme a finalidade de cada um.”

(VASQUEZ, 2007, p.215). Segalis, França e Atsumi complementam por meio de sua

afirmação,

O regime aduaneiro especial denominado drawback, criado pelo Decreto - lei nº 37/66, é um incentivo à exportação, pois concede desoneração de tributos aos produtos importados ou adquiridos no mercado interno para utilização em mercadorias a serem exportadas ou já exportadas. (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012, p.153).

Queiroz e Aprígio citam que o drawback é composto pelas modalidades, de

suspensão, isenção e restituição. Tais modalidades referem-se aos tributos federais,

II e IPI e, Isenção ao ICMS - imposto estadual, o qual ocorre somente na isenção, e

ainda desde que na modalidade de “suspensão dos tributos federais” no pedido de

habilitação de drawback (QUEIROZ; APRIGIO, 2013).

Na modalidade de suspensão, de acordo com Garcia, este liga a importação

com a exportação já acordada, em virtude da suspensão dos tributos dos produtos

importados, destinados a posterior exportação. Ao estar habilitado a operar junto ao

Siscomex, o exportador poderá se utilizar deste beneficio (GARCIA, 2015). O

manual do MRE destaca que esta modalidade é a mais empregada entre as

modalidades (BRASIL, 2011). Maia respalda que para esta modalidade o exportador

possui um prazo para afirmar o plano que foi realizado entre a importação e a

exportação (MAIA, 2013).

Sobre a isenção, o manual do MRE traz que nesta modalidade refere-se

basicamente pela reposição de mercadorias após a operação de exportação, sem a

cobrança das obrigações tributárias na aquisição da mercadoria importada a ser

transformada para o envio da reposição (BRASIL, 2011). Garcia traz que esta

modalidade é empregada ao contrário da suspensão, pois trata se da

complementação de insumos a serem importados com fim de reposição da

mercadoria já exportada. Ainda, para habilitação desta modalidade, o exportador

deve mostrar o RUD - Relatório Unificado de Drawback, junto ao Banco do Brasil

que opere com exportação, tendo como prazo para ser utilizado de 1 ano, podendo

ser prorrogado até 2 anos (GARCIA, 2015).

52

No que tange a restituição, o manual do MRE ressalva que nesta modalidade

o exportador requer a restituição dos valores pagos correspondente aos encargos

tributários, da mercadoria já exportada (BRASIL, 2011). Garcia acrescenta que esta

restituição é realizada pela SRF, por crédito fiscal como previsto na INs SRF nºs

30/72, 10/82 e 81/98 (GARCIA, 2015).

Víbrio Júnior destaca que tanto para a modalidade de Suspensão, assim

como de Isenção, o órgão responsável por ceder às concessões, fica a cargo do

Secex, entretanto, pode vir a ser fiscalizado pelo SRF. Em relação à modalidade de

restituição, a fiscalização assim como a concessão é realizada por meio da SRF

(VIBRIO JUNIOR, 2012).

Além das modalidades citadas por Queiroz e Aprígio, destaca-se também o

drawback interno, ou Drawback verde e amarelo. Segundo Maia esta modalidade

constitui-se na permissão de adquirir materiais para se usar na fabricação de

mercadorias, as quais são destinadas à exportação, no mercado nacional (MAIA,

2013).

O manual do MRE acrescenta que se faz necessário a realização de um

plano de exportação, onde constam informações solicitadas, tais como identificação

das partes, classificação de mercadoria, prazo de entrega, e afins. Este plano se dá

em razão de que nesta modalidade há a suspensão de IPI para produtos

industrializados, porém não há isenção do ICMS. Quanto ao prazo, é 1 ano,

podendo este ser prorrogado por mais 1ano (BRASIL, 2011).

2.9 CLASSIFICAÇÃO DAS MERCADORIAS

A Receita Federal do Brasil conceitua a consulta sobre a Classificação Fiscal

de Mercadorias como sendo, “[...] o instrumento que o contribuinte possui para

dirimir dúvidas sobre a correta classificação fiscal das mercadorias na Nomenclatura

Comum do Mercosul (NCM) [...]”. (RFB, 2015).

De acordo com o Guia de Comércio Exterior e Investimento, “Para exportar

determinado produto, o exportador deverá classificá-lo de acordo com um método

internacional de classificação de mercadorias, baseado em uma estrutura de

códigos e respectivas descrições.” (GUIA DE COMÉRCIO EXTERIOR E

INVESTIMENTO, 2016). Em relação ao método internacional utilizado, Vasquez

expõe,

53

A Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM) adota uma sistemática de classificação que recebeu a denominação de Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (NBM/SH), ou, simplesmente, SISTEMA HARMONIZADO. (VASQUEZ, 2007, p.204).

Ainda segundo o Guia de Comércio Exterior e Investimento, este Sistema

Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias foi elaborado com intuito

de padronizar, promover e facilitar o desenvolvimento do comércio internacional.

(GUIA DE COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO, 2016). Quanto à posição na

NBM/SH Vasquez enfatiza,

[...] posiciona a mercadoria para todos os efeitos relativos ao comércio exterior, como, por exemplo, incidência de impostos, os incentivos existentes, contingenciamentos, inclusão de acordos internacionais. Facilita a comercialização, a análise e a comparação das estatísticas dos diversos países. (VASQUEZ, 2007, p. 205).

Destaca-se que cada país-membro possui nesta classificação o acréscimo de

2 dígitos que correspondem a informações específicas de acordo com o país,

referente ao tratamento tributário, onde engloba-se neste os incentivos fiscais, e

financeiros, conforme a mercadoria a ser comercializada, visando conceder maior

competitividade de seus produtos no mercado exterior.

Segundo o Guia de Comércio Exterior e Investimento, “A Nomenclatura

Comum do MERCOSUL (NCM) é o método de classificação de mercadorias utilizado

pelos países do bloco econômico Mercado Comum do Sul MERCOSUL.” (GUIA DE

COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO, 2016). No que diz respeito à

Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) Luz evidencia “[...] permitiram que os

países signatários da Convenção criassem dígitos adicionais aos seis definidos pelo

SH.” (LUZ, 2007, p.347).

Ainda o Guia de Comércio Exterior e Investimento acrescenta a afirmação,

“Dos oito dígitos que compõem a NCM, os seis primeiros são formados pelo sistema

Harmonizado, enquanto o sétimo e o oitavo dígitos correspondem a informações

específicas dos países que integram o bloco.” (GUIA DE COMÉRCIO EXTERIOR E

INVESTIMENTO, 2016).

De acordo com o Guia de Comércio Exterior e Investimento “É com base na

NCM que os países do MERCOSUL definem as alíquotas de seus impostos de

exportação. A Tarifa Externa Comum (TEC) define os valores dos direitos de

54

importação aplicados por todos os Membros do MERCOSUL.” (GUIA DE

COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO, 2016).

2.10 COMO EXPORTAR

Partindo do pressuposto de que as empresas não conhecem a sistemática da

atividade exportadora, a pergunta “como exportar” vem a coincidir. Assim como no

mercado interno, a comercialização de produtos no mercado externo também possui

seus procedimentos, normas que devem ser seguidas. Dentre estes procedimentos,

destaca se as habilitações e registros necessários para atuar como exportador, e

documentos exigidos do exportador e da mercadoria para a comercialização.

No que se refere à ferramenta de trabalho e também de apoio as empresas

comerciais exportadoras e demais empresas exportadoras diretas, utiliza-se após

sua habilitação do chamado Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex,

que se trata de um sistema que visa integralizar os registros, controles e demais

dados ligados ao processo de exportação.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) traz por meio de seu manual a

seguinte informação: “O SISCOMEX permite a órgãos de Governo intervenientes no

comércio exterior acompanhar, controlar e, também, interferir no processo de saída

(exportações) e de entrada (importações) de produtos no país.” (BRASIL, 2011,

p.48). Quanto a sua criação, Vasquez faz um breve relato histórico em relação a

este,

Com a nova política econômica e a abertura do comércio internacional, o Governo Federal determinou o desenvolvimento de um sistema de informações que integrasse as atividades dos principais órgãos públicos envolvidos com o Comércio Exterior: Decex, BACEN, e SRF, de modo a uniformizar o tratamento dado ao fluxo de informações de importação e de exportação. (VASQUEZ, 2007, p. 137).

De acordo com o Portal Siscomex, o Sistema Integrado de Comércio Exterior

– Siscomex “[...] foi criado pelo Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992,

passando a operar em 1993 como uma interface eletrônica entre os exportadores e

os diversos órgãos governamentais que intervêm no comércio exterior.” (PORTAL

SISCOMEX, 2016). Vieira acrescenta que o Siscomex trouxe benefícios sendo como

55

“[...] para agilizar e desburocratizar as operações de exportação.” (VIEIRA, 2008, p.

68). O manual do MRE traz o Siscomex como sendo,

[...] o sistema informatizado que integra as atividades de registro, de acompanhamento e de controle de comércio exterior, realizadas pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pela Receita Federal do Brasil (RFB) e pelo Banco Central do Brasil (BACEN), órgãos “gestores” do sistema. (BRASIL, 2011, p. 47).

Vieira salienta que por meio deste sistema, é possível a empresa ou sua

representante registrar as operações de exportação realizadas, bem como acessar o

sistema para acompanhá-las, desde que estas estejam instruídas junto à Secretária

da Receita Federal (VIEIRA, 2008).

Ainda segundo o Portal Siscomex “Conforme novas necessidades foram

surgindo, novos sistemas foram sendo criados e integrados ao SISCOMEX [...].

Outros foram modernizados, como o SISCOMEX Exportação.” (PORTAL

SISCOMEX, 2016). Em relação à administração do Siscomex, a Portaria Secex nº

23/11, destaca:

Art. 4º- Os órgãos da administração direta e indireta que atuam como intervenientes no comércio exterior serão credenciados nos módulos administrativos Siscomex para se manifestarem acerca das operações relativas às suas áreas de competência, quando previsto em legislação específica. Parágrafo Único – Consideram-se módulos administrativos dos Siscomex os módulos Importação, Exportação Web e Drawback Web, relativamente ao registro, acompanhamento e controle dos seguintes documentos gerados pelo Sistema: I – Licenças de Importação; II – Registros de Exportação; III – Registros de Crédito; e IV- Atos Concessórios de Drawback. (SECEX, 2011).

Segundo Segalis, França e Atsumi para utilizar-se do Siscomex, é preciso

habilitar-se, desta forma “A habilitação é realizada no Ambiente de registro e

Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar) da Receita

Federal do Brasil (RFB).” (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012, p.132). Segundo o

manual das Relações Exteriores, a habilitação é regida “[...] de acordo com a

Instrução Normativa SRF N° 650, de 12 de maio de 2006 [...].” (BRASIL, 2011, p.48).

Ainda, o manual destaca que existem 4 modalidades de habilitação de pessoa

física e para o responsável por pessoa jurídica, sendo as seguintes, ordinária,

56

simplificada, especial e restrita, as quais devem ser requeridas de acordo com o

interesse para a realização das práticas (BRASIL, 2011).

De acordo com Castro a modalidade ordinária destina-se para aqueles que

atuam constantemente com a atividade exportadora, e possuem personalidade

jurídica. A modalidade simplificada destina-se tanto para pessoa física onde se

enquadram também produtores rurais, artistas, artesões e similares, como para

pessoa jurídica, desde que esta seja constituída na forma de sociedade anônima de

capital aberto, empresas que se utilizam da Linha Azul, empresas que trabalham por

meio de encomendas, empresas importadoras que atuam com bens incorporados

em seu ativo permanente, além de empresas que trabalham no comércio exterior

tendo como seu limite US$ 300 mil de exportação (CASTRO, 2013).

A modalidade especial segundo Castro é destinada “[...] para órgãos da

administração pública direta, autarquias e fundações públicas, organismos

internacionais e outras instituições extraterritoriais;” (CASTRO, 2013, p. 34). Já a

modalidade restrita, segundo o manual do MRE destina se tanto para pessoa física

como jurídica “[...] que tenha operado anteriormente em comércio exterior,

exclusivamente para a realização de consulta ou retificação de declaração.”

(BRASIL, 2011).

Segundo o sítio do Sebrae, entre as modalidades existentes, a mais utilizada

pelas MPEs em seu começo no comércio exterior, é a modalidade simplificada.

Contudo, este enquadramento dependerá da empresa realizar uma analise em

relação às suas necessidades e a modalidade em que melhor se integra, mas não

esquecendo que cada modalidade possui seus requisitos de enquadramento

(SEBRAE, 2015).

2.10.2 Documentos e Registros Exigidos

Para dar continuidade no processo faz se necessário a realização da

inscrição no REI – Registro de Exportadores e Importadores, que é parte integrante

do Cadastro de Exportadores e Importadores operacionalizados pela SECEX –

Secretária de Comércio Exterior (CASTRO, 2013). Referente à validação de sua

inscrição, a Portaria SECEX nº 35, de 24/11/2006, traz que a inscrição hoje é

automaticamente efetivada na primeira operação, e não possui a necessidade de

encaminhar qualquer documento, mas que poderá vir a ser solicitado pelo DECEX –

57

Departamento de Operações de Comércio Exterior, para verificação de rotina

(GARCIA, 2015).

Castro traz por meio da Ilustração 3 um comparativo entre os documentos

exigidos em uma negociação realizada no mercado interno, e dos documentos de

uma negociação realizada no mercado externo. Cabe salientar dentre os

documentos listados na ilustração, que não se faz necessários todos, entretanto,

podem ser exigidos, mas este dependerá de cada negociação (CASTRO, 2013).

Mercado Interno Exportação

- Proposta - Nota Fiscal - Fatura Comercial - Duplicata - Aceite na Duplicata - Romaneio de Embarque - Conhecimento de Embarque - Entrega Duplicata ao Banco para Cobrança

- Pro Forma Invoice - RE - Registro de Exportação - RES – Registro de Exportação Simplificado - Nota Fiscal - Commercial Invoice - Draft (Saque ou Cambial) - Aceite no Draft (Saque ou Cambial) - Packing List - Bill of Lading, Airway Bill - Entrega Documentos de Exportação ao Banco para Cobrança - Certificado de Origem Aladi - Certificado de Origem Mercosul - Certificado de Origem SGP Form A - Certificado Fitossanitário - Fatura Consular - Contrato de Câmbio -Boleto de Compra e Venda Simplificado - DDE – Declaração para Despacho de Exportação - DSE – Declaração Simplificada de Exportação

Ilustração 6: Comparativo entre Mercado Interno e Externo. Fonte: Castro (2013, p. 46).

Cada negociação realizada no mercado externo é única, e sua documentação

exigida será de consonância. De acordo com Garcia, as documentações

normalmente exigidas nas negociações são o Registro de Exportador – RE; Nota

Fiscal; Conhecimento de Embarque; Romaneio ou Packing List; Fatura Comercial;

Saque, Cambial ou Draft, Certificado ou Apólice de Seguro, Fatura e/ou Visto

Consular, Certificado de Origem (Comum, Aladi, Mercosul ou SGP), e Carta de

Crédito (Garcia, 2015).

Araujo destaca quanto à documentação solicitada de acordo com o processo.

Para o trânsito interno de mercadorias, faz se necessário a nota fiscal. Já no caso de

embarque ao exterior, enquadra-se a nota fiscal, conhecimento de embarque,

Registro do Exportador, Romaneio ou Packing List, e se necessário, os certificados.

Para o processo de negociação junto a bancos, solicita-se a Fatura Comercial, o

58

Conhecimento de Embarque, Original da Carta de Crédito (quando for esta a

condição de pagamento optada na negociação), Saque ou Cambial, Fatura e/ou

Visto Consular, Certificado ou Apólice de Seguro, Certificado (embarque, e se

solicitado o de origem), Packing List e Carta de Entrega (ARAUJO, 2013).

Sobre o Registro de Exportador – RE, o manual do MRE, “O Registro de

Exportação (RE) no SISCOMEX é um conjunto de informações de natureza

comercial, financeira, cambial e fiscal, que caracteriza a operação de exportação de

uma mercadoria e define seu enquadramento.” (BRASIL, 2011, p. 56). Segundo

Segalis, França e Atsumi, após a habilitação do exportador, o primeiro passo para

exportar, é solicitar a autorização para tal. Esta é concedida pelo Decex, através do

Registro de Exportação – RE (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012). Castro

complementa que a RE é emitida antes do embarque da mercadoria, e possui

validade de 60 dias para a realização do embarque das mercadorias, valendo se

este prazo a partir do registro no Siscomex (CASTRO, 2013).

O Registro de Exportação Simplificado – RES, segundo Castro tem validade

para embarque de 5 dias, e é utilizado para operações no valor de até US$

50.000,00. Também é emitido antes do embarque da mercadoria via Siscomex,

assim como do despacho aduaneiro (CASTRO, 2013).

Fatura Pro Forma, o manual de MRE, a fatura pro – forma é um documento

onde o exportador descreve as informações relativas às suas condições de venda,

da determinada mercadoria, e este será enviado ao importador, mas destaca se que

este é somente realizado após o importador manifestar-se com interesse (BRASIL,

2011). O sítio dos correios traz que este documento é uma proposta de venda, que

após sua aceitação, torna-se um contrato de compra e venda. É oportuno

acrescentar tal documento, quando do envio de amostras comerciais sem valor

mercantil (CORREIOS, 2016).

Nota Fiscal para Castro é um documento que no qual deve ser emitido em

português, e em reais (R$). Este documento deve acompanhar a mercadoria em seu

trânsito desde a fábrica ou local em que se encontra a mercadoria do exportador, até

o local em que a mercadoria tem a saída efetiva para o exterior (CASTRO, 2013). O

manual da MRE ainda complementa as informações, que a NF emitida pela

exportação direta, deve sair com o nome da empresa importadora. Já se emitida por

exportação indireta, deve sair em nome da empresa que estará realizando a

operação (BRASIL, 2011).

59

A Nota Fiscal sendo a exportação realizada por intermédio dos correios,

segundo seu sítio, na forma direta, é seguida o Modelo 1 – Série B, onde da mesma

forma como as demais NF deve sair em nome da empresa importadora. Além disto,

se faz necessário constar a Natureza da operação informada pelos correios, Código

7.11- Exportação (venda de produção do estabelecimento). Ainda, deve constar a

informação referente à isenção do IPI (Art. 44 – Inciso I, Decreto nº 87.981/82), e a

não incidência do ICMS (Art. 32, Inciso I da Lei Complementar nº 87/96)

(CORREIOS, 2016).

Quando a exportação for realizada na forma indireta, por intermédio de

terceiros, existem 02 modelos a serem seguidos: Modelo 1 – Série B, e Modelo 1 –

Série C. De acordo com o sítio dos correios, utiliza-se o Modelo 1 – Série B, aquele

exportador que está estabelecido na mesma unidade federativa do fabricante. Já o

Modelo 1 – Série C é utilizada por aquele exportador que está estabelecido em uma

unidade federativa diferente do fabricante. Deve estar descriminado na NF a

natureza da operação adequada, sendo Código 5.11 para vendas realizadas para

dentro do estado, e Código 6.11 para vendas efetuadas para fora do estado. Em

relação aos tributos, a suspensão do IPI (Art. 36, Inciso VIII, letra a do Decreto nº

87.981/82), e suspensão do ICMS (Art. 32, Inciso I, Parágrafo Único da Lei

Complementar nº 87/96) (CORREIOS, 2016).

Conhecimento de Embarque (Bill of Lading, Airway Bill), segundo Garcia é um

documento que depois de emitido, representa através da assinatura, podendo esta

ser realizada pelo transportador da mercadoria ou agente autorizado, mas no ato

que a mercadoria está sendo embarcada, para comprovar desta maneira que a

mesma embarcou e teve sua saída para o exterior (GARCIA, 2015).

Romaneio ou Packing List, de acordo com o manual do MRE, este documento

expressa à quantidade em volumes e a identificação de seu conteúdo, tendo como

finalidade simplificar a fiscalização aduaneira. Além de dados de volumes,

quantidades, neste documento devem constar o tipo de embalagem, pesos e

dimensões em metros cúbicos, assim como dados do número do documento, nome

e endereço do exportador e importador, data de emissão, local e data de embarque

e desembarque, e nome da transportadora (BRASIL, 2011).

Fatura Comercial (Commercial Invoice), Castro explana que é considerado

um dos documentos mais importantes na exportação, pois neste documento

constam informações sobre as condições comerciais da negociação. Pode se citar

60

como suas condições comerciais a descrição da mercadoria com quantidade e peso,

seu valor convertido na moeda estrangeira, além de informações de condições de

venda e pagamento, e prazos de entrega. Normalmente este documento é

executado no idioma do país importador (CASTRO, 2013).

Saque, Cambial ou Draft, para Garcia “[...] é um título de crédito

representativo da operação de exportação, sendo emitido pelo exportador contra o

importador, tendo como valor o total de divisas envolvidas constantes da respectiva

fatura comercial.” (GARCIA, 2015, p. 111).

Certificado ou Apólice de Seguro, em consonância com o manual do MRE,

este documento passa a ser exigido quando o exportador tem a responsabilidade de

realizar a contratação do seguro junto a uma empresa especializada em seguros.

Ainda este documento se exigido, deve ser providenciado antes da mercadoria

embarcar para entrega em seu destino (BRASIL, 2011).

Fatura e/ou Visto Consular, de acordo com Castro, é documento parecido

com a fatura comercial, e se solicitado, são por poucos países. Ainda este, pode ser

substituído na fatura comercial por meio de um visto consular (CASTRO, 2013).

Certificado de Origem (Comum, Aladi, Mercosul ou SGP) conforme Garcia,

tem como principal objetivo deste documento é provar a origem da mercadoria que

está sendo exportada. Este documento pode ser solicitado pelo importador, devido à

legislação de alguns países requererem com intuito de reduzir tarifas no

desembaraço de determinados produtos. Dentre os tipos de certificados podem ser

exigidos os seguintes: Comum, Aladi, Mercosul, SGP e SGPC (Garcia, 2015).

O manual do MRE traz que nestes certificados as informações constantes são

a descrição do processo produtivo, informações dos valores dos insumos tanto

nacionais como internacionais, além de informações sobe regras da origem. Em

relação aos tipos de certificados, o manual traz suas definições, sendo elas:

a) MERCOSUL: “emitido por federações, confederações ou centros da indústria, do comércio ou da agricultura;”

b) ALADI: “emitido por federações estaduais de indústria e federações estaduais de comércio;”

c) SGP - Sistema Geral de Preferências: “[...] o certificado é emitido pelas agências do Banco do Brasil que operam com comércio exterior. O documento é denominado Form A e constitui requisito para a concessão de reduções tarifárias por países industrializados a países em desenvolvimento;”

d) SGPC - Sistema Global de Preferências Comerciais: “este documento é emitido por federações estaduais de indústria.” (BRASIL, 2011).

61

e) Comum: Segundo Garcia, objetiva comprovar a origem brasileira do produto, “Sua emissão é normalmente feita pela Federação, Confederação ou Centro da Indústria, do Comércio ou da Agricultura, podendo mesmo ser emitida pela Câmara de Comércio do país de destino da mercadoria.” (GARCIA, 2015, p. 115).

Quanto a Carta de Crédito, o manual do MRE traz que este documento é a

confirmação do interesse da negociação entre ambas as partes. A partir desta

confirmação o exportador deve conferir os dados junto à fatura pro - forma para

desta forma dar continuidade na negociação (BRASIL, 2011). De acordo com

Araujo, quando o pagamento for conduzido por esta modalidade é indispensável que

a via original deste documento seja apresentada para finalizar a entrega e o

recebimento dos valores devidos através do banco (ARAUJO, 2013).

O AWB – Airway Bill, segundo o sítio dos correios, trata-se de um formulário

que contém informações sobre remetente, destinatário, alfândega, remessa, e

demais informações relevantes, que serve como guia instrutivo para a emissão da

DSE, para alfândega, assim como conhecimento no embarque da carga

(CORREIOS, 2016).

2.11 DESPACHO ADUANEIRO

O despacho aduaneiro de exportação, segundo Castro é o meio pelo qual a

Receita Federal do Brasil realiza a verificação da documentação da mercadoria, e se

necessário sua verificação física (CASTRO, 2013). O sítio da Receita Federal do

Brasil conceitua despacho de exportação como sendo o “[...] procedimento mediante

o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à

mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas a

seu desembaraço aduaneiro e a sua saída para o exterior.” (RFB, 2015).

Castro explana que o despacho aduaneiro inicia-se no momento da emissão

por meio do Siscomex, da DDE ou da DSE. Os documentos que devem ser

apresentados junto a Receita Federal para o despacho são: extrato da DDE; 1ª via

da NF; via original do Conhecimento e Manifesto de Carga quando exportações

realizadas de forma terrestre, fluvial e lacustre; apresentação de documentos da

legislação especifica. Ainda é possível a RFB solicitar demais documentos que

julgue necessário. A conclusão deste processo, sendo esta a liberação da saída da

mercadoria para o destino final, se dá por meio da averbação, ou seja, a

62

confirmação desta no RE ou RES, via Siscomex efetivada pelo próprio fiscal

aduaneiro (CASTRO, 2013).

2.12 CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

Posteriormente a venda, a condição de pagamento bem escolhida é

considerada um dos fatores determinante para uma conclusão bem sucedida da

negociação, e isso para ambas as partes, ou seja, o importador e o exportador.

Entretanto, o manual do MRE traz que a condição deve beneficiar ambas as partes,

e que anterior a sua escolha, alguns fatores como em relação à economia e

financeiro do importador, situação da balança comercial do país importador, tradição

do país importador, entre outros, devem ser analisados, para que ambos tenham

segurança tanto quanto ao recebimento da mercadoria e de seu pagamento

(BRASIL, 2011).

De acordo com Castro há 3 modalidades de pagamentos praticadas no

comércio exterior, sendo o pagamento antecipado; cobrança com saque, a qual

também é chamada de cobrança documentária e a cobrança sem saque, chamada

de cobrança direta; e por último a carta de crédito, conhecida ainda como crédito

documentário (CASTRO, 2013).

2.12.1 Pagamento Antecipado

Quanto ao pagamento antecipado Castro salienta que nesta modalidade

ocorre um pagamento parcial ou integral da negociação, antes mesmo da produção

e embarque da mercadoria a seu importador. Em razão deste pagamento, esta

modalidade traz ao exportador uma segurança em relação a um possível

cancelamento por parte do importador (CASTRO, 2013).

Segundo Ratti esta modalidade não se utiliza de forma regular, em virtude do

importador não possuir a garantia de receber a mercadoria por parte do exportador

(RATTI, 2008). Agregando informações salientadas por Ratti, de acordo com o

manual do MRE, tais mercadorias podem ser recebidas pelo importador em

condições nas quais não haviam sidas acordadas. Contudo, ao embarcar a

mercadoria para o importador, juntamente com a mercadoria o exportador deverá

63

encaminhar os documentos originais da exportação, os quais são necessários ao

importador para realizar o desembaraço da mercadoria (BRASIL, 2011).

2.12.2 Cobrança

Nesta modalidade segundo Castro, o exportador envia ao banco responsável

pelo câmbio no Brasil, denominado também de banco remetente, após o embarque

da mercadoria ao exterior, os documentos representativos da exportação, o qual é

enviado ao banco do cobrador, ou seja, ao banco do destino do importador, para dar

seguimento ao aceite e posterior pagamento (CASTRO, 2013).

O pagamento nesta condição de cobrança por ser realizada de 2 formas, a

vista ou a prazo conforme Garcia. Na forma de pagamento a vista, a fim de

compreender a operação, Garcia expõe que para efetivar esta operação, o

importador deve encaminhar um pedido ao exportador. Posteriormente a efetivação,

o exportador logo após embarcar a mercadoria, envia através do banco ou direto ao

importador, os documentos com as devidas condições pactuadas entre ambas as

partes, pelo qual o banco portador passa a exigir do destinatário o pagamento da

mercadoria. Após e efetivação do pagamento, o banco concede os documentos que

realizarão a liberação da mercadoria (GARCIA, 2015).

A cobrança a vista segundo Ratti, também é chamada de cobrança

documentária, devido a um conjunto de documentos, nos quais são entregues ao

importador contra o pagamento, via banco. Porém o exportador também pode

encaminhar a documentação direta ao importador, juntamente com uma cobrança

de apenas um saque, sendo este com vencimento a vista (RATTI, 2008).

No que diz respeito ao conjunto de documentos encaminhados da cobrança

documentária, de acordo com o manual do MRE é: fatura comercial; conhecimento

de embarque; certificado de origem, quando for necessário; packing list (romaneio);

apólice de seguro internacional; outros certificados, quando exigidos pelo importador

(BRASIL, 2011).

Já na forma de cobrança a prazo, Garcia expõe que o importador efetiva a

operação adquirindo a mercadoria através de uma remessa de pedido, onde deve se

constar esta condição. A partir desta remessa de pedido e condições descritas, o

exportador deve providenciar junto ao banco os documentos, assim como o produto.

64

Posterior, o banco fica no aguardo do aceite por parte do importador, cedendo após

a documentação necessária para o desembaraço da mercadoria (GARCIA, 2015).

De acordo com manual do MRE à cobrança a prazo é a mais utilizada, uma

vez que o prazo de pagamento passa a ser contado a partir da data de aceite pelo

importador, desembarque da mercadoria ou até mesmo a partir da emissão da letra

de câmbio (BRASIL, 2011).

2.12.3 Carta de Crédito

Esta modalidade de pagamento também chamada de crédito documentário

conforme Ratti é bastante praticada, em virtude de garantir maiores segurança, tanto

ao exportador como ao importador. Nesta modalidade todo o processo deve ser

seguido de acordo com a publicação n° 500, das “Regras e Usos Uniformes sobre

Créditos Documentários”, a qual foi aprovada pela Câmara de Comércio

Internacional, vigorando desde 01/01/1994 (RATTI, 2008).

No que diz respeito ao procedimento de pagamento da carta de crédito,

Castro explana tornando-o de fácil entendimento, sendo:

[...] constitui-se num compromisso de pagamento, por escrito, assumido por um banco no país importador (banco emissor), através de outro banco no país exportador (banco avisador) e a favor de um exportador (beneficiário), mediante solicitação e instruções de um importador (tomador) [...] (CASTRO, 2013, p. 94).

Ainda de acordo com o manual do MRE, na carta de crédito é descrita

informações como valores, documentação exigida, prazo, porto de destino e

desembarque, assim como a descrição da mercadoria juntamente com sua

quantidade, entre outros dados relevantes na operação de exportação. Também

devem constar as formas de pagamento. Podendo ser pagamento a vista, onde

tendo a documentação de acordo, o exportador receberá súbito. Por letra de câmbio,

onde se faz necessário o aceite do banco sacado, que posterior devolve a carta de

câmbio ao exportador, permitindo sua negociação. Por deferimento, ou seja, o

pagamento é realizado na data constante na carta de crédito. E ainda por

negociação, como o próprio nome diz sua negociação junto a um banco (BRASIL,

2011).

65

2.13 CÂMBIO

No que se refere a câmbio, Vasquez diz que o câmbio nada mais é que a

troca da moeda de um país pela moeda de outro, consistente de uma operação

financeira de venda e compra, ou até mesmo troca. Esta troca de moedas também

pode ser representada através de papéis (VASQUEZ, 2007). Complementando

Vasquez, o manual do MRE traz que normalmente as vendas ao mercado exterior

são cotadas em dólares, mas não se exclui a utilização de demais moedas. Mas

independentemente da moeda utilizada, o recebimento do pagamento ao

exportador, acontecerá em reais (BRASIL, 2011).

De acordo com Garcia, para a realização da conversão de moeda nacional

para a moeda estrangeira, o exportador firma um contrato, este por meio de um

banco. Neste contrato, firmado entre as partes, exportador, e o banco, o qual é

responsável pela execução de tais operações, existem 03 fases em sua

composição, sendo a contratação, entrega ou negociação, e liquidação (GARCIA,

2015).

2.13.1 Contratação

O contrato de câmbio, de acordo com Castro é um documento que representa

e oficializa o acordo pactuado entre o exportador, ou seja, o vendedor, e o banco, ou

seja, o comprador (CASTRO, 2013). Para Garcia, esta é a 1ª etapa a ser realizada

em uma operação de câmbio na exportação, tendo a assinatura do contrato junto ao

banco escolhido e responsável pela operação de câmbio, o qual deve ter

autorização para tal pelo Banco Central do Brasil (GARCIA, 2015).

A contratação pode ocorrer em 2 momentos, antes ou após o embarque da

mercadoria ao exterior, ficando a cargo do exportador optar pelo momento mais

apropriado. Em ambas a opção inicia se a contagem dos prazos a partir do

embarque (GARCIA, 2015). Complementando a ideia de Garcia, segundo o manual

do MRE, é possível por parte do vendedor solicitar auxílio de uma corretora de

câmbio (BRASIL, 2011).

No contrato de câmbio, devem constar algumas informações conforme o

manual do MRE: nome do banco autorizado a contratar o câmbio, contendo seu

endereço e CNPJ; nome do exportador, constando endereço e CNPJ; valor da

66

operação; valor em moeda nacional; taxa de câmbio negociado; prazo para

liquidação; nome do corretor de câmbio se tiver o auxílio da corretora; comissão do

corretor de câmbio; nome do importador; dados bancários do exportador; condições

de financiamento, entre outras (BRASIL, 2011).

2.13.2 Entrega ou Negociação

Segundo Garcia, esta é considerada a 2ª etapa da operação de câmbio,

concluída com a entrega. Esta etapa representa o cumprimento do prazo estipulado

no contrato, para a entrega dos documentos da operação, após a vinculação do

exportador junto ao banco para a execução (GARCIA, 2015). Relativo ao prazo,

Castro salienta que deve se fazer cumprir este prazo, que há como base um prazo

máximo de 360 dias para o embarque da mercadoria, e 390 dias para a

comprovação aceitação da receita relativa da exportação (CASTRO, 2013).

2.13.3 Liquidação

Para Garcia, a liquidação de câmbio é a 3ª etapa da operação, e também sua

finalização. A responsabilidade nesta fase não é somente do exportador, mas

também do importador, o qual deve cumprir com o pagamento. O recebimento do

pagando, será de acordo com o estipulado pelas partes, que se dá por meio da

cobrança, considerado finalizado somente com a entrada das divisas no Brasil, ou

carta de crédito (GARCIA, 2015). Como complemento a citação de Garcia, o manual

do MRE traz que,

A última obrigação do exportador relacionada à operação de câmbio é a entrega da moeda estrangeira ao banco, que, por sua vez, efetuará o pagamento do valor equivalente em moeda nacional à taxa de câmbio acertada na data da contratação do câmbio. (BRASIL, 2011).

Segundo Castro, as formas e prazos para a realização da liquidação de

câmbio podem possuir características, onde estão de acordo com a condição fixada

no contrato entre as partes. As características são denominadas de liquidação

pronta e liquidação futura (CASTRO, 2013). No que diz respeito às características

da liquidação pronta, segundo o manual do MRE, torna-se obrigatória no caso da

67

operação de câmbio simplificado, nas compras ou vendas de moeda estrangeira,

sendo esta em espécie ou com cheques de viagem, e na compra ou venda de ouro.

(BRASIL, 2011).

Em relação à liquidação pronta, Castro salienta que para operações

envolvendo moeda em espécie, cheque de viagem, ou contrato de câmbio

simplificado, a liquidação deve ocorrer no mesmo dia do fechamento do câmbio. Já

nos demais casos, a liquidação deve ser realizada em até dois dias após o

fechamento do câmbio. Ainda, esta liquidação pode ser realizada em modalidade de

pagamento antecipado, assim como na cobrança e carta de crédito (CASTRO,

2013).

Já a liquidação futura segundo Castro, acontece quando a partir da liquidação

do contrato de câmbio, há um prazo maior que dois dias úteis do fechamento do

câmbio (CASTRO, 2013). Segundo o manual do MRE, podem ser contratadas para

esta modalidade, operações interbancárias, de arbitragem ou no caso de operações

financeiras especificamente para a Secretária do Tesouro Nacional, com prazo até

1.500 dias; operações de câmbio de importação ou financeira, com prazo de até 360

dias; aplicações de títulos renda variável, sujeitas a registro junto ao Banco Central

do Brasil, com prazo até 03 dias úteis (BRASIL, 2011).

68

3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE

Para a realização deste trabalho, assim como para se atingir os objetivos

propostos e executá-los, o trabalho buscou e baseou-se na pesquisa bibliográfica de

autores atuantes na área do comercio exterior, os quais traçam os aspectos, e ações

que são efetivadas em uma exportação, desde o primeiro contato do exportador com

o mercado externo, até a conclusão do processo de uma negociação.

O referencial teórico deste estudo encontra-se estruturado enfatizando o

comércio externo em sua amplitude de mercado, alternativas de exportação

disponíveis para as empresas, alicerce administrativo do processo no Brasil,

tributação praticada, assim como documentos e procedimentos a serem seguidos na

atividade exportadora.

A partir do referencial teórico e, respectiva analise, o trabalho visa ofertar a

empresa estudada, assim como demais empresas interessadas na atividade

exportadora, um modelo de exportação que direcione e incentive estas empresas a

atuar no mercado externo, proporcionando seu desenvolvimento e crescimento.

3.1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

A empresa quando interessada em adentrar-se neste mercado do comércio

externo, primeiramente deve se dispor, a ser conhecedora de sua abrangência,

dificuldades, e claro, de seu funcionamento. Além disto, realizar um bom

planejamento é fundamental, visto que trata se de um mercado com vasta

concorrência, onde as negociações são singulares.

Para aquelas empresas, que atendem o mercado interno, mas procuram

expandir sua oferta para o mercado exterior, por meio da exportação, ou até mesmo

para aquelas empresas de pequeno e médio porte que não possuem experiência, é

possível buscar por intermédio de profissionais habilitados e atuantes, todo o auxílio

crucial para a negociação. Este auxílio pode ocorrer desde a obtenção de um

comprador para sua mercadoria, realização e acompanhamento de todo processo

até sua efetiva conclusão.

Cabe salientar que independentemente do tamanho da empresa fabricante,

pequena, grande ou médio porte, estar atuando no exterior, terá como diferencial o

quesito qualidade de seus produtos, perante demais concorrentes no mercado

69

interno, uma vez que para realizar o processo de exportação, o fabricante deve

produzir produtos com boa qualidade, em virtude da competitividade na concorrência

internacional.

No Brasil, a exportação possui canais de distribuição, ou seja, meios de

processos e negociações em que as empresas seguem. Tais canais são a

exportação direta ou indireta. Sendo a exportação direta aquela efetuada pelo

próprio fabricante ao importador no exterior. Nesta forma, parte-se do princípio que o

exportador, possui o conhecimento do mercado em que esteja negociando, ou que

deseja vir a negociar, assim como o seguimento do processo.

Cabe destacar, que a atuação de um representante ou agente, localizado ou

não no Brasil, ainda é considerada exportação direta, em razão que a empresa

fabricante continua a identificar via documentação a saída de seus produtos

diretamente ao comprador.

No caso da exportação ser de forma indireta, esta tem seu funcionamento

pela intermediação de empresas localizadas no Brasil, e que possuem o fim

específico de exportar, adquirindo os produtos das empresas fabricantes para

comercializá-los. Portanto, por este meio, a empresa apenas fabrica seu produto, e

não possui a preocupação em encontrar mercado que compre sua mercadoria,

assim como o transporte, e o seguimento do processo, ficando isto a cargo do

intermediador. Estas empresas são conhecidas como Trading Company, Empresa

Comercial Exportadora, Consórcio de produtos ou exportadores, Cooperativas, e

Indústrias desempenhando atividades comerciais exportadoras.

Com a finalidade de atender as necessidades, tanto para pessoas jurídicas,

empresas, como pessoas físicas, valendo-se principalmente para pequenas e

médias empresas, e pequenas operações, os Correios oportunizaram por meio da

exportação fácil, a possibilidade de exportar de maneira mais simplificada. Esta pode

ser tanto para empresas que realizam exportação direta, como para aqueles que

realizam exportação sob forma indireta.

Na exportação, vários são os fatores que influenciam a comercialização dos

produtos, independente da forma que foi realizada, direta ou indireta. O produto

pode ser negociado com qualquer nacionalidade, ou cultura do mundo, bastando

somente que o comprador esteja disposto em adquirir tal mercadoria, que venha a

sanar uma determinada necessidade. Outro fator determinante para sua

comercialização do produto é seu preço, o qual deve ser levado em consideração

70

sua competitividade quanto a sua concorrência. Ainda, há outros fatores além

destes, como despesas, tecnologias, e a soma de todos os fatores torna cada

negociação singular.

3.2 ETAPAS DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO

Tanto as empresas fabricantes usuárias da exportação direta, como o

intermediador usuário na exportação indireta, possuem etapas semelhantes, e

também etapas diversas no processo de exportação. Destaca- se que independente

do exportador, este deve habilitar-se junto aos órgãos competentes e responsáveis

pelo controle e supervisão de toda a procedência das operações de exportação.

3.2.1 Exportação Direta

Inicialmente, é de suma importância a empresa definir o produto que visa

comercializar de acordo com mercado que demanda desta necessidade, e pela qual

a empresa pretende atingir seus objetivos, e gerar resultados. Ou seja, o produto

deve estar em consonância com a demanda de necessidade de determinado

mercado consumidor e tendência em alta deste mercado.

Diante deste contexto, a prática do planejamento vem a contribuir de forma

intensa nesta definição, dado que por meio desta, a empresa avaliará a qualidade de

seu produto ofertado, assim como sua avaliação quanto à competitividade em

relação a seus concorrentes, benefícios, e havendo a necessidade de qualquer

melhoria, avaliar a busca por seu enquadramento, e proporcionar as devidas

alterações.

Com intuito de promover seus produtos, assim como alicerçar e fortalecer o

nome da empresa, a participação em eventos divulgadores, como feiras

internacionais, e exposições é uma tarefa interessante a ser realizada pela empresa

exportadora. É possível através destes eventos, quando definido e alinhado aos

objetivos, conquistarem o mercado, seja esta por novos negócios, ou somente por

divulgar.

Após a definição e avaliação sobre a mercadoria, é relevante que a empresa

conheça o máximo sobre a cultura, costumes, e extraia o possível de informações

sobre o destino de envio de suas mercadorias, assim como informações referentes

71

ao importador, com o qual, a empresa manterá contato durante toda a negociação,

até efetiva finalização do processo de exportação.

Também, o exportador deverá buscar a fundamentação sobre os acordos

comerciais existentes com o país em que está efetivando a comercialização, uma

vez que podem haver particularidades, que influenciem diretamente o processo

normalmente praticado.

O exportador também deverá proceder com a classificação das mercadorias

comercializadas, de acordo com a fundamentação do sistema harmonizado de

designação e codificação de mercadorias, que devido a sua padronização universal,

tornou-se uma ferramenta facilitadora, auxiliando e evitando equívocos quanto a

NCM.

Em cada negociação, o exportador deve definir a condição de venda que será

praticada. Neste contexto, a padronização dos Incoterms facilita a compreensão de

ambas às partes quanto a suas responsabilidades, uma vez que é conhecida

mundialmente, pois esta regra os limites de responsabilidade de cada parte quanto

ao local de entrega da mercadoria, pagamento do frete, aquisição de seguro,

transporte, desembaraços aduaneiros, entre outros. Entretanto, sua prática é

facultativa.

Para a formação dos preços da mercadoria a ser comercializada, o

exportador deve considerar alguns aspectos importantes no momento em que está

realizando sua elaboração, que podem vir a influenciar o preço. Tais aspectos são

relacionados às despesas em que o exportador terá quanto a fretes, seguros,

despachantes, entre outros.

Ainda, quanto a sua formulação, o conhecimento das desonerações fiscais,

também conhecido como incentivos fiscais e financeiros é significativo, devido que

seu conhecimento pode vir a lhe trazer benefícios, aumentando sua competitividade

no mercado externo. Assim como deve se considerar as novas tecnologias

disponíveis no mercado em geral.

A finalização do processo de exportação, somente ocorre no momento em

que se sucede a entrega da mercadoria e seu efetivo pagamento e liquidação.

Sendo importante, já na negociação, o exportador definir a condição de pagamento,

baseado no conhecimento da empresa.

O pagamento pode acontecer na forma de pagamento antecipado, onde o

importador antes mesmo do início da fabricação de sua aquisição, já realiza o

72

pagamento integral ou parcial da negociação, passando maior tranquilidade e

segurança ao exportador. O pagamento também pode realizar-se por meio da

cobrança, podendo esta ser a vista ou a prazo.

Sendo a vista, após embarque da mercadoria, o exportador encaminha os

documentos da negociação ao banco, para que este possa providenciar a cobrança

junto ao destinatário, mas pode também enviar diretamente ao importador para este

realizar o pagamento. Somente após o pagamento, o banco concede os documentos

para liberar a mercadoria.

No pagamento a prazo, primeiramente o importador deve confirmar a

operação por meio de uma remessa de pedido, constatando esta condição.

Alicerçado com esta remessa, o exportador providencia junto ao banco os

documentos, e este aguarda o aceite do importador, onde após seu aceite, libera a

documentação para o desembaraço da mercadoria. Destaca-se que se considera a

contagem de seu pagamento a partir da data que o importador realiza o aceite da

mercadoria, seu desembarque ou emissão da letra de câmbio.

Também é utilizado no pagamento com garantia de Carta de Crédito,

documento onde constam informações sobre os valores, prazos, desembarque, e

demais informações acordadas na negociação. Tal pagamento envolve a figura do

banco emissor e banco avisador.

3.2.1 Exportação Indireta

Assim como na exportação direta, é relevante que a empresa interessada na

comercialização de suas mercadorias no mercado exterior, possua no mínimo uma

noção dos procedimentos que devem ser seguidos no processo de exportação.

Cabe salientar, que nesta forma de exportação, existe a figura do intermediador, o

qual deve ser localizado no Brasil, ou seja, no mercado interno, e possuir como seu

objeto social a exportação. Este adquire as mercadorias no mercado interno, para

exportá-las, simplificando a operação para a empresa fabricante, equiparada a

exportação direta.

A empresa fabricante pode optar em ingressar no mercado exterior, por meio

de um interveniente, o qual possui conhecimentos amplos sobre este mercado, e

seus processos, em virtude de ser uma empresa especializada neste objeto social.

No Brasil, destaca-se a empresa comercial exportadora, que adquire suas

73

mercadorias e fica responsável por todo o andamento do processo de exportação.

Neste caso, a empresa não necessita se preocupar em encontrar um comprador

para seus produtos.

Este andamento abrange desde encontrar o comprador interessado em

adquirir tal mercadoria, como realizar a formulação de preço, onde devem considerar

custos com a aquisição no mercado interno, além dos custos decorrentes em todo o

processo, e seu lucro nesta negociação. Ainda, a documentação, entrega da

mercadoria, até efetiva finalização da negociação.

Para esta prática, o primeiro passo da empresa fabricante, trata-se de buscar

contato e informações tanto quanto sobre a empresa que irá intermediar a venda de

suas mercadorias, e vivacidade desta no mercado exterior, como existência de

consumidores que adquiriam seu produto, ou seja, análise de clientes alvos. Após

todas as definições, a empresa intermediadora poderá ou não aceitar negociar com

a empresa fabricante. A partir do seu aceite, está irá iniciar o processo de

exportação, começando pela busca dos compradores.

Normalmente, o agente quando atuante nesta modalidade de exportação

conta com um determinado nível de experiência. Já possui conhecimento em

relação aos concorrentes em potencial, quanto aos acordos comerciais existentes

entre os países, e particularidades dos países em que atua habitualmente, e

principalmente sobre as tendências do mercado, em virtude de estar sempre

acompanhando sua evolução.

O conhecimento dos procedimentos a serem seguidos, por parte do

intermediador torna o processo mais simplificado, e visto com bons olhos pelas

empresas. Entretanto, realizar um planejamento, trará maior organização e

consequentemente, melhores resultados.

Como a mercadoria é adquirida no mercado interno pelo intermediador, toda

negociação se procederá entre o intermediador e o importador, ou seja, a empresa

fabricante não considera em seu preço de venda, custos como fretes, encargos,

despaches e demais custos relativos à exportação. Isto compete ao intermediador à

responsabilidade deste, alocar tais custos na sua formação de preço, assim como a

adição de seu lucro.

Portanto, na exportação indireta, como o processo é executado por um

intermediador e este assume a negociação com o mercado externo, a empresa

74

exportadora realiza os mesmos procedimentos de uma exportação direta quando

efetuada pela empresa fabricante.

Quanto a esses procedimentos, enfatiza se a consulta de mercado alvo,

acordos comerciais existentes no país em negociação, formulação de preço

conforme suas características, questões relacionadas à entrega da mercadoria, e

condições de pagamento.

3.2.2 Exportação Via Correios

Opção criada para exportar de forma descomplicada. Via correios, é possível

assim como para pequenas empresas exportar seus produtos, a possibilidade de

pessoas físicas, como artesões realizarem negociações com o mercado exterior.

Entretanto o primeiro passo, que deve se considerar nesta opção é seu

enquadramento, onde se faz necessário observar a limitação no valor, sendo esta

USD 50.000,00 por remessa.

Além do limite no valor das remessas, os correios também possuem uma

limitação máxima quanto ao peso das mercadorias, de até 30 Kg. Porém, esta

limitação varia de acordo com as modalidades de remessa, que possuem

particularidades em relação à entrega, quanto a sua priorização e garantia de

entrega. A escolha da modalidade será de acordo com o enquadramento dos

interesses de ambas as partes.

A operação quando realizada pelos correios, dispensa o exportador de estar

habilitado junto ao Siscomex, ficando a cargo dos correios toda a procedência com o

envio das mercadorias. Entretanto, independente da pessoa que irá utilizar-se deste

serviço, física ou jurídica, se faz necessário para o envio das mercadorias, a

anexação da Nota Fiscal e Fatura Comercial, além do preenchimento do formulário

de postagem próprio dos correios, denominado AWB, conforme anexo “E”. Também

pode ser solicitado em alguns países o Certificado de Origem da mercadoria, e até

mesmo sua licença de exportação, entretanto, dependerá do país em questão.

Portanto, a negociação segue seu fluxo normal, tanto na forma direta como

indireta, onde a exportadora busca pelo importador interessado na aquisição de sua

mercadoria, e mantém contato com este, assim como trata dos assuntos

relacionados à entrega da mercadoria, seus prazos e pagamentos. Em relação aos

pagamentos, cabe ressaltar, que este é diferenciado, sendo aceito para pessoa

75

física somente pagamentos a vista, e para pessoa jurídica, a vista ou na forma

faturada.

Assim como as etapas para exportação via correios, as exportações na

modalidade direta e indireta, de indústrias ou comercias exportadoras possuem

etapas semelhantes, entretanto cabe ao exportador estar atento as particularidades,

e seguir as etapas de acordo com sua modalidade de exportação.

3.3 TRIBUTAÇÃO

Os impostos no Brasil são divididos em 3 grandes esferas (PAULSEN; MELO,

2015). Entretanto, nem todos se aplicam no processo de exportação, e mesmo

aplicados, possuem suas particularidades. No Brasil os impostos não incidentes no

processo de exportação que se destacam são o ICMS e o IPI, juntamente com o

PIS, e Cofins. Ainda cita-se o IE, o qual pode incidir, dependendo da classificação

fiscal (NCM), e do destino.

Segundo dados levantados no referencial teórico, a maioria dos autores

destaca que as desonerações são disponibilizadas para que o exportador consiga

oferecer um produto com valor mais atrativo no mercado, podendo assim competir

com demais concorrentes no mercado internacional. Conforme o manual do

Ministério das Relações Exteriores, “Em geral, os governos evitam onerar com

encargos tributários os produtos exportados, para manter sua competitividade nos

mercados externos.” (BRASIL, 2011, p.165).

Termos como incentivos, não incidência, imunidade, e isenção, são bastante

comuns entre exportadores e empresas que atuam nesta área do mercado exterior,

e ter o conhecimento sobre estes e seus processos na exportação, pode ser de

grande relevância em uma comercialização. A não incidência significa de forma

simples, que não há fato gerador que gere o imposto. A imunidade conforme

estudado é um valor de determinado tributo que pode ser retirado temporariamente

ou definitivo do produto. Já a isenção, se trata da dispensa do pagamento do tributo

correspondente ao produto em questão.

O Imposto de Exportação, que tem como fato gerador a saída de mercadoria

para o exterior, segundo os autores estudados, este imposto é incidente em

produtos singulares, onde geralmente incide com a intenção de estimular as vendas

de determinado produto no mercado interno. Salvo exceções em que a alíquota

76

incidente pode chegar a 150% sobre o preço normal de venda da mercadoria,

segundo dados do sítio da Receita Federal do Brasil (RFB, 2015).

A exportação quando realizada na forma direta, está imune ao pagamento do

IPI, sendo desta forma isenta do pagamento do IPI para produtos industrializados.

Quando realizada na forma indireta, o pagamento do IPI sofre suspensão, porém

para que isso aconteça, a exportação deve ser realizada por meio de uma empresa

comercial exportadora, que tem seu propósito específico de exportação, onde cabe

ressaltar que a mercadoria deve sair direto da indústria para o embarque.

Desta forma, a suspensão da exportação indireta se nivelará a exportação

direta, de mesma forma se esta mercadoria tenha sido negociada do produtor ao

intermediador no mercado interno, pois a mercadoria permanece com suas

características.

Referente ao ICMS, este não incide sobre seus produtos e serviços

destinados ao exterior, tanto na exportação direta, quanto na exportação indireta,

desde que esta tenha como finalidade a exportação. Além desta não incidência, para

o ICMS há garantia na manutenção dos créditos fiscais. Estes créditos vêm a ser o

crédito gerado sobre os valores de tributação pagos pelas matérias primas, estas

adquiridas no mercado interno, que serão empregados nos produtos destinados a

exportação.

No caso da exportação indireta, o que diferencia o ICMS do IPI, é que no

ICMS não há a obrigatoriedade da mercadoria ter sua saída da indústria diretamente

para seu embarque, contudo, ambos devem estar em consonância, para que não se

perca o direito da suspensão.

É importante evidenciar que para aquelas empresas optantes pelo Simples

Nacional, não há imunidade de pagamentos para os impostos IPI, ICMS, Pis e

Cofins. As enquadradas nesta opção são tributadas de acordo, e como realizando

tais vendas no mercado interno (CASTRO, 2013). No que se refere às alíquotas

praticadas, para os entes federais e estaduais, podem variar de acordo com o

produto no caso do IPI, e de federação no caso do ICMS.

O Cofins, contribuição que incide sobre o faturamento bruto de empresas do

mercado interno, é isento na exportação, tanto na exportação direta, como na

indireta para produtos manufaturados, semielaborados, e primários. O PIS incide

sobre a receita bruta do mercado interno, entretanto, na exportação há isenção no

77

pagamento para produtos manufaturados, na venda das empresas fabricantes para

trading companies.

Na exportação indireta, tanto para Cofins e PIS, quando empresa comercial

exportadora para não descaracterizar a isenção, a mercadoria comercializada deve

sair da indústria e ir diretamente para o local de embarque da exportação, por ordem

da comercial exportadora, ou por trading company.

Para uma mercadoria adquirida no mercado interno, seja esta por comercial

exportadora ou por trading company, desde que tenha a finalidade de exportação,

cabe ressaltar que o IPI, ICMS, PIS e Cofins, no caso de não se concretizar a venda

em um período de 180 dias, desde a data de emissão da nota fiscal, ficará a

empresa sujeita ao recolhimento, da isenção no momento da aquisição da

mercadoria, juntamente com o acréscimo de juros e multas (CASTRO, 2013).

Garcia exemplifica por meio de um cálculo a formação de preço na

exportação, demonstrando desta forma, a comparação quanto ao valor da

mercadoria no mercado interno, e a mesma mercadoria, com valores a serem

comercializados no mercado externo. Cabe ressaltar em relação à mercadoria da

llustração 7, que todas as adições e subtrações decorrentes de créditos e débitos

tributários oriundos de sua previsão legal resultam no valor da mercadoria de R$

4.600,00.

Preço de Mercado Interno - inclusive IPI de 15% R$ 4.600,00

ICMS (Incluso no preço) 18%

COFINS 7,60%

PIS 1,65%

Lucro Sobre Vendas 10%

Embalagem de Mercado Interno R$ 30,00

Embalagem de Exportação R$ 45,00

Despesas com Movimentação do produto até o efetivo embarque para o exterior R$ 80,00

Lucro desejado na exportação, percentual calculado sobre o preço FOB 10%

Preço Mercado Interno R$ 4.600,00

Ilustração 7: Mercadoria com preço de mercado interno. Fonte: Garcia (2015, p. 156).

Para a formação de preço desta mercadoria, conforme Ilustração 8, Garcia

utilizou-se a condição de venda FOB, assim como considerou despesas como a

embalagem de exportação, despesas com movimentação do produto até o efetivo

78

embarque da mercadoria, assim como as particularidades apresentadas no preço da

mercadoria interna:

Preço de Mercado Interno R$ 4.600,00

(-) Dedução do IPI de 15%, calculado sobre o valor de R$ 4.000,00 R$ 600,00

(-) Dedução do ICMS de 18%, calculado sobre a mesma base de cálculo de R$ 4.000,00 R$ 720,00

(-) Dedução da COFINS de 7,6% sobre R$ 4.000,00 R$ 304,00

(-) Dedução da PIS de 1,65% sobre R$ 4.000,00 R$ 66,00

(-) Dedução de lucro de mercado interno de 10% sobre o preço de R$ 4.000,00 R$ 400

(-) Dedução da embalagem de Mercado Interno R$ 30,00

Subtotal R$ 2.480,00

(+) Adição da embalagem de Exportação R$ 45,00

(+) Adição das despesas com Movimentação do produto até o efetivo embarque para o exterior

R$ 80,00

Subtotal R$ 2.605,00

Adição do lucro desejado na exportação, percentual calculado sobre o preço FOB R$ 289,44

Receita Esperada (para fazer frente a custos, despesas e lucro) R$ 2.894,44

Ilustração 8: Mercadoria com preço para exportação Fonte: Garcia (2015, p. 158).

Com base nos resultados dos cálculos apurados, para os quais se considerou

todos os impostos, taxas e despesas, o preço de venda da mercadoria no mercado

interno, chegou-se ao valor de R$ 4.600,00. Já no mercado externo, em virtude das

desonerações, a mesma mercadoria é vendida ao valor de R$ 2.894.44, conforme

Ilustração 8.

A tributação na atividade exportadora possui suas particularidades,

entretanto, verifica se que tais desonerações tributárias praticadas para os produtos

destinados ao mercado externo, se fazem necessárias para que estas mercadorias

obtenham preços atrativos permitindo competir perante seus concorrentes no

mercado externo.

3.4 MANUAL

O fluxograma apresentado na Ilustração 9, nos permite visualizar os

processos que devem ser realizados em uma exportação em âmbito geral. O passo

inicial para ingressar no mercado externo, é realização de um planejamento,

79

principalmente quando indústria o fabricante, visando o mercado que deseja atingir,

e com qual produto pretende atingi-lo.

Ilustração 9: Roteiro Processo de Exportação.

Fonte: Adaptada Castro (2013, p. 63).

A partir do roteiro da Ilustração 9, verifica-se as etapas necessárias a serem

seguidas no processo de exportação, iniciando desta maneira pelo:

a) Credenciamento: Posteriormente a definição de todos os aspectos de

inserção no mercado, o exportador, neste caso deve providenciar seu

credenciamento junto aos órgãos reguladores da atividade exportadora.

Este credenciamento é dividido em modalidades para pessoas jurídicas:

modalidade ordinária a qual é destinada para aqueles que atuam

constantemente com a exportação, ou na modalidade simplificada, a qual é

a mais adequada e utilizada pelas PMEs de acordo com o Serviço

Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas - Sebrae.

b) Classificação das Mercadorias: todo produto a ser comercializado deve ser

receber uma classificação fiscal, a qual é informada nos documentos de

Credenciamento

Classificação das Mercadorias

Formação de Preço

Negociação da Venda

Definição do Frete

Preparação da Mercadoria

Elaboração da Fatura Comercial

Packing Lista ou Romaneio

Certificado de Origem

RE ou RES

Emissão da Nota Fiscal

Declaração de Despacho

Embarque da Mercadoria

80

comercialização do produto. De acordo com Vasquez, a classificação

dispõe a mercadoria sobre a incidência de impostos, incentivos existentes,

assim com todos os efeitos relativos ao comércio exterior (VASQUEZ,

2007).

c) Formação de Preço: Para se iniciar a negociação, o seguinte passo é a

formação de preço, que para tal deve se considerar os todos os custos de

matérias primas utilizadas nas mercadorias quando esta se tratar de

exportador fabricante, assim como despesas com fretes, tributos, margem

de lucro, e demais.

d) Negociação da venda da mercadoria: Nesta etapa, o exportador negociará

sua mercadoria juntamente com o importador em todos seus aspectos.

e) Frete: A definição da entrega da mercadoria também deve ser combinada

entre as partes, como esta será realizada.

f) Fatura Comercial: Segundo Castro, este documento é considerado um dos

mais importantes no processo de exportação, uma vez que neste

documento o exportador informa as condições de sua negociação com o

importador, como valores acordados, quantidades, pesos, e demais

informações competentes (CASTRO, 2013).

g) Preparação da Mercadoria: Após definições da negociação, o exportador

deve preparar a mercadoria a ser enviado ao importador. Verificando a

necessidade de produção de mercadoria, ou adequações para o envio. Tal

procedimento irá gerar consequentemente o Packing List, anexo “D”.

h) Packing List ou Romaneio: documento onde deve se constar as

informações relativas ao volume da mercadoria, quanto quantidades,

pesos, e demais informações quanto ao local de embarque e

desembarque, dados do importador e exportador (BRASIL, 2011).

i) Certificado de Origem: documento que comprova a origem da mercadoria,

conforme anexo “A”.

j) RE ou RES: Juntamente com os demais documentos, se faz necessário a

emissão do RE, anexo “B”, ou RES antes do embarque da mercadoria,

sendo este emitido via Siscomex.

k) Nota Fiscal: Sua realização é com base na Fatura Comercial, anexo “C”, as

quais constam todas as informações de negociações realizadas com o

importador, como valores, quantidades, pesos, e demais informações.

81

l) Declarações: Após sua emissão, a NF é encaminhada do exportador para

o despachante, o qual emitirá a DDE ou DSE.

m) Embarque da Mercadoria: Com o aceite da RFB, a mercadoria segue para

seu embarque para o destino final.

Após o despacho da mercadoria para o embarque no local designado,

iniciam-se os procedimentos relativos à cobrança da mercadoria comercializada. Por

meio do fluxograma da Ilustração 10, verifica se tais procedimentos realizados para

a efetiva concretização do processo de exportação:

Ilustração 10: Cobrança do Processo de Exportação.

Fonte: Castro (2013, p. 63).

Desta forma, os procedimentos quanto a cobrança, são realizados após o

despacho e embarque da mercadoria, o qual se procederá de acordo com a

negociação pactuada entre as partes, ou seja, o exportador juntamente com o

importador.

3.4.1 Correios

A exportação por intermédio dos correios tem como finalidade a simplificação

deste processo, principalmente para pequenas e médias empresas, assim como

Embarque da Mercadoria

Preparação Documentos de Exportação

Envio Documentos diretamente para

Importador

Documentos da exportação enviados ao

Banco do Brasil

Contratação do Câmbio

Havendo ACE, banco libera o adiantamento

ao exportador

Banco envia Documentos para o Banco do Exterior

Banco apresenta os documentos ao

Importador

Importador paga ao Banco no Exterior

Banco do Exterior envia pagamento para o Banco

do Brasil

82

para pessoas físicas, onde temos como exemplo os artesões, agricultores que

possuem cadastro junto a órgãos profissionais (CORREIOS, 2016).

A exportação sendo realizada desta forma, não requer que o exportador, no

caso de pessoa jurídica tenha habilitação junto ao Siscomex, pois os Correios

realizaram o envio de sua mercadoria. Entretanto, Araujo traz que há um limite de

remessa a ser respeitado, este no valor de US$ 50.000,00, assim como limitação

quanto ao peso da mercadoria, sendo esta informada pelo sítio dos Correios de 30

kg.

Com base na Ilustração 11, é possível acompanhar os procedimentos de

exportação via Correios:

Ilustração 11: Roteiro Processo de Exportação via Correios.

Fonte: Produção do Pesquisador.

a) Classificação das Mercadorias: Da mesma forma, o exportador seja ela

pessoa jurídica ou física, deve classificar suas mercadorias de acordo com

a NCM, onde tais informações irão constar na NF.

Classifição das MercadoriasPessoa Jurídica

Pessoa Física

Formação de Preço

Negociação

FaturaComercial

Nota Fiscal

Enquadramento Modalidade de Envio

Formulário AWB

Envio Mercadoria

83

b) Formação de Preço: Para se iniciar a negociação, o seguinte passo é a

formação de preço, que para tal deve se considerar os todos os custos de

matérias primas utilizadas nas mercadorias quando esta se tratar de

exportador fabricante, assim como despesas com fretes, tributos, margem

de lucro, e demais.

c) Negociação da venda da mercadoria: de igual forma, exportador irá

negociar sua mercadoria com o mercado externo, tratando diretamente

com o importador.

d) Fatura Comercial: Segundo Castro, este documento é considerado um dos

mais importantes no processo de exportação, uma vez que neste

documento o exportador informa as condições de sua negociação com o

importado, como valores acordados, quantidades, pesos, e demais

informações competentes (CASTRO, 2013).

e) Nota Fiscal: Sua realização é com base na Fatura Comercial, as quais

constam todas as informações de negociações realizadas com o

importador, como valores, quantidades, pesos, e demais informações.

f) Enquadramento de Modalidade: Neste caso, o exportador deve enquadrar

o envio de sua mercadoria em uma das modalidades de envio dos correios.

Sedex Mundi, SEM – Mercadoria Expressa, Leve Internacional e

Mercadoria Econômica.

g) AWB: Para o envio da mercadoria, se faz necessário o preenchimento do

formulário AWB, anexo “E”, o qual segundo o sítio dos Correios, contam

informações quanto ao remetente, destinatário, e demais informações

quanto à mercadoria, e este serve como guia instrutivo para emissão do

DSE, documento utilizado para o despacho da mercadoria pela alfândega

(CORREIOS, 2016).

h) Embarque da Mercadoria: envio da mercadoria fica a cargo dos próprios

correios.

3.4.2 Diferenciações na Exportação Direta e Indireta

Na exportação as etapas e processos para se realizar a exportação são

semelhantes ou até mesmo iguais, entretanto existem diferenciações, como a

84

formação de preço na exportação se realizada na forma direta, e quando realizada

na forma indireta.

No caso da formação de preço para uma exportação direta de uma indústria

ou empresa fabricante, esta inicia se a partir da definição do produto a ser

comercializado, onde para a formação do preço de venda de suas mercadorias deve

se considerar todos seus custos de fabricação, como suas matérias primas, assim

como considerar demais custos decorrentes de frete, impostos e demais.

Já na exportação indireta, como normalmente este processo se dá por meio

de um interveniente, empresa comercial exportadora ou trading company, ou seja,

empresas que atuam constantemente, esta em virtude de comercializar vários

produtos, devem formar seu preço de acordo com cada situação, onde deve se

considerar os custos de sua aquisição, do país que a mercadoria será exportada,

despesas decorrentes de fretes, despachos, impostos, assim como sua margem de

lucro.

Cabe ressaltar que a exportação quando realizada por intermédio dos

Correios, também possui diferenciações, onde pode se citar o enquadramento de

suas modalidades de envio, as quais são relacionadas ao peso e valores das

remessas.

Sendo assim, deve se seguir o processo de exportação de acordo com a

exportação que esta sendo realizada, garantindo desta forma que o processo de

exportação seja realizado corretamente, evitando quaisquer transtornos na

negociação em geral.

85

4 RECOMENDAÇÕES

Com fundamento no referencial teórico, assim como no diagnóstico e análise,

percebe-se que o Brasil encontra-se em constante crescimento e desenvolvimento,

onde ainda há espaço para que as empresas explorem o mercado, assim como para

que novas empresas surjam e desenvolvam se na área de comércio exterior.

No Brasil, conforme dados levantados no referencial teórico por meio do sítio

Portal Brasil, a atividade exportadora possui uma grande proporção concentrada em

empresas de pequeno e médio porte. Mas além destas, há muitas outras empresas

de pequeno e médio porte que possuem potencial para ingressar no mercado

externo, mas em virtude de não receber incentivos, assim como desconhecer os

procedimentos do processo de exportação, evitam buscar maiores informações

sobre o mercado exterior.

Todavia, o ingresso neste mercado, requer que a empresa esteja ciente dos

obstáculos e possíveis dificuldades que poderá se deparar no caminho. Entretanto,

mesmo com todas as possíveis dificuldades e obstáculos a serem enfrentados, é

interessante que a empresa busque conhecer mais deste mercado, e analisar os

prós e contras da inserção e comercialização de seus produtos.

Neste contexto, cabe ressaltar que independente do porte da empresa,

pequena, média ou de grande porte, nada a impede de buscar empresas que

prestam consultorias, as quais proporcionaram principalmente as PMEs, segurança,

planejamento e um direcionamento para que estas consigam atingir seus objetivos

quanto ao mercado exterior, assim como desenvolver este mercado. Ainda em

tempo, tais empresas também podem buscar comercializar seus produtos por

intermédio de uma empresa especializada e atuante na exportação.

Assim como no mercado interno, existe a competitividade entre os

concorrentes, seja esta por melhor preço, ou produto com maior qualidade. Esta

competitividade no mercado externo é amplificada, visto que exportadores do mundo

todo podem comercializar suas mercadorias.

Desta forma, a competitividade, assim como os obstáculos e dificuldades, faz

com que a empresa ao ingressar neste mercado, produza produtos com qualidade

suficiente e preços correspondentes, para competir. Diante disto, a consultoria vem

a encontro, uma vez que esta direcionará por meio de um planejamento cuidadoso,

para o aprimoramento do produto, e a correta formação de preço da mercadoria,

86

considerando todos os custos e despesas alocadas no produto, tornando adequada

para competir com os demais.

A fim de contribuir e incentivar a atividade exportadora, o Governo Brasileiro

proporciona a desoneração dos tributos incidentes sobre as mercadorias no

mercado interno, para mercadorias destinadas a exportação, salvo exceções.

Quanto ao Drawback, incentivo abordado neste estudo, tem como objetivo,

diminuir os tributos incidentes sobre as matérias primas adquiridas na importação,

podendo também ser adquiridas no mercado interno, para serem utilizadas na

fabricação na mercadoria que será exportada.

Trata-se de um incentivo alinhado a importação, mas que possui impacto na

exportação. Contudo, pratica-se este incentivo em maior proporção na exportação

direta, em razão de que a produção/fabricação é em maior escala, não se

enquadrando para as pequenas e médias empresas. Muito dificilmente as PMEs se

utilizaram desta desoneração, pois trabalham com proporções de produtos em

menor escala. Já uma empresa de grande porte, se utiliza desta desoneração, uma

vez que produz seus produtos em escala maior, e adquire as mercadorias para sua

fabricação por menor custo.

Tem como primeira recomendação, buscar conhecer de uma forma geral,

com profissionais, ou por meio de pesquisa, quais são os procedimentos

necessários e alternativas disponíveis para se realizar a exportação, em virtude de

familiarizar se com o comércio exterior.

Como segunda recomendação, considerando se todo o levantamento no

referencial teórico, baseado em estudos bibliográficos de autores atuantes da área

de comércio exterior, a realização de um planejamento da empresa, pelo qual

poderá analisar a avaliar o mercado em que visa ingressar e comercializar suas

mercadorias. Tal planejamento visa verificar as projeções de mercado, os riscos, e

possibilidades, assim como os investimentos necessários a serem aplicados,

proporcionando maior segurança na decisão da empresa.

Para a concretização desta recomendação, ou seja, realizar este

planejamento se propõe buscar uma empresa de consultoria, a qual realizará o

planejamento adequado, considerando desde os aspectos da empresa no mercado

interno, até os riscos e possibilidades de seu ingresso no mercado externo. Além

disso, direcionar a empresa quanto ao processo de exportação.

87

Este planejamento consiste na verificação do nível em que a empresa se

encontra no mercado interno, em projetar o impacto e aceitação do consumidor

quanto ao produto a ser comercializado no mercado externo, analisar o mercado que

mais se adepta ao produto, ou seja, realizar uma pesquisa de mercado. Ainda

analisar os investimentos necessários para se atingir os resultados que a empresa

visa alcançar, qual a melhor forma de competir perante a concorrência,

melhoramento do produto, como ampliar a divulgação de seu produto quando de

uma empresa fabricante, e demais verificações consideradas relevantes para se

atingir os objetivos.

Para uma empresa atuante no mercado interno, possuidora de uma boa

estrutura, com experiência dos processos realizados, conhecedora de suas

limitações, assim como de seus potencias, ainda é possível que seja necessário

adequar se quanto ao novo mercado que visa comercializar seus produtos. Visto

que o cliente do mercado interno é diferente do cliente do mercado externo, ou seja,

possuem necessidades diferentes.

Por esta razão o planejamento é de grande relevância. Conforme o referencial

teórico, o ingresso de uma empresa no comércio externo faz que esta melhore seus

produtos, quanto à qualidade, para esta competir no mercado externo, entretanto,

cabe ressaltar que este melhoramento também é refletido no mercado interno como

benefício.

Desta maneira, quando verificado o potencial da empresa em ingressar na

atividade exportadora, a consultoria auxiliará a empresa no melhoramento de seu

produto, se este for necessário, para que esta possua competitividade relacionada à

qualidade de seus produtos fabricados, perante aos demais concorrentes. Além

disto, a consultoria auxiliará na formação de preço, considerando a avaliação dos

riscos que podem vir acontecer, para desta maneira lhe resguardar de possíveis

perdas, ou surpresas.

A consultoria é recomendada para todas as empresas, onde abrange se todos

os portes, desde empresas já atuantes ou interessadas em adentrar-se no mercado

exterior, que buscam seu desenvolvimento, e melhoramento na atividade

exportadora.

Após a realização de todas as análises do planejamento, juntamente com a

consultoria, e verificado que a empresa tenha condições de comportar sua atuação

no mercado exterior, tem se como segunda recomendação, o aprimoramento de sua

88

produção, focando para que o produto a ser fabricado tenha qualidade necessária

para ser comercializado.

Visto que muitas empresas não possuem experiência na atividade

exportadora, entretanto possuem potencial para atuar neste mercado, sugere se a

estas empresas interessadas, que busquem empresas que estão ligadas a

exportação, que atuam constantemente com neste mercado, ou seja, empresas

comerciais exportadoras.

Como se tratam de empresas em que seu objeto é a atividade exportadora,

estas possuem o conhecimento dos procedimentos necessários para se exportar,

assim como experiência no mercado. Estas atuam adquirindo mercadorias no

mercado interno, e realizando sua comercialização para o mercado externo.

Desta forma, tem como terceira recomendação a comercialização por meio

deste intermediário, o qual torna se responsável pela comercialização com o

mercado exterior, a partir da negociação com a empresa fabricante. A empresa

tornando se responsável, inicia o procedimento na busca pelo mercado consumidor,

realiza os contatos necessários com o importador, negociando quanto à mercadoria,

preço, e entrega desta ao importador.

Esta prática é recomendada, levando em consideração que a empresa do

mercado interno não possui conhecimento, ficando esta dispensada de buscar

mercado para sua mercadoria, contatar com o importador, e realizar os demais

procedimentos da exportação, pois além da empresa comercial exportadora possuir

experiência nestas negociações, conhecer particularidades quanto a desonerações

tributárias, e demais informações pertinentes a esta atividade, esta torna se a

responsável por todos os procedimentos.

Por quarto e último, recomenda se para aquelas empresas que possuem

produtos com pouco volume, principalmente pequenas e médias empresas, que

possuem potencial para atuarem no mercado exterior, a exportação por intermédio

dos correios, a qual foi estudada nesta pesquisa.

Esta possibilidade de exportar foi criada com o intuito de exportar de forma

descomplicada, tornando assim uma alternativa para tais empresas. Entretanto,

cabe ressaltar que neste caso a empresa deve realizar toda a negociação, desde

encontrar o mercado consumidor, até o recebimento da negociação, ficando

somente a cargo dos Correios o envio da mercadoria. Ressalva se que esta

alternativa, possui limitações, tendo o limite de mercadoria no valor de

89

US$50.000,00 por remessa. Ainda, a mercadoria deve enquadrar se em uma das

modalidades correspondentes a medidas disponibilizadas pelos Correios, as quais

possuem medidas especificas em relação ao seu volume e peso. Em virtude disto,

esta possibilidade limita se para algumas empresas.

90

CONCLUSÃO

Para a realização deste estudo buscou se por meio de pesquisa bibliográfica

de autores da área do comércio exterior, assim como autores específicos deste

mercado, que integra a atividade exportadora, o conhecimento sobre os

procedimentos necessários para se realizar a exportação. Desta forma, realizou se a

estruturação do referencial teórico.

Com a busca por sanar as mais variedades necessidades do ser humano,

atualmente o comércio exterior encontra se em crescimento, e desenvolvimento.

Entretanto, ainda alguns fatores como a falta de conhecimento dos procedimentos

necessários para adentra se na atividade exportadora, assim como para exportar

barram este crescimento.

A participação das empresas neste mercado possibilita que estas se

desenvolvam e tragam benefícios e melhorias para o mercado interno, além de

contribuir para o desenvolvimento do país. Estes benefícios estão relacionados

principalmente aos melhoramentos de qualidade de suas mercadorias.

Com base no diagnóstico e análise, verifica se que o governo proporciona por

meio de desonerações fiscais, o incentivo para que as empresas, independente da

modalidade que esta se realizando a exportação, a possibilidade de competir com

demais concorrentes no mercado exterior. Estas desonerações impactam na

formação dos preços das mercadorias, sendo este o fator que se compete com

outros concorrentes.

Porém, assim como se faz necessário possuir um preço competitivo, os

produtos também devem possuir qualidade em níveis de exigência solicitados pelo

mercado exterior. Além disto, a empresa deve possuir potencial, e estrutura para

ingressar e manter se neste mercado.

No que diz respeito ao potencial das empresas, a melhor maneira de verificar

é por meio do planejamento estratégico, o qual é de grande relevância para se

atingir os objetivos. Por seu intermédio, é possível verificar falhas, e até mesmo

adequações necessárias para o melhoramento da empresa.

91

Muitas empresas, sobretudo as pequenas e médias empresas, desconhecem

as desonerações fiscais ofertadas pelo governo, assim como a estruturação dos

procedimentos a serem realizados na exportação. Desta forma, se faz relevante a

busca por profissionais que possam auxiliar seu ingresso, ou até mesmo

comercializar suas mercadorias de forma facilitada.

A concretização dos objetivos das empresas interessadas pode ocorrer por

meio de empresas já atuantes, e intermediárias neste mercado, onde pode se

destacar as empresas comerciais exportadoras, as quais atuam constantemente no

mercado exterior, e realizam este intermédio de comercializações.

Contudo, a empresa pode vir a comercializar seus produtos diretamente com

o mercado externo, ou seja, com o importador. Neste caso, a busca do

conhecimento dos procedimentos, pode ocorrer por meio de empresas prestadoras

de consultoria, as quais prestam o auxílio na efetivação do planejamento inicial da

empresa, assim como nos procedimentos necessários para exportar seus produtos.

Os objetivos, gerais e específicos, propostos para este estudo foram atingidos

de forma satisfatória. No item 3.2 do diagnóstico e análise, foram descritas as etapas

do processo de exportação, o qual corresponde ao 1°objetivo proposto para este

estudo. Por meio deste, tornou-se possível constatar as semelhanças e diferenças

existentes nas etapas do processo quanto exportação direta e indireta.

O 2°objetivo proposto foi alcançado no item 3.3, onde verificou se as

particularidades existentes na tributação para mercadorias destinadas à exportação,

assim como foram analisados os benefícios fiscais pertinentes a comercialização da

mercadoria para o mercado externo, ou seja, a exportação e a comercialização

desta mesma mercadoria no mercado interno.

O 3°objetivo atingiu-se no item 3.4 com a elaboração do manual do processo

de exportação, nas modalidades existentes da atividade exportadora, ou seja, na

forma de exportação direta, indireta e por intermédio dos correios. A concretização

deste manual proporciona principalmente as PME, um direcionador para se realizar

a exportação.

Sendo assim, a questão problema deste estudo foi resolvida, uma vez que o

estudo alcançou por meio da fundamentação do referencial teórico, diagnóstico e

análises, se fazer conhecer dos procedimentos necessários, assim como sua

estruturação, para que uma PME consiga realizar a exportação. Desta maneira, o

estudo conclui se de forma satisfatória.

92

O mercado exterior, com a busca de sanar necessidades, encontrar se em

desenvolvimento, e este possui potencial para expandir se. Considera se desta

forma, de grande relevância que haja mais estudos intensificados desta natureza,

em virtude de disseminar o conhecimento, assim como incentivar o surgimento de

novas empresas e fortalecimento das existentes.

93

REFERENCIAS

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97

ANEXOS

98

ANEXO A - Certificado de Origem

Fonte: SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas, 2016.

Documentos Necessários para a empresa que deseja exportar.

99

ANEXO B – Registro de Exportação

Fonte: SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas, 2016.

Documentos Necessários para a empresa que deseja exportar

100

ANEXO C – Fatura Comercial

COMMERCIAL INVOICE

INVOICE NR.

DATE:

SOLD TO: (Importer)

PLACE OF LOADING

BUYER’S REFERENCE

PAYMENT CONDITIONS NET WEIGHT GROSS WEIGHT

DESTINATION

QUANTIDADE

DESCRIPTION UNIT PRICE. EXTENSION

Fonte: SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas, 2016. Documentos Necessários para a empresa que deseja exportar

101

ANEXO D – Packing List ou Romaneio

PACKING LIST No.

Date:

Buyer (Importer):

In all inquiries please

mention our reference

Buyer's ref: Date:

COMMERCIAL INVOICE TOTAL NET WEIGHT: MATERIAL: TOTAL GROSS WEIGHT: OCEAN FREIGHT: INCOTERMS:

Fonte: SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas, 2016. Documentos Necessários para a empresa que deseja exportar

102

ANEXO E – Formulário AWB – Correios

Fonte: CORREIOS, 2016.