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Anais do XIX Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do IV Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 23 e 24 de setembro de 2014 FUNDAÇÃO DAS CIDADES DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS Leonardo Pereira da Rosa Faculdade de Arquitetura e Urbanismo a PUC- Campinas SP CEATEC [email protected] Profa. Dra. Renata Baesso Pereira História do Pensamento Urbanístico CEATEC [email protected] Resumo: A pesquisa é um estudo de caso que tem por objetivo investigar o processo de formação e a configuração espacial de algumas cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), cuja origem par- te do desmembramento do município sede, bem co- mo de outros municípios da região. As cidades estu- dadas são Paulínia, Cosmópolis, Arthur Nogueira e Engenheiro Coelho, núcleos urbanos cuja origem está relacionada ao binômio café-ferrovia e que se estruturaram na forma de uma rede ligada a Campi- nas a partir do ramal da Cia. Carril Agrícola Funilen- se, fundada no final do século XIX. A pesquisa visa identificar a formação inicial dos núcleos urbanos em questão através da análise dos aspectos fundiários como formação dos patrimônios religiosos e doação de terras para capelas, estruturação dos núcleos coloniais no final o século XIX e começo do século XX e parcelamento dos lotes. A partir das análises de materiais cartográficos e documentos históricos levantados, foi investigada a presença, no tecido ur- bano atual das cidades em questão, de vestígios das formações urbanas originais capazes de fundamen- tar ações de proteção da memória e do patrimônio, bem como subsidiar projetos urbanos contemporâ- neos. Palavras-chave: fundação de cidades, desmem- bramentos, patrimônio religioso e leigo. Área do Conhecimento: Fundamentos da Arquitetu- ra e do Urbanismo, História do urbanismo. 1. Introdução: A Formação das vilas e cidades no Brasil Na presente pesquisa, a análise dos dados sobre a formação do patrimônio religioso e do patrimônio leigo e sua relação com os traçados urbanos origi- nais tem como base conceitual o livro de Murilo Marx, Cidade no Brasil terra de quem? De acordo com este autor, no período do Brasil colô- nia, a ocupação do solo, se deu através de conces- são de terras e seus fracionamentos. Essas divisões eram chamadas de capitanias hereditárias, seus be- neficiários não se tornavam proprietários, mas pos- suíam o direito de administrar vastas porções de ter- ras, essas capitanias eram fracionadas em pedaços menores de terra chamadas de sesmarias, que ti- nham a função de aumentar a produção e estruturar a ocupação fundiária. De acordo com Murilo Marx (1991) nessas sesmarias surgiam novos e pequenos povoados, que se desenvolveram inicialmente atra- vés de doações de lotes para a fundação de Cape- las. Fazendo crescer um aglomerado de colonos ao redor. A população procurava o apoio da Igreja a fim de garantir maior estabilidade. As casas que envolviam as capelas formavam assim uma disposição espacial que parece se repetir em todo o território, em um momento em que a Igreja tem um papel político, so- cial, normativo e institucional. O reconhecimento dessas comunidades se dava através da oficializa- ção da pequena capela por meio da visita de um Sa- cerdote, a daí em diante o elo entre Igreja e Estado cuidava para que se oficializasse a comunidade em expansão, denominando de paróquia ou freguesia (MARX, 1991). Uma das condições para que a cape- la fosse reconhecida era que esta deveria se situar em um sítio alto, com uma localização privilegiada na paisagem. A capela também deveria se manter afas- tada de residências particulares, para que todo seu entorno ficasse livre para as procissões, criando as- sim um certo padrão para os tecidos urbanos que estavam surgindo. Entretanto, para a construção da capela era necessária doação de um patrimônio, ge- ralmente pelos maiores detentores de terras, além de outras doações menores feitas pelos fiéis para a construção e manutenção da capela. À medida que o número de moradores do povoado aumentava e sua economia se desenvolvia, a capela poderia passar ao estatuto de matriz, na medida em que o povoado

FUNDAÇÃO DAS CIDADES DA REGIÃO METROPOLITANA DE …€¦ · É possível observar que a formação das cidades de Cosmópolis e Arthur Nogueira, se deu da mesma forma que a formação

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Anais do XIX Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178

Anais do IV Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420

23 e 24 de setembro de 2014

FUNDAÇÃO DAS CIDADES DA REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS

Leonardo Pereira da Rosa Faculdade de Arquitetura e Urbanismo a PUC-

Campinas SP CEATEC

[email protected]

Profa. Dra. Renata Baesso Pereira História do Pensamento Urbanístico

CEATEC [email protected]

Resumo: A pesquisa é um estudo de caso que tem por objetivo investigar o processo de formação e a configuração espacial de algumas cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), cuja origem par-te do desmembramento do município sede, bem co-mo de outros municípios da região. As cidades estu-dadas são Paulínia, Cosmópolis, Arthur Nogueira e Engenheiro Coelho, núcleos urbanos cuja origem está relacionada ao binômio café-ferrovia e que se estruturaram na forma de uma rede ligada a Campi-nas a partir do ramal da Cia. Carril Agrícola Funilen-se, fundada no final do século XIX. A pesquisa visa identificar a formação inicial dos núcleos urbanos em questão através da análise dos aspectos fundiários como formação dos patrimônios religiosos e doação de terras para capelas, estruturação dos núcleos coloniais no final o século XIX e começo do século XX e parcelamento dos lotes. A partir das análises de materiais cartográficos e documentos históricos levantados, foi investigada a presença, no tecido ur-bano atual das cidades em questão, de vestígios das formações urbanas originais capazes de fundamen-tar ações de proteção da memória e do patrimônio, bem como subsidiar projetos urbanos contemporâ-neos. Palavras-chave: fundação de cidades, desmem-bramentos, patrimônio religioso e leigo. Área do Conhecimento: Fundamentos da Arquitetu-ra e do Urbanismo, História do urbanismo.

1. Introdução: A Formação das vilas e cidades no Brasil Na presente pesquisa, a análise dos dados sobre a formação do patrimônio religioso e do patrimônio leigo e sua relação com os traçados urbanos origi-nais tem como base conceitual o livro de Murilo Marx, Cidade no Brasil terra de quem?

De acordo com este autor, no período do Brasil colô-nia, a ocupação do solo, se deu através de conces-são de terras e seus fracionamentos. Essas divisões eram chamadas de capitanias hereditárias, seus be-neficiários não se tornavam proprietários, mas pos-suíam o direito de administrar vastas porções de ter-ras, essas capitanias eram fracionadas em pedaços menores de terra chamadas de sesmarias, que ti-nham a função de aumentar a produção e estruturar a ocupação fundiária. De acordo com Murilo Marx (1991) nessas sesmarias surgiam novos e pequenos povoados, que se desenvolveram inicialmente atra-vés de doações de lotes para a fundação de Cape-las. Fazendo crescer um aglomerado de colonos ao redor. A população procurava o apoio da Igreja a fim de garantir maior estabilidade. As casas que envolviam as capelas formavam assim uma disposição espacial que parece se repetir em todo o território, em um momento em que a Igreja tem um papel político, so-cial, normativo e institucional. O reconhecimento dessas comunidades se dava através da oficializa-ção da pequena capela por meio da visita de um Sa-cerdote, a daí em diante o elo entre Igreja e Estado cuidava para que se oficializasse a comunidade em expansão, denominando de paróquia ou freguesia (MARX, 1991). Uma das condições para que a cape-la fosse reconhecida era que esta deveria se situar em um sítio alto, com uma localização privilegiada na paisagem. A capela também deveria se manter afas-tada de residências particulares, para que todo seu entorno ficasse livre para as procissões, criando as-sim um certo padrão para os tecidos urbanos que estavam surgindo. Entretanto, para a construção da capela era necessária doação de um patrimônio, ge-ralmente pelos maiores detentores de terras, além de outras doações menores feitas pelos fiéis para a construção e manutenção da capela. À medida que o número de moradores do povoado aumentava e sua economia se desenvolvia, a capela poderia passar ao estatuto de matriz, na medida em que o povoado

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era elevada à categoria de freguesia ou paróquia (MARX, 1991). Com o aumento da população, o desenvolvimento da economia e a expansão da área edificada a fregue-sia passa a almejar outra categoria institucional, vi-sando alcançar uma autonomia política e administra-tiva. De acordo com Marx (1991), por tal crescimento a freguesia se tornar capaz de manter a sua auto-nomia política e administrativa, adquirindo o assim o estatuto de vila. O processo de doação e terras que acontecia nas sesmarias, também ocorria nas vilas, eram doados pedaços de terras para que pequenos agricultores pudessem produzir. Ainda de acordo com Marx (1991) diferentemente do que ocorria nas sesmarias em que o pagamento do chamado dízimo era obrigatório, nas vilas, na concessão de datas (lotes) não era necessário o pagamento de nenhum tipo de imposto. As vilas lentamente vão se expandindo, entretanto, só o crescimento da vila, não era suficiente para que esta fosse elevada a categoria de cidade. Isso só acontecia muito raramente, por razões políticas ou crescimento econômico relevante, como no caso de Campinas, na primeira metade do século XIX. 2. A formação dos núcleos urbanos da região do Funil A partir do marco teórico estabelecido por Murilo Marx, a pesquisa procedeu à análise da bibliografia sobre as cidades em questão. Após a leitura e análi-se da obra de MÜLLER e SOARES (2006) é possível identificar claramente, o processo de formação de Paulínia - sesmarias, capela, primeiro núcleo urbano, distrito, cidade – e o desenvolvimento da região a partir da chegada da linha férrea, que possibilitou tanto o escoamento da produção das fazendas da região, como a chegada de novos moradores, atraí-dos pela oferta de terras no núcleo colonial. A principal fazenda em estudo para a área onde hoje se encontra a cidade de Paulínia é a fazenda São Bento, cujo proprietário era Francisco de Paula Ca-margo. Foi a partir dela que a se originou o antigo Núcleo São Bento, posteriormente a Estação José Paulino (da Funilense) e, em 1944, o Distrito de Paz José Paulino. Por volta de 1897 Francisco de Paula Camargo resolve erguer a primeira capela do Núcleo São Bento, com devoção a este santo padroeiro. Com a construção da Capela, foi se formando um pequeno vilarejo no entorno, independente das fa-zendas locais (MÜLLER; SOARES, 2006). A capela

passou por uma reforma em 1935 chegando a forma próxima da que existe até hoje. A mão-de-obra utilizada nas fazendas da região era unicamente escrava, em meados de 1880 antes da promulgação da Lei Áurea, o preço do escravo já estava alto, fazendo que com começasse a ser estu-dada a vinda de imigrantes europeus para ajudarem na mão-de-obra. Com a chegada de grande quanti-dade de trabalhadores europeus houve uma nova tentativa de criar núcleos coloniais, tanto para es-trangeiros como para brasileiros, com a finalidade de incentivar o cultivo das terras, e desenvolver certas regiões para expansão da linha férrea, para conse-guir trazer riquezas para o local. Nesse período te-mos a criação dos quatro Núcleos Coloniais estuda-dos que deram origem as cidades em questão, co-mo: Núcleo Colonial São Bento (Paulínia), Núcleo Colonial Campos Salles (Cosmópolis), Núcleo Colo-nial Arthur Nogueira (Arthur Nogueira) e Núcleo Co-lonial Engenheiro Coelho (Engenheiro Coelho). Com a criação dos Núcleos a intenção era de levar os imi-grantes e produtores vindos de outras regiões, para morarem próximos as fazendas, abastecendo-as com a mão-de-obra, com isso a troca de produtos entre fazendas e cidades fez com que o progresso fosse aos poucos chegando até esses pequenos núcleos, fazendo com que eles se desenvolvessem. Em 1898 o grupo da família Nogueira, formado pelos irmãos José Paulino Nogueira, Arthur e Sidrak No-gueira, Paulo de Almeida Nogueira e Antônio Carlos da Silva Telles, compra uma área nos arredores de Campinas, eles adquiriram essa área para ir ao sen-tido contrário de todos os produtores da época, pois compraram essa área para criação de gado e princi-palmente para a instalação de uma usina açucareira. Foi através da Carril Agrícola Funilense que teve início a efetiva implantação da Usina Esther. Com a compra dessa grande área o grupo da família No-gueira, doa uma parte para a implantação de um Nú-cleo Colonial, chamado Campos Salles (originou Cosmópolis), com o aumento da produção e a che-gada de muitas famílias, o grupo Nogueira decide expandir esse Núcleo, criando uma secção de terra próxima ao Núcleo, chamado Secção Arthur Noguei-ra - que deu origem à cidade de Arthur Nogueira. (ATIQUE; CORREIA, 2002) Com o passar do tempo a linha férrea sofre outra alteração se estendendo até a Estação Conchal as margens do rio Mogi Guaçu, atendendo assim outros núcleos coloniais como o Núcleo Conde de Parnaí-ba, Visconde de Indaiatuba e Martinho Prado.

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A análise feita na dissertação de BALDINI (2010) revela que a chegada da linha férrea, aproximou os núcleos coloniais com a cidade, e transformou essas áreas em grandes atrativos para os pequenos produ-tores, como oportunidade para se fixar em um lugar e ter sua terra e sua produção. Os núcleos coloniais foram construídos nas zonas rurais das cidades, próximos as fazendas, e tinham a intensão de abastecer as fazendas próximas com mão-de-obra para lavoura cafeeira, da cana de açú-car, mas eram distantes de tudo tinha a intenção de garantir o povoamento desses espaços isolados e distantes. E a chegada da ferrovia, fez com que fos-se possível a introdução de elementos urbanos do dia a dia dos núcleos, pois aproximou e facilitou o acesso às cidades, fazendo com que mudanças fos-sem acontecendo, e com o tempo capacitando esses núcleos a se tornarem futuras cidades. A população que vivia nesses núcleos era uma mistura de cabo-clos com imigrantes vindos para a mão-de-obra ca-feeira. Com a chegada da ferrovia, que possibilitou o desenvolvimento dos núcleos coloniais, começa a haver reformas para melhoria dos núcleos, como saneamento, água encanada, com a tentativa de sanar as doenças tropicais. É possível observar que a formação das cidades de Cosmópolis e Arthur Nogueira, se deu da mesma forma que a formação da cidade de Paulínia, através da criação de Núcleos Coloniais, que se desenvolve-ram e atraíram mais moradores a partir da chegada da linha férrea. A tabela a seguir sintetiza as datas de criação dos núcleos coloniais e as capelas da região estudada. Tabela 1- Fundação das dos núcleos coloniais, capelas e estações que deram origem às cidades pesquisadas. Fonte: tabela elaborada pelo bolsista a partir dos da-dos levantados.

A partir da pesquisa no site do IBGE – Cidades@ e da pesquisa no livro. Quadro do desmembramento territorial – administrativo dos municípios paulistas. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1995), foi feita a seguinte tabela que esclarece o processo de desmembramento dos municípios em questão:

Tabela 2 - Desmembramentos que deram origem às cidades pesquisadas. Fonte: tabela elaborada pelo bolsista a partir dos dados levantados do Quadro de Desmembramentos do IGC – SP e do IBGE Cidades@ Cidade Ori-

gem Distrito Município (formação

administrativa) Arthur Nogueira

Mogi- Mirim

Distrito criado com a denomi-nação de Artur Nogueira, por Lei Estadual nº 1542, de 30 de dezembro de 1916, no Muni-cípio de Mogi-Mirim. No qua-dro fixado pelo Decreto-Estadual nº 9775, de 30-11-1938, para 1939-43, o Dis-trito de Artur Nogueira per-tence ao Muni-cípio de Mogi-Mirim, assim permanecendo no quadro fixado pelo Decretolei Estadual nº 14334, de 30-11-1944, para vigorar entre 1945-48.

Elevado à categoria de município com a denominação de Artur Nogueira, por Lei Estadual nº 233, de 24 de dezembro de 1948, desmembrado de Mogi-Mirim. Fixado o quadro terri-torial para vigorar em 1949-1953, o Municí-pio de Artur Nogueira é composto apenas do Distrito Sede. A Lei Estadual no 3198, de 23 de de-zembro de 1981 cria o Distrito de Engenheiro Coelho e incorpora ao Município de Artur Nogueira. A Lei Estadual nº 7644, de 30 de de-zembro de 1991, desmembra do Muni-cípio de Artur Noguei-ra o Distrito de Enge-nheiro Coelho.

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Cosmópo-lis

Campi-nas, Mogi- Mirim e Limeira

Pela lei esta-dual nº 1024, de 27-11-1906, é criado o distrito de Cosmópolis e anexado ao município de Campinas.

Elevado à categoria de município com a denomianção de Cosmópolis, por De-creto-lei Estadual nº 14334, de 30 de no-vembro de 1944, desmembrado de Campinas, Mogi Mirim e Limeira. Constituído do Distrito Sede. Sua instalação verificou-se no dia 01 de janeiro de 1945. Fixado o quadro terri-torial para vigorar no período de 1945-1948, o Município é constitu-ído do Distrito sede.

Engenheiro Coelho

Arthur Noguei-ra

Distrito criado com a deno-minação de Engenheiro Coelho (ex-localidade), pela lei esta-dual nº 2343, de 14-05-1980, subordi-nado ao muni-cípio de Artur Nogueira.

Elevado à categoria de município com a denominação de En-genheiro Coelho, pela lei estadual nº 7644, de 30-12-1991, des-membrado do municí-pio de Artur Nogueira. Sede no antigo distrito de Engenheiro Coe-lho. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1993. Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituí-do do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2009.

Paulínia Campi-nas

Distrito criado com a deno-minação de Paulínia, por Decreto-lei Estadual nº 14334, de 30 de novembro de 1944, no Município de Campinas.

Elevado à categoria de município com a denominação de Pau-línia, por Lei Estadual nº 8092, de 28 de fevereiro de 1964, desmembrado de Campinas. Constituído do Distrito Sede. Sua instalação verificou-se no dia 21 de março de 1965.

3. Considerações Finais Após o estudo e analise de dados e cruzamento de mapas e informações, foi possível observar a origem, o desmembramento e formação das cidades de Pau-

línia, Cosmópolis, Arthur Nogueira e Engenheiro Co-elho; que se deu a partir da criação e implantação da Cia Carril Agrícola Funilense, que ligou a cidade de Campinas a região do Funil, originando os Núcleos Coloniais, que aos poucos foram de desenvolvendo até se desmembrarem e se tornarem cidades. Durante as visitas realizadas, as áreas centrais das cidades – que coincidem com os núcleos urbanos originais - foram percorridas a pé. Ao realizar os per-cursos, os traçado atuais das áreas centrais das ci-dades foram comparados com a cartografia histórica levantada e desta maneira foi possível identificar os vestígios das formações urbanas originais. As visitas foram documentadas por fotos. A visita à Campo foi utilizada para analisar o dese-nho urbano inicial de cada cidade, buscando os res-quícios da fundação, tanto dos patrimônios religiosos quanto leigos e a partir dessas visitas, analisou-se a relação da cidade atual com esses resquícios (hoje pouco existentes).

Figura 1: Cidade de Paulínia em 1945. Fonte: Arquivo Público do Estado de São Paulo – Acervo de mapas do

IGC.

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Figura 2: Cidade de Paulínia hoje - 2014 Limite do centro histórico traçado a partir da análise

do bolsista Fonte:http://wikimapia.org/#lang=pt&lat=-

22.768663&lon=-47.152891&z=14&m=b

4. Referências Bibliográficas [1] MÜLLER, Meire Terezinha; SOARES, Maria das

Dores M. Paulínia: História e Memória, dos tri-lhos da Carril às chamas do progresso. Cam-pinas: Editora Komedi, 2006.

[2] BALDINI, Kelly. Núcleo Colonial Campos Sal-les/Campinas : um estudo de caso sobre a dinâmica das relações bairro cultural-cidades. Orientador: Decca, Edgar Salvadori de. Dissertação (Mestrado). UNICAMP – IFCH, 2010.

[3] ATIQUE, Fernando; CORREIA, Telma de Barros. Memória de um projeto moderno: a idealiza-ção e a trajetória do Edifício Esther. 2002. 397p

[4] MARX, Murilo. Cidade no Brasil terra de quem. São Paulo: EDUSP/ Nobel, 1991.

[5] GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Se-cretaria de Economia e Planejamento. Coorde-nadoria de Planejamento Regional. Instituto Ge-ográfico e Cartográfco do Estado de São Paulo. Quadro do desmembramento territorial – ad-ministrativo dos municípios paulistas. São Paulo: IGC – Instituto Geográfico e Cartográfco do Estado de São Paulo, 1995, 103p.: 2f dobra-das (in bolso): Il., mapas.

[6] MARCONDES, Marli Aparecida. História e in-formática : o uso da hipermídia no resgate da historia da "Estrada de Ferro Funilense" (1899-1924). Orientador: RAMOS, Fernão Vitor Pessoa de Almeida. Disertação (Mestrado). UNICAMP – Instituto de Artes, 2000.

[7] MARQUES, Manuel Eufrasio de Azevedo. Apon-tamentos históricos, geográficos, biográfi-cos, estatísticos e noticiosos da província de São Paulo seguidos da cronologia dos acon-tecimentos mais notáveis desde a sua funda-ção da capitania de São Vicente até o ano de 1876. São Paulo, SP: IHGB, 1953. 2v.

[8] SALGADO, Ivone & PEREIRA, Renata Baesso. Solução de continuidade no processo de formação de núcleos urbanos. Anais do II ENANPARQ – Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Natal, 2012.

[9] SIQUEIRA, Claudia G. de. Campinas, seus dis-tritos e seus desmembramentos: diferencia-ções politico-territoriais e reorganização da população no espaço (1850- 2000); Tese de Doutorado em Demografia, Campinas: UNICAMP, 2008.

[10] FERREIRA, Luiz Carlos F. Cosmópolis: da Fa-zenda Funil à cidade universo. São Paulo: Pancrom Indústria Gráfica, 2011.