33
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO COPPEAD DE ADMINISTRAÇÃO LUIS FELIPE MACIEL DE SOUZA FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA CORPORATIVA DAS EMPRESAS LISTADAS NO BRASIL Dissertação de Mestrado em Administração Orientador: Prof. André Luiz Carvalhal da Silva (COPPEAD UFRJ) RIO DE JANEIRO 2011

FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

  • Upload
    doanh

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO COPPEAD DE ADMINISTRAÇÃO

LUIS FELIPE MACIEL DE SOUZA

FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA CORPORATIVA DAS

EMPRESAS LISTADAS NO BRASIL

Dissertação de Mestrado em Administração

Orientador: Prof. André Luiz Carvalhal da Silva

(COPPEAD – UFRJ)

RIO DE JANEIRO

2011

Page 2: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

1

Luis Felipe Maciel de Souza

FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA CORPORATIVA DAS

EMPRESAS LISTADAS NO BRASIL

Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de

Pós-Graduação e Pesquisa em Administração

(COPPEAD) da Universidade Federal do Rio de

Janeiro (UFRJ), como requisito parcial à obtenção do

grau de Mestre em Administração.

Orientador: Prof. André Luiz Carvalhal da Silva

Rio de Janeiro

2011

Page 3: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

2

Souza, Luis Felipe Maciel de. Fundos de Private Equity e Governança Corporativa das Empresas Listadas no Brasil / Luis Felipe Maciel de Souza – 2011. 32 f.: il. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto Coppead de Administração, Rio de Janeiro, 2011.

Orientador: André Luiz Carvalhal da Silva.

1. Finanças 2. Governança Corporativa 3. Private Equity – Teses. I. Carvalhal da Silva, André Luiz (Orient.). II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto COPPEAD de Administração. III. Título.

Page 4: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

3

Luis Felipe Maciel de Souza

FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA CORPORATIVA DAS

EMPRESAS LISTADAS NO BRASIL

Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de

Pós-Graduação e Pesquisa em Administração

(COPPEAD) da Universidade Federal do Rio de

Janeiro (UFRJ), como requisito parcial à obtenção do

grau de Mestre em Administração.

Aprovada por:

______________________________________________________Orientador

Prof. André Luiz Carvalhal da Silva, D. Sc. (COPPEAD/UFRJ)

_________________________________________________________

Prof. Otavio Henrique dos Santos Figueiredo, D. Sc. (COPPEAD/UFRJ)

_________________________________________________________

Prof. Myrian Beatriz Eiras das Neves, D. Sc. (BACEN)

Page 5: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha esposa Janaina pelo companheirismo e dedicação para a

concretização de meus objetivos.

Agradeço aos meus pais, Antonio e Iranete, pelo apoio incondicional.

À tia Ira, agradeço pelos conselhos e estímulo eterno ao estudo.

Ao meu orientador André Luiz Carvalhal da Silva meus sinceros agradecimentos

pela parceria durante esse período.

Aos professores da Coppead, agradeço por terem feito da minha passagem pelo

mestrado uma grande aprendizagem.

Aos meus amigos e familiares, obrigado pela paciência e compreensão nos

momentos de ausência.

Page 6: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

5

RESUMO

SOUZA, Luis Felipe Maciel de. Fundos de Private Equity e Governança

Corporativa das Empresas Listadas No Brasil. Rio de Janeiro, 2011. Dissertação

(Mestrado em Administração) – Instituto COPPEAD de Administração, Universidade

Federal do Rio de Janeiro, 2011.

A governança corporativa tem sido extensivamente estudada quanto às suas

condições para desenvolvimento e aos seus efeitos sobre o desempenho das

empresas. Este trabalho se concentra em buscar melhor entender como o ativismo

de investidores institucionais, especificamente dos fundos de private equity,

influencia no desenvolvimento da governança. Para o estudo desta relação,

utilizamos as informações de empresas abertas listadas na BM&FBovespa entre

2002 e 2009. Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos

registrados, identificando-os entre os principais acionistas de cada empresa. A

governança corporativa foi avaliada através de três proxies alternativas: índice de

governança de Leal e Carvalhal (2007), listagem no Novo Mercado e listagem de

ADR. Os resultados apontam uma influência positiva dos investimentos de fundos de

private equity sobre o nível de governança.

Palavras-chave: governança corporativa, private equity.

Page 7: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

6

ABSTRACT

SOUZA, Luis Felipe Maciel de. Fundos de Private Equity e Governança

Corporativa das Empresas Listadas no Brasil. Rio de Janeiro, 2011. Dissertação

(Mestrado em Administração) – Instituto COPPEAD de Administração, Universidade

Federal do Rio de Janeiro, 2011.

Corporate governance has been extensively studied in regards of its

conditions for development and its effects over the companies’ performance. This

work focuses on searching for a better understanding of how the activism of

institutional investors, specifically the private equity funds, influences the

development of governance. For the study of this relationship, we used the

information from public companies listed on BM&FBovespa from 2002 to 2009. We

matched this information with CVM’s data on registered funds, identifying them

among the main shareholders of each company. Corporate governance was

evaluated through three alternative proxies: governance index of Leal and Carvalhal

(2007), Novo Mercado listing and ADR listing. The results point to a positive influence

of the investment of private equity funds over the quality of corporate governance.

Keywords: corporate governance, private equity.

Page 8: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 8

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 11

3 METODOLOGIA ................................................................................................. 15

4 RESULTADOS ................................................................................................... 18

5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 28

6 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 30

7 ANEXOS ............................................................................................................. 32

Page 9: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

8

1 INTRODUÇÃO

Estimulado pela necessidade de uma gestão que seja sustentável, ao

incorporar e acomodar os interesses de acionistas majoritários e minoritários,

gestores e demais stakeholders, e que seja transparente, para responder à

complexidade e dinamicidade dos negócios, o ambiente, tanto interno quanto

externo, exige hoje maior governança nas instituições.

Em mercados desenvolvidos, esta exigência tende a ser naturalmente mais

evidente. Já em mercados como o brasileiro, apesar de este movimento ainda estar

em fase de consolidação, já se pode ver uma grande evolução nas práticas de

governança, em parte devido aos processos de globalização, privatização e

desregulamentação da economia, que resultaram em um ambiente corporativo mais

competitivo. Além disto, visando à atração de capitais estrangeiros, aumentou-se a

pressão para que as empresas adotem boas práticas de governança.

Logicamente que existem custos associados ao atendimento destes níveis de

governança. A instituição não apenas executa, mas gere relações, processos e

informações no âmbito de suas atividades, e estes processos têm custos

associados. Por outro lado, é possível haver benefícios, como maior possibilidade e

melhores condições de obtenção de crédito, visão mais positiva do mercado sobre a

empresa, diminuição do risco de administração temerária, entre outros.

Neste contexto, o papel dos investidores institucionais, como acionistas ativos

nas empresas em que investem, tem sido interpretado por muitos especialistas como

fundamental, pois estes investidores seriam capazes de obter um balanço positivo

entre os benefícios e custos de seu ativismo. Por geralmente deterem maiores

porções de participação em comparação a investidores individuais, os investidores

institucionais teriam maior motivação para melhorar a governança na empresa

investida, pois os custos de monitoramento ativo seriam suplantados pela maior

escala de benefícios. Com isto, a necessidade do ativismo dos investidores

institucionais para instituir controle nas empresas passa ser mais crítica.

No Brasil, já é comum a participação de investidores institucionais,

especialmente de fundos de pensão, nas empresas. Quando há ativismo por parte

destas instituições, estas usam o seu poder de influência para participar das

tomadas de decisão das empresas, ainda que não sejam sócias controladoras. Isto

Page 10: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

9

pode ser realizado através de propostas à diretoria e de assentos em conselhos de

administração e fiscal.

Uma classe afluente de investidores institucionais no Brasil é a de fundos de

fundos de private equity (PE). Os fundos de PE, em sua busca por criar valor nas

empresas investidas, têm o potencial de beneficiar o mercado pelo interesse e

incentivo à adoção de melhores práticas de governança nestas empresas. Em

virtude do controle compartilhado com os acionistas originais, característico dos

investimentos de PE, abre-se a possibilidade de ganhos de governança pelas

exigências dos gestores dos fundos para que sejam estabelecidas regras de gestão

e fiscalização, previstas nos acordos de acionistas. Como consequência, os fundos

esperam conseguir preços mais altos na venda ou IPO de empresas investidas.

Mas, por outro lado, os fundos também se beneficiam do desenvolvimento do

mercado. Em mercados mais desenvolvidos, em que o volume de negócios é maior,

e, em mercados mais eficientes, espera-se haver maior consenso sobre o valor

justo. Isto facilita as negociações e valoriza o trabalho dos gestores dos fundos, que

veem a criação de valor nas empresas sob sua gestão ser propriamente precificada.

Embora com papel semelhante na gestão de empresas em relação a outros

investidores institucionais, sua característica específica de prazo estabelecido de

permanência nas empresas investidas, pode trazer impactos diferentes para o

desenvolvimento da governança. A princípio, podemos supor a existência de risco à

sustentabilidade das empresas, em virtude de se preterir a visão de longo prazo para

preparar a empresa para um desinvestimento no curto ou médio prazo. No entanto,

também parece possível que este prazo de atuação motive uma aceleração do

desenvolvimento da governança para que a empresa esteja em melhores condições

em um evento de desinvestimento, favorecendo o valuation de saída do fundo.

Portanto, é interessante avaliar a relação especifica da participação destes fundos

com a governança.

Os estudos sobre a relação entre private equity e governança corporativa tem

sido realizados em maior escala no exterior e se preocupado em firmar

conceitualmente a possibilidade de benefícios e de riscos associados à participação

dos fundos. No Brasil, grande parte dos estudos sobre a indústria de private equity

estão concentrados em mapear seu desenvolvimento e discutir suas perspectivas de

expansão, frente o ambiente econômico e legal do país.

Page 11: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

10

Em nosso estudo, utilizamos uma amostra de empresas listadas na

BM&FBovespa entre 2002 e 2009 para verificar a participação dos fundos em

relação aos níveis de governança. Com isto, nosso objetivo é responder se nas

empresas em que houve a participação de investidores de fundos de PE foi

verificada uma melhor governança corporativa.

Desta forma, podemos analisar a influência destes fundos na governança das

empresas brasileiras e fornecer evidências sobre a efetividade do ativismo dos

fundos enquanto investidores institucionais.

A hipótese fundamental a ser avaliada, de forma exploratória, é a de que os

fundos de private equity influenciam positivamente na governança corporativa. No

caso de confirmação desta hipótese, estaremos inferindo que o motivo para isto seja

alguma forma de ativismo por parte dos gestores dos fundos.

Os resultados dos testes econométricos (testes estatísticos, modelos de

painel, testes de causalidade e equações simultâneas) indicam que existe uma

relação positiva entre fundos de PE e governança das empresas investidas.

É importante ressaltar que, em virtude de este ser um estudo exploratório, os

seus resultados não devem ser generalizados ou aplicados a qualquer outra

amostra. Além desta, a pouca literatura, principalmente com aplicações estatísticas,

relacionada à atuação específica de PE como investidor institucional, a amostra

reduzida de empresas investidas por estes fundos no Brasil, fator que dificulta a

afirmação sobre a robustez dos seus resultados, e a utilização de modelos de

regressão em que a seleção das variáveis instrumentais é arbitrária, o que implica

que os modelos utilizados podem não ser os ideais para estudar a influência destes

fundos na governança, são limitações deste trabalho.

A dissertação está estruturada da seguinte forma. O próximo capítulo

apresenta a revisão da literatura, enquanto o capítulo 3 apresenta os dados e

metodologia utilizada. O capítulo 4 mostra os resultados obtidos e o capítulo 5

conclui a pesquisa.

Page 12: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

11

2 REVISÃO DE LITERATURA

A governança corporativa tem tido um desenvolvimento recente no Brasil. Em

1999, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) publicou o primeiro

código sobre governança corporativa, o qual, após algumas revisões, passou a

trazer informações sobre a conduta esperada do conselho de administração e

alguns princípios básicos da boa governança. Nos anos seguintes, foi reformulada a

Lei das Sociedades Anônimas, e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) lançou

sua cartilha abordando o relacionamento entre administradores, conselheiros,

acionistas controladores e minoritários e auditores independentes. Além disso, a

Bolsa de Valores de São Paulo, com o objetivo de estimular o interesse dos

investidores e a valorização das empresas listadas, criou três segmentos

diferenciados de Governança: Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado.

Grande parte dos estudos relacionados à governança analisa a existência de

benefícios para as empresas. Nestes estudos, encontramos diferentes formas de

avaliar a governança. Klaper e Love (2004) utilizam os dados do relatório do Credit

Lyonnais, que inclui rankings de governança de 495 empresas em 25 países, para

realizar testes em que é verificada a influência do índice de governança, além de

outras variáveis, sobre o valor das companhias. La Porta et al. (1998), Barontini e

Siciliano (2003) e Leal e Carvalhal (2007) utilizaram questionários para compor os

índices de governança e obtiveram resultados que apontam na mesma direção.

Bhagat e Jefferis (2002), através de equações simultâneas, encontram indícios de

que a governança corporativa, como estratégia de defesa da empresa na relação

administradores-acionistas, tem o efeito de protegê-la contra takeover.

Estudos sobre o papel dos investidores institucionais têm sido importantes

para explicar o desenvolvimento da governança corporativa. Mallin (2008) demonstra

o ganho de relevância dos investidores institucionais no equity dos EUA e Reino

Unido e ressalta a importância de que estes investidores atuem como shareowners,

utilizando as ferramentas de governança em favor da empresa, e não só como

shareholders. No entanto, o autor atenta para o risco de o ativismo direcionar o foco

para o curto prazo.

Smith (1996) encontra evidência de que o ativismo dos acionistas obtém

amplo sucesso em alterar a estrutura de governança e, em virtude disto, aumenta o

valor para o acionista. Em seu estudo sobre a CalPERS (fundo de pensão dos

Page 13: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

12

funcionários públicos da Califórnia), o autor encontra resultado lucrativo para o

ativismo da instituição, já que o aumento de valor de sua participação em

consequência do ativismo é de quase USD 19 milhões em seis anos, enquanto os

custos do ativismo foram de aproximadamente USD 3,5 milhões no mesmo período.

Brav et al. (2008) verifica que acionistas que monitoram e estão informados

podem reduzir o custo de agência nas empresas investidas. Além disto, o ativismo

de hedge funds nos EUA alcança sucesso em dois terços dos casos, se

concentrando em propostas estratégicas, operacionais e financeiras. De acordo com

o autor, o ativismo dos hedge funds cria valor porque eles prontamente se

comprometem a intervir nas empresas no interesse dos acionistas e não porque eles

escolhem bem as empresas em que investem. Em sua avaliação, diferentemente

dos investidores institucionais tradicionais, gerentes de hedge funds possuem

incentivos financeiros para aumentar o valor das empresas da carteira e não

enfrentam barreiras regulatórias e políticas.

Rubach e Sebora (2009) testam o modelo Ryan-Schneider, que define

tamanho do fundo, horizonte do investimento, expectativa de desempenho, reação à

pressão, restrições legais e gerenciamento de carteira (interno ou externo) como

determinantes do ativismo de acionistas institucionais. Seus resultados apontam que

acionistas institucionais ativistas eram relativamente grandes, tinham horizontes de

investimento mais longos e gerenciavam internamente suas carteiras. Na sua

avaliação, investidores institucionais com carteiras gerenciadas internamente

possuem ativos e recursos já alocados e investidos para monitorar a atividade de

empresas e provavelmente os utilizam para praticar o ativismo de forma a melhorar

seus retornos da carteira.

Os estudos sobre ativismo de investidores institucionais no Brasil,

centralizados na atuação de fundos de pensão, têm encontrado alguns resultados

inconclusivos ou contrários à teoria dominante. Oliveira (2005), apesar de constatar

correlação positiva entre a qualidade das práticas de governança corporativa e a

participação da Previ como acionista, obtém resultados não significativos

estatisticamente. Crisóstomo e González (2006) analisam a atuação dos fundos de

pensão e não encontram evidências de adoção de uma estratégia de ativismo por

parte destas instituições, embora verifiquem uma presença crescente na propriedade

das empresas brasileiras. Punsuvo, Kayo e Barros (2007) encontram correlação

negativa entre o ativismo dos fundos de pensão e governança corporativa nas

Page 14: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

13

empresas investidas, indicando que o aumento da participação destas instituições

aconteceria em detrimento da governança.

Alguns estudos têm sido realizados com o fim de verificar a relação entre PE

e governança corporativa. Masulis e Thomas (2008) procuram responder se o PE

cria riqueza através da governança. Apesar de tratar dos investimentos de PE por

LBO (leverage buyout), não muito comuns no mercado brasileiro, o estudo apresenta

diversas fontes de criação de valor que o private equity pode oferecer através da

melhoria da governança corporativa.

Os autores analisam cinco teorias sobre as melhorias na governança pelo PE:

a) redução da liberdade dos administradores em fazer mau uso dos fluxos de caixa

ao focar em operações mais eficientes; b) realinhamento dos incentivos à

administração para melhorar o desempenho; c) aumento do incentivo ao

desempenho dos administradores, causados pela alta sensibilidade dos preços das

ações ao desempenho da empresa; d) aperfeiçoamento no monitoramento da

gestão, como resultado da melhoria dos relatórios internos e eliminação do problema

do free rider; e e) substituição de administradores ineficientes por executivos mais

talentosos.

Achleitner, Betzer e Hinterramskogler (2008) investigam os motivos que levam

os fundos de PE europeus a investir em uma empresa. Os autores testam onze

hipóteses sobre quais motivos se verificam na prática. Entre os resultados eles

identificaram que os alvos dos fundos são caracterizados por participação acionária

da gerência nos extremos superiores e inferiores, por alta capacidade de

endividamento (as firmas de PE trabalham o nível de alavancagem com fins de

governança e de engenharia tributária) e por estruturas de propriedade

concentradas e participações acionárias em grandes blocos.

No Brasil, o 2º censo da indústria de PE (ABDI 2009) apontou que, em 81%

das empresas investidas por fundos de PE, um conselho de administração foi

constituído. Deste grupo, 66,7% se reúne pelo menos uma vez ao mês. No entanto,

do total de membros dos conselhos das empresas analisadas, somente 16% eram

independentes. Além disto, 62% das auditorias externas reportavam diretamente ao

conselho de administração, enquanto que apenas 15% das auditorias internas

faziam o mesmo.

Gioielli (2008), utilizando uma amostra de empresas que efetuaram IPO na

BOVESPA entre janeiro de 2004 e julho de 2007, constatou que as companhias

Page 15: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

14

investidas por PE obtiveram melhor qualidade de governança. Este resultado

contemplou a governança sob o aspecto da defesa dos minoritários, em que as

empresas investidas por fundos apresentaram menor gerenciamento dos resultados

contábeis em períodos próximos ao IPO e sob o aspecto dos conflitos de agência,

em que estas empresas demonstraram maior independência dos conselhos em

relação à gestão.

Nosso trabalho analisa o impacto do setor de PE na governança corporativa

no Brasil, levando em conta sua característica fundamental de investimento de longo

prazo e contemplando um número de observações significativamente maior do que

seria possível há poucos anos atrás, em virtude do recente crescimento deste setor.

Page 16: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

15

3 METODOLOGIA

Os dados utilizados neste trabalho foram coletados do sistema Economática,

dos registros da CVM e, no caso do índice de governança corporativa, dos autores

Leal e Carvalhal (2007). Nossa amostra é composta por empresas listadas na

BM&FBovespa, considerando o período compreendido entre os anos 2002 e 2009.

A metodologia utilizada para a estimação da governança corporativa nas

empresas brasileiras se baseou em três proxies - índice de governança corporativa

(IGC) de Leal e Carvalhal (2007), listagem no Nível 2 e Novo Mercado da

BM&FBovespa (NM) e listagem de ADRs nos EUA (ADR).

A principal variável utilizada no estudo foi o investimento de fundos de PE. A

identificação das empresas que receberam este tipo de investimento foi realizada a

partir do cruzamento dos nomes dos 10 maiores acionistas de cada empresa,

conforme os dados obtidos na Economática, com os nomes dos Fundos de

Investimentos em Participações (FIP) e Fundos Mútuos de Investimento em

Empresas Emergentes (FMIEE) – formas típicas de organização de fundos de

private equity e venture capital, respectivamente – registrados na CVM. Neste

trabalho convencionamos utilizar o termo Private Equity para tratar destes fundos, no

entanto, é comum vê-los tratados também por Venture Capital, principalmente

quando estes fundos são do tipo FMIEEs ou possuem como política investir em

empresas menores. As empresas em que pelo menos um dos dez principais

acionistas teve seu nome listado nos registros da CVM, sob um destes dois tipos de

participante, foram consideradas como empresas investidas por fundos PE.

Como forma de checagem de consistência destas informações, foram

analisados os dados das pesquisas da KPMG, com o apoio da ABVCAP, publicado

pelo Valor Econômico nas Revistas Especiais de 2008 e 2009. Nestas pesquisas, os

gestores de fundos informaram as principais empresas investidas pelos fundos por

eles geridos, chegando a mais de 200.

De um total de 649 empresas observadas entre os períodos de 2002 a 2009,

em 54 foi identificada a presença de fundos de PE entre os maiores acionistas em

pelo menos um ano. A lista destas empresas encontra-se no anexo. Ao longo dos

oito anos da amostra, estas 54 empresas forneceram 119 observações, das quais 28

foram nos cinco primeiros anos. Este número saiu de oito em 2006 para 22 em 2007,

34 em 2008 e finalmente 35 em 2009.

Page 17: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

16

Adicionalmente, foram observados o percentual do capital votante e o

percentual do capital total detidos por fundos de PE. Estas variáveis têm por fim

avaliar se uma participação mais relevante no capital da empresa traz benefícios

para a empresa em termos de melhor governança.

Em relação Índice de Governança Corporativa, foi possível obter valores para

446 das 649 empresas, totalizando 2613 observações.

A primeira análise realizada foi através de testes paramétricos e não

paramétricos, os quais foram aplicados em dois grupos da amostra separadamente:

empresas com e sem a participação de PE. Esta análise possibilitou comparar a

qualidade da governança entre os dois grupos.

Em seguida, rodamos modelos de regressão em painel, para analisar o IGC

em relação a investimentos de PE, e em modelo probit, para analisar NM e ADR em

relação a investimentos de PE. As equações utilizadas nos modelos foram as

seguintes:

onde:

IGC Índice de governança de Leal e Carvalhal (2007)

NM Variável dummy que assume o valor 1 quando a empresa está listada

no Nível 2 ou Novo Mercado da BM&FBovespa

ADR Variável dummy que assume o valor 1 quando a empresa possui ADRs

nos Estados Unidos

PE Variável dummy que assume o valor 1 quando a empresa possui fundos

de PE entre os 10 maiores acionistas

ONPE Percentual de ações ordinárias detido por fundos de PE

TOTPE Percentual de ações ordinárias e preferenciais detido por fundos de PE

ON Percentual de ações ordinárias detido pelo acionista controlador

ON/TOT Razão entre o capital votante e capital total do acionista controlador

P/B Relação price-to-book (valor de mercado dividido pelo valor patrimonial

tititititititititititi TAMALAVROABPTOTONONTOTPEONPEPEIGC ,,9,8,7,6,5,4,3,2,10, //

tititititititititititi TAMALAVROABPTOTONONTOTPEONPEPENM ,,9,8,7,6,5,4,3,2,10, //

tititititititititititi TAMALAVROABPTOTONONTOTPEONPEPEADR ,,9,8,7,6,5,4,3,2,10, //

Page 18: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

17

da ação)

ROA Retorno dos ativos (EBITDA dividido pelo ativo total)

ALAV Alavancagem (passivo exigível dividido pelo ativo total)

TAM Tamanho da empresa (logaritmo do ativo total)

Com o intuito de verificar a causalidade das relações entre as variáveis,

realizamos testes Granger com alguns períodos de defasagem. Para cada possível

dupla de variáveis no grupo são realizadas duas regressões, em que a hipótese nula

é que uma variável não causa a outra.

Adicionalmente, utilizamos equações simultâneas a fim de analisar as

relações cruzadas entre as variáveis. Os pares de equações estudados foram os

seguintes:

onde:

IGC Índice de governança de Leal e Carvalhal (2007)

NM Variável dummy que assume o valor 1 quando a empresa está listada

no Nível 2 ou Novo Mercado da BM&FBovespa

ADR Variável dummy que assume o valor 1 quando a empresa possui ADRs

nos Estados Unidos

PE Variável dummy que assume o valor 1 quando a empresa possui fundos

de PE entre os 10 maiores acionistas

ONPE Percentual de ações ordinárias detido por fundos de PE

TOTPE Percentual de ações ordinárias e preferenciais detido por fundos de PE

ON Percentual de ações ordinárias detido pelo acionista controlador

tititititititititi TAMALAVROABPTOTONONPEIGC ,,7,6,5,4,3,2,10, //

titititititititi CRESCTAMALAVROABPIGCPE ,,6,5,4,3,2,10, /

titititititititi CRESCTAMALAVROABPNMPE ,,6,5,4,3,2,10, /

titititititititi CRESCTAMALAVROABPADRPE ,,6,5,4,3,2,10, /

tititititititititi TAMALAVROABPTOTONONPENM ,,7,6,5,4,3,2,10, //

tititititititititi TAMALAVROABPTOTONONPEADR ,,7,6,5,4,3,2,10, //

Page 19: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

18

ON/TOT Razão entre o capital votante e capital total do acionista controlador

P/B Relação price-to-book (valor de mercado dividido pelo valor patrimonial

da ação)

ROA Retorno dos ativos (EBITDA dividido pelo ativo total)

ALAV Alavancagem (passivo exigível dividido pelo ativo total)

TAM Tamanho da empresa (logaritmo do ativo total)

CRESC A taxa de crescimento da receita líquida em relação ao ano anterior

4 RESULTADOS

A Tabela 1 mostra a estatística descritiva das variáveis usadas no estudo. Em

nossa amostra, 2% das empresas possuem fundos de PE entre os 10 maiores

acionistas de 2002 a 2009. Em média, os fundos de PE possuem em torno de 21%

do capital votante e total da companhia.

Podemos notar que as empresas brasileiras apresentam moderadas práticas

de governança (IGC médio de 4,5, sendo que 40% das empresas estão no Novo

Mercado e 10% lançaram ADRs no exterior). Vale ressaltar que existe uma grande

dispersão da qualidade da governança entre as empresas (IGC variando de 0,75 a

8,75). Em média, existe uma grande concentração do capital (62% dos votos com o

acionista controlador) e forte separação entre voto e fluxo de caixa (1,4 votos por

ação). Em relação às demais variáveis, as empresas possuem alavancagem

moderada (66%), altas taxas de crescimento (30%), P/B de 1,07 e ROA de 10%.

Page 20: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

19

Tabela 1 - Estatística Descritiva das Variáveis

Estatística descritiva das variáveis usadas no estudo. A descrição das variáveis pode

ser vista na seção 3.

Variável Média Mediana Desvio Padrão

Mínimo Máximo Nº de

observ.

IGC 4,51 4,25 1,66 0,75 8,75 2613

NM 0,41 0,00 0,49 0,00 1,00 1824

ADR 0,10 0,00 0,30 0,00 1,00 1824

ALAV 0,66 0,64 0,30 0,00 2,05 2938

CRESC 0,30 0,12 2,06 -6,65 72,42 2573

P/B 1,07 0,82 1,17 -3,65 5,67 2179

ROA 0,10 0,11 0,11 -0,36 0,56 2629

TAM 8,87 8,95 1,00 4,25 11,85 3111

ON 62,3 60,8 27,25 2,03 100,00 2591

ON/TOT 1,42 1,12 0,59 0,40 4,30 2591

PE 0,02 0,00 0,15 0,00 1,00 5166

ONPE 21,43 11,86 26,72 0,00 100,00 5166

TOTPE 21,88 13,37 23,07 0,00 100,00 5166

A Tabela 2 mostra a comparação das características das empresas de acordo

com a presença de PE como acionista. Pode-se notar que as médias e medianas do

IGC foram maiores para as empresas com PE (6,22 e 6,38 respectivamente) quando

comparado com empresas sem PE (4,45 e 4,25 respectivamente). Portanto,

podemos concluir que firmas com PE tem qualidade de governança de 40% a 50%

melhor do que firmas sem PE, sendo as diferenças de média e mediana

significativas a 1%.

Além disso, firmas com PE tendem a se listar mais no Nível 2 e Novo

Mercado (81% das empresas de PE versus 39% das firmas sem PE), apontando um

alinhamento da gestão com os requisitos da listagem. Por outro lado, não

verificamos distinção nos grupos de empresas com e sem fundos de PE quanto à

propensão à listagem de ADRs.

Page 21: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

20

Tabela 2 – Comparação entre Empresas Com e Sem Fundos de Private Equity

Média e mediana das variáveis das empresas de acordo com a presença de fundos

de PE como acionista. A descrição das variáveis pode ser vista na seção 3.

Média Mediana Nº de

observ. Sem

PE

Com

PE

Valor-p Sem

PE

Com

PE

Valor-p

IGC 4,45 6,22 0,00 4,25 6,38 0,00 2602

NM 0,39 0,81 0,00 0,00 1,00 0,00 1820

ADR 0,10 0,10 0,91 0,00 0,00 0,93 1820

ALAV 0,66 0,53 0,00 0,64 0,54 0,00 2938

CRESC 0,24 1,84 0,00 0,11 0,24 0,00 2573

P/B 1,05 1,60 0,00 0,81 1,30 0,00 2179

ROA 0,10 0,08 0,09 0,11 0,08 0,01 2629

TAM 8,86 9,04 0,05 8,94 9,24 0,00 3111

ON 62,84 51,28 0,00 61,65 50,03 0,00 2591

ON/TOT 1,42 1,30 0,02 1,14 1,00 0,01 2591

PE 0,00 1,00 NA 0,00 1,00 0,00 5166

ONPE 0,00 21,43 0,00 0,00 11,86 0,00 5166

TOTPE 0,00 21,88 0,00 0,00 13,37 0,00 5166

Os resultados da Tabela 2 indicam o seguinte perfil das empresas com

participação de fundos de PE: possuem maior nível de governança corporativa;

participam mais do Novo Mercado; são menos alavancadas; são maiores;

apresentam maior crescimento de vendas e maior valor (P/B); possuem menor

concentração de capital votante; e tem menor separação entre capital votante e

capital total.

A Tabela 3 mostra a correlação entre as variáveis de estudo. De acordo com

os resultados, o investimento de fundos de PE apresentou correlação positiva com o

índice de governança, com a listagem no Novo Mercado, com o crescimento das

vendas e com P/B. Corroborando com o resultado da Tabela 2, a correlação

verificada entre PE e a listagem de ADRs foi aproximadamente zero.

Page 22: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

21

Tabela 3 – Matriz de Correlação

Matriz de correlação entre as variáveis usadas no estudo. A descrição das variáveis

pode ser vista na seção 3. O número de observações está reportado em parênteses.

Variável IGC NM ADR ALAV CRESC P/B ROA TAM ON ON/

TOT PE

ON

PE

TOT

PE

IGC

(2613) 1,0

NM

(1824) 0,7 1,0

ADR

(1824) 0,2 0,0 1,0

ALAV

(2938) -0,2 -0,1 0,1 1,0

CRESC

(2573) 0,1 0,2 0,0 -0,1 1,0

P/B

(2179) 0,4 0,3 0,0 -0,2 0,1 1,0

ROA

(2629) 0,2 -0,1 0,1 -0,1 0,0 0,3 1,0

TAM

(3111) 0,4 0,0 0,4 0,0 0,0 0,3 0,3 1,0

ON

(2591) -0,3 -0,3 0,0 0,0 0,0 -0,1 0,0 0,0 1,0

ON/TOT

(2591) -0,2 -0,3 0,1 0,1 -0,1 -0,1 0,0 0,0 0,1 1,0

PE

(5166) 0,2 0,2 0,0 -0,1 0,2 0,1 0,0 0,0 -0,1 0,0 1,0

ONPE

(5166) 0,1 0,1 0,0 -0,1 0,3 0,1 0,0 0,0 0,0 -0,1 0,6 1,0

TOTPE

(5166) 0,1 0,1 0,0 -0,1 0,3 0,1 0,0 0,0 0,0 -0,1 0,7 1,0 1,0

A Tabela 4 apresenta a regressão em painel da variável IGC. Pode-se

perceber que a presença de fundos de PE é positivamente relacionada com boas

práticas de governança. Além disso, quanto maior a participação do fundo de PE no

capital votante e total da companhia melhor a governança. Todos os resultados

foram positivos e estatisticamente significativos, na presença das variáveis

avaliadas, a 1%.

Conforme o esperado, existe uma relação positiva de governança com

tamanho da firma e P/B, e uma relação negativa com concentração de capital

votante, alavancagem e separação entre voto e fluxo de caixa.

Page 23: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

22

Tabela 4 – Índice de Governança e Fundos de Private Equity

Regressão em painel usando IGC como variável dependente. A descrição das

variáveis pode ser vista na seção 3. O valor-p de cada variável está reportado em

parênteses.

Variáveis I II III IV V VI

Constante 4,45 -0,48 4,49 -0,47 4,48 -0,46 (0,00) (0,28) (0,00) (0,28) (0,00) (0,29)

PE 1,77 1,08 (0,00) (0,00)

ONPE 0,03 0,03 (0,00) (0,00)

TOTPE 0,04 0,04 (0,00) (0,00)

ON -0,02 -0,02 -0,02 (0,00) (0,00) (0,00)

ON/TOT -0,36 -0,35 -0,35 (0,00) (0,00) (0,00)

P/B 0,30 0,30 0,30 (0,00) (0,00) (0,00)

ROA -0,30 -0,36 -0,34 (0,41) (0,32) (0,35)

ALAV -0,71 -0,72 -0,72 (0,00) (0,00) (0,00)

TAM 0,74 0,74 0,74 (0,00) (0,00) (0,00)

R2 aj 0,04 0,36 0,02 0,37 0,02 0,37

Nº de

observ. 2602 1401 2602 1401 2602 1401

A Tabela 5 apresenta os resultados da regressão em modelos probit de NM.

Nestas regressões, todas as variáveis relacionadas aos fundos de PE foram

positivas e apresentaram significância estatística a 1%, na presença das variáveis

avaliadas, indicando que firmas com PE tendem a se listar mais no Nível 2 e Novo

Mercado. Conforme o esperado, existe uma relação positiva de governança com

tamanho da firma e P/B, e uma relação negativa de governança com concentração

de capital votante, separação do princípio ―uma ação-um voto‖ e alavancagem. A

variável ROA apresentou um sinal negativo, contrário ao esperado.

Page 24: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

23

Tabela 5 – Adesão ao Novo Mercado e Fundos de Private Equity

Regressão probit usando NM como variável dependente. A descrição das variáveis

pode ser vista na seção 3. O valor-p de cada variável está reportado em parênteses.

Variáveis I II III IV V VI

Constante -0,27 -0,08 -0,24 -0,10 -0,25 -0,09 (0,00) (0,89) (0,00) (0,87) (0,00) (0,88)

PE 1,13 1,16 (0,00) (0,00)

ONPE 0,02 0,02 (0,00) (0,00)

TOTPE 0,03 0,03 (0,00) (0,00)

ON -0,01 -0,01 -0,01 (0,00) (0,00) (0,00)

ON/TOT -0,38 -0,36 -0,36 (0,00) (0,00) (0,00)

P/B 0,25 0,26 0,25 (0,00) (0,00) (0,00)

ROA -1,86 -2,07 -2,05 (0,00) (0,00) (0,00)

ALAV -0,96 -0,95 -0,96 (0,00) (0,00) (0,00)

TAM 0,13 0,14 0,14 (0,06) (0,04) (0,04)

R2 McFadden 0,02 0,20 0,01 0,19 0,01 0,19

Nº de observ. 1820 1032 1820 1032 1820 1032

A Tabela 6 apresenta os resultados da regressão em modelos probit da

variável ADR. Existe evidência de que a participação de PE no capital votante e total

da empresa investida tem moderada influência positiva na propensão da firma listar

ADRs nos EUA. No entanto, não houve significância estatística da variável PE, na

presença das variáveis avaliadas. Conforme o esperado, existe uma relação positiva

de governança com tamanho da firma e ROA. A variável ON/TOT apresentou um

sinal positivo, contrário ao esperado e ao obtido nas Tabelas 4 e 5.

Page 25: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

24

Tabela 6 – Listagem nos Estados Unidos e Fundos de Private Equity

Regressão probit usando ADR como variável dependente. A descrição das variáveis

pode ser vista na seção 3. O valor-p de cada variável está reportado em parênteses.

Variáveis I II III IV V VI

Constante -1,27 -13,21 -1,28 -13,27 -1,29 -13,33 (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00) (0,00)

PE -0,02 0,15 (0,91) (0,59)

ONPE 0,01 0,01 (0,18) (0,03)

TOTPE 0,01 0,02 (0,10) (0,02)

ON 0,00 0,00 0,00 (0,46) (0,64) (0,66)

ON/TOT 0,27 0,29 0,29 (0,00) (0,00) (0,00)

P/B -0,07 -0,07 -0,08 (0,28) (0,26) (0,23)

ROA 3,17 3,41 3,45 (0,00) (0,00) (0,00)

ALAV -0,14 -0,11 -0,13 (0,70) (0,77) (0,73)

TAM 1,17 1,18 1,18 (0,00) (0,00) (0,00)

R2 McFadden 0,00 0,31 0,00 0,32 0,00 0,32

Nº de observ. 1820 1032 1820 1032 1820 1032

A Tabela 7 mostra os resultados dos testes de causalidade granger com

defasagem de 1 a 5 períodos. De acordo com os resultados, PE causou efeito sobre

o IGC em um e dois anos. As variáveis TAM e P/B apresentaram causalidade com

até três defasagens, indicando um efeito prolongado do tamanho e valor da firma no

índice de governança.

Page 26: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

25

Tabela 7– Teste de Causalidade Granger em Relação ao Índice de Governança

Teste de causalidade granger, com defasagens de 1 a 5 períodos, em que a

hipótese nula testa se cada variável não causa IGC. A descrição das variáveis pode

ser vista na seção 3. O número de observações está reportado em parênteses

abaixo do valor-p de cada variável.

Variável Def. -5 Def. -4 Def. -3 Def. -2 Def. -1

ALAV 0,51 (579)

0,25 (835)

0,93 (1157)

0,91 (1533)

0,18 (1936)

CRESC 0,58 (556)

0,48 (800)

0,96 (1083)

0,45 (1413)

0,15 (1776)

P/B 0,76 (369)

0,32 (549)

0,09 (783)

0,00 (1113)

0,00 (1493)

ROA 0,06 (518)

0,17 (765)

0,15 (1057)

0,17 (1399)

0,01 (1763)

TAM 0,97 (629)

0,70 (906)

0,03 (1246)

0,00 (1636)

0,00 (2052)

ON 0,98 (337)

0,97 (522)

0,36 (768)

0,11 (1112)

0,30 (1548)

ON/TOT 0,92 (337)

0,50 (522)

0,69 (768)

0,27 (1112)

0,07 (1548)

PE 0,85 (678)

0,87 (965)

0,66 (1313)

0,07 (1717)

0,02 (2146)

ONPE 0,94 (678)

0,71 (965)

0,84 (1313)

0,68 (1717)

0,32 (2146)

TOTPE 0,94 (678)

0,91 (965)

0,76 (1313)

0,44 (1717)

0,16 (2146)

A Tabela 8 mostra o teste de causalidade gerada em PE. Encontramos efeito

de IGC em PE com até três períodos de defasagem. Entendemos que este resultado

pode indicar que os fundos de PE procuram empresas com governança recém-

desenvolvida ou que, devido à atuação de longo prazo destes fundos, o benefício da

governança criada nos primeiros anos é percebido pelo próprio fundo nos anos

seguintes. Nos testes com defasagem de dois até cinco anos, tamanho, P/B,

crescimento e alavancagem foram significativos, na presença das variáveis

avaliadas.

Page 27: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

26

Tabela 8 – Teste de Causalidade Granger em Relação a Fundos de PE

Teste de causalidade granger, com defasagens de 1 a 5 períodos, em que a

hipótese nula testa se cada variável não causa PE. A descrição das variáveis pode

ser vista na seção 3. O número de observações está reportado em parênteses

abaixo do valor-p de cada variável.

Variável Def. -5 Def. -4 Def. -3 Def. -2 Def. -1

IGC 0,74 (678)

0,25 (965)

0,00 (1313)

0,00 (1717)

0,00 (2146)

NM NA

(678) NA

(905) NA

(1132) NA

(1360) 0,00 (1590)

ADR NA

(678) NA

(905) NA

(1132) NA

(1360) 0,35 (1590)

ALAV 0,22 (777)

0,09 (1102)

0,02 (1497)

0,29 (1941)

0,02 (2417)

CRESC NA

(717) 0,90 (1008)

0,62 (1329)

0,02 (1704)

0,01 (2119)

P/B NA

(409) 0,28 (606)

0,04 (861)

0,00 (1219)

0,07 (1643)

ROA 0,43 (673)

0,99 (970)

0,76 (1312)

0,19 (1702)

0,22 (2133)

TAM 0,00 (856)

0,00 (1209)

0,00 (1624)

0,00 (2085)

0,31 (2577)

ON NA

(439) 0,36 (657)

0,10 (957)

0,13 (1368)

0,41 (1901)

ON/TOT NA

(439) 0,04 (657)

0,99 (957)

0,70 (1368)

0,08 (1901)

A Tabela 9 mostra os resultados das equações simultâneas. Os resultados

indicam que existe uma relação simultânea entre PE e IGC, sendo que o coeficiente

PE é significativo a 1% e o coeficiente IGC é significativo a 5%, na presença das

variáveis avaliadas, indicando uma relação mais forte para PE influenciar

governança do que o contrário.

Os resultados para NM indicam que os fundos de PE possuem relação

positiva com a listagem da empresa no Novo Mercado, e o fato de a empresa estar

listada no Novo Mercado não influencia a decisão de investimento dos fundos de

PE. Esse resultado é coerente com o fato de os fundos de PE geralmente investirem

em uma empresa antes da abertura de capital.

Os resultados para ADR não demonstraram relação significativa entre PE e

ADR e vice-versa, na presença das variáveis avaliadas, coerente com os resultados

dos testes anteriores.

Page 28: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

27

Tabela 9 – Equações Simultâneas entre Governança e Fundos de PE

Sistema de equações simultâneas por FIML (full information maximum likelihood) em

que PE é a variável dependente da segunda equação de cada sistema de equações.

A descrição das variáveis pode ser vista na seção 3. O valor-p de cada variável está

reportado em parênteses.

Variável

Sistema 1

(Var. = IGC e PE)

Sistema 2

(Var. = NM e PE)

Sistema 3

(Var. = ADR e PE)

I II III IV V VI

Constante -0,01 -0,04 0,49 -0,05 -1,76 -0,61

(0,99) (0,73) (0,17) (0,74) (0,00) (0,34)

PE 8,18 2,03 0,20

(0,00) (0,02) (0,91)

ON -0,01 0,00 0,00 (0,00) (0,00) (0,93)

ON/TOT -0,28 -0,09 0,05 (0,00) (0,00) (0,10)

IGC 0,03 (0,05)

NM 0,11 (0,12)

ADR -0,34 (0,36)

P/B 0,16 0,01 0,04 0,01 -0,02 0,02

(0,02) (0,26) (0,23) (0,23) (0,60) (0,12)

ROA 1,58 -0,24 0,03 -0,3 0,47 -0,26

(0,10) (0,00) (0,95) (0,03) (0,47) (0,19)

ALAV -0,42 -0,03 -0,14 -0,04 -0,05 -0,09

(0,29) (0,54) (0,35) (0,58) (0,71) (0,13)

TAM 0,59 0,00 0,00 0,01 0,19 0,08

(0,00) (0,95) (0,95) (0,46) (0,00) (0,26)

CRESC 0,01 0,01 0,01

(0,00) (0,00) (0,05)

R2 aj 0,00 0,06 0,00 0,08 0,19 0,00

Nº de observ.

2720 2012 2012

Page 29: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

28

5 CONCLUSÃO

São muitos os estudos relacionados à criação de valor pela governança

corporativa. Estes trabalhos, em geral, concordam nos benefícios do atendimento a

padrões elevados de governança. Encontramos também estudos que abordam os

fatores de desenvolvimento da governança, em especial o ativismo por parte dos

investidores institucionais. Em comparação aos investidores individuais, os

institucionais estão em posição mais favorável para monitorar as firmas investidas.

Neste trabalho, avaliamos o ativismo de fundos de pritvate equity (PE) como

acionistas das empresas listadas na BM&FBovespa, durante o período entre 2002 e

2009. Realizamos testes econométricos visando responder se estes fundos

influenciam na melhoria da governança corporativa das empresas em que investem.

Como forma de quantificar a governança, utilizamos o índice de governança

corporativa de Leal e Carvalhal (2007), a listagem do Novo Mercado da

BM&FBovespa, a qual exige atendimento a um padrão mínimo de governança, e a

listagem de American Depositary Receipts (ADR) nos EUA.

As principais limitações deste estudo são: a literatura relacionada à atuação

específica de PE como investidor institucional não é vasta, principalmente se

considerarmos as que fazem uso de aplicações estatísticas; a amostra de empresas

investidas por estes fundos no Brasil é reduzida; a seleção das variáveis

instrumentais utilizadas nos modelos de regressão é arbitrária, o que implica que os

modelos utilizados podem não ser os ideais; o estudo é exploratório, não tendo a

pretensão de poder ser generalizado ou aplicado a outras amostras.

Os resultados encontrados apontam para uma influência positiva da

participação de fundos de PE na prática de níveis mais elevados de governança

corporativa e na listagem no Novo Mercado. Com relação à listagem de ADRs, as

evidências não apontam para relação entre a participação de fundos e a listagem

pelas empresas.

No Brasil, a indústria de PE é muito recente, o que influencia na análise

estatística pelo reduzido número de observações e, acreditamos, no próprio

resultado sobre a governança, em função da curva de aprendizagem dos gestores

de fundos. Apesar de recente, a indústria está em fase de crescimento rápido,

influenciada pela conjuntura econômica que favorece o crescimento destes fundos

como uma opção de captação de recursos aos financiamentos bancários. Estes

Page 30: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

29

investimentos, ao comporem o capital próprio, são inclusive uma forma de equilibrar

a estrutura de capital de empresas altamente alavancadas.

Entendemos que, se for alcançada uma popularização destes investimentos,

pela aderência de investidores privados, e uma maior representatividade na carteira

de investidores institucionais como forma de diversificação de suas carteiras, o

ativismo deste segmento poderá ganhar relevância substancial no desenvolvimento

das empresas e de sua governança no Brasil.

Como estudos futuros sobre o tema sugerimos a análise da influência de

fundos de private equity sobre a criação de valor para as empresa e o estudo de

caso de algumas empresas não listadas que tenham recebido investimento destes

fundos, a fim de verificar quais foram os benefícios percebidos pelos empresários.

Page 31: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

30

6 REFERÊNCIAS

ACHLEITNER, A-K.; BETZER, A.; HINTERRAMSKOGLER, B. Private equity investors as corporate governance mechanism in continental Europe. CEFS Working Paper Series. Technische Universität München, Center for Entrepreneural and Financial Studies (CEFS), Working Paper Series, n. 2008-15, 2008.

ABDI - AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. A indústria de Private equity e Venture Capital – 2º Censo Brasileiro. Brasília: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, 2009. 420 p.

BARONTINI, R.; SICILIANO, G. Equity prices and the risk of expropriation: an analysis of the Italian stock market. ECGI Working Paper Series in Finance, n. 24, sep. 2003.

BHAGAT, S.; JEFFERIS, R. H., Jr. The econometrics of governance studies. Massachusetts: MIT, 2002. 114 p.

BRAV, A. et al. Hedge Fund Activism, Corporate Governance, and Firm Performance. The Journal Of Finance, v. LXIII, n. 4, aug. 2008.

CRISÓSTOMO, V. L.; GONZÁLEZ, E. V. Possível estratégia de ativismo de fundos de pensão no Brasil. Revista de Economia Contemporânea, v. 10, n. 1, p. 139-155, 2006.

GIOIELLI, S. P. O. Os gestores de private equity e venture capital influenciam a governança corporativa das investidas? Evidências das empresas estreantes na Bovespa. 2008. 106 f. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas)—

Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2008.

KLAPER, L.; LOVE, I. Corporate governance, investor protection, and performance in emerging markets. Journal of Corporate Finance, v.10, n. 5, p. 703-728, 2004.

LA PORTA, R.; SCHLEIFER, A.; LOPEZ-DE-SILANES, F.; VISHNY, R. Law and Finance. Journal of Political Economy, v. 106, n. 6, p. 1113-1155, 1998.

LEAL, R.; CARVALHAL, A. Corporate Governance and Value in Brazil (and in Chile). In: CHONG, A.; LOPEZ-DE-SILANES, F. (org.), Investor Protection and Corporate Governance – Firm Level Evidence Across Latin America, p. 213-287, Stanford University Press, 2007.

Page 32: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

31

MALLIN, C. Institutional shareholders: their role in the shaping of corporate governance. International Journal of Corporate Governance, v. 1, n. 1, p. 97 – 105, 2008.

MASULIS, R. W.; THOMAS, R. S. Does private equity create wealth? The effects of private equity and derivatives on corporate governance. The University of Chicago Law Review, v.76, p. 219 – 260, 2009.

OLIVEIRA, R. M. A influência dos Investidores Institucionais nas Políticas de Governança Corporativa das Empresas Brasileiras. 2005. 75 f. Dissertação (Mestrado em Administração)—Instituto Coppead de Administração, Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.

PUNSUVO, F. R.; KAYO, E. K.; BARROS, L. A. O ativismo dos fundos de pensão e a qualidade da governança corporativa. Revista Contabilidade e Finanças USP, v.18, n.14, p. 63 – 72, 2007.

RUBACH, M. J.; SEBORA, T. C. Determinants of Institutional Investor Activism: A Test of the Ryan-Schneider Model (2002). Journal of Managerial Issues, v.XXI, n.2, p. 245-261, 2009.

SILVA, A. L. C.; LEAL, R. P. C. Governança corporativa: Evidências Empíricas no Brasil. São Paulo: Atlas, 2007. 262 p.

SMITH, M. P. Shareholder Activism by Institutional Investors: Evidence from CalPERS. The Journal of Finance, v. 51, n. 1, p. 227-252, mar. 1996.

VALOR FINANCEIRO PRIVATE EQUITY & VENTURE CAPITAL. São Paulo: Valor Econômico, v. 7, n. 08, p. 24 – 39, nov. 2008.

VALOR FINANCEIRO PRIVATE EQUITY & VENTURE CAPITAL. São Paulo: Valor Econômico, v. 8, n. 10. p. 18 – 34, set. 2009.

Page 33: FUNDOS DE PRIVATE EQUITY E GOVERNANÇA … · Cruzamos estas informações com os dados da CVM sobre os fundos ... 2009 para verificar a participação dos fundos em ... com aplicações

32

7 ANEXOS ANEXO A - EMPRESAS QUE APRESENTARAM PARTICIPAÇÃO DE FUNDOS DE PE EM ALGUM DOS ANOS ANALISADOS, SEGUNDO O CRUZAMENTO DOS DADOS DA ECONOMÁTICA E DA CVM.

Aetatis Sec AGconcessoes

Aliansce All Amer Lat

Alpargatas Anhanguera

BHG Bicbanco

BM&F BR Brokers

BR Malls Par BR Properties

Brasilagro Cbcc Contact Center

Celesc Cetip

Cims Comgas

Coteminas Cremer

Dasa Daycoval

Direcional Ecodiesel

Even Geodex

Globex Gol

Hypermarcas Ideiasnet

Inpar S/A Ipiranga Pet

Itaitinga JBS

Klabinsegall Le Lis Blanc

Lojas Americ M. Diasbranco

Magnesita SA Marisa

Marisol Metodo Engenharia

P.Acucar-Cbd Panamericano

Parana PDG Realt

Porto Seguro Providencia

Spel Empreendim Springs

Tam S/A Tempo Part

Tivit Vivax