tatiana souza <tatiana.souza@concretophd.com.br>

Fwd: [calculistas] OFF ­ Aos coxinhas e batedores de panela. Tatiana Souza <tatiana.souza@concretophd.com.br> 24 de novembro de 2016 14:01Para: "Tatiana Souza .PhD Engenharia" <tatiana.souza@concretophd.com.br>

­­­­­­­­­­ Mensagem encaminhada ­­­­­­­­­­De: Marina Candia marina.orcamento@gmail.com [calculistas­ba] <calculistas­ba@yahoogrupos.com.br>Data: 24 de novembro de 2016 12:44Assunto: Re: [calculistas] OFF ­ Aos coxinhas e batedores de panela.Para: "calculistas­ba@yahoogrupos.com.br" <calculistas­ba@yahoogrupos.com.br>

Prezado professor Paulo e Cleverson, a verdade é que o povo brasileiro, não tem o hábito de pesquisar dados equando são apresentados, não tem argumentos para confrontá­los e aí começam com a mesma ladainha, quecostumam ouvir e ler por aí!!!

A destituição do PT do governo, não foi pelo combate a corrupção (e isso está bemmmm claro, não enxerga quemnão quer, ou porque o ódio ao PT não deixa enxergar, ou se fingem de bobo mesmo) essa destituição foi justamentepara aumentar ainda mais a mesma e blindar aqueles, que sempre roubaram o país (só vermos o patrimonio denossos politicos costumeiros, mesmo antes da entrada do PT no poder). Nunca quiseram a intensificação dafiscalização e controle no país, que teve sim aumento significativos no governo do PT, quando falamos isso, somostaxados de mortadela, petralha, comunista etc... eu particularmente nem ligo!!!. Votei em Dilma (não me arrependoum só dia), mas a minha decepção com seu governo foi justamente, quando ela trouxe a Fazenda um cara comoLevy, óbvio por pressão dos nossos congressistas vendidos a esse mercado, não diferente dos EUA que muitosadoram exaltar, a banda aqui, toca igualzinho a de lá, chama­se establishment. Sabia que a atuação do Levy seria aque foi, de paralisar o país, pois um Golpe de Estado se fazia necessário para colocar quem eles queriam colocar (asgravações do tal Machado com Jucá e cia ltda, deixaram isso bemmmm claro, não sei qual foi a parte, que algunsbrasileiros deixaram de entender sinceramente, ou é porque fingem não entender)... após sua participação, voltoujustamente para o FMI.

As maiores potencias do mundo estão com seu PIB altamente comprometido com seu endividamento público, comobem disse o Ladislau em seu texto e pode ser conferido aqui basta clicar em cada país http://pt.tradingeconomics.com/countries a Alemanha por exemplo está com maior Banco Alemão, a ruir.

O nosso país não passa por uma grave crise econômica (passamos pela subprime sem balançarmos, alias, um dospoucos países) e sim por uma grave crise politica dos que queriam voltar ao poder e não conseguiram pelas urnas eresolveram agir na solapada, porque precisavam atender a si e a quem os banca. O deficit das contas públicas até odesenrolar do impeachment era de 23 bi em quase 6 meses, se multiplicarmos esse valor ainda que por 3,chegaríamos a 69 bi e nunca ao roubo dos 170 bi, que esse governo de mafiosos apresentou para o país, mas essegolpe custou muito dinheiro, que o povo brasileiro é quem vai bancar).

O Brasil como muitos países, tem uma elite podre, perniciosa, composta por banqueiros, rentistas e empresários(quando eu falo empresários quero dizer empresários, aqueles que são chamados por um presidente para buscarsoluções para economia de um país, não "empresários" que trabalham para manter seu padrão de vida e de suafamilia e que não tem influência alguma). Empresários esses que devem mais de 1 tri de impostos a união!!! Mascomo sempre, querem jogar a conta nos menos favorecidos desse país, onde os que ganham até 3 salários minimos,são os responsaveis por 53% da arrecadação fiscal de todo o país, ou seja, o objetivo é quebrar o país, parajustificarem esse Golpe e todo o desmonte que querem fazer. O país parou justamente em 2015, quando atingiu qualárea??? A nossa engenharia, que é responsavel por empregar boa parte dos brasileiros sem estudos... é responsavelpor movimentar diversas áreas além da nossa (comércios locais e regionais de diversos setores). Ontem recebi doCREA­MG um "documento" para barrar, que estrangeiros entrem no país para atuarem em projetos e serviços deengenharia.

A liberalidade de mercado, existe até o momento que outra nação não prejudica a nação "liberal". Todo país exercepoliticas de barreiras, ou seja, vão importar e não intervir somente naquilo que não os prejudica internamente... ilusãode quem acha, que isso ocorre rs...ex. os EUA são o maior produtor de grãos do mundo, o Brasil o segundo... vai oBrasil exportar grãos para os EUA... NEVER!!!

Por fim, podemos agradecer esse caos econômico que boa parte do mundo vive, a uma das "liberais" mais exaltadasdo mundo Margaret Thatcher,, que foi uma das responsaveis por tirar a regulamentação do mercado financeiro, queocorria desde a crise 1929...

Engraçado um país "quebrado", sem "perspectiva" ser atraido por esses "investidores" a comprar nossas empresas apreço de banana não? Por que será que querem privatizar nossas universidades, nossas empresas estatais, ahhh e osnossos bancos? Imaginem um Banco do Brasil, que tem a maior e mais bem gerida previdencia privada da AméricaLatina, com ações de diversas empresas brasileiras e estrangeiras, imaginem nossa Caixa Economica que detem egeri todos os recursos dos trabalhadores e previdencia desse país, nas mãos desses banqueiros... ahhh como devemestá desesperados por esse feito!!!

Somos uma nação de OTÁRIOS!!!

­­ Engª Marina CarvalhoCREA­MG 118.468/D

(31) 99229­6199

­­­­­­­­­­ Mensagem encaminhada ­­­­­­­­­­De: Marcelo Valverde mcrvalverde@yahoo.com.br [calculistas­ba] <calculistas­ba@yahoogrupos.com.br> Data: 24 de novembro de 2016 11:43 Assunto: Re: [calculistas] OFF ­ Aos coxinhas e batedores de panela.Para: CALCULISTAS Yahoo! Brazil <calculistas­ba@yahoogrupos.com.br>

Prezados,

Não vou defender esse ou aquele governo / partido, mas cabe lembrar que há acertos queprecisam ser reconhecidos.

O Prof. Paulo Helene está coberto de razão ao lembrar que estamos voltando no tempo.

Eu acho voltamos à época do "não somos capazes" ­ bandeira e pedra de toque de váriosgovernos 'pseudo­liberais' que tivemos.

Pois não é que uma das principais bandeiras deste grupelho que assumiu este ano é que nãotemos competência. Seja para explorar o pré­sal ­ que "não temos como transformar essepotencial em riquezas", que não atenderemos o prazo nisso, que falharemos naquilo, queprecisamos vender isso, desfazer daquilo. Que conteúdo nacional não presta, que ébolivariano, que é um atraso e reserva de mercado (alô quem defende excluir conteúdonacional! Antes de martelar sugiro se informar como agem e regulam os outros países paramanter e desenvolver o conhecimento!!! Quais as contrapartidas e o que resultou da falta deregulamentação de quem deixou essa industria "santa" solta.)

Assim, como "não somos capazes", adotam­se soluções tipicamente brasileiras que são comotiros no pé.

Plataformas são compradas alhures porque nosso parque industrial "não dá conta" (exportam­se dinheiro e emprego. Jóia! São "jênios"!). Vende­se com valor a menor do que avaliadoscampos de petróleo "por que estão parados". (repito: jênios!!!). No "flanco" judiciário punem­seas PJs , se possível ad infinitum ou dizimando da face da terra, e desmontam toda a cadeia deprodução óleo e gás como nenhuma outra justiça de nenhuma outra nação fez até hoje!! Enquanto isso garantem acordos de leniência (delações hiper premiadas).... só para arranhar oassunto....

Com todos os enormes erros cometidos por essa turma que saiu, numa coisa os governosanteriores acertaram: nós enquanto nação somos capazes. (mas á preciso que paremos denos altoboicotar ­ coisa que fazemos por esporte e somos campeões)

Em tempo: nesse tema fico por aqui.

Abraços,

Marcelo ValverdeMG

De: "'Paulo.Helene' paulo.helene@concretophd.com.br [calculistas­ba]" <calculistas­ba@yahoogrupos.com.br>Para: calculistas­ba@yahoogrupos.com.br Enviadas: Quinta­feira, 24 de Novembro de 2016 9:57Assunto: Re: [calculistas] OFF ­ Aos coxinhas e batedores de panela.

Prezado Márcio

Obrigado da atenção.

Me recordo, no pós Ditadura (início dos anos 80) que o governo Sarney colocava a culpa naDITADURA.

Eu ingenuamente acreditava apesar de ter vivido tempos áureos com ela, com grandevalorização da engenharia civil.

Entrou o Collor e pôs a culpa no pós Sarney... eu acreditei e era carroça mesmo aquelesfusquinhas daquele tempo.

Entrou o Itamar e curti mocinhas sem calcinhas....

Entrou o Fernando Henrique e pôs a culpa na ditadura de novo e no FMI.

Repetiu o Fernando Henrique e a ladainha continuou, sempre faltava dinheiro e a culpa era dopovo... e eu sofrendo e já começando a duvidar daquelas verdades incontestáveis.

Entrou o Lula e não pôs a culpa em ninguém.... arrumou a casa, pagou dívidas, aumentou omínimo, pagou bem os aposentados, criou novas universidades, botou dinheiro na pesquisa ena civil, revolucionou a agro industria, exportou aviões pela Embraer, etc. tudo em apenas 8anos.... e eu gostei

Agora voltou a era dos culpados de novo.

Também acho que você não leu aquilo que o Cleverson enviou.

Mas caro amigo Márcio, respeito seu ponto de vista apesar de respeitosamente discordar.

Vamos em frenteAbraços de

Prof. Paulo Helene Diretortel.: 55­11­9­5045­5562 ou tel.: 11­2501­4822 Rua Visconde de Ouro Preto 201 São Paulo SP 01303­060 paulo.helene@concretophd.com.br www.concretophd.com.br & www.phd.eng.br

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Em 24 de novembro de 2016 09:40, Márcio Cunha engmarciocunha@yahoo.com.br[calculistas­ba] <calculistas­ba@yahoogrupos.com.br> escreveu:

Prezado Paulo,“O PT entrou em 2003, e durante 12anos nunca mais ouvi essa ladainha e o país cresceucom recordes e foi respeitado internacionalmente,.... e a Engenharia Civil foi valorizada comonunca antes na história do país”.Queria muito viver no mundo que você vive. Queria mesmo.Diga isso pros funcionários públicos do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.Daqui 2 meses, pergunte pra mais um punhado.Veja o que te dizem.A conta pelo SEU adorado populismo chegou. Pague­a.Eu estou pagando, mesmo sem tê­la proporcionado.Atenciosamente,

De: calculistas­ba@yahoogrupos. com.br [mailto:calculistas­ba@ yahoogrupos.com.br] Enviada em: quinta­feira, 24 de novembro de 2016 07:25Para: calculistas­ba@yahoogrupos. com.br; Patologia <patologia_de_estruturas@yahoogrupos.com.br>Assunto: Re: [calculistas] OFF ­ Aos coxinhas e batedores de panela. Pois é meu prezado Cleverson Confesso minha ignorância em matéria de economia mas essa explicação foi bemclara e penso que entendi. Muito obrigado. Depois da posse deste governo do PMDB eu voltei a escutar as mesmas ladainhasde 15anos atrás, propaladas de 1980 a 2003, e que sempre me deixavam triste edesesperado para trabalhar mais e pagar logo essas contas intermináveis:

1. O Brasil está quebrado e não tem dinheiro nem para pagar as dívidas...Cada brasileirinho que nasce já vem com dívida pública embutida... (euolhava para meus filhinhos ainda crianças e me desgostava de ver­los tãopequeninos com tantas dívidas impagáveis...;

2. A Previdência está quebrada e não tem dinheiro para aposentadoria... eununca entendi pois se arrecadam de meu salário todo mês uma boa fatia paraonde vai esse meu dinheiro (poupança) que deveria pagar minhaaposentadoria? Porque dizem que os jovens trabalhadores de hoje é quedevem pagar minha aposentadoria se eu já paguei, adiantado, por 35anos?

3. O SUS está quebrado e não tem dinheiro para saúde e tem de privatizar asaúde pública. Como assim se eu e milhões de brasileiros em empresas daadministração pública e da privada nunca usamos o SUS e sempre pagamossaúde privada? Vamos ter de pagar duas saúdes privadas?

4. O orçamento da União é limitado e não tem dinheiro para aumentarjustamente o salário mínimo e o rejuste dos aposentados... mas tem parasalário de juiz, ministro, deputado, vereadores, etc...

O PT entrou em 2003, e durante 12anos nunca mais ouvi essa ladainha e o paíscresceu com recordes e foi respeitado internacionalmente,.... e a Engenharia Civilfoi valorizada como nunca antes na história do país. Agora voltou tudo de novo.... só lamúrias insolúveis. Tenho certeza e esperança de que esse pesadelo vai passar... Abraços de

Prof. Paulo Helene Diretortel.: 55­11­9­5045­5562 ou tel.: 11­2501­4822 Rua Visconde de Ouro Preto 201 São Paulo SP 01303­060 paulo.helene@concretophd.com. br www.concretophd.com.br & www.phd.eng.br

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Em 24 de novembro de 2016 07:36, Cleverson cleverson13@gmail.com[calculistas­ba] <calculistas­ba@yahoogrupos. com.br> escreveu:

Ladislau: quem quebrou o Estado brasileiroPOR LADISLAU DOWBOR– ON 22/11/2016CATEGORIAS: BRASIL, DESTAQUES, ECONOMIA

Examine os números: gasto social é moderado, enquantopagamento de juros explode. País entra em crise — e governomantém justamente as despesas mais devastadoras

Por Ladislau Dowbor

Você provavelmente se sente perplexo frente à situaçãoeconômica do país. Está em boa companhia. Quem é que entendede resultado primário, de ajuste fiscal e outros termos quepovoaram os nossos noticiários? A imensa maioria balança acabeça de maneira entendida, e faz de conta. Pois vejam querealmente não é complicado entender, é só trocar em miúdos. Ecom isso o rombo fica claro. Aqui vai a conta explicitada, nãoprecisa ser economista ou banqueiro. E usaremos os dados doBanco Central, a partir da tabela original, pois confiabilidade, nestaera melindrada, é fundamental. Para ver os dados no próprio BC,é só clicar no link embaixo da tabela.

A política econômica do governo atual está baseada numa imensafarsa: a de que as políticas redistributivas da era progressistaquebraram o país enquanto o novo poder, com banqueiros nocontrole do dinheiro, iriam reconstruí­lo. Segundo o conto, comouma boa dona de casa, vão ensinar responsabilidade, gastarapenas o que se ganha. A grande realidade é que são os jurosextorquidos pelos banqueiros que geraram o rombo. A boa donade casa que nos governa se juntou aos banqueiros e estáaumentando o déficit.

Os dados publicados pelo Banco Central mostram a imagem realdo que está acontecendo:

Acesse: http://www.tesouro. fazenda.gov.br/pt_PT/ resultado­do­tesouro­nacional

A tabela, tal como aparece no site do Banco Central, parececomplexa, mas é de leitura simples. Na linha IX, “Resultadoprimário do governo central” é possível acompanhar a evoluçãodos números. O resultado primário é a conta básica de quanto ogoverno recolheu com os impostos e acabou gastando nas suasatividades, propriamente de governo, investindo em educação,saúde, segurança etc — ou seja, em políticas públicas.

Quando se diz que o governo deve ser responsável, não gastarmais do que ganha, é disto que estamos falando. Confira a tabelaabaixo, extraída da tabela principal: trata­se apenas de melhorar alegibilidade.

No caso, houve um superávit nos anos 2010 até 2013 (gastoumenos do que arrecadou) e um déficit insignificante de 20 bilhõesem 2014, e moderado em 2015, 116 bilhões de reais, 2% do PIB,perfeitamente normal.

Na União Europeia, por exemplo, um déficit de até 3% do PIB éconsiderado normal, com variações entre um ano e outro. Ou seja,fica claro, note­se que ao contrário do que dizem os gastos comas políticas públicas não causaram nenhum “rombo” como temsido qualificado.

A linha seguinte da tabela, X – “Juros Nominais”, dá a chave daquebra e da recessão. Os juros nominais representam o volumede recursos que o governo gastou com os juros sobre a dívidapública. Esta é a caixa preta que trava a economia na dimensãopública.

Trata­se da parte dos nossos impostos que em vez de servirempara infraestruturas e políticas sociais, são transferidos para osbancos e outros intermediários financeiros, além de um volumepequeno de aplicadores individuais no tesouro direto. Estes emboa parte reaplicam os resultados, aumentando o volume derecursos apropriados.

A dívida pública é normal em inúmeros países, assegurandoaplicações financeiras com risco zero e liquidez total, e por istopagando em geral na faixa de 0,5% ao ano, nos mais variadospaíses, inclusive evidentemente nos EUA e União Europeia. Não épara aplicar e ficar rico, é para ter o dinheiro seguro enquanto sebusca em que investir.

No Brasil, o sistema foi criado em julho de 1996, pagando umataxa Selic fantástica de mais de 15% já descontada a inflação.Instituiu­se assim por lei um sistema de transferência de recursospúblicos para os bancos e outros aplicadores financeiros. Comjuros deste porte, rapidamente o governo ficou apenas rolando adívida, pagando o que conseguia de juros, enquanto o que nãoconseguia pagar aumentava o estoque da dívida. Nada quequalquer família brasileira não tenha conhecido quando pegadívida para saldar outra dívida. O processo vira, obviamente, umabola de neve.

Em 2003 Lula assume com uma taxa Selic pagando 24,5%,quando a inflação estava em 6%. Importante notar que são lucrosgigantescos para os bancos e os rentistas em geral, semnenhuma atividade produtiva correspondente. E nenhum benefíciopara o governo ou a população, pois o governo, com este nível dejuros, apenas rola a dívida.

O sistema é absolutamente inviável a prazo. E ilegítimo, pois setrata de ganhos sem contrapartida produtiva, gerando umacontração econômica. Na passagem de 2012 para 2013, ogoverno Dilma passa a reduzir progressivamente a taxa de jurossobre a dívida pública, chegando ao nível de 7,25% ao ano, parauma inflação de 5,9%, aproximando­se das taxas praticadas naquase totalidade dos países. Isto gerou uma revolta por parte dosbancos e por parte dos rentistas em geral.

Por que tantos países mantêm uma taxa de juros sobre a dívidapública da ordem de 0,5% ou menos? Porque um juro baixo sobrea dívida pública estimula os donos dos recursos financeiros a

buscar outras aplicações mais rentáveis, em particularinvestimentos produtivos, que geram ganhos mas fomentando aeconomia. Aqui, estimulou­se o contrário: para que um empresáriose arriscar em investimentos produtivos se aplicar na dívidapública rende mais?

A revolta dos banqueiros e outros rentistas levou a umaconvergência com outras insatisfações, inclusive oportunismospolíticos, provocando os grandes movimentos de 2013. E com umlegislativo eleito pelo dinheiro das corporações, atacou­se namídia qualquer tentativa de reduzir os juros e resgatar a políticaeconômica do governo. Futuros candidatos também viram aíbrechas oportunas. O governo recuou, iniciando um novo ciclo deelevação da taxa Selic, reconstituindo a bonança de lucros semprodução, essencialmente para bancos e outros rentistas.

Difícil dizer o que causou o recuo do governo. O fato é que desdemeados de 2013 instalou­se a guerra política e o boicote, e nãohouve praticamente um dia de governo, seguindo­se a eleição e adesarticulação geral da capacidade de ação do Palácio doPlanalto. O essencial para nós, é que não houve uma quebra degoverno, e muito menos do Brasil, como dizem, pois as políticaspúblicas mantiveram o seu equilíbrio financeiro. O que quebrou osistema, e fato essencial, está aprofundando a crise, é o volumede transferências de recursos públicos para bancos e outrosintermediários financeiros que são essencialmente improdutivos.

Confira a tabela dos juros nominais:

Com a Selic elevada, o governo transferiu em 2010, nas contas doBanco Central, 125 bilhões de reais sobre a dívida pública. Em2011, este montante se elevou para 181 bilhões, caindo para 147bilhões em 2012 com a redução dos juros Selic (a 7,5%) por partedo governo Dilma. Em 2013 começa o drama: sob pressão dosbancos, voltam a subir os juros sobre a dívida pública, e o dinheirotransferido ou reaplicado pelos rentistas sobe para 186 bilhõesem 2013. Na fase do ministro Nelson Levy, portanto, com umbanqueiro tomando conta do caixa, esse valor explode para 251bilhões em 2014, e para 397 bilhões em 2015. Veja que o rombocriado pelos altos juros da dívida é incomparavelmente superior aodéficit das políticas públicas propriamente ditas, na linha IX“Resultado primário do governo central” visto acima.

Aqui são praticamente 400 bilhões de reais que poderiam setransformar em investimentos de infraestruturas e em políticassociais, apropriados não por produtores, mas sim essencialmentepor intermediários financeiros como bancos, fundos e inclusiveaplicadores estrangeiros, gerando o rombo que agora vivemos eque aumenta ainda mais em 2016, pois continuamos combanqueiros no controle do sistema.

Confira, agora, a linha XI – Resultado Nominal do GovernoCentral, que vai apontar o rombo crescente. Trata­se do déficit jáincorporando o gasto com juros sobre a dívida pública, hoje osmais altos do mundo. Veja o déficit gerado na tabela abaixo:

Ele passa de 46 bilhões em 2010, explodindo para 272 bilhões em2014 já com a política econômica controlada pelos banqueiros, echegando a astronômicos 514 bilhões em 2015, já com políticasconfortavelmente orientadas para desviar recursos públicos paraintermediários financeiros.

Essas três linhas da tabela do Banco Central mostram o equívocodo chamado “ajuste fiscal” do governo. E permitem entender, deforma clara, que não se tratou, de maneira alguma, de um governoque gastou demais com as políticas públicas, e sim de umgoverno em que os recursos foram desviados das políticaspúblicas para satisfazer o sistema financeiro.

Veja na tabela principal na linha “% do PIB gasto em juros” que ovolume de recursos transferidos para os grupos financeirospassou de 3,2% do PIB em 2010 para 6,7% do PIB em 2015. E aconta cresce.

Quem gerou a crise é quem está no poder hoje, no Brasil, ditandoo aumento da taxa Selic que voltou ao patamar surrealista de14%. Em nome da austeridade, e de “gastar responsavelmente oque se ganhou”, aumentaram em 2016 o déficit primário para R$170 bilhões, repassando dinheiro para deputados e senadores(emendas parlamentares), aumentando os salários dos juízes e desegmentos de funcionários públicos (em nome da redução dosgastos) e assistindo a uma explosão dos juros pagos pelapopulação.

Ponto chave: a PEC 241 trava os gastos com políticas públicas.São gastos que resultam no resultado primário, ou seja, onde o

déficit é muito limitado e a utilidade é grande, tanto econômicacomo social. Mas a PEC 241 (e 55 no Senado) não limita osgastos com a dívida pública, que é onde ocorre o verdadeiro eimenso rombo.

Não se trata aqui, com esta medida, de reduzir os gastos doEstado, mas de aumentar os gastos com juros, que alimentamaplicações financeiras, em detrimento do investimento público edos gastos sociais. Trata­se simplesmente de aprofundar aindamais o próprio mecanismo que nos levou à crise.

Seriedade? Gestão responsável? A imagem da dona de casa quegasta apenas o que tem? Montou­se uma farsa. Os números aíestão. Assim o país afunda ainda mais e eles querem que o custoda lambança saia dos direitos sociais, das aposentadorias, daterceirização e outros retrocessos. Isto reduz a demanda e o PIB,e consequentemente os impostos, aumentando o rombo. Estaconta não fecha, nem em termos contábeis nem em termospolíticos. Aliás, dizer que os presentes trambiques se espelham nomodelo da boa dona de casa constitui uma impressionante falta derespeito.

_____________

Nota: aqui abordamos a questão central dos juros sobre a dívidapública, visando mostrar o absurdo dos argumentos do governoter “quebrado” a economia. Importante também mencionar que opróprio volume (estoque) da dívida, da ordem de 60% do PIB (emuito menos para a dívida líquida) não é particularmente maior doque a de outros países, e muito menor, por exemplo, do que a dosEUA ou do Japão. Para uma visão mais ampla, há um excelentedocumento Austeridade e Retrocesso, que traz a análisefinanceira completa. O documento é de outubro de 2016, 50p,disponível em http://brasildebate.com.br/ wp­content/uploads/Austeridade­e­Retrocesso.pdf

Quanto ao endividamento da população, com juros absurdamenteabusivos para pessoa física e pessoa jurídica, o mecanismogerado pode ser consultado no documento Resgatando opotencial financeiro do país, inclusive com as propostascorrespondentes. Veja emhttp://dowbor.org/2016/08/ ladislau­dowbor­resgatando­o­ potencial­financeiro­do­pais­ versao­atualizada­em­04082016­ agosto­2016­47p.html/

Para conferir a planilha do Banco Central, cliqueem:http://www.tesouro.fazenda. gov.br/pt_PT/resultado­do­tesouro­nacional e acesse a planilha de nome RTN ago.2016.xlsx, Aba 4.1, Séries históricas – Resultado Fiscal doGoverno Central – Estrutura Nova (janeiro/1997 – agosto/2016)

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