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GRATUIT Fr 03 Homenagem aos Soldados do Corpo Expedicionário Português no Parlamento, gerou polémica. FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Cinema. Entrevista com a realizadora francesa Ginette Lavigne, autora do docu- mentário “La Nuit du Coup d’Etat” sobre a Revolução dos Cravos. 20 Exposição. “Rostos” do fotógrafo Ri- cardo Figueira com textos de Elisabeth Machado-Marcelin inaugurados no Consulado de Paris. 23 Homenagem. Uma homenagem a Laurete da Fonseca vai ter lugar em Massy (91) com a inauguração de uma “allée” com o seu nome. 07 Futsal. A luta do Sporting Club de Paris pela vitória no Campeonato Na- cional de Futsal (D1) continua de atualidade. 29 Edition nº 170 | Série II, du 23 avril 2014 Hebdomadaire Franco-Portugais PUB PUB Dossier

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G R A T U I T

Fr

03Homenagem aos Soldados doCorpo Expedicionário Portuguêsno Parlamento, gerou polémica.

F R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Cinema. Entrevista com a realizadorafrancesa Ginette Lavigne, autora do docu-mentário “La Nuit du Coup d’Etat” sobrea Revolução dos Cravos.

20

Exposição. “Rostos” do fotógrafo Ri-cardo Figueira com textos de ElisabethMachado-Marcelin inaugurados noConsulado de Paris.

23

Homenagem. Uma homenagem aLaurete da Fonseca vai ter lugar emMassy (91) com a inauguração de uma“allée” com o seu nome.

07

Futsal. A luta do Sporting Club deParis pela vitória no Campeonato Na-cional de Futsal (D1) continua deatualidade.

29

Edition nº 170 | Série II, du 23 avril 2014 Hebdomadaire Franco-Portugais

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Dossier

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02 Opinião

A Revolução dos Cravos e a União EuropeiaNuno Gomes GarciaEscritor

[email protected]

Crónica de opinião

Há uma mentira amplamente difun-dida há pelo menos 20 anos e que,à força de ser constantemente repe-tida, se transformou numa daquelas“verdades”. Ela diz assim: o pro-gresso socioeconómico do Portugalpós-fascismo deve-se à integraçãoeuropeia. Ora, isto é falso.O bem-estar (cada vez menor) doPovo português deve-se, sim, à Re-volução do 25 de Abril de 1974 e àsconquistas que daí advieram: a De-mocracia e o desenvolvimento de umEstado Social que garante Educa-ção, Saúde e igualdade de oportuni-dades para todos os cidadãos. Todosesses direitos são, ainda, garantidospela muito atacada Constituição daRepública Portuguesa de 1976.A integração europeia não trouxeprogresso. Esta União Europeia (UE)trouxe e traz, bem pelo contrário, adestruição das conquistas de Abril e,como é bem claro atualmente, o em-pobrecimento austeritário. Este úl-timo que, sentimo-lo na pele, tãobem tem sido fomentado peloPSD/CDS-PP desde que, recorrendoà mentira e à manipulação, tomaramo Poder em 2011.Visto isto, poderemos, então, dizerque esta UE é, portanto, contrária àsIdeias de Abril.Na verdade, desde 1986 que o com-plexo processo de integração de Por-tugal na UE, realizado semverdadeira consulta popular, condu-ziu à destruição das condiçõesque garantiam a existência

de um Portugal soberano e indepen-dente, tal como é preconizado porAbril.A UE - com a conivência dos parti-dos portugueses que se vão reve-zando no Governo, PS incluído, eque praticam, uma vez no Poder,uma política de direita contrária aosinteresses nacionais - financiou adestruição da agricultura portuguesa(Portugal, apesar das suas potencia-lidades agrícolas, importa alimen-tos), pagou o desmantelamento dafrota pesqueira portuguesa (Portu-gal, embora tenha uma das maioreszonas oceânicas da Europa, importapeixe) e promoveu a destruição daindústria. Portugal tornou-se, assim,num mero produtor de artigos debaixa incorporação tecnológica enum país fornecedor de mão-de-obrabarata, por vezes altamente qualifi-cada, que as potências centrais vãoaproveitando graças à emigração en-démica de que Portugal padece.A moeda única foi e é a cereja notopo do bolo do empobrecimento eda regressão económica e ci-vilizacional no nosso país. OEuro, estruturado deacordo com os interes-ses da economiaalemã, deu a es-tocada final

na já de-pauperada situa-

ção portuguesa,conduzindo à atual crise e

promovendo o desemprego real

(mais de 20%), as desigualdades so-ciais (os milionários por-tugueses viram as suasfortunas aumenta-rem), o aumentoda pobreza(cerca de 30%dos portugue-ses são po-bres), oabismo demo-gráfico de um paíssem crianças, a emigraçãomaciça…Esta trágica conjunturatransformou Portugal, talcomo diz, desavergonhada-mente, como éseu timbre,o vice-pri-m e i r ominis-t r o

Pau l oPo r t a s ,

num prote-torado.

Um protetorado que édirigido por um punhado de bu-

rocratas estrangeiros e pelos vende-dores da Pátria do costume (ospolíticos da política de direita que“se” governam em nome dos seusinteresses e dos de quem os protege,ou seja, os milionários do grande ca-pital e da banca, ignorando os an-seios de justiça social do cidadão

comum) e que deitou janela fora oque lhe restava de soberania, dei-xando, assim, o povo português

refém dos capri-chos dos ditos“ m e r c a d o s ”

( g r ande si n -

vesti-doresfinan-cei ros,banca e fundosde investimento geri-dos por eles) e das gran-des potências do centro enorte da Europa. É para estes “mer-cados” que o atual Governo canalizao espólio conseguido através doroubo dos salários e das pensões, doenorme aumento de impostos e doscortes no Estado Social. Isto é, osportugueses trabalham mais e rece-bem menos, dado que o Governo

lhes tira o pão para encher a pançados mesmos agiotas que criaram acrise. O crime, por vezes, compensa.Outra Europa é possível. Uma Eu-ropa de cooperação entre povosiguais, com os mesmos direitos e de-veres, sem a hegemonia de unssobre os outros. É essencial construiruma Europa de progresso, justiça so-cial e paz. Portugal precisa de umaEuropa que seja compatível com

Abril e a Europa precisa de umPortugal próspero e estável.É por isso que quem apoia esteGoverno e esta UE não deveriacomemorar os 40 anos da Revo-lução do 25 de Abril. Tal, a suce-der, seria o cúmulo daincoerência. Quem o fizer corre orisco de cair no ridículo da hipo-

crisia mais extrema. Portanto,se algum de nós se deparar

com um ministro ou um secre-tário de Estado ou um deputado damaioria PSD/CDS-PP, autênticos la-caios de Bruxelas e das grandesmultinacionais sem rosto, num doseventos que celebram a Revoluçãotem a obrigação moral de o chamarà razão, dizendo-lhe que os ideaisdo 25 de Abril não se coadunamcom políticas que empobrecem oPovo e o forçam a emigrar paralonge das suas terras e das suas fa-mílias. Pode ser que, assim, o Povoque fez e respeita Abril se levantee derrote os coveiros que enterramas conquistas conseguidas pelaRevolução.

le 23 avril 2014

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise.N°siret: 52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Alfredo Lima, Ana Catarina Alberto, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Aurélio Pinto, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg), Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Duarte Pereira (Cyclisme), Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes),Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon), José Manuel dos Santos (Arles), José Paiva (Orléans), Julien Milhavet, Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manueldo Nascimento, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mário Loureiro, Natércia Gonçalves (Clermont-Ferrand), Nathalie de Oliveira, Nuno Gomes Garcia (Sport), Padre Carlos Caetano,Ricardo Vieira (Musique Classique), Sheila Ferreira (Clermont-Ferrand), Susana Alexandre| Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse:Lusa | Photos: Alfredo Lima, António Borga, Mário Cantarinha | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves,75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Publicidade em Portugal: AJBB Network, Arnado Business Center, rua João de Ruão, nº12-1º Escrt 49. 3000-229 Coimbra. Tel.: (+351) 239.716.396/ [email protected] | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: avril 2014 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | www.lusojornal.com

As necessidades desta vidaAurélio PintoSecretário da Secção de Parisdo PS Português

[email protected]

Crónica de opinião

Embora as pessoas não andem cons-tantemente a pensar nisso, há coisasna vida que são mesmo essenciais.Cito primeiro as que parecem mais im-portantes, por serem vitais:Respirar. Com mais ou menos poluiçãovai sendo possível para uma grandemaioria de pessoas.Comer. Sempre foi um problema paramuitos humanos, muito mais noutrasépocas e noutros continentes, masagora infelizmente, vai-se tornandouniversal e grave para muita gente quenos rodeia.Beber. Para além do álcool que é sem-pre um problema quando bebido emdemasia, há o gravíssimo problema dafalta de água que continua a matar mi-lhares de pessoas por esse mundo fora.Depois vêm outras coisas a que as pes-

soas normalmente dão muita impor-tância, como o amor (nas várias ace-ções da palavra), a amizade, a família,os passeios, o desporto, etc. Mas tam-bém o possuir: carro(s), casa(s), sapa-tos, roupas... E ainda o poder: mandar,organizar, no trabalho, na política, navida associativa... na sociedade. E acultura, também é uma necessidadepara muita gente.Mas, ser solidário, generoso, voluntário,participativo, zeloso pelo bem estar detodos, em prol de uma vida melhor,será uma necessidade?Pena é de constar, que para a maioriados portugueses não o é!“Haja saúde e dinheiro para gastos quejá tudo vai bem...” ou “esta vida e10.000 euros por dia e não quero maisnada...”; estas e tantas outras frases

são proferidas normalmente na paró-dia, entre amigos, quando tudo vaibem. Mas também há toda uma sériede: “isto está cada vez pior...”, “poreste andar ninguém escapa...”, “aqueles +&:;> da §µ$< vão dar cabodisto”. São desabafos de boa ou mádisposição, que todos temos consoanteos momentos, mas não devem insta-lar-se como estado de espírito oumesmo como modo de vida, porquenão conduz a nada de útil para a so-ciedade.Parece-me urgente que, à sombra in-confortável da crise que nos banha atodos e em toda a Europa, se realizeuma classificação das necessidadesprioritárias e que se adira a uma ati-tude mais cidadã e produtiva, no inte-resse geral, que é o único que pode

garantir o bem estar de cada um denós. Estamos todos mais que fartos desuportar promessas incumpridas, es-tratégias bacocas que levam à bancarota os que menos têm e à fortuna obs-cena os que deviam repartir em vez deaferrolhar. Estamos fartos de assistir acortes nos direitos adquiridos e a ver-dadeiros atentados à democracia, quetanto custou a conquistar.A primeira necessidade desta vida éque isto mude! Que os Governos sir-vam o povo e não se sirvam do povo!Que os Bancos ajudem os clientes eque não sejam os impostos dos clien-tes a ajudar os Bancos. Que as fortunassejam reinvestidas no aparelho indus-trial dos países para fomentar as indús-trias. Que cada trabalhador seja pagoao justo preço. Que as liberdades

sejam justamente repartidas pelos ci-dadãos. São estas as principais neces-sidades, não só de Portugal, mastambém dos outros países da Europa.Eis a razão porque a eleição dos Depu-tados Europeus é importante. Hoje emdia um país sozinho, não obstante oque partidos de extrema direita preten-dem, não pode mais atingir o nível deautonomia que lhe permita usufruir daestabilidade necessária. Só os paísesde uma Europa unida e solidária, terãoa força suficiente para o conseguir, pro-tegendo-se uns aos outros.Mas para que isso aconteça há umanecessidade terminante: Ir Votar!Para que as coisas mudem, tambémtemos de mudar os nossos hábitos.Vamos mudar, em França ou em Por-tugal, Vamos Votar!

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03Política

emsíntese

José Cesáriovolta a Françacomemorar o 25de Abril

O Secretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas volta a França nospróximos dias 25 a 29 de abril, paracontinuar a participar nas Comemo-rações dos 40 anos do 25 de Abril,em Paris e Lyon, tal como participouna semana passada em Bordeaux,Pau e Toulouse.José Cesário assiste no dia 25 deabril, pelas 17h00, na Casa de Portu-gal André de Gouveia a uma Confe-rência sobre o “Português, umalíngua do mundo: do passado ao fu-turo”, proferida pela professora AnaPaula Laborinho, Presidente do Insti-tuto da Cooperação e da Língua - Ca-mões e inaugura uma exposiçãosobre “O Português: Língua de podereconómico”.Nesse mesmo dia, à noite, no ThéâtreJacques Prévert, em Aulnay-sous-Bois, vai assistir ao espetáculo come-morativo do aniversário do 25 deAbril, organizado pela AssociaçãoCultural Portuguesa local.Curiosamente, no dia 26 de abril,José Cesário não assiste ao concertode Ana Moura organizado pelo Con-sulado Geral de Portugal em Paris edá uma “escapadela” a Bruxelas. Nodia 27 inaugura uma exposição sobrea “História do Fado” em Ecully e as-siste a um espetáculo.No dia 28 de abril, Ana Paula Labori-nho volta a proferir uma Conferênciano Salão Nobre da Câmara Municipalde Lyon 6 e no dia seguinte José Ce-sário inaugura o novo Consulado Ho-norário de Clermont Ferrand.

le 23 avril 2014

Homenagem aos Soldados da I Guerra gera polémica no Parlamento português

BE, PCP e Verdes discordam do texto do Deputado Paulo Pisco

Um texto do Deputado Paulo Piscoque pretendia ser uma homenagemaos Soldados do Corpo Expedicioná-rio Português que participaram na IGuerra Mundial acabou envolvidonuma polémica, tendo sido votadopelo PS, PSD e CDS-PP, mas teve ovoto contra do Bloco de Esquerda e aabstenção do PCP e dos Verdes.O texto proposto por Paulo Pisco foiassinado por muitos outros Deputa-dos das três bancadas, nomeada-mente Maria João Ávila e CarlosPáscoa, eleitos pelo PSD no círculoeleitoral da Emigração. Carlos Gon-çalves estava nesse dia em Andorra,pelo que não participou no voto.“Celebrou-se no passado dia 12 deabril mais uma homenagem à parti-cipação dos Soldados portugueses naBatalha de La Lys (9 de abril de1918), com cerimónias no Cemitériomilitar português de Richebourg e nomunicípio de La Couture, onde foi er-guido um monumento aos Soldadosportugueses” diz o texto. “Foram ce-rimónias a que acorreram muitosFranceses e Portugueses residentesem França, que assim também se

quiseram associar a esta importantehomenagem. As autoridades oficiaisfrancesas e portuguesas prestaram,mais uma vez, uma sentida e como-vente homenagem aos Militares por-tugueses que combateram ao ladodos Aliados em defesa da liberdadeda França e da Europa”.E foi esta frase que deu lugar à polé-mica. “Esta frase, na nossa opinião,é descabida, visto que choca com anossa interpretação do que foi aGrande Guerra de 1914-18” disse aoLusoJornal Nuno Gomes Garcia, daOrganização do PCP em França. “AGrande Guerra de 1914-18 - ao con-trário da Segunda Guerra Mundial,que foi uma guerra durante a qual ospovos europeus lutaram pela liberta-ção da Europa, eliminando o avançodo cancro nazi-fascista, a forma maisperniciosa de capitalismo - foi umaguerra causada pelo militarismo dependor imperialista de todas as gran-des potências europeias. E isso incluitodos os beligerantes e de ambos oslados da disputa, seja a Alemanha,seja a França ou Portugal. Os solda-dos da Grande Guerra, nomeada-mente os Portugueses, nuncalutaram pela ideia de ‘Liberdade’ tal

como ela é preconizado no textoapresentado à Assembleia da Repú-blica”.“Os soldados do CEP foram, sim, ob-rigados a lutar e a morrer por pressãode uma elite europeia arruinada e de-sumana que, mesmo em tempo depaz, sempre os oprimiu, condenando-os, a eles e às suas famílias, à maisextrema das misérias” diz NunoGomes Garcia. “A Grande Guerra foiuma luta fratricida entre os povos eu-ropeus que levou à morte de milhõesde trabalhadores, camponeses e ope-rários instrumentalizados pela elitearistocrata e burguesa”.Mas o dirigente comunista acres-centa que “sabendo o PCP do inte-resse com que a Diásporaportuguesa, mormente a que resideem França, acompanha as comemo-rações da Batalha de La Lys consi-dera, mesmo assim, que a verdadehistórica e a dignidade e o respeitoque merecem a memória dos que pe-receram são mais valiosos do quequalquer aproveitamento político”.Aliás, Nuno Gomes Garcia participou,tal como o Deputado Paulo Pisco,nas cerimónias comemorativas daBatalha de La Lys.

Também Catarina Martins, a Depu-tada do Bloco de Esquerda disse aoLusoJornal que “o voto não era de ho-menagem aos Soldados. Aliás, nemtinha parte resolutiva. O texto do votofaz um louvor da participação da IGrande Guerra baseado numa leiturahistórica que não acompanhamos”.O Bloco de Esquerda deve ter apre-sentado esta terça-feira, já depois dofecho desta edição do LusoJornal,uma Declaração sobre este voto.“A nossa posição não choca ninguémque tenha memória histórica. A pre-sença de Portugal na I Guerra não foiem defesa da liberdade ou da França,conforme diz o voto. A presença dePortugal foi para defender os interes-ses coloniais. Assim, os Portuguesesque morreram na Guerra perderam asua vida vítimas de interesses colo-niais” diz fonte do Bloco de Esquerdaao LusoJornal. “Eles são vítimas deuma Guerra que não era a deles, nemque foi travada em nome da liber-dade. Foram vítimas dos interessescoloniais. Não poderemos concordarcom um voto que diz isto” mas amesma fonte acrescenta que os Sol-dados “devem ser homenageados,com toda a certeza”.

Por Carlos Pereira

Requerimentos de Paulo Pisco sobre Comunicação social nas ComunidadesO Deputado socialista Paulo Piscoapresentou na semana passada doisRequerimentos na Assembleia daRepública: um sobre os Encontrosde órgãos de comunicação social nadiáspora organizados pelo Governo,e outro sobre a programação da RTPinternacional.Paulo Pisco questiona o Secretáriode Estado das Comunidades do in-teresse em ter organizado “em de-zembro de 2012 um fórum dos

órgãos de comunicação social dascomunidades com o apoio do Go-verno, que levou cerca de 30 repre-sentantes a Oeiras, em marçopassado realizou-se um novo encon-tro, no Porto, com mais 21 repre-sentantes de meios de comunicaçãosocial vindos de várias partes domundo”. Por isso questiona “porque razão o Governo destruiu a ‘Pla-taforma LusoMedia’, em vez de lhedar continuidade, e agora anunciasucessivamente sem nada concreti-zar que vai criar a ‘Plataforma dos

Media Lusos’ com os mesmíssimosobjetivos de divulgação e partilhade informação entre órgãos de co-municação social das Comunida-des?” Quer também saber quantocustaram estes encontros e “porque razão não implementa o Go-verno as propostas que fez quandoestava na oposição”.No segundo Requerimento, o Depu-tado eleito pelo círculo eleitoral daEuropa denuncia “uma falta deconsideração pelas Comunidadesportuguesas” e a “evidência que a

Administração da RTP pretendecortar nos custos associados àstransmissões da RTP Internacio-nal”, acusando que “a RTP Interna-cional continuar a ser o parentepobre e desprezado pela Adminis-tração da RTP”.Paulo Pisco interroga o Governo se“existe algum plano para uma ver-dadeira estratégia para aproveitar aspotencialidades da RTP Internacio-nal e ir ao encontro das expectativasdos Portugueses residentes no es-trangeiro”.

Por Carlos Pereira

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Por Carlos Pereira

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04 Comunidade

lusojornal.com

Commémorationsdu 25 Avril dansle Puy!de!Dôme

Le 18 avril dernier, dans le cadredes manifestations organisées pourcommémorer les 40 ans de la Ré-volution des Œillets dans le Puy deDôme, l’association Les Œillets dela Liberté et le Cinéma le Rio pré-sentaient le film de Maria de Me-deiros «Capitaines d’Avril» devantune salle comble. La séance avaitlieu en présence d’un des 25 hérosde la Révolution des Œillets, le Co-lonel António Delgado Fonseca, quiconduisit le Mouvement à Porto. Ilest actuellement membre de l’As-sociation du 25 Avril à Lisboa.A l’issue de la projection, un largedébat avec la salle a permis à An-tónio Delgado Fonseca de rappelerle déroulement des évènementsdu 25 Avril ainsi que la façon dontils avaient été organisés. Au coursdu débat, il a été question de l’op-pression du régime Salazariste,mais aussi et surtout des modali-tés de mise en place de la nou-velle démocratie au Portugal, dansle respect des libertés et des droitsdu peuple libéré du joug de la dic-tature. Les enjeux actuels au Por-tugal ont été aussi abordés.Auparavant, le Colonel DelgadoFonseca avait été reçu au journalLa Montagne et à Radio Altitudepour des interviews. L’ensembledes actions organisées par l’asso-ciation Les Œillets de la Liberté en2014 est soutenu par le départe-ment du Puy de Dôme.

emsíntese

Comemorações oficiais do 25 de Abril de 1974

Na sequência das comemorações ofi-ciais do 40° aniversário do 25 de Abrilde 1974, o Vice-Consulado de Portu-gal em Toulouse em colaboração como Governo português, organizou nospassados dias 12 e 13 de abril, umconjunto de eventos comemorativosda data em questão.Nesse fim de semana esteve em Tou-louse o Secretário de Estado das Co-munidades Portuguesas, José Cesário,acompanhado da sua Secretária pes-soal Ana Ferreira. Marco também pre-sença o Deputado eleito pelo círculoeleitoral da Europa, Carlos Gonçalves.No dia 12 de abril realizou-se no res-taurante Taberna Dom José, um jantarorganizado pela Associação dos Em-presários Portugueses da Haute-Ga-ronne, presidida por António Capela,e que contou com diversos empreen-dedores portugueses da região. A Mai-rie de Toulouse fez-se representarnesse jantar por Marie HélèneMayeux-Bouchard, Adjointe au Mai-rie.No dia 13 de abril, pelas 16h00, de-correu um espetáculo de rua pelo CoroMozart, vindo de Viseu, e que contoucom um simbolismo especial, umavez que se realizou na famosa Placedu Capitole, bem no centro da cidadede Toulouse. A seguir ao espetáculode rua, o grupo foi recebido por Justi-niano Oliveira, Vice-Presidente doClube Português de Toulouse, um dosclubes portugueses mais antigos deFrança, fundado em 5 de dezembro

de 1964, muito antes da “Revoluçãodos Cravos”, e que historicamenteteve relevância nesta altura da históriade Portugal e da emigração portu-guesa em França. Decorreu na sededo clube um jantar com as entidadesoficiais e o Coro Mozart.Pelas 21h00 do mesmo dia, decorreuum dos pontos altos das comemora-ções, com a atuação do Coro Mozart,desta feita no Auditório Saint Pierredes Cuisines, com a presença das en-

tidades oficiais representantes de Por-tugal, e representando a Mairie deToulouse, Jean-Claude Dardelet, res-ponsável pelas Relações internacio-nais.Um dos auditórios mais emblemáticosde Toulouse, contou na sua maioriacom público português, mas tambémmuitos franceses com relação com aComunidade portuguesa. Foi possívelassistir a cerca de 2h00, de músicacantada em várias línguas, ficando

uma nota especial para alguns temasem português, dos mais tradicionais.O Coro terminou a sua atuação, can-tando a famosa “Grândola, Vila Mo-rena”, e em seguida “A Portuguesa”,o Hino Nacional de Portugal.Paulo Santos, Vice-Cônsul de Portugalem Toulouse, agradeceu “ao empre-sariado português da jurisdição doposto consular, bem como às institui-ções bancárias que apoiaram os even-tos”.

Decorreram em Toulouse, com a presença de José Cesário

Por Vítor Oliveira

Com o aproximar do 40° aniversário daRevolução dos Cravos que pôs fim a48 anos de ditadura fascista em Por-tugal no dia 25 de abril 1974, depa-ramos com a diversidade dos sentidosque toma a palavra comemoração,ilustrando a que ponto cerimóniasdeste cariz nunca são neutras de umponto de vista político, na medida emque o olhar sobre o passado nuncaestá isento de questões de atualidade:da celebração ecuménica de um ro-mance hagiográfico saneado de toda equalquer dimensão subversiva aoquestionamento do presente à luz dosvalores expressos pelo acontecimento,a distância é grande.É óbvio que na situação atual em Por-tugal onde, sob a ação de um Governode Direita às ordens da Troïka, o paísatinge indicadores de sofrimento so-cial próximos do que eles eram na al-tura da ditadura, com nomeadamentefluxos migratórios consideráveis e umsistema de saúde em descalabro, esteaniversário não poderia deixar de teralguma atualidade.Assim o ilustram os sucessivos chum-bos do Tribunal Constitucional de me-didas de austeridade tomadas pelopresente Governo julgando que elasviolavam precisamente a Constituiçãooriunda da Revolução dos Cravos. Um

órgão escandalosamente acusado poruma delegação da Comissão Europeiaem Portugal de praticar “ativismo po-lítico” e de constituir um problemapara o país enquanto a Troïka inti-mava, após cada chumbo, o Governode encontrar vias de violar a Constitui-ção para manter a política de austeri-dade. Os mesmos que se armam emcatedráticos em matéria de democra-cia e direito quanto a Ucrânia, imagi-nem!Convém lembrar aqui as Comemora-ções do 30° aniversário no ano de2004, que o Governo da altura quiscolocar sob o lema «Abril é uma evo-lução» para promover uma visão «des-pida da carga ideológica» segundo aspróprias palavras do Primeiro-Ministrode então. Esta artimanha politiqueiralevantou uma onda de protestos emPortugal onde milhares de mãos anó-nimas acrescentaram por todo o paísR maiúsculos aos cartazes oficias paravincar o seu indubitável caráter revo-lucionário. Este Primeiro Ministro deDireita, cujo Partido iria sofrer no anoseguinte uma derrocada eleitoral, cha-mava-se José Manuel Durão Barroso,hoje Presidente da Comissão Euro-peia. Estes factos mostram que a Di-reita portuguesa ainda não seconformou com a dimensão revolucio-

nária do acontecimento e nunca lhefaltam ideias para tentar apagar essacaracterística. A última iluminação éda autoria da Presidente PSD da As-sembleia da República, Assunção Es-teves, que emitiu a hipótese derecorrer ao mecenato privado para fi-nanciar as comemorações do 25 deAbril. Uma sugestão altamente «arro-jada» que permitiria aos grupos asso-ciados aos grandes nomes docapitalismo português como Champa-limaud, de Mello, Espírito Santo, queprosperaram no período do fascismoem particular nas colónias, patrocinara celebração da Revolução que levouà independência das colónias e a na-cionalização desses grupos! Como porexemplo se fosse solicitado o patrocí-nio dos herdeiros dos grandes patrõesfranceses colaboracionistas com osnazis para a comemoração da Liberta-ção em França.Esta proposta totalmente descabidatendo suscitado alguma perplexidadee muita relutância, a Direita portu-guesa no entanto não desistiu de des-virtuar as celebrações. Tanto o PSDcomo o CDS manifestaram a sua opo-sição à eventualidade de Militares deAbril discursarem nas comemoraçõesoficiais dos 40 anos do 25 de Abril naAssembleia da República. Já é tradi-

ção desde esse tempo que “Militaresde Abril” sejam associados de formasolene às celebrações oficiais mas jáfaz dois anos que os Capitães não vãoao Parlamento em sinal de protestocontra um poder que “deixou de refle-tir o regime democrático herdeiro do25 de Abril”. Os Partidos de Direitatentaram justificar esse veto alegandoque o regimento da Assembleia da Re-pública não permite a personalidadesexteriores fora “os Deputados, mem-bros do Governo e Presidente da Re-pública” usarem da palavra. Umargumento tendencioso contestadopor uma das figuras mais emblemáti-cas do “Movimento dos Capitães”,Vasco Lourenço, que recorda que jáforam várias personalidades exterioresa tomar a palavra no recinto da Assem-bleia. Se as posições não evoluírem, asua convicção é que os Militares vol-tarão a estar ausentes nas comemora-ções oficiais.Agora, o povo é que estará com certezapresente em peso nas manifestaçõesque marcam cada ano a celebração daRevolução dos Cravos gritando emaltas vozes «25 de Abril Sempre, Fas-cismo nunca mais!» E no meio destepovo todo, serão certamente muitos osMilitares e Policias a marcar presença,como no ano passado.

le 23 avril 2014

Portugal: Cravos de Abril em saldoPedro da NóbregaHistoriador, antropólogo edirigente associativo em Nice

[email protected]

Crónica de opinião

Paulo Santos, José Cesário e Jean-Claude DardeletDR

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06 Comunidade le 23 avril 2014

lusojornal.com

Cahors: programade rádio “100%Portugal” comemorou 10° aniversário

O programa de rádio “100% Portu-gal” de Cahors (46), comemorouno passado dia 16 de março, 10anos de emissões regulares.Fundada pela família Carvalho,que a realiza e apresenta, a rádioportuguesa emite todos os domin-gos entre a 9h00 e as 12h30, apartir de Cahors. O reportório é ha-bitualmente o mais moderno, e amúsica totalmente portuguesa.O programa tem como colabora-dores, Domingos Carvalho, a suaesposa Helena Carvalho, e a filhaLenita, com a responsabilidade daárea informática.O programa “100% Portugal”,emite a partir do centro da cidadede Cahors para toda a região,tendo como objetivo “dar a conhe-cer o melhor e mais recente damúsica e tradições portuguesas”.Também as entrevistas e os discospedidos são rubricas habituais doprograma. Os telefonemas a partirde vários pontos da região sãoimensos, levando assim um poucode Portugal a casa de cada um.No passado dia 16 março, o pro-grama “100% Portugal”, con-tando com o apoio do Banco BPI,também representado na região,organizou um evento comemora-tivo dos seus 10 anos de existên-cia, tendo atuado no espetáculo osartistas Bruno Pereira, Enzo Silvae João Tiago, radicados emFrança, e vindos diretamente dePortugal atuaram também durantea tarde os artistas Flor e Nelo Mon-teiro.A sala de espetáculos de Prays-sac, no centro do departamentodo Lot, acolheu bastantes Portu-gueses para uma tarde de festabastante animada.Em representação do Banco BPI,estiveram vários colaboradores daregião, assim como Inês Braga, re-presentante do Centro de Investi-mentos de Vila Real, e AlbertoTorres, Diretor Comercial da Su-cursal de França.

emsíntese

Por Vitor Oliveira

Editado o Diário de um Delegado Sindical

O livro “Journal de bord d’un Délé-gué Syndical”, escrito pelo sindi-calista José Luís Martins, e editadoeste mês em França, relata como opróprio título indica, o quotidianodifícil dos trabalhadores na cons-trução civil e os direitos que têmno seio da empresa em que traba-lham.As histórias do trabalho e do meiodas obras, em particular, que JoséLuís Martins tem para contar sãomuitas. O dia-a-dia ao qual o ope-rário e representante do Sindicatode um grupo francês de renome, sevê confrontado, não é tão cor-de-rosa quanto se pode imaginar. Foidurante um ano que o Sindicalistae a esposa, Eunice Martins, deci-diram partilhar a oral e a escritaatravés deste livro. “O meu maridochegava a casa muitas vezes indig-nado com o que tinha visto e con-fiava-se a mim à noite. Foi entãoque após ter ouvido tantos episó-dios injustos e decorridos em con-dições deploráveis que resolviescrever um livro”, começa por de-clarar Eunice Martins, também au-tora de diversos outros livros.Numa linguagem oral, o livro relatadiferentes momentos do dia-a-diadesde os anos 90. Trata-se aqui es-sencialmente do testemunho deJosé Luís Martins que pretende de-fender os seus colegas nos locaisde construção, de forma a informá-los e a aconselhá-los para acede-rem a melhores condições detrabalho. “Há muitos problemas deinsegurança no trabalho, os patrõesfrequentemente exigem aos empre-gados rapidez no trabalho que

estão apenas a começar e abusamregularmente da inocência dos tra-balhadores”, especifica ao Luso-Jornal.O autor evoca a descrição em geral

dos operários portugueses que so-frem do abuso dos patrões. “Amaioria são Portugueses, e comosempre fomos um povo pacífico eobediente. Raramente nos impo-

mos perante a autoridade hierár-quica e por conseguinte sofremoscom isso, porque desconhecendoos nossos direitos, não usufruímosdeles”!José Luís Martins criou o seu sin-dicato há 10 anos atrás e desdeentão tem percorrido frequente-mente cerca de 30 locais de cons-trução na região parisiense.Constantemente de um lado para ooutro, o sindicalista português en-frenta a autoridade local e reúne-se regularmente com os operáriosdurante uma hora, nas horas detrabalho. “Conforme os problemase as urgências assim a regulari-dade das reuniões de informação,tanto posso ir uma vez por semanacomo uma vez por mês ao mesmolocal de trabalho, e isso obvia-mente não satisfaz o patrão, por-que paraliso as obras durante ahora da reunião”, observa.Originário de Mortágua, Viseu, JoséLuís Gomes Martins tem uma liga-ção forte e natural com o país.Chegou a França em 1968, rapida-mente começa a trabalhar na cons-trução, e pouco a pouco vai-seinformando sobre as leis e impõe-se enquanto representante sindica-lista.O autor gostava de escrever outroslivros para partilhar com os seuscompatriotas as suas experiênciase conhecimentos. “A nova imigra-ção que está a chegar e a assujei-tar-se a condições precárias aindapiores do que antigamente, e a sa-lários portugueses e não franceses,explorados na maioria pelos pró-prios Portugueses, revolta-me eseria matéria suficiente a debater”,conclui.

Um livro de José Luís Martins e Eunice Martins

Por Clara Teixeira

Deux lusodescendants souhaitent donner vie àOuteiro do Louriçal à travers le ‘street!art’Deux jeunes lusodescendants souhai-tent redonner vie aux villages portugais,décimés par l’émigration massive,grâce au street-art.Mickaël C. de Oliveira et Magali Ma-deira, résidants à Groslay et à Clichy-la-Garenne, en région parisienne, ontdécidé de réagir, en participant auconcours «Ideias de Origem Portu-guesa», qui récompense les meilleursprojets de la diaspora portugaise.Les chiffres parlent d’eux-mêmes. En2012, d’après l’INE (Instituto Nacionalde Estatística), 120.000 personnesont quitté officiellement le Portugal.«Ajoutez à cela le nombre de décès(108.000) et celui des naissances(89.000) et vous aurez une idée de ceque va vivre ce pays dans les années àvenir», déclare les deux jeunes dansleur communiqué de presse. Si dans lapresse portugaise comme internatio-nale, on ne parle essentiellement quede l’émigration jeune et qualifiée, «ellene représente en fait que 14% de lapopulation qui émigre (en 2010 et en2011)». Des jeunes, des personnesâgées, des pères de famille, des mères,des grand-mères, plus ou moins quali-fiés. Les profils sont multiples et de

plus en plus nombreux.Touchés par cette réalité cyclique quifrappe à nouveau de plein fouet cepays, leur idée est de revitaliser les vil-lages portugais, en associant art urbainet réflexions sur l’émigration. «Pendantplusieurs jours, et au sein d’un mêmevillage portugais, 4 artistes de street-art seront accueillis chacun dans unefamille vivant ou ayant vécu l’émigra-tion. Après des moments de convivia-lité et d’échanges, la famille hôte

mettra à disposition de l’artiste un murvisible depuis l’extérieur, afin que celui-ci crée une œuvre à partir de son pro-pre ressenti».L’idée est de créer un débat au seind’une communauté, une réflexion,pour que chacun trouve sa place mal-gré les difficultés du quotidien. «Lestreet-art, au cœur du projet, est ca-pable de répondre à ces objectifs depar sa capacité à interpréter les lieux,les histoires et les faits de société, à

se les approprier et à les mettre à dis-position du plus grand nombre».C’est à Outeiro do Louriçal que leurprojet prendra forme dans sa pre-mière édition. Petit village de 250 ha-bitants, situé à mi-parcours entreLisboa et Porto, il a toujours vécu aurythme des allées et venues des émi-grés (de Suisse, d’Allemagne, duLuxembourg, de France, de Belgique,d’Angleterre, du Brésil,…), tout enpréservant une grande partie de sapopulation, malgré l’isolement géo-graphique, le vieillissement de la po-pulation et le chômage.«Ce projet, qui a pour but de dénon-cer l’émigration massive, cyclique,l’isolement et le vieillissement de lapopulation, n’aurait pas fait sensdans un village constitué à 100%d’émigrés. En effet, l’idée est de re-donner vie au village, afin que les per-sonnes se sentent moins seules, etaient à leurs côtés, gravé sur les mursde leurs voisins, un peu d’ailleurs».L’un des seuls projets proposés pensépar des lusodescendants nés enFrance, il se veut amorceur d’unmouvement global de valorisation deslieux laissés de côté.

Outeiro do LouriçalDR

Eunice e José Luís Martins, autoresDR

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Inauguration de l’Allée Laurete da Fonseca

C’est à l’occasion des 40 ans de laRévolution des Œillets, que la Mairiede Massy (91), dédiera un hommageà Laurete da Fonseca, à traversl’inauguration dune l’allée qui porterason nom, ainsi que des expositions etdes projections.A partir du 25 avril, à 18h30, onpourra assister à l’inauguration del’allée, au Parc Georges Brassens,avec une exposition sur place «Quiétait Laurete da Fonseca». Unedeuxième exposition de Gérarld Blon-court «Pour une vie meilleure», serainaugurée le 26 avril, à 17h00, à laMédiathèque Hélène Oudoux et seraprésente jusqu’au 24 mai.Toujours le samedi 26, aura lieu uneprojection du film de DominiqueDante, «Lorette et les autres», suivid’un débat avec Carlos da Fonseca etMarie-Christine Volovitch-Tavares,historienne, spécialiste de l’immigra-tion portugaise. Finalement le 2 maiune autre projection du film de JoséVieira, «La photo déchirée», aura lieuau Cinémassy, en présence du réali-sateur et de Carlos da Fonseca et Bri-gitte da Graça, historienne.En 1962, Carlos da Fonseca profes-seur au Portugal menacé par la Po-lice politique quitte son pays pourMassy. Sa femme Laurete et ses en-fants le rejoignent. En 1970 il pro-pose ses services à la municipalitéqui recherche quelqu’un pour donnerdes cours d’alphabétisation auxadultes du bidonville portugais deMassy. Laurete entre aussi en contactavec les habitants des baraques: elleaide les familles dans leurs dé-marches administratives.En 1971, la situation devient difficilepour les Portugais de Massy. En effetle Gouvernement a décidé d’accélé-rer la destruction des bidonvilles. AMassy, le bidonville du Trou de Tou-lon est déjà détruit. Restent princi-palement les baraques qui abritentencore quelque 600 Portugais au 16

route de Chilly. Alors même que desnouveaux immeubles ont étéconstruits sur Massy, la destructiondes premières baraques a commencésur décision du Préfet. L’interventionbrutale des bulldozers traumatised’autant plus les habitants qu’ils re-fusent d’être relogés de façon autori-taire loin de leur travail, dans deslieux qu’ils ne connaissent pas, etdispersés dans des foyers ou HLMéloignés.

C’est alors que Laurete, intermédiaireentre les habitants des baraques etl’administration, se retrouve à la têted’un mouvement de protestation. Enjanvier 1971, elle se rend à la Mairiede Massy avec des dizaines de Por-tugais. Le groupe occupe les bureauxpendant des heures et demande lerelogement dans des HLM de Massyet en attendant, l’arrêt de destructiondes baraques. Le Maire, Michel Au-bert, décide d’accepter et d’assumer

cette décision face à l’Etat. Pour leshabitants c’est une véritable victoire.En revanche, pour Laurete, la situa-tion devient critique. Mais en 1971,on est encore proche des grandesgrèves de 1968 et il y avait en Francede nombreuses luttes animées parles syndicats, groupes et partis poli-tiques. Et le Gouvernement sous laprésidence de Georges Pompidou, ré-pondait par des mesures de répres-sion parfois arbitraires. C’est ainsique Laurete fut désignée comme«fouteuse de troubles», menacéed’expulsion du territoire français.Cependant Laurete da Fonseca conti-nue de se rendre au bidonville. Elleest donc convoquée par la Commis-sion Spéciale d’Expulsion de l’Es-sonne.Un Comité de soutien se constitue àl’église Saint Paul, où des nombreuxchrétiens, des militants associatifs etsyndicalistes participent. Une cam-pagne de presse nationale relaie cesoutien en faveur de la militante por-tugaise. Une centaine de manifes-tants accompagnent Laurete à laPréfecture d’Evry. La jeune femmeéchappe ainsi à l’expulsion.Le Ministère de l’intérieur décided’une période de mise à l’épreuveavec l’attribution d’une Carte spé-ciale renouvelable tous les 6 mois.Pendant 7 ans, Laurete devra la re-nouveler. En 1978, un nouveau Co-mité de soutien se constitue et despersonnalités politiques intervien-nent à l’Assemblée Nationale. La dé-cision finale d’abrogation par leMinistre de l’intérieur n’interviendraqu’en septembre 1981. Mais Lau-rete n’a jamais pu obtenir sa natura-lisation.Cependant elle a toujours refusé deretourner au Portugal, sauf pour descourts séjours. Atteinte de scléroseen plaques, elle est décédée et en-terrée à Massy au cimetière sud enjanvier 2001. Son époux et plusieursde ses enfants habitent toujoursSquare de la Poterne.

A Massy, hommage à une Portugaise qui n’a jamais pu être naturalisée française

Par Clara Teixeira

Comandante Francisco Baptista na região parisienseO Capitão de fragata Francisco Bap-tista, um dos oficiais que integrou oMovimento das Forças Armadas(MFA) que há 40 anos derrubou a di-tadura e instituiu a democracia emPortugal, vai participar nas comemo-rações promovidas pelas associaçõesportuguesas de Fontenay-sous-Bois(94), Bezons (95) e Garches (92).Na próxima sexta feira, dia 25 deabril, o Comandante Francisco Bap-tista participará no Desfile da Liber-dade, o tradicional cortejo noturnoiluminado por archotes, que a ARCPF-Associação Recreativa e Cultural dosPortugueses de Fontenay-sous-Boisrealiza mais uma vez. O desfile parteda sala Jacques Brel e percorre diver-sas artérias da cidade até à praça daAmizade entre os Povos onde se situao monumento ao 25 de Abril, junto doqual, com outras individualidades,aquele militar discursará.No dia seguinte, sábado, o militar de

Abril estará igualmente presente nojantar comemorativo que a AOP, As-sociação dos Originários de Portugalde Bezons, organiza na sala Louis Ara-gon daquela cidade.No domingo, Francisco Baptista par-ticipará também no almoço comemo-rativo do 40° aniversário da“Revolução dos Cravos” que a Asso-ciação Portuguesa Cultural e Social deGarches realiza na sala municipalMarcel Pagnol.Francisco Ferreira Baptista, que em25 de abril de 1974 tinha 29 anos eo posto de 1° Tenente da Marinha deGuerra Portuguesa, esteve ligadodesde 1973 ao grupo de Oficiais daArmada que desenvolveram as ativi-dades, em conjugação com o Exército,que prepararam e coordenaram asoperações militares do 25 de Abril.Militar de carreira, Francisco Baptistatinha cumprido, nos anos 1969-1970, no âmbito da Guerra Colonial,

uma comissão em Angola, como ime-diato de uma unidade de fuzileiros es-peciais, no Cuando-Cubango a sul doCuíto Canaval. Poucos dias após o 25de Abril, embarcou novamente paraAngola, onde assumiu o comando donavio patrulha Escorpião. Aí desenvol-veu atividades em ligação com a Co-missão Coordenadora do MFA, tendopercorrido diversas localidades vi-sando divulgar e consubstanciar amensagem de Abril entre os militaresno conducente à descolonização e àdemocratização.Participou ainda no processo de des-colonização de S. Tomé e Príncipe enas atividades do MFA daquela antiga“província” de dezembro de 1974 amarço de 1975, período em que oNRP Escorpião, sob o seu comando,esteve em missão naquelas ilhas.Em meados de 1975 a sua comissãoem Angola é interrompida e é no-meado Comandante da Companhia

de Fuzileiros nº 7 aquartelada em VilaFranca de Xira, onde, entre outrasmissões, tinha à sua guarda as ante-nas e os emissores do antigo RádioClube Português em Porto Alto e daantiga Emissora Nacional (atual An-tena 1) em Castanheira do Ribatejo.Tratou-se de uma missão difícil, su-jeita a muitas pressões políticas e ten-tativas de destruição, numa época emque a rádio era um alvo estratégico decomunicação para todo o “impérioportuguês”, onde ainda não tinhachegado a televisão.Na sequência do 25 de Novembro de1975, foi remetido para funções naárea da administração e dos serviços.Nos anos 80 voltou à universidade,tendo obtido uma licenciatura em Or-ganização e Gestão de Empresas(1985) e uma pós-graduação em Or-ganização e Avaliação da Formação(1992-94). Reformou-se em 2005com o posto de Capitão de fragata.

Nos 40 anos do 25 de Abril

07Comunidade

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le 23 avril 2014

Socialistas naPonte de Solférino

Para festejar o 25 de Abril, a Secçãodo PS Português de Paris vai para aPonte de Solférino, no 25, às 18h30,“com os Camaradas das outras sec-ções europeias de Paris, onde canta-remos a ‘Grandola, Vila Morena’”. Oevento é organizado em parceria como PSE, a Federação PS de Paris “eparticularmente com os CamaradasItalianos que também festejam os 100da libertação de Milão. Com eles can-taremos a Bell Ciau” diz uma nota as-sinada por Aurélio Pinto, SecretárioCoordenador da Secção.

L’UMP fête le 25 Avril

A l’occasion des 40 ans de la Révolu-tion des Œillets, Valérie Pécresse, Dé-putée des Yvelines, Présidente dugroupe Mouvement Populaire au Con-seil régional d’Ile-de-France et AlainLamassoure, Député européen etVice-Président du PPE organisent uneRencontre amicale autour d’un cock-tail déjeunatoire avec des personnali-tés issues de la Communautéportugaise, le jeudi 24 avril, à 11h30,au Sénat, Palais du Luxembourg.

Champigny fête lachute de la Dictature

Le Maire de Champigny-sur-Marne,Dominique Adenot, s’est associé àl’Association portugaise socioculturelleet récréative de la ville, pour la céré-monie commémorative de la Révolu-tion des œillets.Un rassemblement estprévu à 19h00, devant la Mairie, 14rue Louis Talamoni, et la commémo-ration sera suivie d’un spectacle deFado à partir de 21h00, en salle Pas-cal Tabanelli, rue de Musselburgh, àChampigny.

Évry célèbre la Révolution des Œillets

La Ville d’Evry célèbre avec la Commu-nauté portugaise la démocratie et la li-berté, «pour ne pas oublier le cheminparcouru, malgré les difficultés».Le vendredi 25 avril, à 19h00, seraposée une stèle à l’allée du 25 avril1974 (entre le Foyer ADEP et le Con-servatoire Iannis Xenakis). Une demi-heure plus tard, sera inaugurée uneexposition de photos de Gérald Blon-court, en Salle du Conseil et des Ma-riages de l’Hôtel de Ville d’Evry. LeMaire Francis Chouat, a prévu d’y faireun discours. «Grândola, Vila Morena»sera chanté par Anna Martins et l’as-sociation Génération Lusophone. Il yaura également du folklore et du fado.

emsíntese

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08 Empresas

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Lusodescendentecria associação deempresários dePau

O jornalista lusodescendente Lévidos Santos criou a primeira associa-ção de empresários portugueses dePau. Está aberta a toda a Comuni-dade, seja ela francesa, lusófonaou de outras nacionalidades, masnão nega a proximidade com Por-tugal.“Abanar, criar vontades, motivaras pessoas, incitar e aproximar aspessoas umas das outras” foi oque levou este lusodescendente ajuntar os empresários portuguesesdaquela região. Enquanto jorna-lista trabalhou muito a área econó-mica, daí o seu interesse em criaresta associação, que vem preen-cher, segundo Lévi dos Santos,uma lacuna, visto que existem vá-rias associações portuguesas emPau, mas nenhuma nesta área.“É um clube de empresários, masque terá essa atenção à relaçãocom Portugal e com os países delíngua portuguesa em geral, masserá um clube aberto”, sublinhouLévi dos Santos.O projeto foi apresentado de ma-neira formal na Câmara de Comér-cio de Pau a 31 de março e deveser inaugurado em breve, estandoos estatutos da nova associaçãoem estudo.Infos: 06.33.78.56.78

Le PBC de SaintEtienne commé!more la Révolu!tion des Œillets

Le Portugal Business Club de laLoire organise son déjeuner men-suel le vendredi 25 avril, à 12h00,pour commémorer le 40ème anni-versaire de la Révolution des Œil-lets, au Restaurant Le Porto, 4avenue du Pilat, Terrenoire, àSaint Etienne (42).«Ce que l’on nomme ‘révolution’est d’abord un coup d’État orga-nisé par des militaires, radicaliséssuite à l’échec de la guerre colo-niale menée par le Portugal et lessacrifices humains. Ce coupd’État, soutenu par le peuple, pro-voque une révolution qui va durerdeux ans et changer les structuresde la nation, à la fois politique-ment, économiquement, sociale-ment et culturellement. Si lerenversement du régime provoqueun enthousiasme unanime, lesjours qui suivent vont faire appa-raître des divisions profondes surla voie à suivre.

emsíntese

Por Tatiana Gonçalves

Ação comercial do BPI no Candieuropa

No passado dia 13 de abril, o super-mercado Candieuropa abriu as suasportas ao Banco BPI permitindo a estainstituição bancária a realização demais uma ação comercial.Os colaboradores do BPI presentesofereceram um brinde a todos os quese deslocaram a este espaço tão em-blemático para os Portugueses, tendosido sorteado um cabaz de comprasde produtos de origem nacional.O vencedor, nesta que foi a terceiraação comercial do género organizadano Candieuropa, foi Luís Amaral,oriundo do Sabugal, que recebeunesse mesmo dia o cabaz de comprasem sua casa.A equipa do Candieuropa presenteou

também os seus clientes com um lan-che a meio da manhã, onde foi possí-vel “forrar” o estômago com grelhados(entrecosto, chouriço e entremeada)acompanhado por vinho verde ousumo e pão.Para além dos responsáveis da agên-cia do BPI de Champigny, David Alvese Alexandra Borges, estiveram aindapresentes Telmo Ribeiro e LilianaLima, dos Balcões de Caxarias e LeiriaMercado, respetivamente, na fotocom Frédéric Cândido, gerente do su-permercado Candieuropa.Durante parte da manhã estiveramtambém presentes colaboradores doBPI dos Balcões de Viana do Castelo,Vila Verde, da agência de Argenteuil eda nova permanência que o BPI vaiter no Departamento 91.

Banco sorteou um cabaz de compras

Por David Alves

«Plenium» élu parmi les meilleurs prestatairesEuropéens de services d’infogérancePlenium, société de services d’info-gérance pour les PME, rentre dans letop 50 Européen* des meilleurs pres-tataires de services d’infogérance. MSPmentor, produit par Nine LivesMedia, est le guide international deréférence des services d’infogérance.Chaque année, le guide propose unclassement des 501 meilleurs pres-tataires de services d’infogérance àtravers le monde: MSPmentor 501.Ce classement s’appuie sur diverséléments parmi lesquels la croissancedu chiffre d’affaires, le nombre d’uti-lisateurs pris en charge, les solutionsgérées et les services proposés.L’édition 2014 du MSPmentor 501

vient d’être publiée. Plenium intègredirectement ce classement à la43ème place pour la zone Europe.Selon ce même classement, Pleniumest l’un des 2 seuls prestataires fran-çais présents dans le top 50. Cette re-connaissance valorise l’expertise et leprofessionnalisme de Plenium. Parailleurs, dans le classement global,Plenium se hisse à la 294ème placemondiale, après la 447ème place en2013.«Notre présence pour la première foisdans le top 50 Europe démontrenotre qualité au niveau international,mais aussi notre engagement pourêtre toujours plus performants et at-

tentifs aux réels besoins de nosclients» déclare Pedro Sousa, PDG dePlenium. «Nous avons aussi la parti-cularité d’être parmi un groupe trèsrestreint de prestataires, dans ce top50, qui s’adressent uniquement auxPME. Nous accompagnons les PMEdans une logique de croissance deleur business: faire la chasse auxpertes de productivité, maitriser lesrisques liés à l’informatique, accroîtrela compétitivité… Autant d’enjeuxpour lesquels nous conseillons nosclients au quotidien. La satisfactionde nos clients n’est pas un déclaratifmarketing mais une composante ma-jeure de notre ADN, et notre présence

dans ce top 50 en est une preuvesupplémentaire».Créé en 1999, Plenium est un leaderen France des services managés àdestination des PME. Son offre, IDée-Informatique Durable, met à disposi-tion des PME la supervision et lagestion préventive, en temps réel, desoutils informatiques. La société inter-vient également sur les projets d’in-frastructure, le CRM, le travailcollaboratif et la formation bureau-tique. Ainsi, Plenium a développéune offre complète permettant auxPME / PMI de sous-traiter, totalementou partiellement, la gestion de leurinformatique.

le 23 avril 2014

Cônsul Honorário de Orléans inaugura exposição de fotografia de Mário Cantarinha

O Consulado Honorário de Portugalem Orléans vai inaugurar esta quartafeira, dia 23 de abril, uma exposiçãode fotografias de Portugal do fotógrafoMário Cantarinha.Esta exposição é constituída por umaseleção de cerca de 40 fotografias “depaisagens naturais, de belas cidadese da diversidade cultural em Portu-gal”.Para compor esta mostra, Mário Can-tarinha percorreu Portugal de norte asul e capturou com a sua máquina oque cada lugar tinha de melhor. “Oque pretendo com esta exposição émostrar o que temos de belo no nossopequeno mas tão bonito Portugal” re-fere o artista. “Às vezes vamos paratão longe e o que temos à porta nãovisitamos”.Esta grande diversidade de imagensleva-nos por uma viagem por de Vianado Castelo à Batalha, de Bragança aoPorto, de Coimbra a Portalegre, deÉvora a Faro,... “Tenho tentado que asminhas exposições também sirvam

para promover Portugal” diz MárioCantarinha. “Aquilo que mais gosto éouvir os franceses dizerem que vão aPortugal, depois de verem uma expo-sição minha”.Mário Alberto Cantarinha nasceu em

Folgosinho, na Serra da Estrela, no dia2 de junho de 1957. Com apenas 11anos de idade, deixou a casa dos avôsmaternos, com quem viveu até essaidade e veio ter com os pais em Cha-ville, na região de Paris, onde ainda

hoje reside, depois de ter casado, 12anos mais tarde, com Fátima, naturalda mesma aldeia, com quem tevedois filhos: Bruno e Philippe.A paixão de Mário Cantarinha pela fo-tografia surge na sua mais tenraidade. Costuma contar que percorriacom a avó vários quilómetros, até àvila mais próxima, para tirar as foto-grafias que enviava regularmente aospais. “Impressionava-me sempre como clic-clac do aparelho, e, uma se-mana mais tarde, tínhamos a fotogra-fia” conta ao LusoJornal. Com aprimeira máquina fotográfica que opai tirou numa rifa, fez as primeirasde milhares de fotografias.Mário Cantarinha já expôs em Folgo-sinho, claro, mas também em váriascidades de Portugal e de França,desde Chaville e Saint Cloud à Basí-lica de Lisieux, mas também nos Es-tados Unidos e na Suíça.O Cônsul Honorário José de Paiva,pretende que o posto consular “tenhauma vida para além dos atos adminis-trativos” e esta exposição surge nessecontexto.

Frédéric Cândido com equipa comercial do BPIDR

Por Carlos Pereira

Mário Cantarinha, fotógrafoDR

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10 Empresas

Le Portugal Business ClubTouraine rendhommage à Aristides deSousa Mendes

La réunion du mois d’avril du PortugalBusiness Club Touraine aura lieu auBar le 25 Avril, situé au 13 rue Lamar-tine, à Tours.60 ans après la mort de Aristides deSousa Mendes - le 3 avril 1954 -, leClub d’affaires de Touraine souhaiterendre hommage au Consul de Bor-deaux de 1940, avec une confé-rence, animée par Gloria Perroi, surce héros de l’ombre, méconnu denombreuses personnes.Cette réunion va permettre aux mem-bres du Portugal Business Club Tou-raine d’échanger des expériences etde partager un moment de convivia-lité autour d’un repas.Aristides de Sousa Mendes a sauvéplus de 30.000 personnes pendantla seconde Guerre mondiale en dis-tribuant des visas, surtout à destina-tion de personnes de confessionjuive. Son acte fait de lui un «Justeparmi les Nations».Le Portugal Business Club de Tou-raine dirigé par Philippe d’Almeida aété constitué à Tours en février 2010,avec la volonté de créer un véritablelieu d’échanges et de rencontres pro-fessionnels permettant de réunir lesacteurs économiques de la Tourainedésireux de tisser des liens avec desentrepreneurs franco-portugais. Lamission du Club est de regroupertous les décideurs qui ont un lien di-rect ou indirect avec le développe-ment économique France-Portugalafin de créer une synergie qui faciliteles échanges et la mise en commundes connaissances.

emsíntese

Par Inês Mateus Folgosa

Hommage de la Banque BCP aux Soldats portugaisA l’image des années précédentes, laBanque BCP, a voulu s’associer auxcommémorations de la Bataille de laLys, le samedi 12 avril dernier.Luís Castelo Branco, membre du Di-rectoire et Joseph Marques, en hom-mage aux valeureux soldats, ontdéposé une gerbe de fleurs au Cime-tière Militaire Portugais de Riche-bourg. Au Monument au soldatportugais de La Couture, Jorge Cecílio,Directeur régional et António Marru-cho, Directeur de l’agence de Lille, ontfait le même geste.Avec des offres bien spécifiques, no-tamment pour les jeunes, ainsi quedes partenariats, à l’exemple de celuicélébré récemment avec Cartesia Edu-cation, «la Banque BCP se veut déci-demment une institution tournée versl’avenir».

Toutefois, en étant présente ce 12 avrilà ces cérémonies dans ces lieux desouvenir, la Banque BCP a ainsi voulutémoigner de notre devoir de mémoire

envers tous nos compatriotes qui ontparticipé à la première Guerre mon-diale au péril de leur vie.L’année 2014 est riche en évène-

ments célébrant le Centenaire de la IGuerre mondiale. Ces derniers mois,plusieurs écrits, récits, conférences,rappellent la participation portugaisedans la dernière année de la GrandeGuerre. N’en doutons que d’ici le Cen-tenaire de la Bataille de la Lys, en2017, d’autres viendront enrichir cettepartie parfois méconnue de l’histoiredu Portugal.Le nom des Portugais morts pendantcette Guerre figureront parmi les600.000 inscrits sur l’anneau de lamémoire en construction actuellementà Notre Dame de Lorette.Très symbolique, mais qui en dit plusqu’un grand discours, citons ici le titred’une exposition qui aura lieu au Pa-lais des Beau Arts de Lille à partir del’Automne 2016: «Guerre à laGuerre».

Commémorations de la Bataille de La Lys

L’Italie au cœur de larégion Lyonnaise

Stéphane Fonseca a repris depuisdeux ans le restaurant de spécialitésitaliennes «La Bernaldaise». C’estdans un cadre chaleureux et typique-ment italien connu depuis 29 ans surVilleurbanne, dans les environs deLyon, que chaque semaine la clientèlede proximité apprécie les mets propo-sés. Attaché à ses racines portugaiseet espagnole, Stéphane accueille lesclients soit dans la langue de Camões

soit dans celle de Cervantes.Fort de ce succès, il a poursuivi sesprojets en faisant appel à la BanqueBCP de Lyon afin d’acquérir un autrerestaurant «Al Gusto Sud» situé àLyon.Miguel Martinez et Paulo Escobar, re-présentants commerciaux de laBanque BCP ont rendu visite à ceclient et commerçant très ancré dansla région lyonnaise.

le 23 avril 2014

«La Bonne Assiette» a cozinha familiar detradição portuguesa em Tours

Vasco Pereira de Sousa, nascido a 2de dezembro de 1982, em Fiães,concelho de Sta. Maria da Feira, che-gou a França a 16 de abril de 1996,com apenas 13 anos. Uma históriacomum a tantas outras dos Portugue-ses em França. Os seus pais rapida-mente se integraram, começando asua atividade na restauração. Há pre-cisamente 14 anos comprometeram-se a gerir o restaurante ondeatualmente se encontram, na ruaGeorges Courteline, já na altura comespecialidades portuguesas.Foi finalmente em 2007 que pude-ram comprar esse seu cantinho, ondefazem as delicias, tanto dos Portu-gueses como dos Franceses.

Não é difícil ouvir dizer: “a boa cozi-nha tradicional portuguesa é no ‘LaBonne Assiette’”. Ponto de encontroda Comunidade, lugar repleto desímbolos portugueses, que nos fazem

sentir como em Portugal. Entende-se a televisão portuguesa, a RádioAntenne Portugaise de Tours estásempre a tocar e é o local de eleiçãopara muitas Soirées das associa-

ções portuguesas da região. Entreas muitas iguarias, destacam-se asfebras à portuguesa, não esque-cendo o famoso bacalhau à Braz eas francesinhas, a mais recente no-vidade.Estes têm sido os ingredientes parao sucesso deste recanto portuguêsem Tours e para a fidelização daclientela, “sem nunca ter recorridoa publicidade”, orgulha-se de dizero proprietário.O restaurante está aberto todos osdias, exceto à segunda e quartafeira à noite.No final, Vasco Pereira de Sousaacaba por revelar que “estamossempre entre os dois países, estran-geiros em França e emigrantes emPortugal”.

Por Inês Mateus Folgosa

Colaboradora do BPIVila Real em França

Representando a agência do BancoBPI de Vila Real Corgo bem como asrestantes agências da zona de Trás-os-Montes, a colaboradora Isabel Botelhoestá, durante todo o mês de abril, devisita a França, com o objetivo de fi-delizar e desenvolver o trabalho comos clientes do Banco BPI daquelazona de Portugal.“O BPI continua a apostar na proximi-dade entre os clientes e os balcões de

Portugal o que permite um melhoracompanhamento na gestão das suascontas e poupanças”.Acompanhada pela Agência de Argen-teuil, a colaboradora tem visitado e re-cebido vários clientes como é oexemplo ilustrado na foto onde aagência de Argenteuil juntamentecom Isabel Botelho, almoçou narecém-aberta Churrasqueira de VilaReal, em Argenteuil.

Délégation de la Banque BCP à RichebourgLuís Gonçalves

As três gerações da família Pereira de SousaDR

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12 Cultura

lusojornal.com

Librairie Castro ESilva au Salon duLivre Ancien

Du 11 au 13 avril dernier, le SalonInternational du Livre Ancien a eulieu une nouvelle fois au Grand Pa-lais à Paris. La Librairie portugaiseCastro E Silva était présente.Le Salon est aujourd'hui la plus bellemanifestation du genre en France etl’une des plus importantes aumonde, avec 150 exposants venusdu monde entier, tous affiliés à laLigue Internationale de la LibrairieAncienne, et 50 galeristes d’es-tampe et de dessin, tous membresde la Chambre Syndicale de l’Es-tampe, du Dessin et du Tableau.Tous ces professionnels mettent enlumière un patrimoine écrit inesti-mable et cet événement culturel ex-ceptionnel est une occasion uniquede se familiariser avec notre mé-moire collective.C’est à un fabuleux périple que le vi-siteur est convié sur les traces lais-sées par l’esprit humain au coursdes siècles. Du manuscrit auxavant-garde, de la lettre de FrançoisIer au billet de Marcel Proust, dupsautier du XIIIe siècle au manifestefuturiste, l’amateur pourra parcourirdes rayons d’une immense «librai-rie», riche de milliers de documentsd’une prodigieuse diversité.Fondée en 1957 par Ezequiel Cas-tro e Silva, la librairie est une orga-nisation commerciale debibliographie, bien connue dans lemarché du livre ancien, et étantconsidérée comme une des librai-ries portugaises les plus renomméesdans son genre, ayant des clientsdans le monde entier. Elle recher-che à perpétuer une tradition fami-liale qui remonte aux années 20 dusiècle dernier. L’activité principaleest l’élaboration et diffusion périodi-que de catalogues bibliographiques.Elle facilite un accès plus rapide àses catalogues, et une meilleurecommunication avec ses clients. Lalibrairie se situe dans le centre his-torique de Lisboa, près du Largo doChiado.

emsíntese

Par Lurdes Loureiro et Clara Teixeira

Pièce de Dan Inger dos Santos au Théâtre ClavelJusqu’au 28 mai, Muriel Montossey,Dan Inger et Stéphane Lébé présen-tent au Théâtre Clavel, à Paris, la pièce«Pirates des P’tits Caïds - La traverséemystérieuse», une histoire et deschansons originales de Daniel dosSantos, sous un décor de CatherineParmentier.«Deux musiciens lisent un vieux livresur les aventures des pirates. En tour-nant les pages, ils trouvent et jouent lapartition d’une mélodie magique;lorsqu’une voix sortie de nulle part leurrévèle qu’il est possible de rejoindrel’âge d’or de la piraterie en traversantla mer des songes. Nos compères lar-guent alors les amarres afin d’embar-quer petits et grands pour unemystérieuse traversée»!D’ailleurs, les comédiens «embar-quent» également les enfants du pu-blique sur scène.Dan Inger dos Santos est un chanteurde blues et a déjà partagé la scèneavec Bill Deraime, Little Bod, Dulce

Matias,… et a enregistré avec PatrickVerbeke, Rui Veloso et Mísia. Auteuret compositeur, nous l’avons vu aussibien sur «Atlântico» - où il chante éga-lement en portugais - que dans «OnHenri encore» et dans «Rock

n’Mômes».Pour ce spectacle, Dan Inger s’est as-socié, comme habituellement, à Sté-phane Lébé, un pianiste de jazz, swinget rock’n’roll, avec qui il partageaitdéjà la scène sur «On Henri encore».

Dan Inger est le Capitaine d’un bateauimaginaire dont le matelot n’est autreque Stéphane Lébé. L’anachronisme,le fantastique et l’humour, n’est passans nous rappeler l’Auguste et leclown blanc.Après avoir enchaîné les pièces deboulevard, aux côtés du regretté JeanLefebvre ou Bernard Menez, ou plusrécemment dans Pauvre France avecDounia Coesens, Muriel Montossey,l’égérie de La Classe de France 3 à lafin des années 80, remonte sur lesplanches parisienne pour un nouveauspectacle familial et musical.Jusqu’au 28 mai, le mercredi à14h30 et le samedi à 15h00. Tous lesjours pendant les vacances scolaires,à 14h30. Relâche les 21 avril, 3, 10et 31 mai. A partir de 4 ans.

Théâtre Clavel3 rue Clavel75019 ParisMétro Pyrénées

«Pirates des P’tits Caïds» à partir de 4 ans

Hora do Poeta: Concours de poésie lusophone

La finale de la 17ème édition duConcours de Poésie Lusophone«Hora do Poeta» aura lieu le samedi14 juin prochain, dans le cadre descommémorations du Jour du Portu-gal, de Camões et des Communau-tés Portugaises, au Théâtre deNeuilly-sur-Seine. Le concours estorganisé annuellement par l’Asso-ciation Culturelle Portugaise deNeuilly-sur-Seine.La date limite d’inscription est fixéeau 30 avril et les compositions de-vront être remises avant le 15 mai.

Le concours se compose de deuxparties: la rédaction du poème et sadéclamation devant le jury qui seraconstitué de «personnalités compé-tentes et impartiales», qui délibè-rera afin d’attribuer les prix aux troispremiers classés de chaque groupe.Le concours de poésie est commed’habitude ouvert à toute personneet institution (lycée, association oùle Portugais est enseigné).Chaque candidat n’a le droit qu’àune présentation. Dans le cas d’ins-titutions, ce nombre est porté à troisprésentations par groupe. Lespoèmes doivent être écrits en portu-

gais, et cette année le thème choisiest «La Fraternité». La déclamationdu poème doit être faite par le can-didat devant le jury.Chaque candidat se verra affecté àun groupe en fonction de son niveaud’étude ou de son âge. Le groupe 1:de la 6ème à la 4ème, le groupe 2:de la 3ème à la Terminale, puis legroupe 3: étudiants et adultes.En fonction du nombre de candida-tures reçues, l’Association CulturellePortugaise de Neuilly-sur-Seinepourra faire procéder à une présé-lection par le jury.Le samedi 14 juin, à 15h00, il y

aura des animations réalisées parles élèves, suivi à 16h30 des décla-mations des poésies par les partici-pants. A 17h00 la remise des prixdu Concours de Poésie ensuite la re-mise de prix aux meilleurs élèves del’année scolaire et finalement uncocktail sera servi pour clôturercette journée.Le concours compte avec le soutiende plusieurs partenaires.

Maison des Associations2 bis rue du Château92200 Neuilly-sur-SeineInfos: 01.55.62.62.50

Par Clara Teixeira

le 23 avril 2014

La Fado Blues de Dan Inger à MontpellierDan Inger dos Santos a fait le pleindimanche dernier, le 20 avril, auCarré Rondelet de Montpellier. Fadoet blues, blues et fado, la réciprocitédes univers s’impose.Inspiré par ses origines portugaises,Dan Inger dos Santos nous emmènedans une pérégrination musicale au-tour de l’océan Atlantique. Une in-vitation maritime et mélodique au(x)voyage(s) avec, comme point d’inter-section et de saudade, la lusopho-nie...Son Fado Blues aux arrangementssubtilement aigres-doux, s’inspire dela musique des pays qu’il traverse,mais aussi de celui d’où il vient.Intégré dans la série d’évènementsorganisés autour des 40 ans de laRévolution des Œillets par le Théâ-tre Carré Rondelet, en partenariatavec l’association Casa Amadis, leconcert unique de Dan Inger dosSantos a confirmé l’intérêt du publicmontpelliérain pour les rythmes etmélodies qui nous viennent de cespays lusitaniens et africains où poé-sie et musique s’entrelacent avec

harmonie.C’est une salle bondée qui a écoutéet applaudi Dan Inger dos Santos etRed Mitchell dans un répertoire ré-solument moderne et métissé dechansons originales teintées d’ac-cents et d’images de là-bas.Dan Inger est un musicien qui saits’entourer de professionnels che-vronnés, comme le très bon guita-riste Red Mitchell et profiter desrencontres et collaborations pourprendre inspiration et créer un réper-toire original et originel. Un artistebien dans la nouvelle vague portu-gaise en France, loin des sentiersbattus et des facilités commerciales.Une génération que s’assume bina-tionale et internationale. Un artistequi sait d’où il vient et, surtout, où ilsouhaite aller. Dans l’exigence.Le public montpelliérain, ne s’y estpas trompé. Il avait deviné un spec-tacle de haute tenue, il en est sorticonquis par l’interprétation géné-reuse des deux musiciens.Dan Inger dos Santos, un artiste queMontpellier réclame désormais.

Au Théâtre Carré Rondelet

Lurdes Loureiro

Dan Inger dos Santos à MontpellierDR

Stéphane Lébé, Muriel Montossey et Dan IngerDR

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Edition nº 1 | Série III, du mercredi 05 Janeiro 2011 Hebdomadaire Franco-Portugais

O Estado Novo, o 25 de Abril e a Emigraçãoestão estreitamente relacionados.Mesmo os Emigrantes da dita “Emigração eco-nómica” vieram para França devido à situaçãoprecária do país, e por conseguinte, indireta-mente, por razões Políticas, mesmo se muitasvezes recusando determinantemente que dissose tratou.É impressionante o número de eventos quetêm lugar em França para comemorar estadata. Desde autarquias, a associações, pas-sando até pelas representações diplomáticas epor instituições bancárias. Na redação do Lu-soJornal, fomos ultrapassados pelo número demanifestações nas mais variadas formas, que

dificilmente conseguiremos cobrir na sua tota-lidade.A capa deste “Dossier” do LusoJornal repre-senta o Monumento ao 25 de Abril que está,desde 1982, em Fontenay-sous-Bois, por ini-ciativa de José Batista de Matos. Foi o primeiroMonumento ao 25 de Abril e o único erguidofora de Portugal. Mas em Nantes há uma Ruede la Révolution des Oeillets, em Evry há umaAllée 25 Avril,... e um pouco por todo o ladohá cravos, bombos, bailes, festivais de folclore,fado,...O Embaixador Francisco Seixas da Costa cos-tumava dizer que sempre se impressionavacom a forma festiva como a data era lembradaem França, em oposição aos discursos cadavez mais violentos aos quais se assistem em

Portugal.Aliás cada vez há mais agrumes em relação ao25 de Abril. Mesmo aqueles que participaramna Revolução, duvidam hoje do seu resultado,como que se tivessem esquecido já, apenas 40anos depois, do regime de opressão, da cen-sura, da noite que se abatia sobre Portugal!Estas dúvidas, apenas abrem as portas paraaqueles que, dando mais um passo, acabampor dizer que “antes é que era bom”.O 25 de Abril levou Liberdade a Portugal, levouDemocracia,... deu a palavra ao Povo.Esta foi a melhor forma que nós também en-contrámos de comemorar esta data: dando apalavra ao Povo!

(1) Carlos Pereira é Diretor do LusoJornal

LusoJornal le 23 avril 2014 | Caderno especial Este caderno faz parte integrante do LusoJornal Edition nº 170 | Série II

Um projeto de MárioCantarinha

Para esta edição do LusoJornal, comemo-rativa dos 40 anos do 25 de Abril, o fotó-grafo Mário Cantarinha selecionou 40personalidades da Comunidade portu-guesa, a quem pediu um testemunho sobrea data que marcou o futuro de Portugal.Mário Cantarinha é fotógrafo, tem umbanco de imagens impressionante e amaior dificuldade foi a de escolher apenas40 Portugueses (20 homens e 20 mulhe-res).Alguns (poucos) dos testemunhos acaba-ram por não chegar a tempo desta ediçãodo LusoJornal, mas aquilo que devia serapenas uma galeria de imagens com pe-quenas frases das personalidades escolhi-das, acabou por se transformar num viveiroprofundo de testemunhos sobre esta efe-méride, que muito honra o LusoJornal.O LusoJornal agradece a colaboração deMário Cantarinha, pela insistência e per-sistência de ter levado a termo esta em-preitada. Todas as fotografias publicadasneste dossier são da sua autoria.Esperamos agora que as fotografias e ostextos possam ser publicados num livreteque honraria quem o patrocinasse.

40 ANOSDE LIBERDADE

Por Carlos Pereira (1)

40 Testemunhospara os 40 anos do 25 de Abril

E S P E C I A L

LusoJornal / Mário Cantarinha

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14 40 anos de Liberdade

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25 Abril 74: O Golpe de Estado que virou Revolução

Em poucas palavras. Qual foi o con-texto no qual teve lugar o Golpe de Es-tado?O regime que governava o país hácerca de meio século, conseguiu aproeza de governar um povo que,maioritariamente, era despolitizado(“Oh, amigo, não me fale de política!Fale-me de futebol!” fazia dizer o ca-ricaturista Vilhena numa vinheta). Odebate político autorizado limitava-se,para um número reduzido de cida-dãos, a emitir “opiniões” compatíveiscom a ação do Governo.Os Portugueses eram, na altura (sobre-tudo nos anos 50) o povo mais despo-litizado da Europa. De certo havia umaresistência que não desmereciaapreço, e uma atividade cultural críticaque entretinha uma modernização dasideologias correntes em vários setores.Para obter estes “sucessos” de despo-litização, o regime serviu-se de umaforma (banal) de terrorismo de Estado,lançando nos anos 30 uma Polícia po-lítica (que se chamará PIDE, PolíciaInternacional de Defesa do Estado), afim de reprimir o movimento sindical,de origem anarquista e comunista. Omovimento anarquista foi o mais atin-gido, enquanto o movimento comu-nista, graças à sua prática daclandestinidade, sobreviveu.Face a este fator que agia no sentidoda preservação a longo prazo do Re-gime, outros fatores agiram no sentidode uma mudança de sistema políticoem Portugal. Se bem que o fatorGuerra colonial (começada em 1961),tivesse desempenhado um papel deprimeiro plano no amadurecimentodas condições para uma mudança deRegime, podemos alinhar o impactodo movimento estudantil dos anos 60na tomada de consciência quanto ànatureza do Regime. A geração nas-cida nos anos 40 não só é mais ins-truída que as gerações precedentes,como teve a ocasião de ser testemu-nha da campanha eleitoral do GeneralHumberto Delgado (1958), que foipara muitos jovens a descoberta deformas de luta política, investidas pos-teriormente num quadro universitário.A partir da segunda metade dos anos50, com a aparição de ameaças sobreas possessões portuguesas na Índia,com a revolta dos Mau-Mau no Quénia(anos 50) e as outras lutas pela liber-tação da África negra e da África do

Norte dos anos 50-60, o Governo por-tuguês começou a destilar um dis-curso oficial cada vez maisnacionalista e cuja lógica final era detransformar em delito toda a to-mada de posiçãocontra aGuerra co-lon ia l

(1).AGuerra colonialvai realmente “sacudir”a sociedade portuguesa.Tendências e tensões internasque se manifestaram na épocaprecedente, vão jogar um papelde primeiro plano. Assim, nosanos 50, as autoridades milita-res estimam que seria preciso“abrir” o Colégio Militar a jovensde outras classes sociais que aque-las de onde vinha a maior parte doscandidatos, a fim de preencher postosde comando do Exército, da Marinhae da Aviação que seriam necessáriosna eventualidade de uma guerra naspossessões portuguesas (2).Foi num tal contexto que um certo nú-mero de jovens da classe média, entreos quais Otelo Saraiva de Carvalho,residente em Lourenço Marques(Maputo), entrou para o Colégio Mi-litar. Por outro lado, o necessárioenquadramento das tropas enga-jadas e recrutas, levou a confiarpostos de comando e realizaçãode tarefas estratégicas a oficiaisditos “Milicianos” (não tendo pas-sado pelo Colégio Militar), jovenschamados para a Guerra colonial, empleno curso universitário.É neste contexto, no qual muitos ofi-ciais (de nível de Capitão) se sentemmal reconhecidos, que se cria um cír-culo de Oficiais de “nível menor” comvista a formular um Caderno de reivin-dicações. E é este círculo que nocurso de alguns meses vai politizar-see passar a chamar-se Movimento dasForças Armadas (MFA). As reportagensvídeo relativas aos primeiros dias mos-tram que os populares, a gente da rua,

aderiram espontaneamente à ação doMFA. Mas é, de facto, a gigantescamanifestação do 1° de Maio seguinte(manifestantes estimados em um mi-

lhão) que ilustra me-lhor a adesão

ma-ciça doPovo ao MFA

(3) pondo fim aum Regime que

servia sobretudo umaelite reduzida e punha agrande parte da popula-

ção em situaçõesprecárias cadavez mais insupor-táveis.

Quais as diferenças entre o Re-gime Salazarista-Marcelinista e oRegime Pós-25 de Abril?

O Regime Salazarista-Mar-celinista era bem de na-tureza fascista (4). EsteRegime defendia os in-teresses de uma elitede burguesia agrária eburguesia industrial.Outro aspeto é a suafalta de dinamismopara acompanhar amodernização que seoperava no mundo.No programa do MFA

constava adescoloniza-ção e a de-

mocratizaçãodo país. A descolonização - certo

inadiável - foi demasiado caótica. Ademocratização do país, passando du-

rante um ano e meio por períodos deincerteza (5), acabou por instituciona-lizar com sucesso um regime de de-mocracia representativa. A adesão àUnião Europeia (1979) consolidouesta evolução.

Como democracia representativa,não se desmarca das outras de-

mocracias representativas. Estetipo de democracia assegura

a uma oligarquia econó-mico-financeira, nacional e

internacional umacontinuidadeda exploraçãodo trabalho e

das rique-zas natu-rais dopaís. O sis-tema elei-t o r a l ,

aberto atodos os cida-

dãos a intervalos pluria-nuais, confia o exercícioexclusivo da soberania

dos cidadãos aos repre-sentantes eleitos que -

eles - recebem instruções quanto àsdecisões a tomar no quadro parlamen-tar. Estes Partidos, pelo menos aque-les que contam, são por sua vez sob ainfluência de grupos de interessespara os quais o bem-estar geral da po-pulação não é o centro das suas preo-cupações.Há bem uma diferença qualitativaentre o Regime Salazar-Marcelinista eo Regime que entrou em vigor depoisdo 25 de Abril 74. Os cidadãos dis-põem de liberdades de que não ti-nham acesso até então. Podemescolher os representantes que lhesparecem “melhores”, se bem que onível de informação da maior partedeles é insuficiente para uma escolhatomando em conta os seus diversosaspetos. O cidadão está sob influênciada ideologia dos médias que contame, por consequência, igualmente soba influência dos grandes grupos eco-nómico-financeiros.O 25 de Abril de 74 foi um passoavante sobre o plano das liberdadesmas o sistema económico-político ésempre baseado na desigualdade e nainjustiça social.

Notas:(1) “Angola é Nossa!”, o slogan maisdifundido, subentendia que Angola era

território de Portugal, e deixá-la aos re-voltosos (apresentados como “pilota-dos por Moscovo”...) era equiparado auma tolerância a que nos “roubem”uma parte do território nacional. Sebem que a libertação e a independên-cia de todas as Colónias eram preco-nizadas pela Comissão deDescolonização das Nações Unidas. AGuerra colonial mobilizou um milhãode soldados e causou a morte de10.000 deles, assim que 30.000 fe-ridos. (in Portugal Sempre, bimensalfranco-português, 1-15 maio 2011, tí-tulo: “Guerra Colonial: Portugal vaipagar fatura até 2020”). E conviriaacrescentar os mortos e feridos do ladodos Africanos.

(2) A seleção social dos candidatos aoColégio Militar resultava da obrigaçãode adquirir o “enxoval” (fardas, roupacivil, objetos vários,...), cujo custo es-tava fora das possibilidades de muitasfamílias.

(3) Nesta manifestação do 1° de Maio,podia-se observar a presença de gru-pos de populares provenientes de bair-ros da capital e da periferia. Umdestes grupos, de algumas centenasde pessoas que diziam vir dos bairrosdegradados à volta de Sacavém, gri-tava um só slogan: “Se isto não é opovo, o povo ond’é que está? Estáaqui!!”

(4) Salazar foi um dirigente cristão-de-mocrático antes de entrar no Governocomo Ministro das Finanças (1928),e admirador de Mussolini desde sem-pre. À variante portuguesa do seu fas-cismo era dado o nome decorporativismo.

(5) O PREC termina no dia 25 de no-vembro de 1975. Oficiais e unidadesdo Exército e da Aviação (Paraquedis-tas), impacientes pelo não avanço doprocesso revolucionário, tomaram ini-ciativas sediciosas a que o Governo emexercício põe fim. A esta ação dos Re-volucionários faltou um apoio claro epreciso da parte do Partido Comunista,que durante o PREC tomou frequen-temente atitudes reservadas. A razãoestaria no facto que o referente nú-mero um do PCP era a URSS, que, porquestões de equilíbrio mundial daGuerra fria, não estava em posição desustentar um “pais amigo” em plenazona capitalista europeia.

Mas o que é que a Revolução mudou no Estado e na Sociedade civil?

Por Albano Cordeiro

le 23 avril 2014

1. Albano CordeiroSociólogo

2. Leonor LuísEscultora

3. Carlos Vinhas PereiraPresidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa

4. Maria PintoPresidente da Delegação de França da Federação de Folclore Português

5. Marie Christine PiresDeputada na Assembleia Nacionalfrancesa

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le 23 avril 2014

No dia 25 de abril de 1974, estavaem Paris, em casa dos meus pais, edescobri a notícia da Revolução emPortugal através da televisão francesa.Tinha 13 anos e, infelizmente, eramuito nova para realizar a importânciado acontecimento.Em agosto do mesmo ano, fomos pelaprimeira vez a Portugal, país que tí-nhamos deixado cinco anos atrás. Asnossas férias começaram por Lisboaonde fomos visitar os meus avôs.Ainda estavam patentes marcas deixa-das pela Revolução dos Cravos quetinha tido lugar havia só quatro meses.Gostaria de ter sido mais crescida pararealizar verdadeiramente aquele acon-tecimento. Lamento não estar naquelemomento em Portugal, e sobretudoem Lisboa, para viver ao vivo um talmomento histórico do nosso país.

O 25 de Abril representa um passo deliberdade, esperança e solidariedadede um povo.Estava no Leste da França quando ouvina rádio francesa a notícia inicialmenteconfusa do Movimento das ForçasArmas que inicialmente me causoumedo. No dia seguinte apanhei o com-boio para Portugal. Cheguei a Vilar For-moso, comprei uma pistola para iracertar contas com os responsáveis domeu exílio. Quando cheguei à locali-dade, quem procurava tinha fugido.Faltou-me coragem para continuar.Aventei a arma para o rio Zêzere.O 25 de Abril representa ainda hojeuma tábua de salvação de resistênciaà mordaça, à miséria, que requer cons-tante atenção política.A situação atual em Portugal não estápara descuidos democráticos...

Le 25 Avril 1974, j’avais 9 ans. J’étaisavec mes parents et mes trois frèresdans notre appartement à Villepari-sis… A l’annonce de la nouvelle, je mesouviens des regards, des sourires, desémotions mais surtout de ce sentimentde liberté retrouvée. Les chaînes ve-naient de tomber! Malgré mon jeuneâge, je peux dire aujourd’hui que maprise de conscience politique et monengagement sont nés de cette périodede ma vie. Mon témoignage éclaireracertainement celles et ceux qui me de-mandent souvent où je puise monénergie et ma détermination… 40 ansaprès, dans un contexte anxiogène decrise économique et sociale, nous de-vons plus que jamais rester vigilants,mobilisés et continuer le combat pourla liberté.

Para mim, o 25 de Abril foi umagrande alegria enfeitada com cra-vos vermelhos! Vivia em Paris e fuide carro até Lisboa gozar essagrande vitória mas, com o tempo,apercebi-me que não passou dealegria passageira, pois novamenteestamos a precisar de um outro 25de Abril!

Souvenirs d’une journée mémora-ble. J’ai passé le 25 Avril chez moià Lisboa. Quand la femme de mé-nage est venue m’annoncer «c’estla Révolution, madame!», j’ai étébouleversée et j’ai passé ma jour-née suspendue au petit transistorde ma tante pour essayer de savoirce qui se passait. C’est seulementle soir, en arrivant au restaurant«Le Boutequim», que je dirigeaisavec la poétesse Natália Correia,que j’ai enfin eu des nouvelles plusconcrètes. Tous ceux qui étaientprésents, ne pouvaient pas cacherleur joie. Mais moi, le jour où j’aiété plus émue, fût le jour où j’aivoté pour la première fois.Mais... où est passé le 25 Avril?

06. Altina RibeiroEscritora

07. Abílio LaceirasEx-Sindicalista e ex-Dirigente associativo

08. Alda Pereira LemaitreEx-Maire de Noisy-le-Sec

09. Rogério do CarmoPoeta, co-fundador da Rádio Alfa

10. Isabel MeyrellesPoétesse, artiste plastique, Mouvement Surréaliste

“O Dia inteiro inicial e limpo “(1).La nuit du 24 au 25 avril laisse,enfin, marcher les Capitaines duclandestin MFA -Movimento dasForças Armadas - jusqu’à leur butalors impossible: la liberté pourtous. La liberté tant espérée desforces exilées dehors ou dedans,pendant presque 50 années de ré-gime dictatorial salazariste,qu’elles soient civiles, politiques,militaires et religieuses mêmes, ar-rive en musique aux oreilles desauditeurs de la radio Emissores As-sociados de Lisboa, à 22h55exactes avec «E depois do Adeus»comme la première contraction del’accouchement de la démocratie.La seconde contraction majeure,est un autre texte de José Afonso«Grandôla, Vila Morena» diffusépar Rádio Renascença à minuit 20minutes précises, qui donne l’ordreaux militaires et à leurs chars d’as-siéger Lisboa ainsi que d’autresgrandes villes du Portugal.Le reste du pays retient son souffleet désobéit, lui, très vite, à l’ordrepourtant répété, à longueur des mi-nutes de cette nuit interminabled’espérances: «restez chez vous».Ni peur ni haine, le peuple portu-gais sort dans la rue et s’empare,d’abord, sur le Marché aux fleursde Lisboa, de la reine de saison -l’œillet - pour refuser le sang et re-tenir d’éventuelles balles perduesou mortelles, en les glissant dansles fusils. En somme, une vraie ré-volution populaire longtemps oppri-mée, si ce n’est envers et contrequelques membres zélés de la

PIDE (Police d’État), terminée parun coup d’État militaire signéd’une fleur, une révolution qui aurafinalement rendu le destin de plu-sieurs peuples européens à leurspropres mains.L’aube n’aura tenu qu’à un fil,brève et mise constamment endanger par des forces contradic-toires, celles de divers partis maisaussi de corps constitués et de ci-vils aux idéologies et aux visionsparfaitement antagonistes, dès lacréation de la JSN - Junta de Sal-vação Nacional - puis, au cœurmême de l’Assemblée constituanteprovisoire: non moins de 8 Gouver-nements se succédèrent, pour vivreune contre-révolution, aussi graveque peu connue, celle du 25 no-vembre 1975 et frôler, entretemps, très régulièrement, uneguerre civile. La délivrance advient,pourtant, et confirme le processusrévolutionnaire de cette nuit aussidiscrète que spectaculaire parl’adoption de la Constitution du 2avril 1976, entrée en vigueur le 25avril, jour pour jour, faisant écho au1er 25 Avril. Et l’aube tourmentéelaissa place aux jours nouveaux des«3 D», Démocratisation, Décoloni-sation et Développement autantqu’au destin commun européendésormais possible.De ce jour entier, originel et lim-pide portugais, la liberté a donccontinué son chemin, pour s’affir-mer, en Espagne, en Grèce, loin del’Europe même, en Amérique latineet pour revenir, enfin, en Europe del’Est. Son chemin a dessiné l’Eu-rope démocratique de nos jours,une Europe de la paix où chacun

est libre de passer, de vivre, de tra-vailler, de savoir, de croire, d’inven-ter, d’inspirer encore le monde. AuPortugal, quarante années se sontécoulées, marquées par de grandsprogrès d’ordre politique, écono-mique et social. Rien n’a jamaisvraiment mis en danger cette dé-mocratie désormais quarantenaire,qui a respecté son Article 1er:«Portugal é uma República sobe-rana, baseada na dignidade da pes-soa humana e na vontade populare empenhada na construção deuma sociedade livre, justa e solidá-ria».Excepté, soyons francs, depuis lanaissance d’une certaine Troïka,endimanchée et autorisée, aidéemême par un Gouvernement sou-mis, qui oblige sa propre démocra-tie à s’agenouiller face à des tauxd’intérêts fluctuants. Leurs visitesrégulières auront fauché beaucoupd’œillets, mais n’auront pas vaincules Portugais, ni leur espoir, ni leurcapacité à produire de la richesseet une vie meilleure. Les Capi-taines d’Avril sont encore en vie. LeGouvernement leur refuse la pa-role, le 25 avril prochain pour ce40ème anniversaire. Armés dumême courage qu’en 1974, ils neseront pas à l’Assemblée Natio-nale. Eux et le pays tout entierchanteront partout ailleurs pourque l’Europe les entende: aucunedette, quelle qu’elle soit ne doitrendre un peuple otage indéfini-ment!Vive le 25 avril!

(1) Sophia de Mello Breyner Andresen

Por Nathalie de Oliveira

Tinha 8 anos e relembro muito bemesse jantar familiar, esse momentoque nos reunia todos, o meu irmãoCarlos, os meus pais Joaquim e Mariados Anjos e eu, ao menos uma vez pordia, à volta da mesa e depois, porvezes, raras, em frente da televisão.Mas nessa tarde, os meus pais esta-vam preocupados e, depois de um diade trabalho, nessa quinta feira 25 deabril de 1974, o regresso a casatrouxe uma nítida mistura de ansie-dade e de alegria contida. Tinham ou-vido “coisas”, durante o dia e ao sairdo emprego, nos bastidores do hiper-mercado Carrefour onde trabalhava omeu pai ou à saída da fábrica de bor-rachas Mesnel, onde trabalhava aminha mãe. Cruzaram amigos ouconhecidos e mesmo alguns fran-ceses comentavam que alguma“coisa” tinha acontecido em Portu-gal.A rádio estava acesa, a televisão es-tava ligada, as próprias janelas pare-ciam ter ficado abertas em correntede ar com a porta onde começariama bater vizinhos. Mais tarde.A “coisa” pois nenhum dos nossoslhe deu um nome antes de, no Jornalda noite, se ouvir, pela primeira vez,a palavra “revolução”. Ainda ouço ouquero ouvir «Une révolution a eu lieuau Portugal ce matin. Les militairesont pris le pouvoir. Le Premier Minis-tre part en exil. La population estdans la rue et… chante en brandis-sant des Oeillets!».Toda a noite deles, curta, e parte danossa, ouvimos o zunzun dessa pala-vra, descobrimos Grândola, Vila Mo-rena, o MFA e… os cravos vermelhos.

Por Hermano Sanches Ruivo

O 25 de Abril de 1974 veio trazeraos Portugueses a dignidade de vi-verem num país livre e de entrarem democracia! Permitiu-me vol-tar ao meu país e de sair dele livrecom a possibilidade de não me es-conder! Pois só tinha direito a umpassaporte de ida, passado peloConsulado português da rueEduard Fournier, em Paris!Para sair era necessário recorrer aofamoso “passaporte de coelho” ouseja atravessar a fronteira “asalto”.Encontrava-me em Paris quando aincrível notícia me chegou, passeia noite a tentar sintonizar a rádioportuguesa para ter notícias, a te-lefonar aos meus pais para saberse estavam bem e como decorriamas coisas.Chorei de alegria e tristeza por nãoestar no meu país a viver essatransformação, logo que pude láfui eu respirar um pouco de liber-dade e beijar o meu chão logo quepassei a fronteira.Hoje, claro que continuo feliz e or-gulhoso pelo nosso 25 de Abril,mas infelizmente a crise que atra-vessa o nosso país, faz-me pensarum pouco no antes da Revolução:nova vaga de emigrantes, umaparte do povo tem fome e não sepode tratar, cheio de medo doamanhã e outra parte do povo vivena opulência! A diferença é que hoje podemosfalar, gritar, abaixo os incapazesque nos governam e enriquecem àcusta do Zé.Viva o 25 de Abril.

Por Tony Gama

40 anos de Liberdade

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11. Cristina SemblanoLuso-eleita, Representante do BE em França

12. Manuel MirandaFadista, guitarrista, proprietário derestaurante

13. Deolinda OliveiraPresidente da Casa dos Arcos de Saint Maur

14. Judite da CruzRadialista, folclorista

15. Elena CorreiaCantora

O dia 25 de Abril foi um dia diferentede todos os dias, foi o dia inicial, in-teiro e limpo de que fala a SophiaBreyner, aquele por que todos esperá-vamos sem saber quando seria. Tinha18 anos e estava em Paris. Mas, maisdo que o 25 de Abril, foram os mesesque logo a seguir vivi em Portugal queme ficariam para sempre gravados namemória. Tinha emigrado dois anosantes com o peso de um país de medoe triste, de gente silenciosa e cabis-baixa e vim encontrar um país eufóricocom gente a escrever a História, nasruas, nas casas, nas escolas, noscafés, nos bairros. Era a política emestado vivo. Era a descoberta, a pro-cura, a imaginação, eram as perguntase as dúvidas, as certezas e as incerte-zas, era a desobediência e a insubmis-são onde dantes tudo era sujeição. Eraa democracia a nascer! O tempo pas-sou e os donos de Portugal voltaram.Há de novo um povo sofredor e triste.Mas a memória da Revolução diz-meque é também um povo que se há delevantar!

25 de Abril. Lindo, só em fotografia.Natural de Braga, falar do 25 de Abril,é falar de uma espinha que trago nagarganta, vejamos. Sou um defensorde Abril, lembro-me nesse dia, traba-lhar na avenida Marechal Gomes daCosta, em Braga, avenida da Liber-dade. E alguém me diz assim: vamoscomemorar. Era o primeiro dia de Li-berdade. Como já nesse tempo eu di-vulgava um pouco da minha raivacultural, através do Fado, convivia comamigos progressistas de todos os qua-drantes, cantava Fados revolucionáriosdo Ary dos Santos, e canções do ZecaAfonso, e preparava-me para participarno progresso do meu país.Hoje interrogo-me se valeu a pena.Honestamente todo o meu sacrifício...foi feito em vão! Para mim, enquantohouver alguém a viver nos limites dapobreza, que não tenha um pão paracomer todos os dias... perdoem aminha Liberdade: digo Merda paraeste 25 de Abril.

Em 74 tinha eu 18 anos e traba-lhava numa fábrica quando se deuo 25 de Abril. Para mim não repre-sentava muito porque não estavaconsciente nem ouvia muito as in-formações visto que não tínhamostelevisão. Ouvia apenas rádio e derepente, o alvoroço das canções ea que mais me marcou foi a Grân-dola, Vila Morena. Começava acompreender o que se estava apassar. O meu patrão, com medodo que viria a acontecer, refugiou-se no Brasil, deixando o barco àderiva. Tomei consciência que tudoiria acabar em banho de sangue.Foi pena que o 25 de Abril não ti-vesse ocorrido mais cedo porqueassim não teria perdido o meuirmão morto em combate na GuinéBissau. Chegou a Portugal doismeses depois de ter morrido, fize-ram-lhe uma cerimónia e desdeentão, silêncio total. Sinto-me re-voltada. Para mim, o 25 de Abrilrepresentou a Liberdade.

No dia 25 de Abril 1974 eu estavaem Paris. Ainda não tinha 18 anos.Ouvi a notícia na RTL, uma rádiofrancesa. Claro que fiquei preocu-pada, sem notícias de uma grandeparte da minha família, que mo-rava em frente a São Bento. Aquiloque diziam os jornalistas, era que,em Portugal havia uma Revolução,que a cidade de Lisboa estava ocu-pada pelos militares, que a popu-lação não podia andar nas ruas.Quando tentei telefonar, era impos-sível. Vivi grandes momentos deangustia. Ao fim do dia já falaramdos presos, que iam ser libertados.Imaginei a alegria de uma famíliaamiga, que talvez iria ver entrar ofilho pela porta dentro. Ou entãoviver uma tristeza ainda maior queaquela que tinham vivido até ali, seele não aparecesse. Então teriamorrido na prisão, como muitosoutros.O 25 de Abril trouxe a Liberdadepara o povo português.

No dia 25 de abril de 1974 euainda não tinha nascido! Mas seique esta data histórica para a de-mocracia portuguesa libertou opovo português. A Revolução dosCravos marcou o fim da ditadura e,obviamente, permitiu a liberdadede expressão, a Liberdade, sim-plesmente! O facto das Colónias setornarem independentes tambémfoi importantíssimo. Na minha opi-nião, qualquer país no mundo me-rece ser livre e não deveria sofrerguerras!

O meu 25 de Abril. A manhã do dia25 de Abril de 1974 começou paramim da mesma forma que todos osoutros dias. Era apenas mais um diade escola. No entanto, a meio damanhã, durante uma aula de francêsna escola preparatória Afonso Paiva deCastelo Branco, a professora Ercília in-terrompeu a aula para nos comunicarque estava em curso um movimentoque poderia dar origem a mudançasimportantes no país.Se a maioria dos meus colegas, na al-tura com 12 anos, ficou na expecta-tiva de saber realmente o que sepassava, para mim esta notícia signi-ficava, antes de mais, uma janela quese abria para o possível regresso domeu pai a Portugal. Esta foi a primeiramensagem que me trouxe o 25 deAbril: a possibilidade do reencontro deuma família que por várias razões viuo meu pai sair do país em setembrode 1972.Mais tarde percebi o que estava ver-dadeiramente em causa no plano po-lítico, económico e social e asconsequências que viriam a decorrerda chamada Revolução dos Cravos deAbril de 1974 que acabaram portransformar a vida de todos os Portu-gueses independentemente do localda sua residência.A partir desse momento Portugal en-cetou um processo de abertura aomundo, alterou por completo o seu

sistema político com a afirmação daDemocracia e de um regime constitu-cional que passava a garantir as liber-dades individuais dos cidadãos. Aomesmo tempo, iniciou-se o processode descolonização e encetou-se umpercurso de aproximação à Europa eaos valores que essa defendia.É por estas razões que quando se co-memoram quatro décadas de Demo-cracia mais do que lembrar a data daRevolução é importante, sobretudo,fazer o balanço deste período.Somo hoje um país bem diferente, di-ferente para melhor, com um sistemademocrático perfeitamente consoli-dado e que nestes 40 anos muito setransformou aproximando-se do nívelde vida dos nossos parceiros europeus.Eu tive a sorte de ainda muito jovemter conhecido a liberdade e a demo-cracia e de ter sido imbuído do espíritoda participação cívica e política. Ora,o 25 de Abril veio devolver aos Portu-gueses, exatamente essa possibili-dade, que hoje é um direito, de intervirde forma ativa na vida política do seupaís.Se o 25 de abril foi uma forma de re-nascimento de Portugal, tendo conse-quências claras na vida dosPortugueses residentes no país, tevetambém repercussões enormes nomundo das Comunidades portuguesase, por exemplo, em França foi o fatordecisivo para que a Comunidade por-tuguesa aqui residente iniciasse o seuprocesso de afirmação. Basta ver que

a rede do movimento associativo por-tuguês neste país nasceu, em grandeparte, nos primeiros anos a seguir àRevolução.As políticas implementadas na se-quência da Revolução de Abril vierampermitir a adesão à CEE o que alterouprofundamente a relação dos emigran-tes com o seu país de origem e com opaís de acolhimento, permitindo-lhesassumir-se mais como cidadãos inter-venientes nesses países e sólidos con-tribuintes para o seu desenvolvimento.A importância que a Revolução doscravos tem para as Comunidadesportuguesas é todos os anos ex-pressa através do número impres-sionante de iniciativas que decor-rem pelo mundo inteiro a celebraresta data que marcou, de forma de-cisiva, a vida de quem emigrou noinício dos anos 60 e 70.Quando me refiro ao 25 de abrilvem-me sempre à memória a aulada professora Ercília em CasteloBranco e as caras dos meus cole-gas, que apesar da juventude, trans-mitiam um sentimento de surpresamas também uma enorme expecta-tiva, não sabendo, no entanto, naaltura que a partir daquele mo-mento o seu futuro nunca maisseria igual.Quanto a mim, saí da aula na ex-pectativa do regresso do meu pai oque nunca viria a acontecer. Masisso é outra história. Estamos a falar de Abril.

Por Carlos Gonçalves

No 25 de Abril de 1974 vivia emPortugal, tinha 2 anos, filha de jo-vens que saíram de Portugal por ra-zões políticas e também econó-micas, vivia, como alguns filhos deemigrantes, em casa dos meusavos. Os meus avos receberam o 25 deAbril com euforia, “para pior nãohaveremos de ir”, concluíram.Nessa altura era ainda demasiadocriança para me aperceber do quefora a realidade da ditadura ou amudança que representava. Cresci no entanto entre a eferves-cência dos primeiros anos de elei-ções livres, na promessa degrandes mudanças, entre a expec-tativa dos que tinham vivido anosnegros e que dali esperavam gran-des feitos.Neste preciso ano, e volvidos 40anos desse 25 de Abril de 1974,comemoram-se as cinzas de umsonho do qual se esperou muitosem compreender que afinal o 25de Abril fora um golpe militar, nãofora de forma alguma uma revoltapopular. E o povo revolta-se, mas falta-lhecoragem de travar os abusos dePartidos demasiado demagógicos,descaradamente corruptos e queprovocaram nos últimos anos umêxodo tão grande como o dos anossessenta.

Por Cristina Branco

25 de Abril de 1974, quinta-feira.Um rapaz de 12 anos sai da escolae dirige-se para a paragem do au-tocarro afim de voltar para casacomo todos os dias. Inabitual-mente, as pessoas que cruza narua cantam “Grândola, Vila Mo-rena” e “O povo unido jamais serávencido” e ele pergunta-se porquê?«Viva a liberdade» dizem as pes-soas, mas este jovem não se sentecativo e não compreende nada napolítica. O que se passa? Vamosocupar as propriedades dos ricospara fazer infantários, agora somoslivres, diz o povo e o jovem seguiao movimento, os militares têm oscabelos longos e um cravo verme-lho na extremidade da arma e ojovem continua sem compreender.Acabou a PIDE! O que é isso? APolícia de Estado? Para que serve?Este jovem cresceu, estudou a his-tória, os factos, visitou os lugaresde tortura desta famosa Polícia ecompreendeu o que viveu semsaber.Este jovem era eu e hoje festejoesta data de modo que a memórianão se apague, para assim honraros que deram a vida pela liber-dade, para a nossa liberdade e queninguém volte de novo a sofrer doFascismo como o povo português osofreu.Viva a liberdade, viva Portugal.

Por José Cardina

16 40 anos de Liberdade le 23 avril 2014

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O meu pai, no dia 25 de Abril 1974,já estava em Paris. Tinha 19 anos.Como muitos filhos de Portugueses,saiu do país para não combater emAngola.Para o meu avô que não emigrou, foium dos dias mais felizes da sua vida.Foi um sonho que se realizou, pois elepróprio assistia a reuniões políticas se-cretas - era proibido falar livremente -levando por vezes o meu pai para lhecomunicar como devia ser o país emdemocracia.Acolhia em casa pobres que necessi-tavam comer, e dava dormida a algunspolíticos que podiam ser apanhadospela PIDE. A sua irmã frequentou amesma escola que Salazar, em SantaComba Dão, casou com um senhorque negociava em Angola e que tinhaao seu serviço angolanos explorados, oque revoltava o meu avô.Mas chegou o dia 18 de agosto de1974, 4 meses depois do 25 de Abril,casavam os meus pais em Portugal, oscravos tiraram o lugar às rosas.Tudo fazia referência à Revolução dosCravos e cada noivo e convidados le-vavam um a enfeitar o fato. Liberdade.

Em 1974, quando se deu o 25 deAbril eu tinha 4 anos. No entanto lem-bro-me que esse foi um momento demuita festa em Aulnay-sous-Bois e naregião.Os meus pais, com um grupo de ami-gos, tinham fundado um ano antes aAssociação local que reagrupava mui-tos Portugueses do bairro Rosa dosVentos.Apercebi-me de uma lufada de arfresco por parte dos adultos. Houvefestejos, muitos até. A associação deAulnay-sous-Bois tinha sido convidadapela AOP de Bobigny, o Sr Ribeiro,para que haja uma atuação folclóricacom o grupo Rosa dos Ventos. Grân-dola, Vila Morena era repetida regular-mente e sempre ficou na minha mentede garroto.A minha mãe, que era professora dePortuguês em Aulnay-sous-Bois e emSeine Saint Denis, conta que soube doque tinha sucedido por uma colegafrancesa que interrompeu a aula paradizer: “Leopoldina, ton pays vientd’être libéré du fascisme”.Esta data é ainda para mim um mo-mento feliz que me faz voltar aos sonsda minha infância.

Quand parfois on me demande ce quereprésente pour moi le 25 Avril il m’ar-rive des images de paix, de liberté etd’œillets. Me viennent à l’esprit les pa-roles de la chanson «Portugal» dugrand Georges Moustaki, poète de lamusique française avec laquelle je suisnée, et ces mots sont porteurs d’espoirpour les populations opprimées:

A ceux qui ne croient plusVoir s’accomplir leur idéalDis leur qu’un œillet rougeA fleuri au Portugal

Débouche une bouteillePrends ton accordéonQue de bouche à oreilleS’envole ta chanson

Car enfin le soleilRéchauffe les pétalesDe mille fleurs vermeillesEn avril au Portugal

Et cette fleur nouvelleQui fleurit au PortugalC’est peut-être la finD’un empire colonial.

Quando se está no alto de uma mon-tanha ou à beira de uma falésia numdia límpido, a contemplar a imensidãosolene da natureza e a respirar a pu-reza do ar, com a possibilidade de gri-tar o que nos vai na alma, ou aocontrário, meditar em silêncio, sementraves, sem críticas, tem-se a sen-sação de liberdade total.Foi essa a sensação que tive no 25 deabril, há 40 anos.Em 1974 já ia no 10° ano de pre-sença em França. Tinha ido à Inspeçãomilitar em Lisboa, em 1964, porquequeria que se soubesse que quem iriaescolher o meu futuro seria eu próprio.Fiquei apurado e emigrei! Aqui encon-trei a liberdade do dia-a-dia, mas sema possibilidade de sair de França esem beneficiar dos mesmos direitosdos anfitriões.Quando chegou o 25 de Abril abriram-se as portas que estavam, havia maisde 40 anos, fechadas a todos os Por-tugueses, entrou no país uma lufadade ar puro que aqui também respirei.Liberdade, Democracia, vida melhor!Quarenta anos depois, pergunto aovento que passa: para onde vais meupaís?

Para mim, o 25 de Abril representao fim de 48 anos de fascismo, re-pressão, escuridão, miséria e faltade liberdade, mas também o fimda sinistra Guerra colonial e a in-dependência dos povos africanos,e particularmente a democracia ea liberdade de um povo unido comos Capitães de Abril.Em abril de 1974, vivia emNantes, trabalhava nos Estaleirosnavais de Nantes-St Nazaire, eraresponsável sindical da CFDT. Anotícia da Revolução foi-me comu-nicada por um companheiro doSindicato na manhã do dia 25 deabril. Foi um momento de alegria ede felicidade.No fim do mês de maio de 1974,organizei em Nantes uma reuniãodos democratas portugueses da-quela região para mobilizar a Co-munidade e apoiar a Revolução doscravos.Para mim, hoje o 25 de Abril repre-senta a esperança de um povo, quemesmo “esmagado” pelas medidasda Troika e do Governo, continua alutar por uma vida melhor, pela di-gnidade e pela liberdade.

Por Karina Lima Por Paulo Marques Por Shina Por Aurélio Pinto Por Manuel Dias

Le 25 Avril 1974: Un arc de Lumière- où le rêve a pris enfin son envol.J’étais déjà en France lorsque l’Aubed’un Jour Nouveau est arrivée.J’étais venue «a salto», avec mes pa-rents et mes frères et sœurs.Je me souviens, comme si c’était au-jourd’hui, de la voix de mon père. Ilentra chez nous ce jour-là en criant,essoufflé, il venait d’écouter la radio:«C’est fini notre exile! Ils ont capitulé,la Révolution a eu lieu, sans unegoutte de sang! Rien que des fusilschargés d’œillets rouges - maintenantc’est à eux de s’enfuir de notre pays!«Os malvados».Sur le coup, je n’avais pas très biencompris, nous étions venus en Francequelques mois avant, et au Portugaltout me semblait normal, pour que la«Révolution» arrive si vite.Je crois que nous avons tous pleuré,mais cette fois pleuré de Joie.J’ai songé aux rêves de mes grandspères, à tous nous hommes quiavaient fait la guerre dans les colonies,aux prisons, dont les portes venaientde s’ouvrir, à toute cette misère hu-maine, à ces rêves enfin concrétisés!Mon père et tous le Portugais qui ha-bitaient près de chez nous, ne par-laient plus de tout cela, exaltés, ildisait que la prison c’était fini pour lui,que désormais nous étions Libres!Tandis que les infos continuaient dansla radio, on osait a peine y croire!C’était pourtant vrai.C’est ce mot-là - Liberté - qui a semédes étoiles dans ma tête, des fleurs,des pétales d’œillets rouges tombaientsur nous, comme un Bonheur auquelnous n’avions jamais songé, comme siaujourd’hui nous avions enfin le droitd’êtres nous.Pour moi, c’est tout cela le 25 Avril, jeme sentais pousser des ailes, j’étaistransportée vers un idéal, où le tempsprenait la couleur «rouge et or» un arcde Liberté!

O 25 de Abril para mim foi o dia ondeo MFA deu ao povo português a Liber-dade e a Democracia, estas duas pala-vras que os Portugueses não tinham enunca tiveram durante 50 anos.A Liberdade de expressão. A Liberdadepara os nossos amigos Africanos dospaíses como Angola, Moçambique,Guiné,... com a independência. A Li-berdade para os Sindicatos e Partidospolíticos e votar nas eleições, e o fimda Guerra colonial que assim chama-vam.Eu já estava em França, em Pontault-Combault e ouvi na madrugada do 25de Abril a canção do Zeca Afonso,Grândola, e o barulho das botas dosmilitares e fiquei muito admirado, semsaber o que se estava a passar no nossoPortugal. Foi depois, durante o dia, quemelhor compreendi. Foi mesmo a vitó-ria do Povo Português contra a ditadurade Salazar e Caetano, Américo Tomáse daqueles maiores Fascistas que osrodeavam.Como jovem, senti-me libertado e res-ponsabilizei-me no movimento asso-ciativo e criei uma associação paramelhor defender os nossos compatrio-tas explorados aqui nesta França commuito racistas contra a presença dosPortugueses, sempre mal vistos. Mas oque diziam é que os Portugueses eramtrabalhadores, que não são preguiço-sos. Era o que diziam de nós.Depois de 50 anos, o Povo Portuguêsnunca foi reivindicativo nem nos sindi-catos e durante esses anos até erameles que não aceitavam as greves poisvieram para trabalhar e enviar as eco-nomias para Portugal. É uma das ra-zões que explica que hoje sentimos aausência de inscrições nos cadernoseleitorais, seja em Portugal ou emFrança.Votar é uma Liberdade, mas tambémum dever democrático.

No dia 25 de Abril de 1974 estava naDinamarca, onde exercia as funções deresponsável de marketing no Portugi-siske Handelsburo, escritório do Fundode Fomento de Exportação (cinco anosmais tarde designado por ICEP). Al-guém telefonou da sede do FFE emLisboa a dar a informação de que tinhahavido um movimento revolucionário,mas depois era muito difícil ligar paraPortugal para ter outras notícias sobrea sua evolução, as linhas telefónicasentre os dois países ainda não estavamautomatizadas. Corri para casa, a tele-visão dinamarquesa mostrava imagens,a preto e branco, sobre a Revolução,mas… em dinamarquês.Naquele tempo, na Dinamarca, comona Suécia e outros países nórdicos,havia ocasionalmente certas manifes-tações contra o colonialismo de Portu-gal, o que podia justificar um supostootimismo ou simpatia que eu julgavadescortinar nos comentadores,apoiando o Movimento. Mas logo fuiconfortado pelas imagens evidentes dealegria da população portuguesa, dosajuntamentos imensos e pacíficos, dasvozes dos manifestantes cantando“Grândola, Vila Morena”, ou das ven-dedoras do Rossio a oferecerem cravos.No Hotel Sheraton de Copenhaga,havia um telex da agência noticiosaReuters que debitava em permanênciatodas as notícias importantes domundo. Pude, assim, quase em temporeal, reconfortar-me com esses senti-mentos de liberdade que, minuto a mi-nuto, hora a hora, eram debitados pelaagência noticiosa.Três dias depois, no dia 28 de abril,apanhei um avião para Portugal, o ae-roporto estava ocupado pelas ForçasArmadas e vi como se respirava a liber-dade (como diz o poeta).

O 25 de Abril representava um futurode liberdade e, ingenuamente, o fimda emigração com um regresso possí-vel a Portugal sem guerra e sem re-pressão. No 25 de Abril de 74 tinhaum encontro com um militante da as-sociação “A Liga Portuguesa do En-sino e da Cultura Popular” na “Garedu Nord” para uma reunião sobre oMovimento associativo português. Es-perava por aquele amigo no princípioda linha e, quando o avistei ao longeno cais, entre a multidão de viageirosque chegavam, fiz-lhe o gesto do V devitória com a mão. Ouvira a rádio fran-cesa anunciar um golpe de Estado e ojornalista dizia que as ruas de Lisboaestavam cheias de gente a apoiar ossoldados. O meu amigo, todavia, aoaproximar-se aconselhou-me a calmaro meu entusiasmo porque não haviacertezas do que poderia acontecer...Pouco tempo antes o Kaúza de Arriagatentara um golpe ultra fascista eàquela hora do nosso encontro, seriamumas cinco da tarde, ainda não tínha-mos certezas. Fomos para a reuniãoprevista e ninguém tinha outras infor-mações. Nos dias que seguiram houveuma manifestação nas proximidadesdo Consulado de Paris onde participeicom muitas centenas de portugue-ses...

Rentrée de Lisboa d’accompagnermon père à sa dernière demeure,qui m’avait dit peu avant de décé-der: “je sens que c’est pour bien-tôt. Tout va changer dans ce payset moi je ne vais pas le voir”. Le25, j’étais en déplacement au CEAde Saclay, je n’ai eu les coups defil de mon mari, que le soir en ren-trant à Paris. Le 26 à l’aube, ilavait été avec des copains auConsulat du Portugal pour exigerles documents auxquels les Portu-gais vivant en dehors du Portugaldevraient avoir le droit. Moi, j’avaisun passeport aller-retour depuis1970, car mon “patron” (Louis Le-prince-Ringuet), a donné auConsulat du Portugal de l’époque,par écrit, une grande leçon de dé-mocracie en leur disant que sonLabo avait besoin que je retourne àParis. Du jamais vu! Le lendemain,mon sentiment était le “chagrincausé par les dernières paroles demon père”. Et aussi le manqued’étonnement, c’était comme je lesavais d’avance. En 2014 je sou-haite encore et toujours, que vivele 25 Avril 1974!

Por Alice Machado Por Mário Castilho Por José de Paiva Por José Barros Por Maria Fernanda Pinto

17le 23 avril 2014 40 anos de Liberdade

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18 le 23 avril 2014

16. Nathalie de OliveiraMaire Adjointe de Metz

17. Hermano Sanches RuivoLuso-eleito, Presidente da associaçãoActiva

18. Tony GamaCantor de opereta

19. Carlos GonçalvesDeputado (PSD) na Assembleia da República

20. Cristina BrancoFotógrafa

21. José CardinaPresidente da Filarmónica Portuguesade Paris e da CCPF

22. Karina LimaApresentadora da televisão francesa

23. Paulo Marques Luso-eleito, Presidente da Cívica

24. ShinaFadista

25. Aurélio PintoEx-Dirigente associativo

26. Manuel DiasSociólogo, Dirigente associativo

27. Alice MachadoEscritora

28. Mário Castilho Presidente da APCS de Pontault-Combault

29. José de PaivaCônsul Honorário de Portugal em Orléans

30. José BarrosDirigente associativo

31. Maria Fernanda PintoPresidente da Galeria Portugal Presente

32. Manuel do NascimentoHistoriador

33. Conceição Guadalupe Fadista

34. José Batista de MatosEx-dirigente associativo

35. João HeitorLivreiro

36. Jenyfer RainhoFadista

37. Artur SilvaJornalista, co-fundador da Rádio Alfa,ex-Sindicalista

38. Carlos FerreiraPresidente da Academia do Bacalhaude Paris

39. Antónia GonçalvesEmpresária, coproprietária da Pastelaria Canelas

40. Ana PaixãoDiretora da Casa de Portugal André de Gouveia

40 anos de Liberdade

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le 23 avril 2014

O 25 de Abril representa a liberdadedo povo português e do ser humano. Ofim de 48 anos de repressão intelec-tual e cultural que tanto empobreceuculturalmente o nosso país.Alguém pode imaginar, e esquecer,que no século XX, Portugal, um paíseuropeu, teve a ditadura mais longa daEuropa? O terror das escutas telefóni-cas e o roubo das correspondênciaseram frequentes. Todos os telefones dePortugal inteiro podiam ser controladospela PIDE com a conivência dos CTT,tal como acontecia com a correspon-dência, violada e roubada diariamenteem todas as estações de cidades, vilase aldeias. Foram encontrados váriosdocumentos que comprovam a inter-venção pessoal de Administradoresdos CTT neste duplo trabalho, e até,com várias carrinhas diariamente noseu transporte para a rua AntónioMaria Cardoso, sede da PIDE.Os antifascistas portugueses eramapresentados pela PIDE nos jornais enos meios de comunicação como agi-tadores e criminosos.

Além das diversas torturas, havia a tor-tura da frigideira. Era um quadrado decimento com seis metros de lado. Asparedes e o teto tinham uma grossurade um metro. Não havia janelas. Sóuma porta de ferro com um pequenoburaco em baixo. O sol fazia subir atemperatura lá dentro a 55 e 60 graus.Chegavam a estar ali metidos seis ho-mens de cada vez. Resistiam entreseis e dez dias e depois eram retiradosem braços. O corpo numa chaga coma pele a cair. Daí vem o nome de Frigi-deira.Salazar, era um homem que tinhatodos os poderes do país. Sabia o quequeria e para onde queria ir (sic).Quando se deu o 25 de Abril, encon-trava-me já em Paris. Como trabalhavano meio da imprensa escrita, fiquei asaber desde os primeiros minutos. Asinformações variavam nos diversos jor-nais e revistas. Em França, as informa-ções começaram a ser mais credíveisa partir do dia 26 de abril, visto haverna capital portuguesa jornalistas domundo inteiro. Nunca na história dePortugal houve tantos jornalistas na-cionais e internacionais na capital por-

tuguesa. Nunca tanto falaram de Por-tugal, como nesta viragem histórica dopaís. Em todos os continentes se fa-lava de Portugal e da Revolução doscravos.O 28 de maio de 1926 morreu com o25 de abril de 1974. O Estado Novoportuguês, ficou velho, e acabou pormorrer.Nasceu um outro Estado português, oEstado da democracia e da liberdade.Portugal é hoje um país da Europa eEuropeu. Esta liberdade usa-a da me-lhor maneira. Não se deve esquecer,que esta liberdade deve-se aqueles,que por muitos, deram das suas vidasnas prisões da PIDE.Para que isso não volte a acontecer emPortugal e preservar essa liberdade, épreciso votar. ‘O voto conta’ e quemnão vota ‘não conta’. Que as eleiçõesnão sejam uma mascarada de eleiçõeslivres, como aconteceu em Portugaldurante muitas décadas.Salazar posicionou Portugal na catego-ria dos regimes ditatoriais, para con-trolar e reprimir a vida política eintelectual do seu país. Salazarapoiava-se particularmente no terror

que exercia a PIDE com perto300.000 agentes, bufos e informado-res, não só em Portugal como tambémno estrangeiro. Era uma rede de terrormuito bem organizada. Tantas mulhe-res e mães choraram pelos seus mari-dos ou filhos que foram torturados, porhomens, mas não por seres humanos.O 25 de abril de 1974 marcou umavolta histórica para a sociedade portu-guesa. A Revolução dos cravos resti-tuiu aos Portugueses os direitosfundamentais dos cidadãos e das li-berdades essenciais para a libertaçãode Portugal.Espero que a imprensa, cultura e a li-teratura nunca mais sejam submetidasao regime férreo como durante o Es-tado Novo. O povo deve estar atento.Mesmo, se em Portugal, e, hoje, não éum mar de rosas, o povo tem a liber-dade de escolher os homens políticosque governam o país, mas, para isso énecessário votar, votar por ou contra ouainda branco. Hoje temos essa ferra-menta que não havia outrora, pelomenos para todo o povo, ou entãohavia simulacros de eleições. Hoje nãopodemos dizer que não vale a pena

votar, porque são todos iguais. Sim, épreciso votar! Se ninguém nos agrada,porque, se diz serem todos iguais,vota-se branco, mas vota-se. Vota-se evota-se sempre.Hoje também já não há medo, e nóssabemos que se pode falar à vontadesem que, como antes do 25 de Abril,estar sempre com o medo que alguémnos vigie e que sejamos denunciadospor um vizinho e por vezes até por fa-miliares, só porque éramos diferentesdestes ou daqueles e por esse motivo,vinham os Pides, a nossa casa, paranos levarem para a prisão ou alguémda nossa família, sem que se soubesseporque razão.Queria aqui deixar uma última mensa-gem: não se esqueçam, que todos osanos existe o mês de abril, que emtodos os meses de abril existe o 25,porém, o 25 de Abril de 1974, foi umdia especial para todos os Portuguesese par a história de Portugal.Contem esta história da nossa Históriaaos vossos filhos e netos. Será a me-lhor homenagem que se possa prestara todos aqueles que lutaram pela liber-dade e fizeram o 25 de Abril de 1974.

Foi um dia memorável, único, comaquela dimensão para mim, e para aesperança de um mundo melhor, paraos Portugueses de França e em espe-cial para a Liberdade do nosso país.Naquele “Ano de Graça”, em abril, o“Milagre” aconteceu. Eu estava a di-rigir um “chantier” do RER em Fon-tenay-sous-Bois, por coincidência, acidade onde resido há quase 50 anos.A Direção da empresa onde traba-lhava quis, como era habitual nos co-meços das grandes obras, fazer umconvívio entre os quadros da em-presa, os técnicos, as Câmaras muni-cipais onde se realizavam as obras,etc. Naquele dia, mais ou menos aomeio dia, eu andava eufórico. Sim,eufórico. E os Diretores estavam ad-mirados com as minhas atitudes,

nada conformes aos meus hábitos na-turais.A minha alegria não tinha limites, atéque o Diretor Geral da empresa, ad-mirado, perguntou-me porque razãoagia daquela forma. A resposta veiodo fundo do meu interior, do coração,da alma: “Senhor Diretor, eu estouassim porque o meu país, Portugal, élivre, como a França!” Ficou boquia-berto com a resposta do seu “Chef dechantier”, até ali responsável e... nor-mal!Quarenta anos depois, esta respostaque dei ao meu patrão continua atual,se nós, os Lusitanos, formos respon-sáveis para conquistar a Liberdadepara Portugal.Depois deste “episódio”, as minhasrelações com a Direção da empresaforam sempre cordiais e exemplares,uma vez que viram com os seus pró-

prios olhos, que os Portugueses tam-bém reagiam à Liberdade, mesmosendo trabalhadores e honestos. Otempo passou, mas a fé continua in-quebrável.Oito anos depois, em 1982, quis,com a ajuda de compatriotas, mate-rializar esta data gloriosa do 25 deAbril de 1974, Dia da conquista daLiberdade no país dos Ditadores eFascistas, com a realização do únicomonumento ao 25 de Abril fora dePortugal e o primeiro construído nomundo! Foi uma vitória da Comuni-dade portuguesa de Fontenay-sous-Bois, com a ajuda e a autorização doMaire da época, o grande Homem eDemocrata, Louis Bayeurté.Abril continua e continuará, se nós,os Portugueses, quisermos!Abril é nosso! Viva o 25 de Abril! VivaPortugal!

O 25 de Abril representa para mim aLiberdade. Foi como se fora um ali-cate que cortara uma corrente queamarrava todo Portugal. AmarravaPortugal à pobreza que obrigava osseus filhos, sem eira nem beira, apartirem à procura de pão. Umacorrente que amarrava todos os Por-tugueses ao analfabetismo, à igno-rância, ao servilismo. Uma correnteque atava às nossas mãos sangren-tas, metralhadoras para matar ir-mãos africanos que tinham direito àindependência. Uma corrente queencaixava no aloquete que fechavaas portas dos partidos políticos, asportas dos sindicatos, as portas daimprensa livre, as portas quedavam direito à educação, à saúde,à Liberdade.

Andava por estas Europas e frequen-tava o mundo espanhol contestatárioe português contestatário. Ouvi narádio, não havia telemóveis nem in-ternet, não sabia se era sonho ou rea-lidade. As festas, a vinda de Capitãesde Abril, o Zeca Afonso, o Fanhais, oJosé Mário Branco avivavam a nossaalma e acreditávamos num Portugalmelhor. Começámos a bater às portasdos Portugueses para abrirmos aulasde português e cantávamos: “Umagaivota voava, voava... Somos livres,somos livres”.Hoje, apesar da democracia instaladano nosso país, não posso estar com-pletamente contente, a pobreza, acorrupção, o êxodo dos jovens, nãosão mais do que manchas negrasnuma praça que espera os cravosplantados por jardineiros honestos ecompetentes.

Por Manuel do Nascimento

Por José Batista de Matos Por João Heitor

Desde pequena ouvi várias versõesde pessoas diferentes que viveram o25 de Abril. Tentei compreender oque se passou, mas com tudo o quese passa a nível europeu e mundialatualmente, muitas vezes me per-gunto como é possível um povo va-lente como o nosso ter-se revoltadohá 40 anos e hoje não fazerem nadafrente a tantos corruptos?!...O que se passa nos países da Uniãoeuropeia é uma vergonha e em Por-tugal muito mais. Há muita mais li-berdade agora do que no tempo doSalazar, sim, mas também há cadavez mais miséria, mais pobreza, maisroubos e mais assaltos, vivemos num

mundo dirigido por corruptos. O Sa-lazar fez do povo português um povovalente pela forma como se revoltou,os outros fizeram do povo o que ele éhoje. Se em 29 de maio de 2005, aFrança disse não ao Tratado consti-tucional europeu e que o sistema nãorespeitou, é que o mesmo é ditatoriale tirânico. No tempo de Salazar,quem mandava no povo portuguêsera um Português. Oxalá que daquipor 40 anos ainda assim seja, seriasinal que Portugal ainda é um país euma nação e que ainda existem fron-teiras. Agradeço atenciosamente aoLusoJornal o facto de me ter dado aoportunidade de opinar sobre oevento português mais importanteque ocorreu até hoje no mundo.

Por Jenyfer Rainho

No dia 25 de Abril de 1974 estava aviver nos arredores de Toulouse e fuiacordado às 7 horas da manhã pelomeu vizinho e proprietário - Arthur, il ya eu la Révolution chez toi!Abro as janelas de pau e respondo: Ré-volution ou coup d’Etat?Durante esse dia o senhor já idoso, fu-rioso, não me disse mais nada. Eu “es-caldado” com o que se tinha passadono mês de março, tinha dificuldadesem compreender que o Regime fas-cista tivesse sido derrubado.A alegria de saber que o meu exílio eo combate contra a Guerra colonial iriaterminar, pensei no meu pai que tinhalutado e pago na pele para obter,

enfim, a Liberdade.Foi necessário ir a uma cabine telefó-nica para falar com os meus pais: éverdade o que dizem? - o meu rádioesteve ligado o dia todo... respiravamelhor e a minha primeira filha, pres-tes a nascer, teria um pai com o direitode voltar ao seu bairro da Ajuda.Foi necessário esperar pelo dia 26 deabril para ler a imprensa (La Dêpèchedu Midi, Le Monde, l’Humanité, le Fi-garo, etc) para saber que era verdade.O Regime fascista foi derrubado, havia“Capitães de Abril”, cravos mas tam-bém um Spínola!Eu como sindicalista em França emembro de um Clac (Comité de lutaanticolonialista), pertencendo aoMPAC (Movimento de luta anticolonia-

lista), compreendi nesse dia que, maisuma vez a luta tinha sido recuperadapelo sistema.Havia liberdade, mas em agosto de74, numa manifestação contra aGuerra colonial no Rossio, em Lisboa,um manifestante foi morto... Eu só tivedireito a um passaporte no mês de de-zembro de 74, por uma semana... ecomo fugi à tropa, exigiam-me 60 milescudos de multa...Hoje, as poucas conquistas de Abrilestão a desaparecer, hoje a Liberdadeé a de “apertar o cinto”. Hoje mais doque nunca seria necessário um verda-deiro 25 de Abril, mas desta feita diri-gido pelo Povo, para o Povo, e semcompromissos com aqueles que nosexploram.

Por Artur Silva

Eu era uma menina, na ilha Graciosanos Açores, onde nasci. A minha mãefalava-nos duma Revolução no 25 deAbril. No dia seguinte, houve uma

grande festa com os soldados das For-ças Armadas. Não compreendia bem oque queria dizer “Revolução”, mas eue os meus irmãos estávamos contentespor haver uma festa. À noite, fomos àfesta onde havia muita gente, comidas

e bebidas, muitos cravos, e os soldadosdas Forças Armadas que terminaramessa festa em palco a cantar o hino na-cional. Eu, pequenina, não via o palcoe subi em cima de uma cadeira parapoder vê-los. Conhecendo bem a can-

ção, cantava com toda a minha voz.Pouco a pouco, os soldados calaram-se e procuraram de onde vinha a pe-quenina voz. Então, um soldado -lembro-me que se chamava Vieira -veio buscar-me e levou-me a cantar

com eles no palco. Havia a letra doGrândola, Vila Morena por todo o lado,que também cantaram. Mesmo nãosabendo o que queria dizer uma Revo-lução, foi uma bonita experiência queguardo até hoje na minha memória.

Por Conceição Guadalupe

40 anos de Liberdade

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20 40 anos de Liberdade

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Réalisatrice du film «La nuit du coup d’État»

À l’occasion du colloque «Révolutionet cinéma: l’exemple portugais», quia eu lieu du 10 au 12 mars dernier àParis, nous avons pu rencontrer Gi-nette Lavigne, cinéaste, réalisatricedu film documentaire «La nuit ducoup d’État» (couleur, 57 min.). Dansce film, Otelo Saraiva de Carvalho ra-conte comment il a organisé, planifiéet mis en œuvre le coup d’État du 25Avril 1974 qui allait mettre fin au fas-cisme au Portugal. Tout au long dufilm, Otelo de Carvalho «passe d’unrôle à l’autre comme si on avait à faireà deux personnes: le militaire d’hierengagé dans une action et le politiquedu moment du tournage jetant un re-gard analytique sur cette même ac-tion».

LusoJornal: D’où est venu votre inté-rêt pour ce sujet?Ginette Lavigne: J’ai réalisé trois filmssur l’histoire portugaise du 20èmesiècle: «República, le journal du peu-ple» (1998), «La nuit du coupd’État» (2001) - ces deux films sontregroupés sur le DVD de «La nuit ducoup d’État» éd. L’Harmattan - et«Deux histoires de prisons» (2004).Ils ont été tournés entre 20 et 30 ansaprès les événements… J’ai fait cesfilms pour tenter de comprendre cequi s’était passé au Portugal en1974-1975. Comme beaucoupd’Européens, j’étais fascinée parcette Révolution qui a eu lieu septmois après le coup d’État de Pinochetau Chili. Nous avions, nous les gensde gauche, été traumatisés par la vio-lence et la brutalité du coup d’Étatcontre le gouvernement Allende etquand en avril 74, au Portugal, l’in-verse se produit et qu’un coup d’Étatmilitaire renverse le gouvernementfasciste ouvrant ainsi la voie à unpuissant mouvement démocratique etrévolutionnaire, on l’a bien évidem-ment soutenu. Comme beaucoup à

cette époque, je suis partie à Lisboapour voir de près ce qui se passait. J’ysuis retournée plus de 20 ans aprèspour filmer.

LusoJornal: À l’origine de ce film il ya la rencontre avec Otelo Saraiva deCarvalho, mais aussi un livre…Ginette Lavigne: En effet, à l’originede «La nuit du coup d’État» il y a larencontre avec Otelo de Carvalho en1998 lors du tournage du film «Re-pública, le journal du peuple». Otelom’a raconté comment il avait orga-nisé, planifié et mis en œuvre le coupd’État du 25 Avril 1974 qui allaitmettre fin au fascisme au Portugal, etil m’a donné un livre qu’il avait écriten 1977, «Alvorada em Abril». Celivre est un véritable traité sur la tech-nique du coup d’État. Il explique endétail l’organisation, le mode opéra-toire, la logistique, revient sur les né-gociations et les rencontres avec lesautres forces militaires et le proces-sus qui a permis d’écrire les quelquespages du projet intitulé «Virage histo-rique». Puis il décrit, quasimentheure par heure, la mise en œuvre etle déroulement des opérations qui ontpermis le renversement du régime deMarcelo Caetano. À la lecture de celivre, plusieurs clivages apparaissent:

un premier qui traverse l’armée oùl’on trouve d’un côté les cadres inter-médiaires, souvent membres du Mou-vement des Forces Armées, et del’autre les hauts gradés de l’état-major. Un second porte sur le rapportentre la population et les insurgés.Les membres du MFA avaient délibé-rément opté pour une action stricte-ment militaire laissant de côté lespartis politiques, les syndicats, les as-sociations étudiantes ou profession-nelles qui luttaient dans laclandestinité depuis des années. Lajustification avancée pour ce refus defaire participer la population était lasécurité et le désir que l’opération mi-litaire se passe de la manière la pluspacifique possible. Un troisièmepoint m’est apparu, c’est que la coor-dination de l’opération se faisait de-puis un poste de commandementaménagé dans la caserne de Pon-tinha, à une dizaine de kilomètres ducentre de Lisboa. C’est ainsi qu’Oteloest entré dans le poste de comman-dement le 24 avril et en est ressortile 26 et qu’il ne pouvait absolumentrien voir de ce qui se passait dans lesrues de Lisboa. C’est ce dernier élé-ment qui m’a permis de trouver laforme du film.

LusoJornal: Pouvez-vous nous parlerdu tournage du film?Ginette Lavigne: Nous avons choisi defilmer à Paris et en huis-clos. Il y aquelques images d’extérieur qui ontété tournées au Portugal mais ellesparaissent irréelles. Ce sont plus desimages mentales que des images do-cumentaires. Otelo de Carvalho res-tait hanté par ces deux jours et cesdeux nuits où il avait dirigé l’opérationmilitaire qu’il avait nommée d’unemanière prémonitoire «Virage histo-rique». Il était hanté par ce qu’iln’avait pas vu sur le moment, maishanté aussi par ce qu’il n’avait pasperçu, au départ, des enjeux de l’opé-ration. Pendant ces quarante-huitheures, où il était enfermé dans leposte de commandement, lui qui rê-vait d’être acteur, a joué le rôle de savie.

LusoJornal: Véritable stratège, ce«Capitaine d’avril» ne tirera néan-moins aucune gloire personnelle,bien au contraire. Comment expli-quez-vous cela? Et comment voyez-vous sa place dans la mémoirecollective portugaise?Ginette Lavigne: Au croisement del’Histoire, il a rencontré la gloire, lafrustration et la trahison. La gloirepuisqu’il reste et restera dans les li-vres comme celui qui a conçu et misen œuvre un coup d’État exemplaire;la frustration de celui qui, bloquédans son QG, se trouvait privé de lafête de la victoire; la trahison car il nes’était pas rendu compte que le mou-vement des capitaines avait été, si cen’est instrumentalisé en tous les casmanipulé par les chefs de l’armée, enparticulier par le général Spinola. Unefois le travail accompli, quand le gou-vernement s’est rendu et que la vic-toire des insurgés a été complète,Otelo de Carvalho a accepté de luitransférer le pouvoir et, comme il ledit dans le film «lui servir la victoiresur un plateau». Au moment où j’ai

proposé à Otelo de Carvalho de re-jouer la nuit du 25 Avril, il le savait etil l’a fait jusqu’au bout dans cet es-pace un peu théâtral qui combine lehuis-clos et la solitude du person-nage. Cela nous a permis de jouer surdeux registres, celui plus classique-ment documentaire où le personnagetémoigne, évoque ses souvenirs, seremémore les événements, et vajusqu’à lire son propre livre; et une di-mension plus fictionnelle, où iljoue/rejoue cette nuit du 24 au 25avril 1974. Tout au long du film,Otelo de Carvalho passe d’un rôle àl’autre comme si on avait à faire àdeux personnes: le militaire d’hier en-gagé dans une action et le politiquedu moment du tournage jetant un re-gard analytique sur cette même ac-tion. C’est également comme siaucune des formes classiques du ci-néma, documentaire ou fiction,n’étaient totalement satisfaisantespour rendre compte de la réalitévécue et analysée. Ce film n’auraitpas pu se tourner sans la disponibi-lité, le courage et la force de convic-tion d’Otelo à qui il a été demandé dese livrer à un exercice extrêmementdifficile et complexe.

Entretien avec Ginette Lavigne

Par Dominique Stoenesco

le 23 avril 2014

Dans quelques jours, on fêtera le40ème anniversaire de la Révolutiondes Œillets. Singulière révolution quivit des forces armées se rebellercontre des guerres coloniales qu’onleur faisait mener et demandaientrien moins que la démocratie. Singu-lière Révolution qui ne fit pas de vic-times (ah, si, un mort, dit-on, etencore, par imprudence). Quaranteans plus tard, des acquis de cette ré-volution demeurent encore moins devestiges que de municipalités degauche en France après une rousteélectorale. Mais reste, ce n’est pasrien, la démocratie.Après le 25 Avril 1974, les «trois F»considérés comme les piliers du sala-zarisme furent fustigés.Pour le premier, F comme Fátima, leLourdes portugais, plus prégnant en-core dans un pays alors beaucoup

moins sécularisé que la France, oncomprend, la religion opium du peu-ple, le soutien massif de l’épiscopat àl’Estado Novo.Pour le second, F comme football, onpourrait comprendre, mais ça n’a pasmarché, les révolutionnaires ayantsous-estimé l’attachement populaire,y compris chez leurs propres mili-tants, aux Benfica, Porto, et autres.D’ailleurs, sur le ton de la blague, lefameux peintre et scénographe MárioAlberto, qui eut tant de démêlés avecla censure, affirmait que le footballn’était pas immoral, opposant deshommes à d’autres hommes. Ah, s’ilétait mixte, peut-être y aurait-il desrisques. Et il proposait des réformespour le football: que le ballon et lesjoueurs soient plus grands, afin queles spectateurs les voient mieux.Pour le troisième, F comme fado, on

pouvait comprendre, tant le pouvoiren usa et abusa. Mais c’était injuste.Oubliés les engagements, certes dis-crets, d’artistes, de poètes du fadopour la démocratie (Carlos do Carmo,Fernando Farinha, Ary dos Santos, lefranco-portugais Alain Oulman, au-teur de plusieurs des grand succèsd’Amália Rodrigues). Oubliés lestextes ironiques ou critiques, souventà double sens pour tromper la cen-sure, chantés par de grandes voix dufado dans les années 1950, les«fados moraux» de Frutuoso França,le Donos e escravos de Gabino Fer-reira, les plaisanteries critiques d’Her-minia Silva.Malgré les efforts des premiers gou-vernements post-25 Avril, la dispari-tion ou presque du fado dans lesprogrammes de radio et de télévision,et notamment, pendant presque dix

ans, d’Amália Rodrigues, malgré lescritiques d’une partie de l’intelligent-sia de gauche, qui retrouvait curieu-sement certains des arguments misen avant par l’extrême droite salaza-riste quarante ans plus tôt (supposée«pauvreté musicale», défaitisme -chanson des vaincus disait le musico-logue et idéologue salazariste LuisMoita en 1936), le fado a non seule-ment survécu, après une période dif-ficile, mais connait depuis unevingtaine d’années un essor remar-quable. Avec le temps, la querelleentre le fado et les œillets s’est effa-cée. Mário Soares a décoré AmáliaRodrigues, entrée au Panthéon natio-nal. Et le fado est inscrit au patri-moine culturel mondial de l’UNESCO.En France, le 40ème anniversaire dela Révolution donnera lieu à nombrede festivités, colloques, banquets,

bals, films, débats… Peut-être, lorsdes soirées et concerts de fado pro-grammés dans cette période (concertsd’António Zambujo le 24 avril à Ar-cueil, de Shina à Paris le 25, d’AnaMoura le 26 à Neuilly, soirée «25Avril» au restaurant O Lisboa deDrancy) évoqueront, plus ou moins,l’anniversaire. Ce sera aussi le cas, etnettement plus que moins, pour lasoirée «Fados en lutte» du Coin dufado le 25 avril, où Conceição Guada-lupe, Jenyfer Rainho, João Rufino,Daniela, António de Freitas, maisaussi la française Karine Bucher, lajaponaise Rieko Sakurai et l’auteur deces lignes (patrimoine mondial oblige)reprendront des fados de l’époque, etd’autres aussi autour du thème de laliberté, accompagnés par les émi-nents musiciens Filipe de Sousa,Nuno Estevens et Nella Gia.

Le Fado et les œillets

Chronique d’opinionJean!Luc Gonneau

[email protected]

Projection àToulouseLe film «La nuit du coup d’Etat» seraprojeté le jeudi 24 avril, à 20h30, auCinéma Utopia à Toulouse, suivid’une conférence-débat avec l’histo-rien Manuel do Nascimento dans lecarde de la commémoration du40ème anniversaire de la «Révolu-tion des œillets» au Portugal, organi-sée par l’Association Socio-CulturellePortugal Occitanie (ASCPO) de Tou-louse.

Ginette Lavigne, réalisatriceDR

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21Cultura

emsíntese

Biga Ranx emSines

Biga Ranx atuou na semana pas-sada no Centro de Artes de Sines,no âmbito no Mês da Juventudedaquele concelho baixo-alente-jano. Nascido em 1988, BigaRanx, é “um dos jovens talentosdo reggae com origem na Europae, apesar de nascido em França,desde cedo teve a sua mente vi-rada para a Jamaica”.

Vasco Araújo no Brasil

O artista português Vasco Araújovai inaugurar, a 26 de abril, no Riode Janeiro, a exposição “É nos so-nhos que tudo começa” com setetelas e quatro esculturas da série“Debret”. São trabalhos ilustradosque exprimem a história da rela-ção do europeu colonizador com ooutro, no caso, índios e negros,através de duas personagens dahistória, com gravuras do ilustra-dor francês Jean-Baptiste Debrete textos do Padre António Vieira.

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le 23 avril 2014

Isa Antunes e Philippe Marques a 4 mãos em ParisConversa ao piano com...

No passado mês de fevereiro, os pia-nistas Philippe Marques e Isa Antunesderam dois recitais em Paris. O Luso-Jornal foi conhecer o trabalho destesjovens músicos.

LusoJornal: Ambos pianistas, quandoe como surgiu a paixão pelo piano?Philippe Marques: Surgiu por volta dosdez anos, após uma ida ao Conserva-tório da região onde vivia. Dos dois ins-trumentos que experimentei - piano eviolino -, o piano foi o que me chamoumais à atenção.Isa Antunes: A sonoridade do pianosempre foi a que mais me atraiu deentre os instrumentos que conhecia,despertando-me assim a vontade deaprender a tocá-lo. Comecei então aossete anos.

LusoJornal: Quando começaram atocar juntos?Philippe Marques: A estreia foi hácerca de dois anos e meio, com o con-certino para dois pianos de D. Schos-takovich. Na altura, e a convite daantiga professora da Isa, tocamo-lojunto num concerto de homenagem aeste mesmo compositor.

LusoJornal: Quantos concertos fizeramem Paris?Philippe Marques e Isa Antunes: Dois.O primeiro integralmente dedicado a

compositores portugueses, e o se-gundo preenchido com obras de com-positores de várias nacionalidadeseuropeias (nomeadamente: um russo,um checo, um francês e um portu-guês).

LusoJornal: O público era maioritaria-mente de que nacionalidade?Philippe Marques e Isa Antunes: Fran-cês. Bastante interessado, respeitadore culto.

LusoJornal: Qual a diferença com Por-tugal?Philippe Marques e Isa Antunes: Sãopúblicos muito parecidos. No entanto,o público francês estará, eventual-mente, mais habituado à diversidade,uma vez que a dinâmica cultural dacapital (e, em particular, da própriaCité Universitaire) é maior.

LusoJornal: Ligados ao MPMP, Asso-ciação cultural portuguesa da qualfazem parte, e responsável por uma di-nâmica única em Portugal, é o respon-sável máximo da vossa atividadeprofissional?Philippe Marques e Isa Antunes: Umdos principais, sem dúvida. Qualquerum de nós tem trabalhado intensa-mente obras de compositores portu-gueses, seja a solo, em grupos decâmara ou inseridos em ensembles ouorquestras, muitas das vezes em con-certos promovidos pelo MPMP.

LusoJornal: Porquê?Philippe Marques e Isa Antunes:Temos interesse em descobrir novosrepertórios, fora dos cânones, e divul-gar a música portuguesa, estimulandoa curiosidade tanto do público comodos músicos. Por outro lado, temosvindo a trabalhar de perto com inúme-

ros compositores da atualidade, es-treando diversas obras.

LusoJornal: Tiveram o devido suportee promoção junto da Comunidade por-tuguesa em França, da parte das enti-dades governamentais portuguesas?Philippe Marques e Isa Antunes: Sim.Maioritariamente através da Maisondu Portugal André Gouveia, ligada àdelegação francesa da Fundação Ca-louste Gulbenkian e ao Instituto Ca-mões. Foram estas duas entidades aspromotoras e divulgadoras dos dois re-citais.

LusoJornal: Quais os vossos próximosprojetos?Philippe Marques e Isa Antunes:(Re)descoberta e promoção da litera-tura pianística portuguesa para pianosolo e dois pianos / piano a quatromãos (nomeadamente: João Domin-gos Bomtempo, Lopes-Graça e es-treias de compositores no ativo).

LusoJornal: Algo agendado em territó-rio francês?Philippe Marques e Isa Antunes: Numfuturo próximo, não.

LusoJornal: Têm algum suporte on-line onde os nossos leitores possamacompanhar o vosso duo?Philippe Marques e Isa Antunes: Ne-nhum exclusivo. Apenas o facebook ecanal youtube do MPMP.

Por Ricardo Vieira

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22 Cultura

lusojornal.com

Livre de Manuel da Silva avec une seconde vie

«Le joueur de cornemuse», titre d’undes livres de Manuel da Silva parûten 2009, vient d’être repéré par uneprofesseure universitaire le l’Univer-sité Française de la Floride du Sud,aux États Unis, Martine FernandesWagner.Martine Fernandes Wagner a écrit àManuel da Silva pour lui annoncerqu’elle vient de présenter une com-munication sur son roman à l’Univer-sité de Caroline du Sud, Columbia,qui l’a très bien reçu. Elle a rétabli«Le joueur de Cornemuse» dans lecontexte de la Guerre civile et de laseconde Guerre mondiale - avec denombreuses critiques d’historiens - eten analogie avec d’autres romans quicélèbrent des pays ou des étrangersrésistants.Martine Fernandes Wagner prépareaussi actuellement, un article tiré decette communication pour une revue.«Mieux qu’un prix littéraire!» - nousdit Manuel da Silva. Et nous sommesd’accord, car cette professeure uni-versitaire lui a dit qu’elle a eu beau-coup de plaisir à lire son livre et quicompte écrire un deuxième articlecomparatif sur lui, pour une revue delittérature francophone publiée auxÉtats Unis et que son roman feraaussi partie du livre qu’elle écrit et es-père finir cette année, sur les écrits

et les films issus de l’émigration por-tugaise en France.Cette deuxième vie inespérée du«Joueur de Cornemuse» est en réalitétrès importante, car elle donne unedimension intercontinentale à unrécit qui voulait être une simples his-toire d’une famille et devient unexemple didactique au niveau univer-sitaire, témoignant d’une époque oùl’Europe a été le théâtre de tantd’événements marquant à tout jamaisson Histoire, montrant de surcroît desaspects de la vie au Portugal, Es-pagne et France. Sachant que la ver-sion portugaise avait déjà interpellé le

milieu cinématographique parisien,nous pouvons imaginer que ce livreest en début de carrière...«Le joueur de Cornemuse», «O Gai-teiro» en portugais, est l’histoire de lavie d’un livre qui devait au départ,rester écrite sur quelques feuilles depapier, à destination de la famille deManuel da Silva et de sa descen-dance. Mais Manuel, toujours animéd’une volonté d’entreprendre, a dé-cidé en 2002, de faire de cette his-toire un roman, de le faire éditer, etensuite, le traduire en portugais pourl’éditer et le distribuer lui même.Nous avons pu contacter la profes-

seure Martine Fernandes Wagner,dont le nom international a attirénotre attention et elle nous a confirméêtre fille d’émigrés portugais enFrance, que malgré qu’elle soit néeen Seine et Marne, elle parle aussiportugais. Wagner est le nom de sonmari américain d’origine brésilienne.Elle a fait ses études en France -agrégation et maîtrise de lettres mo-dernes à la Sorbonne. Ensuite, à 23ans, elle est partie aux États Unis, oùelle et est devenue Docteur de l’Uni-versité de Californie, à Berkeley.Devenu professeure universitaire defrançais en Floride où elle habite de-puis 20 ans, elle publie un premierlivre sur les Écrivaines francophoneschez l’Harmattan, en 2007, signéMartine Fernandes. Ensuite, nous ditMartine Fernandes Wagner, «je mesuis concentrée sur l’immigration por-tugaise en France dont on ne parlepas assez, ni dans la littérature fran-cophone ni aux États Unis, ni enFrance. Il m’a semblé qu’il fallaitmettre en lumière cette Communautédont je suis issue et que je pouvais ycontribuer».Martine Fernandes Wagner a décou-vert Manuel da Silva en cherchantdes textes et films sur l’immigrationportugaise en France, dans le cadrede ses recherches pour le livre qu’elleécrit actuellement, et que nous atten-dons avec curiosité.

“Le joueur de cornemuse” découvert aux Etats Unis

Par Maria Fernanda Pinto

Nouveau roman de José Rodrigues dos Santosparaît en avant première mondiale en FranceJosé Rodrigues dos Santos sera àParis du 28 au 30 avril pour la pré-sentation en avant-première mondialede son roman, «La Clé de Salomon»(HC Editions). Le livre ne sera dispo-nible au Portugal qu’en octobre et àl’automne dans une quinzaine d’au-tres pays.Frank Bellamy, Directeur desSciences de la CIA, est retrouvé mortdans un accélérateur de particules duCERN. Il tient dans sa main un papierfroissé portant un message accablantdont Tomás Noronha serait «la clé».Pour prouver son innocence, le célè-bre cryptologue va devoir trouver levéritable meurtrier et mettre la mainsur un projet top secret surnommé«L’Œil quantique».Dans une quête effrénée, il sera ainsiamené à convoquer tous les plusgrands physiciens du XXe siècle: Ein-stein, bien sûr, mais aussi et surtoutses plus grands détracteurs.

LusoJornal: Pourquoi «La Clé de Sa-lomon» sort-elle en France en avant-première mondiale?José Rodrigues dos Santos: C’est unefaçon pour moi de remercier les lec-teurs français. J’ai reçu un tel accueildans votre pays que j’ai voulu donnerà la France l’exclusivité de ce nou-veau roman pour montrer ma recon-naissance.

LusoJornal: Après avoir prouvé l’exis-tence de Dieu dans «La Formule deDieu», que révélez-vous dans «La Clé

de Salomon»?José Rodrigues dos Santos: Parmi lesquestions fondamentales auxquelles

je souhaitais répondre, la conscienceest un sujet qui intéresse tout lemonde. Dans quelle mesure notre

réalité est-elle créée par laconscience? Avons-nous une âme?Que se passe-t-il après la mort? Lascience a-t-elle des réponses à toutesces interrogations?

LusoJornal: À qui s’adresse ceroman?José Rodrigues dos Santos: «La Cléde Salomon» s’adresse aussi bien auxamateurs de thrillers qu’à tous ceuxqui désirent en apprendre un peuplus sur eux-mêmes et sur le mondequi les entoure. Bien entendu, j’es-père que les millions de lecteurs quisuivent les aventures de Tomás No-ronha à travers le monde trouverontdans ce roman de nouvelles réponsesaux grandes questions universelles.

LusoJornal: «La Formule de Dieu»s’est fait remarquer à la fois pour sonintrigue et pour le sérieux des preuvesscientifiques avancées. Retrouvons-nous ces ingrédients ici?José Rodrigues dos Santos: Oui,comme pour «La Formule de Dieu»,je me suis attaché, au-delà de l’in-trigue, à conserver une grande rigueurpour «La Clé de Salomon». Toutes lesdonnées scientifiques et historiquesqui y sont présentées sont avérées.Contrairement à de nombreux ro-mans, c’est la fiction qui est au ser-vice de la science, et non l’inverse.Cela permet de comprendre bien deschoses sur la complexité et l’étran-geté des règles qui régissent l’universdans lequel nous vivons.

le 23 avril 2014

«Pereira prétend»d’Antonio Tabucchi

A u t e u rd ’ u n etrentainede livres,parmi les-q u e l s« R e -quiem»,écrit di-r e c t e -ment enportugais,« N o c -

turne indien» ou «Pereira prétend»(éd. Christian Bourgois, 1995, tra-duit de l’italien par Bernard Com-ment), Antonio Tabucchi se voulaitun citoyen «indigné» et un intellec-tuel engagé. En juin 2004, il figuraitsur la liste du Bloc de gauche, à Lis-boa, lors des élections euro-péennes.Né à Pise en 1943, il est décédé àLisboa en mars 2012 et il est en-terré au cimetière des Prazeres, là-même où Pessoa était enterré avantque ses dépouilles ne soient trans-férées au Monastère des Jeróni-mos.Le coup de foudre d’Antonio Tabuc-chi pour Pessoa eut lieu à Paris où,étudiant en Philosophie, il découvritchez un bouquiniste des bords dela Seine son célèbre poème «Bu-reau de tabac». Il voulut alorsconnaître non seulement l’œuvre,mais aussi le pays et la langue dePessoa. Avec son épouse MariaJosé de Lencastre, Antonio Tabuc-chi a traduit et publié les œuvrescomplètes de Pessoa en italien. Il areçu, entre autres distinctions litté-raires, le prix Médicis de la meil-leure œuvre étrangère, en 1987«Pereira prétend», dont l’action sedéroule en 1938, à Lisboa, sur fondde salazarisme, raconte la prise deconscience d’un journalisteconfronté à la dictature et dont lavie sera bouleversée. C’est en cher-chant une idée pour rédiger la pageculturelle de son journal que Pe-reira prend connaissance d’un arti-cle philosophique signé d’un jeuneantifasciste, Francesco MonteiroRossi. À la suite de leur rencontre,la vie de Pereira va prendre un tourinattendu, qu’il était lui-même loinde prévoir: Monteiro Rossi finira parêtre assassiné par la police salaza-riste, chez Pereira, lors d’une «per-quisition». Conscient des risquesqu’il prend, Pereira décide néan-moins de publier un article caus-tique envers le régime à propos del’assassinat de son ami Rossi, cequi l’obligera à quitter le Portugal…Ce roman existe aussi en versionportugaise, avec le titre «Afirma Pe-reira» (Quetzal Editores, 1998).

Um livro por semana

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

Tournée en FranceJosé Rodrigues dos Santos sera entournée en France pour rencontrerses lecteurs:Bordeaux, le 5 mai, Librairie MollatStrasbourg, le 13 mai, Librairie KléberLyon, le 14 mai, à confirmerRennes, le 15 mai, Librairie Le FaillerParis, le 16 mai, à confirmerAngoulême, le 17 mai, Librairie Cosmopolite

Orléans, le 18 mai, Librairie PassionCultureToulon, le 10 juin, Librairie CharlemagneMontpellier, le 11 juin, LibrairieSaurampsMarseille, le 12 juin, Librairie MaupetitNice, du 13 au 15 juin, Festival duLivreSaint Maur, les 21 et 22 juin, Salon«Saint Maur en Poche»

Manuel da Silva, auteur de «Le joueur de Cornemuse»LusoJornal / Mário Cantarinha

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23Culturale 23 avril 2014

Exposição “Rostos” no Consulado de ParisUm projeto de Ricardo Figueira e de Elisabeth Machado

O Consulado Geral de Portugal emParis inaugurou na quarta feira da se-mana passada, dia 16 de abril, a ex-posição “Rostos - du visible àl’invisible”, na presença dos autoresElisabeth Machado-Marcellin e Ri-cardo Figueira.“Esta exposição é interessante, nãoapenas pela qualidade das fotografias,mas também pela mensagem que elaveicula” explicou o Cônsul GeralPedro Lourtie. “Quando fui abordadopela primeira vez pela Elisabeth Ma-chado, aderi de imediato à ideia por-que vai contra os estereótipos e ospreconceitos que existem em relaçãoà Comunidade portuguesa emFrança”.Elisabeth Machado conhece bem estarealidade. “Fico sempre dececionadacom a imagem que o público francêsainda tem de Portugal. Existem ima-gens muito depreciativas em relaçãoaos Portugueses” diz a coautora daexposição.“Conheço o Ricardo Figueira há 4anos e temos vindo a trocar ideiassobre o que é ser Português, ser Fran-cês e ser Português de França” ex-

plica Elisabeth Machado. “Esta é aminha primeira experiência no retrato,apesar de ter feito outros projetosmais pessoais” refere Ricardo Fi-gueira. “O retrato não é nada a minhaárea, mas acabei por gostar”.Ricardo Figueira é jornalista na Euro-

news e é um apaixonado por fotogra-fia. Cada “rosto” é acompanhado porum texto que explica o percurso devida e a relação que o “modelo” temcom Portugal.“Temos aqui rostos de Portugueses devárias idades, com vários percursos

socioprofissionais e é isso que faz adiversidade dos Portugueses deFrança” diz Pedro Lourtie. “De factoos Portugueses são múltiplos, são va-riados, qualquer adjetivo é insufi-ciente para os caracterizar. Daí apluralidade de rostos, de percursos”explica por sua vez Elisabeth Ma-chado. “Infelizmente a televisão aindanos dá uma imagem muito uniforme.Claro que os clichés têm a sua razãode ser, mas o nosso objetivo é mostrarque há Portugueses com percursos devida verdadeiramente apaixonantes”.“Este não é um trabalho nem socioló-gico, nem científico” explicou RicardoFigueira. “Estas pessoas aqui retrata-das são nossos amigos, ou amigos dosnossos amigos. É uma história dos en-contros que tivemos com eles”.A próxima etapa é pôr as fotografias eos textos em livro. “Estamos a traba-lhar nesse sentido” completou Elisa-beth Machado.Entretanto, a exposição pode ser vistano Espaço Nuno Júdice do ConsuladoGeral de Portugal em Paris.

Consulado Geral de Portugal em Paris6 rue Georges Berger75017 Paris

Por Carlos Pereira

Mário Eloy

Considéréc o m m eun des ar-tistes por-tugais lesplus mar-quants duvingtièmes i è c l e ,Mário Eloyest un desgrands dé-

fenseurs du Modernisme et de l’Ex-pressionnisme.Né à Algés, Lisboa, il montre très tôtun caractère inquiet et irrévérencieux,manifestant une aptitude précocepour la contestation. Dès l’âge de 13ans il abandonne l’école pour s’inscrireaux Beaux Arts de Lisboa, où il nereste que deux ans, mécontent del’enseignement qu’il trouve trop tradi-tionnel. Ensuite, jusqu’à 19 ans, ilmène une vie de bohème, fréquentantavec assiduité les cafés branchés deLisboa, comme le Martinho da Arcadaou encore A Brasileira. Datent de cetteépoque ses premiers dessins et por-traits de ses compagnons de bohème,avant qu’il ne parte quelque tempspour Madrid.Après une première exposition en1925, il a fait la connaissance d’artistesimportants comme Almada Negreiros,ce qui lui fait voir l’Art avec d’autresyeux. Rapidement, il part s’installer àParis, où vivent également des exiléspolitiques portugais ayant fui le Portu-gal lors de l’implantation de la Répu-blique.Il a eu alors, accès à un milieu socia-lement élitiste, et là, toute une carrièreartistique lui a été ouverte, avec descommandes et il plonge dans lesmusés et galeries pour approfondir sesconnaissances, étudie à fond de ElGreco à Cézanne, de Van Gogh à Pi-casso, Braque ou Matisse, dans lesmusés et galeries et y découvre le cu-bisme et l’impressionnisme, mais il nese laisse pas atteindre par le surréa-lisme.À la fin des années 20, il quitte Pariset s’installe à Berlin. Mário Eloy colla-bore avec la revue Der Querschnitt, oùfigurent des noms prestigieux commePicasso et Jean Cocteau, notamment.Il est le seul étranger inscrit à la Sociétédes Arts Plastiques. En 1951, Eloymeurt à Lisboa de la maladie de Hun-tington. Une partie de son œuvre péritdans un incendie et 30 peintures qu’ila laissées en Allemagne, sont dispa-rues pendant la II Guerre mondiale.

Um olhar sobre...

Maria FernandaPinto

Un regard sur...

Un partenariat de LusoJornal avec:

lusojornal.com

Exposition d’Alfredo Cunha à Clermont Ferrand40ème anniversaire de la Révolution des Œillets

En partenariat avec l’Association «OsCamponeses Minhotos» et le CréditMutuel Lusitano Europe, la Missiondes Relations Internationales (MRI)de Clermont Ferrand, organise cetteannée une exposition des photos deAlfredo Cunha.Grand reporter, il a aussi été en 1985le photographe officiel du Présidentde la République Mário Soares. Pré-sent dans les rues de Lisboa ce 25avril 1974, Alfredo Cunha fait revivrele climat de l’époque en immortali-sant par ses clichés les événements.L’exposition sera présentée à la Mai-son du Portugal, du 17 avril au 17mai et également du 22 avril au 28mai à la Mission des Relations Inter-nationales et au Crédit Mutuel Lusi-tano Europe. Les photos d’AlfredoCunha seront également exposées àBraga et à Varsovie.Un spectacle est d’ores et déjà pro-

grammé à la Maison du Portugal pourenrichir cet événement. Le 25 avril,les fadistes Cristina Batista et Nelson

do Carmo Duarte accompagnés parAntónio Marramaque (guitare portu-gaise) et António Reis (guitare) anime-

ront le dîner (sur réservation au06.08.63.28.29).En avril, Alfredo Cunha vient de pu-blier «Os rapazes dos Tanques» (Edi-tions Porto Editora), recueil en noir etblanc de portraits de militaires enga-gés dans cette Révolution. Les photossont associées aux témoignages re-cueillis dans les rues de Lisboa par lejournaliste Adelino Gomes.Parmi la forte Communauté lusita-nienne qui a émigré en France dansles années 70, de nombreux Portugaisse sont installés dans la métropoleclermontoise. Depuis 1999, la Villede Clermont-Ferrand et la Mission desRelations Internationales (MRI) onttissé de nombreux liens avec Braga,ville jumelle.

Maison du Portugal15 rue Emilienne Goumy63000 Clermont Ferrand

Caricatures d’António Antunes à Pithiviers

Le 26 et 27 avril, l’association, «LesAzulejos» de Pithiviers, organise uneexposition sur les 40 ans de la Révo-lution des Œillets, ainsi que les 40ans de dessins de presse d’AntónioAntunes.19 affiches de l’époque seront expo-sées à la Salle des fêtes de la ville.«Nous avions déjà fêté les 30 ans dela Révolution des Œillets et nouscommémorons de nouveau cetteannée. Nous retraçons en bas des af-fiches cette période de l’histoire por-

tugaise très marquante dans le pays,représentant la fin de la dictature etle symbole de la liberté, avec la pro-jection d’une vidéo», explique AnaLuísa Thierry, Présidente de l’associa-tion.On pourra également apprécier les 60caricatures d’António Antunes, car-tooniste du journal Expresso. Sa cri-tique mordante et son talentincontestable ont créé celui qui est lemeilleur caricaturiste et cartoonistepolitique national d’actualité dont lescréations font preuve d’un humoursubtil. «Il y aura également une tren-

taine de cartoons de Cristina Sam-paio, une dessinatrice et illustratricepour plusieurs magazines et journauxau Portugal, qui a déjà exposé aupa-ravant chez nous», dit Ana LuísaThierry au LusoJornal.En parallèle l’association fêtera les 20ans de jumelage avec Ovar. «Une dé-légation avec un orchestre de Esmorizviendra nous rendre visite quelquesjours et ils seront logés dans les fa-milles portugaises et françaises».L’association est composée en troisdépartements: culture lusophone etmanifestations, le jumelage de Pithi-

viers et Ovar et la langue portugaise.L’objectif de l’association Azulejos estavant tout de promouvoir la culturedes pays de langue portugaise dansla région de Pithiviers à travers desexpositions, conférences audiovi-suelles et toutes manifestations per-mettant la découverte des payscomme le Brésil, le Portugal, l’An-gola, le Mozambique, le Cap Vert etleur savoir-faire.

Salle des Fêtes Place Chantoiseau45300 Pithiviers

Par Clara Teixeira

Pedro Lourtie, Ricardo Figueira e Elisabeth MachadoLusoJornal / Mário Cantarinha

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24 Cultura

lusojornal.com

Centenário donascimento deMarguerite Durasfoi celebrado emLisboa e no Porto

O Centenário do nascimento daescritora francesa MargueriteDuras foi assinalado com a apre-sentação, no Instituto Francês dePortugal (IFP), no início destemês, de “Indicação para se per-der”.“Indicação para se perder” é umacriação de Teresa Coutinho eConstança Carvalho Homem, apartir dos “mais emblemáticos tex-tos” da autora. “Uma peça quenos leva à fronteira entre a ficçãoe a vida da artista e nos faz chegaras palavras, a pulsação e a emo-ção da língua de MargueriteDuras”, escreve o IFP em comu-nicado.Esta mesma peça é apresentadano Porto, na Mala Voadora, na ruado Almada, de 11 a 13 deste mês.Marguerite Duras nasceu a 4 deabril, em Binh Thanh, atual cidadede Ho Chi Minh, e na época coló-nia francesa de Saigão. Foi autorde romances como “O Amante” e“O Amor”, assim como do argu-mento do filme “Hiroshima, meuamor”, realizado por Alain Res-nais. “O marinheiro de Gibraltar”e “A amante inglesa” são outrosromances de Duras, que faleceu a3 de março de 1996, aos 81 anos,em Paris.No Porto, o Institulo de LiteraturaComparada Margharida Losa, daFaculdade de Letras da Universi-dade do Porto, também coordenaum extenso programa de ativida-des alusivo a Duras que se pro-longa até ao final do mês. Entre asvárias atividades, conta-se a pro-moção de leituras a duas vozes, eem francês e português, de excer-tos da obra de Duras “L”Amant”,no Centro de Recursos da AllianceFrançaise. Também foi inaugu-rada, na Faculdade de Letras daUniversidade do Porto, a exposi-ção documental “Começar a darvoz(es) às palavras”.Na Casa das Artes foram exibidosos filmes “Écrire” e “La Mort duJeune Aviateur Anglais”, ambosde 1993, realizados por BenoîtJacquot, antecididos de umaapresentação pela escritora e ar-gumentista Regina Guimarães.O progranma inclui ainda “perfor-mances”, com os criadores Cata-rina Oliveira, Vera Mota e Ossos doOfício, numa curadoria de JoséMaia, Ana Carolina Frota, Patríciado Vale, Rita Breda e Suzana Tor-res Corrêa, na Mira, na rua de Mi-raflor, de 19 de abril a 10 de maio.

emsíntese

Festival des Œillets de Nanterre prepara debatesO Festival des Oeillets, organizadopela Mairie de Nanterre e pela APAPF(Association pour la Promotion des Ar-tistes Portugais en France) - e queconta com o apoio do LusoJornal -“está a ser um sucesso”, disse Ale-xandre Neto, vice-Presidente daAPAPF, num balanço da primeira se-mana do evento. A segunda semanaserá marcada por dois debates.O primeiro, que abordará a literaturacontemporânea portuguesa, terá lugarhoje, quarta feira, dia 23 de abril, às18h30, e contará com a participaçãodo tradutor Dominique Stoenesco e doeditor João Heitor que debaterão o im-pacto da literatura portuguesa e lusó-fona em França. O segundo debate,na sexta feira, dia 25, à mesma hora,debruçar-se-á sobre as conquistas tra-zidas pela Revolução de Abril.A exposição de artes plásticas - “25Avril au Portugal/25 Oeuvres” - (quecontinuará patente na Agora de Nan-terre até ao dia 26 de abril) contou

“com a presença de muitos dos artis-tas expostos e teve na sua inaugura-ção mais de meia centena depessoas”, explicou o dirigente. “OFestival despertou mesmo a atenção,não só dos meios de comunicação so-cial da Diáspora, mas também dos

media franceses”, acrescentou depoisde conceder uma entrevista à estaçãode rádio Europe 1.O filme de José Vieira intitulado “Opão que o diabo amassou”, projetadocom o apoio da Associação MemóriaViva/ Mémoire Vive, foi recebido com

entusiasmo pelo público. À projeçãodo filme, que aborda temas como adesertificação e o envelhecimento dointerior português causados por váriosfatores, entre os quais a imposição daPAC (política agrícola comum) pelosGovernos de Portugal e pela UniãoEuropeia, seguiu-se um debate quecontou com a presença do realizador.O vice-Presidente da APAPF confir-mou a organização, no próximo do-mingo, de um almoço comemorativodo 25 de Abril a realizar em Garches.O almoço contará com a presença doCapitão-de-fragata Francisco Baptista.“É importante comemorarmos os va-lores de Abril nos dias que correm,principalmente na sua vertente cultu-ral”, desabafou Alexandre Neto. “Semcultura não há democracia e, nestemomento, a cultura, os artistas e osautores portugueses andam pelas ruasda amargura. Talvez a nossa Diásporaos possa ajudar com eventos deste gé-nero”, concluiu.

Organizado pela Association pour la Promotion des Artistes Portugais en France

Saint Etienne: les 40 ans de la Révolutiondes Œillets à l’Université Jean Monnet

Pour les 40 ans de la Révolution desŒillets, le Lectorat de Portugais,l’Université Jean Monnet de SaintEtienne et l’Institut Camões organi-sent divers moments culturels jus-qu’au 7 mai prochain.Le public pourra apprécier, à l’Atriumde la Bibliothèque Universitaire, deuxexpositions. La première est de l’ar-tiste-peintre Eugénia Coelho, avecdes toiles qui traitent de tous les as-pects du Portugal, et rend, ainsi,hommage à la Révolution des Œillets,au peuple et à la culture portugais. Ladeuxième, offerte par l’Institut Ca-

mões, est aussi consacrée à la Révo-lution des Œillets, avec des docu-ments en textes et en images(photographies des événements del’époque, affiches politiques, entreautres).Lundi dernier une conférence a eulieu avec l’écrivain Miguel Real, qui aprésenté le Portugal du 25 Avril et lePortugal d’aujourd’hui.Em 1979, Miguel Real commence sacarrière littéraire avec la publicationde son premier roman «O Outro e oMesmo», qui lui a valu le Prix Révé-lation en Fiction de l’Association Por-tugaise d’Écrivains. Il a écrit diversromans historiques et livres scolaires.

Ensuite, tout le public a pu (re)décou-vrir les chansons d’Avril avec le mu-sicien Zé Praia, qui a joué et a chanténotamment des chansons de ZecaAfonso, Adriano Correia de Oliveira,José Mário Branco, entre autres. ZéPraia est l’auteur et le compositeur deplusieurs albums: «Terra d’Água»,«Sem Fronteiras», «Filhos do Mar» et«Oeste».Sans oublier, la projection du film in-contournable «Capitães de Abril»(réalisé par Maria de Medeiros).Grâce aux nombreux partenariats, lescélébrations de la Révolution desŒillets permettent également de pro-mouvoir la langue et la culture portu-

gaises à Saint Etienne et dans la ré-gion, et de valoriser, ainsi, les EtudesPortugaises de l’UJM.Le Lectorat de Portugais tient égale-ment à rappeler que, depuis plusieursmois, bénéficie du partenariat de labanque Banco Espírito Santo qui sou-tient, et renforce tout au long de l’an-née, le Portugais, ainsi que lesactivités culturelles des Etudes Por-tugaises de l’Université Jean Monet.

Université Jean MonnetAtrium de la Bibliothèque Universitaire1 rue Tréfilerie42000 Saint Étienne

Par Clara Teixeira

le 23 avril 2014

Augusto Canário na Epicerie Moderne de Feyzin

A Associação cultural portuguesa(ACP) de Feyzin organizou no do-mingo passado, dia 20 de abril, o seutradicional espetáculo e baile com ar-tistas da região e vindos de Portugal.A sala “Epicerie Moderne” acolheuum público muito numeroso nesteserão de Domingo de Páscoa ondenuma primeira parte pode dançar aosom do grupo de Leonel Costa e Phi-lippe Martins, seguido de Bruno Mo-reno, que esteve recentementepresente no programa televisivo “TheVoice”.No final, o inconfundível Augusto Ca-nário e amigos, intérprete de cançõespopulares, com raiz nas tradições e nofolclore minhoto, subiu ao palco comcanções brejeiras e “fado à desgar-rada”, com letra da sua autoria e ar-ranjos em coprodução com os seusmúsicos de há longa data. O artista,muito popular em Portugal e na Co-munidade portuguesa residente no es-trangeiro, deixou a recordação de um

espetáculo cheio de ritmo, cor, e derisos.“Queria deixar aqui um apelo a todosos dirigentes associativos e aos meiosde comunicação social também, noseio da Comunidade portuguesa: nós,os artistas portugueses gostamos devir até vós e de vos dar este cheirinhoa Portugal, com as nossas cantigas e

os nossos espetáculos, e assim mata-rem saudades” disse Augusto Caná-rio. “Os meus trabalhos têm sempretrês vertentes: uma desgarrada, can-ções com mensagem e as cançõesbrejeiras e é dentro deste conteúdoque nós fazemos os nossos espetácu-los” disse em entrevista ao LusoJor-nal.

A nova Direção da ACP contou com oapoio do grupo bancário CIC Iber-banco para esta sua organização. Obanco ofereceu também os prémiosde uma rifa cuja tiragem foi feita nodecorrer do serão musical pelo seu re-presentante Luís da Cunha. Delphineda Rocha, a Presidente da ACP, e LuísRito, animador do programa de rádio“Nova Onda”, apresentaram o espe-táculo.O aniversário do 25 de Abril, tambémorganizado pela ACP, vai ter lugar nosábado, dia 26, na Mediathèque dacidade, com uma palestra pelo jorna-lista Jacinto Godinho da RTP, às17h00, sobre “A emigração no tempode Salazar”. A presença do Deputadosocialista Paulo Pisco também estáprevista para esta data.Durante esta semana, uma exposiçãointitulada “1974: Memórias” está pa-tente ao público na Médiathèque deFeyzin, até ao dia 29 de abril, duranteas horas de expediente, segundo in-formou ao LusoJornal, a PresidenteDelphine da Rocha.

Por Jorge Campos

Momento da inauguração da exposiçãoDR

Augusto Canário encantou o público de FeyzinLusoJornal / Jorge Campos

O LusoJornal, de mãos dadas com a cultura

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25Associações

Mais um encontro sobre o Livro em St MaurOrganizado pela Casa dos Arcos de Paris

lusojornal.com

emsíntese

La «Révolution desœillets» évoquée àToulouse

L’Association Socio-Culturelle PortugalOccitania (ASCPO) - épaulée par troisautres associations: Grupo FolclóricoEstrelas do Norte, Amitié France-Por-tugal et Radio Mon Païs émission por-tugaise - invite les Portugais de larégion toulousaine, «ainsi que tous lesamis français intéressés par ce pan del’histoire portugaise», à les rejoindre aucinéma Utopia, rue Montardy à Tou-louse, pour une soirée documentaireet conférence, le jeudi 24 avril, à20h30, avec la projection du filme deGinette Lavigne, «La nuit du coupd’état» (55 min), suivie d’une confé-rence débat avec l’historien ManuelNascimento.Du vendredi 25 au dimanche 27,d’autres manifestations auront lieu à laSalle des fêtes de Notre Dame de La-fourguette, 195 route de Seysses, no-tamment la projection du filme«Capitães de Avril» le vendredi soir;une matinée récréative et instructivepour les enfants, le samedi à 15h00,sous l’égide du BES (Banco EspíritoSanto) pour les paniers cadeaux auxenfants et de l’Instituto Lusófono deToulouse pour la distribution d’œilletsaux participants; ainsi qu’une fête po-pulaire, animée par Georges Alexan-dre, et les groupes folkloriquesportugais de Toulouse: «Estrelas doNorte» et «Vila Rosa».

Commémorationde la Révolutiondes Œillets à Pessac

L’Association O Sol de Portugal de Bor-deaux, organise à Pessac (33), unemanifestation «Portugal d’Avril 2014 -le 40ème anniversaire de la Révolutionportugaise», du 4 au 28 avril, avec lacomplicité du Comité de Jumelage dePessac.Le 12 avril a été inaugurée une expo-sition consacré à José Afonso, en pré-sence de José Cesário, Secrétaired’État aux Communautés Portugaises,et le 19 avril, a eu lieu un concert de 2groupes portugais: AjaNorte, de Portoet Contraponto, groupe polyphoniquede Viana do Castelo.Le 25 avril, à 19h00, au Cinéma JeanEustache à Pessac, il y aura la projec-tion de 2 films, «Les grandes ondes»de Lionel Bayer, et «Les murs ont laparole», documentaire de RaymondArnaud, suivis d’une table ronde etdébat modéré par Carlos Pereira, Di-recteur de LusoJornal.Otelo Saraiva de Carvalho sera l’invitéde l’association le 28 avril, à 18h00,également au Cinéma Jean Eustache,à Pessac, pour une conférence suiviede la projection du film «Capitainesd’Avril» de Maria de Medeiros.

le 23 avril 2014

Par Henri de Carvalho

A Casa dos Arcos da Região de Paris,com sede em St. Maur, organiza nopróximo dia 4 de maio, mais uma jor-nada consagrada às edições no seioda Comunidade, para divulgar e enco-rajar a criação literária. É o quintoevento desta natureza que se orga-niza.A Casa dos Arcos não só convida ossócios como todos os arcuenses da re-gião, e todas as pessoas interessadaspela leitura e pelas Artes Plásticas avirem assistir e participar a este en-contro.Como vem acontecendo desde hácinco anos, a Associação solicita a co-laboração de Artistas plásticos para aliexporem também as suas obras. Paraeste evento foram convidados MárioCantarinha, fotógrafo radicado na re-gião de Paris, para mostrar uma sele-ção dos seus trabalhos que reúnemilhares de exemplares ao longo demais de duas décadas de profissão.E como Pintura estarão expostos al-guns quadros de Fátima de Pinho, ar-tista de origem indo-portuguesa, aviver e a trabalhar agora em TorresNovas e, para apresentar uma pano-râmica das recentes edições da emi-gração e da constante atividade dosartistas plásticos de origem portu-guesa em Paris, a Casa dos Arcos con-vidou a conferencista Maria Fernanda

Pinto.E para o Livro, estarão presentes comas suas edições os escritores: Antóniode Sousa, Manuel Vale da Cunha e Al-bertina Fernandes.António de Sousa apresentará “L’Im-migré Portugais” que é uma nova edi-ção do seu primeiro romance:“Excellence d’un Immigré Intégré”cuja edição foi inteiramente revista

concentrando o conteúdo à volta dopersonagem central que é o imigranteportuguês. Inclui também algumas fo-tografias do seu património familiar.Manuel Vale da Cunha é um homemde origem camponesa e filho de cam-poneses meio abastados. A sua emi-gração vem na sequência de váriosdramas familiares durante a sua in-fância, por demais insuportáveis, e de

cuja crueldade guarda uma memóriaintacta mais de cinquenta anos de-pois. “Um Camponês em Paris - Per-curso de um combatente” é o títulodo seu livro. Uma autobiografia que selê sem despegar e cujos dramas des-filam quase à velocidade do pensa-mento levando o leitor a tomarconhecimento dos factos como se elemesmo fosse testemunha daquelesdramas.Albertina Fernandes, para os leitoresarcuenses, não precisa de apresenta-ções. Esta escritora é uma estrela ful-gente que ilumina a poesia.Professora aposentada do ensino se-cundário, licenciada em Filologia Ro-mânica, Mestre em Línguas eLiteratura Francesas e em EducaçãoArtística, a professora lecionou as dis-ciplinas de Português, Francês e Ex-pressão Dramática, na EscolaSecundária de Arcos de Valdevez, deonde é natural e onde reside.Podem também, mas para isso seránecessária inscrição prévia, almoçarno local por uma participação atrativa.O telefone para reservar é:06.13.16.96.71. A refeição, por im-perativos da sala, começa pontual-mente ao meio dia. Para o colóquio aentrada é livre e prevê-se o seu iníciopara as 14h30.Salle des AssociationsAvenue du Maréchal Lyautey94100 Saint Maur-des-Fossés

Por José Barros

Semana Cultural Portuguesa em Pontault Combault

A Associação Portuguesa Cultural e So-cial (APCS) de Pontault Combault, or-ganiza entre o dia 25 de abril e 3 demaio uma Semana Cultural dedicadaao 40° aniversário da Revolução dosCravos em Portugal. Uma data incon-tornável na História portuguesa, já quemarca o fim da ditadura salazarista, eo símbolo da liberdade de um país. “ARevolução do 25 de Abril representa ofinal do fascismo e a abertura sobre aliberdade de expressão, nomeada-mente da cultura e a nossa associaçãodesde sempre esteve ligada à culturaem geral, através de diversos eventosque aqui desenvolvemos”, começa porespecificar Joaquim Antunes, Diretorda ACPS.A Semana Cultural vai articular-se em4 partes distintas, começando no 25de abril com a exposição de fotografias“Olhares sobre Portugal” de GéraldBloncourt, Philippe Martins e DavidMartins, dois irmãos lusodescendentesde Pontault Combault. A exposição vaiestar patente durante toda a semana.Gérald Bloncourt dá-nos a sua visãosobre a imigração portuguesa dos anos60 e 70, que fugiu ao fascismo e à mi-séria vindo trabalhar para França.“Capta esse momento da história dePortugal, com os olhares e as condi-ções de vida dos Portugueses, a cora-gem e humildade nessa época”.Quanto aos irmãos Martins, apaixona-dos por Portugal, “mostram-nos osseus olhares sobre o país de origem, os

instantes da vida quotidiana, a arqui-tetura e o que compõe Portugal nosdias de hoje”.Já não é a primeira vez que GéraldBloncourt expõe em Pontault Com-bault, “tivemos cá uma exposição delemuito bem recebida pelo público”lembra Joaquim Antunes.No domingo 27 de abril, às 15h00, ocinema Apollo projeta o filme “LesGrandes Ondes”, de Lionel Baier.“Trata-se de um filme que fala de umaequipa de jornalistas suíços que veemo 25 de Abril de forma diferente e di-vertida, mostrando o que foi o 25 deAbril na capital portuguesa. Descobri-mos então um Portugal libertado comforte desejo de expressão”. A seguirterá lugar a projeção da curta metra-gem de Guillaume Delapierre “Lisboa

orchestra”.No final da tarde, na presença do rea-lizador, José Vieira, o filme “Os Emi-grantes” que retrata a vida dos homense das mulheres que deixaram o país àprocura duma vida melhor. “Tentámossempre pôr em destaque um filme, an-teriormente escolhemos ‘Aniki Bobó’,‘Capitães de Abril’, e outros filmes im-portantes que marcaram a história por-tuguesa e agora através deste filmetambém é interessante mostrar o ta-lento de José Vieira”.A componente musical também fazparte desta Semana Cultural, com oconcerto de fado de Kátia Guerreiro, no29 de abril às 20h30. “Convidámosnas edições anteriores os Deolinda,Oquestrada, agora quisemos convidaruma fadista muito conhecida, embai-

xadora do Fado, que entrou recente-mente no património da Unesco”.Finalmente o teatro também entra empalco com a peça “Resistência” deJoaquim Pires. A ACPS tem um grupode teatro já bem conhecido, e desdesempre atraiu amadores e apaixona-dos, com peças originais. “Procuramossempre variar as nossas ações artísticasde forma a promovermos a cultura por-tuguesa, e sobretudo para dar a conhe-cer à nova geração que ignora umpouco o bom que temos em Portugal”,declara ao LusoJornal. A diversidadecultural portuguesa é imensa segundoJoaquim Antunes e “não se limita ape-nas ao folclore ou à música pimba,apesar de que estes também tenhama sua importância na nossa cultura”.Infos: 01.70.10.41.26

Por Clara Teixeira

Evento do ano passadoDR

“L’entrée du bidonville”Gérald Bloncourt

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26 Associações

lusojornal.com

Achères (78) está geminada com Amarante

A ACDP foi fundada em 1969 e éuma das mais antigas associaçõesportuguesas em França, sendo amaioria dos seus elementos, cerca de100, oriundos de Amarante e Alco-baça. Como corolário das várias ativi-dades realizadas ao longo destes anos,a vitrina apresenta cerca de 300 tro-féus.A associação tem como principal ob-jetivo na realização de almoços e jan-tares, proporcionar convíviosagradáveis e uma sã camaradagem.Achères é uma cidade no departa-mento 78, Yvelines, possui 15.039habitantes e fica a 9 km de Saint Ger-main-en-Laye e a 30 km de Paris.Amarante é uma cidade que fica nasub-região do Tâmega, no Distrito doPorto, com cerca de 11.500 habitan-tes.O concelho de Amarante é geminadocom a cidade de Achères dada a forterelação que existe pelo grande númerode emigrantes oriundos desta região.Por esta associação já passaram 6 a 7Presidentes. O atual Presidente é Ar-naldo Ribeiro, natural de Amarante e

o vice-Presidente é Carlos Estevão, na-tural de Alcobaça, em França há 30 e23 anos respetivamente e ambosadeptos do Benfica.O Tesoureiro, Nelson Ramos, é um doselementos mais antigos, está há 40anos em França e há 30 na associa-ção. É natural de Santa Comba Dão eadepto fervoroso do Sporting.Podemos encontrar nesta Associaçãoum conjunto de várias atividades taiscomo: um grupo folclórico, um grupo

de cavaquinhos, um grupo de bombose duas equipas de futebol.O Grupo folclórico “Estrelas do Ben-fica” foi fundado em 1984, é consti-tuído por 50 elementos e representaa freguesia de Cela, Alcobaça, na AltaEstremadura. Já é um grupo federadodesde 2003.Normalmente as suas atuações sãoem França e em conjunto com outrosgrupos portugueses. Ensaiam de 15em 15 dias, às sextas feiras numa sala

cedida pela Mairie de Achères. O seureportório é de 30 músicas já gravouum CD.O Grupo de Cavaquinhos é um gruporecente, fundado em 2012, consti-tuído por 12 elementos, onde sobres-saem 4 cavaquinhos, 2 acordeões e 8cantores. Também ensaiam na sala daMairie, a seguir ao rancho folclórico.A sua preparação está ao cuidado daLaetitia Ribeiro e conta já no seu re-portório com 15 temas musicais.O Grupo de bombos é um grupo com10 elementos, na sua composiçãoexistem 12 bombos e 4 caixas, no seureportório já tocam 10 músicas.Relativamente ao futebol, a associa-ção tem atualmente 2 equipas: os Ve-teranos, fundada em 1986 e maisrecentemente os Seniores, com 18 e32 jogadores respetivamente. O atualTreinador é Carlos Silva, natural daMealhada.No domingo, dia 13 de abril, o BancoBPI, representado pela agência deSaint Germain-en-Laye e o balcão deAmarante, almoçou, “em família”, naAssociação Cultural e Desportiva Ben-fica de Achères, com sede na rue desCommunes.

Associação Desportiva Cultural Portuguesa “Benfica de Achères”

Por Elsa Maria Monteiro

Andreia Sofia foi batizada em Lyon

No decorrer da Vigília Pascal, no sá-bado dia 19 de abril, na Paróquia deS. Pierre Lyon 9, a jovem Andreia SofiaPereira Barreto, com 19 anos de idade,portuguesa de origem Caboverdiana,recebeu o Batismo pelo Pároco ThierryJacquot.“Eu nasci em Portugal, no Barreiro, vivilá com a minha mãe e tias, até 2005,depois vim para França ao encontro demeu pai que trabalhava em Nice, emais tarde viemos para Lyon, onde vi-vemos há quase 5 anos” confiou aoLusoJornal. “Estou no meu último anode estudos, pois desejo ser enfermeirae preparo então um BAC ST2F”.“O meu desejo de ser batizada já é

uma história antiga. Em Portugal fre-quentei o catecismo para preparar aminha formação, mas foi várias vezesadiado o batismo. Depois vim para

França e hoje estou aqui a concretizaro meu sonho, que é também o dosmeus pais, Domingos e Maria de Fá-tima” explicou Andreia Sofia.

“Na minha vida de emigração, que foimuito tumultuosa e com grandes mu-danças, por vezes deixei para trás o es-sencial, podemos dizer. Mas graças aDeus, e também à presença da fé naminha família, fez com que hoje sejaum dia de grande festa para todos”disse ao LusoJornal. “Estou muito con-tente e orgulhoso do final deste per-curso de formação da minha filha, e doseu sempre presente desejo de ser ba-tizada” declarou por sua vez Domin-gos, o pai de Andreia.A Comunidade caboverdiana em Lyoné muito importante, uma associaçãoem St. Fons reúne muitos elementos,e no mês de novembro festejam Sta.Catarina, a Padroeira da sua terra natalem Cabo Verde.

Por Jorge Campos

le 23 avril 2014

«Vê as minhasmãos»

A missão dos apóstolos de anunciara Ressurreição não começa nadabem… A primeira pessoa que ten-tam convencer é São Tomé e a suaresposta é famosa: «Se não vir nassuas mãos o sinal dos cravos, se nãometer o dedo no lugar dos cravos ea mão no seu lado, não acreditarei».O relato deste episódio (que escuta-remos no Evangelho do próximo do-mingo, dia 27) é um convite a refletirsobre os desafios enormes da evan-gelização e as frustrações que pode-rão provir: se Tomé (um dos dozeapóstolos, que viveu e seguiu Jesusdurante três anos) inicialmente nãoacredita sem ver, que esperançapodia cultivar a Igreja nascente deevangelizar/converter o mundo?Podemos considerar esta páginacomo mais um exemplo da honesti-dade do Evangelho que não escondeas dificuldades do anúncio e a incre-dulidade que frequentemente oacompanhará.Felizmente, este episódio revela-nostambém uma outra verdade aindamais importante: a evangelizaçãonão depende apenas dos nossos es-forços! Cristo caminha com a suaIgreja (ontem, hoje e sempre) e o Es-pírito Santo enriquece-a com diver-sos dons e carismas. Aliás, é Ele quesopra nos corações dos fiéis aquelemesmo espírito de missão que ani-mava o próprio Cristo.A fé é realmente dom de Deus, masisso não significa obviamente desres-ponsabilizar-se: implica porém acei-tar a natureza da nossa missão: nãosomos chamados a “recolher os fru-tos”; somos chamados a semear, se-mear sempre! E tal como nosrecorda o Papa Francisco, o ele-mento mais importante do anúncioda fé é este: “que os cristãos de-monstrem vivê-la concretamente,através do amor, da concórdia, daalegria”.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:

Paroisse de Puteaux33 rue Saulnier92800 Puteaux

Missa em português, ao domingo, 9h00.

boanotícia

Equipa da Amicale de Viroflay regressa à 1ª Divisão

A Secção de futebol da Amicale Cul-turelle Franco-Portugaise Intercom-munale de Viroflay evoluía noutraassociação que não pode continuar aproporcionar-lhes a oportunidade depraticar o desporto que mais gostam.Dirigiram-se à Direção da “Amicale”de Viroflay pedindo-lhe o apoio neces-sário para continuar a praticar o fute-bol em competições oficiais. ADireção aceitou e tratou em arranjarum terreno para que a equipa pudessepraticar o futebol e manter a sua ins-crição na Federação Francesa de Fu-tebol, no departamento dos Yvelines,em CDM.Com grandes dificuldades foi encon-trado o terreno. Com o apoio da Mairiede Viroflay, a Presidente da coletivi-dade, Helena Neves, conseguiu arran-

jar campo disponível na cidade deVersailles.A equipa iniciou a competição em2008/09, começando logo na 2ª divi-são. Em 2010/11 foi promovida à 1ªdivisão, em 2011/12 foi despromo-vida, mas em 2013/14 já está quali-ficada para regressar à 1ª divisão.A equipa é dirigida pelo PresidenteJosé Cunha, pelo vice-Presidente LuísCerqueira, e pelo Secretário e Treina-dor Nuno Abrantes.Todos os anos, a equipa organiza umTorneio com várias equipas de futebol.No ano passado convidou uma equipade Portugal. Para os amigos do futebolque queiram passar um dia de conví-vio desportivo e gastronómico, o en-contro está marcado para o dia 6 dejulho, no Complexo Desportivo de Pro-chefontaines, em Versailles (78), comvárias equipas.

Por Parcidio Peixoto

Equipa da associação Benfica de AchèresDR

Batizado de Andreia SofiaLusoJornal / Jorge Campos

Equipa de futebol da “Amicale” de ViroflayJosé Neves

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28 Desporto

lusojornal.com

Sonia Bompastor nous parle de sa nouvelle vie au seinde l’Olympique LyonnaisSamedi dernier, Sonia Bompastor, in-ternationale française d’origine portu-gaise, a donné le coup d’envoi de lafinale de la Coupe de la Ligue, auStade de France, avec son anciennepartenaire du PSG et également Ca-pitaine, Sabrina Delannoy. SoniaBompastor fait le point de la saisonécoulé et nous parle de sa nouvelle vieau sein de l’Olympique Lyonnais.

LusoJornal: Ça te fait plaisir que l’onmette le football féminin à l’honneurpour un tel événement?Sonia Bompastor: C’est plutôt unebelle surprise. Ça montre que le foot-ball féminin a gagné en crédibilité etc’est une bonne chose. Maintenant ilfaut continuer à bien travailler pourque ça puisse poursuive. Le PSG etl’OL font beaucoup pour le football fé-minin, donc d’associer Sabrina Delan-noy et moi à cette finale c’est toujourssuper valorisant. Nous sommes biencontentes d’avoir été les heureusesélues pour donner le coup d’envoi.

LusoJornal: C’est la première saisonque tu es responsable de la formationféminine de l’OL. Quel est ton quoti-dien?Sonia Bompastor: Avec la construc-tion du grand stade, l’OL sera le pre-mier club français à avoir son centrede formation féminin d’ici 3 ou 4 ans.C’est vraiment la volonté du PrésidentAulas. Pour la première année du pro-

jet, il y a beaucoup de choses à faire,les journées sont bien chargées, il fauts’occuper de tout ce qui est héberge-ment, la scolarité qui prend unegrosse part de temps, tout ce qui estadministratif, la relation avec les édu-cateurs, il y a 8 équipes à gérer, lacommunication entre éducateurs, lesjoueuses et également les parents.Donc c’est très agréable. Pour moi,c’est ma passion, donc je prendsénormément de plaisir au quotidien etc’est vrai que c’est super intéressant.On essaie de se caler sur ce que font

les garçons au niveau du club, ils tra-vaillent très bien sur la formation etsont reconnus pour ça, donc on essaiede mettre du lien entre les garçons etles filles au niveau du projet, et on es-saie de garder notre spécificité fémi-nine.

LusoJornal: Comment as-tu préparé leglissement de joueuse à responsable?Sonia Bompastor: Quand j’étais enpleine carrière en tant que joueuse,j’ai toujours eu comme préoccupationma reconversion, donc j’ai passé énor-

mément de diplômes et de forma-tions, diplômes d’entraineur, maisaussi des formations en dehors dufootball, dans le management et com-munication, tout ceci avec le souci depouvoir préparer mon après-carrière etsurtout de me dire que le jour ou jedéciderai d’arrêter la compétition,j’aurai plusieurs choix qui s’offraientà moi. C’était important et rassurantde pouvoir avoir le choix en fin de car-rière dans ma reconversion. L’été der-nier, quand j’ai décidé d’arrêter, leclub a souhaité continuer la collabo-

ration, et continuer de me faireconfiance. C’est une marque de re-connaissance de leur part, et je les re-mercie. C’est avec beaucoup de plaisirque j’ai continué dans la voie du foot-ball, avec les jeunes du club. J’essaiede partager avec elles mon expériencedu haut niveau et ma connaissancedu football.

LusoJornal: Patrice Lair a annoncécette semaine son départ de la tête del’équipe féminine, un mot sur ce qu’ila apporté à l’OL?Sonia Bompastor: Avec Patrice ons’entend très bien, il y a beaucoup deconfiance entre nous. Je pense qu’il apermis à l’OL de rentrer dans unenouvelle dimension. Grâce à lui, auPrésident et aussi aux joueuses - caron avait un groupe de qualité – nousavons réussi à gagner 2 fois la Liguedes Champions. C’est vrai que tousensemble, nous avons réussi à faire ensorte que l’OL féminin soit reconnu àtravers le monde entier.

LusoJornal: On te dit à la tête de L’OLla saison prochaine… Info ou intox?Sonia Bompastor: (rires) C’est mar-rant, car on ne peut pas empêcher lesgens de parler. Très honnêtement jeme sens bien dans le projet avec lesjeunes. Comme je le disais, c’est unprojet de 3 ou 4 ans. Je l’ai initié etj’aimerai aussi pouvoir aller au bout.Après, nous verrons ce qui se passera,mais pour le moment il n’y a rien.Donc, c’est de l’intox.

Football féminin

Par Angélique David-Quinton

le 23 avril 2014

Le Portugal représenté au Salon Galaxy Foot

Pour sa 7ème édition, le Salon Ga-laxy Foot qui s’est tenu Porte de Ver-sailles à Paris, du 12 au 16 avril, aaccueilli une nouvelle fois les cou-leurs portugaises avec le Stand de Fi-delidade Assurances et celui duSporting Club de Paris.Cet événement populaire, devenu lerendez-vous incontournable des ac-teurs et des amateurs du ballon rond,a dédié diverses représentations auChampionnat du monde qui se dé-roulera au Brésil cette année, et parconséquent a attiré plus de luso-phones que d’habitude.Chez Fidelidade, le Président, CarlosVinhas Pereira, a expliqué le rôle im-portant de l’entreprise dans le salon.«Nous sommes un acteur lié au foot-ball professionnel. Par notre présencenous soutenons l’équipe du SportingClub de Paris et nous avons participédans différentes conférences dédiéesaux assurances et aux joueurs dansles diverses modalités afin de leurmontrer et proposer nos services».L’entreprise participe aussi à l’orga-nisation du match France / Portugalau Stade de France le 11 octobre, età travers un tirage au sort plusieursbillets seront offerts. «Cette actionnous la continuerons lors de la Fêtefranco-portugaise de Pontault-Com-bault, au mois de mai, puis lors de la

fête de Radio Alfa, en juin. Comme ils’agit d’une compétition importantedans le cadre de l’Euro 2016, celaattire plus de monde», observe-t-il enpointant du doigt l’urne remplie der-rière lui.Partenaire du Sporting Club de Parisdepuis une dizaine d’années, Fideli-dade a toujours misé sur les compé-

tences du club. «Ils ont gagné 3 foisle Championnat, et représentent trèsbien le Portugal en France, donc il ya une certaine logique entre notrepartenariat».Véritable fête du football le salon Ga-laxy Foot organise différents matchsentre autres le Tournoi Gol de Letra,dont l’association a été créée pour

promouvoir et soutenir la Fondationde Raï et de Leonardo, «Cette annéenous n’avons pas gagné, mais il fautaussi laisser la place aux autres», dit-il souriant.Dans le stand à côté, LusoJornal estallé à la rencontre de Rudy Matias,chargé de communication du Spor-ting Club de Paris. Le jeune lusodes-

cendant a déclaré l’importance dusalon pour l’équipe afin de se faireconnaître «et de promouvoir davan-tage le futsal en France qui n’a pasla même envergure qu’au Portugal.C’est une excellente opportunitéd’être ici, car on veut développer lefutsal en France et sensibiliser laCommunauté portugaise que le meil-leur club de futsal en France est por-tugais! Même si on porte les couleursvertes on est Portugais avant tout»,explique-t-il. Rudy Matias fait allu-sion aux adeptes du Benfica ou dePorto qui ne viennent pas les voir, orle club défend la stratégie de rassem-blement et d’esprit d’équipe. «Nousvoulons maintenir notre position deleader en France, et d’être la pre-mière école de futsal en France.Nous préparons nos inscriptions pourla saison prochaine et avec le projetd’ouvrir une équipe féminine»,confie-t-il.Quelques joueurs de l’équipe princi-pale étaient présents tout au long duSalon ce qui a renforcé la proximitédu club avec le public.Plusieurs fois Champions de France,le Sporting Club de Paris veut appor-ter plus de notoriété au futsal, le be-soin de nouveaux partenaires se faitsentir, «nous sommes dans une phasede consolidation de structure et toutesles opportunités sont bonnes pour sefaire connaître».

Par Clara Teixeira

Coup d’envoi de la finale de la Coupe de FrancePSG

Fidelidade et Sporting au Galaxy FootLusoJornal / Clara Teixeira

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lusojornal.com

29Desporto

Le Sporting Club de Paris à l’orgueil

Le mano à mano en tête de la 1ère di-vision s’est poursuivi le week-end der-nier. Alors que Cannes, solidedauphin, s’imposait face à Paris Mé-tropole sur le score de 3-7, le SportingClub de Paris disposait de Béthune, 3buts à 2 grâce à une réalisation del’international portugais Pupa, à 30secondes du terme final de cette23ème journée. Les Parisiens n’au-ront pas gagné le Championnat surcette rencontre mais ont, sans aucundoute, retrouvé une âme et des vertusqui leur faisaient défaut. Les Sporting-men ont su faire preuve d’abnégationet force de persuasion pour sortir vic-torieux du traquenard béthunois.Mais cette victoire n’est pas tombéepar l’opération magique des dieux dufutsal. Les hommes de RodolpheLopes sont allés la chercher au plusprofond d’eux mêmes. Tout a com-mencé par un intense pressing pari-sien qui cantonne les Artésiens dans

leur partie de terrain. Les cinq pre-mières minutes sont à l’avantage desprotégés du Président Lopes. Mais leréalisme n’est pas au rendez-vous, endépit de nombreuses occasions,lorsqu’interviennent les premières ro-tations des joueurs présents sur leparquet. Le SCP est vainqueur auxpoints mais Béthune sort progressive-ment de sa base défensive pour pro-

poser son jeu offensif. Haroun, unenouvelle fois décisif au cours de cetteaprès midi préserve pour le momentles temps forts artésiens. Paradoxale-ment c’est au cours de cette périodeque les Parisiens vont débloquer la si-tuation en ouvrant la marque par l’in-termédiaire de Lucas Diniz. MaisBéthune futsal joue sans fléchir. Sadeuxième période victorieuse en

Coupe nationale lui a laissé d’agréa-bles souvenirs et le club d’Aldo Ca-netti joue avec cet état d’esprit. LesBleus reviennent à la marque et pren-nent le score logiquement au terme dece premier acte.La deuxième période est parisienne.Faisant preuve de davantage d’agres-sivité et de détermination, Teixeira etses partenaires font le siège des butsde Béthune. Ils poussent mais lemanque de réalisme offensif et le ta-lent du portier adverse ne permettentpas l’égalisation. Les Parisiens n’ab-diquent pas et ne désunissent pas.Diogo parvient à égaliser et à remettreles deux formations sur un pied d’éga-lité. Mais les opportunités suivantesne trouvent pas la même conclusionque la frappe de Diogo. Cependant lesLions ne veulent conquérir ce qua-trième que par eux-mêmes. Le jeu àcinq permettra l’issue positive quenous connaissons. Au courant du ré-sultat cannois face à Métropole, lesParisiens livrent toutes leurs forcesdans les ultimes secondes du match.Le décalage généré par le power playtrouve une finalité positive puisqueTeixeira frappe le poteau avant que lediscret Pupa ne marque et scelle lescore de la partie à 3 buts à 2 pour devaleureux parisiens.Le Sporting Club de Paris conserve saplace en tête de cette première divi-sion avant d’affronter, à une date et àun horaire inhabituels, Paris Métro-pole, le mercredi 7 mai, à 20H45.

Futsal: Championnat National D1

Par Julien Milhavet

Em lugar de descida de divisão há trêsjornadas, os Cristoliens não aprecia-ram nada o facto de verem a sua ma-nutenção na Ligue 2 ameaçada.

Depois do Laval e do Tours, foi a vezdo Troyes fazer o teste à determinaçãodos Béliers. Não satisfeitos em retri-buir na mesma moeda, os golos deBen Sangaré, Ibrahima Seck e MarcelEssombé ofereceram ao Créteil/Lusi-tanos os 42 pontos da “manutençãoteórica”. Com 7 pontos acima dalinha de água, o Créteil/Lusitanosatinge o 13º lugar e espera a receçãoao Havre AC, na próxima sexta feira.Batidos sem misericórdia sobre o ver-

dejante relvado do Stade DominiqueDuvauchelle, na primeira-volta, por 0-3, os Béliers conseguiram vingar-se doTroyes. Autor do seu terceiro golo emtrês jogos, Ben Sangaré abriu a via davitória (0-1, aos 21 minutos) antes deIbrahima Seck (0-2 aos 30 minutos)e Marcel Essombé (0-3 aos 70 minu-tos) alargarem o fosso.Ainda no 18º lugar, logo em posiçãode relegação à 3ª divisão, há três jor-nadas, os jogadores do Créteil/Lusita-

emsíntese

Bethune Futsal 2-3 Sporting Club deParis

Sporting Club de Paris: Haroun;Pupa, Chaulet, Diogo, Teixeira. Rem-plaçants: Royer; Pedraza, Mendes,Betinho (Cap.)Entraineur: Rodolphe LopesButeurs: Diniz, Diogo et Pupa

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Créteil/Lusitanos passa em TroyesLigue 2 (jornada 33)

Por Joel Gomes e Nuno Gomes Garcia

nos pegaram no seu próprio destinoem mãos para realizar uma inéditasérie de invencibilidade, pois, depoisdas vitórias sobre o Laval (4-0) e oTours (1-2), os Franciliens assinaram,no stade de l’Aube, um terceiro triunfoconsecutivo muito importante.Aproveitando-se das hesitações e dú-vidas demonstradas pelo Troyes, osBéliers reafirmaram a sua vontade emse salvarem. Agora, no 13º lugar daLigue 2, os azul-celestes atingiram abarreira simbólica dos 42 pontos.Sendo ainda cedo para sabermos seesses pontos chegarão para garantir amanutenção na Ligue 2, o essencial éque o Créteil/Lusitanos vê a zona derelegação a 7 pontos de distância. Oshomens de Jean-Luc Vasseur tentarãoconservar essa distância, na próximasexta-feira, às 20h, na receção aoHavre AC em pleno stade Duvau-chelle.Classificação: 1º Metz com 65 pontos,13º Créteil/Lusitanos 42, 18º Nîmes35, 20º Bastia 21.

Elsau Portugaiscontinua em força

FC Eckbolsheim 0-4 Elsau PortugaisO Elsau Portugais, clube de Stras-bourg, continua o seu bom campeo-nato - Ligue d’Alsace-Bas Rhin(Excellence A) -, mantendo-se no ter-ceiro lugar do pódio.Nas vésperas de receber o FC Mul-house (jogo realizado na passada se-gunda feira, já depois do fecho destaedição do LusoJornal) em partida acontar para os oitavos de final daCoupe d’Alsace, a equipa treinada porAzzedine Naji deslocou-se a Eckbols-hein, onde arrancou um largo triunfoperante um adversário cada vez maisaflito na tabela e teve mesmo a opor-tunidade de poupar alguns jogadorespara o jogo contra o Mulhouse.Aos 2 minutos da partida já os visi-tantes enviavam um forte aviso - re-mate à trave de Kahraman -,antecipando o vendável de golos quese viria a seguir. Mas foi preciso espe-rar pelos minutos finais da primeiraparte para que o Elsau Portugais inau-gurasse o marcador. Aos 35 minutos,Ponty roubou a bola a um adversárioe rematou rasteiro junto ao poste, fa-zendo, assim, o primeiro golo. Poucodepois, aos 41 minutos, o mesmoPonty passou por dois adversários efuzilou o guardião contrário, estabele-cendo o 0-2 verificado ao intervalo.De regresso dos balneários, os jo-gadores do Elsau Portugais pausa-ram o ritmo da partida, masmantiveram-se muito perigosos,mormente nos lances de contra-ataque. Foi desta forma que Ma-zouni, aos 81 minutos, escapoupela esquerda, passando facil-mente pelo seu oponente direto, ebateu Peter, o desamparadoguarda-redes, pela terceira vez.Chahid, aos 83 minutos, fechou acontagem na conversão de umagrande penalidade.Classificação: 1º Obernai com 60pontos, 2º Erstein 54, 3º Elsau Por-tugais 49

Portugal no Europeu de Judode Montpellier

O Campeonato Europeu de Judodiscute-se, na cidade de Montpellier,de 24 a 27 de Abril, com a presençade 342 atletas de 42 nacionalidades.Portugal conta com uma comitiva decinco atletas femininas e nove atletasmasculinos que são acompanhadospor dois treinadores, um fisiotera-peuta e o Presidente da FederaçãoPortuguesa de Judo, Manuel Costae Oliveira. A Seleção Nacional nesteCampeonato Europeu conta comcinco judocas que fazem a sua es-treia, na variante de Equipas.

le 23 avril 2014

Por Nuno Gomes Garcia

Troyes 0-3 Créteil/LusitanosEstádio de Aube, sexta feira, 18 deabrilUSCL: Kerboriou; Mahon de Mona-ghan, Diarrassouba, Di Bartolomeo,Diedhiou C., Augusto; Sangaré (Ge-nest, 65 min), Ndoye C. (De Oliveira,

78 min), Seck; Lesage (Cap.), An-driatsima (Essombé, 65 min)Entraineur: Jean-Luc VasseurMarcadores: Sangaré (21 min),Seck (30 min), Essombé (70 min)

Joueurs du Sporting à BéthuneSCP

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30 Tempo livre le 23 avril 2014

SORTEZ DE CHEZ VOUS

Jusqu’au 25 avril Exposition de photographie «Trás-os-Montes» de Georges Dussaud, à la PénicheSpectacle, quai St Cyr, place de Bretagne,sur la Vilaine, à Rennes (35). Infos: 02.99.59.35.38.

Jusqu’au 25 avril Exposition sur “Guerra Colonial: Tarrafal -50 anos depois”, en partenariat avec la So-ciedade Portuguesa de Autores. Hall de laFaculté de Lettres et Langues de l’Univer-sité de Poitiers, Campus Nord, Bât A3, 1rue Raymond Cantel, à Poitiers (89).

Jusqu’au 26 avril Exposition sur José Afonso, auteur, compo-siteur, interprète, dans le cadre de «Portugald’Avril 2014, le 40ème anniversaire de laRévolution portugaise» organisée par le Co-mité de Jumelage de Pessac et l’AssociationO Sol de Portugal. Salle d’exposition JeanEustache, rue des Poilus, à Pessac (33).

Jusqu’au 26 avril Exposition d’arts plastiques, organisée parl’APAF, dans le cadre du Festival des Œil-lets, à l’Agora, 20 rue de Stalingrad, à Nan-terre (92).

Jusqu’au 28 avril «Figures libres», exposition de peinture dulusodescendant Rodolphe Bouquillard, à laGalerie de Thorigny, 1 place de Thorigny, àParis 01. Infos: 01.42.76.95.61.

Du 22 au 29 avril Exposition «25 de Abril de 1974: Memória

de tempos recentes e projeto» ouverte aupublic du mardi au samedi, de 8h30 à17h00. Médiathèque de Feyzin, 72 routede Vienne, à Feyzin (69).

Jusqu’au 30 avril Exposition de photos de Manuel Madeirasur les peintures sur les murs de Lisboa,sur la Révolution du 25 avril. Dans la Bi-bliothèque Casa Amadis, 117 rue desEtats Généraux, à Montpellier (34). Dulundi au samedi, de 16h00 à 18h00.

Jusqu’au 2 mai «Merci la crise», dessins de presse de An-tónio Jorge Gonçalves, dans le cadre duFestival l’Hérault Trait Libre Off, au Clubde la Presse, 1 place du Nombre d’Or, àMontpellier (34).

Du 25 avril au 3 mai Exposition photographique «Regards surle Portugal» par Gérald Bloncourt, Phi-lippe Martins et David Martins. Dans lecadre d’une Semaine Culturelle Portugaiseorganisé par l’APCS, à l’occasion du40ème anniversaire de la Révolution desœillets. Centre Culturel Les Passerelles,15-27 rue Saint Clair, à Pontault Combault(77). Entrée libre.

Du 29 avril au 3 mai «Abril abril, o chegar da liberdade», 18panneaux édités par l’Institut Camões, àla Maison de la Culture, l’Oustaü dou Sa-leys, rue de l’Eglise, à Salies de Béarn (64).Chaque après midi, de 14h30 à 18h30.Permanence assurée par Gracianne Ban-con, Responsable de l’antenne France-Portugal à Salies de Béarn. Entrée libre.

Jusqu’au 15 mai Exposition d’Olavo Cavaco. Le Petit Moka,11 place de la République, à Perpignan(66). Du lundi au samedi, de 7h00 à 2h00.

Jusqu’au 30 mai Exposition “Esculturas do Meu Fado” de lachanteuse de fado et sculpteuse portugaiseCristina Maria. Centre culturel FrançoisVillon, avenue Frédéric Mistral, à Frontignan(34). Du lundi au vendredi, de 9h00 à12h00 et de 14h00 à 22h00.

Du 24 au 26 avril Colloque sur «Immigration-émigration, re-gards transculturels croisés Europe-Brésil»à l’Ecole Supérieure du Professorat et del’Education, 4 chemin de Launay Violette,à Nantes (44).

Le vendredi 25 avril, 21h35 Table ronde avec des personnalités portu-gaises et françaises ayant vécu la Révolutiondes Œillets, animée par le journaliste CarlosPereira, Directeur du LusoJornal, dans lecadre de «Portugal d’Avril 2014, le 40èmeanniversaire de la Révolution portugaise» or-ganisé par le Comité de Jumelage de Pessacet l’Association O Sol de Portugal. CinémaJean Eustache, rue des Poilus, à Pessac(33).

Le vendredi 25 avril, 18h00 Conférence- concert «La Révolution desŒillets, 40 ans déjà», en présence duConsul du Portugal à Lyon. Inauguration del’exposition, puis conférence «témoignagedu soldat Francisco Machado» suivi d’unedégustation de spécialités portugaises. Au

Conservatoire National des Arts et Métiers,24 rue Robinson, à Saint Etienne (42).Infos: 06.07.09.36.71

Le vendredi 25 avril, 17h00 Conférence avec Ana Paula Laborinho, Pré-sidente de l’Institut Camões. Exposition dutravail des élèves EPE et remise des prix parle Secrétaire d’Etat, José Cesário. Maisondu Portugal André de Gouveia, 7P boule-vard Jordan, à Paris 14.

Le samedi 26 avril, 17h00 Conférence “A emigração na altura do 25de Abril”, par Jacinto Godinho. Média-thèque de Feyzin, 72 route de Vienne, àFeyzin (69).

Le vendredi 25 avril, 19h00 Projection de 2 films, «Les grandes ondes»fiction de Lionel Bayer (Suisse, 2013) et«Les murs ont la parole», documentaire deRaymond Arnaud, (2014), dans le cadre de«Portugal d’Avril 2014, le 40ème anniver-saire de la Révolution portugaise» organisépar le Comité de Jumelage de Pessac etl’Association O Sol de Portugal. CinémaJean Eustache, rue des Poilus, à Pessac(33).

Le dimanche 27 avril, 15h00 Projection de «Les Grandes Ondes» de Lio-nel Baier suivi à 16h25 de la projection de«Lisboa Orchestra», court métrage de Guil-laume Delaperriere, regards original et mu-sical sur Lisboa. Dans le cadre d’uneSemaine Culturelle Portugaise organisé parl’APCS, à l’occasion du 40ème anniversairede la Révolution des œillets. Cinéma Apollo,

62 avenue de la République, à PontaultCombault (77).

Le dimanche 27 avril, 17h00 Projection de «Les émigrés» de José Vieira,en présence du réalisateur. Dans le cadred’une Semaine Culturelle Portugaise orga-nisé par l’APCS, à l’occasion du 40ème an-niversaire de la Révolution des œillets.Cinéma Apollo, 62 avenue de la Répu-blique, à Pontault Combault (77).

Le lundi 28 avril, 18h00 Conférence de Otelo Saraiva de Carvalho,suivie de la projection du film «Capitainesd’Avril» de Maria de Medeiros, dans le cadrede «Portugal d’Avril 2014, le 40ème anni-versaire de la Révolution portugaise» orga-nisé par le Comité de Jumelage de Pessacet l’Association O Sol de Portugal. CinémaJean Eustache, rue des Poilus, à Pessac(33).

Les jeudis et vendredis, 20h00 «Olá!» ‘one man show’ de l’humoriste JoséCruz au Café-Théâtre Le Lieu, 41 rue deTrévise, à Paris 9. Infos: 01.47.70.09.69.En première partie: Dan Inger dos Santos.

Les 23 et 24 avril, 19h00 Lecture-théâtralisée de «Ode Maritime»d’après Fernando Pessoa, mise en scène etinterprétation de Manuel Pons. A l’occasiondes 40 ans de la Révolution des Œillets auThéâtre Rondelet, 14 rue de Belfort, àMontpellier (34). Infos: 04.67.54.94.19.

Les 23 et 26 avril, 20h30 «Pessoa, Le secret révélé» de Dominique

EXPOSITIONS

CINEMA

THÉÂTRE

CONFERENCES

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31Tempo livrele 23 avril 2014

emsíntese

Diana Santos eFlaviano Ramos naRádio Enghien

No próximo sábado, dia 26 de abril,o convidados do programa ‘Voz dePortugal’ da rádio Enghien são a fa-dista Diana Santos e o músico Fla-viano Ramos para apresentação dosnovos trabalhos.O programa tem lugar aos sábados,das 14h30 às 16h30, e pode ser ou-vido na região norte de Paris em FM98,0 ou por internet em:www.idfm98.fr.

SORTEZ DE CHEZ VOUSGauthiez-Rieucau, avec Patrick Hannais etRoseline Villaume, mise en voix et scéno-graphie de Roseline Villaume. A l’occasiondes 40 ans de la Révolution des Œillets auThéâtre Rondelet, 14 rue de Belfort, àMontpellier (34). Infos: 04.67.54.94.19.

Du 24 au 25 avril, 20h30 le dimanche 27, 18h00«Pessoa Le Marin» d’après Fernando Pes-soa, mise en scène de Manuel Pons, avecLudivine Anglade, Cheryl Maskell et Fran-çoise Crétu. A l’occasion des 40 ans de laRévolution des Œillets au Théâtre Rondelet,14 rue de Belfort, à Montpellier (34).Infos: 04.67.54.94.19.

Le samedi 3 mai, 20h30 «Résistance» de Joaquim Pires dans lecadre d’une Semaine Culturelle Portugaiseorganisé par l’APCS, à l’occasion du 40èmeanniversaire de la Révolution des œillets.Centre Culturel Les Passerelles, 15-27 rueSaint Clair, à Pontault Combault (77). Entrée libre.

Jusqu’au 28 mai «Pirates des P’tits Caïds - La traversée Mys-térieuse», théâtre et musique, avec MurielMontossey, Dan Inger dos Santos & Sté-phane Lébé. Histoire et chansons originalesde Daniel dos Santos. Au théâtre Clavel, 3rue Clavel, à Paris 19. Les mercredis à14h30 et les samedis à 15h00. Tous lesjours pendant les vacances scolaires à14h30. Relâche les 21 avril, et les 3, 10 et17 mai.

Jusqu’au 30 mai «Un air de famille» d’A. Joui et J.P. Bacri,avec Lionel Cecílio. Les jeudis et vendredis,à 19h45. La Comédie Saint Michel, 95boulevard Saint Michel, à Paris 05.

Le vendredi 25 avril, 20h30 Concert de Shina, accompagnée par Custó-dio Castelo. Théâtre de l’Alliance Française,Maison des Cultures du Monde, 101 bdRaspail, à Paris 6. Infos: 08.92.68.36.22.

Le vendredi 25 avril Soirée «Fado en lutte» en l’honneur du40ème anniversaire de la Révolution desœillets, présentée par Jean-Luc Gonneau,avec Conçeicão Guadalupe, accompagnéepar Filipe de Sousa (guitarra), Nuno Este-vens (viola) et Nella Gia (percussions). Plusartistes invités: João Rufino, Karine Bucher

et d’autres encore! Les Affiches/Le Club, 7place Saint Michel, à Paris 5. Infos: 06.22.98.60.41. Uniquement sur réservation.

Le vendredi 25 avril Soirée-dîner fado avec Sousa Santos, Suzyet Linda Ascenção, accompagnés par Ma-nuel Miranda et Pompeu Gomes. Restau-rant O Lisboa, 90 rue Jean Jaures, à Drancy(93). Infos: 01.48.31.95.79.

Le samedi 26 avril, 20h30 Soirée fado avec Cristina Batista et NelsonDuarte, accompagnés par leurs musiciens,António Marramaque et António Reis, orga-nisée par le Centre Franco Portugais deBourges, pour le 40ème anniversaire de laRévolution des Œillets. Au Centre sociocul-turel de St Doulchard (18). Possibilité dedîner+spectacle. Infos: 06.51.89.82.76.

Le samedi 26 avril Concert de Ana Moura / Desfado, organisépar le Consulat Général du Portugal à Parisavec le soutien de la banque BES. Théâtrede Neuilly, 167 avenue Charles de Gaulle,à Neuilly-sur-Seine (92). Concert gratuit.Invitations à demander au Consulat du Por-tugal: 01.56.33.81.00.

Le dimanche 27 avril Dîner fado avec Sousa Santos et LúciaAraújo, accompagnés par Manuel Corgas etNuno Estevens. Restaurant Le Moulin Vert,34bis rue des Plantes, à Paris 14. Infos: 01.45.39.31.31.

Le samedi 28 avril Soirée fado (repas + concert), organisé parl’Association Culturelle et Sportive Portu-gaise de Poissy avec Toni do Porto et AnaPaula, accompagnés par Manuel da Silva etVictor do Carmo. Au Boucanier, 32 avenueEmile Zola, Péniche sur les bords de Seine,à Poissy (78). Infos: 06.51.55.93.64.

Le mardi 29 avril, 20h30 Concert de Katia Guerreiro dans le cadred’une Semaine Culturelle Portugaise orga-nisé par l’APCS, à l’occasion du 40ème an-niversaire de la Révolution des œillets.Centre Culturel Les Passerelles, 15-27 rueSaint Clair, à Pontault Combault (77).

Le vendredi 25 avril, 21h00 Commémoration des 40 ans de la Révolu-tion Portugaise avec un concert gratuit de

Irina Costa, Héléna Sarmento, AndréaTeixeira et Musicorba. Organisé par l’Asso-ciation Culture Portugaise Rosa dos Ventos.Au Théâtre Jacques Prévert, 134 rue Ana-tole France, à Aulnay-sous-Bois (93).Infos: 01.58.03.92.75.

Le samedi 26 avril, 20h30 Concert ‘Projecto Enraizarte’, suivi d’uncocktail dinatoire organisé par l’associationLusophonie. A la MJC du Laü, à Pau (64).

Le samedi 26 avril, 19h00 Fête des 40 ans de la Révolution, organiséepar Cantares de Noisy-le-Grand. Repas ty-pique portugais, animation bal tous publics.Espace Michel Simon, 36 rue de la Répu-blique, à Noisy-le-Grand (93). Infos: 06.73.89.89.45.

Le samedi 26 avril Repas d’anniversaire des 40 ans de la Ré-volution des œillets, organisé par l’associa-tion Les œillets de la liberté. Sallepolyvalente de Ménetrol (63).

Le samedi 26 avril, 21h00 Spectacle de Bombocas, suivi d’un balanimé par Zé Avlis et les groupes de folkloreMocidade Verde Minho de Saint Martind’Hères, Saudades de Portugal de Voreppe,Flores do Norte de Pont de Claix, Alegriado Minho de Tullins-Fures et Estrelasde Portugal de Tullins, organisé par lesAmis et Originaires du Portugal et Mo-cidade Verde Minho. Salle l’HeureBleue, rue Jean Vilar, à Saint Martind’Hères (38).

Le samedi 26 avril, 19h00 Commémoration des 40 ans de la Révo-lution des Œillets, avec une soirée dîneranimée par cantares à desgarrada et unbal animé par Pedro & Igor et le ‘duogrupo’. Organisé par l’association Cultu-relle Portugaise de Courbevoie. StadeJean Pierre Rives, Salle Emilie le Pennes,89 Bl de Verdun, à La Garenne Colombes(92). Infos: 01.47.89.34.64.

Le samedi 26 avril, 21h30 Commémoration des 40 ans de la Ré-volution des Œillets du 25 avril 1974,avec Elena Correia et ses danseuses,Eduardo Sant’Ana et ses danseuses etun bal animé par le groupe David Cor-reia. Organisé par l’Association Franco-Portugaise, Salle Espace Florian, 9 av.

Albert Viger, à Chateauneuf-sur-Loire(45). Infos: 06.83.22.92.26.

Le samedi 26 avril, 20h00 Soirée-repas dansant animé par le groupeEnigma. Organisé par l’AGLHL, Salle AnneFranck, à Lonjumeau (91).

Le dimanche 27 avril, 15h00 Après-midi dansante avec Artur GostinhoBrito et Romarias do Minho de Drancy. Or-ganisé par l’Association Drancéenne desAmis du Portugal. Espace Culturel du Parc,rue Sadi Carnot, à Drancy (93). Infos: 06.09.30.10.77.

Le dimanche 27 avril, 10h00 Concert de la Philharmonique Portugaise deParis et dégustation offerte de produits por-tugais, organisé par Cantares de Noisy-le-Grand. Espace Michel Simon, 36 rue de laRépublique, à Noisy-le-Grand (93). Infos: 06.73.89.89.45.

Le samedi 3 mai, 20h00 Dîner dansant animé par Céline et ses dan-seuses ainsi que le groupe Enigma. Orga-nisé par l’Association Franco PortugaiseSportive et Culturelle, Salle des FêtesPierre Martin, rue du Docteur Calmette, àVilleneuve-le-Roi (94). Infos: 06.80.87.44.50.

Le dimanche 27 avril, 14h30 Terras do Minho de Kremlin-Bicêtre, Floresda Madeira de Ormesson, Danças e Can-tares de Montesson, Juventude de Ville-neuve-le-Roi, Aldeias dos Sargaçeiros dePierrelaye et Juventude Portuguesa deParis 7, organisé par l’Association Folklo-rique Jeunesse Portugaise de Paris 7. Salledes Fêtes de la Mairie du 15ème, 31 ruePéclet, à Paris 15. Infos: 01.45.54.06.11.

Le dimanche 27 avril, 14h00 Festival de folklore pour le 29ème anniver-saire du groupe «Flores do Norte» de Bal-lancourt, avec les groupes: Flores do Nortede Ballancourt, Casa da Barca de Thoiry,Aldeias do Minho de Malakoff, Andorinhasde Portugal de Villejuif, Os Dançarinos doTâmega de Paris 12, Terras de Valdevez deMassy Palaisseau et Aldeias do Minho deDraveil. Déjeuner à partir de 12h00 sousréservation au 06.18.42.49.69. Salle desFêtes Daniel Salvi, 2 rue des Colombes, àBallancourt (91). Entrée libre.

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