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Sessão 2: os temas a serem abordados
2. A visão econômica dos planos da década de 1980 em contraponto com os antecedentes; endividamento público e processo inflacionário; choques externos e planos de estabilização.
Temas:
2.a. Aspectos internos da crise externa dos anos 80 e o aparecimento dos planos estabilização x desenvolvimento
2.b. O debate em torno da questão inflacionaria e a ideia de inflação inercial
2.c. O contexto externo e as diferenças entre os planos de estabilização (Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e II e Real)
Exemplo de questões para a sessão 2 2.a. Comente a seguinte afirmação: nos primeiros anos da década de 1980 ocorreu um fortíssimo choque externo que, juntamente com a política de ajuste implementada para enfrentá-lo, provocou a fragilização financeira do setor público. 2.a. Compare as políticas de estabilização do período 64/67 com as políticas adotadas na segunda metade dos anos 80. 2.b Qual a fundamentação teórica dos planos heterodoxos inaugurados com o Plano Cruzado do governo Sarney? 2.c. Os planos de estabilização econômica das décadas de 1980 e 1990 compreenderam medidas ortodoxas e heterodoxas. Discuta os planos Cruzado, Collor e Real, explique a estratégia e avalie os resultados de cada um 2.c. A escassa liquidez internacional na década de 1980, ao contrário do que ocorreu na década anterior e na posterior, foi uma das razões fundamentais para o insucesso do Plano Cruzado de combate à inflação, diferentemente do que ocorreu no Plano Real. Você concorda com essa afirmação? Justifique.
2.a. Aspectos internos da crise externa dos anos 80 e o aparecimento dos planos estabilização x desenvolvimento
4
A Crise da dívida externa e sua solução externa
• A partir de agosto 1979, o FED adotou uma política monetária mais restritiva, visando conter a tendência de desvalorização do dólar. • Depois quando Reagan assumiu, elevou ainda mais as taxas de juros e transformou os EUA no grande
absorvedor da liquidez mundial.
Elevação do custo da divida externa e dificuldades para renovação dos empréstimos externos
Os países (Brasil) foram obrigados a entrar em uma política de geração de superávits externos.
controle da absorção interna – redução das importações e estimulo as exportações
Politica monetária apertada, elevação dos juros
Desvalorização cambial
Tb materialização dos investimentos do II PND
Balanço de Pagamentos: Brasil 1977 – 1985 (US$ bi)
Ano
Balança Comercial
Serviços Balança de
Trans. Correntes
Balança de Capital
Saldo BP
Exportações Importações Saldo
1977 12 -12 0 -5 -5 6 1
1978 12,6 -13,6 -1 -6 -7 11 4
1979 15,2 -18 -2,8 -7,9 -10,7 7,6 -3,2
1980 20,1 -22,9 -2,8 -10 -12,7 9,6 -3,1
1981 23 -22 1 -13 -12 12 0
1982 20 -19 1 -17 -16 12 -4
1983 22 -15 6 -13 -7 7 0
1984 27 -14 13 -13 0 6 7
1985 26 -13 12 -13 0 0 -0,5
6
Conta Capital e Dívida externa Brasil (1978 - 1999)
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1978 1983 1988 1993 1998
Co
nta
Cap
ital
-50
0
50
100
150
200
250
Div
ida
exte
rna
Conta Capital Divida externa
Taxas de crescimento Brasil: 1973 - 1985
-10,00
-5,00
0,00
5,00
10,00
15,00
1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985
O (des) ajuste interno fruto do ajuste externo
• Situação externa e seu ajuste possui dois tipos de impactos sobre contas publicas • Elevação do custo da divida e problema na
obtenção dos recursos para fazer frente a este custo •Natureza da politica econômica para fazer frente ao
ajuste externo tem implicações negativas sobre as contas publicas
9
Problema interno do ajuste externo
80% da dívida externa era pública • Ônus da ampliação dos juros internacionais impacto sobre Balanço de Pagamentos mas também
diretamente sobre contas publicas
• Impacto das desvalorizações cambiais sobre divida/juros externos pagos pelo governo
Problema é ainda maior pois a maior parte da geração do superávit comercial, e portanto dos dólares necessários ao pagamento dos juros, era privado.
Problema forma pelo qual estado se financia para adquirir estes dolares
• Alternativas para o governo adquirir divisas: • gerar superávit fiscal – inviável.
• emitir moeda – incompatível com a política de controle da absorção interna.
• endividar-se internamente – foi o que aconteceu em condições cada vez piores
• transformação da dívida externa em dívida interna.
• Este processo acelerou a deterioração das contas públicas e ampliou o grau de indexação da economia.
INDICADORES MACROECONÔMICOS: 1980-1984
ANO PIB INFLAÇÃO DÍVIDA EXTERNA
DÍVIDA INTERNA FEDERAL
(% PIB)
1980 9,3 110,2 53.847 6,7
1981 -4,2 95,2 61.410 12,6
1982 0,8 99,7 70.197 16,1
1983 -2,9 211,0 81.319 21,4
1984 5,4 224,7 91.091 25,3
11
A situação fiscal do setor público se deteriora por várias razões:
• Impacto direto e indireto das contas externas nas internas i. As taxas de juros internacionais em elevação são em boa parte custos do governo
ii. as maxidesvalorizações aumentavam o custo interno do serviço da dívida externa.
iii. Elevação da divida pública com juros elevados – tb custo financeiro grande
• Formato do ajuste interno (redução da absorção doméstica e estímulos às exportações ) também prejudica as contas publicas:
iv. a transferência de recursos produtivos com drive exportador significava uma redução da base tributável e/ou renúncia fiscal; • Recessão – diminui base tributável (apesar de aumento de impostos)
• Exportação menos tributável – objeto de incentivos fiscais (renuncia fiscal)
v. as taxas de juros interna elevadas encareciam a rolagem da dívida
vi. Controle dos preços públicos – amplia déficit das estatais
vi.a aceleração inflacionária diminuía a arrecadação (Efeito Olivera-Tanzi).
12
A inflação nos anos 80
• Pastore – Presidente do Banco Central (8/83 -3/85) • 1984: incomodado com resistência da inflação apesar do
arrocho monetário que se estava praticando
• Mesmo período economistas PUC-RJ • André Lara Resende e Francisco Lopes
• Curva de Phillips não vale
• Inflação – insensível ao “hiato do produto”
Problema com a natureza da inflação no Brasil
13
Brasil: Inflação (1973 – 1985) Taxas anuais (%)
0
50
100
150
200
250
1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985
Tendências
Choques
2.b. O debate em torno da questão inflacionaria e a ideia de inflação inercial
Segunda metade dos anos 80, Inflação passa a ser o
principal alvo dos economistas
Debate sobre inflação inercial
• Desvencilha-se, em parte, do antigo rotulo:
estruturalismo x monetarismo
• Debate dos anos 80 alinha:
• Ortodoxos: • antigo diagnostico, acrescido da perspectiva expectacional
• Aprofundar antigas receitas: aperto monetário e recessão
• Heterodoxos: • Posições variadas
• Receitas não convencionais
• Ortodoxos problema:
• recessão de 81/83 inócua em relação à inflação
• Associados ao regime autoritário
Inflação inercial: choque x tendência
• Em processos inflacionários crônicos a inflação possui dois componentes: • Tendência: componente que se reproduz (inércia)
• Choque – responsável pela alteração do patamar inflacionário
• Inflação puramente inercial: inflação estável
Brasil: Inflação (1973 – 1985) Taxas anuais (%)
0
50
100
150
200
250
1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985
Tendências
Choques
-10,0000
-5,0000
0,0000
5,0000
10,0000
15,0000
20,0000
25,0000
30,0000
35,0000
40,0000
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Inflação no Brasil : diferentes indicadores mensais 1995-2012
IPC FIPE
IPCA IBGE
IPC - FGV
-10,0000
-5,0000
0,0000
5,0000
10,0000
15,0000
20,0000
25,0000
30,0000
35,0000
40,0000
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Inflação no Brasil : diferentes indicadores 1995-2012
IPC FIPE
IPCA IBGE
IGP - FGV
IPA - FGV
IPC - FGV
Brasil: Inflação (1973 – 1985) Taxas anuais (%)
0
50
100
150
200
250
1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985
Tendências
Choques
Distribuição de renda e inércia
• Natureza dos choque: • demanda,
• custo
• busca de alteração da posição distributiva relativa
• Com inflação inercial • Mecanismos de indexação • Conflito distributivo passivo
• Com inflação inercial – perfil da distribuição só pode ser captado ao longo de um dado período de tempo
• Em um dado momento – situação distorcida
Inflação e Conflito distributivo
L.C.Bresser Pereira e Y. Nakano (1983) “Fatores aceleradores, mantenedores e sancionadores da Inflação”
• Palavra inércia não explicita
• Empresários, trabalhadores e burocratas
estão em constante disputa por sua
participação na renda • ninguém quer perder sua fatia da renda
• Recupera parte das idéias de Rangel
• Fatores aceleradores – aumentos de alguns preços
• alteração de preços relativos – busca de melhor participação da renda destes setores
• Fatores mantenedores - defesa dos outros agentes - mecanismos de indexação
• assincronia dos reajustes
• Problema de coordenação
UNiCAMP: anos 80
Pos keynesianos
• Formação de preços: • Flex x fix prices (mark-up)
• Crise do sistema monetário internacional e cambial brasileira • instabilidade cambial
• Taxas flutuantes de juros
• Deterioração financeira do Estado
• Elevação dos mark-ups que se perpetuam com base na indexação
O que fazer ?
Duas formas de atacar inflação inercial
• Receituário ortodoxo: • Choques desaceleracionistas
• quebrar a inércia inflacionária com choques fortes o suficiente para reverter expectativas
• Expectativas principal mecanismo informal de transmissão da tendência
• Necessário reverter expectativas ruins
• Receituário heterodoxo: • atacar diretamente a tendência
• custos da alternativa anterior muito elevados
Várias possibilidades:
Debate em torno de Tancredo Neves: 3 propostas principais na mesa:
1. Choque Ortodoxo
2. Pacto Social
3. Desindexação
Choque Ortodoxo
• Visão da Ortodoxia clássica Problema emissões, déficit público e divida publica
Necessário: • Congelamento de crédito
• Corte de gastos
• Reforma tributária
Ajuste com o FMI – parcial (só externo) • Não ataca cerne do problema fiscal brasileiro
Aprofundar ajuste e reverter expectativas
Pacto Social
Se problema principal conflito distributivo • Necessário estabilizar o conflito para isto
necessário estabelecer uma coalizão – pacto social
• Proposto por economistas da Unicamp e do PMDB
• Vem junto com processo de redemocratização e promoção de um acordo arbitrado pelo governo
• Se todos concordassem em não aumentar seus preços e elevarem seus mark-up – inflação viria abaixo
Necessário ação para diminuição da incerteza, ampliação horizonte de cálculo, renegociação da dívida externa e ajuste patrimonial do Estado
Desindexação
• Problemas mecanismos formais e informais de indexação • Pacto social difícil de se construir
• Desindexação – pacto de adesão não voluntaria
• Duas opções de combate: a) Choque heterodoxo (congelamento)
Francisco Lopes
a) Proposta Larida
(desindexação por indexação total)
Persio Arida e A. L. Resende
31
A Economia na Nova República
• Ambiente de redemocratização
• Brasil excluído do fluxo de capitais internacional
• Combate à inflação meta principal • Diferentes planos de estabilização
• Cruzado (1986) – Funaro/Sarney
• Bresser(1987) – Bresser/Sarney • 1988 – Feijão com Arroz – Mailson/Sarney
• Verão (1989) – Mailson/Sarney
• Collor I (1990) – Zélia/Collor
• Collor II (1991) – Zélia/Collor • 1992-1993 – “Plano Nada” – Marcilio M. Moreira e outros – Collor/Itamar
• Real (1994)
32 -10
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1984
01
1984
10
1985
07
1986
04
1987
01
1987
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1988
07
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04
1990
01
1990
10
1991
07
1992
04
1993
01
1993
10
1994
07
1995
04
1996
01
1996
10
1997
07
1998
04
1999
01
1999
10
2000
07
2001
04
2002
01
2002
10
ÍNDICE GERAL DE PREÇOS - DI: 1984-2003
TAXA MENSAL
PL
AN
O C
RU
ZA
DO
PL
AN
O B
RE
SS
ER
PL
AN
O V
ER
ÃO
PLANO COLLOR
PL
AN
O R
EA
L
2.c. O contexto externo e as diferenças entre os planos de estabilização (Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e II e Real)
34
A Economia na Nova República
• Ambiente de redemocratização • “democracia resolve tudo”: da
inflação às agruras sociais
• Herança econômica • Inflação • Crescimento em 84 (5,4%) com
superávits comerciais depois da recessão do início da década
• Brasil excluído dos fluxos de capitais internacionais
•Combate à inflação meta principal • Diferentes planos de estabilização
• Cruzado (1986) – Funaro/Sarney • Bresser(1987) – Bresser/Sarney
• 1988 – Feijão com Arroz – Mailson/Sarney
• Verão (1989) – Mailson/Sarney • Collor I (1990) – Zélia/Collor • Collor II (1991) – Zélia/Collor
• 1992-1993 – “Plano Nada” – Marcilio. M. Moreira
• Real (1994) – FHC-Ricupero/Itamar
35
Plano Cruzado (28.02.86): medidas
• Substituição da moeda: cruzeiro (1000) por cruzado (1)
• Congelamento preços • Energia elétrica – realinhamento justo
antes • Lista SUNAB – fiscais do Sarney
• Conversão salários: • poder de compra últimos 6 meses +
abono 8% + gatilho (20% no IPC-IBGE) • Salário mínimo abono de 16% (CZ$ 804) • Dissídios anuais: 60% da CM • Cria seguro desemprego
• Fixação da taxa de câmbio • sem desvalorização prévia (1US$ = CZ$
13,77)
• Aluguéis – recomposição pelo valor real médio
• Diferentes regras para ativos financeiros • ORTN transformada em OTN
• CM - anual
• Proibida indexação para contratos inferior a 1 ano
• Tablita para contratos prefixados
• Caderneta de poupança, FGTS e PIS rendimento trimestral
• Deslocamento do índice de preços
• Não existência de metas monetárias e fiscais: política expansionista • Expansão monetária – excesso na remonetização • Não problemas fiscais (debate))
36
Problemas do Cruzado
• Inflação não puramente inercial • Debate em torno da política salarial (média, abono e gatilho) • Ensinamentos:
• Problemas de desequilíbrio com congelamento • cuidado com problemas distributivos • Nem tudo é congelável • Tempo de congelamento (processo de descongelamento)
• necessidade controlar demanda agregada • Políticas monetárias e fiscais não podem ser passivas
• atenção com as contas externas • Espaço para “encaixar” crescimento (importações e financiamento)
• Heranças • Expectativa de congelamento e ampliação dos processo de fuga de ativos • perda de apoio político
29 de abril de 1987 – troca de Dílson Funaro por Bresser Pereira no
Ministério da Fazenda
12 de junho de 1987 – lançado Plano Bresser
Plano Bresser
• Plano hibrido e de emergência
• Conter aceleração
inflacionária • inflação inercial e
de demanda • Combinação de
políticas heterodoxas e ortodoxas
• medidas: • Congelamento salários e preços por 3 meses
• Realinhamento anterior de Preços públicos (EE, gasolina, telefone, aço)
• Seguido de uma fase de flexibilização e depois descongelamento
• Fim do gatilho e cria URP para reajuste de salários pós congelamento
• URP – media de três últimos meses da inflação • Repassado para os três meses seguintes (reajuste mensal com
defasagem ) • Tablita (sem troca de moeda) • Desvalorização cambial (não congelamento – não fixa)
• Política monetária ortodoxa • Juros positivos – controle de demanda e especulação com
estoques • tentativa de controle fiscal
• Aumento de tarifas, eliminação de subsídios, corte de gastos (investimentos públicos)
He t eredoxas
O
r
t
o
d
.
39
Do Plano Bresser ao Feijão com Arroz (1)
• Início do Bresser – queda da inflação 26 para 3 (julho) depois 6,5 (agosto) • Congelamento não respeitado (remarcações preventivas e não fiscalização) • Inflação volta a subir pouco a pouco: dezembro 14%
• Contas externas menos problemas • Exportações e agricultura mantém crescimento
• Funcionalismo – não contenção do déficit • Não aprovação reforma fiscal (tributária)
• pede para Sair
Problemas do Plano Bresser
no descongelamento: reposições salariais, reindexação
Fragilidade da contenção monetária e fiscal Fragilidade política: passagem de 4 para 5 anos de mandato
Troca de Bresser Pereira por
Mailson da Nóbrega em janeiro de 1988
41
Do Plano Bresser ao Feijão com Arroz (2)
• Maílson: início arroz com feijão • Nenhuma mágica: contenção da aceleração inflacionária de
modo ortodoxo (gradualista) – segurar em 15%
• Segurar monetário, conter funcionalismo
• Inicio OK, depois dificuldades
setor publico (perspectiva com Constituição),
choque agrícola
Dificuldade com monetário devido a Balança comercial, apesar do fim da moratória (fevereiro)
Plano Verão – Novamente um plano hibrido
• Ortodoxia: controle DA Juros altos e queda no
déficit público • Redução de custeio, reforma
administrativa • Limitação na emissão de
títulos • Restrição de crédito
• Desvalorização e fixação da
taxa de cambio
• Heterodoxia: • nova moeda o Cruzado Novo,
• congelamento preços e salários
Plano Verão – Novamente um plano hibrido
• Ortodoxia: controle DA Juros altos e queda no
déficit público • Redução de custeio, reforma
administrativa • Limitação na emissão de
títulos • Restrição de crédito
• Desvalorização e fixação da
taxa de cambio
• Heterodoxia: • nova moeda o Cruzado Novo,
• congelamento preços e salários • Indeterminado
• Reajuste prévio de preços públicos
• Salários: Media 12 meses e aplicação URP janeiro
• Nova troca de índice
• Radicalização da desindexação • Reforma monetária – Cruzado Novo (1000
cruzados)
• Paridade com dólar • Fim URP, OTN, gatilho etc.
O Fim do Governo Sarney
• Verão: curta duração • Não houve ajuste fiscal e ocorreu descontrole
monetário
• Inflação cai em fevereiro e volta a acelerar
• Reaceleração inflacionária: Rumo à Hiperinflação
• Não coordenação (fim OTN s e indexadores)
46
O Governo Collor: Problemas Iniciais
• Insucesso dos Planos Heterodoxos
• Condições externas frágeis
• Fragilidade financeira do Estado • condições de financiamento da elevada divida publica
• Elevação da liquidez dos haveres não-monetários • Possibilidade de monetização com pressão inflacionária
• Política monetária ineficaz
• Moeda Indexada – liquidez absoluta e remuneração • contas remuneradas: depósitos bancários aplicados em títulos no
overnight)
• Recompra (Zeragem) automática – go around
• No dia da posse (15.3.90) lança “Plano Brasil Novo”
Cinco conjunto de medidas
1. Políticas de renda
2. Reforma administrativa e privatização
3. Reforma fiscal
4. Reforma do comércio exterior
5. Reforma monetária
• Ponto central: • Eliminar déficit público e retomada de controle sobre a oferta de
moeda derrotariam a inflação • Reformas estruturais recolocam economia em novo padrão de
desenvolvimento
48
Reforma Monetária • Restaura o cruzeiro, feriado bancário, alteração da CM
• Bloqueio de depósitos (MP 168) • Depósitos à vista e poupança o que for acima de nCz50 (US$1200)
• Depósitos à prazo, letras de cambio, debêntures, fundos de renda fixa e aplicações de curto prazo (20% ou 50)
• Bloqueados por 18 meses e transferidos para BC em conta especial (VOB- Valores à ordem do banco Central) • valores indexados à BTN e recebem 6% de juro anual. Resgatados
depois em 12 parcelas mensais
• Por dois meses pode usar para pagar impostos
• Ministério pode liberar em condições relevantes
• Pode usar para pagar dividas contraídas anteriormente – transferência de titulariedade
Plano Collor problemas
49
• Impacto inicial:
• Desestruturação do sistema produtivo – Retração do PIB
• Problemas:
• Expansão da liquidez posterior : • Acerto no estoque comprometido com expansão posterior:
• arrependimento, “Torneirinhas” – era possível ?
• Não se viabilizaram mecanismos para controle dos novos fluxos monetários e não existe alteração sobre regras • Acerta o estoque mas não o fluxo
• Deterioração da balança comercial sem financiamento na Balança de capitais • Forte desvalorização cambial
• Persistência da aceleração inflacionária no início de 1991, com dificuldade crescente de financiamento do governo
50
A Transição Collor - Itamar
• Collor II: • Reforma financeira que visava eliminar o Overnight (substituído pelo
FAF) e outras formas de indexação (criação da TR)
• Congelamento de preços e salários
• Marcílio – “Plano Nada” • Não tratamento de choque ou heterodoxia
• Controle de fluxo de caixa e meios de pagamento
• Descongelamento e preparo para desbloqueio
• Reaproximação do Brasil com mercado financeiro internacional
• Elevação das taxas de juros: Forte ingresso de capitais e ampliação das reservas
• Inflação mantida em patamares elevados
51
O Plano Real
• Plano Real: 3 fases: a) Ajuste fiscal prévio
• Corte de despesas (PAI), aumento de impostos (IPMF), diminuição de transferências (FSE)
b) Indexação completa da economia URV • URV – unidade de conta com paridade fixa com o dólar
• conversão dos preços e rendimentos
• Sistema bi-monetário, tentativa de simular efeitos de uma hiperinflação em um moeda sem prejudicar a outra e alcançar sincronia de preços • Bimetalismo parcial
c) Reforma monetária – Real • Quando preços “urvizados” troca URV por Real
52
A Condução do Plano Real: 3 períodos
• Período 1 (Itamar) • Ancora Cambial
• Valorização cambial, • Crescimento
• Período 2 (FHC 1) • Ancora Monetária
• Juros elevados • Desemprego
• Estabilidade real cambio
• Período 3 (FHC 2) • Três Pilares
• Superavit Primario • Metas de inflação
• Cambio flexível
Crise do México 1995
Crise cambial à Brasileira 1999
Ancoras múltiplas e flexíveis ???
Pressupostos do Plano Real
• Inflação: caráter inercial • aproxima-se da proposta Larida (reforma monetária)
• Pré condições – Contexto • Reformas e Ambiente mais concorrencial
• Financiamento externo
• Cuidado com erros anteriores: • Adoção gradualista;
• não congelamento mas substituição “natural” da moeda
• Relacionamento com sociedade e mercado • Acopla-se forte conteúdo ortodoxo
• condução • Problemas com déficit público,
• Cuidado com explosão do crescimento, • Tratamento ao setor externo
Conta Capital e Dívida externa Brasil (1978 - 1999)
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1978 1983 1988 1993 1998
Co
nta
Ca
pit
al
-50
0
50
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150
200
250
Div
ida e
xte
rna
Conta Capital Divida externa
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
mar
/90
mai
/90
jul/9
0
set/9
0
nov/
90
jan/
91
mar
/91
mai
/91
jul/9
1
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91
jan/
92
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/92
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/92
jul/9
2
set/9
2
nov/
92
jan/
93
mar
/93
mai
/93
jul/9
3
set/9
3
nov/
93
jan/
94
mar
/94
mai
/94
RESERVAS INTERNACIONAIS BRASILEIRAS - CONCEITO LIQUIDEZ: 1990-1994
Fonte: Banco Central