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PROIBIDA A VENDA Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – Ano 20 – nº 131 Distribuição Gratuita Adolescência E a Idade Chega... Cenário de Conflitos Vamos Fazer o Evangelho? Ressurreição e Reencarnação Aborto: Ficção... ou Realidade? Homenagem: Allan Kardec; Roque Jacintho Livros: Intervalos; Pestalozzi Um Romance Pedagógico; O Incendiário de Hebron Nesta edição

Gabriel Delanne · François Marie Gabriel Delanne O Espiritismo perante a Ciência “Oh! Deus Poderoso, ... O Espiritismo Perante a Ciência | FEB primeira parte. 4

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PROIBIDA A VENDA

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – Ano 20 – nº 131Distribuição Gratuita

• Adolescência• E a Idade Chega...• CenáriodeConflitos• Vamos Fazer o Evangelho?• Ressurreição e Reencarnação• Aborto: Ficção... ou

Realidade?• Homenagem: Allan Kardec;

Roque Jacintho• Livros: Intervalos; Pestalozzi

Um Romance Pedagógico; O Incendiário de Hebron

Gabriel Delanne

primeira parte

Nesta edição

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Editorialeditorial

Publicação TrimestralDoutrinária-espírita

Ano 20 – nº 131Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas “Amor e Esperança”CNPJ: 03.880.975/0001-40

Inscrição Estadual: 146.209.029.115

Seareiro é uma publicação trimestral, destinada a expandir a divulgação daDoutrina Espírita e a manter o intercâmbio entre os interessados em âmbito mundial. Ninguém está autorizado a arrecadar materiais em nosso nome, a qualquer título. Conceitos emitidos nos artigosassinadosrefletemaopiniãodeseu respectivo autor. Todas as matérias podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

Direção e RedaçãoRua dos Marimbás, 220

Vila GuacuriSão Paulo – SP – Brasil

CEP: 04475-240Tel: (11) 2758-6345

E-mail: [email protected]: www.espiritismoeluz.org.br

Conselho EditorialReinaldo Gimenez

Rosangela Araújo NevesSilvana S.F.X. Gimenez

Vanda NovickasWilson Adolpho

RevisãoConselho Editorial

Jornalista ResponsávelEliana Baptista do Norte

Mtb 27.433

Diagramação e ArteReinaldo Gimenez

Silvana S.F.X. Gimenez

Imagem da CapaDisponível em: <https://upload.wikimedia.

org/wikipedia/commons/9/99/Gabriel_Delanne.jpg> Acesso em: 01 mar. 2018.

Tiragem9.000 exemplares

Distribuição Gratuita

ÍNDICEGrandes Pioneiros: François Marie Gabriel Delanne - p. 3Livro em Foco: Intervalos - p. 9Canal Aberto: CenáriodeConflitos-p.10Kardec em Estudo: Ressurreição e Reencarnação - p. 11Família: E a Idade Chega... - p. 11Homenagem: Allan Kardec; Roque Jacintho - p.13Aconteceu NEEAE: Comemorações do Natal - p.13Contos: Vamos Fazer o Evangelho? - p. 14Aos Jovens: Adolescência - p. 15Aborto: Ficção... ou Realidade? - p. 16Cantinho do Verso em Prosa: Fica Conosco, Senhor! - p 18Clube do Livro: Pestalozzi Um Romance Pedagógico; O Incendiário de

Hebron - p. 19

Periodicamente, são realizadas, em várias partes do Brasil, as feiras de livros espíritas.

É uma oportunidade muito boa para que o leitor tome conhecimento do grande leque de títulos que existe para leitura.

No Estado de São Paulo, as duas maiores feiras são realizadas na cidade de Santo André, pela Creche Amélia Rodrigues e, na cidade de Araras, pelo IDE – Instituto de Difusão Espírita.

Todos nós, espíritas ou simpatizantes, não podemos perder a chance de visitar as feiras que são realizadas em diversos locais, pois, além de adquirirmos livros com grandes descontos (de até 70%), podemos conversar com os frequentadores sobre os diversos assuntos envolvendo a Doutrina Espírita, já que todos os que estão ali, estão envolvidos com ela.

Embora as feiras acima citadas sejam de grande porte, deixamos aqui o nosso incentivo para que os centros espíritas promovam as suas feiras de livros espíritas, mesmo que seja muito pequena e atinja somente os frequentadores do próprio centro.

Será um incentivo para que as pessoas leiam mais sobre a Doutrina Espírita e, também, uma forma de se angariar fundos para as atividades, além de ser uma agradável oportunidade para que as pessoas se reúnam para uma conversa saudável.

Fica sempre o alerta deixado por Jesus: “Guardai-vos dos escribas que gostam de andar com vestes compridas”. (Marcos, 12:38)

No livro Caminho, Verdade e Vida, Emmanuel comenta: “Jesus referia-se não só aos intelectuais ambiciosos, mas, também, aos escritores excêntricos que, a pretexto de novidade, envenenam os espíritos com as suas concepções doentias, oriundas da excessiva preocupação de originalidade”.

Já no livro Estude e Viva, o mesmo Emmanuel nos recomenda: “Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade de sua própria divulgação”.

Equipe Seareiro

3Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

François Marie Gabriel DelanneO Espiritismo perante a Ciência“Oh! Deus Poderoso, que minha razão ao menos

compreenda, Criador de todas as coisas!Não te posso definir, mas te adoro em tuas obras.Anulo minha personalidade de pensante diante de ti,

sei que, por menor que me tenhas feito, tu me vês e me sustenta e que, por tua ajuda, chegarei à perfeição.

Eis porque bendigo teu nome, ó Pai Criador de todas as coisas!”

Gabriel DelanneFinal de um discurso sobre a, Existência de Deus, feita

comovidamente por Gabriel Delanne.

As charmosas ruas de Paris com seus cafés, suas lojas com manequins envolvidos por belas roupas e acessórios chamando, como sempre, as atenções das pessoas circulando à procura de seus interesses, demonstra, também, comércios mais simples em ruas modestas. E é aí que uma pequena loja de produtos de higienesesalientapelafisionomiacarismáticadeseusproprietários, o senhor Alexandre Delanne e sua alegre esposa dona Marie Alexandrine Didelot.

O senhor Alexandre viajava constantemente para manter seu estabelecimento atualizado e os produtos de higiene com as aparências e aromas atraentes à clientela. Neste ponto, dona Marie era muito exigente e, com isto, sabia controlar os negócios.

Para manter a loja com os melhores produtos de limpeza, o senhor Alexandre fazia muitas viagens às cidades vizinhas, nas quais a preparação dos materiais era de boa qualidade e de aromas suaves. Os fregueses eram constantes e fiéisaesteestabelecimentonoqual,acimade tudo, eram bem recebidos.

Cabia à dona Marie cuidar da loja e dar toda a atenção não só aos clientes, como tambémaofilhinhodocasal,obebêGabriel,que ficava no carrinho, atento a tudo e atodos que lhe faziam agrados. A vinda do menino Gabriel completou a felicidade do

casal Delanne. Embora as preocupações da ausência do marido, quando viajava, Marie agradecia a Deus por ver o seu sonho de ser mãe realizado.

Certa ocasião, Alexandre soube que, na cidade de Caen, estavam comercializando bons produtos de higiene a preços baixos para revendedores. Consultando a esposa, esta achou que seria mais um local para ser visitado e, quem sabe, de melhor qualidade. E assim, elepartiue,comosempre,aobeijarofilhinho,dizia-lhebaixinho:

— Cuide bem da mamãe!O menino, entre palminhas, sorria para ambos.Chegando ao local, Alexandre sentiu um desejo

imenso de tomar café, e isto lhe foi sugerido pelos seus olhos que tinham visto um estabelecimento de nome, Café do Grand Balcon.

Era uma manhã de domingo e a casa estava lotada. Com calma, ele conseguiu uma mesinha, onde dois senhores ali se encontravam e, vendo-o em pé, o convidaram para fazer parte dos comestíveis do saboroso café ali servido. Sem cerimônias e muito agradecido, Alexandre sentiu-se a vontade. Em meio às conversações, ele soube que a casa comercial que procurava era bem próxima ao café, onde se achava. O assunto prosseguia quando, um dos senhores, per-guntou-lhe se já havia ouvido algo a respeito da religião Espírita ou sobre o Espiritismo.

Delanne, meio confuso, respondeu-lhe que não e, logo em seguida, acrescentou que pouco entendia de aspectos religiosos.

Um deles, mais esclarecido, falou:— Este é um assunto muito sério, pois

já está sendo provada a comunicação dos Espíritos entre os vivos. Delanne, meio assombrado, falou:

— Como isto?... Eu não estou zombando, porém, como acreditar?

Não seria uma aberração contra os ensi-namentos de Deus?

O Espiritismo Perante a Ciência | FEB

primeira parte

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Posso não ser dado a rituais religiosos, mas sou temente a Deus, nosso Criador.

— Mas, respondeu-lhe o outro, pelo que estamos procurando entender, há um pensador e pesquisador do assunto, chamado Allan Kardec, que já fundou, em Paris, uma Sociedade Espírita e que há obras escritas por ele, elucidando este assunto e causando muitas polêmicas entre os religiosos. Eu confesso que estou muito curioso e vou procurar saber se há verdade sobre estas comuni-cações de “mortos”, falarem com os vivos! Será?

Você, amigo, que está tão próximo, procure encontrar esse homem, Allan Kardec.

Após concluir seus negócios, Alexandre volta ao lar, ansioso para contar à esposa a conversa sobre o Espiritismo que tivera com os dois companheiros do es-tabelecimento Café do Grand Balcon. O assunto não lhe saía da mente.

Adentrando ao lar, depois da alegria em beijar o filhinho e a esposa, enquanto tomava o lanche,preparado com todo carinho por Marie, Alexandre narra-lhe o acontecido. Marie, ouvindo e analisando o fato, calmamente respondeu:

— Creio que é uma boa oportunidade de adquirirmos conhecimentos mais elevados sobre nossa vivência neste planeta de tantas lutas. Vamos procurar estes livros que lhe foram indicados e, depois, quem sabe, irmos de encontro com este pesquisador dos “mortos”. Ambos riram e Alexandre foi buscar nas livrarias aqueles tesouros, feitos em sabedoria que iriam transformar os pensamentos da família.

A procura para encontrar os livros de autoria de Allan Kardec foi prazerosa, pois, tinham em mãos, as obras O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns. De imediato, junto com a sua esposa, dedicaram dias para a leitura destas obras. Natural-mente, foram muitas as dúvidas surgidas. Aceitando a sugestão de dona Marie, foi ao encontro do autor, Allan Kardec.

Através de amigos simpatizantes do Espiritismo, soube que o professor Kardec morava na rua da Passagem Santa Ana e fora fácil encontrar a residência de Kardec. Atendido por ele, foi recebido com muito carinho e, no decorrer da conversação,

Kardec o convida para assistir a uma das reuniões realizadas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, nas noites de quartas-feiras.

Marie não cabia em si de contentamento. Quando Alexandre contou sobre o convite, de imediato ela comu-nicou-lhe que iriam a este encontro e levariam o pequeno Gabriel, pois, assim, Kardec conheceria a família inteira. Ainda sorrindo ela falou:

— Tenho uma leve impressão que este encontro nos será de grande importância para nossas vidas.

A intuição de Marie fora exata, pois assim que o mestre Kardec, junto com sua companheira Gabi, os recebeu, Kardec, levando o pequeno Gabriel em seu colo,faloucomfirmeza:

— Esta criança saberá no futuro ser um grande defensoredivulgadordoEspiritismo.Marieficoumuitocomovida.

Finda a maravilhosa visita, após muitas orientações que Kardec deixou ao casal, com respeito à Doutrina Espírita, este, ao se despedirem, falou:

— Estou sentindo o grande interesse que o casal demonstra com respeito aos estudos doutrinários,

portanto, peço-lhes que se quiserem compareçam na próxima quarta-feira, à noite, e compartilhem conosco da reunião de estudos, sobre a mediunidade.

Para Marie parecia-lhe que o tempo não passava. Ela e o marido estavam ansiosos para reverem Kardec e Gabi.

Finalmente, estavam ambos na Sociedade Parisiense ouvindo o mestre Kardec que, diante de sua esposa Gabi, pedia aos presentes que se envolvessem em orações, para que os trabalhos dou-trinários tivessem início. Após a sentida prece feita pela senhora Gabi, Kardec fez preleções importantes sobre a mediunidade.

Kardec orientava os médiuns presentes. E, após a habitual preleção sobre o assunto, pediu a todos a concentração para o exercício mediúnico. Marie orava e agradecia aos orientadores espirituais por poder sentir as emanações do Alto. Seu coração batia acelerado, quando a mão direita começou a formigar. Receosa, chamou, com um pequeno sinal, a atenção de Kardec.

O Livro dos Espíritos | FEB

O Livro dos Médiuns | FEB

5Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Este, rapidamente veio ao seu socorro. Com a explicação do mestre lionês, foi-lhe colocada, à frente, uma folha de papel e um lápis. Sem alarde, Kardec apro-ximou-se do ouvido de Marie e falou:

— Pegue o lápis e deixe-o correr sobre o papel, procurando conduzi-lo seguramente.

Alexandre, ao lado da esposa, a tudo acompanhava. Estas experiências mediúnicas, as elucidações de Kardec e as demonstrações verídicas, que foram estudadas por Kardec, deram, à sua pouca capacidade de crer na Doutrina Espírita, outra dimensão de raciocínio. Hoje, seu maior desejo, pensava, era de querer saber mais sobre a continuidade da vida. E, neste momento, ele era testemunho desta verdade, vendo sua esposa, como médium, tentando trazer uma mensagem do Além, fato do qual nunca havia admitido que pudesse acontecer.

Kardec acompanhava os movimentos da mão direita de Marie, que ora rabiscava acelerado o lápis sobre o papel, sem rumo, e, em seguida, dava pequenas pausas. Quasenofinaldostreinosmediúnicos,elereparouquepequenas palavras, quase legíveis, apareceram e, logo após, Marie deixou cair o lápis. Notando que os médiuns também voltavam aos seus próprios domínios físicos, ele deu por encerrado os treinos mediúnicos. Era, então, o momento em que a senhora Gabi fazia os comentários alusivos às comunicações ali realizadas. Marie aguardava, ansiosa, o efeito que sentira sobre suas mãos. Olhava os rabiscos e, também, algumas palavras,quecomdificuldadespareciam-lhetersentido.Alexandre estava admirado com as explicações que Gabi comentara sobre as comunicações e a veracidade dos fatos ali vivenciados. Ele e a esposa esperavam as palavras de Kardec, sobre o que havia ocorrido com ela. Kardec já estava com os papéis em mãos. E, após examiná-los com cuidado, aproximou-se do casal e falou:

— Dona Marie, a senhora tem a mediunidade da psicografia. Podemos ler,entre estes rabiscos, três palavras distintas, quemuitosignificamparatodosnóse,princi-palmente, para o seu desenvolvimento daqui para frente; são estas as palavras: “Crede; Orai e Aguardai”.

Um enorme sorriso brotou nas faces de Marie que, num forte abraço, agradeceu ao mestre lionês. E ao se despedirem de Kardec e Gabi, Marie ouvi-o dizer:

— Procure trabalhar e estudar, porque além da senhora ser chamada para realizar uma tarefa importante da divulgação sobre a Doutrina, há, também, oexemploaserdadoaofilhinhodevocês,Gabriel.Eleveio com uma importante missão a fazer no futuro de sua encarnação.

Alexandre e Marie voltaram para casa repletos de esperanças e de planos que colocaram em prática rapidamente. Ambos concordaram em fundar um grupo, com pessoas que se unissem no mesmo objetivo: estudar as obras de Allan Kardec.

Alguns dias após este louvável acontecimento de terem recebido o incentivo do mestre lionês, Alexandre anunciava aos amigos a abertura do Centro Espírita Kardecista. O endereço era do seu próprio lar, na Rua Saint Denis, na Casa dos Banhos, São Salvador. Aos poucos, os adeptos da Doutrina Espírita foram chegando. E, logo no início, na inauguração do Centro Espírita, Alexandre deixou claro que a estrutura dos estudos seria toda voltada nas obras de Allan Kardec. As cola-borações, portanto, deveriam ser de aceitar o trabalho, sem imposições de cargos, mas, sim vindos de todos o desejo de administrar a boa vontade. E prosseguiu em seus esclarecimentos:

— Aqui ninguém sabe nada e o nosso Mestre é Jesus. Trabalhemos, então, com o crachá do Amor.

Ogrupo seguia firme nas responsabilidades que ocasal procurava manter. Alexandre, sempre que podia, levava as mensagens psicografadas, pela mediunidade de Marie, a Allan Kardec.

Este mostrava grande satisfação por sentir o desejo deAlexandreserfielàDoutrina.E,vezporoutra,Kardecpedia para que Marie e Alexandre viessem às reuniões de estudos, em que ele poderia continuar instruindo o casal. Kardec também insistia para que o pequeno

Gabriel tomasse parte dos estudos, pela vivacidade do menino, que a tudo ouvia e participava comentando algum fato ocorrido durante os estudos e pelo qual o seu interesse se voltava. Kardec sabia que Gabriel seria mais um enviado do Alto. O seu desenvolvimento espiritual, diante da madureza de seu raciocínio, teria que ser bem orientado para que as ilusõesdomundofísiconãoofizesseseperder, pelos vícios carnais.

Gabi e Kardec | Luz no Lar

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As constantes visitas do casal Delanne a Kardec e esposa os fizeram grandesamigos. E o pequeno Gabriel afeiçou-se tanto a Kardec que, assim que chegavam ao lar do mestre lionês, Gabriel se jogava nos braços de Kardec e este, por sua vez, o enchia de carícias.

Certa noite, numa das reuniões do centro do casal Delanne, receberam a visita de dois estrangeiros, que vieram indicados por um amigo de Alexandre, o senhor Ledoyens, um antigo livreiro do Palais Royal e também membro da Sociedade Espírita de Paris. Queriam eles uma orientação, mas ouvindo as instruções de Alexandre sobre os trabalhos da casa, estes aceitaram em permanecer na reunião. Após a prece final, asenhora Polet, também médium psicógrafa, mostrou a Alexandre uma estranha mensagem, a qual ninguém conseguira ler. As palavras não eram decifráveis. Então, um dos estrangeiros pediu licença para ver a comunicação escrita. E qual não foi a surpresa de todos, quando o visitante declarou que era um idioma escrito em piemontês e ele saberia traduzi-lo. E para que todos tivessem a certeza de sua boa intenção, explicou que o Piemontê era uma região localizada ao norte da Itália. E que o piemontês falado na Itália pertence ao Grupo das línguas românticas, como o francês. Mas, na Itália, para o piemontês, é reconhecida como “língua regional”.

Alexandre, assim como todos os presentes na reunião, ficou espantado, pois ninguém sabia destelinguajar e, muito menos, de sua origem.

Todos concordaram que lhe fosse concedido a tradução da mensagem. O estrangeiro agradeceu a confiança,mas pediu paraAlexandre que, ao retornarcom a mensagem traduzida, pudesse ser de forma particular. Alexandre achou viável o pedido, pois, na verdade, não atinava com o conteúdo do escrito.

Dias depois os estrangeiros voltaram, trazendo

a tradução da mensagem. Alexandre atendeu ao pedido de recebê-los em particular. Eis a mensagem:

“Vocês, es-trangeiros, estão aqui junto destas pessoas para querer provas sobre a existência da vida após a morte. Pois bem, vou dar-lhes a

prova. Vocês querem saber porque, em vida física, opus-me à publicação do livro de Charles Albert, apesar dos sucessos de suas obras. Mas, fui intransigen-te e taxativo em impedir sua publicação porque, ele mencionava nessa edição, os abusos que eram feitos no clero e do qual eu fazia parte. Vocês não sabem o sofrimento em que eu vivo aqui, nesse mundo espiritual horrível. Vivo atormentado e assediado pelas vítimas dos meus instintos perversos. Orem por mim e, por favor, não me chamem de ‘Sua Eminência, o Cardeal’. Agora sou apenas um espírito nas trevas – assinado – Lambrousquini.”

Os visitantes, diante de Alexandre, disseram que realmenteelesali foramparabuscarprovaseficaramabismados com a mensagem pois, além de ser a mais pura verdade ditada por esse clérico, ele também era um poliglota e falava muito bem a língua piemontês. Isto, paraeles,foimaisumaformadoespíritoseidentificar.

Após a partida dos estrangeiros, Alexandre achou que esse acontecimento não poderia ficar privativoe, com cautela, comentou o sucedido com Marie, sua esposa, e, principalmente, a médium, a senhora Polet, que ficou mais entusiasmada com referência aosestudos e, agradecida por ser incentivada pelo carinho que recebia de Marie, em dar continuidade ao trabalho designado pelo Alto.

Foi nesse ambiente que Gabriel cresceu, aprendendo, sobretudo, a moral cristã. Os ensinamen-tos do Evangelho, para ele, tomavam formas em sua imaginação infantil, principalmente, a imagem de Jesus.

Palais Royal, França

7Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

E sempre que se encontrava com o mestre Kardec, jogava-se em seus braços e pedia que lhe contasse a história da vida de Jesus.

Gabi, a dedicada esposa de Kardec, se comprazia desses instantes, cobrindo as mãozinhas de Gabriel com gostosas guloseimas.

Os primeiros estudos escolares de Gabriel foram no Colégio Cluny, depois frequentou o Colégio Gray, situado numa pequena cidade, onde morava uma de suas tias, que seria cunhada de seu pai.

Terminada esta fase de sua juventude, sobre estudos científicos, ele foi para a Escola Central das Artes eManufaturas.

Mas, a duração nesse curso foi de um ano, porque a situação financeira de seu pai estava difícil. Osencargos eram muitos e, embora Alexandre quisesse continuararcandocomumaboaeducaçãoaofilho,comumaprofissãocorretaedigna,tevequeserinterrompi-da. Contando com a compreensão de Gabriel, recebeu desteamaiorgratidãoqueumfilhopoderiaterparacomaqueles que lhe deram a vida. Assim falou Gabriel ao receber a notícia:

— Não se preocupe, meu pai, Deus a tudo provê. Não tenho interesses em correr atrás do supérfluo.Quero ser, acima de tudo, um bom espírita, honesto e digno, em servir a Jesus, assim como o senhor sempre me ensinou e assim procede, até hoje.

Sempre dedicado aos estudos, Gabriel seguia auxiliando seus pais nas reuniões mediúnicas, observando o desenvolvimento mediúnico dos que já frequentavam os trabalhos da casa e os que, vez por outra, apareciam, com algumas novidades que Gabriel e o pai procuravam esclarecer diante das obras Karde-quianas. Nesse particular, Gabriel, quando ficava emdúvidas, de imediato, procurava o mestre lionês, para maiores estudos.

Alexandre ficava orgulhoso por ver seu filho tãojovem e tão empenhado em fatos tão sérios, Sem dúvida, pensava, este espírito, como comentara Kardec, realmente viera com grandes tarefas a serem realizadas.

Após o desencarne de Allan Kardec, o qual abalou profundamente o meio Espírita e seus adeptos, as visitas da família Delanne à senhora Gabi se tornaram mais frequentes. Gabriel procurava, por todos os meios, atender e ajudar a senhora Gabi.

No dia 31 de março de 1880, a senhora Allan Kardec promoveu uma homenagem ao seu companheiro desen-

carnado. Em meio a muito amigos, Gabi pediu a Gabriel que,pelaprimeiravez,fizesseumasaudaçãoaKardec,quesempre lhe fora tãoafeiçoado.Gabrielficoumuitocomovido e, agradecendo ao tão esperado momento, beijando a mão de Gabi, falou:

— Senhora, farei mais; vamos ressaltar as lições de amor e respeito que este mestre sempre salientou e deixou em suas tão esclarecedoras obras. E no Cemitério Père Lachaise, diante de uma imensa platéia, ele assim se pronunciou:

— Nosso amado mestre Kardec, trazemos os corações de todos aqui presentes para lembrar seus sagrados conhecimentos em nos fazer entender a moral tãodignamentevividapeloSenhor,emnosexemplificara moral cristã. Sem falsas interpretações ensinou-nos, trazendo, à Humanidade, uma Doutrina de respostas claras e objetivas, principalmente, aos incrédulos e as soluções para os grandes problemas, sob a luz da verdadeirarazão.Asdescobertascientíficasaípoderãoencontrar o “porquê” de determinadas dores humanos.

E, terminando suas expressivas palavras, aditou: — Estaremos dispostos para divulgar continuada-

mente as suas ideias, mestre Kardec, semeando por toda parte, a eterna boa nova que seguirá com todos os adeptos ao cristianismo.

Gabriel continuava seus estudos e conseguiu seu diploma de engenheiro eletricista. Com isto empregou-se na Companhia de Ar Comprimido e Eletricidade Popp, comoengenheiroeletricista,profissãonesselocal,quedesempenhou por longos anos.

Junto de seus pais, Gabriel tomava todas as tarefas doutrinárias como o ideal maior, salientando, em todos os comentários sobre os estudos, que nunca deveriam ser deixados e relegados ao abandono.

Dizia que se fosse esse o critério, os fenômenos mediúnicos, com o tempo, desapareceriam sem nenhuma validade cristã.

Fatos interessantes começaram a surgir na Europa, entre os dirigentes de Grupos Espíritas. Tanto que os dirigentes dos grupos de estudos Espíritas, em Paris, resolveram realizar uma importante sessão, cujo objetivo seria o de programar uma reunião que envolveria a Bélgica, como organizadora pelos espíritas ali residentes e, naturalmente, contando com os espíritas franceses. Esta tentativa seria em agrupar todos os espíritas, numa ampla associação confraternativa.

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O autor dessa ideia foi outro grande baluarte do Espiritismo de sua época, Pierre Gaètan Leymarie, que nomeou Gabriel Delanne como secretário dessa importante reunião.

Gabriel recebeu a notícia com muito entusiasmo por confiar nosucesso desse evento, que tinha como presidente o próprio Leymarie, que Gabriel conhecera como um incen-tivador das obras de Allan Kardec. O importante era a difusão doutrinária no sentido da união entre os cultivadores franceses e belgas no campo Espiritual Superior, aonde viesse a prevalecer a Doutrina da Verdade Cristã.

O resultado desse empreendimento foi a criação de uma Federação Espírita Francesa e Belga, que tempos depois se tornou Federação Francesa Belgo Latina.

Dando sequência a esse entendimento entre os espíritas, surgiu o primeiro número de uma revista que foi intitulada de Le Spiritisme, na qual Gabriel Delanne, passou a ser o redator responsável pela publicação, assim como, um dos principais colaboradores da revista, O Espiritismo.

O senhor Alexandre Delanne, pai de Gabriel, que anos antes, junto ao filho, foi um dos fundadores daUnião Espírita Francesa, que fora criada em Paris, funcionando na Salle de La Redoute, cuja presidência era do doutor Josset, resolveu promover uma reunião para serem esclarecidos os mais pendentes problemas, que estavam causando sérios atritos nos movimentos espíritas.

Dentre eles, a questão de pagamentos para os dirigentes das Instituições Espíritas e aos oradores que cobravam as viagens e as hospedagens, se não fossem realizadas em suas cidades.

Gabriel não participava dessas ideias. Muito revoltado, reuniu os colaboradores mais afeitos às obras de Kardec e, com a ajuda de seu pai Alexandre, realizaram uma caravana por diversos lugares, anunciando uma séria reunião, pedindo a participação de todos os espíritas, para comparecerem a sede da União Espírita Francesa, em data anunciada por eles.

A reunião prevista aconteceu e muitosespíritassefizerampresentes.Contando com as energias positivas de seus pais, Gabriel abriu o encontro com emocionante prece, naturalmente regida pelo Plano Espiritual superior. Dona Marie, sua mãezinha, possuindo a mediunidade psicográfica e devidência, via os Espíritos Superiores, inundandoolocaldefluidosbenéficos.

Gabriel, profundamente concentrado e sabedor da res-ponsabilidade de que o momento era de esclarecimentos e não de discussões infundadas, procurou falar

serenamente:— Queremos lembrar a todos aqui presentes, que

esta reunião é para as decisões tomadas em nome de Jesus, para trabalharmos com a Verdade do Evangelho, sem comentarmos com algumas palavras pessoais, levando a interpretações errôneas, a quem possa nos ouvir.

Nesta altura, Gabriel foi interrompido por um dos presentes, que assim se pronunciou:

— Por favor, senhor Gabriel, queria ser mais claro, não consigo acompanhar o seu raciocínio. Afinal decontas, até agora as suas palavras não estão nos dando motivos para aqui estarmos. Digo isto, porque seu verbo está me parecendo uma perda de tempo...

E antes que a assembleia se manifestasse exaltada, Gabriel, com gestos serenos, falou:

— Peço a todos calma, jamais os faria perderem seus preciosos tempo.

— A nossa intenção é de procurarmos agirsemprefiéisàDoutrinaEspírita.Diantedeste propósito, seguindo os ensinamen-tos de Jesus, é o de nos depreendermos dos bens transitórios da Terra. Então a nossa questão é, por que os dirigentes de Instituições Espíritas, oradores etc cobrarem por um trabalho que não deverá nuncaserconsideradaprofissão,ou,ummeio de aumentar a renda familiar? Isto, segundo as obras de nosso mestre lionês, Allan Kardec, não faz parte dos ensina-mentos cristãos, que são bem claros em sua disposição, quando prega Jesus, “dai

Pierre Gaètan Leymarie

Revista Le Spiritisme

9Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

• BODIER, PAUL; REGNAULT, Henri. Gabriel Delanne – Sua Vida, seu Apostulado e sua obra. Tradução José Jorge. 4 ed. Ed. CELD, 2012.

• VANTUIL, Zeus. Grandes Espíritas do Brasil. 1 ed. Rio de Janeiro. Ed. FEB, 1969.

• LUCENA, Antonio de Souza; GODOY, Paulo Alves. Personagens do Espiritismo. 1 ed. Ed. FEESP, 1982.

• Imagens, acesso em: 01 mar. 2018:• http://www.parisguiden.dk/_/rsrc/1410628831140/Home/bygninger/

paris---forside/palais-royal/Palais-Royal3.jpg• https://espiritismo.es/wp-content/uploads/2016/09/biografias_pierre-

gaetan_leymaire-208x300.gif• http://www.autoresespiritasclassicos.com/Allan%20Kardec/O%20

Que%20e%20o%20Espiritismo/393px-Qu’est-ce_que.jpg

Bibliografia

de graça o que de graça recebeis”. Após estas palavras, o vozerio circulou pelo salão, abafando a palavra do pai de Gabriel, que tentava acalmar os participantes. Gabriel, inspirado pelos Espíritos Superiores, que mantinham a elaboraçãofluídicanolocal,comsuaeloquênciavocal,continuou serenamente:

— Amigos, o que queremos transmitir é apenas rogarmos a todos a nossa preservação no caminho do

desprendimento, para a obtenção da fé espírita; não dar através da palavra vã, os absurdos que fazem lembrar os milagres realizados por pagamentos ou promessas em nome do Senhor. Talvez devamos cogitar, ainda, as máximas do Cristo, expulsando os vendedores do Templo, local de oração e não comércio vulgar.

Final da primeira parte!Eloisa

Livro em Focolivro em foco

Intervalos Francisco C. XavierEmmanuel

IDE

Prefacia o livro Clovis Lago. No início, ressalta sobre: Como tudo o que Emmanuel escreveu, através da psicografia deFrancisco Cândido Xavier, Intervalos se destina “ao templo espírita, para que no curso de nossas

reuniões, nos entrelacem as manifestações de fé.” ...Com isso, expõe nossa responsabilidade sobre os

trabalhos que abraçamos com a Espiritualidade Maior, que nos permitirá dividir com fraternidade, o amor tão desejado pelo Mestre Jesus, para com aqueles encarnados e desencarnados, que procuram uma casa espírita, buscando o Consolador prometido, bem como, o alimento material e, principalmente, o pão espiritual, através dos ensinamentos contidos em O Evangelho Segundo o Espiritismo, que temos a obrigação de fornecer, conduzindo-os ao entendimento de suas angústiaseaflições.

“Examinemo-nos tais quais somos, no curso das reuniões que nos enlaçam as manifestações de fé num templo espírita.” Emmanuel.

Caberá,acadaumdenós, refletirmossobrecomosomos, corrigindo ou ampliando nossa participa-ção, lembrando que os Espíritos nos aguardam para cumprirem tarefas que nós nos propusemos executar.

Com essa finalidade principal, destina-se o livroIntervalos.

Entre seus magníficos capítulos, expõe: TrabalhaSempre; Humildade de Espírito; Aperfeiçoamento; Lê e Medita.

E em seus Intervalos, inclui outros tantos textos, tão valorosamente complementares.

Convém lembrar que intervalos, para a Espiritualida-de, não representam o descanso, mas, muito mais, o aprendizado e trabalho.

Finaliza Emmanuel, provando a ausência de nosso coração nos trabalhos de uma casa espírita, deixando sua colaboração para esses Intervalos:

“SabemosEm matéria de educação a nós mesmos, existe

comumente, um adversário, em nossas melhores definições.

... Como é fácil de notar, nós todos, coletivamente examinados,criamosmuitasdificuldadesnaTerra,pelaânsia de fazer sem saber, mas agravamos consideravel-mente,essasmesmasdificuldadespeloatrasodesaber e não fazer.” (grifo nosso)

Convidamos à leitura, em seus Intervalos, na qual, em tão poucas linhas, iremos compreender essa fonte de esclarecimentos, jorrados por Emmanuel, através da psicografia de nosso amorável Francisco CândidoXavier.

Aproveitem.Vano

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Há um paradoxo na vida humana. Habitando um planeta lindo, de paisagens exuberantes, desfrutando de benefícios imensos como a água, o ar e a chuva, a beleza incomparável da fauna e flora variadíssima,e mesmo com toda tecnologia que já conquistamos, aindavivemosumcenáriodeconflitos.Dominadopelaavareza, a ganância, as intrigas e seus desdobramen-tos.

Mesmo com o canto dos pássaros, o sorriso das crianças, as artes que nos encantam e todas as pos-sibilidades ao nosso alcance, pelos sentidos e, repito, com todo o conforto trazido pelos avanços da ciência, em todos os ramos do conhecimento e pesquisa, ainda vivemos os bastidores da calúnia, do crime, da hipocrisia, dos desrespeitos variados que aí estão, sem qualquer necessidade de citá-los, pois que muito conhecidos e vividos em abundância.

Mas, o vigor da esperança também é força presente. Apesar de toda tempestade à volta, continuamos a lutar, a viver, a aprender, a conviver – esse um grande tesouro – guardado pela predestinação do planeta, no futuro, de ser um mundo feliz.

Isso parece uma ilusão? Compara-se a um engodo? Há perspectivas?

Claro que há, são perenes, permanentes, disponíveis. Embora tenhamos guerras, miséria, fome, desespero,

vingança, egoísmo, descrença, discórdia, mentira, crime, orgulho, preguiça e ódio, entre outras imperfeições morais que o leitor saberá acrescentar, há um caminho incomparável, sereno, roteiro seguro para o alcance da paz que desejamos viver coletivamente.

Ele, esse caminho, é dependente de nossa decisão de começar, agora mesmo, a buscar as lições do bem e a fazer algo em favor da felicidade de todos.

Ora,aafirmaçãoquenãoéminha,nemoraciocínio,econtida num único parágrafo (o imediatamente acima), é roteiro de paz para o planeta, é o construtor da harmonia que tanto procuramos. A afirmação comporta umcongresso de informações, onde depoimentos, casos, estudos e debates nos podem proporcionar ampliar a questão.

Afinal,podemosindagarsemreceio:a) O que é exatamente buscar as lições do bem?b) O que é algo fazer em favor da felicidade de

todos?As respostas são difíceis ou ainda preferimos ignorar?

Agora, nesse instante, como usar as duas opções? Quais as opções de busca do bem nesse momento, onde estamos? O que podemos fazer agora em favor da felicidade de todos? Quem são esses “todos”?

O planeta atual e seu cenário de conflitos apenasrefletenossamediocridademoral–aindanosdeixamosseduzir por paixões exclusivistas, egoístas, sem pensar coletivamente – e somos donos da mudança desse quadro, bastando apenas a decisão de amar e respeitar o local onde vivemos, as pessoas com quem convivemos e agir em favor do bem geral.

Será tão difícil assim? Por que ainda não aprendemos? É egoísmo, é nossa imaturidade ou nossas ambições ainda são mesquinhas? Ou soma-se tudo isso?

Observemos, com imparcialidade, a conquista de um mundo feliz é consequência da aplicação do

Evangelho, é seguir as lições do Mestre de Humanidade. Sem comodismo e com perseverança.

Orson Peter CarraraBibliografia: LUIZ, André (Espírito). Vivendo o Evangelho. Psicografado por Antonio Baduy Filho. Vol. I - Lição Morada terrestre e Mundo. Ed. IDE.Imagem: Disponível em: <http://www.amoremversoeprosa.com/cirandas/imagens/400barra.jpg> Acesso em: 01 mar. 2018.

canal abertoEste espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.

Agradecemosportodasascorrespondênciasee-mailsrecebidos.Reservamo-nosodireitodefazermodificaçõesnostextosaserempublicados.

Canal Aberto

Cenário de Conflitos

11Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Kardec em Estudokardec em estudo

Ressurreição e ReencarnaçãoO Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo IV - item 8

“O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é espírito”. Jesus

A ressurreição tem como premissa o retorno à vida, após a morte, ao mesmo corpo.

Sabemos que a ressurreição, do ponto de vista científico,éimpossívelcomo,comumente,secrê.Éfatocomprovado!

Não nos alongaremos nesta questão, visto que nós, Espíritas, temos a convicção sobre a reencarnação!

É na reencarnação que encontraremos a resposta para, praticamente, todas as questões e dúvidas que temos sobre o que, popularmente, chamamos de destino.

Possivelmente se perguntará: Como pode ela ser a resposta?

Se cremos que Deus, nosso Pai, é bom e justo, como poderia Ele querer que alguns sofressem e outros não? Por que alguns nasceriam ricos e outros pobres? Por que haveria sãos e doentes? Seria Deus injusto?

OPaiCeleste,emsuainfinitasabedoria,nãocometeerros!Époristoqueafirmamosqueachaveparaquasetodas as questões relacionadas ao passado e ao futuro estão na reencarnação, mais precisamente na Lei de Causa e Efeito.

Em O Livro dos Espíritos, capítulo quarto, quando Allan Kardec pergunta aos Espíritos qual o objetivo da reencarnação, a resposta é clara: “Expiação, melhora-mento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a

justiça?”Daí, passamos a entender que a reencarnação

é benção divina! Uma grande oportunidade para repararmos os erros cometidos durante as jornadas terrenas – que se repetirão muitas e muitas vezes –, mas principalmente, para aprendizado e aprimoramento moral e intelectual.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo,afirmamosEspíritos, que estamos melhores do que éramos há cem anos. Este é um fato que notamos ao longo do tempo. Para isto, basta observarmos como evoluímos intelec-tualmente e, por consequência, tecnologicamente, nos últimos cinquenta anos – entretanto, notamos, também, que do ponto de vista moral, pouco ainda progredimos.

Como explicaríamos, inclusive, toda esta evolução senão pela reencarnação? É a isto, também, que os Espíritos se referem!

Portanto, se nos dizemos espíritas, tenhamos a certeza de que esta é, como dissemos, uma benção e uma grande oportunidade, aprendendo e ensinando àqueles que ainda não tiveram os esclarecimentos que o Consolador Prometido nos oferece.

ReinaldoBibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Roque Jacintho. 8 ed. São Paulo: Luz no Lar.

Receba mensalmente obras selecionadas de conformidade com os ensinamentos espíritas!Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”

Fique sócio(a) do Clube do Livro e receba mensalmente um livro espírita. O livro é criteriosamente escolhido, sendosempreumaobrafielaosensinamentosespírita-cristãos,àcodificaçãodeKardeceaonossoMestreJesus.

Não há taxa de inscrição e você pode se desligar do Clube a qualquer momento e sem custo, mediante comunicado ao Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”, com 30 dias de antecedência. Não há despesa nenhuma de envio pelo correio, e o boleto pode ser pago em qualquer banco ou casa lotérica até o vencimento. O livro é enviado em torno do dia 22 de cada mês e o pagamento do boleto é no dia 20 do mês seguinte.

Caso se interesse em se associar e/ou queira presentear alguém todo mês com uma obra, são necessários o preenchimento de todos os campos do formulário que poderá ser obtido no site www.espiritismoeluz.org.br e o envio para o nosso e-mail ou endereço abaixo. Você pode ainda preenchê-lo diretamente em nosso site.

Informe-se através:[email protected] ou [email protected] – www.espiritismoeluz.org.br(11) 2758-6345 – Rua dos Marimbás, 220 – Vila Guacuri – São Paulo – SP – Brasil – CEP 04475-240

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“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.”

O “próximo”, mencionado no mandamento, são todas as pessoas que estão à nossa volta. É o colega de trabalho, vizinhos, todas as pessoas com quem mantemos algum tipo de relacionamento, próximo ou distante.

Se o mandamento nos orienta a amarmos até aqueles mais distantes, o que falar da família mais próxima: os pais.

Em particular, queremos alertar sobre a questão dos pais, idosos que necessitam de mais atenção.

Exatamente: mais atenção!Confundimos, como sempre, que, suprindo as neces-

sidades materiais, estamos cumprindo o nosso papel de filhos.

Não é isso o essencial.O idoso precisa de atenção, ou seja, quem converse

com eles e que ouça o que eles têm a falar.As famílias, em sua grande maioria, acham que seu

familiar idoso precisa somente de repouso e remédio.E o remédio do espírito, qual é?Eles, os idosos, sentem muita necessidade de partici-

parem da vida da família, acompanhando filhos enetos nas atividades do dia a dia.

Nossos pais e avós fizerammuitos sacrifíciospara que pudéssemos seguir com nossa vida e, hoje, quando nos tornamos adultos e temos os nossos filhos, paraeles, é como o lavrador que labutou muito para cuidar da plantação e chega a hora da colheita, ou seja, eles nos criaram e querem continuar a participar de nossas vidas, recebendo o carinho que tanto demons-

traram desde que nascemos.Sempre é tempo de corrigirmos as situações. O idoso

não quer festas de homenagem. Ele gosta de fazer um passeio simples com a família e que, ao caminhar, um filholhedêobraçoparaseapoiar.

O idoso não quer banquetes, mas gosta quando o filhoaparececomafamíliaparatomarumcafezinhoemostrar que seu neto aprendeu algo novo.

O mais importante, repetimos, não é o lado material, mas, sim, o afeto e a atenção que recebe.

Deixamos aqui anotado um alerta constante em O Evangelho Segundo o Espiritismo (capítulo XIV, item 3):

“Infeliz, portanto, daquele que se esquece do que deve aos que o sustentaram na sua fraqueza infantil dos primeiros dias. Daqueles que com a vida material lhe doaram a vida moral e que, muitas vezes, se impuseram duras privações para lhe assegurar o bem-estar.

Infeliz do ingrato, que sofrerá as consequências da ingratidão e pelo abandono demonstrado a seus pais.

Por sua vez, será ferido nas suas mais caras afeições, talvez nesta mesma existência, mas, com toda certeza, numa reencarnação futura, em que sofrerá os mesmos dissabores que fez seus pais sofrerem.”

Se os seus pais já desencarnaram e você se arrepende de ter feito ou deixado de fazer algo por eles, visite um asilo e dê atenção para aqueles idosos que lá se encontram. Ore e coloque o seu futuro espiritual nas mãos de Deus.

WilsonBibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Roque

Jacintho. 8 ed. São Paulo: Luz no Lar.Imagem: Disponível em: <http://www.encontraaraguari.com.br/wp-content/uploads/2014/09/asilos-e-abrigos-araguari-1409624810.jpg> Acesso em: 01 mar. 2018.

E a Idade Chega...Família

familia

ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃOSua doação é importante para o custeio da postagem do Seareiro e pode ser feita em nome do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – CNPJ: 03.880.975/0001-40

Caixa Econômica Federal – Agência 2960 – C/C 744-7 – Op 003 | Banco Itaú SA Agência – 0257 – C/C 46852-0

13Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

HomenagemHomenagem

Cantinho da SaudadeNos dias 4 de março relembramos

a partida, para sua pátria de origem, do nosso Roque Jacintho.

Amado por todos, pelo amor com que sempre recebia aos que buscavam o consolo e o abraço de um pai muito carinhoso.

Pai que cumpria sua missão: ensinar aseusfilhosocaminhodoBem,oqueo fez em sua plenitude, e, com certeza, aindaesempreofará,pelasuafidelidadeà Doutrina Espírita Cristã.

Pai, amigo e mestre, nosso agradeci-mento eterno.

Equipe Seareiro

Roque Jacintho

O mês de março remete-nos a homenagens a ALLAN KARDEC.

Buscamos várias palavras para isto, mas, diante da Magnitude desse Espírito, percebemos que o profundo agradeci-mento que temos, por nos revelar a Boa Nova, com tanta profundidade, detalhes e ensinamentos, nos faltam palavras,

pois sentimento ainda não tem tradução.Que sua Divina Luz continue a iluminar

nossos caminhos para o encontro com nosso Mestre Jesus.

Ler e estudar Allan Kardec nos esclarecerá: onde estamos, de onde viemos e para que viemos. A vida passará a ter o seu verdadeiro sentido.

Allan Kardec

As comemorações pelo nascimento de Jesus, o Natal, realizadas pelo Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”, aconteceram em um clima de muita paz, alegria cristã e fraternidade, que envolveu as famílias assistidas, as crianças, os jovens e todos os trabalhadores presentes.

No dia 10 de dezembro aconteceu a festa das crianças e jovens, aproximadamente 130, frequentadores das aulas de envangelização infantil e da reconstrução educativa, com a folia característica destas idades e com muitas guloseimas e distribuição dos presentes.

Já no dia 17 de dezembro, recebemos as 110 famílias assistidas para passar a mensagem do Natal, por meio de leituras e explicações do Evangelho e da apresentação de uma pequena peça teatral, realizada

pelos jovens da reconstrução educativa.Após a apresentação dos jovens, foi servido um

delicioso lanche, refrigerante e bolo. A alegria e a participação de todos, foram contagiantes.

Graças à ajuda de muitos corações bondosos, foi distribuída, para cada família, uma boa quantidade de alimentos.

Agradecemos a todos que colaboraram de alguma forma para a realização dessas festas, deixando o convite para participarem das atividades desenvolvidas durante o ano, rogando a Deus, que ampare o coração de todos, para que no ano de 2018 haja muita paz na Terra.

Equipe Seareiro

Aconteceu NEEAEAconteceu NEEAE

Comemorações do Natal

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Pedro,EvandroeGilbertosãofilhosdadonaCássiae do senhor Otávio.

As crianças possuem respectivamente 6, 11 e 13 anos.

Todos moram em um sítio no interior de São Paulo.Dona Cássia é a diretora do grupo escolar que as

crianças frequentam e o Senhor Otávio trabalha na prefeitura.

De manhã, o Senhor Otávio leva a dona Cássia e as crianças para a escola e depois vai para a prefeitura.

Dona Cássia começou a ficar preocupada com ocomportamentodascrianças,queestavamficandoindi-ferentes, preguiçosas e mentirosas.

Uma vez por semana realizam o Evangelho no Lar, mas não tinha a participação de todos de uma maneira colaborativa, era sempre um momento tenso chamar os filhoseenvolvê-losnestaatividade.

Além disso, costumam ir uma vez por semana no centro espírita que fica no centro da cidade. Nestelocal, as crianças participam da evangelização infantil. É, também, outro momento difícil, fazer com que as crianças sejam mais colaborativas.

Dona Cássia e o Senhor Otávio, então, decidiram aplicaroEvangelhocommaisfirmezaefizeramalgumasmudanças.

Durante a semana, a família começou a acordar mais cedo e juntos preparam o café da manhã e se arrumam para irem estudar e trabalhar.

No caminho, enquanto o Senhor Otávio dirige, a família faz o Evangelho. Dona Cássia, até dizia, que eles fariam o Evangelho ainda que fosse no ônibus ou outro lugar qualquer. As etapas do Evangelho são divididas entre todos e cada dia um deles faz a prece inicial e outro, a leitura de uma lição do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo. Após a leitura, cada um faz um comentário sobre a lição e um deles finaliza com uma

prece.A dona Cássia e o Senhor Otávio constataram que,

destaforma,todosficamprontoseharmonizadosparaas suas atividades diárias. Além disso, aproveitam um momento que estão reunidos para estudarem em família as máximas morais do Cristo e as suas aplicações no dia a dia.

As crianças, a princípio, não queriam fazer o Evangelho diariamente, tinham vergonha, preguiça, queriam mexer no celular, ouvir música, dormir, falar sobre jogos ou outros assuntos, enfim, nãogostaram da mudança, mas, com o passar do tempo, e com a disciplina dos pais, todos começaram a ver as diferenças em suas vidas, estavam mais calmos, partici-pativos, entendiam melhor as passagens do Evangelho, comentavam,exemplificavamnaescola,emcasaouemqualquer lugar que estivessem. Isso aproximou todos os membros da família e, a família, de Deus.

Não são mais indiferentes ao que acontece em casa ou na escola, na vizinhança e no mundo; ajudam um ao outro; participam de atividades como voluntários, onde estão inseridos; sempre que vão fazer ou falar algo, lembram das lições do Evangelho e, assim, a mentira acabou e os outros instintos estão sendo sublimados.

Porém, Pedro, o caçula, demorou mais tempo para entender por que não devemos mentir. Volta e meia gritava a palavra “socorro” e todos corriam para ajudá-lo, e daí ele sorria e dizia que “era brincadeira”.

Mesmo a família ensinando que não podia brincar com algo sério, ele mantinha o mau costume, até que, um dia, estando só com os irmãos, ele gritou por socorro, mas, nenhum deles correu para ajudá-lo. Só quando ele começou a chorar muito é que os irmãos foram atendê-lo.

Foi aí que Pedro aprendeu que não devemos mentir, porque as pessoas não acreditam maisnoquefalamoseficamuito difícil eles voltarem aconfiarnovamente.

O exemplo da família

Contoscontos

Vamos Fazer o Evangelho?

15Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

da dona Cássia e do Senhor Otávio é seguido por várias outras famílias que aprenderam que o Evangelho une as famílias e nos aproxima de Deus.Vamos fazer o Evangelho?

SilvanaImagem: Disponível em: <https://i0.wp.com/liturgia.catequisar.com.br/wp-content/uploads/2016/12/10-sagrada-familia.jpg?resize=696%2C325> Acesso em: 01 mar. 2018.

Aadolescênciaéidentificadapelafasedetransiçãoda infância para a idade adulta. Marcada por diversas mudanças físicas, biológicas e, também, espirituais, a pessoa passa por uma espécie de luto, sente que a criança de outrora está morrendo, para surgir um adulto; ou sente que não é mais criança para brincar com seus brinquedos, mas também não é adulto para ter liberdade e fazer o que deseja.

Os aspectos físicos, por conta da maturação hormonal, começam a sofrer alterações gradativas, mudanças no corpo, na voz e na forma de pensar.

Como somos seres individuais, todo processo de transformação afeta de forma diferente cada um de nós; não seria diferente na adolescência.

Para uns, ela passa despercebida, porém há os que apresentam,de formaaleatória,algumasmodificaçõescomportamentais, como: timidez, euforia, alternância no humor e agressividade; passam a se isolar e não expressar mais o que sentem, vindo a entrar em depressão. Essas alterações, se não forem observadas e acompanhadas, podem acarretar sérios desequilíbrios espirituais, como: transtorno de humor, transtorno de conduta, depressão profunda, podendo até mesmo levar ao suicídio.

É muito comum os adolescentes andarem em grupos, compartilhando ideologias, comportamentos, estilos, vontades, cumplicidade, entre outras coisas. Essas relações são necessárias, pois para se construir como pessoa, precisamos do outro. Por mais que sejam necessárias, essas relações devem ser positivas, embasada em condutas morais, caso contrário, podem influenciarnegativamentenestatransição.

Em relação à espiritualidade, Kardec nos ensina em O Livro dos Espíritos: “ O espírito retorna à sua natureza

e mostra tal qual era”, ou seja, espiritualmente, a ado-lescência é vista como a fase em que as informações, cargas e condutas reencarnatórias, passam a se manifestar no indivíduo. Assim como o DNA, que traz todas as informações genéticas de uma pessoa, espi-ritualmente falando, o perispírito leva consigo, durante todas as existências do individuo, as informações das condutas morais, sentimentos, talentos, vícios, entre outras.

Sendo assim, é na adolescência que surgem novos talentos, revelações, ou facilidade para envolver-se com álcool, drogas, prostituição e comportamentos imorais.

No livro Dos Hippies aos problemas do mundo, Chico Xavier diz: “Os nossos jovens são os nossos conti-nuantes. Trazem consigo uma vida diferente da nossa. Impulsos originais que só não podemos auscultar em toda sua extensão. Os nossos jovens, de ambos os sexos, necessitam, principalmente hoje, de nossa compreensão”.

O Livro dos Espíritos, na questão 385, nos orienta que “Os Espíritos só entram na vida corporal para se aperfeiçoarem, para se melhorarem. (...) Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão de dar contas”.

Os pais têm, como missão, a responsabilidade da educação global dos seus filhos, dando-lhes embasa-mentos religiosos e morais para que consigam passar por todas as transformações fisiológicas e espirituais.Devem ser amorosos, carinhosos, amigos, acolhedores, pacientes,bemcomo,firmes,enérgicos,dandoobomexemplo,ajudandoseusfilhosaprogrediremnasuare-encarnação aqui neste plano.

AdrianaImagem: Disponível em: <https://blog.farmadelivery.com.br/wp-content/uploads/2010/05/Fotolia_31026954_Subscription_XXL-300x200.jpg> Acesso em: 01 mar. 2018.

AdolescênciaAos Jovens

aos jovens

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Nada mais pode ser feito! - informa o médico de plantão no hospital onde Kátia dera entrada.

Venho de boa família.Desde cedo, papai fazia questão que frequentás-

semos as melhores escolas da cidade. Dizia que a educação e a cultura são os bens mais importantes da vida. Trabalhava quase que dia e noite para nos dar uma vida com bastante conforto.

Mamãeeradevotadademaisanós,osfilhos.Paraela, cuidar bem da gente era primordial.

Tenho dois irmãos. Antonio, o mais velho, é formado, casado,temdoisfilhose mora em outro estado. Maria, a do meio, desde pequena dizia que seria enfermeira. Achavaaprofissãodasmaisbelasenobres.Entretanto,a tuberculose não a deixou realizar seu sonho e foi embora antes mesmo de completar dezoito anos.

Papaiemamãeficaramarrasadoscomsuapartida.Antonio, de tão abalado, demorou, pelo menos, dois meses para voltar às suas atividades habituais. Quanto a mim, a irmã mais nova, sinceramente, pouco senti com sua morte. Maria vivia a me incomodar com seus “bons conselhos” e aquilo me perturbava! Nem lhe dava ouvidos.

Uma década se passou. Hoje, tenho vinte e quatro anos de idade. Há pelo menos cinco, abandonei, totalmente, os estudos.

Nunca soube, na vida, o que realmente era conseguir alguma coisa com o suor do próprio rosto. Papai me dava tudo o que queria. Roupas de grife, jóias, perfumes caros etc. Eu gostava mesmo era de ir às baladas, às festas,aosbares,enfim,aos lugaresonde tem “gentefeliz”eque,principalmente,mefizessefeliz.

Era comum chegar em casa, quase todas as noites, entorpecida pelo álcool. Era comum, também, passar a noite com alguém que conhecia na noite. Adorava a volúpia. Não fazia a menor questão de praticar o tal “sexo protegido” que se falava. Para mim, o que importava mesmo era o prazer.

Perdi as contas de quantas vezes engravidei. E não tinha dúvida, se estivesse grávida simplesmente ia a uma destas casas que “sabem fazer o serviço”, para expulsar o que estava em meu ventre!

A essa altura da vida, as brigas com meus pais eram constantes. Quando papai dizia que não tinha dinheiro para fazer minhas vontades, eu virava um bicho! Ofendia, desdenhava, destratava etc. e tal. Quebrava o que estivesse por perto dentro de casa. Pensava: “Não me puseram no mundo? Então que dêem o que quero, que me aguentem!”

Não percebia quão vazia era minha vida! E não percebi que o fundo do poço estava mais próximo que pensava!

Lembram-se do início da história? Pois é, dei entrada em um pronto-socorro! Fui parar lá por causa de uma parada cardíaca que sofri, após uma noitada.

O consumo contínuo e excessivo de álcool, e os repetidos abortos, me levaram a uma série de compli-cações de saúde e, fatalmente, a um enfarte que tirou minha vida, aos vinte e sete anos de idade.

Pensei que tudo havia se acabado ali, naquele hospital, mas não!

Não sei precisar o tempo e nem onde estava, quando comecei a recobrar a consciência. No primeiro instante, tentei abrir os olhos, entretanto, minhas pálpebras eram pesadas demais! O sono era tão intenso...

Tudo era muito estranho e lento! Meu corpo parecia pesado demais. Eu o sentia todo machucado. Nestes instantes, notava-me acordada. Queria levantar, porém, não conseguia.

Ouvia gritos terríveis de mulheres! Eu também gritava. Pedia ajuda, mas ninguém aparecia.

Com muito esforço, pude levantar levemente a cabeça e, ao olhar para os lados,

presenciei as cenas mais terríveis em minha vida!

De um lado, avistava, junto a estas mulheres que gritavam, fetos sem vida e espalhados pelo chão. Do outro, via uma

Abortoaborto

Ficção... ou Realidade?

17Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

mulher que arrastava consigo um punhado de fetos e, também, sem vida. Parecia um lugar de loucos!

Algo me levou a observar o próprio corpo. Foi quando noteicincofetosdesfigurados,ligadosamim,comoquepor uma espécie de cordão umbilical.

Deste momento em diante, o desespero e a insanidade tomaram conta de minha mente. Ao mesmo tempo, queria fugir, sair correndo, entretanto, a dor no peito era forte demais e não permitia que me levantasse do chão frio, ao qual estava estirada.

Como se não bastasse, estas mesmas mulheres me dirigiam frases como: “Você é uma assassina! Que morra!”.

Que lugar era aquele? Que tinha feito eu para merecer e passar por tudo aquilo? Nunca acreditei em histórias sobre o diabo, mas, seria ali o inferno?

Não sei dizer se vivia e presenciava os repetidos quadros por dias, por meses ou por anos.

Não aguentava mais a aterradora situação e o doloroso sofrimento até que, num dado momento, lembrei-me de Deus.

Nunca aprendi a orar. Também, nunca tive religião. Porém, creio que a minha vontade sincera ao pedir ajuda a Deus me trouxe uma paz tão profunda ao coração e, no mesmo instante, senti-me como que transportada para longe daquele lugar tenebroso.

Longos anos se passaram. Hoje, sei que desencarnei, precocemente, por conta de meus vícios e por conta do descaso com minha vida e com a vida de meu

semelhante!Encontro-me em tratamento, em uma colônia

espiritual. Soube, por meio dos mentores, que o pedidosinceroquefizaDeus,é que permitiu que Seus emissários espirituais me socorressem da região onde estava. E que estes mesmos emissários me transporta-ram a uma espécie de hospital desta colônia.

Soube, também, que o local que me encontrava, antes de ser resgatada, é conhecido como Umbral. Uma espécie de “inferno” criado por nossas más ações e condutas, e para onde vamos e encontramos aqueles que se assemelham a nós, quando morremos na carne!

Nesta abençoada colônia, entendi que tudo aquilo que fazemos durante a vida - durante a reencarnação – serefletediretamenteeaomesmotempo,navidaqueestamos construindo deste lado, ou seja, cada um de nós constrói o seu próprio céu e o seu próprio inferno.

Aqui, entendi que não tenho o direito de tirar a vida denenhumdemeusirmãos,filhosdeDeus.

Hoje, soube que reencarnarei em breve. Entretanto, em condições bastante precárias, tanto do ponto de vista corporal, quanto financeiro. E todas aquelas criançasque expulsei violentamente de meu ventre, por meio dos abortoscriminosos,retornarãocomomeusfilhos,graçasàs bênçãos de nosso Pai Celeste, que permite a todos nós, novos pontos de partida, para que, gradativamente, reparemos os erros do passado.

ManoelImagem: Disponível em: <http://img.qga.com.br/wp-content/uploads/2016/12/n-ABORTO-ILUSTRAO-large570.jpg> Acesso em: 01 mar. 2018.

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”REUNIÕES: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas

2ª, 3ª e 6ª, às 14h30domingo, às 10 horasPASSE: se inicia 30 minutos antes das reuniões

ARTESANATO: sábado, das 13h30 às 16h30ATENDIMENTO ÀS GESTANTES: nas reuniões de 2ª e 6ªATENDIMENTO PEDIÁTRICO: quinzenalmente, aos sábados, a

partir das 13h30EVANGELIZAÇÃO INFANTIL: ocorre em conjunto com as reuniõesRECONSTRUÇÃO EDUCATIVA: Reforço Escolar, Inglês e

Evangelização Infantil aos sábadosTERAPIA DE APOIO ESPIRITUAL AOS DEPENDENTES

QUÍMICOS E DOENTES EM GERAL: 6ª, às 19h30TRATAMENTO ESPIRITUAL: 2ª e 4ª, às 20 horasTREINO MEDIÚNICO: 5ª, às 20 horasSITE: www.espiritismoeluz.org.br | [email protected]

você poderá obter informações, encontrar matérias sobre a Doutrina e tirar dúvidas sobre o Espiritismo por e-mail. Poderá também adquirir livros espíritas e ler o Seareiro eletrônico.

Rua dos Marimbás, 220 – Vila Guacuri – São Paulo – SP(11) 2758-6345 | [email protected] | www.luznolar.com.br

DIA LIVROS ESTUDADOS

2ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel; O Céu e o Inferno – Allan Kardec; Obreiros da Vida Eterna – André Luiz*

3ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan Kardec; Mecanismos da Mediunidade – André Luiz*

4ª Seara dos Médiuns - Emmanuel*; O Livro dos Médiuns – Allan Kardec; Das Leis Morais - Roque Jacintho

5ª O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Mecanismos da Mediunidade – André Luiz*

6ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; Missionários da Luz – André Luiz*; Convite – Roque Jacintho

Domingo O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro de mensagens de Emmanuel*

*Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier

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Fica Conosco, Senhor!Cantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

Senhor Jesus,Sobre a Terra de agora, ansiosa e agitada,Que a ciência domina,Muitas ideias novas pela estradaSonegam-te, no mundo, a Presença Divina...

O homem super-culto,Nas invenções geniais e nos feitos de vulto,Experimenta, experimenta...Entretanto, Senhor, por mais se lhe permiteRevelações dos céus, sem pausa e sem limite,Ei-lo na indagaçãoEm que não se contenta...

Projetando satélites no EspaçoE entesourando láureas da culturaNem por isso largou-seDo tédio, do azedume, do cansaçoDe alma triste e insegura...

Toda a Terra é um arsenal de máquinas potentes...Sondas, computadores...Investiga-se os mundos exteriores,Conclama-se ao progressoTodos os continentes...

Mas a guerra campeia,O cérebro sem fé como que se incendeiaE a violência se espalha mundo afora...É por isso, Jesus, que te pedimos:Fica conosco, em nossos vales,Enquanto tantos gêniosPairam em altos cimos,Brilhando sem saber onde os bens e onde os males!...Conserva-nos a fé por luz acesaE ajuda-nos a ver na terrestre grandeza

Com a benção de amor em que nos guardas.As longas retaguardasDos irmãos despojados de esperança,Afimdesocorrê-losemteunome...Atenua, Senhor, a mágoa dessas vidasQue a tristeza consomeNa dor que não descansa.

Ergue de novo, os corações caídosEm desesperaçãoA buscarem na cinza os ausentes queridosQue a morte lhes furtou em processo violento,Ajuda-nos a ver o sofrimentoQue o radar não percebe e o motor não consola...

Substitui, Jesus, pleno apoio da escolaA sombra do presídio que segregaOs irmãos que a revolta inda inspira e carregaPara os despenhadeiros da existência...

Fica conosco, Mestre, e faze-nos proverDe auxílio e reconforto,O sentimento amargo e semi-mortoDa multidão sem paz, a chorar e a sofrer...

Na fé que o teu amparo nos descerraDeixa-nos atingir o coração da Terra!...Faze que o Sol da CaridadeA irradiar-te as bênçãos de alegria,Envolva, dia a dia,O pão que nutre o Bem de Toda a Humanidade.Não nos deixes a sósE ensina-nos, Senhor,AencontrarfinalmenteemcadaumdenósO caminho de luz do teu reino de amor!...

Maria Dolores

O que poderíamos dizer, diante desses versos, senão que a realidade atual, nele ainda é robustamente refletida...

Tempos de progresso material, mas, para o qual, o homem necessita de seu aprimoramento moral.

Era uma casa abençoada,Não tinha teto, não tinha nada.

Pedimos sua ajuda para continuarmos construindo a sede do nosso Núcleo de Estudos. Precisamos de qualquer tipo de colaboração, desde materiais de construção a apoio �nanceiro.O óbolo da viúva é sempre bem-vindo!O terreno onde está sendo construída a nossa casa �ca na rua dos Marimbás, 220 - Vila Guacuri - São Paulo - SP.Ninguém podia entrar nela não,

porque precisamos da sua colaboração! Sua doação pode ser feita em nome do Núcleo de Estudos Espiritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40 - Banco Itaú S.A. - Agência 0257 - C/C 46.852-0

19Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Equãoevidenteestefatosepronuncia‒Ohomem super culto, invenções geniais e feitos de vulto!

Num simples olhar, de corações abertos, livres do egoísmo‒quesabemostodospossuírem,mesmoqueem graus diferenciados ‒ compreendemos que bastaao homem o desprendimento da ganância, propiciando à Humanidade os resultados e benefícios do conhe-cimento tecnológico alcançado; que basta, acima de tudo, propiciar que todo indivíduo possa ter a chance de desenvolver sua inteligência, que todos disponham das mesmas oportunidades, ainda que nem todos as aproveitem, pois a cada pessoa foi concedido o livre-ar-bítrio e suas consequências.

Quando alcançarmos essa capacidade de despren-dimento moral em prol dos nossos semelhantes, sem pensarmos, exclusivamente, no bem estar pessoal, o progresso material e a evolução moral ascenderão às esferas divinas e a verdadeira felicidade se estabelecerá na Terra.

Essa é a resposta da Cruz que tantos esperam, mas tão poucos de nós compreendemos.

Com certeza, é o que espera de nós, nosso Mestre Jesus, pois será neste precioso instante, que o traremos, verdadeiramente,paraficarconosco.

NevesBibliografia: ESPÍRITOS DIVERSOS. Psicografado por Francis-co Cândido Xavier. Caridade. Ed. IDE.

Toda a renda obtida com a venda dos livros é revertida para as obras sociais do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”.

Clube do Livroclube do livro

Pestalozzi Um Romance Pedagógico; O Incendiário de Hebron

Para deleite dos associados do Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”, enviamos o romance espírita de Walter Oliveira Alves, Pestalozzi Um Romance Pedagógico, escrito sob a orientação da equipe espiritual, denominada, como ele próprio informa, de “Alfredo”.

É uma combinação perfeita para agradar tanto aos que gostam de livros romanceados, como aos que preferem aprofundar-se nos estudos.

Indicado para todos os que simpatizam ou já se consideram espíritas, pois traz conhecimentos e embasamentos sobre o início dessa doutrina esclarecedora, codificadaporAllanKardec.

Habitualmente, no meio espírita, nos referimos a Pestalozzi como o professor de Kardec, o garoto Hippolyte Léon Denizard Rivail.

Nesta obra, vamos conhecer, de forma mais profunda, a trajetória desse Espírito missionário, desde o seu nascimento, cumprindo sua luta como Mestre e “educador da Humanidade”, até a sua par-

ticipação efetiva nas esferas espirituais superiores, nas colônias de Educação, junto à equipe Espiritual de apoio a Allan Kardec e seus colaboradores.

A missão de Pestalozzi é uma das mais sublimes e carecedoras em nosso tempo: A Educação.

A obra está recheada de imagens, tais como, o Castelo de Yverdon, onde funcionou a escola de Pestalozzi, bem como, dos personagens que atuaram, física ou espiritualmente, naquela época.

Mais atual que nunca, convém que nos instruamos para compreender a importância e a contribuição do trabalho de Espíritos como Jean-Jacques Rosseau (antecessor e inspirador de Pestalozzi), Johann Heinrich Pestalozzi e Allan Kardec para a Educação.

O Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”, igualmente, enviou o romance espírita O Incendiário de Hebron, escrito por Antonio Lúcio, pelo Espírito Luciano Messias.

Tenham um ótimo proveito!Rosangela

O INCENDIÁRIO DE HEBRON

Antonio LúcioEspírito Luciano Messias

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PESTALOZZI UM ROMANCE

PEAGÓGICOWalter Oliveira Alves

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