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GABRIEL LENZ
AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DA SOJA COM ADUBACÃO NITROGENADA
FOLIAR
Monografia apresentada na
disciplina Trabalho de Conclusão de
Curso ao Curso de Agronomia da
Faculdade Centro Mato-grossense –
FACEM, para a obtenção do titulo de
Bacharel em Agronomia sobe a
orientação da Prof. Me. Alessandra
Zandonadi.
SORRISO – MT
2015
2
DEDICATÓRIA
À Deus, por mais esta conquista em minha vida e aos meus pais Laercio Pedro Lenz e Susete Ferrari Lenz, por me darem oportunidade de estudo e atenção.
3
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora Professora Me.
Alessandra Zandonadi, pela dedicação, aconselhamentos e essencial ajuda para a realização desse trabalho.
À todos os professores e colegas do curso de agronomia, por todo conhecimento e companheirismo adquiridos nesta jornada.
A toda minha família e minha namorada Gabryella Barbosa Rubio, pelo apoio e paciência durante todo o curso.
A todas as pessoas que ajudaram na realização deste trabalho, em especial ao Engenheiro Agrônomo Daniel Alex Schuck, por sua dedicação e comprometimento.
4
RESUMO
O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo e nos últimos anos, o mercado tem apresentado preço favorável, pois o interesse mundial na soja é, em grande parte, devido ao elevado teor de proteína em seus grãos, cerca de 40%, constituindo uma fonte importante para a alimentação humana e de animais. Desta forma os agricultores buscam aumentar a produtividade e elevar os lucros sem que seja necessário aumentar a área já plantada. Existem inúmeras formas para se buscar o aumento gradativo de produtividade. Este trabalho teve como objetivo avaliar a real eficácia da aplicação de adubo nitrogenado em soja, visando aumento da produtividade e buscando a viabilidade de eventuais manejos, na região de Sorriso – MT, já que por muitos anos as pesquisas demonstravam baixa eficácia do produto em aplicações foliares. O experimento foi instalado em blocos casualisados (DBC), com esquema fatorial 3x3, sendo os tratamentos dispostos em três diferentes estádios fisiológicos (V3, V6 e R4) e três doses de adubo nitrogenado foliar. Os resultados do trabalho foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e verificada diferença significativa, as médias foram submetidas ao teste de Tukey (5% de probabilidade) para identificar a diferença entre tratamentos. O software Genes foi utilizado para auxiliar os cálculos estatísticos. As médias das parcelas demonstraram significância para as características avaliadas, massa de mil grãos e massa de cada parcela. Houve diferença entre a massa de parcela e a massa de mil grãos da mesma. A variação teve maior constância quando a aplicação teve maior proximidade do período de enchimento de grãos.
Palavras chave: Glycine max, Sorriso-MT e Nitrogênio.
5
ABSTRACT
Brazil is the second biggest soybean producer of the world and in the last few
years the market has presented favorable price because worldwide interest in
soybean is in great part due to the high protein content in it`s grain, nearly 40%,
making an important source for human and animal feeding. Because of that farmers
seek to increase productivity and raise profits without being necessary to increase
the area to be planted. There are numerous ways to seek the gradual increase of
productivity. This study aimed to assess the actual efficiency of nitrogen fertilizer
application on soybeans, aimed at increasing productivity and pursuing the feasibility
of possible managements in the region of Sorriso - MT, being the for many years
research showed little effectiveness of the product in foliar applications. The
experiment was conducted using randomized blocks (DBC), with 3x3 factorial
scheme and treatments arranged in three different physiological stages: (V3, V6 and
R4) and three doses of foliar nitrogen fertilizer. The results of the study were
submitted to analysis of variance (ANOVA) and verified significant difference, the
average was submitted to Tukey's test (5% probability) to identify the difference
between treatments. Genes software was used to assist the statistical calculations.
The averages of the plots showed significance for the characteristics evaluated,
weight of a thousand grains and weight of each portion. There were differences
between the portion weight and the weight of a thousand grains of the same. The
variation was greater when the application was closer the grain filling period.
Key words: Glycine max, Sorriso- MT, Nitrogen.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 9 1.1 ORIGEM ................................................................................................................ 9
1.2 SOJA NO MT ........................................................................................................ 9
1.3 CARACTERÍSTICAS .......................................................................................... 10
1.4 IMPORTÂNCIA DA CULTURA ........................................................................... 10
1.5 NITROGÊNIO NA SOJA ..................................................................................... 11
2 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 12 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 14 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 18 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 19
7
INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max) pertencente a família Fabaceae (leguminosae), planta
de ciclo anual, porte herbáceo, de cultivo fácil quando bem manejado , pode ser de
crescimento determinado ou indeterminado dependendo da variedade e
característica nela introduzida se for oriunda de alterações genéticas (soja
transgênica). A soja possui boa adaptação aos solos brasileiros, tanto que cerca de
30.176.000 de hectares da área agrícola no Brasil são cultivados com a leguminosa.
Anualmente são comercializadas 89.342.000 de toneladas. A demanda cresce a
cada dia elevando preço e estimulando o plantio (LIMA, 2012).
Até o momento uma forma de se aumentar a produção anual é abrindo
áreas de vegetação natural, mas essa pratica esta cada vez mais inviável devido a
questão ambiental e dificuldades com a legalização de aéreas novas e aquisição de
licenças para essa prática. A utilização de áreas de pasto degradado também é uma
alternativa, porém há o problema de legalização para limpeza da área,
posteriormente a necessidade de nutrir o solo que sofreu com a degradação do
pasto e pisoteio do bovino (FLORES, 2007).
A partir destas dificuldades os produtores estão seguindo caminhos
alternativos, que também dão resultados aproveitando ao máximo as áreas que já
possuem, associando produtividade com sustentabilidade. Por exemplo o sistema
de plantio cruzado em estudo que vem sortindo efeitos positivos em áreas
comerciais; uso de produtos biológicos que restauram as estruturas originais do solo
tornando-o mais fértil; aumento de adubação, a própria instalação do plantio direto
foi uma forma de se produzir mais mantendo palhada e protegendo o solo, também
a elevação nas taxas de adubação tanto na linha de plantio a lanço e até mesmo
foliar (BALBINOT JUNIOR et al., 2012).
A aplicação de nitrogênio na soja foi por muitos anos uma opção escassa
pelo fato de algumas pesquisas mostrarem que não traria resultados satisfatórios
aumentando produtividade, pois a deficiência de nitrogênio, principalmente na raiz
pode ser por falta de chuvas, compactação de solo ou deficiência de absorção da
variedade. Com a implantação da tecnologia na produção de adubos tanto foliar,
quanto granulados que são absorvidos via raiz; e a disponibilidade imediata dos
mesmos pós-aplicação é um fator que torna interessante e atrai olhares dos
8
produtores como mais um método de se aumentar a produtividade média visando
custo beneficio viável e posteriormente, maiores lucros (FANCELLI, 2014).
O método de aplicação foliar de nitrogenados mineral visa suplementar a
fixação biológica do nitrogênio na planta até que as raízes da soja tenham
capacidade de estabelecer relações simbióticas com espécies de bactérias capazes
de fixar o nitrogênio molecular presente no ar do solo estimulando a nodulação da
raiz (IPINI, 2014).
O objetivo deste experimento foi esclarecer dúvidas cotidianas dos
agricultores perante a aplicação nitrogenada foliar, visando aumento de
produtividade. Será mais uma ferramenta na decisão de aplicar ou não o nitrogênio,
para aqueles que buscam aumento de produtividade de sua lavoura na região de
Sorriso-MT.
9
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1 ORIGEM
A soja é originária da região central da China. É provável que tenha sido
domesticada há 5000 anos na Manchúria, situada no nordeste do país. É uma região
favorável à agricultura, com latitudes próximas a 40º, onde prevalecem solos quase
planos, clima úmido e precipitações pluviométricas anuais de 700mm (BRAGA,
2009).
A introdução da soja no Brasil ocorreu na Bahia em 1882, através do
professor Gustavo D‟Ultra, que fez observações em algumas cultivares procedentes
do EUA, na “Eschola Agrícola da Bahia”. Esta escola era mantida pelo Imperial
Instituto Bahiano de Agricultura, criado em 1859, em São Bento das Lages Município
de São Francisco do conde, no recôncavo da Bahia (MERRILL, 2011).
1.2 SOJA NO MT
No Mato Grosso os desafios foram grandes devido a extensão territorial do
estado, elevados custos de implantação inicial da cultura, inexistência de
infraestrutura de produção e logística de mercado para o escoamento da safra. A
Empresa de Assistência técnica e Extensão Rural (EMPAER- MT) elaborou um
boletim Técnico “Diretrizes Básicas nas Regiões Norte e Leste de Mato Grosso para
direcionamento dos agricultores interessados. As pesquisas mostravam que as
terras possuíam capacidade de atingir médias em torno de 3000 kg/ha.
No entanto, seria indispensável a aplicação de calcário, fósforo e
micronutrientes para corrigir as deficiências naturais do solo. Em 1987, a produção
do Mato Grosso superou os indicadores de desempenho do Mato Grosso do Sul. A
conjugação dinâmica da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
Fundação Mato Grosso e a classe agricultora do estado transformou o estado a
partir de 2001, no principal produtor de soja do país (FUNDAÇÃO- MT, 2011).
O Mato Grosso tem potencial para suprir 58% do consumo nacional de soja.
O uso de novas variedades produtivas e o aprimoramento de técnicas de produção
como plantio direto, a rotação de cultura e integração Lavoura-Pecuária permitiram
aos produtores produzirem mais em menos espaço. Em 2011, o estado provou mais
10
uma vez sua eficiência produtiva, consolidando novo recorde de produtividade
superior a 53,5 sacas por hectare, em área de 6,4 milhões de hectares. Totalizando
20,5 milhões de toneladas (IMEA, 2013).
Estima-se que para safra Brasileira de soja na safra 2014/15, uma produção
de 86.569,2 mil toneladas, representando um incremento de 6,2% em relação a
safra 2013/14 (CONAB, 2014).
1.3 CARACTERÍSTICAS
Pertencente à família Fabaceae (Leguminosae) é uma planta de ciclo anual,
porte herbáceo e sublenhoso, cuja parte aérea é constituída de um caule principal
ou haste principal, com ausência ou presença de ramificações primárias, raramente
secundarias. Quando jovem, observam-se, da base para o ápice da haste principal,
as seguintes estruturas vegetativas: um par de cotilédones, inseridos de forma
oposta, seguido de um par de unifólios, também de inserção oposta, que são
sucedidos por folhas trifoliadas com inserção simples e alterna, em número variável,
de acordo com o cultivar (CAMARA et al, 2000).
1.4 IMPORTÂNCIA DA CULTURA
A grande demanda de soja no mundo pode ser explicada devido vários
fatores, não apenas pelo atendimento às industrias alimentícias, de rações,
siderúrgica e farmacêutica, mas também devido sua alta remuneração ao produtor e
condição de cultivo, gerando vantagens competitivas no mercado global (VALARINI,
2007).
Além da alimentação, o óleo de soja é uma fonte de energia renovável,
fazendo com que o mercado da soja ganhe espaço entre os biocombustíveis. Isso
acarreta o aumento do consumo e acaba desenvolvendo maior demanda e
alavancando as cotações, esse cenário é causado pela baixa dos estoques do
produto no mundo (APROSOJA, 2014).
Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento-SEAB
(2012), houve um crescimento de 17% nas importações mundiais no período de
safras 2008/09 até 2011/12. A China vem na liderança das importações de soja,
11
cerca de 50,45 milhões de toneladas e em segundo lugar a União Européia, com
uma média de 12,29 milhões de toneladas (FUNDAÇÃO- MT, 2011).
1.5 NITROGÊNIO NA SOJA
O teor de N no solo também pode interferir na nodulação das raízes e em
sua fixação simbiótica. Com relação ao uso de fertilizantes nitrogenados minerais,
deve-se considerar que tanto a forma amoniacal como a nítrica (que é reduzida á
forma amoniacal) são prontamente solúveis e disponíveis para a absorção radicular
por fluxo de massa, enquanto o estabelecimento dos nódulos nas raízes de soja
demanda tempo e muita energia por parte da planta. Assim dependendo da dose, o
fertilizante nitrogenado pode atrasar o início da nodulação das raízes (IPINI, 2014)
A amônia produzida pela nitrogenase no interior do nódulo apresenta efeito
autorregulador da própria atividade enzimática. Quantidades adicionais de uréia e
nitratos podem interferir nesse efeito autorregulador, uma vez que no interior das
células das raízes são transformados em amônia (IPINI, 2014).
12
2 MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi instalado no município de Sorriso-MT, localizado à S
45°32‟18‟‟ e W 65°14‟36”, 369 metros de altitude, na Fazenda LENZ situada na linha
Pontal do Verde KM 40, sentido Tapurah- MT. O plantio foi realizado no dia
03/10/2014, utilizando a cultivar de soja TMG 132 RR, com espaçamento entre
linhas de 45 cm, em solo considerado médio arenoso, com fertilidade alta. A área
utilizada foi de 270 metros quadrados.
A cultivar TMG 132 RR possui ciclo médio (120 a 122 dias) para o médio
norte mato-grossense, hábito de crescimento determinado, bom engalhamento, flor
branca e pubescência cinza. Apresenta tolerância à doenças como cancro da haste
e mancha olho-de-rã. Resistência à raça 1 e 3 de nematóide de cisto. É
recomendada para abertura de plantio. Com recomendação de plantio entre 10 de
outubro e 15 de novembro, em solo de alta fertilidade e população recomendada 300
a 320 mil plantas por hectare.
Foi realizado tratamento na semente com auxilio da tratadora de semente
(Grazmec MTS-120 especial) com o produto Standak Top® (Fipronil 250g/L), dose
de 100ml/100kg, mais o produto COMO® (cobalto e molibdênio), com densidades de
Co=1, Mo=7, d=1,2. A adubação foi realizada com Lancer Maximus 10.000 TRN Jan.
Aplicou-se 170 Kg/ha de fosfato super triplo (41% de P2O5 e 7 a 12% de Ca) a
lanço, mais 180 kg formulado 00-00-61 de K2O (cloreto), aplicado em cobertura no
segundo trifólio.
Para a realização do plantio foi utilizada uma plantadeira Semeato Sol twoer
de 30 linhas e um trator John Deere 7195j.
A área teve tratamento padrão incluindo as parcelas com 3 aplicações de
fungicida+ inseticida, sendo a primeira de Fox® 400 ml/ha (Trifloxistrobina 150 g/L,
Protioconazol 175 g/L) Óleo mineral Aureo® 0,25%/ha (720g/L), para controle de
lagarta Nomolt 150 sc (teflubenzurom). Segunda com Aproach
Prima(picoxistrobina+ciproconazol) Óleo mineral Aureo® 0,25%/ha (720g/L), Acefato
para controle de lagarta e alguns focos de percevejo barriga verde Mosca Brancae
Vaquinha (Diabrotica speciosa). Na terceira aplicação utilizou Fox® 400 ml/ha
(Trifloxistrobina 150 g/L, Protioconazol 175 g/L) Óleo mineral Aureo® 0,25%/ha
(720g/L), Nomolt150 sc (teflubenzurom) Eplingle 100EC (piriproxifem), para controle
de mosca branca
13
Os pragas que mais ocorreram foram Mosca- Branca (Bemisia tabaci biótipo
B.sinonímia de B. argentifolli), Vaquinha (Diabrotica speciosa), Lagarta elasmo
(Elasmopalpus lignosellus) encontradas mais nos primeiros 30 dias pós-plantio
quando havia falta de chuvas. Precevejo-marrom (Euschistus heros) e Percevejo
barriga-verde (Chinavia spp), Lagarta-falsa-medideira (Pseudoplusia includens),
Lagarta- da – soja (Anticarsia gemmatalis), Lagarta Spodoptera eridania, Lagarta-
rosca.
Foi utilizado delineamento em blocos casualisados (DBC), com esquema
fatorial 3x3, sendo os tratamentos: três diferentes épocas de aplicação (V3, V6 e R4)
e três doses de adubo nitrogenado foliar (50%, 100% e 150% da dose
recomendada), com três repetições, sendo que 100% corresponde a dose
recomendada pela bula do produto.
O produto utilisado de nome comercial GRAP NITRO®, composto por N=30,
d=1,3 (N=porcentagem de nitrogênio na formulação, d=densidade). Foi aplicado
com pulverizador Costal com pressão Constante (CO2), com dose de 150 ml/ha e
calda de 100 l/ha.
Foram avaliadas as seguintes características: massa de grãos da parcela
(MPA) e massa de mil grãos (MMG). As parcelas foram de 3x3, sendo que colhidos
os grãos no espaço de dois metros quadrados, com média de 25 plantas, em
seguida foram pesados 1000 grãos em uma balança de precisão. Para a correção
de massa de grão, durante a debulha foi retirado uma amostra e coletado a umidade
dos grãos por parcela.
O peso de grãos foi corrigido para umidade de 14,0%, a partir da expressão:
PGcorrigido = PG x (100 – U) / (100 – 14,0).
Os resultados do trabalho foram submetidos à análise de variância
(ANOVA) e se verificado diferença significativa, realizado o teste de Tukey (5% de
probabilidade) para identificar a diferença entre tratamentos. O software Genes
(CRUZ, 2013) foi utilizado para auxiliar os cálculos estatísticos.
14
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para as variáveis analisadas no experimento, a massa media de cada
parcela e massa de mil grãos tiveram diferença significativa e também para a
interação genótipo x ambiente, demonstrando existir efeito positivo na
suplementação de nitrogênio no crescimento e desenvolvimento das plantas, pelo
teste F, conforme Tabela 1.
Tabela 1
Teste F da análise de variância da massa de parcela (MPA) e massa de mil grãos (MMG), em função de diferentes doses de adubo nitrogenado foliar, aplicados em diferentes estádios fenológicos na cultura da soja.
MPA
FV Df SQ QM F Pr(>F) SIG
Blocos 2 44 22 0,34 0,716930 Trat 2 3855 1928 29,53 0,000004 ***
Amb 2 4760 2380 36,46 0,000001 ***
Trat:Amb 4 1787 447 6,84 0,002070 **
TRAT/AMB 6 5642 940 14,41 0,00001 ***
TRAT/AMB1 2 1467 734 11,24 0,00089 ***
TRAT/AMB2 2 720 360 5,52 0,01506 **
TRAT/AMB3 2 3455 1727 26,46 0 ***
Residuals 16 1044 65,3
cv (%) 3,45
MMG
FV GL SQ QM F Pr(>F) SIG
Blocos 2 6 3 1,077 0,364046 Trat 2 583 292 104,51 0,000000 ***
Amb 2 192 96 34,43 0,000002 ***
Trat:Amb 4 109 27 9,77 0,000338 ***
TRAT/AMB 6 692 115 41,35 0 ***
TRAT/AMB1 2 413 207 74,09 0 ***
TRAT/AMB2 2 203 101 36,34 0 ***
TRAT/AMB3 2 76 38 13,63 0,00035 ***
Residuals 16 44,6 2,79
CV (%) 1,41
Significativo à: 0 „***‟ 0.001 „**‟ 0.01 „*‟ 0.05 „.‟ 0.‟ 1 Fonte: Genes
15
Resultados similares foram observados pelo pesquisador Antônio Luiz
Fancelli e exibidas no livro Inovações Tecnológicas no Sistema de Produção Soja –
Milho”, publicado pela Esalq “Os resultados apresentados evidenciaram que o uso
de nitrogênio foliar nos estádios fenológicos reprodutivos contribuiu para o aumento
significativo do número de vagens/plantas, culminando no aumento de
produtividade”
Os dois trabalhos demonstram os resultados positivos da aplicação de N. No
entanto, contrariam alguns que julgam desnecessária a aplicação de N tanto foliar
quanto granulada.
O Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), coordenou pesquisa na safra
2012/2013 avaliando a adubação nitrogenada (lanço e foliar) na fase de enchimento
de grãos da soja (R5.3) nas principais regiões produtoras. Dos 51 experimentos
realizados para avaliar efeito da suplementação com uréia (líquida e granulada), em
98% dos casos foi constatada a inviabilidade da aplicação de nitrogênio.
“No Brasil, graças ao processo de FBN (Fixação Biológica de Nitrogênio), a
inoculação substitui totalmente a necessidade do uso de adubos nitrogenados nas
lavouras de soja. O inoculante contém bactérias selecionadas do gênero
Bradyrhizobium que, quando associadas às raízes de soja, conseguem converter o
nitrogênio da atmosfera em compostos nitrogenados, que serão utilizados pela
planta” (MENDES, 2007).
“A adubação nitrogenada da cultura da soja, no plantio, no florescimento ou
no enchimento dos grãos é desnecessária e, portanto, não é recomendada”
(MENDES et al 2000).
Foram observadas diferenças estatísticas entre os tratamentos, para os
dados de massa de parcela (Tabela 2), com destaque para o tratamento 1, onde
sua aplicação obteve melhor reposta em todos os estádios fenológicos, com as
maiores médias. Avaliando adubação nitrogenada suplementar tardia em soja
cultivada em latossolos do cerrado, observaram que aplicação de 50 kg de N em R1,
na forma de nitrato amoniacal e 50 kg de N na forma amônio em R1 e R5,
promoveram ganho em produtividade superior aos tratamentos apenas com
inoculação de sementes.
Quando analisamos a respostas dos estádios fenológicos dentro de cada
tratamento, observamos que o estádio V6 foi superior aos demais estádios, para os
tratamentos 1 e 3 e foi semelhante ao V4 no tratamento 2. Oliveira Júnior et al.
16
(2013), trabalhando com diferentes arranjos espaciais e adubação nitrogenada
associada a fertilização foliar, não observaram respostas significativas para as doses
de N utilizadas (50 e 100 kg/ha), na produção de soja em latossolo vermelho.
Tabela 2
Valores médios para massa da parcela (MPA), em função de diferentes doses
de adubo nitrogenado foliar (50%, 100% e 150%), aplicados em diferentes estádios fenológicos (V4, V6 e R2), na cultura da soja.
MPA T1-50% T2-100% T3-150%
V4 242 Ab 244 Aa 205 Bb
V6 269 Aa 238 Bab 246 Ba
R2 241 Ab 222 Bb 203 Cb
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na HORIZONTAL e pelas mesmas letras minúsculas na VERTICAL não diferem estastisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Para a variável massa de mil grãos, também foram observadas diferenças
estatísticas entre os tratamentos e os estádios fenológicos (Tabela 3). O tratamento
1 se destacou novamente, sendo o que apresentou maiores médias quando
avaliamos a resposta da planta em determinado estádio fenológico. Já quando
comparamos a resposta dos estádios fenológicos dentro de cada tratamento, o R2
foi superior aos demais nos tratamento 1 e 2 e semelhante ao V4 no tratamento 3.
Estes resultados contrariam Mercante et al. (2011), pois afirmam que a adição de
fertilizantes nitrogenados em qualquer estádio de desenvolvimento das plantas, é
desnecessário, pois não contribui para aumento significativo na produtividade da
cultura.
17
Tabela 3
Valores médios para massa de mil grãos (MMG), em função de diferentes doses de adubo nitrogenado foliar (50%, 100% e 150%), aplicados em
diferentes estádios fenológicos (V4, V6 e R2), na cultura da soja.
MMG T1-50% T2-100% T3-150%
V4 124 Ab 115 Bb 121 Aa
V6 113 Abc 110 Bc 115 Ab
R2 129 Aa 121 Ba 120 Ba
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na HORIZONTAL e pelas mesmas letras minúsculas na VERTICAL não diferem estastisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
18
CONCLUSÕES
A soja respondeu a aplicação de nitrogênio foliar, mas teve diferenciações e
ganhos de produtividade em cada estádio fisiológico da planta com alterações na
produção.
A hipótese é de que o nitrogênio pode inibir a capacidade da soja de
nodulação e expressar sua produtividade principalmente quando a planta esta nova.
19
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20
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