Gabriela Celani FEC-UNICAMP Universidade Católica de Goiás Março de 2004 SEMINÁRIO INTERNO DE ENSINO DE PROJETO Projeto arquitetônico: é possível ensinar?

Universidade Católica de GoiásMarço de 2004

SEMINÁRIO INTERNO DE ENSINO DE PROJETO

Gabriela CelaniFEC-UNICAMP

Projeto arquitetônico:é possível ensinar?





I. O aprendizado• Artigo do Projetar 2004• A tradição do ensino da arquitetura no Brasil• Entrevista com o professor Paulo Bruna• A defesa e a crítica ao atelier

II. O ensino• Movimento dos métodos• Novas tendências• Experiências com colaboração e interdisciplinaridade

III. Conclusão





PROJETAR 2003

“Recuperando o tempo perdido: por que recusamos o método e como ele ainda poderia nos ajudar”

I.O aprendizado





1. Por que o movimento dos métodos no projeto não chegou a influenciar significativamente o ensino e a prática da arquitetura no Brasil?

I.O aprendizado






• Origens do ensino da arquitetura no Brasil – a tradição francesa

I.O aprendizado






• Origens do ensino da arquitetura no Brasil – a tradição francesa• Sistema de trabalho baseado em pequenos escritórios

I.O aprendizado






• Origens do ensino da arquitetura no Brasil – a tradição francesa• Sistema de trabalho baseado em pequenos escritórios• Ausência de discussão sobre projeto auxiliado por computador

I.O aprendizado






• Origens do ensino da arquitetura no Brasil – a tradição francesa• Sistema de trabalho baseado em pequenos escritórios• Ausência de discussão sobre projeto auxiliado por computador

2. O estudo dos métodos de projeto poderia contribuir para o ensino da arquitetura?

I.O aprendizado





Evolução do ensino do projeto no Brasil (segundo Alberto Souza)

• Engenheiros militares• Missão Francesa (séc. XIX)

– Arquitetura como arte(Academia de Belas Artes)

– Atelier e cópia de modelos como métodos pedagógicos

• Escolas de engenharia:– Influenciadas pela arquitetura

racionalista de J.N.L. Durand

I.O aprendizado






• Engenheiros militares • Missão Francesa (séc. XIX)





I.O aprendizado






• Engenheiros militares• Missão Francesa (séc. XIX)





I.O aprendizado





Evolução do ensino do projeto no Brasil

• Ruptura com ensino baseadoem tratados

• “Projeto não se ensina, se aprende”

I.O aprendizado





Entrevista com o professor Paulo Bruna:

“Nos anos 1960 imaginava-se que o projeto resultaria em alta qualidade, quanto mais aderente a uma determinada metodologia. (…) Se as regras fossem diligentemente aplicadas, necessariamente do outro lado da linha haveria um bom projeto. Houve dezenas de "métodos infalíveis", que cairam em desuso porque não serviam para muita coisa. (…) As escolas mais influenciadas pelas ciências exatas, como o MIT, desenvolveram programas que utilizavam sequências lógicas, perfeitamente compatíveis com o desenho em CAD. Não resultou nada importante desse esforço, razão pela qual sua repercussão no Brasil, sempre muito influenciado pelo ‘risco genial’ de algum arquiteto inspirado, foi nula.”

I.O aprendizado





Donald Schön, déc. 70Educating the reflective practitioner“Reflection in action”

Arquitetura como disciplina práticaCritica separação entre teoria e práticaReconhece que o aluno “trava”

I.O aprendizado





“’Stuckness’ in the Design Studio”Avigail Sachs

• Atelier: alunos têm de projetar e aprender a projetar simultaneamente

• Alunos “travam” quando se deparam com dificuldades técnicas que são incapazes de solucionar

• Questionamento da validade pedagógica do atelier

I.O aprendizado








II.O ensinoDesign Methods Movement





Design Methods Movement

Anos 20: Psicologia experimental GestaltAnos 50: Escola de Desenho Industrial de UlmInício anos 60: primeiros estudos sobre método projetual1962: Primeira conferência de Design Methods, UK(Design Research Society, revista Design Methods)1966: Design Methods Group, EUA(GMP Newsletter)

II.O ensino






Christopher Jones: Design Methods, 1970Métodos colaborativos

II.O ensino







Black box X Glass box

II.O ensino







Black box x Glass box

Métodos e estratégias

II.O ensino











Críticas ao movimento dos métodosO método científico não se adequa ao processo de projetoDistinção entre as ciências do natural e do artificial (Simon, 69)O movimento teria sido o resultado de uma tentativa de se cientificizar o

projeto, tornando-o mais “academicamente respeitável”Conscientização da necessidade de criação de uma “ciência” do projeto

específica

II.O ensino





Anos 80: mudança na direção…Design ThinkingPesquisa em projeto (Design Research) Estudo dos processos congitivos envolvidos no projeto (Design Cognition)Exs: Raciocínio por analogia, IA aplicada ao projeto, etc.

II.O ensino





II.O ensinoForma como resultado do contexto:relevo, clima, sociedade, necessidades do cliente

Forma derivada da adaptação de modelos existentes

Método ge(ne)rativoComputational Design





Gramáticas como estímulo à colaboração

MIYAGI Workshop

http://web.mit.edu/4.184/www/

II.O ensino






Projetos colaborativos a distância

Sarajevo Workshop


II.O ensino






Interdisciplinaridade

Steven V. Szokolay “Science in architectural education”The University of Queensland

"(...) O processo educacional deveria se preocupar com ambos [os lados direito e esquerdo do cérebro]... Para os tipos "direitos" o conteúdo científico deveria ser tornado mais agradável. Estou convencido de que a única maneira de se fazer isto é abolindo-se a separação das matérias científicas e trazendo-as para o atelier. Por determinados períodos as matérias de atelier deveriam ser atribuídas a professores responsáveis pelo ensino das ciências...“

II.O ensino





Interdisciplinaridade

“...Nesses períodos os projetos deveriam ser desenvolvidos como veículos para o aprendizado das matérias científicas. Primeiro se gera a necessidade (ou a sede) pela informação, e então ela é apresentada. Estes alunos compreenderão os princípios científicos da mesma maneira que aprendem (desenvolvem) suas habilidades de projeto: por métodos implícitos e não explícitos, por osmose. Uma seqüência de aulas pode ser criada para apresentar a matéria, mas de forma relacionada ao projeto arquitetônico, conforme a necessidade vai surgindo. O assunto, assim, tem uma melhor chance de ser internalizado e relembrado por alunos que não têm disciplina científica e uma mente ordenada."

II.O ensino





III.Conclusão

“Cooperation and individualism in design”Coyne & Snodgrass





III.Conclusão

“Cooperation and individualism in design”Coyne & Snodgrass

Individualismo como questão filosóficaDescartes: “Eu sou” (e não “O homem é”)Heidegger: fazemos parte do mundo ao nosso redor

Problemas típicos: aprovação, consenso do grupo.

Especialização como forma de facilitar a colaboração





III.Conclusão

“A formação do arquiteto e o ensino de projeto”Paulo de Mello Bastos





III.Conclusão

“A formação do arquiteto e o ensino de projeto”Paulo de Mello Bastos

• Equipes verticais de alunos, coordenadas por alunos mais adiantados.

• Divisão de tarefas: “levantamento, pesquisa, análise, programação, coordenação e projetos em todas as áreas.”





III.Conclusão

Dilema:





III.Conclusão

Dilema:

Como permitir especialização dentro de uma turma em que todos têm de sair da faculdade com o mesmo diploma, portanto com o mesmo conhecimento?





III.ConclusãoA questão fundamental no ensino do Projeto:






Trabalho em equipe






Trabalho em equipe

Alunos






Trabalho em equipe

AlunosProfessores





Agradecimentos:

Prof. Dirceu TrindadeUniversidade Católica de Goiás

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