Ganhar uma medalha nas Paraolimpíadas é um feito surpreendentee imaginável, mas ganhar uma medalha de ouro todo dia é umanecessidade para muitos brasileiros.

Vamos imaginar um cadeirante brasileiro.Ele acorda de manhã e sai para trabalhar. Pega um ônibus que nãotem elevador (isso quando param, pois a maioria não pára). Sobe calçadas que não tem rampas. Pega metrô que só tem escadas rolantes. Vai para um lado. Vai para outro ...

Passa por centenas de obstáculos: atravessa ruas correndo e com medo de ser atropelado, pois o tempo do semáforo é muito curto,vai ao banco e não consegue entrar (às vezes é revistado e humilhado,às vezes fica do lado de fora), tenta andar nas calçadas, mas sãotão irregulares que acaba andando na rua (mais uma vez correndorisco de atropelamento). Depois ele vai para a escola, estuda e depoisfaz o mesmo percurso de volta para casa.

Esse cadeirante (poderia ser um cego ou qualquer pessoa com deficiência) merece ganhar uma medalha de ouro quando volta para casa, pois em um dia ele correu três maratonas, matou três leões e ainda vai repetir tudo de novo no dia seguinte!

Você acha que estou exagerando?

Então vamos fazer um teste. Pegue uma cadeira de rodas oucoloque uma venda nos olhos (não esqueça a bengala) e dêuma volta no quarteirão de sua casa. Garanto que você nãochegará nem na metade do percurso e se chegar não conseguirá mais voltar ...

Você ainda acha que eu estou exagerando?

Steven Dubner

STEVE DUBNER É COORDENADOR - GERAL DA ADD ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA PARA DEFICIENTES

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www.stevendubner.com.br

EDÊNIA GARCIANADADORAMEDALHA DE PRATANA PARAOLIMPÍADA DE ATENAS - 2004

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Brasília - DFBRASIL

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“Aquarela do Brasil - Orquestra Tabajara”