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9 720972 000037 01832 PUB 19 maio 14.30h-18.30h Informações: [email protected] | 223 399 427/00 Pandemia: O ABC dos apoios financeiros às empresas FORMAÇÃO ONLINE Nº 1832 / 8 de maio 2020 / Semanal / Portugal Continental 2,40 J CONTRATO Nº 594655 '('&( ATUALIDADE Campanhas internacionais decorreram na Alemanha, EUA, Reino Unido, Espanha e Macau Portugal Digital Export apoia internacionalização das PME Pág. 5 Ordem da Trindade tem maior projeto IFTTU na região Norte Investimento na reabilitação do Hospital da Trindade atinge 10 milhões de euros Pág. 6 AUTOMÓVEL Secretário-geral da ARAC garante “Empresas de rent-a-car não baixam os braços” Pág. 22 Oficinas seguem protocolo de desinfeção dos automóveis Pág. 23 MERCADOS A Nossa Análise Como investir em biofarmacêutica e em ações globais Pág. 19 João Pedro Oliveira e Costa será CEO do BPI Pág. 16 SUPLEMENTO SEGUROS Os novos desafios dos seguros num mercado em mudança Pág. 2 PUB Pág. 3 Pág. 3 Garantia Mútua já aprovou operações no valor de 4300 milhões de euros Procura de crédito esgota disponibilidade da linha Covid-19 Ministra da Agricultura lembra que o setor “continuou a trabalhar”, apesar das quebras de rendimento Agricultura pode não ser prioritária para o fundo de recuperação da UE Pág. II Suplemento Agrovida PUB GEORGE Career Change Consultants Campo Grande 30 – 8º B 1700-093 Lisboa, www.george.pt Mais de 20% das empresas não têm acesso a financiamento nem a moratórias Portugal tem a taxa mais alta de divórcios da União Europeia Em Portugal, 64,2% (quase 2/3) dos casamentos terminam em divórcio. A maior percentagem da UE-28. E que tem crescido anualmente à taxa de 4,6%. Para Jorge Vasconcellos e Sá, o elevado número de divórcios explica-se pela responsabilidade conjunta dos pais, mães e dos professores e pelo culto do facilitismo. Pág. 24

Garantia Mútua já aprovou operações no valor de 4300 milhões … · 2020-07-03 · empresas e particulares, envolvendo créditos no valor de 4,8 mil milhões de euros, ao longo

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Page 1: Garantia Mútua já aprovou operações no valor de 4300 milhões … · 2020-07-03 · empresas e particulares, envolvendo créditos no valor de 4,8 mil milhões de euros, ao longo

9 720972 000037

0 1 8 3 2

PUB

19 maio14.30h-18.30h

Informações: [email protected] | 223 399 427/00

Pandemia: O ABC dos apoios fi nanceiros às empresas

FORMAÇÃO ONLINE

Nº 1832 / 8 de maio 2020 / Semanal / Portugal Continental 2,40 J

CONTRATO Nº 594655

ATUALIDADECampanhas internacionais

decorreram na Alemanha, EUA,

Reino Unido, Espanha e Macau

Portugal Digital Export

apoia internacionalização

das PMEPág. 5

Ordem da Trindade tem maior

projeto IFTTU na região Norte

Investimento

na reabilitação do Hospital

da Trindade atinge

10 milhões de eurosPág. 6

AUTOMÓVELSecretário-geral da ARAC garante“Empresas de rent-a-car

não baixam os braços”Pág. 22

Ofi cinas seguem protocolo

de desinfeção

dos automóveisPág. 23

MERCADOSA Nossa AnáliseComo investir

em biofarmacêutica

e em ações globaisPág. 19

João Pedro Oliveira

e Costa será CEO do BPIPág. 16

SUPLEMENTO SEGUROSOs novos desafi os dos

seguros num mercado

em mudançaPág. 2

PUB

Pág. 3Pág. 3

Garantia Mútua já aprovou operações no valor de 4300 milhões de euros

Procura de crédito esgota disponibilidade da linha Covid-19

Ministra da Agricultura lembra que o setor “continuou a trabalhar”, apesar das quebras de rendimento

Agricultura pode não ser prioritária para o fundo de recuperação da UE

Pág. II Suplemento Agrovida

PUB

GEORGE Career Change ConsultantsCampo Grande 30 – 8º B

1700-093 Lisboa, www.george.pt

• Mais de 20% das empresas não têm acesso a fi nanciamento nem a moratórias

Portugal tem a taxa mais alta de divórcios da União EuropeiaEm Portugal, 64,2% (quase 2/3) dos casamentos terminam em divórcio. A maior percentagem da UE-28. E que tem crescido anualmente à taxa de 4,6%.Para Jorge Vasconcellos e Sá, o elevado

número de divórcios explica-se pela responsabilidade conjunta dos pais, mães e dos professores e pelo culto do facilitismo.

Pág. 24

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Atenuar as mudanças climáticas globais estava no topo das prioridades dos Governos, assim como criar medidas de incentivo à compra de carros elétricos, à partilha de energia, mas com a COVID-19 todas as estratégias definidas até ao momento foram atrasadas ou alteradas.

Embora as empresas tenham adotado fontes renováveis há anos e tenham já assumido compromissos voluntários de transição para a energia verde, dando assim prioridade aos tarifários de energia renovável, a crise em que todos vivemos, impulsionada pela COVID-19, está a modificar todos os setores da economia, tendo, inevitavelmente, enormes impactos nos mercados de energia. Mas será que esta agitação retardará as metas corporativas de energia limpa?

Ainda é cedo para conseguirmos fazer este tipo de análise, mas podemos já verificar que a próxima década será crucial para definir a trajetória das mudanças climáticas no nosso planeta, até porque cada vez mais as consequências já se começam a fazer sentir, nomeadamente as secas, os incêndios florestais, a subida dos oceanos, que, por sua vez, provocam a inundação de cidades e a intensidade e frequência, sem

precedentes, de tempestades.Desta forma, a sociedade está

mais consciente para a temática das mudanças climáticas, e, por isso exige cada vez mais às comercializadoras de energia que invistam e forneçam energias verdes, de forma a garantir que o processo de geração de eletricidade produz o mínimo possível de emissões e poluição de gases de efeito de estufa (GEE).

Perante este contexto, as comercializadoras de eletricidade foram obrigadas a redefinir-se e a reconstruir o sistema de energia. Se, por um lado, a energia eólica e solar estão a alcançar um enorme protagonismo, até com o aparecimento do hidrogénio verde, que está a ser reconhecido como a nova alternativa, à medida que o carvão diminui, por outro, a Internet das coisas, a ciência dos dados e a privacidade, a cibersegurança e as escolhas dos clientes em relação à confiabilidade, acessibilidade e sustentabilidade da eletricidade estão a potenciar novas oportunidades, mas, sobretudo, novos desafios a este setor.

No entanto, juntar a inovação ao setor da energia nem sempre foi um caminho fácil, uma vez que, para os reguladores deste setor, a eletricidade já não é considerada como um luxo, mas sim um bem essencial,

dado que tudo o que gira nas nossas vidas, quer a nível pessoal quer social ou económico, necessita dela para funcionar, independentemente do custo que possa ter. Portanto, porquê inovar?

Conscientes desta dependência, o setor energético construiu a sua infraestrutura, processos e cultura em torno dessas expectativas. Se podíamos confiar? Sim. Mas será que eram dinâmicas e inovadoras? Não. E, por isso, a mudança, neste setor, foi lenta e não conseguiu acompanhar as transformações de mentalidade que estavam e continuam a estar a acontecer na sociedade.

Neste sentido, para responder aos novos paradigmas que começam a surgir, as comercializadoras de energia elétrica precisam de líderes inovadores e dispostos a encontrar as soluções mais disruptivas para dar resposta a esta nova realidade. No entanto, importa ter em atenção que a eletricidade é única e difícil de gerir, pois não a podemos ver, provar ou cheirar. Move-se à velocidade da luz e tem de ser consumida assim que produzida, uma vez que não existem formas padronizadas e económicas de armazenar grandes quantidades de energia com facilidade e eficácia.

Assim, cada vez mais é essencial apostar nas energias renováveis: a

eólica, a geotérmica, a solar, esta última, tornou-se muito mais barata, a uma taxa que poucos poderiam imaginar, especialmente em aplicações descentralizadas, como colocar painéis solares nos telhados, por exemplo. Desta forma, a integração económica dessas energias renováveis tornou--se então o novo desafio do setor energético.

Mas como podemos gerir esses impactos para o benefício máximo das pessoas e do planeta? Que novas tecnologias podem preencher essas novas necessidades ou melhorar as necessidades existentes? Qual a combinação de tecnologias mais adequada para os recursos renováveis de cada região? Este é apenas o lado da oferta da equação, no qual os clientes de serviços públicos – residenciais, comerciais e industriais – estão agora a começar a perceber quais as reais possibilidades, oportunidades e desafios associados ao entendimento e gestão das suas necessidades de energia.

De facto, a transformação raramente é direta e nunca é fácil. Porém, precisamos de nos transformar, para que possamos continuar a fornecer um serviço elétrico confiável, acessível e, sobretudo, cada vez mais sustentável.

Humor económico

VASCO DE MELLOO empresário revela que mesmo em tempo de crise a vida não pode parar e até se podem

encontrar boas oportunidades de negócios. Com o risco calculado, como é de seu timbre, chegou a acordo para a venda de uma parte substancial do seu capital na Brisa. Mas o que é muito positivo é o facto de se tratar de uma operação que envolve três grupos estrangeiros. O que significa que o nosso país não deixa de atrair capital externo. E transmite a ideia de que os investidores estão confiantes quanto às capacidades de Portugal para recuperar. Entretanto, Vasco de Mello vai investir os ganhos nos negócios que lhe são centrais. Sem dúvida uma boa notícia para a economia nacional e um sinal de que a economia está a funcionar.

2 SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020

ABERTURA

Top da semana

EXPANSIÓN

PIB espanhol com queda histórica

A economia espanhola afundou no primeiro trimestre do ano, em resultado da crise do coronavírus e da paralisação da atividade, decretada na segunda metade de março. O PIB registou um recuo de 5,2%, face aos três meses anteriores.Esta descida foi a maior em termos trimestrais desde 1970. Até agora, a maior queda tinha sido do primeiro trimestre de 2009, com menos 2,6%, sendo que o PIB espanhol tinha aumentado quatro décimas no último trimestre do ano passado.

INVESTIR

BCE remunera melhor bancos que atribuem crédito

O Banco Central Europeu anunciou que vai remunerar ainda melhor os bancos que lhe concederem liquidez. Entretanto, fica a intenção de comprar um valor bilionário de ativos ainda este ano e reafirma que fará ainda mais se tal for necessário. Mas a grande novidade

foi a garantia de melhorar a remuneração dos bancos que lhe atribuírem liquidez no longo prazo, de modo a favorecer o crédito, as taxas de juro das operações de refinanciamento a longo prazo, passando para menos um ponto percentual para a liquidez consagrada aos créditos às empresas e às famílias. A instituição lançou ainda um novo dispositivo de crédito aos bancos, as operações de refinanciamento a longo prazo de urgência pandémica.

RAPID

UE apoia Portugal, Espanha, Itália e Áustria com 279 milhões

A Comissão Europeia lançou a proposta de 279 milhões de euros de apoio financeiro para Portugal, Espanha, Itália e Áustria, com o objetivo de aliviar a população de várias regiões destes quatro países abalados por desastres naturais em 2019. Este financiamento suplementa 800 milhões de euros disponibilizados para 2020 pelo Fundo de Solidariedade da União Europeia.O pacote está dividido, de acordo com as necessidades, pelos quatro países.

ImprensaEM REVISTA

Atualidade .................Pág. 05

Agriloja bate recorde mensal de vendas em março

Atualidade ................ Pág. 07

Mora no pagamento de renda de residência de estudante

Internacional .............Pág. 08

Comissão adota pacote de medidas no domínio bancário

Negócios e Empresas Pág. 11

Medicamento da Bial aprovado nos Estados Unidos

Fiscalidade ................ Pág. 14

Regularização do imposto em créditos de cobrança duvidosa

Mercados .................. Pág. 17

XTB com primeiro trimestre histórico

Mercados ...................Pág. 18

O mercado imobiliário depois da COVID-19

Mercados ...................Pág. 19

Como investir em biofarmacêutica e em ações globais

Automóvel ................ Pág. 29

Oficinas garantem protocolo de desinfeção dos automóveis

Nesta edição

06AtualidadeInvestimento na

reabilitação do Hospital da Trindade atinge 10 milhões de euros

08InternacionalSetor europeu

dos transportes conta com apoios

28Automóvel“Empresas

de rent-a-car não baixam os braços”

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADOR EDIÇÃO João Luís de Sousa REDAÇÃO Adérito Bandeira, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 2º 4000-263 Porto - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; • ASSINATURAS Tel 223 399 400 • E-mail [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009

TIRAGEM CONTROLADA PELA:

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

DONALD TRUMPO Presidente dos Estados Unidos continua a sua cruzada errática e irresponsável. Neste momento, a sua principal

preocupação é desviar as atenções de políticas absolutamente descabidas e até lesivas da saúde pública. O seu alvo volta a ser a China e a necessidade de atribuir culpas a alguém. Nada mais errado numa altura como a que se vive. Trump deveria centrar-se em garantir uma estratégia eficaz no combate à pandemia, o que não está a suceder. Cada vez que faz uma intervenção, apenas cria mais confusão e os mercados ressentem-se. Juntando Trump e Bolsonaro, o mundo corre sérios riscos a todos os níveis.

ANTÓNIO COSTAAs últimas sondagens não deixam quaisquer dúvidas, António Costa teria a preferência

dos portugueses, caso se realizassem eleições. A realidade é que o Primeiro-Ministro tem sabido conduzir o país durante a pandemia. Foi mesmo um “rival” de Rebelo de Sousa quanto ao aparecimento nos meios de comunicação social. Teve a preocupação de mostrar que estava à altura da situação, sendo que, de uma maneira geral, revelou capacidade de liderança. Sobretudo transmitiu segurança ao país, o que faz com que seja uma das figuras mais destacadas em todo este processo. As fragilidades do passado foram plenamente superadas com as estratégias assumidas.

A PRESENTE EDIÇÃO TEVE UMA DISTRIBUIÇÃO TOTAL DE 114.370 EXEMPLARES,

INCLUINDO A CIRCULAÇÃO EM PAPEL E DIGITAL

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

Registo na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 •

ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

A necessidade de evolução do setor energético

MANUEL AZEVEDOCEO Energia Simples

Page 3: Garantia Mútua já aprovou operações no valor de 4300 milhões … · 2020-07-03 · empresas e particulares, envolvendo créditos no valor de 4,8 mil milhões de euros, ao longo

A procura de financiamento na Linha de Apoio à Economia COVID-19 ultrapassa largamente a dotação de 6200 milhões de euros – apurou a “Vida Económica” junto das principais instituições de crédito. Um volume significativo de pedidos de financiamento apresentados pelas empresas ficou a aguardar um aumento da dotação disponibilizada para fazer face à crise atual.Além da insuficiência da dotação na Linha de Apoio à Economia, os bancos sondados pela “Vida Económica” referem que uma grande parte das empresas foi excluída do financiamento e das moratórias porque já tinha dívidas em atraso no sistema bancário, na Administração Fiscal ou na Segurança Social.JOÃO LUIS DE [email protected]

De acordo com as regras que foram definidas pelo Governo, não há acesso à Linha de Apoio à Economia para as em-presas com prestações bancárias em dívida, nem sequer a possibilidade de obterem a moratória de seis meses. As empresas em incumprimento bancário representam quase 21% do total de empresas em ativi-dade, incluindo pequenas, médias e mes-mo grandes empresas (ver quadro).

Para os responsáveis do setor bancário, a falta de apoio para o elevado número de empresas em incumprimento vai ter como consequência o aumento da sinistralidade, com reflexos negativos para os bancos.

Regras favorecem empresas em melhor situação

Com base nas regras que foram esta-belecidas, as empresas que não estão em incumprimento podem obter valores sig-nificativos de financiamento, cobertos pela garantia do Estado. Mas uma empresa em dificuldades que pretenda obter crédito e que esteja disposta a conceder garantias reais e garantias pessoais dos sócios não tem acesso às linhas de financiamento nem às moratórias, mesmo que os bancos este-jam dispostos a financiar sem a garantia do Estado.

Além da impossibilidade de acesso à Li-nha de Apoio à Economia e às moratórias, a concessão de crédito bancário às empre-sas com dívidas ao Fisco e à Segurança Social também está fortemente condicio-nada, porque as normas impõem a apre-sentação de certidões de não dívida. No caso de haver valores em dívida ao Fisco ou à Segurança Social, os bancos são obri-gados a reter no valor dos financiamentos a totalidade dos impostos e contribuições em atraso.

Na opinião de vários gestores bancários, as regras definidas para a Linha de Apoio à Economia e para as moratórias discrimi-nam de forma negativa as empresas com maiores dificuldades.

E uma parte significativa dos recursos disponíveis está a ser canalisada para as empresas que estão em melhor situação, representando uma oportunidade de obter crédito com um custo inferior e com me-nos exigências em termos de garantias.

Várias empresas recorrem à Linha de Apoio à Economia COVID-19 para fica-rem com uma situação de tesouraria mais robusta perante a crise económica que vai ter de atravessar.

Noutros casos, as empresas que tinham obtido crédito bancário com garantias pessoais dos gestores, conforme é prática habitual da banca, veem a possibilidade de substituir as garantias concedidas pela ga-

rantia de Estado que cobre 80% a 90% do valor do financiamento.

Enquanto as empresas menos atingidas pela crise têm a possibilidade de obter fi-nanciamento bancário de médio prazo a um custo inferior e em condições mais favoráveis, as empresas com maiores difi-culdades vêm-se impossibilitadas de recor-rer à Linha de Apoio à Economia, e sem hipóteses de sobrevivência.

Aprovações em tempo recorde

Uma das caraterísticas das linhas de cré-dito COVID-19 são os prazos curtos de aprovação, quer por parte dos bancos, querpor parte do sistema de garantia mútua.

No entanto, nem todos os prazos de-finidos estão a ser cumpridos. Segundoapurou a “Vida Económica”, uma empresa que questionou uma sociedade de garantiamútua sobre o esgotamento do prazo deaprovação obteve como resposta que nãoera possível cumprir o prazo definido noprotocolo. E, no caso de não aceitar, deveriaconsiderar a sua operação como recusada.

As linhas COVID-19 obrigaram a um esforço de análise e aprovação sem prece-dentes no sistema de garantia mútua. Se-gundo refere a SPGM, o volume de can-didaturas apresentadas em duas semanasà Linha de Apoio à Economia correspon-dem a cerca do dobro do total de garantias emitidas em todo o ano de 2019.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020 3

Inflação com forte quebra na OCDEA taxa de inflação homóloga dos países da OCDE registou uma quebra para 1,7%, em março, na que foi a maior descida desde a crise financeira de 2008. A pressão em baixa ficou a dever--se sobretudo à baixa nos preços da energia. A inflação da organização passou de 2,3%, em fevereiro, para 1,7% no mês seguinte, em resultado de uma forte quebra de 3,6% nos preços da energia. Já nos alimentos, verificou-se um aumento de 2,4%. Todas as principais economias apresentaram descidas, à exceção do Japão, onde a taxa se manteve estável.

GARANTIA MÚTUA JÁ APROVOU OPERAÇÕES NO VALOR DE 4300 MILHÕES DE EUROS

Procura de crédito esgota disponibilidade das linhas COVID-19

Regras condicionam crédito bancário a empresas com dívidas ao Fisco e Segurança Social

70% da dotação das linhas COVID-19 já tomada

AQUILES [email protected]

As operações aprovadas da Linha de Apoio à Economia COVID-19 lançada pelo Ministério da Economia correspondem a um valor de 4,3 mil milhões de euros, 70% dos 6,2 mil milhões de dotação total da ferramenta, anunciou a SPGM. A entidade coordenadora da garantia mútua indica ter registado mais de 43 mil candidaturas de todos os setores de atividade, 84% de micro ou pequenas empresas, “tendo já sido aprovadas pelo sistema português de garantia mútua cerca de 80% destas operações solicitadas por empresas de menor dimensão e com maiores necessidades de liquidez no curto prazo”.O prazo para receção do financiamento solicitado foi, como a “Vida Económica” deu conta na edição passada, considerado demasiado longo. A SPGM indica que “o prazo médio de decisão pelo sistema de garantia foi de quatro dias úteis após receção do formulário de candidatura devidamente preenchido pela instituição de crédito e com todos os elementos necessários à análise de risco para efeitos da obtenção da garantia”. Segundo o que pudemos apurar, o prazo médio em que o processo está em “mãos” da SPGM fica-se por um dia útil.A sociedade coordenadora da garantia mútua em Portugal acrescenta, além disso, que a maioria das candidaturas apenas

deu entrada na segunda metade do mês passado. “Apesar de esta linha estar em vigor desde o dia 30 de março, mais de 94% das candidaturas foram apresentadas pelas instituições de crédito ao sistema de garantia mútua após o dia 16 de abril”, indicam.

Duas linhas específicas já encerradas

Só nas últimas duas semanas, a procura registada e o volume de candidaturas apresentadas à Linha de Apoio à Economia COVID-19 corresponderam, de acordo com a SPGM, “a cerca do dobro do número total das garantias emitidas pela garantia mútua em todo o ano de 2019”.Em resultado da procura, duas linhas específicas de setores já atingiram o montante máximo definido. Desse modo, foram encerradas as linhas específicas de Apoio a Agências de Viagem, Animação Turística, Organizadores de Eventos e Similares e de Apoio à Atividade Económica. “Relativamente às operações entradas nas sociedades de garantia mútua, e ainda em processo de análise, as mesmas serão decididas e aprovadas até ao plafond total estabelecido por linha específica”, informa a entidade.Continuam disponíveis e a aceitar candidaturas as linhas específicas de Apoio a Empresas da Restauração e similares e de Apoio a Empresas do Turismo.

Empresas com crédito vencido

Fonte: Banco de Portugal, Boletim estatístico

Microempresas 21%

Pequenas empresas 19,4%

Médias empresas 18%

Grandes empresas 10,4%

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Análise das demonstrações fi nanceiras

OBJETIVOS Analisar a situação económica e fi nanceira • da sua organização • dos seus clientes • da sua concorrência Melhorar a capacidade de gestão da sua organização Melhorar a tomada de decisões

PROGRAMA• Os documentos, para análise: balanços e demonstração de

resultados• O diagnóstico económico e fi nanceiro• Análise da política fi nanceira da empresa• Análise dos diferentes tipos de estratégias de fi nanciamento• O que procuram na análise fi nanceira os diferentes utilizadores• O relatório de análise económica e fi nanceira global• Análise prática de casos reais

FORMADOR Dr. Agostinho Costa

ENQUADRAMENTOUma boa análise das demonstrações fi nanceiras de uma organização, permite identifi car problemas numa fase inicial dos mesmos, estudar soluções, tomar melhores decisões, envolver a equipa na resolução dos mesmos.Analisar um negócio antes de nele empatar capitais, analisar a situação económica e fi nanceira de uma empresa, da qual somos proprietários, gestores, fi nanciadores, fornecedores, ou concorrentes.Desta forma, a análise das demonstrações fi nanceiras de uma organização, é importante quer para os gestores da própria empresa, as entidades fi nanciadoras, os fornecedores, a concorrência.Basear o diagnóstico num estudo sério e não na simples intuição, eis os objetivos da análise das demonstrações fi nanceiras.Procederemos ao estudo de casos reais, com a utilização de modelos de análise, que serão distribuídos aos formandos.

PREÇOS Público em Geral: €175 | Assinantes VE: €130 (IVA incluído)

Informações/Inscrições Ana Bessa (Dep. Formação) | Vida Económica - Editorial SA.Rua Gonçalo Cristóvão, 14 R/C 4000-263 Porto | 223 399 427/00 | Fax: 222 058 098 | Email: [email protected]

14 e 15 maio9h30/13h00

FORMAÇÃO ONLINE

É já no dia 12 de maio que acontece a formação online da Vida Económica Business School subordinada ao tema “O Direito da Segurança Higiene e Saúde no Trabalho”, ministrada por João Vilas Boas Sousa, advogado com Mestrado em Direito do Trabalho, gestor de Recursos Humanos e formador com CCP. O formador alerta para “o controlo dos riscos de contágio”, assim como a necessidade de “garantir ambientes laborais saudáveis e seguros”.

Vida Económica - De que forma pode a formação do Direito da Segurança Higiene e Saúde no Trabalho ajudar as empresas no momento de pandemia que vivemos? Saberemos exatamente quais os procedimentos a adotar, assim como os equipamentos necessários?

João Vilas Boas Sousa - A formação

sobre o direito da S.H.S.T. aborda diver-sos temas, nomeadamente o regime jurí-dico da segurança e saúde, o regime jurí-dico dos acidentes de trabalho e doenças profissionais, higiene do trabalho e riscos profissionais, equipamentos de proteção, sinalização de segurança e as inerentes res-ponsabilidades pelo incumprimento de normas de S.H.S.T., como seja a respon-sabilidade disciplinar, criminal, civil e con-traordenacional.

Tendo em conta a crise pandémica que todos vivemos, a formação servirá para consciencializar e reconhecer a especial importância da segurança e saúde no tra-balho, da necessidade da correta prestação de serviços nestas áreas, concretamente na prevenção, controlo dos riscos de contágio e na garantia de que os trabalhadores pos-sam prestar o trabalho, por um lado, em ambientes laborais saudáveis e seguros com a entrega dos equipamentos de proteção individual e, por outro, de forma a evitar riscos profissionais, nomeadamente riscos psicossociais, como sejam o assédio, stress, conflitos ou sobrecarga de trabalho, entre outros.

VE- Quais as questões que os trabalha-

dores mais colocam em termos de direito do trabalho neste período incerto?

JVBS - Dúvidas que mais preocupam os trabalhadores prendem-se com as medidas extraordinárias e de proteção dirigidas às empresas e trabalhadores para combate à Covid-19, assim como questões rela-cionadas com abusos e ilegalidades de aproveitamento do momento atual que vivenciamos, nomeadamente, não paga-mento dos créditos salariais devidos, im-posição de férias forçadas aos trabalhado-res, impelir o trabalhador a denunciar o contrato de trabalho ou a um acordo de cessação sem direitos, ou mesmo a “ade-são a um regime de banco de horas ne-gativo” e até a requerer uma licença sem vencimento; não fornecimento de todos os E.P.I. necessários e, no limite, despedimen-tos ilícitos.

VE - De que forma estão as empresas a preparar os colaboradores para esta nova realidade?

(JVBS) -A progressiva adaptação a esta nova realidade reflete-se, e muito prova-velmente de forma prolongada no tempo, na formação on-line dos trabalhadores, na realização de reuniões internas e externas on-line e no regime do teletrabalho; contu-do, neste caso deve ser assegurada, sempre que possível, formação e ou informação específica sobre os riscos profissionais asso-

ciados a esta modalidade, para além de o trabalhador se sentir abandonado ou exis-tir um risco excessivo de controlo da sua atividade pelo empregador, razão pela qual devem ser definidos planos de trabalho e objetivos a atingir.

Saiba mais em: https://www.vidaeconomica.pt/formacoes

TRÊS PERGUNTAS A JOÃO VILAS BOAS SOUSA, ADVOGADO, FORMADOR DA VIDA ECONÓMICA BUSINESS SCHOOL

Formação ajuda empresas a garantir ambientes laborais saudáveis e seguros

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020

João Vilas Boas Sousa, advogado, formador da Vida Económica Business School.

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ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020 5

Apoiar ativamente a internacionalização das PME portuguesas, incentivando-as a apostar no desenvolvimento internacional através dos canais digitais, foi o principal objetivo da AEP ao criar o projeto Portugal Digital Export, que acaba de ficar concluído.

É precisamente na altura em que mais valorizamos as ferramentas digitais, seja para nos permitir trabalhar de casa ou reinventar negócios, que termina o projeto da AEP – Portugal Digital Export. Duran-te dois anos, este projeto, através de uma série de ações, apoiou ativamente a interna-cionalização das PME portuguesas, incen-tivando-as a apostar no desenvolvimento internacional e dotando-as das ferramentas necessárias para responder de forma eficaz aos desafios e oportunidades da economia digital, levando a um aumento das expor-tações e melhoria da imagem nacional nos mercados externos.

O Portugal Digital Export inclui uma série de atividades, das quais se destacam o projeto Digital Awards by AEP, um con-curso que em novembro passado distinguiu as PME com as melhores práticas de inter-nacionalização no domínio digital e que responderam a um conjunto de critérios previamente definidos, destacando assim os melhores exemplos de inovação digital em Portugal. Ao todo, participaram 24 empresas, mas foi a Filigrana Portugue-sa a grande vencedora, ao ganhar o BEST PORTUGAL DIGITAL EXPORT, o pré-mio principal, que lhe trouxe o reconheci-mento e motivação para levar este projeto a mercados internacionais.

A sua Farmácia Online, Friendly Fire, LUC, Maria do Mar, Nanai, OIA Design, Oniris e Portugal Nosso foram as outras PME finalistas. Os prémios atribuídos às empresas finalistas, e que incluíram um prémio monetário, consultoria, vouchers de viagens, formação e apoio efetivo ao ne-gócio, foram da responsabilidade dos par-ceiros VTEX, TAP e CESAE.

Mostrar o que Portugal faz bem

Estas empresas foram ainda distingui-das como tendo as melhores práticas no

que respeita aos canais digitais e tiveram a oportunidade de participar na campanha de promoção internacional - #pickportu-gal – que decorreu em 5 mercados externos: Alemanha, EUA, Reino Unido, Espanha e Macau –, representando casos de sucesso e exemplos de boas práticas no que se refere à utilização de ferramentas digitais com vista à internacionalização. Para Luís Miguel Ri-beiro, presidente da AEP, «a hashtag #pick-portugal passa exatamente a mensagem que queremos – escolha Portugal, sem margem para dúvidas. Achamos que, estando a fazer uma campanha direcionada para os canais digitais, fazia sentido associar um #hashtag que identificasse facilmente o que Portugal tem para oferecer. E, na hora de escolher – #pickportugal, tão simples quanto isso.» No entanto, a intenção é que todas as em-presas que têm presença online beneficiem desta campanha, «que tem como principal objetivo mostrar que Portugal faz bem e que também está na vanguarda da inovação digital», acrescenta.

Para além destas ações, o Portugal Digi-tal Export integrou ainda missões de pros-peção a players internacionais em 5 merca-dos – Singapura, Chicago, Berlim, Reino Unido e Bélgica –, tendo como principal objetivo identificar as melhores práticas

para a transformação digital e identificar parceiros e mentores internacionais que levaram a protocolos de cooperação com a AEP no sentido de apoiar as PME por-tuguesas no seu trabalho nestes mercados internacionais.

Para além das missões internacionais, o Portugal Digital Export disponibilizou ainda um estudo de mercado sobre o con-sumo online e um seminário sobre a “A Internacionalização online – Tecnologias e Tendências”. Este seminário serviu de pal-co para a divulgação do anterior estudo e como estratégia de motivação para que as PME portuguesas abracem a necessidade de uma mudança do paradigma de aborda-gem a mercados internacionais. Um estudo que já registou cerca de 1800 downloads, mostrando bem a sua importância para as PME nacionais.

Vertente pedagógica para as empresas

No âmbito do projeto, foram ainda dis-ponibilizados 8 e-books sobre o mundo e estratégia online para ajudar todas as em-presas interessadas a evoluir o seu negócio. Os e-books abordam temas como “Trans-formação Digital – Políticas e Procedimen-

to Internos”; Adaptação Legal e Normativapara a Internacionalização na Era Digital”, Plano de Marketing e de ComunicaçãoOnline de Suporte à Internacionalização”; “Redes de Comercialização para a Interna-cionalização na Era Digital”; “E-Commer-ce e Venda de Produtos e Serviços Atravésde Canais Digitais”; “Influenciadores On-line e Estratégias”; “Social Media Marke-ting” e “Digital Branding: Adaptar a Marca ao Ambiente Digital”, que se mantêm dis-poníveis no site do projeto e que já regis-taram cerca de 2000 downloads no total.

Seminários contaram com a presença de 500 participantes

Para além dos e-books, o Portugal Digital Export realizou ainda 12 workshops, distri-buídos por vários pontos do país – Mato-sinhos, Famalicão, Viseu e Évora –, comfoco no debate e partilha de ideias sobre negócios e exportações via digital, contan-do com cerca de 500 participantes.

No âmbito deste projeto. foi ainda dis-ponibilizada uma ferramenta de autodiag-nóstico que pode ser usada em qualquer momento e que permite aferir o potencial de internacionalização das empresas ao ní-vel digital. O principal objetivo desta fer-ramenta é contribuir para a reflexão sobrea estratégia de internacionalização imple-mentada e em curso ou mesmo a imple-mentar.

Ao longo deste ano, e com o decorrer dasmais diversas ações potenciadas pelo Por-tugal Digital Export, a AEP não só apoiouPME a melhorarem o seu negócio como,na sua globalidade, incentivou a transfor-mação digital, a adoção de estratégias atuaise digitais e potenciou o nome dos produtosportugueses nos mercados externos.

O site do projeto continua com informa-ção disponível sobre a temática, com vistaa informar o público interessado na área,muni-lo de informação e estudos relevantes e contribuir para uma maior capacitação das PME portuguesas.

A crise da COVID-19 está a acelerar a transformação digital na restauração. A nova plataforma Zeuro, desenvolvida por João Ama-ral, pretende facilitar os pedidos e os pagamentos, reduzindo os custos e melhorando o serviço ao cliente.

A nova plataforma permite a qualquer café ou restaurante dispo-nibilizar em 5 minutos um sistema aos seus clientes para fazer pedidos a partir da mesa (a partir de um qualquer smartphone - e sem ne-cessitar da instalação de uma apli-cação específica) sem a necessidade de o empregado de mesa se deslocar

para apontar o pedido ou trazer o recibo. Permite também que os clientes façam o pedido para “take away” ou “order ahead” no balcão (como acontece com a aplicação do StarBucks nos EUA com sucesso) e que permite também ao cliente fa-zer o pedido para entrega em casa - num raio até 200m à volta do es-tabelecimento – que não se enqua-dra no UberEats/Glovo e que se for vontade do café/restaurante, pode até ser uma entrega grátis.

Dadas as atuais circunstâncias e limitações futuras que deverão se manter, pelo menos até 2021 ou

2022 e que em parte se manterão indefinidamente, é essencial que os cafés e restaurantes tenham ferra-mentas para diminuir a interação pessoal no seu serviço à mesa, e ferramentas que permitam dissemi-nar o uso ostensivo de “take away/ order ahead” e entregas num raio muito próximo, situações que são a génese do nosso Zeuro.

O pagamento é feito dentro da própria plataforma – caso o clien-te o deseje (demora 10 segundos criar uma conta), mas se este não o quiser, pode apenas fazer o pedido usando a plataforma.

CAMPANHAS INTERNACIONAIS DECORRERAM NA ALEMANHA, EUA, REINO UNIDO, ESPANHA E MACAU

Portugal Digital Export apoia internacionalização das PME

Zeuro facilita pedidos e pagamentos nos cafés e restaurantes

Digital Awards by AEP distinguiram 24 empresas

A filigrana portuguesa venceu o prémio principal

AEP angaria mais de J 360 000 com SOS-Coronavírus

A AEP – Associação Empresarial de Portugal realizou uma an-gariação de donativos, no âmbito da iniciativa SOS Corona Vírus. No período de 13-03-2020 a 18-03-2020 foi angariado o montante de €7.640,00, no período de 19-03-2020 a 25-03-2020 o montante de €57.101,13, no período de 26-03-2020 a 02-04-2020 o montan-te de €29.991,84, no período de 03-04-2020 a 09-04-2020, o mon-tante de €154.218,97, no período de 10-04-2020 a 16-04-2020, o montante de €41.546, no período de 17-04-2020 a 23-04-2020 o montante de €21.745 e no período de 24-04-2020 a 30-04-2020 o montante de € 50.663,44.

Mais informações sobre a iniciativa em www.sos-coronavirus.pt.

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ATUALIDADE

Rendimento e consumo das famílias cai na Zona EuroNo quarto trimestre de 2019, antes da aplicação generalizada nos Estados-Membros das me-didas de contenção da COVID-19, na área do euro, o rendimento das famílias per capita diminuiu, em termos reais, 0,1 %, depois de um aumento de 0,5 % no trimestre anterior. O consumo real das famílias per capita diminuiu 0,1 % no quarto trimestre de 2019, após um aumento de 0,5 % no terceiro trimestre. Na UE-27, o rendimento real assim como o consumo real das famílias per capita aumentaram ambos 0,2 % no quarto trimestre de 2019.

Mar 2020 pagou 7,5 milhões de euros em abrilNa sequência das medidas de agilização do Programa Operacional Mar 2020, com o objetivo de dar liquidez aos profissionais do setor e minimizar os impactos económico-financeiros da Covid-19, foram pagos em abril 7,5 milhões de euros aos beneficiários de projetos de investi-mento na área das pescas. Foram também concretizados os primeiros pagamentos a título de adiantamento contra fatura, permitindo que os beneficiários do programa possam receber as despesas já faturadas pelos fornecedores.

6 SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020

A reabilitação em curso do quarteirão da Trindade enquadra-se na estratégia de desenvolvimento turístico da cidade e da região – consdera Francisco Miranda Duarte. Em entrevista à “Vida Económica”, o diretor-geral da Ordem da Trindade destaca o papel relevante da instituição na vertente da saúde e da solidariedade. O investimento em curso atinge os 10 milhões de euros e vai contribuir para requalificar o espaço público no quarteirão da Trindade, onde se situa a principal estação da rede do Metro e também a maior igreja da cidade.JOÃO LUIS DE [email protected]

Vida Económica - Quais foram os mo-mentos mais marcantes na história da Ordem da Trindade?

Francisco Miranda Duarte - Embora a verdadeira origem da Ordem da Trindade (OT) remonte ao longínquo ano de 1198, através da Ordem Militar dos Trinitários, a “Celestial Ordem Terceira da Santíssima Trindade” como a vemos hoje surgiu, com fins de natureza “assistencial” e de “solidarie-dade social”, pela bula papal de Bento XIV, de 14 de maio de 1755. Mas só em 6 de ju-nho de 1852 foi inaugurado o Hospital da Ordem da Trindade.

Já na segunda metade do século XX, houve necessidade de ampliar e modernizar as ins-talações hospitalares. Neste sentido, foi cons-truída a ala Norte do Hospital, tendo esta sido inaugurada em 5 de junho de 1970.

A par da sua vertente assistencial no âmbi-to da saúde, a OT sempre esteve ligada a um forte compromisso social nas áreas da educa-ção (que manteve desde o ano de 1851 até 2003), mas também na solidariedade social. Nesta vertente social, merece realce o refei-tório social, criado em 21 de Novembro de 1880 e que continua a existir ainda hoje, com a distribuição gratuita de uma refeição diária a pessoas carenciadas, e de um lar de idosas para pessoas carenciadas, desde 11 de maio de 1930.

VE - Atualmente, quais são as princi-

pais áreas de atividade?FMD - A Ordem da Trindade gere um pa-

trimónio imobiliário significativo, sendo de destacar o quarteirão da Trindade onde está instalado o hospital (em fase de reabilitação), unidades de cuidados continuados enquadra-

das na Rede Nacional de Cuidados Conti-nuados Integrados (de notar que são as únicas camas da Rede no concelho do Porto), uma Estrutura Residencial para Idosos e atividades de solidariedade como o refeitório social que já referido.

Finalmente, há que salientar que temos a maior igreja da cidade do Porto e que ambi-cionamos desenvolver um programa pastoral ao serviço das necessidades espirituais da co-munidade que servimos.

VE - Na vertente da saúde, como se di-

ferencia e como complementa a Ordem da Trindade o papel do SNS?

FMD - A Ordem da Trindade presta ser-viços de saúde a pessoas do Porto e na verda-de também a clientes internacionais desde o século XIX, muito antes da constituição do SNS. Na sua história, contou com médicos e profissionais de enorme valia e de referência na cidade do Porto. Funcionou, por exemplo, como uma maternidade onde nasceram mui-tas pessoas.

Em 2018 tornou-se claro que, para conti-nuar a prestar um grande serviço numa loca-lização tão relevante no centro da cidade, era importante redefinir estrategicamente o posi-cionamento do hospital e levar a cabo obras que o atualizassem para os níveis máximos de conveniência e segurança clínica.

Nesse sentido, decidimos encerrar a mater-nidade que não tinha agora escala suficiente para assegurar bons cuidados, mas, em contra-partida, reforçar a capacidade de diagnóstico com mais imagiologia e outros equipamentos que vão diferenciar a oferta, reformular por completo o bloco operatório, desenvolver um novo atendimento permanente e desenvolver uma área de hospital de dia, cada vez mais relevante para responder a doenças cada vez mais prevalentes nos dias de hoje.

O hospital foi autonomizado numa socie-dade veículo e foi iniciado em fevereiro deste ano um projeto de reabilitação que implica um investimento superior a 10 milhões de

euros e que estará concluído em abril / maio de 2021. Este importante investimento é fi-nanciado pelo BPI no quadro do programa IFRRU, sendo o maior projeto IFRRU na região Norte.

Em conclusão, o hospital respondeu sem-pre – e após a reabilitação vai continuar a responder – de uma forma diferenciada, personalizada, conveniente a necessidades de muitos clientes, sendo esses os principais fato-res que o tornam um complemento relevante do SNS.

VE - De que forma está a ser aplicado o

sistema de proteção aos profissionais de saúde contra a COVID-19?

FMD - Desde cedo tornou-se claro que a pandemia era particularmente preocupante para uma instituição como a nossa que aco-lhe idosos nas valências de cuidados de longa duração e manutenção, média duração e re-cuperação, bem como no lar. Os 57 idosos que temos nas nossas instalações têm uma média de idade de 83 anos e sabemos que no segmento de maiores de 80 anos a letalidade da COVID-19 é especialmente elevada.

Como sabemos que para ter bons cuida-dos é preciso cuidar e dar condições a quem cuida, definimos atempadamente um plano de contingência e comunicámos ativamente com os profissionais dando formação sobre o conteúdo do plano. Tudo foi feito com muita transparência, seriedade e rigor e o plano foi assumido por todos os colaboradores.

O plano protege ao mesmo tempo os ido-sos de quem cuidamos e os profissionais. Nele consta a suspensão integral de visitas, a res-trição do acesso de fornecedores, a triagem diária de sintomas para todos os profissionais, o reforço das medidas de higienização dos es-paços, os horários em espelho para minimizar contacto entre profissionais, a reorganização das atividades internas de grupo como a fisio-terapia, as refeições e as atividades de anima-ção sociocultural.

Reconhecendo que estávamos a pedir um

esforço especial aos profissionais de saúde e que eles estavam na linha da frente, a correr um risco que os outros objetivamente não correm, decidimos atribuir uma remuneração extraordinária a esses profissionais (do quadro e prestadores de serviço) nos meses de abril, maio e junho.

VE - Na vertente da solidariedade so-

cial, estão previstas alterações face à atual crise e possível aumento de famílias carenciadas?

FMD - A Ordem da Trindade está cons-ciente de que esta crise implicará dificuldades para segmentos mais carenciados e/ou que te-nham mais dificuldades a adaptar-se a novos paradigmas de funcionamento da economia que me parece que inevitavelmente vão sur-gir. De uma forma mais imediata, a Ordem tem a capacidade e a disponibilidade para aumentar a resposta do seu refeitório social, mas está a equacionar novas formas de inter-venção, sendo que o seu foco principal serão os mais idosos.

VE - Quais são os objetivos e recursos envolvidos no projeto de reabilitação ur-bana que vai ser desenvolvido no conjun-to de imóveis da Ordem da Trindade?

FMD - O projeto de remodelação da OT envolve todo o quarteirão edificado e visa concretizar três objetivos essenciais, os quais interagem para a unicidade do projeto: Reabilitar todas as suas instalações de saúde, assistenciais e de apoio social – hospital, cui-dados continuados, estrutura residencial para pessoas idosas e refeitório social –, dotando-as todas de condições e meios que nos permitam prestar mais e melhores cuidados à popula-ção;

Requalificar o espaço público envolvente, nomeadamente nos acessos norte e nascen-te, com uma preocupação acrescida com as questões de mobilidade e acessibilidade dos cidadãos;

Valorizar a valência patrimonial da OT, aos níveis da Igreja da Trindade e do seu acervo museológico. O potencial científico e peda-gógico deste património cultural torna-o, assim, relevante numa estratégia de desenvol-vimento turístico da cidade e da região.

Em suma, esta aposta na reabilitação do pa-trimónio e na valorização da cultura da OT não só se articula, deste modo, com a área ur-bana em que se integra como se cruza com a própria história da cidade.

Trata-se de um projeto ambicioso e exi-gente, que iniciámos há dois meses, com um valor estimado, como referi, de 10 milhões de euros.

ORDEM DA TRINDADE TEM MAIOR PROJETO IFTTU NA REGIÃO NORTE

Investimento na reabilitação do Hospital da Trindade atinge 10 milhões de euros

Hospital pretende ser complemento relevante ao SNS

Francisco Miranda Duarte “A Ordem da Trindade gere um património imobiliário significativo”.

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Li “on line” um artigo, publicado nesta coluna, sobre um regime legal especialmente criado para o paga-mento das rendas durante o estado de emergência.

O problema é que sou estudante e no contrato de arrendamento do apar-tamento que tive que arrendar para ir para a universidade porque vivia longe, sou o inquilino, mas na verdade, como ainda não trabalho, quem paga a ren-da são os meus pais, que também são fiadores.

Dado que, nesta fase economica-mente complicada, os meus pais estão com alguma dificuldade para manter os pagamentos da renda em dia, gosta-ria de saber se eles poderão beneficiar do tal regime excepcional e em caso afirmativo, o que deverão fazer.

De acordo com o disposto no regime excecional para as situações de mora no pagamento da renda devida nos contratos de arrendamento urbano habitacional e não habitacional, no âmbito da pandemia COVID-19, que o Leitor refere, no que concerne aos arrendamentos habitacionais, o senhorio

só terá direito à resolução do contrato de arrendamento por falta de pagamento das rendas vencidas a partir do dia 1 de abril de 2020 e durante os meses em que vigorou o estado de emergência, bem assim como no primeiro mês subsequente, se o arrendatário não efetuar o seu pagamento no prazo de 12 meses contados do termo desse

período, em prestações mensais não inferiores a um duodécimo do montante total, que deverão ser pagas juntamente com a renda de cada um dos meses subsequentes.

O arrendatário só poderá beneficiar deste regime excecional se se verificar

uma quebra superior a 20% dos rendimentos do seu agregado familiar face aos rendimentos do mês anterior ou de período homologo do ano anterior e se a taxa de esforço do referido agregado familiar do arrendatário, calculada como percentagem dos rendimentos de todos os membros do agregado destinada ao pagamento da renda, se tornar superior

a 35%. Em casos como o que ora se analisa, em que, por ser estudante, o arrendatário não trabalha, parece-nos adequado considerar, para efeitos da referida redução, os rendimentos do agregado familiar de que este faz parte.

Se o Leitor ou, melhor dizendo, os

seus pais se virem impossibilitados de proceder ao pagamento da renda, nos termos supra expostos, deverão informar o senhorio, por escrito, preferencialmente por correio electrónico, até cinco dias antes do vencimento da primeira renda em que pretendam beneficiar do referido regime excepcional.

Caso o Leitor frequente estabelecimento de ensino localizado a uma distância superior a 50 km da residência permanente do seu agregado familiar, e como alternativa ao regime referido pagamento diferido em duodécimos, os seus pais, na qualidade de fiadores que comprovadamente sofram redução dos seus rendimentos nos termos supra referidos, poderão solicitar ao IHRU, I.P. a concessão de um empréstimo sem juros para suportar a diferença entre o valor da renda mensal devida e o valor resultante da aplicação ao rendimento do agregado familiar de uma taxa de esforço máxima de 35%, de forma a permitir o pagamento da renda devida, não podendo, contudo, o rendimento disponível restante ser inferior ao indexante dos apoios socias (IAS), que, atualmente, é de 438,81J.

ARRENDAMENTO URBANO

Mora no pagamento de renda de residência de estudanteRegime excecional

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020 7

Se se virem impossibilitados de proceder ao pagamento da renda, deverão informar o senhorio até cinco dias antes do vencimento da

primeira. Caso o Leitor frequente estabelecimento de ensino localizado a uma distância superior a 50 km da residência permanente do seu agregado familiar, os seus pais, na qualidade de fiadores, poderão solicitar ao IHRU, I.P. a concessão de um empréstimo sem juros

Page 8: Garantia Mútua já aprovou operações no valor de 4300 milhões … · 2020-07-03 · empresas e particulares, envolvendo créditos no valor de 4,8 mil milhões de euros, ao longo

Confi ança económica da Zona Euro com queda históricaA confi ança económica da Zona Euro registou, em abril, uma quebra histórica, em conse-quência da pandemia e das medidas de contingência. O sentimento económico passou de 94,2 pontos, em março, para apenas 67 pontos, no mês em análise. Os países com as maio-res descidas foram a Holanda, a Espanha, a Alemanha e a França. O colapso foi transversal a todos os setores, com particular intensidade entre os consumidores, de acordo com dados do Eurostat.

Colômbia torna-se 37º membro da OCDEA Colômbia tornou-se, formalmente, o 37º membro da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE). Este processo teve início há mais de sete anos, sen-do que o país cumpriu os procedimentos para a respetiva ratifi cação. A Colômbia fez esfor-ços consideráveis em áreas como a legislação laboral, o sistema de Justiça o combate à fraude fi scal ou a gestão de lixos. Com a esta integração, deverá desenvolver outras ações no sentido de garantir melhores condições de vida aos seus cidadãos.

A Comissão adotou um pacote no domínio bancário para facili-tar a concessão de empréstimos bancários às famílias e às empre-sas em toda a União Europeia. Inclui uma comunicação inter-pretativa sobre os quadros con-tabilístico e prudencial da UE, bem como alterações específi cas das regras bancárias da UE, que

constituem “soluções rápidas”.Graças às regras estabelecidas

na sequência da crise fi nancei-ra, atualmente os bancos da UE são mais resilientes e estão mais bem preparados para enfrentar choques que afetem a econo-mia. A comunicação apresen-tada recorda que as regras da UE permitem aos bancos e aos

seus supervisores agir de forma fl exível, mas responsável, du-rante as crises económicas para apoiar os cidadãos e as empre-sas, em especial as pequenas e médias empresas. O regulamen-to apresentado aplica também algumas alterações específi cas destinadas a maximizar a capaci-dade das instituições de crédito

para concederem empréstimos e absorverem as perdas ligadas à pandemia de COVID-19, as-segurando, ao mesmo tempo, que mantêm a sua resiliência. A Comissão iniciará um diálogo com o setor fi nanceiro europeu para estudar a forma de elaborar boas práticas que permitam dar mais apoio aos cidadãos e às em-presas. A resposta da UE à crise deve ser coordenada, de modo a evitar a fragmentação nacional e assegurar condições de concor-rência equitativas.

Comissão adota pacote de medidas no domínio bancário

DIREITO LABORAL: EM CONTEXTO DE PANDEMIA E DO REGRESSO À “NORMALIDADE”

Formação Jurídica para Negócios e Empresas

Com a organização de:

Breve Descrição

O direito laboral tem vindo a ser alvo de constantes alterações legislativas, principalmente nesta fase de pandemia. Agora, mais do que nunca, devemos conhecer os direitos e deveres de empregadores e trabalhadores. Agora, mais do que nunca, devemos saber quais as soluções mais eficientes para as nossas empresas. Se este é o seu objetivo, não perca esta formação.

Destinatários

Gestores e responsáveis de recursos humanos, advogados, trabalhadores, empregadores e qualquer interessado nestas matérias.

Módulo I – SST, assistência a terceiros, recibos verdes e regresso à normalidade

Inês Cabral Ferreira, advogada e associada na Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados

• Obrigações do empregador em sede de segurança e saúde no trabalho e deveres do trabalhador infetado com coronavírus;

• Tipos de assistência a terceiros;

• Trabalhadores independentes – apoios;

• Serviços essenciais e regresso gradual à “normalidade”.

Módulo II – Teletrabalho e mecanismos de “ajuda” às empresasPorfírio Moreira, advogado e sócio na Cardigos

• Teletrabalho – regime, direitos e deveres;

• Lay off simplicado vs. lay off “normal”;

• Encerramento temporário ou redução temporária de atividade por motivo de força maior ou decisão do empregador (fora das situações de crise empresarial);

• Férias – encerramento da empresa para férias.

Módulo III – Poupar dinheiro em tempo de pandemiaLuís Duarte, Diretor comercial na Ticket

• Fringe benefits – vantagens, riscos e benefícios fiscais;

• Diferentes tipos de fringe benefits;

• Dicas práticas para restruturações de pacotes salariais.

INSCREVA-SE JÁ! E. [email protected] • T. 223 399 400/27

PROGRAMA

PREÇO: 90G para público em geral 75G assinantes VE e membros BNI

FORMAÇÃO ONLINE

Módulo 1 dia 11 maio das 15h00 às 17h30

Módulo 2 dia 12 maio das 15h00 às 17h30

Módulo 3 dia 13 maio das 15h00 às 17h30

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Setor europeu dos transportes conta com apoios

A Comissão Europeia lan-çou várias medidas destinadas a apoiar as empresas nos setores da aviação, dos transportes ferroviá-rio, marítimo e rodoviário, para enfrentar as consequências do surto de coronavírus. Estas medi-das irão aliviar os encargos regu-lamentares e reduzir as despesas das empresas de transporte.

No setor da aviação, as medi-das irão facilitar os serviços de assistência em escala e alterar as regras de licenciamento das transportadoras aéreas em caso de problemas fi nanceiros devido ao surto de coronavírus. No que se refere aos portos, as autorida-des podem decidir adiar ou não cobrar taxas de utilização da in-fraestrutura portuária. Para o se-tor ferroviário, a Comissão pro-põe prorrogar por três meses o prazo dentro do qual os Estados--Membros devem transferir al-gumas competências, nomeada-mente para a Agência Ferroviária da UE. Por último, todos os mo-dos de transporte benefi ciarão de uma proposta que permite a prorrogação de determinados certifi cados e licenças, uma vez que as medidas sanitárias difi cul-taram o cumprimento de certas formalidades exigidas pelo Di-reito da UE a alguns operadores e trabalhadores.

ATUALIDADE/Internacional

8 SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020

Page 9: Garantia Mútua já aprovou operações no valor de 4300 milhões … · 2020-07-03 · empresas e particulares, envolvendo créditos no valor de 4,8 mil milhões de euros, ao longo

1.Vivemos ainda na memória de um passado recente, das coisas que fazíamos e das coisas que dávamos como garantidas, muitas delas sem perceber o seu real valor. Criámos a ilusão de que, em breve, retomaremos a vida como sempre foi, como sempre a conhecemos, como se fosse o reatar de um momento que fi cou, breve e transitoriamente, suspenso. No fundo, todos tememos que não será assim, que tudo vai mudar mais profundamente do que alguma vez imaginámos e que a nossa vida, de todos nós, não será mais a mesma. Um novo ciclo nos espera e nem o mais informado, o mais esclarecido, o mais capaz ou o mais visionário o pode antecipar, nos seus contornos defi nitivos e nas suas consequências. Há momentos em que a História parece acelerar num sentido que só ela o conhece no seu insondável desígnio, mas que faz parte da missão da humanidade, neste mundo e no universo, por mais implacável que muitas vezes se apresente e onde a moral e a justiça não têm qualquer papel a desempenhar. Este vai ser um desses momentos, uma “singularidade” que nos empurra ainda mais para a frente para um caminho que coletivamente trilhamos e que nem todos conseguem realizar com a mesma determinação e menos ainda com a mesma velocidade.Agora vai ser o tempo de nos reconstruirmos, tal como no fi m de uma guerra, sobre os escombros de um mundo relativamente ao qual uns andavam indiferentes e a maioria desagradados e sem saber como reagir. Durante algum tempo, tudo parecerá mais difícil do que já foi, haverá muito a suspirar por uma aparente felicidade perdida, e tudo piorará ainda por algum tempo antes de voltar a melhorar. Seremos convocados para dar o nosso melhor de maneira a sobrevivermos, mas haverá muitos que nem isso será sufi ciente para continuarem nesta saga. A verdadeira prova mal está a começar.

2.O confi namento forçado fez-nos perceber o valor do muito que estimávamos assegurado: a vida, a saúde, a liberdade de movimentos, a liberdade no exercício dos afetos, o emprego ou os bens materiais que o dinheiro compra, entre muitas infi ndáveis grandes e pequenas coisas. Temos saudades de estar com familiares, que já não vemos ou abraçamos há meses, sentimos a falta dos amigos, de viajar, de almoçar ou jantar fora, quando e onde nos apetecesse, ir fazer compras numa rua movimentada ou num centro comercial, tomar um café ou uma cerveja numa esplanada,

dar uma corrida numa praia ou um passeio no parque, viajar para um local longínquo sem medo de regressar com uma doença fatal. Cumprimentar as pessoas sem receio, abraçar e beijar sem pensar em contágio que não fosse o decorrente do simples afeto. Coisas que fazíamos inconscientemente e sem valorar o quão importantes eram e quanto nos faziam felizes. Se um dia recuperarmos plenamente tudo isto, lembrar-nos-emos disto? Por quanto tempo? E saberemos passar esta mensagem às gerações futuras? Ou tudo isto voltará a perder-se na voragem do tempo, tal como já ninguém valoriza o sacrifício de milhões de vidas, na Segunda Guerra Mundial, ainda há menos de um século, para que tivéssemos hoje, pelo menos na Europa em que nós vivemos, a possibilidade de sermos livres, de fazer as nossas escolhas e de tentarmos ser felizes à nossa maneira.

3. Como atrás referi, não há ninguém que consiga predizer o que serão os próximos tempos e o mundo que emergirá desta pandemia. Sabemos que haverá sofrimento, pobreza e um medo permanente até ser descoberta e disseminada uma vacina, até que sobrevenha nova epidemia e que a história volte a repetir-se, pois há pouca certeza de que haveremos de ter aprendido algo com tudo isto. Confi o, contudo, que existe a oportunidade de mudarmos. Para melhor. A globalização terá de ser regulada, deixando de benefi ciar apenas a ganância sem outro propósito que não seja a acumulação de riqueza, o que vai permitir que um mundo dicotómico se volte a construir, entre um Ocidente com valores e humanista e um Oriente em que o autoritarismo e o coletivismo que os rege apenas tem usado o capitalismo, na sua expressão mais selvagem, para seduzir o mundo inteiro com a miragem dos negócios, nunca abdicando de serem as bárbaras ditaduras que sempre foram, instrumentalizando e descartando os cidadãos no seu propósito de poder completo e total. O coronavírus revelou o que é a China e o perigo da sua afi rmação global, especialmente para os que subestimavam o seu projeto. Resta saber o que vamos fazer dessa constatação, pois há muitas oportunidades para a aproveitar nesta mudança geopolítica que a pandemia provocou, e resta saber se teremos os líderes certos para que o caminho se aponte e para que a jornada se faça nessa direção. Se tal acontecer, ainda poderemos dizer que a pandemia que estamos a superar foi o que melhor nos aconteceu para prevenir algo bem pior que estaria para vir e face ao qual já nada poderíamos fazer.

Lições da pandemia

PAULO VAZJurista e Gestor

ATUALIDADE/Opinião

SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020 9

A LEALDADE, UNIDADE E DIGNIDADE NA TRAGÉDIA EM ESPANHA

NOVOS ARTIGOS DISPONÍVEIS NO SITE VIDA ECONÓMICA

www.vidaeconomica.pt

IRONIAS EM TEMPOS DRAMÁTICOS

O PAPEL DA MOEDA NA RETOMA ECONÓMICA PÓS-COVID-19

AMALIO DE MARICHALAR Conde de Ripalda

M. JORGE C. CASTELA Economista e [email protected]

MIGUEL MATOSConsultor de Gestão Autor do livro SEJA LIVRE

A VERDADE DAS EMPRESAS

MÁRIO DE JESUSPartner da Primal Advisors

Todos acreditávamos que uma situação de guerra desconhecida, traiçoeira e muito séria que tivemos e nos fez esquecer o que não quero repetir, por uma responsabilidade mínima e, por essência, “humanidade mínima”.Todos nós permanecemos em silêncio e ajudamos este mês antes da velocidade e

magnitude da tragédia humana, leal e unida. O que ninguém jamais poderia imaginar é que é o próprio governo que, depois de pedir lealdade e unidade, se está comportando de maneira tão desleal com toda a Espanha e a promover a desunião. É inimaginável e indigno, mas é verdade.

A crise pandémica trouxe ao de cima o melhor das empresas. Colocando de lado o seu principal objetivo social e económico, assistimos a uma pequena “revolução industrial” nas últimas semanas e a uma verdadeira reconversão de pequenos núcleos do tecido empresarial português, com exemplos

assinaláveis de empresas que num espaço curto de tempo reconverteram a sua capacidade produtiva, passando a produzir fatos de proteção, gel desinfetante, máscaras, viseiras e ventiladores, tudo isto em prol do Sistema Nacional de Saúde (SNS), dos hospitais, profi ssionais de saúde, doentes e cidadãos.

Escrevia Fernando Pessoa, pela pena de Bernardo Soares, que “a ironia é o primeiro indício de que a consciência se tornou consciente”… e nada como, em tempos de tão acentuado alarmismo dramático, lançar algum sarcasmo sobre como esta “pandemia” está a ser projetada na “opinião pública”, com uns

(sarcásticos) alerta e “manual de Instruções”.Circula por aí um “MANUAL DE INSTRUÇÕES DO COVID 19” (“not Made in China”), “adaptado”, em tom coloquial, em 12 recomendações, numa versão REDUX, que as autoridades de saúde em Portugal parece vêm recomendando:

Sente-se já o mais que previsível efeito da crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19 na produção e distribuição de riqueza. Os indicadores económicos mais recentes apontam para uma queda abrupta do Produto Interno Bruto dos próximos meses na generalidade dos países e blocos económicos mundiais.A ampla e profunda suspensão das relações sociais a que os seres humanos se obrigaram, por sentirem a sua sobrevivência em risco,

fez encerrar indefi nidamente uma vastíssima parte das empresas e dos negócios. Em consequência disso é esperada a suspensão da geração e distribuição de rendimentos na forma de salários, rendas, juros e lucros. E a simples ideia desta possibilidade é tenebrosa para os trabalhadores que dependem do seu emprego para o sustento das suas famílias e para os líderes empresariais e políticos, pois todos receiam ver a sua utilidade social e comunitária desaparecer.

MEDIDAS EXCECIONAIS APLICÁVEIS AO SETOR DO TURISMO: QUAIS OS DIREITOS DOS VIAJANTES E HÓSPEDES?

MELHORES PRÁTICAS, 9: MAIS AUTOIMUNIDADE!

GONÇALO CAETANOAdvogado Associado na Vilar & Associados

E-mail: [email protected]

JACK [email protected]

Entrou em vigor, no dia 24 de abril, o Decreto-Lei nº 17/2020, de 23 de abril, que estabelece medidas excecionais e temporárias no setor do turismo, no âmbito da pandemia da COVID-19. As medidas adotadas nesse diploma legislativo são aplicáveis às viagens organizadas por agências

de viagens e turismo, ao cancelamento de reservas em empreendimentos turísticos e estabelecimentos de alojamento local e às relações entre agências de viagens e turismo, operadores de animação turística e os empreendimentos turísticos e estabelecimentos de alojamento local.

Neste caos mundial é precisa muita fi rmeza! Na UE a Dinamarca foi o primeiro país a regular e até proibir aditivos maléfi cos à saúde, aqui usados pela indústria alimentar. P.ex, adoçar com tagatose, e não sacarose.Há tagatose no soro do leite, após sua desnatação na produção de manteiga e queijo. Após parir, a vaca faz muita tagatose, para prover a cria de susbtâncias que elevam a sua autoimunidade. Após uns meses a proporção cai, mas continua até a nova

gestação. É fácil e barato extrair tagatose do soro.Há 4 pós brancos perigosos para a saúde: açúcar branco, sal refi nado, farinha de trigo e drogas. Muitos resultados de investigação publicados no New England Journal of Medicine o comprovam. Muitos médicos por cá afi rmam que usamos sal a mais no pão, açúcar a mais nos bolos e doces, farinha de trigo a mais todos os dias. O único dos 4 venenos proibidos é a droga.

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E a seguir como será….Resiliência – capacidade de superar, de recuperar de adversidades.in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.

O que não deveríamos estar a fazer agora seria estar sentados, assistindo e esperando pelo que irá acontecer. A recuperação não vai aparecer, de repente, à nossa porta um dia, sem mais, precisamos de forçar para que apareça. Nós devemos trabalhar para esse objetivo, planeando e antecipando o que virá a seguir. A inércia é inimiga da prosperidade. E não fazer nada agora não só prolongará, mas também impedirá que a inevitável recuperação da indústria hoteleira e da restauração se faça mais cedo.É certo que os mercados doméstico e de proximidade (como é o caso da Galiza) serão os primeiros a recuperar. Haverá confiança para viajar novamente no mercado interno. Há muita procura reprimida no segmento viagens de negócios (corporate), mas, logo que surjam condições, recomeçará rapidamente. O segmento MICE será o que terá mais dificuldades para arrancar e o mesmo se diga na área de restauração, com os banquetes e serviços. Os “city breaks” e as escapadelas de fim de semana serão os segmentos ao nível do lazer que serão mais ativos no arranque da recuperação.Deverão ser promovidos os serviços sem contacto com o cliente. Haverá mais distanciamento com os clientes e eles deverão poder utilizar os serviços sem tocar em nada. As pessoas vão querer ter menos contacto. Iremos ver muito mais pessoas que querem ter mais espaço, especialmente nas zonas públicas. Pode-se mesmo achar que ter todo esse distanciamento social pode atrair clientes.Esse distanciamento deverá levar a alterações significativas na forma como passarão a ser prestados/executados alguns serviços, por exemplo, de refeições em estabelecimentos hoteleiros, que passará por abandonar as formas tradicionais de execução dos serviços (americana e outros) e em “buffets” sendo substituídos por “linhas de self service” ou em ilha, mas sempre com controlo dos acessos. Deverá também passar pela proliferação nas áreas públicas de máquinas automáticas e de tipo “vending”. O “room-service” poderá ser uma opção a ser incentivada nos pequenos-almoços, ao contrário do que era a tendência até hoje. No “housekeeping” os procedimentos de limpeza e arrumação das unidades de alojamento deverão ter em conta procedimentos também de desinfeção de superfícies e equipamentos, tudo isto levará a que os tempos de arrumação, limpeza e desinfeção aumentarão significativamente. Nos planos de limpeza das zonas públicas os procedimentos de desinfeção dos espaços e das superfícies deverão ser mais frequentes e todo o pessoal deverá estar fardado com equipamentos de proteção individual. Estas estratégias irão exigir algum investimento em novos materiais, equipamentos e utensílios, mas também no reforço de brigadas (limpeza, copas, “room-service”) e alteração de funcionamento das secções.Assim, a segurança e a confiança serão as duas palavras-chave para ultrapassarmos esta calamidade.

JOSÉ VARELA GOMESProfessor Especialista Co-Coordenador da Licenciatura em Gestão HoteleiraISAG – European Business School

Setor da energia da UE preparado para a recuperação económicaOs ministros da Energia da UE e a comissária europeia da Energia, Kadri Simson, debateram a preparação do setor da energia em resposta à crise da COVID-19 e o seu potencial para con-tribuir para os programas de recuperação económica. Concluíram que o sistema energético europeu é resiliente e que não existe qualquer risco de perturbação do abastecimento.

Governo prorroga até 17 de maio proibição de desembarque de passageiros de cruzeiros O Governo decidiu prorrogar até ao dia 17 de maio a interdição do desembarque e licenças para terra de passageiros e tripulações de cruzeiros nos portos nacionais, segundo um despacho publica-do em Diário da República. Tal “não se aplica aos cidadãos nacionais ou aos titulares de autorização de residência em Portugal”, sendo possível o desembarque sem entrada em território nacional”.

ATUALIDADE/Opinião

10 SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020

Um entreposto aduaneiro é um armazém alfandegado público ou privado de armazenagem que proporciona uma excelente possibilidade logística e de gestão de stock de mercadorias em trânsito, importadas ou exportadas, mediante a suspensão dos impostos por um período definido e com a possibilidade de proceder à grupagem dos produtos por lotes, em função da distribuição desses produtos no mercado, em linha com as necessidades comerciais.Os depósitos alfandegários – entrepostos aduaneiros e fiscais - fornecem armazenagem segura para todos os produtos importados para Portugal de todo o mundo, podendo, inclusivamente permitir a sua exportação para outros mercados. Os entrepostos aduaneiros existem, assim, para assegurar as transações com mercadorias, sobretudo de produtos primários da maior importância no comércio internacional e interno, como café, açúcar, algodão, cereais, entre outros, permitindo a realização de negócios tanto com stock existentes quanto com mercados de futuros, onde as bolsas de mercadorias exercem papel estabilizador no mercado, minimizando as variações de preço provocadas pelas flutuações de procura e reduzindo os riscos dos comerciantes.Paralelamente aos entrepostos aduaneiros existem os entrepostos fiscais destinados a mercadorias sujeitas a IEC – imposto especial sobre o consumo –, como sejam as bebidas alcoólicas, sumos açucarados, tabaco, óleos e combustíveis. Basicamente, o uso de um entreposto fiscal permite que as empresas que importam, por exemplo, bebidas alcoólicas em Portugal adiem o pagamento do imposto especial de consumo (IEC) e do IVA – pagáveis até que as mercadorias sejam vendidas. Enquanto o seu stock está armazenado no armazém alfandegado, a empresa não é obrigada a pagar nenhuma taxa. Deste modo, a possibilidade de adiar o pagamento dos direitos aduaneiros oferece às empresas a flexibilidade e tempo para

organizar o que pretendem fazer com o seu stock, seja para a venda local ou mesmo reexportá-lo ou transferi-lo para outro entreposto, esteja ele em Portugal ou num outro Estado-membro.Ao usar um armazém alfandegado – entreposto aduaneiro ou fiscal – a empresa pode reduzir o risco a que está exposta, pois permite-lhe importar novas linhas de produtos sem ter que pagar grandes valores de taxas e/ou impostos antes de as vender, podendo desse modo

programar as suas vendas para cobrir os impostos e o IVA antes da sua introdução no consumo. Seja uma empresa ou um particular, podem tirar proveito de uma solução de armazenagem sem ter que pagar imediatamente qualquer imposto, pelo que a empresa estará em melhor posição para capitalizar as flutuações das taxas de câmbio e outros fatores determinantes dos preços.Um armazém alfandegado também faz sentido para os negócios em trânsito, caso uma empresa esteja a usar Portugal como um ponto de permanência temporário e planear transportar os produtos para outro país. Uma vez que o seu stock esteja no depósito, o importador e o proprietário do depósito assumem um passivo sob uma obrigação. Se

as mercadorias forem exportadas, esse passivo será cancelado e nenhuma taxa será paga. Pode ter utilidade para uso particular em situações em que se está a testar um produto novo ou inovador para um mercado específico. Se o produto não se vender, poderá exportá-lo para qualquer outra parte do mundo.Por fim, há ainda que destacar que os armazéns alfandegados desempenham um papel importante na cadeia de

suprimentos. Eles permitem que as empresas movam os seus produtos de maneira rápida e eficiente com uma solução logística total para os seus produtos, incluindo armazenamento, distribuição e entregas, não esquecendo a segurança das mercadorias como um fator importante. Se a empresa estiver a armazenar bens valiosos, poderá ainda verificar se eles são mantidos em segurança. Os depósitos alfandegados precisam de cumprir regras estritamente estabelecidas pela AT – Autoridade Tributária e Aduaneira, bem como prestarem uma garantia bancária elevada para assegurar o pagamento de impostos, o que significa que devem estar seguros em permanência.

As vantagens dos entrepostos aduaneiros e fiscais na atividade das empresas

importadoras e exportadoras

JOSÉ ROMA DE ANDRADEDespachante Oficial/Representante Aduaneiro

Os depósitos alfandegários – entrepostos aduaneiros e fiscais - fornecem armazenagem segura para todos os produtos importados para Portugal de todo o mundo, podendo, inclusivamente, permitir a sua exportação para outros mercados

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Esta é uma guerra global contra um inimigo invisível. Vivemos a incerteza e com o medo do desconhecido!A arquitetura financeira internacional, a reciprocidade no mundo do comércio, a visão da Europa para uma contínua aposta no ID estratégico, a não dependência aos produtos asiaticos, um novo paradigma pró-higienização das contas publicas e privadas, o acordar para o permanente “desprezo” pelo meio ambiente que causou a crise do novo coronavírus e sendo, nós todos, a ter que escolher o nosso futuro colectivo! Que ambiente, que mobilidade, que indústria, que tipo de produção alimentar, já que os mais pobres não podem escolher entre esses dilemas éticos, lutando pela sua própria sobrevivência! O debate para uma nova postura europeia, que passará por uma visão desglobalizadora?Agora, muito diferente, por ser uma pandemia a nível global e que transcende a vontade humana!Nos anos de 1975 e 1985, para evitar duas bancarrotas em Portugal, com consequências de austeridade e, pela terceira vez em 30 anos, em 2011, fomos obrigados a pedir nova assistência internacional. E soubemos, com visão estratégica e planemento, passar por cima de todas essas agruras, agruras que levaram a um reajuste violento de muitos sectores do nosso tecido empresarial… o que se seguirá de novo com

esta pandemia?Com essas etapas de austeridade a maioria das empresas portuguesas saudáveis estão hoje mentalmente com as suas competências imunes, pelo que agora será tempo, depois da saúde tratada, passo a passo, irmos de novo à luta e tentarmos voltar ao trabalho da mesma forma, mas com uma energia redobrada! As empresas portuguesas, de maioria familiar, estão prontas, como sempre, a darem o exemplo, sendo essas empresas privadas as que mais contribuíram para a redução do deficit, pela riqueza que geraram. Muito importante será o nosso governo olhar para as empresas saudáveis, as que cumprem com o pagamento de impostos e que são cumpridoras com os prazos, sobretudo essas!Mas… alguns sinais vão emergindo, apontando para uma nova lógica, como o exemplo do Governo Federal Alemão, e muito bem, a querer implementar disposições legais que dificultem a aquisição de empresas tecnológicas alemãs – sobretudo aquelas que actuam em setores-chave – por parte de grupos estrangeiros, com destaque para os chineses ou outras, oriundas do Japão, retirando produções da China e os Estados Unidos acusando muita indústria americana de ter sido dizimada nos últimos anos! Globalização ou desglobalização: “that is the question”!Lá como cá, com a indústria europeia a ter seguido uma semelhante lógica de deslocalização, o que nos leva a pensar que a falta de visão europeia sobre a sua própria segurança, falta de investimento na investigação sobre os perigos desta previsivel “guerra”, não ouvindo as muitas

recomendações internacionais, ou a desvalorizar artigos de opinião publicados a lutar por uma causa, a a favor da necessária e fundamental reindustrialização, para depois serem acusados de “proteccionistas”? Pelos vistos, ter razão cedo de mais não é saudável! Ao mesmo tempo, prevemos uma globalização sob pressão e o que vier a seguir certamente ajustará a lógica orientada para um mercado global que vimos até agora, quiçá “com mais Europa” no futuro, para proteção das suas linhas de produção e de abastecimento, enfatizando iniciativas nacionais em detrimento da coordenação internacional e de “desglobalização”? E se assim for, Portugal poderá ter as vantagens na “relocalização da produção para a Europa” por sermos reconhecidamente flexíveis, com empresas extremamente bem equipadas, competentes e de pequena dimensão (“small is beautiful”) como o provam a evolução e os sucessos no passado recente das nossas exportações!Ao Estado pede-se que não seja mais do

mesmo, pois parte da solução passará por uma injeção de dinheiro às tesourarias das empresas (num plano à escala europeia), sendo o momento de se impor a verdade e o cumprimento das regras! Cabe ao Estado dar o exemplo virtuoso do cumprimento de regras, liquidando os pagamentos em atraso, até porque foi quem legislou sobre o tema, aliás seguindo orientações da UE, vindo a terreiro anunciar e cumprir com o atrasado e continuar num cumprimento exemplar para uma nova lógica virtuosa sobre os pagamentos no futuro! Bem como, num lavar de cara, apresentar em inovação proativa a possibilidade de acerto imediato, em conta corrente, das dívidas das empresas e do Estado! O tecido empresarial é composto em 99% por micro e PME (70 a 80% empresas familiares) sendo fundamental o Estado, as entidades públicas e as grandes empresas entenderem que é vital para a sobrevivência das empresas a saúde das suas tesourarias!Votos de saúde, sorte e coragem!

Globalização ou desglobalização: “that is the question?”

Soluções que cuidam do nosso planeta

bebidas quenteságua fruta

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020 11

Medicamento da BIAL aprovado nos EUAO medicamento ONGENTYS® (Opicapona) da BIAL foi aprovado pelo regulador do mercado farmacêutico norte-americano Food and Drug Administration (FDA), aprovação essencial para iniciar a sua comercialização nos EUA. A BIAL e a farmacêutica Neurocrine Biosciences, Inc. assinaram, em fevereiro de 2017, um contrato de licenciamento exclusivo para o desenvolvimento e comercialização na América do Norte da Opicapona. ANeurocri-ne perspetiva o lançamento da Opicapona nos EUA até ao final do ano.

ÉTICA e NEGÓCIOS

DAVID ZAMITH

RUY DE LACERDA & Cª., S.A.

A Universidade Católica do Porto, atra-vés do Investment Club, acaba de lançar o “Champion Chip”.

O propósito é aumentar a literacia finan-ceira da sociedade através da democratização do acesso ao conhecimento.

O “Champion Chip” tem uma duração de 5 semanas e envolve sessões formativas gratuitas e de acesso fácil e livre pela internet (uma sessão por dia) que têm como objetivo ensinar o básico e essencial dos conhecimen-

tos financeiros a qualquer estudante.A iniciativa envolve vários formadores,

parceiros e patrocinadores – como a Católica Porto Business School e o Banco CTT. Este banco vai oferecer oportunidades de empre-gos aos três participantes que mais se destaca-rem nesta jornada de aprendizagem.

A ação recebeu mais de 170 inscrições de 18 instituições de ensino diferentes, com ses-sões formativas diárias onde participam mais de 100 pessoas.

Católica Porto Investment Club promove literacia financeira

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Casos da Vida Judiciária

As alternativas a uma justiça “suspensa”

Neste tempo de pandemia, a Assembleia da República aprovou a Lei nº 1-A/2020, de 19 de março (subsequentemente alterada e retificada), que consagrou um conjunto de medidas temporárias e excecionais de respos-ta à situação epidemiológica provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 e da doença CO-VID-19, na área da justiça.De entre essas medidas, destaca-se a suspen-são generalizada (com algumas exceções) dos prazos para a prática de atos processuais em processos não urgentes, o que provocou uma paragem na tramitação processual. Segundo o conselheiro António Piçarra, presidente do Supremo Tribunal de Justiça e do Conselho Superior de Magistratura, terão sido cance-ladas, em tribunais de primeira instância, 47.832 diligências processuais!Decerto por estar consciente desta realidade, a ministra da Justiça admitiu que, devido à pandemia, haverá uma acrescida acumulação de processos parados nos tribunais e previu um aumento do contencioso, sobretudo na área do comércio, laboral e das cobranças de dívidas.Como medida de “retoma” na área judicial, o Governo apresentou à Assembleia da Repú-blica a Proposta de Lei n.º 30/XIV, em que propõe a adoção de diversas medidas legislati-vas “com vista a iniciar o processo gradual de retoma de alguma normalidade em algumas atividades, sem que isso deva colocar em cau-sa a evolução positiva que se tem verificado em Portugal no combate à COVID-19”.Apesar de pôr termo imediato à suspensão dos prazos judiciais, mas não à suspensão dos processos administrativos (para os quais a sus-

pensão só termina após o decurso de uma va-catio legis de 20 dias), e à suspensão do prazo para apresentação à insolvência, a proposta de lei introduz medidas de direito substantivo de enorme alcance, ao estabelecer a suspensão, até 30 de Junho (cf. nova redação do artigo 8º da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março):• da produção de efeitos das denúncias de

contratos de arrendamento habitacional e não habitacional efetuadas pelo senhorio;

• da caducidade dos contratos de arrenda-mento habitacionais e não habitacionais, salvo se o arrendatário não se opuser à ces-sação;

• da produção de efeitos da revogação, da oposição à renovação de contratos de ar-rendamento habitacional e não habitacio-nal efetuadas pelo senhorio;

• do prazo indicado no artigo 1053.º do Có-digo Civil, se o termo desse prazo ocorrer durante o período de tempo em que vigo-rarem as referidas medidas;

• da execução de hipoteca sobre imóvel que constitua habitação própria e permanente do executado.

Em matéria de prazos e diligências proces-suais, prevê-se (cf. novo artigo 6º-A), quando estiverem em causa razões sociais imperiosas, a manutenção da suspensão de certos proces-sos ou diligências, nomeadamente, • de quaisquer atos a realizar em sede de pro-

cesso executivo ou de insolvência, designa-damente os referentes a vendas, entregas judiciais de imóveis e diligências de penho-ra e seus atos preparatórios, suscetíveis de causar prejuízo à subsistência do executado ou do declarado insolvente, ou por outra razão social imperiosa;

• das ações de despejo, dos procedimentos especiais de despejo e dos processos para entrega de coisa imóvel arrendada, quando o arrendatário, por força da decisão judicial final a proferir, possa ser colocado em si-tuação de fragilidade por falta de habitação própria ou por outra razão social imperiosa.

Por razões sociais com a mesma dignidade, prevê-se que a suspensão não se aplicará aos actos que causem prejuízo grave à subsistên-cia do exequente ou cuja não realização lhe provoque prejuízo irreparável. No entanto, o que parece estranho, a proposta refere expres-samente a necessidade de avaliação judicial da existência de prejuízo para o exequente como condição para o levantamento da suspensão, mas não exige decisão judicial para a compro-vação do prejuízo do executado ou do arren-datário. Sob pena de grave entorse ao princí-pio da igualdade, espera-se que esta anomalia seja corrigida na versão definitiva do diploma.A manutenção deste status quo, pelo menos até ao final de junho – a que se seguirão, pou-co depois, as férias judiciais, havendo, por isso

o risco prático de a situação se prolongar até setembro –, coloca as empresas e empresários perante a necessidade de procurar alternativas à resolução dos litígios que possam atenuar os riscos de uma “eternização” das pendências em que estão envolvidos.É por esta razão que deverá ser equacionada, quer do ponto de vista do devedor, quer do credor, a opção pela resolução extra judicial dos litígios. A própria Ministra da Justiça alertou no pas-sado dia 23 de abril, para a necessidade de encontrar mecanismos de simplificação que permitam “acelerar alguns procedimentos”.Enquanto se aguarda por estes novos “meca-nismos” e pelo normal andamento dos pro-cessos judiciais, e porque o restabelecimento de relações comerciais entre as empresas é incompatível com a manutenção dos litígios entre elas, deverão ser equacionadas formas não judiciais de resolução dos conflitos.Se, em muitos casos, os devedores podem e devem recorrer a procedimentos judiciais de reestruturação como o Processo Especial de Revitalização (“PER”), o Processo Especial

para Acordo de Pagamento (“PEAP”) e o Pla-no de Pagamentos no âmbito do processo de insolvência, com vista a suspender as acções de cobrança em curso, também o recurso à transacção nos processos que se encontram em curso pode ser a chave para evitar a invia-bilidade de muitas empresas. Os diplomas estruturantes dos processos judi-ciais da área cível – Código de Processo Civil, Código de Processo de Trabalho e Código de Insolvência e Recuperação de Empresa – per-mitem e até incentivam a solução transacional dos processos em termos bastante amplos. Mas importa também referir a necessidade de adoção com maior frequência, e à semelhan-ça do que já é usual noutros ordenamentos jurídicos como o norte-americano, de meios alternativos de resolução de conflitos, com destaque para a mediação e a arbitragem.A mediação tem por objectivo alcançar, com o apoio de um terceiro independente, um acor-do entre as partes em litígio. A Lei 29/2013, de 29 de abril, estabelece os princípios gerais aplicáveis à mediação realizada em Portugal, bem como os regimes jurídicos da mediação civil e comercial, dos mediadores e da media-ção pública.Na Arbitragem, o litígio é resolvido por um árbitro ou árbitros imparciais e independen-tes das partes, que funcionam como juízes e decidem o litígio. A Lei n.º 63/2011, de 14 de dezembro, regulamenta a Arbitragem Volun-tária. Existem também modalidades de arbi-tragem rápida ou simplificada que se caracte-rizam por uma maior simplicidade, celeridade e mais baixo custo do processo.Os meios alternativos para a resolução de con-flitos são alternativas concretas e práticas aos processos judiciais, sendo, muitas vezes, mais cost-efficient, do que os meios litigiosos judi-ciais, pela maior celeridade que lhes é inerente. Para concluir e porque, como já é manifes-to, o número de apresentações à insolvência e de requerimentos de insolvência de em-presas e particulares, motivadas pelos efeitos catastróficos sobre a economia das medidas mitigação e combate à pandemia, irá verda-deiramente “disparar” nos próximos tempos, cabe aqui fazer um apelo ao legislador para a urgente necessidade de transposição para o nosso ordenamento jurídico da Directiva (UE) 2019/1023 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de junho de 2019, so-bre os regimes de reestruturação preventiva, o perdão de dívidas e as inibições, e sobre as medidas destinadas a aumentar a eficiência dos processos relativos à reestruturação, à in-solvência e ao perdão de dívidas. Entre as medidas que esta diretiva preconiza, e cuja concretização caberá ao legislador na-cional, destaca-se a criação de instrumentos de alerta precoce, que permitam aos devedo-res detetar as circunstâncias suscetíveis de dar origem a uma probabilidade de insolvência e que os avisem da necessidade de agir sem demora, mecanismos que irão permitir a to-mada de decisões atempadas, evitando assim muitas insolvências.Os advogados, em especial, os da área de con-tencioso judicial, devem ativamente esforçar--se por alcançar acordos e aprovar planos de recuperação das empresas em dificuldades, no respeito dos direitos das partes, contribuindo, por essa via, para a redução das pendências judiciais.

Um PEPACde “vacas magras”

Regresso neste artigo a um tema que já abordei nesta coluna: o PEPAC (Plano Estratégico da PAC). Numa altura em que tudo vai ser reequacionado em Bruxelas, aqui está um bom pretexto para, por uma vez, fazermos as coisas bem feitas.Temos de acabar com o princípio político que o dinheiro do quadro comunitário tem de ser distribuído por todos, respeitando os parâmetros históricos em que se faz crer que se alteram as regras, mas na realidade o dinheiro vai parar aos mesmos lóbis e respectivas regiões.“É só fazer as contas” e analisar historicamente o dinheiro atribuído por atividade, fileira, fatores de produção, região a região. Este é o momento para se fazerem as reformas estruturais de interesse público nas agriculturas de Portugal: 1.ª) Incrementar o número de jovens agricultores ultrapassando em 50% a média comunitária; 2.ª) Apoiar a instalação e manutenção de agricultores, nas regiões muito deprimidas através de apoios ao investimento na agricultura e agroindústria, fazendo com que o valor acrescentado gerado e o emprego aumentem em 30%; 3.ª) Apoiar a pequena agricultura pagando-lhe de forma digna os serviços públicos que presta à sociedade, cada pequeno empresário deve ter pelo menos 1000 euros de rendimento do trabalho; 4.ª) O cooperativismo terá em 2027 face a 2020, um peso superior em 50% medido em volume de negócio e 20% em emprego. Como o diabo está sempre nos pormenores, a eficácia das políticas será assente na melhor conciliação prática entre a tomada de decisões e necessidade de fazer escolhas, quando os recursos disponíveis não chegam para tudo o que é necessário.E deixo aqui uma pergunta para os decisores políticos que em tempo de “vacas magras” vão ter de elaborar um PEPAC: Como é que vão romper com 24 anos de práticas de ajudas europeias que vão na mesma direção e sentido e que não visam os superiores interesses de da agricultura e da economia portuguesa?

“Os Advogados, em especial, os da área de Contencioso Judicial, devem ativamente esforçar-se por alcançar acordos e aprovar planos de recuperação das empresas em dificuldades, no respeito dos direitos das partes, contribuindo, por essa via para a redução das pendências judicias.”

CRISTINA CATARINOAdvogada

JOSÉ MARTINO Blogger e Consultor em Territórios de Baixa Densidade

NEGÓCIOS E EMPRESAS

12 SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020

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FISCALIDADE

Dispensa de estágio no acesso à profissão de contabilista certificadoO atual contexto tem implicações diretas sobre as realidades de estágio curricular (EC) e de projeto/simulação empresarial (PSE), objeto de protocolos assinados entre a Ordem dos Contabilistas Certifi-cados (OCC) e as instituições de ensino superior, onde se definem as regras de atuação para viabilizar adispensa do estágio profissional previsto, como regra geral do acesso à profissão de contabilista certifica-do. A Ordem garante que vai manter o máximo rigor no acesso à profissão de contabilista certificado.

AGENDA FISCALABRIL

Até ao dia 30

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas sin-gulares- Declaração modelo 3 - Durante este mês e até ao dia 30 de junho, envio ou confirmação, caso esteja abrangido pela declaração automática, por transmis-são eletrónica de dados, da declaração de rendimen-tos modelo 3 de IRS e respetivos anexos.• IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas co-letivas- Declaração modelo 22 - Durante este mês e até ao dia 31 de maio, envio da Declaração periódica de rendimentos Modelo 22, por transmissão eletrónica de dados, pelas entidades sujeitas a IRC, cujo pe-ríodo de tributação seja coincidente com o ano civil.• Contribuição Indústria Farmacêutica- Entrega da Declaração Modelo 28 por transmissão eletrónica de dados, pelas entidades a que alude o artigo 2.º do regime da contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica, e que que não se encontrem isentas da contribuição, ao abrigo do n.º 2 do artigo 5.º do mesmo regime, da contribuição ex-traordinária sobre a indústria farmacêutica apurada no 1.º trimestre. • IUC - Imposto Único de Circulação- Liquidação e pagamento do Imposto Único de Cir-culação - IUC, relativo aos veículos cujo aniversário da matrícula ocorra no mês de abril.

MAIO

Até ao dia 10

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Periodicidade mensal – Entrega via Internet da de-claração periódica relativa às operações realizadas no mês de março. • IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas sin-gulares - Entrega da Declaração Mensal de Remunerações pelas entidades devedoras de rendimentos do traba-lho dependente sujeitos a IRS, ainda que deles isen-tos, bem como os que se encontrem excluídos de tributação, para comunicação daqueles rendimentos e respetivas retenções de imposto, das deduções efetuadas relativamente a contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e subsistemas legais de saúde e a quotizações sindicais, relativas ao mês anterior.

Até ao dia 12

• IVA – IRS - IRCComunicação das faturas - Comunicação dos ele-mentos das faturas emitidas no mês anterior pelas pessoas singulares ou coletivas que tenham sede, estabelecimento, estável ou domicílio fiscal em ter-ritório português e que aqui pratiquem operações sujeitas a IVA.

IVA AUTOMÁTICO +

A Autoridade Tributária e Aduaneira disponibilizou no Portal das Finanças o IVA Automático+, nova fun-cionalidade que permite o pré-preenchimento nas declarações periódicas de IVA, dos valores relativos ao IVA liquidado e dedutível. O pré-preenchimento é efetuado a partir dos dados constantes de faturas/faturas-recibo emitidos no Portal das Finanças e das faturas comunicadas à AT através do e-fatura e clas-sificadas pelo contribuinte.O IVA Automático+ está disponível para os contri-buintes do regime normal trimestral, residentes em território nacional, e/ou com estabelecimento estável aqui localizado, sem contabilidade organizada e que preencham determinadas condições.Esta nova funcionalidade aplica-se, pela primeira vez, à submissão da declaração periódica de IVA correspondente ao primeiro trimestre do ano 2020, cujo prazo normal de entrega decorreria até 15 de maio de 2020 - este ano, no atual contexto pandé-mico, excecionalmente prorrogado até 22 de maio de 2020.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou três diplo-mas de âmbito fiscal, tendo em conta a necessidade de atenuar o impacto da pandemia. Uma tem a ver com a redu-ção do IVA para compra de máscaras e gel desinfetante, um segundo relativo à regularização de dívida e o terceiro prende-se com a capacidade de resposta das autarquias, em termos orçamental e financeiro.

O primeiro decreto deriva de uma proposta do Governo, diminuindo o IVA para a taxa reduzida (6%) para a compra de máscaras de proteção res-piratória e gel desinfetante. Refere o diploma sobre esta matéria: “Tendo em conta que o regime aprovado con-sagra – com efeitos temporários – uma isenção de IVA para as transmissões e aquisições intracomunitárias de bens necessários para combater os efeitos do surto COVID-19 por parte do Estado, organismos públicos e e organizações sem fins lucrativos e a aplicação da taxa reduzida de IVA às importações, trans-missões e aquisições intracomunitárias de máscaras de proteção respiratória e de gel desinfetante cutâneo”. Dois ou-tros diplomas foram promulgados pelo presidente, ambos sob proposta do Exe-cutivo.

Um outro diploma tem como objeti-vo permitir e garantir a capacidade de resposta por parte das autarquias locais também no âmbito da pandemia. Neste caso, trata-se de flexibilizar as medidas de caráter orçamental e financeiro. Um terceiro diploma, estabelece o chamado regime excecional e transitório para a

celebração de acordos de regularização de dívida, no âmbito do setor da água e do saneamento de águas residuais. Estes três decretos foram aprovados em votação final global na semana passada, tendo seguido de imediato para pro-mulgação do Presidente da República, o que sucedeu com a máxima rapidez. As alterações fiscais têm estado na or-

dem do dia, bem como a prorrogação de prazos, face à necessidade de possi-bilitar aos particulares e às empresas o cumprimento dos deveres fiscais. De uma maneira geral, as medidas têm contado com a aprovação da maioria dos partidos políticos em sede parla-mentar, como foi o caso dos três diplo-mas referidos.

PARA FAZER FACE À PANDEMIA

Marcelo promulga diplomas de âmbito fiscal

SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020 13

Com vista a criar uma nova Direção de Serviços de Apoio e Defesa do Con-tribuinte (DSADC), foi publicada a portaria em que se estabelece a estrutu-ra nuclear desta autoridade tributária e as competências das respetivas unidades orgânicas. O que se pretende é promover a cidadania fiscal, através da melhoria da informação e da comunicação entre a ad-ministração tributária e os contribuintes, explicam os fiscalistas da RFF.

A nova direção de serviços terá várias competências. Desde logo, assegurar a prestação aos contribuintes, aos opera-dores económicos e aos cidadãos de in-formação sobre os seus direitos de defesa, com a devida colaboração das compe-tentes áreas e serviços da administração tributária, bem como informar o contri-buinte sobre o eventual apoio judiciário.

Também caberá a esta entidade receber queixas referentes a injustiças ou irregula-ridades em procedimentos tributários ou aduaneiros. Deverá ser dada resposta às solicitações dos contribuintes nesta ma-téria. A nova entidade deverá ainda cola-borar com a Provedoria de Justiça.

As suas obrigações vão ainda mis longe. Terá de analisar procedimentos e processos tributários e aduaneiros se-lecionados estrategicamente, tendo em vista a identificação de constrangimen-tos de natureza estrutural ou sistémica na relação com o contribuinte. De igual modo, caber-lhe-á emitir recomendações aos serviços, de forma a corrigir erros manifestos, assim como emitir outras re-comendações aos serviços, no âmbito das suas atribuições e propor medidas legis-lativas e regulamentes que visem acaute-

lar os direitos dos contribuintes, mitigar potencias injustiças fiscais e promover o cumprimento voluntário das obrigações tributárias e aduaneiras.

Por sua vez, é estipulado que a atuação da nova DSADC deverá ser especialmen-te orientada por princípios de celeridade, informalidade e oportunidade, sem im-por formalismos aos contribuintes. De-verá ser dada prioridade aos contribuintes de menores recursos e aos que a atuação da AT seja potencialmente mais gravosa. Ficou estabelecido se trata de um serviço central funcionalmente independente, com os funcionários a exercerem as suas funções em regime de exclusividade e em subordinação ao Diretor-Geral da Auto-ridade Tributária e ao subdiretor geral da área da relação com o contribuinte, um cargo criado no ano passado.

Ministério das Finanças cria entidade de apoio e defesa do contribuinte

O Presidente da República está a promulgar os diplomas propostas, sobretudo de caráter fiscal, com a máxima rapidez.

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CONTAS & IMPOSTOS

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS

Regularização do imposto em créditos de cobrança duvidosa

Regime de regularização do IVA sofre alteraçõesNo âmbito do Orçamento do Estado para este ano, foram introduzidas alterações ao regime de regularização do IVA, no contexto dos créditos de cobrança duvidosa. Neste sentido, numa altura em que as empresas necessitam de “cash-flow” e tendo as recentes alterações versado so-bre a redução dos prazos e a simplificação de requisitos, defende a consultora Baker Tilly que esta poderá ser uma boa oportunidade para mitigar uma situação de crise empresarial. Estas alterações decorrem da Lei nº 2/2020, de 31 de março, que aprova o Orçamento do Estado.

AT apresenta requisitos para declarações Modelo 22A Autoridade Tributária e Aduaneira apresentou o documento que descreve os procedimentos e requisitos necessários à comunicação de declarações Modelo 22, de IRC. Este documen-to destina-se a apoiar as entidades ou indivíduos, produtores de software, que desenvolvam e/ou comercializem software para os contabilistas certificados e contribuintes (seus clientes utilizadores do software produzido), devendo desenvolver programas que cumpram com os requisitos legais da comunicação das declarações Modelo 22 de IRC.

FÁTIMA GUERRAConsultora da Ordem dos Contabilista [email protected]

Vivemos hoje dias inimagináveis provocados pela pandemia Covid-19, ainda sem contornos conhecidos, mas já com efeitos na economia mundial. Na tentativa de minimizar os danos causados, temos assistido a regimes excecionais e apoios dados às famílias e às empresas, estando, por isso, toda a nossa atenção centrada na legislação emanada pelo Governo.No entanto, no meio deste cenário pandémico foi também publicado o Orçamento de Estado para 2020, no passado dia 31 de março. E ainda sem muito tempo para digerir todas estas novidades legislativas, será necessário termos presente importantes alterações, que no contexto atual poderão relevar-se ainda mais significativas.Falamos de créditos de cobrança duvidosa ou incobráveis e da possível regularização de IVA, prevista no artigo 78º-A e seguintes do Código do IVA.Até à entrada em vigor da Lei do Orçamento de Estado, a possibilidade de regularizar o imposto respeitante a créditos considerados de cobrança duvidosa era aferido após a contagem dos 24 meses de mora.Na atual redação, o período de mora para que os créditos possam ser considerados de cobrança duvidosa é reduzido para 12 meses, havendo igualmente que demostrar as tentativas encetadas pelo credor com vista ao seu recebimento.Então será crucial verificar os créditos que, a partir de 1 de abril, se encontram em mora há menos de 24 meses, mas há mais de 12 meses contados desde o momento em que se verificou o respetivo vencimento, uma vez que tais créditos em mora, com provas objetivas de imparidade, passam a ser considerados de cobrança duvidosa na data da entrada em vigor da Lei do Orçamento de Estado.O que implica que o pedido de autorização prévia que deve ser apresentado no prazo de seis meses, contados a partir da data em que os créditos sejam considerados de cobrança duvidosa, já estará em contagem decrescente desde 1 de abril, data da entrada em vigor do Orçamento do Estado.Lembramos que a regularização do IVA nos créditos incobráveis apenas é possível se a incobrabilidade desses créditos ocorrer primeiro que os (agora) 12 meses de mora. Logo, só se poderá efetuar a regularização a favor do credor, nos termos de créditos incobráveis, se o facto relevante dessa regularização ocorrer em momento anterior à possibilidade de regularização do crédito de cobrança duvidosa. Este tem sido um pormenor relevante que tem inviabilizado inúmeras regularizações de imposto por parte das entidades credoras, nomeadamente nas situações em que já estão a decorrer processos judiciais e, por esse motivo, as entidades deixam passar o período de mora (que na maioria dos casos se vence primeiro). As datas a comparar são as da mora dos créditos (inferior a 12 meses) e a data em que o crédito se torne incobrável (por exemplo: data do encerramento do processo de insolvência,

quando a mesma for decretada de caráter limitado, ou após a homologação da deliberação da assembleia de credores, nos termos do CIRE).Se a mora for superior a 12 meses (mas inferior a 18 meses) à data do encerramento da insolvência, então a regularização ainda é possível, mas implica a submissão de um pedido de autorização prévia, no prazo de 6 meses a contar do momento em que se verificou o respetivo vencimento.Ultrapassado este prazo de 12 meses de mora, mais 6 meses para apresentação do pedido de autorização prévia, já não será possível a regularização do imposto.Neste contexto, as entidades credoras deverão começar a efetuar uma análise cuidada aos créditos de cobrança duvidosa, nomeadamente quanto ao tempo de mora à data da entrada em vigor do Orçamento de Estado.A título de exemplo, se a 1 de abril existe um crédito em mora há 16 meses, contados desde o momento em que se verificou o respetivo vencimento, este crédito passa, nessa data, a ser considerado como cobrança duvidosa. E se tivermos em consideração que a entidade credora dispõe de 6 meses para apresentar o pedido de autorização prévia no portal das finanças, tendo este pedido de ser antecipadamente certificado por um revisor oficial de contas ou contabilista certificado independente, a entidade terá de o fazer até final de setembro.Realçamos ainda que até aqui esta certificação relativa a cada crédito de cobrança duvidosa era efetuada por um revisor oficial de contas. Com entrada em vigor da Lei do Orçamento de Estado para 2020, tais certificações passam a poder ser também efetuadas por contabilista certificado independente, nas situações em que a regularização de imposto não exceda 10 000 euros por declaração periódica.Quanto à regularização do IVA de créditos incobráveis, a certificação passa a poder ser efetuada também por contabilista certificado independente, independentemente do montante da regularização.Com o Orçamento de Estado foi ainda reduzido de 8 para 4 meses o prazo concedido à Autoridade Tributária e Aduaneira para apreciar os pedidos de autorização prévia relativos a créditos considerados de cobrança.Num cenário em que se perspetiva o aumento de insolvências e dificuldades de cobrança, esta redução do prazo dos créditos de cobrança duvidosa pode ser um mecanismo para melhorar a liquidez dos credores, sem os obrigar a recorrer aos mecanismos judiciais para cobrar dívida.Como nota final, endereçamos a necessidade de os credores fazerem opções pelo regime que lhes permite maximizar a recuperação dos créditos, tendo em conta, por um lado, a rapidez com que o pedido de autorização prévia permite recuperar somente o IVA, mas que isso tem como desvantagem perder a possibilidade de recorrer à via judicial ou continuar nesta e perder a possibilidade de recuperar o IVA.

FISCALIDADE

14 SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020

Apoio a trabalhador independente no âmbito da transparência fiscal

O sócio, enquadrado como trabalhador independente na Segurança Social, tem direito a um apoio financeiro com duração de um mês, prorrogável mensalmente, até um máximo de seis meses.

Numa determinada empresa, em transparência fiscal, o único sócio faz descontos para a Segurança Social como trabalhador independente. Desde a entrada em vigor da obrigação da entrega das declarações trimestrais na Segurança Social nunca foi dada resposta à forma como deveria ser tratada a questão da transparência fiscal. O valor declarado no anexo SS de 2018 foi ignorado e a pessoa em causa continuou a fazer os descontos para a Segurança Social de 20 euros. Trata-se de um dentista e a empresa foi das que tiveram paragem obrigatória. Agora, provavelmente, não vai conseguir receber qualquer tipo de apoio. O que fazer numa situação destas?

A questão colocada refere-se às medidas de apoio no âmbito da Covid-19 para sócios de sociedades abrangidas pelo regime de transparência fiscal.No âmbito da transparência fiscal, são abrangidos pelo regime dos trabalhadores independentes os sócios ou membros das sociedades de profissionais definidas na alínea a) do n.º 4 do artigo 6.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (CIRC), conforme estabelece a alínea b) do artigo 133.º do Código dos Regimes Contributivos.Conforme prevê a alínea d) do artigo 63.º do Código Contributivo, são excluídos do regime os membros dos órgãos estatutários e os sócios-gerentes de sociedades constituídas exclusivamente por profissionais incluídos na mesma rubrica da lista anexa ao Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS) e cujo fim social seja o exercício daquela profissão.Ao analisarmos o n.º 1 da alínea a) do n.º 4 do artigo 6.º do Rendimento das Pessoas Coletivas (CIRC), aquele define como sociedade de profissionais a sociedade constituída para o exercício de uma atividade profissional especificamente prevista na lista de atividades a que alude o artigo 151.º do CIRS, na qual todos os sócios pessoas singulares sejam profissionais dessa atividade.Pelo que, para efeitos de Segurança Social, só são enquadrados no regime dos trabalhadores independentes os sócios ou membros das sociedades de profissionais definidas no n.º 1 da alínea a) do n.º 4 do artigo 6.º do CIRC.Em relação ao sócio da sociedade, abrangidas pelo regime de transparência fiscal, estando enquadrado no regime contributivo de trabalhadores independentes na segurança social, poderá solicitar o apoio extraordinário à redução de atividade previsto no artigo 26.º do Decreto-Lei n.º 10.º-A/2020, de 26 de março, caso cumpra as condições aí previstas.As condições são:- O sócio tem que estar enquadrado exclusivamente pelo regime dos trabalhadores independentes na Segurança Social;- Não ser pensionista;- Ter estado sujeito ao cumprimento da obrigação contributiva em pelo menos três meses seguidos ou seis meses interpolados há pelo menos 12 meses;- A sociedade abrangida pela transparência fiscal estar em situação comprovada de paragem total da sua atividade ou da atividade do respetivo setor, em consequência da pandemia da doença Covid-19;- Ou a sociedade abrangida pela transparência fiscal estar em situação de quebra abrupta e acentuada de, pelo menos, 40 por cento da faturação no período de 30 dias anterior ao do pedido junto dos serviços competentes da Segurança Social, com referência à média mensal dos dois meses anteriores a esse período, ou face ao período homólogo do ano anterior ou, ainda, para quem tenha iniciado a atividade há menos de 12 meses, à média desse período.No âmbito desta medida de apoio, o sócio, enquadrado como trabalhador independente na Segurança Social, tem direito a um apoio financeiro com duração de um mês, prorrogável mensalmente, até um máximo de seis meses, correspondente:- Ao valor da remuneração registada como base de incidência contributiva, com o limite máximo do valor de um IAS, nas situações em que o valor da remuneração registada como base de incidência é inferior a 1,5 IAS;- A dois terços do valor da remuneração registada como base de incidência contributiva, com o limite máximo do valor da RMMG, nas situações em que o valor da remuneração registada é superior ou igual a 1,5 IAS.Nas situações de quebra de faturação, o valor do apoio financeiro referido é multiplicado pela respetiva quebra de faturação, expressa em termos percentuais.Em relação à sociedade, caso existam trabalhadores com contrato de trabalho, esta pode recorrer ao “lay-off” simplificado e à medida de apoio extraordinário à manutenção dos contratos de trabalho prevista no Decreto-Lei n.º 10.º-G/2020, de 26 de março.

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CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Os apoios anunciados são os Incentivos à Adaptação das Microempresas ao Contexto Covid-19. Ainda não se encontra disponível o regulamento deste programa, mas o Governo já explicou algumas das suas características.O objetivo dos Incentivos à Adaptação das Microempresas ao Contexto Covid-19 é apoiar as microempresas no esforço de adaptação e de investimento nos seus estabelecimentos, ajustando os métodos de organização do trabalho e de relacionamento com clientes e fornecedores, às novas condições contexto da pandemia COVID-19, garantindo o cumprimento das normas estabelecidas e das recomendações das autoridades competentes.Poderão candidatar-se as microempresas de todos os setores de atividade, nomeadamente, o comércio, as atividades de serviços, alojamento e restauração, a indústria e os transportes.Os apoios corresponderão a um subsídio a fundo perdido correspondente a 80% das despesas elegíveis, com um limite de 5000 euros.São elegíveis as despesas, realizadas a partir de 18 março, com a aquisição de:• Equipamentos de proteção

individual para colaboradores

e clientes; • Equipamentos de higienização

e de dispensadores de desinfetantes e consumíveis;

• Reorganização de locais de trabalho e de lay-out de espaços;

• Contratação de serviços de desinfestação;

• Dispositivos de pagamento digital contactless;

• Isolamento físico de espaços de produção ou de venda ou prestação de serviços;

• Informação e orientação, incluindo sinalização vertical e horizontal;

• Custos associados a serviços de entregas ao domicílio e de facilitação de teletrabalho;

• Outros dispositivos de controlo e distanciamento social.

A despesa mínima será de 500 euros.A candidatura deverá possuir um formato simplificado, com um formulário simples que apenas exigirá um orçamento por rúbricas de despesas. As empresas terão de comprovar a situação regularizada perante a Autoridade Tributária e Segurança Social, bem como a sua classificação como microempresa (através de Certificado PME), no entanto, as restantes condições de acesso que sejam definidas serão comprovadas por declaração do promotor.

As candidaturas serão analisadas em 10 dias úteis. Também a forma de pagamento do incentivo será simplificada: após assinatura do termo de aceitação da decisão de aprovação, cada empresa receberá um adiantamento de 50% do incentivo aprovado. O incentivo remanescente será pago após submissão de declaração de despesa de realização de investimento elegível.De referir que os Incentivos à Adaptação das Microempresas ao Contexto Covid-19 agora anunciados se destinam especificamente a microempresas (até 10 trabalhadores), mas que o Governo também anunciou que também será criado um outro programa, de características similares, mas aplicável às PME (nomeadamente às que não são microempresas), devendo este segundo programa permitir valores de investimento mais elevados, uma vez que as empresas de maior dimensão irão necessitar de maior investimento para se adaptarem às novas regras de funcionamento. Este segundo programa deverá, ainda, apresentar taxas de apoio mais baixas, mas com limites mais elevados.

[email protected] 228 348 500

APOIOS COVID-19 ÀS MICROEMPRESAS

No último Sábado, o Governo anunciou um novo programa de apoio às microempresas, rela-cionado com a reabertura dos estabelecimentos comerciais e adaptação às boas práticas para

redução do contágio por Covid-19. Que apoios são estes?

FRANCISCO JAIME QUESADOEconomista e Gestor

[email protected]

A experiência levada a cabo nas últimas semanas pela Aliança dos clusters europeus de dinamizar uma plataforma colaborativa de inova-ção aberta em que participam ges-tores, investigadores e especialistas de vários países com o objetivo de partilhar informação e conhecimen-to que ajuda a encontrar soluções de desenvolvimento de novos produtos e serviços contra esta pandemia, tem tido um grande sucesso em termos de participação e de resultados con-seguidos. Quer ao nível de soluções técnicas adequadas para a produ-

ção de máscaras, como ao nível de estabelecimento de novas redes de fornecimento de materiais críticos, a discussão aberta tem permitido encontrar, com o apoio da Comis-são Europeia, ideias inovadoras que se têm concretizado em respostas con-cretas muito positivas. O nosso país, através de vários gestores e espe-cialistas, tem participado de forma ativa nesta plataforma colaborativa, com resultados concretos em várias soluções que têm surgido e têm sido de grande utilidade para a comuni-dade.

Economia mais, economia menos

ECONOMIA MAIS

O PAPEL DA AUTOEUROPA - A fábrica da VW Autoeuropa em Palmela, uma referência ao nível da rede internacional da VW, vai aos poucos reativando a sua atividade, tão importante para a nossa econo-mia. A VW Autoeuropa, dirigida por Miguel Sanches, é um dos me-lhores exemplos de sucesso de IDE no nosso país e tem sido o grande motor de um Cluster na Área Automóvel com forte impacto na nossa economia, ao nível do emprego e das exportações.

PEDAGOGIA EMPRESARIAL - A resposta por parte das empre-sas à crise tem sido acompanhada por um forte movimento de sensibi-lização e acompanhamento coordenado por associações empresariais e outros atores relevantes da economia. Nunca como agora foi determi-nante para as empresas desenharem de forma estruturada e coordenada as suas redes de criação de valor e as boas práticas têm um papel impor-tante nesta agenda.

DINÂMICA DIGITAL - A transformação digital tem vindo a as-sumir um papel cada vez mais importante na organização da cadeia de valor das empresas com esta crise. E importa que as equipas de gestão aproveitem esta oportunidade para redesenhar as articulações com os diferentes parceiros de negócio, em particular os clientes que irão ter, neste novo contexto de mercado, diferentes expectati-vas para o futuro.

ECONOMIA MENOS

REPENSAR A INDÚSTRIA - A Comissão Europeia deverá apro-veitar esta crise para reposicionar a Estratégia Indústria Europeia. Ape-sar das mais recentes Apostas da Indústria 4.0 e da Nova Agenda dos Clusters, continua a faltar um sentido estratégico para a Indústria um pouco por toda a Europa e no nosso país, esperando-se que as coisas possam mudar no futuro.

REPOSICIONAR O COMÉRCIO - Com esta crise, o comércio terá também uma oportunidade de se reinventar, num contexto de equilíbrio inteligente entre a confiança e o medo que vão caraterizar a economia. As lojas de bairro, por um lado, e as grandes superfíceis, por outro, vão ter que apostar em novas soluções de oferta muito focadas nas propostas de valor que vão de encontro às expectativas dos consu-midores. CASOS DE SUCESSO - Os casos de sucesso continuam a ser uma das formas mais efectivas de poder apresentar os resultados e impactos conseguidos em diferentes momentos. Também neste tempo mais in-certo e complexo importa dar nota das diferentes experiências que ao longo deste tempo têm demonstrado a capacidade de empresas, univer-sidades e outras organizações responderem aos diferentes desafios com que temos sido confrontados.

Lucros da Mapfre caem 32%A Mapfre registou uma quebra de 32% nos lucros, no primeiro trimestre, para 127 milhões de euros, face a igual período do ano passado. Este resultado não foi afetado pela pandemia, antes se ficou a dever a algumas catástrofes naturais. Sem estas situações, o lucro teria ascen-dido a mais de 190 milhões de euros, o que se traduziria num aumento de 3%, em termoshomólogos.

BCE defende que bancos europeus são resilientesO Banco Central Europeu considera que o setor bancário europeu está resiliente. Por sua vez, o BCE tem disponível um capital de 400 mil milhões de euros, ainda antes de recorrer a medidas excecionais. Defende que os bancos têm margem suficiente nos respetivos balanços, face à atual situação. Também existem ferramentas que possibilitam ir bastante mais longe na resposta à crise.

A Ferbar acaba de lançar três novidades no seu portfólio de pro-dutos com origem no Brasil. A Ta-pioca, o Polvilho Doce e o Polvilho Azedo juntam-se ao Coco Ralado e Farinha de Mandioca, que já faziam parte da oferta da marca.

Esta gama apresenta uma nova imagem, onde se destacam as cores vivas e um fundo inspirados em fo-lhas de palmeiras que remete para um cenário tropical e exótico. Cada produto surge num packging origi-nal, com cores e folhagem distintas.

Cada vez mais preocupados em adotar um estilo de vida saudável, os portugueses estão recetivos a no-vos produtos na sua alimentação.

Neste processo, algumas tendências de consumo foram importadas do outro lado do Atlântico, resultando em novas e divertidas receitas.

A Tapioca Ferbar vem direta-mente do Brasil e é feita a partir de goma de mandioca hidratada, que é uma fonte saudável de energia. É um produto que se destacada pela versatilidade, uma vez que pode ser combinado com diferentes recheios, doces ou salgados, para diferentes momentos do dia. O Polvilho Doce Ferbar utiliza como matéria prima a raiz de mandioca que é amassada até se obter uma goma à base de amido moída e desidratada.

O processo de fabrico do Polvilho

Azedo Ferbar é bastante semelhan-te. Depois de amassada a mandio-ca, o produto sofre um processo defermentação, durante alguns dias,que lhe confere o sabor azedo. Es-tas duas farinhas são substitutospara a farinha de trigo, podendo serutilizados em diversas receitas, taiscomo, bolos, biscoitos, panquecas,crepiocas ou pão de queijo.

O Coco Ralado Ferbar tem umalto teor de fibra natural e é umafonte natural de fósforo e magnésio.Apresenta características diferen-ciadoras, com uma textura, sabore aroma adequados a várias receitasculinárias, tais como, brigadeiros,quindim, entre outros.

A Feira de Berlim dá mais um passo importante na mobilidade urbana. De 13 a 15 de abril do pró-ximo ano tem lugar na Messe Ber-lin a Bus2Bus, um evento em que se destaca a importância crescente da mobilidade sustentável nas áreas ur-banas. A capacidade e os conceitos digitais fazem com que o autocarro seja um dos mais atrativos modos de

transporte. A feira Bus2Bus representa uma

oportunidade para a indústria, os fornecedores de serviços e startups apresentarem o futuro da mobili-dade, por via de parcerias interna-cionais e acordos de negócios. É neste espaço que são reveladas as inovações nesta área, desde auto-carros até componentes, passando

por produtos de design e de luxo.A área startup permite o estabeleci-mento de parcerias e a apresentaçãode soluções para o mundo digital. Apar da feira, terá lugar um congres-so, durante o qual serão divulgadasnovas tendências e ideias. Uma dasnovidades é que os tópicos do fu-turo serão debatidos em formatosinterativos.

Ferbar lança produtos tropicais

Feira de Berlim divulga mobilidade urbana na Bus2Bus

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020 15

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AQUILES [email protected]

João Pedro Oliveira e Costa será o próximo CEO do BPI, em substituição de Pablo Fore-ro, que irá reformar-se no fi m do atual man-dato à frente do banco. A eleição do indigita-do presidente da comissão executiva do BPI para o mandato 2020-2022 foi anunciada na segunda-feira (dia 4), mas só se concretizará depois da necessária aprovação das autorida-des de supervisão.

“O BPI está num dos momentos mais fortes da sua história, muito motivado, bem capitalizado, com grande dinamismo comercial e por isso entendo que este é o momento apropriado para passar o teste-munho a um novo presidente executivo, português, formado na casa e respeitado por todos. Sinto-me muito orgulhoso por ter sido acompanhado nestes três anos pela excelente equipa diretiva do Banco BPI, sentindo sempre um grande apoio, com-promisso e profi ssionalismo de todos os co-laboradores do banco. Sempre entendi esta posição como transitória e considero agora

que a minha missão está cumprida”, referiu Pablo Forero. O presidente do conselho de administração do BPI, Fernando Ulri-ch, sublinhou “a forma exemplar” como o executivo de 64 anos comandou a equipa executiva, composta por quadros do BPI, “o excelente relacionamento entre ambos e, sobretudo, os resultados obtidos durante o

seu mandato”. Ulrich manifestou o seu to-tal apoio à decisão do conselho de indigitar para presidente da comissão Executiva João Pedro Oliveira e Costa, 54 anos, atual vogal do conselho de administração e da comissão executiva, com quem trabalhou de perto ao longo dos seus quase 30 anos no BPI. “Pelo seu caráter, competência e qualidades de li-derança, será certamente um magnífi co pre-sidente da comissão executiva e contará com o meu total apoio”, concluiu o presidente do conselho de administração do BPI.

Desafi os e incerteza “esperados”

O indigitado presidente da comissão executiva do BPI agradeceu, por sua vez, a confi ança do acionista CaixaBank, do seu presidente executivo, Gonzalo Gortázar, do presidente do conselho de administração do BPI e do ainda presidente executivo do ban-co português, considerando a sua nomeação “uma grande honra” nos planos profi ssional e pessoal. “Sei que conto com o apoio e a leal-

dade de uma grande equipa, que aprendi a respeitar ao longo de muitos anos de trabalho conjunto, baseado em valores e princípios muito fortes, que sustentam a distinta iden-tidade do BPI”, indica João Pedro Oliveira e Costa. “Conhecemos bem os desafi os difíceis e o tempo de incerteza que nos esperam, mas sabemos também que podemos dispor dos recursos necessários para vencer e não duvi-damos um segundo da nossa capacidade, da nossa vontade e da nossa determinação”, re-mata o futuro CEO do banco.

MERCADOS

Dow Jones 6/mai .......23780,67

Var Sem ...............................-3,43% Var 2018 .............................-16,64%

Nasdaq 6/mai ..............8875,848

Var Sem ...............................-0,42% Var 2018 ...............................-1,06%

IBEX 35 6/mai ...............6671,70

Var Sem ...............................-2,28% Var 2018 .............................-30,04%

DAX 6/mai ..................... 10606,2

Var Sem ...............................-1,75% Var 2018 .............................-19,95%

CAC40 6/mai .................4433,38

Var Sem ...............................-2,99% Var 2018 .............................-25,84%

-0,68% Var. Semana

COLABORAÇÃO: BANCO SANTANDER

PSI-20 (06.05) 4185,10

-19,74% Var. 2019

João Pedro Oliveira e Costa será CEO do BPI

Pablo Forero (à esquerda) vai passar o testemunho de CEO a João Pedro Oliveira e Costa.

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Pós-coronaA pandemia do coronavírus está a conduzir a economia global para baixo, no entanto, existem vencedores durante esta guerra. Sem surpresas, as companhias energéticas e empresas de transporte foram as que mais sofreram até agora. Com a população em quarentena, os hábitos de trabalho estão a mudar. Algumas das medidas poderão vigorar mesmo depois de esta crise ser ultrapassada. Viagens de trabalho ou até mesmo o próprio trabalho no escritório pode sofrer alterações.Com a curva de infeções a acalmar progressivamente, vários países começam a planear como voltar à “normalidade”, sem que uma nova vaga de infeções seja provocada. Contudo, o perigo é iminente, e, por isso, todas as precauções devem ser tomadas. No que toca a empresas onde o contacto com o cliente não é maioritariamente presencial, algumas medidas adotadas recentemente, podem ter vindo para fi car durante mais tempo do que o esperado. O conceito de trabalho de escritório, onde

um grupo de pessoas trabalha num espaço confi nado, pode tornar-se algo raro. Um espaço comum da empresa continuará a existir, mas apenas para eventos esporádicos. Também o trabalho com um horário fi xo deixará de estar tão presente, dando alguma fl exibilidade aos trabalhadores. Até a própria educação poderá sofrer algumas alterações, em que a procura de cursos online é cada vez maior.A evolução tecnológica permitiu manter as pessoas unidas à distância, contribuindo para o crescimento de algumas empresas. A Zoom, empresa de vídeo comunicação, viu as suas ações crescerem perto de 100% desde o início do ano. Desde convívios de amigos até reuniões de empresa, permitiu milhões de pessoas manter o contacto. A empresa de entretenimento. Netfl ix viu também as suas ações crescerem mais de 25%. O comércio online aumentou consideravelmente, sendo a Amazon principais vencedoras. Os processos de automação ganham também

grande destaque nestes últimos tempos, em que várias empresas têm acelerado os seus projetos. Desta forma, algumas funções e atividades ainda realizadas por trabalhadores poderão ser substituídas por robôs.É certo que o futuro será de grandes incertezas, principalmente até ao aparecimento de uma vacina, com previsão apenas para o início do próximo ano. Até lá, a dita normalidade poderá não voltar. O perigo de uma segunda vaga é também cada vez mais iminente, podendo deteriorar ainda mais a economia global, que se já encontra bastante fragilizada nos dias de hoje.De acordo com as previsões da Bloomberg, o PIB comunitário da União Europeia irá encolher cerca de 15% este ano. A Alemanha e a Itália serão os países europeus com maior impacto nesse sentido, com uma retração de 7,7% e 5,7%, respetivamente. Já nos Estados Unidos, que já viram uma redução de 4,8% este trimestre, prevê-se uma retração de 31% durante este ano. Com surpresa, a China será

dos poucos países com crescimento do PIB positivo este ano. É previsto um crescimento de 1,2%, que pode ser explicado pela venda e produção de grande parte dos materiais utilizados para o combate à pandemia. É também o país previsto com maior crescimento no ano 2021, apontando para uma expansão de quase 30%. O crescimento de todas as outras economias combinadas será de 25%. Algo bastante peculiar, tendo em conta a origem do vírus.Para Portugal a situação não é de todo favorável, com uma recessão até 8% este ano, de acordo com o estudo do ISEG. Uma recuperação de 5% é também prevista no ano 2021.Dúvida e insegurança serão os sentimentos predominantes nos próximos tempos. O comportamento de cada cidadão será o mais crucial para evitar uma segunda vaga. Com essa consciência, penso que a recuperação possa ser efi caz e mais rápida do que esperamos.

FRANCISCO ALVESanalista da corretora Infi nox

Quase cinco mil milhões de moratórias

O BPI indica ter recebido um total de 57,5 mil pedidos de moratórias de crédito de empresas e particulares, envolvendo créditos no valor de 4,8 mil milhões de euros, ao longo do primeiro mês do pacote de medidas extraordinárias que lançou para minimizar os impactos da Covid-19. Além das moratórias, o banco informa ter havido 2,43 mil milhões de linhas de crédito próprias contratadas com empresas.Voltando às moratórias, às famílias e particulares correspondem 40,8 mil pedidos de moratórias, no valor de 2,36 mil milhões de euros. Estas repartem-se, de acordo com o BPI, por 24 800 pedidos, de 2,11 mil milhões de euros em termos de moratórias de crédito à habitação e 15 900 pedidos num montante de 249 milhões de euros, de moratórias de crédito pessoal e fi nanciamento automóvel.No que se refere às moratórias de crédito de empresas, o BPI informa ter recebido 16,7 mil pedidos, no valor total de 2,41 mil milhões de euros de fi nanciamentos.

Lucros caem 87% devido à Covid-19

O BPI registou nos três primeiros meses de 2020 um lucro consolidado de 6,3 milhões de euros, dos quais 4,4 milhões de euros correspondem ao resultado líquido da atividade registada em Portugal. O resultado consolidado é inferior em 87% em relação ao do primeiro trimestre do ano passado, que é, de acordo com o banco, “devido ao impacto de fatores relacionados com a crise da pandemia de Covid-19, nomeadamente, queda nos mercados fi nanceiros e reforço de imparidades para fazer face a impactos futuros que, em conjunto, tiveram um impacto negativo de 47 milhões de euros no resultado antes de impostos”. Adicionalmente, a evolução do resultado é afetada pela contabilização no primeiro trimestre de 2020 da totalidade da contribuição bancária (15,5 milhões de euros), quando em 2019 foi periodifi cada ao longo do ano (quatro milhões de euros no primeiro trimestre do ano passado). O contributo das participações no BFA e BCI foi de 1,9 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano.

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EURIBOR 3M (06.05) -0,2660EURODÓLAR (06.05) 1,0836 PETRÓLEO BRENT (06.05) 28,894

-0,65% Var. Semana -1,92% Var. Semana 28,79% Var. Semana

-3,67% Var. 2019 30,55% Var. 2018 -56,02% Var. 2018

Euro/Libra 6/mai.......0,8753

Var Sem ........................ -0,38% Var 2018 ........................ -3,39%

Euro/Iene 6/mai ....114,5700

Var Sem .........................1,26% Var 2018 .........................6,28%

Euribor 6M 6/mai .... -0,2660

Var Abs Sem ................ 19,53% Var 2018 .......................58,03%

Euribor 1Y 6/mai ..... -0,0880

Var Abs Sem ................32,82% Var 2018 .......................64,66%

Ouro 6/mai ..............1688,34

Var Sem ........................ -1,52% Var 2018 ....................... 11,22%

Prata 6/mai ..................14,94

Var Sem ........................ -2,41% Var 2018 ...................... -16,38%

COLABORAÇÃO: BANCO SANTANDER

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020 17

A corretora polaca XTB teve o melhor primeiro trimestre de sempre, não obstante a instabilidade económica provocada pela pandemia de Covid-19. O tipo de produto comercializado e as alterações regulamenta-res operadas no ano passado justifi cam.

Durante o primeiro trimestre de 2020, a XTB contou um lucro líquido de 38,94 milhões de euros, uma subida de quase 23% em relaçaõ ao período homólogo. Re-lativamente ao trimestre passado, o último de 2019 (lucro líquido de 8,2 milhões de euros), o lucro líquido aumentou ainda 375,1%. É importante destacar que o au-mento do lucro líquido no primeiro trimes-tre foi resultado da queda de 98,7% verifi ca-da em 2019, por consequência das medidas de intervenção em produtos implementa-das pela Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA).

Do lado da oferta, a pandemia do novo coronavírus provocou o aumento da ins-tabilidade nos mercados comerciais, que veio impulsionar o aumento da procura de corretoras devido às grandes oscilações nas moedas e nos preços. A corretora polaca XTB veio benefi ciar desta tendência, que durante o primeiro trimestre de 2020 ve-rifi cou um aumento signifi cativo no lucro líquido, novos clientes e contratos por vo-lume de negociação de CFD, relativamente ao período homólogo.

A XTB observou um aumento recorde de receita anual de 650%, aumentando aproxi-madamente 58,75 milhões de euros – con-tra os 9,04 milhões de euros no primeiro trimestre de 2019 –, atingindo os 67,79 milhões de euros.

“Em janeiro e fevereiro, o número de no-vos clientes em todo o grupo XTB oscilou em 4600, aumentando acentuadamente para mais de 12 mil no mês de março. A atual volatilidade verifi cada nos mercados

traduziu-se positivamente numa grande mudança, tendo em conta o primeiro tri-mestre de 2020, que foi o mais alto veri-fi cado na história da empresa. Estamos sa-tisfeitos que a estratégia que temos vindo a adotar nos últimos anos esteja a dar resulta-dos e estamos a planear não só fortalecer a nossa posição nos países onde já operamos, como também focarmo-nos na expansão geográfi ca da XTB”, explica Omar Ar-naout, CEO da XTB.

Santander conclui compra de participação maioritária na Ebury

O Santander anunciou a conclusão donegócio de investimento na Ebury. O gru-po espanhol realizou um investimento de350 milhões de libras (quase 400 milhõesde euros), para a aquisição de 50,1% dafi ntech. Com este negócio o Santander re-força a sua posição nas operações de nego-ciação internacional de divisas e permite à fi ntech inglesa alavancar o seu crescimento internacional.

“Esta nova aquisição fornecer-nos-á ocapacidades para aumentar ainda mais onegócio dos Serviços Globais de Comércio com uma nova plataforma de classe mun-dial, com a qual esperamos um retorno signifi cativo do investimento nos próxi-mos anos”, indica Sergio Rial, presidente do Santander Brasil e presidente da Ebury.

A Ebury já possui operações em 17 paí-ses e 140 moedas e aumentou a sua receitaà média de 50% por ano nos últimos três anos. A fi ntech pretende, agora, expandir aa operação para outros mercados da Amé-rica Latina e Ásia. A Ebury manterá a sedeno Reino Unido.

XTB com primeiro trimestre histórico

“A atual volatilidade verifi cada nos mercados traduziu-se positivamente”, diz o CEO da XTB, Omar Arnaout.

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A crise fi nanceira 12 anos depois: cinco lições para os investidoresÀ medida que o surto continua a mover-se rapidamente, os mercados mais irregulares já estão a tomar decisões irracionais, com muitos negócios a fi car “na prateleira”. Dito isto, a nossa análise sugere que a atividade de fusões e aquisições não será completamente interrompida, tendo em conta os preços reduzidos das ações e que muitas organizações que procuram reestruturar-se criarão novas oportunidades de M&A, e todas irão necessitar de formas inovadoras de solidifi car as suas quotas de mercado.Embora o ambiente económico de hoje seja diferente em muitos aspetos do de há doze anos, há cinco lições particularmente mais relevantes do que nunca para os líderes empresariais que planeiam hoje o seu caminho durante e para além da crise atual:1. Foco nas pessoas.As estratégias de negócios são executadas por pessoas. Crises anteriores mostram que as organizações que conseguem

manter as suas equipas de negócio calmas e focadas, evitando “oportunidades” boas demais para serem verdadeiras, mas seguindo o ritmo adequado quando as oportunidades certas surgem, são as que prosperarão. Isto é ainda mais verdadeiro hoje, já que a atual crise de saúde tem implicações reais que afetam todos e que vão além do fi nanceiro. As organizações líderes focam-se claramente na proteção e apoio ao seu pessoal, incluindo equipas de negócio e grupos mais amplos de colaboradores.2. Vantagem na adversidade.Na crise atual, é provável que uma onda de ativos mais baratos e em piores condições chegue ao mercado. Para transformar a adversidade em oportunidade, a análise precoce e criteriosa da alocação de ativos é a única resposta testada e comprovada. Executar bem os investimentos estratégicos – nos bons e nos maus momentos – exige muita atenção dos compradores, com disciplina de custos e prudência fi nanceira,

detetando oportunidades que oferecem retornos fi áveis em períodos razoáveis de retorno.3. O curto prazo é essencial, mas sem perder de vista o longo prazo.Durante a recessão de 2007-2009, as empresas priorizaram ações de curto prazo, em detrimento de iniciativas de longo prazo, tendendo a agir de forma mais reativa do que proativa. Todas as empresas devem responder a preocupações de curto prazo para garantir a viabilidade, mas as que sejam capazes de manter o curso e concentrar-se em investimentos estratégicos de longo prazo estabelecerão as bases para um sucesso contínuo assim que a crise terminar.4. Operações de M&A serão mais morosas e menos previsíveis.Em 2008, a falta de crédito disponível, a queda dos mercados de ações e a crise fi nanceira mundial minaram a capacidade das empresas de fazer aquisições, pondo fi m a cinco anos de crescimento

contínuo.Doze anos depois, a conclusão de acordos M&A estão igualmente complexos, com negociadores a trabalhar a partir de casa, visitas aos locais reduzidas, reuniões de liderança e de especialistas em formato virtual, fi nanciamento da dívida mais difícil de garantir e, ainda, atrasos na aprovação regulatória, à medida que governos e reguladores lidam com o impacto da COVID- 19.Em resposta, as tecnologias existentes, como salas de dados virtuais e chamadas de videoconferência, podem ser facilmente aproveitadas para facilitar o processo de due diligence. À medida que esta situação se desenrola e surgem mais implicações para as transações de M&A, será necessário que as partes interessadas demonstrem maior agilidade e criatividade para conseguir aproveitar todas as oportunidades.5. Planos de implementação e metas de sinergia serão revistos.Os acordos fechados

recentemente, como no primeiro trimestre de 2020, terão que ser revistos à luz das condições atuais, e os planos de sinergia para negócios futuros terão também que ser reavaliados. Esta reavaliação terá em conta as condições atuais do mercado e também os riscos da reestruturação da força de trabalho para as marcas e para a sua reputação, uma vez que estarão expostas a acusações de aproveitamento de uma crise de saúde global.Um longo boom nos mercados fi nanceiros fez com que os compradores se queixassem que estava a ser aplicado demasiado dinheiro em poucas transações, difi cultando a deteção de ativos com preços atrativos. Para os investidores mais cautelosos, esta é a hora de analisar os eventos de curto prazo e analisar o valor de longo prazo das empresas. Ao procurar valor, reapreciar riscos e selecionar bem as operações, os compradores encontrarão oportunidades genuínas de negociação.”

VASCO CÂMARASenior Director, Human Capital Benefi ts da Willis Towers Watson

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Mota-Engil com projeto de 365 milhões em MoçambiqueA Mota-Engil obteve um contrato em Moçambique no valor de 365 milhões de dólares. Trata--se de um contrato no âmbito do projeto de Gás Natural Liquefeito, em Cabo Delgado. O pro-jeto contempla a construção de uma ponte-cais e de uma plataforma de descarga. Os trabalhos têm uma duração prevista de 32 meses, com início ainda neste primeiro semestre. De referir que este é um dos maiores projetos de GNL, a nível mundial, refere a construtora em comunicado.

Comissão insta bancos a cortarem retribuições variáveisA Comissão Europeia instou os bancos a cortarem as retribuições variáveis que os banquei-ros recebem, tendo em conta o atual contexto. Bruxelas considera que, desta forma, se po-derá reforçar a capacidade de crédito das entidades financeiras. Entretanto, Bruxelas mostra satisfação pelo facto de cada vez mais bancos estarem a anunciar a suspensão de distribuição de dividendos.

A empresa de renting automó-vel LeasePlan lançou, em resposta ao tipo de procura decorrente da pandemia de Covid-19, uma so-lução de renting para prazos mais curtos. O FlexiPlan, que já existia na oferta da empresa, mas que foi agora renovado permite contratos a partir de um mês, quilometra-gem ilimitada e rescisão antecipa-da sem qualquer custo. “A flexibi-lidade é total: se as circunstâncias mudarem e o prazo planeado não for suficiente é possível estender-

-se pelo tempo necessário. Se, ao contrário, o cliente já não precisar do carro, também é simples, pode rescindir a qualquer momento, sempre sem qualquer custo”, in-dica a LeasePlan.

“O FlexiPlan responde às ne-cessidades da época que vivemos, um período de incerteza a que as empresas mais uma vez têm de se adaptar. O sucesso alcançado até hoje por esta solução fez com que o produto fosse tendo evoluções e melhorias e agora apostássemos

em torná-lo ainda mais simples e flexível, com a possibilidade de devolução do veículo sem custos, se os planos ou a duração dos pro-jetos dos nossos clientes se altera-rem. Num cenário de mobilidade em constante mudança, o Flexi-Plan confirma o compromisso da LeasePlan de estar sempre ao lado dos seus clientes oferecendo as so-luções e os serviços que melhor se adaptam a cada caso”, refere Pe-dro Pessoa, diretor comercial da LeasePlan em Portugal.

O Novo Banco lançou uma solução financeira que pretende ajudar os senhorios particulares, com posse de imóveis em arren-damento, a mitigarem as neces-sidades de liquidez provocadas pela moratória nas rendas e pela queda abrupta do turismo, de-corrente da crise da pandemia de Covid-19. O pack Senhorios inclui três produtos de natureza distinta, um de financiamento, outro de poupança e um seguro multirriscos, cada um aplicável conforme a sua necessidade do senhorio.

O financiamento prevê o acesso a uma linha de crédito para fazer face a dívidas ime-diatas e resolver problemas de liquidez provocados pela cri-se económica de Covid-19. A componente seguro, prevê o acesso a descontos no seguro multirrisco das casas, o qual tem associado um depósito que permite reforços a qualquer momento e reembolsos sem pe-nalização, servindo de reserva para a gestão do pagamento das obrigações como o IMI, con-domínio ou o IRS.

LeasePlan propõe renting de curto prazo

Novo Banco lança solução de liquidez para senhorios

MERCADOS

18 SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020

O mercado imobiliário depois da Covid-19Qual o verdadeiro impacto neste mercado desta pandemia do coronavírus? Será que se vai tornar mais competitivo daqui para a frente para os investidores?Como irá ser o comportamento do mercado imobiliário durante e após esta crise financeira que estamos a atravessar?Será que as casas vão ficar mais baratas para quem compra? E para quem vende, os preços vão continuar inflacionados?Até há bem pouco tempo, estávamos com o mercado imobiliário em recordes históricos em venda de casas, com os preços muito acima do que seria expectável.Como em todos os setores, o mercado imobiliário não é nem será exceção.Tempos áureos dos imóveis estão e serão afetados por esta pandemia, com proporções que ainda estão a ser a cada dia que passa analisadas, porque estamos a viver uma crise global, com impactos em todos os setores.É ainda cedo para definir exatamente quais vão ser os verdadeiros impactos diretos ou indiretos desta pandemia e como todas as empresas, devemos aguardar por melhores dias e ir avaliando qual o verdadeiro impacto neste setor também importante para o desenvolvimento da economia em Portugal.

Estamos, portanto, com uma paragem em grande parte dos setores, criando um impasse do que poderá ser este setor nos próximos meses, muito fruto da paralisação das atividades em geral criando um abrandamento generalizado na economia. Até ao momento no mercado imobiliário ainda é cedo para se poderem tirar mais conclusões, dado também existirem empresas na área da construção a trabalhar, ainda que com redução de pessoal, apesar das medidas preventivas, como o evitar ao máximo o contacto pessoal com outras pessoas.De referir que, devido a esta crise, irão existir mesmo no setor da construção e imobiliário uma perda avultada, com previsão de prejuízos significativos.Neste momento, toda a economia mundial está a atravessar momentos difíceis, com um impacto significativo nos mercados mundiais, o que coloca todo o investimento em causa, dado o clima de incerteza generalizada. O setor do Turismo está a ser gravemente afetado com esta crise, logo o mercado imobiliário também acaba por levar por tabela.Para um país em que o Turismo representa uma parte consideravelmente importante na economia, este impacto

já se está a refletir, por estar a existir um desinvestimento que se projeta como um impacto negativo no investimento total estrangeiro a entrar em Portugal.Perspetiva-se uma perda de poder de compra, dado que se estima que irão existir ainda muitas famílias com incumprimentos devido ao possível aumento da taxa de desemprego, logo menos possibilidades de comprar casa.Isto implica claros atrasos significativos em obras, custos acrescidos com as demoras previstas para projetos que estejam em curso e que de certa forma tiveram de ficar parados por causa desta pandemia.O tempo também é um fator que faz crescer a constante insegurança, devido a ser cada vez mais longo e indeterminado, originando um impacto negativo nas vendas de imóveis a compradores nacionais e internacionais, logo um decréscimo da procura. É um facto que até as imobiliárias estão de certa forma a aprender com esta crise e a readaptar-se às novas alterações no mercado com a introdução do teletrabalho, como forma de fazer este mercado continuar a rolar, o que não é fácil nesta altura.O que é um facto é que estão a ser vendidas no mercado casas online sem

serem necessárias visitas presenciais, como por exemplo imóveis em construção, como sendo uma mais-valia neste setor, dado poderem ser personalizados ao gosto do cliente e a venda poder já ter implícita essa respetiva personalização com recurso a programas especializados nesta área, de forma a mostrar ao cliente como irá ser a futura casa, o que pode ser um sinal de uma readaptação forçada e possível neste mercado.Também e de acordo com um estudo europeu já realizado pela MGVM, com estas novas políticas de teletrabalho, iremos ter uma menor procura por grandes escritórios, fazendo com que os preços desçam e com que a procura por escritórios mais pequenos avance ao mesmo tempo que esta nova etapa, o que também fará com que as empresas se desenvolvam mais através de teletrabalho.Esta procura poderá também trazer no futuro, mais pessoas de outros países que procurem o nosso País para trabalhar à distância e pelo bom clima e segurança. E já sabe, acompanhe tudo aqui na Vida Económica e através das redes sociais:*Instagram: http://www.instagram.com/carina.meireles.consultora/ Facebook: https://www.facebook.com/

CARINA MEIRELESConsultora financeira*

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CMVM dá orientações aos investidoresPerante o contexto de elevada incerteza, a CMVM emitiu um conjunto de orientações aos in-vestidores. As orientações estão organizadas por temas, designadamente cuidados a ter perante a volatilidade dos mercados, enviesamentos comportamentais em momentos de turbulência, recomendações sobre distribuição de dividendos, assembleias gerais à distância e dicas para enfrentar o risco acrescido de fraude.

Google supera previsões dos analistasA Google conseguiu superar as previsões dos analistas e aumentar em 13% as receitas, no pri-meiro trimestre, para 41,2 mil milhões de dólares. O lucro trimestral cresceu 2,7%, para 6,8 mil milhões, enquanto o resultado operacional atingiu mais de oito mil milhões de dólares, num acréscimo de 19 pontos percentuais. Os gastos cresceram 12%, em termos homólogos, para 33,2 mil milhões de dólares.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020 19

VÍTOR [email protected]

O tema do desenvolvimento do setor far-macêutico e da biotecnologia está na ordem do dia. E, nessa ótica, o Novo Banco pro-põe para subscrição até 26 de maio um de-pósito estruturado denominado “NB ESG Inovação Biofarmacêutica” e que tem como base um cabaz com quatro empresas que se dedicam à investigação e desenvolvimento do setor farmacêutico e da biotecnologia. São elas a Merck, a AbbVie, a Novartis e a Amgen Inc, sendo que estas são companhias que fazem parte do índice STOXX Global ESG Impact e onde são relevantes os cri-térios ambientais, sociais e de governação interna, dentro de um contexto de investi-mento sustentável. A pandemia que está a assolar o globo releva a importância deste tipo de investigação, a par de uma necessida-de de melhorar as condições de vida de uma população mundial com grandes assimetrias em termos de acesso aos bens essenciais, a par de uma outra população muito envelhecida.

A aplicação tem o prazo de dois anos e tem garantia de capital do emitente, mas também do Fundo de Garantia de Depósitos até 100 mil euros por aforrador. A remuneração pro-metida na ficha técnica depende da evolução das cotações das quatro empresas e é avaliada na data de observação final. Se o nível das

cotações for superior ao valor inicial, a remu-neração pode chegar a 0,735% em termos de taxa bruta anualizada, mas, caso a evolução seja negativa, a remuneração será de ape-nas 0,024% TANB. Numa rápida visita às empresas, são de salientar na multinacional norte-americana Merck as soluções de saú-de através de vacinas, terapias biológicas e produtos de saúde animal. A empresa aposta forte na investigação. A AbbVie está igual na investigação e desenvolvimento no setor farmacêutico e da biotecnologia e trabalha essencialmente nas terapêuticas primárias ligadas à imunologia, oncologia, virologia e neurociência. A Novartis é uma multinacio-nal suíça e tem divisões na área farmacêutica,

medicamentos genéricos e biossimilares. Por último, a Amgen é uma companhia ameri-cana focada na biotecnologia e tem aposta-do na inovação através da biologia celular e molecular.

Eurobic propõe ações globais

Uma outra proposta para esta semana vem do Eurobic, através do seu produto “Ações Globais Maio 2020”. É igualmente um de-pósito estruturado a dois anos e com subs-crição até 15 de maio. A remuneração está dependente da valorização simultânea de cinco ações e de empresas multinacionais de diferentes atividades, a saber: a Adidas, a

Garmin, a Nestlé e a Netflix. A remuneração proposta será de 1,001% TANB se a cotação de fecho das cinco ações que fazem parte do cabaz dos produtos registar um valor igual ou superior ao registo inicial. Caso contrário, a remuneração será zero. Tem garantia de ca-pital, incluindo do FGD, e, tal como o pro-duto anterior, é uma aplicação que se destina a quem não antecipa necessidades do capital investido durante os dois anos de contrato, pois não é possível o reembolso antecipado. Estes são produtos dependentes de contin-gências do mercado de capitais, nomeada-mente da volatilidade das coações das empre-sas. É, por isso, um produto recomendado a quem tem conhecimentos das Bolsas de Va-lores e do risco da oscilação de valores. A ní-vel de empresas e para o produto do Eurobic, é de salientar que a Inditex, que faz parte do cabaz, é uma empresa espanhola que produz e distribui vestuário e que tem marcas tão conhecidas como a Zara Home, a Massimo Dutti, a Uterque ou a Bershka. A Adidas é a multinacional dos produtos de desporto, en-quanto a Garmin é uma multinacional que produz e comercializa dispositivos de nave-gação. A Nestlé é uma multinacional suíça ligada aos produtos alimentares e a Netflix é uma empresa americana que fornece serviços de subscrição através da internet para visuali-zação na televisão.

A NOSSA ANÁLISE

Como investir em biofarmacêutica e em ações globais

O banco Montepio fechou 2019 com resultados líquidos consolidados de 21,7 milhões de euros, mais 59,6% face aos 13,6 milhões reportados no ano pasasdo (valor reexpresso, já que o valor inicial-mente reportado tinha sido de 12,5 mi-lhões). O produto bancário ascendeu a 429,5 milhões de euros, evidenciando uma subida de 13,8%, suportada no desempe-nho das comissões, dos ganhos com títulos e na venda de carteiras non performing.

Os custos operacionais registaram uma redução de 2,1%, determinada pelo efei-to das medidas implementadas com vista ao decréscimo de custos. Quanto ao rácio de eficiência, medido pela relação entre os custos operacionais e o produto bancário, situou-se em 59,2%, beneficiando da redu-ção dos custos e do aumento dos proveitos.

A qualidade da carteira de crédito, ava-liada pela proporção dos “non performing exposures” (NPE) sobre o total do crédi-to, registou uma evolução favorável, com o rácio NPE a situar-se em 12,2% no fi-nal de 2019. As imparidades constituídas determinaram um custo do risco de 1% e uma melhoria da cobertura do rácio NPE para 52,1% e, se considerados os colaterais associados, para 93,4%.

O rácio de capital total atingiu 13,9%

no final de 2019, beneficiando da redução registada nos ativos ponderados pelo risco e situando-se acima dos níveis regulamen-tares definidos. Os rácios de capital a 31 de dezembro de 2019 incorporam os efeitos resultantes dos desvios apurados ao nível do Fundo de Pensões, estando as respon-sabilidades totalmente financiadas com o rácio a 100%.

Reforço de depósitos e crédito em grandes empresas

O crédito a clientes do banco Montepio era, no fim de 2019, de 12,2 mil milhões de euros. Isso incorpora o impacto da ven-da de carteiras non performing e o cresci-mento do segmento grandes empresas. Já os depósitos de clientes atingiram 12,5 mil milhões de euros, beneficiando do aumen-to dos depósitos no tetalho e da evolução favorável da componente dos depósitos à ordem.

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou o maior abrandamento no consumo através de compras físicas du-rante o período em que Portugal esteve em estado de emergência, de acordo com os dados do SIBS Analytics. A mesma fonte indica que, no período compreen-dido entre 23 a 29 de março, as compras físicas nesta região recuaram 62 pontos relativamente à média antes do registo do primeiro caso de Covid-19. Já na últi-ma semana, de 27 de abril a 3 de maio, o número de compras na rede Multibanco nesta região registou um aumento de 14 pontos. Ainda assim, a região de Lisboa e Vale do Tejo encontra-se a cerca de me-tade do total de compras físicas quando comparado com o período antes da pan-demia.

No sentido inverso, a região do país com menor variabilidade na frequência de com-pras durante o período de confinamento foi o Alentejo, onde o número médio de compras na rede Multibanco nesta última semana se situou 24 pontos base abaixo do número médio de compras antes da Co-vid-19.

Analisando ainda as compras físicas de uma forma global em todo o país, os dados da semana de 27 de abril a 3 de maio, que

coincidiu com a última semana de estadode emergência, continuam em crescimentoatingindo agora o valor mais elevado dasúltimas seis semanas, mas, ainda assim, 41pontos a menos do que o número médiode compras antes da pandemia.

Compras on-line crescem

No que se refere às compras online, os dados dão conta de um aumento significa-tivo neste canal, com o número médio decompras no e-commerce praticamente aonível do período antes da pandemia. Con-tinua ainda a destacar-se a utilização cres-cente do MB Way tanto para as comprasonline como na rede Multibanco, sendoque, na semana de 27 de abril a 3 de maio, as compras através deste serviço atingiramos níveis mais elevados já registados nestaanálise semanal da SIBS: o número médiode transações no e-commerce através doMB WAY chegou aos 31 pontos acima damédia antes do registo do primeiro caso de Covid-19 em Portugal, e nas compras narede Multibanco atingiu 20 pontos acima.Ao comparar com a semana anterior, de 20a 26 de abril, o número de compras comMB Way cresceu 16 e nove pontos no on-line e no físico, respetivamente.

Montepio com lucro de 21,7 milhões no ano passado

Lisboa foi a região com maior quebra nas compras físicas

Merck, AbbVie, Novartis e Amgen são a proposta analisada

O rácio de capital total atingiu 13,9% no final de 2019

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Eur/Usd lateraliza entre $1,08 e $1,10

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Relativamente ao índice português, não existem grandes novidades a reportar. O PSI-20 ainda chegou a testar os 4300 pontos, mas não obteve sucesso, permanecendo a transacionar dentro do canal de consolidação entre este nível e os 4 mil pontos. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD, não apresentam sinais claros, o que poderá indicar que o índice deverá dar continuidade ao movimento de lateralização no referido intervalo no curtíssimo prazo. Será necessário assim que o índice se afaste deste nível (quer seja uma quebra ou correção) para determinar que tendência apresentará para o curto/médio prazo.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O DAX continua a apresentar um movimento bastante semelhante ao índice português. Após um teste sem sucesso aos 11 100 pontos o índice segue a lateralizar entre este nível e os 10 240. O MACD apresenta agora um sinal praticamente nulo, o que sugere uma continuação da consolidação em torno dos níveis atuais no curtíssimo prazo.

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/UsdO Eur/Usd deu seguimento ao

movimento de lateralização que tem vindo a descrever desde abril, falhando novamente o teste ao limite superior deste, em torno dos $1,10. Os indicadores técni-cos não fornecem sinais muitos claros, podendo indicar que o par poderá continuar a consolidar en-tre os $1,08 e os $1,10 no curtís-simo prazo.

Eur/JpyApesar do ressalto registado

no final da última semana, este foi apenas temporário e o EUr/Jpy voltou a recuar. O par in-tensificou a perspetiva bearsih para o curto prazo ao quebrar em baixa os 0% de retração de

fibonacci, próximo dos 116 ienes. O par encontrou agora suporte nos 115 ienes, não obs-tante, os indicadores continuam a fornecer sinal de venda, o que poderá indicar uma quebra em baixa a este nível no curtíssimo prazo, tendo como próximo su-porte os 112 ienes.

Eur/GbpRelativamente ao Eur/Gbp não

existem grandes alterações. O par segue a lateralizar, sendo supor-tado pelos 38,2% de retração de fibonacci (£0,87). Os indicadores técnicos não apresentam grande tendência, sendo assim esperado que o par dê seguimento à conso-lidação em torno dos níveis atuais no curtíssimo prazo.

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Euro Refinancing Rate 0,00%BCE Euro Marginal Lending Facility 0,25% Euro Deposit Facility -0,50%

*desde 10 de março 2016

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Prime Rate 0,10%Brasil Taxa Selic 3,75%Japão Repo BoJ -0,10%

EUR/USD

RUI COSTA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

junho 20 -0,355%agosto 20 -0,395%

dezembro 20 -0,440%setembro 21 -0,470%

março 22 -0,460%setembro 22 -0,440%

A pressão nos mercados monetários ter-se-á reduzido ao longo da última semana, com as Euribor ou a estabilizarem ou mesmo a recuarem. Destaque para a referência de 3 meses que, ao perder cerca de 6 pb, regressou para perto dos -0,30%. A semana fica marcada pela decisão do Supremo Tribunal da Alemanha, que deu indicações para que o Bundesbank deixasse de participar nas compras regulares de dívida pública europeia. O tribunal alemão considera que o Banco Central Europeu tem vindo indiretamente a financiar os Estados, algo que é proibido pelos Tratados Europeus e é considerado ilegal na Alemanha. Foi, no entanto, dado o prazo de três meses ao BCE para justificar as suas ações, nomeadamente acerca da proporcionalidade das compras, deixando no ar a ideia de que esta decisão pode ter impacto a médio prazo, mas que no curto prazo pouco se vai alterar. O mais recente programa de apoio à pandemia não cai dentro desta decisão, pelo que é incerto o verdadeiro alcance desta decisão. O Eurostat apresentou a evolução dos preços do produtor em março e a queda dos mesmos foi bastante acentuada,

registando-se valores já não vistos desde a crise de 2008. O índice de preços ao produtor caiu 1,5% em termos mensais e 2,8% em ternos homólogos, queda esta que superou a esperada pelos analistas que apontavam para uma evolução mensal de -1,3% e homóloga de -2,6%. Grande parte desta queda é explicada com a evolução em março dos preços da energia, não só do petróleo, mas também do gás e eletricidade, que face ao mês de fevereiro registaram uma queda de 5,5% e face a março de 2019 uma descida de 11,3%. A Comissão Europeia apresentou as suas previsões para a zona euro, prevendo uma recessão de 7.7% em 2020 e uma subida do desemprego para 9,5%. Em resultado das medidas de apoio e da recessão Comissão espera que o saldo orçamental agregado da zona euro passe de um excedente de 0,6% do PIB para um défice de 8,5%.O membro alemão do BCE Jens Weidmann afirmou acreditar que as medidas de controlo e limitações destinadas ao controlo do Covid-19 se irão manter ativas durante um longo período. Tal implica que a probabilidade de uma rápida e acentuada recuperação económica na Europa é pouco provável,

o que não impede que daqui para a frente se assista a uma gradual e sustentada melhoria da economia. Na sua opinião, a Alemanha só deverá avançar com um programa de estímulo à economia quando as medidas de distanciamento social começarem a desaparecer, uma vez que grande parte da redução do consumo a que hoje se assiste, resulta mais da incapacidade das pessoas consumirem certo tipo de serviços, do que com dificuldades económicas das mesmas.Assistimos esta semana a um recuo nas taxas fixas, estando toda a curva com cerca de 7 pb abaixo dos valores da semana passada. Ontem, os rendimentos dos títulos alemães a 10 anos estiveram muito perto dos -0,60%. O renascer das tensões entre EUA e China ajudou a este desenvolvimento. Dada a controversa decisão do Supremo Tribunal alemão, os rendimentos (yields) já subiram um pouco, em especial as dos países do Sul, que serão os que mais terão a perder se se confirmar o afastamento futuro do Bundesbank das compras programadas de títulos do tesouro.

ANÁLISE PRODUZIDA A 06 DE MAIO DE 2020

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE GARCIAEconomista da IMF – Informação de Mercados [email protected]

Euribors recuam com monetário mais calmo

06/maio/20Var. Semanal

(%)

Var. a 30 dias

(%)

Var. desde

1 jan (%)

EUR/USD 1,0807 -0,64% -1,36% -10,43%

EUR/JPY 114,65 -1,21% -3,57% -15,29%

EUR/GBP 0,8725 0,20% -1,57% -1,91%

EUR/CHF 1,0530 -0,53% -0,52% -10,14%

EUR/NOK 11,0900 -1,67% -3,65% 13,46%

EUR/SEK 10,6278 -1,12% -3,92% 8,13%

EUR/DKK 7,4618 0,06% -0,07% 0,24%

EUR/PLN 4,5394 -0,16% -0,25% 9,03%

EUR/AUD 1,7046 1,86% -5,13% 10,59%

EUR/NZD 1,7839 -0,65% -3,14% 5,21%

EUR/CAD 1,5225 0,30% -2,51% 0,64%

EUR/ZAR 20,0603 -1,14% 2,30% 34,63%

EUR/BRL 6,0896 -0,18% 6,83% 54,15%

MERCADOS

20 SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)05.maio 2020 08.outubro 2019 29.outubro 2019

1M -0,469% -0,463% -0,006 -0,443% -0,026

3M -0,297% -0,417% 0,120 -0,405% 0,108

6M -0,165% -0,387% 0,222 -0,343% 0,178

1Y -0,108% -0,330% 0,222 -0,280% 0,172

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 -0,343 -0,2933X6 -0,370 -0,3501X7 -0,261 -0,2413X9 -0,300 -0,280

6X12 -0,350 -0,33012X24 -0,320 -0,300

*1x4 – Período termina a 4 meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y -0,323 -0,3133Y -0,340 -0,3305Y -0,310 -0,3008Y -0,206 -0,18610Y -0,138 -0,098

Obrigações 5Y 10Y 0,40 0,97

0,17 0,91-0,40 0,00-0,73 -0,521,32 1,970,09 0,240,40 0,73-0,13 -0,02

Fontes: Reuters e IMF

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TítuloÚltima

Cotação

Variação

Semanal

Máximo

52 Sem

Mínimo

52 Sem

EPS

Est Act

EPS Est

Fut

PER Est

Act

PER Est

Fut

Div. Yield

Ind

Div. Yield

EstData Act Hora Act

ALTRI SGPS SA 4,700 -0,21% 6,940 2,750 0,414 0,504 11,353 9,325 6,38% 6,47% 06-05-2020 16:35:21

IBERSOL SGPS SA 3,910 0,26% 9,200 3,900 0,200 -0,130 19,550 - 2,56% 1,28% 06-05-2020 16:35:19

BANCO COMERCIAL

PORTUGUES-R

0,096 -0,42% 0,289 0,089 0,018 0,023 5,306 4,152 - 3,14% 06-05-2020 16:37:23

F. RAMADA INVESTIMENTOS

SGPS SA

3,490 20,34% 7,780 2,600 0,280 0,320 12,464 10,906 17,19% 4,01% 06-05-2020 16:15:45

CORTICEIRA AMORIM SA 9,210 -1,71% 11,780 7,480 0,594 0,683 15,505 13,485 2,01% 3,06% 06-05-2020 16:35:20

CTT-CORREIOS DE

PORTUGAL

2,135 -0,23% 3,408 1,732 0,245 0,290 8,714 7,362 - 5,29% 06-05-2020 16:35:05

EDP-ENERGIAS DE

PORTUGAL SA

3,900 2,12% 4,987 2,994 0,226 0,240 17,257 16,250 4,87% 4,87% 06-05-2020 16:39:17

EDP RENOVAVEIS SA 11,000 -0,18% 13,800 8,120 0,377 0,433 29,178 25,404 0,73% 0,81% 06-05-2020 16:37:12

GALP ENERGIA SGPS SA 10,170 3,25% 15,950 7,738 0,428 0,741 23,762 13,725 6,88% 7,09% 06-05-2020 16:36:30

JERONIMO MARTINS 15,410 -1,47% 17,425 12,760 0,689 0,759 22,366 20,303 2,24% 2,42% 06-05-2020 16:35:17

MOTA ENGIL SGPS SA 1,080 -4,42% 2,280 1,007 0,230 0,450 4,696 2,400 6,85% 4,63% 06-05-2020 16:35:21

NAVIGATOR CO SA/THE 2,270 -2,83% 3,660 1,869 0,213 0,248 10,657 9,153 12,31% 10,88% 06-05-2020 16:35:20

NOS SGPS 3,318 -3,04% 5,970 2,680 0,282 0,323 11,766 10,272 8,38% 9,25% 06-05-2020 16:35:10

PHAROL SGPS SA 0,069 1,02% 0,165 0,050 - - - - - - 06-05-2020 16:35:07

REDES ENERGETICAS

NACIONAIS

2,440 -2,01% 2,820 1,894 0,165 0,169 14,788 14,438 - 6,97% 06-05-2020 16:35:27

SEMAPA-SOCIEDADE DE

INVESTIM

8,820 -1,56% 14,420 6,960 1,430 1,570 6,168 5,618 - 5,48% 06-05-2020 16:35:07

SONAE CAPITAL SGPS SA 0,470 -0,84% 0,908 0,390 0,000 0,025 - 18,800 - 5,53% 06-05-2020 16:35:07

SONAE 0,688 -4,58% 0,985 0,500 0,088 0,080 7,813 8,594 6,73% 7,13% 06-05-2020 16:35:14

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PAINEL BANCO SANTANDERTÍTULOS EURONEXT LISBOA

Este relatório foi elaborado pela tesouraria do Banco Santander em Portugal, telf 21 381 65 80, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua ex-actidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

TítuloÚltima

Cotação

Variação

Semanal

Máximo

52 Sem

Mínimo

52 Sem

EPS Est

Act

EPS

Est Fut

PER Est

Act

PER

Est Fut

Div. Yield

Ind

Div. Yield

EstData Act Hora Act

BANCO SANTANDER SA 1,937 -6,17% 4,368 1,865 0,206 0,310 9,401 6,247 11,88% 1,86% 06-05-2020 16:38:00

INDUSTRIA DE DISENO

TEXTIL22,220 -4,72% 32,280 18,505 0,842 1,153 26,390 19,271 - 3,35% 06-05-2020 16:38:00

REPSOL SA 8,506 7,51% 15,665 5,920 0,428 1,153 26,390 19,271 - 3,35% 06-05-2020 16:38:00

TELEFONICA SA 4,281 5,57% 7,592 3,533 0,564 0,581 7,590 7,368 9,34% 9,23% 06-05-2020 16:38:00

SIEMENS AG-REG 82,470 -2,84% 119,900 58,770 5,496 6,964 15,022 11,855 4,74% 4,45% 06-05-2020 16:35:07

CARREFOUR SA 12,920 -3,55% 18,150 12,195 1,223 1,347 10,564 9,592 1,78% 3,64% 06-05-2020 16:38:49

BAYER AG-REG 58,450 -7,25% 78,340 44,855 7,007 7,917 8,342 7,383 4,79% 5,01% 06-05-2020 16:35:19

DEUTSCHE BANK AG-

REGISTERED6,340 -0,80% 10,370 4,449 -0,518 0,161 - 39,379 - 0,03% 06-05-2020 16:35:10

RWE AG 26,520 2,91% 34,640 20,050 1,602 1,941 16,498 13,617 3,01% 3,27% 06-05-2020 16:35:11

VOLKSWAGEN AG 134,700 -1,89% 185,000 99,160 11,530 22,255 11,613 6,017 4,83% 2,59% 06-05-2020 16:35:16

ING GROEP NV-CVA 4,653 -9,51% 11,258 4,226 0,767 0,888 6,066 5,240 - 7,22% 06-05-2020 16:35:03

Espanha espera nova concentração no setor bancárioA baixa rentabilidade e o impacto da pandemia vão desencadear uma nova vaga de concen-tração bancária em Espanha, prevê a Société Générale. A consolidação permitirá ao setorotimizar a sua base de custos. Por outro lado, uma nova ronda de fusões melhorará o acessodas entidades mais pequenas ao mercado de capitais num momento crucial, refere o bancofrancês numa sua análise sobre o mercado financeiro espanhol.

Mercedes-Benz espera aumento do resultado operacionalA Daimler espera que o resultado de exploração da sua divisão Mercedes-Benz Cars & Vans aumente, este ano, relativamente ao exercício passado, apesar do impacto da pandemia. Este aumento ficará a dever-se ao facto de, no ano passado, a divisão em causa ter sofrido um encargo excecional. Entretanto, o grupo já avisou que o segundo semestre do ano será de grandes dificuldades.

A moeda única, o Banco Central Europeu (BCE) e a sua política monetária foram desenhados à semelhança do marco alemão e do rigor monetário do Bundesbank. Como resposta à crise do subprime e, mais tarde, das dívidas soberanas, o BCE iniciou uma série de empréstimos à banca com maturidade de 3 anos, designados por LTRO (Long Term Refinancing Operations), que se mostraram relativamente ineficazes na retoma da economia da Zona Euro. Por isso, em 2015, o BCE decidiu implementar pela primeira vez o QE (Quantitative Easing), uma política não convencional e já adotada anos antes pela Fed, BoE e BoJ, originando algum desconforto no Norte da Europa, nomeadamente no seio de alguns cidadãos alemães que decidiram colocar em tribunal o QE do BCE. Na terça-feira, o veredito do Tribunal Constitucional Alemão decidiu que o Bundesbank deve parar de comprar títulos do Governo, no âmbito do atual QE do BCE, dentro de três meses, a menos que possa provar que essas compras são necessárias. Esta decisão pode contribuir para o aumento das tensões nos mercados de títulos (aumento dos spreads relativamente à Bund alemã) e para um risco renovado de rutura da zona do euro. No entanto, a decisão dos juízes de Karlsruhe não se aplica ao mais recente programa do BCE de combate à pandemia, de 750 mil milhões de euros.

O BCE adquire obrigações soberanas da Zona Euro em mercado secundário, financiando indiretamente os Estados, existindo grosso modo monetização da dívida pública. Mas nunca o BCE comprou dívida em mercado primário, prática que lhe está vedada porque implicaria financiamento direto do Banco Central da Zona Euro aos seus Estados Membros.

De facto, há diferenças entre o LTRO ou TLTRO (com Target definido) e o QE. Enquanto no LTRO o balanço do BCE aumenta devido à liquidez injetada como contrapartida dos ativos dados como garantia ao BCE pelos bancos comerciais, com o QE o balanço

aumenta devido à liquidez injetada como contrapartida das compras efetuadas pelo BCE de ativos do balanço dos bancos, nomeadamente títulos da dívida pública. Para o BCE o QE é, talvez, mais arriscado em caso de incumprimento do ativo que ele comprou, enquanto no LTRO somente sofrerá uma perda se o dinheiro emprestado contra essa garantia não for devolvido ou o valor da garantia perder valor ou entrar em incumprimento.

Se o objetivo é satisfazer a procura de liquidez, devido a uma crise de confiança, os empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais, por exemplo sob a forma de LTRO, poderão ser a melhor opção, porque fornecem a liquidez necessária e podem ser reembolsados rapidamente. Em boa verdade, o Banco Central substitui-se aos bancos no Mercado Monetário Interbancário (MMI), quando existe renitência em emprestarem entre si. E, grosso modo, há também uma certa esterilização monetária, ainda que deferida no tempo, porque o balanço do Banco Central regressa ao ponto inicial à medida que os empréstimos vão sendo amortizados. No final de 2011, início do LTRO a 3 anos, o balanço do BCE correspondia a dois biliões de euros, atingiu quase os 3,2 biliões em 2013 e no final de 2014 tinha voltado aos dois biliões de euros. Se o objetivo é a flexibilização quantitativa, as compras de ativos são mais eficazes, porque dão ao banco central o controlo do tamanho e da velocidade da expansão monetária. Nas circunstâncias atuais, onde não há pânico no mercado como nos anos de 2011 e 2012, o LTRO provavelmente seria ineficaz devido à falta de procura, e é por isso que o BCE precisa de recorrer a compras, ao QE. O Quantitative Easing teve início na Zona Euro a 22 de janeiro de 2015 e terminou em dezembro de 2018, e no final o balanço do BCE tinha aumentado 2,5 biliões de euros de 2,2 para 4,7 biliões de euros. Para alguns cidadãos alemães, o mandato do BCE é bastante claro, a estabilidade de preços, e receiam que o significativo aumento da massa monetária através do QE possa redundar em inflação dos preços no consumidor…

O euro e o Tribunal de Karlsruhe

PAULO ROSAEconomista Sénior do Banco Carregosa

PAINEL BANCO SANTANDERTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020 21

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Poucos setores foram tão afetados pela crise provocada pela pandemia de Covid-19 como o rent-a-car (RAC), até porque o turismo representa 60% do negócio em Portugal. O resultado foi, de acordo com o secretário-geral da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC), Joaquim Robalo de Almeida, um forte abrandamento, mantendo apenas o aluguer de viaturas de mercadorias, os contratos com empresas e algumas viaturas de substituição. “Somente em 2022 se espera regressar aos níveis de desempenho de 2019”, refere aquele responsável pela ARAC, que deixa, no entanto, uma nota de resiliência. “Viajar continuará a ser uma necessidade e o RAC estará sempre presente para atender essa necessidade”.AQUILES [email protected]

Vida Económica – Como impactou a pandemia de Covid-19 no setor português do rent-a-a-car (RAC)?

Joaquim Robalo de Almeida – Esta é a primeira recessão para muitas das empresas de RAC a operar no nosso país, especial-mente para aquelas que se haviam instalado recentemente em Portugal devido ao adven-to da atividade turística no nosso país. No ultimo mês e meio, a atividade registou um número de contratos de aluguer celebrados praticamente nulo, isto é, a paragem é quase total, nomeadamente por parte das empre-sas a operar exclusivamente na área do tu-rismo, uma vez que não existem voos, nem turistas e o aluguer de automóveis está proi-bido para as situações que não se enqua-drem no quadro estabelecido pelo diploma legal que decretou o estado de emergência em Portugal.

A nível do sul do país, as empresas associa-das da ARAC reportam paragens na ordem dos 100%, mantendo-se somente alugadas algumas viaturas a empresas que continuam a exercer a sua atividade, bem como algumas viaturas de rent-a-cargo (aluguer de veículos de mercadorias sem condutor). Quanto ao país em geral, mantêm-se apenas os contratos de aluguer celebrados com empresas e enti-dades publicas e algumas viaturas de substi-tuição.

A ARAC, enquanto associação representa-tiva de cerca de 98% da atividade de RAC, encontra-se muito preocupada com as em-presas que a integram e com o que vai ser o

seu futuro, nomeadamente a procura dimi-nuta e o impacto desta crise /guerra declarada por um inimigo insidioso, silencioso e letal.

VE – O setor recorreu às medidas de apoio criadas pelo Governo?

JRA – Um número significativo de em-presas recorreu às linhas de crédito disponi-bilizadas pelo Governo. As medidas conti-nuam, porém, sem reflexo na tesouraria das empresas, pois, apesar de já terem sido apre-sentadas as candidaturas no início de abril e os processos terem sido aprovados, o certo é que o dinheiro ainda não chegou às empresas [entrevista no fim da semana passada]. En-tendemos que é essencial que, com especial destaque para o BCE e a União Europeia, se criem e adotem as medidas consideradas ne-cessárias, de forma a aumentar a capacidade de financiamento dos países europeus com a aplicação de taxas (preferencialmente zero) baixas sobretudo aos países em situação mais débil.

VE – Quando pode a atividade voltar a índices de operação de normalidade pos-sível?

JRA – Embora existam muitas incógnitas sobre o futuro, as empresas de RAC procu-ram alguns sinais no caminho da recupera-ção, sendo o primeiro desses sinais saber qual o comportamento das companhias aéreas. Atualmente, o número de voos operados nos aeroportos portugueses é residual, quer os voos de e para países da União Europeia, quer os do resto do mundo (só possíveis em situa-ções muito especiais). No caso do RAC, onde (repita-se) a atividade turística pesa 60% no total do seu negócio, o transporte aéreo é de-terminante.

VE – Como irá lidar a atividade de rent--a-car com este novo “normal” que se irá iniciar gradualmente?

JRA – Uma coisa com que todos concor-damos é que é necessário regressar ao tra-

balho (com as proteções devidas) e que as empresas possam voltar a produzir, sob pena de colocarmos em risco a sobrevivência das mesmas e da economia. Neste quadro de re-toma da atividade económica será necessária a existência de meios de mobilidade capazes de colocarem as empresas em funcionamen-to, pelo que entendemos que os contratos de aluguer de veículos sem condutor em regi-me de curta duração serão a ferramenta ideal para a flexibilidade que se pretende nas em-presas, voltando a celebração dos mesmos a caminhar no sentido que vinha acontecendo antes da pandemia. É nosso entendimento que as empresas irão cada vez mais adaptar o número de viaturas locadas às suas reais necessidades, evitando assim desperdícios com alugueres de duração prolongada. Nes-ta situação o aluguer de curto e médio prazo poderá ver aumentar a sua procura, dado que permite aos empresários terem uma grande flexibilidade de ajustarem as frotas às neces-sidades.

Também e face ao problema de saúde que estamos a viver, as pessoas irão querer opções de transporte menos lotadas, sem toque e mais saudáveis. A proteção da saúde passará à vanguarda, com opções de aluguer de veí-culos sem condutor atrativas e veículos mais ecológicos, com manutenção e limpeza cer-tificada. Em síntese, espera-se que se venha a registar um incremento da procura de viatu-ras de rent-a-car também por particulares e profissionais liberais.

VE – A higienização é um fator impor-tante…

JRA – Torna-se muito importante o es-tabelecimento de uma relação de confiança e segurança com os clientes nesta época de pandemia, tendo para tal a ARAC reunido e desenvolvido um trabalho com vista à criação de um selo “Clean & Safe”, o qual será atri-buído pelo Turismo de Portugal às empresas mediante o cumprimento de determinados requisitos. De notar que já antes da pande-

mia havia grande cuidado com a higienização dos veículos, o que foi reforçado de modo a estreitar uma relação de confiança.

VE – Já se consegue prever como será o desempenho do RAC português em 2020 e como compará com o ano transato?

JRA – O setor do RAC poderá registar em 2020 perdas de receitas que poderão ser su-periores a 80%. Os dois primeiros meses de 2020 terão sido dos melhores meses de janeiro e fevereiro que o setor já havia experimentado.

Para quando o fim da crise que atraves-samos e quais as dinâmicas que teremos no fim dessa crise, tal constitui uma incógnita, mas importa salientar que mudanças com-portamentais de longo prazo na mobilidade podem ocorrer se a crise económica e de saú-de durar mais do que os países atualmente preveem. Da mesma forma que as pessoas se adaptaram às mudanças operadas após os atentados de 11 de setembro nas viagens aéreas (com uma verificação de cada passa-geiro mais rigorosa e que entrou nas rotinas de rodos os aeroportos), a situação que agora estamos a viver poderá provocar mudanças semelhantes na verificação dos passageiros (como por exemplo verificação da tempera-tura, eventuais análises, etc.).

VE – E voltar aos níveis de 2019?JRA – De acordo com as previsões de vá-

rios especialistas, o setor espera entrar em recuperação ainda em 2020, mas somen-te em 2022 se espera regressar aos níveis de desempenho de 2019, pois o RAC, como já referi, encontra-se fortemente dependente do turismo, sendo a crise que atravessamos trans-versal a todo o setor do turismo. Importa, no entanto, transmitir a ideia de que, embora tendo a certeza que esta crise vai durar, as em-presas do setor do RAC não baixam os braços e já começámos, juntamente com os outros parceiros do turismo, a preparar a retoma.

VE – O turismo será o segmento de re-cuperação mais lenta?

JRA – Ao comparar a crise atual com a ve-rificada há uma década atrás e ao contrário do que nessa época já se vinha anunciando, a crise atual acontece num tempo em que a dinâmica do mercado era muito boa antes da pandemia. A retoma será, como já afirmei, lenta, ao con-trário de outros setores da economia.

No entanto, o RAC atravessou ao longo da sua existência (contemporânea ao apareci-mento do automóvel) várias crises, incluindo duas guerras mundiais, continuando a existir muitas das principais empresas que existiam à época. Estamos, por isso, convictos de que viajar continuará a ser uma necessidade e que o RAC estará sempre presente para atender essa necessidade.

JOAQUIM ROBALO DE ALMEIDA, SECRETÁRIO-GERAL DA ARAC, GARANTE

“Empresas de rent-a-car não baixam os braços”

AUTOMÓVEL

Citroën Ami premiado por BBC Top GearO Citroën Ami 100% ëlectric foi distinguido com o “The Disruptor Award” nos ‘The Elec-tric Awards 2020’ da revista BBC Top Gear. O Ami 100% ëlectric impressionou o painel de jurados pela sua abordagem singular e inovadora do futuro da mobilidade elétrica em meio urbano. Este objeto de mobilidade (velocidade máxima de 45 km/h) de zero emissões está equipado com uma bateria de 5,5 kWh, com uma autonomia máxima de 70 km, que pode ser totalmente carregada em três horas, a partir de uma tomada elétrica doméstica padrão.

Joaquim Robalo de Almeida indica que “os dois primeiros meses de 2020 terão sido dos melhores meses de janeiro e fevereiro que o setor já havia experimentado”.

O setor do RAC poderá registar em 2020 perdas de receitas que poderão ser superiores a 80%”

22 SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020

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AUTOMÓVEL

Porsche voltou à produçãoA Porsche recomeçou a produção nas suas fábricas na segunda-feira (4 de maio). Assim que a produção seja aumentada em Zuffenhausen e Leipzig, todos os funcionários irão retomar o trabalho, passo a passo. A adaptação dos processos de produção, logística e compras foi acor-dada com o Conselho de Trabalhadores e o departamento de Gestão de Saúde. Os requerimentos das autoridades de saúde foram também avaliados.

Ford produz máscaras e viseiras para colaboradoresA Ford está a produzir máscaras e viseiras de proteção facial como parte das iniciativas que irão proporcionar um ambiente de trabalho seguro para os colaboradores que desempenham atividades essenciais nas ins-talações Ford na Europa, durante a crise da pandemia provocada pela Covid-19. A produção de equipamento de protecção individual já está em marcha nas instalações Ford na Alemanha, Roménia, Espanha e Reino Unido.

SEXTA-FEIRA, 8 DE MAIO 2020 23

AQUILES [email protected]

Numa altura de pandemia como a atual, os clientes podem ter al-gum receio em levar os carros às ofi cinas. Estas, que nunca pararam mesmo no estado de emergência, asseguraram, no entanto, um pro-tocolo com várias etapas do proces-so de entrega e levantamento das viaturas no plano de contingência Covid-19.

De acordo com o que pudemos apurar junto de marcas e reparado-res multimarca, o processo garante que o veículo seja higienizado e desinfetado. Assim, o cliente deixa o automóvel à entrada da ofi cina, havendo distância de dois metros e barreiras físicas com o rececionista. De seguida, são colocados plás-ticos no banco do condutor por um operador com as mãos devida-mente higienizadas. Esse operador limpa, depois, com álcool a 70º ou outro desinfetante aprovado pela DGS (conformes à norma EN 14476, ou seja, efi cazes à elimina-ção do vírus), os comandos mais usados, como o tablier, o volante, a manete da caixa de velocidades, o travão de mão e, entre outros, os comutadores de luzes e “piscas”. Depois, são colocados plásticos no volante, travão de mão e seletor de velocidade e o serviço é efetuado.

No fi m da intervenção mecâni-ca, o veículo é colocado no ponto onde será entregue ao cliente e volta a haver desinfeção dos com-ponentes antes higienizados e são retirados os plásticos (com nova desinfeção de volante, travão de mão e manete da caixa de veloci-dades). Só então é que a viatura é entregue ao utilizador.

Máquinas de ozono são ajuda

Em alguns reparadores, em com-plemento à higienização “física”, há lugar a limpeza com máquinas de ozono. Trata-se de um sistema portátil que transforma o oxigénio (O2) no habitáculo do veículo em ozono (O3), o que permite elimi-nar bactérias, ácaros, vírus e micró-bios em poucos minutos.

Resultados demonstram que o coronavírus não resiste ao ozono, tal como outros vírus da mesma família, como o SARS e o MERS.

A Seat Portugal é um das marcas que está apostar na tecnologia. O importador da marca espanhol in-dica que esta permite desinfetar o veículo, eliminando também todo o tipo de odores, sem a utilização de químicos.

“Temos muito orgulho em es-

tar a implementar em tempo re-corde uma solução efi caz graças à rápida adesão da nossa rede Seat Service, que disponibilizamos gratuitamente aos nossos clientes entre junho e agosto. Após uma vasta pesquisa e análise pelos vá-rios equipamentos existentes no mercado, selecionámos um gera-dor fabricado na Europa, que de-

tém todo o tipo de certifi cações ISO e UNE de que necessitamos. Esta máquina garante uma pro-dução de 5g de ozono por hora, permitindo desta forma desinfe-tar por completo um automóvel de dimensões médias em apenas quatro minutos”, refere Eduardo Urbina Martin, diretor do pós--venda da Seat Portugal.

Ofi cinas garantem protocolo de desinfeção dos automóveis

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c • 4000-263 PORTO

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Solicito o envio do livro Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas - 2ª edição Anotada e Comentada

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Autorizo que a Vida Económica Editorial S.A. trate e utilize os meus dados pessoais, constantes deste formulário, para efeito de ações de marketing e promoção de produtos, serviços, campa-nhas e eventos da Vida Económica Editorial S.A.. Mais declaro ter sido informado que a qualquer momento poderei requerer o apagamento ou retificação dos meus dados pessoais, bem como opor-me a qualquer outra forma de tratamento desses dados, de acordo com a Política de Privacidade disponível em: http://www.vidaeconomica.pt/politica-de-privacidade.

Um instrumento de trabalho essencial para todos aqueles que necessitam de conhecer a nova Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP), em vigor desde 1 de Agosto de 2014.

Nesta obra estão incluídas as notas remissivas entendidas como relevantes para auxiliar o leitor, facultando-lhe uma consulta rápi-

da da Lei nº 35/2014 de 20 de Junho e da LTFP por ela aprovada, bem como das regras jurídicas conexas, mas pertencentes a outros diplomas legais.

Inclui vasta legislação complementar atualizada, sendo de destacar:

• Regime jurídico dos acidentes em serviço e das doenças profissionais

• Estatuto do pessoal dirigente

• Sistema Integrado de gestão e avaliação de desempenho

• Regimes de vinculação de carreiras e de remunerações

• Níveis e valores da tabela remuneratória única

• Regulamento das arbitragens e Arbitragem voluntária

• Estatuto do pessoal dirigente da administração local

• Formação profissional

• Valorização profissional

Autor Rui Correia de Sousa

Páginas 572

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Uma obra prática.

Com mais de 2 dezenas de Minutas e Formulários

que reforçam a utilidade e mais valia da obra.

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Uma rececionista de uma concessão Kia de Lisboa higieniza o veículo.

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Blog Instituto Liberdade Económica: www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

Nº 1832 /8 de maio 2020 Semanal 2,40 J Portugal Continental

NOTA DE FECHO

Todo o pai devia…

O “Compromisso Pagamento Pontual”, movimento que agrega empresários e ges-tores, apresentou mais um apelo ao Gover-no para que pague todas as suas dívidas a fornecedores. Esta é mais uma forma, de-fendem os promotores, de trazer “liquidez à economia e um sinal por parte do Execu-tivo, dando assim o exemplo daquilo que todas as empresas deveriam fazer”.

No documento intitulado “Pela liqui-dação total das dívidas do Estado aos for-necedores: Pagar a horas para fazer crescer Portugal” pode ainda ler-se que “é essen-cial não alimentar círculos viciosos de pa-

gamento com atraso, círculos viciosos de desrespeito pela ética que ainda aprofun-dam mais a crise”. Para aquele movimento, não é aceitável que o Estado apoie, por um lado, a economia e, por outro lado, penali-ze as empresas com pagamentos com mais de 90 dias de atraso do prazo acordado. As dívidas por pagar há mais de 90 dias das Administrações Públicas, sustenta-se no documento, eram de 543 milhões em fevereiro de 2020, o que representa um aumento de 111 milhões desde o fi nal do ano passdo, e não introduza a liquidez tão necessária à economia.

A Comissão registou compromissos num montante de 7,4 mil milhões de eu-ros, assumidos por doadores em todo o mundo durante a conferência de doadores realizada no âmbito da resposta mundial ao coronavírus, incluindo um compromis-so no valor de 1400 milhões de euros por parte do Executivo comunitário.

Este montante atinge quase a meta inicial de 7500 milhões de euros, consti-tuindo um bom ponto de partida para a maratona mundial de angariação de fun-dos agora lançada. O objetivo consiste em

mobilizar fi nanciamentos avultados para assegurar a colaboração no desenvolvimen-to de testes de diagnóstico, tratamentos e vacinas contra o coronavírus, bem como a sua distribuição em todo o mundo. A Comissão faz notar que se trata do início de um processo, já que o valor angariado não é sufi ciente. De facto, consiste num projeto que implica custos avultados, em termos de produção, aquisição e distribui-ção. Bruxelas procura dar resposta a um apelo lançado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O Governo anunciou que está em pre-paração um despacho conjunto da Moder-nização do Estado e do Trabalho, Solida-riedade e Segurança Social, que permitirá alocar à Segurança Social trabalhadores de outros setores da administração pública.

Vários despachos publicados durante o estado de emergência decretado pelo Pre-

sidente da República previam já a mobi-lidade dos trabalhadores da administração pública no sentido de fl exibilizar a resposta do Estado à crise provocada pela pande-mia da Covid-19. O diploma em causa vai permitir reforçar os serviços da segurança social que têm sido especialmente pressio-nados durante este período.

Governo tem de pagar dívidas aos fornecedores

Comissão Europeia angaria 7,4 mil milhões para combater pandemia

Serviços da Segurança Social reforçados com trabalhadores de outros setores

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ Mestre Drucker School / PhD Columbia UniversityProfessor CatedráticoE-mail: [email protected]: www.vasconcellosesa.comLinkedIn: http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesahttp://www.linkedin.com/company/vasconcellos-e-sa-associates/Twitter: https://twitter.com/VasconcelloseSa

Uma edição

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Em Portugal 64,2% (quase 2/3) dos casamentos terminam em divórcio. A maior percentagem da EU-28. E que tem crescido anualmente à taxa de 4,6%.

Isto não é uma estatística. É um de-sastre.

O porquê divide-se em duas catego-rias: porquê em Portugal ser maior; e porquê também na europa ser tão eleva-do. E ambas as duas categorias têm duas explicações.

Porque é em Portugal maior? Em casa que não há pão todos ralham e nin-guém tem razão. A vida em Portugal é difícil: 1) pouco dinheiro (apenas 72% da média europeia); 2) trabalho chato (produtividade por hora: 60% da média europeia); 3) crescente falta de qualidade de vida (os locais empurrados para a pe-riferia das cidades cujo centro é ocupado pelos estrangeiros, 2/3 horas diárias nos transportes e se colectivos sujos e caóti-cos); 4) cada vez maior insatisfação com a diferença entre as expectativas (“nasces-te com direito a tudo”) e a realidade dos estrangeiros (crescentemente perto de nós) e a realidade dos portugueses.

A isto acresce é claro, a responsabili-dade conjunta dos 1) papás e mamãs, que em vez de prepararem os fi lhos para a vida (dura para quem é mole e mole para quem é duro) e dos 2) professores (escola difícil, vida fácil; escola fácil, vida difícil), fazem o oposto.

O culto do facilitismo. Umas vezes por pura imbecilidade: totós que não sabem que antes das criancinhas nasce-rem, o mundo já cá estava e que nada lhes deve. Nem que o preço da liberdade é a responsabilidade.

Outras vezes deliberadamente (ainda que subconscientemente): “preguiçoso que sou não quero (no caso dos pais) criar e (no caso dos professores) formar diligentes: mau para a vaidade e concor-rência”.

Tudo resultando em que as criancinhas crescendo impreparadas para as difi cul-dades da vida, facilmente se desiludem com o quotidiano, e em vez de fazerem

das “tripas coração”, descarregam no próximo e divorciam-se a uma taxa de 64,2% dos casamentos: quase 2/3.

Portugal é pois um caso extremo. Mas a média europeia também é alta: 42,4% de divórcios. Quase metade dos casa-mentos acabam em divórcio.

E aqui também há duas razões. Pri-meiro as mulheres hoje, ganhando a sua vida, não só têm meios, como não preci-sam de ter tanta paciência… como quan-do não tinham fontes de rendimento.

Depois, há da parte das mulheres (e vi-ce-versa) um profundo desconhecimen-to de como é o sexo oposto. Assumem a semelhança onde o estrutural é a diferen-ça. Nos objectivos de vida. Na maneira de estar (quando uma mulher diz “preci-samos falar”… um homem foge). Na ati-tude face ao namoro (os homens acabam a gostar de quem são atraídos, as mulhe-res acabam atraídas de quem gostam).

E este profundo desconhecimento de quão diferente cada sexo é, causa pri-meiro da surpresa, depois do desapon-tamento, em seguida do desencanto e fi nalmente do antagonismo.

Expectativas frustradas porque aqui-lo em que se acreditava, não é. E conse-quentemente não se está preparado para lidar com uma realidade que se desco-nhece.

Só a mútua compreensão da diferen-ça permite o convívio e concretizar que homens e mulheres estão condenados a entenderem-se apesar de quererem coisas diferentes: os homens querem mulheres e as mulheres querem… homens.

E por isso, todo o pai devia oferecer à sua fi lha o livro extraordinário de Steve Harvey: aja como uma senhora; pense como um homem. E de leitura obrigatória no ensino secundário. Em substituição de muitas chachadas da educação sexual.

Quanto ao autor do livro, este devia, é cla ro, ser fuzilado por alta traição ao sexo masculino, ao desvendar segredos de absoluto e total sigilo. Que nenhuma mulher devia conhecer.

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OS SEGUROS NO ÂMBITO DA PANDEMIA DA COVID-19 

Os novos desafi os do setor dos seguros num mercado em mudança

Pág. 2

Este suplemento faz parte integrante da Vida Económica nº 1832, de 8 de maio 2020,

e não pode ser vendido separadamente

Opinião Prévoir ................................. Pág. 2

Manter o contrato em vigor deve ser considerado por todos como imperativoOpinião ................................................ Pág. 2

Estratégia de gestão de risco na continuidade do negócio – pós-COVID-19

Opinião AGEAS ...................................................................................... Pág. 4

 O que não vai mudarOpinião MDS ........................................................................................ Pág. 4

O setor dos Seguros e o risco COVID -19Por Nelson Durães, sócio-gerente da Agasa – Agentes de Seguros, Lda. ........................................................................................................ Pág. 6

“A situação de confi namento deixa mais claro o papel fundamental dos mediadores de seguros”

Opinião ............................ Pág. 7

Devolução de prémios do Seguro Automóvel em tempos de confi namentoCONSULTÓRIO JURÍDICO Pág. 8

Má prestação de contas em prémios cobrados através de parceiros de negócio

Qual o impacto da Covid-19 no mercado segurador?

  Pág. 2  

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sexta-feira, 8 de maio 2020 SEGUROS2

ELISABETE [email protected]

É já evidente o forte impacto que o surto pandémico da COVID-19 está a ter no setor dos seguros, contudo

estão ainda por apurar as consequências que esta situação vai acarretar no médio e longo prazo.

Para já é importante destacar as diver-sas medidas que influenciam, direta e in-diretamente, os agentes seguradores e os produtos por estes comercializados e que resultam do plano regulamentar, nomea-damente através de uma intensa atividade de esclarecimento propugnada pelo regula-dor (a Autoridade de Supervisão de Segu-ros e Fundos de Pensões – ASF.

Neste contexto de excecionalidade, dado o tipo de riscos que cobrem, adqui-rem especial relevância os seguros de aci-dentes de trabalho; vida; saúde; viagem, crédito.

O cumprimento das orientações ou instruções emitidas pelas autoridades, no atual contexto de crise epidémica também é um fator essencial para assegurar a plena vigência das coberturas contratadas.

No caso do Seguro de Acidentes de Trabalho: o regime da prestação subordi-nada de teletrabalho pode ser determinado unilateralmente pelo empregador ou re-querida pelo trabalhador, sem necessidade de acordo das partes, desde que compatível com as funções exercidas. Ora, quer isto dizer que as seguradoras terão que estar preparadas para assegurar as coberturas contratadas, em situações de acidentes

ocorridos em contexto de teletrabalho. Para o efeito, a Associação Portuguesa de Seguradoras (doravante APS) recomenda às empresas que documentem o teletraba-lho, identificando os trabalhadores e respe-tivas moradas do local onde o teletrabalho está a ser prestado.

No seguro de vida: tendo por referência o tipo contratual usual no mercado, pode-mos afirmar que uma situação de pande-mia não exclui ou limita, em princípio, as coberturas contratadas.

Para o seguro de saúde: na falta de normas excecionais, a emitir em sede le-gislativa, as prestações das partes devem continuar a ser pagas de acordo com o ca-lendário fixado contratualmente. Porém, recorrendo uma vez mais ao tipo contra-tual praticado pelo mercado, estes seguros não costumam abranger no elenco das suas coberturas as doenças infetocontagiosas, quando em situação de epidemia ou pan-demia devidamente declaradas pelas enti-dades públicas competentes.

No seguro de viagem: estes contratos preveem nas suas coberturas, em regra, o cancelamento por doença. Contudo, nestes seguros o tipo contratual não é tão uniforme comos nos anteriores, pelo que ganha especial importância a consulta das cláusulas celebradas.

Quanto ao seguro de crédito: foi apro-vado um conjunto de medidas relativas à situação epidemiológica do novo corona-vírus. Entre estas, encontram-se medidas de apoio ao reforço das linhas de seguros de crédito à exportação com garantia do Estado.

OS SEGUROS NO ÂMBITO DA PANDEMIA DA COVID-19

Os novos desafios do setor dos seguros num mercado em mudança

OPINIÃO

Qual o impacto da COVID-19 no mercado segurador?

No atual contexto de crise pandémica, o mercado segurador está a passar por novos desafios. Não somos nós que o dizemos, mas sim o CEO

do mercado Lloyd´s of London. Numa entrevista ao Financial Times, John Neal assume que estamos perante um conjunto de circunstâncias que estão a desafiar o setor sem igual precedente histórico.

Neste contexto, por forma a mitigar riscos e impactos, todos os intervenientes da negociação e celebração de uma apólice devem estar alerta para riscos que podem diminuir a certeza e segurança jurídicas que tinham aquando da celebração do contrato de seguro.

Assim sendo, face à economia de espaço que um artigo exige, pretendemos contribuir para o esclarecimento coletivo através de um conjunto de notas que resultam da nossa atividade e da análise dos impactos da COVID-19 e que está disponível ao

público, no nosso site. Porém, quanto aos tomadores em especial, importa informar que nenhum esclarecimento substitui o dever de procurarem junto da respetiva seguradora as medidas que estas estão a implementar. Veja-se, a título de exemplo, que há seguradoras em Portugal a devolver, por iniciativa própria, milhões de euros em prémios devido à baixa sinistralidade do atual contexto, mas já lá iremos.

No seguimento do que foi dito, constatamos que os seguros que atualmente suscitam mais questões, são os de (i) acidentes de trabalho, (ii) vida, (iii) saúde, (iv) crédito, (v) automóvel. Sobre estes deixaremos alguns pontos de análise.

Quanto ao primeiro seguro, as seguradoras devem estar preparadas para assegurar as coberturas contratadas em acidentes decorridos em teletrabalho. Para o efeito, a Associação Portuguesa de Seguradoras (APS) recomenda às empresas que documentem o teletrabalho, identificando os trabalhadores e respetivas moradas do atual local da laboração.

Por outro lado, em situações de lay-off, a ASF (o regulador dos seguros) entende que situações de comprovada crise empresarial fundamentam uma alteração anormal de circunstâncias em que o contrato foi

celebrado, abrindo a porta a duas situações distintas. Se o contrato foi celebrado sob a modalidade de prémio fixo, o empregador pode comunicar a situação de lay-off ao segurador e este deverá repercutir a alteração nas condições do contrato, designadamente no prémio de seguro. No que concerne aos contratos sob a modalidade de prémio variável, a redução do prémio já será possível na medida em que as folhas de vencimento periodicamente entregues ao segurador reflitam a situação de lay-off.

O seguro de vida, por sua vez, é objeto de uma questão que ouvimos com muita frequência. Será que uma situação de pandemia exclui ou limita as coberturas contratadas? A resposta não é unívoca, dependerá de cada contrato. Todavia, tendo por referência o tipo contratual usual no mercado, podemos afirmar que pandemias não são eventos limitadores.

A questão do último parágrafo é-nos colocada com frequência nos seguros de saúde. A resposta é, naturalmente, a mesma. Porém, a ASF entende que, mesmo existindo uma exclusão geral das situações de epidemia ou pandemia, nada impede que as seguradoras assumam a responsabilidade pelas despesas decorrentes de um teste positivo. Ainda de acordo com a Direção

Geral de Saúde, as empresas de seguros que tenham conhecimento de diagnósticos positivos são obrigadas a encaminhar a respetiva informação para as autoridades públicas.

Tal como começámos por dizer, o setor segurador está a passar por desafios históricos. Consciente desta realidade, mediante a Resolução do Conselho de Ministros n.º 10-A/2020, foi aprovado um conjunto de medidas de apoio e reforço das linhas de seguros de crédito à exportação com garantia do Estado. São aumentos entre 100 e 300 milhões de euros, aplicáveis aos mais diversos atos de exportação.

Finalmente, tal como referimos, e quanto ao seguro automóvel, contamos já com decisões de devolução voluntária dos prémios de seguro. Trata-se de uma antecipação, em boa hora, à Lei do Contrato de Seguro, que permite às partes a renegociação do prémio quando ocorre uma redução inequívoca e duradoura do respetivo risco.

Em suma, importa estar alerta para imprevistos. Note-se que, à data da elaboração deste artigo, a ASF propôs ao Governo uma moratória para os clientes das seguradoras, pelo que estas devem preparar-se para executar a medida caso seja aprovada.

JORGE MORAIS consultor

OPINIÃO

Manter o contrato em vigor deve ser considerado por todos como imperativo

Antes de mais, os seguros são um serviço. E este termo ‘serviço’ convém perfeitamente aos seguros, e pode bem ser o seu lema. A nossa missão é a de estar,

em permanência, ao serviço do segurado. Quando este assina o contrato, o negócio começa, porque o segurado paga por antecipação, por troca com uma promessa de garantias. O segurador ajudou-o a identificar os riscos mais ameaçadores e a escolher o contrato que melhor o protegerá: esta é a sua primeira função. E a partir deste momento deve manter-se à disposição do segurado, seja para alterar o contrato com novas soluções, ou para o adaptar a novos riscos. Deve, finalmente, estar pronto para intervir, em caso de sinistro, executando assim a promessa das garantias estabelecidas.

A pessoa e a família são os primeiros beneficiários do serviço prestado pelo seguro. Contribuindo para ajudar as pessoas a lutarem contra um destino por vezes cruel, o seguro dá-lhes a liberdade de arriscarem mais e permite-lhes progredirem em todos os domínios.

No caso da Prévoir, as pandemias estão cobertas nos seus contratos. Todos os nossos segurados com garantias de risco morte, invalidez, incapacidade, podem ficar tranquilos. Hoje mais do que nunca, manter o contrato em vigor deve ser considerado

por todos como imperativo. Todos os novos aderentes, satisfeitas as formalidades de saúde requeridas, entrarão para o mesmo espaço de coberturas.

Pareceu-me importante priorizar o que é determinante: as pessoas. A nível do impacto do Covid-19 na atividade, dois pontos distintos: - A qualidade do SNS, até hoje, e o que resulta das comparações com outros países europeus e mesmo fora da Europa, não nos leva a temer um aumento preocupante da sinistralidade. Assim é porque os portugueses continuam a acatar as medidas de proteção e segurança próprias e em relação aos demais.

- Do ponto de vista económico e financeiro, aí sim os impactos serão significativos. Desde logo a flexibilização dada ao pagamento dos prémios. Não anulamos contratos, durante a crise, o que implica uma diminuição da receita; o teletrabalho, em larga percentagem, provoca inapelavelmente um abaixamento do ritmo.

Os mercados financeiros estão em baixa, o que poderá provocar perdas significativas. Mas há aspetos claramente positivos a destacar: - A adaptação, em tempo record dos colaboradores, ao trabalho a partir de casa, o que nos permite continuar a trabalhar;

- A excelência da nossa rede comercial, a desenvolver a atividade com grande ação na manutenção da carteira e na realização de novos negócios.

Veremos, com as esperadas novas medidas, na passagem para o estado de calamidade, se o bom senso das pessoas nos permite melhorar e caminhar, passo a passo, sem recaídas, para a retoma da ‘vida normal’.

LUIZ FERRAZMandatário Geral, Prévoir-Vie Groupe Prévoir

JOÃO CARLOS DE GUSMÃO advogado estagiário, da

Abreu Advogados

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SEGUROS 3sexta-feira, 8 de maio 2020

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OPINIÃO

Estratégia de gestão de risco na continuidade do negócio – pós-COVID-19

Nas últimas décadas, doenças como o H5N1 (gripe das aves), a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), a MERS (Síndrome

Respiratória do Oriente Médio), H1N1 (gripe suína), Ébola e agora a COVID-19, destruíram fi nanceiramente muitas indústrias e empresas de todos os quadrantes, desde a área do turismo, viagens e aviação ao desporto, eventos, alimentação, etc. Assegurar a proteção dos ativos das empresas, sejam os recursos humanos ou os bens materiais, bem como a continuidade do negócio, deverá ser sempre uma prioridade a ter em conta por parte dos seus responsáveis contra as perdas de exploração da atividade empresarial. Estes são, muitas vezes, avessos a contratualizar riscos que lhes parecem distantes, improváveis e de frequência reduzida, mas com consequências muito severas. As apólices específi cas para garantir estes riscos devem ter o seu clausulado revisto de forma a garantir situações como a pandemia que vivemos atualmente.

O impacto ainda desconhecido da

pandemia será traduzido numa perda fi nanceira, que poderia ser minimizada através da contratualização de uma apólice de perdas de exploração, no entanto e na generalidade, estas apólices, mesmo as denominadas “all risk”, excluem todos os prejuízos, desde que não se verifi quem danos materiais aos bens seguros, facto que não acontece com as epidemias e pandemias, fenómenos estes com um potencial de prejuízos muito elevados.

As soluções que existem neste momento no mercado segurador para pandemias são escassas e transformaram-se num desafi o para os seguradores, que deverão responder com soluções perante esta nova realidade.

Os seguros paramétricos poderiam ser uma solução para proteger fi nanceiramente as empresas, que ao nível da gestão do risco apresentem uma maior maturidade, porque estes seguros são estruturados para que o seu processo de contratualização seja menos burocrático do que o de um seguro normal, mas mais criterioso e efi caz.

Para além disso, o princípio deste tipo de seguro funciona de forma simples, uma vez que os riscos a segurar são avaliados individualmente para cada organização, onde esta pode contratar o seguro de acordo com a variável que melhor representa a sua atividade. Tome-se o exemplo da atividade agrícola,

na qual a variável a considerar poderá ser a precipitação ou as temperaturas extremas; nas energias renováveis, o vento para energias eólicas, ou o sol no caso das fotovoltaicas; nos serviços, como por exemplo hotéis, o critério a ser considerado como parâmetro a defi nir neste caso de pandemia poderia ser o número de infetados, o estado de emergência ou outro.

Após a defi nição destas variáveis/índices, acionar a apólice dependeria sempre do comportamento dos mesmos, de tal forma que, no momento em que essa variável/índice fosse ultrapassada ou não atingida, a apólice seria acionada.

Neste momento, no estado de pandemia em que o mundo vive, a quase totalidade das apólices de perdas de exploração contratadas pelas empresas não garantem as perdas, só podendo as mesmas ser acionadas se houver a ocorrência de um dano material. A interrupção do negócio que resulta desta pandemia não é, normalmente, um risco coberto. Além de que a pandemia e o estado de emergência representam sempre uma exclusão da cobertura, mesmo que essa garanta surto de doença.

Pode-se apontar como principais vantagens dos seguros paramétricos para as organizações a celeridade dos pagamentos, uma vez que estas apólices têm menos restrições e exclusões. Os pagamentos são realizados tenha o

segurado sofrido danos e perdas ou não, e as indemnizações estão sempre garantidas se os critérios considerados se verifi carem.

Esta vantagem daria resposta imediata à falta de liquidez das empresas, porque, num curto espaço de tempo, estas seriam indemnizadas. De facto, esta situação representa a maior das vantagens que os seguros paramétricos têm para os seus clientes não serem obrigados a aguardar a conclusão de um relatório de peritagem, que pode demorar meses ou anos.

Por outro lado, é exatamente no pagamento da indemnização que está a grande vantagem em tempo e ausência de litígios, quando comparada com uma apólice tradicional, pois um sinistro complexo pode demorar muitos meses a regularizar. Os seguros paramétricos também são uma boa solução para os seguradores, porque permitem a redução dos custos com a peritagem na regularização dos sinistros.

Todas as empresas terão no pós- COVID-19 uma visão completamente diferente quanto à proteção patrimonial e à gestão de risco, incluindo o sistémico, associada aos seguros necessários que deverão contratar para garantir a continuidade do seu negócio.

O Covid-19 poderá ser um impulsionador dos seguros paramétricos, como uma solução para o setor segurador responder a eventos catastrófi cos, adaptando-se aos novos riscos.

LÚCIO PEREIRA DA SILVAConsultor|Auditor

DefendeRisk

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sexta-feira, 8 de maio 2020 SEGUROS4 SEGUROS 5sexta-feira, 8 de maio 2020

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OPINIÃO

O que não vai mudar

A COVID-19 tem afetado, de forma impactante, a vida das pessoas e os negócios em todo o mundo. Ainda que não seja possível determinar a dimensão e o impacto da pandemia na nossa economia, devemos estar prontos para lidar com as consequências da antecipada recessão. Devemos também estar prontos para as mudanças que são naturais em tempos como o que vivemos hoje. Por isso, sabemos de antemão que, em momentos de incerteza como o atual, importa encontrar soluções para problemas imediatos e pensar estrategicamente sobre o que aí vem. Ainda terão de ser apurados os efeitos desta pandemia no setor segurador, sendo certo que a revolução tecnológica em curso vai mitigar o impacto do trabalho remoto e outras medidas de contenção na gestão operacional das seguradoras junto dos seus clientes. Uma questão distinta prende-se com o impacto desta pandemia no modelo de negócio do setor segurador. Mas sobre isso teremos tempo para fazer refl exões. Ora, há um tema sobre o qual não tenho visto muita refl exão: sobre o que não vai mudar – o que não pode mudar. Uma coisa é certa: não podemos deixar de ter um papel crucial na recuperação da economia; de manter o cliente no centro das nossas ações e serviços; e de estar perto dos nossos mediadores. Sem os clientes e as nossas equipas, nada faz sentido. É por isso que, na Ageas Seguros, temos adaptado o negócio e os procedimentos, para mantermos o nosso foco nas pessoas e na sua proteção. Para além do habitual serviço, mesmo em situações de grande calamidade, realço que, face ao caráter excecional do

contexto, mantivemos, desde o primeiro momento, uma posição de proximidade junto dos clientes particulares, empresas e ordens profi ssionais, em particular com os profi ssionais de Saúde, que, neste momento, precisam também do nosso apoio. Procurámos adequar de uma forma global as nossas soluções e a nossa capacidade de resposta, com impacto nos procedimentos de trabalho e na disponibilização de suportes para a continuidade da atividade. São exemplo algumas medidas que adotámos neste contexto, com impacto nos diferentes segmentos de clientes:

A abrangência pelo seguro de Acidentes de Trabalho, em situações de trabalho remoto, ou das entregas ao domicílio por parte dos clientes do setor da restauração, caso um imprevisto aconteça durante o exercício da atividade sem necessidade de comunicação prévia e sem impacto no valor a pagar pelo seguro, até 30 de junho.

Face aos grandes desafi os que as empresas em geral estão a viver com o abrandamento da economia e pela difi culdade em escoar os seus stocks, aumentámos o capital seguro em 20%, no máximo de 250.000 euros, para efeitos de proteção dos stocks, de forma automática e sem necessidade de pedido por parte dos clientes, até 30 de junho.

Em parceria com a Ordem dos Médicos, temos um objetivo comum: gerir, antecipar e proteger os médicos contra riscos e imprevistos, para que possam viver o presente e o futuro com a máxima segurança e serenidade. Esta parceria permite-nos uma maior proximidade com os médicos, um conhecimento mais profundo das suas necessidades que nos permite desenvolver as soluções mais adequadas para estes profi ssionais e para as suas famílias, potenciando a sua proteção e seu bem-estar. Desta forma, tomámos desde logo a decisão de não aplicar a franquia de 30 dias na cobertura de Incapacidade

Temporária para o Trabalho (ITT) incluída no Seguro de Vida e no caso de contração do COVID-19 em âmbito profi ssional, para médicos, enfermeiros, farmacêuticos e médicos dentistas. Ainda, decidimos incluir no seguro de vida a proteção em caso de isolamento profi lático determinado a título individual pela autoridade de saúde competente, para os referidos profi ssionais de Saúde. Todas estas medidas estão disponíveis até 30 de junho.

Para os novos seguros de vida subscritos pelos profi ssionais de Saúde até 30 de junho, oferecemos a proteção de ITT desde o 1.º dia no caso de contração da COVID-19 em âmbito profi ssional ou isolamento profi lático determinado a título individual pela autoridade de saúde competente (Delegado de Saúde). Nestas situações, não será considerado o período de carência nos seguros subscritos a partir de 21 de abril de 2020, com periodicidade de pagamento anual ou semestral. Ao ser acionada a cobertura de ITT, será automaticamente acionada a cobertura de exoneração de pagamento de prémios de seguro, durante o período de incapacidade de exercício da atividade, o que é uma medida que do ponto de vista de seguradora não posso deixar de salientar.

Para os seguros de vida subscritos até 30 de setembro pelos profi ssionais com cujas ordens ou associações temos protocolo (www.ageas.pt -> Protocolos), nas 2 situações identifi cadas anteriormente, oferecemos 60 dias no período de carência de 120 dias na cobertura de ITT.

Tendo conhecimento dos desafi os que médicos e médicos dentistas enfrentaram desde a declaração do estado de emergência, oferecemos 50% do valor do seguro de Acidentes de Trabalho Conta de Outrem relativo ao mês de abril. Tivemos também de adaptar os nossos serviços de assistência médica ao domicílio incluída no seguro de casa, decorrente do contexto, pois, para a segurança de todos (clientes e mediadores), a assistência

passou a ser realizada por atendimento telefónico. Decorrente do encerramento dos estabelecimentos de ensino, a proteção de Acidentes Pessoais Escolar da Ageas Seguros abrange, até 31 de maio, as atividades letivas realizadas no domicílio da pessoa segura, através de ensino à distância promovido pelo respetivo estabelecimento de ensino, em período e horário escolar.

As nossas ações e dinâmicas de campanhas comerciais mantiveram-se, pois neste contexto fazem todo o sentido, como exemplo temos a atual campanha do seguro casa, em que estamos a oferecer 50% de desconto no recheio até 30 de junho, e também do seguro de saúde, em que oferecemos duas mensalidades na compra até fi nal de maio. Trata-se de campanhas que promovem a poupança, num momento em que os portugueses mais precisam, e que procuram sensibilizar os nossos clientes para a necessidade de estarem protegidos, pois o risco de acidentes ou imprevistos mantém-se.

Mais recentemente, decidimos oferecer ao nosso parceiro Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos o seguro de Acidentes Pessoais para todos os voluntários do Hospital de Campanha do Porto, instalado no Pavilhão Rosa Mota. Este seguro protege os voluntários médicos, enfermeiros, estudantes de medicina e de enfermagem, e auxiliares, de eventuais acidentes, no decorrer das atividades de prestação de serviços neste hospital, durante esta pandemia.

Como referi, são alguns exemplos de medidas que tomámos para estar ainda mais ao lado dos nossos clientes e consumidores. Enquanto seguradora, a Ageas Seguros assume um papel importante num momento em que as pessoas mais precisam. Como não me canso de dizer: “somos o equilíbrio num momento de desequilíbrio dos nossos clientes”. Temos um mundo de soluções de seguros e serviços para proteger vidas e futuros. Ora, isto é uma coisa que não vai mudar.

JOSÉ GOMESCEO da Ageas Seguros

OPINIÃO

O setor dos seguros e o risco COVID -19

Risco. Quantas vezes surgiu a palavra risco nestes últimos dois meses? Não sabemos, mas seguramente será uma das palavras do ano. São

muitos os riscos que ameaçam a sociedade – instabilidade política, confl itos e guerras comerciais, alterações climáticas, volatilidade dos mercados fi nanceiros, ataques cibernéticos, pandemias, entre outros. Entender o que é o risco e o que signifi ca nas nossas vidas é fundamental para compreendermos a relevância dos seguros na sociedade.

O risco sempre existiu e o homem nunca deixou de tentar encontrar uma forma de lidar com ele. Perante a

necessidade de controlar o risco, nasceu o seguro, assumindo desde o início um papel fundamental no desenvolvimento da sociedade, tornando-se um fator de segurança e de sustentabilidade da mesma. A segurança de pessoas, empresas e bens tem exigido ao setor dos seguros uma constante atualização, adaptação, desenvolvimento e capacidade fi nanceira. Com base na experiência do passado, no estudo do presente e na construção de cenários e modelos futuros, o setor segurador defi ne as condições em que está disponível para assumir os riscos que os clientes lhes propõem. E agora, perante um evento que afeta todo o planeta, praticamente ao mesmo tempo, que bloqueia economias, perturba investimentos, encerra fronteiras e obriga ao confi namento das populações, que resposta pode ser dada?

Poderemos considerar a COVID-19 um Cisne Negro? É um risco imprevisível, mas seria verdadeiramente inesperado? É

verdade que estamos perante um evento em larga escala que está a causar uma destruição maciça, mas que também já está a gerar enormes oportunidades de mudança. Apesar de alguns avisos e sinais, ninguém estava minimamente preparado para esta rapidez e dimensão global. Já tinham surgido ameaças e o risco de pandemia tem sido indicado, nos últimos anos, como um dos dez principais riscos emergentes, embora num “modesto” 8º lugar. Apesar de preocupante, tem sido considerado como algo que poderia acontecer, mas muito à distância, não sendo sufi ciente para mobilizar ações determinadas e investimentos que permitissem antecipar ou mitigar os efeitos de algo deste género.

Neste contexto, o setor segurador reagiu de uma forma muito expedita, atendendo a muitas das necessidades das pessoas e das empresas, esclarecendo e ajustando algumas coberturas e serviços face ao novo risco e às alterações que o mesmo

provocou. Os reguladores nacionais e internacionais emitiram um conjunto de recomendações para proteção do setor, de modo a assegurar a estabilidade fi nanceira, a integridade do mercado e a proteção dos consumidores. Foram elaborados guias para que os consumidores possam esclarecer dúvidas sobre como proceder, saber a que aspetos devem ter atenção, perceberem que tipo de proteção têm contratada nas suas apólices e como conhecer as medidas de contingência tomadas pelo setor enquanto durar a pandemia. Foram igualmente tomadas medidas especiais de caráter suspensivo e transitório, com o objetivo de simplifi car, agilizar e fl exibilizar o funcionamento das apólices e o acompanhamento dos clientes e prestadores, como, por exemplo, no que concerne aos prazos de pagamento de prémios e na aceleração da gestão dos processos de sinistros e pagamentos das respetivas indemnizações. Alguns operadores conseguiram mesmo introduzir

MÁRIO VINHASCOO MDS Portugal

novas coberturas, ampliar outras e até mesmo criar uma solução especialmente dedicada à COVID-19, bem como começar a fazer refl etir nos prémios a pagar a redução de sinistralidade automóvel que se começa a fazer sentir.

Perante um novo cenário, que exige união, solidariedade e algumas medidas extraordinárias, o setor segurador assume-se como parte da solução e está a ajudar, indo mesmo para além do que estava contratualmente estabelecido. As seguradoras mostraram que, dentro dos modelos e clausulados que regulam o funcionamento das apólices, podem ser fl exíveis e adaptar-se ao inesperado, sempre dentro de limites que não coloquem em causa a sustentabilidade e os níveis de solvência da sua atividade.

Um novo normalAgora temos, de facto, pela frente

um novo normal, em relação ao qual o setor segurador terá de se adaptar. A sociedade vai acelerar como nunca o processo de transformação digital que vinha desenvolvendo, dando lugar muito rapidamente a novos modelos de negócio e ao surgimento de novos riscos e agravamento de outros, como já é o caso do risco cibernético. Teremos regimes e

modelos laborais mais diversifi cados, maior mobilidade, mais trabalho independente, novas formas de interação social, nova tipologia de eventos, empresas e pessoas com novas necessidades, novos benefícios e serviços complementares.

Esta pandemia vai provocar alterações profundas na sociedade – fala-se de uma nova economia sem contacto, de um forte aumento da intervenção dos governos, como estamos já a assistir na área da aviação. Muito mais do que o lucro, conhecer o propósito das empresas e os impactos que estas têm na sociedade serão aspetos vitais para os clientes e colaboradores. Ficarão muito mais claras a necessidade e a obrigação das empresas de protegerem melhor os seus ativos, começando pelas pessoas. As próprias pessoas individualmente vão querer melhorar os seus níveis de proteção em relação a riscos que muitas vezes consideravam não prioritários, como o caso da planifi cação fi nanceira com vista à otimização da poupança, incapacidades para o trabalho, a saúde de um modo estruturado e a médio/longo prazo, a salvaguarda do nível de vida do agregado familiar, etc.

O setor já estava a ser obrigado a olhar e tratar o consumidor de um modo mais personalizado, efi ciente e célere. Agora terá

de melhorar os seus níveis de efi ciência, seja no cálculo do risco, na prestação do serviço ou na distribuição das soluções.

O risco de catástrofe, como o que estamos a viver, merece uma atenção maior e ser profundamente discutido, envolvendo todos os intervenientes do setor segurador. É necessária uma atuação determinada antes que o problema aconteça, regresse ou se volte a manifestar, ainda com maior agressividade e dimensão. Todos nós – seguradores, resseguradores, corretores, gestores de risco e clientes – devemos trabalhar em conjunto, rápida e empenhadamente, para perceber se este é um risco que necessita “apenas” do setor segurador ou se exige que se construam modelos de proteção garantidos por uma “pool”, constituída também pelo Estado. Talvez seja o momento de retomar o estudo desenvolvido recentemente sobre a necessidade/oportunidade de ser criado em Portugal um fundo destinado a melhorar a resposta a cenários de catástrofe, que hoje é pandémica, mas que amanhã pode ser sísmica. Por outro lado, independentemente da existência de fundos especiais, há um trabalho de gestão de risco, colaborativo e multidisciplinar, que cabe a todos desenvolver, com o objetivo de mitigar alguns dos efeitos

que estamos a sentir neste momento. A tomada de medidas que garantam cadeias de abastecimento resilientes, a implementação e melhoria de planos de continuidade de negócio, de “Disaster Recovery” e “Cyber Incident Response”, bem como identifi car e preparar recursos de contingência, podem fazer a diferença e desempenhar um papel crítico no tipo de cenário como o que vivemos.

Na história da nossa civilização, tal como aconteceu com outros riscos, as solicitações de soluções para este tipo de catástrofe aumentaram e desejam-se. Estes riscos são reais e vieram para fi car. Não seria necessário sermos tão desafi ados, como estamos a ser neste momento, para concluir que o mundo está diferente, funciona em ciclos cada vez mais curtos, mais violentos e, sobretudo, acelerou todos os seus processos de mudança. Pessoas, organizações, governos e empresas têm de planifi car melhor, antecipando mais, desenvolvendo mais conhecimento e investindo mais na defesa da humanidade, independentemente do fator lucro. Se assim não for, não estaremos preparados para responder a cada novo normal que ciclicamente se forma, haja ou não solução à vista. Afi nal de contas, já fi cou bem claro que o bem e o mal, neste mundo global e volátil, viajam à mesma velocidade.

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sexta-feira, 8 de maio 2020 SEGUROS6

A pandemia da COVID-19 acaba por deixar ainda mais claro o papel fundamental que os mediadores profissionais de seguros têm para os consumidores, destaca Nélson Durães, em entrevista.

Vida Económica (VE) – De que modo é que a doença COVID-19 tem afetado a atividade da vossa empresa?

Nélson Durães (ND) – Foi necessário fazer adaptações à nossa forma de trabalho, mesmo nos nossos espaços físicos, tentando sensibilizar os clientes de que a forma mais segura, quer para nós quer para eles, seria à distância, usando os meios de comunicação que as novas tecnologias nos oferecem, mas, como se compreende, isto trouxe grandes quebras de produtividade, pois uma grande maioria dos clientes estão habituados a mé-todos de trabalho que exigem proximidade personalizada.

VE - De entre as medidas de apoio temporário e excecional aprovadas pelo

Governo, estão a ponderar aderir a algu-ma, em termos de ajustamento?

ND - Para já, não perspetivamos recor-rer a qualquer tipo de apoio, pois em inícios de 2019 já tínhamos efetuado ajustamentos à nossa forma de estar no mercado, com re-curso às novas tecnologias, de modo a ter mais liberdade de ação e tentando manter sempre proximidade junto dos clientes. No entanto, tendo em conta a situação atual, fomos de certa forma forçados a acelerar este processo de ajuste.

VE - Que leitura fazem do facto de o confinamento ter coincidido, em parte, com a estratégia levada a cabo por mui-tas seguradoras de reduzir a sua presen-ça local no território e o papel daí resul-tante para os mediadores de seguros, enquanto atividade considerada essen-cial neste período?

ND - Consideramos que a estratégia da maioria das seguradoras havia sido defini-da muito antes de se prever a pandemia, a situação de confinamento veio muito pro-vavelmente, em alguns casos, acelerar pro-cessos já previstos e, noutros casos, acredi-tamos que serviu como “gatilho” para que

fossem tomadas medidas no que se refere à redução de presença local. Tal situação acaba por deixar ainda mais claro o papel fundamental que os mediadores profissio-nais de seguros têm para os consumidores. Sendo por isso essencial que a presença local por parte dos mediadores seja cada vez mais valorizada e tida como uma mais-valia para as seguradoras. De facto, os mediadores têm cada vez mais responsabilidades administra-tivo-financeiras nas tarefas que executam, nomeadamente nas áreas de produção, si-nistros e cobranças. Será essencial que as seguradoras passem a ter em linha de conta o papel cada vez mais relevante que os me-diadores desempenham localmente, contri-buindo ativamente para o seu crescimento e permitindo reduções de custos associadas às representações locais, que em grande parte serão asseguradas pelos mediadores. Da for-ma como se tem vindo a verificar a transfe-rência de serviços para os nossos escritórios, torna-se cada vez mais emergente a necessi-dade de fazer crescer os quadros de pessoal, que sem o devido acompanhamento remu-nerativo colocará muitas empresas do setor com insolvência à vista.

VE - Os clientes têm pressionado no sentido da redução dos prémios, em virtude do confinamento, em função da diminuição do risco?

ND - Existe de facto pressão para a re-dução dos prémios, não apenas arguindo a diminuição do risco, com especial relevância no caso dos acidentes de trabalho, e mais recentemente na responsabilidade civil au-tomóvel, em função da redução do tráfego rodoviário. Esta pressão é sobretudo associa-da à crescente preocupação relacionada com a atual incerteza socioeconómica que está a

afetar muitos dos setores de atividade. Há, assim uma tendência desfavorável no que se refere à procura de produtos com qualidade de serviço superior, sendo cada vez mais a re-dução dos prémios fator de decisão, o que está a exigir muita destreza na oferta de solu-ções para se conseguir a retenção de carteira. Sendo que as perspetivas não são as mais ani-madoras, torna-se essencial que as segurado-ras apresentem maior flexibilidade na tipolo-gia de soluções a oferecer, de forma a mitigar a constante flutuação no volume de carteira.

VE - Como têm reagido as seguradoras a esta atitude?

ND - Têm-se verificado reticências na definição de soluções, sendo, em alguns casos, adotadas posturas intransigentes. É cada vez mais indispensável a apresentação de soluções flexíveis que acompanhem a evolução económica face ao impacto da situação epidemiológica. É necessária a constante monitorização e controlo das flutuações do ramo segurador, sendo uma das vias de monitorização passa, sem dú-vida, pelo recurso aos mediadores, utili-zando indicadores de produtividade e de retenção de carteira associados ao período em questão.

VE - Considera que faz sentido que o Governo estabeleça moratórias quanto ao pagamento dos prémios de seguros?

ND - Tudo é muito relativo. Algumas seguradoras já alargaram os prazos de co-brança, mas os sinistros acontecem e os pré-mios poderão não estar cobrados, qual será a postura das mesmas nestas circunstâncias? Se o diploma que aprovará as moratórias salvaguardar os interesses dos consumido-res, sim, faz sentido.

PARA NÉLSON DURÃES, SÓCIO-GERENTE DA AGASA – AGENTES DE SEGUROS, LDA.

“A situação de confinamento deixa mais claro o papel fundamental dos mediadores de seguros”

AGASA opera há 40 anos no ramo segurador imbuída dos mesmos valores éticos

De acordo com Nélson Durães, a AGASA - Agentes de Seguros nasceu em abril de 2012, precedida de uma conversa familiar, fruto não só da história de vida do nosso pai, então com mais de 30 anos de experiência no ramo da mediação de seguros, mas também na evidência quanto ao potencial de crescimento da carteira de clientes. Assim, imbuídos dos mesmos valores éticos, espírito de respeito e profissionalismo, foi em certa medida estabelecida a continuidade daquilo que havia resultado durante 33 anos. Atualmente, com mais 40 anos a operar no ramo segurador, o Sr. Manuel Durães, nosso pai, é consultor comercial da AGASA.

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SEGUROS 7sexta-feira, 8 de maio 2020

MAIO/2020 CONSULTE ONLINE EM WWW.APROSE.PT

Calendário de eventos da atividade seguradoraLocal Contactos e informações

Data Evento/Curso Cidade Endereço Organiz. Telefone Fax E-mail Web page

25/05/2020 Agente de Seguros, Corretor de Seguros ou Mediador de Resseguros - Ramos Vida e Não Vida

Lisboa | Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

25/05/2020 PDEADS - Ramos Vida e Não Vida Lisboa | Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

26/05/2020 Agente de Seguros, Corretor de Seguros ou Mediador de Resseguros - Ramos Vida e Não Vida

Porto | Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

26/05/2020 PDEADS - Ramos Vida e Não Vida Porto | Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

27/05/2020 Gestão de Sinistros Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

28/05/2020 Comercialização de Seguros Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

Qualquer data

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Qualquer data

Conformação Requisitos de Qualificação Adequada p/ Me-diadores Seguros/Resseguros - Ramo Vida - Exc. PIBS

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Qualquer data

Conformação Requisitos de Qualificação Adequada p/ Me-diadores Seguros/Resseguros - Ramos Não Vida

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Qualquer data

Conformação Requisitos de Qualificação Adequada p/ Me-diadores Seguros/Resseguros - Ramos Vida e Não Vida

Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

Qualquer data

Conformação Requisitos de Qualificação Adequada p/ Me-diadores Seguros/Resseguros-Ramo vida Exc. PIBS e Ramos Não Vida

Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

Qualquer data

PDEADS - Ramos Vida e Não Vida Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 223322519 [email protected] www.aprose.pt

Em declarações à comunicação social, David Pereira, presidente da Associação Na-cional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE), anunciou, por um lado, que “a sinistralidade baixou de forma drástica e as seguradoras vão devolver o dinheiro corres-pondente a este período de paragem”, e, por outro, que “aumentou o incumprimento do pagamento dos seguros automóvel e de trabalho”, para além de o setor representado ter pedido apoios ao Governo, uma vez que “nós não estamos fora da economia por-tuguesa, somos o reflexo dessa economia», alertou.

As seguradoras estão a trabalhar “em consonância” para devolver aos portugueses uma parte do seguro das viaturas, porque praticamente não houve risco nem sinis-tralidade, durante o estado de emergência decretado devido à pandemia de Covid-19.

David Pereira explicou que “a sinistra-lidade baixou exponencialmente de forma

drástica e as seguradoras vão devolver o dinheiro correspondente a este período de paragem, atendendo a que não se sentem confortáveis para receber um valor quando o risco foi inexistente”.

A medida, que a generalidade das segu-radoras se prepara para adotar, será também uma resposta ao agravamento dos incum-primentos no ramo automóvel.

“Os automóveis deixaram de circular e as pessoas viram-se no direito de, não circu-lando, não havendo risco, não pagar o segu-ro”. David Pereira fez notar, porém, que o risco não desapareceu, porque “um veículo, na via pública ou na garagem, mesmo pa-rado um, dois ou seis meses, é obrigado a ter seguro”.

Incumprimento, igualmente, na área dos seguros de trabalho

Também no ramo dos acidentes de tra-

balho há um aumento de incumprimentos no pagamento de seguros, porque, disse Da-vid Pereira, “as empresas ao fecharem portas sentiram-se no direito de não pagar”. O presidente da APROSE esclarece que aqui não se aplicam os casos de teletrabalho, em que o seguro “vigora em pleno”, mas sim o de os trabalhadores que foram para casa, por exemplo, “em situação de ‘lay-off ’ e em que o risco de acidente de trabalho deixou de existir”.

David Pereira deu como exemplo o se-tor da restauração, que “parou, e em que as empresas deixaram de pagar o seguro”. Não sendo jurista, como sublinha, o presidente da APROSE admitiu que “não existindo risco, o seguro não faz sentido”.

Manifesta, contudo, “dúvidas” numa situação que é temporária e que levou as seguradoras, “por exemplo, a diferir os pa-gamentos de abril para maio ou junho”. As medidas adotadas não são comuns a todas

as seguradoras nem se aplicam de igual for-ma a todos os clientes. “Depende da reali-dade de cada empresa, da sua grandeza, ne-cessidades e especificidades”, detalhou.

Mediação de seguros excluída dos apoios do Governo

Enquadrada no espetro das atividades essenciais, as empresas mediadoras de segu-ros não foram abrangidas pelas medidas deapoio decretadas pelo Governo. Algo que David Pereira fez sentir ao Executivo, na medida em que “estas empresas precisam deapoios como as outras” e sentem o impactoda recessão.

“Nós não estamos fora da economiaportuguesa, somos o reflexo dessa econo-mia. Se os nossos clientes – empresas ouparticulares – entram em ‘lay-off ’, ou caem no desemprego, se as empresas fecham, nós não estamos fora desse universo”, sublinha.

Devolução de prémios do Seguro Automóvel em tempos de confinamento

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sexta-feira, 8 de maio 2020 SEGUROS8

Com o crescimento da nossa atividade junto da área das parcerias, temos sido confrontados com alguns problemas, fe-lizmente ainda em pequeno número e de pequena monta, de recebimento de fun-dos junto de alguns “parceiros de negócio (PN)”.

Essencialmente, são casos relaciona-dos com emissões de primeiros recibos em que, para disponibilizarmos a docu-mentação, os mesmos têm de ser pagos no ato da emissão.

Estas cobranças são controladas atra-vés de uma conta corrente do PN, a partir da qual vamos notifi cando o mesmo até ao efetivo recebimento.

Não tendo sucesso com as “démarches” junto do PN, contactamos diretamente o cliente com o objetivo de perceber se este efetivamente já liquidou o prémio ao PN e, por outro lado, despoletar um contacto entre ambos que ajude na liquidação do valor em dívida.

Se tivéssemos na nossa posse toda a documentação, poderíamos comunicar à seguradora o facto de não termos recebi-do o valor do prémio e solicitar a anula-ção da apólice e emissão de estorno des-de o início do contrato.

Atendendo ao facto de o recibo poder já estar na posse do cliente, isto inviabi-lizará o pedido de anulação desde o iní-cio, sob pena de o cliente, em qualquer momento da vigência do mesmo, poder “comprovar” o efetivo pagamento do pré-mio.

Quais as formas de que poderemos dis-por para sermos ressarcidos dos valores não recebidos?

De facto, sem embargo das vantagens inerentes à criação e desenvolvimento, por parte dos mediadores de seguros, de redes comerciais, quer estas sejam constituídas por PDEADS (ex-PDEAMS), quer por comediadores/subagentes, o mesmo modelo de negócio comporta, como é sabido,

algumas desvantagens, de onde se pode destacar a da movimentação de fundos, no pressuposto de que estes operadores tenham sido autorizados pelo mediador de seguros, dito de “principal”, através da fi gura do substabelecimento dos poderes inicialmente atribuídos pelas seguradoras, a movimentá- -los, designadamente os relativos aos prémios de seguros.

Mais se esclarece que o risco operacional e de reputação – não só junto das seguradoras, como, e em especial, junto dos tomadores dos seguros –, para o mediador de seguros “principal”, que o modelo de negócio e de distribuição em questão comporta inelutavelmente, somente se excluiria ou reduziria a níveis mínimos no caso em que aos co-mediadores e às PDEADS não fosse atribuída qualquer capacidade e poder de movimentação de fundos em nome e por conta do “principal” e fossem, inclusive, proibidos contratualmente de os movimentar.

De igual modo se esclarece que, na perspetiva da legislação aplicável, o eventual extravio e descaminho dos fundos na esfera de atuação do subagente ou PDEADS não constitui, por regra, um problema, uma vez que o Regime Jurídico da Distribuição de Seguros (RJDS), aprovado em anexo à Lei n.º 7/2019, de 16 de janeiro, vulgo “Lei da Distribuição de Seguros (LDS)”, prescreve no n.º 4 do artigo 51.º que os prémios entregues pelo tomador do seguro a qualquer mediador de seguros que intervenha no contrato de seguro por conta de outro mediador de seguros, autorizado a receber prémios e a colaborar com outros mediadores de seguros pelas respetivas empresas de seguros, presumem-se entregues a este mediador de seguros.

Corporizando o principio “ubi commoda ibi incommoda” –, aquele que recolher o benefício ou proveito (“commoda”) de uma dada situação ou coisa, terá igualmente de suportar os prejuízos (“incommoda”) que dessa situação resultarem –, o preceito legal indicado cria a presunção (na nossa opinião, absoluta, não admitindo prova em contrário) de que os prémios pagos pelo tomador ao subagente ou, por interpretação extensiva e analógica, ao abrigo do principio da liberdade contratual, à PDEADS, quer um quer o outro atuando por conta, no interesse do “principal” – para este efeito, prescinde-se

da atuação em nome do principal, embora a fi gura jurídica da subagência e das PDEADS a pressuponham –, foram efetivamente pagos e entregues ao mediador “principal”.

Obviamente que, escusado será referi-lo, por força do determinado nos n.ºs 2 e 3 do mesmo artigo 51.º do RJDS, prescreve- -se, para o efeito visado, por um lado, que os prémios entregues pelo tomador do seguro ao agente de seguros autorizado a receber prémios relativos ao contrato são considerados como se tivessem sido pagos à seguradora e, por outro, que os prémios entregues pelo tomador do seguro ao corretor de seguros são considerados como se tivessem sido pagos à seguradora se o corretor entregar simultaneamente ao tomador o recibo de prémio emitido pela própria seguradora – presume-se, no caso versado, a atribuição de capacidade de cobrança no corretor.

O que quer dizer que, se estivermos na presença de um mediador de seguros “principal”, a quem a seguradora tenha atribuído previamente poderes e capacidade de cobrança de prémios, em seu nome e por sua conta, e, no casos dos agentes, os tenham autorizado a colaborar com outros mediadores de seguros ou PDEADS, o pagamento do prémio por parte do tomador ao subagente ou à PDEADS, com entrega do recibo de prémio emitido pela seguradora no caso dos corretores, gera o efeito liberatório do pagamento do prémio – liberta o tomador do respetivo dever, considerando-se observado e cumprido –, como se o mesmo tivesse sido pago ao mediador “principal” e, por sua vez e por conseguinte, à própria seguradora, não podendo esta última, legitima e licitamente, resolver o contrato de seguro em questão com fundamento na falta de pagamento do prémio, na circunstância em que não lhe tenha chegado ou sido entregue, independentemente do motivo, o prémio fi xado como contrapartida da transferência do risco da esfera jurídica do tomador ou segurado para a sua.

Daí que não possamos deixar de alertar, à luz do enquadramento legal supra descrito, para as difi culdades e problemas que poderão eventualmente resultar dos procedimentos descritos e que passamos a transcrever .“Se tivéssemos na nossa

posse toda a documentação, poderíamos comunicar à seguradora o facto de não termos recebido o valor do prémio e solicitar anulação da apólice e emissão de estorno desde o início do contrato. Atendendo ao facto de o recibo poder já estar na posse do cliente, isto inviabilizará o pedido de a anulação desde o início, sob pena de o cliente em qualquer momento da vigência do mesmo, poder “comprovar” o efetivo pagamento do prémio.”

Ou seja, no pressuposto de que o tomador tenha pago o prémio ao subagente ou à PDEADS, podendo comprová-lo, em caso algum o respetivo contrato de seguro poderia ser “anulado”, “cancelado” ou resolvido, na circunstância em que, apesar de o subagente ou PDEADS o ter efetivamente recebido, o prémio não tenha sido entregue, por sua vez, ao mediador “principal” e, ulteriormente, à seguradora à qual o mesmo diz respeito.

Quer isto signifi car que, no caso versado, o ou os contratos de seguro respeitantes aos prémios que foram pagos pelo tomador ao subagente ou à PDEADS deverão permanecer absolutamente válidos e vigentes, cobrindo os riscos em questão, contanto que a eventual não entrega dos mesmos prémios ao mediador “principal” constituirá uma dívida comercial daqueles para com este e deste para com as seguradoras aos quais pertencem, fazendo nascer o respetivo crédito a favor do mediador “principal” e, posteriormente, das seguradoras em relação a este último, que poderão ser acionados judicialmente no caso em que as tentativas extrajudiciais eventualmente desenvolvidas durante o processo negocial não logrem ter sucesso e pelos quais responderá o património, se o houver e for sufi ciente, do subagente ou da PDEADS em relação ao mediador “principal”, e deste em relação à seguradora credora.

Em termos genéricos, é sabido que pelo cumprimento das obrigações respondem todos os bens do devedor suscetíveis de penhora, sem prejuízo dos regimes especialmente estabelecidos em consequência da separação de patrimónios e das também especialmente contratadas para o efeito, designadamente a prestação de caução, fi ança, consignação de rendimento, penhor, hipoteca e o direito de retenção.

CONSULTÓRIO JURÍDICO

Má prestação de contas em prémios cobrados através de parceiros de negócio

CORVACEIRA GOMESDepartamento jurídico / Diretor ExecutivoAPROSE

Moratória para clientes de seguros proposta pela ASF ainda sem resposta do Governo

Na sequência de notícias vindas a públi-co e divulgadas por diversos órgãos de comunicação social, teve-se conheci-

mento de que a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) entregou ao Governo um anteprojeto de diploma que prevê uma moratória no pagamento dos pré-mios de seguro pelas famílias e empresas afe-tadas pela crise da COVID-19. Porém, mais de um mês decorrido, as Finanças ainda não deram luz verde à moratória apresentada.

De acordo com as notícias divulgadas, o órgão de supervisão do setor segurador pro-pôs ao Governo uma moratória para os clien-tes das seguradoras que tenham sido penali-zados pelos efeitos económicos da pandemia de Covid-19, no mesmo sentido da que foi

decretada para o setor bancário, confi rmou fonte ofi cial desta entidade reguladora. A proposta foi entregue no início do mês de abril e aguarda a luz verde do Ministério das Finanças.

“A ASF confi rma ter enviado, no início do mês de abril, ao Ministério das Finanças um anteprojeto de diploma que aprova um regime temporário e excecional de pagamen-to de prémios de seguro em resposta à situa-ção epidemiológica provocada pelo corona-vírus SARS-CoV-2 e da doença Covid-19”, disse um porta-voz da entidade de supervisão presidida por Margarida Corrêa de Aguiar.

A moratória permitirá uma fl exibilização dos pagamentos dos prémios de seguro por parte das famílias e empresas afetadas pela cri-

se económica causada pela Covid-19, preve-nindo eventuais situações de incumprimento que seriam prejudiciais para todas as partes, incluindo as seguradoras.

A mesma fonte frisou, no entanto, que “esta medida tem por objetivo principal salvaguardar os interesses dos tomadores de seguros, sejam eles indivíduos ou ope-radores económicos, no atual contexto ex-cecional”.

O supervisor dos seguros considera que, tendo em conta o “relevante papel económi-co-social que o seguro desempenha, importa fl exibilizar durante um período temporário e a título excecional o regime de pagamento de prémios, convertendo-o num regime de im-peratividade relativa, ou seja, admitindo que

seja convencionado entre as partes um regime mais favorável ao tomador do seguro”.

“Foi ainda proposta a instituição de um direito de os tomadores de seguros que de-senvolvem atividades suspensas ou cujos esta-belecimentos ou instalações foram encerradas por força das medidas excecionais e temporá-rias adotadas em resposta à situação de cala-midade pública decorrente da pandemia de COVID-19, ou aquelas cujas atividades se reduziram substancialmente em função do impacto indireto dessas medidas, solicitarem o refl exo dessas circunstâncias no prémio de seguros relativos a seguros que cubram riscos da atividade, bem como requererem o fracio-namento do pagamento dos prémios”, acres-centou.

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Este suplemento faz parte integrante da Vida Económica, número 1832, de 8 de maio 2020,

e não pode ser vendido separadamente. Suplemento editado na 1ª semana de cada mês.

UE: recessão histórica grita por orçamento histórico

A Comissão Europeia (CE) falhou, esta quarta--feira, 6 de maio, a apresentação de uma pro-posta de fundo de recuperação económica

para os Estados-membros acordado pelo Conselho Europeu a 23 de abril. Este fundo virá atrelado ao próximo Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 (PAC incluída), que leva já vários meses de atraso e duas versões polémicas fracassadas.

Quando, já em novembro de 2019, os eurodepu-tados portugueses asseveravam que o Parlamento Europeu não aceitaria cortes nos fundos europeus por os considerarem essenciais à competitividade da UE, estavam longe de imaginar a crise sanitária e, por consequência, económica, que se abateria sobre a Europa (e o mundo) no arranque de 2020.

O novo coronavírus trouxe sofreguidão respirató-ria, febre, tosse, cansaço, vómitos, diarreias, dores de barriga, perdas do olfato, enfi m, uma doença ines-perada e complexa e ainda sem respostas seguras, Covid de seu nome. Que mais não é, na verdade, do que uma guerra global travada sem armamento bélico, mas que cava trincheiras entre urgências, cui-dados intensivos e enfermarias e gera a devastação do quotidiano individual, social e económico à escala global.

Governos, empresas e cidadãos foram empurrados de supetão para o quase abismo. E a Comissão Eu-ropeia, dividida, atordoada e inábil para fechar uma proposta de QCA para 2021-2027, antevê agora, ao menos, que o momento é de inultrapassável exce-ção.

Sem orçamento fechado, as projeções de cresci-mento para a UE e a zona euro foram revistas em baixa, esta quarta-feira, em cerca de nove pontos percentuais face às do Outono. A economia da área do euro registará “uma contração sem precedentes”, equivalente a 7,25 % em 2020, que deverá ser segui-da de um crescimento de 6,25 % em 2021. A econo-mia da UE deverá contrair 7,5 % em 2020 e crescer 6% em 2021.

Tem razão Valdis Dombrovskis, vice-presidente da CE para a Economia, quando diz que, “na fase atual, só é possível identifi car, a título indicativo, a dimen-são e a gravidade do choque que a crise do coronaví-rus irá representar para as nossas economias”.

Mas dizer só isso é parco. A recessão histórica que consome a Europa por estes dias grita, mais do que nunca, por um orçamento histórico que devolva es-perança aos cidadãos e alguma certeza de sobre-vivência e recuperação à economia e às empresas. Pode chegar com atraso, mas, quando vier, não há margem para a desilusão. A existir desilusão, ela pode ser letal para o futuro da UE.

Editorial

TERESA [email protected]

Ministra da Agricultura desautoriza presidente do IVDP e volta a suspender eleições para a Casa do Douro

Página 4

Vinhos, frutas, legumes, fl ores e indústria alimentar dão ‘pontapé’ na crise com ‘e-commerce’

Página 5

“Esta vai ser (muito provavelmente) a primeira pandemia da nossa história sem ‘fome’”

Páginas 6-7

Suspensão do comércio presencial de máquinas agrícolas faz cair as vendas em mais de 60%

Página 8

Destaques

???????? Págs. II e III

Ministra da Agricultura em entrevista

Agricultura pode não ser um setor prioritário para receber verbas do fundo de recuperação da UE

Páginas 2-3

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II sexta-feira, 8 de maio 2020

“Ainda é cedo”, diz a Ministra da Agricultura, para identificar quais vão ser os setores de atividade – e se a Agricultura será um deles – beneficiados pelo fundo de recuperação económica que o Conselho Europeu concordou criar. Em causa está um apoio de cerca de 540 mil milhões de euros – 3% do PIB da UE e que cada Estado-membro pode utilizar até 2% do seu PIB – através de três mecanismos de proteção dirigidos a trabalhadores, empresas e aos Estados (cerca de 4,8 mil milhões – 2% do PIB – para Portugal).Em entrevista à “Vida Económica” em Penafiel, à margem de uma visita ao matadouro da PEC Nordeste, Maria do Céu Albuquerque reconhece que “a Agricultura é um dos setores da atividade económica que carece de condições para poder retomar” porque “é um dos afetados” pela crise gerada pela pandemia da Covid-19. Avisa, porém, que “não é o único, nem é o mais afetado da nossa economia”. As prioridades serão decididas em Conselho de Ministros, diz a governante, onde se decidirá “como é que esta retoma vai acontecer e em que setores é que vamos ter de fazer apostas claras”.

TERESA [email protected]

Vida Económica – Referiu aqui [na PEC Nordeste] que ainda está em negociação com a Comissão Euro-peia a possibilidade de aprovar o armazenamento privado para o lei-te em pó, manteiga, queijo e até carne. Mas surgiu a notícia de que a Comissão já tinha aprovado a me-dida…

Maria do Céu Albuquerque – Sim, genericamente. Agora, está a ser discu-tida tecnicamente, para percebermos em que é que isso tem implicação para cada Estado-membro. Em princípio, aquilo que já sabemos é que, para os laticínios, há um ‘plafond’ que já está distribuído a cada Estado-membro. No caso das carnes, não existe essa defini-ção. Terá sempre uma ida ao mercado, digamos assim. Portanto, cada um dos Estados-membros irá buscar aquilo que for necessário para fazer face àquilo que são os efeitos desta crise.

VE – E para os laticínios – leite em pó, manteiga e queijo – já há um ‘plafond’ definido?

MCA – Já há um ‘plafond’ definido, que ainda está, do ponto de vista técni-co, a ser verificado, mas que é um valor muito confortável para Portugal, aquilo que é expectável que tenhamos.

VE – Estamos a falar de quanto?MCA – Talvez à volta das 700/775 to-

neladas.

VE – Quando começará e será im-plementada a medida?

MCA – Até ao final de abril.

VE – E em relação à Política Agrí-cola Comum e àquele que será o próximo quadro financeiro pluria-nual? O Conselho Europeu aprovou a criação de um mecanismo de re-cuperação baseado em dívida que a Comissão comprará aos Estados. A Comissão ficou entretanto de apre-sentar uma proposta de orçamento europeu até 6 de maio [esta quarta--feira]. Que expectativa tem quanto à PAC?

MCA – A nossa expectativa é que, pelo menos em termos nominais, [a dotação] seja igual à atual e não haja uma diminuição do valor nominal da

Política Agrícola Comum e do quadro financeiro que a vai acompanhar. Aquilo que também entendemos como funda-mental é que não haja uma diminuição daquilo que está afeto ao desenvolvi-mento rural, que, no quadro nacional, é muito importante. Também, que não haja diminuição dos envelopes financei-ros em relação às ilhas e em relação a setores como, por exemplo, o do vinho. Portanto, a nossa expectativa é que a negociação do quadro financeiro plu-rianual possa corresponder àquilo que são as necessidades efetivas do nosso país e que, no domínio da agricultura, têm a ver em concreto com o retomar da atividade económica, que será ainda de acordo com o atual quadro [financei-ro], mas que o próximo ciclo comunitá-rio nos sirva para fazer diferente.

VE – E fazer diferente é…MCA – Fazer diferente é continuar-

mos as boas práticas e incentivarmos

cada vez mais do ponto de vista am-biental. O ‘Green Deal’ [Pacto Ecoló-gico Europeu, iniciativa da Comissão Europeia que propõe 50 medidas com vista a alcançar a neutralidade carbóni-ca até 2050] tem de ser uma oportuni-dade para todos os Estados-membros. E para a Agricultura também, nomea-damente através do ‘Farm to Fork’ [‘Do Prado ao Prato’, uma das iniciativas do Pacto Ecológico Europeu com vista a criar uma cadeia de valor alimentar sustentável anunciado pela Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen], onde os processos de inovação, desenvolvimento tecnológico e a agri-cultura de precisão têm de ter um papel determinante para podermos ser mais competitivos e corresponder também a esta estratégia de mitigar os efeitos das alterações climatéricas sobre o planeta e a vida das pessoas.

VE – Mas, em paralelo com o pró-ximo quadro financeiro, foi decidida a criação de um fundo de recupera-ção para a Europa. No caso concre-to da Agricultura, o que lhe parece que é mais premente recuperar, de-pois da quebra que existiu?

MCA – Bom, do ponto de vista da Agricultura, é de salientar que não houve nenhum setor de atividade que tenha parado, a não ser as flores e as plantas ornamentais. Todos os outros setores continuaram a trabalhar, mas têm quebras de rendimento muito grandes, porque aquilo que estavam a preparar era o normal para um ano económico normal. E foi uma paragem brusca. Há uma paragem há um mês e meio a esta parte. E nós sabemos que setores como o vinho podem chegar aos 50% de quebra…

VE – No consumo ou nas expor-tações?

MCA – No consumo e nas expor-tações. Estou a falar de 50%, grosso modo, a quebra no setor. Já nas flores e plantas ornamentais [a quebra] vai pra-ticamente aos 100%. E todos os outros setores têm quebras, nomeadamente pela retração do consumo. Hoje a ofer-ta é maior do que a procura. E nós te-mos que claramente retomar todos os setores da atividade económica para que a Agricultura retome a sua ativida-de. Nomeadamente, pela abertura do canal horeca (restaurantes, os hotéis, o turismo, que é tão importante tam-bém), depois para podermos continuar a abastecer o mercado interno, onde o cidadão cada vez mais tenha consciên-cia da importância da produção local e da excelência dos produtos nacionais e, com isso, faça as melhores escolhas de produtos de época – que são de ex-celente qualidade –, em detrimento de outros alimentos que não são de época

MINISTRA DA AGRICULTURA LEMBRA QUE O SETOR “CONTINUOU A TRABALHAR”, APESAR DAS QUEBRAS DE RENDIMENTO

Agricultura pode não ser um setor prioritário para receber verbas do fundo de recuperação da UE

Maria do Céu Albuquerque, ministra da Agricultura (à direita), visitou o matadouro da PEC Nordeste acompanhada da diretora regional do Norte da Agricultura e Pescas, Carla Alves (ao centro) e de José Capela, presidente da AGROS.

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sexta-feira, 8 de maio 2020 III

e que fazem grandes viagens para che-gar até nós.

Depois, precisamos claramente que o mercado externo volte a abrir. E a cons-ciência que temos é que os produtos portugueses ganharam a confiança dos portugueses – que já a tinham, mas que saiu reforçada com esta crise sanitária –, mas que, pela sua qualidade e excelên-cia e segurança alimentar, já conquista-ram muitos mercados lá fora, dentro da Europa, mas também em muitos países terceiros. E neste momento temos de garantir que essa confiança é retomada e com isso continuar a alimentar estes mercados.

A Agricultura é dos setores da ati-vidade económica que mais vinham acrescer. Aliás, foi dos setores que mais cresceram do ponto de vista do contri-buto para o PIB em 2019 e, portanto, sabemos que vai ter de haver aqui um esforço maior para voltarmos a atingir os objetivos que traçámos, mas temos claramente que conseguir agora mini-mizar estes efeitos.

Queria chamar a atenção que esta-mos a desenvolver uma agenda para inovação, para a transformação da Agricultura para um patamar, nomeada-mente de desenvolvimento económico, social e ambiental que se impõe pelas vicissitudes que todos conhecemos e

também por aquilo que são os desíg-nios que a Comissão elegeu para esta década. E se esta agenda fazia sentido há dois meses a esta parte, agora tem uma relevância redobrada.

VE – Voltemos atrás, ao fundo de recuperação económica que deverá ser criado a nível europeu. Na quo-ta-parte que será destinada a Portu-gal, a verba será para ajudar a repor as quebras de consumo?

MCA – É cedo para falar sobre isso. Nós iremos discutir isso seguramente em Conselho de Ministros, como é que esta retoma vai acontecer e em que se-tores é que vamos ter de fazer apostas claras.

VE – Mas acredita que a Agricultu-ra será um dos setores contempla-dos?

MCA – A Agricultura é um dos se-tores da atividade económica que ca-rece de condições para poder retomar. Lembro que temos ainda um quadro comunitário e um orçamento da Políti-ca Agrícola Comum para concluir este quadriénio. E é preciso dizer que o PDR [Programa de Desenvolvimento Rural 2020] tem um compromisso de 90% e uma execução de 60%. É nossa expec-tativa que o próximo plano estratégico que estamos a desenvolver para a PAC que já tinha um ano de transição e vá…

VE – Alargar? O diretor do GPP falou-nos em dois anos.

MCA – Dois anos. A ideia é, em dois anos, em 2023, começarmos a imple-

mentar este plano. Portanto, a esta altu-ra, temos de olhar para o país como um todo e perceber que estamos a injetar na economia e na vida dos portugueses mais de 3000 milhões de euros por mês para fazer face àquelas que são as de-bilidades que decorrem desta crise, que não conhecíamos e que não conhece-mos ainda o suficiente para perceber-mos os impactos onde temos de atalhar.

VE – Concretamente em relação a este setor de atividade que estamos a visitar – as carnes. O setor tem-se debatido para que, nesta altura de quebras do consumo, sejam retoma-dos os apoios à eletricidade verde e seja reduzido o preço do gasóleo agrícola. Que expectativa há de que possa haver uma redução?

MCA – A nossa expectativa neste mo-mento é de conseguir ir buscar o paga-mento do gasóleo agrícola ao mercado para podermos também injetar mais ra-pidamente dinheiro e garantir a liquidez das empresas. Repito: a Agricultura é um dos setores afetados, não é o único nem é o mais afetado da nossa economia e, neste momento, todas as condições que estão criadas garantem condições para minimizar os efeitos desta crise. Estu-daremos com todos os setores medidas que venham a ser necessárias para con-

tinuarmos a ter os produtores na linha da frente, para podermos sair desta cri-se e entrarmos na fase da recuperação. Lembro que, a par de todas as medidas transversais que foram tomadas – linhas de crédito, prolongamentos de prazos para pagamentos de contribuições fis-cais, sociais, medidas de emprego que foram criadas e que na Agricultura e na transformação não têm o impacto que noutras áreas da economia têm –, há coisas simples que foram feitas. E que têm, neste setor em concreto, uma re-dução de custos muito significativa, que é o termos conseguido que os pedidos no âmbito do Pedido Único 2020 para os terrenos que estão em pousio pos-sam ser utilizados para a pastorícia. Isto vai diminuir os fatores de produção, no caso da alimentação animal, e esse é um ganho que o setor também tem. Depois, continuamos a trabalhar em diversas li-nhas com todos os setores para perce-bermos quais são as melhores medidas para, repito, minimizar os efeitos desta crise.

VE – Deduzo então que, relativa-mente ao gasóleo agrícola e à ele-tricidade verde, para já, não haverá alterações.

MCA – São medidas que o setor [das carnes] nos enunciou, assim como ou-tras medidas de outros setores, que têm de ser estudadas como um todo para podermos ter respostas consentâ-neas com aquilo que é a capacidade do país de dar resposta e, por outro lado, aquilo que são as necessidades dos agricultores.

TERESA [email protected]

O matadouro da PEC Nordeste, na zona industrial de Penafiel, vai investir “entre 250 e 300 mil euros” no processo ‘skin pack’, um tipo de embalagem especial-mente recomendada para produtos cár-neos frescos, processados, pescados, co-mida preparada, queijos e patés, no qual o filme superior e o inferior soldam entre si em toda a superfície de contacto com o produto, mantendo o seu aspeto mais natural e original.

Idalino Leão, administrador da PEC Nordeste e presidente da Fenapecuária, explicou à “Vida Económica” que este é, acima de tudo, “um investimento em mo-dernidade”, também para disporem de “um leque maior de oferta para os nossos clientes”.

“Embalagem em vácuo nós já fazemos há muitos anos. Este investimento passa por um novo processo, que é o chamado ‘skin pack’”, cuja instalação vai represen-tar “um investimento total entre 250 e 300 mil euros”, financiado com fundos euro-peus através do PDR 2020.

“O projeto de candidatura está finaliza-do, mas com os problemas da Covid-19 o prazo de submissão de candidaturas foi alargado”. Deverá ser submetido “na próxima semana [na última semana] atra-vés da ADER-SOUSA – Associação de De-senvolvimento Rural das Terras do Sousa”, revelou Idalino Leão.

Questionado sobre o prazo de execução da obra, o administrador da PEC Nordes-te garante: “a partir do momento em que

a candidatura esteja aprovada eu monto isto num mês”. Se tudo correr bem, o pro-jeto é, pois, para concluir “durante esteano”. E, além de permitir alargar o lequede oferta e o volume de processamento de carne, “se o projeto for aprovado con-tamos empregar mais oito pessoas”.

Em 2019, o matadouro da PEC Nor-deste abateu 131 592 cabeças de gado(bovinos, suínos e pequenos ruminan-tes), tendo processado 308 toneladas decarne na sala de desmancha. Os princi-pais clientes são “talhos de rua, super-mercados, grande distribuição (as prin-cipais insígnias trabalham com a PEC)e alguma restauração na gama média alta”, explica Idalino Leão. Nos clien-tes internacionais “podemos destacar a McDonald’s”, diz.

A empresa assegura 87 postos de tra-balho e registou um volume de negócios

de 11,6 milhões de euros em 2019. Possuias certificações mais elevadas na indústriaagroalimentar (IFS, BRC, ISO 9001, Bem--estar Animal, Ambiental e responsabili-dade social), garante o seu administrador.

A PEC Nordeste opera há mais de 20anos. Abate e processa exclusivamentecarne nacional. Mantém várias parceriascom agricultores, cooperativas e com asraças autóctones (Barrosã, Maronesa, Ca-chena, Minhota, Arouquesa e Jarmelista).

À ministra da Agricultura, Idalino Leãofez questão de frisar que “este novo tem-po que vivemos deve servir para aproxi-mar o consumidor do setor agrícola, sen-do também este o momento de afirmação dos agricultores, das suas cooperativas edas agroindústrias”.

PEC Nordeste investe 300 mil euros no embalamento ‘skin pack’

“É preciso dizer que o PDR 2020 tem um compromisso de 90% e uma execução de 60%. É nossa expectativa que o próximo plano estratégico que estamos a desenvolver para a PAC, que

já tinha um ano de transição, vá alargar para dois anos”

A PEC Nordeste é uma empresa do grupo AGROS. Opera há mais de 20 anos, assegura 87 postos de trabalho e registou um

volume de negócios de 11,6 milhões de euros em 2019

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IV sexta-feira, 8 de maio 2020

TERESA [email protected]

“A suspensão do procedi-mento eleitoral das eleições para os delegados munici-pais do conselho geral e para a direção da Casa do Douro mantém-se enquanto vigo-rar a situação de calamidade, sem prejuízo de prorrogação ou modifi cação na medida em que a evolução da situação epidemiológica o justifi car”.

Este é o teor do despacho de Maria do Céu Albuquerque, Mi-nistra da Agricultura, assinado na última terça feira, 05 de maio, após Gilberto Igrejas, Presidente do Instituto dos Vinhos do Dou-ro e Porto (IVDP) e Presidente da Comissão Eleitoral da Casa do Douro, ter comunicado no pas-sado domingo, 3 de maio, pelas 22H12, à Direção da Casa do Douro – Federação Reno-vação do Dou-ro (CS-FRN) a reabertura de todo o proces-so com vista à realização das eleições previs-tas para 16 de maio.

Nessa co-m u n i c a -

ção, Gilberto Igrejas informou por email a Direção da Casa do Douro da intenção de reto-mar “amanhã, dia 4 de maio”, o processo eleitoral com vista à realização das eleições para aquela instituição agora reinsti-tucionalizada. Também solicitou “viabilidade” para a colocação dos cadernos eleitorais nas instalações da Casa do Douro para consulta.

Ato contínuo, a Direção da Casa do Douro escreveu a Gilberto Igrejas dando conta de que “o processo eleitoral, apesar da sua suspensão du-rante o período de declara-ção do Estado de Emergência, encontra-se irrevogavelmente inviabilizado”. E sublinha essa

“impossibilidade por imperati-vo legal decorrente da entrada em vigor das regras do Estado de Calamidade contidas na Resolução do Conselho de Mi-nistros n.º 33A/2020 de 30 de abril” e também porque “as instalações da Casa do Douro e os seus funcionários e dire-tores se mantém vinculados ao dever cívico de confi namento”.

A Direção da Casa do Douro diz que “não é aceitável, ou se encontra contida nos poderes da Comissão Eleitoral, a capaci-dade de transferir a exposição de tais cadernos eleitorais da Casa do Douro para a sede do IVDP”. Se tal sucedesse, seria uma “clara violação das normas contidas no Anexo à Portaria n.º 53-A/2020 de 28 de fevereiro do Ministério da Agricultura”.

A missiva enviada a Gilberto Igrejas pela Direção da CD-FRD,

a que a “Vida Eco-nómica” teve aces-so, fala de uma “entorse legal e uma violação por parte da Comissão Eleitoral, por ex-

travasamento e usurpação de

funções, a preten-

s ã o

de se sobrestarem a uma dis-posição legal e fi xarem, unila-teralmente, uma nova data e calendário eleitorais”. A nova data, frisa a CD-FRD, “apenas poderá ser fi xada com recurso a um novo processo eleitoral integral”, ou seja, “uma nova portaria emanada do Ministério da Agricultura”.

À “Vida Económica”, o Pre-sidente do IVDP e Presidente da Comissão Eleitoral da Casa do Douro apenas diz “não ser oportuna a abordagem a este assunto neste momento”.

As eleições para a direção da Casa do Douro reinstituciona-lizada e delegados municipais do conselho geral foram, en-tretanto, reagendadas para 27 de junho.

Casa do Douro – Federação Renovação do Douro, AEVP - Associação das Empresas de Vinho do Porto, ProDouro – Associação dos Viticultores Profi ssionais do Douro, The Fladgate Partnership, empresa que detém as marcas de vinho do Porto Taylor’s, Croft, Fonseca e Krohn, todos estão preocupados com o “forte declínio” nas vendas de vinho do Porto e DOC Douro oriundo da Região Demarcada do Douro (RDD). E mais assustadas estão com a mais que provável – se não houver, entretanto, uma medida política excecional que o impeça – quebra do ‘Benefício’ das 100 mil pipas (2019) para 70 mil na próxima vindima. Exigem, pois, do Ministério da Agricultura “medidas urgentes” consentâneas com o momento de crise excecional que o país vive. Questionado pela “Vida Económica”, o Ministério da Agricultura remeteu esclarecimentos para o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) que, até ao fecho da edição, apesar de para tal instado, não os prestou.

TERESA [email protected]

O grupo The Fladgate Part-nership fechou 2019 com um resultado de 125 milhões de euros, mais 7% face a 2018. As vendas de vinho do Porto caíram 1%, fi cando-se pelos 62 milhões de euros. Na empresa, que detém as marcas Taylor’s, Croft, Fonseca e Krohn e onde as exportações de vinho do Porto valem 91% das vendas, vive-se o temor da quebra do

consumo, do crescente acu-mular de stocks, da difi culdade posterior em armazenar mais vinho e do possível abando-no da produção por parte de muitos pequenos viticultores durienses, os quais, dada a orologia do território, têm os custos de produção vinícola mais elevados do país.

O CEO da companhia diz que “a probabilidade de um forte declínio nas vendas do vinho do Porto é real, devido ao confi namento” e ao “fecho dos restaurantes e hotéis”. E isso “vai ter impacto, princi-palmente em Portugal, onde o mercado do turismo é respon-sável por muitas vendas” deste produto. “As fronteiras fecha-das causam algum problema”,

diz Adrian Brigde à “Vida Eco-nómica”, “mas são insignifi can-tes quando comparadas com o fecho do setor da restauração e o facto de muitos restaurantes possivelmente não voltarem a abrir”.

O cenário é este: “muitas empresas de vinho do Por-to têm muito stock, por isso é fácil fazer uma vindima pe-quena este ano. A lei do terço signifi ca que uma queda em 2000 pipas nas vendas impli-ca uma redução de 6000 pi-pas na vindima. Se o dinheiro é importante para sobreviver, as empresas de vinho do Por-to farão vindimas pequenas (poucas compras). Em 2019 o ‘Benefício’ foi de 108.000 pi-pas [menos 8000 face a 2018 e em 2018 menos 2000 face a 2017] e provavelmente este ano precisa de ser 70.000, ou talvez menos. Isso será um de-sastre para os viticultores, pois a única outra possibilidade para venderem as suas uvas é para o DOC Douro, que será atingido ainda com mais força, já que 75% do DOC Douro é vendido em Portugal”, refere o CEO à “Vida Económica”.

Adrian Brigde diz que há alternativas. Descarta a desti-lação, defendida pela AEVP. Fala, antes, da criação de uma Reserva Qualitativa, “um bene-fício adicional” para poderem fazer mais vinho do Porto. Essa, diz, é “a única maneira de sal-var os agricultores”. “Sem ne-nhum custo para o Governo”.

Se avançasse, as empresas poderiam comprar uvas e fa-zer a Reserva Qualitativa, que “pode ser bloqueada/selada nas empresas por um perío-do de cinco anos”. O CEO da Taylor’s propõe que as empre-sas usem esse vinho “para um 10 ou 20 anos Tawny, cujas ven-das estão e continuarão a cres-cer”. Portanto, “se as empresas estão a antecipar a procura em cinco anos, então precisarão de ter um preço de cerca de 750 euros a pipa”.

“Fazer retornar à RDD cerca de 10 milhões gerados pelas taxas cobradas pelo IVDP”

Adrian Brigde faz contas: “se excluirmos aguardente, vinifi cação e armazenamento, estarão a pagar cerca de 450 euros por pipa de mosto. Isto é mais do que os agricultores recebem pelo DOC Douro”. A solução “poderia aumentar a procura em 40.000 pipas”, o que faria “toda a diferença”. E o “custo para o Governo não vai além da emissão de uma licença e administrar o progra-ma”.

A Casa do Douro fez mais. A 13 de abril, enviou uma co-municação aos ministérios da Agricultura, Economia e Coe-são Territorial propondo “me-didas urgentes para a salvação da vitivinicultura da Região De-marcada do Douro”.

Entre elas, isenção de TSU, IRS na Campanha 2020 para viticultores e empresas e dimi-nuição da taxa de IVA agrícola de 6% para 5%; isenção de Taxa de DCP na Campanha 2020; empréstimos a juro bonifi cado; alargamento do prazo de exe-cução por mais uma campanha nos projetos VITIS e RARRV; controlo da especulação dos preços e garantia de existência e distribuição dos produtos fi -tofarmacêuticos essenciais para a proteção da vinha; fazer retor-nar à RDD o valor do excedente fi nanceiro gerado pelas taxas cobradas pelo IVDP (cerca de 10 milhões de euros); criação de ajudas à armazenagem e de um crédito/benefício fi scal ao consu-midor na aquisição de produtos com Denominação de Origem Portuguesa, nomeadamente no caso dos Vinhos DOC e PORTO.

À “Vida Económica”, Gilber-to Igrejas, presidente do IVDP, disse apenas que o Ministério da Agricultura e o organismo que dirige “estão a tentar en-contrar as melhores soluções para os problemas” na RDD.

Ministra da Agricultura desautoriza presidente do IVDP e volta a suspender eleições para a Casa do Douro

“Reserva Qualitativa é a única maneira de salvar os agricultores do Douro”

Gilberto Igrejas, Presidente do IVDP e Presidente da Comissão Eleitoral da Casa do Douro.

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sexta-feira, 8 de maio 2020 V

A AICEP deu o mote. Confrontada com a crise de todo o tecido empresarial em resultado da travagem brusca da atividade económica e do abrandamento das exportações devido à pandemia da Covid-19, lançou a meados de abril um pacote de serviços para apoiar as empresas no ‘e-commerce’, nacional e internacional. A pretexto disso, a “Vida Económica” saiu ao encontro dos vinhos, frutas, legumes e indústria agroalimentar. Fomos perceber se, nestes setores, faz sentido apostar no comércio eletrónico, se ele já é uma realidade e se há recetividade dos empresários em aderirem a esta plataforma de negócio.

TERESA [email protected]

A primeira paragem é nas frutas, le-gumes e flores. Nas flores e plantas ornamentais, que têm entre as sema-nas 11 e 22 a sua grande campanha de exportação, “quatro dos seus prin-cipais mercados - Espanha, França, Reino Unido e Alemanha - cancelaram todas as encomendas”. Apenas a Ho-landa manteve “algumas encomen-das, embora a um ritmo bastante in-ferior ao normal”, refere o Presidente da Portugal Fresh, cujas associadas que participam anualmente no IPM ESSEN (Alemanha) na última semana de janeiro, já registam “mais de cinco milhões de euros de perdas de ven-das e destruição de plantas”. As seis empresas têm um volume de negó-cios de 35 milhões de euros anuais e empregam mais de 500 colaborado-res (402 permanentes) tendo recorri-do já ao ‘lay-off’ e a linhas de crédito.

Por sua vez, as empresas de frutas e legumes “continuam a trabalhar para

garantir o normal funcionamento da cadeia agroalimentar”. E o objetivo é “manter as colheitas e plantações con-forme planeado”, garante o Presiden-te da Associação para a Promoção de Frutas, Legumes e Flores de Portugal. Isto, apesar de os produtos mais pe-recíveis, agora em colheita, serem “os mais afetados” e de as exportações deverem ser “fortemente afetadas, mais no segundo trimestre do que no primeiro” (exportaram, com as flores, 1.605 milhões de euros em 2019).

Mas, e então o comércio eletróni-co? Gonçalo Andrade assegura que a Associação “tem falado no comércio ‘on-line’ dos frescos em praticamente todas as suas comunicações nos últi-mos cinco anos”. “Referimos sempre dois exemplos a nível mundial”: a Freshdirect (https://www.freshdirect.com/) nos EUA, e a Fruitday (http://www.fruitday.com), na Ásia, que “já têm uma elevada percentagem” de vendas eletrónicas nos frescos.

O dirigente cita, aliás, um estudo da feira Fruit Logistica em 2018, que prevê “um crescimento gigantes-co do consumo de frutas e legumes até 2030”. Lá, diz Gonçalo Andrade, “também consta um crescimento do canal ‘on-line’ de 1% em 2015 para 7% (de 4,8 biliões de euros) em 2030”. O gestor não tem dúvidas: “com esta pandemia acredito que este estudo tenha que ser revisto e que este ca-nal vai ser ainda mais importante”. E mais: “as empresas portuguesas estão a adaptar-se e a investir nas vendas ‘on-line’. Ainda não é transversal a to-das, mas esta forma de vender “está a ganhar importância”.

Segunda paragem: os vinhos. Aqui, o comércio eletrónico internacional não é tão viável. “A recetividade exis-te” e há “potencial”, diz o Presidente da ViniPortugal, mas, neste setor, “o

comércio ‘on-line’ é mais uma ferra-menta de venda no mercado domésti-co e menos relevante na exportação”. Até porque “as tarifas aduaneiras ou os impostos à entrada são uma barrei-ra relevante na exportação via vendas ‘on-line’ e impedem o seu crescimen-to em operações transnacionais”.

Vinhos: 85% das empresas com quedas nas vendas

As exportações de vinhos portugue-ses atingiram os 820,5 milhões de eu-ros em 2019 (perto de 296 milhões de litros), mais 2,5% face a 2018, a um preço médio de 2,77 euros por litro.

Dentro do mercado doméstico, aí sim, o comércio eletrónico “é uma ferramenta importante para quem já está na distribuição, mas não tanto para as empresas produtoras”. Ad-mitindo que estas estejam a apostar nesta ferramenta, “sabe-se que é a grande distribuição que tem visto maior crescimento do comércio ‘on--line’”. Portanto, “mesmo que cresça, o ‘on-line’ atenua, mas não elimina as quedas nas vendas físicas”, diz Jorge Monteiro.

Jorge Monteiro refere um estudo vindo do Reino Unido onde se diz que, “o comércio ‘on-line’ de bebi-das alcoólicas, embora tenha crescido 50% na primeira semana do estado de emergência, quando comparado com o mesmo período de 2019 é manifes-tamente insuficiente para compensar a queda de vendas no ‘on-trade’”.

Em suma: “o on-line tem futuro, mas não é solução para uma crise com este impacto, que alterou profunda e rapidamente os nossos hábitos de compra”. Um inquérito recente da ACIBEV revela que “cerca de 85% das empresas sentiram quedas nas vendas e 60% identificaram dificuldades no escoamento no mercado nacional”, nota Jorge Monteiro. A “maioria man-tém-se em funcionamento, mas 2/3 com diminuição da produção e condi-cionamentos organizacionais”.

Já a FENADEGAS refere que “11% das adegas estavam fechadas”, es-timando “uma elevada queda das vendas (cerca de –55%) nos próximos meses, quer no mercado doméstico, quer na exportação”.

Nas exportações, “março terá uma queda acentuada”, diz Jorge Mon-teiro, admitindo que o trimestre pos-sa “fechar entre os 10% e os 20% a menos, em valor”, comparado com o período homólogo.

Terceira paragem: a indústria agroa-limentar. Neste setor, “a indefinição sobre a reabertura progressiva das várias economias leva a antecipar que este ano o risco de abrandamento das exportações - no final de fevereiro já revelavam quebras no mercado da UE de -5,5% – vai ser muito elevado. E, provavelmente, vai fazer sentir-se já

no segundo trimestre”, avança o Pre-sidente da FIPA – Federação das In-dústrias Portuguesas Agroalimentares.

FIPA: “comércio eletrónico é uma via irreversível”

À “Vida Económica”, Jorge Henri-ques lembra que “a globalização estáde certa forma suspensa, com encer-ramento de fronteiras, dificuldades logísticas e o elevado risco de medi-das protecionistas”. As exportaçõesda indústria alimentar e das bebidas“vinham sendo o nosso principal ba-lão de oxigénio, tendo ultrapassadoos 5000 milhões de euros em 2019, pelo que estamos muito apreensivos”no que respeita à sua evolução.

O tom é, ainda assim, otimista. “Sa-bemos que o mundo irá reabrir pro-gressivamente, as oportunidades vãoressurgir e acreditamos que, tal como na crise anterior, os nossos empresá-rios vão saber olhar para o futuro epenetrar em novos mercados”, garan-te o empresário. Para o Presidente daFIPA, “apesar do clima de incerteza, acreditamos que ainda há margem para o crescimento das nossas expor-tações em 2020”. Deixa, contudo, um alerta: “deverá haver a iniciativa de antecipar desde já as oportunidades que esperamos que venham a surgirem 2021 e sair na linha da frente para as agarrar”.

E o ‘e-commerce’ pode ajudar? Jor-ge Henriques confia que sim. Assegu-ra que “a indústria alimentar e das be-bidas é um setor moderno e tem bempresente que o comércio eletrónico éuma via irreversível e cada vez mais relevante”. E como, para já, e duranteos próximos tempos, as deslocações ea proximidade física serão “reduzidasao essencial”, “as plataformas de ‘e--commerce’ serão uma grande vanta-gem competitiva”.

Vinhos, frutas, legumes, flores e indústria alimentar dão ‘pontapé’ na crise com ‘e-commerce’

Gonçalo Andrade, Presidente da Portugal Fresh.

Jorge Monteiro, Presidente da ViniPortugal.

Jorge Henriques, Presidente da FIPA.

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VI sexta-feira, 8 de maio 2020

A Covid-19 obrigou-nos ao confi namento, mas deu-nos “disponibilidade de tempo, nomeadamente para cozinhar em família e ensinar os mais novos a fazer e a provar”. “Esta vai ser (muito provavelmente) a primeira pandemia da nossa história sem ‘fome’”, antevê, otimista, o Diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto e ex-diretor do Programa Nacional para a Alimentação Saudável da DGS.Em entrevista à “Vida Económica”, Pedro Graça constata que “as prateleiras vão continuar com comida, felizmente”, mas “as empresas do setor alimentar vão ter muitas difi culdades daqui a algumas semanas”. E a indústria, sobretudo, vai ter de se reinventar e perceber que “a alimentação saudável será cada vez mais um ‘driver’ poderoso a nível global”. Governos, nomeadamente os setores da saúde, do ambiente e da agricultura e a indústria alimentar devem, pois, “falar cada vez mais, para que possamos ser competitivos cá dentro e lá fora”.

TERESA [email protected]

Vida Económica - A pandemia da Covid-19 ditou o encerramento de hotéis, restaurantes, cafés/cafeta-rias e outros estabelecimentos co-nexos e o confi namento de milhões de portugueses, que passaram a fa-zer as refeições em casa. Como olha para a mudança dos hábitos alimen-tares do ‘fora de casa’ para ‘dentro de casa’, quer no plano económico, quer no plano nutricional? Já pro-cessámos tudo isto? Já nos adaptá-mos?

Pedro Graça - Creio que a adaptação é sempre gradual. A nossa tradição ali-mentar é mediterrânica, ou seja, o conví-vio à volta da mesa é cultural e também importante para uma alimentação mais equilibrada, saudável e ambientalmen-te adequada. Cozinhar para várias pes-soas é mais poupador de energia, por exemplo. E quando se come em grupo a tendência é para se comer melhor do que quando se come sozinho em fren-te de uma televisão. Mas estamos a dar mostras de qualidade neste processo. O trabalho da DGS [Direção-Geral da Saúde] tem sido exemplar. Neste cur-to período de tempo lançaram-se mais de 40 publicações sobre este tema. Na Europa não devemos ter trabalho igual. Ver mais em https://nutrimento.pt/no-ticias/area-covid-19-no-site-do-pnpas--materiais-sobre-alimentacao-nutricao--e-covid-19/.

VE - Desafi o-o para uma espécie de análise swot. Estamos perante uma oportunidade ou uma ameaça, em termos alimentares?

PG - A oportunidade tem a ver com a disponibilidade de tempo, nomea-damente para cozinhar em família e ensinar os mais novos a fazer e a pro-var. Uma formação ‘presencial’ única, que pode ser útil para o resto da vida. A ameaça tem a ver com ingestão de calorias a mais e sedentarismo a mais. Em conjunto, pode ser um fator de des-controlo metabólico, altamente prejudi-cial se a pessoa tiver excesso de peso, for diabética ou hipertensa. Até para o risco de ter problemas mais graves se contrair a Covid.

VE - E quais são os nossos pontos fortes e os pontos fracos (de Portu-gal, da nossa estrutura produtiva)? Estávamos preparados em termos alimentares para esta revolução?

PG - Esta vai ser (muito provavelmen-te) a primeira pandemia da nossa histó-ria sem ‘fome’. As prateleiras vão con-tinuar com comida, felizmente. Mas as empresas do setor alimentar vão ter muitas difi culdades daqui a algumas semanas. E, com a redução da capacida-de económica dos con-sumidores nos próximos meses, a tendência será para comprar piores produtos, produtos processados com ex-cesso de sal e açúcar e mais baratos. E temo que certos setores com mão de obra es-trangeira vão ter ainda mais difi culdades. Para a saúde, será sempre mau. De sublinhar a excelente colaboração, nesta crise, en-tre o Ministério da Agri-

cultura e a DGS/Ministério da Saúde. Portugal, neste aspeto, está de para-béns.

VE - Antecipa algum cenário para o futuro da restauração? Vamos vol-tar a consumir da mesma forma ou

o conceito de restauração vai ter de sofrer adaptações e com o ‘take away’ a ganhar outra expressão?

PG - O conceito de restauração com as pessoas em restaurantes cheios e muita gente junta, creio que vai demorar algum tempo a recuperar, se é que recu-pera. Mas temos necessidade de ver e estar com outros. Creio que os espaços entre mesas na restauração irão crescer e os modelos tipo ‘tasca’ ou ‘todos jun-

tos’ tenderá a diminuir fortemen-te.

VE - Os pequenos frutos, o vinho, os

leitões ou o leite e queijo de peque-nos ruminantes estão a sofrer fortes quebras no consumo. Porém, os pro-dutos em con-serva (pescado ou leguminosas, por exemplo)

estão a ter forte procura. Do ponto

de vista nutricional, estes são uma boa opção?

PG - Ainda exis-te um pre-

conceito contra as nossas conservas. Os enlatados de peixe reduziram o sal e praticamente é peixe fervido e enla-tado. Uma excelente fonte proteica sem aditivos. O mesmo se passa com as le-guminosas (feijão, grão e ervilha). Com muita facilidade fazemos refeições equi-

libradas com estes alimentos. Basta adi-cionar pão e uma boa salada e, no fi m, uma peça de fruta. Uma excelente op-ção alimentar.

VE - E do ponto de vista económi-co, dos orçamentos familiares, a op-ção pelas conservas de pescado e de leguminosas é vantajosa?

PG - Temos conservas de pescado e de leguminosas de preço acessível. Se equacionarmos aqui o fator tempo para cozinhar e comprar, os custos reduzem--se. As opções em fresco de qualquer produto são sempre as melhores, mas poucas vezes temos substitutos proces-sados de tão boa qualidade.

VE - Para os produtores agrícolas e para a indústria esta preferência dos consumidores pelos alimentos em conserva não é tão conveniente nem lucrativa. Que conselho lhes deixa?

PG - Os enlatados permitem arma-zenar e produzir em momentos de ex-cesso, por exemplo. Não é tão nefasto como se pensa. E muitos são produtos ‘made in Portugal’. O fundamental é perceber que estas opções são alterna-tivas saudáveis ao que deve ser o dia--a-dia. Que deve ser, sempre que pos-sível, de base vegetal, de proximidade, sazonal e variado. A base da alimentação mediterrânica saudável que nos protege há 8000 anos.

VE - Crê que, a prazo, estaremos ‘condenados’ a comer menos ali-mentos em fresco e mais em conser-va? E isso é bom ou mau?

PG - Estaremos condenados a co-mer de forma diferente. Sim, isto, se continuarmos a crescer catastrofi ca-mente como até agora. Teremos de ter prédios a produzir hortícolas, carne de laboratório, hidroponia nas nossas caves e por aí. O homem fará tudo para so-breviver num mundo em mudança. Infe-lizmente, não podemos voltar a comer como os nossos pais.

VE – Esta é também uma oportuni-dade para a indústria agroalimentar?

PEDRO GRAÇA, DIRETOR DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DA U.PORTO, EM ENTREVISTA

“Esta vai ser (muito provavelmente) a primeira pandemia da nossa história sem ‘fome’”

Pedro Graça, diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto e consultor para a área alimentar da DGS.

“Os próximos tempos exigem um debate sobre o posicionamento estratégico da produção e consumo. No sentido de menor dependência do fator humano e

também na produção de alimentos mais saudáveis e menos desreguladores metabólicos”

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sexta-feira, 8 de maio 2020 VII

PG - Certamente, desde que a indús-tria alimentar nacional não enterre a ca-beça na areia.

VE - O que quer dizer, exatamen-te? A indústria também terá de se reinventar com esta crise?

PG - Os próximos tempos exigem um debate sobre o posicionamento estraté-gico da produção e consumo. No senti-do de menor dependência do fator hu-mano (que será um drama) e também na produção de alimentos mais saudáveis e menos desreguladores metabólicos. Percebemos claramente que quem é idoso e diabético, obeso ou hipertenso tem risco aumentado para a doença in-feciosa. A alimentação saudável será, por isso, cada vez mais um ‘driver’ po-deroso da alimentação dos seres huma-nos a nível global. Será esse o caminho a percorrer, incluindo para a indústria da saudade ou para aqueles que insistem que o tradicional, excessivamente salga-do ou açucarado é que é bom. Não sei se esta visão do ‘tradicional’ é o cami-nho a percorrer, ao qual eu chamo ‘en-terrar a cabeça na areia’. Isto obrigará os Governos, nomeadamente os setores da saúde, do ambiente e da agricultura e da indústria alimentar a falarem cada vez mais para que possamos ser com-petitivos cá dentro e lá fora. Felizmente, Portugal tem uma estratégia integrada para a promoção da alimentação saudá-vel (Eipas), conduzida pelo Ministério da

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Alguns temas tratados na obra- As estratégias de proteção da vinha na região do Douro: do tempo da filoxera até aos

nossos dias - Ana Aguiar

- Contratos próprios do mundo rural: arrendamento rural, parceria pecuária e constituição de servidão predial - Ana Sofia Carvalho, Patrícia Anjos Azevedo, Ary Ferreira da

Cunha

- O Douro e o Alvará de Instituição da Companhia Pombalina (1756) - António Barros

Cardoso

- A degradação dos solos por atividade mineira: as minas de carvão de S. Pedro da Cova (Gondomar) - Cármen Ferreira

- Emparcelamento Rural - Francisco Liberal Fernandes

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“Os alimentos juntam-nos em momentos de separação”Almôndegas de atum, caldeirada de

cavala em tomate e brigadeiro de sar-dinha e broa são algumas das receitas que se podem encontrar no manual lançado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre alimentação saudável em tempos de confi namento social. São todas à base de conservas de pescado e leguminosas.

O manual foi elaborado pelo Pro-grama Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) e pela Estraté-gia Integrada para a Promoção da Ali-mentação Saudável (EIPAS), em colabo-ração com o Chef Fábio Bernardino e sob a orientação de Pedro Graça. Apre-senta “dezenas de receitas saudáveis, saborosas, rápidas e fáceis de preparar e ao mesmo tempo ‘sofi sticadas’”.

À “Vida Económica”, o ex-diretor do Programa Nacional para a Alimentação Saudável da DGS é taxativo: é preci-so “mostrar que a criatividade gastro-nómica e a ciência nutricional podem ser úteis para nos darem alegrias no corpo e na alma, em tempos de muita ansiedade”. Porque, na verdade, “os

alimentos juntam-nos em momentos de separação”. E foi “isso que procu-rámos e ao mesmo tempo foi algo que nos deu muito prazer”, assume Pedro Graça. E “foi um trabalho totalmen-te pro-bono”, garante. Em tempos de pandemia, “também nos faz bem aju-dar sem procurar mais nada em troca”.

Numa altura em que, devido à pan-

demia da Covid-19, os portugueses fazem compras mais espaçadas, os enlatados voltam a ter uma grande im-portância na nossa alimentação. E “o mercado nacional oferece atualmente uma enorme variedade de conservas de pescado e de leguminosas (feijão, grão, ervilhas, lentilhas…) que são ali-

mentos de grande valor nutricional”, lê-se no documento da DGS.

O pescado, para além de ser, tal como a carne e os ovos, um fornece-dor de proteínas de elevada qualidade (apresentam todos os aminoácidos es-senciais), é também fornecedor de al-gumas vitaminas e minerais (vitaminas D, A, E, B12, cálcio, iodo e selénio).

As leguminosas são uma boa fonte de fi bra e de hidratos de car-

bono de absorção lenta. São ainda uma exce-

lente fonte de vita-minas e minerais, como vitaminas do complexo B, ferro e zinco.Devido ao elevado

tempo de reclusão em casa, “com menos exercí-

cio físico e exposição solar”, os portugueses precisam “das pro-

teínas de elevada qualidade e dos mi-nerais e vitaminas (como a vitamina D) presentes nas conservas de pescado”. E o mesmo acontece com as legumi-nosas, que têm um valor apreciável de proteínas, embora incompletas, mas que podem ser uma alternativa à carne e pescado, quando combinadas com alimentos do grupo dos cereais e de-rivados.

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VIII sexta-feira, 8 de maio 2020

Ficha Técnica: Edição e coordenação: Teresa Silveira | Email: [email protected] | Paginação: Célia César | Periodicidade: Mensal

Desde que foi decretada a suspensão da venda presencial de tratores e maquinaria agrícola que o comércio do setor está em declínio. Em 2019, o número de veículos matriculados em Portugal tinha subido 15,8% face a 2018 e as perspetivas eram animadoras. De março a maio são, aliás, “historicamente, os melhores meses de vendas”.Este ano, porém, com o alastrar da Covid-19, o decretar do estado de emergência e o encerramento das atividades comerciais em stand, já só foram matriculados 1457 tratores agrícolas novos, menos 7,8% do que em igual período de 2019. Só no mês de março o mercado caiu 19,8%.Em entrevista à “Vida Económica”, Hélder Pedro, secretário-gGeral da ACAP – Associação Automóvel de Portugal, diz que as “incertezas são tantas” que prefere não fazer futurologia. Há, contudo, um facto: o impacto é “negativo”. E o setor das feiras de maquinaria agrícola também está “num momento delicado”.

TERESA [email protected]

Vida Económica – Quantas máquinas agrícolas foram co-mercializadas em 2019 em Portugal?

Hélder Pedro - Em 2019 fo-ram matriculados em Portugal 6705 tratores agrícolas novos, o que representou um aumento de 15,8% face ao ano anterior. Todavia, importa referir que es-tes números incluem matrículas de ATV´s com homologação europeia na categoria T (trator agrícola). Se quisermos de facto comparar os tratores agrícolas, na aceção mais tradicional do termo, o número a indicar seria de 5732 contra 5394 em 2018, e o crescimento seria de apenas 6,2%.

VE - Analisando as vendas dos últimos anos, qual é o(s) mês/meses do ano em que se registam maiores vendas?

HP - O mercado de máqui-nas agrícolas, contrariamente ao mercado de automóveis ligeiros de passageiros, não apresenta uma sazonalidade muito vin-cada, distribuindo-se, habitual-mente, as vendas de uma forma relativamente uniforme ao longo

do ano. De qualquer forma, his-toricamente, os melhores meses de vendas vão entre março e maio, exatamente este período que atravessamos.

VE – E este ano? Quantas máquinas agrícolas foram co-mercializadas no primeiro tri-mestre?

HP - No primeiro trimestre de 2020 foram matriculados 1457 tratores agrícolas novos, ou seja, menos 7,8% do que em igual período do ano anterior. No mês de março o mercado caiu 19,8%. Da mesma forma, se retirarmos os ATV temos 1273 unidades no primeiro trimestre, contra 1428 em 2019 (menos 10,2%). Neste caso a quebra seria de 23,1%.

VE - Por distritos, quais aqueles em que se regista-ram mais vendas de máqui-nas agrícolas em 2019 e tam-bém no primeiro trimestre de 2020?

HP - Em 2019 registaram-se mais vendas nos distritos de Vi-seu, Beja, Coimbra e Bragança. No período de janeiro e feve-reiro de 2020 (últimos dados disponíveis de transferências de propriedade) registaram-se mais vendas nos distritos de Viseu, Beja, Leiria e Bragança.

VE - Dispõe de dados a nível europeu das vendas de máquinas/equipamentos agrícolas na UE? Como foram as vendas de 2019 e como correu o primeiro trimestre de 2020?

HP - Em 2019 as vendas de tratores agrícolas na Europa re-gistaram um aumento de 5% por comparação com 2018. Para 2020 ainda não dispomos de números agregados a nível eu-ropeu.

VE – Como sabe, o Gover-no suspendeu, através do Despacho nº 4148/2020, de 5 de abril, o comércio pre-sencial de máquinas agrícolas (e de automóveis em geral). Que impacto é que isso está a ter nas vendas de máquinas agrícolas?

HP - Sem dúvida que teve um impacto negativo, uma vez que as redes comerciais encontram--se praticamente inativas. No setor dos automóveis está a pro-vocar uma queda nas vendas da ordem dos 86% e nas máquinas agrícolas uma diminuição supe-rior a 60%.

VE - O comércio online nes-te setor é possível e seguro?

HP - O comércio online é pos-sível, mas, no presente momen-to, não é o canal mais adequa-do, tendo em conta o tipo de produto e o perfi l do potencial comprador neste mercado, que privilegia o contacto presencial e a experimentação das máquinas com o apoio técnico das equipas de vendas. Trata-se de um pro-duto muito especializado e com uma utilização muito específi ca, que requer um forte apoio técni-co ao cliente.

VE - As empresas que co-mercializam maquinaria agrí-cola estão adaptadas a esta nova funcionalidade do e--commerce?

HP - As redes de distribuição estão preparadas para este tipo de comércio. E, por exemplo, já dispõem de catálogos eletróni-cos dos fabricantes que permi-tem combinar um vasto conjunto de sistemas e acessórios, desde os vários tipos e medidas de pneumáticos até aos diversos ti-pos de engates.

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“É cedo para poder fazer uma previsão da evolução do setor das máquinas agrícolas em Espanha; vai depender muito da maneira como sair-mos desta situação e quanto tempo tudo isto vai durar”.

A afi rmação é de Luís Mar-quez, docente na Escola Téc-nica Superior de Enge-nheiros Agrónomos da Universidade Politéc-nica de Madrid (Es-panha) e um dos maiores especialis-tas europeus em maquinaria agrí-co-la.

“A única coisa que ouso pre-ver é que haverá uma queda na venda de novos tratores entre 25 e 30%”, diz o especia-lista à “Vida Económica”, con-siderando que, “com uma frota sufi ciente de tratores, embora um pouco envelhecida, isso não causaria problemas para os agricultores”. Causa, isso sim, “para os revendedores”.

No segmento das máquinas de colheitas, “as vendas já es-tavam abaixo do mínimo” an-tes da crise. Agora, “tudo vai depender de como a colheita evoluir”, diz Luis Marquez, que tem uma certeza: “os produ-tores de cereais não estão a ganhar dinheiro” e, por outro lado, “o mercado de usados da maquinaria de colheita nos países da União Europeia é preocupante”. E “sobretudo os grandes agricultores estão a perder poder económico”, assim como “os mais desfavo-recidos” e “aqueles que pro-duzem alimentos para a restau-ração e o turismo”.

E há um facto a registar: “a situação em que nos encon-tramos mostra que estamos perante uma sociedade pre-dominantemente urbana”, que toma agora consciência de que “a agricultura e a indústria agroalimentar nacional são im-

portantes”.

“Os grandes investidores já estão a olhar para o negócio agrícola como algo rentável”

O docente na Escola Técnica Superior de Engenheiros Agró-nomos da Universidade Poli-

técnica de Madrid olha, contudo, para o outro lado da crise: “os grandes investido-res, a médio prazo, já estão a olhar para o negócio agrícola como algo rentável”.

E “vão investir nele, espe-c i a l m e n t e em culturas que po-dem ser

m a i s ren-

táveis” no futuro, antevê Luis Marquez. Já os pequenos agri-cultores, esses, “vão depender da PAC e, à medida que o di-nheiro disponível for reduzido, vão viver tempos muito difí-ceis”.

Numa outra vertente, “a si-tuação atual, com a limitação do movimento de trabalhado-res sazonais, pode aumentar a procura de equipamentos de colheita de frutas e legumes”, se os houver disponíveis.

Recusando avançar com mais análise sobre o setor, Luis Mar-quez conclui: “é necessário ter mais dados sobre a evolução da situação para sustentar mais opiniões”.

Até ao fecho desta edição, Espanha contava já com mais de 25 mil mortes por Covid-19. Os números revelados pelo Ministério do Trabalho, Migra-ções e Segurança Social espa-nhol mostram que a Covid-19 fez disparar o desemprego no país para um total de 3,5 mi-lhões de pessoas. Só em mar-ço – o estado de emergência foi iniciado no dia 15 – regis-taram-se mais 302 mil desem-pregados. Está em marcha um “Plano de Transição para uma Nova Normalidade” em quatro etapas, para o país entrar numa “nova normalidade”.

Suspensão do comércio presencial de máquinas agrícolas faz cair as vendas em mais de 60%

Espanha: “haverá uma queda na venda de novos tratores entre 25 e 30%”

Luís Marquez, professor na Escola Técnica Superior de Engenheiros Agrónomos da Universidade Politécnica de Madrid.

Hélder Pedro, Secretário Geral da ACAP.