Gazeta de Votorantim_Especial Aniversario_2014

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    A s festividades de nal de ano ga-

    nham maior grandiosidade em

    Votorantim, pois no dia 8 come-

    moramos o cialmente o aniversrio daemancipao poltica do municpio. Portrs da data existe a histria de bravurae coragem de pessoas que mobilizaramtoda a populao do ento distrito, parajuntos conquistarem a autonomia polti-ca votorantinense. Os desdobramentosda ao dos vanguardeiros re etiram naconstruo de uma identidade peculiar atodos cidados dessa cidade: a persistn-cia e a vontade coletiva de juntos cons-trurem um futuro cada vez melhor.

    A histria do povo votorantinensemistura-se com as atitudes dos vanguar-

    deiros. A mobilizao pelo SIM paraa criao do municpio e desmembra-mento de Sorocaba ganhou ruas, vilas,escolas e o nimo de todos. A vontadede construir uma comunidade em que osimpostos trazidos pelas indstrias e co-mrcio locais pudessem trazer benefciossociais para a populao que aqui vivia foia principal arma argumentativa para con-vencimento daqueles que viam na auto-

    nomia perigos ao bem estar existente.A mobilizao contou com a participa-

    o efetiva de ilustres e annimos cidados,os quais preferiram apenas se identi carcomo vanguardeiros. O esprito libertriomoveu o nimo de pessoas comuns da so-ciedade que viam na emancipao a nicaforma de romper com o descaso com queSorocaba tinha para com esses cidados. Acomunho de necessidades sociais e von-tade de transformao surgiu como umacorrenteza revolta incapaz de impedir ompeto libertador desses vanguardeiros naconquista da emancipao e, assim, pode-rem ser chamados de votorantinenses.

    A histria que se constri ao longodesses 51 anos vem demonstrando o per-

    l de uma cidade acolhedora, que alia ainovao transformao. Votorantimcresceu tanto em desenvolvimento eco-nmico quanto populacional, abrigandoos herdeiros dos vanguardeiros, comonovos moradores na busca de oportuni-dades. hoje um municpio que tem carade cidade pequena, mas mostra-se gran-de na fora de sua indstria e comrcio,como tambm na instalao de faculda-

    Editorial4 - Incio da mobilizao popular6 - A gura do vanguardeiro8 - Mathias Gianolla, o grande nomeda Emancipao10 - As canes do Movimento do Sim12 - Vanguardeiros contavam comcarteirinhas e diplomas14 - A criao visual da campanha do Sim16 - Os dez mandamentos do Sim

    18 - Momentos da Emancipao20 - Na reta nal para o Plebiscito20 - A cdula do Plebiscito21 - A festa da vitria23 - Reverendo Bressane fez acrsticosobre o momento histrico24 - A estampa de agradecimentodo Grupo Votorantim25 - Vanguardeiros voltam des lar48 anos depois28 - Os vanguardeiros mais antigos29 - Os argumentos dos contrrios separao de Sorocaba32 - Mensagem de Mathias Gianolla navspera do Plebiscito33 - Paulo Fontes, um dos entusiastas domovimento34 - Concurso da Semana da Emancipao36 - Surgimento de cidades e criao doDistrito de Votorantim39 - Nossa Histria Nossa Gente destaca100 personalidades ligadas cidade

    Diretores presidentesMnica Marsal

    Werinton Kermes

    TextosCesar Silva

    EdioCesar Silva

    E x p e

    d i e n

    t e

    EditorialAilton Bueno Scorsoline

    Jornalista ResponsvelWerinton Kermes

    (MTB 29.860/SP)

    RevisoLuciana Lopez

    DiagramaoWilson Roberto Grillo Jr.

    Fotos:Arquivo Cesar Silva

    EndereoRua Joo Walter, 289 sala 3 - Centro - Votoran-tim/SP - CEP 18110-020| Telefone: (15) 3023-0702

    e-mail:[email protected]

    ComercialKaterina Beranger

    e-mailcomercial@gazetadevotorantim.

    com.br

    Sitewww.gazetadevotorantim.com.br

    FacebookGazeta de Votorantim

    ImpressoMar Mar Grfica e Editora Ltda

    Distribuio gratuita

    des, shopping center e condomnios resi-denciais de luxo.

    Maior que Votorantim somente seupovo que mostra sua capacidade dereorganizar-se para juntar esforos nobenefcio da populao, em especial amais carente. So dezenas de instituiese organizaes benemritas que auxiliamcomunidades dos mais diversos setores.A centenria festa junina somente su-cesso em razo do esforo dessas pesso-as altrustas no trabalho voluntrio, comotambm da populao que participa ati-vamente dos festejos, cuja renda bene-

    cia crianas, idosos, doentes e famliasque vivem da ajuda do prximo.

    E assim o sentimento dos vanguardei-

    ros prevalece, aliando a perseverana solidariedade e a justia igualdade decondies, independentemente do so -brenome, da etnia ou da origem. serguerreiro nos momentos de lutas, semperder a sensibilidade de olhar o outro ever a oportunidade de ajudar.

    assim que se constri um povo, nossopovo. assim que Votorantim: ontem, hojee sempre.

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    N o incio dos anos 60, Votorantim gerava um montante consi-

    dervel de impostos, mas era consenso entre os seus mora-dores que o distrito estava esquecido, no sendo dotado de

    infraestrutura necessria para garantir melhores condies de vida. Omovimento pela emancipao do ento distrito de Votorantim da cida-de de Sorocaba logo ganhou fora.

    O plebiscito teve como resultado a maioria votando pelo desmem-bramento. Mas para chegar a condio amplamente favorvel pelaemancipao de Votorantim, houve a participao ativa de incans-veis vanguardeiros, assim como foram chamados aqueles que apoia-dos pela fbrica de tecidos Votorantim foram s ruas, participaram decomcios e carreatas, se tornando decisivos no movimento do Sim.

    Muitos vanguardeiros guardam com muito carinho, at hoje, panosdo Sim, carteirinhas e diplomas que atestam que participaram domaior evento democrtico j visto na histria de Votorantim.

    Vanguardeiros em Marcha narua Tarcsio Nascimento

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    Se chegamos ao momento de celebrar o 51 de aniversrio da Eman-cipao Poltico-Administrativa por que tivemos um numerosogrupo de pessoas, os vanguardeiros, que com garra e determina-o, foram fundamentais para garantir o desmembramento do ento dis -trito votorantinense da cidade de Sorocaba.

    Eles se constituram num grupo fervoroso que protagonizou um movi-mento histrico. Foram pessoas que se uniram em prol do mesmo ideal,que acreditaram que somente a Emancipao poderia alavancar conside-ravelmente o crescimento e o desenvolvimento de Votorantim.

    Os vanguardeiros representaram esse desejo coletivo, encamparam o pro-psito, organizaram incontveis reunies e se articularam visando garantir o

    desmembramento.Hoje Votorantim se orgulha, passado meio sculo de emancipao, determos muitos vanguardeiros entre ns, so pessoas que contam orgu-lhosas sobre essa motivao que contagiou a todos, decretando a vitriaesmagadora do Sim.

    preciso relembrar a luta e a coragem que os vanguardeiros tiverampara manifestar o desejo pela Emancipao e fazer com que isso sirva deinspirao e de modelo, para que possamos dar continuidade e honraraquele esforo que os nossos queridos vanguardeiros tiveram.

    O nosso reconhecimento e gratido a todos.

    Foi a maior festa popular que j

    tivemos

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    E mancipar sinnimo de alfor-

    ria, autonomia e para um me-nor a aquisio do direito de

    administrar seus prprios bens e re-ceber os rendimentos. Foi justamen-te o que aconteceu com o distrito deVotorantim, a Emancipao possibili-

    tou se preparar para em 27 de marode 1965 o municpio ser instalado,com o incio do funcionamento daPrefeitura e da Cmara e assim gerirseus prprios recursos e destinos.

    Para chegar a essa condio, no

    incio dos anos 60 havia o descontentamen-to por parte dos moradores do distrito deVotorantim quanto falta de manutenoda cidade de Sorocaba. Foi com o aval dogerente da fbrica de tecidos VotorantimMathias Gianolla, que a Campanha doSim ganhou fora e contagiou a todos.

    Existiram vrias lideranas que se destaca-

    ram nesse perodo a favor do desmembramen-to, mas Mathias alm de representar a fbricae ser uma das maiores referncias no distrito,tambm demonstrou capacidade de lideranae articulao para fortalecer o movimento.

    O garoto Mathias

    Mathias nasceu em Baltar, vila oper-ria que existia na regio de Santa Helena,quando garoto foi morar na rua Bernardinode Campos, prximo do porto da fbricaVotorantim. Com onze anos e meio j era

    o ce-boy, depois se tornou auxiliar deapontador, apontador, seguiu condiode gerente de fbrica por 30 anos e por l-timo diretor industrial.

    Imagine algum ter essa trajetria bem--sucedida pro ssionalmente e estudado so-

    mente at o segundo ano primrio.A lha nica, Sheila Gianolla, des-

    creve a gura de lder exercida pelopai. Foi uma pessoa muito inteli-gente, cou pouco na escola, masadquiriu muito conhecimento fa-zendo aquilo que era uma das coisas

    que mais gostava, ler muito. Assimse preparou para a vida. Tinha per-sonalidade forte, no desistia quan-do queria algo e ia luta, nunca sedeixava vencer pelas adversidadesdestaca Sheila.

    Mathias Gianolla

    Famlia Gianolla por volta de 1920, esq. dir. Egdeo, Felisbina (Bina), Mathias, matriarca Francisca, beb no colo Ivan, Alexandrina (Vitalina), patriarca Virglio, Adlia, Vitaliano e Alex

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    Odistrito de Votoran-tim tinha os ares deuma pequena cidade

    do interior paulista, no esta-va emancipada, mas como amaioria delas nos anos 60 tinhaestrategicamente no centro aigreja, um belo jardim e o co-reto que recebia as bandas po-pularmente conhecidas comoOrgulhosa, que era mais nume-rosa e mantida pela fbrica detecidos Votorantim e a Teimo-sa, que mesmo sem qualquerapoio insistia em levar alegria comunidade.

    Foi nesse meio que em 1962,o saudoso msico Athayde J-lio, se tornou o autor do Hinodo Vanguardeiro. Logo caiu nagraa popular e uma nova can-o tambm surgiu, o Baio daIndependncia. As duas com-posies garantiram espaonos eventos pr-emancipao.

    Banda Orgulhosa 1962, com Ari Pires Martins de culosde sol e no Bombardino,mais Orlando Cardoso, Romeu Pregnolato, VasmiCosta, Benjamim, Pel,Vanildo Messias, Luis Machado e Gilberto Costa

    Hino do Vanguardeiro

    J tivemos muita pacinciano podemos sofrer mais assim

    e faremos a independncia

    no distrito de Votorantim.

    No podemos viver no esquecimentoprecisamos da Emancipao

    ns queremos o desmembramentons queremos a libertao.

    Baio da Independncia

    Aqui no meu Votorantimpoltico estranho no pe mais a mo

    porque o meu povo vai se reunir

    e vai exigir, tua emancipao.

    Nosso dinheiro no vai mais emborao nosso sonho vai se realizar

    porque o meu Votorantim agoratenho certeza que vai melhorar.

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    Durante o movimento pr-emanci-pao, as dependncias do ClubeAtltico Votorantim (CAV) foram

    abertas para que diariamente os simpati-zantes da causa pudessem manifestar ointeresse pela carteirinha de vanguardeiro.

    Ali preenchiam um formulrio e en-tregavam duas fotos, uma para comporo documento com nome, nmero de re-gistro e zona eleitoral a qual pertencia oeleitor, a outra foto cava no chrio doarquivo.

    No mesmo dia, os formulrios eramdirecionados ao escritrio da fbrica Vo-torantim, onde serviam de base para o

    preenchimento da carteirinha. Se fossepreciso, funcionrios como Vilson Cava-chini e Benedito de Oliveira Souza ca-vam aps o expediente para garantir oatendimento de todos os pedidos.

    No dia seguinte retornavam secre-taria do clube, prontas para serem en-tregues aos vanguardeiros, que tambmpodiam receber tecidos com as estampasdo Sim. Todos saam sorridentes, aindamais dispostos aps ter o nome includono Clube do Vanguardeiro e assim foi atos ltimos dias que antecederam o ple-biscito.

    Geralmente, ao pleitear a carteirinha,

    o solicitante tambm pedia a confecodo diploma de vanguardeiro, porm es-ses eram feitos somente queles maisativos no movimento e passava pelo cri-

    vo direto dos organizadores dainiciativa.

    A confeco de carteirinhas ediplomas serviu de termmetroeleitoral para que os lderes dacampanha do Sim pudessem atrairo maior nmero de eleitores,incentivar o engajamentono movimento e pre-ver se a vitria noplebiscito estavaa caminho.

    Modelo do Diploma de Vanguardeiro

    Carteira de Vanguardeiro de Vilson Cavachini, aos 25 anos

    Vilson ao lado da esposa,mostra uma das mquinas onde

    datilografava as carteirinhas

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    Sobrinho e tio passavam a maiorparte do tempo na Barra Fundaonde moravam, mas engajados emmovimentos distintos sobre a Emancipa-o de Votorantim. Conviviam juntos, po-rm com ideais diferentes.

    Enquanto o deputado estadual Juve-

    nal de Campos era o maior nome poltico frente do movimento contrrio, o sobrinhoAntonio Wilson de Campos foi ativo no grupofavorvel ao desmembramento, tanto quefoi o responsvel pela criao dos desenhosque estamparam os tecidos entregues pelafbrica de tecidos Votorantim para divulgar amotivao de dar o voto no Sim, para garantira separao de Sorocaba.

    As ideias sobre charges e demais ilustra-es saam do escritrio e encontravam nosetor de fotogravura o desenhista AntonioWilson para ilustrar e dar vida s estampas.

    Para a alegria do criador visual, os panosforam utilizados em grande escala no distri-to, estando presentes nas vestimentas dosvanguardeiros e fachadas das moradias.

    Antonio Wilson de Campos e Jnio Quadros

    Estampa foi usadacomo vestimenta dos

    vanguardeirosVotorantimmostrada sedesmembrandode Sorocaba

    A proposta de uma cidade prspera

    Deputado Juvenalde Campos

    Com a emancipaoos impostos fcariam

    para Votorantim

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    O S D E Z M A N D A M E N T O S D O

    S I M

    Vo toran tinense, a 1 de dezembro, lembra- te que:

    1 Vo tar SIM, dar independncia tua terra, liberdad

    e a vs prprios e horizon tes magn cos a teus lhos

    !

    2 Vo tar SIM, a melhor maneira de pr um paradeiro

    injus tia e ao os tracismo de que fos tes v tima por m

    ui tos e mui tos anos!

    3 Vo tar SIM, impera ti vo da conscincia de um po v

    o oprimido e humilhado, um po vo que viu e v seus

    recursos serem malbara tados em

    panaceias adminis tra ti vas e orgias oramen trias!

    4 Vo tar SIM, mesmo que dizer bas ta a essa Soro

    caba insens vel e ingra ta, que nunca proporcionou um

    momen to de alegria a es te lho

    que tudo lhe tem dado!

    5 Vo tar SIM, romper os vnculos por onde teu sangu

    e tem sido sugado inde nidamen te, deixando- te frac

    o e combalido, mngua de qual-

    quer assis tncia ou a teno!

    6 Vo tar SIM, sacudir de uma vez por todas, a poeira da tua indi ferena, tom

    ando em tuas mos, aquilo que por direi to te per tenc

    e e, mais

    do que a ti, per tence a teus lhos!

    7 Vo tar SIM, usar a arma que a Democracia coloc

    ou em tuas mos, para que te de fendas con tra os usu

    rpadores de teus direi tos, con tra

    co veiro de teu progresso, con tra os carcereiros de tu

    a liberdade!

    8 Vo tar SIM, a a rmao da tua ma turidade pol tic

    a, do teu anseio de progresso, num momen to em que

    os abu tres de tua sor te te julgam

    so terrado sob uma mon tanha de ignorncia!

    9 Vo tar SIM, en fren tar de pei to aber to a mons truo

    sa campanha que con tra ti es to mo vendo, usando de

    todos os meios e recursos para te

    subordinar e ternamen te ao jugo impiedoso de pol tico

    s falidos e incompe ten tes!

    10 Vo tar SIM, dar a teus lhos aquilo que nunca ti ve

    s tes: Escolas Superiores, Hospi tais, Pron to Socorro, R

    uas As fal tadas, Praas Ajardinadas,

    gua em abundncia, Luz em pro fuso, Esgo tos e tod

    a uma srie enorme de bene fcios que a moderna ci vil

    izao te pode o ferecer. E o que

    mais impor tan te, vo toran tinense, ters o respei to da

    s comunidades vizinhas e direi to inalien vel de dirigir

    aquilo que te per tence!

    Vo toran tim espera que cada um de seus lhos cumpra

    o seu sagrado de ver! J .Ca s s ilo

    Rplica de um dos panfetos distribudos na campanha do desmembramento

    Logo daCampanha

    do Sim

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    O resultado favorvel do plebiscito foi onosso grito de libertao, a maior expressode contentamento jamais vista em Votoran-tim. Hoje d saudades daquilo que pude pre-senciar ao lado do meu pai Mathias Gianolla,o gerente da fbrica de tecidos Votorantim.Eu era garota, no tive a carteira de van- guardeira, mas me considero vanguardeira, j que estive o tempo todo junto ao meu paie vi o quanto todos comemoraram pelasruas das vilas operrias

    Sheila Gianolla

    Sorocaba no tratava Votorantim como umdistrito, mas como um simples bairro, que eraesquecido e com poucos recursos. A Rua do Co-mrcio por exemplo, era uma via estreita, umaestrada, tudo era difcil. A luta pelo desmembra-mento no foi fcil, mas hoje temos uma cidadebonita e agradvel. A oposio criava a ideia queo gerente da fbrica de tecidos Votorantim, Ma-thias Gianolla, comandaria tudo, pois alm daempresa, teria em suas mos a Prefeitura e po-deria aumentar os impostos. A verdade que seno emancipasse muitas pessoas iriam emboradaqui, pois estavam descontentes e fcaramosnas mesmas condies de Brigadeiro Tobias

    Jos Ausberto Bressane

    Eu trabalhava na seo de confeco da fbricaVotorantim que foi idealizada pelo gerente Mathias,ajudando a organizar e orientando no corte dos te-cidos com estampas pr-emancipao que eram do-adas no salo social do CAV onde eram emitidas ascarteiras e diplomas de vanguardeiros. Fomos vriasvezes num comboio de nibus at a Assembleia Le- gislativa do Estado de So Paulo para pressionar osdeputados pelo desmembramento. Lembro que emminha primeira ida, o assunto no entrou na pauta devotao, na segunda vez o gerente Mathias tambmconvidou todo o pessoal da nossa seo de costurae demos sorte, quando foi aprovada a Emancipao

    Adoraci Schudeler Violino

    A campanha pela Emancipao levantou Votoran-tim. ramos um distrito de Sorocaba, mas tratadoscomo um flho no muito querido, pelo menos fnan -ceiramente. Dvamos grande renda Sorocaba coma produo das fbricas, mas o retorno era pequeno. A campanha foi to entusiasmante, que me recordomuito bem que tnhamos comprado pela fbrica detecidos Votorantim uma mquina na Sua e o monta-dor veio para c. Era muito simptico, se engajou co-nosco na campanha, ia nos comcios, vibrava e sendouma pessoa que no tinha direito a voto. Mas estaval e sabia que era algo bom comunidade

    Gasto Lenidas de Camargo

    Emancipao

    doraci Schudeler Violino

    Gasto Lenidas de Camargo

    Jos Ausberto Bressane

    Sheila Gianolla

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    Cartazes como este, foram feitos na reta nal da campanha peloSim e espalhados s vsperas do Plebiscito nos postes de ilumina-o pblica, como forma de reforar a mensagem pela conquista dovoto favorvel da grande maioria residente no distrito.

    Cartazem prol daemancipao

    E sse o modelo da cdula o cial utilizada pelo plebiscito de 1 de dezem-

    bro de 1963.O resultado: 4.181 eleitores participaram da votao, sendo 3.099 mani-

    festando a opo pelo Sim, outros 1.003 sendo contrrios e os demais votandoem branco ou nulo. Portanto, vitria esmagadora a favor da Emancipao.

    Posteriormente Votorantim teve sua primeira eleio municipal em 07 demaro de 1965 e posse dos eleitos em 27 de maro do mesmo ano.

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    Votorantim no pode se esquecer dos vanguardeiros que em1963 tomaram as ruas e des laram orgulhosos com a camisado Sim. Foi uma campanha que ganhou fora e movimentou

    todo o distrito em prol da Emancipao.Se o Brasil aplaude anualmente o des le dos pracinhas, aqui em

    Votorantim tambm temos motivos para saudar o des le dos nossospais e avs vanguardeiros.

    Vanguardeirosem Marcha

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    Vanguardeirosem Marcha

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    E ntre as peas expostas no Museu PblicoMunicipal, que funciona junto Secre-taria de Cultura, Turismo e Lazer, est oAcrstico Desmembramento em Marcha, deautoria de Jos Ausberto Bressane, o popular

    Reverendo Bressane.Durante a campanha da Emancipao ele su-biu por inmeras vezes na Tribuna Democrtica,uma espcie de palanque para os comcios e del defendeu fervorosamente os pontos favo -rveis, tanto que ele deu esse primeiro passocontribuindo para que dois is da Igreja Pres-biteriana Independente fossem posteriormenteeleitos na primeira eleio municipal, sendo opresbtero Laurindo Alves da Silva na condiode vice-prefeito e Jos Moreira de Souza Filho(Zico Moreira) como vereador.

    Para ele, o acrstico de sua autoria umaobra que traz palavras poticas onde enaltece aimportncia do momento histrico que marcouVotorantim.

    O acrstico que retrata a Emancipao

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    E ssa estampa, feita pela fbrica de te-

    cidos Votorantim, foi confeccionadalogo aps o plebiscito de 1 de dezem-

    bro, como forma de marcar o novo momen-

    to vivido na comunidade local. Com o climanatalino chegando, entre os dizeres existen-tes nas estampas consta: Votorantim, Cida-de Nova, deseja a todos: Boas Festas.

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    Assim como zeram em 1963 percorrendo as ruas do entodistrito de Votorantim reivindicando a emancipao de So-rocaba, 48 anos depois (2011), eles se reuniram e voltaram a

    des lar, marcando presena no des le de aniversrio de Votorantim,desta vez para declarar o seu amor e orgulho de ver a cidade toprspera que eles ajudaram a construir.

    A iniciativa incluiu a visitao aos lares dos vanguardeiros, den-tro da proposta de levantar quantos esto vivos, como eles estoe sensibiliz-los para estarem presentes no des le comemorativoao aniversrio da cidade.

    A expectativa foi a partir daquela data todos os anos marca-rem presena nos des les de dezembro numa justa homena-gem e reconhecimento queles que fazem parte do movimentoque originou a cidade de Votorantim.

    Essa ao deu certo, tanto que na primeira ala des laram

    os vanguardeiros que sicamente podiam fazer a caminhadade cerca de 300 metros, levando em considerao que grandeparte conta com idade avanada. A segunda ala teve comodes lantes um representante de cada um dos vanguardeirosfalecidos, onde se viu na homenagem pstuma familiarescom quadros e roupas com fotos desses vanguardeiros eainda, a terceira ala tendo o Jeep Clube Sorocaba/Votoran-tim com a presena dos vanguardeiros mais idosos e queno encontravam condies de caminhada.

    Provamos em 2011 que possvel fazer um belo des le,mas preciso ter carinho com os nossos vanguardeiros,ao fazer o contato direto e dar as melhores condiespara garantir a presena deles na avenida. Como temosum nmero considervel de vanguardeiros na cidade aexpectativa que se continue dando as condies paraanualmente des larem.

    Pblico comemorouo grande atrativodo desfle

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    26 Especial Aniversrio de Votorantim 2014 | Gazeta de Votorantim

    Palanque montado para acolher os

    vanguardeiros

    As vanguardeirasmarcaram presena

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    28 Especial Aniversrio de Votorantim 2014 | Gazeta de Votorantim

    A mbos esto com 98 anos, pre-

    senciaram a enchente de 1929,mas o que mais marcou em

    suas vidas foi a campanha pela Emanci-pao. Estavam juntos na corrente quedefendia a separao de Sorocaba. Ar-mando Benedetti e Humberto Massaalm de serem os vanguardeiros maisantigos, se tornaram testemunhasvidas dos acontecimentos que garan-tiram o desenvolvimento do distritode Votorantim e hoje comemoram ocrescimento da cidade.

    Armando Benedetti cou popular-mente conhecido como o Armandoda Farmcia, com seu estabelecimen-to funcionando na rua Sorocaba, em

    frente a casa de Zeca Padeiro. A par-

    ticipao foi to ativa no desmembra-mento que impulsionou sua candida-tura a vereador, fazendo parte dasduas primeiras legislaturas.

    Foi algo muito bom, as idas As-sembleia Legislativa do Estado parapedir a Emancipao e a mobilizaopor aqui. A grande maioria queriao desmembramento e aqueles queeram contrrios alegavam que ti-nham medo que a fbrica de tecidosVotorantim, que era a maior geradorade empregos, pudesse prejudicar osoperrios, relembra Armando quetrabalhou por 80 anos, s deixandoo atendimento que fazia numa farm-cia no bairro Itapeva quando estavacom 95 anos.

    J Humberto Andr Massa, nas-cido na Barra Funda e vindo de uma

    famlia de origem italiana, trabalhou por51 anos no Grupo Votorantim, sendo osprimeiros 35 anos na fbrica de tecidos,comeando como limpador de maqui-neta, passou a ajudante de mestre e de -pois contramestre. Ao se aposentar, re -cebeu o convite para trabalhar no ClubeAtltico Votorantim e cou por 26 anos,sendo conhecido como o guardio daspiscinas e tomava conta do campo defutebol. Muitas vezes ampliava sua jor-nada de trabalho ajudando noite nosalo social do clube.

    Era s aprontar que eu chegava apitan-do e tirava da piscina, pegava a carteirinhae levava diretoria. No tinha jeito, era pre-ciso ser rme para garantir o controle. L

    tinha dois trampolins, um mais alto que o

    outro e a queriam pular do mais alto no maisbaixo, era um perigo, podiam se machucarrelembra seu Humberto.

    Essa mesma disposio com que Hum-berto organizava os espaos do clube e

    a boa comunicao exercida nos balces

    com Armando da Farmcia tam-bm foi observada quando juntostrabalharam sensibilizando para ovoto ao Sim do eleitorado locale depois comemorando a to al-

    mejada independncia.

    Armando Benedetti Humberto Andr Massa

    Humberto a frente dos vanguardeiros

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    Ogrupo do No, como cou co-nhecido, era liderado por JosCarlos de Oliveira (Luizo) e os

    saudosos Juvenal de Campos, Luiz doPatrocino Fernandes (Luizinho) e ItagibaLoureiro de Melo.

    No que fossemos contra o des-membramento, ramos contrrios que-les que lideravam o movimento do Sim.Eu mesmo seria a favor se fosse feito so-mente pelo povo, mas atendeu aos inte-resses ao grupo empresarial que possuatrs fbricas no distrito, destaca Luizo.

    Partindo dessa viso, o grupo doNo entendia que as reais intenes

    do grupo empresarial era o de no pa-

    gar impostos como naquele momentofaziam Sorocaba e com a Emancipaodo distrito pleitear junto a nova cidade areduo de tributos e ainda, baixar os sa-lrios, por que Sorocaba fazia parte da se-gunda regio em relao a faixa salarial, j

    com o desmembramento Votorantim estariana quarta regio, possibilitando a reduo desalrios e gerar maior economia aos patres.

    Para levar adiante a proposta de votarNo, o grupo oposicionista no contava comrecursos, os textos eram redigidos em mqui-nas de escrever e reproduzidos com o valorrateado entre os defensores da permannciacomo distrito. Entendiam que estavam defen-dendo os interesses do trabalhador e da po-pulao local.

    Foi quando os oposicionistas comearama difundir suas ideias e, a fbrica de tecidos Vo-torantim percebendo isso, reuniu um grupode empresrios locais e fez um documento,

    registrado em cartrio, assumindo o compro-

    misso que com a Emancipao seria pago omesmo salrio existente em Sorocaba. Fize-ram cpias do documento e espalharam pelodistrito, a rmando ser o cial e no podendodeixar de ser cumprido. Aps o desmembra-mento, no puderam reduzir salrios.

    Itagiba Loureiro de Mello Jos Carlos de Oliveira, o Luizo Luiz do Patrocino Fernandes Juvenal de Campos

    Pan eto do No

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    30 Especial Aniversrio de Votorantim 2014 | Gazeta de Votorantim

    Pan eto do NO, com o

    movimento sindical

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    Pan etos da Fbrica

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    32 Especial Aniversrio de Votorantim 2014 | Gazeta de Votorantim

    H apenas 24 horas domomento em que ire-mos s urnas para livre-mente darmos o nosso voto,faamos um retrospecto dessalonga e penosa caminhada e

    no podemos deixar de reco-

    nhecer que somente graas divi-nas poderiam ter dado energiae serenidade para suportarmosintrigas e inverdades da foracontrria, que tenta impedir o

    bem-estar de nossas famlias.Nessa luta, tivemos o amparo de todos

    os guias espirituais do povo deste distrito,padres, ministros e ancies, a quem since-ramente rendemos nossas homenagens.

    Nesta hora final, no repetiremos os

    argumentos que criaram a nossa inde-

    pendncia, mas se isso no fazemos,no podemos deixar de alertar o povode Votorantim para as intrigas e menti-ras de ltima hora que por certo seroainda lanadas para tentar o ltimo es-

    foro contra as foras do bem.De acordo com a Lei, quinta-feira p.p.,

    s 24 horas, terminou o livre curso das pro-pagandas. Assim, os que s podem lanarmo de mentiras o fazem na ltima hora,quando no podero sofrer a contradio

    da outra parte. Ainda hoje circulou um Bo-

    letim sobre a venda das casas operrias, oqual um amontoado de mentiras pois to-dos j caram sabendo pelas reunies que

    zemos que:1) Ningum obrigado a comprar casa

    seno o desejar, assim como lheser assegurado o direito de conti-nuar como inquilino;

    2) No caso de compra, as pres-taes jamais sero fora do alcancedo comprador;

    3) Os impostos jamais sero osmencionados no Boletim; o que alimenciona ser pago se Sorocabacontinuar mandando, pois em Voto-rantim casa de aluguel inferior a Cr$2.000,00 estar livre de impostos.

    A comemorao aps o resultado favorvel do Plebiscito

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    A histria sendo contada commuita percepo, assim erao desejo do saudoso PauloFontes quando o tema era abordaras origens e formao de Votoran-tim. Ele se preocupava com detalhesnos artigos publicados em jornais,no deixava de mencionar algumnome e apontava com preciso cadamomento ao demonstrar entusias -mo com a cidade.

    Paulo Fontes faleceu em 11 de mar-o de 2012, aos 77 anos, nos deixoutristes. A qualquer momento l esta-va nos trazendo estmulo para fazera leitura de algum artigo na coluna Sombra na Chamin, fazendo al-guma homenagem pstuma quandodo falecimento de um amigo ou per-sonalidade da cidade e tambm retra-tando os detalhes histricos em datas

    comemorativas de Votorantim.Na emancipao tambm foi umdos vanguardeiros ativos e com cer-teza um bom observador, vejamosum dos trechos em que destaca a mo-

    bilizao popular que decretou o desmem-bramento.

    Pelo lado do Sim so enumeradas lide-ranas, mas elas s tiveram um lder, umhomem chamado Mathias Gianolla. Os de-mais foram contingncias de um poder, deum mando. Havia sim 99 fatores favorveis,que se desenhavam numa vida autnoma,num progresso almejado. Porm havia d-vidas sobre alguns aspectos que poderiamse tornar prejuzos para uma classe oper-ria subalterna e pac ca. Estvamos no ladochamado forte, j nos primeiros passos dachamada publicidade bolando estratgiaspara angariar adeptos. Aparecem gurase talentos que as narrativas omitem porfalta de humildade em reconhecer. E quepor assim o serem, passam despercebidos.Buscamos o talento de Antnio Wilson deCampos na rea da arte e do desenho, bemcomo outros com suas qualidades. Aqui a

    gura de Accio Miller, Adoraci Scudeler,Silos Meira, Jos Moreira de Souza Filho(Zico Moreira), Reverendo Jos AusbertoBressane, Thomaz Gimenes Martins, AdairMarinoni, Edson Campioni, etc..

    Outubro de 1963. Pegava fogo a campanha do desmem-bramento de Votorantim. As vilas e bairros cobertos de ban-deiras e cartazes e todas as noites comcios e encontros naperiferia. A rotina nas casas j era conhecida:

    - Mulher, j quase oito horas, to indo no Itapeva, hojetem comcio l.

    Bandeirola do Sim amarrada no para-choque traseiro doFusca mais bege-ferrugem do que branco, e l ia o Raimun-

    do na sua luta cvica. Voltava s duas da manh, e no acordarpara ir ao trabalho desculpava-se ainda na cama:- Viu, depois do comcio camos l orientando aquela gen-

    te sobre as vantagens da separao de Sorocaba, eu, o geren-te e o Pedro Rangel.

    - T certo, Mundo, deixe 20 cruzeiros para pagar o aou-gue.

    - Que isso, mulher, to rapado, paguei cerveja pros elei-tores.

    - Mas voc saiu com mais de cem cruzeiros no bolso, e oresto?

    Raimundo saiu de ninho e foi para o trabalho. Naque-la noite o mesmo dilogo, pois o comcio seria na Chave. Eladisse que tambm ia sair, pois ia visitar uma amiga que tinhaganho beb.

    Quando a mulher descia a rua Joo Laureano, no Rio Aci-ma, viu o Fusca embandeirado parado na esquina. Entrou eespiou, olhou e con rmou. O marido estava numa mesa dejogo de baralho. O pau da bandeira comeu solto naquela ca-bea. Ela desceu a p, ele no fusca sem bandeira. Com cara decachorro fujo, encontrou a porta trancada:

    - Por favor, abra Setembrina!- Suma e leve o pano da bandeira do Sim para ver se en-

    gana outra tonta. Eu vou votar No. O pau ca aqui comigo.- Mas para que?- Como garantia da minha Emancipao.

    Paulo Fontes

    Chacoalhando oPau da Bandeira

    Paulo Fontes

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    34 Especial Aniversrio de Votorantim 2014 | Gazeta de Votorantim

    No nal dos anos 60 quandoVotorantim comemorava osprimeiros anos de separao

    de Sorocaba, o aluno Joo Neves dePaula, do Ginsio Estadual Prof. Da-

    A Emancipao

    niel Verano obteve o primeiro lugarno Concurso da Semana da Emancipa-o realizado na cidade.

    Con ra o texto de sua autoria e que foipremiado pela Comisso Organizadora.

    Toda cidade tem sua histria,Votorantim tambm tem a sua, oumelhor fez a sua histria.

    Era at o dia 6 de novembro de1964 distrito do municpio de Soro-caba.

    Seu grande parque industrialcarreava para os cofres da Unio,do Estado e do Municpio somasfabulosas.

    Mas, parte dessa soma que porjustia nos pertencia, nunca nosera devolvida em forma de obraspblicas que ali deveriam realizar.

    De quem era a culpa? Nossa?No.

    Era dos administradores de So-rocaba, que se sucediam e nadarealizavam em benefcio do nossodistrito.

    Todo o municpio esperava, emvo, por melhoramentos pblicosque nunca vinham.

    Alegavam os prefeitos a falta de

    verbas para a realizao dos servios recla-mados.

    Toda Sorocaba estava descontente com

    esse estado de coisas, mas o que se poderiafazer para modi c-lo.Nada, ou melhor, quase nada, pois a

    nica soluo aceitvel para resolver esseproblema, seria a escolha de um prefeitocapaz, que tivesse amor sua terra e de ve-readores que se unissem a esse prefeito e oajudasse a retirar Sorocaba do caos em quese encontrava.

    Mas o povo sorocabano sempre foi infe-liz na escolha de seus administradores.

    Essa infelicidade se consolidava a cadaquatrinio, quando o povo era chamado surnas para eleger seus governantes.

    A vaga esperana de uma recuperaodas nanas municipais e a seguir da reali-zao das obras pblicas reclamadas, desa-pareceu por completo.

    Toda populao conhecia este estado decoisas e pagava pelo erro de eleger homensque apenas queriam projetar seu nome na

    sociedade, que aspiravam ao cargo de pre-feito por vaidade e no por amor a terra emque viviam.

    Era justo que Votorantim continuassea pagar, tambm por erros cometidos portoda populao?

    Era justo que os votorantinenses conti-nuassem a sofrer as consequncias das ex-perincias que os sorocabanos realizavamtoda vez que eram chamados s urnas paraescolher seu prefeito?

    No! Quase todos os votorantinensesachavam que no era.

    Comeou ento, a gerar-se em cada vo-

    torantinense o descontentamento, a des -con ana e a incerteza de um futuro pro-missor que a cada quatrinio que passava,se tornava mais incerto e longnquo.

    Tal situao fez com que alguns ho-mens que amavam Votorantim e queriam

    o progresso desta terra, encabe -assem um movimento audacio-so, mas que era a nica soluopara que nossa terra pudessecontinuar progredindo e que re-cebesse em obras pblicas, o di-nheiro que daqui era levado sobforma de imposto.

    Precisvamos deixar a malditacondio de vilarejo que nos eraimposta.

    Lanaram pois estes homens ogrito de batalha:

    - Desmembremos de Soro-

    caba.

    Votorantinenses foram de nibus Assemblia Legislativa apoiar votao da emenda do Plebiscito

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    A ideia criou vulto, comearama organizar reunies, realizaram co-mcios e a populao foi esclarecidaa respeito de todos os fatos que oslevaram a encabear tal movimento.

    Os votorantinenses foram cha-mados a cerrar leiras nesta bata-lha, conscientes da causa pela quallutariam.

    Mas no foi fcil: tiveram quecombater os que eram desfavor-veis ao movimento, os que tememtudo, os que preferem car mar-ginalizados em uma luta e apenasaguardam os acontecimentos e ospessimistas que em nada creem epor nada se interessam.

    Aliados, a estes, as foras polti-cas de Sorocaba uniram-se e forma-ram uma frente contra o desmem -bramento, pois temiam perder odistrito que era uma verdadeira fon-te de abastecimento para os cofresmunicipais.

    Lanaram manifestos, zeramcomcios contra o movimento, masapesar da capacidade reconhecida,do carter elevado e do alto concei-to que os administradores soroca-banos daquela poca gozavam nomeio da populao, tudo o que ze-ram contra o movimento foi intil.

    Votorantim no queria mais viverde experincias, queria realizar-se etinha meios prprios para faz-lo.

    A populao desejava o des-membramento, comparecia aos co-

    mcios e s reunies que os lderesdo movimento realizavam, presti-giando-os.

    O povo foi trs vezes capitalpaulista, a m de demonstrar aosnossos legisladores estaduais quea luta no era apenas de um grupo

    interessado no desmembramento, mas detoda uma populao que queria se libertare ter vida prpria.

    Foi ento, dada a autorizao para a re-alizao do plebiscito: tnhamos vencido aprimeira etapa de nossa luta.

    Feita a votao o Sim a favor do desmem-bramento obteve a maioria dos sufrgios.

    Votorantim estava separada de Soroca-ba, era um municpio autnomo: fora venci-da tambm a segunda etapa.

    Tivemos festa durante o dia todo em co-memorao a vitria alcanada.

    Houve homens que se destacaram nestabatalha, verdadeiros altrustas que tudo -zeram pela emancipao de sua terra.

    Foram verdadeiros heris.No vou aqui destacar seus nomes, pois

    toda a populao sabe quem so eles e aprpria histria deste municpio cuidar deimortaliz-los.

    As primeiras batalhas estavam ganhas,mas ainda havia outra, talvez a mais difcilde todas.

    Era a luta interna para a escolha dos ad-ministradores do novo municpio.

    Era a luta de homens que se apresen-tavam como candidatos a prefeito, a vice--prefeito e vereadores e que se eleitos, po-deriam ou no transformar em realidade osideais pelos quais lutvamos.

    Caberia ao povo escolher.Certo ou errado seria o povo que iria

    escolher os homens para administrar estaterra ansiosa por progredir e que tinha to-dos os meios para faz-lo, desde que seusgovernantes tivessem competncia paradirigi-la.

    Escolheramos bem ou mal?Iramos continuar com as experincias

    de nossos irmos sorocabanos?Era uma incgnita.Mesmo aps a eleio que se deu no dia

    7 de maro de 1965, na qual foi eleito umdos lderes do movimento desmembracio-nista e para vereadores nove homens degabarito e experincia, era cedo para sefazer um julgamento.

    Agora aps trs anos de vida autnoma,a populao votorantinense tem a certezade que acertou.

    Os senhores vereadores uniram-se aosenhor prefeito e o povo assiste feliz a essaunio que s lhe traz benefcios e progressos.

    Temos um Legislativo atuante e umaprefeitura realizadora.

    com prazer que observamos os vecu-los da prefeitura levando homens e mate-riais para os locais onde se realizam os me-lhoramentos pblicos.

    com satisfao que vemos a nossaprefeitura mecanizar-se numa prova de

    modernismo e objetividade para arealizao das obras que se fazemnecessrias.

    o nosso dinheiro que vemoscircular espalhando melhoramen-tos e progresso.

    Votorantim est mudando deaspecto.

    So redes de gua e esgotos quese instalam aqui, so quilmetrosde rede de eletricidade pblica quese instalam acol, so centenas demetros de asfalto que se assentamnas ruas centrais da cidade, a re-modelao e conservao de viasantes intransitveis, criao de es-colas, restaurao de pontes, cons-truo de novos jardins, um servioprprio para a retransmisso deimagens dos canais de televiso, aremodelao do cemitrio e outrascoisas que se fazem.

    Tudo isso o povo assiste satisfei-to e notando agora que acertou nasescolhas que fez tanto para o Exe-cutivo como para o Legislativo.

    Queira Deus que continuemoselegendo bons governantes e queno entremos no crculo vicioso dasexperincias que outrora s nostrouxeram decepo.

    Excurso para acompanhar aprovao do decreto de lei da Emancipao, na Assemblia Legislativa

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    36 Especial Aniversrio de Votorantim 2014 | Gazeta de Votorantim

    Omomento do maior surgi-mento de municpios doBrasil ocorreu nas dcadasde 50 e 60, conforme estudo doIBGE (Instituto Brasileiro de Geo-gra a e Estatstica) que apontoucomo causa e efeito o sistema detributos partilhados gerado peloFPM (Fundo de Participao dosMunicpios), a partir de sua criaopela constituio nacional de 1946.As cotas eram iguais para todos osmunicpios, no havia distino epor isso os governos de estados in-centivavam a criao e formao denovas cidades, com o interesse cla-ro de atrair mais recursos da Unio.

    Mas se por um lado uma maiorquantidade de municpios poderiatrazer mais recursos para determi-nado Estado, no existia clarezadentro de um movimento emanci-pacionista, quanto a estabelecernormas e critrios que pudessemser seguidos risca para atestar ascondies plenas para o desenvol-vimento ps-desmembramento,como viabilidade socioambiental eurbana, o registro de bens e valoresculturais de importncia comuni-dade, sem contar essencialmenteos fatores econmicos, j que antesmesmo da instalao do municpio

    deveria mostrar que era possvel garantir aarrecadao su ciente visando fazer frenteaos desa os da nova administrao, comomanuteno, fortalecimento e implantaode aes.

    Foi nesse mesmo perodo, que surgiuuma agitao popular, ganhando fora eculminando numa campanha que incenti-vava a comunidade a conhecer os pontosfavorveis, em caso de emancipao doento distrito de Votorantim da cidade deSorocaba. Apesar da movimentao inten-

    sa em todos os estados pelo incentivo dacriao de novos municpios, Votorantimque viveu a mesma poca, tinha particula-ridades que justi cavam seu desmembra-mento, independente do interesse de re -presentantes de outros entes federativos,mas que garantiam a certeza de sua manu-teno e viabilidade econmica.

    Votorantim se constituiu numa regioonde houve marca histrica da presenade bandeirantes e tropeiros, surgiu comoum vilarejo permanecendo por cerca detrezentos anos, com o passar do tempoganhou a condio de bairro de Sorocaba,municpio este que atualmente sede daquarta regio administrativa do Estadode So Paulo. Houve a elevao condi-o de distrito sorocabano em 1912 coma instalao do Cartrio de Registro Civilde Pessoas Naturais, esse era um degraurumo autonomia que viria a ser conquis-

    tada por Votorantim, 51 anos depois.Logo aps Votorantim se tornar um dis-

    trito de Sorocaba comeou a receber algu-

    mas empresas de porte considervel, vindoa ser conhecida como um distrito industrial.Era um perodo que gerava muitos empre-gos e por no serem absorvidos em sua to-talidade pelos prprios moradores do dis-trito, necessitava atrair a mo de obra de

    pessoas que residiam em cidades vi-zinhas e de outras partes do Estado.

    A migrao comeou a acontecerpor que a notcia se espalhou paramuitos lugares, onde ouviam dizerque ali havia grande nmero de em-pregos disponveis.

    Avenida Reverendo Jos Manoel da Conceio, em 1962

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    As empresas de maior destaqueeram uma de tecidos (Indstria Vo-

    torantim), uma de papel celofane(Indstria Votocel) e outra cimenteira(Indstria Votoran), todas essas queposteriormente viriam contribuir naformao do Grupo Votorantim, man-tinham vilas operrias em torno desuas plantas para acomodar os traba-lhadores e suas famlias.

    Mas se Votorantim assumia a con-dio de distrito e passava a gerargrande quantidade de impostos me-diante a presena de suas indstrias,passou a conviver com a reclamaode moradores das vilas operriasquanto ao descaso do Executivo so-

    rocabano, que no revertia o quearrecadava em seus cofres em melho-rias ao distrito, como servios e aten-dimento pblico. Fbricas como a detecidos Votorantim, que era a maiorde todas, mostrava-se solidria com

    a populao no seu entorno e fazia a manu-teno dos passeios pblicos, que para mui-tos era mais um motivo para acomodao deSorocaba.

    Chegou certo momento que as empre-sas instaladas no distrito passaram a cuidar

    de quase tudo, desde limpeza, forneci-

    mento de gua, assistncia mdica com aconstruo de um hospital, educao coma construo de escolas e creche, assistn-cia social das mais variadas com popularesmantendo contato em busca de ajuda dire-tamente gerncia das fbricas, sem con-tar que lazer e entretenimento em eventospopulares tambm eram bancados pelasempresas locais.

    O movimento pela emancipao s veio aganhar corpo quando comeou a existir umsentimento coletivo que inspirou a luta pelacausa. Naquele perodo a populao local,que no ultrapassava a 15 mil pessoas, nose sentia atendida e valorizada pela adminis-trao sorocabana. No incio dos anos 60,a Cmara de Sorocaba tinha 21 vereadores,dos quais, trs representavam o distrito deVotorantim e levavam suas queixas, pormno encontravam o respaldo desejado.

    Naquele perodo, os movimentos pela for-mao e emancipao de distritos em nvelnacional tinham como referncia a chamadalei quinquenal que foi instituda a partir daconstituio brasileira, apontando que os dis-tritos poderiam buscar o desmembramento,desde que atendesse aos parmetros esta -belecidos em lei, por meio de aprovao daAssembleia Legislativa do respectivo estado.

    Essa lei era conhecida como quinquenalpor permitir que a cada cinco anos fossemdados permisses para entrar com tal pedi-do no Legislativo Estadual. Para que o mes-mo fosse acatado, era inicialmente previstoconstar as assinaturas de cem eleitores dodistrito, para ento dar sequncia aos enca-minhamentos legais.

    O distrito de Votorantim foi includo nes-sa possibilidade, pois em 9 de outubro de

    1963, houve a autorizao para arealizao de um plebiscito, ondeseus eleitores poderiam optar pelaemancipao, dando o voto de simou de no emancipao, decidin-do sobre a possvel permannciaenquanto territrio da cidade deSorocaba.

    No meio de tamanha agitaoentre os moradores que se orga -

    nizaram para ir democraticamentes urnas, o dia 01 de dezembro de1963 foi marcado como a data doplebiscito e o resultado registrouvitria esmagadora, com mais de70% dos votos favorveis ao des-membramento.

    Padre Antonio Maffei ao centro, em junho de 1960

    Rua Albertina Nascimento em 1968

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    Com o resultado divulgado eas comemoraes populares per-correndo as ruas de vilas operriascomo Chave e Barra Funda, era mo-mento de aguardar o aval da As-sembleia Legislativa de So Paulocom o anncio da autorizao para

    o primeiro pleito eleitoral.O perodo entre a proclamaodo resultado do plebiscito at achegada da data para a primeiraeleio municipal serviu para queVotorantim e Sorocaba pudessemestabelecer pontos de concor -dncia quanto ao uso de equipa-

    mentos e benfeitorias (patrimnio), entreoutras situaes que no poderiam deixarpara depois.

    Quanto aos limites territoriais, houve aparticipao direta do Instituto Geogr coe Geolgico da Secretaria de Agriculturado Estado, conforme a lei estadual 8.092,tendo a misso de organizar o mapa donovo municpio e proceder a demarcaodas divisas entre as cidades. Votorantim foi

    concebida com 177 quilmetros quadradose uma nova demarcao dos l imites territo-riais viria posteriormente apontar a cidadecom 184 quilmetros quadrados.

    Cesar Silva(texto a ser inserido no livro Nasce umaCidade, a ser lanado em maro de 2015)

    Rua do Comrcio em 1964

    Rua do Comrcio em 1967

    Sada de operrios do 1 turno da fbrica de tecidos Votorantim, em 1964

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    N os ltimos dois anos e meio o jor-

    nalista Cesar Silva esteve realizan-do o Nossa Histria Nossa Gente,

    projeto de valorizao da memria localonde buscou colher depoimentos e im-presses junto comunidade. O resultadoagora pode ser visto na coleo de livrosque conta com dois volumes e lanado naltima quinta (04), como parte da progra-mao o cial do aniversrio de Votorantim.

    As pesquisas com entrevistas e forma-o de um banco de imagens destacamfatos, acontecimentos e pessoas. Ao todo100 convidados participaram na TV Voto-rantim de um programa produzido e apre-

    sentado pelo jornalista que teve incio emjulho de 2012. Com o surgimento da Gazetade Votorantim, Cesar se tornou colunistado jornal desde a primeira edio, em 26de janeiro de 2013, com uma pgina inteiraabordando o mesmo tema, a histria local.

    Para o diretor Werinton Kermes, da TVVotorantim, quando a emissora foi de -nitivamente instalada na cidade uma dasprimeiras propostas sugeridas foi a de apre-sentar em sua programao um espaopara que as pessoas contassem suas vidase suas experincias. Isso porque entende-mos que a memria capaz de proporcio-nar a compreenso de nossa histria e umavalorizao de nossos patrimnios, desta-ca Kermes que complementa destacandoque: Foram 100 entrevistas com Joes,Marias, Pedros, Antnias e muitos outrosnomes conhecidos ou annimos, pois oque realmente interessa a maravilha que

    Lanamento de livros

    representa a construo da cidade a partir des-sas pessoas.

    No desenvolvimento do projeto que culmi-naria agora com a publicao dos dois livrosCesar Silva conseguiu tambm entrevistar per-sonalidades como Otto Wey Netto, AlfredoMetidieri, as Irms Missionrias da Consolata eNeide Helena de Moraes que lha do saudo-

    so Jos Ermrio de Moraes e fez questo de vir cidade e dar seu depoimento ao vivo na TVVotorantim.

    Foi um processo de aprendizado ao ob-servar os homenageados contando a histriado seu jeito e soltando as emoes. Falar desuas vidas e do amor por Votorantim foi impor-

    tante para eles e com o registro de seus depoi-mentos se torna agora um presente para nsdestaca o escritor.

    Alm de contar com Werinton Kermesprefaciando o volume I da coleo de li-vros, Cesar convidou o tambm jornalistaJos Antonio Rodrigues, o Cesar da Folha,para que escrevesse o prefcio de apre-sentao do volume II. Em um dos trechos,ele destaca: Cesar Silva, meticuloso Cesar,provavelmente ainda no fez ideia do signi-

    cado desses livros. No agora, mas comodocumento que l na frente, e no impor-ta quantos anos se passarem, quando pu -xado de uma estante ou consultado embibliotecas, oferecer a quem se dispusera folhe-lo trajetrias que marcaram vidas

    emocionadas, pessoas que sonharam erealizaram, destaca Cesar da Folha.

    O autorO votorantinense Cesar Silva formado

    como radialista pelo Senac, jornalista pelaUniversidade de Sorocaba (Uniso) e gestorpblico ps-graduado na Universidade Fe-deral do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). membro titular da cadeira 30, categoriahistoriador, da Academia Votorantinensede Letras, Artes e Histria e recebeu em2013 o Ttulo de Honra ao Mrito da Cma-ra Municipal. Na Prefeitura desde 1997 foiassessor, chefe de eventos, diretor de Cul-tura e secretrio de Comunicao por duasgestes. concursado desde 2007.

    O autor Cesar Silva

    Os 100 entrevistados do projeto

    Capa do volume I Capa do volume II

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