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Sábado, 22 de março de 2014 Gazeta do Povo Coluna do leitor / Presídios A Gazeta fez uma reportagem incompleta sobre o sistema carcerário na matéria sobre a PEP 1 (Gazeta, 20/3). É citada a quantidade de presos e o número de agentes, mas muitos agentes estão em desvio de função e o número de 178 é o total de agentes da unidade, que, obviamente, não trabalham sete dias por semana, 24 horas por dia. Portanto, a proporção de presos por agente é muito maior do que o apresentado na reportagem.Eduardo Bagesteiro Clezar Estrada da Graciosa Gostaria de saber qual o posicionamento do governo estadual, concessionária de pedágio e Ministério Público sobre a isenção de tarifa de pedágio, uma vez que a Estrada da Graciosa está interditada. Isso torna a BR-277 a única via de acesso ao Litoral. A cobrança de pedágio somente é lícita se houver estrada alternativa gratuita.Fabiano Rosa Saúde / MP quer garantia de atendimento em hospitais Em reunião de mais de quatro horas, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu garantias ao Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde do Paraná (Sindsaude) para que nenhum atendimento seja recusado nos hospitais, segundo informações do próprio sindicato. De acordo com a categoria, todas as instituições de saúde pública do estado estão com pelo menos 30% dos trabalhadores em serviço, o que garantiria atendimento para todos. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) não participou do encontro. Ainda há divergências em relação ao impacto da greve sobre o atendimento. Governo defende que 3% dos trabalhadores aderiram ao movimento, enquanto sindicato afirma que 65% cruzaram os braços. Na mão do MP / Leonardo Mendes Júnior - Atlético, CAP S/A e Fomento Paraná apresentaram na quarta-feira, ao Ministério Público Estadual, explicações para o clube ter usado R$ 1,5 milhão da conta da obra da Arena da Baixada para exercer a opção de compra do lateral Léo, junto ao Vitória. A justificativa foi a mesma oferecida pelo clube no início da semana passada, de que o dinheiro se tratava de um pagamento de empréstimo à CAP S/A e que a operação foi feita diretamente para o Vitória por decisão da diretoria rubro-negra. Mais informações O promotor Paulo Ovídio Lima, da área de patrimônio público do MP, pediu todos os contratos de empréstimo entre Atlético e CAP S/A para fazer análise. O material foi entregue já na quinta-feira e está sob análise. Concluída a análise, os auditores do MP emitirão um parecer. Não há prazo para esse parecer.

Gazeta do Povo - Ministério Público do Estado do …O “pulo-do-gato” do projeto reside na metodologia de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), introduzida pela Fundação

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Sábado, 22 de março de 2014

Gazeta do Povo Coluna do leitor / Presídios

A Gazeta fez uma reportagem incompleta sobre o sistema carcerário na matéria sobre a PEP 1 (Gazeta, 20/3). É citada a quantidade de presos e o número de agentes, mas muitos agentes estão em desvio de função e o número de 178 é o total de agentes da unidade, que, obviamente, não trabalham sete dias por semana, 24 horas por dia. Portanto, a proporção de presos por agente é muito maior do que o apresentado na reportagem.Eduardo Bagesteiro Clezar

Estrada da Graciosa Gostaria de saber qual o posicionamento do governo estadual, concessionária de pedágio e Ministério Público sobre a isenção de tarifa de pedágio, uma vez que a Estrada da Graciosa está interditada. Isso torna a BR-277 a única via de acesso ao Litoral. A cobrança de pedágio somente é lícita se houver estrada alternativa gratuita.Fabiano Rosa Saúde / MP quer garantia de atendimento em hospitais

Em reunião de mais de quatro horas, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu garantias ao Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde do Paraná (Sindsaude) para que nenhum atendimento seja recusado nos hospitais, segundo informações do próprio sindicato. De acordo com a categoria, todas as instituições de saúde pública do estado estão com pelo menos 30% dos trabalhadores em serviço, o que garantiria atendimento para todos. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) não participou do encontro. Ainda há divergências em relação ao impacto da greve sobre o atendimento. Governo defende que 3% dos trabalhadores aderiram ao movimento, enquanto sindicato afirma que 65% cruzaram os braços. Na mão do MP / Leonardo Mendes Júnior -

Atlético, CAP S/A e Fomento Paraná apresentaram na quarta-feira, ao Ministério Público Estadual, explicações para o clube ter usado R$ 1,5 milhão da conta da obra da Arena da Baixada para exercer a opção de compra do lateral Léo, junto ao Vitória. A justificativa foi a mesma oferecida pelo clube no início da semana passada, de que o dinheiro se tratava de um pagamento de empréstimo à CAP S/A e que a operação foi feita diretamente para o Vitória por decisão da diretoria rubro-negra.

Mais informações O promotor Paulo Ovídio Lima, da área de patrimônio público do MP, pediu todos os contratos de empréstimo entre Atlético e CAP S/A para fazer análise. O material foi entregue já na quinta-feira e está sob análise. Concluída a análise, os auditores do MP emitirão um parecer. Não há prazo para esse parecer.

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Gazeta do Povo Editorial / Adolescentes assassinos

Crime bárbaro contra garota de 14 anos traz de volta a discussão sobre a maioridade penal; a indignação é justa, mas vale a pena sermos sempre movidos a casuísmos?

Se depender do presidente do Senado, Renan Calheiros, a Casa voltará a discutir a redução da maioridade penal em abril. A proposta do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) previa que adolescentes a partir de 16 anos respondessem como adultos em caso de crimes hediondos e inafiançáveis, ou de reincidência em crimes violentos, desde que com autorização da Justiça e parecer de um promotor da infância. O projeto tinha sido derrubado em fevereiro pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, mas o Regimento da Casa permite que projetos derrotados em comissões sejam apreciados pelo plenário caso pelo menos nove senadores assinem um recurso – e Ferreira disse ao jornal O Estado de S.Paulo ter o apoio suficiente para trazer o tema de volta ao debate.

Há dois aspectos preocupantes a respeito da discussão sobre a redução da maioridade penal. O primeiro é que o debate parece ser movido a casuísmos. No ano passado, o estopim foi a morte de Victor Hugo Deppman, estudante de 19 anos que foi baleado na cabeça apesar de não ter reagido a um assalto na frente do prédio onde morava. Seu assassino era um adolescente que estava a poucos dias de completar 18 anos. Desta vez, trata-se do trágico assassinato de Yorrally Dias Ferreira. A adolescente de 14 anos foi morta com um tiro na cabeça pelo ex-namorado, que filmou o crime e ainda distribuiu o vídeo aos amigos. Faltavam apenas dois dias para ele completar 18 anos.

Tanto no caso de Deppman quanto no de Yorrally, os assassinos ficarão internados por no máximo três anos (um décimo da pena máxima que lhes seria aplicada se cometessem o mesmo ato alguns dias depois), e sairão com a ficha limpa, sem registro do crime. A sociedade tem razão quando se revolta contra tais situações, e é perfeitamente compreensível a indignação de Rosemari Dias da Silva, mãe de Yorrally, que foi a Brasília se encontrar com Calheiros e pedir que o Congresso colocasse a redução da maioridade penal em pauta. O problema de basear a discussão em casos específicos é que eles nunca serão suficientes. Se um dia a maioridade penal cair para 16 anos, um crime cometido por um adolescente de 15 anos, 11 meses e 29 dias iniciará um novo debate, e assim por diante.

O outro risco é o de ver a redução da maioridade penal como a solução para essas situações de injustiça sem que se atente a todo o cenário mais amplo da segurança pública no Brasil, marcado por graus inaceitáveis de impunidade e por prisões que não servem para reeducar, para ficar em poucos exemplos. Nessas condições, crer que basta reduzir a maioridade penal para conseguir resultados positivos contra a criminalidade soa ingênuo.

Isso não significa que a maioridade penal não deva ser reduzida. A Gazeta do Povo defende o patamar de 16 anos, considerando que os jovens iniciam sua vida adulta cada vez mais cedo: o Estado já permite, por exemplo, que eles votem e se casem com essa idade. Se alguém pode ajudar a definir os destinos do país e assumir sérios compromissos pessoais, também pode ser plenamente responsabilizado por seus crimes – outros países tratam como adultos adolescentes até mais novos. No entanto, também acreditamos que a hora de reduzir a maioridade penal não é agora; sem trabalhar os outros aspectos mencionados acima, principalmente a situação dos presídios, há o perigo de se dar a discussão por encerrada e, mais tarde, perceber que não houve nenhum avanço concreto no sentido de uma sociedade sem violência.

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Dia Mundial da Água / PR recebe R$ 1,8 milhão para monitorar sua água Investimento virá em equipamentos e permitirá diagnósticos mais precisos sobre as causas da poluição dos rios e quais os pontos mais críticos Luan Galani, especial para a Gazeta do Povo

O Brasil, que detém aproximadamente 12% da água doce do planeta, celebra o Dia Mundial da Água neste 22 de março com o desafio urgente de pensar a gestão dos recursos hídricos em seus mais diversos usos. Frente à demanda crescente por água, o Instituto das Águas do Paraná receberá R$ 1,8 milhão em equipamentos para atualizar pontos de monitoramento de rios e córregos, segundo Paulo Franco, chefe do departamento de hidrometria do Instituto. O investimento faz parte do bolo de R$ 9,54 milhões para a Rede Nacional de Monitoramento de Qualidade das Águas (RNQA), anunciada quinta-feira pela Agência Nacional das Águas (ANA), em Brasília.

Renata Bley, especialista em recursos hídricos da ANA, explica que o valor foi repartido em proporção ao número de pontos de monitoramento de que cada estado já dispõe. Atualmente, o Paraná conta com 250 pontos. Até 2020, o estado instalará 24 novos. Até o fim de junho, o Instituto das Águas do Paraná receberá nove medidores acústicos de vazão, nove sondas multiparamétricas de qualidade da água, três caminhonetes 4x4 com baú adaptado, três barcos com motor de popa, entre outros equipamentos menores.

Padronização A rede recém-criada traz consigo a unificação dos padrões de monitoramento e avaliação das qualidades das águas. Hoje, cada estado da Federação faz uso de uma metodologia diferente e isso impossibilita comparações e avaliações nacionais sobre os pontos mais poluídos e quais as causas dessa poluição. “A criação da rede foi fundamental por padronizar de uma vez por todas o monitoramento, a coleta de material e a avaliação laboratorial da qualidade das águas dos rios do Brasil”, comemora o diretor de planejamento e controle do uso das águas do Instituto das Águas do Paraná, Norberto Ramon. Segundo a agência, a meta é que até dezembro de 2020 todos os 16 estados signatários da rede tenham um total de 4.452 pontos de monitoramento, seguindo um padrão da União Europeia, cuja recomendação é de 1 ponto de moni toração para cada mil quilômetros quadrados no litoral e 1 ponto a cada 10 mil quilômetros quadrados na região continental. Atualmente, existem apenas 2.500 estações no país. As informações são da ANA.

Apesar da boa notícia, Ramon contesta parte da eficácia da rede. Ele afirma que a maioria dos estados não terá meios de custear a ampliação que a Rede Nacional de Monitoramento de Qualidade das Águas (RNQA) planeja. “Eles fornecerão novos equipamentos. E isso é ótimo. Mas quem vai custear as diárias dos profissionais que precisam se deslocar em campo, os observadores que precisam monitorar as águas às 7h e às 17h e a manutenção dos novos veículos?”, indaga. Segundo a ANA, parte dos R$ 9,54 milhões será destinada a custeios desse tipo, mas o Instituto das Águas do Paraná ainda não sabe se receberá mais para pôr em prática as operações. Água de 40% dos rios e lagos é ruim ou péssima

É o que mostra o levantamento recente da Fundação SOS Mata Atlântica, realizado entre março de 2013 e fevereiro deste ano em 96 rios, córregos e lagos dos sete estados das Regiões Sul e Sudeste. Apenas 11 % das águas testadas – todas localizadas em áreas protegidas – tiveram sua qualidade considerada boa e 49% mostraram qualidade regular. Todos os quatro rios e córregos do Paraná analisados – Rio Ribeira (Cerro Azul), Rio do Campo (Campo Mourão), Rio Perequê (Pontal do Paraná) e córrego Panambi (Toledo) – estão em situação regular.

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Apesar do cenário crítico que o levantamento revela, ele não considera os rios mais importantes do Paraná, como, por exemplo, Iguaçu, Paraná, Paranapanema, Tibagi, Ivaí e Piquiri. Gustavo Veronesi, coordenador de monitoramento da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, explica que a escolha dos cursos de água se baseou no risco de acessibilidade para grupos de medição e na proximidade de comunidades treinadas para a coleta do estudo. Projeto ConBio busca soluções nas cidades vizinhas a Curitiba

Tentando contrariar as estatísticas da Organização das Nações Unidas, que dizem que 3 bilhões de pessoas podem ficar sem água potável até 2015, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e o Programa HSBC pela Água desenvolvem, desde 2013, o projeto ConBio Água. O objetivo é proteger rios, nascentes e mananciais da bacia do Alto Iguaçu, localizados na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), contando com o envolvimento dos moradores na tarefa. O projeto ainda engatinha – apenas Piraquara aderiu até agora –, mas promete bons resultados.

A coordenadora do ConBio Água, Elenise Sipinski, conta que a urgência do projeto nasceu da constatação de que nascentes e cursos de água da RMC vêm sendo severamente impactados pela expansão urbana e por práticas agrícolas. “E essas águas são fundamentais para o abastecimento público de Curitiba e RMC. Elas representam 61% da oferta de água de todo o potencial da bacia do Alto Iguaçu, volume capaz de abastecer mais de dois milhões de pessoas”, sentencia Elenise.

Além disso, a missão paralela do projeto é restaurar a biodiversidade das propriedades que participarem. O “pulo-do-gato” do projeto reside na metodologia de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), introduzida pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Ela premia financeiramente proprietários que estejam conservando suas propriedades e adotando boas práticas de uso do solo nas áreas destinadas à produção agropecuária.

“Vale lembrar que não é a fundação que paga esses proprietários. O que fazemos é auxiliar os municípios a achar patrocinadores que façam isso”, relata André Ferretti, coordenador de estratégias de conservação da Fundação. Embora não faça parte do projeto ConBio Água, cujo foco recai sobre a RMC, Apucarana, no centro-norte do estado, usa a mesma metodologia e é lembrada como um bom exemplo por Ferretti. Desde 2009, 0,8% do que a Sanepar arrecada no município é depositado em um fundo municipal. E é deste fundo que vem os recursos para premiar financeiramente os proprietários da cidade que conservam suas propriedades. Abastecimento / Retirada da água da bacia do Rio Paraíba é defendida por prefeitos de SP Agência Estado

Representantes de municípios e empresas do interior paulista saíram ontem em

defesa da proposta do governo estadual de buscar água na represa de Igaratá, na bacia do Rio Paraíba do Sul, para socorrer o Sistema Cantareira, que está com os reservatórios com 14,5% de sua capacidade. “É um volume tão pequeno que não vai ter impacto nenhum hoje no Rio Paraíba”, afirmou o presidente do Consórcio das Bacias do Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), o prefeito de Indaiatuba, Reinando Nogueira (PMDB). São os rios da bacia que formam o Cantareira, que abastece 47% da Grande São Paulo.

Reunidos em Valinhos, prefeitos e membros do Consórcio do PCJ defenderam que a transposição da água do reservatório de Igaratá não afeta o Rio de Janeiro e já havia sido feita pelo órgão em documento de 7 de fevereiro. A proposta foi um dos itens que constou no documento “Mandamentos da Estiagem”, com 25 medidas a serem discutidas

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e implantadas pelas cidades do interior para evitar o esvaziamento dos reservatórios do Cantareira.

O item 23 da carta diz “Estudo de viabilidade para transposição de bacias, em regimes de emergência, como por exemplo através dos reservatórios de Igaratá e Paraibuna”.

A represa Jaguari, que é estadual, está acima do Rio Paraíba do Sul, que é de domínio federal e de onde o Rio tira água. Pela proposta, a represa será interligada por dutos de mão dupla com a represa Atibainha (do Cantareira). Em momentos críticos uma auxiliará a outra.

Nogueira atribuiu a reação do governo do Rio, que questionou o prejuízo ao abastecimento no estado, a “uma posição política mal colocada”. “Acho que a proposta foi mal colocada. No primeiro momento, o político dá aquela sensação de que estão roubando água nossa, vai faltar para nós. Eles não têm o conhecimento técnico para tomar uma posição.”

Outorga O Consórcio decidiu redigir uma moção pedindo o adiamento da renovação da outorga, que permite que a companhia de saneamento de São Paulo (Sabesp) explore o Cantareira. “Tudo estava pronto para assinar. Mas daqui para frente, pegaremos as ideias todas sobre essa crise e estabeleceremos prazos para as coisas acontecerem. Até para termos condições de cobrar”, afirmou Nogueira.

Desde o início do ano, Sabesp e o Comitê das Bacias dos Rios PCJ – órgão que tem o Consórcio do PCJ como membro – apresentaram suas propostas para a renovação da outorga do Cantareira que vale por 10 anos e estipula volumes a serem usados e obras a serem feitas. Paralisação / Reivindicação de educadores traria custo de R$ 200 milhões Rosana Félix e Yuri Al’Hanati

A prefeitura de Curitiba divulgou, na noite de ontem, uma carta aos educadores das creches – chamadas de Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) –, reiterando as dificuldades financeiras que teria caso cumprisse a reivindicação da categoria. Os trabalhadores pedem redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas. Segundo nota do Executivo municipal, isso geraria um custo adicional de R$ 200 milhões ao ano, inviabilizando outros investimentos na área.

A nota da prefeitura foi divulgada após assembleia dos educadores ter decidido pela manutenção da greve, que neste sábado entra no quinto dia. Na tarde de hoje, a categoria faz nova votação para definir os rumos do movimento. A greve foi considerada ilegal pelo juiz em segundo grau do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) Jefferson Alberto Johnsson na quarta-feira. Em caráter liminar, o juiz estabeleceu multa diária de R$ 80 mil caso a paralisação continuasse. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), que representa os educadores, informou que está recorrendo da decisão.

A prefeitura voltou a pedir prazo até 23 de abril para apresentar os resultados dos estudos que está fazendo sobre a jornada dos educadores. Segundo o Sismmuc, após paralisação feita em novembro de 2013, os educadores haviam estipulado prazo até semana passada para uma definição.

Na nota, o Executivo municipal ressalta que está negociando com outras categorias de servidores. “A postura da prefeitura é de clareza, não de intransigência. Tanto que, no mesmo período, negociou com sucesso com os sindicatos dos garis, dos motoristas e cobradores, da Guarda Municipal e dos professores. Todas essas categorias conquistaram avanços reais, cultivando o diálogo”, diz o texto.

Ensino federal No primeiro dia de greve dos servidores federais de ensino, as aulas continuaram normais. De acordo com a assessoria de comunicação da Universidade

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Federal do Paraná (UFPR), apenas os restaurantes universitários (RUs) foram fechados. O grau de adesão à greve ainda está sendo calculado junto às instituições e sindicatos. Além da UFPR, o Hospital de Clínicas (HC), a Maternidade Victor Ferreira do Amaral, o Instituto Federal do Paraná (IFPR), Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) também estariam sendo afetados pela greve. Funcionalismo / Aprovados em concurso da Defensoria Pública protestam por nomeação

Um ato público pedindo a nomeação de aprovados em concurso público da Defensoria Pública do Paraná reuniu cerca de 30 pessoas ontem na Boca Maldita, em Curitiba. Entre os manifestantes estavam concursados já nomeados e outros que ainda aguardam nomeação. Dos 528 selecionados em todo o estado, apenas 71 foram nomeados até agora. O concurso foi homologado em 2012. O prazo de validade para a nomeação dos aprovados vence em novembro deste ano. Segundo o governo, a demora ocorre porque o estado ultrapassou o limite de gastos com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal e não pode contratar. O Tribunal de Contas vai fazer uma nova avaliação de gastos com o funcionalismo no fim de abril. Justiça / Defesa de Carli Filho entra com recurso para impedir júri popular

A defesa do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, acusado de matar dois jovens em um acidente de trânsito em 2009, em Curitiba, entrou com recurso para tentar rever a decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) que determinou que ele fosse a júri popular, em fevereiro. Apesar de não divulgar o conteúdo dos embargos de declaração, a defesa alega que teriam ocorrido equívocos na condução do julgamento. O recurso foi protocolado no tribunal na última segunda-feira e ainda não foi analisado. A defesa alega que o crime deveria ser julgado pela Vara Comum de Trânsito como homicídio culposo (sem intenção de matar). Saúde / Hospitais que aderiram têm boa avaliação da Ebserh Yuri Al’Hanati

Em meio à crise vivida hoje pelo Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), com leitos fechados, falta de funcionários e uma decisão da Justiça do Trabalho que determina a exoneração de 916 trabalhadores vinculados à Fundação da UFPR (Funpar), a instituição mantém sua decisão de não aderir à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Junto com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a UFPR é uma das únicas universidades federais a fazer essa escolha.

A estatal foi criada em 2011 para administrar os hospitais universitários federais (Hufs), e embora tenha dividido opiniões entre gestores e servidores, a avaliação geral parece ser positiva. Superintendentes de hospitais universitários que aderiram à empresa se dizem satisfeitos com a decisão.

O Hospital Universitário de Brasília (HUB), vinculado à UnB, foi uma das primeiras instituições a adotar o modelo de gestão da estatal, e completa um ano e dois meses de contrato assinado. As principais melhorias, segundo o superintendente Hervaldo Sampaio Carvalho, estão na estrutura física e no aumento de pessoal. “Compramos muitos equipamentos novos, abrimos uma nova unidade de UTI, uma nova UTI neonatal e inauguramos uma nova ala de emergência. Fizemos um concurso público para 1.170 vagas, e com isso estamos conseguindo substituir os contratos de trabalho precarizados”,

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diz, referindo-se às contratações de terceirizados que foram consideradas irregulares pelo TCU.

Entretanto, a determinação é que os aprovados sejam introduzidos aos poucos no quadro do hospital, em grupos de 250, o que gera um desconforto, segundo Carvalho. “Hoje, 50% dos funcionários do hospital estão contratados dessa forma irregular. Eles sabem que serão demitidos nos próximos meses. Mas isso já era um problema há muito tempo, e a única solução que apareceu para resolvê-lo foi o concurso da Ebserh”, reitera. “Há 30 anos, o hospital não recebia investimentos. Não tínhamos um planejamento orçamentário adequado”, completa. Experiências/ Outros dois estados relatam seus primeiros anos com a estatal

Na Universidade Federal do Piauí (UFPI), o hospital universitário estava fechado por falta de investimentos e foi reaberto pela Ebserh. “Apesar de novo, nosso hospital começou a ser construído em 1989 e tivemos de fazer uma reforma grande nele. Tivemos muita dificuldade para fazê-lo funcionar até o repasse ser liberado, mas agora tudo está melhorando e a gestão da Ebserh tem sido proveitosa”, diz o diretor científico do HU da UFPI, Mauricio Paes Landim.

Já na Federal do Espírito Santo (Ufes), o superintendente do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (Hucam), Luiz Alberto Sobral Vieira Junior, diz que a Ebserh veio para resolver principalmente o problema de mão de obra. “Fizemos capacitações dos nossos gestores em uma parceria com o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e realizamos concurso público para 250 vagas. Os aprovados serão chamados agora em maio”.

Do outro lado da questão, o Sindicato dos Servidores da Universidade Federal do Espírito Santo (Sintufes) deflagrou uma greve pedindo, entre outras coisas, a revogação do contrato com a Ebserh. A empresa estaria priorizando a contratação de cargos técnicos em detrimento de cargos básicos da estrutura. “No concurso que prestaram, não havia vagas para limpeza, segurança, nada disso”, diz o diretor do Sintufes, José Magesk. Ele também acredita que a Ebserh seja uma medida para abrir cada vez mais espaço para o setor privado e as terceirizações. Inusitado / Em Uberaba, carta psicografada absolve acusado de assassinato

Uma carta psicografada foi usada durante um processo de homicídio e cujo julgamento foi realizado em Uberaba (MG) ontem. Para provar sua inocência, a defesa do réu Juarez Guide da Veiga usou trechos do que teria dito a vítima – João Eurípedes Rosa, o “Joãozinho Bicheiro”, como era conhecido, por meio de um médium. Na correspondência pós-morte, a vítima diz ter dado motivo para o crime ao agir com ódio e ignorância ao ver a ex-companheira em companhia de Juarez. As mensagens citadas no processo somam 17 páginas e foram psicografadas por Carlos Baccelli, algumas com parceria de Chico Xavier. Após quatro dos sete jurados votarem a favor do réu, o promotor do caso também decidiu pedir a absolvição. Prejuízo bilionário / Petrobras demite diretor que teria feito relatório “falho” sobre refinaria Presidente Dilma Rousseff pôs culpa por compra de empresa no Texas em Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da empresa Da Redação, com Agência Estado

A Petrobras confirmou no início da noite de ontem a demissão de Nestor Cerveró do cargo de diretor financeiro da Petrobras Distribuidora. A notícia sobre a demissão foi

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enviada à imprensa por meio de nota oficial. O texto informava apenas que a decisão foi tomada pelo Conselho de Administração da empresa e que o presidente da Petrobras Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, acumulará interinamente a diretoria financeira da subsidiária.

Cerveró era diretor internacional da Petrobras em 2006, quando a estatal realizou a compra de uma refinaria em Pasadena, no Texas (EUA), hoje posta sob suspeita. Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a culpa pela compra da refinaria foi de um relatório falho da diretoria internacional da empresa e que ela teria sido “induzida a erro”. O discurso diverge do então presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, que defendeu a operação.

Aval Segundo revelou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Dilma deu aval para o negócio. Na época, a petista era ministra da Casa Civil do governo Lula e acumulava a presidência do Conselho de Administração da estatal. Foi nessa condição que ela assinou a autorização para a compra, que acabou causando prejuízos para a Petrobras.

Em 2006, a Petrobras comprou metade da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, por US$ 360 milhões da empresa belga Astra Oil Company. Essa mesma empresa tinha adquirido a refinaria completa em 2005 por US$ 42,5 milhões. Uma cláusula no contrato previa que a estatal teria de comprar o resto da refinaria em caso de litígio entre as duas empresas. Em 2007, a empresa belga usou dessa cláusula para iniciar uma batalha jurídica que forçou a Petrobras a comprar o resto da refinaria por US$ 820,5 milhões, em 2012. Ou seja, no total, a Petrobras pagou quase US$ 1,2 bilhão.

Reunião Depois das revelações sobre o prejuízo e sobre a participação de Dilma na compra, o Conselho de Administração da empresa se reuniu ontem à tarde. A reunião, em São Paulo, contou com a presença da presidente da estatal, Graça Foster; do ministro da Fazenda, Guido Mantega; e da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que participou por meio de videoconferência a partir de Brasília. As autoridades presentes deixaram o local sem conversar com a imprensa.

Antes do envio da nota, a Petrobras informava que se tratava de “uma reunião ordinária” do conselho e não especificou os temas abordados. Prejuízo Bilionário / Criação de CPI ganha força no Congresso Oposição vai atuar em várias frentes para tentar apurar as denúncias envolvendo a Petrobras. Deputado diz ter coletado 102 assinaturas Agência O Globo e Folhapress

O requerimento de criação de uma CPI mista da Petrobras já conta com 102 assinaturas de deputados, informou ontem o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR). No início da próxima semana, os partidos de oposição buscarão as 171 assinaturas de apoio à abertura da comissão composta por deputados e senadores. Além disso, uma reunião sobre o assunto está marcada para terça-feira para tratar do assunto, informou Bueno.

A oposição vai atuar em várias frentes, nas duas Casas do Congresso, para tentar apurar as denúncias da compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006, que gerou um prejuízo de US$ 1 bilhão. A estratégia é aproveitar o clima a favor da investigação na opinião pública para ganhar o apoio dos insatisfeitos da base aliada.

No Senado, o senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG) tentará coletar as assinaturas para a criação da CPI mista, que só se viabiliza com o apoio de 171 deputados e 27 senadores. Senadores de oposição também prometem fazer uma representação contra Dilma na Procuradoria Geral da República (PGR).

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Na Câmara, está em curso outra tentativa de criar uma CPI, composta apenas por deputados. Para que ela, de fato, seja instalada, é preciso conseguir o apoio de no mínimo 257 assinaturas, para pautar a tramitação em urgência urgentíssima e outros 257 votos sim, no plenário, para que ele seja aprovado e a CPI se concretize.

Documentos Ontem, o líder do PSDB, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), pediu à Petrobras cópia do processo administrativo da estatal que autorizou a compra da refinaria de Pasadena. O senador usou a Lei de Acesso à Informação para obter os documentos e disse esperar que a Petrobras atenda a solicitação da oposição no prazo legal de 30 dias.

O tucano apresentou o mesmo pedido ao Ministério de Minas e Energia e também solicitou à pasta acesso ao processo aberto contra o grupo Astra – que vendeu a refinaria à empresa brasileira. O senador disse que, com os documentos em mãos, poderá analisar a justificativa apresentada pela presidente Dilma Rousseff para ter avalizado a compra da refinaria.

Na época, Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras, órgão da estatal responsável por autorizar a compra. Ela disse que aprovou a operação com base em um parecer “técnica e juridicamente falho”. Magnata belga lucrou com a venda de refinaria Folhapress

Se a Petrobras teve um prejuízo bilionário com a compra da refinaria Pasadena (EUA), o barão Albert Frére, 88, foi quem lucrou com o negócio com a estatal brasileira. Frére, que é um dos homens mais ricos da Bélgica, não terminou o colegial e começou a carreira salvando o negócio de sua família. Com uma fortuna estimada em US$ 4,9 bilhões, o barão ocupa a posição 295 no ranking de bilionários da revista Forbes.

O empresário ainda é conhecido pela paixão por vinhos – é um dos donos do francês Chateau Cheval Blanc. Em 1994, recebeu o título de “barão” das mãos do rei Albert 2º. Ele é controlador da empresa belga Astra Oil, que comprou a refinaria de Pasadena em 2005 por US$ 42,5 milhões e no ano seguinte vendeu 50% dela para a Petrobras por US$ 360 milhões. A Astra Oil é subsidiária da Transcor Astra Group, que integra a holding CNP (Compagnie Nationale à Portefeuille), dirigida pela família de Frére.

A CNP atua em aquisição e investimentos em vários países – como Estados Unidos, França e Alemanha – no ramo de energia, comunicação, bancos e até na área dos famosos sorvetes belgas.

A empresa do barão belga recebeu ainda mais US$ 820,5 milhões pelos outros 50% em razão de uma cláusula no contrato, chamada “Put Option”, estabelecendo que um deveria comprar a parte do outro em caso de litígio entre sócios. A compra da refinaria é investigada pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público do Rio e pela Polícia Federal. Ex-diretor preso é transferido para Curitiba

Preso sob suspeita de destruir documentos e obstruir investigação da Polícia Federal, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa teve o pedido de liberdade negado ontem pela Justiça Federal. Ele foi preso temporariamente na quinta no Rio, depois que parentes dele foram filmados recolhendo documentos, e ontem foi levado para Curitiba. Além de ser alvo da operação da PF Lava a Jato, que apura por que ele recebeu de um doleiro uma Land Rover comprada no ano passado por R$ 250 mil, Costa é também investigado em outro caso. O Ministério Público Federal apura a compra da refinaria em Pasadena, no Texas, pela Petrobras.

Diretor de Refino e Abastecimento da estatal entre 2004 e 2012, ele esteve pessoalmente nos EUA para a assinatura do contrato que formalizou o negócio que

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contou com o aval do conselho de administração da Petrobras na época em que era presidido por Dilma Rousseff.

Por meio de nota, o advogado Fernando Augusto Fernandes informou que irá recorrer ao STJ para libertar o ex-diretor. “A decretação de prisão por suspeitas de corrupção passiva de alguém que dedicou 35 anos à Petrobras e não é funcionário público há quase dois anos é uma arbitrariedade”, diz o texto da defesa.

Perda de valor A página do jornal Financial Times na internet publicou reportagem ontem sobre a perda de valor de mercado das empresas de países emergentes. O texto destaca o tombo da Petrobras. Segundo a publicação, o valor de mercado da estatal brasileira despencou e a empresa, que já foi a 12ª maior do planeta há cinco anos, ocupa o 120º lugar atualmente. O levantamento feito pelo jornal diz que entre as 100 maiores empresas do mundo há apenas 11 emergentes e nenhuma é brasileira. Além da Petrobras, que deixou de figurar entre as 100 maiores, o banco Itaú Unibanco, a colombiana Ecopetrol e a mexicana América Móvil também caíram e não estão mais entre os 100 primeiros do ranking citado pelo jornal. Rosana Félix / Mistérios

Os mistérios que existem entre o céu e a terra são maiores do que nossa vã filosofia pode conceber, já dizia o poeta. Porém, o que realmente transcende a nossa imaginação são os mistérios que ocorrem entre o Centro Cívico e o Palácio do Planalto. Eis apenas algumas notícias recentes que deixam os cidadãos comuns perplexos:

– “Romanelli e Cheida reassumem suas cadeiras na Assembleia Legislativa do Paraná”

Aparentemente, está dentro da lei a possibilidade de deputado se licenciar para exercer cargo de secretário estadual e aí suspender a licença por um dia e voltar a exercer o cargo de deputado quando o governador quer aplicar um rolo compressor na Assembleia Legislativa. Certamente deve ser uma lei aprovada pelos próprios deputados estaduais, mas deve haver forças ocultas por trás para que uma prática antidemocrática como essa perdure. O mais curioso é que, além disso tudo, é possível permanecer um tempo em uma espécie de limbo, e exercer ao mesmo tempo as funções e benesses de deputado e secretário.

– “Estrada da Graciosa ficará fechada por 6 meses, pelo menos” Aparentemente, os políticos do Brasil e os agentes de controle interno e externo

nunca ouviram falar da rapidez com que outros países fazer estradas, ferrovias ou reerguem cidades atingidas por tsunamis e outras tragédias. Por isso, acham normal que a reforma de uma estrada de potencial turístico, no ano da Copa do Mundo no Brasil, fique fechada por seis meses.

– “Reforma da rodoviária preocupa” Aparentemente, as obras públicas, para serem designadas como tais, devem,

necessariamente, ser anunciadas com pompa pelos gestores públicos e, depois, precisam extrapolar o cronograma e o orçamento inicialmente projetados.

Por exemplo: em dezembro de 2012, quando as obras de mobilidade urbana para a Copa em Curitiba já estavam atrasadas, o então prefeito Luciano Ducci encaminhou ofício ao Ministério das Cidades assegurando que Curitiba terá todas as obras do PAC da Copa prontas antes do Mundial. “Até o momento temos total segurança em afirmar que está tudo sob controle, e que as obras seguem dentro do estabelecido. Continuando assim, a cidade estará com tudo pronto antes da Copa”, afirmou Ducci, na época.

A reforma da rodoferroviária, para nos atermos a apenas um dos projetos de mobilidade, deveria custar R$ 36,2 milhões. Ainda em abril de 2012 passou para R$ 48,9 milhões. No mês passado, o Tribunal de Contas do Estado emitiu um alerta sobre o risco de a obra não ficar pronta até a Copa.

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– “Oposição discutirá na terça criação da CPI da Petrobras” Aparentemente, políticos brasileiros não aprendem com os erros. Em 2009, o

Senado instalou uma CPI para investigar contratos suspeitos da Petrobras. A oposição, como quase sempre é minoria no sistema político brasileiro, ocupou apenas 3 das 11 vagas da CPI, e por isso não conseguiu aprovar convocações ou requerimentos para obter mais informações. Desmoralizada, abandonaram a CPI. O relatório final, de cunho governista, livrou a empresa de qualquer responsabilidade. Agora, com fatos novos que mostram que ainda em 2006, a então presidente do Conselho de Administração da Petrobras Dilma Rousseff referendou a compra de uma refinaria nos Estados Unidos que rendeu prejuízo de R$ 1 bilhão à estatal, a oposição de novo insiste na CPI.

A oposição não teve condições de descobrir nenhum fato relevante sobre a Petrobras na CPI de 2009, mas, misteriosamente, acredita que conseguirá agora. De lá para cá, em março de 2013, o Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou uma investigação sobre a compra desastrada da refinaria no Texas (EUA). E, agora, a Polícia Federal se lançou em outras frentes de investigação contra a Petrobras. E a informação de que Dilma apoiou a compra da refinaria em 2006 veio à tona através do jornal O Estado de S. Paulo.

E a oposição acha que a CPI é o caminho a ser seguido. Sim, essas comissões parlamentares de inquérito que travam as discussões e votações de outros assuntos relevantes. Essas comissões em que o governo se blinda de todas as maneiras, os jornalistas cobrem o assunto à exaustão e, mesmo assim, devido à aridez do tema, ele continua incompreensível para a maior parte da população. Sim, a oposição quer uma CPI, dessas bem teatrais, ineficientes e ineficazes. É incompreensível. Dupla função / Romanelli tenta ser secretário e deputado ao mesmo tempo Parlamentar abandonou cargo no governo para participar de votação na Assembleia, mas continua cumprindo agenda como se fosse secretário Amanda Audi

O deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PMDB) continua cumprindo agenda de secretário de Estado mesmo tendo abandonado o cargo no Executivo nesta semana. Romanelli, que era titular da Secretaria do Trabalho até quarta-feira, pediu exoneração para retomar seu mandato na Assembleia Legislativa e poder votar a favor do governo no projeto que ampliou o capital da Sanepar. Isso não impediu que ele participasse ontem de um evento de sua antiga secretaria, em Matinhos, no Litoral do estado.

Após participar do Seminário Estadual das Agências do Trabalhador do Paraná, Romanelli justificou-se dizendo que o evento estava marcado havia meses. “Esse evento estava programado há mais de seis meses, tinha que participar.” E afirma que continuará cumprindo agenda dupla. “Na semana que vem temos reunião do Conselho Estadual do Trabalho e ainda tem outras questões que temos que ir tratando”, diz.

O segundo secretário de estado convocado para participar do “tratoraço” na Assembleia na quarta-feira, Luiz Eduardo Cheida, preferiu reassumir formalmente a pasta logo após o fim da votação. No entanto, Cheida deverá deixar o cargo de vez nos próximos dias, já que o calendário eleitoral exige que ele saia do Executivo para tentar a reeleição como deputado.

“Conciliando” Romanelli conta que tinha planejado voltar para a Assembleia no começo de abril, mas seus planos tiveram que ser adiantados por conta da votação, considerada essencial pelo governo estadual. Com isso, diz, será obrigado a conciliar o trabalho parlamentar com os que já havia agendado na época de secretário. “Não há conflito ético ou moral, eu sei separar bem as coisas. Esses eventos que ainda vou participar são técnicos, não políticos. Não vou pedir votos”, afirma.

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O diretor-geral Amin Hannouche assumiu a secretaria do Trabalho como secretário em exercício. De acordo com Romanelli, Hannouche assina os despachos e lida com a parte burocrática. “Mas tem coisas que eu estou negociando, e vou continuar com as minhas missões”, diz. Judiciário / Dinheiro para pagar precatórios fica parado em conta do TJ Tribunal tem à disposição R$ 830 milhões para o pagamento das dívidas judiciais. Último repasse aos credores, porém, ocorreu em janeiro Katna Baran

Apesar de ter à disposição em caixa cerca de R$ 830 milhões para pagar precatórios – dívidas do estado reconhecidas pela Justiça –, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) não tem efetivado os pagamentos. Conforme consta no site do órgão, o último repasse ocorreu em janeiro e, segundo apurou a reportagem, há uma dificuldade histórica para o pagamento mesmo com a liberação do dinheiro pelo estado, o que tem preocupado credores.

A falta de estrutura física e de pessoal na central de precatórios do TJ é apontada como uma das barreiras para o efetivo recebimento do dinheiro pelos credores. “Essa é a justificativa mais utilizada e não é segredo. O TJ, inclusive, está fazendo concurso para contratar contadores. A estrutura física também deixa a desejar”, diz o presidente da Comissão de Precatórios da OAB-PR, Emerson Fukushima.

O valor disponível está retido em duas contas: uma para pagamento de precatórios em ordem cronológica – do mais antigo para o mais novo –; e outra destinada a acordos diretos com os credores, por meio dos quais o Executivo consegue obter desconto – nesse caso, também é preciso respeitar a ordem de cronologia. Há pouco mais de R$ 400 milhões depositados em cada uma das contas.

Recursos Em fevereiro, inclusive, houve um acordo entre o governo do Paraná e o TJ que resultou na liberação de R$ 200 milhões para pagamento de precatórios resultantes de acordos. Porém, no site do órgão, não há registros do efetivo repasse dessa verba. Além disso, o último pagamento efetuado pelo TJ, em janeiro, foi da ordem cronológica e não saiu da conta dos acordos.

Na ocasião da liberação, a Comissão de Precatórios da OAB-PR criticou o fato de os recursos estarem parados no banco, sem explicação, enquanto os credores seguiam sem perspectivas de receber. Conforme divulgou o governo na época, a verba liberada seria destinada ao pagamento de precatórios do menor para o maior valor, a partir de R$ 28 mil. A expectativa era quitar cerca de 1,3 mil dos 2,5 mil precatórios em mãos de credores – o que, efetivamente, ainda não ocorreu.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do TJ alegou que não teria conseguido as respostas para os questionamentos levantados na divisão responsável pelos precatórios.

Bola de neve Outro motivo que resulta no longo caminho até que o credor possa colocar a mão no dinheiro é o alto valor da dívida do governo. Estimativas apontam que o estoque de precatórios em mãos de credores é de pelo menos R$ 6 bilhões. Em 2013, o estado também atrasou a liberação de 2% da sua receita corrente líquida, conforme determinação legal, em sucessivos meses. Segundo a assessoria do Executivo, porém, todos os depósitos de 2014 estão em dia.

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OAB questiona a retenção dos recursos O presidente da OAB-PR, Juliano Breda, confirmou que o Tribunal de Justiça (TJ)

não tem efetivado os pagamentos de precatórios mesmo com a verba em caixa. Ele informou que, na próxima semana, representantes da OAB terão uma reunião com o presidente do órgão para questionar a retenção do dinheiro. “Vamos pedir o pagamento urgente”, diz.

Segundo Breda, até então, o TJ não enviou uma justificativa oficial para a falta de repasses. O professor da Faculdade de Direito da UFPR e membro da Comissão de Precatórios da OAB-PR, Rodrigo Kanayama, explica que a situação é preocupante, já que não há grandes sanções para a falta de pagamento. “É uma dívida que se acumula há mais de 15 anos e difícil de pagar. E, quando há pagamento, o Judiciário não executa”, diz.

Confusão Uma confusão entre as contas para depósito da verba destinada a pagamento dos precatórios pelo governo também é apontada como motivo para os atrasos. Antes, a verba ia para o Banco do Brasil, mas, a partir de agosto de 2013, com a formalização de um novo convênio, os depósitos deveriam ser efetuados na Caixa Econômica Federal.

Mesmo com a mudança, o governo continuou depositando a verba no Banco do Brasil, no qual a conta só foi zerada no último dia 7. A assessoria do Executivo alega que houve uma demora na abertura da conta na Caixa, mas afirma que, desde outubro, vem depositando os valores conforme o novo convênio. Notas Políticas / Na CUT

Com autorização da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP), o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares voltou a trabalhar ontem na assessoria da Central Única dos Trabalhadores (CUT), segundo confirmou a direção da entidade. O petista teve o direito de trabalho suspenso em 27 de fevereiro, após denúncias de regalias no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), onde ficam os presos em regime semiaberto e com autorização para trabalhar. De acordo com a direção da CUT, Delúbio continua no cargo de assessor com salário de R$ 4,5 mil. Ocupação / Da rua para o mercado formal de trabalho Parceria entre prefeitura, Sine e entidades de acolhida encaminha ex-moradores de rua para vagas de emprego em Londrina Antoniele Luciano, correspondente

De jaleco e vassoura na mão, o auxiliar de serviços gerais Hélio Martins, de 54 anos, encontrou no trabalho uma ferramenta para mudar de vida. Ex-morador de rua, ele está há oito meses empregado com carteira assinada. O registro, a disciplina e o salário ganho já o levam a sonhar com o dia em que poderá retomar os estudos, abandonados ainda no primário, e conquistar um teto – hoje vive em um abrigo de Londrina, no Norte do estado.

Hélio é uma das pessoas em situação de vulnerabilidade social no município que conseguiram reinserção no mercado de trabalho graças a uma parceria entre entidades de acolhida, a Secretaria Municipal de Assistência Social e o Sistema Nacional do Emprego (Sine). “Estou lutando para conseguir um objetivo melhor de vida, ter coisas novas”, diz o trabalhador, que viveu mais de 15 anos nas ruas.

Dados do Sine em Londrina apontam que cerca de 40 pessoas com história semelhante estão aptas a passar por processos de seleção em busca de emprego. Esta condição é resultado de um trabalho de triagem e acompanhamento junto à população

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de rua local, hoje estimada em aproximadamente 300 habitantes, através do Centro de Referência para a População de Risco (POP).

Suporte A ação inclui atendimento com assistentes sociais e psicólogos, que os encaminham para concorrer às vagas disponíveis. O programa oferece também transferência de renda, de R$ 150 ou R$ 250 mensais, para aqueles que conseguirem deixar as ruas, seja alugando um quarto, retornando ao convívio familiar ou aceitando ir para abrigos, e demonstram interesse em criar novos vínculos sociais.

Coordenadora do Centro POP, a assistente social Mariluci Queiroz dos Santos explica que o Sine faz o direcionamento dos assistidos para as empresas. Antes, porém, são providenciados para eles documentos e capacitações técnicas, como as oferecidas pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). “Eles são recebidos de maneira diferenciada. O trabalho é algo que exige hábitos e responsabilidades que, às vezes, quem passou tanto tempo na rua tem dificuldades de retomar”, explica ela, ao observar que o público acima dos 30 anos, já com histórico de outros empregos, é o que consegue encaminhamento mais rápido.

A técnica de gestão pública do Sine, Paula Carolina de Souza, assinala que é feito uma espécie de mapeamento das habilidades dos moradores de rua. “Precisamos conversar mais com eles, saber que tipo de experiência tiveram antes. O mais comum é que eles deem preferência para vagas que não peçam muita qualificação, mesmo já tendo trabalhado na área. Depois, vão galgando outras colocações”, afirma.

Oportunidades Os setores com o maior número de contratações de ex-moradores de rua em Londrina são os de jardinagem, construção civil e limpeza. Mesmo depois de empregados, o acompanhamento social continua a ocorrer semanalmente ou a cada 15 dias. Sem preconceito/ Veto em contratações ocorre apenas por motivos técnicos, diz Sine

O encaminhamento de antigos moradores de rua de Londrina para vagas de trabalho não é, contudo, a garantia de que eles serão contratados. Ainda assim, a negativa na admissão não costuma ter ligação com a história de vida destes candidatos, assegura a técnica de gestão pública do Sine, Paula Carolina de Souza. “As empresas estão demonstrando bastante abertura com a questão social. Nunca tivemos um retorno em que a negativa foi devido à situação de rua, mas por falta de documentos ou treinamento”, observa.

“O preconceito ainda existe, mas estamos tentando superar essas situações”, enfatiza a secretária de Assistência Social de Londrina, Télcia Lamônica. Para ela, apesar de o processo de reinserção no mercado de trabalho ser lento, avanços estão sendo registrados. “É um trabalho bem complexo, com pessoas que perderam tudo, a casa, a possibilidade de trabalho, a dignidade. A assistência social vai abordando, mas a política pública precisa integrar outras áreas, como a própria Secretaria do Trabalho”, afirma.

A iniciativa, acrescenta Télcia, também consistiu na visita a abrigos para verificar que tipos de vagas fazem parte da demanda que este público representa. Novos laços / Objetivo é manter a população atendida fora das ruas

A rede de assistência à população de rua de Londrina tem quatro abrigos com 149 vagas. Por meio do Centro de Referência para a População de Risco (POP) são atendidas 316 pessoas por mês, o que inclui não só moradores de rua, mas pessoas em situação de vulnerabilidade social.

A coordenadora do Centro POP, Mariluci Queiroz dos Santos, avalia que, embora garantir trabalho para os antigos moradores de rua seja importante, este não é o objetivo final da parceria entre a prefeitura, as entidades de acolhimento e o Sistema Nacional do Emprego (Sine). A meta é fazer com que o público assistido crie novos laços

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e consiga permanecer fora das ruas. “Como é um público muito vulnerável, nem sempre o emprego é a vitória. Queremos que eles tenham vínculos com a equipe, que possam cuidar de si, fazer tratamentos de saúde, que avancem em alguma situação”, explica. Ela lembra que o início do acompanhamento até o encaminhamento para trabalho é um processo bastante cauteloso. O objetivo é evitar que o ex-morador de rua, ainda sem condições de arcar com as exigências do mercado, tenha uma recaída. “Tudo precisa estar aliado à vontade deles”, diz. Folha de Londrina Sandra Graça pede arquivamento de CP Edson Ferreira Reportagem Local

Na defesa preliminar apresentada à presidência da Câmara de Vereadores de Londrina (CML), a vereadora Sandra Graça (SDD) pede o arquivamento da acusação de quebra de decoro parlamentar feita contra ela pelo pré-candidato a deputado estadual Emerson Petriv (PSC), o Boca Aberta. Caso a representação seja mantida, a vereadora solicita que eventual votação sobre a abertura da Comissão Processante (CP) ocorra apenas depois que a Comissão de Ética Parlamentar emitir o seu parecer sobre o suposto ato incompatível com o decoro. Seria uma "revisão do fluxo procedimental", conforme escreve Sandra. Não há prazo definido para que a Mesa se manifeste.

Segundo a representação, que já passou pela procuradoria jurídica da Casa, Sandra teria praticado o ato irregular perante o Legislativo porque foi condenada no caso do comissionado Salvador Kanehisa, que teria recebido sem de fato dar expediente no gabinete dela. A vereadora foi condenada pela 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina por improbidade administrativa e, na sequência, teve negado o recurso no Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná. Porém, como foi decisão monocrática, ainda cabe nova avaliação do colegiado.

No documento, ao qual a FOLHA teve acesso, Sandra afirma que o comissionado tirou férias em 2005, único período em que teria se ausentado. Porém, quatro anos depois, quando Kanehisa foi "surpreendido por uma convocação" do Ministério Público (MP) do Paraná, foi feito o levantamento dos procedimentos internos junto ao setor de Recursos Humanos, e constatado que as férias "não haviam sido lançadas no registro funcional". A alegada falha teria causado uma sequência de 30 faltas ao trabalho.

Apesar da justificativa, o documento com a defesa de Sandra ainda traz cópias de extratos de ressarcimento aos cofres da Câmara no valor de R$ 12,4 mil. "Esta conduta por mim adotada e comprovadamente finalizada (ressarcimento) configura ato incompatível com o decoro parlamentar?", diz, dirigindo-se aos demais vereadores. Concursados da Defensoria Pública cobram contratação Prazo para nomeação se esgota em novembro, dois anos depois da realização do concurso Rodrigo Batista Equipe Bonde

Curitiba – Cerca de 30 aprovados em concurso para cargos na Defensoria Pública que ainda não foram chamados para ocupar as funções fizeram ontem uma manifestação em Curitiba. O grupo reclama da demora no chamamento dos servidores. O prazo para nomeação se esgota em novembro, dois anos depois da realização do concurso.

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Em 2012, foram ofertadas 528 vagas para cargos como assessor jurídico, técnico-administrativo e psicólogo. Até agora, porém, somente 52 servidores foram chamados para preencher os cargos.

Entre os que foram convocados também não faltam reclamações. As principais queixas são em relação à falta de estrutura da Defensoria, excesso de trabalho e baixa remuneração. "A demanda de trabalho é muito grande para condições de trabalho precárias. A Defensoria foi instalada, mas não tem como atender a população", reclamou o técnico-administrativo Giancarlo de Luca Guerra.

Aprovado para o cargo de assessor jurídico, Ítalo Marinot Santos Lyrio veio de Salvador (BA) para ocupar a vaga. Ele reclama, porém, da incerteza por conta da demora para a convocação. "Não existe justificativa para retardar essas nomeações. Isso apenas frustra as expectativas de quem passou no concurso", criticou. Ele mora em Curitiba há um ano e exerce função de advogado enquanto aguarda o chamamento.

Gastos com pessoal O governo diz que as nomeações são prioridade, mas devem ocorrer somente quando o Estado sair do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – os gastos com pessoal superam hoje a faixa de 46,55%.

Os concursados, entretanto, alegam que a Defensoria Pública é um órgão com autonomia financeira e administrativa, o que permitiria a convocação.

O Palácio Iguaçu, por sua vez, argumenta que a situação é análoga à das universidades estaduais, que têm autonomia, mas dependem do Poder Executivo para fazer o pagamento de pessoal. A assessoria de imprensa da Defensoria Pública confirma que a contratação é uma ação conjunta entre o órgão e o governo estadual. Operação da PM fecha cerco contra traficantes Ação acontece em Cambé, Ibiporã, Tamarana e bairros e distritos rurais da zona sul de Londrina Lucio Flávio Cruz Reportagem Local

Cambé – Com o objetivo de coibir o tráfico de drogas e reduzir a ocorrência de crimes contra a vida, o 5º Batalhão da Polícia Militar lançou ontem a Operação Metropolitana, cujo objetivo é intensificar ações em Cambé, Ibiporã e Tamarana, cidades da Região Metropolitana de Londrina, além de bairros da zona sul e dos distritos rurais londrinenses.

A operação começou ontem no Conjunto Ana Eliza, em Cambé, e se estende até amanhã. O trabalho conta com 126 policiais de unidades como o Pelotão de Choque, Rotam, Trânsito, Cavalaria e Canil.

"Alguns bairros da zona sul têm nos preocupado em virtude do número de homicídios. E em Cambé vamos intensificar também o trabalho para tentar localizar e recapturar foragidos da delegacia da cidade", relatou o capitão Nelson Villa, relações-públicas do 5º Batalhão. Dos 58 homens que fugiram da Cadeia Pública de Cambé no dia 4 de março, 18 ainda não foram localizados. "Acreditamos que muitos ainda estejam escondidos na cidade e na região", apontou o delegado Jorge Barbosa.

A presença ostensiva da PM foi elogiada por moradores. "Com a polícia por perto a gente fica mais tranquilo e ao mesmo tempo os bandidos acabam sumindo", frisou o aposentado José Carlos Veloso, de 70 anos, morador do Conjunto Ana Elisa 3. A comerciante Cleuza de Almeida, de 66, que mora há 40 anos no bairro, diz que no passado o clima era mais tranquilo. "Hoje está mais perigoso e a gente fica com medo de um desses foragidos acabarem entrando na casa de alguém. Sempre é bom a presença da polícia", garantiu.

De acordo com a PM, no Conjunto Ana Elisa há muitas apreensões e prisões por tráfico, além de tentativas de homicídios e disparos de arma de fogo. "Eu fiquei até

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emocionada quando vi tanta polícia junto porque a gente anda sempre preocupada por aqui, principalmente à noite. Uma operação dessas dá mais tranquilidade", ressaltou Marlene Souza, de 54, proprietária de um bar no bairro há 15 anos. "Muitos traficantes conhecidos, mas que ainda não houve provas materiais para prendê-los, moram na região. O objetivo é buscar esses elementos e tranquilizar a população", acrescentou Villa.

A PM promete aumentar o número de abordagens de pessoas e veículos, além de coibir a combinação álcool e direção. No início da operação, durante a tarde de ontem, dois jovens foram abordados no Ana Elisa. Um deles fumava um cigarro de maconha e foi encaminhado para a Delegacia de Cambé por porte de entorpecente. O outro foi liberado. Usuários de UBS são remanejados A medida será adotada durante a reforma dos imóveis; obras começam na segunda e vão custar R$ 580 mil

Londrina – Cinco unidades básicas de saúde de Londrina serão reformadas a partir da próxima semana. As UBS dos jardins União da Vitória, Marabá e Tókio, do Conjunto Aquiles Stenghel e do Distrito de Guaravera permanecerão fechadas nos próximos meses. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os usuários receberam avisos sobre o remanejamento das consultas. No entanto, alguns moradores da zona sul foram surpreendidos na manhã de ontem com a suspensão dos atendimentos na UBS União da Vitória.

A unidade é responsável por atender mais de 10 mil usuários, segundo estimativa repassada pela prefeitura e ontem ficou fechada para atendimento para que os funcionários organizassem a transferência de documentos e de equipamentos para outros locais - Jamile Dequech, Itapoã e Ouro Branco. Esta última passa a atender casos de urgência e emergência até as 23 horas.

O aposentado Lourenço Antônio de Oliveira, de 75 anos, estava preocupado porque a aplicação de insulina é feita diariamente pelos funcionários do posto de saúde "Eu já sabia da mudança, mas não me falaram onde eu devo ir na segunda-feira para aplicar o medicamento."

A dona de casa Caroline Fabiane Machado também voltou para a casa sem atendimento para a filha de três anos. "Aqui sempre fui bem atendida. O posto já estava precisando de uma reforma mesmo", disse conformada. No local há vidros quebrados, pisos soltos, rachaduras nas paredes externas e inúmeros documentos empilhados nas estantes da recepção.

Na UBS do Jardim Marabá, zona leste, que atende 14 mil usuários, as portas também estavam fechadas ontem de manhã. Os pacientes com consulta marcada foram encaminhados para as unidades da Vila Ricardo, do Conjunto Armindo Guazzi e do Jardim Ideal. A estudante Letícia Vicente Duarte, de 15 anos, agendou há duas semanas a primeira consulta do pré-natal. "Ainda bem que não mudaram a data", comentou aliviada. A moradora do Jardim Monte Cristo não reclamou da distância. Ela aguardava atendimento na sala de espera da UBS da Vila Ricardo que estava lotada na manhã de ontem. A coordenadora da UBS, Eliane Della Flora, explicou que a unidade também atende pacientes da Vila Fraternidade, já que o posto permanece em reforma sem previsão para a conclusão das adequações. "Na quinta não conseguimos atender todos que nos procuraram. Alguns pacientes tiveram que retornar hoje", ressaltou.

O secretário Municipal de Saúde, Mohamad El Kadri, garantiu que a UBS da Vila Ricardo "é ampla e tem condições de absorver a demanda das outras duas unidades (Marabá e Fraternidade)". Como estratégia para garantir os atendimentos, a prefeitura

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optou por reformar uma unidade em cada região de Londrina. "Não haverá prejuízos para os usuários", garantiu. Planos de ampliação do União da Vitória

Londrina - A Secretaria de Saúde de Londrina pretende executar a reforma de 12 UBS e a entrega de outras quatro unidades (UPA da Leste-Oeste, UBS dos jardins Guanabara e Padovani e do Conjunto Milton Gavetti) até o início de 2014. Dos R$ 582 mil investidos nas adequações das cinco primeiras unidades, R$ 183 mil serão destinados à UBS do União da Vitória (zona sul), R$ 126 mil para a unidade de Guaravera, R$ 93 mil para o Aquiles Stenghel, R$ 91 mil para o Jardim Tókio e R$ 86 mil serão investidos nas adequações da UBS do Marabá. As obras incluem adequações nas estruturas física, elétrica e hidráulica.

Os recursos são do Programa de Requalificação de Unidade Básica do Ministério da Saúde. O prazo é de 90 dias para conclusão das obras nas unidades do Marabá, Aquiles Stenghel, Tókio e Guaravera.

A adequação no União da Vitória deve ser concluída em 120 dias. "Vamos agora reformar o imóvel, mas já temos projetos de ampliação do espaço", ressaltou o secretário Mohamad El Kadri. No entanto, a obra não deve começar neste ano. Para ampliar os atendimentos, a secretaria também solicitou a liberação de salas do antigo Clube do Conjunto Maria Cecília, na zona norte. "Podemos fazer os atendimentos clínicos dos adultos. Estamos aguardando uma resposta da FEL (Fundação de Esportes de Londrina)." (V.C.) O Diário do Norte do Paraná Prefeitos voltam a debater sobre lixo Vanda Munhoz

Sem condições de atender ao prazo – até 30 de agosto deste ano – da Lei 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, 29 das 30 cidades da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep) tentam elaborar um projeto para, a partir daí, dilatar o prazo da lei federal, além de obter recursos para implantação do projeto. O problema ocorre principalmente com municípios pequenos, de 25 mil a 30 mil habitantes.

Quando a lei entrar em vigor, mesmo os aterros sanitários controlados não serão mais aceites por órgãos ambientais. Junto com os aterros sanitários ambientalmente corretos, os municípios também deverão implantar políticas de coleta seletiva. A informação é do prefeito de Astorga, Arquimedes Ziroldo, o Bega (PDT), presidente do Consórcio de Gestão Proamusep, que trata de buscar soluções para a destinação de resíduos sólidos recicláveis e aterros sanitários irregulares. Ontem, secretários de Meio Ambiente de 28 municípios participaram de reunião para debater o assunto na sede da Amusep, em Maringá.

O principal problema dos municípios é falta de recursos. A alternativa, segundo Ziroldo, é organizar quatro regionais entre os municípios da associação para atuarem em consórcios para coleta e destinação. Na opinião dele, dificilmente os municípios conseguirão atender à legislação no prazo.

“Com certeza, do jeito que as coisas estão indo, a partir de 30 de agosto ninguém estará habilitado. Lógico que a nossa proposta é implementar um projeto que possamos usar até para podermos gestionar uma dilatação do prazo para que possamos atender à legislação. Não há mais tempo até para a licença ambiental necessária para se implantar

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um aterro ambiental ”, observa. Maringá, segundo ele, pode resolver a situação de maneira independente.

O chefe regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Paulino Mexia, diz que a coleta seletiva deverá estar efetivamente funcionando a partir de agosto. Ele, que participou da reunião ontem, diz que a região tinha quatro lixões e, sem mencionar os nomes das cidades, afirmou que foram autuados e procuram se adequar. Mexia informa que, em 6 anos, o IAP emitiu 24 autuações com multas por problemas na disposição final de resíduos sólidos.

Jornal do Oeste Fuga de 20 presos da carceragem evidencia insegurança 171 presos estão em um espaço com capacidade para 35 Da Redação

A bomba relógio que é a carceragem de Toledo explodiu mais uma vez na tarde de sexta-feira (21), quando 20 presos fugiram pelo solário. Superlotação, deficiência de estrutura física e carência de efetivo colaboram para a insegurança da cadeia, que ficou novamente evidenciada. Até o fechamento desta edição, nove dos fugitivos haviam sido recuperados e policiais militares e civis continuavam as buscas pelos foragidos.

Por volta das 16h30, quase final das visitas do dia, os agentes penitenciários constataram a fuga. Os detentos aproveitaram a falta de monitoramento, já que somente dois estavam de plantão e organizavam as visitas, e cerraram as grades de ferro da cobertura do solário. As cercas elétricas que também deveriam proteger o local estavam desligadas, segundo os agentes, porque estão com problema e quando chove não podem funcionar.

Aparentemente, a fuga de Toledo foi planejada, pois dois carros, um Fiat/Brava e um VW/Santana estavam no local e foram utilizados por alguns dos detentos para fugir. A princípio, as informações no local eram que cerca de 40 detentos efetuaram fuga, mas por volta das 18h30 o pelotão de choque da Polícia Militar entrou na carceragem para efetuar a contagem e constatou que foram 20 fugitivos.

Logo após o ocorrido, foi montada uma operação para a captura dos foragidos pelos órgãos de segurança em Toledo e região. As entradas e saídas da cidade foram fechadas e os bairros percorridos em busca de suspeitos. Até o final da noite nove deles foram recuperados. Os foragidos estavam detidos por crimes variados, principalmente roubo, mas há acusados de homicídio.

Segundo a Polícia Civil, o veículo Brava com quatro elementos foi abordado pela Polícia Militar em São José das Palmeiras, mas todos conseguiram fugir por um matagal e o Santana foi visto com sete ocupantes em São Pedro do Iguaçu. Eles também abandonaram o carro e seguiram a fuga a pé.

Condições Aproximadamente no mesmo horário, agentes de Marechal Cândido Rondon também registraram uma suspeita de tentativa de fuga. Sobre a possível ligação entre os eventos, o coordenador da Secretaria de Estado de Justiça (Seju) da cadeia pública de Toledo e região, Ari Batista da Silva, que chegou na 20ª SDP por volta das 20h30, descarta a possibilidade. “Estava em Rondon atendendo a suspeita de tentativa de fuga, mas acredito que não tenha relação uma com a outra”, explica.

As duas cadeias apresentam condições precárias. Em Toledo, ontem havia 171 presos em um local com capacidade para 35. Somente dois agentes em cada escala vigiam os detentos. Desde janeiro, quando venceu o contrato do Estado com os agentes, apenas seis estão lotados na carceragem de Toledo.

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O coordenador ressalta que a Seju trabalha na tentativa de resolver o problema de baixo efetivo. “A situação é um caos em todo o Estado”, reconhece. Ele afirma que de momento é preciso avaliar a ocorrência e informar ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) a necessidade de montar uma tática estratégica. “Temos uma central de vagas que é responsável por isso. A central tem que tirar os condenados e diminuir a superlotação”, acrescenta.

Desinformação Desde a fuga até o final da noite muitas famílias de detentos esperavam informações em frente à 20ª SDP. Elas ansiavam saber se os familiares estavam envolvidos na fuga, se foram recapturados ou estavam foragidos e ainda temiam pela integridade física dos presos.

Sem um posicionamento da Seju ou Polícia Civil, o advogado, representando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Getúlio Marcondes, passou informações para a imprensa e familiares. “O pessoal está voltando para as celas e está tudo bem. Não está havendo violência”, garantiu.

Houve muito desencontro de informações, principalmente em relação à quantidade de presos que haviam fugido, inclusive após a contagem. Previsível/ “Infelizmente Vai Continuar Acontecendo Fugas E Rebeliões”

O problema do sistema carcerário é evidente e para a corregedora do presídio e juíza da Vara Criminal da Comarca de Toledo, Luciana Lopes do Amaral Beal, fugas e rebeliões são consequências, que “infelizmente vão continuar acontecendo”.

Ela ressalta que a superlotação, falta de agentes penitenciários, carência de penitenciárias, entre outras realidades tornam a situação do sistema penal insustentável e de difícil contorno. “Iremos mais uma vez tentar intervir junto ao Estado, pedir providências. Infelizmente sabemos que somente quando coisas assim acontecem é que são tomadas atitudes”, reforça.

Luciana afirma que o responsável pela carceragem já havia informado sobre a falta de efetivo e que estava solicitando junto a Seju providências, mas se for preciso tentará reforçar o pedido.

Mas, a situação é mais complexa, principalmente pela falta de vagas em penitenciárias e a ausência destas estruturas na região de Toledo. “Nesta carceragem, por exemplo, 15 homens e quatro mulheres já estão condenados”, detalha.

Há anos a construção de penitenciaria, colônia penal ou unidade de semiliberdade na região gera polêmica, mas se faz necessária. Agora, a juíza informa que a doação do terreno pelo município para a construção de uma unidade de regime semiaberto está em análise pela Seju. “O que não podemos é continuar com esta bomba relógio”, reforça.

De imediato, ela salienta que serão tomadas as medidas judiciais e que os fugitivos terão consequências. “Os que já foram condenados perdem os benefícios de progressão penal e os presos provisórios terão este fato ponderado no momento da sentença”, finaliza.