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GEM Açores 2010 GEM Açores 2010 ESTUDO SOBRE O EMPREENDEDORISMO UNIÃO EUROPEIA FEDER O projecto GEM - Global Entrepreneurship Monitor - é o maior estudo independente sobre o empreendedorismo a nível mundial. GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR Governo dos Açores

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GEM Açores 2010GEM Açores 2010ESTUDO SOBRE O EMPREENDEDORISMO

UNIÃO EUROPEIAFEDER

O projecto GEM - Global Entrepreneurship Monitor - é o maior estudo independente sobre o empreendedorismo a nível mundial.

GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR

Governo dos Açores

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

I

GEM AÇORES 2010GEM AÇORES 2010Estudo sobre o Empreendedorismo

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Embora este relatório tenha sido desenvolvido com base nos dados recolhidos pelo consórcio GEM, a responsabilidade pela análise e interpretação dos mesmos é da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

III

GEM AÇORES 2010 - INSTITUIÇÕES PARCEIRAS

O projecto GEM Açores 2010 resulta do trabalho de uma parceria que integra especialistas em empreendedorismo

na Região Autónoma dos Açores e em Portugal Continental.

O Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores, criado em 2006, constitui-se

como o veículo privilegiado do Departamento de Economia e Gestão para a promoção do

empreendedorismo nos Açores, tendo como missão aplicar as melhores práticas e as mais

avançadas metodologias em empreendedorismo, inovação e gestão empresarial.

O Centro de Empreendedorismo disponibiliza os recursos humanos, os conhecimentos

e os instrumentos de análise e gestão necessários para fomentar o desenvolvimento de

competências específicas em áreas relacionadas com o empreendedorismo, capazes de,

por um lado, promover a criação e o apoio a novos projectos empresariais com carácter

inovador e de forte valor acrescentado e, por outro lado, de contribuir para a redução do

risco e da incerteza num ambiente de competitividade globalizada.

O Centro de Empreendedorismo afirma-se, assim, como um espaço de aprendizagem e

reflexão sobre a problemática do empreendedorismo, com uma actuação centrada na

formação, na investigação e no desenvolvimento de actividades associadas ao espírito

empreendedor, contribuindo para o desenvolvimento do tecido empresarial açoriano e,

consequentemente, de toda a Região Autónoma dos Açores.

http://www.empreendedorismo.uac.pt

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

IV

A SPI Ventures é uma empresa de consultadoria fundada em 2008, que tem por missão

actuar como catalisador na criação e desenvolvimento de novos negócios, através da

identificação e selecção de oportunidades emergentes, que conduzam à sua optimizada

implementação, quer em novas empresas, quer em empresas já existentes. A empresa actua

no mercado como um knowledge broker e investment facilitator, oferecendo serviços que

combinam áreas como a vigilância tecnológica e o business intelligence com o planeamento

de negócios e o fomento do empreendedorismo, permitindo aos seus clientes aceder a

uma vasta rede de parceiros, essenciais para o desenvolvimento das suas ideias e para a

transformação das mesmas em negócios com grande potencial de crescimento.

A SPI Ventures beneficia da experiência da Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI) em

consultadoria nas áreas da inovação e fomento do empreendedorismo, assim como da

sua vasta rede de contactos. A SPI constitui-se como um nó activo de redes nacionais

e internacionais ligadas à inovação, assumindo-se como um promotor privilegiado de

relações entre empresas, instituições do sistema científico e tecnológico, organizações

nacionais públicas e privadas e instituições internacionais. No âmbito do projecto GEM,

em particular, a SPI Ventures (coordenadora da edição de 2010 do GEM em Portugal e em

Angola) beneficia da experiência da SPI, enquanto coordenadora deste estudo em Portugal,

nos anos 2001, 2004, 2007 e 2010, e em Angola, nos anos de 2008 e 2010.

http://www.spi-ventures.com

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

V

A Secretaria Regional da Economia é a entidade responsável pelo desenvolvimento das

políticas do Governo Regional dos Açores para os sectores ligados ao turismo, aos transportes

aéreos e marítimos, ao comércio, à indústria e ao artesanato. É, também, o departamento

governamental responsável pela captação de investimento externo para a Região, através

da Agência para a Promoção de Investimento dos Açores (APIA).

A Secretaria Regional da Economia integra a Direcção Regional de Apoio ao Investimento

e à Competitividade (DRAIC), que tem como propósito assistir as empresas açorianas nas

suas estratégias de crescimento baseadas na inovação, no reforço da competitividade e

da capacidade de gestão, bem como dinamizar o empreendedorismo. A DRAIC é, assim,

um parceiro na criação de mais riqueza e emprego e na melhoria da qualidade de vida

dos açorianos, actuando nas áreas da gestão de sistemas de incentivos, da promoção do

empreendedorismo e do apoio à actividade empresarial dos sectores do comércio e da

indústria.

Governo dos Açoreshttp://www.azores.gov.pt

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

VII

GEM Açores 2010GEM Açores 2010SUMÁRIO EXECUTIVO

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

IX

SUMÁRIO EXECUTIVO

O empreendedorismo encontra-se no centro da política económica e industrial, abrangendo, quer a criação de

novos negócios, quer o desenvolvimento de novas oportunidades em organizações já existentes.

Nos Açores, têm sido implementadas diversas iniciativas que visam o fomento da actividade empreendedora,

nomeadamente por parte do Governo Regional dos Açores (tais como o Concurso Regional de Empreendedorismo,

o Empreende Jovem - Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo, a rede de Gabinetes do Empreendedor

e o projecto Educação Empreendedora) e da Universidade dos Açores (importante promotora da formação em

empreendedorismo na Região). Estas iniciativas têm contribuído significativamente para minimizar os obstáculos

ao desenvolvimento do empreendedorismo com os quais a Região se depara (de que são exemplos a exiguidade

de uma cultura empreendedora globalmente instaurada e a dificuldade de acesso a financiamento privado por

parte dos empreendedores), pelo que o reforço das mesmas se revela indispensável.

O projecto Global Entrepreneurship Monitor (GEM - www.gemconsortium.org) é o maior estudo independente

de empreendedorismo realizado em todo o mundo. Este projecto tem como principal objectivo analisar a relação

entre o nível de empreendedorismo e o nível de crescimento económico, bem como determinar as condições que

estimulam e travam as dinâmicas empreendedoras em cada país/região participante.

Iniciado em 1999, numa iniciativa conjunta do Babson College (EUA) e da London Business School (Reino Unido), a

primeira edição deste estudo contou com a participação de 10 países. Em 2004, estas duas entidades transferiram

o capital intelectual do GEM para a Global Entrepreneurship Research Association (GERA) – uma organização sem

fins lucrativos gerida por representantes das equipas nacionais, das duas instituições fundadoras e de instituições

patrocinadoras da iniciativa. Em 2010, o GEM conta com a participação de 59 países.

O estudo GEM Açores 2010 é o primeiro estudo GEM de carácter regional realizado em Portugal, podendo ser

visto como uma avaliação de referência do empreendedorismo na Região, na medida em que destaca o nível,

as características e os principais factores impulsionadores do empreendedorismo nos Açores. Adicionalmente, o

estudo GEM Açores 2010 constitui um exercício de benchmarking de carácter internacional, que permite comparar

o nível de empreendedorismo nos Açores com o de Portugal Continental, da União Europeia (UE) e de diferentes

tipos de economia, com características e níveis de desenvolvimento distintos.

O GEM 2010 utiliza a tipologia de desenvolvimento competitivo de Michael Porter, assumindo a existência de economias

orientadas por factores de produção, orientadas para a eficiência e orientadas para a inovação. A presente edição do

estudo GEM conta com a participação de 13 países inseridos nas economias orientadas por factores de produção, 24

países inseridos nas economias orientadas para a eficiência e 22 países inseridos nas economias orientadas para a

inovação. A RAA insere-se neste último tipo de economia, onde se enquadram os países/regiões caracterizados por

apresentarem uma maior ênfase no sector dos serviços, fruto do amadurecimento e aumento da riqueza.

O GEM Açores 2010 incluiu a recolha de dados de 4 fontes:

• Sondagem à População Adulta, junto de 1.000 indivíduos (com idades entre 18 e 64 anos), residentes na

RAA, utilizando um questionário padronizado para todos os países/regiões participantes no GEM 2010.

A sondagem foi realizada pela GfK Metris (empresa de inquéritos e estudos de mercado), no período

compreendido entre Junho e Outubro de 2010.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

X

• Sondagem a Especialistas ligados ao empreendedorismo nos Açores, incluindo, entre outros, líderes do

sistema financeiro, responsáveis governamentais, membros do sistema de ensino e empreendedores de

renome. A sondagem envolveu a realização de 37 entrevistas a especialistas, utilizando um questionário

padronizado para todos os países/regiões participantes no GEM 2010;

• Indicadores relacionados com aspectos macroeconómicos do empreendedorismo, recolhidos de fontes

internacionais, tais como o Fundo Monetário Internacional (FMI);

• 2010 Global Report, elaborado pela GERA em Janeiro de 2011.

O principal índice do GEM designa-se por Taxa de Actividade Empreendedora Early-Stage (TEA - Total Early-Stage

Entrepreneurship Activity) e mede a proporção de indivíduos adultos (com idades compreendidas entre os 18 e os 64

anos) envolvidos quer num negócio em fase nascente (negócio que proporcionou remuneração salarial por um período

não superior a 3 meses), quer na gestão de um novo negócio (negócio que proporcionou remuneração salarial por um

período não inferior a 3 meses e não superior a 42).

As entrevistas realizadas a especialistas ligados ao empreendedorismo nos Açores foram conduzidas com base

em 10 factores associados à actividade empreendedora. Estes factores, designados por condições estruturais do

empreendedorismo, são:

1. Apoio Financeiro

2. Políticas Governamentais

3. Programas Governamentais

4. Educação e Formação

5. Transferência de Investigação e Desenvolvimento

6. Infra-estrutura Comercial e Profissional

7. Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada

8. Acesso a Infra-estruturas Físicas

9. Normas Culturais e Sociais

10. Protecção de Direitos de Propriedade Intelectual

As principais conclusões do trabalho desenvolvido no âmbito do GEM Açores 2010 reflectem duas dimensões

de análise: o nível e características da actividade empreendedora nos Açores e as condições estruturais do

empreendedorismo na Região.

Nível e Características da Actividade Empreendedora nos Açores

No que concerne ao nível e características da actividade empreendedora nos Açores, os resultados do estudo GEM

Açores 2010 provêm maioritariamente da Sondagem à População Adulta. As principais conclusões relativas a esta

dimensão encontram-se seguidamente apresentadas:

• Em 2010, a Taxa TEA na Região Autónoma dos Açores foi de 3,5%, o que significa que, nos Açores, por cada

100 indivíduos em idade adulta, 3 a 4 estão activamente envolvidos em start-ups ou na gestão de novos

negócios. A Taxa TEA nos Açores é a terceira mais baixa do estudo GEM 2010, tendo ficado à frente dos

valores registados para o Japão (3,3%) e para a Itália (2,3%).

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

XI

• A Taxa TEA nos Açores (3,5%) revela-se mais baixa do que a de Portugal Continental (4,4%), estando

também abaixo da média registada nas economias orientadas para a inovação (5,5%) e nos países membros

da UE (5,2%).

• Nos Açores, o número de empreendedores a gerir novos negócios (que proporcionaram remuneração

salarial por um período não superior a 42 meses e não inferior a 3) é cerca de 1,4 vezes superior ao

número de empreendedores envolvidos em start-ups, ou empreendedores de negócios nascentes (que

proporcionaram remuneração salarial por um período não superior a 3 meses). Este resultado segue a

tendência registada em Portugal Continental, sendo, contudo, contrário à tendência verificada, em média,

nas economias orientadas para a inovação e na UE, onde o empreendedorismo nascente predomina sobre

o empreendedorismo de novos negócios.

• Nos Açores, o sector onde se regista uma maior percentagem de actividade empreendedora early-stage

é o sector orientado ao consumidor (que inclui todos os negócios direccionados para o consumidor final,

como o retalhista, bares, restauração, alojamento, saúde, educação e lazer, entre outros), com 35,2%. A

este seguem-se, por ordem decrescente, o sector orientado ao cliente organizacional (que inclui finanças,

seguros, imobiliário e todas as actividades onde o cliente primário é outro negócio), com 28,0%, o sector

da transformação (que inclui construção, manufactura, transporte, comunicações, utilidades e distribuição

grossista), com 21,0%, e o sector extractivo (que inclui agricultura, silvicultura, pescas e extracção de

matérias brutas), com 15,8%. Esta distribuição da actividade empreendedora early-stage pelos diferentes

sectores revela-se mais uniforme do que em Portugal Continental, nas economias orientadas para a

inovação e na UE.

• Nos Açores, o número de empreendedores early-stage do sexo masculino corresponde a 6,0% da população

adulta masculina e o número de empreendedores early-stage do sexo feminino a 1,0% da população adulta

feminina (valor mais baixo registado no universo GEM 2010). Nos Açores, o número de empreendedores

do sexo masculino é, assim, cerca de 6 vezes superior ao número de empreendedores do sexo feminino.

Esta discrepância é mais acentuada do que em Portugal Continental e, em termos médios, do que nas

economias orientadas para a inovação e na UE.

• Nos Açores, 57,1% dos homens em idade adulta consideram ter as competências/ conhecimentos

necessários para criar um negócio, sendo este valor inferior no caso das mulheres (33,5%). Estes resultados

são ambos inferiores aos registados em Portugal Continental, verificando-se, contudo, que a percentagem

de homens em idade adulta que consideram ter as competências/conhecimentos necessários para criar um

negócio é maior nos Açores do que, em média, nas economias orientadas para a inovação e na UE.

• Nos Açores, as faixas etárias dos 18 aos 24 anos e dos 25 aos 34 anos são aquelas onde se registam as

maiores Taxas TEA (4,9% e 4,8% de empreendedores early-stage, respectivamente). Por oposição, a faixa

etária mais avançada (55 a 64 anos) é a que regista a menor Taxa TEA (0,9%).

• Nos Açores, 59,0% dos empreendedores afirmam que a necessidade é o principal factor motivador da

actividade empreendedora. Por outro lado, 30,2% dos empreendedores açorianos criam um negócio

movidos pela oportunidade, sendo 23,8% motivados pela vontade de aumentar o seu rendimento e apenas

6,4% pela vontade de se tornarem independentes. A mistura de motivos, por seu turno, verifica-se em 10,8%

dos casos. A percentagem de empreendedores motivados pela necessidade é maior nos Açores do que em

Portugal Continental e, em média, do que nas economias orientadas para a inovação e na UE.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

XII

• Atendendo à percepção que têm da concorrência, nos Açores, 19,5% dos empreendedores early-stage

consideram que não existem outros negócios a oferecer produtos/serviços semelhantes. Por sua vez, 42,0%

consideram existirem alguns negócios com produtos/serviços semelhantes e 38,5% acreditam que existem

muitos negócios com produtos/serviços semelhantes. A realidade açoriana difere da continental, das

economias orientadas para a inovação e da UE, onde se registam maiores percentagens de empreendedores

que consideram ter muitas empresas concorrentes e menores percentagens de empreendedores que

consideram não ter empresas concorrentes, em comparação com os Açores.

• A maioria dos empreendedores açorianos (67,2%) assume usar tecnologias disponíveis há mais de cinco

anos, ao passo que 19,0% afirmam usar as mais recentes tecnologias disponíveis (com menos de 1 ano) e

13,8% dizem utilizar tecnologias novas (com mais de 1 e menos de 5 anos). Nos Açores, os empreendedores

aparentam, assim, apresentar uma maior propensão para o uso das mais recentes tecnologias,

comparativamente a Portugal Continental e à média das economias orientadas para a inovação e da UE.

• Pouco mais de um terço (34,2%) dos negócios açorianos integrados no tipo de actividade empreendedora early-

stage não apresenta quaisquer clientes fora de Portugal. Adicionalmente, 51,0% desses negócios apresentam

uma quantidade de clientes em mercados externos de 1% a 25%, enquanto 10,1% dos empreendedores

afirmam ter 26% a 75% de clientes internacionais. Somente os restantes 4,7% dos empreendedores açorianos

possuem uma quantidade de clientes em mercados estrangeiros acima de 75% do total. Nos Açores, a

proporção de negócios early-stage com clientes internacionais é maior, quando comparada com a de Portugal

Continental e com a média das economias orientadas para a inovação e da UE.

• Nos Açores, 1,2% da população adulta desistiu de um negócio nos 12 meses anteriores à realização da

Sondagem à População Adulta (Junho de 2010), tendo a continuidade do mesmo sido interrompida. Por

outro lado, 0,5% da população adulta afirmou ter desistido de um negócio, no mesmo período, tendo esse

negócio permanecido activo.

• A razão mais apontada pelos inquiridos para a desistência do seu negócio foi o facto de este não ser

lucrativo (65,1% de respostas neste sentido). Adicionalmente, 15,3% dos inquiridos afirmou ter desistido do

seu negócio por razões pessoais, 9,6% pela oportunidade de venda e os restantes 10,0% por outros motivos.

Nenhum inquirido alegou problemas de obtenção de financiamento para o abandono do negócio, ao

contrário do verificado para Portugal Continental e para a média das economias orientadas para a inovação

e da UE.

Condições Estruturais do Empreendedorismo nos Açores

No que se refere às condições estruturais do empreendedorismo nos Açores, os resultados do estudo GEM Açores

2010 têm como principal fonte a Sondagem a Especialistas e contemplam os 10 factores analisados através de uma

escala com 5 graus: insuficiente; parcialmente insuficiente; nem suficiente nem insuficiente; parcialmente suficiente;

e suficiente. As principais conclusões relativas a esta dimensão encontram-se seguidamente apresentadas:

Apoio Financeiro: Os especialistas tendem a considerar que, nos Açores, o apoio financeiro ao empreendedorismo

é parcialmente insuficiente, com destaque para os fundos de capital de risco e para o capital de Ofertas Públicas

Iniciais. Quando questionados sobre os principais factores que obstaculizam o empreendedorismo nos Açores,

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

XIII

os especialistas apontaram ainda, na sua maioria, a dificuldade de acesso ao crédito. Por outro lado, é de salientar

o resultado positivo associado aos subsídios governamentais, considerados parcialmente suficientes pelos

especialistas inquiridos e um dos principais factores de fomento da actividade empreendedora.

Políticas Governamentais: Os especialistas açorianos são de opinião que as políticas governamentais apoiam

o empreendedorismo de forma nem suficiente nem insuficiente. Neste contexto, é de salientar como aspecto

mais positivo a prioridade que é atribuída, em termos de políticas, ao apoio às empresas novas e em crescimento

por parte do Governo Regional (apontado pelos especialistas como um dos principais factores de fomento do

empreendedorismo). Do lado dos indicadores menos favoráveis, destaca-se a dificuldade que as empresas novas e

em crescimento sentem em obter a maioria das autorizações e licenças no prazo de uma semana (como resultado,

na opinião de alguns especialistas, da existência de alguma burocracia).

Programas Governamentais: Em termos globais, os especialistas açorianos consideram que o apoio ao

empreendedorismo através de programas governamentais não é suficiente nem insuficiente. A adequabilidade

do número de programas governamentais para empresas novas e em crescimento e a competência e eficiência

das pessoas que trabalham para as agências governamentais no apoio às empresas (e também das pessoas que

trabalham em iniciativas de apoio ao empreendedorismo de elevado crescimento) são considerados os aspectos

mais positivos e dos principais factores de promoção do empreendedorismo na Região. Por outro lado, o apoio

prestado às empresas pelos parques de ciência e incubadoras é considerado o factor menos favorável.

Educação e Formação: No que respeita ao contributo do sistema de educação e formação para o empreendedorismo,

as opiniões dos especialistas açorianos repartem-se entre o “parcialmente insuficiente” e o “nem suficiente nem

insuficiente”. Neste âmbito, destaca-se como aspecto mais positivo o nível da educação em negócios e gestão (como

forma de assegurar uma boa e adequada preparação para a criação e desenvolvimento de novas empresas) e como

aspecto mais desfavorável o grau em que o ensino primário e secundário dão atenção ao empreendedorismo.

Apesar de considerarem existir a necessidade de reforçar a formação em empreendedorismo (especialmente em

níveis de ensino inferiores ao Ensino Superior), os especialistas destacam o importante contributo da Universidade

dos Açores nesta matéria, considerando esse contributo um dos principais factores promotores da actividade

empreendedora na Região.

Transferência de Investigação e Desenvolvimento (I&D): De acordo com a opinião dos especialistas, nos Açores,

a transferência de I&D no âmbito da actividade empreendedora é, de uma forma global, parcialmente insuficiente.

Neste contexto, a eficiência na transferência de nova tecnologia, ciência e conhecimento das universidades e centros

de investigação públicos para as empresas é o aspecto menos favorável e considerado, por alguns especialistas,

um dos principais obstáculos ao empreendedorismo na Região. Por oposição, é de destacar como aspecto mais

favorável o grau de adequabilidade dos subsídios governamentais para aquisição de tecnologia recente por parte

das empresas, que se situa próximo do intervalo “parcialmente suficiente”.

Infra-estrutura Comercial e Profissional: O apoio prestado pela infra-estrutura comercial e profissional aos

empreendedores nos Açores é tendencialmente considerado, pelos especialistas, nem suficiente nem insuficiente.

A capacidade que as empresas novas e em crescimento têm para comportar o custo de recorrer a fornecedores de

serviços e consultores é, no entanto, considerada parcialmente insuficiente, sendo este o aspecto menos favorável

registado e, na opinião de alguns especialistas, um dos principais obstáculos ao empreendedorismo na Região.

Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada: Na opinião dos especialistas, em matéria de abertura do mercado/

barreiras à entrada, a realidade dos Açores é tendencialmente caracterizada como parcialmente insuficiente,

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

XIV

estando o aspecto menos favorável associado ao grau em que os mercados de negócios entre empresas mudam

radicalmente de ano para ano. Como aspecto mais favorável é de salientar a eficiência e correcta aplicação da

legislação anti-trust, considerada nem suficiente nem insuficiente pelos especialistas inquiridos.

Acesso a Infra-estruturas Físicas: Os especialistas açorianos tendem a considerar que o acesso a infra-estruturas

físicas nos Açores é parcialmente suficiente. Neste contexto, destaca-se como aspecto mais positivo o acesso a

utilidades básicas (em cerca de um mês) por parte das empresas novas e em crescimento. Por outro lado, como

aspecto menos favorável, é de destacar o acesso a infra-estruturas de comunicação (em cerca de uma semana) por

parte das empresas novas e em crescimento, avaliado como nem suficiente nem insuficiente” pelos especialistas

inquiridos.

Normas Sociais e Culturais: Na opinião dos especialistas açorianos, a cultura regional encoraja o empreendedorismo

de forma parcialmente insuficiente. Aqui, o principal destaque, pela negativa, vai para o grau em que a cultura

regional estimula o empreendedorismo que implica risco, sendo que o aspecto menos desfavorável está relacionado

com o grau em que a cultura regional estimula a responsabilidade que o indivíduo (em detrimento do colectivo)

tem na gestão da sua vida. A ausência de uma cultura empreendedora globalmente instaurada (e existência de

uma mentalidade “tradicional”) foi apontada, pela maioria dos especialistas, como uma das principais barreiras ao

empreendedorismo nos Açores.

Ainda dentro desta condição estrutural, em matéria de oportunidades para a criação de novas empresas

(consideradas, de um modo geral, nem suficientes nem insuficientes), destaca-se como aspecto mais favorável o grau

em que as referidas oportunidades aumentaram nos últimos cinco anos e como aspecto menos favorável o grau em

que os empreendedores conseguem aproveitar as oportunidades existentes. Quanto à capacidade da população

açoriana para criar um negócio, esta foi avaliada pelos especialistas açorianos como parcialmente insuficiente. Por

fim, no que respeita à imagem social dos empreendedores, a opinião dos especialistas é globalmente positiva:

destacam-se como aspectos mais favoráveis o estatuto social e o respeito conquistado pelos empreendedores de

sucesso, bem como o grau em que a sociedade encara os empreendedores como indivíduos competentes e com

recursos (considerados parcialmente suficientes); o aspecto menos favorável, na opinião dos especialistas, é o grau

em que as pessoas encaram a carreira de empreendedor como uma opção desejável, considerado nem suficiente

nem insuficiente.

Protecção de Direitos de Propriedade Intelectual: A protecção dos direitos de propriedade intelectual nos

Açores é, na opinião dos especialistas, nem suficiente nem insuficiente. Como aspectos mais positivos destacam-

se a abrangência da legislação relativa aos direitos de propriedade intelectual e o reconhecimento de que esses

direitos devem ser respeitados. Por outro lado, a normalidade associada às vendas ilegais de software pirateado,

vídeos, CD e outros produtos com direitos de autor revela-se o aspecto menos favorável.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

XV

ÍNDICE

GEM Açores 2010 - Instituições Parceiras III

Sumário Executivo VII

1. Introdução ao Relatório GEM Açores 2010 1

2. Actividade Empreendedora nos Açores 13

2.1. Actividade Empreendedora Early-Stage (TEA) 15

2.2. Características Demográficas 21

2.3. Oportunidade e Capacidade Empreendedora 24

2.4. Actividade Empreendedora Orientada para a Inovação 27

2.5. Internacionalização 31

2.6. Cessação da Actividade Empreendedora 32

3. Condições Estruturais do Empreendedorismo nos Açores 35

3.1. Apoio Financeiro 37

3.2. Políticas Governamentais 39

3.3. Programas Governamentais 40

3.4. Educação e Formação 42

3.5. Transferência de Investigação e Desenvolvimento 44

3.6. Infra-estrutura Comercial e Profissional 46

3.7. Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada 48

3.8. Acesso a Infra-estruturas Físicas 49

3.9. Normas Culturais e Sociais 51

3.10. Protecção de Direitos de Propriedade Intelectual 56

Anexos 59

Anexo I: Índice de Tabelas e Figuras 61

Anexo II: Lista de Especialistas Ligados ao Empreendedorismo nos Açores 63

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

1

GEM Açores 2010GEM Açores 2010INTRODUÇÃO AO RELATÓRIO GEM AÇORES 2010

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

3

1. INTRODUÇÃO AO RELATÓRIO GEM AÇORES 2010

O projecto Global Entrepreneurship Monitor (GEM - www.gemconsortium.org) é o maior estudo independente de

empreendedorismo realizado em todo o mundo, tendo como principal objectivo analisar a relação entre o nível

de empreendedorismo e o nível de crescimento económico, bem como determinar as condições que estimulam e

travam as dinâmicas empreendedoras em cada país/região participante.

O primeiro estudo GEM foi realizado em 1999, como iniciativa conjunta do Babson College (Estados Unidos da

América) e da London Business School (Reino Unido), tendo contado com a participação de 10 países. Em 2004,

estas duas entidades transferiram o capital intelectual do GEM para a Global Entrepreneurship Research Association

(GERA) – uma organização sem fins lucrativos gerida por representantes das equipas nacionais, das duas instituições

fundadoras e de instituições patrocinadoras da iniciativa.

A mais recente edição do estudo GEM (2010) conta com a participação de 59 países, incluindo, pela primeira vez, a

análise da actividade empreendedora na Região Autónoma dos Açores (RAA).

Relevância do GEM Açores 2010

O desenvolvimento económico depende fortemente do surgimento de empreendedores capazes de descobrir e

aproveitar oportunidades, investir, gerar riqueza e emprego e contribuir para a criação de uma cultura empresarial,

onde as empresas procuram progredir na cadeia de valor, num ambiente económico global.

Reconhecendo o papel essencial dos empreendedores enquanto catalisadores da economia e promotores de

inovação e competitividade, o Governo Regional dos Açores tem desenvolvido um conjunto de importantes

iniciativas para o fomento do empreendedorismo, de que são exemplos o Concurso Regional de Empreendedorismo,

o Empreende Jovem - Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo, a rede de Gabinetes do Empreendedor e o

projecto Educação Empreendedora.

Neste contexto, o projecto GEM Açores assume capital importância, na medida em que permite a avaliação do

impacto das iniciativas implementadas, contribuindo para que os diversos departamentos governamentais,

as associações empresariais, a Universidade (importante promotora da formação em empreendedorismo na

Região) e as restantes entidades ligadas ao sistema de ensino fiquem na posse de elementos indicativos da

capacidade empreendedora existente na Região, bem como das vias para a indução de comportamentos

empreendedores nos jovens açorianos e para a criação de um ambiente propício à manifestação do espírito

empreendedor.

O projecto GEM Açores constitui ainda um exercício de benchmarking de carácter internacional, que permite

comparar o nível de empreendedorismo nos Açores com o de Portugal Continental, da União Europeia (UE) e de

diferentes tipos de economia, com características e níveis de desenvolvimento diferentes.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

4

Retrato do Empreendedorismo no GEM

Em termos gerais, o GEM define empreendedorismo como “qualquer tentativa de criação de um novo negócio

ou nova iniciativa, tal como emprego próprio, uma nova organização empresarial ou a expansão de um negócio

existente, por parte de um indivíduo, de uma equipa de indivíduos, ou de negócios estabelecidos”.

Assim, a recolha de dados do GEM abrange todo o ciclo de vida do processo empreendedor e debruça-se sobre os

indivíduos, enquadrando-os em três fases distintas: quando estes empregam recursos para começar um negócio

do qual esperam ser donos (empreendedores de negócios nascentes); quando estes são donos e gerem um

novo negócio que proporciona remuneração salarial por um período superior a 3 meses e inferior a 42 meses

(empreendedores de novos negócios); e quando estes são donos e gerem um negócio já estabelecido e que está

em funcionamento há mais de 42 meses (empreendedores de negócios estabelecidos). A Figura 1 sintetiza o

processo empreendedor e as definições operacionais do GEM.

Potencial empreendedor: Oportunidades, conhecimento e competências

Dono-gestor de um negócio estabelecido (mais de 42

meses)

Empreendedor nascente:

Envolvido na

um negócio

Dono-gestor de um novo negócio

(até 42 meses)

Concepção Nascimento do negócio Persistência

Early-Stage (TEA)

negócio

Fonte: GERA, Global Report, 2010

Para o GEM, o pagamento de um salário por um período superior a 3 meses a qualquer pessoa (incluindo o dono) é

considerado como o marco de nascimento de um negócio. Adicionalmente, a distinção entre empreendedores de

negócios nascentes e empreendedores de novos negócios é determinada pela idade do negócio. Os negócios que

proporcionaram uma remuneração salarial por mais de 3 e menos de 42 meses são considerados novos. O ponto-

-limite de 42 meses foi estabelecido, tendo essencialmente em consideração que a maioria dos novos negócios não

sobrevive para além dos 3 ou 4 anos.

As taxas de prevalência de empreendedores nascentes (ou empreendedores de negócios nascentes) e de

empreendedores de novos negócios, consideradas em conjunto, podem funcionar como um indicador de actividade

empreendedora early-stage num país/região, pois representam a dinâmica de criação de novas empresas. Mesmo

considerando que uma boa parte dos empreendedores de negócios nascentes acaba por não conseguir abrir o seu

novo negócio, as suas acções podem, ainda assim, ter um efeito benéfico para a economia, uma vez que a ameaça

de entrada de novos concorrentes pode colocar pressão nas empresas actualmente presentes no mercado e, assim,

fazê-las ter um melhor desempenho.

Figura 1: O processo empreendedor e as definições operacionais do GEM

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

5

O relatório GEM Açores 2010 utiliza a Taxa de Actividade Empreendedora Early-Stage (TEA) como principal índice

para medir a actividade empreendedora e compará-la com indicadores económicos. A Taxa TEA mede a proporção

de adultos (com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos) envolvidos em negócios nascentes ou em novos

negócios.

Fases do Desenvolvimento Económico

O estudo GEM tem em consideração as diferentes fases do desenvolvimento económico dos países/regiões,

classificando cada país/região participante como “economia orientada por factores de produção”, “economia

orientada para a eficiência” ou “economia orientada para a inovação”1. A caracterização geral do empreendedorismo

nos três tipos de economia anteriormente referidos encontra-se seguidamente apresentada:

Empreendedorismo em economias orientadas por factores de produção

Nas economias orientadas por factores de produção, o desenvolvimento económico consiste em mudanças na

quantidade e no carácter do valor acrescentado económico. Estas mudanças resultam em maior produtividade

e num aumento do rendimento per capita e, frequentemente, coincidem com a migração de trabalho entre os

diferentes sectores económicos da sociedade (por exemplo do sector primário para a indústria e serviços)2.

Nos países com baixos níveis de desenvolvimento económico, o sector agrícola é tipicamente preponderante,

assegurando a subsistência à maioria da população, a qual vive, sobretudo, em zonas rurais. Esta situação vai

mudando à medida que a actividade industrial começa a desenvolver-se, muitas vezes em torno da extracção de

recursos naturais. Começando a indústria extractiva a expandir-se, há um impulso para o crescimento económico

que faz com que o excedente de população ligada ao sector agrícola migre para sectores extractivos e de grande

escala, frequentemente localizados em regiões específicas. Destes processos resulta um excesso de oferta de

mão-de-obra, que acaba por provocar o empreendedorismo de necessidade em aglomerados regionais, dado os

trabalhadores excedentários procurarem criar o seu próprio emprego, de modo a garantir a sua subsistência.

Empreendedorismo em economias orientadas para a eficiência

Nas economias orientadas para a eficiência, à medida que o sector industrial se vai desenvolvendo, começam a

emergir instituições para o apoio ao desenvolvimento da industrialização e começa a haver uma procura de maior

produtividade através da criação de economias de escala. Tipicamente, as políticas económicas nacionais em

economias de escala moldam as instituições económicas e financeiras emergentes, de modo a favorecer as grandes

empresas nacionais. À medida que a produtividade económica contribui para a formação de capital financeiro,

podem surgir nichos nas cadeias de fornecimento, permitindo que novas empresas produzam para empresas

já instaladas. Estes factores, combinados com o fornecimento independente de capital financeiro por parte do

sector bancário emergente, aumentam as oportunidades de desenvolvimento das indústrias de pequena e média

escala. Paralelamente, espera-se também que a actividade industrial movida pela necessidade decresça, abrindo

oportunidade para a entrada no mercado destas empresas emergentes de pequena escala.

Empreendedorismo em economias orientadas para a inovação

Finalmente, em economias orientadas para a inovação, pode esperar-se que a ênfase dada à actividade industrial

1Citado no GERA, Global Report, 2010, de Porter, Sachs e McArthur (2002): “Executive Summary: Competitiveness and Stages of Economic Development.”, The Global Competitiveness Report 2001-2002, New York: Oxford University Press, 16-25.2Citado no GERA, Global Report, 2010, de Gries, T. and W. Naude. (2010): “Entrepreneurship and Structural Economic Transformation,” In Small Business Economics, 34(1): 13–29.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

6

mude gradualmente para o sector dos serviços, à medida que ocorre um amadurecimento e aumento da riqueza.

Este sector deverá ser capaz de responder às necessidades de uma população em crescimento, indo ao encontro

das exigências criadas numa sociedade com elevado rendimento. O sector industrial, por seu turno, atravessa um

conjunto de mudanças e melhorias ao nível da variedade e da sofisticação. Estas melhorias estão normalmente

associadas a actividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) cada vez mais intensivas, verificando-se

um papel de crescente relevância por parte das instituições que produzem o conhecimento. Os progressos

referidos abrem caminho ao desenvolvimento de uma actividade empreendedora inovadora, orientada para

o aproveitamento de oportunidades e que não tem receio de desafiar os agentes estabelecidos na economia.

Frequentemente, as pequenas empresas inovadoras beneficiam de uma vantagem de produtividade relativamente

às grandes empresas ao nível da inovação, permitindo que estes pequenos actores operem como “agentes de

destruição criativa”. Dependendo do grau em que as instituições económicas e financeiras criadas durante o

período económico de forte industrialização forem capazes de integrar e dar resposta à actividade empreendedora

baseada na oportunidade, poderão emergir novas empresas inovadoras, assumindo-se como motores importantes

do crescimento económico e da criação de riqueza3.

Atitude, Actividade e Aspiração Empreendedora

Podem ser identificadas três componentes principais do empreendedorismo: a atitude empreendedora, a

actividade empreendedora e a aspiração empreendedora. Estas componentes encontram-se interligadas através

de circuitos complexos, com relações de causa e efeito entre si. Por exemplo, uma atitude positiva relativamente ao

empreendedorismo pode aumentar a actividade empreendedora e as aspirações empreendedoras, o que por sua

vez afecta de maneira positiva a atitude, na medida em que vão surgindo mais referências ou modelos positivos. As

aspirações positivas podem mudar a natureza da actividade e, por sua vez, mudar a atitude.

A atitude empreendedora é a postura adoptada face ao empreendedorismo. Por exemplo, um tipo de atitude

empreendedora é a medida em que as pessoas crêem existirem boas oportunidades para abrir um negócio ou a

medida em que se atribui um elevado estatuto aos empreendedores. Outros tipos de atitudes relevantes são, por

exemplo, o risco que os indivíduos podem estar dispostos a correr ou a sua percepção das próprias competências,

conhecimentos e experiência para a criação de um negócio.

A atitude empreendedora pode influenciar a actividade empreendedora, mas também pode ser influenciada

por esta. Por exemplo, a legitimação do empreendedorismo numa sociedade, sendo reflectida numa atitude

empreendedora positiva, pode ser influenciada pelo facto de as pessoas conhecerem alguém que criou um

negócio recentemente. Indivíduos que conhecem situações próximas de criação recente de um negócio poderão,

pela familiaridade que têm com o processo, estar mais predispostos para o ver como sendo legítimo.

A atitude empreendedora é importante porque reflecte o sentimento geral da população relativamente aos

empreendedores e ao empreendedorismo. É fundamental que os países tenham pessoas capazes de, por um lado,

reconhecer oportunidades de negócio valiosas e, por outro lado, perceber que detêm as competências necessárias

para explorar estas oportunidades. Para além do mais, se a atitude nacional relativamente ao empreendedorismo for

3 Citado no GERA, Global Report, 2010, Henrekson, M. (2005). “Entrepreneurship: A weak link in the welfare state”. In Industrial and Corporate Change, 14(3): 437–467.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

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positiva, irá contribuir para gerar apoio cultural, recursos financeiros e benefícios em rede para os empreendedores

ou para as pessoas que querem criar um negócio.

Embora a actividade empreendedora seja multi-facetada, pode destacar-se uma das suas facetas importantes,

relativa ao grau em que as pessoas estão a levar a cabo novas actividades de negócio, tanto em termos absolutos,

como no que se refere a outras actividades associadas (por exemplo: o encerramento de negócios). Dentro do

espectro de novas actividades de negócio, podem ser identificados diferentes tipos de actividade empreendedora.

Por exemplo, a criação de negócios pode variar de acordo com o sector industrial, com a dimensão da equipa

fundadora, com o grau de independência que a iniciativa tem relativamente a outros negócios ou mesmo de

acordo com as características demográficas do grupo de fundadores, tais como a idade, o sexo e a formação.

A actividade empreendedora deve ser vista como um processo e não como um momento. É por este motivo

que o GEM mede, quer as intenções empreendedoras, quer a actividade empreendedora nascente, a nova e a

estabelecida. A análise das múltiplas componentes da actividade empreendedora permite também explorar

diferenças entre os processos empreendedores nas três grandes fases de desenvolvimento económico dos países.

Por exemplo, espera-se que a actividade de negócios nascentes e novos seja alta nas economias orientadas

por factores de produção, principalmente porque a maior parte desta actividade é motivada pela necessidade

económica. Complementarmente, nas economias orientadas para a inovação, espera-se que a proporção de

empreendedorismo motivado pela oportunidade seja maior do que nas economias orientadas por factores de

produção e nas economias orientadas para a eficiência.

A aspiração empreendedora reflecte a natureza qualitativa da actividade empreendedora. Por exemplo, os

empreendedores diferem nas suas aspirações de introduzir novos produtos e novos processos produtivos, de

abordar mercados externos, de desenvolver uma organização e de financiar o crescimento do seu negócio com

capitais externos. Estas aspirações, quando concretizadas, podem afectar significativamente o impacto económico

das actividades empreendedoras. A inovação de produto e de processo, a internacionalização e a orientação para

o alto crescimento são marcas visíveis de empreendedorismo ambicioso ou de elevadas aspirações. O GEM criou

mecanismos que permitem medir estas aspirações.

Condições Estruturais do Empreendedorismo

O GEM define as Condições Estruturais do Empreendedorismo (CEE) como os indicadores do potencial de um país/

região para promover o empreendedorismo. As CEE reflectem as principais características do meio socioeconómico

de um país/região, que se espera terem um impacto significativo no sector empresarial. A nível nacional/regional,

há diferentes condições estruturais que se aplicam a negócios já estabelecidos e a novos negócios. O GEM 2010

compara também estas condições, considerando a fase de desenvolvimento económico de cada país/região

participante.

O Modelo GEM encontra-se ilustrado na Figura 2.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

8

Contexto social,

cultural e

- Formação e educação superior - bens - trabalho -

-Capacidade tecnológica -Dimensão do mercado

Oportunidades detectadas Capacidade detectada

Early-stage Persistência Encerramento/saída

crescimento das empresas

Empresas estabelecidas (economia primária)

Crescimento Económico

Nacional (Emprego e inovação

técnica)

Aspiração Crescimento Inovação Criação de valor social

Requisitos básicos - - Infra-estrutura - Estabilidade macroeconómica - Saúde e educação primária

Empreendedorismo

fontes disponíveis

Sondagem aos Especialistas

Sondagem à População Adulta

Fonte: GERA, Global Report, 2010

No caso das economias orientadas por factores de produção, a ênfase é colocada nos requisitos básicos, tais como o

desenvolvimento das instituições, a infra-estrutura, a estabilidade macroeconómica, a saúde e a educação primária.

Estes requisitos básicos ajudarão a sustentar o empreendedorismo baseado na necessidade, mas, à partida,

contribuirão pouco para estimular o empreendedorismo baseado na oportunidade.

À medida que as economias de escala se tornam cada vez mais relevantes, ganham importância outras condições

que asseguram o funcionamento adequado do mercado, adquirindo relevo os indutores de eficiência. Apesar de

estas condições não estarem directamente relacionadas com o empreendedorismo, acabam por ter uma influência

indirecta, uma vez que o desenvolvimento dos mercados irá também atrair mais empreendedores. Para países

cujo desenvolvimento económico é sobretudo orientado para a inovação, as CEE adquirem maior importância,

enquanto factores de desenvolvimento económico, do que os requisitos básicos ou os indutores de eficiência.

Utilizando o modelo apresentado na Figura 2, o GEM identificou um conjunto de 10 condições estruturais,

que são utilizadas para melhor se entender o nível, os factores impulsionadores e os constrangimentos do

empreendedorismo num país/região:

1. Apoio Financeiro – Disponibilidade de recursos financeiros, capital próprio e fundos de amortização de dívida para empresas novas e em crescimento, incluindo bolsas e subsídios;

Figura 2: Modelo GEM

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

9

2. Políticas Governamentais – Grau em que as políticas governamentais relativas a impostos, regulamentações e sua aplicação são neutras no que diz respeito à dimensão das empresas e grau em que estas políticas incentivam ou desincentivam empresas novas e em crescimento;

3. Programas Governamentais – Existência de programas, em todos os níveis de governação (nacional, regional e municipal), que apoiem directamente negócios novos e em crescimento;

4. Educação e Formação – Grau em que a formação sobre a criação ou gestão de negócios novos e em crescimento é incluída no sistema de educação e formação, bem como a qualidade, relevância e profundidade dessa educação e formação para criar ou gerir negócios pequenos, novos ou em crescimento;

5. Transferência de Investigação e Desenvolvimento – Grau em que a I&D a nível nacional/regional conduz a novas oportunidades comerciais, assim como o nível de acesso à I&D por parte dos negócios pequenos, novos ou em crescimento;

6. Infra-estrutura Comercial e Profissional – Influência das instituições e serviços comerciais, contabilísticos e legais, que permitem a promoção dos negócios pequenos, novos ou em crescimento;

7. Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada – Grau em que se impede que os acordos e procedimentos comerciais sejam alvo de mudanças e substituições, impossibilitando empresas novas e em crescimento de estar em concorrência e de substituir fornecedores e consultores de forma recorrente;

8. Acessos a Infra-estruturas Físicas – Acesso a recursos físicos (comunicação, transportes, utilidades, matérias-primas e recursos naturais) a preços que não sejam discriminatórios para negócios pequenos, novos ou em crescimento;

9. Normas Culturais e Sociais – Grau em que as normas sociais e culturais vigentes encorajam (ou não desencorajam) iniciativas individuais que levam a novas formas de conduzir negócios e actividades económicas e, por sua vez, contribuem para uma maior distribuição da riqueza e do rendimento;

10. Protecção de Direitos de Propriedade Intelectual – Extensão em que a propriedade intelectual de empresas

novas e em crescimento é protegida e aplicada pela lei.

Países Participantes no GEM 2010

Os países participantes no GEM 2010 foram classificados da seguinte forma:

• Economias Orientadas por Factores de Produção (13): Angola, Arábia Saudita, Bolívia, Cisjordânia &

Faixa de Gaza, Egipto, Gana, Guatemala, Irão, Jamaica, Paquistão, Uganda, Vanuatu, Zâmbia;

• Economias Orientadas para a Eficiência (24): África do Sul, Argentina, Bósnia e Herzegovina, Brasil,

Chile, China, Rússia, Colômbia, Costa Rica, Croácia, Equador, Formosa, Hungria, Letónia, Macedónia, Malásia,

México, Montenegro, Roménia, Peru, Trinidade e Tobago, Tunísia, Turquia, Uruguai;

• Economias Orientadas para a Inovação (22): Alemanha, Austrália, Bélgica, Dinamarca, Eslovénia,

Espanha, Estados Unidos da América, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão,

Noruega, Portugal (Continente e RAA), República da Coreia, Reino Unido, Suécia, Suíça.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

10

No relatório GEM Açores 2010, foram ainda consideradas as seguintes áreas geográficas4: Europa – Membros da

UE; Europa – Não Membros da UE; América e Caraíbas; Ásia Pacífico; África Subsariana; e Norte de África e Médio

Oriente. Os países participantes foram distribuídos por estas áreas geográficas da seguinte forma:

• Europa – Membros da UE (17): Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Finlândia, França,

Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Portugal (Continente e RAA), Reino Unido, Roménia, Suécia;

• Europa – Não Membros da UE (9): Bósnia e Herzegovina, Croácia, Islândia, Macedónia, Montenegro,

Noruega, Rússia, Suíça, Turquia;

• América e Caraíbas (14): Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos

da América, Guatemala, Jamaica, México, Peru, Trinidade e Tobago, Uruguai;

• Ásia Pacífico (7): Austrália, China, Formosa, Japão, Malásia, República da Coreia, Vanuatu;

• África Subsariana (5): África do Sul, Angola, Gana, Uganda, Zâmbia;

• Norte de África e Médio Oriente (7): Arábia Saudita, Cisjordânia & Faixa de Gaza, Egipto, Irão, Israel,

Paquistão, Tunísia.

Estrutura do Relatório GEM Açores 2010

A elaboração do relatório GEM Açores 2010 implicou a recolha de dados de 4 fontes:

• Sondagem à População Adulta, junto de 1.000 indivíduos (com idades entre 18 e 64 anos), residentes na

RAA, utilizando um questionário padronizado para todos os países/regiões participantes no GEM 2010.

A sondagem foi realizada pela GfK Metris (empresa de inquéritos e estudos de mercado), no período

compreendido entre Junho e Outubro de 2010.

• Sondagem a Especialistas ligados ao empreendedorismo nos Açores, incluindo, entre outros, líderes do

sistema financeiro, responsáveis governamentais, membros do sistema de ensino e empreendedores de

renome. A sondagem envolveu a realização de 37 entrevistas a especialistas, utilizando um questionário

padronizado para todos os países/regiões participantes no GEM 2010;

• Indicadores relacionados com aspectos macroeconómicos do empreendedorismo, recolhidos de fontes

internacionais, tais como o Fundo Monetário Internacional (FMI);

• 2010 Global Report, elaborado pela GERA em Janeiro de 2011.

4 No sentido de isolar a UE, algumas das áreas geográficas consideradas no relatório GEM Açores 2010 diferem das áreas geográficas definidas no âmbito do GERA, Global Report, 2010 (as quais são: Estados Unidos e Europa Ocidental; Europa de Leste; América Latina e Caraíbas; Ásia Pacífico; África subsariana; e Norte de África e Médio Oriente).

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

11

Após a presente introdução, este relatório inclui os seguintes capítulos:

• Capítulo 2 – Actividade Empreendedora nos Açores: analisa o nível e características do empreendedorismo

nos Açores e estabelece uma comparação entre a Região Autónoma e Portugal Continental, as economias

orientadas para a inovação e a UE.

• Capítulo 3 – Condições Estruturais do Empreendedorismo nos Açores: analisa as condições estruturais

que influenciam o empreendedorismo nos Açores (quer impulsionando-o, quer obstaculizando o seu

desenvolvimento) e estabelece uma comparação entre a Região Autónoma e Portugal Continental, as

economias orientadas para a inovação e a UE.

Adicionalmente, são incluídos dois anexos: o Anexo I contém o índice de tabelas e figuras do presente relatório e o

Anexo II contém a lista de especialistas entrevistados no âmbito do estudo.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

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GEM Açores 2010GEM Açores 2010ACTIVIDADE EMPREENDEDORA NOS AÇORES

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

15

2. ACTIVIDADE EMPREENDEDORA NOS AÇORES

No presente capítulo são analisadas as características do empreendedorismo na Região Autónoma do Açores.

Os resultados aqui apresentados foram obtidos a partir de instrumentos padronizados que o consórcio GEM utiliza

para medir a actividade empreendedora nos vários países/regiões participantes.

2.1. Actividade Empreendedora Early-Stage (TEA)

No âmbito da avaliação da actividade empreendedora, o principal índice é designado por Taxa de Actividade

Empreendedora Early-Stage (Taxa TEA) de cada país/região participante. A Taxa TEA ilustra a proporção de indivíduos

em idade adulta (entre os 18 e os 64 anos) que está envolvida num processo de start-up (negócio nascente) ou na

gestão de negócios novos e em crescimento, em cada país/região participante.

As Taxas TEA relativas aos países GEM 2010 e à RAA encontram-se ilustradas na Figura 3.

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

Em 2010, a Taxa TEA na RAA foi de 3,5%. Este resultado indica que, nos Açores, por cada 100 indivíduos em idade

adulta, 3 a 4 estão activamente envolvidos em start-ups ou na gestão de novos negócios. A Taxa TEA nos Açores é a

0

5

10

15

20

25

30

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45

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Economias orientadas por factores de produção Economias orientadas para a eficiência Economias orientadas para a inovação

% d

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8 -6

4 an

os)

Países GEM 2010

Figura 3: Taxa de Actividade Empreendedora Early-Stage (TEA)5

5 Os dados apresentados dizem respeito à taxa TEA e reflectem um intervalo de confiança de 95%.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

16

terceira mais baixa do estudo GEM 2010, tendo ficado à frente dos valores registados para o Japão (3,3%) e para a

Itália (2,3%) e abaixo do valor registado para Portugal Continental (4,4%).

De todos os países participantes, o Vanuatu e a Bolívia (ambos economias orientadas por factores de produção) são

os que apresentam as Taxas TEA mais elevadas, com 52,1% e 38,6%, respectivamente. No entanto, é nas economias

orientadas por factores de produção que se regista uma maior discrepância entre o valor mais elevado e mais baixo

da Taxa TEA, verificando-se uma diferença de 45,1 pontos percentuais entre o Egipto e o Vanuatu. Nas economias

orientadas para a eficiência, a diferença é igualmente significativa, sendo contudo mais reduzida do que no caso

anterior (23,3 pontos percentuais entre Rússia e Peru). Por fim, a menor discrepância ocorre para as economias

orientadas para a inovação, existindo uma diferença de 8,2 pontos percentuais entre a Itália e a Islândia.

No sentido de estabelecer uma comparação, em termos da Taxa TEA, entre os três tipos de economia em análise, são

apresentados, na Tabela 1, os valores médios deste índice para as economias orientadas por factores de produção,

orientadas para a eficiência e orientadas para a inovação.

Tipos de economia Média da Taxa TEA

Orientadas por factores de produção 22,7%

Orientadas para a eficiência 11,7%

Orientadas para a inovação 5,5%

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

Como se pode verificar, são as economias orientadas por factores de produção as que apresentam uma Taxa TEA

média mais elevada (ligeiramente inferior a 23%), seguidas pelas economias orientadas para a eficiência (perto

dos 12%) e, por último, pelas economias orientadas para a inovação (5,5%), onde se insere a RAA, cuja Taxa TEA se

apresenta inferior à média em 2 pontos percentuais.

De forma análoga, a Tabela 2 apresenta os valores médios da Taxa TEA para seis diferentes áreas geográficas,

designadamente: África Subsariana; América e Caraíbas; Ásia Pacífico; Norte de África e Médio Oriente; Europa –

Não UE; e Europa – UE.

Área geográfica Média da Taxa TEA

África Subsariana 27,7%

América e Caraíbas 17,2%

Ásia Pacífico 13,9%

Norte de África e Médio Oriente 8,6%

Europa – Não UE 8,0%

Europa – UE 5,2%

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

De acordo com os valores apresentados na Tabela 2, a região da África Subsariana é a que apresenta a média da Taxa

de Actividade Empreendedora Early-Stage mais elevada, com quase 28 indivíduos adultos, em cada 100, envolvidos

em start-ups ou na gestão de novos negócios. A este resultado seguem-se os valores registados para as regiões da

América e Caraíbas e da Ásia Pacífico, com 17,2% e 13,9%, respectivamente. Os países membros da UE apresentam

uma Taxa TEA média de 5,2%, sendo este valor superior à Taxa TEA registada para a RAA.

Tabela 1: Média da Taxa TEA por tipo de economia

Tabela 2: Média da Taxa TEA por área geográfica

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

17

Esta análise inicial da Taxa de Actividade Empreendedora Early-Stage permite, desde logo, concluir que existe uma

forte correlação inversa entre o grau de sofisticação das economias e o valor da Taxa TEA, sendo esta última mais

alta em países economicamente menos desenvolvidos, onde o emprego por conta de outrem é escasso. No sentido

de aprofundar esta relação, encontra-se apresentada na Figura 4 a variação da Taxa TEA com o PIB per capita, em

toda a extensão do universo GEM 2010.

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

0 10000 20000 30000 40000 50000 60000

Taxa

TEA

PIB per Capita (PPP - US$)

AçoresPortugal

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010 e FMI, World Economic Outlook, 20106

De uma forma geral, a curva mostra que, em países/regiões com um PIB per capita menor, verificam-se valores mais

elevados da Taxa TEA. Por oposição, em países/regiões com um PIB per capita mais elevado, a Taxa TEA assume

valores mais baixos. Este comportamento deve-se ao facto de, em países/regiões com baixos níveis de rendimento

per capita, a economia ser caracterizada pela prevalência de vários pequenos negócios, cuja criação é essencialmente

motivada pela necessidade. Por outro lado, em países com PIB per capita mais elevados, as possibilidades de

encontrar emprego dependente são superiores, o que afasta muitos indivíduos da actividade empreendedora.

Ainda assim, para o grupo de países com rendimentos per capita mais elevados, o papel desempenhado pelos

empreendedores passa a sair reforçado, já que mais indivíduos passam a poder aceder aos recursos necessários

para iniciar um negócio num ambiente económico que permite a exploração de oportunidades.

A análise da actividade empreendedora early-stage, tendo em consideração a distinção entre actividade

empreendedora induzida pela oportunidade e actividade empreendedora induzida pela necessidade, é abordada

em maior detalhe no sub-capítulo 2.3.

À Taxa TEA estão associados dois níveis de actividade empreendedora: o nível de start-ups (negócios nascentes)

e o nível de novos negócios. O primeiro nível é definido através da proporção da população adulta (18-64 anos)

que participa activamente num processo de start-up, sendo os empreendedores envolvidos neste processo aqui

designados por empreendedores de negócios nascentes7 e a proporção da população envolvida neste género

Figura 4: Relação entre a Taxa TEA e o PIB per capita

6 Fonte para o PIB per capita da RAA: Serviço Regional de Estatística dos Açores, 2008.7 Empreendedor de negócio nascente: Indivíduo que, nos últimos 12 meses, tentou iniciar um novo negócio e manifestou intenção de ser dono de parte ou da totalidade do mesmo, tendo o negócio proporcionado remuneração por um período não superior a 3 meses.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

18

de actividade designada por Taxa de Empreendedorismo Nascente. O segundo nível refere-se, por seu turno, aos

gestores de novos negócios8, sendo medido pela proporção da população adulta que participa na gestão de um

novo negócio e tendo como indicador associado a Taxa de Empreendedorismo de Novos Negócios.

A Figura 5 apresenta os dois níveis de actividade empreendedora que compõem a Taxa TEA: a Taxa de

Empreendedorismo Nascente e a Taxa de Empreendedorismo de Novos Negócios.

Fonte: Sondagem à População Adulta 20109

Ao contrário do que ocorre na maioria (ainda que não muito acentuada) dos países GEM 2010, em que a Taxa de

Empreendedorismo Nascente se revela superior à Taxa de Empreendedorismo de Novos Negócios (facto verificado

para 34 dos 59 países participantes), nos Açores, o número de empreendedores a gerir novos negócios (2,1% da

população adulta) é superior (cerca de 1,4 vezes) ao número de empreendedores envolvidos em start-ups (1,5% da

população adulta). Estes resultados seguem também a tendência verificada em Portugal Continental, onde a Taxa

de Empreendedorismo Nascente e a Taxa de Empreendedorismo de Novos Negócios assumem os valores de 1,9%

e 2,6%, respectivamente.

Na Tabela 3 são apresentados os valores médios da Taxa de Empreendedorismo Nascente e da Taxa de

Empreendedorismo de Novos Negócios para os três diferentes tipos de economia em estudo.

Figura 5: Taxa de Empreendedorismo Nascente e de Novos Negócios

8 Empreendedor de novo negócio: Indivíduo que tem vindo a administrar um negócio nos últimos 12 meses e que é proprietário de parte ou da totalidade desse negócio, tendo este proporcionado remuneração por período não superior a 42 meses (e não inferior a 3).9 Os dados apresentados dizem respeito à taxa TEA e reflectem um intervalo de confiança de 95%.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

19

Tabela 3: Média da Taxa de Empreendedo-rismo Nascente e da Taxa de Empreendedo-rismo de Novos Negócios por tipo de economia10

Tipos de economia

Média da Taxa de

Empreendedorismo

Nascente

Média da Taxa de

Empreendedorismo de Novos

Negócios

Orientadas por factores de produção 12,2% 11,9%

Orientadas para a eficiência 6,9% 5,0%

Orientadas para a inovação 2,9% 2,7%

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

Os dados apresentados na Tabela 3 indicam que, em média, o empreendedorismo nascente predomina sobre o

empreendedorismo de novos negócios nos três tipos de economia considerados, contrariamente ao que ocorre

na RAA. Adicionalmente, ambas as taxas obtidas para a Região ficam abaixo da média associada às economias

orientadas para a inovação (1,5% para os Açores e 2,9% para as economias orientadas para a inovação, no que

respeita à Taxa de Empreendedorismo Nascente, e 2,1% para os Açores e 2,7% para as economias orientadas para a

inovação, no que respeita à Taxa de Empreendedorismo de Novos Negócios).

Na UE, ao contrário do que ocorre na RAA, existe, em termos médios, uma vantagem do empreendedorismo de

negócios nascentes face ao empreendedorismo de novos negócios (2,9% e 2,4%, respectivamente). Por outro lado,

à semelhança do que se verifica para a Taxa TEA, os valores da Taxa de Empreendedorismo Nascente e da Taxa de

Empreendedorismo de Novos Negócios nos Açores situam-se abaixo dos valores médios dos países da UE (1,5%

para os Açores e 2,9% para a UE, no que respeita à Taxa de Empreendedorismo Nascente, e 2,1% para os Açores e

2,4% para a UE, no que respeita à Taxa de Empreendedorismo de Novos Negócios).

No âmbito do projecto GEM analisa-se igualmente a distribuição da actividade empreendedora pelos diferentes

sectores de actividade. A Figura 6 apresenta a proporção da actividade empreendedora early-stage na RAA, em Portugal

Continental e nos três tipos de economia em estudo, categorizada nos quatro sectores seguidamente referenciados:

• Sector extractivo: inclui agricultura, silvicultura, pescas e extracção de matérias brutas;

• Sector da transformação: inclui construção, manufactura, transporte, comunicações, utilidades e distribuição grossista;

• Sector orientado ao cliente organizacional: inclui finanças, seguros, imobiliário e todas as actividades onde o

cliente primário é outro negócio;

• Sector orientado ao consumidor: inclui todos os negócios direccionados para o consumidor final, como o

retalhista, bares, restauração, alojamento, saúde, educação e lazer, entre outros.

10 A Taxa TEA é ligeiramente inferior à soma da Taxa de Empreendedorismo Nascente e da Taxa de Empreendedorismo de Novos Negócios.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

20

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Açores

Portugal

Orientadas por factores de produção

Orientadas para a eficiência

Orientadas para a inovação

% da Actividade Empreendedora Early-stage

Econ

omia

s

Sector extractivo Sector da transformação Sector orientado ao cliente organizacional Sector orientado ao consumidor

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

Nos Açores, o sector onde se regista uma maior percentagem de actividade empreendedora early-stage é o

sector orientado ao consumidor (35,2%). A este seguem-se, por ordem decrescente, o sector orientado ao cliente

organizacional (28,0%), o sector da transformação (21,0%) e o sector extractivo (15,8%).

De acordo com a Figura 6, na RAA verifica-se uma distribuição da actividade empreendedora early-stage pelos

diferentes sectores um pouco mais uniforme do que em Portugal Continental, onde o sector predominante é

também o sector orientado ao consumidor, mas com uma percentagem significativamente maior do que a registada

nos Açores (54,0% face aos 35,2% da Região Autónoma). Ao contrário do que ocorre nos Açores, no Continente, o

segundo sector onde se regista uma maior percentagem de actividade empreendedora early-stage é o sector da

transformação (26,5%), ao qual se segue o sector orientado ao cliente organizacional (15,5%) e, por último, o sector

extractivo (com apenas 4,0%).

Nas economias orientadas para a inovação, a distribuição da actividade empreendedora early-stage pelos quatro

sectores apresentados segue a ordem verificada na RAA. No entanto, registam-se algumas diferenças entre a

Região e o referido tipo de economia, com destaque para a percentagem de actividade empreendedora early-stage

associada ao sector orientado ao consumidor (maior nas economias orientadas para a inovação, com 43,0%) e ao

sector extractivo (menor no referido tipo de economia, com 4,6%).

Nos três tipos de economia em análise, o sector orientado ao consumidor é o mais preponderante, ainda que com

mais peso nas economias orientadas por factores de produção (62,2%) e orientadas para a eficiência (59,4%) do que

nas economias orientadas para a inovação (43,0%). Não sendo o sector com mais significado em nenhum dos três

tipos de economia, o sector extractivo apresenta igualmente uma maior relevância nas economias orientadas por

factores de produção (11,7%) e orientadas para a eficiência (6,9%) do que nas economias orientadas para a inovação

(4,6%). Por outro lado, o contrário verifica-se no que respeita ao sector orientado ao cliente organizacional, para o

qual a percentagem da actividade empreendedora early-stage é maior nas economias orientadas para a inovação

(32,3%) do que nas economias orientadas para a eficiência (13,0%) e orientadas por factores de produção (6,1%).

Para o sector da transformação, por seu turno, regista-se um equilíbrio entre os três diferentes tipos de economia,

Figura 6: Distribuição da Taxa TEA por sectores

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

21

onde a percentagem de actividade empreendedora early-stage ronda os 20%.

Tal como verificado na análise comparativa entre os Açores e as economias orientadas para a inovação, a média

da UE em termos da distribuição da actividade empreendedora early-stage pelos quatro sectores apresentados

segue a ordem verificada na RAA, registando-se igualmente como principais diferenças o facto de a percentagem

de actividade empreendedora early-stage associada ao sector orientado ao consumidor ser superior na UE (41,9%)

e da percentagem associada ao sector extractivo ser inferior nesta área geográfica (5,4%).

2.2. Características Demográficas

No presente sub-capítulo é analisado o empreendedorismo atendendo às características demográficas de cada

país participante e da RAA, em particular.

Para o efeito, é apresentada, na Figura 7, a Taxa TEA, por género, em cada país GEM 2010 e nos Açores.

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0

VanuatuBolívia

ZâmbiaAngola

UgandaGana

GuatemalaIrão

PaquistãoCisjordânia & Faixa de Gaza

Arábia SauditaJamaica

EgiptoPeru

EcuadorColômbia

MontenegroChileBrasilChina

ArgentinaTrinidade e Tobago

UruguaiTurquia

Costa RicaLetónia

MacedóniaBósnia e Herzegovina

MéxicoFormosaHungria

África do SulTunísiaCroácia

RoméniaMalásiaRússia

IslândiaNoruega

Rep. da CoreiaHolanda

IrlandaReino Unido

Estados UnidosAustráliaFinlândia

FrançaIsrael

GréciaEslovénia

SuéciaAÇORES

PORTUGALSuíça

AlemanhaEspanha

DinamarcaJapão

BélgicaItália

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ovaç

ão

% de Adultos (18 - 64 anos)

País

es G

EM 2

010

Empreendedoras Empreendedores

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

Nos Açores, o número de empreendedores early-stage do sexo masculino corresponde a 6,0% da população adulta

masculina e o número de empreendedores early-stage do sexo feminino a 1,0% da população adulta feminina.

Tendo em consideração que, na Região, o número total de homens e mulheres é aproximadamente igual11, verifica-

se que, nos Açores, o número de empreendedores do sexo masculino é cerca de 6 vezes superior ao número de

empreendedores do sexo feminino, sendo a Taxa TEA para o género feminino o valor mais baixo registado nos

países GEM 2010.

Figura 7: Taxa TEA por género

11 Serviço Regional de Estatística dos Açores (2009): “Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores”, 55-56

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

22

Quando comparados os resultados dos Açores com os de Portugal Continental, verifica-se que a Taxa TEA para o

género masculino obtida para os Açores supera ligeiramente o resultado obtido para o Continente (5,9%), existindo,

contudo, uma maior percentagem de indivíduos adultos do sexo feminino ligados ao empreendedorismo early-

stage em Portugal Continental (3,0%).

Na Tabela 4 são apresentadas as médias da Taxa TEA por género e para cada tipo de economia em estudo.

Tipos de economiaMédia da Taxa TEA para o

género masculino

Média da Taxa TEA para o género

feminino

Orientadas por factores de produção 25,1% 19,9%

Orientadas para a eficiência 13,7% 9,7%

Orientadas para a inovação 7,2% 3,8%

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 4, em média, os empreendedores early-stage do sexo masculino

predominam em relação aos do sexo feminino nos três tipos de economia considerados. A Tabela 4 indica também

que a percentagem da população adulta masculina e feminina envolvida em actividade empreendedora early-

stage é maior nas economias orientadas por factores de produção (25,1% e 19,9%, respectivamente). A este tipo

de economia seguem-se as economias orientadas para a eficiência (com uma Taxa TEA para o género masculino de

13,7% e uma Taxa TEA para o género feminino de 9,7%) e, por último, as economias orientadas para a inovação (com

uma Taxa TEA para o género masculino de 7,2% e uma Taxa TEA para o género feminino de 3,8%). Adicionalmente,

é de salientar que os resultados registados para os Açores (6,0% para a Taxa TEA associada ao género masculino

e 1,0% para a Taxa TEA associada ao género feminino) ficam abaixo dos valores médios associados às economias

orientadas para a inovação.

Em comparação com a média obtida nos países da UE (6,9% para a Taxa TEA associada ao género masculino e 3,5%

para a Taxa TEA associada ao género feminino), os Açores registam valores mais reduzidos, com particular destaque

para a percentagem da população feminina ligada ao empreendedorismo early-stage, onde a diferença é mais

acentuada.

Dois outros indicadores relevantes para a análise do empreendedorismo, atendendo às características demográficas,

são as percentagens da população adulta do sexo masculino e do sexo feminino, que se percepciona como detendo

os conhecimentos e/ou competências necessárias para criar um negócio. Estes indicadores são apresentados na

Figura 8.

Tabela 4: Média da Taxa TEA por género e por tipo de economia

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

23

Figura 8: Percepção dos conhecimentos/competências necessários para criar um negócio, por género

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

De acordo com a Figura 8, verifica-se que, nos Açores, 57,1% dos homens em idade adulta consideram ter as

competências/conhecimentos necessários para criar um negócio, sendo este valor, no caso das mulheres, de

33,5% (resultados que correspondem a um rácio homens/mulheres de 1,7). Estes resultados ficam, mais uma vez,

abaixo dos resultados correspondentes para Portugal Continental, onde se verifica que 61,3% dos homens adultos

considera possuir as referidas competências/conhecimentos e onde se regista um valor de 43,1% para as mulheres.

Na Tabela 5 é apresentada a média das percentagens de homens e mulheres que consideram ter as características

necessárias para criar um negócio, por tipo de economia.

Tipos de economia Média da % de homens Média da % de mulheres

Orientadas por factores de produção 77,5% 64,6%

Orientadas para a eficiência 61,8% 49,9%

Orientadas para a inovação 53,4% 35,3%

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

Em média, nas economias orientadas por factores de produção, a percentagem de homens e mulheres em idade

adulta que consideram ter as competências/conhecimentos necessários para criar um negócio (77,5% para

homens e 64,6% para mulheres) é superior à das economias orientadas para a eficiência (61,8% para homens e

49,9% para mulheres) e à das economias orientadas para a inovação (53,4% para homens e 35,3% para mulheres).

Paralelamente, nos três diferentes tipos de economia, verifica-se que a percentagem de homens adultos que

consideram ter as características necessárias para criar um negócio é superior à de mulheres.

O facto de a percentagem de respondentes que acredita possuir as competências e conhecimentos necessários

Tabela 5: Média das percentagens de homens e mulheres que consideram ter as características necessárias para criar um negócio, por tipo de economia

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24

para criar um negócio crescer à medida que decresce o nível de desenvolvimento das economias é, provavelmente,

sintomático de dois aspectos: i) o nível de sofisticação de negócios decresce à medida que se caminha de

economias orientadas para a inovação para economias orientadas por factores de produção; e ii) a percepção dos

empreendedores sobre o conjunto de competências necessárias à criação de um negócio difere consideravelmente

de economias orientadas para a inovação para economias orientadas por factores de produção.

Neste âmbito, é ainda de destacar que, na RAA, a percentagem de homens e mulheres adultos que consideram ter

as competências/conhecimentos necessários para criar um negócio é, no caso dos primeiros, superior à média das

economias orientadas para a inovação (57,1% e 53,4%, respectivamente) e, no caso das segundas, pouco inferior

ao valor registado para este tipo de economia (33,5% e 35,3%, respectivamente).

Por fim, no sentido de enquadrar a RAA na realidade da UE, é de referir que, nos Açores, a percentagem de homens

e mulheres adultos que consideram ter as competências/conhecimentos necessários para criar um negócio é, no

caso dos primeiros, superior à média da UE (57,1% e 54,2%, respectivamente) e, no caso das segundas, pouco

inferior ao valor registado para esta área geográfica (33,5% e 37,2%, respectivamente).

A sondagem à população adulta permitiu também identificar outras características demográficas dos empreendedores,

nomeadamente a faixa etária em que estes se inserem. A Tabela 6 apresenta os resultados obtidos para a RAA.

Faixa etária Taxa TEA por faixa etária

18 a 24 anos 4,9%

25 a 34 anos 4,8%

35 a 44 anos 2,5%

45 a 54 anos 3,2%

55 a 64 anos 0,9%

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

A Tabela 6 mostra que, nos Açores, as faixas etárias onde se registam as maiores Taxas TEA são as faixas etárias mais jovens,

designadamente a de 18 a 24 anos e a de 25 a 34 anos, com 4,9% e 4,8% de empreendedores early-stage, respectivamente.

Por oposição, a faixa etária mais avançada (55 a 64 anos) é a que regista uma menor Taxa TEA, com apenas 0,9%.

2.3. Oportunidade e Capacidade Empreendedora

Na análise da actividade empreendedora na RAA e nos países participantes no GEM 2010, a distinção entre a

actividade empreendedora induzida pela oportunidade e a actividade empreendedora induzida pela necessidade

assume particular relevância.

De um modo geral, entende-se por empreendedorismo induzido pela oportunidade aquele que resulta do desejo

de aproveitar, por iniciativa própria, uma possibilidade de negócio existente no mercado, através da criação de

uma empresa. Por outro lado, o empreendedorismo induzido pela necessidade resulta da ausência de outras

oportunidades de obtenção de rendimentos (nomeadamente, o trabalho dependente) que leva os indivíduos à

criação de uma empresa, dado considerarem não possuir melhores alternativas.

Tabela 6: Taxa TEA por faixa etária nos Açores

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25

Figura 9: Actividade empreendedora induzida pela oportunidade e pela não-oportunidade

No sentido de analisar estes dois tipos de empreendedorismo, é estabelecida, na Figura 9, uma comparação entre a

proporção de empreendedorismo induzido pela oportunidade (motivado pela vontade de aumentar o rendimento e/

ou de obter independência), a de empreendedorismo induzido pela não-oportunidade (motivado pela necessidade/

manutenção do rendimento) e a que resulta da mistura de ambos (oportunidade e não-oportunidade).

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Açores

Portugal

Orientadas por factores de produção

Orientadas para a eficiência

Orientadas para a inovação

% da Actividade Empreendedora Early-stage

Econ

omia

s

Motivo de oportunidade: aumento do rendimento

Motivo de oportunidade: independência

Mistura de motivos

Motivo de não-oportunidade: necessidade/manutenção do rendimento

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

A Figura 9 mostra que, nos Açores, em 59,0% dos casos, os empreendedores early-stage criam um negócio motivados

pela necessidade. Por outro lado, 30,2% dos empreendedores açorianos criam um negócio movidos pela oportunidade,

sendo que 23,8% o fazem motivados pela vontade de aumentar o seu rendimento e apenas 6,4% pela vontade de se

tornarem independentes. A mistura de motivos, por seu turno, verifica-se em 10,8% dos casos.

Nesta matéria, os resultados obtidos para os Açores afastam-se claramente da realidade verificada em Portugal

Continental. À excepção da percentagem de empreendedores early-stage que afirmam que a criação do negócio

resultou de uma mistura de motivos (oportunidade e necessidade), onde se verifica uma maior proximidade entre

os resultados obtidos para os Açores e para Portugal Continental (10,8% e 12,6%, respectivamente), observa-se

que, na Região Autónoma, a percentagem de empreendedores motivados pela necessidade é manifestamente

superior (59,0% nos Açores face a 31,1% no Continente) e a percentagem de empreendedores motivados pela

oportunidade é inferior (30,2% nos Açores face a 56,3% no Continente).

Quando comparada a RAA com as economias orientadas para a inovação, as grandes diferenças residem na percentagem

de empreendedores motivados pela necessidade (59,0% nos Açores face a 28,9% nas economias orientadas para a

inovação) e na percentagem de empreendedores motivados pela oportunidade de conquistarem independência (6,4%

nos Açores face a 27,5% nas economias orientadas para a inovação). Nas percentagens de empreendedores motivados

pela vontade de aumentarem o seu rendimento e de empreendedores que criam um negócio por mistura de motivos, a

diferença entre os Açores e as economias orientadas para a inovação é menos acentuada, verificando-se, no entanto, em

ambos os casos, uma desvantagem para a Região (23,8% face a 28,0% no primeiro caso e 10,8% face a 15,6% no segundo

caso). É ainda de destacar que a percentagem de empreendedores motivados pela necessidade nos Açores ultrapassa o

mesmo indicador nas economias orientadas por factores de produção (59,0% e 39,9%, respectivamente).

No que respeita à comparação entre os resultados obtidos para as economias orientadas por factores de produção

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26

e os resultados obtidos para as economias orientadas para a eficiência, verifica-se a existência de uma certa

proximidade entre estes dois tipos de economia, nomeadamente ao nível da percentagem de empreendedores

motivados pela vontade de aumentarem o seu rendimento (25,9% e 26,4%, respectivamente) e da percentagem

de empreendedores que criam um negócio por mistura de motivos (19,7% e 20,1%, respectivamente). Ainda

nesta matéria, regista-se, contudo, uma percentagem superior de empreendedores movidos pela necessidade

nas economias orientadas por factores de produção (com 39,9% face aos 36,3% das economias orientadas para

a eficiência) que, por sua vez, apresentam também uma menor proporção de empreendedores motivados pela

vontade de conquistarem independência (14,5% face aos 17,2% das economias orientadas para a eficiência). Ainda

que os dois tipos de economia anteriormente referidos se aproximem das economias orientadas para a inovação em

termos da percentagem de empreendedores motivados pela vontade de aumentarem o seu rendimento (28,0%),

verifica-se que, em termos médios, este tipo de economia apresenta uma maior percentagem de empreendedores

motivados pela vontade de adquirir independência (27,5%) e menores percentagens de empreendedores movidos

por uma mistura de motivos e pela necessidade (15,6% e 28,9%, respectivamente).

Em comparação com a UE, a RAA apresenta uma percentagem mais elevada de empreendedores motivados pela

necessidade (59,0% nos Açores face a 29,2% na UE). O contrário sucede com a percentagem de empreendedores

motivados pela oportunidade de conquistarem independência (6,4% nos Açores face a 25,6% na UE) e com a

percentagem de empreendedores que criam um negócio por mistura de motivos (10,8% nos Açores face a 18,5%

na UE). No que respeita à percentagem de empreendedores motivados pela vontade de aumentarem o seu

rendimento, a diferença entre os resultados registados nos Açores e na UE é menos acentuada, verificando-se,

ainda assim, uma ligeira desvantagem para a Região Autónoma (23,8% face a 26,7% na UE).

Como referido anteriormente, existe uma relação não linear entre a Taxa TEA e o PIB per capita, à qual estão

associados os dois tipos de empreendedorismo referenciados neste sub-capítulo: o empreendedorismo motivado

pela oportunidade e o empreendedorismo motivado pela necessidade. A Figura 10 apresenta a relação entre o

empreendedorismo motivado pela oportunidade e o PIB per capita nos Açores e nos restantes países GEM 2010.

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 50000

Mot

ivo

de o

port

unid

ade

em %

da

TEA

PIB per Capita (PPP - US$)

Açores

Portugal

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010 e FMI, World Economic Outlook, 201012

Figura 10: Empreendedo-rismo motivado pela oportunidade e PIB per capita

12 Fonte para o PIB per capita da RAA: Serviço Regional de Estatística dos Açores, 2008.

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27

Como se pode verificar pela análise da Figura 10, há uma correlação positiva entre o nível de rendimento num

determinado país e propensão dos seus habitantes para enveredarem pelo empreendedorismo por motivos de

oportunidade. Como referido anteriormente, a existência de uma conjuntura mais favorável e de um maior número

de condições facilitadoras nos países mais ricos deverá ser uma das mais importantes forças motrizes que levam os

indivíduos a optarem pela via empreendedora em detrimento do trabalho por conta de outrem.

2.4. Actividade Empreendedora Orientada para a Inovação

De acordo com a teoria da destruição criativa, os empreendedores distorcem o equilíbrio de mercado, constituindo-

se como agentes de mudança e crescimento que agem no sentido de introduzir novas combinações de mercado,

de produto ou de inovação. Ao fazê-lo, conseguem diferenciar-se da concorrência, quer por apresentarem produtos

e/ou serviços inovadores, quer por utilizarem novas tecnologias e/ou processos.

Na actual conjuntura económica, a interligação entre empreendedorismo e inovação assume especial interesse, na

medida em que as iniciativas de negócio relacionadas com a inovação se revelam cada vez mais preponderantes para

o crescimento económico. Por este motivo, é seguidamente efectuada uma análise da actividade empreendedora

orientada para a inovação, com particular incidência na RAA.

A Figura 11 ilustra a percepção dos empreendedores early-stage relativamente à opinião que os seus clientes têm

sobre o grau de novidade dos seus produtos/serviços.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Açores

Portugal

Orientadas por factores de produção

Orientadas para a eficiência

Orientadas para a inovação

% da Actividade Empreendedora Early-stage

Econ

omia

s

Quantos clientes (ou potenciais clientes) consideram o produto ou serviço novo ou desconhecido?

Todos Alguns Nenhum

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

Da análise da Figura 11 resulta a percepção que, nos Açores, 71,7% dos empreendedores early-stage são de opinião

que nenhum dos seus clientes considera os seus produtos/serviços novos ou desconhecidos, enquanto 20,6% são

de opinião que alguns dos seus clientes consideram os seus produtos/serviços novos ou desconhecidos e apenas

7,7% têm a percepção que todos os seus clientes consideram os seus produtos/serviços novos ou desconhecidos.

Quando comparada a realidade açoriana com a realidade de Portugal Continental, verifica-se uma clara proximidade

Figura 11: Avaliação do produto ou serviço

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ao nível da percentagem de empreendedores que é de opinião que nenhum dos seus clientes considera que os

produtos/serviços por eles comercializados são novos ou desconhecidos, registando-se um valor ligeiramente

inferior para os Açores nesta matéria (71,7% face a 72,9% no Continente). Por outro lado, em Portugal Continental,

a proporção de empreendedores que é de opinião que todos os seus clientes consideram os produtos/serviços

novos ou desconhecidos é superior à que se verifica nos Açores (12,5% no Continente face a 7,7% nos Açores),

sendo a percentagem de empreendedores que acredita que alguns dos seus clientes consideram os produtos/

serviços disponibilizados novos ou desconhecidos, em contrapartida, menor no Continente (14,6% face a 20,6%

nos Açores).

A proporção de empreendedores que é de opinião que todos os seus clientes consideram os produtos/serviços

novos ou desconhecidos é menor nos Açores, comparativamente ao valor médio registado para as economias

orientadas para a inovação (7,7 e 14,6%, respectivamente). Esta análise é também válida para a percentagem

de empreendedores que têm a percepção que alguns dos seus clientes consideram que os produtos/serviços

constituem novidade (20,6% nos Açores face a 25,2% nas economias orientadas para a inovação), verificando-se

o contrário no que respeita aos empreendedores que consideram que nenhum dos seus clientes vê inovação nos

produtos/serviços oferecidos (71,7% nos Açores face a 60,2% nas economias orientadas para a inovação).

A Figura 11 revela igualmente que, em matéria de percepção dos empreendedores relativamente à opinião dos

seus clientes sobre o grau de inovação dos produtos/serviços, as economias orientadas por factores de produção

e as economias orientadas para a inovação apresentam resultados médios percentuais algo semelhantes. As

economias orientadas para a eficiência, por seu turno, afastam-se ligeiramente, pela positiva, dos outros dois

tipos de economia, nomeadamente ao nível da percentagem de empreendedores que é de opinião que todos

os seus clientes consideram os produtos/serviços novos ou desconhecidos (18,3% face a 13,7% nas economias

orientadas por factores de produção e a 14,6% nas economias orientadas para a inovação) e da percentagem de

empreendedores que é de opinião que nenhum dos seus clientes reconhece novidade aos produtos/serviços

(56,8% face a 63,3% nas economias orientadas por factores de produção e a 60,2% nas economias orientadas para

a inovação).

A comparação entre os resultados obtidos para a RAA e os resultados médios associados à UE (14,2%: Todos,

24,6%: Alguns e 61,2%: Nenhum) segue a tendência verificada na análise efectuada no âmbito da comparação da

Região com as economias orientadas para a inovação. Com efeito, tanto a proporção de empreendedores que é de

opinião que todos os seus clientes consideram os produtos/serviços novos ou desconhecidos, como a proporção

de empreendedores que é de opinião que alguns dos seus clientes consideram os produtos/serviços novos ou

desconhecidos são menores, nos Açores, do que, em média, na UE, verificando-se o contrário no que respeita aos

empreendedores que consideram que nenhum dos seus clientes vê inovação nos seus produtos/serviços.

Um outro indicador do grau de inovação nas iniciativas empreendedoras early-stage é a avaliação da concorrência,

tal como se encontra ilustrado na Figura 12.

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Figura 12: Avaliação da concorrência

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Açores

Portugal

Orientadas por factores de produção

Orientadas para a eficiência

Orientadas para a inovação

% da Actividade empreendedora Early-stage

Econ

omia

s

Quantas empresas oferecem produtos ou serviços semelhantes?

Muitas Algumas Nenhuma

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

Atendendo à percepção que têm da concorrência, nos Açores, 19,5% dos empreendedores early-stage consideram

não existirem outros negócios que oferecem produtos/serviços semelhantes, enquanto 42,0% consideram

existirem alguns negócios com produtos/serviços semelhantes e 38,5% acreditam que existem muitos negócios

com produtos/serviços semelhantes.

A realidade açoriana afasta-se, mais uma vez, da situação do Continente, na medida em que existe, neste último,

uma maior proporção de empreendedores que consideram existirem muitos negócios com a mesma oferta de

produtos/serviços (60,0%) e menores percentagens de empreendedores que acreditam existirem alguns e nenhum

negócio concorrente (24,7% e 15,3%, respectivamente). Tendo em mente a análise comparativa entre a RAA e

Portugal Continental, da Figura 12 resulta uma análise em tudo semelhante para a comparação dos Açores com a

média das economias orientadas para a inovação.

Considerando os três tipos de economia em análise, verifica-se a existência de alguma proximidade nos resultados

médios obtidos. No entanto, nas economias orientadas para a inovação registam-se, em média, maiores

percentagens de empreendedores que consideram não ter concorrentes (11,7%) ou ter alguns concorrentes

(34,8%) do que nos restantes tipos de economia (10,1% e 31,8%, respectivamente, para as economias orientadas

por factores de produção, e 9,7% e 33,8%, respectivamente, para as economias orientadas para a eficiência), pelo

que a realidade das economias orientadas para a inovação em matéria de concorrência parece ser igualmente mais

favorável do que nas economias orientadas por factores de produção e orientadas para a eficiência.

Na UE, existem, em média, 52,1% de empreendedores que consideram ter muitas empresas concorrentes, 35,9% que

consideram ter algumas empresas concorrentes e 12,0% que consideram não ter nenhuma empresa concorrente.

Comparando estes resultados com os resultados obtidos para os Açores (38,5%, 42,0% e 19,5%, respectivamente),

verifica-se, à semelhança das comparações entre a Região e Portugal Continental e entre a Região e a média das

economias orientadas para a inovação, que a Região Autónoma assume uma posição mais favorável do que a média

da UE em matéria de concorrência, na medida em que apresenta uma menor percentagem de empreendedores que

consideram ter muitas empresas concorrentes e, ao mesmo tempo, uma maior percentagem de empreendedores

que consideram não ter empresas concorrentes. Estes resultados podem, no entanto, dever-se à insularidade da

Região.

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30

O último indicador em matéria de análise da actividade empreendedora orientada para o grau de inovação diz

respeito à utilização, por parte dos empreendedores, de tecnologias e procedimentos recentes (definidos como

estando disponíveis há menos de 1 ano), novos (disponíveis há mais de 1 e menos de 5 anos) e que não são

considerados novos (disponíveis há mais de 5 anos). A Figura 13 ilustra o grau de novidade da tecnologia utilizada

pelos empreendedores early-stage (de acordo com a sua própria percepção).

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

De acordo com a Figura 13, 67,2% dos empreendedores açorianos assumem usar tecnologias disponíveis há mais

de cinco anos, ao passo que 19,0% afirmam usar as mais recentes tecnologias disponíveis (com menos de 1 ano) e

13,8% dizem utilizar tecnologias novas (com mais de 1 e menos de 5 anos).

Em comparação com Portugal Continental, as principais diferenças residem na proporção de empreendedores

que afirmam usar as tecnologias mais recentes disponíveis (mais baixa no Continente: 11,8%) e na proporção de

empreendedores que diz usar tecnologias novas (mais elevada no Continente: 20,1%). Assim, de acordo com os

resultados, os empreendedores açorianos aparentam apresentar uma maior propensão para utilizar tecnologias

recentes (disponíveis há menos de 1 ano) do que os empreendedores continentais.

Os resultados para os Açores revelam-se algo favoráveis, quando comparados com os resultados obtidos para

as economias orientadas para a inovação, na medida em que a percentagem de empreendedores açorianos que

assume utilizar as mais recentes tecnologias disponíveis ultrapassa a média obtida para o referido tipo de economia

(10,9%). Complementarmente, a proporção de empreendedores que afirmam utilizar tecnologias disponíveis

há mais de cinco anos revela-se inferior nos Açores (67,2% face a 73,0%), verificando-se apenas vantagem para

as economias orientadas para a inovação ao nível da proporção de empreendedores que consideram utilizar

tecnologias novas (16,1%).

Comparando os três tipos de economia apresentados, verifica-se que os empreendedores de economias às quais

está associado um menor nível de desenvolvimento (economias orientadas por factores de produção e orientadas

para a eficiência) tendem mais a afirmar que utilizam tecnologias recentes ou novas, do que os empreendedores

de economias orientadas para a inovação, onde as tecnologias disponíveis há mais de cinco anos são mais vezes

Figura 13: Avaliação da nova tecnologia utilizada

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referidas (73,0% face a 60,1% e 69,6% para as economias orientadas por factores de produção e orientadas para a

eficiência, respectivamente). É, contudo, possível que estes resultados sejam motivados pela diferença existente

entre o conceito de tecnologia nova ou recente para economias menos desenvolvidas e o mesmo conceito para

economias mais desenvolvidas.

A análise efectuada no âmbito da comparação entre os Açores e as economias orientadas para a inovação ajusta-

se à comparação entre a Região e a UE, onde os resultados médios obtidos foram: 10,5% de empreendedores

que assumem utilizar as mais recentes tecnologias disponíveis, 16,1% de empreendedores que consideram

utilizar tecnologias novas e 73,4% de empreendedores que afirmam utilizar tecnologias disponíveis há mais de

cinco anos.

2.5. Internacionalização

A procura de mercados externos para a venda de produtos e/ou serviços é uma etapa de desenvolvimento natural

para empresas que pretendem maximizar o seu crescimento, pelo que uma start-up ou um novo negócio pode ter

uma dimensão internacional nas suas actividades.

Neste contexto, a Figura 14 traduz a proporção de empreendedores early-stage que têm clientes internacionais,

para a RAA, para Portugal Continental e para os três tipos de economia em estudo.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Açores

Portugal

Orientadas por factores de produção

Orientadas para a eficiência

Orientadas para a inovação

% da Actividade empreendedora Early-stage

Econ

omia

s

Não tem clientes fora do país 1-25% de clientes fora do país

26-75% de clientes fora do país 76-100% de clientes fora do país

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

Atentando à situação específica dos Açores, pode-se concluir que 34,2% dos negócios empreendedores não

apresentam quaisquer clientes fora de Portugal. Adicionalmente, 51,0% desses negócios apresentam uma

quantidade de clientes em mercados externos de 1% a 25%, enquanto 10,1% dos empreendedores afirmam ter

26% a 75% de clientes internacionais. Somente os restantes 4,7% dos empreendedores açorianos possuem uma

quantidade de clientes em mercados estrangeiros acima de 75% do total.

Estabelecendo uma comparação entre os Açores e Portugal Continental, constata-se que as percentagens relativas

Figura 14: Grau de internacionali-zação

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32

a cada um diferem de forma mais significativa para os intervalos de 26 a 75% e de 76 a 100% de clientes fora do País.

Com efeito, a proporção de empreendedores continentais que possui entre 26 e 75% de clientes internacionais

revela-se significativamente inferior à dos Açores (e igual a 2,3%) e a de empreendedores com mais de 75% de

clientes nos mercados estrangeiros revela-se mais elevada (igual a 9,5%). É ainda de referir que a percentagem

de negócios early-stage com clientes internacionais é maior nos Açores do que no Continente (65,8% e 62,4%,

respectivamente).

Na Figura 14, observa-se também que a percentagem de negócios açorianos sem clientes internacionais é menor

do que a média correspondente para as economias orientadas para a inovação (cerca de 43,1%). Adicionalmente, a

média das economias orientadas para a inovação apenas ultrapassa a percentagem de empreendedores açorianos

com clientes internacionais no intervalo de 76% a 100% (6,8% no referido tipo de economia), existindo na RAA

uma proporção de negócios early-stage com clientes internacionais superior à média obtida para as economias

orientadas para a inovação (65,8% e 56,9%, respectivamente).

Ainda na Figura 14, é possível verificar que, em média, à medida que se passa das economias orientadas por

factores de produção para as economias orientadas para a eficiência e, posteriormente, para as orientadas para a

inovação, regista-se uma tendência para a diminuição da proporção de negócios early-stage sem clientes externos

(72,3%, 57,8% e 43,1%, respectivamente) e para o aumento da proporção de negócios early-stage com clientes

internacionais em quase todos os intervalos em causa. A única excepção prende-se com as economias orientadas

para a eficiência e as orientadas para a inovação, no intervalo de 26% a 75% de clientes fora do país, onde as

primeiras têm ligeira vantagem sobre as segundas (9,3% e 8,7%, respectivamente).

Comparativamente à média da UE, a percentagem de negócios açorianos sem clientes internacionais é inferior

(34,2% para os Açores e 44,8% para a UE). No intervalo de 1 a 25% de clientes fora do país, os Açores superam a

média da UE (51,0% e 37,8%, respectivamente), embora fiquem atrás nos restantes intervalos (10,1% e 4,7% para

os Açores, nos intervalos de 26 a 75% e de 76 a 100%, respectivamente, e 10,4% e 7,0% para a UE nos mesmos

intervalos). Por fim, é de salientar que, na RAA, existe uma proporção de negócios early-stage com clientes

internacionais superior à média obtida para a UE (65,8% e 55,2%, respectivamente).

2.6. Cessação da Actividade Empreendedora

Tanto a abertura como o encerramento de negócios são fenómenos importantes e característicos das economias

dinâmicas. A interrupção de um negócio não deve ser necessariamente considerada como um fracasso, podendo

dever-se a uma variedade de factores, tais como o aparecimento de uma boa oportunidade de venda ou o

aparecimento de outras oportunidades de negócio.

Nos Açores, 1,2% da população adulta desistiu de um negócio nos 12 meses anteriores à realização da Sondagem

à População Adulta, tendo a continuidade do mesmo sido interrompida. Por outro lado, 0,5% da população adulta

afirmou ter desistido de um negócio, no mesmo período, tendo esse negócio permanecido activo. Ambos os

resultados revelam-se inferiores aos registados para Portugal Continental (1,5% e 1,0%, respectivamente), bem

como às médias obtidas para as economias orientadas para a inovação (1,5% e 0,7%, respectivamente) e para a UE

(1,5% e 0,8%, respectivamente).

Complementarmente, a Figura 15 ilustra as respostas dadas pelos inquiridos que afirmaram ter desistido de um

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33

Figura 15: Razões para a desistência do negócio

negócio nos 12 meses anteriores à realização da Sondagem à População Adulta, quando questionados sobre

as razões que levaram a essa desistência. Na referida figura é feita a distinção entre cinco grupos de razões,

designadamente: 1) oportunidade de vender o negócio; 2) negócio não lucrativo; 3) problemas na obtenção de

financiamento; 4) razões pessoais; e 5) outras razões, tais como o surgimento de outras oportunidades de emprego

ou de negócio, o planeamento prévio da saída, a reforma ou a ocorrência de um incidente.

Fonte: Sondagem à População Adulta 2010

Nos Açores, a razão mais apontada pelos inquiridos para a desistência do seu negócio foi o facto de este não ser

lucrativo (65,1% de respostas neste sentido). Adicionalmente, 15,3% dos inquiridos afirmou ter desistido do seu

negócio por razões pessoais, 9,6% pela oportunidade de venda e os restantes 10,0% por outros motivos. É ainda

de salientar que nenhum inquirido alegou problemas de obtenção de financiamento para o abandono do negócio.

A realidade açoriana é manifestamente diferente da realidade de Portugal Continental e da média das economias

orientadas para a inovação, onde razões como a oportunidade de venda e o facto de o negócio não ser lucrativo

apresentam um peso menos significativo na cessação de negócios (3,9% e 29,7% de respostas, respectivamente,

para Portugal Continental, e 5,4% e 32,4% de respostas, respectivamente, para o referido tipo de economia),

existindo, em contrapartida, um maior número de respostas que apontam como principais motivos os problemas

de financiamento (3,1% para Portugal Continental e 9,2% para as economias orientadas para a inovação), as razões

pessoais (22,4% para Portugal Continental e 16,2% para as economias orientadas para a inovação) e outras razões

(40,9% para Portugal Continental e 36,8% para as economias orientadas para a inovação).

As economias orientadas por factores de produção e as economias orientadas para a eficiência apresentam, em

média, resultados muito semelhantes, sendo as diferenças mais notórias a existência, nas primeiras, de uma maior

percentagem de respostas que apontam como razão para a cessação dos negócios o reduzido lucro que estes

proporcionam (31,0% face aos 28,7% das economias orientadas para a eficiência) e uma menor percentagem de

respostas que alegam a existência de outras razões como justificação para o abandono dos negócios (29,5% face aos

32,5% das economias orientadas para a eficiência). Em comparação com estes dois tipos de economia, as economias

orientadas para a inovação registam, em média, uma maior percentagem de respostas que elegem a oportunidade

de venda e outras razões como motivos para o abandono dos negócios (5,4% e 36,8%, respectivamente), sendo as

razões associadas a problemas de financiamento menos referidas neste tipo de economias (9,2% de respostas face aos

20,1% das economias orientadas por factores de produção e aos 20,5% das economias orientadas para a eficiência).

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

34

De um modo geral, a realidade açoriana afasta-se também da média da UE, nomeadamente ao nível de razões como

a oportunidade de venda e negócio não lucrativo, que apresentam, na UE, um peso menos significativo na cessação

de negócios (4,6% e 33,8% de respostas, respectivamente). Por outro lado, verifica-se, na UE, um maior número de

respostas que apontam como principais motivos os problemas de financiamento (13,7%) e outras razões (33,9%).

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

35

GEM Açores 2010GEM Açores 2010CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DO EMPREENDEDORISMO

NOS AÇORES

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

37

3. CONDIÇÕES ESTRUTURAIS DO EMPREENDEDORISMO NOS AÇORES

No âmbito do GEM é utilizado um conjunto de condições estruturais para a análise dos elementos que fomentam e

obstaculizam o desenvolvimento da actividade empreendedora em cada país/região participante. A principal fonte

de informação utilizada para avaliar estas condições estruturais é a Sondagem a Especialistas, realizada junto de

especialistas em empreendedorismo em cada um desses países/regiões13.

O presente capítulo avalia as condições estruturais que têm impacto na actividade empreendedora na RAA, as

quais se encontram seguidamente apresentadas:

1. Apoio Financeiro2. Políticas Governamentais3. Programas Governamentais4. Educação e Formação5. Transferência de Investigação e Desenvolvimento (I&D)6. Infra-estrutura Comercial e Profissional7. Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada8. Acesso a Infra-estruturas Físicas9. Normas Sociais e Culturais

10. Protecção de Direitos de Propriedade Intelectual

Nos Açores, a Sondagem a Especialistas foi realizada junto de 37 personalidades reconhecidas em diversas áreas

ligadas ao empreendedorismo, que se encontram referenciadas no Anexo II do presente relatório. À semelhança do

que foi feito em todos os países/regiões participantes no GEM 2010, nesta sondagem foi perguntado aos especialistas

regionais se consideravam que cada aspecto enunciado nas condições estruturais do empreendedorismo era

proporcionado de forma adequada na Região, tendo estes respondido recorrendo a uma escala com 5 níveis, de

“Insuficiente” a “Suficiente”14.

Seguidamente são apresentados os resultados médios obtidos para cada condição estrutural do empreendedorismo,

nos Açores, em Portugal Continental, nos três tipos de economia em estudo (designadamente economias orientadas

por factores de produção, orientadas para a eficiência e orientadas para a inovação) e na UE15.

3.1. Apoio Financeiro

A condição estrutural relativa ao apoio financeiro contempla o nível de acessibilidade a fontes de financiamento

para empresas novas e em crescimento, incluindo bolsas e subsídios. A Figura 16 apresenta os resultados da

avaliação desta condição estrutural.

13 Entre os 59 países participantes no GEM 2010, 54 participaram na Sondagem a Especialistas. Entre estes países estão: as 13 economias orientadas por factores de produção, 23 das 24 economias orientadas para a eficiência (não participou a Roménia) e 18 das 22 economias orientadas para a inovação (não participaram a Bélgica, a Holanda, a Austrália e a Dinamarca).14 Na análise dos resultados, esta escala está compreendida entre -2 (Insuficiente) e 2 (Suficiente).15 Uma vez que os resultados apresentados no presente capítulo assentam na opinião de especialistas, foram efectuadas as análises comparativas consideradas mais relevantes no âmbito deste estudo (i.e., RAA e Portugal Continental, RAA e economias orientadas para a inovação e RAA e UE).

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

38

Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

De um modo geral, os especialistas tendem a considerar que, nos Açores, o apoio financeiro ao empreendedorismo

é parcialmente insuficiente, com destaque para os fundos de capital de risco e para o capital de Ofertas Públicas

Iniciais. Quando questionados sobre os principais factores que obstaculizam o empreendedorismo na RAA, a

maioria dos especialistas referiu ainda a dificuldade de acesso ao crédito. Por outro lado, é de salientar o resultado

positivo associado aos subsídios governamentais, considerados parcialmente suficientes pelos especialistas

inquiridos e um dos principais factores de fomento da actividade empreendedora.

Em comparação com a realidade de Portugal Continental, o cenário açoriano revela-se mais favorável em matéria

de disponibilidade de empréstimos para empresas novas e em crescimento (considerada parcialmente insuficiente

no Continente e nem suficiente nem insuficiente nos Açores, ainda que os resultados quantitativos não se revelem

substancialmente diferentes) e de subsídios governamentais (considerados nem suficientes nem insuficientes

em Portugal Continental e parcialmente suficientes nos Açores). Em contrapartida, o apoio financeiro ao

empreendedorismo aparenta ser menos favorável na Região Autónoma ao nível dos fundos disponibilizados por

indivíduos a título privado e dos fundos de capital de risco (ambos considerados nem suficientes nem insuficientes

no Continente e parcialmente insuficientes nos Açores).

Os especialistas da RAA revelam ainda ter uma perspectiva mais positiva em relação aos subsídios governamentais

do que a que se verifica, em média, nas economias orientadas para a inovação (que os consideram nem suficientes

nem insuficientes). No que respeita aos fundos de capital de risco e ao capital de Ofertas Públicas Iniciais, ainda

que, tanto nos Açores como nas economias orientadas para a inovação, estes sejam considerados parcialmente

insuficientes, os valores quantitativos obtidos para as economias orientadas para a inovação estão próximos do

intervalo “nem suficiente nem insuficiente”.

Na UE, à semelhança do que acontece nos Açores e em Portugal Continental, os apoios financeiros aos empreendedores

Figura 16: Apoio financeiro

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são considerados parcialmente insuficientes ou nem suficientes nem insuficientes. No entanto, mais uma vez, os

especialistas da Região têm uma perspectiva mais positiva em relação aos subsídios governamentais, considerados

parcialmente suficientes nos Açores e nem suficientes nem insuficientes na UE e em Portugal Continental.

3.2. Políticas Governamentais

Esta condição estrutural indica o grau em que as políticas governamentais relativas a impostos e regulamentações, assim

como a sua respectiva aplicação são neutras16 , no que diz respeito à dimensão das empresas, e/ou se estas políticas

incentivam ou desincentivam empresas novas e em crescimento. Os resultados são apresentados na Figura 17.

Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

De um modo geral, os especialistas da RAA consideram que as políticas governamentais apoiam o empreendedorismo

de forma nem suficiente nem insuficiente. Neste contexto, é de salientar como aspecto mais positivo, na opinião dos

especialistas, a prioridade que é atribuída, em termos de políticas, ao apoio às empresas novas e em crescimento

por parte do Governo Regional (apontado pelos especialistas como um dos principais factores de fomento do

Figura 17: Políticas governamentais

16 Políticas que são neutras em termos da dimensão do negócio são aquelas que não tomam em consideração a dimensão do negócio aquando da aplicação de impostos e regulamentos (i.e., multinacionais e empresas pequenas são tratadas de igual modo).

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40

empreendedorismo). Do lado dos indicadores menos favoráveis, destaca-se a dificuldade que as empresas novas e

em crescimento sentem em obter a maioria das autorizações e licenças no prazo de uma semana (como resultado,

na opinião de alguns especialistas, da existência de alguma burocracia).

Em matéria de políticas governamentais, registam-se algumas diferenças entre os Açores e Portugal Continental,

sendo de salientar, neste contexto, a previsibilidade e lógica da forma como os impostos e outras normas

governamentais são aplicados às empresas novas e em crescimento (indicador considerado parcialmente

insuficiente no Continente e nem suficiente nem insuficiente nos Açores). O grau em que as políticas governamentais

favorecem as novas empresas, a prioridade que é atribuída, em termos de políticas, ao apoio às empresas novas e

em crescimento e a sobrecarga das empresas através dos impostos são também indicadores relevantes no âmbito

da comparação entre os Açores e o Continente, na medida em que, apesar de se enquadrarem no mesmo intervalo

qualitativo, revelam-se, na opinião dos especialistas inquiridos, mais favoráveis na Região Autónoma.

Por outro lado, registam-se igualmente algumas diferenças entre os Açores e a média das economias orientadas

para a inovação, com enfoque em indicadores como a prioridade que é atribuída, em termos de políticas, ao apoio

às empresas novas e em crescimento, a dificuldade que as empresas novas e em crescimento sentem em obter a

maioria das autorizações e licenças no prazo de uma semana e a sobrecarga das empresas através dos impostos. O

primeiro indicador, apesar de se enquadrar no mesmo intervalo qualitativo, revela-se, na opinião dos especialistas

inquiridos, mais favorável nos Açores, passando-se o contrário no caso do segundo indicador (onde a opinião dos

especialistas açorianos coloca a Região numa posição menos favorável do que nos três tipos de economia). O

terceiro indicador, por seu turno, apesar de considerado nem suficiente nem insuficiente nas economias orientadas

para a inovação e parcialmente insuficiente nos Açores (ao mesmo nível das economias orientadas por factores

de produção), assume, em ambos os casos, resultados quantitativos que não diferem significativamente entre si.

Os resultados obtidos para a RAA e para Portugal Continental enquadram-se, de um modo geral, na média da UE,

onde as políticas governamentais de apoio ao empreendedorismo são consideradas parcialmente insuficientes

ou nem suficientes nem insuficientes. À semelhança do que foi referido na comparação entre os Açores e Portugal

Continental, a Região destaca-se, pela positiva, da média da UE, ao nível da prioridade que é atribuída, em termos

de políticas, ao apoio às empresas novas e em crescimento, ainda que, tanto nos Açores como na UE, os resultados

para este indicador se situem no mesmo intervalo qualitativo (“nem suficiente nem insuficiente”).

3.3. Programas Governamentais

A terceira condição estrutural do empreendedorismo analisa a existência de programas governamentais e o nível

de apoio que estes dão à actividade empreendedora. Os resultados associados a esta condição estrutural são

apresentados na Figura 18.

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Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

Em termos globais, os especialistas da RAA consideram que o apoio ao empreendedorismo através de programas

governamentais não é suficiente nem insuficiente, estando todos os resultados inseridos neste intervalo qualitativo.

Dos resultados obtidos, a adequabilidade do número de programas governamentais para empresas novas e em

crescimento e a competência e eficiência das pessoas que trabalham para as agências governamentais no apoio

às empresas (e também das pessoas que trabalham em iniciativas de apoio ao empreendedorismo de elevado

crescimento) são considerados os mais positivos e dos principais factores de promoção do empreendedorismo na

RAA, por parte dos especialistas açorianos. Por outro lado, o apoio prestado às empresas pelos parques de ciência

e incubadoras é considerado o resultado menos favorável.

De acordo com os resultados apresentados, a realidade açoriana é, na opinião dos especialistas inquiridos,

tendencialmente mais favorável nos Açores do que em Portugal Continental. Neste contexto, destacam-se o nível

de resposta dos programas governamentais de apoio ao empreendedorismo às necessidades de quem requer esse

apoio e a eficácia desses programas governamentais (indicadores considerados nem suficientes nem insuficientes

nos Açores e parcialmente insuficientes no Continente). Apesar de enquadrado no mesmo intervalo qualitativo nos

Açores e no Continente, é ainda de destacar, neste âmbito, a opinião dos especialistas relativamente à competência

e eficiência das pessoas que trabalham para as agências governamentais no apoio às empresas, que se revela mais

positiva na Região Autónoma. A situação contrária ocorre em matéria de apoio prestado às empresas pelos parques

de ciência e incubadoras, onde a opinião dos especialistas se revela mais favorável em Portugal Continental

(indicador que se situa muito próximo do intervalo “parcialmente suficiente”).

Em comparação com a média das economias orientadas para a inovação, a realidade açoriana é também, na

opinião dos especialistas, tendencialmente mais favorável. Neste âmbito, é de salientar o grau em que o apoio

governamental pode ser obtido através de contactos com uma única agência, bem como o nível de resposta dos

programas governamentais de apoio ao empreendedorismo às necessidades de quem requer esse apoio, quase

Figura 18: Programas governamentais

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considerados parcialmente insuficientes nas economias orientadas para a inovação. Por outro lado, no que respeita

ao apoio prestado às empresas pelos parques de ciência e incubadoras, as economias orientadas para a inovação (e

as economias orientadas para a eficiência) assumem uma posição mais positiva, ainda que não tão favorável como

a verificada em Portugal Continental.

Os resultados médios obtidos para a UE aproximam-se dos resultados associados às economias orientadas para a

inovação, pelo que a comparação anteriormente efectuada é em tudo semelhante à comparação entre a realidade

açoriana e a média da UE. Portugal Continental, por seu turno, ainda que não apresente resultados radicalmente

diferentes da média da UE, assume uma posição um pouco menos favorável em termos da competência e eficiência

no apoio às empresas, por parte das pessoas que trabalham para as agências governamentais, do nível de resposta

dos programas governamentais de apoio ao empreendedorismo às necessidades de quem requer esse apoio e da

eficácia desses programas governamentais.

3.4. Educação e Formação

A condição estrutural ligada à educação e formação analisa o grau de incorporação de conteúdos sobre o

empreendedorismo nos diferentes níveis do sistema educativo17, bem como o impacto da educação e formação no

empreendedorismo em determinado país/região. Os resultados associados a esta condição estrutural encontram-

se apresentados na Figura 19.

17 Ensino básico, secundário, superior e estudos pós-graduados.

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Figura 19: Educação e formação

Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

No que respeita ao contributo do sistema de educação e formação para o empreendedorismo, as opiniões dos

especialistas açorianos repartem-se entre o “parcialmente insuficiente” e o “nem suficiente nem insuficiente”.

Neste âmbito, destaca-se como resultado mais positivo o nível da educação em negócios e gestão (como forma

de assegurar uma boa e adequada preparação para a criação e desenvolvimento de novas empresas) e como

resultado mais desfavorável o grau em que o ensino primário e secundário dão atenção ao empreendedorismo.

Apesar de considerarem existir a necessidade de reforçar a formação em empreendedorismo (especialmente em

níveis de ensino inferiores ao Ensino Superior), os especialistas destacam o importante contributo da Universidade

dos Açores nesta matéria, considerando esse contributo um dos principais factores promotores da actividade

empreendedora na Região.

Quando comparada a situação dos Açores com a situação de Portugal Continental em matéria de educação e formação

orientada para o empreendedorismo, verifica-se uma clara proximidade entre os resultados obtidos em ambas as

áreas geográficas. No entanto, de acordo com a opinião dos especialistas inquiridos, a Região Autónoma apresenta

resultados ligeiramente mais positivos no que respeita ao grau em que o ensino primário e o secundário estimulam a

criatividade, a auto-suficiência e a iniciativa pessoal, ao grau em que os referidos ensinos proporcionam uma instrução

adequada sobre os princípios da economia de mercado e ao grau em que o sistema de formação profissional e

contínua assegura uma boa e adequada preparação para a criação e desenvolvimento de novas empresas.

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De igual modo, a realidade na RAA aproxima-se, de acordo com a opinião dos especialistas, da média das

economias orientadas para a inovação. Ainda que as diferenças registadas não se revelem significativas, a opinião

dos especialistas indica que a situação açoriana se apresenta ligeiramente mais positiva quanto ao grau em que

as universidades e outras instituições de ensino superior asseguram uma preparação adequada para a criação e

desenvolvimento de novas empresas, ao nível da educação em negócios e gestão (como forma de assegurar uma

boa e adequada preparação para a criação e desenvolvimento de novas empresas) e ao grau em que o sistema

de formação profissional e contínua assegura uma boa e adequada preparação para a criação e desenvolvimento

de novas empresas. No que respeita aos restantes indicadores, verifica-se a ocorrência da situação contrária (mais

positiva para as economias orientadas para a inovação), sendo de destacar que o resultado associado ao grau em

que o ensino primário e o secundário dão atenção ao empreendedorismo nos Açores fica sensivelmente aquém da

média das economias orientadas por factores de produção.

Na UE, a educação e formação orientada para o empreendedorismo é, em média, considerada parcialmente

insuficiente ou nem suficiente nem insuficiente, não se registando, assim, diferenças significativas entre esta área

geográfica e as áreas geográficas dos Açores e de Portugal Continental.

3.5. Transferência de Investigação e Desenvolvimento

A transferência de I&D é uma outra condição estrutural do empreendedorismo, que está relacionada com o impacto

da I&D na criação de novas oportunidades de negócio que possam ser utilizadas por novas empresas. Os resultados

associados a esta condição estrutural encontram-se apresentados na Figura 20.

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Figura 20: Transferência de I&D

Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

De acordo com a opinião dos especialistas, nos Açores, a transferência de I&D no âmbito da actividade

empreendedora é, de uma forma global, parcialmente insuficiente. Neste contexto, a eficiência na transferência de

nova tecnologia, ciência e conhecimento das universidades e centros de investigação públicos para as empresas

é o indicador que se revela menos favorável e considerado, por alguns especialistas, um dos principais obstáculos

ao empreendedorismo. Por oposição, é de destacar como aspecto mais favorável o resultado associado ao grau de

adequabilidade dos subsídios governamentais para aquisição de tecnologia recente por parte das empresas, que

se situa próximo do intervalo “parcialmente suficiente”.

Entre os Açores e Portugal Continental registam-se algumas diferenças em matéria de transferência de I&D. Por

um lado, é de destacar a diferença registada em termos do grau de adequabilidade dos subsídios governamentais

para aquisição de tecnologia recente por parte das empresas, que, na opinião dos especialistas, se revela menos

favorável no Continente. Por outro lado, é também de relevar o facto de o Continente se encontrar numa situação

mais positiva (“nem suficiente nem insuficiente” face a “parcialmente insuficiente” nos Açores) em termos do grau

em que a base científica e tecnológica contribui para apoiar a criação de novos negócios tecnológicos de nível

mundial (em pelo menos uma área). Contudo, relativamente a este último ponto, deve referir-se que, em termos

quantitativos, os resultados registados nos Açores e no Continente não são assinalavelmente diferentes.

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Também entre os Açores e a média das economias orientadas para a inovação se registam algumas diferenças

que merecem destaque. Como aspectos mais favoráveis para a Região Autónoma, de acordo com a opinião dos

especialistas inquiridos, são de destacar o grau de acesso das empresas novas e em crescimento à investigação e

à tecnologia (em comparação com as grandes empresas), considerado parcialmente insuficiente nas economias

orientadas para a inovação e nem suficiente nem insuficiente nos Açores, bem como o grau de adequabilidade

dos subsídios governamentais para aquisição de tecnologia recente por parte das empresas, onde se regista uma

diferença quantitativa significativa entre os Açores e as economias orientadas para inovação (apesar de ambos os

resultados pertencerem ao mesmo intervalo qualitativo). Em contrapartida, a RAA encontra-se, de acordo com os

especialistas, numa posição menos favorável em termos da eficiência na transferência de nova tecnologia, ciência

e conhecimento das universidades e centros de investigação públicos para as empresas (próximo do intervalo

“nem suficiente nem insuficiente” para as economias orientadas para a inovação), do grau em que a base científica

e tecnológica contribui para apoiar a criação de novos negócios tecnológicos de nível mundial (considerado

nem suficiente nem insuficiente para as economias orientadas para a inovação e orientadas para a eficiência e

parcialmente insuficiente para os Açores) e dos apoios disponíveis para engenheiros e cientistas comercializarem as

suas ideias através de novas empresas (considerado nem suficiente nem insuficiente para as economias orientadas

para a inovação e parcialmente insuficiente para os Açores).

Em matéria de transferência de I&D, os Açores e Portugal Continental não se afastam, de uma forma geral, da média

da UE, onde a inserção desta área na actividade empreendedora é também considerada parcialmente insuficiente

ou nem suficiente nem insuficiente. No entanto, o grau de adequabilidade dos subsídios governamentais para

aquisição de tecnologia recente por parte das empresas é, também neste contexto, mais favorável nos Açores, de

acordo com a opinião dos especialistas.

3.6. Infra-estrutura Comercial e Profissional

Esta condição estrutural analisa os serviços comerciais, de contabilidade e outros serviços jurídicos e institucionais,

assim como a forma como estes intervêm na promoção e criação de novos negócios. Os resultados obtidos

encontram-se apresentados na Figura 21.

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Figura 21: Infraestrutura comercial e profissional

Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

De acordo com a Figura 21, os especialistas açorianos consideram que a infra-estrutura comercial e profissional de

apoio aos empreendedores é tendencialmente nem suficiente nem insuficiente. A capacidade que as empresas

novas e em crescimento têm para comportar o custo de recorrer a fornecedores de serviços e consultores é, no

entanto, considerada parcialmente insuficiente pelos especialistas, sendo este o resultado menos favorável

registado e, na opinião de alguns especialistas, um dos principais obstáculos ao empreendedorismo na Região.

Ainda que se verifique que os resultados obtidos para os Açores e para Portugal Continental se inserem, para todos

os indicadores, nos mesmos intervalos qualitativos, a Figura 21 indica que, de um modo geral, a realidade açoriana

é, na opinião dos especialistas, menos positiva do que a realidade de Portugal Continental, particularmente ao

nível do número de serviços e consultores para apoio às empresas novas e em crescimento, da facilidade que

as empresas novas e em crescimento têm em conseguir bons fornecedores de serviços e consultores (quase

considerada parcialmente insuficiente) e da facilidade que as empresas novas e em crescimento têm em conseguir

bons serviços bancários.

Em comparação com a média das economias orientadas para a inovação, a situação açoriana revela-se igualmente

menos favorável, ainda que os resultados obtidos se insiram, novamente, nos mesmos intervalos qualitativos.

Neste contexto, o número de serviços e consultores para apoio às empresas novas e em crescimento e a facilidade

que estas têm em conseguir bons fornecedores de serviços e consultores, bons serviços jurídicos e contabilísticos

e bons serviços bancários são os indicadores onde se observa uma diferença mais acentuada, sendo também de

destacar que, nestes indicadores, os resultados obtidos para os Açores ficam aquém das médias associadas aos três

tipos de economia em análise.

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Em geral, tanto os Açores como Portugal Continental aproximam-se da média da UE em matéria da infra-estrutura

comercial e profissional de apoio aos empreendedores. No entanto, deve relevar-se o facto de o número de serviços

e consultores para apoio às empresas novas e em crescimento ser quase considerado parcialmente suficiente na UE

(opinião que se afasta da dos especialistas dos Açores).

3.7. Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada

Esta condição estrutural analisa em que medida os acordos comerciais são difíceis de modificar, impedindo que

as empresas novas e em crescimento compitam e vão substituindo os seus fornecedores e consultores. Esta

condição estrutural analisa também a transparência do mercado e as políticas governamentais que estimulam

a abertura do mesmo e o nível de competitividade das empresas. Os resultados encontram-se apresentados na

Figura 22.

Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

Na opinião dos especialistas, em matéria de abertura do mercado/barreiras à entrada, a realidade da RAA é

tendencialmente caracterizada como parcialmente insuficiente, estando o resultado menos favorável associado ao

grau em que os mercados de negócios entre empresas mudam radicalmente de ano para ano. Como aspecto mais

favorável é de salientar a eficiência e correcta aplicação da legislação anti-trust, considerada nem suficiente nem

insuficiente pelos especialistas inquiridos.

Figura 22: Abertura do mercado/Barreiras à entrada

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Comparando os resultados obtidos para os Açores e para Portugal Continental, verifica-se que, na opinião dos

especialistas inquiridos, a eficiência e correcta aplicação da legislação anti-trust é menos favorável no Continente

(considerada parcialmente insuficiente). Por outro lado, o grau em que os mercados de bens de consumo e serviços

e os mercados de negócios entre empresas mudam radicalmente de ano para ano revela-se mais favorável em

Portugal Continental (onde é considerado nem suficiente nem insuficiente).

Na comparação com a média das economias orientadas para a inovação, a situação açoriana é, tendo em

consideração a opinião dos especialistas, menos favorável, especialmente no que respeita novamente ao grau em

que os mercados de bens de consumo e serviços e os mercados de negócios entre empresas mudam radicalmente

de ano para ano. Nestes, como na maioria dos restantes indicadores, a RAA apresenta resultados que ficam aquém

das médias dos três tipos de economia em análise.

Ainda em matéria de abertura do mercado/barreiras à entrada, na UE, os indicadores, em média, são tendencialmente

considerados pelos especialistas nem suficientes nem insuficientes. A principal diferença entre a média da UE e a

RAA reside no grau em que os mercados de bens de consumo e serviços e os mercados de negócios entre empresas

mudam radicalmente de ano para ano, sendo a opinião dos especialistas mais favorável no caso da UE. No que

respeita a Portugal Continental, as principais diferenças em relação à média da UE estão associadas ao grau de

acessibilidade do mercado por parte das pequenas empresas (tendo em conta o eventual bloqueio das empresas

já estabelecidas) e à eficiência e correcta aplicação da legislação anti-trust, apresentando-se estas menos favoráveis

no caso de Portugal Continental.

3.8. Acesso a Infra-estruturas Físicas

O acesso a infra-estruturas físicas é a condição estrutural do empreendedorismo através da qual se afere a facilidade

de acesso a recursos físicos, incluindo comunicações, utilidades, transportes, matérias-primas e recursos naturais

que possam ser vantajosos para o crescimento do empreendedorismo. Os resultados associados a esta condição

estrutural são apresentados na Figura 23.

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

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Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

De acordo com a Figura 23, os especialistas tendem a considerar que o acesso a infra-estruturas físicas na RAA é

parcialmente suficiente. Neste contexto, destaca-se o acesso a utilidades básicas (em cerca de um mês) por parte

das empresas novas e em crescimento, onde se obteve o melhor resultado. Por outro lado, como aspecto menos

favorável, é de destacar o acesso a infra-estruturas de comunicação (em cerca de uma semana) por parte das

empresas novas e em crescimento, considerado nem suficiente nem insuficiente pelos especialistas inquiridos.

Na globalidade, os resultados obtidos para a RAA ficam aquém dos resultados de Portugal Continental, especialmente

no que respeita ao apoio proporcionado pelas infra-estruturas físicas às empresas novas e em crescimento (onde,

em termos quantitativos, o resultado de Portugal Continental é superior, embora ambos os resultados se insiram

no intervalo “parcialmente suficiente”), ao custo associado ao bom acesso a infra-estruturas de comunicação por

parte das empresas novas e em crescimento (indicador classificado como nem suficiente nem insuficiente na

Região, ainda que próximo do intervalo “parcialmente suficiente”) e ao acesso a infra-estruturas de comunicação

(em cerca de uma semana) por parte das empresas novas e em crescimento (considerado parcialmente suficiente

no Continente e nem suficiente nem insuficiente nos Açores).

De um modo geral, a realidade Açoriana aproxima-se, de acordo com os especialistas inquiridos, da média das

economias orientadas para a inovação. Contudo, o custo associado ao bom acesso a infra-estruturas de comunicação

e o acesso propriamente dito a este tipo de infra-estruturas (em cerca de uma semana) por parte das empresas

novas e em crescimento, revelam-se, de acordo com os especialistas, mais favoráveis nas economias orientadas

para a inovação (assim como nos restantes tipos de economia), onde são considerados parcialmente suficientes.

À semelhança do que ocorre em Portugal Continental, o acesso a infra-estruturas físicas na UE é, em média,

Figura 23: Acesso a infra-estruturas físicas

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

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Figura 24: Normas sociais e culturais

considerado parcialmente suficiente em todos os indicadores associados a esta condição estrutural. Nesta matéria,

a realidade açoriana não se afasta significativamente da média da UE, onde se registam, no entanto, resultados

mais favoráveis ao nível do acesso a infra-estruturas de comunicação (em cerca de uma semana) e a nível do custo

associado a esse acesso para as empresas novas e em crescimento (considerados parcialmente suficientes na UE).

3.9. Normas Culturais e Sociais

Esta condição estrutural do empreendedorismo analisa a extensão em que as normas sociais e culturais vigentes

encorajam ou desencorajam acções individuais relacionadas com o empreendedorismo, assim como o grau de

aceitação geral do empreendedorismo.

O espectro das normas sociais e culturais inclui uma multiplicidade de aspectos. A sua análise começa com uma

avaliação geral da relação entre a cultura nacional/regional e o empreendedorismo, tal como ilustrado na Figura 24.

Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

Nos Açores, de acordo com a opinião dos especialistas, a cultura regional encoraja o empreendedorismo de forma

parcialmente insuficiente. Neste cenário pouco favorável, o principal destaque, pela negativa, vai para o grau

em que a cultura regional estimula o empreendedorismo que implica risco. Por outro lado, o resultado menos

desfavorável prende-se com o grau em que a cultura regional estimula a responsabilidade que o indivíduo (em

detrimento do colectivo) tem na gestão da sua vida. A ausência de uma cultura empreendedora globalmente

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

52

instaurada (existência de uma mentalidade “tradicional”) foi considerada, pela maioria dos especialistas, uma das

principais barreiras ao empreendedorismo na RAA.

Apesar da opinião tendencialmente desfavorável dos especialistas açorianos, a realidade em Portugal Continental

aparenta ser ainda menos favorável do que nos Açores. Com efeito, ainda que todos os indicadores se insiram no

intervalo “parcialmente insuficiente”, a opinião dos especialistas açorianos é mais positiva do que a dos especialistas

continentais em termos do grau em que cultura nacional/regional estimula o êxito individual conseguido através

do esforço próprio, a auto-suficiência, a autonomia, a iniciativa individual e a responsabilidade que o indivíduo

(em detrimento do colectivo) tem na gestão da sua vida. O Continente regista, no entanto, resultados um

pouco superiores aos da Região Autónoma em termos do grau em que a cultura nacional/regional estimula o

empreendedorismo que implica risco e a criatividade e a inovação (quase considerado nem suficiente nem

insuficiente no Continente). Apesar da posição menos favorável da Região relativamente a este último indicador,

os especialistas consideram que os consumidores gostam de experimentar novos produtos e serviços, valorizam a

inovação e estão disponíveis a comprar produtos e serviços de empresas novas e empreendedoras.

À excepção do grau em que a cultura nacional/regional estimula o empreendedorismo que implica risco, considerado

parcialmente insuficiente nas economias orientadas para a inovação, todos os resultados médios associados a este

tipo de economia se enquadram no intervalo “nem suficiente nem insuficiente”, revelando-se mais favoráveis, na

opinião dos especialistas inquiridos, do que os resultados obtidos para a RAA. Neste âmbito é também de salientar

que os resultados médios associados às economias orientadas para a eficiência e às economias orientadas por

factores de produção revelam-se também mais favoráveis do que os resultados dos Açores.

Em termos médios, na UE, a cultura encoraja o empreendedorismo de forma nem suficiente nem insuficiente, de

acordo com a opinião dos especialistas. Assim, a realidade da UE nesta matéria é, em geral, mais favorável do que

nos Açores e do que em Portugal Continental. O grau em que a cultura estimula o empreendedorismo que implica

risco é, no entanto, uma excepção, na medida em que se revela também parcialmente insuficiente na UE.

A existência ou inexistência de boas oportunidades para o empreendedorismo é outro factor que se enquadra

na condição estrutural “Normas culturais e sociais”. Na Figura 25 são apresentados os resultados associados a esta

vertente da presente condição estrutural.

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Figura 25: Oportunidades para iniciar um negócio

Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

Os especialistas açorianos consideram que as oportunidades para a criação de novas empresas não são suficientes

nem insuficientes, destacando-se como resultado mais favorável o grau em que as referidas oportunidades

aumentaram nos últimos cinco anos (quase considerado parcialmente suficiente). Por oposição, o grau em que os

empreendedores conseguem aproveitar as oportunidades existentes assume-se como resultado menos favorável

neste contexto.

Entre os Açores e Portugal Continental, as opiniões dos especialistas diferem (com algum significado) em alguns

dos indicadores apresentados. Por um lado, a realidade açoriana apresenta-se mais favorável do que a continental

no que diz respeito ao grau em que as oportunidades para a criação de novas empresas aumentaram nos últimos

cinco anos e ao grau em que os empreendedores conseguem aproveitar as oportunidades existentes (considerado

parcialmente insuficiente no Continente). Por outro lado, a situação em Portugal Continental revela-se mais positiva

do que a da Região Autónoma ao nível da quantidade de boas oportunidades para a criação de novas empresas

e de empresas de grande crescimento (ainda que ambos os indicadores sejam considerados nem suficientes nem

insuficientes nas duas áreas geográficas).

Da mesma forma, registam-se algumas diferenças entre os Açores e a média das economias orientadas para a

inovação em matéria de oportunidades para o empreendedorismo. Neste âmbito, de acordo com a opinião

dos especialistas, destaca-se, com vantagem para os Açores, o grau em que as oportunidades para a criação de

novas empresas aumentaram nos últimos cinco anos. Em contrapartida, as economias orientadas para a inovação

assumem alguma vantagem em termos da quantidade de boas oportunidades para a criação de novas empresas

e do grau em que os empreendedores conseguem aproveitar as oportunidades existentes. É, contudo, de relevar o

facto de todos os resultados aqui destacados se encontrarem no mesmo intervalo qualitativo (“nem suficiente nem

insuficiente”). Ainda neste âmbito, é de destacar que, na quase totalidade dos resultados, as economias orientadas

por factores de produção e as economias orientadas para a eficiência obtiveram valores mais elevados do que as

economias orientadas para a inovação, a RAA e Portugal Continental.

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Na UE, as oportunidades para a criação de novas empresas são, em termos médios, consideradas nem suficientes

nem insuficientes. Assim, de um modo geral, a realidade açoriana e a realidade de Portugal Continental,

enquadram-se, tendo em conta a opinião dos especialistas inquiridos, na média da UE. Deve, no entanto, salientar-

se que o grau em que as oportunidades para a criação de novas empresas aumentaram nos últimos cinco anos se

revela mais favorável nos Açores do que na UE e que o grau em que os empreendedores conseguem aproveitar as

oportunidades existentes se revela menos favorável em Portugal Continental do que na UE.

Para além da existência ou inexistência de boas oportunidades para a criação de novas empresas, é absolutamente

relevante, no âmbito da análise à presente condição estrutural, conhecer a percepção dos especialistas no que

respeita à capacidade da população para iniciar um negócio. Na Figura 26 encontram-se apresentados os resultados

que reflectem esta percepção.

Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

Os especialistas açorianos consideram que a capacidade da população açoriana para criar um negócio é parcialmente

insuficiente. Apesar do panorama pouco favorável, a dimensão do negócio assume alguma relevância, na medida em

que o aspecto considerado menos desfavorável prende-se com a capacidade que as pessoas têm para criar e gerir um

pequeno negócio e o mais desfavorável com a capacidade que as pessoas têm para criar e gerir um grande negócio.

Ainda que, para a maioria dos indicadores, os Açores e Portugal Continental se enquadrem no mesmo intervalo

qualitativo (“parcialmente insuficiente”), a opinião dos especialistas continentais em matéria de capacidade

da população para a criação de um negócio é um pouco mais favorável do que a dos especialistas açorianos.

Neste âmbito, destaca-se a diferença entre as duas áreas geográficas ao nível da capacidade das pessoas para

Figura 26: Capacidades e conhecimentos para começar um negócio

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Figura 27: Imagem social dos empreende-dores

criar e gerir um negócio de pequena dimensão, considerada nem suficiente nem insuficiente em Portugal

Continental.

De igual modo, ainda que os Açores e a média das economias orientadas para a inovação apresentem resultados

globalmente semelhantes em termos qualitativos, registam-se, em alguns indicadores, diferenças algo significativas,

com destaque para a capacidade das pessoas para criar e gerir um negócio de pequena dimensão (considerada

nem suficiente nem insuficiente para o referido tipo de economia). A experiência das pessoas ao nível da criação

e gestão de um negócio, a sua capacidade de reacção perante uma boa oportunidade para criar um negócio e

a sua capacidade para organizar os recursos necessários para criar um negócio são também indicadores onde

se registam diferenças relevantes, na medida em que os resultados médios para as economias orientadas para a

inovação quase se enquadram no intervalo “nem suficiente nem insuficiente”. Ainda neste âmbito, é de destacar

que, na totalidade dos indicadores, as economias orientadas por factores de produção e as economias orientadas

para a eficiência obtiveram valores médios mais elevados do que a RAA.

Na UE, em média, a capacidade da população para criar um negócio é igualmente considerada, em termos gerais,

parcialmente insuficiente, excepção feita à capacidade das pessoas para criar e gerir um pequeno negócio,

considerada nem suficiente nem insuficiente. Neste contexto, Portugal Continental aproxima-se um pouco mais da

média da UE do que a RAA, onde, como referido anteriormente, a capacidade da população para a criação e gestão

de um negócio de pequena dimensão é considerada parcialmente insuficiente.

Uma outra vertente que se enquadra na condição estrutural “Normas culturais e sociais” é a imagem social dos

empreendedores. Os resultados associados a esta vertente encontram-se apresentados na Figura 27.

Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

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De um modo geral, a opinião dos especialistas açorianos quanto à imagem social dos empreendedores é positiva. Neste

âmbito, destacam-se como aspectos mais favoráveis o estatuto social e o respeito conquistado pelos empreendedores

de sucesso, bem como o grau em que a sociedade encara os empreendedores como indivíduos competentes e com

recursos (indicadores considerados parcialmente suficientes pelos especialistas inquiridos). Como aspecto menos

favorável é de salientar o grau em que as pessoas encaram a carreira de empreendedor como uma opção desejável,

aspecto considerado nem suficiente nem insuficiente pelos especialistas. Por este motivo, a maioria dos especialistas

salienta a importância de uma aposta na divulgação do empreendedor, nomeadamente recorrendo aos media.

Em Portugal Continental, a opinião dos especialistas relativamente à imagem social dos empreendedores é

igualmente positiva, registando-se, contudo, um conjunto de diferenças com alguma relevância entre a realidade

continental e a realidade açoriana: por um lado, verifica-se que o estatuto social e o respeito conquistado pelos

empreendedores de sucesso, assim como o grau em que a sociedade encara os empreendedores como indivíduos

competentes e com recursos, são aspectos um pouco mais favoráveis nos Açores do que no Continente (onde

o primeiro indicador se encontra próximo do limite inferior do intervalo “parcialmente suficiente” e o segundo

é considerado nem suficiente nem insuficiente); por outro lado, no Continente, a cobertura dada pelos media a

casos de empreendedores de sucesso (considerada parcialmente suficiente) é, na opinião dos especialistas, mais

significativa do que nos Açores (considerada nem suficiente nem insuficiente).

O estatuto social e o respeito conquistado pelos empreendedores de sucesso é também um indicador que se revela

mais favorável nos Açores do que (em média) nas economias orientadas para a inovação (ainda que considerado

também parcialmente suficiente neste tipo de economia). No entanto, a cobertura dada pelos media a casos de

empreendedores de sucesso fica aquém do resultado médio associado às economias orientadas para a inovação

(onde este indicador se insere no intervalo parcialmente suficiente). Neste contexto, é ainda de salientar que os

resultados médios associados às economias orientadas para a eficiência e às economias orientadas por factores

de produção são, na maioria dos indicadores, maiores do que nos Açores, em Portugal Continental e do que nas

economias orientadas para a inovação.

Em termos médios, a UE regista também resultados globalmente positivos no que respeita à imagem social dos

empreendedores, não se afastando significativamente dos Açores e de Portugal Continental na generalidade dos

indicadores. Ainda assim, de acordo com a opinião dos especialistas inquiridos, a realidade açoriana revela-se mais

positiva do que a média da UE em matéria de estatuto social e respeito conquistado pelos empreendedores de

sucesso (no limite inferior do intervalo “parcialmente suficiente” na UE) e do grau em que a sociedade encara os

empreendedores como indivíduos competentes e com recursos (considerado nem suficiente nem insuficiente na

UE). Portugal Continental, por seu turno, apresenta um resultado mais favorável do que a média da UE ao nível

da cobertura que é dada pelos media a casos de empreendedores de sucesso (considerada nem suficiente nem

insuficiente na UE e parcialmente suficiente em Portugal Continental).

3.10. Protecção de Direitos de Propriedade Intelectual

Esta condição estrutural analisa em que medida a propriedade intelectual de empresas novas e em crescimento

é protegida e aplicada pela lei, examinando igualmente os detalhes da legislação dos direitos de propriedade

intelectual, a extensão de vendas ilegais de produtos com direitos de autor ou marcas registadas, a confiança das

empresas novas e em crescimento relativamente à protecção da propriedade intelectual e o respeito pelos direitos

dos inventores. Os resultados associados a esta condição estrutural são apresentados na Figura 28.

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Figura 28: Protecção de direitos de propriedade intelectual

Fonte: Sondagem a Especialistas 2010

A Figura 28 indica que os especialistas açorianos consideram que, nos Açores, a protecção dos direitos de

propriedade intelectual não é suficiente nem insuficiente. Como aspectos mais positivos destacam-se a abrangência

da legislação relativa aos direitos de propriedade intelectual e o reconhecimento de que esses direitos devem ser

respeitados. Por outro lado, o indicador menos favorável diz respeito à normalidade associada às vendas ilegais de

software pirateado, vídeos, CD e outros produtos com direitos de autor, que se encontra próximo do limite inferior

do intervalo “nem suficiente nem insuficiente”.

Tendo em conta as opiniões manifestadas pelos especialistas dos Açores e pelos especialistas de Portugal

Continental, as realidades destas duas áreas geográficas, em matéria de protecção dos direitos de propriedade

intelectual, é muito semelhante, estando as principais diferenças associadas à normalidade das vendas ilegais de

software pirateado, vídeos, CD e outros produtos com direitos de autor e ao grau em que as empresas novas e em

crescimento podem confiar que as suas patentes, direitos de autor e marcas registadas serão respeitadas, onde a

Região Autónoma apresenta resultados ligeiramente menos favoráveis do que o Continente.

Ainda de acordo com as opiniões dos especialistas inquiridos relativamente à protecção dos direitos de propriedade

intelectual, a situação açoriana aproxima-se também da média das economias orientadas para a inovação,

registando-se como aspecto mais diferenciador o facto da abrangência da legislação relativa a estes direitos ser

considerada parcialmente suficiente no referido tipo de economia (ainda que, do ponto de vista quantitativo,

o resultado obtido para os Açores não se afaste consideravelmente da média das economias orientadas para a

inovação).

Em geral, na UE, a protecção dos direitos de propriedade intelectual não é considerada suficiente nem insuficiente.

Assim, nesta matéria, é possível afirmar que, de acordo com a opinião dos especialistas, os Açores e Portugal

Continental enquadram-se na média da UE, registando-se como principal diferença a abrangência da legislação

relativa aos direitos de propriedade intelectual (considerada parcialmente suficiente na UE e nem suficiente nem

insuficiente nas outras duas áreas geográficas).

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

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GEM Açores 2010GEM Açores 2010ANEXOS

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ANEXO I: ÍNDICE DE TABELAS E FIGURAS

Índice de Tabelas

Tabela 1: Média da Taxa TEA por tipo de economia 16

Tabela 2: Média da Taxa TEA por área geográfica 16

Tabela 3: Média da Taxa de Empreendedorismo Nascente e da Taxa de

Empreendedorismo de Novos Negócios por tipo de economia 19

Tabela 4: Média da Taxa TEA por género e por tipo de economia 22

Tabela 5: Média das percentagens de homens e mulheres que consideram ter as

características necessárias para criar um negócio, por tipo de economia 23

Tabela 6: Taxa TEA por faixa etária nos Açores 24

Índice de Figuras

Figura 1: O processo empreendedor e as definições operacionais do GEM 4

Figura 2: Modelo GEM 8

Figura 3: Taxa de Actividade Empreendedora Early-Stage (TEA) 15

Figura 4: Relação entre a Taxa TEA e o PIB per capita 17

Figura 5: Taxa de Empreendedorismo Nascente e de Novos Negócios 18

Figura 6: Distribuição da Taxa TEA por sectores 20

Figura 7: Taxa TEA por género 21

Figura 8: Percepção dos conhecimentos/competências necessários para criar um

negócio, por género 23

Figura 9: Actividade empreendedora induzida pela oportunidade e pela não-

oportunidade 25

Figura 10: Empreendedorismo motivado pela oportunidade e PIB per capita 26

Figura 11: Avaliação do produto ou serviço 27

Figura 12: Avaliação da concorrência 29

Figura 13: Avaliação da nova tecnologia utilizada 30

Figura 14: Grau de internacionalização 31

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GEM AÇORES 2010 - Estudo sobre o Empreendedorismo

62

Figura 15: Razões para a desistência do negócio 33

Figura 16: Apoio financeiro 38

Figura 17: Políticas governamentais 39

Figura 18: Programas governamentais 41

Figura 19: Educação e formação 43

Figura 20: Transferência de I&D 45

Figura 21: Infra-estrutura comercial e profissional 47

Figura 22: Abertura do mercado/Barreiras à entrada 48

Figura 23: Acesso a infra-estruturas físicas 50

Figura 24: Normas sociais e culturais 51

Figura 25: Oportunidades para iniciar um negócio 53

Figura 26: Capacidades e conhecimentos para começar um negócio 54

Figura 27: Imagem social dos empreendedores 55

Figura 28: Protecção de direitos de propriedade intelectual 57

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ANEXO II: LISTA DE ESPECIALISTAS LIGADOS AO EMPREENDEDORISMO NOS AÇORES

• Ana Ponte

Caixa Geral de Depósitos • Directora Comercial

• André Viveiros

Escola Profissional de Capelas • Director Executivo

• Ângelo Manuel da Costa Duarte

Câmara do Comércio e Indústria da Horta • Presidente da Direcção

• António Augusto Baptista Soares Marinho

Assembleia Legislativa da RAA • Deputado Assembleia Regional

• António Gomes de Menezes

SATA, S.A. • Presidente do Conselho de Administração

• António José Gaspar da Silva

Secção Regional da RAA da Associação Nacional de Engenheiros Técnicos (ANET) • Presidente do Conselho Directivo

da Secção Regional

• António José Monteiro Antunes

Escola Secundária Vitorino Nemésio • Presidente Conselho Executivo

• Arnaldo Fernandes de Oliveira Machado

Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade • Director Regional

• Avelino de Freitas de Menezes

Universidade dos Açores • Reitor

• Duarte José Botelho da Ponte

INOVA • Presidente da Direcção

• Eduardo Jorge da Silva Brum

Jornal “Expresso das Nove” • Director

• Eduardo Vieira

Ordem dos Advogados – Açores • Presidente do Conselho Distrital dos Açores

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64

• Eugénio Manuel Pereira Leal

Escola Secundária Manuel de Arriaga • Presidente Conselho Executivo

• Fernando Jorge Ventura Moniz

NELAG – Núcleo de Empresários da Lagoa • Presidente da Direcção

• Filipe Pavão Nunes Rocha

Escola de Formação Turística e Hoteleira • Director

• Francisco Miguel Vital Fomes do Vale César

Assembleia Legislativa da RAA • Deputado da Assembleia Regional

• Gualter Furtado

Banco Espírito Santo dos Açores • Presidente da Comissão Executiva

• Gualter Manuel Medeiros do Couto

APIA - Agência de Promoção do Investimento nos Açores • Presidente da Comissão Executiva

• Gui Manuel Machado Menezes

Universidade dos Açores • Investigador Departamento de Oceanografia e Pescas

• Gilberta Rocha

Universidade dos Açores • Professora Catedrática

• João Alberto Lima

ENTA – Escola de Novas Tecnologias dos Açores • Director Executivo

• Jorge Costa Leite

Insulac, S.A. • Presidente do Conselho de Administração

• Jorge Manuel Rosa de Medeiros

Universidade dos Açores • Vice-reitor

• José Romão Leite Braz

Finançor SGPS • Conselho de Administração

• Licínio Manuel Vicente Tomás

Universidade dos Açores • Professor

• Mário Fortuna

Departamento de Economia e Gestão • Presidente da Direcção

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• Paulo Alexandre Luis Botelho Moniz

Secção Regional dos Açores da Ordem dos Engenheiros • Presidente Conselho Directivo Regional dos Açores

• Paulo Simões

Jornal “Açoriano Oriental” • Director

• Pedro Alexandre Gomes Marques

AICOPA – Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas dos Açores • Direcção

• Pedro Freire

Geo Fun – Animação Turística, Lda. • Sócio-gerente

• Pedro Pimentel

Fundo de Maneio, Lda. • Sócio-gerente

• Ricardo José Macedo Ferreira

BANIF Açores • Director Geral

• Ricardo Serrão Santos

Universidade dos Açores • Director do Departamento de Oceanografia e Pescas

• Sancha Madalena Oliveira Costa Santos

INOVA – Instituto de Inovação Tecnológica dos Açores • Directora Executiva

• Sandra Dias Faria

Universidade dos Açores • Professora/Investigadora de Empreendedorismo

• Vasco Manuel Verdasca da Silva Garcia

Assembleia Municipal de Lagoa • Deputado da Assembleia Municipal

• Victor do Couto Cruz

Grupo Bensaude • Administrador