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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIAcircNGULO MINEIRO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA
GEMA MARIA RIVERON PENA
ADESAtildeO AO TRATAMETO DOS USUAacuteRIOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA MARIA
DAS DORES SILVA NO MUNICIacutePIO DE BELO VALE
Belo Horizonte Minas Gerais
2016
GEMA MARIA RIVERON PENA
ADESAtildeO AO TRATAMETO DOS USUAacuteRIOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA MARIA
DAS DORES SILVA NO MUNICIacutePIO DE BELO VALE
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro para obtenccedilatildeo do Certificado de especialista
Orientador Prof Dr Maacuterio Alfredo Silveira Miranzi
Belo Horizonte Minas Gerais
2016
GEMA MARIA RIVERON PENA
ADESAtildeO AO TRATAMETO DOS USUAacuteRIOS PORTADORES DE
DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA MARIA DAS DORES SILVA NO MUNICIacutePIO DE BELO VALE
Banca examinadora Examinador 1 Prof Dr Maacuterio Alfredo Silveira Miranzi - Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro Examinador 2 ndash Profordf Drordf Isabel Aparecida Porcatti de Walsh Nome - Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro Aprovado em Belo Horizonte em de de 2016
DEDICATOacuteRIA
Dedico este trabalho aos meus pais que satildeo a razatildeo de meu existir a minha famiacutelia por me apoiar sempre no logro de meus objetivos agrave comunidade de Belo Vale por seu carinho e cooperaccedilatildeo
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida e pela sua constante companhia Agradeccedilo ao meu orientador pela paciecircncia e dedicaccedilatildeo Agradeccedilo ao Conselho Municipal de Sauacutede Secretaria de Sauacutede Secretaria de Educaccedilatildeo Prefeitura Municipal e todas as pessoas que de alguma forma tornaram possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho A todos meus sinceros e profundos agradecimentos
ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossiacutevelrdquo
Charles Chaplin
RESUMO
O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede
ABSTRACT
This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale
MG2015 38
Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do
problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42
Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da
prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo
ValeMG2015 43
Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia
da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45
Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da
Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede
ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes
BDENF- Banco de Dados de Enfermagem
BH - Belo Horizonte
COPASA - Companhia de Aacutegua SA
CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais
DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
DM - Diabetes Mellitus
ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia
ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia
HA - Hipertensatildeo Arterial
IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica
IMC - iacutendice de massa corporal
IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MG - Minas Gerais
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional
PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia
QV ndash Qualidade de Vida
Scielo - Scientific Electronic Library Online
SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica
SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar
UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico
TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose
UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 JUSTIFICATIVA 17
3 OBJETIVOS 18
4 METODOLOGIA 19
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49
REFERENCIAS 50
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na
regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio
de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de
Brasiacutelia (BELO VALE 2014)
Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro
Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por
bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de
Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o
Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291
habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de
desenvolvimento humano eacute de 0655
Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave
migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro
Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO
VALE 2014)
Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas
principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina
pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas
Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no
quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O
principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)
Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa
Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo
Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa
Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)
A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas
e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A
populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da
associaccedilatildeo
A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio
na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da
13
comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
14
cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
15
quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
16
social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
17
2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
18
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
19
4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
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51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
GEMA MARIA RIVERON PENA
ADESAtildeO AO TRATAMETO DOS USUAacuteRIOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA MARIA
DAS DORES SILVA NO MUNICIacutePIO DE BELO VALE
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro para obtenccedilatildeo do Certificado de especialista
Orientador Prof Dr Maacuterio Alfredo Silveira Miranzi
Belo Horizonte Minas Gerais
2016
GEMA MARIA RIVERON PENA
ADESAtildeO AO TRATAMETO DOS USUAacuteRIOS PORTADORES DE
DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA MARIA DAS DORES SILVA NO MUNICIacutePIO DE BELO VALE
Banca examinadora Examinador 1 Prof Dr Maacuterio Alfredo Silveira Miranzi - Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro Examinador 2 ndash Profordf Drordf Isabel Aparecida Porcatti de Walsh Nome - Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro Aprovado em Belo Horizonte em de de 2016
DEDICATOacuteRIA
Dedico este trabalho aos meus pais que satildeo a razatildeo de meu existir a minha famiacutelia por me apoiar sempre no logro de meus objetivos agrave comunidade de Belo Vale por seu carinho e cooperaccedilatildeo
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida e pela sua constante companhia Agradeccedilo ao meu orientador pela paciecircncia e dedicaccedilatildeo Agradeccedilo ao Conselho Municipal de Sauacutede Secretaria de Sauacutede Secretaria de Educaccedilatildeo Prefeitura Municipal e todas as pessoas que de alguma forma tornaram possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho A todos meus sinceros e profundos agradecimentos
ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossiacutevelrdquo
Charles Chaplin
RESUMO
O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede
ABSTRACT
This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale
MG2015 38
Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do
problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42
Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da
prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo
ValeMG2015 43
Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia
da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45
Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da
Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede
ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes
BDENF- Banco de Dados de Enfermagem
BH - Belo Horizonte
COPASA - Companhia de Aacutegua SA
CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais
DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
DM - Diabetes Mellitus
ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia
ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia
HA - Hipertensatildeo Arterial
IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica
IMC - iacutendice de massa corporal
IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MG - Minas Gerais
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional
PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia
QV ndash Qualidade de Vida
Scielo - Scientific Electronic Library Online
SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica
SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar
UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico
TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose
UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 JUSTIFICATIVA 17
3 OBJETIVOS 18
4 METODOLOGIA 19
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49
REFERENCIAS 50
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na
regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio
de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de
Brasiacutelia (BELO VALE 2014)
Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro
Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por
bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de
Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o
Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291
habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de
desenvolvimento humano eacute de 0655
Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave
migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro
Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO
VALE 2014)
Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas
principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina
pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas
Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no
quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O
principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)
Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa
Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo
Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa
Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)
A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas
e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A
populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da
associaccedilatildeo
A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio
na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da
13
comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
14
cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
15
quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
16
social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
17
2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
18
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
19
4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
GEMA MARIA RIVERON PENA
ADESAtildeO AO TRATAMETO DOS USUAacuteRIOS PORTADORES DE
DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA MARIA DAS DORES SILVA NO MUNICIacutePIO DE BELO VALE
Banca examinadora Examinador 1 Prof Dr Maacuterio Alfredo Silveira Miranzi - Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro Examinador 2 ndash Profordf Drordf Isabel Aparecida Porcatti de Walsh Nome - Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro Aprovado em Belo Horizonte em de de 2016
DEDICATOacuteRIA
Dedico este trabalho aos meus pais que satildeo a razatildeo de meu existir a minha famiacutelia por me apoiar sempre no logro de meus objetivos agrave comunidade de Belo Vale por seu carinho e cooperaccedilatildeo
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida e pela sua constante companhia Agradeccedilo ao meu orientador pela paciecircncia e dedicaccedilatildeo Agradeccedilo ao Conselho Municipal de Sauacutede Secretaria de Sauacutede Secretaria de Educaccedilatildeo Prefeitura Municipal e todas as pessoas que de alguma forma tornaram possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho A todos meus sinceros e profundos agradecimentos
ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossiacutevelrdquo
Charles Chaplin
RESUMO
O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede
ABSTRACT
This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale
MG2015 38
Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do
problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42
Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da
prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo
ValeMG2015 43
Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia
da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45
Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da
Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede
ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes
BDENF- Banco de Dados de Enfermagem
BH - Belo Horizonte
COPASA - Companhia de Aacutegua SA
CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais
DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
DM - Diabetes Mellitus
ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia
ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia
HA - Hipertensatildeo Arterial
IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica
IMC - iacutendice de massa corporal
IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MG - Minas Gerais
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional
PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia
QV ndash Qualidade de Vida
Scielo - Scientific Electronic Library Online
SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica
SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar
UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico
TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose
UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 JUSTIFICATIVA 17
3 OBJETIVOS 18
4 METODOLOGIA 19
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49
REFERENCIAS 50
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na
regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio
de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de
Brasiacutelia (BELO VALE 2014)
Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro
Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por
bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de
Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o
Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291
habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de
desenvolvimento humano eacute de 0655
Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave
migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro
Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO
VALE 2014)
Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas
principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina
pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas
Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no
quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O
principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)
Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa
Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo
Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa
Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)
A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas
e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A
populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da
associaccedilatildeo
A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio
na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da
13
comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
14
cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
15
quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
16
social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
17
2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
18
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
19
4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
DEDICATOacuteRIA
Dedico este trabalho aos meus pais que satildeo a razatildeo de meu existir a minha famiacutelia por me apoiar sempre no logro de meus objetivos agrave comunidade de Belo Vale por seu carinho e cooperaccedilatildeo
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida e pela sua constante companhia Agradeccedilo ao meu orientador pela paciecircncia e dedicaccedilatildeo Agradeccedilo ao Conselho Municipal de Sauacutede Secretaria de Sauacutede Secretaria de Educaccedilatildeo Prefeitura Municipal e todas as pessoas que de alguma forma tornaram possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho A todos meus sinceros e profundos agradecimentos
ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossiacutevelrdquo
Charles Chaplin
RESUMO
O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede
ABSTRACT
This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale
MG2015 38
Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do
problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42
Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da
prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo
ValeMG2015 43
Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia
da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45
Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da
Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede
ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes
BDENF- Banco de Dados de Enfermagem
BH - Belo Horizonte
COPASA - Companhia de Aacutegua SA
CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais
DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
DM - Diabetes Mellitus
ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia
ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia
HA - Hipertensatildeo Arterial
IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica
IMC - iacutendice de massa corporal
IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MG - Minas Gerais
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional
PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia
QV ndash Qualidade de Vida
Scielo - Scientific Electronic Library Online
SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica
SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar
UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico
TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose
UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 JUSTIFICATIVA 17
3 OBJETIVOS 18
4 METODOLOGIA 19
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49
REFERENCIAS 50
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na
regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio
de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de
Brasiacutelia (BELO VALE 2014)
Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro
Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por
bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de
Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o
Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291
habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de
desenvolvimento humano eacute de 0655
Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave
migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro
Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO
VALE 2014)
Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas
principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina
pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas
Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no
quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O
principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)
Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa
Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo
Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa
Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)
A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas
e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A
populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da
associaccedilatildeo
A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio
na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da
13
comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
14
cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
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quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
16
social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
17
2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
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3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
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4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
AGRADECIMENTOS
Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida e pela sua constante companhia Agradeccedilo ao meu orientador pela paciecircncia e dedicaccedilatildeo Agradeccedilo ao Conselho Municipal de Sauacutede Secretaria de Sauacutede Secretaria de Educaccedilatildeo Prefeitura Municipal e todas as pessoas que de alguma forma tornaram possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho A todos meus sinceros e profundos agradecimentos
ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossiacutevelrdquo
Charles Chaplin
RESUMO
O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede
ABSTRACT
This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale
MG2015 38
Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do
problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42
Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da
prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo
ValeMG2015 43
Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia
da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45
Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da
Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede
ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes
BDENF- Banco de Dados de Enfermagem
BH - Belo Horizonte
COPASA - Companhia de Aacutegua SA
CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais
DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
DM - Diabetes Mellitus
ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia
ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia
HA - Hipertensatildeo Arterial
IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica
IMC - iacutendice de massa corporal
IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MG - Minas Gerais
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional
PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia
QV ndash Qualidade de Vida
Scielo - Scientific Electronic Library Online
SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica
SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar
UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico
TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose
UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 JUSTIFICATIVA 17
3 OBJETIVOS 18
4 METODOLOGIA 19
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49
REFERENCIAS 50
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na
regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio
de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de
Brasiacutelia (BELO VALE 2014)
Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro
Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por
bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de
Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o
Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291
habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de
desenvolvimento humano eacute de 0655
Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave
migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro
Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO
VALE 2014)
Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas
principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina
pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas
Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no
quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O
principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)
Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa
Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo
Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa
Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)
A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas
e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A
populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da
associaccedilatildeo
A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio
na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da
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comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
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cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
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quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
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social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
17
2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
18
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
19
4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossiacutevelrdquo
Charles Chaplin
RESUMO
O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede
ABSTRACT
This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale
MG2015 38
Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do
problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42
Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da
prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo
ValeMG2015 43
Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia
da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45
Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da
Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede
ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes
BDENF- Banco de Dados de Enfermagem
BH - Belo Horizonte
COPASA - Companhia de Aacutegua SA
CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais
DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
DM - Diabetes Mellitus
ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia
ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia
HA - Hipertensatildeo Arterial
IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica
IMC - iacutendice de massa corporal
IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MG - Minas Gerais
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional
PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia
QV ndash Qualidade de Vida
Scielo - Scientific Electronic Library Online
SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica
SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar
UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico
TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose
UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 JUSTIFICATIVA 17
3 OBJETIVOS 18
4 METODOLOGIA 19
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49
REFERENCIAS 50
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na
regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio
de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de
Brasiacutelia (BELO VALE 2014)
Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro
Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por
bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de
Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o
Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291
habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de
desenvolvimento humano eacute de 0655
Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave
migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro
Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO
VALE 2014)
Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas
principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina
pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas
Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no
quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O
principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)
Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa
Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo
Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa
Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)
A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas
e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A
populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da
associaccedilatildeo
A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio
na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da
13
comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
14
cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
15
quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
16
social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
17
2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
18
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
19
4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
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mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
RESUMO
O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede
ABSTRACT
This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale
MG2015 38
Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do
problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42
Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da
prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo
ValeMG2015 43
Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia
da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45
Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da
Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede
ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes
BDENF- Banco de Dados de Enfermagem
BH - Belo Horizonte
COPASA - Companhia de Aacutegua SA
CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais
DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
DM - Diabetes Mellitus
ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia
ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia
HA - Hipertensatildeo Arterial
IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica
IMC - iacutendice de massa corporal
IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MG - Minas Gerais
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional
PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia
QV ndash Qualidade de Vida
Scielo - Scientific Electronic Library Online
SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica
SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar
UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico
TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose
UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 JUSTIFICATIVA 17
3 OBJETIVOS 18
4 METODOLOGIA 19
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49
REFERENCIAS 50
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na
regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio
de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de
Brasiacutelia (BELO VALE 2014)
Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro
Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por
bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de
Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o
Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291
habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de
desenvolvimento humano eacute de 0655
Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave
migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro
Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO
VALE 2014)
Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas
principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina
pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas
Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no
quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O
principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)
Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa
Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo
Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa
Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)
A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas
e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A
populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da
associaccedilatildeo
A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio
na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da
13
comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
14
cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
15
quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
16
social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
17
2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
18
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
19
4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
ABSTRACT
This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale
MG2015 38
Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do
problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42
Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da
prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo
ValeMG2015 43
Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia
da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45
Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da
Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede
ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes
BDENF- Banco de Dados de Enfermagem
BH - Belo Horizonte
COPASA - Companhia de Aacutegua SA
CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais
DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
DM - Diabetes Mellitus
ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia
ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia
HA - Hipertensatildeo Arterial
IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica
IMC - iacutendice de massa corporal
IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MG - Minas Gerais
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional
PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia
QV ndash Qualidade de Vida
Scielo - Scientific Electronic Library Online
SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica
SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar
UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico
TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose
UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 JUSTIFICATIVA 17
3 OBJETIVOS 18
4 METODOLOGIA 19
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49
REFERENCIAS 50
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na
regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio
de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de
Brasiacutelia (BELO VALE 2014)
Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro
Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por
bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de
Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o
Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291
habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de
desenvolvimento humano eacute de 0655
Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave
migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro
Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO
VALE 2014)
Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas
principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina
pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas
Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no
quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O
principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)
Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa
Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo
Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa
Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)
A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas
e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A
populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da
associaccedilatildeo
A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio
na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da
13
comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
14
cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
15
quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
16
social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
17
2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
18
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
19
4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale
MG2015 38
Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do
problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42
Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da
prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo
ValeMG2015 43
Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia
da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45
Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da
Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede
ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes
BDENF- Banco de Dados de Enfermagem
BH - Belo Horizonte
COPASA - Companhia de Aacutegua SA
CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais
DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
DM - Diabetes Mellitus
ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia
ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia
HA - Hipertensatildeo Arterial
IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica
IMC - iacutendice de massa corporal
IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MG - Minas Gerais
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional
PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia
QV ndash Qualidade de Vida
Scielo - Scientific Electronic Library Online
SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica
SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar
UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico
TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose
UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 JUSTIFICATIVA 17
3 OBJETIVOS 18
4 METODOLOGIA 19
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49
REFERENCIAS 50
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na
regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio
de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de
Brasiacutelia (BELO VALE 2014)
Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro
Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por
bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de
Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o
Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291
habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de
desenvolvimento humano eacute de 0655
Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave
migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro
Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO
VALE 2014)
Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas
principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina
pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas
Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no
quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O
principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)
Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa
Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo
Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa
Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)
A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas
e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A
populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da
associaccedilatildeo
A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio
na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da
13
comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
14
cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
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quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
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social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
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2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
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3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
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4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
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e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
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5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede
ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes
BDENF- Banco de Dados de Enfermagem
BH - Belo Horizonte
COPASA - Companhia de Aacutegua SA
CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais
DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede
DM - Diabetes Mellitus
ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia
ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia
HA - Hipertensatildeo Arterial
IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica
IMC - iacutendice de massa corporal
IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
MG - Minas Gerais
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional
PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia
QV ndash Qualidade de Vida
Scielo - Scientific Electronic Library Online
SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica
SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar
UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico
TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose
UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 JUSTIFICATIVA 17
3 OBJETIVOS 18
4 METODOLOGIA 19
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49
REFERENCIAS 50
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na
regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio
de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de
Brasiacutelia (BELO VALE 2014)
Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro
Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por
bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de
Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o
Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291
habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de
desenvolvimento humano eacute de 0655
Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave
migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro
Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO
VALE 2014)
Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas
principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina
pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas
Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no
quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O
principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)
Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa
Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo
Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa
Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)
A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas
e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A
populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da
associaccedilatildeo
A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio
na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da
13
comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
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cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
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quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
16
social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
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2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
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3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
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4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
2 JUSTIFICATIVA 17
3 OBJETIVOS 18
4 METODOLOGIA 19
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49
REFERENCIAS 50
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na
regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio
de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de
Brasiacutelia (BELO VALE 2014)
Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro
Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por
bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de
Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o
Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291
habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de
desenvolvimento humano eacute de 0655
Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave
migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro
Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO
VALE 2014)
Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas
principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina
pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas
Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no
quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O
principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)
Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa
Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo
Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa
Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)
A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas
e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A
populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da
associaccedilatildeo
A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio
na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da
13
comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
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cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
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quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
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social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
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2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
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3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
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4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
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(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na
regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio
de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de
Brasiacutelia (BELO VALE 2014)
Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro
Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por
bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de
Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o
Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291
habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de
desenvolvimento humano eacute de 0655
Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave
migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro
Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO
VALE 2014)
Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas
principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina
pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas
Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no
quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O
principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)
Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa
Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo
Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa
Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)
A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas
e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A
populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da
associaccedilatildeo
A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio
na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da
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comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
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cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
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quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
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social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
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2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
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3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
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4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
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5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
13
comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees
precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute
de 2279
A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das
residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio
da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo
No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi
instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica
Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a
uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim
como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo
nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75
dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas
Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida
de creche (BELO VALE 2014)
Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os
proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como
veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas
Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem
diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram
oportunidades de empregos para os mais jovens
O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA
(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de
telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel
Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do
Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das
loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal
Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449
famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central
com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede
bucal
Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois
laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a
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cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
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quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
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social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
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2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
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3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
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4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
14
cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a
Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)
O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como
Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema
de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo
enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado
Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014
1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs
portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do
Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)
Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento
de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de
Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de
oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-
metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se
que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90
(BRASIL 2014)
Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado
ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$
596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)
De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem
buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede
assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo
oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de
sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal
de Sauacutede
A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo
central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma
enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes
comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um
motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais
A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea
adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com
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quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
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social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
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2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
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3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
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4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
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e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
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5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
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primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
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de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
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impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
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Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
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mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
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metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
15
quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta
meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de
enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica
estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da
equipe
A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua
atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita
domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees
coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em
escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as
comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e
auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura
De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns
pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave
abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios
problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero
de diabeacuteticos descompensados
Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em
consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo
o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de
usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes
para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses
usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados
47 estatildeo descompensados
Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas
trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na
tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma
demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente
nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as
dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e
ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares
desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao
tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e
16
social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
17
2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
18
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
19
4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
16
social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da
vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da
sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido
Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela
Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco
cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o
acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros
inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez
oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e
previdenciaacuterio
Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de
trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de
prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de
crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios
Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de
Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida
buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada
obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida
alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios
Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de
riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados
especiais
Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com
a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos
medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais
Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a
condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia
tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos
os envolvidos
17
2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
18
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
19
4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
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aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM
descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais
consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito
A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande
parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da
Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede
puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas
afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e
outras (BRASIL 2010)
Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta
incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por
representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como
causa de morte no Brasil
Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas
levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos
e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo
portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel
Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor
accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da
equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de
Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e
incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento
Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e
formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma
integral aos usuaacuterios com esta doenccedila
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3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
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4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
18
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento
para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e
descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede
Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos
bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das
Silva
bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios
portadores de DM
bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo
de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM
bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao
tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de
abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG
para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila
19
4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
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REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como
objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos
pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica
de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG
Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB
site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi
realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como
Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)
ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os
seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da
famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)
O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e
outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees
contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o
desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e
anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema
Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do
Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e
Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em
Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir
a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e
consequecircncias)
b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema
urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem
de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)
c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave
dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)
d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo
entre elas)
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e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
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5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
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primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
20
e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem
enfrentadas)
f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os
produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)
g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que
devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)
h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de
transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem
mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua
posiccedilatildeo)
i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada
operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)
j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo
discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos
instrumentos
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
21
5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito
O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de
seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que
poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)
confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios
documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma
enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos
V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era
adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que
eram atraiacutedos pela urina desses pacientes
De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome
sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de
insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma
uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta
em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na
secreccedilatildeo de insulina ou em ambas
O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o
DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue
Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se
manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o
accediluacutecar do corpo se mantenha normal
Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda
involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica
satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de
repeticcedilatildeo
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute
responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de
amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
22
primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute
importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes
para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e
que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados
(BRASIL 2006)
Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais
comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em
relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees
podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada
quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que
decorrem destas patologias
No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da
incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da
idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de
aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico
causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida
Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve
transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto
agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por
doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo
demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no
envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida
mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias
proacuteprias do envelhecimento
A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe
aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa
Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma
epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de
adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995
atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030
Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em
desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
23
de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema
que as doenccedilas infecciosas ainda representam
Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de
1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo
envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas
Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes
configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os
sistemas de sauacutede de todo o mundo
Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo
devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os
profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas
diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional
52 Tipos de Diabetes Mellitus
A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela
Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM
tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional
A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1
e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior
de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de
amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila
renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos
prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)
A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade
independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)
como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se
manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo
produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem
a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees
diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios
No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-
pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa
destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em
24
que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como
forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)
Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens
mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas
Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo
que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem
casos na famiacutelia
Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e
caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes
com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose
raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se
associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas
geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina
exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para
obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)
O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de
magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a
14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES MELLITUS 2013)
53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus
O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente
descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a
partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila
cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em
proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de
fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo
sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)
Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo
glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo
- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas
(normal ateacute 110mgdl)
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
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aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
25
- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g
de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo
(alterada se maior que 200mgdl)
- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo
(alterada se maior que 200 mgdl)
Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum
alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer
avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h
A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o
meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta
forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que
efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome
54 Fatores de Risco
Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes
existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade
gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes
Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos
gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio
de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou
vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)
55 Tratamento
Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento
e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu
acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na
educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede
Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a
educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o
estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente
buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos
considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
26
aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo
informaccedilotildees
Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal
cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da
circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos
olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas
uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)
O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para
a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo
de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos
poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo
que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)
A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional
sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar
complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)
Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado
por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos
niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de
diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do
cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os
paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES 2013)
Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na
prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na
prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os
familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor
condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica
independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem
niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-
receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior
capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com
indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal
27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
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27
(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute
reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um
importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de
comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco
cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)
Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave
glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM
tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de
diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10
do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo
energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento
de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)
Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos
usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz
Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de
tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser
tratado
Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre
idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram
predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de
atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma
autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso
prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista
de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de
aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento
da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede
De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute
manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute
glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7
Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se
controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e
tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os
diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas
28
com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo
tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo
usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais
56 Espeacutecies de Tratamento
Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento
Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo
palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade
Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute
necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem
ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar
suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de
diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de
adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar
programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe
interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de
decisatildeo
Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo
farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo
Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido
de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua
participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas
complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees
pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute
capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado
geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo
que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e
gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de
acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes
queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os
profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de
promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo
seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido
29
Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
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De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo
(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a
adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer
parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do
diabetes e morar em local de elevado risco
57 Adesatildeo ao Tratamento
Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da
DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos
e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A
adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o
comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por
exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de
vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS
FREITAS PACE 2014)
A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida
em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados
valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o
tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e
profissionais de sauacutede
De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm
concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento
proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo
costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do
tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute
compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees
Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do
medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio
aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo
atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e
profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas
tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento
(TURCATTO 2014)
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
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impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
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Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
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Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
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mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
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metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
30
Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem
ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar
tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem
contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos
pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os
medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar
reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento
Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute
compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os
tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os
medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para
expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo
subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas
crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados
Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em
falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64
Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais
propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode
representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com
as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o
tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido
ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute
necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do
regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de
medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses
parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de
diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE
2014)
Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao
tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos
fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos
profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-
responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
31
paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando
identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as
consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e
perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que
possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida
Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se
como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente
facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e
desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado
adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do
paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento
avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo
responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de
conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo
diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as
interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o
desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida
No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio
frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de
sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar
essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)
Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento
medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como
tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS
PACE 2014)
Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear
parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao
se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo
alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores
que deve ser trocado o termo ou evitado
Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada
a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo
constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave
complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
32
impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam
desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes
multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da
populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das
crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados
como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo
Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou
adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos
profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute
mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob
pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos
Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de
cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis
Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de
cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave
necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das
refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades
sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico
estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com
valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a
glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)
Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e
tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos
pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas
das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio
A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez
que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo
Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de
DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia
(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a
praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia
priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma
integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos
profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
33
profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o
que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu
atendimento
Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma
perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia
palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao
simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores
locais hemorragias ou lesotildees aparentes
Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para
expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os
passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que
o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece
com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na
adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira
de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica
Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se
devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e
atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente
Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um
atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados
satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma
atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho
multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de
enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de
sauacutede
De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II
deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de
fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como
se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto
imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta
Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos
de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave
cura definitiva desmotivando os pacientes
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
34
De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais
propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas
pretendidas de maneira positiva e concreta
Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia
enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de
reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando
uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por
meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a
recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da
Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as
condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos
indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos
determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as
dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de
parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares
Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF
Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no
tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um
desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que
renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico
alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos
criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e
sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios
Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o
trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da
Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o
combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV
dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de
compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da
implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com
embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de
poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos
indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
35
Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou
seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem
oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao
tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional
realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos
de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute
entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no
tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente
pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas
a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou
mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o
tratamento mais dinacircmico e completo
Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa
equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja
elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral
ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de
tratamento
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
36
6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO
Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave
comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil
acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se
apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio
de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias
Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que
deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais
relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo
Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS
FARIAS SANTOS 2010)
Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas
Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas
mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de
um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave
comunidade
Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a
populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise
sinteacutetica da situaccedilatildeo
A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de
enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica
No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel
identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA
DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos
bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso
A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares
consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de
enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais
tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
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mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
37
Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de
priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto
foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas
1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)
2- Alta incidecircncia HA
3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares
4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos
5- Tabagismo
6- Alcoolismo
7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas
8- Dislipidemias
9- Obesidade
10- Cacircncer de mamas
11- Sedentarismo
62 Priorizaccedilatildeo dos problemas
Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo
Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia
significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como
alimentares e comportamentais
Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015
Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de
enfrentamento Seleccedilatildeo
Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01
Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02
Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02
Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
38
mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)
Alta 06 Parcial 03
Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
63 Descriccedilatildeo do problema selecionado
De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno
metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios
no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da
secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)
O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo
sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente
8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a
seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)
A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em
264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses
europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas
etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que
nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias
sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas
faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)
Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em
2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos
haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este
incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)
O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de
hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
39
metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica
submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)
Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e
condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o
resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do
autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da
morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo
controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada
por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e
permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar
as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)
Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos
pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o
tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu
processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade
Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da
populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos
com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo
sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como
HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros
Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por
complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares
consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de
sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a
demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo
grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia
Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na
comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida
inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes
para melhor a qualidade de vida dos mesmos
64 Explicaccedilatildeo do problema
40
O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
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REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores
para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como
causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros
fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas
cardiovasculares e stress
Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos
medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF
inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede
O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e
promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para
evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees
O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como
uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso
de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico
Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem
uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de
outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares
65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas
Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM
(pacientes descompensados)
bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar
manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e
excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo
agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas
emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso
bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas
sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho
provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees
fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento
bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila
na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute
41
uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
42
Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
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com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de
cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida
bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA
ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu
trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para
conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da
populaccedilatildeo
O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das
mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as
complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de
aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado
bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a
necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses
horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los
adequadamente
66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos
TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO
RECURSOS CRIacuteTICOS
ldquoMais sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe
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Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
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Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
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disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
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TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
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doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
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com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
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REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo
Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas
TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015
OPERA-CcedilOtildeES
PROJETOS
RECURSOS CRIacuteTICOS
CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS
ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS
ATOR QUE CONTROLA
MOTIVA-CcedilAtildeO
ldquoMais
sauacutederdquo
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da
Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-
Favoraacutevel
Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
43
Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
accedilatildeo
ldquoLinha de cuidadordquo
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
ldquoSaber Maisrdquo
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede
Coordena-dor da UBS
Secretaria de Educaccedilatildeo
Comunica-ccedilatildeo social
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
44
disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
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com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
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REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
ldquoForccedila do saberrdquo
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal
Favoraacutevel
Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo
A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis
pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o
cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele
que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees
definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir
que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando
contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do
plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das
operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos
45
TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
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com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
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REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015
NOacuteS CRITICOS
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS
NECESSAacuteRIOS RESULTA
DOS
Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster
-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo
Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais
Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede
Falta de conhecimentos e de crenccedila da
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios
Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade
Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os
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doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
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TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
51
Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
52
RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
46
doenccedila
sobre a DM
-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais
riscos da DM descontrolada
Mal uso de remeacutedios
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF
Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
69 Gestatildeo do plano
Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo
das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de
gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a
comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo
menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de
como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)
47
TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015
OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-
SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL
ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila
-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal
-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM
-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo
-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento
ACS meacutedico
enfermeira 3meses
48
com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
49
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
50
REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees
da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees
Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
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REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e
desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser
mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e
as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo
mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais
positivas
O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM
associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo
considerados terapias de primeira escolha
O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As
complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo
percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o
profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida
o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios
ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando
melhor qualidade de vida ao paciente
Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do
paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de
importacircncia na efetividade do acompanhamento
Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores
condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade
abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio
familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos
afetados
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REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016
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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016