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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA GEMA MARIA RIVERON PENA ADESÃO AO TRATAMETO DOS USUÁRIOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA MARIA DAS DORES SILVA NO MUNICÍPIO DE BELO VALE Belo Horizonte / Minas Gerais 2016

GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIAcircNGULO MINEIRO CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA

GEMA MARIA RIVERON PENA

ADESAtildeO AO TRATAMETO DOS USUAacuteRIOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA MARIA

DAS DORES SILVA NO MUNICIacutePIO DE BELO VALE

Belo Horizonte Minas Gerais

2016

GEMA MARIA RIVERON PENA

ADESAtildeO AO TRATAMETO DOS USUAacuteRIOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA MARIA

DAS DORES SILVA NO MUNICIacutePIO DE BELO VALE

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro para obtenccedilatildeo do Certificado de especialista

Orientador Prof Dr Maacuterio Alfredo Silveira Miranzi

Belo Horizonte Minas Gerais

2016

GEMA MARIA RIVERON PENA

ADESAtildeO AO TRATAMETO DOS USUAacuteRIOS PORTADORES DE

DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA MARIA DAS DORES SILVA NO MUNICIacutePIO DE BELO VALE

Banca examinadora Examinador 1 Prof Dr Maacuterio Alfredo Silveira Miranzi - Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro Examinador 2 ndash Profordf Drordf Isabel Aparecida Porcatti de Walsh Nome - Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro Aprovado em Belo Horizonte em de de 2016

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho aos meus pais que satildeo a razatildeo de meu existir a minha famiacutelia por me apoiar sempre no logro de meus objetivos agrave comunidade de Belo Vale por seu carinho e cooperaccedilatildeo

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida e pela sua constante companhia Agradeccedilo ao meu orientador pela paciecircncia e dedicaccedilatildeo Agradeccedilo ao Conselho Municipal de Sauacutede Secretaria de Sauacutede Secretaria de Educaccedilatildeo Prefeitura Municipal e todas as pessoas que de alguma forma tornaram possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho A todos meus sinceros e profundos agradecimentos

ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as

grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossiacutevelrdquo

Charles Chaplin

RESUMO

O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede

ABSTRACT

This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale

MG2015 38

Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do

problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42

Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da

prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo

ValeMG2015 43

Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia

da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45

Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da

Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede

ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes

BDENF- Banco de Dados de Enfermagem

BH - Belo Horizonte

COPASA - Companhia de Aacutegua SA

CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais

DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

DM - Diabetes Mellitus

ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HA - Hipertensatildeo Arterial

IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica

IMC - iacutendice de massa corporal

IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MG - Minas Gerais

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

QV ndash Qualidade de Vida

Scielo - Scientific Electronic Library Online

SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica

SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar

UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico

TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose

UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 JUSTIFICATIVA 17

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49

REFERENCIAS 50

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na

regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio

de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de

Brasiacutelia (BELO VALE 2014)

Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro

Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por

bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de

Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o

Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291

habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de

desenvolvimento humano eacute de 0655

Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave

migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro

Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO

VALE 2014)

Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas

principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina

pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas

Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no

quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O

principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)

Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa

Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo

Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa

Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)

A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas

e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A

populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da

associaccedilatildeo

A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio

na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da

13

comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

14

cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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GEMA MARIA RIVERON PENA

ADESAtildeO AO TRATAMETO DOS USUAacuteRIOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA MARIA

DAS DORES SILVA NO MUNICIacutePIO DE BELO VALE

Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro para obtenccedilatildeo do Certificado de especialista

Orientador Prof Dr Maacuterio Alfredo Silveira Miranzi

Belo Horizonte Minas Gerais

2016

GEMA MARIA RIVERON PENA

ADESAtildeO AO TRATAMETO DOS USUAacuteRIOS PORTADORES DE

DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA MARIA DAS DORES SILVA NO MUNICIacutePIO DE BELO VALE

Banca examinadora Examinador 1 Prof Dr Maacuterio Alfredo Silveira Miranzi - Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro Examinador 2 ndash Profordf Drordf Isabel Aparecida Porcatti de Walsh Nome - Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro Aprovado em Belo Horizonte em de de 2016

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho aos meus pais que satildeo a razatildeo de meu existir a minha famiacutelia por me apoiar sempre no logro de meus objetivos agrave comunidade de Belo Vale por seu carinho e cooperaccedilatildeo

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida e pela sua constante companhia Agradeccedilo ao meu orientador pela paciecircncia e dedicaccedilatildeo Agradeccedilo ao Conselho Municipal de Sauacutede Secretaria de Sauacutede Secretaria de Educaccedilatildeo Prefeitura Municipal e todas as pessoas que de alguma forma tornaram possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho A todos meus sinceros e profundos agradecimentos

ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as

grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossiacutevelrdquo

Charles Chaplin

RESUMO

O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede

ABSTRACT

This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale

MG2015 38

Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do

problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42

Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da

prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo

ValeMG2015 43

Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia

da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45

Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da

Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede

ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes

BDENF- Banco de Dados de Enfermagem

BH - Belo Horizonte

COPASA - Companhia de Aacutegua SA

CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais

DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

DM - Diabetes Mellitus

ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HA - Hipertensatildeo Arterial

IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica

IMC - iacutendice de massa corporal

IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MG - Minas Gerais

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

QV ndash Qualidade de Vida

Scielo - Scientific Electronic Library Online

SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica

SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar

UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico

TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose

UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 JUSTIFICATIVA 17

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49

REFERENCIAS 50

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na

regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio

de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de

Brasiacutelia (BELO VALE 2014)

Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro

Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por

bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de

Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o

Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291

habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de

desenvolvimento humano eacute de 0655

Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave

migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro

Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO

VALE 2014)

Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas

principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina

pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas

Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no

quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O

principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)

Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa

Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo

Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa

Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)

A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas

e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A

populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da

associaccedilatildeo

A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio

na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da

13

comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

14

cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 3: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

GEMA MARIA RIVERON PENA

ADESAtildeO AO TRATAMETO DOS USUAacuteRIOS PORTADORES DE

DIABETES MELLITUS DA UNIDADE DE SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA MARIA DAS DORES SILVA NO MUNICIacutePIO DE BELO VALE

Banca examinadora Examinador 1 Prof Dr Maacuterio Alfredo Silveira Miranzi - Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro Examinador 2 ndash Profordf Drordf Isabel Aparecida Porcatti de Walsh Nome - Universidade Federal do Triacircngulo Mineiro Aprovado em Belo Horizonte em de de 2016

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho aos meus pais que satildeo a razatildeo de meu existir a minha famiacutelia por me apoiar sempre no logro de meus objetivos agrave comunidade de Belo Vale por seu carinho e cooperaccedilatildeo

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida e pela sua constante companhia Agradeccedilo ao meu orientador pela paciecircncia e dedicaccedilatildeo Agradeccedilo ao Conselho Municipal de Sauacutede Secretaria de Sauacutede Secretaria de Educaccedilatildeo Prefeitura Municipal e todas as pessoas que de alguma forma tornaram possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho A todos meus sinceros e profundos agradecimentos

ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as

grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossiacutevelrdquo

Charles Chaplin

RESUMO

O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede

ABSTRACT

This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale

MG2015 38

Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do

problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42

Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da

prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo

ValeMG2015 43

Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia

da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45

Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da

Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede

ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes

BDENF- Banco de Dados de Enfermagem

BH - Belo Horizonte

COPASA - Companhia de Aacutegua SA

CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais

DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

DM - Diabetes Mellitus

ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HA - Hipertensatildeo Arterial

IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica

IMC - iacutendice de massa corporal

IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MG - Minas Gerais

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

QV ndash Qualidade de Vida

Scielo - Scientific Electronic Library Online

SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica

SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar

UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico

TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose

UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 JUSTIFICATIVA 17

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49

REFERENCIAS 50

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na

regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio

de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de

Brasiacutelia (BELO VALE 2014)

Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro

Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por

bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de

Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o

Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291

habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de

desenvolvimento humano eacute de 0655

Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave

migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro

Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO

VALE 2014)

Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas

principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina

pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas

Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no

quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O

principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)

Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa

Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo

Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa

Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)

A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas

e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A

populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da

associaccedilatildeo

A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio

na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da

13

comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

14

cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 4: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

DEDICATOacuteRIA

Dedico este trabalho aos meus pais que satildeo a razatildeo de meu existir a minha famiacutelia por me apoiar sempre no logro de meus objetivos agrave comunidade de Belo Vale por seu carinho e cooperaccedilatildeo

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida e pela sua constante companhia Agradeccedilo ao meu orientador pela paciecircncia e dedicaccedilatildeo Agradeccedilo ao Conselho Municipal de Sauacutede Secretaria de Sauacutede Secretaria de Educaccedilatildeo Prefeitura Municipal e todas as pessoas que de alguma forma tornaram possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho A todos meus sinceros e profundos agradecimentos

ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as

grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossiacutevelrdquo

Charles Chaplin

RESUMO

O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede

ABSTRACT

This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale

MG2015 38

Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do

problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42

Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da

prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo

ValeMG2015 43

Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia

da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45

Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da

Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede

ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes

BDENF- Banco de Dados de Enfermagem

BH - Belo Horizonte

COPASA - Companhia de Aacutegua SA

CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais

DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

DM - Diabetes Mellitus

ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HA - Hipertensatildeo Arterial

IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica

IMC - iacutendice de massa corporal

IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MG - Minas Gerais

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

QV ndash Qualidade de Vida

Scielo - Scientific Electronic Library Online

SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica

SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar

UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico

TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose

UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 JUSTIFICATIVA 17

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49

REFERENCIAS 50

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na

regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio

de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de

Brasiacutelia (BELO VALE 2014)

Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro

Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por

bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de

Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o

Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291

habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de

desenvolvimento humano eacute de 0655

Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave

migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro

Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO

VALE 2014)

Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas

principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina

pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas

Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no

quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O

principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)

Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa

Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo

Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa

Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)

A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas

e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A

populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da

associaccedilatildeo

A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio

na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da

13

comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

14

cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 5: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus pelo dom da vida e pela sua constante companhia Agradeccedilo ao meu orientador pela paciecircncia e dedicaccedilatildeo Agradeccedilo ao Conselho Municipal de Sauacutede Secretaria de Sauacutede Secretaria de Educaccedilatildeo Prefeitura Municipal e todas as pessoas que de alguma forma tornaram possiacutevel a realizaccedilatildeo deste trabalho A todos meus sinceros e profundos agradecimentos

ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as

grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossiacutevelrdquo

Charles Chaplin

RESUMO

O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede

ABSTRACT

This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale

MG2015 38

Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do

problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42

Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da

prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo

ValeMG2015 43

Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia

da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45

Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da

Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede

ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes

BDENF- Banco de Dados de Enfermagem

BH - Belo Horizonte

COPASA - Companhia de Aacutegua SA

CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais

DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

DM - Diabetes Mellitus

ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HA - Hipertensatildeo Arterial

IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica

IMC - iacutendice de massa corporal

IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MG - Minas Gerais

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

QV ndash Qualidade de Vida

Scielo - Scientific Electronic Library Online

SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica

SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar

UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico

TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose

UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 JUSTIFICATIVA 17

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49

REFERENCIAS 50

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na

regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio

de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de

Brasiacutelia (BELO VALE 2014)

Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro

Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por

bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de

Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o

Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291

habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de

desenvolvimento humano eacute de 0655

Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave

migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro

Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO

VALE 2014)

Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas

principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina

pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas

Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no

quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O

principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)

Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa

Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo

Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa

Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)

A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas

e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A

populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da

associaccedilatildeo

A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio

na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da

13

comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

14

cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

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que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

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- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

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aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

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(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

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com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

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Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 6: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

ldquoQue os vossos esforccedilos desafiem as impossibilidades lembrai-vos de que as

grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossiacutevelrdquo

Charles Chaplin

RESUMO

O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede

ABSTRACT

This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale

MG2015 38

Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do

problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42

Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da

prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo

ValeMG2015 43

Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia

da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45

Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da

Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede

ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes

BDENF- Banco de Dados de Enfermagem

BH - Belo Horizonte

COPASA - Companhia de Aacutegua SA

CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais

DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

DM - Diabetes Mellitus

ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HA - Hipertensatildeo Arterial

IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica

IMC - iacutendice de massa corporal

IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MG - Minas Gerais

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

QV ndash Qualidade de Vida

Scielo - Scientific Electronic Library Online

SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica

SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar

UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico

TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose

UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 JUSTIFICATIVA 17

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49

REFERENCIAS 50

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na

regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio

de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de

Brasiacutelia (BELO VALE 2014)

Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro

Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por

bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de

Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o

Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291

habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de

desenvolvimento humano eacute de 0655

Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave

migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro

Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO

VALE 2014)

Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas

principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina

pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas

Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no

quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O

principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)

Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa

Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo

Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa

Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)

A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas

e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A

populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da

associaccedilatildeo

A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio

na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da

13

comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

14

cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 7: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

RESUMO

O presente trabalho surgiu da necessidade de garantir a adesatildeo ao tratamento de Diabetes Mellitus (DM) em pacientes da Unidade Baacutesica de Sauacutede (UBS) Maria das Dores do Municiacutepio Belo Vale Em nossa aacuterea de abrangecircncia atinge 157 pessoas das quais o 299 estatildeo descompensadas Objetivou elaborar proposta de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento para o controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e descompensados Para a elaboraccedilatildeo do plano utilizou-se o Meacutetodo do Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) e fez-se a revisatildeo bibliograacutefica do tema com os descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede Acredita-se que com aplicaccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo seraacute possiacutevel melhorar a condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar da comunidade ocasionando maior bem estar aos envolvidos Descritores Diabetes Millitus prevenccedilatildeo controle estrateacutegia sauacutede da famiacutelia planejamento em sauacutede

ABSTRACT

This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale

MG2015 38

Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do

problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42

Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da

prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo

ValeMG2015 43

Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia

da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45

Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da

Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede

ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes

BDENF- Banco de Dados de Enfermagem

BH - Belo Horizonte

COPASA - Companhia de Aacutegua SA

CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais

DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

DM - Diabetes Mellitus

ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HA - Hipertensatildeo Arterial

IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica

IMC - iacutendice de massa corporal

IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MG - Minas Gerais

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

QV ndash Qualidade de Vida

Scielo - Scientific Electronic Library Online

SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica

SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar

UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico

TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose

UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 JUSTIFICATIVA 17

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49

REFERENCIAS 50

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na

regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio

de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de

Brasiacutelia (BELO VALE 2014)

Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro

Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por

bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de

Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o

Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291

habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de

desenvolvimento humano eacute de 0655

Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave

migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro

Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO

VALE 2014)

Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas

principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina

pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas

Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no

quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O

principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)

Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa

Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo

Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa

Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)

A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas

e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A

populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da

associaccedilatildeo

A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio

na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da

13

comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

14

cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 8: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

ABSTRACT

This work arose from the need to ensure adherence to the treatment of Diabetes Mellitus (DM) in patients from the Basic Health Unit (BHU) Maria das Dores Municipality of Belo Vale In our coverage area reaches 157 people of which 299 are uncompensated It aimed to draw up proposed intervention to improve adherence to treatment for control of users diagnosed with Diabetes Mellitus and decompensated For the preparation of the plan used the Strategic Planning Method Situational (PES) and became a bibliographic review with the key words Diabetes Mellitus prevention and control strategy family health health planning It is believed that with implementation of the action plan will be possible to improve the health status of patients with DM and family members the community leading to greater well-being to those involved Descriptors Diabetes mellitus prevention control strategy family health health planning

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale

MG2015 38

Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do

problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42

Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da

prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo

ValeMG2015 43

Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia

da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45

Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da

Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede

ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes

BDENF- Banco de Dados de Enfermagem

BH - Belo Horizonte

COPASA - Companhia de Aacutegua SA

CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais

DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

DM - Diabetes Mellitus

ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HA - Hipertensatildeo Arterial

IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica

IMC - iacutendice de massa corporal

IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MG - Minas Gerais

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

QV ndash Qualidade de Vida

Scielo - Scientific Electronic Library Online

SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica

SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar

UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico

TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose

UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 JUSTIFICATIVA 17

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49

REFERENCIAS 50

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na

regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio

de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de

Brasiacutelia (BELO VALE 2014)

Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro

Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por

bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de

Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o

Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291

habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de

desenvolvimento humano eacute de 0655

Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave

migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro

Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO

VALE 2014)

Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas

principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina

pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas

Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no

quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O

principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)

Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa

Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo

Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa

Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)

A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas

e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A

populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da

associaccedilatildeo

A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio

na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da

13

comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

14

cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 9: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Tabela 1 - Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo Vale

MG2015 38

Tabela 02 - Recursos a serem utilizados em cada projeto para o enfrentamento do

problema priorizado na UBS Maria das Dores Belo Vale MG2015 42

Tabela 03 - Controle de recursos necessaacuterios para intervenccedilatildeo e enfrentamento da

prevalecircncia da Diabetes Mellitus dos pacientes da UBS Maria das Dores Belo

ValeMG2015 43

Tabela 04 - Desenho das operaccedilotildees para os noacutes criacuteticos do problema prevalecircncia

da Diabetes Mellitus na UBS Maria das Dores Belo Vale MG 2015 45

Tabela 05 - Gestatildeo do plano para o enfrentamento do problema prevalecircncia da

Diabetes Mellitus na UBS Maria das DoresBelo Vale MG 2015 47

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede

ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes

BDENF- Banco de Dados de Enfermagem

BH - Belo Horizonte

COPASA - Companhia de Aacutegua SA

CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais

DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

DM - Diabetes Mellitus

ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HA - Hipertensatildeo Arterial

IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica

IMC - iacutendice de massa corporal

IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MG - Minas Gerais

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

QV ndash Qualidade de Vida

Scielo - Scientific Electronic Library Online

SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica

SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar

UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico

TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose

UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 JUSTIFICATIVA 17

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49

REFERENCIAS 50

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na

regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio

de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de

Brasiacutelia (BELO VALE 2014)

Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro

Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por

bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de

Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o

Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291

habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de

desenvolvimento humano eacute de 0655

Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave

migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro

Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO

VALE 2014)

Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas

principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina

pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas

Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no

quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O

principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)

Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa

Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo

Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa

Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)

A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas

e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A

populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da

associaccedilatildeo

A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio

na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da

13

comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

14

cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 10: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS - Agente comunitaacuterio de Sauacutede

ADA - Associaccedilatildeo Americana de Diabetes

BDENF- Banco de Dados de Enfermagem

BH - Belo Horizonte

COPASA - Companhia de Aacutegua SA

CEMIG - Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais

DATASUS - Departamento de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede

DM - Diabetes Mellitus

ESFs - Equipes de Sauacutede da Famiacutelia

ESF - Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia

HA - Hipertensatildeo Arterial

IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica

IMC - iacutendice de massa corporal

IBGE - Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede

MG - Minas Gerais

OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PES - Planejamento Estrateacutegico Situacional

PSF - Programa Sauacutede da Famiacutelia

QV ndash Qualidade de Vida

Scielo - Scientific Electronic Library Online

SIAB - Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica

SIH - Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar

UNIMED - Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico

TTG ndash Teste de Toleracircncia aacute Glicose

UBS ndash Unidade Baacutesica de Sauacutede

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 JUSTIFICATIVA 17

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49

REFERENCIAS 50

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na

regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio

de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de

Brasiacutelia (BELO VALE 2014)

Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro

Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por

bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de

Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o

Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291

habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de

desenvolvimento humano eacute de 0655

Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave

migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro

Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO

VALE 2014)

Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas

principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina

pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas

Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no

quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O

principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)

Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa

Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo

Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa

Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)

A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas

e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A

populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da

associaccedilatildeo

A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio

na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da

13

comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

14

cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 11: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

2 JUSTIFICATIVA 17

3 OBJETIVOS 18

4 METODOLOGIA 19

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 21

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO 36

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 49

REFERENCIAS 50

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na

regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio

de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de

Brasiacutelia (BELO VALE 2014)

Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro

Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por

bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de

Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o

Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291

habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de

desenvolvimento humano eacute de 0655

Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave

migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro

Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO

VALE 2014)

Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas

principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina

pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas

Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no

quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O

principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)

Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa

Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo

Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa

Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)

A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas

e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A

populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da

associaccedilatildeo

A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio

na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da

13

comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

14

cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 12: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

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1 INTRODUCcedilAtildeO

O municiacutepio de Belo Vale fica a 82 km da capital Belo Horizonte (BH) na

regiatildeo central do Estado Minas Gerais (MG) Situa-se na estrada que liga BH agrave Rio

de Janeiro (RJ) distancia-se 400 km de RJ 556 km de Satildeo Paulo e 800 km de

Brasiacutelia (BELO VALE 2014)

Belo Vale possui 365 kmsup2 e faz divisa com os municiacutepios de Congonhas Ouro

Preto Moeda Brumadinho Bonfim Piedade dos Gerais e Jeceaba Foi fundado por

bandeirantes em 1681 e povoado graccedilas agrave descoberta de ouro nas Roccedilas de

Matias Cardoso (atual Roccedilas Novas) em 1700 (BELO VALE 2014)

Segundo o Instituto Brasileiro de Geoestatiacutestica (IBGE) ano 2010 o

Municiacutepio possui 7536 habitantes A populaccedilatildeo urbana eacute de 3295 e a rural de 4291

habitantes portanto a taxa de urbanizaccedilatildeo eacute de 435 e o iacutendice de

desenvolvimento humano eacute de 0655

Pode-se registrar decrescimento populacional nos uacuteltimos 40 anos devido agrave

migraccedilatildeo de pessoas a outras cidades (BH Congonhas Conselheiro Lafaiete Ouro

Branco) em busca de estudos maior qualificaccedilatildeo profissional e emprego (BELO

VALE 2014)

Existem vaacuterios ramos de atividade econocircmica com vaacuterias empresas

principalmente agropecuaacuteria e agricultura (cultura de citrus feijatildeo batata tangerina

pokan) Belo Vale eacute o maior produtor da tangerina pokan no Estado de Minas

Gerais A Pecuaacuteria conta com gado de corte e equinos Por estar localizada no

quadrilaacutetero ferriacutefero a cidade possui atividade de extraccedilatildeo de mineacuterio de ferro O

principal gerador de empregos eacute a agropecuaacuteria (BELO VALE 2014)

Possui setor turiacutestico atrativo com cachoeiras a famosa Fazenda Boa

Esperanccedila e o Museu do Escravo uacutenico museu no Brasil exclusivo da escravidatildeo

Em termos de festividades destacam-se a Semana Santa a festa de Nossa

Senhora de Santana (26 de julho) o rodeio e o preacute-carnaval (BELO VALE 2014)

A Prefeitura tem se preocupado em investir para a comunidade como escolas

e centros de sauacutede para atender ao clamor puacuteblico que eacute bastante ativo A

populaccedilatildeo tem muito apreccedilo pela unidade de sauacutede fruto de anos de luta da

associaccedilatildeo

A estrutura de saneamento baacutesico estaacute composta por esgotamento sanitaacuterio

na zona urbana e por fossas seacutepticas e fossas rudimentares na rural A maioria da

13

comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

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cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

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quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

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social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

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de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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comunidade vive em boas condiccedilotildees de moradias e outra parte em condiccedilotildees

precaacuterias sobre tudo na aacuterea rural Segundo o IBGE (2003) o iacutendice de pobreza eacute

de 2279

A coleta de lixo eacute feita por coleta na zona urbana e na rural algumas das

residecircncias queimam ou enterram o lixo No abastecimento de aacutegua haacute predomiacutenio

da rede geral com aacutegua tratada e existem algumas residecircncias com poccedilo

No municiacutepio haacute trecircs escolas no centro e 19 nos arredores da cidade Foi

instalada uma escola teacutecnica que oferta cursos como Inglecircs e Informaacutetica

Os indicadores educacionais mostram que houve evoluccedilatildeo positiva durante a

uacuteltima deacutecada em Belo Vale A taxa de analfabetismo teve decliacutenio acentuado assim

como a proporccedilatildeo de jovens com poucos anos de estudo Segundo Iacutendice de

Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ano 2012 o iacutendice de escolarizaccedilatildeo

nesta faixa da populaccedilatildeo cresceu de forma significativa Haacute dados que mais de 75

dos jovens estatildeo no ensino fundamental e estatildeo alfabetizadas 6553 pessoas

Um dos objetivos da prefeitura eacute construir uma creche a cidade ainda eacute desprovida

de creche (BELO VALE 2014)

Os belovalenses possuem vida amistosa com bom conviacutevio entre os

proacuteximos Eacute uma cidade meacutedia sem os problemas das cidades grandes como

veiacuteculos intensos engarrafamentos crimes sem a poluiccedilatildeo e sem traacutefico de drogas

Vivem da renda de serviccedilos no campo na mineraccedilatildeo e no serviccedilo puacuteblico Existem

diversos comeacutercios locais que empregam parte da populaccedilatildeo e que geram

oportunidades de empregos para os mais jovens

O municiacutepio eacute servido de aacutegua pela empresa Companhia de Aacutegua SA

(COPASA) e de luz pela Companhia Eleacutetrica de Minas Gerais (CEMIG) Na aacuterea de

telefonia existem telefones puacuteblicos fixos telefones particulares e telefonia moacutevel

Belo Vale possui duas agecircncias bancaacuterias (Banco do Brasil e Bradesco) aleacutem do

Banco Postal localizado na agecircncia dos Correios Tambeacutem possui uma agecircncia das

loteacutericas da Caixa Econocircmica Federal

Em 2005 foi implantado o Programa Sauacutede da Famiacutelia abrangendo 2449

famiacutelias Belo Vale possui dois postos de sauacutede na zona rural e um na zona central

com trecircs equipes da Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) e uma equipe de sauacutede

bucal

Quanto agrave estrutura fiacutesica a cidade possui um hospital com maternidade dois

laboratoacuterios de exames e trecircs farmaacutecias Este hospital atende a todo o municiacutepio e a

14

cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 14: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

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cidades vizinhas Tambeacutem possui convecircnio com a Prefeitura de Belo Vale e com a

Sociedade Cooperativa de Trabalho Meacutedico (UNIMED)

O municiacutepio possui policliacutenica com meacutedicos em vaacuterias especialidades como

Cardiologia Ginecologia Pediatria e Odontologia Belo Vale trabalha com sistema

de referecircncia e contra referecircncia segundo os quais determinados pacientes satildeo

enviados para a capital na busca de tratamento mais adequado

Com relaccedilatildeo aos aspectos epidemioloacutegicos foram cadastrados em 2014

1105 portadores de hipertensatildeo arterial 266 portadores de diabetes trecircs

portadores de tuberculose e 32 casos de dengue de acordo com os dados do

Sistema de Informaccedilatildeo de Atenccedilatildeo Baacutesica (SIAB) (BRASIL 2014)

Segundo dados do Sistema de Informaccedilatildeo Hospitalar (SIH) e Departamento

de Informaccedilatildeo do Sistema Uacutenico de Sauacutede (DATASUS) as principais causas de

Internaccedilatildeo foram complicaccedilotildees da Hipertensatildeo Arterial (HA) Diabetes Mellitus (DM)

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Doenccedilas Respiratoacuterias As principais causas de

oacutebitos no municiacutepio foram doenccedilas cardiovasculares respiratoacuterias e endoacutecrino-

metaboacutelicas A taxa de mortalidade infantil foi de 81000 nascidos vivos Destaca-se

que a cobertura vacinal da populaccedilatildeo de menores de 5 anos de idade foi de 90

(BRASIL 2014)

Segundo o Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG o valor repassado

ao fundo do municiacutepio de Belo Vale pelo setor da sauacutede no ano 2014 foi de R$

596341265 e de Assistecircncia Social R$ 5262734 (BELO VALE 2014)

De acordo com as poliacuteticas nacional e estadual de sauacutede o municiacutepio vem

buscando o fortalecimento da sua atenccedilatildeo primaacuteria e o redesenho da sua rede

assistencial adequando a demanda apresentada pela comunidade ao serviccedilo

oferecido A comunidade possui grande voz ativa perante os agentes municipais de

sauacutede e grande participaccedilatildeo nas decisotildees desta aacuterea mediante Conselho Municipal

de Sauacutede

A Unidade de Sauacutede da Famiacutelia Maria das Dores Silva localizada na regiatildeo

central e de faacutecil acesso estaacute constituiacuteda por dois profissionais meacutedicos uma

enfermeira (coordenadora da equipe) duas teacutecnicas de enfermagem sete agentes

comunitaacuterios de sauacutede um auxiliar de serviccedilos gerais uma recepcionista e um

motorista que possuem uma jornada de trabalho de 40 horas semanais

A Unidade de sauacutede da famiacutelia foi implantada em 2012 O preacutedio tem aacuterea

adequada e um bom espaccedilo fiacutesico Existe sala para reuniotildees recepccedilatildeo com

15

quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 15: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

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quantidade de cadeiras suficientes para a demanda duas salas para consulta

meacutedica uma sala para consulta de enfermagem farmaacutecia sala de procederes de

enfermagem com uma maca sala dos agentes de sauacutede Aleacutem da estrutura fiacutesica

estaacute muito bem equipada e com todos os recursos para o bom funcionamento da

equipe

A equipe faz o atendimento primaacuterio agrave comunidade a unidade atua

atendendo a demanda espontacircnea e a programada fazendo um trabalho de visita

domiciliar prestando assim assistecircncia para 1139 famiacutelias Satildeo ofertadas accedilotildees

coletivas a grupos especiacuteficos como diabeacuteticos e hipertensos aleacutem de visitas em

escolas como forma de divulgar a educaccedilatildeo em sauacutede Os atendimentos as

comunidades distantes do centro satildeo ofertados por meacutedicos enfermeiros e

auxiliares que se deslocam em veiacuteculos disponibilizados pela Prefeitura

De acordo com a equipe da sauacutede Maria das Dores Silva existem alguns

pontos que precisam ser melhorados tanto estruturalmente quanto em relaccedilatildeo agrave

abordagem dos problemas de sauacutede mais prevalentes na populaccedilatildeo Entre os vaacuterios

problemas identificados no diagnoacutestico situacional a equipe destacou o alto nuacutemero

de diabeacuteticos descompensados

Ao realizar a priorizaccedilatildeo dos problemas a equipe de sauacutede levou em

consideraccedilatildeo a importacircncia urgecircncia e capacidade de enfrentamento Desse modo

o problema priorizado para a realizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo foi alto nuacutemero de

usuaacuterios diabeacuteticos descompensados As questotildees consideradas mais relevantes

para apontar o grau do problema foram agraves caracteriacutesticas pessoais e sociais desses

usuaacuterios Dentre os 157 usuaacuterios cadastrados portadores de DM e acompanhados

47 estatildeo descompensados

Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares consultas meacutedicas

trimestrais e grupos operativos que satildeo desenvolvidos pela equipe de sauacutede na

tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos existem ainda uma

demanda por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade principalmente

nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Os maiores entraves dos usuaacuterios em aderir ao tratamento satildeo as

dificuldades em implantar mudanccedilas de haacutebitos em abandonar alimentos caloacutericos e

ricos em glicose falta de disciplina para iniciar e manter atividades fiacutesicas regulares

desinformaccedilatildeo sobre a doenccedila e falta de estiacutemulo pessoal para se dedicar ao

tratamento Aliado a isso cada cidadatildeo em sua condiccedilatildeo pessoal financeira e

16

social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 16: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

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social possui uma escala de prioridades internas vindo a privilegiar outras aacutereas da

vida humana como trabalho famiacutelia o que coloca o tratamento do DM e a busca da

sauacutede em condiccedilotildees menos privilegiadas para se dedicar tempo neste sentido

Como consequecircncias da natildeo adesatildeo ao tratamento foram destacadas pela

Equipe a dificuldade de controle dos niacuteveis de glicose o que aumenta o risco

cardiovascular que por sua vez aumentam as complicaccedilotildees da DM tais como o

acidente vascular cerebral o infarto agudo do miocaacuterdio amputaccedilotildees dos membros

inferiores Como resultado observa-se um aumento de internaccedilotildees invalidez

oacutebitos aumentando a demanda de consultas e gastos para o sistema de sauacutede e

previdenciaacuterio

Os noacutes criacuteticos mais importantes e identificados pela Equipe satildeo processo de

trabalho inadequado da equipe estilo de vida inadequado (autocuidado) perda de

prazeres cotidianos poucos conhecimentos especiacuteficos sobre a doenccedila falta de

crenccedila da doenccedila e mal uso de remeacutedios

Com o objetivo de identificar os noacutes criacuteticos jaacute apresentados a Equipe de

Sauacutede destaca a necessidade de serem feitas mudanccedilas no estilo de vida

buscando promover haacutebitos saudaacuteveis exigecircncia de uma alimentaccedilatildeo adequada

obrigatoriedade de ser mantida atividade fiacutesica regular evitar cigarro e bebida

alcooacutelica fazer o controle do peso e sempre mantendo a autoestima dos usuaacuterios

Deve ainda evitar problemas emocionais sendo importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila divulgar as formas de tratamento explicar sintomas fatores de

riscos e complicaccedilotildees conscientizando que os usuaacuterios precisam de cuidados

especiais

Aliado a isso a equipe de sauacutede deve organizar o trabalho e ter contato com

a comunidade aleacutem da necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos

medicamentos doses horaacuterios efeitos desejados e colaterais

Assim um trabalho a ser elaborado e proposto com o intuito de melhorar a

condiccedilatildeo de sauacutede dos usuaacuterios portadores de DM e familiar eacute de suma importacircncia

tanto no campo social econocircmico e humano ocasionando maior bem estar a todos

os envolvidos

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 17: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

17

2 JUSTIFICATIVA Este trabalho se justifica pelo alto iacutendice de usuaacuterios portadores de DM

descompensados na comunidade pelo aumento do risco cardiovascular e demais

consequumlecircncias da doenccedila levando a seacuterias complicaccedilotildees e ateacute mesmo ao oacutebito

A relevacircncia deste estudo tem como justificativa o fato da DM atingir grande

parte da populaccedilatildeo brasileira segundo indicadores oficias e pelo Ministeacuterio da

Sauacutede Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo de 113 em 2030 O diabetes eacute um problema de sauacutede

puacuteblica que a cada ano vem afetando mais indiviacuteduos do mundo todo as pessoas

afetadas correm um grande risco de desenvolver lesotildees cardiovasculares renais e

outras (BRASIL 2010)

Nesse sentido merece uma abordagem diferenciada devido a sua alta

incidecircncia e prevalecircncia por consumir grande volume de recursos financeiros por

representar um grande ocircnus social e ainda por sua crescente relevacircncia como

causa de morte no Brasil

Destaca-se que a Equipe de Sauacutede participou da anaacutelise dos problemas

levantados e considerou que no municiacutepio de Belo Vale existem recursos humanos

e materiais para se desenvolver um Projeto de Intervenccedilatildeo junto agrave populaccedilatildeo

portadora de DM portanto a proposta eacute viaacutevel

Por essas consideraccedilotildees justifica-se a realizaccedilatildeo deste estudo para propor

accedilotildees que possam ser implantadas a fim de melhorar o processo de trabalho da

equipe de sauacutede da famiacutelia quanto ao aumento da adesatildeo dos portadores de

Diabetes Mellitus ao diagnostico e tratamento bem como a prevenccedilatildeo de mortes e

incapacidades onde tem um papel fundamental o tratamento

Este trabalho de intervenccedilatildeo se baseia na criaccedilatildeo de novas abordagens e

formas de atendimento garantindo o melhor seguimento e uma atenccedilatildeo de forma

integral aos usuaacuterios com esta doenccedila

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 18: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

18

3 OBJETIVOS

31 Objetivo geral

bull Elaborar um projeto de intervenccedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento

para controle dos usuaacuterios diagnosticados com Diabetes Mellitus e

descompensados residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade de Sauacutede

Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo ValeMG 32 Objetivos especiacuteficos

bull Identificar o perfil dos usuaacuterios diagnosticados com DM na UBS Maria das

Silva

bull Descrever os fatores relacionados agrave adesatildeo ao tratamento dos usuaacuterios

portadores de DM

bull Estimular a reflexatildeo da equipe de sauacutede quanto agrave organizaccedilatildeo do processo

de trabalho na abordagem dos pacientes portadores de DM

bull Propor um plano de intervenccedilatildeo com a finalidade de melhorar a adesatildeo ao

tratamento pelos pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de

abrangecircncia da UBS Maria das Dores Silva no Municiacutepio de Belo Vale MG

para prevenir as possiacuteveis complicaccedilotildees desta doenccedila

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 19: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

19

4 METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como um trabalho de intervenccedilatildeo que tem como

objetivo propor um plano de accedilatildeo para melhorar a adesatildeo ao tratamento dos

pacientes portadores de DM residentes na aacuterea de abrangecircncia da Unidade Baacutesica

de Sauacutede Maria das Dores no Municiacutepio de Belo ValeMG

Seratildeo trabalhados os banco de dados do IBGE da base municipal do SIAB

site eletrocircnico do DATASUS dentre outros Para a fundamentaccedilatildeo teoacuterica foi

realizada uma busca sistematizada na literatura utilizando sites de busca como

Scientific Electronic Library Online (Scielo) Literatura Latino-Americana e do Caribe

em Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) Banco de Dados de Enfermagem (BDENF)

ediccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede e outros A busca foi guiada utilizando-se os

seguintes descritores Diabetes Mellitus prevenccedilatildeo e controle estrateacutegia sauacutede da

famiacutelia planejamento em sauacutede (BRASIL 2014)

O periacuteodo de busca de publicaccedilotildees entre 2003 e 2016 exceto legislaccedilotildees e

outras publicaccedilotildees baacutesicas anteriores a este periacuteodo Por fim as informaccedilotildees

contidas nos artigos e os dados do diagnoacutestico situacional foram base para o

desenvolvimento do plano de accedilatildeo O trabalho foi constituiacutedo a partir da seleccedilatildeo e

anaacutelise de publicaccedilotildees relativas ao tema

Para a elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo foram utilizados os passos do

Planejamento Estrateacutegico Situacional (PES) descritos no Moacutedulo de Planejamento e

Avaliaccedilatildeo das Accedilotildees de Sauacutede do Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em

Sauacutede da Famiacutelia (CAMPOS 2010) descritos a seguir

a) Primeiro passo definiccedilatildeo dos problemas (o que causou os problemas e

consequecircncias)

b) Segundo passo priorizaccedilatildeo dos problemas (avaliar a importacircncia do problema

urgecircncia capacidade de enfrentamento da equipe numerar os problemas por ordem

de prioridade a partir do resultado da aplicaccedilatildeo dos criteacuterios)

c) Terceiro passo descriccedilatildeo do problema selecionado (caracterizaccedilatildeo quanto agrave

dimensatildeo do problema e quantificaccedilatildeo)

d) Quarto passo explicaccedilatildeo do problema (causas do problema e qual a relaccedilatildeo

entre elas)

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 20: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

20

e) Quinto passo seleccedilatildeo dos ldquonoacutes criacuteticosrdquo (causas mais importante a serem

enfrentadas)

f) Sexto passo desenho das operaccedilotildees (descrever as operaccedilotildees identificar os

produtos e resultados recursos necessaacuterios para a concretizaccedilatildeo das operaccedilotildees)

g) Seacutetimo passo identificaccedilatildeo dos noacutes criacuteticos (identificar os recursos criacuteticos que

devem ser consumidos em cada operaccedilatildeo)

h) Oitavo passo anaacutelise de viabilidade do plano (construccedilatildeo de meios de

transformaccedilatildeo das motivaccedilotildees dos atores atraveacutes de estrateacutegias que busquem

mobilizar convencer cooptar ou mesmo pressionar estes a fim de mudar sua

posiccedilatildeo)

i) Nono passo elaboraccedilatildeo do plano operativo (designar os responsaacuteveis por cada

operaccedilatildeo e definir os prazos para a execuccedilatildeo das operaccedilotildees)

j) Deacutecimo passo desenhar o modelo de gestatildeo do plano de accedilatildeo

discutir e definir o processo de acompanhamento do plano e seus respectivos

instrumentos

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 21: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

21

5 REVISAtildeO DA LITERATURA 51 Conceito

O DM trata-se de enfermidade antiga jaacute que existem relatos no sentido de

seu diagnoacutestico Povos antigos jaacute relataram problemas com urina adocicada o que

poderia estar associado com os primoacuterdios do diagnoacutestico de DM Santo (2012)

confirma que o DM eacute uma doenccedila conhecida desde a antiguidade Os egiacutepcios

documentaram as primeiras descriccedilotildees haacute trecircs mil anos e o descreveram como uma

enfermidade que se caracteriza por uma abundante emissatildeo de urina Nos seacuteculos

V e VI meacutedicos indianos jaacute mencionaram que a urina de pacientes com diabetes era

adocicada comprovando o fato pela observaccedilatildeo de formigas e outros insetos que

eram atraiacutedos pela urina desses pacientes

De acordo com a medicina recente o DM eacute tratado como uma siacutendrome

sistecircmica envolvendo etiologias diversas e relacionadas com a baixa produccedilatildeo de

insulina no organismo ou ausecircncia de eficaacutecia desta enzima

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2013) o DM natildeo eacute uma

uacutenica doenccedila mas um grupo heterogecircneo de distuacuterbios metaboacutelicos que apresenta

em comum a hiperglicemia a qual eacute o resultado de defeitos na accedilatildeo da insulina na

secreccedilatildeo de insulina ou em ambas

O conceito de Lima (2016) eacute simples e de faacutecil entendimento dizendo que o

DM eacute uma doenccedila cuja principal caracteriacutestica eacute o aumento de accediluacutecar no sangue

Ela altera o metabolismo do accediluacutecar da gordura e das proteiacutenas A diabetes se

manifesta quando o corpo natildeo produz a quantidade essencial de insulina para que o

accediluacutecar do corpo se mantenha normal

Os sintomas claacutessicos de diabetes satildeo poliuacuteria polidipsia polifagia e perda

involuntaacuteria de peso (os ldquo4 Psrdquo) Outros sintomas que levantam a suspeita cliacutenica

satildeo fadiga fraqueza letargia prurido cutacircneo e vulvar balanopostite e infecccedilotildees de

repeticcedilatildeo

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida No Brasil o diabetes junto com a hipertensatildeo arterial eacute

responsaacutevel pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizaccedilotildees de

amputaccedilotildees de membros inferiores e representa ainda 621 dos diagnoacutesticos

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 22: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

22

primaacuterios em pacientes com insuficiecircncia renal crocircnica submetidos agrave diaacutelise Eacute

importante observar que jaacute existem informaccedilotildees e evidecircncias cientiacuteficas suficientes

para prevenir eou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaccedilotildees e

que pessoas e comunidades progressivamente tecircm acesso a esses cuidados

(BRASIL 2006)

Para Miranzi (2008) dentre as doenccedilas crocircnicas a HA e o DM satildeo as mais

comuns cujo tratamento e controle exigem alteraccedilotildees de comportamento em

relaccedilatildeo agrave dieta ingestatildeo de medicamentos e o estilo de vida Estas alteraccedilotildees

podem comprometer a qualidade de vida se natildeo houver orientaccedilatildeo adequada

quanto ao tratamento ou o reconhecimento da importacircncia das complicaccedilotildees que

decorrem destas patologias

No mesmo sentido existem autores que entendem pelo aumento da

incidecircncia e prevalecircncia da DM uma vez que o paiacutes encontra-se em aumento da

idade meacutedia Assim com o aumento da idade ocorre aumento da possibilidade de

aparecimento de DM na populaccedilatildeo ocasionando um fenocircmeno epidemioloacutegico

causado por mudanccedilas nas condiccedilotildees de vida

Ressalta Miranzi (2008) que atualmente pode-se observar que houve

transformaccedilotildees quanto agrave incidecircncia e agrave prevalecircncia das doenccedilas bem como quanto

agraves principais causas de morte No Brasil os altos iacutendices de oacutebitos causados por

doenccedilas crocircnicas decorrem do estaacutegio atual da transiccedilatildeo

demograacuteficoepidemioloacutegica pela qual passa a populaccedilatildeo brasileira resultando no

envelhecimento populacional Tais mudanccedilas permitem que aspirem a uma vida

mais longa sem preocupaccedilatildeo com limitaccedilotildees incapacidades e dependecircncias

proacuteprias do envelhecimento

A importacircncia do DM cresce com o tempo uma vez que a piracircmide de

distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo por idade demonstra uma populaccedilatildeo mais idosa e existe

aumento do aparecimento de DM relacionado agrave idade especiacutefica de cada pessoa

Conforme relatado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) uma

epidemia de DM estaacute em curso Em 1985 estimavam-se haver 30 milhotildees de

adultos com DM no mundo esse nuacutemero cresceu para 135 milhotildees em 1995

atingindo 173 milhotildees em 2002 com projeccedilatildeo de chegar em 300 milhotildees em 2030

Cerca de dois terccedilos desses indiviacuteduos com DM vivem em paiacuteses em

desenvolvimento onde a epidemia tem maior intensidade com crescente proporccedilatildeo

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 23: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

23

de pessoas afetadas em grupos etaacuterios mais jovens coexistindo com o problema

que as doenccedilas infecciosas ainda representam

Da mesma forma Santo (2012) cita que o Brasil assiste desde a deacutecada de

1960 sua transiccedilatildeo demograacutefica e epidemioloacutegica caracterizada pelo

envelhecimento populacional e pelo aumento das doenccedilas crocircnico-degenerativas

Entre as doenccedilas crocircnicas o DM destaca-se como uma das mais frequumlentes

configurando-se hoje como epidemia mundial representando grande desafio para os

sistemas de sauacutede de todo o mundo

Para Pontieri (2007) existe na aacuterea de diabetes uma grande preocupaccedilatildeo

devido agraves caracteriacutesticas de pandemia que a siacutendrome vem adquirindo Para os

profissionais de sauacutede um dos maiores desafios eacute a baixa adesatildeo das pessoas

diabeacuteticas ao tratamento no qual se insere a terapia nutricional

52 Tipos de Diabetes Mellitus

A classificaccedilatildeo proposta pela Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) e pela

Associaccedilatildeo Americana de Diabetes (ADA 2012) inclui quatro classes clinicas DM

tipo 1 DM tipo 2 outros tipos especiacuteficos de DM e DM gestacional

A expectativa de vida eacute reduzida em meacutedia em 15 anos para o Diabetes tipo 1

e em 5 a 7 anos na do tipo 2 os adultos com diabetes tecircm risco 2 a 4 vezes maior

de doenccedila cardiovascular e acidente vascular cerebral eacute a causa mais comum de

amputaccedilotildees de membros inferiores natildeo traumaacutetica cegueira irreversiacutevel e doenccedila

renal crocircnica terminal Em mulheres eacute responsaacutevel por maior nuacutemero de partos

prematuros e mortalidade materna (BRASIL 2006)

A DM tipo I eacute em verdade a doenccedila expressada desde tenra idade

independente de sexo De forma direta este tipo de DM foi definido por Lima (2016)

como sendo tipo I apenas 10 dos diabeacuteticos tecircm a Diabetes tipo I esse tipo se

manifesta principalmente em crianccedilas e adolescentes Nela o pacircncreas do indiviacuteduo

produz pouca insulina ou nenhuma pois as ceacutelulas betas que satildeo as que produzem

a insulina satildeo destruiacutedas de uma forma irreversiacutevel e eacute necessaacuterio receber injeccedilotildees

diaacuterias de insulina Deve-se controlar a insulina a alimentaccedilatildeo e fazer exerciacutecios

No que se refere ao DM tipo 1 eacute o resultado da destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta-

pancreaacuteticas com consequumlente deficiecircncia de insulina Na maioria dos casos essa

destruiccedilatildeo de ceacutelulas beta eacute mediada por auto-imunidade poreacutem existem casos em

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 24: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

24

que natildeo haacute evidecircncias de processo autoimune sendo portanto referidos como

forma idiopaacutetica de DM tipo 1(BRASIL 2006)

Ao ver de Lima (2016) a DM tipo II aparece tambeacutem em crianccedilas e jovens

mas eacute mais comum depois dos 30 anos em pessoas obesas e pessoas idosas

Neste tipo o pacircncreas continua a produzir a insulina mas neste caso eacute o organismo

que se torna resistente aos seus efeitos O tipo II eacute comum tambeacutem para quem tem

casos na famiacutelia

Quanto agrave DM tipo 2 eacute a forma presente em cerca de 90 a 95 dos casos e

caracteriza-se por defeitos na accedilatildeo e secreccedilatildeo da insulina A maioria dos pacientes

com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose

raramente se desenvolve de modo espontacircneo ocorrendo apenas quando se

associa a outras condiccedilotildees como infecccedilotildees Pode ocorrer em qualquer idade mas

geralmente diagnosticado apoacutes os 40 anos Os pacientes natildeo dependem de insulina

exoacutegena para sobreviver poreacutem podem necessitar de tratamento com insulina para

obter controle metaboacutelico adequado (BARRINUEVO 2013)

O Diabetes Gestacional trata-se de qualquer intoleracircncia a glicose de

magnitude variaacutevel com inicio ou diagnostico durante a gestaccedilatildeo Ocorre em 1 a

14 de todas as gestaccedilotildees dependendo da populaccedilatildeo estudada e relaciona-se

com aumento de morbidade e mortalidade perinatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES MELLITUS 2013)

53 Diagnoacutestico de Diabetes Mellitus

O diagnoacutestico de DM eacute de suma importacircncia vez que permite ao paciente

descobrir a doenccedila e iniciar o tratamento Algumas vezes o diagnoacutestico eacute feito a

partir de complicaccedilotildees crocircnicas como neuropatia retinopatia ou doenccedila

cardiovascular ateroscleroacutetica Entretanto o diabetes pode ser assintomaacutetico em

proporccedilatildeo significativa dos casos a suspeita cliacutenica ocorrendo entatildeo a partir de

fatores de risco para o diabetes Cerca de 50 da populaccedilatildeo com diabetes natildeo

sabe que satildeo portadores da doenccedila (RIPARDO 2012)

Os exames laboratoriais para o diagnoacutestico de diabetes e de regulaccedilatildeo

glicecircmica alterada de acordo com Brasil (2006) satildeo

- Glicemia de jejum niacutevel de glicose sanguiacutenea apoacutes um jejum de 8 a 12 horas

(normal ateacute 110mgdl)

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 25: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

25

- Teste oral de toleracircncia agrave glicose (TTG-75g) O paciente recebe uma carga de 75 g

de glicose em jejum e a glicemia eacute medida antes e 120 minutos apoacutes a ingestatildeo

(alterada se maior que 200mgdl)

- Glicemia casual tomada sem padronizaccedilatildeo do tempo desde a uacuteltima refeiccedilatildeo

(alterada se maior que 200 mgdl)

Pessoas cuja glicemia de jejum situa-se entre 110 e 125 mgdL (glicemia de jejum

alterada) por apresentarem alta probabilidade de ter diabetes podem requerer

avaliaccedilatildeo por TTG-75g em 2h

A medida da glico-hemoglobina natildeo deve ser utilizada para o diagnoacutestico mas eacute o

meacutetodo de referecircncia para avaliar o grau de controle glicecircmico a longo prazoDesta

forma trata-se de iacutendice mais importante no controle e tratamento do que

efetivamente no diagnoacutestico inicial da siacutendrome

54 Fatores de Risco

Diversos satildeo os fatores de risco ligados ao DM nas diversas classes

existentes seja Tipo 1 Tipo 2 ou Gestacional Os fatores de maior risco satildeo idade

gt45 anos sobrepeso obesidade central antecedente familiar de diabetes

Hipertensatildeo arterial (gt14090 mmHg) Colesterol HDL lt35 mgdL eou trigliceriacutedeos

gt150 mgdL histoacuteria de macrossomia ou Diabetes Gestacional diagnoacutestico preacutevio

de siacutendrome de ovaacuterios policiacutesticos e doenccedila cardiovascular cerebrovascular ou

vascular perifeacuterica definida (BRASIL 2006)

55 Tratamento

Apoacutes o diagnoacutestico eacute de suma importacircncia ser feita a escolha do tratamento

e a implementaccedilatildeo das medidas necessaacuterias ao paciente bem como seu

acompanhamento Existe o pensamento de ser lanccedilado foco do tratamento na

educaccedilatildeo e na conduta do profissional de sauacutede

Conforme citado pela Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) a

educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e as teacutecnicas atuais para o

estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo mais focado no paciente

buscando promover mudanccedilas de comportamento mais positivas Soacute podemos

considerar a educaccedilatildeo em diabetes efetiva se esta resultar em ldquomudanccedilas eou

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 26: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

26

aquisiccedilatildeo de comportamentosrdquo caso contraacuterio estaremos somente transmitindo

informaccedilotildees

Lima (2016) ressalta a importacircncia do tratamento ao dizer que a doenccedila mal

cuidada pode trazer muitas complicaccedilotildees como por exemplo a diminuiccedilatildeo da

circulaccedilatildeo sanguiacutenea que pode causar alteraccedilotildees no coraccedilatildeo (ataque cardiacuteaco) nos

olhos (perda da visatildeo) pernas (fraquezas) rins (requer hemodiaacutelise) pele (feridas

uacutelceras amputaccedilotildees) e nervos (paralisia)

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famiacutelia eacute um desafio para

a equipe de sauacutede especialmente para poder ajudar o paciente a mudar seu modo

de viver o que estaraacute diretamente ligado agrave vida de seus familiares e amigos Aos

poucos ele deveraacute aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo

que vise qualidade de vida e autonomia (BRASIL 2006)

A terapia nutricional em diabetes tem como alvo o bom estado nutricional

sauacutede fisioloacutegica e qualidade de vida do indiviacuteduo bem como prevenir e tratar

complicaccedilotildees a curto e longo prazos e comorbidades associadas (ADA 2012)

Tem sido bem documentado que o acompanhamento nutricional realizado

por especialista favorece o controle glicecircmico promovendo reduccedilatildeo de 1 a 2 nos

niacuteveis de hemoglobina glicada independentemente do tipo de diabetes e tempo de

diagnoacutestico Sabe-se tambeacutem que quando associado a outros componentes do

cuidado em diabetes o acompanhamento nutricional pode melhorar ainda mais os

paracircmetros cliacutenicos e metaboacutelicos dessa doenccedila (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES 2013)

Existem evidecircncias consistentes dos efeitos beneacuteficos do exerciacutecio na

prevenccedilatildeo e no tratamento do DM O exerciacutecio (150 minutossemana) atua na

prevenccedilatildeo do DM principalmente nos grupos de maior risco como os obesos e os

familiares de diabeacuteticos Indiviacuteduos fisicamente ativos e aqueles com melhor

condiccedilatildeo aeroacutebica apresentam menor incidecircncia de DM tipo 2 (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

O exerciacutecio fiacutesico atua de forma especiacutefica sobre a resistecircncia insuliacutenica

independentemente do peso corporal Indiviacuteduos fisicamente mais ativos possuem

niacuteveis mais baixos de insulina circulante melhor accedilatildeo em receptores e poacutes-

receptores de membrana melhor resposta de transportadores de glicose e maior

capilarizaccedilatildeo nas ceacutelulas musculares esqueleacuteticas quando em comparaccedilatildeo com

indiviacuteduos menos ativos independentemente do peso e do iacutendice de massa corporal

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 27: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

27

(IMC) O exerciacutecio fiacutesico tambeacutem atua na reduccedilatildeo do peso corporal que por si soacute jaacute

reduz o risco de DM2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

No tratamento do diabetes podemos destacar que o exerciacutecio fiacutesico eacute um

importante aliado atuando sobre o controle glicecircmico e sobre outros fatores de

comorbidade como a hipertensatildeo e a dislipidemia e reduzindo o risco

cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2013)

Estaacute bem demonstrado hoje que indiviacuteduos em alto risco (com toleracircncia agrave

glicose diminuiacuteda) podem prevenir ou ao menos retardar o aparecimento do DM

tipo 2 Por exemplo mudanccedilas de estilo de vida reduziram 58 da incidecircncia de

diabetes em trecircs anos Essas mudanccedilas visavam discreta reduccedilatildeo de peso (5-10

do peso) manutenccedilatildeo do peso perdido aumento da ingestatildeo de fibras restriccedilatildeo

energeacutetica moderada restriccedilatildeo de gorduras especialmente as saturadas e aumento

de atividade fiacutesica regular (BRASIL 2006)

Questatildeo de relevacircncia para o tratamento eacute ser analisada a escolaridade dos

usuaacuterios A escolaridade eacute peccedila fundamental para o tratamento eficaz

Proporcionalmente ao aumento da escolaridade aumenta-se a possibilidade de

tratamento ao paciente uma vez que consegue absorver a ideacuteia baacutesica de ser

tratado

Para Groff (2011) a baixa escolaridade reflete o discutido em estudo sobre

idosos em unidades da Estrateacutegia Sauacutede da famiacutelia os quais tiveram

predominantemente pouco tempo de escolarizaccedilatildeo o que reforccedila a necessidade de

atenccedilatildeo especial para a compreensatildeo do tratamento por esses idosos A mesma

autora relata ainda que A questatildeo da natildeo adesatildeo ao tratamento medicamentoso

prescrito tem tomado importacircncia nas uacuteltimas deacutecadas e estaacute sendo incluiacuteda na lista

de preocupaccedilotildees dos profissionais de sauacutede Pacientes com baixo grau de

aderecircncia aos tratamentos propostos contribuem substancialmente ao agravamento

da doenccedila morte e aumento dos custos dos serviccedilos de sauacutede

De acordo com Pontieri (2007) o maior desafio para o controle da siacutendrome eacute

manter a glicemia dentro de paracircmetros adequados O controle glicecircmico almejado eacute

glicemia de jejum menor que 126 mgdl e hemoglobina glicosilada menor que 7

Para Lima (2016) o tratamento desta doenccedila requer muito cuidado deve-se

controlar o accediluacutecar no sangue principalmente Eacute necessaacuterio muitos exerciacutecios e

tambeacutem dietas de acordo com o tipo e tambeacutem com o paciente Em geral os

diabeacuteticos natildeo devem comer com muita frequumlecircncia alimentos doces As pessoas

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 28: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

28

com diabetes tambeacutem muitas vezes tem o colesterol alto poreacutem para abaixaacute-lo

tambeacutem eacute necessaacuterio controlar o accediluacutecar Alguns medicamentos tambeacutem satildeo

usados como a insulina e tambeacutem hipoglicemiantes orais

56 Espeacutecies de Tratamento

Aliado aos diversos aspectos do tratamento de DM estaacute o Tratamento

Farmacoloacutegico Este eacute de mais faacutecil execuccedilatildeo pelo paciente tratando-se de accedilatildeo

palpaacutevel sendo facilmente perceptiacutevel pelos usuaacuterios Estaacute realccedilado pela Sociedade

Brasileira de Diabetes Mellitus (2013) que para promover a educaccedilatildeo do paciente eacute

necessaacuterio mais do que programas educativos estruturados Os profissionais devem

ser preparados para reconhecer as diferenccedilas individuais dos pacientes e identificar

suas necessidades aleacutem de desenvolver habilidades para comunicaccedilatildeo e uso de

diferentes estrateacutegias didaacuteticas considerando as especificidades da educaccedilatildeo de

adultos jaacute a partir do atendimento individual para entatildeo elaborar e implementar

programas educativos Satildeo essenciais a praacutetica do trabalho em equipe

interprofissional e considerar sempre o envolvimento dos pacientes nas tomadas de

decisatildeo

Os pontos de importacircncia de no que se refere ao tratamento natildeo

farmacoloacutegico satildeo a dieta e os exerciacutecios fiacutesicos frequentes Quanto agrave alimentaccedilatildeo

Pontieri (2007) relata que nesse contexto a educaccedilatildeo eacute item primordial no sentido

de preparar o indiviacuteduo para lidar com suas novas necessidades garantindo sua

participaccedilatildeo efetiva no processo de prevenccedilatildeo da patologia e das suas

complicaccedilotildees A educaccedilatildeo alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisotildees

pautadas em dados teacutecnicos e informaccedilotildees cientiacuteficas pois dessa forma ele teraacute

capacidade para traccedilar seus proacuteprios objetivos no sentido de melhorar o estado

geral de sua sauacutede e da qualidade de vida Trata-se de um processo progressivo

que exige flexibilidade por parte da equipe As mudanccedilas vatildeo correr de forma lenta e

gradual e pode ser que ocorram alguns retrocessos dependendo de

acontecimentos na vida do paciente como casamento separaccedilatildeo perda de entes

queridos perda de emprego novo emprego mudanccedila de cidade entre outras Os

profissionais precisam estabelecer contratos com os pacientes como forma de

promover uma relaccedilatildeo de responsabilidades entre eles de forma que cada avanccedilo

seja parte de um pacto de sauacutede estabelecido

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 29: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

29

Visando apenas a questatildeo do tratamento natildeo farmacoloacutegico Assunccedilatildeo

(2008) cita em seu trabalho que alguns fatores que apresentaram associaccedilatildeo com a

adesatildeo ao tratamento natildeo-farmacoloacutegico Foram motivaccedilatildeo com o tratamento fazer

parte de algum grupo de diabeacuteticos conhecimento sobre as complicaccedilotildees do

diabetes e morar em local de elevado risco

57 Adesatildeo ao Tratamento

Ponto de grande relevacircncia eacute a efetiva adesatildeo ao tratamento completo da

DM A efetiva adesatildeo envolve dedicaccedilatildeo pessoal bem como mudanccedila nos haacutebitos

e costumes de vida englobando ateacute mesmo mudanccedilas culturais das pessoas A

adesatildeo ao tratamento tem como definiccedilatildeo claacutessica a extensatildeo na qual o

comportamento da pessoa coincide com a orientaccedilatildeo meacutedica no que se refere por

exemplo ao uso da medicaccedilatildeo ao seguimento de dietas a mudanccedilas no estilo de

vida ou agrave adoccedilatildeo de comportamentos protetores de sauacutede (VILLAS BOAS

FREITAS PACE 2014)

A adesatildeo ou abandono ao tratamento de DM pode ateacute mesmo ser medida

em estudos cientiacuteficos Eacute relatado em estudos que mais da metade dos afetados

valor superior agrave 50 das amostras acompanhadas tem dificuldades em seguir o

tratamento e acabam por abandonar o rigorosismo preconizado por meacutedicos e

profissionais de sauacutede

De acordo com as consideraccedilotildees de Groff (2011) muitos estudos tecircm

concluiacutedo que os pacientes que apresentam DM dificilmente seguem o tratamento

proposto pelos profissionais de sauacutede sendo que as taxas de natildeo adesatildeo

costumam variar de 40 a 90 Identificar se o diabeacutetico segue as recomendaccedilotildees do

tratamento eacute ponto fundamental para garantir se realmente este paciente estaacute

compreendendo a gravidade da doenccedila e se ele estaacute tendo acesso agraves informaccedilotildees

Os fatores envolvidos na adesatildeo incluem acessibilidade e disponibilidade do

medicamento nos serviccedilos de sauacutede dados sociodemograacuteficos do usuaacuterio

aceitabilidade do medicamento sensaccedilatildeo de perda de controle sobre seu corpo

atitudes familiares e de amigos isolamento social relaccedilatildeo entre usuaacuterio e

profissional de sauacutede esquema terapecircutico cronicidade ausecircncia de sintomas

tempo de diagnoacutestico conhecimento e compreensatildeo da doenccedila e do tratamento

(TURCATTO 2014)

30

Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 30: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

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Familiares satildeo pessoas em contato constante com o paciente Eles podem

ajudar ao usuaacuterio em fazer o tratamento sendo apoiadores das accedilotildees e auxiliar

tambeacutem na questatildeo nutricional De acordo com Santo (2012) os familiares podem

contribuir para que a adesatildeo e a implantaccedilatildeo das terapias sejam aceitas pelos

pacientes Uma vez que os familiares podem auxiliaacute-los a administrar os

medicamentos incentivar a praacutetica de atividade fiacutesica e o controle alimentar

reduzindo os fatores de risco para a natildeo adesatildeo ao tratamento

Jannuzzi (2014) relata que de modo geral a adesatildeo medicamentosa eacute

compreendida na medida em que os pacientes seguem as instruccedilotildees para os

tratamentos prescritos Considera-se que a decisatildeo de tomar ou natildeo os

medicamentos eacute um meacutetodo empiacuterico-racional que os pacientes utilizam para

expressar as suas tentativas de lidar com a doenccedila Eacute importante reconhecer e natildeo

subestimar a capacidade de tomada de decisatildeo dos pacientes identificando suas

crenccedilas e os auxiliando na adoccedilatildeo de comportamentos apropriados

Referente ao tratamento medicamentoso a porcentagem de pessoas em

falecircncia para usar a medicaccedilatildeo conforme a prescriccedilatildeo meacutedica varia de 7 a 64

Pessoas que sofrem de doenccedilas crocircnicas com pouco ou nenhum sintoma satildeo mais

propensas a natildeo adesatildeo assim como a ausecircncia de queixas fiacutesicas pode

representar falta de motivaccedilatildeo para o uso das medicaccedilotildees o que natildeo acontece com

as doenccedilas agudas e sintomaacuteticas Entre as pessoas com DM especialmente com o

tipo 2 da doenccedila a adesatildeo ao tratamento medicamentoso tende a ser baixa devido

ao seu caraacuteter assintomaacutetico levando agrave crenccedila de que a medicaccedilatildeo natildeo eacute

necessaacuteria (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

A literatura tem evidenciado correlaccedilotildees negativas entre a complexidade do

regime medicamentoso e a adesatildeo ao tratamento Na medida em que o nuacutemero de

medicamentos eou de doses aumenta a adesatildeo diminui A frequumlecircncia das doses

parece ser um fator mais importante para a natildeo adesatildeo do que a quantidade de

diferentes faacutermacos a serem tomados diariamente (VILLAS BOAS FREITAS PACE

2014)

Segundo Santo (2012) no que se refere agrave adesatildeo do paciente diabeacutetico ao

tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico podemos inferir que haacute diversos

fatores que influenciam no tratamento Estes devem ser considerados pelos

profissionais preservando a individualidade do usuaacuterio e fazendo deste co-

responsaacutevel no controle do DM Cabe ao profissional estabelecer um elo com o

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 31: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

31

paciente verificando sua forma de compreensatildeo quanto agrave terapecircutica e buscando

identificar as possiacuteveis falhas Aleacutem disso uma investigaccedilatildeo eficiente durante as

consultas pode ser o ponto chave para que o profissional vaacute aleacutem do que eacute visiacutevel e

perceba os fatores psicoloacutegicos sociais culturais familiares e inuacutemeros outros que

possam interferir na adesatildeo ao tratamento e agraves mudanccedilas no estilo de vida

Quanto ao papel do profissional de sauacutede para Assunccedilatildeo (2008) tem-se

como importante no processo de adesatildeo ao tratamento jaacute que atua como agente

facilitador e mobilizador atraveacutes da conscientizaccedilatildeo mudanccedila de comportamento e

desenvolvimento da capacidade e habilidade do indiviacuteduo para o autocuidado

adequando seus conhecimentos e experiecircncias agrave pratica cliacutenica e agrave realidade do

paciente Para isso os profissionais de sauacutede necessitam de ter um conhecimento

avanccedilado sobre o controle a prevenccedilatildeo e as complicaccedilotildees da doenccedila sendo

responsaacuteveis por propiciar condiccedilotildees favoraacuteveis ao processo de aquisiccedilatildeo de

conhecimentos e possiacuteveis mudanccedilas comportamentais por parte do indiviacuteduo

diabeacutetico Aleacutem disso o entendimento pelo indiviacuteduo da praacutetica educativa e as

interfaces estabelecidas entre esta e o profissional de sauacutede favorecem o

desenvolvimento de atitudes pessoais que se associam agrave mudanccedila no estilo de vida

No controle do DM a falta de adesatildeo ao tratamento eacute um desafio

frequumlentemente enfrentado na praacutetica cliacutenica pelos profissionais das instituiccedilotildees de

sauacutede Assim impotildee-se buscar estrateacutegias de intervenccedilotildees que visem minimizar

essa situaccedilatildeo na atenccedilatildeo em diabetes (TURCATTO 2014)

Outros fatores que parecem se associar com a baixa adesatildeo ao tratamento

medicamentoso do DM satildeo maior tempo de doenccedila o uso de insulina como

tratamento medicamentoso e o mau controle glicecircmico (VILLAS BOAS FREITAS

PACE 2014)

Vale mensurar que haacute autores que identificaram problemas ao se nomear

parte do tratamento natildeo farmacoloacutegico com o termo dieta Para alguns autores ao

se dizer dieta surge para o paciente a imagem de que deveraacute haver restriccedilatildeo

alimentar excessiva e que sejam excluiacutedos alimentos Assim sugerem estes autores

que deve ser trocado o termo ou evitado

Para Pontieri (2007) na categoria adesatildeo agrave terapia nutricional foi identificada

a crenccedila primitiva de consenso zero de que a dieta eacute difiacutecil de ser seguida podendo

constituir-se como barreira agrave adesatildeo do paciente ao tratamento Frente agrave

complexidade da siacutendrome que envolve alteraccedilotildees e complicaccedilotildees orgacircnicas

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 32: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

32

impacto pessoal familiar e ambiental os gestores e profissionais de sauacutede precisam

desenvolver accedilotildees de atendimento contando com a participaccedilatildeo de equipes

multiprofissionais que estejam voltadas para compreender a subjetividade da

populaccedilatildeo de modo a produzir estrateacutegias para potencializar as transformaccedilotildees das

crenccedilas em sauacutede O termo ldquodietardquo usado comumente tanto pelos entrevistados

como pelos profissionais de sauacutede de modo geral traz uma conotaccedilatildeo de restriccedilatildeo

Esta palavra poderia ser substituiacuteda por plano alimentar alimentaccedilatildeo saudaacutevel ou

adequada por exemplo Outra tocircnica que poderia ser adotada na relaccedilatildeo dos

profissionais com os usuaacuterios eacute de que a alimentaccedilatildeo recomendada eacute aquela que eacute

mais saudaacutevel e que deveria ser adotada por todas as pessoas de modo geral sob

pena de complicaccedilotildees futuras para a sauacutede de todos

Da mesma forma o termo exerciacutecio induz no paciente ideacuteia de desgaste de

cansaccedilo corporal vindo tambeacutem a causar condiccedilotildees indesejaacuteveis

Em relaccedilatildeo ao tempo de doenccedila a adesatildeo eacute menor entre as pessoas com mais de

cinco anos de diagnoacutestico A baixa adesatildeo ao uso de insulina se deve agrave

necessidade de mudanccedilas na rotina especialmente quanto aos horaacuterios das

refeiccedilotildees agrave percepccedilatildeo de que a insulinoterapia interfere na realizaccedilatildeo de atividades

sociais e ocupacionais e ao ganho de peso corporal Quanto ao controle glicecircmico

estudos mostram que houve maior prevalecircncia de natildeo adesatildeo entre as pessoas com

valores de hemoglobina glicada acima de 7 bem como entre aquelas com a

glicemia alterada (VILLAS BOAS FREITAS PACE 2014)

Eacute saliente a questatildeo da atuaccedilatildeo do meacutedico e profissionais no controle e

tratamento da DM Estes devem atuar de forma a propiciar melhores condiccedilotildees aos

pacientes buscando facilitar tanto o tratamento farmacoloacutegico quanto as mudanccedilas

das condiccedilotildees de vida de cada usuaacuterio

A atuaccedilatildeo do profissional da rede puacuteblica eacute de suma importacircncia uma vez

que eacute o primeiro a ter contato com a doenccedila perante a populaccedilatildeo carente Segundo

Assunccedilatildeo (2008) na rede puacuteblica de sauacutede a porta de entrada para o portador de

DM eacute a UBS que estaacute estruturada de acordo com o Programa Sauacutede da Famiacutelia

(PSF) O PSF eacute uma estrateacutegia que tem como principal propoacutesito reorganizar a

praacutetica da atenccedilatildeo baacutesica agrave sauacutede e substituir o modelo tradicional de assistecircncia

priorizando accedilotildees de prevenccedilatildeo promoccedilatildeo e recuperaccedilatildeo da sauacutede de forma

integral e contiacutenua O atendimento eacute prestado na UBS ou no domiciacutelio pelos

profissionais da sauacutede que compotildeem as Equipes de Sauacutede da Famiacutelia Esses

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 33: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

33

profissionais e a populaccedilatildeo acompanhada criam viacutenculos de co-responsabilidade o

que facilita a identificaccedilatildeo dos problemas de sauacutede da comunidade e seu

atendimento

Condiccedilatildeo que interfere na adesatildeo ao tratamento eacute a falta de dor ou sintoma

perceptiacutevel ao paciente Como a evoluccedilatildeo inicial de DM natildeo causa sintomatologia

palpaacutevel desde o iniacutecio o usuaacuterio natildeo se interessa pelo tratamento devido ao

simples fato que natildeo consegue identificar problema em sua sauacutede tais como dores

locais hemorragias ou lesotildees aparentes

Pontieri (2007) entende que o paciente tambeacutem deve se sentir livre para

expressar suas dificuldades suas insatisfaccedilotildees e para relatar com sinceridade os

passos dados e os fatos ocorridos sejam eles positivos ou negativos de forma que

o profissional tenha sempre uma visatildeo transparente e verdadeira do que acontece

com ele O modo de viver e pensar de cada indiviacuteduo tem influecircncia significativa na

adesatildeo do mesmo a qualquer tipo de tratamento O seu ponto de vista e a maneira

de se envolver socialmente ampliam as discussotildees para aleacutem da abordagem cliacutenica

Essa mudanccedila prevecirc uma alteraccedilatildeo na essecircncia do sistema de sauacutede quando se

devem valorizar os trabalhadores natildeo apenas pelo volume de consultas e

atendimentos realizados mas pela qualidade do serviccedilo prestado ao paciente

Conhecer a percepccedilatildeo do paciente reforccedila a perspectiva da necessidade de um

atendimento mais humanizado em que os sujeitos (usuaacuterios) quando mobilizados

satildeo capazes de transformar realidades e os profissionais devem desenvolver uma

atitude de valorizaccedilatildeo das dimensotildees subjetivas e sociais do trabalho

multiprofissional comprometendo-se em ajudar a desenvolver as capacidades de

enfrentamento da populaccedilatildeo atendida na obtenccedilatildeo de melhores condiccedilotildees de

sauacutede

De acordo com Groff (2011) a falta de adesatildeo ao tratamento do DM tipo II

deve ser considerada mediante o diagnoacutestico e a instituiccedilatildeo terapecircutica pois eacute de

fundamental importacircncia para a prevenccedilatildeo das complicaccedilotildees desta siacutendrome Como

se trata de uma patologia que frequumlentemente natildeo apresenta um desconforto

imediato alguns pacientes podem natildeo aderir adequadamente agrave terapia proposta

Outro motivo que dificulta esta adesatildeo eacute o fato de incluir mudanccedilas nos seus haacutebitos

de vida Aleacutem disto o tratamento visa apenas agrave profilaxia das complicaccedilotildees e natildeo agrave

cura definitiva desmotivando os pacientes

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 34: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

34

De igual posiccedilatildeo existem autores que relatam pela forma de trabalho mais

propiacutecia ao tratamento e pela atuaccedilatildeo de maneira a conseguir vencer as metas

pretendidas de maneira positiva e concreta

Miranzi (2008) ressalta que nos uacuteltimos anos a Estrateacutegia Sauacutede da Famiacutelia

enquanto poliacutetica puacuteblica nacional tem se destacado como estrateacutegia de

reorganizaccedilatildeo da atenccedilatildeo baacutesica na loacutegica da vigilacircncia agrave sauacutede representando

uma concepccedilatildeo de sauacutede centrada na promoccedilatildeo da Qualidade de Vida (QV) por

meio dos seus principais objetivos que satildeo a prevenccedilatildeo a promoccedilatildeo e a

recuperaccedilatildeo da sauacutede Em muitos estados o trabalho das Equipes de Sauacutede da

Famiacutelia (ESFs) permite o conhecimento da realidade social que acoberta as

condiccedilotildees soacutecio-econocircmica alimentar sanitaacuteria bem como a estrutura familiar dos

indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes facilitando a atuaccedilatildeo da equipe nos

determinantes do processo sauacutede-doenccedila Aleacutem disto o Programa detecta as

dificuldades que impedem maior adesatildeo ao tratamento e busca a formaccedilatildeo de

parcerias para disseminar a importacircncia do cuidado aos pacientes e seus familiares

Estas atividades proporcionam o viacutenculo entre os pacientes e a ESF

Para Santo (2012) pode-se perceber que a atuaccedilatildeo do profissional no

tratamento eacute altamente complexa e permeada por vaacuterios fatores o que se torna um

desafio contiacutenuo no seu cotidiano Para desenvolver um trabalho de qualidade e que

renda resultados positivos a equipe multiprofissional precisa conhecer seu puacuteblico

alvo saber quais as maiores dificuldades por ele enfrentadas quais os pontos

criacuteticos em que deve atuar estar atualizado para compartilhar informaccedilotildees e

sobretudo estabelecer uma relaccedilatildeo de confianccedila entre a equipe e os usuaacuterios

Eacute citado por Miranzi (2008) em seu trabalho que haacute que se destacar que o

trabalho que vem sendo desenvolvido pelas equipes do Programa de Sauacutede da

Famiacutelia visando ao re-direcionamento do estilo de vida devendo (ou) envolvendo o

combate ao sedentarismo ao tabagismo e agrave obesidade Portanto conhecer a QV

dos indiviacuteduos com hipertensatildeo e diabetes significa um momento iacutempar de

compreensatildeo e remete novamente agrave importacircncia do planejamento e da

implementaccedilatildeo de accedilotildees de responsabilidade das esferas governamentais com

embasamento em informaccedilotildees cientiacuteficas a serem desenvolvidas por meio de

poliacuteticas puacuteblicas que envolvam tanto a melhoria da qualidade de vida dos

indiviacuteduos quanto agrave valorizaccedilatildeo dos trabalhadores das ESF

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

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com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 35: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

35

Assunccedilatildeo (2008) entende que o apoio social eacute um processo reciacuteproco ou

seja gera efeitos positivos tanto para o sujeito que recebe como tambeacutem para quem

oferece o apoio Esse apoio social pode contribuir para uma melhor adesatildeo ao

tratamento uma vez que oferece aos integrantes do grupo ajuda emocional

realizaccedilatildeo de atividades conjuntas interaccedilatildeo social ajuda profissional dos serviccedilos

de sauacutede e acesso a novos contatos levando agrave interaccedilatildeo com pessoas que ateacute

entatildeo natildeo faziam parte da rede social do indiviacuteduo Os grupos ajudam natildeo soacute no

tratamento propriamente dito mas tambeacutem na parte psicoloacutegica em que o paciente

pode colocar seus problemas em debate recebendo respostas e condutas corretas

a serem utilizadas aleacutem de ouvir outros indiviacuteduos com problemas semelhantes ou

mesmo opostos e tirar vaacuterias conclusotildees e experiecircncias de vida o que torna o

tratamento mais dinacircmico e completo

Eacute baseado em tais questotildees que se tornou crescente o interesse em nossa

equipe de sauacutede Maria das Dores do Municiacutepio de Belo ValeMG para que seja

elaborado este trabalho com o intuito de melhorar e aperfeiccediloar a atenccedilatildeo integral

ao paciente diabeacutetico juntamente com sua famiacutelia durante sua proposta de

tratamento

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 36: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

36

6 PROPOSTA DE INTERVENCcedilAtildeO

Nossa equipe trabalha na UBS Maria das Dores faz o atendimento primaacuterio agrave

comunidade estando localizado no centro do municiacutepio do Belo Vale sendo de faacutecil

acesso aos moradores Este posto atua atendendo aos casos cliacutenicos que se

apresentam e fazendo um trabalho pessoal de visita a diversas casas do municiacutepio

de acordo com a demanda estabelecida prestando serviccedilos para 1139 famiacutelias

Por meio do diagnoacutestico situacional percebe-se que existiam pontos que

deviam ser melhorados em relaccedilatildeo agrave abordagem dos problemas de sauacutede mais

relevantes na comunidade que possibilitaram a elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo

Este plano teve como pressupostos orientadores os 10 passos do PES (CAMPOS

FARIAS SANTOS 2010)

Desenvolvimento 61 Definiccedilatildeo dos problemas

Este trabalho parte da identificaccedilatildeo do que seriam efetivamente os problemas

mais relevantes do municiacutepio de Belo ValeMG Eacute de se ressaltar que a soluccedilatildeo de

um problema pode gerar grandes benefiacutecios agrave populaccedilatildeo tendo grande retorno agrave

comunidade

Para identificaccedilatildeo dos problemas eacute uacutetil buscar conversas e opiniotildees com a

populaccedilatildeo em geral tentando identificar suas necessidades fazendo-se uma anaacutelise

sinteacutetica da situaccedilatildeo

A partir daiacute devem-se buscar formas de intervir na situaccedilatildeo como meacutetodos de

enfrentamento de problemas de maneira especiacutefica

No municiacutepio atraveacutes do trabalho diaacuterio e contato com o puacuteblico eacute possiacutevel

identificar algumas doenccedilas frequentes tais como doenccedilas Cardiovasculares HA

DM doenccedilas de sauacutede mental transtornos ansiosos depressivos transtornos

bipolares aleacutem de tabagismo dislipidemias sedentarismo e sobrepeso

A equipe de sauacutede atende a populaccedilatildeo atraveacutes de visitas domiciliares

consultas meacutedicas demanda espontacircnea procedimentos e assistecircncia de

enfermagem e grupos educativos como palestras em escolas Exames laboratoriais

tambeacutem satildeo realizados e analisados em momento posterior

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 37: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

37

Para elaborar a ordem dos problemas foi utilizada como meacutetodo a matriz de

priorizaccedilatildeo muito utilizada para fazer anaacutelise da situaccedilatildeo de sauacutede Com base nisto

foi alcanccedilado o seguinte resultado sobre a prioridade dos problemas

1- Alta incidecircncia de DM (Pacientes descompensados)

2- Alta incidecircncia HA

3- Aumento da incidecircncia das Doenccedilas Cardiovasculares

4- Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de psicofaacutermacos

5- Tabagismo

6- Alcoolismo

7- Doenccedilas mentais e psiacutequicas

8- Dislipidemias

9- Obesidade

10- Cacircncer de mamas

11- Sedentarismo

62 Priorizaccedilatildeo dos problemas

Apoacutes ter sido feita anaacutelise sinteacutetica da situaccedilatildeo perante os moradores de Belo

Vale tanto na regiatildeo central quanto na aacuterea rural percebe-se que existe prevalecircncia

significativa para a DM Tal doenccedila surge tanto por questotildees geneacuteticas como

alimentares e comportamentais

Tabela 01 Priorizaccedilatildeo dos problemas de sauacutede UBS Maria das Dores Belo ValeMG2015

Ordem de Prioridade Principais problemas Importacircncia Urgecircncia Capacidade de

enfrentamento Seleccedilatildeo

Alta incidecircncia de DM Altiacutessima 08 Parcial 01

Alta incidecircncia de HAacute Altiacutessima 07 Parcial 02

Doenccedilas Cardiovasculares Altiacutessima 07 Parcial 02

Alcoolismo Meacutedia 04 Parcial 04 Doenccedilas Meacutedia 04 Parcial

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 38: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

38

mentaispsiacutequicas 04 Automedicaccedilatildeo e uso indiscriminado de medicamentos (psicofaacutermacos)

Alta 06 Parcial 03

Tabagismo Alta 05 Parcial 04 Cacircncer de mamas Alta 04 Parcial 07 Dislipidemias Alta 04 Parcial 05 Obesidade Elevada 04 Parcial 06 Sedentarismo Meacutedia 04 Parcial 08 Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

63 Descriccedilatildeo do problema selecionado

De acordo com o Ministeacuterio da Sauacutede O termo DM refere-se a um transtorno

metaboacutelico de etiologias heterogecircneas caracterizado por hiperglicemia e distuacuterbios

no metabolismo de carboidratos proteiacutenas e gorduras resultantes de defeitos da

secreccedilatildeo eou da accedilatildeo da insulina (BRASIL 2013)

O DM tipo 2 abrange cerca de 90 dos casos de diabetes na populaccedilatildeo

sendo seguido em frequecircncia pelo DM tipo 1 que responde por aproximadamente

8 Aleacutem desses tipos o diabetes gestacional tambeacutem merece destaque devido a

seu impacto na sauacutede da gestante e do feto (BRASIL 2013)

A prevalecircncia de DM nos paiacuteses da Ameacuterica Central e do Sul foi estimada em

264 milhotildees de pessoas e projetada para 40 milhotildees em 2030 Nos paiacuteses

europeus e Estados Unidos (EUA) este aumento se daraacute em especial nas faixas

etaacuterias mais avanccediladas devido ao aumento na expectativa de vida enquanto que

nos paiacuteses em desenvolvimento este aumento ocorreraacute em todas as faixas etaacuterias

sendo que no grupo de 45 a 64 anos a prevalecircncia seraacute triplicada e duplicada nas

faixas etaacuterias de 20 a 44 anos e acima de 65 anos (BRASIL 2013)

Eacute estimado que o Brasil passe da 8ordf posiccedilatildeo com prevalecircncia de 46 em

2000 para a 6ordf posiccedilatildeo 113 em 2030 Os fatores de risco relacionados aos

haacutebitos alimentares e estilo de vida da populaccedilatildeo estatildeo associados a este

incremento na carga de diabetes globalmente (BRASIL 2013)

O DM e a HA satildeo responsaacuteveis pela primeira causa de mortalidade e de

hospitalizaccedilotildees no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) e representam ainda mais da

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 39: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

39

metade do diagnoacutestico primaacuterio em pessoas com insuficiecircncia renal crocircnica

submetidas a diaacutelise (BRASIL 2013)

Os resultados no controle do DM advecircm da soma de diversos fatores e

condiccedilotildees que propiciam o acompanhamento desses pacientes para os quais o

resultado esperado aleacutem do controle da glicemia eacute o desenvolvimento do

autocuidado o que contribuiraacute na melhoria da qualidade de vida e na diminuiccedilatildeo da

morbimortalidade Os objetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em DM satildeo

controlar a glicemia e com isso em longo prazo reduzir morbimortalidade causada

por essa patologia Portanto fazer uma intervenccedilatildeo educativa sistematizada e

permanente com os profissionais de sauacutede eacute um aspecto fundamental para mudar

as praacuteticas atuais em relaccedilatildeo a esses problemas de sauacutede (BRASIL 2013)

Embora a doenccedila possa ser tardiamente descoberta as maiorias dos

pacientes e seus familiares conhecem sua proacutepria doenccedila as complicaccedilotildees o

tratamento adequado e sua importacircncia poreacutem natildeo se implicam ativamente no seu

processo sauacutededoenccedila acarretando em seacuterias complicaccedilotildees de morbimortalidade

Em nossa UBS existem 157 pacientes com DM aproximadamente 21 da

populaccedilatildeo todos satildeo acompanhados pela equipe Tem tratamento em muitos casos

com dois medicamentos ou mais dos quais 30 usam insulina e o 75 satildeo

sobrepesos Aleacutem de apresentar com frequecircncia outras doenccedilas associadas como

HA Cardiopatias Doenccedilas Coronaacuterias Dislipidemias Sedentarismo entre outros

Do total 47 estatildeo descompensados Teve trecircs internaccedilotildees e dos oacutebitos por

complicaccedilotildees do DM Apesar do trabalho contiacutenuo como visitas domiciliares

consultas meacutedicas trimestrais e grupos operativos desenvolvidos pela equipe de

sauacutede na tentativa de diminuir os niacuteveis de glicemia e seus agravos ainda a

demanda e a busca por consultas nos serviccedilos de meacutedia e alta complexidade satildeo

grandes principalmente nos serviccedilos de urgecircncia e emergecircncia

Por isso e por ser uma das doenccedilas crocircnicas mais frequentes na

comunidade o trabalho eacute encaminhado a mudanccedilas dos estilos de vida

inadequados e promover accedilotildees de sauacutede que favoreccedilam o controle dos pacientes

para melhor a qualidade de vida dos mesmos

64 Explicaccedilatildeo do problema

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 40: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

40

O DM em nossa aacuterea de abrangecircncia tem muitos fatores de risco facilitadores

para a apariccedilatildeo da doenccedila Ela se associa e interage com fatores de risco como

causas alimentares tabagismo obesidade dislipidemias e sedentarismo Outros

fatores ainda podem influenciar como idade ingestatildeo de cafeacute aacutelcool doenccedilas

cardiovasculares e stress

Outros fatores apresentados em nossa comunidade satildeo o uso incorreto dos

medicamentos falta de aderecircncia ao tratamento processo de trabalho da ESF

inadequado para enfrentar o problema e estrutura deficiente dos serviccedilos de sauacutede

O que nos orienta para onde dirigir com maior ecircnfase as accedilotildees de prevenccedilatildeo e

promoccedilatildeo de sauacutede com o objetivo de erradicar ou diminuir os fatores de risco para

evitar as possiacuteveis complicaccedilotildees

O tratamento do DM consiste na adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis como

uma alimentaccedilatildeo equilibrada praacutetica regular de atividade fiacutesica moderaccedilatildeo no uso

de aacutelcool e abandono do tabagismo acrescido ou natildeo do tratamento farmacoloacutegico

Estes haacutebitos de vida saudaacuteveis satildeo agrave base do tratamento do diabetes e possuem

uma importacircncia fundamental no controle glicecircmico aleacutem de atuarem no controle de

outros fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares

65 Noacutes criacuteticos e suas justificativas

Noacutes criacuteticos definidos para o problema enfrentado Alta incidecircncia de DM

(pacientes descompensados)

bull HABITOS ALIMENTARES E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS

(AUTOCUIDADO) Devem-se promover haacutebitos saudaacuteveis de vida buscar

manter a alimentaccedilatildeo adequada e atividade fiacutesica regular evitar o fumo e

excesso aacutelcool aleacutem de controlar o peso Eacute interessante promover a adesatildeo

agraves recomendaccedilotildees trabalhar a autoestima dos pacientes e evitar problemas

emocionais sintomas depressivos sentimento de fracasso

bull POUCOS CONHECIMENTOS DA DOENCcedilA Eacute importante instruir as pessoas

sobre a doenccedila Divulgar as formas de tratamento para obter o desfecho

provaacutevel Explicar ao paciente os sintomas fatores de riscos e complicaccedilotildees

fazer a promoccedilatildeo ao autocuidado aderindo-se ao tratamento

bull FALTA DE CRENCcedilA DA DOENCcedilA Existem algumas pessoas com descrenccedila

na doenccedila que natildeo acreditam que estatildeo com a Diabetes Mellitus a qual eacute

41

uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 41: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

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uma doenccedila crocircnica Natildeo haacute cura e eacute importante conscientizar que precisa de

cuidados para evitar as complicaccedilotildees e melhor a qualidade de vida

bull PROCESSO DE TRABALHO INADEQUADO DA EQUIPE PARA

ENFRENTAR O PROBLEMA a equipe de sauacutede deve organizar melhor seu

trabalho em inter-relaccedilatildeo com a comunidade (participaccedilatildeo comunitaacuteria) para

conseguir os resultados esperados e melhor assim a qualidade de vida da

populaccedilatildeo

O acompanhamento dos pacientes eacute essencial Fazer a divulgaccedilatildeo das

mudanccedilas que deve promover em sua vida cotidiana advertir sobre as

complicaccedilotildees e informar das mudanccedilas metaboacutelicas em seu corpo como forma de

aumentar o trabalho em sauacutede e promover o autocuidado

bull USO INDISCRIMINADO OU MAU USO DOS MEDICAMENTOS Haacute a

necessidade de divulgaccedilatildeo sobre indicaccedilotildees dos medicamentos doses

horaacuterios efeitos desejados e colaterais para que o paciente possa usaacute-los

adequadamente

66 Identificaccedilatildeo dos recursos criacuteticos

TABELA 02 ndash RECURSOS A SEREM UTILIZADOS EM CADA PROJETO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PRIORIZADO NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO

RECURSOS CRIacuteTICOS

ldquoMais sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

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doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

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TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

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com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 42: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

42

Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

66 Anaacutelise da viabilidade do plano de accedilatildeo

Os dados da Tabela 03 apontam a anaacutelise da viabilidade das accedilotildees propostas

TABELA 03 ndash CONTROLE DE RECURSOS NECESSARIOS PARA INTERVECcedilAtildeO E ENFRENTAMENTO DA PREVALENCIA DA DM DOS PACIENTES DA UBS MARIA DAS DORES BELO VALEMG2015

OPERA-CcedilOtildeES

PROJETOS

RECURSOS CRIacuteTICOS

CONTROLE DOS RECURSOS CRIacuteTICOS

ACcedilOtildeES ESTRATEacuteGICAS

ATOR QUE CONTROLA

MOTIVA-CcedilAtildeO

ldquoMais

sauacutederdquo

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da

Secretaria Municipal de Sauacutede Coordena-

Favoraacutevel

Apresentar o Projeto fazer documentos necessaacuterios agrave divulgaccedilatildeo da

43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

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com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

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REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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43

Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Intersetorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

accedilatildeo

ldquoLinha de cuidadordquo

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

ldquoSaber Maisrdquo

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade Cognitivos conhecimento sobre DM Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede

Coordena-dor da UBS

Secretaria de Educaccedilatildeo

Comunica-ccedilatildeo social

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

44

disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

45

TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

ldquoForccedila do saberrdquo

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos Conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Secretaria de Sauacutede Coordena-dor da UBS Comunica-ccedilatildeo social Prefeitura Municipal

Favoraacutevel

Motivaccedilatildeo com apresentaccedilatildeo do projeto

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

68 Elaboraccedilatildeo do Plano Operativo

A principal finalidade do plano operativo e a designaccedilatildeo de responsaacuteveis

pelos projetos e operaccedilotildees estrateacutegicas aleacutem de estabelecer os prazos para o

cumprimento das accedilotildees necessaacuterias O gerente de uma operaccedilatildeo projeto eacute aquele

que se responsabilizaraacute pelo acompanhamento da execuccedilatildeo de todas as accedilotildees

definidas o que natildeo significa que deva executaacute-las O seu papel principal eacute garantir

que as accedilotildees sejam executadas de forma coerente e sincronizadas prestando

contas do andamento do projeto nos espaccedilos definidos para o sistema de gestatildeo do

plano (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

A Tabela 04 permite uma visualizaccedilatildeo do problema e o desenho das

operaccedilotildees traccediladas para o enfrentamento de noacutes criacuteticos

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TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

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doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

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TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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TABELA 04 DESENHO DAS OPERACcedilOtildeES PARA OS NOacuteS CRIacuteTICOS DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DM NA UBS MARIA DAS DORES BELO VALE MG 2015

NOacuteS CRITICOS

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RECUROS

NECESSAacuteRIOS RESULTA

DOS

Haacutebitos alimentares e estilo de vida inadequa-dos (auto cuidado)

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas - Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

Organizacionais fazer grupos operativos dos usuaacuterios diabeacuteticos Cognitivos Orientaccedilatildeo e sensibilizaccedilatildeo da Equipe niacutevel de informaccedilatildeo do tema Poliacutetico mobilizaccedilatildeo social Inter setorial com a rede adesatildeo dos profissionais disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos Para aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais pocircster

-Melhora na alimentaccedilatildeo e estilo de vida diminuindo o tabagismo obesidade e sedentaris-mo

Processo de trabalho inadequado da equipe para enfrentar o problema

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

Cognitivos Elaboraccedilatildeo de projetos de linha de cuidados e protocolos para usuaacuterios diabeacuteticos e controle da sauacutede bucal capacitaccedilatildeo da equipe Poliacuteticos articulaccedilatildeo entre os setores da sauacutede adesatildeo dos profissionais Organizacionais organizar palestras educativas e pocircster Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de recursos para pocircster material de oficina e recursos audiovisuais

Modificar o processo de trabalho da equipe da sauacutede

Falta de conhecimentos e de crenccedila da

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios

Organizacionais organizaccedilatildeo das atividades da equipe Fazer eventos sociais para promover a inclusatildeo da famiacutelia e comunidade

Populaccedilatildeo mais responsaacutevel e informada sobre os

46

doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

47

TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

48

com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

51

Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

52

RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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doenccedila

sobre a DM

-Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

Cognitivos conhecimento sobre Diabetes Mellitus Poliacuteticos apoio da Gestatildeo mobilizaccedilatildeo de profissionais da ESF disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Econocircmicos aquisiccedilatildeo de recursos audiovisuais e materiais

riscos da DM descontrolada

Mal uso de remeacutedios

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Econocircmicos Aquisiccedilatildeo de Cartotildees de Controle do usuaacuterio com DM aquisiccedilatildeo de material informativo para distribuiccedilatildeo aos usuaacuterios Poliacuteticos Sensibilizaccedilatildeo e apoio da Gestatildeo Disponibilidade de local para fazer os grupos educativos Cognitivos conhecimento sobre o tema estrateacutegia de comunicaccedilatildeo apoio dos profissionais da ESF

Pacientes diabeacuteticos mais informados sobre o uso adequado da medicaccedilatildeo

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

69 Gestatildeo do plano

Eacute necessaacuterio um plano de gestatildeo para coordenar e acompanhar a execuccedilatildeo

das operaccedilotildees indicando as correccedilotildees de rumo necessaacuterias Esse sistema de

gestatildeo deve tambeacutem garantir a eficiente utilizaccedilatildeo dos recursos promovendo a

comunicaccedilatildeo entre os planejadores e executores O sucesso de um plano ou pelo

menos a possibilidade de que ele seja efetivamente implementado depende de

como seraacute feita sua gestatildeo (CAMPOS FARIA SANTOS 2010)

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TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

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com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

49

7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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TABELA 05 GESTAtildeO DO PLANO PARA O ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA PREVALENCIA DA DIABETES MELLITUS NA UBS MARIA DAS DORESBELO VALE MG 2015

OPERACcedilAtildeO PROJETO PRODUTOS RESPON-

SAacuteVEL PRAZO SITUA-CcedilAtildeO ATUAL

ldquoMais sauacutederdquo Implantar a alimentaccedilatildeo saudaacutevel e atividade fiacutesica como papel fundamental no controle da doenccedila

-Movimento Esporte eacute sauacutede Academia ao ar Livre -Grupo de caminhada com atividades fiacutesicas orientadas -Programa Alimentaccedilatildeo saudaacutevel -Programa de apoio contra luta de tabaco e aacutelcool

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoLinha de cuidadordquo Implantar linha de cuidado para usuaacuterios com DM e o controle da sauacutede bucal

-Linha de cuidados implantada -Manter atualizado o cadastro dos usuaacuterios diabeacuteticos da aacuterea de abrangecircncia por grau de risco -Equipe de sauacutede capacitada

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoSaber Maisrdquo -Aumentar o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios sobre a DM

-Avaliaccedilatildeo sobre o niacutevel de conhecimento dos usuaacuterios -Capacitaccedilatildeo dos agentes de sauacutede -Grupos educativos

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

ldquoForca do saberrdquo Aumentar o niacutevel de informaccedilatildeo dos diabeacuteticos em relaccedilatildeo

-Avaliaccedilatildeo do niacutevel de informaccedilatildeo dos pacientes diabeacuteticos sobre o tratamento

ACS meacutedico

enfermeira 3meses

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com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

50

REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 48: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

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com a importacircncia do uso correto das medicaccedilotildees

da doenccedila -Grupos educativos -Programa de orientaccedilatildeo de como tomar as medicaccedilotildees

Fonte Elaboraccedilatildeo da equipe (2015)

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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

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REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

O DM eacute uma doenccedila crocircnica que exige mudanccedilas de haacutebitos e

desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deveratildeo ser

mantidos por toda a vida A educaccedilatildeo em diabetes evoluiu muito nos uacuteltimos anos e

as teacutecnicas atuais para o estiacutemulo e treinamento do autocuidado utilizam um modelo

mais focado no paciente buscando promover mudanccedilas de comportamento mais

positivas

O estabelecimento de um plano alimentar para controle de pacientes com DM

associado a mudanccedilas no estilo de vida incluindo a atividade fiacutesica satildeo

considerados terapias de primeira escolha

O diabetes possui tratamento medicamentoso e natildeo farmacoloacutegico As

complicaccedilotildees dela decorrentes satildeo muitas vezes graduais e irreversiacuteveis sendo

percebidas somente apoacutes jaacute em grande parte instaladas Esta condiccedilatildeo exige que o

profissional de sauacutede seja eneacutergico na implantaccedilatildeo do tratamento Em contrapartida

o tratamento e acompanhamento quando bem controlados podem trazer benefiacutecios

ao paciente de forma a inibir o surgimento de complicaccedilotildees da DM ocasionando

melhor qualidade de vida ao paciente

Por ser uma patologia muitas vezes assintomaacutetica a falta de sofrimento do

paciente natildeo estimula a adesatildeo ao tratamento sendo uma peculiaridade de

importacircncia na efetividade do acompanhamento

Com a divulgaccedilatildeo deste trabalho eacute esperado que se tenha maiores

condiccedilotildees de acompanhamento e tratamento dos pacientes da comunidade

abrangida pela UBS Maria das Dores em Belo ValeMG permitindo melhor conviacutevio

familiar aceitaccedilatildeo consciente da enfermidade e dando qualidade de vida aos

afetados

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REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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REFEREcircNCIAS ADA Associaccedilatildeo Americana de Diabetes Diagnosis and classification of diabetes mellitus Diabetes Care35 Suppl 1 p64-71 2012 ASSUNCcedilAtildeO Thaiacutes Silva Estudo de fatores associados agrave adesatildeo ao tratamento natildeo farmacoloacutegico em portadores de diabetes mellitus assistidos pelo Programa Sauacutede da Famiacutelia Ventosa Belo Horizonte (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S1413-81232008000900024 gt Acesso em 22 abril 2016 BARRINUEVO Giselle Diabetes Mellitus (2013) Disponiacutevel em lt httpsaudehi7codiabetes-mellitus-561f2c7c03c95html gt Acesso em 23 abril 2016 BELO VALE Portal da Prefeitura Municipal de Belo ValeMG Disponiacutevel em lt httpwwwbelovalemggovbr gt Acesso em 10 junho 2015 BELO VALE Secretaria Municipal de Sauacutede Plano de Sauacutede do Municiacutepio de Belo Vale Belo Vale Secretaria Municipal da Sauacutede 2014 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Poliacuteticas de Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Coordenaccedilatildeo de Desenvolvimento de Praacuteticas de Atenccedilatildeo Baacutesica Diabetes mellitus ndash DM protocolo Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica Caderno 16 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2006 BRASIL Biblioteca Virtual em Sauacutede Descritores em Ciecircncias da Sauacutede Brasiacutelia [online] 2014 Disponiacutevel em lt httpdecsbvsbr gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Estimativa populacional para 2014 Brasiacutelia IBGE 2010 Cidades Brasiacutelia[online] 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwcidadesibgegovbrxtrashomephp gt Acesso em 12 junho 2015 BRASIL Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBGE Portal CIDADES Minas Gerais raquo Belo Vale raquo mapa de pobreza e desigualdade - municiacutepios brasileiros - 2003 Disponiacutevel em lt httpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=310640ampidtema=19ampsearch=minas-gerais|belo-vale|mapa-de-pobreza-e-desigualdade-municipios-brasileiros-2003 gt Acesso em 27 maio 2016 BRASIL Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA) Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil Brasiacutelia IPEA 2013 BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica (IDEB) ndash 20102011 Brasiacutelia MEC 2012 Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenccedilas crocircnicas nas redes de atenccedilatildeo agrave sauacutede e nas linhas de cuidado prioritaacuterias Ministeacuterio da Sauacutede

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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
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Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 28 p il Brasil Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnica diabetes mellitus Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013 160 p il (Cadernos de Atenccedilatildeo Baacutesica n 36) BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Vigilacircncia de Fatores de Risco e Proteccedilatildeo para Doenccedilas Crocircnicas por Inqueacuterito Telefocircnico (Vigitel) Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2010 CAMPOS F C C de FARIA H P de SANTOS M A dos Planejamento e avaliaccedilatildeo das accedilotildees em sauacutede Curso de Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica de Sauacutede da Famiacutelia 2ed Belo Horizonte NesconUFMG 2010 Disponiacutevel em lt httpswwwnesconmedicinaufmgbrbibliotecaregistroPlanejamento_e_avaliacao_das_acoes_de_saude_23 gt Acesso em 12 junho 2015 VILLAS BOAS Lilian Cristiane Gomes FREITAS Maria Cristina Foss PACE Ana Emilia Adesatildeo de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 ao tratamento medicamentoso Revista Brasileira de Enfermagem Vol67 No2 Brasiacutelia Mar Apr (2014) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0034-71672014000200268 gt Acesso em 22 abril 2016 GROFF Daniela de Paoli Adesatildeo ao tratamento dos pacientes diabeacuteticos tipo II usuaacuterios da estrateacutegia sauacutede da famiacutelia situada no bairro Metropol de Criciuacutema SC 2011 Disponiacutevel em lt httpwwwacmorgbrrevistapdfartigos878pdf gt Acesso em 22 abril 2016 JANNUZZI Fernanda Freire RODRIGUES Roberta Cunha Matheus CORNEacuteLIO Mariacutelia Estevam SAtildeO-JOAtildeO Thaiacutes Moreira SAtildeO-JOAtildeO GALLANI Maria Ceciacutelia Bueno Jayme Crenccedilas Relacionadas a adesatildeo ao tratamento com antidiabeacuteticos orais segundo a Teoria do Comportamento Planejado (2014) Revista latino ndash Americana de Enfermagem v 22 n 4 Ribeiratildeo Preto jul aug 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwrevistasuspbrrlaearticleview86646 gt Acesso em 22 abril 2016 LIMA Fernanda Diabetes Mellitus (2016) Disponiacutevel em lt httpwwwinfoescolacomdoencasdiabetes-mellitus gt Acesso em 22 abril 2016 MIRANZI Sybelle de Souza Castro Qualidade de vida de indiviacuteduos com diabetes mellitus e hipertensatildeo acompanhados por uma equipe de sauacutede da famiacutelia (2008) Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrscielophpscript=sci_arttextamppid=S0104-07072008000400007 gt Acesso em 22 abril 2016 PONTIERI Flavia Melo Crenccedilas de pacientes diabeacuteticos acerca da terapia nutricional e sua influecircncia na adesatildeo ao tratamento (2007) Disponiacutevel em lt httpwwwscielosporgpdfcscv15n1a21v15n1pdf gt Acesso em 22 abril 2016

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Page 52: GEMA MARIA RIVERON PENA - nescon.medicina.ufmg.br · O município é servido de água pela empresa Companhia deÁgua S.A. (COPASA) e de luz pela Companhia Elétrica de Minas Gerais

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RIPARDO Faacutebio Diabetes rastreamento diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo (2012) Disponiacutevel em lt httpjfabioripardoblogspotcombr201211diabetes-rastreamento-diagnosticohtmlVxtdHtQrLrd gt Acesso em 23 abril 2016 SANTO Michelle Brandatildeo do Espiacuterito Adesatildeo dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacoloacutegico e natildeo farmacoloacutegico na atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede (2012) Disponiacutevel em lt httpperiodicospucminasbrindexphpenfermagemrevistaarticleview3275 gt Acesso em 22 abril 2016 Sociedade Brasileira de Diabetes Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013-2014 [organizaccedilatildeo Joseacute Egidio Paulo de Oliveira Seacutergio Vencio] ndash Satildeo Paulo AC Farmacecircutica 2013 Turcatto H Santos M A Cordeiro C Luchetti F F dos Adesatildeo ao tratamento em Diabetes Mellitus em unidades da estrateacutegia da sauacutede da famiacutelia Revista da Escola de Enfermagem da USP Satildeo Paulo v 48 n2 abr 2014 Disponiacutevel em lt httpwwwscielobrpdfreeuspv48n2pt_0080-6234-reeusp-48-02-257pdf gt Acesso em 22 abril 2016

  • 1 INTRODUCcedilAtildeO
  • 3 OBJETIVOS
  • 4 METODOLOGIA
  • 5 REVISAtildeO DA LITERATURA
  • 7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS