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Generalidades sobre Farmacologia L. C. Lucio Carvalho

Generalidades Sobre Farmacologia

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Generalidades sobre

Farmacologia

L. C. Lucio Carvalho

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Farmacologia

• Ciência que estuda os fármacos. Sua Fonte, solubilidade, absorção, destino no organismo, mecanismo de ação, efeito, reação adversa (RAM)

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Divisões da Farmacologia

Farmacodinâmica: mecanismo de ação. Farmacocinética: destino do fármaco. Farmacologia pré-clínica: eficácia e RAM do fármaco nos animais (mamíferos). Farmacologia clínica: eficácia e RAM do fármaco no homem (voluntário sadio; voluntário doente). Farmacognosia (gnósis = conhecimento): estudo das substâncias ativas animais, vegetais e minerais no estado natural e sua fontes. Farmacoterapia (assistência farmacêutica): orientação do uso racional de medicamentos. Fitoterapia: uso de fármacos vegetais (plantas medicinais). Farmacotécnica: arte do preparo e conservação do medicamento em formas farmacêuticas. Farmacoepidemiologia: estudo das RAM, do risco/benefício e custo dos medicamentos numa população. Farmacovigilância: detecção de RAM, validade, concentração, apresentação, eficácia farmacológica, industrialização, comercialização, custo, controle de qualidade de medicamentos já aprovados e licenciados pelo Ministério da Saúde. Farmacocinética - é o estudo da velocidade com que os fármacos atingem o sítio de ação e são eliminados do organismo, bem como dos diferentes fatores que influenciam na quantidade de fármaco a atingir o seu sítio. Basicamente, estuda os processos metabólicos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação das drogas.

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O que é um fármaco?

• farmaco deriva do termo grego phárn, que tanto pode significar veneno como remédio. Na terminologia farmacêutica fármaco designa uma substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade farmacológica. Em termos correntes, a palavra fármaco designa todas as substâncias com ação farmacológica, ou pelo menos com interesse médico.

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• De acordo com esta definição, fármaco designa qualquer composto químico que seja utilizada com fim medicinal, o que torna a sua distinção de medicamento bastante sutil.

• Há uma grande confusão, portanto, sobre o uso

de droga e fármaco. Isso porque nos artigos científicos escritos em Inglês, o uso do termo "drug" está sendo usado na função de fármaco. E essa mesma palavra "drug" pode ser ainda utilizada como drogas Ilícitas como: Haxixe, maconha, entre outras. Assim, nas últimas décadas droga adquiriu a conotação de substância ilícitas de abuso. E fármaco para designar, num sentido mais amplo, qualquer substância com atividade benéfica.

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Portanto, Fármaco

• Pode ser definido como uma substância química que interage com uma parte do corpo para alterar um processo fisiológico ou bioquímico existente. Pode diminuir ou aumentar a função de um órgão, tecido ou célula, mas não pode criar novas funções para eles

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Fármaco (pharmacon = remédio): estrutura química conhecida;

propriedade de modificar uma função fisiológica já existente. Não cria função.

Medicamento (medicamentum = remédio) : fármaco com propriedades

benéficas, comprovadas cientificamente.

Todo medicamento é um fármaco, mas nem todo fármaco é um medicamento.

Remédio (re = novamente; medior = curar): substância animal, vegetal, mineral ou sintética; procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, banhos); fé ou crença; influência:

usados com intenção benéfica.

Droga (drug = remédio, medicamento, droga): substância que modifica a

função fisiológica com ou sem intenção

benéfica.

Placebo (placeo = agradar): tudo o que é feito com intenção benéfica para

aliviar o sofrimento: fármaco/medicamento/droga/remédio (em concentração pequena ou mesmo na sua ausência), a figura do médico

(feiticeiro).

Nocebo: efeito placebo negativo. O "medicamento" piora a saúde.

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Histórico

• Anteriormente, a extração de Fármacos era realizado somente através de materiais vegetais ou minerais, sem conhecimento da causa da doença ou de que forma essas substâncias utilizadas faziam seu efeito de cura.

• Paracelso adotou a teoria da Doutrina da Assinatura, que dizia que Deus formulava a cura de uma doença indicando um sinal comparativo. Por exemplo, era o formato da flor de verônica um olho, então a verônica funcionava no combate de tratamento de doenças oculares.

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• Depois do século XIX, iniciou-se a substituição dos fármacos naturais pelos sintéticos, descobertas ao acaso, triagem empírica, modificação molecular, introdução de grupos volumosos, alteração de estado eletrônico, entre outros.

• Atualmente estuda-se os medicamentos geneticamente desenvolvidos. Baseados e Etnias e etc.

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Remédios de marca

•É o produto inovador, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente por ocasião do registro. É geralmente o primeiro remédio que surgiu para curar determinada doença e sua marca é bem conhecida. O laboratório que detém a patente do produto tem exclusividade para produzi-lo durante cinco anos. Depois deste prazo, os laboratórios que estiverem interessados poderão produzir medicamentos genéricos destas marcas. São exemplos de medicamentos de marca novos no mercado o Viagra e o Xenical, entre outros.

Similares

•Contém o mesmo princípio ativo, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência, mas não são bioequivalentes. Apesar de terem qualidade assegurada pelo Ministério da Saúde, os similares não passaram por análises capazes de atestar se seus efeitos no paciente são exatamente iguais aos dos medicamentos de referência nos quesitos quantidade absorvida e velocidade de absorção.

Genéricos

• trazem na embalagem, logo abaixo do nome do princípio ativo que identifica o produto, a frase "medicamento genérico – Lei 9.787/99".

•Tem bioequivalência aos remédios de marca e o nome do medicamento sempre deve ser o nome do principio ativo. Os genéricos podem substituir remédios de marca a critério médico.

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Etapas para se aprovar um medicamento (FDA)

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Etapas para se aprovar um medicamento (FDA)

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Classificação Quanto à origem

Natural (de origem animal, vegetal ou mineral)

• Biosíntese: o fármaco é originado a partir da ingestão e absorção para o tecido alvo. Com variações de tecido para tecido. Ex. penicilina

• Biotransformação: o fármaco é "finalizado" por um ser vivo ou parte dele. Ex: anticoncepcional.

• biologia molecular: um organismo recebe informação genética que não possuía e com ela nos dá o fármaco.

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Artificial

•Síntese: o fármaco é construído pelo homem a partir de pequenas estruturas e com metodologias mais pesadas (altas temperaturas) ex. sulfanilamida

•Semi-síntese: é semelhante à biotransformação, o homem apenas finaliza em poucas etapas uma molécula de certa complexidade e origem natural. Ex. ampicilina

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Quanto a ação

• Organotrópicos – condicionam a alteração de um parâmetro biológico (EX.:anti-hipertensores)

• Etiotrópicos – não influenciam qualquer actividade biológica. Finalidade é matar ou impedir multiplicação de microrganismos patogênicos.

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Quanto a ocasião de uso

• Preventivo - vacinas e anticoncepcionais.

• Substitutivo - vitaminas, insulina.

• Usados para suprimir a causa da doença - bactericidas, bacteriostáticos

• Sintomático - corrigem os sintomas sem eliminar a causa, como ocorre nos analgésicos

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Terminologia de Efeitos • Efeitos que resultam da ação dos fármacos • Efeito terapêutico – ação terapêutica (uma ou mais) • Efeitos secundários – doses usuais e são previsíveis. Não ocorrem para melhoria da situação patológica • Reações adversas – ocasionam sintomas indesejáveis (ou mesmo toxicidade) ou dão lugar a interações

prejudiciais com outros medicamentos usados concomitantemente. • Efeitos tóxicos – reacções provocadas por uma dose excessiva ou por acumulação anormal do fármaco

no organismo. • Efeitos locais – reacções que só ocorrem no local de administração do medicamento; • Efeitos sistémicos – efeitos ocorrem num órgão ou sistema distante do local de administração; • Efeitos sinérgicos – combinação dos efeitos de dois ou mais fármacos, administrados simultaneamente –

efeito final é superior à soma dos efeitos de cada um deles isoladamente. EX.: relaxante muscular+analgésico

• Efeitos antagónicos – efeito oposto entre dois fármacos. Ex.: potássio (frequência cardíaca) /

digitálicos(frequência cardíaca). Potássio antagonisa a potência do digitálico.

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Terminologia • Absorção - é a passagem do fármaco do local em que foi

administrado para a circulação sistêmica. Constitui-se do transporte da substância através das membranas biológicas. Tratando-se da via de administração intavenosa, não se deve considerar a absorção, uma vez que, neste caso, o fármaco é administrado diretamente na corrente sanguínea.

• Alguns fatores influenciam a absorção, tais como: características físico-quimicas da droga, veículo utilizado na formulação, perfusão sangüínea no local de absorção, área de absorção à qual o fármaco é exposto, via de administração, forma farmacêutica, entre outros.

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Vias de Administração

• As principais vias de administração de fármacos são: via oral (a mais usada), via intravenosa, via intramuscular, via subcutânea, via retal.

• Cada uma dessas vias possui características próprias, que influenciam na absorção.

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• Biodisponibilidade - indica a quantidade de drogas que atinge seu local de ação ou um fluido biológico de onde tem acesso ao local de ação. É uma fração da droga que chega à circulação sistêmica. Bioequivalência - é a equivalência farmacêutica entre dois produtos, ou seja, dois produtos são bioequivalentes quando possuem os mesmos princípios ativos, dose e via de administração, e apresentam estatisticamente a mesma potência.

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• Distribuição - é a passagem de um fármaco da corrente sanguínea para os tecidos. A distribuição é afetada por fatores fisiológicos e pelas propriedades físico-químicas da substância. Os fármacos pouco lipossolúveis, por exemplo, possuem baixa capacidade de permear membranas biológicas, sofrendo assim restrições em sua distribuição. Já as substâncias muito lipossolúveis podem se acumular em regiões de tecido adiposo, prolongando a permanência do fármaco no organismo. Além disso, a ligação às proteínas plasmáticas pode alterar a distribuição do fármaco, pois pode limitar o acesso a locais de ação intracelular. Biotransformação ou metabolismo - é a transformação do fármaco em outra(s) substância(s), por meio de alterações químicas, geralmente sob ação de enzimas inespecíficas. A biotransformação ocorre principalmente no fígado, nos rins, nos pulmões e no tecido nervoso.

Entre os fatores que podem influenciar o metabolismo dos fármacos estão as características da espécie animal, a idade, a raça e fatores genéticos, além da indução e da inibição enzimáticas.

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• Indução enzimática - é uma elevação dos níveis de enzimas (como o complexo Citocromo P450) ou da velocidade dos processos enzimáticos, resultantes em um metabolismo acelerado do fármaco. Alguns fármacos têm a capacidade de aumentar a produção de enzimas ou de aumentar a velocidade de reação das enzimas. Como exemplo, podemos citar o Fenobarbital, um potente indutor que acelera o metabolismo de outro fármacos quanto estes são administrados concomitantemente. Inibição enzimática - caracteriza-se por uma queda na velocidade de biotransformação, resultando em efeitos farmacológicos prolongados e maior incidência de efeitos tóxicos do fármaco. Esta inibição em geral é competitiva. Pode ocorrer, por exemplo, entre duas ou mais drogas competindo pelo sítio ativo de uma mesma enzima. Metabólito - é o produto da reação de biotransformação de um fármaco. Os metabólitos possuem propriedades diferentes das drogas originais. Geralmente, apresentam atividade farmacológica reduzida e são compostos mais hidrofílicos, portanto, mais facilmente eliminados. Em alguns casos, podem apresentar alta atividade biológica ou propriedades tóxicas. Excreção ou eliminação - é a retirada do fármaco do organismo, seja na forma inalterada ou na de metabólitos ativos e/ou inativos. A eliminação ocorre por diferentes vias e varia conforme as características físico-químicas da substância a ser excretada.

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• Meia-vida - a meia-vida (T1/2) é o tempo necessário para que a concentração plasmática de determinado fármaco seja reduzida pela metade. Supondo então que a concentração plasmática atingida por certo fármaco seja de 100 mcg/mL e que sejam necessários 45 minutos para que esta concentração chegue a 50 mcg/mL, a sua meia-vida é de 45 minutos.

• Efeito de primeira pasagem (EPP ou FPE) - é o efeito que ocorre quando há biotransformação do fármaco antes que este atinja o local de ação. Pode ocorrer na parede do intestino, no sangue mesentérico e, principalmente, no fígado. Steady state ou estado de equilíbrio estável - é o ponto em que a taxa de eliminação do fármaco é igual à taxa de biodisponibilidade, ou seja, é quando o fármaco encontra-se em concentração constante no sangue. Clearance ou depuração - é a medida da capacidade do organismo em eliminar um fármaco. Esta medida é dada pela soma da capacidade de biotransformação de todos os órgãos metabolizados. Assim, se um fármaco é biotransformado nos rins, fígado e pulmòes, o clearance total é a soma da capacidade metabolizadora de cada um desses órgãos, isto é, é a soma do clearance hepático com o clearance renal com o clearance pulmonar. Terapia de dose única - nesta, a administração da dose seguinte se dá quando toda a dose anterior é eliminada. Ou seja, o intervalo entre as doses deve ser um tempo suficiente para que o organismo elimine totalmente a dose anterior (em geral, um tempo maior que 10 meias-vidas). Dessa forma, não há acúmulo de fármaco na circulação. Terapia de dose múltipla - neste caso, ao contrário daquilo que ocorre em doses únicas, o intervalo entre doses é menor do que aquele necessário para a eliminação da dose anterior. Por isso, ocorre acúmulo da droga no sangue, até que se atinja o equilíbrio (steady state).

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• Dose de ataque ou inicial - é a dose de determinado fármaco que deve ser administrada no início do tratamento, com o objetivo de atingir rapidamente a concentração efetiva (concentração-alvo). Dose de manutenção - é a dose necessária para que se mantenha uma concentração plasmática efetiva. Utilizada na terapia de dose múltipla, para que se mantenha a concentração no estado de equilíbrio estável (steady state). Pico de concentração plasmática - é a concentração plasmática máxima atingida pelo fármaco após a administração oral. Curva de concentração plasmática - é o gráfico em que se relaciona a concentração plasmática do fármaco versus o tempo decorrido após a administração. A área sob a curva ou extensão da absorção é um parâmetro farmacocinético utilizado para determinar a quantidade de droga após a administração de uma única dose. Compartimento central - é a soma do volume plasmático com o líquido extracelular dos tecidos altamente perfundidos (como pulmões, coração, fígado), onde a concentração da droga é difundida instantaneamente. Compartimento periférico - formado por tecidos de menor perfusão, este compartimento precisa de mais tempo para que seja atingido um equilíbrio de concentração. São tecidos como os músculos, a pele, tecido gorduroso, entre outros.