Geografia Do Brasil

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  • Sumrio:

    1 - Geografia do Brasil ..............................................................................2

    1.1 Dados Gerais ................................................................................2 1.2 - Coordenadas geogrficas do Brasil .....................................................5 1.3 - Fronteiras do Brasil ........................................................................7 1.4 Geologia do Brasil ..........................................................................7

    1.4.1 - Relevo ................................................................................ 12 1.5 - Clima ....................................................................................... 19 1.6 - Hidrografia................................................................................. 23 1.7 - Vegetao.................................................................................. 29 1.8 Fauna ......................................................................................... 39 1.9 - Litoral ..................................................................................... 40 1.10 - Recursos naturais ...................................................................... 45 1.11 - Diviso poltica ......................................................................... 48 1.12 - Preservao ambiental no Brasil ..................................................... 49 1.13 - Economia do Brasil...................................................................... 51

    1.13.1 - Economia por regio .............................................................. 57 1.14 - Energia do Brasil ........................................................................ 58 1.15 - Demografia do Brasil ................................................................... 60

    1.15.1 - A Populao e o Espao Urbano................................................. 64 1.16 - Atividade Industrial no Brasil ......................................................... 66 1.17 - O TRABALHO NO BRASIL ............................................................... 68 1.18 - A questo Agrria ....................................................................... 72 1.19 - Amaznia ................................................................................. 77 1.20 - Regio Nordeste do Brasil ............................................................. 84 1.21 - Amrica do Sul .......................................................................... 91 1.22 - Exerccios................................................................................. 95 1.23 - Referncias bibliogrficas ........................................................... 117

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    1 - Geografia do Brasil 1.1 Dados Gerais Continente Amrica do Sul Regio Brasil Coordenadas geogrficas 1000S, 5500W rea - Ranking 5 maior - Total 8.514.876,599 km 1,2 - Terra 8.456.510 km - gua 55.455 km Fronteiras - Total 16.885 km - Pases vizinhos Argentina 1.261 km

    Bolvia 3.423 km

    Colmbia 1.644 km

    Guiana Francesa 730,4 km

    Guiana 1.606 km

    Paraguai 1.365 km

    Peru 2.995 km

    Suriname 593 km

    Uruguai 1.068 km

    Venezuela 2.200 km

    Linha costeira 7.491 km Reivindicaes martimas - Mar territorial 12 nm - Zona contgua 24 nm - Zona econmica exclusiva 200 nm - Plataforma continental 200 nm Extremos de elevao - Ponto mais alto Pico da Neblina 2.994 m - Ponto mais baixo Oceano Atlntico 0 m

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    Relevo Plancies na Regio Norte, Nordeste e Centro-Oeste; planaltos na regio Sul e Sudeste. Clima Principalmente tropical, mas Subtropical ao sul. Recursos naturais bauxita, ouro, ferro, mangans, nquel, platina, alumnio, urnio, petrleo e opala (PI). Uso da terra - Terra arvel 6,93% (2005) - Cultivos permanentes 0,89% (2005) - Outros 92,18% (2005) Terra irrigada 29.200 km Perigos naturais Secas e inundaes na regio Nordeste; inundaes na regio Sudeste; geadas e inundaes na regio Sul. Problemas ecolgicos Desmatamento da Floresta Amaznica (a maior floresta tropical do mundo) e poluio do ar e das guas (rios e mares) nas grandes metrpoles (So Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre), em detrimento s atividades qumico-industriais imprprias. na extenso territorial do Brasil, esto includos o arquiplago de Fernando de Noronha, o Atol das Rocas, a Ilha da Trindade, as Ilhas Martin Vaz e os Penedos de So Pedro e So Paulo.

    Segundo Resoluo n 05, de 10 de outubro de 2002 do IBGE.

    A geografia do Brasil um domnio de estudos e conhecimentos sobre todas as caractersticas geogrficas do territrio brasileiro.

    Descrio geral

    O Brasil o quinto maior pas do mundo em rea: tem 1,7% das terras emersas e ocupa 47% da Amrica do Sul. Est localizado na poro centro-oriental deste continente, com seu litoral banhado pelo oceano Atlntico. O Brasil tem uma rea total de 8.514.876 [1] [2] km que inclui 8.456.510 km de terra e 55.455 km de gua. O ponto culminante do Brasil o Pico da Neblina, com 2.994 m[3]; o ponto mais baixo o nvel do mar. O Brasil faz fronteira com nove repblicas sul-americanas: Argentina, Bolvia, Colmbia, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela e o departamento ultramarino da Guiana Francesa. Por comparao, o Brasil um pouco menor em extenso territorial em relao aos Estados Unidos da Amrica.

    A maior parte de seu clima tropical, embora algumas zonas possam ser classificadas como temperadas. O maior rio do Brasil, e tambm o mais extenso do mundo, o Amazonas. A floresta que cobre a bacia do rio Amazonas constitui quase a metade das florestas equatoriais da Terra.

    O relevo do Brasil formado por planaltos e plancies. Os planaltos ocupam a maior parte do territrio brasileiro. Os principais planaltos so o Planalto das Guianas no extremo norte e o Planalto Brasileiro no centro-oeste, no nordeste, no sudeste e no

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    sul. As principais plancies so: a Plancie Amaznica no norte, a Plancie do Pantanal no sudoeste e a Plancie Costeira ou Litornea banhada pelo Oceano Atlntico.

    Os principais climas do Brasil so: equatorial no norte, semi-rido no nordeste, tropical na maior parte do pas, tropical de altitude no sudeste e subtropical no sul.

    As principais bacias hidrogrficas do Brasil so: a Bacia do rio Amazonas no norte, a Bacia do Tocantins-Araguaia no centro, a Bacia do So Francisco no leste, a Bacia do Paran no centro-sul, a Bacia do Paraguai no sudoeste, a Bacia do Uruguai no extremo sul, a Bacia do Atlntico Sul no litoral sul, a Bacia do Atlntico Sudeste no litoral sudeste, a Bacia do Atlntico Leste no litoral leste, a Bacia do Atlntico Nordeste Oriental no nordeste e as Bacias do Parnaba e a do Atlntico Nordeste Ocidental no meio-norte.

    O Brasil tem diferentes tipos de vegetao. Os principais so: a Floresta Amaznica no norte, a Mata dos Cocais no meio-norte, a Mata Atlntica desde o nordeste at o sul, a Mata das Araucrias no sul, a Caatinga no nordeste, o Cerrado no centro, o Complexo do Pantanal no sudoeste, os campos no extremo sul com manchas esparsas em alguns estados do pas e a vegetao litornea desde o Amap at Rio Grande do Sul.

    rea

    Mapa-mndi com a relao dos pases por ordem de rea. Trata-se de um tema bastante relativo na geografia mundial.

    Total: 8.514.876,599 km (inclui as guas internas). Terra seca: 8.456.510 km (inclui o arquiplago de Fernando de Noronha e

    tambm Ilha Grande, Ilha Bela, entre outras menores).

    Deste modo, o Brasil o pas mais extenso da Amrica do Sul. ainda o terceiro das Amricas e o quinto do mundo: apenas a Rssia (com 17.075.400 km), o Canad (com 9.970.610 km), a Repblica Popular da China (com 9.517.300 km) e os Estados Unidos da Amrica (com 9.372.614 km) tm maior extenso.

    Devido ao fato de apresentar to grande extenso territorial, o Brasil considerado um pas continental, ou seja, um pas cujas dimenses fsicas atingem a proporo de um verdadeiro continente, sendo que seu territrio ocupa 1,6% da superfcie do globo terrestre, 5,7% das terras emersas do planeta Terra, 20,8% da superfcie do continente americano e 47,3% da superfcie da Amrica do Sul.

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    Como o Brasil tem o formato aproximado de um gigantesco tringulo, mais precisamente de um corao, mais extenso no sentido leste-oeste do que no sentido norte-sul. Entretanto, como essas distncias so quase iguais, costuma-se dizer que o Brasil um pas eqidistante.

    Distncia Leste-Oeste: (em linha reta) 4.328 km. Distncia Norte-Sul: (em linha reta) 4.320 km.

    Localizao

    Localizao do Brasil.

    O Brasil se encontra nos hemisfrios sul, norte e inteiramente no hemisfrio ocidental do planeta Terra, est localizado no continente americano, situando-se na poro centro-oriental da Amrica do Sul, entre as latitudes +516'20" N e -3344'32" S e entre as longitudes -3445'54"L e -7359'32" O.

    cortado ao norte pela Linha do Equador, que atravessa os estados do Amazonas, Roraima, Par e Amap, e pelo Trpico de Capricrnio, que passa pelos estados de Mato Grosso do Sul, Paran e So Paulo, aos 2327'30" de latitude sul. A maior parte do territrio brasileiro fica no hemisfrio sul (93%) e na zona tropical (92%).

    Estando na poro centro-oriental da Amrica do Sul, limita com todos os pases sul-americanos, exceto com o Equador e o Chile. Ao norte faz fronteira com a Guiana, Guiana Francesa, Suriname e a Venezuela; a noroeste com a Colmbia; a oeste com o Peru e a Bolvia; a sudoeste com o Paraguai e a Argentina; e ao sul com o Uruguai. Toda a sua extenso nordeste, leste e sudeste so banhadas pelo Oceano Atlntico.

    O espao geogrfico do Brasil considerado excepcionalmente privilegiado, j que quase inteiramente aproveitvel, no apresentando desertos, geleiras ou cordilheiras - as chamadas reas anecmenas, que impossibilitam a plena ocupao do territrio, como ocorre com a maior parte dos pases muito extensos da Terra.

    1.2 - Coordenadas geogrficas do Brasil

    O Brasil est situado entre os paralelos 516'19" de latitude norte e 3345'09" sul e entre os meridianos 3445'54" de longitude leste e 7359'32" oeste.

    O pas cortado simultaneamente ao norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trpico de Capricrnio; por isso, possui a maior parte do seu territrio situado no hemisfrio sul (92%), na zona tropical (93%), a menor parte no hemisfrio norte (1%) e a outra na zona temperada do sul (7%).

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    Altitudes e pontos extremos

    Pontos extremos do Brasil.

    As altitudes do territrio brasileiro so modestas, de modo geral. O territrio no apresenta grandes cadeias de montanhas, cordilheiras ou similares. O ponto mais elevado no Brasil o Pico da Neblina, com cerca de 2.994 m de altitude. O ponto mais baixo s margens de suas praias no Oceano Atlntico, com altitude de 0 m[carece de fontes?].

    Ao norte, o limite a nascente do rio Ail, no Monte Caburai, Roraima, fronteira com a Guiana.

    Ao sul, o limite extremo uma curva do arroio Chu, no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai.

    No leste, o ponto extremo a Ponta do Seixas, na Paraba. O ponto extremo do oeste a nascente do rio Moa, na serra da Contamana ou

    do Divisor, no Acre, fronteira com o Peru.

    Fusos horrios

    A partir de junho de 2008, o territrio brasileiro, incluindo as ilhas ocenicas, passou a estender-se por apenas trs fusos horrios, todos a oeste do meridiano de Greenwich (longitude 0). Em cada faixa de 15 entre pares de meridianos ocorre a variao de uma hora. Isso significa que horrio oficial no Brasil varia de 2 a 4 horas a menos em relao hora de Greenwich (GMT). O primeiro fluxo engloba as ilhas ocenicas (longitude 30 O) e tem 2 horas a menos que a GMT. O segundo (45 O) tem 3 horas a menos e a hora oficial do Brasil. Abrange Braslia, Minas Gerais, Gois, Tocantins e todos os estados brasileiros banhados pelo oceano Atlntico. No terceiro (60 O), que tem quatro horas a menos, esto inclusos todos os demais estados: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Roraima, Rondnia, Amazonas e Acre. O fuso que tinha 5 horas a menos em relao GMT deixou de existir.

    Horrio de vero

    Desde 1985 o Brasil adota o horrio de vero, no qual os relgios de parte dos estados so adiantados em uma hora num determinado perodo do ano. No perodo de outubro a fevereiro, estabelecido o horrio de vero nas regies Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Nesses lugares, durante o vero, a durao do dia significativamente maior do que a durao da noite, pois a mudana de horrio retarda a entrada eltrica, quanto

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    ao pico de consumo de energia eltrica, quando as luzes das casas so acesas. Com isso o governo espera diminuir em 1% o consumo nacional de energia. Nos outros estados a pequena diferena de durao entre o dia e noite em todas as estaes do ano no favorece a adoo do novo horrio.

    Fronteiras

    O Brasil tem 23.086 km de fronteira, sendo 15.791 km terrestre e 7.367 km martima.

    Martimas

    O litoral estende-se da foz do rio Oiapoque, no cabo Orange, ao norte, at o arroio Chu, no sul. A linha costeira do Brasil tem uma extenso de 7.491 km[6], constituda principalmente de praias de mar aberto.

    Terrestres

    Com exceo de Equador e Chile, todos os pases da Amrica do Sul fazem fronteiras com o Brasil. As extenses da fronteira com cada pas vizinho so:

    1.3 - Fronteiras do Brasil

    Pas Extenso

    Argentina 1.223 km

    Bolvia 3.400 km

    Colmbia 1.643 km

    Guiana 1.119 km

    Guiana Francesa 673 km

    Paraguai 1.290 km

    Peru 1.560 km

    Suriname 597 km

    Uruguai 985 km

    Venezuela 2.200 km

    Total 14.691 km

    1.4 Geologia do Brasil

    O territrio brasileiro, juntamente com o das Guianas, distingue-se nitidamente do resto da Amrica do Sul pela simples observao do mapa geolgico do continente. Na

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    regio ocidental situam-se os Andes, que sobressaem como se fossem sua coluna vertebral, formando as cadeias montanhosas mais elevadas da Amrica do Sul.

    Larga faixa adjacente aos Andes, no lado oriental, comportou-se, em geral, como rea subsidente no Cenozico e atualmente est coberta por depsitos quaternrios, estendendo-se em plancies baixas e contnuas com diversos nomes geogrficos (Pampas, Chaco, Beni, Llanos).

    Ocorrem pequenas reas de rochas pr-cambrianas distribudas ao longo do geossinclneo Andino (restos do embasamento trazidos superfcie pelos desdobramentos e falhas) e outras dispostas transversalmente ao eixo da grande cadeia. No mais, somente afloram rochas paleozicas, mesozicas e cenozicas, na regio andina e na faixa oriental adjacente.

    Estrutura geolgica

    Escudos antigos ou macios cristalinos

    So blocos imensos de rochas muito antigas, as primeiras que apareceram na crosta terrestre. Constitudos de rochas cristalinas, do tipo magmtico-plutnicas, formadas em eras pr-cambrianas, ou de rochas metamrficas, originadas de material sedimentar do Paleozico, so extenses resistentes, estveis, bastante desgastadas e geralmente associadas ocorrncia de minerais metlicos.

    No Brasil, correspondem a cerca de 36% da rea total de seu territrio e so divididos em duas grandes pores: o escudo das Guianas, ao norte da plancie Amaznica, e o escudo Brasileiro, na parte centro-oriental do pas, cuja grande extenso permite divid-lo em seis escudos e ncleos: Sul-Amaznico, Atlntico, Araguaia-Tocantins, Sul-Rio Grandense, Gurupi e Bolvio-Mato Grossense.

    Bacias Sedimentares

    So depresses relativas, ou seja, planos mais baixos encontrados nos escudos, preenchidos por detritos ou sedimentos das reas prximas. Esse processo de deposio sedimentar deu-se nas eras Paleozica, Mesozica e Cenozica e ocorre ainda hoje.

    Elas esto associadas presena de combustveis fsseis - o petrleo, o carvo, o xisto e o gs natural.

    No Brasil, correspondem a 64% do territrio nacional, constituindo grandes bacias, como a Amaznica, a do Meio-Norte, a do Paran, a So-Franciscana e a do Pantanal Mato Grossense, ou pequenas bacias, geralmente alojadas em compartimentos de planaltos, como as de Curitiba, do Recncavo Baiano, de Taubat, de Resende e de So Paulo.

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    Pr-cambriano

    As maiores reas de afloramento de rochas pr-cambrianas da Amrica do Sul esto no Brasil e nas Guianas. So os escudos. Os terrenos brasileiros mais antigos, constitudos de rochas de intenso metamorfismo, foram denominados em 1915, de complexo Brasileiro, por J.C. Branner. So tambm designados como embasamento Cristalino, ou, simplesmente, cristalino. A bacia sedimentar do Amazonas, cuja superfcie est coberta em grande parte por depsitos cenozicos, em continuao aos da faixa adjacente dos Andes, separa o escudo das Guianas do escudo Brasileiro.

    O escudo das Guianas abarca, alm das Guianas, parte da Venezuela e do Brasil, ao norte do rio Amazonas. As rochas mais antigas desse escudo datam de 2.500.000.000 mais ou menos 400 milhes de anos. Boa parte da superfcie coberta por sedimentos horizontais no metamorfoseados, da formao Roraima, que sofreram intruses dolerticas datadas de 1.700.000.000 de anos. Essa , portanto, uma rea estvel desde longa data.

    Pequena zona de rochas pr-cambrianas ocorre na faixa dos estados nordestinos do Maranho e Par, constituindo o ncleo pr-cambriano de So Lus, com rochas muito antigas, aproximadamente de dois bilhes de anos. Ultimamente, tm-se ampliado muito os conhecimentos sobre o escudo Brasileiro, graas ao incremento das dataes radiomtricas.

    Quase nada se conhece sobre a regio pr-cambriana de Guapor, coberta pela Floresta Amaznica, onde so escassos os afloramentos. As poucas dataes radiomtricas parecem indicar que rochas sofreram um ciclo orogentico datado, aproximadamente, de 2.000 milhes de anos.

    A regio pr-cambriana do rio So Francisco estende por partes dos estados da Bahia, Minas Gerais e Gois, atingindo a costa da Bahia. Uma unidade tectnica muito antiga dessa regio, o geossinclneo do Espinhao, que vai de Ouro Preto at a bacia sedimentar do Parnaba, tem sido muito estudada, principalmente na regio do Quadriltero ferrfero (ver ferro). As rochas mais antigas dessa rea constituem o rio das Velhas, com idades que atingem cerca de 2,5 bilhes de anos.

    Sobre elas assentam, em discordncia, as rochas do grupo Minas, constitudas de metassedimentos que exibem, em geral, metamorfismo de fcies xisto verde. A idade parece situar-se no intervalo entre 1.500 e 1.350 milhes de anos. Dentro desse grupo colocada a formao Itabira, de grande importncia econmica das jazidas de ferro e mangans que contm.

    As rochas do grupo Lavras, colocadas, em discordncia, sobre as do grupo Minas, constituem-se de metassedimento que exibem metamorfismo baixo, sendo comuns metaconglomerados, que tem sido interpretados como devidos a glaciao pr-cambriana.

    Grande parte da rea pr-cambriana do rio So Francisco coberta por rochas sedimentares quase sem metamorfismo e s ligeiramente dobradas, das quais os calcrios constituem boa parcela. Essa sequncia conhecida como grupo Bambu, possui idade que se situa em torno dos 600 milhes de anos. As circunstncias indicam

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    que a regio do rio So Francisco j havia atingido relativa estabilidade nessa poca. Nessa poca, propriamente dita, assim como em todas as partes do mundo, no existiam ainda cidades, rodovias, ferrovias, estados, pases, portos, aeroportos, enfim, tudo o que passou a ter histria, a partir da inveno da escrita cuneiforme.

    Suspeita-se que um grande ciclo orogentico de cerca de dois bilhes de anos de idade, chamado de Transamaznico, perturbou as rochas mais antigas da faixa pr-cambriana acima referida: a regio do rio So Francisco.

    As regies do rio So Francisco e do rio Guapor eram separadas, no fim do Pr-Cambriano, por dois geossinclneos, o Paraguai-Araguaia, margeando as terras antigas do rio Guapor pelo lado oriental.

    As estruturas das rochas parametamrficas do geossinclneo Paraguai-Araguaia esto orientadas na direo norte-sul do Paraguai e sul de Mato Grosso, curvando-se depois para nordeste e novamente para norte-sul no norte de Mato Grosso e Gois, e atingindo, para o norte, o estado do Par, atravs do baixo vale do rio Tocantins. Perfazem extenso de mais de 2.500km. Iniciam-se por extensa seqncia de metassedimentos, constituindo, no sul, o grupo Cuiab e, no norte, o grupo Tocantins. Essa sequncia recoberta pelas rochas do grupo Jangada, entre as quais existem conglomerados tidos como representantes de episdio glacial. A intensidade do metamorfismo que afetou as rochas do geossinclneo Paraguai-Araguaia decresce em direo regio do rio Guapor.

    O geossinclneo Braslia desenvolveu-se em parte dos estados de Gois e Minas Gerais. Suas estruturas, no sul, dirigem-se para noroeste, curvando-se depois para o norte. A intensidade do metamorfismo de oeste para leste, variando de fcies anfibolito para fcies xisto verde.

    A regio central de Gois, que separa o geossinclneo Paraguai-Araguaia do geossinclneo Braslia, constituda de rochas que exibem fcies de metamorfismo de anfibolito. Uma faixa constituda de piroxenitos, dunitos, anortositos, etc., est em grande parte serpentinizada.

    Longa faixa metamrfica estende-se ao longo da costa oriental do Brasil, do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul e Uruguai. Essa faixa, chamada de geossinclneo Paraba por Ebert, exibe rochas com metamorfismo mais intenso na Serra do Mar, da decrescendo em direo a nordeste. Cordani separou a regio sul do Uruguai a So Paulo, denominando-a geossinclneo Ribeira.

    As rochas de baixo metamorfismo (xistos verdes) so grupadas sob diferentes nomes geogrficos: grupo Porongos no Rio Grande do Sul, grupo Brusque em Santa Catarina, grupo Aungui, Paran e sul do estado de So Paulo e grupo So Roque na rea de So Roque-Jundia-Mairipor, no estado de So Paulo.

    Os gnaisses e migmatitos da rea pr-cambriana do norte, no estado de So Paulo e partes adjacentes de Minas Gerais, constituindo a Serra da Mantiqueira, so ainda insuficientemente conhecidos. Seu conhecimento ser muito importante para elucidar entre as rochas parametamrficas dos geossinclneos Braslia e Paraba.

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    A faixa orogentica do Cariri, no Nordeste, possui direes estruturais muito perturbadas por falhas. Um grande acidente tectnico, o lineamento de Pernambuco, separa a faixa do Cariri de uma outra pequena faixa azul, conhecida como geossinclneo de Propri [7]. Importante unidade da faixa tectnica do Cariri o grupo Cear. Seus metassedimentos exibem metamorfismos que variam de fcies xisto verde a de anfibolito. So recobertos, em discordncia, pelas rochas do grupo Jaibara.

    A datao das rochas de todos esses geossinclneos permitiu se estabelecesse que a fase de sedimentao intensa ocorreu no Pr-Cambriano superior. Importante ciclo orogentico marcou o fim desses geossinclneos, h cerca de 600 milhes de anos. Esse ciclo recebeu o nome de Brasileiro.

    As fases tardias do ciclo Brasileiro atingiram o Cambriano e o Ordoviciano. Produziram depsitos que sofreram perturbaes tectnicas, adquirindo mergulhos fortes e grande nmero de falhas, algumas de empurro. No se acompanharam, entretanto, de metamorfismo. Em Mato Grosso extensos depsitos calcrios dessa poca constituem os grupos Corumb, ao sul, e Araras, ao norte. Em discordncia sobre o geossinclneo Corumb, assentam as rochas do grupo Jacadigo, constitudas de arcsios, conglomerados arcosianos, siltitos, arenitos e camadas e lminas de hematita, jaspe e xidos de mangans.

    Na faixa atlntica, h indcios de manifestaes vulcnicas riolticas e andesticas associadas aos metassedimentos cambro-ordovicianos. Ocorrem tambm granitos intrusivos, tardios e ps-tectnicos. Os sedimentos cambro-ordovicianos que marcam os estertores da fase geossinclinal no Brasil no possuem fsseis, por se terem formado em ambiente no marinho. Ocupam reas restritas, cobertas, discordantemente, pelos sedimentos devonianos e carbonferos da bacia do Paran. A maior rea encontra-se no estado do Rio Grande do Sul.

    A seqncia da base chamada de grupo Maric qual sucede o grupo Bom Jardim. Este consiste em seqncias sedimentares semelhantes s do grupo Maric, mas caracterizadas por um vulcanismo andestico muito intenso. Segue-se o grupo Camaqu, cujas rochas exibem perturbaes mais suaves que as dos grupos sotopostos. Intenso vulcanismo rioltico ocorreu nas fases iniciais de deposio do grupo Camaqu. Existem, contudo, evidncias de fases vulcnicas riolticas anteriores: os conglomerados do grupo Bom Jardim contm seixos de rilitos. Vulcanismo andestico intermitente tambm ocorreu durante as fases de sedimentao das rochas do grupo Camaqu.

    Outra grande rea de rochas formadas em ambiente tectnico semelhante a do grupo Itaja, em Santa Catarina. O grupo Castro, no estado do Paran, constitudo de arcsios, siltitos e conglomerados, parece ter-se formado na poca dos grupos acima citados. Rilitos, tufos e aglomerados ocorrem em diversos nveis dessa seqncia. Rochas vulcnicas andesticas marcam as fases finais. Sobre as rochas do grupo Castro descansa uma seqncia de conglomerados, conhecida com formao Iap.

    Outras pequenas reas de sedimentos equivalentes aparecem ainda no estado do Paran. Depsitos aparentemente da mesma idade aparecem ocorrem no estado de So Paulo, entre Guapiara e Ribeiro Branco, na bacia do rio Ribeira do Iguape. Ebert descobriu em 1971, entre Itapira, no estado de So Paulo, e Jacutinga, em Minas

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    Gerais, uma seqncia sedimentar no metamrfica, mas inclinada, a que denominou grupo Eleutrio.

    Bacia Sergipe-Alagoas

    A Bacia de Sergipe-Alagoas situa-se na regio nordeste do Brasil e abrange os estados de mesmo nome, Sergipe e Alagoas, separados pelo rio So Francisco. Em sua poro terrestre apresenta uma rea de 13.000 km . A parte submersa se estende por uma rea de 32.760 km, at a cota batimtrica de 3.000 metros. A bacia limita-se, a norte, com a Bacia de Pernambuco/Paraba, pelo Alto de Maragogi; a sul, o limite da poro emersa constitudo pela Plataforma de Estncia e, no mar, pela Bacia de Jacupe, atravs do sistema de falhas do Vaza-Barris.

    A histria geolgica ps paleozica da bacia pode ser divida em duas grandes etapas. A primeira, do Jurssico Superior ao Cretssio inferior, constitudas por terrenos no marinhos equivalentes ao do Recncavo; a segunda, do Cretssio Inferior ao Tercirio Inferior, constituda por formaes marinhas

    Presena do mar no Tercirio

    Causado pela transgresso marinha no perodo Tercirio, que tomou parte do Nordeste, incluindo o vale do rio So Francisco, Bahia e sul da Paraba. Com a regresso marinha, o Nordeste voltou sua poro continental atual.

    Trissico

    A maior rea do trissico est no Rio Grande do Sul no geoparque da paleorrota. Esta regio foi o bero da paleontologia no Brasil, e formadora de grandes paleontlogos.

    1.4.1 - Relevo

    O Brasil um pas de poucos desnveis. Cerca de 40% do seu territrio encontra-se abaixo de 200 m de altitude, 45% entre 200 e 600 m, e 12%, entre 600 e 900 m. Apenas 3% constituem rea montanhosa, ultrapassando os 900 m de altitude.

    Tradicionalmente, o relevo do Brasil dividido de acordo com a classificao de Ab'Saber, respeitado gegrafo paulista, pioneiro na identificao dos grandes domnios morfoclimticos nacionais. Sua classificao identifica dois grandes tipos de unidades de relevo no territrio brasileiro: planaltos e plancies.

    Mais recentemente, com os levantamentos detalhados sobre as caractersticas geolgicas, geomorflogicas, de solo, de hidrografia e vegetao do pas, foi possvel conhecer mais profundamente o relevo brasileiro e chegar a uma classificao mais detalhada, proposta, em 1989, pelo professor Jurandyr Ross, do Departamento de Geografia da Universidade de So Paulo. Na classificao de Ross, so consideradas trs principais formas de relevo: planaltos, plancies e depresses.

    As duas subsees seguintes detalham ambas as classificaes.

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  • 13

    Planaltos

    Os planaltos ocupam aproximadamente 5.000.000 km e distribuem-se basicamente em duas grandes reas, separadas entre si por plancies e plats: o Planalto das Guianas e o Planalto Brasileiro.

    Vista area do Monte Roraima.

    Planalto das Guianas

    O Planalto das Guianas fica na parte norte do pas, abrangendo tambm Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. muito antigo (do perodo Pr-Cambriano), cristalino e desgastado. Pode ser dividido em duas grandes unidades:

    Regio serrana, situada nos limites setentrionais do planalto. Como o prprio nome indica, apresenta-se como uma linha de serras, geralmente com mais de 2.000 metros de altitude. Nessa regio, na serra do Imeri ou Tapirapec, localiza-se o Pico da Neblina, com 2.994 metros, ponto mais alto do Brasil. Fazem parte desse planalto, ainda, as serras de Parima, Pacaraima, Acara e Tumucumaque;

    Planalto Norte Amaznico, situado ao sul da regio serrana, caracterizado por altitudes modestas, inferiores a 800 metros, intensamente erodidas e recobertas pela densa selva amaznica.

    Planalto Brasileiro

    O Planalto Brasileiro um vasto planalto que se estende por toda a poro central do Brasil, prolongando-se at o nordeste, leste, sudeste e sul do territrio. constitudo principalmente por terrenos cristalinos, muito desgastados, mas abriga bolses sedimentares significativos. Por ser to extenso, dividido em Planalto Central, Planalto Meridional, Planalto da Borborema, Serras e Planaltos do Leste e Sudeste, Planalto do Meio-Norte e Escudo Sul-Riograndense.

    Planalto Central

    O Planalto Central, na poro central do pas, caracteriza-se pela presena de terrenos cristalinos (do Pr-Cambriano) que alternam com terrenos sedimentares do Paleozico e do Mesozico. Nessa regio aparecem diversos planaltos, mas as feies mais marcantes so as chapadas, principalmente as dos Parecis, dos Guimares, dos Pacas Novos, dos Veadeiros e o Espigo Mestre, que serve como divisor de guas dos rios So Francisco e Tocantins.

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  • 14

    Planalto Meridional

    O Planalto Meridional, situado nas terras banhadas pelos rios Paran e Uruguai, na regio Sul, estende-se parcialmente pelas regies Sudeste e Centro-Oeste. dominado por terrenos sedimentares recobertos parcialmente por lavas vulcnicas (basalto). Nessa poro do relevo brasileiro, existem extensas cuestas emoldurando a bacia do Paran. Apresenta duas subdivises: o planalto Arenito-basltico, formado por terrenos do Mesozico (arenticos e baslticos) fortemente erodidos, e a depresso perifrica, faixa alongada e deprimida entre o planalto Arenito-basltico, a oeste e o Planalto Atlntico, a leste.

    Planalto Nordestino

    O Planalto Nordestino, uma regio de altitudes modestas (de 200 m a 600 m) em que se alternam serras cristalinas, como as da Borborema e de Baturit, com extensas chapadas sedimentares, como as do Araripe, do Ibiapaba, do Apodi e outras.

    Serras e Planaltos do Leste do Sudeste

    Pico da Bandeira.

    As Serras e Planaltos do Leste e do Sudeste, esto localizados prximos ao litoral, formando o maior conjunto de terras altas do pas, que se estende do nordeste at Santa Catarina. Os terrenos so muito antigos, datando do perodo Pr-Cambriano, e integram as terras do escudo Atlntico. Merecem destaque, nessa regio, as serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhao, de Capara ou da Chibata, onde se encontra o Pico da Bandeira, com 2.890 metros, um dos mais elevados do relevo do Brasil. Essas montanhas, altas para os padres brasileiros, j atingiram a a altitude dos dobramentos modernos, sendo conseqncia dos movimentos diastrficos (movimentos de amplitude mundial que produziram transformaes no relevo dos continentes) ocorridos no Arqueozico. Em muitos trechos, essas serras desgastadas aparecem como verdadeiros "mares de morros" ou "pes de acar".

    Planalto do Maranho-Piau

    O Planalto do Maranho-Piau (ou do Meio-Norte) situa-se na parte sul e sudeste da bacia sedimentar do Meio-Norte. Aparecem, nessa rea, vrios planaltos sedimentares de pequena altitude, alm de algumas cuestas.

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  • 15

    Escudo Sul-Riograndense

    O Escudo Sul-Riograndense aparece no extremo sul do Rio Grande do Sul e constitudo por terrenos cristalinos com altitudes de 200 a 400 metros, caracterizando uma sucesso de colinas pouco salientes, conhecidas localmente por coxilhas, ou ainda acidentes mais ngremes e elevados, conhecidos como cerros.

    Plancies

    As plancies cobrem mais de 3.000.000 de km do territrio brasileiro. Dividem-se em trs grandes reas: a Plancie Amaznica, a plancie litornea e o Pantanal Matogrossense.

    Rio Amazonas no Brasil.

    Plancie Amaznica

    A mais extensa rea de terras baixas brasileiras est situada na regio Norte. Trata-se da plancie Amaznica e planaltos circundantes, localizados entre o planalto das Guianas (ao norte), o planalto Brasileiro (ao sul), o oceano Atlntico (a leste) e a cordilheira dos Andes (a oeste).

    A plancie, propriamente dita, ocupa apenas uma pequena parte dessa regio, estendendo-se pelas margens do rio Amazonas e seus afluentes. Ao redor dela aparecem vastas extenses de baixos-plats, ou baixos-planaltos sedimentares.

    Observando-se a disposio das terras da plancie no sentido norte-sul, indentificam-se trs nveis altimtricos no relevo:

    Vrzeas, junto margem dos rios, apresentando-se terrenos de formao recente, que sofrem inundaes freqentes, as quais sempre renovam a lmina do solo;

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  • 16

    Mapa da ecoregio da Amaznia. Os limites da ecorregio amaznica so mostrados em amarelo. Imagens: NASA

    Tesos ou terraos fluviais, cujas altitudes no ultrapassam os 30 m e que so periodicamente inundados;

    Baixos-planaltos ou plats, conhecidos localmente por terras firmes, salvos das inundaes comuns, formados por terrenos do Tercirio.

    Plancie do Pantanal

    A mais tpica das plancies brasileiras a plancie do Pantanal, constituda por terrenos do Quaternrio, situada na poro oeste de Mato Grosso do Sul e pequena extenso do sudoeste de Mato Grosso, entre os planaltos Central e Meridional. Como banhada pelo rio Paraguai e seus afluentes, inundada anualmente por ocasio das enchentes, quando vasto lenol aqutico recobre quase toda a regio.

    As partes mais elevadas do Pantanal so conhecidas pelo nome indevido de cordilheiras e as partes mais deprimidas constituem as baas ou largos. Essas baas, durante as cheias, abrigam lagoas que se interligam atravs de canais conhecidos como corixos.

    Plancie Litornea

    As plancies e terras baixas costeiras formam uma longa e estreita faixa litornea, que vai desde o Amap at o Rio Grande do Sul. Em alguns pontos dessa extenso, o planalto avana em direo ao mar e interrompe a faixa de plancie. Aparecem, nesses pontos, falsias, que so barreiras beira-mar resultantes da eroso marinha.

    A plancie costeira constituda por terrenos do Tercirio, que se apresentam como barreiras ou tabuleiros, e por terrenos atuais ou do Quaternrio, nas baixadas. As baixadas so freqentes no litoral e as mais extensas so a Fluminense, a Santista, a do Ribeira de Iguape e a de Paranagu.

    As plancies costeiras do origem, basicamente, s praias, mas ocorrem tambm dunas, restingas, manguezais e outras formaes.

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  • 17

    Relevo segundo Jurandyr Ross

    Tendo participado do Projeto Radam e levado em considerao a classificao de Ab'Saber, Jurandyr Ross props uma diviso do relevo do Brasil to detalhada quanto os novos conhecimentos adquiridos sobre o territrio brasileiro nos dois primeiros projetos. Por isso, ela mais complexa que as anteriores. Sua proposta importante porque resulta de um trabalho realizado com o uso de tcnicas ultramodernas, que permitem saber com mais conhecimento como formado o relevo brasileiro. Esse conhecimento fundamental para vrios projetos (explorao de recursos minerais, agricultura) desenvolvidos no pas.

    Ross aprofundou o critrio morfoclimtico da classificao de Ab'Saber, que passou a fazer parte de um conjunto de outros fatores, como a estrutura geolgica e a ao dos agentes externos do relevo, passados e presentes. Esta terceira classificao considera tambm o nvel altimtrico, j utilizado pelo professor Aroldo de Azevedo, embora as cotas de altitude sejam diferentes das anteriores.

    Desse modo, a classificao de Jurandyr Ross est baseada em trs maneiras diferentes de explicar as formas de relevo:

    morfoestrutural: leva em conta a estrutura geolgica;

    morfoclimtica: considera o clima e o relevo;

    morfoescultural: considera a ao de agentes externos.

    Cada um desses critrios criou um "grupo" diferente de formas de relevo, ou trs nveis, que foram chamados de txons e obedecem a uma hierarquia.

    1 txon: Considera a forma de relevo que se destaca em determinada rea planalto, plancie e depresso.

    2 txon: Leva em considerao a estrutura geolgica onde os planaltos foram modelados bacias sedimentares, ncleos cristalinos arqueados, cintures orognicos e coberturas sedimentares sobre o embasamento cristalino.

    3 txon: Considera as unidades morfoesculturais, formada tanto por plancies como por planaltos e depresses, usando nomes locais e regionais.

    O relevo de determinada regio depende de sua estrutura morfolgica. Tendo sido feita uma nova classificao do relevo, a corresponde uma nova anlise da estrutura geolgica brasileira.

    As novas 28 unidades do relevo brasileiro foram divididas em onze planaltos, seis plancies e onze depresses.

    Planaltos

    Compreendem a maior parte do territrio brasileiro, sendo a grande maioria considerada vestgios de antigas formaes erodidas. Os planaltos so chamados de

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  • 18

    "formas residuais" (de resduo, ou seja, do ficou do relevo atacado pela eroso). Podemos considerar alguns tipos gerais:

    Planaltos em bacias sedimentares, como o Planalto da Amaznia Oriental, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaba e os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paran. Podem ser limitados por depresses perifricas, como a Paulista, ou marginais, como a Norte-Amaznica.

    Planaltos em intruses e coberturas residuais da plataforma (escudos): So formaes antigas da era Pr-Cambriana, possuem grande parte de sua extenso recoberta por terrenos sedimentares. Temos como exemplos os Planaltos Residuais Norte-Amaznicos, chamados de Planalto das Guianas nas classificaes anteriores.

    Planaltos em ncleos cristalinos arqueados. So planaltos que, embora isolados e distantes um dos outros, possuem a mesma forma, ligeiramente arredondada. Podemos citar como exemplo o Planalto da Borborema.

    Planaltos dos cintures orognicos: Originaram-se da eroso sobre os antigos dobramentos sofridos na Era Pr-Cambriana pelo territrio brasileiro. A serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhao so exemplos desse tipo de planalto. Fazem parte dos planaltos e serras do Atlntico Leste-Sudeste.

    Depresses

    Nos limites das bacias com os macios antigos, processos erosivos formaram reas rebaixadas, principalmente na Era Cenozica. So as depresses, onze no total, que recebem nomes diferentes, conforme suas caractersticas e localizao.

    Depresses perifricas: Nas regies de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas, como, por exemplo, a Depresso Perifrica Sul-Rio-Grandense.

    Depresses marginais: Margeiam as bordas de bacias sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas, como a Depresso Marginal Sul-Amaznica.

    Depresses interplanlticas: So reas mais baixas em relao aos planaltos que as circundam, como a Depresso Sertaneja e do So Francisco.

    Plancies

    Nessa classificao grande parte do que era considerado plancie passou a ser classificada como depresso marginal. Com isso as unidades das plancies ocupa agora uma poro menor no territrio brasileiro. Podemos distinguir:

    Plancies costeiras: Encontradas no litoral como as Plancies e Tabuleiros Litorneos.

    Plancies continentais: Situadas no interior do pas, como a Plancie do Pantanal. Na Amaznia, so consideradas plancies as terras situadas junto aos

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  • 19

    rios. O professor Aziz Ab'Saber j fazia esta distino, chamando as vrzeas de plancies tpicas e as outras reas de baixos-plats.

    1.5 - Clima

    O clima do Brasil , em grande parte, tropical, mas o sul do pas apresenta clima subtropical.

    A regio Norte, que compreende os estados do Amazonas, Acre, Par, Rondnia, Roraima, Tocantins e Amap tem clima equatorial, que confere regio uma boa distribuio anual de chuvas, com temperaturas elevadas, e baixa amplitude trmica anual.

    A regio Nordeste tem clima diverso, variando de equatorial (Maranho e parte do Piau) a semi-rido (a regio da Caatinga, compreendendo o corao do Nordeste), e tropical, no centro e sul da Bahia. Os estados da regio so o Maranho, Piau, Bahia, Pernambuco, Cear, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraba.

    A regio Centro-Oeste, com os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Gois, alm do Distrito Federal, apresenta clima tropical semi-mido, com destaque para o perodo de chuvas, que alimenta o Pantanal Mato-Grossense.

    Na regio Sudeste, que compreende os estados de Minas Gerais, So Paulo, Rio de Janeiro e Esprito Santo predomina, nas regies mais altas, um clima tropical ameno, com quatro estaes bem distintas. J no noroeste do estado de So Paulo e no Tringulo Mineiro predomina o clima tropical semi-mido semelhante ao do cerrado do Centro-Oeste.

    A regio Sul do pas possui clima subtropical, com baixas temperaturas nas serras gachas e serras catarinenses, sendo freqente a formao de geadas e a ocorrncia de neve na regio durante o inverno e compreende os estados do Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

    A maior temperatura registrada no Brasil foi 44,7C em Bom Jesus, Piau, em 21 de novembro de 2005, superando o recorde de Orleans, Santa Catarina, de 44,6C, de 6 de janeiro de 1963. J a menor temperatura registrada foi de -17,8C no Morro da Igreja, em Urubici, Santa Catarina, em 29 de junho de 1996, superando o recorde do municpio de Caador, no mesmo estado, de -14C, no inverno de 1975.

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  • 20

    Mapa climtico do Brasil.

    Equatorial

    Ocorre na regio Amaznica, ao norte de Mato Grosso e a oeste do Maranho e est sob ao da massa de ar equatorial continental de ar quente e geralmente mido. Suas principais caractersticas so temperaturas mdias elevadas (25C a 27C); chuvas abundantes, com ndices prximos de 2.000 mm/ano, e bem distribudas ao longo do ano; e reduzida amplitude trmica, no ultrapassando 3C. No inverno, essa regio pode sofrer influncia da massa polar atlntica, que atinge a Amaznia ocidental ocasionando um fenmeno denominado "friagem", ou seja, sbito rebaixamento da temperatura em uma regio normalmente muito quente.

    Tropical

    Abrange todo Brasil central, a poro oriental do Maranho, grande parte do Piau e a poro ocidental da Bahia e de Minas Gerais. Tambm encontrado no extremo norte do pas, em Roraima. Caracteriza-se por temperatura elevada (de 18C a 28C), com amplitude trmica de (5C a 7C), e estaes bem definidas uma chuvosa e outra seca. Apresenta alto ndice pluviomtrico, em torno de 1.500 mm/ano. A estao de chuva o vero, quando a massa equatorial continental est sobre a regio. No inverno, com o deslocamento dessa massa diminui a umidade e ento ocorre a estao seca.

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  • 21

    Tropical de altitude

    encontrado nas partes mais elevadas, entre 800m e 1000m, do planalto Atlntico do Sudeste. Abrange trechos dos estados de So Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Esprito Santo, norte do Paran e o extremo sul de Mato Grosso do Sul. Sofre a influncia da massa de ar tropical atlntica, que provoca chuvas no perodo do vero. Apresenta temperatura amena, entre 18C e 22C, e amplitude trmica anual entre 7C e 9C. No inverno, as geadas acontecem com certa freqncia em virtude da ao das frentes frias originadas da massa polar atlntica.

    A Lagoa Rodrigo de Freitas e o Cristo Redentor.

    Tropical atlntico ou tropical mido

    Estende-se pela faixa litornea do Rio Grande do Norte ao extremo leste de So Paulo. Sofre a ao direta da massa tropical atlntica, que, por ser quente e mida, provoca chuvas intensas. O clima quente com variao de temperatura entre 18C e 26C e amplitude trmica maior medida que se avana em direo ao Sul -, mido e chuvoso durante todo o ano. No Nordeste, a maior concentrao de chuva ocorre no inverno. No Sudeste, no vero. O ndice pluviomtrico mdio de 2000 mm/ano.

    Neve no Planalto Serrano de Santa Catarina.

    Subtropical

    Tambm pode ser classificado como temperado. o clima das latitudes abaixo do trpico de Capricrnio: abrange o sul do estado de So Paulo, a maior parte do Paran, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o extremo sul de Mato Grosso do Sul. influenciado pela massa polar atlntica, que determina temperatura mdia de 18C e

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  • 22

    amplitude trmica anual elevada para padres brasileiros, de cerca de 10C. As chuvas variam dos 1000 mm aos 2000 mm/ano, e bem distribudas anualmente. H geadas com freqncia e eventuais nevadas.

    Em termos de temperatura, apresenta as quatro estaes do ano relativamente bem marcadas. Os veres so quentes, na maior parte da Regio Sul (Cfa, segundo a Classificao climtica de Kppen-Geiger), enquanto os veres so amenos nas Serras Gacha e Catarinense, alm do extremo sul do pas, nas partes mais elevadas das Serras de Sudeste (caracterizado por Kppen como Cfb), com mdia anual de temperatura inferior aos 17C. Os invernos so frescos (frios para os padres brasileiros), com a ocorrncia de geadas em toda a sua rea de abrangncia, havendo a ocorrncia de neve nas partes mais elevadas da regio. A neve ocorre com regularidade anual apenas acima dos 1.000 metros de altitude (constituindo uma pequena rea entre os estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina), sendo, nas reas mais baixas, de ocorrncia mais espordica, no ocorrendo todos os anos.

    Nos pontos mais altos do planalto, onde pode ocorrer a neve durante os dias de inverno, esto situadas as cidades mais frias do pas: So Joaquim e Urupema, em Santa Catarina, e So Jos dos Ausentes, no Rio Grande do Sul, as trs com temperatura mdia anual de 13C. O local mais frio do pas creditado ao cume do Morro da Igreja, no municpio de Urubici, prximo a So Joaquim, o ponto habitado mais alto da Regio Sul do pas.

    Cena comum no interior do Nordeste brasileiro de nordestinos fugindo da seca.

    Semi-rido

    Tpico do interior do Nordeste, regio conhecida como o Polgono das Secas, que corresponde a quase todo o serto nordestino e aos vales mdio e inferior do rio So Francisco. Sofre a influncia da massa tropical atlntica que, ao chegar regio, j se apresenta com pouca umidade. Caracteriza-se por elevadas temperaturas (mdia de 27C) e chuvas escassas (em torno de 750 mm/ano), irregulares e mal distribudas durante o ano. H perodos em que a massa equatorial atlntica (supermida) chega no litoral norte de Regio Nordeste e atinge o serto, causando chuva intensa nos meses de fevereiro, maro e abril.

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  • 23

    1.6 - Hidrografia

    Bacias Hidrogrficas

    De acordo com os rgos governamentais, existem no Brasil doze grandes bacias hidrogrficas, sendo que sete tm o nome de seus rios principais. Amazonas, Paran, Tocantins, So Francisco, Parnaba, Paraguai e Uruguai; as outras so agrupamentos de vrios rios, no tendo um rio principal como eixo, por isso so chamadas de bacias agrupadas. Veja abaixo as doze macro bacias hidrogrficas brasileiras:

    so as seguintes:

    Regio hidrogrfica do Amazonas Regio hidrogrfica do Atlntico Nordeste Ocidental Regio hidrogrfica do Tocantins Regio hidrogrfica do Paraguai Regio hidrogrfica do Atlntico Nordeste Oriental Regio hidrogrfica do Parnaba Regio hidrogrfica do So Francisco Regio hidrogrfica do Atlntico Leste Regio hidrogrfica do Paran Regio hidrogrfica do Atlntico Sudeste Regio hidrogrfica do Uruguai Regio hidrogrfica do Atlntico Sul

    O Brasil possui uma das mais amplas, diversificadas e extensas redes fluviais de todo o mundo. O maior pas da Amrica Latina conta com a maior reserva mundial de gua doce e tem o maior potencial hdrico da Terra.

    A maior parte dos rios brasileiros de planalto, apresentando-se encachoeirados e permitindo, assim, o aproveitamento hidreltrico. As bacias Amaznica e do Paraguai ocupam extenses de plancies, mas as bacias hidrogrficas do Paran e do So Francisco so tipicamente de planalto. Merecem destaque as quedas-d'gua de Urubupung (no rio Paran), Iguau (no rio Iguau), Pirapora, Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso (no rio So Francisco), onde esto localizadas usinas hidreltricas.

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  • 24

    Os rios brasileiros apresentam regime de alimentao pluvial, ou seja, so alimentados pelas guas das chuvas. Em decorrncia de o clima tropical predominar na maior parte do territrio, as cheias ocorrem durante o vero, constituindo exceo alguns rios nordestinos, cujas cheias ocorrem entre o outono e o inverno. Os rios do sul no tem vazante acentuada, devido boa distribuio das chuvas na regio, assim como os da bacia Amaznica, tambm favorecidos pela uniformidade pluviomtrica da regio.

    No Brasil, predomina a drenagem exorrica, ou seja, os rios correm em direo ao mar, como o Amazonas, o So Francisco, o Tocantins, o Parnaba, etc. Pouqussimos so os casos de drenagem exorrica, em que os rios se dirigem para o interior do pas, desaguando em outros rios, como o Negro, o Purus, o Paran, o Iguau, o Tiet, entre outros.

    Em sua maior parte, os rios brasileiros so perenes, isto , nunca secam. Mas na regio semi-rida do Nordeste h rios que podem desaparecer durante uma parte do ano, na estao seca: so os chamados rios temporrios ou intermitentes.

    O Brasil possui poucos lagos, classificados em:

    Lagos de barragem, que so resultantes da acumulao de materiais e subdividem-se em lagunas ou lagoas costeiras, formadas a partir de restingas, tais como as lagoas dos Patos e Mirim, no Rio Grande do Sul, e lagoas de vrzea, formadas quando as guas das cheias ficam alojadas entre barreiras de sedimentos deixados pelos rios ao voltarem ao seu leito normal. So comuns na Amaznia e no Pantanal Mato-Grossense;

    Lagos de eroso, formados por processos erosivos, ocorrendo no Planalto Brasileiro.

    Os centros dispersores ou seja, as pores mais altas do relevo que separam as bacias fluviais que merecem destaque no Brasil so trs: a cordilheira dos Andes, onde nascem alguns rios que formam o Amazonas; o planalto das Guianas, de onde partem os afluentes da margem esquerda do rio Amazonas; e o Planalto Brasileiro, subdividido em centros dispersores menores.

    Os rios, ao desembocarem em outro rio ou no oceano, podem apresentar-se com uma foz do tipo esturio, com um nico canal, ou do tipo delta, com vrios canais entremeados de ilhas; ocorre, excepcionalmente, o tipo misto. No Brasil, predominam rios com foz do tipo esturio, com exceo do rio Amazonas, que possui foz do tipo misto, e dos rios Paranaba, Acara, Piranhas e Paraba do Sul, que possuem foz do tipo delta.

    Pas mido, com muitos rios, o Brasil, possua quatro bacias principais e trs secundrias, diviso que vigorou at a promulgao da Resoluo n 32, de 15 de outubro de 2003, aprovada pelo Conselho Nacional de Recursos Hdricos:

    Bacias principais Amaznica Tocantins-Araguaia Platina

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  • 25

    So Francisco Bacias secundrias

    Nordeste Leste Sudeste-Sul

    A imagem mostra o complexo da Regio Hidrogrfica do Amazonas, a maior bacia hidrogrfica do mundo (clique para ampliar e ver detalhes)

    Bacia Amaznica

    Com uma rea, em terras brasileiras, de 3.984.467 km, a bacia Amaznica a maior bacia hidrogrfica do mundo[10] ocupa mais da metade do territrio brasileiro e estende ainda pela Bolvia, Peru, Colmbia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. A Venezuela no faz parte dessa bacia. Alm do rio principal o Amazonas , compreende os seus afluentes: na margem esquerda, os rios I, Japur, Negro e Trombetas; na margem direita, os rios Juru, Purus, Madeira, Tapajs e Xingu.

    Atravessada pela linha do Equador na sua poro norte, a bacia Amaznica possui rios nos dois hemisfrios e, devido sua posio geogrfica, apresenta trs regimes de cheias: nos rios do norte, tropical boreal, com volume mximo em julho; nos rios do sul, tropical austral, com volume mximo em maro; e no tronco central, volume mximo em abril, maio e junho. Dessa forma, o rio Amazonas tem sempre um grande volume de gua, j que seus afluentes sofrem cheias em pocas diferentes.

    O rio Amazonas, segundo mais extenso do mundo, possui 6.570 km dos quais 3.165 km situam em territrio brasileiro. Nasce na Cordilheira dos Andes, no lago Lauricocha (Peru), onde recebe os nomes de Ucayali, Maraon e Vilcanota, e quando entra no Brasil passa a se chamar Solimes, nome que mantm at a foz do seu afluente rio Negro, prximo a Manaus. um rio tipicamente de plancie, apresentando um declive mnimo. Sua nascente est apenas 70 metros mais elevada que a sua foz.

    Dentre os diversos rios do mundo, o Amazonas possui maior dbito, ou seja, o que descarrega o maior volume de gua em sua foz: em pocas normais, lana no oceano 80.000 m/s, mas chega a jogar at 120.000 m/s. Um fenmeno interessante que se observa na foz do rio Amazonas a pororoca, encontro das guas do rio, durante as enchentes, com as guas do mar, quando ocorre mar alta.

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  • 26

    A largura mdia do rio Amazonas de 4 a 5 km, mas chega, em alguns trechos, a mais de 50 km. Devido ao pequeno declive que apresenta, a velocidade de suas guas lenta, oscilando entre 2 e 7 km por hora.

    Alm do rio Amazonas e seus grandes afluentes, inmeros cursos de gua desenham uma verdadeira teia na plancie Amaznica. So os furos, crregos ou pequenos rios que unem rios maiores entre si; os igaraps, pequenos e estreitos canais naturais espalhados pelo baixo-planalto e plancie; e os parans-mirins, braos de rios que contornam ilhas fluviais.

    Bacia Platina

    Formada pelas bacias dos rios Paran, Paraguai e Uruguai, estende-se pelo Brasil, Uruguai, Bolvia, Paraguai e Argentina.

    O mapa mostra a Bacia do Rio Paran, com destaque para o rio Tiet, um dos seus principais afluentes(clique para ampliar e ver mais detalhes)

    Bacia do Paran

    a mais extensa das trs, abrangendo mais de 10% do territrio nacional. Possui o maior potencial hidreltrico instalado no Brasil, merecendo destaque grandes usinas, como a de Itaipu, Jupi e Ilha Solteira, no rio Paran; Ibitinga, Barra Bonita e Bariri no rio Tiet; Cachoeira Dourada, Itumbiara e So Simo, no rio Paranaba; Furnas, Jaguara, Marimbondo e Itutinga, no rio Grande; e ainda Jurumirim, Xavantes e Capivara, no rio Paranapanema.

    Seus rios so tipicamente de planalto, o que dificulta muito a navegao, que se tornar mais fcil com a utilizao das eclusas construdas com a instalao das usinas hidreltricas.

    Os rios dessa bacia apresentam regime tropical austral, com chuvas no vero e, conseqentemente, cheias de dezembro a maro.

    Bacia do Paraguai

    Compreende um nico grande rio, o Paraguai, que possui mais de 2.000 km de extenso, dos quais 1.400 km ficam em territrio nacional. tipicamente um rio de plancie, bastante navegvel. Os principais portos nela localizados so Corumb e Porto Murtinho.

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    Alm do Paraguai, destacam-se rios menores, como o Miranda, o Taquari, o rio Apa e o So Loureno. O regime desses rios tambm o tropical austral, com grandes cheias nos meses de vero.

    Bacia do Uruguai

    O rio Uruguai e sua bacia ocupam apenas 2% do territrio brasileiro, estendendo-se pelos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Formado pelos rios Canoas e Pelotas, possui cerca de 1.500 km de extenso e serve de limite entre Brasil, Argentina e Uruguai. Situa-se na poro subtropical do Pas e apresenta duas cheias e duas vazantes anuais. Seus afluentes de maior destaque so: na margem direita, Peixe, Chapec e Peperiguau; na margem esquerda, Ibicu, Turvo, Iju e Piratini. Com o potencial hidreltrico limitado, o rio Uruguai usado para a navegao em alguns trechos. Suas principais hidreltricas so: Barraco, Machadinho, Pinheiro, Estreito do Sul e Ira.

    Bacia do Tocantins-Araguaia

    Ocupando uma rea de 803.250 Km2, a maior bacia hidrogrfica inteiramente brasileira. Alm de apresentar-se navegvel em muitos trechos, a terceira do Pas em potencial hidreltrico, encontrando-se nela a Usina Hidreltrica de Tucuru.

    O Tocantins, principal rio dessa bacia, nasce no norte de Gois e desgua junto foz do Amazonas. Em seu percurso, recebe o rio Araguaia, que se divide em dois braos, formando a Ilha do Bananal; situada no estado de Tocantins, considerada a maior ilha fluvial interior do mundo.

    Nessa regio ocorrem rios de regime austral, ao sul, e equatorial, ao norte.

    Mapa da Bacia do So Francisco.

    Bacia do So Francisco

    Formada pelo rio So Francisco e seus afluentes, essa bacia est inteiramente localizada em terras brasileiras. Estende-se por uma rea de 631.133 Km, o que equivale a 7,5% do territrio nacional.

    O So Francisco um rio de planalto, que nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e atravessa os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Alm de ser navegvel em cerca de 2.000 km, possui tambm grande potencial hidreltrico,

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    merecendo destaque as usinas de Trs Marias, Paulo Afonso e Sobradinho. Seus principais afluentes so os rios Paracatu, Carinhanha e Grande, na margem esquerda; e os rios Salitre, das Velhas e Verde Grande, na margem direita.

    O rio So Francisco desempenhou importante papel na conquista e povoamento do serto nordestino, sendo o grande responsvel pelo transporte e abastecimento de couro na regio. Ainda hoje, sua participao fundamental na economia nordestina, pois, devido ao fato de atravessar trechos semi-ridos, permite a prtica da agricultura em suas margens, alm de oferecer condies para irrigao artificial de reas mais distantes. Possuindo um regime tropical austral, com cheias de vero, tem um dbito que oscila de 1.000 m/s nas secas, a 10.000 m/s nas cheias.

    Bacias secundrias

    Bacia do Nordeste

    constituda por rios do serto nordestino, na sua grande maioria temporrios, pois secam em determinadas pocas do ano. Os rios dessa bacia so o Acara e o Jaguaribe, no Cear; o Piranhas e o Potenji, no Rio Grande do Norte; o Paraba, na Paraba; o Capibaribe, o Una e o Paje, em Pernambuco. Alm desses, fazem parte dessa bacia os rios maranhenses Turiau, Pindar, Graja, Itapecuru e Mearim, alm do rio Parnaba, que separa o Maranho do Piau.

    Mapa da Bacia do Atlntico Leste.

    Bacia do Leste

    Constituda por rios que descem do Planalto Atlntico em direo ao oceano, merecem destaque os rios Pardo, Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais e Bahia; Paraba do Sul, em So Paulo e Rio de Janeiro; e Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas e Paraguau, na Bahia.

    Bacia do Sudeste e Sul

    constituda tambm por rios que correm na direo oeste-leste, ou seja, que vo das serras e planaltos em direo ao oceano. Destacam-se os rios Ribeira do Iguape, em So Paulo; Itaja, em Santa Catarina; Jacu e Camacu, no Rio Grande do Sul.

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    Com exceo dos rios temporrios do serto nordestino, os demais rios das bacias secundrias apresentam regime tropical austral, com cheias no vero. So rios de planalto, pouco aproveitveis para a navegao fluvial.

    1.7 - Vegetao

    Mapa de vegetao do Brasil.

    Formaes florestais

    Floresta Amaznica

    Tambm conhecida como Hilia, recobre cerca de 40% do territrio nacional, estendendo-se pela Amaznia e parte das regies Centro-Oeste e Nordeste. Constitui uma das mais extensas reas florestais do mundo.

    Muito densa e fechada, com variedade de espcies, a Floresta Amaznica caracteriza-se por grande umidade, elevadas temperaturas e pequena amplitude trmica. O nome latifoliada deriva do latim (lati = "largo") e indica a predominncia de espcies vegetais de folhas largas.

    Acompanhando essa floresta h uma emaranhada rede de rios, que correm num relevo onde predominam terras baixas (plancies e baixos-planaltos). Os solos so, em geral, pouco frteis.

    Apesar de sua aparente uniformidade, a Floresta Amaznica abriga trs tipos de associaes, assim divididas:

    mata de igap: constantemente inundada, formada principalmente por palmeiras e rvores no muito altas, emaranhadas por cips e lianas. bastante rica em espcies vegetais;

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    mata de vrzea: mais compacta, sofre inundaes peridicas (cheias). Apresenta rvores maiores, sobressaindo as seringueiras, por seu valor econmico;

    mata de terra firme: pouco inundada, a que apresenta rvores mais altas. Nela so comuns o castanheiro, o guaran e o caucho.

    As queimadas para a abertura de pastos, instalao de fazendas para criao de gado e plantaes de diversos produtos agrcolas, os desmatamentos para retirada de madeira e a minerao so os principais impactos provocados pela ocupao humana na Amaznia. A empresa culpada por esse impacto ambiental a Husqvarna, uma marca sueca que fabrica desde motosserras at produtos para manejo e manuteno de reas verdes.

    Mata dos Cocais

    Mata dos Cocais.

    Abrange predominantemente os estados do Maranho e Piau (Meio-Norte), mas distribui-se tambm pelo Cear, Rio Grande do Norte e Tocantins. Est numa zona de transio entre os ecossistemas da Floresta Amaznica e da caatinga. classificada como uma formao florestal, mas, na realidade, constitui uma formao vegetal secundria, por seu acentuado desmatamento. Nesse ecossistema predominam dois tipos de palmeira muito importantes para a economia local:

    Babau, de cuja amndoa se extrai o leo; as folhas so usadas para a cobertura de casas e o palmito como alimento para o gado. Um rico artesanato emprega suas fibras para confeccionar esteiras, cestos e bolsas. Da casca do cco, podem ser retirados o alcatro e o acetato.

    Carnaba, cujo produto mais conhecido a cera. Como tudo dessa palmeira pode ser aproveitado (folhas, caule, fibras), o nordestino denominou-a "rvore da providncia".

    Na Mata dos Cocais, as altas temperaturas so constantes. As pastagens representam o principal impacto ambiental nesse ecossistema.

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    Floresta latifoliada tropical mida da encosta

    Mata Atlntica.

    Estende-se desde o Rio Grande do Norte at o Rio Grande do Sul, junto ao litoral, quase sem interrupes. Predominando em regies de clima quente e mido, com veres brandos, surge nas encostas das serras litorneas. Topograficamente, surge em serras elevadas (escarpas do Planalto Atlntico) e formas arredondadas, chamadas "mares de morros". Esta formao vegetal apresenta-se muito densa, emaranhada e com grande variedade de vegetais higrfilos (adaptados a ambientes midos) e perenes.

    Devido sua localizao geogrfica a formao vegetal brasileira que mais devastaes sofreu, principalmente em trechos menos elevados do relevo. Esse impacto ambiental uma das consequncias da intensa urbanizao e industrializao que ocorreram no Brasil.

    Floresta latifoliada tropical

    a mesma floresta mida da encosta, mas se desenvolve nas vertentes das serras, retaguarda do mar, no influenciadas diretamente pela umidade martima. Muito densa, apresenta espcies bastante altas e de troncos grossos. No entanto, quando se desenvolve em solos arenticos, ou de calcrio, o aspecto da floresta modifica-se completamente: ela se torna menos densa, com rvores mais baixas e de troncos finos.

    Quase inteiramente devastada, por possuir solos frteis para a agricultura, restam, de sua formao original, apenas, alguns trechos esparsos.

    Mata de Araucria

    Mata de Araucrias.

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    Predominando em regies de clima subtropical e tropical de altitude, que apresentam regular distribuio das chuvas por todos os meses do ano, estende-se desde o sul de So Paulo at o norte do Rio Grande do Sul, em trechos mais ngremes do relevo (Campos do Jordo, por exemplo). muito comum no planalto Meridional, nos estados do Paran e Santa Catarina.

    O nome aciculifoliada vem do latim (aciculi = "pequena agulha") e indica o predomnio de espcies que apresentam folhas pontiagudas. Destaca-se a Araucaria angustifolia, mais conhecida como pinheiro-do-paran, mas aparecem ainda outras espcies, como a imbuia, o cedro, o ip e a erva-mate.

    Os solos em que se desenvolve, em geral de origem vulcnica, so mais frteis que os das reas tropicais o que explica a grande devastao sofrida por essa vegetao para o aproveitamento agrcola.

    Alm dessas formaes florestais aparecem ainda no Brasil alguns outros subtipos, merecendo destaque a mata dos Cocais e as matas galerias ou ciliares.

    A mata dos Cocais uma formao de transio entre a Floresta Amaznica e a Caatinga, abragendo reas do Maranho, Piau e Tocantins. O babau a espcie predominante.

    As matas galerias ou ciliares so florestas que se desenvolvem ao longo dos cursos de gua, cuja umidade as mantm. Praticamente devastadas pela ocupao humana, restringem-se a trechos do cerrado ou dos campos do Rio Grande do Sul.

    Calcula-se que 5% da rea original dos Pinheirais esteja preservada. A retirada da madeira, para a produo de mveis e papel de jornal, e a agropecuria so os principais fatores de sua devastao acentuada.

    Formaes complexas

    Cerrado

    Cerrado.

    Depois da Floresta Amaznica, a formao vegetal brasileira que mais se espalhou, predominando no planalto Central, mas aparecendo tambm tambm como manchas esparsas em outros pontos do pas (Amaznia, regio da caatinga do Nordeste, So

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    Paulo e Paran), recobrindo mais de 20% do territrio nacional. Predomina em reas de clima tropical, com duas estaes: vero chuvoso e inverno seco.

    No uma formao uniforme, o que permite identificar duas reas: o cerrado e o cerrado propriamente dito. No cerrado existem mais rvores que arbustos. No cerrado, bastante ralo, aparecem poucos arbustos e rvores baixas, de troncos sinousos e casca espessa, que apresentam galhos retorcidos, com folhas muito duras; entre as rvores e os arbustos, espalha-se uma formao contnua de gramneas altas.

    O cerrado espalha-se pelos chapades e por algumas escarpas acentuadas.

    Dentre os fatores que explicam a fisionomia do cerrado, alm da escassez de gua, destacam-se a profundidade do lenol fretico e a natureza dos solos, cidos e com deficincias minerais.

    A expanso agropecuria, os garimpos, a construo de rodovias e cidades como Braslia e Goinia, so os principais aspectos provocados pela ao humana, que reduziram esse ecossistema a pequenas manchas distribudas por alguns estados brasileiros.

    O cerrado foi declarado "Stio do Patrimnio Mundial" pela Unesco em 13 de dezembro de 2001.

    Caatinga

    Caatinga: formao vegetal xerfila que aparece no Polgono das Secas.

    Predominando na regio de clima semi-rido do Nordeste uma formao vegetal tipicamente xerfita, ou seja, adaptada escassez de gua. uma vegetao esparsa, que se espalha pelos macios e tabuleiros, por onde correm rios, em geral intermitentes.

    Desenvolvendo-se em solos quase rasos e salinos, apresenta-se muito heterognea: em alguns trechos, predominam rvores esparsamente distribudas; em outros, arbustos isolados; e em outros, ainda, apenas capes de gramneas altas.

    A falta de gua impe mltiplas adaptaes aos vegetais na caatinga, que vo desde a perda das folhas na estao mais seca at o aparecimento de longas razes, em busca de lenois subterrneos de gua. Entre as principais espcies de rvores, esto o juazeiro, o angico, a barriguda, e, entre os arbustos, as cactceas, como o xiquexique e o mandacaru.

    Atualmente, a Caatinga vem sendo agredida ao sofrer o impacto da irrigao, drenagem, criao de pastos, latifndios e da desertificao.

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    Pantanal

    Aspecto do Pantanal Mato-Grossense, cuja vegetao rene espcies da floresta, dos campos, do cerrado e at mesmo da caatinga.

    Ocupando a plancie do Pantanal Mato-Grossense, uma formao mista que apresenta espcies vegetais prprias das florestas, dos campos, dos cerrados e at da caatinga.

    Podem-se indentificar nessa formao trs reas diferenciadas: as sempre alagadas, nas quais predominam as gramneas; as periodicamente alagadas, nas quais se destacam diversos tipos de palmeiras (buritis, paratudos e carands); e as que no sofrem inundaes e so mais densas, aparecendo nelas o quebracho e o angico.

    Formaes campestres

    Campos meridionais

    Formaes de campo limpo, ou seja, constitudos predominantemente por gramneas, aparecem em manchas esparsas, a partir da latitude de 20S. Em So Paulo, no Paran e em Santa Catarina recebem a denominao de campos do planalto; no Rio Grande do Sul, so conhecidos como campos da Campanha ou Campanha Gacha; e em Mato Grosso do Sul, onde aparecem em trechos esparsos, so chamados de campos de vacaria. No sudoeste do Rio Grande do Sul, os campos meridionais surgem num relevo dominado por colinas suaves e de vertentes pouco acentuadas conhecidas como coxilhas.

    Campos sujos

    Apresentam uma emaranhada mistura de gramneas e arbustos, geralmente decorrente da degradao dos cerrados. Seus limites so bastante indefinidos.

    Campos da Hilia

    Conhecidos como campos da vrzea, caracterizam-se por serem inundados na poca das cheias. Aparecem no baixo Amazonas e em trechos do estado do Par, principalmente na parte oeste da ilha de Maraj.

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    Campos serranos

    Surgem em pores mais elevadas do territrio nacional, em pontos onde o relevo ultrapassa 1.500 m, como nas serras da Bocaina e do Itatiaia. Menos densos que as outras formaes campestres, apresentam algumas espcies vegetais adaptadas altitude.

    Formaes litorneas

    Manguezais

    Mangue.

    Ocupam pores mais restritas do litoral, em reentrncias da costa, onde as guas so pouco movimentadas, como os pntanos litorneos, os alagadios e as regies inundadas pela mar alta. Neles predominam vegetaes halfitas (que se adaptam a ambientes salinos), com razes areas e respiratrias, dotadas de pneumatforos que lhes permitem absorver o oxignio mesmo em reas alagadas. Conforme a topografia e a umidade do solo, possvel distinguir o mangue-vermelho, nas partes mais baixas, o mangue-siriba, onde as inundaes so menos freqentes; e o mangue-branco, em solos firmes.

    Formaes dos litorais arenosos

    As praias e as dunas aparecem em vastas extenses de nosso litoral e nelas surgem formaes herbceas e arbustivas. Nas praias, essas formaes so pouco densas, mas, nas dunas, so relativamente compactas. Geralmente, entre o litoral arenoso e a serra aparece tambem o jundu, formao de transio da floresta ao solo salino, ao alcanar o litoral.

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    Domnios florestados

    Vegetao brasileira.

    A paisagem natural brasileira vem sofrendo srias devastaes, diminuindo sua extenso territorial e sua biodiversidade.

    A Amaznia, desde muito tempo, sofre com as queimadas, efetivadas para prticas agrcolas, apesar de seu solo no ser adequado a tais atividades. Com as queimadas, as chuvas, constantes na regio, terminam por atingir mais intensamente o solo (antes protegido pelas copas das rvores), que, conseqentemente, sofre lixiviao, perdendo seu hmus, importante para a fertilidade da vegetao. Intenso desmatamento tambm realizado na regio para minerao e para extrao de madeira.

    Tambm a Mata Atlntica, imprpria para a agricultura e para a criao de gado, sofre agresses antrpicas, principalmente na caa e pesca predatrias, nas queimadas e na poluio industrial. Em funo disso, o governo federal estabeleceu que a Chapada Diamantina seria uma rea de preservao ambiental.

    Sofrem ainda o Pantanal, os manguezais e as araucrias.

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    Domnio amaznico

    Situado, em sua maior parte, na regio Norte do pas, o domnio amaznico compe planaltos, depresses e uma faixa latitudinal de plancie e apresenta vegetao pereniflia, latifoliada (de folhas largas), rica em madeira de lei e densa, o que impede a penetrao de cerca de 95% da luz solar no solo e, portanto, o desenvolvimento de herbceas.

    No vero, quando a Zona de convergncia intertropical se estabelece no sul do pas, os ventos formados no anticiclone dos Aores so levados pelo movimento dos alsios ao continente e, ao penetr-lo, assimila a umidade proveniente da evapotranspirao da Floresta Amaznica. Essa massa de ar mida chamada de massa equatorial continental, sendo responsvel pelo alto ndice pluviomtrico da regio. Alm de mida, a Floresta Amaznica tambm quente, apresentando, em funo de sua abrangncia latitudinal, clima equatorial.

    No inverno, quando a Zona de convergncia intertropical se estabelece no norte do pas, a massa polar atlntica, oriunda da Patagnia, aps percorrer o longo corredor entre a Cordilheira dos Andes e o Planalto Central, chega Amaznia seca, porm ainda fria, o que ocasiona friagem na regio e, com isso, diminuio das chuvas.

    A vegetao da Amaznia, alm de latifoliada e densa, possui solo do tipo latossolo pobre em minerais e uma grande variedade de espcies, geralmente autofgicas, em virtude da grande presena de hmus nas folhas. Observa-se a presena de trs subtipos: a mata de terra firme, onde nota-se a presena de rvores altas, como o guaran, o caucho (do qual se extrai o ltex) e a castanheira-do-par, que, em geral, atinge 60 metros de altura, a mata de igap, localizada em terras mais baixas, zonas alagadas pelos rios e onde vivem plantas como a vitria-rgia, e a mata de vrzea, onde se encontram palmeiras, seringueiras e jatobs.

    Domnio do cerrado

    Localizado, em sua maior parte, na poro central do pas,o Cerrado constitui, em geral, uma vegetao caduciflia, ou seja, as plantas largam suas folhas sazonalmente para suportar um perodo de seca, exatamente porque o clima da regio o tropical tpico, com duas estaes bem definidas (tpicas): vero mido e inverno seco.

    A umidade do vero se deve principalmente atuao da massa tropical atlntica, mida, por se formar no arquiplago dos Aores, e quente, em funo da tropicalidade.

    Na regio encontram-se ainda os escudos cristalinos do Planalto Central.

    Domnio da caatinga

    A Caatinga est localizada na regio Nordeste, apresentando depresses e clima semi-rido, caracterizado pelas altas temperaturas e pela m distribuio de chuvas durante o ano.

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    A massa equatorial atlntica, formada no arquiplago dos Aores, ao chegar ao Nordeste, barrada no barlavento do Planalto Nordestino (notadamente Borborema, Apodi e Araripe), onde ganha altitude e precipita (chuvas orogrficas), chegando praticamente seca Caatinga.

    Apesar de sua aparncia, a vegetao da Caatinga muito rica, variando a maioria delas conforme a poca de chuvas e conforme a localizao. Muitas espcies ainda no foram catalogadas. As bromlias e os cactos so as duas principais famlias da regio, destacando-se os mandacarus, os caros, os xique-xiques, as macambiras e outras mais.

    Domnio dos mares de morros

    Localizado em grande parte da poro leste, o domnio dos mares morro assim chamado por causa de sua forma, oriunda da eroso, gerada principalmente pela ao das chuvas.

    Encontram-se na regio a floresta tropical, Mata Atlntica ou mata de encosta, caracterizada pela presena de uma grande variedade de espcies, a plancie litornea, largamente devastada, onde ainda se destacam as dunas, os mangues e as praias, e serras elevadas, como a Serra do Mar, a Serra do Espinhao e a Serra da Mantiqueira.

    No litoral do Nordeste, encontra-se o solo de massap, excelente para a prtica agrcola, sendo historicamente ligado monocultura latifundiria da cana-de-acar.

    Apresenta clima tropical tpico e tropical litorneo, caracterizado pela atuao da massa tropical atlntica, formada no arquiplago de Santa Helena.

    Domnio das araucrias

    As araucrias se estendiam a grandes pores do Planalto Meridional, mas, por causa da intensa devastao gerada para o desenvolvimento da agropecuria e do extrativismo, hoje s so encontradas em reas reflorestadas e reas de preservao.

    Abrange planaltos e chapadas, constituindo uma vegetao aciculifoliada (folhas em forma de agulha), aberta e rica em madeira mole, utilizada na fabricao de papel e papelo.

    Destaca-se ainda na regio o solo de terra roxa, localizado em praticamente toda poro ocidental da regio sul, sudoeste de So Paulo e Sul do Mato Grosso do Sul. Altamente frtil e oriundo da decomposio de rochas baslticas, o solo de terra roxa, foi largamente utilizado no cultivo do caf.

    Apresenta clima subtropical, caracterizado por chuvas bem distribudas durante todo o ano, por veres quentes e pela atuao da massa polar atlntica, responsvel pelos invernos frios, marcados pelo congelamento do orvalho (geada).

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    Domnio das pradarias

    Localizado no extremo sul do Brasil, tambm apresenta clima subtropical, sendo portanto marcado pela atuao da massa polar atlntica.

    Abrange os pampas, Campanha Gacha ou Campos Limpos, marcados pela presena do solo de brunizens, oriundo da decomposio de rochas sedimentares e gneas, o que possibilita o desenvolvimento da agricultura e principalmente da pecuria bovina semi-extensiva.

    notvel tambm a presena de coxilhas (colinas arredondadas e ricas em herbceas e gramneas) e das matas-galerias nas margens dos rios.

    1.8 Fauna

    O mico-leo-dourado um mamfero tpico da Mata Atlntica brasileira.

    A grande variedade de ecossistemas responsvel pela elevada diversidade de plantas no Brasil tambm resulta em considervel variedade de espcies de animais sem paralelo no mundo, ou seja, o pas com a maior biodiversidade do mundo. A fauna brasileira riqussima em aves, mamferos, peixes de gua doce insetos. Por exemplo, a fauna de peixes de gua doce brasileira possui mais de 3.000 espcies, quinze vezes maior que a fauna de peixes de gua doce de todo o continente europeu. Grandes reas da Amaznia e do Pantanal ainda no tiveram sua fauna aqutica estudada. provvel que nos prximos 10 anos dobre o nmero de espcies de peixes de gua doce conhecidas. No mar brasileiro, h outras 4.000 espcies de peixe s conhecidas, alm de mais de 5.000 de moluscos e igual nmero de crustceos e outros invertebrados marinhos.

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    Outro importante grupo representado na fauna brasileira o dos mamferos e em particular os primatas. Das cerca de 520 espcies de mamferos terrestres conhecidos no Brasil, mais de 100 so primatas, que inclui os micos, os sagis e os macacos-prego. Somente na ltima dcada sete novas espcies de macacos foram descritas, incluindo a menor espcie de macaco conhecida, um sagi de apenas 100 gramas de peso, menor que a palma de um adulto. Como esses animais vivem em territrios muito restritos, delimitados por exemplo pela presena de rios ou de reas sem floresta, muito provvel que o nmero de espcies seja bem maior, pois muitos desses territrios podem ainda no ter sido explorados. Por exemplo, o uacari-branco, um macaco de grande porte, restrito regio do Mamirau, no alto Amazonas, limitado pelos rios que rodeiam a rea. O mico-leo-dourado restrito a pequenas reas da Mata Atlntica.

    Outros grupos de mamferos bem representados na fauna brasileira so os marsupiais, com mais de 30 espcies, e os morcegos, com mais de 140 espcies.

    A maior parte dos mamferos brasileiros ocorre na regio amaznica. Entretanto, tambm no mar a fauna de mamferos muito bem representada, com cerca de 35 espcies de golfinhos e baleias, quase metade das espcies conhecidas no mundo, ocorrendo nos mares brasileiros. Outros mamferos aquticos abundantes so o boto-cor-de-rosa, e o boto-tucuxi, importantes predadores dos rios amaznicos. Tambm nas guas encontram-se dois dos mamferos mais ameaados atualmente, o peixe-boi e a ariranha.

    A diversidade de aves tambm muito significativa. Somente de araras, e papagaios contam-se mais de 70 espcies, dentre elas a ararajuba, smbolo nacional, e a ararinha-azul, praticamente extinta. Alm da harpia, a maior guia do mundo, que ocorre na regio amaznica.

    Como a evoluo de insetos e plantas um fenmeno paralelo e interdependente, a grande diversidade de plantas com flores no Brasil resultou tambm em imensa variedade de insetos. Acredita-se que existam no mnimo entre 10 e 15 milhes de espcies de insetos no Brasil, principalmente na Amaznia e na Mata Atlntica, regies com maior diversidade de plantas com flores.

    A fauna gravemente afetada pela destruio de seus hbitats, principalmente os animais de grande porte, que necessitam de amplas reas territoriais, como a ona-pintada e o lobo-guar, e animais restritos a pequenos territrios, como grande parte dos primatas.

    1.9 - Litoral

    O Brasil banhado pelo Oceano Atlntico, desde o cabo Orange at o arroio Chu, numa extenso de 7.408 km, que aumenta para 9.198 km se consideramos as salincias e as reentrncias do litoral, ao longo do litoral se alternam praias, falsias, dunas, mangues, recifes, baas, restingas e outras formaes menores.

    Segundo Joo Dias da Silveira, o litoral brasileiro apresenta caractersticas diversas, que levam seguinte diviso:

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    Litoral Norte: formado por sedimentos recentes, havendo o predomnio de restingas, lagunas e mangues;

    Litoral Nordeste: nele se localizam belas praias e dunas, alm de alguns importantes portos comerciais;

    Litoral Leste: alm de belas praias e portos importantes, abriga restingas, mangues, recifes e tambm algumas barreiras;

    Litoral Sudeste: Caracterizado pelas costas baixas e falsias, apresenta tambm restingas, lagunas e mangues na sua parte sul. o mais movimentado do pas, com importantes portos comerciais, como o de Santos e o do Rio de Janeiro;

    Litoral Sul: formado por costas baixas e arenosas, alm de extensas lagoas no Rio Grande do Sul. Os principais portos so Itaja, Paranagu e Rio Grande.

    O litoral brasileiro beneficiado pelas condies favorveis de navegao durante o ano inteiro, porm os portos so obsoletos, mal equipados e congestionados.

    Nele se explora a pesca, com produo modesta com relao internacional. Essa atividade supervisionada pela Secretaria Especial de Aqicultura e Pesca (SEAP), vinculada Presidncia da Repblica.

    Em trechos do nosso litoral existem salinas, principalmente no Nordeste (Rio Grande do Norte e Cear) e no Rio de Janeiro, que garantem a auto-suficincia na produo de sal.

    Sob o ponto de vista turstico, nosso litoral apresenta grande potencial. necessrio, porm, que se melhore a infra-estrutura urbana nos centros tursticos, para que se instale efetivamente uma indstria do turismo no pas.

    Na plataforma continental existem reservas petrolferas, cuja explorao responde por 70% da produo brasileira de petrleo. importante conhecer alguns aspectos fsicos do Oceano Atlntico, que banha o nosso litoral.

    O Atlntico Sul apresenta uma salinidade mdia de 37, mais elevada que a das guas ocanicas do planeta (35). As temperaturas elevadas, os ventos constantes e a intensa evaporao fazem com que esses ndices aumentem ainda mais nas regies de salinas.

    As mars so em geral baixas, com amplitudes que oscilam de 2 a 4 m. Apenas o litoral maranhense registra mars baixas: de 7,80 m, em So Lus, e de at 8,16 m, em Itaqui.

    Nosso litoral sofre influncia climtica de trs correntes martimas: a das Guianas e a Brasileira, que so quentes, e a das Falklands, que fria. A corrente das Guianas banha o litoral norte, e a Brasileira, o litoral leste. A corrente das Falklands, proveniente do plo sul, banha pequeno trecho do litoral sul.

    Quanto ao relevo, o Atlntico Sul apresenta a plataforma continental, que submerge at 200 m, seguida de declive abrupto, o talude continental, desnvel que alcana at 2.000 m de profundidade e vai at a regio pelgica, onde surgem as bacias dorsais e

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    ocenicas (ou seja, cordilheiras submarinas). Abaixo desse limite inicia-se a regio abissal.

    A largura da plataforma continental brasileira bastante varivel. Alcana cerca de 400 km do litoral do Par, estreitando-se bastante no litoral nordestino. Ela mais larga junto foz dos grandes rios., onde h o acumulo de muitos depsitos de cascalho, areia e outros sedimentos.

    Extenso do litoral brasileiro

    Estados Extenso (km) Percentual (%)

    Bahia 932 12,7

    Maranho 640 8,7

    Rio de Janeiro 636 8,6

    Rio Grande do Sul 622 8,5

    So Paulo 622 8,5

    Amap 598 8,1

    Cear 573 7,8

    Par 562 7,6

    Santa Catarina 531 7,2

    Rio Grande do Norte 399 5,4

    Esprito Santo 392 5,3

    Alagoas 229 3,1

    Pernambuco 187 2,5

    Sergipe 163 2,2

    Paraba 117 1,6

    Paran 98 1,3

    Piau 66 0,9

    Total 7.367 100

    Por apresentar caractersticas comuns, o litoral pode ser dividido em Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.

    Litoral Norte

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    Abrange a costa do Amap e a do Par e este marcado pela foz do rio Amazonas, com canais, pequenos lagos, manguezais e ilhas, entre elas a de Maraj. No norte do Amap h ainda longas restingas.

    Litoral Nordeste

    bem diversificado. Destacam-se as dunas do Parque Nacional dos Lenis Maranhenses, que abrigam lagoas no perodo das chuvas, e o delta do rio Parnaba, entre Maranho e Piau. No trecho que vai do Rio Grande do Norte Bahia so comuns as restingas, dunas, lagoas e os mangues. Entre Alagoas e Sergipe est a foz do rio So Francisco. marcante tambm a baa de Todos os Santos, no estado da Bahia.

    Litoral Sudeste

    Tem diversos trechos escarpados e outros amplos e retilneos. Do norte do Esprito Santo at o municpio de Cabo Frio (RJ), so comuns pequenas elevaes, baixadas e restingas. De Cabo Frio a Marambaia h restingas e lagunas. A partir da at So Sebastio, j em So Paulo, o litoral sinuoso e escarpado, marcado pela presena natural da serra do Mar. Desse trecho at o rio Ribeira do Iguape predominam as baixadas.

    Litoral Sul

    bastante recortado no Paran, j que a serra do Mar volta a estar prxima do litoral. Na costa catarinense h colinas formadas pelo desgaste das escarpas da serra do Mar. Com uma faixa costeira ampla e retilnea, o estado do Rio Grande do Sul marcado pela laguna dos Patos e lagoa Mirim, que so formadas pelo fechamento de restingas.

    Ilhas ocenicas

    Em sua imensa maioria, as ilhas brasileiras so continentais ou costeiras, situadas junto ao litoral e apoiadas sobre a plataforma continental. As principais so: Itamarac, em Pernambuco, Grande, no Rio de Janeiro; So Sebastio, em So Paulo; e Santa Catarina, no estado de mesmo nome.

    A ilha de Maraj, no litoral paraense, apesar de estar em contato com o oceano Atlntico, uma ilha fluvial; formada pela acumulao de sedimentos do rio Amazonas, ao lanar suas guas no oceano.

    H tambm as ilhas ocanicas, que ficam distantes do litoral e emergem da Dorsal Atlntica. Seu nmero reduzido e elas apresentam, em geral, pouca extenso. So elas: o arquiplago de Fernando de Noronha, as ilhas de Trindade e Martim Vaz, o rochedo de So Pedro e So Paulo, o atol das Rocas e o arquiplago de Abrolhos. Sua origem vulcnica, excetuando-se o atol das Rocas, de origem coralngea.

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