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Geomorfologia Aplicada à assessoria às comunidades atingidas por barragens: O caso da Pequena Central Hidrelétrica Cachoeira da Providência, em Pedra do Anta - MG. Daniel Vieira de Sousa Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens [email protected] Aline Guizardi Delesposte Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens [email protected] André Luiz Lopes de Faria Prof. Dsc. Departamento de Geografia Universidade Federal de Viçoca [email protected] INTRODUÇÃO Este estudo, que ora se apresenta, é parte de um trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (NACAB) 1 , uma ONG sediada no município de Viçosa, que consiste na elaboração de um contra estudo, ou seja, uma análise crítica do estudo de impacto ambiental (EIA) da PCH Cachoeira da Providência, no município de Pedra do Anta, MG. Tendo o intuito de auxiliar a população ribeirinha no processo de licenciamento ambiental para que esta pudesse influenciar na ação decisória de implementação do projeto hidrelétrico em questão. E foi parte da monografia apresentada em 2009 na Universidade Federal de Viçosa como exigência para conclusão do curso de Bacharelado em Geografia. A ação de se efetuar um contra estudo do EIA surgiu a partir de 1995 quando o grupo de assessoria do NACAB apontou junto com os professores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) a necessidade das comunidades atingidas por barragens de obterem o acesso e um acompanhamento técnico dos processos de licenciamento ambiental dos projetos de barragens no Alto Rio Doce. Essa demanda também surgiu devido a constatação de equívocos nos estudos e relatórios de impacto ambiental (EIA- RIMA’s) realizados durante o processo de licença ambiental para construção de hidrelétricas em outras regiões do estado. Além da busca da equiparação de poderes, posto que a construção de barragens abarca um conflito com visível disparidade de forças entre as partes envolvidas (empresa x comunidade). Um conflito que resguarda duas racionalidades, de um lado, as populações ribeirinhas que tem a terra como patrimônio familiar e coletivo da comunidade, e de outro o setor elétrico que inclui o estado e empresa privadas que entendem o território sob a ótica do mercado, passível de valoração monetária. 1 Núcleo de Assessoria à Comunidades Atingidas por Barragens (NACAB) , era um projeto de extensão da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que assim se denominou de 1996 até 2001. No ano de 2001 foi criada uma Organização Não Governamental (ONG) para somar forças na luta contra as barragens com esse mesmo nome, a partir de então o projeto de extensão da UFV mudou seu nome para PACAB.

Geomorfologia Aplicada à assessoria às comunidades ... · implantação de barragens ao longo de cursos de água. Neste sentido a finalidade deste trabalho é mostrar como a produção

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Geomorfologia Aplicada à assessoria às comunidades atingidas por barragens: O caso da Pequena Central Hidrelétrica Cachoeira da Providência, em Pedra do Anta - MG.

Daniel Vieira de Sousa Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens

[email protected] Aline Guizardi Delesposte

Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens [email protected]

André Luiz Lopes de Faria Prof. Dsc. Departamento de Geografia Universidade Federal de Viçoca

[email protected]

INTRODUÇÃO

Este estudo, que ora se apresenta, é parte de um trabalho desenvolvido pelo Núcleo de

Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (NACAB)1, uma ONG sediada no município de

Viçosa, que consiste na elaboração de um contra estudo, ou seja, uma análise crítica do estudo de

impacto ambiental (EIA) da PCH Cachoeira da Providência, no município de Pedra do Anta, MG.

Tendo o intuito de auxiliar a população ribeirinha no processo de licenciamento ambiental para que

esta pudesse influenciar na ação decisória de implementação do projeto hidrelétrico em questão. E foi

parte da monografia apresentada em 2009 na Universidade Federal de Viçosa como exigência para

conclusão do curso de Bacharelado em Geografia.

A ação de se efetuar um contra estudo do EIA surgiu a partir de 1995 quando o grupo de

assessoria do NACAB apontou junto com os professores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), a

Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) a necessidade

das comunidades atingidas por barragens de obterem o acesso e um acompanhamento técnico dos

processos de licenciamento ambiental dos projetos de barragens no Alto Rio Doce. Essa demanda

também surgiu devido a constatação de equívocos nos estudos e relatórios de impacto ambiental (EIA-

RIMA’s) realizados durante o processo de licença ambiental para construção de hidrelétricas em outras

regiões do estado.

Além da busca da equiparação de poderes, posto que a construção de barragens abarca um

conflito com visível disparidade de forças entre as partes envolvidas (empresa x comunidade). Um

conflito que resguarda duas racionalidades, de um lado, as populações ribeirinhas que tem a terra como

patrimônio familiar e coletivo da comunidade, e de outro o setor elétrico que inclui o estado e empresa

privadas que entendem o território sob a ótica do mercado, passível de valoração monetária.

1 Núcleo de Assessoria à Comunidades Atingidas por Barragens (NACAB) , era um projeto de extensão da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que assim se denominou de 1996 até 2001. No ano de 2001 foi criada uma Organização Não Governamental (ONG) para somar forças na luta contra as barragens com esse mesmo nome, a partir de então o projeto de extensão da UFV mudou seu nome para PACAB.

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A partir deste contexto é necessário destacar que a destinação dos estudos geomorfológicos

ao planejamento das ações estatais surgiu no pós-guerra, durante a reconstrução do continente europeu,

devido à necessidade de se conhecer as características do meio, para orientar as ações humanas. Neste

período ela se desenvolveu dentro da escola do pensamento geográfico da “Escola da Organização do

Espaço” de Bernard Kayser e Tricart, seguindo a vertente da Geografia aplicada, que era conhecida

pelo viés do estado, recebendo a crítica de que representava a apropriação dos conhecimentos

geográficos pela classe dominante, servindo para manutenção de uma minoria no poder.

Hoje percebemos que essa apropriação vem sendo utilizada não só pelo estado, mas por

empresas privadas que tem interesses econômicos sobre determinado território, podemos tomar como

exemplo os relatórios de impacto ambiental que são produzidos para as construções de hidrelétricas

que de forma geral valorizam o empreendimento e desvalorizam as propriedades daqueles que serão

prejudicados pela construção do empreendimento.

Este trabalho se insere na mesma escola de pensamento, mas segue a ótica a geomorfologia como

ciência que estuda as formas e os processos atuantes para a esculturação do relevo, se mostra como um

conhecimento fundamental no entendimento e mensuração dos impactos ambientais decorrentes da

implantação de barragens ao longo de cursos de água.

Neste sentido a finalidade deste trabalho é mostrar como a produção do conhecimento da

Geografia aplicada se torna instrumento para análise da realidade das populações ribeirinhas que

sofrem a ameaça da perda de seu território com a construção de barragens. Com esse propósito foi

elaborado um mapeamento geomorfológico, tendo como objetivo servir de subsídio para as discussões

sobre a consistência dos estudos de impacto ambiental realizado pelo consórcio proponente da PCH

Cachoeira da Providência, contribuindo para a potencialização da população na participação no

licenciamento ambiental e a atuação geomorfológica beneficiando a população.

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A área de estudos localiza-se na Área de Entorno (AE) do projeto da PCH Cachoeira da

Providência, na Bacia hidrográfica do Rio Casca, no município de Pedra do Anta, na Zona da Mata

Mineira. A AE foi definida pela empresa executora do EIA como sendo “o conjunto de terras formado

pela área total das propriedades inseridas na Área Diretamente Afetada (ADA)” (ESSE, 1995). A ADA

é definida como “correspondente às áreas a serem inundadas, somadas àquelas que se encontram entre

o barramento e a casa de força (trecho de vazão reduzida) e os trechos onde serão implantadas as infra-

estruturas construtivas e de apoio” (ESSE, 1995).

O levantamento apresentado no EIA/RIMA (2004) elaborado pela empresa de consultoria

ambiental ESSE engenharia, contratada pelo empreendedor do projeto, considera apenas 40

propriedades afetadas. No entanto, segundo o levantamento realizado pelo NACAB a totalidade das

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propriedades que seriam afetadas com a construção do empreendimento, gira em torno de 94

propriedades localizadas ao longo do Rio Casca (DELESPOSTE, 2008).

A região da Cachoeira da Providência encontra-se sob Planaltos dissecados, que se

caracterizam por colinas, sendo um relevo evoluído sob processo de dissecação fluvial sobre o

embasamento granito-gnaisses. Próximo ao município de Pedra do Anta, as colinas apresentam topos

amplos e aplainados com vales encaixados, e dentro da ADA estes topos mudam sua configuração para

topos pequenos e ondulados, os vales continuam encaixados, como exemplifica o “canyon” no rio

Casca, verifica-se porções com vertentes suavizadas apresentando alguns terraços, e ora menos

encaixados, configurando planícies abertas.

Sob relevo bastante movimentado com topos ondulados, agudos e declivosos, desenvolvem-se

os Argissolos em sua grande maioria sobre condições de distrofia e muitos apresentando o horizonte A

decaptado, também são encontrados Neossolos flúvicos nos amplos terraços, há pequenas manchas de

Neossolos litólicos, devido a afloramentos rochosos. Os Cambissolos se desenvolvem nas vertentes

côncavas e em áreas com elevada declividade, algumas manchas de Nitossolos são encontradas nas

proximidades da ADA devido a algumas intrusões ocorridas durante a remobilização do relevo, mas

não inseridos nela.

O uso e ocupação dos solos na região se caracterizam por pastagens, algumas se encontram

bem conservadas, devido a pouca prática da agropecuária, a grande movimentação do relevo que

confere uma dificuldade para a prática agrícola, sendo esta desenvolvida quase que totalmente nas

áreas de várzea e terraços sob neossolos e argissolos de terraço. Os agricultores da região cultivam

arroz, milho, feijão, cana, mandioca e tomate.

Breve histórico do processo de licenciamento ambiental

O processo de licença ambiental do empreendimento em questão teve início quando a

Companhia Força e Luz Cataguazes Leopoldina (CFLCL) uma empresa privada, demonstrou interesse

quanto ao potencial hidrelétrico disponível no Rio Casca, e em 1992 foi entregue à Fundação Estadual

do Meio Ambiente - FEAM (então responsável pela análise técnica da viabilidade ambiental do

projeto) o EIA/RIMA para implantação de uma Usina Hidrelétrica UHE em Cachoeira da Providência

com a finalidade de alcançar o início do processo de concessão da licença ambiental. O projeto da

UHE Cachoeira da Providência tinha como previsão a geração de 12MW, que afetaria um grande

numero de famílias (140), sendo a maioria pequenos produtores rurais (ROHTMAN, 2008, 201).

Ao final de 1995 a população atingida se organizou com auxílio do projeto de extensão da

UFV que resumiram o EIA/RIMA ajudando os atingidos na análise desses estudos. Em 1996 foi

realizada a audiência pública que teve grande representatividade da população atingida. Os assessores

destacaram deficiências no EIA/RIMA. Diante disso, o COPAM (Conselho Regional de Política

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Ambiental) exigiu da empresa de consultoria a elaboração de estudos complementares mais

detalhados. Esse processo se arrastou até o ano de 2000, ano que foi realizado a segunda audiência

pública, a empresa Cataguazes-Leopoldina retirou o projeto ao tomar conhecimento que a equipe

técnica da FEAM havia pedido o indeferimento.

No ano de 2004 a empresa CAT-LEO construções, indústrias e serviços de energia entra com

o pedido de um novo projeto, a nova proposta que passa ser considerada é a construção da PCH

Cachoeira da Providência, que reduziria o tamanho do reservatório, medida essa que segundo a

empresa atenuariam os impactos socioeconômicos e ambientais.

Depois disso a CAT-LEO solicitou em documento enviado a SUPRAM (Superintendência

Regional do Meio Ambiente) informando e requerendo a alteração de sua razão social para

ENERGISA Soluções S.A. Em 2007 a equipe técnica da empresa de consultoria ESSE retornou à

comunidade de Cachoeira da Providência para elaborar alguns estudos de complementação do projeto

e protocolou o Formulário de Caracterização do Empreendimento Integrado – FCEI à SUPRAM,

dando entrada novamente ao pedido de Licença Prévia.

Em outubro de 2008 houve a pedido da prefeitura municipal de Pedra do Anta uma audiência

pública, e novamente a população atingida se manifestou contra o empreendimento, a AMABCP

(Associação dos Moradores Atingidos por Barragem de Cachoeira da Providência) apresentou junto

com o NACAB alguns erros existentes no EIA do projeto da PCH, erros que demonstraram a

inviabilidade do projeto, nesse sentido a SUPRAM- ZM decidiu pelo indeferimento da Licença Prévia

do projeto.

Geografia Aplicada

Como já foi dito acima a assessoria do NACAB teve inicío em 95 quando o núcleo ainda era

um projeto de extensão da UFV, a principal área de atuação era no Alto Rio Doce onde estavam sendo

projetadas diversas barragens. No caso de Cachoeira da Providência, o NACAB junto com outras

entidades de apoio buscaram realizar reuniões junto com a população atingida informando sobre os

prováveis impactos socioeconômicos, culturais e ambientais do projeto da barragem e sobre o processo

de licenciamento ambiental.

O trabalho de mobilização da população para que esta se organizasse e participasse das

audiências públicas também foi uma das principais preocupações do núcleo de assessoria. Esses

momentos de diálogo com a população que permitiu a equipe do NACAB uma assessoria de forma

mais conseqüente, que de um lado trabalhava a mobilização da população e a análise técnica dos

estudos ambientais produzindo pareceres técnicos objetivando o posterior indeferimento do

EIA/RIMA.

A produção dos pareceres técnicos pela equipe do NACAB consiste na análise de todas as

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temáticas abordadas no EIA, dessa forma a agregação de profissionais de diversas áreas contribui para

uma análise mais apurada da área ambiental e social. Nesse sentido realizamos tanto em 1996 quanto

em 2008 um levantamento socioeconômico o resultado desse levantamento auxiliaria na discussão das

divergências encontradas nas propostas para a construção da PCH e de indenização/ deslocamento das

famílias atingidas.

Além da assessoria jurídica prestada à prefeitura de Pedra do Anta e à população atingida

durante o processo de licença ambiental, foi identificada a necessidade de se produzir um mapeamento

geomorfológico e pedológico, pois foram encontradas no EIA/RIMA da PCH informações no que se

refere à geologia, geomorfologia, solos, muito generalizadas colocadas em uma escala que não

permitia uma boa caracterização da área com vistas a discutir as qualidades e potencialidades das

pequenas propriedades a serem afetadas pelo empreendimento e o seu real impacto no meio.

METODOLOGIA

Os procedimentos metodológicos utilizados neste trabalho que ora se apresenta, consistiram

na execução do mapeamento geomorfológico em escala 1:30.000. Anteriores ao mapeamento foram

elaborados os mapas: hipsométrico, convexidade/concavidade, declividade, estes dados geométricos

foram originados a partir do processamento de dados SRTM para que obtivéssemos uma resolução de

10 m de célula. Além do processamento do SRTM foi feito o processamento de imagem do sensor

LandSat ETM 7 executando a fusão da imagem colorida RGB (342) com a banda pancromática,

culminando em uma imagem RGBPAN com resolução espacial de 15m, para que fossem levados a

campo.

O mapeamento geomorfológico foi elaborado seguindo as orientações da subdivisão de cartas

da IGU (International Geomorphologycal Union), e seguiu a metodologia descrita em ROSS (1992),

que divide o relevo em seis níveis de classificação, (1° Taxon); Unidades Morfoesculturais, (2°

Taxon); Unidades morfológica ou padrões de formas semelhantes, (3° Taxon); Tipos de formas de

relevos (modelado), formas de acumulação, aplainamento, dissecação e dissolução (4° Taxon). A

quinta ordem de grandeza (5° Taxon) contempla os tipos de vertentes. As formas morfodinâmicas, tais

como voçorocas e ravinas e pequenas formas de relevo, correspondem ao 6º táxon. Os critérios para

classificação dos sistemas de relevo será baseado em IPT 1981, e os critérios morfológicos serão

fundamentado em Florenzano 2008, que se baseou em Meijerink (1988), IPT (1981) e Ross (1996),

para o layout de apresentação do mapa buscou-se a padronização utilizada no RADAM BRASIL.

Para o mapeamento pedológico foram utilizados os critérios definidos em EMBRAPA 2006,

foi elaborado apenas um mapa preliminar que contemplou descrição morfológica do perfil.Para o

estudo sócio-econômico foram feitas entrevistas estruturadas com todos os moradores da área

diretamente e indiretamente afetada com o objetivo de avaliar o valor real das propriedades atingidas

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pela construção do empreendimento, a partir da descrição dos moradores a respeito dos bens

possuídos, o detalhamento desta etapa será trabalhado em outro artigo.

Após o produto dos mapeamentos e seus respectivos relatórios em mãos, foi feita a

comparação sistemática e detalhada de cada elemento representada em ambos os mapas e nas

discussões acerca de cada elemento, na busca de alguma inconsistência que inviabilize o

empreendimento.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A discussão dos resultados será feita da seguinte forma: Primeiramente serão explanados os

mapeamentos feitos pela equipe do NACAB, e posterior será apresentada a explicação de cada estudo,

geomorfológico e pedológico, serão mostrados os mapas que embasaram os estudos de impacto

ambiental, para posterior comparação e após cada mapa do EIA, será delineada a discussão a respeito

das inconsistências neles encontradas em comparação com o aqui apresentado.

Mapeamento Geomorfológico

Seguindo os procedimentos postulados por Ross 1992, conseguiu-se um nível de

detalhamento onde foi possível representar inclusive, sexto nível de classificação, os movimentos

morfodinâmicos, voçorocas e ravinamentos.

O relevo da área é classificado como sendo de amplitude altimétrica média de 198,2 metros,

havendo uma média topográfica de 579 metros, e também é bastante declivoso, predominando

declividades entorno de 20 a 45%.

As cristas da região obedecem a orientação de Norte-Este, seguindo o padrão dos sistemas de

falhas do sistema orogenético Mantiqueira, no entanto na área diretamente afetada (ADA), as cristas

tem orientação preferencial Este-Oeste, contrariando a tendência regional.

Acredita-se que esta mudança preferencial na orientação, é devido o rio se encontrar

estabelecidos sob linhas de fraqueza, que seriam falhas de alívio originadas do soerguimento da Serra

do Brigadeiro, a serra mais próxima da região, e ou ajustados sob litotipos mais friáveis, apesar da área

ser de uma litologia homogenia, em alguns pontos o embasamento da Mantiqueira aflora, formando

vales encaixados, em outros locais, o rio corre sob sedimentos fluviais inconsolidados, e ou manto de

alteração, originando vales abertos.

As formas dos topos dos interflúvios são angulares e moderadamente ondulados, as vertentes

são compostas, havendo secções côncavas e convexas, e poucos trechos retilíneos. De modo geral, os

vales são abertos mais a montante e fechados mais a jusante, onde o embasamento aflora.

O rio casca no trecho da área diretamente afetada é bem meandrático, apresentando curvas

sinuosas e de abrupta mudança em sua orientação, o rio apresenta vários meandros encaixados em seu

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percurso que provavelmente tem sua origem no soerguimento ou rebaixamento do nível de base local,

passando a entalhar as camadas subjacentes.

1° Taxon Unidade Morfoestrutural - Escudo Exposto.

“Este domínio abrange áreas cujos aspectos geomorfológicos foram elaborados em diferentes

litologias pré-cambrianas [...]. As deformações e deslocamentos do embasamento resultaram em

blocos de relevos alçados que posteriormente atingidos por diferentes estágios sucessivos de erosão.

[...] próximo de Viçosa e Teixeira, a cobertura coluvial é variável na espessura, As camadas de rochas

alteradas, em geral derivadas de rochas metamórficas, são profundas, não deixando afloramentos

rochosos. [...] A fase atual de escavamento dos rios nesses depósitos é responsável pela elaboração dos

terraços. Finalmente assinala-se que houve um estágio erosivo, na qual o ravinamento e

voçorocamento se formaram” (RADAM BASIL p.356)

2° Taxon Unidades Morfoesculturais – Planaltos dissecados dos Campos das Vertentes

“Os Planaltos Dissecados do Centro Sul e Leste de Minas caracterizam-se por uma dissecação

fluvial atuante nas rochas predominantemente granito-gnaissicas do embasamento pré-cambriano,

resultando em formas de colinas e cristas com vales encaixados e/ou de fundo plano, de maneira

generalizada em toda a extensão dos planaltos. A dissecação fluvial produziu um relevo peculiar em

afloramentos rochosos, os pontões, que ocorrem isolados, associados às colinas, ou em grupamentos..

[...]

Próximo a Ponte Nova, MG, feições convexas topograficamente niveladas mesclam-se as

formas alongadas de vertentes convexo-retilíneas. Há tendências de voçorocamentos, não apenas em

função das alterações e/ou dos materiais de cobertura sustentados pelas vertentes, de declividades

acentuadas, mas também devido aos tipos de ocupação antrópica estabelecidos sobre ele.

[...]”(RADAM BRASIL p.355)

3° Taxon - Unidades Morfológicas ou Padrões de formas semelhantes.

3.1 – Modelado de Aplainamento (A) – Pediplano Degradado (Pgu)

Superfície de aplainamento parcialmente conservada, tendo perdido a continuidade em

conseqüência de mudança no sistema morfogenético, geralmente dissecada e separada por escarpas ou

outros modelados de aplanamento, de dissecação e de dissolução correspondentes aos sistemas

morfogenéticos subseqüentes. Aparece desnudada em conseqüência de exumação de camada

sedimentar ou de limpeza de cobertura preexistente. (NUNES, 1994)

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3.1.1 – Formas e Colinas moderadamente dissecadas.

Estas unidades morfológicas se estendem até próximo dos 600 metros de altitude e são

originadas através da dissecação do relevo devido a atuação de processos morfoclimáticos, onde

verifica-se principalmente a erosão hídrica, decorrente da grande precipitação da área, e que

atualmente passa por um processo de aplainamento que é agravado pelos reflexos da ação antrópica.

Esta erosão a princípio se daria de forma homogênea, pois cada parcela do terreno recebe a

mesma quantidade de água durante um evento de precipitação, no entanto, sendo a vertente um sistema

aberto, o processo erosivo é diferenciado para cada porção da paisagem, em cada feição

geomorfológica, devido a influências da declividade, geoformas, tipo de sedimento, solos,

profundidade do manto de alteração, radiação solar, e mais recentemente as ações humanas, tais como

terracetes originados pelo pisoteio do gado e más práticas agrícolas, estas áreas se tornam locais

preferências de escoamento, devido a “lei do menor esforço”, originando o escoamento concentrado

que levará a formação de sulcos e ravinas, e que aliadas ao escoamento subsuperficial originam

voçorocas, ampliando os processos morfodinâmicos na região.

3.1.2 – Padrões de Morros agudos e moderadamente ondulados.

Este tipo de modelado é encontrado acima da cota dos 600 metros de altitude, caracterizando-

se por topos agudos, com vertentes muito declivosas sendo possível observar algumas superfícies

escarpadas.

Nesta unidade morfológica observam-se os mesmos processos morfogenéticos, atuantes nas

unidades, Formas e colinas moderadamente dissecadas, a erosão é a princípio homogênea, e recebe

influências dos mesmos fatores no entanto, neste caso, a vegetação no topo do morro está mais

conservada, amenizando os processos erosivos por escoamento superficial e aumentando as

dissoluções químicas através absorção dos sais em solução pelas raízes.

4° Taxon: Padrões e formas de relevo – Acumulação

4.1 - Terraço Fluvial

Morfologicamente surgem como área plana, levemente inclinada, representando antigas

planícies de inundação, na área de estudo é possível observá-la até próximo dos 540m, apresentando

algumas vezes ruptura de declive em relação ao leito do rio e às várzeas recentes situadas em nível

inferior, entalhada devido às mudanças de condições de escoamento e conseqüente retomada de

erosão (NUNES, 1994).

Pode-se identificar dois tipos distintos de terraços na área de estudos, os terraços extensos e os

terraços curtos. Os terraços mais extensos, aluviais, têm sua origem na acumulação de sedimentos

fluviais, que transbordavam da calha do rio em épocas de cheias. Hoje estes terraços estão

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“estabilizados”, sob fora das condições de inundações periódicas. e quase que totalmente ocupada pela

agropecuária e pecuária

Os terraços menores, clolúvio-aluvionares, são oriundos de materiais da antiga planície de

inundação, e da acumulação de sedimentos coluviais, provindos de processos morfodinâmicos, e

viabilizados pela falta de cobertura vegetal e a inadequada pratica de ocupação humana. Estes terraços

podem ser encontrados a margem do rio casca e principalmente a margem de seus afluentes.

4.2 - Rampa

Esta forma tem sua gênese vinculada ao processo de erosão de sedimentos a montante, e sua

posterior acumulação no sopé da colina, quase que não havendo o rebaixamento do interflúvio. Este

processo segue o vetor geral da região de aplainamento da paisagem e recuo paralelo das vertentes.

Estas formas estão associadas à geoformas convexas e com moderada a baixa declividade, cerca de 8 a

15%, e relevo moderadamente ondulado, precedendo o terraço

4.3 – Planície

As planícies de inundação conhecidas como várzea, constituem a forma mais comum de

sedimentação fluvial, encontrada nos rios de todas as grandezas, no entanto na área de estudo é ouço

encontrada devido as características juvenis do relevo. Esta unidade do relevo é caracterizada por

periódicas cheias, onde o rio transborda seu leito, levando seus sedimentos para além de suas margens.

A planície de inundação é formada pelos aluviões e por materiais variados da deposição do

canal fluvial. Na vazante o escoamento está restrito a parcelas do canal fluvial, onde há deposição de

parte da carga dentrítica com o progressivo abaixamento do nível das águas. (CHRISTOFOLETTI,

1980).

Nestas planícies fluviais em épocas de cheia, há a formação de ilhas fluviais. Neste trecho do

rio ele corre sob o embasamento, sendo possível observas afloramentos de rochas dentro do rio e

lajedos, em suas margens. Algumas ilhas fluviais se formaram através da acumulação de sedimentos

entre as rochas, com o passar do tempo, esta acumulação oferece condições para a colonização das

primeiras espécies vegetais, que oferece condições para maior acumulação de sedimentos.

Entre as planícies fluviais em épocas de cheia do rio, são originadas grandes ilhas com

amplitude de até 50m da calha do rio e o ponto culminante.

5° Taxon: Tipos de Vertentes

Vertentes são elementos morfológicos que apresentam alta complexidade em seu

funcionamento, envolvendo diversas variáveis, tais como meteorização, pedogênese e processos

morfogenéticos. As vertentes são estudadas sob a perspectiva de sistemas abertos, recebendo e

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perdendo tanto matéria como energia. As fontes primárias de matéria são, constituídas pela gravidade e

ação solar, fazendo que haja fluxo de matéria energia através do sistema que acaba sendo transferido

para o sistema fluvial. (CHRISTOFOLETTI, 1980).

5.1- Dissecação

5.1.1 Côncavas

Vertentes caracterizadas pelo balanço negativo entre meteriorização e pedogênese, o que

acaba originando geoformas convexas, com baixa e elevada declividade. As vertentes com alta

declividade são caracterizadas pela forte presença de processos morfodinâmicos, e por grande

densidade de incisões resultantes de atuação predominante da erosão pluvial, sob a forma de

escoamento concentrado (torrencial) viabilizados por terracetes originados pelo pisoteio do gado.

6° Taxon: Formas e Processos atuais.

6.1- Ravinamento e Voçorocamento.

“As Ravinas constituem um tipo de feição de escoamento concentrado, e se formam quando o

fluxo d’água aumenta na encosta por ocasião, de grandes episódios chuvosos, tornando-se turbulento.

O aumento do gradiente das chuvas, a uma maior declividade da encosta ou saturação do solo.

“As voçorocas podem ser originadas pelo aprofundamento e alargamento de

ravinas, ou por erosão, causada pelo escoamento subsuperficial, o qual da

origem a dutos (pipes). São relativamente permanentes nas encostas. Tem

paredes laterais íngremes em geral fundo chato correndo fluxo de água no seu

interior durante os períodos chuvosos. Ao aprofundarem seus canais, as

voçorocas atingem o lençol freático. Constituem um processo de erosão

acelerada e de instabilidade das paisagens”. (p. 244-245) SUERTEGARAY,

2003.

Na área de estudo os processos morfodinâmicos são acelerados através de indevidas praticas

antrópicas onde, os terracetes, retirada da cobertura vegetal, exposição dos solos, aumenta o

escoamento concentrado e a energia para carrear sedimentos, aliadas as características físicas da

paisagem tais como - elevada declividade em torno de 20 a 45%, elevada pluviosidade, presença de

Cambissolos conferindo um pequeno horizonte B, e o contato com o Saprolito, material inconsolidado

sem estrutura - atribui um ambiente propicio a estes tipos de fenômeno morfodinâmicos, ravinamentos

e voçorocamentos, tendo o homem o papel relevante como agente na esculturação do relevo.

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Análise do mapa geomorfológico do EIA

A análise efetuada se inicia pelos procedimentos metodológicos mencionados

no EIA, onde não é explanado qual método de mapeamento foi utilizado, o que não

permite a reprodução dos resultados, (preceito básico para qualquer trabalho científico)

dando a impressão de um trabalho essencialmente subjetivo. Os procedimentos

mencionados no citados no EAI são apenas:

“Para os estudos dos aspectos geomorfológicos os procedimentos metodológicos foram efetuados em três etapas de trabalho. Na Etapa 1 efetuou-se o levantamento de dados secundários a) Levantamento e análise da bibliografia pertinente ao tema na AI; b) Levantamento/consulta da documentação cartográfica composta de folhas topográficas [...] Na Etapa 2 foi efetuada campanha de campo integrando os temas Geomorfologia, Geologia e Uso e Ocupação do Solo utilizando base cartográfica disponível como as folhas topográficas e imagens de satélite [...] A Etapa 3 consistiu da interpretação ambiental dos dados de campo, que, combinados com os secundários, propiciaram a elaboração do diagnóstico. [...] Por fim, efetuou-se a redação e confecção de mapas temáticos relativos ao tema.” ESSE p.127

O mapa geomorfológico utilizado para analisar os impactos ambientais

ocasionados pelo empreendimento é inviável, devido a sua grande generalização. Ele se

restringe a representar apenas do primeiro ao segundo táxon, que são respectivamente as

Unidade Morfoestruturais e Unidades Morfoesculturais, que são as grandes unidades do

relevo, não nos informando sobre as unidades morfológicas, padrões ou formas de

relevo, tipos de vertentes e finalmente os processos morfodinâmicos, que são

respectivamente terceiro, quarto, quinto e sexto táxon, segundo a classificação de Ross

1992.

Um empreendimento que se propões a alterar severamente as características de

um rio, modificando seu nível de base, (nível de erosão) (Chistofolethi 1996) vazão de

água e carga de sedimentos, necessita de um levantamento geomorfológico de detalhe,

que ilustre muito bem as características deposicionais e erosionais da região, como

menciona Guerra 2006. E para isto é necessário que o mapeamento contemple inclusive

os processos morfodinâmicos, possibilitando uma análise integrada dos acontecimentos,

ao relacionar os impactos, permitindo até mesmo a análise dos impactos pedológicos a

partir do mapa geomorfológico, devido as características pedogeomorfológicas.

A descrição da configuração geomorfológica da paisagem da ADA foi feita de

forma profícua e satisfatória, pois é descrita como sendo predominante caracterizado

- 14 -

por “formas de relevo originadas a partir da atuação dos ciclos erosivos que se

instalaram ao final do mesozóico, gerando formas de relevo arredondadas e

relativamente homogêneas em função da monotonia litológica onde predominam

rochas gnáissicas”p 283. No entanto comete um equívoco quando menciona a presença

de “formas tabulares” p. 283 na área de estudo, no entanto não sendo encontradas na

região durante trabalhos de campo, e nem detectadas com auxilio de mapas de

declividades da ADA feitos a partir de dados do SRTM e GEOMINAS, como pode ser

observado na figura x, e melhor explicado em SOUSA 2008.

Figura X. Mapa de declividade onde pode ser observado a inexistência de

formas tabulares.

No entanto, apesar da boa descrição geomorfica da AE, a análise

geomorfológica delineada não é satisfatória no que corresponde a descrição das formas

e processos atuantes e que levaram a formação da paisagem, não sendo mencionados os

processos de erosão lateral das vertentes, que originam as rampas de colúvio na região,

e muito menos os processos de erosão laminar que originam às vertentes côncavas,

muito menos a morfodinâmica.

Ao discorrerem sobre a influencia humana na ADA, é mencionado apenas a

atuação humana na retirada da cobertura superficial dos solos, o que acarretou na gênese

dos processos morfodinâmicos (sexto taxon), e que não foram mencionados.

- 15 -

“A vegetação nativa no local do aproveitamento foi quase que completamente substituída por culturas e pastagens, sendo as primeiras mais comuns nas partes baixas e planas e as segundas ocupando grande parte das encostas. Alguns locais, no entanto, exibem nos topos dos morros, vegetação arbórea mais expressiva, preservadas ou em estágios de preservação.” p 283-284

A grande presença dos processos de voçorocamentos e ravinamentos terão sua

dinâmica profundamente influenciada devido a alteração do nível de base local,

alterando assim todo a dinâmica do ecossistema. Por isso é indispensável seu estudo e

mapeamento para que se tenha uma melhor representação do que acontece no meio,

permitindo uma análise mais fiel a realidade e previsão dos impactos a serem

ocasionados, como por exemplo a suscetibilidade a erosão e movimentos de massa, que

o EIA não faz, portanto não estando apto a falar a respeito deste impacto.

CONCLUSÃO

Este trabalho se apresenta como um exemplo da necessidade de se buscar

argumentos técnicos que sirvam como um elemento de contestação da qualidade dos

EIA/RIMAs elaborados pelas empresas proponente, e de viabilidade do

empreendimento. Busca-se também evitar ou minimizar as injustiças do deslocamento

forçado e as indenizações irrisórias dos empreendedores de barragens mediante o

processo de licenciamento ambiental.

A ação de análise de diferentes aspectos, meio socioeconômico e meio físico, do

EIA-RIMA da PCH Cachoeira da Providência, nos revelou uma profunda inadequação

dos estudos ambientais realizados, e sua inviabilização para análise dos impactos

gerados pelo projeto.

A assessoria realizada pelo NACAB teve um relevante papel no campo de forças

presente no processo de licenciamento, uma vez que revelou forças para a mobilização

técnica através da leitura do EIA/RIMA e da elaboração de contra-pareceres técnicos.

Também contribuiu com papel político ao fazer por exemplo pronunciamentos nas

audiências públicas, reuniões da SUPRAM, ainda assim fortalecer a mobilização local e

a construçao de redes e alianças junto a outros movimentos e ONGs.

Neste estudo aqui apresentado detectou-se sérias falhas no levantamento

Geomorfológico e Pedológico feito no EIA. O mapeamento geomorfológico contempla

- 16 -

apenas o primeiro e segundo táxon, informando somente a unidade morfoestrutural e

morfoescultural, o que é insuficiente para efetuar qualquer análise dos impactos gerados

pelo empreendimento.

Devido a estes inúmeros erros o EIA-RIMA é inadequado para realizar a análise de

impacto ambiental, devido a instalação da pequena central hidrelétrica, pois ele não

representa a análise a realidade encontrada no local.

A equipe do NACAB protocolou pareceres técnicos durante a audiência pública,

informando aos órgãos competentes o resultado dos estudos realizados e aqui expostos,

o que foi de grande valia para o licenciamento ambiental do empreendimento, sendo

assinalada sua importância no relatório do COPAM que anuncia o indeferimento da

obra.

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