Geoparques e Importância Científica e Cultural

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Documento

Citation preview

  • Geopark Naturtejo: os Geoparques e a sua importncia cientfica ecultural

    JoanaRodrigues&CarlosNetodeCarvalhoGeoparkNaturtejodaMesetaMeridionalUNESCOEuropeanandGlobalGeopark.GabinetedeGeologiaePaleontologiadoCentroCulturalRaianoAvenidaJoaquimMoro,6060-101,Idanha-a-Nova,Portugal.www.naturtejo.com;E-mail:[email protected].

    1.Introduo O Geopark Naturtejo pertence s Redes Europeia e Global de Geoparques,sob os auspcios da UNESCO, desde 2006. Trata-se de um projecto centrado nopatrimniogeolgicocompromoododesenvolvimentoeconmico localatravsdogeoturismo.AsRedesEuropeiaeGlobaldeGeoparquestmcomoobjectivoatrocadeinformaeseboasprticasnodesenvolvimentodeestratgiascomuns.

    Umgeoparquecentra-senageoconservao,educaoegeoturismo,valendo-se da geodiversidade do territrio e contando tambm com os patrimniosarqueolgico,histrico-culturalenatural.

    OGeoparkNaturtejoapresentaumapaisagemquecontaahistriadosltimos600 milhes de anos, atravs de elementos como vastas reas aplanadas ondeirrompem relevos residuais granticos (Monsanto), sedimentares (Murracha,Murrachinha, Pedras Ninhas) alinhamentos tectnicos (escarpa de falha do Ponsul,SobreiraFormosa)ecristasquartzticas(PenhaGarcia,Rdo,Moradal,MonfortedaBeira).Asaplanaessoaindacortadaspelaprofunda incisodaredehidrogrficadoBaixoTejo.

    Numa regiodegrandeheterogeneidadecultural, aGeologiaumelementouniformizador do territrio e utilizada como estratgia de desenvolvimentosustentvel de larga escala, num projecto pioneiro em Portugal, planeado amdio/longoprazo. So desenvolvidas um grande conjunto de actividades que divulgam aGeologia ao pblico em geral, a alunos de todos os nveis de ensino e a gruposespecializados atravs de visitas guiadas, exposies, workshops, seminrios,programas educativos e publicaes variadas (folhetos, mapas, livros), promovendointernacionalmenteoterritrio,atravsdasRedesEuropeiaeGlobaldeGeoparques.

    2.ConceitodeGeoparquePara a UNESCO, um geoparque um territrio com limites bem definidos e

    com uma rea suficientemente alargada de modo a permitir um desenvolvimentoscio-econmico,culturaleambientalmentesustentvel(Eder&Patzak,1998).Trata-sedeum territrioquecombinaaprotecoeapromoodopatrimniogeolgicocomodesenvolvimentolocalsustentvel(Zouros,2004).

    AideiaembrionriadeGeoparque,dembitonacional,surgiunosanosoitentae noventa em pases como a China, a Frana ou a Alemanha, em territrios comelevadointeressegeolgicoeconsequentenecessidadedeconservaoepromoodaGeodiversidade.

    Em1991, realizou-seemDigne (Frana)o1Simpsio Internacional sobreaProtecodoPatrimnioGeolgico,ondefoiestabelecidaaDeclaraodosDireitos

  • 2

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    Memria da Terra. A Carta de Digne veio impulsionar aces de proteco doPatrimnioGeolgico(Zouros,2004) No 30 Congresso Geolgico Internacional, em Pequim, em 1996, Martini eZourosabordarama ideiadacriaodeumaRedeEuropeiadeGeoparques (REG)numa iniciativa que no s promovesse a proteco do patrimnio geolgico mastambmfomentasseodesenvolvimentolocal(Zouros,2004). Em 1999, a Diviso da Cincias da Terra da UNESCO discutiu a criao doPrograma Geoparques no sentido de dar resposta s necessidades manifestadasperante o patrimnio geolgico. Este Programa nunca foi concretizado, por falta definanciamento(Eder&Patzak,2004). AREG fundadaemJunhode2000,pelosseguintesgeoparquespioneiros:Reserva Geolgica de Haute Provence (Frana), Floresta Petrificada de Lesvos(Grcia), Geoparque Gerolstein/Vulkaneifel (Alemanha) e o Parque Cultural deMaestrazgo(Espanha).Em2001,aassinaturadaConvenodeCooperaocolocaaREG sob os auspcios da UNESCO, havendo um patrocnio institucional, mas nofinanceiro.

    A Rede Global de Geoparques (RGG) foi criada em 2004, com o apoio daUNESCO, tendo o objectivo de cobrir os geoparques fora da Europa. Foi aindaassinada a Declarao de Madonie que define que a REG uma organizaointegradanaRGG(Zouros,2004;Eder&Patzak,2004,Freyetal.2006).

    3.RedesEuropeiaeGlobaldeGeoparquesOobjectivodeumGeoparqueEuropeupermitiroreaproveitamentolocaldos

    valores patrimoniais da rea e a participao activa da populao, na revitalizaoculturaldazona,integrandotodososseusvaloresglobalmente(Zouros,2004).

    A REG baseia-se numa estrutura activa onde se pretende que haja umapartilha de informaes e experincias, proposta de criao de novos produtos e adefinio de estratgias comuns (Zouros, 2004). Como principais objectivos, a REGpromove:aprotecodopatrimniogeolgico,adivulgaodopatrimniogeolgicoao pblico em geral e o desenvolvimento local sustentvel, atravs do geoturismo(Zouros&McKeever,2008).

    Apsumcriteriosoprocessodecandidatura,aoentrarnaRedeumgeoparquetem de aceitar e assinar A Carta, comprometendo-se a cumprir as directivasestabelecidas,nomeadamente,aproibiodavendadeobjectosgeolgicosdentrodoterritriodogeoparque.Periodicamente,acada4anos,cadageoparqueavaliado,verificando-seocumprimentodasnormaseamanutenodoselevadospadresdequalidade, podendo a sua permanncia na Rede ser posta em causa, e at serdestitudo.

    A Rede opera com comunicao via electrnica permanente, reunies decoordenao semestrais e conferncias temticas. Quanto a actividades conjuntasdestaque-seaorganizaodaSemanadosGeoparqueEuropeus,umainiciativaquedecorre anualmente simultaneamente em todos os geoparques europeus,desenvolvendo-se actividades de divulgao. Anualmente tambm publicada arevistaEGNMagazinecominformaessobreasactividadesconjuntase individuaisdosgeoparques.Foiaindapublicado,em2009,olivroEuropeanGeoparksquecontacomapresenadetodososgeoparqueseuropeus.Almdestematerialdedivulgaoexistem tambm folhetos e outros materiais promocionais conjuntos. No website da

  • 3

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    REG possvel encontrar informao sobre o funcionamento da Rede e umaapresentaodetodososgeoparques.

    A REG conta, em Maro de 2009, com 32 geoparques distribudos por 13pases,daqualfazparteoGeoparkNaturtejo,emPortugal.Encontra-seemprocessode candidatura o Geoparque Arouca (S et al., 2005) e em fase de projecto osgeoparques nos Aores (Lima, 2007; Costa et al. 2008) e em Porto Santo (Silva &Gomes,2003)

    ARGG,apoiadaformalmentepelaUNESCO,contacom56geoparquesem18pases (Maro de 2009), havendo, neste momento, candidaturas de pases comoJapo, Vietname, Indonsia, Coreia, Venezuela e Mxico (Zouros & Vasileladou,comunicao oral). De acordo com Eder e Patzak (1998) previsvel que em 2025haja500geoparquesespalhadosportodomundo.

    OobjectivodaRGGproporcionarumaplataformadecooperaoepartilhaentreespecialistaseactoresnatemticadopatrimniogeolgico,sobosauspciosdaUNESCO. So ainda objectivos: preservao do patrimnio geolgico para asgeraes futuras, educar e ensinar o pblico em geral, promover facilidades depesquisaemgeocincias, assegurar odesenvolvimento sustentvel (Eder&Patzak,2004).

    3.GeoparkNaturtejo Em Julho de 2003, durante o Workshop Fsseis de Penha Garcia queclassificao? surgiu a ideia da criao de um geoparque, tendo-se iniciado deimediato o projecto da candidatura REG que decorreu at 2005 com trabalho decampodeinventariao,desenvolvimentodeestratgiasdeprotecoepromoodopatrimnio geolgico, para desenvolvimento local sustentvel e actividades depromoo.Em2005foientregueacandidatura tendooGeoparkNaturtejo integradoasRedesEuropeiaeGlobaldeGeoparqueemSetembrode2006(NetodeCarvalho,2005a,b). A gesto e administrao do Geopark Naturtejo est a cargo da Naturtejo,Empresa Intermunicipal de Turismo, uma instituio de capitais maioritariamentepblicoscriadaem2004pelaAssociaodeMunicpiosNaturezaeTejo.

    O territrio do Geopark Naturtejo compreende os municpios de Castelobranco,Idanha-a-Nova,Nisa,Oleiros,Proena-a-NovaeVilaVelhadeRdo,numarea de 4 617 km2, correspondendo a aproximadamente 5% do pas. Situa-se naregioCentrodePortugal,aaproximadamentetrshorasdeLisboa,PortoeMadrid.Nele habitam 96 307 habitantes (2001), numa densidade populacional de 23,1hab/km2 caracterizada por uma elevada desertificao, com grande envelhecimentopopulacional, destacando-se as actividades de agricultura, silvicultura, pastorcia,oliviculturaecomrcio.Aregiocompostaporumacidadecapitaldedistrito(CasteloBranco) e cinco vilas sedes de concelho Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Proena-a-Nova e Vila Velha de Rdo), com 74 freguesias compostas por mais de quatrocentenasdelugares.

    A ocupao humana remonta h mais de 200 mil anos traduzidos por umagranderiquezaarqueolgica.NapocadaconstruodaNacionalidade(sculosXII-XIII), o Tejo constitui uma fronteira natural, na margem do qual os Templriosconstruramnumerososcastelos,atalaiaseigrejas.

  • 4

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    DentrodoGeoparkNaturtejoexistemdoisComplexosTermais(MonfortinhoeFadagosadeNisa), umParqueNatural (Tejo Internacional), umMonumentoNatural(Portas de Rdo), trs Stios Rede Natura 2000 (Serra daGardunha, Nisa/Laje dePrata, S. Mamede), duas Aldeias Histricas (Monsanto e Idanha-a-Velha), cincoAldeias de Xisto (Figueira, lvaro, Martim Branco, Foz do Cobro e Sarzedas),diversas aldeias fortificadas (como Penha Garcia, Salvaterra do Extremo, Segura,Montalvo, Rosmaninhal, Nisa ou Amieira do Tejo), Important Bird Areas, Zonas deProteco Especial para Aves e diversos geosstios classificados como Imveis deInteresseMunicipal.

    Agrande inovaoqueesteprojecto trouxeao territrio foiaexploraodosaspectos geolgicos presentes em toda a regio, que apesar de implcitos, nemsempre foram valorizados, permitindo medidas de conservao e utilizaosustentvel e economicamente rentvel. Note-se por exemplo a atractividade dasgeoformas granticas de Monsanto ou da Gardunha explicadas pelas populaesatravs de lendas ou dos icnofsseis de Penha Garcia interpretados desde semprepelosseushabitantes.Tambmasminasforam,desdeotempodosromanos(Conhaldo Arneiro), uma realidade na regio. Estes aspectos foram essenciais noestabelecimentodepovoados,naconstruotradicional,nasactividadeseconmicasetradicionaisquecaracterizamoGeoparkNaturtejo.Assimimportantenoesqueceraimportnciadoenvolvimentodaspopulaeslocaisparaosucessodesteprojecto.

    O Geopark Naturtejo pretende contar a histria da Terra nos ltimos 600milhesdeanos,dispersapelosseuscercade170geosstios.Contudo,paracontaresta histria so utilizados dezasseis geomonumentos, locais singulares de elevadointeresse geolgico que apresentam caractersticas de monumentalidade eespectacularidadeparaopblicoemgeral.AlgunsdestesgeomonumentosconstituemExomuseus(Melndez&Rodrigues,2008), locaisquedevidoaoseuvalor intrnsecoe/oucondiesexcepcionaisdeexposio,sosusceptveisdeseremutilizadoscomocentrosdeexposioouinstrumentosgeodidcticos.

    ExistemdiversosespaosmuseolgicosespalhadospelosseismunicpiosdosquaistrsabordamaGeologia:MuseudoCanteiro(Alcains,CasteloBranco),CentroMunicipal de Cultura e Desenvolvimento de Vila Velha de Rdo Arqueologia doRdo(VilaVelhadeRdo)eofuturoMuseudoPaleozico(PenhaGarcia,Idanha-a-Nova),actualmentecomaexposioOmundodasTrilobitesdeSamGonIII.EmfasedeprojectoestoMuseuGeomineirodeIdanha(Segura,Idanha-a-Nova),aCasade Pedra de Alpalho (Nisa) e o Museu da Montanha (Oleiros). Existe ainda umCentrodeCinciaViva (Proena-a-Nova)dedicado floresta,queaborda conceitosdehidrologia,erosoerecursosnaturais.

    3.1EnquadramentoGeolgicoEntre os fsseis mais antigos de Portugal encontram-se microfsseis

    planctnicos (acritarcas cianobactrias), correspondentes s espciesPalaeogomphosphaeria curiensis e Bavlinella faveolata, com cerca de 600 Ma queocorremnaregiodeMonfortinho-SalvaterradoExtremo,emformaesxistentasdoGrupodasBeiras(Sequeira,1993).

    O substrato do Geopark Naturtejo constitudo pelo Grupo das Beiras quedecorre de um ambiente marinho onde se depositaram sedimentos em lequesturbiditicos(Oliveiraetal.,1992)nointeriordeumabaciaderiftfortementesubsidente

  • 5

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    que, depois de metamorfizados, deram origem a metapelitos e metagrauvaques. Adeformao e elevao sub-area do Grupo das Beiras devem-se ao derradeiroparoxismo compressivo da orogenia Cadomiana originado durante a coliso dasplacasduranteaformaodoGondwana.Instalaram-senestemomento,noinciodoOrdovcico,ogranitodeIdanha-a-Nova-Oledo(Antunesetal.2006)

    J em pleno ambiente de margem ocenica d-se a transgresso doOrdovcico que leva formao de um vasto oceano epicontinental onde a vidaproliferoueevoluiu.EstePerodoencontra-seregistado,nasuatotalidade,nasrochasdobradas em sinclinal, nomeadamente nos sinclinais de Penha Garcia e do Rdo(Thadeu, 1951). Estes sinclinais correspondem actualmente a relevos residuaisquartzticos com importante registo paleobiolgico de ambientes marinhosrelativamentepoucoprofundos(NetodeCarvalho,2004;2005c;2006).

    No final do Devnico, as placas tectnicas tiveram uma inverso no seumovimento no sentido de coliso continental e dobramento dos sedimentospaleozicos durante a Orogenia Varisca, onde foram ainda expostos superfcie eerodidos. Durante este estdio tectnico compressivo que levou formao daPangeaterosurgidorochasgranticas,que intruramoGrupodasBeirassobretudono final da Orogenia Varisca. Plutonitos tardi-variscos como Castelo Branco,Monsanto,SalvaterraeNisa (Ferreira, 1987) instalaram-semetamorfizandooGrupodasBeirasemextensasaurolasdemetamorfismodecontacto.

    Com os oceanos fechados foi erguida a cordilheira Varisca onde sedesenvolveram importantes falhascomoadoPonsul,deSegura(Sequeira&SerejoProena,2004)eSobreiraFormosa-SobraldoCampo(Ribeiro,1943).

    Ospaleoclimaseatectnicaforamdeterminantesnaevoluodorelevoapso final da Orogenia Varisca (Cabral, 1995) e dependentes das paleolatitutesatravessadaspelaPennsulaIbricaaolongodosltimos250Ma.Oclimamanteve-setropical hmido at ao princpio do Cenozico, alterando-se progressivamente paratropical com forte sazonalidade pluviomtrica, registadas nos troncos fsseis deAnnonoxylon teixeirae encontrados em Vila Velha de Rdo (Pais, 1991; Neto deCarvalho,2005d;NetodeCarvalho&Rodrigues,2009)

    O aplanamento da cumeada das cristas quartzticas deveu-se heterogeneidadelitolgicadasrochasdoSocoquesofrerammeteorizaodiferencial,mais acentuada nas reas plutnicas e xistentas e mais fraca nas formaesquartzticas,dandoorigemaumaSuperfcieGravada(Cabral,1995).Asmodificaestectonoclimticas terodesencadeadoaevacuaodaespessacapadealteritosnosentidodasreasdesubsidncia(Cabral,1995).

    Desde o Trisico at ao Cretcico Superior deu-se o arrasamento dacordilheiradesenvolvendo-segrandessuperfciesdeaplanao.

    AcolisodasplacasAfricanaeEurasitica,no fimdoMiocnico,deuorigemaosAlpeseaosPirinuspromovendo,hcercade10Ma,a reactivaodas falhastardi-variscas, que segmentam as antigas morfologias aplanadas segundo ummovimentoinverso(Cabral,1995).AsguastermaisdeMonfortinhoestoassociadasaestareactivao(MartinsdeCarvalho,2001).

    Os blocos de subsidncia das falhas do Ponsul de Sobreira Formosa estorepresentados pelas bacias intramontanhosas de Sarzedas e Moraleja-Rdo,preenchidas pelas arcoses da Beira Baixa do Eocnico-Miocnico (Cabral, 1995;Proena e Cunha, 2000). Na dependncia das escarpas de falha, no MiocnicoSuperior-Pliocnico, as bacias foram preenchidas por deposio de leques aluviais,

  • 6

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    com sedimentos torrenciais, conglomerados de matriz areno-arglosa depsitos deraa (Proena e Cunha, 2000). Estes materiais constituem actualmente relevosresiduaisdeposio(Murracha,MurrachinhaePedrasNinhas).

    Porfim,noPlistocnico-Holocnicodestacam-seosterraosfluviaisqueestoassociadosaoencaixedaredededrenagemdaBaciadoTejo,quefoipotenciadopeloaumentodeprecipitaoepelodegelodosglaciaresdemontanha(Fig.1).

    3.2Geomonumentos:600Madehistria Nos dezasseis geomonumentos encontram-se variados tipos de interessegeolgico: paleontolgico, geomorfolgico, geomineiro, paleoclimtico,paleoambiental, tectnico, hidrotermal, litolgico, estratigrfico, petrolgico,hidrogeolgico, mineralgico e sedimentolgico. Juntam-se a estes o interessearqueolgico,histrico-culturaleecolgico. Os geomonumentos so: Parque Icnolgico de Penha Garcia, MonumentoNatural das Portas de Almouro, Garganta Epignica da Malhada Velha, Minas deSegura, Miradouro Geomorfolgico das Corgas, Inselberge granticos de Monsanto-Moreirinha-Alegrios, Escarpa de falha do Ponsul, Troncos Fsseis de Vila Velha deRdo, Meandros do Rio Zzere, Canhes Fluviais do Erges, Cascatada Fraga dagua dAlta, Monumento Natural das Portas de Rdo, Morfologias Granticas deCasteloVelho,BlocosPedunculadosdeArez-Alpalho,AntigoComplexoMineirodeMonfortedaBeira,MinadeOuroRomanadoConhaldoArneiro(Fig.1e2).

    3.3GeoconservaoA Geoconservao a conservao e gesto do Patrimnio Geolgico e

    processos naturais a ele associados (Brilha, 2005). A Geoconservao tem comoobjectivo a utilizao e gesto sustentvel de toda a Geodiversidade, uma vez quesemelanoexistemrazesquejustifiquemaspotencialidadesgeotursticas.

    Um Geoparque uma rea Protegida de modo a que a proteco eclassificaodos seusgeosstios temdese valer de vrios instrumentosdiferentes,nomeadamentedaLeideBasesdoPatrimnioCultural eonovo regime jurdicodaconservao da natureza e da biodiversidade. Assim, no Geopark Naturtejo estoclassificados como Imvel de Interesse Municipal duas geoformas granticas deCastelo Velho (Serra da Gardunha) e o Canho Fluvial do Ponsul (Penha Garcia),assimcomooMonumentoNaturaldasPortasdeRdo(Nisa/VilaVelhadeRdo).EmfasedeclassificaoestoConhaldoArneiroemNisacomoImveldeInteressePblicoeasPortasdeAlmourocomoMonumentoNatural.

    Destaque-seoexemplodePenhaGarcia,ondeexisteumtcnicodomunicpioresponsvelpelavigilnciaemanutenodo localeoestabelecimentodaRotadosFsseisedaEscoladeEscaladacumpremregrasenormasdeproteco.Poroutrolado, h uma grande aposta na sensibilizao para a geoconservao peranteestudantes, pblico em geral e populao local, iro ser realizadas rplicas dealgumaslajes,serocolocadosestruturasdeprotecoenofeitaadivulgaodeexemplaresvulnerveis.

  • 7

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    Figura1MapaGeolgicosimplificadodoGeoparkNaturtejo.Geomonumentos:1-ParqueIcnolgicodePenhaGarcia,2-MonumentoNaturaldasPortasdeAlmouro,3-GargantaEpignicadaMalhadaVelha, 4- Minas de Segura, 5- Miradouro Geomorfolgico das Corgas, 6- Inselberge granticos deMonsanto-Moreirinha-Alegrios, 7-Escarpade falha doPonsul, 8-TroncosFsseisde VilaVelha deRdo,9-MeandrosdoRioZzere,10-CanhesFluviaisdoErges,11-CascatadaFragadaguadAlta,12-MonumentoNaturaldasPortasdoRdo,13-MorfologiasGranticasdeCasteloVelho,14-BlocosPedunculadosdeArez-Alpalho,15-AntigoComplexoMineirodeMonfortedaBeira,16-MinadeOuroRomanadoConhaldoArneiro.PercursosPedestresdeInteresseGeolgico:PR3IDN-Rotados Fsseis, PR4 IDN - Rota das Minas, PR5 IDN - Rota dos Barrocais, PR1 CTB - Rota daGardunha,PR4NIS-TrilhosdoConhal,PR1OL-PercursodoOrvalho,PR2PRN-SegredosdoValedeAlmouro,PR6PRN-ViagempelosOssosdaTerra,PR2VVR-CaminhodoXistoVoodoGrifo.

  • 8

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    A

    E

    D C

    B

    H G

    F

    Figura2GeomonumentosdoGeoparkNaturtejo:a)ParqueIcnolgicodePenhaGarcia,b)Inselberge granticos de Monsanto-Moreirinha-Alegrios, c) Blocos Pedunculados de Arez-Alpalho,d)MinadeOuroRomanadoConhaldoArneiro,e)CascatadaFragadaguadAlta,f)MonumentoNaturaldasPortasdeAlmouro,g)MonumentoNaturaldasPortasdeRdo,h)MorfologiasGranticasdeCasteloVelho.(FotosdePedroMartins)

  • 9

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    O recente Decreto-Lei 142/2008 de 24 de Julho veio estabelecer o regimejurdico da conservao da natureza e da biodiversidade. O referido diploma veiointroduzir aspectos relacionados com a conservao do Patrimnio Geolgico,nomeadamente os termos geosstio e Patrimnio Geolgico. So apresentadoscomo objectivos: a promoo da investigao cientfica e o conhecimento sobre opatrimnionatural,bemcomoamonitorizaodeespcies,habitats,ecossistemasegeosstios e a promoo do reconhecimento pela sociedade do valor patrimonial,intergeracional,econmicoesocialdabiodiversidadeedoPatrimnioGeolgico.Sotambmconsideradasasacesdeconservaoactivanomaneiodegeosstiosenadefinio das reas protegidas so consagradas as ocorrncias de PatrimnioGeolgico. Os geosstios so introduzidos no Sistema de Informao sobre oPatrimnioNaturalenoCadastroNacionaldosValoresNaturaisClassificados.A leicontempla ainda os Geoparques como reas abrangidas por designaes deconservao de carcter supranacional. Por fim, so definidas sanes para adestruiooudelapidaodegeosstios.

    Esta lei veio retirar os geoparques de um vazio legal, fazendo-os figurar noDecreto-Lei, contudo no lhes ainda atribudo qualquer tipo de medidasoperacionais. Deste modo a proteco dos geosstios ter de continuar a ser feitaisoladamente,atravsdosmecanismoslegaisjexistentes.

    3.4EducaoDuasdasresponsabilidadesdeumGeoparquesoapromoodopatrimnio

    geolgicoparaasgeraesfuturaseaeducaodopblicoemgeral,emtemticasgeolgicas e ambientais. essencial educar e sensibilizar as crianas e os jovenspara a conservao e respeito pena Natureza. E neste sentido h que fomentar ocontacto com o Patrimnio Geolgico para que se reconhea a importncia da suaconservao,porseremlocais-chavequepermitemcompreenderahistriaeevoluodavidaedoprprioPlanetaTerra(Catana,2008).

    O Geopark Naturtejo apresenta um conjunto de actividades pedaggicasincludasem10SadasdeCampo (Fig. 3)que incluemvisitaageosstios, espaosmuseolgicos, centros de cincia, percursos pedestres e passeios de barco. Todasestas ferramentas, aliadas aos guias especializados e aos materiais didcticos deapoio,estoaoserviodasescolasna formaoesensibilizaoparaoPatrimnioGeolgico. Os Programas Educativos pretendem gerar aprendizagens significativas,sendo um complemento educativo aos programas escolares. Os Programas sodestinadosa todososnveisdeensinoeadaptadossnecessidadesespecficasdecada escola, tendo sido preparados de acordo com os programas curriculares doMinistriodaEducao.

    OsProgramasEducativosdividem-seemAEscolavaiaoGeoparkdestinadoa todas as escolas nacionais e estrangeiras e O Geopark vai Escola para asescolas do territrio, com o intuito de descobrir a Geodiversidade sua volta. Osobjectivos destes programas so: incentivar e promover o contacto directo com oespaonatural, sensibilizarparaaprotecoeconservaodopatrimnioNaturaleCultural,promoverocontactodirectocomosobjectosdeestudo,permitirautilizaode instrumentos cientficos associados ao trabalho de campo, ser um complementoeducativo aos programas curriculares do Ministrio da Educao, auxiliar osprofessores nas temticas da rea das Geocincias, gerar aprendizagens

  • 10

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    significativas, incrementar a literacia cientfica e contribuir para o exerccio decidadania(Catana,2008).

    Masaeducaonopassaapenaspelosestudantes.Aeducaoabasedogeoturismo. Ao receber a informao o geoturista est a aprender mediante osinstrumentosinterpretativosdidcticosquelhesofacultados.Quantomaisexplcitosforem os fenmenos e mais apelativa for a interpretao mais eficaz se torna adivulgaodaGeologia.

    A

    E

    D C

    B

    F

    Figura3ProgramasEducativos:a)eb)Procuradasguas,1ciclo;c)DetectivesdasRochas,2ciclo;d)OGeoparkvaiEscola,1ciclo;e)OGeoparkvaiEscola,3ciclo;f)NaRotadosFsseisdePenhaGarciaembuscadosvestgiosdasTrilobites(Cruziana),ensinosecundrio.

  • 11

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    3.5GeoturismoOGeoturismoumsegmentodoturismoquesetemdesenvolvidoportodoo

    mundonosltimosanos.Narealidadejhmuitotempoqueaspessoassedeslocamparavisitarmaravilhasgeolgicas,contudo,snosltimostemposqueseverificaumarealapostanestesector,tendo-sevindoadesenvolverummercadoprpriocomcaractersticasespecficas.

    Neste mbito surge o Geoturismo como uma actividade que se baseia naGeodiversidade (Brilha, 2005). Etimologicamente o termo Geoturismo provm dostermos geo e turismo. O primeiro refere-se ao planeta Terra enquanto que osegundorefereogostopela realizaodeviagens.Da juno resultaum termoqueenvolve viagenscomoobjectivodecompreenderoplaneta.Ogeoturismo,assim,umsegmentoemergente,emqueoobjectivodoturismosecentranaGeodiversidade.Est criado um novo nicho com novas especificidades e novas contingncias queacompanhanosastendnciasgeraisdoturismomasquetambmimpeassuasprpriastendncias.

    necessrioacrescentarqueoGeoturismonosevemsobreporaoTurismode Natureza, vem antes acrescentar e combinar outros valores inerentes aosconceitosdeGeodiversidadeeDesenvolvimentoLocal.OgeoturismonecessitadeteroutrasvalnciasparaalmdaGeodiversidade,nosparadiversificaraofertacomotambmparacontribuirparaodesenvolvimentosustentvel.

    Umdestinotorna-semaisricoquantomaisvariadasforemasofertas,mesmoquandosetratadeumsegmentotursticoespecializado,comoogeoturismo.Umlocalcom um rico Patrimnio Geolgico tem que juntar as valncias das abordagenshistrica,culturalenatural(biolgicaegeolgica).

    Quandoumgeoturistavistaumaregiotemtambmnecessidadedevisitarumcastelo,umpelourinho,umqualquermonumento.Aomesmotempoquerconhecerarealidade das tradies do local que visita, os museus, a gastronomia tpica, oscantareseasdanasouoartesanato. importantequeoPatrimnioGeolgicosecontextualize, no patrimnio natural, no esquecendo a biodiversidade e ospatrimnioshistrico-cultural.

    Estaarticulaogeodiversidade,biodiversidade,histriaeculturalocalnosaumentaopotencialgeotursticocomotambmdiversificaecomplementaaoferta.

    No Geopark Naturtejo so variados os produtos geoturstcos ao dispor dosvisitantes, que podem comear com uma Sopa do Barrocal no GeoRestaurantePetiscos & Granitos ou uma doce trilobite ou um granulito da GeoPadaria Casa doForno. A GeoPadaria oferece tambm as Fatias da Terra, variadas pizzas quecelebramasplacas tectnicas.Noesquecendoasactividadesoutdoordestaque-seumgeo-circuitodebarconoMonumentoNaturaldasPortasdeRdocomaempresaIncentivos Outdoor, ou um passeio de burro com a empresa Trilobite.Aventura. Oterritrioapresentacercade370kmdepercursospedestres,entreosquais80kmdeinteressegeolgico(RotadosFsseis,RotadasMinas,CaminhodoXisto,RotadosBarrocais, Trilhos do Conhal, Segredo do Vale Almouro, Rota da Gardunha, entreoutros).

    O geoturismo deve ter como princpio a promoo do desenvolvimentosustentvel em comunidades economicamente deprimidas atravs da utilizao eprotecodoseuPatrimnioGeolgicocomorecursostursticodeelevadaqualidade.A sustentabilidadeeconmica local baseadanaGeodiversidadeenglobaactividadescomoaproduodeartesanato,criaodeinfra-estruturasdeapoiocomoalojamento,

  • 12

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    alimentaoeanimaocultural (Brilha,2005).AtravsdaREGeRGGaUNESCOdesenvolveofertasdegeoturismo,numavisoholsticaesustentada.

    Note-se o exemplo das empresas locais que desenvolvem actividades emredor do Patrimnio Geolgico existente, tirando dela partido e ao mesmo tempotentando uma abordagem mais holstica que envolva o desporto na natureza, opatrimnio natural e histrico-cultural. Destaque-se por exemplo uma actividade degarimponumrioHouronaFoz!,naaldeiadexistodaFozdoCobro.baseadaem pressupostos geolgicos mas enquadra-se nas vertentes histrica e cultural deumaregio.Outroexemplorelaciona-secomumalmoomineironoRestauranteValeMouro, emqueasabordagenshistricase culturais soprivilegiadas,masondeaquesto geolgica est como pano de fundo. As associaes locais tm um papelpreponderante no desenvolvimento de actividades em que so envolvidas ascomunidades.

    Odesenvolvimentoepromoodeumaregiopassam,emgrandeescala,porumaboaestratgiadegeoturismoenvolvendointervenientesdevriossectores. A cultura local outro factor preponderante no que diz respeito aodesenvolvimento sustentado e a sua dinamizao no mbito do geoturismo. Astradiesestocadavezaservalorizadastornando-seumfocodeatracotursticaquecomplementamplenamenteoPatrimnioGeolgico.

    A

    D C

    B

    Figura 4 Geoprodutos: a) Trilobites da GeoPadaria Casa do Forno, b) Fatias daTerra:Tonga da GeoPadaria Casa do Forno, c) GeoRestaurante Petiscos & Granitos, d)Logotpo da empresa outdoor Trilobite.Aventura (in www.trilobite.pt), entre uma trilobite eumaCruziana,toprprioparaPenhaGarcia.

  • 13

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    3.6InterpretaoA interpretao da Geodiversidade a base para uma estratgia de

    geoturismo. As paisagens e os fenmenos por si s passam despercebidos aosvisitantes, sendo necessrio preparar o territrio com ferramentas que possibilitemusufruiremplenodaGeologia.

    Destaca-se, por exemplo, os painis interpretativos, que so colocados nosgeosstios, ou no caso dos miradouros, no local de onde se observam os aspectosgeolgicos. Estes permitem que em qualquer altura o geoturista retire partido dainformaodisponibilizadajuntoaolocaldeinteressegeolgico.Aeficciadestetipode painis depende do bom conhecimento do pblico-alvo e da capacidade decomunicao efectiva da mensagem (Hose, 1998, 2000; Dias et al., 2003; Pereira,2006).

    A capacidade de comunicao tambm fundamental em todo o tipo depublicaes de apoio, nomeadamente, livros-guia, folhetos, textos on-line, quepossibilitamaovisitanteprepararoseuitinerriodeacordocomosseusinteresseseinformaesrecolhidasanteriormente.

    As visitas guiadas so uma poderosa ferramenta na medida que permitemadaptarocontedoeadinmicadavisitaconsoanteopblico-alvo.Destemodomaisfcilsetornaaaproximaoentreogeoturistaeainformao.

    A interpretao de Geodiversidade dever ser, em qualquer caso,acompanhadadecontedos relativos fauna, flora,histriaecultura,paraquesejafeitaumaabordagemholsticaecativante.

    3.7ActividadesAsactividadeimplementadasporumgeoparquedevemirdeencontroaosseus

    objectivos iniciais e nesse sentido, o Geopark Naturtejo tem anualmente um fartocalendriocomomaisdiverso tipodeaces,nomeadamente,percursospedestres,visitas temticas, workshops, seminrios, programas educativos, comemoraes dedatas, aces de Geologia no Vero, actividades de desporto de Natureza (kayak,BTT,escalada,desportosdeaventura)publicaes(destaque-seNetodeCarvalho&Martins,2006),camposdetrabalho,exposies,actividadesdefotografiadeNaturezaentreoutras(Fig.4).EstasactividadescentradasessencialmentenaGeodiversidade,desenvolvem-se em conjunto com abordagens ao patrimnio histrico-cultural epatrimnionatural,envolvendoparticipantesdedentroedeforadoGeoparkNaturtejo.Mensalmente distribudo electronicamente um relatrio de actividades Cruziana MonthlyReportofGeoparkNaturtejodaMesetaMeridional,quepodeserencontradowww.naturtejo.com.

    4.ConclusesOGeoparkNaturtejoapresentaumagrandegeodiversidade,mastambmuma

    enormediversidadehistrica,arqueolgica,etnogrficaeecolgicaqueconstituemumgrande mosaico multidisciplinar com elevado potencial do ponto de vista daconservao,educaoegeoturismo.

    Noterritriodeumgeoparqueopatrimniogeolgico, testemunhodahistriadaTerra,sersalvaguardadoegeridodeformasustentada.

    OGeoparkNaturtejoumprojectorecenteaserdesenvolvidoamdio/longoprazocomopropsitodeincrementarodesenvolvimentolocalatravsdeestratgias

  • 14

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    concertadas entre o prprio geoparque, os municpios, as empresas locais, oshabitantes, asescolas,asassociaes locaisem redordo ricopatrimniogeolgicoqueapresenta.

    A

    F E

    D C

    B

    G H

    Figura 4 a) e b) Visitas Temticas, c) aces de Geologia no Vero, d) RotasGeotursticas,e)HOuronaFoz!,f)geo-circuitos,g)percursospedestres,h)GeoKayak.

  • 15

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    Este projecto permite o reconhecimento internacional de locais de relevncialocal a internacional que testemunham os ltimos 600 milhes de anos econsequentementeasuaconservaoedivulgao.

    Os desafios mais prximos sero o Festival Europeu da Terra (fim de Maio,inciode Junho), a revalidaopelaREG,emJunhoeaorganizaodasReuniesdas Comisses de Aconselhamento e Coordenao da REG e da 8 ConfernciaEuropeiadeGeoparques,emSetembro.AomesmotempocontinuamaserrealizadososProgramasEducativoseasRotasGeotursticas.

    5.RefernciasBibliogrficasAntunes, I. M. R., Neiva, A. M. R., Silva, M. M. V. (2006). Geocronologia e geoqumica de

    rochas granitides do Pluto de Oledo-Idanha-a-Nova. VII Congresso Nacional deGeologiaMiro,J;Balbino,A,(coord.),139-143.

    Brilha, J. B. (2005) Patrimnio geolgico e geoconservao: a Conservao da Natureza nasuavertentegeolgica.PalimageEditores,Viseu,190p.

    Cabral, J. 1995. Neotectnica em Portugal Continental. Memrias do Instituto Geolgico eMineiro,Lisboa,31,265p.

    Catana, M. M. (2008b). Valorizar e Divulgar o Patrimnio Geolgico do Geopark Naturtejo.EstratgiasparaoParqueIcnolgicodePenhaGarcia.TesedeMestradoemPatrimnioGeolgicoeGeoconservao,UniversidadedoMinho.Vol.1,277p+Vol.2,132p.+1DVDanexo.

    Costa, M. P., Lima, E. A., Nunes, J.C. & Porteiro, A. M (2008). Geoparque dos Aores posposta. Livro de resumos do "V Seminrio Recursos Geolgicos, Ambiente eOrdenamentodoTerritrio",VilaReal16-18Outubro,Portugal.233-238.

    Dias, G., Brilha, J. B., Alves, M. I. C., Pereira, D., Ferreira, N., Meireles, C., Pereira, P. &Simes, P. P. (2003). Contribuio para a valorizao e divulgao do PatrimnioGeolgicocomrecursoapainis interpretativos:exemplosemreasprotegidasdoNEdePortugal.CinciasdaTerra(UNL),n.esp.V,CD-ROM,I32-I35.

    Eder,W. & Patzak, M (1998). UNESCO GEOPARK A new Programme A new UNESCOlabel.GeologicaBalcanica,28(3-4),33-35.

    Eder,W.&Patzak,M. (2004).Geoparksgeological attractions:A tool forpubliceducation,recreationandsustainableeconomicdevelopment.Episodes,27(3),162-164.

    Ferreira, N., Iglesias, M., Noronha, F., Pereira, E., Ribeiro, A. & Ribeiro, M. L. (1987).Granitides da Zona Centro Ibrica e seu enquadramento geodinmico. In: F. Bea, A.Carnicero,M.C.Gonzalo,M.LpezPlaza,M.D.RodrguezAlonso(eds),GeologiadelosgranitoidesyrocasassociadasdelMacizoHesprico.Ed.Rueda,Madrid,37-51.

    Frey,M.L.,Schefer,K.,Bchel,G.&Patzak,M.(2006).Geoparksaregional,Europeanandglobalpolicy.Geotourism.R.Dowling&D.Newsome(Eds.).Elsevier,GreatBritain,96-117.

    Hose, T. A. (1998). Mountains of fire from the present to the past on effectivelycommunicatingthewonderofgeologytotourists.GeologicaBalcanica,28(3-4)7785.

    Hose T. A. (2000). European Geotourism geological interpretation and geoconservationpromotion for tourists. In: Geological Heritage: its conservation and management, D.Barettino,W.A.P.Wimbledon,E.Gallego(eds.),Madrid,Spain,127146.

    Lima, E. (2007). Patrimnio Geolgico Dos Aores: Valorizao de Locais com InteresseGeolgicodasreasAmbientais,ContributoparaoOrdenamentodoTerritrio.TesedeMestrado em Ordenamento do Territrio e Planeamento Ambiental. Universidade dosAores.110pp.

    MartinsdeCarvalho, J. (2001).A hidrogeologiadasguasmineraisnaturaisdeMonfortinho.Geonovas,15,61-70.

  • 16

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    Melndez,G.&Rodrigues,J.(2008).LosmuseospaleontolgicoscomocomponentebsicodelGeoturismo y herramienta Geodidctica: Ejemplos en Aragn (Espaa) y en PenhaGarcia(Portugal).VIICongresoGeolgicodeEspaa.Geotemas,8.

    NetodeCarvalhoC.(2005a).GeoparkNaturtejodaMesetaMeridional(Portugal)InventoryofGeosites, geoconservation measures and (geo)tourism management ApplicationdossierfornominationasaEuropeanGeopark,NaturtejoE.I.M.,I-IIIenclosures(indito),27p.

    Neto de Carvalho C. (2005b). Inventrio dos Georrecursos, medidas de Geoconservao eestratgias de promoo geoturstica na Regio Naturtejo. Cruziana05, Actas doEncontroInternacionalsobrePatrimnioPaleontolgico,GeoconservaoeGeoturismo,Idanha-a-Nova.C.NetodeCarvalho(ed),46-69.

    NetodeCarvalho,C.(2005c).OsTestemunhosqueasRochasnosLegaram:GeodiversidadeePotencialidadesdoPatrimniodoCanhoFluvialdePenhaGarcia.Geonovas,18,35-65

    Neto de Carvalho, C. (2005d). O Tronco Silicificado de Annonoxylon teixeirae Pais, 1973(Perais,VilaVelhadeRdo).EstudosdeCasteloBranco,4,41-50.

    Neto de Carvalho, C. (2006a). Roller Coaster Behavior in the Cruziana rugosa Group fromPenhaGarcia(Portugal): Implicationsfor theFeedingProgramofTrilobites. Ichnos,13,255-265.

    NetodeCarvalho,C.(2006b).AcumulaesdebraquipodesquitinofosfticosnaFormaodoQuartzitoArmoricano(Ordovcico)emVilaVelhadeRodo.VIICongressoNacionaldeGeologia.J.Miro,A.Balbino(coord.),701-704.

    NetodeCarvalhoC.&MartinsP.(2006).GeoparkNaturtejodaMesetaMeridional600Milhesdeanosemimagens.1Edio.Naturtejo,E.I.M.CmaraMunicipaldeIdanha-a-Nova,Idanha-a-Nova,151p.

    Neto de Carvalho, C. & Rodrigues, J. (2009). As rvores fsseis de Vila Velha de Rdo:Contribuio para a sua conservao e valorizao como geomonumentos. Aafa on-line,23p.Acedidoem18deAbrilde2009,emhttp://www.altotejo.org/acafa/default.asp.

    Oliveira,J.T.,Pereira,E.,Piarra,J.,Young,T.&Romano,M.(1992).OPaleozicoInferiordePortugal:Sntesedaestratigrafiaedaevoluopaleogeogrfica.PaleozoicoInferiordeIbero-Amrica.J.Gutirrez-Marco,J.Saavedra&I.Rabado(eds).359-375.

    Pais, J. 1991. Caules de Vila Velha de Rdo Annonoxylon teixeirae Pais, 1973. BoletimInformativodoNcleoRegionaldeInvestigaoArqueolgicaAssociaodeEstudosdoAltoTejo,7,1-2.

    Pereira, P. (2006). Patrimnio geomorfolgico: conceptualizao, avaliao e divulgao.Aplicao ao Parque Natural de Montesinho. Tese de Doutoramento, Universidade doMinho,Braga,370p.

    ProenaeCunha,P.&Martins,A. (2000).Transiodoenchimento tercirioparaoencaixefluvialquaternrionareadeVilaVelhadeRdo(sectorNEdaBaciadoBaixoTejo).CinciasdaTerra,14,171-182.

    S, A., Brilha, J., Cacho, M., Couto, H., Medina. J., Gutirrez-Marco, J.C., Rbano, I. &Valrio,M.(2005).AGeodiversidadedaregiodeArouca:o "minrio"dosculoXXI?.JornadasdaTerra2005,URTIARDA,Arouca,6p.

    Sequeira, A. J. D. (1993). Provvel discordncia Intra-Grupo das Beiras na regio entreMonfortinhoeIdanha-a-Velha.Comum.XIIReuniodeGeologiadoOestePeninsular,I,41-52.

    Sequeira,A.J.D.&SerejoProena,J.M.(2004).OPatrimnioGeolgicoeGeomorfolgicodoConcelhodeIdanha-a-NovacontributoparaasuaclassificaocomoGeoparque.Geonovas,18,pp.77-92.

    Silva, J. & Gomes, C. (2003). Patrimnio geolgico da ilha de Porto Santo: proposta para acriaodeumGeoparque.CinciasdaTerra,VolumeespecialV,153-155

    Thadeu, D. (1951). Geologia e jazigos de chumbo e zinco da Beira Baixa. Boletim daSociedadeGeolgicadePortugal,IXFasc.I-II,Porto,144p.

  • 17

    IIIEncontrodeProfessoresdeGeocinciasdoAlentejoeAlgarve.AsnovasFronteirasdaGeologiaViladoBispo,1e2deMaio2009

    Zouros,N.(2004).TheEuropeanGeoparksNetwork,Geologicalheritageprotectionandlocaldevelopment.Episodes,27(3),165-171.Zouros, N. & Mc Keever, P. (2008). The European Geoparks Network. Proceedings. 3rd

    InternationalUNESCOConferenceonGeoparks,Osnabrck.H.Escher, J. Hrtling,T.Kluttig,H.Meuser&K.Mueller(eds),11-12.