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i GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA U/Pb EM MONAZITA DOS PEGMATITOS NO SUL DO ESPÍRITO SANTO

GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA U/Pb EM MONAZITA DOS … · v contribuiÇÕes Às ciÊncias da terra – vol. 378 dissertaÇÃo de mestrado geoquÍmica e geocronologia u/pb em monazita

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GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA U/Pb EM MONAZITA

DOS PEGMATITOS NO SUL DO ESPÍRITO SANTO

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iii

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

Reitor

Profª. Cláudia Aparecida Marliére de Lima

Vice-Reitor

Prof. Hermínio Arias Nalini Júnior

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação

Prof. Sérgio Francisco de Aquino

ESCOLA DE MINAS

Diretor

Prof. Issamu Endo

Vice-Diretor

Prof. José Geraldo Arantes de Azevedo Brito

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA

Chefe

Prof. Luís Antônio Rosa Seixas

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EV O LU Ç Ã O CR U S TA L E R EC U R S O S N A TU R A IS

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v

CONTRIBUIÇÕES ÀS CIÊNCIAS DA TERRA – VOL. 378

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA U/Pb EM MONAZITA DOS

PEGMATITOS NO SUL DO ESPÍRITO SANTO

Flávia Compassi da Costa

Orientador

Dr. Ricardo Augusto Scholz Cipriano

Co-orientador

Dr. Rodson de Abreu Marques (DEGEO – UFES)

Defesa de projeto apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos

Naturais do Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto

como requisito parcial à obtenção do Título de Mestre Ciência Naturais, Área de Concentração:

Tectônica, Petrogênese e Recursos Minerais.

OURO PRETO

2018

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vi

Universidade Federal de Ouro Preto – http://www.ufop.br

Escola de Minas - http://www.em.ufop.br

Departamento de Geologia - http://www.degeo.ufop.br/

Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais

Campus Morro do Cruzeiro s/nº - Bauxita

35.400-000 Ouro Preto, Minas Gerais

Tel. (31) 3559-1600, Fax: (31) 3559-1606 e-mail: [email protected]

Os direitos de tradução e reprodução são reservados.

Nenhuma parte desta publicação poderá ser gravada, armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada ou

reproduzida por meios mecânicos ou eletrônicos ou utilizada sem a observância das normas de direito autoral.

Catalogação: www.sisbin.ufop.br

C837g Costa, Flavia Compassi da.

Geoquímica e geocronologia U/Pb em monazita dos pegmatitos no sul do

Espírito Santo [manuscrito] / Flavia Compassi da Costa. - 2018.

81f.: il.: color; grafs; tabs; mapas. (M)

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Augusto Scholz Cipriano.

Coorientador: Prof. Dr. Rodson de Abreu Marques.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de

Minas. Departamento de Geologia. Programa de Pós-Graduação em Evolução

Crustal e Recursos Naturais.

Área de Concentração: Tectônica, Petrogênese e Recursos Minerais - TPRM.

1. Pegmatitos. 2. Geoquímica. 3. Geocronologia. I. Cipriano, Ricardo

Augusto Scholz. II. Marques, Rodson de Abreu. III. Universidade Federal de

Ouro Preto. IV. Titulo.

CDU: 550.4:553.063

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vii

Agradecimentos

À minha família e amigos por todo apoio e incentivo.

Aos meus orientadores Ricardo Scholz e Rodson de Abreu Marques pela oportunidade, apoio,

confiança e ensinamentos.

Aos docentes do Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais do

Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, pelas

contribuições.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de

mestrado e à Universidade Federal de Ouro Preto pelo ensino e oportunidade.

À FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, pelo apoio

financeiro concedido através do Projeto de Pesquisa APQ-01448-15 Desenvolvimento de padrões para

geocronologia pelo método U/Pb para Laser Ablation Coupled Plasma Mass Spectrometry (LA-ICP-

MS).

Ao Laboratório de Microanálises do DEGEO/EM - Laboratório integrante da RMIc, Rede de

Microscopia e Microanálises de Minas Gerais - FAPEMIG, pelos dados químicos gerados.

Ao Laboratório de Geoquímica Isotópica (LOPAG) do DEGEO/EM, pelos dados químicos e

geocronológicos gerados.

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ix

Sumário

AGRADECIMENTOS ...................................................................................................................... VII

SUMÁRIO ........................................................................................................................................... IX

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................................................... XI

LISTA DE TABELAS ...................................................................................................................... XIII

RESUMO ............................................................................................................................................ XV

ABSTRACT ..................................................................................................................................... XVII

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1

1.1. APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................... 1

1.2. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO ........................................................................................ 2

1.3. OBJETIVOS .................................................................................................................................... 5

1.4. METODOLOGIA............................................................................................................................ 5

1.4.1. Levantamento Bibliográfico .......................................................................................... 5

1.4.2. Trabalho de Campo ........................................................................................................ 5

1.4.3. Preparação de Amostras ................................................................................................. 6

1.4.4. Caracterização Petrográfica ........................................................................................... 6

1.4.5. Caracterização Química ................................................................................................. 6

Imageamento backscattered electrons (BSE) ..................................................................... 6

Microssonda Eletrônica...................................................................................................... 7

Ablação a laser - Espectrometria de massa acoplada indutivamente do tipo Quadrupolo

(LA-Q-ICP-MS) ................................................................................................................ 11

Ablação a laser - Espectrometria de massa acoplada indutivamente do tipo Sector Field

(LA-SF-ICP-MS) ............................................................................................................... 11

1.4.6. Elaboração da Dissertação/Artigo Científico ............................................................... 11

CAPÍTULO 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 13

2.1. PEGMATITOS .............................................................................................................................. 13

2.1.1. Classificação de pegmatitos ......................................................................................... 13

Corpos Pegmatíticos: Forma, Dimensões, Atitude .......................................................... 13

Mineralogia e Estrutura Interna ...................................................................................... 14

Composição Mineralógica Global ................................................................................... 15

Anatomia Interna do Corpos Pegmatíticos ...................................................................... 15

Mineralogia ...................................................................................................................... 17

Geoquímica ....................................................................................................................... 18

2.1.2. Gênese .......................................................................................................................... 20

2.2. PROVÍNCIA PEGMATITICA ORIENTAL DO BRASIL .......................................................... 21

2.3. GEOQUÍMICA ............................................................................................................................. 25

2.3.1. Micas ............................................................................................................................ 25

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x

2.3.2. Feldspatos ..................................................................................................................... 26

2.3.3. Berilos .......................................................................................................................... 27

2.3.4. Turmalinas ................................................................................................................... 27

2.4. GEOCRONOLOGIA ..................................................................................................................... 28

CAPÍTULO 3 CONTEXTO GEOLÓGICO ..................................................................................... 29

3.1. ORÓGENO ARAÇUAÍ ................................................................................................................. 29

3.1.1. Contexto Geológico do Pegmatito São Domingos (SD) .............................................. 31

3.1.2. Contexto Geológico do Pegmatito Fazenda Concórdia (FC) ....................................... 32

CAPÍTULO 4 ....................................................................................................................................... 40

GEOQUÍMICA MIMERAL E GEOCRONOLOGIA U/PB EM MONAZITAS DOS

PEGMATITOS DO SUL DO ES ....................................................................................................... 40

4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 41

4.2 CONTEXTO GEOLÓGICO .......................................................................................................... 43

4.3 PROVÍNCIA PEGMATÍTICA ORIENTAL DO BRASIL ........................................................... 45

4.4 METODOLOGIA .......................................................................................................................... 45

4.4.1. Imageamento backscattered electrons (bse) ................................................................. 46

4.4.2. Microssonda Eletrônica ................................................................................................ 46

4.4.3. Ablação a Laser - Espectrometria de Massa Acoplada Indutivamente do Tipo

Quadrupolo (LA-Q-ICP-MS) ...................................................................................................... 46

4.4.4. Ablação a Laser - Espectrometria de Massa Acoplada Indutivamente do Tipo Sector

Field (LA-SF-ICP-MS) ............................................................................................................... 47

4.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 47

4.5.1. Geoquímica do Feldspato ............................................................................................. 50

4.5.2. Geoquímica do Berilo .................................................................................................. 52

4.5.3. Geoquímica da Turmalina ............................................................................................ 55

4.5.4. Geoquímica das Micas ................................................................................................. 57

4.5.5. Geocronologia U-Pb ..................................................................................................... 58

4.6 CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 59

CAPÍTULO 5. CONCLUSÃO............................................................................................................ 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 65

APÊNDICE .......................................................................................................................................... 71

FICHA DE APROVAÇÃO ................................................................................................................. 81

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Lista de Ilustrações

Figura 1. 1- Mapa com a localização dos registros de pegmatitos, o distrito pegmatítico Espírito

Santo, em verde (Pedrosa-Soares et al. 2011) e os campos pegmatíticos proposto por este trabalho,

no estado do Espírito Santo, em preto, com os respectivos campos. ................................................. 3

Figura 1. 2- Vias de acesso aos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) e São Domingos (SD), partindo

de Belo Horizonte ou Ouro Preto. ...................................................................................................... 4

Figura 2. 1- Idealização generalizada de um pegmatito zonado, modificado de Camerom (1949). ..... 17

Figura 2. 2- Mapa de localização da Província Pegmatítica Oriental do Brasil, reunindo os limites

propostos por Paiva 1946, Putzer 1976 e Schobbenhaus et al. 1981 e 1984, com a localização dos

distrito pegmatíticos descritos por Pedrosa-Soares et al. (2011). .................................................... 22

Figura 3. 1- Mapa tectônico do Orógeno Araçuaí (Heilbron et al. 2004). ............................................ 30

Figura 3. 2- Localização dos maciços graníticos do Espírito Santo, sendo a área em vermelho o

enforque do referente trabalho (Meneses & Paradella 1978). .......................................................... 34

Figura 3. 3- Mapa geológico da área foco do estudo confeccionado no Projeto Mimoso do Sul,

modificado a partir de Souza (1981) (escala atual 1:100.000). ........................................................ 35

Figura 3. 4- Mapa Geológico do Complexo Intrusivo Mimoso do Sul (Ludka 1991; Ludka 1997;

Wiedemann et al. 1995; Campos et al. 2004). ................................................................................. 37

Figura 3. 5- Mapa geológico (1:50.000) realizado por Bronze (2014). ................................................ 38

Figura 4. 1- Província Pegmatítica Oriental (reunindo os limites propostos por Paiva 1946; Putzer

1976 e Schobbenhaus et al. 1984); os distritos pegmatíticos (Pedrosa-Soares et al. 2011); o distrito

pegmatítico proposto por este trabalho, no estado do Espírito Santo; a localização dos registros de

pegmatitos do ES. ............................................................................................................................ 42

Figura 4. 2- Contexto geológico da região estudada, em escala 1:150.000, localizada no extremo

sudeste da Província Pegmatítica Oriental do Brasil e na faixa Araçuaí, no sul do Espirito Santo

(compilação dos dados do (Incaper, 2007) e folha Espirito Santo (Vieira & Menezes, 2015). ....... 44

Figura 4. 3- Área de exposição do pegmatito São Domingos. A) Região de localização do pegmatito

dentro dos limites da fazenda São Domingos. B) Vista do pegmatito pela estrada de acesso. ........ 48

Figura 4. 4- Área de exposição do pegmatito Fazenda Concórdia. A) zona do quartzo; B) Zoneamento

em uma parede do pegmatito, mostrando contato com a rocha encaixante (1), (2, 2A) Zona

Intermediária, (3) Zona marginal; C) Área com intenso processo de caulinização. ........................ 49

Figura 4. 5- A) Diagrama Or:Ab:Na para classificação dos feldspatos proposto por Klein & Hurlbut

Jr. (2010) e isotermas de Deer et al. (2000) com os campos de estabilidade dos diferentes tipos de

feldspatos. Área em cinza: não tem presença de feldspato; área em azul: feldspato estável em

baixas temperaturas; área em roxo: feldspato estável em altas temperaturas. B) Distribuição de Rb

x Ba nos feldspatos dos pegmatitos FC e SD. .................................................................................. 50

Figura 4. 6- Análise dos feldspatos dos pegmatitos FC e SD. A) Diagrama K/Rb x Rb. B) Diagrama

K/Rb x Cs (Morteani & Gaupp 1989). ............................................................................................. 51

Figura 4. 7- Imagens dos cristais de feldspatos analisados por microssonda eletrônica. ...................... 52

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xii

Figura 4. 8- A) Diagrama de Trueman & Černý (1982) dos berilos do pegmatito FC. B) Gráfico

binário Mn x Cs; C) Gráfico binário Li x Cs; D) Gráfico binário Na/Li x Cs+Rb e E) Gráfico

binário Li x Be. ................................................................................................................................ 54

Figura 4. 9- Mapa composicional da turmalina analisada. ................................................................... 55

Figura 4. 10- Diagrama para a turmalina analisada. A) Diagrama ternário Ca-Vac.(x)-(Na+K),

segundo a classificação de Hawthorne & Henry (1999). B) Diagrama ternário Fe2+-Mg-

[Al(Y)+Li], em apfu para a turmalina analisada, conforme Dietrich (1985). C) Diagrama

Ca/(Ca+Na)xFe/(Fe+Mg), em apfu, Williamsom et al. (2000). Vac.=vacância (x). ...................... 56

Figura 4. 11- A) Diagrama ternário flogopita-muscovita-anita para classificar as micas segundo Černý

& Burt (1984). B) Diagrama K/Rb x Rb. c) Diagrama K/Rb x Ba, de acordo com Černý &. Burt

(1984). D) Diagrama K/Rb x Zn, Černý & Burt (1984). BCT (Tipo berilo-columbita); LT-MOZ

(Tipo lepidolita-Moçambique); MSC (Tipo muscovita); LT-MNG (Tipo lepidolita-Mongólia);

Anorogênico-MOZ (anorogênico-Moçambique); LT (Tipo lepidolita). ......................................... 58

Figura 4. 12- Diagrama de idade concórdia para as monazitas. ........................................................... 59

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xiii

Lista de Tabelas

Tabela 1. 1- Padronização das análises de berilos, feldspatos e turmalina na microssonda eletrônica. .. 8

Tabela 1. 2- Padronização das análises de micas na microssonda eletrônica. ......................................... 9

Tabela 1. 3- Padronização das análises das monazitas na microssonda eletrônica. .............................. 10

Tabela 2. 1- Associações mineralógicas encontradas nas zonas pegmatíticas, segundo Carmeron et al.

(1949). .............................................................................................................................................. 18

Tabela 2. 2- Subdivisão Principal e Características das Cinco Classes de Pegmatitos Graníticos Černý

& Ercit (2005). ................................................................................................................................. 19

Tabela 2. 3- Distritos pegmatíticos da PPOB no orógeno Araçuaí (Pedrosa-Soares et al. 2009). ........ 23

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xv

Resumo

A área de estudo está inserida no contexto geotectônico do limite entre as faixas Ribeira e Araçuaí,

dentro da Província Pegmatítica Oriental do Brasil, ao sul do Espírito Santo. O objetivo principal deste

trabalho é o estudo dos pegmatitos, a partir de aspectos geoquímicos, para caracterizar a evolução

desses corpos, sua potencialidade econômica e provável gênese. Analisou-se a mineralogia dos

pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) localizado no município de Mimoso do Sul e do pegmatito São

Domingos (SD) localizado no município de Muqui. As técnicas analíticas empregadas foram

microssonda eletrônica (para a composição química dos feldspato, muscovita, turmalina, berilo e

monazita); LA-Q-ICP-MS (para a caracterização dos elementos traços dos minerais citados) e LA-SF-

ICP-MS (para a obtenção das idades pela razão U/Pb, em grãos de monazita). O pegmatito Fazenda

Concórdia apresenta zonalidade irregular com base no sistema de classificação de estruturas de

proposto por Cameron et al. (1949), contém feldspato potássico, quartzo, muscovita, água-marinha,

topázio e turmalina, não apresentam controle estrutural. O pegmatito São Domingos possui uma

zonalidade menos evidente, quando observa-se uma zonação e compara-se com o pegmatito Fazenda

Concórdia, e sua mineralogia é basicamente composta por feldspato potássico, quartzo e muscovita.

Com base na geoquímica foi possível perceber que esses corpos apresentam um trend de evolução em

que o pegmatito São Domingos é menos evoluído que o pegmatito Fazenda Concórdia e quando

comparado com pegmatitos de outros distritos da Província Pegmatítica Oriental do Brasil fica

evidente que estes corpos são das primeiras fases do processo de fracionamento do pegmatito. Com

relação à datação de monazita, a idade foi de 610.0±4.2 Ma, podendo indicar que a monazita pode ser

oriunda da rocha encaixante que foi incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este

pegmatito seria de origem pré-colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.

Palavras-chave: Pegmatito, Espírito Santo, Mimoso do Sul, Muqui, Geoquímica, Geocronologia

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xvii

Abstract

The study area is inserted in the geotectonic context of the boundary between the Ribeira and Araçuaí

belt, within the Eastern Pegmatitic Province of Brazil, south of Espírito Santo. The main objective of

this work is the study of the pegmatites, from geochemical aspects, to characterize the evolution of

these bodies, their economic potentiality and probable genesis. The mineralogy of the pegmatites

Fazenda Concórdia (FC) located in the municipality of Mimoso do Sul and the pegmatite São

Domingos (SD) located in the municipality of Muqui was analyzed. The analytical techniques

employed were electron microprobe (for the chemical composition of feldspar, muscovite, tourmaline,

beryl and monazite) LA-Q-ICP-MS (for the characterization of trace elements of the mentioned

minerals) and LA-SF-ICP-MS (to obtain ages for U/Pb ratio in monazite grains). The pegmatite

Fazenda Concórdia presents irregular zonality based on the classification system proposed by

Cameron et al. (1949), contains potassium feldspar, quartz, muscovite, aquamarine, topaz and

tourmaline, don’t present structural control. The São Domingos pegmatite has a less evident zonality,

when one observes a zonation and compares with the pegmatite Fazenda Concordia and its mineralogy

is composed of k-feldspar, quartz and muscovite. Based on geochemistry it was possible to perceive

that these bodies present a trend of evolution in that the São Domingos pegmatite is less fractioned

than the pegmatite Fazenda Concórdia and when compared to pegmatites from other districts of the

Eastern Pegmatitic Province of Brazil it is evident that these bodies are the first stages of the pegmatite

fractionation process.. In relation to the monazite dating, the age was 610.0 ± 4.2 Ma, indicating that

monazite may originate from the nesting rock that was incorporated into the pegmatite during its

crystallization, or this pegmatite would be of precollision origin, which would explain the low degree

of evolution of these pegmatites.

Keyword: Pegmatite, Espírito Santo, Mimoso do Sul, Muqui, Geochemistry, Geochronology

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CAPÍTULO 1.

INTRODUÇÃO

1.1. APRESENTAÇÃO

O Brasil representa uma importante fonte mundial de metais raros (ex. berílio, lítio e tântalo),

que são explorados principalmente na Província Pegmatítica Oriental do Brasil (PPOB) (Correia

Neves et al. 1986). Essa província localiza-se na região nordeste de Minas Gerais, Sul da Bahia, oeste

do Espírito Santo e noroeste do Rio de Janeiro.

Uma das principais preocupações ao se descobrir um pegmatito, é saber se, além dos minerais

essenciais, existem outros de importância econômica. Desta maneira, é fundamental um bom

conhecimento das características geoquímicas dos minerais como as micas, turmalinas, feldspatos e

berilos. As micas e feldspatos são um dos minerais mais importantes nos pegmatitos, devido a sua

variabilidade química e ocorrência em diversas zonas dos pegmatitos. Com a geoquímica desses

minerais é possível saber se o pegmatito possui mineralizações importantes, independentes de serem

homogêneos, heterogêneos, simples e/ou complexos.

De acordo com Pedrosa-Soares et al. (2011) no Orógeno Araçuaí, a PPOB pode ser

subdividida em onze distritos pegmatíticos: Araçuaí, Ataléia, Conselheiro Pena, Espera Feliz, Padre

Paraíso, Pedra Azul, São José da Safira, Caratinga, Malacacheta, Santa Maria de Itabira e Espírito

Santo.

Com relação ao distrito pegmatítico Espírito Santo, a garimpagem de pedras preciosas no

estado do Espírito Santo é relatada como iniciada efetivamente em meados do século passado, com

descobertas ao acaso de água-marinha, crisoberilo e quartzo hialino, entre outros, principalmente por

agricultores avizinhados às ocorrências. O apogeu do garimpo ocorreu entre as décadas de 1960 e

1980, e foi declinando nos anos seguintes presumivelmente devido ao esgotamento do minério mais

rico, subaflorante e de mais fácil extração. No início da década de 1990 a atividade garimpeira já era

descrita como bastante reduzida, com vários garimpos abandonados ou explotados esporadicamente

(Tuller 1993). Segundo registros históricos, o garimpo do Córrego Pratinha a sul da cidade de Pancas

chegou a reunir mais de 2.000 garimpeiros na década de 1960, sendo o responsável pela descoberta

das maiores pedras de água-marinha que se tem notícia no estado, como as gemas “Marta Rocha” com

25 kg encontrada na década de 1950, e “Xuxa”, extraída em 1988, pesando 20 kg (Vieira & Menezes

2015).

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

2

Embora o Espírito Santo possua um arcabouço geológico que é marcado por inúmeras

intrusões graníticas, na literatura geológica do estado existem poucos registros de trabalhos sobre

pegmatitos, o que ocorrem são relatos históricos e citações em trabalhos de mapeamento geológico

efetuados pela CPRM na década de 90. Apesar do todo renome dessa província, o território capixaba

carece de estudos no que diz respeito geologia dos pegmatitos.

Em relação ao estudo de pegmatitos, o estado do Espírito Santo (ES) ainda é defasado nesse

tipo de conhecimento. Nesta dissertação são apresentados estudos geoquímicos de micas, feldspatos,

turmalinas e berilos e a geocronologia U/Pb em monazita para poder conhecer melhor esses

pegmatitos do sul do ES.

Na Figura 1.1 está representado o limite do distrito pegmatítico Espírito Santo (em vermelho),

de acordo com Pedrosa-Soares et al. (2011) e o distrito pegmatítico Espírito Santo (em preto) proposto

por este trabalho, sendo composto por três campos pegmatíticos, segundo Benitez et al. (2012). Ao

norte do estado encontra-se o Campo Pegmatítico Norte que é centralizado na cidade de Pancas, que

foi um importante produtor de água-marinha e crisoberilo. Na região central do estado encontra-se o

Campo Central que inclui as regiões de Aracruz (importante depósito de escapolita) e Santa Tereza

(diversas ocorrências de andaluzita e água-marinha) e no sul temos o Campo Sul que é caracterizado

pela ocorrência de topázio e água-marinha, nas imediações de Mimoso do Sul, Muqui e Alegre. Os

pegmatitos do estudo são o Pegmatito Fazenda Concórdia (FC) e o pegmatito São Domingos (SD),

localizados no campo pegmatítico Sul, próximo as cidades de Mimoso do Sul.

1.2. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO

A área está localizada na região sudeste do Brasil, na porção sul do estado do Espírito Santo,

próximo à divisa com o estado do Rio de Janeiro. Os pegmatitos estudados são o pegmatito Fazenda

Concórdia (FC) e São Domingos (SD) que estão inseridos na Província Pegmatítica Oriental do Brasil

(PPOB), no distrito pegmatítico Espírito Santo.

O acesso à área, a partir de Belo Horizonte até Ouro Preto via BR-356, seguindo pela MG-329

até a interseção com a BR-262 até Manhuaçu. No trevo de Reduto, região de Manhuaçu, acessar a

MG-111 para Manhumirim e indo até Jerônimo Monteiro via BR-482. De Jerônimo Monteiro segue-se

a ES-177 até Muqui e Mimoso do Sul. Partindo de Mimoso do Sul utiliza-se a ES-391 sentindo Santo

Antônio de Muqui para acesso ao pegmatito SD e para São Pedro de Itabapoana para o pegmatito FC

(Figura 1.2).

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

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Figura 1. 1- Mapa com a localização dos registros de pegmatitos, o distrito pegmatítico Espírito Santo, em verde

(Pedrosa-Soares et al. 2011) e os campos pegmatíticos proposto por este trabalho, no estado do Espírito Santo,

em preto, com os respectivos campos.

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

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Figura 1. 2- Vias de acesso aos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) e São Domingos (SD), partindo de Belo

Horizonte ou Ouro Preto.

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

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1.3. OBJETIVOS

O objetivo principal deste trabalho é apresentar um estudo dos pegmatitos Fazenda Concórdia

(FC) e São Domingos (SD), no Sul do ES, a partir do estudo de geoquímica mineral (micas,

feldspatos, turmalinas e berilos) e geocronologia U/Pb em monazitas. O foco principal está nos

aspectos mineralógicos, geoquímicos e genéticos, para investigar a origem e a evolução desses corpos

com sua provável gênese e sua potencialidade econômica.

Dentre os objetivos específicos, tem-se a caracterização química de micas, feldspatos,

turmalinas e berilos a partir de concentrações de elementos maiores, menores e traços por meio de

microssonda eletrônica e LA-Q-ICP-MS. Além disso, definir a idades de colocação desses corpos, a

partir de análises em monazita utilizando a técnica U/Pb LA-SF-ICP-MS. E com isso poder avaliar seu

potencial econômico.

1.4. METODOLOGIA

1.4.1. Levantamento Bibliográfico

Ao longo desta etapa, buscou-se obter informações sobre a geologia da área de estudo e seu

entorno. Levantamento sobre a Província Pegmatítica Oriental e sobre os pegmatitos que se encontram

inseridos nesta província. Além do levantamento bibliográfico no que se refere aos pegmatitos do

Espírito Santo. Assim como trabalhos sobre interpretação geoquímica de micas, feldspatos, turmalinas

e berilos.

Além de compilação de mapas para a confecção de um mapa de escala 1: 50.000 em ambiente

de SIG (Sistema de Informação Geográfica), a fim de nortear a etapa de campo, ainda foi realizada a

fotointerpretação de estradas, trilhas, afloramentos além da compilação de dados cartográficos de

mapeamentos já realizados na região a partir de projetos supracitados, como as folhas Espírito Santo,

Cachoeiro de Itapemirim e Mimoso do Sul.

Os aspectos relacionados a mineralogia, geoquímica mineral e contexto geológico encontram-

se apresentados nos Capítulos 2 e 3.

1.4.2. Trabalho de Campo

Foram realizados 4 dias de campo (14 a 17 de março de 2017), com participação dos

professores Ricardo Augusto Scholz Cipriano (DEGEO/UFOP orientador), Rodson de Abreu Marques

(DEGEO/UFES co-orientador) e Paulo Dias Ferreira Júnior (DEGEM/UFES) durante os quais houve a

descrição petrográfica dos pegmatitos, avaliar as características físicas dos pegmatitos, como atitude,

forma, tamanho e estrutura interna e coleta de amostras para análises laboratoriais.

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

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Não foi possível coletar as amostras (berilo, turmalina) baseadas em seu zoneamento, estas

foram coletadas na área de seleção do garimpos.

Após a etapa de campo, todas as amostras coletadas foram devidamente fotografadas e

descritas, observando-se suas características mineralógicas, estruturais, texturais, para sua

classificação petrográfica.

1.4.3. Preparação de Amostras

Foram selecionadas 12 cristais de feldspatos, 8 cristais de micas, 4 cristais de berilo, 1 cristal

de turmalina e 3 cristais de monazita, considerando sua potencialidade para análises geoquímicas, ou

seja, isentos de alterações.

Estes cristais foram agrupados em uma placa de acrílico coberta com fita dupla face com um

molde plástico de 2,5 cm de diâmetro. Os cristais de micas, antes de serem colocados na placa, foram

embebidos em resina, para evitar que suas folhas se soltasse durante o embutimento e polimento da

pastilha. Após a colocação dos fragmentos de minerais nas pastilhas, é adicionado uma mistura de

resina com endurecedor (marca Specifix), na proporção de 3:1 em volume, dentro do molde para

finalizar a confecção das pastilhas. Posteriormente teve um tempo de espera de 24 a 48 horas para cura

das pastilhas. Em seguida foram lixadas e polidas em uma politriz modelo D9 da marca Panambra

com a utilização de pasta diamantada de 0,3 μm da marca Buëhler, de forma que o centro dos

fragmentos ficassem expostos.

Para as análises de imageamento por elétrons retroespalhados e microssonda eletrônica as

pastilhas foram metalizadas e recobertas com 250-300 Å de carbono. E para as análises no LA-ICP-

MS, estas foram limpas com C3H6O (acetona) para a retirada da metalização e eliminar possíveis

superfícies de contaminação.

1.4.4. Caracterização Petrográfica

Esta etapa consistiu na descrição de lâminas delgadas polidas no Laboratório de Microscopia

Ótica do DEGEO/UFOP. Foram realizadas 8 lâminas, que forão feitas nas amostras de granulação

mais finas do pegmatito e da encaixante, a fim de se obter as informações mineralógico-texturais, para

auxiliar as descrições macroscópicas.

1.4.5. Caracterização Química

Imageamento backscattered electrons (BSE)

Os fragmentos de monazita foram imageados para verificar suas variações composicionais

internas, utilizando imageamento por elétrons retroespalhados (BSE - backscattered electrons) com um

microscópio de varredura (MEV) modelo JEOL JSM 6510, que utiliza 20 kV de voltagem de

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

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aceleração. As imagens foram geradas no Laboratório de Microscopia e Microanálises do

DEGEO/EM – Laboratório integrante da RMIc, Rede de Microscopia e Microanálises de Minas

Gerais – FAPEMIG, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Microssonda Eletrônica

A microssonda eletrônica constitui um método de análise pontual, não destrutivo e por isso

muito utilizado, que permite a caracterização química tanto qualitativa quanto quantitativa. Além da

geração de um grande número de análises em curto espaço de tempo.

Foram realizadas análises em monazitas, feldspatos, berilos, micas e turmalina por

microssonda eletrônica para caracterização da composição química, através da determinação de

elementos maiores e menores. Foi gerado o mapa composicional dos elementos Fe e Mn da turmalina.

As análises foram realizadas no Laboratório de Microscopia e Microanálises do DEGEO/EM da

Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), utilizando uma microssonda da marca JEOL, modelo

JXA-8230, através de espectrometria por dispersão de comprimento de onda (WDS).

As condições analíticas empregadas para análises de feldspatos, berilo, topázio e turmalina

foram uma voltagem de aceleração de 15 kV, corrente do feixe de 20 nA e 5 μm de diâmetro do feixe.

Para as micas foram voltagem de aceleração de 15 kV, e corrente do feixe de 20 nA e 2 μm de

diâmetro do feixe. E para as monazitas: voltagem de aceleração de 20 kV, e corrente do feixe de 200

nA e 10 μm de diâmetro do feixe. Os dados foram regredidos utilizando a matriz comum de correção

ZAF (Z = número atômico, A = probabilidade de absorção e F = fluorescência de raios X). Em

nenhuma das espécies minerais foram medidos os valores de B, Li e H devido à limitação do método.

Para os procedimentos de calibração dos feldspatos, berilos e turmalina, os seguintes materiais

foram utilizados: Na2O (Anortoclásio), F(CaF2), SiO2 (Quartzo), Al2O3 (Coríndon), MgO (Olivina),

BaO (BaSO4), FeO (Magnetita), Cl (Escapolita - Meionita), TiO2 (Rutilo), Cr2O3 (Cromita), SrO

(Estroncianita), CaO (Flúor-Apatita), K2O (Microclina), MnO (MnO2). Assim as análises de berilo

fecharam entre 82,8 a 99,2% em peso, turmalina 84,4 a 86,4% em peso, e feldspatos 96,5 a 102,1% em

peso. Tabela 1.1 com as condições de padronização para as análises de feldspatos, berilos e turmalina.

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

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Tabela 1. 1- Padronização das análises de berilos, feldspatos e turmalina na microssonda eletrônica.

Elemento Linha

(Raio X)

Cristal no

espectrômetro Canal Padrão

Contagem de tempo

(peaks/background)

Na Kα TAPH 1 Anortoclásio 10/5 (s)

F Kα TAPH 1 CaF2 10/5 (s)

Si Kα TAP 2 Quartzo 10/5 (s)

Al Kα TAP 2 Coríndon 10/5 (s)

Mg Kα TAP 2 Olivina 10/5 (s)

Ba Lα PETH 3 BaSO4 10/5 (s)

Fe Kα LIFH 3 Magnetita 10/5 (s)

Cl Kα PETH 3 Escapolita - Meionita 30/15 (s)

Ti Kα PETJ 4 Rutilo 10/5 (s)

Cr Kα LIF 4 Cromita 10/5 (s)

Sr Lα PETJ 4 Estroncianita 10/5 (s)

Ca Kα PETL 5 Flúor-Apatita 10/5 (s)

K Kα PETL 5 Microclina 10/5 (s)

Mn Kα LIFL 5 MnO2 10/5 (s)

Para os procedimentos de calibração das micas: Na2O (Anortoclásio), F(CaF2), SiO2

(Quartzo), Al2O3 (Coríndon), MgO (Olivine), BaO (BaSO4), ZnO (Gahnita), FeO (Magnetita), Cl

(Escapolita - Meionita), TiO2 (Rutilo), Cr2O3 (Cromita), SrO (Estroncianita), CaO (Flúor-Apatita),

K2O (Microclina), MnO (MnO2). Fechando em 91,3 a 95,5% em peso. Tabela 1.2 com as condições de

padronização para as análises de micas.

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

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Tabela 1. 2- Padronização das análises de micas na microssonda eletrônica.

Elemento Linha

(Raio X)

Cristal no

espectrômetro Canal Padrão

Contagem de tempo

(peaks/background)

Na Kα TAPH 1 Anortoclásio 10/5 (s)

F Kα TAPH 1 CaF2 10/5 (s)

Si Kα TAP 2 Quartzo 10/5 (s)

Al Kα TAP 2 Coríndon 10/5 (s)

Mg Kα TAP 2 Olivina 10/5 (s)

Ba Lα PETH 3 BaSO4 10/5 (s)

Zn Kα LIFH 3 Gahnita 10/5 (s)

Fe Kα LIFH 3 Magnetita 10/5 (s)

Cl Kα PETH 3 Escapolita - Meionita 30/15 (s)

Cr Kα LIFH 3 Cromita 10/5 (s)

Sr Lα PETJ 4 Estroncianita 10/5 (s)

Ti Kα PETL 5 Rutilo 10/5 (s)

K Kα PETL 5 Microclina 10/5 (s)

Mn Kα LIFL 5 MnO2 10/5 (s)

Ca Kα PETL 5 Flúor-Apatita 10/5 (s)

Para os procedimentos de calibração das monazitas: Y2O3 (YPO4), SiO2 (Quartzo), UO2 (U-

Glass), PbO (Lead-Sulphide-PbS), CaO (Flúor-Apatita), ThO2 (Monazita-MADMON), P2O5 (ScPO4),

Gd2O3 (GdPO4), Sm2O3 (SmPO4), Nd2O3 (NdPO4), Pr2O3 (PrPO4), Ce2O3 (Monazita-MADMON),

La2O3 (Monazita-MADMON). As análises em monazita, em gereal, tiveram totais variando de 98.119

a 100.088% em peso. Tabela 1.3 com as condições de padronização para as análises de monazitas.

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

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Tabela 1. 3- Padronização das análises das monazitas na microssonda eletrônica.

Elemento Linha

(Raio X)

Cristal no

espectrômetro Canal Padrão

Contagem de tempo

(peaks/background)

Y Lα TAP 2 YPO4 30/15 (s)

Si Kα TAP 2 Quartzo 20/10 (s)

U Mb PETH 3 U_Glass 100/50 (s)

Pb Ma PETH 3 Lead_Sulphide(PbS) 100/50 (s)

Ca Kα PETJ 4 Flúor-Apatita 30/15 (s)

Th Lb PETJ 4 Monazita-MADMON 30/15 (s)

P Lb PETJ 4 ScPO4 10/5 (s)

Gd Lb LIFL 5 GdPO4 30/15 (s)

Sm Lb LIFL 5 SmPO4 30/15 (s)

Nd Lb LIFL 5 NdPO4 20/10 (s)

Pr Lb LIFL 5 PrPO4 30/15 (s)

Ce Lα LIFL 5 Monazita-MADMON 20/10 (s)

La Lα LIFL 5 Monazita-MADMON 20/10 (s)

Foram analisados de 6 a 20 pontos em cada cristal de feldspato, 20 pontos na turmalina, de 8 a

10 pontos nos berilos, de 9 a 17 pontos nas micas e de 6 a 8 pontos nas monazitas. A composição

química média dos óxidos corresponde à média aritmética dos vários pontos analisados de cada cristal

em relação ao mineral, apenas para comparação com outros pegmatitos da PPOB.

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

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Ablação a laser - Espectrometria de massa acoplada indutivamente do tipo

Quadrupolo (LA-Q-ICP-MS)

Este tipo de espectrômetro de massa utiliza um analisador de massa do tipo quadrupolo

(quadrupole – Q). Este foi utilizado para determinação dos elementos traço, utilizando-se um sistema

customizado New Wave Research/Merchantek UP-213 nm, com laser na frequência do quintopolo do

tipo Nd:YAG, acoplado a um ICP-MS Agilent 7700x com analisador de massas do tipo Quadrupolo.

Realizado no Laboratório de Geoquímica Isotópica (LOPAG) na Universidade Federal de Ouro Preto

As foram analisadas os seguintes elementos para turmalina 7Li, 11B, 23Na, 24Mg, 29Si, 31P, 35Cl,

39K, 44Ca, 47Ti, 49Ti, 51V, 52Cr, 55Mn, 60Ni, 63Cu, 66Zn, 69Ga, 88Sr, 118Sn, 206Pb, 208Pb. Para as micas 7Li,

11B, 9Be, 23Na, 24Mg, 29Si, 44Ca, 47Ti, 49Ti, 52Cr, 55Mn, 64Zn, 85Rb, 88Sr, 133Cs, 137Ba, 181Ta. Para os

feldspatos 11B, 24Mg, 29Si, 35Cl, 44Ca, 52Cr, 66Zn, 85Rb, 133Cs, 137Ba. Para os berilos 7Li, 9Be, 23Na, 24Mg,

29Si, 39K, 44Ca, 47Ti, 49Ti, 52Cr, 55Mn, 85Rb, 88Sr, 133Cs, 137Ba. As concentrações dos elemento foram

medidas com base no Si como referência interna, de acordo com médias obtidas para este composto

nas análises de microssonda, com uma média de 34% para turmalina, 45% para as micas, 60% para os

feldspatos e 65% para os berilos. O material de referência utilizado foi o BHVO, BCR, NIST610 e

NIST612. Foram analisados 15 pontos na turmalina, 10 pontos em cada amostra de berilo, de 6 a 15

pontos em cada amostra de feldspato e 10 pontos em cada amostra de mica.

Ablação a laser - Espectrometria de massa acoplada indutivamente do tipo Sector

Field (LA-SF-ICP-MS)

Para a obtenção das idades pela razão U/Pb nas monazitas, foi utilizando o Thermo-Finnigan

Element II, monocoletor setor magnético (SF) ICP-MS, acoplado a um laser CETAC UV Nd:YAG de

213 nm com célula de ablação Helix. Os dados foram adquiridos em modo peak jumping usando um

spot size de 15 µm. A datação U/Pb foi realizada no Laboratório de Geoquímica Isotópica (LOPAG)

na Universidade Federal de Ouro Preto.

1.4.6. Elaboração da Dissertação/Artigo Científico

Com base na compilação e interpretação dos dados obtidos pelas análises químicas, foi

elaborada esta dissertação de acordo com as normas do Programa de Pós-Graduação em Evolução

Crustal e Recursos Naturais da Universidade Federal de Ouro Preto.

O artigo foi submetido ao periódico Anuário do Instituto de Geociências de Qualis-CAPES

B1.

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

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CAPÍTULO 2.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. PEGMATITOS

O termo pegmatito foi utilizado pela primeira vez pelo mineralogista Haüy em 1801, para

designar as rochas apresentando intercrescimento geométrico de quartzo e feldspato, denominado de

granito gráfico (Mendes 1995). Haidinger (1845 in London 2008) e outros autores ampliaram o uso do

termo “pegmatito” para incluir segregações graníticas de granulações grossas e diques, contendo ou

não textura gráfica.

Segundo London (2008), o termo sofreu algumas alterações, chegando a definição atual de

que é uma rocha essencialmente ígnea, comumente de composição granítica, que se distingue de

outras rochas ígneas por sua granulação muito variável, ou por uma abundância de cristais com corpo

esquelético, gráfico ou hábitos euédrico. Ocorrem como corpos homogêneos ou zonados hospedado

em rochas ígneas e metamórficas. São conhecidos pela presença de excelentes minerais-gema, além

disso registram diferentes processos ígneos, fornecem informações sobre o comportamento e

contração de matais estratégicos e raros na crosta da terra, como Li, Sn, Ta, Nb, Be, Cs, Rb, Sc, Th, U

e ETR.

Existem diversas maneiras de se classificar os corpos pegmatíticos, as quais levam em

consideração vários aspectos, tais como: forma, tamanho, disposição em relação às encaixantes,

mineralogia, gênese, estrutura e textura interna. Geralmente, essas classificações agrupam dois ou

mais aspectos. Os corpos pegmatitos caracterizam-se por apresentarem uma grande variedade de

formas, dimensões, orientações e disposição segundo suas encaixantes.

2.1.1. Classificação de pegmatitos

Corpos Pegmatíticos: Forma, Dimensões, Atitude

Devido ao fato dos pegmatitos não aflorarem completamente, seu tamanho dificilmente é

conhecido. Seu comprimento pode variar desde de alguns centímetros, até 1500 m, enquanto as

espessuras variam de alguns centímetros a mais de 150 m (Correia Neves 1981).

Os pegmatitos encontram-se no interior e/ou ao redor de maciços graníticos. Geralmente

apresentam-se sob a forma de filões, pipes, diques e corpos de formas irregulares. Pegmatitos

encaixados em xistos, gnaisses e intrusões graníticas, geralmente são controladas pela ductibilidade

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

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das encaixantes. As formas variam de tabular, que pode ser horizontal, vertical ou inclinada,

concordante ou não em relação às encaixantes; além de lenticulares; semelhante a veios; ramificadas

ou em massa irregulares; circulares ou elípticas (Černý 1991a). As atitudes podem variar de horizontal

a vertical, sendo concordantes ou não com a rocha encaixante.

Segundo Cameron et al. (1949) modificado por Issa Filho et al. (1980) podemos classificar as

dimensões dos pegmatitos em: muito pequeno (<0,5 m); pequeno (0,5 a 5 m); médio (5 a 15 m);

grande (15 a 50 m) e muito grande (>50 m). Quanto ao tamanho dos cristais, segundo a mesma

classificação, tem-se: textura muito fina: com cristais até 0,5 cm; textura fina (0,5 a 2 cm); textura

média (2 a 10 cm); textura grossa (10 a 30 cm); textura muito grossa (30 a 100 cm) e textura maciça

(cristais acima de 100 cm).

Mineralogia e Estrutura Interna

A classificação baseada na mineralogia e estrutura interna dos corpos pegmatíticos foi

elaborada por Fersman (1931) e sistematizada em estrutura zonada por Cameron et al. (1949). Os

pegmatitos foram classificados em:

simples ou homogêneos: que não são zonados, ou apresentam zoneamento difuso,

sendo que a espessura não ultrapassa 1 m, não apresentam corpos de substituição

tardios significativos. A mineralogia essencial é constituída por feldspato potássico,

quartzo e muscovita. Os minerais acessórios são a biotita, turmalina preta e granada, e

o berilo como acessório é raro. São pouco os casos em que esse tipo de pegmatito

tenha importância econômica. Os pegmatitos são lavrados, às vezes, para feldspato

e/ou micas e, em poucos casos, este tipo de pegmatito é explorado para minerais de

lítio;

complexo ou heterogêneos: apresentam complexidade estrutural e mineralógica, com

grande quantidade de corpos de substituição. Atingem espessuras superiores a 25 m e

comprimentos de centenas de metros. Sua forma é geralmente tabular ou lenticular,

sendo comum injeção de apófises nas encaixantes além de conter xenólitos. Podem ser

subclassificados em pegmatitos de lítio ou turmalina. Cada zona é tipificada por uma

assembléia mineralógica bem definida, ligada a uma textura particular. As zonas

foram divididas em quatro tipos principais: zona de borda ou marginal, zona mural,

zona intermediária e núcleo.

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

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Composição Mineralógica Global

A classificação baseada na composição mineralógica global dos pegmatitos foi proposta por

Landes (1933). Segundo Landes, os pegmatitos são distinguidos em: pegmatitos ácidos, pegmatitos

básicos e pegmatitos intermediários.

pegmatitos ácidos: Compreendem a maioria dos pegmatitos de interesse econômico,

sendo geralmente denominados de pegmatitos graníticos. Os principais minerais

constituintes são: quartzo, feldspatos alcalinos (microclína e/ou albita), micas

(muscovita e/ou biotita) e um número considerável de minerais raros de lítio, rubídio,

berílio, césio, nióbio, tântalo e terras raras;

pegmatitos básicos: São pegmatitos máficos de natureza ferromagnesiana, formados

por corpos lenticulares de olivina, piroxênio e plagioclásio cálcico em peridotitos,

gabros e outras rochas máficas. São razoavelmente comuns, sendo raros de conterem

minerais econômicos;

pegmatitos Intermediários: São os pegmatitos que contêm uma mineralogia comum

aos dois tipos descritos acima.

Anatomia Interna do Corpos Pegmatíticos

A complexidade estrutural dos pegmatitos levaram vários pesquisadores a estabelecerem os

conceitos fundamentais de zoneamento interno relacionado com os corpos pegmatíticos, de acordo

com as suas fases minerais.

Segundo Cameron et al. (1949) os pegmatitos podem ser classificados em zonados e não

zonados, de acordo com aspectos texturais e composição mineralógica. Pegmatitos não zonados

tendem a ocorrer associados com rochas hospedeiras com alto grau metamórfico, a ausência de

zoneamento entretanto não significa uma composição primitiva.

A estrutura interna dos pegmatitos zonados pode ser de três tipos: preenchimento de fratura,

corpos de substituição ou zonas de cristalização primaria (Cameron et al. 1949).

O preenchimento de fratura, representando corpos de tendência tabular preenchendo fraturas

em pegmatitos preexistentes previamente consolidados.

Corpos de substituição são geralmente cavidades irregulares encontradas dentro do núcleo

e/ou zonas intermediarias. São relativamente comuns em pegmatitos complexos. Podem também

ocorrer corpos de substituição que são desenvolvidos por meio de uma nova assembleia mineralógica,

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que se forma a partir de líquidos residuais que substituem, parcial ou totalmente, minerais ou

agregados preexistentes. A formação desses bolsões indica o estágio final da cristalização do

pegmatito (Gandini 1999). London (1986) estudando inclusões fluidas em espodumênio, quartzo,

turmalina e berilo, em pegmatitos miarolíticos do Afeganistão caracterizou a formação desses bolsões

com temperaturas entre 425 a 475 ºC e pressões entre 2,4 a 2,8 kbars.

Zonas de cristalização primaria são formadas por sucessivas camadas concêntricas em relação

ao núcleo, diferenciando-se pela composição mineralógica, textural ou ambos. As zonas são

denominadas de marginal, mural, intermediária (externa, média e interna) e núcleo (Figura 2.1):

zona de borda ou marginal: É uma borda fina (apenas alguns centímetros de

espessura) que rodeia completamente o corpo pegmatítico em contato com suas rochas

hospedeiras. O tamanho do grão é fino (~ 2-5 mm), e a textura é granulosa

hipidiomórfica (granítica), ou bimodal se a porção de grão fino constitui uma matriz

para cristais maiores (~ 1-3 cm) de turmalina, muscovita, biotita, hornblenda, berilo,

ou cristais de feldspato alcalino alongados. Zonas de bordas são tratadas como

margens refrigeradas, mas ao contrário de outras rochas ígneas, essas zonas não

representam as composições em massa dos pegmatitos de que procedem. Os

constituintes metálicos estão ausentes nesta zona;

zona mural: quando existente, a zona mural na maioria dos pegmatitos é mais espessa

(~1 m), com granulação grossa (~1 – 3 cm) do que a zona de borda. Constituintes

metálicos de valor econômico podem estar presentes em poucos depósitos. Mica e

berilo são os principais minerais econômicos da zona mural. Essa zona, geralmente,

marca o local mais interno de ocorrência de granada;

zona intermediária: Essa zona é marcada pelo crescimento acentuado do tamanho dos

cristais, em relação as zonas externas. Zonas intermediárias tendem a serem

dominadas por uma única fase mineral, tipicamente microclina pertítica, plagioclásio,

quartzo, espodumênio, pentalita ou montebrasita. Podem ser simétrica ou

assimetricamente distribuídas ao longo do pegmatito e também descontinuas. São

desenvolvidas principalmente nas porções mais espessas do corpo pegmatítico e

tendem a aparecer em pequenas porções e desaparecer na medida em que o corpo

afina. Inclui a maior concentração de minerais metálicos. A maioria dos pegmatitos

não apresentam zona intermediária, enquanto que, em outros, possuem cinco ou seis

subdivisões da zona intermediária;

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núcleo: é localizado na parte central do corpo pegmatítico e pode ser descontínuo em

relação ao eixo central. É frequentemente constituído por uma massa sólida de quartzo

branco, estéril; quartzo com plagioclásio e pertita com granulação grosseira; quartzo

com grandes cristais de turmalina e espodumênio; e quartzo de alta pureza.

Ordinariamente, o núcleo é estéril de minerais metálicos, embora haja pouca exceção.

Figura 2. 1- Idealização generalizada de um pegmatito zonado, modificado de Cameron et al. (1949).

Mineralogia

A maioria dos minerais encontrados em pegmatitos pertencem a três classes predominantes:

silicatos, fosfatos e óxidos.

Dependendo de cada zona pegmatítica, ocorre a existência de uma associação mineralógica

distinta, baseada em uma sequência de cristalização, assim Cameron et al. (1949) propôs uma

sequência dessas zonas, da parte mais externa para o núcleo, que compreende onze associações

mineralógicas, que representam a maioria dos pegmatitos (sem conter a mineralogia acessória). A

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sequência abaixo (Tabela 2.1), raramente, encontra-se integralmente representada num único

pegmatito.

Tabela 2. 1- Associações mineralógicas encontradas nas zonas pegmatíticas, segundo Carmeron et al. (1949).

Geoquímica

As classificações utilizadas até hoje são aquelas baseadas em conceitos geológicos e

petrogenéticos desenvolvidas por A. I. Ginsburg, que combinaram características texturais,

paragenéticas e geoquímicas. Esses trabalhos anteriores têm sido divulgados por Černý (1982b).

Ginsburg (1984 in London 2008) gerou um esquema no qual ele reconheceu quatro formações,

ou classes de pegmatitos: abissal, muscovítico, elemento-raro e miarolítico, baseado principalmente

em características mineralógicas ou de textura que se relacionavam com a profundidade de colocação.

Černý & Ercit (2005) modificou esta classificação para uma versão mais atualizada, tentando uma

interpretação genética uniforme para o processo de formação de pegmatitos (Tabela 2.2).

Černý (1991a) propôs duas famílias petrogenéticas, abreviadas como "LCT" e "NYF", com a

finalidade de enfatizar as diferenças litoquímicas. “LCT” significa lítio - césio - tântalo, um

Zonas Associações Mineralógicas

1 Plagioclásio + quartzo + muscovita

2 Plagioclásio + quartzo

3 Quartzo + plagioclásio + pertita (± muscovita ± biotita)

4 Pertita + quartzo

5 Pertita + quartzo +plagioclásio + ambligonita + espodumênio

6 Albita + quartzo + espodumênio

7 Quartzo + espodumênio

8 Lepidolita + albita + quartzo

9 Quartzo + microclínio

10 Microclínio + albita + micas ricas em Li + quartzo

11 Quartzo

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enriquecimento característico encontrado principalmente, mas talvez não exclusivamente, em granitos

de tipo S que se originam de rochas metassedimentares ricas em muscovita. O “NYF” representa

nióbio-ítrio-flúor, um conjunto característico de elementos nos granitos e pegmatitos que são

normalmente rotulados como tipo A ou granitos '' dentro de placas ''.

Tabela 2. 2- Subdivisão Principal e Características das Cinco Classes de Pegmatitos Graníticos Černý & Ercit

(2005).

Classes Famílias Elementos menores

típicos

Ambiente

metamórfico

Relação com

granitos

Miarolíticos

ETR Be, Y, Nb, ETR, F,

Ti, U, Th,, Zr

Pressão muito baixa,

eventos regionais pós-

datação que afetam as

rochas hospedeiras

Interior a marginal

Li Li, Be, B, F, Ta>Nb

Anfibolito de baixa

pressão para xisto

verde, 3 a 1,5 kbar,

500 a 400° C

(interior a

marginal) a

exterior

Elementos

Raros

ETR Be, Y, ETR, U, Th,

Nb>Ta, F.

Variáveis, em grande

parte pouco profundos

e pós-datação regional

afetando rochas

hospedeiras

Interior a marginal

(raramente

exterior).

Li

Li, Rb, Cs, Be, Ga,

Sn, Hf, Nb-Ta, B, P,

F

Baixa pressão,

anfibolito de

Abukuma (sillimanita

de andaluzita) para

fácies de xisto verde

superior; ~ 2 a 4 kbar,

~ 650 a 450° C

(interior a marginal

a exterior)

Muscovítico-

Elemento

Raro

ETR

Be, Y, ETR, Ti, U,

Th, Nb - Ta:

muscovita, biotita,

almandina-

spessartina (cianita,

sillimanita)

Moderada a alta

pressão, fácies

anfibolito; 3 a 7 kbar,

~ 650 a 520° C

Interior para

exterior; Por vezes

mal definido

Li

Li, Be, Nb berilo,

cassiterita, columbita,

lepidolita,

(espodumênio)

Muscovíticos

Ca, Ba, Sr, Fe> Mn

sem mineralização de

elementos raros

(micas e minerais

cerâmicos)

Alta pressão, fácies de

anfibolito Barrowiano

(cianita-sillimanita) 5

a 8 kbar, ~ 650 a 580°

C

Nenhum (corpos

anatéticos) a

marginais e

exteriores

Abissais

U, Th, Zr, Ti, Nb, Y,

ETR Leves; ETR

Pesados; Pobre a

moderado em

mineralização

Anfibolito superior a

fácies de granulito de

baixo a alto pressão; ~

4 a 9 kbar, ~ 700 a

800° C

Nenhum

(segregações de

leucossoma

anatético)

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2.1.2. Gênese

Diversos modelos genéticos e evolutivos para pegmatitos foram elaborados, podendo citar os

trabalhos de Jahns (1953a, 1953b, 1955, 1982), Jahns & Burnham (1969) e Černý (1982a e b). A

gênese de pegmatitos pode ser tratada a partir de fusões silicatadas. O problema reside no fato de se

saber de onde provêm estas fusões, se são de fracionamentos magmáticos ou de anatexia de rochas

metamórficas de alto grau. Segundo Černý (1991b) o processo de formação de pegmatitos pode

ocorrer através de 4 mecanismos principais:

cristalização em uma câmara fechada, em um sistema restrito ou fechado;

cristalização a partir de fusões residuais em vários pulsos;

recristalização e/ou metassomatismo de material não pegmatítico;

combinação de um ou mais dos mecanismos citados acima.

O modelo mais aceito para a formação dos pegmatitos sugere que esses corpos representam

fusões residuais derivadas da evolução e cristalização de magmas graníticos, com a concentração

progressiva de elementos incompatíveis, voláteis e raros, e componentes fluxantes que abaixam a

temperatura de cristalização e as taxas de nucleação dos cristais (Simmons & Webber 2008). Um

aspecto muito questionado na petrogênese de pegmatitos é a influência da presença de voláteis. Jahns,

em estudos pioneiros sobre a gênese de pegmatitos, considerou que magmas silicáticos coexistentes

com vapor de água seriam o material inicial a partir do qual os pegmatitos seriam gerados.

Experimentos mais recentes de London (1992, 2005) sugeriram, entretanto, que a presença de uma

fase de vapor aquoso não é necessária para o desenvolvimento de pegmatitos, tendo o B, F, P e Li,

juntamente com H2O, o papel de elementos essenciais (Simmons & Webber 2008).

Em um segundo modelo petrogenético, os pegmatitos se originam da fusão parcial direta de

metassedimentos, como sequências evaporíticas ricas em elementos fluxantes (B e Li) e outros

elementos incompatíveis, sem a necessidade de magmas graníticos parentais. Essa hipótese

petrogenética poderia explicar casos em que não há um padrão de zoneamento entre pegmatitos

estéreis e enriquecidos, ou relação com um granito parental (Černý 1991c).

De uma maneira geral, os autores reconhecem dois estágios de evolução na formação dos

pegmatitos: o estágio magmático (as soluções pegmatíticas seriam alojadas e cristalizadas em sistema

fechado) e o estágio hidrotermal, durante o qual as soluções reagiriam com as assembleias primárias,

provocando sucessivas substituições num sistema aberto. Esses sistemas seriam formados através da

fusão parcial de material crustal ou como um líquido final, produzido durante o resfriamento de um

batólito, no qual o líquido silicatado granítico coexistiria com um fluido aquoso salino de baixa

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densidade. Atualmente, os pesquisadores reconhecem a importância dos processos metassomáticos

(por fase fluida aquosa) nas rochas silicáticas, sem os quais é impossível a formação de pegmatitos de

valor econômico.

2.2. PROVÍNCIA PEGMATITICA ORIENTAL DO BRASIL

No século XX, durante e após a Segunda Guerra Mundial, os pegmatitos tornaram-se

importantes depósitos minerais do Brasil, devido aos esforços para aumentar a produção de mica,

berilo e quartzo para a indústria militar. Esse desenvolvimento foi acompanhado por estudos

geológicos e com isso vários minerais foram descobertos. Assim em 1946, Paiva agrupou os

pegmatitos em Província Pegmatítica Oriental, Província Pegmatítica do Norte e Província

Pegmatítica do Sul. Estas províncias foram definidas principalmente com base na distribuição

geográfica dos pegmatitos, porque naquela época o Brasil carecia de mapas geológicos, mesmo para

uma abordagem regional (Pedrosa-Soares et al. 2011).

A Província Pegmatítica Oriental do Brasil (PPOB) ocorre numa faixa com cerca de 150.000

km2, estendendo-se de NNE para SSW ao longo da região nordeste de Minas Gerais, Sul da Bahia,

oeste do Espírito Santo e noroeste do Rio de Janeiro, estando situada na Faixa Araçuaí e no Cinturão

Atlântico (Figura 2.2). Desde Paiva (1946) os limites e subdivisões da província foram redefinidos e

refinados, de acordo com mapas mais detalhados e dados analíticos (por exemplo, Correia-Neves et al.

1986; Pedrosa-Soares et al. 2001b, 2009; Morteani et al. 2000; Netto et al. 2001; Pinto & Pedrosa-

Soares, 2001). Pelo menos 1000 pegmatitos foram minados nesta província desde os anos 40 (por

exemplo, Sá 1977; Pedrosa-Soares et al. 1990; Grossi-Sad et al. 1997; Pedrosa-Soares 1997; Pedrosa-

Soares & Oliveira 1997; Pedrosa-Soares & Grossi-Sad 1997; Morteani et al. 2000; Netto et al. 2001).

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Figura 2. 2- Mapa de localização da Província Pegmatítica Oriental do Brasil, reunindo os limites propostos por

Paiva 1946, Putzer 1976 e Schobbenhaus et al. 1981 e 1984, com a localização dos distrito pegmatíticos

descritos por Pedrosa-Soares et al. (2011).

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Inúmeros pegmatitos PPOB cristalizados a partir de 630 Ma a 490 Ma, ou seja, durante o

evento Brasiliano, ao longo do orógeno Araçuaí. São de dois tipos: anatéticos (formados diretamente a

partir do derretimento parcial das rochas do campo) ou pegmatitos residuais (o silicato rico em fluido

derrete, resultante da cristalização fracionada dos granitos originais). A distribuição de ambos os tipos

de pegmatitos, suas relações com as rochas hospedeiras e granitóides-mãe, bem como suas idades e

principais recursos minerais, permitem distinguir onze distritos da PPOB no orógeno Araçuaí (Tabela

2.3).

Tabela 2. 3: Distritos pegmatíticos da PPOB no orógeno Araçuaí (Pedrosa-Soares et al. 2009).

Distrito e idade Mineral principal e de

coleção

Tamanho do

pegmatito(*), tipo e

classificação (**)

Rocha fonte e

hospedeira

Pedra Azul; ~ 497Maa Água-marinha, topázio,

quartzo

Muito pequeno a

pequeno, residual,

elemento raro

Granitos G5

Padre Paraíso; ~519Mab Água-marinha, topázio,

quartzo, goshenita

Muito pequeno a

pequeno, residual,

elemento raro

Granitos G5 e

Charnockito

Araçuaí; 525-500Mac.d

Espodumênio, granito

ornamental, gemas de

turmalina, berilo e quartzo,

feldspato industrial, schorl,

ambligonita, albita, petalita,

cleavelandita, apatita, fosfatos

raros, cassiterita, columbita-

tantalita, bismutinita, adulária

Muito pequeno a

pequeno, residual,

elemento raro

Granito G4; mica

xisto, metawacke,

quartzito, rocha

metaultramáfica

Ataléia; ~519Mab Água-marinha

Muito pequeno a

pequeno, residual,

elemento raro

Granito G5

São José da Safira;

~535Mae

Feldspato industrial, turmalina,

minério de berilo, muscovita,

água-marinha, granada, albita,

cleavelandita, apatita, heliodor,

Mn-tantalita, bertrandita,

microlita, zircão

Muito grande a médio,

residual, elemento raro a

muscovita

Granito G4; mica

xisto, metawacke,

quartzito, rocha

metaultramáfica

Conselheiro Pena,

~582Maf

Feldspato industrial, variedades

de gemas de turmalina, berilo e

quartzo, minério de berilo,

trifilita, fosfatos raros e kunzita

Muito grande a médio,

residual, elemento raro

Granito G2; mica

xisto, metawacke,

quartzito, rocha

metaultramáfica

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Malacacheta, ~535Mag Alexandrita, crisoberilo,

muscovita, berilo

Pegmatito residual e

sistema hidrotermal

Granito G4; mica

xisto, rocha

ultramáfica

Santa Maria de Itabira,

~650-500Mah,i

Esmeralda, alexandrita, água-

marinha, amazonita

Pegmatito anatético e

sistema hidrotermal

Xisto ultramáfico,

formação de ferro,

migmatito

Caratinga, ~575Maj Caulim, coríndon, berilo Anatético, abissal Migmatito,

paragnaisse

Espera Feliz, ~500 Mak água-marinha, topázio, quartzo

Muito pequeno a

pequeno, residual,

elemento raro

granito G5

Espírito Santo, 575-

490Mal

Caulim, quartzo; água-

marinha, topázio

Maioria anatético; Muito

pequeno a pequeno,

corpos residuais

Migmatito,

paragnaisse e

granito G5

Legenda: Referências das idades:a, Pedrosa-Soares et al. (unpubl. data); b, Noce et al. (2000); c,

Whittington et al. (2001); d, Silva et al. (2008); e, Petitgirard et al. (2009); f, Nalini et al. (2000); g, Basílio

et al. (2000); h, Ribeiro-Althoff et al. (19

Segundo Bilal et al. (2000), os pegmatitos dessa província podem ser classificados em dois

grupos: (i) pegmatitos de qualidade gemológica – ricos em turmalinas e zonas de Li; (ii) pegmatitos

com berilo, algumas vezes com qualidade gemológica e cerâmicos. O primeiro grupo resulta de uma

cristalização fracionada e está relacionado a granitos sin-tectônicos, associados a fase compressiva de

deformação (D1). Esses pegmatitos localizam-se nos distritos de Araçuaí, Ataléia, Conselheiro Pena,

Espera Feliz, Padre Paraíso, Pedra Azul, São José da Safira. O segundo grupo é associado a fase D2 do

brasiliano. Durante essa fase ocorreu a fusão parcial da crosta e simultaneamente a geração de

leucogranitos porfiríticos e o segundo grupo de pegmatitos. Esse grupo está nos distritos Caratinga,

Santa Maria de Itabira e Espírito Santo. Esse grupo está encaixado também em orto e paragnaisse

(idade 2,6 Ga) ou em granitos. Esses corpos apresentam uma distribuição zonada em torno de regiões

anatéticas que mostram Uma maior evolução quando intrudidos em níveis mais altos da origem

anatéticas. Esses pegmatitos possuem um range em torno de 0,5 para 10 m e as vezes maiores. Esses

corpos possuem morfologia predominantemente tabular ou em lentes. Apresentam um zoneamento

interno especialmente em corpos maiores. Um terceiro grupo de pegmatitos pobres em turmalina e

ricos em berilo foi descrito por Pedrosa-Soares et al. (2001a), sendo associados a diápiros pós-

tectônicos que gradam de gabro a granitos pertencentes à Suíte G5, sendo fonte importante de berilo

gemológico.

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

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2.3. GEOQUÍMICA

Segundo vários autores, informações sobre a evolução de pegmatitos podem ser obtidas

através de indicadores petrogenéticos como micas, feldspatos, granadas, turmalinas, nióbio-tantalatos,

berilo e gahnita, entre outros, estes minerais são uteis para a compreensão da origem e evolução dos

pegmatitos permitindo diagnosticar o potencial dos pegmatitos em minerais de interesse econômico de

Ta, Nb, Li, Cs, entre outros. Nesta seção foram descritas informações sobre o comportamento

geoquímico das micas, feldspatos, berilos e turmalinas e sua importância para entender a evolução dos

pegmatitos.

2.3.1. Micas

As micas são o terceiro mineral mais abundante nos ambientes pegmatíticos, sendo superadas

pelo quartzo e feldspatos. Como elas apresentam um amplo grau de cristalização, durante a evolução

do material pegmatítico, associado ao fato de elas aceitarem facilmente alguns elementos na sua

estrutura cristalina, elas são um dos minerais mais indicados para um estudo criterioso do

comportamento geoquímico, a nível regional, ou corporal (Heinrich 1967).

As micas típicas dos pegmatitos são a muscovita, a muscovita litinífera, a lepidolita e a biotita.

O termo muscovita litinífera é utilizado para as micas alumínio-litiníferas que apresentam a mesma

estrutura da muscovita. As micas são muito importante no estudo das variações químicas dos sistemas

pegmatíticos, pois elas cristalizam-se durante todo o intervalo de tempo em que se formam as várias

zonas. Também são bons indicadores da potencialidade econômica dos pegmatitos. Para Gordiyenko

(1971), até a cor das micas pode fornecer alguma indicação sobre o tipo de mineralização encontrada

em um corpo pegmatítico. Muscovita mostrando uma coloração esverdeada ou acastanhada são

indicadores de pegmatitos cerâmicos, enquanto as muscovitas prateadas ou verde-amareladas são

típicas de pegmatíticos portadores de mineralizações de Be, Nb e Ta.

Para Lopes Nunes (1973) e Correia Neves (1990), nos pegmatitos portadores de ETR e

aqueles apresentando pequenos corpos de substituição, ocorrem apenas muscovitas com teores médios

em Li e Rb, e Cs relativamente baixo. Já nos pegmatitos complexos e com grandes corpos de

substituição, os teores médios em Li, Rb e Cs das duas muscovitas são bem mais elevados do que os

das muscovitas dos outros tipos de pegmatitos complexos e com pequenos corpos de substituição.

Com relação aos aspectos genéticos da cristalização das micas nos pegmatitos portadores de

elementos raros, pode-se afirmar que a biotita ocorre nos pegmatitos menos diferenciados,

representando o produto final do fracionamento da relação Mg/Fe. Ela é encontrada principalmente

nos pegmatíticos muscovíticos, ricos em ETR, Ti, Be e Nb > Ta. Nos pegmatitos portadores de

elemtos raros, a muscovita ocorre preferencialmente nas zonas externas do corpo (Heinrich 1978) e

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quando comparada com essas mesmas micas dos pegmatitos muscovíticos, elas mostram menores %

em peso de FeO, MgO e BaO e teores mais altos de Rb, Cs e Li.

Como já foi demonstrado por diversos pesquisadores (Rinaldi et al. 1972; Černý 1975; Lopes

Nunes 1973; Černý 1982c; Černý et al. 1985; Correia Neves 1990), o teor de Rb e Cs nas estruturas

das micas é um bom indicados dos tipos de mineralizações encontradas em corpos pegmatíticos.

Também foi observado que ocorre um enriquecimento em Rb e Cs da zona marginal para a parte mais

central do corpo pegmatítico. Dos pegmatitos simples para os mais complexos, o aumento do teor de

Cs na estrutura da micas é muito maior do que o na estrutura dos feldspatos. Este fato, faz com que

este elemento, quando determinado na estrutura das micas, seja muito utilizado para definir campos e

províncias pegmatíticas, associadas a determinados tipos de mineralizações (Gordiyenko 1971;

Correia Neves 1981; Černý et al. 1985; Correia Neves 1990; Morteani et al. 2000). Černý et al. (1985)

enfatizam que a migração do Cs está intimamente ligada à do B.

Segundo Lopes Nunes (1973), Černý & Burt (1984), Jolliff et al. (1987) e Correia Neves

(1990), à medida que aumenta a complexidade de um corpo pegmatítico, diminui a relação K/Rb na

estrutura das micas claras. Esses autores também descrevem que nos pegmatitos homogêneos a relação

K/Rb situa-se acima de 60, enquanto nos pegmatitos complexos altamente diferenciados e com

grandes corpos de substituição, ela varia entre 4 a 22. Os pegmatitos estéreis e os pegmatitos

muscovíticos definem campos onde a relação K/Rb é muito mais alta do que a dos pegmatitos

portadores de elementos raros, enquanto que os valores de Li e Cs são muito menores do que os

obtidos nas micas dos pegmatitos portadores de elementos raros.

Para Lopes Nunes (1973), nos pegmatitos menos desenvolvidos o teor de Ba chega a alcançar

algumas centenas de ppm, enquanto nos pegmatitos complexos, como os mineralizados em polucita,

esse teor cai para até 15 ppm.

Černý & Burt (1984) proporão diagramas de K/Rb x Li, Cs e outros elementos, que são

utilizados para agrupar diferentes tipos de pegmatitos, com base no conteúdo desses elementos nas

micas. Assim, em pegmatitos zonados o conteúdo de Rb, Cs, F, Li, Be, Mn, Sn, Zn e Ta tende a

aumentar das zonas mais externas para zonas mais internas dos pegmatitos. E a razão K/Rb é um

importante indicador de fracionamento, onde descressem próximo ao núcleo, assim como as

concentrações de Ba e Sr.

2.3.2. Feldspatos

Os feldspatos constituem um grupo de minerais de ampla ocorrência na natureza. Estes

cristalizam-se durante todo o intervalo de formação das zonas pegmatíticas. Os elementos Na, Ca, K,

Rb, Cs, Ga, Ti, Pb, Sr e Ba, entre outros, podem entrar na estrutura dos feldspatos. Estes elementos

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

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sofrem variações ao longo do fracionamento do pegmatito e são interessantes do ponto de vista

geoquímico. Os elementos mais importantes no estudo geoquímico de feldspatos em pegmatitos são

Rb e Cs, cujos conteúdos aumento com a evolução do pegmatito. Diversos autores como Gordiyenko

(1971), Černý et al. (1985), Morteani et al. (2000), Larsen (2002), Afonso et al. (2003), utilizam as

relações entre esses elementos para avaliar o nível de fracionamento e o potencial de mineralizações.

2.3.3. Berilos

Normalmente, o berilo azulado (água-marinha) está associado a pegmatitos não diferenciados

ou nas zonas mais externas dos pegmatitos diferenciados e zonados, enquanto o berilo róseo

(morganita), que é uma variedade rica em álcalis, ocorre sempre nas zonas mais internas dos

pegmatitos diferenciados e zonados (Dar & Phadke 1964). Assim, o berilo é um dos minerais que

permitem a caracterização geoquímica dos pegmatitos, além da identificação de agrupamentos

pegmatitos petrogeneticamente similares (Černý 1975).

Como já foi mencionado, a composição química do berilo reflete a variação composicional do

ambiente onde ele se cristaliza. Para Staatz et al. (1965), os berilos dos pegmatitos graníticos ocorrem

em um ambiente rico em álcalis e pobre em ferro, magnésio, titânio e cromo. Berilos de veios,

granitos, riolitos e de rochas encaixantes de pegmatitos são pobres em álcalis e ricos em outros

elementos.

Černý (1975) e Trueman & Černý (1982) qualificam o teor de álcalis dos berilos e sugerem

uma correlação entre os valores de Na/Li x Cs, para representar o nível de fracionamento dos

pegmatitos graníticos. Sendo classificados como pegmatitos estéreis, portadores de Be, Nb, Ta e

pobres em álcalis raros; pegmatitos com Be, Nb e Ta e enriquecidos em álcalis raros; pegmatitos com

espodumênio; e pegmatitos mineralizados em Li, Rb, Cs, Be e Ta.

2.3.4. Turmalinas

A grande variação química das turmalinas, resultante da facilidade com que ela incorpora as

mais variados cátions, é uma ferramenta importante que permite inferir a composição da fase fluida ou

do meio no qual ela foi formada (Henry & Guidotti 1985; Joliff et al. 1987). Segundo Dietrich (1985),

compreender a origem da turmalina, equivale a desvendar a evolução de certos processos

metalogenéticos.

Staatz et al. (1955) foram os primeiros pesquisadores a estudar a variação das turmalinas em

ambientes pegmatíticos. Eles observaram que ocorria uma variação composicional das zonas mais

externas (ricas em Fe) para as mais internas dos pegmatitos (Crescimento do teor de Li e um

decréscimo do teor de Fe). Outros autores com Foord (1977), Joliff et al. (1986 e 1987), chegaram a

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mesma conclusão que Staatz. Selway et al. (2005) acredita que valores elevados de Ca ou Mg

indiquem contaminação por rochas encaixantes ricas nesses elementos, o que diminui o potencial

econômico dos pegmatitos.

2.4. GEOCRONOLOGIA

Um dos objetivos do trabalho é descobrir a idade de formação desses pegmatitos, com isso

utilizou-se a monazita que é um ortofosfato de elementos terras raras leves [(Ce, La, Nd, Th) PO4],

além de tório. A monazita é um mineral acessório difundido em diversos litotipos de composição meta

a peraluminosa, incluindo granitóides e pegmatitos, além de xistos e gnaisses paraderivados de médio

a alto grau metamórfico. Esse mineral pode ser encontrado ainda em carbonatitos e também como

concentrado em depósitos sedimentares do tipo placer em associação a outros minerais pesados

(Overstreet, 1967).

Este mineral tem sido amplamente utilizado em geocronologia U-Th-Pb devido ao seu alto

conteúdo de actinídeos, podendo ter até 6% em peso de UO2 e 20% em peso de ThO2 (Parrish 1990;

Harrison et al. 2002; Williams et al. 2007; Buick et al. 2008), além do sistema U-Th-Pb permanecer

fechado na maioria dos eventos geológicos, gerando idades, em geral, mais concordantes em relação

ao zircão (Seydoux-Guillaume et al. 2002).

Segundo Gonçalves (2015) a utilização de monazita em geocronologia ocorre devido ao fato

de, frequentemente, apresentar idades mais concordantes no sistema U-Pb e sem a perda de Pb

característica dos zircões, baixo dano por radiação quando comparado ao zircão, altas concentrações

de U e Th, baixa concentração de Pb comum e alta temperatura de fechamento para Pb. Além disso,

sua composição química variável a torna capaz de registrar diferentes etapas da história geológica da

rocha hospedeira. Ainda possui alta resistência a processos de metamitização que, quando presente,

podem aumentar a perda de Pb por difusão e, em baixas temperaturas, a monazita ainda pode ser capaz

de restaurar sua estrutura danificada.

Dentre as técnicas utilizadas para a datação de monazita, tem-se datação química por

microssonda eletrônica (EMPA), datação isotópica de U-Th-Pb por SIMS (Secondary Ionisation

Micropobe) que inclui o método SHRIMP (Sensitive High Resolution Ion Micropobe) ou por LA-ICP-

MS (Laser Ablation-Inductively Coupled Plasma-Mass Spectometry).

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CAPÍTULO 3

CONTEXTO GEOLÓGICO

Mais de 90% da área da Província Pegmatítica Oriental do Brasil está localizada no Orógeno

Araçuaí que se estende da borda leste do Cráton do São Francisco até a margem do Atlântico,

ocupando uma região maior que 400.000 km2 no sudeste do Brasil (Pedrosa-Soares et al. 2001a,

2008).

3.1. ORÓGENO ARAÇUAÍ

O Orógeno Araçuaí se estende do Cráton do São Francisco ao litoral atlântico,

aproximadamente entre os paralelos 15º e 21º S. Na altura do paralelo 21º, a passagem do Orógeno

Araçuaí para o Orógeno Ribeira é marcada pela deflexão da estruturação brasiliana que muda da

direção NNE, a norte, para NE, a sul (Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos 2000). Porém essa

passagem entre os orógenos ainda é questionável, devido à ausência de estruturas marcantes que

limitem diferentes evoluções tectônicas e/ou unidades litológicas (Tupinambá et al. 2007).

Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos (2000), dividem o orógeno em três distintos

domínios tectônicos: externo, interno e inflexão setentrional. O domínio externo circunscreve a

margem sudeste do Cráton do São Francisco e se caracteriza como uma faixa de dobramentos e

empurrões, constituído por rochas de fácies xisto verde a anfibolito. De acordo com Heilbron et al.

(2004) o domínio interno é o núcleo metamórfico-anatético do orógeno, com grande ocorrência de

granulito, migmatito e granitóides neoproterozóicos a cambriano. A inflexão setentrional contém

segmentos destes dois domínios (Figura 3.1).

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Figura 3. 1- Mapa tectônico do Orógeno Araçuaí (Heilbron et al. 2004).

Com base em relações de campo, características estruturais, dados geoquímicos e

geocronológicos, os granitos do Orógeno Araçuaí foram anteriormente agrupados em seis suítes (G1,

G2, G3S, G3I, G4 e G5) por Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos (2000), Pedrosa-Soares et al.

(2001a) e Silva et al. (2005). Os dados adicionais apoiaram um reagrupamento em cinco suítes (G1 a

G5) (Campos et al. 2004; Pedrosa-Soares et al. 2007, 2008).

Segundo Pedrosa-Soares et al. (2011), o termo suíte era utilizado para batólitos únicos, corpos

pequenos e associações petrológicas locais, nomeadas após uma confusão de nomes geográficos. Por

esta razão, utiliza-se as designações supersuítes G1 a G5, em vez de suítes e nomes geográficos, para

evitar mal-entendidos. O agrupamento de diversas unidades de rocha em um supersuíte é baseado em

semelhanças petrológicas e geoquímicas, e é limitado pelas idades U-Pb de zircão. Portanto, as

supersuítes incluem suítes, batólitos, stocks e outros corpos geológicos. Essas supersuítes podem ser

facilmente reconhecidas em extensas áreas, registrando diferentes estágios evolutivos do orógeno.

O Orógeno Araçuaí foi subdividido em quatro estágios geotectônicos (Pedrosa-Soares et al.

2011), ou seja, pré-colisional (630-585 Ma), sincolisional (585-560 Ma), tardi-colisional (560-530

Ma) e pós-colisional (530-480 Ma). O estágio pré-colisional representa a construção de um arco

magmático cálcio-alcalino, formado em resposta à subducção da litosfera oceânica (630-585 Ma). É

representado pela supersuíte G1 que consiste principalmente de tonalito a granodiorito. O sincolisional

foi gerado, principalmente, por derretimento parcial de pilhas metassedimentares associadas ao maior

espessamento crustal causado por empuxo e dobramento contração (585-560 Ma). Inclui a supersuíte

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G2, granito de tipo S. Os pegmatitos ricos em gemas e minerais industriais, da região de Conselheiro

Pena e Galiléia, são derivados de granitos G2. Tardio-colisional a pós-colisional (545-525 Ma) que

compreende a supersuíte G3, sendo leucogranitos com granadas não foliados. O tardi-colisional refere-

se ao estágio de transição da diminuição das forças convergentes para o relaxamento extensional do

orógeno, geralmente acompanhado de delaminação e remoção convectiva do manto fosfórico. O

estágio pós-colisional está relacionado ao clímax do colapso gravitacional do orógeno, onde a subida

da astenosfera é constante. As supersuítes G4 (530-500 Ma) e G5 (520-480 Ma) são pós-colisionais e

incluem plutões que cortam e perturbam a tendência tectônica regional, bem como corpos

concordantes intrusos ao longo de estruturas de idades distintas (Pedrosa-Soares & Wiedemann-

Leonardos 2000; Campos et al. 2004; Pedrosa-Soares et al. 2001a, 2008). A supersuíte G4 é

constituída por granitos do tipo S de natureza cálcio- alcalino com inúmeros pegmatitos ricos em

turmalina, feldspato industrial e minerais raros. A supersuíte G5 é marcada por intrusões do tipo I

caracterizada por magmatismo bimodal onde predominam granitos, podendo ocorrer charnockitos e

enderbitos, evidenciando inúmeras misturas de magma. Os plútons G5, particularmente aqueles que se

situam na porção norte do orógeno, são fontes de pegmatitos ricos em água-marinha e topázio.

3.1.1. Contexto Geológico do Pegmatito São Domingos (SD)

Ao analisar os mapeamentos da região desse pegmatito, observou-se que este encontrava-se

hospedado no Complexo Paraíba do Sul e próximo ou no contato com um granito sem denominação.

No mapa 1:400.000 do Espírito Santo (Vieira 2014), é encontrado no Grupo Bom Jesus do Itabapoana.

Complexo Paraíba do Sul

No mapa geológico/geoquímico do projeto Mimoso do Sul elaborado pelo DNPM em parceria

com a CPRM, escala de 1:100.000 (Souza 1981), a geologia onde está encaixado o pegmatito São

Domingos é uma sequência gnáissica-migmatítica com frequente associação de anfibolitos e rochas

calciossilicáticas (PЄpsgss).

Projeto Cachoeiro de Itapemirim 1:100.000 (SF.24-V-A-V) utiliza-se a denominação

Complexo Paraíba do Sul, sendo dividido em nove unidades (Pps1 a Pps9) sem levar em consideração

as ambiências geotectônicas das mesmas. O pegmatito encontra-se encaixado no Complexo Paraíba do

Sul-Pps9 que possui predominância de biotita gnaisses, com ou sem anfibólio e/ou granada,

geralmente com porfiroblastos de microclina, às vezes granítico, bandado ou migmatizado. No mapa

do projeto, consta como um pegmatito encaixado em gnaisse, onde ocorria garimpo de feldspato (Silva

1992, 1993).

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No projeto Cachoeiro de Itapemirim 1:250.000 (SF.24-V-A), esse pegmatito encontrasse no

contato entre o Complexo Paraíba do Sul (ps9) e um Granito (y4gr3), nesta região ocorre jazimento de

feldspato ligado a pegmatito. No relatório desta folha as unidades do Complexo Paraíba do Sul,

consideradas no Projeto Cachoeiro de Itapemirim (Silva 1992,1993), foram agrupadas em duas

sequencias: Domínio Metassedimentar (ps1, ps2, ps3 e ps4) e Domínio Metavulcano-sedimentar (ps5,

ps6, ps7, ps8, ps9). A unidade ps9 está representada por anfibolito-biotita gnaisses, gnaisses graníticos

e granatíferos (Vieira 1995, 1997).

Estágio Pré-Orogênico do Orógeno Araçuaí - Grupo Bom Jesus do Itabapoana

No Projeto Espirito Santo 1:400.000 o pegmatito SD encontra-se encaixado no Grupo Bom

Jesus do Itabapoana (NPbjiggn) onde a rocha predominante é um ortopiroxênio-granada-biotita

gnaisse, pode estar associada a bandas e lentes de composição diversas como biotita gnaisse,

sillimanita-granada-biotita gnaisse, anfibolito, gondito (Vieira 2014; Vieira & Menezes 2015).

Maciço Granítico

Projeto Cachoeiro de Itapemirim 1:100.000 (SF.24-V-A-V), o granito que está próximo ao

pegmatito SD foi cartografado como maciço granítico (Єy3gr3), embora se tenha denominações locais

para vários corpos, no relatório desta folha optou-se pela descrição unificada desses granitos, uma vez

que possuem características composicionais bastante similares. Esses granitos macroscopicamente são

de dois tipos: uma rocha com tonalidade cinza-escura, as vezes com foliação de fluxo, constituída de

quartzo, feldspato potássico, biotita, plagioclásio, anfibólio e titanita. A outra é uma rocha de

tonalidade cinza-claro, constituída de quartzo, feldspato potássico, plagioclásio, biotita e allanita.

Localmente encontram-se “cumulatos” ticos em biotita e anfibólio. Esses maciços são cortados por

diques graníticos e corpos pegmatíticos (Silva 1992, 1993).

No Projeto Cachoeiro de Itapemirim 1:250.000 (SF.24-V-A) o pegmatito está no contato entre

o Complexo Paraíba do Sul, descrito acima, e um granito (y4gr3). Este granito é descrito como um

maciço graníticos circunscrito, pós-tectônico, constituído por uma associação complexa de rochas

intrusivas ácidas (Vieira 1995, 1997).

No projeto Espirito Santo 1:400.000, o pegmatito encontra-se bem próximo a um granito

pertencente ao Maciço Mimoso do Sul, denominado de granito (Ɛy5|Samsgr) (Vieira 2014; Vieira &

Menezes 2015).

3.1.2. Contexto Geológico do Pegmatito Fazenda Concórdia (FC)

Estágio Pós-Orogênico do Orógeno Araçuaí - Complexo Intrusivo Mimoso do Sul

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Com base em análises das imagens LANDSAT e Radar, e observações complementares de

campo Meneses & Paradella (1978) diferenciaram na porção sul do Espirito Santo, três unidades

mapeáveis, além de dezenas de corpos graníticos. Em todos dominam rochas de composição variável

entre granitos a granodiorito, alcançando, em alguns, tipos básicos-gabros/noritos – ou sieníticos,

intrudidos, principalmente, na sequencia gnaisse/migmatítica (Figura 3.2).

Na década de 80, o DNPM em parceria com a CPRM, publicou o relatório Mimoso do Sul,

onde este teve por objetivo o mapeamento e prospecção geoquímica regional na escala de 1:100.000,

visando o cadastramento das ocorrências minerais das folhas geográficas Guaçuí, Muqui, Bom Jesus

de Itabapoana e Mimoso do Sul. Inicialmente o maciço Mimoso do Sul foi descrito como um

granitóide metassomático gerado a partir de rochas básicas e ultrabásicas, segundo um trend SW-NE,

ao longo da falha Iurú-Mimoso do Sul (Souza 1981) (Figura 3.3).

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Figura 3. 2- Localização dos maciços graníticos do Espírito Santo, sendo a área em vermelho o enforque do

referente trabalho (Meneses & Paradella 1978).

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Figura 3. 3- Mapa geológico da área foco do estudo confeccionado no Projeto Mimoso do Sul (modificado a

partir de Souza (1981) (escala atual 1:100.000).

As primeiras denominações de Complexo Intrusivo foram postuladas por Wiedemann &

Lammerer (1983), denominando de Complexo Intrusivo Mimoso do Sul (CIMS) devido ao fato de se

tratarem de dois plútons (intrusão Torre e Jacutinga) diápiros zonados separados por uma faixa de

gnaisses migmatíticos, com foliação verticalizada nas bordas a sub horizontalizada no centro.

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Segundo Wiedemann & Ludka (1984):

intrusão Torre: representa o maior corpo e é constituída por domínios anelares, sendo

essas as intercalações entre as diferentes litologias que podem apresentar contato

brusco entre granulações finas e grossas, de sienitos, granitos,

leuco/melanomonzonitos e monzodioritos, cortados por diques graníticos,

pegmatíticos e ultramáficos. As bordas semi circundadas da intrusão é constituída por

granitos e sienitos que hora apresentam contatos gradacionais para os termos mais

leuco a melanomonzoníticos do centro da intrusão, como hora apresentam contatos

bruscos entre texturas mais finas e mais grosseiras, e de rochas félsicas com

melanocráticas;

intrusão Jacutinga: as feições de estratificação magmáticas são uma característica

marcante nessa intrusão, que é caraterizado segundo as autoras supracitadas por

olivina-gabro noritos anfibolitizados, com bandamento magmático primário, texturas

ígneas laminares e cristais pós-cumuláticos.

No trabalho de Wiedemann et al. (1986) a consolidação dos considerações realizadas

Wiedemann & Ludka (1984) ganha uma maior firmeza, pois nesta publicação são apresentados dados

geoquímicos que indicam a origem mantélica desta para os termos máficos da intrusão e a existência

de assimilação crustal durante o magmatismo.

Segundo Ludka (1991), o Maciço Torre apresenta variações litológicas características,

podendo variar de diorítica a quartzo-monzonítica, com a maioria de seus membros concentrada no

campo dos monzonitos. Foram reconhecidos três domínios de acordo com critérios petrográficos

associadas às caraterísticas macroscópicas. Os domínios se dividem em:

externo, que é representado por rochas monzoníticas a quartzo-monzoníticas

leucocráticas com microclina e mesopertita;

intermediário, ocorrendo monzonitos leucocráticos a mesocráticos com mesopertita e

piroxênio;

interno com monzonitos melanocráticos, monzodioritos e dioritos.

Ludka (1991) reafirma o caráter estratiforme e o associa com vasta variação granulométrica e

composicional que ocorre dentro do Maciço Jacutinga, com rochas melanocráticas, de granulação fina

a média, e de composição gabronorítica.

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Wiedemann-Leonardos et al. (2000) descreve o Mimoso do Sul como um complexo intrusivo

composto por dois plútons (Figura 3.4): um monzonítico (Torre) e outro gabróico (Jacutinga). O Torre

grada de diorito/monzodiorito no centro, passando a um monzonito hipersolvus a mesopertita que, por

sua vez, grada a um granito e monzonito subsolvus a microclina e oligoclásio, nos bordos. O corpo de

Jacutinga consiste de rochas gabronoríticas com composições gradando de olivina-ortopiroxênio-

clinopiroxênio-melagabro de textura fina a ortopiroxênio-clinopiroxênio-leucogabro.

A assinatura geoquímica de Torre é cálcio-alcalina a alcalina de alto potássio. Jacutinga já tem

outra assinatura, nitidamente toleiítica. Wiedemann et al. (1995) e Ludka & Wiedemann (2000)

chamaram atenção para anomalias geoquímicas com fortes enriquecimentos isotópicos e de elementos

incompatíveis.

Figura 3. 4- Mapa Geológico do Complexo Intrusivo Mimoso do Sul (Ludka 1991; Ludka 1997; Wiedemann et

al. 1995; Campos et al. 2004).

De acordo com Faria (2013) o CIMS é composto pelos maciços Torre e Jacutinga que

apresenta uma grande variedade de seus litotipos. A maior gama de fácies individualizadas ocorre no

maciço Torre. São elas: magnetita-granito, pegmatito, monzo-granito, quartzo-sienito, quartzo-

monzonito, monzonito, gabro norito. O maciço jacutinga apresenta termos menos diferenciados de

gabro norito. Neste trabalho ainda apresenta novos dados de geoquímica que indicam que tanto o

Maciço Torre e o Jacutinga possuem rochas máficas de origem mantélica invariavelmente

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contaminadas por crosta. As relações de contato complexas entre os litotipos que compõem o CIMS

indicam que todas as rochas associadas a esse complexo são relativamente contemporâneas, e que

provavelmente encontravam-se em uma mesma câmara magmática durante o processo de

resfriamento. Essa coexistência é marcada por diferentes tipos de estruturas e texturas.

O trabalho mais recente do CIMS é um trabalho de conclusão de graduação, realizado por

Bronze (2014), cujo objetivo era caracterizar petrograficamente e geoquimicamente os principais

litotipos que constituem o CIMS, visando um melhor entendimento da gênese dessas rochas e a suas

relações com as encaixantes. Bronze (2014) descreve o maciço Torre com uma gradação

composicional, onde o centro é composto por gabro-norito e as bordas por rochas monzoníticas a

sieníticas. E o maciço Jacutinga sendo composto por gabro-norito, porém pontualmente as bordas

podem conter rochas de composição granodioríticas a graníticas, que na escala de trabalho não foram

cartografadas (Figura 3.5).

Figura 3. 5- Mapa geológico (1:50.000) realizado por Bronze (2014).

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Com novos dados de geoquímica Bronze (2014) descreve que as rochas máficas são oriundas

do manto enriquecido em elementos incompatíveis enquanto as rochas félsicas são de origem crustal.

A química dessas últimas ainda permite correlacioná-las ao estágio final do evento que originou o

Orógeno Araçuaí, pois são composicionalmente similares a granitóides pós-colisionais. As rochas

máficas possuem padrões de elementos terras raras que indicam diferentes graus de enriquecimento

em elementos incompatíveis o que pode sugerir discrepâncias na intensidade da contribuição crustal

para a geração dessas rochas. As rochas máficas associadas ao maciço torre são bem mais alcalinas

que aquelas encontradas no maciço jacutinga. Com isso e juntamente com as informações de

associação litológica é possível inferir que as máficas do torre provavelmente apresentam maior

interação crustal.

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CAPÍTULO 4

GEOQUÍMICA MIMERAL E GEOCRONOLOGIA

U/PB EM MONAZITAS DOS PEGMATITOS DO SUL DO ES

RESUMO

A área de estudo está inserida no contexto geotectônico do limite entre as faixas Ribeira e

Araçuaí, dentro da Província Pegmatítica Oriental do Brasil. O objetivo principal deste trabalho é o

estudo dos pegmatitos, a partir de aspectos geoquímicos, para caracterizar a evolução desses corpos,

sua potencialidade econômica e provável gênese. As técnicas analíticas empregadas foram

microssonda eletrônica (para a composição química dos feldspato, muscovita, turmalina, berilo e

monazita); LA-Q-ICP-MS (para a caracterização dos elementos traços dos minerais citados); e LA-SF-

ICP-MS (para a obtenção das idades pela razão U/Pb, em grãos de monazita, que apresentaram idade

de 610.0±4.2 Ma). Os pegmatitos apresentam zonalidade irregular, contém feldspato potássico,

quartzo, muscovita, água-marinha e topázio, não apresentam controle estrutural. Em relação a

geoquímica, foi possível perceber que esses corpos apresentam um trend de evolução em que o

pegmatito São Domingos é menos fracionado que o pegmatito Fazenda Concórdia e quando

comparado com pegmatitos de outros distritos da Província Pegmatítica Oriental do Brasil fica

evidente que estes corpos são das primeiras fases do processo de fracionamento. Com relação a idade

apresentada, duas hipótese foram consideradas: a monazita pode ser oriunda da rocha encaixante que

foi incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este pegmatito seria de origem pré-

colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.

Palavras-chave: Pegmatito; Espírito Santo; Mimoso do Sul; Muqui; Geoquímica

Abstract

The study area is inserted in the geotectonic context of the boundary between the Ribeira and

Araçuaí belts, into the Eastern Pegmatitic Province of Brazil. The main objective of this paper is the

study of the pegmatites, from geochemical aspects, to characterize the evolution of these bodies, their

economic potentiality and probable genesis. The analytical techniques used were electron microprobe

(for the chemical composition of feldspar, muscovite, tourmaline, beryl and monazite); LA-Q-ICP-MS

(for the characterization of trace elements of the mentioned minerals); and LA-SF-ICP-MS (to obtain

the ages for the U/Pb ratio, in monazite grains, which presented age of 610.0 ± 4.2 Ma). The

pegmatites have irregular zonality, contain K-feldspar, quartz, muscovite, aquamarine and topaz, do

not present structural control. In relation to geochemistry, it was possible to notice that these bodies

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

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present a trend of evolution in which the São Domingos pegmatite is less fractioned than the pegmatite

Fazenda Concórdia and when compared to pegmatites of other districts of the Eastern Pegmatitic

Province of Brazil it is evident that these bodies are the first stages of the fractionation process. In

relation to the presented age, two hypotheses were considered: the monazite can come from the

nesting rock that was incorporated to the pegmatite during its crystallization, or this pegmatite would

be of pre-collisional origin, which would explain the low degree of evolution of these pegmatites.

Keywords: Pegmatite; Espírito Santo; Mimoso do Sul; Muqui; Geochemistry

4.1 INTRODUÇÃO

O Brasil representa uma importante fonte mundial de metais raros (ex. berílio, lítio e tântalo),

que são explorados principalmente na Província Pegmatítica Oriental do Brasil (PPOB) (Correia

Neves et al. 1986). Essa província localiza-se na região nordeste de Minas Gerais, Sul da Bahia, oeste

do Espírito Santo e sudeste do Rio de Janeiro.

Embora o Espírito Santo possua um arcabouço geológico que é marcado por inúmeras

intrusões graníticas, na literatura geológica do estado existem poucos registros de trabalhos sobre

pegmatitos, o que ocorrem são relatos históricos e citações em trabalhos de mapeamento geológico

efetuados pela CPRM na década de 90. Apesar do todo renome dessa província, o território capixaba

carece de estudos no que diz respeito geologia dos pegmatitos, principalmente na região sul do estado.

A relevância do estudo é mostrar os dados inéditos dos pegmatitos do sul do estado Espírito Santo,

enfocando aspectos mineralógicos, geoquímicos e genéticos, que permitam conhecer a evolução

desses corpos com sua provável gênese e sua potencialidade econômica.

A Figura 4.1 representa o limite do distrito pegmatítico Espírito Santo (em vermelho), de

acordo com Pedrosa Soares et al. (2011) e o distrito pegmatítico Espírito Santo (em preto) proposto

por este trabalho. A nova área deste distrito foi reconfigurada para abranger os campos pegmatíticos

propostos por Benitez et al. (2012), onde ocorrem as maiores concentrações de pegmatitos do Espirito

Santo. Estes campos foram designados de campo norte, campo central e campo sul. O campo norte,

centralizado na cidade de Pancas, foi um importante produtor de água-marinha e crisoberilo. Na região

central que inclui as regiões de Aracruz (importante ocorrência de escapolita) e a região de Santa

Tereza produz praticamente todas as andaluzitas do mercado brasileiro, onde também são retiradas

água marinhas. No campo sul, nas imediações de Mimoso do Sul, há ocorrência de topázio e água-

marinha. Os pegmatitos do estudo são o pegmatito Fazenda Concórdia (FC), localizado no município

de Mimoso do Sul e o pegmatito São Domingos (SD), localizado no município de Muqui, ambos no

extremo sul do estado do Espírito Santo e no campo pegmatítico Mimoso do Sul.

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

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Figura 4. 1: Província Pegmatítica Oriental (reunindo os limites propostos por Paiva 1946; Putzer 1976 e

Schobbenhaus et al. 1984); os distritos pegmatíticos (Pedrosa-Soares et al. 2011); o distrito pegmatítico proposto

por este trabalho, no estado do Espírito Santo; a localização dos registros de pegmatitos do ES.

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4.2 CONTEXTO GEOLÓGICO

A área dos pegmatitos encontra-se próximo ao paralelo 21ºS, onde ocorre a transição do

Orógeno Araçuaí para o Orógeno Ribeira, que é marcada pela deflexão da estruturação brasiliana que

muda da direção NNE, a norte, para NE, a sul (Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos 2000).

Porém essa transição entre os orógenos ainda é questionável, devido à ausência de estruturas

marcantes que limitem diferentes evoluções tectônicas e/ou unidades litológicas.

O Orógeno Araçuaí foi subdividido em quatro estágios geotectônicos (Pedrosa-Soares et al.

2011): pré-colisional (630-585 Ma), sincolisional (585-560 Ma), tardi-colisional (560-530 Ma) e pós-

colisional (530-480 Ma). O estágio pós-colisional está relacionado ao clímax do colapso gravitacional

do orógeno, onde a subida da astenosfera é constante. As supersuítes G4 (530-500 Ma) e G5 (520-480

Ma) são pós-colisionais e incluem plútons que cortam e perturbam a tendência tectônica regional, bem

como corpos concordantes intrusos ao longo de estruturas de idades distintas (Pedrosa-Soares &

Wiedemann-Leonardos 2000; Campos et al. 2004; Pedrosa-Soares et al. 2001a, 2008). A supersuíte

G4 ocorre inúmeros pegmatitos ricos em turmalina, feldspato industrial e minerais raros. Os plútons

G5, particularmente aqueles que se situam na porção norte do orógeno, são fontes de pegmatitos ricos

em água-marinha e topázio.

A geologia da área está ilustrada na figura 4.2. O pegmatito FC está encaixado em na unidade

mingling monzonito/monzodiorito+diorito do Complexo Intrusivo Mimoso do Sul (Ludka, 1991;

Wiedemann et al., 1995; Ludka, 1997). O pegmatito SD está encaixado em gnaisses do Complexo

Paraíba do Sul (Silva, 1993; Heibron et al., 2004).

Wiedemann-Leonardos et al. (2000) descreve o Mimoso do Sul como um complexo intrusivo

composto por dois plútons (Figura 3.4): um monzonítico (Torre) e outro gabróico (Jacutinga). O Torre

grada de diorito/monzodiorito no centro, passando a um monzonito hipersolvus a mesopertita que, por

sua vez, grada a um granito e monzonito subsolvus a microclina e oligoclásio, nos bordos. O corpo de

Jacutinga consiste de rochas gabronoríticas com composições gradando de olivina-ortopiroxênio-

clinopiroxênio-melagabro de textura fina a ortopiroxênio-clinopiroxênio-leucogabro.

Projeto Cachoeiro de Itapemirim 1:100.000 (SF.24-V-A-V) utiliza-se a denominação

Complexo Paraíba do Sul, sendo dividido em nove unidades (Pps1 a Pps9) sem levar em consideração

as ambiências geotectônicas das mesmas. O pegmatito encontra-se encaixado no Complexo Paraíba do

Sul-Pps9 que possui predominância de biotita gnaisses, com ou sem anfibólio e/ou granada,

geralmente com porfiroblastos de microclina, às vezes granítico, bandado ou migmatizado. No mapa

do projeto, consta como um pegmatito encaixado em gnaisse, onde ocorria garimpo de feldspato (Silva

1992, 1993).

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Figura 4. 2: Contexto geológico da região estudada, em escala 1:150.000, localizada no extremo sudeste da

Província Pegmatítica Oriental do Brasil e na faixa Araçuaí, no sul do Espirito Santo (compilação dos dados do

(Incaper, 2007) e folha Espirito Santo (Vieira & Menezes, 2015).

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4.3 PROVÍNCIA PEGMATÍTICA ORIENTAL DO BRASIL

Os pegmatitos estudados neste trabalho pertencem à Província Pegmatítica Oriental do Brasil

(PPOB), que é uma das províncias pegmatíticas mais importantes no mundo, ocorrendo numa faixa

com cerca de 800 km de extensão por 100 a 150 km de largura, estendendo-se de NNE para SSW ao

longo da região nordeste de Minas Gerais, sul da Bahia e oeste do Espírito Santo (Correia Neves 1981,

Correia Neves et al. 1986).

Segundo Bilal et al. (2000), os pegmatitos dessa província podem ser classificados em dois

grupos: (i) pegmatitos de qualidade gemológica – ricos em turmalinas e zonas de Li; (ii) pegmatitos

com berilo, algumas vezes com qualidade gemológica e cerâmicos. O primeiro grupo resulta de uma

cristalização fracionada e está relacionado a granitos sin-tectônicos, associados a deformação

compressiva da fase D1. Esses pegmatitos localizam-se nos distritos de Araçuaí, Ataléia, Conselheiro

Pena, Espera Feliz, Padre Paraíso, Pedra Azul, São José da Safira. O segundo grupo é associado a fase

D2 do brasiliano. Durante essa fase ocorreu a fusão parcial da crosta e simultaneamente a geração de

leucogranitos porfiríticos e o segundo grupo de pegmatitos. Esse grupo está nos distritos Caratinga,

Santa Maria de Itabira e Espírito Santo. Esse grupo está encaixado também em orto e paragnaisse

(2,6Ga) ou em granitos. Esses corpos apresentam uma distribuição zonada em torno de regiões

anatéticas que mostram uma maior evolução quando intrudidos em níveis mais altos da origem

anatéticas. Esses pegmatitos possuem um range em torno de 0,5 para 10 m e as vezes maiores. Esses

corpos possuem morfologia predominantemente tabular ou em lentes. Apresentam um zoneamento

interno especialmente em corpos maiores. Um terceiro grupo de pegmatitos pobres em turmalina e

ricos em berilo foi descrito por Pedrosa-Soares et al. (2007), sendo associados a diápiros pós-

tectônicos que gradam de gabro a granitos pertencentes à Suíte G5, sendo fonte importante de berilo

gemológico.

4.4 METODOLOGIA

As análises químicas e as preparações de amostras foram realizadas nos laboratórios do

Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto (DEGEO/UFOP). Foram obtidos

dados de análises químicas para óxidos maiores e menores e elementos-traço, além da determinação

geocronológica U-Pb em monazita. Foram selecionadas doze cristais de feldspatos, oito cristais de

micas, 4 cristais de berilo, um cristal de turmalina e 3 cristais de monazita para a montagem de

pastilhas. Para as análises de Imageamento por elétrons retroespalhados e Microssonda Eletrônica, as

pastilhas foram metalizadas, recobertas com 250-300 Å de carbono. E para as análises no LA-ICP-

MS, estas foram limpas com C3H6O para a retirada da metalização e eliminar possíveis superfícies de

contaminação. Os dados foram tabulados e os gráficos foram gerados utilizando-se o aplicativo

EXCELL e o software PetroGraph.

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4.4.1. Imageamento backscattered electrons (bse)

Os fragmentos de monazita foram imageados para verificar suas variações composicionais

internas, utilizando imageamento por elétrons retroespalhados (BSE - backscattered electrons) com um

microscópio de varredura (MEV) modelo JEOL JSM 6510, que utiliza 20 kV de voltagem de

aceleração. As imagens foram geradas no Laboratório de Microscopia e Microanálises do

DEGEO/EM – Laboratório integrante da RMIc, Rede de Microscopia e Microanálises de Minas

Gerais – FAPEMIG, UFOP.

4.4.2. Microssonda Eletrônica

Foram realizadas análises em monazitas, feldspatos, berilos, micas e turmalina por

microssonda eletrônica para caracterização da composição química, através da determinação de

elementos maiores e menores. As análises foram realizadas no Laboratório de Microscopia e

Microanálises do DEGEO/EM, UFOP, utilizando uma microssonda da marca JEOL, modelo JXA-

8230, através de espectrometria por dispersão de comprimento de onda (WDS).

As condições analíticas empregadas para análises de feldspatos, berilo, topázio e turmalina

foram uma voltagem de aceleração de 15 kV, corrente do feixe de 20 nA e 5 μm de diâmetro do feixe.

Para as micas foram voltagem de aceleração de 15 kV, e corrente do feixe de 20 nA e 2 μm de

diâmetro do feixe. E para as monazitas: voltagem de aceleração de 20 kV, e corrente do feixe de 200

nA e 10 μm de diâmetro do feixe. Os dados foram regredidos utilizando a matriz comum de correção

ZAF (Z = número atômico, A = probabilidade de absorção e F = fluorescência de raios X).

4.4.3. Ablação a Laser - Espectrometria de Massa Acoplada Indutivamente do

Tipo Quadrupolo (LA-Q-ICP-MS)

Este tipo de espectrômetro de massa utiliza um analisador de massa do tipo quadrupolo

(quadrupole – Q). Este foi utilizado para determinação dos elementos traço, utilizando-se um sistema

customizado New Wave Research/Merchantek UP-213 nm, com laser na frequência do quintopolo do

tipo Nd:YAG, acoplado a um ICP-MS Agilent 7700x com analisador de massas do tipo Quadrupolo.

Realizado no Laboratório de Geoquímica Isotópica (LOPAG), UFOP.

As concentrações dos elemento foram medidas com base no Si como referência interna, de

acordo com médias obtidas para este composto nas análises de microssonda, com uma média de 34%

para turmalina, 45% para as micas, 60% para os feldspatos e 65% para os berilos. O material de

referência utilizado foi o BHVO, BCR, NIST610 e NIST612. Foram analisados 15 pontos na

turmalina, 10 pontos em cada amostra de berilo, de 6 a 15 pontos em cada amostra de feldspato e 10

pontos em cada amostra de mica.

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4.4.4. Ablação a Laser - Espectrometria de Massa Acoplada Indutivamente do

Tipo Sector Field (LA-SF-ICP-MS)

Para a obtenção das idades pela razão U/Pb nas monazitas, foi utilizando o Thermo-Finnigan

Element II, monocoletor setor magnético (SF) ICP-MS, acoplado a um laser CETAC UV Nd:YAG de

213 nm com célula de ablação Helix. Os dados foram adquiridos em modo peak jumping usando um

spot size de 15 µm. A datação U/Pb foi realizada no Laboratório de Geoquímica Isotópica (LOPAG)

UFOP.

4.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O pegmatito SD encontra-se encaixado em um anfibólio-biotita gnaisse, de cor cinza,

granulação média, bem foliados com porfiroblástos de feldspato potássico, é milimétrica a

centimétrica, onde as bandas félsicas (quartzo-fedspática) são de granulação média a grossa. O

pegmatito caracteriza-se por ter uma estrutura mais simples, sem zoneamento complexo, apresenta

uma mineralogia simples, sendo composta basicamente por três zonas: zona borda ou marginal,

intermediária e núcleo. As características mineralógicas são bastante uniformes em quase toda a

extensão do pegmatito exposto. a) Zona borda ou marginal apresenta uma espessura fina, poucos

centímetros, apresenta quartzo, feldspato e muscovita de granulação fina. b) Zona intermediária

apresenta-se bem desenvolvida, existindo uma predominância de feldspato potássico de cor branca.

Basicamente, a mineralogia é constituída por quartzo, muscovita, feldspato potássico (microclina) e

albita. c) Núcleo é formado essencialmente por quartzo hialino a leitoso e apresenta-se em formação

descontínua (Figura 4.3).

O corpo principal do Pegmatito FC apresenta estrutura zonada, segundo a classificação de

Cameron et al. (1949). A forma do corpo deste pegmatito é bastante irregular, zonado, contendo uma

pequena variedade mineralógica. A mineralogia essencial é composta por quartzo, feldspato potássico

(microclina), albita e muscovita, tendo como acessórios: turmalinas negras, berilo (água-marinha) e

topázio. Com direção NW-SE. O pegmatito pode ser diferenciado em quatro zonas: a) Zona borda ou

marginal apresenta uma espessura fina, poucos centímetros, apresenta quartzo, feldspato e muscovita

de granulação fina. b) Zona Mural possui uma granulação grossa, com quartzo, pertita, muscovita,

plagioclásio. Ocorre intenso intercrescimento gráfico entre microclina e quartzo. c) Zona Intermediária

- Destacam-se essencialmente feldspato potássico, albita, quartzo e muscovita. Nesta região são

encontrados berilo (água-marinha), topázio incolor e turmalina preta. Uma característica marcante são

os grandes cristais de micloclina com bordas de crescimento. Nesta zona ocorre uma área com grande

alteração de feldspatos (caulinização). d) Núcleo - É constituído essencialmente por quartzo leitoso.

Caracteriza-se pela forma irregular, descontinuidade e disposição assimétrica em relação às outras

zonas do corpo pegmatítico (Figura 4.4).

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Figura 4. 3: Área de exposição do pegmatito São Domingos. A) Região de localização do pegmatito dentro dos

limites da fazenda São Domingos. B) Vista do pegmatito pela estrada de acesso.

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Figura 4. 4:Área de exposição do pegmatito Fazenda Concórdia. A) zona do quartzo; B) Zoneamento em uma

parede do pegmatito, mostrando contato com a rocha encaixante (1), (2, 2A) Zona Intermediária, (3) Zona

marginal; C) Área com intenso processo de caulinização.

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4.5.1. Geoquímica do Feldspato

Os feldspatos são um grupo importante, tanto geoquímico como econômico. Ocorrem em

todas as zonas dos corpos pegmatíticos e junto com as micas fornecem informações sobre variações

durante o processo de cristalização do pegmatito.

Foram analisados 12 amostras de feldspatos dos dois pegmatitos, sendo classificados como

plagioclásio (Ab99,9–92,2, An7,8-0,1) e feldspato potássico (Or97,1–74,3, Ab25,7-2,9). De acordo com o

diagrama Or:Ab:Na para classificação dos feldspatos proposto por Deer et al. (2000), os feldspatos

correspondem ao ortoclásio (microclina), anortoclásio, albita e oligoclásio. A maioria dos pontos

analisados nessas amostram se cristalizam em temperaturas abaixo de 750 ºC (Figura 4.5-A).

Os elementos Na, Ca, K, Rb, Cs, Ga, Ti, Pb, Sr e Ba, entre outros, podem entrar na estrutura

cristalina do feldspato. Segundo Correia Neves (1981) K, Rb, Sr, Ba, Cs são interessantes para o

estudo de fracionamento desses elementos ao longo da cristalização do pegmatito. Os teores em Rb e

Cs nos feldspatos são utilizados para interpretar a evolução interna dos corpos pegmatíticos, cujos

conteúdos crescem com a evolução do pegmatito.

De acordo com a gráfico Rb x Ba dos feldspatos analisados é possível observar dois grupos

principais de feldspatos. Um grupo mais enriquecido em Rb e Ba, representados pelos feldspatos H1 e

H2 do pegmatito FC, e outro grupo com baixos teores de Rb e Ba em relação ao primeiro (Figura 4.5-

B).

Figura 4. 5: - A) Diagrama Or:Ab:Na para classificação dos feldspatos proposto por Klein & Hurlbut Jr. (2010)

e isotermas de Deer et al. (2000) com os campos de estabilidade dos diferentes tipos de feldspatos. Área em

cinza: não tem presença de feldspato; área em azul: feldspato estável em baixas temperaturas; área em roxo:

feldspato estável em altas temperaturas. B) Distribuição de Rb x Ba nos feldspatos dos pegmatitos FC e SD.

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O conteúdo de Rb nos feldspatos no pegmatito FC varia de 996 a 4745 ppm e no pegmatito

SD 920 a 1032 ppm. O diagrama K/Rb x Rb (Figura 4.7-A) mostra uma correlação negativa, em que

ocorre um enriquecimento de Rb e um decaimento na relação K/Rb, devido ao aumento do

fracionamento do pegmatito. O Cs também é um importante elemento para avaliar a evolução dos

pegmatitos, pois geralmente substitui o K e tende a aumentar sua concentração à medida que ocorre o

fracionamento do pegmatito. A concentração de Cs no pegmatito FC variou de 25 a 593 ppm e no

pegmatito SD de 5 a 12 ppm, evidenciando que o pegmatito é menos evoluído que o pegmatito FC. No

diagrama K/Rb x Cs (Figura 4.7-B) observa-se uma relação negativa, onde ocorre o enriquecimento de

Cs nos pegmatitos mais evoluídos.

Figura 4. 6: Análise dos feldspatos dos pegmatitos FC e SD. A) Diagrama K/Rb x Rb. B) Diagrama K/Rb x Cs

(Morteani & Gaupp 1989).

É possível observar variações de diferentes tipos de cinza em cada fragmento de feldspato nas

imagens de microssonda eletrônica, indicando variação composicional, que é confirmada pela análise

dos elementos maiores e menores da microssonda (Figura 4.7). Os tons de cinza claro corresponde à

microclina e os tons de cinza escuro, à albita. Portanto, trata-se de uma microclina com lamelas de

albita exsolvida – pertita.

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Figura 4. 7: Imagens dos cristais de feldspatos analisados por microssonda eletrônica.

4.5.2. Geoquímica do Berilo

O berilo também permite a identificação de agrupamentos e caracterização geoquímica (Černý

1975). Segundo Dar & Phadke (1964), é possível separar alguns tipos de pegmatitos de acordo com as

variedades de berilo. Assim a água-marinha pode ocorrer em pegmatitos zonados e não diferenciados,

mas também podem ocorrer nas zonas mais externas dos pegmatitos zonados e diferenciados. Esses

berilos azuis são os primeiros a se cristalizar, sendo, contudo, pobres em álcalis e com teores

relativamente altos em ferro.

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Foram analisados 4 berilos do pegmatito FC, de uma tonalidade de azul claro, água-marinha.

O teor em álcalis nos berilos reflete não só as características geoquímicas do material pegmatítico

parente (Černý 1975; Correia Neves et al. 1984 in Correia Neves et al. 1986), mas também a ampla

variação composicional dos berilos dentro do mesmo corpo pegmatítico e até mesmo no cristal

(Correia Neves et al. 1986).

A Figura 4.8-A é uma representação do diagrama de Trueman & Černý (1982) dos berilos do

pegmatito FC. À medida que ocorre a evolução, os teores de Li aumentam e a razão Na/Li cai. De

acordo com esse gráfico, os berilos mais mineralizados são do tipo pegmatito com mineralizações de

Li, Rb, Cs, Be e Ta, os berilos intermediários são do tipo pegmatitos com espodumênio e os menos

evoluídos são do tipo pegmatitos estéreis e portadores de Be, Nb, Ta e pobres em álcalis raros.

Nos gráficos da Figura 4.8-B, C, D é possível observar três grupos distintos de berilo,

compatível com o observado na Figura 4.8-A. A correlação se deve ao grau de diferenciação do

pegmatito. A medida que ocorre a evolução do pegmatito vai aumentando as concentrações de Mn, Cs,

Li e Rb, indicando que os berilos representados pelas amostras FCBe6 é a menos evoluída das

amostras e os FCBe9 as mais evoluídas.

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Figura 4. 8- A) Diagrama de Trueman & Černý (1982) dos berilos do pegmatito FC. B) Gráfico binário Mn x

Cs; C) Gráfico binário Li x Cs; D) Gráfico binário Na/Li x Cs+Rb e E) Gráfico binário Li x Be.

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

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4.5.3. Geoquímica da Turmalina

A turmalina é tipicamente um mineral de pegmatitos graníticos, filões pneumatolíticos e de

alguns granitos, aparece também, frequentemente, em rochas metamórficas como produto do

metassomatismo do boro ou como resultado da recristalização de grãos detríticos, a partir do

sedimento original (Deer et al. 2000). Sua cor e composição variam com o avanço do fracionamento

magmático e portanto são ferramentas para o estudo das rochas citadas acima.

As turmalinas formam um grupo de minerais com complexidade química. A formula química

gereal do grupo é a proposta por Hawthorne & Henry (1999), expressa por XY3Z6[T6O18][BO3]3V3W,

onde: X= Ca, Na, K, Vac. (vacância), Y= Li, Mg, Fe2+, Mn2+, Al, Cr3+, V3+, Fe3+, (Ti4+), Z= Mg, Al,

Fe3+, V3+, Cr3+, T= Si, Al, (B), B= B, V= OH, O e W= OH, F, O. De acordo com os autores citados, as

turmalinas podem ser definidas a partir dos elementos químicos dominantes nos seus sítios estruturais.

A turmalina analisada é um cristal prismático, de seção basal triangular e refere-se ao

pegmatito FC, de coloração preta, indicando presença de ferro e magnésio (Deer et al. 2000). Com

base nos cálculos estequiométricos e de acordo com Hawthorne & Henry (1999), essa turmalina é da

variedade schorl (Grupo Alcalino) Na0,86-0,93Fe2,59-2,9Al6[Si6O18][BO3]3O3OH. Os óxidos FeO e MgO

apresentaram concentrações entre 17,657 e 19,453% e 0,14 e 0,54%. Sendo possível observar na

figura 4.9 que representa o mapa composicional dessa turmalina, onde é possível observar seu

zoneamento composicional.

Figura 4. 9- Mapa composicional da turmalina analisada.

A turmalina do pegmatito apresenta baixa vacância (0,04 a 0,13). A relação Fe/(Fe+Mg) varia

entre 0,95 e 0,99, a relação Na/(Na+Ca) varia entre 0,98 e 1,0 e o conteúdo de Li (Calculado) entre 0 e

0,1 e o analisado por ICP-MS entre 0,01 e 0,09. Caracterizada pela predominância de Na no sítio X e

Fe no sítio Y.

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

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Segundo Hawthorne & Henry (1999) as turmalinas podem ser classificadas, segundo o sítio X,

em grupo cálcico, grupo alcalino e grupo vacância, através do diagrama ternário Ca-vacância-(Na+K),

conforme a Figura 4.10-A essa turmalina pertence ao grupo alcalino, que é constituído por ebaíta,

dravita, cromodravita, schorl, olenita, buergerita e povondraíta. Dietrich (1985) classifica as

turmalinas utilizando o diagrama ternário Fe2+-Mg-[Al(Y)+Li, onde os vértices são os cátions

dominantes no sítio Y e segundo o diagrama na Figura 4.10-B essa turmalina corresponde a schorl. Os

diagramas propostos por Selway et al. (1999) e Williamsom et al. (2000), Ca/(Ca+Na) x Fe/(Fe+Mg)

(Figura 4.10-C) e Vac./(Vac.+Na) x Fe/(Fe+Mg) (Figura 4.10-D) respectivamente, são utilizados para

caracterizar turmalinas ricas em Fe e Mg, e esses diagramas reafirma a classificação dessa turmalina

como schorl.

Figura 4. 10- Diagrama para a turmalina analisada. A) Diagrama ternário Ca-Vac.(x)-(Na+K), segundo a

classificação de Hawthorne & Henry (1999). B) Diagrama ternário Fe2+-Mg-[Al(Y)+Li], em apfu para a

turmalina analisada, conforme Dietrich (1985). C) Diagrama Ca/(Ca+Na)xFe/(Fe+Mg), em apfu, Williamsom et

al. (2000). Vac.=vacância (x).

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

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4.5.4. Geoquímica das Micas

Ocupam o terceiro lugar em abundância nos corpos pegmatíticos, depois do grupo da sílica e

dos feldspatos. Devido à sua estrutura cristalina e o largo espectro de cristalização, do começo ao fim

da evolução dos pegmatitos, as micas são adequadas para analisar não só a evolução interna dos

corpos, mas também seu potencial metalogenético (Lopes Nunes 1973).

De acordo com Deer et al. (2000) a formula geral das micas pode ser expressa por X2Y4-

6Z8O20T4, onde X= K, Na, Ca, Ba, Rb e Cs, Y= Al, Mg, Fe, Mn, Cr, Ti, Li, Z= Si, Al e provavelmente

Fe3+, Ti, T= OH e F. Com H2O variando entre 4 a 5%, exceto para as que tem alto teor de F. Foram

analisados 8 cristais de micas referentes aos dois pegmatitos estudados. Essas micas foram

classificadas como muscovitas, de fórmula KAl1,6-2Si3AlO10(OH, F)2. Na Figura 4.11-A o diagrama

ternário flogopita-muscovita-anita foi utilizado para classificação das micas segundo Černý & Burt

(1984), onde todas as amostras projetam-se próximo ao eixo das muscovitas.

O K e Rb são importantes elementos para o estudo geoquímico das micas, normalmente

acumulando nos estágios mais tardios da cristalização do pegmatito. Segundo Černý & Burt (1984) e

Jolliff et al. (1987), nos pegmatitos homogêneos, a relação K/Rb situa-se acima de 60 e nos

pegmatitos complexos, que são altamente diferenciados e com grandes corpos de substituição, esta

relação já passa para 4 a 22. Para as micas dos pegmatito SD, o conteúdo de Rb varia de 1210 a

2778ppm e a relação K/Rb para a amostra SDB foi de 62, correspondendo a pegmatito homogêneo e

as amostras SDC variavam entre 28 e 25, onde a concentração K/Rb era maior no núcleo do que nas

bordas do cristal. Para as amostras do pegmatito FC o conteúdo de Rb varia de 1773 a 2727 ppm e a

relação K/Rb de 28 para FC1,2,3 e a amostra FCI com 42. Nenhuma das amostras projetou-se no

campo correspondente aos pegmatitos complexos, mas estas indicam que o pegmatito FC representa

uma fase intermediária entre os pegmatitos homogêneos e complexos. A Figura 4.11-B é o diagrama

K/Rb x Rb para as muscovitas estudas, apresentando uma correlação negativa, à medida que vai

diminuindo a relação K/Rb, ocorre o enriquecimento de Rb, ao longo do fracionamento dos

pegmatitos.

Pegmatitos pouco evoluídos geoquimicamente apresentam alta concentração de Ba. O

conteúdo de Ba apresenta uma boa variação, de 36 a 96ppm, e a amostra SDB com 272ppm. O

conteúdo de Ba diminui da borda para o núcleo dos cristais. A Figura 4.11-C, diagrama K/Rb x Ba,

determina os campos composicionais sugeridos por Černý &Burt (1984). A maioria das amostras

plotaram no campo LT-MOZ (Tipo lepdolita – Moçambique), a amostra SDB no MSC (Classe

muscovita) e amostra FCI no BCT (Tipo berilo-columbita). É possível observar uma relação positiva,

indicando um empobrecimento em Ba ao longo do processo de cristalização, onde as mais evoluídas

são as amostras correspondente ao núcleo dos cristais.

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Assim o Rb, o Zn e Be apresentam o mesmo comportamento, aumentando sua concentração,

ao passo que ocorre a diferenciação do pegmatito. Na Figura 4.6-D tem-se o diagrama K/Rb x Zn, com

concentrações de Zn variando de 107 a 240 ppm, em que os núcleos dos cristais possuem as maiores

concentrações de Zn em relação a borda. Todas as amostras plotaram no campo LT-MOZ (Tipo

lepdolita – Moçambique). Em relação ao Be, o conteúdo varia de 16 a 20 ppm, em que o pegmatito FC

apresenta os maiores valores, o que é compatível com a presença de berilo neste pegmatito.

Figura 4. 11- A) Diagrama ternário flogopita-muscovita-anita para classificar as micas segundo Černý & Burt

(1984). B) Diagrama K/Rb x Rb. c) Diagrama K/Rb x Ba, de acordo com Černý &. Burt (1984). D) Diagrama

K/Rb x Zn, Černý & Burt (1984). BCT (Tipo berilo-columbita); LT-MOZ (Tipo lepidolita-Moçambique); MSC

(Tipo muscovita); LT-MNG (Tipo lepidolita-Mongólia); Anorogênico-MOZ (anorogênico-Moçambique); LT

(Tipo lepidolita).

4.5.5. Geocronologia U-Pb

Foram analisadas monazitas extraídas do pegmatito SD, através do método U-Pb. A idade

concórdia dos grãos de monazitas é de 610.0 ±4.2 Ma (Figura 4.12). Na PPOB ocorrem diversos tipos

de pegmatitos de origem ígnea (magmas residuais intrusivos), de idade Brasiliana (650-450 Ma), ou

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até mesmo pegmatitos de origem anatética, de mineralogia mais simples, formados a partir de fusão

parcial e mobilização de material félsico (Correia Neves et al. 1986; Bilal et al. 1993; Pedrosa-Soares

et al. 2011).

A maioria dos pegmatitos mineralizados da PPOB estão relacionados ao estágio pós-colisional

(530 – 480 Ma) do Ciclo Brasiliano. Segundo Correia Neves et al. (1986) e Pinto et al. (2001), com

base nos dados geocronológicos obtidos na PPOB, pode-se concluir que no fim do Brasiliano houve

uma intensa geração de material pegmatito. A idade apresentada por este trabalho não é compatível

com a idade dessa fase Ciclo Brasiliano, mas sim com o estágio pré-colisional (630 – 585 Ma). Com

relação a idade apresentada, a monazita pode ser oriunda da rocha encaixante ou esta idade pode ser

relacionado com o pegmatito

Figura 4. 12- Diagrama de idade concórdia para as monazitas.

4.6 Conclusão

Os feldspatos analisados são do tipo microclina e albita. De acordo com os diagramas K/Rb x

Rb e K/Rb x Cs, ocorre um enriquecimento de Rb e Cs ao passo que ocorre o decaimento na relação

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K/Rb, devido ao aumento do fracionamento do pegmatito. Baseada nas concentrações de Rb e Cs o

pegmatito SD é menos evoluído que o pegmatito FC.

De acordo com o diagrama de Trueman & Černý (1982) dos berilos, à medida que ocorre a

evolução, os teores de Li aumentam e a razão Na/Li cai. De acordo com esse gráfico os berilos mais

mineralizados são do tipo pegmatito com mineralizações de Li, Rb, Cs, Be e Ta, os berilos

intermediários são do tipo pegmatitos com espodumênio e os menos evoluídos são do tipo pegmatitos

estéreis e portadores de Be, Nb, Ta e pobres em álcalis raros. A correlação se deve ao grau de

diferenciação do pegmatito. A medida que ocorre a evolução do pegmatito vai aumentando as

concentrações de Mn, Cs, Li e Rb.

A turmalina analisada é do tipo schorl, caracterizada pela predominância de Na no sítio X e Fe

no sítio Y. Onde as bordas são mais ricas em Fe e à medida que se caminha para o núcleo, observa-se

um aumento no conteúdo de Li e um decréscimo de Fe.

Para as muscovitas dos pegmatito SD o conteúdo de Rb varia de 1210 a 2778ppm e a relação

K/Rb para a amostra SDB foi de 62, correspondendo a pegmatito homogêneo e as amostras SDC

variavam entre 28 e 25, onde a concentração K/Rb era maior no núcleo do que nas bordas do cristal.

Para as amostras do pegmatito FC o conteúdo de Rb varia de 1773 a 2727 ppm e a relação K/Rb de 28

para FC1,2,3 e a amostra FCI com 42. Nenhuma das amostras caiu no campo correspondente aos

pegmatitos complexos, mas indicam que o pegmatito FC representa uma fase intermediária entre os

pegmatitos simples e complexos. Baseado no diagrama K/Rb x Ba, com os campos composicionais

sugeridos por Černý &Burt (1984).

Com relação a idade apresentada, a monazita pode ter vindo da encaixante e ter sido

incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este pegmatito possui uma origem pré-

colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.

Em relação a geoquímica foi possível perceber que esses corpos apresentam uma trend de

evolução em que o pegmatito SD é menos fracionado que o pegmatito FC e quando comparado com

pegmatitos de outros distritos da PPOB fica evidente que estes corpos são das primeiras fases do

fracionamento do pegmatito. Com relação a idade apresentada, a monazita pode ter vindo da

encaixante e ter sido incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este pegmatito possui uma

origem pré-colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.1

1 O primeiro autor agradece à FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, pelo apoio financeiro concedido através do Projeto de Pesquisa APQ-01448-15 Desenvolvimento de padrões para geocronologia pelo método U/Pb para Laser Ablation

Coupled Plasma Mass Spectrometry (LA-ICP-MS). Agradecemos ao Laboratório de Microanálises do DEGEO/EM - Laboratório

integrante da RMIc, Rede de Microscopia e Microanálises de Minas Gerais - FAPEMIG, pelos dados químicos gerados.

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CAPÍTULO 5.

CONCLUSÃO

Segundo as classificações descritas no Capítulo 2 desta dissertação, o pegmatito SD pode ser

classificado segundo Fersman (1931) como simples ou homogêneo, pois apresenta um zoneamento

difuso, sem corpos de substituição tardios significativos. Com mineralogia composta por feldspato

potássico, quartzo e muscovita, onde foi lavrado feldspato. O pegmatito FC pode ser classificado com

simples também, porém apresenta uma mineralogia que é composta por feldspato potássico, quartzo e

muscovita, além de turmalina e berilo. Este pegmatito apresenta-se mais evoluído que o pegmatito SD,

podendo até mesmo ser classificado como complexo, devido a algumas zonas apresentadas.

Baseada na composição mineralógica global os pegmatitos da área são do tipo pegmatitos

ácidos, segundo a classificação de Landes (1933), geralmente denominados de pegmatitos graníticos,

em que os principais minerais constituintes são: quartzo, feldspatos alcalinos (microclina e/ou albita),

micas (muscovita e/ou biotita) e um número considerável de minerais raros de lítio, rubídio, berílio,

césio, nióbio, tântalo e terras raras.

Dependendo de cada zona pegmatítica, ocorre a existência de uma associação mineralógica

distinta, baseada em uma sequência de cristalização, assim Cameron et al. (1949) propôs uma

sequência dessas zonas, da parte mais externa para o núcleo, que compreende onze associações

mineralógicas, que representam a maioria dos pegmatitos (sem conter a mineralogia acessória). O

pegmatito FC e SD é composto pelas zonas: 1(Plagioclásio + quartzo + muscovita); 2 (Plagioclásio +

quartzo); 4 (Pertita + quartzo) e 11 (Quartzo).

Segundo Cameron et al. (1949), a estrutura interna dos pegmatitos zonados pode ser de três

tipos: preenchimento de fratura, corpos de substituição ou zonas de cristalização primaria. Esses

pegmatitos apresentam características de zonas de cristalização primária. Zonas de cristalização

primaria, são formadas por sucessivas camadas concêntricas em relação ao núcleo, diferenciando-se

pela composição mineralógica, textural ou ambos. As zonas são denominadas de marginal, mural,

intermediária (externa, média e interna) e núcleo. O pegmatito FC apresenta a zona de borda ou

marginal, zona mural, onde mica e berilo são os principais minerais econômicos, zona intermediária

sendo dominada por microclina pertítica e o núcleo, constituído de a massa sólida de quartzo. O

pegmatito SD, apresenta as zonas denominadas de zona de borda ou marginal, zona intermediária

sendo dominada por microclina pertítica e o núcleo, constituído de a massa sólida de quartzo.

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Com base na geoquímica esses pegmatitos podem ser classificados de acordo como Černý &

Ercit (2005): O pegmatito FC Classe Muscovítico-Elemento Raro do Tipo Berilo, sem Ta e Nb. O

pegmatito SD Classe Muscovítica.

Os feldspatos analisados são do tipo microclina e albita. De acordo com os diagramas K/Rb x

Rb e K/Rb x Cs, ocorre um enriquecimento de Rb e Cs ao passo que ocorre o decaimento na relação

K/Rb, devido ao aumento do fracionamento do pegmatito. Baseada nas concentrações de Rb e Cs o

pegmatito SD é menos evoluído que o pegmatito FC.

De acordo com o diagrama de Trueman & Černý (1982) dos berilos, à medida que ocorre a

evolução, os teores de Li aumentam e a razão Na/Li cai. De acordo com esse gráfico os berilos mais

mineralizados são do tipo pegmatito com mineralizações de Li, Rb, Cs, Be e Ta, os berilos

intermediários são do tipo pegmatitos com espodumênio e os menos evoluídos são do tipo pegmatitos

estéreis e portadores de Be, Nb, Ta e pobres em álcalis raros. A correlação se deve ao grau de

diferenciação do pegmatito. A medida que ocorre a evolução do pegmatito vai aumentando as

concentrações de Mn, Cs, Li e Rb.

A turmalina analisada é do tipo schorl, com baixa vacância (0,04 a 0,13). A relação

Fe/(Fe+Mg) varia entre 0,95 e 0,99, a relação Na/(Na+Ca) varia entre 0,98 e 1,0 e o conteúdo de Li

(Calculado) entre 0 e 0,1 e o analisado por ICP-MS entre 0,01 e 0,09. Caracterizada pela

predominância de Na no sítio X e Fe no sítio Y. Onde as bordas são mais ricas em Fe e à medida que

se caminha para o núcleo, observa-se um aumento no conteúdo de Li e um decréscimo de Fe.

As micas são do tipo muscovita. Para as muscovitas dos pegmatito SD o conteúdo de Rb varia

de 1210 a 2778ppm e a relação K/Rb para a amostra SDB foi de 62, correspondendo a pegmatito

homogêneo e as amostras SDC variavam entre 28 e 25, onde a concentração K/Rb era maior no núcleo

do que nas bordas do cristal. Para as amostras do pegmatito FC o conteúdo de Rb varia de 1773 a 2727

ppm e a relação K/Rb de 28 para FC1,2,3 e a amostra FCI com 42. Nenhuma das amostras caiu no

campo correspondente aos pegmatitos complexos, mas indicam que o pegmatito FC representa uma

fase intermediária entre os pegmatitos simples e complexos. Baseado no diagrama K/Rb x Ba, com os

campos composicionais sugeridos por Černý &Burt (1984). A maioria das amostras caíram no campo

LT-MOZ (Tipo lepdolita – Moçambique), a amostra SDB no MSC (Classe muscovita) e amostra FCI

no BCT (Tipo berilo-columbita). O diagrama K/Rb x Zn, onde todas as amostras caíram no campo

LT-MOZ (Tipo lepdolita – Moçambique).

Com relação a idade apresentada, a monazita pode ter vindo da encaixante e ter sido

incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este pegmatito possui uma origem pré-

colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.

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Considerando o que foi apresentado esses pegmatitos possuem um grau de evolução, porém

pequeno se comparado com outros distritos da PPOB. No geral eles são simples e pouco mineralizado.

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APÊNDICE

Apêndice A. Análises de microssonda eletrônica dos feldspatos dos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) e São Domingos (SD), calculados para 32 O.

Tabela 1: Elementos maiores feldspatos.

Óxidos % peso FC-A1-1 FC-A1-2 FC-A2-1 FC-A2-2 FC-H1 FC-H2 FC-J1-1 FC-J1-2 FC-J2-1 FC-J2-2 FC-K1-1 FC-K1-2 FC-K2 SD-A1-1 SD-A1-2 SD-A2-1 SD-A2-2 SD-D1-1 SD-D1-2 SD-D2

Na2O 0,84 11,42 0,64 11,07 0,63 0,63 0,56 11,19 0,59 10,91 0,74 11,39 0,57 0,93 10,48 0,98 11,19 1,03 11,46 0,75

F 0,01 0,02 0,03 0,08 0,02 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,04 0,04 0,04 0,02 0,03 0,03

SiO2 64,67 67,97 64,60 67,01 64,55 64,64 64,63 67,33 64,59 67,46 64,32 68,23 64,78 64,87 67,62 65,01 67,15 65,08 67,84 64,66

Al2O3 18,27 19,31 18,24 20,22 18,28 18,16 18,32 20,23 18,30 19,83 18,06 19,64 18,30 18,35 19,26 18,38 20,30 18,36 19,75 18,25

MgO 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,02 0,00 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01

BaO 0,04 0,00 0,02 0,00 0,06 0,07 0,02 0,03 0,01 0,01 0,02 0,01 0,02 0,02 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01 0,03

FeO 0,03 0,00 0,02 0,04 0,02 0,03 0,01 0,02 0,01 0,00 0,03 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,02 0,03

Cl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,02 0,00 0,01 0,01

TiO2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Cr2O3 0,01 0,00 0,02 0,00 0,02 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,03 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,03 0,01 0,02 0,00

SrO 0,01 0,00 0,03 0,02 0,02 0,02 0,03 0,01 0,01 0,02 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,02 0,00 0,03 0,01 0,01

CaO 0,01 0,20 0,00 1,17 0,00 0,01 0,00 1,02 0,01 0,63 0,57 0,39 0,00 0,03 0,19 0,02 0,66 0,02 0,51 0,03

K2O 15,94 0,14 16,14 0,17 15,87 15,88 16,20 0,10 16,20 0,81 15,58 0,11 16,03 15,54 1,06 15,43 0,23 15,46 0,39 15,68

MnO 0,01 0,02 0,00 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

Total 99,85 99,07 99,76 99,79 99,49 99,48 99,79 99,98 99,77 99,70 99,39 99,86 99,77 99,80 98,69 99,91 99,68 100,06 100,06 99,51

Na 0,30 3,90 0,23 3,78 0,23 0,23 0,20 3,80 0,21 3,72 0,27 3,87 0,21 0,33 3,60 0,35 3,81 0,37 3,89 0,27

F 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Si 11,98 11,99 11,99 11,79 11,99 12,01 11,98 11,81 11,98 11,88 11,97 11,95 12,00 11,99 12,00 12,00 11,81 12,00 11,89 12,00

Al 3,99 4,01 3,99 4,19 4,00 3,98 4,00 4,18 4,00 4,11 3,96 4,05 3,99 4,00 4,03 4,00 4,21 3,99 4,08 3,99

Mg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Ba 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fe 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Cl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Cr 0,95 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Sr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Ca 0,00 0,04 0,00 0,22 0,00 0,00 0,00 0,19 0,00 0,12 0,11 0,07 0,00 0,01 0,04 0,00 0,13 0,00 0,10 0,01

K 3,77 0,03 3,82 0,04 3,76 3,76 3,83 0,02 3,83 0,18 3,70 0,02 3,79 3,67 0,24 3,63 0,05 3,64 0,09 3,71

Mn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Albita (%) 7,42 99,06 5,72 94,50 5,69 5,66 4,98 95,19 5,24 96,92 6,77 98,13 5,15 8,37 98,99 8,78 96,83 9,20 97,58 6,81

Anortita (%) 0,00 0,94 0,00 5,50 0,00 0,00 0,00 4,81 0,00 3,08 0,00 1,87 0,00 0,00 1,01 0,00 3,17 0,00 2,42 0,00

Ortoclásio (%) 92,58 0,00 94,28 0,00 94,31 94,34 95,02 0,00 94,76 0,00 93,23 0,00 94,85 91,63 0,00 91,22 0,00 90,80 0,00 93,19

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

72

Apêndice B, análises de microssonda eletrônica das micas dos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) e São

Domingos (SD), calculados para 24O,

Tabela 2: Elementos maiores- micas

FC-01 FC-03 SD-C1 SD-C2 SD-C3 FC-I SD-B

Na2O 0,53 0,46 0,47 0,46 0,35 0,41 0,47

SiO2 44,90 45,12 45,29 45,70 45,70 45,58 45,86

MgO 0,08 0,06 0,17 0,15 0,09 2,42 1,14

Al2O3 28,74 28,96 29,55 29,66 32,66 26,52 30,86

K2O 9,35 8,60 8,95 8,51 8,06 9,02 8,96

CaO 0,06 0,09 0,10 0,10 0,06 0,16 0,07

TiO2 0,46 0,40 0,52 0,45 0,64 0,65 0,32

Cr2O3 0,02 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01

MnO 0,74 0,71 0,72 0,94 0,89 0,55 0,20

FeO 7,88 7,97 6,43 5,51 2,81 6,36 4,80

BaO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

ZnO 0,09 0,08 0,10 0,12 0,08 0,09 0,07

SrO 0,01 0,01 0,00 0,01 0,11 0,02 0,02

Cl 0,02 0,01 0,02 0,03 0,03 0,01 0,01

F 2,64 2,85 2,52 2,46 1,71 2,13 2,35

Total 95,52 95,33 94,83 94,10 93,18 93,91 95,14

Na(A) 0,07 0,06 0,06 0,06 0,05 0,06 0,06

Si(T) 3,18 3,19 3,19 3,22 3,16 3,24 3,17

Mg(M1,2) 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,26 0,12

Al(T) 2,40 2,41 2,45 2,46 2,66 2,22 2,52

Al VI(M1,2) 0,84 0,78 0,80 0,76 0,71 0,82 0,79

K(A) 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,00

Ca 0,02 0,02 0,03 0,02 0,03 0,03 0,02

Ti(M1,2) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Cr 0,04 0,04 0,04 0,06 0,05 0,03 0,01

Mn(M1,2) 0,47 0,47 0,38 0,32 0,16 0,38 0,28

Fe(M1,2) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Ʃ T 5,58 5,61 5,64 5,68 5,82 5,46 5,69

Ʃ M1, M2 1,32 1,25 1,20 1,10 0,88 1,45 1,19

Ʃ A 0,08 0,07 0,07 0,07 0,05 0,07 0,07

Tipo muscovita muscovita muscovita muscovita muscovita muscovita muscovita

Apêndice C análises de microssonda eletrônica dos berilos do pegmatito Fazenda Concórdia (FC).

Tabela 3: Elementos maiores dos berilos

Be-01 Be-06 Be-08 Be-09

Na2O 0,16 0,14 0,15 0,25

F 0,02 0,04 0,03 0,03

SiO2 65,18 65,35 66,29 64,21

Al2O3 16,67 16,90 18,03 15,84

MgO 0,03 0,05 0,01 0,11

BaO 0,04 0,05 0,01 0,05

FeO 1,91 1,63 0,94 2,43

Cl 0,00 0,00 0,00 0,00

TiO2 0,00 0,00 0,00 0,00

Cr2O3 0,01 0,01 0,01 0,01

SrO 0,02 0,00 0,01 0,00

CaO 0,01 0,01 0,04 0,01

K2O 0,04 0,03 0,02 0,05

MnO 0,04 0,04 0,01 0,12

Total 84,14 84,27 85,53 83,10

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

73

Apêndice D, Análises de microssonda eletrônica da turmalina do pegmatito Fazenda Concórdia (FC), calculado para 24,5 O

Tabela 4: Elementos maiores da turmalina

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

SiO2 33,78 34,46 34,22 34,56 34,11 33,99 33,82 33,74 34,30 34,05 33,86 33,83 33,80 33,74 34,11 33,84 34,03 33,94 34,40 34,49

TiO2 0,02 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,02 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,02 0,01 0,02

Al2O3 28,79 29,53 28,22 29,40 28,42 28,31 28,92 27,99 28,50 28,28 28,74 28,57 28,64 28,66 28,36 28,61 28,26 28,40 28,39 29,65

Cr2O3 0,00 0,01 0,02 0,01 0,00 0,00 0,00 0,03 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,01 0,01 0,01 0,02 0,00

FeO 18,20 17,92 19,45 17,73 18,98 19,09 18,57 19,41 18,82 18,49 18,65 18,79 18,99 18,45 18,54 18,65 18,66 18,40 19,42 17,66

MnO 0,43 0,67 0,65 0,67 0,73 0,77 0,73 0,83 0,94 0,80 0,95 0,94 0,89 0,96 0,92 0,96 1,03 0,81 0,70 0,63

MgO 0,14 0,20 0,21 0,24 0,34 0,39 0,30 0,40 0,48 0,49 0,46 0,49 0,47 0,46 0,50 0,51 0,52 0,54 0,23 0,28

CaO 0,03 0,09 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03 0,02 0,02 0,02 0,03 0,02 0,03 0,03 0,03 0,04 0,01 0,01 0,02

Na2O 2,47 2,54 2,59 2,54 2,51 2,52 2,51 2,52 2,54 2,54 2,64 2,68 2,60 2,66 2,67 2,64 2,69 2,59 2,59 2,52

K2O 0,03 0,04 0,06 0,05 0,07 0,07 0,06 0,07 0,08 0,07 0,08 0,07 0,07 0,09 0,07 0,07 0,07 0,07 0,06 0,05

ZnO 0,02 0,00 0,04 0,01 0,03 0,00 0,00 0,09 0,03 0,00 0,10 0,08 0,14 0,08 0,04 0,06 0,05 0,10 0,07 0,06

P2O5 0,02 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,03 0,02 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01

F 0,82 0,84 0,86 0,85 0,82 0,73 0,90 0,76 0,78 0,82 0,88 0,90 0,97 0,79 0,87 0,77 0,92 1,02 0,88 0,92

Cl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,02 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total 84,38 85,95 86,00 85,71 85,69 85,59 85,52 85,57 86,21 85,22 86,01 86,00 86,17 85,60 85,77 85,81 85,89 85,48 86,39 85,92

Si 6,05 6,05 6,07 6,07 6,06 6,05 6,01 6,03 6,05 6,07 6,00 6,00 5,99 6,00 6,05 6,00 6,04 6,04 6,07 6,05

Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Al2 6,08 6,11 5,90 6,09 5,95 5,94 6,05 5,89 5,93 5,94 6,00 5,97 5,98 6,01 5,93 5,98 5,91 5,96 5,91 6,13

Cr2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fe 2,73 2,63 2,89 2,61 2,82 2,84 2,76 2,90 2,78 2,75 2,76 2,79 2,81 2,74 2,75 2,77 2,77 2,74 2,87 2,59

Mn 0,06 0,10 0,10 0,10 0,11 0,12 0,11 0,12 0,14 0,12 0,14 0,14 0,13 0,14 0,14 0,14 0,15 0,12 0,10 0,09

Mg 0,04 0,05 0,06 0,06 0,09 0,10 0,08 0,11 0,13 0,13 0,12 0,13 0,12 0,12 0,13 0,14 0,14 0,14 0,06 0,07

Ca 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00

Na2 0,86 0,86 0,89 0,87 0,86 0,87 0,86 0,87 0,87 0,88 0,91 0,92 0,89 0,92 0,92 0,91 0,93 0,89 0,89 0,86

K2 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01

Zn 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

P2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

F 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Cl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total 15,84 15,83 15,93 15,82 15,91 15,93 15,90 15,96 15,92 15,91 15,96 15,98 15,97 15,96 15,95 15,97 15,97 15,93 15,92 15,82

Ca 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00

Na 0,86 0,86 0,89 0,87 0,86 0,87 0,86 0,87 0,87 0,88 0,91 0,92 0,89 0,92 0,92 0,91 0,93 0,89 0,89 0,86

K 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01

Vac. 0,13 0,11 0,09 0,12 0,12 0,11 0,12 0,11 0,11 0,10 0,07 0,06 0,09 0,06 0,06 0,07 0,05 0,09 0,10 0,13

ΣX 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

Ti+4 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Al 0,08 0,11

0,09

0,00

0,01

0,13

Li 0,00 0,10 0,00 0,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,10

Fe+2 2,73 2,63 2,89 2,61 2,82 2,84 2,76 2,90 2,78 2,75 2,76 2,79 2,81 2,74 2,75 2,77 2,77 2,74 2,87 2,59

Fe+3

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

74

Mn+2 0,06 0,10 0,10 0,10 0,11 0,12 0,11 0,12 0,14 0,12 0,14 0,14 0,13 0,14 0,14 0,14 0,15 0,12 0,10 0,09

Mg 0,04 0,05 0,06 0,06 0,09 0,10 0,08 0,11 0,13 0,13 0,12 0,13 0,12 0,12 0,13 0,14 0,14 0,14 0,06 0,07

Zn 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

Si 0,05 0,05 0,07 0,07 0,06 0,05 0,01 0,03 0,05 0,07 0,00 0,00

0,00 0,05 0,00 0,04 0,04 0,07 0,05

ΣY 2,96 3,04 3,12 3,04 3,08 3,11 2,96 3,17 3,10 3,07 3,04 3,07 3,09 3,02 3,08 3,06 3,11 3,06 3,11 3,04

Al 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00

Mg

ΣZ 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00

Si 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00

Al 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

ΣT 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00

B 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00

ΣB 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00

OH 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00

F 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

ΣW 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00

Fe/Fe+Mg 0,99 0,98 0,98 0,98 0,97 0,96 0,97 0,96 0,96 0,95 0,96 0,96 0,96 0,96 0,95 0,95 0,95 0,95 0,98 0,97

Na/Na+Ca 0,99 0,98 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,99 1,00 1,00 1,00 0,99 1,00 0,99 0,99 0,99 0,99 1,00 1,00 1,00

ΣC+ 18,96 19,04 19,12 19,04 19,08 19,11 18,96 19,17 19,10 19,07 19,04 19,07 19,09 19,02 19,08 19,06 19,11 19,06 19,11 19,04

Al(y)+Li 0,08 0,21 0,00 0,19 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,23

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

75

Apêndice E: Elementos traços dos feldspatos dos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) e São Domingos (SD),

Tabela 5: Elementos traços dos feldspatos (ppm),

B11 Mg24 Si29 Cl35 Ca44 Cr52 Zn66 Rb85 Cs133 Ba137

SD-D1-1 <2,69 b.d. 302432,97 667,74 1017,35 189,42 8,58 334,97 2,01 57,80

SD-D1-2 <3,04 11,19 302432,97 978,47 261,46 76,42 19,75 1010,24 6,11 147,36

SD-D1-3 <2,25 b.d. 302432,97 <659,16 315,95 <18,80 5,59 970,48 6,08 136,29

SD-D1-4 <2,81 b.d. 302432,97 342,70 737,08 77,77 b.d. 945,82 5,34 139,53

SD-D1-5 <2,36 19,05 302432,97 347,94 640,90 189,53 20,42 981,22 4,84 136,72

SD-D1-6 <2,40 10,75 302432,97 <736,92 742,43 169,40 14,14 943,81 4,33 109,68

SD-D1-7 <2,71 b.d. 302432,97 672,39 767,26 <23,45 6,81 1101,81 5,00 129,02

SD-D1-8 2,62 15,68 302432,97 1002,42 499,38 144,32 31,35 983,95 4,71 144,42

SD-D1-9 <2,09 17,65 302432,97 645,93 719,60 29,02 b.d. 951,81 5,15 140,08

SD-D1-10 <2,03 b.d. 302432,97 416,76 691,16 225,36 b.d. 978,77 4,91 138,02

SD-A1-1 2,91 b.d. 302432,97 476,66 951,63 92,54 b.d. 1120,03 7,84 160,53

SD-A1-2 2,07 6,89 302432,97 478,67 716,73 170,27 b.d. 917,83 7,44 129,91

SD-A1-3 <1,90 25,42 302432,97 975,73 843,70 69,17 b.d. 1077,75 14,27 144,34

SD-A1-4 <2,14 b.d. 302432,97 937,30 671,82 65,29 b.d. 1100,16 21,66 152,16

SD-A1-5 <1,87 b.d. 302432,97 1169,15 488,60 116,14 b.d. 1000,89 12,21 148,15

SD-A1-6 3,96 75,77 302432,97 <598,26 512,00 38,74 b.d. 973,37 8,38 150,02

FC-K1-1 4,65 b.d. 302432,97 <757,13 366,12 118,56 b.d. 1258,64 56,68 109,77

FC-K1-2 12,09 25,95 302432,97 406,53 182,06 <14,88 7,34 1227,41 66,95 118,57

FC-K1-3 2,11 42,75 302432,97 1334,33 1206,46 85,86 80,35 1253,32 41,31 79,46

FC-K1-4 <1,87 b.d. 302432,97 427,15 548,57 44,91 b.d. 1187,20 45,00 71,03

FC-K1-5 2,12 b.d. 302432,97 431,39 614,61 <15,69 10,81 1253,70 59,30 99,21

FC-K1-6 2,32 b.d. 302432,97 609,08 615,39 128,55 7,50 1389,31 83,10 184,90

FC-K1-7 <2,15 13,20 302432,97 658,28 921,79 49,68 b.d. 1340,48 84,91 133,10

FC-K1-8 4,57 47,35 302432,97 <780,60 1339,75 47,79 8,43 1478,97 90,79 390,32

FC-K1-9 2,16 b.d. 302432,97 641,19 366,14 <19,55 b.d. 1250,18 54,73 72,40

FC-K1-10 <1,74 b.d. 302432,97 <767,76 394,30 <17,09 b.d. 1155,54 58,14 66,87

FC-K2-1 2,54 11,32 302432,97 <1018,09 391,84 186,26 b.d. 1179,56 62,78 125,67

FC-K2-2 3,82 10,08 302432,97 715,86 390,94 107,67 7,72 1497,57 86,64 188,07

FC-K2-3 3,22 12,47 302432,97 658,23 688,08 223,71 12,73 1494,26 86,36 235,56

FC-K2-4 3,88 23,96 302432,97 555,78 742,75 25,36 120,19 1580,98 95,57 150,46

FC-K2-5 7,69 155,16 302432,97 779,39 1269,49 191,68 32,79 1355,44 73,03 139,13

FC-K2-6 4,24 b.d. 302432,97 <296,38 1097,11 23,52 7,44 1243,96 72,89 142,03

SD-A2-1 <1,25 b.d. 302432,97 745,57 997,42 63,35 b.d. 994,23 4,81 147,44

SD-A2-2 2,03 19,78 302432,97 <501,51 393,14 <13,24 b.d. 1085,07 5,84 157,94

SD-A2-3 1,73 15,34 302432,97 662,75 641,60 <13,78 b.d. 1045,14 5,20 158,03

SD-A2-4 <1,37 b.d. 302432,97 <548,43 3676,88 <14,52 b.d. 4,08 <0,27 3,52

SD-A2-5 <1,23 b.d. 302432,97 <400,95 434,48 <12,84 b.d. 1028,67 4,19 153,35

SD-A2-6 <1,40 32,50 302432,97 <650,90 876,13 55,86 84,47 1191,22 5,19 171,71

SD-A2-7 <1,40 11,28 302432,97 <471,56 641,90 133,62 14,33 1152,12 5,78 170,03

SD-A2-8 3,94 433,91 302432,97 766,79 711,95 <15,76 b.d. 1302,69 4,88 163,96

SD-A2-9 1,59 113,80 302432,97 11936,94 789,20 <13,41 8,56 1027,99 3,83 160,65

SD-D2-1 1,04 22,01 302432,97 10204,17 499,28 31,59 11,72 917,25 4,32 140,43

SD-D2-2 <1,08 b.d. 302432,97 13426,14 725,95 <11,40 <4,60 1016,47 4,03 165,20

SD-D2-3 <1,15 b.d. 302432,97 8515,15 553,01 65,70 <4,89 1115,16 4,40 148,06

SD-D2-4 <1,02 67,16 302432,97 b.d. 860,35 40,05 <4,31 1081,68 4,71 157,70

SD-D2-5 1,92 5,75 302432,97 b.d. 2396,37 115,88 <2,66 957,71 5,47 135,87

SD-D2-6 0,72 b.d. 302432,97 b.d. 1742,42 73,51 <1,96 967,95 5,31 124,27

SD-D2-7 1,31 b.d. 302432,97 10078,22 1369,49 35,14 <2,08 828,59 4,38 118,33

SD-D2-8 1,49 b.d. 302432,97 6794,44 1402,18 49,56 2,63 1013,15 5,44 129,56

SD-D2-9 5,59 93,47 302432,97 b.d. 2234,32 <9,70 40,88 1005,04 5,89 141,32

SD-D2-10 2,96 4,90 302432,97 9505,94 1356,53 8,72 35,98 826,30 5,06 113,65

FC-J1-1 3,22 3,05 302432,97 b.d. 3347,36 31,87 <2,19 0,44 <0,123 0,78

FC-J1-2 11,14 b.d. 302432,97 9123,75 1807,50 151,57 11,28 1594,30 42,88 257,08

FC-J1-3 8,50 23,05 302432,97 10300,46 2288,79 135,70 44,92 1200,13 36,36 144,90

FC-J1-4 10,83 521,87 302432,97 16263,75 10263,36 41,01 1178,10 925,10 29,10 1013,02

FC-J1-5 3,66 b.d. 302432,97 b.d. 2133,60 64,56 5,14 1390,81 42,09 144,01

FC-J1-6 4,87 34,74 302432,97 10154,87 2848,16 30,28 81,69 1549,91 46,56 179,80

FC-J1-7 3,42 b.d. 302432,97 11618,42 1739,74 <9,25 3,16 1507,89 46,47 145,71

FC-J1-8 3,71 12,06 302432,97 15960,38 2313,92 76,67 14,41 1560,39 47,04 175,35

FC-J1-9 5,23 58,31 302432,97 15924,68 3751,22 70,96 36,72 1542,25 47,04 205,20

FC-J1-10 5,52 50,12 302432,97 8615,60 2107,04 75,44 5,57 1452,99 44,08 85,02

FC-J2-1 2,02 5,51 302432,97 5236,00 2036,51 <7,53 21,56 1261,53 25,97 7,10

FC-J2-2 1,89 6,53 302432,97 b.d. 2787,38 <7,22 12,33 873,32 12,17 18,90

FC-J2-3 3,11 b.d. 302432,97 b.d. 2170,65 83,65 6,20 1428,90 35,62 23,55

FC-J2-4 14,00 4,67 302432,97 b.d. 12213,82 44,85 30,29 4,88 0,79 0,61

FC-J2-5 8,85 9,43 302432,97 8359,21 1933,39 <7,07 21,97 1527,18 43,56 80,01

FC-J2-6 11,56 b.d. 302432,97 b.d. 1800,03 66,28 2,61 1694,95 41,87 42,75

FC-J2-7 14,48 44,21 302432,97 6545,93 6717,67 <9,93 3,73 21,33 0,55 17,54

FC-J2-8 3,33 b.d. 302432,97 13927,33 2139,08 68,00 <2,54 1524,20 45,38 189,07

FC-J2-9 4,93 b.d. 302432,97 b.d. 1552,04 85,21 <1,78 1613,16 45,70 240,72

FC-J2-10 3,87 117,09 302432,97 7363,94 8301,98 164,93 9,43 10,74 0,33 16,56

FC-H1-1 11,48 b.d. 302432,97 b.d. 2837,96 65,04 <2,34 4592,21 1042,62 763,15

FC-H1-2 10,19 b.d. 302432,97 b.d. 2837,62 125,29 4,86 3973,68 448,66 619,01

FC-H1-3 21,76 b.d. 302432,97 b.d. 1596,56 49,80 <2,15 4214,49 765,34 496,86

FC-H1-4 11,63 15,47 302432,97 b.d. 3034,13 <8,72 5,70 4379,37 504,49 567,01

FC-H1-5 9,22 b.d. 302432,97 9383,69 2677,34 82,62 <1,85 3660,60 180,53 531,99

FC-H1-6 15,52 b.d. 302432,97 b.d. 2991,95 89,96 23,68 4495,55 395,70 528,93

FC-H1-7 10,27 b.d. 302432,97 13181,65 2193,12 97,42 2,71 4295,51 301,04 373,28

FC-H1-8 10,94 3,31 302432,97 11953,01 2823,89 43,29 <2,10 4469,51 451,48 571,87

FC-H1-9 11,08 55,02 302432,97 7017,91 2916,30 67,76 4,65 4136,10 371,64 1086,36

FC-H1-10 10,30 b.d. 302432,97 7833,91 2661,46 70,85 <2,00 4021,63 395,27 548,27

FC-H1-11 9,04 b.d. 302432,94 7716,77 3267,80 62,11 <2,08 3986,50 168,31 543,99

FC-H2-1 19,50 b.d. 302432,94 b.d. 1848,23 33,17 <2,19 4692,15 673,37 638,56

FC-H2-2 18,56 b.d. 302432,94 9027,77 1318,98 <7,95 3,77 4623,62 617,97 688,33

FC-H2-3 19,18 4,72 302432,94 b.d. 1451,74 45,57 7,32 4678,46 601,02 690,05

FC-H2-4 24,38 306,47 302432,94 b.d. 1821,96 116,56 117,92 4553,38 573,74 715,95

FC-H2-5 19,92 3,06 302432,94 b.d. 1312,03 <6,04 4,10 5120,34 642,61 573,59

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

76

FC-H2-6 19,20 4,05 302432,94 b.d. 1187,81 <6,88 4,74 4904,70 611,12 808,80

FC-H2-7 18,55 3,34 302432,94 9097,01 2222,34 10,16 <1,76 5041,73 583,36 694,92

FC-H2-8 20,46 b.d. 302432,94 b.d. 1948,17 27,84 4,81 4636,83 567,84 550,04

FC-H2-9 17,68 b.d. 302432,94 b.d. 2150,78 23,09 3,75 4624,28 550,60 722,06

FC-H2-10 20,78 b.d. 302432,94 5906,11 2035,41 24,44 3,55 4576,12 509,62 613,28

FC-A2-1 4,89 b.d. 302432,94 b.d. 4619,12 20,75 <1,80 b.d. <0,164 1,30

FC-A2-2 6,97 b.d. 302432,94 12588,81 3112,58 77,68 <1,85 1345,34 40,78 298,89

FC-A2-3 6,44 b.d. 302432,94 b.d. 4216,45 43,28 4,41 b.d. <0,165 1,10

FC-A2-4 6,56 b.d. 302432,94 b.d. 2840,24 40,11 2,77 1231,98 37,34 214,00

FC-A2-5 5,41 68,67 302432,94 b.d. 4975,47 15,60 57,64 b.d. 1,18 1,11

FC-A2-6 8,18 7,73 302432,94 b.d. 2592,95 35,96 9,08 1357,42 45,52 202,21

FC-A2-7 8,87 b.d. 302432,91 b.d. 2244,08 57,69 9,63 b.d. <0,252 17,28

FC-A2-8 6,99 5,77 302432,94 b.d. 2712,09 49,28 48,09 1428,25 51,76 237,90

FC-A2-9 6,28 b.d. 302432,94 b.d. 1184,96 50,02 <1,92 1736,51 57,42 355,79

FC-A2-10 2,26 b.d. 302432,94 b.d. 5514,02 84,06 <2,18 b.d. <0,195 0,81

FC-A1-1 5,10 b.d. 302432,94 8346,38 2420,63 7,02 <1,68 1513,30 38,11 422,98

FC-A1-2 4,30 8,77 302432,94 b.d. 2853,15 67,83 2,04 1493,81 35,75 325,66

FC-A1-3 3,23 4,51 302432,94 b.d. 1482,61 12,81 3,24 1763,14 50,75 499,32

FC-A1-4 4,86 b.d. 302432,94 b.d. 3118,82 61,88 <1,91 1315,73 24,84 360,64

FC-A1-5 13,03 10,50 302432,94 b.d. 3159,62 <7,21 5,17 1165,58 18,52 336,69

FC-A1-6 3,59 b.d. 302432,94 11547,79 2888,22 51,36 7,32 1233,73 26,26 324,89

FC-A1-7 3,60 4,18 302432,94 b.d. 2810,14 45,80 5,32 1271,73 13,18 378,15

FC-A1-8 3,77 b.d. 302432,94 b.d. 2603,80 <6,72 <1,97 1396,26 32,34 358,31

FC-A1-9 3,49 5,98 302432,94 9111,69 2703,54 9,07 1,85 1266,21 22,46 314,88

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

77

Apêndice F: Elementos traços dos micas dos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) e São Domingos (SD),

Tabela 6: Elementos traços das micas (ppm),

Li7 Be9 B11 Na23 Mg24 Si29 Cl35 Ca44 Ti47 Ti49 Cr52 Mn55 Zn64 Rb85 Sr88 Cs133 Ba137 Ta181

FC-01-1 4118,60 16,93 55,91 4560,42 350,66 212778,44 176,95 187,54 2458,76 2575,05 196,45 2832,08 176,45 2915,07 3,27 432,56 48,94 18,43

FC-01-2 4297,18 17,05 61,67 4340,14 351,52 212778,45 180,41 167,38 2001,08 2101,05 87,75 2477,78 183,12 2589,24 3,69 237,71 48,68 14,42

FC-01-3 4585,92 24,06 58,78 4842,41 382,20 212778,44 243,60 261,81 2645,42 2731,18 343,55 3091,85 128,63 3164,47 3,61 476,91 55,90 19,15

FC-01-4 1384,14 10,23 35,83 2514,15 194,66 212778,44 573,89 308,70 1244,40 1203,82 921,87 2093,17 57,66 1809,83 15,37 160,80 26,37 8,03

FC-01-5 5849,27 17,66 49,93 3680,39 288,25 212778,44 359,00 250,34 1703,77 1778,13 82,51 2102,38 34,08 2270,23 3,47 193,26 37,12 10,87

FC-01-6 5941,21 21,84 53,50 4850,85 364,32 212778,47 326,40 535,26 2517,80 2628,46 43,92 2713,21 235,53 2970,08 4,02 273,76 50,73 17,99

FC-01-7 3833,74 22,54 58,12 4514,83 348,81 212778,44 216,77 137,07 2480,71 2563,01 72,23 2813,03 173,21 3030,86 3,42 451,46 50,50 18,85

FC-01-8 4241,38 22,67 55,92 4152,10 354,34 212778,44 299,38 362,22 2336,35 2441,03 27,04 2862,30 145,01 2949,34 3,72 322,72 46,58 16,32

FC-01-9 4833,61 26,27 58,82 4407,84 358,19 212778,45 227,49 310,20 2536,50 2611,39 31,07 2661,80 182,71 2920,35 4,16 306,47 52,89 18,68

FC-01-10 3949,14 22,43 60,09 4384,28 366,84 212778,44 221,03 379,63 2581,17 2610,16 38,36 2954,20 186,47 3101,44 4,43 431,87 52,27 19,36

FC-02-1 3536,70 14,70 42,99 3870,41 253,98 212778,44 418,30 800,72 1517,21 1842,88 974,42 2143,80 62,80 2046,97 4,21 192,08 38,45 12,40

FC-02-2 4625,31 27,47 64,78 5184,73 367,82 212778,42 312,91 210,09 2506,82 2698,22 63,52 3143,70 180,89 3079,55 4,90 290,75 63,48 21,33

FC-02-3 5441,43 22,83 52,51 4408,75 245,10 212778,44 353,04 312,23 2163,36 2278,11 473,43 2477,53 157,01 2653,98 3,21 237,86 41,37 19,35

FC-02-4 3326,03 19,67 60,90 4399,99 277,10 212778,44 173,44 152,18 2374,07 2490,04 278,80 2746,69 170,24 2918,62 4,44 415,60 56,52 21,05

FC-02-5 3100,27 25,70 60,80 4472,19 274,52 212778,44 193,74 384,12 2317,26 2409,85 22,90 2691,83 206,78 2810,48 4,39 385,28 50,28 20,51

FC-02-6 3493,58 23,06 61,45 4496,00 278,92 212778,44 193,79 503,18 2176,70 2287,45 227,65 2711,97 186,11 2837,23 5,22 318,45 52,86 20,72

FC-02-7 3529,63 15,79 55,66 3998,87 253,73 212778,42 227,32 316,63 1867,75 1897,44 169,04 2299,63 197,67 2460,24 4,70 244,11 53,54 17,87

FC-02-8 4789,08 15,32 53,67 4174,11 234,16 212778,44 381,25 458,01 1985,66 1951,72 41,58 2498,60 144,72 2632,37 3,86 248,18 48,31 19,21

FC-02-9 2800,57 19,07 75,08 4533,15 258,93 212778,44 229,71 527,36 1957,07 1945,59 28,84 2693,82 721,42 2933,54 4,70 441,58 55,56 19,79

FC-02-10 3070,70 21,58 68,58 4515,27 243,26 212778,44 236,08 149,20 1835,62 1885,05 23,35 2865,36 180,21 2982,29 4,63 435,65 55,77 21,60

FC-03-1 2831,50 15,07 305,94 3627,48 339,44 212778,42 199,15 168,57 814,86 820,05 121,83 3708,15 68,03 2721,26 6,03 2571,75 86,87 13,88

FC-03-2 2633,32 20,32 313,23 3587,24 396,08 212778,44 141,31 322,29 1055,08 1067,47 257,27 3553,53 143,69 2590,04 6,45 2363,16 89,09 14,30

FC-03-3 2432,60 14,01 321,34 3371,15 342,93 212778,42 157,61 1676,73 1172,63 1176,67 127,71 3287,57 214,66 2480,32 9,81 2193,12 84,27 11,55

FC-03-4 2363,50 25,06 297,37 3364,67 348,77 212778,44 270,10 264,34 857,38 907,93 480,85 3615,08 104,11 2590,47 5,62 2324,71 81,10 14,07

FC-03-5 2138,05 18,50 299,74 3000,13 324,35 212778,42 402,25 246,71 840,77 835,56 250,94 3658,05 35,90 2602,45 5,58 2464,95 87,82 14,40

FC-03-6 2503,99 21,63 307,54 4049,46 363,02 212778,42 192,28 941,74 945,46 910,58 29,24 3677,80 120,34 2564,94 6,28 2298,64 86,23 12,87

FC-03-7 2421,09 22,78 373,15 3678,36 348,99 212778,44 178,00 1702,30 855,90 822,30 232,10 3441,10 138,83 2473,22 7,51 2083,96 100,38 12,41

FC-03-8 2973,53 21,08 293,54 3293,01 109,13 212778,42 206,50 599,11 676,78 637,07 294,64 3964,08 100,88 2672,70 5,90 2536,29 104,77 14,92

FC-03-9 2178,71 19,67 335,41 3307,63 285,03 212778,44 150,92 337,18 935,00 947,13 27,57 3229,28 149,11 2395,81 6,94 1989,94 104,27 11,87

FC-03-10 2356,26 16,93 334,82 3373,75 308,23 212778,42 322,98 758,53 874,97 789,43 233,38 3640,53 143,13 2536,73 6,92 2238,46 108,25 11,32

SD-C1-1 322,14 b,d, 30,68 2508,30 231,64 212778,42 517,71 418,27 816,28 770,18 613,45 1308,25 46,44 2139,54 2,78 117,94 12,91 4,57

SD-C1-2 2847,74 17,47 85,55 4789,98 779,10 212778,42 287,94 389,33 2762,24 2869,81 359,93 2999,77 139,44 3110,89 5,04 524,94 35,96 17,97

SD-C1-3 3113,28 22,17 78,99 4172,12 690,53 212778,44 394,75 232,70 2612,87 2655,69 35,94 2562,14 129,90 2846,04 2,93 325,58 29,59 17,23

SD-C1-4 2767,13 24,10 84,43 4946,63 798,48 212778,42 203,45 408,43 2600,51 2733,59 170,55 2915,85 230,40 3089,30 4,56 502,32 78,03 16,76

SD-C1-5 1346,83 17,81 52,76 2627,78 511,28 212778,42 436,60 1198,74 1299,51 1431,12 50,76 2317,21 247,18 1913,93 3,58 204,04 30,53 8,21

SD-C1-6 2765,95 21,07 80,29 4390,10 727,78 212778,44 213,76 209,57 2746,08 2867,39 271,23 2752,59 221,66 2832,13 4,04 436,33 33,68 17,66

SD-C1-7 3008,66 19,07 79,15 4420,24 697,21 212778,44 280,38 204,14 2502,40 2693,24 32,96 2699,36 207,25 2869,53 4,12 397,98 30,67 16,43

SD-C1-8 366,47 11,91 42,31 2670,70 323,12 212778,42 605,43 1271,51 666,12 811,07 456,07 1783,24 127,47 1867,27 2,42 155,08 43,39 4,85

SD-C1-9 2465,94 22,50 75,21 4144,49 708,02 212778,42 249,73 223,37 2833,96 3001,36 176,87 2813,55 139,39 2878,50 2,47 452,67 31,64 18,62

SD-C1-10 1926,54 23,75 72,74 5210,33 732,65 212778,42 185,84 544,27 2726,28 2948,05 284,08 2917,31 172,27 2995,25 4,76 485,25 33,92 19,18

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

78

SD-C2-1 2434,84 24,14 141,74 3943,62 720,45 212778,42 241,40 822,15 2297,40 1767,76 271,98 4596,19 182,84 3184,40 4,27 666,77 22,94 21,73

SD-C2-2 2763,98 22,66 128,01 4317,57 655,51 212778,42 226,56 193,62 2243,90 1740,56 31,11 4560,95 153,91 3082,70 4,34 725,01 23,64 21,92

SD-C2-3 1548,35 6,14 69,53 2222,16 560,04 212778,44 472,76 915,76 1595,58 1187,10 387,73 2639,58 183,20 1890,04 5,22 311,83 30,79 11,38

SD-C2-4 3258,24 24,52 100,37 3687,07 676,07 212778,42 455,33 387,51 2196,72 1649,45 345,92 4023,11 134,91 2655,74 2,84 476,88 24,01 18,37

SD-C2-5 2974,89 23,75 119,45 5104,44 994,91 212778,44 309,59 2942,53 2343,76 1760,00 87,45 4225,59 768,16 2921,67 6,03 479,83 106,81 17,52

SD-C2-6 2962,63 18,71 89,95 4060,55 607,91 212778,42 310,33 240,02 2469,99 1720,84 38,55 3419,69 199,00 2608,91 2,61 365,75 21,59 17,31

SD-C2-7 3351,68 22,66 81,38 5233,93 838,92 212778,41 403,61 799,83 2428,21 1971,35 42,05 4116,74 206,28 2679,40 6,80 299,89 34,74 16,41

SD-C2-8 3128,53 19,00 77,65 4642,77 707,88 212778,42 233,93 533,21 2646,18 1967,66 163,68 3772,98 254,45 2725,39 4,14 324,07 39,56 16,34

SD-C2-9 3275,32 20,25 89,46 4880,12 872,63 212778,42 417,37 614,55 2658,56 2077,74 541,16 4316,79 150,63 2988,47 5,52 371,38 32,73 16,41

SD-C2-10 3061,85 19,45 90,12 4596,66 925,64 212778,42 244,31 1291,97 2827,91 2021,28 151,91 4047,79 170,90 3038,55 5,72 393,14 40,68 15,71

SD-C3-1 460,14 16,91 440,91 4500,51 482,49 212778,44 145,10 185,17 3435,40 2709,79 386,72 3757,63 122,49 2827,74 4,55 3739,70 60,57 9,83

SD-C3-2 762,20 20,30 435,64 3705,81 465,14 212778,44 217,61 154,80 3471,80 2796,42 56,01 3747,49 126,68 2802,76 4,99 3733,42 81,82 10,88

SD-C3-3 255,85 13,16 251,46 2121,52 308,71 212778,42 212,32 280,52 2392,63 1787,34 349,37 2539,91 53,48 1878,46 3,05 2376,32 41,14 6,86

SD-C3-4 368,54 15,83 454,65 3670,25 421,67 212778,42 138,05 749,98 2868,23 2212,81 269,57 3293,37 90,41 2600,75 6,27 3197,14 58,19 8,04

SD-C3-5 390,32 15,33 449,03 3353,35 421,46 212778,42 221,11 444,97 3274,61 2595,79 196,85 3356,69 122,94 2611,94 4,15 3389,70 59,85 9,45

SD-C3-6 549,54 23,34 435,53 3608,68 475,75 212778,42 174,73 504,81 3460,56 2696,48 112,51 3680,86 138,42 2816,78 4,89 3628,99 64,79 10,31

SD-C3-7 305,21 13,76 385,34 3959,45 418,11 212778,42 322,03 386,04 2916,60 2256,46 219,89 3057,28 86,67 2355,14 4,73 2986,92 49,33 7,43

SD-C3-8 380,12 10,89 430,33 2999,48 320,98 212778,42 443,46 251,51 3107,94 2480,60 40,58 3210,92 92,43 2612,04 4,54 3432,67 60,89 9,50

SD-C3-9 379,58 13,52 393,97 3367,33 464,23 212778,42 366,56 459,57 3539,40 2718,78 38,94 3554,53 108,95 2703,05 4,65 3490,46 65,54 10,54

SD-C3-10 395,36 19,89 449,27 2912,27 565,16 212778,42 287,03 520,69 3134,24 2422,37 180,49 3553,55 126,53 2728,89 6,08 3472,84 62,88 8,58

FC-I-1 2726,92 23,44 56,42 3655,60 7777,53 212778,42 302,02 314,08 3747,60 2924,18 802,94 2129,64 33,16 1955,49 2,61 826,46 39,29 31,53

FC-I-2 1878,90 31,79 45,65 3902,56 8710,44 212778,41 183,73 219,19 4078,97 3263,89 193,17 2301,28 142,68 1866,78 3,05 252,13 33,96 17,19

FC-I-3 2080,99 23,86 32,67 4026,06 8703,60 212778,41 207,65 537,14 3885,77 3007,84 214,95 2669,87 187,50 1872,81 3,40 182,87 41,49 13,61

FC-I-4 2739,11 20,08 28,68 3913,32 8426,26 212778,41 524,22 698,90 3538,61 2715,30 367,46 2354,43 115,06 1792,90 4,42 156,04 51,02 9,01

FC-I-5 1858,45 20,91 25,15 3891,23 9245,11 212778,41 284,97 209,40 3699,08 2966,39 22,59 2775,50 278,92 1670,22 3,18 137,95 43,35 8,90

FC-I-6 1423,22 18,51 26,01 3981,15 9145,54 212778,41 230,88 610,52 3634,27 2945,63 153,65 2794,31 327,10 1686,77 4,09 139,13 48,81 9,30

FC-I-7 1518,22 22,80 23,66 3518,08 9828,18 212778,41 104,60 224,20 3814,10 2994,75 33,31 2918,73 283,33 1735,38 3,27 149,33 44,49 9,74

FC-I-8 1309,59 22,08 22,88 3461,05 9398,92 212778,41 107,25 187,13 3748,70 2967,38 22,08 2731,48 318,41 1659,24 4,01 141,37 55,06 9,20

FC-I-9 1516,86 17,13 24,85 4158,15 9267,91 212778,41 150,48 584,18 3701,21 3072,25 21,39 2886,89 344,18 1717,39 4,14 143,40 45,53 9,41

FC-I-10 1432,09 24,30 22,00 3586,35 10096,45 212778,41 139,74 218,06 3863,65 3231,06 19,21 2920,57 246,40 1773,96 3,85 147,76 53,49 10,23

SD-B-1 1580,38 12,55 48,91 2660,97 7155,98 212778,41 173,18 776,76 3894,59 3080,45 141,37 1064,17 105,56 1205,85 3,10 164,05 455,31 29,21

SD-B-2 1398,00 14,00 55,22 3380,20 6579,62 212778,41 96,11 266,21 3757,38 3092,98 17,86 959,83 123,53 1144,81 3,81 122,91 435,22 39,16

SD-B-3 1567,70 14,98 67,47 4090,28 4618,97 212778,41 280,37 372,28 1465,75 1168,20 27,97 1190,84 122,84 1221,96 2,94 115,71 214,15 45,23

SD-B-4 1822,98 21,01 59,88 4715,03 4956,64 212778,41 346,51 667,10 1295,18 895,93 40,12 1458,07 154,29 1267,47 3,20 109,72 199,85 33,15

SD-B-5 1688,68 17,14 60,89 4150,21 4251,80 212778,41 216,52 626,14 1359,03 1027,36 282,16 1372,73 74,80 1305,10 3,04 116,48 216,00 35,92

SD-B-6 1665,36 18,39 65,29 4404,57 4196,90 212778,41 270,79 832,21 1178,77 946,98 108,22 1370,23 121,81 1153,34 3,79 101,75 221,53 33,26

SD-B-7 1744,65 17,34 65,98 4279,96 4634,33 212778,41 222,21 732,12 1204,58 958,35 31,45 1366,08 145,23 1278,11 3,03 106,28 214,37 35,96

SD-B-8 1556,49 23,89 64,19 4087,93 3773,72 212778,41 193,22 277,27 1250,03 921,35 116,97 1145,41 111,58 1156,78 2,66 97,29 202,19 29,66

SD-B-9 1584,52 25,16 64,27 4403,66 4365,75 212778,41 211,81 942,60 1174,74 895,61 28,94 1289,72 693,39 1215,04 4,22 105,29 203,06 32,70

SD-B-10 1373,56 11,50 40,58 3098,45 7142,82 212778,41 158,50 260,78 3702,58 2753,99 23,53 1029,02 174,25 1147,84 2,84 115,24 361,79 30,43

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Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.

79

Apêndice G, Análise dos elementos traços dos berilos do pegmatito Fazenda Concórdia (FC).

Tabela 7: Elementos traços dos berilos (ppm),

Li7 Be9 Na23 Mg24 Si29 K39 Ca44 Ti47 Ti49 Cr52 Mn55 Rb85 Sr88 Cs133 Ba137

Be-01-1 450,18 46892,75 1408,63 279,36 313511,53 177,20 835,86 b.d. 725,50 63,15 753,10 283,23 b.d. 11557,76 1,23

Be-01-2 425,11 45700,71 1381,44 259,93 313511,50 267,92 1231,07 b.d. 702,88 62,33 544,43 240,71 b.d. 11442,71 0,79

Be-01-3 405,00 46635,17 1435,99 259,13 313511,50 268,13 1249,86 b.d. 700,63 67,40 478,63 245,75 b.d. 11061,95 1,52

Be-01-4 392,66 46558,59 1614,68 274,00 313511,53 221,46 1146,02 b.d. 737,43 172,91 627,87 329,53 0,26 11861,97 b.d.

Be-01-5 370,34 47053,62 1565,15 286,38 313511,53 201,12 700,57 26,30 702,16 136,51 703,75 384,34 b.d. 11901,27 0,77

Be-01-6 383,47 45215,75 1363,52 264,16 313511,50 174,90 1321,11 b.d. 683,92 58,10 677,06 304,90 b.d. 11486,42 0,79

Be-01-7 404,65 46261,98 1383,02 271,22 313511,53 165,89 1129,80 b.d. 704,45 67,73 597,54 273,99 b.d. 11710,93 1,64

Be-01-8 431,09 45347,85 1570,21 272,08 313511,53 194,42 926,10 b.d. 751,42 47,20 591,81 249,43 b.d. 11934,22 1,51

Be-01-9 402,85 46901,63 1336,81 270,22 313511,50 166,18 1538,61 b.d. 750,95 65,63 582,24 290,29 0,17 11891,28 b.d.

Be-01-10 382,98 47733,08 1253,92 279,56 313511,50 180,22 1080,58 b.d. 717,90 64,13 632,87 325,77 b.d. 10734,88 1,66

Be-06-1 3044,84 42694,45 5081,60 97,10 305144,31 216,12 1020,70 b.d. 667,72 111,74 29,55 23,33 b.d. 4537,60 b.d.

Be-06-2 316,16 44495,20 974,38 323,13 305144,31 240,31 1286,19 b.d. 663,43 72,86 593,60 196,42 b.d. 12771,37 0,78

Be-06-3 296,22 43735,75 1008,60 319,76 305144,34 200,43 1616,62 b.d. 661,33 82,38 578,54 194,59 b.d. 12919,95 1,17

Be-06-4 322,54 45042,55 881,42 335,80 305144,34 279,46 1012,82 b.d. 684,90 7,71 570,84 198,53 b.d. 13152,19 1,20

Be-06-5 307,17 43797,85 931,73 317,11 305144,38 189,99 1264,62 b.d. 691,18 45,68 475,16 200,52 b.d. 12611,06 0,68

Be-06-6 277,40 46816,88 747,64 303,68 305144,34 231,78 1087,37 b.d. 726,06 40,75 410,38 182,98 b.d. 11655,33 0,86

Be-06-7 287,76 44380,29 837,83 313,00 305144,34 229,40 1157,87 b.d. 687,13 97,44 537,85 187,77 0,35 11988,60 1,17

Be-06-8 299,50 44318,75 481,54 311,68 305144,34 174,07 396,91 b.d. 645,41 42,30 550,57 193,06 b.d. 12497,64 0,63

Be-06-9 260,83 47082,19 603,14 301,61 305144,34 242,94 1163,35 22,82 745,14 72,59 399,53 178,97 b.d. 11520,36 1,16

Be-06-10 257,82 45835,50 516,92 295,04 305144,31 169,27 1082,46 b.d. 695,71 7,60 393,76 177,68 b.d. 11209,34 0,92

Be-08-1 231,97 42312,46 1355,18 16,58 305144,31 381,27 1418,18 b.d. 706,32 10,75 111,79 68,34 0,26 439,26 b.d.

Be-08-2 244,40 45798,09 1239,53 18,37 305144,31 278,93 555,49 b.d. 676,50 84,73 118,76 70,57 b.d. 460,98 b.d.

Be-08-3 238,99 41715,52 1270,05 21,27 305144,31 268,24 1475,56 b.d. 654,63 70,50 112,23 65,26 1,01 433,88 b.d.

Be-08-4 227,92 43152,42 990,87 12,63 305144,31 245,60 1096,46 45,21 691,10 10,47 109,00 68,79 b.d. 436,12 b.d.

Be-08-5 272,24 43798,10 1065,28 21,95 305144,34 224,45 1025,44 b.d. 626,94 80,74 104,46 63,61 b.d. 396,22 b.d.

Be-08-6 247,87 43162,91 1054,36 13,53 305144,31 234,00 1616,37 b.d. 617,91 9,72 109,83 69,98 b.d. 431,31 b.d.

Be-08-7 250,75 44066,74 1148,40 14,60 305144,31 334,50 1424,90 b.d. 715,26 26,59 107,07 66,35 0,37 433,18 b.d.

Be-08-8 238,61 45155,64 1301,97 20,79 305144,31 244,77 1247,21 b.d. 734,23 91,42 108,41 65,32 b.d. 444,83 b.d.

Be-08-9 229,71 43264,29 1299,89 22,80 305144,34 261,94 1162,91 b.d. 663,26 73,78 110,94 67,65 b.d. 431,19 b.d.

Be-08-10 249,36 44193,57 1075,75 14,90 305144,31 325,54 863,66 b.d. 674,77 122,02 113,70 69,50 0,27 436,96 0,97

Be-09-1 1002,92 43040,36 1919,21 631,02 305144,34 152,65 1312,05 b.d. 680,81 77,51 887,69 232,86 0,33 19640,87 1,75

Be-09-2 1016,85 42408,77 1794,22 666,89 305144,31 131,62 1101,27 b.d. 686,44 35,16 922,64 235,87 b.d. 19718,61 2,62

Be-09-3 894,72 41628,95 1966,94 666,46 305144,31 170,94 1035,26 20,05 651,80 39,37 940,28 238,87 b.d. 19468,90 1,70

Be-09-4 737,48 42097,26 1863,74 687,64 305144,31 150,13 1239,69 19,59 652,34 14,61 915,35 231,30 b.d. 19203,97 2,38

Be-09-5 925,42 41729,93 1958,24 672,72 305144,31 174,82 1258,82 b.d. 661,40 50,53 928,85 236,83 b.d. 19666,38 1,88

Be-09-6 911,64 42262,42 1953,08 690,46 305144,34 170,48 1496,85 b.d. 640,54 12,28 919,70 227,82 b.d. 19218,30 1,57

Be-09-7 855,01 41995,24 1809,24 672,14 305144,31 140,76 980,62 b.d. 646,56 6,57 923,37 236,77 0,27 19563,67 2,19

Be-09-8 804,75 42356,94 1931,04 699,95 305144,34 178,31 786,18 b.d. 661,76 6,61 947,74 230,04 0,29 19806,57 1,65

Be-09-9 768,34 42271,76 1906,14 672,62 305144,31 149,90 1332,74 b.d. 663,11 85,80 932,59 221,78 0,25 20046,23 1,18

Be-09-10 801,45 42388,43 1788,61 686,94 305144,31 210,08 1165,79 b.d. 674,44 10,10 945,86 229,67 0,66 19247,58 2,75

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Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.

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Apêndice H, Análise dos elementos traços da turmalina do pegmatito Fazenda Concórdia (FC),

Tabela 2: Elementos traços da turmalina (ppm),

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Li7 256,91 158,52 168,12 181,33 230,65 145,19 193,00 193,55 220,67 904,22 530,88 544,50 556,89 557,09 634,11

B11 18671,14 19067,91 18129,99 17651,77 17432,47 15912,94 16117,32 15013,77 14077,93 14030,31 28147,97 28379,49 26183,50 25586,68 25244,12

Na23 17158,62 17942,77 17717,95 18123,07 18158,80 16272,30 17654,42 16704,05 16469,34 16375,38 18942,13 20388,02 18963,07 18570,93 18564,85

Mg24 587,62 2660,23 2402,02 2319,68 2229,46 2111,12 2147,70 2120,09 1037,13 1072,81 1381,89 1387,30 1257,01 1189,46 828,15

Si29 158929,41 158929,42 158929,42 158929,41 158929,41 158929,42 158929,41 158929,39 158929,41 158929,41 158929,41 158929,41 158929,41 158929,39 158929,39

P31 112,90 95,44 101,88 183,43 125,72 125,45 124,76 82,45 99,94 78,73 45,64 110,18 74,03 60,39 63,52

Cl35 196,05 181,31 187,33 168,27 194,14 230,15 114,95 214,24 231,83 286,25 167,34 128,25 103,07 74,46 186,55

K39 400,37 282,42 282,32 429,33 378,33 298,27 296,12 315,10 323,68 342,35 140,78 175,47 127,54 108,67 145,58

Ca44 1292,24 663,75 431,49 688,07 314,37 710,08 432,37 660,03 771,02 1061,82 1311,07 1362,38 1443,21 933,89 2347,65

Ti47 1580,86 2881,44 2302,84 2193,80 2160,70 2812,76 2354,35 2255,27 2523,39 2110,20 2020,99 2023,21 1896,02 1897,27 2059,31

Ti49 1607,53 2835,46 2227,41 2179,47 2104,89 2776,97 2287,61 2215,54 2549,32 2079,62 2116,19 2068,75 1990,57 1965,73 2127,71

V51 34,49 36,68 32,57 32,45 31,97 35,56 35,74 35,23 34,92 43,10 40,55 37,85 36,78 35,21 49,33

Cr52 12,19 12,42 80,85 11,28 48,87 79,36 135,31 61,74 70,87 11,06 62,82 91,26 76,57 79,17 50,67

Mn55 2655,76 3895,59 4159,52 4126,26 4144,30 3856,36 4268,67 4446,57 3502,02 3289,16 5110,85 5552,06 5592,29 5764,16 4539,51

Ni60 10,46 16,19 14,06 17,84 10,16 19,03 25,74 25,11 10,55 12,14 11,43 22,34 4,46 20,46 22,42

Cu63 b.d. 5,71 b.d. b.d. b.d. b.d. b.d. b.d. b.d. b.d. b.d. 3,16 b.d. 1,26 1,57

Zn66 280,17 290,70 288,85 277,60 283,81 244,83 261,59 253,49 223,02 237,74 344,06 373,05 353,14 353,56 375,34

Ga69 175,78 196,37 199,95 193,29 187,76 122,62 193,71 179,92 84,72 77,41 250,89 264,43 229,42 212,23 107,17

Sr88 828,06 126,38 128,11 131,19 131,57 185,88 141,20 135,69 362,48 626,18 83,08 98,26 99,18 103,09 454,23

Sn118 0,60 4,82 4,86 3,58 3,90 4,31 3,51 3,96 2,31 1,15 4,68 4,34 3,77 3,19 1,23

Pb206 12,85 8,71 9,34 8,93 9,24 11,09 7,99 7,94 10,02 8,54 9,15 9,52 8,56 8,80 12,17

Pb208 13,70 9,71 9,57 9,74 10,08 12,71 11,08 9,99 13,76 11,37 12,58 13,44 13,22 13,79 18,96

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FICHA DE APROVAÇÃO