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i
GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA U/Pb EM MONAZITA
DOS PEGMATITOS NO SUL DO ESPÍRITO SANTO
ii
iii
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Reitor
Profª. Cláudia Aparecida Marliére de Lima
Vice-Reitor
Prof. Hermínio Arias Nalini Júnior
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Prof. Sérgio Francisco de Aquino
ESCOLA DE MINAS
Diretor
Prof. Issamu Endo
Vice-Diretor
Prof. José Geraldo Arantes de Azevedo Brito
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
Chefe
Prof. Luís Antônio Rosa Seixas
iv
EV O LU Ç Ã O CR U S TA L E R EC U R S O S N A TU R A IS
v
CONTRIBUIÇÕES ÀS CIÊNCIAS DA TERRA – VOL. 378
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA U/Pb EM MONAZITA DOS
PEGMATITOS NO SUL DO ESPÍRITO SANTO
Flávia Compassi da Costa
Orientador
Dr. Ricardo Augusto Scholz Cipriano
Co-orientador
Dr. Rodson de Abreu Marques (DEGEO – UFES)
Defesa de projeto apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos
Naturais do Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto
como requisito parcial à obtenção do Título de Mestre Ciência Naturais, Área de Concentração:
Tectônica, Petrogênese e Recursos Minerais.
OURO PRETO
2018
vi
Universidade Federal de Ouro Preto – http://www.ufop.br
Escola de Minas - http://www.em.ufop.br
Departamento de Geologia - http://www.degeo.ufop.br/
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais
Campus Morro do Cruzeiro s/nº - Bauxita
35.400-000 Ouro Preto, Minas Gerais
Tel. (31) 3559-1600, Fax: (31) 3559-1606 e-mail: [email protected]
Os direitos de tradução e reprodução são reservados.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser gravada, armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada ou
reproduzida por meios mecânicos ou eletrônicos ou utilizada sem a observância das normas de direito autoral.
Catalogação: www.sisbin.ufop.br
C837g Costa, Flavia Compassi da.
Geoquímica e geocronologia U/Pb em monazita dos pegmatitos no sul do
Espírito Santo [manuscrito] / Flavia Compassi da Costa. - 2018.
81f.: il.: color; grafs; tabs; mapas. (M)
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Augusto Scholz Cipriano.
Coorientador: Prof. Dr. Rodson de Abreu Marques.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de
Minas. Departamento de Geologia. Programa de Pós-Graduação em Evolução
Crustal e Recursos Naturais.
Área de Concentração: Tectônica, Petrogênese e Recursos Minerais - TPRM.
1. Pegmatitos. 2. Geoquímica. 3. Geocronologia. I. Cipriano, Ricardo
Augusto Scholz. II. Marques, Rodson de Abreu. III. Universidade Federal de
Ouro Preto. IV. Titulo.
CDU: 550.4:553.063
vii
Agradecimentos
À minha família e amigos por todo apoio e incentivo.
Aos meus orientadores Ricardo Scholz e Rodson de Abreu Marques pela oportunidade, apoio,
confiança e ensinamentos.
Aos docentes do Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais do
Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, pelas
contribuições.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de
mestrado e à Universidade Federal de Ouro Preto pelo ensino e oportunidade.
À FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, pelo apoio
financeiro concedido através do Projeto de Pesquisa APQ-01448-15 Desenvolvimento de padrões para
geocronologia pelo método U/Pb para Laser Ablation Coupled Plasma Mass Spectrometry (LA-ICP-
MS).
Ao Laboratório de Microanálises do DEGEO/EM - Laboratório integrante da RMIc, Rede de
Microscopia e Microanálises de Minas Gerais - FAPEMIG, pelos dados químicos gerados.
Ao Laboratório de Geoquímica Isotópica (LOPAG) do DEGEO/EM, pelos dados químicos e
geocronológicos gerados.
viii
ix
Sumário
AGRADECIMENTOS ...................................................................................................................... VII
SUMÁRIO ........................................................................................................................................... IX
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................................................... XI
LISTA DE TABELAS ...................................................................................................................... XIII
RESUMO ............................................................................................................................................ XV
ABSTRACT ..................................................................................................................................... XVII
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1
1.1. APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................... 1
1.2. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO ........................................................................................ 2
1.3. OBJETIVOS .................................................................................................................................... 5
1.4. METODOLOGIA............................................................................................................................ 5
1.4.1. Levantamento Bibliográfico .......................................................................................... 5
1.4.2. Trabalho de Campo ........................................................................................................ 5
1.4.3. Preparação de Amostras ................................................................................................. 6
1.4.4. Caracterização Petrográfica ........................................................................................... 6
1.4.5. Caracterização Química ................................................................................................. 6
Imageamento backscattered electrons (BSE) ..................................................................... 6
Microssonda Eletrônica...................................................................................................... 7
Ablação a laser - Espectrometria de massa acoplada indutivamente do tipo Quadrupolo
(LA-Q-ICP-MS) ................................................................................................................ 11
Ablação a laser - Espectrometria de massa acoplada indutivamente do tipo Sector Field
(LA-SF-ICP-MS) ............................................................................................................... 11
1.4.6. Elaboração da Dissertação/Artigo Científico ............................................................... 11
CAPÍTULO 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 13
2.1. PEGMATITOS .............................................................................................................................. 13
2.1.1. Classificação de pegmatitos ......................................................................................... 13
Corpos Pegmatíticos: Forma, Dimensões, Atitude .......................................................... 13
Mineralogia e Estrutura Interna ...................................................................................... 14
Composição Mineralógica Global ................................................................................... 15
Anatomia Interna do Corpos Pegmatíticos ...................................................................... 15
Mineralogia ...................................................................................................................... 17
Geoquímica ....................................................................................................................... 18
2.1.2. Gênese .......................................................................................................................... 20
2.2. PROVÍNCIA PEGMATITICA ORIENTAL DO BRASIL .......................................................... 21
2.3. GEOQUÍMICA ............................................................................................................................. 25
2.3.1. Micas ............................................................................................................................ 25
x
2.3.2. Feldspatos ..................................................................................................................... 26
2.3.3. Berilos .......................................................................................................................... 27
2.3.4. Turmalinas ................................................................................................................... 27
2.4. GEOCRONOLOGIA ..................................................................................................................... 28
CAPÍTULO 3 CONTEXTO GEOLÓGICO ..................................................................................... 29
3.1. ORÓGENO ARAÇUAÍ ................................................................................................................. 29
3.1.1. Contexto Geológico do Pegmatito São Domingos (SD) .............................................. 31
3.1.2. Contexto Geológico do Pegmatito Fazenda Concórdia (FC) ....................................... 32
CAPÍTULO 4 ....................................................................................................................................... 40
GEOQUÍMICA MIMERAL E GEOCRONOLOGIA U/PB EM MONAZITAS DOS
PEGMATITOS DO SUL DO ES ....................................................................................................... 40
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 41
4.2 CONTEXTO GEOLÓGICO .......................................................................................................... 43
4.3 PROVÍNCIA PEGMATÍTICA ORIENTAL DO BRASIL ........................................................... 45
4.4 METODOLOGIA .......................................................................................................................... 45
4.4.1. Imageamento backscattered electrons (bse) ................................................................. 46
4.4.2. Microssonda Eletrônica ................................................................................................ 46
4.4.3. Ablação a Laser - Espectrometria de Massa Acoplada Indutivamente do Tipo
Quadrupolo (LA-Q-ICP-MS) ...................................................................................................... 46
4.4.4. Ablação a Laser - Espectrometria de Massa Acoplada Indutivamente do Tipo Sector
Field (LA-SF-ICP-MS) ............................................................................................................... 47
4.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 47
4.5.1. Geoquímica do Feldspato ............................................................................................. 50
4.5.2. Geoquímica do Berilo .................................................................................................. 52
4.5.3. Geoquímica da Turmalina ............................................................................................ 55
4.5.4. Geoquímica das Micas ................................................................................................. 57
4.5.5. Geocronologia U-Pb ..................................................................................................... 58
4.6 CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 59
CAPÍTULO 5. CONCLUSÃO............................................................................................................ 61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 65
APÊNDICE .......................................................................................................................................... 71
FICHA DE APROVAÇÃO ................................................................................................................. 81
xi
Lista de Ilustrações
Figura 1. 1- Mapa com a localização dos registros de pegmatitos, o distrito pegmatítico Espírito
Santo, em verde (Pedrosa-Soares et al. 2011) e os campos pegmatíticos proposto por este trabalho,
no estado do Espírito Santo, em preto, com os respectivos campos. ................................................. 3
Figura 1. 2- Vias de acesso aos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) e São Domingos (SD), partindo
de Belo Horizonte ou Ouro Preto. ...................................................................................................... 4
Figura 2. 1- Idealização generalizada de um pegmatito zonado, modificado de Camerom (1949). ..... 17
Figura 2. 2- Mapa de localização da Província Pegmatítica Oriental do Brasil, reunindo os limites
propostos por Paiva 1946, Putzer 1976 e Schobbenhaus et al. 1981 e 1984, com a localização dos
distrito pegmatíticos descritos por Pedrosa-Soares et al. (2011). .................................................... 22
Figura 3. 1- Mapa tectônico do Orógeno Araçuaí (Heilbron et al. 2004). ............................................ 30
Figura 3. 2- Localização dos maciços graníticos do Espírito Santo, sendo a área em vermelho o
enforque do referente trabalho (Meneses & Paradella 1978). .......................................................... 34
Figura 3. 3- Mapa geológico da área foco do estudo confeccionado no Projeto Mimoso do Sul,
modificado a partir de Souza (1981) (escala atual 1:100.000). ........................................................ 35
Figura 3. 4- Mapa Geológico do Complexo Intrusivo Mimoso do Sul (Ludka 1991; Ludka 1997;
Wiedemann et al. 1995; Campos et al. 2004). ................................................................................. 37
Figura 3. 5- Mapa geológico (1:50.000) realizado por Bronze (2014). ................................................ 38
Figura 4. 1- Província Pegmatítica Oriental (reunindo os limites propostos por Paiva 1946; Putzer
1976 e Schobbenhaus et al. 1984); os distritos pegmatíticos (Pedrosa-Soares et al. 2011); o distrito
pegmatítico proposto por este trabalho, no estado do Espírito Santo; a localização dos registros de
pegmatitos do ES. ............................................................................................................................ 42
Figura 4. 2- Contexto geológico da região estudada, em escala 1:150.000, localizada no extremo
sudeste da Província Pegmatítica Oriental do Brasil e na faixa Araçuaí, no sul do Espirito Santo
(compilação dos dados do (Incaper, 2007) e folha Espirito Santo (Vieira & Menezes, 2015). ....... 44
Figura 4. 3- Área de exposição do pegmatito São Domingos. A) Região de localização do pegmatito
dentro dos limites da fazenda São Domingos. B) Vista do pegmatito pela estrada de acesso. ........ 48
Figura 4. 4- Área de exposição do pegmatito Fazenda Concórdia. A) zona do quartzo; B) Zoneamento
em uma parede do pegmatito, mostrando contato com a rocha encaixante (1), (2, 2A) Zona
Intermediária, (3) Zona marginal; C) Área com intenso processo de caulinização. ........................ 49
Figura 4. 5- A) Diagrama Or:Ab:Na para classificação dos feldspatos proposto por Klein & Hurlbut
Jr. (2010) e isotermas de Deer et al. (2000) com os campos de estabilidade dos diferentes tipos de
feldspatos. Área em cinza: não tem presença de feldspato; área em azul: feldspato estável em
baixas temperaturas; área em roxo: feldspato estável em altas temperaturas. B) Distribuição de Rb
x Ba nos feldspatos dos pegmatitos FC e SD. .................................................................................. 50
Figura 4. 6- Análise dos feldspatos dos pegmatitos FC e SD. A) Diagrama K/Rb x Rb. B) Diagrama
K/Rb x Cs (Morteani & Gaupp 1989). ............................................................................................. 51
Figura 4. 7- Imagens dos cristais de feldspatos analisados por microssonda eletrônica. ...................... 52
xii
Figura 4. 8- A) Diagrama de Trueman & Černý (1982) dos berilos do pegmatito FC. B) Gráfico
binário Mn x Cs; C) Gráfico binário Li x Cs; D) Gráfico binário Na/Li x Cs+Rb e E) Gráfico
binário Li x Be. ................................................................................................................................ 54
Figura 4. 9- Mapa composicional da turmalina analisada. ................................................................... 55
Figura 4. 10- Diagrama para a turmalina analisada. A) Diagrama ternário Ca-Vac.(x)-(Na+K),
segundo a classificação de Hawthorne & Henry (1999). B) Diagrama ternário Fe2+-Mg-
[Al(Y)+Li], em apfu para a turmalina analisada, conforme Dietrich (1985). C) Diagrama
Ca/(Ca+Na)xFe/(Fe+Mg), em apfu, Williamsom et al. (2000). Vac.=vacância (x). ...................... 56
Figura 4. 11- A) Diagrama ternário flogopita-muscovita-anita para classificar as micas segundo Černý
& Burt (1984). B) Diagrama K/Rb x Rb. c) Diagrama K/Rb x Ba, de acordo com Černý &. Burt
(1984). D) Diagrama K/Rb x Zn, Černý & Burt (1984). BCT (Tipo berilo-columbita); LT-MOZ
(Tipo lepidolita-Moçambique); MSC (Tipo muscovita); LT-MNG (Tipo lepidolita-Mongólia);
Anorogênico-MOZ (anorogênico-Moçambique); LT (Tipo lepidolita). ......................................... 58
Figura 4. 12- Diagrama de idade concórdia para as monazitas. ........................................................... 59
xiii
Lista de Tabelas
Tabela 1. 1- Padronização das análises de berilos, feldspatos e turmalina na microssonda eletrônica. .. 8
Tabela 1. 2- Padronização das análises de micas na microssonda eletrônica. ......................................... 9
Tabela 1. 3- Padronização das análises das monazitas na microssonda eletrônica. .............................. 10
Tabela 2. 1- Associações mineralógicas encontradas nas zonas pegmatíticas, segundo Carmeron et al.
(1949). .............................................................................................................................................. 18
Tabela 2. 2- Subdivisão Principal e Características das Cinco Classes de Pegmatitos Graníticos Černý
& Ercit (2005). ................................................................................................................................. 19
Tabela 2. 3- Distritos pegmatíticos da PPOB no orógeno Araçuaí (Pedrosa-Soares et al. 2009). ........ 23
xiv
xv
Resumo
A área de estudo está inserida no contexto geotectônico do limite entre as faixas Ribeira e Araçuaí,
dentro da Província Pegmatítica Oriental do Brasil, ao sul do Espírito Santo. O objetivo principal deste
trabalho é o estudo dos pegmatitos, a partir de aspectos geoquímicos, para caracterizar a evolução
desses corpos, sua potencialidade econômica e provável gênese. Analisou-se a mineralogia dos
pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) localizado no município de Mimoso do Sul e do pegmatito São
Domingos (SD) localizado no município de Muqui. As técnicas analíticas empregadas foram
microssonda eletrônica (para a composição química dos feldspato, muscovita, turmalina, berilo e
monazita); LA-Q-ICP-MS (para a caracterização dos elementos traços dos minerais citados) e LA-SF-
ICP-MS (para a obtenção das idades pela razão U/Pb, em grãos de monazita). O pegmatito Fazenda
Concórdia apresenta zonalidade irregular com base no sistema de classificação de estruturas de
proposto por Cameron et al. (1949), contém feldspato potássico, quartzo, muscovita, água-marinha,
topázio e turmalina, não apresentam controle estrutural. O pegmatito São Domingos possui uma
zonalidade menos evidente, quando observa-se uma zonação e compara-se com o pegmatito Fazenda
Concórdia, e sua mineralogia é basicamente composta por feldspato potássico, quartzo e muscovita.
Com base na geoquímica foi possível perceber que esses corpos apresentam um trend de evolução em
que o pegmatito São Domingos é menos evoluído que o pegmatito Fazenda Concórdia e quando
comparado com pegmatitos de outros distritos da Província Pegmatítica Oriental do Brasil fica
evidente que estes corpos são das primeiras fases do processo de fracionamento do pegmatito. Com
relação à datação de monazita, a idade foi de 610.0±4.2 Ma, podendo indicar que a monazita pode ser
oriunda da rocha encaixante que foi incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este
pegmatito seria de origem pré-colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.
Palavras-chave: Pegmatito, Espírito Santo, Mimoso do Sul, Muqui, Geoquímica, Geocronologia
xvi
xvii
Abstract
The study area is inserted in the geotectonic context of the boundary between the Ribeira and Araçuaí
belt, within the Eastern Pegmatitic Province of Brazil, south of Espírito Santo. The main objective of
this work is the study of the pegmatites, from geochemical aspects, to characterize the evolution of
these bodies, their economic potentiality and probable genesis. The mineralogy of the pegmatites
Fazenda Concórdia (FC) located in the municipality of Mimoso do Sul and the pegmatite São
Domingos (SD) located in the municipality of Muqui was analyzed. The analytical techniques
employed were electron microprobe (for the chemical composition of feldspar, muscovite, tourmaline,
beryl and monazite) LA-Q-ICP-MS (for the characterization of trace elements of the mentioned
minerals) and LA-SF-ICP-MS (to obtain ages for U/Pb ratio in monazite grains). The pegmatite
Fazenda Concórdia presents irregular zonality based on the classification system proposed by
Cameron et al. (1949), contains potassium feldspar, quartz, muscovite, aquamarine, topaz and
tourmaline, don’t present structural control. The São Domingos pegmatite has a less evident zonality,
when one observes a zonation and compares with the pegmatite Fazenda Concordia and its mineralogy
is composed of k-feldspar, quartz and muscovite. Based on geochemistry it was possible to perceive
that these bodies present a trend of evolution in that the São Domingos pegmatite is less fractioned
than the pegmatite Fazenda Concórdia and when compared to pegmatites from other districts of the
Eastern Pegmatitic Province of Brazil it is evident that these bodies are the first stages of the pegmatite
fractionation process.. In relation to the monazite dating, the age was 610.0 ± 4.2 Ma, indicating that
monazite may originate from the nesting rock that was incorporated into the pegmatite during its
crystallization, or this pegmatite would be of precollision origin, which would explain the low degree
of evolution of these pegmatites.
Keyword: Pegmatite, Espírito Santo, Mimoso do Sul, Muqui, Geochemistry, Geochronology
xviii
CAPÍTULO 1.
INTRODUÇÃO
1.1. APRESENTAÇÃO
O Brasil representa uma importante fonte mundial de metais raros (ex. berílio, lítio e tântalo),
que são explorados principalmente na Província Pegmatítica Oriental do Brasil (PPOB) (Correia
Neves et al. 1986). Essa província localiza-se na região nordeste de Minas Gerais, Sul da Bahia, oeste
do Espírito Santo e noroeste do Rio de Janeiro.
Uma das principais preocupações ao se descobrir um pegmatito, é saber se, além dos minerais
essenciais, existem outros de importância econômica. Desta maneira, é fundamental um bom
conhecimento das características geoquímicas dos minerais como as micas, turmalinas, feldspatos e
berilos. As micas e feldspatos são um dos minerais mais importantes nos pegmatitos, devido a sua
variabilidade química e ocorrência em diversas zonas dos pegmatitos. Com a geoquímica desses
minerais é possível saber se o pegmatito possui mineralizações importantes, independentes de serem
homogêneos, heterogêneos, simples e/ou complexos.
De acordo com Pedrosa-Soares et al. (2011) no Orógeno Araçuaí, a PPOB pode ser
subdividida em onze distritos pegmatíticos: Araçuaí, Ataléia, Conselheiro Pena, Espera Feliz, Padre
Paraíso, Pedra Azul, São José da Safira, Caratinga, Malacacheta, Santa Maria de Itabira e Espírito
Santo.
Com relação ao distrito pegmatítico Espírito Santo, a garimpagem de pedras preciosas no
estado do Espírito Santo é relatada como iniciada efetivamente em meados do século passado, com
descobertas ao acaso de água-marinha, crisoberilo e quartzo hialino, entre outros, principalmente por
agricultores avizinhados às ocorrências. O apogeu do garimpo ocorreu entre as décadas de 1960 e
1980, e foi declinando nos anos seguintes presumivelmente devido ao esgotamento do minério mais
rico, subaflorante e de mais fácil extração. No início da década de 1990 a atividade garimpeira já era
descrita como bastante reduzida, com vários garimpos abandonados ou explotados esporadicamente
(Tuller 1993). Segundo registros históricos, o garimpo do Córrego Pratinha a sul da cidade de Pancas
chegou a reunir mais de 2.000 garimpeiros na década de 1960, sendo o responsável pela descoberta
das maiores pedras de água-marinha que se tem notícia no estado, como as gemas “Marta Rocha” com
25 kg encontrada na década de 1950, e “Xuxa”, extraída em 1988, pesando 20 kg (Vieira & Menezes
2015).
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
2
Embora o Espírito Santo possua um arcabouço geológico que é marcado por inúmeras
intrusões graníticas, na literatura geológica do estado existem poucos registros de trabalhos sobre
pegmatitos, o que ocorrem são relatos históricos e citações em trabalhos de mapeamento geológico
efetuados pela CPRM na década de 90. Apesar do todo renome dessa província, o território capixaba
carece de estudos no que diz respeito geologia dos pegmatitos.
Em relação ao estudo de pegmatitos, o estado do Espírito Santo (ES) ainda é defasado nesse
tipo de conhecimento. Nesta dissertação são apresentados estudos geoquímicos de micas, feldspatos,
turmalinas e berilos e a geocronologia U/Pb em monazita para poder conhecer melhor esses
pegmatitos do sul do ES.
Na Figura 1.1 está representado o limite do distrito pegmatítico Espírito Santo (em vermelho),
de acordo com Pedrosa-Soares et al. (2011) e o distrito pegmatítico Espírito Santo (em preto) proposto
por este trabalho, sendo composto por três campos pegmatíticos, segundo Benitez et al. (2012). Ao
norte do estado encontra-se o Campo Pegmatítico Norte que é centralizado na cidade de Pancas, que
foi um importante produtor de água-marinha e crisoberilo. Na região central do estado encontra-se o
Campo Central que inclui as regiões de Aracruz (importante depósito de escapolita) e Santa Tereza
(diversas ocorrências de andaluzita e água-marinha) e no sul temos o Campo Sul que é caracterizado
pela ocorrência de topázio e água-marinha, nas imediações de Mimoso do Sul, Muqui e Alegre. Os
pegmatitos do estudo são o Pegmatito Fazenda Concórdia (FC) e o pegmatito São Domingos (SD),
localizados no campo pegmatítico Sul, próximo as cidades de Mimoso do Sul.
1.2. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO
A área está localizada na região sudeste do Brasil, na porção sul do estado do Espírito Santo,
próximo à divisa com o estado do Rio de Janeiro. Os pegmatitos estudados são o pegmatito Fazenda
Concórdia (FC) e São Domingos (SD) que estão inseridos na Província Pegmatítica Oriental do Brasil
(PPOB), no distrito pegmatítico Espírito Santo.
O acesso à área, a partir de Belo Horizonte até Ouro Preto via BR-356, seguindo pela MG-329
até a interseção com a BR-262 até Manhuaçu. No trevo de Reduto, região de Manhuaçu, acessar a
MG-111 para Manhumirim e indo até Jerônimo Monteiro via BR-482. De Jerônimo Monteiro segue-se
a ES-177 até Muqui e Mimoso do Sul. Partindo de Mimoso do Sul utiliza-se a ES-391 sentindo Santo
Antônio de Muqui para acesso ao pegmatito SD e para São Pedro de Itabapoana para o pegmatito FC
(Figura 1.2).
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
3
Figura 1. 1- Mapa com a localização dos registros de pegmatitos, o distrito pegmatítico Espírito Santo, em verde
(Pedrosa-Soares et al. 2011) e os campos pegmatíticos proposto por este trabalho, no estado do Espírito Santo,
em preto, com os respectivos campos.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
4
Figura 1. 2- Vias de acesso aos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) e São Domingos (SD), partindo de Belo
Horizonte ou Ouro Preto.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
5
1.3. OBJETIVOS
O objetivo principal deste trabalho é apresentar um estudo dos pegmatitos Fazenda Concórdia
(FC) e São Domingos (SD), no Sul do ES, a partir do estudo de geoquímica mineral (micas,
feldspatos, turmalinas e berilos) e geocronologia U/Pb em monazitas. O foco principal está nos
aspectos mineralógicos, geoquímicos e genéticos, para investigar a origem e a evolução desses corpos
com sua provável gênese e sua potencialidade econômica.
Dentre os objetivos específicos, tem-se a caracterização química de micas, feldspatos,
turmalinas e berilos a partir de concentrações de elementos maiores, menores e traços por meio de
microssonda eletrônica e LA-Q-ICP-MS. Além disso, definir a idades de colocação desses corpos, a
partir de análises em monazita utilizando a técnica U/Pb LA-SF-ICP-MS. E com isso poder avaliar seu
potencial econômico.
1.4. METODOLOGIA
1.4.1. Levantamento Bibliográfico
Ao longo desta etapa, buscou-se obter informações sobre a geologia da área de estudo e seu
entorno. Levantamento sobre a Província Pegmatítica Oriental e sobre os pegmatitos que se encontram
inseridos nesta província. Além do levantamento bibliográfico no que se refere aos pegmatitos do
Espírito Santo. Assim como trabalhos sobre interpretação geoquímica de micas, feldspatos, turmalinas
e berilos.
Além de compilação de mapas para a confecção de um mapa de escala 1: 50.000 em ambiente
de SIG (Sistema de Informação Geográfica), a fim de nortear a etapa de campo, ainda foi realizada a
fotointerpretação de estradas, trilhas, afloramentos além da compilação de dados cartográficos de
mapeamentos já realizados na região a partir de projetos supracitados, como as folhas Espírito Santo,
Cachoeiro de Itapemirim e Mimoso do Sul.
Os aspectos relacionados a mineralogia, geoquímica mineral e contexto geológico encontram-
se apresentados nos Capítulos 2 e 3.
1.4.2. Trabalho de Campo
Foram realizados 4 dias de campo (14 a 17 de março de 2017), com participação dos
professores Ricardo Augusto Scholz Cipriano (DEGEO/UFOP orientador), Rodson de Abreu Marques
(DEGEO/UFES co-orientador) e Paulo Dias Ferreira Júnior (DEGEM/UFES) durante os quais houve a
descrição petrográfica dos pegmatitos, avaliar as características físicas dos pegmatitos, como atitude,
forma, tamanho e estrutura interna e coleta de amostras para análises laboratoriais.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
6
Não foi possível coletar as amostras (berilo, turmalina) baseadas em seu zoneamento, estas
foram coletadas na área de seleção do garimpos.
Após a etapa de campo, todas as amostras coletadas foram devidamente fotografadas e
descritas, observando-se suas características mineralógicas, estruturais, texturais, para sua
classificação petrográfica.
1.4.3. Preparação de Amostras
Foram selecionadas 12 cristais de feldspatos, 8 cristais de micas, 4 cristais de berilo, 1 cristal
de turmalina e 3 cristais de monazita, considerando sua potencialidade para análises geoquímicas, ou
seja, isentos de alterações.
Estes cristais foram agrupados em uma placa de acrílico coberta com fita dupla face com um
molde plástico de 2,5 cm de diâmetro. Os cristais de micas, antes de serem colocados na placa, foram
embebidos em resina, para evitar que suas folhas se soltasse durante o embutimento e polimento da
pastilha. Após a colocação dos fragmentos de minerais nas pastilhas, é adicionado uma mistura de
resina com endurecedor (marca Specifix), na proporção de 3:1 em volume, dentro do molde para
finalizar a confecção das pastilhas. Posteriormente teve um tempo de espera de 24 a 48 horas para cura
das pastilhas. Em seguida foram lixadas e polidas em uma politriz modelo D9 da marca Panambra
com a utilização de pasta diamantada de 0,3 μm da marca Buëhler, de forma que o centro dos
fragmentos ficassem expostos.
Para as análises de imageamento por elétrons retroespalhados e microssonda eletrônica as
pastilhas foram metalizadas e recobertas com 250-300 Å de carbono. E para as análises no LA-ICP-
MS, estas foram limpas com C3H6O (acetona) para a retirada da metalização e eliminar possíveis
superfícies de contaminação.
1.4.4. Caracterização Petrográfica
Esta etapa consistiu na descrição de lâminas delgadas polidas no Laboratório de Microscopia
Ótica do DEGEO/UFOP. Foram realizadas 8 lâminas, que forão feitas nas amostras de granulação
mais finas do pegmatito e da encaixante, a fim de se obter as informações mineralógico-texturais, para
auxiliar as descrições macroscópicas.
1.4.5. Caracterização Química
Imageamento backscattered electrons (BSE)
Os fragmentos de monazita foram imageados para verificar suas variações composicionais
internas, utilizando imageamento por elétrons retroespalhados (BSE - backscattered electrons) com um
microscópio de varredura (MEV) modelo JEOL JSM 6510, que utiliza 20 kV de voltagem de
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
7
aceleração. As imagens foram geradas no Laboratório de Microscopia e Microanálises do
DEGEO/EM – Laboratório integrante da RMIc, Rede de Microscopia e Microanálises de Minas
Gerais – FAPEMIG, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
Microssonda Eletrônica
A microssonda eletrônica constitui um método de análise pontual, não destrutivo e por isso
muito utilizado, que permite a caracterização química tanto qualitativa quanto quantitativa. Além da
geração de um grande número de análises em curto espaço de tempo.
Foram realizadas análises em monazitas, feldspatos, berilos, micas e turmalina por
microssonda eletrônica para caracterização da composição química, através da determinação de
elementos maiores e menores. Foi gerado o mapa composicional dos elementos Fe e Mn da turmalina.
As análises foram realizadas no Laboratório de Microscopia e Microanálises do DEGEO/EM da
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), utilizando uma microssonda da marca JEOL, modelo
JXA-8230, através de espectrometria por dispersão de comprimento de onda (WDS).
As condições analíticas empregadas para análises de feldspatos, berilo, topázio e turmalina
foram uma voltagem de aceleração de 15 kV, corrente do feixe de 20 nA e 5 μm de diâmetro do feixe.
Para as micas foram voltagem de aceleração de 15 kV, e corrente do feixe de 20 nA e 2 μm de
diâmetro do feixe. E para as monazitas: voltagem de aceleração de 20 kV, e corrente do feixe de 200
nA e 10 μm de diâmetro do feixe. Os dados foram regredidos utilizando a matriz comum de correção
ZAF (Z = número atômico, A = probabilidade de absorção e F = fluorescência de raios X). Em
nenhuma das espécies minerais foram medidos os valores de B, Li e H devido à limitação do método.
Para os procedimentos de calibração dos feldspatos, berilos e turmalina, os seguintes materiais
foram utilizados: Na2O (Anortoclásio), F(CaF2), SiO2 (Quartzo), Al2O3 (Coríndon), MgO (Olivina),
BaO (BaSO4), FeO (Magnetita), Cl (Escapolita - Meionita), TiO2 (Rutilo), Cr2O3 (Cromita), SrO
(Estroncianita), CaO (Flúor-Apatita), K2O (Microclina), MnO (MnO2). Assim as análises de berilo
fecharam entre 82,8 a 99,2% em peso, turmalina 84,4 a 86,4% em peso, e feldspatos 96,5 a 102,1% em
peso. Tabela 1.1 com as condições de padronização para as análises de feldspatos, berilos e turmalina.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
8
Tabela 1. 1- Padronização das análises de berilos, feldspatos e turmalina na microssonda eletrônica.
Elemento Linha
(Raio X)
Cristal no
espectrômetro Canal Padrão
Contagem de tempo
(peaks/background)
Na Kα TAPH 1 Anortoclásio 10/5 (s)
F Kα TAPH 1 CaF2 10/5 (s)
Si Kα TAP 2 Quartzo 10/5 (s)
Al Kα TAP 2 Coríndon 10/5 (s)
Mg Kα TAP 2 Olivina 10/5 (s)
Ba Lα PETH 3 BaSO4 10/5 (s)
Fe Kα LIFH 3 Magnetita 10/5 (s)
Cl Kα PETH 3 Escapolita - Meionita 30/15 (s)
Ti Kα PETJ 4 Rutilo 10/5 (s)
Cr Kα LIF 4 Cromita 10/5 (s)
Sr Lα PETJ 4 Estroncianita 10/5 (s)
Ca Kα PETL 5 Flúor-Apatita 10/5 (s)
K Kα PETL 5 Microclina 10/5 (s)
Mn Kα LIFL 5 MnO2 10/5 (s)
Para os procedimentos de calibração das micas: Na2O (Anortoclásio), F(CaF2), SiO2
(Quartzo), Al2O3 (Coríndon), MgO (Olivine), BaO (BaSO4), ZnO (Gahnita), FeO (Magnetita), Cl
(Escapolita - Meionita), TiO2 (Rutilo), Cr2O3 (Cromita), SrO (Estroncianita), CaO (Flúor-Apatita),
K2O (Microclina), MnO (MnO2). Fechando em 91,3 a 95,5% em peso. Tabela 1.2 com as condições de
padronização para as análises de micas.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
9
Tabela 1. 2- Padronização das análises de micas na microssonda eletrônica.
Elemento Linha
(Raio X)
Cristal no
espectrômetro Canal Padrão
Contagem de tempo
(peaks/background)
Na Kα TAPH 1 Anortoclásio 10/5 (s)
F Kα TAPH 1 CaF2 10/5 (s)
Si Kα TAP 2 Quartzo 10/5 (s)
Al Kα TAP 2 Coríndon 10/5 (s)
Mg Kα TAP 2 Olivina 10/5 (s)
Ba Lα PETH 3 BaSO4 10/5 (s)
Zn Kα LIFH 3 Gahnita 10/5 (s)
Fe Kα LIFH 3 Magnetita 10/5 (s)
Cl Kα PETH 3 Escapolita - Meionita 30/15 (s)
Cr Kα LIFH 3 Cromita 10/5 (s)
Sr Lα PETJ 4 Estroncianita 10/5 (s)
Ti Kα PETL 5 Rutilo 10/5 (s)
K Kα PETL 5 Microclina 10/5 (s)
Mn Kα LIFL 5 MnO2 10/5 (s)
Ca Kα PETL 5 Flúor-Apatita 10/5 (s)
Para os procedimentos de calibração das monazitas: Y2O3 (YPO4), SiO2 (Quartzo), UO2 (U-
Glass), PbO (Lead-Sulphide-PbS), CaO (Flúor-Apatita), ThO2 (Monazita-MADMON), P2O5 (ScPO4),
Gd2O3 (GdPO4), Sm2O3 (SmPO4), Nd2O3 (NdPO4), Pr2O3 (PrPO4), Ce2O3 (Monazita-MADMON),
La2O3 (Monazita-MADMON). As análises em monazita, em gereal, tiveram totais variando de 98.119
a 100.088% em peso. Tabela 1.3 com as condições de padronização para as análises de monazitas.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
10
Tabela 1. 3- Padronização das análises das monazitas na microssonda eletrônica.
Elemento Linha
(Raio X)
Cristal no
espectrômetro Canal Padrão
Contagem de tempo
(peaks/background)
Y Lα TAP 2 YPO4 30/15 (s)
Si Kα TAP 2 Quartzo 20/10 (s)
U Mb PETH 3 U_Glass 100/50 (s)
Pb Ma PETH 3 Lead_Sulphide(PbS) 100/50 (s)
Ca Kα PETJ 4 Flúor-Apatita 30/15 (s)
Th Lb PETJ 4 Monazita-MADMON 30/15 (s)
P Lb PETJ 4 ScPO4 10/5 (s)
Gd Lb LIFL 5 GdPO4 30/15 (s)
Sm Lb LIFL 5 SmPO4 30/15 (s)
Nd Lb LIFL 5 NdPO4 20/10 (s)
Pr Lb LIFL 5 PrPO4 30/15 (s)
Ce Lα LIFL 5 Monazita-MADMON 20/10 (s)
La Lα LIFL 5 Monazita-MADMON 20/10 (s)
Foram analisados de 6 a 20 pontos em cada cristal de feldspato, 20 pontos na turmalina, de 8 a
10 pontos nos berilos, de 9 a 17 pontos nas micas e de 6 a 8 pontos nas monazitas. A composição
química média dos óxidos corresponde à média aritmética dos vários pontos analisados de cada cristal
em relação ao mineral, apenas para comparação com outros pegmatitos da PPOB.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
11
Ablação a laser - Espectrometria de massa acoplada indutivamente do tipo
Quadrupolo (LA-Q-ICP-MS)
Este tipo de espectrômetro de massa utiliza um analisador de massa do tipo quadrupolo
(quadrupole – Q). Este foi utilizado para determinação dos elementos traço, utilizando-se um sistema
customizado New Wave Research/Merchantek UP-213 nm, com laser na frequência do quintopolo do
tipo Nd:YAG, acoplado a um ICP-MS Agilent 7700x com analisador de massas do tipo Quadrupolo.
Realizado no Laboratório de Geoquímica Isotópica (LOPAG) na Universidade Federal de Ouro Preto
As foram analisadas os seguintes elementos para turmalina 7Li, 11B, 23Na, 24Mg, 29Si, 31P, 35Cl,
39K, 44Ca, 47Ti, 49Ti, 51V, 52Cr, 55Mn, 60Ni, 63Cu, 66Zn, 69Ga, 88Sr, 118Sn, 206Pb, 208Pb. Para as micas 7Li,
11B, 9Be, 23Na, 24Mg, 29Si, 44Ca, 47Ti, 49Ti, 52Cr, 55Mn, 64Zn, 85Rb, 88Sr, 133Cs, 137Ba, 181Ta. Para os
feldspatos 11B, 24Mg, 29Si, 35Cl, 44Ca, 52Cr, 66Zn, 85Rb, 133Cs, 137Ba. Para os berilos 7Li, 9Be, 23Na, 24Mg,
29Si, 39K, 44Ca, 47Ti, 49Ti, 52Cr, 55Mn, 85Rb, 88Sr, 133Cs, 137Ba. As concentrações dos elemento foram
medidas com base no Si como referência interna, de acordo com médias obtidas para este composto
nas análises de microssonda, com uma média de 34% para turmalina, 45% para as micas, 60% para os
feldspatos e 65% para os berilos. O material de referência utilizado foi o BHVO, BCR, NIST610 e
NIST612. Foram analisados 15 pontos na turmalina, 10 pontos em cada amostra de berilo, de 6 a 15
pontos em cada amostra de feldspato e 10 pontos em cada amostra de mica.
Ablação a laser - Espectrometria de massa acoplada indutivamente do tipo Sector
Field (LA-SF-ICP-MS)
Para a obtenção das idades pela razão U/Pb nas monazitas, foi utilizando o Thermo-Finnigan
Element II, monocoletor setor magnético (SF) ICP-MS, acoplado a um laser CETAC UV Nd:YAG de
213 nm com célula de ablação Helix. Os dados foram adquiridos em modo peak jumping usando um
spot size de 15 µm. A datação U/Pb foi realizada no Laboratório de Geoquímica Isotópica (LOPAG)
na Universidade Federal de Ouro Preto.
1.4.6. Elaboração da Dissertação/Artigo Científico
Com base na compilação e interpretação dos dados obtidos pelas análises químicas, foi
elaborada esta dissertação de acordo com as normas do Programa de Pós-Graduação em Evolução
Crustal e Recursos Naturais da Universidade Federal de Ouro Preto.
O artigo foi submetido ao periódico Anuário do Instituto de Geociências de Qualis-CAPES
B1.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
12
CAPÍTULO 2.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. PEGMATITOS
O termo pegmatito foi utilizado pela primeira vez pelo mineralogista Haüy em 1801, para
designar as rochas apresentando intercrescimento geométrico de quartzo e feldspato, denominado de
granito gráfico (Mendes 1995). Haidinger (1845 in London 2008) e outros autores ampliaram o uso do
termo “pegmatito” para incluir segregações graníticas de granulações grossas e diques, contendo ou
não textura gráfica.
Segundo London (2008), o termo sofreu algumas alterações, chegando a definição atual de
que é uma rocha essencialmente ígnea, comumente de composição granítica, que se distingue de
outras rochas ígneas por sua granulação muito variável, ou por uma abundância de cristais com corpo
esquelético, gráfico ou hábitos euédrico. Ocorrem como corpos homogêneos ou zonados hospedado
em rochas ígneas e metamórficas. São conhecidos pela presença de excelentes minerais-gema, além
disso registram diferentes processos ígneos, fornecem informações sobre o comportamento e
contração de matais estratégicos e raros na crosta da terra, como Li, Sn, Ta, Nb, Be, Cs, Rb, Sc, Th, U
e ETR.
Existem diversas maneiras de se classificar os corpos pegmatíticos, as quais levam em
consideração vários aspectos, tais como: forma, tamanho, disposição em relação às encaixantes,
mineralogia, gênese, estrutura e textura interna. Geralmente, essas classificações agrupam dois ou
mais aspectos. Os corpos pegmatitos caracterizam-se por apresentarem uma grande variedade de
formas, dimensões, orientações e disposição segundo suas encaixantes.
2.1.1. Classificação de pegmatitos
Corpos Pegmatíticos: Forma, Dimensões, Atitude
Devido ao fato dos pegmatitos não aflorarem completamente, seu tamanho dificilmente é
conhecido. Seu comprimento pode variar desde de alguns centímetros, até 1500 m, enquanto as
espessuras variam de alguns centímetros a mais de 150 m (Correia Neves 1981).
Os pegmatitos encontram-se no interior e/ou ao redor de maciços graníticos. Geralmente
apresentam-se sob a forma de filões, pipes, diques e corpos de formas irregulares. Pegmatitos
encaixados em xistos, gnaisses e intrusões graníticas, geralmente são controladas pela ductibilidade
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
14
das encaixantes. As formas variam de tabular, que pode ser horizontal, vertical ou inclinada,
concordante ou não em relação às encaixantes; além de lenticulares; semelhante a veios; ramificadas
ou em massa irregulares; circulares ou elípticas (Černý 1991a). As atitudes podem variar de horizontal
a vertical, sendo concordantes ou não com a rocha encaixante.
Segundo Cameron et al. (1949) modificado por Issa Filho et al. (1980) podemos classificar as
dimensões dos pegmatitos em: muito pequeno (<0,5 m); pequeno (0,5 a 5 m); médio (5 a 15 m);
grande (15 a 50 m) e muito grande (>50 m). Quanto ao tamanho dos cristais, segundo a mesma
classificação, tem-se: textura muito fina: com cristais até 0,5 cm; textura fina (0,5 a 2 cm); textura
média (2 a 10 cm); textura grossa (10 a 30 cm); textura muito grossa (30 a 100 cm) e textura maciça
(cristais acima de 100 cm).
Mineralogia e Estrutura Interna
A classificação baseada na mineralogia e estrutura interna dos corpos pegmatíticos foi
elaborada por Fersman (1931) e sistematizada em estrutura zonada por Cameron et al. (1949). Os
pegmatitos foram classificados em:
simples ou homogêneos: que não são zonados, ou apresentam zoneamento difuso,
sendo que a espessura não ultrapassa 1 m, não apresentam corpos de substituição
tardios significativos. A mineralogia essencial é constituída por feldspato potássico,
quartzo e muscovita. Os minerais acessórios são a biotita, turmalina preta e granada, e
o berilo como acessório é raro. São pouco os casos em que esse tipo de pegmatito
tenha importância econômica. Os pegmatitos são lavrados, às vezes, para feldspato
e/ou micas e, em poucos casos, este tipo de pegmatito é explorado para minerais de
lítio;
complexo ou heterogêneos: apresentam complexidade estrutural e mineralógica, com
grande quantidade de corpos de substituição. Atingem espessuras superiores a 25 m e
comprimentos de centenas de metros. Sua forma é geralmente tabular ou lenticular,
sendo comum injeção de apófises nas encaixantes além de conter xenólitos. Podem ser
subclassificados em pegmatitos de lítio ou turmalina. Cada zona é tipificada por uma
assembléia mineralógica bem definida, ligada a uma textura particular. As zonas
foram divididas em quatro tipos principais: zona de borda ou marginal, zona mural,
zona intermediária e núcleo.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
15
Composição Mineralógica Global
A classificação baseada na composição mineralógica global dos pegmatitos foi proposta por
Landes (1933). Segundo Landes, os pegmatitos são distinguidos em: pegmatitos ácidos, pegmatitos
básicos e pegmatitos intermediários.
pegmatitos ácidos: Compreendem a maioria dos pegmatitos de interesse econômico,
sendo geralmente denominados de pegmatitos graníticos. Os principais minerais
constituintes são: quartzo, feldspatos alcalinos (microclína e/ou albita), micas
(muscovita e/ou biotita) e um número considerável de minerais raros de lítio, rubídio,
berílio, césio, nióbio, tântalo e terras raras;
pegmatitos básicos: São pegmatitos máficos de natureza ferromagnesiana, formados
por corpos lenticulares de olivina, piroxênio e plagioclásio cálcico em peridotitos,
gabros e outras rochas máficas. São razoavelmente comuns, sendo raros de conterem
minerais econômicos;
pegmatitos Intermediários: São os pegmatitos que contêm uma mineralogia comum
aos dois tipos descritos acima.
Anatomia Interna do Corpos Pegmatíticos
A complexidade estrutural dos pegmatitos levaram vários pesquisadores a estabelecerem os
conceitos fundamentais de zoneamento interno relacionado com os corpos pegmatíticos, de acordo
com as suas fases minerais.
Segundo Cameron et al. (1949) os pegmatitos podem ser classificados em zonados e não
zonados, de acordo com aspectos texturais e composição mineralógica. Pegmatitos não zonados
tendem a ocorrer associados com rochas hospedeiras com alto grau metamórfico, a ausência de
zoneamento entretanto não significa uma composição primitiva.
A estrutura interna dos pegmatitos zonados pode ser de três tipos: preenchimento de fratura,
corpos de substituição ou zonas de cristalização primaria (Cameron et al. 1949).
O preenchimento de fratura, representando corpos de tendência tabular preenchendo fraturas
em pegmatitos preexistentes previamente consolidados.
Corpos de substituição são geralmente cavidades irregulares encontradas dentro do núcleo
e/ou zonas intermediarias. São relativamente comuns em pegmatitos complexos. Podem também
ocorrer corpos de substituição que são desenvolvidos por meio de uma nova assembleia mineralógica,
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
16
que se forma a partir de líquidos residuais que substituem, parcial ou totalmente, minerais ou
agregados preexistentes. A formação desses bolsões indica o estágio final da cristalização do
pegmatito (Gandini 1999). London (1986) estudando inclusões fluidas em espodumênio, quartzo,
turmalina e berilo, em pegmatitos miarolíticos do Afeganistão caracterizou a formação desses bolsões
com temperaturas entre 425 a 475 ºC e pressões entre 2,4 a 2,8 kbars.
Zonas de cristalização primaria são formadas por sucessivas camadas concêntricas em relação
ao núcleo, diferenciando-se pela composição mineralógica, textural ou ambos. As zonas são
denominadas de marginal, mural, intermediária (externa, média e interna) e núcleo (Figura 2.1):
zona de borda ou marginal: É uma borda fina (apenas alguns centímetros de
espessura) que rodeia completamente o corpo pegmatítico em contato com suas rochas
hospedeiras. O tamanho do grão é fino (~ 2-5 mm), e a textura é granulosa
hipidiomórfica (granítica), ou bimodal se a porção de grão fino constitui uma matriz
para cristais maiores (~ 1-3 cm) de turmalina, muscovita, biotita, hornblenda, berilo,
ou cristais de feldspato alcalino alongados. Zonas de bordas são tratadas como
margens refrigeradas, mas ao contrário de outras rochas ígneas, essas zonas não
representam as composições em massa dos pegmatitos de que procedem. Os
constituintes metálicos estão ausentes nesta zona;
zona mural: quando existente, a zona mural na maioria dos pegmatitos é mais espessa
(~1 m), com granulação grossa (~1 – 3 cm) do que a zona de borda. Constituintes
metálicos de valor econômico podem estar presentes em poucos depósitos. Mica e
berilo são os principais minerais econômicos da zona mural. Essa zona, geralmente,
marca o local mais interno de ocorrência de granada;
zona intermediária: Essa zona é marcada pelo crescimento acentuado do tamanho dos
cristais, em relação as zonas externas. Zonas intermediárias tendem a serem
dominadas por uma única fase mineral, tipicamente microclina pertítica, plagioclásio,
quartzo, espodumênio, pentalita ou montebrasita. Podem ser simétrica ou
assimetricamente distribuídas ao longo do pegmatito e também descontinuas. São
desenvolvidas principalmente nas porções mais espessas do corpo pegmatítico e
tendem a aparecer em pequenas porções e desaparecer na medida em que o corpo
afina. Inclui a maior concentração de minerais metálicos. A maioria dos pegmatitos
não apresentam zona intermediária, enquanto que, em outros, possuem cinco ou seis
subdivisões da zona intermediária;
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
17
núcleo: é localizado na parte central do corpo pegmatítico e pode ser descontínuo em
relação ao eixo central. É frequentemente constituído por uma massa sólida de quartzo
branco, estéril; quartzo com plagioclásio e pertita com granulação grosseira; quartzo
com grandes cristais de turmalina e espodumênio; e quartzo de alta pureza.
Ordinariamente, o núcleo é estéril de minerais metálicos, embora haja pouca exceção.
Figura 2. 1- Idealização generalizada de um pegmatito zonado, modificado de Cameron et al. (1949).
Mineralogia
A maioria dos minerais encontrados em pegmatitos pertencem a três classes predominantes:
silicatos, fosfatos e óxidos.
Dependendo de cada zona pegmatítica, ocorre a existência de uma associação mineralógica
distinta, baseada em uma sequência de cristalização, assim Cameron et al. (1949) propôs uma
sequência dessas zonas, da parte mais externa para o núcleo, que compreende onze associações
mineralógicas, que representam a maioria dos pegmatitos (sem conter a mineralogia acessória). A
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
18
sequência abaixo (Tabela 2.1), raramente, encontra-se integralmente representada num único
pegmatito.
Tabela 2. 1- Associações mineralógicas encontradas nas zonas pegmatíticas, segundo Carmeron et al. (1949).
Geoquímica
As classificações utilizadas até hoje são aquelas baseadas em conceitos geológicos e
petrogenéticos desenvolvidas por A. I. Ginsburg, que combinaram características texturais,
paragenéticas e geoquímicas. Esses trabalhos anteriores têm sido divulgados por Černý (1982b).
Ginsburg (1984 in London 2008) gerou um esquema no qual ele reconheceu quatro formações,
ou classes de pegmatitos: abissal, muscovítico, elemento-raro e miarolítico, baseado principalmente
em características mineralógicas ou de textura que se relacionavam com a profundidade de colocação.
Černý & Ercit (2005) modificou esta classificação para uma versão mais atualizada, tentando uma
interpretação genética uniforme para o processo de formação de pegmatitos (Tabela 2.2).
Černý (1991a) propôs duas famílias petrogenéticas, abreviadas como "LCT" e "NYF", com a
finalidade de enfatizar as diferenças litoquímicas. “LCT” significa lítio - césio - tântalo, um
Zonas Associações Mineralógicas
1 Plagioclásio + quartzo + muscovita
2 Plagioclásio + quartzo
3 Quartzo + plagioclásio + pertita (± muscovita ± biotita)
4 Pertita + quartzo
5 Pertita + quartzo +plagioclásio + ambligonita + espodumênio
6 Albita + quartzo + espodumênio
7 Quartzo + espodumênio
8 Lepidolita + albita + quartzo
9 Quartzo + microclínio
10 Microclínio + albita + micas ricas em Li + quartzo
11 Quartzo
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
19
enriquecimento característico encontrado principalmente, mas talvez não exclusivamente, em granitos
de tipo S que se originam de rochas metassedimentares ricas em muscovita. O “NYF” representa
nióbio-ítrio-flúor, um conjunto característico de elementos nos granitos e pegmatitos que são
normalmente rotulados como tipo A ou granitos '' dentro de placas ''.
Tabela 2. 2- Subdivisão Principal e Características das Cinco Classes de Pegmatitos Graníticos Černý & Ercit
(2005).
Classes Famílias Elementos menores
típicos
Ambiente
metamórfico
Relação com
granitos
Miarolíticos
ETR Be, Y, Nb, ETR, F,
Ti, U, Th,, Zr
Pressão muito baixa,
eventos regionais pós-
datação que afetam as
rochas hospedeiras
Interior a marginal
Li Li, Be, B, F, Ta>Nb
Anfibolito de baixa
pressão para xisto
verde, 3 a 1,5 kbar,
500 a 400° C
(interior a
marginal) a
exterior
Elementos
Raros
ETR Be, Y, ETR, U, Th,
Nb>Ta, F.
Variáveis, em grande
parte pouco profundos
e pós-datação regional
afetando rochas
hospedeiras
Interior a marginal
(raramente
exterior).
Li
Li, Rb, Cs, Be, Ga,
Sn, Hf, Nb-Ta, B, P,
F
Baixa pressão,
anfibolito de
Abukuma (sillimanita
de andaluzita) para
fácies de xisto verde
superior; ~ 2 a 4 kbar,
~ 650 a 450° C
(interior a marginal
a exterior)
Muscovítico-
Elemento
Raro
ETR
Be, Y, ETR, Ti, U,
Th, Nb - Ta:
muscovita, biotita,
almandina-
spessartina (cianita,
sillimanita)
Moderada a alta
pressão, fácies
anfibolito; 3 a 7 kbar,
~ 650 a 520° C
Interior para
exterior; Por vezes
mal definido
Li
Li, Be, Nb berilo,
cassiterita, columbita,
lepidolita,
(espodumênio)
Muscovíticos
Ca, Ba, Sr, Fe> Mn
sem mineralização de
elementos raros
(micas e minerais
cerâmicos)
Alta pressão, fácies de
anfibolito Barrowiano
(cianita-sillimanita) 5
a 8 kbar, ~ 650 a 580°
C
Nenhum (corpos
anatéticos) a
marginais e
exteriores
Abissais
U, Th, Zr, Ti, Nb, Y,
ETR Leves; ETR
Pesados; Pobre a
moderado em
mineralização
Anfibolito superior a
fácies de granulito de
baixo a alto pressão; ~
4 a 9 kbar, ~ 700 a
800° C
Nenhum
(segregações de
leucossoma
anatético)
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
20
2.1.2. Gênese
Diversos modelos genéticos e evolutivos para pegmatitos foram elaborados, podendo citar os
trabalhos de Jahns (1953a, 1953b, 1955, 1982), Jahns & Burnham (1969) e Černý (1982a e b). A
gênese de pegmatitos pode ser tratada a partir de fusões silicatadas. O problema reside no fato de se
saber de onde provêm estas fusões, se são de fracionamentos magmáticos ou de anatexia de rochas
metamórficas de alto grau. Segundo Černý (1991b) o processo de formação de pegmatitos pode
ocorrer através de 4 mecanismos principais:
cristalização em uma câmara fechada, em um sistema restrito ou fechado;
cristalização a partir de fusões residuais em vários pulsos;
recristalização e/ou metassomatismo de material não pegmatítico;
combinação de um ou mais dos mecanismos citados acima.
O modelo mais aceito para a formação dos pegmatitos sugere que esses corpos representam
fusões residuais derivadas da evolução e cristalização de magmas graníticos, com a concentração
progressiva de elementos incompatíveis, voláteis e raros, e componentes fluxantes que abaixam a
temperatura de cristalização e as taxas de nucleação dos cristais (Simmons & Webber 2008). Um
aspecto muito questionado na petrogênese de pegmatitos é a influência da presença de voláteis. Jahns,
em estudos pioneiros sobre a gênese de pegmatitos, considerou que magmas silicáticos coexistentes
com vapor de água seriam o material inicial a partir do qual os pegmatitos seriam gerados.
Experimentos mais recentes de London (1992, 2005) sugeriram, entretanto, que a presença de uma
fase de vapor aquoso não é necessária para o desenvolvimento de pegmatitos, tendo o B, F, P e Li,
juntamente com H2O, o papel de elementos essenciais (Simmons & Webber 2008).
Em um segundo modelo petrogenético, os pegmatitos se originam da fusão parcial direta de
metassedimentos, como sequências evaporíticas ricas em elementos fluxantes (B e Li) e outros
elementos incompatíveis, sem a necessidade de magmas graníticos parentais. Essa hipótese
petrogenética poderia explicar casos em que não há um padrão de zoneamento entre pegmatitos
estéreis e enriquecidos, ou relação com um granito parental (Černý 1991c).
De uma maneira geral, os autores reconhecem dois estágios de evolução na formação dos
pegmatitos: o estágio magmático (as soluções pegmatíticas seriam alojadas e cristalizadas em sistema
fechado) e o estágio hidrotermal, durante o qual as soluções reagiriam com as assembleias primárias,
provocando sucessivas substituições num sistema aberto. Esses sistemas seriam formados através da
fusão parcial de material crustal ou como um líquido final, produzido durante o resfriamento de um
batólito, no qual o líquido silicatado granítico coexistiria com um fluido aquoso salino de baixa
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
21
densidade. Atualmente, os pesquisadores reconhecem a importância dos processos metassomáticos
(por fase fluida aquosa) nas rochas silicáticas, sem os quais é impossível a formação de pegmatitos de
valor econômico.
2.2. PROVÍNCIA PEGMATITICA ORIENTAL DO BRASIL
No século XX, durante e após a Segunda Guerra Mundial, os pegmatitos tornaram-se
importantes depósitos minerais do Brasil, devido aos esforços para aumentar a produção de mica,
berilo e quartzo para a indústria militar. Esse desenvolvimento foi acompanhado por estudos
geológicos e com isso vários minerais foram descobertos. Assim em 1946, Paiva agrupou os
pegmatitos em Província Pegmatítica Oriental, Província Pegmatítica do Norte e Província
Pegmatítica do Sul. Estas províncias foram definidas principalmente com base na distribuição
geográfica dos pegmatitos, porque naquela época o Brasil carecia de mapas geológicos, mesmo para
uma abordagem regional (Pedrosa-Soares et al. 2011).
A Província Pegmatítica Oriental do Brasil (PPOB) ocorre numa faixa com cerca de 150.000
km2, estendendo-se de NNE para SSW ao longo da região nordeste de Minas Gerais, Sul da Bahia,
oeste do Espírito Santo e noroeste do Rio de Janeiro, estando situada na Faixa Araçuaí e no Cinturão
Atlântico (Figura 2.2). Desde Paiva (1946) os limites e subdivisões da província foram redefinidos e
refinados, de acordo com mapas mais detalhados e dados analíticos (por exemplo, Correia-Neves et al.
1986; Pedrosa-Soares et al. 2001b, 2009; Morteani et al. 2000; Netto et al. 2001; Pinto & Pedrosa-
Soares, 2001). Pelo menos 1000 pegmatitos foram minados nesta província desde os anos 40 (por
exemplo, Sá 1977; Pedrosa-Soares et al. 1990; Grossi-Sad et al. 1997; Pedrosa-Soares 1997; Pedrosa-
Soares & Oliveira 1997; Pedrosa-Soares & Grossi-Sad 1997; Morteani et al. 2000; Netto et al. 2001).
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
22
Figura 2. 2- Mapa de localização da Província Pegmatítica Oriental do Brasil, reunindo os limites propostos por
Paiva 1946, Putzer 1976 e Schobbenhaus et al. 1981 e 1984, com a localização dos distrito pegmatíticos
descritos por Pedrosa-Soares et al. (2011).
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
23
Inúmeros pegmatitos PPOB cristalizados a partir de 630 Ma a 490 Ma, ou seja, durante o
evento Brasiliano, ao longo do orógeno Araçuaí. São de dois tipos: anatéticos (formados diretamente a
partir do derretimento parcial das rochas do campo) ou pegmatitos residuais (o silicato rico em fluido
derrete, resultante da cristalização fracionada dos granitos originais). A distribuição de ambos os tipos
de pegmatitos, suas relações com as rochas hospedeiras e granitóides-mãe, bem como suas idades e
principais recursos minerais, permitem distinguir onze distritos da PPOB no orógeno Araçuaí (Tabela
2.3).
Tabela 2. 3: Distritos pegmatíticos da PPOB no orógeno Araçuaí (Pedrosa-Soares et al. 2009).
Distrito e idade Mineral principal e de
coleção
Tamanho do
pegmatito(*), tipo e
classificação (**)
Rocha fonte e
hospedeira
Pedra Azul; ~ 497Maa Água-marinha, topázio,
quartzo
Muito pequeno a
pequeno, residual,
elemento raro
Granitos G5
Padre Paraíso; ~519Mab Água-marinha, topázio,
quartzo, goshenita
Muito pequeno a
pequeno, residual,
elemento raro
Granitos G5 e
Charnockito
Araçuaí; 525-500Mac.d
Espodumênio, granito
ornamental, gemas de
turmalina, berilo e quartzo,
feldspato industrial, schorl,
ambligonita, albita, petalita,
cleavelandita, apatita, fosfatos
raros, cassiterita, columbita-
tantalita, bismutinita, adulária
Muito pequeno a
pequeno, residual,
elemento raro
Granito G4; mica
xisto, metawacke,
quartzito, rocha
metaultramáfica
Ataléia; ~519Mab Água-marinha
Muito pequeno a
pequeno, residual,
elemento raro
Granito G5
São José da Safira;
~535Mae
Feldspato industrial, turmalina,
minério de berilo, muscovita,
água-marinha, granada, albita,
cleavelandita, apatita, heliodor,
Mn-tantalita, bertrandita,
microlita, zircão
Muito grande a médio,
residual, elemento raro a
muscovita
Granito G4; mica
xisto, metawacke,
quartzito, rocha
metaultramáfica
Conselheiro Pena,
~582Maf
Feldspato industrial, variedades
de gemas de turmalina, berilo e
quartzo, minério de berilo,
trifilita, fosfatos raros e kunzita
Muito grande a médio,
residual, elemento raro
Granito G2; mica
xisto, metawacke,
quartzito, rocha
metaultramáfica
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
24
Malacacheta, ~535Mag Alexandrita, crisoberilo,
muscovita, berilo
Pegmatito residual e
sistema hidrotermal
Granito G4; mica
xisto, rocha
ultramáfica
Santa Maria de Itabira,
~650-500Mah,i
Esmeralda, alexandrita, água-
marinha, amazonita
Pegmatito anatético e
sistema hidrotermal
Xisto ultramáfico,
formação de ferro,
migmatito
Caratinga, ~575Maj Caulim, coríndon, berilo Anatético, abissal Migmatito,
paragnaisse
Espera Feliz, ~500 Mak água-marinha, topázio, quartzo
Muito pequeno a
pequeno, residual,
elemento raro
granito G5
Espírito Santo, 575-
490Mal
Caulim, quartzo; água-
marinha, topázio
Maioria anatético; Muito
pequeno a pequeno,
corpos residuais
Migmatito,
paragnaisse e
granito G5
Legenda: Referências das idades:a, Pedrosa-Soares et al. (unpubl. data); b, Noce et al. (2000); c,
Whittington et al. (2001); d, Silva et al. (2008); e, Petitgirard et al. (2009); f, Nalini et al. (2000); g, Basílio
et al. (2000); h, Ribeiro-Althoff et al. (19
Segundo Bilal et al. (2000), os pegmatitos dessa província podem ser classificados em dois
grupos: (i) pegmatitos de qualidade gemológica – ricos em turmalinas e zonas de Li; (ii) pegmatitos
com berilo, algumas vezes com qualidade gemológica e cerâmicos. O primeiro grupo resulta de uma
cristalização fracionada e está relacionado a granitos sin-tectônicos, associados a fase compressiva de
deformação (D1). Esses pegmatitos localizam-se nos distritos de Araçuaí, Ataléia, Conselheiro Pena,
Espera Feliz, Padre Paraíso, Pedra Azul, São José da Safira. O segundo grupo é associado a fase D2 do
brasiliano. Durante essa fase ocorreu a fusão parcial da crosta e simultaneamente a geração de
leucogranitos porfiríticos e o segundo grupo de pegmatitos. Esse grupo está nos distritos Caratinga,
Santa Maria de Itabira e Espírito Santo. Esse grupo está encaixado também em orto e paragnaisse
(idade 2,6 Ga) ou em granitos. Esses corpos apresentam uma distribuição zonada em torno de regiões
anatéticas que mostram Uma maior evolução quando intrudidos em níveis mais altos da origem
anatéticas. Esses pegmatitos possuem um range em torno de 0,5 para 10 m e as vezes maiores. Esses
corpos possuem morfologia predominantemente tabular ou em lentes. Apresentam um zoneamento
interno especialmente em corpos maiores. Um terceiro grupo de pegmatitos pobres em turmalina e
ricos em berilo foi descrito por Pedrosa-Soares et al. (2001a), sendo associados a diápiros pós-
tectônicos que gradam de gabro a granitos pertencentes à Suíte G5, sendo fonte importante de berilo
gemológico.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
25
2.3. GEOQUÍMICA
Segundo vários autores, informações sobre a evolução de pegmatitos podem ser obtidas
através de indicadores petrogenéticos como micas, feldspatos, granadas, turmalinas, nióbio-tantalatos,
berilo e gahnita, entre outros, estes minerais são uteis para a compreensão da origem e evolução dos
pegmatitos permitindo diagnosticar o potencial dos pegmatitos em minerais de interesse econômico de
Ta, Nb, Li, Cs, entre outros. Nesta seção foram descritas informações sobre o comportamento
geoquímico das micas, feldspatos, berilos e turmalinas e sua importância para entender a evolução dos
pegmatitos.
2.3.1. Micas
As micas são o terceiro mineral mais abundante nos ambientes pegmatíticos, sendo superadas
pelo quartzo e feldspatos. Como elas apresentam um amplo grau de cristalização, durante a evolução
do material pegmatítico, associado ao fato de elas aceitarem facilmente alguns elementos na sua
estrutura cristalina, elas são um dos minerais mais indicados para um estudo criterioso do
comportamento geoquímico, a nível regional, ou corporal (Heinrich 1967).
As micas típicas dos pegmatitos são a muscovita, a muscovita litinífera, a lepidolita e a biotita.
O termo muscovita litinífera é utilizado para as micas alumínio-litiníferas que apresentam a mesma
estrutura da muscovita. As micas são muito importante no estudo das variações químicas dos sistemas
pegmatíticos, pois elas cristalizam-se durante todo o intervalo de tempo em que se formam as várias
zonas. Também são bons indicadores da potencialidade econômica dos pegmatitos. Para Gordiyenko
(1971), até a cor das micas pode fornecer alguma indicação sobre o tipo de mineralização encontrada
em um corpo pegmatítico. Muscovita mostrando uma coloração esverdeada ou acastanhada são
indicadores de pegmatitos cerâmicos, enquanto as muscovitas prateadas ou verde-amareladas são
típicas de pegmatíticos portadores de mineralizações de Be, Nb e Ta.
Para Lopes Nunes (1973) e Correia Neves (1990), nos pegmatitos portadores de ETR e
aqueles apresentando pequenos corpos de substituição, ocorrem apenas muscovitas com teores médios
em Li e Rb, e Cs relativamente baixo. Já nos pegmatitos complexos e com grandes corpos de
substituição, os teores médios em Li, Rb e Cs das duas muscovitas são bem mais elevados do que os
das muscovitas dos outros tipos de pegmatitos complexos e com pequenos corpos de substituição.
Com relação aos aspectos genéticos da cristalização das micas nos pegmatitos portadores de
elementos raros, pode-se afirmar que a biotita ocorre nos pegmatitos menos diferenciados,
representando o produto final do fracionamento da relação Mg/Fe. Ela é encontrada principalmente
nos pegmatíticos muscovíticos, ricos em ETR, Ti, Be e Nb > Ta. Nos pegmatitos portadores de
elemtos raros, a muscovita ocorre preferencialmente nas zonas externas do corpo (Heinrich 1978) e
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
26
quando comparada com essas mesmas micas dos pegmatitos muscovíticos, elas mostram menores %
em peso de FeO, MgO e BaO e teores mais altos de Rb, Cs e Li.
Como já foi demonstrado por diversos pesquisadores (Rinaldi et al. 1972; Černý 1975; Lopes
Nunes 1973; Černý 1982c; Černý et al. 1985; Correia Neves 1990), o teor de Rb e Cs nas estruturas
das micas é um bom indicados dos tipos de mineralizações encontradas em corpos pegmatíticos.
Também foi observado que ocorre um enriquecimento em Rb e Cs da zona marginal para a parte mais
central do corpo pegmatítico. Dos pegmatitos simples para os mais complexos, o aumento do teor de
Cs na estrutura da micas é muito maior do que o na estrutura dos feldspatos. Este fato, faz com que
este elemento, quando determinado na estrutura das micas, seja muito utilizado para definir campos e
províncias pegmatíticas, associadas a determinados tipos de mineralizações (Gordiyenko 1971;
Correia Neves 1981; Černý et al. 1985; Correia Neves 1990; Morteani et al. 2000). Černý et al. (1985)
enfatizam que a migração do Cs está intimamente ligada à do B.
Segundo Lopes Nunes (1973), Černý & Burt (1984), Jolliff et al. (1987) e Correia Neves
(1990), à medida que aumenta a complexidade de um corpo pegmatítico, diminui a relação K/Rb na
estrutura das micas claras. Esses autores também descrevem que nos pegmatitos homogêneos a relação
K/Rb situa-se acima de 60, enquanto nos pegmatitos complexos altamente diferenciados e com
grandes corpos de substituição, ela varia entre 4 a 22. Os pegmatitos estéreis e os pegmatitos
muscovíticos definem campos onde a relação K/Rb é muito mais alta do que a dos pegmatitos
portadores de elementos raros, enquanto que os valores de Li e Cs são muito menores do que os
obtidos nas micas dos pegmatitos portadores de elementos raros.
Para Lopes Nunes (1973), nos pegmatitos menos desenvolvidos o teor de Ba chega a alcançar
algumas centenas de ppm, enquanto nos pegmatitos complexos, como os mineralizados em polucita,
esse teor cai para até 15 ppm.
Černý & Burt (1984) proporão diagramas de K/Rb x Li, Cs e outros elementos, que são
utilizados para agrupar diferentes tipos de pegmatitos, com base no conteúdo desses elementos nas
micas. Assim, em pegmatitos zonados o conteúdo de Rb, Cs, F, Li, Be, Mn, Sn, Zn e Ta tende a
aumentar das zonas mais externas para zonas mais internas dos pegmatitos. E a razão K/Rb é um
importante indicador de fracionamento, onde descressem próximo ao núcleo, assim como as
concentrações de Ba e Sr.
2.3.2. Feldspatos
Os feldspatos constituem um grupo de minerais de ampla ocorrência na natureza. Estes
cristalizam-se durante todo o intervalo de formação das zonas pegmatíticas. Os elementos Na, Ca, K,
Rb, Cs, Ga, Ti, Pb, Sr e Ba, entre outros, podem entrar na estrutura dos feldspatos. Estes elementos
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
27
sofrem variações ao longo do fracionamento do pegmatito e são interessantes do ponto de vista
geoquímico. Os elementos mais importantes no estudo geoquímico de feldspatos em pegmatitos são
Rb e Cs, cujos conteúdos aumento com a evolução do pegmatito. Diversos autores como Gordiyenko
(1971), Černý et al. (1985), Morteani et al. (2000), Larsen (2002), Afonso et al. (2003), utilizam as
relações entre esses elementos para avaliar o nível de fracionamento e o potencial de mineralizações.
2.3.3. Berilos
Normalmente, o berilo azulado (água-marinha) está associado a pegmatitos não diferenciados
ou nas zonas mais externas dos pegmatitos diferenciados e zonados, enquanto o berilo róseo
(morganita), que é uma variedade rica em álcalis, ocorre sempre nas zonas mais internas dos
pegmatitos diferenciados e zonados (Dar & Phadke 1964). Assim, o berilo é um dos minerais que
permitem a caracterização geoquímica dos pegmatitos, além da identificação de agrupamentos
pegmatitos petrogeneticamente similares (Černý 1975).
Como já foi mencionado, a composição química do berilo reflete a variação composicional do
ambiente onde ele se cristaliza. Para Staatz et al. (1965), os berilos dos pegmatitos graníticos ocorrem
em um ambiente rico em álcalis e pobre em ferro, magnésio, titânio e cromo. Berilos de veios,
granitos, riolitos e de rochas encaixantes de pegmatitos são pobres em álcalis e ricos em outros
elementos.
Černý (1975) e Trueman & Černý (1982) qualificam o teor de álcalis dos berilos e sugerem
uma correlação entre os valores de Na/Li x Cs, para representar o nível de fracionamento dos
pegmatitos graníticos. Sendo classificados como pegmatitos estéreis, portadores de Be, Nb, Ta e
pobres em álcalis raros; pegmatitos com Be, Nb e Ta e enriquecidos em álcalis raros; pegmatitos com
espodumênio; e pegmatitos mineralizados em Li, Rb, Cs, Be e Ta.
2.3.4. Turmalinas
A grande variação química das turmalinas, resultante da facilidade com que ela incorpora as
mais variados cátions, é uma ferramenta importante que permite inferir a composição da fase fluida ou
do meio no qual ela foi formada (Henry & Guidotti 1985; Joliff et al. 1987). Segundo Dietrich (1985),
compreender a origem da turmalina, equivale a desvendar a evolução de certos processos
metalogenéticos.
Staatz et al. (1955) foram os primeiros pesquisadores a estudar a variação das turmalinas em
ambientes pegmatíticos. Eles observaram que ocorria uma variação composicional das zonas mais
externas (ricas em Fe) para as mais internas dos pegmatitos (Crescimento do teor de Li e um
decréscimo do teor de Fe). Outros autores com Foord (1977), Joliff et al. (1986 e 1987), chegaram a
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
28
mesma conclusão que Staatz. Selway et al. (2005) acredita que valores elevados de Ca ou Mg
indiquem contaminação por rochas encaixantes ricas nesses elementos, o que diminui o potencial
econômico dos pegmatitos.
2.4. GEOCRONOLOGIA
Um dos objetivos do trabalho é descobrir a idade de formação desses pegmatitos, com isso
utilizou-se a monazita que é um ortofosfato de elementos terras raras leves [(Ce, La, Nd, Th) PO4],
além de tório. A monazita é um mineral acessório difundido em diversos litotipos de composição meta
a peraluminosa, incluindo granitóides e pegmatitos, além de xistos e gnaisses paraderivados de médio
a alto grau metamórfico. Esse mineral pode ser encontrado ainda em carbonatitos e também como
concentrado em depósitos sedimentares do tipo placer em associação a outros minerais pesados
(Overstreet, 1967).
Este mineral tem sido amplamente utilizado em geocronologia U-Th-Pb devido ao seu alto
conteúdo de actinídeos, podendo ter até 6% em peso de UO2 e 20% em peso de ThO2 (Parrish 1990;
Harrison et al. 2002; Williams et al. 2007; Buick et al. 2008), além do sistema U-Th-Pb permanecer
fechado na maioria dos eventos geológicos, gerando idades, em geral, mais concordantes em relação
ao zircão (Seydoux-Guillaume et al. 2002).
Segundo Gonçalves (2015) a utilização de monazita em geocronologia ocorre devido ao fato
de, frequentemente, apresentar idades mais concordantes no sistema U-Pb e sem a perda de Pb
característica dos zircões, baixo dano por radiação quando comparado ao zircão, altas concentrações
de U e Th, baixa concentração de Pb comum e alta temperatura de fechamento para Pb. Além disso,
sua composição química variável a torna capaz de registrar diferentes etapas da história geológica da
rocha hospedeira. Ainda possui alta resistência a processos de metamitização que, quando presente,
podem aumentar a perda de Pb por difusão e, em baixas temperaturas, a monazita ainda pode ser capaz
de restaurar sua estrutura danificada.
Dentre as técnicas utilizadas para a datação de monazita, tem-se datação química por
microssonda eletrônica (EMPA), datação isotópica de U-Th-Pb por SIMS (Secondary Ionisation
Micropobe) que inclui o método SHRIMP (Sensitive High Resolution Ion Micropobe) ou por LA-ICP-
MS (Laser Ablation-Inductively Coupled Plasma-Mass Spectometry).
CAPÍTULO 3
CONTEXTO GEOLÓGICO
Mais de 90% da área da Província Pegmatítica Oriental do Brasil está localizada no Orógeno
Araçuaí que se estende da borda leste do Cráton do São Francisco até a margem do Atlântico,
ocupando uma região maior que 400.000 km2 no sudeste do Brasil (Pedrosa-Soares et al. 2001a,
2008).
3.1. ORÓGENO ARAÇUAÍ
O Orógeno Araçuaí se estende do Cráton do São Francisco ao litoral atlântico,
aproximadamente entre os paralelos 15º e 21º S. Na altura do paralelo 21º, a passagem do Orógeno
Araçuaí para o Orógeno Ribeira é marcada pela deflexão da estruturação brasiliana que muda da
direção NNE, a norte, para NE, a sul (Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos 2000). Porém essa
passagem entre os orógenos ainda é questionável, devido à ausência de estruturas marcantes que
limitem diferentes evoluções tectônicas e/ou unidades litológicas (Tupinambá et al. 2007).
Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos (2000), dividem o orógeno em três distintos
domínios tectônicos: externo, interno e inflexão setentrional. O domínio externo circunscreve a
margem sudeste do Cráton do São Francisco e se caracteriza como uma faixa de dobramentos e
empurrões, constituído por rochas de fácies xisto verde a anfibolito. De acordo com Heilbron et al.
(2004) o domínio interno é o núcleo metamórfico-anatético do orógeno, com grande ocorrência de
granulito, migmatito e granitóides neoproterozóicos a cambriano. A inflexão setentrional contém
segmentos destes dois domínios (Figura 3.1).
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
30
Figura 3. 1- Mapa tectônico do Orógeno Araçuaí (Heilbron et al. 2004).
Com base em relações de campo, características estruturais, dados geoquímicos e
geocronológicos, os granitos do Orógeno Araçuaí foram anteriormente agrupados em seis suítes (G1,
G2, G3S, G3I, G4 e G5) por Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos (2000), Pedrosa-Soares et al.
(2001a) e Silva et al. (2005). Os dados adicionais apoiaram um reagrupamento em cinco suítes (G1 a
G5) (Campos et al. 2004; Pedrosa-Soares et al. 2007, 2008).
Segundo Pedrosa-Soares et al. (2011), o termo suíte era utilizado para batólitos únicos, corpos
pequenos e associações petrológicas locais, nomeadas após uma confusão de nomes geográficos. Por
esta razão, utiliza-se as designações supersuítes G1 a G5, em vez de suítes e nomes geográficos, para
evitar mal-entendidos. O agrupamento de diversas unidades de rocha em um supersuíte é baseado em
semelhanças petrológicas e geoquímicas, e é limitado pelas idades U-Pb de zircão. Portanto, as
supersuítes incluem suítes, batólitos, stocks e outros corpos geológicos. Essas supersuítes podem ser
facilmente reconhecidas em extensas áreas, registrando diferentes estágios evolutivos do orógeno.
O Orógeno Araçuaí foi subdividido em quatro estágios geotectônicos (Pedrosa-Soares et al.
2011), ou seja, pré-colisional (630-585 Ma), sincolisional (585-560 Ma), tardi-colisional (560-530
Ma) e pós-colisional (530-480 Ma). O estágio pré-colisional representa a construção de um arco
magmático cálcio-alcalino, formado em resposta à subducção da litosfera oceânica (630-585 Ma). É
representado pela supersuíte G1 que consiste principalmente de tonalito a granodiorito. O sincolisional
foi gerado, principalmente, por derretimento parcial de pilhas metassedimentares associadas ao maior
espessamento crustal causado por empuxo e dobramento contração (585-560 Ma). Inclui a supersuíte
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
31
G2, granito de tipo S. Os pegmatitos ricos em gemas e minerais industriais, da região de Conselheiro
Pena e Galiléia, são derivados de granitos G2. Tardio-colisional a pós-colisional (545-525 Ma) que
compreende a supersuíte G3, sendo leucogranitos com granadas não foliados. O tardi-colisional refere-
se ao estágio de transição da diminuição das forças convergentes para o relaxamento extensional do
orógeno, geralmente acompanhado de delaminação e remoção convectiva do manto fosfórico. O
estágio pós-colisional está relacionado ao clímax do colapso gravitacional do orógeno, onde a subida
da astenosfera é constante. As supersuítes G4 (530-500 Ma) e G5 (520-480 Ma) são pós-colisionais e
incluem plutões que cortam e perturbam a tendência tectônica regional, bem como corpos
concordantes intrusos ao longo de estruturas de idades distintas (Pedrosa-Soares & Wiedemann-
Leonardos 2000; Campos et al. 2004; Pedrosa-Soares et al. 2001a, 2008). A supersuíte G4 é
constituída por granitos do tipo S de natureza cálcio- alcalino com inúmeros pegmatitos ricos em
turmalina, feldspato industrial e minerais raros. A supersuíte G5 é marcada por intrusões do tipo I
caracterizada por magmatismo bimodal onde predominam granitos, podendo ocorrer charnockitos e
enderbitos, evidenciando inúmeras misturas de magma. Os plútons G5, particularmente aqueles que se
situam na porção norte do orógeno, são fontes de pegmatitos ricos em água-marinha e topázio.
3.1.1. Contexto Geológico do Pegmatito São Domingos (SD)
Ao analisar os mapeamentos da região desse pegmatito, observou-se que este encontrava-se
hospedado no Complexo Paraíba do Sul e próximo ou no contato com um granito sem denominação.
No mapa 1:400.000 do Espírito Santo (Vieira 2014), é encontrado no Grupo Bom Jesus do Itabapoana.
Complexo Paraíba do Sul
No mapa geológico/geoquímico do projeto Mimoso do Sul elaborado pelo DNPM em parceria
com a CPRM, escala de 1:100.000 (Souza 1981), a geologia onde está encaixado o pegmatito São
Domingos é uma sequência gnáissica-migmatítica com frequente associação de anfibolitos e rochas
calciossilicáticas (PЄpsgss).
Projeto Cachoeiro de Itapemirim 1:100.000 (SF.24-V-A-V) utiliza-se a denominação
Complexo Paraíba do Sul, sendo dividido em nove unidades (Pps1 a Pps9) sem levar em consideração
as ambiências geotectônicas das mesmas. O pegmatito encontra-se encaixado no Complexo Paraíba do
Sul-Pps9 que possui predominância de biotita gnaisses, com ou sem anfibólio e/ou granada,
geralmente com porfiroblastos de microclina, às vezes granítico, bandado ou migmatizado. No mapa
do projeto, consta como um pegmatito encaixado em gnaisse, onde ocorria garimpo de feldspato (Silva
1992, 1993).
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
32
No projeto Cachoeiro de Itapemirim 1:250.000 (SF.24-V-A), esse pegmatito encontrasse no
contato entre o Complexo Paraíba do Sul (ps9) e um Granito (y4gr3), nesta região ocorre jazimento de
feldspato ligado a pegmatito. No relatório desta folha as unidades do Complexo Paraíba do Sul,
consideradas no Projeto Cachoeiro de Itapemirim (Silva 1992,1993), foram agrupadas em duas
sequencias: Domínio Metassedimentar (ps1, ps2, ps3 e ps4) e Domínio Metavulcano-sedimentar (ps5,
ps6, ps7, ps8, ps9). A unidade ps9 está representada por anfibolito-biotita gnaisses, gnaisses graníticos
e granatíferos (Vieira 1995, 1997).
Estágio Pré-Orogênico do Orógeno Araçuaí - Grupo Bom Jesus do Itabapoana
No Projeto Espirito Santo 1:400.000 o pegmatito SD encontra-se encaixado no Grupo Bom
Jesus do Itabapoana (NPbjiggn) onde a rocha predominante é um ortopiroxênio-granada-biotita
gnaisse, pode estar associada a bandas e lentes de composição diversas como biotita gnaisse,
sillimanita-granada-biotita gnaisse, anfibolito, gondito (Vieira 2014; Vieira & Menezes 2015).
Maciço Granítico
Projeto Cachoeiro de Itapemirim 1:100.000 (SF.24-V-A-V), o granito que está próximo ao
pegmatito SD foi cartografado como maciço granítico (Єy3gr3), embora se tenha denominações locais
para vários corpos, no relatório desta folha optou-se pela descrição unificada desses granitos, uma vez
que possuem características composicionais bastante similares. Esses granitos macroscopicamente são
de dois tipos: uma rocha com tonalidade cinza-escura, as vezes com foliação de fluxo, constituída de
quartzo, feldspato potássico, biotita, plagioclásio, anfibólio e titanita. A outra é uma rocha de
tonalidade cinza-claro, constituída de quartzo, feldspato potássico, plagioclásio, biotita e allanita.
Localmente encontram-se “cumulatos” ticos em biotita e anfibólio. Esses maciços são cortados por
diques graníticos e corpos pegmatíticos (Silva 1992, 1993).
No Projeto Cachoeiro de Itapemirim 1:250.000 (SF.24-V-A) o pegmatito está no contato entre
o Complexo Paraíba do Sul, descrito acima, e um granito (y4gr3). Este granito é descrito como um
maciço graníticos circunscrito, pós-tectônico, constituído por uma associação complexa de rochas
intrusivas ácidas (Vieira 1995, 1997).
No projeto Espirito Santo 1:400.000, o pegmatito encontra-se bem próximo a um granito
pertencente ao Maciço Mimoso do Sul, denominado de granito (Ɛy5|Samsgr) (Vieira 2014; Vieira &
Menezes 2015).
3.1.2. Contexto Geológico do Pegmatito Fazenda Concórdia (FC)
Estágio Pós-Orogênico do Orógeno Araçuaí - Complexo Intrusivo Mimoso do Sul
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
33
Com base em análises das imagens LANDSAT e Radar, e observações complementares de
campo Meneses & Paradella (1978) diferenciaram na porção sul do Espirito Santo, três unidades
mapeáveis, além de dezenas de corpos graníticos. Em todos dominam rochas de composição variável
entre granitos a granodiorito, alcançando, em alguns, tipos básicos-gabros/noritos – ou sieníticos,
intrudidos, principalmente, na sequencia gnaisse/migmatítica (Figura 3.2).
Na década de 80, o DNPM em parceria com a CPRM, publicou o relatório Mimoso do Sul,
onde este teve por objetivo o mapeamento e prospecção geoquímica regional na escala de 1:100.000,
visando o cadastramento das ocorrências minerais das folhas geográficas Guaçuí, Muqui, Bom Jesus
de Itabapoana e Mimoso do Sul. Inicialmente o maciço Mimoso do Sul foi descrito como um
granitóide metassomático gerado a partir de rochas básicas e ultrabásicas, segundo um trend SW-NE,
ao longo da falha Iurú-Mimoso do Sul (Souza 1981) (Figura 3.3).
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
34
Figura 3. 2- Localização dos maciços graníticos do Espírito Santo, sendo a área em vermelho o enforque do
referente trabalho (Meneses & Paradella 1978).
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
35
Figura 3. 3- Mapa geológico da área foco do estudo confeccionado no Projeto Mimoso do Sul (modificado a
partir de Souza (1981) (escala atual 1:100.000).
As primeiras denominações de Complexo Intrusivo foram postuladas por Wiedemann &
Lammerer (1983), denominando de Complexo Intrusivo Mimoso do Sul (CIMS) devido ao fato de se
tratarem de dois plútons (intrusão Torre e Jacutinga) diápiros zonados separados por uma faixa de
gnaisses migmatíticos, com foliação verticalizada nas bordas a sub horizontalizada no centro.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
36
Segundo Wiedemann & Ludka (1984):
intrusão Torre: representa o maior corpo e é constituída por domínios anelares, sendo
essas as intercalações entre as diferentes litologias que podem apresentar contato
brusco entre granulações finas e grossas, de sienitos, granitos,
leuco/melanomonzonitos e monzodioritos, cortados por diques graníticos,
pegmatíticos e ultramáficos. As bordas semi circundadas da intrusão é constituída por
granitos e sienitos que hora apresentam contatos gradacionais para os termos mais
leuco a melanomonzoníticos do centro da intrusão, como hora apresentam contatos
bruscos entre texturas mais finas e mais grosseiras, e de rochas félsicas com
melanocráticas;
intrusão Jacutinga: as feições de estratificação magmáticas são uma característica
marcante nessa intrusão, que é caraterizado segundo as autoras supracitadas por
olivina-gabro noritos anfibolitizados, com bandamento magmático primário, texturas
ígneas laminares e cristais pós-cumuláticos.
No trabalho de Wiedemann et al. (1986) a consolidação dos considerações realizadas
Wiedemann & Ludka (1984) ganha uma maior firmeza, pois nesta publicação são apresentados dados
geoquímicos que indicam a origem mantélica desta para os termos máficos da intrusão e a existência
de assimilação crustal durante o magmatismo.
Segundo Ludka (1991), o Maciço Torre apresenta variações litológicas características,
podendo variar de diorítica a quartzo-monzonítica, com a maioria de seus membros concentrada no
campo dos monzonitos. Foram reconhecidos três domínios de acordo com critérios petrográficos
associadas às caraterísticas macroscópicas. Os domínios se dividem em:
externo, que é representado por rochas monzoníticas a quartzo-monzoníticas
leucocráticas com microclina e mesopertita;
intermediário, ocorrendo monzonitos leucocráticos a mesocráticos com mesopertita e
piroxênio;
interno com monzonitos melanocráticos, monzodioritos e dioritos.
Ludka (1991) reafirma o caráter estratiforme e o associa com vasta variação granulométrica e
composicional que ocorre dentro do Maciço Jacutinga, com rochas melanocráticas, de granulação fina
a média, e de composição gabronorítica.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
37
Wiedemann-Leonardos et al. (2000) descreve o Mimoso do Sul como um complexo intrusivo
composto por dois plútons (Figura 3.4): um monzonítico (Torre) e outro gabróico (Jacutinga). O Torre
grada de diorito/monzodiorito no centro, passando a um monzonito hipersolvus a mesopertita que, por
sua vez, grada a um granito e monzonito subsolvus a microclina e oligoclásio, nos bordos. O corpo de
Jacutinga consiste de rochas gabronoríticas com composições gradando de olivina-ortopiroxênio-
clinopiroxênio-melagabro de textura fina a ortopiroxênio-clinopiroxênio-leucogabro.
A assinatura geoquímica de Torre é cálcio-alcalina a alcalina de alto potássio. Jacutinga já tem
outra assinatura, nitidamente toleiítica. Wiedemann et al. (1995) e Ludka & Wiedemann (2000)
chamaram atenção para anomalias geoquímicas com fortes enriquecimentos isotópicos e de elementos
incompatíveis.
Figura 3. 4- Mapa Geológico do Complexo Intrusivo Mimoso do Sul (Ludka 1991; Ludka 1997; Wiedemann et
al. 1995; Campos et al. 2004).
De acordo com Faria (2013) o CIMS é composto pelos maciços Torre e Jacutinga que
apresenta uma grande variedade de seus litotipos. A maior gama de fácies individualizadas ocorre no
maciço Torre. São elas: magnetita-granito, pegmatito, monzo-granito, quartzo-sienito, quartzo-
monzonito, monzonito, gabro norito. O maciço jacutinga apresenta termos menos diferenciados de
gabro norito. Neste trabalho ainda apresenta novos dados de geoquímica que indicam que tanto o
Maciço Torre e o Jacutinga possuem rochas máficas de origem mantélica invariavelmente
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
38
contaminadas por crosta. As relações de contato complexas entre os litotipos que compõem o CIMS
indicam que todas as rochas associadas a esse complexo são relativamente contemporâneas, e que
provavelmente encontravam-se em uma mesma câmara magmática durante o processo de
resfriamento. Essa coexistência é marcada por diferentes tipos de estruturas e texturas.
O trabalho mais recente do CIMS é um trabalho de conclusão de graduação, realizado por
Bronze (2014), cujo objetivo era caracterizar petrograficamente e geoquimicamente os principais
litotipos que constituem o CIMS, visando um melhor entendimento da gênese dessas rochas e a suas
relações com as encaixantes. Bronze (2014) descreve o maciço Torre com uma gradação
composicional, onde o centro é composto por gabro-norito e as bordas por rochas monzoníticas a
sieníticas. E o maciço Jacutinga sendo composto por gabro-norito, porém pontualmente as bordas
podem conter rochas de composição granodioríticas a graníticas, que na escala de trabalho não foram
cartografadas (Figura 3.5).
Figura 3. 5- Mapa geológico (1:50.000) realizado por Bronze (2014).
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
39
Com novos dados de geoquímica Bronze (2014) descreve que as rochas máficas são oriundas
do manto enriquecido em elementos incompatíveis enquanto as rochas félsicas são de origem crustal.
A química dessas últimas ainda permite correlacioná-las ao estágio final do evento que originou o
Orógeno Araçuaí, pois são composicionalmente similares a granitóides pós-colisionais. As rochas
máficas possuem padrões de elementos terras raras que indicam diferentes graus de enriquecimento
em elementos incompatíveis o que pode sugerir discrepâncias na intensidade da contribuição crustal
para a geração dessas rochas. As rochas máficas associadas ao maciço torre são bem mais alcalinas
que aquelas encontradas no maciço jacutinga. Com isso e juntamente com as informações de
associação litológica é possível inferir que as máficas do torre provavelmente apresentam maior
interação crustal.
CAPÍTULO 4
GEOQUÍMICA MIMERAL E GEOCRONOLOGIA
U/PB EM MONAZITAS DOS PEGMATITOS DO SUL DO ES
RESUMO
A área de estudo está inserida no contexto geotectônico do limite entre as faixas Ribeira e
Araçuaí, dentro da Província Pegmatítica Oriental do Brasil. O objetivo principal deste trabalho é o
estudo dos pegmatitos, a partir de aspectos geoquímicos, para caracterizar a evolução desses corpos,
sua potencialidade econômica e provável gênese. As técnicas analíticas empregadas foram
microssonda eletrônica (para a composição química dos feldspato, muscovita, turmalina, berilo e
monazita); LA-Q-ICP-MS (para a caracterização dos elementos traços dos minerais citados); e LA-SF-
ICP-MS (para a obtenção das idades pela razão U/Pb, em grãos de monazita, que apresentaram idade
de 610.0±4.2 Ma). Os pegmatitos apresentam zonalidade irregular, contém feldspato potássico,
quartzo, muscovita, água-marinha e topázio, não apresentam controle estrutural. Em relação a
geoquímica, foi possível perceber que esses corpos apresentam um trend de evolução em que o
pegmatito São Domingos é menos fracionado que o pegmatito Fazenda Concórdia e quando
comparado com pegmatitos de outros distritos da Província Pegmatítica Oriental do Brasil fica
evidente que estes corpos são das primeiras fases do processo de fracionamento. Com relação a idade
apresentada, duas hipótese foram consideradas: a monazita pode ser oriunda da rocha encaixante que
foi incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este pegmatito seria de origem pré-
colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.
Palavras-chave: Pegmatito; Espírito Santo; Mimoso do Sul; Muqui; Geoquímica
Abstract
The study area is inserted in the geotectonic context of the boundary between the Ribeira and
Araçuaí belts, into the Eastern Pegmatitic Province of Brazil. The main objective of this paper is the
study of the pegmatites, from geochemical aspects, to characterize the evolution of these bodies, their
economic potentiality and probable genesis. The analytical techniques used were electron microprobe
(for the chemical composition of feldspar, muscovite, tourmaline, beryl and monazite); LA-Q-ICP-MS
(for the characterization of trace elements of the mentioned minerals); and LA-SF-ICP-MS (to obtain
the ages for the U/Pb ratio, in monazite grains, which presented age of 610.0 ± 4.2 Ma). The
pegmatites have irregular zonality, contain K-feldspar, quartz, muscovite, aquamarine and topaz, do
not present structural control. In relation to geochemistry, it was possible to notice that these bodies
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
41
present a trend of evolution in which the São Domingos pegmatite is less fractioned than the pegmatite
Fazenda Concórdia and when compared to pegmatites of other districts of the Eastern Pegmatitic
Province of Brazil it is evident that these bodies are the first stages of the fractionation process. In
relation to the presented age, two hypotheses were considered: the monazite can come from the
nesting rock that was incorporated to the pegmatite during its crystallization, or this pegmatite would
be of pre-collisional origin, which would explain the low degree of evolution of these pegmatites.
Keywords: Pegmatite; Espírito Santo; Mimoso do Sul; Muqui; Geochemistry
4.1 INTRODUÇÃO
O Brasil representa uma importante fonte mundial de metais raros (ex. berílio, lítio e tântalo),
que são explorados principalmente na Província Pegmatítica Oriental do Brasil (PPOB) (Correia
Neves et al. 1986). Essa província localiza-se na região nordeste de Minas Gerais, Sul da Bahia, oeste
do Espírito Santo e sudeste do Rio de Janeiro.
Embora o Espírito Santo possua um arcabouço geológico que é marcado por inúmeras
intrusões graníticas, na literatura geológica do estado existem poucos registros de trabalhos sobre
pegmatitos, o que ocorrem são relatos históricos e citações em trabalhos de mapeamento geológico
efetuados pela CPRM na década de 90. Apesar do todo renome dessa província, o território capixaba
carece de estudos no que diz respeito geologia dos pegmatitos, principalmente na região sul do estado.
A relevância do estudo é mostrar os dados inéditos dos pegmatitos do sul do estado Espírito Santo,
enfocando aspectos mineralógicos, geoquímicos e genéticos, que permitam conhecer a evolução
desses corpos com sua provável gênese e sua potencialidade econômica.
A Figura 4.1 representa o limite do distrito pegmatítico Espírito Santo (em vermelho), de
acordo com Pedrosa Soares et al. (2011) e o distrito pegmatítico Espírito Santo (em preto) proposto
por este trabalho. A nova área deste distrito foi reconfigurada para abranger os campos pegmatíticos
propostos por Benitez et al. (2012), onde ocorrem as maiores concentrações de pegmatitos do Espirito
Santo. Estes campos foram designados de campo norte, campo central e campo sul. O campo norte,
centralizado na cidade de Pancas, foi um importante produtor de água-marinha e crisoberilo. Na região
central que inclui as regiões de Aracruz (importante ocorrência de escapolita) e a região de Santa
Tereza produz praticamente todas as andaluzitas do mercado brasileiro, onde também são retiradas
água marinhas. No campo sul, nas imediações de Mimoso do Sul, há ocorrência de topázio e água-
marinha. Os pegmatitos do estudo são o pegmatito Fazenda Concórdia (FC), localizado no município
de Mimoso do Sul e o pegmatito São Domingos (SD), localizado no município de Muqui, ambos no
extremo sul do estado do Espírito Santo e no campo pegmatítico Mimoso do Sul.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
42
Figura 4. 1: Província Pegmatítica Oriental (reunindo os limites propostos por Paiva 1946; Putzer 1976 e
Schobbenhaus et al. 1984); os distritos pegmatíticos (Pedrosa-Soares et al. 2011); o distrito pegmatítico proposto
por este trabalho, no estado do Espírito Santo; a localização dos registros de pegmatitos do ES.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
43
4.2 CONTEXTO GEOLÓGICO
A área dos pegmatitos encontra-se próximo ao paralelo 21ºS, onde ocorre a transição do
Orógeno Araçuaí para o Orógeno Ribeira, que é marcada pela deflexão da estruturação brasiliana que
muda da direção NNE, a norte, para NE, a sul (Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos 2000).
Porém essa transição entre os orógenos ainda é questionável, devido à ausência de estruturas
marcantes que limitem diferentes evoluções tectônicas e/ou unidades litológicas.
O Orógeno Araçuaí foi subdividido em quatro estágios geotectônicos (Pedrosa-Soares et al.
2011): pré-colisional (630-585 Ma), sincolisional (585-560 Ma), tardi-colisional (560-530 Ma) e pós-
colisional (530-480 Ma). O estágio pós-colisional está relacionado ao clímax do colapso gravitacional
do orógeno, onde a subida da astenosfera é constante. As supersuítes G4 (530-500 Ma) e G5 (520-480
Ma) são pós-colisionais e incluem plútons que cortam e perturbam a tendência tectônica regional, bem
como corpos concordantes intrusos ao longo de estruturas de idades distintas (Pedrosa-Soares &
Wiedemann-Leonardos 2000; Campos et al. 2004; Pedrosa-Soares et al. 2001a, 2008). A supersuíte
G4 ocorre inúmeros pegmatitos ricos em turmalina, feldspato industrial e minerais raros. Os plútons
G5, particularmente aqueles que se situam na porção norte do orógeno, são fontes de pegmatitos ricos
em água-marinha e topázio.
A geologia da área está ilustrada na figura 4.2. O pegmatito FC está encaixado em na unidade
mingling monzonito/monzodiorito+diorito do Complexo Intrusivo Mimoso do Sul (Ludka, 1991;
Wiedemann et al., 1995; Ludka, 1997). O pegmatito SD está encaixado em gnaisses do Complexo
Paraíba do Sul (Silva, 1993; Heibron et al., 2004).
Wiedemann-Leonardos et al. (2000) descreve o Mimoso do Sul como um complexo intrusivo
composto por dois plútons (Figura 3.4): um monzonítico (Torre) e outro gabróico (Jacutinga). O Torre
grada de diorito/monzodiorito no centro, passando a um monzonito hipersolvus a mesopertita que, por
sua vez, grada a um granito e monzonito subsolvus a microclina e oligoclásio, nos bordos. O corpo de
Jacutinga consiste de rochas gabronoríticas com composições gradando de olivina-ortopiroxênio-
clinopiroxênio-melagabro de textura fina a ortopiroxênio-clinopiroxênio-leucogabro.
Projeto Cachoeiro de Itapemirim 1:100.000 (SF.24-V-A-V) utiliza-se a denominação
Complexo Paraíba do Sul, sendo dividido em nove unidades (Pps1 a Pps9) sem levar em consideração
as ambiências geotectônicas das mesmas. O pegmatito encontra-se encaixado no Complexo Paraíba do
Sul-Pps9 que possui predominância de biotita gnaisses, com ou sem anfibólio e/ou granada,
geralmente com porfiroblastos de microclina, às vezes granítico, bandado ou migmatizado. No mapa
do projeto, consta como um pegmatito encaixado em gnaisse, onde ocorria garimpo de feldspato (Silva
1992, 1993).
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
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Figura 4. 2: Contexto geológico da região estudada, em escala 1:150.000, localizada no extremo sudeste da
Província Pegmatítica Oriental do Brasil e na faixa Araçuaí, no sul do Espirito Santo (compilação dos dados do
(Incaper, 2007) e folha Espirito Santo (Vieira & Menezes, 2015).
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
45
4.3 PROVÍNCIA PEGMATÍTICA ORIENTAL DO BRASIL
Os pegmatitos estudados neste trabalho pertencem à Província Pegmatítica Oriental do Brasil
(PPOB), que é uma das províncias pegmatíticas mais importantes no mundo, ocorrendo numa faixa
com cerca de 800 km de extensão por 100 a 150 km de largura, estendendo-se de NNE para SSW ao
longo da região nordeste de Minas Gerais, sul da Bahia e oeste do Espírito Santo (Correia Neves 1981,
Correia Neves et al. 1986).
Segundo Bilal et al. (2000), os pegmatitos dessa província podem ser classificados em dois
grupos: (i) pegmatitos de qualidade gemológica – ricos em turmalinas e zonas de Li; (ii) pegmatitos
com berilo, algumas vezes com qualidade gemológica e cerâmicos. O primeiro grupo resulta de uma
cristalização fracionada e está relacionado a granitos sin-tectônicos, associados a deformação
compressiva da fase D1. Esses pegmatitos localizam-se nos distritos de Araçuaí, Ataléia, Conselheiro
Pena, Espera Feliz, Padre Paraíso, Pedra Azul, São José da Safira. O segundo grupo é associado a fase
D2 do brasiliano. Durante essa fase ocorreu a fusão parcial da crosta e simultaneamente a geração de
leucogranitos porfiríticos e o segundo grupo de pegmatitos. Esse grupo está nos distritos Caratinga,
Santa Maria de Itabira e Espírito Santo. Esse grupo está encaixado também em orto e paragnaisse
(2,6Ga) ou em granitos. Esses corpos apresentam uma distribuição zonada em torno de regiões
anatéticas que mostram uma maior evolução quando intrudidos em níveis mais altos da origem
anatéticas. Esses pegmatitos possuem um range em torno de 0,5 para 10 m e as vezes maiores. Esses
corpos possuem morfologia predominantemente tabular ou em lentes. Apresentam um zoneamento
interno especialmente em corpos maiores. Um terceiro grupo de pegmatitos pobres em turmalina e
ricos em berilo foi descrito por Pedrosa-Soares et al. (2007), sendo associados a diápiros pós-
tectônicos que gradam de gabro a granitos pertencentes à Suíte G5, sendo fonte importante de berilo
gemológico.
4.4 METODOLOGIA
As análises químicas e as preparações de amostras foram realizadas nos laboratórios do
Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto (DEGEO/UFOP). Foram obtidos
dados de análises químicas para óxidos maiores e menores e elementos-traço, além da determinação
geocronológica U-Pb em monazita. Foram selecionadas doze cristais de feldspatos, oito cristais de
micas, 4 cristais de berilo, um cristal de turmalina e 3 cristais de monazita para a montagem de
pastilhas. Para as análises de Imageamento por elétrons retroespalhados e Microssonda Eletrônica, as
pastilhas foram metalizadas, recobertas com 250-300 Å de carbono. E para as análises no LA-ICP-
MS, estas foram limpas com C3H6O para a retirada da metalização e eliminar possíveis superfícies de
contaminação. Os dados foram tabulados e os gráficos foram gerados utilizando-se o aplicativo
EXCELL e o software PetroGraph.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
46
4.4.1. Imageamento backscattered electrons (bse)
Os fragmentos de monazita foram imageados para verificar suas variações composicionais
internas, utilizando imageamento por elétrons retroespalhados (BSE - backscattered electrons) com um
microscópio de varredura (MEV) modelo JEOL JSM 6510, que utiliza 20 kV de voltagem de
aceleração. As imagens foram geradas no Laboratório de Microscopia e Microanálises do
DEGEO/EM – Laboratório integrante da RMIc, Rede de Microscopia e Microanálises de Minas
Gerais – FAPEMIG, UFOP.
4.4.2. Microssonda Eletrônica
Foram realizadas análises em monazitas, feldspatos, berilos, micas e turmalina por
microssonda eletrônica para caracterização da composição química, através da determinação de
elementos maiores e menores. As análises foram realizadas no Laboratório de Microscopia e
Microanálises do DEGEO/EM, UFOP, utilizando uma microssonda da marca JEOL, modelo JXA-
8230, através de espectrometria por dispersão de comprimento de onda (WDS).
As condições analíticas empregadas para análises de feldspatos, berilo, topázio e turmalina
foram uma voltagem de aceleração de 15 kV, corrente do feixe de 20 nA e 5 μm de diâmetro do feixe.
Para as micas foram voltagem de aceleração de 15 kV, e corrente do feixe de 20 nA e 2 μm de
diâmetro do feixe. E para as monazitas: voltagem de aceleração de 20 kV, e corrente do feixe de 200
nA e 10 μm de diâmetro do feixe. Os dados foram regredidos utilizando a matriz comum de correção
ZAF (Z = número atômico, A = probabilidade de absorção e F = fluorescência de raios X).
4.4.3. Ablação a Laser - Espectrometria de Massa Acoplada Indutivamente do
Tipo Quadrupolo (LA-Q-ICP-MS)
Este tipo de espectrômetro de massa utiliza um analisador de massa do tipo quadrupolo
(quadrupole – Q). Este foi utilizado para determinação dos elementos traço, utilizando-se um sistema
customizado New Wave Research/Merchantek UP-213 nm, com laser na frequência do quintopolo do
tipo Nd:YAG, acoplado a um ICP-MS Agilent 7700x com analisador de massas do tipo Quadrupolo.
Realizado no Laboratório de Geoquímica Isotópica (LOPAG), UFOP.
As concentrações dos elemento foram medidas com base no Si como referência interna, de
acordo com médias obtidas para este composto nas análises de microssonda, com uma média de 34%
para turmalina, 45% para as micas, 60% para os feldspatos e 65% para os berilos. O material de
referência utilizado foi o BHVO, BCR, NIST610 e NIST612. Foram analisados 15 pontos na
turmalina, 10 pontos em cada amostra de berilo, de 6 a 15 pontos em cada amostra de feldspato e 10
pontos em cada amostra de mica.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
47
4.4.4. Ablação a Laser - Espectrometria de Massa Acoplada Indutivamente do
Tipo Sector Field (LA-SF-ICP-MS)
Para a obtenção das idades pela razão U/Pb nas monazitas, foi utilizando o Thermo-Finnigan
Element II, monocoletor setor magnético (SF) ICP-MS, acoplado a um laser CETAC UV Nd:YAG de
213 nm com célula de ablação Helix. Os dados foram adquiridos em modo peak jumping usando um
spot size de 15 µm. A datação U/Pb foi realizada no Laboratório de Geoquímica Isotópica (LOPAG)
UFOP.
4.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O pegmatito SD encontra-se encaixado em um anfibólio-biotita gnaisse, de cor cinza,
granulação média, bem foliados com porfiroblástos de feldspato potássico, é milimétrica a
centimétrica, onde as bandas félsicas (quartzo-fedspática) são de granulação média a grossa. O
pegmatito caracteriza-se por ter uma estrutura mais simples, sem zoneamento complexo, apresenta
uma mineralogia simples, sendo composta basicamente por três zonas: zona borda ou marginal,
intermediária e núcleo. As características mineralógicas são bastante uniformes em quase toda a
extensão do pegmatito exposto. a) Zona borda ou marginal apresenta uma espessura fina, poucos
centímetros, apresenta quartzo, feldspato e muscovita de granulação fina. b) Zona intermediária
apresenta-se bem desenvolvida, existindo uma predominância de feldspato potássico de cor branca.
Basicamente, a mineralogia é constituída por quartzo, muscovita, feldspato potássico (microclina) e
albita. c) Núcleo é formado essencialmente por quartzo hialino a leitoso e apresenta-se em formação
descontínua (Figura 4.3).
O corpo principal do Pegmatito FC apresenta estrutura zonada, segundo a classificação de
Cameron et al. (1949). A forma do corpo deste pegmatito é bastante irregular, zonado, contendo uma
pequena variedade mineralógica. A mineralogia essencial é composta por quartzo, feldspato potássico
(microclina), albita e muscovita, tendo como acessórios: turmalinas negras, berilo (água-marinha) e
topázio. Com direção NW-SE. O pegmatito pode ser diferenciado em quatro zonas: a) Zona borda ou
marginal apresenta uma espessura fina, poucos centímetros, apresenta quartzo, feldspato e muscovita
de granulação fina. b) Zona Mural possui uma granulação grossa, com quartzo, pertita, muscovita,
plagioclásio. Ocorre intenso intercrescimento gráfico entre microclina e quartzo. c) Zona Intermediária
- Destacam-se essencialmente feldspato potássico, albita, quartzo e muscovita. Nesta região são
encontrados berilo (água-marinha), topázio incolor e turmalina preta. Uma característica marcante são
os grandes cristais de micloclina com bordas de crescimento. Nesta zona ocorre uma área com grande
alteração de feldspatos (caulinização). d) Núcleo - É constituído essencialmente por quartzo leitoso.
Caracteriza-se pela forma irregular, descontinuidade e disposição assimétrica em relação às outras
zonas do corpo pegmatítico (Figura 4.4).
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
48
Figura 4. 3: Área de exposição do pegmatito São Domingos. A) Região de localização do pegmatito dentro dos
limites da fazenda São Domingos. B) Vista do pegmatito pela estrada de acesso.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
49
Figura 4. 4:Área de exposição do pegmatito Fazenda Concórdia. A) zona do quartzo; B) Zoneamento em uma
parede do pegmatito, mostrando contato com a rocha encaixante (1), (2, 2A) Zona Intermediária, (3) Zona
marginal; C) Área com intenso processo de caulinização.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
50
4.5.1. Geoquímica do Feldspato
Os feldspatos são um grupo importante, tanto geoquímico como econômico. Ocorrem em
todas as zonas dos corpos pegmatíticos e junto com as micas fornecem informações sobre variações
durante o processo de cristalização do pegmatito.
Foram analisados 12 amostras de feldspatos dos dois pegmatitos, sendo classificados como
plagioclásio (Ab99,9–92,2, An7,8-0,1) e feldspato potássico (Or97,1–74,3, Ab25,7-2,9). De acordo com o
diagrama Or:Ab:Na para classificação dos feldspatos proposto por Deer et al. (2000), os feldspatos
correspondem ao ortoclásio (microclina), anortoclásio, albita e oligoclásio. A maioria dos pontos
analisados nessas amostram se cristalizam em temperaturas abaixo de 750 ºC (Figura 4.5-A).
Os elementos Na, Ca, K, Rb, Cs, Ga, Ti, Pb, Sr e Ba, entre outros, podem entrar na estrutura
cristalina do feldspato. Segundo Correia Neves (1981) K, Rb, Sr, Ba, Cs são interessantes para o
estudo de fracionamento desses elementos ao longo da cristalização do pegmatito. Os teores em Rb e
Cs nos feldspatos são utilizados para interpretar a evolução interna dos corpos pegmatíticos, cujos
conteúdos crescem com a evolução do pegmatito.
De acordo com a gráfico Rb x Ba dos feldspatos analisados é possível observar dois grupos
principais de feldspatos. Um grupo mais enriquecido em Rb e Ba, representados pelos feldspatos H1 e
H2 do pegmatito FC, e outro grupo com baixos teores de Rb e Ba em relação ao primeiro (Figura 4.5-
B).
Figura 4. 5: - A) Diagrama Or:Ab:Na para classificação dos feldspatos proposto por Klein & Hurlbut Jr. (2010)
e isotermas de Deer et al. (2000) com os campos de estabilidade dos diferentes tipos de feldspatos. Área em
cinza: não tem presença de feldspato; área em azul: feldspato estável em baixas temperaturas; área em roxo:
feldspato estável em altas temperaturas. B) Distribuição de Rb x Ba nos feldspatos dos pegmatitos FC e SD.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
51
O conteúdo de Rb nos feldspatos no pegmatito FC varia de 996 a 4745 ppm e no pegmatito
SD 920 a 1032 ppm. O diagrama K/Rb x Rb (Figura 4.7-A) mostra uma correlação negativa, em que
ocorre um enriquecimento de Rb e um decaimento na relação K/Rb, devido ao aumento do
fracionamento do pegmatito. O Cs também é um importante elemento para avaliar a evolução dos
pegmatitos, pois geralmente substitui o K e tende a aumentar sua concentração à medida que ocorre o
fracionamento do pegmatito. A concentração de Cs no pegmatito FC variou de 25 a 593 ppm e no
pegmatito SD de 5 a 12 ppm, evidenciando que o pegmatito é menos evoluído que o pegmatito FC. No
diagrama K/Rb x Cs (Figura 4.7-B) observa-se uma relação negativa, onde ocorre o enriquecimento de
Cs nos pegmatitos mais evoluídos.
Figura 4. 6: Análise dos feldspatos dos pegmatitos FC e SD. A) Diagrama K/Rb x Rb. B) Diagrama K/Rb x Cs
(Morteani & Gaupp 1989).
É possível observar variações de diferentes tipos de cinza em cada fragmento de feldspato nas
imagens de microssonda eletrônica, indicando variação composicional, que é confirmada pela análise
dos elementos maiores e menores da microssonda (Figura 4.7). Os tons de cinza claro corresponde à
microclina e os tons de cinza escuro, à albita. Portanto, trata-se de uma microclina com lamelas de
albita exsolvida – pertita.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
52
Figura 4. 7: Imagens dos cristais de feldspatos analisados por microssonda eletrônica.
4.5.2. Geoquímica do Berilo
O berilo também permite a identificação de agrupamentos e caracterização geoquímica (Černý
1975). Segundo Dar & Phadke (1964), é possível separar alguns tipos de pegmatitos de acordo com as
variedades de berilo. Assim a água-marinha pode ocorrer em pegmatitos zonados e não diferenciados,
mas também podem ocorrer nas zonas mais externas dos pegmatitos zonados e diferenciados. Esses
berilos azuis são os primeiros a se cristalizar, sendo, contudo, pobres em álcalis e com teores
relativamente altos em ferro.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
53
Foram analisados 4 berilos do pegmatito FC, de uma tonalidade de azul claro, água-marinha.
O teor em álcalis nos berilos reflete não só as características geoquímicas do material pegmatítico
parente (Černý 1975; Correia Neves et al. 1984 in Correia Neves et al. 1986), mas também a ampla
variação composicional dos berilos dentro do mesmo corpo pegmatítico e até mesmo no cristal
(Correia Neves et al. 1986).
A Figura 4.8-A é uma representação do diagrama de Trueman & Černý (1982) dos berilos do
pegmatito FC. À medida que ocorre a evolução, os teores de Li aumentam e a razão Na/Li cai. De
acordo com esse gráfico, os berilos mais mineralizados são do tipo pegmatito com mineralizações de
Li, Rb, Cs, Be e Ta, os berilos intermediários são do tipo pegmatitos com espodumênio e os menos
evoluídos são do tipo pegmatitos estéreis e portadores de Be, Nb, Ta e pobres em álcalis raros.
Nos gráficos da Figura 4.8-B, C, D é possível observar três grupos distintos de berilo,
compatível com o observado na Figura 4.8-A. A correlação se deve ao grau de diferenciação do
pegmatito. A medida que ocorre a evolução do pegmatito vai aumentando as concentrações de Mn, Cs,
Li e Rb, indicando que os berilos representados pelas amostras FCBe6 é a menos evoluída das
amostras e os FCBe9 as mais evoluídas.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
54
Figura 4. 8- A) Diagrama de Trueman & Černý (1982) dos berilos do pegmatito FC. B) Gráfico binário Mn x
Cs; C) Gráfico binário Li x Cs; D) Gráfico binário Na/Li x Cs+Rb e E) Gráfico binário Li x Be.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
55
4.5.3. Geoquímica da Turmalina
A turmalina é tipicamente um mineral de pegmatitos graníticos, filões pneumatolíticos e de
alguns granitos, aparece também, frequentemente, em rochas metamórficas como produto do
metassomatismo do boro ou como resultado da recristalização de grãos detríticos, a partir do
sedimento original (Deer et al. 2000). Sua cor e composição variam com o avanço do fracionamento
magmático e portanto são ferramentas para o estudo das rochas citadas acima.
As turmalinas formam um grupo de minerais com complexidade química. A formula química
gereal do grupo é a proposta por Hawthorne & Henry (1999), expressa por XY3Z6[T6O18][BO3]3V3W,
onde: X= Ca, Na, K, Vac. (vacância), Y= Li, Mg, Fe2+, Mn2+, Al, Cr3+, V3+, Fe3+, (Ti4+), Z= Mg, Al,
Fe3+, V3+, Cr3+, T= Si, Al, (B), B= B, V= OH, O e W= OH, F, O. De acordo com os autores citados, as
turmalinas podem ser definidas a partir dos elementos químicos dominantes nos seus sítios estruturais.
A turmalina analisada é um cristal prismático, de seção basal triangular e refere-se ao
pegmatito FC, de coloração preta, indicando presença de ferro e magnésio (Deer et al. 2000). Com
base nos cálculos estequiométricos e de acordo com Hawthorne & Henry (1999), essa turmalina é da
variedade schorl (Grupo Alcalino) Na0,86-0,93Fe2,59-2,9Al6[Si6O18][BO3]3O3OH. Os óxidos FeO e MgO
apresentaram concentrações entre 17,657 e 19,453% e 0,14 e 0,54%. Sendo possível observar na
figura 4.9 que representa o mapa composicional dessa turmalina, onde é possível observar seu
zoneamento composicional.
Figura 4. 9- Mapa composicional da turmalina analisada.
A turmalina do pegmatito apresenta baixa vacância (0,04 a 0,13). A relação Fe/(Fe+Mg) varia
entre 0,95 e 0,99, a relação Na/(Na+Ca) varia entre 0,98 e 1,0 e o conteúdo de Li (Calculado) entre 0 e
0,1 e o analisado por ICP-MS entre 0,01 e 0,09. Caracterizada pela predominância de Na no sítio X e
Fe no sítio Y.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
56
Segundo Hawthorne & Henry (1999) as turmalinas podem ser classificadas, segundo o sítio X,
em grupo cálcico, grupo alcalino e grupo vacância, através do diagrama ternário Ca-vacância-(Na+K),
conforme a Figura 4.10-A essa turmalina pertence ao grupo alcalino, que é constituído por ebaíta,
dravita, cromodravita, schorl, olenita, buergerita e povondraíta. Dietrich (1985) classifica as
turmalinas utilizando o diagrama ternário Fe2+-Mg-[Al(Y)+Li, onde os vértices são os cátions
dominantes no sítio Y e segundo o diagrama na Figura 4.10-B essa turmalina corresponde a schorl. Os
diagramas propostos por Selway et al. (1999) e Williamsom et al. (2000), Ca/(Ca+Na) x Fe/(Fe+Mg)
(Figura 4.10-C) e Vac./(Vac.+Na) x Fe/(Fe+Mg) (Figura 4.10-D) respectivamente, são utilizados para
caracterizar turmalinas ricas em Fe e Mg, e esses diagramas reafirma a classificação dessa turmalina
como schorl.
Figura 4. 10- Diagrama para a turmalina analisada. A) Diagrama ternário Ca-Vac.(x)-(Na+K), segundo a
classificação de Hawthorne & Henry (1999). B) Diagrama ternário Fe2+-Mg-[Al(Y)+Li], em apfu para a
turmalina analisada, conforme Dietrich (1985). C) Diagrama Ca/(Ca+Na)xFe/(Fe+Mg), em apfu, Williamsom et
al. (2000). Vac.=vacância (x).
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
57
4.5.4. Geoquímica das Micas
Ocupam o terceiro lugar em abundância nos corpos pegmatíticos, depois do grupo da sílica e
dos feldspatos. Devido à sua estrutura cristalina e o largo espectro de cristalização, do começo ao fim
da evolução dos pegmatitos, as micas são adequadas para analisar não só a evolução interna dos
corpos, mas também seu potencial metalogenético (Lopes Nunes 1973).
De acordo com Deer et al. (2000) a formula geral das micas pode ser expressa por X2Y4-
6Z8O20T4, onde X= K, Na, Ca, Ba, Rb e Cs, Y= Al, Mg, Fe, Mn, Cr, Ti, Li, Z= Si, Al e provavelmente
Fe3+, Ti, T= OH e F. Com H2O variando entre 4 a 5%, exceto para as que tem alto teor de F. Foram
analisados 8 cristais de micas referentes aos dois pegmatitos estudados. Essas micas foram
classificadas como muscovitas, de fórmula KAl1,6-2Si3AlO10(OH, F)2. Na Figura 4.11-A o diagrama
ternário flogopita-muscovita-anita foi utilizado para classificação das micas segundo Černý & Burt
(1984), onde todas as amostras projetam-se próximo ao eixo das muscovitas.
O K e Rb são importantes elementos para o estudo geoquímico das micas, normalmente
acumulando nos estágios mais tardios da cristalização do pegmatito. Segundo Černý & Burt (1984) e
Jolliff et al. (1987), nos pegmatitos homogêneos, a relação K/Rb situa-se acima de 60 e nos
pegmatitos complexos, que são altamente diferenciados e com grandes corpos de substituição, esta
relação já passa para 4 a 22. Para as micas dos pegmatito SD, o conteúdo de Rb varia de 1210 a
2778ppm e a relação K/Rb para a amostra SDB foi de 62, correspondendo a pegmatito homogêneo e
as amostras SDC variavam entre 28 e 25, onde a concentração K/Rb era maior no núcleo do que nas
bordas do cristal. Para as amostras do pegmatito FC o conteúdo de Rb varia de 1773 a 2727 ppm e a
relação K/Rb de 28 para FC1,2,3 e a amostra FCI com 42. Nenhuma das amostras projetou-se no
campo correspondente aos pegmatitos complexos, mas estas indicam que o pegmatito FC representa
uma fase intermediária entre os pegmatitos homogêneos e complexos. A Figura 4.11-B é o diagrama
K/Rb x Rb para as muscovitas estudas, apresentando uma correlação negativa, à medida que vai
diminuindo a relação K/Rb, ocorre o enriquecimento de Rb, ao longo do fracionamento dos
pegmatitos.
Pegmatitos pouco evoluídos geoquimicamente apresentam alta concentração de Ba. O
conteúdo de Ba apresenta uma boa variação, de 36 a 96ppm, e a amostra SDB com 272ppm. O
conteúdo de Ba diminui da borda para o núcleo dos cristais. A Figura 4.11-C, diagrama K/Rb x Ba,
determina os campos composicionais sugeridos por Černý &Burt (1984). A maioria das amostras
plotaram no campo LT-MOZ (Tipo lepdolita – Moçambique), a amostra SDB no MSC (Classe
muscovita) e amostra FCI no BCT (Tipo berilo-columbita). É possível observar uma relação positiva,
indicando um empobrecimento em Ba ao longo do processo de cristalização, onde as mais evoluídas
são as amostras correspondente ao núcleo dos cristais.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
58
Assim o Rb, o Zn e Be apresentam o mesmo comportamento, aumentando sua concentração,
ao passo que ocorre a diferenciação do pegmatito. Na Figura 4.6-D tem-se o diagrama K/Rb x Zn, com
concentrações de Zn variando de 107 a 240 ppm, em que os núcleos dos cristais possuem as maiores
concentrações de Zn em relação a borda. Todas as amostras plotaram no campo LT-MOZ (Tipo
lepdolita – Moçambique). Em relação ao Be, o conteúdo varia de 16 a 20 ppm, em que o pegmatito FC
apresenta os maiores valores, o que é compatível com a presença de berilo neste pegmatito.
Figura 4. 11- A) Diagrama ternário flogopita-muscovita-anita para classificar as micas segundo Černý & Burt
(1984). B) Diagrama K/Rb x Rb. c) Diagrama K/Rb x Ba, de acordo com Černý &. Burt (1984). D) Diagrama
K/Rb x Zn, Černý & Burt (1984). BCT (Tipo berilo-columbita); LT-MOZ (Tipo lepidolita-Moçambique); MSC
(Tipo muscovita); LT-MNG (Tipo lepidolita-Mongólia); Anorogênico-MOZ (anorogênico-Moçambique); LT
(Tipo lepidolita).
4.5.5. Geocronologia U-Pb
Foram analisadas monazitas extraídas do pegmatito SD, através do método U-Pb. A idade
concórdia dos grãos de monazitas é de 610.0 ±4.2 Ma (Figura 4.12). Na PPOB ocorrem diversos tipos
de pegmatitos de origem ígnea (magmas residuais intrusivos), de idade Brasiliana (650-450 Ma), ou
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
59
até mesmo pegmatitos de origem anatética, de mineralogia mais simples, formados a partir de fusão
parcial e mobilização de material félsico (Correia Neves et al. 1986; Bilal et al. 1993; Pedrosa-Soares
et al. 2011).
A maioria dos pegmatitos mineralizados da PPOB estão relacionados ao estágio pós-colisional
(530 – 480 Ma) do Ciclo Brasiliano. Segundo Correia Neves et al. (1986) e Pinto et al. (2001), com
base nos dados geocronológicos obtidos na PPOB, pode-se concluir que no fim do Brasiliano houve
uma intensa geração de material pegmatito. A idade apresentada por este trabalho não é compatível
com a idade dessa fase Ciclo Brasiliano, mas sim com o estágio pré-colisional (630 – 585 Ma). Com
relação a idade apresentada, a monazita pode ser oriunda da rocha encaixante ou esta idade pode ser
relacionado com o pegmatito
Figura 4. 12- Diagrama de idade concórdia para as monazitas.
4.6 Conclusão
Os feldspatos analisados são do tipo microclina e albita. De acordo com os diagramas K/Rb x
Rb e K/Rb x Cs, ocorre um enriquecimento de Rb e Cs ao passo que ocorre o decaimento na relação
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
60
K/Rb, devido ao aumento do fracionamento do pegmatito. Baseada nas concentrações de Rb e Cs o
pegmatito SD é menos evoluído que o pegmatito FC.
De acordo com o diagrama de Trueman & Černý (1982) dos berilos, à medida que ocorre a
evolução, os teores de Li aumentam e a razão Na/Li cai. De acordo com esse gráfico os berilos mais
mineralizados são do tipo pegmatito com mineralizações de Li, Rb, Cs, Be e Ta, os berilos
intermediários são do tipo pegmatitos com espodumênio e os menos evoluídos são do tipo pegmatitos
estéreis e portadores de Be, Nb, Ta e pobres em álcalis raros. A correlação se deve ao grau de
diferenciação do pegmatito. A medida que ocorre a evolução do pegmatito vai aumentando as
concentrações de Mn, Cs, Li e Rb.
A turmalina analisada é do tipo schorl, caracterizada pela predominância de Na no sítio X e Fe
no sítio Y. Onde as bordas são mais ricas em Fe e à medida que se caminha para o núcleo, observa-se
um aumento no conteúdo de Li e um decréscimo de Fe.
Para as muscovitas dos pegmatito SD o conteúdo de Rb varia de 1210 a 2778ppm e a relação
K/Rb para a amostra SDB foi de 62, correspondendo a pegmatito homogêneo e as amostras SDC
variavam entre 28 e 25, onde a concentração K/Rb era maior no núcleo do que nas bordas do cristal.
Para as amostras do pegmatito FC o conteúdo de Rb varia de 1773 a 2727 ppm e a relação K/Rb de 28
para FC1,2,3 e a amostra FCI com 42. Nenhuma das amostras caiu no campo correspondente aos
pegmatitos complexos, mas indicam que o pegmatito FC representa uma fase intermediária entre os
pegmatitos simples e complexos. Baseado no diagrama K/Rb x Ba, com os campos composicionais
sugeridos por Černý &Burt (1984).
Com relação a idade apresentada, a monazita pode ter vindo da encaixante e ter sido
incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este pegmatito possui uma origem pré-
colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.
Em relação a geoquímica foi possível perceber que esses corpos apresentam uma trend de
evolução em que o pegmatito SD é menos fracionado que o pegmatito FC e quando comparado com
pegmatitos de outros distritos da PPOB fica evidente que estes corpos são das primeiras fases do
fracionamento do pegmatito. Com relação a idade apresentada, a monazita pode ter vindo da
encaixante e ter sido incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este pegmatito possui uma
origem pré-colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.1
1 O primeiro autor agradece à FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, pelo apoio financeiro concedido através do Projeto de Pesquisa APQ-01448-15 Desenvolvimento de padrões para geocronologia pelo método U/Pb para Laser Ablation
Coupled Plasma Mass Spectrometry (LA-ICP-MS). Agradecemos ao Laboratório de Microanálises do DEGEO/EM - Laboratório
integrante da RMIc, Rede de Microscopia e Microanálises de Minas Gerais - FAPEMIG, pelos dados químicos gerados.
CAPÍTULO 5.
CONCLUSÃO
Segundo as classificações descritas no Capítulo 2 desta dissertação, o pegmatito SD pode ser
classificado segundo Fersman (1931) como simples ou homogêneo, pois apresenta um zoneamento
difuso, sem corpos de substituição tardios significativos. Com mineralogia composta por feldspato
potássico, quartzo e muscovita, onde foi lavrado feldspato. O pegmatito FC pode ser classificado com
simples também, porém apresenta uma mineralogia que é composta por feldspato potássico, quartzo e
muscovita, além de turmalina e berilo. Este pegmatito apresenta-se mais evoluído que o pegmatito SD,
podendo até mesmo ser classificado como complexo, devido a algumas zonas apresentadas.
Baseada na composição mineralógica global os pegmatitos da área são do tipo pegmatitos
ácidos, segundo a classificação de Landes (1933), geralmente denominados de pegmatitos graníticos,
em que os principais minerais constituintes são: quartzo, feldspatos alcalinos (microclina e/ou albita),
micas (muscovita e/ou biotita) e um número considerável de minerais raros de lítio, rubídio, berílio,
césio, nióbio, tântalo e terras raras.
Dependendo de cada zona pegmatítica, ocorre a existência de uma associação mineralógica
distinta, baseada em uma sequência de cristalização, assim Cameron et al. (1949) propôs uma
sequência dessas zonas, da parte mais externa para o núcleo, que compreende onze associações
mineralógicas, que representam a maioria dos pegmatitos (sem conter a mineralogia acessória). O
pegmatito FC e SD é composto pelas zonas: 1(Plagioclásio + quartzo + muscovita); 2 (Plagioclásio +
quartzo); 4 (Pertita + quartzo) e 11 (Quartzo).
Segundo Cameron et al. (1949), a estrutura interna dos pegmatitos zonados pode ser de três
tipos: preenchimento de fratura, corpos de substituição ou zonas de cristalização primaria. Esses
pegmatitos apresentam características de zonas de cristalização primária. Zonas de cristalização
primaria, são formadas por sucessivas camadas concêntricas em relação ao núcleo, diferenciando-se
pela composição mineralógica, textural ou ambos. As zonas são denominadas de marginal, mural,
intermediária (externa, média e interna) e núcleo. O pegmatito FC apresenta a zona de borda ou
marginal, zona mural, onde mica e berilo são os principais minerais econômicos, zona intermediária
sendo dominada por microclina pertítica e o núcleo, constituído de a massa sólida de quartzo. O
pegmatito SD, apresenta as zonas denominadas de zona de borda ou marginal, zona intermediária
sendo dominada por microclina pertítica e o núcleo, constituído de a massa sólida de quartzo.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
62
Com base na geoquímica esses pegmatitos podem ser classificados de acordo como Černý &
Ercit (2005): O pegmatito FC Classe Muscovítico-Elemento Raro do Tipo Berilo, sem Ta e Nb. O
pegmatito SD Classe Muscovítica.
Os feldspatos analisados são do tipo microclina e albita. De acordo com os diagramas K/Rb x
Rb e K/Rb x Cs, ocorre um enriquecimento de Rb e Cs ao passo que ocorre o decaimento na relação
K/Rb, devido ao aumento do fracionamento do pegmatito. Baseada nas concentrações de Rb e Cs o
pegmatito SD é menos evoluído que o pegmatito FC.
De acordo com o diagrama de Trueman & Černý (1982) dos berilos, à medida que ocorre a
evolução, os teores de Li aumentam e a razão Na/Li cai. De acordo com esse gráfico os berilos mais
mineralizados são do tipo pegmatito com mineralizações de Li, Rb, Cs, Be e Ta, os berilos
intermediários são do tipo pegmatitos com espodumênio e os menos evoluídos são do tipo pegmatitos
estéreis e portadores de Be, Nb, Ta e pobres em álcalis raros. A correlação se deve ao grau de
diferenciação do pegmatito. A medida que ocorre a evolução do pegmatito vai aumentando as
concentrações de Mn, Cs, Li e Rb.
A turmalina analisada é do tipo schorl, com baixa vacância (0,04 a 0,13). A relação
Fe/(Fe+Mg) varia entre 0,95 e 0,99, a relação Na/(Na+Ca) varia entre 0,98 e 1,0 e o conteúdo de Li
(Calculado) entre 0 e 0,1 e o analisado por ICP-MS entre 0,01 e 0,09. Caracterizada pela
predominância de Na no sítio X e Fe no sítio Y. Onde as bordas são mais ricas em Fe e à medida que
se caminha para o núcleo, observa-se um aumento no conteúdo de Li e um decréscimo de Fe.
As micas são do tipo muscovita. Para as muscovitas dos pegmatito SD o conteúdo de Rb varia
de 1210 a 2778ppm e a relação K/Rb para a amostra SDB foi de 62, correspondendo a pegmatito
homogêneo e as amostras SDC variavam entre 28 e 25, onde a concentração K/Rb era maior no núcleo
do que nas bordas do cristal. Para as amostras do pegmatito FC o conteúdo de Rb varia de 1773 a 2727
ppm e a relação K/Rb de 28 para FC1,2,3 e a amostra FCI com 42. Nenhuma das amostras caiu no
campo correspondente aos pegmatitos complexos, mas indicam que o pegmatito FC representa uma
fase intermediária entre os pegmatitos simples e complexos. Baseado no diagrama K/Rb x Ba, com os
campos composicionais sugeridos por Černý &Burt (1984). A maioria das amostras caíram no campo
LT-MOZ (Tipo lepdolita – Moçambique), a amostra SDB no MSC (Classe muscovita) e amostra FCI
no BCT (Tipo berilo-columbita). O diagrama K/Rb x Zn, onde todas as amostras caíram no campo
LT-MOZ (Tipo lepdolita – Moçambique).
Com relação a idade apresentada, a monazita pode ter vindo da encaixante e ter sido
incorporada ao pegmatito durante sua cristalização, ou este pegmatito possui uma origem pré-
colisional, o que explicaria o baixo grau de evolução desses pegmatitos.
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
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Considerando o que foi apresentado esses pegmatitos possuem um grau de evolução, porém
pequeno se comparado com outros distritos da PPOB. No geral eles são simples e pouco mineralizado.
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
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APÊNDICE
Apêndice A. Análises de microssonda eletrônica dos feldspatos dos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) e São Domingos (SD), calculados para 32 O.
Tabela 1: Elementos maiores feldspatos.
Óxidos % peso FC-A1-1 FC-A1-2 FC-A2-1 FC-A2-2 FC-H1 FC-H2 FC-J1-1 FC-J1-2 FC-J2-1 FC-J2-2 FC-K1-1 FC-K1-2 FC-K2 SD-A1-1 SD-A1-2 SD-A2-1 SD-A2-2 SD-D1-1 SD-D1-2 SD-D2
Na2O 0,84 11,42 0,64 11,07 0,63 0,63 0,56 11,19 0,59 10,91 0,74 11,39 0,57 0,93 10,48 0,98 11,19 1,03 11,46 0,75
F 0,01 0,02 0,03 0,08 0,02 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,04 0,04 0,04 0,02 0,03 0,03
SiO2 64,67 67,97 64,60 67,01 64,55 64,64 64,63 67,33 64,59 67,46 64,32 68,23 64,78 64,87 67,62 65,01 67,15 65,08 67,84 64,66
Al2O3 18,27 19,31 18,24 20,22 18,28 18,16 18,32 20,23 18,30 19,83 18,06 19,64 18,30 18,35 19,26 18,38 20,30 18,36 19,75 18,25
MgO 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,02 0,00 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01
BaO 0,04 0,00 0,02 0,00 0,06 0,07 0,02 0,03 0,01 0,01 0,02 0,01 0,02 0,02 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01 0,03
FeO 0,03 0,00 0,02 0,04 0,02 0,03 0,01 0,02 0,01 0,00 0,03 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,02 0,03
Cl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,02 0,00 0,01 0,01
TiO2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cr2O3 0,01 0,00 0,02 0,00 0,02 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,03 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,03 0,01 0,02 0,00
SrO 0,01 0,00 0,03 0,02 0,02 0,02 0,03 0,01 0,01 0,02 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,02 0,00 0,03 0,01 0,01
CaO 0,01 0,20 0,00 1,17 0,00 0,01 0,00 1,02 0,01 0,63 0,57 0,39 0,00 0,03 0,19 0,02 0,66 0,02 0,51 0,03
K2O 15,94 0,14 16,14 0,17 15,87 15,88 16,20 0,10 16,20 0,81 15,58 0,11 16,03 15,54 1,06 15,43 0,23 15,46 0,39 15,68
MnO 0,01 0,02 0,00 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
Total 99,85 99,07 99,76 99,79 99,49 99,48 99,79 99,98 99,77 99,70 99,39 99,86 99,77 99,80 98,69 99,91 99,68 100,06 100,06 99,51
Na 0,30 3,90 0,23 3,78 0,23 0,23 0,20 3,80 0,21 3,72 0,27 3,87 0,21 0,33 3,60 0,35 3,81 0,37 3,89 0,27
F 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Si 11,98 11,99 11,99 11,79 11,99 12,01 11,98 11,81 11,98 11,88 11,97 11,95 12,00 11,99 12,00 12,00 11,81 12,00 11,89 12,00
Al 3,99 4,01 3,99 4,19 4,00 3,98 4,00 4,18 4,00 4,11 3,96 4,05 3,99 4,00 4,03 4,00 4,21 3,99 4,08 3,99
Mg 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ba 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cr 0,95 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Sr 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ca 0,00 0,04 0,00 0,22 0,00 0,00 0,00 0,19 0,00 0,12 0,11 0,07 0,00 0,01 0,04 0,00 0,13 0,00 0,10 0,01
K 3,77 0,03 3,82 0,04 3,76 3,76 3,83 0,02 3,83 0,18 3,70 0,02 3,79 3,67 0,24 3,63 0,05 3,64 0,09 3,71
Mn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Albita (%) 7,42 99,06 5,72 94,50 5,69 5,66 4,98 95,19 5,24 96,92 6,77 98,13 5,15 8,37 98,99 8,78 96,83 9,20 97,58 6,81
Anortita (%) 0,00 0,94 0,00 5,50 0,00 0,00 0,00 4,81 0,00 3,08 0,00 1,87 0,00 0,00 1,01 0,00 3,17 0,00 2,42 0,00
Ortoclásio (%) 92,58 0,00 94,28 0,00 94,31 94,34 95,02 0,00 94,76 0,00 93,23 0,00 94,85 91,63 0,00 91,22 0,00 90,80 0,00 93,19
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
72
Apêndice B, análises de microssonda eletrônica das micas dos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) e São
Domingos (SD), calculados para 24O,
Tabela 2: Elementos maiores- micas
FC-01 FC-03 SD-C1 SD-C2 SD-C3 FC-I SD-B
Na2O 0,53 0,46 0,47 0,46 0,35 0,41 0,47
SiO2 44,90 45,12 45,29 45,70 45,70 45,58 45,86
MgO 0,08 0,06 0,17 0,15 0,09 2,42 1,14
Al2O3 28,74 28,96 29,55 29,66 32,66 26,52 30,86
K2O 9,35 8,60 8,95 8,51 8,06 9,02 8,96
CaO 0,06 0,09 0,10 0,10 0,06 0,16 0,07
TiO2 0,46 0,40 0,52 0,45 0,64 0,65 0,32
Cr2O3 0,02 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01
MnO 0,74 0,71 0,72 0,94 0,89 0,55 0,20
FeO 7,88 7,97 6,43 5,51 2,81 6,36 4,80
BaO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
ZnO 0,09 0,08 0,10 0,12 0,08 0,09 0,07
SrO 0,01 0,01 0,00 0,01 0,11 0,02 0,02
Cl 0,02 0,01 0,02 0,03 0,03 0,01 0,01
F 2,64 2,85 2,52 2,46 1,71 2,13 2,35
Total 95,52 95,33 94,83 94,10 93,18 93,91 95,14
Na(A) 0,07 0,06 0,06 0,06 0,05 0,06 0,06
Si(T) 3,18 3,19 3,19 3,22 3,16 3,24 3,17
Mg(M1,2) 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,26 0,12
Al(T) 2,40 2,41 2,45 2,46 2,66 2,22 2,52
Al VI(M1,2) 0,84 0,78 0,80 0,76 0,71 0,82 0,79
K(A) 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,00
Ca 0,02 0,02 0,03 0,02 0,03 0,03 0,02
Ti(M1,2) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cr 0,04 0,04 0,04 0,06 0,05 0,03 0,01
Mn(M1,2) 0,47 0,47 0,38 0,32 0,16 0,38 0,28
Fe(M1,2) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Ʃ T 5,58 5,61 5,64 5,68 5,82 5,46 5,69
Ʃ M1, M2 1,32 1,25 1,20 1,10 0,88 1,45 1,19
Ʃ A 0,08 0,07 0,07 0,07 0,05 0,07 0,07
Tipo muscovita muscovita muscovita muscovita muscovita muscovita muscovita
Apêndice C análises de microssonda eletrônica dos berilos do pegmatito Fazenda Concórdia (FC).
Tabela 3: Elementos maiores dos berilos
Be-01 Be-06 Be-08 Be-09
Na2O 0,16 0,14 0,15 0,25
F 0,02 0,04 0,03 0,03
SiO2 65,18 65,35 66,29 64,21
Al2O3 16,67 16,90 18,03 15,84
MgO 0,03 0,05 0,01 0,11
BaO 0,04 0,05 0,01 0,05
FeO 1,91 1,63 0,94 2,43
Cl 0,00 0,00 0,00 0,00
TiO2 0,00 0,00 0,00 0,00
Cr2O3 0,01 0,01 0,01 0,01
SrO 0,02 0,00 0,01 0,00
CaO 0,01 0,01 0,04 0,01
K2O 0,04 0,03 0,02 0,05
MnO 0,04 0,04 0,01 0,12
Total 84,14 84,27 85,53 83,10
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
73
Apêndice D, Análises de microssonda eletrônica da turmalina do pegmatito Fazenda Concórdia (FC), calculado para 24,5 O
Tabela 4: Elementos maiores da turmalina
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
SiO2 33,78 34,46 34,22 34,56 34,11 33,99 33,82 33,74 34,30 34,05 33,86 33,83 33,80 33,74 34,11 33,84 34,03 33,94 34,40 34,49
TiO2 0,02 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,02 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,02 0,01 0,02
Al2O3 28,79 29,53 28,22 29,40 28,42 28,31 28,92 27,99 28,50 28,28 28,74 28,57 28,64 28,66 28,36 28,61 28,26 28,40 28,39 29,65
Cr2O3 0,00 0,01 0,02 0,01 0,00 0,00 0,00 0,03 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,01 0,01 0,01 0,02 0,00
FeO 18,20 17,92 19,45 17,73 18,98 19,09 18,57 19,41 18,82 18,49 18,65 18,79 18,99 18,45 18,54 18,65 18,66 18,40 19,42 17,66
MnO 0,43 0,67 0,65 0,67 0,73 0,77 0,73 0,83 0,94 0,80 0,95 0,94 0,89 0,96 0,92 0,96 1,03 0,81 0,70 0,63
MgO 0,14 0,20 0,21 0,24 0,34 0,39 0,30 0,40 0,48 0,49 0,46 0,49 0,47 0,46 0,50 0,51 0,52 0,54 0,23 0,28
CaO 0,03 0,09 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03 0,02 0,02 0,02 0,03 0,02 0,03 0,03 0,03 0,04 0,01 0,01 0,02
Na2O 2,47 2,54 2,59 2,54 2,51 2,52 2,51 2,52 2,54 2,54 2,64 2,68 2,60 2,66 2,67 2,64 2,69 2,59 2,59 2,52
K2O 0,03 0,04 0,06 0,05 0,07 0,07 0,06 0,07 0,08 0,07 0,08 0,07 0,07 0,09 0,07 0,07 0,07 0,07 0,06 0,05
ZnO 0,02 0,00 0,04 0,01 0,03 0,00 0,00 0,09 0,03 0,00 0,10 0,08 0,14 0,08 0,04 0,06 0,05 0,10 0,07 0,06
P2O5 0,02 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,03 0,02 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01
F 0,82 0,84 0,86 0,85 0,82 0,73 0,90 0,76 0,78 0,82 0,88 0,90 0,97 0,79 0,87 0,77 0,92 1,02 0,88 0,92
Cl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,02 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total 84,38 85,95 86,00 85,71 85,69 85,59 85,52 85,57 86,21 85,22 86,01 86,00 86,17 85,60 85,77 85,81 85,89 85,48 86,39 85,92
Si 6,05 6,05 6,07 6,07 6,06 6,05 6,01 6,03 6,05 6,07 6,00 6,00 5,99 6,00 6,05 6,00 6,04 6,04 6,07 6,05
Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Al2 6,08 6,11 5,90 6,09 5,95 5,94 6,05 5,89 5,93 5,94 6,00 5,97 5,98 6,01 5,93 5,98 5,91 5,96 5,91 6,13
Cr2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fe 2,73 2,63 2,89 2,61 2,82 2,84 2,76 2,90 2,78 2,75 2,76 2,79 2,81 2,74 2,75 2,77 2,77 2,74 2,87 2,59
Mn 0,06 0,10 0,10 0,10 0,11 0,12 0,11 0,12 0,14 0,12 0,14 0,14 0,13 0,14 0,14 0,14 0,15 0,12 0,10 0,09
Mg 0,04 0,05 0,06 0,06 0,09 0,10 0,08 0,11 0,13 0,13 0,12 0,13 0,12 0,12 0,13 0,14 0,14 0,14 0,06 0,07
Ca 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00
Na2 0,86 0,86 0,89 0,87 0,86 0,87 0,86 0,87 0,87 0,88 0,91 0,92 0,89 0,92 0,92 0,91 0,93 0,89 0,89 0,86
K2 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01
Zn 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
P2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
F 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Cl 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total 15,84 15,83 15,93 15,82 15,91 15,93 15,90 15,96 15,92 15,91 15,96 15,98 15,97 15,96 15,95 15,97 15,97 15,93 15,92 15,82
Ca 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00
Na 0,86 0,86 0,89 0,87 0,86 0,87 0,86 0,87 0,87 0,88 0,91 0,92 0,89 0,92 0,92 0,91 0,93 0,89 0,89 0,86
K 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01
Vac. 0,13 0,11 0,09 0,12 0,12 0,11 0,12 0,11 0,11 0,10 0,07 0,06 0,09 0,06 0,06 0,07 0,05 0,09 0,10 0,13
ΣX 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Ti+4 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Al 0,08 0,11
0,09
0,00
0,01
0,13
Li 0,00 0,10 0,00 0,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,10
Fe+2 2,73 2,63 2,89 2,61 2,82 2,84 2,76 2,90 2,78 2,75 2,76 2,79 2,81 2,74 2,75 2,77 2,77 2,74 2,87 2,59
Fe+3
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
74
Mn+2 0,06 0,10 0,10 0,10 0,11 0,12 0,11 0,12 0,14 0,12 0,14 0,14 0,13 0,14 0,14 0,14 0,15 0,12 0,10 0,09
Mg 0,04 0,05 0,06 0,06 0,09 0,10 0,08 0,11 0,13 0,13 0,12 0,13 0,12 0,12 0,13 0,14 0,14 0,14 0,06 0,07
Zn 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
Si 0,05 0,05 0,07 0,07 0,06 0,05 0,01 0,03 0,05 0,07 0,00 0,00
0,00 0,05 0,00 0,04 0,04 0,07 0,05
ΣY 2,96 3,04 3,12 3,04 3,08 3,11 2,96 3,17 3,10 3,07 3,04 3,07 3,09 3,02 3,08 3,06 3,11 3,06 3,11 3,04
Al 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00
Mg
ΣZ 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00
Si 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00
Al 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
ΣT 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00
B 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00
ΣB 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00
OH 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
F 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
ΣW 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00
Fe/Fe+Mg 0,99 0,98 0,98 0,98 0,97 0,96 0,97 0,96 0,96 0,95 0,96 0,96 0,96 0,96 0,95 0,95 0,95 0,95 0,98 0,97
Na/Na+Ca 0,99 0,98 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,99 1,00 1,00 1,00 0,99 1,00 0,99 0,99 0,99 0,99 1,00 1,00 1,00
ΣC+ 18,96 19,04 19,12 19,04 19,08 19,11 18,96 19,17 19,10 19,07 19,04 19,07 19,09 19,02 19,08 19,06 19,11 19,06 19,11 19,04
Al(y)+Li 0,08 0,21 0,00 0,19 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,23
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
75
Apêndice E: Elementos traços dos feldspatos dos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) e São Domingos (SD),
Tabela 5: Elementos traços dos feldspatos (ppm),
B11 Mg24 Si29 Cl35 Ca44 Cr52 Zn66 Rb85 Cs133 Ba137
SD-D1-1 <2,69 b.d. 302432,97 667,74 1017,35 189,42 8,58 334,97 2,01 57,80
SD-D1-2 <3,04 11,19 302432,97 978,47 261,46 76,42 19,75 1010,24 6,11 147,36
SD-D1-3 <2,25 b.d. 302432,97 <659,16 315,95 <18,80 5,59 970,48 6,08 136,29
SD-D1-4 <2,81 b.d. 302432,97 342,70 737,08 77,77 b.d. 945,82 5,34 139,53
SD-D1-5 <2,36 19,05 302432,97 347,94 640,90 189,53 20,42 981,22 4,84 136,72
SD-D1-6 <2,40 10,75 302432,97 <736,92 742,43 169,40 14,14 943,81 4,33 109,68
SD-D1-7 <2,71 b.d. 302432,97 672,39 767,26 <23,45 6,81 1101,81 5,00 129,02
SD-D1-8 2,62 15,68 302432,97 1002,42 499,38 144,32 31,35 983,95 4,71 144,42
SD-D1-9 <2,09 17,65 302432,97 645,93 719,60 29,02 b.d. 951,81 5,15 140,08
SD-D1-10 <2,03 b.d. 302432,97 416,76 691,16 225,36 b.d. 978,77 4,91 138,02
SD-A1-1 2,91 b.d. 302432,97 476,66 951,63 92,54 b.d. 1120,03 7,84 160,53
SD-A1-2 2,07 6,89 302432,97 478,67 716,73 170,27 b.d. 917,83 7,44 129,91
SD-A1-3 <1,90 25,42 302432,97 975,73 843,70 69,17 b.d. 1077,75 14,27 144,34
SD-A1-4 <2,14 b.d. 302432,97 937,30 671,82 65,29 b.d. 1100,16 21,66 152,16
SD-A1-5 <1,87 b.d. 302432,97 1169,15 488,60 116,14 b.d. 1000,89 12,21 148,15
SD-A1-6 3,96 75,77 302432,97 <598,26 512,00 38,74 b.d. 973,37 8,38 150,02
FC-K1-1 4,65 b.d. 302432,97 <757,13 366,12 118,56 b.d. 1258,64 56,68 109,77
FC-K1-2 12,09 25,95 302432,97 406,53 182,06 <14,88 7,34 1227,41 66,95 118,57
FC-K1-3 2,11 42,75 302432,97 1334,33 1206,46 85,86 80,35 1253,32 41,31 79,46
FC-K1-4 <1,87 b.d. 302432,97 427,15 548,57 44,91 b.d. 1187,20 45,00 71,03
FC-K1-5 2,12 b.d. 302432,97 431,39 614,61 <15,69 10,81 1253,70 59,30 99,21
FC-K1-6 2,32 b.d. 302432,97 609,08 615,39 128,55 7,50 1389,31 83,10 184,90
FC-K1-7 <2,15 13,20 302432,97 658,28 921,79 49,68 b.d. 1340,48 84,91 133,10
FC-K1-8 4,57 47,35 302432,97 <780,60 1339,75 47,79 8,43 1478,97 90,79 390,32
FC-K1-9 2,16 b.d. 302432,97 641,19 366,14 <19,55 b.d. 1250,18 54,73 72,40
FC-K1-10 <1,74 b.d. 302432,97 <767,76 394,30 <17,09 b.d. 1155,54 58,14 66,87
FC-K2-1 2,54 11,32 302432,97 <1018,09 391,84 186,26 b.d. 1179,56 62,78 125,67
FC-K2-2 3,82 10,08 302432,97 715,86 390,94 107,67 7,72 1497,57 86,64 188,07
FC-K2-3 3,22 12,47 302432,97 658,23 688,08 223,71 12,73 1494,26 86,36 235,56
FC-K2-4 3,88 23,96 302432,97 555,78 742,75 25,36 120,19 1580,98 95,57 150,46
FC-K2-5 7,69 155,16 302432,97 779,39 1269,49 191,68 32,79 1355,44 73,03 139,13
FC-K2-6 4,24 b.d. 302432,97 <296,38 1097,11 23,52 7,44 1243,96 72,89 142,03
SD-A2-1 <1,25 b.d. 302432,97 745,57 997,42 63,35 b.d. 994,23 4,81 147,44
SD-A2-2 2,03 19,78 302432,97 <501,51 393,14 <13,24 b.d. 1085,07 5,84 157,94
SD-A2-3 1,73 15,34 302432,97 662,75 641,60 <13,78 b.d. 1045,14 5,20 158,03
SD-A2-4 <1,37 b.d. 302432,97 <548,43 3676,88 <14,52 b.d. 4,08 <0,27 3,52
SD-A2-5 <1,23 b.d. 302432,97 <400,95 434,48 <12,84 b.d. 1028,67 4,19 153,35
SD-A2-6 <1,40 32,50 302432,97 <650,90 876,13 55,86 84,47 1191,22 5,19 171,71
SD-A2-7 <1,40 11,28 302432,97 <471,56 641,90 133,62 14,33 1152,12 5,78 170,03
SD-A2-8 3,94 433,91 302432,97 766,79 711,95 <15,76 b.d. 1302,69 4,88 163,96
SD-A2-9 1,59 113,80 302432,97 11936,94 789,20 <13,41 8,56 1027,99 3,83 160,65
SD-D2-1 1,04 22,01 302432,97 10204,17 499,28 31,59 11,72 917,25 4,32 140,43
SD-D2-2 <1,08 b.d. 302432,97 13426,14 725,95 <11,40 <4,60 1016,47 4,03 165,20
SD-D2-3 <1,15 b.d. 302432,97 8515,15 553,01 65,70 <4,89 1115,16 4,40 148,06
SD-D2-4 <1,02 67,16 302432,97 b.d. 860,35 40,05 <4,31 1081,68 4,71 157,70
SD-D2-5 1,92 5,75 302432,97 b.d. 2396,37 115,88 <2,66 957,71 5,47 135,87
SD-D2-6 0,72 b.d. 302432,97 b.d. 1742,42 73,51 <1,96 967,95 5,31 124,27
SD-D2-7 1,31 b.d. 302432,97 10078,22 1369,49 35,14 <2,08 828,59 4,38 118,33
SD-D2-8 1,49 b.d. 302432,97 6794,44 1402,18 49,56 2,63 1013,15 5,44 129,56
SD-D2-9 5,59 93,47 302432,97 b.d. 2234,32 <9,70 40,88 1005,04 5,89 141,32
SD-D2-10 2,96 4,90 302432,97 9505,94 1356,53 8,72 35,98 826,30 5,06 113,65
FC-J1-1 3,22 3,05 302432,97 b.d. 3347,36 31,87 <2,19 0,44 <0,123 0,78
FC-J1-2 11,14 b.d. 302432,97 9123,75 1807,50 151,57 11,28 1594,30 42,88 257,08
FC-J1-3 8,50 23,05 302432,97 10300,46 2288,79 135,70 44,92 1200,13 36,36 144,90
FC-J1-4 10,83 521,87 302432,97 16263,75 10263,36 41,01 1178,10 925,10 29,10 1013,02
FC-J1-5 3,66 b.d. 302432,97 b.d. 2133,60 64,56 5,14 1390,81 42,09 144,01
FC-J1-6 4,87 34,74 302432,97 10154,87 2848,16 30,28 81,69 1549,91 46,56 179,80
FC-J1-7 3,42 b.d. 302432,97 11618,42 1739,74 <9,25 3,16 1507,89 46,47 145,71
FC-J1-8 3,71 12,06 302432,97 15960,38 2313,92 76,67 14,41 1560,39 47,04 175,35
FC-J1-9 5,23 58,31 302432,97 15924,68 3751,22 70,96 36,72 1542,25 47,04 205,20
FC-J1-10 5,52 50,12 302432,97 8615,60 2107,04 75,44 5,57 1452,99 44,08 85,02
FC-J2-1 2,02 5,51 302432,97 5236,00 2036,51 <7,53 21,56 1261,53 25,97 7,10
FC-J2-2 1,89 6,53 302432,97 b.d. 2787,38 <7,22 12,33 873,32 12,17 18,90
FC-J2-3 3,11 b.d. 302432,97 b.d. 2170,65 83,65 6,20 1428,90 35,62 23,55
FC-J2-4 14,00 4,67 302432,97 b.d. 12213,82 44,85 30,29 4,88 0,79 0,61
FC-J2-5 8,85 9,43 302432,97 8359,21 1933,39 <7,07 21,97 1527,18 43,56 80,01
FC-J2-6 11,56 b.d. 302432,97 b.d. 1800,03 66,28 2,61 1694,95 41,87 42,75
FC-J2-7 14,48 44,21 302432,97 6545,93 6717,67 <9,93 3,73 21,33 0,55 17,54
FC-J2-8 3,33 b.d. 302432,97 13927,33 2139,08 68,00 <2,54 1524,20 45,38 189,07
FC-J2-9 4,93 b.d. 302432,97 b.d. 1552,04 85,21 <1,78 1613,16 45,70 240,72
FC-J2-10 3,87 117,09 302432,97 7363,94 8301,98 164,93 9,43 10,74 0,33 16,56
FC-H1-1 11,48 b.d. 302432,97 b.d. 2837,96 65,04 <2,34 4592,21 1042,62 763,15
FC-H1-2 10,19 b.d. 302432,97 b.d. 2837,62 125,29 4,86 3973,68 448,66 619,01
FC-H1-3 21,76 b.d. 302432,97 b.d. 1596,56 49,80 <2,15 4214,49 765,34 496,86
FC-H1-4 11,63 15,47 302432,97 b.d. 3034,13 <8,72 5,70 4379,37 504,49 567,01
FC-H1-5 9,22 b.d. 302432,97 9383,69 2677,34 82,62 <1,85 3660,60 180,53 531,99
FC-H1-6 15,52 b.d. 302432,97 b.d. 2991,95 89,96 23,68 4495,55 395,70 528,93
FC-H1-7 10,27 b.d. 302432,97 13181,65 2193,12 97,42 2,71 4295,51 301,04 373,28
FC-H1-8 10,94 3,31 302432,97 11953,01 2823,89 43,29 <2,10 4469,51 451,48 571,87
FC-H1-9 11,08 55,02 302432,97 7017,91 2916,30 67,76 4,65 4136,10 371,64 1086,36
FC-H1-10 10,30 b.d. 302432,97 7833,91 2661,46 70,85 <2,00 4021,63 395,27 548,27
FC-H1-11 9,04 b.d. 302432,94 7716,77 3267,80 62,11 <2,08 3986,50 168,31 543,99
FC-H2-1 19,50 b.d. 302432,94 b.d. 1848,23 33,17 <2,19 4692,15 673,37 638,56
FC-H2-2 18,56 b.d. 302432,94 9027,77 1318,98 <7,95 3,77 4623,62 617,97 688,33
FC-H2-3 19,18 4,72 302432,94 b.d. 1451,74 45,57 7,32 4678,46 601,02 690,05
FC-H2-4 24,38 306,47 302432,94 b.d. 1821,96 116,56 117,92 4553,38 573,74 715,95
FC-H2-5 19,92 3,06 302432,94 b.d. 1312,03 <6,04 4,10 5120,34 642,61 573,59
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
76
FC-H2-6 19,20 4,05 302432,94 b.d. 1187,81 <6,88 4,74 4904,70 611,12 808,80
FC-H2-7 18,55 3,34 302432,94 9097,01 2222,34 10,16 <1,76 5041,73 583,36 694,92
FC-H2-8 20,46 b.d. 302432,94 b.d. 1948,17 27,84 4,81 4636,83 567,84 550,04
FC-H2-9 17,68 b.d. 302432,94 b.d. 2150,78 23,09 3,75 4624,28 550,60 722,06
FC-H2-10 20,78 b.d. 302432,94 5906,11 2035,41 24,44 3,55 4576,12 509,62 613,28
FC-A2-1 4,89 b.d. 302432,94 b.d. 4619,12 20,75 <1,80 b.d. <0,164 1,30
FC-A2-2 6,97 b.d. 302432,94 12588,81 3112,58 77,68 <1,85 1345,34 40,78 298,89
FC-A2-3 6,44 b.d. 302432,94 b.d. 4216,45 43,28 4,41 b.d. <0,165 1,10
FC-A2-4 6,56 b.d. 302432,94 b.d. 2840,24 40,11 2,77 1231,98 37,34 214,00
FC-A2-5 5,41 68,67 302432,94 b.d. 4975,47 15,60 57,64 b.d. 1,18 1,11
FC-A2-6 8,18 7,73 302432,94 b.d. 2592,95 35,96 9,08 1357,42 45,52 202,21
FC-A2-7 8,87 b.d. 302432,91 b.d. 2244,08 57,69 9,63 b.d. <0,252 17,28
FC-A2-8 6,99 5,77 302432,94 b.d. 2712,09 49,28 48,09 1428,25 51,76 237,90
FC-A2-9 6,28 b.d. 302432,94 b.d. 1184,96 50,02 <1,92 1736,51 57,42 355,79
FC-A2-10 2,26 b.d. 302432,94 b.d. 5514,02 84,06 <2,18 b.d. <0,195 0,81
FC-A1-1 5,10 b.d. 302432,94 8346,38 2420,63 7,02 <1,68 1513,30 38,11 422,98
FC-A1-2 4,30 8,77 302432,94 b.d. 2853,15 67,83 2,04 1493,81 35,75 325,66
FC-A1-3 3,23 4,51 302432,94 b.d. 1482,61 12,81 3,24 1763,14 50,75 499,32
FC-A1-4 4,86 b.d. 302432,94 b.d. 3118,82 61,88 <1,91 1315,73 24,84 360,64
FC-A1-5 13,03 10,50 302432,94 b.d. 3159,62 <7,21 5,17 1165,58 18,52 336,69
FC-A1-6 3,59 b.d. 302432,94 11547,79 2888,22 51,36 7,32 1233,73 26,26 324,89
FC-A1-7 3,60 4,18 302432,94 b.d. 2810,14 45,80 5,32 1271,73 13,18 378,15
FC-A1-8 3,77 b.d. 302432,94 b.d. 2603,80 <6,72 <1,97 1396,26 32,34 358,31
FC-A1-9 3,49 5,98 302432,94 9111,69 2703,54 9,07 1,85 1266,21 22,46 314,88
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
77
Apêndice F: Elementos traços dos micas dos pegmatitos Fazenda Concórdia (FC) e São Domingos (SD),
Tabela 6: Elementos traços das micas (ppm),
Li7 Be9 B11 Na23 Mg24 Si29 Cl35 Ca44 Ti47 Ti49 Cr52 Mn55 Zn64 Rb85 Sr88 Cs133 Ba137 Ta181
FC-01-1 4118,60 16,93 55,91 4560,42 350,66 212778,44 176,95 187,54 2458,76 2575,05 196,45 2832,08 176,45 2915,07 3,27 432,56 48,94 18,43
FC-01-2 4297,18 17,05 61,67 4340,14 351,52 212778,45 180,41 167,38 2001,08 2101,05 87,75 2477,78 183,12 2589,24 3,69 237,71 48,68 14,42
FC-01-3 4585,92 24,06 58,78 4842,41 382,20 212778,44 243,60 261,81 2645,42 2731,18 343,55 3091,85 128,63 3164,47 3,61 476,91 55,90 19,15
FC-01-4 1384,14 10,23 35,83 2514,15 194,66 212778,44 573,89 308,70 1244,40 1203,82 921,87 2093,17 57,66 1809,83 15,37 160,80 26,37 8,03
FC-01-5 5849,27 17,66 49,93 3680,39 288,25 212778,44 359,00 250,34 1703,77 1778,13 82,51 2102,38 34,08 2270,23 3,47 193,26 37,12 10,87
FC-01-6 5941,21 21,84 53,50 4850,85 364,32 212778,47 326,40 535,26 2517,80 2628,46 43,92 2713,21 235,53 2970,08 4,02 273,76 50,73 17,99
FC-01-7 3833,74 22,54 58,12 4514,83 348,81 212778,44 216,77 137,07 2480,71 2563,01 72,23 2813,03 173,21 3030,86 3,42 451,46 50,50 18,85
FC-01-8 4241,38 22,67 55,92 4152,10 354,34 212778,44 299,38 362,22 2336,35 2441,03 27,04 2862,30 145,01 2949,34 3,72 322,72 46,58 16,32
FC-01-9 4833,61 26,27 58,82 4407,84 358,19 212778,45 227,49 310,20 2536,50 2611,39 31,07 2661,80 182,71 2920,35 4,16 306,47 52,89 18,68
FC-01-10 3949,14 22,43 60,09 4384,28 366,84 212778,44 221,03 379,63 2581,17 2610,16 38,36 2954,20 186,47 3101,44 4,43 431,87 52,27 19,36
FC-02-1 3536,70 14,70 42,99 3870,41 253,98 212778,44 418,30 800,72 1517,21 1842,88 974,42 2143,80 62,80 2046,97 4,21 192,08 38,45 12,40
FC-02-2 4625,31 27,47 64,78 5184,73 367,82 212778,42 312,91 210,09 2506,82 2698,22 63,52 3143,70 180,89 3079,55 4,90 290,75 63,48 21,33
FC-02-3 5441,43 22,83 52,51 4408,75 245,10 212778,44 353,04 312,23 2163,36 2278,11 473,43 2477,53 157,01 2653,98 3,21 237,86 41,37 19,35
FC-02-4 3326,03 19,67 60,90 4399,99 277,10 212778,44 173,44 152,18 2374,07 2490,04 278,80 2746,69 170,24 2918,62 4,44 415,60 56,52 21,05
FC-02-5 3100,27 25,70 60,80 4472,19 274,52 212778,44 193,74 384,12 2317,26 2409,85 22,90 2691,83 206,78 2810,48 4,39 385,28 50,28 20,51
FC-02-6 3493,58 23,06 61,45 4496,00 278,92 212778,44 193,79 503,18 2176,70 2287,45 227,65 2711,97 186,11 2837,23 5,22 318,45 52,86 20,72
FC-02-7 3529,63 15,79 55,66 3998,87 253,73 212778,42 227,32 316,63 1867,75 1897,44 169,04 2299,63 197,67 2460,24 4,70 244,11 53,54 17,87
FC-02-8 4789,08 15,32 53,67 4174,11 234,16 212778,44 381,25 458,01 1985,66 1951,72 41,58 2498,60 144,72 2632,37 3,86 248,18 48,31 19,21
FC-02-9 2800,57 19,07 75,08 4533,15 258,93 212778,44 229,71 527,36 1957,07 1945,59 28,84 2693,82 721,42 2933,54 4,70 441,58 55,56 19,79
FC-02-10 3070,70 21,58 68,58 4515,27 243,26 212778,44 236,08 149,20 1835,62 1885,05 23,35 2865,36 180,21 2982,29 4,63 435,65 55,77 21,60
FC-03-1 2831,50 15,07 305,94 3627,48 339,44 212778,42 199,15 168,57 814,86 820,05 121,83 3708,15 68,03 2721,26 6,03 2571,75 86,87 13,88
FC-03-2 2633,32 20,32 313,23 3587,24 396,08 212778,44 141,31 322,29 1055,08 1067,47 257,27 3553,53 143,69 2590,04 6,45 2363,16 89,09 14,30
FC-03-3 2432,60 14,01 321,34 3371,15 342,93 212778,42 157,61 1676,73 1172,63 1176,67 127,71 3287,57 214,66 2480,32 9,81 2193,12 84,27 11,55
FC-03-4 2363,50 25,06 297,37 3364,67 348,77 212778,44 270,10 264,34 857,38 907,93 480,85 3615,08 104,11 2590,47 5,62 2324,71 81,10 14,07
FC-03-5 2138,05 18,50 299,74 3000,13 324,35 212778,42 402,25 246,71 840,77 835,56 250,94 3658,05 35,90 2602,45 5,58 2464,95 87,82 14,40
FC-03-6 2503,99 21,63 307,54 4049,46 363,02 212778,42 192,28 941,74 945,46 910,58 29,24 3677,80 120,34 2564,94 6,28 2298,64 86,23 12,87
FC-03-7 2421,09 22,78 373,15 3678,36 348,99 212778,44 178,00 1702,30 855,90 822,30 232,10 3441,10 138,83 2473,22 7,51 2083,96 100,38 12,41
FC-03-8 2973,53 21,08 293,54 3293,01 109,13 212778,42 206,50 599,11 676,78 637,07 294,64 3964,08 100,88 2672,70 5,90 2536,29 104,77 14,92
FC-03-9 2178,71 19,67 335,41 3307,63 285,03 212778,44 150,92 337,18 935,00 947,13 27,57 3229,28 149,11 2395,81 6,94 1989,94 104,27 11,87
FC-03-10 2356,26 16,93 334,82 3373,75 308,23 212778,42 322,98 758,53 874,97 789,43 233,38 3640,53 143,13 2536,73 6,92 2238,46 108,25 11,32
SD-C1-1 322,14 b,d, 30,68 2508,30 231,64 212778,42 517,71 418,27 816,28 770,18 613,45 1308,25 46,44 2139,54 2,78 117,94 12,91 4,57
SD-C1-2 2847,74 17,47 85,55 4789,98 779,10 212778,42 287,94 389,33 2762,24 2869,81 359,93 2999,77 139,44 3110,89 5,04 524,94 35,96 17,97
SD-C1-3 3113,28 22,17 78,99 4172,12 690,53 212778,44 394,75 232,70 2612,87 2655,69 35,94 2562,14 129,90 2846,04 2,93 325,58 29,59 17,23
SD-C1-4 2767,13 24,10 84,43 4946,63 798,48 212778,42 203,45 408,43 2600,51 2733,59 170,55 2915,85 230,40 3089,30 4,56 502,32 78,03 16,76
SD-C1-5 1346,83 17,81 52,76 2627,78 511,28 212778,42 436,60 1198,74 1299,51 1431,12 50,76 2317,21 247,18 1913,93 3,58 204,04 30,53 8,21
SD-C1-6 2765,95 21,07 80,29 4390,10 727,78 212778,44 213,76 209,57 2746,08 2867,39 271,23 2752,59 221,66 2832,13 4,04 436,33 33,68 17,66
SD-C1-7 3008,66 19,07 79,15 4420,24 697,21 212778,44 280,38 204,14 2502,40 2693,24 32,96 2699,36 207,25 2869,53 4,12 397,98 30,67 16,43
SD-C1-8 366,47 11,91 42,31 2670,70 323,12 212778,42 605,43 1271,51 666,12 811,07 456,07 1783,24 127,47 1867,27 2,42 155,08 43,39 4,85
SD-C1-9 2465,94 22,50 75,21 4144,49 708,02 212778,42 249,73 223,37 2833,96 3001,36 176,87 2813,55 139,39 2878,50 2,47 452,67 31,64 18,62
SD-C1-10 1926,54 23,75 72,74 5210,33 732,65 212778,42 185,84 544,27 2726,28 2948,05 284,08 2917,31 172,27 2995,25 4,76 485,25 33,92 19,18
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
78
SD-C2-1 2434,84 24,14 141,74 3943,62 720,45 212778,42 241,40 822,15 2297,40 1767,76 271,98 4596,19 182,84 3184,40 4,27 666,77 22,94 21,73
SD-C2-2 2763,98 22,66 128,01 4317,57 655,51 212778,42 226,56 193,62 2243,90 1740,56 31,11 4560,95 153,91 3082,70 4,34 725,01 23,64 21,92
SD-C2-3 1548,35 6,14 69,53 2222,16 560,04 212778,44 472,76 915,76 1595,58 1187,10 387,73 2639,58 183,20 1890,04 5,22 311,83 30,79 11,38
SD-C2-4 3258,24 24,52 100,37 3687,07 676,07 212778,42 455,33 387,51 2196,72 1649,45 345,92 4023,11 134,91 2655,74 2,84 476,88 24,01 18,37
SD-C2-5 2974,89 23,75 119,45 5104,44 994,91 212778,44 309,59 2942,53 2343,76 1760,00 87,45 4225,59 768,16 2921,67 6,03 479,83 106,81 17,52
SD-C2-6 2962,63 18,71 89,95 4060,55 607,91 212778,42 310,33 240,02 2469,99 1720,84 38,55 3419,69 199,00 2608,91 2,61 365,75 21,59 17,31
SD-C2-7 3351,68 22,66 81,38 5233,93 838,92 212778,41 403,61 799,83 2428,21 1971,35 42,05 4116,74 206,28 2679,40 6,80 299,89 34,74 16,41
SD-C2-8 3128,53 19,00 77,65 4642,77 707,88 212778,42 233,93 533,21 2646,18 1967,66 163,68 3772,98 254,45 2725,39 4,14 324,07 39,56 16,34
SD-C2-9 3275,32 20,25 89,46 4880,12 872,63 212778,42 417,37 614,55 2658,56 2077,74 541,16 4316,79 150,63 2988,47 5,52 371,38 32,73 16,41
SD-C2-10 3061,85 19,45 90,12 4596,66 925,64 212778,42 244,31 1291,97 2827,91 2021,28 151,91 4047,79 170,90 3038,55 5,72 393,14 40,68 15,71
SD-C3-1 460,14 16,91 440,91 4500,51 482,49 212778,44 145,10 185,17 3435,40 2709,79 386,72 3757,63 122,49 2827,74 4,55 3739,70 60,57 9,83
SD-C3-2 762,20 20,30 435,64 3705,81 465,14 212778,44 217,61 154,80 3471,80 2796,42 56,01 3747,49 126,68 2802,76 4,99 3733,42 81,82 10,88
SD-C3-3 255,85 13,16 251,46 2121,52 308,71 212778,42 212,32 280,52 2392,63 1787,34 349,37 2539,91 53,48 1878,46 3,05 2376,32 41,14 6,86
SD-C3-4 368,54 15,83 454,65 3670,25 421,67 212778,42 138,05 749,98 2868,23 2212,81 269,57 3293,37 90,41 2600,75 6,27 3197,14 58,19 8,04
SD-C3-5 390,32 15,33 449,03 3353,35 421,46 212778,42 221,11 444,97 3274,61 2595,79 196,85 3356,69 122,94 2611,94 4,15 3389,70 59,85 9,45
SD-C3-6 549,54 23,34 435,53 3608,68 475,75 212778,42 174,73 504,81 3460,56 2696,48 112,51 3680,86 138,42 2816,78 4,89 3628,99 64,79 10,31
SD-C3-7 305,21 13,76 385,34 3959,45 418,11 212778,42 322,03 386,04 2916,60 2256,46 219,89 3057,28 86,67 2355,14 4,73 2986,92 49,33 7,43
SD-C3-8 380,12 10,89 430,33 2999,48 320,98 212778,42 443,46 251,51 3107,94 2480,60 40,58 3210,92 92,43 2612,04 4,54 3432,67 60,89 9,50
SD-C3-9 379,58 13,52 393,97 3367,33 464,23 212778,42 366,56 459,57 3539,40 2718,78 38,94 3554,53 108,95 2703,05 4,65 3490,46 65,54 10,54
SD-C3-10 395,36 19,89 449,27 2912,27 565,16 212778,42 287,03 520,69 3134,24 2422,37 180,49 3553,55 126,53 2728,89 6,08 3472,84 62,88 8,58
FC-I-1 2726,92 23,44 56,42 3655,60 7777,53 212778,42 302,02 314,08 3747,60 2924,18 802,94 2129,64 33,16 1955,49 2,61 826,46 39,29 31,53
FC-I-2 1878,90 31,79 45,65 3902,56 8710,44 212778,41 183,73 219,19 4078,97 3263,89 193,17 2301,28 142,68 1866,78 3,05 252,13 33,96 17,19
FC-I-3 2080,99 23,86 32,67 4026,06 8703,60 212778,41 207,65 537,14 3885,77 3007,84 214,95 2669,87 187,50 1872,81 3,40 182,87 41,49 13,61
FC-I-4 2739,11 20,08 28,68 3913,32 8426,26 212778,41 524,22 698,90 3538,61 2715,30 367,46 2354,43 115,06 1792,90 4,42 156,04 51,02 9,01
FC-I-5 1858,45 20,91 25,15 3891,23 9245,11 212778,41 284,97 209,40 3699,08 2966,39 22,59 2775,50 278,92 1670,22 3,18 137,95 43,35 8,90
FC-I-6 1423,22 18,51 26,01 3981,15 9145,54 212778,41 230,88 610,52 3634,27 2945,63 153,65 2794,31 327,10 1686,77 4,09 139,13 48,81 9,30
FC-I-7 1518,22 22,80 23,66 3518,08 9828,18 212778,41 104,60 224,20 3814,10 2994,75 33,31 2918,73 283,33 1735,38 3,27 149,33 44,49 9,74
FC-I-8 1309,59 22,08 22,88 3461,05 9398,92 212778,41 107,25 187,13 3748,70 2967,38 22,08 2731,48 318,41 1659,24 4,01 141,37 55,06 9,20
FC-I-9 1516,86 17,13 24,85 4158,15 9267,91 212778,41 150,48 584,18 3701,21 3072,25 21,39 2886,89 344,18 1717,39 4,14 143,40 45,53 9,41
FC-I-10 1432,09 24,30 22,00 3586,35 10096,45 212778,41 139,74 218,06 3863,65 3231,06 19,21 2920,57 246,40 1773,96 3,85 147,76 53,49 10,23
SD-B-1 1580,38 12,55 48,91 2660,97 7155,98 212778,41 173,18 776,76 3894,59 3080,45 141,37 1064,17 105,56 1205,85 3,10 164,05 455,31 29,21
SD-B-2 1398,00 14,00 55,22 3380,20 6579,62 212778,41 96,11 266,21 3757,38 3092,98 17,86 959,83 123,53 1144,81 3,81 122,91 435,22 39,16
SD-B-3 1567,70 14,98 67,47 4090,28 4618,97 212778,41 280,37 372,28 1465,75 1168,20 27,97 1190,84 122,84 1221,96 2,94 115,71 214,15 45,23
SD-B-4 1822,98 21,01 59,88 4715,03 4956,64 212778,41 346,51 667,10 1295,18 895,93 40,12 1458,07 154,29 1267,47 3,20 109,72 199,85 33,15
SD-B-5 1688,68 17,14 60,89 4150,21 4251,80 212778,41 216,52 626,14 1359,03 1027,36 282,16 1372,73 74,80 1305,10 3,04 116,48 216,00 35,92
SD-B-6 1665,36 18,39 65,29 4404,57 4196,90 212778,41 270,79 832,21 1178,77 946,98 108,22 1370,23 121,81 1153,34 3,79 101,75 221,53 33,26
SD-B-7 1744,65 17,34 65,98 4279,96 4634,33 212778,41 222,21 732,12 1204,58 958,35 31,45 1366,08 145,23 1278,11 3,03 106,28 214,37 35,96
SD-B-8 1556,49 23,89 64,19 4087,93 3773,72 212778,41 193,22 277,27 1250,03 921,35 116,97 1145,41 111,58 1156,78 2,66 97,29 202,19 29,66
SD-B-9 1584,52 25,16 64,27 4403,66 4365,75 212778,41 211,81 942,60 1174,74 895,61 28,94 1289,72 693,39 1215,04 4,22 105,29 203,06 32,70
SD-B-10 1373,56 11,50 40,58 3098,45 7142,82 212778,41 158,50 260,78 3702,58 2753,99 23,53 1029,02 174,25 1147,84 2,84 115,24 361,79 30,43
Contribuições às Ciências da Terra Série M77, vol. 378, 81p.
79
Apêndice G, Análise dos elementos traços dos berilos do pegmatito Fazenda Concórdia (FC).
Tabela 7: Elementos traços dos berilos (ppm),
Li7 Be9 Na23 Mg24 Si29 K39 Ca44 Ti47 Ti49 Cr52 Mn55 Rb85 Sr88 Cs133 Ba137
Be-01-1 450,18 46892,75 1408,63 279,36 313511,53 177,20 835,86 b.d. 725,50 63,15 753,10 283,23 b.d. 11557,76 1,23
Be-01-2 425,11 45700,71 1381,44 259,93 313511,50 267,92 1231,07 b.d. 702,88 62,33 544,43 240,71 b.d. 11442,71 0,79
Be-01-3 405,00 46635,17 1435,99 259,13 313511,50 268,13 1249,86 b.d. 700,63 67,40 478,63 245,75 b.d. 11061,95 1,52
Be-01-4 392,66 46558,59 1614,68 274,00 313511,53 221,46 1146,02 b.d. 737,43 172,91 627,87 329,53 0,26 11861,97 b.d.
Be-01-5 370,34 47053,62 1565,15 286,38 313511,53 201,12 700,57 26,30 702,16 136,51 703,75 384,34 b.d. 11901,27 0,77
Be-01-6 383,47 45215,75 1363,52 264,16 313511,50 174,90 1321,11 b.d. 683,92 58,10 677,06 304,90 b.d. 11486,42 0,79
Be-01-7 404,65 46261,98 1383,02 271,22 313511,53 165,89 1129,80 b.d. 704,45 67,73 597,54 273,99 b.d. 11710,93 1,64
Be-01-8 431,09 45347,85 1570,21 272,08 313511,53 194,42 926,10 b.d. 751,42 47,20 591,81 249,43 b.d. 11934,22 1,51
Be-01-9 402,85 46901,63 1336,81 270,22 313511,50 166,18 1538,61 b.d. 750,95 65,63 582,24 290,29 0,17 11891,28 b.d.
Be-01-10 382,98 47733,08 1253,92 279,56 313511,50 180,22 1080,58 b.d. 717,90 64,13 632,87 325,77 b.d. 10734,88 1,66
Be-06-1 3044,84 42694,45 5081,60 97,10 305144,31 216,12 1020,70 b.d. 667,72 111,74 29,55 23,33 b.d. 4537,60 b.d.
Be-06-2 316,16 44495,20 974,38 323,13 305144,31 240,31 1286,19 b.d. 663,43 72,86 593,60 196,42 b.d. 12771,37 0,78
Be-06-3 296,22 43735,75 1008,60 319,76 305144,34 200,43 1616,62 b.d. 661,33 82,38 578,54 194,59 b.d. 12919,95 1,17
Be-06-4 322,54 45042,55 881,42 335,80 305144,34 279,46 1012,82 b.d. 684,90 7,71 570,84 198,53 b.d. 13152,19 1,20
Be-06-5 307,17 43797,85 931,73 317,11 305144,38 189,99 1264,62 b.d. 691,18 45,68 475,16 200,52 b.d. 12611,06 0,68
Be-06-6 277,40 46816,88 747,64 303,68 305144,34 231,78 1087,37 b.d. 726,06 40,75 410,38 182,98 b.d. 11655,33 0,86
Be-06-7 287,76 44380,29 837,83 313,00 305144,34 229,40 1157,87 b.d. 687,13 97,44 537,85 187,77 0,35 11988,60 1,17
Be-06-8 299,50 44318,75 481,54 311,68 305144,34 174,07 396,91 b.d. 645,41 42,30 550,57 193,06 b.d. 12497,64 0,63
Be-06-9 260,83 47082,19 603,14 301,61 305144,34 242,94 1163,35 22,82 745,14 72,59 399,53 178,97 b.d. 11520,36 1,16
Be-06-10 257,82 45835,50 516,92 295,04 305144,31 169,27 1082,46 b.d. 695,71 7,60 393,76 177,68 b.d. 11209,34 0,92
Be-08-1 231,97 42312,46 1355,18 16,58 305144,31 381,27 1418,18 b.d. 706,32 10,75 111,79 68,34 0,26 439,26 b.d.
Be-08-2 244,40 45798,09 1239,53 18,37 305144,31 278,93 555,49 b.d. 676,50 84,73 118,76 70,57 b.d. 460,98 b.d.
Be-08-3 238,99 41715,52 1270,05 21,27 305144,31 268,24 1475,56 b.d. 654,63 70,50 112,23 65,26 1,01 433,88 b.d.
Be-08-4 227,92 43152,42 990,87 12,63 305144,31 245,60 1096,46 45,21 691,10 10,47 109,00 68,79 b.d. 436,12 b.d.
Be-08-5 272,24 43798,10 1065,28 21,95 305144,34 224,45 1025,44 b.d. 626,94 80,74 104,46 63,61 b.d. 396,22 b.d.
Be-08-6 247,87 43162,91 1054,36 13,53 305144,31 234,00 1616,37 b.d. 617,91 9,72 109,83 69,98 b.d. 431,31 b.d.
Be-08-7 250,75 44066,74 1148,40 14,60 305144,31 334,50 1424,90 b.d. 715,26 26,59 107,07 66,35 0,37 433,18 b.d.
Be-08-8 238,61 45155,64 1301,97 20,79 305144,31 244,77 1247,21 b.d. 734,23 91,42 108,41 65,32 b.d. 444,83 b.d.
Be-08-9 229,71 43264,29 1299,89 22,80 305144,34 261,94 1162,91 b.d. 663,26 73,78 110,94 67,65 b.d. 431,19 b.d.
Be-08-10 249,36 44193,57 1075,75 14,90 305144,31 325,54 863,66 b.d. 674,77 122,02 113,70 69,50 0,27 436,96 0,97
Be-09-1 1002,92 43040,36 1919,21 631,02 305144,34 152,65 1312,05 b.d. 680,81 77,51 887,69 232,86 0,33 19640,87 1,75
Be-09-2 1016,85 42408,77 1794,22 666,89 305144,31 131,62 1101,27 b.d. 686,44 35,16 922,64 235,87 b.d. 19718,61 2,62
Be-09-3 894,72 41628,95 1966,94 666,46 305144,31 170,94 1035,26 20,05 651,80 39,37 940,28 238,87 b.d. 19468,90 1,70
Be-09-4 737,48 42097,26 1863,74 687,64 305144,31 150,13 1239,69 19,59 652,34 14,61 915,35 231,30 b.d. 19203,97 2,38
Be-09-5 925,42 41729,93 1958,24 672,72 305144,31 174,82 1258,82 b.d. 661,40 50,53 928,85 236,83 b.d. 19666,38 1,88
Be-09-6 911,64 42262,42 1953,08 690,46 305144,34 170,48 1496,85 b.d. 640,54 12,28 919,70 227,82 b.d. 19218,30 1,57
Be-09-7 855,01 41995,24 1809,24 672,14 305144,31 140,76 980,62 b.d. 646,56 6,57 923,37 236,77 0,27 19563,67 2,19
Be-09-8 804,75 42356,94 1931,04 699,95 305144,34 178,31 786,18 b.d. 661,76 6,61 947,74 230,04 0,29 19806,57 1,65
Be-09-9 768,34 42271,76 1906,14 672,62 305144,31 149,90 1332,74 b.d. 663,11 85,80 932,59 221,78 0,25 20046,23 1,18
Be-09-10 801,45 42388,43 1788,61 686,94 305144,31 210,08 1165,79 b.d. 674,44 10,10 945,86 229,67 0,66 19247,58 2,75
Costa, F. C., 2018 Geoquímica e Geocronologia U/Pb em Monazita dos Pegmatitos no Sul do Espírito Santo.
80
Apêndice H, Análise dos elementos traços da turmalina do pegmatito Fazenda Concórdia (FC),
Tabela 2: Elementos traços da turmalina (ppm),
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Li7 256,91 158,52 168,12 181,33 230,65 145,19 193,00 193,55 220,67 904,22 530,88 544,50 556,89 557,09 634,11
B11 18671,14 19067,91 18129,99 17651,77 17432,47 15912,94 16117,32 15013,77 14077,93 14030,31 28147,97 28379,49 26183,50 25586,68 25244,12
Na23 17158,62 17942,77 17717,95 18123,07 18158,80 16272,30 17654,42 16704,05 16469,34 16375,38 18942,13 20388,02 18963,07 18570,93 18564,85
Mg24 587,62 2660,23 2402,02 2319,68 2229,46 2111,12 2147,70 2120,09 1037,13 1072,81 1381,89 1387,30 1257,01 1189,46 828,15
Si29 158929,41 158929,42 158929,42 158929,41 158929,41 158929,42 158929,41 158929,39 158929,41 158929,41 158929,41 158929,41 158929,41 158929,39 158929,39
P31 112,90 95,44 101,88 183,43 125,72 125,45 124,76 82,45 99,94 78,73 45,64 110,18 74,03 60,39 63,52
Cl35 196,05 181,31 187,33 168,27 194,14 230,15 114,95 214,24 231,83 286,25 167,34 128,25 103,07 74,46 186,55
K39 400,37 282,42 282,32 429,33 378,33 298,27 296,12 315,10 323,68 342,35 140,78 175,47 127,54 108,67 145,58
Ca44 1292,24 663,75 431,49 688,07 314,37 710,08 432,37 660,03 771,02 1061,82 1311,07 1362,38 1443,21 933,89 2347,65
Ti47 1580,86 2881,44 2302,84 2193,80 2160,70 2812,76 2354,35 2255,27 2523,39 2110,20 2020,99 2023,21 1896,02 1897,27 2059,31
Ti49 1607,53 2835,46 2227,41 2179,47 2104,89 2776,97 2287,61 2215,54 2549,32 2079,62 2116,19 2068,75 1990,57 1965,73 2127,71
V51 34,49 36,68 32,57 32,45 31,97 35,56 35,74 35,23 34,92 43,10 40,55 37,85 36,78 35,21 49,33
Cr52 12,19 12,42 80,85 11,28 48,87 79,36 135,31 61,74 70,87 11,06 62,82 91,26 76,57 79,17 50,67
Mn55 2655,76 3895,59 4159,52 4126,26 4144,30 3856,36 4268,67 4446,57 3502,02 3289,16 5110,85 5552,06 5592,29 5764,16 4539,51
Ni60 10,46 16,19 14,06 17,84 10,16 19,03 25,74 25,11 10,55 12,14 11,43 22,34 4,46 20,46 22,42
Cu63 b.d. 5,71 b.d. b.d. b.d. b.d. b.d. b.d. b.d. b.d. b.d. 3,16 b.d. 1,26 1,57
Zn66 280,17 290,70 288,85 277,60 283,81 244,83 261,59 253,49 223,02 237,74 344,06 373,05 353,14 353,56 375,34
Ga69 175,78 196,37 199,95 193,29 187,76 122,62 193,71 179,92 84,72 77,41 250,89 264,43 229,42 212,23 107,17
Sr88 828,06 126,38 128,11 131,19 131,57 185,88 141,20 135,69 362,48 626,18 83,08 98,26 99,18 103,09 454,23
Sn118 0,60 4,82 4,86 3,58 3,90 4,31 3,51 3,96 2,31 1,15 4,68 4,34 3,77 3,19 1,23
Pb206 12,85 8,71 9,34 8,93 9,24 11,09 7,99 7,94 10,02 8,54 9,15 9,52 8,56 8,80 12,17
Pb208 13,70 9,71 9,57 9,74 10,08 12,71 11,08 9,99 13,76 11,37 12,58 13,44 13,22 13,79 18,96
81
FICHA DE APROVAÇÃO