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Georg Simmel Professor Ricardo da Cruz Assis Sociologia - Ensino Médio 1

Georg SimmelGEORG SIMMEL O dinheiro alterou enormemente as relações sociais, provocando efeitos que convergiram para a individualização (ou individualismo) numa fase da história

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Georg Simmel

Professor Ricardo da Cruz AssisSociologia - Ensino Médio

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Georg Simmel (1858–1918)

Foi um cientista social alemão que

contribuiu com a sociologia em seu

estágio inicial de desenvolvimento,

formulando paradigmas e teorias

sociais inovadoras.

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Individualização

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A filosofia do dinheiro - "Philosophie des Geldes"

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Embotamento dos sentidos.

Redução, enfraquecimento ou diminuição na capacidade de perceber

Enfraquecimento, falta de vigor, de energia.

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Blasé

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Reserva

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A atitude espiritual dos habitantes da cidade grande uns com os outrospoderia ser denominada (...) como reserva. Se o contato exteriorconstante com incontáveis seres humanos devesse ser respondido comtantas quantas reações interiores (...) então os habitantes da cidadegrande estariam completamente atomizados interiormente e cairiam emum estado anímico completamente inimaginável. Em parte por contadessa situação psicológica, em parte em virtude do direito à desconfiançaque temos perante os elementos da vida na cidade grande, que passampor nós em um contato fugaz, somos coagidos àquela reserva, em virtudeda qual mal conhecemos os vizinhos que temos por muitos anos e quenos faz frequentemente parecer, ao habitante da cidade pequena, comofrios e sem ânimo.

Essa reserva (...) garante precisamente ao indivíduo uma espécie e umamedida de liberdade pessoal.

SIMMEL, Georg. As grandes cidades e a vida do espírito (1903). Mana, n° 11, p. 577-591, 2005.

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Aparecer

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Simmel preocupou-se em descobrir os padrões de interação que subjazem àsformações sociais mais latas (num registo a que hoje chamaríamos"microssociologia").

A tarefa da sociologia seria não a de estudar globalidades mas simdeterminadas dimensões ou aspetos dos fenômenos que, nas suas formasparticulares, são passíveis de ser encontrados nos diferentes contextoshumanos. Ao fazer uma abstração do conteúdo concreto dos fenômenossociais e ao focalizar as formas que lhes subjazem, torna-se possívelcomparar fenômenos radicalmente diferentes no seu conteúdo mas similaresna sua forma. Simmel está, deste modo, conotado com a chamada teoriaformal.

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Concebendo a sociedade como produto das interaçõesindividuais, Simmel formula o conceito de "sociação" paradesignar mais apropriadamente as formas ou modos pelosquais os atores sociais se relacionam. É importante destacarque as interações sociais e as relações de interdependência nãorepresentam, necessariamente, a convergência de interessesentre os atores sociais envolvidos.

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Em seus estudos microsociológicos, Simmel demonstra que asinterações sociais podem prefigurar relações conflitivas, relações deinteresse mútuo e relações de subordinação (ou dominação).

O conflito, porém, é concebido por Simmel como algo benéfico porqueé um momento que sinaliza o desenvolvimento da tomada deconsciência individual, que teria uma função positiva para sociedadecomo um todo, principalmente à medida que o conflito fosse superado,mediante acordos.

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Por muito diferentes que sejam os interesses e os propósitosque levam os homens a associar-se, as formas sociais deinteração podem ser idênticas. Há processos de conflito ecooperação, de subordinação e poder, de centralização edescentralização que atravessam as mais variadas estruturassociais.

Para Simmel, as formas sociais encontradas no real não sãonunca puras.

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O livro "Sociologia" lançou as bases da orientação hermenêutica de sociologia -depois retomada e aprofundada por Max Weber

As principais Formas de Sociação estudadas por Simmel em sua obra são:

• a determinação quantitativa do grupo: investigação entre o número de indivíduos no seio das formas de vida coletiva, ou seja, o

modo como o aspecto quantitativo afeta o tipo de relação social existente. Neste tópico, Simmel mostrou que estar isolado, em uma

relação exclusiva entre duas pessoas e, por fim, entre três, produz diferentes tipos de interação entre as pessoas.

• dominação e subordinação: as relações de poder não são unilaterais e é preciso explicar como as formas de comando e obediência

estão relacionadas. Dentre os tipos de relação de poder, Simmel destacou a obediência do grupo a um indivíduo, a dominação do grupo

ou a dominação de regras impessoais.

• o conflito: os indivíduos vivem em relações de cooperação, mas também de oposição, portanto, conflitos são parte mesma da

constituição da sociedade. Seriam momentos de crise, um intervalo entre dois momentos de harmonia, vistos, portanto, numa função

positiva de superação das divergências. Influenciou assim as concepções do conflito presentes na obra de Lewys Coser e Ralf

Dahrendorf.

• pobreza: constitui um tipo de relação na qual o indivíduo acha-se na dependência de outros, provocando, ao mesmo tempo, a

necessidade de assegurar o socorro social.

• a individualidade: ela pode ser de dois tipos. Sua forma quantitativa significa que todo indivíduo possui a mesma dignidade formal,

ou seja, são iguais entre si. Mas, do ponto de vista qualitativo, todos procuram afirmar sua singularidade, sua personalidade,

diferenciando-se dos demais.

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Consequências do dinheiro

O ensaio intitulado "A filosofia do dinheiro" ("Philosophie desGeldes") foi publicado no ano de 1900 e é considerado umestudo representativo da perspectiva sociológica adotada porSimmel. Neste estudo, Simmel procurou compreender quais asconsequências da invenção, introdução e difusão social dessemeio de troca (simbólica).

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A modernidade se caracteriza por traços intrinsecamente ligados a vidamonetária, como a aceleração do tempo, a monetarização das relaçõessociais, ampliação dos mercados, racionalização e quantificação da vida einversão de meios e fins.

O dinheiro é o deus da vida moderna.

Na modernidade tudo gira ao redor do dinheiro e, ao mesmo tempo, odinheiro faz tudo girar.

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GEORG SIMMEL

O dinheiro alterou enormemente as relações sociais, provocando efeitosque convergiram para a individualização (ou individualismo) numa faseda história em que as relações tradicionais ou pré-modernas (que sereferem ao período do declínio do modo de produção feudal na Europa)estavam em vias de serem superadas pela emergência do modo deprodução capitalista.

A difusão do dinheiro provocou uma série de conflitos na ordem socialbaseada nos costumes e nas relações pessoais, mas, como demonstraSimmel, o dinheiro era reflexo da transformação das interações sociaistradicionais que estavam se dissipando.

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O dinheiro carrega o simbolismo do "impessoal", do "racional" e do"individualismo" e se ajusta à modernidade que estava surgindo nomundo ocidental capitalista. O dinheiro desfez determinados tipos dedependência que se caracterizavam pela pessoalidade, mas criou outros,que se caracterizam pela impessoalidade.

Conforme demonstrou Simmel, a relação de tipo monetária que setornou predominante na época moderna representa o patamar máximoda individualização humana.

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A metrópole e a vida espiritualDe 1903, traduzido para vários idiomas e considerado um dos textos fundadores da chamada sociologiaurbana.

Como o dinheiro, a vida nas grandes aglomerações urbanas é outro traçofundamental dos tempos modernos. Analisando seu impacto sobre asociabilidade e a individualidade, Simmel destacou o fenômeno doembotamento dos sentidos.

A imensidade de estímulos gerados pelas intensas atividades urbanas(intensificação da vida nervosa) tinham seu reflexo na personalidade doindivíduo, gerando sujeitos que iam perdendo sua capacidade de relaçãocom seu meio circundante, tornando-se objetivos, impessoais, distantese calculistas.

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Nas palavras de Simmel:

A pontualidade, a contabilidade, a exatidão, que coagem acomplicações e extensões da vida na cidade grande, estão não somenteno nexo mais íntimo com o seu caráter intelectualístico e econômico-monetário, mas também precisam tingir os conteúdos da vida e facilitara exclusão daqueles traços essenciais e impulsos irracionais, instintivose soberanos, que pretendem determinar a partir de si a forma da vida,em vez de recebê-la de fora como uma forma universal, definidaesquematicamente."

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GEORG SIMMEL

A caracterização sociológica desta personalidade social é oindivíduo blasé, atomizado, indiferente e distante doambiente social;

"A essência do caráter blasé é o embotamento frente à distinção dascoisas; não no sentido de que elas não sejam percebidas, como no casodos parvos, mas sim de tal modo que o significado e o valor dadistinção das coisas e com isso das próprias coisas são sentidos comonulos".

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