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GERAÇÃO DE GERAÇÃO DE GERAÇÃO DE 70 70 70

Geração de 70 - presentation

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GERAÇÃO DE GERAÇÃO DE GERAÇÃO DE 707070

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Enquadramento TeóricoEnquadramento TeóricoEnquadramento TeóricoEnquadramento Teórico

�A história da denominada “Geração de 70” é, antes

de mais, a de uma consciência cultural europeia, que

luminosamente, une o século XIX ao nosso.

�Talvez nunca em toda a história da nossa cultura �Talvez nunca em toda a história da nossa cultura

tenha havido um grupo de escritores, romancistas,

poetas, ensaístas, historiadores, pensadores e até

cientistas tão conscientes de que a sua época era,

simultaneamente, a de uma síntese e a de uma

mudança quer a nível nacional quer a nível europeu.

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(cont.)

� Desde a erudição de Teófilo Braga ao sentido do trágico

em Antero, passando pela arte da ironia de Eça, pelo

sentido da decadência histórica em Oliveira Martins, pela

sátira saudável de Ramalho Ortigão, sem falar de outros

nomes menos conhecidos, mas igualmente importantes,

como Adolfo Coelho ou Jaime Batalha Reis, ou de

“marginais” da Geração de 70 como Gomes Leal ou “marginais” da Geração de 70 como Gomes Leal ou

Fialho de Almeida – todos, sem excepção, se entregaram

a uma ideia fixa: a da Regeneração do País, regeneração

no sentido total do termo e não apenas no sentido social e económico.

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(Cont.)(Cont.)(Cont.)(Cont.)

�Esta ideia da Regeneração do País, vinha já da

primeira geração romântica, a de Garret e

Herculano, no entanto, nunca esta se tornara tão

multifacetada, vital e complexa.

�É então, aqui que reside o grande fascínio da

Geração de 70: o da mobilidade cultural, da

abertura ao mundo, sem esquecer nunca o ideal

único, de “reaportuguesar Portugal”(Eça, 1984) .

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Romantismo

RomantismoRomantismoRomantismoRomantismoRomantismoRomantismoRomantismoRomantismo

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� O Primeiro período (1825-1851) surge com

Garrett, ainda envolto de cultura clássica, a

par do ideal de progresso herdado dos

iluministas franceses do século XVIII e do

ideal nacionalista estrito, de cariz liberal.

� Este autor, baseia o seu vago romantismo

num nacionalismo de carácter liberal, em que num nacionalismo de carácter liberal, em que

o modelo clássico ainda predomina.

“Romântico, Deus me livre de o ser!”

(Herculano in Viagens na Minha Terra)

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� Também Herculano que participa igualmente

na Revolução Liberal, proclama em 1875, na

revista Repositório Literário: “Diremos somente

que somos românticos, querendo que os

Portugueses voltem a uma literatura sua

(...). Que amem a Pátria mesmo em

poesia.”

� Garrett e Herculano são escritores liberais

que, em grande parte, condicionam a literatura

a princípios rigidamente nacionalistas, de

carácter ideológico.

Page 8: Geração de 70 - presentation

� Herculano, contrariamente a Garrett, era mais receptivo às

ideias do romantismo europeu em geral, sobretudo às do

romantismo vindo de Inglaterra e da Alemanha.

� Com a sua vertente filosófica e a sua metodologia

histórica, Herculano é, de facto, o grande percursor da histórica, Herculano é, de facto, o grande percursor da

Geração de 70 e da renovação do romantismo português,

renovação urgente após um período em que predomina o

excesso retórico e sentimentalista do chamado ultra-

romantismo.

Page 9: Geração de 70 - presentation

� Outro grande escritor português

contemporâneo de Garrett e

Herculano, foi António Feliciano

de Castilho (1800 – 1875),

este no entanto, é-lhes muito

inferior pelo conteúdo das ideias inferior pelo conteúdo das ideias

e pelo valor geral dos seus

escritos.

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RegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneraçãoRegeneração

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�Alexandre Herculano preparou ideologicamente

um movimento político que se designou por

Regeneração.

�Esta teve início em meados da segunda

metade do século XIX, ou mais precisamente metade do século XIX, ou mais precisamente

a partir de 1850, com o golpe de estado

levado a cabo pelo Marechal – duque de

Saldanha contra o governo de Costa Cabral.

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� A Regeneração apresentava como ponto fulcral da

actividade política, a renovação das infra-estruturas

básicas do país; este movimento propunha-se a

estabelecer de forma definitiva o liberalismo, aceitando

os princípios estabelecidos na Carta Constitucional de

1826, reformulada pelo Acto Adicional de 1852.

�O seu ideário político assentava numa série de �O seu ideário político assentava numa série de

reformas administrativas e económico – sociais, cuja

implementação deveria restabelecer o equilíbrio perdido

com as diversas lutas político-ideológicas que até aí

se tinham verificado em Portugal.

Page 13: Geração de 70 - presentation

� No centro socioeconómico deste movimento de regeneração nacional, ou melhor, de pacificação nacional, esteve Fontes Pereira de Melo (1819-1887).

� Foi ele quem criou, em 1852, o Ministério das Obras Públicas, do Comércio e da Industria, mandando construir quatrocentos quilómetros de estradas, uma dezena de pontes e, em 1856, a primeira linha de caminho-de-ferro entre Lisboa e o Carregado.

� O chamado “fontismo” provocou uma espécie de reacção cultural contra a idolatria do progresso, reacção essa que, num extremo, resultou no chamado “ultra-romantismo” e, no outro, já como reacção a esta primeira reacção, toda a complexa atitude anti-tecnológica e anti-burguesa da Geração de 70.

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� “A regeneração foi um momento histórico que, se não podia erguer Portugal ao nível das grandes nações da Europa, e dar-lhe a preponderância que teve noutras eras, principalmente nos primeiros tempos das conquistas, tê-lo-ia colocado numa situação vantajosa e digna. Faltou-lhe um homem. Quando não fosse um génio, um cidadão cuja cabeça, bem organizada, ombreasse com o sucesso e o vigor moral. Homem que tivesse a fé no coração e um pouco de ideal na alma – valor transcendente, conquistador das coisas mais positivas, que opera milagres, e sem o qual, por elevada que seja a inteligência, não se faz nada de verdadeiramente grande. Talentos houve muitos, e ainda estão por verdadeiramente grande. Talentos houve muitos, e ainda estão por aí alguns; honra pessoal existiu e existe também; mas o sentimento de honra colectiva, a solidariedade do brilho e da glória, que eleva os povos, a abnegação até à heroicidade, todos os poderes morais, todo o ideal, numa palavra, de que as mediocridades escarnecem, desapareceu completamente”

(Bulhão Pato in Memórias)

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�Por sua vez o “ultra-romantismo” (1851-1870) já

não é, como o de Garrett ou de Herculano, um

movimento de combate, de reforma ou de crítica,

acomoda-se, perde o carácter vigoroso e militante,

retrai-se e torna-se burguês. A segunda geração

romântica consagrou-se quase inteiramente às romântica consagrou-se quase inteiramente às

musas de mãos puras, sem segundas intenções

sociais ou políticas, permanecendo nitidamente

conservador e sensato.

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� O “ultra-romantismo” caracterizou-se, então, por levar ao

exagero e por vezes até ao ridículo, as normas e ideias

preconizadas pelo romantismo, nomeadamente, a exaltação

da subjectividade, do individualismo, do idealismo amoroso,

da Natureza e do mundo medieval.

� Os ultra-românticos geram torrentes literárias de qualidade � Os ultra-românticos geram torrentes literárias de qualidade

muito discutível, sendo algumas delas consideradas como

“romance de faca e alguidar”, dada a sucessão de crimes

sangrentos que invariavelmente descreviam e que os

realistas vão caricaturar de forma feroz.

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� Existe, todavia literatura ultra-romântica de qualidade

inquestionável. Além de João de Deus, são também autores

ultra-românticos Camilo Castelo Branco, Soares de Passos e

Castilho.

� Castilho foi a principal figura de destaque desta geração

romântica representando uma espécie de padrinho dos jovens romântica representando uma espécie de padrinho dos jovens

poetas que ao iniciarem a sua carreira, recorriam à sua

influência para a negociação com as editoras.

� Este patrocínio de cariz paternalista vai irritar os jovens da

Geração de 70 que não aceitam a apelidada escola do

“Elogio Mútuo”.

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�Todo o fundamento da Questão Coimbrã vai incidir

precisamente na confrontação de ideias entre

Feliciano Castilho e alguns jovens intelectuais como

Antero de Quental e Eça de Queiroz que

contestando os princípios defendidos pela geração

romântica, proclamam a vontade de expandir a

literatura Portuguesa tornando-a num instrumento de

renovação que a partir da crítica aberta iria alertar o

governo para as deficiências do país conduzindo-o à

necessária evolução.

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�O segundo romantismo significou assim uma

paragem no movimento crítico e reformador

desencadeado por Herculano e Garrett. Este

será, no entanto, retomado pela grande

geração literária de 1870, que se costuma

designar por “escola realista”, mas que designar por “escola realista”, mas que

também se poderia denominar “terceiro

romantismo” ou ainda “romantismo social”.

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� “ Que é pois o Realismo? É uma base filosófica para

todas as concepções do espírito - uma lei , uma carta ,

uma guia, um roteiro do pensamento humano na eterna

religião do belo, bom e do justo (...); é a negação da

arte pela arte, é a proscrição do enfático e do piegas. É

a abolição da retórica considerada como arte de promover

a comoção (...); é a análise com fito na verdade

Realismo Realismo Realismo Realismo –––– O que é?O que é?O que é?O que é?

a comoção (...); é a análise com fito na verdade

absoluta. Por outro lado, o Realismo é uma reacção

contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do

sentimento; o Realismo é a anatomia do carácter. É a

crítica do homem (...) para condenar o que houver de

mau na sociedade”.

( Eça de Queiroz)

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�O movimento realista vem de encontro a uma

tomada de consciência resultante das diversas

revoluções ocorridas durante o séc. XIX, que

conduziram a uma necessidade cada vez maior de

procurar a verdade das coisas.

�O socialismo utópico foi a linha filosófica e política

comum a muitos dos escritores realistas. O realismo

opunha-se também ao ultra-romantismo.

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� Os realistas acreditavam que apenas com base na verdade

se podiam combater as injustiças sociais.

� Teorias como as de Marx, Proudhon e Taine inspiraram os

mais diversos campos artísticos desde a arte à ciência,

passando inevitavelmente pela literatura.

� Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Jaime Batalha Reis, � Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Jaime Batalha Reis,

entre outros, foram dos mais destacados escritores do

primeiro realismo português. O Neo-realismo virá no século

XX recuperar alguns dos valores comuns a este movimento

estético dos finais do século XIX.

Page 24: Geração de 70 - presentation

O Surgir de uma “Geração Nova”O Surgir de uma “Geração Nova”O Surgir de uma “Geração Nova”O Surgir de uma “Geração Nova”

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� Os movimentos do Fontismo e da Regeneração acentuaram

os desequilíbrios económicos crónicos da sociedade

portuguesa. As dívidas ao estrangeiro contraídas para pagar

as infra-estruturas, agravam a situação económica (no fim

da Regeneração o País estava na falência); o falseamento

das instituições, a astúcia dos políticos, a fraude e a

corrupção do poder político, são os condimentos que

contribuem para uma degradação acentuada do estado da

Nação. Nação.

� Para além disto a mentalidade rural predominava sobre a

urbana; a indústria moderna estava estagnada; a

concorrência estrangeira derrubou a fraca indústria

portuguesa e nos campos a situação era aflitiva, devido ao

consequente aumento de emigração sobretudo para o

Brasil.

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� No que respeita à cultura, nomeadamente nas Artes e nas

Letras, persistiu a falta de apoio, o que agravou as difíceis

condições de vida dos artistas. Os escritores necessitavam da

protecção do Estado, e este oferecia importantes cargos no

Governo em troca do “controlo da pena”, o que originou a

designada “literatura oficial”.

� É então, contra todas estas condições, que surge a Geração

de 70, um grupo de estudantes universitários coimbrãos que,

por volta de 1865, se eleva sobretudo contra o exagero

caduco e balofo do gosto ultra-romântico, ou seja, contra o

monopólio de António Feliciano de Castilho.

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� A Geração de 70 traduz-se, enfim, num grupo de jovens

intelectuais do final do século XIX liderado ideologicamente

por Antero de Quental e José Fontana e do qual fizeram

parte alguns dos maiores escritores da História da

Literatura Portuguesa, como Eça de Queiroz, Ramalho

Ortigão, Teófilo Braga, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro,

etc.

� Estes jovens, iluminados por ideias inovadoras que

beberam da cultura europeia, sobretudo da francesa,

opuseram-se a um governo monárquico cada vez mais

contestado nos finais do século.

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� Racionalistas, herdeiros do positivismo de Comte, do

idealismo de Hegel e do socialismo utópico de Proudhon e

Saint-Simon com laivos republicanos e uma influência

francesa muito forte, de pendor anti-clerical, protagonizaram

uma autêntica revolução cultural no nosso País, agitando

consciências e poderes estabelecidos.

� A Geração de 70 defende, pois, uma maior abertura à � A Geração de 70 defende, pois, uma maior abertura à

cultura europeia, e uma reforma do País, sobretudo a nível

cultural. São disso exemplo a Questão Coimbrã e as

Conferências do Casino. Esta revolução cultural acabou por desembocar numa revolução política: a instauração da

República, a 5 de Outubro de 1910.

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� Os jovens que se auto-intitulavam por “Geração Nova”

tomaram partido contra o nacionalismo liberal, em prol de um

ideal que pretendiam que fosse mais ecuménico.

� Esta é uma das divergências entre esta geração e as

gerações precedentes: o novo culto da humanidade. Para este

Questão CoimbrãQuestão CoimbrãQuestão CoimbrãQuestão Coimbrã

gerações precedentes: o novo culto da humanidade. Para este

propósito só uma arte socialmente empenhada, que desse

“voz” à revolução (e não há “arte pela arte”), estaria à

altura dos ditames da ciência e da filosofia, bem como dos

imperativos imanentes à evolução objectiva da história da

humanidade, que, à boa maneira de Michelet e de Proudhon,

caminhava para a realização da justiça e da liberdade.

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�O homem individual é tão só o microcosmos em

que se espelha a alma do Universo e de toda a

humanidade e que, por isso mesmo, não pode

haver verdadeira arte senão for sobredeterminada haver verdadeira arte senão for sobredeterminada

pela “ideia”.

(Antero de

Quental)

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�Os pretextos imediatos que desencadearam a

Questão Coimbrã foram a publicação das Odes Modernas, os elogios de Castilho a Tomás Ribeiro e, sobretudo, o Poema da Mocidade (1865), de

Pinheiro Chagas (elevado a modelo, em confronto

com os juízos negativos sobre os novos poetas com os juízos negativos sobre os novos poetas

que despontavam em Coimbrã: Antero de Quental,

Teófilo de Braga e Vieira de Castro)....

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� São de Antero os principais textos desta

polémica. O primeiro, em forma de carta dirigida a

Castilho, intitula-se “Bom Senso e Bom Gosto”

�Nesta, Antero exalta a literatura como um �Nesta, Antero exalta a literatura como um

“sacerdócio, um ofício público e religioso de

guarda incorruptível das ideias, dos sentimentos,

dos costumes, das obras e das palavras”.

Page 34: Geração de 70 - presentation

� Os poetas para ele são santos, “têm a cabeça do génio

e o coração da inocência”. E, ao contrário dos que

“adoram a palavra”, eles adoram a ideia, “que custa muito e nada luz”.

� Depois de criticar o pensamento de tacanhez nacionalista

(“quem pensa e sabe hoje na Europa não é Portugal,

não é Lisboa, cuido eu: é Paris, é Londres, é Berlim”), não é Lisboa, cuido eu: é Paris, é Londres, é Berlim”),

Antero exalta o “grande espírito filosófico do nosso tempo,

a grande criação original, imensa, da nossa idade”, que

vai de Hegel a Edgar Kuinet, passando por Herder, Vico,

Michelet, Proudhon, Taine, Renan,etc.

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� Outro texto polémico intitulava-se A Dignidade das Letras

e as Literaturas Oficiais, Antero reforça estas ideias,

precisando que “a essência, a cousa vital das literaturas

não é a Harmonia da forma, a perfeição exacta com que

se realizam certos tipos convencionais, o bem dito, o bem

feito (...). A alma sim: é dela que precisa toda a

literatura (...), não é muito dizer que é ela quem

prepara o berço onde se há-de receber esse misterioso prepara o berço onde se há-de receber esse misterioso

filho do tempo – o futuro.”

� As palavras da Geração de 70 estavam, então lançadas,

como semente em terra fértil: ideia, alma, futuro.

Page 36: Geração de 70 - presentation

�Assim sendo, a questão Coimbrã emergiu num

contexto em que, a propósito da discussão sobre a

função da literatura, um grupo de jovens

intelectuais, afastado do poder cultural e poder intelectuais, afastado do poder cultural e poder

político, conseguiu agitar a opinião pública.

Page 37: Geração de 70 - presentation

�A Questão Coimbrã, deve igualmente ser vista

como um momento alto de um processo mais

global, que terá a sua expressão politicamente

mais empenhada na realização das Conferências mais empenhada na realização das Conferências

Democráticas do Casino, em 1871, animadas, em

boa parte, e já em Lisboa, pelo grupo que,

liderado por Antero, constitui o Cenáculo.

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�Por tudo isto, cair-se-à numa visão

exageradamente literária se se reduzirem os

intentos renovadores da nova geração ao plano

exclusivamente estético. As suas pretensões

ultrapassam largamente estes horizontes,

contemplando uma hegemonia cultural, a

liquidação do sentimentalismo ultra-romântico, a liquidação do sentimentalismo ultra-romântico, a

destruição dos alicerces da ordem monárquico-

constitucional e uma continuidade ao combate

contra a influência do catolicismo e da Igreja e

em prol da razão e da ciência.

Page 39: Geração de 70 - presentation

�Em suma, pode-se dizer que esta polémica se

traduziu num confronto entre os defensores do

velho romantismo e a juventude apologista do

movimento literário que se seguiria, o Realismo.movimento literário que se seguiria, o Realismo.

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Conferências do CasinoConferências do CasinoConferências do CasinoConferências do CasinoConferências do CasinoConferências do CasinoConferências do CasinoConferências do CasinoConferências do CasinoConferências do CasinoConferências do CasinoConferências do Casino

Page 41: Geração de 70 - presentation

Conferências do CasinoConferências do CasinoConferências do CasinoConferências do Casino

� Entre a polémica Coimbrã e as conferências do Casino

há fundamentalmente a diferença entre uma polémica

literária e cultural opondo duas gerações e um

manifesto publico cultural de repercussões políticas e

sociais.

� Os ideais da geração passavam de Coimbra para

Lisboa, criando o designado “Grupo do Cenáculo da

Travessa do Guarda-Mor”, dominado por Antero e

historiado por Jaime Batalha Reis, que o definiu como

sendo uma “academia obscura e terrível”.

Page 42: Geração de 70 - presentation

� No programa das conferências, publicado em Lisboa a 16 de Maio

de 1871, proclama-se:

� “ (...) Ligar Portugal com o movimento moderno,

fazendo-o assim nutrir-se dos elementos vitais de que vive

a humanidade civilizada;

� Procurar adquirir a consciência dos factos que nos rodeiam

na Europa;

� Agitar na opinião pública as grandes questões da Filosofia

e da Ciência moderna;

� Estudar as condições de transformação politica, económica e

religiosa da sociedade portuguesa.”

Page 43: Geração de 70 - presentation

� Antero é o espírito destas conferências, aliás, como será sempre, de facto, o mestre espiritual da Geração de 70.

� Inaugura-as a 22 de Maio, sendo desconhecido o texto do discurso de abertura, excepto pelo resumo publicado na impressa, em geral e, mais pormenorizadamente, no jornal A Revolução de Setembro.

� A segunda conferência de Antero, proferida a 27 de Maio e intitulada Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos Últimos Três Séculos, foi publicada e, além do sucesso que teve de Três Séculos, foi publicada e, além do sucesso que teve de imediato, tornou-se um texto fulcral para compreender o início da acção cultural de toda a Geração de 70.

� Aí, Antero aponta três causas da decadência da Península Ibéria: o catolicismo imposto pela Inquisição depois do Concílio de Trento (1545-1563), o absolutismo político, que causou “a ruína das liberdades locais”, e “as conquistas longínquas”.

Page 44: Geração de 70 - presentation

�A 26 de Junho as Conferências do Casino

foram proibidas por “atacar a Religião e as

Instituições politicas do Estado”. Estava

encerrada um fase decisiva da acção cultural encerrada um fase decisiva da acção cultural

e ideológica da Geração de 70.

Page 45: Geração de 70 - presentation
Page 46: Geração de 70 - presentation

O “Santo Antero”� Originário de família fidalga e

letrada, Antero de Quental nasceu

na Ilha de S. Miguel a 18 de Abril

de 1842.

� Antero estudou em Coimbra, onde � Antero estudou em Coimbra, onde

se tornou uma espécie de mito.

� Eça, também estudante de Direito

em Coimbra nessa altura, descreve-

o, criando a partir de 1862 – 1863

o mito de “Santo Antero”.

Page 47: Geração de 70 - presentation

O “Santo Antero” (Cont.)

�Segundo Eça de Queiroz, vivia-se em Coimbra

“um grande tumulto mental” com os caminhos –

de – ferro que traziam livros vindos de França,

“torrentes de coisas novas, ideias, sistemas,

estética, formas, sentimentos, interesses estética, formas, sentimentos, interesses

humanitários”, todo um “mundo novo que o Norte

nos arremessava aos pacotes”.

Page 48: Geração de 70 - presentation

O “Santo Antero” (Cont.)

�Esse “Mundo Novo” vindo do Norte vai influenciar

Antero, que publica os primeiros sonetos em 1861

e que com Odes Modernas (1865) inicia um

novo período literário ao qual António Sérgio

chamou com justeza “terceiro romantismo”.chamou com justeza “terceiro romantismo”.

Page 49: Geração de 70 - presentation

O “Santo Antero” (Cont.)

�Depois de ter viajado por França em 1866 e pelos

Estados Unidos em 1869, faz da poesia uma “voz

da Revolução” com Primaveras Românticas (1872).

� Em 1873, com a morte do pai, este escritor

atravessa um período de profunda depressão. Isto

leva-o a regressar aos Açores onde se entrega a

um pessimismo visionário e metafísico.

Page 50: Geração de 70 - presentation

O “Santo Antero” (Cont.)

�Alguns sonetos são disso impressionantes exemplos.

Oliveira Martins, no prefácio aos Sonetos, diz o seguinte a este propósito:

“(...) as suas páginas foram escritas com sangue e

lágrimas! E dói ver a vida do mais belo espírito

consumir-se em agonias de uma alma em luta consigo

mesma! (...)”

Page 51: Geração de 70 - presentation

O “Santo Antero” (Cont.)

� Depois de 1874 e até à sua morte, Antero escreve

uma poesia de negação de toda a acção neste mundo,

como se poderá constatar no soneto “Nirvana” em que

se sucedem as imagens do nada.

� Os últimos sonetos são escritos em 1887 e 1890.

Antero publica ainda na Revista Portugal de Eça de

Queiroz um importante ensaio: As Tendências Gerais da

Filosofia na Segunda Metade do Século XIX.

Page 52: Geração de 70 - presentation

O “Santo Antero” (Cont.)

�Depois de uma breve e decepcionante adesão à

Liga Patriótica do Norte, fundada na altura do

Ultimatum Inglês de 1890 por causa das colónias

Portuguesas em Africa, Antero isola-se cada vez Portuguesas em Africa, Antero isola-se cada vez

mais, acabando por se suicidar, com um tiro de

pistola, num banco de jardim de Ponta Delgada, a

11 de Setembro de 1891.

Page 53: Geração de 70 - presentation

O “Santo Antero” (Cont.)

� Contudo em cartas dos últimos anos da sua vida,

Antero continua a mostrar a sua preocupação com

Portugal, exemplo disto são as cartas deixadas a

Oliveira Martins .

� Para lá da grandeza e da complexidade da obra � Para lá da grandeza e da complexidade da obra

poética, entre o romantismo, simbolismo e o modernismo

(Antero é um dos grandes mestres de Fernando

Pessoa”), a designação de “Santo Antero” dada por

Eça tinha fundamento na própria visão mística final dum

povo e duma Nação que Antero aqui nos deixou.

Page 54: Geração de 70 - presentation

Teófilo Braga e o nacionalismo literárioTeófilo Braga e o nacionalismo literárioTeófilo Braga e o nacionalismo literárioTeófilo Braga e o nacionalismo literário

� Teófilo Braga, nascido a 24

de Fevereiro de 1843 nos

Açores, representa,

contrariamente a Antero, a

tendência nacionalista da

Geração de 70 ligada à

ideologia republicana e ideologia republicana e

positivista.

� Tal como Antero, Teófilo

partilhava a mesma visão dum

Portugal grandioso de outrora

que era preciso regenerar.

Page 55: Geração de 70 - presentation

Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)

�Os primeiros textos de Teófilo, à parte uma

colectânea de versos, Folhas Verdes, publicada

prematuramente, em 1859, portanto aos dezasseis

anos, em Ponta Delgada, surgem numa revista de anos, em Ponta Delgada, surgem numa revista de

Coimbra, onde Teófilo estuda Direito, O Instituto.

Page 56: Geração de 70 - presentation

Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)

�Os seus textos iniciais revelam já os temas

principais da sua obra de historiador da literatura,

fundindo poesia e investigação cientifica sobra a

literatura tradicional, com influencia dos teóricos do literatura tradicional, com influencia dos teóricos do

romantismo alemão, sobretudo de Herder, Schlegel

e os irmãos Grimm.

Page 57: Geração de 70 - presentation

Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)

� Sofre também forte influência de Vítor Hugo e de

Michelet nas colectâneas de poesia publicadas em 1864:

Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras.

� Segue-se Ondina do Lago (1866) e Torrentes (1869)

nos quais o autor exprime sobretudo a “epopeia da

humanidade”, através duma poesia “moderna” que,

como a de Antero, se opõe então à escola ultra-

romântica de Castilho.

Page 58: Geração de 70 - presentation

Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)

� Este sentido epopeico moderno da poesia de Teófilo,

completado por um último volume, Miragens Seculares(1884), que embora significativo historicamente, não é,

contudo, o essencial da sua obra.

� Teófilo, um “romântico tardio que somente as

necessidades da história lançavam numa aventura

científica”, como refere muito justamente José Augusto

França, tornou-se sobretudo um historiador da literatura

(cit. por José França, in Geração de 70).

Page 59: Geração de 70 - presentation

Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)

�Partindo do estudo das tradições nacionais e da

poesia popular e seguindo as ideias do positivista

francês Comte, Teófilo, começa por publicar uma

História da Poesia Portuguesa, no Porto, em 1867, História da Poesia Portuguesa, no Porto, em 1867,

seguindo-se, no mesmo ano, em Coimbra, o

Cancioneiro Popular e o Romanceiro Geral.

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Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)

� Posteriormente seguem-se as grandes obras de

síntese:

História da Literatura Portuguesa – Introdução(1870);

História do Romantismo em Portugal (1880);

Sistema de Sociologia (1884);

Modernas Ideias na Literatura Portuguesa (1892).

Page 61: Geração de 70 - presentation

Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)

�No que respeita à sua vida, este escritor, que

publica em 1891 o Manifesto e Programa do

Partido Republicano, foi presidente do Governo

Provisório da República (1910 – 1911) e Provisório da República (1910 – 1911) e

presidente eleito em 1915.

�Morre em Lisboa em 1924.

Page 62: Geração de 70 - presentation

Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)Teófilo Braga e o nacionalismo literário (Cont.)

�O contributo de Teófilo Braga para a Geração

de 70 situa-se sobretudo no plano duma síntese

da história literária.

�Síntese, retomada até ao fim da sua vida, em

que a preocupação de definir o romantismo,

abre novas perspectivas do conceito e da

experiência românticas.

Page 63: Geração de 70 - presentation

Oliveira Martins e o nacionalismo históricoOliveira Martins e o nacionalismo históricoOliveira Martins e o nacionalismo históricoOliveira Martins e o nacionalismo histórico

� Nascido em 1845, em Lisboa,

Oliveira Martins não segue,

contrariamente a Teófilo ou Eça,

um percurso universitário normal;

ele representa mesmo, o contrário

do intelectual formado pela

Universidade.

� Autodidacta, originário duma família

burguesa intelectual sem fortuna,

este escritor começa a trabalhar no

comércio ainda muito novo, com

15 anos, devido à morte do seu

pai.

Page 64: Geração de 70 - presentation

Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)

�Ás dificuldades financeiras, acrescentam-se ainda

dificuldades de expressão literária; uma expressão

que reflecte contraditórias influências estrangeiras.

�De entre essas influências a principal é a do �De entre essas influências a principal é a do

grande historiador romantismo francês, Michelet.

Page 65: Geração de 70 - presentation

Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)

� Também uma influência nacional assinala nitidamente a primeira

obra de Oliveira Martins: Herculano.

� Febo Moniz (1867), a sua primeira obra, constitui-se como

uma evocação nacionalista.

� O sentido de nacionalismo histórico da obra de Oliveira Martins,

está dado desde a sua primeira obra, assinalado

paralelamente com uma idealização do iberismo e uma

consciência, por vezes dramática e patética, da decadência

nacional.

Page 66: Geração de 70 - presentation

Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)

� Estas características desenvolvem-se sobretudo por volta

de 1870, até a nível da ideologia social e política, com

a colaboração nos jornais A Revolução de Setembro(1868) e Jornal do Comércio (1869), bem como a

fundação do jornal A República (1870 – 1873) e a

participação de Oliveira Martins na acção cultural e

ideológica dos membros do Cenáculo, sobretudo através ideológica dos membros do Cenáculo, sobretudo através

da relação com Antero e Eça, de quem se torna

íntimo, partilhando muito especialmente com Antero,

nesta primeira fase, a sua tendência socialista e

afastando-se do republicanismo positivista de Teófilo.

Page 67: Geração de 70 - presentation

Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)

� Em 1872, a Teoria do Socialismo – Evolução Política e Económica das Sociedades da Europa, bem como em 1873, Portugal e o Socialismo são obras que assinalam o percurso ideológico de Oliveira Martins e, em grande parte, o de toda a Geração de 70.

� Nestas torna-se evidente a influência decisiva de um ideólogo francês, Proudhon, modelo da evolução geral do pensamento europeu a caminho de uma justiça social que não excluísse a pura liberdade individual.europeu a caminho de uma justiça social que não excluísse a pura liberdade individual.

� Esta influência francesa vem, de certo modo, sobrepor-se a influência germânica, sobretudo a do pensamento filosófico de Hegel e Hartmann, a partir da publicação de O Helenismo e a Civilização Cristã (1868).

� As obsessões nacionalistas e decadentistas marcam então a fase de plena maturidade de Oliveira Martins.

Page 68: Geração de 70 - presentation

Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)

� O nacionalismo histórico de Oliveira Martins torna-se então

consciência duma simbologia do colectivo, em que a moral individual

é preferida em favor do destino dum povo, como se pode

facilmente depreender pelo prefácio à História de Portugal:

“ (...) os caracteres particulares das acções dos homens,

fundindo-se no sistema geral de princípios e leis que os fundindo-se no sistema geral de princípios e leis que os

determinam, perdem individualidade, e não valem senão como

elementos componentes de um todo superior: que sejam

humanamente bons ou maus, importa nada, porque só no cumpre

atender ao destino que os determina, e a moral é um critério

incompetente para a esfera ou a categoria colectiva de que se

trata”.

Page 69: Geração de 70 - presentation

Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)

� Por outro lado, a relação entre nacionalismo e decadentismo

intensifica-se, inclusive em textos mais episódicos, como Camões,

publicado na revista O Ocidente em 1880, pelo centenário do poeta,

e depois, aumentando, em volume (1891).

� Evocando o período fulcral das lutas liberais, indo de 1826 a 1868,

Oliveira Martins cria o herói que encarna a alma colectiva da nação

num momento inevitavelmente efémero. Aquele que, como Mouzinho

da Silveira, é “clarão de luz que rompeu num instante as trevas

anteriores”.

Page 70: Geração de 70 - presentation

Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)

� Esta ideia do efémero glorioso, que em Oliveira Martins se

centra no período das Descobertas, leva-o, afinal, a

constatar a decadência irremediável da nação depois da

revolução radical e demagógica de Setembro de 1836:

“Triste, desoladora sorte, a de Portugal! Nem homens, nem “Triste, desoladora sorte, a de Portugal! Nem homens, nem

sistemas, nem a própria religião nova, da LIBERDADE,

vingava! Não era para descrer da Pátria? Não era para

interrogar a História, a ver se nós não seríamos um erro

– como tantos! – que o tempo arrasta pelos séculos?”

Page 71: Geração de 70 - presentation

Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)

� Eleito deputado pelo Partido Progressista, em 1885,

Oliveira Martins é ardilosamente posto de parte pelos seus

inimigos políticos em 1887, ficando como administrador da

Regié dos Tabacos.

� Após a crise grave do Ultimatum inglês de 1890, crise

que leva à revolta republicana, no Porto, a 31 de Janeiro

de 1891, Oliveira Martins participa ainda num governo não

partidário de salvação nacional, como ministro da Fazenda.

Mas demite-se quatro meses após a nomeação,

desiludido.

Page 72: Geração de 70 - presentation

Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)Oliveira Martins e o nacionalismo histórico (Cont.)

� Um certo Sebastianismo marca as suas últimas obras históricas, biografias de grandes voltos da dinastia de Avis: “Os Filhos de D. João I (1891) e A Vida de Nun’Álvares (1893). A nação que, em os Os Filhos de D. João I, surge como “um ser (...) animado por uma ideia”, funde-se no Sebastianismo como “prova póstuma da nacionalidade”.da nacionalidade”.

� Oliveira Martins torna-se assim um dos Vencidos da Vida, grupo que, derivando da Geração de 70, acaba por negar a sua possibilidade de transformar o país.

Page 73: Geração de 70 - presentation

Ramalho Ortigão e o poder do jornalismoRamalho Ortigão e o poder do jornalismoRamalho Ortigão e o poder do jornalismoRamalho Ortigão e o poder do jornalismo

� Mais velho do que os principais

componentes da Geração de 70, nascido

em 1836 e falecido em 1915, Ramalho

Ortigão é aqui citado após Antero,

Teófilo e Oliveira Martins dado que se

aproxima mais de Eça num domino

importante da intervenção cultural da sua

geração, pelo menos no inicio: o do

jornalismo.jornalismo.

� Ramalho esteve intimamente ligado a

Eça, nesse sentido em que, como ele,

segundo António José Saraiva, se formou

“na escola do folhetim literário” (cit por

Saraiva & Lopes in Geração de 70).

Page 74: Geração de 70 - presentation

Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)

� O Porto, onde nasceu, foi o primeiro centro de interesse

jornalístico de Ramalho.

� Iniciou a sua carreira no Jornal do Porto e já então se

manifestava nos seus artigos de cariz mais propriamente

literário uma grande paixão pela obra de Camilo. Este foi, literário uma grande paixão pela obra de Camilo. Este foi,

de facto, o seu grande modelo literário, mesmo quando o

militantismo realista parecia opor-se à retórica romântica

camiliana.

Page 75: Geração de 70 - presentation

Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)

� Na célebre Questão Coimbrã Ramalho toma o partido de

Castilho, embora pretende-se manter uma posição

independente. No texto intitulado Literatura de Hoje e publicado no Jornal do Porto em 1866, é curioso notar

sobretudo a defesa do folhetim literário contra as

“filosofices” de Antero e dos “senhores de Coimbra”.

“Os senhores de Coimbra chamam ao folhetim literatura fácil. Eu não desdigo, mas sustento que a literatura fácil é muito mais difícil do que é difícil filosofia. (...)”

Page 76: Geração de 70 - presentation

Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)

� Em 1868, note-se a publicação de um livro de

impressões de viagem que não só caracteriza o estilo de

Ramalho, mas também a mitologia parisiense de toda a

Geração de 70: Em Paris. Neste revela-se também o

nacionalismo saudosista deste escritor.

“Há um só banquete português que desbanca todos os

jantares de Paris, mas que o desbanca inteiramente: é a

ceia da véspera de Natal nas nossas terras do Minho.”

Page 77: Geração de 70 - presentation

Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)

� A Holanda (1863) reflecte o mesmo sentido minucioso da captação do quotidiano de um país europeu civilizado, com a diferença de que aqui Ramalho exalta sobretudo uma certa forma de burguesia cosmopolita “saudável” que o caracteriza mais especificamente do que Em Paris.

� A Em Paris segue-se um período de colaboração com � A Em Paris segue-se um período de colaboração com Eça em O Mistério da Estrada de Sintra (1870), espécie de pastiche do romance policial, publicado em folhetim no Diário de Notícias.

Page 78: Geração de 70 - presentation

Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)Ramalho Ortigão e o poder do jornalismo (Cont.)

� Resultantes da colaboração com Eça são também As Farpas, iniciadas em Maio de 1871.

� Eça deixa de colaborar n’ As Farpas quando parte em missão diplomática para Cuba (Novembro de 1872). Na segunda fase d’ As Farpas, que vai até 1884, Ramalho manifesta claramente o seu republicanismo pequeno – burguês de carácter ferozmente anticlerical e defende o positivismo de Compte, como Teófilo Braga. De certo modo, foi esse o meio de propaganda decisivo Braga. De certo modo, foi esse o meio de propaganda decisivo da ideologia republicana que derrubou a monarquia. No entanto, no final da sua vida, Ramalho, ao escrever as Últimas Farpas(1911 – 1914), depois da revolução republicana, defende fervorosamente o regresso a uma monarquia “castiça”, “à antiga”.

� Eis mais um elemento que caracteriza as íntimas contradições da Geração de 70.

Page 79: Geração de 70 - presentation

Eça de Queirós e a Renovação do Romance

� Filho de um magistrado e homem de letras

que fizera parte de um grupo de poetas

ultra-românticos de Coimbra (Teixeira de

Queirós), Eça de Queirós nasce na Póvoa de

Varzim a 25 de Novembro de 1845, vindo a

falecer em Paris a 16 de Agosto de 1900.

� Dele pode-se dizer desde já e sem hesitação

que foi o grande renovador do romance

português do século XIX.

Page 80: Geração de 70 - presentation

Eça de Queirós e a Renovação do Romance

� Foi-o no sentido em que os diversos elementos dos romances de

Eça, e principalmente Os Maias (1888), desde a linguagem às

personagens, passando pela análise social e psicológica, formam

uma estrutura de conjunto absolutamente nova e coerente que

ultrapassa, quer o romance ou a novela camilianos, quer a escola

realista- naturalista em sim mesmo.

� Eça, forma-se em direito em Coimbra. É aí que conhece Antero e � Eça, forma-se em direito em Coimbra. É aí que conhece Antero e

começa a ter consciência de fazer parte de uma geração

renovadora. Esta consciência leva-o a revoltar-se contra a própria

instituição universitária coimbrã, considerada “anacrónica”:

“No meio de tal universidade, geração como a nossa só podia ter

uma atitude – a de permanente rebelião”. . . .

(Antero de Quental in Notas

Contemporâneas)

Page 81: Geração de 70 - presentation

Eça de Queirós e a Renovação do Romance

� “Naqueles tempos, segundo a fórmula de Evangelho, o romantismo

estava nas nossas almas. Fazíamos devotamente oração diante do

busto de Shakespeare”

(Prosas Bárbaras)

� Depois de licenciado em Direito, Eça instala-se em Lisboa onde � Depois de licenciado em Direito, Eça instala-se em Lisboa onde

colabora na Gazeta de Portugal. . . . Os que formarão o volume Prosas Bárbaras, revelam nessa altura sobretudo a influência do “satanismo” de Baudelaire.

� Esta influência leva-o a criar com Antero e Jaime Batalha Reis a

figura de Fradique Mendes, espécie de alter-ego de Eça e de

heterónimo colectivo da Geração de 70. Eça, que retoma esta

personagem até ao fim da sua vida.

Page 82: Geração de 70 - presentation

Eça de Queirós e a Renovação do Romance

� Eça passa por uma fase realista- naturalista que é igualmente

característica da sua geração.

� É, depois de fundar e dirigir um jornal da oposição em Évora, O

Distrito de Évora e de uma viagem ao Egipto (de que resultará a

publicação póstuma, em 1926, de O Egipto – Notas de Viagem),

a fase das Conferência do Casino....a fase das Conferência do Casino....

� É também a fase das leituras de Flaubert e Zola e da criação,

após a breve experiência de administrador do concelho de Leiria

(1870-1871), de O crime do Padre Amaro.

Page 83: Geração de 70 - presentation

Eça de Queirós e a Renovação do Romance

� O eu dá bem a medida da procura de perfeição e estilística em Eça. Mas revela igualmente a sua procura de um realismo para lá do realismo de escola.

� Foi nomeado cônsul de Newcastle-on- Tyne (1874) depois de ter estado em Havana (1872).

� Transferido em 1878 para o Consulado de Bristol, Eça conclui A � Transferido em 1878 para o Consulado de Bristol, Eça conclui A Capital, obra só publicada postumamente (1825).

� E se em 1879 escreve ainda um romance de tipo realista, O Conde de Abranhos, já em 1880 publica o Mandarim, “conto fantástico” e que permanecem, no entanto, a ironia e uma crítica social levadas à caricatura, elementos predominantes de A Relíquia (1887).

Page 84: Geração de 70 - presentation

Eça de Queirós e a Renovação do Romance

� Chegamos assim a Os Maias, romance que começado a arquitectar

em 1878, fazendo parte de um vasto plano ainda difuso de

romances sobre “Cenas Portuguesas”, só é publicado em 1888.

� O próprio Eça lhe chama, em carta a Oliveira Martins em Angers, � O próprio Eça lhe chama, em carta a Oliveira Martins em Angers,

10 de Maio de 1884, uma:

“vasta machine, com proporções enfadonhamente monumentais de

pintura a fresco, toda trabalhada em tons pardos”

(Eça de Queirós in Correspondência)

Page 85: Geração de 70 - presentation

Eça de Queirós e a Renovação do Romance

� Os Maias representam a nostalgia de uma regeneração de

Portugal para lá do próprio período histórico da

Regeneração – uma regeneração que, metafisicamente,

levou Antero ao suicídio e, realisticamente, ou melhor,

ironicamente, levou Eça a uma certa forma de exílio ironicamente, levou Eça a uma certa forma de exílio

voluntário, a uma certa distância, tão irónica como

nostálgica, de “vencido da vida”, símbolo da desistência

lúcida da sua geração.

Page 86: Geração de 70 - presentation
Page 87: Geração de 70 - presentation

O espírito do fim de séculoO espírito do fim de séculoO espírito do fim de séculoO espírito do fim de século

� De certo modo, Os Maias resumem o destino social e cultural de toda a

Geração de 70. Um destino que pode resumir-se também num passo

célebre das Cartas Inéditas de Fradique Mendes, deixadas inéditas por Eça

após a sua morte: “Para um homem, ser vencido ou derrotado na vida

depende, não da realidade aparente a que chegou – mas do ideal íntimo

a que aspirava.”

� Começando por ter um ideal de missão cultural, social e política, a

Geração de 70 acabou por cultivar um espírito finissecular de que Carlos Geração de 70 acabou por cultivar um espírito finissecular de que Carlos

da Maia é bem um modelo.

� Tomada de consciência dum decadentismo de fim de século, em que

predomina um quadro de “doenças morais” que se aplica, duma maneira

ou de outra, aos principais representantes da Geração de 70, àqueles que

a “geraram”. Mas também àqueles que, marginalmente, a acompanharam

ou com ela colaboraram.

Page 88: Geração de 70 - presentation

O espírito do fim de séculoO espírito do fim de séculoO espírito do fim de séculoO espírito do fim de século

� Moniz Barreto (1865-1899), atrás já citado, colaborador

dos jornais A Província e O Repórter, fundados e dirigidos

por Oliveira Martins, bem como da Revista de Portugal de

Eça de Queirós e da Revista de Estudos livres de Teófilo

de Braga e Teixeira Bastos, foi o melhor crítico e ensaísta

literário da Geração de 70.

� Influenciado por Comte e por Taine, ultrapassou os

limites do positivismo e do realismo, analisando com finura

os elementos básicos do espírito finissecular e sobretudo

da “imaginação psicológica” de Oliveira Martins.

Page 89: Geração de 70 - presentation

O espírito do fim de séculoO espírito do fim de séculoO espírito do fim de séculoO espírito do fim de século

� De entre os poetas e grandes jornalistas polémicos que acompanharam a evolução Geração de 70 até quase ao final do século, cite-se sobretudo Guilherme de Azevedo (1839-1882), percursor do realismo citadino de Cesário Verde.

� Mas o maior poeta da Geração de 70 que chegou ao final do século e o ultrapassou, prolongando e transfigurando o novo romantismo de Antero em simbolismo e realismo foi sem dúvida Gomes Leal (1848-1921). Gomes Leal (1848-1921).

� A sua imaginação visionária começa a impor-se com Claridades do Sul (1875) e vai até Fim de um Mundo (1900) ou Pátria e Deus e A Morte do Mau Ladrão (1914), passando por A Fome de Camões (1880), livro em que Gomes Leal retoma muito da mitologia romântica do Camões de Garrett, transpondo-a para a mitologia finessecular.

Page 90: Geração de 70 - presentation

O espírito do fim de séculoO espírito do fim de séculoO espírito do fim de séculoO espírito do fim de século

� Guerra Junqueiro (1850-1923), directamente ligado à Geração de

70 desde o inicio acaba por fazer parte do Grupo dos “Vencidos

da Vida”. Junqueiro representa a tendência predominantemente

anticlerical e republicana da Geração, sobretudo desde a publicação

de A Velhice do Padre Eterno” (1885).

� O Conde de Ficalho (Francisco Manuel de Melo Brayner, 1837-� O Conde de Ficalho (Francisco Manuel de Melo Brayner, 1837-

1903), biógrafo de Garcia da Orta e Pêro da Covilhã, botânico e

historiador, foi amigo íntimo de Eça e pertenceu igualmente ao

grupo dos “Vencidos da Vida”. Uma Eleição Perdida (1888) é a

sua obra de ficção que fica para a posteridade como espelho da

própria geração a que pertenceu, particularmente no que ela teve de

visão finessecular.

Page 91: Geração de 70 - presentation

O espírito do fim de séculoO espírito do fim de séculoO espírito do fim de séculoO espírito do fim de século

� Não deveremos excluir da Geração de 70 aquele que foi o maior

renovador do conto e da novela no final do século e que exprime

bem o seu espírito: Fialho de Almeida (1857-1911).

� Influenciado por Eça, Fialho integra-se na tendência da transição do

realismo-naturalismo para o decadentismo. Os seus Contos (1881)

criam uma linguagem expressionista que vai abrir caminho à ficção

portuguesa moderna, a começar pela de Raul Brandão.

� Não podemos igualmente esquecer a importância da sua obra de

cronista, sobretudo com os textos reunidos em Os Gatos (1889-

1894), onde Fialho espraia num acontecimento quotidiano ou numa

passagem com um incomparável sentido do visionário.

Page 92: Geração de 70 - presentation

O espírito do fim de séculoO espírito do fim de séculoO espírito do fim de séculoO espírito do fim de século

�Fialho prolongou as ideias e ideais da Geração 70

levando-os até ao extremo limite do seu significado

finessecular e estabelecendo a relação entre

decandentismo e nacionalismo. decandentismo e nacionalismo.

Page 93: Geração de 70 - presentation

ConclusãoConclusãoConclusãoConclusão

� A importância da Geração de 70, do ponto de vista da

evolução das ideias históricas em Portugal, dificilmente

poderá ser ignorada. Embora a fonte da moderna reflexão

histórica portuguesa esteja nas obras de um homem que

se formou nos primeiros tempos da revolução liberal,

Alexandre Herculano, é somente com a Geração de 70 Alexandre Herculano, é somente com a Geração de 70

que se vai realmente alterar, em ampla escala, a forma

de pensar a vida da nação e consequentemente, o sentido

da sua existência. Nela se inclui um leque vasto de

intervenientes com diversos ofícios, que lutam em prol do

mesmo ideal: A Regeneração.

Page 94: Geração de 70 - presentation

ConclusãoConclusãoConclusãoConclusão� A Geração de 1870, a Questão Coimbrã e as

Conferências do Casino, marcaram então toda uma época

de novos ideais, de novas mentes e maneiras de pensar,

e sobretudo demonstraram ser uma revolucionária corrente

de jovens pensadores, cujo intuito era remodelar a política

e cultura do nosso país.

� Pode-se ainda acrescentar que todos os intervenientes

desta Geração, lutaram em prol dos mesmos ideais, como

que “anulando” a sua própria identidade criando uma

Identidade Nacional.

Page 95: Geração de 70 - presentation

FIMFIMFIMFIM

Trabalho Realizado por: Trabalho Realizado por: Trabalho Realizado por: Trabalho Realizado por:

Andreia Cordeiro;Andreia Cordeiro;Andreia Cordeiro;Andreia Cordeiro;Andreia Cordeiro;Andreia Cordeiro;Andreia Cordeiro;Andreia Cordeiro;

Célia Marques;Célia Marques;Célia Marques;Célia Marques;

Dora Almeida;Dora Almeida;Dora Almeida;Dora Almeida;

Laura Lino;Laura Lino;Laura Lino;Laura Lino;

Vanessa Martins.Vanessa Martins.Vanessa Martins.Vanessa Martins.