Gerações - A Mensagem do Provedor - Misericórdia de … e de aprumo, escondemos a ambição que nos fecha os olhos e a alma mesmo que o cenário, à nossa volta, seja de miséria

Ano 7

Cari

tas

Chri

sti

U

rget

Nos

Edição da Santa Casa da Misericórdia de Nordeste

Gerações

www.scmn.org

Maio 08

Boletim

Do outro mundo - Pág.3

Pág.10

O que é envelhecer -Pág.13-14

Velhos são os trapos - Pág. 6

N.º18

“Perfil e comportamentosadequados no desempenhodo trabalho com idosos”

AO NOSSO RITMO

Caritas Christi Urget Nos

2 GERAÇÕES Maio 2008

PROVEDOR

DR. EDUARDO DE MEDEIROS

A sociedade do nosso tempo rege-se, muitas vezes, pela aparência

e pelo que diariamente lhe entra pela porta dentro através da televisão.

Imagens deslumbrantes de um mundo em ebulição, com muita fantasia à

mistura e convites que arreliam a nossa juventude. Novelas que

protagonizam cenas, muitas delas irreais, que invadem a vida privada das

famílias com sintomas de facilitismo e de abuso que certamente

preocuparão os mais velhos e ponderados.

Nesta aparente fantasia entram factos da vida real, passados nas

ruas, nas escolas, nas empresas, nas instituições e na política, nem sempre

narrados na óptica mais verosímil e mais séria. Centra-se neste rodopio a

ganância do consumismo, do poder, do dinheiro, do oportunismo e da

corrupção, um mal que tende a alastrar-se pelo mundo fora.

Depois há quem diga que já não existe demónio ou diabo. Para

que assim fosse estaríamos a viver num mundo onde o mal tinha sido

banido. Longe disso. Nem que todos os canais televisivos enviassem

essa mensagem diariamente e com insistência, ao bom estilo de lavagem

ao cérebro de triste memória. Uma linha magistralmente defendida pelo

engenheiro, filósofo e sacerdote Vasco Pinto de Magalhães na sua obra

“Pensar a Morte – 8 Palavras”. Para aquele Padre “Poder, Dinheiro e

Sucesso” são três fascinantes demónios que tantas vezes nos fazem rastejar

a seus pés. Vejamos como.

Esta nossa sociedade está a tornar-se avessa ao voluntariado e à

promoção dos valores que enaltecem o homem, que o elevam, que o

dignificam, abrindo-lhe a mente, a emoção e o coração. Aqueles

“demónios” espreitam-nos a cada passo e a cada momento.

É por isso que hoje facilmente se esgota a paciência para tratarmos

dos outros e, de um modo especial, dos idosos, cada vez mais um peso

morto para muitas famílias.

É por isso que os governos quase sempre trilham caminhos

eleitoralistas e de clientelismo, aduzindo e mostrando imagens

contraditórias, para consumo do público.

É por isso que muitos cidadãos, embora prestantes e assíduos,

procuram defender aparentemente o bem comum, assegurando, na

primeira oportunidade, os seus interesses pessoais.

É por isso que muitos de nós, ao defendermos princípios de

solidariedade e de aprumo, escondemos a ambição que nos fecha os

olhos e a alma mesmo que o cenário, à nossa volta, seja de miséria e

fome. E não é necessário ir para longe.

Do mito à realidade

“Nesta aparente fan-

tasia entram factos da

vida real, passados nas

ruas, nas escolas, nas

empresas, nas insti-

tuições e na política,

nem sempre narrados

na óptica mais verosímil

e mais séria.”

Maio 2008GERAÇÕES 3


PE. AGOSTINHO LIMA

Do outro mundo!

Esteve há dias entre nóso Pe João Costa, missionáriocomboniano. Veio numa acção desensibilização e informação dosmissionários de Daniel Comboni,um filho de camponeses-jardineirospobres que se tornou o primeiroBispo católico da África Central eum dos maiores missionários nahistória da Igreja.

O Pe João Costa estevedurante quatro anos na RepúblicaDemocrática do Congo(anteriormente conhecida comoZaire). Por vezes designa-se deCongo-Kinshasa para diferenciá-lado vizinho Congo-Brazzavile. É umdos maiores países de África.Confina a norte com a RepúblicaCentro-Africana, a leste comUganda, Ruanda, Burundi e aTanzânia, a leste e a sul com aZâmbia, a sul com Angola e a oestecom o Oceano Atlântico, com oenclave de Cabinda e com o Congo.Tem como capital, Kinshasa.

O Pe João Costa, queem Setembro partirá para o Chade,por um período de nove anos,esteve presente em algumasEucaristias da nossa Ouvidoria, noDomingo de Ascensão, e contactoucom todos os alunos do 1º Ciclo ealgumas turmas de Educação Morale Religiosa Católica do 2º ciclo, 3ºciclo e secundário da Escola Básicae Secundária de Nordeste.

O que vimos e ouvimosdo João pertence a outro mundo!Sim, a outro mundo!

Nos últimos dias,muito se tem falado da crise dosalimentos. Muitas crises. Mas dealimentos, raramente se ouvia.Alterações climáticas. Politicaserradas. Negócios semescrúpulos. E a fome a ameaçar.A fome que o missionário disseconhecer bem.

Oxalá que os queouviram o missionáriocomboniano sintam vontade deconstruírem um mundo novo, areger-se por uma nova ordem, euma Igreja mais inconformada edenunciando, sem desfalecer, asgritantes injustiças deste mundo.Por outras palavras o chamadopecado organizado.

Obrigado, João!

“O que vimos e

ouvimos do

João pertence a

outro mundo!

Sim, a outro

mundo!”

6 GERAÇÕES Maio 20084


Por iniciativa da Misericórdiarealizou-se, em Fevereiro, um cortejocarnavalesco que contou com aparticipação de cerca de 100 utentesda Santa Casa da Misericórdia,provenientes de todas as localidadesdo Concelho, que frequentam osCentros de Convívio e outras Valências

da Instituição, incluindo funcionárias.

Integraram também o cortejo, cerca de

50 crianças dos CATL´S de

Achadinha, Fazenda e Vila de

Nordeste cuja animação esteve a cargo

da magnífica orquestra da “Eco

Edificante”, que alegrou o ambiente.

O trajecto incluiu o centro da Vila de

Nordeste, com passagem pelo Viaduto

de Sete Arcos e volta à Praça da

República.

“O trajecto incluiu o centro da Vila de Nordeste, com

passagem pelo Viaduto de Sete Arcos e volta à Praça da

República.”

Cortejo carnavalesco na Vila de Nordeste

5 Maio 2008GERAÇÕES


Gerações - Edição da Santa Casa da Misericórdia de Nordeste

Ano 7 Nº18Maio 08Direcção - Dr. Eduardo de Medeiros

Colaboradores:- Pe. Agostinho Lima- Prof. Maria do Céu Correia- Santos Narciso- Aseret- Nuno Silva

Telefone - 296 480 050 Email - [email protected]ão - Gráfica Açoriana, Lda. www.scmn.orgTiragem - 300 exemplares

Relatório e Contas da Instituição

Assembleia reconhece mérito

A Assembleia-geral reuniu, em finais

de Março, sob a presidência da Insp.

Emília Mendonça.

O Provedor, Dr. Eduardo de Medeiros

“O Provedor apresentou o Relatório e Contas da Santa Casa referentes ao ano de 2007,

tendo os documentos merecido referências elogiosas...”

apresentou o Relatório e Contas da

Santa Casa referentes ao ano de 2007,

tendo os documentos merecido

referências elogiosas dos Irmãos

presentes, após o que foram

aprovados por unanimidade.

Foram também tratados outros

assuntos de interesse para a Instituição.

Formação em Pacemaker

A Misericórdia promoveu em Abril uma acção de formação subordinadaao tema “Pacemaker”, que foi destinada aos funcionários do SAD-Reabilitação e ministrada pela Enfª. Nélia Cabral.

Eco Edificante

A Filarmónica Eco Edificante desta Vila

de Nordeste celebrou de 19 a 25 de

Abril findo o seu 147º aniversário.

Do interessante programa constou

concerto na Igreja Matriz de S. Jorge,

actuação do “Grupo de Cantares do

Nordeste”, lançamento de um Boletim

contendo a história daquela centenária

filarmónica, participação na Procissão

dos Enfermos, concerto pela Banda

Militar e desfile pelas principais artérias

da Vila, de entre outras actividades.

“Gerações” regista com agrado a

iniciativa e felicita efusivamente aquela

nossa filarmónica e todos os que nela

participam.


GERAÇÕES6 - Maio 2008

Deliberações da Mesa

Administrativa

- A Mesa tomou conhecimento do Plano

de Actividades do Fisioterapeuta que

presta serviço na Instituição, relativo ao

primeiro trimestre de 2008;

- Tomou conhecimento da avaliação

feita pela Téc. Superior, Dra. Paula

Azevedo, ao fornecimento de refeições

através do SAD (Serviço de Apoio

Domiciliário);

- Autorizada a prestação de Serviços, à

Instituição, nas áreas de Higiene,

Segurança e Saúde no Trabalho pela

empresa da especialidade,

SEGURMÉDICA;

- Deliberado autorizar a intervenção no

Lar da empresa PESTKIL –

CONTROLO Integrado de Pragas;

- A Mesa deliberou autorizar a aquisição

de duas novas viaturas, sendo uma de 5

lugares e outra de 7;

- Autorizada a aquisição de uma máquina

de café para Serviço do Lar;

Missa no Lar

Horário de Visitas aos

utentes

Das 10.00 às 11.00 horas

Das 13.00 às 15.30 horas

Sábados às 17.30 horas


GERAÇÕES Maio 2008 7

O gosto de aceder ao convite do meuamigo e Provedor da Santa Casa daMisericórdia do Nordeste, Dr.Eduardo de Medeiros, suplanta ahumildade destas linhas perante agrandeza e simplicidade da mensagem,repetida e continuada deste Boletim“Gerações” que tenho acompanhadocom muito carinho, desde a primeirahora e que surge sempre renovado ecom grande espírito de solidariedade,como se dum espelho se tratasse, areflectir para a comunidade a práticado bem-fazer que marca aMisericórdia e a promoção da

qualidade de vida que a tantos por estavia tem chegado.Ver a Misericórdia – qualquer umadelas – mas no caso concreto a doNordeste, como um depósito deproblemas, é um erro que deve serafastado do pensamento de quem querque seja. Importa ver a Misericórdiacomo uma escola de saberes, porqueos nossos idosos são a alma da nossasociedade, são a encarnação deexperiências vividas e o alfobre detantos sentimentos e de tantastradições, como que espigas madurasdo tempo, com sementes de vidaprontas a serem lançadas à terra e afrutificar em novos valores e novostempos, infelizmente tãodescaracterizados, precisamenteporque não se ouve, ou então,esquece-se com facilidade tudo quantonos ensina a sabedoria dos maisidosos. Sim,…dos mais idosos,porque velhos são os trapos.A grande diferença entre ciência esabedoria é precisamente este saberapreciar os ensinamentos da vidatransmitidos pelos que nosantecederam. Pode ser-se pessoa deciência, sem ter sabedoria, e pode ter-se muita sabedoria, sem ter ciência.Os nossos idosos, muitos dos quaisviveram em tempos de uma ruralidadediferente, no meio de pobreza eisolamento, acumulam por isso mesmoum conjunto de saberes que os maisnovos devem beber como águarefrescante do deserto tecnológico emque vivemos.Como é belo, ao fim de tarde,sentarmo-nos no adro de umaqualquer igreja dos nossos povoados,ou parar um pouco no caminho eporque não, sentarmo-nos a uma dasmesas das salas de convívio da SantaCasa da Misericórdia e ouvir falar dainfluência das luas nas marés, dequando e como se deve semear epodar, de quando se pode colher, paraque as frutas ou os produtos da terratenham o máximo de sabor e qualidade.

Como é bom ouvir contar as históriasde cada casa, de quem ali morou hámuitos anos, de quem partiu e nãoregressou; como é belo saber quebasta olhar a “postura” do sol parasaber o tempo que vai fazer o no diaseguinte, ou olhar a lua e saber se elaleva orvalho ou não.Isto não está nos livros, mas está namemória e nas palavras dos nossosidosos.Mas, para que consigam eles própriosavivar lembranças, cabe à sociedadee aos poderes instituídos dar-lhes todasas condições para que mesmo sós,não se sintam isolados, pois este é umdos maiores sofrimentos que os idososenfrentam. É por isso que “Gerações”é o nome ideal para a comunicação,para a partilha de saberes e para ocarinho que todos devemos dar a tudoo que se refere ao relacionamento comos mais idosos. Quanto menosinstitucional for uma instituição, melhorserá para os idosos e este esforço quese sente no Nordeste deve ser, mereceser realçado, porque para quem gostados idosos, “brilham os olhos” quandoos sentimos felizes. E fazemo-losfelizes, essencialmente sabendo ouvir,porque os idosos gostam de falar, mastêm tão poucas pessoas dispostas aouvi-los que se sentem frustrados, epor fim, calam-se, calando a voz dopassado que tão importante é para opresente e para o futuro. E não há nadapior do que um idoso em silêncio.Por isso, e porque “velhos são ostrapos” fica aqui a minha simples,modesta, mas sentida homenagem atodos os que ao longo destes quasecem anos passaram e foram objectodos cuidados da Misericórdia doNordeste, bem como aos que namesma Misericórdia se têmempenhado, dando vida a “Gerações”de projectos e sonhos, na verdadeiraacepção do conceito de que “beneservire máxima gloria est”, ou seja, “embem servir reside a máxima glória”.

Velhos são os trapos

Santos Narciso

Director-Adj. do Jornal

“Correio dos Açores”

“Os nossos idosos, muitos

dos quais viveram em

tempos de uma ruralidade

diferente, no meio de pobreza

e isolamento, acumulam por

isso mesmo um conjunto de

saberes que os mais novos

devem beber como água

refrescante do deserto

tecnológico em que

vivemos.”

Abertura de CATL

em Santana

A Santa Casa promoveu, no inícioMarço, a abertura do Centro deActividades de Tempos Livres, emFeteira Grande, freguesia de Santana,no edifício da Escola do Plano dosCentenários, gentilmente cedido, parao efeito, pela Câmara Municipal.Constou do programa de abertura doreferido CATL, o acolhimento dascrianças, seguido da bênção dasinstalações pelo Rev. Pe. JoséAgostinho Barreiro. Posteriormente ascrianças do CATL entoaram o Hino daAlegria, perante os seus pais e

convidados que se encontravamnaquele local, entre os quais autarcas,representante do I.A.S e familiares.O Provedor, Dr. Eduardo deMedeiros, realçou a importância dasparcerias entre as várias entidades, poisquando todos dão as mãos, muito sepode fazer, dando como exemplo aabertura do referido CATL.No final as crianças do Centro,entoaram mais uma canção e,seguidamente, a todos foi servido umlanche em momento de convívio.

“...as crianças do CATL entoaram o Hino da Alegria,perante os seus pais e convidados que se encontravamnaquele local...”

GERAÇÕES - Maio 20088


Tarde Quaresmal

A Misericórdia promoveu, noCentro Municipal de ActividadesCulturais, uma actividade intitulada«Tarde Quaresmal», que contoucom cerca de 100 idosos de todasas freguesias do concelho.O encontro iniciou-se pelas 14.30horas, com o acolhimento dos

participantes, seguindo-se uma

interessante intervenção por parte

do Padre Mariano, da Ordem

Hospitaleira de S. João de Deus,

que fez um ensinamento sobre o

“Amor Misericordioso de Deus”

no enquadramento da Quaresma

a caminho da Páscoa.

A tarde ainda contou com uma

encenação pelas crianças do

CATL da Vila de Nordeste, e uma

alegre canção que mereceu o

aplauso dos utentes que

participaram naquela iniciativa.

O Provedor centrou o encontro

no “Ano da Esperança” e no

esforço colectivo que a todos se

pede, principalmente na tarefa

permanente de cuidar dos idosos,

formulando votos de uma boa

Páscoa a todos os que naquela sala

se encontravam.

“...Padre Mariano, da Ordem Hospitaleira de S. Joãode Deus, fez um ensinamento sobre o “AmorMisericordioso de Deus” no enquadramento daQuaresma a caminho da Páscoa.”




10 GERAÇÕES - Maio 2008

Funcionários da Misericórdia

recebem Formação

“Perfil e comportamentos

adequados no desempenho do

trabalho com idosos” foi otítulo da formação ministradapela equipa técnica da Santa Casada Misericórdia da Povoação edestinada aos funcionários daSanta Casa da Misericórdia deNordeste.Àquela iniciativa estiverampresentes cerca de cinquentafuncionários oriundos de todas asvalências, desde o Serviço deApoio ao Domicílio, passandopelo serviço da cozinha até aopessoal da manutenção, nãoesquecendo os que diariamentetrabalham com os utentes do Lar.Durante a referida formaçãoforam debatidos temas de grandepragmatismo e actualidade, paraquem lida diariamente comidosos, tendo havido ainda apossibilidade de serem trocadasentre os funcionários e os

técnicos, formas de actuação emsituações difíceis que, por vezes,têm de se enfrentar ao lidar comos idosos, alguns delesdependentes, ou vivendo, emcasa, sem família.No final da formação foi clara aavaliação positiva por parte dosparticipantes, que foi registadana ocasião.

“Àquela iniciativa estiveram presentes cerca decinquenta funcionários oriundos de todas asvalências...”


Maio 2008GERAÇÕES 11

A Misericórdia celebrou, no correntemês de Maio, o seu 96º aniversário. Noâmbito do programa para comemorar aefeméride da Instituição homenageou osbenfeitores D. Alexandrina da GlóriaMedeiros e marido Artur Pacheco deAmaral que doaram a casa onde

habitaram em vida, em Achadinha, onde hojefunciona o Centro de Convívio de Idosos e oCentro de Informática e D. Maria do SantoCristo pela sua doação do edifício ondepresentemente funciona o Centro de Convíviode Santo António de Nordestinho.

Com a presença do Presidente daCâmara Dr. José Carlos Carreiro e dasprincipais entidades das respectivaslocalidades, foram descerradas as fotosdaqueles benfeitores, gesto de altruísmo quefoi realçado durante um almoço-convívio, peloProvedor Dr. Eduardo de Medeiros.

Em Achadinha participaram as criançasque frequentam o CATL e em Santo Antóniode Nordestinho os utentes animaram a tarde,no encerramento de uma semana dedicada aoEspírito Santo, com a tradicional dominga,recitação do terço e sopas servidas aos utentese convidados.

À noite o Psicólogo clínico, Dr. Paulodo Nascimento Cabral fez uma intervençãosubordinada ao tema «As cores da Esperança»numa interessante perspectiva da famíliacontemporânea e da velhice, que vivamenteprendeu a plateia. O serão terminou com aactuação do grupo K9 (jovens da Salga) queapresentou uma hilariante peça teatral queincluiu a distribuição do bolo de aniversário daSanta Casa.

“...foram descerradas as fotos daqueles benfeitores, gesto dealtruísmo que foi realçado durante um almoço-convívio, peloProvedor Dr. Eduardo de Medeiros.”

Misericórdia homenageiabenfeitores

Assistência atenta ao Colóquio

Momento de fartar a rir...

Dr. Paulo do Nascimento

Cabral durante a sua

exposição.

Sra. Santo Cristo ficou

emocionada.

Descerramento das fotos dos benfeitores de Achadinha.

SEMPRE MAIS !!!

Sempre mais, tem sido o lemasilencioso

Desta Instituição, nascida há noventae seis anos.

E, porque tem o cariz demisericórdia,

Não pára em esquemas feitos;Pelo contrário, palpitando em

caridade,

Levando em frente, as Obras de

Misericórdia.

São os dez Centros de Convívio,Tornando os dias menos escuros

A quem vive sozinho.Os CATL, desenvolvendo espaços

de ocupação,Preparando homens para a vida.

O Paií, bem como o SAD, levandoapoio a tantos;

Os Sem Abrigo, marginadosPor esta sociedade egoísta sem

alma;As Farmácias, as Lojas, o Lar de

Idosos, o Centro de Dia, etc.

Quem poderá avaliar tanto esforçoPara conseguirmos responder a

tanto!O tempo dirá!

Tenho uma intuição,De que mais e mais nos espera...Pois a procissão ainda vai no adro.

O tempo marcado pelos ponteirosdo Pai, o dirá.

Se eu mudasse a minha maneira deser, teria mais amigos.Se eu aceitasse os outros como são,sofreria menos.Se eu estivesse mais disponível paraajudar, seria mais feliz.Se eu tivesse em conta os meusdefeitos, seria mais compreensivo.Se eu perdoasse as ofensas dosoutros, seria mais perdoado.Se eu sorrisse com mais frequência,seria mais bem acolhido.Seu eu não dissesse tão mal dosoutros, seria mais respeitado.Se amasse mais a Deus e ao próximo,seria mais feliz.

DEPENDE DE TI

ASERET In “Cavaleiro da Imaculada”



O que é envelhecer?“Envelhecer é decrescer a certos níveis, mas carregados e

enriquecidos, cada vez mais, dos frutos e das dimensões

novas que nos trouxeram a vida e a experiência”.

Velar pelo bem-estar de cada idoso – a prioridade das

prioridades

Poetas, escritores e filósofosregistaram em tempos idos a magia davelhice, isto pela simples razão de quea pessoa idosa é uma figuraexcepcional, um manancial de saberes,um reservatório de experiênciasacumuladas, fazendo delas a correia detransmissão do motor da vidacontinuada nas gerações vindouras.

A pessoa idosa significa ser apersonificação do bom senso e darazão, o que em tempos houve que nafamília e na comunidade, não setomavam decisões sem primeiroconhecer a opinião do “ancião”, cujaúltima palavra era acatada com asegurança do amadurecimento e dariqueza do conteúdo, logo daíresultando uma atitude ponderada eaceitável. A pessoa idosa é a avaliaçãoao vivo do (in) sucesso de umacomunidade, de uma região, de um país– do mundo. É a grelha de aferição depolíticas e práticas programáticas dosgovernantes que as gerem e asconcretizam. É o confronto mais oumenos doloroso, com o que devia tersido feito e não foi. É, finalmente, aauto-avaliação de todos e de cada umde nós sobre a prática e o exercício decidadania, numa das suas maishumanas e belas vertentes.

Proporcionar envelhecimentoem alegria deve ser, o grande combatea travar por todos, incluindo o próprioidoso. Urge banir da sociedade asatitudes negativas face à velhice e àdegradação, (são como crianças, sãotodos iguais – até mesmo teimosos echatos) e agarrar a fase de mudança,hoje concretizada pela pedagogia deafectos, pelas boas práticas do fazer

com que o outro – a pessoa de idadese sinta útil, necessária, apreciada e,acima de tudo, amada.

Cada vez mais os idosos têmvindo a ganhar, melhor dizendo, aconquistar o seu espaço, a demonstrarmais força social e cultural e aconcretizar maior poder económico eforça politica. Assim, é tomar atençãoao aumento crescente da populaçãoidosa; ao seu sentir, pensar e agir; aoseu modo em consumir e ao seu pesoà boca das urnas, para não referir oseu “descomprometimento” que lheconfere toda a ética a registar.

Do acima dito, qual o papel

das Santas Casas da

Misericórdia?

Hervé Beck

Insp. Emília Mendonça

As Santas Casas daMisericórdia devem apontar antes demais, para que a sua presença na vidada comunidade, onde exercem o seu

raio de acção seja cada vez maissentida, principalmente na vida de quema ela necessita recorrer. É o objectivo.É o caminho a percorrer. É aprioridade.

Para tal, a solução passa poruma real e efectiva disponibilização demedidas conjuntas nos domínios daSegurança Social, da Saúde, daCultura, da Educação, da iniciativaprivada, entre outras, privilegiando osalvos etários das pontas dacaminhada da vida – crianças/jovens e idosos. Este objectivo temde ser imperiosamente desenvolvido deforma moderna, ambiciosa ecomprometida, fazendo jus ao nobrepatrimónio e tradição da capacidadede ajuda das Santas Casas, nãodescurando uma gestão exemplar derecursos que seja capaz de se afirmarcomo alternativa ajustada e atempadaàs soluções, não passando por lucrose opulências. Tem de ser o desafio, e aaposta de todos. É a prioridade.

(conclui na página seguinte)



Aseret



O défice de dignidade equalidade de vida para muitas pessoas(famílias), e a demissão daresponsabilidade colectiva de(re)construir uma sociedade(comunidade) mais ajustada eequilibrada, tem sido notório edesvitalizado, não obstante, a nível deexercício de direitos, o Estado ter deser o primeiro garante desta sociedade,responsabilidade não transaccionada,mormente tratar-se do bem-estar, dasegurança (em todas as vertentes), decada pessoa e de todas as pessoasdirecta ou indirectamente abrigadas eaconchegadas ao espírito motivadorque fez brotar as Santas Casas daMisericórdia. Muito tem sido feito para,recolocar o equilíbrio e a justiça nosentido de melhoria na qualidade de

Sabedoria incontestável

Experiência acumulada

Rebeldia assumida

Vida contada

Emoção contida

Luta diária

Humanidade carregada

Oração agradecida

É esta a prioridade, porqueser velho é

vida das pessoas em geral e dos gruposmais fragilizados em particular. É aprioridade.

Tem de ser considerado tambémum factor de progresso e competitividadea Protecção Social no seu mais abrangentesentido, logo o papel de todas asorganizações e/ou instituições de e paracidadãos que têm de tomar parte activa eactuante num esforço colectivo com vistaa ser iniciado mais uma nova forma deestar, de ser e de agir, em relação àsmetodologias e às boas práticas da gestãodo bem-estar dos idosos. É aprioridade.

E, porque as Santas Casas sãoparceiros de excelência neste desafiochamado “Bem Estar”, deseja-se quetudo seja feito para que a Santa Casa daMisericórdia de Nordeste marque adiferença.

Santas Casas daMisericórdia activas, comunidadesvivas.

Emília Mendonça

A Santa Casa daMisericórdia de Nordestedecidiu que dois mil o oitoseria o «Ano da Esperança».Nem sempre é fácil motivarpara esta virtude no mundoem que vivemos onde tudo setorna cada vez maiscomplicado.Os meios de comunicaçãosocial só exploram o ladonegativo do ser humano.É o que vende, dizem alguns.Eu, pelo contrário tenhosaudades de boas notícias,sejam elas individuais oucolectivas.Não quero ser tão ingénuaque veja o mundo cor-de-rosa, nem tenho idade paraisso, mas o excesso de

pessimismo também meincomoda.Preciso da Esperança como daágua para beber.Quero pensar que, depois dequase baterem no fundo, estána hora das pessoas«arregaçarem as mangas» etentarem mudar mesmo queseja um pouco.Não está nas nossas mãosmudar o mundo mas cada umtem a possibilidade de setornar melhor, melhorando opequeno mundo à nossa volta.A falta de dinheiro torna a vidamuito complicada mas, a faltade valores morais ainda acomplica mais, podem crer.Sejamos pessoas de esperança.Eu estou sempre à espera demelhores dias.

Pela Profª Mª do Céu Silva

“Quero pensar que,

depois de quase

baterem no fundo,

está na hora das

pessoas «arre-

gaçarem as man-

gas» e tentarem

mudar mesmo que

seja um pouco.”

Falando de Esperança



A Santa Casa da Misericórdia,

na linha das tradicionais

festividades em honra do

Divino Espírito Santo iniciou,

no ano transacto, a celebração

da denominada “Semana do

Divino”, durante a qual foram

repetidos os actos de piedade

Misericórdia celebra Semana

do Divino

“No corrente ano, aquela Semana foi assinalada

com missa e bênção da nova Coroa e da nova

Bandeira...”

tão de agrado dos idosos, em

ambiente apropriado, incluindo

missa e coroação após uma

semana de profunda vivência

cristã.

No corrente ano, aquela Semana

foi assinalada, com missa e

bênção da nova Coroa e da nova

Bandeira, adquiridas pela

Instituição, que têm

percorrido os Centros de

Convívio do Concelho,

culminando com as

tradicionais “Sopas do

Espírito Santo” e convívio

entre todos os participantes.

16


Actividades em imagem

Maio 2008GERAÇÕES

A criatividade do cortejo carnavalesco causou admiração

As funcionárias foram exuberantes. ... espalhando boa disposição

Transporte sem gasolina! ...só o tempo não ajudou.

17


Actividades em imagem

Maio 2008GERAÇÕES

Utentes atentos à mensagem quaresmal

... a que se seguiu um momento de animação.

Funcionárias em formação.

Funcionárias recebem formação prática.

Fotos espelham actividade da Instituição.

Semana d


Centro de Dia da Vila

Centro de Convívio da Pedreira

Centro de Convívio da Pedreira


Centro de Convívio da Lomba da Fazenda

do Divino

19 Maio 2008GERAÇÕES


Centro de Convívio de S. Pedro de Nordestinho

Centro de Convívio de Algarvia

Centro de Convívio de Sto. António de Nordestinho

Centro de Convívio de São Pedro de Nordestinho

Documents

Gerações - A Mensagem do Provedor - Misericórdia de … e de aprumo, escondemos a ambição que nos fecha os olhos e a alma mesmo que o cenário, à nossa volta, seja de miséria