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GERAL 02 QUINTA-FEIRA, 15 DE MAIO DE 2014 O PLANETA HORáRiO dE FEcHAmENTO 15:00 NESTA EdiÇÃO TEm cAdERNO PRiNciPAL 01-16 EdiÇÃO ANTERiOR PLANETA diáRiO 16 PáGiNAS Biguaçu, QuiNTa-FEiRa, 01 dE MaiO dE 2014 - Ano III - EdIção: 38 - [email protected] DISTRIBUIÇÃO GRATUITA siTE: pldiaRiO.wORdpREss.cOM secretário de Obras e infraestrutura abre rodada de entrevistas na Rádio Biguaçu Como parte integrante da programação em comemoração aos 181 anos de emancipa- ção política e administrativa do município, os Secretários e Superintendentes Munici- pais, bem como o Prefeito José Castelo Des- champs e o Vice-Prefeito Ramon Wollinger, irão participar de uma rodada de entre- vistas especiais para a Rádio Comunitária Biguaçu FM iniciando neste mês de maio. As entrevistas ocorrerão aos sábados pela manhã, a partir das 10h. Para acompanhar, basta sintonizar em 98.3 FM. O Secretário Municipal de Obras e Infraestrutura, Fer- nando Duarte, conhecido popularmente como “Pissudo”, vai ser o primeiro entrevis- tado do próximo sábado, dia 03/05. Duarte tomou posse em 20/03 e durante a entrevis- ta irá destacar as ações e atividades à frente da pasta. Coluna Sétima arte... “Poder além da vida” “O que você faz se não puder ser aquilo que estava predestinado?”. Pergun- ta desconcertante, que nos faz refletir sobre a vida, sobre a realização dos nossos sonhos, sobre onde fundamos nossa razão de viver, sobre o nosso destino... O filme “Poder além da vida”, 2006, dirigido por Victor Salva e Shalimar Reodica, e baseado em história real, nos oferece reflexões filosó- ficas que remontam a Sócrates, Descartes, Nietzsche e outros gigantes da filosofia ocidental. O filme conta a história de um ginasta, Dan Millman (Scott Mechlowicz), que sonha em ser um campeão olímpico. Dan leva uma vida aparente- mente feliz, seus pais têm muito dinheiro – situação que lhe proporciona dedicar-se integralmente a atividade esportiva e aos estudos –, as pratelei- ras de seu quarto são repletas de troféus, na faculdade encontra-se entre os melhores da turma, leva uma vida desregrada, regada a muita bebida, belas mulheres não lhe faltam, afinal ele é bonito e de corpo escultural... Todas estas prerrogativas contribuem para que o mesmo tenha uma vida fútil, na qual abunda arrogância e orgulho, o que o leva a tratar seus ami- gos mais próximos com desdém e certo desprezo. Porém, existe um vazio dentro dele! Dadas às circunstâncias, Dan sofre de insônia, muitas vezes motivada por pesadelos, que o leva a sair no meio da noite a perambular pela cidade. Em uma dessas perambulações ele vai até a loja de conveniência de um posto de gasolina, às três horas da madrugada, comprar algo para comer. Lá che- gando, conhece um senhor muito centrado, sereno e sábio, ao qual Dan, no segundo encontro entre ambos, “batiza” de Sócrates (Nick Nolte), por sua habilidade de fazer perguntas. Uma das quais, que coloca o protagonis- ta em contradição, é tão elementar que nos parece injustificar a irritação de Dan: “Você é feliz?”.Contudo, uma pergunta aparentemente simples, mesmo tola, é de uma profundidade que nos remete à reflexão sobre o que vem a ser felicidade?! Ora, olhando para a boa vida de Dan, que tudo tem, não seria incongruente perguntar-lhe se ele é feliz? Óbvio que não! Afi- nal, a felicidade não é um idílico contínuo em nossas vidas, senão apenas episódica, e reside nas pequenas coisas, nos detalhes, no presente... Não se funda no ter, mas, mesmo tendo, no propiciar a felicidade dos outros. Ela, a felicidade, não reside no açambarcar marcas, modelos, etiquetas, quinquilharias – como afirma Carlos Drummond de Andrade em seu belo poema “Eu, etiqueta” –, mas em dar um sentido às nossas vidas! Como nos diz Nietzsche: “Quem tem uma razão para viver, pode suportar qualquer como”. E é justamente isso que está embutido na monumental indagação: Você é feliz!A partir do encontro entre Dan e “Sócrates”, que logo no início é incrementado com a atuação de Joy (Amy Smart), uma bela, encantadora e inteligente jovem, temos oportunidade de degustar reflexões ímpares que contribuem para dar um sentido às nossas vidas, não o que os outros que- Por auri BitenCourt rem que sejamos, mas o que dese- jamos fazer da nossa vida! Trata-se de ter consciência das nossas esco- lhas. Por isso, mesmo sendo “Só- crates” um sábio, escolhe trabalhar em um posto de gasolina/conveni- ência, pois, segundo suas palavras: “Não há propósito maior na vida do que prestar serviços”, não no senti- do cristão e decadente da caridade, mas no sentido da afirmação do ou- tro, na aceitação do outro, em estar feliz em ver o outro feliz!Afinal, “a felicidade está na jornada, não no destino”. Pois, se estivermos cen- trados apenas no destino que su- pomos estar amarrados e ele não se concretizar, perderia a vida o sentido? É o que acontece a Dan, quando o jovem sofre um acidente e vê seu futuro/destino se desfa- zendo por ter rompido o fêmur em mil frangalhos, necessitando ser re- constituído com uma enorme placa de platina. Como ser um campeão olímpico sem as condições físicas necessárias? Tal impacto na vida do protagonis- ta faz com que o mesmo sinta a dor, do que ele julgar ser um “fracasso”, evoluindo para o desespero, que o faz ter um pesadelo, no qual sobe em uma torre de uma igreja para tirar a própria vida! Este monumental filme nos con- vida a inúmeras outras reflexões, como esta: “Não existe tristeza na morte. O triste é não viver”! O que me faz lembrar Oscar Wilde, que dizia: “Vi- ver é a coisa mais rara do mundo, a maioria das pessoas apenas existe”. Portanto, o que realmente importa é o caminho, viver o presente, o aqui, o agora, de tal modo que pos- samos construir momentos felizes a nós mesmos e a todos aqueles que partilham a vida conosco!

GERAL O PLANETA - pldiario.files.wordpress.com · Ela, a felicidade, não reside no açambarcar marcas, modelos, etiquetas, quinquilharias – como afirma Carlos Drummond de Andrade

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GERAL02 QUINTA-FEIRA, 15 DE MAIO DE 2014O PLANETA

HORáRiO dE FEcHAmENTO 15:00

NESTA EdiÇÃO TEm

cAdERNO PRiNciPAL 01-16

EdiÇÃO ANTERiOR PLANETA diáRiO

16 PáGiNAS

Biguaçu, QuiNTa-FEiRa, 01 dE MaiO dE 2014 - Ano III - EdIção: 38 - [email protected] DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

siTE: pldiaRiO.wORdpREss.cOM

secretário de Obras e infraestrutura abre

rodada de entrevistas na Rádio BiguaçuComo parte integrante da programação em

comemoração aos 181 anos de emancipa-

ção política e administrativa do município,

os Secretários e Superintendentes Munici-

pais, bem como o Prefeito José Castelo Des-

champs e o Vice-Prefeito Ramon Wollinger,

irão participar de uma rodada de entre-

vistas especiais para a Rádio Comunitária

Biguaçu FM iniciando neste mês de maio.

As entrevistas ocorrerão aos sábados pela

manhã, a partir das 10h. Para acompanhar,

basta sintonizar em 98.3 FM. O Secretário

Municipal de Obras e Infraestrutura, Fer-

nando Duarte, conhecido popularmente

como “Pissudo”, vai ser o primeiro entrevis-

tado do próximo sábado, dia 03/05. Duarte

tomou posse em 20/03 e durante a entrevis-

ta irá destacar as ações e atividades à frente

da pasta.

Creci 1389-J

*Registro de Incorporação: R3-241529 do livro nº 2 da Comarda de Biguaçu. Entrada de R$ 14.131,00 + 4 reforços semestrais de R$ 3.230,00 +

24 x de R$ 1.396,00 e saldo financiado pela Caixa Econômica Federal / Banco do Brasil.

www.imobiliariabiguacu.com.br

Viver beme aqui`

Coluna Sétima arte...

“Poder além da vida”“O que você faz se não puder ser aquilo que estava predestinado?”. Pergun-ta desconcertante, que nos faz refletir sobre a vida, sobre a realização dos nossos sonhos, sobre onde fundamos nossa razão de viver, sobre o nosso destino... O filme “Poder além da vida”, 2006, dirigido por Victor Salva e Shalimar Reodica, e baseado em história real, nos oferece reflexões filosó-ficas que remontam a Sócrates, Descartes, Nietzsche e outros gigantes da filosofia ocidental.O filme conta a história de um ginasta, Dan Millman (Scott Mechlowicz), que sonha em ser um campeão olímpico. Dan leva uma vida aparente-mente feliz, seus pais têm muito dinheiro – situação que lhe proporciona dedicar-se integralmente a atividade esportiva e aos estudos –, as pratelei-ras de seu quarto são repletas de troféus, na faculdade encontra-se entre os melhores da turma, leva uma vida desregrada, regada a muita bebida, belas mulheres não lhe faltam, afinal ele é bonito e de corpo escultural... Todas estas prerrogativas contribuem para que o mesmo tenha uma vida fútil, na qual abunda arrogância e orgulho, o que o leva a tratar seus ami-gos mais próximos com desdém e certo desprezo. Porém, existe um vazio dentro dele!Dadas às circunstâncias, Dan sofre de insônia, muitas vezes motivada por pesadelos, que o leva a sair no meio da noite a perambular pela cidade. Em uma dessas perambulações ele vai até a loja de conveniência de um posto de gasolina, às três horas da madrugada, comprar algo para comer. Lá che-gando, conhece um senhor muito centrado, sereno e sábio, ao qual Dan, no segundo encontro entre ambos, “batiza” de Sócrates (Nick Nolte), por sua habilidade de fazer perguntas. Uma das quais, que coloca o protagonis-ta em contradição, é tão elementar que nos parece injustificar a irritação de Dan: “Você é feliz?”.Contudo, uma pergunta aparentemente simples, mesmo tola, é de uma profundidade que nos remete à reflexão sobre o que vem a ser felicidade?! Ora, olhando para a boa vida de Dan, que tudo tem, não seria incongruente perguntar-lhe se ele é feliz? Óbvio que não! Afi-nal, a felicidade não é um idílico contínuo em nossas vidas, senão apenas episódica, e reside nas pequenas coisas, nos detalhes, no presente... Não se funda no ter, mas, mesmo tendo, no propiciar a felicidade dos outros. Ela, a felicidade, não reside no açambarcar marcas, modelos, etiquetas, quinquilharias – como afirma Carlos Drummond de Andrade em seu belo poema “Eu, etiqueta” –, mas em dar um sentido às nossas vidas! Como nos diz Nietzsche: “Quem tem uma razão para viver, pode suportar qualquer como”. E é justamente isso que está embutido na monumental indagação: Você é feliz!A partir do encontro entre Dan e “Sócrates”, que logo no início é incrementado com a atuação de Joy (Amy Smart), uma bela, encantadora e inteligente jovem, temos oportunidade de degustar reflexões ímpares que contribuem para dar um sentido às nossas vidas, não o que os outros que-

Por auri BitenCourt

rem que sejamos, mas o que dese-jamos fazer da nossa vida! Trata-se de ter consciência das nossas esco-lhas. Por isso, mesmo sendo “Só-crates” um sábio, escolhe trabalhar em um posto de gasolina/conveni-ência, pois, segundo suas palavras: “Não há propósito maior na vida do que prestar serviços”, não no senti-do cristão e decadente da caridade, mas no sentido da afirmação do ou-tro, na aceitação do outro, em estar feliz em ver o outro feliz!Afinal, “a felicidade está na jornada, não no destino”. Pois, se estivermos cen-trados apenas no destino que su-

pomos estar amarrados e ele não se concretizar, perderia a vida o sentido? É o que acontece a Dan, quando o jovem sofre um acidente e vê seu futuro/destino se desfa-zendo por ter rompido o fêmur em mil frangalhos, necessitando ser re-constituído com uma enorme placa de platina. Como ser um campeão olímpico sem as condições físicas necessárias? Tal impacto na vida do protagonis-ta faz com que o mesmo sinta a dor, do que ele julgar ser um “fracasso”, evoluindo para o desespero, que o faz ter um pesadelo, no qual sobe

em uma torre de uma igreja para tirar a própria vida!Este monumental filme nos con-vida a inúmeras outras reflexões, como esta: “Não existe tristeza na morte. O triste é não viver”! O que me faz lembrar Oscar Wilde, que dizia: “Vi-ver é a coisa mais rara do mundo, a maioria das pessoas apenas existe”. Portanto, o que realmente importa é o caminho, viver o presente, o aqui, o agora, de tal modo que pos-samos construir momentos felizes a nós mesmos e a todos aqueles que partilham a vida conosco!