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1 ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS Gerenciamento de Risco em Projetos: Como Transformar Riscos em Vantagem Competitiva. VALÉRIA MOURA NASCIMENTO Pesquisa teórica e Estudo de Caso apresentado como trabalho final do curso de Graduação em Administração de Empresas Orientador: Aluisio Monteiro,M.sc. Coordenador: Flávia Martinez Rio de Janeiro, 2003

Gerenciamento de Risco em Projetos: Como Transformar Riscos em

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ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

Gerenciamento de Risco em Projetos: ComoTransformar Riscos em Vantagem

Competitiva.

VALÉRIA MOURA NASCIMENTO

Pesquisa teórica e Estudode Caso apresentado como

trabalho final do curso deGraduação em

Administração de Empresas

Orientador: Aluisio Monteiro,M.sc.Coordenador: Flávia Martinez

Rio de Janeiro, 2003

ii

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

Tema: GERÊNCIA DE RISCOS EM PLANEJAMENTO

E CONTROLE DE PROJETOS

Por: VALÉRIA MOURA NASCIMENTO

Monografia

Graduação em Administração de

Empresas pela Universidade Veiga de

Almeida – UVA

Orientador: Aluisio Monteiro, M.Sc.

Rio de Janeiro / 2003

iii

Correr Risco

Rir é correr o risco de parecer tolo.

Chorar é correr o risco de parecer sentimental.

Estender a mão é correr o risco de se envolver.

Expor os sentimentos é correr o risco de mostrar o verdadeiro eu.

Defender sonhos e idéias diante da multidão é

correr risco de perder as pessoas.

Amar é correr risco de não ser correspondido.

Viver é correr risco de morrer.

Confiar é correr risco de se decepcionar.

Tentar é correr o risco de fracassar.

Mas os riscos devem ser corridos.

Porque o maior perigo é não arriscar nada.

Há pessoas que não correm nenhum risco,

não fazem nada, não tem nada e não são nada.

Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões,

mas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam nada,

não crescem, não amam, não vivem.

Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas,

privam-se de sua liberdade.

Somente a pessoa que corre riscos

É livre !!!

iv

AGRADECIMENTOS

Em primeiro, gostaria de agradecer a Deus pela oportunidade da vida, e capacidade de estudo

e realização deste trabalho.

Agradeço também à meus pais e tia, que sem eles não teria condições de concluir minha

graduação, principalmente pelo incentivo que sempre me deram.

A meu esposo, Cesar, pela paciência e tolerância, em todos os momentos que não pude estar

presente em casa e na família, devido aos meus estudos e trabalhos.

Por fim, e não menos importante, gostaria de agradecer ao mestre Aluisio Monteiro, que me

ajudou na escolha do tema do trabalho, me incentivou aos estudos, mostrou minha capacidade

e fez com que a finalização deste fosse possível.

v

RESUMO

O presente trabalho aborda a oportunidade gerada pelo risco como fator de decisão

empresarial. O risco em projetos pode e deve ser encarado sempre como uma oportunidade de

criarmos uma vantagem competitiva para a empresa.

Existem técnicas e ferramentas disponíveis no próprio planejamento do projeto, que podem

nos orientar na identificação, na qualificação e ainda ajudar na busca de respostas a estes

riscos, de forma a proteger o projeto de más consequências, que podem ser geradas pelos

eventos de riscos, e/ou beneficiá-los com oportunidades geradas na forma de vantagem

competitiva.

Vale lembrar que no caso dos riscos não serem bem tratados, o gerenciamento de risco se

tornará um custo extra ao projeto e não uma vantagem. Com conseqüências, dependendo da

amplitude e complexidade da rede de atividades de projeto, incalculáveis.

No presente trabalho estaremos desenvolvendo um documento teórico e analítico com o

objetivo de catalogar e orientar gerentes de projetos no gerenciamento dos riscos e suas

possíveis saídas, para que estes se transformem em oportunidades e conseqüentemente em

vantagem competitiva.

vi

ABSTRACT

The present study deals with the opportunities that may result from the risks that are hidden

within businesses decisions. All project risks could and actually should be faced as the

opportunity that we have been presented to create a competitive advantage for the business

itself.

There are techniques and management tools within the business planning that can guide us to

its identification and qualification besides also helping us in searching for counteractions to

these risks, so as to protect the whole project from harm. However, this harm or negative

consequence, which might have been born within those risk events, may also present itself as

clear benefits from competitive advantages.

On the other hand, it is important to remember that, just in case those project risks are not

very well dealt with, the risk management will end up by becoming an extra cost and not a

competitive advantage. Besides, depending on the size and complexity of the project, these

extra costs might be unbearable.

The following will present the development of a theoretical as well as analytical study with

the main objective to catalog and guide all project managers on the management of risks and

their possible solutions, so as to let them be able to transform those risks on opportunities and,

as consequence, in competitive advantages.

vii

ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho a seguir apresenta a seguinte estrutura:

O capítulo I (Referencial Teórico) apresenta um consistente referencial teórico, a partir da

literatura existente e de autores referenciais em seus campos de estudo. Engloba questões

referentes ao risco e ao seu gerenciamento, bem como todas as fases propostas pelo PMBOK

(Project Management Body of Knowledge), que serão utilizadas como base para o estudo de

caso desenvolvido neste trabalho. Este capítulo é subdivido em nove seções teóricas, a saber:

1. Introdução : Abordagem breve da importância do gerenciamento de riscos para projetos.

2. Risco : aborda conceitos, a incerteza do risco, as probabilidades do acontecimento do

evento de risco, os riscos mais comuns, os externos e os internos ao projeto.

3. Gerenciamento de Risco : apresenta os conceitos do gerenciamento, a gerência conjunta

de riscos, o paradigma da gerência de riscos e o plano de gerenciamento.

4. Identificação dos Riscos : esta seção analisa as principais ferramentas para a melhor

identificação dos riscos, quais as melhores entradas para esta identificação, com exemplos

de ferramentas, modelos de ficha de identificação e catalogação de riscos.

5. Quantificação dos Riscos : aborda as melhores práticas para se quantificar e qualificar os

riscos, as entradas e ferramentas mais utilizadas, os métodos quantitativos que auxiliam na

quantificação dos riscos.

6. Desenvolvimento de Respostas aos Riscos : apresenta as entradas para o desenvolvimento

das respostas mais adequadas a cada risco, as categorias de respostas utilizadas, o

planejamento de contingência e a eliminação dos riscos.

7. Monitoramento / Controle dos Riscos : apresenta os produtos de monitoração, as

ferramentas mais utilizadas, e o modelo de controle proposto por João Alberto Amaral.

8. Responsabilidades pelos Riscos : identifica os responsáveis pelo projetos e seus riscos,

como transferir esta responsabilidade e/ou dividí-las com outras partes integrantes do

projeto.

O capítulo II (Análise do tema) Neste capítulo será apresentado o estudo objetivo deste

trabalho, que vislumbra a oportunidade gerada com a utilização do gerenciamento de riscos

nos projetos, e os comentários finais sobre o estudo, com as principais conclusões sobre o

tema.

viii

SUMÁRIO

Resumo v

Estrutura de Apresentação do Trabalho vii

Capítulo I – Referencial Teórico

1. Introdução 1

2. Fundamentos do Risco 3

2.1 Conceito e Definições 3

2.2 Incerteza 3

2.3 Evento e Probabilidade de Risco 5

2.4 Classificação de Riscos 5

2.4.1 Riscos Internos 6

2.4.2 Riscos Externos 7

3. Gerenciamento de Risco 10

3.1 Conceito 10

3.2 Plano de Gerenciamento de Risco 12

3.3 Custo do Risco 14

3.4 Gerência Conjunta dos Riscos 15

4. Identificação dos Riscos 16

4.1 Ferramentas de Identificação dos Riscos 17

4.1.1 Técnicas de Reunião 17

4.1.1.1 Brainstorming 17

4.1.2 Revisão da Documentação 18

4.1.3 Listas de Verificação ou Check-lists 18

4.1.4 Análise e Suposições 19

4.1.5 Técnicas de Diagramação 20

4.1.5.1 Diagrama de Causa e Efeito 20

4.1.5.2 Diagrama de Influência 20

4.1.6 Fluxogramas 21

4.1.7 Entrevistas com Especialistas 22

4.1.8 Comparação Análoga 23

5. Quantificação dos Riscos 25

ix

5.1 Ferramentas de Quantificação 27

5.1.1 Valor Monetário do Evento do Risco 27

5.1.2 Somas Estatísticas 29

5.1.3 Simulação 29

5.1.4 Árvore de Decisão 34

5.1.5 Avaliação Especializada 39

5.1.6 Análise de Sensibilidade 40

5.1.7 Análise de Cenários 41

5.2 Métodos Matemáticos para a Avaliação dos Riscos 43

5.2.1 Payback 44

5.2.2 Valor Presente Líquido 46

5.2.3 Taxa Interna de Retorno 48

5.2.4 Método de Monte Carlo 50

6. Desenvolvimento de Respostas aos Riscos 55

6.1 Ferramentas para o Desenvolvimento de Respostas aos Riscos 56

6.1.1 Aquisições 56

6.1.2 Estratégias Alternativas 56

6.1.3 Seguros 57

6.1.4 Planejamento de Contingência 57

6.2 Eliminação dos Riscos 60

7. Monitoramento / Controle dos Riscos 61

8. Responsabilidades pelos Riscos 63

Capítulo II – Oportunidades Geradas através do Gerenciamento de Risco 64

Capítulo III – Considerações Finais 67

Capítulo IV - Anexos

1. Nível de Risco 69

2. Antes de Propor 78

3. Algumas perguntas mais frequentes 82

Capítulo V - Referências Bibliográficas 84

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Incerteza do Projeto 4

Figura 2 – Risco Total – WBS Riscos Wideman 6

Figura 3 – Riscos Internos e Externos 7

Figura 4 – O processo de gerenciamento de risco 11

Figura 5 – O processo do gerenciamento de risco do projeto 13

Figura 6 – Paradigma da gerência de riscos 13

Figura 7 – Gráfico de evento de risco 14

Figura 8 – Funções da gerência conjunta de riscos 15

Figura 9 – Diagrama Causa e efeito 20

Figura 10 – Diagrama de Influência 21

Figura 11 – Fluxograma de procedimento 22

Figura 12 – Matriz de quantificação de riscos 25

Figura 13 – Classificação de riscos por interseção 26

Figura 14 – Distribuição de probabilidade uniforme 31

Figura 15 – Distribuição com cauda mais longa para a esquerda 31

Figura 16 – Distribuição com cauda mais longa para a direita 32

Figura 17 – Método da transformação inversa 33

Figura 18 – Árvore de decisão 35

Figura 19 – Alternativas para uma decisão 35

Figura 20 – Possibilidade de satisfação de cada opção 36

Figura 21 – Possibilidade de ocorrência de cada alternativa 37

Figura 22 – Resultado final da árvore de decisão 38

Figura 23 – Grau de satisfação com base no valor atual líquido 39

Figura 24 – Fluxo de caixa do projeto 45

Figura 25 – Perfil de VPL 49

Figura 26 – Calculadora de exposição ao risco 77

Figura 27 – Definindo as distribuições de esforço 79

Figura 28 – Definindo os drivers de risco 80

Figura 29 – Visualizando o portfólio 81

xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Exemplo de checklist para determinado projeto 19

Tabela 2 – Formulário de informação de risco 24

Tabela 3 – Três opções de investimento 27

Tabela 4 – Avaliação do grau de risco 40

Tabela 5 – Análise de sensibilidade 41

Tabela 6 – Análise de cenário 42

Tabela 7 – Intervalo de confiança dos resultados gerados 53

Tabela 8 – Acompanhamento de contingência 58

Tabela 9 – Controle de riscos do projeto 62

1

Capítulo I – REFERENCIAL TEÓRICO

1. Introdução

Com o advento da globalização, a evolução dos meios de comunicação aliados ao progresso

dos recursos de informática impôs uma dinâmica de aceleração progressiva aos processos de

mudança em geral. Este fenômeno tem feito com que cada vez mais as empresas procurem

buscar o estado de excelência nas suas atividades, sejam elas em relação a um determinado

produto ou serviço. Ao buscarem este estado de excelência, algumas empresas descobrem

determinados riscos em seu percurso, que precisam ser controlados e contornados.

Para GATES (2000), as empresas devem possuir um mecanismo de resposta rápida às

mudanças. Porém, apenas responder de forma rápida a um estímulo ou risco não atende mais

a todas as necessidades do mercado; é preciso ser proativo. Estamos na era da Proatividade,

onde torna-se muito claro que aquele que consegue se antecipar às mudanças e aos riscos,

obtém vantagem competitiva.

Entretanto, para que uma empresa possa galgar patamares elevados na constante disputa de

mercados, torna-se por vezes necessário correr alguns riscos, porém de forma calculada. Para

isso, é necessária uma análise aprofundada dos riscos associados aos projetos. Estes riscos

previamente identificados e controlados podem evitar possíveis erros e até mesmo contribuir

com mudanças, como melhorias no planejamento inicial do projeto.

Para VERZUH (2001), “ toda gestão de produtos é um gerenciamento de riscos” . A partir do

momento em que o planejamento do produto é feito, não necessitaríamos gerenciá-lo, se não

houvesse possibilidade de algo dar errado. VERZUH (2001) ainda alega que todas as técnicas

de gestão são, na verdade, técnicas de prevenção de riscos.

Atualmente, é papel fundamental do gerente de projeto é administrar riscos. As técnicas de

gerenciamento de riscos existentes há alguns anos tinham um princípio otimista de que nada

iria dar errado ao longo do projeto. Ou seja, ninguém iria pedir demissão, ficar doente, ou

mesmo render menos do que o projetado no início. Todas as ferramentas de desenvolvimento

iriam funcionar perfeitamente, não conteriam falhas, seriam fáceis de aprender e de utilizar e

assim por diante. Os usuários saberiam exatamente o que querem, e seus desejos e

2

necessidades não mudariam durante o projeto. Além disso, os analistas seriam capazes de

entender perfeitamente estas necessidades, sem nenhuma ambiguidade e sem deixar nada de

fora. A fase de testes não revelaria muitos defeitos, apenas um número suficiente deles, capaz

de encher os dias previstos pelo cronograma original para os testes.

Os riscos envolvem incertezas e perdas. O risco pode ou não ocorrer e, se ele torna-se

realidade, consequências indesejadas e perdas poderão ocorrer. A análise e gerenciamento de

riscos pretendem auxiliar a equipe de projeto a reconhecer e gerenciar incertezas durante o

processo. É necessário que o gerente de projetos seja capaz de identificar problemas

concretos, e , de preferência, com sua probabilidade de ocorrer.

Todos os projetos têm algum risco, ou não seriam projetos. Os projetos são iniciados quando

há algum elemento de risco e a gerência busca, então, o enfoque de um plano de projeto e

uma equipe para realizar o trabalho. Às vezes assume-se um grande risco quando não se tem a

compreensão necessária dos elementos que podem levar ao fracasso do projeto, podendo até

ser interpretado como um pequeno risco, que não pressiona as barreiras de custo, tempo e

desempenho técnico.

3

2. Fundamentos do Risco

2.1 – Conceito e Definições

Segundo GRAY (2000), dentro do contexto de Projetos, risco é a chance que um evento

indesejável pode ocorrer e suas possíveis conseqüências.

Os riscos se dividem em 03 categorias:

♦ Riscos de Projeto : são riscos ligados diretamente ao projeto. Se os riscos de projeto se

tornarem reais, o custo e o tempo de projeto podem aumentar drasticamente. Os fatores

que estão intimamente ligados a estes riscos são: requisitos, pessoal, recursos, cliente,

orçamento e cronograma. Eles podem ameaçar o plano do projeto, atrasar o cronograma e

aumentar os custos.

♦ Riscos Técnicos : são riscos relacionados à qualidade do produto a ser desenvolvido. Se os

riscos técnicos se tornarem reais, a implementação do projeto pode se tornar difícil ou

impossível. Riscos técnicos envolvem problemas de design, implementação, interface,

verificações e manutenção. Eles ameaçam a qualidade e a pontualidade do projeto.

♦ Riscos de Negócios : são riscos relacionados à viabilidade do projeto. Se os riscos de

negócios se tornarem reais, o projeto pode ser até cancelado. Entre os riscos de negócios

estão: a) produção de um produto excelente, mas que não tem demanda; b) troca do

gerente do projeto; c) produção de um produto que não se encaixa no mercado.

2.2 - Incerteza

Um fator que pode complicar bastante a solução de um problema de pesquisa operacional é a

incerteza. Grande parte das decisões são tomadas baseando-se em algum tipo de previsão.

Mesmo em casos nos quais não sejam necessárias previsões, outro fator complicador é a

insuficiência de informações. Desta forma, torna-se importante uma análise do grau de

incerteza existente no processo.

A incerteza contribui bastante para o risco do projeto. Total incerteza indica falta total de

informações, enquanto a certeza significa a totalidade de informações. De modo geral, os

projetos não contam com todas as informações para planejar e executar o trabalho. Um líder

de projeto pode ter apenas 40% das informações necessárias, mas deve prosseguir devido aos

compromissos assumidos com o cliente ou as condições de mercado. Calcula-se que líderes

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de projeto tenham entre 40% e 80% das informações necessárias durante a fase de

planejamento da maioria dos projetos.

A figura abaixo mostra a escala completa de informações disponíveis e uma perspectiva do

espectro desde a total incerteza à total certeza.

Figura 1 : Incerteza do Projeto

Fonte: HIRSCHMANN, D.M. Gerência de Riscos. 2001

Em geral, a incerteza responde pelas premissas do projeto. Quando não há suficientes

informações para a tomada de decisão ou o planejamento do projeto, as premissas preenchem

este vazio. Premissas são razoáveis, porém existe a probabilidade de fracasso caso não se

tornem verdadeiras. Contudo, podemos dizer que premissas são condições de contorno pré-

estabelecidas para reduzir o número de variáveis de análise, a fim de que possamos substituir

as informações não disponíveis para a tomada de decisão.

A incerteza quanto ao projeto é identificada em várias áreas dentro de uma organização, sendo

algumas delas as que se seguem:

♦ Estado da arte da tecnologia usada;

♦ Capacidade organizacional para desenvolver processos de gerenciamento de projetos

replicáveis;

♦ Disponibilidade de perfis de gerenciamento de projetos e técnicos;

♦ Disponibilidade de equipamentos para o projeto;

♦ Interfaces externas do projeto;

♦ Fornecedores externos do projeto;

♦ Impasses técnicos;

Percentual de Informação Disponível

0 20 40 60 80 100

Incerteza Certeza

5

♦ Resultados dos testes dos produtos do projeto.

2.3 - Evento e Probabilidade de Risco

De acordo com o PMBOK (2003), um evento de risco, é uma ocorrência discreta ou distinta

que pode afetar o projeto para melhor ou pior.

O risco deve ser analisado por três componentes: pelo evento, a probabilidade de ocorrência e

o impacto do evento. Normalmente é considerado como um evento de conseqüências

negativas, quanto à: custo, tempo, e qualidade. Por este motivo os gerentes concentram suas

forças em evitá-los e em como lidar com eles. Eles esquecem que eventualmente, os riscos

podem ter conseqüências positivas.

A probabilidade pode ter valores atribuídos de forma subjetiva e de forma objetiva.

Subjetivamente, a probabilidade é uma porcentagem indicando o grau de confiança ou a

estimativa pessoal quanto à possibilidade de ocorrência de um evento (probabilidade

subjetiva). Como exemplo, temos afirmações do tipo “eu acho que há 50% de chance de

perda”, ou “eu acredito que há somente uma chance em mil de uma inundação atingir nossa

fábrica”.

Podemos por outro lado, entender a probabilidade objetiva como sendo um número real

associado a um evento (E), destinado a medir sua possibilidade de ocorrência.

Uma regra prática que nos fornece uma maneira mais objetiva para a atribuição numérica da

probabilidade é:

P (E) =nm

onde, m é o número de resultados favoráveis ao evento E;

n é o número de resultados possíveis, desde que igualmente prováveis.

2.4 – Classificação de Riscos:

Os riscos podem ser também classificados como: conhecidos, previsíveis e imprevisíveis. Os

riscos conhecidos podem ser descobertos após uma avaliação cuidadosa do plano do projeto,

ambiente técnico e do negócio, como por exemplo: prazos irreais, escopo mal definido,

ambiente de desenvolvimento ruim. Os previsíveis são percebidos a partir de experiências em

6

projetos anteriores (rotatividade de pessoal, comunicação ruim com o cliente, canalização de

esforços para manutenção) e os imprevisíveis são aqeueles difíceis de serem identificados,

mas que podem ocorrer. Dentro desta classificação, nós os dividimos como:

♦ Internos Não Técnicos

♦ Externos Previsíveis

♦ Externos Imprevisíveis

♦ Legais

♦ Técnicos

Figura 2: Risco Total – WBS Riscos Wideman

Fonte: VARGAS (2003)

2.4.1 - Riscos Internos

O risco interno é inerente ao projeto, controlado pelo líder, que pode reduzí-lo mediante ações

diretas, como o desenvolvimento de planos de contingência.

Riscos internos constituem uma parte das limitações estabelecidas para o projeto por meio da

criação de metas. A data de entrega do produto pode ser otimista, e o plano precisa refletir

esta data. O planejamento terá por base a data de entrega e o cronograma de trabalho visando

assegurar a entrega. O custo constitui, em geral, uma área com limitações. O planejamento irá

Risco Total

Internos NãoTécnicos

ExternosPrevisíveis

ExternosImprevisíveis

Legais

Técnicos

Custo Prazos GerenciaisPerda dePotencial

Fluxos deCaixa

Taxas deCâmbio

Inflação ImpactosSociais

ImpactosAmbientais

RiscosOperacionais

Riscos doMercado

MedidasReguladoras

EfeitosColaterais

Desastresda Natureza

Reclamaçõescontra

Terceiros

Reclamaçõesde Terceiros Contratos Lei de

Patentes Licenças

Complexidade do

ProjetoProtótipo

RiscosEspecíficos de

TecnologiaPerformance

Mudançasna

Tecnologia

7

direcionar o tipo e a quantidade de recursos a serem utilizados no projeto mesmo quando o

orçamento for menor do que o desejado. Soluções técnicas estarão em perigo quando o tempo

de entrega for otimista mas os recursos financeiros, limitados.

Dentre os riscos internos, podemos citar:

♦ Custo

♦ Prazo

♦ Gerenciais

♦ Perda de Potencial

♦ Fluxo de Caixa

Como exemplo dos riscos internos, devemos considerar que fluxos de caixa podem sofrer

alterações, e que estas devem ser avaliadas constantemente durante o andamento do projeto,

para que possamos classificá-las como relevantes e se irão adicionar valor à empresa.

Figura 3 : Riscos Internos e Externos

Fonte: HIRSCHMANN, D.M. Gerência de Riscos. 2001

2.4.2 - Riscos Externos

O risco externo encontra-se fora do controle dos líderes de projeto, como, por exemplo, as

interfaces do projeto desconhecidas e cujas definições são feitas por terceiros.

Os riscos externos do projeto podem ser influenciados pelo líder de projeto e, portanto

previstos. No entanto, não há controle direto sobre as ocorrências de riscos, que podem

receber a influência de acordos e contratos com terceiros. O grau de influência exercido pelo

Riscos Externos

RiscosInternos

doProjeto

8

líder do projeto é determinado pela identificação de riscos externos e pela colaboração

ampliada por terceiros, os quais poderiam ser outros líderes de projetos, gerentes funcionais,

distribuidores e entidades contratantes.

Dentro os riscos externos previsíveis, podemos citar:

♦ Taxa de Câmbio : é o risco associado a operações internacionais em um mundo no qual o

valor relativo das moedas varia. Para um grande projeto, a gestão do risco de câmbio é

complicada pelo fato de que pode haver uma grande variedade de moedas diferentes

envolvidas em suas inúmeras atividades. É muito provável que uma variação de alguma

taxa beneficie algumas áreas e prejudique outras.

♦ Inflação : é o risco macroeconômico da perda de renda disponível de pessoas físicas e

jurídicas, acarretando prejuízos ao fluxo de caixa e recusa do projeto.

♦ Impactos Sociais: é o risco relacionado aos possíveis efeitos sociais, econômicos,

culturais, sobre pessoas, grupos de pessoas ou comunidades.

♦ Impactos Ambientais : os riscos ambientais impactam diretamente nos aumentos dos

custos do projeto, devido principalmente a: possíveis impactos ambientais, com a

aplicação de multas, licenças e regulamentações, o uso de novos materiais desenvolvidos

para não agredir o meio ambiente, risco de denegrir a imagem da empresa junto ao

mercado devido a um possível dano ambiental, limpeza de locais poluídos, transporte e

manuseio de materiais e o aumento do preço de recursos não renováveis ou ainda aumento

de impostos sobre produtos poluentes.

♦ Riscos Operacionais : referem-se às perdas potenciais resultantes de sistemas

inadequados, má administração, controles defeituosos ou falha humana. Também incluem

as fraudes e os riscos de modelo, onde há o perigo de imperfeição nos modelos de

controle.

♦ Riscos do Mercado : são aqueles que podem gerar resultados adversos em função de

instabilidade em taxas de juros, taxas de câmbio, preços de ações, etc. Para analisarmos

devemos considerar: a existência de um mercado local ou internacional, as projeções de

preço para os produtos, tarifas e barreiras alfandegárias, o acompanhamento de projetos e

de produtos concorrentes, o acesso aos mercados em termos logísticos, comunicativos e

comerciais, a obsolescência, caso haja uso de tecnologia de grande inovação.

Já para os riscos externos imprevisíveis, podemos citar:

9

♦ Medidas Reguladoras;

♦ Efeitos Colaterais;

♦ Desastres da Natureza.

10

3. Gerenciamento de Risco

3.1 - Conceito

A partir do modelo conceitual proposto pelo PMI Standards Committee, associado a uma

metodologia proposta por KERZNER (1994), de uma revisão bibliográfica e de uma pesquisa

exploratória realizada em três empresas, é que o tema foi desenvolvido.

O modelo de gerenciamento de risco em projetos de inovação, proposto por

KERZNER(1994), é composto de quatro etapas:

1) Avaliação – tem o objetivo de identificar e classificar as áreas potenciais de risco (técnica,

logística, financeira, impacto ambiental, etc.).

2) Análise – etapa em que se determina a probabilidade de ocorrência do risco e as

consequências à ele associadas (análise de redes, delphi, etc.). Aqui se procura detectar as

causas, efeitos e magnitudes dos riscos potenciais identificados e opções alternativas.

3) Tratamento – refere-se a procedimentos para reduzir a controlar o risco (assumir,

transferir, …).

4) Aprendizado – a experiência é um excelente mestre na identificação e redução de riscos e

o aprendizado deve incluir procedimentos para documentação do gerenciamento,

calibrando as diversas técnicas e a percepção do gerente do projeto para futuros

empreendimentos. O acompanhamento e eventuais ajustes durante a implementação é

outro ponto importante a ser considerado.

O modelo é bastante racional e permite que, em cada etapa, se utilize desde técnicas simples

até sofisticados métodos estatísticos e computacionais.

Para VERZUH (2001) “ toda gestão de projeto é um gerenciamento de risco”, e ele alega

ainda que “ o gerenciamento dos riscos é o trabalho principal de uma gestão de projetos”,

baseado na visão em que as técnicas de gestão são também técnicas de prevenção de riscos.

Na prática, os gerentes devem começar a identificar os riscos associados aos projetos desde a

sua fase inicial.

Segundo KADE (2003), o processo de gerenciamento de riscos inclui:

♦ Identificação de riscos – identificar riscos de projeto, de produto e de negócios;

♦ Análise de riscos – avaliar as possibilidades e as consequências desses riscos;

♦ Planejamento de riscos – traçar planos para evitar ou minimizar os efeitos dos riscos;

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♦ Monitoração de riscos – monitorar os riscos durante todo o projeto.

Figura 4 – O processo de gerenciamento de risco

Fonte: KADE, A. M. Gerencia de Projetos. 2003.

Alguns procedimentos básicos são, por vezes, esquecidos pelos gerentes, tal como, a falta de

rotina bem definida para o controle das mudanças; é comum alguns gerentes adotarem uma

posição utópica em relação às mudanças, preferindo acreditar que o projeto “ perfeito” é

aquele que nunca muda. Na visão moderna, um dos papéis do gerente em relação às mudanças

é agir proativamente sobre as mesmas, garantindo que estas sejam benéficas ao projeto.

O gerenciamento de riscos tem o objetivo de tentar identificar todos os riscos possíveis,

maximizar os resultados dos eventos positivos, minimizar seus impactos e conseqüências,

gerenciar as responsabilidades de materialização dos eventos, e prover planos contingenciais

para suprir os riscos que eventualmente se materializem.

Segundo SCHNEIDER (2002) há dois tipos de estratégias de gerenciamento de riscos: a

reativa e a proativa.

Na estratégia reativa, as ações a serem tomadas são definidas quando ocorre uma fatalidade.

Ou seja, a equipe do projeto não faz nada com relação aos riscos até que aconteça algo errado.

Assim surgem os chamados “ apagadores de incêndio” . Essa estratégia tem grande chance de

falhar e pode prejudicar totalmente o projeto.

Identificaçãode riscos

Análisede riscos

Planejamentode riscos

Monitoramentode riscos

Lista de riscosem potencial

Lista de riscospriorizados

Planos paraevitar riscos e

planos decontingência

Avaliação dosriscos

12

Na estratégia proativa, existe uma análise de riscos antes do trabalho técnico começar. Os

riscos em potencial são identificados, suas probabilidades e impactos são calculados e são

classificados por ordem de importância.

3.2 - Plano de Gerenciamento de Risco

É um documento formal, que deve ser preparado antecipadamente ao início do projeto, com

informações que serão úteis no gerenciamento de riscos do projeto. Este plano decide como

abordar e planejar as atividades de gerenciamento de risco. Ele também servirá como base

para qualquer dúvida a ser esclarecida sobre o processo de gerenciamento. As informações

constantes no plano são:

♦ Metodologia : definição do enfoque, ferramentas e fontes de dados;

♦ Papéis e responsabilidades – definição da liderança, do suporte e da equipe de

gerenciamento do risco;

♦ Orçamento : estabelecimento de um orçamento para o gerenciamento de risco do projeto;

♦ Prazo : definição da frequência do processo de gerenciamento de risco do projeto;

♦ Classificação – definição do método de classificação do risco para a análise qualitativa e

quantitativa;

♦ Limítrofe : por quem e de que maneira;

♦ Relatórios : descrição do conteúdo e do formato do plano de resposta ao risco;

♦ Tracking : documentação de como todas as atividades de risco serão registradas para o

benefício do projeto atual, necessidades futuras e lições aprendidas. Documentação de

como os processos de risco serão auditados.

13

Figura 5 : Processos do Gerenciamento de Risco do Projeto

Fonte: HIRSCHMANN, D.M. Gerência de Riscos. 2001

A comunicação é vista como o paradigma da gerência de riscos, já que é através dela que as

informações fluem e ao mesmo tempo é o principal obstáculo.

O paradigma da gerência de riscos é um processo contínuo com dois componentes: avaliar

(identificar e analisar) e controlar (planejar, monitorar e resolver).

Figura 6: Paradigma da Gerência de Riscos

Fonte: SCHNEIDE, R. Gerência de Riscos na Engenharia de Software. 2002.

Ciclo de Vidado Projeto

Identificaçãodo Risco

AnáliseQualitativado Risco

Controle eMonitoramento

do Risco

Planejamento daResposta ao Risco

AnáliseQuantitativa

do RiscoPla

neja

men

todo

Ger

enci

amen

tode

Ris

co

Comunicar

Identificar

Analisa

rPlanejar

Monitorar

Resolver

Comunicar

Identificar

Analisa

rPlanejar

Monitorar

Resolver

14

3.3 – Custo do Risco

O custo do gerenciamento de risco é sempre considerado um problema. Alguns gerentes o

vêem como adversário mortal e não conseguem reduzí-lo. A redução do custo é bem maior

quando o evento inesperado ocorre no início do projeto. Neste caso há tempo hábil de

proceder mudanças no projeto, sem onerar ainda mais o mesmo. Após o meio do projeto, o

custo dispara consideravelmente.

A figura7 mostra como as variáveis de custo e risco se relacionam ao longo do CVP.

Figura 7 : Gráfico de Evento de Risco

Fonte: GRAY, C.F. & LARSON, E.W. (2000) – Project Management – The ManagerialProcess. McGraw-Hill. International Editions.

O risco relacionado com custos implica a totalidade de materiais para elaborar a solução

técnica e os recursos humanos para o desempenho do trabalho. Outros custos podem ser

incluídos no projeto, tais como viagens, embarques e encargos alfandegários, que podem ou

não ser os responsáveis pelo aumento de custos. O custo total consiste em um orçamento que

representa as despesas do projeto em seus períodos de tempo. Os riscos podem originar-se do

custo total ou da taxa de financiamento, caso haja limitações quanto ao fluxo de caixa.

CustoRisco

Alto

Baixo

Chances deocorrer o risco

Custo após aocorrência do

risco

Ciclo de vida do projeto

15

3.4 - Gerência Conjunta dos Riscos

É um ambiente com um conjunto de processos, métodos e ferramentas que possibilita que

contratado e contratante trabalhem juntos e de forma cooperativa, para continuamente

gerenciar os riscos durante o ciclo de vida do projeto.

Na gerência conjunta o contratante solicita que o contratado participe da gerência de riscos

como uma equipe única. Contratado e contratante identificam riscos separadamente.

As vantagens deste tipo de gerência são: a melhoria na comunicação, os riscos são analisados

segundo múltiplas perspectivas, existe uma base mais extensa de experiências, há uma maior

aceitação dos resultados e uma consolidação dos riscos identificados nas duas partes.

Figura 8 – Funções da Gerência Conjunta de Riscos

Fonte: SCHNEIDE, R. Gerência de Riscos na Engenharia de Software. 2002.

IniciarFormarEquipe

Contratante & Contratado

Comunicar

Identificar

Analisa

rPlanejar

Monitorar

Resolver

IniciarFormarEquipe

Contratante & Contratado

Comunicar

Identificar

Analisa

rPlanejar

Monitorar

Resolver

Comunicar

Identificar

Analisa

rPlanejar

Monitorar

Resolver

16

4. Identificação dos Riscos

Ocorrências de risco constituem os efeitos potenciais adversos ao projeto. A sua identificação

deve ser feita, primeiramente, durante a iniciação do projeto, e, em seguida, no seu

planejamento. Durante o início do projeto, o líder deve identificar as interfaces do projeto e o

grau de dificuldade em alcançá-las. Também pode haver logo uma identificação dos riscos

internos, sendo estes previstos com uso de nova tecnologia ou nova força de trabalho.

A identificação de riscos internos do projeto durante o planejamento se inicia com as metas e

o questionamento no que diz respeito à entrega dos resultados desejados. Com relação aos

aspectos técnicos do projeto, deve-se questionar a tecnologia existente, registrar quaisquer

ocorrências que possam falhar e a probabilidade de fracasso.

É necessário identificar as falhas do cronograma na medida em que se executa o

planejamento. O cronograma deve contar com recursos designados e disponíveis para a

realização do trabalho, pois a falta de pessoal qualificado para exercer as funções representa

um risco. A entrega do produto sempre está sujeita à avaliação para a viabilização do término

do trabalho. Pode-se dizer que também os marcos são objetos de avaliação com vistas à

viabilidade.

Na fase de identificação dos riscos devemos somente nos preocupar em enumerar os riscos,

relacionar suas causas e os efeitos para o projeto. A análise e avaliação já fará parte do

próximo passo no processo de gerenciamento.

Identificando os riscos conhecidos e previsíveis, o gerente do projeto pode dar o primeiro

passo para evitá-los. Existem dois tipos de riscos entre as categorias citadas acima: genéricos

e específicos do produto. Os riscos genéricos são aqueles que podem ocorrer em qualquer

projeto e os riscos específicos são aqueles relacionados a determinado produto.

Podemos encontrar fontes dentro do planejamento do projeto, que irão ajudar na identificação

dos riscos. Estas são chamadas pelo PMBOK de entradas:

♦ Descrição do produto;

♦ Saídas do planejamento do projeto (missão, escopo, objetivos do dono, do patrocinador e

dos stakeholders);

17

♦ Categorias de risco (tecnologia, qualidade ou performance, gerenciamento do projeto,

organizacionais, externos);

♦ Informações históricas (arquivos de projetos, informações publicadas – banco de dados

comerciais, estudos acadêmicos, benchmarking, etc)

♦ Estrutura analítica do projeto;

♦ Plano de pessoal, perfis e experiências;

♦ Orçamentos;

♦ Cronogramas;

Com estas fontes que já encontramos prontas no planejamento, podemos iniciar a

identificação dos riscos, com a ajuda de algumas ferramentas e idéias. Estas ferramentas irão

nos ajudar a recolher algumas informações necessárias, tais como: qual é o evento

indesejável, suas conseqüências, a magnitude do impacto do evento, as chances/probabilidade

de ocorrência, quando o evento poderá ocorrer e qual a interação do risco com as outras partes

do projeto. São elas:

4.1. Ferramentas de Identificação dos Riscos

As ferramentas de identificação de riscos, são métodos utilizados para facilitar esta

identificação. Dentre eles, podemos citar:

4.1.1 – Técnicas de Reunião

As técnicas de reunião mais utilizadas para a identificação de riscos são: Brainstorming,

entrevistas, análise de pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças – SWOT.

4.1.1.1 – Brainstorming

Trata-se de uma técnica coletiva de geração do maior número possível de idéias, do tipo "o

que der na telha", inicialmente sem censuras prévias para, em seguida, selecionar as melhores.

Tem como base a idéia de que um grupo, livre da crítica inicial, gera mais idéias criativas do

que um indivíduo isoladamente. É um método importante quando surge a necessidade de

inovação, permitindo o desenvolvimento de pensamentos livres da "predisposição da

percepção" e o surgimento de idéias inusitadas.

O brainstorming pode substituir as entrevistas, economizando tempo no processo de

identificação dos riscos. A reunião deve ser com todos os membros do projeto e não deve ser

18

desconsiderado nenhum risco citado, sem antes ser avaliado. Esta ferramenta foi inserida no

processo, por PEREIRA (1999).

4.1.2 – Revisão da Documentação

Toda a documentação do projeto deve ser analisada, na busca por erros ou possíveis riscos

que possam incorrer. A documentação é parte fundamental para futuras pesquisas, auditorias

internas e esclarecimento de dúvidas, durante o processo de gerenciamento.

4.1.3 – Listas de Verificação ou Check-lists

As listas de verificação são normalmente organizadas pelas fontes de risco. Estas fontes

incluem todas as entradas que citamos acima. Elas devem ser checadas uma a uma, para a

obtenção de melhores resultados.

Nesse método os stakeholders utilizam listas prontas na identificação dos riscos. O chek-list

pode ser desenvolvido com base nas informações históricas e no conhecimento acumulado

dos projetos (MACHADO, 2002).

Uma vantagem de se usar um check-list é que a identificação dos riscos é rápida e simples

(MACHADO, 2002). Como desvantagens temos a impossibilidade de montagem de um

check-list completo de todos os riscos e a possibilidade do usuário limitar a identificação nas

categorias e nos fatores de riscos listados. Cuidados deveriam ser tomados para explorar

fatores que não aparecem no check-list padrão.

19

Tabela 1: Exemplo de checklist para determinado projeto.

Tema Data Hora OK Respons. Atividade

1 CD 30/jun Alice Operação normal e fechamento

2 CD 01/jul Alice Expedição das notas impressas em 30/06 no sistema

antigo

3 CD 03/jul 1 Alice Transferir poucos itens de SBC para SP

4 CD 03/jul 2 Alice Receber itens transferidos de SBC

5 CD 03/jul 3 Alice Emitir picking pelo MAPICS (poucas e simples ordens)

6 CD 03/jul 4 Alice faturar e expedir pelo MAPICS (piucas e simples

ordens)

7 CD 05/jul Alice Operação normal no MAPICS MP

8 Compras 21/jun OK Pinella Criar ordens de compra direto no MAPICS MP, pois são

para Julho

9 Compras 03/jul 13:00 Ideval Receber compra simples entregue fisicamente em 1 ou

2/7

10 Compras 05/jul 22:00 Pinella Operação normal no MAPICS MP

11 Contabilidade 02/jul 08:00 Rogério Análise da contabilidade (até 22:00)

12 Contabilidade 02/jul Rogério carga do movimento contábil do mês 6

13 Contabilidade 03/jul Rogério Conferência da carga

14 Contabilidade 03/jul Rogério Carga OK

Fonte: MONTEIRO, A. Planejamento e Controle de Projetos, FGV Management. 2002

4.1.4 – Análise e Suposições

Na análise de premissas cada projeto é concebido e desenvolvido com base em um conjunto

de hipóteses ou premissas. Esta é uma técnica que explora as incertezas do projeto pela

existência de algumas premissas que foram assumidas e podem não ser verdadeiras. Essas

premissas imprecisas, inconsistentes ou incompletas (PMI, 2000) deverão ser identificadas e

descritas para, posteriormente, poderem ser avaliadas.

A análise causal mostra a relação entre um efeito e sua possível causa para que seja verificada

a origem do risco. Entre os métodos empregados na análise causal está o diagrama de

identificação de risco, mas MACHADO (2002) acredita que seriam melhor empregadas na

análise, pois são baseadas em erros que já ocorreram.

20

4.1.5 – Técnicas de Diagramação

Podem ser utilizados os diferentes tipos de diagramas, tais como: diagrama de causa-e-efeito,

diagrama de fluxo de sistemas ou processos, diagramas de influências, aplicação das lições

aprendidas em projetos anteriores, revisão do plano do projeto por um gerente sênior,

auditoria do gerenciamento do projeto, milestones).

As técnicas mais utilizadas são as seguintes:

4.1.5.1 - Diagrama Causa e Efeito

Esse diagrama é também conhecido como Diagrama de Ishikawa ou Espinha de Peixe, sendo

útil para identificar as causas dos riscos. A filosofia da análise causal é que se um erro

ocorrer, ele irá acontecer novamente, ao menos que se faça alguma coisa para evitá-lo

(MACHADO, 2002).

Figura 9 – Diagrama causa e efeito

Fonte: MACHADO, C.A.F. A-Risk: Um método para identificar e quantificar risco de prazoem projetos de desenvolvimento de software. Curitiba, 2002.

4.1.5.2 - Diagrama de Influência

Ilustra as relações de causalidade entre os diversos eventos. Neste gráfico, os nós são

dispostos da esquerda para direita segundo a seqüência temporal dos eventos. A seqüência

Tempo Máquina Método Material

Energia Medição Pessoal Ambiente

Maior Defeito

EfeitoCausas Potenciais

21

ilustrada representa aquela mais significativa para o problema de decisão, ou a que gera

maiores conseqüências. Nestes diagramas, as decisões são representadas por retângulos, os

eventos aleatórios por círculos, e os resultados por losangos. As linhas contínuas representam

dependências reais entre os resultados, decisões e eventos. (SIQUEIRA, 2001).

Figura 10 – Diagrama de Influência

Fonte: Responsabilidade do Autor

4.1.6 - Fluxogramas

Fluxograma é qualquer diagrama que mostra a interação entre vários elementos de um

sistema. Os fluxogramas podem auxiliar a compreensão das causas e efeitos dos riscos. Os

mais utilizados nestes casos, são: o diagrama de causa e efeito e fluxograma de sistema.

Decisão a sertomada Resultado

1Resultado

2

Evento1

Evento1

22

Figura 11: Fluxograma de procedimento

Fonte: SOUZA, E. A. O Treinamento Industrial e a Gerência de Riscos: Uma Proposta de

Instrução Programada. 1995.

4.1.7 – Entrevistas com Especialistas e/ou a Própria Equipe do Projeto

As entrevistas devem ser orientadas aos riscos. Elas podem auxiliar a encontrarmos os reais

riscos temidos pela equipe ou os riscos antecipados pelos especialistas da área.

A entrevista com especialista tem como primeiro passo a identificação dos entrevistados e a

preparação da agenda e das perguntas que serão feitas durante a entrevista. Após esses

23

preparativos, as entrevistas são conduzidas a partir das perguntas preparadas pelo

entrevistador. As vantagens desse método são a obtenção de diversas visões dos riscos, pois

os entrevistados podem ter perfis diferentes, contribuindo na identificação de diversos

aspectos relacionados aos riscos, e a facilidade para a sua aplicação. Dentre as desvantagens

temos a necessidade do entrevistador definir as perguntas de modo que não limite a entrevista,

e que esse método é fortemente dependente do entrevistado e do entrevistador.

4.1.8 – Comparação Análoga

Esse método identifica riscos com base na idéia de que nenhum projeto representa um sistema

totalmente novo, independente do quão avançado ou único ele seja. Para tanto, o método

prevê a identificação de projetos similares, de modo que os dados destes projetos possam ser

utilizados pelo projeto corrente para a sua revisão ou para a sua própria elaboração. A

identificação de projetos similares envolve a determinação de características comuns aos

projetos, por exemplo, tecnologia, funcionalidade, estratégia de contrato e processo de

desenvolvimento (MACHADO, 2002).

Uma vantagem da comparação análoga é que ela é fácil de ser utilizada. Como desvantagens,

temos que a acurácia depende dos dados históricos, da interpretação desses dados e do nível

de detalhe em que estão descritos.

Existem algumas formas de catalogarmos os riscos determinados. Uma delas e a mais

utilizada são os formulários de identificação de riscos (RIS). Vide exemplo abaixo.

24

Tabela 2: Formulário de Informação de Risco

Formulário de Informação de Risco

Identificação do Risco:

P02-4-32

Data: 31/03/2003 Probabilidade: 80% Impacto: alto

Descrição:

Apenas 70% dos componentes serão integrados.

Refinamento / contexto:

Subcondição 1: certos componentes reusáveis foram desenvolvidos por terceiros sem conhecimento dos padrões

da empresa.

Subcondição 2: padrão de projeto para Interface ainda não foi consolidado e pode não estar de acordo com

alguns componentes reutilizáveis.

Atenuação / monitoração:

1) Contate terceiros para determinar que os padrões de projeto sejam seguidos.

2) Force a conclusão dos padrões da interface.

Administração / plano de contingência / disparo:

Exposição ao risco calculada como sendo R$20.000,00. Reserve esta quantia no custo de contingência do

projeto. Desenvolva cronograma considerando os 18 componentes que terão que ser construídos.

Disparo: passos para atenuação improdutivos em 01/07/2003-07-22

Estado Atual: 12/05/2003: passos de atenuação iniciados

Emissor: Daniela Claro Assinado: Roberto Silva

Fonte: CLARO, D. B. Análise dos Riscos. 2003.

Juntamente com a identificação dos riscos, devemos identificar os acionadores que mostrarão

se o risco já ocorreu ou está prestes a ocorrer. Esta identificação é feita através de conversas

com as pessoas envolvidas no projeto que mais serão afetadas pelo evento dos riscos e até

mesmo com as pessoas que sentirão seus impactos. O ideal é questionar como elas ficariam

cientes da ocorrência do evento e como poderiam prever o evento antes da sua ocorrência.

Para cada risco abordado, devemos criar uma lista de observação que mostre os possíveis

acionadores, a probabilidade de sua ocorrência e quem deve observar o acionador.

A quantificação /qualificação dos riscos é importante, pois com ela o gerente de projetos pode

calcular quais os riscos realmente irão interferir de forma mais drástica na elaboração do

projeto e, classificá-las de acordo com o grau de ameaça de cada um, que pode ser

classificado como alto, médio ou baixo.

25

5. Quantificação dos Riscos

A quantificação de riscos constitui um meio de analisar as suas ocorrências de modo a

classificá-los visando reduzir seus efeitos. A figura abaixo mostra a probabilidade de uma

escala de 0 a 1,0 e a consequência de uma ocorrência de risco. As consequências em termos

de custo são na moeda corrente e as quanto ao cronograma se refletem no tempo adicional

necessário. O risco técnico é não conseguir atingir a funcionalidade ou desempenho

desejados, o que, em geral se traduz em termos de custos adicionais ou maior duração do

cronograma.

Figura 12: Matriz de quantificação de riscos

Fonte: CLELAND, I. D.; IRELAND, L. R. Gerência de Projetos. Rio de Janeiro, EditoraReichmann & Affonso Editores, 2002 – págs 208 à 212.

Uma quantificação menos exata de uma ocorrência de risco pode ser feita em uma matriz de

duas dimensões que tem a probabilidade de ocorrência no eixo vertical e as consequências, se

houver ocorrência. A matriz simples da figura seguinte pode fazer uso das cores para fins de

gerenciamento.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

Probabilidade

1 2 3 4 5 6

Consequência do Risco ($ ou prazo)

Probabilidade x Consequência

26

Figura: 13 – Classificação de riscos por interseção

Fonte: CLELAND, I. D.; IRELAND, L. R. Gerência de Projetos. Rio de Janeiro, EditoraReichmann & Affonso Editores, 2002 – págs 208 à 212.

O gerenciamento de riscos é feito de acordo com o efeito sobre o projeto. A cor verde, por

exemplo, requer apenas o controle do risco, para garantir que não aumente. O amarelo

indicaria a necessidade de monitoração ativa e redução do risco onde possível. Qualquer

aumento acionaria uma resposta. O vermelho indicaria ser necessário algum tipo de ação para

diminuir a ocorrência de risco ou adotar uma nova abordagem.

O PMBOK cita algumas entradas que podem ajudar na quantificação dos riscos:

♦ Identificação dos riscos;

♦ Lista dos riscos por prioridade;

♦ Lista dos riscos para análise e gerenciamentos adicionais;

♦ Informações históricas;

♦ Análise de “experts”;

♦ Saídas de outros planejamentos;

♦ Tolerância a riscos das partes envolvidas – Diferentes organizações e diferentes

indivíduos possuem diferentes tolerâncias a riscos. Por exemplo: uma companhia

altamente rentável pode estar desejando gastar $500.000 para preparar uma proposta para

um contrato de $1 bilhão, enquanto uma companhia operando no limite não estará.

♦ Fontes de risco;

♦ Eventos potenciais de risco;

♦ Estimativas de custo;

♦ Estimativas de duração das atividades

ProbabilidadeMuito Alta 5 6 7 8 9Alta 4 5 6 7 8Moderada 3 4 5 6 7Baixa 2 3 4 5 6Muito baixa 1 2 3 4 5

Legenda:verde - 1, 2, 3 amarelo - 4, 5, 6 vermelho - 7, 8, 9

Classificação do risco + peso

Consequências ou resultado

27

5.1 – Ferramentas de Quantificação

Algumas das ferramentas mais utilizadas para se quantificar os riscos de um projeto são:

5.1.1 - Valor Monetário do Evento do Risco

O valor monetário do evento do risco é produto da probabilidade de ocorrência do evento e do

valor estimado de ganho ou perda no caso da ocorrência do evento. O valor monetário é

geralmente usado como entrada para uma análise posterior, tal como em uma árvore de

decisão.

Valor Monetário = Probabilidade de ocorrência × Valor estimado de ganho ou perda

Para uma melhor exemplificação, podemos citar um exemplo. Suponhamos que temos as três

opções de investimento abaixo.

Tabela 3 – Três opções de investimento

ALTERNATIVA VALOR ATUAL ($)

(a 8% a.a.)

PROBABILIDADE

A 15 1

B -20

0

40

0,25

0,25

0,50

C -5

10

30

0,10

0,40

0,50

Fonte: WOILER, S.; WASHINGTON, F. M. Projetos: planejamento, elaboração, análise. SãoPaulo: Atlas, 1996.

Segundo WOILER (1996), a alternativa A corresponde a um investimento sem risco, já que a

probabilidade de ocorrência é igual a 100%. Já as alternativas B e C têm probabilidades

diferentes de ocorrência para os respectivos valores atuais. Neste caso, calculando o valor

atual esperado ou valor monetário, isto é, a média da distribuição do valor atual ponderada

pela probabilidade de ocorrência, encontramos que E(B)=15 e E(C)=18,5.

28

De acordo com este cálculo, em comparação das alternativas B e C, podemos verificar que a

alternativa C deve ser escolhida, pois tem o maior valor monetário.

Uma desvantagem deste método é não levar em conta o risco de modo explícito.

Um modo de calcular o risco envolvido é fazer o cálculo da variância da distribuição:

( ))( ( )∑∑∑===

−=−=n

jii

n

jii

n

jii XPXPXEXP

1

2

1

2

1

22σ

Onde:2σ = variância

iP = probabilidade de ocorrência de iX

iX = valor do i-ésimo evento possível

n = número de eventos possíveis

E (X) = o valor esperado

Calculemos a variância das alternativas B e C, utilizando a segunda fórmula para o cálculo da

variância, que é bem mais simples.

Temos para a alternativa B:

( ) () ( ) ( ) 675154050,0025,02025,0 22222 =−++−=Bσ

E, analogamente, para a alternativa C:

( ) ( ) ( ) ( ) 25,1505,183050,01040,0510,0 22222 =−++−=Cσ

Obtivemos, então, o seguinte:2Cσ < 2

Isto nos leva a crêr que a alternativa C, além de ter um maior valor esperado, apresenta-se

com uma variância menor que a alternativa B. Nestas condições, a alternativa C é preferível

(WOILER, 1996).

29

5.1.2 - Somas Estatísticas

As somas estatísticas são os cálculos dos custos individuais de cada atividade e dos totais do

projeto. Os custos totais podem ser utilizados para quantificar os riscos relativos ao orçamento

do projeto.

5.1.3 - Simulação

A simulação é utilizada para analisarmos o desempenho do sistema. A simulação mais

comum em projetos é a simulação do cronograma, utilizando o plano inicial como modelo de

projeto. Os resultados de uma simulação podem ser utilizados para avaliar os riscos de cada

alternativa do cronograma e assim encontrar o melhor caminho ou estratégia. É uma

abordagem comportamental baseada em estatística, usada em um orçamento de capital para

que se tenha uma percepção do risco, através da aplicação de distribuições probabilísticas

predeterminadas e números aleatórios para se estimar os resultados arriscados. A simulação

de cronograma deve ser usada em qualquer projeto grande ou complexo uma vez que as

técnicas tradicionais de análise matemática tais como o Método de Caminho Crítico (CPM) e

a Técnica de Revisão e Avaliação de Programa (PERT), não consideram a convergência de

caminho e assim tendem a subestimar a duração dos projetos.

A análise de risco associada à tomada de decisões pode ser melhorada com o uso da técnica

de simulação. Esta técnica, quando aplicada à análise de projetos, refere-se à seleção

estocástica ou aleatória de variáveis, sendo conhecida também como método de Monte Carlo.

A simulação pode ser considerada como uma extensão natural da árvore de decisão, quando o

número de alternativas cresce muito. Vejamos como o número de alternativas cresce para

determinada análise de investimento.

Consideremos inicialmente uma análise de sensibilidade em dois níveis

(digamos, +- 10%) para cada uma das variáveis seguintes:

a) volume de investimento

b) porcentagem de participação no mercado

c) preço de venda

d) custo direto de produção (matérias-primas)

e) nível de depreciação

f) custo fixo administrativo

g) taxa de juros dos empréstimos

30

Se admitirmos que queremos saber o impacto isolado de cada fator, teremos de calcular 14

alternativas. Caso queiramos medir estes impactos em conjunto, teremos de calcular um total

de : 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 = 128 alternativas.

Pode ser também que queiramos fazer a análise em três níveis (pessimista, médio e otimista),

quando teremos então um total de 2.187 alternativas a serem calculadas.

Torna-se evidente que é preciso recorrer a um ferramental mais potente para resolver este tipo

de problema. E este ferramental é exatamente a técnica de simulação.

WOILER (1996) nos mostra como esta técnica funciona. Para tanto, consideremos as

variáveis já citadas de um projeto de investimento que foram consideradas as mais relevantes.

Admitamos, também, que estas variáveis tenham seus valores associados a uma distribuição

de probabilidades. Assim, o processo de simulação pode ser resumido na sequência seguinte:

1- Seleciona-se uma valor para cada uma das variáveis, dentro das distribuições

preestabelecidas. A determinação destes valores deve ser feita de modo aleatório, sendo

que o método mais comumente utilizado é o dos números pseudo-randômicos, calculados

através de critérios apropriados.

2- Tendo os valores, calculam-se os quadros financeiros correspondentes: os quadros de

fontes e aplicações, de projeção de resultados, de fluxo de caixa, etc.

3- A seguir, calculam-se os indicadores que serão utilizados na análise como, por exemplo, a

taxa de retorno. Obtivemos até agora uma rodada de simulação.

4- Os passos anteriores são repetidos certo número de vezes (talvez umas 100 ou mesmo

1.000 vezes) de modo que seja obtida uma distribuição estatísticamente adequada do

resultado (por exemplo, da taxa de retorno). Deve ficar claro que um número randômico

deve ser selecionado para cada uma das variáveis em cada uma das rodadas, de modo que

garanta que as distribuições sejam combinadas (isto é, varridas) de modo adequado.

5- Finalmente, tendo a distribuição da taxa de retorno, será possível fazer os cálculos dos

indicadores que permitem medir o risco associado a determinada alternativa de

investimento (como o desvio-padrão, o coeficiente de variação, etc).

É interessante detalhar algumas considerações sobre este processo de se fazer a simulação de

uma alternativa de investimento.

Em primeiro lugar, vem a determinação das distribuições de probabilidade que serão

associadas a cada variável. Assim, por exemplo, se acharmos que a distribuição é uniforme

entre dois valores (o máximo e o mínimo), teremos a figura 14.

31

Figura 14 – Distribuição de probabilidade uniforme

Fonte: WOILER, S.; WASHINGTON, F. M. Projetos: planejamento, elaboração, análise. SãoPaulo: Atlas, 1996.

Pode ser também que queiramos atribuir às variáveis uma distribuição simétrica em relação ao

valor médio, como a distribuição normal, ou pode ser que sejam assimétricas, refletindo com

isto alguma particularidade que queremos introduzir na análise. Assim, como as vendas

geralmente são superestimadas, poderemos querer uma distribuição com uma cauda mais

longa para a esquerda, como a indicada na figura 15.

Figura 15 – Distribuição com cauda mais longa para a esquerda

Fonte: WOILER, S.; WASHINGTON, F. M. Projetos: planejamento, elaboração, análise. SãoPaulo: Atlas, 1996.

Mínimo Máximo

Probabilidade

Investimento

Probabilidade

Vendas

32

Por outro lado, como os custos tendem a ser subestimados, a distribuição pode ter uma cauda

mais longa para a direita como está na figura 16.

Figura 16 – Distribuição com cauda mais longa para a direita

Fonte: WOILER, S.; WASHINGTON, F. M. Projetos: planejamento, elaboração, análise. SãoPaulo: Atlas, 1996.

Em segundo lugar, temos o problema de como associar um número ao acaso à distribuição de

probabilidade de cada variável. Isto é feito facilmente desde que os números sejam gerados

segundo uma distribuição uniforme no intervalo fechado entre 0 (zero) e 1 (um). O valor da

variável é determinado então através da função de repartição, isto é, da função de densidade

de probabilidade acumulada, como pode se visto na figura 17.

Probabilidade

Custo Direto de Produção

33

Figura 17 – Método da transformação inversa

Fonte: WOILER, S.; WASHINGTON, F. M. Projetos: planejamento, elaboração, análise. SãoPaulo: Atlas, 1996.

Em terceiro lugar, temos o problema da geração dos números randômicos ou, mais

rigorosamente, dos números pseudo-randômicos.

Um conjunto de números é randômico quando a probabilidade de cada membro do conjunto

ocorrer é igual de àquela de qualquer outro ocorrer. Ou seja, se X é um número randômico

definido para o intervalo fechado 0 (zero) e 1 (um), então:

P (x) = cte, para 0 <= x <= 1

É difícil e caro produzir números randômicos verdadeiros. E uma tabela de números

randômicos seria difícil de ser consultada manualmente ou então arquivada em um

computador.

Nestas condições, o mais prático é recorrer aos números pseudo-randômicos. Estes números,

embora não sejam estritamente randômicos, têm um comportamento suficientemente aleatório

1

F

X

Ix0Investimento

34

para serem utilizados em simulação de projetos. Além do mais, os números pseudo-

randômicos podem ser reproduzidos, fato que é importante quando se deseja conferir

determinada simulação.

Finalmente, em último lugar, uma palavra de advertência. WOILER (1996) diz que a técnica

de simulação não é nova, já tendo sido utilizado o método Monte Carlo em 1901 por Lord

Kelvin.

A pergunta que surge é porque seu uso não se disseminou a partir daquela época. E a resposta

é que a aplicação da técnica de simulação só é viável quando feita através do computador.

Pode se dizer que um problema, ao ser resolvido por simulação, envolve tal soma de

operações e consome tanto tempo que só o computador é suficientemente rápido para executar

as operações. Assim, se um problema puder se resolvido manualmente por simulação, é muito

provável que exista outra forma manual de resolução que requeira menos tempo.

Podemos concluir dizendo que a análise de investimento que usa simulação só deve ser feita

quando o tipo de investimento for suficientemente importante para justificar tempo de

modelagem, programação e tempo do uso de computador.

5.1.4 - Árvores de decisão

A árvore de decisão é um diagrama que relaciona as possíveis decisões e os riscos associados

a cada uma delas e suas probabilidades de ocorrência.

Não obstante o fato de que as alternativas decisórias diferem amplamente entre si, podemos

constatar que existem duas características comuns a todas: as decisões são escolhas

conscientes entre alternativas e os eventos são ocorrências sobre as quais não se tem controle.

Desse modo, podemos esquematizar um processo decisório como sendo composto das etapas

apresentadas na figura abaixo.

35

Figura 18 : Árvore de Decisão

Fonte: HIRSCHMANN, D.M. Gerência de Riscos. 2001

Segundo WOILER (1996), a árvore de decisão é um modo prático e fácil de esquematizar

estas etapas. Vejamos como se constrói uma árvore de decisão e qual a notação utilizada,

partindo de um exemplo.

Admitamos que uma pessoa tenha três opções de lazer: ir ao cinema, ir ao teatro ao ar livre

para assistir de graça a uma boa peça ou ver um filme na TV. As alternativas podem ser

esquematizadas do modo apresentado na Figura seguinte:

Figura 19 – Alternativas para uma decisão

Fonte: WOILER, S.; WASHINGTON, F. M. Projetos: planejamento, elaboração, análise. SãoPaulo: Atlas, 1996.

REAVALIAÇÃO

ESTIMAÇÃO DO RESULTADOFINANCEIRO ASSOCIADO À

OCORRÊNCIA DE CADAEVENTO

ESTIMAÇÃO DE A PROBA-BILIDADE DE CADA EVENTO

OCORRER

IDENTIFICAÇÃO DASALTERNATIVAS

Ponto de decisão

Cinema

Teatro

TV

36

Indicou-se o ponto de decisão por um quadrado. Ou seja, neste ponto é possível fazer uma

escolha consciente.

Passemos agora para a segunda etapa, que corresponde a estimar-se a probabilidade de cada

evento ocorrer. Para tanto, vamos admitir que cada opção de lazer poderá dar ou não certa

satisfação à pessoa. Temos então as possibilidades apresentadas na figura a seguir:

Figura 20 – Possibilidade de satisfação de cada opção

Fonte: WOILER, S.; WASHINGTON, F. M. Projetos: planejamento, elaboração, análise. SãoPaulo: Atlas, 1996.

Neste caso, indicou-se o evento aleatório por um círculo, isto é, neste ponto a ocorrência está

fora de controle da pessoa.

Precisamos determinar, agora, a probabilidade de ocorrência de cada evento. Para isto, vamos

admitir que a crítica de cinema elogiou muito o filme. Neste caso, se a pessoa acreditar que o

julgamento da crítica coincide com o seu, podemos dizer, por exemplo, que há 90% de

probabilidade de o filme lhe agradar e apenas 10% de probabilidade de ele sair chateado do

Ponto de decisão

Bom

Bom

Bom

Ruim

Ruim

Ruim

Resultado

Evento aleatório

37

cinema. No caso do teatro, a peça é boa, mas há possibilidade de chover, o que teria

consequências desagradáveis porque o teatro é aberto. A pessoa consultou o serviço de

meteorológico que lhe deu 70% de possibilidade de chuvas e 30% de possibilidade de tempo

bom. Finalmente, quanto ao filme que vai passar na TV, a pessoa não conseguiu informação

nenhuma e, deste modo, atribui 50% de chances de o filme ser bom e 50% de o filme ser

ruim.

A árvore de decisão, agora com as probabilidades associadas aos eventos, fica do modo

indicado na figura abaixo:

Figura 21 – Possibilidade de ocorrência de cada alternativa

Fonte: WOILER, S.; WASHINGTON, F. M. Projetos: planejamento, elaboração, análise. São

Paulo: Atlas, 1996.

Para cumprir a terceira etapa, vamos admitir que o custo de cada opção seja o seguinte:

Cinema: $100 (entrada mais estacionamento coberto)

Teatro: $40 se fizer tempo bom ou

$60 se chover (gasta mais $20 para lavar o carro)

TV: $5 (energia elétrica)

Temos então, a árvore de decisão em sua forma final como indicado na figura abaixo:

Bom

Bom

Bom

Ruim

Ruim

Ruim

Resultado

Cinema

TV

Teatro

0,9

0,3

0,5

0,1

0,7

0,5

38

Figura 22 – Resultado final da árvore de decisão

Fonte: WOILER, S.; WASHINGTON, F. M. Projetos: planejamento, elaboração, análise. SãoPaulo: Atlas, 1996.

Como todas as alternativas implicam gastos, os valores negativos foram indicados entre

parênteses.

Calculando-se agora a esperança matemática associada a cada alternativa, temos:

Cinema: E (C) = 0,9 (-100) + 0,1 (-100) = -100

Teatro: E (T) = 0,3 (-40) + 0,7 (-60) = -54

TV: E (TV) = 0,5 (-5) + 0,5 (-5) = -5

Estes resultados foram indicados na própria árvore de decisão da figura 20, em cima de cada

círculo.

Podemos concluir então que, em termos de custo (desembolso), a melhor opção é ficar em

casa vendo um filme na TV. É evidente, porém, que as três opções provocam satisfações

subjetivas na pessoa. Assim, medindo esta satisfação em termos de utilidade, isto é, do grau

de satisfação provocado, teríamos, por exemplo, o que se indicou na figura abaixo:

Resultado

Cinema

TV

Teatro

0,9

0,3

0,5

0,1

0,7

0,5

(100)

(40)

(5)

(100)

(60)

(5)

(100)

(54)

(5)

39

Figura 23 – Grau de satisfação com base no valor atual líquido

Fonte: WOILER, S.; WASHINGTON, F. M. Projetos: planejamento, elaboração, análise. SãoPaulo: Atlas, 1996.

Podemos calcular a esperança matemática para cada alternativa em termos de utilidade:

Cinema: E(C) = 0,9 (80) + 0,1 (30) = 75

Teatro: E (T) = 0,3 (100) + 0,7 (0) = 30

TV: E (TV) = 0,5 (50) + 0,5 (10) = 30

Temos agora que a alternativa de ir ao cinema é a preferível em termos da satisfação, ou seja,

de utilidades. As duas outras opções (teatro e televisão) apresentam-se empatadas.

5.1.5 - Avaliação especializada

A avaliação especializada pode substituir ou agregar valor a alguma das técnicas matemáticas

citadas acima. Ela classifica os eventos de risco em probabilidades de ocorrência alta, média

ou baixa e o impacto em severo, moderado ou limitado.

Utilidade

Cinema

TV

Teatro

0,9

0,3

0,5

0,1

0,7

0,5

80

100

50

30

0

10

75

30

30

40

Tabela 4: Avaliação do Grau de Risco

Impacto/

Probabilidade

Muito Alto Alto Médio Baixo Muito Baixo

Catastrófica Alto Alto Moderado Moderado Baixo

Crítica Alto Alto Moderado Baixo Nenhum

Marginal Moderado Moderado Baixo Nenhum Nenhum

Desprezível Moderado Baixo Baixo Nenhum Nenhum

Fonte: SCHNEIDER, R. Gerência de Riscos na Engenharia de Software. 2002.

5.1.6 - Análise de sensibilidade

É a abordagem comportamental que utiliza inúmeros valores possíveis para uma dada

variável, tal como entradas de caixa, para avaliar o seu impacto no retorno da empresa,

medido aqui pelo VPL (Valor Presente Líquido).

A análise de sensibilidade consiste em avaliar as alterações nos resultados observados no

valor presente líquido, após alterações em variáveis chaves ao longo de, normalmente, três

situações (mais provável, pessimista e otimista). Portanto, quantifica a sensibilidade dos

resultados em relação às mudanças em uma variável de entrada, mantendo os outros fatores

constantes.

A análise inicia com um caso base, normalmente o mais provável. Montada a estrutura

esperada, podem ser iniciadas questões do tipo “ e se acontecer isso?”. A quantificação dessas

hipóteses é representada através do aumento ou diminuição percentual em relação ao valor

esperado de uma variável por vez. Após essa variação, um novo VPL é calculado. Um

conjunto de VPLs é listado para todas as três possibilidades de uma única variável,

juntamente com o valor esperado das outras variáveis (ROSS, 1995).

Como exercício, tomem-se as vendas hipotéticas de uma empresa para determinado período.

A situação mais provável apresenta vendas no valor de $5.000.000. Em uma situação mais

pessimista, pode-se realizar vendas somente no valor de $2.500.000; por outro lado, numa

situação otimista, poder-se-ia contar com vendas da ordem de $10.000.000. Nesse caso, a

análise de sensibilidade consistiria em calcular o VPL do período com o nível de venda mais

41

provável e depois com os outros níveis, pessimista e otimista. Os resultados estão dispostos na

tabela abaixo:

Tabela 5 – Análise de SensibilidadeVariáveis / Situações Pessimista Mais Provável Otimista

Vendas $2.500.000 $5.000.000 $10.000.000

VPL ($150.000) $250.000 $800.000

*Dados hipotéticos, com objetivo meramente ilustrativo da técnica

Fonte: NETO, J.F.C, MOURA, H.J., FORTE, S.H.C.A. Modelo prático de previsão de fluxode ciaxa operacional para empresas comerciais considerando os efeitos do risco, através dométodo de Monte Carlo. Fortaleza, 2002.

O gestor pode então projetar o resultado para cada situação. Veja que, em uma situação

pessimista, o resultado período será negativo, o que mostra o risco que se incorre nesse

projeto. Para o caso mais provável, evidencia-se uma situação ainda lucrativa, acima do custo

de capital do projeto. E a situação otimista, também é favorável.

O problema dessa abordagem é a arbitrariedade na compreensão do que é realmente otimista,

pessimista e mais provável. Para alguns analistas um nível de uma variável pode ser

categorizada como otimista, ao passo que por outro pode ser categorizado como

extremamente improvável de ocorrer. Outro problema com essa técnica, é a negligência da

influência que uma alteração em uma variável pode acarretar sobre outras variáveis. Por

exemplo, um aumento das vendas leva a um aumento nas comissões pagas. As diversas

variáveis tendem fortemente a estar relacionadas entre si e o método as trata isoladamente

(CORREIA 2002).

5.1.7 - Análise de Cenários

Um cenário é composto por incertezas ,que podem ser chamadas de fatores de risco. Um

cenário é um conjunto de fatores de risco relacionado ao tempo em que ele é identificado.

A análise de cenário é uma abordagem comportamental similar a análise de sensibilidade, mas

de escopo mais amplo, usada para avaliar o impacto de várias circunstâncias no retorno da

empresa. Ao invés de isolar o efeito da mudança em uma única variável, a análise de cenário é

42

usada para avaliar o impacto, no retorno da empresa, de mudanças simultâneas em inúmeras

variáveis, tais como entradas de caixa, saídas de caixa e custo de capital, resultantes de

diferentes suposições acerca das condições econômicas e competitivas.

É uma técnica de análise de risco em que as séries de circunstâncias financeiras “ boas” e

“ruins” são comparadas a uma situação mais provável (MACHADO, 2002).

Utilizando um exemplo, não seria considerado apenas o nível de vendas, mas, em adição,

fatores internos e externos. Como fatores internos, tem-se, por exemplo, o aumento do custo

de matérias-primas, das despesas operacionais e dos custos de financiamento. Alterações nas

políticas fiscais ou cambiais, nível de inflação e crescimento econômico do país são alguns

itens externos à empresa que devem ser incorporados ao desenvolvimento dos cenários

futuros.

Para cada cenário poderiam ser calculadas probabilidades de ocorrência. Veja outro exemplo

abaixo:

Tabela 6 – Análise de CenárioVariáveis / Situações Pessimista Mais Provável Otimista

VPL ($750.000) $850.000 $1.200.000

Probabilidade 30% 45% 25%

Cenários Diminuição no nível de

vendas em 10%.

Aumento das despesas

fixas em decorrência da

falta de escala de venda.

Aumento da carga

tributária.

Nível de vendas e

participação de mercado

esperados. Manutenção

do atual nível de despesas

fixas e variáveis.

Aumento no nível de

vendas e participação de

mercado em 15% e 20%

respectivamente.

Diminuição nas despesas

fixas de 5%.

* Dados hipotéticos, com objetivo meramente ilustrativo da técnica.

Fonte: WOILER, S.; WASHINGTON, F. M. Projetos: planejamento, elaboração, análise. SãoPaulo: Atlas, 1996.

Considerando os três cenários, chega-se à conclusão que o VPL esperado para o fluxo de

caixa é $457.500, sendo a média dos resultados observados para cada cenário, ponderado

pelas respectivas probabilidades de ocorrência. Entretanto, há 30% de chance que o resultado

43

do período seja negativo. Esse risco deve ser considerado pelos interessados como informação

importante na decisão a ser tomada.

A análise de cenário é um incremento em relação à análise de sensibilidade, pois já identifica

as relações entre as variáveis e permite o cálculo de alguns resultados discretos de VPLs. As

possibilidades de situação são, a rigor, infinitas. Essa continuidade de situações pode ser mais

aproximada pelo Método de Monte Carlo.

5.2 - Métodos Matemáticos para a Avaliação dos Riscos

Um dos maiores problemas a ser enfrentado na avaliação dos riscos de um projeto, é o

tratamento matemático das fontes individuais de risco. Uma alternativa para este problema

está na utilização de um procedimento numérico, como o Método de Monte Carlo (MMC).

Este procedimento envolve a utilização de números aleatórios nas simulações, o que pode

facilitar acentuadamente os cálculos do risco, ainda mais suportados por uma planilha

eletrônica, dotada de linguagem de programação que permite a geração automática dos

resultados.

A avaliação dos riscos de um projeto comumente envolve um conjunto de técnicas que

buscam estabelecer parâmetros de sua viabilidade. Comumente esses parâmetros são

expressos pelo Payback (prazo de retorno do investimento inicial), pela TIR (taxa interna de

retorno) ou pelo Valor Presente Líquido (VPL, resultado dos fluxos de caixas, descontados a

data zero pelo custo de capital do projeto e subtraído do ivestimento inicial). Porém, poucas

são as considerações formais sobre os riscos que envolvem os fluxos de caixa de um projeto.

A forma mais comum dá-se com a análise de sensibilidade, que costuma envolver a simulação

de resultados para vários níveis de custo de capital e/ou taxa de crescimento de receitas.

Normalmente, as abordagens de avaliação de riscos de projetos apresentadas são

determinísticas: espera-se que os valores projetados realmente ocorram. O tratamento do risco

do projeto, quando existe, é comumente feito através da utilização de análise de sensibilidade,

para o custo de capital do projeto ou para o possível crescimento dos fluxos de caixa futuros.

Quando o VPL é adotado como parâmetro de decisão, o tratamento matemático formal

envolve a determinação do seu valor médio e de sua variabilidade (ou risco, expresso sob a

forma de desvio padrão) calculados a valor presente dos fluxos de caixa deste projeto. A

obtenção da média não seria um complicador, já que o seu cálculo é simples, resultante da

44

ponderação das outras médias de cada fluxo de caixa. Entretanto, a determinação do risco,

conforme Markowitz já havia sido estabelecido em seu artigo “ Portfolio Selection” ,

publicado no Journal of Finance em junho de 1952, envolveria a consideração da

variabilidade de cada fluxo de caixa, mais a covariância, calculada dois a dois, para todos os

fluxos. Se imaginarmos que cada fluxo de caixa pode ser considerado resultante de um

conjunto de fatores de risco (como preços praticados, quantidades vendidas, custos e

despesas), o tratamento matemático convencional seria muito complexo e, portanto quase

impossível na maioria das vezes, já que boa parte dos tomadores de decisão e/ou analistas de

projetos não teriam condições de realizá-lo.

Em se tratando dos riscos inerentes às finanças do projeto, temos alguns métodos de

avaliação:

5.2.1. - Payback

Representa o prazo necessário para a recuperação do capital investido, podendo ser simples

(sem considerar o custo de capital, valor do dinheiro no tempo) ou descontado (considerando

o valor do dinheiro no tempo).

O payback comumente é usado de forma preliminar a outros métodos como um calibre inicial.

Se, por exemplo, o payback descontado de um projeto for superior ao período máximo

estabelecido pela empresa para recuperar o investimento inicial, este não deve ser aceito pela

empresa, mesmo que apresente TIR superior ao custo de capital ou VPL positivo. A vantagem

deste método é que não exige nenhuma sofisticação de cálculos, e serve como parâmetro de

liquidez (quanto menor, maior a liquidez do projeto) e de risco (quato menor, menor o risco

do projeto).

Calculamos o payback de acordo com o fluxo de caixa líquido do projeto. O exemplo abaixo,

nos mostra como é feito o cálculo:

Suponhamos que um projeto necessite de um investimento inicial de $50.000. Depois do

primeiro ano, a empresa recupera $30.000, deixando $20.000 a descoberto. O fluxo de caixa

no segundo ano é exatamente igual a $20.000; ou seja o investimento “se paga” em

exatamente dois anos. Em outras palavras, o período de payback é de dois anos.

45

Figura 24: Fluxo de Caixa do Projeto

Fonte: ROSS, W.J. Princípios de Administração Financeira. Editora Atlas. 2ªed. São Paulo2000.

Digamos que nossa empresa exige um payback de três anos ou menos para seus projetos.

Neste caso o investimento seria aceitável.

Agora que sabemos como calcular o período de payback de um investimento, a utilização da

regra do período de payback para a tomada de decisão torna-se imediata. Seleciona-se

determinado período de corte, e todos os projetos de investimento com período de payback

igual ou menor poderão ser aceitos.

Análise da Regra do Período de Payback

Quando comparada à regra do VPL, a regra de payback possui sérias limitações. Em primeiro

lugar, o período de payback é calculado simplesmente adicionando os fluxos de caixa futuros.

Não existe nenhum procedimento de desconto, e o valor do dinheiro no tempo é

completamente ignorado. A regra do payback também desconsidera diferenças de risco. O

período de payback poderia ser calculado da mesma maneira tanto para projetos muito

arriscados, como para projetos muito seguros.

Talvez o maior problema com a regra do período de payback seja estabelecer o período de

corte correto, porque não temos nenhuma base objetiva para escolher um número específico.

Em outras palavras, não existe raciocínio econômico para se examinar o período de payback

antes de mais nada; portanto, não temos diretrizes para selecionar o período de corte. Como

resultado, acabamos usando um número escolhido de maneira aleatória.

-$ 50.000 $ 30.000 $ 20.000 $ 10.000 $ 5.000

0 1 2 3 4Ano

46

Vantagens e Desvantagens da Regra do Período de Payback

Vantagens

1. De fácil compreensão;

2. Leva em conta a incerteza de fluxos de caixa mais distantes;

3. Tem um viés em favor da liquidez.

Desvantagens

1. Ignora o valor do dinheiro no tempo;

2. Exige um período de corte arbitrário;

3. Ignora fluxos da caixa além da data de corte;

4. Tem um viés contra projetos de longo prazo, tais como os de pesquisa e desenvolvimento

e novos projetos.

Para resumir, o período de payback é um tipo de medida de “ponto de equilibrio”. Como o

valor do dinheiro no tempo é ignorado, você pode encarar o período de payback como sendo o

tempo necessário para haver equilíbrio num sentido contábil, mas não em um sentido

econômico. A principal deficiência da regra do período de payback reside em não fazer a

pergunta correta. A questão relevante é o impacto que o investimento terá sobre o valor de

nossa ação, e não quanto tempo será necessário para recuperar o investimento inicial.

Todavia, como a regra é tão simples, muitas empresas frequentemente as adotam como um

filtro de triagem das inúmeras decisões de investimento que precisam tomar. Certamente, não

há nada errado com essa prática. Como qualquer regra de bolso, haverá erros em sua

utilização, mas ela não teria sobrevivido todo esse tempo se fosse inútil.

5.2.2. - Valor Presente Líquido (VPL)

Representa a diferença entre os fluxos de caixa futuros trazidos a valor presente, pelo custo de

oportunidade do capital e o investimento inicial.

A identidade de cálculo do VPL é expressa da forma seguinte:

VPL= ( ) ( ) ( )FC

iFC

iFC

iFC

nn −

+++

++

+ 1...

111

22

47

VPL=( ) 0

1 1FC

iFCn

jj

j −+

∑=

Onde: jFC : representa o valor de entrada (ou saída) de caixa previsto para cada intervalo

de tempo;

0FC : fluxo de caixa verificado no momento zero (momento inicial), podendo ser um

investimento, empréstimo ou financiamento.

O valor presente líquido é uma medida de quanto valor é criado ou adicionado hoje por

realizar um investimento.

A estimativa de VPL pode ser utilizada para determinar se um investimento vale a pena ou

não. Quando a diferença for positiva, então o investimento vale a pena, pois seu valor

presente líquido estimado será positivo. Existem riscos, no entanto, porque não há garantias

de que nossas estimativas estejam corretas.

LAPPONI (1996) ressalta que VPL positivo indica que o capital investido será recuperado e

remunerado na taxa de juros que mede o custo do capital do projeto, gerando assim um ganho

extra.

As decisões de investimento são enormemente facilitadas quando existe um mercado para

ativos similares ao investimento considerado. O orçamento de capital torna-se muito mais

complexo quando não podemos observar preços de mercado de investimentos pelo menos

grosseiramente comparáveis. O motivo é que nesse caso nos deparamos com o problema de

estimar o valor deste investimento utilizando apenas informações indiretas de mercado.

Infelizmente, essa é precisamente a situação geralmente encontrada pelos administradores

financeiros.

Sua maior vantagem é a de informar se o investimento do projeto aumentará o valor da

empresa futuramente.

Na eventualiadade pouco favorável de que o valor presente líquido seja exatamente igual a

zero, ficaríamos indiferentes entre realizar ou não o investimento.

48

5.2.3. - Taxa Interna de Retorno (TIR)

A TIR ou taxa interna de retorno está intimamente relacionada ao VPL. Tentamos com a TIR

obter uma única taxa de retorno para sintetizar os méritos de um projeto. Além disso,

desejamos que essa taxa seja “interna”, no sentido de que dependa unicamente dos fluxos de

caixa de determinado investimento, e não de taxas oferecidas em outro lugar.

Com base na regra da TIR, um investimento é aceito se a TIR é maior do que o retorno

exigido. Caso contrário, deve ser rejeitado.

A TIR de um investimento é a taxa exigida de retorno que, quando utilizada como taxa de

desconto, resulta em VPL igual a zero. Isto se torna importante, porque nos diz como calcular

retornos de investimentos mais complicados.

A identidade de cálculo da TIR é identificada da seguinte forma:

0FC =( ) ( ) ( ) ( )

,1

...111 3

32

21

1n

n

iFC

iFC

iFC

iFC

+++

++

++

+

0FC =( )∑

= +

n

jj

j

iFC

1 1

Onde: 0FC = valor do fluxo de caixa no momento zero (recebimento - empréstimo, ou

pagamento - investimento);

FC j = fluxos previstos de entradas ou saídas de caixa em cada período de tempo;

i = taxa de desconto que iguala, em determinada data, as entradas com as saídas

previstas de caixa. Em outras palavras, i representam a taxa interna de retorno.

As regras da TIR e do VPL parecem bastante similares, mas na verdade, a TIR algumas vezes

é denominada retorno do fluxo de caixa descontado, ou FCD. A maneira mais fácil de ilustrar

a relação entre VPL e TIR é fazer um gráfico. Colocamos os diferentes VPLs no eixo vertical,

e as taxas de desconto no eixo horizontal. Se tivermos um grande número de pontos, a figura

resultante será uma curva denominada Perfil de Valor Presente Líquido. Segue exemplo:

49

Figura 25: Perfil de VPL

Fonte: ROSS, W.J. Princípios de Administração Financeira. Editora Atlas. 2ªed. São Paulo2000.

Em nosso exemplo, a regra do VPL e a regra da TIR levam a decisões idênticas de aceitação

ou rejeição de um projeto. Aceitaremos um investimento utilizando a regra da TIR se a taxa

exigida de retorno for menor do que 13,1%. Conforme ilustra a Figura 12, o VPL é positivo

para qualquer taxa de desconto inferior a 13,1%, e portanto aceitaríamos o investimento do

mesmo modo se utilizássemos a regra do VPL. As duas reagras são equivalentes nesse caso.

Vantagens e Desvantagens da Taxa Interna de Retorno

Vantagens

1. Intimamente relacionada com o VPL, geralmente conduzindo à mesma decisão;

2. Fácil de ser compreendida e comunicada.

Desvantagens

1. Pode apresentar respostas múltiplas, se os fluxos de caixa não forem convencionais;

5

5

10

10 15

15

20

20

25 30-5

-10

VPL>0

VPL<0

VPL ($)

R (%)

TIR=13,1%

Taxa de Desconto VPL

0% $20,00

5 11,56

10 4,13

15 -2,46

20 -8,33

50

2. Pode levar à decisão errada na comparação de investimentos mutuamente excludentes.

Finalmente, sob certas circunstâncias, a TIR pode ter mais uma vantagem prática em relação

ao VPL. Não podemos calcular o VPL a menos que conheçamos a taxa de desconto

apropriada, mas ainda podemos estimar a TIR.

Segundo a maioria dos livros clássicos de finanças o principal método de avaliação financeira

de projetos consiste no VPL. Sendo assim, em caso de seleção de projetos com os menores

riscos, poderíamos sempre escolher aquele que apresentar o maior VPL. No caso de

basearmos nossa escolha na TIR, deveríamos tomar cuidados, já que o projeto de maior TIR

não representa necessariamente o melhor projeto, ou com menos riscos.

Podemos notar que as regras da TIR e do VPL quase sempre conduzem a decisões idênticas,

desde que duas condições muito importantes sejam satisfeitas. Em primeiro lugar, os fluxos

de caixa do projeto precisam ser convencionais, isto é, o primeiro fluxo de caixa

(investimento inicial) é negativo, e todo o resto é positivo. Em segundo lugar, o projeto

precisa ser independente, ou seja, a decisão de aceitar ou rejeitar esse projeto não afeta a

decisão de aceitar ou rejeitar nenhum outro projeto. Normalmente, a primeira condição é

satisfeita, mas a segunda geralmente não é. Ou seja, quando uma ou ambas condições não são

satisfeitas, pode haver divergências ou problemas nas decisões.

5.2.4. - Método de Monte Carlo (MMC)

Uma alternativa para o cálculo do risco seria a utilização de números aleatórios, como

expresso pelo Método de Monte Carlo. De acordo com COSTA E AZEVEDO (1996) o

Método de Monte Carlo é uma técnica de amostragem artificial empregada para operar

numericamente sistemas complexos que tenham componentes aleatórios. Trata-se de uma

ferramenta importantíssima de pesquisa e planejamento que vem sendo cada vez mais

utilizado devido ao constante aperfeiçoamento dos computadores, com sua grande velocidade

de cálculo, poder de armazenar dados e capacidade de tomar decisões lógicas.

Essa metodologia, incorporada a modelos de Finanças, fornece como resultado aproximações

para as distribuições de probabilidade dos parâmetros que estão sendo estudados. São

realizadas diversas simulações onde, em cada uma delas, são gerados valores aleatórios para o

51

conjunto de variáveis de entrada e parâmetros do modelo que estão sujeitos à incerteza. Tais

valores aleatórios gerados seguem distribuições de probabilidade específicas que devem ser

identificadas ou estimadas previamente.

O conjunto de resultados produzidos ao longo de todas as simulações poderão ser analisados

estatisticamente e fornecer resultados em termos de probabilidade. Essas informações serão

úteis na avaliação da dispersão total das predições do modelo causada pelo efeito combinado

das incertezas dos dados de entrada e na avaliação das probabilidades de serem violados os

padrões das projeções financeiras.

Segundo CORREIA (2002), Monte Carlo “ é um método de simulação baseado na utilização

de números aleatórios que serão sorteados para gerar resultados e as distribuições de

probabilidade correspondentes”. Sua aparição se deu durante a Segunda Guerra Mundial, no

Projeto Manhhattan, para construção da bomba atômica. Sua intenção era chegar a soluções

aproximadas de problemas referentes à difusão randômica de nêutrons no material nuclear,

através de simulações. O nome Monte Carlo foi dado por um de seus criadores, o matemático

austríaco Stanislaw Ulam, e é uma referência aos jogos de roletas nos cassinos de Mônaco.

Esse método gera continuamente e aleatoriamente números a fim de criar vários eventos

possíveis de acontecerem. Essa geração “ randômica” isenta os números de uma inclinação

mais otimista ou pessimista do autor da projeção. Cada geração de novos valores corresponde

a um evento ou cenário provável de ocorrer, que é guardado em uma distribuição de

probabilidade. A disposição desses eventos em uma distribuição possibilita a avaliação da

probabilidade de ocorrência de cada evento, através de medidas de estatística descritiva, como

a média e o desvio padrão.

Basicamente, em uma projeção identificam-se as variáveis que serão geradas aleatoriamente.

Essas variáveis normalmente apresentam seus possíveis valores dentro de uma faixa

identificada por um valor mínimo e um máximo. Além dessas variáveis, existem variáveis

independentes que não estão relacionadas às variações daquelas. Essas variáveis ou são

constantes (desvio padrão igual a zero) ou variam de uma outra forma, independentemente

das variáveis inicialmente identificadas.

Outras variáveis podem ser diagnosticadas como dependentes das variáveis a serem geradas

aleatoriamente. Identificadas essas variáveis, uma relação de proporcionalidade deve ser

52

determinada entre elas e a(s) variável(is) independente(s). Dessa forma, em cada geração

aleatória de valores, aquelas terão automaticamente seus valores calculados.

Após a caracterização de cada variável relativa ao problema, inicia-se uma geração de

números aleatórios, respeitando a faixa adotada para cada variável independente. Ressalta-se

que essa geração pode ser efetuada através de tabelas de números aleatórios ou mais

comumente através de geração computacional. Os recursos computacionais disponíveis

atualmente permitem que esse método seja facilmente utilizado e seus resultados sejam

apresentados de várias formas, inclusive graficamente. Vários softwares específicos ou

mesmo as planilhas eletrônicas disponíveis no mercado possibilitam sua implementação nas

projeções financeiras. Uma vez, portanto, gerados os valores para as variáveis independentes,

pode-se automaticamente calcular os valores das variáveis dependentes, através das relações

percentuais firmadas entre elas.

Cada geração dessa série de números significa um cenário possível de ocorrer. Esse evento

tem então uma probabilidade diferente de zero de acontecer e gera uma saída que deve ser

guardada em uma lista para posterior análise. A geração de um novo cenário é feita, seguindo

o mesmo processo de aleatoriedade. Os seus resultados são guardados novamente.

Esse processo de geração de dados de entrada e registro dos resultados é repetido tantas vezes

quanto for necessário. A determinação da quantidade de repetições vai depender de vários

fatores. Um deles é o poder de processamento utilizado. Se o processamento de muitas

repetições for possível, tanto será melhor, já que os resultados serão mais representativos.

Ao final de todas as repetições, está criada uma série de resultados. Quanto maior o número

de iterações, mais essa distribuição dos resultados deve aproximar-se de uma distribuição de

probabilidade normal ou em forma de sino, cuja demonstração escapa ao escopo desse

estudo. À essa distribuição, pode-se aplicar a medida de concentração estatística média e a

medida de dispersão desvio padrão. Através do Teorema do Limite Central, pode-se concluir

que se forem gerados muitos números aleatórios, os valores amostrais tendem para uma

distribuição normal, mesmo tendo os valores populacionais uma distribuição não normal

(WOILER, 1996). A análise das medidas de média e desvio padrão é a mais adequada para

uma grande geração de resultados.

53

Com essas medidas, a distribuição de probabilidades apresenta uma característica de

avaliação dos resultados que pode dar a probabilidade de determinada faixa de resultado

ocorrer, assim como os riscos de que uma faixa de resultados negativos ocorra.

A propriedade estatística de uma distribuição normal que mais se aplica ao método de Monte

Carlo é a concentração em torno da média encontrada. Sabe-se que, em uma distribuição

normal, aproximadamente 68% das ocorrências totais encontram-se na faixa entre a média

encontrada menos uma vez o desvio padrão e a média mais uma vez o desvio padrão.

Ganhando mais confiança, 95% dos eventos encontram-se entre a média menos duas vezes o

desvio padrão e a média mais duas vezes o desvio padrão. Por último, 99,5% dos resultados,

estarão situados entre a média menos três vezes o desvio padrão e a média mais três vezes o

desvio padrão. A tabela abaixo sintetiza essa regra:

Tabela 7 – Intervalo de confiança dos resultados geradosDispersão em relação à média dos resultados Percentual dos resultados

Resultado entre a média-dp e a média+dp 68%

Resultado entre a média-2dp e a média+2dp 95%

Resultado entre a média-3dp e a média+3dp 99,5%

Legenda: dp= desvio padrão

Fonte: WOILER, S.; WASHINGTON, F. M. Projetos: planejamento, elaboração, análise. SãoPaulo: Atlas, 1996.

Entretanto, se a distribuição não se apresentar como normal e assimétrica, pode-se lançar mão

do Teorema de Chebyshev. Segundo esse teorema, a proporção mínima dos valores que caem

entre k desvios padrões da média é de pelo menos 1- (1/k2 ), onde k é uma constante qualquer

maior que 1 (WOILER, 1996). Assim, antes de aplicar a regra, é necessário determinar o tipo

de distribuição dos dados, apesar de que em aplicações práticas e com um número razoável de

gerações de VPLs, espera-se que as distribuições se aproximem de uma distribuição normal

simétrica.

Portanto, através desses conhecimentos, pode-se concluir a simulação com os resultados

esperados, bem como as suas probabilidades de ocorrência. Essa sistemática considera, então,

os aspectos relevantes do risco associado e diminui a influência subjetiva do projetista. As

54

duas últimas constituem grandes vantagens do método probabilístico em relação ao método

determinístico.

55

6. Desenvolvimento de Respostas aos Riscos

Na teoria do PMBOK, o desenvolvimento de respostas aos riscos envolve definir os passos

necessários para o aproveitamento das oportunidades e respostas às ameaças.

Antes de desenvolver as respostas a todos os riscos, o gerente deve se preocupar em

identificar e analisar somente os riscos com alta e média prioridade. Alguns riscos são de

baixa prioridade de acontecimento, e não se deve perder tempo com eles.

Para DELGADO (2001), em cada risco devemos escolher uma estratégia ou ação mais

adequada, que se categorizam em tentar evitar, tentar reduzi-lo ou somente aceitá-lo.

Para analisarmos os riscos e escolhermos qual a melhor solução para cada um, podemos nos

utilizar das seguintes entradas:

♦ Lista dos riscos por prioridade;

♦ Ranking dos riscos do projeto;

♦ Lista dos riscos por prioridade de quantificação;

♦ Análise probabilística do projeto;

♦ Probabilidade de atingir os objetivos de custo e prazos;

♦ Lista de respostas potenciais;

♦ Riscos iniciais;

♦ “Proprietários” do risco;

♦ Causas comuns dos riscos;

♦ Tendências no resultado da análise dos riscos quantitativos.

No planejamento das respostas aos riscos, o PMBOK cita três categorias em que as respostas

às ameaças geralmente se enquadram:

♦ Riscos a evitar – Na tentativa de evitar o evento do risco, podemos utilizar várias

estratégias, sendo as mais utilizadas, a eliminação da causa, ou a escolha de uma

alternativa em que o risco continue existindo, mas com menores conseqüências. Esta

técnica é muito requisitada, mesmo que não seja muito possível no caso tratado, pois ela

elimina os custos de possíveis resultados.

♦ Transferência do risco – transferir o risco para outro grupo, é uma prática muito comum.

Esta transferência, sempre resultará em um custo. Os contratos com valores pré-fixados,

56

são um bom exemplo. O contratante inclui uma cláusula no contrato, indicando que todas

as consequências dos riscos ocorridos deverão ser de conta do contratado. Este fator de

riscos irá aumentar o valor do contrato. Após decidir por transferir o risco, o contratante

deve decidir qual grupo tem mais condições de controlar melhor as atividades que podem

induzir aos riscos. Outra forma de se transferir os riscos é através de seguros, mas esta

geralmente não é considerada pelo alto custo. Alguns gerentes de projetos, decidem por

dividir a responsabilidade de ocorrência dos riscos com outro grupo, ou fazer seguro de

parte do projeto, para que o custo não seja tão alto.

♦ Mitigar – A mitigação nos permite reduzir a probabilidade ou as consequências do evento

do risco. A mitigação é feita através da mudança de plano, da adição de recursos, ou até

utilizando outra tecnologia. Se a mitigação de um evento de risco não é possível, o gerente

do projeto deverá decidir se o item de alto risco é aceitável ou se o projeto deve ser

cancelado.

Na ausência de possibilidade de conseguirmos utilizar uma das ferramentas acima descritas,

somente restará o aceite do risco. Alguns riscos no projeto devem ser assumidos e suas

conseqüências aceitas e trabalhadas.

6.1. Ferramentas para o Desenvolvimento de Respostas aos Riscos

Neste caso as ferramentas mais comuns, utilizadas para esta etapa são:

6.1.1 - Aquisições

A aquisição de bens e serviços de fora da organização, algumas vezes pode ser uma resposta a

certos tipos de risco, mas na maioria das vezes, somente significa a troca de um risco por

outro. Um exemplo é que quando decide-se contratar uma empresa de tecnologia terceirizada,

ela apenas está trocando o risco que teria com aquisição de empregados para o risco de

futuros problemas com a empresa terceirizada.

6.1.2 – Estratégias Alternativas

Os eventos de risco podem, freqüentemente, ser prevenidos ou evitados alterando-se a

abordagem planejada inicialmente. Para cada área de projeto existem várias estratégias

alternativas disponíveis a serem utilizadas. Existe um corpo de literatura substancial quanto ao

valor potencial de várias destas estratégias.

57

6.1.3 - Seguros

Seguros ou algo similar como bônus, normalmente está disponível para lidar com algumas

categorias de risco. O tipo de cobertura e o custo desta cobertura variam de acordo com a área

de aplicação.

6.1.4 – Planejamento de Contingência

O planejamento de contingência envolve a definição prévia dos passos a serem seguidos se

um evento de risco identificado ocorrer.

A contingência, nada mais é do que, ações preventivas para reduzir ou aliviar o impacto

negativo da ocorrência do evento.

Segundo GRAY (2000), o planejamento de uma contingência pode ser um fator de aumento

significativo de chances para o sucesso do projeto. Em projetos de alto risco as reservas

contingenciais são realmente necessárias.

O planejamento de contingência para CLELAND (2002), faz parte da redução de risco por

meio da identificação e documentação de soluções alternativas caso haja uma ocorrência de

risco. Quando é tomada a decisão de seguir em frente apesar das consequências, há a

preparação de planos de contingência, que podem ser uma solução técnica alternativa para

problemas técnicos, a contratação de uma organização mais qualificada para fazer o trabalho,

a redução do escopo do trabalho, ou o uso de uma tecnologia diferente.

Planos de contingência para falhas de custo ou cronograma poderiam incluir redução do

escopo técnico para se ter menos trabalho, a eliminação de parte do projeto, a alteração nos

recursos humanos, ou outros esforços para a redução de trabalho e corte de custos. É

importante determinar, primeiro, o escopo técnico do projeto e se há modificações nesta área.

Alterações no custo e cronograma em geral ocorrem quando há modificações no escopo

técnico.

A empresa pode dispor de várias contingências para o mesmo evento, desde uma mais simples

e com custo menor, até uma mais drástica e obviamente com um custo bem superior. O custo

de cada contingência deve ser estimado antes do início do projeto e a procedência dos fundos

devidamente identificada.

58

Um exemplo bem simples para este caso, é quando uma pequena empresa dispõe de

informações valiosas para os seus negócios em um computador de última geração, mas que

como toda máquina, pode vir a ter um problema de forma a impedir o acesso às informações

quando for necessário. Neste caso a empresa poderia dispor de vários planos de contingência

ao mesmo tempo, do mais simples ao mais complexo. Um simples back up em disco flexível,

ou em papéis arquivados, até a utilização de um outro computador que serviria de fonte de

back up, interligado em rede com o computador de uso normal.

Podemos utilizar a seguinte planilha para acompanhar os riscos e as contingências para cada

caso.

Tabela 8: Acompanhamento de Contingência

N

º

Riscos

Prob

abili

dade

Impa

cto

Gra

vida

de

Prevenção Contingência

Data

Última

Revisão

1 Sistema não

funcionar a

contento

durante os

testes

50 100 50 Documentar detalhadamente as

atividades de conceituação e

detalhamento, com assiantura

de aprovação do líder de projeto

do cliente

Não há 18/09/00

2 Usuários não

comparecerem

ao

treinamento

30 50 15 Negociar com chefias

previamente. Covocar todos em

reunião para expor importância

do treinamento no sucesso do

projeto.

Analistas que

acompanharão implantação

fazerem treinamento “ao

vivo” após virada, conforme

dificuldades de uso.

18/09/00

3 Fornecedor

ser comprado

por grande

grupo de

consultoria

20 33 7 Reuniões mensais com

presidente do fornecedor para

acompanhar evolução das

negociações.

Serviço tende a ser mantido

mesmo com mudanças de

proprietários.

Opcionalmente,

subcontratar analistas chave

como free-lancers.

19/09/00

Fonte: MONTEIRO, A. Planejamento e Controle de Projetos. 2002

Dentre várias ocorrências de risco, há algumas que têm implicações tanto em termos de custo

quanto de cronograma. Qualquer ocorrência de risco técnico irá adicionar custos ao projeto e

59

aumentar sua duração. Portanto, é melhor haver algumas reservas para contingência de custo e

de tempo, que representa um percentual do custo e outro do cronograma.

Uma contingência do custo pode ser computada com um certo grau de precisão

multiplicando-se a probabilidade de ocorrência (na escala de 0 a 1,0) pela consequência da

ocorrência de risco (na moeda corrente). Portanto, um risco que tenha a probabilidade de 0,6

de ocorrer e uma consequência de US$10.000,00 teria uma valor negativo de US$6.000,00. A

isso seria designado um período de tempo provável para uma ocorrência e se assinalaria no

cronograma.

Uma contingência de tempo pode ser computada de forma semelhante à de custo. Deve-se

multiplicar a probabilidade de ocorrência (0 a 1,0) pelo tempo adicional que se consumiria

(consequência) se o risco ocorresse. Isso proporciona o valor negativo para as unidades de

tempo adicionais que seriam necessárias. Uma contingência de tempo em um projeto de alto

risco é uma necessidade.

As reservas contingenciais são uma verba separada, planejada para uso admissível em futuras

situações que podem ser parcialmente planejadas como contingências (às vezes chamadas de

“incertezas conhecidas”). Podem envolver custos, programação ou ambos. Reservas de

contingência pretendem reduzir o impacto dos erros de custos ou das perdas de objetivos da

programação. São normalmente incluídas nas bases de referência de custos e programação de

projeto.

As reservas de contingência para custo e tempo não são necessárias durante toda a duração do

projeto. Uma vez que a ocorrência de risco foi evitada e o projeto está seguindo em frente,

elas podem ser reduzidas na quantidade de valor negativo. Por exemplo, um risco de custo

que é evitado permitiria liberar os recursos financeiros de uma reserva de contingência, de

modo que reduziria o volume de dinheiro reservado para uso futuro.

As reservas contingenciais são requeridas até que o evento de risco seja superado, podendo,

então, ser liberada.

60

6.2 - Eliminação de Risco

A eliminação ou redução de riscos é obtida por meio da mudança de plano, acréscimo de

recursos, uso de uma abordagem técnica diferente, ou outros tipos de ação. Esta redução,

tanto por meio da probabilidade de ocorrência quanto das consequências do resultado,

melhora a imagem do risco para o projeto.

A gerência do risco pode não ser possível para uma determinada ocorrência, e então a alta

administração deve ser convocada para decidir se um fator de alto risco é aceitável ou se o

projeto deve ser cancelado. Fatores de alto risco podem ditar alguma outra ação ou um atraso

até que melhores soluções possam ser encontradas. A decisão sobre ocorrências de risco que

tenham consequências graves é, em geral, reservada para a alta administração.

61

7. Monitoramento / Controle dos Riscos

A implantação do plano de gerenciamento de risco, deve ser efetiva e controlada, juntamente

com o controle do plano do projeto. Seu monitoramento e reavaliação devem ser constantes,

para evitar a perda de controle sobre os riscos.

Relatórios de controle deverão ser elaborados em todo o ciclo de vida do projeto. Esses

relatórios servirão para a monitoração da implementação das respostas aos riscos, da eficácia

das respostas e se outros riscos surgiram no decorrer do projeto.

Os produtos da monitoração são:

♦ Planos quebra-galho para as respostas aos riscos não planejados;

♦ Ações corretivas;

♦ Pedidos de mudança no projeto;

♦ Atualização do plano de respostas;

♦ Banco de dados de riscos;

♦ Rastreabilidade dos riscos × resolução.

PEREIRA (1999) afirma que a reavaliação servirá para analisarmos se os riscos realmente

foram evitados, se a probabilidade de ocorrência realmente diminuiu, se o impacto foi

minimizado, enfim, se o gerenciamento dos riscos foi executado com sucesso.

O PMBOK cita algumas ferramentas que podem ajudar neste monitoramento e controle do

risco.

♦ Auditoria das respostas ao risco do projeto;

♦ Revisões periódicas dos riscos do projeto;

♦ Análises do “earned value”;

♦ Técnicas de mensuração das respostas;

♦ Respostas para riscos adicionais.

O controle e monitoramento dos riscos, pode gerar atualizações e ações no planejamento dos

riscos.

A seguir é apresentado o modelo para o Controle de Riscos do Projeto segundo AMARAL,

J.A.

62

Tabela 9: Controle de Riscos do ProjetoCONTROLE DE RISCOS DO PROJETO

Nº RISCO Data: Probabilidade: Impacto: Categoria:

DESCRIÇÃO DO PROBLEMA:

AÇÃO:

CONTINGÊNCIA:

SITUAÇÃO ATUAL:

FASE DO PROJETO:

RESPONSÁVEL PELO RISCO:

ABERTO POR:

Fonte: AMARAL, J.A.A. Plano de Gestão de Riscos

63

8. Responsabilidades pelos Riscos

A responsabilidade pelo risco é sempre um fator de importância na hora de escolher a

estratégia a ser utilizada. Muitas vezes o gerente do projeto tenta transferí-la ou dividí-la com

outra parte, para que não atrapalhe seus planos iniciais do projeto.

A transferência de responsabilidades, pode ser feita à uma seguradora. Já que não podemos

evitar o evento do risco, ao menos podemos fazer com que a responsabilidade por ele seja da

seguradora.

A divisão de responsabilidades normalmente se dá em termos de criação de cláusulas

contratuais que visem a dividir as responsabilidades pelo evento com o contratante. Esta

técnica é muito utilizada para tentar reduzir os custos com as conseqüências dos eventos.

O líder de projeto é responsável pelo gerenciamento dos riscos. Cada risco deve constar de

um cronograma de prevenção, que é uma forma de o líder poder monitorá-los até que ocorram

ou que deixem de apresentar perigo. Riscos que não ocorrem podem ser retirados do

acompanhamento em atividade e qualquer planejamento de contingência a eles referentes

pode ser retirada do projeto.

Quando o risco é inserido no cronograma do projeto, pode ser estabelecida uma relação de

tempo entre as ocorrências de risco. Novos riscos ou riscos que se formam podem ser

inseridos no cronograma enquanto ocorrências passadas podem ser assinaladas como

completas. Um método usado é haver um marco para cada um com um risco específico.

Riscos que não ocorrem são fáceis de gerenciar, porém aqueles que ocorrem exigem esforços

intensivos para que seja mantido o progresso do projeto. A previsão da ocorrência de risco e a

ação corretiva necessária caso o risco ocorra irão minimizar os danos causados.

64

Capítulo II – OPORTUNIDADES GERADAS ATRAVÉS DO

GERENCIAMENTO DE RISCO

Após todo este estudo, verificamos que os riscos nem sempre são negativos. Existem os riscos

positivos, que caso venham a ocorrer estarão melhorando a qualidade do projeto, reduzindo os

custos e eventualmente reduzindo os prazos. É claro que, normalmente, os gerentes somente

se preocupam com os riscos de conseqüências negativas, pois os outros nem são considerados

como riscos. Eles irão alterar o projeto, muitas vezes, na mesma proporção, mas como serão

bem vindos, são considerados como oportunidades. Daí a relação de que riscos podem vir a

ser oportunidades e de certo modo uma vantagem competitiva para a empresa.

Na fase de identificação dos riscos, o gerente está em contato permanente com sua equipe nas

reuniões de análises. Estas reuniões podem trazer novas idéias quanto ao projeto, que servirão

para reduzir prazos, custo ou ainda melhorar a qualidade.

O plano de contingência, criado a partir da análise de algum risco, para minimizar este, pode

servir de exemplo para a criação de novas formas de executar determinada atividade do

projeto, podendo ser transformada em atividade principal (e não de contingência), gerando

uma nova técnica ainda desconhecida no mercado, o que coloca a empresa em vantagem

perante aos seus concorrentes.

Temos também a chance de que o evento do risco não venha a ocorrer. Se conseguirmos

extinguir totalmente a probabilidade do evento ocorrer dentro do nosso projeto, estaremos a

frente dos concorrentes, pois estes estarão sofrendo as consequências negativas do risco,

enquanto nossa empresa estará imune.

Outra possibilidade de transformar estes riscos em oportunidades, é quando o gerente do

projeto, de posse da informação da possibilidade de ocorrência do evento do risco, insere

nova atividade do processo de forma a diminuir as consequências do evento.

Deve-se encarar os riscos, que são identificados e gerenciados, como uma forma de estar a

frente da concorrência. A partir do momento em que a nossa empresa, tem ciência da

65

possibilidade do evento do risco e faz algo que possa minimizar ou evitar esta ocorrência, já

podemos considerar uma vantagem ou oportunidade perante as outras empresas, que nem ao

menos tem o conhecimento do risco.

É importante notar que existe um conceito de risco de oportunidade ou risco positivo. Perante

estas instâncias, o gerente de projeto ou a equipe de trabalho devem introduzir o risco, com a

finalidade de ganhar muito mais valor posteriormente. Por exemplo, a equipe pode dedicar

mais tempo a tratar de deslocar-se todos juntos devido a que pensam que a colaboração

resultará em incrementos de produtividade ao longo da vida do projeto. Este é um caso de

adaptação inteligente de risco. Mas neste passo, se assumirá que os riscos que estamos

manuseando são negativos. Necessitam ser atendidos com o fim de que os problemas

potenciais subsequentes não ocorram.

Segundo NETO (2002), o processo de evolução da gerência de riscos pode ser resumido em

vários estágios:

1) Problemático

- falta de comunicação causando falta de coordenação;

- pessoas estão muito ocupadas resolvendo problemas que não pensam no futuro;

- riscos não são endereçados até que se tornem problemas;

- notícias sobre riscos são encaradas como má notícia e as pessoas que se preocupam

com riscos são hostilizadas;

- gerência de crise é utilizada.

2) Atenuando

- mudança da gerência de crise para gerência de riscos;

- introdução dos conceitos de risco;

- pessoas passam a se preocupar com riscos mas não os endereçam de forma

sistemática;

- como as pessoas têm pouco conhecimento e experiência, sentem-se inseguras em

como reportar os riscos;

- gerentes utilizam a gerência de riscos para reduzir a probabilidade e consequência de

riscos críticos – elaboram planos de contingência;

- ênfase nas fases iniciais do desenvolvimento.

66

3) Prevenindo

- a gerência de riscos deixa de ser vista como uma atividade de gerência e passa a ser

vista como uma atividade da equipe;

- transição da abordagem “evitar os sintomas dos riscos” para “identificar e eliminar as

raízes das causas de riscos” ;

- envolvimento da equipe e eventualmente dos clientes, com o gerente entendendo que a

gerência de riscos é um processo dinâmico e que não pode ser tratado de forma

isolado;

- ponto de inflexão entre abordagem reativa e pró-ativa;

- pessoas já possuem experiência em identificar riscos, mas sente-se inseguras em

quantificá-los.

4) Antecipando

- transição da gerência subjetiva para a gerência quantitativa dos riscos;

- utilização de métricas para antecipar falhas e prever eventos futuros;

- habilidade para aprender, adaptar e antecipar mudanças;

- equipe e clientes utilizam a gerência de riscos para quantificar riscos com razoável

acurácia e para focar nas reais prioridades.

5) Criando Oportunidades

- visão positiva da gerência de riscos utilizada para inovar e criar um novo futuro;

- mudança de paradigma para “riscos percebidos como perspectiva para economizar

dinheiro e fazer melhor do que o planejado”;

- risco, assim como qualidade, passa a ser responsabilidade de todos;

- risco é um processo ético e contínuo, identificado e resolvido em um ambiente aberto

e sem ameaças;

- atitudes profissionais favorecem uma comunicação aberta e contribuições individuais;

- admite-se que existem coisas que não sabemos e concorda-se com a sua existência,

utilizando cenários de melhor e pior caso;

- pessoas entendem que existe um custo de oportunidade associado a cada escolha e que

a busca desse equilíbrio melhora o processo de decisão;

- risco não é mais visto como algo negativo, mas como oportunidade.

Este último seria o estágio em que todas os gerentes de projeto deveriam eleger para sua área

de riscos. O estágio em que os riscos são encarados como oportunidades e vantagens que

poderão melhorar o projeto em vários sentidos, e assim fazê-los obter sucesso.

67

Capítulo III – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Gerenciar riscos com eficiência constitui-se não apenas em um grande desafio na atualidade,

mas é inclusive um fator crítico tanto para o sucesso do projeto, como também para a

sobrevivência da empresa.

O gerenciamento não deve ser praticado de maneira arbitrária, mas conforme técnicas

reconhecidas eficientes, onde se destacam as recomendações do PMI (Project Management

Institute). Contudo, para colher os benefícios esperados, deve haver a conscientização das

empresas em adotar o gerenciamento de projetos como uma metodologia na qual os seus

gerentes devem ser devidamente treinados, de forma a agregar valor às experiências

individuais dos mesmos.

O uso de uma metodologia adequada permite a redução de riscos de falha no projeto e ganho

de qualidade, além de ser ajustável às necessidades e realidade da empresa. Com a condução

de projetos utilizando-se uma boa metodologia, baseada em princípios, técnicas, ferramentas e

habilidades, os gerentes de projetos poderão aumentar a efetividade da gestão, alcançando

melhores resultados.

Os riscos são inerentes a todo projeto. O gerenciamento de riscos é importante exatamente

para analisar estes riscos, e reduzir as surpresas, os custos, os atrasos, o stress e os mal-

entendidos. Ele deve ser utilizado com plena eficiência, ou será encarado como custo

adicional. O gerenciamento induz ao gerente do projeto, um melhor entendimento das

melhores saídas para os eventos negativos e o melhor aproveitamento dos eventos positivos.

Atualmente se acredita que os riscos, por mais sérios que possam ser, e mais conseqüências

negativas que possam ter, podem e devem ser tratados de forma a gerar uma conseqüência

positiva, transformando o risco em vantagem competitiva para a empresa. Este é exatamente o

papel do gerenciamento de risco.

Aconselha-se que toda a documentação gerada do processo de gerenciamento de risco, seja

arquivada para futuros problemas dentro do projeto, ou até mesmo para servir de base para

outros.

68

O gerenciamento de risco deve ser o primeiro passo do planejamento do projeto, pois caso

venha a se descobrir algum risco inerente ao projeto, que venha a causar sérios danos, não

sendo a equipe de gerenciamento, capaz de transformá-lo em oportunidade, o ideal é criar, já

de início, um plano de contingência para o projeto. Os planos de contingência e as outras

ações contra os riscos, devem ser implementadas quando necessárias, sem que haja o medo da

equipe de projeto em modificar o planejamento inicial.

Uma das mais importantes etapas do gerenciamento de risco, tal como em outro trabalho

qualquer, é a avaliação do mesmo. Ele deve ser constantemente avaliado, para que qualquer

alteração seja feita a tempo e possamos obter sucesso no projeto.

Podemos citar alguns benefícios da implantação deste processo de gerenciamento de risco,

que são: encontrar os seguros mais adequados, preservar bens e vidas humanas, a manutenção

do fluxo produtivo e a permanência da empresa no mercado, manter constantemente os

funcionários motivados e aumentar a produção e a competitividade.

A análise de um planejamento de riscos, verificando cada um dos fatos ocorridos durante sua

execução e seus marcos, possibilita o aprendizado através do caminho percorrido, adotando o

conhecimento existente na própria organização e permitindo que esta venha a ser um dos

métodos que garantirá o alcance dos objetivos e efetivação das estratégias do projeto.

O risco de projetos é um fator que pode ser convertido em oportunidade de negócio, por meio

do plano de contingência. Depois do risco identificado, quantificado, e do plano de

contingência pronto, deve-se analisar como este pode ser transformado em atividades comuns

da rede, para que não mais seja considerado como um plano de contingência, mas sim uma

atividade inerente do projeto, além de um fator de diferenciação da concorrência na forma de

vantagem competitiva da empresa. Este deve ser sempre o objetivo do gerenciamento de

riscos em projetos, devendo os gerentes se familiarizarem com tais práticas, de forma a

otimizarem as oportunidades possíveis em cada projeto.

69

Capítulo IV - ANEXOS

Anexo 1- Nível de Risco

Robert Simons, um renomado professor de Harvard, escreveu um artigo que fala sobre o

sucesso de um projeto/empresa e de seus verdadeiros riscos. Ele adverte que o sucesso de um

projeto deve cada vez mais estimular os gerentes a identificarem o nível de exposição aos

riscos, ainda mais internamente. Simons desenvolveu uma ferramenta, que ele chama de

“calculadora de exposição ao risco” (risk exposure calculator), levando em conta três pontos

de pressão: cultura, crescimento e gestão de informações.

A calculadora mostra os pontos de pressão que levam a um aumento do nível de risco em

todos os projetos e empresas, como a velocidade de expansão operacional e o nível de

concorrência interna. Dependendo das circunstâncias e do estilo de gerenciamento do projeto,

o nível de pressão em cada ponto pode ser alto ou baixo.

Uma pontuação uniformemente baixa nesses pontos de pressão não é, necessariamente, uma

virtude. Já uma pontuação excessiva em muitos pontos de pressão, pode ser um forte indício

de que o projeto está exposto a níveis de risco perigosos. Podem ser necessárias medidas

reparadoras com urgência.

A calculadora de exposição ao risco não é um instrumento preciso, como uma planilha

eletrônica ou análise de fluxo de caixa, mas permite aos executivos determinar se o nível de

risco do projeto está na zona de segurança, de cautela ao primeiro ponto de pressão: a pressão

pelo desempenho.

Bem gerenciada, a pressão para alcançar objetivos desafiadores pode estimular a inovação, a

criatividade e o bom desempenho financeiro. Essa pressão, porém, também traz riscos

indesejados. Os funcionários podem temer as consequências sobre seus cargos e funções por

não terem alcançado as metas do projeto. Podem menosprezar a qualidade para acelerar as

atividades ou atrasar os prazos para reduzir os custos. E, se o nível de pressão for muito alto, a

equipe poderá até fornecer informações falsas sobre o desempenho para compensar eventuais

deficiências em relação às expectativas.

70

Para medir esta pontuação, os gerentes devem se perguntar se as metas agressivas estão

sendo estabelecidas de cima para baixo, sem nenhuma ou pouca consideração pela equipe. Se

a resposta for sim, esse item merece pontuação alta. Finalmente, a pressão sobre esse ponto

aumenta quando a empresa tem altas expectativas com os resultados financeiros deste projeto,

e as partes envolvidas dão muito valor à este ponto.

O segundo ponto de pressão ligado ao crescimento é a velocidade do projeto. Quando um

projeto está indo bem no seu curso normal, podemos analisar a possibilidade de acelerar

algumas atividades, para reduzir o prazo final. Sem um planejamento e uma destinação dos

recursos cuidadosamente, podemos sobrecarregar a equipe e a execução do projeto ao ponto

de sacrificar a qualidade. Para calcular a pressão deste ponto, os gerentes devem perguntar se

as atividades estão acontecendo mais rapidamente do que a capacidade de investimentos em

recursos.

O terceiro ponto de pressão do crescimento é decorrente da falta de experiência da equipe em

todos os níveis. Quando há necessidade de selecionar um grande número de pessoas

rapidamente, os gerentes muitas vezes, deixam de pesquisar o histórico pessoal ou diminuem

as exigências de padrões de desempenho. Assim, a equipe muitas vezes não tem capacitação e

o treinamento necessário ou não compreende completamente sua função.

A consequência dessa situação é bem conhecida: uma série de erros, pequenos e grandes.

Depois de aferir e compreender o nível de risco, os gerentes podem adequá-lo ao

planejamento inicial do projeto.

Funcionamento da calculadora

A calculadora de exposição ao risco divide as pressões internas em três categorias:

decorrentes do crescimento, da cultura organizacional e da gestão de informações. Em cada

uma dessas categorias, o sucesso pode aumentar o nível de risco. As pessoas afetadas por

essas pressões, inadvertidamente ou não, cometem enganos. Pulam etapas importantes do

processo de verificação da qualidade, por exemplo, ou permitem que novos funcionários da

equipe trabalhem sem o devido treinamento. As pressões internas também provocam falha de

transmissão de informações importantes, principalmente para a gerência. As pessoas não se

sentem à vontade ou não querem se sujeitar à elas. Finalmente, o aumento da pressão pode

71

provocar ineficiência ou interrupção do serviço, ou as duas coisas, devido à sobrecarga e à má

gestão de sistemas de pessoal.

Pontos de pressão provocados pelo crescimento

As empresas de crescimento rápido são, em geral, ambientes agitados e eletrizantes. Empresas

em franco desenvolvimento atraem tanto o interesse de funcionários como da bolsa de

valores. Nas estratégias que enfatizam o crescimento, os executivos costumam estabelecer

metas de vendas e lucros bastante ambiciosas. Aqueles que as cumprem costumam ver seu

trabalho recompensado; aqueles que não conseguem atender às expectativas não têm direito a

participar da fartura. Não é de admirar, portanto, que o crescimento leve importantes a

operários de chão de fábrica que não sabem operar equipamentos perigosos. De clientes

insatisfeitos a pessoal em perigo, os riscos provocados pela falta de experiência podem ser

desalentadores. Para calcular a pressão exercida nesse ponto, os executivos podem se

perguntar qual a porcentagem de vagas preenchidas por novatos – pessoas com, digamos,

menos de um ano de experiência na empresa. Outros indícios de que o nível de pressão está

alto são reclamações de clientes sobre os serviços e os funcionários que fazem muitos erros

“bobos”. Esses problemas, embora possam parecer meros fatores de irritação para a alta

direção da empresa, são, na verdade, indícios importantes de perigo. A inexperiência traz um

risco adicional, principalmente em empresas não estruturadas e voltadas para a inovação. É

preciso muito tempo para que as pessoas aprendam – e mais ainda para que internalizem – os

valores da empresa. Muitas vezes, elas simplesmente não sabem que o comportamento é

aceitável ou, dito de outra forma, que tipo de comportamento é considerado inadequado.

Pontos de pressão provocados pela cultura organizacional

Nenhuma empresa consegue sobreviver por muito tempo – ainda menos prosperar – sem o

correr o risco que leva à inovação e à criatividade. Porém, o sucesso pode encorajar demais as

pessoas adeptas do risco: o dinheiro sai fácil, a confiança está em alta. Para algumas pessoas,

a necessidade de jogar com os ativos e a reputação da empresa – sempre em nome de lucros

maiores – torna-se irresistível. Assim, as pessoas que trabalham para empresas de sucesso

costumam, investir em jogadas arriscadas demais, forjar alianças com pessoas ou em negócios

cujos contratos muitas vezes não podem ser honrados, ou prometer coisas impossíveis aos

clientes.

72

Aqui, mais uma vez, lembramos que recompensar iniciativas empreendedoras é, em geral, o

que se deve fazer. Porém, o aumento da recompensa às iniciativas empreendedoras provoca

igualmente um aumento de exposição ao risco. Veja o que ocorreu ao Bankers Trust,

instituição financeira que foi durante muito tempo um simples banco comercial. No início da

década de 1990, a alta direção resolveu transformá-lo em um banco de investimentos de perfil

agressivo, lançando produtos financeiros inovadores. Os bancários e os corretores que

criassem e vendessem novos produtos o mais rápido possível seriam recompensados. Em

1993, por causa do sucesso desse comportamento empresarial, a empresa registrava um lucro

de mais de US$1 bilhão, com um faturamento de US$4,7 bilhões. Em 1995, porém, o Bankers

Trust foi processado por vários clientes por dar uma versão falsa dos riscos desses novos

produtos financeiros. O resultado foram multas e reembolsos a clientes de mais de US$250

milhões e a destituição do CEO e de outros altos executivos do Bankers Trust.

Como é possível calcular a pontuação desse ponto de pressão? Uma maneira é calcular a

porcentagem do negócio representada por novos produtos e serviços gerados por funcionários

criativos que apreciam riscos. Quanto maior esta fatia, maior a pontuação. Outro motivo

comum de pontuação alta, é um ambiente em que as pessoas possam ou sejam forçadas a

atuar sozinhas. Finalmente, um aumento na frequência de fracassos com novos produtos e

serviços ou com negócios realizados pode ser um sinal de que a exposição ao risco está

aumentando. Outro ponto de pressão ligado à cultura da empresa diz respeito às informações,

principalmente à chegada das informações a níveis mais altos da hierarquia. Os executivos de

sucesso, numa atitude temerária, muitas vezes criam resistência às más notícias. Querem ser

rodeados de pessoas que compartilhem seu orgulho pelos negócios e externem enfaticamente

sua confiança na consecução dos objetivos de desempenho exagerados. As pessoas que falam

de obstáculos, problemas ou de perigos iminentes são preteridas e taxadas de negativistas,

acusadas de não serem integrantes dignas do grupo. Mas são essas pessoas – em geral aquelas

que têm contato diário com funcionários da linha de frente, clientes e fornecedores – que

estão mais habilitadas a ver o risco que se infiltra insidiosamente pela empresa e seus

projetos. Nas culturas em que a filosofia é o “chefe é quem sabe tudo”, muitas dessas pessoas

aprendem a se calar a respeito do risco que percebem.

O resultado? No pior dos casos, a alta direção é a última a saber a respeito de mudanças no

ambiente competitivo. Para calcular a pontuação desse item, os executivos devem responder a

algumas perguntas difíceis: Que tipo de notícia ruim eu estou disposto a ouvir? Será que tenho

73

à minha volta muitas pessoas que só dizem “sim senhor”? A resposta a essas perguntas ajuda

a determinar a pontuação.

O último ingrediente detonador na pressão do mix cultural é a concorrência interna. Muitos

gerentes acham que estão em uma “corrida de cavalos” com seus colegas em busca de

promoções e recompensas. E muitas vezes é isso mesmo que ocorre. A alta diretoria costuma

fazer concursos para estimular esforços excepcionais. Porém, quando os funcionários

percebem que os avanços e as promoções estão sendo dados em um jogo infrutífero, a

concorrência interna passa a ter efeitos indesejados. O resultado mais comum é uma

diminuição da troca de informações internas. Afinal, se você sabe algo importante a respeito

de clientes ou processos da concorrência que seus colegas ignoram, por que abrir mão dessa

vantagem? Para complicar um pouco mais o problema, os funcionários que sentem a pressão

da concorrência interna podem ser tentados a apostar com os bens da empresa, com prejuízos

potenciais de crédito e com a reputação da empresa na tentativa de melhorar seu desempenho

em curto prazo. Nessas circunstâncias, os riscos e as recompensas não são distribuídos de

maneira uniforme. Se uma jogada tiver sucesso, o funcionário e a empresa saem ganhando.

Se, porém, a jogada falhar, o funcionário pode, na pior das hipóteses, perder o emprego. A

empresa também pode ter prejuízos catastróficos. Foi exatamente isso que ocorreu no banco

Barings em 1995. Nick Leeson executou transações que, à primeira vista, pareciam muito

lucrativas. Quando a poeira assentou, já estava sendo acusado de fraude. Suas iniciativas

acabaram destruindo uma instituição de 200 anos.

Para calcular a pontuação relativa à concorrência interna, os executivos da empresa devem

simplesmente se perguntar: Nossa gestão e nossa motivação são do tipo “corrida de cavalos”?

Outros indicadores são os relatórios de desempenho da empresa. Os funcionários são

avaliados em comparação com os colegas ou por seus méritos? Se a resposta for a primeira

alternativa, a pontuação é alta. Os executivos também precisam pensar sobre o que acontece

quando pessoas de desempenho espetacular são promovidas. Outras pessoas são despedidas

ou deixam rapidamente a empresa quando isso ocorre? As empresas que têm ambientes do

tipo “ou promoção ou rua” têm altos níveis de concorrência interna e devem receber alta

pontuação neste item.

74

Pontos de pressão provocados pela gestão de informações

O grupo final de pressões de calculadora de exposição ao risco diz respeito ao fluxo de

informações da empresa. Em síntese, quando os sistemas de gerenciamento de informações

são adequados, sobrevém o caos – e aumenta o nível de exposição ao risco.

O sucesso no mercado costuma vir acompanhado de produtos cada vez mais sofisticados,

inovações na maneira de atender os clientes e criatividade nos novos produtos e serviços.

Todas essas mudanças podem aumentar a complexidade das transações. Quando isso

acontece, diminui o número de pessoas que realmente compreendem a natureza dos riscos

dessas transações e como controlá-los. Por exemplo, acordos entre países em operações

internacionais, financiamento criativo de compras de clientes e arranjos de consórcios

complicados podem produzir contratos altamente complexos.

Se apenas meia dúzia de experts da empresa realmente entender as obrigações resultantes e os

fluxos de caixa contingentes, os riscos escondidos nos balanços podem se tornar um mistério

para a alta gerência, que é quem mais precisa conhecê-los. Ao calcular o nível de pressão

desse ponto, portanto, pergunta-se se você realmente entende a linguagem complicada –

muitas vezes em um jargão incompreensível para leigos – usada pelos experts de sua empresa.

Se a resposta for não, dê a esse item uma pontuação de exposição ao risco condizente.

Sucesso também pode significar aumento do volume e da velocidade das transações, o que

costuma sobrecarregar os sistemas de informação. Os perigos aqui são óbvios. Os executivos

têm menos oportunidade de examinar as transações e garantir que elas se coadunam com as

políticas aprovadas anteriormente. Sistemas de tecnologia da informação sobrecarregados ou

inadequados podem não captar informações essenciais que apóiem o crescimento. Foi

exatamente o que aconteceu com a People Express, a companhia aérea “sem mordomias” que

hoje não existe mais. Com o crescimento dos negócios, os sistemas de informação

rudimentares da empresa logo atingiram um ponto em que não tinham capacidade de analisar

de forma precisa assentos e milhas para poder estabelecer preços que maximizassem os lucros

da empresa. Seis anos depois de seu lançamento de sucesso, a empresa faliu. Mais

recentemente, a América Online sofreu as consequências da falta de capacidade de

processamento de informações diante do aumento do volume de transações: interrupções e

quedas do sistema repercutiram amplamente, no mesmo momento em que havia muitos novos

clientes tentando usar seus serviços.

75

Para determinar a pontuação relativa a este item, os executivos devem calcular por alto os

níveis de complexidade, volume e velocidade de informações de um ano atrás. Qual foi o

nível de aumento, se é que houve aumento? A resposta a essa pergunta não é precisa, mas

pode oferecer um bom indicador para uma pontuação alta ou baixa.

O sucesso também pressiona os sistemas de relatórios internos que medem as variáveis de

desempenho crítico, como retorno do capital investido, vendas nos mesmos pontos, pedidos

atrasados e qualidade dos produtos ou serviços. Em tempos difíceis, os executivos costumam

se debruçar sobre esses fatos e números, tentando descobrir a fonte dos problemas, mas, na

bonança, esse processo é deixado de lado. Como calcular a pontuação desse ponto de pressão?

Um sinal de que a pontuação deve ser alta é o sentimento de frustração – cuja causa é difícil

de precisar no momento exato. Quando existem lacunas nas medidas de diagnóstico de

desempenho, gerentes e diretores obtêm as informações que necessitam fazendo telefonemas

e dando voltas pela empresa, gastando muito tempo com coisas que deveriam ser feitas por

computadores.

Outra forma de calcular a pontuação desse item é perguntar: Com que frequência tenho de

apagar incêndios? Se a resposta for sempre, é provável que os sistemas de informação não

estejam fornecendo as informações certas oportunamente. Por fim, atribua uma pontuação alta

a sua empresa se o último relatório sobre desempenho chegou a suas mãos há mais de um

mês, ou se você não tem como reclamar quando os relatórios de desempenho chegam tarde ou

deixam de ser emitidos. Isso é sempre um sinal de que os diagnósticos de controle não estão

sendo usados de forma eficiente.

O último ponto de pressão relativo ao gerenciamento de informações da calculadora de

exposição ao risco é a tomada de decisões descentralizadas. Quando as empresas crescem

muito rapidamente, os gerentes locais costumam dar grande autonomia à tomada de decisões.

É claro que a descentralização oferece muitas vantagens. Permite aos departamentos de

negócios locais responder rapidamente às demandas de mercado, permite mais criatividade e

inovação e pode aumentar a motivação. Mas esses efeitos positivos também têm um lado

negativo. Em primeiro lugar, gerentes locais, agindo sem compreensão ampla da estratégia

empresarial do negócio podem, inadvertidamente, assumir riscos muito grandes. Em segundo

lugar, as empresas descentralizadas não têm canais de informação bem definidos para

compartilhar dados com colegas ou superiores. Se a alta direção só fica sabendo de

76

informações importantes quando já é tarde demais, esse ponto de pressão merece alta

pontuação.

Uma calculadora e uma lupa

O sucesso é o objetivo maior de muitas pessoas ao entrar para o mundo dos negócios. A

sensação é ótima. E talvez seja por isso que, quando as pessoas o atingem, a última coisa que

querem ouvir é: cuidado – o risco está a sua porta. Mas os executivos que administram

empresas de sucesso não podem deixar o brilho do dia – ou do futuro – cegá-los. Precisam

deixar de lado os óculos escuros e pegar uma lupa para procurar, em sua empresa, os riscos

que podem estar multiplicando-se. Binóculos também podem ser úteis. Muitas vezes o risco

entra na organização por pontos distantes do topo.

A calculadora de exposição ao risco não vai, por si só, diminuir o risco da organização. Ela

poderá, porém, indicar onde e com que rapidez o risco surge. Com essa percepção, os

executivos podem tomar as medidas necessárias para proteger seu sucesso. Nem todo risco é

ruim. Depende de você, portanto, decidir se o nível de risco de sua empresa merece atenção

ou medidas mais severas.

77

Figura 26 – Calculadora de Exposição ao Risco

Fonte: SIMONS, R. Qual o nível de risco de sua empresa?. Revista HSM ano 3 nº 16, set –

out 1999 pág 122 a 130.

78

Anexo 2- Antes de Propor – uma ferramenta de análise de risco

Antes de Propor é uma ferramenta que implementa uma metodologia para análise de riscos de

projetos tanto do ponto de vista de um projeto individual como de seu impacto no risco global

da carteira de projetos da organização. O principal conceito envolvido é o da Teoria de

Portfólios de Markowitz, que demonstra que riscos individuais podem ser diluídos quando

considerados em conjunto com outros ativos, o que permite uma avaliação mais precisa dos

reais riscos envolvidos ao propor a execução de um projeto. A metodologia da ferramenta

aplica o não-determinismo a todos os fatores representando de maneira mais fiel a realidade

presente em todos os projetos e atividades de tomada de decisão com pouca informação.

Antes de Propor é fruto da percepção do processo de avaliação e cálculo de preços nos

processos licitatórios, em particular para desenvolvimento de sistemas de informação. Em

geral, os editais têm poucos detalhes sobre o sistema requerido e decisões de preços e riscos

envolvidos ficam sacrificadas nesse contexto, onde pouca ou nenhuma informação adicional é

oferecida. As tomadas de decisão nessas condições tendem a majorar em demasia os preços,

diminuindo assim a competitividade das organizações.

Com o intuito de integrar formalmente as incertezas presentes nos processos de tomada de

decisão, um método foi desenvolvido e implementado nesta ferramenta, que serve como uma

arma para o trato das incertezas dos resultados esperados.

Desenvolvimento

A ferramenta permite ao analista construir o modelo de decisão seguindo as etapas de análise,

projeção e interpretação. A análise é baseada em métricas de risco de software associadas aos

três fatores de risco mais importantes: custo, prazo e qualidade. A projeção é obtida pela

simulação através do Método de Monte Carlo, onde diversas amostras dos parâmetros do

projeto são geradas randomicamente a partir de uma distribuição triangular de cada item.

Baseado nos estudos de Markowitz (1952) e sua Teoria de Portfólio, largamente utilizada no

mercado financeiro para constituição de carteiras de investimentos, a ferramenta oferece o

mesmo processo para a avaliação de projetos. No entanto, expande os conceitos apresentados

por Markowitz ao considerar todos os valores envolvidos como não deterministas e sim

variáveis aleatórias. Distribuições de probabilidade triangular são utilizadas em todos os

níveis de avaliação, requerendo uma estimativa de três pontos: Mínimo, Mais Provável e

79

Máximo. O portfólio de projetos da empresa é a combinação das distribuições de

probabilidades de todos os projetos em andamento, e os riscos individuais de cada projeto

serão diluídos pela composição dos riscos e oportunidades dos projetos da carteira.

A ferramenta

Esta ferramenta leva em conta as hipóteses de configuração dos parâmetros da organização

referentes à sua distribuição de esforço no desenvolvimento de sistema de acordo com a sua

metodologia, distribuindo os percentuais das atividades envolvidas para cada um dos tipos de

projeto.

Figura 27 - Definindo as distribuições de esforço

Fonte: PAIXÃO, L.C.; SCHMITZ, E.A. Antes de Propor: uma ferramenta de análise de risco

e gerência de portfólio de projetos de sistemas de informação.1999.

80

Figura 28- Definindo os drivers de risco

Fonte: PAIXÃO, L.C.; SCHMITZ, E.A. Antes de Propor: uma ferramenta de análise de risco

e gerência de portfólio de projetos de sistemas de informação.1999.

A definição dos custos de Homem-Hora por atividade permite expressar os custos reais,

respeitando as diferenças entre cada atividade de acordo com o perfil dos profissionais

envolvidos. A distribuição do empenho no desenvolvimento de software foi baseada na

classificação de JONES (1994) que distingue 6 (seis) categorias diferentes de software e como

tal, requerem diferentes esforços distribuídos pelas atividades de seu desenvolvimento. (ver

figura 1)

Para identificação e mensuração dos riscos, Antes de Propor oferece um questionário com

perguntas objetivas, cada qual com um conjunto limitado de respostas, que no conjunto

contabilizam um índice denominado “k” - Índice de Ajuste (ver figura 2). O índice “k” é

aplicado nas distribuições de probabilidade dos fatores de risco presentes na organização, pela

multiplicação do valor “mais provável” da distribuição triangular por uma função do valor de

81

k.. Dessa forma, o os parâmetros das distribuições são alterados de acordo com as respostas

do questionário. (MOYNIHAN, 1989; MOLAK,1997)

Os demais parâmetros do modelo poderão ser lançados nas opções adequadamente oferecidas

pela presente ferramenta. A execução da ferramenta permite a análise da influência do projeto

em questão quanto aos níveis de risco do portfólio de projetos em andamento, e por outro

lado, uma vez determinado o nível de risco desejado, pode-se igualmente aplicar esta

ferramenta para determinar o preço mínimo aceitável para a organização responder (e aceitar

caso vença) o processo licitatório. (ver figura 3)

A ferramenta está totalmente desenvolvida em Visual Basic, oferecendo total compatibilidade

com a maior parte do mercado de equipamentos instalados junto aos tomadores de decisão.

Figura 29- Visualizando o portfólio

Fonte: PAIXÃO, L.C.; SCHMITZ, E.A. Antes de Propor: uma ferramenta de análise de risco

e gerência de portfólio de projetos de sistemas de informação. 1999.

82

Anexo 3 - Algumas perguntas mais frequentes

1) Por que é importante gerenciar riscos?

Para evitar surpresas durante a execução dos trabalhos, antecipando riscos e situações

desfavoráveis que poderão ser encontradas. Projetos bem geridos reduzem os riscos de

surpresas e eventos desfavoráveis. Caso essas surpresas ou situações apareçam, o

profissional saberá como contorná-las sem ter que parar ou comprometer todo o projeto.

2) Por que alguns projetos fracassam?

♦ As metas e os objetivos estão mal estabelecidos ou não são compreendidos pela

equipe. Fato muito comum que acontece em projetos. Muitas vezes o objetivo não está

explícito e a equipe não consegue visualizá-lo.

♦ O projeto inclui muitas atividades e pouco tempo para realizá-las. Fato pouco comum.

O projeto possui três variáveis: qualidade, custo e prazo: se o profissional deseja realizar

um projeto com baixo custo e pouco prazo, a qualidade desse projeto cai, mostrando que

uma variável determina a outra.

♦ O projeto é baseado em informações insuficientes ou inadequadas. O gestor não

precisa ter todas as respostas, mas tem que fazer todas as perguntas; o gestor tem que fazer

uma análise muito criteriosa do projeto sobre variados pontos de vista dos impactos sobre

os prazos, os custos, preenchendo lacunas vazias e gerenciando melhor o seu projeto.

♦ O projeto foi estimado baseado no feeling dos envolvidos, deixando em segundo

plano dados históricos de projetos similares já efetuados. Não é levada em conta a

informação dos projetos anteriores e são essas informações que ajudam a replanejar

alguns pontos do projeto e assim uma melhor utilização dos recursos.

♦ Não foi destinado tempo suficiente para o planejamento do projeto. Fato muito

comum. A falta de estrutura do planejamento, combinado com a ansiedade natural do

planejador, acaba por fracassar o projeto. O(s) planejador (es) deixa(m) passar alguns

pontos importantes, como o risco (que deixa de ser identificado e medido) e não chega(m)

a um entendimento comum (não deixa os objetivos bem claros).

♦ Os produtos finais não estavam bem definidos. Todo projeto tem que gerar um produto,

e para garantir que o gestor está no caminho certo, criam-se produtos intermediários,

que são pontos já concluídos do projeto os quais serão revisados para saber se estão

alinhados com o objetivo do projeto. Caso este produto não esteja alinhado ao projeto e

83

não recue a etapa que gerou esse produto para alinhá-la, nas etapas seguintes vai se

deparar com um problema: o custo da mudança (quanto mais você demorar, para alinhar,

mais recursos e pessoas você vai gastar para retornar o produto ao que foi inicialmente

proposto).

♦ As pessoas envolvidas na equipe não tinham conhecimento suficiente para executar

as atividades. A solução seria buscar as pessoas que possuem conhecimento suficiente

sobre o projeto ou planejar a capacitação daquelas que não possuem o conhecimento.

♦ As pessoas não estavam trabalhando nos mesmos padrões ou os padrões de trabalho

não foram estabelecidos. Grande perigo no projeto. Criar modelos de exemplo (sejam

eles modelos de relatório etc.) é a melhor solução. Quando a equipe é grande, a

dificuldade dos padrões estabelecidos serem seguidos é maior, causando mais trabalho ao

gestor do projeto.

♦ As expectativas não estavam alinhadas com a realidade do projeto. As pessoas criam

uma expectativa acima do que o projeto pode dar como resultado. Ponto muito perigoso.

♦ Não foram considerados os eventos que ocorreram durantes os trabalhos e que

impactaram no escopo do projeto. A falta de consideração e de avaliação desses eventos

sobre o projeto pode refletir nos recursos, na qualidade e no prazo dele. O profissional (ou

gestor) tem que estar preparado para avaliar e ajustar o projeto de acordo com os eventos

para evitar grandes problemas. Ponto muito importante.

♦ Não foram consideradas as questões políticas e culturais existentes. O projeto tem que

ser alinhado de acordo com a cultura e a política das comunidades atendidas. Daí a

necessidade de um mapeamento dos aspectos, das características da área a qual queira

implantar o projeto.

84

Capítulo V – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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