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Gestão Ambiental e Responsabilidade Social

Gestão Ambiental e Responsabilidade Social · ter uma postura de responsabilidade ambiental, não contaminando o ambiente natural, além de procurar estar presente nas atividades

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Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:Prof.a Me. Nilza Maria Coradi de Araújo

Revisão Técnica:Prof.a Dr.a Solange de Fatima Azevedo Dias

Revisão Textual:Prof.a Dr.a. Selma Aparecida Cesarin

Desenvolvimento Sustentável

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• Desenvolvimento Sustentável no Mundo Empresarial;

• Sustentabilidade Econômica, Social e Ambiental;

• As Empresas e a Contaminação Ambiental;

• Considerações Finais.

· Discorrer sobre o conceito de desenvolvimento sustentável.

· Apresentar como se aplica o desenvolvimento sustentável no meio empresarial.

· Apresentar o protocolo verde e o Princípio do Poluidor-Pagador (PPP).

OBJETIVO DE APRENDIZADO

Desenvolvimento Sustentável

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Orientações de estudoPara que o conteúdo desta Disciplina seja bem

aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas:

Assim:Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem.

Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte

Mantenha o foco! Evite se distrair com

as redes sociais.

Mantenha o foco! Evite se distrair com

as redes sociais.

Determine um horário fixo

para estudar.

Aproveite as indicações

de Material Complementar.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma

Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado.

Aproveite as

Conserve seu material e local de estudos sempre organizados.

Procure manter contato com seus colegas e tutores

para trocar ideias! Isso amplia a

aprendizagem.

Seja original! Nunca plagie

trabalhos.

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Desenvolvimento Sustentável no Mundo Empresarial

Na Conferência Rio 92, o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Susten-tável participou da temática empresa e meio ambiente. O Conselho de reunião se deu com importantes líderes empresariais de diversos países, os quais posteriormen-te elaboraram um documento sobre desenvolvimento sustentável voltado ao meio empresarial e intitulado Mudando o rumo: uma perspectiva global do empresa-riado para o desenvolvimento e o meio ambiente.

Esse documento defende que o progresso em direção ao desenvolvimento sus-tentável é um bom negócio, pois cria vantagens competitivas e novas oportunida-des, mas que, para isso, mudanças profundas na atitude empresarial são necessá-rias, incluindo uma nova ética no modelo de se fazer negócios.

O documento intitulado Ecoeficiência: criando mais valor com menos impacto, apresenta alguns fatores que constroem a sustentabilidade empresarial. A Figura a seguir sintetiza tais fatores:

Figura 1

Crescimentoeconômico

Emprego

Sucessodo negócio

Quota demercado

Prestaçãode serviços

Conhecimento

Novascompetências

Competitividade

Novosprodutos

IncentivosMedidasgovernativas

Inovação

Estratégia daecoe�ciência

Visão denegócio

Utilizaçãoda natureza

Comoseparar?

Fonte: Adaptado de WBCSD (2000).

No Brasil (1998), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) fez sua publicação com a Declaração de princípios da indústria para o desenvolvimento susten-tável. No Quadro a seguir constam as diretrizes tratadas em tal Declaração:

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Declaração de Princípios da Indústria para o Desenvolvimento Sustentável

1. Promover a efetiva participação proativa do setor industrial, em conjunto com a sociedade, os parlamen-tares, o governo e organizações não governamentais no sentido de desenvolver e aperfeiçoar leis, regula-mentos padrões ambientais;

2. Exercer a liderança empresarial, junto à sociedade, em relação aos assuntos ambientais;

3. Incrementar a competitividade da indústria brasileira, repeitados os conceitos de desenvolvimento sus-tentável e o uso racional dos recursos naturais e de energia;

4. Promover a melhoria contínua e o aperfeiçoamento dos sistemas de gerenciamento ambiental, saúde e segurança do trabalho nas empresas;

5. Promover a monitoração e a avaliação dos processos e dos parâmetros ambientais nas empresas.Antecipar a análise e os estudos das questões que possam causar problemas ao meio ambiente e à saúde humana, bem como implementar ações apropriadas para proteger o meio ambiente;

6. Apoiar e reconhecer a importância do envolvimento contínuo e permanente dos trabalhadores e do com-prometimento da supervisão nas empresas, assegurando que os mesmos tenham o conhecimento e o treinamento necessários com relação às quetões ambientais;

7. Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias limpas, com o objetivo de reduzir ou eliminar impactos adversos ao meio ambiente e à saúde da comunidade;

8. Estimular o relacionamento e as parcerias do setor privado com o governo e com a sociedade em geral, na busca do desenvolvimento sustentável, bem como na melhoria contínua dos processos de comunicação;

9. Estimular as lideranças empresariais a agir permanentemente junto à sociedade com relação aos assuntos ambientais;

10. Incentivar o desenvolvimento e fornecimento de produtos e serviços que produzem impactos inadequa-dos ao meio ambiente e à saúde da comunidade;

11. Promover a máximo divulgação e conhecimendo da Agenda 21 e estimular sua implementação.

Fonte: CNI (2002, p. 24).

Sustentabilidade Econômica,Social e Ambiental

Nas organizações, o desenvolvimento sustentável se manifesta sob três dimen-sões: social, ambiental e econômica.

Do ponto de vista econômico, a sustentabilidade indica que as empresas devem ser economicamente viáveis, o papel na sociedade deve ser atendido considerando a sua rentabilidade, ou seja, dar retorno ao investimento realizado pelo capital privado.

No aspecto social da sustentabilidade, a empresa deve atender aos requisitos de proporcionar aos seus funcionários as melhores condições de trabalho, con-

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templando as diversidades culturais existentes no local onde atua. Os dirigentes também devem participar das atividades socioculturais da comunidade.

Já no aspecto ambiental da sustentabilidade, a organização deve se alinhar à ecoeficiência de seus processos produtivos, procurar adotar uma produção mais limpa, dar condições ao desenvolvimento de uma cultura organizacional ambiental, ter uma postura de responsabilidade ambiental, não contaminando o ambiente natural, além de procurar estar presente nas atividades organizadas pelas autoridades locais e regionais quando se tratam de questões ambientais.

O ponto mais relevante na abordagem das três dimensões da sustentabilidade é procurar sempre manter o equilíbrio dinâmico, que deve ser considerado pelas organizações relacionadas: organizações empresariais – econômicas –, sindicatos – sociais – e entidades ambientalistas – ambientais. As organizações devem ter um acordo de tal forma que esse equilíbrio seja possível, o que implica em diálogo constante para que as três dimensões sejam contempladas a fim de que se mantenha a sustentabilidade do sistema.

Os empresários devem buscar o lucro aceitável; os sindicatos devem buscar reivindicar o possível, com o objetivo de manter o equilíbrio, enquanto as entidades ambientalistas devem saber ceder de tal modo que não se prejudique de forma irreversível a condição do ambiente natural.

Figura 2 – As dimensões da sustentabilidade

Social

AmbientalEconômico

DesenvolvimentoSustentável

Fonte: Acervo do conteudista.

Tripé da Sustentabilidade ou Triple Bottom Line

A expressão triple bottom line surgiu na década de 1990 e veio a público em 1997, com a publicação do livro Cannibals with forks: the triple bottom line of 21st century business, de Jonh Elkington (ISENMANN, 2007). A partir daí diversas organizações, como a Global Reporting Initiative (GRI), vem divulgando e promovendo esse conceito e seu uso nas empresas, refletindo um conjunto de

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valores, objetivos e processos que uma organização deve estar baseada para criar resultados nas três dimensões: ambiental, social e econômica.

Conhecido também como os 3P, ou seja, People, Planet e Profit, ou, pessoas, Planeta e lucro, o triple bottom line é o tripé da sustentabilidade, um conceito que poderá ser aplicado tanto de forma ampla, para um país ou até mesmo o Planeta, como de modo mais localizado, como uma residência, empresa, cidade etc.

Discorrendo um pouco mais sobre os 3P, podemos dizer que people – ou pessoas – trata do capital humano de uma empresa ou sociedade; Planet – ou Planeta – trata do capital natural de uma empresa ou sociedade; e profit – ou lucro – é o resultado econômico.

Por muito tempo, as empresas focaram apenas em seus resultados financeiros; mas nos últimos anos isso vem mudando, com a chegada da responsabilidade so-cial no meio corporativo, as exigências pela incorporação de novos indicadores, fator que quantifica o impacto da organização sobre os stakeholders externos, ou seja, as partes interessadas. Foi a partir daí que surgiu o conceito de triple bottom line, que trata do resultado de uma empresa medido em termos econô-micos, sociais e ambientais.

Protocolo VerdeO protocolo verde é um documento do governo federal que, através de seus

bancos oficiais e ministérios, incorpora na gestão e concessão de crédito e benefí-cios fiscais a variável ambiental, com o objetivo de criar mecanismos que evitem a utilização de créditos e benefícios em empreendimentos e atividades que possam prejudicar o meio ambiente.

A política nacional de meio ambiente, em seu Artigo 12, assim dispõe:

As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na forma da Lei, e ao cumprimento das normas, dos

critérios e dos padrões expedidos pelo Conama.

Assim, o protocolo verde surgiu para dar suporte a esse artigo. Na mesma Lei se prevê que aqueles que não cumprirem essas determinações exigidas terão a “[...] perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de finan-ciamento em estabelecimentos oficiais de credito”.

As instituições financeiras participantes do protocolo verde divulgaram um documento intitulado Carta de princípios para o desenvolvimento sustentável. O seguinte Quadro apresenta esse documento:

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Carta de Princípios para o Desenvolvimento Sustentável

Os bancos a seguir assinalados reconhecem que podem cumprir um papel indispensável na busca de um desenvolvimento sustentável que pressuponha contínua melhoria no bem-estar da sociedade e da quali-dade do meio ambiente. Para tanto, propõem-se a empreender políticas e práticas bancárias que estejam sempre e cada vez mais em harmonia com o objetivo de promover um desenvolvimento que não compro-meta as necessidades das gerações futuras.Princípios Gerais do Desenvolvimento Sustentável:

1. A proteção ambiental é um dever de todos que desejam melhorar a qualidade de vida do Planeta e ex-trapola qualquer tentativa de enquadramento espaço-temporal;2. Um setor financeiro dinâmico e versátil é fundamental para o Desenvolvimento Sustentável;3. O setor bancário deve privilegiar de forma crescente o financiamento de projetos que não sejam agressivos ao meio ambiente ou que apresentem características de sustentabilidade;4. Os riscos ambientais devem ser considerados nas análises e nas condições de financiamento;5. A gestão ambiental requer a adoção de práticas que antecipem e previnam degradações do meio ambiente;6. A participação dos clientes é imprescindível na condução da política ambiental dos bancos;7. As leis e as regulamentações ambientais devem ser aplicadas e exigidas, cabendo aos bancos participar da sua divulgação;8. A execução da política ambiental nos bancos requer a criação e o treinamento de equipes específicas dentro de seus quadros;9. A eliminação de desperdícios, a eficiência energética e o uso de materiais reciclados são práticas que devem ser estimuladas em todos os níveis operacionais;10. Os princípios aqui assumidos devem constituir compromisso de todas as instituições financeiras.

Fonte: Acervo do conteudista.

Os Bancos Privados, por meio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), assinaram um protocolo de intenções com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), ao qual aderiram ao protocolo verde. De acordo com o protocolo, as linhas de financiamento serão liberadas para as empresas comprometidas em desenvolver políticas socioambientais, ou seja, respeito aos direitos humanos e trabalhistas, preservação da biodiversidade, redução da pobreza e desigualdade e valorização da diversidade cultural local.

Princípio do Poluidor-Pagador (PPP) Importante instrumento de políticas governamentais e principais normas do

Direito Ambiental, o princípio do poluidor-pagador, ou de “quem contamina-paga”, faz com que a organização que contamine se torne responsável pelo pagamento do prejuízo causado.

Teve sua origem na Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD), em 1972, onde se recomendava que os países-membros adotassem o

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princípio poluidor-pagador. Nos anos seguintes, a OECD publicou um guia, onde definiu o princípio da seguinte maneira:

O poluidor deve arcar com os custos de controle de poluição e medidas de prevenção exigidas pela autoridade pública, independentemente se estes cus-tos são o resultado da imposição de alguma taxa de poluição, ou se é debita-do por algum outro mecanismo econômico satisfatório, ou ainda, se é uma resposta a algum regulamento direto de redução de poluição obrigatória.

O conceito foi introduzido no Brasil por meio da política nacional de meio am-biente – Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981 –, especificamente no Artigo 4º:

A política nacional do meio ambiente visará: “[...] VII – a imposição ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.”

Na Constituição Federal brasileira de 1988, em seu Artigo 225, Parágrafo 2º, é estabelecido que “[...] aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da Lei”. Além disso, no Parágrafo 3º, ratifica-se que: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.

A Agenda 21, documento elaborado na Rio 92, consolidou o princípio do poluidor-pagador, onde estabelece:

As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais.

Assim, o princípio foi um avanço e uma ferramenta importante para a preservação do meio ambiente.

Empresas e meio ambiente é um assunto importante e de difícil equalização. As principais responsáveis pelo esgotamento e pelas alterações ocorridas nos recursos naturais são as empresas. É na natureza que as organizações obtêm os insumos que são usados para a produção de bens utilizados pelos seres humanos. É uma atividade crucial a realizada pelas organizações; no entanto, nos últimos anos, os problemas ambientais causados pelas indústrias vêm se apresentando como prioridade e se tornando o aspecto mais visível de tais organizações.

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Esse papel de vilãs ambientais tem um fundamento, pois os dados estatísticos apontam que são poucas as empresas que realmente se empenham em cuidar do meio ambiente e tornar seus processos produtivos mais eficientes ecologicamente. E quando o fazem, a iniciativa é, normalmente, uma resposta a exigências legais e não vem de uma postura de responsabilidade social e ambiental. Sabemos, no entanto, que o papel desempenhado por essas organizações é imprescindível e é com o avanço da implantação de Sistemas de Gestão pelas empresas que teremos uma evolução rumo ao desenvolvimento sustentável.

O conceito de desenvolvimento sustentável no meio empresarial tem sido pautado mais no sentido do modo como as empresas assumem as formas de gestão mais eficientes como a produção mais limpa.

Embora haja crescimento perceptível na direção da sustentabilidade, ela ainda está muito focada no ambiente interno das organizações, voltada, principalmente, para processos e produtos. Já houve grande avanço; no entanto, falta muito para que as empresas se tornem agentes de desenvolvimento sustentável socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente correto.

As Empresas e a Contaminação Ambiental A Revolução Industrial deu início à contaminação ambiental de forma exponencial

e inúmeras catástrofes ambientais foram ocorrendo com repercussões de ordem local, regional e global. Nos processos industriais, os insumos utilizados são provenientes dos recursos naturais e, devido aos processos empregados, geram resíduos que contaminam o meio ambiente. Tais processos podem provocar, além do esgotamento dos recursos naturais, contaminações que afetam o meio ambiente e a saúde humana.

Ao explorarmos o meio ambiente buscando um benefício privado causando diversos impactos ambientais, podemos afetar o bem estar de outras pessoas que não têm relação com quem esteja gerando os impactos. Esses impactos são custos externos ou externalidades para as empresas. Do ponto de vista econômico, é a internalização dos custos externos ambientais pelas empresas. Isso ocorre quando o gerador da externalidade não assume os custos e os transfere a terceiros na forma de contaminação ambiental (DIAS, 2011).

Resumidamente, são custos ambientais que o empresário causa, mas não assume, e que diminuem seus custos diretos, pois não investindo no processo produtivo para evitar a produção de resíduos, obtém uma vantagem em curto prazo, mas para a sociedade como um todo, é negativo, pois leva ao esgotamento e à deterioração dos recursos naturais e da saúde pública.

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É importante frisar que na falta de incentivos que induzem a internalização dos custos ambientais nas empresas, elas só parariam a geração de resíduos quando as externalidades ambientais negativas não gerassem mais benefícios para tais organizações. Na verdade, as leis ambientais ou mecanismos fiscais devem garantir que tratar os resíduos seja mais barato que se desfazer deles sem tratá-los.

Na verdade, isso está nas mãos das instituições ambientais; na pressão das comunidades e nas exigências do Mercado, tornando mais conveniente a adoção de mecanismos prévios que evitem a contaminação.

Figura 3

Produzir Entregar Recolher as sobras Reciclar

Fonte: Adaptado de iStock / Getty Images

Fatores para Induzir Respostas das EmpresasMuitos fatores podem provocar uma resposta das empresas para diminuir os

impactos ao meio ambiente. Entre esses fatores, temos: o estado, a comunidade, o mercado e os fornecedores.

O EstadoAlguns órgãos ambientais, juntamente com a Legislação Ambiental, são

importantes ferramentas para limitar a liberdade das empresas em contaminar. O Estado usa esses instrumentos legais com o intuito de preservar o ambiente, a saúde e o bem comum. A regulação formal pode ser atrelada a instrumentos econômicos e/ou ao comando e ao controle nos quais o governo estabelece regulamentações para o uso dos recursos naturais e fiscaliza o cumprimento da Legislação punindo as empresas que não cumprem com multas e até com o fechamento da Organização. Nesse caso, a decisão da empresa em contaminar ou não vai depender da diferença entre os custos que ela terá e o valor das multas ou dos custos de um possível fechamento temporário.

No caso da utilização dos instrumentos econômicos, os bens ambientais devem ser valorados da forma mais correta possível, de acordo com a sociedade, de forma a se cobrar pelo uso desses bens, direta ou indiretamente, em forma de taxas, sub-sídios etc (Motta, 2000). A Empresa pode decidir entre contaminar e pagar a taxa ou descontaminar e incorrer nos custos para reduzir a emissão de contaminantes.

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As medidas de controle ou prevenção da contaminação, mesmo gerando os custos iniciais, ajudam a melhorar a competitividade entre as empresas. Para que isso realmente ocorra, além de benefícios ambientais, deve também ocorrer benefícios privados, que gerariam ao mesmo tempo benefícios públicos como aumento do emprego e das condições sociais.

Mas o Estado não é o único que incentiva e pressiona as empresas para que melhorem seu desempenho no quesito meio ambiente; além da regulação formal, outros fatores como pressões da comunidade, grupos organizados, Mercado, consumidores e fornecedores também pressionam as organizações para essa mudança de postura.

A ComunidadeAs comunidades que se localizam próximas às empresas cada vez mais se

apresentam como fundamentais em relação à pressão aos problemas ambientais, porque são as primeiras a sofrerem as consequências da poluição dessas organizações e, por conta disso, tem uma capacidade de resposta mais rápida, afetando diretamente as decisões da Empresa no controle ambiental.

Outro ponto importante é que cada vez mais as pessoas estão ficando infor-madas sobre os processos que levam à contaminação ambiental. Membros da comunidade, intelectuais, jornalistas, educadores, entidades ecológicas e técnico--científicas, encontram os mecanismos legais para pressionar governos e empresas a cumprirem suas responsabilidades junto ao meio ambiente.

O MercadoAs empresas comumente atuam em diversos mercados, tanto locais como

globais. Com o aumento da consciência ambiental, os mercados consomem cada vez mais produtos de empresas que são ecologicamente responsáveis. Países mais desenvolvidos ou regiões mais desenvolvidas dentro de um mesmo país, normalmente, são os que mais consomem produtos com essa pegada e isso acaba colocando a Empresa como benfeitora ou não do meio ambiente, agregando valor de Mercado.

Os FornecedoresMuitas empresas fornecedoras de outras que necessitam ou já têm uma política

de bom desempenho ambiental acabam fazendo exigências aos seus próprios fornecedores para que eles tenham as certificações ambientais e se tornem organizações que atendam aos requesitos ambientais.

Dessa maneira, mesmo que a empresa não sofra pressão direta do Estado

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ou da comunidade, ela se vê obrigada a adotar medidas ambientais para evitar a contaminação, porque seus clientes exigem que ela integre uma cadeia produtiva ambientalmente correta.

Figura 4 – Descarte de Resíduos Industriais

Fonte: iStock / Getty Images

Considerações FinaisCom a crescente discussão sobre as questões ambientais, iniciada por volta da

década de 1960 e desenvolvida nas décadas seguintes, consolidou-se uma nova visão de desenvolvimento, que não se limitava somente ao ambiente natural, mas incluía também aspectos socioculturais, onde a qualidade de vida do ser humano passava a ser uma condição para o progresso. Assim, o conceito de desenvolvimento sustentável passou a se basear na utilização consciente dos recursos naturais e da sua preservação para as gerações futuras.

Um princípio aparentemente simples, popularizou-se tanto que hoje há um número incontável de interpretações, reforçando sua importância porque traz ao processo de desenvolvimento os limites de uso dos recursos naturais.

A passagem de um modelo de desenvolvimento predatório para um sustentável inclui, entre outras questões, modificar a nossa relação com a natureza, não apenas como fonte de matérias-primas, mas como ambiente necessário à existência huma-na. Nesse processo, torna-se fundamental o manejo racional dos recursos naturais, a modificação da organização produtiva e social, a alteração das práticas produtivas predatórias e o surgimento de novas relações sociais, cujo principal objetivo deixe de ser apenas o lucro, e se estenda ao bem-estar dos seres.

Resumidamente, o conceito se baseia no equilíbrio entre três eixos principais do sentido de sustentabilidade: crescimento econômico, preservação ambiental e equidade social.

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Material ComplementarIndicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

VídeosO que é Sustentabilidade?O QUE É sustentabilidade? 27 jan. 2013.https://youtu.be/tIz3lbrD0U4

Bloco 2 – Tripé de SustentabilidadeTAVARES, V. Bloco 2 – tripé de sustentabilidade. 21 mar. 2015.https://youtu.be/Ep2QsepHOLE

LeituraA Sustentabilidade como Ferramenta Estratégica Empresarial: Governança Corporativa e Aplicação do Triple Bottom Line na MasisaBENITES, L. L. L.; POLO, E. F. A sustentabilidade como ferramenta estratégica empresarial: governança corporativa e aplicação do triple bottom line na Masisa. Rev. Adm. UFSM, Santa Maria, RS, v. 6, n. esp., p. 195-210, maio 2013.https://goo.gl/bt9ON4

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ReferênciasBARBIERI, J.C., 2007. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998.

CNI Indústria sustentável no Brasil : agenda 21: cenários e perspectivas = Sustainable industry in Brazil : Agenda 21: scenarios and perspectives. Brasília, 2002.

DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2011.

GONÇALVES, D. B. Desenvolvimento sustentável: o desafio da presente geração. Revista Espaço Acadêmico, v. 5, n. 51, ago. 2005.

ISENMANN, R.; BEY, C.; WELTER, M. Online reporting for sustainability issues. Business Strategy and the Environment, v. 16, p. 487-501, 2007. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1002/bse.597>. Acesso em: 22/11/2017.

OECD. Better Policies For Better Lives. Disponível em: http://www.oecd.org/. Acesso em 12/03/2017.

WBCSD. World Business Council for Sustainable Development. Disponível em: http://www.wbcsd.org/. Acesso em 12/03/2017.

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