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Neimar Follmann 2010 GESTÃO DE ARMAZENAMENTO E EMBALAGEM

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Neimar Follmann

2010

GESTÃO DEARMAZENAMENTO

E EMBALAGEM

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© 2010 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Capa: IESDE Brasil S.A.

Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.

IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br

Todos os direitos reservados.

F 668 g Follmann, Neimar. / Gestão de Armazenamento e Embalagem. / Neimar Follmann. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2010.

112 p.

ISBN: 978-85-387-0496-6

1. Gestão de Armazenamento 2. Embalagens 3. Estoques 4. Movimentação. I. Título.

CDD 658.4

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Neimar Follmann é mestre em Logística e Transporte pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Pro-dução da Universidade Federal de Santa Catarina, onde atualmente cursa doutorado na mesma área. É especialista em Métodos de Melhoria da Produtividade e bacharel em Administração pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Há mais de 10 anos atua em atividades da logísti-ca, à qual se dedica atualmente com pesquisas e soluções, como o uso de técnicas relacionadas ao Gerenciamento de Restrições (GR) e o desenvolvimento de métodos para ava-liação do desempenho de processos logísticos.

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SumárioAspectos gerais da armazenagem ...................................................................9

Motivos que levam à formação de estoques .................................................................................10Benefícios econômicos ...........................................................................................................................14Benefícios de serviço...............................................................................................................................18Classificação dos armazéns ..................................................................................................................20

As atividades da armazenagem .......................................................................33

O fluxo do recebimento das mercadorias e armazenamento ..................................................34O fluxo do recebimento dos pedidos dos clientes .......................................................................39Considerações finais ................................................................................................................................46

Movimentação de produtos .............................................................................55

Aspectos gerais sobre a movimentação de produtos ................................................................55Sistemas de movimentação mecanizados ......................................................................................58Sistemas de movimentação semiautomatizados .........................................................................62Sistemas de movimentação automatizados ..................................................................................64Sistemas de movimentação orientados pela informação .........................................................65Considerações finais ................................................................................................................................67

Acondicionamento de produtos .....................................................................75

SKUs e unitização .....................................................................................................................................75Dimensionamento de armazéns ........................................................................................................81Leiaute do armazém ................................................................................................................................82

Embalagem .............................................................................................................97

Funções da embalagem .........................................................................................................................98Tipos de embalagem ............................................................................................................................101Relação da embalagem com a armazenagem.............................................................................105O custo da embalagem ........................................................................................................................106

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Apresentação

Os estoques são vistos cada vez mais como estra-tégicos pelas organizações. Se antigamente eram vistos como uma forma de investimento, e depósitos cada vez maiores eram construídos para a acomodação de um volume cada vez maior de produtos, hoje se analisam os custos decorrentes desse processo e o apoio que dão às estratégias de marketing e logística.

A existência de estoques automaticamente leva à necessidade de uma área para a armazenagem. Isto é, um local onde o estoque possa ser colocado. Essa área deve ser gerenciada da forma mais eficaz possível, o que envol-ve o controle e gerenciamento dos custos e a gestão dos recursos, para que o atendimento ao cliente seja feito sem falhas e na velocidade que ele deseja.

Considerando-se esses e outros fatores, foi desen-volvido este material. No primeiro capítulo, serão tratados os aspectos gerais da armazenagem, como os motivos que levam à formação de estoques, conceitos básicos e as classificações relacionadas. O segundo capítulo tratará das funções da armazenagem, o que envolve as ativida-des que a compõem e as formas como elas se relacionam entre si.

Já no terceiro capítulo, a movimentação de pro-dutos será abordada, apresentando-se os princípios que conduzem o armazém a um melhor resultado, os equipa-mentos e novas tecnologias relacionadas. O penúltimo ca-pítulo abordará o acondicionamento de produtos. Serão tratadas técnicas como a unitização, que pode contribuir efetivamente para o aumento do desempenho dos arma-zéns. Para finalizar, o capítulo cinco tratará sobre as emba-lagens, o que envolve aspectos como materiais, conserva-ção e características.

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Aspectos gerais da armazenagem

A armazenagem é um conjunto de atividades, que envolve o recebimento, descar-ga, organização, conservação e carregamento de matérias-primas, produtos acabados ou em processo, em um local para isso destinado. Em outras palavras, pode-se dizer que é o processo de guardar estrategicamente os produtos, sejam eles para uso interno ou para o atendimento de pedidos futuros.

A função da armazenagem como um dos processos logísticos deve ser conside-rada como um aspecto estratégico para as organizações e levar em consideração dois objetivos principais: reduzir os custos totais da empresa e aumentar o nível de serviço aos clientes.

Imagine o seguinte: uma indústria localizada na zona franca de Manaus produz e monta seus produtos naquela região e os transporta para São Paulo, assim que saem da linha de montagem. Em São Paulo, são armazenados até que sejam requisitados por clientes, espalhados por todo o Brasil. A decisão de possuir um local para armazenagem diferente da unidade de produção passa a ser estratégica, pois está relacionada com o desejo do mercado por um atendimento dos pedidos com maior agilidade – nível de serviço. Ao mesmo tempo, as cargas expedidas pela indústria, em Manaus, permitem uma redução nos custos de transporte através do melhor aproveitamento do veículo, além de mais agilidade nos processos de movimentação, devido à possibilidade de padronização dos volumes.

Um armazém é um espaço físico em que se depositam matérias-primas, produtos semiacabados ou acabados, esperando para serem transferidos ao seguinte ciclo da cadeia de distribuição. Tem também a função de ser regulador do fluxo de mercadorias entre a disponibilidade (oferta) e a necessidade (procura) de fabricantes, comerciantes e consumidores (LAMBERT et al., 1998). Esse armazém pode receber diversas configu-rações, conforme será visto a seguir.

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Este primeiro capítulo está dividido em duas seções principais, de acordo com os objetivos da armazenagem. A primeira seção fala dos motivos que levam à formação de estoques. O que se deseja nesse ponto é mostrar que o estoque, e por consequência o armazém, tem uma função estratégica na empresa, que impactará diretamente no lucro da empresa, seja pelos custos incorridos ou pela forma como a empresa atende seu mercado.

Na segunda seção, serão discutidos alguns conceitos relacionados aos tipos de armazéns e às suas classificações. Neste capítulo também estão conceituados alguns aspectos clássicos da armazenagem, como centro de distribuição e cross-docking.

Motivos que levam à formação de estoquesA gestão do armazenamento está diretamente relacionada à necessidade do

estoque. Ou seja, não há armazenagem sem produtos para estocar, assim como não há estoque sem um local para depositá-lo. Para entender o impacto da gestão de um armazém na empresa, é importante entender os motivos que levam à formação dos estoques e o impacto de sua falta.

Ao decidir pela formação de um volume de produtos, sem a necessidade de uso imediato, a empresa está buscando, na verdade, proteger seu negócio de incertezas advindas do mercado. Essas incertezas podem vir, por exemplo, na forma de vendas não previstas, de mudanças econômicas com alteração dos preços e demanda e da variação no prazo de entrega dos suprimentos.

Todas as empresas do mercado estão sujeitas às incertezas, portanto, a armazena-gem de produtos ocorre em toda a cadeia produtiva, desde a agricultura familiar pas-sando pelas indústrias e redes de varejo. Na primeira, os grãos, por exemplo, são, muitas vezes, guardados para o período entressafra, quando serão consumidos ou vendidos por preços melhores. Já nas indústrias, há a necessidade da disponibilidade de matéria-prima para o processo produtivo e de produtos acabados para os clientes. No varejo, é comum a compra de produtos em grande quantidade, para que seja possível ganhar escala e garantir a disponibilidade dos produtos para quando o consumidor for comprá-los.

O quadro a seguir apresenta os principais motivos que levam à formação de es-toques e a consequente armazenagem desses produtos. Entre os motivos, o principal é a incerteza, a impossibilidade de se conhecer o quanto o mercado realmente vai consumir dos produtos ofertados.

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Quadro 1 – Forças que tornam os estoques necessários

Motivo do estoque Tipo de estoqueIncertezas Estoque de segurançaProdução/Transporte em lotes Estoque de cicloTempo de transporte Estoque em trânsitoTempo de processamento Estoque em processoSazonalidade Estoques sazonaisVariação na taxa de atividades Estoque de antecipaçãoOutros Estoques especulativos (R

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3)

É importante perceber que, além da incerteza, outros fatores motivam as empre-sas a formar estoques e necessitar de uma estrutura de armazenagem. A produção ou o transporte em lotes é decorrente da necessidade de se reduzir os custos. Assim, como lotes maiores representam menos preparação de máquinas e mais produtivida-de, tornou-se comum produzir lotes mínimos e forçar que o mercado os absorva.

Ballou (2006) afirma que são quatro as razões básicas para a formação de estoques:

1. reduzir custos de transporte e produção;

2. coordenar a oferta e a demanda;

3. assessorar no processo de produção;

4. colaborar no processo de comercialização.

Reduzir custos de transporte e produçãoA quantidade de produtos a serem transportados ou fabricados num lote geral-

mente não são os mesmos a serem consumidos pelos clientes. Mas, para poder ofertar produtos de baixo custo, é necessário que os gastos de transporte e produção sejam compartilhados pelo maior número possível de produtos.

Dessa forma, o tamanho dos lotes é normalmente fixado por quem fabrica ou transporta o produto, com o objetivo de minimizar os custos totais. Ou seja, é mais barato armazenar que transportar. É importante lembrar que cada empresa deve ana-lisar sua situação e calcular seu lote mínimo, e que isso pode variar de acordo com as condições econômicas a que a empresa está sujeita.

A estratégia de produção em lotes acaba por se utilizar de alguns tipos de arma-zéns, tanto para a armazenagem de matéria-prima, como para os produtos acabados,

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o que está relacionado com a estratégia de distribuição de produtos. Para as matérias- -primas há a possibilidade de se utilizar galpões especiais para a armazenagem, bem como utilizar um espaço da indústria.

Para a distribuição, inicia-se com a possibilidade de armazenar os produtos na própria fábrica, isto é, destina-se uma área para a armazenagem. No entanto, para muitas empresas o espaço não é suficiente e nem uma boa localização ou estratégia de distribuição.

Nesses casos, pode-se partir para o uso de diversas estratégias de armazenagem, através de Centros de Distribuição (CDs) e da configuração destes. As possibilidades de configurações mais comuns são os próprios CDs ou armazéns de distribuição, o transit point e o cross-docking. A seguir, serão vistos mais detalhes sobre cada um deles.

Centro de Distribuição

Os Centros de Distribuição (CDs) são parte decisiva da estratégia de distribuição de uma empresa. Nesse tipo de armazém, são depositados os produtos acabados de propriedade de uma empresa que serão distribuídos a outras unidades, clientes ou até mesmo aos consumidores. Segundo o glossário do SCSMP (2009), CD é o armazém que tem por objetivo pegar os estoques das fábricas e distribuir às lojas, de acordo com sua necessidade.

Em outras palavras, um CD é uma unidade construída por empresas industriais ou varejistas, para armazenar os produtos fabricados ou comprados para revenda, com a finalidade de despachá-los para outras unidades, filiais ou clientes.

Transit point

Os armazéns do tipo transit point são semelhantes aos centros de distribuição, mas não mantêm estoques. O objetivo é atender determinadas áreas distantes do ar-mazém central ou da fábrica, e opera como uma instalação de passagem. As cargas consolidadas são recebidas de sua origem, são separadas para a entrega para clien-tes individuais. Os produtos recebidos já têm os destinos definidos e não há espera alguma para colocação de um novo pedido.

A estrutura do armazém para o transit point é bastante simples e possível de ser montada com baixo investimento, se comparado a um centro de distribuição normal. Como não são executadas atividades de estocagem, não é necessário grande controle gerencial, o que facilita sua gestão. Geralmente, os produtos vêm de uma empresa somente, o que também contribui para a simplificação da operação.

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Cross-docking

Cross-docking é uma forma de armazenagem que visa ao fluxo contínuo dos ma-teriais. Os produtos recebidos no armazém devem ser levados imediatamente à doca de expedição, onde existirá um veículo esperando para levar as mercadorias. O que diferencia esse modelo do transit point é o fato de diversos fornecedores fazerem parte do sistema.

Um armazém pode assumir uma composição mista, onde guarda alguns produ-tos ao mesmo tempo em que faz cross-docking em outros. Independente da configura-ção, é necessária grande sincronia entre o processo logístico de abastecimento desse armazém com a logística de expedição.

Para isso, o uso de ferramentas relacionadas à Tecnologia da Informação (TI) são fundamentais, pois permitem a comunicação instantânea do processo de movimenta-ção. A troca de dados eletrônica por meio do EDI (Electronic Data Interchange), a etique-ta de código de barras e a identificação por radiofrequência (RFID – Radio-Frequency IDentification) são exemplos de ferramentas que as empresas podem utilizar para sin-cronizar a operação de terminais de cross-docking.

No que se refere à estrutura, não há necessidade de grandes áreas para estoca-gem, já que o objetivo é fazer com que as mercadorias fluam da descarga para o novo carregamento no menor tempo possível. Dessa forma, é necessária uma estrutura de qualidade com bons equipamentos de movimentação. Para os produtos que venham a ficar algum tempo no estoque, não haverá a necessidade de grandes áreas, pois o tempo é relativo à espera pelas mercadorias de outros fornecedores.

Coordenar a oferta e a demandaA segunda razão para a formação de estoques é coordenar a oferta e a demanda,

especialmente quanto à sazonalidade do consumo. O estoque sazonal está relacio-nado à oferta e à demanda. Por exemplo, o planejamento da produção de chocola-tes para a Páscoa, principal data para esse setor, se inicia, em alguns casos, com 18 meses de antecedência. A produção se inicia muitos meses antes do seu consumo, que ocorre, na maior parte, na semana que antecede a data. Para que não faltem produtos e a empresa consiga atender o consumo, é necessário que seja formado um estoque. Primeiro dos armazéns da fábrica e depois nos armazéns do varejo.

Assim como os ovos de Páscoa, muitos outros produtos são armazenados para serem consumidos em períodos específicos. Outro exemplo são os insumos agrícolas, que são comprados apenas em poucos meses do ano.

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Assessorar no processo de produçãoOutra razão que justifica a existência de estoques é assessorar no processo de

produção. O processo de produção é composto por diversos recursos, entre eles as matérias-primas e os materiais de apoio, como equipamentos de segurança para os funcionários, peças para manutenção e lubrificantes. É importante que os estoques para esse fim estejam em local de fácil acesso e que minimizem o esforço de disponi-bilização ao sistema produtivo.

Para esse fim, é possível que a empresa crie um almoxarifado para materiais de uso e consumo, armazéns específicos para matérias-primas, espaços para estocar peças de manutenção e lubrificantes. Todos estes são armazéns, mesmo que utilizem um espaço pequeno.

Os almoxarifados são áreas específicas dentro de uma organização, que visam seu próprio fornecimento. Em algumas empresas, o gestor desse espaço tem sob responsa-bilidades todos os produtos consumidos pela organização e pela indústria; em outras, a abrangência da responsabilidade é menor, limitando-se aos materiais de apoio.

Colaborar no processo de comercializaçãoOs CDs, além de serem utilizados para a redução dos custos de transporte e pro-

dução e na coordenação da oferta com a demanda, têm a possibilidade de facilitar o processo de comercialização.

Com a armazenagem de produtos, é possível aumentar o valor percebido pelo cliente. Isso ocorre porque o mercado passa a ter que receber os produtos com uma ve-locidade maior, evitando que os clientes necessitem fazer seu próprio estoque.

Independente do tipo do estoque, há dois benefícios que devem ser buscados: econômicos e de serviços. O primeiro está relacionado aos custos da empresa e, o se-gundo, à receita, que é conseguida através do bom atendimento aos clientes. Esses serão os assuntos das próximas seções.

Benefícios econômicosOs benefícios econômicos estão relacionados à redução dos custos, que impactam

diretamente na competitividade da empresa. A armazenagem pode gerar benefícios econômicos ao sistema através da: consolidação e fracionamento de carga; separação; armazenamento sazonal; logística reversa (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).

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Aspectos gerais da arm

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Consolidação e fracionamentoA consolidação e o fracionamento de cargas têm por objetivo utilizar os veículos

da melhor forma possível. Isto é, é uma melhoria para o transporte. Na consolidação, por exemplo, um armazém recebe mercadorias de várias empresas, monta uma única carga e as envia para o cliente, evitando que vários veículos executem o mesmo ser-viço. No fracionamento da carga, a mercadoria chega num único veículo o mais próxi-mo possível dos clientes, para então ser fracionada e levada até o destino. Isto é, para que seja possível reduzir os custos de transporte, podem ser formados lotes maiores, usando veículos maiores, em uma parte do caminho, e lotes fracionados, com veículos de pequeno porte e de fácil acessibilidade, em outro.

A figura 1 exemplifica essa situação. Na consolidação, os produtos de três fábricas são enviados até um armazém, que consolida as mercadorias em uma única carga e as envia ao cliente. No fracionamento, um veículo grande leva as mercadorias até o arma-zém, onde os produtos são separados conforme o destino e divididos em cargas para veículos menores, podendo-se melhorar o atendimento ao cliente.

Figura 1 – Sistemas de distribuição com consolidação e fracionamento de cargas.

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Fábrica A

Fábrica B

Fábrica C

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Fábrica A

Fábrica B

Fábrica C

Armazéns de consolidação

Cliente A

Cliente B

Cliente C

Fábrica A Fábrica A

Cliente A

Cliente B

Cliente C

Armazéns de fracionamento

Distribuição normal Distribuição com consolidação

Distribuição com fracionamentoDistribuição normal

Cliente Cliente

É importante notar que a diferença está na possibilidade de se percorrer uma dis-tância maior com veículos que ofereçam a melhor relação custo/benefício. Por exem-plo, ao invés de três veículos irem de sua fábrica até o cliente, é possível criar um ar-mazém que faça a consolidação e envie a mercadoria das três empresas para o cliente em comum. Com isso, evita-se um grande custo de transporte, pois, ao invés de fazer a viagem com três veículos, percorre-se parte do caminho com um veículo somente.

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O mesmo serve para o fracionamento, mas que tem o objetivo de distribuir para um número maior de clientes. Pode-se dizer que a consolidação é mais apropriada quando diversos pequenos fornecedores precisam atender um cliente em comum, en-quanto o fracionamento pode ser utilizado quando uma empresa maior possui vários clientes de pequeno porte.

SeparaçãoA separação, que é outro dos benefícios econômicos, visa à reconfiguração dos

fretes até chegar ao destino. Esse benefício pode ser alcançado através de três diferen-tes técnicas: cross-docking, composição e montagem. No decorrer da cadeia de distri-buição, é comum diversas empresas terem como destino clientes semelhantes, com os produtos se complementando entre si.

Por exemplo, é possível comprar um computador sem que este seja expedido com-pleto de uma única empresa. Há diversos casos em que a CPU vem de uma empresa montadora de tais componentes, o monitor vem de outro fabricante, que produz para diversas marcas, e os outros componentes vêm de um terceiro fornecedor. Para que os produtos cheguem ao mesmo tempo ao destino, utiliza-se o cross-docking, que é feito em um armazém intermediário, onde as partes serão agrupadas e depois enviadas juntas ao cliente. A descarga, a movimentação até a doca de destino e o carregamento do veí-culo são realizados com extrema velocidade, não devendo gerar acúmulo de estoques.

Para que esse sistema de distribuição funcione, é necessária a pontualidade por parte dos fornecedores. Para facilitar esse trabalho, é comum se trabalhar com um prestador de serviços logístico capacitado, comum aos diversos fornecedores para que este possa absorver as possíveis variações no prazo de entrega.

A figura 2 ilustra o sistema cross-docking.

Figura 2 – Sistema de distribuição com cross-docking.

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Centro de Distribuição

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Fábrica A

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Fábrica C

Cliente A

Cliente B

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Cross-docking

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A segunda técnica de separação é a composição que ocorre em um armazém intermediário, mas que receberá os produtos em lotes maiores, com a incumbência de compor o mix de produtos desejado para cada cliente. Nesse sentido, ele se dife-rencia do cross-docking, pois este trabalha sem estoque, enquanto que o armazém de composição pode possuir materiais armazenados. Dessa forma, a empresa pode optar por deixar os produtos de pouca movimentação em estoque, no CD, e depois compor os pedidos com os produtos recém-chegados da fábrica. Nesse sentido, as estratégias podem ser as mais variadas, sempre buscando a minimização dos custos de transporte.

A figura 3 ilustra o sistema de composição.

Figura 3 – Sistema de distribuição com composição de produtos.

Fábrica A

Fábrica B

Fábrica C

Ponto de composição em trânsito

Produto D

Cliente W

Cliente X

Cliente Y

Cliente Z

Composição

A B C D

A B C D

A B C

A B

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CLO

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. 238

)Já a montagem visa dar apoio às indústrias e funcionam como espécies de pré-

-montagem, fazendo com que fornecedores de pequenos componentes entreguem seus produtos em armazéns de montagem. Aqui os componentes serão montados e enviados aos fabricantes. Os fornecedores da indústria automobilística têm feito uso desse tipo de distribuição, entregando às montadoras kits montados. Por exemplo, ao invés de entregar peças para o painel, como sempre foi feito, agora é entregue o painel completo. O resultado disso é a prestação de um serviço de alto valor agregado, uma vez que para as montadoras de automóveis é importante que seu processo seja cada vez mais ágil.

Outro exemplo de uso da montagem ocorre no varejo, onde os grandes varejistas recebem os produtos dos fornecedores em seus CDs, para então separar os pedidos e levá-los às lojas ou diretamente aos clientes. A figura 4 ilustra essas situações.

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Montagem do pedido

Figura 4 – Sistema de distribuição com montagem de pedido.

Centro de montagem

Centro de distribuição do

fornecedor principal

Vendedor A

Vendedor B

Vendedor C

Loja de varejoCentro de

distribuição do varejo

Vendedor A

Vendedor B

Vendedor C

ou

(BO

WER

SOX;

CLO

SS; C

OO

PER,

p. 2

38)

Estocagem sazonalUm armazém que faz estocagem sazonal atua no sentido de prevenir a empre-

sa da variação que ocorre em diferentes épocas do ano. Um bom exemplo é o Natal, que exige que os varejistas estoquem uma quantidade e variedade de produtos, muito maior que nos outros meses do ano. Para guardar adequadamente tais produtos, as in-dústrias possuem armazéns especialmente construídos para absorver a sazonalidade.

Logística reversaA logística reversa necessita dos armazéns para dar suporte a atividades, como o

gerenciamento de devoluções, revenda, reciclagem etc. As devoluções, por exemplo, são encontradas em diversas situações, como quando produtos estão perdendo a va-lidade ou sendo substituídos por uma linha remodelada. Nesses casos, será necessário que os produtos antigos sejam separados e preparados para serem devolvidos à indús-tria. Há também a possibilidade de revendê-los, o que ocorre geralmente quando há alguma devolução por parte do cliente.

Benefícios de serviçoUm armazém, assim como qualquer outro investimento feito por uma empresa,

deve dar o seu retorno. O que se espera é que ele contribua tanto no aumento da

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Aspectos gerais da arm

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receita, o que pode ser alcançado com um aumento da disponibilidade de produtos, como na redução dos custos. Bowersox, Closs e Cooper (2007) afirmam que os arma-zéns podem resultar em três tipos de serviços: estoque ocasional; estoque de linha completa; e serviços de valor agregado.

Estoque ocasionalO estoque ocasional refere-se a produtos armazenados, em alguns períodos do

ano, para atender demandas sazonais. Dessa forma, não é necessário manter armaze-nado um produto que será consumido somente no inverno, por exemplo. Para esse tipo de estoque, geralmente, a variedade de itens é pequena. Isto é, foca-se em poucos itens, mas em vários locais, para atender melhor o cliente.

Para essa forma de estocagem, é importante saber quem são os clientes a serem atendidos, quais serão os produtos estocados e qual o volume de vendas previsto. Com essas informações, a empresa decidirá quantos armazéns serão criados, onde serão localizados e quanta mercadoria será depositada. Dessa forma, os riscos de sobrar ou faltar produtos poderão ser reduzidos.

Dentro do que se espera de um armazém, um dos principais benefícios dessa es-tratégia é poder responder rapidamente à demanda do período, sem precisar manter o estoque no mesmo nível durante todo o ano, tornando possível a manutenção de baixos custos logísticos.

Estoque de linha completaO estoque de linha completa, diferentemente do estoque ocasional, prevê o esto-

que de vários itens, mas em menos locais. Espera-se com isso atender o mercado com uma gama completa de produtos, quando este solicitar. No entanto, o estoque não é formado em função da sazonalidade.

Serviços de valor agregadoOs serviços de valor agregado referem-se a atividades que um armazém pode fazer,

no sentido de aumentar o valor percebido pelos clientes de uma empresa. O quadro a seguir apresenta uma relação de atividades que podem ser executadas em um armazém, e que podem compor os produtos/serviços oferecidos pela empresa aos clientes.

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Quadro 2 – Atividades de armazenagem que agregam valor

Atendimento aos pedidos.

Separação/embalagem.

Consertar/reformar.

Gerenciamento de container retornável.

Logística reversa.

Aplicação de etiqueta RFID (Identificação por Radiofrequência).

Embalagem especial.

Apoio à loja/entrega direta à loja.

Devoluções de clientes.

Entrega em domicílio.

Formação de kits.

Rotulagem/pré-etiquetagem.

Controle de lote.

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)Classificação dos armazéns

Duas das classificações que podem ser dadas aos armazéns são pela propriedade e pelo fim a que se destinam. No que se refere à propriedade, procura-se identificar razões pelas quais optar-se-ia por um armazém próprio ou terceiro. Quanto ao fim a que se destina o armazém, tem-se a necessidade de saber o que se espera dele para determinar a estrutura que será utilizada.

Classificação pela propriedadeEm relação à propriedade, pode-se classificar os armazéns em particulares, pú-

blicos, terceirizados e distribuição em rede (BALLOU, 2006; BOWERSOX et al., 2007). A seguir, cada um deles será visto.

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Armazéns particulares

Um armazém é dito como particular quando é operado pelo proprietário do pro-duto movimentado. As instalações físicas, no entanto, podem ser próprias ou alugadas. O principal motivo de se alugar um armazém está relacionado ao capital a ser investi-do, uma vez que um imóvel bem localizado envolve um alto aporte financeiro.

Por outro lado, o que leva à compra ou construção de um armazém próprio é a exigência de um nível mínimo de eficiência na movimentação e armazenagem, dentro das características que o produto exige. E isso pode, muitas vezes, não ser facilmente encontrado. Por isso, muitas empresas partem para a construção de um armazém to-talmente próprio.

Por exemplo, ao descarregar um veículo é importante que a plataforma de des-carga seja compatível com a altura do caminhão, para que os equipamentos de movi-mentação possam carregar o veículo com mais facilidade e agilidade, sem correr riscos de avariar as mercadorias. Esse simples fato pode motivar as empresas a construírem um terminal próprio, inteiramente adaptado às suas necessidades. O mesmo poderá ocorrer caso a altura do pé-direito não seja a ideal, que o acesso não seja facilitado.

O controle, a flexibilidade e o custo são algumas das vantagens de se possuir um armazém particular. A possibilidade de modificar a prioridade de alguma atividade re-presenta bem o quanto é importante o controle sobre um armazém.

A flexibilidade também é maior em um armazém particular, já que permite que seu proprietário altere políticas de funcionamento, horários, número de pessoas traba-lhando etc. Por ser mais um elemento do sistema logístico da empresa, o armazém par-ticular não tem o objetivo de, por si só, gerar lucros e, portanto, terá um custo menor que os públicos ou terceiros.

No entanto, cada vez menos as empresas estão se interessando por esse tipo de armazém. O que está ocorrendo é que há uma necessidade crescente de se reduzir o ca-pital investido e focar nas atividades em que a empresa possui o maior know-how. Dessa forma, há mais de uma década se intensificou o surgimento de empresas especializadas em logística, oferecendo serviços diferenciados para o mercado, onde os custos, antes comentados, são compensados por um alto nível de serviço, incluindo armazenagem.

Armazéns públicos

O uso de armazéns públicos está bastante difundido. O maior motivador é a pos-sibilidade de armazenar os produtos sem precisar investir um alto valor na construção ou compra de um imóvel para tal fim. É possível encontrar diversos tipos de armazéns públicos, entre eles os para cargas gerais, refrigerados e commodities.

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Os armazéns de cargas gerais são aqueles que possibilitam a estocagem de pro-dutos embalados, como eletroeletrônicos, alimentos e utensílios domésticos. Os refri-gerados permitem o resfriamento e congelamento de produtos, como carnes, frutas e verduras, produtos médicos e outros que necessitem de temperaturas especiais. Já produtos a granel podem ser depositados em armazéns de commodities. De forma geral, com base em um contrato, pode-se conseguir um armazém público para prati-camente todo tipo de produto.

A possibilidade de se compartilhar as despesas incorridas no uso do espaço públi-co, a maior produtividade decorrente de uma gestão especializada e o ganho de escala resultante, podem tornar os custos menores. Somando-se a isso a possibilidade de se obter um retorno sobre investimento superior, os armazéns públicos têm-se tornado cada vez mais atrativos.

Armazéns terceirizados

Os armazéns terceirizados podem oferecer, além do próprio armazenamento, uma gama completa de serviços logísticos, como transporte, controle de estoques, gestão de estoques, etiquetagem. As empresas que oferecem esse tipo de serviços são chamadas de Operadores Logísticos. Por serem empresas especializadas no que fazem, podem oferecer aos contratantes preços competitivos, ao mesmo tempo em que oferecem um nível de serviço superior.

Muitas empresas tradicionalmente vistas como empresas de transporte estão in-corporando em suas empresas atividades que venham agregar valor ao serviço presta-do, entre elas a armazenagem. Como exemplo, pode-se citar a Coopercarga, que é uma cooperativa formada por caminhoneiros, mas que incorporou em seu mix de serviços, nos últimos anos, a armazenagem. Dessa forma, seus clientes, além de contratarem os serviços de transporte, podem terceirizar o acondicionamento dos produtos.

A desvantagem desse tipo de serviço está relacionada à impossibilidade de dar toda a flexibilidade necessária às operações da empresa. Normalmente, há preços es-tipulados para os diferentes tipos de serviços. Caso surja uma demanda de um serviço de algo que não esteja previsto no contrato de prestação de serviço, podem ocorrer dificuldades de atender o cliente na velocidade desejada.

Por outro lado, tem-se a vantagem de poder contar com um parceiro para quando a empresa for aumentar sua oferta de produtos ao mercado ou abrir novos merca-dos. A empresa não precisará investir na armazenagem, já que o parceiro o fará. Da mesma forma, se a demanda diminuir a empresa não terá o problema de ter um espaço ocioso.

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Distribuição em rede

Há empresas que combinam o uso dos diferentes tipos de armazéns. “Como regra gerencial, um armazém típico será completamente utilizado durante 75 a 85% do tempo” (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007), o que quer dizer que no restante do tempo ele estará ocioso. Para evitar esse desperdício, é possível adequar o armazém particular para essa faixa de uso e contratar um terceiro ou alugar um depósito público nos momentos de pico.

Uma decisão que a empresa passa a ter é como utilizar essa combinação – qual armazém utilizar para cada produto? Essa decisão pode estar relacionada com a seg-mentação dos clientes, que cada vez mais exigem um atendimento personalizado. Com isso, pode-se buscar armazéns próximos aos clientes, com as características que atendam as necessidades de tempo de resposta e quantidade.

Classificação dos armazéns pelo fim a que se destinamVárias são as possibilidades de uso de um armazém. Servir à produção, aos proces-

sos auxiliares da empresa, como manutenção, segurança e a área administrativa, à distri-buição, para garantir o atendimento aos clientes no menor preço possível, entre outros.

A seguir, serão apresentados alguns dos fins a que se destina um armazém.

Armazém de produção

O armazém de produção é formado para suprir o sistema produtivo com matérias- -primas, produtos em processo e produtos acabados em poder da fábrica. A empresa pode formar, dessa forma, diversos centros de armazenagem com diferentes funções, relacionadas à produção, como de:

matérias-primas;

peças semiacabadas;

módulos pré-montados;

produtos acabados, ainda na indústria;

peças sobressalentes para assistência técnica.

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Nesse tipo de armazém, tanto quanto nos outros, tem existido um esforço bas-tante grande no sentido de reduzir o volume estocado. O objetivo é reduzir o capital investido e se prevenir contra a obsolescência e contra os altos custos de operação.

Armazém de material auxiliar

Em uma indústria, há materiais auxiliares necessários que dão suporte à operação. Entre eles, estão os materiais de segurança e para manutenção, por exemplo. Apesar de auxiliares, a falta de algum desses produtos pode causar muitos transtornos e até a parada da linha de produção. A falta de uma peça para manutenção, por exemplo, impedirá uma máquina ou uma linha inteira funcionarem.

Para as empresas que fornecem essas peças, possuir uma estratégia bem definida para a entrega destas pode lhes dar uma grande vantagem competitiva, pois permite que o cliente se sinta mais seguro em relação à reposição das peças e ofereça uma parceria de longo prazo.

Armazém de distribuição

O armazém de distribuição refere-se ao mesmo elemento que o CD. Portanto, está relacionado ao atendimento dos clientes, conforme as estratégias já comentadas na seção que fala sobre a redução dos custos de transporte e produção.

No que se refere ao investimento, a armazenagem voltada à distribuição é a que mais envolve recursos. Entre os motivos, pode-se destacar:

a necessidade de atender o mercado melhor que a concorrência;

o valor dos produtos armazenados já está com todos os custos agregados, isto é, já estão envolvidos os custos de transformação do produto acabado; e

a instalação precisa ser maior devido ao volume dos produtos, que normal-mente são maiores no seu formato acabado do que quando eram matérias- -primas.

Para finalizar, é importante destacar novamente a importância estratégica que possui a armazenagem, em qualquer uma das áreas da empresa. Apesar de se falar em estratégia, é na operação do dia a dia que ela se concretiza.

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Texto complementar

A falta que faz um armazémSem estrutura para estocar a safra na própria fazenda, o agricultor não tem

como negociar um preço melhor

(CORREA, 2006)

Todo ano, a cena se repete na época de colheita da safra agrícola: caminhões carregados de grãos fazem fila nos maiores portos do país. É a face mais visível de uma das principais deficiências da infraestrutura brasileira – a falta de armazéns para guardar a safra. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil tem hoje capacidade para armazenar 109 milhões de toneladas de grãos, ante uma produção prevista de 121 milhões de toneladas na safra 2005/2006. Esse des-compasso faz com que os caminhões funcionem como uma espécie de silo sobre rodas. “A situação é preocupante. Estamos em alerta”, diz Denise Deckers do Amaral, superintendente de armazenagem e movimentação de estoques da Conab. Segun-do ela, o ideal é que a capacidade total seja 20% superior à safra.

As consequências dessa deficiência na armazenagem não se restringem ao congestionamento em direção aos portos. Quem mais perde é o próprio produtor rural. Sem ter onde guardar a safra, ele acaba ficando sem condições de barganhar melhores preços pelo produto colhido. “Assim que termina a colheita, a maioria dos agricultores precisa correr para vender a produção, independentemente do preço que esteja vigorando no mercado”, diz Luiz Antonio Fayet, consultor de logística de transporte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O produtor perde também pelo aumento dos custos de transporte, consequência direta da precariedade na silagem. “Como todos os agricultores têm de escoar o produto na mesma época do ano, acabam competindo pelo serviço dos caminhões. Isso faz o preço do frete disparar na época da colheita”, diz o analista Antonio Sartori, diretor da corretora Brasoja, de Porto Alegre.

A situação dos produtores também é agravada pela distribuição geográfica dos silos existentes. De acordo com a Conab, apenas 11% da capacidade de armaze-nagem do país está instalada dentro das propriedades rurais. Ou seja, não apenas faltam silos, como os que existem estão, em sua enorme maioria, longe dos locais de produção. Embora esse índice esteja em crescimento – há cinco anos, somente 5% dos silos encontravam-se nas fazendas –, ainda está muito longe do ideal, que

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é de pelo menos 25%. Nos Estados Unidos, país que tem estrutura para abrigar um volume superior a duas safras, 65% dos silos e armazéns se encontram nas fazendas. Para o produtor, ter um sistema próprio de armazenagem é a melhor maneira de maximizar receitas e minimizar custos. Ele consegue evitar picos de oferta, reduzir custos com o frete e melhorar a renda. Também pode separar os grãos convencio-nais dos transgênicos, uma exigência cada vez maior do mercado devido ao avanço das plantas geneticamente modificadas.

Onde estão os silos brasileirosA maior parte da capacidade de armazenagem do Brasil está instalada fora das fazendas

Nas cidades – 52%

Na zona rural* – 32%

Nas fazendas – 11%

Nos portos – 5%

* Armazéns de empresas e cooperativas Com

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Aos produtores que não contam com estrutura própria, resta recorrer a arma-zéns de terceiros, seja do governo, de cooperativas ou de indústrias. “Hoje, implantar um sistema de armazenagem é minha prioridade número 1”, afirma o produtor Al-cides Carlos Pereira Alves, que planta 2 500 hectares de soja, milho, trigo e aveia no município de Tupanciretã, no Rio Grande do Sul. Como muitos agricultores gaúchos, Alves utiliza o armazém de uma cooperativa próxima à fazenda. Diferentemente da maioria dos agricultores que usam silos de terceiros, ele pode vender a safra a quem quiser – o mais comum é que o produtor seja obrigado a negociar a produção com a empresa dona do armazém. Mesmo assim, a prioridade de Alves é investir na armazenagem própria. A quebra da safra passada, no entanto, adiou seus planos. “Embora seja um problema urgente, não posso comprometer o capital de giro”, diz.

O caso de Alves ilustra uma situação comum no campo, segundo o executivo Othon d’Eça Cals de Abreu, diretor-presidente da Kepler Weber, uma das maiores fabricantes de equipamentos para armazenagem do mundo. Os agricultores bra-sileiros costumam investir primeiro na mecanização da lavoura, na adubação, na compra de tratores e colheitadeiras. Acabam relegando a estrutura de armazena-gem a segundo plano. A quebra de 18 milhões de toneladas na safra passada e a baixa cotação do dólar contribuíram para a descapitalização do campo e, portanto, para um novo adiamento no investimento em silos. “O produtor aplicou tudo o que tinha e não recebeu o retorno esperado”, afirma Abreu. Resultado: na Kepler Weber, as vendas de sistemas de armazenagem no mercado interno caíram 44% em 2005, em relação ao ano anterior.

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Um sistema próprio de armazenagem não sai barato. Uma estrutura para guar-dar 5 000 sacas, incluindo recepção, secagem, armazenagem, termometria e insta-lações elétricas, custa a partir de R$220.000. O elevado gasto com a implantação, a imobilização de capital e a burocracia para obter financiamento são algumas das justificativas dos produtores para adiar o investimento na estocagem da safra. Se-gundo a opinião da maioria dos especialistas, no entanto, vale a pena arcar com os custos. “É o caro que sai barato. O investimento pode ser pago em apenas três safras, no caso de algumas culturas”, afirma o consultor Carlos Cogo. “É mais caro que comprar uma máquina agrícola, mas, depois de pago, só dá retorno.” Ele estima que um armazém próprio proporcione um ganho de até 15% para o produtor, so-bretudo graças à redução do frete e à possibilidade de negociar a safra por um preço melhor.

Quem já optou por um sistema de armazenagem próprio concorda que as van-tagens superam os gastos. “Antes eu vendia na época da colheita e perdia dinheiro”, diz Heitor Yoshimitsu Arikita, gerente do grupo Ioshida, de São Paulo. “Agora posso controlar a comercialização e também a colheita.” Há oito anos, o grupo, que antes re-corria a silos de cooperativas, decidiu implantar armazéns em suas propriedades em Taquarituba, Itapetininga e Itaberá, no interior paulista. O financiamento foi obtido por meio do Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra), do governo federal. Segundo Arikita, o investimento se pagou em pouco tempo. “Com o meu armazém, posso me concentrar na produção. Além disso, ganho mais tempo para preparar o plantio da próxima safra”, afirma o produtor, que planta 1 500 hecta-res de soja, 2 000 hectares de milho e 700 hectares de trigo em cada safra e pretende ampliar a estrutura de armazenagem.

A comparação com outros paísesQuanto da capacidade de armazenagem está instalada nas fazendas

Brasil – 11%

Argentina – 40%

União Europeia – 50%

Estados Unidos – 65%

Canadá – 80% Com

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Se nas regiões Sul e Sudeste a construção de silos e armazéns próprios é uma alternativa para fugir da dependência de cooperativas e ganhar mais autonomia, em outras partes do país ela é a única opção de armazenamento existente. “Aqui não há cooperativa nem armazém público. Não tenho alternativa”, diz o produtor Fábio Aidar, dono de uma fazenda em Sambaíba, no sul do Maranhão, onde cultiva 7 000 hectares de soja, milho e arroz. Há oito anos ele começou a instalar um sistema de

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armazenagem. “Antes alugávamos a estrutura de uma empresa”, diz Aidar. “Com ar-mazéns próprios, não tem briga com o comprador por causa da classificação do pro-duto. Também dá para tirar a umidade e padronizar, além de ganhar no transporte.”

Apesar da imensa demanda reprimida por silos, o fato é que, pelo menos até agora, o Moderinfra ainda não conseguiu alcançar seu objetivo de ampliar a capa-cidade de armazenamento nas propriedades. O maior problema é a burocracia. “A documentação nem sempre sai na velocidade com que gostaríamos”, afirma Wilson Araújo, coordenador-geral de análise econômica da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. É comum que a liberação do financiamento demore mais de 150 dias. “Passa a safra e o produtor não tem mais o dinheiro”, diz Abreu, da Kepler Weber. Segundo Araújo, o ministério trabalha em conjunto com o BNDES e o Tesouro para tentar evitar atrasos. Apesar desse esforço, do total de 700 milhões de reais que o programa tem à disposição dos produtores interessados, apenas uma fração – 192 milhões – foi liberada entre julho de 2005 e janeiro de 2006.

Atividades

O que é armazenagem e o que é armazém?1.

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De acordo com o texto, como podem ser classificados os armazéns? Exemplifi-2. que de acordo com as empresas que você conhece.

Quais são os benefícios da armazenagem? Exemplifique.3.

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Referências

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresa-rial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 616 p.

BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J.; COOPER, M. Bixby. Gestão da Cadeia de Supri-mentos e Logística. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

CORREA, Alessandra. A falta que faz um armazém. Exame. Publicado em: 1 jun. 2006. Disponível em: <http://portalexame.abril.com.br/static/aberto/anuarioagronegocio/ edicoes_0869/m0082220.html>. Acesso em: 12 ago. 2009.

DIAS, G. P. P. Gestão dos Estoques numa Cadeia de Distribuição com Sistema de Reposição Automática e Ambiente Colaborativo. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da USP, 2003.

LAMBERT, Douglas M.; STOCK, James R.; ELLRAM, Lisa M. Fundamentals of Logistics Management. New York: McGraw-Hill, 1998.

SCSMP (Estados Unidos) (Comp.). Supply Chain Management Terms and Glossary. Disponível em: <http://cscmp.org/resources/terms.asp>. Acesso em: 15 jan. 2009.

Gabarito

A armazenagem é um conjunto de atividades, que envolve o recebimento, des-1. carga, organização, conservação e carregamento de matérias-primas, produtos acabados ou em processo, em um local para isso destinado. Em outras palavras, pode-se dizer que é o processo de guardar estrategicamente os produtos, se-jam eles para uso interno ou para o atendimento de pedidos futuros.

Um armazém é um espaço físico em que se depositam matérias-primas, produ-tos semiacabados ou acabados esperando para serem transferidos ao seguinte ciclo da cadeia de distribuição. Tem também a função de ser regulador do fluxo de mercadorias entre a disponibilidade (oferta) e a necessidade (procura) de fabricantes, comerciantes e consumidores.

Podem ser classificados pela propriedade e pelo fim a que se destinam. A pri-2. meira pode ser dividida em: armazéns particulares, públicos, terceirizados e dis-

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tribuição em rede. Já a segunda pode ser dividida em: armazém da produção, de material auxiliar e de distribuição.

Por exemplo: o aluno poderia fazer um quadro, fazendo o cruzamento das in-formações para uma empresa, conforme segue:

A Whirpool é uma empresa multinacional que no Brasil possui diversas unida-des fabris, como a Embraco, a Consul e a Brastemp. O quadro abaixo é um resu-mo de como é a composição de seus armazéns.

Tipos de classificação Pela propriedade

Fim a que se destina

Armazém: Particulares Públicos Terceirizados Distribuição em rede

Produção x

Material auxiliar x

Distribuição x

Isso quer dizer que a empresa possui armazéns particulares para produção e material auxiliar. Mas se utiliza de armazéns públicos para a distribuição. É importante ressaltar que o exemplo é ilustrativo. Com certeza a Whirpool tem uma situação mais complexa que essa.

A armazenagem oferece os benefícios econômicos e de serviços. Os benefícios 3. econômicos são importantes porque estão relacionados com a possibilidade de reduzir os custos da empresa. Já o benefício de serviço está mais relacionado com a receita, pois os clientes que recebem um bom atendimento (entregas no prazo e com grande agilidade) tendem a repetir suas compras e tornar-se parceiros.

Por exemplo: a Magazine Luiza instalou um novo Centro de Distribuição próxi-mo à cidade de São Paulo, com o objetivo de atender a demanda gerada pela abertura de quase 50 lojas. Os benefícios econômicos gerados por essa decisão serão alcançados através da redução dos custos de transporte de produtos aos clientes e às lojas. No que se refere aos serviços, a proximidade do mercado consumidor permitirá que a Magazine Luiza atenda com grande agilidade seus clientes, o que é um grande diferencial para esse setor.

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