Gestão de Instalações Desportivas.José Sarmento

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  • 8/9/2019 Gesto de Instalaes Desportivas.Jos Sarmento

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    construir, cortar fitas, festas de inaugurao e preservar em frio bens que eventualmente

    numa situao muito especial, podero vir a ser utilizados

    A passagem gradual das competncias desportivas do poder central para o poder autrquico

    parece-me estar a ser um importante factor de desenvolvimento do sistema desportivo

    nacional, permitindo um reforo da ligao entre o cidado e o poder. Facilitando

    inclusivamente a avaliao das carncias e necessidades das populaes e tambm o

    desempenho do exerccio das funes polticas das classes dirigentes.

    No entanto, parece-me fundamental apostar de uma forma inequvoca numa clara definio

    do papel e funes que esto adstritas ao desporto autrquico. A ausncia desta definio

    poder permitir, que este a curto prazo, no s se transforme em mais um sub-sistema do

    desporto nacional, como at se possa vir a tornar no prprio sistema.

    Embora apenas querendo contribuir para um necessrio e indispensvel confronto de ideias,

    parece-me que o principal papel a desempenhar pelo desporto nas autarquias, deve ter ahaver com uma actividade de coordenao e interligao entre os diferentes nveis de

    interveno e a disponibilizao de recursos (materiais, humanos e financeiros) que permitam

    o normal funcionamento das mais diversas instituies de carcter desportivo de cada

    concelho.

    Neste sentido, uma poltica de implantao de instalaes desportivas tem acima de tudo de ir

    ao encontro dos anseios das populaes, ou de prticas desportivas de reconhecido valor na

    formao dos jovens e na recreao e tempos livres da generalidade dos grupos sociais.

    Todos reconhecemos que os parmetros da construo de equipamentos sociais ganhou nos

    ltimos anos uma nova dimenso, tendo agora como principal vector, a qualidade e

    multifuncionalidade dos servios e instalaes disponibilizados.

    Esta situao exige investimentos fortssimos, no apenas nas fases de projecto e de

    construo, mas tambm nas de manuteno e conservao, o que vai condicionar

    definitivamente a rentabilidade de explorao e funcionamento dos equipamentos, neste caso

    desportivos.

    Reduzir os custos de manuteno de instalaes e equipamentos desportivos torna-se

    portanto um objectivo de grande interesse para a gesto dos municpios, o que obriga a que

    se invista na procura de solues eficientes e integradas, capazes de diminuir o seu impacto

    financeiro nos oramentos.

    Um esforo interventivo neste domnio exigir sempre uma interveno qualificada ao nvel

    organizativo da gesto autrquica. Com a ajuda de Covey S. (1992), reconhecemos alguns

    dos cenrios do passado, do presente e eventualmente a criar.

    O nvel das organizaes passou do estado anrquico, caracterstico das organizaes

    informais, para outros mais adequados com a formalizao das estruturas, respeitando numa

    primeira fase o princpio da dependncia.

    A passagem por este tipo de organizao facilmente reconhecvel em situaes como as

    detectadas por Teixeira Homem, que num trabalho sobre o movimento associativo do

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    concelho de Aveiro de 1997, encontrou 32% de clubes sem sede, 48% sem telefone e 18%

    sem qualquer tipo de instalao. O que claramente demonstra, o que principalmente a fase da

    dependncia criou em termos de desequilbrios no movimento associativo.

    Numa outra fase, prevaleceram os princpios da independncia, baseados num esprito de

    polticas de completo isolamento, procurando essencialmente afirmaes de chauvinismo e

    superioridade, responsveis pela existncia em muitos casos de equipamentos desportivos

    perfeitamente desajustados da realidade desportiva nacional e que num futuro prximo

    podero vir a constituir-se em factores de involuo , contrariando a sua razo de ser.

    Neste momento parece-nos essencial avanar para um novo princpio, o da

    "interdependncia", atravs do qual seja possvel dar passos seguros em reas como:

    . Ajustamento das polticas desportivas autrquicas a factores como:

    proximidade regionalidentificao desportiva

    tendncias demogrficas

    . Sujeio do ordenamento das instalaes desportivas a factores como :

    necessidades das populaes

    complementaridade

    rentabilidade

    . Formao de equipas municipais ou intermunicipais de manuteno e conservao de

    instalaes e equipamentos desportivos

    equipas de tratamento de guas de piscinas

    equipas de conservao de pisos artif iciais

    equipas de manuteno de pisos naturais

    O objectivo permitir antever um futuro ordenado, em que a oferta desportiva esteja

    dimensionada procura e onde os investimentos, estejam previamente acautelados, com

    garantias de efectiva util izao e rentabilidade econmica.

    Passamos de uma situao tradicional portuguesa, em que se construam equipamentos

    desportivos em nmero e qualidade inferiores s necessidades, para outra em que se

    constrem com a correcta qualidade mas de forma quase totalmente desordenada, sem

    qualquer tipo de interaco e complementaridade, entre os diversos municpios de uma

    mesma regio, o que leva que em alguns casos se construa em excesso.