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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
GESTÃO BASEADA EM VALOR: da teoria à avaliação de
indicadores de desempenho econômico de longo prazo
HERIC NERO LISBOA DOS SANTOS
JOÃO PAULO OLIVEIRA LUCENA
CURRAIS NOVOS/RN
2010
HERIC NERO LISBOA DOS SANTOS
JOÃO PAULO OLIVEIRA LUCENA
GESTÃO BASEADA EM VALOR : da teoria à avaliação de
indicadores de desempenho econômico de longo prazo
Monografia apresentada ao Centro de Ensino
Superior do Seridó, Departamento de Ciências
Sociais e Humanas da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como pré-requisito para a
obtenção do título de Bacharel em
Administração.
Orientador: Carlos José Wanderley Ferreira,
Ms.
CURRAIS NOVOS/RN
2010
HERIC NERO LISBOA DOS SANTOS
JOÃO PAULO OLIVEIRA LUCENA
GESTÃO BASEADA EM VALOR: Da teoria à avaliação de
indicadores de desempenho econômico de longo prazo
Monografia aprovada como requisito obrigatório a conclusão da disciplina Estágio
Supervisionado II, para obtenção do grau Bacharel em Administração, no Curso de
Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – CERES/DCSH –
com habilitação em Administração de Empresas.
Prof. Ms. Carlos José Wanderley Ferreira
Média ______
Orientador da Monografia Data: __ /__ / ____
Prof. Ms. Marcos Alberto Dantas
Média ______
Orientador do Estágio Data: __ / __ / ____
Dedico este trabalho a todos os homens e
mulheres que contribuíram e contribuem
na construção do conhecimento e
desbravamento dos mistérios do universo
e da vida, e fazem com que nossa
trajetória seja mais tranquila e serena.
Heric Nero Lisboa dos Santos
Dedico este trabalho a todas as pessoas
que conseguem sair da posição de
conforto em que se encontram e
constroem uma história digna e honrosa,
passando por desafios e constantes
aprendizados, na certeza que nunca tem
conhecimento de tudo e que são humildes
suficientes para ensinar e aprender.
João Paulo Oliveira Lucena
AGRADECIMENTOS
No decorrer dessa vida nos deparamos com muitas pessoas que as
julgamos importantes e que acreditamos ter contribuído para a formação do nosso
caráter enquanto pessoa, algumas bem mais que outras.
À medida que percorremos essa estrada e que não foi nada fácil por sinal,
engana-se muito aquele que pensa que são só flores, a eles podemos dizer que há
espinhos podem ter certeza e como há.
A cada dia conhecemos coisas novas e foi impressionante como houve
coisas que ganharam e perderam valor na nossa concepção, mas sabemos o quão
isso foi importante no desenvolvimento do nosso senso crítico e nosso
amadurecimento.
A convivência com pessoas distintas nos mostrou que talvez a coisa mais
importante seja saber respeitar as diferenças e ser grato àqueles que foram
pacientes conosco e que, às vezes, até mesmo sem querer fomos rudes, a elas
nosso pedido de perdão e nosso muito obrigado.
Talvez nos consideremos egoístas demais para agradecer sinceramente a
todos aqueles que contribuíram para a realização dessa caminhada, pois esta não
começou na UFRN, e sim, há muito tempo atrás quando tivemos interesse em
estudar, agradecer assim, pode não ser uma tarefa fácil, nem justa.
Para não correr os riscos de sermos injustos, agradecemos de antemão a
todos que de alguma forma passaram pelas nossas vidas e contribuíram para a
construção de quem somos hoje.
E agradecemos particularmente, a algumas pessoas pela contribuição que
nos foi dada:
Agrademos de início as nossas famílias que sempre nos apoiou e garantiu
nosso acesso a educação.
Aos nossos amigos externos pela compreensão e apoio durante essa
jornada de renúncias e dedicação.
Aos nossos colegas de curso que carinhosamente denominamos de
“Irmandade”, que com seus talentos especiais por meio de discussões e contínuo
aprendizado, contribuíram para mudanças significativas nas nossas vidas.
A todos os nossos mestres que não pouparam esforços na transmissão do
conhecimento a eles resguardado.
Aos funcionários do Campus de Currais Novos do CERES da UFRN, pela
paciência que tiveram conosco nos momentos em que mais precisamos.
Aos associados da REDECON/RN por permitirem o acesso a suas
empresas e colaborarem com o nosso trabalho.
Ao professor Marcos Alberto Dantas, pela gentileza e sempre fácil acesso
que demonstrou nas duas disciplinas que norteou para a elaboração deste trabalho.
E ao professor Carlos José Wanderley Ferreira, a quem tivemos que recorrer
para orientação deste trabalho e que sem ao menos nos conhecer se colocou a
disposição, nos tratando com atenção e respeito, sendo nosso companheiro.
Heric Nero Lisboa dos Santos
João Paulo Oliveira Lucena
"Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são
melhores. Há os que lutam muitos anos e
são muito bons. Porém, há os que lutam
toda a vida. Esses são os
imprescindíveis."
Bertolt Brecht
RESUMO
A presente pesquisa tem como objetivo compreender o uso de indicadores de
desempenho econômico de longo prazo dentro de uma perspectiva da Gestão
Baseada em Valor nas empresas integrantes da Rede de Lojas de Material de
Construção do Rio Grande do Norte. O estudo compreende uma pesquisa descritiva,
realizada através de um levantamento de campo. O universo é composto por toda a
área de abrangência, logo, as 16 empresas associadas. Verificou-se que os
indicadores de desempenho EVA – Valor Econômico Agregado, MVA – Valor de
Mercado Adicionado e FCD – Fluxo de Caixa Descontado, ressalvando as
respectivas limitações, podem auxiliar a GBV. No entanto, empiricamente, os
indicadores mais utilizados pelas empresas pesquisadas são aqueles baseados na
contabilidade tradicional, sendo o lucro contábil o indicador mais citado. Os
indicadores relacionados a GBV, recomendado pela literatura consultada, apresenta
uso bastante limitado entre tais empreendimentos. Os principais motivos
identificados para o restrito uso desse indicador foram: o desconhecimento das
técnicas utilizadas, falta de profissionais e sistemas de informação que auxiliem na
adoção da Gestão Baseada em Valor.
Palavras-chave: Indicadores econômicos de longo prazo. Gestão Baseada em
Valor. Rede de lojas de material de construção.
RESUMEN
La presente investigación tiene como objetivo comprender el uso de indicadores de
desempeño económico de largo plazo dentro de una perspectiva de la Gestión
Basada en Valor en las empresas que forman parte de la Red de Tiendas de
Material de Construcción de Rio Grande do Norte. El estudio comprende una
investigación descriptiva, realizada a través de un análisis de campo. El universo
esta compuesto por el área que abarca 16 empresas asociadas. Se verificó que los
indicadores de desempeño EVA – Valor Económico Añadido, MVA – Valor de
Mercado Añadido y FCD – Flujo de Caja Descontado, exceptuando las respectivas
limitaciones, pueden auxiliar a GBV. Sin embargo, empíricamente, los indicadores
más utilizados por las empresas investigadas son aquellos basados en la
contabilidad tradicional, siendo el lucro contable el indicador más citado. Los
indicadores concernientes a GBV, recomendado por la literatura consultada,
presenta uso bastante limitado entre tales emprendimientos. Los principales motivos
identificados para el restricto uso de ese indicador fueron: el desconocimiento de las
técnicas utilizadas, falta de profesionales y sistemas de información que auxilien en
la adopción de la Gestión Basada en Valor.
Palabras-clave: Indicadores económicos de largo plazo. Gestión Basada en Valor.
Red de tiendas de material de construcción.
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Tamanho das empresas.................................................................
GRÁFICO 2 – Tempo de atuação..........................................................................
GRÁFICO 3 – Tipo de regime tributário.................................................................
GRÁFICO 4 – Cargo ocupado...............................................................................
GRÁFICO 5 – Tempo de ocupação.......................................................................
GRÁFICO 6 – Nível de formação...........................................................................
GRÁFICO 7 – Curso de formação.........................................................................
GRÁFICO 8 – Principal meta financeira da empresa.............................................
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34
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37
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – Indicadores de desempenho.........................................................
QUADRO 2 – Plano de negócio...........................................................................
QUADRO 3 – Causas para não uso do conceito de valor...................................
39
40
41
LISTA DE SIGLAS
BCG - Boston Consulting Group
CFROI - Cash Flow Rate of Return
DRE - Demonstração do Resultado do Exercício
EVA - Economic Value Added
FCD - Fluxo de Caixa Descontado
GBV - Gestão Baseada em Valor
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MBA - Master Busines Administration
MVA - Market Value Added
REDECON/RN - Rede de lojas de material de construção do Rio Grande do Norte
ROI - Return on Investment
RFB - Receita Federal do Brasil
VBM - Value Based Management
VEA – Valor Econômico Agregado
VMA – Valor de Mercado Adicionado
VPL - Valor Presente Líquido
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................
2 REVISÃO DA LITERATURA. .............................................................................
2.1 Gestão baseada em valor................................................................................
2.2 A evolução dos indicadores de desempenho econômico................................
2.3 Valor econômico agregado..............................................................................
2.4 Valor de mercado adicionado...........................................................................
2.5 Fluxo de caixa descontado...............................................................................
3 METODOLOGIA.................................................................................................
3.1 Tipologia da pesquisa......................................................................................
3.1.1 Quanto aos fins.............................................................................................
3.1.2 Quanto aos meios.........................................................................................
3.1.3 Quanto à forma de abordagem.....................................................................
3.2 Área de abrangência........................................................................................
3.3 Definição do universo.......................................................................................
3.4 Coleta de dados...............................................................................................
3.5 Interpretação e análise dos dados...................................................................
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................
4.1 Caracterização das empresas..........................................................................
4.2 Caracterização dos respondentes da pesquisa...............................................
4.3 Resultados referentes ao uso de indicadores de desempenho econômico de
longo prazo.............................................................................................................
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................
REFERÊNCIAS......................................................................................................
APÊNDICES..........................................................................................................
APÊNDICE A – Apresentação do projeto na disciplina Estágio I..........................
APÊNDICE B – Apresentação do projeto na REDECON/RN, solicitando
autorização das empresas para estudo.................................................................
APÊNDICE C – CRONOGRAMA...........................................................................
APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO..........................................................................
ANEXOS................................................................................................................
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ANEXO A – Ata da assembléia geral em que consta aprovação para a
monografia.............................................................................................................
ANEXO B – Estrutura da diretoria da REDECON/RN............................................
ANEXO C – Fotos da apresentação do projeto na REDECON/RN.......................
ANEXO D – História, objetivos e missão da REDECON/RN.................................
ANEXO E – Lojas associadas................................................................................
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67
68
15
1 INTRODUÇÃO
Os empreendimentos atuais têm por objetivo atender aos anseios das
pessoas, partindo da oferta de seus produtos e serviços, como também através de
um bom relacionamento com o meio social. A maneira de atender este papel é
expressa por um complexo conflito de interesses de clientes, governos,
fornecedores, gestores e funcionários ligados aos empreendimentos.
O êxito de uma empresa, em qualquer ramo de mercado, é avaliado por sua
competência de gerar valor aos seus proprietários ou acionistas. Assim, temos a
Gestão Baseada em Valor (GBV), que integra técnicas e métodos gerenciais que
assessoram a empresa na gênese de riqueza, percebendo as variáveis que
conseguem provocar mudanças no valor do negócio.
A pesquisa em questão teve o intuito de conhecer como é feita a
mensuração econômica das empresas associada à Rede de Lojas de Material de
Construção do Rio Grande do Norte (REDECON/RN), como também, entender quais
as limitações das ferramentas utilizadas.
Dessa forma, propõe a apresentação destes conceitos e o conhecimento da
aplicação da GBV na realidade destas empresas, e ainda inclui o benefício de ter um
fácil acesso às informações, apoio dos empresários e corpo diretor gerencial,
possibilidade de feedback, custo baixo e disponibilidade de local para trabalho por
parte da REDECON/RN.
Entretanto, tem como objetivo geral compreender o uso de indicadores de
desempenho econômico de longo prazo dentro de uma perspectiva da Gestão
Baseada em Valor nas empresas integrantes da rede estudada.
Assim, esta pesquisa está estrutura em cinco capítulos, além das referências
bibliográficas, apêndices e anexos. Apresenta-se na sequencia uma breve descrição
de cada uma dessas partes.
No primeiro capítulo – introdução, destaca-se alguns fatores determinantes
para a escolha e formulação do problema de pesquisa, como também o objetivo
geral. Além disso, é descrito o ambiente estudado que são as empresas associadas
à REDECON/RN.
No segundo temos a revisão da literatura, onde encontramos os assuntos
que nortearam a presente pesquisa. Sendo ela dividida em cinco tópicos para
melhor definição de cada tema, onde o primeiro trata da conceituação da Gestão
16
Baseada em Valor; o segundo enfoca a evolução dos indicadores de desempenho
econômico; o terceiro tópico explana o que é Valor Econômico Agregado (VEA); o
quarto tópico explica o que é Valor de Mercado Adicionado (VMA); e por fim, o
último destaca o Fluxo de Caixa Descontado (FCD).
O terceiro refere-se à metodologia, e, descreve a tipologia de pesquisa
quanto aos fins, meios e forma de abordagem, descreve a área de abrangência e o
universo, definindo também o instrumento de coleta de dados e a maneira de
interpretação e análise.
No quarto, tem-se a análise e discussão dos resultados, dividido em três
tópicos, o primeiro caracteriza as empresas; o segundo os respondentes; e o último
enfatiza os resultados referentes ao uso dos indicadores de desempenho econômico
de longo prazo.
No quinto, apresentam-se as considerações finais desta pesquisa e as
devidas recomendações sobre o tema.
Por fim, tem-se as devidas referências utilizadas para embasamento, os
apêndices e os anexos.
17
2 REVISÃO DA LITERATURA
Na atualidade, a expressão GBV vem sendo enfatizada e ganhando espaço
em diversos ambientes, especialmente quando se trata da esfera de avaliação de
empresas. Para tanto, os indicadores de desempenho econômico de longo prazo
tornam-se imprescindíveis na gestão de empresas, uma vez que, além da análise a
partir destes indicadores, é importante conhecer como funciona na prática.
2.1 Gestão Baseada em Valor
No cenário brasileiro, composto essencialmente por micro e pequenas
empresas, muitas já despertaram para a necessidade de acompanhar e mensurar os
resultados econômicos do empreendimento. Para tal, a grande maioria utiliza alguns
indicadores contábeis, em especial, o lucro e retorno sobre o investimento. Todavia,
tais indicadores são incapazes de estimar o valor global da empresa, ou mesmo
perspectivas de lucros futuros, além de não considerarem o valor do dinheiro no
tempo. Assim, corre-se o risco de utilizar-se de indicadores que vislumbrem apenas
o período corrente e anterior, mas que se apresenta incapaz de gerenciar o valor da
empresa e consequentemente atenderem plenamente os anseios dos acionistas.
Para trazer um novo entendimento a essa questão, surge a metodologia da
GBV, que procura conhecer o valor do ativo através do fluxo de caixa descontado e
adota novas métricas alinhadas a este com a finalidade de fornecer ferramentas
para que os gestores tomem decisões e aceitem projetos que possam maximizar a
riqueza de seus acionistas.
Outro aspecto importante é o encontro de duas correntes distintas de
pensamento e atividades organizacionais: finanças corporativas e estratégias
corporativas.
A este respeito Copeland et al. (2000) se pronunciam nos seguintes termos:
Finanças corporativas não são mais domínio exclusivo dos financistas. A estratégia corporativa não é mais um reino isolado, governado pelos CEOs. O elo entre estratégia e finanças tornou-se muito próximo e claro. [...] Essa nova realidade impõe um desafio aos administradores de empresas: a necessidade de administrar o valor. (COPELAND et al., 2000, p. xix)
18
A abordagem do valor torna-se instrumento dos gestores internos das
organizações, funcionando como uma ferramenta que liga as decisões estratégicas
às ações operacionais. Copeland et al. (2000) salienta a necessidade de dois
componentes estarem presentes na empresa para que ela possa se tornar
plenamente voltada à criação de valor. O primeiro versa em determinar o valor
intrínseco da companhia. O segundo se constitui na institucionalização de sistemas
de gestão voltados à criação de valor, que consiste em estabelecer prioridades
baseadas nisso. O que significa, ainda, no dizer de Copeland (2000):
Fazer com que o planejamento, a mensuração de desempenho e os sistemas de remuneração sejam orientados para a geração de valor ao acionista; e comunicar-se com os investidores em termos de criação de valor. (COPELAND et al., 2000, p. 30)
Assim, os autores definem a administração baseada em valor como a
“combinação de uma cultura voltada para a criação de valor e dos processos e
sistemas administrativos necessários para traduzir essa cultura em ação” (Copeland,
2000, p. 90). Em outras palavras, a geração de valor passa a ser meta a de longo
prazo da companhia.
2.2 A evolução dos indicadores de desempenho econôm ico
Os indicadores de desempenho utilizados no plano estratégico de uma
empresa têm o papel de acompanhar sua missão e avaliar a sua atuação,
possibilitando que se faça um diagnóstico da organização à medida que se verifica a
sua saúde, percebendo se está estável ou apresenta piora em intervalos de tempo
que se julga adequado, permitindo ao analista avaliar a situação econômico-
financeira.
Logo, compreende-se que são significantes mecanismos que assessoram os
analistas na identificação de tendências sobre os rumos que o empreendimento
pode estar tomando.
Há vários indicadores na literatura contábil tradicional, desde aqueles que
buscam captar vastos aspectos da organização até os indicadores mais precisos,
que colaboram na identificação de áreas-chave da empresa que necessitam de
atenção específica.
19
Para um melhor entendimento do papel dos indicadores, uma analogia pode
ser feita: eles são como termômetros, que, ao medirem a temperatura de um
paciente, possibilitam ao médico avaliar se há febre ou não. A partir de então,
exames minuciosos devem ser feitos para se traçar um diagnóstico da pretensa
doença.
De outro lado, apesar da serventia desses instrumentos, Silva (2001) chama
a atenção ao afirmar que os indicadores não são uma panacéia, isto é, uma solução
para todos os problemas da gestão contemporânea:
Entende-se que os indicadores de desempenho são simplificações de uma realidade complexa que auxiliam na tomada de decisões, tendo como característica a incapacidade de responder perfeitamente a todas as questões formuladas em todas as circunstâncias. [...] o número apurado pela relação matemática proposta deve ser considerado como o ponto de partida para uma análise criteriosa e potencialmente capaz de contribuir para o processo de gestão dos usuários internos e externos à empresa. (SILVA, 2001, p. 41)
Essas explanações são de imprescindível relevância para a compreensão da
abrangência e das limitações dos indicadores, à maneira que se possa obter o
máximo proveito desses instrumentos para o mapeamento da realidade intrínseca
de uma empresa, evitando aplicações inadequadas.
Em um passeio pelas etapas percorridas ao longo da história da
contabilidade gerencial dos indicadores, Frezatti (2003) evidencia que a
contabilidade gerencial tem tido perceptível evolução ao longo do tempo, podendo
ser citadas as seguintes fases:
• Foco no volume de vendas: espelhava percepção de falta de controle sobre
outros elementos da atividade. Seu referencial era a atividade comercial;
• Foco na margem bruta e operacional: o controle sobre custos e despesas
torna-se possível e exige certa estruturação contábil para que possa ser
desenvolvida;
• Foco no lucro líquido: a organização passa a preocupar-se com a geração de
resultado, para poder distribuí-lo ao acionista, bem como se apercebe de que
a estrutura de capital tem papel significativo sobre o resultado final da
operação;
20
• Foco no retorno sobre o investimento: aqui se apercebe uma importante
guinada em decorrência da percepção de controle não só sobre a
operação,mas também sobre os recursos que tornam viável tal operação; e
• Foco no valor: a organização preocupa-se com o efetivo impacto sobre o
valor da entidade, dimensão, que leva em contas variáveis internas e
externas à empresa. Tal dimensão tem nuanças de curto e longo prazos, o
que torna a abordagem ainda mais complexa de ser compreendida.
Ao analisar essa evolução, nota-se que todas as fases se complementam e
têm contribuições a dar, visto que estas podem ser tratadas como cumulativas e
melhorias, embora, no passado esse progresso tenha sido visto como uma
sequencia de rupturas em relação às outras fases, pois provocou sentimentos de
insegurança e surpresa aos usuários dessas informações, tendo em vista que o
cenário competitivo exige que os gestores sigam as melhores soluções, o que,
geralmente, impossibilita que seja algo generalizado.
Todavia, as quatro primeiras fases, por se fundamentarem na contabilidade
convencional, tendo como embasamento o Balanço Patrimonial e a Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE), os quais estão submetidos às influências dos
princípios contábeis geralmente aceitos, têm sido alvos de fortes críticas por parte
dos autores.
Logo, Lopo et al. (2001) afirmam que:
A avaliação de uma empresa normalmente se inicia pelas demonstrações contábeis. Devido, porém, à adoção dos princípios contábeis e à influência da legislação tributária, elas geralmente são incapazes de refletir o valor econômico de um empreendimento. (LOPO et al., 2001, p. 265)
Em meio às principais limitações das demonstrações contábeis, o autor
destaca a falta da relevância do goodwill. Rappaport (2001) é ainda mais enfático
em seus apontamentos no que diz respeito aos números contábeis. Conforme esse
autor existem várias razões pelas quais o lucro falha na mensuração do valor
econômico da empresa, métodos contábeis alternativos podem ser empregados; as
necessidades de investimento são excluídas e o valor do dinheiro no tempo é
ignorado Desse modo, torna-se necessário aprofundar a análise a respeito dos
indicadores de desempenho econômico.
21
2.3 Valor econômico agregado
O Economic Value Added (EVA), uma sigla para valor econômico agregado,
na sua mais simples definição consiste em uma modificação, ou, de acordo com
muitos usuários, compreende uma nova e melhor medida do lucro econômico.
Noutra definição, o EVA é apontado por Schmidt (2006) com distinta
percepção:
É um sistema de gestão financeira que mede o retorno que capitais próprios e de terceiros proporcionam aos seus proprietários. Ele mede a diferença entre o retorno sobre o capital de uma empresa e custo desse capital. (SCHMIDT, 2006, p. 204)
O EVA é aplicado também bem como um abrangente sistema de gestão
financeira, devido à sua medição envolver um alto grau de poder analítico,
mostrando muito mais das dinâmicas subjacentes a um negócio do que qualquer
outra ferramenta gerencial.
Nesse sentido, Ehrbar (1999, p. 1) afirma que EVA também “é uma medida
de desempenho empresarial que difere da maioria das demais ao incluir uma
cobrança sobre o lucro pelo custo de todo o capital que uma empresa utiliza”.
Visto essas recentes considerações sobre o produto, não se pode deixar de
frisar que mesmo na sua origem foi um conceito desenvolvido pela consultoria Stern
Stewart & Co., no início da década de 80 que se baseava na idéia de lucro
econômico (lucro residual).
A origem dessa abordagem é proporcionada por Ehrbar (1999), que
apresenta da seguinte forma:
Aritmeticamente, é o lucro operacional após pagamento de impostos menos o encargo sobre o capital, apropriado tanto para endividamento quanto para o capital acionário. O que resta é o valor em dólares pelo qual o lucro excede ou deixa de alcançar o custo do capital utilizado para realizar aquele lucro. Este número é o que os economistas denominam de lucro residual, que significa exatamente aquilo que implica: é o resíduo que sobra depois de todos os custos terem sido cobertos. Economistas também se referem a isto como lucro econômico ou aluguel econômico. Nós chamamos de EVA, valor econômico adicionado. (EHRBAR, 1999, p. 2)
22
De acordo com o exposto, o EVA parte do lucro líquido, diminuindo o custo
do capital próprio (retorno mínimo aceito pelos acionistas) para apuração do
resultado, o qual será ganho ou perda do empreendimento. Esse resultado será um
indicador do desempenho econômico da empresa e sinalizará se a empresa é capaz
de arcar com todas as suas despesas, remunerar o capital próprio e gerar resultados
positivos.
Nesse contexto, Lopo et al. (2001) com base na citação acima, apresenta a
seguinte equação para apuração do EVA:
EVA = Nopat - (C% * TC)
Onde:
Nopat = resultado operacional líquido depois dos impostos (Net Operating
Profit After Taxes - retorno operacional sobre os ativos);
C% = custo percentual do capital total (próprio e de terceiros); e
TC = capital total investido.
Considerando que a legislação societária brasileira já inclui o custo do
capital de terceiros (despesas financeiras), Lopo et al. (2001) propõem uma
alteração na equação anterior para a seguinte forma:
EVA = Lolai - (CCP% * PL)
Onde:
Lolai = lucro operacional líquido após os impostos;
CCP% = custo do capital próprio (em percentagem); e
PL = patrimônio líquido.
Contrário aos indicadores tradicionais usados com maior frequência e que
consideram somente o custo de capitais de terceiros, explicitando que o lucro é a
remuneração do capital próprio, o EVA leva em consideração também o custo deste
capital.
Para Pagnoncelli e Vasconcellos Filho (1992), EVA é uma ferramenta que
engloba os riscos do negócio e os riscos financeiros, permitindo examinar os três
princípios fundamentais da criação de valor: fluxo de caixa, fator risco e retorno.
23
Kaplan (2001) ressalta que o EVA ataca dois defeitos nos sistemas de
medição de desempenho financeiros tradicionais:
• superinvestimento – empresas que focalizam o lucro podem superinvestir em
ativos, sem retorno do capital. Para evitar isso, dividem o lucro pelo
investimento, calculado o Return on Investment (ROI);
• subinvestimento – empresas podem aumentar o ROI, diminuindo o
denominador, subinvestimento ou não aprovando com retorno acima do custo
de capital, mas abaixo do projetado.
Ehrbar (1999) coloca que, maximizar a riqueza dos acionistas é a melhor
maneira de servir eficazmente aos interesses de longo prazo de todos os
interessados na organização. E uma vez maximizada, significa que todos os demais
“atores” da organização já foram atendidos.
Assim, como qualquer outra ferramenta, o EVA apresenta vantagens e
desvantagens. Entre as vantagens pode-se citar:
• Auxilia na formulação de planos, projetos e orçamentos de longo prazo;
• Alinha os interesses dos agentes com os dos diretores, submetendo os
gerentes e funcionários aos desejos dos acionistas;
• Cria uma teia de interesses; porque representa a forma mais socialista de
capitalismo;
• Quando utilizado para determinar a remuneração dos funcionários, os motiva
a agregar valor;
• Indica realmente o ”quantum” foi agregado de riqueza.
Entre as desvantagens estão:
• Favorece a inibição para investimentos de grande montante e de maior prazo
de maturação, mesmo apresentando impactos futuros marcantes, mas que no
curto prazo podem reduzir o valor do EVA.
• O modelo EVA recomenda o uso do custo histórico como base para avaliação
do capital investido, entende-se que o custo a valor presente é a melhor base
para avaliação.
24
• O indicador é apresentado sob uma única perspectiva: financeira, outras
perspectivas não financeiras, tais como: perspectiva dos clientes, do processo
interno, de aprendizado e crescimento, utilizadas, por exemplo, pelo Balanced
Scorecard – apresentam grande relevância para o futuro de qualquer
corporação.
• O EVA é uma medida distorcida em períodos inflacionáveis. Os ajustes
contábeis não eliminam os efeitos decorrentes da inflação.
• The Boston Consulting Group (BCG) critica o EVA no que se refere ao
tratamento dado à depreciação. No modelo, ela é subtraída na demonstração
de resultados, é um ônus do investimento, o BCG defende o fato de que a
depreciação não implica em ônus para o caixa e desta forma não pode ser
carregada sobre o caixa da empresa. Apresentam um novo indicador Cash
Flow Rate of Return (CFROI), que é uma medida de desempenho anual.
De acordo com Peter Drucker apud Ehrbar (1999) fala sobre EVA:
EVA se baseia em algo que sabemos há muito tempo: Aquilo que chamamos de lucro, o dinheiro que sobra para remunerar o capital, geralmente nem é lucro. Até que um negócio produza um lucro que seja maior do que o seu custo de capital, estará operando com prejuízo. Não importa que pague impostos como se tivesse um lucro verdadeiro. O empreendimento ainda retorna menos à economia do que devora recursos [...] Até então, não cria riqueza; a destrói. (EHRBAR, 1999, p. 2)
Corroborando com isto, Ehbar (1999) comenta que o EVA vai muito além de
uma visão financeira e econômica, pois sua aplicação tem desdobramentos no
comportamento dos executivos e colaboradores da organização. Embora que, se o
EVA não for utilizado como instrumento de incentivo, traduzindo-se numa variável
capaz de impactar o sistema de remuneração do corpo de executivos e
colaboradores, seu impacto efetivo pode não se traduzir naqueles esperados.
Dessa forma, a essência do EVA não é uma novidade, mas um conceito não
muito complexo e importante que vinha sendo esquecido. Essa peculiaridade fez
Lopo et al. (2001, p.247) afirmassem que o EVA: “não deixa ter sido, todavia, talvez
a maior das ‘redescobertas’ dos últimos tempos em termos de avaliação de
desempenho”.
25
2.4 Valor de mercado adicionado
O Market Value Added (MVA) representa o valor atual dos futuros EVA’s.
Seu objetivo é medir a valorização ou desvalorização da empresa em função da
obtenção de EVA negativo ou positivo.
Assim, Ehrbar (1999) conceitua MVA como:
A diferença entre entrada de caixa e saída de caixa – entre aquilo que investidores colocam na empresa como capital e o que poderiam receber vendendo pelo preço de mercado corrente. Como tal, o MVA é o montante acumulado pelo qual a empresa valorizou ou desvalorizou a riqueza dos acionistas. (EHRBAR, 1999, p. 36)
É notório que na metodologia apurada com base nos conceitos do EVA, é
levado em consideração o custo de todo o capital empregado para a geração do
resultado, inclusive o custo do capital próprio. Todavia, este evidencia apenas a
diferença entre o resultado final e o custo para sua obtenção, mostrando se está
acima ou aquém do percentual mínimo requerido pelos proprietários do capital.
Já, o MVA procura mostrar o quanto a empresa valorizou ou desvalorizou-se
em função dos resultados alcançados no período de avaliação, refletindo assim o
resultado financeiro e demonstrando se a empresa criou ou destruiu riqueza.
A esse respeito, Frezatti (1999) comenta:
Aumentar o valor é o grande objetivo das organizações e que o MVA indica se esse objetivo está ou não sendo alcançado. Os autores clássico de finanças indicam o aumento do valor como grande objetivo financeiro de longo prazo nas organizações, e o MVA representa exatamente isso. (FREZATTI, 1999, p. 32)
Pelo o exposto, evidencia-se que o MVA é uma medida de avaliação de
desempenho que por si só não aumenta ou diminuiu o valor da empresa, mas
procura satisfazer a um dos grandes desejos dos proprietários do capital: avaliar,
através dos resultados obtidos, se o valor da organização onde investiram seus
recursos está aumentando ou diminuindo.
26
2.5 Fluxo de caixa descontado
O Fluxo de Caixa Descontado é o potencial de benefícios futuros que se
espera obter no presente e no futuro de um empreendimento. Suas vantagens são
destacadas por Lopo et al. (2001):
Entre os modelos apresentados, o fluxo de caixa é tido como aquele que melhor revela a efetiva capacidade de geração de riqueza de determinado empreendimento. [...] Como indicador de geração de riqueza, encontramos no fluxo de caixa a evidência da eficiência esperada de determinado negócio. Assim, são superadas algumas das dificuldades existentes no lucro contábil. Ele propõe-se a retratar o potencial econômico dos itens patrimoniais de determinado empreendimento, inclusive o goodwill. (LOPO et al., 2001, p. 275)
Esta citação faz referência a alguns aspectos relevantes: efetiva capacidade
de geração de riqueza e goodwill, como sendo pontos em que o FCD supera o RER.
No primeiro caso, por não serem necessários ajustes para apuração da
informação; no segundo, por se tratar do valor global dos benefícios futuros, onde o
goodwill já estaria implícito no valor. As potencialidades do fluxo de caixa também
são destacadas por Silva (2001). Segundo o autor, o conceito tem aplicações em
diversos aspectos da gestão, e sua aceitação tem sido bastante ampla no meio
empresarial:
O FCD também permite o desdobramento de uma sistemática consistente de tomada de decisões para os níveis hierárquicos inferiores. Se implantado com sucesso na empresa, esse desdobramento incentivaria a criação de uma cultura organizacional orientada para a criação de valor, através do alinhamento das decisões em todos os níveis hierárquicos com a geração de fluxo de caixa e, consequentemente, retorno para o acionista. (SILVA, 2001, p. 147)
Por outro lado, Stewart (1999) encontra algumas limitações no fluxo de
caixa, referindo-se à sua suposta dificuldade em mensurar o desempenho:
27
Embora o fluxo de caixa possa ser importante como uma medida de valor, ele é virtualmente inútil como uma medida de performance. Ao longo do tempo em que a administração investe em projetos compensadores – aqueles com retornos acima do custo de capital – quanto mais investimento é efetuado, e por isso mais negativo se torna o fluxo de caixa líquido imediato das operações, mais valiosa será a companhia. Somente quando ele é considerado sobre toda a vida do empreendimento, e não num dado ano, esse fluxo de caixa torna-se relevante. (STEWART, 1999, p. 3)
É importante ressaltar que, de acordo com Silva (2001), um novo
investimento não implica, necessariamente, em valorização da empresa. No tocante
a medidas de desempenho, o fato de trabalhar com valores globais impede que o
fluxo de caixa possa informar o desempenho das partes da organização no curto
prazo, impossibilitando atribuições de méritos e responsabilidades aos gestores.
Portanto, o fluxo de caixa supera o RER nos aspectos relacionados ao valor
global do empreendimento, principalmente na evidenciação do goodwill, mas perde
na mensuração da performance econômica das áreas da companhia no curto prazo.
28
3 METODOLOGIA
Nesta fase do trabalho, é esclarecida a metodologia adotada, como os
procedimentos e critérios utilizados para a seleção do método de pesquisa, para
escolha dos sujeitos estudados e para a coleta dos dados utilizados.
Segundo Malhotra (2005), o processo do modelo de pesquisa começa com a
definição do problema. Para realizar uma pesquisa é preciso promover o confronto
entre os dados, as evidências, as informações coletadas sobre determinado assunto
e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele objetivando obter informações
pertinentes à resolução do problema.
3.1 Tipologia da pesquisa
Para o desenvolvimento desta, fundamentou-se em definição da empresa e
pesquisa de campo em todas 16 lojas associadas à REDECON/RN, espalhadas
pelas cidades no Estado.
3.1.1 Quanto aos fins
Esta pesquisa descreveu características da empresa e dos respondentes,
como também a descrição do processo de utilização de indicadores de desempenho
econômico. Assim, segundo Vergara (2007, p. 47), “pesquisa descritiva expõe
características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode
também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza”.
3.1.2 Quanto aos meios
Este trabalho foi desenvolvido com base na pesquisa de campo, pois se
procurou aprofundamento de uma realidade específica. Vergara (2007, p. 48) relata
que, “pesquisa de campo é investigação empírica realizada no local onde ocorre ou
ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo”.
29
3.1.3 Quanto à forma de abordagem
A forma de abordagem foi de caráter quantitativo, onde todas as empresas
associadas à REDECON/RN foram submetidas a questionários, na busca de
caracterizar as mesmas e os respondentes, além de descobrir qual é a percepção e
o que os mesmos tem feito no que diz respeito à GBV.
3.2 Área de abrangência
A presente pesquisa foi realizada nas dezesseis lojas associadas à
REDECON/RN, espalhadas pelas cidades de: Apodi, Ceará-Mirim, Caicó, Currais
Novos, Goianinha, Guamaré, João Câmara, Macaíba, Macau, Mossoró, Parnamirim,
Pau dos Ferros, Santa Cruz e São José do Mipibu.
3.3 Definição do universo
O universo da pesquisa é composto pelas dezesseis lojas associadas à
REDECON/RN, logo, compreende toda a área de abrangência. Portanto, a presente
pesquisa baseou-se em uma análise por amostra não probabilística, do tipo por
acessibilidade, com o intuito de análise das questões problemáticas apresentadas
nesta. No entanto, apresenta como limitação a ausência de capacidade de inferência
para toda a população.
3.4 Coleta de dados
Os dados obtidos nesta pesquisa são de caráter primário, feitos por meio de
questionários fechados buscando compreender a realidade empírica,
relacionamento e entendimento com a GBV nas empresas associadas à
REDECON/RN, enviados para as dezesseis empresas, onde foram todos
respondidos. Eram compostos por três blocos, num total de onze perguntas, cujas
respostas foram tabuladas e analisadas de acordo com os propósitos do estudo.
30
3.5 Interpretação e análise dos dados
Diante das respostas obtidas pelos questionários, a pesquisa chegou a um
denominador comum, o que nos possibilitou a solução da problemática lançada.
Desta forma, toda a interpretação e análise foram realizadas a partir dos
fatos presentes nas respostas dadas, utilizando-se de gráficos, quadros, tabelas e
estatísticas.
31
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1 Caracterização das empresas
Tendo conhecimento já da área de atuação destas empresas que consiste
no comércio varejista de materiais, nesta primeira parte procurou-se caracterizar as
empresas no que diz respeito ao seu tamanho, tempo de atuação e tipo de regime
tributário, características primordiais para entendimento dos resultados obtidos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), classifica as
empresas por tamanho de acordo com o número de pessoas ocupadas. No caso do
setor de comércio e serviços, os empreendimentos com até 9 colaboradores são
classificados como micro, os que possuem de 10 a 49 colaboradores são pequenos,
de 50 a 99 entram na categoria médios e os que possuem mais de 100
colaboradores são grandes. O Gráfico 1 apresenta o tamanho das empresas
analisadas.
Fonte: A própria pesquisa, 2010.
De acordo com esta classificação, 75% das empresas pesquisadas são
consideradas pequenas, com igual valor percentual de 12,5% das empresas
classificam-se como micros e médias. Vale ainda ressaltar que nenhuma das
empresas pesquisadas possui mais de 100 colaboradores.
32
Com relação ao tempo de atuação das empresas procurou-se conhecer o
nível de consolidação dessas no mercado em questão. O Gráfico 2 expressa esses
dados.
0 1 2 3 4 5 6 7
Até 10 anos
De 10 a 20 anos
De 20 a 30 anos
Mais de 30 anos
Gráfico 2: Tempo de atuação
Número de observações
Fonte: A própria pesquisa, 2010.
Nesse contexto, foi verificado que 18,75% têm até 10 anos de atuação, 25%
tem entre 10 e 20 anos de vida, 37,5% entre 20 e 30 anos e 18,75% tem mais de 30
anos no mercado, o que se verifica que a REDECON/RN é composta por empresas
já consolidadas.
No tocante ao tipo de regime tributário, a Receita Federal do Brasil (RFB)
enquadra as empresas em três diferentes tipos de acordo com seu faturamento:
lucro real, lucro presumido e simples nacional. O Gráfico 3 enfatiza o
enquadramento das empresas.
33
62,50%
6,25%
31,25%
Gráfico 3: Tipo do regime tributário
Simples nacional
Lucro presumido
Lucro real
Fonte: A própria pesquisa, 2010.
Desse modo, constatou-se que dez empresas são optantes pelo simples
nacional, uma possui como regime o lucro presumido e cinco se enquadram no lucro
real.
4.2 Caracterização dos respondentes da pesquisa
Procurou-se conhecer o gestor respondente da pesquisa de cada uma das
empresas verificadas. As características averiguadas foram cargo ocupado, tempo
na função, nível de formação e curso de graduação para os que se enquadram
neste.
Considerando que as questões sobre a GBV e o uso de indicadores de
desempenho econômico são de nível estratégico e dessa forma, devem ser
desenvolvidas e de conhecimento da cúpula da empresa, buscou-se conhecer o
cargo ocupado pelos respondentes da pesquisa para assegurar o nível de
confiabilidade delas. O gráfico 4 indica os respondentes.
34
81,25%
18,75%
Gráfico 4: Cargo Ocupado
Diretor/Proprietário
Gerente
Fonte: A própria pesquisa, 2010.
De acordo com os resultados, a confiabilidade é significativa, pois treze dos
questionários foram respondidos por pessoas que ocupam cargo de diretoria, três
por gerentes, sendo importante ressaltar que esses números correspondem ao
universo total da amostra, onde não foi obtida nenhuma resposta referente aos
cargos de contador e supervisor/analista, que evidenciaria a pouca intimidade dos
respondentes com o tema.
Outro dado relevante sobre os respondentes corresponde ao tempo de
ocupação no cargo, pois maiores períodos de tempo na função implicam em maior
conhecimento da empresa que atuam. O Gráfico 5 explicita esse tempo.
6,25%
93,75%
Gráfico 5: Tempo de Ocupação
De 2 a 5 anos
Mais de 5 anos
Fonte: A própria pesquisa, 2010.
35
Desse modo, os resultados foram positivos, uma vez que foi averiguado que
quinze respondentes já possuem mais de 5 anos na função, enquanto que um se
enquadra no período de 2 a 5 anos, não obtendo assim, nenhum respondente para
os períodos inferiores a 2 anos.
No tocante ao perfil acadêmico, buscou-se conhecer o nível de formação
dos respondentes, conforme se observa no Gráfico 6.
43,75%
50,00%
6,25%
Gráfico 6: Nível de Formação
Ensino Médio
Graduado
Pós-graduado Lato
Sensu (Especialização ou
MBA – Master Busines
Administration)
Fonte: A própria pesquisa, 2010.
Foi verificado que sete respondentes possuem até ensino médio completo,
oito respondentes são graduados, um respondente é pós-graduado Lato Sensu −
Especialização ou Master Busines Administration (MBA), e nenhum respondente
possuem pós-graduação Strictu Sensu − Mestrado.
Além de conhecer o nível de formação dos respondentes da pesquisa,
também se buscou quais os cursos de formação superior adotado pelos
respondentes que satisfazem esse quesito. O Gráfico 7 faz esta ilustração.
36
33,33%
11,11%11,11%
33,33%
11,11%
Gráfico 7: Curso de formação
Administração
Direito
Economia
Engenharia
Outros
Fonte: A própria pesquisa, 2010.
Assim, pode-se constatar que três respondentes formaram-se em
Administração de Empresas, três em alguma engenharia e outros três respondentes
dividiram-se entre os cursos de Direito, Economia e outros. Apesar de ser um curso
comum a proprietários de empresas, não houve nenhuma resposta para o curso de
Ciências Contábeis.
4.3 Resultados referentes aos dos indicadores de de sempenho econômico de
longo prazo
Inicialmente, procurou-se avaliar a principal meta financeira da empresa.
Uma vez conhecida esta, seria possível obter evidências de uso das abordagens de
valor por parte das empresas pesquisadas e, caso positivo, quais eram. Todas as
empresas responderam a esta pergunta, sendo que algumas responderam a mais
de uma alternativa. No gráfico 8 apresenta-se as respostas.
37
Fonte: A própria pesquisa, 2010.
É relevante avaliar as respostas obtidas nesta questão de acordo com a
evolução da Contabilidade Gerencial sugerida por Frezatti (2003). Partindo dessa
abordagem, 39,29% das empresas ainda se enquadram na fase inicial
(faturamento), onde o foco é o volume de vendas. Sabe-se que o segmento
comercial atua com margens variáveis e giros maiores, e logo, provavelmente este
foi um dos motivos que levaram estas empresas a assinalarem o faturamento como
principal meta financeira.
Outro dado interessante se refere à porcentagem de empresas (32,14%) que
marcaram como principal meta financeira o lucro líquido, nessa etapa da evolução
gerencial já se observa a preocupação com a geração de resultado para poder
distribuí-lo para o acionista/proprietário da empresa. Para o fornecimento desse tipo
de dado segundo Rappaport (2001) é necessário certa estruturação contábil e maior
confiabilidade dos relatórios, muito embora, conforme exposto esse indicador sofre
de algumas limitações.
O retorno sobre o investimento compreende a principal meta financeira de
14,29% das respostas obtidas. Porém, este indicador também vem recebendo
críticas por fazer uso do lucro em sua forma matemática e, consequentemente dividir
38
as lacunas não preenchidas deste conforme Rappaport (2001). No entanto, percebe-
se no retorno sobre o investimento uma importante mudança em decorrência da
óptica de controle não apenas sobre o operacional, como também nos recursos que
colaboram para viabilizar tal operação.
A última fase da evolução gerencial proposta por Frezatti (2003), está
relacionada ao foco no valor, onde além de preocupar-se com o resultado obtido
pela entidade e os recursos que tornam viáveis tais operações daí derivadas, a
organização preocupa-se com o efetivo impacto sobre o valor da entidade. Assim, o
foco no valor foi apontado como principal meta financeira para 14,29% das
empresas, sendo que dessas empresas, todas também responderam as alternativas
lucro e/ou faturamento.
Esses resultados nos permitem inferir que a gestão baseada em valor ainda
não está bem disseminada nessas empresas, pois o foco no valor ainda não
prevalece entre as principais metas financeiras das empresas, estando presente em
uma pequena parte da amostra. Nesse sentido, Copeland et al. (2000, p. 1) colocam
que “a primeira etapa da Value Based Management (VBM) é abraçar a maximização
do valor como objeto financeiro fundamental da empresa”.
Embora faça parte da evolução proposta por Frezatti (2003) a meta
financeira margem bruta operacional não foi identificada como principal em nenhuma
das empresas respondentes, bem como não foi citada nenhum outro tipo de meta
financeira além do proposto.
Por meio da identificação dos indicadores empregados na gestão das
empresas pesquisadas, buscou-se identificar evidências do uso da abordagem de
valor. O Quadro 1 demonstra as respostas das empresas.
39
Quadro 1 : Indicadores de desempenho
Alternativas de respostas Número de observações Lucro Contábil 7 Valor Presente Líquido 3 Retorno sobre o Investimento 6 Fluxo de Caixa 6 Fluxo de Caixa Descontado 1 EVA - Economic Value Aded 0 MVA 0 Outros 0 Nenhum 3
Total 26
Fonte: A própria pesquisa, 2010.
Os resultados obtidos nessa pergunta vêm confirmar as evidências
encontradas na questão anterior: 50% das empresas fazem uso dos indicadores
tradicionais de desempenho; 26,92% apontaram o indicador Lucro; 23,08%
marcaram o indicador Retorno sobre o Investimento.
Apesar de no questionário haver a presença de indicadores de desempenho
correspondentes à abordagem de valor, Fluxo de Caixa Descontado, EVA, e MVA,
apenas uma empresa citou o FCD que correspondeu a meros 3,85% e o EVA e o
MVA, não foram citados por nenhuma empresa. E é importante frisar que este
respondente que indicou utilizar o FCD que é um indicador ligado ao valor da
empresa, quando perguntado de qual a principal meta financeira não assinalou
como uma das principais, o valor da empresa, o que se subentende o seu
desconhecimento em relação ao proposto, cabendo ainda observar que esta
empresa também marcou a opção Retorno sobre o Investimento.
O fluxo de caixa esquematizado para um tempo inferior a um ano também foi
bastante citado e 23,08% das empresas assinalaram esta opção. O interessante
observar neste ponto é que, das seis empresas que citaram o fluxo de caixa como
uso de indicador, quatro também apontaram o uso de outros indicadores os que não
correspondem ao conceito de valor, o que implica em afirmar que estas empresas
estão presas aos indicadores tradicionais e/ou de curto prazo.
40
Outro indicador que recebeu apontamentos foi o Valor Presente Líquido
(VPL), 11,54% dos respondentes mencionaram fazer uso deste em suas empresas,
o que evidencia a preocupação com o valor de dinheiro no tempo.
O que não se pode deixar de observar é que uma das três empresas que
alegaram utilizar este indicador, não assinalou também o indicador Fluxo de Caixa
que é necessário para o cálculo do VPL, o que se deduz a falta de preparo por parte
deste respondente e uma outra empresa também alegou utilizar o indicador Retorno
sobre o Investimento na sua gestão.
O mais interessante nessa pergunta que procurou descobrir quais os
indicadores usados na realidade das empresas pesquisadas, foi o fato de que
11,54% das mesmas declararam não utilizar nenhum indicador, o que realmente
aponta a falta de conhecimento sobre a gestão financeira da empresa, que, embora
consolidadas, precisam despertar para esses aspectos.
Após conhecido os indicadores de desempenho que as empresas
associadas à REDECON/RN utilizam para fazerem sua mensuração econômica,
tornou-se necessário conhecer o nível de utilização do objeto plano de negócio,
tendo em vista que as respostas a esta pergunta confirmaria o respondido nas
questões anteriores acerca da abordagem de valor, verificando a coerência dessas
respostas. O Quadro 2 aponta o respondido pelas empresas.
Quadro 2 : Plano de negócio
Alternativas de respostas Número de observações Possui, de curto prazo 4 Possui, de médio prazo 5 Possui, de longo prazo 4 Não possui 4
Total 17
Fonte: A própria pesquisa, 2010.
Neste sentido, apenas 23,53% das empresas afirmaram que possui um
plano de negócio de longo prazo. Esse evento constitui novos sinais de que o uso de
abordagem de valor não prevalece no campo cotidiano e, ainda o fato dessas
empresas terem respondido fazer uso desse nível de plano de negócio se contrapõe
41
as respostas obtidas na questão sobre o uso de indicadores, pois um número bem
inferior relatou fazer uso dos indicadores de longo prazo. Das empresas que
responderam utilizarem deste plano, uma informou que também possui um plano de
médio prazo.
Das empresas analisadas, 29,41% responderam possuir um plano de
negócio de médio prazo, que é algo que requer atenção, uma vez que essas não
deixaram indícios do uso de indicadores que remetam pelo menos ao médio prazo,
caindo novamente em contradição.
As empresas pesquisadas ainda apontam que, 23,53% possuem um plano
negócio de curto prazo, o que é um fato positivo, mas esse número deveria ser mais
expressivo, por ser observado que um número considerável indicou o uso de
indicadores mais tradicionais.
E ainda outros 23,53% expressaram não possuir nenhum nível de plano de
negócio, e assim, como o não uso de indicadores, este episódio também é
preocupante, uma vez que a ausência de qualquer nível de plano de negócio deixa
nas empresas lacunas em relação ao planejamento estratégico e visão destas.
Partindo do pressuposto, procurou-se conhecer também os motivos da não
utilização do conceito de valor da empresa, na busca de uma melhor compreensão
para a ausência desta ferramenta nelas. O Quadro 3 relata estes motivos.
Quadro 3 : Causas para não uso do conceito de valor
Alternativas de respostas Número de observações Não saber como utilizar 1 Ausência de sistemas de informações que auxiliem 3 Ausência de profissionais habilitados para tal 2 Outros 2
Total 8
Fonte: A própria pesquisa, 2010.
Das 16 empresas integrantes da REDECON/RN, oito responderam a esta
questão, porém, deveriam ser apenas sete. À medida que uma destas respondeu
fazer uso do conceito de valor em outra questão anterior, o que demonstra falta de
entendimento do conceito de valor, mas válido para esta análise.
42
A principal causa apontada foi a ausência de sistemas de informações que
auxiliem correspondendo a 37,50%. Com mesmo índice percentual seguiram-se a
ausência de profissionais habilitados para tal e outros motivos não citados, ambas
com 25,00%, o que é bastante significativo.
Outra alternativa respondida foi o fato de não saber como utilizar com
apenas 12,50%. Essas alternativas contidas no questionário estavam relacionadas
ao desconhecimento das técnicas relativas à Gestão Baseada em Valor, tanto em
termos de pessoas, quanto de sistemas de informação. É interessante notar que
cinco empresas expressaram não usar o conceito de valor, mas não responderam a
esta pergunta, demonstrando que não consideram que esta informação seja
importante, embora provavelmente esteja ligado ao pouco domínio da abordagem de
valor e suas técnicas.
43
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa pretendeu descobrir como as empresas integrantes da
REDECON/RN mensuram o seu desenvolvimento econômico e a possível existência
de alguma utilização de indicadores de longo prazo dentro de uma perspectiva da
Gestão Baseada em Valor.
A Gestão Baseada em Valor surgiu a partir do encontro de finanças e
estratégias corporativas constituindo-se em uma ferramenta de gestão, tendo como
finalidade maximizar o valor da empresa aos acionistas/proprietários, considerando
as melhores taxas de retorno e risco inerentes ao investimento.
Por outro lado, os indicadores de desempenho são importantes ferramentas
que auxiliam os analistas na identificação de tendências sobre os rumos que as
empresas podem estar tomando. Os indicadores tradicionais de desempenho
(faturamento, margens brutas e operacionais, lucro e retorno sobre o investimento)
têm sido extremamente criticados. Sendo, o conceito de valor conforme literatura
consultada o indicador de longo prazo que melhor demonstra o desempenho
econômico de uma empresa.
Porém, na visão interna à empresa, os indicadores Valor Econômico
Agregado, Valor de Mercado Adicionado e Fluxo de Caixa Descontado apresentam
vantagens e desvantagens como mecanismos de auxilio a Gestão Baseada em
Valor.
De acordo com os dados levantados, apenas 14,29% das empresas
apontaram o valor da empresa como sendo a principal meta financeira, as demais
tem como principal meta os indicadores tradicionais de desempenho: faturamento,
lucro e retorno sobre o investimento. Além disso, as empresas que responderam
como principal meta financeira de longo prazo o foco no valor, também marcaram as
alternativas lucro e/ou faturamento, demonstrando que não há muito entendimento
sobre as metodologias e métricas necessárias do campo abordagem de valor.
Com relação aos indicadores de desempenho, 26,92% das empresas
afirmaram utilizar o indicador lucro e 23,08% marcaram o indicador retorno sobre o
investimento, uma empresa (3,85% da amostra) apontou indicadores voltados para a
gestão baseada em valor, ao marcar o Fluxo de Caixa Descontado, no entanto
também assinalou a opção Retorno Sobre o Investimento, embora não tinha citado
como principal meta financeira o valor da empresa.
44
Diante destes fatos, conclui-se que os indicadores de desempenho mais
utilizados pelas empresas do setor de materiais de construção associadas à
REDECON/RN são aqueles baseados na contabilidade gerencial, sendo o lucro
contábil o número de maior destaque. Os indicadores relacionados à geração de
valor, mais recomendados pela literatura consultada, têm seu uso bastante limitado
entre tais empresas. É de se esperar que com o advento de sistemas de gestão
mais eficientes e à medida que os conceitos relacionados à Gestão Baseada em
Valor forem mais dominados por parte dos administradores e proprietários e
percebidas suas vantagens, a referida abordagem será mais amplamente utilizada.
45
REFERÊNCIAS
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47
APÊNDICES
APÊNDICE A – Apresentação do projeto na disciplina Estágio I
48
49
50
51
MUITO OBRIGADO!
52
APÊNDICE B – Apresentação do projeto na REDECON/RN, solicitando autorização das empresas para estudo
53
54
55
56
APÊNDICE C – Cronograma
Atividades/Meses
2009 2010
Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Escolha do tema X
Definição da empresa X
Pesquisa bibliográfica X
Desenvolvimento do
projeto X X X
Defesa do projeto X
Entrega do projeto final
ao professor da disciplina X
Visita a empresa X
Revisão literária X X X X
Correções finais X
Entrega da monografia X
57
APÊNDICE D – Questionário
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Conforme comunicado em assembléia, apresentamos o q uestionário
que irá nortear uma monografia no curso de Administ ração de Empresas. Ressaltamos que as informações coletadas serão trat adas de forma sigilosa e somente servirão para o trabalho desenvolvido entre a associação e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Obrigado.
QUESTÕES REFERENTES À CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS Q 01 - Qual o número de colaboradores da empresa?
( ) Até 9 colaboradores ( ) De 10 a 49 colaboradores ( ) De 50 a 99 colaboradores ( ) 100 ou mais colaboradores
Q 02 – Qual o tempo de atuação da empresa no mercado?
( ) Até 10 anos ( ) De 10 a 20 anos ( ) De 20 a 30 anos ( ) Mais de 30 anos
Q 03 - Qual o regime tributário da empresa?
( ) Simples nacional ( ) Lucro presumido ( ) Lucro real ( ) Não sei ( ) Prefiro não responder
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QUESTÕES REFERENTES À CARACTERIZAÇÃO DOS RESPONDENT ES DA PESQUISA
Q 04 – Qual o cargo ocupado?
( ) Diretor/Proprietário ( ) Gerente ( ) Contador ( ) Supervisor/Analista ( ) Outros ( ) Não quero me identificar
Q 05 – Qual o tempo de ocupação no cargo?
( ) Menos de 1 ano ( ) De 1 a 2 anos ( ) De 2 a 5 anos ( ) Mais de 5 anos
Q 06 – Qual o nível de formação?
( ) Ensino médio completo ( ) Graduado ( ) Pós-graduado Lato Sensu (Especialização ou MBA – Master Busines Administration) ( ) Pós-graduado Strictu Sensu (Mestrado)
Q 07 – Se graduado, qual o curso de graduação? ( ) Administração
( ) Ciências contábeis ( ) Direito ( ) Economia ( ) Engenharia ( ) Outros. Citar: _________
QUESTÕES REFERENTES AO USO DE INDICADORES DE DESEMPENHO
ECONÔMICO
Nas questões de número 08 a 11 pode-se marcar mais de uma opção. Q 08 – Qual a principal meta financeira da empresa?
( ) Faturamento ( ) Margem bruta operacional ( ) Lucro ( ) Retorno sobre o investimento ( ) Valor da empresa ( ) Outros. Citar: _____________
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Q 09 - A empresa utiliza de algum dos indicadores abaixo?
( ) Lucro Contábil ( ) Valor Presente Líquido ( ) Retorno sobre o Investimento ( ) Fluxo de caixa ( ) Fluxo de Caixa Descontado ( ) EVA - Economic Value Added ( ) MVA ( ) Outros. Citar:___________ ( ) Nenhum
Q 10 – A empresa possui um plano de negócios? Se sim, como se caracteriza?
( ) Possui, de curto prazo ( ) Possui, de médio prazo ( ) Possui, de longo prazo ( ) Não possui
Q 11 – Se a empresa não utiliza o conceito de valor, qual a causa?
( ) Não saber como utilizar ( ) Ausência de sistemas de informações que auxiliem ( ) Ausência de profissionais habilitados para tal ( ) Outros. Citar: ____________
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ANEXOS
ANEXO A – Ata da Assembléia geral em que consta a a provação para a
monografia
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ANEXO B – Estrutura da diretoria da REDECON/RN
Luiz Antônio Bezerra Lacerda - Redecon Comercial Lacerda Presidente Sérgio Tadeu de Souza Costa - Redecon Tacom Vice-presidente Maria Rosecleide Dantas da Silva - Redecon Espaço da Construção Secretária Francisco Torres Filho - Redecon Eletrocenter Tesoureiro CONSELHO FISCAL - TITULARES Francisco de Assis Souza - Redecon Ponto Certo 1º Conselheiro Fiscal Márcio de Oliveira Macedo - Redecon Armazém Progresso 2º Conselheiro Fiscal Jailson Severo dos Santos - Redecon Shop da Construção 3º Conselheiro Fiscal CONSELHO FISCAL - SUPLENTES Marcelo Roque da Rocha M. Rocha - Redecon M. Rocha 1º Suplente Manuel Pereira de Souza Filho - Redecon Casa Souza 2º Suplente
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ANEXO C – Fotos da apresentação do projeto na REDEC ON/RN
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ANEXO D – História, objetivo e missão da REDECON/RN
REDECON
Visando um fortalecimento e desenvolvimento do mercado regional,
empresários do ramo de material de construção do Rio Grande do Norte uniram-se
e fundaram a REDECON/RN constituída por lojas independentes, conduzida por
uma diretoria, subordinada a uma assembléia geral onde cada empresa é
representada por um sócio com poder de voto. São 16 empresas espalhadas nas
principais cidades do Rio Grande do Norte, que, juntas, atendem a uma população
de mais de um milhão e meio de habitantes.
Objetivo
Oferecer um serviço que atenda às necessidades dos clientes
proporcionando-lhes bom atendimento, preços justos, prazo, financiamentos,
qualidade e variedade, além de oferecer vantagens para os associados,
adequando-os a treinamentos, assessorias, modernização de pontos de venda e
agenciando uma relação entre os associados e os fornecedores.
Missão
Fortalecer o grupo tendo como foco a humanização e responsabilidade
social, com colaboradores capacitados, fornecedores como parceiros, tornando o
negócio viável através da fidelização dos clientes, além de fornecer produtos e
serviços com qualidade para todas as classes.
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ANEXO E – Lojas associadas
REDECON Armazém Progresso
Endereço: Rua Elói de Souza, 168, Centro
Cidade: Santa Cruz
Telefone: (84) 3291-2544
Email: [email protected]
REDECON Casa Souza
Endereço: Rua Princesa Isabel, 121, Centro
Cidade: Macau
Telefone: (84) 3521-1388
Email: [email protected]
REDECON Casa Souza
Endereço: Rua Monsenhor José Tiburcio, 02 - Centro
Cidade: Guamaré/RN
Telefone: (84) 3525-2267
Email: [email protected]
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REDECON Comercial Lacerda
Endereço: Avenida Jundiaí, 38, Centro
Cidade: Macaíba
Telefone: (84) 3271-1540
Email: [email protected]
REDECON Eletrocenter
Endereço: Rua Augusto Monteiro, 519 - Centro
Cidade: Caicó
Telefone: (84) 3417-1337
Email: [email protected]
REDECON Espaço da Construção
Endereço: Rua Jaime Sales, 178, Centro
Cidade: São José de Mipibu
Telefone: (84) 3273-2288
Email: [email protected]
70
REDECON M. Rocha Material de Construção - Filial
Endereço: Praça Onofre José Soares, 188, Centro
Cidade: Ceará-Mirim
Telefone: (84) 3274-2562
Email: [email protected]
REDECON M. Rocha Material de Construção - Matriz
Endereço: Rua Dr. Manoel Varela, 550 - Centro
Cidade: Ceará-Mirim
Telefone: (84) 3274-2439
REDECON Ponto Certo
Endereço: Avenida Getúlio Vargas, 67, Centro
Cidade: Parnamirim
Telefone: (84) 3272-5062
Email: [email protected]
71
Redecon Queiroz & Filhos
Endereço: Avenida Coronel Gurgel, 423, Centro
Cidade: Mossoró
Telefone: (84) 3316-2002
Email: [email protected]
REDECON Roldão Ferragens
Endereço: Praça Baixa Verde, 11, Centro
Cidade: João Câmara
Telefone: (84) 3262-2054
Email: [email protected]
REDECON Seccon
Endereço: Avenida Pedro Velho, 1169, Centro
Cidade: Pau dos Ferros
Telefone: (84) 3351-2750
Email: [email protected]
72
REDECON Shop da Construção
Endereço: Avenida Teotônio Freire, 588, JK
Cidade: Currais Novos
Telefone: (84) 3431-1945
Email: [email protected]
REDECON Shop Tintas
Endereço: Rua João Pessoa, 101, Centro
Cidade: Currais Novos
Telefone: (84) 3412-2040
Email: [email protected]
REDECON T.M. Material de Construção
Endereço: Rua Sebastião Sezenando, 143, Centro
Cidade: Apodi
Telefone: (84) 3333- 2144
Email: [email protected]
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REDECON Tacom
Endereço: Avenida Luiz Belarmino, 1622, Centro
Cidade: Goianinha
Telefone: (84) 3243-2251