Upload
others
View
3
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
GESTÃO DE PESSOAS: UM DOS FATORES-
CHAVE PARA O SUCESSO DAS ORGANIZAÇÕES
Jamille de Jesus Pinheiro
Raphael Heythausen da Costa
Projeto de Graduação apresentado ao Curso de
Engenharia de Produção da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Engenheiro.
Orientadora: Maria Alice Ferruccio da Rocha, D.
Sc.
Rio de Janeiro
Setembro de 2017
PINHEIRO, Jamille de Jesus
COSTA, Raphael Heythausen da
Gestão de pessoas: um dos fatores-chave para o sucesso das
organizações/ Jamille de Jesus Pinheiro e Raphael Heythasen da
Costa – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017.
X, 40, p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha
Projeto de Graduação – UFRJ/ POLI/ Curso de Engenharia de
Produção, 2017.
Referências Bibliográficas: p. 38-39.
1. Employer Value Preposition (EVP). 2. Employer Branding. 3.
Engajamento 4. Mentoring e Coaching 5. Análise de um Estudo de
Caso. I. Ferruccio, Maria Alice II. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, UFRJ, Curso de Engenharia de Produção. III. Gestão de
pessoas: um dos fatores-chave para o sucesso das organizações.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos nossos professores que ao longo da faculdade nos cederam
conhecimento.
Agradecemos aos nossos familiares, pelo esforço, incentivo e amor incondicional.
Agradecemos aos nossos amigos, por compartilharem de angústias e de muitas das
primeiras vitórias.
Agradecemos a nossa orientadora, Maria Alice, pelo vasto conhecimento, instruções,
confiança e paciência.
"Deves olhar não somente para as pessoas, mas também dentro delas." (Lord Chesterfield)
"A vontade de um homem é a sua felicidade." (Johann Friedrich Richte)
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção.
GESTÃO DE PESSOAS: UM DOS FATORES-CHAVE PARA O SUCESSO DAS ORGANIZAÇÕES
Jamille de Jesus Pinheiro
Raphael Heythausen da Costa
Setembro/2017
Orientadora: Maria Alice Ferruccio da Rocha
Curso: Engenharia de Produção
Resumo O presente trabalho aborda alguns aspectos relevantes do processo de valorização do capital
humano para o desenvolvimento de organizações. Pretende-se descrever a evolução das
ferramentas utilizadas para atrair e reter talentos, bem como medir o engajamento dos
colaboradores com as empresas. Por fim será apresentado análise de caso de uma das maiores
empresas de moda do Brasil.
Palavras-chave: Atração, Retenção, Gestão de Pessoas, Capital Humano, Employee Value
Proposition, Engajamento, Mentoring, Coaching.
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Industrial Engineer.
PEOPLE MANAGEMENT: ONE OF THE KEY FACTORS FOR THE SUCCESS OF ORGANIZATIONS
Jamille de Jesus Pinheiro
Raphael Heythausen da Costa
September/2017
Advisor: Maria Alice Ferruccio da Rocha (D. Sc.)
Course: Industrial Engineering
This paper approaches different relevant aspects of the process of human capital valorization
for the development of organizations. It is intended to describe the evolution of the tools used to
attract and retain talent, as well as to measure employee engagement with companies. Finally,
will be presented a case analysis of one of the biggest fashion companies of Brazil.
Keywords: Attraction, Retention, People Management, Human Capital, Employee Value
Proposition, Engagement, Mentoring, Coaching
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 1
1. EMPLOYEE VALUE PREPOSITION (EVP) .......................................................... 3
1.2 CULTURE (CULTURA) ........................................................................................................... 5
1.3 PROFESSIONAL DEVELOPMENT (DESENVOLVIMENTO PROFISISONAL) ...................... 7
1.4 COMPENSATIONS AND BENEFITS (BENEFÍCIOS E COMPENSAÇÕES) .......................... 8
1.5 RECOGNITION AND REWARDS (RECONHECIMENTO E PREMIAÇÕES) .......................... 9
2. EMPLOYER BRANDING ..................................................................................... 11
2.1 VALORES DA EMPRESA, OBJETIVOS E CULTURA ......................................................... 11
2.2. RECONHECIMENTO INTERNO .......................................................................................... 12
2.3 IMAGEM E RECONHECIMENTO DA MARCA ..................................................................... 13
2.4 ESTRATÉGIA DE CRIAÇÃO DE CONTEÚDO ..................................................................... 14
2.5 DISTRIBUIÇÃO DE CONTEÚDO ......................................................................................... 15
3. ENGAJAMENTO ................................................................................................. 17
3.1 GREAT PLACE TO WORK (GPTW) ..................................................................................... 18
4. COACHING E MENTORING ................................................................................. 21
5. ANÁLISE DE UM ESTUDO DE CASO ................................................................ 25
5.1 A EMPRESA ......................................................................................................................... 25
5.2 A PESQUISA ........................................................................................................................ 26
5.3 RESULTADOS ...................................................................................................................... 27
5.4 CONCLUSÃO DA PESQUISA .............................................................................................. 35
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 41
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – People Science ........................................................................................... 3
Figura 2 – Ambiente de Trabalho ................................................................................. 6 Figura 3 – Ciclo do Trabalho como Satisfação ............................................................. 10 Figura 4 – Criação de conteúdo ................................................................................... 15 Figura 5 – Selo Great Place to Work ............................................................................ 18
Figura 6 – Modelo GPTW ............................................................................................. 20 Figura 7 – Dimensões da Pesquisa ............................................................................... 21
Figura 8 – Coaching X Mentoring ................................................................................. 24
Figura 9 – Dimensões e Critérios: Pesquisa de Engajamento ...................................... 26
Figura 10 – Valores considerados na Pesquisa de Engajamento. ................................ 27
Figura 11 – Perguntas realizadas na pesquisa e seus desdobramentos. ..................... 28
Figura 12 – Perguntas 56 e 57 .................................................................................... 30 Figura 13 – Resultado da pesquisa de engajamento por dimensão ............................ 31
Figura 14 – Resultado da pesquisa de engajamento por credibilidade ........................ 32
Figura 15 – Resultado da pesquisa de engajamento por camaradagem ..................... 33
Figura 16 – Resultado da pesquisa de engajamento por Imparcialidade ..................... 34
Figura 17 – Resultado da pesquisa de engajamento por orgulho ................................ 35 Figura 18 – Resultado da pesquisa de engajamento por respeito ............................... 36
Figura 19 – Resultado das perguntas de alto engajamento......................................... 37
Figura 20 – Engajômetro................................................................................................37
Figura 21 – Planos de ação para melhora de resultados..............................................39
INTRODUÇÃO
O conceito de capital humano está ligado ao surgimento da disciplina Economia da
Educação, em meados da década de 1950, pelo professor do departamento de economia da
Universidade de Chicago, Theodore W. Schultz. Em 1968, Schultz recebeu o prêmio Nobel de
Economia pelo desenvolvimento de tal teoria. A preocupação do professor era explicar o
aumento de produtividade gerado pelo que chamou de fator humano na produção. A conclusão
foi de que o trabalho humano, desde que qualificado através da educação, era um fator crucial
para a ampliação da produtividade econômica, portanto, do crescimento da geração de lucro.
Esse “capital” abrangeria o conjunto de conhecimentos, competências e atributos para realizar
o trabalho, a fim de produzir valor econômico. 1
Quando se pensa no contexto atual, com alta competitividade, as empresas que se
destacam são aquelas que conseguem inovar primeiro e perceber qual a necessidade e desejo
de seu cliente. Por trás do lançamento dessas novas tecnologias, produtos e serviços estão os
colaboradores dessas empresas, ou seja, o seu capital humano. O mundo corporativo já está
ciente dessa realidade e pode-se identificar a iniciativa de algumas empresas para atrair um
valioso capital humano.
.
O trabalhador do conhecimento é, sobretudo, alguém que incorporou ao seu modelo mental e às suas atividades uma postura mais proativa. É aquele também que, tendo em vista a complexidade do mundo em que vive, sabe que ninguém mais detém sozinho, o conhecimento necessário para que as coisas aconteçam. Portanto, sua auto-imagem não é a de "mais uma peça na engrenagem", um "recurso humano", como acontecia na era industrial, mas sim a de alguém que faz a diferença. SALDANHA (2004)2
Ficou também evidente, no decorrer dos anos, que para que a empresa chegue no
patamar desejado, é imprescindível, além da atração, o engajamento dos funcionários,
importando-se com o futuro da empresa e estando dispostos a investir o esforço discricionário.
O pensamento relacionado ao foco no funcionário que alcançou o Brasil tem como ponto
fundamental a retenção empregados engajados, satisfeitos e com alto desempenho. Esta tarefa
mostra-se difícil, porém, determinante para o sucesso de uma empresa. A fim de otimizar esses
processos, as organizações passaram a utilizar diferentes ferramentas, principalmente na área
de Gente e Gestão.
Para tanto, esta monografia, estruturada em cinco capítulos, tem como objetivo analisar
1 http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_teoria_%20do_capital_humano.htm. Acessado em 16/06/2017. 2 http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/795/2/20151295.pdf. Acesso em 23/06/2017
2
questões relacionadas à gestão de pessoas, a valorização do capital humano e surgimento e a
evolução de ferramentas para atrair e reter talentos, procurando estabelecer a importância de
seu impacto sobre o desempenho das empresas hoje em dia.
Após descrita a realidade de mudança constante no contexto organizacional e,
consequentemente, no paradigma administrativo adotado ao longo do tempo e abordado
também o conceito de capital humano para entendimento da necessidade de mecanismos para
sua correta utilização, nos capítulos I, II, III e IV serão apresentadas ferramentas que vem sendo
desenvolvidas e utilizadas na gestão de pessoas, auxiliando na atração e retenção de talentos
dentro das organizações. Serão descritos os conceitos, a importância de cada uma e suas
consequências para as companhias e para os colaboradores. Dentre elas: Employee Value
Preposition, Employer Branding, Engajamento, Coaching e Mentoring.
Antes das conclusões, no capítulo V serão abordadas algumas características de uma
empresa privada de sucesso no ramo da moda, procurando ressaltar a importância da
ferramenta relacionada a medição do engajamento. Serão apresentadas a idealização da
pesquisa, bem como seus resultados e possíveis conclusões de suma importância para
crescimento e desenvolvimento da empresa.
Como metodologia, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, com consultas a livros, a artigos
e a internet. Está presente, ainda, uma pesquisa exploratória com uma análise de caso e
pesquisa qualitativa. Um dos alunos dessa monografia trabalha na empresa estudada e teve a
oportunidade de acompanhar a pesquisa de engajamento, onde teve acesso a todos os
documentos aqui apresentados. A pesquisa foi feita através de questionários entregues por e-
mail para todos os funcionários e seus resultados serão apresentados, assim como possíveis
melhorias que a corporação como um todo poderá fazer para melhorar o nível de engajamento
entre seus funcionários.
Para finalizar, deve-se dizer que esta monografia não tem como objetivo mostrar os
outros fatores-chaves para o sucesso das organizações, mas sim adentrar o tema de gestão de
pessoas de uma maneira soft, ou seja, estudaremos elementos chaves, mas não irão ser
destrinchados todos os seus resultados como motivação, liderança, companheirismo etc.
3
1. EMPLOYEE VALUE PREPOSITION (EVP)
Uma das ferramentas que vem sendo utilizada é o desenvolvimento do conceito de
Employee Value Proposition (EVP), que seria a proposta de valor para o funcionário.
De acordo com Paulo Bivar3, sócio fundador da consultoria de RH Air Branding, “O EVP e o
conjunto de políticas de carreira, desenvolvimento, liderança e gestão, remuneração e ambiente
de trabalho, que tornam a empresa atrativa tanto para os profissionais do mercado quanto para
quem faz parte do quadro”.
Além de ser atrativa para o público externo, a empresa deve sê-la para todos os seus atuais
funcionários, fazendo com que estes sintam-se confortáveis com suas respectivas funções e
com o ambiente de trabalho. Uma vez que a motivação e o turnover são inversamente
proporcionais, manter os empregados motivados, reduz a rotatividade das empresas,
influenciando diretamente na cultura empresarial, na gestão do conhecimento e nos custos com
contratação, capacitação e rescisão.
Segundo a consultoria de recrutamento people Sciente4 é possível dividir o EVP em cinco
grupos distintos: Work-Life (trabalho/casa), Culture (cultura), Professional Development
(desenvolvimento profissional), Compensations and Benefits (compensações e benefícios) e
Recognition & Rewards (reconhecimento e premiações).
Figura 1: People Science (2017)
Fonte: People Science
http://www.people-science.com/the-importance-of-the-mployee-value-proposition/
Acessado em 01/07/2017
3 http://exame.abril.com.br/carreira/cinco-licoes-de-marketing-para-o-rh/>. Acesso em 03/06/2017 4 http://www.people-science.com/the-importance-of-the-employee-value-proposition/>. Acesso em
10/03/2017
4
1.1 WORK-LIFE (TRABALHO-CASA)
Deve-se considerar que os funcionários de uma empresa têm vidas distintas fora da
organização. A consultoria Retain me deixa claro que é essencial que todos estes consigam
manter uma vida saudável, no dia-a-dia fora do trabalho. Assim, a manutenção de uma vida
balanceada entre trabalho e casa mostra-se um ponto de suma importância para o conforto dos
empregados.
Muitas vezes, durante o processo de contratação, a empresa não deixa claro o escopo
de trabalho para o candidato. Há, por exemplo, vagas em que é necessária a realização de
horas extras, somando mais que as estipuladas oito horas diárias, porém, também há aquelas
em que a carga horária é menor do que oito horas.
Especificações como está devem ser claramente explicadas e cada funcionário deve ser
alocado para a vaga em que melhor se encaixa no seu perfil. Este tipo de planejamento evita
com que o empregado se comprometa mais do que pode, o que pode acarretar problemas em
sua vida pessoal, promovendo assim falta de qualidade de vida.
Cada funcionário apresenta particularidades em sua vida que demandam tempos
distintos. A empresa deve compreendê-las e ser flexível, quando necessário, para que o
funcionário tenha a possibilidade de conseguir resolvê-las sem que isso se torne um problema
no trabalho. Essa flexibilidade no trabalho pode ser um fator determinante para a qualidade de
vida de seus colaboradores.
Pode-se exemplificar as questões levantadas acima como uma mãe que acabou de ter
um bebê e terminar sua licença maternidade. Essa mãe tem uma responsabilidade enorme em
casa que é de criar uma criança pequena, e não necessariamente poderá fazer horas extras
todos os dias, seu chefe e a empresa tem que entender essa particularidade e demonstrar a
compreensão. Um outro exemplo mencionável é o de um colaborador que tem um parente
próximo, no qual é responsável, que está passando por problema de saúde. Esse colaborador
poderá precisar sair mais cedo ou faltar no trabalho alguns dias, e isso deverá ser discutido com
seu gestor que deverá compreender e achar a melhor solução para suprir essas horas não
trabalhadas.
5
1.2 CULTURE (CULTURA)
Na parte da cultura podemos considerar o ambiente do trabalho que engloba a parte
social e física. Primeiramente na parte física temos como é a estrutura do escritório e/ou da
empresa. Quando se trabalha em um ambiente, por exemplo, limpo, claro e com uma “boa
aparência” os funcionários tendem a se sentir melhor de maneira geral. Existe uma norma
regulamentadora (NR17)5 com o objetivo de estabelecer patrões corretos para que
proporcionem boas condições psicofisiológicas. Sendo assim, a NR17 tende a criar um
ambiente em que proporcione um ambiente confortável, com segurança e que possa fazer com
que o funcionário consiga desempenhar com eficiência seu trabalho.
O ambiente físico pode contribuir negativamente em vários aspectos como, por exemplo,
em um escritório de advocacia no qual é necessário ler diversas páginas de documentos
importante e a atenção deve ser essencial para que nada saia errado. Por outro lado, se esse
escritório fica localizado em frente a uma rua muito movimentada e o barulho gere desconforto
aos seus funcionários, certamente o desempenho desses profissionais estarão seriamente
comprometidos. Além desse exemplo, podemos citar escritórios no qual a claridade seja baixa,
o que pode gerar uma dificuldade para realizar as tarefas diárias e ainda poderá gerar
problemas de visões futuros.
Existem algumas doenças que são consideradas doenças de escritórios, podemos citar
as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao
Trabalho (DORT), tendinites, assim como problemas na coluna entre outros. É de suma
importância que os responsáveis pela infraestrutura do local de trabalho pensem na ergonomia
do ambiente e tente evitar qualquer tipo de dano físico aos seus funcionários.
Adentrando a parte social, o ambiente de trabalho é um fator crucial para o bom
desempenho dos profissionais. Um ambiente onde todos se sintam à vontade para se
comunicar com todos, se sinta fazendo parte da equipe como um todo e que a sua
personalidade se encaixe com as pessoas a sua volta e com a empresa. Todas as pessoas são
diferentes, porém mesmo com essas diferenças é possível trabalhar em um ambiente que o
ambiente seja agradável no âmbito social.
Trabalhar com pessoas que apresentem desavenças entre si e que não consigam
chegar em um pensamento comum entre as tarefas importantes é completamente prejudicial
5http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
regulamentadoras/norma-regulamentadora-n-17-ergonomia acessado em 30/07/2017.
6
para a eficiência do trabalho. Ter um ambiente agradável pode e deve ser incentivado pelos
gestores, assim como o departamento de Recursos Humanos tem papel fundamental para
facilitar com que o ambiente seja o melhor possível.
O ambiente pode englobar por exemplo, como os gerentes cobram de seus inferiores
os resultados nas tarefas. Receber feedbacks é essencial para que o funcionário compreenda
o que está fazendo de certo ou errado para que possa mudar ou continuar a fazer a tarefa
daquela forma. Porém, até a maneira como esse feedback é apresentado aos funcionários pode
contribuir para um ambiente de trabalho bom ou ruim. Todos gostam de receber elogios, porém
quando pensamos em mensagens negativas temos que ser cautelosos em como essa
mensagem deverá ser passada. Evitar constrangimentos é essencial para que o clima na
organização não fique ruim, assim como as críticas deverão vir juntas de medidas que o
funcionário poderá realizar para melhorar seu desempenho.
Muitas empresas gostariam de ter ambientes de trabalhos sociais diferentes do que
realmente acontece no dia-a-dia, e mudar esses ambientes pode ser tarefa muito difícil. Os
responsáveis deverão levar esse fator muito a sério e incentivar a colaboração e a receber
feedbacks de seus funcionários sobre o que poderá melhorar.
Figura 2 : Ambiente de trabalho
Fonte: Elaboração própria
7
1.3 PROFESSIONAL DEVELOPMENT (DESENVOLVIMENTO PROFISISONAL)
Nesta parte do EVP, espera-se que a empresa tenha um plano de carreira claro e bem
consolidado. Todas as pessoas querem ser promovidas por vários motivos, sejam eles
financeiros ou apenas por reconhecimento pessoal, porém conseguir a tão sonhada promoção
não é algo simples e fácil.
Quando se tem a mesma vaga em duas empresas diferentes, alguns critérios devem ser
usados para se decidir qual a melhor opção a se escolher. Levando em consideração que todos
os outros fatores sejam similares, um bom plano de carreira pode ter esse papel decisivo.
Quando fica claro que com dedicação é possível subir de cargo em uma empresa, mas na outra
essa mudança será mais difícil, certamente o candidato escolherá a empresa com a maior
possibilidade de melhorar seu cargo no futuro.
Um funcionário que exerce sua função em excelência merece ser reconhecido e deve
ser valorizado dentro da organização, esse funcionário certamente quer evoluir na hierarquia
de cargos e deve ser valorizado. Com um bom plano de carreira fica mais claro as etapas que
devem ser vencidas para se chegar no topo, e ter essas etapas bem definidas é de suma
importância para que todos saibam o que deve ser feito e que as pessoas com maior potencial
se destaquem e consigam alcançar os cargos mais altos.
Deve-se discutir a carreira dos funcionários periodicamente, sempre perguntando o que
eles esperam do futuro. Quando se tem uma ideia clara do que os colaboradores estão
dispostos a fazer para crescer no cargo é possível fazer uma orientação especifica. Nessa
orientação pode ser discutido quais as habilidades são necessárias para ocupar o cargo
desejado, sendo assim, essas habilidades podem ser treinadas ao longo do tempo.
A melhor maneira de verificar se um funcionário é de excelência é através do contato no
dia-a-dia e na qualidade dos projetos que são entregues aos seus superiores. Porém, os
gestores poderão impulsionar essas entregas e fazer maneiras para que os funcionários
possam mostrar o melhor do que tem feito ao longo do tempo. Premiações de melhores projetos
poderão ser criadas com o intuído de identificar os projetos que mais contribuíram para a
companhia. Além de poder verificar os melhores funcionários, a dedicação a esses projetos só
trará benefícios a companhia.
8
1.4 COMPENSATIONS AND BENEFITS (BENEFÍCIOS E COMPENSAÇÕES)
Uma das principais características que fazem com que alguém escolha um lugar para
trabalhar são os benefícios que a empresa pode proporcionar. Quando se pensa em benefícios,
a primeira coisa que vem à mente é o salário, que é certamente o principal, porém não o único.
Existem diversas formas que os funcionários utilizam para medir se o salário recebido é justo
ou injusto, primeiramente é feita a comparação com outros profissionais da mesma área em
empresas concorrentes. Quando o salário é maior do que os concorrentes, a sensação é de
que o seu trabalho é valorizado, diferentemente quando o salário é menor, que dá a impressão
de que a empresa não o valoriza. Esses dados podem ser facilmente adquiridos em sites como
o Love Mondays6, que é focado em apontar os salários de diversas empresas, facilitando assim
a comparação entre empresas.
O histórico de aumento do salário também é amplamente utilizado para garantir um bem-
estar, pois se a organização concede aumentos proporcionais ou superiores à inflação
periodicamente, mostra que a empresa entende o funcionário e o valoriza. Além disso, olhando
o histórico de aumento é possível prever o que acontecerá no futuro, quando não é comum um
aumento periódico não é esperado que no futuro essa situação mude, podendo causar
desconforto e desmotivação.
Segundo BOOZ & COMPANY apud PEEFFER (2015), as pessoas trabalham por
dinheiro, mas um objetivo ainda maior é fazer algo com sentido das suas vidas. De fato, elas
trabalham para se divertir/aproveitar, muitas empresas que ignoram essas características terão
responsabilidades pela falta de responsabilidade e comprometimento de seus funcionários.
É essencial que o funcionário entenda exatamente pelo que ele está sendo pago. Na
maioria dos casos não é claro como o seu salário é determinado e isso pode gerar ruídos
negativos e insatisfações indevidas. Com a transparência na ‘montagem do salário’ o
funcionário tem total consciência da sua tarefa e também cria melhor consciência do que é
necessário para elevar esse benefício no futuro. Este, é outro fator essencial, todos devem ter
total noção do que é necessário para que seja considerado um funcionário com alto
desempenho e apresente uma elevação no salário. Sendo assim, esses 2 fatores têm um elo
comum, pois quando está claro o que se deve fazer é possível distinguir quem está fazendo e
quem não, assim como é possível melhorar seu desempenho para atingir o que é esperado.
6 https://www.lovemondays.com.br/ acessado em 30/07/2017
9
Os colaboradores sempre devem ser questionados quando a sua satisfação em relação
aos benefícios, se considera os atuais justos e se não os pontos de discordâncias, pois desse
jeito os seus gestores poderão avaliar as opiniões e ajustar os possíveis erros no programa de
benefícios, assim como poderão oferecer um possível feedback para que não fique dúvidas
quanto ao desempenho de cada funcionário.
1.5 RECOGNITION AND REWARDS (RECONHECIMENTO E PREMIAÇÕES)
Nem todos os benefícios que fazem parte do seu cargo ou organização são em forma
de dinheiro, existem diversas outras medidas que podem fazer com que os colaboradores se
sintam reconhecidos e queiram trabalhar na empresa. Esse tipo de reconhecimento extra
salarial é fator essencial para a motivação dos funcionários, eles podem ser oferecidos quando
um determinado funcionário ou grupo atingem uma meta ou generalizado para toda a empresa
como forma de mostrar que a empresa reconhece o trabalho de todos e que sua colaboração é
válida.
Existem centenas de maneiras de mostrar reconhecimento, um simples ‘muito obrigado’
ou falar que o trabalho apresentado está ótimo pode significar bastante coisa para quem está
ouvindo, e ser um fator para que a o funcionário continue apresentando bons resultados.
Podemos citar outras maneiras de reconhecimentos simples, por exemplo, funcionário do mês.
Muitas pessoas gostariam de ser consideradas funcionárias do mês, pois isso daria visibilidade
ao seu trabalho e poderia ser papel fundamental para uma possível promoção no futuro.
Alguns benefícios requerem que a empresa faça gastos para pôr em pratica, por
exemplo, festas de departamentos em comemorações a datas especiais. Esse tipo de festa
servirá como integração de toda a equipe, além de significar que a empresa está contente com
as entregas dos colaboradores. Basicamente os funcionários sentem que a empresa lembra do
seu bem-estar o que pode estimular a sempre melhorar seu trabalho e suas entregas.
Os benefícios poderão ser optativos para aquelas pessoas que queiram receber o
mesmo. Podemos citar grandes descontos em diversos tipos de serviços, como por exemplo
companhia de taxi ou academia. Esse tipo de benefício poderia ser utilizado por quem já
utilizava tais serviços e traria um enorme ganho para essas pessoas. Muitos colaboradores
consideram isso essencial para o bem-estar na companhia, pois isso pode trazer uma economia
e uma praticidade bem grande para seus funcionários. Podemos citar como exemplo o Clube
10
Convenia7, que é um grande clube de vantagens e descontos em diversos estabelecimentos,
diversas empresas já utilizam esse clube como forma de benefícios para os seus colaboradores.
Como já mencionado anteriormente, a opção de ter um horário flexível no trabalho é
extremamente importante para pessoas que apresentam uma vida agitada fora do trabalho,
poder escolher seu horário de entrada e saída do trabalho, assim como poder trabalhar mais
horas em um determinado dia e menos em outro pode ser fator decisivo para diversas pessoas.
Bob Nelson (2007) cita em seu livro 1001 Maneiras de Premiar Seus Colaboradores, os
responsáveis pela execução desses benefícios poderiam usar esse livro como insights para
novos benefícios. Também poderia ser feita uma pesquisa interna com todos os funcionários
perguntando quais benefícios extra salariais eles achariam validos para ser aplicado na
empresa, essa pesquisa poderá ser feita para escolher entre opções no qual os gestores estão
pensando em implementar ou apenas para ter insights e depois a empresa analisar quais seriam
viáveis para a implementação.
Cada empresa tem suas particularidades e não necessariamente o que deu certo em
uma dará certo na outra, logo deve-se fazer uma análise de quais benefícios seriam aceitáveis
para cada empresa. Benefícios que envolvem algum tipo de gasto financeiro deve ser
cuidadosamente analisado para que não prejudique a empresa e sim traga benefícios.
Figura 3: Ciclo do Trabalho como Satisfação (2017)
Fonte: Website RH
http://www.rh.com.br/Portal/Motivacao/Artigo/7227/nao-faca-do-seu-trabalho-uma-tortura.html
Acesso em: 29/03/2017
7 https://clube.convenia.com.br/ acessado em 26/07/2017.
11
2. EMPLOYER BRANDING
Os melhores talentos do mercado muitas vezes têm a opção de escolher em que empresa
deseja trabalhar. Alguns lugares são mais disputados que outros e diversos rankings ao redor
do mundo buscam descobrir os lugares mais atrativos segundo o mercado. O ranking da
Universum (2017)8 para a área de engenharia coloca o Google como primeiro colocado,
Microsoft como segundo e Apple como terceiro nos melhores lugares para se trabalhar em
2017. Essa imagem positiva que a empresa passa para as pessoas vem do Employer Branding
que como definido por Grin Velard (2008) é o processo de colocar a imagem de um lugar ótimo
para trabalhar na mente das pessoas de um determinado público alvo.
O processo de construção da imagem de uma empresa pode ser demorado, bastante
complicado e demandar um alto investimento. De acordo com Beth Hudson (2016)9, para a
construção do Employer Branding devemos passar por 5 passos essenciais: 1º Valores da
empresa, objetivos e cultura; 2º Reconhecimento interno; 3º Imagem e reconhecimento da
marca; 4º Estratégia de criação de conteúdo; 5º Distribuição de conteúdo.
2.1 VALORES DA EMPRESA, OBJETIVOS E CULTURA
Essa etapa está diretamente ligada com o conceito de EVP que já foi discutido
anteriormente. O que a empresa tem para oferecer para os funcionários já contratados e para
os que ainda serão? O resultado dessa pergunta deverá ser algo satisfatório para que se crie o
interesse em continuar trabalhando ou se candidatar para uma vaga na organização.
Deve-se pensar, por exemplo, nos objetivos da empresa. O que é esperado que
aconteça no futuro da companhia e também como os produtos oferecidos por ela se alinha com
a demanda da população. Empresas que oferecem produtos mais bem aceitos na sociedade
tendem a ter uma melhor imagem. Podemos citar o site de buscas do Google, que é uma
ferramenta amplamente utilizada por pessoas de quase todos os países do mundo e traz
benefícios e facilidades para a vida de muita gente. Produtos como estes fazem com que o
Google tenha mais facilidade de atrair bons profissionais e conquiste a posição do lugar mais
atrativo para se trabalhar em 2017.
Outro fator determinante são as conquistas da organização. Citamos o bom
desempenho no mercado em que atua, quando a empresa se encontra em crescente ascensão,
8 http://universumglobal.com/rankings acessado em 01/08/2017 9 https://recruitee.com/blog/employer-branding-best-practices/ acessado em 09/07/2017.
12
a aceitação dos funcionários tende a ser maior. Além do desempenho, o reconhecimento de um
bom lugar para trabalhar por rankings reconhecidos pode ser essencial para que cada vez mais
bons profissionais se sintam atraídos.
A cultura organizacional também é de extrema importância para uma boa reputação,
utilizando a definição de Jossey-Bass apud Edgar H. Schein (2004,p.9) temos que,
Cultura é um padrão de suposições básicas demonstradas; inventadas, descobertas ou desenvolvidas por um dado grupo; que ensina a lidar com seus problemas externos de adaptação e internos de integração; que funcionou bem o bastante para ser considerado válido e, ainda, para ser ensinado aos novos membros do grupo como a forma correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas.
Sendo assim, as interações sociais dentro do escritório devem ser consideradas para
que se tenha o prazer de se trabalhar. Muitos lugares oferecem excelentes salários e benefícios,
mas mesmo assim é difícil reter os seus funcionários por muito tempo. Este fato pode estar
relacionado com uma cultura organizacional que não é motivacional, assim como
desencorajadora de fazer com que o empregado seja ele mesmo e se desenvolva. Logo, a
cultura organizacional deve estar sempre em observação, assim como métodos de melhora
devem sempre estar sendo implementados.
Outro fator não mencionado na definição de Schein é o meio no qual a empresa está
inserida, que pode ter um fator determinante na cultura. Como bem observado por Hofstede
(1994, p.180) “ Todo ser humano é de fato o socializado de determinado meio, não se pode
tornar inteligível a dinâmica humana nas organizações sem conhecer a cultura e a sociedade
na qual ela se insere”. Este fator pode ser claramente observado quando mudamos de países,
pois cada país tem sua determinada cultura e esta mesma afeta diretamente o comportamento
dos funcionários.
Concluímos que esses fatores mencionados acima devem ser cuidadosamente
avaliados e geridos de forma que se chegue em um resultado positivo e que inspire as pessoas
desejadas. Um bom EVP somado com uma boa cultura organizacional pode ser a combinação
perfeita.
2.2. RECONHECIMENTO INTERNO
A ideias elaboradas, desejadas e aplicadas na empresa tem que estar de acordo com
as opiniões dos atuais funcionários. Para que se tenha uma boa propagação das ideias para as
13
pessoas externas é essencial que os funcionários internos estejam alinhados com as propostas
e que concordem e vivenciem essa realidade. O engajamento pode ser definido pelo termo
engagement.
Engagement é um termo em inglês muito utilizado que foi definido por Hewitt and
Associates (2004) como a medida de energia e paixão que os empregados têm pela
organização, esses funcionários que tem engagement são indivíduos que fazem de tudo para
a melhoria dos resultados dos negócios da empresa e sempre dizem coisas positivas sobre o
ambiente de trabalho.
Para atingir esse nível de engajamento deve-se ter uma estratégia de implementação
de todas as ideias pensadas e desejadas para a organização. Esta tarefa pode ser demorada
e muito difícil de ser atingida, pois muitas características estão presentes na cultura
organizacional do lugar e enraizadas fazendo com que o processo de mudança seja lento.
2.3 IMAGEM E RECONHECIMENTO DA MARCA
A American Marketing Association (2017)10 definiu marca como: “Marca é um nome,
termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação dos mesmos, que pretende identificar
os bens e serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los daqueles dos
concorrentes.”
Nesse caso, estamos analisando a marca como uma marca empregadora, no qual a
imagem buscada é um lugar ótimo de se trabalhar, com reconhecimento do trabalho e boas
remunerações e bonificações. Também definido pela American Marketing Association (2017)10
a imagem da marca é a percepção das pessoas sobre a marca, é o que as pessoas acreditam
sobre seus pensamentos, sentimentos e expectativas.
Sendo assim, não basta apenas às pessoas internas saberem que o ambiente de
trabalho é de qualidade, mas também é essencial que o público externo tenha essa percepção,
para que eles também tenham vontade de trabalhar no local. É por isso que a imagem da Marca
é essencial para um bom employer branding.
10 https://www.ama.org/resources/Pages/Dictionary.aspx?dLetter=B, Acesso em 15/07/2017.
14
Em relação à marca, segundo Beth Hudson (2016)9 temos alguns elementos que fazem
a diferença na percepção das pessoas, como: logo, cor, fontes, site, estilo de escrita, tipo de
funcionários, valores e cultura. Algumas características desses elementos se repetem em
lugares de grande aceitação, por exemplo, a logo deverá ser simples, o site deverá trazer ideias
e construir respostas, o tipo de escrita deverá ser simples, porém direto, com certa inteligência
e amigável ao mesmo tempo. Assim como entre os tipos de funcionários podemos ter
inovadores, diversos, veteranos, etc. Finalizando, os valores e culturas devem ser inovadores,
inclusos e conter soluções para problemas.
2.4 ESTRATÉGIA DE CRIAÇÃO DE CONTEÚDO
Após a empresa já ter o objetivo claro que quer alcançar, é necessário que se crie um
conteúdo para que futuramente seja divulgado. Analisaremos algumas estratégias
mencionadas por Beth Hudson (2016)9 que devem ser usadas no momento da criação.
● Entonação e voz: Ser único e não ofensivo:
A maneira de se expressar pode ser uma das tarefas mais difíceis, pois o foco é a
diversidade e pessoas com características distintas tem que se sentir representadas com o
conteúdo. A empresa deverá ter extremo cuidado com brincadeiras que podem parecer
engraçadas para a maioria das pessoas, porém ofensivas para uma minoria. Em uma
organização a diversidade dos trabalhadores é essencial para o sucesso e se um grupo em
particular se sentir ofendido quer dizer que tem algo de errado e o conteúdo deverá ser recolhido
imediatamente.
● Demonstração de Força: Amostragem dos benefícios:
Tudo que a empresa tem de melhor a oferecer deve ser mostrado. Vemos muitos
exemplos americanos como o Google e o Twitter que divulgam fotos dos seus escritórios, onde
a imagem de um local divertido e aconchegante para trabalhar é claramente visto. Logo, quando
uma empresa tem um ambiente descontraído deve-se mostra-lo ao público.
Além do ambiente, existem outros benefícios que podem estar presentes, como um bom
salário, um plano de academia grátis, lanches grátis, ginástica laboral, etc. Resumidamente,
faça com que saibam dos pontos positivos da organização.
Um método que é muito utilizado, é tirar fotos de seus funcionários em momentos de
descontração. Funcionários com sorrisos no rosto e aparentemente feliz em estar trabalhando
15
pode gerar uma imagem extremamente positiva e atrair talentos que queiram um bom ambiente
para trabalhar.
É extremamente importante que todo o conteúdo divulgado seja real, pois criar um falso
ambiente para o público interno pode gerar conflitos internos e descontentamento com as novas
contratações futuras, pois seria uma quebra de expectativa.
● Mostre o porquê: posicione sua marca
O conteúdo apresentado deverá conter algum tipo de aprendizagem, a criação de um
conteúdo exclusivamente proporcional não oferece um valor diz Beth Hudson (2016)9. Deve-se
mostrar o porquê a sua empresa é boa e porque você deve escolher ela para trabalhar.
Figura 4:Criação de conteúdo
Fonte: Elaboração própria
2.5 DISTRIBUIÇÃO DE CONTEÚDO
Depois de todo o conteúdo já criado, vem a parte da divulgação para o público alvo.
Existem diversas maneiras de fazer essa divulgação, como:
● Blog
Blog são muito utilizados por leitores que procuram um determinado assunto específico,
por exemplo viagens, saúde, emprego, etc. Logo, a utilização desse recurso pode atrair público
e melhorar o Employer Branding.
16
É importante que os posts não sejam apenas informativos ou promocionais, mas sim
que faça com que o leitor queira ler até o fim e se interesse pelo assunto. Por exemplo, todas
as etapas de um processo seletivo podem ser claramente explicadas e isso passará uma
imagem de clareza e de uma empresa bem organizada.
● Mídias sociais
Atualmente as mídias sociais estão fortemente presente na vida da maioria da
população mundial, principalmente brasileira, como por exemplo Facebook, Twitter, Instagram
e LinkedIn. Diversas empresas já utilizam essas redes como forma de compartilhamento de
ideias, notícias e vagas de emprego. Cada rede tem uma característica específica e conteúdos
focados em cada uma delas deverá ser construído. Por exemplo, o Twitter tem limite máximo
de 140 caracteres por mensagem, já o Instagram tem um limite de tempo para seus vídeos.
O humor em posts pode ser usado como forma de atrair pessoas e gerar
compartilhamentos, isso pode mostrar que a empresa apresenta uma mente aberta e atrair a
diversidade. Porém, esse humor tem que ser usado com inteligência para que a empresa não
tenha uma imagem de não ser séria ou que a brincadeira ofenda algum grupo específico. O
LinkedIn é uma mídia social que tem o objetivo conectar pessoas do meio corporativo e gerar
uma network corporativa. Sendo assim pode ser uma plataforma chave para que pessoas
conheçam a empresa e tenham vontade de fazer parte de tal.
● Relações públicas
Alcançar o ranking de melhores empresas para se trabalhar é o objetivo de muitas
companhias. Uma boa relação pública pode ser um caminho para alcançar essa meta.
● Vídeos
A empresa CISCO (2016)11, que é uma líder mundial de rede e TI prevê que em até
2019 cerca de 80% do conteúdo da internet será em forma de vídeo, além disso segundo Matt
Mansfield (2016) 60% das pessoas preferem ver um vídeo do que ler.
● E-mails
Listas de e-mails cadastrados para receber novidades sobre vagas pode ser importante
para que todos os interessados sejam notificados das novas oportunidades. Uma regra é que
não envie e-mails desnecessários e exagerados, pois isso pode causar desconforto a todos que
estão recebendo.
11 https://www.cisco.com/c/en/us/solutions/collateral/service-provider/visual-networking-index-vni/complete-white-paper-c11-481360.html#_Toc484531492. Acesso em:30/07/2017
17
● Sites de Carreiras
Segundo China Gorman (2016)12, sites de carreiras é a ferramenta que as pessoas mais
usam quando estão procurando um emprego, sendo assim é essencial a divulgação das
melhores práticas do Employer Branding para que o candidato se interesse pela companhia e
motive a ir até o fim do processo seletivo.
3. ENGAJAMENTO
Como apresentado previamente, o comprometimento dos colaboradores para com os
objetivos organizacionais representa um diferencial competitivo, incrementa seus resultados e
cria condições essenciais para o sucesso da organização. Somente com o elevado nível de
engajamento dos colaboradores - que é um dos facilitadores para a empresa colocar sua
estratégia em ação - será possível que eles se tornem aliados à empresa para que essa obtenha
sucesso e atinja seus objetivos.
Para tanto, nos anos 90, começaram a surgir diversos tipos de pesquisas para compreender
como estão todas as relações entre a empresa e as pessoas, não só do ponto de vista da
satisfação e da motivação (Fisher, 1996). Dentre estas, estava a pesquisa de clima ou pesquisa
de engajamento.
Esta pesquisa mensura a satisfação dos funcionários, avalia o seu comprometimento, o que
é um diferencial de competitividade, em relação a diversos aspectos da organização. Destacam-
se como alguns aspectos levantados: liderança, segurança, relacionamento com as pessoas,
remuneração, benefícios, perspectivas de carreira e fatores relacionados às suas experiências
no ambiente organizacional.
As pesquisas devem ser patrocinadas pela alta-liderança, a análise de resultados e
montagem de planos devem ser conduzidas pelos líderes da empresa com o suporte da área
de RH. Os resultados devem servir de base para a liderança na priorização de ações
relacionadas à gestão de pessoas, e ações estruturantes globais para a empresa devem ser
identificadas e sua execução patrocinada e monitorada pela alta-liderança.
12 https://www.eremedia.com/tlnt/do-you-know-what-your-candidates-are-thinking/. Acesso em:
01/08/2017
18
3.1 GREAT PLACE TO WORK (GPTW)
A sigla GPTW, do inglês Great Place To Work, refere-se a uma lista com as melhores
empresas para se trabalhar. Essa metodologia de avaliação foi desenvolvida por Robert
Levering que concluiu que existem excelentes empresas para trabalhar e “qualquer empresa,
de qualquer tamanho, em qualquer lugar e em qualquer época, pode se tornar um excelente
lugar para trabalhar. ”
Em 1997 começaram a fazer as listas das Melhores Empresas para Trabalhar. A
primeira lista lançada em todo o mundo foi aqui no Brasil (hoje na revista Época), em 1998 nos
EUA (na Fortune) e atualmente em mais de 50 países.13
A ideia de gerar essa lista surgiu não com o objetivo de realizar premiações, mas sim
divulgar os bons exemplos e estimular outras empresas a melhorarem seus ambientes de
trabalho, mostrando-se como uma forma de chamar a atenção da sociedade do quanto é
importante um bom ambiente de trabalho. As empresas que são ranqueadas e as melhores
classificadas tornam-se referência no mercado, atraindo e retendo os melhores talentos. Essas
companhias ganham o direito de estampar o selo do Guia, mostrando seu diferencial ao público.
Este selo do Guia é muito disputado entre as empresas e serve como atrativo para
muitos profissionais. O selo abaixo pode ser encontrado em muitos sites como motivo de
orgulho. Podemos mencionar a JOST Brasil que ganhou o título de melhores empresas para
trabalhar na América Latina em 2015 e colocou em um lugar de destaque como premiações da
companhia em seu site.
Figura 5: Selo Great Place to Work (2015)
Fonte: JOST Brasil
http://www.jost.com.br/pt/sala-de-imprensa/press-releases/jost-entre-as-melhores-empresas-para-
trabalha
Acessado em 15/08/2017
13 http://www.greatplacetowork.com.br/ acessado em 02/08/2017
19
Para montar esse ranking, isto é, a classificação, são realizadas pesquisas no modelo
GPTW que medem o engajamento dos colaboradores da empresa. São selecionadas as
melhores em cada uma das categorias de práticas da empresa. A pontuação da empresa é
dividida entre índices, que são a reuniões das notas nas quatro categorias avaliadas pelos
funcionários, e de indicadores ligados às práticas de RH. Juntos, eles formam a pontuação geral
de cada empresa, que vai de 0 a 100, também chamada de Índice de Felicidade no Trabalho.
Existe, paralelamente, o ranking das melhores empresas para mulheres trabalharem,
que requerem no mínimo 25% desse gênero no quadro de funcionários e consideram a
percepção delas.
A pesquisa mede felicidade no trabalho, qualidade do ambiente de trabalho e qualidade
na gestão de pessoas. Para tanto utilizam-se os seguintes indicadores:
- Remuneração e benefícios: pagar salários acima da média indica que a empresa consegue
manter funcionários de alto desempenho no longo prazo. Benefícios diferenciados refletem a
preocupação com o bem-estar dos funcionários;
- Carreira: indica a perspectiva de crescimento profissional na empresa e suas ações para
proporcionar suporte ao desenvolvimento dos empregados;
- Educação: mostra como a organização prepara as pessoas para o futuro dentro e fora de suas
dependências;
- Saúde: além de aspectos práticos, como um bom plano de saúde, inclui prevenção, educação
e extensão desses benefícios à família dos funcionários;
- Integridade física: indica a preocupação com prevenção de acidentes e eliminação de riscos
e com um ambiente de trabalho saudável, física, social e psicologicamente;
- Responsabilidade social e ambiental: indica a preocupação com o bem-estar dos funcionários,
dos familiares, da comunidade local e da sociedade como um todo, além da preservação do
meio-ambiente;
- Liderança: mostra como os funcionários avaliam o papel dos chefes em relação à
comunicação, justiça, promoção do aprendizado e ainda se os líderes têm discurso e ações
coerentes;
20
- Satisfação e motivação: está ligado ao salário, aos bônus, ao trabalho em si, ao ambiente
físico e às perspectivas de crescimento, fatores responsáveis por motivar os profissionais;
- Identidade: indica se o funcionário conhece e compartilha os objetivos da empresa, se tem
orgulho de fazer parte dela e acredita em sua postura ética;
- Aprendizado e desenvolvimento: mede a percepção dos empregados quanto ao aprendizado
no trabalho, educação corporativa e oportunidades de promoção.
Segundo o modelo GPTW colaboradores devem confiar nas pessoas com as quais
trabalham, sentir orgulho do que fazem e apreciar as pessoas para as quais trabalham.
Figura 6: Modelo GPTW (2017)
Fonte: Adaptado de http://www.greatplacetowork.com.br/
Acessado em 15/08/2017
Para medição, a pesquisa gira em torno de um questionário com 60 perguntas baseadas
em 5 dimensões. As respostas podem ser: Concordo Totalmente, Concordo, Neutro, Discordo,
Discordo Totalmente e Não Se Aplica.
As perguntas são mensuradas de acordo com a quantidade de respostas concordo e
concordo totalmente, dividida pela quantidade total de respostas. Chama-se este cálculo de
21
Trust Index e mostra o quão positivas estão os pareceres dos funcionários quanto a empresa.
Quanto maior o Trust Index, melhor para se trabalhar é a empresa.
A empresa atinge os objetivos através de pessoas que dão o melhor de si e trabalham
em equipe um ambiente de confiança. As dimensões da pesquisa avaliam o nível de confiança
e o relacionamento com os líderes, pares e empresa através dos seguintes critérios:
Figura 7: Dimensões da Pesquisa (2017)
Fonte: Adaptado de http://www.greatplacetowork.com.br/
Acessado em 15/08/2017
4. COACHING E MENTORING
Uma ótima maneira de desenvolver os talentos é utilizando um Coaching, que segundo Nigel
MacLennan (1993) é um indivíduo que irá ajudar outro a: liberar suas habilidades naturais; para
aprender, performar e alcançar seus objetivos; melhorar a consciência dos fatores que
determina as performances; aumentar o senso de auto responsabilidade e de sentimento de
dono do desempenho; ser seu próprio coach; identificar e remover barreiras internas para o
alcance das metas.
Um coach não é um professor nem um supervisor, mas sim alguém que irá orientar um
indivíduo utilizando a “formulação de perguntas, fornecimento de informações ou partilha de
filosofias e metodologias, observando o processo” (PORCHÉ, NIEDERER, 2002).
A sessões de coaching podem ser semanais, quinzenais ou até mensais, isso pode
depender do projeto no qual os funcionários estão participando ou até mesmo do nível de
22
orientação necessária. Existem algumas características em um processo de coaching, por
exemplo, para Glenn Martin (2006) o processo deverá ser focado em tarefas de pequena
duração que podem durar entre 3 e 12 meses. Além disso um ciclo de coaching deverá ser
focado em habilidades específicas de melhoramento.
Segundo Zuleide Batista (2017), o trabalho inicia com a definição do objetivo que
desejam alcançar que pode abranger diversas áreas como: gestão do tempo, relacionamento
interpessoal, motivação de equipe, trabalho em equipe, etc. Após a definição do objetivo uma
análise do que atualmente está impedindo de que o objetivo seja alcançado deverá ser feita e
então partir para o plano de ação.
Para Olivier Serrat (2017), o plano de ação deve ser feito com ambas as partes
compartilhando suas expectativas e é de extrema importância que todos estejam em total
conforto com o que foi acordado. Logo após isto, o funcionário deverá cumprir as ações que
foram acordadas e seguir recebendo feedbacks objetivos e claros dos coachs.
Após o fim do plano de ação o coach e o funcionário deverão considerar o que foi
aprendido durante todo o processo e como foi todo o processo de aprendizado. Sendo assim,
o processo de coaching poderá acabar ou iniciar um novo ciclo com um novo objetivo.
Um coach não precisa necessariamente ser alguém que tenha amplo conhecimento da
área em que o funcionário está alocado, mas sim alguém capaz de guiar o funcionário para o
sucesso. Ainda, segundo Oliver Serrat (2017), um coach deverá ter um alto grau de inteligência
emocional, uma autoconsciência, autorregularão, automotivação, conscientização social e
habilidades sociais. Essas características são necessárias para que se tenha uma boa relação
entre o coach e o funcionário que deverá ter uma combinação de autonomia e responsabilidade
de ambas as partes.
Mentoring é outra ferramenta muito utilizada em grandes empresas e como definido por The
Forton Group (2013) é o desenvolvimento de uma relação na qual uma pessoa, normalmente
mais velha, ou com mais experiência, ou com um maior conhecimento técnico, solidariamente
e livremente compartilha seus conhecimentos, habilidades, informações e perspectivas para
ajudar o crescimento pessoal e profissional de alguém. Além disso, em alguns casos o mentor
ainda pode compartilhar seus contatos e networking.
Diferentemente do coaching onde o objetivo é apenas de orientar o funcionário rumo a
uma meta, o mentoring segundo Zuleide Batista (2017) vai muito além, onde o funcionário é
23
ensinado e treinado por uma pessoa com mais conhecimento. O mentor também deve estar
dentro amplamente do assunto ou área do funcionário.
Para escolher quem será o mentor, a empresa deverá fazer uma triagem de todos os
seus funcionários em posições de lideranças, por exemplo gerente, diretores ou líderes de
fábrica. Ao passar todo o seu conhecimento para alguém, o mentor não será dispensado no fim,
mas sim beneficiado pelo seu desempenho em ensinar e treinar os funcionários para que todos
adquiram o conhecimento que ele mesmo já possui.
Uma outra característica importante é que o mentoring apresenta uma relação que é
possível que dure um longo período de tempo e essa relação pode muitas vezes ser informal.
Reuniões e encontro podem acontecer sempre que o funcionário precisar conversar com o seu
mentor (TTM Associates, 2017).14
Pela The Coaching Association Of Canada (2017)15 existem 3 passos no processo de
mentoring, que são:
1. Reunião de planejamento: nessa reunião os mentores ajudam o planejamento da
tarefa pedindo para os funcionários que:
● Indiquem os objetivos da tarefa;
● Resumo da tarefa;
● Esclarecimento dos papéis dos envolvidos;
● Listagem das ações das pessoas envolvidas;
● Análise dos desafios e oportunidades em relação a execução da tarefa
● Identificação da conclusão ótima para o problema.
2. Observação: o mentor deverá observar o funcionário e colher informações de como
o plano sugerido está fluindo.
14http://www.ttmassociates.com/wp-content/uploads/article-coaching-mentoring.pdf. Acesso em:
05/08/2017
15 http://coach.ca/the-3- steps-of- the-mentoring- process-p159936>. Acesso em: 05/08/2017
24
3. Conversa Reflexiva: nesta etapa o mentor deverá dar um feedback de tudo que foi
observado na fase 2 para o funcionário. Eles deverão refletir no que foi aprendido durante esse
processo e como proceder na próxima etapa.
Podemos dizer que a grande diferença entre coaching e mentoring é que no primeiro
apenas orientações são dadas para tarefas específicas. Já no segundo, existe um longo
processo de passar ensinamentos para o funcionário, ou seja, sendo mais específico e dizendo
como deve ser feito.
Figura 8: Coaching x Mentoring
Fonte: Elaboração própria
25
5. ANÁLISE DE UM ESTUDO DE CASO
Após o estudo abordado nesse trabalho sobre as diferentes formas de atração e
retenção e como elas são importantes no desenvolvimento das companhias no contexto das
últimas décadas, será abordada uma análise de caso. O objetivo é identificar, na prática, como
o uso das ferramentas explicadas anteriormente atuam em no mercado de confecções e de
moda. Uma das limitações da pesquisa foi dada pelo pedido de não identificação da empresa.
5.1 A EMPRESA
A Empresa em questão foi criada há cerca de 10 anos e é considerada um dos maiores
grupos de moda do Brasil, congregando além de grandes marcas, outras que vem crescendo.
A empresa tem como meta ser a melhor e maior empresa de marcas e moda do Brasil,
reconhecida e admirada mundialmente pela criatividade, energia, paixão e eficiência.
O cenário atual da empresa em relação às suas vendas pode ser dividido em duas
frentes. Uma delas diz respeito ao mercado varejista e a empresa conta com mais de 100 lojas
espalhadas pelo país. A adição da quantidade de lojas das marcas tem um valor significativo,
mas é importante frisar que cerca de três quartos desse número são de lojas das duas maiores
marcas. A outra frente é o mercado atacadista, em que a empresa possui mais de mil clientes
revendedores, que disponibilizam as peças do grupo em suas lojas multimarcas por todo o
Brasil.
Os desafios que a empresa vem enfrentando estão espalhados em diversos setores e
possuem razões parecidas entre si, derivados da própria fusão das marcas. Uma das mais
problemáticas seria a integração das marcas a uma administração comum, mas cada uma com
seu núcleo e sua autonomia. Após um primeiro momento em que os próprios donos das marcas
acumularam essas funções gerenciais, foram contratados uma leva de gabaritados profissionais
para ajudar na gestão do grupo. Para auxiliá-los e colaborarem com o crescimento, foram
contratados diversos outros funcionários e o departamento de Gente e Gestão passou a ter
maior importância para aumentar a competitividade da empresa. Sendo uma das estratégias
para alcance desse objetivo o aumento da eficiência das áreas corporativas e do core business
através de estratégias de alto engajamento dos funcionários.
26
Com o aumento da responsabilidade da área de Gente e Gestão, contrataram-se
funcionários especializados em gestão estratégica de empresas. Foi assim que se introduziram
ferramentas para aumento e medição de desempenho dos funcionários. Dentre as inovações
na área, implementou-se a realização de pesquisas de satisfação, que avaliavam a prestação
de serviços de uma área para outra. Os resultados obtidos foram bem expressivos e levaram a
criação de metas para a melhora dos resultados, que, a princípio foram bem baixos.
Porém, almejava-se medir mais que a satisfação e, para tanto, foi lançada a primeira
pesquisa de engajamento na empresa, com suporte da estratégia Great Place To Work,
mencionada previamente.
5.2 A PESQUISA
Para medir o índice de engajamento da Empresa, lançou-se, ao final de 2016, uma
Pesquisa de Engajamento, confidencial e não obrigatória, com público das unidades de marca
e corporativo. Com ele, esperava-se mapear o nível de engajamento de 70% do time.
Para correta elaboração do projeto, utilizou-se diversas ferramentas como EAP (ou
WBS), a estrutura analítica do projeto, a matriz de risco, o cronograma de GANTT, a matriz
RACI e o plano de comunicação.
Utilizou-se a metodologia base do Great Place To Work, como mencionado no capítulo
anterior. Foram 59 perguntas, que abrigavam as seguintes dimensões, considerando os valores
da Empresa:
27
Figura 9: Dimensões e Critérios: Pesquisa de Engajamento Empresa (2017)
Fonte: Adaptado da Empresa
Figura 10: Valores considerados na Pesquisa de Engajamento da Empresa (2016)
Fonte: Adaptado da Empresa
28
29
Figura 11: Perguntas realizadas na pesquisa e seus desdobramentos (2016)
Fonte: Adaptado da Empresa
As perguntas iniciais foram realizadas para que, durante a análise, fossem levantadas
características comuns ou que se relacionam para que, assim, fossem propostas hipóteses para
bem ou mal, e, então, desenvolvidos planos de ação melhor direcionados.
30
As perguntas mostradas acima poderiam ser respondidas com as seguintes opções:
• Discordo totalmente
• Discordo
• Neutro
• Concordo
• Concordo totalmente
• Não se aplica
As quatro últimas perguntas do questionário não se aplicam a esse tipo de respostas,
logo tiveram uma outra abordagem. As perguntas 58 e 59 eram discursivas, em que o
funcionário deveria escrever suas respostas, tornando-as mais abrangentes. Já as perguntas
56 e 57 pode-se ver as opções de respostas na figura abaixo.
Figura 12: Perguntas 56 e 57 (2017)
Fonte: Adaptado da Empresa
Na elaboração da pesquisa, os principais riscos foram mapeados e para eles foram
elaborados plano de ação, de acordo com a probabilidade de ocorrência, com o impacto e com
o grau de risco. Dentre eles: inadequação da pesquisa, baixa adesão, travamento do sistema
ou da máquina, problemas de rede, ausência de equipamentos e não liberação/adesão das
equipes que não possuem e-mail.
31
5.3 RESULTADOS
A pesquisa alcançou 1269, de 1510, funcionários, o que corresponde a 84% daqueles
que receberam a avaliação. O cálculo dos resultados foi feito considerando o percentual de
colaboradores que responderam positivamente às questões (concordo e concordo totalmente),
por categoria e por vivência dos valores. A empresa atingiu 55% de Trust Index (Índice de
Confiança). Considerando a quebra por dimensões, os resultados ficaram da seguinte maneira:
Figura 13: Resultado da pesquisa de engajamento por dimensão (2016)
Fonte: Adaptado da Empresa
Observa-se que os maiores resultados estão ligados a relação do funcionário com os
colegas e com o trabalho em si, e os menores, da relação com a liderança. Sabendo-se isso,
o endereçamento das soluções já pode ser melhor alocado.
Podem-se, ainda, serem observados os resultados para cada pergunta. O que, após
debate com os líderes e suas áreas, levou a conclusões sobre justificativas para os resultados
e, consequentemente, os pontos positivos e negativos ao ver dos funcionários. Os resultados
podem ser vistos abaixo:
32
Figura 14: Resultado da pesquisa de engajamento por Credibilidade (2016)
Fonte: Adaptado da Empresa
Considerando-se credibilidade pode-se perceber a pergunta 38 teve maior Trust Index,
ficando com 60%, o que mostra que o fato de os líderes serem próximos e acessíveis
destaca-se como um ponto positivo para a empresa. Já a pergunta 13, com o pior resultado
para a dimensão, apontando que, muitas vezes, os líderes deixam de cumprir o que falam.
Talvez por sobrecarga de atividade, o que deve ser analisado.
33
Figura 15: Resultado da pesquisa de engajamento por Camaradagem (2016)
Fonte: Adaptado da Empresa
Camaradagem, como segunda colocada na classificação de dimensões mais bem
avaliadas, pode-se perceber que as pessoas são muito bem tratadas internamente,
independente de idade, idade ou orientação sexual, o que mostra a empresa orientada para a
igualdade, que vem sendo muito discutida na atualidade. Enquanto isso, as questões
relacionadas a remuneração e benefícios mostram-se como requerentes de avaliação e
mudanças, pois estas puxam o índice de engajamento para baixo.
34
Figura 16: Resultado da pesquisa de engajamento por Imparcialidade (2016)
Fonte: Adaptado da Empresa
Como a dimensão Imparcialidade, a pergunta 55, que mostra a relação do colaborador
com a vontade de fazer e empresa cumprir suas metas e objetivos, atingiu-se 100% de
respostas positivas, o que é extremamente importante para a saúde da empresa. Para isso,
deve-se definir as estratégias da empresa, deixando claro o papel de cada um, para que cada
trabalhador o cumpra, uma vez que disposição para fazê-lo já existe. No entanto, deve-se
ainda ter atenção com o resultado da pergunta 11, relacionamento a importância de cada
trabalhar com o outro.
35
Figura 17: Resultado da pesquisa de engajamento por Orgulho (2016)
Fonte: Adaptado da Empresa
Mostrando-se como a dimensão com os melhores resultados gerais, o orgulho, que
relaciona o colaborador com seu trabalho em si. Os resultados apontam que o nome da
empresa e das marcas motivam os trabalhadores tanto para mostrar externamente o quanto
gostam da empresa e também a entregar um resultado final bom. Não é por acaso que essas
representam bastante o alto engajamento e a vontade de permanecer na empresa, mesmo
que as demais dimensões não tenham dimensões não tenham resultados tão positivos.
36
Figura 18: Resultado da pesquisa de engajamento por Respeito (2016)
Fonte: Adaptado da Empresa
Finalmente, a dimensão respeito, que teve o segundo pior resultado, mostra que este
pode ter sido comprometido pela falta de investimento da empresa em treinamentos ou
infraestrutura, influenciando também o balanceamento entre vida dentro e fora do trabalho,
como mencionado em capítulos anteriores. Pode ser que a jornada do trabalhador não esteja
adequada, mesmo que a pesquisa mostre que ele pode se ausentar quando necessário. No
entanto, esta questão deve ser bastante analisada, pois é muito importante para a retenção de
talentos.
37
Posteriormente a isso, foram definidas pela área de Gente e Gestão perguntas, dentre o
questionário, que indicam diretamente o nível de engajamento dos profissionais, representando
o alto engajamento. Para tais perguntas, o Grupo alcançou um Trust Index de 74%. As
perguntas foram tiradas da dimensão de orgulho e camaradagem.
Figura 19: Resultado das perguntas de Alto Engajamento (2016)
Fonte: Adaptado da Empresa
5.4. CONCLUSÃO DA PESQUISA
Estudos da Aon indicam que as organizações que atingem índices de engajamento
acima de 72% possuem resultados de negócios melhores; assim como as organizações com
Índices de Engajamento menores que 46% tendem a diminuir a capacidade da organização de
alcançar seus objetivos. Já os índices que se encontram entre esses 2 dimensionais ficam
localizados na Zona Neutra, que é o caso da Empresa com index de 55%. Porém, observando
a abertura por perguntas, percebe-se que esse número pode ser facilmente melhorado.
Figura 20: Engajômetro (2017)
Fonte: Eon Hewit
http://www.sincodives.com.br/conteudo/eventos/encontro-
regional/palestra_engajamento_e_o_papel_do_rh.pdf
Acessado em 16/08/2017
38
Após análises separando os resultados por área, apresentação para as diretorias, pôde-se
chegar a algumas conclusões:
• Pontos positivos presentes na empresa:
o Empenho em ser a melhor marca
o Espírito de equipe
o Gostar de onde estar e do que faz
o Bom convívio
• Pontos a serem melhorados na empresa:
o Meritocracia e imparcialidade
o Reconhecimento e celebração
o Comunicação interna
o Infraestrutura
A partir disso, os líderes mantiveram várias reuniões a fim de elaborar planos de ação
para as melhorias necessárias e para manutenção dos pontos positivos, almejando melhorar o
Trust Index na pesquisa que será realizada ao final de 2017.
39
Os planos de ação foram criados a partir das relações com os resultados das perguntas
e possibilidade de melhora para elas. Consideraram-se, principalmente, as perguntas com
menor Trust Index e com ações mais simples e de menor custo. Alocaram-se os responsáveis
e os patrocinadores, sponsors, para cada uma das ações, que podem ser vistas relacionadas
no quadro abaixo:
Figura 21: Planos de ação para melhora de resultados (2017)
Fonte: Adaptado da Empresa
A partir destas ações, é possível perceber que atitudes de baixo custo podem agregar
muito, em diversos aspectos, para as organizações. Espera-se que colocando estas e outras
ações em prática, os resultados sejam melhorados na rodada seguinte da pesquisa. Todas
estas ações são patrocinadas pela área de Gente e Gestão, porém, todos os gerentes e
diretores receberam metas para aumento do engajamento, ou seja, todos eles tem que pensar
em mais ações que ajudem na melhora desse resultado.
40
CONCLUSÃO
O objetivo do trabalho foi mostrar, através da análise do estado de arte dos capítulos
anteriores, como relacionamento entre as empresas e seus colaboradores mudou. Antes, os
funcionários eram vistos como recursos, hoje como talentos, que têm seus valores e que
precisam ter sua capacidade desenvolvida e mantida. Há alguns anos a gestão de pessoas vem
ganhando importância e passando por um processo de transformação. Hoje, as empresas
valorizam seu capital humano intelectual. Para tanto, deve-se haver a correta gestão dos
colaboradores.
O primeiro passo para desenvolver um processo de Gestão de Pessoas é a empresa
apresentar um posicionamento estratégico claro sobre o que faz, onde deseja chegar e como
deseja chegar. Essas três referências, que determinam o futuro, irão direcionar toda e qualquer
decisão sobre as pessoas.
O segundo passo é ter uma estrutura organizacional clara e organizada, na qual as
pessoas saibam exatamente quais são seus papéis e responsabilidades. Muitas organizações
possuem dificuldade em definir estes papéis, deixando muitas ações perdidas, sem dono e sem
atenção, acarretando na insatisfação do cliente, que acaba sendo o maior prejudicado.
O terceiro passo é definir o que é necessário para a execução da cada função. Desta forma
você terá um mapa claro para os seus colaboradores entenderem no que são bons e onde
precisam melhorar. Com esta referência, fica muito mais fácil avaliar de maneira objetiva os
acertos e os erros, definindo os pontos exatos a serem corrigidos na função.
Além desses passos para avaliação e melhoria contínua de desempenho dos funcionários,
é de suma importância que estes possam avaliar as organizações e suas práticas, para que
sejam identificados pontos que necessitam de ação, estratégicos e culturais. Caso contrário,
não haverá vontade de permanecer na empresa. E, sem esta vontade, os trabalhadores não
executarão suas funções com o máximo de sua capacidade.
Os líderes da empresa e, principalmente, o time de Gente e Gestão, devem ser grandes
patrocinadores dessas ações. Afinal, empresas que compreendem a importância de fazer este
investimento se colocarão a frente da concorrência e experimentarão muitos resultados como
excelência, qualidade, organização, crescimento, satisfação e bem-estar.
41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PFEFFER, Jeffrey. The Human Equation: Building Profits by Putting People First, Harvard
Business Press, 1998. BOOZ & COMPANY apud PEEFFER (2015)
4. NELSON, Bob. 1001 Ways to Reward Employees, Workman Publishing Company, 2005.
GRIN, Verlag. Employer Branding: Marketing the company as an attractive employer, Arend Grünewälder ,2008
SCHEIN, E. Organizational Culture and Leadership. San Francisco: Jossey-Bass, 1985. Jossey-Bass apud Edgar H. Schein (2004)
HOFSTEDE, Geert. The Business of International Business is Culture, International
Business Review Vol. 3 , 1994
Hewitt Associates (2004), “What Makes a Best Employer?”, Insights and Findings from
Hewitt's Global Best Employer's Study, Hewitt Associates, pp. 1‐28.
ARNOLD, Mark J.; FISHER, James E. Counterculture, criticisms, and crisis: assessing the
effect of the sixties on marketing thought. Journal of Macromarketing, v. 16, n. 1, p. 118-
133, 1996.
MAC LENNAN, Nigel. Coaching and Mentoring. Routledge, 1995
PORCHÉ, germaine, NIEDERER, Jed. Coaching. O apoio que faz as pessoas brilharem. Rio
de Janeiro: Editora Campus,2002.
MARTIN, Glenn. Australian Master Human Resources Guide Capítulo 44. Coaching and
Mentoring, Austrália,2006.
BATISTA, Zuleide. Coaching e Mentoring. União Metropolitana de Educação e Cultura, 2017
SERRAT, Olivier. Coaching and Mentoring. Knowledge Solutions, 2017
Forton Group. Foundations in Mentoring: A Model and resources for mentoring. Pamphlet,
2013
42
¹http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_teoria_%20do_capital_human
o.htm. Acessado em 16/06/2017.
²http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/795/2/20151295.pdf. Acesso em 23/06/2017.
3http://exame.abril.com.br/carreira/cinco-licoes-de-marketing-para-o-rh/>. Acesso em
03/06/2017
4http://www.people-science.com/the-importance-of-the-employee-value-proposition/>. Acesso
em 10/03/2017
5http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
regulamentadoras/norma-regulamentadora-n-17-ergonomia acessado em 30/07/2017.
6 https://www.lovemondays.com.br/ acessado em 30/07/2017.
7 https://clube.convenia.com.br/ acessado em 26/07/2017. 8 http://universumglobal.com/rankings acessado em 01/08/2017.
9 https://recruitee.com/blog/employer-branding-best-practices/ acessado em 09/07/2017.
10https://www.ama.org/resources/Pages/Dictionary.aspx?dLetter=B, Acesso em 15/07/2017.
11https://www.cisco.com/c/en/us/solutions/collateral/service-provider/visual-networking-index-
vni/complete-white-paper-c11-481360.html#_Toc484531492. Acesso em:30/07/2017
12https://www.eremedia.com/tlnt/do-you-know-what-your-candidates-are-thinking/. Acesso em:
01/08/2017
13 http://www.greatplacetowork.com.br/ acessado em 02/08/2017
14http://www.ttmassociates.com/wp-content/uploads/article-coaching-mentoring.pdf. Acesso
em: 05/08/2017
15http://coach.ca/the-3- steps-of- the-mentoring- process-p159936>. Acesso em: 05/08/2017